Edição nº 44

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JORNAL - COLECIONISMO CERVEJEIRO – CERVEJA EM PORTUGAL

EDIÇÃO 44 – JULHO - 2013

Jornal IN LOCO

MENSAL – GRATUITO


IN LOCO O cervejeiro

EDITORIAL Rui Avilez Valente Director executivo COLECIONISMO CERVEJEIRO... PORQUE NÃO Nesta edição: - Capa: Verão 2013 - Noticias curtas de cerveja - Colecionismo: Copos Cerveja Artesanal - Evento: I Feira da Cerveja Artesanal de Castilla y León e IV Encontro de Colecionadores Cervejeiros - Entrevista com Marco Sanz – Cerveja Caelia - Cerveja do Mês: Caelia - Noticias da cerveja em Portugal - Museu da Cerveja – “O marisco do Eusébio” - Rapidinhas do Mundo Cervejeiro - Gastronomia - Humor

Este espaço vai deixar de ser escrito Uma imagem vale mais que mil palavras

ESTE JORNAL É UMA PUBLICAÇÃO INTERNA DO SITE www.inlocomundodacerveja.com

Colaboraram nesta edição: Rui Avilez Valente Sociedade Central Cervejas UNICER Lupulo Lusa DCNBeers ENTREVISTA Redação: Rui Avilez Valente Revisão e tradução: Gisela Vieira As opiniões emitidas nos artigos são da responsabilidade de quem os assina, não representando necessariamente a opinião deste jornal. A reprodução de textos e imagens tem de ser solicitada Saudações cervejeiras

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NOTICIAS CURTAS DE CERVEJA Nesta secção pode visualizar: eventos a realizar em 2013.

EVENTOS 2013

ARTBEERFEST 1º Festival Internacional de Cervejeiras Artesanais e Mestres Cervejeiros Caminha 11 | 12 | 13 | 14 Julho 2013

1ª Convenção Mundial de Colecionismo Cervejeiro 3 a 6 Outubro 2013 Martin - Eslováquia

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Copos de cerveja artesanal Alguns copos das marcas de cerveja artesanal existentes em Portugal e Espanha

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LUPULOLUSA / Recomenda – Seja responsável, consuma com moderação

Brevemente á venda em

Portugual

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I Feira da Cerveja Artesanal de Castilla y León e IV Encontro de Colecionadores Cervejeiros A convite da organização estive presente em Medina del Campo. Foi uma honra para mim ter sido convidado para presidir juntamente com a Alcaide de Medina à inauguração deste evento. Sábado logo pela manhã os sócios da ACCP, estiveram presentes no IV Encontro Colecionismo Cervejeiro, que decorreu até à uma da tarde e onde foram trocados diversos itens cervejeiros entre os inúmeros colecionadores presentes. Pelas onze da manhã presidi à inauguração do Encontro e da Feira de Cervejas em companhia da Alcaide e de diversas individualidades locais. Terminado o IV Encontro, dirigimo-nos ao local da Feira de Cervejas Artesanais onde nos foi servido o almoço (paella). Ao fim da tarde realizou-se a prova de cervejas onde estiveram presentes fazendo parte do jurado, além de mim o Jesús Maestre e Rodrigo Valdezate.

Resultados finais do concurso: Prémio Isabel - eleito pelo jurado da prova, 1º lugar a cerveja "Tostada" uma brown ale da cervejaria "Caelia" de Soria. Em 2º lugar ficou a cerveja "Goldan Ale" da Real del Duero, de Olmos de Peñafiel (Valladolid). Prémio "Brígida“ - eleição por voto popular. 1º lugar a cerveja "La Maricantana" uma dark ale da cervejaria "Bresañ", de Becerril de Campos (Palencia). Em 2º lugar ficou a "IPA (Idian Pale Ale)" de "Vier" (Valladolid) e em 3º lugar a "Doble Malta" da cervejaria "Gredos" de Hoyocasero (Ávila). Prémio "Hildegarda“ - cerveja escolhida entre os cervejeiros presentes, em 1º lugar a cerveja "Corazón de Enebro", uma red ale da cervejaria "Arevaka" de Burgos Osma Soria). 2º lugar foi para a cerveja "La Maricantana" de "Bresañ" e o 3º lugar para a "IPA" de Vier.

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Um agradecimento especial ao Ricardo e à organização pelo convite. Aos representantes do Município de Medina pela forma fantástica como nos acolheram. Em especial a Dona Tereza López Alcaida de Medina del Campo, Jesús María Hernando e José María Magro. As imagens falam por si, um sucesso e a garantia que para o ano lá estremos.

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Nós vamos… Sócios da ACCP.

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CERVEceRIA baviera Cerveceria Baviera, situada na localidade de Medina del Campo (Espanha). Esta cervejaria de estilo Alemã é um espaço que merece uma visita, não só pela diversidade de cervejas de barril e de garrafa que se podem disfrutar, mas principalmente em relação aos colecionadores e pelas peças expostas, algumas delas com valor histórico. Um agradecimento especial à gerência que nos permitiu a captação das imagens.

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CERVEJA – CAELIA Na altura da nossa estadia em Medina del Campo e fazendo parte do Juri que escolheu a cerveja vencedora Cerveja Artesanal“Caelia tostada”, escolhemos a mesma para cerveja do mês e aproveitamos para entrevistar o seu autor, Marcos Sanz.

Breve história da tua cerveja. Caelia é o nome que, segundo as crónicas romanas, se dava aos antigos habitantes da Numancia (Arevacos) a bebida de cereais fermentados que tomavam em rituais, celebracões e o como preparativo para a guerra. O logo és um terço do Triskel, símbolo solar celtíberio, muito presente na cultura arevaca além joias de cintos, vasos, etc… encontrados no local de Numancia em que ela aparece.

Quem está por detrás deste projeto? Por detrás do projeto estou eu, Marcos Sanz, Engenheiro Agrícola e Licenciado em Ciencias e Tecnología dos alimentos. Há uma aposta pessoal que com a ajuda da minha familia, esposa e amigos, trato de levar adiante com muita dedicacão e apostando sempre na qualidade.

Como chegaste ao mundo da cerveja artesanal? Apaixonado pela cerveja, comecei a faze-la à cerca de 10 anos, primeiro em casa como hobby, para em 2010, apoiado por toda a minha familia, com fins comerciais, o que combino com o meu trabalho no departamento de I+D de Soria Natural Descreve-nos o processo de fabricacão da tua cerveja, as instalacões que tens para a fabricar e de onde proveem as materias primas que usas? É uma cerveja de alta fermentacão, tostada, viva, natural, sem filtrar nem pasteurizar. Sem conservantes nem corantes. Tem 5 graus. Realiza uma segunda fermentacão na garrafa. De elaboracão artesanal limitada, atualmente se fabricam cerca 2.000 unidades ao mês. A fabrica está num pequeno local da capital soriana e o processo é totalmente manual e artesanal, o que obriga a muito esforço e dedicacão. É fabricada com três maltes e 3 lúpulos de primeira qualidade e água, como não podería deixar de ser do Río Douro. Que diferencia a tua cerveja? Características: É diferente precisamente pelo carinho que coloco na sua fabricação, porque não leva nenhum aditivo químico, porque está viva. Intensa e completa no nariz, equilibrada, con notas a cogumelos, resina, azeitonas negras, café e nozes. Na boca é fresca, com um bom amargor que alonga, e de novo café e nozes. Qual é para ti o melhor momento para disfrutar da tua cerveja? Recomendações para degustar-la e que aconselhas a nivel gastronomico? É ideal para ser bebida tranquilamente a meio da tarde, e para partilha-la com os amigos acompanhada por uma boa refeição. Combina perfeitamente com, azeitonas, carnes estufadas, cogumelos, peixe na braza e no final da refeição acompanha bem com sobremesas à base de chocolate.

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CERVEJA – ARTESANAL CAELIA Cerveja Caelia É um cerveja estilo Inglês brown ale, feita com três tipos de lúpulo e 3 tipos de maltes diferentes. De espuma cremosa muito persistente. Ela tem um equilíbrio perfeito entre os aromas de lúpulo e aromas de malte. De agradável amargor e um sabor de resina, café e nozes. O álcool é extremamente subtil. Cerveja bastante impressionante APARÊNCIA - 3/5 GOSTO - 7/10 PALATO - 4/5 GERAL – 17/20 Relação preço/qualidade: Preço: sob/consulta

Um agradecimento especial ao Marcos Sanz (dono da Cervejeria Caelia), pela oferta da cerveja para poder realizar esta degustação.

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S.C.C. / Recomenda – Seja responsável, consuma com moderação


Marca lança campanha digital inédita Cerveja Sagres desafia Portugueses a partilharem os prazeres da vida Portuguesa A Cerveja Sagres, líder no mercado nacional de cervejas, acaba de lançar uma campanha inédita, a vigorar até 15 de Agosto, na página de Facebook da marca, onde desafia todos os Portugueses a partilharem os simples prazeres da vida portuguesa com amigos que vivam fora de Portugal. A aplicação de Facebook “E nós aqui temos tudo” (http://www.facebook.com/sagres.cerveja/app_619945268016909), surge no âmbito da nova campanha da Cerveja Sagres, que tem obtido junto dos Portugueses um reconhecimento histórico para a marca e que pretende continuar o reforço do posicionamento da Sagres como a Cerveja de todos os Portugueses. Nesta aplicação, os Portugueses são convidados a surpreender um amigo Português que viva fora do país e que sabemos sentir falta dos nossos simples prazeres da vida portuguesa. Eles podem não ter a nossa praia, o nosso sol, o nosso mar, a nossa gastronomia, o nosso sentido de humor, mas podem ter a nossa cerveja Sagres! Para isso, basta escolher um amigo, com perfil de Facebook e que viva fora de Portugal e enviar uma mensagem pessoal tendo por base a frase “Podes não ter (...) mas tens a nossa Sagres”. Os destinatários das primeiras 100 mensagens mais originais com resposta serão premiados com o envio de um pack-surpresa da Cerveja Sagres (sempre que a legislação local o permita).

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UNICER / Recomenda – Seja responsável, consuma com moderação


“Faz-te a um Super Verão” com Super Bock

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250 jovens passam férias com a Super Bock em algumas das mais belas praias nacionais. 60 dias de muita animação, festas, convívio e amizade. 8 tours à descoberta de Portugal. Vídeo promocional disponível a partir de amanhã em www.superbocksuperverao.pt.

Este verão, Super Bock desafia grupos de amigos a irem de férias com a marca para viverem experiências inesquecíveis… na praia, num festival, num bar ou numa festa. Sob o mote “Faz-te a um Super verão”, esta é a mega ação da Super Bock para os próximos dois meses, que visa amplificar os momentos de convívio, de diversão e de amizade. Os jovens podem candidatar-se a partir de amanhã, dia 28, emwww.superbocksuperverao.pt onde estará disponível um filme original e interativo que assinala o arranque desta iniciativa. “Faz-te a um Super verão” é composto por 8 roteiros (um por semana), para 30 amigos cada, que vão descobrir Portugal de norte a sul, passando por algumas das mais belas praias nacionais. O primeiro roteiro arranca já a 17 de julho, no Meco. É aqui que, neste fim-de-semana, também se realiza o maior evento da marca, o 19.º festival Super Bock Super Rock. Segue-se o melhor do litoral alentejano e da costa algarvia. No final de Agosto, o tourruma para o norte do país e regressando no início de Setembro à zona da Grande Lisboa, finalizando no Guincho. Durante os sete dias de cada tour, a Super Bock vai proporcionar, a cada grupo, condições únicas para terem umas férias inesquecíveis, disponibilizando transporte, alojamento e alimentação irá organizar todo um conjunto de actividades e uma super experiência por semana que pode passar pela participação num dos festivais da marca ou numa das Super Bock beach parties powerd by MTV. De dia, os participantes vão poder divertir-se nas praias e viver várias experiências. À noite, uma vez por semana haverá cinema ao ar livre e um show cooking, numa parceria criada entre a Super Bock e a Milaneza. Estão também previstas festas temáticas da marca em bares e discotecas. Nesta ação de verão, o mundo digital, nomeadamente as páginas oficiais da marca – site e facebook - são fundamentais para suportar toda a actividade da Super Bock. Cada participante terá uma pulseira RFid que estará associada à sua conta pessoal do facebook e, após fazer check-in, poderá partilhar fotos, todas as atividades realizadas e os locais onde se encontra. Para se habilitar a participar numa destas aventuras proporcionadas por Super Bock, basta criar um vídeo original onde os super fãs, através da criação de uma personagem, deverão explicar o porquê de serem merecedores desta experiência única e fazer upload no site da Super Bock em www.superbocksuperverao.pt.

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Museu da Cerveja desmonta o célebre mito «O Marisco do Eusébio»

O Museu da Cerveja, núcleo museológico e cervejaria localizado no Terreiro do Paço em Lisboa, acaba de desmontar o célebre mito «O Marisco do Eusébio» e homenagear em simultâneo o «Pantera Negra» com a recriação de um hábito de convívio e sabor por ele iniciado há mais de 40 anos.

Eusébio da Silva Ferreira e os seus amigos, Luís Filipe Vieira, Toni, Hilário, Carlos Manuel, José Augusto, João Malheiro, António Victorino d’Almeida, entre outros, juntaram-se no Museu da Cerveja precisamente para esse convívio, onde o marisco e a cerveja tiveram presença garantida à mesa. Este convívio gira em torno de um verdadeiro mito que existiu durante décadas e que tem persistido: o «marisco» do Eusébio. Para os que conhecem esse mito, tudo se resume a uma alegada resposta que o «Pantera Negra» teria dito aquando da sua vinda para a metrópole em fins de 1960, e na qual revelava que o seu marisco preferido seria o tremoço. Frequentemente desmentido, mas insistentemente repetido, o mito radica num antigo hábito, comum naquela época, nas cervejarias de Moçambique. Por esse tempo, era usual as cervejarias locais oferecerem um pratinho de camarão aos clientes que pedissem uma cerveja. Porém, por cá, a oferta era de um pratinho com tremoços, um hábito que ainda hoje se repete, aliás. Assim nasceu o mito que foi revelado pelo próprio Eusébio no Museu da Cerveja. O Museu da Cerveja, seguindo a sua missão de celebrar o património e tradições da Cerveja da Lusofonia, vem também homenagear o «Pantera Negra» com o lançamento de «O Marisco D’Eusébio»: uma campanha que consiste em oferecer um pires de camarão a qualquer cliente que consuma uma cerveja do museu, e que terá lugar durante o Verão. Para o Museu da Cerveja esta é a melhor forma de homenagear Eusébio, estimulando entre os lisboetas o são convívio entre as pessoas, através de longas conversas sob o sol de Lisboa na esplanada virada ao Tejo, com o sabor do «Marisco do Eusébio» e a companhia de uma boa cerveja. O Museu da Cerveja está aberto diariamente das 12:00 às 22:00 no Núcleo Museológico e das 09:00 às 02:00 no espaço Cervejaria, onde se pode degustar o melhor da gastronomia portuguesa, acompanhando-a com a cerveja ideal.

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Lei da Pureza da Cerveja desperta polêmica e revela prós e contras Para quem não é bebedor de cerveja , pode não parecer grande coisa, mas basicamente, a Reinheitsgebot –nome original da lei instituída na Alemanha, em abril de 1516– estabelecia que os únicos ingredientes permitidos na fabricação deveriam ser cerveja, água, cevada e lúpulo. Na época, a levedura ainda não entrava na lista porque era considerada uma dádiva dos céus, de acordo com a enciclopédia "Larousse da Cerveja". E até hoje, algumas empresas no mundo ainda seguem esta cartilha quando fabricam seus próprios rótulos. Para quem não é consumidor de cerveja , pode não parecer grande coisa, mas basicamente, a Reinheitsgebot – nome original da lei instituída na Alemanha, em abril de 1516– estabelecia que os únicos ingredientes permitidos na fabricação deveriam ser cerveja, água, cevada e lúpulo. Na época, a levedura ainda não entrava na lista porque era considerada uma dádiva dos céus, de acordo com a enciclopédia "Larousse da Cerveja". E até hoje, algumas empresas no mundo ainda seguem esta cartilha quando fabricam seus próprios rótulos. Para entender em que implica a Lei da Pureza, é preciso conhecer o contexto em que foi criada. "Quando a Reinheitsgebot foi instituída, estava faltando trigo na Europa para fazer pão. A lei veio principalmente para corrigir isso", afirma Luciano Horn, mestre-cervejeiro da Ambev. Além disso, era preciso segurar a criatividade dos produtores da época. "Até cinzas as pessoas chegavam a adicionar na cerveja, como forma de barateá-la ou para provocar diferentes efeitos“. Outro evento histórico que influenciou a criação da Reinheitsgebot foi a efervescência religiosa que precedeu a Reforma Protestante, iniciada oficialmente por Martinho Lutero no ano seguinte

"Não altura era apenas uma lei que visava à qualidade alimentar; também tinha intenções de cunho econômico, religioso e moralista". Os monges, que monopolizavam a produção de lúpulo, seriam os maiores beneficiados. "As cervejas do tipo 'gruit', até então dominantes na Europa, utilizavam especiarias psicodélicas e psicotrópicas, que alteravam o estado de consciência das pessoas". Do ponto de vista econômico, a implantação da lei era uma tentativa de controlar os impostos advindos da atividade. "A Reinheitsgebot foi o ponto culminante de uma série de outras medidas legislativas anteriores. O governo alemão da época percebeu que, determinando quais eram os únicos ingredientes permitidos, ficaria mais fácil fiscalizar o lucro dos produtores”. A polémica dos cereais De acordo com os especialistas, todos os cereais são fontes de açúcares fermentáveis e capazes de transformar-se em álcool, mas os maltes de cevada e trigo conferem à bebida um sabor mais marcante do que o milho e o arroz.

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"Excetuando a Alemanha, grandes cervejarias do mundo todo utilizam outras fontes de carboidrato na produção e até açúcar diretamente. As escolas inglesa e belga sempre adicionaram outros ingredientes à cerveja como forma de torná-la mais complexa". O problema estaria na quantidade permitida que, segundo consta, é de 45% no Brasil frente a 30% nos Estados Unidos e no Canadá. Mas há quem defenda que a adição de milho ou arroz, desde que dentro do limite estabelecido por lei, confere maior "drinkability" (potencial para ser degustada) à bebida, permitindo que a pessoa possa tomar mais ou por mais horas seguidas. "O mundo todo usa outras fontes de carboidrato. As cervejas que levam uma determinada quantidade desses grãos são mais leves e refrescantes, duas características que fazem parte da preferência nacional em alguns paises. Os prós e contras Se por um lado é fundamental garantir a qualidade do que se bebe, por outro pode ser um pouco frustrante limitar todas as cervejas do mundo aos mesmíssimos quatro ingredientes. "A Reinheitsgebot engessa a criatividade, mas é uma linha de conduta para a escola alemã, constituída de receitas simples, mas com muita qualidade, ao contrário da escola inglesa, por exemplo, que é de cervejas mais complexas, cheias de ingredientes e com diferentes camadas de sabor”. "Às vezes, tamanha complexidade pode confundir o paladar". “Algumas marcas nasceram inspiradas nas cervejas alemãs e achavam fundamental obedecer à Lei da Pureza. Depois, quando veio a ideia de fazer cerveja típica da escola belga, passou-se a valorizar também a adição de ingredientes como frutas e especiarias, não como forma de baratear a cerveja, mas de aprimorá-la". A Reinheitsgebot funciona, hoje, como uma referência de tradição cervejeira. "A adoção da lei ressalta a capacidade técnica na reprodução de estilos que têm séculos de história". "Ela exige maior conhecimento do cervejeiro para fazer bebidas bem distintas entre si a partir dos mesmos ingredientes“. No que todos concordam é que é possível fazer boas cervejas seguindo ou não a Lei da Pureza. Cervejas ruins também.

Segundo a Larousse da Cerveja, a Reinheitsgebot ainda vigora, hoje como Lei Provisória da Cerveja Alemã, e está adaptada à realidade atual. Um das primeiras adendos foi a inclusão da levedura aos ingredientes permitidos, depois que Louis Pasteur desvendou os segredos da fermentação. Já em 1993, foi permitido o uso do trigo e do açúcar de cana. Mais recentemente, foram agregadas as técnicas de envelhecimento em barris de carvalho e dry hopping, que é a adição de lúpulo na fase de maturação.

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O que o Guinness Book tem a ver com uma cerveja irlandesa? As pessoas já estão acostumadas com as notícias bizarras a respeito de algum novo recorde publicado no Guinness Book, mas quando essa história teve início? Tudo começou na Irlanda. A cerveja local daquela ilha gelada é a Guinness, popular entre irlandeses e ingleses devido ao seu aspecto cremoso, coloração escura e sabor marcante. O nome Guinness vem de Arthur Guinness, o criador da cerveja. Foi em 1951 que o diretor da cervejaria Guinness, Sir Hugh Beaver, fez uma pergunta estranha, durante um festival de caça na Irlanda. Ele queria saber, basicamente, qual era o pássaro europeu mais rápido nesse tipo de competição. Vem daí, portanto, o nome do livro, resultado dessa união de cervejaria, pássaros e dúvidas. Capa da 1ª edição

Devemos a civilização... à cerveja A cerveja, ou outro tipo de bebida alcoólica fermentada, pode ter exercido um papel fundamental no modo como o Homem passou de uma organização em grupos pequenos e defensivos para autênticas ‘associações sociais’, como acontece nos dias de hoje. O artigo escrito por Jeffrey P. Kahn – professor de psiquiatria -, e baseado em estudos sociais, revela que o Homem começou por utilizar a fogueira como ‘desculpa’ para reunir alguns dos seus entes mais próximos, mas foi com a cerveja que a timidez se dissipou e os seres humanos passaram a conviver mais, com mais semelhantes e de forma cada vez mais descontraída e menos reprimida. Também nos tempos mais recentes é visível a presença da cerveja ou do vinho nos momentos de reunião entre humanos. Exemplo disso, são as grandes decisões de Estado na Alemanha e na Pérsia, por exemplo, que, alega o professor de psiquiatria, foram sempre tomadas com uma ou outra grama de álcool no sangue e nas mentes dos decisores. Estudiosos da Universidade Simon Fraser, no Canadá, mostram que a “fermentação da cerveja era um aspecto importante de festa e da sociedade no final da era do Epipaleolítico [que precede o período neolítico da Idade da Pedra]”. A sociedade como a conhecemos atualmente, e como se vem mantendo ao longo dos tempos, pode assim ter tido a sua origem na cerveja e no seu consumo. De resto, foi também graças a esta bebida alcoólica, e às suas consequências, que o Homem passou a ser menos inibido e mais aberto ao debate de diversos temas, o que tornou uma espécie mais expansiva no seu pensamento.

FRASE “QUEM SABE VENHA A SER” FAMOSA Cerveja é vida. Colecionismo é paixão! A vida é bela. De copo na mão! Autor Rui Avilez

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info@dcnbeers.pt

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DCN BEERS / Recomenda – Seja responsável, consuma com moderação


Este mês como não podia deixar de ser caracóis bêbados na cerveja.

Caracóis bêbados na cerveja

Acompanhe sempre com cerveja… Ingredientes: 1kg caracóis 1 ramo de oregãos sal q.b. 1 cebola 1 cabeça de alhos esborrachados 1 folha de louro 2 colheres de sopa de azeite 1 cubo de caldo knorr um pouco de cerveja

Caracóis bêbados na cerveja Modo de Preparar: Lave muito bem os caracóis em várias águas. Coloque-os numa panela com água. Leve a panela em lume baixo para eles irem cozendo lentamente e irem ficando com a cabeça de fora. Quando começarem a criar espuma vá retirando-a com uma escumadeira. Quando eles tiverem as cabeças de fora acelere o lume e junte os outros ingredientes. Não esquecer o principal – a cerveja Deixe ferver um pouco provando de sal. Quando prontos apague o fogão e deixe repousar os caracóis dentro da panela, tapada, para os caracóis tomarem gosto. Bom apetite

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Por que ir ao bar tomar cerveja é melhor que ir ao ginásio? Para resolver esse grande dilema, foi necessário frequentar os dois (o bar e o ginásio) durante uma semana. Vejam o resultado desta importante pesquisa: Vantagem numérica: - Existem mais bares do que ginásios. Logo, é mais fácil encontrar um bar no seu caminho. Bar 1x0 Ginásio Ambiente: - No bar, todo mundo está alegre. É o lugar onde a dureza do dia-a-dia amolece no primeiro gole de cerveja. - No ginásio, toda a gente fica suando, carregando peso, bufando e fazendo cara feia. Bar 2x0 Ginásio Amizade simples e sincera: - No bar, ninguém fica reparando se você está usando o tênis da moda. Os companheiros do bar só reparam se o seu copo está cheio ou vazio. Bar 3x0 Ginásio Compaixão: - Alguém já te deu uma semana de ginástica de graça? - No bar, com certeza, você já ganhou uma cerveja 'por conta'. Bar 4x0 Ginásio Liberdade: - Você pode falar palavrão no ginásio? Bar 5x0 Ginásio Libertinagem e democracia: - No bar, você pode dividir um banco com outra pessoa do sexo oposto, ou do mesmo sexo, o problema é seu... - No ginásio dividir um aparelho dá até porrada. Bar 6x0 Ginásio Saúde: - Você já viu um 'barista' (frequentador de bar) a reclamar de dores musculares, joelho lixado, tendinite? Bar 7x0 Ginásio Saudosismo: - Alguém já tocou a sua música romântica preferida na Ginásio. É só 'bate-estaca'? Bar 8x0 Ginásio Emoção: - Onde você comemora a vitória do seu clube? No bar ou no ginásio? Bar 9x0 Ginásio Memória: - Você já aprontou algo no ginásio digno de contar para os seus netos? Bar 10x0 Ginásio 10 a 0 PARA BEBER CERVEJA NO BAR! VOCÊ AINDA TEM ALGUMA DÚVIDA?

Sou o IN LOCO o CERVEJEIRO, a cerveja e o colecionismo são a razão deste Jornal, por isso o mesmo chega sempre atrasado aos vossos e-mails. “Há sempre mais uma peça para fotografar e colocar na coleção e sempre umas cervejas que falta provar”

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Para o próximo mês há mais… Jornal In Loco

Cerveja é vida. Colecionismo é paixão! A vida é bela. De copo na mão! 14


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