Catálogo Frestas 2017

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BRUNO BAPTISTELLI

São Paulo, 1985. Vive entre São Paulo e Budapeste

Sem título, da série Tolos, 2017 [Untitled, from the series Fools]

O estacionamento do Sesc Sorocaba, onde ocorreu a exposição principal de Frestas, é o ponto de partida do trabalho site specific de Bruno Baptistelli. Para realizar uma instalação que refletisse a arquitetura do local, o artista se apropriou de elementos como rampas de acesso, corrimãos e pequenos degraus, típicos da ambiência de um estacionamento de grandes edifícios comerciais. O processo de Bruno Baptistelli envolve operações de ocupar e interferir em contextos, muitas vezes de maneira sutil e imperceptível. Desde o início de sua prática, ele se interessa pelo rearranjo de elementos cotidianos da cidade como exercício estético. Na série Reorganizações urbanas (2008-2010), passou cerca de três anos compondo geometrias a partir de detritos e objetos entulhados em vias públicas. Havia, com isso, o desejo de tornar visível uma intenção artística no cotidiano da cidade. Já na série Narrativas cotidianas, em andamento desde 2011, o artista registra em fotografias sua deriva no espaço urbano e curiosidades formais que costumam passar despercebidas pelos transeuntes, como figuras e composições que se repetem aleatoriamente. Considerando que o público de eventos de arte no Sesc é bastante diversificado – pois pode também ter chegado à exposição como consequência da visita a outras das inúmeras atividades culturais, esportivas e de saúde que a instituição oferece –, Baptistelli construiu suas esculturas com materiais e procedimentos que extrapolam o universo da arte. LB

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The Sesc Sorocaba parking lot, which hosted Frestas’ main exhibition, is the starting point for a site-specific work by Bruno Baptistelli. In order to create an installation that reflected the local architecture, the artist appropriated some of the staple elements of large commercial buildings, such as ramps, railings and flights of steps. Bruno Baptistelli’s process involves occupying and interfering with contexts, often in a subtle, near-imperceptible way. From the very beginning, Baptistelli has been interested in rearranging the city’s everyday elements as an aesthetic exercise. In the series Reorganizações urbanas [Urban Reorganizations] (2008-2010), he spent nearly three years composing geometries out of detritus and rubble found piled up in the streets. Behind this was a desire to render his artistic intent visible on the cityscape. In the series Narrativas cotidianas [Everyday Narratives], underway since 2011, the artist keeps a photo record of his wanderings in the city and the formal curiosities that tend to go unnoticed to the walker, such as randomly repeated figures and compositions. Considering the highly diverse nature of the public Sesc’s art events tend to attract (many visitors are already at Sesc for other sporting, cultural or health events), Baptistelli built his sculptures using materials and procedures not usually associated with the art world.


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