O SEGUNDO SÉCULO - AS GRANDES VEREDAS DE UMA SOCIEDADE CENTENÁRIA

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O SEGUNDO SÉCULO - AS GRANDES VEREDAS DE UMA SOCIEDADE CENTENÁRIA

Professor Jorge Lobo é um dos pesquisadores brasileiros mais citados em publicações internacionais, reconhecido, entre outros méritos, pela identificação de uma doença ocasionada por fungo que foi denominado Paracoccidioides loboi. Individualizada por ele em 1931, no Recife, origina uma micose que passou a ser denominada Doença de Jorge Lobo. Nascido em Recife, em 1889, ano da proclamação da república, cursou o primeiro ano do curso médico em Salvador e formou-se, em 1923, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Teve como uma de suas áreas de interesse a micologia. Trabalhou com expoentes da medicina, entre os quais Miguel Couto, Antônio Austregésilo, Fernando Terra, Arêa Leão, Eduardo Rabello e Olympio da Fonseca Filho. Foi assistente do Professor Eduardo Rabelo, catedrático de

Professor Jorge Lobo

Teve como uma de suas áreas de interesse a micologia

134 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA

Dermatologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, em Manguinhos, aprimorou seus conhecimentos de micologia médica. Em Recife, tornou-se professor catedrático de Clínica Dermatológica e Sifilográfica da Faculdade de Medicina, tendo sido seu diretor. Em 1940, fundou a seção pernambucana da SBD, a segunda regional mais antiga do país. A Professora Sarita Martins, presidente da SBD na gestão 1995/96, professora da disciplina de Dermatologia da Universidade Federal de Pernambuco, destaca que a Dermatologia, como especialidade médica no estado, teve o seu inicio na década de 30 com o Professor Jorge Lobo. Depois de seu estágio no Rio, o Dr. Jorge Lobo retornou a Recife à convite do Professor Francisco Clementino Carneiro da Cunha, primeiro professor da clínica dermatológica e sifilográfica da Faculdade de Medicina do Recife, fundada em 1920. Seu local de trabalho nesta volta à terra natal foi a clínica dermatológica do então asilo de mendicância, posteriormente hospital de Santo Amaro. A Professora Sarita Martins registra que foi lá, na enfermaria São Joaquim, na época com 20 leitos e um laboratório de anatomia patológica, que surgiu a Dermatologia pernambucana e a do Nordeste. Lembra que as doenças dermatológicas que predominavam neste período eram a lepra, a sífilis e a bouba, responsáveis pela grande maioria das doenças cutâneas da região. Em 1931, o Professor Jorge Lobo foi convidado para reger a disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do Recife, em 1933 defendeu tese para docência livre e, em 1935, para a cátedra. Dentre suas contribuições cientificas, que foram numerosas, resume a Professora Sarita, avulta a descoberta da doença que traz seu nome. Trata-se de uma mico-


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