Caderno de Resumos 2º Colóquio de Estudos Saramaguianos

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Saramago polígrafo Claudia Amorim*

José Saramago tem uma vasta e diversificada produção bibliográfica. Contudo, o autor português, ganhador do Prêmio Nobel em 1998, é especialmente conhecido pela sua relevante produção romanesca. São os romances de Saramago publicados na década de 1980 que dão visibilidade ao escritor para além dos leitores de seu próprio país. Falo especialmente de Levantado do chão (1980), Memorial do convento (1982) e de O ano da morte de Ricardo Reis (1984). A partir dessa década, a produção de José Saramago alcança o mundo, traduzida para diversas línguas. Entre a sua produção diversificada, destaco as crônicas. Tanto as reunidas em A bagagem do viajante (1973), como as que se encontram na primeira coletânea deste gênero publicada —Deste mundo e do outro (1971) — foram escritas pelo então jornalista José Saramago, quando da sua colaboração como cronista nos jornais A capital e Jornal do Fundão, entre os anos de 19691973. Nas crônicas, podemos perceber algumas inquietações que irão permear a futura obra romanesca do escritor. Sendo a crônica um texto híbrido, ao apresentar aspectos do cotidiano em linguagem artística, vê-se uma espécie de esboço literário dos temas presentes na ficção saramaguiana, e ainda em diálogo com outros gêneros produzidos pelo autor como a poesia, o teatro, o diário etc. Num caminho de recuperação de escritos menos estudados de José Saramago, esse trabalho dedica-se a analisar algumas crônicas do autor, publicadas, no seu segundo livro de crônicas: A bagagem do viajante (1973), com as crônicas publicadas em A capital, no ano de 1969, e com as que se publicaram no semanário Jornal do Fundão (1971-1972). Palavras-chave: José Saramago. Crônica. A bagagem do viajante.

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