Boletim Teste

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final quinta-feira, 30 de agosto de 2012 10:05:17



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G&ORio Ainda nos “Ecos” de nosso XXXVI Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da SGORJ, reservamos este Boletim para publicarmos os resumos dos trabalhos apresentados em nosso evento, momento em que nos atualizamos e nos questionamos acerca dos resultados obtidos pelos pesquisadores. Dúvidas geram mais pesquisas e consequentemente mais trabalhos nos próximos congressos. Parabenizo todos os autores pela iniciativa e pelo sucesso em terem o trabalho aprovado pela Comissão Científica e, agora, publicado em nosso Boletim. Boa leitura a todos. Vera Fonseca - Presidente da SGORJ TEMAS LIVRES Página 4 • A gravidez na adolescência no Brasil e sua correlação com o IDH • Acantose nigricante e síndrome dos ovários policísticos • Diagnóstico pré-natal do aneurisma congênito de ventrículo esquerdo • Gravidez, parto e puérperio, campeões de internação no SUS em adolescentes

PÔSTERES Página 5 • A importância do ecocardiograma fetal no rastreamento de cardiopatias em um hospital universitário • A propósito de três casos recentes de mola parcial • Abdome Agudo em Gestação de 13 Semanas • Adenofibroma endometrióide Página 6 • Anomalia de Ebstein com diagnóstico pré-natal e óbito fetal por corioaminionite • Aspectos epidemiológicos e prevalência da Papilomatose, através do Papiloma Vírus Humano (HPV), em mulheres da faixa etária entre 13 a 19 anos de idade, atendidas na Atenção Básica em Saúde do município de Nova Iguaçu/RJ • Atitude dos obstetras frente a testagem de gestantes com status sorológico para HIV em maternidades municipais no Rio de Janeiro • Campanha de preventivo no Hospital Federal de Ipanema: resultados citológicos Página 7 • Carcinoma condilomatoso de vulva: relato de caso • Carcinoma papilífero seroso borderline de ovário: relato de caso. • Cistoadenoma mucinoso de apêndice: relato de caso • Cistoadenoma mucinoso de ovário gigante: relato de caso. Página 8 • Conduta conservadora da mola hidatiforme em gravidez gemelar no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da UFF • Conhecimentos e barreiras na testagem de gestantes com status sorológico confirmado ou ignorado em maternidades municipais no Rio de Janeiro • Conhecimento, atitude e prática do autoexame das mamas no Programa Saúde da Família do Rio de Janeiro • Correlação entre a histopatologia e a sintomatologia apresentada pelas pacientes acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro Página 9 • Diagnóstico pré-natal da anomalia de ebstein: relato de quatro casos • Diagnóstico pré-natal da anomalia de Ebstein torna possível a correção precoce • Diagnóstico pré-natal de múltiplos tumores cardíacos Página 10 • Doença de Behçet: importante diagnóstico diferencial das úlceras genitais • Doença de paget, relato de caso • Fatores de risco para o câncer cervical na população atendida no Ambulatório de Patologia Cervical do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Página 11 • Gravidez na adolescência: parto idealizado e o parto realizado no âmbito do SUS • Hemangioma em mama masculina – a propósito • Hidradenite supurativa • Hímen imperfurado complicado com imagem cística anexial

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Página 12 • Incidência da Doença de Paget no ambulatório de patologia vulvar do serviço de ginecologia do HUCFF • Incontinência urinária mista em paciente com mioma uterino volumoso • Influência da posição da paciente durante o estudo urodinâmico sobre os parâmetros cistométricos e o diagnóstico final • Influência da primiparidade na indução do parto com misoprostol no Núcleo Perinatal HUPE/UERJ Página 13 • Influência do local de seguimento da mola hidatiforme no prognóstico e tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar • Malformação mamária associada a nevo piloso gigante • Manifestação simultânea de líquen escleroso genital e extragenital Página 14 • Manifestações clínicas de DST em pacientes imunossuprimidas– relato de casos • Melanoma metastático para ovário: relato de caso • Métodos contraceptivos utilizados pelas acadêmicas do curso de medicina da Universidade Severino Sombra • Mioepitelioma de mama Página 15 • Mola hidatiforme como causa de Síndrome Hellp precoce e evolução para neoplasia trofoblástica gestacional tratada no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da UFF • Mortalidade fetal na Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro: um desafio no cuidado à saúde da mulher • O conhecimento, a atitude e a prática de mulheres na prevenção do câncer de colo uterino em uma Unidade Básica de Saúde na Zona Oeste, RJ Página 16 • Pancreatite aguda: relato de caso • Papel da ultrassonografia no diagnóstico da gravidez molar entre pacientes acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (maternidade) da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro • Perfil dos recém-natos cardiopatas encaminhados à cirurgia cardíaca e importância do rasterio pré-natal na maternidade-escola da UFRJ • Perfil epidemiológico das pacientes portadoras de HPV atendidas no serviço de dermatologia/DST da Santa Casa de Misericórdia do Pará Página 17 • Perfis reprodutivo e sexual de profissionais do sexo que atuam na Praça Mauá - Rio de Janeiro • Perineotomia como tratamento de estenose de introito vaginal causada por líquen escleroso • Placenta percreta - relato de caso Página 18 • Predição do parto pré-termo para a oportuna aceleração da maturidade pulmonar fetal • Prevalência de hipertensão associada à gestação de alto risco em hospital de referência • Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) na gestação - relato de caso • Qualidade de vida e a incontinência urinária feminina Página 19 • Relato de caso: acretismo placentário • Relato de caso: carcinoma papilífero invasor de mama masculina • Resistência insulínica não está relacionada ao aumento dos níveis de pressão arterial diastólica em pacientes com SOP • Síndrome de Meigs e prolapso genital: uma associação incomum Página 20 • Sobre um caso incomum de coriocarcinoma • Sobre um caso raro de mola completa simultânea a prenhez abdominal • Tratamento conservador da gravidez ectópica no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da UFF Página 21 • Tratamento conservador da gravidez ectópica cervical, utilizando metotrexate intraovular – relato de caso • Tratamento de adolescentes com mola hidatiforme em unidade de terapia intensiva • Tratamento exitoso de neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar de alto risco com incontáveis metástases no centro de doenças trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da UFF Página 22 • Tuberculose mamária associada a eritema nodoso • Tumor de células granulares da mama • Tumor Filoide Maligno

Órgão informativo oficial da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Largo do Machado, 54/1206 - Catete – Rio de Janeiro – RJ - CEP 22221-020 Tel.: (21) 2285-0892 www.sgorj.org.br sgorj@sgorj.org.br

Presidente Vera Lucia Mota da Fonseca 1º Vice-Presidente Hugo Miyahira Vice-Presidentes Ricardo Oliveira e Silva Paulo Maurício Soares Pereira Mauro Romero Leal Passos Secretário-Geral Marcelo Burlá

Secretários Adjuntos Augusta Maria Batista de Assumpção Karen Soto Perez Panisset Marcelo Trindade Alves de Menezes Mario Vicente Giordano Silvio Silva Fernandes

projeto gráfico João Ferreira

Tesoureiro-Geral José Carlos de Jesus Conceição

Fotolito e Impressão Editora Teatral Ltda.

Tesoureiros Adjuntos Deyse Barrocas Luiz Augusto Giordano

Fotografia José Renato

Conselho Editorial Vera Lúcia Mota da Fonseca Marcelo Burlá, Hugo Miyahira Mario Vicente Giordano

Produção Foco Notícias Jornalista Responsável Nicia Maria – MT 16.826/76/198

Tiragem 3.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA


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TEMAS LIVRES ■ A gravidez na adolescência no Brasil e sua correlação com o IDH

José Leonídio Pereira, Evelise Pochman da Silva, Regina Celi Ribeiro Pereira e Glauber Ribeiro Pereira Objetivo: Correlacionar os dados referentes a população de adolescentes de10 a 14 e 15a 19 anos de acordo com a normatização da OMS, que parturiram filhos nascidos vivos no Brasil, de 1994 a 2010, comparando sua incidência com as de idade superior distribuídas em todas as faixas etárias no período em análise, e o IDH das diversas regiões brasileiras. Material: Foram estudados 50.239.047 nascidos vivos no Brasil no período de 1994 a 2010. As Adolescentes de 10 a 14anos pariram 449 429 (0, 89%) Recém Natos (RN). De 15 a 19 anos foram 10.630.625 RN. (21, 16%). A somatória dos grupos de adolescentes correspondeu a 22, 05% do total de nascidos vivos no período em lide. Os dados relativos à faixa etária de 10 a14 anos em 1994 correspondiam a 0, 69 % (17.628) de todos os nascidos vivos e em 2010, 0, 96% (27807), um aumento de 63%. Na faixa etária de 15 a 19 anos, os números foram de 490.716 em1994 (19, 08%) e a 525.581 (18, 37%) respectivamente. Resultados e Conclusões: A distribuição dos nascidos vivos por todas as faixas etárias mostra que a concentração maior de nascidos vivos está na faixa etária de 20 a 24 anos, Os nascidos vivos das adolescentes entre 15 a 19 anos foram ao final dos anos 90, em torno de 725.000, e a partir deste se mantém até o ano de 2002 quando há uma queda nos nascidos vivos de adolescentes, passando a ser o terceiro grupo de maior concentração. Em contraposição os nascidos vivos de 10 a 14 anos (média de 0, 88%) que é o penúltimo grupo em distribuição, apresentou tendência de aumento no passar dos anos da série, quando comparados ao último grupo que se manteve com números próximo do constante. (0, 15%). Quando agrupamos as adolescentes dos 10 aos 19 anos nos aproximamos de 22%, ou seja, 1, 3% inferior ao grupo imediatamente acima (25 a 29 anos).No Censo de 2010 houve uma queda no número de adolescentes, tanto de 10 a 14 como de 15 a 19 anos, o que mostra que existe uma persistência na incidência, ao contrário do que vem sendo ventilado, pois apesar da queda no número a proporção continua, aumentando inclusive de 10 a 14 anos. Quando utilizamos como comparação a média percentual de nascidos vivos e o IDH de cada região, nas faixas etárias de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos na série histórica em lide, este nos mostra que as regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, são os de maior incidência, aonde também se encontram os menores Índices de Desenvolvimento Humano das regiões brasileiras. A região Sul apresenta valores de nascidos vivos abaixo da média brasileira, porém tangenciando-os, e a região Sudeste é a única que se afasta da média, com valores bem abaixo desta. As duas regiões são as que possuem os maiores IDHs, 0, 847. Chama atenção que as regiões de maior densidade populacional, Sudeste e Sul apesar de apresentarem um maior número de nascidos vivos nestas faixas etárias, em números relativos porém ficam abaixo da média nacional.

■ Acantose nigricante e síndrome dos ovários policísticos

Márcio Ávila, Lívia Farias, Ricardo Bruno, Adriana Cardoso, Antonio Nardi Objetivo: Considerar a influência da acantose nigricante (AN), na qualidade de signo relativo à resistência insulínica (RI), de molde a acrescer o impacto clínico concedido à síndrome dos ovários policísticos (SOP) associada à disfunção metabólica como marcador, por vezes precoce, no que tange ao amplo conceito de doença cardiovascular. Método: Selecionadas no Setor de Ginecologia Endócrina do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 100 pacientes que, acometidas pela SOP (diagnosticada com base no consenso de Rotterdam, 2003), integram o estudo transversal, prospectivo. Investigam-se as inter-relações da AN com a resistência insulínica por intermédio do HOMA-IR (homeostatic model assessment of insulin resistance) e da relação glicose/insulina (G/I), assim como a insulinemia de jejum, o estado ponderal e os fatores de risco que se agrupam e ensejam a classificação da SM segundo a proposição estipulada por Grundy et al. (2005). Além da AN, o perfil dermatológico consistiu na presença de hirsutismo e da acne. O critério de exclusão inclui enfermidades afins à SOP e o uso de medicações hormonais, antibióticos e outras drogas nos últimos três meses anteriores a investigação. Os procedimentos estatísticos utilizaram o teste do quiquadrado e o teste exato de Fisher (variáveis categóricas). Para a diferença entre as médias de variáveis contínuas o teste t ou ÷2 de Student, ratificada a significância estatística quando o valor de p < 0, 05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Instituto de Ginecologia) e todas as participantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: As pacientes evidenciaram faixa etária média de 25, 3 (± 4, 75) anos, com variação entre 16-36 anos. O índice de massa corporal médio, 30, 63 (±9, 31), prevalecido da obesidade, complementou-se cerca de 35% das estimativas segundo a normalidade ponderal. A circunferência abdominal média 92, 09 (±18, 73) verificou-se normal em 37, 5%, conquanto alterada (sobrepeso e obesidade) em 62, 5% das pacientes. Os dados mostram a extraordinária prevalência da AN, 53%, em larga medida (>80%) incidente no pescoço e a correlação significativa e exclusiva com a SM (p<0, 05), desde que sobreposta ao sobrepeso e a obesidade, em comparação com o hirsutismo (p=0, 34) e a acne (p=0, 79). Semelhante feito com a insulinemia (p<0, 01), o HOMA-IR e a relação G/I. A prevalência da SM (36%) evidenciou significância com o HOMA-IR e a relação G/I (p<0, 01). Convém assinalar a incidência de intolerância à glicose pouco expressiva (8 pacientes) e, sobretudo, a ausência de diabetes melito tipo 2. Conclusões: Depreende-se que, no curso da SOP, independentemente da idade, a

presença da AN identificada com relativa simplicidade por meio da inspeção cutânea, especialmente quando associada à obesidade, impõe o discernimento no tocante aos fatores que compõem o espectro cardiovascular. Tal o benefício, que se revela incontestável no vasto espaço da saúde pública.

■ Diagnóstico pré-natal do aneurisma congênito de ventrículo esquerdo

Ana Flávia Malheiros Torbey, Aurea Lúcia Alves de Azevedo Grippa de Souza, Alan Eduardo Silva, Maria de Fátima Leite, Luciana de Barros Duarte. Objetivos: O presente estudo visa relatar o diagnóstico pré-natal do aneurisma congênito de ventrículo esquerdo (VE), uma malformação rara (0, 5: 100000 nascimentos) que apresenta-se isolada em 75% dos casos. A maioria é assintomática, porém algumas complicações como insuficiência cardíaca, arritmias, tromboembolismo e ruptura da parede ventricular podem ocorrer. Relato do caso: Paciente de 29 anos, primigesta, sem fatores de risco, encaminhada para realização de ecocardiografia (ECO) fetal com 33 semanas de idade gestacional por cardiomegalia em ultrassonografia obstétrica. A avaliação mostrou presença de ventrículo esquerdo aumentado devido formação expansiva arredondada em sua região apical, compatível com aneurisma congênito de VE. O ritmo cardíaco era irregular com presença de extrassístoles supraventriculares frequentes e bigeminismo. Não foram detectadas outras alterações estruturais, presença de trombo ou sinais de insuficiência cardíaca durante as avaliações subsequentes. O nascimento ocorreu a termo e sem intercorrências. No período neonatal, evoluiu com taquicardia supraventricular, que foi controlada com o uso de beta-bloqueador, o ECO confirmou o diagnóstico. O paciente não foi submetido à intervenção cirúrgica e encontra-se assintomático. Discussão: A formação do aneurisma congênito do VE não tem causa conhecida, podendo ocorrer pelo enfraquecimento localizado da parede ventricular na embriogênese, por infecção ou isquemia localizada da parede ventricular por alterações nas coronárias. O ECO fetal é fundamental no diagnóstico precoce desta anomalia, pois além de permitir acompanhamento durante a gestação e programação do nascimento, detecta complicações como ruptura da parede do VE, tromboembolismo, arritmias e insuficiência cardíaca; sendo que estas últimas podem ser tratadas ainda durante a gestação. A história natural do aneurisma congênito do VE não está bem definida, portanto a abordagem deve ser individualizada.

■ Gravidez, parto e puérperio, campeões de internação no SUS em adolescentes.

José Leonídio Pereira, Evelise Pochman da Silva, Regina Celi Ribeiro Pereira, Glauber Ribeiro Pereira Objetivo: Apresentar os dados referentes a internação no Sistema Ùnico de Saúde, referentes gravidez, parto ou puérperio em adolescentes, no período de 1998 a 2010 comparando a outras causas nesta faixa etária. Material: Foram analisados os dados referentes a internação no SUS contidas na Base de Dados do data SUS no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/ SUS) no período de 1998 a 2010, em adolescentes de 10 a 14 anos e de 15 a 19 anos de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Resultados: Avaliou-se o impacto da gravidez na adolescência, como motivo de internação, no Sistema Único de Saúde, de 1998 a 2010. Na faixa etária de 10 a 14, foram internadas neste intervalo, 2.079.169 adolescentes deste grupo, sendo 437.458, consequentes a gravidez, parto e puérperio, com média anual de 21, 18%, e de que comparados as outras causas, foram os maiores responsáveis pela internação no período estudado para este grupo. As causas que se seguiram foram Doenças do Aparelho Respiratório (16, 70%), Doenças Infectocontagiosas (15, 54%), Doenças do aparelho Digestivo (9, 44%) e Causas Externas (8, 71%). Quando analisado motivo da internação das adolescentes de 15 a 19 anos, 78, 66% estavam ligadas a gravidez, parto e puérperio, num universo de 10.566.083 internações.Chama atenção que o 2º maior motivo (4, 53%) foi de doenças do aparelho genito urinário, seguidas por doenças do aparelho respiratório, infecciosas e parasitárias e do aparelho digestivo. Conclusões: A qualidade da saúde de uma população pode ser avaliada pelo número de internações hospitalares e o motivo que levou a esta internação. Para uma população jovem do sexo feminino, o esperado é que as de maior prevalência sejam por doenças infecto contagiosas, respiratórias. Nas de idade superior a 35 anos as patologias crônicas e ou degenerativas são as que mais predominam. No grupo de 20 aos 35 anos, o mais esperado é que estas ocorram por gravidez, parto ou puérperio.. A alta incidência de internações obstétricas em adolescentes na faixa etária de 10 a 14 e de 15 a 19 anos, esta ligada ao início precoce da atividade sexual sem a conscientização de seus riscos.Pesquisas feitas pelo Projeto Papo Cabeça nas escolas do Município do Rio de Janeiro e junto a população por ocasião de grandes eventos vão ao encontro do que é relatado na literatura, onde existe o conhecimento de métodos contraceptivos, porém não existe a conscientização para seu uso. Por outro lado existe um desconhecimento por parte das usuárias de métodos hormonais, das interações com fármacos que possam afetar sua eficácia, tais como, antibióticos, antialérgicos e anticonvulsivantes, bem como sua associação com álcool, principalmente os anticoncepcionais orais. Será o exercício precoce da sexualidade este um elemento favorecedor ao surgimento de doenças geniturinárias? Os dados supracitados mostram uma população hígida, cuja internação conseqüente a gravidez, parto e puérperio, podem ser minimizadas com o estabelecimento de políticas públicas eficazes para estes grupos. Em termos comparativos aos dados correspondentes a todas as faixas etárias, estes nos permitem situar, que em números relativos, as internações de 15 a 19 anos (8.310.833) e de 20 a 24 anos (11.033.715) se equivalem, (78%) e a de 10 a 14 anos, (21, 18%) supera as de 40 anos ou mais: ou seja 16, 35 e 2, 31%.respectivamente.


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PÔSTERES ■ A importância do ecocardiograma fetal no rastreamento de cardiopatias em um hospital universitário

Daniela da Silva Alves, Ana Flávia Malheiros Torbey, Aurea Lúcia Alves de Azevedo Grippa de Souza, Luciana de Barros Duarte, Pâmella Karla Simões de Freitas. Objetivos: As cardiopatias congênitas (CC) apresentam incidência e 5-8% na população geral e em fetos de gestantes com fatores de risco pode chegar a 25% em alguns estudos. As cardiopatias complexas apresentam prognóstico desfavorável e elevada mortalidade, sendo responsáveis por 50% dos óbitos por malformações congênitas no primeiro ano de vida. O ecocardiograma (ECO) fetal apresenta extrema importância no diagnóstico precoce das CC, principalmente naquelas que se manifestam com complicações intrauterinas e/ou com gravidade no período neonatal. O objetivo deste trabalho é, então, determinar a prevalência das alterações cardíacas fetais diagnosticadas em um grupo de gestantes acompanhadas no ambulatório de alto risco de um Hospital Universitário, além de determinar a evolução dos fetos com diagnóstico de cardiopatia através do ECO fetal. Material e Métodos: Foram analisados os dados das gestantes encaminhadas para realização de ECO fetal desde janeiro de 2010 até abril de 2012. A ultrassonografia obstétrica de rotina foi realizada previamente em todas com analise da morfologia fetal com o rastreamento para CC utilizando os cortes 4 câmaras e as vias de saída do coração. Resultados: Foi realizado um total de 104 exames no período do estudo, com idade gestacional (IG) média de 30 semanas, (variando de 22 a 37 semanas). A principal indicação para a realização do ECO fetal foi o diabetes materno (n= 28, 26, 9%) e apenas 10 gestantes (9%) foram encaminhadas com suspeita de cardiopatia fetal. A maioria dos fetos apresentava coração estruturalmente normal (n=72, 69, 2%), 22, 1% dos casos (n=23) apresentou alteração ao ECO fetal, onde o diagnóstico de CC foi o principal (n=12), seguido por miocardiopatia hipertrófica (n=5), arritmia fetal (n=4), derrame pericárdico (n=2) e miocardite (n=1). A CC mais comum foi a comunicação interventricular (n=5), outras cardiopatias diagnosticadas foram: anomalia de Ebstein (n=2), transposição dos grandes vasos da base (n=1), atresia tricúspide (n=1), coarctação da aorta (n=1), defeito do septo atrioventricular total associado à tetralogia de Fallot (n=1) e dupla via de saída de ventrículo direito com atresia pulmonar (n=1). As arritmias fetais foram o bloqueio atrioventricular total (n=1), o bloqueio atrioventricular total 2: 1 (n=1) e o bloqueio atrioventricular intermitente (n=2). Dos pacientes com diagnóstico de cardiopatia, 2 receberam tratamento intrauterino e 4 necessitaram de intervenção cirúrgica no período neonatal precoce. Ocorreram 2 óbitos fetais, um por corioaminionite e outro por cardiopatia complexa associada a provável síndrome genética. Conclusões: A prevalência encontrada foi de 22, 1% estando em acordo com a descrita na literatura. A realização do ECO fetal mostrou-se importante no diagnóstico pré-natal de cardiopatias, permitindo acompanhamento adequado durante a gestação, além de realização de tratamento intrauterino quando necessário, bem como programação da abordagem terapêutica após o nascimento.

■ A propósito de três casos recentes de mola parcial

Angela M. Baptista, Marcelo Morais, Monique Gitirana, Viviane Hildebrandt e Paulo Belfort. Objetivo: análise evolutiva de caos de mola parcial Material e Método: avaliação de três pacientes com mola parcial. Relato de casos clínicos: Mola parcial (MP) é quase sempre triplóide, tendo como epílogo habitual a interrupção da gestação no primeiro trimestre, após óbito fetal. Sua prorrogação ao 2º ou 3º trimestre, com feto vivo, é excepcional e, com freqüência, prenúncio de graves complicações. Os três casos ora relatados são exemplos da incomum evolução. Caso 1. Primigesta, 22 anos, DUM = 5/4/2010. Pré-natal acompanhado na Maternidade Escola da UFRJ. Exame ultrassonográfico realizado em 14/7/2010 (14 semanas) evidenciou feto vivo, translucência nucal (TN) alterada, ausência de osso nasal e imagens hiperecogências na massa placentária, sugestivas de mola. Ovários com volumosos cistos tecaluteínicos. Dosagem de â-hCG : 2.800mUI/ml. Uma semana após, nova USG revelou placenta com 56mm de espessura, com áreas anecóicas e feto com microcefalia: diâmetro biparietal na 16ª semana era compatível com a 13ª semana de gravidez (23 mm), exoftalmia, malformação cardíaca e espessamento da prega sub cutânea - prega nucal 7, 7 mm; cerebelo rechaçado em fossa posterior, com formato de banana. Foi aventada hipótese diagnóstica de triploidia e doença trofoblástica gestacional. A paciente foi encaminhada para o CRNTG-RJ, lá chegando em 2 de agosto (17ª semana). Nova USG realizada em (28/07) confirmou as malformações e feto vivo. Ovários volumosos, policísticos, medindo 10, 7x 6, 7x 7, 4cm (D) e 9, 1x6, 0x6, 1 cm (E) respectivamente. Dosagem de âhcg >800.000 mUI/ml. Foi orientada a permanecer em repouso domiciliar. Em 9/08/2010 (18ª semana) a cessação dos bcf e a ultrassonografia revelaram morte fetal. Foi iniciada indução do esvaziamento uterino com misoprostol 100 mcg 2x/dia, durante dois dias. Não houve resposta contrátil uterina. Repetida nos dias imediatos indução com o mesmo agente, a paciente expulsou feto com múltiplas anomalias e a placenta exibindo degeneração trofoblástica, confirmando mola hidatiforme. O material obtido foi enviado a exame anatomopatológico e a estudo citogenético. Atualmente a paciente se encontra em acompanhamento pós-molar. A radiografia do tórax é normal e a curva dos níveis de gonadotrofina revela padrão descendente, com tendência à cura espontânea. Caso 2. Gesta 3 / para 1, 30 anos. DUM=05/01/2011. Iniciou pré-natal em Posto de Saúde, havendo realizado 3 exames ultrassonográficos (7ª, 11ª e14a semanas) que revelaram feto vivo e alterações placentárias sugestivas de mola. Após episódio de sangramento na 12ª semana, foi encaminhada ao CRNTG, lá chegando em 12/4 (14ª semana). Nível inicial de hCG 814.992 mUI/mL. Durante o mês de maio instalou-se síndrome toxêmica grave: anasarca e PA=170/120mm/Hg. Ultrassonografia revelou óbito fetal. Hospitalizada (em CTI) e submetida a indução com Misoprostol em 22/05/2011 (20ª semana) expeliu conteúdo uterino, comprovando o diagnóstico de mola parcial. Durante o seguimento pós-molar surgiram volumosos cistos tecaluteínicos dos ovários: 61x56x78 o direito e 81x64x70 o esquerdo. Os

niveis de hCG sérico mantiveram-se em ascensão em 3 dosagens consecutivas, caracterizando a progressão para NTG. Foi submetida a 4 ciclos do regime MTX-FC, entre 11 de julho e 17 de outubro, alcançando remissão em 10 de outubro, 2011. Mantém-se em seguimento até, o mês de maio corrente, com níveis normais de hCG. Caso 3. Gesta 1/para 0, 23 anos DUM=22/11/2011. Pré-natal acompanhado no Hospital da Mulher Heloneida Studart. Clinicamente estável até a 18ª semana de gestação (27/ 04/12). Exames ultrassonogáficos realizados entre a 13ª (22/02) e a 21ª semana de amenorréia (08/04) revelaram feto vivo e placenta com imagens hiperecogênicas, características de mola hidatiforme. Alcançada a 22ª semana (27/04) desenvolveu grave crise toxêmica com edema generalizado e PA=21/16mm/Hg, sendo internada no CTI para monitoração e tratamento da toxemia Ultrassonografia em 28/4 evidenciou oligoidramnia, dilatação acentuada de ventrículos laterais - hidrocefalia e centralização fetal sendo, a seguir, consignado óbito do concepto que foi evacuado após indução com Misoprostol. Uma semana após o esvaziamento da mola a dosagem de hCG revelou um nível sérico de 229 mUI/mL. Encontra-se em seguimento pós-molar.Níveis iniciais de hCG =111.369mUI/ml e um dia antes do esvaziamento uterino =84.000mUI/ml.

■ Abdome Agudo em Gestação de 13 Semanas

Denise LM Monteiro, Juliana P. de Almeida, Daniela S. Menezes, Lygia N. Costa, Laila PA Abib, Alexandre JB Trajano Objetivo: Relatar caso de abdome agudo em gestante no 2° trimestre de gestação e a evolução obstétrica após o tratamento. Relato do caso: GPM, 22anos, parda, solteira, do lar, natural do RJ. Internada no Núcleo Perinatal UERJ com 12 semanas e 4 dias de gestação, encaminhada de outro hospital, com quadro de dor abdominal intermitente, difusa, mais intensa em flanco esquerdo e FIE, que piora à mudança de decúbito, ortostatismo e à deambulação. Ultrassonografia evidenciou massa complexa em topografia de anexo esquerdo, de aproximadamente 13 cm. Relata ser portadora de febre reumática sem cardiopatia associada com tratamento irregular com penicilina benzatina. Menarca aos 11 anos, ciclos regulares, sexarca aos 18 anos. GII PI (cesariana), 1 filho vivo. USG 14/04/11 compatível com 12 semanas. Ao exame físico, apresentava abdome doloroso à palpação superficial e profunda, principalmente em QIE, massa palpável de aproximadamente 10 cm de consistência endurecida a 1cm acima da cicatriz umbilical. Optou-se por conduta conservadora no momento e intervenção cirúrgica com 16 semanas. Obtevese melhora parcial da dor com uso de meperidina. Dois dias depois, evoluiu com piora da dor, sem resposta a analgésicos comuns e opióides, com irritação peritoneal ao exame clínico. USG observou formação expansiva em flanco esquerdo, com aspecto heterogêneo, medindo 12x8x7cm e pequena quantidade de líquido livre entre alças intestinais e espaço esplenorrenal. Foi indicada laparotomia exploradora com diagnóstico intra-operatório de presença de liquido serohemático em cavidade abdominal e massa anexial esquerda com pedículo com torção tripla, endurecida, de aspecto isquêmico, medindo ±12 cm. Realizou-se anexectomia esquerda sem intercorrências, cujo laudo histopatológico revelou tratar-se de teratoma maduro de ovário exibindo acentuadas alterações isquêmicas (necrose, hemorragia recente e vasocongestão) compatível com torção. Trompa uterina com acentuada vasocongestão. Líquido abdominal hemorrágico, de padrão inflamatório e ausência de células malignas. Paciente recebeu alta em boas condições clínicas e a gestação evoluiu sem intercorrências. Comentários: O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o bom prognóstico materno-fetal. A literatura mostra que o tratamento cirúrgico com 16-18 semanas está associado a menor taxa de desfecho desfavorável. Nossa paciente necessitou ser submetida à cirurgia em idade gestacional inferior por apresentar abdome agudo, no entanto, teve acompanhamento prénatal criterioso, culminando com parto a termo e recém-nato em boas condições.

■ Adenofibroma endometrióide

Jussara Mote Novaes, Edison Iglesias, Luiz Augusto Santana, Rafael Prado. Objetivo: Descrever caso de adenofibroma endometrióide ovariano em adolescente. Relato do caso: adolescente, mulher, 15 a, branca, estudante, apresentando quadro de dor tipo cólica, intermitente, sem relação com ciclo menstrual. Menarca 12 a, sexarca 13a, nuligesta, uso de preservativo. USG pélvica evidenciando grande tumoração mista em ovário direito e Ca 125 e Ca 19, 9 estavam normais. Ao exame físico: ausência de massa palpável e/ou visceromegalias. À laparotomia exploradora evidenciou-se presença de tumoração de 18 cm, com aspecto de massa mista, estendendo-se até loja esplênica, com ovário ipsilateral em forma de “charuto”, superfície regular, lisa, medindo 8 cm. Ausência de ascite. Foi submetida à tumorectomia com biópsia em cunha de ovário direito. O ovário contralateral apresentavase de aspecto normal. Histopatologia: adenofibroma endometrióide de ovário. A paciente encontra-se bem, em seguimento semestral com ultrassonografia. Comentários: adenofibroma endometrióide é um tumor benigno, caracterizado por elementos glandulares entremeados com grande quantidade de elementos estromais (fibroblastos). Variam de pequenos tamanhos até 15 cm. A bilateralidade ocorre em 20 a 25% dos casos; são tumores raros, acometendo geralmente mulheres na pós menopausa. Sua natureza é benigna e o potencial de malignização é baixo. Em casos publicados na literatura, a massa é sempre cística e à USG 30, 4% apresentam septações, 56, 4% apresentam projeções papilares ou nódulos sólidos. A imagem mais frequente é massa cística complexa, unilocular. Em 47, 8% foi detectada vascularização do tipo periférico de alto fluxo à dopplerfluxometria, O tratamento de escolha nas pacientes pós menopáusicas é a histerectomia abdominal com salpingooforectomia bilateral. Nas pacientes em idade fértil a abordagem deve ser tumorectomia sempre que possível, com preservação ovariana. O principal diagnóstico diferencial é a endometriose. Devido à escassez de casos relatados na literatura, não é possível avaliar o comportamento biológico do tumor. A recorrência é rara, sendo relatado um caso na literatura de cistoadenofibroma endometrióide na vagina, após ooforectomia, aparentemente como implante. A escuta de queixas e a valorização das mesmas são os passos principais para o diagnóstico e tratamento de patologias ginecológicas.


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■ Anomalia de Ebstein com diagnóstico pré-natal e óbito fetal por corioaminionite Daniela da Silva Alves, Luciana de Barros Duarte, Vania Glória Silami Lopes, Aurea Lucia Alves de Azevedo Grippa de Souza, Ana Flávia Malheiros Torbey Introdução: A anomalia de Ebstein (AE) é uma cardiopatia congênita rara, correspondendo a menos de 1% das cardiopatias. O ecocardiograma (ECO) fetal apresenta importância no diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas, principalmente nas que se manifestam com gravidade no período neonatal. A corioamnionite ou infecção intrauterina consiste na inflamação aguda das membranas e porção coriônica da placenta. Objetivo: Relatamos o caso de um feto diagnosticado com anomalia de Ebstein com óbito intrauterino e submetido à necropsia cujo diagnóstico anatomopatológico foi corioamnionite. Relato do caso: Adolescente de 16 anos, GI P0 A0, na 32ª semana de gestação, encaminhada para avaliação de cardiopatia fetal. O ECO fetal mostrou área cardíaca ocupando 2/3 do diâmetro torácico, folhetos septal e anterior da valva tricúspide com baixa implantação, falha de coaptação e regurgitação tricúspide grave. O folheto posterior mostrava-se displásico. O ventrículo direito (VD) apresentava-se bem desenvolvido, porém com grande porção atrializada, com átrio direito (AD) aneurismático. O folheto septal da valva tricúspide promovia obstrução ao infundíbulo que era normodesenvolvido, os folhetos pulmonares apresentavam mobilidade, porém com predomínio de fluxo retrógrado (atresia funcional). A artéria pulmonar era bem desenvolvida. O feto foi avaliado semanalmente, não apresentando sinais de insuficiência cardíaca e sempre com ritmo cardíaco regular e condução atrioventricular 1: 1. Na 38ª semana, paciente deu entrada na emergência obstétrica com quadro de dor e contrações. Realizado USG que evidenciou ausência de batimentos cardíacos fetais e pequena quantidade de líquido em cavidades pleurais e abdominal, constatando-se óbito fetal. Foi realizado estudo anatomopatológico que mostrou cardiomegalia importante à custa de aumento de AD, com folhetos valvares tricúspideos apresentando numerosos nódulos fibromixomatosos, baixa implantação e adesão às paredes do VD, o folheto septal obstruía a via de saída do VD, justificando o predomínio de fluxo retrógrado observado ao ECO, apesar do folhetos pulmonares serem normais e a AP ser normodesenvolvida. A presença de CIA ampla comprovava a ausência de fluxo restritivo ao Doppler. A patologia não mostrou sinais de hidropsia fetal, sendo a coriomnionite responsável pela causa do óbito. Discussão: A exposição fetal à infecção pode ser causa de óbito fetal, sepse neonatal entre outras complicações pós-natais. A anomalia de Ebstein, em suas apresentações anatômicas mais graves, pode ser causa de insuficiência cardíaca intra-uterina e hidropsia fetal, com elevada mortalidade no período neonatal e intra-uterino. Neste caso, o estudo anatomopatológico confirmou a corioamnionite como causa do óbito fetal, excluindo-se causa cardiológica, apesar da gravidade desta cardiopatia congênita. Este caso ressalta a importância do diagnóstico de corioamnionite, visto o elevado risco de complicações fetais e neonatais desta infecção.

■ Aspectos epidemiológicos e prevalência da Papilomatose, através do Papiloma Vírus Humano (HPV), em mulheres da faixa etária entre 13 a 19 anos de idade, atendidas na Atenção Básica em Saúde do município de Nova Iguaçu/RJ

Daniel Pereira Barbosa; Sara Quinta Mendes; Gilda Maria Sales Barbosa; Regina Maria Almeida Silva; Thierre Fellipe Fernandes Teixeira Objetivo: O objetivo deste trabalho foi de pesquisar através de inquérito epidemiológico a prevalência e o perfil das pacientes com atendidas no Hospital Geral de Nova Iguaçu/RJ (HGNI) ambulatório de ginecologia especializado no tratamento de lesões associadas a infecção pelo HPV. Materiais e Métodos: As pacientes atendidas no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), no período de maio de 2011 a abril de 2012, foram entrevistadas através de questionário pré estabelecido após assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) sendo o estudo previamente aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do HGNI/NI. Resultados: Um total de 215 pacientes foram entrevistadas sendo 19 incluídas na faixa etária de 13 a 19 anos de idade, grupo este que apresentou média de idade de 16, 9 anos e apresentaram origem de diversos municípios do estado do Rio de Janeiro, sendo 58% do município de Nova Iguaçu. Como resultado do exame citopatológico apresentado, apenas uma mulher apresentou exame suspeito descrito como ASCUS, a grande maioria 74% (14) apresentaram lesão classificada como LSIL e em 21% (4) das jovens entre 13 a 19 anos a lesão já era mais avançada e classificada como HSIL (NIC II e NIC III). A idade da primeira menstruação (menarca), entre as jovens entrevistadas, apresentou média de 12, 1 anos com extremos de 9 anos e 15 anos. Quanto ao grau de escolaridade a maioria das jovens mulheres demonstraram baixo grau de escolaridade e das 19 apenas 5 ainda permanecem na escola. Quando a idade de sexarca a amostra de mulheres entre 13 a 19 anos apresentou média de 14 anos. Em relação ao número de

G&ORio parceiros sexuais durante a vida a maioria das jovens entrevistadas (9) apresentaram 4 ou mais parceiros, 6 mulheres (32%) relataram histórico de prática sexual com 2 ou 3 parceiros e 4 mulheres (21%) relataram terem tido relação com apenas um parceiro. Quanto ao estado civil das mulheres incluídas na pesquisa, nesta faixa etária específica, 79 % (15) relataram serem casadas ou possuírem um parceiro permanente e as demais expressaram não serem casadas (21%). Das 19 mulheres, 14 delas (68%) relataram não usar preservativo com o parceiro permanente e apenas 5 (32%) mulheres descreveram uso contínuo do preservativo com seus respectivos parceiros. Quando questionadas a respeito de algum conhecimento sobre o vírus HPV 74 % das mulheres não souberam relatar nada sobre o tema, todavia, as jovens que expressaram algum conhecimento indicaram pontos importantes como a transmissibilidade por via sexual e a possibilidade de evolução para o câncer de colo do útero Em relação à vacina contra os sorotipos oncogênicos do HPV nenhuma mulher relatou ter sido vacinada e a maioria indagou o entrevistador sobre onde conseguir esta vacina já que a mesma não é disponibilizada na rede pública de assistência. Conclusão: É fundamental o implemento de trabalho mais abrangente na educação em saúde para mulheres de baixo poder aquisitivo incluindo também faixas etárias mais precoce entre crianças e adolescentes. Objetivando também a prevenção da infecção por HPV e suas complicações é primordial a implementação da vacina para mulheres antes do início da vida sexual.

■ Atitude dos obstetras frente a testagem de gestantes com status sorológico para HIV em maternidades municipais no Rio de Janeiro Anderson Anisio; Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivos: Descrever a atitude dos obstetras plantonistas acerca das informações sobre a testagem rápida e do uso de terapia antiretroviral (TARV) no trabalho de parto. Metodologia: Através de estudo descritivo, de natureza transversal, foram entrevistados 106 obstetras plantonistas de cinco maternidades municipais do Rio de Janeiro, no período de abril a junho de 2011. Foi utilizado um questionário estruturado com perguntas relacionadas a atitude dos obstetras sobre o atendimento a gestantes com sorologia positiva para HIV. Resultados: A realização da cesariana eletiva em pacientes com carga viral e”1000 cópias ou desconhecida foi resposta de 79, 8% dos obstetras entrevistados. Por outro lado, 70, 5% dos respondentes realizam parto vaginal por indicação obstétrica se: carga viral d”1000 cópias ou indetectável após a idade gestacional e” 34 sem. Desafortunadamente, somente 72, 4% dos profissionais entrevistados, iniciam a profilaxia com AZT conforme preconiza o protocolo do MS (três horas antes da realização da cesariana). Por outro lado, a grande maioria (90, 6%) dos profissionais valoriza a ligadura precoce do cordão e não fazem sua ordenha. Não realizar episiotomia na assistência ao parto ainda é dúvida para 31.1% dos obstetras.Com relação à assistência ao puerpério, 89, 6% dos profissionais concordam que não se deve isolar a paciente e 91, 5% são favoráveis em contra-indicar ou inibir a amamentação.Para as gestantes com teste sorológico desconhecido para HIV, 94, 3% dos obstetras informaram ter conhecimento da necessidade de oferecer a testagem. No entanto 70, 5% deles ainda acreditam que o exame deva ser realizado de modo compulsório, a despeito do desejo da cliente, o que contraria as recomendações do MS. Observamos ainda que apenas 53, 8% dos respondentes concordam com a realização do aconselhamento préteste a todas as gestantes, como recomenda o MS, não sendo esta ainda uma atividade claramente manifestada como rotineira. Conclusões: Os resultados da presente pesquisa revelam a existência de algumas falhas na abordagem de pacientes soropositivas para o HIV, apontando para a necessidade de se promover reciclagem permanente dos profissionais de saúde, especialmente por conta da elevada renovação dos quadros técnicos das repartições de saúde.

■ Campanha de preventivo no Hospital Federal de Ipanema: resultados citológicos

Andréa Cytryn, Lêda Pereira de Barcellos, Nazia Amin Ahmed, Christiane de Sousa Lopes, Aguinaldo Ferreira Leite Filho O objetivo do trabalho foi avaliar os resultados citológicos de uma amostrade funcionários do Hospital Federal de Ipanema (HFI) e correlacionar com possíveis fatores prognósticos. Material e Métodos: Foi um estudo de Corte transversal realizado em duas etapas (dois dias), para avaliação de resultados citológicos encontrados em uma população aleatória, a maioria usuária do SUS dentro do Estado do RJ. Para tal, foram incluídas as mulheres que por livre iniciativa desejassem realizar a coleta de preventivo, a partir de comunicado interno do Hospital.Os exames citológicos foram colhidosno ambulatório de Ginecologia do Hospital, em lâmina única, ecto e endocérvice, em dois dias diferentes, com possibilidade de pré-agendamento para adesão à Campanha do Hospital. As coletas foram realizadas na sua maioria por residentes de Ginecologia do primeiro e segundo ano. As lâminas foram analisadas por uma única citopatologista do Hospital.


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G&ORio Resultados: Dos 70 casos avaliados, dois exames forma considerados insatisfatórios por esfregaço hipocelular e/ ou hemorrágico. Desta forma, somente 68 puderam ser incluídos para análise. Os resultados foram na sua maioria negativos para malignidade, sendo somente uma citologia alterada (1, 5%), cujo diagnóstico foi de células escamosas atípicas, de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas. A idade média das pacientes foi de 37 anos (de 20 a 57 anos).Considerando-se o percentual de representatividade do epitélio (presença de elementos da zona de transformação), houve 10 casos com a presença somente de epitélio escamoso. Destes, 2 casos foram de mulheres>50 anos. Das 68 mulheres, 20 (29%) haviam realizado o exame de rastreio há <= 1 ano; 25 (36, 7%) entre 1 e 3 anos ; 18 (26, 5%) há > 3 anos e 3 (4, 4%) nunca haviam realizado. Conclusão: Não encontrou-se neste trabalho alterações citológicas sugestivas de lesões escamosas de baixo grau, alto grau, suspeita de invasão, ou alterações glandulares, diferindo do percentual de alterações relatado na literatura em torno de 5%. As coletas foram consideradas satisfatórias na sua maioria, com representatividade adequada da zona de transformação.Considerando que as mulheres que realizaram a Campanha estavam na maioria dentro da faixa etária preconizada como prioridade para o Ministério da Saúde (25 a 64 anos) e em acordo com a periodicidade recomendada, os resultados negativos podem ter sido esperados, apesar da amostra pequena. Desta forma, achamos válido o incentivo das mulheres que não aderem à citologia de rastreio, seja por dificuldade de acesso, por falta de recursos humanos nas Unidades de Saúde ou por falta de informação relacionada à importância do exame, para que possamos ajudar na redução da incidência e mortalidade do câncer de colo do útero no país.

■ Carcinoma condilomatoso de vulva: relato de caso

Manuella da Cruz Padrão, Paula de Azevedo Brant Saldanha, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos, Paulo Roberto Gonçalves Soares. Objetivo: descrever a singularidade do caso para compor mais uma opção de diferenciação diagnóstica das lesõesproliferativas de vulva. Metodologia e Resultado: relato de caso clínico com revisão de dados contidos na ficha deatendimento médicoda paciente CXC, 46 anos no dia 16 de Agosto de 2005, no setor de ginecologia deste hospital, apresentando diagnóstico quadro clínico de tumoração vulvar a esclarecer. Na anamnese a paciente apresentava queixa clínica de aparecimento de lesão vulvar de crescimento progressivo há aproximadamente 18 meses. Nos antecedentes patológicos não apresentava nada digno de notificação. Nos antecedentes familiares apresentava como dado relevante a mãe com hipertensão arterial e câncer de intestino. O exame clínico e ginecológicomostrou, a presença de lesão vegetante vulvar que revelou tratar-se de um carcinoma condilomatoso vulvar. Conclusão: Os carcinomas condilomatososde vulva apesar de raros, representam uma hipótese dediagnóstico diferencial das lesões proliferativas da vulva.

■ Carcinoma papilífero seroso borderline de ovário: relato de caso.

Mariana Waik, Karina Buraseska, Humberto Tindó, Cláudio Pasqualete, Tereza Maria Pereira Fontes. Objetivo: relatar a rapidez do crescimento desse tipo de tumor, gravidade e dificuldade na abordagem terapêutica. Material e Métodos e Resultado: relato do caso de uma paciente, FNBG, 19 anos, branca, atendida no setor de Ginecologia com queixa de aumento do volume abdominal há aproximadamente 6 meses, associado à dor em região lombar. Na história ginecológica e obstétrica, relatava menarca aos 11 anos com ciclos menstruais regulares, sem nunca ter gestado. A história patológica pregressa, não apresentou importância clínica relevante para o caso. Ao exame clínico, apresentava-se normocorada e hidratada e com nítido aumento do volume abdominal à inspeção. Na palpação abdominal, observou-se –volumosa massa ocupando a cavidade abdominal, desde a pelve até o mesogástrio, pouco móvel e indolor à mobilização. O sinal de Piparote era positivo. Ao exame especular apresentava, colo eptelizado e sem lesões aparentes. Ao toque vaginal bimanual, o colo se apresentava de consistência normal e a palpação uterina foi dificultada pela ocupação pélvica da massa. Ao toque retal, não se evidenciou nenhuma alteração. Na tomografia computadorizada, notava-se uma massa pélvica de aproximadamente 14 cm de diâmetro e a presença de grande quantidade de líquido ascético dentro da cavidade abdominal. Foi realizada ressonância magnética de abdome e pelve, cujo o laudo revelou volumosa formação expansiva heterogênea, mista, na cavidade pélvica estendendo-se até o mesogástrio com aproximadamente 14 cm. Dentre os marcadores tumorais solicitados -o único que apresentou-se anormalmente elevado foi o CA-125 com o valor de 234. A Paciente foi submetida à laparotomia exploradora, sendo retirados 12 litros de líquido ascítico amarelo citrino, e realizada a biópsia da lesão tumoral, cujo diagnóstico histopatológico revelou tratar-se de um carcinoma papilífero seroso borderline de ovário. Não foi possível a ressecção integral da massa. Sendo assim, a paciente foi encami-

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nhada para um instituto especializado para terapia oncológica paliativa. Conclusão: As massas ovarianas em pacientes jovens embora tenham malignidade pouco frequente, não devem ter seu diagnóstico subvalorizado e quanto mais precocemente identificados e tratados menor a morbiletalidade neste casos.

■ Cistoadenoma mucinoso de apêndice: relato de caso

Clarice Guimarães Miglio, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos, Manoel Marques Torres Filho, Camila Giovanelli de Almeida Souza. Objetivo: descrever a raridade do caso para compor mais uma opção de diferenciação diagnóstica dos tumores anexiais uterinos. Metodologia e Resultado: relato de caso clínico com revisão de dados contidos no prontuário médicoda pacienteM.L.S., 178982-x, 53 anos, atendida no setor de ginecologia deste hospital apresentando diagnóstico radiológico de um cisto anexial a esclarecer. Na anamnese a paciente não apresentava nenhuma queixa clínica, tendo a sexarca ocorrida aos 35 anos e a menopausa aos 40 anos, sem nunca ter gestado ou realizado terapia hormonal. Nos antecedentes patológicos apresentava hipertensão arterial sistêmica diagnosticada há 10 anos e em tratamento com medicamentos antihipertensivos. Nos antecedentes familiares apresentava como dado relevante a mãe com câncer uterino e a tia paterna com câncer mamário. O exame clínico e ginecológico não mostrou nenhuma alteração significativa, assim como também não foram evidenciadas alterações no exame citológico de colo uterino e do marcador tumoral CA125 (23U/ml). A única alteração encontrada nos exames complementares, além do útero com pequenos miomas e assintomáticos, foi a presença de uma tumoração cística contendo traves de permeio em região anexial direita, sem apresentar fluxo de baixa resistência.À partir deste achado ultrassonográfico foi indicada a laparotomia exploradora. Ao inventariarmos a cavidade pélvica nos surpreendemos com uma tumoração na região do ceco, sugerindo um tumor cístico de apêndice que media em seu maior eixo 9, 5 cm. Foi então realizada apendicectomia cujo laudo histopatológico revelou tratar-se de um cistoadenoma mucinoso de apêndice com displasia de baixo grau. A paciente apresentou evolução clínica sem intercorrências no período pós-operatório. Conclusão: Apesar dos tumores císticos de apêndice não serem muito frequentes, à partir deste relato de caso o cistoadenoma mucinoso de apêndice, passa a ser mais uma opção de diagnóstico diferencial para as massas pélvicas anexiais uterinas, e que, apresentam necessidade de exérese principalmente no referido caso onde havia displasia epitelial.

■ Cistoadenoma mucinoso de ovário gigante: relato de caso.

Humberto Tindó, Tereza Maria Pereira Fontes, Manuel Alexandre S. Magalhães, Mariana Waik, Karina Buraseska. Objetivo: descrever que a rapidez na velocidade de crescimento do cistoadenoma mucinoso pode levar em pouco tempo a uma volumosa massa ovariana. Material e Métodos e Resultado: relato do caso de uma paciente, NMCB, com 55 anos, branca, em menopausa há 2 anos sem fazer uso de terapia hormonal, foi atendida no setor de Ginecologia com queixa de aumento exuberante do volume abdominal e emagrecimento (6 quilos) em, aproximadamente, 4 meses. Na história ginecológica e obstétrica, relatava menarca aos 13 anos com ciclos menstruais regulares, sexarca aos 20 anos e 4 gestações que culminaram em 2 partos cesáreos a termo e dois abortamentos. Na história patológica pregressa e na história familiar o único dado relevante era que sua mãe apresentava diabetes mellitus. Ao exame clínico, demonstrava aparência emagrecida, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril sem alterações cardiovasculares ou pulmonares. Na inspeção abdominal se observava um aumento volumoso do abdome comparável ao aumento volumétrico de uma gestação à termo, que na palpação, revelava uma massa ocupando e distendendo todo o abdome. Ao toque vaginal, havia ocupação do fundo de saco posterior de Douglas e a palpação uterina era dificultada pela ocupação pélvica da massa. A ressonância nuclear magnética da pelve evidenciava formação expansiva de provável origem ovariana, medindo 33 cm no seu maior eixo apresentando septações no seu interior. A dosagem do marcador tumoral CA 125 era normal. O útero era normal. A paciente foi submetida a laparotomia exploradora que identificou volumosa massa ovariana esquerda de superfície lisa, bocelada e com partes de coloração rosada e arroxeada ocupando todo o interior da cavidade abdominal. Foi realizada histerectomia total abdominal com salpingooforectomia bilateral e exame histológico intra operatório pela técnica de congelação. Este exame revelou que a massa se tratava de cistoadenoma mucinoso gigante pesando 9 quilos. A paciente evoluiu sem anormalidades no período pós operatório. Conclusão: Diante da suspeita de um tumor de ovário, devemos sempre ressaltar à paciente a importância de abreviar o tempo gasto no período pré operatório, independente do tipo histológico, não somente pela possibilidade de malignidade, mas também, como no caso da nossa paciente, em função de um crescimento extremamente rápido, pelo agravo das condições clínicas que aumentam a morbidade cirúrgica e anestésica.


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■ Conduta conservadora da mola hidatiforme em gravidez gemelar no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense Antônio Braga, Marcelo Burlá, Camila Assad Gutman, Sara Pereira Leite Lima e Valéria Moraes Objetivo: Relatar caso de conduta conservadora na gravidez gemelar com um ovo normal e outro com mola hidatiforme completa. Relato de caso. Paciente ECFP, 28 anos, branca, do lar, casada, tercigesta, primípara, com história de abortamento provocado. Veio encaminhada ao Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense (CDT HUAP-UFF) após realizar ultrassonografia de primeiro trimestre da gestação (12 semanas de gestação) que sugeria gravidez gemelar com embrião normal, acompanhado por outra placenta molar. Ao chegar no CDT HUAP-UFF, apresentava útero aumentado para a idade gestacional (18 centímetros), hiperemese e sangramento transvaginal de pequena mota, mas contínuo. Sua dosagem inicial de hCG foi de 1.200.000 mUI/mL em 27/06/11. Estabelecida a suspeita, foi conversado com a paciente e seus familiares sobre os riscos da gestação e a possibilidade de progressão para neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Uma vez esclarecida, a paciente optou por dar seguimento à gravidez iniciando acompanhamento no Pré-Natal de Alto Risco no CDT HUAP-UFF, recusando submeter-se a procedimento médico invasivo para diagnóstico genético antenatal. O acompanhamento ultrassonográfico mostrava crescimento fetal adequado e áreas císticas à borda placentária sem invasão miometrial. A evolução do â-hCG durante a gestação teve o seguinte comportamento: 27/07/11 (16 semanas) 640.000; 29/08/11 (21 semanas) 590.000; 26/ 09/11 (25 semanas) 459.000. Foram ainda avaliados os seguintes marcadores: CA-125 (U/mL) : 128 (N: 0-35) ; alfa feto proteína (ng/mL) : 108 (N: até 35) ; PAAP-A (MoM): 1 (N: 1-2) ; estriol livre (nmol/L) : 3, 25 (N: 2, 53-7, 77). RX tórax (com proteção abdominal) feita em 22/07/11 foi normal. Com 25 semanas e 1 dia de gestação, paciente evoluiu com quadro de amniorrexe prematura e hemorragia copiosa, sendo então encaminhada ao hospital, evoluindo para parto pretermo. Foram tomados cuidados habituais à prematuridade (corticóide, sulfato de magnésio) e realizada cesariana, com extração fetal difícil, pois a histerotomia foi segmentar e a extração só foi possível após retirada do tecido molar, enviado para histopatologia. O concepto esteve permanentemente na UTI neonatal, sendo submetido à cirurgia para tratamento de persistência do canal arterial na 3ª semana pós-parto e evoluiu para óbito com 42 dias pós-parto devido sepse (pneumonia). A paciente permaneceu, após o parto, no seguimento pós-molar e evovleu para remissão espontânea após 8 semanas do parto. Encontra-se em seguimento mensal com dosagens normais de hCG desde janeiro de 2012. Discussão. Quando encontramos um feto vivo com uma placenta com degeneração molar, devemos questionar duas possibilidades: ser uma mola hidatiforme parcial ou uma gestação gemelar de mola completa e feto vivo. Sabe-se que esta última possibilidade é entidade rara, com incidência variável - 1 em 22 mil até 1 em 100 mil gestações. Trata-se de gestação de alto risco para desenvolver sangramento vaginal, hipertireoidismo, hiperemese gravídica, parto pretermo, pré-eclampsia grave (30%), cisto teca-luteínico (23%), e metástases (22%) de NTG. Ante esta suspeita, deve-se tentar determinar o cariótipo das placentas. A seguir, deve-se expor aos pais a possibilidade da gestação culminar em parto e/ou em complicações maternas e perinatais durante a gestação. A decisão de levar a gestação até o termo dependerá do diálogo entre a paciente / família e a equipe médica. Conclusão. Pode a gravidez gemelar com mola hidatiforme e feto normal ter conduta conservadora, mas estes casos devem ser conduzidos em Centro de Referência a fim de melhorar os resultados maternos-perinatais, bem como intervir nos casos de NTG.

■ Conhecimentos e barreiras na testagem de gestantes com status sorológico confirmado ou ignorado em maternidades municipais no Rio de Janeiro

Anderson Anísio, Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivos: Descrever sobre conhecimento dos obstetras plantonistas acerca das informações sobre a testagem rápida e do uso de terapia antirretroviral (TARV) durante o trabalho. Metodologia: Estudo descritivo de natureza transversal com 106obstetras plantonistas de cinco maternidades municipais do Rio de Janeiro, realizado no período de abril a junho de 2011. Foi aplicado um questionário que abordava questões de profissionais, relacionadas à prática clínica, disponibilidade de exame anti-HIV, tratamento com a zidovudina (AZT), conhecimento dos protocolos do Ministério da Saúde (MS). Resultados: Quase a totalidade dos profissionais entrevistados (99%) declararam que as maternidades, onde prestam assistência, têm a capacidade de realizar a testagem rápida para o HIV. Os obstetrasinformaram que tinham conhecimento sobre as normas preconizadas pelo MS quanto à profilaxia da transmissão verticaldo HIV. Quanto aos fatores que podem funcionar como barreiras na aplicabilidade das recomendações do MS para a profilaxia da HIV, as mais apontadas foram: falta de treinamento dos profissionais (52, 8%) ; indisponibilidade das informações sobre o status sorológico ignorado na internação (50, 9%) ; assistência pré-natal

G&ORio realizada de maneira inadequada (50%) ; divulgação inadequada das recomendações do MS (39, 6%) ; sobrecarga no plantão (35, 8%). Do ponto de vista das recomendações do MS para gestante com teste sorológico desconhecido para HIV, 94, 3% dos obstetras informaram ter conhecimento da necessidade de oferecer testagem às gestantes. No entanto 70, 5% deles ainda acreditam que o exame deva ser realizado de modo compulsório, a despeito do desejo da cliente, o que vai de encontro às recomendações do MS. Observa-se que 13, 2%valorizam apenas a condição de risco da gestante para a aquisição do vírus, independente do perfil epidemiológico da doença ser bem estabelecido e altamente difundido. Encontramos ainda que apenas 53, 8% dos respondentes concordam com a realização do aconselhamento pré-teste a todas as gestantes, como recomenda o MS, não sendo esta ainda uma atividade claramente manifestada como rotineira. Conclusões: O estudo possibilitou uma visão geral dos aspectos que podem comprometer o atendimento das gestantes em trabalho de parto com relação ao controle da AIDS. Apesar dos avanços científicos do mundo, convivemos ainda comalgumas falhas de conhecimento. É necessário que os serviços de saúde ofereçam reciclagem aos profissionais que tem ingressado em grande número para que possam atuar de maneira adequada e oportuna na abordagem a gestante HIV positivo, contribuindo para redução dos agravos evitáveis através do diagnóstico precoce e dos encaminhamentos adequados.

■ Conhecimento, atitude e prática do autoexame das mamas no Programa Saúde da Família do Rio de Janeiro Lenita Panaro Maddalena e Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivos: Avaliar o conhecimento, a atitude e a prática do autoexame das mamas, e as principais barreiras para a não-realização desse exame. Métodos: Estudo descritivo, através de inquérito tipo CAP (conhecimento, atitude e prática), analisando 357 mulheres, usuárias da unidade do Programa Saúde da Família - Lapa, no município do Rio de Janeiro. Inclui ainda estudo de adequação, segundo as variáveis controles: idade, estado civil, escolaridade, trabalho e tempo de inscrição na unidade. Resultados: Em nosso estudo, o autoexame das mamas (AEM) era conhecido por 91,3% das mulheres. O esquecimento foi a principal barreira para a não-realização do AEM, seguido pela incerteza da realização correta do exame (20%). No estudo da adequação observaram-se conhecimentos inadequados nas mais idosas e nas com companheiro. As que frequentavam o PSF há mais de dois anos mostraram conhecimento adequado. Quanto à prática, constatou-se total inadequação das usuárias. Conclusão: Os resultados mostram a necessidade do desenvolvimento de ações em saúde com o objetivo de conscientizar a população feminina quanto às medidas de prevenção do câncer de mama.

■ Correlação entre a histopatologia e a sintomatologia apresentada pelas pacientes acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro

Antônio Braga, Alessandra Lourenço Caputo Magalhães, Valéria Moraes, Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge Rezende-Filho Objetivo: Correlacionar a histopatologia e a sintomatologia apresentada por pacientes com doença trofoblástica gestacional (DTG) Metodologia: Revisão dos casos de pacientes com DTG atendidas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (Maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro (CDT-SCMRJ), entre 02/04/12-15/05/12. Todas as pacientes submetidas ao esvaziamento uterino no CDT-SCMRJ têm o material molar submetido à histopatologia. Resultados: No período de estudo, foram diagnosticados 35 casos novos de DTG, assim distribuídos: 27 casos de mola hidatiforme completa (MHC), 5 casos de mola hidatiforme parcial (MHP), 1 caso de mola invasora (MI), 1 caso de coriocarcinoma pós-parto (CCA-PP) e 1 casos de gravidez gemelar – mola hidatiforme completa e ovo normal (GG-MHC). Nos casos de MHC, as pacientes apresentaram hemorragia em 80%, útero aumentado para idade gestacional em 65%, cistose ovariana em 55%, hiperemese em 20% e pré-eclampsia em 5%. Entre as pacientes com MHP, observou-se hemorragia em 75%, útero aumentado para idade gestacional em 45%, cistose ovariana em 30%, hiperemese em 10% e nenhum caso de pré-eclampsia. A paciente diagnosticada com MI cursou com hemorragia, útero aumentado para idade gestacional, cistose ovariana e hiperemese. Já a paciente com CCA-PP apresentava apenas hemorragia crônica, de repetição e útero discretamente aumentado. Já a paciente com GG-MHC fora assintomática, uma vez que sua gestação foi interrompida fora do CDT-SCMRJ, na 8ª semana de gestação e o diagnóstico de GG-MHC foi um achado histopatológico, confirmado pela imunohistoquímica do p57KIP2. Conclusão. A DTG é doença polimorfa cujas manifestações clínicas arrefeceram mercê do diagnóstico precoce feito pela ultrassonografia. Todavia, a presença de hemorragia transvaginal, persistente, de repetição, associada à útero aumentado para idade


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G&ORio gestacional, em sanfona, cistose ovariana, hiperemese e pré-eclampsia em pacientes com menos de 20 semanas de gestação deve levar à suspeição da DTG. Ainda que a MHP seja mais prevalente entre os casos de DTG, seu diagnóstico é muitas vezes despercebido; fazendo com que sejam diagnosticados mais casos de MHC, cuja sintomatologia exuberante muitas vezes precede o diagnóstico. Os casos de MI e CCA-PP tem, em seu denominador comum a onipresença hemorrágica, que sempre deve apontar para esta possibilidade diagnóstica. É, por fim, excepcional a ocorrência de GG-MHC, de ser suspeitada nos casos ultrassonografia mostrando de ovo normal, vizinho de placenta molar, o que carece de confirmação histopatológica-imunohistoquímica.

■ Diagnóstico pré-natal da anomalia de ebstein: relato de quatro casos

Daniela da Silva Alves, Alan Eduardo Silva, Maria de Fátima Monteiro Pereira Leite, Ana Flávia Malheiros Torbey, Aurea Lúcia Alves de Azevedo Grippa de Souza. Fundamentos: A anomalia de Ebstein, raro defeito de implantação dos folhetos tricuspídeos, manifesta-se com regurgitação tricúspide, sendo facilmente detectada durante a ultrassonografia obstétrica (ecografia nível I) de rotina por apresentar-se com importante cardiomegalia, determinando a necessidade de realização precoce do ecocardiograma (ECO) fetal. Objetivo: Descrever os aspectos clínicos e ecocardiográficos da anomalia de Ebstein da valva tricúspide observados desde o período intrauterino até o neonatal imediato. Pacientes e Métodos: Estudo de uma coorte compreendendo o período entre janeiro de 2008 e janeiro de 2012. Foram realizadas revisões de dados de quatro casos de anomalia de Ebstein diagnosticados no período intrauterino e acompanhados nas unidades de Cardiologia Pediátrica e Fetal de três instituições com serviço de cardiologia fetal da região metropolitana do Rio de Janeiro Resultados: Os casos foram encaminhados aos serviços para o esclarecimento da cardiomegalia observada à avaliação ecográfica nível I. A idade gestacional variou de 25 a 37 semanas no momento do diagnóstico. Durante a avaliação ecocardiográfica os quatro fetos apresentaram regurgitação tricúspide significativa, com importante atrialização do ventrículo direito e com folheto septal tricúspideo ocluindo a via de saída do ventrículo direito, produzindo atresia pulmonar (AP) funcional em dois casos, e atresia pulmonar verdadeira associada à hipoplasia de ramos pulmonares nos demais. Um feto apresentou sinais de insuficiência cardíaca com períodos de taquicardia atrial sendo iniciado digital durante o pré-natal. Dois pacientes evoluíram para o óbito, sendo um deles por corioaminionite confirmada por estudo anatomo-patológico e outro por insuficiência respiratória devido à hipoplasia pulmonar, sendo este portador de AP verdadeira. O outro paciente portador de AP verdadeira necessitou de realização de shunt sistêmico-pulmonar; apresentou taquicardia supraventricular com reversão após manobra vagal e uso de amiodarona. Um caso de AP funcional evoluiu com normalização do fluxo para a artéria pulmonar após medidas para redução da pressão arterial pulmonar. Um paciente foi submetido a cirurgia com plastia da valva pulmonar com um me de vida com boa evolução no pós operatório. Discussão: O ECO fetal apresenta extrema importância no diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas, principalmente naquelas que se manifestam com complicações intra-uterinas e/ou com gravidade no período neonatal, o diagnóstico pré-natal da anomalia de Ebstein permite o acompanhamento da gestação e planejamento após o nascimento. A presença de hipoplasia pulmonar, regurgitação tricúspide grave e derrame pericárdico são sinais de pior prognóstico. Concluímos que a anomalia de Ebstein pode ser prontamente identificada na rotina ultrassonográfica obstétrica (ecografia nível I) favorecendo o acompanhamento, planejamento e tratamento adequados para esta patologia grave, rara e de prognóstico reservado.

■ Diagnóstico pré-natal da anomalia de Ebstein torna possível a correção precoce

Daniela da Silva Alves, Ana Flávia Malheiros Torbey, Aurea Lúcia Alves de Azevedo Grippa de Souza, Luciana de Barros Duarte, Sandra Jesus Pereira. Introdução: A anomalia de Ebstein, raro defeito de implantação dos folhetos tricuspídeos, manifesta-se com regurgitação tricúspide e pode ser detectada durante a ultrassonografia obstétrica de rotina devido importante cardiomegalia, determinando a necessidade de realização precoce do ecocardiograma (ECO) fetal. Objetivo: Relato de caso visando ressaltar a importância do diagnóstico prénatal da Anomalia de Ebstein através do ECO fetal para a sua correção precoce. Relato de caso: MCM, gestante, 19 anos, GI P0, sem fatores de risco, foi encaminhada ao Serviço de Cardiologia Fetal do nosso Hospital com 35 semanas de idade gestacional para avaliação de cardiopatia congênita, devido cardiomegalia importante revelada em ultrassonografia obstétrica. Realizou ECO fetal que mostrou cardiomegalia acentuada devido a átrio direito aneurismático pela baixa implantação da valva tricúspide e aderência dos

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folhetos septal e anterior ao endocárdio, com falha de coaptação dos folhetos causando regurgitação tricúspide grave – alterações típicas da Anomalia de Ebstein. O folheto septal da valva tricúspide obstruía o fluxo de saída de ventrículo direito. Artéria pulmonar hipoplásica com ausência de fluxo anterógrado, caracterizando atresia pulmonar; o fluxo da artéria pulmonar era proveniente do ducto arterioso. A criança nasceu em 16/01/12, Apgar 8/8, a termo, iniciado infusão venosa de prostaglandina para manutenção do canal arterial e realizado shunt sistêmico-pulmonar (cirurgia de Blalock Taussing) na primeira semana de vida, em hospital de referência para cirurgia cardíaca pediátrica, retornou para a UTI neonatal do nosso Serviço para tratamento de insuficiência cardíaca (IC) e ganho ponderal e com um mês e 15 dias de vida foi submetida a novo tratamento cirúrgico com colocação de tubo pulmonar; plastia de valva pulmonar; ampliação de via de saída de ventrículo direito; fechamento de comunicação interatrial; plastia de anel e valva tricúspide. Com tempo de circulação extracorpórea de 1h37min. Atualmente, lactente permanece em acompanhamento na enfermaria de pediatria com excelente evolução, em uso de medicações para tratamento de IC. Discussão: A doença de Ebstein é uma cardiopatia congênita rara e ocorre em 1: 200000 nascidos vivos, entretanto com a crescente utilização do ECO fetal, sua incidência pode aumentar, já que nas formas graves o óbito fetal ocorre e o diagnóstico não é realizado. O ECO fetal apresenta extrema importância no diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas, principalmente naquelas que se manifestam com complicações intra-uterinas e/ou com gravidade no período neonatal, o diagnóstico pré-natal da Anomalia de Ebstein permite o acompanhamento da gestação e planejamento após o nascimento, conforme realizado no nosso caso.

■ Diagnóstico pré-natal de múltiplos tumores cardíacos Daniela da Silva Alves, Aurea Lúcia Alves de Azevedo Grippa de Souza, Ana Flávia Malheiros Torbey, Sandra Jesus Pereira, Lilian Perdigão Stewart. Fundamentos: Tumores cardíacos primários são raros, 1: 1000 a 1: 100.000 na população geral em estudos anatomopatológicos. A maioria é de caráter benigno, sendo o rabdomioma o mais comum em crianças. Ocorre isoladamente na musculatura cardíaca, predominantemente em ventrículos, ou em associação a tumores em sistema nervoso central (SNC), olhos, rins, pele e pulmões. Nesta situação denominamos complexo de esclerose tuberosa – CET (Síndrome de Bourneville-Pringle ou Epilóia) tratando-se de uma desordem autossômica dominante nos genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente. O ecocardiograma fetal (ECO) pode prover um diagnóstico acurado e o acompanhamento necessário considerando a morbidade associada à doença. Objetivo: descrever os aspectos ecocardiográficos e a evolução clínica de um caso de tumores cardíacos e derrame pericárdico através do ECO, observados desde o período intrauterino até o neonatal imediato. Pacientes e Métodos: Foi realizada a revisão dos registros de um caso de tumor cardíaco associado a derrame pericárdico em um feto de 37 semanas, acompanhado pelo serviço de cardiologia pediátrica de uma instituição terciária. Resultados: O feto avaliado apresentava inúmeras massas distribuídas por toda a extensão de ambos ventrículos e uma de maior proporção em átrio esquerdo (AE). Também foi observado volumoso derrame pericárdico com comprometimento da função ventricular. Para melhor evidenciação das massas foi realizada ressonância nuclear magnética fetal (RNM) que evidenciou formações nodulares em paredes ventriculares e AE, em topografia cóticosubcortical no lobo frontal do hemisfério cerebral direito e região subependimária, além de espessamento subcutâneo do membro superior esquerdo, pescoço e cabeça correspondendo a edema. Também foi observada hidronefrose materna bilateral com nódulos em ambos rins maternos. A cesárea eletiva ocorreu na 38ª semana, procedida a confirmação diagnóstica ao ECO pós-natal, além de evidenciar sinais de tamponamento cardíaco, o neonato foi submetido à drenagem pericárdica ainda no primeiro dia de vida. Ao 3º dia de vida instalou-se quadro infeccioso que evoluiu de forma progressiva levando ao óbito por sepse no 7º dia. Os achados do ECO e da RNM corroboram o diagnóstico de rabdomiomas cardíacos e um complexo de esclerose tuberosa, a despeito da ausência de confirmação anatomopatológica dos espécimes. Conclusão: Os tumores cardíacos são raros e de evolução geralmente benigna, principalmente na presença de rabdomiomas não obstrutivos às vias de saída ventriculares, entretanto, a presença de disfunção ventricular do derrame pericárdico e das lesões nodulares em SNC conferem um caráter de maior morbi-mortalidade para a doença, podendo levar ao óbito fetal ou neonatal, como foi observado neste caso. O diagnóstico do CET tem sua importância na necessidade de aconselhamento genético familiar, considerando o caráter de herança autossômica dominante, multissistêmico, progressivo e muitas vezes debilitante.


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■ Doença de Behçet: importante diagnóstico diferencial das úlceras genitais Isabel Cristina C. do Val, Suzana Aide Fialho, Lívia Sampaio, Fernanda Fernandes Fonseca, Renata do Val Introdução: A doença de Behçet é uma doença inflamatória de caráter multicêntrico resultante de uma vasculite primária. De etiologia desconhecida, apesar de fatores genéticos e imunológicos terem sido observados. O diagnóstico clínico é baseado na presença de úlceras orais recorrentes associado a dois outros sintomas a seguir: úlceras genitais recorrentes, lesões oculares, lesões cutâneas (eritema nodoso, pseudofoliculite), teste de patergia positivo. Além disso pode haver envolvimento de outros órgãos, incluindo intestinos, coração, sistema nervoso central (SNC), pulmões e sistema vascular. Neste último, tanto as artérias como as veias podem ser acometidas com o desenvolvimento de eventos trombóticos. A prevalência da doença é muito baixa, no Irã a prevalência varia de 16 a 100/100.000, na Turquia é de 5/100.000, enquanto no Canadá, de 0, 3/100.000, sendo difícil diagnóstico e de extrema importância pelo fato de ser vasculite. Objetivos: Avaliar a importância do diagnóstico precoce nas pacientes com Doença de Behçet, a partir de lesões vulvares, a fim de evitar o comprometimento de outros órgãos na evolução da doença. Materiais e Métodos: Foram avaliadas pacientes do ambulatório de Patologia Vulvar do serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro com lesões vulvares compatíveis e confirmadas com Doença de Behçet, além de comprometimento sistêmico, em alguns casos. Resultados: Encontrado duas pacientes com quadro clínico compatível com úlceras vulvares recorrentes, eritema nodoso, úlceras orais sem diagnóstico antes de entrar no ambulatório de Patologia Vulvar. Ambas foram submetidas a biópsia, e o resultado histopatológico confirmou a hipótese de Behçet. Dessa forma, iniciaram o tratamento com Prednisona 40 mg/dia, melhorando os sintomas após 2 semanas; sendo, então, após a estabilização dos sintomas realizado o desmame da medicação. Durante o tratamento, uma delas apresentou reação à dipirona, que com uso dessa medicação referiu aparecimento de novas úlceras. Então, após a suspensão desse medicamento as lesões desapareceram. As pacientes, no momento, estão assintomáticas, em acompanhamento no ambulatório de Patologia Vulvar, em uso de Prednisona 5mg em dias alternados 3x/semana. Além disso, estão em acompanhamento no ambulatório de Gastroenterologia, Reumatologia e Oftamologia para acompanhamento dos efeitos sistêmicos da doença. Conclusão: Apesar da prevalência da doença de Behçet ser baixa no Brasil, é de extrema importância o diagnóstico precoce, já que com uso de corticóide o avanço sistêmico dessa patologia é controlado. Dessa forma, na presença de úlceras vulvares recorrentes, úlceras orais, lesões dermatológicas, lesão oftamológica devemos descartar Doença de Behçet, dada a gravidade desta vasculite autoimune.

■ Doença de paget, relato de caso

Filomena Aste da Silveira, Camila Fonseca Barros, Laura Bernardes Camargo, Maura Azzi Tassi, Giulia Mitsuko Schimit Hatae, Catarina Maciel Fernandes da Costa. Objetivos: Relatar doença de Paget em mama. Introdução: Essa patologia quando ocorre na mama feminina faz diagnóstico diferencial com dermatite unilateral do mamilo, sendo rara antes da quarta década de vida. No homem a incidência é menor e o comportamento clínico é semelhante ao das mulheres. A maioria das mulheres relata inicialmente papila mais sensível além de ardor e prurido na aréola que vai se alterando lenta e progressivamente. Ocorre posteriormente lesão eritemato descamativa, que se estende para a região periareolar. A conseqüente ulceração poderá levar a retração do mamilo. A grande maioria está associada ao carcinoma intraductal de mama. Relato de caso: E.N, 76 anos, negra, aposentada, viúva, natural de Conservatória, foi encaminhada ao ambulatório de ginecologia com história de lesão descamativa associada a descarga papilar no mamilo direito. Refere evolução de três anos, não acompanhada de rubor, calor, prurido, queimação, dor ou qualquer outra manifestação. Por inúmeras vezes utilizou fármaco tópico no local, não havendo resultado satisfatório. A mesma apresentava mamografia de 2009 BI RADS 4C não tendo sido orientada nesta ocasião para procurar o serviço de ginecologia. Posteriormente a lesão no mamilo se tornou de limites imprecisos se estendendo lentamente para aréola. Intermitentemente, apareciam sinais inflamatórios acompanhada de descarga ductal “água de rocha”. Ao exame além da descarga papilar observamos lesão descamativa em mamilo, aréola e pele, de contornos irregulares, coloração hipocrômica central. À palpação não identificamos nódulos ou adenomegalia axilar. Foi indicada inicialmente biópsia incisional da lesão cujo estudo histopatológico evidenciou células epiteliais atípicas e um intenso infiltrado inflamatório crônico, considerando a possibilidade de doença de Paget. Discussão: As características clínicas da doença de Paget mais frequentes, incluem: alteração eczematosa e ulceração do mamilo e da aréola (71%), aumento dos gânglios linfáticos axilares (54%), nódulo palpável na mama (43%), secreção mamilar e hemorragia (40%), prurido (14%), dor (14%) e enduração (11%) (Sakorafas, et al, 2001). A doença de Paget pelo caráter já descrito mimetiza lesão eczematosa, sendo este o principal diagnóstico diferencial. A falta de resposta a corticoterapia nos obriga a pensar em Paget. Outros diagnósticos diferenciais menos comuns são psoríase e carcinoma basocelular. O melanoma merece ser lembrado na presença de pigmentação. O prognóstico no homem é pior, isto decorre da rápida disseminação pela pequena quantidade de tecido mamário.

G&ORio ■ Fatores de risco para o câncer cervical na população atendida no Ambulatório de Patologia Cervical do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle

Maria Lucia Lima, Flávia Esper Dahy, Ana Carolina Andorinho Ferreira, Yara Furtado Introdução: O câncer do colo uterino ocorre em cerca de meio milhão de mulheres por ano no mundo. Apesar da diminuição de sua incidência pela implementação de técnicas de rastreio, ainda é a segunda causa de morte por câncer na população feminina. O Papilomavírus humano (HPV) foi reconhecido como o agente etiológico, sendo a causa necessária mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer cervical e das lesões precursoras. Existem co-fatores associados ao HPV para o desenvolvimento como sexarca precoce, multiparidade, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, uso de anticoncepcional, história de doenças sexualmente transmissíveis e imunossupressão. Estudos são realizados para associar a influência destes fatores no desenvolvimento da doença. Objetivo: Avaliar a presença de fatores de risco para o câncer cervical e sua associação com a gravidade da lesão nas pacientes atendidas no ambulatório de patologia cervical do Hospital Universitário Gafrée e Guinle (HUGG) no período de junho de 2007 à abril de 2012. Métodos: Estudo de corte transversal no qual foram incluídas 430 mulheres atendidas no ambulatório de Patologia Cervical do HUGG no período de junho de 2007 à abril de 2012, para serem submetidas à exame colposcópico, com as seguintes alterações citopatológicas: células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS), células escamosas atípicas de significado indeterminado quando não se pode excluir alto grau (ASC-H), lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL), lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL), carcinoma epidermóide invasor (CEI), células glandulares atípicas (AGC), adenocarcinoma in situ (ACS) e adenocarcinoma invasor (ACI). Quando indicado foram submetidas a procedimentos cirúrgicos (biópsia dirigida, exérese de zona de transformação – EZT – ou conização). Foi analisada a associação entre lesões cervicais, achados colposcópicos, resultado anátomo patológico e a presença de fatores de risco para o câncer cervical e/ou fatores de persistência da lesão como tabagismo, uso de anticoncepcional (ACO) e imunossupressão (infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida -HIV + - e gestação). Resultados: A idade mediana das mulheres incluídas na pesquisa foi de 40 anos (variação de 17 a 91) Foram atendidas 430 mulheres nas quais 3% (14/430) eram gestantes, 51% (218/ 430) usavam ACO, 30% (130/430) eram tabagistas e 16% (68/430) eram HIV +. A relação entre os resultados das citopatologias de encaminhamento e fatores de risco para o câncer de colo estão descritos na tabela 1. A relação entre achados colposcópicos e fatores de risco para o câncer de colo estão descritas na tabela 2. A relação entre achados anátomo-patológicos e fatores de risco para o câncer de colo estão descritas na tabela 3. Tabela 1: Relação entre resultado de citopatologia e fatores de risco para o câncer de colo Gestação ACO Tabagista HIV Total n(%) n(%) n(%) n(%) LSIL 4 (33,3) 64 (34,04) 28 (28) 31 (44,2) 127 HSIL 5 (41,6) 71 (37,7) 48 (48) 26 (37,1) 150 ASCUS 1 (8,3) 27 (14,3) 11 (11) 8 (11,4) 47 AGC 1 (8,3) 7 (3,7) 4 (4) 3 (4,2) 15 CEI 1 (8,3) 4 (2,1) 3 (3) 1 (1,4) 9 ASC H 0 (0) 13 (6,9) 5 (5) 1 (1,4) 19 ACI 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 ACS 0 (0) 2( 1,06) 1 (1) 0 (0) 3 Total 12 188 100 70 370 Tabela 2: Relação entre achados colposcópicos e fatores de risco para o câncer cervical Normais Menores Maiores Total n(%) n(%) n(%) Gestante 1 (3,7) 2 (2,63) 5 (4,06) 8 ACO 14 (51,8) 37 (48,6) 58 (47,1) 109 Tabagista 8 (29,6) 22 (28,9) 41 (33,3) 71 HIV 4 (14,8) 15 (19,7) 19 (15,4) 38 Total 27 76 123 226 Tabela 3: Relação entre achados anátomo-patológicos e fatores de risco para o câncer cervical CEI AC cervical invasor LSIL HSIL Total Gestante 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1,1) 1 ACO 12 (52,1) 6 (85,7) 23 (63,8) 46 (51,1) 8 7 Tabagista 11 (47,9) 1 (14,3) 12 (33,3) 26 (28,8) 5 0 HIV 0 (0) 0 (0) 1 (2,7) 17 (18,8) 1 8 Total 23 7 36 90 156 Conclusão: Os fatores de risco mais representativos neste grupo foram o uso de ACO e o tabagismo.


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G&ORio ■ Gravidez na adolescência: parto idealizado e o parto realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) Fernanda Monteiro Florêncio, Luiz Guilherme Pessoa da Silva e Maria Alice Paes. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é avaliar o conhecimento e as expectativas de puérperas adolescentes em relação ao parto e puerpério. Material e Método: Através de estudo observacional, do tipo transversal, foram analisados dados de entrevistas, obtidos de 85 questionários estruturados aplicados a puérperas no Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth (Maternidade Praça XV) no Município do Rio de Janeiro. Foram incluídas adolescentes entre 12 a 19 anos incompletos, estando no máximo no terceiro dia de puerpério; foram excluídas as que não atenderam às especificações acima ou não estavam com seus responsáveis legais Resultados: A prevalência da opção por parto vaginal foi de 78, 3%, sendo que 71, 4% do total das adolescentes analisadas tiveram o parto desejado. Como principais pontos positivos do parto escolhido a “recuperação mais rápida”, “parto rápido” e “recuperação fácil” foram citados, enquanto que “a dor e sofrimento antes do parto”, “dor da contração” e “questão estética” foram os pontos negativos mais prevalentes. Com relação à satisfação, 82, 1% se dizem satisfeitas com parto realizado, 13, 1% estão insatisfeitas e 4, 8% indiferentes. Um dado relevante é o fato de que quando indagadas se na próxima gestação teriam seu outro filho pela mesma via de parto, quase 100% respondeu que não teriam outro filho, tal fato pode ser explicado talvez pela maternidade tão recente, mas vale ressaltar que tal resposta nada tem haver com o grau de satisfação, pois a maioria estava satisfeita com o parto que acabaram de ter (71) %. Conclusões: Os dados permitem concluir que a via de preferência do parto foi a vaginal. As expectativas relacionadas ao tipo de parto desejado, antes da parturição, foram atendidas na maioria das pacientes, dado este comprovado pelo elevado indicie de satisfação. Apesar de “muita dor e sofrimento antes do parto”, “dor da contração” e “questão estética” ter sido citado como pontos negativos do parto vaginal, estes continuam a ser preferência entre a maioria das adolescentes, realizando parto cesáreo somente quando necessário.

■ Hemangioma em mama masculina – a propósito Filomena Aste da Silveira, Alexandre Ferreira Gualberto, João Seixas, Kathryn Müllen Assis, Marina Alves Alvim, Silvia Castanheira Bezerra, Luisa Meirelles. Objetivo: relatar patologia benigna mamária na mama masculina Introdução: A mama masculina não é sitio comum de patologia. No entanto, algumas patologias dentre elas, o hemangiona, pode ser diagnosticado em homens. Os tumores vasculares da mama são raros, visto que, a grande maioria ocorre na mama feminina, em torno de 99% - Donnel et al (1981). Relatamos um caso de hemangioma cavernoso diagnosticado em homem. Relato de caso: Paciente sexo masculino, 62 anos, apresentando tumor palpável em mama direita. Refere que há mais ou menos 10 anos percebeu esse tumor que vem aumentando com o decorrer dos anos. Acrescenta trauma na mesma mama ocorrido com animal de grande porte. Nega cirurgias ou radioterapia prévia. Nega casos de câncer de mama na família, acrescenta tabagismo e etilismo. Ao exame fisico, apresentava uma massa tumoral de consistência fibroelástica, medindo 6, 5cm, ocupando os quadrantes superiores da mama direita. A mamografia revelou imagem ecodensa irregular, ocupando os mesmos quadrantes. Não evidenciamos ginecomastia. Foi realizada uma exérese tumoral. A macroscopia revelou formação tecidual nodular acastanhada e de consistência firme, medindo 6, 5 x 4, 5 x 2, 5 cm. Na microcospia, observa-se tecido fibroadiposo, maduro, encerrando áreas nodulares compostas por tecido conjuntivo denso e hialinizado com proliferação de vasos capilares ectasiados e congestos, esboçando ocasionalmente projeções papilares intra-luminares, atapetados por camada única de células aplanadas. O tecido conjuntivo subjacente mostra frequentes focos de calcificação grosseira, ocasionais grupamentos de linfócitos e raras células estromais sem atipias, concluindo hemagioma cavernoso. Discussão: O hemangioma na mama masculina é extremamente raro e corresponde a tumor vascular benigno. Existem poucos casos descritos na literatura Vourtsi e et al (2006) reportaram um caso onde a presença do tumor ocorreu após um traumatismo de tórax, não havendo descarga papilar e nem adenopatia palpável. No caso em questão o tumor iniciou após trauma direto provocado por animal de grande porte, da mesma forma não verificamos descarga papilar e adenopatia palpável. O acometimento da mama oposta não ocorreu após 9 anos de seguimento. O caso em questão é recente, o paciente ficará sob controle

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■ Hidradenite supurativa

Lara S. Morales B. Emmanuel; Mariana Olival da Cunha; Elaine Soares; Vera Lúcia Motta da Fonseca; Augusto César Peixoto. Objetivos: Realizar revisão da literatura em relação aos graus de apresentação e terapêutica adequada nos casos de hidradenite. Material e Métodos: Os autores relatam a incidência da doença no serviço de ginecologia HUCFF-UFRJ, o método diagnóstico e a terapêutica utilizada em oito pacientes. Foram realizadas biópsias excisionais com seus resultados histopatológicos disponíveis em pequena parte dos casos, visto que o diagnóstico é essencialmente clínico. Resultados e Conclusão: Hidradenite supurativa é uma doença crônica folicular oclusiva que envolve a pele intertriginosa axilar, inguinal, regiões perianal, perineal e inframamária. A resposta inflamatória resultante pode envolver secundariamente as glândulas apócrinas. Evolução clínica é altamente variável, podendo se apresentar como nódulos isolados recorrentes, cistos profundos flutuantes e seios de drenagem com fístulas que levam à formação de bandas de cicatriz graves. As lesões podem ser divididas em: primárias, secundárias e terciárias. O diagnóstico é baseado em manifestações clínicas características e não há critérios diagnósticos específicos. Há na literatura o Estadiamento Clínico de Hurley que orienta o tratamento. Na fase inicial, acne e pioderma folicular são diagnósticos diferenciais, enquanto na fase tardia, granuloma inguinal (Donovanose), Doença de Crohn (anogenital) e infecções fúngicas profundas em imunodeprimidas devem ser afastados como hipóteses. Estratégias clínicas e cirúrgicas podem eliminar as lesões existentes e prevenir o desenvolvimento de outras. Nenhum tratamento é eficaz em todos os pacientes. Não há estudos controlados e randomizados de boa qualidade destinados ao tratamento. Sugerimos que pacientes no estágio I recebam antibioticoterapia tópica, corticóides intra-lesionais e em caso de doença resistente pode-se fazer antibioticoterapia sistêmica. Nos estágios II e III além da antibioticoterapia pode-se proceder ao destelhamento de fístulas e cisto, drenagem de abscessos e corticoterapia oral. Medicamentos pré-operatórios podem ser usados como prednisona, ciclosporina, metotrexate e infliximab, especialmente no estágio III, além da terapia de manutenção com doxaciclina, gluconaco de zinco e anti-androgênicos.

■ Hímen imperfurado complicado com imagem cística anexial

Bárbara de Carvalho Fernandes, Clara Rangel Naegele, Roberta Diel de Cerqueira-Lima, Patrícia de Alencar Marques, Katiana Bassani Gomes Objetivos: Relatar um caso de imperfuração himenal, complicada por dor abdominal intensa e imagem cística em região anexial e discutir o manejo desta emergência ginecológica para uma melhor abordagem cirúrgica evitando complicações. Materiais e Métodos: K.O.B.G., sexo feminino, 16 anos, deu entrada no setor de emergência ginecológica do HMSF no dia 21/10/2011 com quadro de dor abdominal intensa há uma semana. Nega febre, vômito e episódio de dor semelhante anteriormente. USG pélvica do dia anterior evidenciava em região anexial uma imagem cística de conteúdo heterogêneo, com finos debris medindo 16, 4 X 10, 2 X 9, 8cm, com volume de 852 cm3. Menarca e sexarca ausentes. À palpação abdominal: abdome atípico, flácido, depressível, identificada massa móvel de consistência pouco endurecida a nível da região umbilical, algo dolorosa. À ectoscopia perineal: vagina trófica, sem lesões aparentes, presença de membrana mucosa gerando abaulamento em região himenal sugestiva de hímen imperfurado. Realizada punção em região himenal e observada saída de 15ml de secreção sanguinolenta de coloração escurecida, sem odor fétido. Foi solicitada nova USG pélvica para confirmação da suspeita diagnóstica de Cisto Anexial (provavelmente ovariano) e hemograma completo, o qual não apresentou nenhum quadro infeccioso. USG (21/10/2011) : Imagem cística com debris, situada na linha média, medindo 20, 0 X 12 X 11cm, com aspecto sugestivo de hematocolpo. Estrutura tubular anexial bilateralmente, com conteúdo líquido e debris de permeio (trompas?). A paciente foi internada e encaminhada ao centro cirúrgico para realização da himenotomia. Recebeu alta com 48hs de internação, sem uso de antibioticoterapia, com intensa melhora do quadro clínico. Resultados: Após 10 dias da alta hospitalar, a paciente retorna ao ambulatório, assintomática e sem queixas. Realizada revisão cirúrgica com a passagem de sonda vesical pelo orifício do hímen, e a progressão da mesma demonstrou resultado satisfatório ao procedimento. Paciente retornou ao ambulatório após seu próximo ciclo menstrual sem queixas e/ou alterações ginecológicas com USG transvaginal normal. Conclusão: O hímen imperfurado ocorre em cerca de 0, 1% dos recém-nascidos do sexo feminino, pode ser reconhecido ao nascimento, em virtude da presença de hidromucocolpo. Porém, o não diagnóstico de uma imperfuração himenal torna-se evidente na puberdade, pelo acúmulo progressivo de sangue menstrual na vagina, útero e tubas uterinas, com consequente dilatação desde o hímen até ao colo uterino (hematocolpos). Sendo assim, chegamos a conclusão que a importância do seu diagnóstico se deve ao fato de ser uma anomalia do desenvolvimento sexual sem conotação com intersexo e de fácil resolução cirúrgica.


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■ Incidência da Doença de Paget no ambulatório de patologia vulvar do serviço de ginecologia do HUCFF Ramon Prado de Andrade; Marcelle Rodrigues Pereira; Ana Alice Marques Ferraz de Andrade; Vera Lúcia Mota da Fonseca; Augusto César Peixoto Rocha Objetivo: Apresentar a incidência de pacientes acometidas por Doença de Paget Vulvar no Serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Material e Métodos: Os autores relatam casos de pacientes com doença de Paget Vulvar acompanhados no Ambulatório de Patologia Vulvar desde sua implantação. Resultado e Conclusão: A doença de Paget Vulvar é uma forma de neoplasia intra-epitelial caracterizada pela presença de células adenocarcinomatosas na epiderme vulvar e nos apêndices de pele. Existem duas lesões diferentes, a forma intra-epitelial e as alterações pagetóides da pele que são associadas a um adenocarcinoma subjacente, que acontece em quase 20% dos casos. Nos pacientes com carcinoma invasor subjacente das glândulas apócrinas, da glândula de Bartholin ou anorretal, as células malignas migram através das estruturas ductais dérmicas até a epiderme, o que pode originar metástases regionais e distais. Na maioria das pacientes não são observadas invasão, nem neoplasia distante. O perfil de pacientes mais afetadas é de mulheres caucasianas na pós-menopausa. As lesões são placas eczematóides, pruriginosas, geralmente limitando-se a camada epitelial e iniciam em áreas vulvares pilificadas. Podem cursar com hiperceratose, tornando-se brancas. Sua localização pode estar em um dos grandes lábios ou em toda região vulvar O diagnóstico é feito pela suspeição clínica e confirmado pela biópsia vulvar, que deve ser feita de forma ampla em qualquer área aparentemente espessada O prognóstico da doença sem associação neoplásica maligna é geralmente muito bom. Em alguns casos, a lesão intra-epitelial pode levar ao aparecimento de adenocarcinoma com invasão de derme e metástase com comprometimento de linfonodos. O principal tratamento indicado é a exérese ampla da lesão, porém com taxa de recorrência de até 40% dos casos, devido a provável natureza multifocal da doença e tendência a estender para além das margens clínicas aparentes. Nos casos de recidiva das lesões após cirurgia uma alternativa descrita para o controle local é o Imiquimod. No Ambulatório de Patologia Vulvar do HUCFF em funcionamento há 14 anos e com 729 pacientes devidamente cadastradas e acompanhadas existem de 5 casos da doença, com evolução satisfatória, sem recorrência após exérese das lesões.

■ Incontinência urinária mista em paciente com mioma uterino volumoso Carlos Augusto Faria, Bruna Renata Muniz Vieira, Daniela da Silva Alves, Fernanda Fernandes Fonseca, Livia Roale Nogueira. Introdução: O mioma uterino é o tumor mais frequente em mulheres em idade reprodutiva. Todavia, apenas 20% a 50% dos casos são sintomáticos. Os sintomas estão relacionados à localização, ao número e ao tamanho do tumor. São comuns os distúrbios menstruais, além de aumento de dor, aumento do volume abdominal, distúrbios urinários, intestinais e infertilidade. Os sintomas urinários surgem quando os tumores comprimem o trato urinário. Com isso, a capacidade máxima da bexiga é reduzida e há aumentando a frequência urinária. Incontinência urinária, dificuldade para iniciar a micção e esvaziamento incompleto da bexiga podem estar associados. Há relatos de hidronefrose e de comprometimento da função renal por compressão ureteral uni ou bilateral. Pesquisas relacionando miomas e disfunções urinárias são, entretanto, escassas. Objetivo: Demonstrar a associação entre miomatose uterina e sintomatologia urinária. Relato de caso: Paciente de 52 anos, GV PNI PCI AIII, veio ao ambulatório de Ginecologia do HUAP, em 2008, com queixa de dor em região hipogástrica que aliviava com o esvaziamento vesical, aumento da frequência e volume urinários, incontinência urinária de esforço, irregularidade menstrual, episódios de menorragia e metrorragia. Ao exame, apresentava massa em região hipogástrica, de contornos lobulados, dolorosa à palpação, móvel. Ao toque, foi observado que o útero encontrava-se aumentado de volume, móvel, com superfície irregular, alcançando a cicatriz umbilical. Foi solicitada USG transvaginal, que confirmou útero em AVF, aumentado de volume, ecotextura heterogênica e múltiplos nódulos miomatosos. Na região anexial direita, encontrou-se estrutura ovalada com 14 cm³, sugerindo ovário direito aumentado ou nódulo subseroso. Em maio/2011, a paciente foi encaminhada ao ambulatório de uroginecologia, onde foi constatado quadro de urgeincontinência urinária, aumento da freqüência e noctúria. Presença de prolapso de parede anterior II e posterior I. Impressão de leiomioma volumoso,

G&ORio com indicação cirúrgica. Como os sintomas urinários estavam estritamente relacionados ao crescimento do volume uterino, optou-se por realizar histerectomia total abdominal e, então, reavaliar os sintomas urinários. No laudo histopatológico da peça cirúrgica, a macroscopia evidenciou útero pesando 1, 150 Kg, medindo 12, 0x8, 0x7, 0cm e apresentando área de abaulamento no seu maior eixo, correspondendo a um nódulo intramural, medindo 11, 5x1, 0 cm. O exame do colo mostrou áreas císticas na endocervice, medindo mais de 0, 5 cm cada, com o colo medindo 5, 0x3, 5x3, 0cm. A trompa esquerda apresentou 5, 0x1, 5cm de medida e à direita 1, 0x1, 0cm com área cística adjacente. A conclusão microscópica determinou útero com endométrio de padrão proliferativo; presença de leiomiomas uterinos intramurais, com focos de degeneração hialina; colo uterino exibindo cervicite crônica, área de metaplasia escamosa imatura em endocervice, alem de cistos de Naboth; tubas uterinas de aspecto habitual, com cisto paratubario na tuba direita. A paciente evoluiu bem no pós-operatório, com remissão completa dos sintomas urinários. Discussão e Conclusão: Não há consenso na literatura sobre a melhor abordagem de pacientes com mioma uterino volumoso e incontinência urinária, apesar da associação não ser incomum.

■ Influência da posição da paciente durante o estudo urodinâmico sobre os parâmetros cistométricos e o diagnóstico final Carlos Augusto Faria; Daniela da Silva Alves, Adriene de Lima Vicente Ferreira, Bruna Renata Muniz Vieira, José Carlos de Jesus Conceição Objetivo: Avaliar se a realização do estudo urodinâmico com a paciente em ortostase ou sentada a 45° tem influência sobre os parâmetros da cistometria e o diagnóstico final do exame. PACIENTES E MÉTODOS Trata-se se um estudo retrospectivo realizado no banco de dados contendo informações de 500 mulheres atendidas no ambulatório de Uroginecologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ. As pacientes tinham diagnóstico clínico de incontinência urinária e/ou prolapso genital e, após realização de anamnese, exame físico e de urinocultura que tenha se mostrado negativa, foram encaminhadas para avaliação urodinâmica de acordo com as vagas na agenda do ambulatório. Os exames foram feitos por dois profissionais. O examinador 1 realizou a cistometria em 390 mulheres na posição sentada a 45°; já o examinador 2 realizou a cistometria em 110 pacientes em ortostase. A homogeneidade da amostra foi testada para as seguintes variáveis: idade, diagnóstico clínico,, número de gestações e de partos, idade da menopausa, presença de hipertensão arterial e diabetes, e passado de histerectomia e perineoplastia. Os grupos foram comparados no que se refere aos seguintes parâmetros cistométricos: volume do primeiro desejo, presença de perda ao esforço da tosse, pressão de perda, presença de contrações involuntárias do detrusor e capacidade cistométrica máxima. O teste estatístico que foi utilizado foi o teste de Mann-Whitney para dois grupos independentes. O nível de significância considerado para afastar a hipótese de nulidade foi de p <0, 05. RESULTADOS: Os dois grupos foram homogêneos no que se refere à idade, número de gestações e de partos, idade da menopausa, história de hipertensão arterial e diabetes, e passado de histerectomia e perineoplastia. As mulheres que fizeram o exame sentadas tiveram o volume do primeiro desejo menor que 250 ml com mais frequência. Além disso, o teste de esforço positivo foi mais frequente e o volume da primeira perda foi mais elevado nessas pacientes. O primeiro desejo maior do que 400 ml foi mais frequentes em mulheres que fizeram o exame em ortostase. Nessa posição foi observado também maior número de diagnósticos de contrações involuntárias de detrusor e maiores capacidades cistométricas máximas. Não houve diferença entre os grupos no que se refere à pressão de perda aos esforços. Conclusões: O diagnóstico da incontinência urinária de esforço foi maior em pacientes que fizeram o exame sentadas, ao passo que o diagnóstico de hiperatividade do detrusor foi mais frequente em mulheres em ortostase. Portanto, ao ser solicitado o estudo urodinâmico e ao ser analisado o seu resultado, os médicos devem atentar para a informação sobre a posição em que o estudo urodinâmico foi feito, pois isso pode influenciar os parâmetros urodinâmicos.

■ Influência da primiparidade na indução do parto com misoprostol no Núcleo Perinatal HUPE/UERJ Denise L M Monteiro, Daniela C S Menezes, Laila Pinheiro Abi Abib, Anna Candida Camaret, Barbara G Raskovisch, Alexandre José B. Trajano Objetivo: Determinar o efeito do misoprostol administrado por via vaginal para amadurecimento cervical e indução do parto, em relação ao intervalo


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G&ORio de tempo indução-parto e os resultados materno-fetais em primíparas e não-primíparas. Métodos: Foram analisados 131 casos de indução com misoprostol em gestantes internadas no Núcleo Perinatal – UERJ, no ano de 2010, em gestações únicas com feto vivo, apresentação cefálica, índice de Bishop desfavorável e indicação para indução do parto. Estudo de corte transversal, utilizando-se o programa Epi-Info para construção de banco de dados e análise estatística. As gestantes foram divididas em 2 grupos: primíparas ou não. As indicações para a indução do parto foram: maternas (diabetes, desordens hipertensivas, gravidez prolongada e colagenoses), fetais (oligodramnia e restrição de crescimento intrautero) e amniorrexe prematura (RPMO). Misoprostol 50mcg foi administrado a intervalos de 4 horas, no máximo de 6 doses, até que o trabalho de parto fosse induzido. As variáveis categóricas foram descritas como proporções e as variáveis contínuas foram expressas como médias e desvios-padrão, usando o teste de Fisher exato. Os principais desfechos analisados foram os resultados maternosfetais e o intervalo de tempo indução-parto em horas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do HUPE/UERJ. Resultados: As principais indicações para a indução do parto em primíparas foram: maternas (66%), fetais (9%) e RPMO (25%). Em não primíparas foram similares (69%, 5% e 25%) (p=0, 60). A idade gestacional ao parto foi semelhante: 95% (58) de primíparas e 90% (63) de não primíparas apresentaram 37 semanas ou mais (p=0, 08). Também não houve diferença estatística no intervalo indução-parto: 11, 7±6, 4 e 10, 4±6, 1 horas nas primíparas e não-primíparas, respectivamente (p=0, 13). A taxa de falha de indução foi de 13% (8) nas primíparas e 11, 4% (8) das não-primíparas (p=0, 40). O parto vaginal tendeu a ser mais freqüente em não-primíparas, ocorrendo em 64, 3% (45) e em 59% (36) das primíparas (p=0, 05). Não foi observada diferença no índice de Apgar e os recém-natos apresentaram Apgar <7 no 1º minuto em 11, 3% (7) e 15, 8% (11) (p=0, 28), e no 5º minuto em 1, 4% (1) e 1, 8% (1) (p=0, 71), respectivamente. Conclusões: O misoprostol vaginal mostrou ser excelente método de escolha para a indução do parto, com pequeno índice de falha em ambos os grupos de gestantes. Não houve diferença entre mulheres primíparas e não-primíparas em relação ao intervalo de tempo indução-parto e os índices de Apgar.

■ Influência do local de seguimento da mola hidatiforme no prognóstico e tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar Patrícia Rangel Sobral Dantas, Izildinha Maestá, Rafael Cortés Charry, Antônio Braga Objetivo: Avaliar o prognóstico da mola hidatiforme (MH) e o tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) pós-molar acompanhada no Centro de Referência para Doenças Trofoblásticas (CDT) versus outras instituições (OI). Métodos: Estudo de coorte que incluiu 270 pacientes com MH (204 pacientes acompanhadas do CDT-Botucatu, onde essa investigação está sendo realizada, e 66 pacientes inicialmente acompanhadas em OI). Todas as pacientes foram registradas no banco de dados do CDT-Botucatu (Universidade Estadual Paulista, Brasil) entre janeiro de 1990 e dezembro de 2009. O prognóstico da MH, bem como as características da NTG e seu desfecho foram analisados e comparados de acordo com o local de seguimento pósmolar. As seguintes variáveis de confundimento foram incluídas: idade (anos), número de gestação, paridade, número de abortamentos, e o tipo de MH (Completa/Parcial). O desfecho da NTG pós-molar consoante o local de seguimento pós-molar foi comparado utilizando-se o teste de Mann-Whitney, teste do Qui-Quadrado ou teste Exato de Fisher. Resultados: Observou-se a ocorrência de NTG pós-molar em 34 (34/204=16, 7%) das pacientes que foram acompanhadas no CDT, e em 27 (27/66=40, 9%) daquelas que foram encaminhadas de OI. Pacientes que foram seguidas integralmente no CDT cursaram com características de NTG com melhor prognóstico, tais como: menor índice de metástases (5, 8% versus 48%, p=0, 003), menor mediana do escore FIGO 2000 [2, 00 (1, 00; 3, 00) versus 4, 00 (2, 00; 7, 00), p=0, 003] e início mais precoce da quimioterapia em semanas [7, 0 (6, 0; 10, 0) versus 10, 0 (7, 0; 16, 0), p=0, 04]. NTG de alto-risco não foi observada em nenhuma paciente acompanhada no CDT, sendo observada em 29% daquelas que foram inicialmente acompanhadas em OI (p<0, 001). Quimioterapia com múltiplos agentes para o tratamento da NTG pós-molar foi necessária em dois casos de pacientes com seguimento pós-molar no CDT (5, 9%) e em oito pacientes que foram encaminhadas de OI (29, 6%) (p=0, 017). A mediana do intervalo de tempo entre o início da quimioterapia e a normalização do hCG em semanas foi mais curto nas pacientes seguidas no CDT [9, 00 (6, 25; 12, 0) versus 12, 00 (9, 00; 17, 00), p=0, 152].

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Conclusão: Pacientes com NTG pós-molar que foram inicialmente acompanhadas no CDT mostraram características indicativas de melhor prognóstico. Este estudo destaca a importância dos centros especializados em doença trofoblástica gestacional.

■ Malformação mamária associada a nevo piloso gigante Marcelle Rodrigues Pereira; Lara Soares Morales Bittencourt Emmanuel; Tamara Sena Paz; Augusto César Peixoto Rocha; Flávia Clímaco. Objetivo: Apresentação de um caso de malformação da glândula mamária associada a nevo piloso gigante, constituindo a rara Síndrome do Nevo de Becker. Material e Métodos: Os autores relatam um caso de hipomastia direita em paciente jovem, submetida à reconstrução mamária com prótese de silicone, associada a manchas acastanhadas de limites irregulares no tronco e membro inferior ipsilaterais, com diagnóstico histopatológico de nevo de Becker por biópsia de pele. Resultados e Conclusão: O nevo de Becker, também conhecido como nevo piloso gigante ou melanose de Becker, é um hamartoma pigmentado piloso que se apresenta como uma mancha hipercrômica acastanhada, de limites bem demarcados e unilateral, sendo mais frequente em pacientes do sexo masculino (5: 1) e na adolescência. Quando associado à hipoplasia mamária, como no caso descrito, ou outras malformações cutâneas, oculares, do sistema nervoso central e músculoesqueléticas recebe a denominação de Síndrome do nevo de Becker. Dentre as malformações associadas a esta rara entidade clínica estão: hipoplasia ipsilateral de ombro, hipoplasia ipsilateral de braço, escoliose, fusão de vértebras cervicais, pectus excavatum, pectus carinatum, assimetria da escápula, hipoplasia do esternocleidomastoideo, hipoplasia ipsilateral odontológica, assimetria facial, hérnia umbilical, hipoplasia do subcutâneo extramamário, hipoplasia do pequeno lábio contralateral, escroto acessório, pilificação axilar escassa ipsilateral, hipoplasia cutânea da região temporal e broto mamário extranumerário. A frequência de acometimento da síndrome é igual em ambos os sexos, porém é mais diagnosticada em pacientes do sexo feminino devido ao achado clínico de hipoplasia mamária nas mulheres.

■ Manifestação simultânea de líquen escleroso genital e extragenital Michelle Azevedo de Menezes; Verônica Ligiéro de Figueiredo, Xayna de Oliveira Paes Cordeiro Objetivo: Descrever caso raro de Líquen Escleroso (LE) com manifestação genital e extragenital, simultaneamente. Material e Método: Relato de caso. V.S.C, feminina, 44 anos, natural do Rio de Janeiro, moradora de Parada de Lucas, casada, atendida no Ambulatório de Ginecologia, em setembro de 2010, com queixa de prurido vulvar, iniciado há 3 meses. Paciente relata também, lesões semelhantes no restante do corpo, desde os 20 anos de idade, com acometimento progressivo e piora após exposição solar. Fez uso de vários cremes hidratantes e antialérgicos, sem melhora. Teve anemia perniciosa tratada, em 2000. Ao exame: Pele- máculas hipocrômicas puntiformes, atróficas, de aspecto apergaminhado, agrupadas, nacaradas, disseminadas em região ântero-superior do tronco, pescoço, membros superiores e inferiores. Vulva- mácula hipocrômica em face interna de grandes lábios, região perineal (esta com fissuras) e perianal. Realizada biópsia da região vulvar e solicitado parecer à dermatologia do HFSE. Resultado: Exames laboratoriais: hemograma, TSH, T4 livre, bioquímica sem alterações. A biópsia da vulva diagnosticou Líquen Escleroso. Desde então em uso de pomada de propionato de clobetasol 0, 05% vulvar, com boa resposta clínica. As biópsias da pele (dorso e antebraço esquerdo), realizadas em agosto de 2011, demonstraram desordem compatível com Líquen Escleroso. Conclusão: Pacientes apenas com lesões genitais durante anos têm menor probabilidade de sofrer LE em outra parte do corpo. Nas pacientes com LE disseminado, a apresentação clínica pode ser apenas extragenital, ou mais raramente, com manifestação genital posteriormente ao alastramento do LE; conforme o caso descrito. As lesões mais antigas são mais resistentes ao tratamento. Esse caso descreve uma paciente na perimenopausa, com acometimento extragenital do LE, por vários anos, sem diagnóstico ou tratamento adequados. Após cerca de 20 anos, ocorreu o LE na região vulvar, sendo feita biópsia e esclarecido o diagnóstico. Esse relato de caso demonstra que o Líquen Escleroso muitas vezes não é diagnosticado precocemente. O exame histopatológico é fundamental para elucidação diagnóstica e definição precoce do tratamento, com melhor controle da doença.


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■ Manifestações clínicas de DST em pacientes imunossuprimidas– relato de casos Camila Assad, Jorge Soto, Susana Cristina Aidé Viviani Fialho, Isabel Chuvis do Val, Fabiana Resende. Introdução: A imunossupressão, seja qual for a sua etiologia, é uma condição clínica que provoca a exacerbação das manifestações clínicas de doenças sexualmente transmissíveis. Objetivo: Relatar casos de pacientes imunossuprimidas com diagnóstico de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ambulatório de Patologia Vulvar do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) – Niterói/RJ. Metodologia: Revisão dos prontuários das pacientes e da bibliografia acerca do maior número de manifestações de DST em casos de imunossupressão. Relato dos casos: Primeiro caso: G.G.A., 28 anos, branca, solteira, moradora de Niterói. Paciente encaminhada por apresentar lesões em região vulvar sugestivas de Molusco Contagioso e Lesões HPV induzidas. A mesma é transplantada renal em uso de Prednisona, Tacrolimus e Azatioprina há 6 anos. Ao exame vulvar presença de diversas lesões arredondadas, em torno de 3-5mm, umbilicadas, com saída de secreção esbranquiçada em região pubiana, inguinal, raiz de coxa e vulva. Além disso, presença de lesões extensas, hipercrômicas em relevo, se estendendo pelos pequenos lábios, sulcos interlabiais, regiões perineal e perianal. Hipótese diagnóstica: Molusco contagioso e Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV). Realizadas biópsias de ambas as lesões. Laudo histopatológico: Molusco Contagioso e Neoplasia Intraepitelial Vulvar tipo usual verrucoso, lesão HPV induzida. Segundo caso: F.S.V., 42 anos, parda, moradora de São Gonçalo, portadora do vírus da hepatite C e HIV (Vírus da Imunodeficiência humana) soropositiva. Encaminhada pelo Setor de Doenças Infectocontagiosas do HUAP por apresentar lesões verrucosas em vulva. Ao exame vulvar presença de diversas lesões vegetantes, digitiformes, em região vulvar, raiz de coxa e região perianal, sendo em maior número e tamanho no sulco interlabial e grande lábio esquerdo. Ainda, presença de lesões hipercrômicas com relevo, estensas em vulva (sulcos interlabiais), regiões perineal e perianal. Hipótese diagnóstica: Condiloma Acuminado e Neoplasia Intraepitelial Vulvar. Realizadas biópsias com laudo histopatológico de Condiloma Acuminado e Neoplasia Intraepitelial Vulvar tipo usual. A conduta em ambos os casos foi o início de Imiquimode creme tópico com o objetivo de redução das lesões e avaliação de posterior necessidade de complementação terapêutica. Discussão e Conclusões: A imunossupressão, atualmente representada principalmente pelo HIV, traz um novo perfil de pacientes com exacerbação das manifestações clínicas de DST, representada nos casos acima predominantemente por lesões HPV induzidas (condiloma acuminado e NIV). Esse fato se associa a dificuldade na terapêutica, uma vez que haveria necessidade de cirurgias extensas para o tratamento das mesmas. Hoje podemos contar com a terapia combinada, iniciando imiquimode, imunoestimulador, que tem mostrado bons resultados na redução das lesões, diminuindo a necessidade de complementação terapêutica, que quando necessária, ocorre em menor proporção.

■ Melanoma metastático para ovário: relato de caso Karina Buraseska, Mariana Waik, Marcela Ignachitti Lacerda, Humberto Jun, Humberto Tindó. Objetivo: relatar a gravidade desse tipo de tumor e dificuldade no diagnóstico e na abordagem terapêutica. Material e Métodos e Resultado: relato do caso de uma paciente, ARS, 33 anos, branca, atendida no setor de emergência de Ginecologia e obstetrícia com queixa de dor abdominal de forte intensidade há 24 horas. Na história ginecológica e obstétrica, relatava menarca aos 12 anos com ciclos menstruais regulares, com uma gestação e um parto cesáreo prévio. A história patológica pregressa, referiu estar em investigação de uma massa anexial à direita. Ao exame clínico, apresentava-se hipocorada (+/2+), hidratada, acianótica, anictérica, com fácies de dor à inspeção. Na palpação abdominal, observou-se massa ocupando a cavidade abdominal, do púbis até a cicatriz umbilical, dolorosa à palpação superficial e profunda, com sinal de Blumberg positivo. Ao exame especular apresentava, colo eptelizado e sem lesões aparentes. Ao toque vaginal bimanual, o colo se apresentava de consistência normal e a palpação uterina foi dificultada pela ocupação pélvica da massa, sendo o exame de difícil realização devido ao quadro álgico intenso. Na ultrassonografia transvaginal apresentou ovário direito de volume aumentado com 8, 0 x 3, 5 x 6, 9 cm com imagem paraovariana complexa, heterogênea, de paredes espessadas, e com área cística de permeio com 5, 5 x 5, 3 cm de aspecto inespecífico, e o anexo esquerdo muito aumentado de

volume com 12, 7 x 7, 6 cm com formações císticas de conteúdo anecóico com 5, 2 x 5, 1cm e 6, 6 x 5, 3cm e com imagem hipoecogênica com 5, 2 x 3, 8 x 3, 7 cm com plano de clivagem com o anexo esquerdo. Dentre os marcadores tumorais solicitados previamente à internação, CEA e CA 125 encontravam-se dentro da normalidade. A Paciente foi submetida à laparotomia exploradora de urgência, sendo identificada tumoração anexial esquerda de grande volume, rota e com aspecto necrótico, com presença de sangue na cavidade abdominal e pélvica, e tumoração anexial direita com aspecto hemático. Foi realizada anexectomia bilateral. O diagnóstico histopatológico foi de um melanoma metastático para ovário bilateral. Sendo assim, a paciente foi encaminhada para um instituto especializado para terapia oncológica especializada. Conclusão: Em pacientes com tumorações anexiais com quadro agudo, embora raro, não se pode descartar a possibilidade de malignidade. Sendo assim, devemos ter uma abordagem o mais completa possível mesmo de forma emergencial, e realizar o seguimento ambulatorial dessas pacientes, avaliando a necessidade de tratamentos adjuvantes.

■ Métodos contraceptivos utilizados pelas acadêmicas do curso de medicina da Universidade Severino Sombra Thais Nery Figorelle Junqueira; Luísa Moreira de Ávila; Aline Damázio do Vale Resumo: No Brasil, a prevalência de uso dos métodos anticoncepcionais é alta, porém concentrada na esterilização tubária (Iaqueadura) e na pílula anticoncepcional, utilizadas por 40% e 21% das mulheres, respectivamente. Entre os adolescentes, os métodos mais utilizados são o preservativo masculino e a pílula anticoncepcional. Porém, apesar dos diversos estudos realizados com adolescentes, poucos pesquisaram a parcela universitária. Objetivo: Avaliar os métodos contraceptivos utilizados pelas estudantes de medicina da Universidade Severino Sombra e o grau de satisfação com o método utilizado no momento do estudo. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 127 participantes do sexo feminino, entre 17 e 34 anos, de 10 turmas do curso de medicina da Universidade Severino Sombra, em Vassouras-RJ, através do preenchimento de questionários. Resultados: A média de idade das entrevistas foi de 21 anos, sendo 94% solteiras. A idade média da sexarca encontrada foi de 17 anos. Das 127 alunas, 67, 71% têm vida sexual ativa. Quanto a sexarca, 73% fizeram uso de algum método contraceptivo, 19% não usaram e 8% não responderam a pergunta. O método contraceptivo mais utilizado pelas entrevistadas é o anticoncepcional oral, representando 68%, seguido pela camisinha masculina com 60%. Outros métodos também utilizados, embora em uma proporção menor são: 1) Tabelinha (10 entrevistadas ou 7, 8%) ; 2) Camisinha feminina (9 entrevistadas ou 7%) ; 3) Anticoncepcional transdérmico (2 entrevistadas ou 1, 57%) ; 4) Anticoncepcional injetável (2 entrevistadas ou 1, 57%) ; 5) Dispositivo Intra Uterino (1 entrevistada ou 0, 78%) ; 6) Anticoncepcional subcutâneo (1 entrevistada ou 0, 78%). Ao serem questionadas sobre o uso de coito interrompido, 49 entrevistadas relataram já ter utilizado pelo menos uma vez, correspondendo a 62, 23%. Das 127 entrevistadas 15, 7% gostariam de usar outro método contraceptivo. Conclusão: Os métodos contraceptivos mais utilizados por essa população corresponderam ao anticoncepcional oral, camisinha masculina e ao coito interrompido. A partir da análise desse estudo, podemos observar que apesar de se tratarem de estudantes de nível superior da área da saúde, a utilização de métodos considerados inadequados por possuírem uma porcentagem grande de falha de contracepção é utilizada em uma escala preocupante. A insatisfação com o método contraceptivo utilizado é manifestada também por uma parte significante, nos mostrando a importância da aceitação da escolha do método junto com a paciente, podendo ser causa da utilização não adequada do método.

■ Mioepitelioma de mama Jussara Moté Novaes, Carolina Silveira, Tayná Moura e Rafael Prado. Objetivo: Descrever caso de tumor raro de mama. Relato de caso: Mulher de 44 anos, deu entrada no ambulatório de mama referindo nódulo em mama esquerda há 6 meses. G3/P3, nega aleitamento. HAS. Pancreatite há 2 anos. Colecistectomia. Nega fumo. Ao ex: nódulo de 3 cm em QSE. Gânglio axilar móvel. A mamografia evidenciou nódulo de 21/ 50mm, lobulado, pouco definido, categoria 4. Submetida à core biopsy com resultado histológico de grupamentos celulares atípicas com caracteres comuns a processos neoplásicos em meio a infiltrado linfocitário. A imunohistoquimica revelou células epiteliais atípicas (AE1-AE3 positivos focalmente,


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G&ORio CD10 positivos, EMA e 34 BE12 positivos em raras células). Foi submetida à biópsia excisional com resultado de mioepitelioma maligno, com limite cirúrgico superior e lateral comprometido.Posteriormente foi feita mastectomia com estudo de linfonodo sentinela, com ausência de malignidade. Discussão: O mioepitelioma ou adenomioepitelioma é um tumor raro na mama, descrito pela primeira vez em 1970, que pode ser encontrado em glândulas salivares e em anexos de pele. Histologicamente apresenta células epiteliais relativamente grandes, com citoplasma denso, núcleos redondos ou ovais situados ao lado de células estromais e material mióide fibrilar, que sugere também carcinoma ductal. Não existem dados específicos em sua manifestação clínica ou mamográfica. As proliferações originadas de células mioepiteliais da mama podem ter componente epitelial em meio aos dutos e apresentar degeneração maligna em um dos componentes ou em ambos. A origem dessas células ainda não está clara. Os achados mamográficos são inespecíficos. Diagnósticos diferenciais com outras neoplasias com diferenciação de células mioepiteliais: carcinoma adenóide cístico, adenomioepitelioma maligno, carcinoma adenoescamoso de baixo grau e carcinoma sarcomatóide monofásico.A imunohistoquímica é fundamental no diagnóstico desse tumor. O prognóstico e tratamento ainda são incertos, pois faltam pesquisas e os casos publicados em 50% deles tiveram um curso agressivo. A ausência de receptores de estrógeno nas proliferações mioepiteliais não indica que se trata de um tumor indiferenciado, mas de uma de proliferação celular que não expressa o receptor, fazendo com que as portadoras desse tumor não possam se beneficiar com a hormonioterapia antiestrógenos.

■ Mola hidatiforme como causa de Síndrome Hellp precoce e evolução para neoplasia trofoblástica gestacional tratada no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense Antônio Braga, Sara Pereira Leite Lima, Marcela Nardi de Moraes, Valéria Moraes, Luciano Marcolino Objetivo: Relatar caso de mola hidatiforme completa determinando pré-eclampsia grave e síndrome HELLP, com evolução para neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) pós-molar. Relato de caso. Paciente TAHF, 17 anos, primigesta, com última regra em 24/02/2011, procura emergência obstétrica em 19/08/ 11 com atraso menstrual e sangramento vaginal de grande intensidade. Ao exame pélvico observou-se saída de grande quantidade de material sugestiva de vesículas hidatiformes. Foi imediatamente submetida a esvaziamento uterino, com alta depois de dois dias. Persistindo o sangramento, fez ultrassonografia (US) que constatou grande quantidade de material molar na cavidade uterina. Procurou novamente a emergência obstétrica, sendo internada e transferida em 30/08/11 para o Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense (CDT HUAPUFF). Ao chegar no CDT HUAP-UFF a paciente apresentava sangramento transvaginal de grande monta, dor abdominal, cefaléia, hiperemese, pressão arterial 170x110mm/Hg, fundo de útero com 14cm. Exames laboratoriais mostraram nível de hCG de 398.500 mUI/mL, hemoglobina de 9, 5 g/dL, hematócrito 29%, plaquetometria de 93.000 mm3, AST 64 (N< 40 U/L) ; ALT 94 (N< 40 U/ L) ; DHL 600 UI; TSH e T4 livre: normal; proteinúria de 24h: 3g/24h, quadro compatível com pré-eclampsia grave – Síndrome HELLP. Foi tratada com hidralazina venosa, sulfato de magnésio e submetida a vácuo-aspiração uterina com saída de grande quantidade de material compatível com mola hidatiforme completa, o que foi comprovado pela histopatologia. Ao iniciar o seguimento pós-molar, a paciente realizou dosagens semanais de hCG, que mostrou 3 dosagens ascendentes consecutivas entre a 5 e 8ª semana pós-esvaziamento uterino. Como o exame físico-pélvico e o RX de tórax estavam normais, e a US mostrava área de infiltração miometrial, foi diagnosticado NTG estadio I risco OMS/ISSTD 4. A paciente iniciou quimioterapia com regime de Methotrexate (1mg/kg) nos dias 1, 3, 5, 7 e resgate do ácido folínico (15mg VO) nos dias 2, 4, 6, 8. Após 3 ciclos desta quimioterapia a paciente logrou remissão da NTG, sendo submetida a mais 2 ciclos de consolidação do mesmo regime antineoplásico. A paciente encontra-se em seguimento mensal, com dosagens normais de hCG desde novembro de 2011. Conclusão: Mola hidatiforme pode causar pré-eclampsia precoce em suas formas graves, como a síndrome HELPP, cujo tratamento não difere das pacientes sem gravidez molar. Ademais, esta intercorrência hipertensiva no curso da doença trofoblástica empiora seu prognóstico evolutivo, não raro evolvendo para neoplasia trofoblástica, exigindo tratamento quimioterápico em Centros de Referência a fim de evitar morte materna.

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■ Mortalidade fetal na Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro: um desafio no cuidado à saúde da mulher Letícia Marinho de Oliveira, Natália Merath Reis Almeida, Sandra Costa Fonseca Objetivo: descrever a ocorrência de óbito fetal em maternidade de referência da Região Metropolitana-II do Estado do Rio de Janeiro, analisando o perfil socioeconômico e assistencial das puérperas, as características clínicas dos fetos e suas causas de morte. Material e Métodos: estudo transversal baseado em entrevista e revisão de prontuários com todas as puérperas atendidas na maternidade do Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), durante um trimestre de 2011. Foram avaliados dados socioeconômicos, antecedentes gestacionais e o pré-natal. Para os fetos, foram analisados: peso ao nascer, presença de batimentos cardiofetais (BCF), idade gestacional e utilizada a classificação de evitabilidade de Wigglesworth Expandida. Resultados: De setembro a novembro de 2011, foram elegíveis 666 mulheres, com um total de 590 partos, dos quais 17 foram óbitos fetais. Entre estas 17 mulheres, observou-se idade média de 24 anos (variação de 15 – 44 anos) e baixa escolaridade (apenas duas puérperas haviam completado o ensino fundamental). Na admissão hospitalar, a maioria (53%) encontrava-se no terceiro trimestre de gestação e apenas duas gestantes apresentavam BCF positivo. A maioria dos óbitos fetais foi classificada em morte fetal anteparto (58, 82%) e infecção materna (17, 6%), destacando-se a sífilis congênita. Três gestantes (17%) não haviam realizado pré-natal e a média do número de consultas das outras 14 foi 4 consultas. Dos 17 fetos, a mediana do peso foi 1025g e da idade gestacional 29 semanas e 4 foram pequenos para idade gestacional (PIG). Conclusão: A mortalidade fetal constitui importante indicador de condições socioeconômicas e assistência perinatal. Nesse trabalho a mortalidade fetal entre as usuárias do HEAL foi elevada – 28, 7 por mil nascimentos – e a classificação de óbito fetal apontou para deficiência do pré-natal. Tais dados corroboram com a necessidade de maior visibilidade ao problema e de propiciar ações de prevenção e redução de mortalidade fetal.

■ O conhecimento, a atitude e a prática de mulheres na prevenção do câncer de colo uterino em uma Unidade Básica de Saúde na Zona Oeste, RJ Maria Regina Bernardo da Silva, Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivo: Avaliação do conhecimento, da atitude e da prática da prevenção de câncer de colo uterino, Métodos: Através de estudo descritivo de natureza transversal foram analisados entrevistas de 206 mulheres, de20 a 59 anos de idade, assistidas em uma Unidade Básica de Saúde da Zona Oeste do Rio de Janeiro, no período de novembro de 2009 a janeiro de 2010. As respostas foram descritas segundo características sociais, demográficas e clínicas, para tal foi utilizado um questionário estruturado, adaptado de Gamarra, 2004. Resultados: Os resultados revelaram que a totalidade das mulheres já ouviu falar do exame (92, 5%) e também já se submeteram ao exame.. Em relação à atitude, a maioria das mulheres entrevistadas (77%) acha necessária a realização do exame e82, 5% informaram ter feito o exame pelo menos uma vez na vida. E em relação à prática, mais da metade das mulheres procuraram a unidade para prevenção em outras clínicas, sendo 33, 5% na clinica ginecológica; e 77, 3% realizaram o exame nos últimos 3 anos. As barreiras mais citadas para não realizar o exame foram “o descuido” e “não sentir dor”. As características sociais, demográficas e clínicas não influenciaram de modo significativo na adequação do conhecimento, Na adequação das atitudes, observou-se que as mulheres que tiveram consulta nos últimos 12 meses e as que referiram antecedentes com câncer na família se adequaram de modo significativo à atitude frente ao exame.. As mulheres mais jovens, com maior paridade, com história de DST e antecedentes de câncer, apresentaram adoção de boas práticas referente à realização do exame. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de ampliação de atividades preventivas mais efetivas e de caráter precoce, de acordo com as necessidades apresentadas pelas mulheres.. Sugere ainda que se incremente medidas para redução de barreiras, visando maior adesão e educação em saúde para boas práticas do exame Papanicolaou.


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■ Pancreatite aguda: relato de caso Gláucio de Morais Paula, Marília Martins Lopes, Kivia Barbosa dos Santos, Marianna Penna Viveiros e Carolina de Barros Carmo Objetivos: Fazer uma discussão da conduta terapêutica diante de um quadro de pancreatite aguda em gestantes através de um relato de caso. Material e Métodos: F.C.S, 35 anos, Gesta IV, Para II (2 partos cesáreos) AbortoI, IG 32sem 4 dias.Deu entrada no serviço de obstetrícia do Hospital Federal de Bonsucesso em dezembro de 2009 com queixa de perda liquida transvaginal. Diagnosticada com Rotura precoce de membranas ovulares foi iniciado tratamento com corticóide e antibiótico venoso. Apresentava glicemia de 345 mg/dl, hemoconcentração, sem alterações hepáticas e renais.Paciente evoluiu com elevação dos níveis pressórios, sendo optado por interromper a gestação por via alta. No primeiro dia puerpério iniciou quadro de epigastralgia e distensão abdominal Foi solicitado USG de abdome que evidenciou colelitíase e pancreatite necrohemorrágica. Realizada TC abdominal que evidenciou desorganização do tecido pancreático com várias coleções peripancreáticas captantes de contraste. Após o diagnóstico, a paciente foi transferida para o CTI e, iniciado o tratamento com Imipenem e Nutrição parenteral total. No 15° dia de internação foi submetida à necrosectomia pancreática e associada Teicoplamina. Evoluiu com insuficiência respiratória sendo necessária entubação orotraqueal e Ventilação mecânica. Manteve piora evolutiva. No 20° dia de internação apresentou hipotensão refratária tendo parada cardiorespiratória que não respondeu as manobras de reanimação evoluindo para óbito. Resultado e Conclusão: A pancreatite aguda (PA) na gravidez é uma intercorrência que ocorre aproximadamente 1: 500 a 4000 partos. Segundo estudo realizado por Ramin; et. al, as etiologias da PA em pacientes gestantes, são semelhantes as não gestantes, com maior porcentagem, em torno de 70%, associada a doença biliar como no caso relatado ocorrendo 19% no primeiro trimestre, 26% no segundo trimestre, 53% no terceiro trimestre e 2% no pós-parto). O diagnóstico da PA abrange a presença de sinais e sintomas, tais quais epigastralgia de forte intensidade de inicio súbito, com irradiação para o dorso ou em barra, náuseas e vômitos, agitação psicomotora, taquicardia e febre e dosagem de amilase e lipase seriada. Ultrassonografia abdominal é utilizada para visualização de colelitíase, pseudocisto pancreático e abscesso. A Tomografia computadorizada do abdome é mais raramente utilizada devido a exposição fetal a radiação. O tratamento da PA consiste em analgesia, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e repouso intestinal. Diante da suspeita de um quadro de sepse deve ser realizado o tratamento com antibiótico, como observado no tratamento da paciente. A PA possui uma mortalidade materna de 37% e fetal de 37, 9%. A realização do diagnóstico e tratamento precoces são fatores importantes para redução da mortalidade e morbidade.

■ Papel da ultrassonografia no diagnóstico da gravidez molar entre pacientes acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (maternidade) da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Antônio Braga, Alessandra Lourenço Caputo Magalhães, Valéria Moraes, Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge Rezende-Filho Objetivo: Avaliar o papel da ultrassonografia (US) no diagnóstico da gravidez molar. Metodologia: Revisão dos casos de pacientes com DTG atendidas no Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (Maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro (CDT-SCMRJ), entre 02/04/12-15/05/12. Todas as pacientes submetidas ao esvaziamento uterino no CDT-SCMRJ têm o material molar analisado pela histopatologia. Resultado: No período do estudo foram encaminhadas 45 pacientes ao CDT-SCMRJ com diagnóstico ultrassonográfico sugestivo de DTG. Todas as pacientes foram submetidas a esvaziamento uterino e apenas 35 casos de DTG foram confirmados pela histopatologia (77, 7%), quatro das quais sem suspeição diagnóstica ao US (um caso de mola hidatiforme parcial, outro de coriocarcinoma pós-parto e outro de gravidez gemelar com ovo normal coexistindo com mola hidatiforme completa), dentre as 20 interrupções da gestação tratadas por esvaziamento na 33ª Enfermaria (Maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Em nossa casuística, teve a US sensibilidade de 63, 3% e especificidade de 66, 6% para o diagnóstico de DTG Os 10 casos suspeitos ao US de DTG, mas não confirmados, foram diagnosticados, à histopatologia, como aborto de primeiro trimestre, dos quais 6 foram considerados abortos hidrópicos.Ainda assim, a US foi responsável pelo diagnóstico de 94% dos casos de DTG acompanhados no CDT-SCMRJ. Discussão. A US, de

G&ORio primeiro trimestre da gestação, mudou a história natural da DTG, permitindo seu diagnóstico mais precoce e arrefecendo suas manifestações clínicas. Todavia, o diagnóstico precoce da DTG, nem sempre deixa entrever à US o clássico aspecto vesicular em “cacho de uva”, de todos conhecida. Ao revés, interrupções prematuras da gestação, notadamente abortos hidrópicos são facilmente confundidos com gravidez molar, determinando encaminhamento destas pacientes para Centros de Referência e angústia ante a possibilidade do diagnóstico de DTG. Assim, todo material uterino deve ser submetido à histopatologia, não apenas para afastar casos falso-positivo ao US, como também para detectar casos falsonegativos, não detectados ao US. Conclusão: A US é o principal método diagnóstico da DTG, ainda que histopatologia do material uterino deva ser sistematicamente realizada.

■ Perfil dos recém-natos cardiopatas encaminhados à cirurgia cardíaca e importância do rasterio prénatal na maternidade-escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro Ana Paula Rodrigues Melo, Karina Bilda de Castro Rezende, José Paulo Pereira Júnior, Cristiano Cabaleiro da Costa, Joffre Amim Junior Objetivo: Avaliar o perfil das gestações acometidas com cardiopatia congênita, cujos recém-natos tenham sido encaminhados para cirurgia cardíaca no período neonatal e a importância do rastreio pré-natal. Métodos: Trata-se de corte transversal dos casos de fetos com cardiopatias congênitas nascidos na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de setembro de 2009 até janeiro de 2012, identificados a partir das solicitações de transferência para cirurgia cardíaca para a Central Estadual de Regulação do Rio de Janeiro. Os parâmetros avaliados foram: presença de fatores de risco; rastreio ultrassonográfico de primeiro trimestre; avaliação morfológica de segundo trimestre; cariótipo fetal; exame de ecocardiograma fetal e pós-natal; e peso ao nascer, Apgar de quinto minuto. Resultados: Foram identificados 13 recém-nascidos com cardiopatia congênita. A taxa de detecção no período pré-natal foi de 76, 9%. A identificação de fatores de risco mostrou 53, 8% de associação com diabetes gestacional, gemelaridade e história familiar. O rastreio de primeiro trimestre não foi realizado universalmente, apenas 7 pacientes (53, 8%) tiveram esse exame disponível e destas, 6 (85, 7%) apresentaram aumento de TN e/ou Doppler de ducto venoso alterado. A avaliação por exame morfológico de segundo trimestre foi realizada nas 13 pacientes, sendo que 4 (30, 7%) não evidenciaram qualquer alteração. A taxa de detecção de cardiopatia no exame morfológico de segundo trimestre, foi de 46, 1% (6 casos dos 13) e o diagnóstico de outras malformações ficou próximo a 23% (3 casos). Apenas uma gestante não realizou ecocardiograma fetal (parto pretermo por RPMO com 29 semanas). Das 12 pacientes encaminhadas para avaliação cardíaca fetal, 10 (83, 3%%) tiveram diagnóstico intraútero, um caso evidenciou exame normal e o outro apenas golf ball. A associação de malformações fetais e alterações de cariótipo são sabidas, apesar de 46, 2% dos cardiopatas não terem este exame disponível. Dos 7 casos com cariótipo fetal e/ou neonatal realizados, houve 4 (57, 1%) resultados alterados, sendo 3 casos de trissomia do cromossomo 21 (Sd. Down) e 1 caso de trissomia do 18 (Sd. Edwards). As internações das gestantes foram em sua maioria eletivas (9 dos 13 -69, 2%) e a via de parto, cesariana em 92, 3% dos casos. A média de peso ao nascer foi de 2.857 gramas (± de 1.065 a 3.830 gramas) e a média da idade gestacional ao nascer foi de 37, 5 semanas (± 29, 5 a 40, 3 semanas). Houve apenas 2 casos de parto pré-termo (um caso com 29 semanas e RPMO e 1 caso com 33 semanas e gemelaridade monocoriônica). Apenas 1 recém-nascido foi considerado pequeno para idade gestacional (7, 7%) e não houve asfixia perinatal em nenhum caso. Todos realizaram ecocardiograma pós-natal, com taxa de concordância parcial/total com diagnóstico fetal de 83, 3% (10 dos 12 casos que realizaram em ambas as fases). Dos 13 pacientes, 8 (61, 5%) foram encaminhados a cirurgia cardíaca, 2 (15, 3%) foram a óbito antes de serem operados e 1 (7, 7%) foi encaminhado para acompanhamento ambulatorial. Em dois casos, não houve relato sobre seguimento pós alta. Conclusão: As cardiopatias são atualmente os defeitos congênitos mais comuns encontrados na infância, afetando cerca de 8/1.000 nascidos vivos. Portanto, podemos perceber que: a identificação de fatores de risco, o rastreio de primeiro e segundo trimestres e a realização de ecocardiograma fetal são de extrema importância para o planejamento do parto e seguimento pós-natal, melhorando assim o resultado perinatal.

■ Perfil epidemiológico das pacientes portadoras de HPV atendidas no serviço de dermatologia/DST da Santa Casa de Misericórdia do Pará Cristiane Moura Silva; Gabriella Sampaio Pereira Vianna; Ivna Lúcia Siqueira Saliba; Kássia Lima Carneiro; Luiz Philippe Jorge de Nazareth Objetivo: Verificar o perfil epidemiológico das pacientes portadoras de HPV atendidas no Serviço de Dermatologia/DST da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), no período de outubro a dezembro de 2007.


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G&ORio Método: O estudo realizado foi prospectivo e transversal. Foram incluídas na pesquisa mulheres de qualquer faixa etária portadoras de HPV atendidas no Serviço de Dermatologia/DST da FSCMPA que concordaram em participar da pesquisa. As entrevistas foram realizadas em ambulatório com o objetivo de verificar o perfil epidemiológico do grupo de estudo, por meio de protocolos de pesquisa aplicados durante as consultas. As variáveis pesquisadas incluíram: idade, estado civil, número de parceiros, uso de preservativo, renda e grau de escolaridade. Os questionários foram aplicados individualmente após um breve esclarecimento às pacientes sobre o método e objetivo da pesquisa, não sendo permitida a identificação dos sujeitos da pesquisa. Os questionários respondidos foram arquivados e posteriormente digitados em um banco de dados para verificar a frequência das respostas e avaliar o grau de representatividade de cada questão. Para avaliação estatística foi empregado o software BioEstat versão 4.0. Na presente pesquisa foi estabelecido previamente 95% como nível de significância por se tratar de um estudo descritivo, e foi estipulado 0, 05 como o nível de decisão para rejeição da hipótese de nulidade. Para análise da verificação das diferenças proporcionais utilizou-se o teste não paramétrico do X2 (qui-quadrado) de aderência. Resultados e Conclusão: Dentre as entrevistadas, prevaleceram aquelas com faixa etária de 14 a 19 anos, pardas, solteiras e residentes em Belém, principalmente no bairro do Guamá, com ensino médio incompleto, sem ocupação profissional e com renda familiar mensal igual ou inferior a um salário mínimo. A maioria das entrevistadas teve a primeira relação sexual entre 14 e 18 anos de idade, faziam uso de preservativo, não usavam anticoncepcionais orais, negavam ter múltiplos parceiros e mantinham relações sexuais de uma a três vezes por semana. Dentre as que já engravidaram, a maioria não apresentou sintomas do HPV durante a gravidez. A maior parte das mulheres não compartilhava toalhas e roupas íntimas, nunca havia realizado tratamento para HPV anteriormente e nem tiveram outro tipo de DST, não possuíam histórico familiar de câncer e não se submetiam ao PCCU periodicamente. Após traçado esse perfil, o ambulatório em questão terá subsídios para melhor entender seu público alvo, fornecendo serviços de melhor qualidade.

■ Perfis reprodutivo e sexual de profissionais do sexo que atuam na Praça Mauá - Rio de Janeiro Joelma Lira Jacob Barbosa, Fernanda Monteiro Florêncio; Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivo: Traçar o perfil reprodutivo e sexual das profissionais do sexo que atuam na Praça Mauá – Zona Portuária do Rio de Janeiro – Brasil, e seus arredores. Material e Métodos: Através de estudo observacional, de natureza transversal, foram obtidos dados de 153 profissionais do sexo que trabalham na região da Praça Mauá, no período de março a novembro de 2011. Foi utilizado um questionário estruturado, auto-aplicável, abordando aspectos relacionados à sexualidade, uso de métodos de contracepção, doenças sexualmente transmissíveis e cuidados ginecológicos. Resultados: A faixa etária variou de 18 a 66 anos, média a 27, 1±11, 5 nos, sendo que 75, 5% das mulheres avaliadas relataram ter filhos, e77, 2% dessas residem com os mesmos. A maioria delas é natural e reside no Rio de Janeiro, sendo que 45, 8% residem em casa própria. Grande parte delas relataram já ter abortado (35, 1. Os métodos contraceptivos são utilizados em 97%, sendo que 89, 5% referem usar o método de barreira em todas as práticas sexuais, deixando de usar somente em relações com maridos e/ou companheiros (73, 6%). A grande maioria (96, 7%) negou a ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis nos últimos 6 meses, e 70, 4% realiza o preventivo em intervalo igual ou inferior 12 meses. O teste anti-HIV foi realizado em pelo menos uma ocasião por 86, 2% das profissionais do sexo. Conclusões: Os dados da presente investigação permitem concluir que as profissionais do sexo, são mulheres que, em sua maioria, não diferem de qualquer outra mulher, uma vez que buscam o seu sustento e o de sua família. Existe um âmbito particular independente e distante da vida profissional, que se caracteriza por funções maternas e valores afetivos, preocupações, relações estáveis e deveres como cidadãs. Porém, notam-se ainda, restrições quanto aos seus direitos. Destaca-se que essas profissionais são vítimas de preconceitos por parte da sociedade e, em muitos casos, de desaprovação familiar, o que acaba gerando seqüelas emocionais tão significativas a ponto de muitas omitirem sua própria profissão, interferindo em sua qualidade de vida. Além disso, essas mulheres vivem um paralelo com a ilegalidade, visto que, em alguns casos, são vítimas de violência, de exploração por terceiros e consumo de drogas durante o trabalho, tanto por parte dessas como de seus clientes. Acresce-se a estas dificuldades, a saúde pública que se mostra deficitária quando se constata a dificuldade de acesso aos seus serviços. Atualmente, existe uma conscientização por parte delas quanto à prevenção frente às situações de risco as quais elas se expõem, caracterizando o cuidado com a saúde da mulher.

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■ Perineotomia como tratamento de estenose de introito vaginal causada por líquen escleroso Mariana Olival da Cunha; Ramon Prado de Andrade; Marcelle Rodrigues Pereira; Vera Lúcia Mota da Fonseca; Augusto César Peixoto Rocha. Objetivo: Apresentar a casuística de pacientes acometidas por estenose do intróito vaginal corrigido com vulvoperineotomia no serviço de ginecologia do HUCFF. Material e Métodos: Os autores relatam casos de vulvoperineotomia como tratamento cirúrgico de estenose de introito vaginal por líquen escleroso, a despeito do tratamento clínico. Resultado e Conclusão: O líquen escleroso é uma dermatose inflamatória crônica e benigna, com predominante localização vulvar, afetando a epiderme e a derme. Acomete principalmente mulheres (10 mulheres : 1 homem) na fase adulta, na pós-menopausa e caucasianas. Sua etiopatogenia ainda é desconhecida, mas existem diversas teorias, sendo as mais aceitas a sobre alterações hormonais, origem imunológica e fatores genéticos. As pacientes apresentam como clínica o prurido, irritação local, disúria, fissuras, pápulas branco-nacaradas, aspecto apergaminhado da pele, escarificação, atrofia genital. O tratamento é feito com corticoide tópico de alta potência (Clobetasol). A despeito do tratamento podem ocorrer processos avançados, havendo desaparecimento completo do clitóris, pequenos e grandes lábios e estenose do intróito vaginal. Neste último caso, realiza-se a vulvoperineotomia para correção. No serviço de ginecologia do HUCFF, foram acompanhados 3 casos de pacientes com estenose do intróito vaginal, que apresentavam como queixas inabilidade ao coito, dispareunia e dificuldade para urinar. Foi indicada a vulvoperineotomia, em que realiza-se uma incisão mucocutânea, dissecção da parede vaginal posterior, excisão de um segmento triangular da pele perineal, individualização do retalho vaginal e sua sutura sobre o defeito perineal. É importante que não haja tensão na sutura, que deve ser realizada com Poliglactina (Vicryl®) 3.0, para evitar deiscência. As pacientes apresentaram grande melhora clínica e alto índice de satisfação após tratamento cirúrgico associado ao uso de corticóide de alta potência.

■ Placenta percreta - relato de caso Laila Pinheiro Abi Abib, Bernardo Ferraro S Fernandes, Daniela CS Menezes, Nilson Ramires de Jesus, Marcelo T Alves de Menezes Objetivo: Relatar caso de placenta percreta ocorrido no serviço de Obstetrícia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ), dando ênfase às graves repercussões maternas desta patologia. O acretismo placentário é definido pela invasão anormal da placenta ao tecido uterino, causado pela ausência ou defeitos de graus variáveis da decídua basal. A placenta percreta corresponde a mais rara e grave manifestação do acretismo placentário, com invasão da serosa uterina e órgãos adjacentes, sendo a bexiga o mais acometido. Relato do caso: TLB, 23 anos, gesta 5 para 2 (cesarianas) aborto 2 (espontâneos, sem curetagens), IG = 26sem 2d, transferida para o HUPE com diagnóstico de amniorrexe prematura pré-termo e placenta prévia total, em 21/06/2011. Instituída conduta conservadora com antibioticoterapia profilática, rastreio de infecção e avaliação fetal com USG e doppler. USG realizado em 22/06/2011 evidenciando placenta prévia total com componente anterior estendendo-se até o istmo, biometria fetal 26/27 semanas, doppler sem alterações. Paciente evoluiu sem intercorrências até 28/06, quando apresentou quadro clínico compatível com Descolamento Prematuro da Placenta, sendo indicada cesariana de urgência. Durante o procedimento, foi constatado acretismo placentário, não sendo possível extração placentária total, porém, devido à hemostasia bem sucedida, optou-se pela manutenção do útero no primeiro momento. Após término da cesariana e instituição de terapia visando hemostasia uterina (misoprostol e ocitócitos), paciente evoluiu com sangramento transvaginal refratário, sendo encaminhada à histerectomia puerperal, sendo constatada invasão da parede vesical posterior e ausência de plano de clivagem em topografia do espaço vesicouterino. Com suporte da equipe de Urologia, foi realizada histerectomia total e cistectomia parcial, com controle da hemorragia. Ao término da cirurgia, paciente encontrava-se em choque hemorrágico, com acidose metabólica grave (pH arterial= 6, 8) e necessidade de aminas vasopressoras em altas doses. Foi transferida para unidade intensiva do HUPE. Felizmente, após tomadas medidas clínicas para manejo do quadro, paciente evoluiu com melhora progressiva, recebendo alta do CTI em 01/07 e alta hospitalar em 07/07, mantendo seguimento ambulatorial criterioso. Comentários: Este caso ilustra bem a importância do conhecimento de tais patologias, assim como seu manejo em unidade hospitalar de referência para situações de alto risco materno-fetal, com suporte de outras especialidades que, sem dúvida, foram essenciais no êxito final. Vale ressaltar que a presença de inserção anômala da placenta à USG e o histórico obstétrico da paciente (cesarianas prévias) também são peças importantes no diagnóstico e manejo do acretismo placentário.


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■ Predição do parto pré-termo para a oportuna aceleração da maturidade pulmonar fetal Carlos Eduardo Ferreira Novaes, Luciano Gutierrez Perez Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho Objetivo: Avaliar sensibilidade e especificidade da medida do comprimento do colo uterino, estudado através da ultrassonografia transvaginal, no diagnóstico do parto pré-termo, nas pacientes sintomáticas, com o objetivo de administrar correta e oportunamente corticóides, a fim de acelerar a maturidade pulmonar fetal. Materiais e Métodos: foi realizado estudo longitudinal prospectivo, estudando 206 pacientes com quadro clínico compatível com ameaça de parto pré-termo. As medidas dos colos uterinos dessas 206 pacientes foram correlacionadas com o nascimento dentro de 7 dias. Resultados: Observamos que nas pacientes com comprimento do colo uterino menor do que 15 mm, 68 (33, 2%), o parto ocorreu dentro de 7 dias. Em 6 pacientes (2, 9%), que também apresentaram comprimento do colo uterino menor que 15 mm, o parto ocorreu após 7 dias, porém, ainda prematuramente. E em uma paciente (0, 5%), o parto ocorreu após 7 dias, e já a termo. No grupo das 131 pacientes com comprimento do colo uterino maior do que 15mm, 120 (58%) tiveram o parto após 7 dias e a termo. Em 4 pacientes (2%), o parto ocorreu após 7 dias e ainda prematuramente. Em 7 pacientes (3, 4%), o parto ocorreu em até 7 dias, mesmo com comprimento do colo uterino maior que 15mm. Conclusões: Após testes estatísticos, concluímos que o ponto de corte capaz de maximizar a predição do parto pré-termo em até 7 dias foi o comprimento do colo uterino menor que 15 mm. Com sensibilidade de 90, 7%, e especificidade de 94, 7%. A medida do comprimento do colo uterino, através da ultrassonografia transvaginal, em pacientes sintomáticas, mostrou-se extremamente eficaz na predição do parto pré-termo, em até 7 dias. O que pode permitir a correta e oportuna administração de corticóides para a aceleração da maturidade pulmonar fetal, ressaltando que o benefício máximo da administração de corticóides para esse fim é obtido quando o nascimento prematuro ocorre logo após a última dose administrada e dentro de 7 dias. O comprimento do colo uterino, medido através da ultrassonografia transvaginal, é método propedêutico simples, de fácil acesso e de baixo custo na prática obstétrica cotidiana, e que, indiscutivelmente, pode colaborar para a diminuição da morbidade e da mortalidade perinatal.

■ Prevalência de hipertensão associada à gestação de alto risco em hospital de referência Antonia Aida Oliveira Mendonça, Ariadne Nery Gama, Larissa Von Grapp, Luiz Philippe Jorge de Nazareth, Priscila Gonçalves de Oliveira Objetivo: Verificar a prevalência da hipertensão específica da gestação em gestantes internadas na enfermaria de alto risco da Fundação Santa Casa de misericórdia do Pará (FSCMPA) no ano de 2006. Método: Estudo descritivo e retrospectivo, realizado a partir da coleta de dados dos prontuários de 151 grávidas internadas na enfermaria de alto risco para resolução da gestação na FSCMPA, durante o ano de 2006. Neste trabalho definiu-se hipertensão arterial como a presença de pressão arterial maior ou igual a 140 x 90 mmHg, sendo considerada a aferição da pressão arterial no momento da admissão hospitalar. Considerou-se hipertensão crônica a presença de hipertensão antes da gravidez ou o diagnóstico desta antes da 20ª semana de gestação. Considerou-se como DHEG o aumento do nível pressórico dado pela primeira vez durante a gestação, detectada após a 20ª semana de gravidez, com retorno aos níveis tensionais até 12 semanas após o parto, apresentando ou não proteinúria. Considerou-se eclampsia a presença de crises convulsivas tônicoclônicas, na ausência de doenças neurológicas, em pacientes diagnosticadas com hipertensão após a 20ª semana gestacional. Considerou-se Síndrome HELLP a presença de plaquetopenia, alteração de enzimas hepáticas e proteinúria, em pacientes diagnosticadas anteriormente com pré-eclampsia/eclampsia. Foram analisadas as variáveis: causa da internação, paridade, idade materna, tipo de parto, idade gestacional no momento do parto. Os dados colhidos foram submetidos à análise estatística para determinação da prevalência das internações de pacientes diagnosticadas como DHEG, eclampsia e síndrome HELLP no intervalo de confiança a 95%. Para avaliar a associação entre as variáveis estudadas foi utilizado o teste do Qui-quadrado, com nível de significância p <0, 05, com auxílio do programa Bioestat 4.0. Resultados e conclusão: Verificou-se que a prevalência da hipertensão específi-

ca da gestação foi de 39, 73%, representada pelas Síndromes: DHEG (21, 19%), eclampsia (11, 92%) e síndrome HELLP (5, 96%). Foi encontrado apenas um caso de Hipertensão Arterial Transitória, correspondendo a 0, 66% do total das internações na enfermaria de alto risco da FSCMPA.

■ Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) na gestação - relato de caso Laila Pinheiro Abi Abib, Flavia do Vale Araujo, Paulo Roberto Silva Marinho, Cristiane Alves de Oliveira, Roger Dennis Rohloff Objetivo: Relatar um caso de PTT ocorrido no Hospital e Clínica São Gonçalo dando ênfase às graves repercussões maternas desta entidade e a importância do diagnóstico diferencial para o tratamento adequado. A PTT é uma entidade rara (0, 35% das admissões) e com difícil diagnóstico diferencial com outras síndromes de microangiopatia trombótica na gestação como a HELLP e a Síndrome Hemolítico Urêmica, fato este que pode levar a um aumento da morbi-mortalidade materna e feta, principalmente, quando ocorre atraso no diagnóstico. Tanto a PTT quanto a SHU são caracterizadas pela presenca de anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia de consumo e formação de trombos intravascular. Relato de Caso: N.S.S., 33 anos, primigesta, previamente hígida, internada no Hospital e Clínica São Gonçalo em 31/10/2011 com idade gestacional de 34 semanas, e queixa de epigastralgia. Após realização de exames laboratoriais, foi constatada trombocitopenia acentuada, anemia hemolítica (aumento de LDH e presença de esquizócitos no sangue periférico) e alteração de transaminases, sendo aventada hipótese diagnóstica de HELLP e indicada interrupção da gestação após estabilização do quadro clínico. Após hemotransfusão, e compensação clínica, foi submetida à cesariana em 05/11/ 2011. Durante o puerpério, a paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e deterioração do quadro clínico, sendo entubada no dia 07/11/2011. Apesar de ter o quadro sugestivo de HELLP e proteinúria alterada (890mg/ 24horas ; VR: 28-141mg/24hs), a paciente não apresentava melhora após hemotransfusões sucessivas e evoluiu com quadro de agitação psicomotora, sendo rediscutido o caso pela equipe que assistia à paciente, composta de obstetras, intensivistas e hematologistas, sendo então levantado outros diagnósticos diferenciais como PTI, Síndrome Hemolítico Urêmica e PTT. Foi instituido corticóide oral (Prednisona 80mg/dia) e rastreado infecções (culturas negativas). A paciente não apresentou resposta após três dias de corticoterapia oral como costuma ocorrer no PTI sendo então indicada a plasmaferese diária que foi iniciada no 14 ° dia pós-parto. Após instituição do tratamento, a paciente evoluiu com melhora progressiva da plaquetopenia, da hemólise e do quadro neurológico. Conclusão: O caso clínico relatado demonstra a importância da conduta ativa para antecipação do parto diante de qualquer uma destas hipóteses diagnósticas (HELLP x PTT x SHU). É essencial ressaltar a diminuição da morbimortalidade materna quando do reconhecimento da ausência de melhora da hemólise e plaquetopenia após o parto levando a uma investigação multidisciplinar para aventar outros diagnósticos e instituição de tratamento adequado.

■ Qualidade de vida e a incontinência urinária feminina Marcos Eduardo Porto Mello e Luiz Guilherme Pessoa da Silva Objetivo: O estudo visa avaliar a qualidade de vida em pacientes do sexo feminino com incontinência urinária. Material e Método: Através de estudo descritivo, do tipo transversal, foram analisados dados de entrevistas, obtidos de 203 questionários estruturados e validados para o português (King’s Health Questionnaire), aplicados no Ambulatório de Uroginecologia da Associação Pro Matre e Hospital dos Servidores do Estado, no Município do Rio de Janeiro, no período de março de 2008 a agosto de 2009. Resultados: A incontinência urinária afetou a vida das entrevistadas de maneira moderada a intensa em 72, 9%. O sintoma do trato urinário que mais interferiu foi a urgência miccional (64, 6%), seguido de freqüência urinária (61, 4%), urge-incontinência (55, 1%), noctúria (51, 3%) e incontinência urinária de esforço (46%). No tocante a associação entre as variáveis de natureza clínico-epidemiológicas e as dimensões do questionário KHQ, observou-se que as pacientes mais jovens (<50 anos) têm melhor Percepção do Estado Geral de Saúde; A escolaridade (> 9 anos) esteve associada a uma percepção de menor Limitação Física; tanto as pacientes com comorbidades clínicas, como as com idade > 50 anos e as


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G&ORio entrevistadas na menopausa perceberam menor comprometimento dos Relacionamentos Pessoais e por fim as pacientes com idade > 50 anos e na menopausa perceberam menor comprometimento no que se refere às medidas de gravidade. As demais variáveis não influenciaram significativamente os escores dos diversos domínios. Conclusões: Os dados permitem concluir que a Incontinência Urinária causa expressivo impacto negativo sobre a qualidade de vida, principalmente pelo comprometimento das atividades físicas e sociais.

■ Relato de caso: acretismo placentário Luisa Moreira de Ávila; Carla Moreira Cooper; Felipe Braga Mata; Luciano Gutierrez Perez; Isabelle Freitas Lobato Resumo: Acretismo placentário se refere a diferentes graus de adesão placentária anormal na parede uterina, que é caracterizada pela invasão trofoblástica no miométrio.1 Ela é a segunda causa de hemorragia obstétrica, que resulta na implementação emergencial de histerectomia.2 A extensão da invasão placentária, muitas vezes, não é conhecida até o trabalho de parto. Objetivo: Descrever um relato de caso de acretismo placentário de uma paciente multípara na emergência de um hospital público do Rio de Janeiro e mostrar a importância do diagnóstico precoce, para que seja possível a adoção de uma conduta correta, a fim de mudar o prognóstico das pacientes com a patologia descrita. Material e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo do tipo Relato de Caso, utilizando-se dados do prontuário. Resultados e Conclusão: Acretismo placentário é uma complicação obstétrica importante, visto que se não for diagnosticada corretamente para que haja uma conduta terapêutica eficaz, pode levar ao óbito materno. A paciente foi submetida à histerectomia abdominal total puerperal de caráter emergencial, após parto vaginal, com retenção placentária e rotura do coto umbilical, sendo visualizada macroscopicamente, após o procedimento, a placenta aderida além do miométrio, estendendo-se até a serosa uterina, caracterizando-se placenta increta. O diagnóstico precoce do acretismo placentário associado a conduta terapêutica imediata e eficaz culminou na resolução da patologia da paciente em questão, minimizando assim, as intercorrências, garantindo uma boa evolução pós-operatória, sem demais complicações, possibilitando a alta hospitalar 4 dias após a realização da cirurgia.

■ Relato de caso: carcinoma papilífero invasor de mama masculina Maria Luiza Rozo Bahia Teles, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luis Carvalhosa Carvalhosa dos Santos, Katia Alvim de Mendonça, Thales Ricardo de Paula. Objetivo: relatar caso raro de carcinoma papilífero invasor de mama em homem, que representa menos de 1% dentro dos cânceres de mama em homens. Metodologia: relato de caso clínico com revisão de dados contidos no prontuário médico. Resultado: Um paciente de 62 anos foi atendido no ambulatório de mastologia com queixa de descarga papilar em mama esquerda de coloração translúcida de forma recorrente. O primeiro episódio ocorrido há dois anos teve remissão espontânea. Ao exame físico apresentava descarga papilar com aspecto em “água de rocha”, uniductal na mama esquerda associado ao aumento do volume mamário na junção dos quadrantes inferiores. Os exames de imagem (ultrassonografia e mamografia) realizados há dois anos atrás e os atuais, não mostravam alterações. No entanto a citopatologia do fluxo papilar colhida na primeira consulta, no nosso serviço, foi compatível com neoplasia papilar: presença de células ductais núcleos arredondados irregulares, hipercromáticos e pequeno nucléolo e histiócitos com pigmento de hemossiderinafagocitado, alguns leucócitos e hemácias.À partir deste diagnóstico citológico foi indicada ressecção dos ductos centrais da mama esquerda cujo laudo histopatológico revelou a presença de carcinoma papilífero invasor grau II, de 0, 6 cm no seu maior eixo associado a componente in situ extenso, de grau intermediário, do tipo papilífero medindo 0, 5 cm. Foi então indicada mastectomia esquerda com pesquisa do linfonodo sentinela, que se mostrou livre de neoplasia. O Paciente apresentou boa evolução clínica no período pós operatório. Conclusão: Apesar do câncer de mama ser uma neoplasia rara em homens e a sua apresentação clínica mais freqüente ser como “nódulo palpável” associada a alterações nos exames de imagem ³, o relato do nosso caso demonstra que devemos pensar em outra forma de apresentação, como no caso, o fluxo papilar.

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■ Resistência insulínica não está relacionada ao aumento dos níveis de pressão arterial diastólica em pacientes com SOP Lucas Antonio da Costa, Mário Antonio Cassundé Carvalho, Danielle Guedes Gomes, Karina Vieira Zamprogno, Ivan de Araujo Penna Objetivo: Avaliar influência da resistência insulínica na pressão arterial diastólica de pacientes com síndrome dos ovários policísticos. Material e Métodos: Estudo retrospectivo por meio de revisão dos prontuários de 25 pacientes com diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos acompanhadas na Divisão de Reprodução Humana do HUAP, comparando-se o HOMA com a pressão arterial diastólica (PAD) das pacientes na primeira consulta. Resultados: Dentre as 25 pacientes acompanhadas, 11 (44%) delas apresentaram HOMA > 2, 7 na primeira consulta. Nestas pacientes, a média da PAD foi de 76 mmHg. 14 (56%) das 25 pacientes apresentaram HOMA < 2, 7 e média de PAD de 71 mmHg. Conclusão: A resistência insulínica nas pacientes com SOP não se relacionou ao aumento da pressão arterial diastólica no presente estudo.

■ Síndrome de Meigs e prolapso genital: uma associação incomum Carlos Augusto Faria, Adriene de Lima Vicente Ferreira, Daniela da Silva Alves, Fernanda Fernandes Fonseca, José Augusto Pantaleão. Introdução: A Síndrome de Meigs é uma condição incomum definida pela presença de uma massa ovariana benigna associada a presença de ascite e efusão pleural, as quais desaparecem após a remoção do tumor. Acomete principalmente mulheres na pós-menopausa, em torno dos 50 anos de idade. Seus achados devem ser diferenciados de manifestações malignas pela ausência de células malignas no fluido pleural e abdominal e pela resolução dessas coleções após a remoção do tumor ovariano. Laparotomia é requerida para fechar o diagnóstico dos tumores ovarianos, já que indicadores de malignidade podem ser mal interpretados. Objetivo: Apresentar um caso de Síndrome de Meigs associado a prolapso genital, uma manifestação inesperada e incomum. Relato do caso: JCB, 83 anos, GIX PNIII AVI, menopausa há 30 anos, deu entrada na Emergência Obstétrica do HUAP com queixa de dor em hipogástrio de forte intensidade, constipação intestinal, dispnéia e disúria; com piora há 4 dias; trazendo Rx de torax que mostrava pequeno derrame pleural à direita. Referia aumento progressivo do volume abdominal há cinco anos, indolor e negava sangramento genital; há um ano havia apresentado quadro de dispnéia por derrame pleural à direita, que foi drenado. Ao exame, apresentava massa pétrea em mesogástrio, hipogástrio e fossa ilíaca direita, atingindo o nível da cicatriz umbilical; prolapso genital grau IV; hérnia umbilical redutível e dolorosa e hérnia inguinal esquerda indolor à palpação. Foi internada para investigação, com hipótese de neoplasia ginecológica, provavelmente ovariana. Ao apresentar múltiplos episódios de vômitos fecalóides, dor e distensão abdominal, levantou-se a hipótese de suboclusão intestinal, sendo introduzida sonda nasogástrica. TC de abdome e pelve monstrou que a massa tinha origem pélvica, se estendia até região paraumbilical à direita, não havia plano de clivagem com o útero, sugerindo leiomioma uterino; sem linfonodomegalias e que a causa da suboclusão era uma alça protusa por orifício herniário umbilical. USG de abdome total indicou ascite moderada, além da massa que se estendia de meso a hipogástrio, de aspecto heterogêneo e contornos lobulados. A cirurgia propunha retirar da tumoração, realizar biópsia de congelação e, caso confirmada a malignidade, completar a cirurgia para câncer de ovário. Se benigna, o tratamento seria a retirada do tumor, histerectomia e fixação da cúpula vaginal no promontório. Na cirurgia observou-se ascite moderada; massa endurecida de origem em anexo direito, regular e sem aderências. O laudo citopatológico do líquido ascítico revelou ausência de células neoplásicas e o exame anatomopatológico da peça constatou fibroma de ovário direito, sendo, portanto, realizada histerectomia total com promontofixação de cúpula vaginal com tela de polipropileno, além da liberação da alça intestinal e herniorrafia umbilical. Paciente evoluiu bem no pós-operatório e continuou acompanhamento ambulatorial. Discussão: A Síndrome de Meigs é uma patologia rara, de etiologia e fisiopatologia pouco conhecida. Trata-se de diagnóstico diferencial de tumor maligno de ovário, que neste caso justificou a investigação diagnóstica da paciente para neoplasia ginecológica. Apesar do caso se referir a associação com o prolapso genital, ambas não guardam relação entre si. O prolapso genital é uma entidade complexa de etiologia multifatorial. A paciente apresentou história gineco-obstétrica de GIX PNIII AVI, o que provavelmente determinou a presença do prolapso genital.


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■ Sobre um caso incomum de coriocarcinoma Angela M.Baptista, Monique Gitirana, Silvana Trigo, Luiz Augusto F.Santana, Paulo Belfort Objetivo: Relatar caso clínico incomum de coriocarcinoma simulando nódulo miomatoso. Material: caso singular de paciente com coriocarcinoma de longa evolução “camuflado” como mioma uterino. Método: rastreamento clínico, ultrassonográfico e por ressonância nuclear magnética em paciente com hipermenorréia e choque hipovolêmico. Resultado: PS, 31 anos, Gesta 1 para O, TM = 12/ 30/ 5-6 dias, sexarca aos 17 anos, 1 parceiro, DCI, nega outras doenças e alergias. Histórico familiar sem informações relevantes. Em junho de 2011 iniciou quadro de irregularidade menstrual com hipermenorréia. Procurou atendimento médico e diagnóstico foi de miomatose uterina. Apesar de medicamentos prescritos, continuou com sangramento com necessidade de hemotransfusão.Ficou sendo acompanhada em município do interior do Estado durante 11 meses. Em 23/11/2011 realizada ultrassonografia que diagnosticou ovo anembrionado. No período de agosto a novembro de 2011, dosagens de ßhCG encontravam-se em torno de 2230mUI/ml. Foi realizada nova ultrassonografia que mostrou apenas miomatose uterina.Seguiu sendo acompanhada com ultra som e dosagem quantitativa de ßhCG que mostrou-se em ascendência. Em 02/04/2012 foi encaminhada para o CRNTG-RJ no Hospital da Mulher Heloneida Studart.Ultrassonografia revelou útero com 167X134X74 mm (volume = 861cm3), contornos irregulares, múltiplas formações nodulares as maiores com 88X75mm, 35X25mm e 36X28mm.Presença de material amorfo em cavidade endometrial. âhCG = 441.708 mUI/ml. Realizada vacuoaspiração. Solicitados RNM de pelve e abdome e TC de crânio. Com o objetivo de rastrear implante de lesão trofoblástica que justificasse os níveis de âhCG. A ressonância de pelve revelou que o “mioma maior”com 7 cm de diâmetro apresentava áreas de necrose com hemorragia em permeio com imagens semelhantes a pequenos cistos (vesículas?). A paciente apresentava-se com alterações hemodinâmicas importantes e foi internada para reposição volêmica e âhCG mostrou resultado de 523.689mUI/ ml pós esvaziamento uterino. Discutimos com a paciente, seu marido e a família a indicação cirúrgica que foi imediatamente aceita. Em 09/05/2012 foi realizada histerectomia total abdominal que transcorreu sem intercorrências.Paciente teve alta 72 horas após e âhCG encontra-se em 111.164mUI/ml. Exame histopatológico confirmou coriocarcinoma. Paciente está em seguimento de NTG.

■ Sobre um caso raro de mola completa simultânea a prenhez abdominal Angela M.Baptista, Eduardo Gerde, Sérgio Teixeira, Elton Lopes, Paulo Belfort MMS, 30 anos, gesta 4, para 3. Menarca 13 anos. Primeira relação sexual aos 15 anos (1995). Menstruação sempre foi regular: 26-28/4. Primeira gravidez, 1999, gestação normal de termo, parto vaginal sem intercorrências em 11/02/2000. Segunda gravidez, 2001, gestação normal de termo, parto vaginal sem intercorrências em 28/11/2001. Terceira gravidez 2002, gestação normal de termo, parto vaginal em 09/11/ 2002 com retenção de placenta exigindo a sua remoção manual. Período puerperal febril necessitando de terapia antibiótica. Camisinha era o único método contraceptivo empregado (irregularmente sic) antes e após gestações. Apesar de ter mantido relações sexuais regulares após o terceiro nascimento, a paciente permaneceu nove anos sem engravidar. Em janeiro de 2011 separou-se do primeiro marido, contraindo novo casamento. O novo casal decidiu ter mais filho. Gestação atual DUM = 05/07/ 2011. No início de agosto, queixou-se de dor abdominal. Em 12 de agosto (5, 4 semanas de amenorréia), foi atendida em unidade de emergência, realizando exames de sangue, tendo teste de gravidez positivo. Uma semana após

G&ORio (11/08/11) relatou novo episódio doloroso cuja causa foi atribuida pelo médico assistente a prisão de ventre. Iniciou pré-natal em clínica privada realizando ultrassonografia transvaginal na 9ª semana de amenorréia. O exame não evidenciou imagem fetal intra-uterina e, ao revés, revelou a presença de mola completa. Nada foi visto na projeção dos anexos nem na cavidade abdominal (Figura 1). A paciente foi encaminhada para o CRNTG do Rio de Janeiro, lá chegando em 5 de setembro (9 semanas de amenorréia. Após exames físico e laboratorial rotineiros a dosagem sérica de hCG era 67.350 mIU/mL. Foi, a seguir, submetida a esvaziamento uterino mediante vácuo-aspiração. O exame histopatológico confirmou o diagnostico de mola completa. Teve alta no dia seguinte em condições clinicamente estáveis e sem queixas. Duas semanas após o esvaziamento uterino em virtude de dor abdominal aguda e intensa foi atendida em Pronto Socorro, porém, sem melhora dos sintomas. Retornou ao CRNTG três dias após (19/09), pálida e com intensa dor abdominal. Sinais vitais preservados: freqüência cardíaca 76bp/min e PA 130x70 mm Hg, ausente sangramento vaginal. Exame do abdome mostrouse difusamente sensível e doloroso com irradiação para toda a região inferior. Foi a paciente hospitalizada, hidratada e medicada com analgésicos e antieméticos. Logo submetida a novo exame ultrassonográfico que evidenciou a presença de prenhez abdominal implantada no flanco direito. Paciente foi encaminhada para o Hospital da Mulher Heloneida Studart com diagnóstico de abdome agudo. Foi submetida a laparotomia exploradora e retirada do embrião.Placenta estava aderida às alças intestinais e outras estruturas anatômicas.Placenta permaneceu in situ. Após recuperação, paciente retornou ao CRNTG onde ainda está em seguimento. O âhCG está em níveis normais (<1, 0mUI/ml) e exame ultrassonográfico realizado em 14/ 05/2012 mostrou resquício placentário de cerca de 3, 0 cm. Paciente está assintomática.

■ Tratamento conservador da gravidez ectópica no Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense Antônio Braga, Camila Assad Gutman, Sara Pereira Leite Lima, Valéria Mendes, Luciano Marcolino Introdução: A gravidez ectópica é condição potencialmente fatal e a principal causa de morte materna no primeiro trimestre da gestação. Avanços no diagnóstico precoce têm possibilitado a redução dessa mortalidade, bem como permitido a prática de tratamento conservador em um maior número de pacientes. Objetivo: Relatar o caso de paciente com diagnóstico de gravidez ectópica tubária tratada clinicamente com Methotrexato sistêmico. Relato de caso: Paciente C.F.O., 35 anos, branca, solteira, auxiliar administrativa, moradora do Rio de Janeiro, III G I P I A I gravidez tubária anterior (feito salpingotomia à direita). Paciente deu entrada no Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP-UFF) no dia 08/06/11 com quadro de dor e sangramento transvaginal há 13 dias. Ultrassonografia evidenciou massa heterogênea de 33 x 21 x 23 mm, com saco gestacional localizado em tuba uterina esquerda, sugerindo gravidez tubária íntegra e a dosagem inicial de hCG foi de 2.000 mUI/mL. No momento da internação a paciente encontrava-se em bom estado geral, sem sinais de irritação peritoneal. Devido seu quadro clínico, idade, desejo reprodutivo futuro, histerossalpingografia mostrando obstrução tubária à direita, optouse pela conduta expectante com o uso de Methotrexato 50mg IM, em dose única, realizado em 09/06/11, e acompanhamento no Centro de Doenças Trofoblásticas do HUAP-UFF dos níveis de hCG. A paciente evoluiu bem durante acompanhamento, apresentando queda abrupta e significativa dos níveis hormoniais, recebendo alta ambulatorial em julho de 2011, após a normalização hormonial, devendo retornar após 6 meses para reavaliação. Discussão: Cerca de 35% das pacientes com diagnóstico de gravidez ectópica preenchem critérios de elegibilidade para tratamento clínico dessa condição: estabilidade hemodinâmica, capacidade/desejo de realizar o acompanhamento pós-tratamento, nível sanguíneo de hCG d” 5000 mUI/mL e ausência de atividade cardíaca fetal. A via de administração do Methotrexato


o

G&ORio mais preconizada é a sistêmica e, dentre estas, a intramuscular é a mais comum. A droga pode ser administrada segundo dois protocolos: o de dose única ou o de múltiplas doses. Maiores estudos são necessários para comparar os efeitos sobre o futuro reprodutivo do tratamento clínico em relação ao tratamento cirúrgico. Conclusão: O tratamento da gravidez ectópica com Methotrexato é alternativa para tratamento não invasivo dos casos de gravidez ectópica diagnosticados precocemente que preencham rigorosos critérios de inclusão.

■ Tratamento conservador da gravidez ectópica cervical, utilizando metotrexate intraovular – relato de caso Luciano Gutierrez Perez, Carlos Eduardo Ferreira Novaes, Carla Moreira Cooper, Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho Objetivo: avaliar a evolução clínica de uma paciente com gravidez ectópica cervical em tratamento conservador com metotrexate intraovular. Material e Método: reportamos à evolução de caso clínico. Discussão: paciente de 37 anos de idade gesta I para 0 que nos procurou na 33ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro com 9 semanas de amenorreia, dor em hipogástrio, Bhcg 50.981 iu-ml. Ultrassonografia realizada no mesmo dia, mostrou gravidez cervical compatível com 8 semanas e 4 dias de evolução, com saco gestacional localizado a 0, 82cm do orifício cervical externo. Por ser a paciente nulípara, optamos pelo tratamento conservador, com injeção de 50mg de metotrexate intraovular, com consentimento da própria paciente e de seu marido. Após a administração do metotrexate, houve leve aumento do Bhcg. Após 7 dias, foi constata a ausência de BCF, e 48 horas depois de cessados os BCFs, os níveis de Bhcg decresceram, gradativamente, até negativar, após 7 semanas. Mesmo assim, a ultrassonografia ainda mostrava material residual do saco gestacional; porém, sempre, com Bhcg negativo. Após 6 meses, não mais foi observado material residual, o que também foi confirmado com histeroscopia, que também constatou a competência cervical e a permeabilidade tubárea bilateral. Conclusão: a gravidez ectópica tem incidência de 10, 37 por 10.000 mulheres em idade fértil. É responsável por 10% a 15% das mortes maternas, tendo a gravidez cervical incidência em cerca de 0, 2% desses casos. A injeção intraovular de metotrexate mostrou-se eficaz no tratamento da gravidez ectópica cervical, mesmo com feto vivo e já com 8 semanas de evolução, sendo, indiscutivelmente, boa opção terapêutica, principalmente, em pacientes que desejam ainda engravidar. Atualmente, essa paciente encontra-se nas últimas semanas de uma gestação tópica e de evolução fisiológica, que se iniciou 18 meses após o tratamento com metotrexate.

■ Tratamento de adolescentes com mola hidatiforme em unidade de terapia intensiva Izildinha Maestá, Antônio Braga, Ekaterini Koutsantonis Pires, Cecília Canedo Freitas Desmarais, Paulo Traiman Objetivo: Apresentar série de casos de adolescentes com complicações clínicas graves da doença trofoblástica gestacional (DTG) tratadas em unidade de terapia intensiva. Métodos: Foram avaliadas 146 adolescentes do Centro de Doenças Trofoblásticas (CDT) da Universidade Estadual Paulista e do CDT da Universidade Federal Fluminense, entre 1990 e 2010. Destas, oito (5, 4%) receberam tratamento multidisciplinar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido às complicações da DTG. Dados clínicos incluíram idade, altura uterina, idade gestacional, hCG sérico, complicações, escore de risco da mola hidatiforme (MH) desenvolver neoplasia trofoblástica (NTG), método de esvaziamento uterino e necessidade de quimioterapia. Resultados: Média de idade foi 15±1, 92 anos (13-19). Todos os casos foram diagnosticados como MH avançada entre 13-22 semanas de gravidez e apresentaram tamanho uterino > esperado para idade gestacional (mediana 15 cm, mínimo 13, máximo 28cm). Mediana do hCG sérico foi 509.012 mUI/ mL (P25-P75: 286.290-990.058, 75 mUI/mL). Complicações que levaram à

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admissão das adolescentes na UTI foram hemorragia e choque hipovolêmico (6/8), um dos quais associado à insuficiência respiratória e outro a choque séptico; insuficiência respiratória (1/8) e eclampsia (1/8). A MH foi tratada por vácuo-aspiração. Escore de risco para desenvolvimento de NTG foi alto (mediana 7, P25-P75: 6-8). Seis pacientes necessitaram de quimioterapia para NTG. Nenhuma adolescente morreu, mas uma teve NTG de alto risco e por isso necessitou de ligadura das artérias hipogástricas e histerectomia com anexectomia devido à ruptura de metástases e choque hipovolêmico. Conclusões: A tendência das adolescentes para esconder gravidez leva ao atraso diagnóstico da DTG, e isto resulta em complicações graves. Nestes casos, esvaziamento uterino imediato da MH, cuidado intensivo multidisciplinar e seguimento rigoroso são essenciais.

■ Tratamento exitoso de neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar de alto risco com incontáveis metástases no centro de doenças trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense Antônio Braga, Lívia Della Líbera, Camila Assad Gutman, Luciano Marcolino, Flávio Prado Vasques Objetivo: Relatar caso de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) pósmolar com múltiplas metástases pulmonares que logrou cura após tratamento com quimioterapia com regime de múltiplos agentes. Relato de caso. Paciente RM, 16 anos, solteira, parda, estudante, veio encaminhada ao Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense (CDT HUAP-UFF) com queixa de sangramento transvaginal persistente e de grande intensidade, mesmo após ter sido submetida a duas curetagens uterinas fora do Centro de Referência e hemotransfusão de 5 concentrados de hemácias. Em seu exame físico, a paciente encontrava-se hipocorada, hipotensa, taquicárdica, anêmica (hematócrito 21% e hemoglobina 7g/dL), ausculta cardio-pulmonar normal, abdome flácido, pouco doloroso à palpação na fossa ilíaca esquerda, com presença de massa nesta topografia. Exame especular normal. Toque vaginal: útero ântero-verso-fletido, intrapélvico, anexos palpáveis bilateralmente. Instável hemodinamicamente, foi necessário hemotransfusão de 4 concentrados de hemácias. Ultrassonografia transvaginal feita em 05/05/ 11 mostrou cavidade endometrial vazia, com miométrio exibindo vascularização abundante e baixos índices de resistência, sugerindo invasão molar; além de múltiplos cistos teca-luteínicos bilateralmente. Sua primeira dosagem de hCG foi de 56.744, 89 mUI/mL. O RX de tórax mostrou múltiplos nódulos pulmonares metastáticos, o maior medindo 4 centímetros. A tomografia computadorizada (TC) de tórax encontrou incontáveis nódulos pulmonares (mais de 100 nódulos de tamanhos diferentes, muitas micrometástases). Estava normal TC de abdome-pelve e de cérebro, feita em 06/05/11. Diagnosticou-se caso de NTG estadio III risco OMS/FIGO/ISSTD 6. Foi iniciado tratamento quimioterápico com regime de Methotrexate (1mg/kg) nos dias 1, 3, 5, 7 e resgate do ácido folínico (15mg VO) nos dias 2, 4, 6, 8. Após 4 ciclos deste tratamento, constatou-se resistência ao antineoplásico. A paciente foi submetida ao estadiamento dinâmico da OMS/FIGO/ISSTD, sendo re-classificada como estadio III: 8. Foi iniciado quimioterapia com múltiplos agentes, regime EMA/CO, conjugando Etoposide, Methotrexate, Actinomicina-D, Ciclofosfamida e Oncovin, com poucos efeitos colaterais (alopecia, vômitos, candidíase de repetição). Após 2 ciclos deste regime, a paciente obteve remissão da NTG, sendo tratada com mais 2 ciclos de quimioterapia de consolidação. A paciente encontra-se com níveis normais de hCG há 7 meses e permanece em seguimento mensal no Centro de Referência do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense. Conclusão: Doença trofoblástica é uma entidade hemorrágica da gestação, devendo ser tratada em Centros de Referência. Mesmo nos casos de neoplasia metastática, o tratamento adequado é capaz de promover a remissão da doença e a cura da paciente.


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■ Tuberculose mamária associada a eritema nodoso Bethania Maia, Isabella Palazzo, Ana Helena Correia Carneiro, Augusto César Peixoto Rocha, Flávia Clímaco. Objetivos: Apresentação de um caso de tuberculose mamária associada a eritema nodoso, discutindo as características clínicas, diagnóstico e tratamento da doença. Material e Métodos: Paciente de 18 anos foi internada com poliartralgia, eritema nodoso, febre, mialgia e hiperemia ocular para investigação. Evoluiu com hiperemia focal em QSE da mama direita com área de flutuação. Foi iniciada antibioticoterapia associada a corticoide oral sem melhora do quadro clínico, evoluindo com a formação de fistulas cutâneas em mama direita com saída de secreção serosa. Foram realizadas ultrassonografia mamária (USG), ressonância nuclear magnética (RNM), biopsia incisional da lesão e culturas para fungos e micobactérias, para esclarecimento diagnóstico. Resultados: A USG evidenciou espessamento de pele e tecido subcutâneo e parênquima mamário hiperecogênico nos quadrantes externos e região areolar com áreas hipoecóicas de limites mal definidos e infiltrantes de permeio sem configurar coleção organizada. Presença de ectasia ductal retroareolar com material ecogênico e linfonodos de aspecto reacional em axila direita (BIRADS 2). A RNM demonstrou processo inflamatório difuso em mama direita com coleções em organização (BIRADS 2). O exame histopatológico evidenciou reação inflamatória e granulomas abundantes e confluentes, sem sinais de necrose caseosa. Não foram evidenciados microorganismos nas técnicas de impregnação pela prata, Ziehl Nielsen e PAS. As culturas realizadas foram negativas. Foi iniciado tratamento com antituberculostáticos (esquema RHZE), com melhora progressiva do quadro clinico. Conclusão: A mastite tuberculosa é uma entidade clínica rara, com incidência variando entre 1 a 5%. Acomete mulheres jovens, sendo geralmente unilateral. Pode apresentar-se como nódulo doloroso ou não, associado a edema, abaulamento mamário, espessamento cutâneo, retração do mamilo e formação de fístulas. Pode ocorrer associação com eritema nodoso. Entretanto, outras causas podem estar relacionadas ao desenvolvimento de eritema nodoso como sarcoidose, medicamentos, mastite granulomatosa idiopática, infecções bacterianas, fúngicas e virais. O diagnóstico pode ser realizado por bacterioscopia, cultura do material e exame histopatológico. Entretanto, todos apresentam baixos índices de positividade. Os achados por imagem são pouco específicos para mastite tuberculosa. A presença de granuloma com ou sem necrose caseosa é altamente sugestiva de tuberculose, embora possa ocorrer em outras situações como a mastite granulomatosa idiopática, que apresenta granulomas não caseosos na unidade lobular e responde a corticoterapia. No caso relatado optou-se por prova terapêutica com antituberculostáticos, tendo em vista três fatores: a maior prevalência da tuberculose em nosso meio, os baixos índices de positividade dos métodos diagnósticos e a falha terapêutica observada com corticoterapia, o que excluiu a mastite granulomatosa idiopática.

■ Tumor de células granulares da mama Fabiana Ardeo; Christiane Lopes; Ana Luiza Miguez; Aguinaldo Ferreira Leite Filho; Flávia Clímaco. Objetivos: Apresentação de um caso raro de tumor de células granulares em paciente idosa, com a finalidade de discutir os aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento da doença. Materiais e Métodos: Paciente do sexo feminino, 79 anos, foi atendida no Ambulatório de Mastologia, referindo nódulo em mama esquerda há 2 anos. Realizado exame físico e solicitados mamografia e ultrassonografia mamária para avaliação radiológica da lesão. Punção aspirativa com agulha fina e core biópsia foram indicadas para esclarecimento do diagnóstico. Exérese da lesão com margem de segurança foi realizada para diagnóstico definitivo e tratamento. Realizado seguimento mamográfico semestral por um ano, seguido de acompanhamento clínico e mamográfico anuais. Resultados: O exame físico demonstrou nódulo de 2 cm em QSE de mama esquerda, próximo à linha axilar anterior, endurecido, aderido, sem sinais flogísticos. A mamografia detectou nódulo denso, espiculado, com distorção arquitetural (BIRADS V) e a ultrassonografia mamária observou tratar-se de nódulo sólido, de limites imprecisos, com sombra acústica posterior e vasos intralesionais ao doppler (BIRADS V). O estudo citopatológico revelou aspecto benigno com células ductaisapócrinas. A core biópsia mostrou quadro

morfológico e padrão imunohistoquímico compatível com tumor de células granulares, apresentando os marcadores S-100, CD-68 e vimentina positivos. O diagnóstico histopatológico definitivo, através da exérese da lesão com margem de segurança, foi compatível com tumor de células granulares benigno Conclusão: O tumor de células granulares da mama é uma neoplasia rara, tendo sido descrita pela primeira vezem 1926 em paciente com lesão em língua. A mama é sede de 5% dos tumores de células granulares. A sua incidência é de1: 1000 neoplasias de mama. Acomete na maioria das vezes mulheres (9: 1), dos 30 aos 50 anos de idade. Pode acometer diversas regiões como glândulas salivares, brônquios, mama e próstata. A localização mais comum se encontra em cabeça e pescoço. Na maioria das vezes apresenta caráter benigno. Em aproximadamente 3% dos casos é maligno. Sua histogênese é incerta. Este tipo de tumor provavelmente está relacionado com uma alteração no metabolismo celular das células de Schwann, teoria reforçada pela constante presença da proteína S-100 na imuno-histoquímica, que se manifesta com positividade de padrão citoplasmático. A ausência de miosina e mioglobina demonstra que a origem não deve ser mioblástica. Os exame clínico e radiológico podem simular carcinoma de mama, sendo necessária exérese total da lesão para esclarecimento do diagnóstico. O exame histopatológico revela a presença de células fusocelulares e pleomorfismo nuclear, núcleo grande vesiculoso e nucléolo proeminente. A imunohistoquímica pode ser necessária para confirmação do diagnóstico, sendo positiva para proteína S-100, CD-68 e vimentina, como no caso descrito. O tratamento de eleição é a exérese da lesão com margem de segurança, com posterior acompanhamento clínico e por exame de imagem, uma vez que pode ocorrer recorrência local da lesão em 15% dos casos.

■ Tumor Filoide Maligno Marcelo Morais Barbosa; Elizabete Romano; Leonardo Hoehl Carneiro; Augusto César Peixoto Rocha; Flávia Clímaco Objetivo: Relatar um caso de tumor filoide maligno, descrevendo as características clínicas, diagnóstico e tratamento da doença. Material e Métodos: Paciente do sexo feminino, 46 anos, foi atendida no Ambulatório de Mastologia com tumor em mama esquerda que apresentou crescimento rápido. O exame físico demonstrou tumor de consistência fibroelástica, móvel e indolor, ocupando os quadrantes superiores e região retroareolar de mama esquerda, medindo 15X15cm. Realizada core biópsia para esclarecimento diagnóstico e foi indicada exérese da lesão para diagnóstico definitivo e tratamento. Resultados: A core biópsia foi compatível com neoplasia fibroepitelial sem atipias, sugerindo tumor filoide. Realizada tumorectomia com margem de segurança, sendo evidenciada tumoração bem delimitada, encapsulada, firme, com superfície de corte brilhante e heterogênea, ora branca, ora vinhosa, medindo 10, 5 X 6, 5 X 6, 0 cm. À microscopia foi observado componente neoplásico estromal, com intenso pleomorfismo nuclear e alto índice mitótico (até 10 mitoses/10 CGA), com áreas de diferenciação condromatosa e alteração mixóide da matriz extracelular. A neoplasia apresentava bordas expressivas e componente epitelial não neoplásico com proeminente hiperplasia epitelial ductal usual e metaplasia apócrina. As margens cirúrgicas estavam livres. Conclusão: O tumor filoide corresponde a 0, 5 - 1% dos tumores da mama. Geralmente é unilateral, acometendo com mais frequência mulheres brancas na quarta década de vida. Inicialmente apresenta crescimento lento, apresentando após esta fase rápido crescimento, atingindo grande volume. Histologicamente, o tumor filoide pode ser benigno, maligno ou borderline. A variedade benigna é a mais frequente. Os tumores malignos correspondem a 25% dos tumores e podem evoluir com metástase à distância em aproximadamente 1020 % dos casos, geralmente para pulmão, fígado e ossos. A tumorectomia é o tratamento de escolha, independente da histologia do tumor. Margem de segurança de 1 cm de ve ser obtida para evitar a recorrência do tumor. A mastectomia está indicada quando a relação tamanho tumoral/tamanho mamário é insatisfatória para a exérese total da lesão com margens livres e resultado estético satisfatório. O esvaziamento axilar não é necessário, já que as metástases para linfonodos axilares são raras, mesmo na variedade maligna. A adenopatia axilar, quando presente, é pela reação inflamatória decorrente de necrose tumoral e ulceração. A radioterapia pós-operatória é controversa e pode ser considerada nas recidivas e nos casos com margem comprometida ou inferior a 1 cm. A quimioterapia pode ser indicada nos casos de doença metastática, embora não influencie a sobrevida.


1º Produto específico para prevenção de DTN em mulheres de Baixo Risco

1

400 mcg de ácido fólico | Dose preconizada para prevenção de DTN em mulheres de baixo risco1,2,3,4

Único com vitamina E | 4

Cápsula gelatinosa mole

Antioxidante 2

Instituições que recomendam 400 mcg de ácido fólico/dia para prevenção de DTN 1998 1998 1999 1998 2005 2009 2009

Institute of Medicine (IOM) 8 American Academy of Neurology 9 American Academy of Pediatrics 10 6,7,11

Central of Disease Control and Prevention (CDC) American Academy of Family Physicians 12

2009

U.S. Preventive Services Task Force 13

2010

FEBRASGO 14

DTN-fol® - ácido fólico 400 mcg e acetato de dextroalfatocoferol 10 mg. Uso adulto. Indicações: DTN-FOL® está especificamente indicado para a prevenção de distúrbios do tubo neural relacionados à deficiência de ácido fólico, em mulheres que estejam em idade fértil, especialmente as que desejam engravidar. As mulheres que faziam uso de anticoncepcionais e interromperam o tratamento para programar uma gestação, têm uma indicação absoluta. Contraindicações: DTN-FOL® é contraindicado a pacientes com história prévia de sensibilidade ao ácido fólico ou aos componentes da fórmula. O ácido fólico é contraindicado no tratamento da anemia perniciosa e também da anemia megaloblástica. Registro MS – 1.0974.0202. Material de distribuição e uso exclusivo aos profissionais de saúde. DEZEMBRO 2011. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

Contraindicações: DTN-FOL® é contraindicado a pacientes com histórico de sensibilidade ao ácido fólico ou aos componentes da fórmula. Interações medicamentosas: colestipol, anticonvulsivantes (como a fenitoína), pancreatina e sulfassalazina podem diminuir a absorção do ácido fólico. Referências bibliográficas: 1. Monografia do produto; 2. Bula do produto; 3. Resolução RDC nº 269, de 23 de setembro de 2005. Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais; 4. Auditoria Farmacêutica; PMB/IMS, Classe Terapêutica B03X, Outros produtos antianêmicos, incluindo ácido fólico e folinicos, nov./ 2008;T 5. Teratology society consensus statement on use of folic acid to reduce the risk of birth defects. Wiley Liss, 1997; 6. Centers for Disease Control and Prevention (CDC) - 2009. Preventing Neural Tube Birth Defects: A Prevention Model and Resource Guide. Acessado em 30-junho-2011 em http://www.cdc.gov/ncbddd/orders/ pdfs/09_202063-A_Nash_Neural%20Tube%20BD%20Guide%20FINAL508.pdf. 7. Almeida LC, Cardoso MA. Recommendations for folate intake in women: implications for public health strategies. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(11):2011-2026, nov, 2010. 8. Institute of Medicine. Dietary reference intake: folate, other B vitamins, and choline. Washington, DC: National Academy Press, 1998. 9. American Academy Neurology. Practice parameter: management issues for women with epilepsy (summary statement). Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Epilepsia, v. 39, n. 11, p. 1226-31, 1998. 10. American Academy of Pediatrics. Folic acid for the prevention of neural tube defects. American Academy of Pediatrics. Committee on Genetics. Pediatrics, v. 104, n. 2 (Pt 1), p. 325-327, 1999. 11. Central of Disease Control and Prevention. Folic Acid Now. 2005. Disponível em <http://www.cdc.gov/ncbddd/folicacid. November 2005 CDC-NCEH99-0463>. Acesso em: Julho/2011 12. American Academy of Family Physicians. Summary of recommendations for clinical preventive services. American Academy of Family Physicians, p. 1-16, 2009. 13. U.S. Preventive Services Task Force. Folic acid supplementation for the prevention of neural tube defects: an update of the evidence for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med.,2009, v. 150, n. 9, p. 626-632. 14. FEBRASGO, 2010. Manual de Orientação: Perinatologia.

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação.

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