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Foto da capa: Capa Dudu Bertholini e Marcella Dahl e Design de Carlos Viera da Reachr, arte em IA e a modelo Lea T
Colaboradores: Daniela Marx, Milena Abreu, Eric Vigiani, Sarah Caldas, Clarissa Magalhaes, Vanessa San Jorge, S4 digital, Eduarda Bastian
Agradecimentos: Dani Marx, Dudu Bertholini, Marcella Dahl, TexApex, Marta De Divitiis, GuiaJeanswear, Carlos Vieira e a Reachr, Henrique Pereira, Carlos Tartaglioni, Thiago Arruda, Bruno Leonard, Thiago Carneiro, Aline Claudini, Ricardo Gomes e Lea T.
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Nossa cobertura da Texprocess/TexAmericas 2025, realizada em Atlanta a convite da SPESA, revelou como o setor têxtil e de confecção norte-americano vem se reinventando. Tecnologia de ponta e soluções sustentáveis surgem como pilares estratégicos para impulsionar a indústria e responder aos desafios do presente. De lá para cá, seguimos atentos aos movimentos que transformam as engrenagens têxteis ao redor do mundo.
Na China, testemunhamos como inovação e volume produtivo caminham lado a lado com uma crescente consciência ambiental. Já no Brasil, voltamos nossos olhares para Americana, onde a história do setor se entrelaça com o presente por meio de iniciativas que conectam tradição e sustentabilidade.
A sustentabilidade já não é mais apenas uma tendência: é uma realidade concreta e uma urgência que exige ampla adoção por toda a cadeia têxtil. Ela permeia os processos, os produtos e as posturas do setor, e está presente nas diversas matérias desta edição como eixo estruturante de um novo momento para a indústria.
Tudo isso só é possível graças ao talento e à dedicação de um time de colaboradores que transforma esta revista em um espaço vivo de reflexão, informação e troca. Cada um, com seu olhar, sua experiência e sua especialidade, contribui para compor um panorama diverso e profundamente relevante.
Boa leitura.
Na Teia da Vida, c o N ec Tamos m u N dos, cR iamos p ossibilidades e Tecemos um No V o a ma N hã
Vivemos tempos em que as incertezas geopolíticas não apenas redesenham fronteiras diplomáticas, mas também reconfiguram rotas comerciais, cadeias produtivas e estratégias industriais. A indústria têxtil, sensível a essas dinâmicas, responde com criatividade, adaptação e ousadia. Nesta edição, percorremos caminhos diversos, físicos e digitais, locais e globais, que nos mostram como os polos de inovação se espalham e se conectam em tempo real, costurando um novo tecido econômico e social.
De Americana, no interior paulista, à China, passando por Atlanta, nos Estados Unidos, apresentamos nesta edição um amplo panorama do setor têxtil mundial, suas urgências, suas soluções e suas novas lideranças.
Abrimos com a cobertura da Tecnotêxtil Brasil, realizada na FIDAM, que reafirma o vigor da indústria brasileira em maquinário, insumos e serviços. A feira se consolida como espaço essencial de negócios e atualização tecnológica, reunindo empresas e profissionais que movem a engrenagem têxtil nacional.
Na sequência, seguimos para os Estados Unidos, onde a Revista Têxtil marcou presença na Texprocess Americas 2025, em Atlanta, trazendo ao público brasileiro uma cobertura exclusiva das tendências em automação, sustentabilidade e manufatura inteligente. Agradecimento especial para Spesa pelo convite.
Consolidamos uma importante parceria com a Texapex, que acompanhou um grupo de empresários brasileiros na cidade chinesa de Guangzhou na China para a ITPCE, uma feira especializada em impressão e tecnologia têxtil, essencial para entender os rumos do fornecimento asiático.
Destaque também para o denim, que segue ocupando um lugar estratégico na indústria brasileira. Em nossa passagem pela Denim City, em São Paulo, apresentamos os principais lançamentos da estação, além de uma entrevista exclusiva com Marriette Hoitink fundadora da Denim City Amsterdam. A edição traz ainda a cobertura da instigante palestra promovida pela Santista Jeanswear, que
sob o título “Entre Tramas e Algoritmos”, refletiu sobre os caminhos da inteligência artificial no design, na produção e na customização do jeans, da moda e da vida.
Mas nenhuma transformação é solitária. A colaboração é o fio invisível que sustenta e dá forma à indústria. Assim como uma teia ou uma trama, é no entrelaçar de ideias, esforços e talentos que se cria um tecido forte e resistente, e quando se tece junto, nasce também laços e a missão de contribuir com informação para firmar um novo amanhã. Nesta edição, celebramos a força das conexões e o poder de construir em conjunto.
Nosso agradecimento especial vai a todo o time de colaboradores que tecem esta revista com dedicação e visão. Com cada palavra, imagem, pauta e encontro, ajudamos a construir nossa missão de informar, há 94 anos, a indústria têxtil brasileira, acompanhando sua evolução e seus desafios com seriedade, sensibilidade e compromisso. E nossa capa, um agradecimento muito especial a Dudu Bertholini e Marcella Dahl na pesquisa e inspiração e Carlos Vieira, da Reachr, que com sensibilidade, criatividade e a colaboração da inteligência artificial, elaboraram com muito carinho a capa desta edição estampada com a top model Lea T, símbolo de beleza, diversidade, força e inspiração. Uma colab artística e têxtil, Fashion, artesanal e digital, que celebra, a revolução têxtil. Um convite especial para acessar nosso site sempre com atualizações e notícias de toda cadeia têxtil, www.revistatextil.com.br e no Instagram @revistatextil. Esta edição foi feita com muito carinho, uma ótima leitura, forte abraço. . Fred Haydu
Source the Latest Textile and Garment Technologies Across the Entire Manufacturing Chain for Sustainability and Competitiveness View
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Clarissa Magalhães Diretora executiva da RegenMaterials, mestre em gestão ambiental e apres. do podcast Raízes do Propósito
Dani Marx Palestrante e Mentora de Negócios de Moda
Milena Abreu e Eric Vigiani CEOs TexApex
Livia Pancotti Evans Joalheira, ouvires, e pesquisadora de tendencias
Sarah Caldas Agente AVA e Coordenadora do Núcleo São Paulo da ABTT
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c o N hecime NT o bR asil” e o desafio
de R e T e R Tale NT os em um país que cuide das pessoas
Por Fernando Valente Pimentel
Em recente visita a Portugal, tivemos a oportunidade de conversar com muitos brasileiros e brasileiras que escolheram viver fora do nosso país. Cada história era única, mas havia um fio comum: o desejo por uma vida mais segura, com acesso de qualidade à saúde, à educação e a oportunidades profissionais. Esse ponto de congruência reforçou uma percepção que muitos de nós carregamos: o Brasil forma pessoas talentosas, criativas e altamente capacitadas, mas ainda enfrenta dificuldades para lhes oferecer as condições de permanência, realização e reconhecimento.
Diante disso, é com entusiasmo que recebemos a notícia da implementação do programa Conhecimento Brasil, coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa visa repatriar cientistas brasileiros que atuam no exterior, por meio da contratação de quase 600 projetos de pesquisa que serão desenvolvidos no País nos próximos cinco anos.
Esses profissionais vêm de 34 nações e de instituições mundialmente reconhecidas, como Harvard, Oxford, Karlsruhe, Porto e Lisboa. Ao todo, serão investidos R$ 604 milhões, incluindo a destinação de mais de 30% dos projetos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É uma iniciativa robusta, que fortalece a ciência nacional e sinaliza que o Brasil deseja — e pode — atrair seus talentos de volta.
Porém, tão importante quanto repatriar cientistas é construir uma nação que seja atrativa para todos os seus cidadãos: engenheiros, médicos, técnicos, administradores, professores, profissionais de todas as áreas e empreendedores. Almejamos uma pátria na qual estudar e trabalhar no exterior sejam oportunidades e não fuga, e para a
qual seja também atrativa a alternativa de voltar.
O Conhecimento Brasil é um avanço. Contudo, ele precisa estar inserido em uma estratégia mais ampla e perene, que una políticas de valorização da ciência com um compromisso real de promoção da segurança pública, da saúde e da educação. Precisamos de um ambiente institucional confiável, com estabilidade, justiça e oportunidades. Para isso, é crucial um país e uma sociedade que reconheçam e cuidem do valor das pessoas.
Essa estratégia mais ampla é imprescindível, pois, como bem observa o cientista Marcelo Gleiser, há um sério problema de instabilidade no financiamento da pesquisa científica no Brasil. Muitos projetos exigem continuidade por cinco, dez ou até quinze anos, mas o ambiente de incertezas empurra os pesquisadores para áreas que dão retorno imediato, em detrimento da inovação de longo prazo. Concordamos com ele quando salienta a necessidade de construir pontes entre quem está dentro e fora do País e, sobretudo, entre a ciência e o público em geral.
A retenção de talentos é um desafio transversal e urgente, como demonstrado no recorte referente à inteligência artificial. Nesta vertente revolucionária da tecnologia também tem sido difícil desenvolver e manter profissionais altamente qualificados no País. Sem ações consistentes, como planos de carreira atraentes e reconhecimento profissional, o Brasil arrisca perder os cérebros necessários para protagonizar o próprio futuro numa área cada vez mais decisiva para a economia e todos os setores de atividades. Essa é mais uma evidência do significado do novo programa.
Não há nação desenvolvida sem gente bem formada, respeitada e engajada com seu tempo e com seu território. Ao atrair cientistas de volta, o Brasil envia uma mensagem positiva ao mundo e a si mesmo. Mas, para que ela
torne-se realidade duradoura, precisa ser acompanhada de ações consistentes para tornar o País um lugar onde viver, trabalhar e sonhar seja, de fato, possível para todos.
Isso exige muito mais do que repatriações pontuais, mas também mudanças de mentalidade. Um país que quer reter e atrair seus talentos precisa ver-se como protagonista na produção de conhecimento e não apenas como consumidor de tecnologias externas. Necessita dar visibilidade a quem faz pesquisa aqui e integrar esses cientistas à vida da sociedade, às escolas e aos debates públicos. Em síntese, é premente oferecer estabilidade, continuidade e propósito àqueles que se dedicam à produção de conhecimento.
Inscr I ções abertas para o 10º c ongresso Internac I onal da a b I t
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) anuncia a realização do seu 10º Congresso Internacional nos dias 29 e 30 de outubro. O evento, que se consolidou como referência no setor, será realizado na sede da FIESP, à Avenida Paulista 1.313, em São Paulo.
O Congresso, cuja primeira edição ocorreu em 2016, retorna depois de sete anos à capital paulista. Promoverá debates sobre as transformações do mundo, com estratégias específicas voltadas à produtividade, principalmente ao usá-la como catalisadora do crescimento e da prosperidade socioeconômica.
Anualmente, o Congresso Internacional Abit reúne empresas responsáveis por 90% do PIB têxtil e de confecção, desde C-Levels, pesquisadores, formadores de opinião, além de representantes dos governos federal e estadual. Também atrai especialistas de outros países, especialmente nos debates.
O Congresso conquistou a posição de maior evento de conteúdosobre o setor têxtil e de confecção no País, sendo um espaço não só para atualização, mas também para networking, contando inclusive com área para expositores.
“É com grande entusiasmo que anunciamos a 10ª edição do Congresso Internacional da Abit, um evento que reafirma nosso compromisso com a inovação, sustentabilidade e o crescimento do setor têxtil e de confecção do Brasil. Vamos promover discussões enriquecedoras, mas também oportunidades excepcionais de networking e colaboração. Convidamos todos os interessados a se juntarem a nós, em outubro, para este importante momento de troca e aprendizado”, declara Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.
Sobre o Congresso Internacional Abit
O tradicional evento reúne mais de 400 congressistas presencialmente, cerca de 24 painelistas, 3 key speakers, nacionais e internacionais. Em 2025, contará com a parceria estratégica do Senai Cetiqt, Systextil e apoiodoTexbrasil, ApexBrasil, MDICe cerca de 26 patrocinadores.
Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
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N a p R odução de fios R eciclados com o
sis T ema de R o T o R da Rie T e R
A Surya Spinners, fabricante de fios reciclados do sul da Índia, aumentou o rendimento da produção e a qualidade do fio ao instalar o sistema completo de fiação de rotor da Rieter. A forte linha de tecnologia de fiação da Rieter reduz ainda mais o manuseio contato manual e fortalece a posição da Surya Spinners no crescente mercado de fios reciclados.
A Surya Spinners produz fio de rotor reciclado a partir de resíduos pré e pós-resíduo. O essencial para este tipo de produção é garantir a consistência da mistura e a flexibilidade para executar várias misturas. Além disso, um processo de produção eficiente e a elevada qualidade do fio reciclado são cruciais para manter uma vantagem competitiva no mercado.
Com o sistema de fiação de rotor da Rieter, a Surya Spinners conta com uma forte linha de tecnologia e simplificou as suas operações, melhorando tanto o rendimento como a produção. O sistema instalado inclui a linha de sala de abertura VARIOline da Rieter com o misturador de precisão UNIblend A 81, cardas C 77, passadores autoniveladores RSB-D 50 e filatórios de rotor R 37.
O sucesso da Surya Spinners se baseia em muitas vantagens. O UNIblend A 81 garante uma mistura de fibras precisa, flexibilidade para executar várias proporções de mistura e reduz o trabalho manual. A carda C 77 aumentou a produtividade em 88% e reduziu o consumo de energia em 27%. Além disso, isto melhora a preparação da fibra aumenta o desempenho da fiação de rotor e reduz as imperfeições do fio em mais de 23%.
Os filatórios de rotor da Rieter R 37 na Surya Spinners permitem a produção eficiente de fios reciclados
f oco N a sus T e NTabilidade
A Surya Spinners gere duas fábricas de fiação em Vellakovil, no sul da Índia, e em 2024 atingiu o marco de produção de 7.500 toneladas de fio desde a sua fundação em 2010.
Thiyagarajan Kuppusamy, Diretor-Geral da Surya Spinners, afirma: “O sistema de fiação de rotor da Rieter nos ajuda a melhorar o rendimento e a qualidade, mantendo a sustentabilidade em foco. Isso nos permite atender às expectativas dos clientes em relação ao fio reciclado.”
A tecnologia de fiação de rotor da Rieter ajuda a Surya Spinners a fortalecer sua posição de liderança no mercado de fios reciclados.
Veja como a Surya Spinners aumenta o rendimento da produção de fios reciclados com um sistema de fiação de rotor da Rieter
Thiyagarajan Kuppusamy, diretor da Surya Spinners
Make the Difference
O novo box de fiação do filatório de rotor R 37 foi projetado para garantir um desempenho eficiente mesmo com diferentes tipos de matéria-prima, inclusive aquelas com maior presença de impurezas. Graças à sua excelente estabilidade no processo de fiação, o R 37 assegura uma produção de alto volume. Como recurso opcional, é possível integrar o robô ROBOdoff, que automatiza a troca de bobinas. R 37 – Filatório de rotor econômico
ab
da i N dús TR ia T ê XT il em e V e NT o N o d ia do m eio a mbie NT e
No dia 5 de junho, em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a ABTT (Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda) promoveu, em parceria com instituições locais, o evento Caminhos Sustentáveis – O Futuro da Indústria Têxtil, no SENAI Americana. A iniciativa reuniu profissionais do setor, representantes do poder público e especialistas para um ciclo de palestras que percorreu toda a cadeia produtiva têxtil sob a ótica da sustentabilidade.
A abertura foi conduzida por Maria Adelina, representante local da ABTT, seguida das palavras de Camilla Borelli, presidente da entidade, que deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância de integrar os diferentes segmentos da indústria em torno de soluções sustentáveis.
O evento também contou com a presença institucional da Secretaria de Meio Ambiente de Americana. O secretário adjunto Carlos César Gimenes Zappia representou o titular da pasta, Fábio Renato Oliveira, e destacou o alinhamento da gestão pública com iniciativas que promovem a economia circular, a redução de resíduos e a inovação nos processos industriais.
A programação técnica foi iniciada por Leonardo Santana, do SINDITEC, que apresentou o panorama das práticas sustentáveis nas indústrias da região. Em seguida, os pesquisadores do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Rayana Santiago de Queiroz e Fernando Soares de Lima, abordaram as inovações em fibras têxteis com menor impacto ambiental.
Na sequência, Carla Angelini, da Formato Energia, trouxe ao debate o papel estratégico da gestão de energia como diferencial competitivo para a indústria da moda. Já Amanda Santos, representante do Selo RETECE, apresentou iniciativas voltadas à circularidade e à gestão de resíduos têxteis.
Encerrando o ciclo de palestras, Patrícia Roberta Storolli, do SENAI Americana, compartilhou experiências e ações práticas de sustentabilidade que vêm sendo implementadas em unidades produtivas, apontando caminhos viáveis para a transformação ambiental dentro da indústria.
Com uma abordagem transversal e atualizada, o evento reforçou a urgência de repensar práticas ao longo de toda a cadeia têxtil — do desenvolvimento de matérias -primas ao destino final dos produtos. A ABTT reafirma, com essa ação, seu compromisso em fomentar o diálogo técnico e a disseminação de conhecimento voltado à inovação e à sustentabilidade no setor.
Diante da receptividade do público e da relevância dos temas discutidos, a ABTT pretende replicar o evento em outras regiões do Brasil, promovendo novos encontros que estimulem a troca de experiências e aceleram a adoção de práticas sustentáveis na indústria têxtil nacional.
A Groz-Beckert está consigo, todos os
dias
As nossas ferramentas de precisão estão ao serviço do mundo têxtil. Através dos nossos cerca de 70 000 produtos assim como abrangentes serviços, que prestam auxílio às indústrias da tricotagem e da urdidura, da tecelagem, dos não tecidos, da tufagem, da costura e da fiação, são criados tecidos indispensáveis para o nosso dia a dia: desde vestuário e tapetes a tecidos técnicos para veículos ou para o setor médico.
Mais de 170 anos após a sua fundação, a Groz-Beckert continua a ter a sua sede nos Alpes Suábios, mas está presente em todo o mundo. Na nossa sede de Albstadt, empregamos atualmente mais de 2200 dos nossos cerca de 9500 colaboradores.
Juntos no dia a dia para avançarmos juntos.
a N o Va equação do TR abalho: po R
que aTR ai R Tale NT os e X ige mais do que Vagas abe RTas
por Vanessa San Jorge Braga - Sócia Co-fundadora e COO - Reachr
A relação entre empresas e profissionais mudou — e, na indústria, isso tem sido ainda mais evidente. Atrair talentos, especialmente entre as novas gerações, exige mais do que vagas abertas ou bons salários: tornou-se uma questão de cultura, propósito e reinvenção.
O talento não é mais o mesmo — e o mercado também não
Se antes contratar era uma equação simples de oferta e demanda, hoje o desafio é mais profundo. A nova geração — especialmente os nascidos a partir dos anos 2000 — chega ao mercado com valores diferentes: propósito, flexibilidade, impacto e autenticidade pesam mais do que estabilidade ou plano de carreira.
Na indústria, essa mudança tem exigido ajustes reais. O que muitas empresas ainda enxergam como “falta de interesse” é, na verdade, desalinhamento. Os jovens querem aprender, crescer e pertencer — mas não dentro de estruturas rígidas que ignoram seu estilo de vida. Recrutar, nesse cenário, exige escuta, empatia e presença em canais e linguagens que façam sentido para esse público.
Formar para empregar: qualificação como pilar
Além de atrair, é preciso formar. A escassez de mão de obra qualificada segue como uma das dores mais agudas da indústria — e o setor têxtil sente isso de perto. Processos mais digitalizados, equipamentos sofisticados e metas cada vez mais exigentes pedem profissionais preparados, mas a formação técnica disponível nem sempre acompanha esse ritmo.
A saída tem sido criar soluções dentro de casa: programas internos de capacitação, parcerias com escolas técnicas e investimentos na formação contínua. Em-
presas que encaram esse desafio conseguem não só montar equipes mais aderentes ao seu modelo produtivo, mas também engajar melhor seus times.
E vale lembrar: qualificação, hoje, vai além da técnica. Envolve também habilidades comportamentais, colaboração, curiosidade e alinhamento com os valores da empresa.
Os 3Ps do novo trabalho: Pessoas, Propósito e Performance
No centro dessa nova equação estão os 3Ps: Pessoas, Propósito e Performance.
Pessoas, porque o capital humano deixou de ser um recurso e passou a ser diferencial competitivo. Ambientes que valorizam a escuta, o bem-estar e a autenticidade são os que mais engajam — e, por consequência, os que mais retêm talentos.
Propósito, porque o trabalho precisa fazer sentido. Empresas que comunicam com clareza seu impacto na sociedade, na comunidade ou no meio ambiente se conectam melhor com profissionais que desejam contribuir para algo maior do que apenas resultados.
Performance, porque o resultado continua essencial — mas ele é impulsionado pela motivação. Quem entende o “porquê” do que faz entrega mais, e melhor. Quando cultura e estratégia se encontram, a produtividade deixa de ser uma cobrança para se tornar consequência.
Iniciativas que somam: Chance como exemplo de colaboração setorial
Diante desse cenário, surgem iniciativas que traduzem na prática os desafios e oportunidades da indústria.
Um exemplo é a plataforma Chance, criada pela ABIT, Sinditêxtil-SP e a HRTech Reachr, com o objetivo de modernizar e facilitar o recrutamento no setor têxtil e de confecção.
Mais do que um banco de currículos, a Chance reúne múltiplos canais de divulgação, triagem com inteligência artificial, avaliações técnicas e ferramentas de comunicação com candidatos — sempre com foco na agilidade e aderência à realidade do setor.
“Criamos a Chance pensando em uma solução que conversasse com as necessidades reais das empresas do nosso setor. Sabemos que o desafio da contratação é coletivo”, afirma Marcelo Braga, fundador da Reachr.
Conclusão: a escassez é de conexão, não apenas de candidatos
O futuro do trabalho não será moldado apenas por tecnologia ou processos, mas pela capacidade das empresas de criar vínculos reais com quem está do outro lado da vaga. Não se trata apenas de contratar, mas de construir relações significativas desde o primeiro contato.
Na indústria, onde o recrutamento ainda carrega traços do modelo tradicional, essa mudança pede ousadia e abertura. Ouvir mais, adaptar mais, investir mais em cultura e propósito não é apenas uma tendência — é uma condição para atrair, formar e reter os talentos que farão a diferença nos próximos anos.
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c omu N icação a sse RT i Va e os l imi T es
do f oco eX cessi V o em ResulTados
Por Milena Abreu – Engenheira Têxtil e Embaixadora da Qualidade no Brasil
Ao longo da minha trajetória em centenas de empresas têxteis, algo sempre me chamou atenção: é o quanto muitos empresários ainda tratam a comunicação como algo secundário, quase um detalhe. Como se bastasse investir em máquinas, produtividade e metas para que tudo fluísse como deveria. Mas a realidade é outra. A qualidade que buscamos nas peças e processos precisa, primeiro, estar presente nas relações. E isso começa pela forma como nos comunicamos — principalmente nas lideranças.
Vivemos um tempo em que se fala muito de resultados. E é claro que eles são importantes. Afinal, estamos falando de negócios. Mas quando a busca por números deixa de lado o fator humano, cria-se uma cultura silenciosamente doente: tecnicamente eficiente, mas emocionalmente desgastada. É sobre isso que quero falar com você hoje.
1. A armadilha dos resultados a qualquer custo
Existe uma crença que ainda ronda o mundo corporativo, especialmente em setores industriais como o têxtil: a ideia de que o único caminho para o crescimento é a pressão constante por resultados.
“Se não entrega, está fora.” “Motivar pra quê, se já recebe salário?” “Não sou psicólogo, sou gestor.”
Essas frases não são apenas comuns — elas são normalizadas. Mas o que muitos empresários não percebem é que essa lógica desumanizada, além de ultrapassada, é insustentável. Quando colocamos a produtividade acima da dignidade, passamos a enxergar as pessoas como engrenagens, e não como seres humanos. A consequência disso? Alta rotatividade, equipes desmotivadas, clima pesado, resistência a mudanças e, ironicamente, queda de desempenho e aumento nos desperdícios e custos.
Resultados são importantes, mas são consequência de um sistema saudável. Não são o ponto de partida. Quando olhamos para os números sem enxergar quem os produz, estamos apenas empurrando problemas para o futuro — um futuro que cobra caro.
Empresas que crescem com consistência são aquelas que equilibram a cobrança com respeito. Que têm metas, sim, mas também têm escuta. Que sabem corrigir erros,
mas também reconhecem acertos. E, acima de tudo, que entendem que os resultados mais sólidos são construídos por pessoas que se sentem vistas, respeitadas e valorizadas.
2. Assertividade não é agressividade: é maturidade na comunicação
Muitos líderes ainda confundem assertividade com dureza. Acham que ser claro e direto significa ser ríspido, inflexível ou frio. Mas a verdade é que a comunicação assertiva é uma das maiores demonstrações de inteligência emocional dentro de uma organização.
Ser assertivo é saber dizer o que precisa ser dito, da forma certa, no momento adequado, com respeito e foco na solução. Não se trata de suavizar tudo, nem de evitar conflitos — mas de abordá-los com equilíbrio. É possível, sim, corrigir uma falha sem humilhar. É possível dar feedback sem desrespeitar. É possível cobrar sem ferir.
Aliás, líderes que se comunicam com agressividade normalmente escondem, por trás do tom duro, uma dificuldade de lidar com suas próprias emoções. Agem no impulso, não no planejamento. Reagem, em vez de conduzir. Isso fragiliza a liderança, mesmo que externamente pareça força.
Dentro da Cultura da Qualidade, a comunicação assertiva não é uma habilidade opcional — é uma ferramenta estratégica. Porque ela impacta diretamente na forma como os colaboradores interpretam metas, lidam com mudanças, seguem padrões e interagem com os colegas. Uma ordem mal comunicada pode gerar um erro de produção. Um elogio omitido pode gerar desmotivação. Uma bronca pública pode destruir a confiança de um talento promissor.
A comunicação, no fundo, é o que alinha ou desalinha uma equipe. E, no mundo têxtil, onde o trabalho é feito em cadeia, com muitos detalhes e etapas interdependentes, isso faz toda a diferença.
3. Resultados com alma: uma nova visão sobre liderança
Chegamos a um ponto em que precisamos rever o que
estamos, de fato, construindo nas nossas empresas. Porque existe uma diferença enorme entre liderar um time e simplesmente gerenciar tarefas. O primeiro inspira, orienta, transforma. O segundo apenas cobra e executa.
Em um mundo cada vez mais automatizado, paradoxalmente, o diferencial competitivo está justamente no que é humano: empatia, escuta, valorização, pertencimento. Quando um colaborador sente que está apenas “cumprindo ordens”, ele entrega o básico. Mas quando ele se sente parte, ele se envolve. Ele cuida. Ele pensa em soluções. Ele evita desperdícios. Ele compartilha boas práticas. Ele cresce — e faz a empresa crescer junto.
O que eu proponho não é uma gestão “romântica”. É uma gestão inteligente, estratégica e sustentável. Uma liderança que entende que resultados são sim importantes, mas que a maneira como esses resultados são alcançados importa ainda mais. Porque, no fim do dia, as empresas são feitas de gente. Gente com sonhos, limites, talentos e histórias.
Não é sobre deixar de cobrar. É sobre saber como cobrar. Não é sobre deixar de ter metas. É sobre como conduzir a equipe até elas. Não é sobre abandonar o foco no resultado — é sobre lembrar que o resultado depende da saúde do caminho.
Para finalizar, deixo aqui uma reflexão para você, empresário ou líder da cadeia têxtil: como está a comunicação dentro da sua empresa hoje? As pessoas têm medo de falar ou se sentem ouvidas? Sua equipe entrega resultados por comprometimento ou por medo? Você conhece quem são os talentos silenciosos do seu time?
A resposta para essas perguntas pode não aparecer em uma planilha de indicadores. Mas ela estará, com certeza, na próxima auditoria, no próximo turnover, no próximo problema de qualidade. E, acima de tudo, no futuro da sua empresa.
Porque no fim, a excelência que buscamos no produto começa pela excelência na relação. E a comunicação é o fio que costura tudo isso.
a e N c R uzilhada global e o papel es TR aT égico do b R asil N a i N dús TR ia T ê XT il
por Daniela Marx Palestrante & Mentora de Negócios de Moda
O mercado têxtil global está se redesenhando diante de uma confluência de forças históricas: tarifas de até 54% em produtos chineses impostas pelos EUA, interrupções logísticas com rotas como o Canal de Suez tendo o tráfego reduzido em 75% por risco geopolítico e, uma agenda ESG que deixou de ser diferencial para se tornar requisito obrigatório.
E, neste turbilhão, o Brasil tem real potencial para crescer como líder estratégico, sustentável e competitivo.
Um Novo Cenário Global: Ruptura e Reconstrução
Segundo o State of Fashion 2025, elaborado pelo BoF em parceria com a McKinsey, a dependência global da China para produção de moda vem caindo de forma contínua — de 30% em 2019 para cerca de 22% atualmente. Essa mudança vem sendo acelerada pelas tarifas norte-americanas e pelo movimento de “friend -shoring”, no qual as marcas buscam fornecedores em países considerados “amigos”, politicamente e comercialmente.
Além disso, o transporte global passa por um verdadeiro colapso: as rotas tradicionais pelo Canal de Suez estão congestionadas ou bloqueadas, elevando em até 40% o tempo de entrega entre Ásia e Europa. Isso significa prateleiras vazias, lançamentos comprometidos e pressão nos preços.
Como se não bastasse, outro número chama atenção: entre 70 e 140 bilhões de dólares em mercadorias ficaram parados em estoques globalmente em 2023, fruto de uma equação desajustada entre oferta, demanda e logística. Enquanto isso, mais de 60% das marcas globais não estão conseguindo cumprir suas metas de sustentabilidade previstas até 2030. A rastreabilidade, que antes era um diferencial, tornou-se uma exigência básica para negociações internacionais.
Brasil: de Espectador a Protagonista Estratégico
Diante desse cenário, o Brasil se posiciona como uma peça-chave na reconfiguração da indústria têxtil mundial. Por quê?
1.Geografia Estratégica: nossa proximidade com os Estados Unidos e acordos comerciais com a Europa nos colocam em vantagem logística para o mercado ocidental. A lógica do nearshoring faz sentido, 65% dos executivos americanos consideram aumentar o sourcing na América Central ou América do Sul. Proximidade com EUA e UE reduz riscos e encurta prazos.
Não é apenas discurso, a Steve Madden, por exemplo, realocou 45% da sua produção da Ásia para Brasil e México desde 2021, justamente impulsionada pelas tarifas americanas e pela necessidade de estar mais próxima de seus mercados consumidores.
O mesmo movimento foi seguido pela American Giant, liderada por Winthrop, que provou que é possível conquistar qualidade e reputação apostando em produção local desde que sustentada por escala e estratégia.
2. Potencial Produtivo: temos uma das maiores cadeias têxteis integradas do mundo, da plantação de algodão até a confecção final, um ativo raro no cenário internacional.
3. Compromisso Crescente com ESG: certificações como BCI, OEKO-TEX e iniciativas como o Programa Texbrasil reforçam a imagem de um Brasil comprometido com boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Como destacou o Dr. Sheng Lu, especialista global em cadeias produtivas e professor da Universidade de Delaware:
“Quando falamos de diversificação de sourcing, falamos de reduzir risco e integrar sustentabilidade, e o Brasil pode liderar essa agenda com visão e colaboração.”
4. Capacidade Tecnológica: mais de 50% dos CPOs veem automação como critério decisivo para sourcing em 2025. Empresas brasileiras como Audaces já saltaram na digitalização, integrando cadeia produtiva com design e manufatura.
5. Custo Logístico Competitivo: com a modernização de portos e investimentos em corredores de exportação, o Brasil tem condições reais de entregar produtos com prazos e custos que competem diretamente com players asiáticos.
6. Parcerias Setoriais Consolidadas: ABIT, Texbrasil, Audaces e entidades financeiras devem se encontrar como orquestra, colaborando com o governo para consolidar programas de certificação, acessos a crédito e inserção em blocos comerciais com cláusulas ESG robustas.
O Brasil está diante de uma oportunidade única, temos o perfil ideal para ser hub de fornecimento regional de alta qualidade, pautado por certificação, tecnologia e governança. Temos capital humano criativo, tradição na indústria têxtil e agora, mais do que nunca, a oportunidade concreta de liderar um novo capítulo no fornecimento global, mais próximo, mais sustentável e mais inteligente. A construção desse futuro passa por colaboração real entre empresas, governos, associações e iniciativas privadas. Quem investir em tecnologia, eficiência, criatividade e processos enxutos vai não apenas sobreviver, mas prosperar. A oportunidade está aberta. O Brasil pode ser protagonista, desde que decida ser. O futuro da indústria têxtil global pede novos líderes. E esse espaço tem as nossas cores.
Te XpR ocess a me R icas, aT la NTa 2025: eNTR e memó R ia e i N oVação.
Por Fred Haydu
Entre os dias 6 e 8 de maio, Atlanta (EUA) recebeu mais uma edição da Texprocess Americas , a principal feira do continente americano voltada à tecnologia e soluções para produtos costurados. Coorganizada pela Messe Frankfurt Inc. e pela SPESA (Sewn Products Equipment & Suppliers of the Americas), a edição de 2025 consolidou a força da entidade norte-americana como ponte essencial entre inovação industrial, educação técnica e articulação comercial.
Uma jornada da costura à consciência: Martin Luther King, Texprocess e a energia dos Jogos, no Georgia World Congress Center, em Atlanta, a feira reuniu mais de 300 expositores e cerca de 6.000 visitantes do setor de produtos costurados e tecnologias relacionadas.
O evento ofereceu, demonstrações de máquinas, automação e inovação. Seminários educativos e troca de experiências, networking qualificado, incluindo a recepção de abertura no “Der Biergarten”.
Atlanta, coração vibrante do sul dos Estados Unidos, foi muito mais do que sede da Texprocess Americas 2025 — tornou-se palco de uma narrativa inspiradora, onde a indústria têxtil se encontra com a história da luta por direitos civis e os ventos olímpicos que sopram para 2026. Em meio a painéis sobre inteligência artificial, tecidos técnicos e reindustrialização, a cidade lembrava aos visitantes que o futuro se constrói com consciência, coragem e colaboração.
N O CAMINHO DE LUTHER K ING
A poucos quilômetros do Georgia World Congress Center, onde a feira Texprocess acontecia, está o Martin Luther King Jr. National Historical Park. Para muitos visitantes internacionais, especialmente da América Latina, visitar o local — que inclui a casa onde King nasceu, a igreja onde pregava e o memorial onde descansa — foi uma extensão simbólica do evento.
A conexão pode parecer sutil, mas é poderosa: falar em reindustrialização e novos modelos de produção exige pensar também em justiça social, inclusão e dignidade do trabalho. Nos corredores da feira e nas calçadas da Auburn Avenue, o passado e o presente dialogavam em silêncio.
Morada da resistência negra e de Martin Luther King, Atlanta é uma cidade de transformação e reafirmação de valores humanos, grande influência artística e cultural negra, africana e caribenha muito rica mas consequentemente ainda com reflexo grande de colorismo, mas muito menor comparado com as latentes que ocorre em todo continente americano. A presença de tantas homenagens em rua e avenidas, em estátuas e monumentos, na arte de rua centros e museus para Martin Luter king com certeza o faz o maior medalhista da cidade e ícone mundial, pelo que representa e imensa importância na luta contra o racismo.
A COSTURA DA INOVAçãO
Na Texprocess Americas 2025, o clima era de movimento. Empresas lançavam soluções conectadas, associações como a SPESA e a SEAMS articulavam a retomada da produção doméstica; e universidades apresentavam os talentos que vão conduzir o setor nos próximos anos. Era impossível não perceber o esforço coletivo por uma indústria mais inteligente, mais próxima e — ao modo americano — mais ambiciosa.
Mas a indústria têxtil não inova no vazio. Ela responde a demandas reais, como a crescente necessidade de uniformes esportivos inteligentes, roupas técnicas, tecidos de alto desempenho e soluções circulares. Nesse ponto, uma conversa ecoava com força: os Jogos Olímpicos de Paris 2026.
Atlanta, que sediou os Jogos em 1996, ainda carrega o DNA olímpico em sua infraestrutura e espírito de cidade global.
Durante a Texprocess, empresas apresentaram tecidos com controle térmico inteligente, propriedades bactericidas e compressão adaptativa — muitos dos quais já estão em teste por delegações e marcas parceiras dos Jogos de 2026. A feira serviu, portanto, como uma espécie de backstage técnico do que o mundo verá nas pistas, quadras e arenas daqui a pouco mais de um ano.
U MA CIDADE QUE COSTURA IDEIAS
Atlanta foi mais que um destino de negócios. Foi um lembrete de que inovação de verdade precisa andar ao lado da ética, da história e da responsabilidade. Visitar o memorial de Luther King após uma reunião sobre IA aplicada à costura ou discutir reshoring após caminhar pelo bairro Sweet Auburn trouxe à tona a complexidade — e a beleza — de construir futuro com raízes.
Entre a memória viva de um líder que sonhava com igualdade e os algoritmos que hoje moldam roupas e cadeias de suprimento, a indústria têxtil encontrou ali, em Atlanta, um ponto de encontro com sua própria consciência.
O LAF S CHMIDT NA T EXPROCESS
A MERICAS 2025: S USTENTABILIDADE, I NOVAçãO E C ONEXõ ES PARA O F UTURO DA I ND ú STRIA T EXTIL.
Durante a Texprocess Americas 2025, realizada em maio em Atlanta (EUA), Olaf Schmidt, vice-presidente da divisão de Têxteis e Tecnologias Têxteis da Messe Frankfurt, destacou as principais transformações que estão moldando o futuro da indústria global. Reconhecido como uma das vozes mais influentes do setor, Schmidt participou ativamente de reuniões estratégicas com lideranças da SPESA (Sewn Products Equipment & Suppliers of the Americas) e da CSMA (Clothing & Sewn Manufacturing Association), além de prestigiar conferências e painéis dedicados à inovação tecnológica e à sustentabilidade.
S USTENTABILIDADE COMO VETOR DE CRESCIMENTO
Com o avanço das demandas ambientais e o amadurecimento do consumidor consciente, Olaf Schmidt reforçou
que “o mercado para fibras naturais e tecidos reciclados é gigantesco — e empresas que investirem agora em soluções sustentáveis estarão à frente”. Segundo ele, a Texprocess vem consolidando seu papel como plataforma essencial para apresentar materiais, processos e certificações que reduzem impactos ambientais e aumentam a eficiência das cadeias de fornecimento.
AUTOMAçãO E I NTELIGÊNCIA A RTIFICIAL A SERVI ç O DA IND ú STRIA
Um dos eixos centrais da feira, a digitalização foi tratada por Schmidt como uma verdadeira “virada de chave” para o setor. Ele destacou a presença de soluções baseadas em inteligência artificial, aplicadas à detecção automática de falhas, ao cálculo de aproveitamento de materiais e à logística de reciclagem de resíduos têxteis. “A Texprocess funciona como termômetro e benchmark internacional de tecnologias disruptivas”, afirmou.
Media Briefing Messe Frankfurt com Olaf Schmidt Vice-Presidente do Grupo Messe e Elgar Straub e Veronika Marz da VDMA
F OMENTANDO CONEXõ ES E ABRINDO MERCADOS
Outro aspecto ressaltado pelo executivo foi o papel da Texprocess como catalisadora de negócios internacionais. “Mais do que uma feira, ela é um hub de acesso a mercados, fornecedores e soluções que dialogam com diferentes escalas de produção”, disse. A nova organização dos halls, promovida em Atlanta, buscou criar maior sinergia entre áreas temáticas, facilitando a conexão entre empresas consolidadas, startups e centros de pesquisa.
O LHAR PARA O FUTURO: JOVENS TALENTOS E INOVAçãO
Com foco também no futuro da mão de obra têxtil, Schmidt exaltou o espaço dedicado a jovens profissionais e empreendedores. Painéis com startups e universidades trouxeram à tona soluções criativas e novas formas de pensar o design, a produção e a distribuição de moda e insumos técnicos.
U M CENÁRIO EM TRANSFORMAçãO
A presença de Olaf Schmidt na Texprocess Americas reafirma o compromisso da Messe Frankfurt em liderar o diálogo sobre os caminhos da indústria têxtil global. Sob sua liderança, as feiras Texprocess e Techtextil se consolidam como vitrines de inovação, responsabilidade socioambiental e oportunidades concretas de crescimento.
VDMA NA T EXPROCESS
Durante a feira tivemos um ótimo parâmetro do cenário mundial feito pelo diretor executivo da VDMA Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Equipamentos Elgar Straub, representa mais de 3600 empresas alemãs e europeias associadas que produzem maquinário pesado e equipamentos para automação, uma grande representante centenária de um dos setores mais importantes da economia alemã. Sua presença junto a diretora de marketing da VDMA Veronika Marz trouxeram a importância da automação, digitalização e Inteligência Artificial como vetores para desenvolver melhor, ações sustentáveis, eficiência e mão de obra. “A Texprocess America e uma das mais importantes amostras de inovação com um net-working internacional de soluções tecnológicas para o fortalecimento no setor têxtil” compartilha Elgar.
D ESAFIOS ATUAIS NA PRODU çãO DE VESTUÁRIO E TÊXTEIS TÉCNICOS SEGUNDO
VDMA.
A Sustentabilidade- forte pressão para introduzir métodos de produção mais ambientalmente amigáveis, redução de emissão de CO2, redução do consumo de agua, reeducação do comportamento do consumidor e sobre fast fashion, atenção aos fabricantes que devem ser flexíveis e inovadores, e a resposta rápida das mudanças das tendências de consumo.
E a globalização e complexidade da cadeia de suprimentos onde a dependência da indústria de vestuários está em diferentes locais que podem sofrer pausas devido a incertezas geopolíticas, guerras comerciais e escassez de mão de obra.
A regulamentação com normas ambientais e trabalhistas mais rigorosas, certificações de segurança e qualidades de produtos como exemplo na qualificação de profissionais para qualidade têxtil em toda cadeia e especialidades, como militar e hospitalar.
As soluções para fabricantes de processamento têxtil estão direcionadas nas necessidades de demanda e personalização de o que o cliente necessita com todo desenvolvimento específico para melhor qualidade de produto, isso faz com que fabricantes precisem ser mais flexíveis na produção e se adaptarem suas cadeias de suprimento para atender sua demanda com eficiência.
Os fabricantes precisam ter a sustentabilidade como motor, se especializarem na aplicação de alta tecnologia na produção de têxteis técnicos e se integrarem em tecnologia digital para as máquinas serem equipadas digitalmente e com I.A. para melhor eficiência de toda produção.
SPESA E M ESSE F RANKFURT UNIDAS
NA REALIZA çã O DA T EXPROCESS E T EX A MERICAS
SPESA, Sewn Products Equipment & Suppliers of the Americas lidera conexões e inovação na Texprocess Americas 2025
Entidade norte-americana impulsiona debates estratégicos e fortalece o ecossistema têxtil nas Américas
Com sede na Carolina do Norte — um dos polos históricos da indústria têxtil nos Estados Unidos — a SPESA foi criada em 1990 com o propósito de reunir fabricantes e fornecedores de equipamentos e tecnologia para o setor de costura e confecção. Desde então, tem ampliado sua atuação como um elo entre empresas, instituições de ensino, formuladores de políticas públicas e startups de inovação industrial. O Presidente Michael McDonald e a vice-presidente Maggie McDonald foram
os responsáveis pelo convite da Revista Textil poder trazer essa matéria, imensa gratidão pela oportunidade de reestabelecer mais contato com a cadeia textil norte americana e pela magnífica experiência. A Revista Textil e a Spesa tiveram grande parceria por décadas desde a sua criação e ter a honra de conhecer a lindo casal Benton e Dave Gardner, os co fundadores e amigo pessoal do presidente da Revista Textil Ricardo Haydu com um caloroso vídeo call entre ambos e lembranças de viajem pelo mundo, feijoada e ITMAs nos anos 80 e 90.
Com presença e curadoria de conteúdo, a SPESA não apenas coorganizou a feira como também curou parte significativa dos conteúdos apresentados nos palcos de conferência. Os destaques incluíram temas como: automação e robótica para costura e acabamento; cadeias de suprimentos resilientes e regionalização da produção; Inteligência Artificial aplicada à moda e confecção; incentivos fiscais e estratégias de investimento
Maggie e Michael McDonald, e Dave e Benton Gardner, Spesa
em manufatura local; Educação técnica e formação de novos profissionais para a indústria.
A participação de executivos da SPESA em painéis e rodadas de conversa destacou os esforços da entidade em equilibrar tradição industrial com inovação tecnológica. Em uma das sessões mais concorridas, membros da diretoria discutiram os caminhos para o “reshoring”, o retorno de parte da produção têxtil para os Estados Unidos e América Latina como uma alternativa viável frente às tensões geopolíticas e desafios logísticos do mercado global.
D AVE G ARDNER : UMA VIS ã O DE CONTINUIDADE E TRANSFORMA çã O.
Dave Gardner, ex-diretor executivo da entidade. Em suas falas durante o evento, Gardner enfatizou a importância de parcerias estratégicas e regionais:
“A Texprocess Americas é mais do que uma feira ela é uma comunidade. Nossa missão é conectar tecnologia com pessoas, ideias com soluções reais. Este é o espaço onde o futuro da costura e da manufatura toma forma.”
Gardner também reforçou o compromisso da SPESA com o desenvolvimento de talentos. A entidade apoia programas de capacitação e trabalha em conjunto com escolas técnicas, universidades e centros de inovação para garantir que a nova geração de profissionais esteja pronta para liderar a transformação digital da indústria.
N ETWORKING E ALIAN ç AS INTERNACIONAIS
Durante os três dias da feira, a SPESA promoveu uma série de eventos paralelos — desde sessões de networking até visitas técnicas e encontros com associações estrangeiras. Reuniões com entidades como a Messe Frankfurt Alemanha e a CSMA (Clothing & Sewn Manufacturing Association) ampliaram as possibilidades de cooperação internacional.
A já tradicional recepção de abertura da feira, organizada pela SPESA no restaurante Der Biergarten, em
Downtown Atlanta, reuniu mais de 400 profissionais de diversos países — em um ambiente descontraído, porém estratégico, onde parcerias são firmadas e ideias tomam forma.
C OMPROMISSO COM O FUTURO DA IND ú STRIA COSTURADA
Com sua atuação dinâmica e sua ampla rede de associados, a SPESA reafirma sua posição como liderança indispensável no cenário industrial têxtil das Américas. Em um momento de profundas transformações — marcado por avanços em automação, sustentabilidade e conectividade — a entidade mostra que é possível inovar sem perder as raízes que sustentam a tradição produtiva. A Texprocess Americas 2025 foi o palco ideal para esse encontro entre experiência, tecnologia e visão de futuro.
SEAMS uma das principais empresas de suporte para a cadeia têxtil norte-americana, off-shore, para ajudar companhias principalmente hoje afetadas pelas relações comerciais internacionais, traz a importância da auto suficiência nacional. Criando data para tudo que está disponível dentro da Indústria, incluindo a relação e incentivos com universidades com conceito básico de inovar, e criar oportunidades de investimentos para injetar em setores para se desenvolverem. 27 dos 200 membros dessa associação participaram da TexAmericas 2025. Dentre os associados existem representantes de todos os setores da cadeia têxtil norte-americana. Em outubro a SEAMS fará um encontro em Savannah, Georgia com ênfase em moldar o futuro por meio de trocas e networking.
ESPA ç O TALKS
Ao centro do centro de exposição um espaço dedicado para a troca e Talks de pessoas envolvidas, ativas e inovadoras dentro da Indústria Têxtil. Diariamente são abordadas muitas pautas pertinentes e enriquecedoras.
Stephen Satterfiel um chef e sommelier, palestrou e compartilhou a necessidade de olhar para os outros setores e trazer inovações para a Indústria Têxtil, a exemplo da Indústria de alimentos que hoje tem uma necessidade e demanda de apresentar toda procedência, responsabilidades sociais e ambientais, o que valoriza qualquer produtor alimentar. olhando para o têxtil, Stephen afirma essa necessidade na cadeia têxtil para valorizar os produtos têxteis.
Entre outras palestras, um tema muito abordado foi a Inteligência Artificial. Uma Abordagem em pequenas empresas e em como a IA pode auxiliar bastante nessa automação, a performance mesmo com pouco volume, ainda mencionando que nos postos de trabalho não serão perdidos e sim melhor elaborados já que ferramentas de IA ajudam a eficiência, usar melhor a intuição para fazer melhores decisões, gerar data para melhores performances.
M UNDO A CADÊMICO T EXTIL COM O PROGRAMA STUDENT RESEACH POSTER PROGRAM
Ao centro da feira, ao lado do espaço Talks , uma outra área muito bacana traz grandes painéis com os projetos que já estão sendo executados e feitos por alunos de 4 grandes universidades, uma ação muito importante de incentivo e divulgação de grande ideias que já implementados em empresas de diferentes ramos do setor têxtil. Nesta edição estavam alunos da Universidade da Georgia (UNI), SCAD (Savannah College of Art and Design), Columbia College of Chicago e SCN a State North Carolina Wilson College of Textiles. Entre softwares para automação e, materiais especiais para poltronas de aviões e muitas novas criações vindas da nova geração têxtil.
ACIMIT COORDENA PRESEN ç A ITALIANA E DESTACA INOVAçãO EM MAQUINÁRIO TÊXTIL.
A participação italiana na Texprocess Americas 2025 foi organizada pela Italian Trade Agency (ITA) em parceria com a ACIMIT (Associação dos Fabricantes Italianos de Máquinas Têxteis). No Pavilhão Italiano (estiveram presentes 21 empresas líderes mundiais, destacando a tradição e a vanguarda da indústria italiana de maquinário têxtil. Entre elas EFI Reggiani, Bianco S.p.A., Monti Antonio, Morgan Tecnica e MACPI, essas empresas apresentaram tecnologias como sistemas avançados de tingimento e acabamento, pré-processo de tecelagem de precisão, e equipamentos de alta eficiência, seguindo tendências globais de automação e sustentabilidade.
Além do Pavilhão, várias empresas italianas de destaque também marcaram presença com estandes individuais:
MACPI S.p.A. (Pressing Division), com raízes em Milão, expôs sua linha completa de máquinas profissionais de prensado e lavanderia industrial.
Morgan Tecnica apresentou sistemas automatizados de manuseio, espalhamento e corte, além de software CAD/ CAM integrado ao processo produtivo.
A atuação conjunta da ITA e da ACIMIT favoreceu a aproximação com o mercado norte-americano, promovendo inovação, negócios e parcerias bilaterais. Além de organizar e coordenar o espaço, a ACIMIT apoiou a apresentação de tecnologias focadas em sustentabilidade, digitalização e eficiência energética, garantindo uma participação coesa e impactante da indústria italiana.
Com essa atuação, a ACIMIT reforçou a imagem da Itália como um dos maiores polos globais de tecnologia para o setor têxtil, destacando seu compromisso com a excelência e a exportação de soluções de alto valor agregado para os mercados mundiais. A presença da AMICIT também serviu para fortalecer as conexões com o mercado norte-americano e latino-americano, abrindo portas para parcerias estratégicas e ampliando a visibilidade das empresas italianas no cenário internacional.
Elgar Straub, Diretor VDMA e Mauro Badanelli, Head ACIMIT
LAN ç AMENTOS
UNIFI REPREVE com sede americana a Unifi traz o Fortisyn, fio de nylon com foco militar, para uso do exército, feito de fio Repreve, nylon e poliéster. Trazem também um fio produzido com resíduos têxteis que podem ter coloração preta ou branca.
MERROW uma gigante têxtil desde 1938 com subgrupos e marcas que focam em trazer soluções para diferentes áreas da cadeia têxtil. Grandes máquinas de costura para couro, extensa diversidade de todos tipos de maquinário para aviamentos, costura, corte, ferramentas, tesouras, agulhas, venda de mais de 75.000 partes de produtos totalizando mais de um milhão de diferentes peças para venda. Tem marcas de cama e vestuários como malhas e cobertores feitos com fibras naturais de alta qualidade. Além de atuar no vestuário e equipamentos militar e hospitalar.
EDWARD SEGAL empresa americana de fabricação de maquinários têxteis, destaque para a prensa pneumática de aviamentos portátil, dando qualidade de execução com possibilidade de transporte fácil
KLEIN CUTLERY fundada em 1954 com base no estado de Nova York fabricam mais de 4500 tesouras por dia e oferece mais de 500 modelos diferentes, sempre muito bem avaliadas em toda sua diversidade de cortes.
BASTCORE sediada no Alabama a BastCore produz fibras de cânhamo. Tradicional no setor de cânhamo misturam suas limpas fibras com algodão e/ou fibras Tencel™ da Lensing. Terceirizam as colheitas comprando caules de Hemp para fazer as fibras no Alabama. Trazer a rastreabilidade da semente até a fibra com atenção aos valores sustentáveis.
PECTEC empresa da Carolina do Sul produzem uma manta de alumínio com 25 furos por cm quadrado atua como manta térmica e acústica é muito utilizada pelo setor automobilístico com representantes no Brasil. Com a aplicação de um pó que disponibilizam, este com ação do calor se fixa em qualquer superfície.
AUTOMETRIX a californiana baseada em Grass Valley
tem parceria com Audaces na produção do máquina de corte para tecidos planos e a implementação do sistema CadShot que viabiliza tirar uma foto do telefone e digitalizá-la mandando diretamente para a máquina, empresa de 40 anos de idade. Maquinário robusto e preciso com carro chefe em sistema de corte patenteado.
ZUND empresa da Suíça com escritório em Millwake fabrica máquinas de corte. Maquinário robusto e versátil podendo cortar qualquer tipo de tecidos, couros, madeira, alumínio somente não corta aço e vidro.
JUKI empresa japonesa de grande renome e internacionalmente reconhecida com suas máquinas de costura de alta qualidade de performance e larga quantidades de modelos dos mais simples aos mais modernos e elaborados, uma automação impressionante, tudo está no pedal, novas máquinas trazem toda automação onde se espera apenas o tecido já cortado na medida, no pedal é só pisar, todo método já pela programação executa o processo sem a necessidade de se saber costurar, outro hilight de automação também está junto na parceria com a marca Blue Cherry da CGS.
BLUE CHERRY desenvolvida pela CGS Inc., é uma plataforma completa de soluções empresariais (ERP, PLM, SFC e mais) voltada especialmente para as indústrias de moda, confecção e produtos costurados. Sua missão é conectar todos os pontos da cadeia produtiva — do design à entrega final — promovendo automação, visibilidade em tempo real e eficiência operacional. Com módulos que integram desde planejamento e desenvolvimento de produto (PLM), passando por gestão de produção (Shop Floor Control), logística, até controle financeiro e supply chain, a BlueCherry permite que marcas e fabricantes operem de forma mais ágil, padronizada e inteligente. Entre seus principais diferenciais estão: Digitalização de processos para eliminar tarefas manuais e reduzir erros; Coleta e análise de dados em tempo real, permitindo decisões baseadas em performance; Integração com máquinas e sistemas de chão de fábrica, como nas máquinas JUKI; Soluções escaláveis que atendem desde pequenos fabricantes até grandes grupos globais.
Durante a Texprocess Americas 2025, a JUKI, renomada fabricante japonesa de máquinas de costura, apresentou em parceria com a CGS Inc. a integração de suas máquinas com o sistema BlueCherry, uma poderosa plataforma de automação e análise desenvolvida pela CGS para a indústria têxtil. A parceria, que já dura cinco anos, mostra como a digitalização vem transformando o chão de fábrica. O BlueCherry permite que máquinas de costura JUKI – já equipadas com sensores e automação avançada – coletem dados em tempo real sobre cada etapa do processo produtivo: desde o número de pontos executados até o desempenho individual de cada operador. Essas informações são consolidadas e analisadas pelo sistema BlueCherry para otimizar a operação como um todo, reduzir desperdícios, melhorar a eficiência e facilitar a tomada de decisões com base em dados concretos.
O BlueCherry Shop Floor Control transforma o ambiente fabril em uma cadeia conectada, onde o desempenho da produção é monitorado continuamente, promovendo transparência, padronização e melhoria contínua. Com essa solução, a CGS e a JUKI demonstraram como a combinação de máquinas inteligentes e software robusto pode elevar a produtividade e a qualidade do setor de confecção — com menos erros, menos desperdício e mais controle.
LENSING presente nos Estados Unidos sua marca Tencel™ de fios feitos de fontes sustentáveis, presente nas principais empresas como CartHart, Timberland, American Eagle, Levi’s. traz os holofotes para o workwear, em parceria com marcas que focam em resistência e performance, mencionamos também a tecnologia anti-chamas. A Lensing traz uma “coleção” de fios coloridos, vibrantes e dando mais possibilidades de criação na moda final.
IND HEMP desde 2018 localizada em Montana tem como uma estratégia diferenciada, colhem o Hemp muito antes da floração, o que da 70% de madeira e mesmo com comprimentos menores, os caules mais novos dão mais maciez para as fibras produzidas deles. O cânhamo Premium Cottonzed é muito parecido com o algodão, porém com quatro vezes mais força e resistência. Uma honra conhecer o grande parceiro da IND HEMP, profes-
sor e ícone Têxtil norte-americano Guy Carpenter.
Guy especialista em fibra de cânhamo atua há mais de 30 anos no setor ajudando a criar pesquisas e desenvolvimento e formação de mercados neste setor tão promissor, com a colaboração da sua empresa a Bear Fiber, a IND HEMP desenvolve fibras “cottonizando” a fibra de cânhamo. Misturando as duas fibras de algodão e hemp se desenvolve produtos com mais maciez.
KARL MAYER com 4 setores específicos, a alemã se divide em: malha de tear que é seu carro-chefe, preparação de linha de teares e preparação de bobinas, tecidos técnicos e malhas retilíneas (Stoll). Tem filial na Carolina do Norte e grandes parceiras brasileiras como Buddermeyer, Santista, Canatiba, Vicunha, Capricórnio e Covolan. Parceira da Benninger na preparação de bobinas. Maquinários desenvolvidos com redução de impacto ambiental, indústria 4.0 visando mais qualidade e automação.
SIMIL CUERO com manufatura 100% mexicana e presente em Plymouth trazer muita tecnologia em seus produtos. O BioRecos que é um elastano feito de amido de milho. O Thermix que é um tecido que reage a temperatura mudando de cor até mesmo com o toque e calor da mão e o tecido Solarix que e sensível a luz UVA fazendo com que mude de cor.
ARATEX empresa indiana que produz fibra Aramid, matéria prima para coletes à prova de bala e criando sustentabilidade reciclando coletes à prova de bala também. Esta fibra também e usada para cordas e peças automobilísticas pela sua resistência e abrangência em muitos tipos de uso.
SIGNET MILLS empresa residida na Carolina do Sul fabricar fios de nylon e poliéster principalmente para produtos impermeáveis, porém trazem o diferencial de fazer tudo sob encomenda e com o que o cliente deseja, até mesmo na elaboração da composição dos fios, certificado ISO 9001
TSUDAKOMA do Japão traz um tecido feito de fibra de carbono. Uma fibra aplicada no tear que produz uma trama mais forte que o aço, com aplicação de retardante de chamas ele pode ser usado também na confecção
de coletes à prova de bala, fornecedores de Polícia e Bombeiros para fabricar uniformes e fardas!
ETON SYSTEMS empresa da Suécia com escritório na Georgia Estados Unidos, a Eton Systems traz a automação real, por meio de esteiras suspensas e toda logísticas de transporte interno para separação e o que for necessário para uma logística material de sistema. Grande difusora da Industria 4.0 como grande ferramenta de execução.
LECTRA Principais destaques da Valia Fashion: Automação Completamente Conectada: a plataforma sincroniza equipamentos, incluindo o cortador Vector iX2 de múltiplas camadas, com sistemas de planejamento de produção, promovendo ganho de eficiência e redução de desperdício .Visibilidade Total e Controle de Custos:
Permite centralizar ordens, distribuir volume entre unidades fabris e monitorar em tempo real o consumo de matéria-prima — como evidenciado pelo caso de uso na Chicago Protective Apparel. Expansão para Novos Mercados: após o lançamento inicial nos EUA, Canadá e Europa (outubro de 2024), a plataforma chega ao México, Brasil e América do Sul, evidenciando o compromisso da Lectra com a transformação digital global .
E MPRESAS DE MAQUINÁRIO PARA CONTROLE DE QUALIDADE TÊXTIL
HOHENSTEIN da Alemanha com escritório em Indiana, testa produtos em suas qualidades e sustentabilidade, pode atender empresas que necessitam de auxilio para aprovação de produtos, rastreabilidade na cadeia têxtil, parceria OEKO. Empresa que facilita o label de quem e como foi feito produtos.
TECHWARE INCORPORETED baseada na Carolina do Norte certifica e controla qualidade. Teste de fios, data e sistema de corte para qualquer produto e estudo de performance de maquinário. Detalhe para um método de peso do fio e tecido onde visa evitar desperdício
SDL ATLAS empresa américa de Charlotte produz maquinário para teste de qualidade têxtil. Realiza testes de exposição para diferentes métodos afim de avaliar
a qualidade, exemplo da máquina de peeling que fica em atrito com tecido para saber até onde ele começa a se desfazer. Teste para temperatura que consiste em isolamento térmico, impermeabilidade, respirabilidade, resistência termal e entre outros, são conhecidos por ter um abrangente leque de opção dentro de cada área de testes para qualidade.
d a Visão à Vib R ação: c omo a
Tees N aT io N e s Tá i mp R imi N do o
f u T u R o da m oda a me R ica N a
Por Fred Haydu
Visitamos uma fábrica de serigrafia e estamparias em camisetas no subúrbio de Atlanta que de uma maneira “muito cool and funk” já pagaram o investimos inicial de 75 mil dólares onde herdaram do dono um acervo enorme de milhares de telas serigráficas com todos os tipos possíveis de estampas, máquinas de prensa para estamparia, tinta de todas as cores e tons e muito material parado, falamos da Teesnation que hoje com 6 meses de nova direção já tiveram contratos com a Nike, cervejarias e muitas lojas locais.
Quando Albert Palathinkal e Jerin Xavier adquiriram a Teesnation em fevereiro deste ano, eles não estavam apenas comprando uma serigrafia, estavam revivendo um movimento. Fundada em 2007, a Teesnation há muito é um pilar da cena de vestuário de Atlanta. Agora, sob
nova liderança, está sendo transformada em algo muito maior: um polo criativo de manufatura que impulsiona o futuro da moda americana. Um movimento baseado em criatividade, sustentabilidade e um retorno à moda feita nos EUA. “Não estamos aqui para competir com a fast fashion,” diz Albert. “Estamos aqui para reconstruir os alicerces da moda por meio da inovação, produção local e empoderamento cultural.”
Diante de um sistema de comércio global que terceirizou grande parte da cadeia de suprimentos da moda dos EUA, Albert e Jerin tomaram uma decisão ousada: adquiriram uma operação serigrafica existente em Atlanta e começaram a transformá-la em algo totalmente novo uma fábrica criativa integrada verticalmente. No centro da visão da Teesnation está a crença no
TEENATION
Albert Palathinkal
poder do selo Made in USA não apenas como símbolo de orgulho, mas como um veículo para sustentabilidade, responsabilidade e empoderamento econômico.
“Queremos reprogramar a maneira como as pessoas pensam sobre a produção local,” explica Albert. “Não se trata apenas de patriotismo. Trata-se de criar empregos, reduzir o impacto ambiental e dar aos criativos o poder de construir onde vivem.”
Em um setor frequentemente dominado pela produção em massa no exterior, Albert e Jerin estão lançando as bases para centros de micro manufatura que atendem a nichos de mercado com rapidez, qualidade e integridade ética. Albert traz a visão criativa. Um designer multifacetado, fotógrafo e criador de marcas, ele já trabalhou com atletas, marcas de luxo e movimentos culturais. Jerin traz a base técnica. Com formação em engenharia industrial, logística e estratégia de cadeia de suprimentos, ele está otimizando cada aspecto da operação da Teesnation desde o estoque até a automação e a entrega final. Juntos, transformaram a Teesnation em um motor criativo altamente eficiente, capaz de produzir e despachar vestuário personalizado em escala, sem perder a alma.
A Impressão é Só o Começo, a partir de sua base em Atlanta, a Teesnation está reinventando o que uma serigrafia moderna pode ser. principalmente em valores sociais e ambientais, com uma interface minimalista e super funk, tem impressão de tela de alto nível, impressão DTF, corte e costura, além de um showroom que mais parece um laboratório de design do que uma fábrica, eles criaram um espaço onde as ideias se movem tão rápido quanto a cultura. Mas para Albert e Jerin, o objetivo é muito maior: “Não compramos apenas uma gráfica, estamos construindo um ecossistema,” diz Jerin. Esse ecossistema inclui produção local de roupas, desenvolvimento interno de peças básicas, logística 3PL e uma plataforma que empodera criativos, marcas e comunidades a fabricar com propósito.
“A Natureza é o Futuro dos Tecidos” diz Albert. Uma das iniciativas mais ousadas da Teesnation será com Inovação têxtil usando resíduos agrícolas. Albert lidera pesquisas para criar fibras de qualidade feitas de folhas
de abacaxi, caules de banana e outros resíduos de frutas materiais geralmente descartados na produção de alimentos. “Essas não são apenas alternativas sustentáveis,” diz ele. “São bonitas, resistentes e prontas para impressão. Estamos desenvolvendo camisetas feitas 100% de resíduos naturais sem sintéticos, sem concessões.”
O objetivo é criar peças prontas para impressão feitas com materiais naturais e sustentáveis, que reduzam o impacto ambiental e restaurem a integridade da produção de vestuário. “Queremos que a Teesnation seja a faísca que construa um novo tipo de economia local onde designers, impressoras, alfaiates e empreendedores trabalhem sob o mesmo teto,” diz Albert.
“Essa cidade é cheia de cultura. Agora estamos entregando a infraestrutura que ela merece.” Com estúdios, laboratórios de produção e capacidades de P&D, a Teesnation quer fazer de Atlanta uma plataforma de lançamento para uma moda localmente feita e globalmente relevante. À medida que avançam em pesquisa têxtil, produção ética e atendimento de moda de ponta a ponta, Albert e Jerin estão provando que uma fábrica pode ser muito mais do que um lugar para fazer camisetas pode ser a base de um movimento. “A moda não precisa ser terceirizada,” afirma Albert. “Ela pode ser cultivada, construída e ampliada bem aqui. A Teesnation é prova disso.”
i T cpe 2025: o f u T u R o da TR ama e NTR e bR asil e c hi N a es Tá em N ossas mãos
Por Eric Vigiani
Guangzhou, no sul da China, nos recebeu com uma mistura fascinante de tradição milenar e inovação tecnológica. A cidade, que abriga arranha-céus impressionantes e a imponente Torre de Cantão, pulsa cultura por todos os lados. Entre os dias 19 e 21 de maio de 2025 que esse cenário se transformou também num foco para indústria têxtil mundial: a 20ª edição da ITCPE – International Textile, Clothing and Printing Industry Expo, no Guangzhou Poly World Trade Center Expo.
Representando o Brasil, nossa delegação formada por consultores, industriais, engenheiros e representantes de confecções teve o privilégio de participar de um evento que vai além da exibição de máquinas e tecnologias. A ITCPE 2025 foi um verdadeiro mergulho em soluções, ideias e possibilidades para toda a cadeia têxtil, com visitantes e expositores de diferentes países dialogando em busca de caminhos comuns para os desafios da indústria global.
A feira foi organizada em quatro grandes eixos temáticos, que ajudaram a estruturar a visitação e a compreender a dimensão de cada área de especialidade. Os pavilhões estavam divididos entre: tecnologia de impressão têxtil, equipamentos inteligentes para costura, bordado e tricô, processos de tingimento, acabamento e estamparia, e tecidos técnicos, fibras e acessórios. Essa divisão clara permitiu uma imersão mais profunda em cada parte da cadeia produtiva, com demonstrações ao vivo e soluções aplicáveis tanto à indústria de grande escala quanto a confecções de nicho.
Além da feira em si, também participamos do Guangzhou Summit de Impressão Digital Têxtil, um fórum técnico que reuniu especialistas internacionais para discutir os rumos da tecnologia no setor. Foram apresentados cases sobre sustentabilidade no denim, novos modelos de impressão sob demanda, inteligência artificial aplicada ao design e gestão de cores, além de
debates sobre rastreabilidade como diferencial competitivo para mercados internacionais.
A ITCPE 2025 nos mostrou que inovação não é apenas sinônimo de novidade é a resposta concreta a necessidades reais da indústria têxtil global. E o que vimos ao longo dos corredores da feira não foram apenas equipamentos impressionantes, mas uma nova lógica de produção ganhando forma.
Muitas das tecnologias apresentadas apontavam para um futuro mais ágil, preciso e conectado. A impressão digital, por exemplo, atingiu um nível de sofisticação impressionante, com soluções capazes de imprimir frente e verso simultaneamente, com alta definição e registro perfeito, tudo isso em uma única passada. Além da velocidade e qualidade, o ganho ambiental foi evidente: menos etapas, menos insumos, menos desperdício.
Outro destaque foi a evolução dos sistemas de costura e bordado, que agora contam com sensores inteligentes capazes de ajustar automaticamente parâmetros como tensão de linha, velocidade e posicionamento. Essa automação não apenas reduz erros humanos, como garante mais consistência e eficiência nas linhas de produção. A integração com plataformas digitais permite ainda o monitoramento remoto em tempo real, tornando possível corrigir desvios antes mesmo que eles afetem a produção. Em diversas demonstrações, ficou claro como a inteligência artificial e a “Internet das Coisas (IoT)” já estão sendo aplicadas para transformar a manufatura em um ecossistema vivo. Equipamentos interligados, coleta de dados em tempo real e algoritmos de otimização permitem desde a detecção de falhas até o agendamento automático de ordens de produção, tudo de forma dinâmica, com decisões baseadas em análise de desempenho histórico e demanda projetada.
Outro ponto que chamou atenção foi o compromisso com a sustentabilidade. Vimos soluções que reduzem drasticamente o uso de água e energia no tingimento e acabamento, bem como o uso crescente de tintas à base de água e produtos biodegradáveis. A preocupação com o ciclo de vida dos produtos estava presente em cada inovação, da escolha dos materiais à forma de descarte ou reaproveitamento.E não foi só o produto
final que passou por essa transformação. A forma de produzir, organizar e pensar a indústria também evoluiu. Os fóruns paralelos mostraram como a digitalização, a customização sob demanda e a rastreabilidade estão moldando uma nova relação com o consumidor final, mais transparente, mais personalizada e mais ética.
O que vimos na feira foi uma indústria em movimento, em direção a um modelo mais inteligente, colaborativo e alinhado aos valores de um novo tempo. Um ponto que merece destaque é que a maioria dos expositores presentes na ITCPE eram fabricantes chineses. Isso reforça um aspecto muitas vezes subestimado: a China não apenas lidera em volume de produção, mas também em competência técnica, inovação e qualidade. As soluções apresentadas competem de igual para igual com as tecnologias desenvolvidas por empresas europeias, evidenciando que o país vem consolidando sua posição como referência global não só em escala, mas também em excelência. Inovação com propósito não é só uma frase bonita: é uma prática que, cada vez mais, define quem permanecerá relevante no mercado têxtil global.
A FOR ç A DA PRESEN ç A BRASILEIRA
A participação do Brasil foi marcada por articulações estratégicas, rodadas de conversa e presença ativa nos fóruns paralelos. Durante os encontros, apresentamos experiências práticas que vêm sendo aplicadas em empresas brasileiras, com destaque para confecções que fornecem para grandes magazines. A cultura de qualidade que temos construído no país com base em sistematização, capacitação e visão de longo prazo chamou a atenção de diversos parceiros internacionais.
Nossa delegação também teve destaque em momentos institucionais importantes. Durante o jantar de confraternização com delegações e organizadores, foi possível apresentar um pouco da realidade brasileira e reforçar o interesse em parcerias de cooperação técnica e comercial. Recebemos uma homenagem simbólica que celebrou a conexão entre os países e abriu caminho para uma participação ainda mais expressiva na próxima edição do evento.
M UITO ALÉM DA FEIRA: A EXPERIÊNCIA CULTURAL
Guangzhou encantou não apenas pela estrutura da ITCPE, mas pela forma como acolheu cada visitante. Da recepção nos hotéis à sinalização dos pavilhões, da cordialidade nas ruas ao cuidado nos detalhes das refeições tudo refletia um alto nível de organização, educação e respeito ao outro.A cultura chinesa se revelou nos gestos, nos rituais e na maneira de conduzir os encontros. As refeições compartilhadas em grandes mesas redondas foram momentos de integração verdadeira. Os sabores, os aromas e os significados dos pratos ajudaram a compreender que, naquele país, comer é também celebrar o tempo e a convivência.
A cidade mostrou também sua faceta moderna e noturna. Os passeios pelo Rio das Pérolas ao anoitecer, a vista da Torre de Cantão iluminada e a efervescência das ruas com bares, danceterias e jovens de todas as partes criaram um contraste fascinante com o ambiente técnico da feira — reforçando a ideia de que inovação e tradição podem, sim, coexistir em harmonia.
E como se tudo isso não bastasse, a programação cultural se completou com uma noite memorável no Chimelong International Circus, um dos maiores e mais respeitados circos do mundo. Um espetáculo que uniu acrobacias incríveis, dança, música e efeitos visuais de tirar o fôlego. A precisão e a beleza de cada número nos lembraram da importância da excelência também no entretenimento — uma verdadeira aula de disciplina, criatividade e emoção. Foi um momento de encantamento coletivo que ficará para sempre em nossa memória.
N A AGENDA: ITCPE V IETNAM TAMBÉM SERÁ DESTINO ESTRATÉGICO
EM AGOSTO
A jornada internacional da ITCPE não termina na China. Em agosto, a feira segue para o Vietnã, fortalecendo o elo entre inovação têxtil e os polos industriais do Sudeste Asiático. A próxima edição acontecerá entre os dias 20 e 22 de agosto de 2025, no moderno WTC International Convention and Exhibition Center, em Binh Duong, uma região estratégica próxima a Ho Chi Minh City.
Essa versão da ITCPE, voltada à ASEAN, cresce como ponto de conexão entre fabricantes, importadores e distribuidores que atuam em mercados como Vietnã, Tailândia, Malásia e Indonésia. Espera-se a participação de mais de 200 expositores, com destaque para máquinas de impressão digital, bordado, costura automatizada, corte a laser e soluções químicas sustentáveis sempre com foco em eficiência, rastreabilidade e competitividade global. Além do conteúdo técnico e das oportunidades comerciais, a feira no Vietnã reforça o compromisso com um modelo de produção mais inteligente e ambientalmente responsável. Será mais uma excelente oportunidade de estreitar laços com empresas da região, conhecer de perto as práticas locais e buscar novas formas de adaptação e aplicação ao contexto brasileiro.
M ISS ã O T ÉCNICA À C HINA: U M M ERGULHO EM I NOVA çã O E E STRATÉGIA PARA O F UTURO DA I ND ú STRIA T ÊXTIL B RASILEIRA
Por Milena Abreu
Em maio de 2025, tive a honra de liderar, com o apoio de Fred Haydu (Revista Têxtil), uma missão técnica à China com um grupo seleto de empresários, consultores e especialistas do setor têxtil brasileiro. A proposta não era apenas visitar fábricas, mas proporcionar uma verdadeira imersão em inovação, estratégia e futuro para o nosso setor.
A missão aconteceu paralelamente à ITCPE e foi organizada com o apoio de instituições chinesas voltadas ao desenvolvimento industrial. Durante nossa jornada, visitamos algumas das mais avançadas unidades produtivas da China, incluindo tecelagens de alta performance, confecções automatizadas, fabricantes de maquinário industrial e empresas referência em inteligência artificial para o setor têxtil.
O Q UE V IMOS DE M AIS I NOVADOR
Entre os destaques gerais, observamos parques fabris com centenas de teares operando em alta velocidade e precisão, linhas de produção flexíveis e verticalizadas, rastreabilidade digital em tempo real e uso intensivo de indicadores de eficiência e qualidade. Os métodos de gestão enxuta (Lean Manufacturing), aliados à automação e à capacitação contínua da força de trabalho, de-
monstraram como a indústria chinesa vem integrando escala e excelência operacional.
A PEX E SSENCE: T ECELAGEM DE A LTA P ERFORMANCE COM P&D, A UTOMA çã O E S USTENTABILIDADE
Dentre as visitas, a passagem pela Apex Essence, na região de Shaoxing, foi particularmente marcante. A empresa é uma das principais tecelagens da China, especializada em tecidos planos para moda, alfaiataria e vestuário corporativo, com padrões de qualidade internacional.
A estrutura fabril conta com diversos teares a jato de ar e de água, além de linhas de acabamento técnico voltadas para tecidos com propriedades como antiodor e stretch mecânico. Outro destaque foi o alto nível de automação: robôs autônomos circulam por toda a fábrica, realizando tarefas como a movimentação de rolos entre setores, retirada de materiais do almoxarifado e execução de atividades repetitivas com precisão e eficiência.
Com um portfólio de tecidos altamente diferenciados, a sustentabilidade também se revela como um pilar fundamental da Apex Essence. A empresa opera com sistemas de reaproveitamento de água e possui certificações reconhecidas internacionalmente, como OekoTex e GRS.
Durante a visita, discutimos a possibilidade de desenvolver coleções exclusivas em parceria com marcas brasileiras, unindo o know-how técnico chinês à criatividade e às tendências tropicais do nosso país.
Q ONVOLV: I NTELIGÊNCIA A RTIFICIAL A PLICADA À I ND ú STRIA T ÊXTIL
Outra visita de grande impacto foi à Qonvolv Smart Technology, empresa com sede em Hong Kong e operação fabril na China continental, especializada em soluções de automação, inteligência artificial e robótica para a indústria do vestuário.
A abordagem integrada da Qonvolv impressionou pela aplicação prática dos conceitos da Indústria 4.0. A em-
presa apresentou soluções como braços robóticos para alimentação de máquinas, sistemas de controle de qualidade preditivo e softwares com visão computacional embarcada.
Em uma demonstração ao vivo, foi possível observar várias máquinas de costura automatizadas, onde tanto a costura quanto a movimentação das dobras são realizadas de forma totalmente automática, sem a intervenção de operadores. Essa tecnologia resolve um dos grandes desafios enfrentados pela indústria: a escassez de mão de obra qualificada, especialmente em confecções que exigem alta precisão.
Também presenciamos um sistema de inteligência artificial inspecionando costuras em tempo real, com uma taxa de acerto superior a 95%. Essa inovação chamou a atenção dos consultores brasileiros presentes na missão, especialmente pelo potencial de aplicação em auditorias remotas e no controle de qualidade de fábricas nacionais.
Além disso, foram iniciadas conversas sobre possíveis instalações-piloto dessas tecnologias no Brasil, com foco em confecções voltadas à exportação ou ao fornecimento para grandes redes varejistas.
O PORTUNIDADES E C AMINHOS PARA O B RASIL
Ao longo da missão, promovemos reuniões técnicas, exploramos possibilidades de parcerias, representações comerciais e projetos de cooperação tecnológi-
ca. Ficou evidente que o Brasil tem muito a ganhar ao estreitar laços com players asiáticos desde que com estratégia, visão de longo prazo e capacidade de adaptação.
Empresas como Apex Essence e Qonvolv mostraram não apenas excelência operacional, mas também abertura para personalizar soluções às necessidades do mercado brasileiro, o que pode abrir um novo horizonte de inovação para a nossa cadeia produtiva.
O BRASIL ESTÁ PRONTO PARA AVANçAR
Essa missão não foi apenas sobre observar o que há de melhor no mundo foi sobre reposicionar o Brasil como protagonista de sua própria transformação. Nosso setor têxtil possui competências técnicas, criatividade e vontade de evoluir. Ao buscar referências em inovação, abrimos caminho para uma indústria mais moderna, eficiente e conectada globalmente.
Voltamos da China com projetos em fase de estruturação, contatos estratégicos estabelecidos e, acima de tudo, com a certeza de que o futuro da indústria têxtil brasileira depende da coragem de inovar e da disposição de aprender com os melhores.
Se queremos uma cadeia produtiva mais competitiva, sustentável e globalmente integrada, o momento de agir é agora. E essa missão foi apenas o primeiro passo.
Woolma R k e colou Rizd ™ iNTR oduzem o q ua NT um colou R ™ - s olução T ê XT il limpa pa R a lã de bai X o ca R bo N o
Custos mais baixos, menos energia intensiva e, com zero águas residuais, o novo processo QuantumCOLOUR ™ está definido para revolucionar a coloração têxtil de lã
A Woolmark, a autoridade global em lã, se uniu ao COLOURizd ™, pioneiros em processos de colorir têxteis secos, para introduzir um novo método revolucionário para colorir lã e misturas de lã.
O QuantumCOLOUR ™ é um processo de coloração de fios de ponta que reduz significativamente o consumo e os custos de recursos. Usando apenas 0,5L de água por quilograma de fios, essa tecnologia elimina a necessidade de clareamento, pré-tratamento e descarga de águas residuais. Isso torna o COLOURizd ™ QuantumCOLOUR ™ um processo de coloração com intenso de recursos reduzido, onde apenas o agente de umedecimento e o sistema de pigmentaçãos são necessários.
“Após extensos testes em misturas de lã e lã Merino, percebemos que a equipe do Colourizd ™ está em algo verdadeiramente revolucionário para a indústria de lã”, disse Julie Davies, gerente geral de lã “, da Woolmark Gerente de Processando Inovação e Educação Julie Davies. “O processo QuantumCOLOUR ™ fornece soluções duráveis, criando profundidades tonais de cor de desbotamento para as misturas de lã e lã. E como usa muito pouca água, os fornecedores podem optar por colorir fios de lã e lã sem a necessidade de infraestrutura de processamento de águas residuais”.
O tingimento tradicional requer uma variedade de produtos químicos, incluindo refrigerante cáustica, ácidos, alvejantes e sais, todos lavados entre 60 e 120 litros de água por quilograma de fio. O método COLOURizd ™ não usa nenhum desses produtos químicos, utilizando um pigmento certificado Bluesign® e um aglutinante injetado em um pacote de fibra de fios. O resultado é um processo que permite uma variedade de cores e texturas flexíveis.
“A Woolmark representa o padrão-ouro na indústria de lã e eles serão fundamentais para ajudar a oferecer nosso processo de menor impacto e maior desempenho a novos mercados”, disse Jennifer Thompson, CEO da COLOURizd ™. “Nossos clientes atuais incluem as marcas Kontoor (Wrangler e Lee), Cone Denim e Gant, e trabalhar com Woolmark nos permitirá alcançar um mercado totalmente novo, trazendo soluções de sustentabilidade e desempenho para os fabricantes de lã em todo o mundo”.
Validado com sucesso em lã merino 100%, bem como misturas com algodão, Tencel ™ e nylon, em uma variedade de fios de 30/2Nm a 80/1NM, o processo de pigmento QuantumCOLOUR ™ do COLOURizd ™ atende a todos os padrões para a coragem e durabilidade. Avaliado por meio de parceiros de laboratório autorizados, os testes de Woolmark foram realizados em fios, tecidos e roupas, mostrando que a tecnologia oferece desempenho consistente de cores e desgaste de longa duração.
Woolmark e COLOURizd ™ apresentarão essa nova tecnologia durante Pitti Immagine Filati, Booth I/20, de 1 a 3 de julho, em Florence, Itália.
Sobre Woolmark: Woolmark é a autoridade global em lã. Através de extensos relacionamentos do setor, promove a lã como a fibra natural final e o principal ingrediente em produtos têxteis premium.
Sobre o COLOURizd: COLOURizd ™ se esforça para revolucionar a indústria têxtil por meio de tecnologias inovadoras e sustentáveis que priorizam a saúde de nosso planeta e comunidades. O COLOURizd ™ está comprometido em transformar os processos úmidos tradicionais em um ambiente seco de fábrica, liderando o caminho na fabricação têxtil ecológica para criar um mundo onde a moda é produzida com o mínimo impacto ambiental e a máxima responsabilidade social, tornando a moda sustentável acessível e acessível a todos.
Tradução: Henrique Pereira Fonte: Assessoria
d esmoldagem de pad R ões e imp R essão digi Tal de T ecidos
Membros da Associação Britânica de Máquinas Têxteis (BTMA) consolidaram uma posição de liderança nas áreas de testes, instrumentação e controle de máquinas, e diversos novos desenvolvimentos nessas áreas serão apresentados na ITMA Ásia + CITME deste ano, que acontece em Singapura de 28 a 31 de outubro.
“Muitos de nossos membros estão atualmente desenvolvendo novas tecnologias, internamente ou, cada vez mais, por meio de projetos conjuntos, e haverá muito a ser revelado durante a ITMA Ásia em Singapura”, afirma Jason Kent, CEO da BTMA. “Alguns dos desenvolvimentos mais recentes estão realmente indo além do que era possível até então.”
O DESAFIO DA TATILIDADE
Um exemplo disso é o novo testador de alças de tecido Sentire, que acaba de ser lançado pela Roaches International. Um dos maiores desafios enfrentados por designers e fabricantes, explica a empresa, é descrever e compartilhar informações sobre a estética do tecido antes da fabricação, ou sem o processo caro e demorado de transporte de amostras físicas.
O conceito elusivo de “manuseio do tecido” – a sensação tátil experimentada ao tocar e manipular o tecido – é um aspecto crítico da avaliação têxtil, mas até o momento tem sido muito subjetivo.
“Duas pessoas não descrevem a sensação ao toque de um tecido da mesma forma, e a falta de uma linguagem comum para descrever a tatilidade do tecido representa desafios de comunicação em toda a complexa cadeia global de suprimentos da moda e do têxtil”, afirma Sean O’Neill, Diretor Geral da Roaches International. “Como medir objetivamente qualidades como maciez, suavidade, caimento e rigidez?”
A RESPOSTA ESTÁ NO NOVO SENTIRE. SISTEMA ESPACIAL HÁPTICO.
A Roaches trabalhou com especialistas da Universidade de Leeds para desenvolver o novo sistema de avaliação de tecidos acabados, que define as propriedades táteis dos tecidos por meio de um sistema espacial háptico –semelhante, por exemplo, à forma como as tabelas de cores são definidas digitalmente para paletas de cores, ou os valores de Tog avaliam a temperatura.
Amostras de tecido são colocadas no Sentire para executar uma série de testes que geram dados quantitativos sobre as propriedades táteis do tecido, semelhantes a uma impressão digital do tecido, que podem então ser comparados com outras amostras e comunicados digitalmente a parceiros em diferentes locais.
“Essa tecnologia tem o potencial de impactar a cadeia de suprimentos de forma semelhante ao espectrofotômetro para a comunicação de cores”, afirma O’Neill. “Tivemos uma resposta inicial fantástica ao Sentire e suas possibilidades são enormes. Ele não só pode ser usado para comparar a tatilidade têxtil globalmente, como também estamos observando o interesse de varejistas online que desejam exibir com precisão a forma como um determinado tecido se ajusta ao corpo.”
INSPEçãO DE TECIDOS ESTAMPADOS
A detecção precisa de defeitos durante a produção de tecidos avançou significativamente com a introdução do mais recente sistema automatizado de inspeção de tecidos WebSpector da Shelton Vision.
Com base em seu sistema de visão líder de mercado para tecidos lisos e de uma única cor, as técnicas de processamento de imagem da Shelton, com patente pendente, agora reconhecem e se adaptam a padrões complexos, como camuflagem, e até mesmo a tecidos com distorção e deformação significativas.
Os tecidos não são rígidos e podem ser cortados ou esticados, estando sujeitos a distorções locais, mas o sistema WebSpector agora lida com sucesso com essas anomalias em tempo real, proporcionando um processo de inspeção confiável com os mesmos níveis de precisão de tecidos lisos. As técnicas de software exclusivas e avançadas garantem uma imagem totalmente limpa, permitindo a detecção completa de falhas em tecidos que operam em alta velocidade.
Os sistemas WebSpector já foram fornecidos a fabricantes de roupas esportivas e moda de alta qualidade, interiores automotivos, jeans, estofados para áreas externas, protetores solares, revestimentos para colchões, revestimentos para janelas e até mesmo compostos de fibra de carbono. O mais recente Webspector foi apresentado na ITMA 2023, em Milão, com grande aclamação, e será demonstrado pela primeira vez na Ásia, na exposição de Singapura.
TESTES DE ABRASãO E FORMAçãO DE BOLINHAS
Os testes Martindale dispensam apresentações para os fabricantes têxteis, sendo consolidados como o padrão da indústria para testes de abrasão e formação de bolinhas desde seu desenvolvimento inicial e introdução por James Heal na década de 1940.
Para 2025, no entanto, a equipe de desenvolvimento de James Heal lançou um novo olhar para este instrumento clássico, e o resultado é o novo Martindale Motion.Este instrumento Martindale redesenhado, com nove estações e cabeçotes de elevação individuais, agora oferece a flexibilidade de operar cada estação de forma independente para a realização de diferentes testes têxteis simultaneamente.
Vários tecidos podem ser testados simultaneamente até a conclusão, sem intervenção. Uma vez configurado, o Martindale Motion pode ser deixado em operação com os porta-amostras levantando automaticamente nos pontos de avaliação necessários, liberando o tempo do operador para realizar outras tarefas sem a necessidade de retornar até que o teste de abrasão ou formação de bolinhas seja totalmente concluído, inclusive durante a noite.
Cada amostra é mantida intacta no ponto final para avaliação e verificação, reduzindo dúvidas sobre classificação e a potencial necessidade de novos testes. Refinamentos adicionais incluem um novo acesso articulado para a troca dos pinos de acionamento autoalinhantes, permitindo a alternância rápida e segura entre os testes.
Projetada e fabricada no Reino Unido, a linha James Heal Martindale passou por inúmeras atualizações, modelos e inovações ao longo dos anos, como tela sensível ao toque e software de fácil utilização, os melhores recursos de segurança da categoria, combinados com o funcionamento praticamente silencioso característico deste instrumento de laboratório essencial. Somou-se a isso a introdução da máquina de teste multifuncional DurAbrasion, seguida posteriormente pela evolução líder de mercado, o testador de abrasão úmida AquAbrasion, lançado em 2019. O Martindale Motion, no entanto, agora está elevando a produtividade e a eficiência a um nível nunca antes visto.
EXPANDINDO OS LIMITES
“Essas empresas BTMA continuam a expandir os limites do que é possível na área de testes têxteis”, conclui Jason Kent. “Cada um deles está contribuindo significativamente para a qualidade e o desempenho dos produtos têxteis atuais e, igualmente importante, permitindo que os fabricantes comprovem suas alegações. Estamos ansiosos para conhecer clientes antigos e novos em Singapura.”
Fundada em 1940, a Associação Britânica de Máquinas Têxteis promove ativamente os fabricantes britânicos de máquinas têxteis e seus produtos para o mundo. A organização sem fins lucrativos atua como uma ponte entre seus membros e as indústrias cada vez mais diversificadas do setor têxtil.
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q ua N do a Tec N ologia e N co NTR a a m oda: a Re V olução da p oliamida 6.6 pela m acias Tê XT il
troem o futuro da indústria. Desde 1945, a Macias Têxtil faz parte desse segundo grupo. Instalada em Santa Bárbara d’Oeste (SP), a empresa se consolidou como referência em inovação, tecnologia e excelência no universo têxtil brasileiro. Esse posicionamento se traduz, há mais de uma década, na escolha estratégica por uma fibra que está no centro de sua produção: a Poliamida 6.6. Mais do que um material técnico, trata-se de uma solução têxtil que encontrou relevância crescente em segmentos como fitness, moda funcional e urbano técnico — setores nos quais performance, conforto e sustentabilidade passaram a ser atributos decisivos.
No plano químico, a Poliamida 6.6 nasce da fusão entre hexametilenodiamina e ácido adípico, resultando num tecido com ponto de fusão de 245 °C, capaz de resistir a temperaturas altas e uso intensivo sem perder forma ou cor. Mas o encanto vai além: ela une toque macio, secagem rápida e sensação térmica refrescante, atributos que a transformam em protagonista de peças cotidianas com performance diferenciada. Tecnologias incorporadas
• Amni® UV Protection: Protege contra raios solares, Amni Biotech: Evita odores, mantendo sua eficiência mesmo após inúmeras lavagens, Amni Soul Eco®: Entrega sustentabilidade real com biodegradação em até cinco anos em aterro, sem abrir mão da performance durante o uso.
Tecnologia que veste o futuro: Por que a Poliamida 6.6 é o novo luxo do vestuário funcional? Em meio ao crescimento de categorias como fitness, wellness, athleisure e moda funcional, a poliamida 6.6 da Macias Têxtil se destaca como matéria-prima estratégica para marcas que desejam inovar e se diferenciar no mercado. Suas aplicações versáteis revelam o potencial transformador dessa fibra.
Aplicações da Poliamida 6.6
• Fitness e Athleisure Premium: Leggings, tops, macacões e peças urbanas que oferecem toque leve, caimento impecável e funcionalidade diária.
• Moda Praia Funcional: Biquínis, maiôs e sungas com resistência ao cloro, proteção solar e secagem rápida.
• Outdoor e Urbano Técnico: Jaquetas corta-vento, parkas e camisas UV que transitam entre o ambiente urbano e o outdoor.
• Uniformes e Vestuário Profissional: Coletes táticos, mochilas escolares e empresariais e camisetas industriais, onde a durabilidade, conforto térmico e estética alinhada são diferenciais importantes.
A escolha pelo material não foi ocasional: trata-se de uma fibra com características técnicas robustas — como resistência térmica, toque suave e durabilidade — que atende tanto a demandas estéticas quanto de performance no uso diário. A estratégia da Macias não está isolada: reflete um movimento maior do setor em direção a matérias-primas versáteis, com aplicação cruzada entre segmentos como o fitness, o urbano, o técnico e a moda praia. Nesse contexto, a Poliamida 6.6 se firma como uma alternativa viável para marcas que desejam aliar estética, funcionalidade e consciência ambiental em coleções voltadas para um público atento à experiência de uso e ao impacto daquilo que veste.
50 Revista Têxtil #792
Fotos: Daniela Marx
Tec N o T ê XT il bR asil 2025: iN o Vação, s us T e NTabilidade e c o N e X ão em
a me R ica N a sp
Entre os dias 22 e 25 de abril, a cidade de Americana (SP) foi novamente o centro das atenções do setor têxtil com a realização da Tecnotêxtil Brasil 2025, na Feira Industrial de Americana (FIDAM). O evento, já consolidado no calendário da indústria, reuniu mais de 18 mil visitantes e dezenas deempresas expositoras, reafirmando sua importância estratégica para toda a cadeia produtiva têxtil.
A FIDAM é mais que um centro de exposições: é um hub estratégico que conecta um Centro de exposições como a Tecnotêxtil e outros eventos. a FIDAM também abriga startups de moda e tecnologia, atua como incubadora de novos negócios e impulsiona diretamente o comércio, a hotelaria e o transporte da região durante os eventos.
Com forte presença de empresas da própria região, reconhecida como um dos principais pólos têxteis do país, a Tecnotêxtil promoveu um ambiente de negócios, marcado também por reencontros e conexões históricas. No estande da ABQCT (Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis) + ABTT (Associação Brasileira de Técnicos Têxteis), foi possível presenciar momentos emocionantes entre professores e ex-alunos do SENAI, com o professor Benedito Batista, da EACH (USP Leste) com profa Camilla Borelli e prof Mauricio Araújo e a FATEC de Americana, representada pela professora Maria Adelina Pereira. A cena reforça o papel vital da educação técnica no desenvolvimento do setor, uma vez que muitos desses ex-alunos ocupam hoje posições estratégicas em empresas têxteis de todo o Brasil, contribuindo ativamente para a inovação e o fortalecimento da indústria nacional.
Por Sarah Caldas
A Fatec Americana, fundada em 1980, surgiu para suprir a demanda por profissionais qualificados em áreas tecnológicas, especialmente na indústria têxtil — setor tradicional da região. O curso de Produção Têxtil forma profissionais preparados para atender às exigências do mercado, com foco em inovação, sustentabilidade, qualidade e gestão dos processos produtivos.
Parcerias com empresas locais e participação em projetos de pesquisa fortalecem a formação dos estudantes. Durante sua participação na Tecnotêxtil a ABQCT+ABTT, promoveram uma visita à FATEC de Americana e a atividade fez parte do esforço contínuo das entidades em aproximar a indústria das instituições de ensino, conectando conhecimento técnico à realidade do mercado. Na ocasião, os representantes das Associações apresentaram aos alunos um software, voltado para o desenvolvimento e fluxo de estampas digitais, e um espectrofotômetro portátil utilizado para medição e controle de qualidade de cores. Os estudantes puderam vivenciar um pouco uma experiência prática.
A proposta despertou o interesse dos alunos e da professora Nancy Moretti, ao mostrar na prática como a tecnologia está transformando os processos criativos e produtivos da estamparia têxtil.
A visita à FATEC de Americana é apenas o começo de uma série de ações que a ABQCT+ABTT pretendem realizar em diferentes instituições de ensino técnico e superior. A ideia é levar oficinas diárias para dentro das escolas, promovendo um aprendizado prático, conectado com as tendências tecnológicas e com as demandas reais da indústria.
Com iniciativas como essa, a ABQCT+ABTT reafirma seu compromisso de atuar como ponte entre educação e indústria, contribuindo para a formação de profissionais mais preparados, criativos e alinhados com o futuro do setor têxtil e de moda no Brasil.
T ECNOLOGIA E S USTENTABILIDADE EM D ESTAQUE
A edição de 2025 apresentou um panorama abrangente das últimas tendências em maquinário, equipamentos, insumos e matérias-primas, com foco especial em automação industrial, processos sustentáveis e soluções para personalização.
Um dos pontos altos foi o espaço dedicado a startups, que proporcionou um ambiente favorável para o networking entre novos empreendedores, investidores e players do setor.
Empresas como Yguaçú Máquinas, BioE (Grupo Sabará), Futurize, Andrade Máquinas, Etiband, Fratelli Ricci e 4Tex se destacaram ao apresentar soluções que aliam inovação tecnológica à responsabilidade ambiental.
No estande da ABQCT+ABTT, o piso foi montado com módulos produzidos a partir de um material orgânico de fibras de tecido e o biomodificadorTherpol®, desenvolvido pelas empresas Therpol em parceria com a Cotton Move. Trata-se de um material reciclável, um termoplástico à base de borracha natural extraída das seringueiras, que atua como biomodificador de impacto para diversos tipos de plásticos. A tecnologia é patenteada no Brasil.
C ONTE ú DO T ÉCNICO E E STRATÉGICO NA A RENA DO C ONHECIMENTO
A Arena do Conhecimento ofereceu uma programação de palestras altamente relevantes, promovendo reflexões sobre os rumos do setor têxtil e de confecção diante de desafios globais e novas demandas de mercado. Entre os destaques:
• Transparência na Moda, com Isabella Luglio (Fashion Revolution), abordando a rastreabilidade como ferramenta essencial para a responsabilidade climática e ética na cadeia produtiva.
• Empreendedorismo no Setor Têxtil, com Michael Costa (Total Fios), que discutiu as oportunidades para micro e pequenos empreendedores a partir de nichos e diferenciação tecnológica.
• Inovação e Sustentabilidade, com Camilla Borelli e Sarah Caldas (ABTT), destacando a importância da integração entre academia e indústria para promover soluções sustentáveis com base científica.
• Capacitação Profissional, com Patrícia Roberta Storolli (Senai Americana), enfatizando o papel da formação técnica contínua na competitividade e produtividade do setor.
• Normas Técnicas e Qualidade, com Maria Adelina Pereira (ABTT/ABNT), trazendo atualizações sobre a nova norma ABNT NBR e seus impactos na padronização e no controle de qualidade têxtil.
• Sustentabilidade e Oportunidades de Negócio, com Angela Bozzon (ABVTEX), que apresentou dados e cases sobre como práticas sustentáveis já se traduzem em diferenciais comerciais e acesso a novos mercados.
A próxima edição já tem data confirmada: de 27 a 30 de abril de 2027, novamente na FIDAM, em Americana (SP). Até lá, o setor segue evoluindo — com base sólida, olhar estratégico e foco em inovação.
D ESTAQUES.
A UTO CUIDADO QUE SE VESTE, Q I-TEX.
A Ciência por Trás do Conforto e Desempenho, o corpo humano dispersa, naturalmente, cerca de 100 watts de energia por dia, mais da metade da energia que consumimos. O Qi-tex foi desenvolvido para aproveitar essa dispersão energética e convertê-la em benefícios mensuráveis. A tecnologia é baseada em uma sinergia de seis minerais essenciais, incorporados ao tecido por meio de biocerâmicas de alta eficiência.
Esses minerais têm a capacidade de absorver a radiação térmica emitida pelo corpo humano e refletir essa energia na forma de radiação FIR, ativando processos fisiológicos positivos no organismo.
B ENEFÍCIOS C OMPROVADOS DA T ECNOLOGIA FIR NO T ÊXTIL
Aplicada aos tecidos, a tecnologia FIR oferece uma série de benefícios funcionais, entre os quais se destacam: estímulo à recuperação muscular e melhoria da qualidade do sono. preservação do calor corporal, mantendo o corpo aquecido por mais tempo,melhoria do equilíbrio, postura e estabilidade corporal,aumento do desempenho atlético, por meio da reciclagem da energia corporal.
Ao integrar conforto, bem-estar e tecnologia têxtil, o Qi-tex reposiciona o conceito de roupa funcional, indo além da performance esportiva e adentrando o território do autocuidado diário. É um convite para repensar o ato de vestir como um gesto ativo de cuidado com o corpo e a saúde.Mais do que inovação: o Qi-tex representa um novo patamar na relação entre tecnologia e
têxteis, oferecendo às marcas uma solução que conecta ciência, bem-estar e propósito.
PIGMENTOS NATURAIS POR FRATELLI RICCI
A Head de marketing da Fratelli Ricci explicou que existe duas linhas de corantes naturais: vegetais e minerais. Biodye trabalha com corantes 100% vegetais, biodegradáveis e com fontes renováveis, ela ainda garante um papel muito importante na sustentabilidade pois diminui a contaminação e a salinização das águas e um menor consumo de energia. E são uma possibilidade de substituição dos corantes sintéticos, que são os mais usados no mundo atualmente. A empresa ainda garante uma qualidade muito boa nos tingimentos parecido com o tradicional, transformando num processo simples, seguro e reprodutível.
O Functional Minerals trabalha com corantes naturais de origem mineral, são obtidos a partir de matérias primas de origem sustentável e esse processo também é feito numa escala industrial onde existe uma ótima reprodutibilidade comparado aos corantes sintéticos e a empresa ainda garante um consumo limitado de água e baixas temperaturas fazendo com que os corantes possuam uma alta solidez a lavagem e a luz além de uma boa solidez a fricção.
d e N im eX pe RT ise mo V ime NTa o se T o R
J ea N s W ea R com ime R são focada em
i N o Vação, T éc N ica e fo RTalecime NT o de peque N os e médios N egócios
Nos dias 16 e 17 de maio, a indústria brasileira do jeanswear viveu um momento emblemático. Em comemoração aos seus 20 anos de trajetória apoiando e fomentando o mercado, o Guia Jeanswear realizou a primeira edição do Denim Expertise, mais do que um evento, foi um chamado para ação: agir com mais técnica, mais planejamento e menos achismos. Foi além das tradicionais palestras e se consolidou como uma verdadeira imersão estratégica, com aprendizado prático, networking e, principalmente, transformação da mentalidade para quem atua na cadeia produtiva do denim.
Realizado na Denim City São Paulo, o encontro reuniu profissionais de todo o Brasil em dois dias intensos de aprendizado técnico, discussões de mercado e conexões transformadoras. Mais do que um evento, o Denim Expertise surgiu como um movimento pelo forta-
lecimento da indústria nacional, trazendo especialistas reconhecidos para compartilhar, de forma generosa e prática, os caminhos para que as marcas pequenas e médias possam competir em um cenário desafiador, onde grandes magazines e players internacionais ocupam cada vez mais espaço.
O FOCO FOI CLARO: GERAR LUCROS ATRAVÉS DE CONHECIMENTO APLICADO.
Marlene Fernandes, CEO do Guia Jeanswear e idealizadora do evento, resumiu com precisão o espírito da iniciativa: “O Denim Expertise veio para inspirar e gerar conhecimento para ser aplicado imediatamente nas empresas. Não se trata apenas de ouvir palestras, mas de sair daqui com um plano claro para agir.”
Por Daniela Marx
A primeira edição teve o patrocínio do Sebrae Nacional, apoio institucional da Vicunha Têxtil e foi realizada na Denim City São Paulo, referência em inovação para o setor jeanswear. A Revista Têxtil esteve presente como mídia parceira oficial.
UM
EVENTO
CONSTRUÍDO PARA QUEM FAZ.
Com uma programação cuidadosamente desenhada, o evento abordou todas as etapas do desenvolvimento de produto — da criação à entrega final — passando por tendências globais, comportamento do consumidor, processos industriais e estratégias de gestão e vendas. O propósito foi claro: romper com a lógica de competir apenas por preço e mostrar, com método e técnica, como criar desejo, valor e resultados consistentes.
T EMAS APRESENTADOS NO EVENTO:
• Tendências Globais e Criatividade no Denim — Maurício Lobo apresentou caminhos criativos para o jeanswear, destacando o “Street Luxury”, a mistura entre o urbano e o sofisticado, e reforçando a importância de lavanderias ousadas e experimentação de superfícies.
• Planejamento de Coleção & Mix de Produtos com Visão de Branding, Margem e Desejo — Daniela Marx falou sobre a importância de planejar coleções desde o orçamento e a estratégia de marca, conectando os produtos a calendários comerciais e oportunidades de marketing. Daniela também apresentou o conceito da jornada de compra fragmentada e a força dos canais digitais como propulsores de desejo.
• Escolhas que Geram Lucro: Do Tecido à Lavanderia — Jaqueline Devegili trouxe uma aula prática e estratégica sobre como as decisões desde a compra do tecido impactam diretamente a lucratividade da coleção. Ela destacou o conceito do triângulo do lucro: tecido certo + modelagem adequada + processos corretos em lavanderia.
• Tecnologia e Sustentabilidade nos Beneficiamentos — André Duarte abordou a eficiência de processos como laser e ozônio, destacando o papel desses recursos na redução de custos operacionais e impacto ambiental, mostrando que inovação e sustentabilidade caminham juntos.
• Lavanderia e Transformação do Jeans — Evandro Negrisoli, da Coratex, destacou produtos de alta tecnologia para beneficiamentos sustentáveis e criativos, elevando a qualidade final das peças.
• Estratégias Regionais para Ampliação de Negócios — Marcelo Prado, do IEMI Inteligência de Mercado, trouxe dados e análises sobre o comportamento de consumo nas diferentes regiões brasileiras, reforçando a importância de personalizar coleções para públicos locais.
• O Tecido Como Elemento-Chave para o Sucesso — Maria José Orione, engenheira têxtil e especialista em ESG, trouxe um conteúdo técnico imprescindível sobre estrutura de tecidos, comportamento em lavanderia e como evitar erros que comprometem a qualidade e a margem. Sua fala destacou um ponto negligenciado por muitas marcas: o conhecimento profundo do tecido é um diferencial competitivo.
• Decifrando Perfis e Desejos Reais do Consumidor — Daniela Marx e Maurício Lobo apresentaram cases reais sobre comportamento de consumo, reforçando a importância de ouvir o cliente desde a concepção da coleção.
• Inteligência Artificial na Moda: Da Criação ao Piloto — Flávia Manfrini, CEO do London Atelier, trouxe aplicações práticas da IA no desenvolvimento de coleções e otimização de processos criativos.
• Moda Autoral e Sustentável — Isabela, do Sebrae Nacional, apresentou o Programa CRIE Moda Autoral, incentivando marcas a criarem produtos autênticos e conectados com seu público.
Fotos: Bruno Queiroz
• Do Jeans ao Desejo – Como Transformar uma Coleção em Comunicação e Vendas — Daniela Marx encerrou o evento com uma aula sobre como transformar produtos em desejo, posicionamento e resultados comerciais, reforçando que comunicação não é só sobre o que se fala, mas, principalmente, sobre o que se absorve e pratica.
P ROTAGONISMO COLETIVO E FORTALECIMENTO DOS PEQUENOS
O ponto alto do Denim Expertise foi a proposta colaborativa, onde especialistas dividiram experiências de forma generosa e prática, sempre com um olhar atento aos desafios enfrentados pelos pequenos e médios negócios do setor. Depoimentos emocionados reforçaram o impacto do evento na mentalidade dos participantes, como destacou Sandra Regina Silva Puerta, CEO da Lipse Jeans: “Foi muito mais do que eu imaginava, só agradecer por todo o conhecimento.”
Outro destaque foi a abordagem crítica sobre a necessidade urgente de as pequenas e médias marcas deixarem de competir apenas por preço e passarem a competir por diferenciação, desejo e posicionamento estratégico.
Em um cenário onde as grandes tecelagens e fornecedores tendem a priorizar grandes players, o Denim Expertise trouxe um resgate necessário: não existe fortalecimento da cadeia têxtil sem olhar para a base. E essa base precisa de informação, orientação e estratégias claras para se manter competitiva e sustentável.
U M NOVO CAPÍTULO PARA O SETOR JEANSWEAR BRASILEIRO
O Denim Expertise não foi apenas um evento, mas o início de um movimento. Um convite para que toda a cadeia se una e compreenda que não existe desenvolvimento do mercado brasileiro sem colaboração e sem educação continuada.
Como ficou claro nas falas dos participantes e palestrantes: conhecimento aplicado gera lucro, e lucro gera negócios sustentáveis, empregos e desenvolvimento regional.
Para um setor têxtil cada vez mais resiliente, competitivo e inovador, encontros como o Denim Expertise são mais do que necessários — são urgentes.
Que venham as próximas edições.
s ema N a de la N çame NT os 2025 d e N i m c i TY s ão paulo
Entre os dias 20 e 22 de maio, a Denim City SP promoveu a Semana de Lançamentos das principais têxteis para o segmento jeanswear, uma semana muito movimenta dentro de todo movimento contínuo do Brás, grande polo têxtil dentro de São Paulo, num ambiente muito inspiração que e o galpão modernista da Denim City, muito players, compradores e profissionais e alunos do segmento têxtil do Brasil inteiro. Os anfitriões Fernado e Maria Jose receberam além de fabuloso publico grande nomes do setor em visita e palestras de grandes notório da moda e da Industria têxtil. A alegria de todos em te Mariette Hoitinkumas das fundadores e grande maga do denim de reconhecimento Internacional.
Na entrevista a seguir com Mariette teremos um breve explicação e inspiração de onde são as raízes da Denim City Amsterdan, nave mãe desse projeto mundial de lugares para educação e show room de um denim sustentável e mais responsável no direcionamento para um futuro melhor.
Fotos: Fred Haydu
por Fred Haydu
Vanessa Covolan, Marlene Fernandes e Bia Aidar
E NTREVISTA M ARIETTE H OITINK DA T HE H OUSE OF D ENIM F OUNDATION
“Em Amsterdan temos a maiores quantidades de marcas de Denim, todos são global players, mas sustentabilidade é um grande tópico, todas as marcas estão buscando ser sustentáveis, mas é um fragmento, pois “fromplanttopans” tem uma grande jornada. Nunca tivemos educação para nos ensinarmos a ser sustentáveis, indústrias poluentes e poluir as águas, desde de 1995 começamos a ter essa consciência de melhor ter o meio ambiente limpo do que ter uma calça jeans.
Temos muitas necessidades imediatas. Temos que mudar muitas coisas. Lavadoras e secadoras mais inteligentes e agradáveis, mais conexões locais, reutilizar, reparar, reciclar; compartilhar sempre o knowhow. Isso 15 anos atrás começamos a elaborar e executar e criamos a Denim City Amsterdam. Conseguimos comprar um galpão industrial muito grande e criamos um espaço com ateliê e salas para seminários e workshops, temos muito arquivo, como o o jeans favorito de Tommy Hilfingher que pessoalmente doou para a Denim City, uma calca Levi’s.
House of Denim: James e eu decidimos mexer com a estrutura da Indústria do Denim, para ser, nicer, cleaner and smarter. Kingpins e muitos outros parceiros, juntos coletamos e inspiramos, colaborando e educando com o melhor, essa é nossa meta.
Não podemos mudar o mundo de uma vez, precisamos de network, registros, laboratórios e escolas, temos uma escola na Denim City Amsterdam. Viajamos o mundo todo compartilhando a mensagem e como podemos fazer a cadeia de denim mais sustentável, na Índia, Japão, China, e muitos países.
22 edições de feiras, a feira de denim, King pins da Messe Frankfurt e muitas palestras e curso acontecem na Denim City AMS com grandes lideranças femininas. A Denim School, a única escola no mundo onde você pode estudar para se tornam um profissional de denim na versão mais sustentável, em parceria com escolas de moda e técnicas e professores de todo o mundo. Temos parceria com Jeneologia e muitos de seus equipamentos de última geração para lavagem do denim sustentável. Temos cursos especializados que você pode vir aprender a fazer seu próprio jeans, sua própria jaqueta ou bolsa.
Temos o festival de denim em Amsterdam e em Nova York, celebrando toda cultura denim e queremos trazer isso para São Paulo também. Queremos ter uma Denim City em cada continente, este nosso sonho.
As marcas estão sendo pressionadas para obter os selos de qualidade e sustentabilidade e procedência o que precisamos hoje saber e a verdade e com transparência como e a produção do denim, essas novas realidades. Nos últimos 10 anos tivemos muita produção enorme e hoje vejo que precisamos de mais qualidade e menos produção.Muito bom ver a Denim City São Paulo estar no centro do Brás, pois esse pode ser um ponto de inspiração de mostrar o que podemos fazer, precisamos iniciar a revolução nestes centros e polos onde todos precisam de informação e demonstração de como pode ser feito processos sustentáveis.
RT: Como você ver nosso algodão brasileiro e como vocêvê o futuro para o denim no Brasil?
A grandiosidade do Brasil, primeiro que vocês tem e o acesso a toda cadeia têxtil, em toda produção e manufatura, e tudo pode ser feito, transparência e o que precisam, pois o brasil entrega um algodão belíssimo e muito superior comparado ao mundo, sua localização um privilegio em termos de localização e recursos.
Estejam muito orgulhosos com o produto brasileiro que produzem, o denim brasileiro tem muita excelência. Temos muitos projetos e esperamos estar sempre presentes no Brasil e na Denim City São Paulo.
Estou muito impressionada e contente de presenciar todas estas marcas incríveis brasileiras reunidas num so lugar com a finalidade de tornar a indústria têxtil totalmente sustentável, isso tem um grande potencial.
RT:O que poderia nos dizes para finalizar essa linda entrevista?
“CreateBeautyandkickass”, estamos aqui neste planeta para criar beleza, precisamos cuidar do nosso planeta, cuidar das pessoas, fazer ótimos produtos e “Kick Ass”.”
o Jea N s do bR asil: o li VR o que docume NTa, Valo R iza e R essig N ifica o de
N im b R asilei R o
Durante a Semana de Lançamentos da Denim City SP, o setor jeanswear celebrou um momento histórico: o lançamento do livro “O Jeans do Brasil”, uma obra inédita e colaborativa que chega como verdadeiro marco para o jeans nacional. Resultado de cinco anos de pesquisas intensas, entrevistas e viagens, o livro nasce do olhar sensível e experiente de quatro mulheres que decidiram preencher uma lacuna na moda brasileira: Beth Venzon, Gabriela Cirne Lima, Giuliana Castelo Branco e Jussara Romão.
O projeto tomou forma durante a pandemia, quando a ausência de um registro aprofundado sobre o denim no Brasil provocou uma inquietação criativa. Daí surgiu o desejo de Compartilhar, Conectar, Resgatar, Ressaltar, Ressignificar e Reconhecer — seis pilares que conduzem cada capítulo da obra.
Mais de 100 entrevistas, viagens por 10 estados brasileiros, 500 vídeos, exposições físicas e oficinas pre-
Por Marlene Fernandes/ Guia JeansWear
senciais e online resultaram em um livro com cerca de 400 páginas, ricamente ilustrado e com forte apelo documental. A edição, produzida pela Quattro Projetos, foi viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
O QUE O LIVRO TRAZ
A obra revela a dimensão histórica, econômica, cultural e estética do jeans no Brasil. Um verdadeiro mapa emocional e técnico da cadeia produtiva, passando por:
• As tecelagens e lavanderias que moldaram a expertise nacional, com destaque para a icônica lavanderia Branca, pioneira em lavagens diferenciadas que colocaram o Brasil em evidência no cenário internacional.
• As marcas que fizeram história, como a Zoomp, referência absoluta dos anos 80 e 90 por sua comunicação ousada, modelagens desejadas e forte presença nos pontos de venda do país.
As autoras Giuliana Branco,Gabriela Lima, Beth Venzon e Jussara Romao
• Os pontos de revenda e multimarcas, que funcionaram como termômetros da moda e espelhos de comportamento, levando o jeans brasileiro às ruas e ajudando a definir um estilo próprio, com forte identidade urbana.
O livro também traz depoimentos de profissionais, designers, donos de lavanderias, operários, compradores e estilistas que viveram — e ainda vivem — o dia a dia da produção jeanswear no Brasil.
U M MARCO PARA O SETOR
Mais do que um livro, “O Jeans do Brasil” é um reconhecimento ao trabalho de milhares de pessoas que constroem, diariamente, o denim brasileiro. Um tecido democrático, resiliente e profundamente conectado à cultura nacional.
A publicação é leitura obrigatória para estilistas, estudantes de moda, pesquisadores, empresários do setor e todos que desejam compreender a alma e a força do jeans no Brasil.Um projeto Patrocinado pela Lycra®, o livro está disponível via venda direta: basta enviar e-mailpara prevendajeans@quattroprojetos.com.br.
“ d e N im: eNTR e TR amas e algo R i T mos. q ua N do a i NT eligê N cia a RT ificial se e N co NTR a com a i NT eligê N cia a RT esa N al “.
Por Fred Haydu
Durante a Semana tivemos alguns lançamentos na Denim City e inúmeras palestras sobre diversos assuntos abordados no auditório Nelson Levada, uma palestra muito enriquecedora patrocinada pela Santista Jeanswear, “entre tramas e algoritmos” é o título da palestra com a pauta sobre Inteligência Artificial. Com mediação de Sueli Pereira e a participação de Dudu Bertholini, Olivia Merquior e Dario Mittmann. Com muita clareza, mas com o desafio de consolidar um fundamento sobre IA , desmitificando muitos pontos de vista e trazendo nesta ‘mesa’ a interseção e o olhar apreciativo sobre esta pauta tão complexa, nova e muitas vezes assustadora.
Transcrevemos trechos da palestra com o intento de trazer a informação na íntegra, nua e crua sobre algo que existe e está aqui para nos auxiliar, desmitificar o elo entre humano e robô e unir o que cada um tem de melhor, um assunto muito inspirador para o nosso futuro em todos os aspectos de criação e em todas as áreas da sociedade.
“T ER EMPATIA PELO OUTRO E A CAPACIDADE DE IMPROVISO; A MÁQUINA NUNCA VAI GANHAR.” O LIVIA M ERQUIOR
Dudu – O padrão é o que faz com que a gente identifique a comunicação entre nós, a composição das frases, as palavras são elas que criam essa teia. Qual é o desvio dessa comunicação?O poeta. Porque isso a inteligência artificial não vai fazer, ela é capaz de combinar todos os dados que nós alimentamos com ela,” tudo que já foi escrito, dito, falado, tá ali naquela inteligência ela sempre vai ter uma capacidade maior que a nossa, combinar estes padrões e essas informações, agora a intuição, a criatividade, a sensibilidade, essa a máquina não vai ter. A partir disso que a Olívia disse. “A linguagem, é o padrão, e o desvio é o poeta”, Eu automaticamente afirmo que, “o artesanato é o padrão, a artesã é o desvio”, o desvio é a artesã, o artesanato é a ideia de perpetuar uma tradição artesanal a partir da repetição né, é isso que a gente faz.
Dudu Bertholini, Dario Mittmann, Olivia Merquior, Sueli Pereria, Head de Comunicação da Santista Jeanswear
Que a gente ainda saiba fazer crochê, e depois de tanto tempo a gente continue fazendo, saber fazer um denim, saiba fazer uma bela calça jeans, só que a criação, o olhar criativo dessa artesã, dessa crocheteira, a escolha que ela vai ter nas cores que ela vai usar, na trama que ela vai fazer, e em como ela vai dar um passo acima da técnica.
Estive no final de semana trabalhando em prompts e em informações de como fazer esse cruzamento de IA com moda e essa investigação de onde vai a inteligência humana e a inteligência artificial muito me interessa também. Acho até que ele é o ponto crucial da gente e do porquê estar aqui nessa conversa com Olívia. O que eu tô trazendo não é só para essa mesa, mas para
a vida né, que é o conceito do desvio criativo, a prova de como ser o desvio criativo é aquilo que vai sempre fazer com que a gente se diferencie e que nade por uma raia aonde a inteligência artificial jamais vai ganhar da gente né, então o que a Olivia trouxe que eu não vou esquecer, você falou o seguinte: linguagem é um padrão.
Olívia - Eu até vou pegar o gancho do Dudu para dar um exemplo prático, né? A gente não pode ter medo do padrão, assim como ele falou. Se não houvesse padrão, nós não estaríamos falando português, né? Se não houvesse padrão, nós não conseguiríamos viver em sociedade.
Porque o que a gente estabeleceu como sociedade brasileira, o padrão é a Constituição, as leis, que palavras a gente usa em certos momentos, se pode cuspir no chão, se não pode, se pode soltar pum, se não pode…. A cultura ela é estabelecida em padrão, então não precisa ter medo de padrão, o problema é o que o Dudu falou, o que precisa ter medo é quando a gente entra numa sociedade que sufoca a originalidade e as individualidades e uma das coisas que a gente sente, inclusive no mundo da moda hoje, é essa dificuldade, das pessoas errarem, testarem, aí que eu fiquei muito feliz quando eu vi que o Dário tava nessa mesa, porque o Dário desde que eu conheci ele no SPFW, eu sempre achei que ele tem um espírito infantil em tudo que ele faz, mas de um jeito extremamente positivo né, porque quando a gente fala em infantil é imaturo e tal, no entanto, uma inteligência artificial mais avançada hoje, ela consegue me enganar, às vezes até emocionar ela vai conseguir, porque ela tá tão sofisticada que às vezes ela consegue reproduzir roteiros de filmes que me emocionam. As crianças menores de seis anos de idade, ainda não foram adestradas para esse padrão do tratamento coletivo. É por isso que elas surpreendem tanto, né? É por isso que lidar com uma criança é um momento que você fala assim, nossa, de onde que essa ‘pessoinha’ tirou isso? Ou você pode fazer isso ou você não pode. O que você está fazendo é botando no padrão.
Sueli – nós da Santista vamos continuar entregando para vocês algo além. Nós vamos usar a IA, mas não que você possa receber num clique a IA.Para que a gente faça a diferença, precisamos mudar também esse
nosso olhar. Então é isso, estranhar o familiar. Eu trouxe isso que eu acho muito interessante, que é de uma antropóloga, que ela disse que a gente tem que encontrar as grandes questões humanas através de episódios minimalistas.
E não é o minimalista de não ter nada, é o olhar com essa lupa. Não é à toa que a gente trouxe essa lupa, que é esse olhar curioso, né? Dessa criança que fala, o que é isso? E você fala, isso aí é uma planta, você não sabe? Não, mas o que é uma planta? É assim, assim, mas o que é? Esse, sabe? Esse questionar o tempo todo, porque a gente precisa se renovar, nós precisamos se abrir para que o Denim continue perpetuando. O Denim, a moda, trazendo esse desejo. E quem vai perceber esse vazio que você trouxe, que a gente está sempre buscando, é quem está ali na frente, quem conhece o seu público, né?
É a inteligência artificial vista pelo vale do silício, pelos desenvolvedores, né? Essa linguagem que é binária, sabe? Eu acho que é bem legal fazer isso porque cai a ficha para quem não é do segmento.
Há inclusive estampas infantis, que dizia: Penso, Compro, logo existo. Hoje, compartilho, logo existo. Como falar de diversidade e a possibilidade de você sair desse mundo, né? Você não vai sair de jeito nenhum. Mas você pode se ver fora desse mundo. E outra pergunta.
Dá para ser diverso dentro desse mundo?
Dário - A gente trazer a I.A. para o nosso dia a dia no processo criativo, como aliada. Vamos lá! pensando no processo do estilista. Vamos desenhar uma peça, beleza. Desenhamos a peça. Preciso criar uma arte, né, pra essa peça, uma estampa. Faço a base ali. Ah, legal, mas agora, nossa, tem que transformar isso num rapport, e isso demora. A inteligência pode fazer isso pra você. Ah, eu quero visualizar como ficaria uma versão realista dessa peça. A inteligência artificial pode fazer isso pra você. Ah, eu quero ver como vai ficar no meu modelo. Você joga o que você acabou de criar, a versão realista, e a inteligência artificial vai colocar no modelo. Agora eu quero que faça um vídeo como se fosse a campanha desse produto. Pronto, tipo, isso você faz muito mais rápido.
Agora imagina você fazendo isso ponto a ponto, de um processo orgânico, né, sem inteligência artificial. Demoraria muito, seria muito mais caro. E pra você, por exemplo, apresentar um projeto de coleção dessa forma, com certeza vai ser muito mais rico também.
Na minha última coleção, no São Paulo Fashion Week, ela se chamava Golem, Uma Odisseia Transumanista. E era uma coleção que fazia uma analogia da lenda do Golem, que é uma criatura feita para servir o ser humano com a inteligência artificial. E um dos pontos princi-
pais da coleção era o que nos diferencia a nossa inteligência da inteligência artificial. E no look final, eu trouxe um robô que chorava, interpretado por Debora Secco na passarela. E isso foi um momento bem impactante no evento, porque eu acho que o pouco que ainda separa a gente da máquina é saber o que é quem. Então, o pouco que ainda nos separa é essa capacidade de se emocionar, essa capacidade de improvisar, essa capacidade de errar e aprender com o erro. Eu acho que isso é uma das principais características que a gente tem que sempre lembrar, que a essência é o humano. A inteligência artificial, a tecnologia, ela vem para nos ajudar. Eu não teria uma carreira hoje se não tivesse rede social, porque eu vim de um lugar longe, de um lugar que não tinha acesso à moda, pelo menos esse eixo que a gente vive aqui.
Dudu - Essa inteligência, a gente ainda tem um caminho enorme sobre essa dança, sobre esse balé que somos nós. E nesse ponto eu acho que a gente pode falar de artesanato digital, porque se o artesanato é o padrão e o desvio é a artesã, então a inteligência artificial é o padrão e o desvio é a nossa sensibilidade criativa de conduzi-la... De conversar com ela, até porque a gente sabe que ela não vai dar isso pronto pra gente. Então a maneira de se relacionar, dançar mesmo com ela, essa valsa gerativa, né, que não é degenerativa, que é gerativa.E nem regenerativa. Isso gera samba, nessa dança que a gente vai fazer com a inteligência, para que ela faça. A inteligência artificial não faria isso, de me fazer estar num trabalho no dia seguinte dessa nossa fala, e entender o quanto isso padece de uma customização de o quanto isso padece de um artesanato digital para que essa imagem seja gerada. E a única coisa que pode nos fazer é a nossa habilidade de desvio, a nossa dose de rebeldia.
Olívia – Nós precisamos saber quando essa capacidade de risco, de viver algo que é seu, de trazer, de fracassar, de trazer algo que você não sabe se vai dar certo, não é sufocado. No Brasil se utiliza um idioma acessível que liga diversos domínios como a antropologia, a sociologia, a filosofia, a psicologia e a história, de modo que os profissionais do mercado criativo, prevê algo, certo? Então, toda vez que você deu um like numa foto de alguém no Instagram, o algoritmo entendeu que você gosta daquela pessoa, gostam daquele tipo de informação, e ele te entregou mais daquilo. Quanto mais like você deu naquele tipo de informação e imagem, mais ele conseguiu prever o seu gosto.
Viu um filme na Netflix? Viu outro filme na Netflix de comédia romântica? O terceiro que ele te entrega é uma previsão do seu gosto. Isso já acontece há muito tempo e isso definitivamente é revolucionário para a indústria, porque isso vem modificando completamente a forma que a gente entende a progressão de um câncer, por exemplo, porque câncer tem um padrão. Então, você ter uma inteligência artificial que mapeia padrões para entender como um vírus se desenvolve, como um câncer se desenvolve, como uma bactéria se desenvolve, isso é revolucionário para a parte de medicina.
Então, o que a inteligência artificial generativa faz? Você dá um comando... Eu quero que você gere uma imagem, se ele for um gerador de imagem.Ele pode ser um gerador de vídeo, ele pode ser um gerador de texto, ele pode ser um gerador de modelos de jeans, ele pode ser um gerador de várias coisas.Ter empatia pelo outro e a capacidade de improviso, a máquina nunca vai ganhar.
Tecelage N s ap R ese NTam os la N çame NT os de iNV e RN o 2026
N a d e N im c i TY sp.
C ANATIBA T EXTIL
A Canatiba Textil lançou sua nova coleção para o Inverno 2026 e trouxe o tema “Re-Despertar”, onde faz um convite para explorar um futuro vibrante e repleto de possibilidades, com um mix entre a tradição e a inovação, inspirado numa perspectiva estética de prisma: com reflexos que, por meio da luz, aparecem em diversas cores e formatos. A Textil traz à tona suas raízes, reinterpretando cores, texturas e acabamentos que refletem um compromisso com a inovação na sustentabilidade e estética.
“É um convite para fazer diferente – em tudo na vida. Por meio do prisma, podemos ver que quando permitimos deixar a luz entrar, diferentes perspectivas podem chegar. Assim, desafiamos o status quo. Nesse caso, na Industria Têxtil, mas queremos deixar a mensagem de que todos podemos ressignificar o que quisermos se estivermos dispostos a despertar”, afirma Ivna Barreto, Gerente de Marketing da Canatiba.
Por: Vanessa de Castro/ Equipe Guia Jeanswear e Revista Textil
São mais de 40 lançamentos, entre listrados, jacquards como a estampa de onça e cashmere, marrons e tecidos premium com mistura de Liocel que garante toque e leveza. Entre os destaques da coleção surgem tecidos no acabamento “Pima”, no laundry (sem lavagem), feito para ir direto para o corte e uso. O Vesúvio MegaflexPima No Laundry , no algodão e elastano, já o Vesúvio Denim –Pima No Laundry é um 100% algodão com super toque.
O artigo “Nebraska”, vem em formato pronto para a lavagem e surge com uma resina branca que proporciona um efeito “snow’ (neve), em algodão e elastano. Dentro da linha SpecialFabricssurgem quatro novas cores Ryan, Viscolino, Ajar e Danúbio PT. Os artigos “Circular” com regeneração da fibra refeita, que já estavam no Denim, chegam com cores e tecnologia em prol do conforto térmico,em algodão e elastano.
C APRIC ó RNIO
A tecelagem trouxe um espaço exclusivo durante a semana de lançamentos, um espaço para atender grandes clientes, como magazines e outras marcas, o Hub CapriTrends, neste espaço também teve peças exclusivas criadas para o Hub CapriTrends. Para a temporada surgem 9 artigos, sendo dois na família Original Denim 100% algodão e sete na família Comfort Denim com bases em algodão e elastano.
No Original Denim, com 100% algodão, o Albatroz com 12,5oz e o Albatroz Light com 10,5oz, mais leve, têm como diferencial o urdume com flamê, trazendo uma textura e um visual diverso e tingimento intense blue. O urdume que tem em parte fios convencionais de algodão, traz mais maciez no toque e caimento com fluidez. Os dois artigos são da mesma família do Algarve, o queridinho da marca.
Os lançamentos do Comfort Denim começam com estruturas que trazem um power de conforto, ou invisiblestretch. O Salles tem 11,5oz e um power de 10%, trazendo estrutura mais rígida com vestibilidade, garantindo volume. O Torres com 10oz e power de 15% é mais fluido e macio, com um toque leve para calças, vestidos, overshirts e shorts.
C OVOLAN
A coleção reforça o compromisso da marca com materiais de alta performance, processos de produção
ecoeficientes e um design atento às transformações do mundo. Entre as novidades, destacam-se tecidos que combinam algodão certificado oferecendo conforto, resistência e excelente resposta ao tingimento e lavanderia. São 15 lançamentos onde entram estruturas consistentes de acordo com a demanda do mercado, são artigos, de modo geral, com largura mais ampla, para melhor encaixe de modelagem, em peças com maior alongamento e tecidos com características de rígidos.
O Fulia pode ser trabalhado com outros tipos de efeitos ou sobretintos, vem no 100% algodão, construção panamá, peso de 10,6oz e largura de 1,70m. Ideal para bermudas cargo, calças com toque artesanal, visual rústico e conforto. Já o Castel Black vem no algodão, poliéster e elastano, sarja 2×1, peso de 8,4oz, largura de 1,58m.
J OLITEX
Aqui são 6 novidades com destaque para a mistura de fios como o artigo Wind no super blue, com 1,80m, 8,5oz, vem com algodão e Liocel o que confere toque macio, ideal para jaquetas, vestidos, calças, bermudas, o Mond Linho em tom rústico e natural, um blend de algodão e linho.
N ICOLETTI
O destaque fica por conta do Lurex Glow que vem no algodão, poliéster, elastano, lurex, e power de 30%, um artigo que pode trabalhar o avesso em lurex na peça inteira ou em detalhes. Victoria vem com opções na cartela de cores ou PT, o Austin surge no 100% algodão, com flamê marcado, o Westvem na sarja 3×1, em algodão e elastano, peso de 9,5oz e power de 30%, leve e que abre diferentes tons em lavanderia.
Silverado Elastanevem com peso de 11oz, em algodão, poliéster e elastano, power de 25% e 1,60m, com visual vintage.
PARAGUA ç U
As novidades ganham tingimento mais intenso nos artigos Intensity South em algodão e elastano, Intensity
Strong, Intensity Soul, Intensity Trace, Intensity Hidro Denim no 100% algodão, ,Intensity Índigo, mais encorpado com peso de 13oz e, Intensity Light.
PARANATEX
No Denim, surge o Rhodes Blue Black, artigo azul com trama preta, em um tom intenso, vem com peso de 8,2oz, construção cetim, em algodão, poliéster e elastano, largura de 1,56m e três novidades nas sarjas: Apollo PT, vem no 100% algodão, Atlas, no algodão e elastano e Apollo White Denim no 100% algodão.
T EAR T ÊXTIL
São 3 lançamentos no 100% algodão, o Atenas, na sarja 3×1, com largura de 1,70m, 9oz e o Florença com 6,5oz e largura de 1,75m, no denim colour com cores em cartela ou conforme a escolha do cliente. Vancouver é um artigo 3×1, largura de 1,82m, tingimento deep blue, sarja bem marcada no 100% algodão.
S ANTANA T EXTILES
A empresa apresenta 5 lançamentos como o Thor Brown que vem no 100% algodão, com trama na cor branca, sobretingimento castanho que também aparece no avesso, solidez média que chega até os mais claros, o Neo Sky surge com peso de 10oz, power de 30%, em algodão e elastano e o Grace Recycle Extra, primeiro artigo com fio reciclado de garrafas pet, v, stretch de 30%, em algodão, poliéster e elastano no tingimento mais claro, outro diferencial da têxtil.
S ANTISTA
A têxtil apresentou 5 artigos e 3 evoluções com alguma modernização. Há dois anos, a empresa lançou a coleção No Washcom tecidos que já saem de fábrica com esse conceito, sem precisar passar por lavanderia: “cortou, costurou, vestiu”. Dentro dessa linha surge o Blue No Wash que vem no tom mais limpo, 100% algodão e peso de 10oz, Black No Wash e o Light Blue, mais claro.
O Legacy 95, em homenagem aos 95 anos da Santista, com fios marcados, um flamê com comfortstretch, vem
agora na cor Galaxy, no blue black, com versatilidade em lavanderia mantendo os tons de preto ou azul, com peso de 9,7oz, stretch de 30% e largura de 1,61m.
Três versões com poliéster: Blue com trama branca, Blue com trama preta, visual limpo e Black Black. Nas sarjas coloridas, um artigo com toque macio e no tom mais branco, o Kimque vem no algodão, poliéster e elastano, construção cetim, com power de 52% e o New Khloe, na cor preta mais intensa
S ERG D ENIM
São 5 novidades, como o Aracaju Blue, um maquinetado, em 100% algodão, o Fortaleza Black, agora com tingimento preto, no 100% algodão
V ICUNHA
A Têxtil aposta em lançamentos com muita tecnologia, conforto e sustentabilidade com matérias-primas diferenciadas e com baixo impacto hídrico e de carbono. Os artigos também valorizam a versatilidade em visuais que vão do streetwear à alfaiataria.
“A sustentabilidade não é apenas um pilar estratégico para a Vicunha, ela está na raiz da empresa e é um compromisso contínuo. A partir deste jeito de pensar e fazer denim, criamos uma coleção primorosa, que apresenta uma multiplicidade de bases de tecidos, trazendo visuais inovadores que caem bem com lavagens e acabamentos genuínos e criativos”, destaca Renata Guar-
niero, gerente de Marketing da Vicunha. [Inspirado nas tendências workwear e no espírito Boho, o lançamento em denim Wilson Brown se destaca pelo visual vintage com avesso marrom acastanhado e por sua robustez. Já o tecido Felipe, um denim 100% algodão com listras brancas, traz o refinamento do estilo japonês, conferindo unicidade, personalidade e um visual artesanal. Outra novidade é o Nino, uma sarja 6x2 com tingimento azul super intenso e diagonal bem pronunciada, que conta com uma proposta sofisticada para visuais contemporâneos.Já o Musk conta com uma resina que confere brilho e sofisticação, sendo ideal para criações elegantes, modernas e confortáveis.Artigos com menos água, algodão reciclado e menor pegada de carbonoReforçando o seu compromisso com a sustentabilidade, a Vicunha apresenta ao mercado o produto Ester Baby Blue Plus, que integra a linha Zero FreshWater. Ele é produzido sem uso de água de manancial, graças à estação de tratamento VSA, que purifica o esgoto doméstico para uso do recurso hídrico em processos industriais. Além dele, a coleção traz tecidos com o selo LessWater, que minimiza o consumo de água na produção. Dentro desta linha estão os lançamentos em denim Frades Baby Blue, Frades Dark, Tennessee, Felipe e Squash Plus III e o brim Maldivas.Outro destaque em termos de sustentabilidade é o denim Sandy Power, que é produzido com algodão reciclado. O artigo reforça a responsabilidade ambiental da empresa, que reaproveita mais de 9 mil toneladas de matéria-prima anualmente.
Todos os tecidos lançados nesta coleção podem ser adquiridos com a tecnologia Polygiene® Freshness, que inibe o crescimento de bactérias causadoras de odor e evita a impregnação de cheiros externos nas roupas. A solução inovadora possibilita que as peças se mantenham frescas por mais tempo e necessitem menos lavagens, minimizando o consumo de água e produtos químicos, além de ampliar a vida útil das peças.
V ICUNHA REFOR ç A SEU COMPROMISSO COM A TECNOLOGIA, INOVAçã O E SUSTENTABILIDADE
A Vicunha deu início à Semana de Lançamentos das Tecelagens na Denim City SP, com a palestra da coolhunter Lola Botti e do coordenador de marketing, Chico Gonzalez e o tema, Beyond Trends: Insights aplicados e inovação com propósito, onde entram inspirações como “SensitiveWisdom – a Sabedoria que se Sente” com cores que giram em torno dos marrons, rosas lavados, lilás, amarelo vivo e prata. Aqui aparecem lavagens suaves, toques urbanos com tons apastelados, shapes arquitetônicos com volumes em diferentes áreas das peças, como as saias evasês e godês, além de conforto e tecidos que envolvem o corpo. Os beneficiamentos passeiam ainda pelo moodartsy com efeitos tiedye, pinceladas e manchados.
Acabamentos em veludo, flocados, entre outras texturas, sugerem um refinamento às peças. Alfaiataria com toques românticos podem vir em looks all denim ou clean em calças retas. O denim raw ganha destaque pelo aspecto limpo e sofisticado.
“Renewed Journey – Crescimento dos Caminhos Regenerativos” aposta em tons terrosos, verde militar, laranja e azul turquesa, em peças como utilitários com volume,
cores neutras, jaquetas com apelo urbano e estampas folk com toques artsy, muito laser, dirty e manchas orgânicas em lavanderia. Aqui o denim vintage faz sucesso, assim como a modelagem barrel, totalmente redecorada. Já os brocados ganham aspecto used ou sofisticação através dos brilhos. Ainda para os homens, a carpenter ganha um estilo repaginado.
“ChaosAesthetics – Beleza na Desordem” traz o vermelho como destaque e nuances de vinho, verdes – do abacate ao azulado, além de cinzas e marrons. Em lavanderia podem ser trabalhados sobretingimentos, efeitos queimados ou corrosivos, e blacks com texturas e manchados ou fosco e marmorizados. As skinnys voltam com tudo em peças com cintura baixa, alto stretch e visual clubber, noturno, com detalhes que chamam atenção como contraste de costuras, brilhos, modelagens deslocadas, reservas de cor. Há ainda fits que vão do slim ao oversized no denim black, para o público masculino e feminino, onde entram barras alongadas, wideleg e a flare. O aspecto de couro também faz sucesso juntamente com brilhos e rasgos, além de foils e efeitos plastificados.
A Vicunha deu sequência aos seus lançamentos com palestras e um desfile especial no showroom da marca. Ana Paula Alves de Oliveira, fundadora da Be Disobedient abordou as tendências globais do jeanswear na conversa “Denim Decifra“. Já “O Novo Consumidor Brasileiro – Perspectivas e Tendências de Consumo“, foi o assunto apresentado por Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Ana Paula falou sobre a importância de olhar além do produto, porque moda não é somente sobre vendas, mas sim um canal para educar, informar, oferecer experiências e sensações que englobam desde a sustentabilidade até cafés, restaurantes e pop ups inusitadas. É a famosa venda do lifestyle daquela grife criando momentos inesquecíveis, sem esquecer dos multicanais. “85% da geração Z prefere momentos do que produtos”, afirma Ana Paula.
E quais os principais pontos que deveriam permear as marcas, atualmente? Pensar que o consumidor tem papel ativo na restauração e regeneração de valor; o ciclo
de vida do produto se torna o núcleo do design e da tomada de decisões; modelos de negócios construídos em torno da recomposição e não substituição; e o cuidado do que existe como consciência de consumo.
Ana Paula destacou dois tipos de consumidores:
Rewording/Physical: pessoas que levam seu tempo para observar, refletir e se conectar profundamente com o mundo ao seu redor, sem pressa para tomar decisões. Abraça a quietude e os ritmos naturais, aceitando a imperfeição como parte da beleza da vida, misturando-se ao ambiente em vez de se destacar, criando através do cuidado, calma e conexão. Há a valorização da tradição, artesanato e natureza. Aqui as peças aconchegam, protegem em peles ou pelúcias semelhantes a aspectos naturais. O denim vem desgastado e em tons esverdeados, terrosos, acinzentados com manchas e reservas de cor e azuis iluminados ou brilhantes que surge desde a fibra até o acabamento. “Há manchas que parecem acidentais, como rastros de lama deixados no tecido. A imperfeição torna-se ornamento. As roupas parecem vividas e fundamentas na realidade”, comenta Ana Paula. Os jeans são projetados para a vida real com conforto, toque e marcas de uso, além da utilização do upcycling, onde nada é desperdiçado mesclando-se jeans, pele, couro e tecidos pintados. A roupa é moldada pelo tempo e ganha efeitos orgânicos.
Self Era/Digital: pessoas que não têm vínculo com objetos e, nem com marcas, mas sim, com experiências, se envolvem com tecidos e produtos a partir de uma perspectiva crítica, movidos por mudanças e rebeldes com intenção. Buscam transformação, mas através da evasão ou da fantasia, o relacionamento com os produtos é mais contemplativo do que ativo, aceitam a distorção como parte de sua realidade diária. A roupa envolve o corpo, não tem forma, flui, as silhuetas brincam com as costas e frente onde há um desequilíbrio em uma linguagem estética única e exclusiva. Aqui os conjuntos all denim ganham força no workwear e modelagens arquitetônicas onde o corpo se adapta à roupa em artigos rígidos. Destaque para a skinny que pode vir de acordo com seu público-alvo. Em lavanderia surgem muitos rasgos, navalhados, laser que constroem estampas e superfícies digitais, imperfeitas e tecnológicas. Há ain-
da a mistura do clássico tartan e tecido utilitário que cria um visual fresco, urbano e contemporâneo. A logotipia continua com novas interferências com a identidade da marca reforçada por micro assinatura e padrão. O aspecto denim surge plastificado ou repleto de brocados, acabamento luminoso com inspiração futurista e ousada, além de efeitos corantes que imitam falhas artesanais onde o toque humano é uma ilusão gerada pelo software e o “erro” é um resultado programado. Os detalhes com visual vintage também podem ser gerados através das estampas digitais. A cartela de cores passeia pelos tons de azuis, nude e cinza.
Esse consumidor se relaciona com o digital através da funcionalidade, não da emoção, em uma estética precisa e despojada da humanidade, com eficiência prevalecendo sobre a experiência e a repetição tecnológica substituindo a reprodução humana.
Renato Meirelles traz pesquisas sobre os consumidores e suas compras. E, logo no início de sua apresentação, o profissional diz para o público se colocar no lugar dos clientes, para entender o que desejam. Alguns dados importantes: 30% dos brasileiros são analfabetos digitais, metade da população tem renda familiar de até R$2.394 reais. Unindo as classes B e C, elas representam 78% do consumo da categoria de vestuário, por isso, vender para maioria, segundo Renato, passa, necessariamente por entender o Brasil. A classe C movimenta por ano, quase R$2 trilhões de reais, é jovem, a maioria tem até 34 anos. E a lógica que orienta as preferências da baixa renda não é a mesma das classes mais altas. Por isso, a moda abrange autoestima, inclusão, pertencimento, autoreferenciamento e investimento. Vem crescendo também a compra em marketplaces com fotos reais da roupa e comentários sobre os produtos entregando maior segurança para o consumidor. Lojas de bairro ainda geram identificação e proximidade com as pessoas.
D ESFILE V ICUNHA
A Vicunha promoveu ainda um desfile com 27 looks, de 15 marcas e novos designers como Alexandre Herchcovitch, DOD, LED, EssenseCompany E`C, Gefferson Vila Nova, Open Studio, Amapô Jeans, Reptilia, Bold Strap, Isaac Silva, MNMAL, WorkingTitle, Marcelo Zantti, Ufo Way, UMA e CAZUHÊ.
Cada estilista levou à passarela produções que interpretam os novos caminhos da moda jeanswear por meio de materiais tecnológicos, sustentáveis e com apelo de design e conforto, além de um olhar sofisticado e autêntico. Destaque para as modelagens amplas, mood utilitário, acabamentos plastificados, inspiração no sportswear, muitas listras e sarjas em tons neutros ou com aspecto natural, além dos amarronzados trabalhados do avesso. Wideleg, pantalonas, jorts e flare ganham espaço juntamente com os fits amplos.
f ib R as que cu R am, T ecidos que p R o T egem
Por Eduarda Bastian - Fundadora e diretora executiva da ONG Fibershed Brasil. Doutoranda em botânica pela UFSC
Antes das fibras e corantes à base de petróleo, da preocupação com químicos nocivos em contato com a pele, e dos monocultivos de fibras com veneno, as fibras naturais andavam de mãos dadas com a medicina. A escolha de um tecido feito com fibras extraídas de plantas com propriedades medicinais não era apenas lógica, era óbvia: um têxtil confeccionado a partir de plantas medicinais com certeza era mais seguro.
O cânhamo, apesar de ter suas propriedades medicinais fortemente associadas com suas flores, fornecia de sua estrutura um outro componente que era usado tradicionalmente para tratar enfermidades: as fibras. Na Europa, antes da introdução de variedades asiáticas, a medicina da cannabis vinha de suas fibras, que contêm pouco ou nenhum composto canabinoide (Skoglund, 2022). A pesquisadora sueca
Git Skoglund, referência internacional na pesquisa histórica sobre o uso têxtil do cânhamo, nos conta que para aliviar dores, as fibras podem ser aquecidas com vinagre e colocadas na área afetada. Em seu livro Cannabis textiles: in hemp garden cultures (2022), é afirmado que as fibras tinham o potencial de expelir do corpo o veneno de uma picada de cobras, e que poderiam aliviar dor nas costas e de dente.
As propriedades curativas das fibras de cânhamo eram transferidas para o tecido e para o item confeccionado com elas. Por causa disso, diversas culturas no leste Europeu e na Ásia tinham a crença de que vestes feitas de cânhamo tinham poderes de proteção. Essa crença ocorre também com outros materiais têxteis feitos tradicionalmente de fibras naturais, como os confeccionados com fibras de lótus.
Extraídas do pecíolo das folhas da planta que dá origem à flor de lótus, carregada de diversos simbolismos espirituais, a crença é de que as fibras possuem propriedades curativas, que se transferem para o tecido. Ao entrar em contato com o tecido feito com fibras de lótus, o usuário poderia sentir calma, paz e alívio de dores de cabeça. A planta é considerada um símbolo de pureza e virtude, e tais características são emitidas através de suas fibras (Patil, 2018).
No Brasil, a relação ancestral e espiritual das mulheres tikmũ’ũn maxakali com as fibras de embaúba se revela como algo para muito além do que uma relação de extratoras e matéria-prima. Segundo a antropóloga Claudia Magnani (2020), a malha criada com as fibras de embaúba possuem um poder curativo que é ativado através de atos xamânicos. As peças são utilizadas para fortalecer os corpos de crianças e curar parentes enfermos.
Infelizmente, é raro nos dias atuais encontrar tecidos que ainda carreguem a pureza de uma fibra em seu estado original, cujas propriedades vindas de sua planta de origem possam ser transmitidas ao têxtil. A exagerada demanda da indústria por quantidades descomunais e padronizações específicas deu origem a monocultivos alimentados por agrotóxicos, a métodos de beneficiamento prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, a tingimentos à base de petróleo e a cadeias produtivas que causam impactos negativos em todos os âmbitos da sustentabilidade. Ademais, a separação do ser humano como sujeito para “além” da Natureza, a desvalorização de cosmovisões diversas e a exploração da Natureza como “mercado verde”, eliminam qualquer relação mais respeitosas e espiritual com a planta fibrosa como ser, reduzindo a fibra apenas à mera matéria-prima.
A valorização de iniciativas artesanais de pequena escala, sem a pressão por escalona-
mento, com respeito aos ritmos ecológicos e aos saberes tradicionais, tem o potencial de restaurar essas relações profundas entre plantas, pessoas e tecidos. Resgatar a memória das fibras como agentes medicinais e espirituais é também recuperar outras formas de viver e vestir. É (re)lembrar que o têxtil não começou com o mercado, mas com o vínculo - com a planta, com o território, com o cuidado e com o sagrado. Em tempos de urgência climática e desconexão, reencontrar esses fios antigos pode ser um caminho para tecer futuros mais íntegros, onde vestir-se volte a ser também um gesto de cura.
u m Refúgio pa R a o Refugo Tê XT il
Como a Oficina Muda está ressignificando toneladas de resíduos e inspirando novos caminhos para a moda brasileira.
Autora: Clarissa Magalhães
A indústria da moda é, há séculos, reflexo e motor de transformações sociais, culturais e econômicas. No entanto, por trás das vitrines cheias de tendências, há uma crise silenciosa: o desperdício têxtil em escala industrial. E o Brasil, mesmo com sua riqueza criativa e diversidade cultural, não escapa desse colapso sistêmico.
Segundo dados recentes da consultoria S2F Partners, o país descartou em 2023 mais de 4,6 milhões de toneladas de resíduos têxteis, couros e borrachas, com 44 quilos de roupas e calçados por residência. Esses números alarmantes equivalem a aproximadamente 5,6% de todos os resíduos sólidos nacionais.
Esse descarte massivo é impulsionado por uma indústria que, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), só em 2024, produziu cerca de 8 bilhões de peças de vestuário, o equivalente a quase 37 peças por habitante. O problema, no entanto, não é apenas brasileiro, mas global. A União Européia, por exemplo, consome 26 kg de produtos têxteis por pessoa por ano, dos quais 87% vão parar em aterros sanitários ou incineradores. Para sustentar esse sistema, o consumo médio na União Europeia envolve 9 m³ de água, 400 m² de terra e 391 kg de matérias-primas por pessoa (Parlamento Europeu, 2024).
Segundo o Parlamento Europeu (2024) e a Textile Exchange (2024), apenas 1% das roupas usadas no mun-
FARM - Fachada da loja em Botafogo
do são efetivamente recicladas. Em 2023, a produção global de fibras têxteis alcançou o recorde de 124 milhões de toneladas, sendo 75 milhões compostas por sintéticos virgens derivados de combustíveis fósseis. Além de não serem biodegradáveis, esses materiais costumam integrar uma panaceia de composições têxteis: uma mistura de diversas fibras orgânicas e inorgânicas que dificulta ainda mais a reciclagem.
As roupas, que já foram sinônimo de durabilidade e herança em outras épocas, tornaram-se descartáveis. De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, a produção de roupas dobrou entre 2000 e 2015, enquanto o número de vezes que uma peça é usada caiu 36%. Além disso, cerca de 80% das peças descartadas no mundo acabam sendo incineradas, enviadas para aterros ou abandonadas no meio ambiente. Antes da Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), a produção de roupas era predominantemente artesanal. As peças eram feitas sob medida, com materiais duráveis e de alta qualidade. O processo era demorado e caro, o que significava que as pessoas possuíam menos roupas e as valorizavam muito. As peças eram consertadas, reformadas e passadas de geração em geração. O desperdício era mínimo, limitado a retalhos de tecido que podiam ser reutilizados para outras finalidades ou transformados em novas peças.
Resgatar o passado é essencial para ampliar a perspectiva e entender que o cenário atual da moda é resultado de transformações recentes. Mesmo com maquinários têxteis em expansão, até a década de 1980 era comum que famílias brasileiras recorressem a costureiras para confeccionar roupas sob medida, uma prática que valorizava o tempo, a mão de obra e a singularidade de cada peça. Hoje, esse ofício está em declínio. Segundo Abit, entre 2010 e 2020, o setor de vestuário perdeu 32% de seus postos de trabalho formais: uma queda de 228,8 mil vagas. Esse dado revela um cenário em que o consumo acelerado, a automação e a padronização fragilizam os vínculos entre quem faz, quem veste e o valor do que é produzido.
Diante desse colapso ambiental, social e econômico, nascem iniciativas que buscam resgatar o valor do fazer manual, restabelecer vínculos entre quem cria e quem consome, e propor um outro ritmo para a moda,
mais justo, regenerativo e circular. É nesse contexto que surge a Oficina Muda, uma multimarcas de moda upcycling nascida no Rio de Janeiro, que vem se consolidando como referência nacional em modelos de negócio circulares no setor. Ao unir o reaproveitamento de materiais, a capacitação profissional em parceria com outros projetos e o resgate do valor da costura, a iniciativa prova que é possível construir novos futuros com o que já temos em mãos.
O ponto de partida foi o apoio de uma marca inovadora que entendeu a urgência de repensar o destino dos resíduos têxteis. A FARM, reconhecida por suas estampas icônicas e hoje parte do grupo Azzas (antigo Grupo Soma), abriu seus estoques para que a Oficina Muda reutilizasse tecidos excedentes e materiais de descar-
FARM - Looks da Oficina Muda
te. Essa iniciativa evitou que produtos de alta qualidade fossem inutilizados, como também sinalizou um novo caminho dentro da própria indústria.
A partir dessa parceria, a Oficina Muda estruturou as bases de um ecossistema de upcycling em escala. O que começou como uma iniciativa voltada ao reaproveitamento de materiais tornou-se uma rede robusta, com 168 colaboradores e mais de 1 milhão de peças ressignificadas. Hoje, além da FARM, a Muda colabora com marcas como Maria Filó, Cantão, Animale e Fábula, provando que é possível unir inovação, sustentabilidade e inteligência na gestão de resíduos têxteis dentro de um modelo de negócio circular.
Para entender como essa transformação acontece na prática, conversamos com Larissa Greven, fundadora e CEO da Oficina Muda. Ela compartilhou os aprendizados da jornada, os desafios de operar com resíduos em larga escala e o potencial do upcycling para redesenhar o futuro da moda no Brasil.
Revista Têxtil: Larissa, o que mais me chama atenção no trabalho de vocês não é apenas o upcycling, que por si só já é muito potente, mas toda a rede que foi construída para tornar isso viável. É um modelo de negócios
realmente inovador. O que levou você a dedicar seu tempo e propósito à criação da Oficina Muda?
Larissa Greven: Eu gosto muito de contar essa história, que na verdade é quase o tema das nossas palestras. A inspiração vem muito da minha infância, e é uma delícia relembrar isso. Vem a lembrança da minha avó costurando. Ela era chefe de cozinha, mas costurava maravilhosamente bem nas horas vagas. E a minha mãe era uma apaixonada por brechó. Então, desde muito nova, eu frequentava todos os brechós imagináveis no Rio de Janeiro. Comprava peças, às vezes até maiores que o meu tamanho, mas eu sabia que, ao chegar em casa, minha avó daria um jeito. Ela ressignificava, colocava aplicações... Lembro dela cortando a bainha de uma calça jeans e transformando em um coração bordado para aplicar na própria calça. Ela sempre trazia essas ideias, e eu cresci com isso. Para mim, ir ao brechó era uma verdadeira caça ao tesouro, sabendo que aquela peça seria renovada pela minha avó. Apesar dessa vivência, acabei me formando em Direito e trabalhei no mercado financeiro por muito tempo. A virada veio quando me mudei para São Paulo.
Revista Têxtil: E como essa vivência se transformou na ideia concreta da Oficina Muda?
Larissa: Já morando em São Paulo, depois que meu filho nasceu, uma amiga me chamou para ir a um bazar em Itaquera, buscando peças mais baratas. Como amante de brechós e oportunidades, topei na hora. Chegando lá, me deparei com um paredão de caixas com a palavra “refugo”. Fui pesquisar o que significava: coisas deixadas de lado, restos. Perguntei à responsável pelo bazar, e ela confirmou que aquelas peças seriam incineradas. Incineradas! Aquilo me chocou. Um paredão de caixas separado para virar cinza. Minhas amigas queriam ver as araras, mas eu fiquei focada naquelas caixas. Algo me dizia que ali tinha negócio. Convenci a responsável a abrir algumas caixas e comecei a ver o potencial. “Isso aqui eu consigo ressignificar”, pensei. “Isso está manchado, mas posso cortar e fazer um vestido midi. Nessa outra mancha, bicarbonato de sódio com água oxigenada resolve.” Eram todas técnicas que eu trazia da minha infância, da relação com a minha avó. Decidi na hora: “Quero comprar tudo isso, não vou deixar ir para o lixo ou ser incinerado”. Não foi fácil, precisei insistir, inventei um projeto dizendo que ia ressignificar tudo. Isso foi em 2014, nem falávamos de upcycling direito na época. Consegui comprar as peças, e assim começou a Oficina Muda, de forma bem embrionária: eu comprando essas peças, ressignificando com costureiras de bairro em São Paulo e vendendo para amigas.
Revista Têxtil: Foi uma transição grande, de um trabalho quase artesanal para o modelo que vocês têm hoje, lidando com grandes volumes. Como isso aconteceu?
Larissa: Logo depois de começar, fui entender melhor como a indústria da moda tratava essas peças que eles chamam de obsoletas, refugo, segunda qualidade... Cada marca tem um nome. Descobri que o problema era gigante. Toda marca tinha em seus estoques produtos com defeito, rasgados, sem botão, sem zíper, e ninguém parava para fazer o reparo, porque o foco estava sempre na coleção seguinte. Essas peças ficavam para trás. Quando entendi a dimensão disso, falei: “Bom, é isso que eu quero fazer”. Eu me encontrei ali, estava apaixonada pelo projeto. No início, era mesmo muito artesanal. Eu lembro de pegar uma peça e demorar uma semana para finalizá-la, fazendo aplicações, bordados... Mas quando percebi a quantidade de peças obsoletas que sobravam na indús-
tria, entendi que fazer uma peça por semana não geraria um impacto significativo. Eu precisava pensar em escala.
Revista Têxtil: Entendi. E o ecossistema que vocês criaram a partir dessa percepção teve a ver com parceria com a Farm, certo?
Larissa: Exatamente. Em 2015, resolvi voltar para o Rio de Janeiro, pedi demissão do meu emprego sem saber direito o que viria pela frente e apresentei o projeto para a Farm. É importante sempre falar isso, porque a Farm foi, de fato, a marca que abriu as portas para esse projeto. Sem eles, seria muito mais difícil escalar dessa forma. Eles entenderam o objetivo, que era reparar essas peças que, para eles, já estavam no fim da vida útil. Começamos em Copacabana, na Santa Clara 75, numa salinha de 30 metros quadrados. Contratamos duas costureiras na época, compramos 5 mil peças da Farm e iniciamos a ressignificação. A Farm realmente impulsionou o projeto. Dois anos depois, já tínhamos mais 10 marcas parceiras, e hoje são 25. Eles (a Farm) têm mesmo essa veia de inovação.
Revista Têxtil: Vocês ajudaram a popularizar o termo “upcycling” no Brasil, mas sei que internamente o foco está muito mais no reparo e na circularidade real das peças do que no “glamour” do termo em inglês (risos). Como você vê essa diferença entre o discurso para fora e o trabalho no dia a dia? E qual é, de fato, o impacto mais profundo do que vocês fazem?
Larissa: Então, o termo “upcycling” surgiu, na verdade, um pouco depois. Uma cliente viu um vestido que tínhamos transformado em quimono e disse: “Nossa, isso é upcycling!”. Eu nem conhecia a palavra direito na época! Gostei do nome, é mais “glamouroso”, como você disse, e hoje usamos muito para fora. Mas aqui dentro, no galpão, falamos muito em conserto, reparo. Nosso principal objetivo é fazer com que a peça que estava no fim de sua vida útil volte para a economia circular e chegue ao consumidor final. Fazemos de tudo para que ela esteja apta para venda: aplicação, bordado, pintura artística, temos collabs que fazem pinturas incríveis. A costura em si, a modificação, acontece. Modificações grandes são cerca de 10% do que recebemos. A maior parte, uns 60%, são pequenos ajustes: troca de zíper, um rasgo que a gente conserta criando um detalhe simétrico...Tentamos sempre fazer um upcycling em es-
cala, porque o volume é imenso: são 180 mil peças por ano. Não daria para transformar 100% de cada peça. Desde 2015, já ressignificamos mais de um milhão de peças. Hoje somos 168 colaboradores. É muito gratificante, mas é só o começo, tem muita marca ainda para alcançarmos.
Revista Têxtil: Além do trabalho com as peças prontas, vocês têm o Projeto Retalhos, que impacta diretamente a vida de mais de 300 pessoas em mais de 15 municípios fluminenses. Como essa rede produtiva descentralizada foi estruturada e quais os principais desafios desse modelo?
Larissa: Esse projeto é uma parceria fundamental com a Rede Asta, um negócio social incrível com mais de 18 anos de história, que capacita mulheres em vulnerabilidade para se tornarem empreendedoras. Em certo momento, a Rede Asta precisava de apoio na gestão dos resíduos têxteis que recebiam. Eles separavam as sobras e doavam para grupos produtivos. Nós entramos nessa parceria porque faz todo sentido com nosso objetivo maior: dar destinação a 100% do resíduo têxtil da indústria da moda, de forma criativa, inovadora e com responsabilidade socioambiental. Foi um casamento
perfeito. Hoje, temos um galpão dedicado só a tecidos, que recebemos principalmente do Grupo Azzas. Separamos esses tecidos e entregamos para mais de 72 grupos produtivos. Essas artesãs, já capacitadas pela Asta, desenvolvem produtos comerciais. Nós ajudamos muito nisso, trazendo a percepção do que vende na Zona Sul, por exemplo, para que elas consigam um markup maior e criem produtos realmente comerciais. Além de fornecer o material e a orientação, nós também compramos parte dessa produção e vendemos na Oficina Muda. Isso garante uma renda perene para elas. Produtos como as cangas de patchwork são um sucesso, pedimos o ano todo, inclusive para nosso canal B2B. Quando temos um pedido grande, dividimos entre vários grupos. Temos também as caixinhas de patchwork, cúpulas de abajur, e até detalhes incríveis feitos com sobras de bijuteria, formando mosaicos em letras... Não jogamos nada fora! A ideia é que essas artesãs ganhem autonomia. Temos o exemplo da Fuchicarte, que faz um fuchicão enorme e hoje já consegue exportar. Ver essas mulheres ultrapassando fronteiras através desse projeto é o que mais nos motiva.
Revista Têxtil: Falando nessas artesãs que ganham autonomia, eu conheço uma que, inclusive, está treinando outras mulheres para poder costurar, porque elas não sabiam. E ela fala que está mudando a vida também dessas mulheres. É uma grande rede, não é? O que vocês fazem possibilita que essas outras pessoas, que já estão conseguindo trilhar seus caminhos, também ajudem outras. É muito legal ver essa multiplicação.
Larissa: Exatamente! É uma grande rede. Nós tínhamos um grupo de artesanato que veio através da Rede Asta, e aí eu conheci a Flávia Soul, uma artesã...
Revista Têxtil: Era dela que eu estava falando!
Larissa: Ah, legal! Que ótimo que você a conhece. Eu encontrei a Flávia numa feira na Praça São Salvador, em frente à nossa loja da Oficina Muda. Vendo as coisas que ela fazia, como tiaras de cabelo e bolsinhas, pensei: “Gente, se ela tivesse acesso aos tecidos da Farm, ela venderia muito mais!”. Eu percebi nela aquela vontade, aquela garra empreendedora e o desejo de replicar o conhecimento. Pensei: “Essa vai ser uma boa repli-
cadora do projeto”. E deu certo! Chamamos a Flávia e, hoje, ela é de fato uma replicadora. Ela se tornou mais um núcleo importante. Temos o grupo da Rede Asta e temos o grupo da Flávia. Começamos doando tecidos para ela, e agora ela não só produz, mas capacita e doa material para mais 30 mulheres. Nosso objetivo agora é encontrar outras “Flávias”, para que essa rede continue crescendo e se fortalecendo cada vez mais.
A fala de Larissa deixa claro que, apesar dos números expressivos, a Oficina Muda não se vê como um ponto de chegada, mas como parte de um movimento em expansão. Ao transformar resíduos em oportunidade, a iniciativa mostra que circularidade é mais do que um conceito: é prática coletiva, relacionamento, visão de longo prazo e um convite à indústria da moda para reimaginar suas rotas. Um convite que, felizmente, começa a ser aceito.
Larissa Greven
a Re V olução dos c o R a NT es s us T e NTáV eis: d a p oluição Tê XT il à iN o Vação b io T ec N ológica
Autora: Clarissa Magalhães
A indústria têxtil, um dos setores econômicos mais significativos globalmente, é também reconhecida como uma das mais poluentes do planeta. Atualmente, os processos de beneficiamento têxtil, em particular o tingimento, dependem fortemente de corantes sintéticos derivados do petróleo, que acarretam severas consequências ambientais. De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, a produção de tecidos consome uma vasta quantidade de recursos não renováveis, estimada em 98 milhões de toneladas por ano, incluindo petróleo bruto para fibras sintéticas, fertilizantes para o cultivo
de algodão e uma gama de produtos químicos para a fabricação de corantes e acabamentos.
Um dos impactos mais críticos é a poluição hídrica. Segundo o Parlamento Europeu, cerca de 20% da poluição global da água potável é diretamente atribuída ao tingimento e tratamento de tecidos, com o descarte de grandes volumes de água contaminada e produtos químicos perigosos em ecossistemas aquáticos. Além disso, a lavagem de roupas e tecidos feitos com fibras sintéticas, como poliéster, nylon e acrílico, libera micro-
Living Colour parceria com a Puma “Design to Fade” (corante de bactéria)
plásticos - pequenas partículas que acabam nos oceanos, contaminam a vida marinha e, consequentemente, retornam para os nossos pratos.
Diante desse cenário, a busca por alternativas sustentáveis no tingimento têxtil tornou-se urgente. Inovações como corantes circulares, pigmentos naturais e corantes biossintéticos - incluindo os produzidos por bactérias - surgem como soluções promissoras para mitigar os impactos ambientais e promover uma moda mais consciente.
Nesta edição, a Revista Têxtil apresenta inovações e resgates de técnicas ancestrais que vêm transformando o setor - além de marcas de moda, designers e fornecedores que vêm se engajando nesse movimentocom o objetivo de inspirar e ampliar o olhar dos nossos leitores.
CORANTES N ATURAIS: RESGATE DE TRADIçõES E INOVAçãO COM A BIODIVERSIDADE
Os corantes naturais, extraídos de plantas, animais e minerais, representam uma alternativa milenar aos corantes sintéticos, e seu uso tem sido revitalizado em busca de processos mais sustentáveis na indústria têxtil. No Brasil, os corantes naturais de origem vegetal refletem a riqueza da nossa biodiversidade e desempenham um papel fundamental na preservação de saberes, no fortalecimento de comunidades e na construção de cadeias produtivas sustentáveis.
M ORADA
A marca da Paraíba vem se destacando na aplicação de saberes ancestrais no presente, com um olhar regenerativo sobre moda e território. Seu processo de tingimento natural é enraizado na Caatinga, bioma onde são pesquisadas e utilizadas espécies tintoriais nativas como Angico, Aroeira, Jucá, Romã, Quixabá e Jurema, em parceria com agricultores e agricultoras familiares. Essas comunidades, além de preservarem as plantas, mantêm vivas as medicinas e os conhecimentos tradicionais e ritualísticos associados a elas.
C ORANTES C IRCULARES: TRANSFORMANDO O DESCARTE EM COR
Os corantes circulares nascem da transformação inteligente de resíduos e subprodutos da própria indústria têxtil, mas também de outras indústrias que, em vez de descartados, ganham nova vida no tingimento de tecidos. Esse tipo de inovação exige um olhar atento, criativo e sistêmico de quem o produz, com a capacidade de impactar positivamente todo o ciclo de produção, desde a origem dos resíduos até o produto final, fortalecendo a economia circular e contribuindo para um futuro mais sustentável.
QI - Q UÍMICA I NTELIGENTE
Com mais de vinte anos de trajetória, a QI nasceu do compromisso com a sustentabilidade e segue inovando ao transformar resíduos em soluções de alto valor para a indústria têxtil. Entre os destaques estão os corantes derivados de resíduos agroindustriais, como o QI Bordô Grape, extraído das cascas de uva descartadas no processo de vinificação. Essa iniciativa exemplifica
como os resíduos de uma indústria podem se tornar matéria-prima valiosa em outra, criando cadeias produtivas mais conscientes e interconectadas.
Além disso, a empresa desenvolve corantes e pigmentos reciclados, como a linha criada a partir de cartuchos de toner usados - que são recuperados e transformados em pigmentos para estamparia. Outro destaque é o pigmento preto obtido da reciclagem de pneus, utilizado em processos de estamparia e tingimento por esgotamento. Embora esses pigmentos não sejam livres de derivados de petróleo, eles demonstram engenhosidade ao revelar caminhos possíveis para a circularidade, mesmo em fluxos industriais inesperados.
“É importante ressaltar que esperamos que as confecções não apenas adquiram bases produzidas por nossos processos, mas também adotem outras práticas de economia circular. No entanto, começar pela substituição da origem das matérias-primas pode ser um primeiro passo simples e efetivo para avançar rumo à sustentabilidade.” diz Clayton Costa, químico pesquisador e sócio fundador da QI - Química Inteligente.
K UKKA
O estúdio holandês, liderado por Laura Luchtman, explorou o potencial de espécies consideradas invasoras, como a Japanese knotweed (Fallopia japonica), também conhecida como Sanguinária do Japão. Introduzida na Europa em 1823 como planta ornamental, ela hoje representa um desafio ambiental por seu crescimento descontrolado. Laura investigou formas de transformar esse resíduo abundante, geralmente incinerado, em novos corantes, materiais têxteis e de design. A iniciativa inspirou outros projetos dentro do Circular Challenge, da BlueCity Rotterdam, que busca soluções regenerativas para fluxos residuais urbanos.
Mais do que a planta em si, o ponto central dessa história é a mudança de perspectiva: perceber valor onde antes havia descarte. Um pensamento que une circularidade, regeneração e inovação de forma concreta e sensível `as necessidades do território.
“Os corantes podem fazer parte do meu processo de criação, mas não é o foco principal do meu trabalho. Meu interesse está em projetos onde os aspectos narrativos e conceituais são fundamentais para o resultado final.” diz Laura.
B IOSSINTÉTICOS: A NOVA APOSTA EM CORANTES TÊXTEIS
Corantes biossintéticos, ou biocorantes, são produzidos por microrganismos como bactérias, fungos ou algas, que transformam substratos naturais - inclusive resíduos - em pigmentos por meio de processos biotecnológicos como a fermentação. Com menor impacto ambiental, oferecem uma alternativa mais segura - e com potencial circular - aos corantes sintéticos.
“Os corantes e pigmentos biossintéticos são a promessa de um futuro sustentável. Com essa tecnologia, é possível reduzir o impacto negativo da indústria têxtil e da moda, além de viabilizar a produção em escala de cores e propriedades capazes de substituir os corantes sintéticos por biocorantes produzidos a partir de fontes naturais. É a biotecnologia aplicada na prática”, destaca Junior Costa, pesquisador do LABB4 e doutorando em Biotecnologia da UFAM.
Essa visão se concretiza por meio da capacidade de organismos vivos converterem matérias-primas simples ou resíduos em pigmentos intensos e de alto desempenho. A fermentação microbiana é a técnica mais amplamente utilizada nesse contexto, graças à sua eficiência e potencial de escalabilidade. Outras abordagens, como o uso de enzimas e organismos geneticamente modificados, também vêm sendo investigadas por cientistas e startups ao redor do mundo.
Além de reduzir a dependência de recursos naturais não renováveis, os biocorantes expandem a paleta cromática disponível e se adaptam a diferentes fibras e processos industriais. Os avanços em fixação e durabilidade já permitem tons vivos que resistem à lavagem e à luz,
reforçando o apelo dessa tecnologia para o setor têxtil.
A IPER
Fundada pelo pesquisador Ailton Pereira, a empresa brasileira desenvolveu uma metodologia de produção de biopigmentos via fermentação, utilizando resíduos agroindustriais como fonte de nutrientes para microrganismos. O resultado é um corante biodegradável, não tóxico e livre de petróleo. Além de reduzir o consumo de água, energia e químicos auxiliares, a tecnologia da Aiper evita a contaminação do solo e da água, e já está em testes para aplicação em diferentes fibras têxteis em escala piloto. Com reconhecimento em prêmios como o 100 Startups to Watch e o Santander X Brazil, a Aiper representa uma inovação de fronteira que alia ciência, circularidade e impacto ambiental positivo. O corante foi recentemente utilizado na coleção da marca de moda masculina P. Andrade, apresentada na última edição da Paris Fashion Week.
P ILI
A francesa Pili é uma das empresas pioneiras no desenvolvimento de corantes por fermentação microbiana, usando microrganismos modificados para converter açúcares e biomassa renovável em pigmentos vibrantes. Seu processo combina fermentação em biorreatores e química verde enzimática - o que reduz o consumo de água e as emissões de CO₂, além de eliminar o uso de petróleo, solventes tóxicos e corrosivos. Fundada em 2015 e com sedes em Toulouse e Paris, a Pili já captou mais de €30 milhões desde a sua criação para ampliar a produção de corantes biossintéticos. Seu foco inicial foi o índigo, desenvolvido via fermentação e química verde, que se adapta a processos industriais existentes. A empresa já conta com pré-encomendas do setor têxtil e, em janeiro de 2025, lançou uma coleção tingida com seu índigo biossintético em parceria com a marca Citizens of Humanity.
L IVING C OLOUR
O Living Colour é um projeto colaborativo das designers holandesas Laura Luchtman e Ilfa Siebenhaar. Por meio de uma técnica experimental de tingimento com bactéMorada: processo de tingimento natural
rias, o projeto desenvolve corantes biodegradáveis que utilizam pouca água, operam em baixas temperaturas e dispensam substâncias tóxicas ou tratamentos agressivos. Diferente dos métodos industriais que extraem o pigmento das bactérias antes da aplicação, o Living Colour aposta no crescimento direto dos microrganismos sobre o tecido. Esse processo, conhecido como live dyeing, resulta em padrões orgânicos e únicos, com uma estética que lembra o tie-dye, revelando a própria ação viva das bactérias como linguagem visual e poética no design. Em 2020, a técnica chamou a atenção da Puma, que lançou com as designers o projeto Design to Fade, apresentado na Milan Design Week como a primeira coleção esportiva tingida com bactérias. Em 2023, a parceria evoluiu com o lançamento de uma linha de corrida criada para a atleta olímpica americana Molly Seidel, também tingida com pigmentos bacterianos, reforçando o foco em peças com design único.
COLORIFIX
A Colorifix é uma empresa britânica que desenvolve corantes têxteis sustentáveis por meio da fermentação de microrganismos, utilizando sequenciamento de DNA para otimizar a produção de pigmentos naturais. Diferente de outras empresas do setor, como Pili e Aiper, que combinam fermentação com processos químicos verdes e modelos de bioeconomia circular, a Colorifix aplica biotecnologia de ponta para criar corantes com alta precisão e controle industrial, para substituir de vez os derivados do petróleo. Reconhecida internacionalmente, a empresa foi finalista do Earthshot Prize 2023 e mantém parcerias com marcas como Pangaia e Vollebak, além de receber investimentos do H&M Group para expandir suas operações.
LIVING INK
A americana Living Ink desenvolve pigmentos e tintas pretas a partir de resíduos de algas. Com uma tecnologia de carbono negativo validada por Análise de Ciclo de Vida, a empresa transforma biomassa descartada em partículas de pigmento estáveis, que sequestram carbono por centenas de anos. O resultado é o Algae Black™, um pigmento que substitui o carbono-negro derivado do petróleo sem necessidade de adaptações no processo
industrial. Já adotada por marcas como Nike, Stella McCartney e Patagonia, a solução vem sendo ampliada com novas fontes de biomassa, como leveduras da indústria cervejeira. A estratégia inclui a criação de usinas-piloto em parceria com fornecedores, aproximando tecnologia e matéria-prima para acelerar o impacto positivo. Isso prova, mais uma vez, que as soluções não podem ser pensadas em isolamento, mas como parte de uma mudança sistêmica, onde tudo se integra.
MYCOCOLORS
É mais uma iniciativa pioneira que une biotecnologia e design para desenvolver corantes naturais a partir de fungos. Fundada pela designer Birke Weber e pela bioquímica Friederike Hoberg, a empresa alemã pesquisa e cultiva diversas espécies fúngicas para extrair pigmentos vibrantes que podem tingir tecidos naturais como algodão, seda e lã. Com foco na redução do impacto ambiental da indústria têxtil, a MycoColors valoriza processos de tingimento que utilizam menos água e produtos químicos tóxicos, além de promover a biodiversidade e a exploração consciente dos recursos naturais. A iniciativa também mantém uma biblioteca de cores fúngicas e orientações para aplicação, impulsionando a inovação ecológica na moda e no design têxtil.
s us T e NTabilidade N a moda
No dia 05 de Junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a FAAP convidou grandes nomes da moda, para discutir de que forma as marcas nacionais, podem ter uma linha de produção sustentável durante todas suas as etapas de confecção.O painel, mediado pela renomada jornalista de moda, Lilian Pacce recebeu Eduardo Anselmi (CEO da Anselmi), Suelen Joner( Head de sustentabilidade do Grupo Azzas 2154) e Yuri Gricheno (CEO e Co-fundador da Insider).
Eduardo no comando da Anselmi, explica que 90% do algodão natural utilizado na sua produção é nacional, com menor impacto ambiental, e de lugares como o Instituto Casaca de Algodão. Esse instituto promove o desenvolvimento social, através da pesquisa e incentivo a oportunidades de renda, para os agricultores familiares do semiárido brasileiro. A Anselmi, utiliza também 100% do seu poliéster Repreve. Fio de alta tecnologia, feito a partir de garrafas PET, e de resíduos têxteis, além de ter uma tecnologia de rastreamento, provando a procedência e reciclagem dos componentes do tecido.
Para Suelen Joner, a frente do grupo Azzas 2154, que tem 38% do couro rastreável, em marcas do grupo como Reserva e Arezzo. A Hering que também faz parte do grupo, hoje produz a sua clássica T-shirt com 30% de consumo de energia, e sem costura, diminuindo significativamente seu resíduo industrial.A Farm, marca que se inspira na natureza retribui com o projeto 1.000 árvores plantadas por dia.O grupo aposta também no serviço de logística reversa, recebendo produtos dos clientes de qualquer marca nos pontos de venda. Esses produtos são selecionados, parte deles, em bom estado são doados, outra parte volta a cadeia produtiva no desenvolvimento de cobertores para pessoas em situação de rua.“ O grupo Azzas, trabalha com 3 grandes pilares em suas 27 marcas. Moda limpa e responsável, com estratégias de gestão do efeito estufa, economia circular e redução do impacto através do produto. Social, com diversidade, inclusão e direitos humanos.Governança, afim de criar uma moda mais ética e transparente,” Suelen Joner
Por Lívia Pancotti
Na visão de Yuri Gricheno, CEO da Insider a preocupação da marca começa desde a escolha de fibras certificadas, que chegam a ter o preço 30% maior que fibras sem certificação. Segundo ele, a Insider só faz sentido com a construção de um futuro melhor, de forma prática e real, regras claras no desenvolvimento de produto, portifólio alinhado, peças que se complementam independente de coleções, tecidos com tecnologia e conforto. A marca tomou a dura decisão do ponto de vista de rentabilidade, de nunca utilizarem poliéster puro em seus produtos, por ser um dos materiais mais poluentes ao meio ambiente, e no lugar utilizar somente fibras certificadas.Um exemplo disso no portifólio da Insider, é o vestido ”tubedress”, feito do tecido Repreve proveniente de garrafas PET pós consumo, a cada vestido 7 garrafas PET foram retiradas do meio ambiente.
A preocupação e conscientização do impacto ambiental da indústria têxtil é fundamental não só para a saúde do nosso meio ambiente, mas também do setor têxtil nacional e seus consumidores.“Quanto mais o consumidor se perguntar, qual a origem do produto, maior será a preocupação das marcas em adotar matérias primas com certificação”, Yuri Gricheno
Maira Zimmerman, coordenadora FAAP/Moda; Eduardo Anselmi, CEO Anselmi; Daniella Azevedo, Gerente de Marketing da UNIFI; Sullen Joner, Head de Sustentabilidade do Grupo AZZAS 2154; Lilian Pacce, jornalista de moda e Yuri Gricheno, CEO Insider
Dar uma segunda vida às garrafas plásticas as mantem fora dos aterros sanitários e oceanos.
Reciclamos mais de 40 bilhões de garrafas em fios de alto desempenho certificáveis e rastreáveis.
c & a , T e N cel ™ e Te XT il c a R mem la N çam a coleção a i RTech, com peças T ec N ológicas
que u N em co N fo RT o e sus T e NTabilidade
A nova linha, voltada ao público masculino, aposta em fibras sustentáveis com alta respirabilidade, versatilidade e toque ultra macio, que desamassa no corpo e resiste a jornadas ativas e climas variados
São Paulo, 10 de maio de 2025 – A C&A, uma das maiores varejistas de moda do Brasil, anuncia o lançamento da AirTech, sua nova coleção cápsula masculina em parceria com a TENCEL™, marca de fibras têxteis do Grupo Lenzing e a fiação Textil Carmem. O lançamento reforça o compromisso da C&A com a inovação tecnológica, sustentabilidade e a democratização da moda de qualidade e responsável.
Pensada para o homem moderno, a coleção é composta por camisetas de manga curta e longa, cuecas boxer e cuecas slip, feitas com 95% de TENCEL™ Modal e 5% de elastano, uma combinação que oferece maciez, caimento leve e alta durabilidade. As peças garantem conforto térmico, toque suave, resistência à proliferação de odores e fácil cuidado no dia a dia.
“Queríamos desenvolver uma coleção de itens básicos que fossem além do essencial e que unissem praticidade, inovação têxtil e sustentabilidade. A TENCEL™ é referência em fibras de Modal, e essa parceria tem tudo a ver com o que acreditamos ser o futuro da moda masculina, que é um guarda-roupa inteligente, confortável e com baixo impacto ambiental”, explica João Souza, diretor comercial e de produtos da C&A.
TENCEL™ UNE A TECNOLOGIA COM A MODA E PROMOVE CONCEITO SUSTENTÁVEL
As fibras TENCEL™ Modal são produzidas a partir de madeira proveniente de fontes certificadas e controladas, em um processo que consome até 50% menos água e emite pelo menos 50% menos emissões de carbono do que as alternativas convencionais. Além disso, são certificadas como biodegradáveis e compostáveis, fazendo da coleção AirTech parte do portfólio sustentável da C&A, dentro da plataforma #VistaAMudança.
Devido à alta respirabilidade e rápida absorção de umidade, as peças mantêm o corpo seco por mais tempo, sendo ideais para jornadas ativas e climas variados. O tecido também desamassa com o calor do corpo e as cores neutras facilitam combinações com diferentes estilos.
“A coleção AirTech reforça nossa jornada de oferecer produtos com inovação tecnológica e impacto positivo. Nesta parceria com a TENCEL™ e Textil Carmem, damos ao consumidor uma experiência premium com preço acessível”, conclui o executivo.
“Colaborar com marcas como C&A e Textil Carmem é uma oportunidade para inspirar e transformar a moda com inovação e responsabilidade. Essas parcerias reforçam nosso compromisso contínuo com a sustentabilidade, mostrando que cada escolha consciente, desde os materiais até os processos produtivos, gera um impacto positivo no planeta. Nossas fibras celulósicas são biodegradáveis, compostáveis e provenientes de madeira certificada, cultivada de forma responsável. Pequenas ações como essas fazem a diferença para um futuro mais sustentável”, afirma Juliana Jabour, gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios na América do Sul do Grupo Lenzing.
“Nossa participação na coleção AirTech começa exatamente desenvolvendo os fios que deram origem a essa proposta inovadora. Escolher a matéria-prima certa transforma o resultado final e o TENCEL™ Modal é hoje uma das melhores escolhas para quem busca equilíbrio. Ele veste o homem que trabalha, estuda, treina e cuida da família. É leve, resistente, respirável e produzido com responsabilidade ambiental. A coleção AirTech é a prova de que dá, sim, para unir conforto, tecnologia, estilo e consciência desde o início do processo.” destaca Maria Eduarda Martins, Marketing Textil Carmem.
m oda em f lu X o: a No Va s i N c R o N ia eNTR e i deia e eX ecução
Reflexões após a Hannover Messe 2025 sobre como a digitalização do ciclo de vida dos produtos está conectando moda e chão de fábrica, tornando a indústria têxtil mais ágil, inteligente e preparada para o futuro.
Em tempos de transição digital, poucos eventos refletem tão bem o futuro das indústrias quanto a Hannover Messe 2025. Estar lá reforçou algo que venho observando: a revolução que antes se limitava ao chão de fábrica agora alcança o tecido da moda e do varejo. Ao lado de robôs e sensores industriais, vi tecidos inteligentes ganharem protagonismo — malhas que medem temperatura, materiais que monitoram movimento e sensores que integram vestuário ao sistema logístico. Mas o destaque está na lógica por trás: não se trata mais de aplicar tecnologia sobre processos antigos, e sim de transformar os processos como um todo. Isso impacta diretamente a cadeia da moda, onde tempo, dados e colaboração são essenciais.
Trocar e-mails com PDFs, lidar com amostras físicas e revisar planilhas manuais já não sustenta um mercado que exige decisões em tempo real. A nova abordagem é digitalizar o ciclo de vida do produto desde o conceito, com dados estruturados, fluxos automatizados e colaboração contínua.
A moda está deixando de ser apenas criativa para se tornar operacionalmente inteligente. E o Brasil, com seu setor têxtil estratégico, precisa estar nesse jogo. O que vimos em Hannover foi um preview do futuro – e, em muitos casos, do presente:
• Aprovações de cores digitais, eliminando a necessidade de amostras físicas;
• Prototipagem 3D conectada diretamente ao fornecedor, com integração a equipamentos fabris;
• Orçamentos e fichas técnicas inteligentes, onde alterações são rastreadas automaticamente;
• Escolha de fornecedores baseada em critérios de sustentabilidade e performance em tempo real;
• Gerenciamento de pedidos, qualidade e logística via workflows automatizados.
Tudo isso com ganhos em tempo, margem e impacto ambiental. E há um ponto central: os dados. O novo ativo estratégico da moda está na integridade da informação — do botão ao lead time do fornecedor. Quando tudo é rastreável e interoperável, a confiabilidade e a velocidade aumentam.
Essa transformação exige mais que tecnologia: exige mudança cultural. Não há mais início ou fim de cadeia — há um fluxo contínuo, com todos colaborando em tempo real a partir de uma única fonte de verdade.
Hoje, no Brasil, pequenas e médias empresas já operam com níveis de eficiência comparáveis aos das grandes marcas. A combinação de soluções em nuvem, lowcode e arquiteturas modulares tornou isso possível.
A moda conectada que emerge de Hannover é mais que estética: é estrutura. E ela exige visão, resiliência e estratégia. Quem souber costurar tudo isso em um sistema vivo e colaborativo terá não só um produto melhor, mas um negócio mais ágil, sustentável e preparado para o futuro.
Por S4 digital
dfb f es T i Val 2025: f o RTaleza co N solida-se como l abo R aT ó R io da m oda a u T o R al bR asilei R a
De “Inteligência Autoral” à Economia Criativa, a 26ª edição do Dragão Fashion eleva a Moda Nacional.
Por Daniela Marx
A edição 2025 do DFB Festival aconteceu no Centro de Eventos Ceará, em Fortaleza. Ao completar 26 anos, o evento cravou um tema provocativo: “Inteligência Autoral”, lembrando ao mercado que, em tempos de IA generativa, a verdadeira inovação ainda nasce de mãos humanas, ideias locais e identidade cultural.
“Fortaleza é sinônimo de design, novidade e criatividade”, reforçou o fundador Claudio Silveira na abertura.
LINE-UP CRIATIVO: 26 DESFILES, 50 MARCAS NO MEGA STORE E 125 EXPERIÊNCIAS GRATUITAS
A curadoria entregou 26 desfiles em quatro noites, mais um mega store com 50 expositores do mercado criativo, talks, painéis e oficinas que, somados, resultaram em 125 atividades totalmente gratuitas, número que nenhuma outra fashion week brasileira se iguala hoje.
L INHA DE FRENTE DO D ESIGN C EARENSE
Nomes consagrados como Bruno Olly, Victor Cunha, David Lee, Lindebergue e Marina Bitu dividiram a passarela com vozes em ascensão, criando um mosaico que vai do sertão ao metaverso. Cada noite trouxe uma “coleção-manifesto” exclusiva.
E STÉTICA DO FAZER: C ROCHÊ, R ENDA, M ACRAMÊ E A LFAIATARIA AFETIVA
Se a pauta era inteligência, a resposta veio do coração artesanal: crochê de fio grosso, rendas labirinto, macramê grafite, alfaiataria de linho impecável. Bordados exuberantes, franjas de chita e estampas psicotrópicas traduziram um luxo de olho na palma da mão, mostrando que sofisticação não é antônimo de regionalidade, ela nasce dele.
S UMMIT DFB: O NDE I DEIA VIRA N EG ó CIO
Em parceria com o Sebrae Ceará, o Summit DFB lotou o Espaço Conexões com debates sobre marketing digital, moda masculina, negócios de impacto e sustentabilidade. Palestrantes como André Carvalhal, Luiz Taniguchi, Mário Queiroz e Gizelle Reis levaram conteúdo de valor para quem deseja escalar marca e propósito ao mesmo tempo.
E NERGIA QUE T RANSFORMA T ECIDO EM F UTURO
Patrocinadora de transição energética há 16 anos, a Enel renovou o desfile-manifesto “Coleção Energia”: uniformes corporativos viram upcycling autoral sob direção de Almir França, 2.200 peças reaproveitadas e 80 artesãs beneficiadas em 2025. É ESG em forma de lookbook.
C ONCURSO DOS N OVOS: R ADAR DE TALENTOS
O Concurso dos Novos manteve o padrão elevado que já virou assinatura do DFB. Oito escolas de moda receberam apoio de produção para transformar conceito em look completo e disputar o prêmio de R$20 mil. A passarela coroou a UCS — Universidade de Caxias do Sul (RS) com a coleção “Íris: O Olhar da Criação”; UNAMA (PA) e UNIPÊ (PB) completaram o top 3. O desfile mostra que o primeiro casting de talentos da temporada ainda acontece no ateliê universitário, onde o DNA criativo toma forma antes de chegar ao showroom das grandes labels.
P OR QUE ISSO MOVE A IND ú STRIA:
• Fortaleza comprova que o design autoral floresce de Norte a Sul, não existe backstage periférico quando a passarela é plural.
• Ecossistema 360° - Do tear manual ao upcycling hightech, o DFB costura toda a cadeia: artesanato, tecnologia, varejo e educação num único hub.
• Networking com propósito – Para labels em busca de storytelling + ESG, o festival entrega matéria-prima, for-
necedores e narrativas no mesmo moodboard. O desfile-manifesto “Coleção Energia”, assinado por Almir França em parceria com a Enel, é exemplo vivo de moda circular com viés social.
Com lojistas, jornalistas e criativos vindos de todo o Brasil, o DFB movimenta a economia local, fomenta turismo de experiência e, sobretudo, consolida o Nordeste como origem, e não apenas inspiração da moda brasileira.
M Zda
DRAGÃO
Fotos: Divulgação
FASHION
WTN b | T e N cel ™ | c a N aT iba Te XT il
ha N sei — e NTR e o ges T o e a maT é R ia
Esta coleção nasce de um movimento silencioso e essencial: o gesto de olhar para dentro, escutar, transformar. Não criamos apenas peças; cultivamos processos que respeitam o tempo, a matéria e o pensamento.
Inspirados pelo Zen Budismo, encontramos na prática meditativa não apenas imagens, mas princípios: a presença plena, a aceitação dos pensamentos que surgem e a contemplação do vazio fértil. Assim como o gesto de unir as mãos na meditação, nosso design busca união — entre forma e função, entre estética e propósito.
Adotamos o Kaizen como filosofia criativa: o aprimoramento contínuo, a busca paciente pela essência, a evolução silenciosa que transforma o processo em prática de autoconhecimento. Cada costura, cada linha, cada escolha material são passos conscientes nesse caminho.
Praticamos o Hansei — a reflexão profunda — para re-
visitar nossos processos, reconhecer imperfeições e aprender com elas. Assim, criamos a partir da humildade de quem entende que todo produto é transitório e todo caminho, inacabado.
E nos inspiramos também no Shinrin Yoku — o “banho de floresta” —, na reconexão com a natureza como fonte vital de inspiração e equilíbrio. Por isso, optamos por matérias-primas que refletem nosso compromisso com o meio ambiente: algodão, hemp e, em especial, TENCEL™ Liocel — uma fibra premium de origem botânica, que combina tecnologia, sustentabilidade e conforto incomparável. Nas mãos da Canatiba Textil, essa fibra se transforma em tecidos inteligentes e conscientes, que carregam em sua essência a suavidade, a resistência e a leveza da natureza, promovendo uma moda mais responsável em cada detalhe.
Este manifesto é um convite:
A vestir mais do que roupas.
A vestir a presença.
A vestir o processo.
A vestir o caminho.
Entre a introspecção e a criação, entre o pensamento e a matéria, escolhemos a delicadeza do essencial, a força do silencioso e a permanência do que é feito com intenção.
Vestir é caminhar.
Vestir é meditar.
Vestir é permanecer.
WTNB DROP 02 2025
HANSEI — ENTRE O GESTO E A MATÉRIA
Disponível para pre-order.
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co N ec Tam p o RT ugal e bR asil em s ão paulo
A artista plástica portuguesa Joana Vasconcelos, reconhecida mundialmente por suas criações monumentais e femininas, tecidas com simbolismo, tradição e inovação, volta a ocupar os holofotes do cenário internacional com uma parceria especial: uma colaboração inédita com a Maison Dior e uma linda exposição individual em São Paulo e outra por vir em agosto.
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DE SÍMBOLOS: A COLABORA çã O COM A D IOR.
No desfile Dior Cruise 2025, realizado em junho no emblemático Palácio de Queluz, em Portugal, as criações de Maria Grazia Chiuri ganharam uma camada extra de significado ao serem apresentadas em meio às exuberantes instalações de Joana Vasconcelos. Entre esculturas têxteis, rendas, bordados e crochês em escalas monumentais, a artista reinterpretou símbolos do artesanato português, costurando-os ao universo da altacostura com maestria.
“Estamos falando de uma fusão rara entre moda e arte têxtil, com protagonismo do feito à mão, da tradição e da potência do feminino”, declarou Vasconcelos.
Para a Dior, essa colaboração reafirma seu compromisso com as artes aplicadas e com a valorização do savoir-faire, abrindo diálogos entre culturas e gerações.
Agora, os fios dessa colaboração ganham novas tramas no Brasil. A cidade de São Paulo recebe, a partir de agosto de 2025, uma exposição solo da artista no Farol Santander, com curadoria que conecta suas obras têxteis, rendas, bordados, tapetes e esculturas em crochê, a temáticas como o feminino, a memória coletiva, o lar e a identidade. E agora em São Paulo também pela terceira vez expondo sua arte na Casa Triangulo com duas grandes obras e outras menores, uma parada obrigatória de inspiração com arte têxtil, - Joana Vasconcelos, “Around the World” até dia 26 de julho.
O TÊXTIL COMO LINGUAGEM
Para a Revista Têxtil, a presença de Joana Vasconcelos no Brasil em 2025 representa muito mais do que uma exibição artística: é um marco simbólico para o setor. Sua obra reforça o poder narrativo dos materiais têxteis, frequentemente relegados ao plano funcional, mas que, nas mãos da artista, tornam-se monumentos de crítica, afeto e identidade.
Assim como a moda, o têxtil na arte é suporte de memória e de revolução, e a união com uma grife como a Dior revela o quanto a linguagem das tramas e dos fios segue viva, contemporânea e global.