Jornal Escola Aberta Educação SC - Outubro 2017

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ENSINO MÉDIO

TEMPO DE ESTUDAR Ampliação da jornada escolar, currículos flexíveis, projetos de vida e competências emocionais incorporadas à aprendizagem atraem os jovens para as novas opções de ensino médio, que possibilitam inserção profissional com a garantia de uma formação cidadã. Páginas 6 e 7

THIAGO MARTHENDAL

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO / SC | OUTUBRO 2017


Editorial

Em nome do alfabetizador Arlei Pasini, de Xanxerê, o Escola Aberta homenageia todos os educadores pelo dia 15 de outubro ana cenatti

Páginas 6 e 7 Central

Página 8 MedioTec

Conheça as novas modalidades de ensino médio que apresentam currículos flexíveis com o objetivo de aproximar a escola da realidade dos estudantes

Pelo programa os alunos têm a possibilidade de escolherem caminhos profissionais por meio de cursos técnicos simultâneos ao ensino médio

Página 9 Cedup’s Os 18 Centros de Educação Profissional (Cedup’s) de Santa Catarina oferecem qualificação nas áreas agrícola, industrial e de serviços, com cursos subsequentes ao ensino médio

Página 10 Educação Prisional Conheça a história de um ex-detento que adquiriu o hábito da leitura na prisão e escreveu sua biografia como exemplo de superação janaína mônego

Beatriz Menezes dos Santos Editora do Escola Aberta

Página 5 Professor

osvaldo nocetti

Para os jovens, a escola ideal é um lugar transformador, com currículo flexível, que permite a produção de trabalhos coletivos e extraclasse, o uso de tecnologias, muitas atividades artísticas e esportivas e uma boa alimentação. Ou ainda, uma escola capaz de dialogar com as aprendizagens necessárias à sociedade contemporânea e que estabeleça vínculos com as perspectivas e visões de futuro dos alunos. Tudo isso consta no rol das principais expectativas apontadas pelos jovens do século 21, em pesquisas e debates país afora. Junto às expectativas, no entanto, há um cenário preocupante relativo à juventude. O levantamento realizado pela ONG Movimento Todos Pela Educação com base nos resultados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostra que entre as crianças e os jovens que estão fora da escola, 62% têm entre 15 e 17 anos, faixa etária em que deveriam estar cursando o ensino médio. Por isso, ouvir os estudantes, identificar suas aspirações e entender o que está afastando 1 milhão de jovens de 17 anos que deveriam estar no terceiro ano do ensino médio e lá não estão, e os outros, 1,3 milhão, que não estudam nem trabalham, são algumas das premissas da reforma sancionada pelo Governo federal no início de 2017, que estão sendo gradativamente implantadas pelas secretarias estaduais de educação. A partir de 2013, educadores, especialistas e entidades educacionais Para alcançar a meta passaram a discutir a construção de uma Base Nacional Comum Curricudo PNE e impulsionar lar (BNCC) como parte do Plano Naas novas diretrizes do cional de Educação (PNE), buscando ensino médio, a Secretaria um novo modelo de ensino. Outro de Estado da Educação aspecto da reforma, que pode repreinveste na ampliação de sentar grande incentivo aos alunos, escolas em tempo integral como o aumento da carga horária, cumpre a meta 6 do PNE, que prevê e na formação técnica dos até 2024, cerca de 50% das escolas e estudantes, oferecendo 25% das matrículas, incluindo todos cursos concomitantes ou os níveis da educação, no ensino de subseqüentes ao ensino tempo integral. médio, que se impõem Para alcançar a meta do PNE e como um desafio do impulsionar as novas diretrizes do ensino médio, a Secretaria de Estado sistema produtivo, mas da Educação investe na ampliação que deve ser regido pela de escolas em tempo integral e na internacionalização de formação técnica dos estudantes, valores éticos, morais e de oferecendo cursos concomitantes ou competência. subsequentes ao ensino médio, que se impõem como um desafio do sistema produtivo, mas que deve ser regido pela internacionalização de valores éticos, morais e de competência. O componente técnico e profissional do currículo e a ligação da escola com o mundo do trabalho, por meio dos estágios nas empresas, podem ser elementos positivos para os alunos que desejam ingressar no mercado, ou para aqueles que têm dificuldade de se adaptar a um ensino mais acadêmico. Confira nas páginas 6 e 7 as opções inovadoras que estão garantindo a permanência dos jovens na escola. Leia nas páginas 8 e 9 exemplos de alunos que estão construindo seu próprio caminho por meio de cursos voltados à profissionalização. E de escolas que incentivam e indicam esse caminho. Na página 5, conheça o perfil profissional do educador Arlei Pasini, de Xanxerê, simbolizando a homenagem a todos pelo Dia do Professor. Nas demais páginas, apresentamos parcerias de escolas com instituições públicas e empresas privadas que desenvolvem ações pedagógicas enriquecedoras, com a participação das comunidades. Boa Leitura!

janaína mônego

Competências contemporâneas no ensino

Índice

Página 11 Infraestrutura Dois projetos aproximam a Polícia Militar e as escolas de Ponte Serrada em ações que educam e incentivam a cidadania SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO / SC | OUTUBRO 2017

Editora: Beatriz Menezes dos Santos

Editor de fotografia: Thiago Marthendal

Revisão: Equipe Ascom

Participaram dessa edição: Beatriz Menezes dos Santos, Janaína Mônego, Ana Cenatti, Dafnée Canello, Thiago Marthendal, Manoely Dias Cogo, Gisele Vizzotto e Ricardo Lunge

Fotografia: Thiago Marthendal, Osvaldo Nocetti, Dafnée Canello, Janaína Mônego, Ricardo Lunge, Paulo Monauar, Manoely Dias Cogo, Gisele Vizzotto, Ana Cenatti e Heron Queiroz

Diagramação: Bruno Pagani

2 / OUTUBRO 2017 / escola aberta

Assessoria de Comunicação: Edinéia Rauta

Secretaria de Estado da Educação

ENSINO MÉDIO

TEMPO DE ESTUDAR Ampliação da jornada escolar, currículos flexíveis, projetos de vida e competências emocionais incorporadas à aprendizagem atraem os jovens para as novas opções de ensino médio que possibilitam inserção profissional com a garantia de uma formação cidadã. Páginas 6 e 7

THIAGO MARTHENDAL

Expediente

Nossa capa A ampliação da jornada escolar é um dos focos da Secretaria de Estado da Educação. Na foto, alunos do Ensino Médio de Tempo Integral, da Escola Ivo Silveira, de Palhoça, são motivados a participar de atividades diferenciadas por meio de projetos interdisciplinares

secretaria de estado da educação


Artigo

Reflexões filosóficas no processo formativo

Doutora em Educação/URGS e professora de Teorias da Educação e Filosofia da Educação/UFSC

Dessas reflexões é que poderemos definir projetos de vida e tomar o trabalho como uma das formas de inserção política e social. Dançar com os pés e os conceitos, ter dedos para nuances, fazer manobras com as mãos e ter o espírito livre para ver e criar diferenças, deixando as portas abertas para o novo.

É cada vez mais comum estudantes e jovens de todas as idades idealizarem viagens de estudo e trabalho para países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Só que a maioria dos programas internacionais exige certa proficiência na língua estrangeira, e que esta habilidade esteja comprovada em testes como o TOEFL (Teste de Inglês como uma Língua Estrangeira). Pensando nisso, um grupo de professores desenvolveu o aplicativo EduSynch. Voltado para todas as idades, o app disponibiliza uma série de questionários escritos e em áudio, apresenta uma análise aprofundada do seu perfil, quais áreas você precisa melhorar para realizar o teste e conseguir uma boa colocação nestes programas.

Realidade mista divulgação

Do ponto de vista da universidade, existe o desejo e o compromisso de trabalhar com professores, pois a pesquisa, ensino e extensão nesse campo implica debruçar-se sobre a ideia de formação, pedagogia e práticas educacionais. Assim, a pesquisa no âmbito da educação, e por meio da filosofia da educação, deseja consolidar-se como um recurso pedagógico para enfrentar a vontade de verdade. E em vez de demonstrar, devemos suspender o juízo para pensar, argumentar em múlti-

plas direções. Afinal, por que teríamos que sempre estar anunciando o que fazer com os humanos? E mais, por que pensar que é preciso levá-los todos a um mesmo destino? À educação cabe continuar a ponderar sobre qual vida fica afirmada em seus processos formativos e o quanto supostamente fica desperdiçado; o quanto somos (ou não) desafiados a pensar e ver, para então aprender aquilo que se pode viver e criar incansavelmente outras formas de ser. Durante a formação, também foi possível observar que os educadores têm objetivos de trabalho e desejos pedagógicos que precisamos ouvir; eles não estão apenas aguardando qualquer novidade, esperando ser orientados. Sabem, em sua grande maioria, as pressões de nosso tempo e têm alternativas para enfrentar parte desses desafios. Trata-se de praticar uma escuta sensível, pois tais profissionais demonstram vontade de conhecer e debater livros. Não parecem estar em busca de receitas. Gostam de sua profissão, conhecem as dificuldades e têm discernimento sobre quais promessas são possíveis. Defendem uma escola que precisa de uma infraestrutura adequada, e que nenhuma pedagogia pode dispensar a materialidade de uma escola e suas efetivas condições de trabalho. Também apreciam os momentos de formação para estabelecer referências coletivas e conviver com os colegas de outras regiões do Estado. Dessas reflexões é que poderemos definir projetos de vida e tornar o trabalho como uma das formas de inserção política e social. Dançar com os pés e os conceitos, ter dedos para nuances, fazer manobras com as mãos e ter o espírito livre para ver e criar diferenças, deixando as portas abertas para o novo. Talvez essas sejam algumas condições de uma outra pedagogia capaz de cultivar outras formas que possam dizer sim à vida e sustentem nossa vontade em direção ao conhecimento a despeito de qualquer adversidade.

divulgação

divulgação

LÚCIA SCHNEIDER HARDT

À convite da Secretaria da Educação de Santa Catarina pude novamente pensar a educação com professores. Desta vez, nos cursos de formação para profissionais do ensino médio. Foi muito interessante, em tempos de tantas crises e descompassos pedagógicos ouvir como esses educadores refletem sobre a realidade educacional. Com o tema proposto, Projeto de vida e mundo do trabalho, a formação teve início a partir da exposição de alguns livros, para que pudéssemos aprofundar juntos sobre a dimensão da vida, dos projetos que nos movem e como o trabalho passa a ser prioritário em nossa existência. A dinâmica da formação é oriunda de uma complexa relação entre a conservação e a superação. A vida é uma disputa entre essas duas forças que faz pensar e, por fim, ter amor ao destino e sua dimensão trágica. O tema da superação está ligado à crítica que se faz à cultura configurada pelo princípio da conservação, que tende à estagnação, produzindo por vezes, uma cultura decadente.

Paulo Monauar

EM FOCO Homenagem à Independência

secretaria de estado da educação

divulgação

O 7 de Setembro foi marcado em todo o Estado por uma série de desfiles cívicos que integraram as comunidades escolares. Na capital as homenagens ocorreram na Passarela Nego Quirido com representação de alunos das escolas estaduais e municipais. Em Chapecó não foi diferente, onde cerca de 2,3 mil estudantes da rede estadual participaram das festividades dos 195 anos da Independência do Brasil e dos 100 anos de emancipação político-administrativa do município. Na foto os alunos da banda estudantil da Escola Marechal Bormann, desfilam orgulhosos

A Microsoft vem apostando cada vez mais forte no conceito de Realidade Mista para integrar ambientes de trabalho e estudo com projeções de imagens e informações em tempo real. Ao longo da IFA 2017, maior Feira européia de tecnologia, a empresa finalmente revelou a data de lançamento e os valores dos óculos que serão fabricados em vários modelos por empresas parceiras. O valor varia entre US$ 299 e US$ 535. Com lançamento previsto para 17 de outubro os óculos serão integrados com um par de controles trabalhando conectados sempre a um computador.

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Destaque

Formação de leitores Escola e empresa unidas revitalizam a Biblioteca da Escola Irineu Bornhausen, de Dionísio Cerqueira, e ampliam oportunidades de acesso à leitura por Manoely Cogo - ADR de Dionísio Cerqueira

Manoely Dias Cogo

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ransformar o ambiente escolar a partir de ações que promovam o acesso à leitura, arte e cultura, e ainda proporcionar aos estudantes meios de aprendizagem fora da rotina escolar, com atividades lúdicas, são objetivos do projeto Formando Jovens Leitores. Realizado na Escola Irineu Bornhausen, de Dionísio Cerqueira, o projeto foi impulsionado por uma empresa do município, que passou a contribuir com a revitalização da biblioteca. As ações começaram no início do ano. As aulas de leitura são realizadas diariamente, por 15 minutos, no início do turno escolar. Uma vez por semana, as disciplinas de português e espanhol também são dedicadas à leitura. A iniciativa prevê ainda atividades envolvendo funcionários da empresa, professores e alunos. “Iniciamos com a construção de todo o mobiliário, em que trabalhamos o conceito de sustentabilidade, no qual os ‘palets’ foram a matéria prima utilizada”, destacou a diretora da escola Sirlei Stahl. Segundo a aluna Luciene de Miranda, o projeto é muito importante, não só porque estão revitalizando a biblioteca e ganhando livros novos, mas também por envolver os alunos nas atividades. Para a colega, Gabriela Braúlio, o grande ensinamento foi ver professores, alunos e os funcionários da empresa trabalhando juntos. Quem também aprova a iniciativa é Gabrieli Zanardi. “Antes a maioria de nós lia apenas por obrigação, agora lemos por prazer”, esclarece.

Dentre as ações programadas até o final do ano estão o Sarau Literário, que oferece diferentes línguas e linguagens para a formação intelectual e cultural dos estudantes; o cantinho de leitura, para o horário de recreio e recreações; e o baú de leitura, com doações de livros resultantes de campanha junto às turmas. Além disso, em todos os ambientes da escola são fixados lembretes, cartazes e poesias.

Escola e empresa juntas

Na revitalização da Biblioteca os alunos estudaram os conceitos de sustentabilidade, que faz parte do projeto

O projeto, criado em parceria com a empresa LPD Importação e Exportação estabeleceu um elo entre as necessidades da escola e o desejo da empresa em contribuir de maneira participativa no trabalho escolar. O recurso doado pela empresa está sendo utilizado na estruturação da biblioteca, com todo o mobiliário necessário, bem como a construção de um espaço adequado para os momentos de leitura. Também serão adquiridos cerca de 280 exemplares de livros de Literatura Infanto-juvenil, para melhorar o acervo já existente e torná-lo mais atrativo. A Escola Irineu Bornhausen foi inaugurada em março deste ano. O Governo do Estado investiu um total de R$ 4,8 milhões nas obras, na construção de amplas e modernas instalações oferecendo aos alunos laboratórios, área de lazer, refeitório e o espaço para a biblioteca. O secretário Regional, Norberto Hart, disse que iniciativas como esta, que abrem as portas para que crianças e adolescentes tenham novas oportunidades, são sempre bem vindas.

Aluno inclusivo escreve contos por dafnée canelo - texto e foto

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uiz Fernando Barros Fernandes, portador da Síndrome de Down, tem 13 anos, e é estudante do 7º ano da Escola Irineu Bornhausen, da Capital. Inspirado no forte, valente e verde personagem de quadrinhos, Hulk, ele expressa os sentimentos e o olhar sobre o mundo por meio de desenhos e histórias, o que resultou no Meu livro de Contos. A iniciativa é resultado do pro-

jeto Sou um escritor com Síndrome de Down, da segunda professora Sozi Méri Volgel que, desde 2016, acompanha e incentiva o aluno a escrever histórias por meio de desenhos. “Busco instigar a criatividade, a imaginação e também a desenvolver a coordenação motora dele”, diz. Você pode ler a matéria completa no endereço: https://goo.gl/naMtWh

Luiz Fernando com a mãe Leuza Barros e a professora Sozi Volgel

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secretaria de estado da educação


Professor Janaína Mônego

Arlei Pasini

Um semeador de O Escola Aberta homenageia todos os professores pelo dia 15 de outubro. Eles passam por nossas vidas deixando marcas inesquecíveis pelas aulas que inspiram ou pelo conhecimento e exemplos que o tempo não apaga por Janaína Mônego - ADR de Xanxerê

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Vai deixar saudades Em licença prêmio e já encaminhando a aposentadoria, na sua rápida visita à Escola, foi só abrir a porta da sala para visualizar o brilho nos olhos dos seus alunos, que já estão com saudades. Pasini, além de ensinar matemática, língua portuguesa e as outras disciplinas, também repassa conhecimentos de vida. A aluna Yasmin Locharte, de nove anos, aprendeu uma dessas lições. Ela diz que ele é um bom professor, ensina os alunos e realiza aulas diferentes. “Gosto muito quando ele dá bingo pra gente”, explica. Questionada sobre o porquê gosta desta atividade, prontamente responde: “porque a gente aprende a ganhar e também a perder”, enfatiza Yasmin, como se o aprendizado fosse um presente para a vida. E é!

Mediador do conhecimento Formado no Magistério e Pós-graduado em séries iniciais, o que mais chama a atenção do professor Pasini é a transformação dos alunos na alfabetização. “Todos os dias você percebe um avanço nos alunos. É a escrita, a leitura, a oralidade, o cálculo. Eles vão crescendo em tamanho e em sabedoria e isso me realiza profundamente”, explica o professor. Para ter sucesso na caminhada, a receita é que o professor deve ser mediador do conhecimento. Mais do que ensinar, ele tem a função de encorajar o aluno, apresentar desafios e procurar estampar no rosto um semblante alegre e com positividade. “Nas séries iniciais o professor precisa ser muito criativo para estimular as crianças, para que elas sonhem e acreditem nos seus sonhos. Uns aprendem mais rápido e outros demoram um pouco mais, mas todos aprendem. Não há limite para esta sabedoria”, enfatiza.

Alfabetizou mais de 3 mil crianças Em uma conta rápida e despretensiosa, somamos mais de três mil alunos alfabetizados por Arlei Pasini. Grande parte deles já formados e encaminhados na vida. Outros ainda construindo seu caminho. De todos estes alunos, os que marcaram efetivamente foram aqueles que tiveram dificuldades no processo de aprendizagem. Nesses momentos o professor não se aquietou e buscou alternativas para não deixar o aluno desanimar, desistir e se tornar mais um no índice de evasão escolar. “Os outros coleguinhas vão aprendendo, lendo e os que têm dificuldades ficam pra trás e desanimam. Eu achava uma cartilha, um método, chamava a mãe, o pai, envolvia a escola para fazer com que esta criança, mesmo tarde, pudesse ler e escrever. Esta é a minha grande realização. Este é o sonho dos alunos. Sair das séries iniciais, lendo e escrevendo”.

Gosto muito quando ele dá bingo, porque a gente aprende a ganhar e também a perder” Yasmin Locharte, 9 anos

secretaria de estado da educação

Ler e escrever. Este é o sonho dos alunos das séries iniciais e a minha grande realização” Arlei Pasini

A escola como um todo

Janaína Mônego

a entrada do bairro onde está localizada a Escola de Ensino Fundamental Dom Oscar Arnulfo Romero, em Xanxerê, o professor Arlei Pasini já é reconhecido pelos vizinhos. Uma senhora em frente à residência, degustando o chimarrão no fim de tarde, é avó de um dos seus alunos. Todos acenam, desde o proprietário da mercearia na esquina, as senhoras do chimarrão, até os jovens que passam em frente à escola abrem um sorriso e param para conversar com o professor Pasini. Há 36 anos, a paixão pela alfabetização e pelas séries iniciais norteia a vida do professor que além das atividades em sala de aula, cuida da escola e dos alunos como se fossem seus. No quintal, há um cantinho especial repleto de ervas, como hortelã, poejo, alecrim, gengibre, menta e tantas outras que ele sabe de cor e salteado, principalmente a funcionalidade de cada uma delas. Sempre tem um chazinho para o aluno que não está bem e até mesmo para levar pra casa. Quem conhece o professor sabe que ele gosta do verde, da natureza e que traz muita alegria por onde passa.

Para o professor Arlei Pasini, a sala de aula é muito pouco. O olhar precisa ser amplo e contemplar a escola como um todo. “A escola é como se fosse a nossa casa, ela precisa ser bonita, embelezada, aconchegante. Então, quando as crianças chegam a uma escola que tem flores, que tem árvores, jardinagem, mural, cartazes, sem vidros quebrados, isso faz com que eles também se sintam felizes”, conta entusiasmado. Para ele, a felicidade e o gostar da profissão são construídos dia após dia e vão além do cumprir o horário. Conforme o professor, a paixão pela profissão é intrínseca à paixão pela própria escola. Na dedicação para projetos extraclasses, nas atividades de fim de semana quando necessário. “A gente tem que se doar. Temos que pensar na valorização da profissão e não podemos ficar apegados somente ao aspecto financeiro, que é importante, mas também precisamos ter alegria, saúde, bem estar, credibilidade. Quando o professor conquista credibilidade, vem a sabedoria e o conhecimento”, explica.

Indicador de caminhos Kelen Cristina Tonello é assistente técnica pedagógica da Escola. Ela conhece o trabalho e a trajetória do professor e considera que a experiência faz a diferença. “Ele tem uma bagagem muito grande e às vezes a gente acaba aprendendo no percurso. Quando encontramos alguém que colabora, a coisa anda”, explica. A equipe da escola já começou a contagem do período para sua aposentadoria. O desejo é que ele fique, mas a intenção é compartilhar o máximo de conhecimentos para que estes sejam repassados aos novos professores em início de carreira. “Somou muito. Caminhamos mais firmes e mais seguros. Foi uma pessoa que indicou muitos caminhos e deu certo”, enfatiza Kelen.

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Ensino Médio

Mais tempo na escola DIVULGAÇÃO

por Ana Cenatti - ADR de Jaraguá do Sul

EMI Interdicipli e aulas prá por thiago marthendal

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Currículo flexível com atividades coletivas e extraclasses sob a mediação do professor vão ao encontro das expectativas dos jovens do século 21

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o percorrer os corredores até as salas de Currículo atrativo aulas do Ensino Médio em Tempo Integral Thais ainda relata, que, com ajuda da coordenação e (EMTI), o diretor da Escola Professor Heleodoro Borges, de Jaraguá do Sul, Leopoldo Diehl esforço próprio conseguiu convencer a família. “SemFilho, logo avisa:“não se assustemse ninguém no- pre estudei no ensino regular, aqui mesmo na Heletar a nossa presença”. Ao entrar na primeira sala, odoro, mas quando fiquei sabendo deste currículo esperava-se um silêncio e cochichos curiosos com fiquei indecisa e resolvi tentar. Hoje vejo que estamos a chegada do diretor e da jornalista com a câmera todos amadurecendo e criando responsabilidade que em mãos. Logo se percebe que todos os olhares es- antes não tínhamos”, completa com um largo sorriso. tavam voltados à professora, buscando respostas às Outra coisa a destacar na modalidade tempo intequestões levantadas. Os cadernos, já cheios de ano- gral, é o uso do celular como uma ferramenta de pestações, que logo mais seriam utilizadas e as infor- quisa, frequente em universidades, agora implantado mações aprimoradas nos também no EMTI. Os projetos desenvolvidos alunos pesquisam por paralelamente às aulas. meio de leitor de código QR (Quick ResponDurante a sessão de se), sendo facilmente fotos, uma aluna chamou atenção ao sorrir escaneado pela maioria para a câmera. Era dos telefones celulares Thais Cristina Soares, equipados com câmera. 17 anos, que sonha em “Mais do que uma escola em tempo integral, fazer curso superior e é um novo modelo de ter uma profissão no ensino médio, que traz futuro, mesmo sem inovações pedagógicas o apoio da família. e de gestão, orientando “Dizem que estou perdendo tempo dentro o jovem a ser protagonista e a construir seu da escola, que já poderia estar trabalhanprojeto de vida”, obserThais gosta da socialização proporcionada pelo curso do e ajudando em casa, va o diretor. mas eu sei que vai valer a pena. Aqui a gente não Segundo a coordenadora, Giovana Costa, os esfica o dia inteiro só estudando. Socializamos com tudantes aprendem de maneira mais significativa, outros colegas e temos um contato muito maior com articulando teoria e prática em projetos voltados a melhorar a comunidade em que vivem. os professores”, falou a estudante. ANA CENATTI

Um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio pretende incluir parte dos 62% dos jovens de 15 a 17 anos que estão fora da escola no Brasil. A reforma, debatida por entidades educacionais, professores, gestores e especialistas, e sancionada pelo governo federal dia 16 de fevereiro, flexibiliza os conteúdos curriculares, muda a distribuição de disciplinas, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral. Em Santa Catarina, o Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), implantado inicialmente em 15 escolas, alcança um total de 1.214 alunos. A iniciativa foi impulsionada pela parceria entre a Secretaria da Educação e o Instituto Ayrton Senna, com apoio do Instituto Natura. Para 2018 está prevista a adesão de outras 21 instituições de ensino, que deverão ser custeadas pelo Estado e MEC. Com currículos mais atrativos, os estudantes têm a sua disposição diversas opções. Podem direcionar a trajetória escolar para o ensino técnico profissionalizante, ou escolher, dentre as modalidades de ensino médio, a que melhor se adéque aos seus projetos de vida. Todas essas alterações constam da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que define os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os alunos da educação básica.

Mais vagas na Região

Bate papo com o secretário

Quais são os planos do governo p Como está o andamento da Reforma está sendo combatida? De que manei las? Essas e outras perguntas voaram que as tinham na ponta da língua pa Deschamps. “É muito bom ver que os nossos es tões que envolvem a educação. Por se são frutos deste trabalho de ressignific do pensamento crítico em sala de aula Segundo o professor a associação d formação do Estado-nação permitiu ca real destas instituições, para que os funcionamento dos órgãos públicos.

O secretário Deschamps conversou com os na prática os conceitos de cidadania co

Em 2018 a escola oferecerá 90 vagas para o primeiro ano do ensino médio. Atualmente são 69 alunos matriculados. Segundo a gerente de Educação da ADR de Jaraguá do Sul, Cristiana Ziehlsdorff, está em definição a oferta em outra escola da Região.

Estrutura do EMTI Os alunos têm aulas quatro dias por semana das 7h30 às 17h15 e um dia das 7h30 às 12h15, com as refeições na escola. As disciplinas curriculares são integradas em quatro áreas de conhecimento: Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Os Estudos Orientados: Projeto de Pesquisa, Projeto de Intervenção e Projeto de Vida.

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fortalecimento do protagonis currículo do Ensino Médio aprimoramento da relação te tecnologias e o desenvolvimento de m ras. Atualmente são atendidos 13 mil j 145 escolas de Santa Catarina. Com base nessas premissas, o profe ves, de Blumenau, planejou uma aula d minou com uma viagem à Capital. Pe verificaram ‘in loco’ o Processo de F política e institucional. Programado em duas etapas, de qua çalves começou com a introdução do p alunos. “Desde cedo buscamos inseri nossos estudantes, por meio de redaç jovens compreendam o conceito de C formarem os Estados e manterem a or As visitas guiadas, na segunda etapa Vereadores, e em seguida ao Fórum e à os estudantes foram ao Tribunal de Co lizando o roteiro na Secretaria da Educ Eduardo Deschamps, sobre os conceit

Estrutura do EMI O currículo prevê aulas três vezes po com disciplinas optativas que estimu Propõe um ensino integrado e dinâm organizados a partir de um planejame coletivamente.


Educação Profissionalizante

EMIEP

Os jovens no mundo do trabalho

inaridade áticas

Nos últimos anos, o número de estudantes na educação profissional técnica de nível médio vem crescendo significativamente no Estado. De 2013 a 2017, houve um aumento de 87,6% nas matrículas. Na modalidade de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) as disciplinas técnicas são integradas às grandes áreas do conhecimento, assegurando ao aluno formação geral associada à profissionalização. Gisele Vizzotto

smo juvenil é uma das premissas do Inovador (EMI), que prevê ainda o eoria e prática, a utilização de novas metodologias criativas e emancipadojovem nesta modalidade de ensino em

essor de sociologia Wilsoney Gonçaldiferente, voltada à cidadania que culelo projeto, os 30 alunos participantes Formação do Estado, sua organização

atro meses, o plano de ensino de Gonpensamento político no cotidiano dos ir o tema cidadania no dia-a-dia dos ções, debates e trabalhos, para que os Contrato Social, que leva as pessoas a rdem social”, destacou. a do projeto, iniciaram na Câmara de à Prefeitura do município. Na Capital, ontas e à Assembleia Legislativa, finacação para conversar com o secretário tos de administração escolar.

o O Curso Técnico em Informática da Escola São João Batista, de São Miguel do Oeste apresenta uma grade diferenciada com aulas a distância é o ponto forte do programa

para a educação nos próximos anos? a do Ensino Médio? A evasão escolar ira é planejado o calendário das escom das curiosas mentes dos estudantes ara secretário da Educação, Eduardo

studantes estão atentos às várias queserem alunos do Ensino Médio, eles já cação do espaço escolar e da inserção a”, comentou Deschamps. da teoria com a prática no estudo da aos alunos o contato com a dinâmis jovens pudessem conhecer melhor o

THIAGO MARTHENDAL

s estudantes de Blumenau que observaram conhecendo órgãos públicos na capital

or semana, no contraturno escolar, ulam a criatividade e a inovação. mico, com conteúdos curriculares ento interdisciplinar construído

por Gisele Vizzotto - ADR de São Miguel do Oeste

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scola de São Miguel do Oeste está entre as quatro unidades de Santa Catarina com grade curricular diferenciada que oferece aulas a distância para estudantes do EMIEP. A ideia de cursar a graduação em Ciências da Computação já passa pela cabeça do estudante Eduardo Borghetti, de 16 anos. E o caminho para conhecer a área da tecnologia ele já está trilhando com o Curso Técnico em Informática, na Escola São João Batista, de São Miguel do Oeste. No primeiro ano do EMIEP e com a nova grade, ele já planeja aproveitar as oportunidades que o próprio curso oferece: estágios em empresas parceiras. “Hoje, quanto mais especializações você tem, mais a frente você está”, afirma o adolescente. Esse plano é possível graças a parceria entre a Secretaria da Educação, Itaú BBA e Senai, que permite aos alunos frequentarem 3.264 horas aula, sendo que desse total, 224 são a distância por meio de plataformas virtuais gratuitas. Assim como Eduardo, Paola Greggio, de 15 anos, também quer aproveitar o tempo que terá disponível, mas em vez de estágios, pensa em cursos em áreas de ensino que complementem seu aprendizado no geral. Ela ainda não sabe se quer seguir na

área da informática. “A gente precisa conhecer, experimentar. No curso podemos fazer isso, pois ele concilia o conhecimento do Ensino Médio com uma profissionalização. A gente só tem a ganhar”, ressalta.

Tecnologia A escola recebeu benefícios por ofertar o curso. Além da capacitação para os professores, também foi aumentada a capacidade de acesso à internet. Outros 20 novos computadores foram entregues para melhorar a estrutura do laboratório da unidade. Benefícios que o aluno Gabriel de Oliveira, de 16 anos, já está aproveitando. Ele não pensava em atuar na área da informática, mas hoje, vê com outros olhos a oportunidade.

Estrutura do EMIEP A proposta desta modalidade de ensino médio parte da necessidade de articular o conteúdo da base comum com a profissional, com o objetivo de fazer com que os estudante conclua o ensino médio preparado para ir em busca de emprego ou tentar um curso superior.

“Com o ensino a distância, vou conseguir conciliar o estudo e o trabalho, até mesmo na área, com algum estágio. Além de ajudar em casa, vou adquirir experiência”, planeja o estudante.

Novo currículo evita evasão A diretora da escola, Lenize Borguetti, lembra que a evasão era um problema com aulas em tempo integral. “Nós estamos em uma região na qual a cultura de começar a trabalhar cedo é muito forte, e muitos alunos desistiam para conseguir conciliar o Ensino Médio com o emprego”, justifica. A grade curricular inclui 22 disciplinas e atividades desenvolvidas com o propósito de atrair os jovens (clubes de estudo e oficinas recreativas). O uso de tecnologias educacionais também é um ponto forte do projeto. Os 64 alunos das três turmas têm aulas no período matutino. Outros 27 estão cursando a grade antiga e permanecem com aulas de manhã e de tarde de acordo com o cronograma. O Curso Técnico em Informática teve início em 2010, como resultado de pesquisas realizadas pela unidade escolar e em seguia foi escolhido pela comunidade, em assembleia geral.

As disciplinas estão organizadas nas áreas do conhecimento da base comum: Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática; e da parte diversificada: Informação e Comunicação.

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Educação Profissionalizante Ricardo Lunge

Cedup’s A carreira começa na escola

O aluno de eletrotécnica Maiki Pessati já está aproveitando os conhecimentos adquiridos no Cedup, que possuem ambientes que se assemelham à indústria por Ricardo Lunge - ADR de Blumenau

Os Centros de Educação Profissional (Cedup’s), localizados em diversas regiões do Estado, atendem 10.555 mil alunos em 18 unidades, com previsão da entrega de mais quatro Centros até o final do ano

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aluno do curso de eletrotécnica do Cedup Hermann Hering, de Blumenau, Maiki Eugênio Pessati, não tem dúvidas ao falar sobre a importância em sua vida ao cursar o pós-médio. “Sempre gostei de trabalhar com eletricidade e senti necessidade de ter uma melhor capacitação, então encontrei no Cedup o curso que precisava. Logo no início, já obtive promoções na empresa em que trabalhava, pelo conhecimento que estou adquirindo”, relata Pessati, que está no terceiro semestre. Para o diretor, Osvaldo da Silva Sobrinho, o ensino profissionalizante amplia horizontes de vida dos jovens. “O mercado de trabalho e o vestibular acabam sendo suas metas, devido a capacitação que recebem”, avalia. Sobrinho destaca que hoje, aproximadamente, 100 vagas de empregos são oferecidas por empresas que entram em contato com a unidade escolar buscando alunos que te-

nham o perfil destas companhias. Os empregos oferecidos vão desde estágios até contratos de trabalho, principalmente de alunos que estão no último ano de curso. “O aluno formado aqui é um cidadão preparado para a vida”, acrescenta.

Qualificação O coordenador da eletrotécnica, Vilde João Leone, ressalta a importância do curso que apresenta alguns diferenciais. Explica que além da grande quantidade de aulas práticas, o estudante tem um ambiente propício para buscar soluções que se assemelham à indústria. “Os professores também são um grande diferencial, pela formação técnica profissional e por trabalharem na indústria, fazendo com que o aluno tenha cada vez mais confiança na aula aplicada”, afirma. Atualmente, 520 alunos estão cursando o

pós-médio no Cedup Blumenau. Com duração de quatro semestres e com as aulas no período noturno, são oferecidos oito cursos profissionalizantes: Administração, Análises Clínicas, Contabilidade, Eletrotécnica, Informática, Mecânica, Mecatrônica e Segurança no Trabalho. Para o gerente de Educação, Eliomar Russi, os cursos oferecidos são de fundamental importância, pois são voltados ao mercado de trabalho e têm um currículo que visa suprir a demanda das empresas da região. Os professores ressaltam que quanto maior a qualificação, maiores serão as oportunidades de trabalho. Com 1.700 alunos, o Cedup de Blumenau oferece além dos cursos profissionalizantes subsequentes ao ensino médio, o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Emiep), nas áreas de informática, mecânica e administração, mais o Pronatec/MedioTec.

Ricardo Lunge

Estrutura dos cursos pós-médio Os 18 Centros de Educação Profissional (CEDUP’s ) distribuídos pelo Estado atendem as áreas primária, secundária e terciária, com cursos de até dois anos (carga horária mínima de 800 horas), com estágios curriculares cujo tempo de duração depende da área e do local do curso.

8 / OUTUBRO 2017 / escola aberta

secretaria de estado da educação


Educação Profissionalizante Osvaldo Nocetti

Estrutura do MedioTec O programa visa a oferta de cursos técnicos simultâneos ao ensino médio para alunos regularmente matriculados nas redes públicas. É uma nova ação do Programa Nacional do Ensino Técnico (Pronatec/ MedioTec), uma parceria do MEC com as secretarias estaduais de educação de todo o País. Os estudantes recebem o certificado apenas com a conclusão do ensino médio.

Quem pode fazer

Todo o estudante que estiver cursando o segundo e terceiro ano do ensino médio na rede estadual e em idade própria (15 a 19 anos).

Carga horária

Entre 800 e 1.200 horas, o que equivale até um ano e meio de duração.

Auxílio

Os cursos técnicos em Dança e Artes Circenses do IEE são exemplos de modalidades direcionadas aos alunos do ensino médio que buscam a profissionalização

O estudante receberá assistência estudantil para custear as despesas de transporte e alimentação, quando tiver presença nas aulas. Hoje o valor é de R$3,75/hora aula frequentada, totalizando uma média de R$ 15,00/dia.

Controle de frequência

Oportunidades de futuro D por Dafnne Canello

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Administração, Artes Circenses, Dança, Eletroeletrônica, Edificações, Logística em Qualidade, Hospedagem e Manutenção, Suporte em Informática e Eletromecânica em diferentes escolas estaduais.

Técnico em Artes Circenses

A adoração pelo teatro é algo em comum entre Any e Marcela, alunas do Técnico em Artes Circenses. Até o ano passado elas participavam de um grupo de teatro em uma igreja. Marcela está planejando o futuro, quer prestar vestibular no próximo ano para Artes Cênicas na Udesc. “O curso vai ajudar muito para que eu entre na faculdade com uma boa noção do que vai ser ministrado”, diz. Diminuir a timidez é um desafio que Any está disposta a enfrentar desde o primeiro dia. “O que é trabalhado nas aulas é tão divertido que me ajuda a ficar mais tranquila para a apresentação”, conta.

Técnico em Dança As aulas do Curso Técnico de Dança são intercaladas com a teoria, abordando a história da dança e seus segmentos. As aulas práticas, como o ballet, são ministradas pela professora de Educação Física Naiana Niski, especializada em dança. “É uma ação inovadora, até porque não temos faculdade, nem cursos nessa área, que sejam do ensino público”, elogia. Ainda no equilíbrio dos primeiros passos, desde os dois anos de idade, Julia Araújo Morel é ligada à dança. Passa a maior parte do dia na escola e não pensou duas vezes ao se matricular no curso. “Posso dizer que é o que eu esperava. A dança já faz parte da minha vida, não poderia perder essa oportunidade, afirma.

Cursos oferecidos

Osvaldo Nocetti

Em Santa Catarina o avanço da educação profissional de nível médio se faz sentir com as novas opções de cursos técnicos simultâneos ao ensino médio para alunos regularmente matriculados na rede pública de ensino. Com o Programa Nacional do Ensino Técnico (Pronatec MedioTec), os jovens podem escolher o caminho para as carreiras profissionais que desejam seguir. São 10 cursos em nove escolas

e segunda à sexta-feira, 12 horas por dia, Any Beatriz Vieira e Marcela Diecks se dedicam aos estudos no Instituto Estadual de Educação, em Florianópolis. As duas jovens estão entre os 440 alunos dos cursos Técnicos ofertados pelo Pronatec/Mediotec. A opção foi possível graças a uma parceria da Secretaria da Educação com o MEC, direcionados aos alunos das escolas públicas, que buscam a profissionalização enquanto cursam o ensino médio.

É realizado pela unidade escolar, com registro no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnólogica (Sistec).

O aluno Alexandre Assis Feijó também escolheu Artes Circenses e diz que, apesar de estar em contato pela primeira vez com o circo, já pensa no futuro profissional. “Com o curso eu posso atuar em várias áreas e pode facilitar futuramente para trabalhar”, destaca. De acordo com o jovem, essa é uma ótima oportunidade para descobrir novos horizontes e incluir a arte na sociedade.

Imint laceaquas aut omnis sediti omnis rem venis rent hiligna tectasperum fuga

Escola aberta / OUTUBRO 2017 / 9


Educação Prisional

Uma história de vida Ex-aluno do Ceja de São Miguel do Oeste registra em sua biografia, O Pelicano de Gaiola, o tempo em que esteve preso e como conseguiu, por meio da leitura, a remissão da pena por Gisele Vizzotto ADR de São Miguel do Oeste Gisele Vizzotto

S

empre pensei que deveria contar como é a vida dentro de um presídio. Não vejo glória por ter sido preso, mas meu objetivo é que os jovens conheçam a minha história para que não cometam os mesmos erros”, conta. No livro, Pelicano de Gaiola, Cleverson Dalla Porta, 32, e 12 anos preso, registra em autobiografia os dias de encarceramento. Dalla Porta estava no terceiro ano do ensino médio quando foi preso pela primeira vez e por meio do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), conseguiu concluir a maioria dos blocos de estudo. Neste ano, busca mais essa conquista: terminar o ensino médio. O hábito da leitura surgiu na prisão, durante as seis condenações, passando por cinco penitenciárias e quatro presídios do Estado, em que o desenho e a escrita foram suas distrações. Mas, foi o projeto de remissão pela leitura, realizado desde março de 2017, na Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Miguel do Oeste, que lhe despertou a vontade de escrever um livro.

Viagem pela leitura Presos em uma cela, com as mesmas pessoas, os mesmos assuntos e muito tempo ocioso. Essa era a realidade dos detentos da UPA de São Miguel do Oeste, modificada pelo projeto de leitura criado por meio de uma parceria entre o Poder Judiciário, o Centro de Educação Profissional (Ceja) e a Unidade Prisional do município. O gestor da UPA, André Paulo de Oliveira lembra que a adesão ao projeto é alta. Cerca de 80% participam e isso mudou a realidade do Presídio. “A gente vê a Unidade bem mais tranquila. Eles mesmos se policiam para não ter barulho na cela e conseguirem ler. Hoje, conversam e vivem um mundo diferente”, comemora.

Apoio para publicação Por meio da iniciativa e apoio da Associação Cidadã de Resgate e Efetivação dos Direitos Humanos (Acredh) de São Miguel do Oeste serão publicados 3.000 exemplares do Pelicano de Gaiola, que também traz ilustrações dos lugares em que Dalla Porta passou.

Cleverson Dalla Porta que adquiriu o hábito da leitura no projeto agora busca certificação de ensino médio

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remissão por leitura, a UPA busca outros projetos em parceria com o Ceja, como a realização de cursos profissionalizantes, palestras, trabalho interno e externo. Os coordenadores do projeto informam que receberam muitas doações para montar a biblioteca na unidade prisional, além da compra de livros com verba do fundo de transações penais. Também foi estabelecida uma listagem de livros permitidos e os alunos são relacionados por níveis de conhecimento. “O estudo e a leitura abrem portas e permitem que o preso se sensibilize para que, quando deixar a Unidade, faça opções e decisões mais acertadas em sua vida”, observa o juiz Márcio Cristofoli. “O somatório de forças faz a diferença na nossa sociedade”, acrescenta.

10 / OUTUBRO 2017 / escola aberta

Gisele Vizzotto

Educação para a vida e acordo com a diretora do Ceja, Cleusa Marchezan, muitos detentos começaram a participar do projeto apenas pela remissão. “Nas primeiras semanas, já percebemos a mudança do discurso e pensamento deles, que começaram a agregar conhecimento”, enfatiza. A professora, Maria Helena Moschen acompanha alguns horários de leitura e auxilia na resenha escrita sob sua supervisão, como se fosse uma prova. Ela é quem orienta os detentos nesse projeto, que vai além da remissão. “É um resgate de conhecimento e uma contribuição para a vida dos alunos e para a sociedade”, acrescenta. Após a análise e aprovação do texto, o material é encaminhado ao Poder Judiciário que diminui os quatro dias na pena. Além da

A rotina dele agora é outra. Nos cinco meses de liberdade, está comemorando outras conquistas. Em vez de paredes e grades, são portas se abrindo. Os dias são de reuniões com importantes entidades e órgãos estaduais e federais para tratar do projeto de educação com os jovens.“Estou construindo e procurando o melhor para colher um amanhã mais promissor. O grande motivador disso tudo é ver que você pode fazer o bem. O teu passado e os erros que cometeu são colocados na balança”, observa.

Remissão da pena Segundo a norma, o preso deve ter o prazo de 22 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período uma resenha a respeito do assunto, que deverá ser avaliada pela comissão organizadora do projeto. Cada obra lida possibilita a remissão de quatro dias de pena, com o limite de doze obras por ano, ou seja, no máximo 48 dias de remissão por leitura a cada doze meses.

A professora Maria Helena, do Ceja, acompanha os alunos e os auxilia na produção de textos

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Cidadania

Parcerias de sucesso Projetos conjuntos das escolas de Ponte Serrada com a Polícia Militar partem da música para transmitir valores e incentivar ações cidadãs

por Janaína Mônego - ADR de Xanxerê - texto e fotos

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isciplina, honra e respeito. Esta é a definição do aluno João Vitor Machado, 15 anos, após iniciar sua participação em um projeto desenvolvido pela Polícia Militar de Ponte Serrada, em parceria com as escolas do município. João é aluno da Escola Belermino Victor Dalla Vecchia e é por meio da música que a unidade e a polícia contribuem na construção do conhecimento e formação de cidadãos. No total, são 64 alunos de escolas estaduais e municipais que participam no contraturno dos ensaios da banda de percussão Tropeiros da Ponte. “Eu estou na polícia há sete anos. Tenho uns 400 boletins de ocorrência. A gente tenta resgatar os valores. Quero que alguns, quem sabe no futuro, possam trabalhar com a gente na viatura”, disse o instrutor do projeto, Policial Militar Welinton Luiz Semprebom. A ação, que iniciou em junho atende alunos de sete a 18 anos. Muitos deles em situação de vulnerabilidade social. Mais do que formar cidadãos, a ação também auxilia na condução ao mercado de trabalho. “Tem alunos de 18 anos que no próximo ano já não estarão mais participando do projeto, mas estamos nos esforçado para encaminhá-los ao mercado de trabalho. Nós queremos fazer a diferença na vida desses alunos”, comenta.

Boas notas e bom comportamento Não basta apenas participar da Banda. A condição para o aluno estar inserido na Tropeiros da Ponte, está diretamente ligada ao seu desempenho escolar. A Polícia

Militar envia para as escolas uma avaliação onde constam os conceitos relacionados ao comportamento e ainda do desempenho escolar. “O nosso trabalho é em parceria. Eles precisam ser bons nos dois espaços”, explica Semprebom. O diretor da Escola, Alessandro Mello, comenta que a unidade já contava com instrumentos que agora estão sendo utilizados no projeto, e que o reflexo do trabalho em parceria é sentido na própria sala de aula. Os alunos estão cada vez

mais disciplinados e responsáveis. “Esse aprendizado faz a diferença na construção do conhecimento de cada aluno que participa da Banda”, conta o diretor. Para os pais, fica o orgulho de ver os filhos brilhar por meio da música e a certeza de que estão trilhando o melhor caminho. Marizete Gomes, mãe da aluna Franciane Cecília Habech, 15 anos, diz que o brilho nos olhos e a paixão pela Banda ficam evidentes na vida da filha. “É lindo. Ela está muito feliz. Eles se envol-

vem com a sociedade e aprendem com a Polícia Militar. Nós, pais, estamos orgulhosos”, afirma.

Educação para o trânsito Outro projeto que iniciou no município de Ponte Serrada é o Aluno no Trânsito. Uma parceria com o Ministério Público, o Poder Judiciário, escolas estaduais, municipais e a Polícia Militar, atendendo mais de dois mil alunos das

Nós queremos fazer a diferença na vida desses alunos” Wellinton Semprebom, instrutor da PM

O trabalho de conscientizaçao realizado em parceria com a Polícia Militar transforma os alunos em multiplicadores de conhecimento sobre a educação no trânsito e cidadania

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séries iniciais dos municípios de Ponte Serrada, Passos Maia e Vargeão com instrução de trânsito. Os alunos têm aulas teóricas de 30 minutos e aprendem sobre a educação no trânsito por meio de vídeos e informações repassadas pelos policiais militares que atuam de forma voluntária, em horários de folga. Outros 90 minutos são aproveitados com o ensino prático em uma pista de trânsito, onde ora eles são motoristas e ora pedestres. Os conhecimentos estão em torno da faixa de pedestres, sinalização, rotatória e educação. Para o Comandante do 2º Batalhão da PM, Ten. Cor. PM Ricardo Alves da Silva, os frutos destes projetos talvez sejam difíceis de dimensionar, mas os alunos são multiplicadores da informação com seus professores e familiares. “Essas crianças e jovens vão chegar em casa e convencer os pais da importância de usar o cinto de segurança, não dirigir falando ao celular e fazer a travessia na faixa de pedestres”, destaca. A iniciativa vai ao encontro dos conhecimentos adquiridos na própria escola. Além da aula teórica e prática no grupamento, cada um recebe uma cartilha onde o trabalho de conscientização tem continuidade na escola, junto dos seus professores. A gerente de Educação da ADR de Xanxerê, Elaine Alberti explica que a escola tem o objetivo de mediar o conhecimento e o tema consta do Projeto Político Pedagógico (PPP). “Trabalhar este assunto diretamente com a Polícia Militar é muito melhor, pois estamos aproximando a escola e a Polícia e isso pode fazer a diferença na vida dos jovens”, afirma.

Escola aberta / OUTUBRO 2017 / 11


Notícias da SED Osvaldo Nocetti

Osvaldo Nocetti

FEIRA DE CIÊNCIAS Uma das principais funções da educação é incentivar a descoberta científica e promover a sede pelo conhecimento em crianças e adolescentes. Com esse foco, os meses de agosto e setembro foram marcados pelas Feiras Regionais de Ciências e Tecnologia realizadas em 33 diferentes locais em Santa Catarina. Estas definem os três trabalhos destaques e que representa-

ANO LETIVO 2018 A Secretaria da Educação, em reunião com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/ SC) e Federação Catarinense de Municípios (Fecam) alinharam o calendário escolar das redes estadual e municipais para 2018. Com isso, as férias serão no mesmo período e contribui com o transporte escolar que é feito em conjunto. Os ajustes, se necessários, podem ser feitos pelas Secretarias Municipais de Educação e Gerências Regionais de Educação.

REMATRÍCULAS ONLINE 2018 Mais uma vez a rematrícula dos alunos da Rede Estadual de Ensino será online. Os pais e responsáveis dos alunos do 2º ao 9º ano, e Ensino Médio, deverão realizar o processo pela internet. Por meio do sistema Rematrícula Online será necessário atualizar e completar os dados cadastrais dos estudantes. Os responsáveis que tiverem dificuldade para efetuar a matrícula online, ou que não possuírem acesso a internet, podem utilizar a estrutura das escolas, onde serão orientados e poderão complementar quaisquer dados cadastrais faltantes. ​

Período de rematrícula

A 4ª edição do Concurso de Redação promovido pelo Tribunal de Contas/SC com apoio da Secretaria da Educação procura incentivar os estudantes da rede pública estadual a refletirem sobre a qualidade dos gastos dos governos e dos mecanismos de combate ao desperdício do dinheiro público. Podem se inscrever os alunos do ensino médio, magistério e educação de jovens e adultos (EJA). O concurso faz parte do projeto TCE na Escola, que tem como tema a Transparência e Cidadania. As cinco escolas dos estudantes vencedores ganharão um kit de livros de literatura, um notebook e um projetor portátil e os cinco primeiros colocados e seus professores receberão um notebook e uma viagem à Florianópolis. Para os 36 finalistas da etapa estadual caberá uma menção honrosa. Mais informações no hotsite do Projeto.

Mascotes A novidade deste ano são dois personagens juvenis – um MC e uma DJ. O nome dos mascotes será escolhido por enquete na internet e os estudantes têm três opções de nomes para cada personagem. Para o MC: CallKulê, Tody Olho e Soul Fiscal; e para a DJ, os internautas poderão escolher entre: Ana Liza, Cida Dan ou Isa Mina. Entre e vote: http://ser vicos.tce. sc.gov.br/concurso2017/ votacao.html • Entrega das redações nas Gerências Regionais de Educação e IEE: 8 de outubro • Seleção das redações na SED: até 31 de outubro • Divulgação do resultado: 12 de novembro • Premiação/viagem: 20 a 22 de novembro

CURTAS Destaque no esporte Heron Queiroz

Início das aulas para os professores 5 de fevereiro 2018 Início das aulas para os alunos 15 de fevereiro Recesso escolar 16 a 29 de julho Término 15 de dezembro

rão a Regional na Feira Estadual de Ciências e Tecnologia, que será realizada nos dias 8 e 9 de novembro, em Florianópolis. De cada localidade são escolhidos trabalhos de alunos do Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante. Além de apresentar os experimentos, as feiras permitem conhecer e inspirar a fazer a diferença. Vale a pena acompanhar.

Transparência e Cidadania

16 a 26 de outubro

Projeto Eleitor do Futuro realiza eleições simuladas no IEE Thiago Marthendal

12 / OUTUBRO 2017 / escola aberta

O Instituto Estadual de Educação (IEE), da Capital, em parceria com a Escola Judiciária Eleitoral de Santa Catarina, do TRE, promoveu um dia de palestras e treinamentos com quase 500 estudantes do 9º ano sobre os temas cidadania, representatividade e o valor do voto. A atividade faz parte do projeto Eleitor do Futuro, que promove a capacitação dos futuros eleitores catarinenses sobre o exercício livre e consciente do direito de votar e ser votado. Em sua palestra, o desembargador Jaime Barros apresentou a estrutura de governo do Estado, a importância da ética e da participação popular em regimes democráticos. Ao final do encontro todos os alunos participaram de uma eleição simulada para escolher, entre os vários candidatos fictícios, os representantes dos cargos do executivo e legislativo municipal. A ideia foi inspirada em sistemáticas praticadas por instituições como a UFSP, a Academia de Lideranças de Nova York e pelo Sistema de Formação de Lideranças Escolares da Inglaterra.

Os gêmeos do 1º ano do ensino médio da Escola Anísio de Freitas, de Santo Amaro da Imperatriz, Paullo Sérgio e Sérgio Henrique Pinho de Camargo foram selecionados nos Jogos Escolares de Santa Catarina (JESC), no vôlei de praia, categoria Sub 17, e estarão em Brasília representando o Estado entre 16 e 25 de novembro.

Concurso de professores

Cerca de mil profissionais efetivos irão atuar nas escolas da rede estadual a partir do próximo ano letivo. A Secretaria da Educação vai contratar 600 professores para aulas nas escolas regulares e indígenas e mais 400 vagas que serão destinadas aos cargos de Assistente de Educação, Orientador Educacional, Administrador e Supervisor Escolar. Prova objetiva 8 de outubro

Resultado oficial da prova 25 de outubro

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