SINDIAUDITORIA em ação - Outubro 2017

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em ação Outubro de 2017 | Número 25 | Ano 6

ESTADO E MUNICÍPIOS UNIDOS PARA COMPARTILHAR INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS O Observatório de Despesa Pública (ODP) não para de crescer em Santa Catarina. Em especial este ano, com o lançamento da ferramenta para a esfera municipal, a rede começa a se fortalecer para aprimorar a gestão pública, através do monitoramento das despesas. Além da unidade estadual, que atua desde 2012 no Estado, cinco prefeituras catarinenses assinaram um acordo de cooperação técnica com a Secretaria de Estado da Fazenda para implantar uma unidade do ODP e colaborar com o intercâmbio de metodologias, de informações e de tecnologia. Depois de participarem de uma primeira apresentação em junho, junto com outros municípios, as prefeituras de Rio do Sul, Gaspar, Chapecó, Camboriú e Itajaí decidiram pela adesão. “A missão de cada um desses municípios que está implantando o ODP será inserir o conceito de análise de dados em sua unidade de controle interno, através de metodologia de trabalho, de pessoas capacitadas e da utilização de tecnologia de informação”, explica o auditor interno do Poder Executivo André Oliveira, coordenador do ODP.Santa Catarina. Em resumo, o Observatório é responsável pela produção de informações estratégicas que visam apoiar e acelerar a tomada de decisão dos gestores e o monitoramento das despesa pública. O objetivo geral é contribuir para o aperfeiçoamento do controle interno. “A Constituição Federal prevê que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, seus sistemas de controle interno. Acredito que este projeto cumpre de certa forma com a integração do sistema de controle interno entre os entes do Executivo federal, estadual e municipal, assim como com o controle externo, através da adesão dos tribunais de conta”, defende Oliveira. Como se trata de um projeto piloto com as prefeituras, e considerando a dimensão dos municípios em relação a do Estado ou mesmo a da União, a equipe estadual está adequando o projeto à realidade municipal. Todas essas prefeituras já obtiveram a certificação de instalação de infraestrutura de pessoal e equipamentos. Para efetivar esta etapa de implantação, nosso próximo compromisso será uma capacitação em Florianópolis, nos dias 21 a 23 de novembro”, pontua Oliveira. Neste primeiro momento, os gestores municipais têm o apoio também do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC), em relação à questão tecnológica, essencial para a execução dos trabalhos.

A expansão municipal do ODP prevê um ciclo que inclui seis etapas: convite, seminários para conhecimento do funcionamento do Observatório, assinatura do acordo de cooperação técnica, certificação do atendimento mínimo de infraestrutura, capacitação e estudo do tema compras. De acordo com Oliveira, enquanto este ciclo não terminar, não há como ingressar uma nova prefeitura no projeto. Mas apesar de não ter prazo definido; ele planeja novas adesões para o início de 2019. A ferramenta, desenvolvida pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) e utilizada desde 2012 pela Diretoria de Auditoria Geral (DIAG) no âmbito estadual, e é considerada a malha fina dos gastos públicos. “Os participantes têm mostrado muito interesse em cumprir bem com as etapas de implantação, entendendo que a participação na rede ODP trará muitos benefícios ao município. Creio que a médio prazo, havendo empenho dos participantes, eles estarão em outro patamar na execução de suas atividades de controle e apoio à gestão”, projeta o auditor interno.

“A sociedade tem conclamado mudanças e o ODP.municipal pode contribuir com a geração de informação de qualidade sobre a atuação da prefeitura, permitindo aos gestores uma correção de rumo mais efetiva” André Oliveira, auditor interno do Poder Executivo e coordenador do ODP.Santa Catarina


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PONTO DE VISTA

SANTA CATARINA E DISTRITO FEDERAL: PARACEIROS PARA MELHORAR A GESTÃO PÚBLICA Para esta edição, o Sindiauditoria em ação conversou com o controlador-geral do Distrito Federal, Henrique Moraes Ziller, sobre o acordo de cooperação técnica assinado entre o Governo de Santa Catarina e a Controladoria Geral do Distrito Federal (CGDF) em agosto. Nesta entrevista, ele explica como essa parceria vai servir para implementar ações conjuntas e de intercâmbio de conhecimentos técnicos, experiências, informações e tecnologias de interesse mútuo. Cristiane Pitta/CGDF/Divulgação

HENRIQUE MORAES ZILLER é controlador-geral do Distrito Federal desde novembro de 2015 SINDIAUDITORIA - Um acordo de cooperação técnica foi assinado entre a CGDF e o Governo de Santa Catarina recentemente. Qual a sua maior expectativa em relação ao documento? Henrique Ziller - De maneira genérica, obviamente, trata-se da troca de experiências entre os órgãos, pois o alcance da cooperação é amplo, e permitirá o compartilhamento de conhecimento e tecnologia de controle entre os órgãos. Especificamente, temos muito interesse em colaborar com o avanço da implantação do IA-CM (modelo de referência de qualidade e maturidade de órgãos de controle interno) na Auditoria Interna do Estado de Santa Catarina, e de conhecer o modelo de prestação/tomada de contas utilizado nessa unidade da Federação, pois esses processos em Brasília são de baixa efetividade, intempestivos e têm custo econômico muito elevado. SINDIAUDITORIA - Esse acordo foi resultado de alguma inciativa em particular? Foi a CGDF que propôs essa cooperação? Henrique Ziller - Na verdade foi um processo de aproximação natural entre dois órgãos que perceberam uma possibilidade de “namoro”… Tivemos encontros aqui em Brasília e em Florianópolis. Creio que o pontapé inicial foi a viagem do grupo do Conaci (Conselho Nacional de Controle Interno) à Europa, no ano passado, do qual participaram Liane Angoti pelo DF e o auditor internos Rodrigo Stigger Dutra por Santa Catarina, que despertou o interesse comum no IA-CM. SINDIAUDITORIA - Qual a contribuição que a CGDF pode trazer para o trabalho que já é desenvolvido pela DIAG? E vice-versa? Henrique Ziller - Além do IA-CM, creio que há duas boas iniciativas que podemos compartilhar com a DIAG: a implantação da

gestão de risco em órgãos do Poder Executivo no DF e a adesão ao conceito hoje compreendido como melhores práticas de auditoria interna que subdivide a função em auditoria e inspeção, sendo a auditoria uma atividade mais próxima ao gestor, com caráter de consultoria e assessoria. Da parte da DIAG para nós, como falei, temos a necessidade de conhecer qual é o conteúdo e quais são os trâmites dos processos de contas (inclusive as especiais) entre a DIAG e o Tribunal de Contas de Santa Catarina, e mesmo entre os órgãos do Poder Executivo e o TCE/ SC. Obviamente, as possibilidades de cooperação são bem mais amplas. Talvez possamos desenvolver projetos conjuntos para melhoria da gestão ou mesmo da atuação dos órgãos de controle. Temos muitas ideias e vontade de aprofundar nosso relacionamento, que já tem sido muito proveitoso. SINDIAUDITORIA - Concretamente, quais atividades estão previstas dentro do acordo? Alguma ocorrerá este ano ainda? Henrique Ziller - A mais premente é a implantação do projeto de alcance do nível II do modelo IA-CM. Estamos interessados em colaborar com a DIAG nesse sentido, pois acreditamos que, de fato, a adoção desse modelo pelos órgãos de controle interno estaduais no País será de grande ajuda para a qualificação da gestão e a consequente melhoria do gasto público. SINDIAUDITORIA - Você esteve em Florianópolis em agosto para o seminário organizado pelo Sindiauditoria. Qual a sua impressão com relação ao trabalho desenvolvido pelos catarinenses? Henrique Ziller - Muita competência, compromisso e produtividade. O quadro é pequeno e produz muito. Precisamos descobrir como vocês conseguem isso.


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PERFIL

"O TEATRO NA REALIDADE NÃO FOI UMA ESCOLHA" Renato Gama / Divulgação

Lá se vão 55 anos que Édio Nunes resolveu aceitar o convite inusitado de um amigo: “Eu havia ingressado na UFSC e minha atividade extra-curricular era outra, completamente diferente. Eu era atleta de competição, jogava futebol de salão e inclusive participava da seleção catarinense universitária. Não tinha qualquer relação com atividades culturais e de repente fui interpelado por um colega de turma para participar dos ensaios de uma peça teatral”. Em 1962, numa cidade conservadora como era Florianópolis, com uma visão de que quem fazia teatro não era gente séria, o convite bateu quase que como uma ofensa para ele. “Fiquei sabendo que cinco outros colegas da minha turma de calouros estavam participando do projeto e, então, resolvi dar uma conferida”, recorda. O grupo era o Teatro Universitário de Santa Catarina (TUSC) e a peça o clássico Auto da Compadecida de Ariano Suassuna. Sem qualquer formação acadêmica na área teatral, Édio deixou a coisa ir evoluindo, a partir dos contatos com os companheiros e as companheiras mais antigos. “Aproveitei bem o início da minha formação, especialmente com uma pessoa chamada Odília Carreirão Ortiga, minha primeira diretora e grande mestra”, agradece. De lá para cá, Édio já passou pelos movimentos teatrais do SESC, do SESI e do Clube 6 de Janeiro e pelos grupos O Dromedário Loquaz, A e Pesquisa Teatro Novo, até ajudar a formar o Grupo Armação ao qual está vinculado ainda hoje. Uma carreira com quase 50 espetáculos e entre os mais marcantes: Auto da Compadecida (1962), Está Lá Fora Um Inspetor (1975), Caminho de Volta (1976), Zumbi (1982), Os Órfãos de Jânio (1988) e Eu Confesso! (2014). No audiovisual, Édio já trabalhou com os principais cineastas catarinenses, já atuou em programas da RBSTV e na locução de trabalhos institucionais para gravadoras. Nesses anos, o que não faltam são situações inusitadas e engraçadas para contar: “quando da montagem de Ato Cultural de Jose Ignacio Cabrujas, pelo grupo O Dromedário Loquaz, eu tinha que me despir (literalmente) de um personagem para assumir a figura do Leão

ÉDIO NUNES fez parte da primeira turma de auditores internos do Poder Executivo catarinense, ele ingressou na Secretaria da Fazenda em 1963, quando o órgão ainda chamava-se Tesouro do Estado de Santa Catarina, no cargo de auxiliar de oficial fazendário. Natural de Florianópolis, ele é ex-aluno do curso de contabilidade da extinta Academia de Comércio de Santa Catarina e do curso de Direito da UFSC. Entre as várias funções que exerceu, Nunes foi coordenador de Administração Financeira, Contabilidade e Auditoria e a de chefe da Assessoria Técnica. Ele se aposentou em 1989 de Castela. O tempo para a troca de figurino era curto e numa determinada apresentação, até hoje não sei porque, a calça que compunha o figurino estava virada e eu não consegui vesti-la. Não houve solução, tive que entrar em cena somente com a juba do leão e de cuecas”, lembra. Ele também vivenciou momentos mais delicados, como no tempo da Ditadura Militar. “Tínhamos que submeter o texto à prévia liberação pela censura. Inicialmente o texto era “julgado” em Brasília que emitia o atestado de liberação e determinava cortes a seu juízo. Depois, localmente, éramos obrigados a efetuar um ensaio para os “censores” (qualquer funcionário da polícia federal) para então termos o direito de estreia”, revive. Édio segue firme. Atualmente ele trabalha em dois trabalhos do Grupo Armação: Armação em 2 Tempos, do qual

fazem parte o monólogo Eu Confesso! e o drama Flores de Inverno, e o espetáculo de comédia de Odir Ramos da Costa Sopros de Paz e Guerra, recentemente estreado. Ele concluiu recentemente a participação no curta de animação Almofada de Penas, que está em fase final de elaboração, e também integra o elenco de uma webserie intitulada A Detetive da Vila do Corvo que será rodada brevemente na Ilha. “O teatro na realidade não foi uma escolha. Ele aconteceu na minha vida de uma maneira nada glamurosa”, resume. “Através do teatro, ou a partir dele, eu valorizei as diferenças e perdi preconceitos. Aprendi a considerar mais o coletivo em detrimento do individual”, revela. São valores fundamentais como a disciplina e a perseverança, que estão presentes sempre em cada projeto que desenvolve, que Édio procura trazer para a vida.


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OUTUBRO ROSA E NOVEMBRO AZUL

Informativo do Sindicato dos Auditores Internos do Poder Executivo do Estado de Santa Catarina - SINDIAUDITORIA

Presidente Clóvis Renato Squio Vice-presidente Cristiano Socas da Silva Diretora de Comunicação Clarice Ehara

QUE TAL TROCAR O SAPATO PELO TÊNIS? ESPORTE E BOA ALIMENTAÇÃO COMO PREVENÇÃO Todo final de ano, as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul batem à porta e a prevenção contra os cânceres de mama e de próstata se torna um assunto recorrente. Além dos exames médicos de prevenção que são indispensáveis para a detecção precoce, existem também outras maneiras de evitar o surgimento das doenças. Um grande número de estudos indicam que as pessoas fisicamente ativas têm um risco menor de incidência e de mortalidade nos casos de câncer, independente do tipo. O efeito benéfico de se manter em movimento está ligado ao controle do peso corporal, ou seja, a redução da obesidade. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Os resultado recentes do World Cancer Research Fund International, divulgados em 2014, também reforçam que a atividade física reduz os riscos de câncer. No caso do câncer de mama, uma diferença de 23% (para mulheres antes da menopausa) e 30% (para mulheres depois da menopausa) pode ser observada. Segundo os pesquisadores, a atividade física pode exercer um papel protetor e estimular a imunidade. Os benefícios

são observados em uma prática mista (cardiovascular/reforço muscular), com exercícios de intensidade moderada e elevada, 30 minutos por dia e no mínimos cinco vezes por semana. Caminhadas, dança, natação, corrida, futebol, vôlei, hidroginástica, tênis… São algumas das atividades que podem ajudar a manter o corpo mais resistente, diminuir o cansaço e melhorar a qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma alimentação adequada pode ser determinante também para evitar as principais doenças crônicas, como os problemas cardiovasculares, a diabete, a obesidade, a hipertensão arterial e alguns tipos de câncer. Incluir frutas e legumes na alimentação e reduzir a consumação de gordura, açúcar, sal e bebidas alcólicas estão entre as dicas mais importantes dos especialistas. Cerca de 30% dos canceres são resultado do comportamento individuais como o consumo do tabaco e do álcool, segundo a OMS. Cerca de um terço dos casos da doença poderiam ser evitados, modificando a alimentação, aumentando o nível de atividade física e mantendo o peso ideal. Em resumo, o câncer pode ser combatido também conciliando uma boa alimentação e um estilo de vida com menos estresse e mais movimento.

Adaptado do francês, à partir das informações do site www.cancer-environnement.fr

Diretora Administrativo-financeiro Luciana Bernieri Pereira Diretora Jurídico Tatiana Bozza Diretora de Relações Sociais e Intersindicais Marina de Souza Santos Garcia Rebelo Secretária Marisa Zikan da Silva Conselho Fiscal Maria Beatriz Nascimento, Cesar Fernando Cavalli e Christian Corte Real Suplentes do Conselho Fiscal Rodrigo Stigger Dutra, Frederico Augusto Silva da Luz e Caio Jamundá Texto e edição Jaércio da Silva (DRT|SC 4026) CONTATO Rua Anita Garibaldi, 79 - Sala 603 Centro - Florianópolis assessoria@sindiauditoria.com.br www.sindiauditoria.org.br


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