SBD Ano IX VIIIno n6o 2 0 JSBD Ano 20
Divulgação
Dr. Evandro Rivitti
Expressões da Dermatologia O Dr. Evandro Rivitti considera que teve excelente formação profissional durante a residência realizada no Hospital das Clínicas da FMUSP. “O serviço contava com a colaboração de extraordinários professores: Dr. Argemiro R. de Souza, Dra. Açucena Rafael, Dr. Estevam de Almeida Neto, Dr. Guilherme V. Curban, Dr. Luiz Henrique C. Paschoal, Dr. Luiz Carlos Cucé, Dr. Raymundo M. Castro e Dr. Vinício A. Zamith, entre outros, sob a direção do Prof. Sebastião Sampaio, um dos grandes nomes da dermatologia, não somente brasileira e sulamericana, como da dermatologia internacional”, afirma o Dr. Rivitti. Em 1968 passou a JSBD - Como está a produção científica dermatológica? Dr. Evandro Rivitti – Considero a pesquisa científica em dermatologia, no Brasil, razoável à luz dos recursos disponíveis em um país com as dificuldades financeiras do nosso, mas, sem dúvida, à exceção de algumas ilhotas de excelência, a pesquisa médica está mais distante do que já foi, em relação aos países desenvolvidos. Quando consideramos as dificuldades de pesquisa em nosso meio, estas se prendem mais à pesquisa básica em relação à pesquisa clínica, pela maior exigência de recursos humanos especializados, além de maiores recursos financeiros necessários para a aquisição de equipamentos e insumos. Predominam, entre os dermatologistas, os dedicados à atividade clínica e, sem dúvida, os brasileiros são excelentes clínicos e têm condições de realizar pesquisas clínicas de qualidade. Porém, existe hoje grande dificuldade de aceitação de trabalhos clínicos pelos melhores periódicos, que privilegiam ciência básica, havendo, portanto, certo desprestígio dos trabalhos clínicos, inclusive na ótica dos vários órgãos avaliadores institucionais, como a CAPES e mesmo das agências
exercer a preceptoria da Clínica Dermatológica, por vários anos. “Lá, desde o início recebi forte estímulo ao exercício docente e de pesquisa do Prof. Sampaio e do Prof. Raymundo M. Castro, que, inclusive, me convidaram a participar, como co-autor, do livro Dermatologia Básica”, explica o especialista. Na secção de São Paulo da SBD, exerceu vários cargos, culminando com a presidência, em 1995. “Nessa ocasião, juntamente com a diretoria, decidimos realizar a Primeira Reunião Anual de Dermatologistas do Estado de São Paulo (RADESP), que hoje só é superada em suas dimensões pelo Congresso da SBD” - finaliza o Dr. Rivitti.
de fomento. É muito importante que propugnemos por maior valorização da atividade de pesquisa clínica, inclusive de epidemiologia clínica que, sem dúvida, é, por enquanto, a maior vocação da nossa dermatologia.
dos nessas áreas para aplicarmos, cada vez mais, essas técnicas modernas no estudo dos problemas dermatológicos que são os temas que dominam hoje as publicações mais importantes da especialidade.
JSBD - O Sr. coordena o Depto. Biologia Molecular, Genética e Imunologia da SBD, por favor, fale sobre os avanços nessa área: Dr. Evandro Rivitti - A Biologia Molecular, Genética e Imunologia assumem, a cada dia, maior relevância, não somente na dermatologia, como na Medicina em geral. É, portanto, importante que nos preparemos nessas áreas, não apenas os Dermatologistas da área acadêmica, mas também os que exercem apenas atividades assistenciais, pois o entendimento da patogenia das dermatoses, cada vez mais, dependerá do conhecimento dessas áreas. O dermatologista, hoje, não deve ter como obrigatório apenas o estudo desses temas através da leitura de livros e periódicos, como também deve ser auxiliado nessa tarefa através da elaboração de cursos e simpósios sobre esses modernos aspectos da medicina pelas nossas Sociedades. Devemos começar a formar dermatologistas interessa-
JSBD - Fale da sua experiência acadêmica: Dr. Evandro Rivitti - Com relação à vivência como professor titular da FMUSP, devo dizer, primeiramente, que recebi um departamento realmente excepcional, em plena atuação. Coubeme manter essa estrutura já completamente alicerçada e adaptá-la ao máximo às exigências universitárias atuais, que são grandes, e, nesta tarefa, conto com uma plêiade de colaboradores que, na sua grande maioria, são médicos e biólogos de alto nível, condição que tem permitido avanços ao Departamento. Também reputo fundamental o trabalho interinstitucional como o que mantemos com o Laboratório de Genética do Instituto Butantan em Oncologia e com a Faculdade de Medicina de Chapel Hill, na Carolina do Norte (USA, através do Prof. Luís A. Díaz e do Grupo Cooperativo para Estudo do Fogo Selvagem, que permitiu grandes avanços no conhecimento da etiopatogenia do Pênfigo Foliáceo Endêmico.