






AMPLITUDE é uma revista de cultura evangélica, com foco principal em ficção e poesia. Mas nosso leitmotiv, nosso motivo de ser e de existir, é a arte cristã em geral: Transitamos por música, cinema, fotografia, artes plásticas e quadrinhos. Publicamos artigos, estudos literários, crônicas e resenhas.
Nossa intenção diz respeito àquela despretensiosa excelência dos humildes. Nosso porto de partida e porto de chegada é Cristo. Nosso objetivo é fomentar a reflexão e a expressão, AMPLIAR visões, entreter com valores cristãos, comunicar a verdade e o belo e estimular o engajamento artístico/intelectual entre nossos irmãos. Nosso preço é nenhum: a revista circula gratuitamente, no democrático formato pdf.
Nosso e-mail: sreachers@gmail.com
Instagram: @revistaamplitude
Facebook: www.facebook.com/RevistaAmplitude
Blog: www.revistaamplitude.blogspot.com.br
Edição, diagramação e revisão: Sammis Reachers
Imagens: Pixabay (Domínio Público) e IA Microsoft Designer.
Você gostaria de saber mais sobre Jesus Cristo e a obra que Ele realizou em favor dos homens? Conheça as 4 Leis Espirituais.
Revista Amplitude - Número 04 - Jul 2024
Conto: ELA / Wender Álvaro R. Mothé
Crônica / O dogma mata, mas o poema vivifica
Conto: O Filho do Sol / Tiago de Souza.
Conto: As Metáforas Sem Explicação / Josué Ebenézer
Conto: O Guerreiro / Lydia Plado.
Spots: Carlos Nejar
Crônica / Desenvolva Seus Músculos Espirituais
Foi em julho de 2019. Há cinco anos atrás saia o terceiro e idealizado-para-ser o último número de Amplitude. E da terceira para a segunda edição, o lapso fora já de três anos. Como um editor pode explicar uma periodicidadeassim? Me ajude, amigo leitor!
Cara de pau por cara de pau, deixe-me replicar um trecho de minhas desculpas pelo enorme hiato entre a segunda e a terceira edições, citando a mim mesmo:
Neste tempo, pude dedicar-me, além dos compromissos acadêmicos, à edição de diversos livros e recursos em serviço da igreja e da Literatura, e à manutenção religiosados blogs de serviço.
Sim, nestes anos todos não cessamos de produzir livros e recursos, tanto enquanto autor, quanto como organizador e editor (dêumaolhadaemnossabibliotecaderecursosgratuitos,AQUI). Mas nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. E a verdade é que editar uma revista ainda mais uma com as propostas de Amplitude é trabalheira de assustar até a um editor já meio calejado. Por isso seu irregular avanço e eventual queda — quedanão, tropeço — para o prático, embora doloroso, abandono.
No entanto, compreendemos por fim que Amplitude precisavaviver . Mas as dificuldades permaneciam as mesmas; assim, como recolocá-la em sua jornada? A solução encontrada foi retomar as atividades entregando ao leitor uma revista mais enxuta, embora mantendo boa parte das seções que ditaram o estilo da publicação. Opa, na verdade criamos até novas seções, como a de Games ou a Pharmacia.
Com a retomada, inauguramos também a chamada para publicação, abrindo espaço para que autores submetam suas obras para a seleção e eventual veiculação na revista.
Amplitude é uma revista de posição e cosmovisão declaradamente protestante; no entanto, somos amplos em nossa irmanação criativa com nossos conavegantes do mistério do Deus de Abraão, Isaque e Jacó: Cristãos de todas as vertentes podem ser lidos em Amplitude. Nesta edição, temos poesia e contos, crônicas e artigos, quadrinhos, resenhas de livros e até de games para refrigerar nossas almas.
O trabalho de Amplitude é fruto e consequência de um esforço de divulgação e promoção literárias iniciado no já longínquo ano de 2006, com o blog Poesia Evangélica. Até hoje, o blog já publicou em torno de 700 autores, desde iniciantes a grandes nomes do protestantismo brasileiro e mundial alguns, de quem você jamais imaginaria terem escrito poemas. E o blog segue a todo vapor, com postagens a cada dez dias, em média. Não deixe de visitá-lo: www.poesiaevanglica.blogspot.com .
No mais, tenha uma boa leitura, e compartilhe esta revista com quantos você puder.
Sammis Reachers, editor
CarlosNejar
Aqui ficam as coisas.
Amar é a mais alta constelação.
Os sapatos sem dono tripulando na correnteza-espaço em que deitamos.
As minhas mãos telhado no teu rosto de pombas.
Os corpos circulando na varanda dos braços.
É a mais alta constelação.
J. T. Parreira
Pai, deste-me o deserto antes da montanha
E segui com os olhos as estrelas fugidias
No céu estrelado, lançaste-me aí
Na força da idade, a minha vontade
De mostrar ser Deus, quebraste como uma pedra
No deserto antes da montanha, Tu sabias
Que o meu coração guardaria a visita da pomba
Do baptismo, que trocaríamos a frescura das águas
Do Jordão pelo solo despovoado de aves do deserto
E alguém veio com minuciosas tentações
Achando que os meus olhos cederiam à seda
Do que viam e dos sentidos, Pai agradeço
Teres-me dado o deserto e dormir sob a melancolia
Da lua, porque mesmo sendo Deus
Isso tornou rijos os meus ossos.
Rafaela Speckhann
VIRTUOSA. Sagrado encarnado, entronizado na seda, ou no meu cesto de roupas sujas.
Tiro o salto e as sandálias para dançar e celebrar a liberdade da intimidade, pois a sarça ardente já faz muito queimou e aceitou o sacrifício da cruz.
Nesse altar do ordinário consagrado, eu entro na presença, na proximidade dos pés e da Palavra, que me purifica e me capacita a partir para amar.
De joelhos para a oração, ou limpando o chão onde passam meus filhos ou a multidão, eu adoro o meu Deus e sirvo, sem lamúrias ou idolatrias.
Enfim, torno-me eu, virtuosamente eu.
Uma Marta-Maria, mulher cheia de graça. Preciosa menina, mulher redimida, curada, santificada e amada do Pai.
Wender Álvaro R. Mothé
Ele sempre a tratara daquela forma. Era indiferente às suas necessidades e aos seus sentimentos. Quase nunca se importava com o que ela tinha a dizer e, para falar a verdade, quase nem pensava nela. Ela já não estava bem fazia tempo. Trazia muitas marcas no coração e, infelizmente, outras marcas ainda mais visíveis e terríveis.
O nome dela era o dele, assim como ocorre com todas as pessoas. “Ela” é, de fato, algo que todos possuem. Na realidade, pode-se dizer que Ela era quem o possuía, embora, ao menos por alguns anos, estaria quase que plenamente sob o poder dele.
seguiam a sua filosofia, a qual se apegava unicamente ao presente, ao momento, à ideia de se aproveitar o dia. No entanto, por vezes, muito raramente, pensava no amanhã... no depois de amanhã...
Em uma noite, voltando de uma festa com seus amigos, durante a qual fizeram com Ela toda sorte de torturas imagináveis e inimagináveis (de modo que Ela trazia vários hematomas, olhos roxos, dentes quebrados, cortes por toda parte e nariz sangrando), a alta velocidade em que se encontrava o veículo que o conduzia, talvez pelo excesso de álcool, fez com que atingisse outro, que vinha com semelhante rapidez.
Ela nunca era – e nem é – vista pelas outras pessoas, exceto em alguns poucos momentos em que se permite transparecer nos olhos, na voz, nos gestos e nas coisas que se escrevem.
É bem certo, deve-se dizer, que nem todo mundo era rude com Ela. Muitos a alimentavam bem, passavam tempo com Ela, davam-lhe atenção, levavam-na a lugares que a faziam crescer e a estar perto de outras como Ela, também saudáveis e felizes. Mas ele, não. Ele e muitos de seus amigos.
Ele a torturava, essa era a verdade. Ele a colocava em situações pouco honrosas, obrigando-a a ouvir, ver, falar e agir de modo contrário à sua natureza. Ela vivia triste, chorando, lamentando. Ele nem sempre percebia. Apesar de fazer tudo isso, na maioria das vezes nem pensava nela. E era assim mesmo. Tinha um amigo que, sendo um dos mais terríveis torturadores, dizia não acreditar na existência de coisas como “Ela”. Mas não pensemos muito nos amigos dele.
Ele, às vezes, via-se pensando nela e no que poderia acontecer no futuro. E se um dia alguém lhe perguntasse por Ela? Na verdade, apenas algumas pessoas falavam dela abertamente, e estas não eram aquelas que
Após um breve momento à escuta do som de freios e buzinas, um silêncio nunca antes experimentado ecoou em seus ouvidos. Ele abriu os olhos e, de cima, viu-se caído no chão, sem vida. Parecia que batera a cabeça com tanta força que o impacto produzira a morte de maneira instantânea. Havia sangue saindo de sua boca e uma marca feia na testa, local da batida. Não entendia o que via. Estaria ele morto? Era, portanto, isso, a morte?
Ao pensar assim, percebeu, então, que todo o seu corpo doía. Notou que estava muito fraco, a ponto de cair. Olhou para suas mãos e as viu horrivelmente feridas. E foi aí que não entendeu mais nada. As mãos do corpo no chão não tinham a menor semelhança com aquelas mãos horripilantes, de tão magras, que, aparentemente, eram as suas. Caminhou, vendo que isso muito lhe custava, até o que sobrara do espelho do carro. Gemeu de pavor ao olhar-se.
Era Ela.
Se aquilo que os da filosofia do futuro diziam fosse verdade, como ele começava a perceber e experimentar, sua vida, que jamais terminaria, só estava a principiar-se. E ele seria Ela eternamente (sempre fora!), exatamente do jeito que a deixara, nas piores condições que alguém possa imaginar. Fraco, faminto, moído e esmigalhado.
Foi quando ouviu, nunca soube de onde, uma forte e imponente voz que lhe dizia: “Venha! Vamos acertar as contas . Quero saber o que você fez com Ela”.
E, ao olhar novamente para o espelho e ver a face e o corpo deformados, cheios de dor e de pavor, cobriu o rosto com as mãos e soltou o grito, abafado e selvagem, mais terrível que já tinha ouvido. A escuridão o tomou para si.
O que acontece depois não vale a pena ser registrado.
“Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12.20)
Wender A. R. Mothé nasceu em 1995 na cidade de Itaboraí - RJ. Formado em Letras Português-Francês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é professor, revisor, tradutor e redator. Membro da Igreja Metodista juntamente com sua família.
O episódio da visita de Nicodemos a Jesus é mais bem compreendido se lido em paralelo com a visita de Jesus à Mulher Samaritana. São dois encontros enigmáticos. Um, com o homem Nicodemos, que se dá no meio da noite; o outro, com a Mulher Samaritana, que acontece no meio do dia.
Nicodemos é homem importante, rico, ancião, e integra a elite dirigente do povo de Israel. Como membro do Sinédrio, é considerado um nobre legislador e, como fariseu, está entre os mais conceituados mestres do povo.
A Samaritana, por sua vez, é mulher do povo. Sem nobreza, nem riqueza, sem moral nem estirpe. Na narrativa não recebe sequer um nome.
Ambos, ao se depararem com Jesus, sentindo um misto de vergonha e medo, despejam sobre ele suas dúvidas: Como? Quem? Quando? Onde?
Nicodemos, legalista e dogmático que é, interpreta as palavras de Jesus literalmente: “Acaso pode um homem velho tornar a entrar
no ventre da mãe para renascer?” Não percebe que Jesus está fazendo poesia: “Você precisa nascer de novo – do alto, da água e do vento –, para conhecer a liberdade.” (ver Jo 3)
A Mulher também interpreta Jesus literalmente: “Você não tem um balde, como se oferece para tirar água do poço e matar a minha sede?” Mas Jesus se referia à água da vida, aquela tirada de uma fonte da qual jorra vida eterna… (ver Jo 4) Ah, que lição! Jesus não oferece dogmas, mas poemas. Porque sem poesia não é possível nascer de novo. Sem poesia ninguém tira água viva do poço da eternidade.
Reverendo Luiz Carlos Ramos -
Luiz Carlos Ramos é pastor metodista, escritor e professor. Mestre e Doutor em Ciências da Religião. Site: https://www.luizcarlosramos.net
Tiago de Souza
Era tarde da noite, quando enfim avistei os muros daquela cidade. Uma fortaleza praticamente intransponível, ela era um colosso de pedra, madeira e ferro, cravado em pleno deserto; sua fama ecoava por todo o território do Crescente. Desde sempre eu ouvi falar sobre aquelas muralhas, sobre as forjas que produziram seus imensos portões de ferro e sobre a brutalidade de suas tropas. Mas agora, diante de seus muros, a cidade parecia uma estranha arcada dentária, caninos que se estendiam na direção dos céus. Eu estava exausto, percorrera um dia inteiro de viagem. Minhas entranhas se reviravam de fome e pelos soldados que vigiavam a entrada da cidade. Fugi de casa, e os motivos disso não vêm ao caso: o que importa é que minha única chance de sobreviver era buscar refúgio atrás daqueles muros. Juntei-me a uma pequena caravana, que por sorte estava entrando. Cumprimentei os guardas, porém, nenhum deles se dignou a responder. Estavam armados, mas estranhamente tranquilos. E um garoto, como eu, dificilmente seria uma ameaça, mas, confesso que a placidez daqueles brutamontes me assustou, muito mais do que o frio reluzir de suas espadas. De fato, esqueletos e restos de cadáveres putrefatos jaziam pendurados por toda extensão dos muros, entretanto, reparei que faltava uma coisa: a muralha, imponente e poderosa, estava sem portões. Achei engraçado que aquela imensa boca, que assustava e mastigava a tudo e a todos, estava banguela. Ao entrar, confirmei o que ouvira ainda criança: a cidade se aninhava ao redor de um templo, dedicado ao deus peixe. Ao redor dele, formava-se um redemoinho de casas, palácios e casebres. Devido aos sacrifícios diários, grossas colunas de fumaça serpenteavam em direção do céu As ruas estavam cheias, e parando, aqui e ali, pude perceber que todas as conversas giravam em torno de dois assuntos: a festa em homenagem ao deus e que aconteceria em algumas semanas , e a prisão da besta fera que aterro-
rizava os habitantes daquela cidade. Não consegui muitos detalhes, até porque, naquela madrugada, muitos estavam bêbados, mas não me perturbei com nada daquilo. Minha mente estava ocupada com coisas mais urgentes. Cheguei em um lugar que, ao que parecia, sediava uma grande feira. Me esgueirei por baixo das barracas e tendas, até que encontrei um lugar para passar a noite. Deitei-me, aninhado aos caixotes e ao lixo, fechei os olhos, e em questão de instantes, adormeci. Graças aos deuses, aquela foi uma madrugada sem sonhos. Acordei com o burburinho da feira enxameando o ar. Um homem reclamou do preço de uma verdura. Uma mulher gritou um nome, depois gritou de novo e de novo. Os reclames de um porco, os assovios chorosos dos pássaros em gaiolas. Orações vindas de um escravo que parecia hebreu. Alguém, prestes a ser emasculado, urrava, pedindo misericórdia. Meus olhos e ouvidos se perderam naquele mundo encharcado de cor e movimento, puro suco do caos. Espirrei uma, duas, três vezes, incomodado com os mil temperos e perfumes, o mundo inteiro embolando o ar, formando uma babel de olores. Saí do esconderijo e circulei de cabeça baixa, até que topei com um soldado, aos berros, trovejando uma convocação. O militar, parecia um oficial de tropas, convocava homens para a tropa da cidade. O ordenado era bom, e os deuses, segundo ele, se mostrariam extremamente generosos com quem atendesse ao chamado do rei. Não sei o que dei por mim: me aproximei dele, pedi licença, e fiz uma pergunta, cuja resposta foi Não, você não pode se alistar. Não me dei por vencido. Questionei-o, dizendo que eu sabia fazer serviços que seriam típicos de um soldado. Tu não passas de um fedelho, não consegues nem levantar uma lança ou usar uma couraça, imagine entrar numa guerra. O soldado arregalou-se em um sorriso sarcástico, mas depois ficou sério. Nos procure quando for mais velho, agora, saia da minha frente. O soldado colocou uma das mãos em meu ombro, tentou me jogar para o lado, mas eu firmei os pés no chão. Foi quando o homem me encarou, como se tivesse lembrado de algo, como se quisesse acessar algo que estava escondido no meio da minha testa. Pensei em correr, mas o homem me segurou pelo braço. Pensando melhor, acho que tenho algo para você. O soldado deu meia volta me arrastando consigo. Atravessamos o mar de gente. As pessoas saiam de seu caminho, mas ainda assim tivemos que em-
purrar uns e outros. Um ou dois quarteirões depois, ele se virou na minha direção. Você, por acaso, sabe o que houve com os portões da cidade? Não, eu não sabia. Ele sorriu. Perfeito, você é exatamente o que precisamos.
Ele me levou até uma pequena gruta, na parte de trás do templo. Na entrada, havia pelo menos uns dez soldados, armados, espadas e lanças, as armaduras tinindo de tão limpas. Um pequeno sino estava preso em um poste de ferro, cravado no lado direito da entrada da gruta. Os soldados estavam com as mãos esquerdas apoiadas no cabo das espadas, pareciam dispostos a desembainhá-las a qualquer momento. Pareciam assustados. Vi as continências sendo trocadas. Um rápido dialogo se seguiu. Esse menino será perfeito para levar o ןוֹשְמִׁש até o templo. Um dos termos me escapou, mas preferi permanecer calado. Parecia hebraico, mas dito com um sotaque esfarrapado: עעש, que significa cego Um militar, que parecia ser o chefe de todos, me olhou longamente. Por que você acha que esse será diferente dos outros? O soldado que me trouxe sorriu, depois me deu dois tapinhas no topo da cabeça. Ignorância, ele é um animalzinho feito de pura ignorância. O que parecia ser o chefe me varreu com o olhar. Qual é seu nome, garoto? Respondi, mentindo e ironizando, descaradamente: Me chamo Shual, termo que, língua hebraica, significa Raposa Ora veja só – exclamou o soldado que me conduziu até ali – acho que o destino colocou você no exato lugar em que deveria estar, garoto. Sua mão, pesada, apertou meu ombro. Vamos, raposinha, eu vou mostrar para você nosso animal de estimação. O chefe colocou a mão na fronte, em uma espécie de continência. Bem-vindo, Raposa. Agora, você faz parte das tropas de Gate. Entramos na gruta. Era um lugar úmido e malcheiroso, como se o suor de uma multidão de pessoas se concentrasse em um único lugar. Havia um gotejar contínuo ecoando por todo lado. Se lá fora o calor era abrasador, lá dentro o frio era cortante. O lugar era uma completa escuridão. O soldado ia na minha frente, caminhando devagar, com uma das mãos segurava uma tocha e com a outra, carregava a espada. Na maior parte do tempo a lâmina era tudo o que eu via, o ir e vir entre fogo e o metal imprimia um aspecto
misterioso, quase mágico. Era como se eu estivesse sonhando acordado, de tão estranha era aquela situação: eu, que até dias atrás era o filho mais novo de um fazendeiro rico em Askelon, agora era um fugitivo que se tornara soldado à serviço dos filisteus. O soldado começou a me explicar o que eu faria naquele dia. Me escute com atenção, Raposa. No fim dessa gruta há uma besta fera. Você será o responsável por vigiá-lo, dia e noite. Mas, para que isso aconteça sem grandes problemas, existem algumas orientações, três orientações, para ser mais exato, que você PRECISA seguir. Ele falava baixo, mas o tom de voz era firme. Primeiro, não se aproxime do animal: apesar de ferido, ele é extremamente perigoso. Segundo, deixe a comida dele no chão, mas não deixe a tigela, você não tem ideia do estrago que ele pode fazer, usando um simples objeto como esse. Quando ele ia me contar qual era a terceira coisa, um rugido ecoou pela gruta. Parecia um leão ou algum tipo de monstro, gigante. O homem parou de caminhar e fez um sinal para que eu parasse também, depois pegou meu braço e me puxou para a frente, bem devagar. Mal demos dois passos e novamente o rugido se fez ouvir, dessa vez mais perto. O soldado apontou para frente e sussurrou, no limite entre o inaudível e o incompreensível. Aqui é o máximo que podemos chegar. As correntes e cordas que prendem a besta fera chegam até aqui, mas todo cuidado é pouco. Ele me encarou, os olhos penetrando minhas juntas e medulas. Uma última coisa: nunca, em hipótese nenhuma, se aproxime dele. Ele esmagaria você com uma única baforada de seu nariz, um tapa e seu corpo partiria ao meio. Acredite, ele já fez isso e muito mais. O homem pigarreou, depois cuspiu, contrariado. Esse maldito, quando estava solto, exclamava blasfêmias, enquanto destruía nossas florestas e caminhos. Sua insensatez fez muito mal ao nosso povo. Baseando sua força em fúria assassina e bestialidade, ele destruiu vilas inteiras, deixando um rastro de destruição, montões de pelotões e guerreiros arrasados. E, ao que parece, adorava deflorar nossas virgens, apesar de ter uma especial predileção por nossas prostitutas. Alguns chegaram a
dizer que era um padrão reconhecível, mas de um animal de sangue frio, como esse, nós podemos esperar tudo. Ele repousou a mão sobre meu ombro. Por isso a cidade está radiante, por isso nosso povo dorme tranquilo. Todos estão aliviados. Os olhos do homem estavam embargados. Eu mesmo perdi três parentes... A voz encharcou-se de tristeza. Raposa, você tem uma missão especial. Vigie esse... esse... esse monstro bizarro, esse desgraçado. Não se esqueça de que sua vida depende disso. Observe. Ele apontou para a parede. Está vendo essa corda? Ela corre pela parede e chega até a superfície. Qualquer coisa, puxe a corda e os soldados irão vir até aqui. Eu continuava calado. Havia um certo desalento no rosto do soldado, e o motivo era evidente: se um dia eu precisasse puxar a corda, seria o meu fim, os soldados sequer teriam tempo de me ajudar. Daqui a algumas semanas, ןוֹשְמִׁש será a oferenda que iluminará a festa do deus peixe. O filho do sol será afogado nas densas águas! Você será o seu ajudante, mas hoje, sua função é ser o mordomo. Ele mal havia concluído a última frase quando ouvi um ronronar, como se algo imenso, mas constipado, estivesse a alguns passos de distância. O soldado continuou: Uma última coisa: não deixe de conferir se a coleira que está no pescoço dele está visível. Novamente ele usou o termo que eu não conseguia traduzir. Isso é FUNDAMENTAL, a coleira PRECISA estar no pescoço dele, compreende? Eu disse sim, quase assoviando de tão baixo. Ela é o que controla a besta, e se por um acaso ela estiver escondida por sobre o cabelo, puxe a corda imediatamente.
Seguiu-se um longo momento de silêncio, apenas o gotejar da gruta se ouvia. O archote foi erguido, iluminando a boca desdentada daquele soldado. Você quer ver nosso pequeno sol, Raposa? Nem cheguei a responder, pois o homem jogou o archote no chão à frente. O lugar estava imundo. Bolotas de bosta, meio úmidas meio secas, restos de comida, ossos de galinha meio roídos, esqueletos encarniçados de ratos e outros bichos que eu não consegui identificar, dúzias de patinhas viradas para cima. E deitado em canto da gruta, de cos-
tas, preso por correntes grossas, longas o suficiente para que ele pudesse pegar a comida, mas também curtas o suficiente para impedi-lo de fazer algo mais do que isso estava a besta.
Era um ser de tamanho descomunal. Acredito que devia ser bem mais alto do que o mais alto filisteu. Estava embolado em si mesmo, como se fugisse da luz. Sua forma se destacava em meio as sombras: aquilo era, de longe, a coisa mais impressionante que eu já tinha visto. Sua cabeça estava mal raspada, como se a lamina quisesse mais mastigar do que cortar. O pescoço completamente enrodilhado em um laço feito de couro, corda, ferro e vidro moído a coleira. As costas eram largas, braços e pernas pareciam pilões de moer trigo. Seu aspecto, mesmo de costas, era aterrador, ao mesmo tempo que me fez sentir pena. Em tempos onde aos amigos oferecemos cautela, e aos inimigos a morte, definitivamente, morrer seria melhor para ele. Quando o soldado deu um passo hesitante em sua direção, a besta se virou, na direção da luz. Raposa, eis aqui o campeão dos hebreus, o soldado exclamou, perdendo momentaneamente todo o cuidado.
Descobri que a besta, o tal animal de estimação era, na verdade, um homem.
Ele estava envolto em sombras, mas era possível vislumbrar certos detalhes. Seus olhos estavam em carne viva, como se um ferro em brasa tivesse sido esfregado ali. O som que vinha dele era horripilante. Lembrava um ronco, mas era imenso, doloroso, como se inspirar e expirar fosse um esforço enorme. Seu peito chiava, inflando-se, indo e vindo, um som rascante, crescendo... Até sumir... e recomeçar. Daqui a algumas semanas, o filho do sol será afogado nas densas águas! O soldado repetiu, e foi aí que eu finalmente compreendi o que me escapava: o termo que eu não conseguia compreender era ןוֹשְמִׁש, que significava Filho do Sol. Esse era o nome da besta. Reparei novamente na coleira: os cabelos da fera estavam esfiapados, mas boa parte dos fios ultrapassava a linha dos ombros. E mais uma coisa: aquele ronco que eu ouvia não era uma respiração: na verdade, o Filho do Sol estava murmurando em hebraico, mas devido a forma como era utilizado, palavras mastigadas, murmúrios de uma melodia tétrica, impedia qualquer tipo de tradução.
Entretanto, conforme ele foi repetindo aquela cantilena, eu consegui reconhecer os padrões, típicos das preces que os sacerdotes dos hebreus faziam em dias de sacrifício.
Essa algaravia era uma baboseira que os hebreus, os inimigos mortais do meu povo, chamavam de Shema Yisrael; mas não era só isso: naquela prece havia dor, havia ódio, havia ressentimento, mas, principalmente, havia arrependimento. O filho do sol, o campeão dos hebreus, o monstro que aterrorizava a principal cidade dos filisteus, aquele que destruiu seus portões, o personagem de diversas histórias que pais e avós contavam para as crianças, aterrorizando-as antes de dormir, não estava tentando respirar, nem es-
tava apenas rezando. Em um canto, com os olhos vazios e vazados, Sansão, o campeão dos hebreus, pedia clemência ao seu deus, e chorava, copiosamente. * * *
Tiago de Souza nasceu em Belford Roxo (RJ). É membro da Igreja Batista Supere (Engenho NovoNova Iguaçu, RJ). Historiador e teólogo, doutorou-se na área de Musicologia e atualmente dá aulas em escolas e cursos. Como músico profissional, já tocou e gravou com diversos artistas e festivais, além de ter sido vencedor nos concursos Batuka! (Brasil, 2011) e Drummer of Tomorrow (Alemanha, 2012), ambos como baterista. Aprendeu a ler e a escrever há mais de trinta anos atrás, e demorou tudo isso para escrever seu primeiro conto alea jacta est.
Rosa Leme
O amor é suficiente O meu coração está alegre, contente...
O amor é a base de uma vida Feliz, abundante.
O amor é suficiente. Um relacionamento de renúncia, De amor e confiança Impulsiona-nos à perseverança.
Evito a intriga, o confronto intimida. O confronto provoca conflito. Deixa o coração aflito.
Prefiro a paz que ilumina A minha alma, e traz-me a calma. A guerra domina e oprime.
Gosto de semear paz e alegria... Pois a alegria repartida É regalo para o coração.
Amar é uma decisão. Amar é agir em benefício Do outro.
Desejo que o amor límpido Sempre aja em meu coração.
Renato Melo não ligo ser feito liga de argila gosto muito do que sou feito se não tivesse caído a história seria outra fosse o Universo gente tenho certeza choraria comigo caso eu lhe contasse tudo
Priscilla Rocha Chaves (Pri de Luz)
Priva-me de riquezas, Priva-me de desejos, Anseios, Priva-me de amigos, Priva-me de marido, Priva-me de família, Priva e prova-me.
Prova-me no vale, Prova-me no deserto, Prova-me em águas calmas, Também em tempestades. Prova-me continuamente, Intensamente, Prova e priva-me.
E nesse instante de provação, De privação, Me lanço a Teus pés e Danço em Teus braços, Contente e ciente, De que me provas e privas-me De muito, De nada, E em todo o tempo Não me privas de Tua presença.
Farta-me com riquezas, Farta-me com desejos, Anseios, Farta-me com amigos, Farta-me com marido, Farta-me com família, Farta e sustem-me.
Sustém-me no vale, Sustém-me no deserto, Sustém-me em águas calmas, Também em tempestades. Sustém-me continuamente, Intensamente, Sustém e farta-me.
Josué Ebenézer
Era uma lenda. Todos a sabiam de cor naquele lugar. A lenda falava de uma mensagem que chegara à Ilha dentro de uma garrafa. Quem achou a garrafa foi um menino que se viu logo atraído pelo brilho de algo dentro dela. Era uma pepita de ouro. E por conta disso, quase que a garrafa com a mensagem voltou para o mar. Quem salvou a mensagem foi o pai do menino que o percebeu muito silencioso e concentrado e logo correu para onde ele estava. Viu o ouro nas mãos do menino, mas mergulhou para resgatar a garrafa que se distanciava. Na volta, pegou a pepita e, tomando-o pela mão, conduziu-o para o abrigo da choupana da família. De imediato, quis saber o que estava escrito naquele papel apergaminhado que estava na garrafa. Estendeu-o sobre a mesa para deixar secar e, de pronto, procurou sentido nas palavras do manuscrito. Não entendeu nada e angustiou-se: estava diante de um desafio similar ao da Esfinge de Tebas. Não queria ser eliminado por incapacidade de decifrar o enigma. Mas seria difícil. A escritura, embora não fosse das mais longas, era em Latim. E qual o texto? O jovem senhor apoiou as mãos sobre a mesa, ladeando o pequeno manuscrito, onde viu (não conseguiu ler), o seguinte texto em Latim: “Homo sapiens, re-cordis! Suae quisque fortuna faber est. Alii curant, alii dissimulant. Carpe diem. Sedare dolorem opus divinum est. Nosce te ipsum. Sapientia est potentia. Non videmus manticae quod in tergo est. Omnia cum pretio. Utilius tarde quam nunquam. Tempus est dominus rationis. Dum vita est, spes est. Amor vincit omnia. Per aspera ad astra. Fiat lux.” Por mais que tentasse encontrar alguma palavra naquele texto, que lhe acendesse a luz de algum entendimento, não conseguia. A educação na Ilha era organizada, mas se restringia ao Idioma nativo, uma mistura de um antigo ramo celta das línguas indoeuropeias com o manês, originando uma Língua muito próxima do irlandês gaélico, ainda utilizado em muitas ilhas da Grã-Bretanha. Assim sendo, por escolha consciente dos seus antepassados, o Latim não encontrou guarida no meio de seu povo, mesmo ao tempo das invasões do Império Romano. Agora, se via diante daquele desafio à moda “decifra-me ou te devoro!” Até que lembrou do velho professor brasileiro que fora morar na Ilha: o Duque de Galinheiro,
um renomado latinista que, tendo ajudado a Companhia de Jesus a implantar colégios no Brasil, decidiuse por passar seus últimos dias ali, por conta da expulsão da Ordem do país. E o velho professor entendeu tudo, mas não revelou o segredo para o pai de família. Lá estava escrito: “Ó, ser humano, recordese! O homem é o arquiteto de seu próprio destino. Alguns cuidam, outros ignoram. Aproveite o dia. Aliviar a dor é uma obra divina. Conhece-te a ti mesmo. Sabedoria é poder. Não podemos ver a carga que carregamos nas costas. Tudo tem um preço. Antes tarde do que nunca. O tempo é o senhor da razão. Enquanto houver vida, haverá esperança. O amor tudo vence. Por ásperos caminhos até aos astros. Façase a luz.” O pai do menino, ansioso por uma explicação, indagou incisivo: “O que está escrito aí?” “Não posso dizer”, respondeu o velho e acrescentou: “Você vai descobrir com a vida o que é mais importante!” O moço mostrou um princípio de desespero, mas algo dentro dele pediu que se acalmasse. Despediu-se do velho professor, e já ia se retirando quando este disse: “O tesouro está diante dos olhos e faz parte de você!” Ele caminhou lentamente pela praia, pisando as areias enquanto escrevia com um galho coisas que lhe vinham a mente e que se incumbia de apagar em seguida com as pegadas que deixava na areia. Seu pensamento se unia ao ambiente e o vento soprando em seu rosto, o ajudava a abrir sorrisos. Já próximo à choupana, correu apressado quando viu seu lindo filho à entrada. Pegou-o no colo, rodopiou e dançou alegremente, cantou canções, declamou poesias. Assoviando inspirações, entrou na choupana e, pegando a pepita de ouro que tomara do filho, disse: “É sua, meu filho! É algo que tem valor para a maioria das pessoas nessa vida. Tome conta dela com cuidado. Eu vou tomar conta de você!”
(*) Do livro: Duas horas sobre rodas e outras histórias. EditoraMEPE.P.86. Disponível em Versão Digital (e-book): https:// livrariamepe.com.br/produtos/duas-horas-sobre-rodas/ VersãoFísica(Livroimpresso):https://loja.uiclap.com/titulo/ ua55033/
Josué Ebenézer de Sousa Soares é escritor, poeta, contista, jornalista e pastor. Autor de revistas de estudos bíblicos (como “Vida Cristã Frutífera”, com mais de 50 mil exemplares vendidos) é também autor de “Gotas Unidas“, “Pra Lavras Poéticas“ e “Deus: A Experiência“, livros de poemas. Formado em Teologia e Comunicação Social, é membro da AELB – Academia Evangélica de Letras do Brasil. É pastor da Comunidade Batista Atos 2 (Nova Friburgo, RJ).
Os poetas da última hora
lutam com D'us para alcançarem a benção de escrever um bom poema; a eles é permitido entrar no Pomar das Palavras.
Os poetas da última hora
Serão excluídos, perseguidos, presos, desprezados e odiados pelo mundo; serão os poetas malditos do porvir.
Os poetas da última hora conhecem o relógio dos dias e as semanas de Daniel e dão testemunho da Verdade.
Os poetas da última hora não querem mudar o mundo; eles sabem que não se muda o inevitável e que próximo está o fim.
Os poetas da última hora sabem que a Criação paga alto preço pelo erro que somente o homem cometeu; daí nasceu a inimizade entre o Homem e a Natureza.
Os poetas da última hora desejam ver o céu aberto e os anjos de D'us subindo e descendo para cumprirem as promessas do Filho do Homem.
Os poetas da hora última aguardam um novo céu e uma nova terra com seus corpos glorificados e a Eternidade no Coração do Criador.
Mateus Ma'ch'adö em Jundiaí, SP, mas reside em Bragança Paulista. Formado em gestão ambiental, é autônomo, produtor de conteúdo no canal Biblioteca D Babel (YouTube) e autor dos livros Origami de metal (poesia, 2005), A mulher vestida de sol (poesia, 2007), A Beleza de todas as coisas (poesia, 2013), Nerval (poesia, 2022), As hienas de Rimbaud (romance, 2018), 17 de junho de 1904 – O dia que não amanheceu, sobre a obra de James Joyce (ensaio, 2022), e YHVH (poesia, 2023).
Depois que o Verbo saiu da boca de D'us a Luz infinita jorrou e expandiu com luminares de toda natureza.
A Terra foi remexida enquanto Adonai segurava relâmpagos na raiz de suas unhas. As águas agitadas tornaram-se calmas quando Ruach HaKodesh pairou sobre a sua face.
Assim era o mundo antes de nós.
Em algum momento o Verbo plantou um jardim com uma única letra; a primeira Letra.
Sinto crescer em mim árvores iridescentes que brotam nesse Jardim. Os troncos luminosos crescem como ossos; do meu coração a seiva escorre e o meu sangue tem parte nessa seiva imortal.
Ruach HaKodesh é uma brisa suave que passeia na manhã e na viração do dia. Não há veneno inoculado na áspide sequer há serpente que avance ao calcanhar. E no lugar de pedregulhos e torrões secos, há terra germinal desde os grotões de águas cristalinas correndo sobre topázios, cornalinas, ágatas, esmeraldas e quartzos. Para cada filho da Luz há uma pedrinha com seu verdadeiro nome.
Ruach HaKodesh ensina as pedras a louvarem ao Criador, polindo cada pedra, como faz aos filhos da Luz para a perfeita adoração.
O líquen é o orvalho misturado com a baba dos bichos da seda; e toda a seda produzida, todo linho e toda lã revestem de luz cada letra que nasce do Pomar das Palavras. Anjos tecelões recolhem a melhor seda toda manhã tecem linho fino e pura lã para revestir o alfabeto do Criador.
Ruach HaKodesh balança as minhas folhas, balança as folhas dos justos e santos. Ela recolhe os nossos frutos maduros.
Por ordem do Criador poemas são entalhados nas árvores do Jardim, mas só nas de pele descarnada.
Antes da Queda éramos como crianças obedientes, nós os poetas, aprendendo sobre as dimensões de cada letra, a luz e a sombra de cada palavra e o poder do sopro que nasce no coração, se ilumina na mente e brota dos lábios humildes para soarem proféticos como shofares.
Ruach HaKodesh sopra nas narinas dos animais, passeia entre as plumagens furta-cor das aves e brinca nos olhos dos peixes. Minhas raízes se movem e pequenos animais fazem suas tocas entre os meus dedos de cedro; raposas, guaxinins, esquilos, quatis e doninhas. Com as pontas das minhas raízes sinto o pulsar de todo o Jardim. Com as pontas dos meus galhos, meus gravetos, sinto a voz do vento.
Com o meu coração sinto o coração de D'us,
pulsando no mesmo ritmo que o meu.
Ruach HaKodesh pinta as flores e seu hálito é o hálito do pólen.
Ela está na lã das ovelhas, na galhada dos cervos e na pelagem das camurças.
Depois que o primeiro casal foi expulso do Jardim, dois reluzentes querubins, com espadas nas mãos, fecharam os enormes portões de luz que ficam ao Oeste.
Clemência Divina
é o nome do primeiro Querubim; ele pertence a hierarquia da Misericórdia.
Aniquilação Divina
é o nome do segundo Querubim; ele pertence a hierarquia da Justiça.
Mas toda a Perfeição vem de Yeshua HaMashiach.
Ele é a Serpente devoradora de serpentes.
Ele é a Serpente erguida no deserto para curar a humanidade da peçonha de Hasatan.
Ele sabe espalhar o trigo para secar.
O sangue de Yeshua é a seiva do Jardim, mesmo quando se fez homem e filho do Homem se fez. Quando o sangue de Yeshua, o Cristo, escorreu pela cruz, nos proporcionando a cura, cresceu em mim o mesmo Jardim de outrora, senti os portões de luz se abrirem e a saudade de voltar para casa.
Sonhei que era um delicado formão de entalhe que D'us usava para escrever, em detalhe, teus versos nas árvores do santo Jardim em finos traços; tais lábios do Querubim
que desenha e guarda o voo das grandes aves; mais profundos e densos que os olhos suaves dos seres sagrados de Ezequiel, profeta; no Pomar das Palavras se faz o poeta.
Eu, porém, sendo vil formão de cega lâmina, na alma da letra exata o corte mal traçava; do cabo ao fio, tudo em mim era Infâmia.
Mas Du's, sendo perfeito artesão, planejava escrever certo em linha com cego instrumento, pois Ele afiava, afiava o meu tormento.
Até aqui: Poemas do livro Moriá (inédito)
A Majestade de Cristo está na pele dos leopardos e jaguares, salpicada em gloriosas rosetas e na revoada dos flamingos em alaridos qu'impele
sopro divino, das águas o marejar e nas praias do mundo, no cruzar dos ninhos dos oceanos, pelas jubartes, golfinhos baleias azuis e cachalotes no quebrar
frio das geleiras pelo dente dos narvais; nosso unicórnio dos mares e a beluga, entre céu e mar, em grandes batalhas navais.
E orcas na caça de um leão marinho em fuga, também do Filho pertencem os arrebóis, e a Tua majestade, vale mais que mil sóis.
Do livro YHVH
Lydia Plado
Quando eu era menino, ansiava pela guerra. Ajudando o meu pai nos campos, eu ficava à espera dos guerreiros retornando triunfantes. Meu pai achava engraçado e, bagunçando os meus cabelos, dizia: “Aser, tudo tem o seu tempo. Prepare-se e espere”.
Eu me preparei. E esperei.
Quando não estava semeando ou colhendo, treinava com a lança e a espada.
Cresci. E então o meu pai me orientou a plantar uma vinha. Ele disse que eu já estava pronto para o cultivo: havia aprendido o suficiente para cuidar de minha própria terra.
Plantei a vinha.
Estou orgulhoso, meu filho. Agora que você tem o seu próprio sustento, deve ter sua própria casa. Vou te ajudar a construí-la.
No dia seguinte, antes do sol nascer, ele me acorda. Vamos, levanta! Hora de começar a sua casa. sonolento, o sigo. E aos poucos descubro que construir dá muito mais trabalho do que plantar. E que o que é visível só se torna sólido a partir do invisível: do alicerce. Eu que achava que o começo seria a partir de tijolos, me surpreendo quando o velho me dá uma pá e me diz para cavar fundo. Tudo começa nas raízes. — ele dá uma piscadela e ri de minha incredulidade.
E veio a guerra. Pela qual me preparei e esperei. Ou, foi o que eu havia pensado. Pois quando eu estava animado na convocação, eis que o comandante declara: “Aqueles que plantaram uma vinha, retornem, para que possam colher de seu fruto”.
Eu estava pronto! Não morreria! Poderia desfrutar do vinho quando eu voltasse! Mas, as palavras de meu pai soavam nítido em minha mente: “Aser, tudo tem o seu tempo. Prepare-se e espere”. Voltei para casa, cabisbaixo. E lá estava ele, no portão me esperando, com uma sobrancelha erguida. Dou um suspiro ao passar por ele. E de repente me vejo no chão. Não esperava por essa rasteira...
Isso é o que você chama de estar pronto? Ainda bem que mandei plantar uma vinha! Se fosse pra guerra assim, não voltaria vivo. O inimigo é astuto: ele não tem pena se você está de mau humor. ele me oferece a mão. Ainda jovem, reviro os olhos, e pego sua mão. Ele me ergue com tal força que pensei que deslocaria o meu ombro. Ele nota. Surpreso? ele ri. Sabe de onde vem essa força? ele bate em seu próprio braço Do arado. Dedique-se à vinha, filho.
Dou um outro suspiro. E sigo para a vinha debaixo de sol quente.
Dedico-me à vinha. Dia após dia. Mês após mês. Até que aparecem os frutos.
Separamos as primícias. E celebramos.
Durante o banquete, meu pai coloca a mão em meu ombro e diz:
Mais dias e meses se passam debaixo do sol. E aos poucos, o que é invisível se torna visível: do chão, brota uma estrutura, que ganha um esqueleto e gradualmente vai tomando forma. E de alguma forma, conseguia ver relação com a minha vinha, que eu continuava a cuidar: tudo começa cavando a terra. Os dias passam, e há a angústia de que nada está acontecendo. Até que você vê uma pontinha verde rompendo o solo, que se cuidada, continua a crescer, florescer, e então chegam os frutos.
É necessário paciência.
Quando enfim estava terminando o telhado, ouço o soar das trombetas: há uma nova convocação para guerra.
Vá lá, meu filho. Eu termino o serviço aqui hoje. meu pai diz, calmo.
Confesso que dessa vez estava tão envolvido com a construção, que havia esquecido o meu sonho de moleque. Seria covarde não querer ir dessa vez? Teria eu a chance de poder não ir? E se eu fosse obrigado a ir? Nos últimos meses havia abandonado a lança e a espada por completo. Como lutaria com os inimigos?
Ao chegar, o comandante já passava as instruções. ... para que possam colher de seu fruto. lembro-me do quanto decepcionado havia ficado ao ouvir isso pela primeira vez. Hoje, estava grato. Aqueles que acabaram de construir uma casa também devem permanecer para que possam desfrutar de sua obra. Ergo os olhos para o comandante, incrédulo. Eu realmente poderia ficar? E ele continua. Aqueles que estão noivos, fiquem e se casem. E por fim, aqueles que tem medo, a guerra também não é para vocês.
Os homens ao meu redor começam a se mobilizar, mas eu ainda estava paralisado. Como isso era possível? Uma enorme gratidão pousa sobre mim me fazendo sorrir ao voltar para casa. Para a minha casa.
Olha aí, o Aser sorrindo! Se safou de novo, hein? Primeiro, plantou uma vinha, e agora construiu uma casa. Aposto que na próxima ele vai dar um jeito de estar noivo! diz Malaquias nas minhas costas, me fazendo parar. Ouço as risadas dos que estão com ele e me viro para fita-lo. O que foi? ele diz, cínico. E depois que você casar? Vai assumir que tem medo? As desculpas para você fugir estão acabando... os outros desabam a rir.
Fecho os punhos.
Eu não tenho medo.
Difícil de acreditar... e as risadas continuam... e eu estava a ponto de...
Aser! meu pai aparece Você estava demorando, eu vim... ele olha para Malaquias e os outros tentando acobertar o riso ver o que estava acontecendo.
Não é nada, senhor Belquior! Estávamos apenas... lamentando que o nosso querido Aser não poderá se juntar ao exército. De novo. o gordo do Jeremias solta uma risadinha.
Meu pai acena concordando, e põe a mão em meu ombro. Aperta. Bastante. Na verdade.
Sei. Bom, boa sorte para vocês, jovens. Venha Aser. Temos muito o que fazer. e com sua mão pesada sobre o meu ombro, ele me tira dali. Quando chegamos em casa, ele me solta.
Eu não tenho medo. digo a ele, que me olha e cruza os braços.
E?
Eu não tenho medo!
Você não tem medo ou quer provar para aqueles honoráveis senhores que você não tem medo?
Franzo as sobrancelhas.
Filho. ele suspira, e pousa suavemente sua mão sobre o meu ombro. — Não jogue fora tudo o que você recebeu por causa de algumas risadas.
Parte de mim sabia que ele estava querendo me ensinar algo. Parte de mim sabia o quanto havia ficado feliz e grato por não ir dessa vez. Mas a outra parte... a outra parte ouviu as risadas. A outra parte estava com vergonha. Com o peso da condenação alheia, do julgamento de covardia e de não estar fazendo o que todos os outros estão. E para mascarar a vergonha, a raiva dava as caras.
Empurro o meu pai.
Quem foi que fez essas regras ridículas? Que tipo de exército manda pessoas embora? É uma guerra! Quanto mais soldados, melhor!
Meu pai quase ri. Era irritante o quanto ele sempre levava as coisas de bom humor...
Quem fez essas regras “ridículas”? Bom, foi Deus. O Criador dos céus e da terra, que forjou os
mares e deu o fôlego de vida a todas as criaturas. Se acha melhor do que Ele? meu pai abre um sorriso e cruza os braços. Você ainda não entendeu nada. Estou desapontado por ter esquecido as histórias de nosso povo. De Gideão, por exemplo. O nosso exército não é como os outros. E nosso Deus não é como os outros. Ele não precisa de números. E Ele é misericordioso. Por isso, não desperdice as bênçãos que Ele confiou a você. novamente ele pousa a mão em meu ombro. Olho para o chão. Malaquias e os outros não têm as mesmas coisas que você tem. E se eles não forem, serão os covardes. Ou melhor, os covardes aos olhos dos outros. Poucos são os corajosamente fracos. ficamos ali parados, ele com a mão em meu ombro, até eu ter coragem de erguer a cabeça e fita-lo. Estou orgulhoso de você, filho. Se for da vontade de Deus, você irá realizar o seu sonho de menino e ir para guerra. Mas se quer que a benção dEle te acompanhe, terá que ser do jeito dEle e no tempo dEle. Até lá ele ergue a mão e bagunça o meu cabelo com certa dificuldade, já que agora sou mais alto do que ele prepare-se e espere.
Isso me faz sorrir.
Obrigado, pai.
Terminamos a casa e novamente meu pai faz um banquete. Um banquete no meu quintal. Meu. Minha casa. Que realização.
Sentado, observo meu pai rindo com os convidados. Como devo a ele.
Busco o vinho que preparei com as melhores uvas da penúltima safra. Ainda não estava muito envelhecido, mas eu tinha certeza da qualidade das uvas. Volto a sentar e espero por ele.
Meu filho, como você me traz alegria! meu pai diz, sentando-se à minha frente. Sirvo-lhe um copo de vinho. Que vinho excelente! Onde comprou? Ah, não importa! O que importa é que agora você tem uma casa! Apesar que... seria meio solitário morar aqui sozinho...
Você quer me casar, não quer? Eu realmente vou estar noivo quando a próxima trombeta soar? finjo estar descontente.
O quê? Vai mesmo comprar essa? Malaquias virou profeta agora, é? não consigo manter a postura e acabo rindo. Ah, então você está zombando do seu velho pai? Bonito, hein?
Tudo bem, tudo bem. Eu caso! Eu... confio em você, pai. Se me diz para plantar, eu planto. Se me diz para construir, construo. Se me diz para casar, eu caso.
Ótimo! O próximo banquete será de seu casamento! Já tenho algumas senhoritas em mente que acho que combinam com você, é só escolher
uma. Quero muitos netos!
Pai!
Meses depois, me caso. E minha esposa, com seu cuidado, ternura e força, traz a presença de um brilho diferente em minha casa. E como amo observá-la a ver o pôr do sol na janela, com seus cabelos longos escuros e o pensamento longe. Como ela é bela. Quando estávamos esperando pelo nosso segundo filho, a trombeta soa.
Vai. ela diz É o seu sonho.
Mas você está grávida...
Está com medo? medo? Seria medo o que eu estava sentindo? Mentir é pecado.
Eu não tinha medo de morrer. Não tinha medo de ser ferido. Mas... agora eu era marido e pai. Tinha responsabilidades com minha família. Contudo, eu também tinha o dever com o meu povo. E o meu sonho de infância. Me via dividido. E se eu nunca pudesse ver o rosto de meu segundo filho?
Vá. ela diz. Chegou a hora. Você obedeceu até aqui. O Senhor está realizando o desejo do seu coração. Ele estará com você.
Beijo a sua mão e a sua testa e vou.
Sinto a adrenalina percorrer o meu corpo a cada brado, a cada golpe. Me sentia vivo e acordado como nunca. Contudo, os inimigos não acabavam. Pareciam um enxame de gafanhotos sem fim.
Eles são muitos! diz Malaquias, desanimado ao meu lado.
São. Mas o nosso Deus não precisa de números. E Ele é misericordioso. Venceremos.
Depois de toda a espera, apesar de todo o caos e sangue, estava vivendo o ápice do meu sonho: finalmente estava no campo de batalha, guerreando. Se nunca tivesse acontecido, eu também seria grato: vivi uma vida digna. Mas, no tempo certo, já tendo alicerce, estrutura e força, Deus me permitiu usar a espada, a lança, e o escudo. A cada golpe, eu tinha certeza que valeu a pena a espera. A cada desvio, via que finalmente eu estava preparado. Obrigado, pai.
Lydia Plado nasceu no Rio de Janeiro capital, mas ao longo de seus 27 anos de vida já morou em diferentes cidades do Brasil. Ainda criança, começou seus estudos de música na Primeira Igreja Batista de Niterói, mas foi na Primeira Igreja Batista de Paranaguá, quando o seu professor de flauta emprestou sua coleção encapada de As Crônicas de Nárnia, que Lydia se apaixonou pela leitura e passou a ter o sonho de criar seu próprio mundo, como C. S. Lewis: ser escritora. Ainda adolescente publicou seu primeiro livro, Corações Renegados.
Atualmente, Lydia mora em Paracuru, no interior litoral do Ceará, e toca teclado no grupo de louvor na Igreja Bíblica Batista de Paracuru.
O site ChristianArtcompartilha, todos os dias, uma obra clássica ou moderna que reflete valores cristãos, junto a um texto devocional. Eles estão em https://christian.art/ . Você pode assinar a newsletter e receber diariamente em seu e-mail a arte e a mensagem.
Em junho, o Pr. Rogério Alves de Carvalho lançou o livro OsRevoltosos . Em 1925, uma família sobrevive a dias difíceis com a chegada da Coluna Prestes à sua pequena cidade. Confira AQUI.
Ainda em junho, Sylvia Maia lançou o livro infantil ExpediçãoMissionária , que narra o avanço do missionário Robert Reid Kalley e sua esposa, até a Ilha da Madeira, em Portugal Confira AQUI
Nos dias 17 a 20 deste mês de julho acontece a nova edição da FEFICC, Feira de Ficção Cristã e Cultura. O evento será na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, com entrada gratuita. A feira tem se firmado como uma congregadora de autores e leitores do recente boomda ficção cristã no país. Confira mais informações no perfil da FEFICC no Instagram, AQUI.
Em junho, Renato Souza de Melo lançou o livro Umnónagargantadesdeoprincípiodomundo. É seu terceiro livro poético. Confira AQUI.
Em fins de 2023 o Pr. Luiz Miguel Gianeli lançou, pela editora Trinitas, o Devo Gamer, um devocional que utiliza o universo dos videogames para comunicar valores eternos. Confira AQUI
O projeto Geração Blindada lançará (durante a FEFICC) a antologia VozesdaJuventude , reunindo contos de 17 jovens evangélicos de todo o Brasil. AQUI.
Não penso em nenhumã línguã:pensoemãlmã.
OEspíritonãoreconhece hierãrquiã, sãlvo ã de Deus.
AmecãnizãçãodoEspíritoeoprincípiododesãstre. Tãl o sãngue que secã,porfãltãdeseivã.
No tempo tudo pesã, nã eternidãdenãdã.
A fe so pode duvidãr de si mesmã. Jãmãis de Deus.
O espírito so tem fome deespírito.
A ãlmã e fãíscã, se tocãr emDeus.
Oãmoreohãlitodãluz.
Quero me perder em Deus. E de tãnto encontrãr, sem cãutelã se perde. Deus e quãndo o impossívelterminoueprincipiããjuventudedãluz.
Luís Carlos Verzoni Nejar (Porto Alegre, 11 de janeiro de 1939) é um poeta, ficcionista, tradutor e crítico literário brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia. Neto de libaneses e sírios, é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Um dos mais importantes poetas da sua geração, Nejar, também chamado de “o poeta do pampa brasileiro”, é autor de mais de cinquenta livros. Radicado no Rio de Janeiro, o autor é pastor evangélico.
Os trechos aqui coligidos foram extraídos dos livros Veridianas (Serena, 2021) e Caderno de Fogo (Escrituras, 2000).
Oestãdodegrãçãeumestãdoderessurreição.
Oprofetãsopodeexistirpordetrãsdomenino.
Extãse:estãdodeAnjo.
Tomãrãcruzetomãrãsestrelãsnoombro.Opeso diminuiãoãndãr.
Fãmíliã,humãnidãdeconciliãdã.
O ãmor de um cão e tão forte que criã deveres. E tãogrãndequelãmbenossãslãgrimãs.
Todãsãsteoriãsmerecusãm.
Osvermesengordãmdetãntãgloriãsobãterrã.
Atolerãnciãeãlucidezdãbondãde.
O pensãmento cãiu de sono. E o sono, de pensãmento.
O profetã, quãndo verdãdeiro, e um ser perigoso.
Porqueãprofeciãequeoescolheu.
Ahumildãdesesustentãdeãmor.
Hãpoemãsemqueãspãlãvrãsmorremdesono.
O impossível e ã nevoã que se ãtrãvessã ãte o possível.
Guãrdã tuã pãlãvrã: e interiordetuãcãsã.
Onde hã justiçã, e necessãrio misericordiã. Umã não coexiste sem ã outrã. Como cordãs que vão sobreoprecipício.
Nãohãepicãsemãloucurãdãinfãnciã.
As coisãs se dão ãbãixo do ãmor, como o ceu ãbãixodãsestrelãs.
Sou ã minhã estrãnhã descobertã.
Ousãreporinteiro.
Abelezãeãclãridãdeque nãomorre.
E preciso dãr tempo ão sonho. E dãr sonho ão tempo.
Oocioeoprogressodoãrtistã.
Pãixão:fermentodãloucurã.
Nãoeopoetãqueinventããvoz.Severdãdeiro,eã vozqueinventãopoetã.
Escreverequeimãrãluz.
Amãreir-selibertãndocomãchãmã.
Ignorãmos os desígnios de Deus. O sofrimento podeserlucidezeãlucidez,enfermidãde.
Deusequãndoosilenciocomeçããfãlãr.
TudotemsentidoemDeus.Ateoquenãoexiste.
A pãlãvrã deve pãssãr pelo fio dã ãgulhã do silencio.
Aluznãotemfrestãs.
Oqueenosso,comfenovãgãrsevãicriãndo. Grãçã,esplendordeDeus.
Lucidez nã morte, sensãtez nã vidã e loucurã nã obrã.
A ãlmã não tem republicã eocorpoãguãrdããdemocrãciãdosossos.
ção que não se produz, conformeJorgeLuisBorges. O poemã não buscã sentido. E o sentido. Não se fãz iminenciã de revelãção. E revelãção.
Deus fãlã. O que se fãz necessãrio e entender suã línguã.
De Veridianas
A poesiã vãle não somente pelo que sugere. Mãs tãmbem pelo que deixou de sugerir. A sombrã do poemãsempredevesermãiorqueopoemã.
O ãto de criãr e pãrãdisíãco. Como se nos ãrrebãtãssedeuminstãnteprovisoriopãrãoutro,permãnente. Todãviã, mãisdoquetrãnsportãdopelãpãlãvrã,equãndoDeusnoscãpturãeseuãmorultrãpãssã oconhecimentoeãmedidã.Aícomeçã a noite escura,“ocentrodenossãhumildãde”.
Antesdetocãrmosãluz,eelãquenostocã.Depois de ãmãrmos os poemãs, são eles que começãm ã nosãmãr.
A literãturã não e ãpenãs quase ãlgumã coisã, nã expressão de Bãrthes. Nem ã iminenciã de revelã-
Todãgrãndepoesiãedepensãmento.Nãoumpensãmento logico, que ã fãriã despencãr no discurso retorico e fechãdo. Um pensãmento de prodígios, reunindo reãl e sonho. O poetã so e pensãdor nã medidãemqueepoetã.
Não hã poetã mãior sem estruturã culturãl e intelectuãl. A dãdivã, o mirãculoso dom dãs pãlãvrãs pressupoem suportã humãnistã, inserção críticã dentro do mundo criãdo. O milãgre e poderosãmentecultivãdo.
Rãciocinãr os poemãs e desmontã-los no misterio, retirãndo ãos pãssãros, ãs plumãs. Desrãciocinãlos e dãr-lhes tempo pãrã se recuperãrem do misterio.Comopeixes,comãguãsereãnimãm.
AgrãndepoesiãtemãvocãçãodeNoe.Intentãsãlvãr os ãnimãis do poemã e descobre o mundo novo, depois do diluvio. O ãrco-íris e o momento do pãctoentreDeuseãpoesiã.
“Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si.” Romanos 14.7.
Isso é bem verdade, não importa o quão humilde a pessoa seja. Há mais de duzentos anos um médico puritano idoso escreveu um livro intitulado The Bruised Reed (algo como O Caniço Ferido). Uma cópia da obra foi vendida por um ambulante a um jovem chamado Richard Baxter, que depois de ler o livro se entregou a Cristo.
Por sua vez, Baxter escreveu um livro espetacular intitulado A Call to the Unconverted (algo como Um chamado ao Não Convertido). Esse livro caiu nas mãos de outro jovem, Phillip Doddridge. Este, por sua vez, escreveu The Rise and Progress of Religion (algo como A Ascenção e o Progresso da Religião).
Esse livro chegou às mãos de William Wilberforce, e levou-o a se converter a Cristo. Wilberforce foi uma luz brilhante e sempre acesa e deu início a uma reforma social que libertou todos os escravos no Império Britânico. Wilberforce, por sua vez, escreveu um livro intitulado A Practical View of Christianity (algo como Uma Visão Pragmática do Cristianismo).
Esse último livro entusiasmou a fé e incendiou o zelo de um pregador chamado Leigh Richmond, que escreveu uma obra intitulada The Dairyman ́s Daughter (algo como A Filha do Leiteiro). Um homem que morava no norte gelado da Escócia foi extremamente influenciado por esse livro, e se tornou um poderoso defensor da verdade até a Escócia inteira ressoar com a eloquência de Thomas Chalmers.
Transcrito de Christian Victory
Paulo Roberto de Oliveira Caruso
Somente tenho a Deus por meu abrigo, meu sol brilhante, a luz do meu andar; os Seus ensinamentos eu persigo com zelo, com louvor e bem-estar!
Já toda e qualquer obra do inimigo eu jogo pelo ralo sem pensar, pois é só Jesus Cristo quem eu sigo e a Ele é quem desejo então chegar!
A Bíblia é o guia-mor da minha vida; sem ela não pretendo dar um passo! É ela que mantém minh’alma fida,
driblando Satanás e o descompasso trazido para a mente ser nutrida com tudo de mais pútrido e devasso!
Sammis Reachers
Andamos nossos passos nazarenos
Numa comissão feita de restaurações
De encontro ao abraço que do alto sol nos aquece com seu banho morno
Somos luas nômades, vinte séculos
De cisma e audácia bordados: Ágapes em busca de âmagos, almas
Arautos de uma missão sem centros
Nossa força nem é fé, nem esperança
Apenas, mas estarmos sempre confortáveis
No desconforto: rosas e lótus e girassóis
De amor sempre indiviso, sempre irisado.
José Julio de Azevedo
Você tem que ser forte
Se preciso, peito aberto frente a ventania.
Se há os que tramam nas trevas
Você tem que brilhar ao meio-dia.
Você tem que, precisa ser forte
O Universo conspira pelos que Querem o bem e amam a humanidade. Quem tem um sonho bom,
De fraternidade, tem que ser forte, Nunca desistir, Resistir frente aos inimigos da liberdade.
Você tem que estar alerta, desperto, Sabendo o que se passa no cenário
E quem é quem nessa história.
Assim, haverá final feliz em nossa Terra
Aos que estão do lado da Justiça
Frente aos que traem usando o nome dela.
Mantenha sua luz acesa.
Só podemos ser fracos diante do Todo-Poderoso
Se tivermos que chorar, seja diante de Seu trono.
Do céu vem a fortaleza, a força que precisamos. Temos que estar juntos para que nossa força possa Fazer a liberdade abrir suas asas sobre nós.
Temos que estar junto, unidos. Obstinadamente fortes.
Se há os que tramam nas trevas
Temos que brilhar ao meio-dia.
Martha Snell Nicholson / Tradução de Lucas Ferreira
Porque Ele é Deus se assenta no trono,
Porque Ele é homem pode m’entender.
Porque Ele é Deus vem em meu auxílio,
Porque Ele é homem toma minha mão.
Porque Ele tomou a forma humana, Conheceu minha forma e minha fraqueza.
Porque Ele é Deus pode conceder-me
Tudo além do que eu pense ou peça.
Marinaldo Lima
O pastor Jacó Zaqueu era muito sério na doutrina da Palavra de Deus e extremamente cuidadoso no testemunho. Sua família era um exemplo no bairro e a Igreja era muito respeitada na comunidade. O diácono Esdras Batista gostava de ouvi-lo pregar e particularmente naquela manhã a mensagem tocara seu coração. Baseado em Isaias 55: 11, o sermão fez o diácono pensar no seu principal pedido de oração nos últimos meses. Todavia, apesar de sua seriedade no púlpito, o pastor às vezes, mostrava o seu lado espirituoso, com suas tiradas. No fim do culto ele falou:
pedido de oração. E o culto foi tão efusivo, com a alegria de vermos vidas quebrantadas diante do Senhor Jesus, que até esqueci da profecia! Mas vocês querem saber mesmo? A profecia que está se cumprindo exatamente neste momento é esta: vejam aqui na minha Bíblia.
Orando e jejuando o pastor Jacó Zaqueu também tomou diversas providências quanto ao pedido de oração do seu querido diácono. Foi várias vezes até a zona portuária e depois de muita persistência e alguns encaminhamentos viu a ação de Deus se concretizando.
Meus irmãos, agora, com o término do culto, muitos irmãos vão ficar para o ensaio do coral e só vão para casa mais tarde. Porém, à noite, assim que o culto terminar, uma profecia vai se cumprir em nossa Igreja. Venham todos para ver! Ao cumprimentar o diácono Esdras à porta, o pastor ouviu:
O senhor sabe que a profecia vai se cumprir com outras famílias da igreja, menos para a minha. Estou indo para casa com Marta e nossa filha Ester. Porém, nossa família não está completa.
Irmão Esdras, agora é uma questão de honra; aliás de oração e jejum. Vou convocar a igreja para orar, para que a profecia se cumpra na sua família também. Deus tem propósitos e sabemos que a Sua Palavra não volta vazia. E a sua vontade é que todos se salvem e venham ao conhecimento da verdade. O culto da noite foi muito animado e a mensagem foi baseada no texto de João 6: 37. Um casal e dois adolescentes converteram-se e uma jovem decidiuse para o batismo. Após o culto, quando o zelador estava fechando o templo, alguns adolescentes perguntaram ao pastor qual profecia tinha se cumprido. Foi então que o Pr. Jacó se lembrou do que tinha falado pela manhã e respondeu: Queridos, após falar com o irmão Esdras depois do culto da manhã, passei o resto do dia pensando no que ele me disse. Por isto agora à noite convoquei todos para orarmos e jejuarmos pelo seu
Dez meses depois, no culto noturno do Domingo da Páscoa, vários batismos foram realizados e ao final do sermão o pastor Jacó fez o apelo. Onze pessoas entregaram suas vidas ao Senhor Jesus e Ester, a filha do diácono Esdras Batista, estava com outros jovens preenchendo as fichas de “boas-vindas à nova vida em Cristo.” Com todas as fichas preenchidas, o Pastor Jacó começou a orar para depois impetrar a bênção apostólica. Então, Ester sentiu alguém lhe dar um abraço e lhe falar ao ouvido:
Preenche minha ficha também.
Ela reconheceu a voz do irmão e começou a chorar abraçada a ele. Não conteve a alegria e abrindo os olhos viu também as lágrimas no rosto de Tiago. Quando olhou de lado, seu pai e sua mãe já tinham ido abraçar o jovem. O pastor Zaqueu desceu da plataforma e dirigiu-se àquela família regozijada que comemorava a volta do filho para casa, após ter se envolvido com drogas. Tiago estava com a camisa da Cristolândia, onde havia se libertado do vício e reencontrado a beleza do Evangelho.
Aquele final de culto foi uma festa, com todos querendo abraçar Tiago e os outros convertidos daquela noite. Cansado, o irmão Fortunato, queria fechar o templo para ir embora. Mas, resignou-se diante de tanta alegria, sobretudo pela conversão de Tiago, a quem vira crescer.
Quando já estava no carro, desta vez com toda família, o diácono Esdras falou para o pastor Jacó: Eu louvo a Deus pela providência que o senhor tomou para encaminhar meu filho para o tratamento. E hoje, para glória de Deus, aquela profecia se cumpriu na minha família.
Curioso, Tiago perguntou qual profecia tinha se cumprido. E seu pai lhe respondeu sorrindo:
A profecia de João 7: 53.
Tiago pegou o celular de sua irmã e leu o versículo: “E todos foram para sua casa.”
E o diácono Esdras Batista, visivelmente emocionado, falou: Filho, hoje estou com minha família reunida. E posso dizer que o texto de João 7:53, tornou-se uma profecia cumprida em nossas vidas. E sempre vai se cumprir, pois de hoje em diante eu e a minha casa servimos ao Senhor. * * *
Marinaldo Lima é natural de Jaboatão/PE. É filho de Manoel e Marina Lima, casado com Alcione Lima e pai de Anália Rebeca e Areli Suzana. É Administrador, Teólogo e Historiador. É professor da Escola Estadual Monsenhor Arruda Câmara e pastor da Igreja Batista em Sítio Novo-Olinda. Já foi selecionado e premiado em concursos literários em vários estados e tem mais de 150 poemas publicados no Jornal Batista.
Em um mundo cheio de barreiras, a verdade é que somos todos iguais, mesmo com diferenças sociais, culturais, étnicas etc. Mas nada disso pode nos tornar mais ou menos humanos; apenas humanos na essência, e diferentes quanto as coisas gerais. Tanto se fala em amor como nunca antes se falou, mas boa parte desse amor foi ideologizado, se tornando nada mais do que uma peça publicitária para o discurso e a retórica por trás de um sistema de ideias.
O próprio filme, num letreiro no refeitório, reproduz parcialmente os escritos do Apóstolo Paulo sobre o amor:
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Coríntios 13:3-8)
E esta é a proposta do filme, falar do amor incondicional, colocar o próximo acima de si mesmo, dos seus obstáculos, e tratá-lo como superior a si mesmo; é abrir mão de fazer ou ser o que se quer para cuidar do outro; em suma, o amor é a única “afirmação” de que a humanidade precisa, o real e verdadeiro "empoderamento" humano; pois o restante é legitimar manobras e programas e interesses nada amorosos.
Com ótimas interpretações, um roteiro emocionante sem ser piegas, o filme é recomendado a todos aqueles que não somente queiram acender uma tocha (a luz, não a destruição), mas mantê-la acesa.
Nota: Filme disponível em várias plataformas de Streaming.
Título: “Same Kind of Different as Me” (Somos todos iguais)
Estreia: 2017
Roteiro e Direção: Michael Carney
Elenco: Greg Kinner, Renée Zellweger, Djimom Hounsou, Jon Voight, Olivia Holt, Mykel Shannon, entre outros.
Trilha Sonora: John Paesano
Deus em forma de pomba
Deus em forma de homem
Deus em forma de voz
Deus três vezes entre nós
Eu sou um dos leprosos dentre os dez,
A adúltera que foi pega em flagrante,
A mãe sírio-fenícia suplicante, O hidrópico que o edema se desfez.
Eu sou o miserável publicano, O cego de nascença que enxergou,
Sou a mulher do fluxo que cessou, O servo moribundo do romano.
Sou o bandido morto numa cruz
Na véspera da Páscoa, que, no fim,
Crucificado ao lado de Jesus,
Ali, morrendo como incircunciso, Fez um pedido: “Lembra-te de mim”, E foi com Ele para o paraíso.
Luiz Renato de Oliveira Périco (1983 – Jacarezinho/PR) é bacharel em Letras pela FFLCH-USP e em Direito pela FDUSP. Vive em São Paulo/SP, onde é funcionário público. Em 2006, foi segundo lugar no II Festival de Letras da FFLCH. Em 2014, obteve menção honrosa no 22º Programa Nascente, da USP. Tem poemas publicados em antologias e nas revistas literárias Toró, Ruído Manifesto, Mallarmargens, Lavoura, Sepé, Germina, Unamuno e Littera 7. Em livro, publicou Forma Amorfa (1ª edição: Viv Editora, 2021; 2ª edição [Kindle] do autor, 2022) e kairós (Patuá, 2024).
Instagram: @lroperico. LinkTree: https://linktr.ee/ lroperico
Seu sorriso
Um colar de pérolas
De siso a siso
para João Filho
Nós cremos no que não se pode crer.
Se há no mundo coisas tão incríveis
Como as cores das flores, invisíveis
Aos olhos desatentos, como o ser
Ao invés do não ser, como o nascer
E o pôr do sol, e tudo que há e vive, eis
Que já não existem coisas impossíveis.
É a lógica mais pura a transcender
A lógica - é o Logos. E é em vão
Que se argumenta a quem um dia flagre
O mistério na palma da sua mão
Num pedaço de pão que se consagre.
A impossibilidade é condição
De possibilidade do milagre.
Ins. Gerard Manley Hopkins
Quarenta noites e quarenta dias
Nos separam da nossa Eternidade, E até chegarem os Meses do Messias, O Deserto é a nossa Realidade.
Amanhã, Canaã será verdade.
Hoje - é o ermo em meio ao qual nos guias.
Não há horas vazias, nem vadias
Pra nós, cuja Esperança é sem idade.
Andamos anos, anos no Deserto, E andaríamos mais Contigo perto,
A Espera é o Ritmo-Rito do momento.
Não há horas desertas para nós. Em meio ao nada, Deus e nós a sós, O Tempo é um Templo, o Tempo é um Sacramento.
Eu vejo a Imago Dei na face do mendigo
Cuja pobreza apenas suja sua beleza
Eu vejo a Imago Dei na face do inimigo
Sua inimizade não é a sua natureza
Eu vejo a Imago Dei na face do bandido
Sua pena apenas pune a sua dignidade
Eu vejo a Imago Dei na face do vencido
Sua derrota não o derrota de verdade
Eu vejo a Imago Dei nas faces machucadas
Nas faces escarradas, faces rejeitadas
Nas faces descompostas, faces escondidas
Eu vejo a Imago Dei nas faces mais estranhas
Moldada não nas faces, mas em suas entranhas
Eu vejo a Imago Dei em suas faces perdidas
O Amor é uma palavra tão bonita.
Mas quem pode dizer o que ela diz?
Palavra que, calada, ainda grita,
E mesmo quando dói, nos faz feliz.
Bendita palavra, quando bem dita,
O Amor que nos conduz quando condiz,
Palavra que não pode ser transcrita
Sem transformar quem lê-la vis-a-vis.
E como traduzi-la sem trai-la?
Sentir o seu sentido, que ecoa
No que ela enunciou, anunciou?
Somente o Verbo pode traduzi-la:
O Amor se conjugou numa Pessoa,
O Amor é uma Palavra que encarnou.
Por Bob Stewart
Tradução Pés Descalços Evangelismo
Os eventos que levaram a experiência de conversão de C. S. Lewis – como delineado em Surpreendido pela Alegria – tem importantes implicações para o evangelismo e apologética.
A importância dos relacionamentos. Lewis foi influenciado por seus amigos cristãos, Owen Barfield, J R R Tolkien, Hugo Dyson e outros.
A importância da boa teologia. Muitos pessoas não vem para Cristo por terem idéias erradas sobre o cristianismo. Devemos ser bons teólogos. Muito do trabalho de apologética e evangelismo de Lewis era simplesmente apresentar o cristianismo clássico para as massas (ex: Cristianismo Puro e Simples).
A importância da razão. Lewis precisou ver que o cristianismo era racional antes de poder aceitá-lo. Lewis precisava ver que o cristianismo tinha uma resposta para o problema do mal e que o cristianismo era superior e diferente das outras religiões.
A importância da boa literatura. Chesterton e MacDonald assim como Atanásio e escritores clássicos como Platão o influenciaram significativamente. Devemos conhecer quais recursos podemos prover para aqueles que estão à nossa volta.
A importância da imaginação. Ele precisava ver que o cristianismo também era algo desejável. Relacionado a isso está a importância de anseio. Devemos apresentar o cristianismo como algo que preenche nossos mais profundos desejos.
Lewis reconheceu a necessidade, na verdade o fato, que Deus nos procura pessoalmente e faz suas exigências. Muitas vezes abordamos evangelismo e apologética como se estivéssemos simplesmente falando por Deus quando na verdade estamos falando junto com Deus.
A importância da paciência. Lewis não se converteu ao cristianismo da noite para dia. Ele teve que trabalhar uma série de assuntos e objeções.
A importância de se frequentar a igreja. Lewis passou a frequentar a igreja novamente depois de aceitar o teísmo. Se queremos apresentar as pessoas a Jesus, seria sábio levá-nos conosco quando temos certeza que vamos encontrá-Lo.
- AldairRibeirodosSantos
Baixe o e-book gratuito 100 Frases de C. S. Lewis. Além de ser uma leitura edificante, ao final do breve volume há uma mensagem evangelística. Ideal para ser compartilhado com seus amigos e contatos. Clique AQUI.
Ela comprou um sintético. Isso mesmo, comprar um homem sintético é a coisa mais natural do mundo no ano de 2095. Precisava de um para o serviço pesado da casa. Havia uma certa desconfiança devido ao preço tão baixo, uma pechincha.
Desembalou a grande caixa e seguiu cuidadosamente as instruções. Deixou de molho com os eletrólitos ativadores de um dia para o outro. No dia seguinte hidratou com os produtos do fabricante. Enxugou. Instalou as células de energia. Deixou ligado 24 horas na tomada. Está pronto. Inicializou usando o aplicativo.
Mas, há algo errado! O sintético não fala, não anda, fica inerte com cara de bobo. A única ação que faz de modo meio automático é esticar o braço em direção a garrafas de cerveja, algo assim primitivo mesmo.
Releu o manual de capa a capa. Achou nas entrelinhas: “cérebro vendido separadamente”.
Bem que ela desconfiou do preço.
Luiz Miguel Gianeli
Conhecido anteriormente como “Bible X”, Gate Zero é resultado de um financiamento coletivo no Kickstarter que promete trazer um game sensacional ambientado em Israel do século primeiro, ou seja, no tempo de Jesus e dos Evangelhos.
A história do jogo começa no ano de 2072 no mundo distópico de Terrapolis. O personagem controlado pelo jogador e seu primo Hector
recebem uma missão enigmática de sua excêntrica e falecida avô. Ela oferece a chance de os garotos ganharem toda a sua herança se desvendarem os segredos de sua misteriosa “pérola”. Os dois decidem resolver esse mistério voltando à fonte em sua máquina do tempo, a Gate Zero que dá nome ao jogo.
Focado em “stealth”, no melhor estilo Assassin's Creed e com gráficos INCRÍVEIS, o jogo oferece
um mundo aberto, uma grande fidelidade ao ambiente da época e interação com os personagens. No game poderemos interagir com personagens bíblicos e históricos conhecidos, testemunhar eventos bíblicos em primeira mão, descobrir o Israel do século 1 em todo o seu contexto cultural e histórico, bem como testemunhar conflitos sociais e evitarde sermos vistos oupegos.
O jogo produzido pela BBC Media STI na Unreal Engine já tem uma versão protótipo jogável na Steam e pode ser adicionado à lista de espera. Você pode saber mais detalhes sobre ele em sua página oficial: www.gatezero.game , bem como assistir ao trailer completo. Com certeza, um dos projetos bíblicos no mundo dos videogames mais ambicioso epromissorde todosostempos.Estáprevisto para PC e mobile e para os consoles de mesa, dependendodas metas alcançadas. Fica a dica!
Luiz Miguel Gianeli é pastor e missionário. Está à frente do projeto Muito Além dos Videogames, que objetiva falar de games a partir de uma perspectiva cristã. A iniciativa conta com a publicação da revista Muito Além dos Videogames, além de site, redes sociaise vídeosno Youtube.
*
O presente texto foi extraído da revista Muito Além dos Videogames Edição Extra 2, focada em jogos de temática cristã. A revista pode ser baixada gratuitamente, AQUI.
Foi duma ardência que nunca senti. Me rasgando a garganta. Sentia como o líquido ia, a um tempo, queimando e como que fazendo inchar, expandir-se, tanto a extensão de minha língua quanto as paredes da minha garganta, traqueia... 10 ml de veneno daria conta, mas eu tomei 300ml, um belo copo.
Retornei como que de ressaca. E atrasado: havia já programado uma nova morte e esta fora gestada por um mês. Custou dinheiro, tempo perdido com instrutores. O avião decolaria às 10h00. Saí do IML e peguei o primeiro ônibus.
Conheço mais IMLs do que pregadores itinerantes conhecem púlpitos de igrejas de onde vão arrancar seu ganha-pão.
Lembro-me sempre não da primeira, mas da segunda vez em que morri. Acreditei que sonhava: ainda era usuário das mesmas drogas que me mataram da primeira vez.
Na primeira, afinal, não soube sequer que havia morrido. Só me lembro de sentar-me, muito chapado, na cadeira do fundo de um ônibus, e começar a tremer, mas sem sentir frio. Acordei numa maca fria de um hospital, coberto com um lençol. Era madrugada: levantei-me e saí. Alguém detrás de um balcão, sonolento, esboçou um “Ei! Ei!”. Sonolento, creio que não ouvi.
Estava muito grogue e achava que era efeito posterior da aparente overdose que me jogara naquela maca. Ou talvez de alguma medicação. Só com o tempo e outras mortes fui perceber que sempre despertava com aquele tipo de zonzeira. Era a vida engrenando as marchas.
Curiosa a minha hiper vida, não? Mas a coisa toda é simples: sou um homem que não consegue permanecer morto. Sou sempre expelido pela Morte de volta à vida. Escarrado. Não sei o motivo. Até onde eu sei, não sou vítima de nenhuma maldição, artefato místico, genética alienígena, experiência científica. Estar preso numa grande matrix, num programa simulador de realidade, claro, é uma possibilidade. Para todos nós, afinal.
Nunca utilizei meu “poder” para trazer qualquer benefício para ninguém. Creio que nem mesmo para mim. Era um drogado já com certa inclinação suicida, e ao descobrir tal dom ou maldição tudo o que fiz foi
curtir, curtir ao máximo o que, ainda creio, estava vedado a qualquer outro homem: mais que sofrer, saborear a morte. Pisoteá-la, ela a tão cheia de botas. Passei simples e sistematicamente a suicidar-me das mais diversas e criativas maneiras que me ocorriam. Mas, e como é estar morto?, você deve estar perguntando-se. São muitas mortes, e variadas as experiências, e múltiplas as respostas. Vezes houve em que, defunto meu corpo, só vi escuridão e silêncio. Noutras, ouvi vozes, algumas conhecidas me chamando a esmo, noutras vezes gritos de dor. Vi a luz em forma de túnel. Vi a área em torno ao meu corpo, pessoas observando-o, tentando me reanimar.
Em Uganda fui estraçalhado por um leão e fiquei horas (eu ou meu espírito? Na verdade sempre meu espírito e sempre eu, pois somos espíritos, e não corpos) observando meu corpo mutilado, abandonado pelo jovem leão após se ter saciado. Quando hienas se aproximaram, meu meio corpo foi salvo por guardas florestais. De repente senti como que se lançado num torvelinho, um rodopiar do vento que aumentava sua força e girava meu espírito como uma cueca numa máquina de lavar. Despertei ensacado no jipe que levava meu corpo para a capital do país. Eu poderia relatar outras trinta experiências assim.
Você já pisou num chiclete? Aquela sensação, meio nojenta e noutra metade angustiosa, de perceber o chiclete esticando-se indefinidamente junto com seu calçado, quando este se levanta? Assim ocorre com o espírito. Ele desprende-se do corpo como um chiclete, esticando-se, grudento.
Sinto falta da sensação do desprendimento, imensa saudade de morrer. Desta única vez, por um bom motivo.
Hoje estou preso a um corpo imóvel, o qual não posso matar. Escrevo este relato apenas com os olhos: utilizo um programa criado especialmente para pessoas em situação como a minha, tetraplégicos. Essas quase três páginas que você acabou de ler me custaram dias de trabalho, olhares e piscadelas para os sensores do monitor que me causam uma dor de cabeça terrível. Minha última aventura kamikaze deu errado, errado pois... sobrevivi. Em meia vida: O acidente lesionou minha coluna cervical, e aqui estou. Nunca vi Deus, anjos ou demônios em minhas muitas mortes, ou nesses períodos que passo fisicamente “morto”, pois quem sou eu para saber se isso é mesmo a morte? Mas, após dois anos aqui, prisioneiro
neste corpo, eu que me julgava e porventura fui o mais livre dos homens, um anárquico super-homem, viciado no próprio poder, no próprio ego, desisti de teimar. Em lágrimas sem ter quem as secasse, lembrei das conversas – perdão, das audições – com dona Solange, missionária capelã que semanalmente vem até esta ala do hospital e conversa conosco. Eu a ouvia, mais interessado em simplesmente ouvir alguém do que em ouvir o que ela estava falando.
Me lembrei de suas palavras, e sem palavras gritei o mais alto que pude por aquele Deus de quem ela fala tão feliz, esse Jesus que tanta luz e confusão trouxe ao mundo. Gritei e gritei e chorei – um dia, dias, qual a diferença? – imóvel como um cadáver em meu corpo paralisado, até que senti sua mão em meu ombro. Senti, senti mesmo não tendo nenhuma sensação do pescoço para baixo.
– Pare de gritar.
Fiquei em silêncio, apenas chorando, confuso de raiva e espanto e vergonha. Raiva pela fraqueza, vergonha de chegar àquele ponto, àquele estado de miserabilidade, e espanto por ele estar ali.
– Você quer respostas, mas eu quero saber se você está realmente cansado.
– Estou, Senhor. Não aguento mais essa prisão, e nem mesmo aquele morrer-e-ressuscitar que me trouxe até aqui.
– Dura sorte lhe coube, pois dura sorte é sair daqui e para cá voltar, sem o beneplácito do Pai. Tudo o que você fez foi acumular pecados, e inutilizar vez após vez tudo o que eu lhe dei. Mas, se quer e se crê, um pouco mais de tempo e morrerá, e ressuscitará a ressurreição verdadeira, para nunca mais morrer, num novo corpo feito de paz e para a paz
criado. Um corpo que você não poderá e nem quererá despedaçar.
Confesso que eu, habitante do inusitado, estava confuso como jamais estivera. Ideias de que aquilo era só mais um sonho ou fruto de um transe medicamentoso me solapavam sem trégua. Mas reagrupei a coragem que me fazia experimentar a morte vez após vez, e com coragem fui para o tudo ou nada, como quem salta sobre um abismo, pois sentia acima de tudo que aquele momento era um “tudo ou nada” como jamais experienciara em minha estendida existência.
Fechei os olhos para que as lágrimas que embaciavam minhas órbitas fossem expelidas e escorressem, e ao abri-los já não havia ninguém lá.
Continuo preso; vezes há em que amaldiçoo minha existência, ou o mau uso que fiz da singularidade, buscando a morte apenas por curtição, desperdiçando o que era um verdadeiro superpoder.
Nunca mais o vi, embora o chame constantemente, e por vezes minha fé naquele dia e naquelas palavras titubeia. Mas lancei-me no tudo ou nada e, com a resignação dos prisioneiros, espero. Entendi o que dona Solange dizia tantas vezes, “é preciso ter fé, e basta ter fé”. Minha existência kamikaze me permitiu entender que a fé é um salto no escuro, que pega impulso no escuro, e mira adiante, no escuro, para alcançar além do escuro.
Sammis Reachers é escritor, poeta e editor. https://linktr.ee/sreachers
Tenho por prazer antigo vasculhar livros em busca de máximas, citações que comportem, em resumo e forma, o suprassumo da sabedoria humana. Nessa jornada de sofá deparei-me com um turbilhão de frases desconcertantes, que nos levam em direções inesperadas; outras, portadoras de um poder de fulminação capaz de nos fazer tombar, extasiados. Mas o que percebi, no acumulado, é que a sabedoria humana fundamental (exprimível, sempre, na forma de máximas) é simples, e pode ser apreendida, conservada e praticada por qualquer pessoa.
Bem, de minha parte, se me coubesse lhe apresentar um resumo de sabedoria, eu poderia tecer máximas de máxima simplicidade e surpreendente economia. Sua falsa obviedade, seu ar simplório, escondem o segredo de uma vida bem vivida, em tudo proveitosa – para si e para os demais navegantes de nossa espécie. Vamos lá?
Uma máxima em apenas três palavras: Creia em Cristo
Em duas: Seja homem
E em uma única palavra: Aja
Ah, mas eu sou mulher... Pois bem minha filha, faça isso, SEJA MULHER, com o melhor que puder entregar. Sammis Reachers
Luiz Guilherme Libório
Abrir os ouvidos até buscar do silêncio o que seja audível.
Assim como o cair da chuva soa o som de nenhum sino ou semelhante ao vento suave nas cortinas do templo sob as franjas do sol a pino.
Abrir os ouvidos para aquilo que canta no nenhum som - eis o meu objetivo.
Até encontrar o dentro da música primeira e na sua estrela pro meu silêncio achar um ninho.
Mais em https://luizliborio.blogspot.com
Albérico Camelo de Mendonça
Canta o amor, canta o tálamo,
A alegria das núpcias sagradas.
Na fragrância calada do cálamo,
Traz o antídoto voraz da vertigem,
Aquece o coração da virgem.
Recamo beija a volúpia,
Enobrece varão e virago.
Suga dos montes o aroma.
Do livro Sacros Acrósticos (Os Semeadores, 2021)
Clavio J. Jacinto
Amai o caminho do silêncio
A reclusão e a solitude
A via sacra da reflexão Lugar ermo onde floresce a inspiração Onde germina o afeto generoso
Amai a ausência dos ruídos Uma mente que pensa descansando Um coração que mergulha no amor
Num mergulho na pureza que esclarece No chão onde virtudes desabrocham
Amai o lugar secreto da presença divina Nos recônditos do ambiente silencioso
Na matriz profunda da força espiritual
Onde se forja a vida de intimidade com Deus Amai a fecundidade do silêncio piedoso
Jénerson Alves
Da ribalta as luzes produzem enfoque
A reis que as massas conclamam de 'top'; Igual Elvis Presley, como o Rei do Rock, Ou um Michael Jackson, Monarca do Pop.
Vendendo ilusões, recebendo ibope, Da glória do palco quem sai entra em choque. Topando de tudo, do Nada se entope Tocado em delírio não há quem se toque...
Há em cada área seu próprio plantel! Karl Marx, Bolívar, Stalin, Fidel... Aos olhos de tantos ganharam apogeus...
São chamados 'reis', mas pra mim não são. Tenho um Rei somente no meu coração: É Cristo Jesus, o Filho de Deus.
A. S. Barros
Em uma vila esquecida, sete irmãos, cada um personificando um pecado capital, governavam com mãos de ferro. A Ira era um guerreiro impetuoso, cujo temperamento inflamado deixava um rastro de destruição. A Inveja espreitava nas sombras, cobiçando tudo e todos, enquanto a Ganância acumulava ouro, nunca satisfeita. A Preguiça mal se movia, deixando o tempo e oportunidades escaparem, e a Gula devorava banquetes sem fim, nunca saciada. A Luxúria seduzia corações, mas nunca se apegava, e a Soberba, o mais velho, olhava com desdém para os simples mortais. Juntos, eles eram temidos, mas isolados, cada um enfrentava sua própria ruína, pois sem equilíbrio, até mesmo um único, individual pecado, pode levar à queda.
onde cada reflexo prometia prazeres infinitos. Buscando o amor que nunca poderia ter, afundou-se em um mar de ilusões, incapaz de encontrar a saída ou o verdadeiro amor.
Soberba, o mais velho, foi derrubado pela própria imagem. Desafiou os deuses, acreditando-se invencível, mas foi transformado em estátua, condenado a observar a vila prosperar sem sua tirania.
Assim, cada irmão foi consumido pelo pecado que personificava, e a vila, liberta de suas garras, floresceu sob novos ideais de humildade e cooperação.
A queda dos irmãos foi tão dramática quanto seus pecados:
Ira, o guerreiro, encontrou seu fim em um duelo contra um espelho encantado que refletia sua própria fúria. Cada golpe que desferia era devolvido com igual força, até que, exausto, sucumbiu ao seu próprio temperamento.
Inveja desvaneceu-se ao tentar possuir a lua, que cobiçava todas as noites. Em sua obsessão, escalou uma torre de ilusões, apenas para cair no abismo da realidade quando a lua se revelou intocável.
Ganância, cercado por montanhas de ouro, foi soterrado em sua própria câmara do tesouro. A porta fechou-se com um feitiço que só abriria para um coração livre de avareza, um enigma que ele jamais resolveria.
Preguiça foi vítima de um sono eterno, induzido por uma maldição que aproveitou sua inércia. Seu trono tornou-se leito, e ali permaneceu, esquecido por todos, até mesmo pelo tempo.
Gula engoliu um banquete envenenado, preparado por um cozinheiro que ele mesmo desprezou. O veneno era lento e doce, como o mel, e a Gula, em sua voracidade, não percebeu o sabor da morte entre as iguarias.
Luxúria perdeu-se em um labirinto de espelhos,
Os habitantes da vila, acostumados ao medo e à opressão, inicialmente receberam a notícia da queda dos irmãos com descrença. Mas, à medida que a verdade se confirmava, um sentimento de alívio e esperança começou a brotar em seus corações. As ruas, antes silenciosas, ecoavam agora com risos e conversas animadas. As crianças, que cresciam sob o olhar severo dos pecados, agora corriam livres, inventando jogos e histórias sob o sol.
Os anciãos, que mantinham a sabedoria da vila em segredo, abriram seus livros e compartilharam lições de virtude e moderação. Os artesãos, antes obrigados a criar luxos para os irmãos, voltaram-se para a reconstrução da vila, infundindo em cada construção um espírito de comunidade.
Com o tempo, a vila transformou-se em um lugar de união e trabalho coletivo, onde cada habitante contribuía com o que tinha de melhor. Festivais foram criados para celebrar a liberdade e a colaboração, e em cada celebração, lembravam-se dos irmãos não como tiranos, mas como um lembrete sombrio do que poderia acontecer quando se permite que os vícios governem as almas.
E assim, a vila outrora sombria floresceu, tornando -se um farol de luz e exemplo de que mesmo do mais profundo desespero, pode surgir uma nova era de prosperidade e alegria.
Adenilson da Silva Barros é Licenciado em Filosofia pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), bacharel em Teologia e graduado em Gestão de Recursos Humanos. Presbítero da Assembleia de Deus, é autor de algumas obras ainda não publicadas, como: "A Arte da Guerra na Vida do Cristão", "As 3 Dimensões do Homem" e a "Soberania de Deus".
T.S. Eliot foi um poeta, dramaturgo e crítico literário americano-britânico, considerado um dos maiores poetas do século XX. Nascido nos Estados Unidos em 1888, estudou em Harvard e Oxford antes de se estabelecer na Inglaterra. Eliot converteu-se ao Anglicanismo em 1927, vindo de um fundo Unitário vago. Ele via o Cristianismo como o elo que sustenta a cultura europeia e ocidental. Sua fé anglo-católica influenciou profundamente sua obra, refletindo sua busca por ordem espiritual em meio ao caos do mundo moderno. Eliot viveu através das trevas da Primeira e Segunda Guerra Mundial, mas não desesperou devido à sua esperança em Cristo. Sua jornada de fé é considerada extraordinária e um exemplo de como o amor ágape de Cristo triunfa sobre o mal. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1948.
Senhor,osjãcintosromãnosestãoflorindonosvãsos
Eosoldoinvernoresvãlãsobreãscolinãsdeneve.
Rendeu-seãquãdrãobstinãdã.
Minhãvidãeluz,ãesperãdosoprodãmorte, Tãlumãplumãnodorsodeminhãmão.
Apoeirãentreosrãiosdesoleãmemoriãnoscãntos
Aguãrdãmoventoqueesfriãrumoãterrãmortã.
Concede-nostuãpãz.
Muitosãnoscãminheinestãcidãde, Guãrdeifeejejum,poupeipãrãospobres,
Deerecebihonrãeconforto.
Ninguemjãmãisdeminhãportãrepeli.
Quemserecordãrãdeminhãcãsã,ondeviverãoosfilhosdemeusfilhos
Quãndovierotempodoinfortunio?
Buscãrãoelesãtrilhãdãcãbrãeãtocãdãrãposã, Esquivãndo-seãsfãceseãsespãdãsforãsteirãs.
Antesdotempodãscordãsedosflãgelosedoslãmentos
Concede-nostuãpãz.
Antesdãsestãçoesnãmontãnhãdãdesolãção,
Antesdãhorãcertãdããfliçãomãternã, Agorã,nestãquãdrãemquemorteseãvizinhã,
Poemas do livro Poesias T. S. Eliot. Tradução e notas de Ivan Junqueira. Nova Fronteira, 1981.
PossãoInfãnte,oVerboinexpressoeimpronunciãdoãindã, ConcederãconsolãçãodeIsrãel
Aquemtemoitentããnosenenhumãmãnhã
Conformetuãpãlãvrã.
ElesTehãverãodeexãltãredesofreremcãdãgerãção comgloriãeescãrnio,
Luzsobreluz,gãlgãndoãescãdãdossãntos.
Nãopãrãmimomãrtírio,oextãsedopensãmentoedãprece, Nãopãrãmimãultimãvisão.Concede-metuãpãz.
(Eumãespãdãtrespãssãrãteucorãção, Oteutãmbem.)
Estoucãnsãdodeminhãvidãedãvidãdosquevirãodepoisdemim,
Estoumorrendodeminhãmorteedãmortedosquevirãodepoisdemim. Deixãpãrtirteuservo,
Apostervistotuãsãlvãção.
Flebãs,oFenício,mortohãquinzediãs, Esqueceuogritodãsgãivotãseomãrulhodãsvãgãs
Eoslucroseosprejuízos.
Umãcorrentesubmãrinã
Roeu-lheosossosemsurdinã.Enquãntosubiãedesciã
Eleevocãvããscenãsdesuãmãturidãdeejuventude
Atequeãotorvelinhosucumbiu.
Gentiooujudeu
Otuqueolemegirãseãvistãsondeoventoseoriginã,
ConsiderããFlebãs,quefoiumdiããltoebelocomotu.
Poema final de Quatro Quartetos
I
A primavera em pleno inverno é por si própria uma estação
Sempiterna embora encharcada rumo ao ponte, Suspensa no tempo, entre polo e trópico.
Quando o breve dia mais cintila, com geada e fogo,
Um sol fugaz inflama o gelo dos açudes e canais, No frio sem vento que aquece o coração
Refletindo num espelho aquoso
Clarões que em cegueira se transmudam ao raiar da tarde.
E um fulgor mais flamejante que o gládio dos galhos em brasa
Fustiga o espírito entorpecido: vento algum, mas fogo pentecostal
Na quadra escura do ano. Entre degelo e gelo em riste
Tremeluz a seiva anímica. Nenhum odor de terra
Ou sequer de coisa viva. Este é o tempo primaveril
Embora avesso às convenções do tempo. Agora, a sebe
Por um momento alveja em transitória floração
De neve, um viço mais súbito
Que o do verão, sem rútilos botões ou flores murchas,
Alheios aos desígnios da germinação.
Onde o verão, o inconcebível
Verão-zero?
Se viesses por aqui,
Tomando o itinerário que provavelmente tomarias
Desde o lugar de que sem dúvida partirias,
Se viesses por aqui nos tempos de maio, encontrarias as sebes
Brancas outras vez, em maio, com voluptuosa doçura. O mesmo ocorreria ao fim de tua jornada,
Se viesses à noite como um rei em ruínas,
Se de dia viesses sem saber por que vinhas,
Ocorreria o mesmo quando abandonasses o áspero caminho
E rumasses, rodeando o chiqueiro, à obscura fachada
E à pedra tumular. E aquilo por que supunhas vir É somente uma concha, uma casca de significado
Cujo propósito desponta apenas ao cumprir-se,
Se acaso isto acontece. Ou seja que nenhum proposito tivesses
Ou que o proposito ultrapassa o fim que imaginaste
E se altera ao ser cumprido. Outros lugares há
Também no fim do mundo, alguns entre as mandíbulas do mar,
Ou sobre um lago em trevas, num deserto ou numa cidade
– Mas este é o mais próximo, no espaço e no tempo,
Agora e na Inglaterra.
Se viesses por aqui,
Tomando qualquer itinerário, partindo do ponto que quisesses,
A qualquer hora em qualquer estação,
O mesmo sempre ocorreria: terias que despir
Sentido e noção. Não estás aqui para averiguar,
Ou te instruíres a ti próprio, ou satisfazer a curiosidade
Ou redigir um informe. Aqui estás para te ajoelhar
Onde eficaz tem sido a oração. E a oração é mais
Que uma simples ordem de palavras, a consciente ocupação
Do espírito que reza, ou o som da voz durante a prece.
E o que não puderam transmitir os mortos, quando os vivos,
Podem eles dizer-te, enquanto morto: a comunicação
Dos mortos se propaga – língua de fogo – além da linguagem dos vivos.
Aqui, a interseção do momento atemporal
É a Inglaterra e parte alguma. Nunca e sempre.
A cinza sobre um velho é toda a cinza
Que nos deixaram as rosas incendiadas,
A poeira no ar suspensa determina
O sítio onde uma história teve fim.
A poeira aspirada era uma casa,
A parede, o lambril, o rato escasso.
A morte do esperar e do desesperar,
Esta é a morte do ar.
Inundação e seca desabrocham
Dentro da boca, sobre os olhos.
Água morta e morta areia tentam
Levar vantagem na contenda.
O ressequido solo desventrado
Boquiabre-se ante o vão trabalho
E ei sem alegria dessa guerra.
Esta é a morte da terra.
Água e fogo sucederam
A vila, o pasto, a urze anônima.
Água e fogo escarneceram
Do sacrifício que repudiamos.
Água e fogo escarvarão
Os podres fundamentos que olvidamos
Do santuário e do seu coro.
Está e a morte da água e do fogo.
A uma hora incerta que antecede a aurora
Vizinha ao término da noite interminável
No recorrente fim do que jamais se finda
Após o negro pombo de flamante língua
Perder-se no horizonte de sua fuga
Enquanto as folhas mortas se moviam
Vibrando ainda como lâminas de zinco
Sobre o asfalto onde outro som nenhum se ouvia
Entre três bairros de onde a fumaça emergia
Alguém notei que andava, trôpego e apressado,
Como se vindo a mim tal as folhas metálicas
Que a brisa urbana da alvorada embala.
E ao mergulhar naquele rosto cabisbaixo
Esse pontiagudo olhar inquisidor
Com que desafiamos o primeiro estranho
Surgindo na penumbra agonizante
Captei o olhar fugaz de algum extinto mestre
A quem outrora houvesse conhecido,
Esquecido, lembrado após sem nitidez,
Como um só e a muitos de uma vez;
Sob o castanho sazonado das feições
Os olhos de um complexo e familiar espectro
A um tempo só distinto e incognoscível.
Gritei, cumprindo assim o duplo papel, E uma outra voz ouvi bradar: “O quê!
Tu por aqui?” Conquanto ali não estivéssemos.
Contudo eu era o mesmo, embora um outro fosse
– E ele um rosto ainda em formação;
Mas bastaram as palavras para que aceitássemos
O que já precedido elas haviam.
E assim, obedientes ao vento comum,
Demais estranhos para não nos entendermos,
Concordes nesse instante de erma interseção,
De em parte alguma estarmos, antes e depois, Em ronda morta e calçamento percorremos.
Disse-lhe então: “É natural o espanto
Que sinto, embora a naturalidade
Seja causa de espanto. Fala, pois: talvez
Eu não possa entender, ou recordar sequer”.
E ele: “Não quero repetir o que esqueceste
Sobre meus pensamentos e doutrinas.
Tais coisas já cumpriram seu destino: deixa-as.
Faze o mesmo com as tuas, e roga aos outros
Que as perdoem, como te rogo que perdoes
A maus e bons. Comido foi o fruto
Da última estação, e a besta empanzinada
Há de atirar seus coices contra o cocho.
Pois as palavras do ano findo só pertencem
A linguagem do ano findo, e as palavras
Do ano próximo outra vez aguardam.
Mas, assim, como agora a estrada se abre limpa
Ao intranquilo e peregrino espírito
Entre dois mundos que chegaram a parecer
Demasiado iguais, assim descubro agora
Palavras que jamais pensei dizer
Em ruas que jamais pensei revisse
Quando meu corpo abandonei sobre uma praia.
Posto que nosso fim era a linguagem,
E a linguagem desde sempre nos levara
A purificar o dialeto da tribo
E a instigar a mente para a antevisão
E a pós-visão, deixa-me revelar as dádivas
À velhice reservadas, para que seja
Corado o esforço de tua vida inteira.
Primeiro, o enregelado atrito dos sentidos
Que expiram sem magia e nada prometer,
Senão a amarga insipidez de um fruto umbroso
Quando a alma e o corpo, espedaçados, principiam
A tombar cada qual para seu lado.
Segundo, a lúcida impotência do ódio
Ante a loucura humana, e laceração do riso
Perante aquilo que cessou de divertir-nos.
Enfim, a lacerante dor de reviver
O que já terminaste, e o que foste; a vergonha
De motivos tarde apenas revelados
E a memória de todas as coisas mal feitas
Ou feitas simplesmente em prejuízo alheio
Que antes tomaste por virtuosas práticas.
Nesse momento é que se arranca o aplauso
De tolos, e a honra se macula.
O erro após erro, o exasperado espírito
Prosseguirá, se revigorando não for
Por esse fogo purificador
Onde mover-te deves como um bailarino”.
Raiava o dia. Na desfigurada rua
Ele deixou-me, como um esquiva despedida,
E evaporou-se ao brônzeo som da trompa.
III
Três condições existem que amiúde iguais parecem
Embora difiram por completo, na mesma sebe florescem:
Apego a si próprio e das coisas e das pessoas; e, entre ambas germinando, indiferença
Que às outras se assemelha tal a morte se assemelha à vida
E que entre duas vidas se enraíza – enflorescida, entre
A urtiga viva e a morta urtiga. Esta é a função da memória:
Libertação – não menos amor, mas expansão
De amor para além do desejo, como também libertação
Do passado e do futuro. Assim, o amor é um país
Começa como apego à nossa própria esfera de ação
E acaba por jugar que tal ação seja de pouca importância
Conquanto nunca indiferente. A História pode ser escravidão,
A História pode ser liberdade. Vê, tudo agora se dissolve,
As faces e os lugares, com o eu que, tal como pôde, os amou
– Para se renovarem, transfigurados, em outro modelo.
O Pecado é Inelutável,
Mas tudo irá bem e toda
Sorte de coisa irá bem.
Se ainda me lembro desta terra,
E desta gente, não de todo elogiáveis,
Sem parentesco nem bondade próximos,
Exceto alguns de gênio singular,
Todos marcados por um só gênio comum,
Unidos na discórdia que os sangrava;
Se me lembro de um rei à noite vindo,
De três homens, ou mais, sobre o patíbulo
E de muitos que morreram deslembrados
Em outros lugares, aqui e no estrangeiro, E daquele que morreu cego e tranquilo,
Por que haveríamos então de celebrar
A estes mortos mais que aos moribundos?
Não que se trate aqui de exorcizar
O som de um tímpano retrospectivo
Como tampouco de sortilégio
Para invocar o espectro de uma Rosa.
Não podemos reviver velhas tendências
Não podemos restauras velhas políticas
Ou dar ouvidos a um tambor antigo.
Estes homens, como os que a eles se opuseram, E todos aos quais se opuseram aqueles,
Aceitam a constituição do silêncio
E se congregam num partido único.
Tudo quanto herdamos dos afortunados
Tomado foi por nós aos derrotados
Seu único legado – um símbolo:
Um símbolo de morte temperado.
E tudo irá bem e toda sorte de coisa irá bem
Pela purificação do impulso,
Nas raízes de nossa súplica. IV
A pomba mergulhando rasga o espaço
Com flama de terror esbraseado
Cujas línguas arrojam sem cessar
Um jorro apenas de erro e de pecado.
Toda esperança, ou mais desesperar,
Está na escolha de uma ou de outra pira
– Para que o fogo pelo fogo nos redima.
Quem, pois, urdia tanto suplício? Amor.
Amor é Nome de furtiva chama
Sob as mãos que teceram com rancor
A intolerável túnica de flama
A que poder algum se pode opor.
Apenas suspiramos, ainda vivos,
Por esse ou outro fogo consumidos.
V
O que chamamos de princípio é quase sempre o fim
E alcançar um fim é alcançar um princípio.
Fim é o lugar de onde partimos. E cada frase
Ou sentença de rigor (onde cada palavra se ajusta,
Assumindo seu posto para suportar as demais,
A palavra sem pompa ou timidez,
Um natural intercâmbio do antigo e do novo,
A palavra de cada dia, correta e sem vulgaridade,
A palavra exata e formal, mas não pedante,
O completo consórcio de um bailado simultâneo)
Cada frase e cada sentença são um fim e um princípio,
Cada poema um epitáfio. E qualquer ação
É um passo rumo ao todo, ao fogo, a uma descida à garganta do mar
Ou à pedra indecifrável – e daí é que partimos.
Morremos com os agonizantes:
Vê, eles nos deixaram e com eles vamos nós.
Nascemos com os mortos:
Vê, eles retornam, e consigo nos trazem.
O momento da rosa e o momento do teixo
Igual duração possuem. Um povo sem História
Não está redimido do tempo, pois a História é o modelo
Dos momentos sem tempo. Assim, enquanto a luz se extingue
Num tarde de inverno, numa capela reclusa
A História é agora e Inglaterra.
Com o impulso desde Amor e a voz deste Chamado
Não cessaremos nunca de explorar
E o fim de toda nossa exploração
Será chegar ao ponto de partida
E o lugar reconhecer ainda
Como da vez primeira que o vimos.
Pela desconhecida, relembrada porta
Quando o último palmo de terra
Deixado a nós por descobrir
A voz da cascata escondida
E as crianças na macieira
Não percebidas, porque não buscadas
Mas ouvidas, semi-ouvidas, na quietude
Entre duas ondas do mar.
Depressa agora, aqui, agora, sempre – Uma condição de absoluta simplicidade (Cujo custo é nada menos que tudo)
E tudo irá bem e toda
Sorte de coisa irá bem
Quando as línguas de chama estiveram Enrodilhadas no coroado nó de fogo
E o fogo e a rosa se tornarem um.
Nano, em primeiro plano, e ao fundo Tob (do hebraico Tov, ‘bom’), dois companheiros deste editor, e também apreciadores de primeira hora de Eliot.
Dar nome aos gatos é um assunto traiçoeiro,
E não um jogo que entretenha os indolentes;
Pode julgar-me louco como o chapeleiro,
Mas a um gato se dá TRÊS NOMES DIFERENTES.
Primeiro, o nome por que o chamam diariamente, Como Pedro, Augusto, Belarmino ou Tomás
Como Victor ou Jonas, Jorge ou Clemente
Enfim nomes discretos e bastante usuais.
Há mesmo os que supomos soar com som mais brando,
Uns para damas, outro para cavalheiros,
Como Platão, Admetus, Electra, Demétrio
Mas são todos discretos e assaz corriqueiros
Mas a um gato cabe dar um nome especial
Um que lhe seja próprio e menos correntio:
Se não como manter a cauda em vertical,
Distender os bigodes e afagar o brio?
Dos nomes desta espécie é bem restrito o quorum,
Como Quaxo, Munkunstrap ou Coricopato, Como Bombalurina, ou mesmo Jellylorum…
Nomes que nunca pertencem a mais de um gato.
Mas, acima e além, há um nome que ainda resta,
Este de que jamais ninguém cogitaria, O nome que nenhuma ciência exata atesta
SOMENTE O GATO SABE, mas nunca o pronuncia.
Se um gato surpreenderes com ar meditabundo,
Saibas a origem do deleite que o consome:
Sua mente se entrega ao êxtase profundo
De pensar, de pensar, de pensar em seu nome:
Seu inefável afável
Inefanefável
Abismal, inviolável e singelo Nome.
“Salvação”.
“Antes de te formar no útero”
“Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” Jeremias 1.5
“Mural da Ressurreição”
Óleo sobre tela
“
Eu sou um cristão, habilmente disfarçado de artista.” – Moody Radio, ao vivo com Chris Fabry
Nascido no lado norte de Chicago, Ron DiCianni cresceu em uma área improvável para produzir um artista talentoso. Depois de frequentar a Academia Americana de Arte em Chicago, Ron embarcou na carreira de ilustração comercial. Rapidamente reconhecido como um dos ilustradores mais talentosos do país, a lista de clientes de Ron logo foi dominada por empresas proeminentes, desde Eli Lilly™ até McDonald's™. Ele foi escolhido como ilustrador oficial das Olimpíadas de 1980 e considerado um dos ilustradores de maior sucesso de sua geração.
Uma paixão ainda ofuscava esse sucesso… o desejo de Recuperar as Artes para Cristo. No entanto, Ron tinha ficado repetidamente frustrado pela sensação de que a Igreja ainda não estava pronta para reincorporar a arte visual na sua apresentação do Evangelho. Mas em 1989 chegou o momento certo e Deus levou Ron a criar a pintura que iniciou uma revolução Guerra Espiritual . Várias pinturas cristãs incríveis seguiram os passos da Guerra Espiritual e logo ficou claro que um novo capítulo na arte havia começado.
Num mundo dominado pelo domínio visual, Ron DiCianni considera-se “um cristão habilmente disfarçado de artista”. A sua missão autodeclarada é “Recuperar as Artes para Cristo” e ele assumiu o papel de pioneiro no que rapidamente se tornou um segundo Renascimento. Com numerosos prémios tanto pelo seu trabalho como autor como como artista, a resposta dos mercados cristão e secular continua a ser extremamente positiva. Homenageado com o prêmio RH Love e Visitor's Choice por vários anos no Sacred Arts Show, a arte de Ron continua a abrir um novo caminho. Em 1999, uma importante revista de arte secular considerou a pintura de Ron, Safely Home, uma das 50 melhores pinturas do ano em todo o mundo. Familiarizado com a indústria do livro, Ron colaborou em mais de 50 projetos de livros e é sete vezes vencedor do Prêmio Medalhão de Ouro por Excelência em Literatura Cristã. Esses projetos geraram vários milhões em vendas e foram traduzidos para idiomas em todo o mundo. Trabalhar em estreita colaboração com nomes como Max Lucado, Joni Earckson-Tada, Jerry Jenkins, Randy Alcorn, Frank Peretti e Michael Card proporcionou a Ron a oportunidade de combinar seu talento artístico com o de autores de classe mundial. Igualmente talentoso com pincel ou caneta, Ron escreveu quase uma dúzia de livros de sua autoria, muitos dos quais continuam a receber elogios como alguns dos melhores de seu gênero. Ron também é o criador da série Tell Me, de longa data e best-seller. Recentemente encomendados para fazer uma série de murais sobre as verdades essenciais do Cristianismo por uma das maiores denominações do mundo, estas quatro novas peças formam a pedra angular da próxima Campanha Mundial Nós Acreditamos . No ano passado, Ron revelou o tão aguardado Mural da Ressurreição , um empreendimento de dois anos que produziu um mural de 3,6 x 12 metros que é a maior representação contemporânea conhecida da Ressurreição de Cristo no mundo. O Mural da Ressurreição acaba de ser selecionado pela prestigiada ARC como uma das 100 melhores peças de Belas Artes do mundo. Este ano, Ron tem o orgulho de estrear uma nova e poderosa pintura pró-vida intitulada Antes de te formar no útero , que por sua vez lançou uma nova fundação sem fins lucrativos. O que começou com uma pintura há vinte e cinco anos, Deus usou para criar todo um mercado para produtos de arte cristã, que vão desde reproduções de belas artes até livros e uma ampla variedade de produtos derivados. Esta síntese entre belas artes e uma mensagem cristã levou Ron, pela graça de Deus, a concretizar uma visão formada há décadas na escola de artes. Ron DiCianni atualmente mora no sul da Califórnia com sua esposa Pat. Eles consideram que suas duas maiores obras de arte são os filhos, Grant e Warren, e têm o orgulho de anunciar a adição de netos: Nicolas, Catelyn, Claire, Hudson Taylor, Rebekah e Finn.
Com informações de Tapestry - https://www.tapestryproductions.com/ron-dicianni/ Instagram: https://www.instagram.com/rondicianniofficial/
LIVRO / YHVH Poesia Mateus Ma'ch'adö
Poeta experimentado e com ampla entrada nos meios literários, Mateus Ma'ch'adö chega a este seu quinto livro de poemas inaugurando uma nova fase em sua literatura. Embebido pelos conteúdos do Sagrado, Mateus lançou-se na captura de formas que pudessem comportá-lo. E o resultado é um livro de fascinante potência verbal e também espiritual. Formas clássicas - como não? - e outras são (re)ativadas pelo autor, que vem enriquecer a poesia - e a poesia cristã - em nossa língua com um livro de celebração do Deus Santíssimo, Seus caminhos e Sua Palavra Revelada.
O livro impresso pode ser adquirido no site da editora UICLAP (aqui), mas o autor graciosamente disponibilizou o arquivo em PDF de sua obra para download gratuito aos interessados.
Para baixar o seu exemplar pelo Google Drive, CLIQUE AQUI. S.R.
Eu aprendi amar literatura lendo livros de ficção cristã na adolescência. Livros como este, que vou comentar, me fazem lembrar do quanto eu ainda sou apaixonada pela ficção cristã.
A Ordem Luterana da Cruz Combatente, de Sammis Reachers, é um livro de fantasia histórica, com muita ação e aventura, reviravoltas e suspense. Um dos temas chave do romance, é o dilema entre fé e ética, que surge como um conflito interior angustiante em um dos personagens que está literalmente entre a cruz e a espada, entre cumprir com o seu dever, com que se espera dele, ou simplesmente, agir conforme ele acredita, conforme sua consciência grita. É um ponto chave do livro.
O enredo parte dos tempos de Martinho Lutero, da Roma de 1510, e avança quinhentos anos, capítulo após capítulo, em um ritmo eletrizante. São muitos personagens, e vários os detalhes e mistérios que vão sendo desvendados até a última página. Gostei muito da fantasia criada pelo autor: das pedras especiais perdidas, dos Cambiantes, das fusões e sua limitação A formação da Ordem Luterana, e também de seus integrantes, é muito interessante de acompanhar, bem como, tudo em relação aos seus oponentes, os inimigos de Cristo: o Deicídio. Quanto ao vilão, ele também um personagem histórico, sua história é inesquecível, com certeza. Chama a atenção aqueles pontos em que o autor consegue prender o leitor ao, aqui e ali, nos oferecer trechos que, especialmente para o leitor cristão, são pequenos lembretes do que realmente importa: nossa fé, amor e esperança.
“Do que todos precisamos, Cristo é um bom fornecedor; para os de pouca sede, ele oferta uma xícara de chá como esta de perdão; para outros um tonel; para alguns, como a senhora, há sempre um oceano de perdão, à espreita, à espera de um sinal.” (p.179)
“Ou um homem se abriga sobre as asas ou braços atravessados na cruz do Nazareno, ou está, goste ou não, vendido para o diabo, sendo pela eternidade co-herdeiro de seu destino.” (p. 276)
O livro está disponível em formato e-book na Amazon e em formato impresso na Uiclap. A edição física vale muito a pena. Deixo a dica inclusive como um bom presente para adolescentes e jovens.
Kelly Oliveira Barbosa https://cafefeelivros.com
Bezalel é um personagem criado pelo ilustrador Adriano Leonardo Ribeiro Lima.
Adriano publicou recentemente a primeira edição de Mega-Zine, revista-zine de HQs cristãs.
Instagram: @editorabezalel
Crônica Devocional
Irene Giglio
Cerrei os olhos com força quando a gargalhada ecoou. Na verdade, eu detestava academia, mas quando o espelho me convenceu a frequentá-la, não tive argumentos para contestá-lo, afinal, as provas estavam bem diante de meus olhos: pneuzinhos teimosos insistiam em escapar por todo o cós da calça.
Estava deitada sobre uma superfície, munida de um peso em cada mão, quando no zum-zum do ambiente, uma gargalhada cascateou, atingindo me em cheio. Eu conhecia o timbre por trás daquela voz e honestamente achava sua dona bem antipática. Eram pouco mais de sete da manhã e meu humor ainda não estava em seu auge. Com os olhos fechados, torci a boca e pensei: “Ninguém merece!”
nem menos, nem mais especial. Concordo com a exortação de tua Palavra, pelo Espírito Santo em meu coração. Perdoe-me e produza mudança em mim”.
Peguei os pesos novamente (nada extraordinário, só 2 kg cada) e recomecei minha série, ciente de que meus ouvidos espirituais haviam-se exercitado bem mais que meus bíceps.
Não lembro quanto tempo depois, topei com a autora da gargalhada. Nós nos cumprimentamos com um “bom dia” acompanhado de um sorriso (como de costume). Na fração de segundo em que nossos olhos se cruzaram, percebi meu coração tão atencioso, tão acessível e disposto a amá-la que me surpreendi. Se meu “bom dia” pudesse ser traduzido, a tradução seria algo parecido com: “Gosto de você e sei que você é minha igual. Estou à sua disposição, o que posso fazer pra ajudá-la?”
Instantaneamente fui fulminada por uma voz em minha mente: “Da maneira que você julgar, também será julgada.”
BUM! Ouvi o baque surdo dos pesos no chão. Suada, sentei no banco estreito e, ainda em choque, tentei decifrar a situação.
Nunca fui muito mística no quesito de ouvir a voz de Deus. Raramente você vai me ouvir dizer por aí a famosa frase “Deus falou comigo”, mesmo porque acho isso sério e comprometedor demais para se afirmar. Contudo, eu não poderia negar que tinha ouvido aquela frase em minha mente. Um sentimento de vergonha me golpeou, derrubando-me do pedestal de superioridade (em que eu nem sabia estar!), colocando-me no chão, junto com outros mortais exatamente iguais a mim. Imediatamente imaginei-me à vontade, conversando, rindo e gargalhando, e outras pessoas me julgando e torcendo o nariz ao ouvir-me.
“Tem razão”, admiti com vergonha, “seria muito desagradável ser julgada assim”. Deitei-me novamente e, fixando os olhos no teto, pensei uma oração mais ou menos assim: “Tem razão Senhor, não sou melhor que ninguém, nem minha gargalhada mais bonita. Não sou
Quando relembro essa experiência, penso que a Palavra de Deus está repleta de “ses”. “Se” ouvirmos a voz de Deus... “Se” atentarmos à voz do Espirito Santo. Sei que isto significa que Deus pode falar e que podemos não ouvir, e que o resultado disso é o pior que se pode esperar: continuaremos sendo os mesmos, resguardados em nossos achismos, intactos em nossos pontos de vista, cegos e surdos para receber a transformação divina que confronta padrões de pensamento e de conduta e nos leva a uma nova dimensão humana.
Hoje preciso voltar à bendita academia que acabei por abandonar, mas uma prática que não abandono e sempre tento exercitar, é a de olhar o ser humano como meu igual e dizer: “Estou à sua disposição, o que posso fazer pra ajudá-lo?”
Só há uma maneira de turbinar nossos músculos espirituais: ouvir a voz de Deus e deixar que ela nos fira para produzir mudanças.
Irene Giglio é paranaense, residindo atualmente em Curitiba. Casada e mãe de um filho, é formada e pós graduada em Teologia, Letras e atualmente cursa Psicologia.
Em 2006 escreveu e ilustrou o livro “Ele está no meio de nós”, um livro de contos sobre mulheres e homens que tiveram encontros com Jesus.
Crônica Devocional
Ana Lins
Querido Eu,
Escrevo-te nesta tarde serena, enquanto a chuva escorre pelas janelas, trazendo consigo uma sensação de paz e renovação. É um momento perfeito para refletir sobre a jornada que temos percorrido, guiados pela fé e pela esperança.
A caminhada cristã é uma jornada contínua de aprendizado e crescimento. Não somos perfeitos e, muitas vezes, falhamos. Mas, a graça de Deus é suficiente para nos levantar e nos dar uma nova chance. Que possamos sempre buscar viver de acordo com os ensinamentos de Jesus, amando ao próximo, sendo compassivos e praticando a justiça.
Lembro-me das tantas vezes em que a dúvida e o medo tentaram se instalar em nosso coração. Mas, nesses momentos, encontramos força nas palavras do Senhor, que sempre nos sussurraram ao ouvido: "Não temas, pois Eu estou contigo." (Isaías 41:10).
Essas palavras foram um farol, iluminando nosso caminho em meio à escuridão e guiando-nos de volta à luz.
A vida tem sido uma montanha-russa de altos e baixos, de vitórias e desafios. Contudo, em cada momento, percebemos a mão de Deus agindo, moldando-nos e ensinando-nos lições valiosas. Cada queda foi uma oportunidade de levantar mais forte, cada lágrima foi uma chance de experimentar o consolo divino, e cada sorriso foi um reflexo do amor infinito de Cristo.
Lembra-te das manhãs em que acordamos com o coração pesado, sem saber qual direção tomar. Nessas horas, a oração foi nosso refúgio, nosso encontro íntimo com Deus. Ali, em silêncio, encontramos respostas e renovamos nossas forças. Que nunca nos esqueçamos do poder transformador da oração e do tempo dedicado a escutar a voz divina.
Recorda-te de ser grato. A gratidão é um ato de reconhecimento da bondade de Deus em nossa vida. Cada pequeno detalhe, cada bênção recebida, é uma prova do cuidado e do amor do Pai. Mesmo nas adversidades, há sempre algo pelo que agradecer. Que a gratidão seja um hábito diário, enchendo nosso coração de alegria e contentamento.
Por fim, querido eu, que nunca nos falte a fé. A fé que move montanhas, que nos sustenta nas tempestades e nos guia em direção aos planos que Deus tem para nós. Que possamos ser luz neste mundo, refletindo a glória de Deus através de nossas ações e palavras.
Com amor e esperança,
Eu Mesmo.
Ana Lins é escritora e poetisa. Membro da Assembleia de Deus, Ana cumpre o Ide de Cristo através da literatura. É autora dos livros Recomeço; Rute; Noemi; Redenção; Abigail uma mulher pacificadora e Outono em mim.
Instagram: @escritora_ana_lins
Amor, Esperança e Fé em 1000 Citações - Amor (ou caridade), Esperança e Fé: As três principais virtudes cristãs, conforme arroladas pelo apóstolo Paulo no décimo terceiro capítulo da Primeira Carta aos Coríntios, um dos ou talvez mesmo o mais belo capítulo de todo o Novo Testamento. Os católicos chamam-nas de virtudes teologais, que seriam infundidas por Deus no homem, e cuja ação é complementada pelas virtudes cardinais (prudência, justiça, fortaleza e temperança).
Nesta breve seleta, reunimos nada menos que mil (e cem) citações. São textos notadamente de autores cristãos (reformados, católicos e de outras vertentes), mas não somente; autores de outras confissões religiosas aqui comparecem, e mesmo agnósticos e livres pensadores os mais diversos, contribuindo para o entendimento e a reflexão plurais sobre tais temas de infindável profundidade.
PARA BAIXAR O E-BOOK PELO GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.
O ABORTO em Frases, Poemas e Reflexões - Antologia - O tema do aborto tem mobilizado mentes, corações e culturas ao longo da história. Nos dias de hoje, tornou-se questão incontornável, transcendendo delimitações sanitárias, sociológicas, políticas e religiosas para inserir-se no centro do debate público.
E este pequeno livro é uma antologia multigêneros: às diversas citações sobre o aborto, unimos uma seleção de poemas e, por fim, uma coleção de pequenos textos de reflexão que ajudarão a iluminar nosso entendimento sobre o assunto.
Para baixar o seu exemplar gratuitamente pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes Nesta inspiradora caminhada espiritual, os adolescentes exploram o significado e a importância de viver de acordo com a vontade de Deus. Através de histórias cativantes de personagens bíblicos, os leitores são guiados a refletir sobre como discernir e seguir o Senhor em suas vidas.
Este livro oferece orientações práticas, versículos inspiradores e reflexões sinceras para ajudar os adolescentes a crescerem na fé e se tornarem testemunhas do amor e do poder de Deus no mundo. Vivendo na Vontade de Deus é uma fonte de inspiração para adolescentes que querem construir um relacionamento com Deus e viver uma vida que glorifica Seu nome. A jornada de fé e descoberta é uma oportunidade para os adolescentes explorarem o propósito e direção de Deus, encontrando alegria, paz e significado para sua vida espiritual.
PARA BAIXAR O E-BOOK EM FORMATO PDF PELO GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI
“Se a vida é uma comédia para aquele que pensa e uma tragédia para aquele que sente, é uma vitória para aquele que crê.”
Charles L. Wallis
“A coisa mais importante não é o número de ideias reunidas em nosso espírito, mas sim o que as une.”
TituMaiorescu
“É terrível que pessoas tão ignorantes tenham tanta influência.”
George Orwell
“O livro é um barco que te ensina a nadar.”
Sammis Reachers
“O dinheiro tem asas, o conforto se esvai, a esperança desaparece. Só o amor permanece conosco. O amor é Deus.”
Lew Wallace
“Não o meu sistema, mas a ordem de Deus.”
“Crescer na fé exige que, como certos artrópodes, nos desfaçamos dos exoesqueletos das convicções que já não nos servem mais.”
JudsonCanto
“A busca pela excelência também é uma maneira de louvar a Deus.”
“Uma palavra bem colocada pode economizar não só cem palavras, mas também cem pensamentos.”
Henri Poincaré
“A vida esguicha como uma fonte para aqueles que perfuram a rocha da inércia. ”
AlexisCarrel
FrancisSchaeffer
“Fé é a mão com que seguramos todas as coisas imorredouras da vida.”
Hugh Latimer
“As pessoas simples apoderamse do reino de Deus, e nós, os letrados, andamos nos revolvendo na carne e no sangue. Nós temos a ciência, eles, a sabedoria.”
Santo Agostinho