Santa Causa Nº39 (Set/2014)

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Ano 2014 - Nº 39 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita

Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985

Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: Grafipóvoa Tiragem: 8000 Design Editorial: Bsolus - Business Solutions Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09

Setembro de 2014 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Geral Mecanismos de promoção da segurança do utente e funcionário na SCMPL

Pág. 04

Benefícios e incentivos ao funcionário da Misericórdia

Pág. 05

SCMPL atribui distinções de antiguidade a funcionários

Pág. 06 / 07

Saúde História: A construção do Hospital António Lopes (continuação)

Pág. 02 Enfermagem: A importância dos ensinos de enfermagem e a intervenção do enfermeiro no utente diabético, insulino dependente

Pág. 10 Terapia da Fala: A Terapia da Fala nas alterações motoras orofaciais

Pág. 11

Social Infância: Tem o seu filho na valência de Jardim de infância? Conheça melhor o Projeto Educativo em trabalho.

Pág. 05

Terceira idade: O papel do psicólogo na terceira idade

Pág. 10

Coro da Misericórdia em estreia

O desafio foi lançado e após auscultação dos funcionários, no passado mês de junho formou-se o Coro da Misericórdia. O Coro conta já com cerca de 70 elementos sendo constituído maioritariamente por funcionários, no entanto a sua participação está aberta aos Irmãos que dele queiram fazer parte.


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Hospital António Lopes

HISTÓRIA DO HOSPITAL ANTÓNIO LOPES | (2) | POR JOSÉ ABÍLIO

Da compra dos terrenos ao início das obras 1. D. Elvira, a inspiradora do hospital

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omo dissemos no número anterior deste jornal foi num cenário extremo de falta de assistência aos doentes pobres que, ao regressarem a Portugal nos finais da década de 1880, António Lopes e sua esposa D. Elvira Câmara Lopes encontraram o concelho da Póvoa de Lanhoso. Reza a memória, e a história também se estriba na memória, que o coração frágil e generoso de D. Elvira se despedaçava quando ouvia os gritos de dor de homens e mulheres acidentados que lhe passavam à porta do palacete da Póvoa, carregados em carrosde-bois, a caminho do hospital de Braga. E que, nessas alturas, profundamente tocada pelas dores alheias, pedia insistentemente ao marido, o Sr. António Lopes, que mandasse construir um hospital nesta vila, no qual esses miseráveis pudessem ser socorridos. Esses e outros, que por falta de assistência e de meios para se tratarem sofriam e morriam votados ao abandono. Mas D. Elvira viria a falecer em fevereiro de 1910 sem que o hospital estivesse construído. Nem sequer começado. Creio, contudo, que no coração magnânimo daquele que muito a amara, o pedido da esposa era já, nessa altura, uma semente em germinação; e que a morte da esposa, que tanto havia sofrido de uma doença que a apoquentara nos últimos anos de existência, se não trouxe a vontade de o construir, porque essa era anterior, o levou a apressar do processo. Na verdade, tendo D. Elvira falecido, como se disse, em Lisboa, a onze de fevereiro de 1910, António Lopes, depois do natural período de luto, embarcou para o Brasil, levando consigo seu irmão Emílio António. Era na cidade do Rio de Janeiro que se encontravam em agosto desse mesmo ano, ali os apanhando, a resolver negócios, a morte da mãe de ambos, D. Maria da Purificação Lopes, residente na freguesia de S. Gens de Calvos. António Lopes, querendo honrar o pedido que, insistentemente, sua esposa lhe havia feito em vida, fora ao Rio de Janeiro para de lá trazer o dinheiro necessário à construção do hospital. Tendo para ali emigrado quando tinha apenas 12 anos, no Rio de Janeiro se fizera homem rico, e ao voltar a Portugal nos finais da década de 1880 trouxera consigo bons cabedais, mas deixara ainda na capital do império brasileiro, agora República Federativa do Brasil, parte grande da sua fortuna, pois mantivera-se comanditário na antiga casa Câmara & Gomes, na qual ele e o sogro Manuel de Pontes Câmara, pai de D. Elvira, haviam sido sócios. Para fazer o hospital, que, como veremos mais tarde, custou mais de cento e cinquenta contos de réis, necessitava do dinheiro que trouxe dessa viagem ao Rio, em agosto de 1910.

2. A preparação da obra Regressado a Portugal, António Lopes iniciou contactos para a compra dos terrenos necessários à implantação da unidade de saúde, tendo, em agosto de 1911, adquirido a José Albino da Silva e mulher, por dois contos de réis, um conjunto de sortes e campos junto ao lugar de Lama de Marcos, aos quais viria a juntar, em novembro do mesmo ano, uma bouça na mesma zona, adquirida por um conto e quinhentos a Emílio Gerado Alves Vieira Lisboa e esposa. Tratava-se de terrenos que se situavam “nos finitos” da vila da Póvoa de Lanhoso, parte dos quais, posteriormente unidos num só por empreitada de desaterro se achavam destinados à construção do hospital. A área adquirida para a construção da unidade de saúde, embora situada fora dos limites da vila, era bem servida pela estrada nacional Póvoa-Cabeceiras, para além de facear com a parte traseira dos quintais que pertenciam ao palacete das Casas Novas, residência do benemérito. A compra veio a público nos finais do mesmo mês no semanário Maria da Fonte, que manifestava o “maior júbilo” em poder noticiar ter sido adquirido por António Lopes um “terreno para edificação d’um hospital com que o nobre cidadão e querido benemérito vai dotar esta terra, que lhe foi berço e que elle imensamente adora”. O periódico completava a informação, anunciando que o melhoramento previsto vinha, a par de outros que o benemérito tinha já doado à terra, “coroar a sua fronte sublime de benfeitor emerito, pois são os infelizes, esses a quem a desgraça atira para a rua, os que receberão ali o balsamo aos seus soffrimentos, mais das vezes nos ultimos transes da sua angustiosa vida”. Estava, pois, em marcha, o processo da obra maior de António Lopes em favor da sua terra natal e prestes a tornar-se efetivo aquele

que fora o sonho da sua já então falecida esposa. O passo seguinte passou pela encomenda do projeto para a obra, feita ao arquiteto bracarense Moura Coutinho. Este técnico, que desde os inícios do século XX teve o seu nome associado a grandes obras levadas a cabo em todo o país, obras cujo sucesso o transformaram num dos arquitetos mais respeitados e requisitados do Portugal desse tempo, havia sido já, no dealbar do século, o responsável pela renovação que António Lopes decidira introduzir na sua casa de habitação. A elaboração do projeto do hospital demorou alguns meses a ficar pronto. E quando isso aconteceu, voltou o mesmo semanário – em 11 de agosto de 1912 – a anunciar que o mesmo se encontrava concluído. O projeto, que para além de passar pelo crivo do município teve posteriormente que merecer parecer positivo da autoridade distrital, encontrava-se devidamente aprovado em setembro de 1912. As autoridades tinham todo o interesse na concretização da obra, tudo fazendo para que o projeto fosse aprovado com celeridade. E rápidos, dentro do contexto e das dificuldades do tempo, foram também os passos seguintes para que a obra avançasse. A 23 do mesmo mês de setembro lavrava-se em notário, com os mestres pedreiros que iriam levantar o edifício, o contrato da obra. Eram eles António Pinto, residente na vila da Póvoa de Lanhoso e Manuel Pereira, residente na freguesia de Santa Lucrécia, do concelho de Braga os quais, por força do acordo, se obrigavam a iniciar o assentamento de pedra no mês de dezembro seguinte, sendo que, até lá, deviam iniciar o corte e armazenamento do granito, em estaleiro a montar no local. Os mestres tinham que executar a obra

António Lopes e sua esposa D. Elvira (assinalados), recebiam regularmente nos terrenos do seu palacete dezenas de crianças a quem apoiavam com comida e agasalho (fotografia de 1903). “d’harmonia com a respetiva planta, seu projeto e demais peças”, devendo a mesma encontrar-se concluída em março de 1914, ou seja, cerca de quinze meses depois de iniciada. O desaterro e a estruturação dos alicerces tiveram início em finais de 1912, tendo os mestres começado o levantamento das paredes em janeiro de 1913.

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o próximo artigo, vamos acompanhar a construção e o contexto histórico em que ocorreu. A I grande guerra, que deflagrou em 28 de julho de 1914, causará grandes atrasos na obra, mas, apesar da desvalorização do dinheiro e das grandes dificuldades sentidas, por exemplo, na compra de determinados materiais, não farão esmorecer a vontade de António Lopes em dar aos pobres da sua terra um local onde pudessem tratar-se dos seus males. O hospital virá a encontrar-se concluído em 5 de setembro de 1917. Mas sobre a sua construção e inauguração iremos debruçar-nos no próximo número do jornal “Santa Causa”.

*Historiador. Membro do CITCEM/ Universidade do Minho. Investigadorbolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso


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Santa casa da misericórdia da póvoa de lanhoso

SCMPL cria Coro da Misericórdia

Editorial Dr. Humberto Carneiro

Amigas e amigos povoenses,

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso constituiu em junho passado, um Grupo Coral. A ideia foi lançada pelo Provedor e após auscultação dos funcionários verificou-se uma adesão acima do expectável, contando já com cerca de 70 elementos. Este Coro é formando por funcionários ou colaboradores da instituição, sendo também alargado aos irmãos que dele queiram fazer parte, e está sob direção artística do Maestro Ernesto Coelho. O Coro da SCMPL tem como objetivos concretos a apresentação de peças corais de natureza clássica, popular portuguesa e litúrgico – religiosas, bem como de participar em atividades de intercâmbio com outros coros, no sentido de divulgar o trabalho a nível coral feito na Instituição, e aprender com os outros grupos corais, novos estilos musicais, novas formas de direção e apresentação. Além disto, é grande objetivo deste Coro a promoção de um espírito de convívio e partilha entre funcionários, permitindo a interação entre diferentes valências e a fomentação de um princípio uno de Santa Casa. A primeira atuação pública está marcada para dia 5 de setembro, dia das comemorações do 97º aniversário do Hospital António Lopes/Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, pelas 12h45, no átrio exterior do Hospital estando aberta a toda a comunidade.

Maestro Ernesto Coelho Natural do Porto, iniciou estudos de piano com o Professor César de Morais. Completou o curso complementar de Piano na Academia de Música de Vilar do Paraíso. Frequentou o curso de composição de Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo. Licenciouse em Direção musical (coro e orquestra) no Conservatório Superior de Música de Gaia. Concluiu o Mestrado em Teatro Musical na Universidade de Sheffield, Inglaterra. Fez uma pós-graduação em gestão cultural e produção de espetáculos na Universidade Lusófona. Como professor, leciona na Academia de Música de Vilar do Paraíso e na ACE- Academia Contemporânea de Espetáculo; É maestro do Coro da Universidade Portucalense e do Coro do CiRAC (Círculo de Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão) tendo sido também o fundador do Coro Génesis, um coro profissional. Desde há vários anos, é pianista acompanhador de exames da Royal Academy of Dance. O seu percurso artístico tem-se marcado por diversas peças e participações de destaque no meio da música.

EQUASS em fase final de implementação Desde julho de 2013 que a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, assim como outras 24 Misericórdias pelo país, se encontram a implementar um sistema de gestão de qualidade baseado na norma EQUASS (European Quality in Social Services), uma norma europeia de gestão da qualidade no âmbito dos serviços sociais. Esta norma está a ser implementada em todas as valências sociais, quer da área da infância, quer da área da terceira idade. Sendo a nossa instituição já certificada desde 2005 nas valências sociais ao abrigo da norma ISO 9001, muitos dos 100 critérios obrigatórios determinados por esta nova norma já se encontravam validados, no entanto algumas áreas ainda estavam totalmente implementadas que é o caso do Plano Individual do utente e a Avaliação de Qualidade de Vida. Foram estes os grandes marcos deste processo. A procura da recolha da informação daquilo que são as reais necessidades do utente e a procura de definição de objetivos estratégicos e ações concretas que colmatem

essas necessidades numa base articulada entre o profissional, o utente e a família, é algo que leva à construção de uma dinâmica de trabalho participada, consciente e com um objetivo comum, a qualidade de vida do utente. É esse o objetivo da instituição em todas as suas vertentes de atuação, que o trabalho executado seja para o utente e se reflita no utente. A base sempre existiu, a estrutura e a metodologia é que mudou. Esta foi uma primeira experiência, numa base transversal, com um trabalho planificado e estruturado e numa lógica comum a todas as valências sociais. Naturalmente algumas dificuldades surgiram e as novas metodologias ainda se estão a entranhar, mas o caminho faz-se caminhando e a nossa meta de amanhã é sempre a de sermos melhores do que fomos ontem.

Na sequência daquilo que referi no editorial da última edição do jornal “Santa Causa”, aqui estou a anunciar-vos o início das obras de remodelação e ampliação do Hospital António Lopes, a “joia da coroa” da nossa Misericórdia. Depois de um complexo concurso público, pensado para possibilitar o enquadramento numa candidatura futura a fundos comunitários, a obra foi adjudicada à empresa que apresentou as condições mais vantajosas, por um valor a rondar os 3,5 milhões de euros. Sobre este assunto gostaria, apenas, de deixar três notas. A primeira prende-se com a oportunidade de concretização de um projeto desta envergadura. É consabido que o Hospital António Lopes é, hoje, a grande fonte de sustentação das valências sociais da Misericórdia, que são cada vez mais deficitárias. E o investimento que vai ser feito não colocará em causa a sustentabilidade da instituição, já que, com esta intervenção profunda, o HAL passará a libertar mais recursos, suficientes para amortizar o investimento e para contribuir para a estabilidade transversal da gestão. A segunda nota tem a ver com as fontes de financiamento encontradas. Para além do procedimento estar preparado para uma futura candidatura ao novo quadro comunitário, conforme referi, a Misericórdia foi contemplada com um financiamento de 3,5 milhões de euros. Destes, 50% provêm do Banco Europeu do Investimento, através do “fundo Jessica”, a uma taxa de juro de 0% e a pagar em 17 anos. Os restantes 50% provêm do BPI a uma taxa de juro de 3,5%, a liquidar em oito anos e meio. Estas condições de financiamento, que excluem o património edificado da Misericórdia das garantias reais, são extremamente vantajosas para a instituição. A terceira e última nota fundamenta-se na necessidade, cada vez mais evidente, do setor social dar as respostas que o setor público não consegue dar na área da saúde. É do conhecimento de todos que as Misericórdias conseguem fazer melhor do que o estado e com custos mais reduzidos. E o Hospital António Lopes, sendo uma unidade de saúde de referência em algumas áreas, não pode perder o rumo da melhoria contínua. Porque os povoenses merecem. É hoje apresentado, formalmente, o “Coro da Misericórdia”. Uma ideia minha de há muito tempo que rapidamente se materializou no seio dos trabalhadores da instituição e se alargou aos Irmãos desta Misericórdia. E gostaria de relevar este novo projeto, que comporta cerca de 70 elementos, porque entendo que poderá servir de âncora para o fomento da sã convivência institucional. Num universo de mais de 200 trabalhadores do quadro e outros tantos colaboradores, este coro contribuirá, estou certo, para estreitar os laços de amizade entre todos. E permito-me lançar um repto ao Conselho Regional da União: vamos pensar num encontro de coros das Misericórdias? Queremos continuar a contar convosco para podermos continuar a trabalhar para aqueles que, neste momento, estão mais fragilizados. Assim Deus nos ajude. O provedor, Humberto Carneiro


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Santa casa da misericórdia da póvoa de lanhoso

Promoção da Higiene e Segurança para Funcionários e Utentes “A segurança consiste na responsabilidade de saber e agir da maneira correta.” Alexandre Carilli Simarro A Segurança e Higiene no trabalho é fundamental para o sucesso empresarial, contribuindo para a redução do absentismo, da sinistralidade e para aumento da produtividade. Na Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso a Segurança e Higiene do Trabalho tem como objetivo a proteção do trabalhador no seu local de trabalho, visando a redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, eliminando as condições inseguras do ambiente de trabalho, formando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas e assim eliminar ou reduzir os riscos profissionais. Entre as principais atividades da Segurança do Trabalho na nossa instituição, destacam-se as seguintes: • Prevenção de acidentes de trabalho A Prevenção dos acidentes de trabalho na instituição realiza-se através de uma avaliação dos riscos aos locais de trabalho, auditorias e formações internas. As auditorias internas, assim como a avaliação de riscos, é realizada a todos locais de trabalho, onde se analisam os aspetos do trabalho que podem causar danos e se identificam os trabalhadores que podem estar expostos ao perigo. Após esta verificação in loco, são avaliados e priorizados os riscos mais graves e as medidas preventivas para eliminar ou controlar os riscos identificados. Estas avaliações são revistas em intervalos regulares, sempre que se verifiquem mudanças relevantes ou quando ocorra um acidente/incidente, a fim de se assegurar a sua permanente atualização. É ainda realizada formação/sensibilização interna a todos os funcionários sobre os riscos e as medidas preventivas para cada local de trabalho bem como sobre a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (bata, luvas, calçado fechado), a fim de se diminuir a sinistralidade laboral. A Promoção da Saúde incentiva à melhoria da qualidade de vida, que identifica precocemente o dano e controla as respetivas

• Promoção da saúde

causas. Esta promoção da saúde na instituição fazse através da Medicina no Trabalho em que todos os funcionários realizam exames (Eletrocardiograma, Espirometria e análises ao sangue) e posteriormente são acompanhados por um Médico especialista em Medicina no Trabalho que avalia a capacidade do funcionário para determinado tarefa e realiza reavaliações periódicas da sua saúde, dando ênfase aos riscos ocupacionais aos quais este trabalhador fica exposto. De forma a promover esta temática, e principalmente preveni-la, é também realizada formação interna para informar os funcionários sobre os riscos a que estão expostos. Uma das temáticas abordadas é a movimentação manual de cargas, que permite aos funcionários conhecerem as posições e posturas corporais a adotar na sua atividade laboral e assim evitar a ocorrência de alguns problemas de saúde, tais como lombalgias. A Prevenção de Incêndios na instituição também se procede através de auditorias internas, em que se verifica por exemplo, se todos os equipamentos elétricos se encontram bem ligados, protegidos e se não existe

• Prevenção de incêndios

sobrecarga elétrica. A Santa Casa dispõem de meios que permitem a rápida deteção de um incêndio, assim como de meios de 1º intervenção (extintores) para que os funcionários possam agir rapidamente. A implementação de Medidas de Autoproteção em toda a instituição permite incrementar a segurança de funcionários, utentes e edifícios face ao risco de incêndio e compreendem um conjunto medidas de prevenção, preparação e resposta, englobando todos os níveis dentro de uma organização. No âmbito da implementação das Medidas de Autoproteção é ministrada formação e são realizados simulacros com objetivo de preparar os funcionários para que sejam os primeiros a agir. Nestes exercícios simulase um incêndio e procede-se à evacuação do edifício atuando com os meios de 1º intervenção. A formação ministrada aos funcionários serve também para: dar conhecimento de todos os espaços envolventes; de que forma, para onde e com que meios se deve evacuar o edifício; e como se deve utilizar um extintor.

aos trabalhadores sobre o serviço de SHST através de um inquérito anual. Os trabalhadores dispõem de conhecimentos e de uma experiência que lhes permite saber como se trabalha e em que medida a sua atividade os afeta. Os trabalhadores e a responsável de Higiene e Segurança no Trabalho têm de trabalhar em estreita cooperação na procura de soluções conjuntas para problemas comuns.

“Prevenir é melhor do que remediar.” Alexandre Carilli Simarro

A participação dos trabalhadores é uma parte muito importante na gestão da segurança e higiene, daí se fazer a consulta

Eliana Fernandes Técnica Superior de SHST

Misericórdia da Póvoa de Lanhoso acolhe estágio em

Cuidados Continuados S

abendo da experiência e notoriedade que a nossa Instituição tem na área dos Cuidados Continuados, a Misericórdia de Boticas solicitou que a sua equipa de enfermagem efetuasse um estágio na nossa Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM), com objetivo de adquirir saber e experiência na área. Prestes a abrir uma unidade da mesma tipologia, era importante que estes elementos tivessem um contacto com uma unidade com alguma experiência. O estágio visou a aquisição de competências muito particulares / específicas, dado que a prestação de cuidados de saúde de qualidade, na área de Cuidados Continuados Integrados, é hoje uma realidade consensual nas Unidades da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Procedeu-se, então, a um enquadramento relativamente à RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados) e ao modelo de trabalho

específico da mesma (com análise do Plano de Intervenção Interdisciplinar idealizado pela Instituição), bem como à integração destes profissionais nos turnos de trabalho por forma a terem uma visão mais ampla do serviço. Hoje a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, pela experiência e qualidade das suas Valências de Saúde, apresenta-se como um pólo ímpar na Formação Integral de Recursos Humanos relativamente aos Cuidados Continuados Integrados, sendo neste momento pioneira neste tipo de apoio / serviço, dado o alto nível de qualificação por parte dos seus colaboradores. Este estágio decorreu durante uma semana durante o mês de agosto e foi frequentado por seis elementos aos quais foi emitido um certificado de participação em contexto de observação / prática formativa.


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Santa casa da misericórdia da póvoa de lanhoso

Benefícios e incentivos ao funcionário da Misericórdia

A Santa Casa da Misericórdia considera que os seus recursos humanos são o ativo mais importante da Instituição, pelo que acredita que a sua motivação é essencial para o bom desempenho e realização profissional e pessoal. A motivação no trabalho traduz-se no desenvolvimento de comportamentos esforçados e persistentes por parte do colaborador, no sentido de alcançar determinados resultados. A Misericórdia tem presente que é (cada vez mais) difícil motivar os funcionários. Assim tem feito um esforço para proporcionar um conjunto de medidas que contribua para esta motivação. Acredita-se que desta forma se consegue uma boa relação com a equipa de trabalho e consequentemente o sucesso da Instituição. Para além de melhores condições de trabalho, estas medidas traduzem-se nos seguintes benefícios:

• Desconto em consultas de clínica geral e de especialidade no Hospital António Lopes (HAL); • Isenção de pagamento de taxa moderadora no Laboratório de Analises clínicas do HAL, mediante apresentação de cartão de funcionário e credencial clínica; • 10% de desconto na Farmácia da Misericórdia, nos produtos sujeitos a IVA máximo; • Desconto de 15% da totalidade das mensalidades pagas relativas aos filhos que frequentem as valências de infância, bem como, prioridade na admissão dos mesmos; • Prioridade na admissão de funcionários e ascendentes nas valências da terceira idade; • Formação gratuita de acordo com a área de atividade; • Benefícios associados ao resultado do Sistema de Avaliação de Desempenho; • Tolerância de ponto de segunda-feira de Páscoa e dois dias no Natal, situação válida mediante deliberação em reunião de Mesa Administrativa; • Distinção a funcionários com 10, 20, 25, 30, 35 e 40 anos de serviço.

Creche e Jardim de Infância – PROJETO EDUCATIVO 2013/2016

Educar para a cidadania Educar para a vida no Sec. XXI

“O jardim de infância tal como a escola – é um locus fundamental de cidadania, pois nela se desenrola a formação pessoal e social, educando nas crianças o seu sentido ético e estético.” [Teresa Vasconcelos, 2007] A educação para a cidadania é um processo que decorre ao longo da vida. Começa em casa e/ou no meio próximo das crianças, com questões que vão surgindo na vida quotidiana a propósito das relações interpessoais, da identidade, das escolhas, da justiça, do bem e do mal e vai-se desenvolvendo à medida que se expandem os horizontes da vida. É importante que desde a mais tenra idade, numa vertente pedagógica e educacional, diversas questões sejam abordadas e trabalhadas, no sentido de fomentar valores de consciência cívica que cresçam com as crianças. Conscientes do papel que representam nesta construção, as valências de creche e jardim de infância estão a desenvolver um projeto educativo que visa abordar diversas dinâmicas que promovam o desenvolvimento de competências, nas diversas dimensões do educar para a cidadania, incutindo um espírito de respeito, partilha, consciência e responsabilidade, perante o meio envolvente e a sociedade. Este projeto educativo foi definido para o triénio 2013 – 2016 estando enquadrado naquilo que a Póvoa de Lanhoso é, bem como na sua história. Cada educadora elabora e desenvolve o seu projeto curricular de turma de acordo com a faixa etária das suas crianças. As dúvidas e os problemas que surjam por parte das crianças em relação ao tema central do projeto educativo abrem sempre muitos caminhos que são trabalhados de acordo com os interesses do grupo.

OBJETIVOS – PROJETO EDUCATIVO 2013/2016 • Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas;

• Promover o trabalho em equipa;

• Proporcionar a aprendizagem básica de boas maneiras, aquisição de noções de direitos e deveres, desenvolvendo o espírito de cooperação;

• Desenvolver a consciência ambiental;

• Proporcionar à criança condições de bem-estar e de segurança;

• Dar a conhecer as tradições da comunidade em que se insere e as suas festividades; • Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida numa perspetiva de educação para a cidadania;

• Consciencializar para as principais épocas festivas;

• Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade;

• Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança.

As coordenadoras das valências de creche e jardim de infância Ângela Rodrigues e Cristina Oliveira


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Em destaque SCMPL

SCMPL atribui medalhas de antiguidade a funcionários “A maior recompensa pelo nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma”. (John Ruskin)

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distinção de colaboradores com entrega de medalhas de antiguidade no dia 5 de setembro, dia das comemorações do Hospital António Lopes e da Misericórdia, já é uma tradição na instituição. Para esta edição do Santa Causa, resolvemos falar com os distinguidos e perceber como se sentem em trabalhar na Santa Casa por este período:

Todo este percurso de vida só foi possível devido à colaboração e participação direta e indiretamente, de todo o pessoal da Santa Casa da Misericórdia (desde o ano de 1989 até agora). A todos agradeço a oportunidade de exercer uma profissão que me satisfaz quer a nível pessoal quer a nível profissional. Sinto-me muito feliz. É um privilégio para mim “trabalhar com crianças”. Muitos dos nossos “rebentos” estão connosco desde a mais tenra idade, e saber que ao longo destes anos ajudei a torná-los homens e mulheres contribuindo com o meu amor, carinho, atenção, apoio… é para mim uma satisfação interior muito grande e da qual tenho muito orgulho. A maior prova de gratidão que me dão esses “homens e mulheres” que passado alguns anos se cruzam comigo nos caminhos da vida é o virem ter comigo dando-me um beijo, um sorriso ou uma palavra de agradecimento, por eu ter feito parte da infância deles. Espero continuar a contribuir com o melhor de mim e desde já agradeço aos pais a confiança que depositam. Amor, carinho, ternura são algumas das tantas ferramentas da minha profissão, ajudante de creche/jardim de infância. Aida Maria Antunes Sampaio Creche/Jardim de infância - 25 anos

Os 25 anos que passei nesta Santa Casa, já me permitiram ter uma grande abrangência em termos de áreas de trabalho em diferentes Valências. Desde o acompanhamento com crianças ao qual dediquei 10 dos meus melhores anos de vida nesta Santa Casa. É para mim muito valioso após estes anos todos, ter crianças dessa altura, hoje homens/mulhes já feitos, virem ter comigo e cumprimentar-me, ter tido colegas/amigas que até hoje estimo. Tendo passado para o secretariado do Hospital António Lopes, assessoria da Mesa Administrativa, e desde 2008 que passei para os Serviços Administrativo e arquivo histórico função que até hoje acumulo a esta. Para mim foi muito enriquecedor todo este percurso, pois permitiu-me evoluir em termos curriculares e pessoais. Foram áreas diferentes mas todas elas me marcaram, e em todas elas dei o meu melhor, procurando sempre integrar-me da melhor forma, quer em termos de actividade, quer em termos de relacionamento com os colegas. Foram 25 anos de trabalho e dedicação, agradeço o voto de confiança que me deram, e que neste gesto simbólico o reconhecem, desde já um muito obrigado. Que Deus ajude esta Santa Casa, para que continue a crescer cada vez mais e a ser uma grande marca no concelho. É para mim um orgulho fazer parte desta família. Ana Paula Moura Lima Fernandes Serviços Admin.Centrais - 25 anos

Foi com alegria e felicidade que dediquei estes 25 anos à infância, nem tudo foi fácil mas o balanço é positivo. Deparei-me com algumas dificuldades, mas foi com as crianças que encontrei a minha felicidade. Já passaram 25 anos mas é com orgulho que digo que foram anos de alegria e prazer e é minha vontade estar cá por mais 25. Isabel Maria Oliveira e Costa Creche/Jardim de infância - 25 anos

Já passaram 25 anos e parece que ainda há pouco tempo comecei a trabalhar no Lar. Nós aqui somos todos uma família, e os idosos que estão connosco fazem parte dela. Sempre adorei trabalhar com idosos, respeito-os muito assim como ao trabalho que se faz aqui. Quando vou para casa levo sempre o trabalho e os idosos comigo. Acho que o trabalho que tenho feito e que e se faz nesta valência é de muito valor. A Santa Casa é muito importante no concelho, que ela nunca falte. Maria Aida Almeida Magalhães Lar / Centro de Dia - 25 anos

Concluídos que estão 25 anos da minha vida profissional na Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, revejo este meu percurso e confundo-o com a minha própria vida. Tive aqui o meu primeiro e único trabalho, do qual gosto muito e que me realiza profissionalmente, apesar de continuar a ambicionar mais e melhor para mim. A vida, mesmo a profissional, deve ser vivida com esperança e ambição e é assim que encaro o meu futuro nesta instituição. Ao longo destes 25 anos já fiz aqui várias coisas, já passei por algumas valências e foi permanente o sentimento de pertença a esta instituição. Passaram por mim muitas crianças e suas famílias. Foi um percurso de grandes aprendizagens, muitas emoções, muita dedicação, grandes amizades... mas também algumas contrariedades! Simplesmente, diria: gosto muito do que faço! A minha vida pessoal confunde-se com a desta instituição, onde já passei mais de metade da minha vida e que tem contribuído para o meu crescimento pessoal, fazendo de mim o que sou hoje como profissional, como mãe e como cidadã. Agradeço a todos os que ao longo destes 25 anos partilharam este percurso comigo. Agradeço, ainda, aos que no presente reconhecem através deste gesto simbólico de homenagem, os meus 25 anos de trabalho e de dedicação. Bem hajam todos! Maria Aurora Duarte V. Moreira Creche/Jardim de infância - 25 anos


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Já trabalho na Santa Casa há 25 anos. Na altura trabalhava por minha conta mas surgiu a oportunidade de trabalhar aqui e aproveitei. Entrei no primeiro dia de agosto para substituir uma baixa no Lar de S. José e depois acabei por ficar. Já passei pela Creche/Jardim de S. Gonçalo, pela Lavandaria, e agora, desde há cerca de 7 anos que estou no edifício N. Srª da Misericórdia onde dou apoio à porta e faço arranjos de costura para todas as valências da Santa Casa. Gosto de trabalhar cá. Já cá estou há muito tempo e claro que as forças já não são as mesmas, mas o que quero é dar sempre o melhor naquilo que faço. Também gosto de trabalhar aqui porque a Santa Casa é importante no concelho pois tem muitos serviços que as pessoas precisam. Maria Fátima Vaz Duarte Creche/Jardim de infância - 25 anos

Foi em dezembro do ano de 2003 que comecei este desafio e que ingressei na “família Santa Casa”. Trabalhar com crianças era um trabalho alucinante, então trabalhar com bebés era um fascínio. Foi assim que comecei esta década, que sem dar conta, já passou. No decorrer destes anos a trabalhar com crianças os desafios foram muitos pois não estive sempre no mesmo sítio o que me permitiu contactar com crianças de diferentes idades. Desde a creche, jardim de infância até crianças de diferentes idades das escolas primárias aqui da vila, eu contactei e aprendi com todas. Decorridos estes 10 anos nesta instituição que foram muito positivos para mim, o que eu desejo é que a Santa Casa ainda tenha muito para me dar assim como eu ainda tenho muito para dar à santa Casa. Ângela Maria Gonçalves Carvalho Centro de ATL - 10 anos

Volvidos 10 anos nesta instituição fica a sensação de dever cumprido pois sempre estive disposta a abraçar e superar todos os desafios em que me fui deparando. Comecei por trabalhar no apoio à infância, situação que me preenchia em termos profissionais e pessoais, devido ao gosto que sempre nutri pelas crianças. Alguns anos mais tarde fui deslocada para o Lar de S. José, mudança que me criou algum medo, devido ao facto de ter que lidar com utentes idosos e em situações complicadas do ponto de vista de saúde física e mental. Depois de algumas semanas de trabalho nesta valência senti que superei os meus receios e que foi uma mudança muito aliciante para a minha vida, sinto-me feliz por poder contribuir com um pouco de alegria e boa disposição no contacto com os utentes. Neste caminho, como em todas as situações da vida, existem altos e baixos e é preciso olhar em frente e saber contornar os obstáculos. Acho que é assim que poderei viver experiências que poderei usar ao longo da minha vida. Para terminar quero agradecer a oportunidade e a confiança que me foi dada pela Santa Casa ao me ter escolhido como sua colaboradora. Juliana Sofia Araújo Fernandes Lar / Centro de Dia - 10 anos


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Santa casa em festa

SANTA CASA EM FESTA A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, na sua diversidade valencial, vai proporcionando inúmeras atividades de animação e lazer aos seus utentes. As atividades de animação são na sua essência, vida e ação. Com estas atividades consegue-se estimular a participação em atividades culturais, despertando a capacidade criadora de cada indivíduo. É uma forma de enriquecimento pessoal e coletivo, é um modo de desenvolvimento comunitário, tendo em vista a felicidade e qualidade de vida.

Visita ao Museu da Olaria em Barcelos, atividade organizada pela SCM de Barcelos, no âmbito do projeto Bem Envelhecer III.

Deslocação ao Braga Shopping – Braga, atividade da Associação Sinergias com organização da SCM de Braga, no âmbito do Projeto Bem envelhecer III.

“Um dia no Museu” - Campo Gerês, atividade do Projeto Bem Envelhecer III, realizada pelo Municipio de Terras de Bouro.

Passeios de Verão 2014 com idas à praia, visitas a lugares de culto religioso e atividade ao ar livre

Utentes em convívio de aniversário da Junta de Freguesia da Póvoa de Lanhoso

Convívio dos Santos Populares

Atividade convívio entre os utentes seniores e os finalistas do Jardim de infância


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Unidades de cuidados continuados

Unidades de cuidados continuados levam utentes à praia fluvial de Verim

E

m julho passado, os profissionais das unidades de cuidados continuados da Santa Casa, quiseram proporcionar um momento de convívio e lazer aos seus utentes. Sabendo que pela sua condição teriam dificuldades e limitações em usufruírem de momentos destes, e baseados também naquilo que é filosofia de trabalho destas unidades, foi propósito levarem-nos a conviver num sítio diferente do habitual, a praia fluvial de Verim. É certo que já houve verões mais quentes e dias mais longos, mas a verdade é que foi um dia de convívio descontraído com muita música entre amigos que encheram a mesa de comidas, bebidas, sorrisos com risos e abraços. Foram muitas as pequenas grandes histórias inenarráveis e inolvidáveis que importam recordar enquanto podermos. É destes pequenos grandes momentos quentes, de envolvência das equipas Interdisciplinares com o Utentes e Famílias, que esta Misericórdia da Póvoa de Lanhoso é feita, onde o prazer é sempre maior em dar do que receber. Este é e será sempre um pilar primordial para um regresso a casa o mais harmonioso possível, sabendo que têm em cada um de nós um amigo de coração.

Conviver é Viver No dia 28 de maio foi a vez de a nossa instituição organizar a atividade ao abrigo da parceria no projeto Bem envelhecer III. Estas atividades têm como objetivos: combater o isolamento e a solidão; aumentar o conhecimento cultural; proporcionar o contato com a natureza e promover o bem-estar físico e psicológico, pelo que se procurou que atividades dinamizadas fossem de encontro ao pretendido. As atividades foram desenvolvidas para 90 utentes do distrito de Braga, seguindo o seguinte programa: • Atuação do grupo do Club da Memória- Teatro Club; • Almoço servido pela SCMPL no espaço Narcisus eventos; • Workshops sobre cultura plantas aromáticas e medicinais;

• Breves apontamentos sobre a História da Póvoa de Lanhoso; • Visita à Carvalha Centenária e Centro Ambiental de Calvos; • Lanche partilhado e-atuação do um animador.

O mérito do sucesso desta atividade, e da consequente satisfação do público-alvo, deveu-se em muito à colaboração de diversas entidades da comunidade que desde o início participaram na programação. Resta-nos agradecer-lhes e esperar que este espírito de colaboração nos permita continuar com projetos assim:

• Câmara Municipal, nomeadamente ao Centro Interpretativo do Carvalho de Calvos, Teatro Clube e Casa da Botica; • Espaço Narcisus Eventos; • Músico/Animador Henrique.

A todos que tornaram possível a realização deste dia inesquecível para os participantes, um grande BEM HAJAM.

Salomé Alves Diretora Técnica Serviço de Apoio Domiciliário


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social

O Papel do Psicólogo na

Terceira Idade

O mundo atual carateriza-se por um aumento da esperança média de vida, resultante da evolução tecnológica em torno das técnicas de saúde. Tudo isto proporcionou um aumento exponencial do número de idosos, principalmente nos países desenvolvidos, mas esqueceram-se de dar dignidade e segurança a esta parte da população. O psicólogo deve zelar pelo cumprimento da segurança destas pessoas, diminuindo o risco de exclusão social. Neste sentido o Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento de Viena deu uma contribuição significativa para forjar um novo entendimento sobre as oportunidades e os desafios que o envelhecimento representa para todas as sociedades. A Segunda Assembleia Mundial abordou novos temas e desafios e adotou o Plano de Ação Internacional de Madrid, que apela para mudanças de atitudes, de políticas e de práticas a todos os níveis. O Plano visa assegurar que as pessoas em todos os lugares possam envelhecer com segurança e dignidade e continuar a participar nas suas sociedades como cidadãos de plenos direitos (ONU, 2003). O aumento da esperança média de

vida, foi sem dúvida um grande passo para a humanidade, mas se a vida for vivida com dignidade, como citei e como refere Villa (2005), o envelhecimento conduz ao surgimento de patologias. Algumas destas patologias são do foro psicológico e aqui o psicólogo tem um papel fulcral na exploração das relações complexas estabelecidas entre os fatores físicos e mentais e no desenvolvimento de ações direcionadas para a promoção da saúde e prevenção, tendo em conta o conhecimento dos mecanismos subjacentes ao desenvolvimento de doenças crónicas e seus correlatos psicológicos (Young & Vitaliano, 2007). O papel do psicólogo torna-se então importante, já que a velhice traz consigo um maior risco da vulnerabilidade e das disfunções. O psicólogo pode atuar na avaliação e na reabilitação cognitiva; na psicoterapia de idosos, familiares e cuidadores; na área da informação da população acerca do envelhecimento e suas consequências, entre outras funções. De acordo com Neri (2004) «A psicologia oferece contribuições importantes à compreensão dos processos, à avaliação comporta-

mental e à reabilitação. No campo do tratamento e da reabilitação é comum, hoje, pensar em ações multiprofissionais. [...] oferecer alternativas de ajuda aos familiares de idosos acometidos de doenças que causam incapacidade física e cognitiva, organizando grupos de apoio emocional, de informação e de autoajuda.» (Neri, 2004:21 e 22). A citação supracitada ilustra claramente o papel do psicólogo, como profissional da prevenção, promoção, reabilitação da saúde ou mesmo da intervenção ao nível do idoso.

Márcia Pereira Moreira Psicologa das valências de terceira idade

Intervenção de Enfermagem ao Utente diabético Insulino dependente

A importância dos Ensinos de Enfermagem A Unidade de convalescença tem por finalidade a estabilização clínica e funcional, devendo para esta tipologia ser referenciados utentes que se encontram em fase de recuperação de um processo agudo ou recorrência de um processo cronico, com elevado potencial de reabilitação com previsibilidade ate 30 dias consecutivos (1). Durante o processo de internamento de um utente diabético num hospital de agudos há muitas vezes a necessidade de um ajuste metabólico com insulina, o que no pós alta e referenciação para a unidade de convalescença se mantem. A prevalência da diabetes em 2012 era de 12,9% da população portuguesa, com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos a que corresponde um valor estimado de 1 milhão de indivíduos, sendo 24% dos diabéticos internados na RNCCI tratados com insulina (2). È sem dúvida um momento de tensão e angustia quando o utente/cuidador é informado que vai necessitar de administração de insulina para sobreviver. Segundo Rossi e Barbosa os sentimentos mais frequentes, em portadores de Diabetes Mellitus do tipo II, são: medo, revolta, tristeza, susto, negação, entre outros fatores, principalmente quando o apoio familiar lhes é negado. E com alguma frequência que temos utentes internados na nossa unidade, referenciados de hospitais de agudos que não fruem informação adequada para gerir a diabe-

tes. Neste sentido a Enfermagem exerce um papel ativo fundamentado no princípio dos 3R’s: reabilitação, readaptação e reinserção. Temos como centro dos cuidados prestados, o Utente; baseados numa planificação de objetivos partilhados, constantes no Plano Individual de Intervenção. A capacitação do utente/ cuidador na administração de insulina é um objetivo do internamento, podendo ser também critério de referenciação; iniciamos o processo desde o momento de admissão. O manuseio de injeções subcutâneas requer tempo, prática e educação continuada para o desenvolvimento da confiança e habilidade técnica. Neste sentido numa fase inicial é avaliado o estado biopsicossocial do utente e identificado o cuidador de forma a dar resposta adequada á administração de insulina no domicílio. Os ensinos de enfermagem têm a função de motivar e educar para otimizarem a aderência ao tratamento clinico, a deteção precoce das complicações crónicas (retinopatia, neuropatia e nefropatia) e ao controle glicémico. O enfermeiro desenvolve atividades educativas para aumentar o nível de conhecimento do utente/cuidador. O Ensino ao utente/cuidador passa por vários níveis divididos por diferentes momentos de intervenção; O Momento da entrada na unidade, onde o Enfermeiro procede ao diagnóstico de situação, definição de prioridades, fixação de objetivos e se-

Bibliografia ( 1) Rede nacional de cuidados continuados Integrados – Manual do prestador- Recomendações para a melhoria ( 2)Diabetes: Fatores e números 2013 Relatório anual do observatório Nacional da diabetes - Portugal (3) Rossi VEC, Barbosa LM. Impacto do Diagnóstico de Doença Crônica em um Grupo de Diabéticos. Nursing 2003; 65(6): 39-42.Tavares DMS,

leção de estratégias de acordo com as características/necessidade do utente/ cuidador; Na fase seguinte a preparação de execução onde é agendada no caso do ensino ao cuidador uma data para a realização do Ensino. A execução passa por três fases; ensinar, instruir e treinar. O utente/cuidador só está capacitado após avaliação positiva do processo contínuo e a recetividade for positiva. Para Tavares; atualmente, vivencia-se um aumento tanto na expectativa de vida, quanto na maior incidência das doenças crônicas não-transmissíveis (3). Considera-se fundamental que os profissionais de saúde, em especial os Enfermeiros, direcionem a sua prática profissional para ações que levem à independência, à autonomia e à qualidade de vida. È por amor á profissão e dedicação, que tenho orgulho em contribuir neste processo de adaptação do utente diabético insulino dependente, para que possa regressar ao domicílio confiante e capaz de gerir a sua nova condição de saúde; seguindo assim a frase do nosso Guia de acolhimento “Este é o primeiro dia do seu regresso a casa”.

Sofia Trigo Enfermeira Especialista em Saúde Comunitária


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Social

A Terapia da Fala nas Alterações

Motoras Orofaciais

O terapeuta da fala é conhecido como o profissional que ajuda a melhorar a fala e a linguagem. Assim, atribui-se uma maior necessidade deste profissional na intervenção com crianças. Contudo, de acordo com ASHA – Associação Americana de Terapeutas da Fala (2007), o terapeuta da fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, promovendo a melhoria das capacidades de comunicação e/ou deglutição (ato de engolir) do indivíduo, aumentando a sua qualidade de vida. Portanto, a intervenção do terapeuta da fala não se limita apenas à linguagem e à fala, contribui também para a melhoria da motricidade orofacial e deglutição. Segundo o Decreto-Lei n.º 564/99 de 21 de Dezembro o terapeuta da fala é o profissional responsável pelo “desenvolvimento de atividades no âmbito da prevenção, avaliação e tratamento das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal.” Ao que a Classificação Nacional de Profissões (2006) acrescentou que este profissional tam-

bém previne, avalia e efetua o tratamento das perturbações relacionadas com a deglutição, através de observação clínica e utilização de testes objetivos, estabelecendo objetivos terapêuticos e um programa de intervenção adequado. Deste modo, pessoas vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), Demências, TCE (Traumatismos cranio-encefálicos), Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, doenças oncológicas, entre outras, podem ter necessidade de recorrer a um terapeuta da fala, uma vez que alguns dos sintomas mais frequentes são: alteração da força, sensibilidade e mobilidade dos músculos orais, faciais e/ou faríngeos, para além das dificuldades linguísticas.

Causas e tipos A pediculose é provocada pela infestação ou estabelecimento na pele, cabelos ou pêlos do corpo de insectos de reduzidas dimensões, que se alimentam especialmente de sangue humano, de modo a sobreviverem e reproduzirem-se nos tecidos cutâneos. Existem três tipos de insectos que reúnem estas características: o Pediculus humanus capitis e o Pedi culus humanus corporis, normalmente conhecidos como piolhos, e o Phtirius pubis, igualmente conhecido como piolho da púbis. Todos eles caracterizam-se pelas suas reduzidas dimensões, que oscilam entre 1 a 4 mm de comprimento, e pela sua necessidade de parasitarem na pele humana para sobreviverem: picam a pele e alimentam-se do sangue humano que chupam, depositando os seus ovos nas raízes dos cabelos ou nos pêlos do corpo. Quando estes insectos picam a pele, introduzem juntamente com a sua saliva uma substância irritante que origina um intenso prurido e, caso estejam infectados por outros microorganismos, podem transmitir determinadas doenças infecciosas, como por exemplo o tifo exantemático. As fêmeas adultas depositam por dia inúmeros ovos, denominados lêndeas, que embora tenham um tamanho inferior a 1 mm de diâmetro, podem ser detectadas a olho nu, transformando-se ao fim de cerca de duas semanas em insectos adultos, o que prolonga a parasitação. Manifestações A principal manifestação da pediculose corresponde à comichão provocada pelas picadas dos insectos, normalmente tão intensa que incita ao coçar. Todavia, para além de não aliviar a comichão, o coçar acaba por agravá-la e, normalmente, danifica a pele e favorece o desenvolvimento de infecções cutâneas. Embora seja quase sempre possível detectar a olho nu a presença dos insectos e até das lêndeas, convém estar num local com uma forte fonte de luz e observar com atenção a zona afectada. Os insectos adultos são mais fáceis de detectar, devido ao facto de formarem uma espécie de crosta de cor acastanhada junto ao cabelo ou pêlos do corpo. Para além disso, quando são tocados ou picados, costumam mover-se. Por outro lado, as lêndeas são estruturas ovais e esbranquiçadas firmemente agarradas às raízes dos cabelos ou dos pêlos do corpo e completamente imóveis. Por sua vez, os insectos adultos também costumam ser observados, com frequência, nas roupas infestadas, como chapéus, toalhas, lençóis ou roupa interior. Em alguns casos, as picadas e o consequente coçar originam lesões

A partir dos resultados da avaliação, são traçados os objetivos de intervenção, que se baseiam na promoção de uma fala mais precisa, com uma maior projeção vocal e maior inteligibilidade do discurso, uma mastigação adequada e uma deglutição segura, recorrendo à adequação das consistências alimentares e ao uso de manobras e estratégias facilitadoras da deglutição, para evitar engasgos e pneumonias de aspiração.

Estas patologias são frequentemente encontradas nos serviços da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, pelo que, quem recorre aos mesmos realiza, por norma, a avaliação em terapia da fala, usufruindo de intervenção, quando necessário. A avaliação é constituída por uma entrevista, onde se recolhem os dados do paciente, e um exame terapêutico, onde o terapeuta avalia a força, mobi-

Bibliografia Decreto-Lei n.º 564/99 de 21 de dezembro Associação Portuguesa de Terapia da Fala – http://www.aptf.pt Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala - http://sptf.org.pt/ Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica - http://stss.pt/ Marchesan, I. Q. (2005). Fundamentos em fonoaudiologia: Aspetos clínicos da motricidade orofacial (2.ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan.

Pediculose

lidade, sensibilidade e funcionalidade da musculatura orofacial. Neste sentido, as funções avaliadas são a fala, a mastigação e a deglutição.

mais ou menos características que também podem ser facilmente observadas. Em suma, são pequenas erosões na pele, localizadas por exemplo no couro cabeludo e por trás das orelhas, ou pequenas manchas azuis muito características, no caso da pediculose púbica. Medidas preventivas • Em caso de comichão no couro cabeludo ou na púbis deve-se tentar localizar a presença de piolhos, piolhos da púbis e lêndeas. Caso não sejam detectados e a comichão persistir, convém consultar um médico. • Escolas e restantes instituições que acolhem concentrações infantis devem realizar inspecções regulares às crianças, para detectar piolhos. • Em caso de pediculose, deve-se realizar uma inspecção imediata aos familiares e amigos do afectado. • Em caso de piolhos da púbis, o parceiro sexual do indivíduo afectado deve submeter-se o mais rápido possível ao diagnóstico e tratamento adequados. • Pode-se prevenir a pediculose do couro cabeludo através da utilização regular de champôs e loções especiais. Tratamento O tratamento consiste na eliminação dos insectos e das suas lêndeas através da utilização de vários tipos de substâncias insecticidas. Com vista a assegurar a eliminação das lêndeas que possam ter sobrevivido, deve-se repetir o procedimento ao fim de cerca de 10 dias. Por outro lado, é imprescindível que este tratamento inclua a desinfestação das roupas, toalhas e restantes utensílios pessoais potencialmente infestados, colocando-os em água a ferver, lavando-os com lixívia ou passando-os por vapor.

Ana Rita Oliveira Diretora Técnica da Farmácia da Misericórdia

Maria João Azevedo Terapeuta da Fala



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