Revista Segurador Brasil - Ed. 165

Page 1

Ano 20 | Número 165 | 2021

Versão online: www.revistaseguradorbrasil.com.br

CORRETOR PROFISSIONAL DE

DESTAQUE NO NOVO CENÁRIO

OS

C PR LA ÊM SSI IO FIC SE AD GU OS RA D DO A 1 R 8ª BR ED AS IÇÃ IL O

Consumidores passaram a valorizar mais a importância da proteção e dos seguros e os profissionais são peça-chave para o processo de desenvolvimento contínuo do setor. É a vez de novas oportunidades!



Carta ao Leitor

Balanço positivo do primeiro trimestre

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou a Síntese Mensal dos principais dados relativos ao desempenho do setor de seguros até março de 2021. As informações foram obtidas a partir dos dados encaminhados pelas companhias supervisionadas. Os principais destaques foram: O setor supervisionado arrecadou R$ 71,16 bilhões nos três primeiros meses de 2021, o que corresponde a R$ 6,42 bilhões a mais do que no mesmo período de 2020. Em termos percentuais, o primeiro trimestre de 2021 apresentou um crescimento de 9,9% em relação ao mesmo período de 2020. Os seguros de pessoas e de danos cresceram, respectivamente, 11,5% e 12,0% no período. Houve crescimento na grande maioria dos seguros, incluindo linhas de negócio que haviam sido mais impactadas pela pandemia, como os seguros de automóveis. A arrecadação de prêmios no seguro auto atingiu R$ 8,62 bilhões no acumulado do ano, maior volume já registrado para um primeiro trimestre. Na comparação entre março de 2021 e março de 2020, houve um crescimento de 5,9%, enquanto o acumulado no primeiro trimestre apresenta um crescimento de 2,7% em relação a 2020. As contribuições do VGBL atingiram o patamar de R$ 30,17 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o que representa um aumento

de R$ 3,48 bilhões, alta de 13%, em relação ao mesmo período de 2020, quando as contribuições foram de R$ 26,69 bilhões. O PGBL, por sua vez, apresentou queda de 6,0% nas contribuições na mesma comparação. Os resgates do PGBL, no entanto, caíram 14,0% no mesmo período. A sinistralidade do seguro de vida foi de 80,5% em março deste ano, o que corresponde a um crescimento de quase 20 pontos percentuais em relação a fevereiro, quando a sinistralidade foi de 61,3%, e de quase 40 pontos percentuais em relação a março de 2020, quando foi de 42,1%. O seguro de vida em grupo foi um dos responsáveis por esse aumento, passando de 45,7% em março de 2020 para 65,2% em fevereiro de 2021 e para 86,1% em março de 2021. Foram destaques nos seguros de danos, com crescimento acima de 30% no primeiro trimestre de 2021 em relação a 2020, os seguros rural, de responsabilidade civil, patrimoniais e financeiros, que cresceram, respectivamente: 36,9%, 35,4%, 33,0% e 31,5%. Os seguros de lucros cessantes, que integram a linha de negócio dos seguros patrimoniais, foram responsáveis pela arrecadação de R$ 352 milhões em prêmios em 2021, um crescimento de 218% em relação ao mesmo período de 2020. O Editor

EXPEDIENTE Editor-Executivo: João Carlos Labruna labruna@revistaseguradorbrasil.com.br Comercial: Mauricio Dias (mauricio@revistaseguradorbrasil.com.br) Paula Merigo (paula@revistaseguradorbrasil.com.br) Diagramação: Propósitto Soluções Visuais (rodrigo@propositto.com.br)

ANO 20 | NÚMERO 165 | 2021

Publicidade/Administração/Redação Rua Sete de Abril, 277 – 7o A Centro - 01043-000 - São Paulo - SP Tels. 11 99122-6277 / 99369-5884 comercial@revistaseguradorbrasil.com.br redacao@revistaseguradorbrasil.com.br Os artigos e/ou matérias assinadas não correspondem, necessariamente, a opinião da revista. Versão online: www.revistaseguradorbrasil.com.br


Termômetro

PRÊMIO SEGURADOR BRASIL 2021 Reprodução

OS GANHADORES!

A 18ª Edição do Prêmio Segurador Brasil, evento corporativo considerado termômetro e referência para a indústria nacional de seguros, aconteceu no formato híbrido virtual. Com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Revista Segurador Brasil, em 18 de maio, a premiação alcançou êxito total, com a participação das mais importantes empresas do setor e com a presença de altos dirigentes do mercado, durante a premiação e na live de encerramento. A premiação mantém as características que compõen o seu DNA: critérios técnicos de avaliação, extrema visibilidade e fomento dos segmentos de Seguros, Resseguros, Capitalização e Previdência. Pelo quinto ano consecutivo, as análises foram elaboradas pela equipe de economistas da Silcon Estudos Econômicos, capitaneada pelo Ph.D Claudio Contador. “Os resultados, incluindo novos ramos, como o Ci4

bernético, num comparativo entre os períodos de 2019 e 2020, foram encaminhados aos presidentes e principais dirigentes das seguradoras classificadas, reforçando o sinônimo de credibilidade e transparência da premiação”, explica o jornalista João Carlos Labruna, diretor-executivo da Revista Segurador Brasil, organizadora do evento. As análises técnicas que norteiam a premiação levam em conta o “Melhor Desempenho das Companhias”, como “Conglomerados de Médio e Grande Porte”, respectivamente com faturamento abaixo e acima de R$ 2,5 bilhões. As categorias “Liderança” – evolução do market share - e “Maior Crescimento de Vendas” - comparação do faturamento nos dois últimos anos - também são pontos fortes e exclusivos do Prêmio Segurador Brasil. “Destaques em Melhor Desempenho, Liderança e Maior Crescimento de Vendas” (entre os primeiros coloca-

dos) também são homenageados, além dos prestadores de serviços, considerados braços direitos das seguradoras.

Resiliência

Seguradoras, prestadoras, corretores de seguros e entidades. Quando desafiados pelos desdobramentos da pandemia, responderam como times vencedores, de forma imediata, mostrando enorme poder de resiliência, organização e força. Mesmo diante de um ano atípico, o mercado segurador fechou 2020 em alta. Os prêmios emitidos – ou seja, o faturamento das seguradoras – totalizaram R$ 11,5 bilhões em dezembro de 2020, 11,2% a mais do que o último mês de 2019. Os dados, divulgados pelo Boletim IRB+Mercado, publicação do serviço de dados do IRB Brasil RE, o IRB+Inteligência, apontam ainda que as seguradoras acumularam R$ 123,8 bilhões em 2020, crescimento de 5,5% ante o ano anterior.


VENCEDORES DA 18ª EDIÇÃO ARGO - “Melhor Desempenho” (seguradoras com faturamento até R$ 2,5 bilhões) - Transporte de Cargas Nacional, Transporte de Cargas Internacional; “Liderança” - Transporte Nacional; “Maior Crescimento de Vendas” - Transporte de Cargas Nacional AMERICAN LIFE - “Liderança” RC/RCF Ônibus; “Destaque de Melhor Desempenho” (faturamento até R$ 2,5 bilhões) - RC/RCF Ônibus, Habitacional AXA - “Melhor Desempenho” - RC E&O, Auxílio Funeral; “Destaque de Melhor Desempenho” - Aeronáuticos, Condomínio, Garantia, RC Geral, Riscos de Engenharia; “Liderança” - RC Geral; “Maior Crescimento de Vendas” - Riscos Diversos BRASILPREV - “Destaque de Melhor Desempenho”/“Mérito em Produtos e Serviços Diferenciados” - Previdência Privada BRADESCO SEGUROS - “Melhor Desempenho Global” – Previdência Privada; “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões) - Educacional; “Destaque do Mercado em Liderança”/“Maior Crescimento de Vendas” – Educacional; “Destaque de Melhor Desempenho” - Condomínio, RC/RCF Ônibus, Microsseguro; “Destaque de Maior Crescimento de Vendas”) - RC/RCF Ônibus. Menção especial troféu “Empreendedor Brasil” - Bradesco Auto/RE. “Mérito na Prestação de Serviços” - Meu Doutor Novamed (Bradesco Saúde) COFACE - “Líder Global em Seguro de Crédito” / “Liderança em Seguros de Crédito Comercial” BRASILSEG - “Destaque em Inovação” – Programa Impulso EXCELSIOR - “Maior Crescimento de Vendas” - Ramo Vida em Grupo FAIRFAX - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento

abaixo de R$ 2,5 bilhões) - Aeronáuticos, Crédito Interno, Marítimos, Residencial; “Maior Crescimento de Vendas” – Marítimos, Residencial ICATU - “Melhor Desempenho” (no grupo de seguradoras com faturamento abaixo de R$ 2,5 bilhões) - Perda de Renda; “Destaque de Melhor Desempenho” (faturamento abaixo de R$ 2,5 bilhões) - Auxílio Funeral, Doenças Graves; “Liderança” - Previdência Privada”; “Destaque de Liderança” - Capitalização LIBERTY - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões) – Riscos Diversos, Marítimos, Fiança Locatícia, Doenças Graves e Terminais; “Destaque de Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões) Vida Individual, Vida em Grupo, Transporte Nacional, Riscos de Engenharia, Garantias, Auxílio Funeral, Acidentes Pessoais; “Liderança” - Auto; “Destaque de Liderança” – RC Ambiental; “Maior Crescimento de Vendas” - Transporte de Cargas Internacional, Riscos Nomeados e Operacionais; “Destaque de Maior Crescimento de Vendas” – Transporte Nacional MAG - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento até R$ 2,5 bilhões) e “Destaque de Maior Crescimento de Vendas” Prestamista; “Liderança” – Eventos Aleatórios; “Destaque de Liderança” - Doenças Graves; “Marketing 10” - Campanha Galo de Ouro PORTO SEGURO - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões), “Liderança”/“Maior Crescimento de Vendas” - RC&O; “Melhor Desempenho” (grupo abaixo de R$ 2,5 bilhões) e “Maior Crescimento de Vendas” - Capitalização ENGEVAL - “Destaque Especial na

Prestação de Serviços em Avaliações Patrimoniais” SAS - “Líder Global em Analytics” SOMPO - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões) - Transporte de Cargas Internacional; “Liderança” -Transporte Internacional, Transporte de Cargas Internacional e Transporte de Cargas Nacional STARR - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento até R$ 2,5 bilhões) - RC D&O, Empresarial, Riscos de Petróleo e Riscos Nomeados e Operacionais; “Liderança” - Riscos Nomeados e Operacionais; “Maior Crescimento de Vendas” - Aeronáuticos, RC D&O e RC Geral SULAMÉRICA - “Empreendedor Brasil” – conceito “Saúde Integral” (Saúde, Odonto, Vida, Previdência e Investimentos) TOO - “Melhor Desempenho” (conglomerados com faturamento abaixo de R$ 2,5 bilhões) – Garantias, Habitacional; “Liderança” - Riscos Rurais AUTOGLASS - “Destaque do Mercado Segurador” / “Prestação de Serviços Automotivos” C6 RE - “Melhor Assessoria em Resseguros” COPART - “Destaque Mercado Segurador”/“Liderança Global em Leilões” TOKIO MARINE - “Melhor Desempenho” - Condomínio, Eventos Aleatórios, Habitacional, Perda de Renda, RC D&O, Riscos de Engenharia, Riscos de Petróleo; “Liderança” Condomínio, Perda de Renda, RC D&O, Riscos de Engenharia, Riscos de Petróleo; “Maior Crescimento de Vendas” - Perda de Renda, Fiança Locatícia, Riscos Cibernéticos; “Destaque de Desempenho Global” (entre seguradoras com faturamento acima de R$ 2,5 bilhões) e “Liderança Global” - Seguradoras 5


Capa

Corretores ganham destaque e novas oportunidades no cenário da pandemia Os consumidores passaram a valorizar mais a importância da proteção e dos seguros e os profissionais são peça-chave para o processo de desenvolvimento contínuo do setor

Edson Motta especial para Segurador Brasil A pandemia reforçou de forma clara a importância dos seguros na vida das pessoas, como forma de proteger o que elas têm de mais valioso. Com a crise sanitária e econômica, o risco de perdas ganhou nova dimensão e a necessidade de mitigá-los tornou-se mais urgente. Com o distanciamento social, alguns aspectos da vida cotidiana serviram para mudar o foco de atenção do consumidor. O seguro residencial, 6

por exemplo, ganhou espaço no momento em que os brasileiros intensificam o regime de home office. O momento confirmou a resiliência e a capacidade de superação do setor de seguros, que fechou 2020 com crescimento de 1,3%, de acordo com a FenSeg, Federação Nacional de Seguros Gerais. Já o segmento de Danos e Responsabilidades avançou 3,5% em relação ao ano anterior, mostrando a clara preocupação do consumidor em preservar o seu patrimônio. Como comparação, vale lembrar que o PIB nacional recuou 4,1%.

Fotos – Arquivo SB

Freepik

Com a abertura dos clientes aos seguros, Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ, aconselha trabalhar de domingo a domingo. “Não tem essa de fim de semana, nem feriado. Tem que estar na cabeça do cliente 24 horas por dia, sete dias por semana, prospectando. É preciso trabalhar mais do que já trabalhava, contatando o maior número possível de clientes, oferecendo a especialidade dele, o seu conhecimento e fazer chegar informação adequada a todas as pessoas. É preciso aproveitar esse cenário”

Henrique Brandão, Sincor-RJ: adaptação da categoria foi excepcional, mas não surpreendente


Érico Melo Nery, Sincor-SE: com a diversidade de comunicação, relacionar-se com o cliente não é um problema

O desenvolvimento de produtos sob medida também ganhou força no cenário de pandemia, para atender às necessidades individuais do consumidor e no novo cenário os corretores têm papel fundamental. Na visão de Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ (Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro) e diretor da Assurê Corretora de Seguros, a adaptação da categoria foi excepcional, mas não surpreendente. “O corretor de seguros sempre demonstrou o quanto é resiliente, preparado e qualificado. Apenas teve, na pandemia, um cenário propício para deixar mais claras essas suas qualidades”, diz. Segundo ele, ao contrário do que costumam propagar por aí, a categoria, em sua maioria, está sim antenada com as novidades tecnológicas, o que permitiu aos corretores se adequarem rapidamente ao home office. “Em apenas quatro ou cinco dias, o corretor passou a trabalhar de casa e sem deixar de atender todos os clientes com a devida agilidade e a todo o momento. Enfim, o corretor mostrou e comprovou, mais uma vez, a sua capacidade de adaptação a tempestades. Grandes estrategistas costumam dizer que as espécies que sobrevivem a grandes mudanças são aquelas que mais rapidamente se adaptam aos

novos desafios. O corretor é assim, se adaptou ao cenário de guerra trazido pela pandemia, é sobrevivente e, mais que isso, um grande vencedor. Conseguiu consolidar para a sociedade a imagem de um profissional preparado e adaptado”. Para Brandão, o corretor sempre esteve muito alinhado com os segurados. Mas, agora, graças à tecnologia, está resolvendo tudo com rapidez ainda maior. “Em vez de fazer duas visitas presencialmente, faz 10 ou 15 atendimentos por dia para vender diferentes tipos de seguro. Tem acesso mais rápido e amplo aos segurados. Isso traz um ganho enorme, pois, antes, perdia muito tempo e tinha grande desgaste nos deslocamentos, no trânsito, estacionamentos etc. Agora, de casa, com todas as informações ao

alcance das mãos, tudo fica mais fácil, oferecendo respostas rápidas e eficientes. O corretor realça dessa forma o seu perfil de consultor para todas as necessidades do cliente. É, ao mesmo tempo, o especialista e o clinico geral, que dá todas as respostas neste momento difícil de pandemia”. Érico Melo Nery, presidente do Sincor-SE (Sindicato dos Corretores de Seguros de Sergipe) e diretor da BRR Corretora de Seguros, comenta que a adaptação dos corretores neste momento foi facilitada, pois a maioria estava familiarizada com o digital, já que os sistemas das seguradoras e gestão das corretoras são todos on-line. “Com a facilidade e diversidade de comunicação atuais, relacionar-se com o cliente não é um problema, principalmente para os mais afeitos à tecnologia. O desafio é fazer-se sempre presente e disponível para o consumidor, reforçando a importância de sua atuação”, avalia. A adaptação dos corretores neste momento de pandemia foi emancipada sem trauma pela situação, na visão de Evaldir Barboza de Paula, mentor do CCS-SP (Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo) e diretor da Opção Justa Corretora de Seguros, uma vez que estava no ra-

Evaldir Barboza de Paula, CCS-SP: relacionamento dos corretores com os consumidores irá mudar no póspandemia

7


Freepik

Ezaqueu Bueno, UCS: corretores foram obrigados a se adaptar rapidamente ao sistema home office

dar dos corretores e suas empresas o uso das tecnologias disruptivas de forma homeopática. Para ele, o relacionamento dos corretores com os consumidores irá mudar no pós-pandemia, pois grande parte dos consumidores, principalmente os mais jovens, também se adaptou às novas formas de aquisição de bens e serviços através das redes sociais. Portanto, eles ditarão este modelo de negócio que será a regra geral, salvo produtos mais técnicos que exigirão a presença de um consultor para assessorar, de forma virtual ou remota. Ezaqueu Bueno, ex-presidente da UCS (União dos Corretores de Seguros) e diretor da Jundiaí Corretora de Seguros, lembra que os corretores foram obrigados a se adaptar rapidamente ao sistema home office e, mesmo com as dificuldades financeiras geradas pela pandemia, o mercado de seguros apresentou crescimento. “Mesmo após o final da pandemia, o relacionamento entre corretor e segurado não será 8

mais o mesmo, tudo o que era feito presencialmente, doravante tende a ser on-line”, acredita. Para Octávio Perissé, presidente do CVG-RJ (Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro) e diretor da Br Consulting Corretora de Seguros, os corretores deram conta da missão com categoria e competência. “Nenhum negócio sofreu descontinuidade e todos os novos negócios foram realizados on-line, sem prejudicar em nada o mercado. Mais uma vez os corretores mostraram a importância da sua articulação e experiência com os segurados ativos e em potencial”. No pós-pandemia, em sua visão,

existirá uma parte do relacionamento presencial que irá migrar para o relacionamento on-line, sem qualquer prejuízo para os negócios. “As novas tecnologias chegaram para ficar e tiveram um impulso enorme durante a pandemia. Mais do que nunca o canal corretor será fortalecido esclarecendo pontos importantes dos contratos, das apólices, dos produtos de seguros, colocados nesta imensa vitrine virtual, que requer uma interferência consultiva do corretor de seguros”, acrescenta Perissé. Jair Fernandes, presidente do Sincor AM/RR (Sindicato dos Corretores de Seguros no Amazonas e

Jair Fernandes, Sincor AM/ RR: mercado de seguros e a sociedade já viviam em um cenário de turbulências na política e na economia


Roraima) e diretor da JAMF Corretora de Seguros, lembra que o início da pandemia ocorreu num momento em que se discutia a MP 905/19 que revogava a Lei 4.594/64, a qual regula a profissão de corretor de seguros. Fernandes ressalta: “O ano de 2020 já se iniciava com forte pressão sobre a categoria profissional e isso, por si só, gerava uma grande incerteza e instabilidade no mercado. Iniciou-se então a pandemia de Covid-19 e à medida que ela se alastrava as preocupações tomavam maiores proporções, pois o cenário apresentava-se, de certa forma, catastrófico. No entanto, o profissionalismo e a resiliência foram as bandeiras erguidas pelo mercado, em especial pelos corretores de seguros, que se mantiveram firmes no atendimento, porém perceberam a necessidade de adaptação em um cenário totalmente desfavorável e ainda teve que ir em busca por novas alternativas de atuação, e nesse aspecto considero que houve um forte avanço no que tange à inserção tecnológica, principalmente”. “Temos que considerar que o mercado de seguros e a sociedade já viviam em um cenário de turbulências na política e na economia, o que nos acendia a luz das mudanças. A pandemia acelerou os processos e nesse sentido destaca-se a questão comportamental. De um lado, os corretores avançando no atendimento humanizado, ocupando espaços, tornando ágeis as respostas de suas demandas e, logicamente, se inserindo no meio virtual. De outro lado, a sociedade despertou para algumas necessidades que antes não eram prioritárias como a questão da proteção, e nisso enxergaram no seguro uma ótima alternativa”, diz Jair

Wanderson Gomes do Nascimento, Sincor BA: os corretores que estejam fazendo as mesmas coisas da mesma forma que sempre fizeram estão encontrando dificuldades

Fernandes, ressaltando que assim o relacionamento passa a ter nova conotação, pois terá maior proximidade. Antes se dava quase que exclusivamente presencialmente, mas passará a contar com as ferramentas tecnológicas e também com um profissional melhor qualificado para essa nova tendência. “O mercado de seguros há pouco tempo já discutia sobre o comportamento dos consumidores que passariam a ser mais exigentes e plugados nas mídias, e agora se verifica, por conta da pandemia, maior conscientização dos produtos de seguro e nisso não haverá retrocesso”, completa. Presidente do Sincor-BA (Sindicato dos Corretores de Seguros na Bahia) e diretor da WGN Corretora de Seguros, Wanderson Gomes do Nascimento sentencia: “O mundo foi e será dos adaptáveis”. “Os corretores que estejam fazendo as mesmas coisas da mesma forma que

sempre fizeram estão encontrando bastante dificuldades, enquanto os que estão bem informados sobre tudo que está ocorrendo ao seu redor e se permitiram mudar colheram, colhem e irão colher bons frutos do momento. Já lidávamos com tecnologia, tivemos que atualizar a nossa forma de se comunicar com nossos clientes e seguradoras; inserir novos programas e aplicativos de videoconferência, e nos permitir pensar diferente depois de março de 2020”. Cantarolando “Sei que nada será como antes amanhã”, ele diz que ainda existe um hiato tecnológico muito grande na população brasileira, o que indica que será preciso um sistema híbrido de comunicação entre os corretores e os demais profissionais do mercado. “Ainda teremos resistências às tecnologias de todos os lados. Nossa obrigação é estarmos preparados para atender a todos”.

9


Com as pessoas mais em casa e com o novo momento trazido pela pandemia, os seguros voltados à residência e às pessoas tiveram um impulso, o que traz oportunidades para os corretores de seguros emplacarem novos ramos, como residencial, vida individual e saúde, principalmente. “O brasileiro, por uma questão cultural e de morarmos em um país com raros eventos catastróficos, nunca se preocupou muito com o futuro. A pandemia trouxe para perto o risco de problemas de saúde e de morte, como nunca antes, o que mudou a percepção da sociedade para seguros que antes não tinham tanta procura”, analisa Érico Melo Nery, presidente do Sincor-SE. “O corretor de seguros deve pensar o cliente em 360 graus, seja utilizando seus próprios recursos ou fazendo parcerias que possibilitem atender todas as suas necessidades. O profissional que terá mais sucesso será o que conseguir estar sempre presente na vida do cliente”, orienta. Wanderson Gomes do Nascimento, presidente do Sincor-BA, ressalta que os números dos seguros de pessoas, incluindo vida, previdência e saúde, tomaram proporções muito interessantes, assumindo o protagonismo do momento. Porém outros ramos reservam excelentes oportunidades: RC Profissional, RC Ambiental, Riscos Cibernéticos e de Garantias; pela demanda reprimida que existe, por conta de poucos profissionais estarem atuando nesses mercados e por exigir conhecimento diferenciado. “Nosso povo não tem cultura de seguro, nos preocupamos em não tirar um carro da revenda sem seguro, mas levamos um filho para casa da maternidade 10

Reprodução

Oportunidades em diversos Ramos

sem termos um seguro de vida para ele. Existe a teoria do medo: de assalto, de bater o carro, mas o momento das consequências da pandemia nos fez voltar os olhos para outros valores, outros medos: de deixar as pessoas que amamos desassistidas, de cair doente, de perder ou vazarem dados digitais”, diz. Para Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ, o seguro de vida de destaca no novo cenário. “E isso no mundo todo, não apenas no Brasil. Nunca se falou tanto de morte como agora e vender seguro de vida ficou muito mais fácil. Então, o seguro de vida vai crescer muito”, diz, ressaltando que há um grande potencial para expressivo crescimento também dos seguros saúde, rural, de riscos tecnológicos, de responsabilidade civil. “São essas carteiras que vejo com maior possibilidade de crescimento agora e no pós-pandemia”. O que faz o consumo de seguro aumentar é a adequada distribuição de renda. “A população de baixa renda sempre desejou, mas não podia contratar um seguro. Agora, apesar

da questão financeira, há mais facilidades para a contratação de um seguro, seja pelo celular ou usando formas alternativas para pagamentos, como o PIX. Os avanços tecnológicos também reduzem os custos das seguradoras, o que se reflete no preço final do seguro. Então, as pessoas vão contratar mais seguros, porque terão acesso a coberturas importantes por R$ 4,00 ou R$ 5,00. Ficou mais fácil e mais barato”, acredita Henrique Brandão. Para que o corretor possa aproveitar a abertura dos clientes aos seguros, Henrique Brandão aconselha trabalhar de domingo a domingo. “Não tem essa de fim de semana, nem feriado. Tem que estar na cabeça do cliente 24 horas por dia, sete dias por semana, prospectando. É preciso trabalhar mais do que já trabalhava, contatando o maior número possível de clientes, oferecendo a especialidade dele, o seu conhecimento e fazer chegar informação adequada a todas as pessoas. O cliente ficou muito mais acessível com o regime de home office e também está mais calmo e


acessível ao corretor, é preciso aproveitar esse cenário”. Evaldir Barboza de Paula, mentor do CCS-SP, avalia que se destacam seguro de pessoas e de previdência privada, seguros residenciais pelo uso com mais frequência do home office e os novos nichos de mercado, depois da sanção da LGPD que abrangerá o seguro de responsabilidade civil, D&O e os riscos cibernéticos. “O seguro de automóvel por décadas roubou a cena pela procura e quantidade, desestimulando a prospecção dos ramos citados, que são mais técnicos e exigem pleno conhecimento”. Para aproveitar o momento, ele defende que o corretor deve apostar na conscientização traumática da população produtiva sobre o elevado número diário de óbitos e os seus efeitos colaterais daqueles que sobreviveram, oriundos da pandemia. Outro argumento importante é a necessidade de acumulação financeira para amparar a velhice com mais dignidade, tendo em vista que a previdência pública está comprometida. “Durante a pandemia ocorreu um interesse maior pelos seguros de pessoas, principalmente pelos ramos vida e saúde, o que deverá continuar tendo crescimento. É preciso, no entanto, pontuar que todos os ramos de seguros são importantes e a maioria apresenta grande percentual de oportunidades para ser explorado”, pondera Jair Fernandes, presidente do Sincor AM/RR. “Se imaginarmos um cenário futuro, pós-pandemia, em que a economia nacional volta a recuperar o crescimento isso deverá gerar um forte impacto no mercado de seguros e alavancará os índices de crescimento dos segmentos em geral. Recomenda-se a diversificação das carteiras, porém os profissionais corretores de seguros, independente-

mente dos produtos que forem explorar, deverão ter foco, investir em tecnologias e na qualificação continuada”. Para o presidente do Sincor AM/ RR, o seguro de vida já vinha apresentando forte crescimento nos últimos anos e deve continuar com essa tendência, alavancada, principalmente, pela maior conscientização da sociedade. “O seguro de veículos por muito tempo foi o carro chefe do mercado de seguros, porém apresenta queda nos índices desde meados de 2015 quando a indústria automobilística sofreu uma grande crise. O panorama econômico e os novos modelos de proteção que adentram o mercado inibem a retomada de crescimento do setor. Acreditamos que há pouco investimento sobre a visibilidade dos produtos de seguros nos veículos de comunicação em nível nacional, o que contribui para o baixo interesse da sociedade na sua aquisição”, analisa. Para Jair, todos os profissionais do mercado devem se conscientizar da necessidade de rever os procedimentos, expandir os seus negócios e se aproximar do cliente conforme a sua necessidade. “Isso exige que cada um passe a conhecer profundamente o seu negócio, desde sua estrutura física, o capital intelectual e humano, seus pontos fortes e suas deficiências, e assim busque por melhorias e por melhores estratégias de atuação para se inserir num novo cenário, o qual exigirá um alto nível de profissionalismo”. Ezaqueu Bueno aponta que atualmente os ramos vida e benefícios em geral estão em destaque, principalmente em virtude do grande número de óbitos causados pela Covid-19. “O segurado não tinha a convicção da realidade dos riscos que todos estamos expostos, a pandemia veio colocar em evidência a realidade, obrigando

a todos a pensar de forma diferente e procurar proteção no seguro”. Para o ex-presidente da UCS, a melhor forma de aproveitar esta abertura será oferecendo a todos quanto possível a proteção do seguro. “Venda é uma questão de oferta, se não oferecer não conseguirá vender, quando o cliente nos procura e o seguro é contratado, não foi venda e sim compra. O principal papel do corretor antes da venda do seguro é orientar o cliente apontando as coberturas necessárias para proteção do risco, o corretor não pode ser apenas vendedor, deve ser consultor e orientador do cliente”. Representante do segmento de benefícios, Octávio Perissé aposta firmemente nos seguros de vida, saúde e previdência. “Todos alvos de acompanhamento e dedicação do CVG-RJ”, diz. “Grandes seguradoras e corretoras já se preparam para esta nova fase e têm nos consultado sobre o assunto. Hoje, as famílias brasileiras estão mais conscientes e alertas para a sua responsabilidade de proteção, acolhimento e cuidado com os seus. A pandemia fez aflorar este sentimento. Vamos assistir a um grande crescimento destes seguros direcionados à proteção das famílias”, prevê. “Mudou a consciência de proteger os seus entes queridos, familiares. O seguro tem essa função, mas muitos não tinham esta percepção. Pensavam muito em proteger bens: automóvel, residência. A prioridade agora é outra: vida, saúde, previdência. Para os corretores é uma oportunidade enorme, pois abre-se uma porta gigantesca para novos negócios nestes ramos de seguros. A demanda por estes seguros deve aumentar e, independentemente, da procura, cabe ao corretor de seguros oferecer estes seguros tão importantes para saúde física, mental e financeira das famílias brasileiras”. 11


Ponto de Vista | ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

SEGUROS PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

12

O Brasil tem baixo índice de penetração de seguros na sociedade. Grosso modo, o setor atende empresas médias e grandes e pessoas físicas dos segmentos A, B e C, ou a chamada classe média. As razões para isso passam pela realidade socioeconômica nacional. Um país com uma população de mais de 200 milhões de pessoas, na qual cem milhões recebe até um salário-mínimo por mês, tem pouca condição de contratar seguro para todos. A segunda razão é a falta do hábito de poupar e o quase que completo desconhecimento de noções básicas de educação financeira. O brasileiro não está habituado a fazer poupança. As causas para isso são variadas, entre elas os ganhos reduzidos e as incertezas econômicas que a cada cinco anos chacoalham a nação, em crises mais ou menos severas. A terceira é o desconhecimento do seguro pela maior parte da população. Sem levar em conta as classes D e E, que mal têm noção do que seja um contrato e, portanto, não estão familiarizadas com transações mais complexas, como a contratação de um seguro, os cem milhões de brasileiros teoricamente seguráveis, também não estão familiarizados com o instituto, o que faz com que sejam superficialmente conhecidos os seguros de automóveis, vida e os planos de saúde privados, não como algo para ser contratado, mas algo para ser sonhado e desejado. Vale também lembrar que o setor começou a crescer há menos de 30 anos, ou seja, é uma atividade recente, que, apesar disto, teve um desenvolvimento impressionante após o Plano Real. De 1994 para cá, o setor deu um salto, passando de uma participação de menos de um por cento no PIB para mais de seis por cento, mas este crescimento ainda é insuficiente para fazer do seguro um produto conhecido. É possível fazer mais? Com certeza, mas é necessário se dar o desconto das razões supra para explicar por que ainda estamos longe das nações mais desenvolvidas. Visando contribuir para a mudança do cenário e o aumento da participação do seguro no cotidiano da sociedade, a CNSeg (Confederação Nacional

das Seguradoras) criou áreas destinadas a levantar dados e apresentar soluções para a democratização da atividade. Entre elas, a Comissão de Inteligência de Mercado (CIM), que, em função do aumento da contratação de seguros pelas micro e pequenas empresas, realizou um estudo sobre o assunto, confirmando de início que a falta de conhecimento sobre seguros e o alto índice de fechamento dessas empresas estão entre as razões que dificultam a contratação de produtos do setor pelo segmento. O trabalho se divide em duas fases. A primeira é focada na melhor identificação e conhecimento deste universo. E a segunda, destinada a analisar e avaliar os produtos oferecidos para o segmento. Com este trabalho, a CNSeg pretende disponibilizar para as seguradoras ferramentas mais eficientes para definir as ações e os produtos capazes de aumentar sua penetração no universo das micro e pequenas empresas. A primeira parte do trabalho resultou num interessante estudo sociológico, com uma fotografia bastante exata dos players do segmento, tanto os microempreendedores, como os pequenos empresários. O estudo mostra de forma bastante clara as diferenças entre os dois, com os microempresários abrindo seus negócios quase que por necessidade de sobrevivência e as pequenas empresas sendo criadas como consequência do conhecimento anterior da atividade a que ela se dedica. Atualmente, este universo é composto por quase dezessete milhões de empresas, com mais de 51% delas instaladas na Região Sudeste. A maioria se dedica ao comércio, seguidas pelas empresas de serviços. O estudo também identificou a alta dependência da renda familiar, o que pode ser uma ameaça, mas também é uma oportunidade importante para o setor de seguros desenvolver produtos de proteção de renda com foco específico. É um estudo amplo e bem embasado, que desenha com detalhes um segmento importante, dando as condições necessárias para que as ações destinadas a atingi-lo sejam desenvolvidas com base em conhecimento e não em achismos.


Você está preparado para conversar sobre o futuro com os seus clientes?

A SulAmérica está. Evoluímos juntos para oferecer Saúde Integral em todos os momentos. A SulAmérica está pronta para ajudar você a cuidar da saúde física, emocional e financeira dos seus clientes, com planos de saúde, odontológicos, de previdência, seguros de vida e plataforma de investimentos. Isso é Saúde Integral. Para você e os seus clientes viverem melhor, por inteiro.

Sul América Companhia de Seguro Saúde – CNPJ: 01.685.053/0013-90. Sul América Serviços de Saúde S.A. – CNPJ: 02.866.602/0001-51. Sul América Seguros de Pessoas e Previdência S.A. – CNPJ: 01.704.513/0001-46. Sul América Investimentos Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. – CNPJ: 32.206.435/0001-83. Ouvidoria: 0800-725-3374. Horário de atendimento: de segunda a sexta, das 8h30 às 17h30.

ANOS

Para saber mais, acesse sulamericasaudeintegral.com.br ou o código ao lado.

ANS - N-º 416428

Rodrigo Santoro 75 anos

ANS - N-º 006246

Rodrigo Santoro 45 anos


Distribuição e Custos

Os desafios ao avanço dos microsseguros no País não estão restritos à questão regulatória, mas também a barreiras na distribuição e de custos dos produtos. A declaração do presidente da Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg, Marcio Coriolano, aconteceu na abertura do workshop virtual “Landscape of Microinsurance Study – Brazil” (ou, “Panorama do Estudo do Microsseguro no Brasil”), promovido pela Microinsurance Network, com apoio da CNseg. “Não adianta apontar o dedo apenas para a regulação do Governo, mas é preciso reconhecer mudanças necessárias na distribuição e nos custos de transação da oferta dos microsseguros”, disse ele. Para Marcio Coriolano, a redução desses custos, que afetam o produto, é fundamental para que o microsseguro ganhe maior relevância dentro do mercado brasileiro de seguros, sobretudo porque seu público-alvo (a população com renda mais baixa) é muito sensível aos preços, tendo em vista que hoje a renda de 70% da população brasileira situa-se abaixo de dois salários-mínimos. “Parte importante dessa renda vai para transportes, alimentação, aluguéis, restringindo o espaço dos orçamentos familiares que sobra para a proteção securitária”, afirmou, para demonstrar a relevância dos custos e das condições de acesso aos microsseguros. Em razão desse quadro e da perspectiva de aprovação de novo marco regulatório ainda este ano, o presidente da CNseg avaliou que a mudança regulatória, que reduz prescrições, 14

Arquivo SB

Desafios da expansão do microsseguro

Marcio Coriolano: “Não adianta apontar o dedo apenas para a regulação do Governo”

pode tornar o modelo de microsseguros mais efetivo, algo a se comemorar, pois incentivará as empresas do setor a se debruçarem ainda mais sobre esse segmento. “O microsseguro é uma salvaguarda para o patrimônio da população com renda menor. O seu papel é justamente contribuir para tornar a trajetória irregular das conquistas dos mais pobres em uma linha reta e ascendente, reduzindo o impacto negativo dos imprevistos financeiros na sua vida. Os microsseguros possuem vocação para complementar os programas de proteção social do Estado e suprir eventuais lacunas deixadas por eles, especialmente em países periféricos, como o Brasil”. Marcio Coriolano frisou que o marco regulatório dos microsseguros evoluiu nos últimos anos, exemplificando isso com a guinada do modelo de supervisão, de prescritivo para

principiológico e colaborativo, algo que deve contribuir para o desenvolvimento desse segmento. Ainda segundo ele, entre 2016 e 2020, os prêmios dos produtos classificados nos ramos de microsseguros no Brasil cresceram mais de 55%, passando de R$ 228,4 milhões para R$ 355,4 milhões nesse período, avanço quase duas vezes superior ao observado para o segmento de Danos e Responsabilidades, que cresceu 29%. Importante também, lembrou, o aumento do número de seguradoras que emitiram prêmios de microsseguros, que passaram de 17, em 2016, para 24, em 2020. Acrescentou que alguns outros produtos, que não estão classificados formalmente como microsseguros, vem ganhando apelo junto às populações com renda mais baixa, como o residencial, que entre 2016 e 2020 cresceu 35%.


Reprodução

Custo operacional, determinante para o sucesso do segmento

O presidente da CNseg, Marcio Coriolano, assinalou outra contribuição importante e indireta dos microsseguros: “As inovações apresentadas para as operações de microsseguros foram gradativamente incorporadas aos modelos tradicionais de negócios, como a possibilidade de vendas de seguros por meios remotos ou por meio de correspondentes de microsseguros e de instituições financeiras. Além disso, avanços tecnológicos se intensificaram, impulsionando novas abordagens de aproximação com o consumidor final, utilizando centrais de atendimento, internet, telefones celulares, canais varejistas, entre outras, o que permitiu ampliar a oferta de produtos e oferecer um tratamento mais ágil, para além da abordagem pessoal.” Apesar dos primeiros passos da regulação terem sido reconhecidos como avanços para o setor, as empresas, segundo Coriolano, entendem que a formatação de produtos muito restrita, com imposição de exigências regulatórias superiores às dos produtos tradicionais, agravou o desafio do custo operacional, que é determinante para o sucesso desse segmento. Assinalou, também, que o amadurecimento desse marco regulatório se deu em um momento em que as condições econômicas brasileiras começaram a deteriorar. “Ao longo de 2014, o processo de ascensão da ‘nova classe média’ foi interrompido, e até certo ponto revertido, fazendo com que o espaço para a ‘popularização’ do seguro se reduzisse. Chegamos ao último trimestre de 2020 com cerca de 70% da população com renda proveniente do trabalho inferior a dois salários-mínimos (US$ 388). Ou seja, a grande maioria da população sequer tem renda

suficiente para construir um patrimônio, quiçá protegê-lo por meio de seguro, sem que custos sejam reduzidos e acesso seja facilitado ao máximo”. Também no encontro foram apresentados os principais pontos do estudo “Landscape of Microinsurance 2020”, que identifica e avalia as tendências e a evolução dos produtos e serviços de seguros inclusivos, contando com a participação de 194 provedores de microsseguro, de países da África, Ásia e América Latina e Caribe. Um breve debate sobre suas conclusões ocorreu entre os participantes, demonstrando o enorme desafio que marca a expansão global dos microsseguros. Os dois representantes da Susep presentes no workshop virtual, Rafael Scherre (diretor de Supervisão da Susep), e Mariana Arozo (coordenadora-geral de Regulação de Seguros Massificados, Pessoas e Previdência da Susep), adiantaram as principais modificações para o marco regulatório de microsseguros. Deixaram claro que o mercado terá plena liberdade para desenhar os produtos, estabelecer limites de capitais segurados (hoje de R$ 30 mil) e encerrar a exclusão de limitação de coberturas. Na plateia do workshop virtual também estiveram, entre outros, a diretora-executiva do Microinsurance Network, Katharine Pulvermacher; a gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Bradesco Seguros, Ivani Benazzi (mediadora); o presidente da AM Best Rating, Matthew Masher; a vice-presidente da AM Best Rating, Andrea Keenan; e o diretor Sênior da América Latina da AM Best Rating, Carlos de la Torre. (Fonte CNseg) 15


Visã Brasil Empresas brasileiras devem aumentar investimentos em TI e em pesquisa e desenvolvimento Apesar das muitas incertezas com relação ao controle da pandemia de Covid-19, os empresários brasileiros figuram entre os mais otimistas no cenário global, principalmente quando o tema é investimento. O resultado da pesquisa da Grant Thornton, com cerca de cinco mil empresários em 29 países, em dezembro de 2020, mostra essa tendência em Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, na qual 80% dos entrevistados preveem incrementos, contra uma média global de 51%. “Impulsionadas pela pandemia, muitas organizações tiveram de buscar na tecnologia maneiras para transformar seu modelo negócio e conseguir sobreviver economicamente. O uso da tecnologia e seus diversos meios tornou-se um aliado importante para retomar o crescimento e a expansão dos negócios”, afirma Marcos Tondin, sócio da área de Tecnologia e Soluções da Grant Thornton Brasil. Outras áreas também se destacaram, como a de pesquisa e desenvolvimento, que para 68% dos empresários deve ganhar mais atenção no Brasil. Globalmente, o índice médio ficou em 44%. Na mesma linha segue o investimento em habilidades da equipe, importante para 70% no Brasil e 45% na média global. Para 60% dos entrevistados brasileiros as instalações e máquinas devem receber mais investimentos, contra uma média global de 38%. “Vivemos tempos de incertezas e mudanças constantes, com impacto direto em novas habilidades que necessitam ser desenvolvidas nas equipes. Além das tradicionais 16

técnicas, os profissionais com maior habilidade de se relacionar e lidar com gente, bem como demonstrarem maior equilíbrio emocional no seu dia a dia, claramente estarão em vantagem neste novo cenário mundial”, avalia Ronaldo Loyola, sócio da área de Capital Humano da Grant Thornton Brasil. Por outro lado, os empresários apontaram também os entraves, os quais dificultam a expansão de seus negócios. Incertezas econômicas, burocracia e excesso de regulamentação são os maiores problemas para 58%, a disponibilidade de mão de obra qua-

lificada é empecilho para 53%, seguida de escassez de pedidos / demanda reduzida (52%). O custo de energia (48%) e a escassez de financiamento (47%) também estão entre os principais entraves, com índices muito próximos aos da média global. A Grant Thornton é uma das maiores empresas de auditoria, tributos, consultoria, transações e BPS, com presença em mais de 140 países. No Brasil, está presente nos 11 principais centros de negócios do país, atendendo empresas nas mais variadas etapas de crescimento, desde startups a companhias abertas.


S EGURO GA RA N T I A A R B I TR A L , U M S EG U R O PIONEIRO NO ME RCA DO B R AS ILEIR O , Q U E VO C Ê SÓ ENC ONTRA AQU I, N A FATO R S EG U R A DO R A ! A arbitragem é o procedimento ideal para solucionar possíveis conflitos empresariais, um método alternativo que demanda menor tempo do que o poder judiciário e objetiva fechar acordos que sejam vantajosos para as partes envolvidas, usando um método flexível e amigável.

O Seguro Garantia Arbitral possibilita que empresas apresentem uma Apólice de Seguro em vez de um bem patrimonial, depósito caução, fiança bancária ou garantia financeira como contracautela para concessão de liminar, garantindo assim que os recursos das corporações não sofram enquanto tramita a arbitragem.

Contrato que garante o pagamento de valores de responsabilidade do Tomador nos procedimentos arbitrais

Cobertura limitada ao valor máximo da garantia, caso o Tomador deixe de efetuar o pagamento, após a sentença arbitral

Funciona para concessão de medidas cautelares ou de urgência e para liberação de ativos

#FalecomseuCorretordeSeguros

Para mais informações sobre o Seguro, aponte a câmera do seu smartphone para o QR Code ao lado.

Antes da contratação, consulte seu corretor e leia as condições contratuais da apólice, que regem o contrato de seguro, as quais descrevem as coberturas, prazos, limites, riscos excluídos e demais condições do seguro. FATOR SEGURADORA S.A., CNPJ 33.061.862/0001-83. Cód. SUSEP 6122. SAC 0800-77-07229 e Ouvidoria 0800-77-32867. SUSEP- SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS, autarquia federal, responsável pela fiscalização e controle dos mercados de seguro, previdência complementar aberta, capitalização, resseguro e corretagem de seguro. Contato: 0800-201-8484.

17


Saúde

Brasileiro aprova telemedicina como opção acessível, eficaz e barata

Freepik

Segundo estudo, 41% dos entrevistados consideram que uma urgência em saúde pode ser resolvida pela telemedicina. Para 66% dos médicos, videochamada oferece melhor acesso à saúde para os brasileiros

Para entender a aceitação e adoção da telemedicina por médicos e da população em geral a partir da pandemia da Covid-19, a Conexa Saúde e o Datafolha realizaram a pesquisa inédita “Telemedicina no Brasil”. O estudo (divulgado em abril) mostra que 41% dos entrevistados acreditam que uma emergência em saúde possa ser resolvida pela telemedicina. Entre as especialidades mais procuradas por quem já experimentou a telemedicina, há uma preocupação com a saúde em geral, com destaque para saúde mental e nutricional: um terço das consultas (32%) ocorre na área de clínica geral, seguida de psicologia/psicanálise (28%) e nutricionista (9%). Outro dado importante destaca que destas pessoas que já foram atendidas remotamente por um profissio18

nal de saúde estão abertas a adotar a telemedicina como um hábito: 73% dos consultados voltariam a realizar consultas de saúde por videochamada. A pesquisa foi realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2020 por meio de entrevistas quantitativas por telefone, com aplicação de dois questionários estruturados com médicos de diversas especialidades e com a população em geral. Foram ouvidas 801 pessoas (sendo 127 usuários da plataforma docpass e 674 da população em geral) e 307 médicos (100 usuários da plataforma Conexa Saúde e 207 médicos em geral). O alcance da pesquisa é nacional. Os entrevistados também destacaram a importância da telemedicina no contexto da pandemia: 72% das pessoas na população em geral disseram

que a telemedicina é considerada uma ótima ferramenta para o acesso à saúde. Entre os médicos, 68% acreditam que um excelente atendimento se caracteriza pelo acesso dos pacientes aos especialistas em saúde. Sessenta e seis por cento afirmaram que a telemedicina oferece melhor acesso. A pesquisa também apontou que mais de 60% dos médicos afirmam considerar a telemedicina em um futuro próximo. Segundo dados da Demografia Médica de 2020, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo, cerca de 60% dos médicos brasileiros estão concentrados em apenas 39 munícipios, do total dos 5.570 existentes. Diante desse desequilíbrio, o uso da telemedicina tem se mostrado um grande aliado na democratização do acesso à saúde, derrubando barreiras e aproximando médicos e pacientes, em todas as regiões do País. Valores reconhecidos Setenta e sete por cento da população em geral entrevistada considera que a telemedicina é prática. Além disso, 61% deles gostam de ter o acompanhamento do profissional de saúde por meio da ferramenta. Mesmo os entrevistados que ainda não tiverem nenhuma experiência, 44% dos entrevistados consideram provável usar a telemedicina.


Quando questionados sobre os fatores que motivariam a usar a telemedicina, os entrevistados apontaram: o fácil acesso a um especialista específico, o menor custo de atendimento (consultas mais baratas), ter o problema de saúde solucionado com eficiência e o acompanhamento próximo médico para o seu caso. A médica Viviane Maiolini atende há um ano como clínica geral. “Moro no Rio de Janeiro e consigo atender pacientes do Brasil inteiro. Tenho feito muitos acompanhamentos de pacientes crônicos por meio da plataforma de telemedicina. Chegamos até a casa das pessoas, muitas delas carentes. Criamos vínculos e, em muitos lugares, a telemedicina chega antes do próprio sistema de saúde, especialmente nos interiores do país. Também tem sido uma ótima ferramenta para trocas de opiniões entre médicos”, ressalta.

Telemedicina irá movimentar US$ 131 bilhões até o ano de 2025 A telemedicina se popularizou neste período de pandemia e é uma opção viável e segura para quem quer evitar hospitais e clínicas por medo de infecção do novo Coronavírus. E esse é um mercado em ascensão nos próximos anos. Estudos recentes, realizados pela Global Market Insights, projetaram que o mercado mundial de telemedicina irá expandir para US$ 131 bilhões. A taxa de crescimento anual, de 19%, será impulsionada pela ampliação da rede de telecomunicações e pelas iniciativas dos governos. A telemedicina foi autorizada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) em caráter emergencial durante a pandemia e parece não ter prazo para seu término. A prática ajudou a evitar ida de pacientes com quadros leves a moderados para unidades de saúde e tem sido uma ferramenta para que profissionais de saúde exerçam sua profissão. De acordo com a diretora comercial e de parcerias da MyConsultor, plataforma de teleatendimento e teleconsultoria, Eise Batista, “além de atender o paciente a distância por videochamada, o profissional tem acesso ao agendamento online, acesso a prontuários, receitas e atestados, disponibilizados e assinados de modo online”.

Levantamento realizado pela Abramge (Associação Brasileira de Plano de Saúde), entre operadoras de planos de saúde associadas, contabilizou mais de 2,5 milhões de teleconsultas realizadas entre os meses de abril de 2020 e março deste ano. A base considera operadoras que, juntas, atendem mais de 8,7 milhões de beneficiários em todo território nacional. A eficácia e a segurança também foram avaliadas. Ainda de acordo com o levantamento da Abramge, entre as teleconsultas registradas, cerca de 90% dos casos foram solucionados à distância. Ou seja, a cada 10 pacientes atendidos, nove não precisaram ir ao hospital, evitando a exposição ao coronavírus. A Telemedicina como utilizamos atualmente ainda não está regulamentada de forma definitiva no Brasil. A Lei 13.989, de autoria da deputada federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Telessaúde, Adriana Ventura, autoriza o uso da Telemedicina em caráter emergencial, apenas durante a crise do coronavírus. A Abramge entende que a aprovação em definitivo da lei facilitará a coordenação do cuidado com o atendimento primário, o acesso aos médicos, além de diminuir a alta

Freepik

Mais de 2,5 milhões de teleconsultas em 12 meses

demanda por triagem e pronto-atendimentos. “O crescimento exponencial da Telessaúde também é um reflexo da satisfação dos beneficiários dos planos de saúde. A regulamentação é um avanço fundamental para a Medicina, estamos em contato constante com as autoridades responsáveis para apresentar dados e informações que corroborem a tomada dessa decisão”, avalia Renato Casarotti, presidente da Abramge. 19


As operadoras de planos de saúde ampliam a cobertura oferecida a seus beneficiários. Desde 1° de abril, 69 novos procedimentos – entre exames, terapias, cirurgias e novos medicamentos – foram incorporados ao rol obrigatório definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) estão preparadas para garantir a cobertura desses novos procedimentos e eventos, que vão aumentar o acesso dos brasileiros à saúde de qualidade. Entre os novos itens incorporados estão 19 medicamentos de combate ao câncer. Isso amplia a lista de remédios oncológicos cobertos pelos planos de saúde para 58. As novidades beneficiam mulheres com tumor na mama em estágio avançado, pacientes com câncer de pulmão com metástase, leucemias, tumores de fígado, próstata e rim, melanomas e mielomas. Outros 17 medicamentos imunobiológicos entraram para o rol, com aplicações para asma, esclerose múltipla, hidradenite supurativa, psoríase, retocolite ulcerativa, urticária crônica e uveíte. Também passam a ser cobertos quatro novos tipos de cirurgia, para hérnia de disco lombar, coração, mandíbula e coluna cervical. Os exames e terapias incluídos permitirão diagnósticos e tratamentos de pré-eclâmpsia, câncer de pulmão e de mama, tuberculose e inflamação intestinal, entre outros. Pela primeira vez, a ANS estimou o impacto orçamentário gerado pelos 20

Arquivo SB

Novas coberturas ampliam atendimento dos planos de saúde Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde

novos itens, uma medida fundamental para medir o efeito sobre os custos e sobre a formação de preços e mensalidades. A estimativa do órgão regulador vai de R$ 1,52 bilhão a R$ 2,41 bilhões, o que equivale a até 1,5% da despesa assistencial registrada nos últimos 12 meses até setembro de 2020. No entanto, o impacto pode ser ainda maior, de acordo com a utilização dos novos tratamentos. Isso porque os planos de saúde não geram custos; eles os gerenciam e os distribuem entre seus beneficiários, modelo adotado na saúde suplementar em qualquer lugar do mundo. Portanto, a elevação dos gastos na prestação dos serviços é repartida entre todos os participantes do sistema. “O processo de atualização do rol é uma oportunidade para dar transparência à incorporação de novas tecnologias e seu consequente impacto nos custos da prestação de serviços de saúde, preocupação cada vez maior de quem lida com o setor no mundo todo”, avalia Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde. “No entanto, nossa avaliação é que o impacto financeiro da atualização pode ser muito maior do que o comunica-

do pela ANS.” Os custos de saúde crescem muito acima dos índices gerais de preços por causa de fatores como inovação tecnológica, mudanças demográficas e maior uso do sistema. Por isso, as associadas da FenaSaúde têm buscado atuar em iniciativas que garantam maior resolutividade, com melhores resultados para os beneficiários a custos compatíveis. Um sistema equilibrado permite mais possibilidades de tratamento e cura, com custos mais racionais - portanto, com menor impacto financeiro sobre o bolso dos clientes. A diretoria da ANS também voltou a reforçar que o Rol de Procedimentos traz a cobertura máxima obrigatória para os planos de saúde. A agência detalhou em um dos artigos da norma que o rol é taxativo. Com isso, a ANS incorporou à norma o entendimento que ela tem conferido aos limites de cobertura desde 1998, quando foi publicada a Lei 9.656, assim como em ações judiciais e documentos públicos posteriores. Outra decisão anunciada pela ANS foi propor prazos menores para a atualização do rol. Atualmente, a lista é revisada a cada dois anos.


21


Solução

Fator Seguradora lança o primeiro seguro arbitral do Brasil Dentro do cenário de inovação que instiga o mercado segurador a criar soluções sob medida para consumidores, a Fator Seguradora sai na frente e lança o seguro garantia arbitral para atender ao grande volume de demandas das principais Câmaras de Arbitragem existentes no Brasil. O seguro arbitral, primeiro do mercado segurador aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), foi idealizado pela seguradora especializada em garantia com o apoio do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. “Nosso laboratório de inovação tem como meta o desenvolvimento de produtos para mitigar riscos dos clientes. Garantia está no DNA da seguradora e nossos especialistas sempre buscam soluções financeiras que agregam valor ao mundo corporativo”, diz Luis Eduardo Assis, CEO da Fator Seguradora. O potencial deste nicho de mercado é enorme. Segundo os idealizadores, há uma estimativa de que as demandas arbitrais das principais Câmaras existentes no país somam R$ 52 bilhões. “Entraremos em um nicho com boas oportunidades de mercado, ainda não explorado. A ideia é que seja utilizado como concessão de liminar com constrição de valor. O cliente pode apresentar uma apólice de seguro em vez de um bem patrimonial ou garantia financeira como contracautela para concessão de liminar”, explica Agatha Lopes Mateus, advogada da Fator Se22

Fotos – Divulgação

Produto foi desenvolvido com o apoio do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e já tem um programa de resseguro aprovado, com a liderança do IRB Brasil RE

Luis Eduardo Assis, CEO da Fator Seguradora: “Nossos especialistas sempre buscam soluções financeiras que agregam valor ao mundo corporativo”

guradora. Segundo dados da CCI de 2016, o Brasil é um dos cinco países do mundo que mais usa arbitragem e a tendência é de crescimento e pulverização do seu uso. Isso ocorre por conta da imprevisibilidade e morosidade do Judiciário no Brasil. Cassio Gama Amaral, sócio do escritório Mattos Filho, cita um exemplo do uso do seguro arbitral. “Seria uma disputa entre tomador de uma obra e um construtor sobre rescisão do contrato por inadimplemento. O tomador/dono da obra pode requerer, liminarmente, a rescisão do contrato e substituição imediata do construtor, sob alegação de inadimplemento absoluto. Para tanto, apresenta o seguro garantia arbitral para fazer frente a prejuízos que o construtor possa experimentar caso a liminar seja revogada ou não confirmada em sentença”. A vigência das apólices tende a ser menor do que a de seguro garan-

tia judicial, com tempo médio de 17 meses. “Por não existir fase recursal, o ideal é 12 meses de vigência para que possamos acompanhar a manutenção da capacidade financeira do tomador”, acrescenta a advogada Agatha Lopes Mateus. A concessão da apólice de seguros segue os critérios de outros seguros financeiros da Fator Seguradora, entre eles o tomador ter patrimônio líquido superior a R$ 200 milhões.

Resseguradores

O produto foi aprovado por um pool de resseguradores, com a liderança do IRB Brasil RE. Segundo a executiva, o novo produto está integrado a um amplo processo de transformação digital que envolve toda a companhia. No primeiro semestre, o produto fará parte de uma nova plataforma digital, construída para facilitar o dia a dia de corretores, assessorias e parceiros de negócios.


“Nossa missão agora é apresentar aos corretores de seguros o produto e os benefícios que ele traz aos clientes e assim conscientizar as empresas sobre a opção de oferecer uma apólice de seguro em vez de um deposito caução ou fiança bancária nos processos de arbitragem. É o mesmo caminho do seguro garantia judicial,

que em 2020 movimentou mais de R$ 2 bilhões em prêmios. Temos a convicção de que o seguro garantia arbitral deverá se tornar uma exigência nos contratos que contam com clausulas de arbitragem”, conclui Agatha. O seguro arbitral vem complementar o ramo de seguros financeiros da seguradora especialista em

“Com menos de uma semana, desde o lançamento do produto, tivemos diversas consultas e já estamos fechando os primeiros negócios. A opção de resolução de litígios através da arbitragem vem crescendo a cada ano no Brasil, motivado pela lentidão do sistema Judiciário. A alternativa do seguro garantia arbitral atende uma necessidade deste mercado crescente, tornando todo o processo menos oneroso” “Garantia está no DNA da Fator. Fomos criados há 12 anos inicialmente como seguradora de garantias e desenvolvemos diversos outros produtos ao longo do tempo, sem perder a nossa essência. Queremos manter o protagonismo no mercado de garantias trazendo novidades em duas frentes: novos produtos e muita tecnologia na operação” Pedro Mattosinho, Diretor Técnico da Fator Seguradora

seguro garantia e que nos últimos anos amplia o portfólio com produtos como Responsabilidade Civil Profissional, Directors & Officers (D&O), Erros e Omissões (E&O), além dos tradicionais seguros corporativos como seguros de danos ou no jargão internacional Property & Casualty (P&C), que engloba seguro incêndio, riscos de engenharia, riscos operacionais, transportes entre outros que visam proteger o patrimônio das empresas.

Para a solução de possíveis conflitos empresariais, a arbitragem é um método alternativo que demanda menor tempo do que o poder judiciário e tem o objetivo de fechar acordos que sejam vantajosos para as partes envolvidas, usando um método flexível e amigável. O Brasil ocupa o sexto lugar em número de arbitragens em diversos critérios, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Espanha e França. Na América Latina, é o primeiro país da lista. A Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem - CIESP/ FIESP apurou que, em 2019, existiam 100 casos tramitando em processos arbitrais. Após a alteração parcial da Lei de Arbitragem e com a inflexibilidade do processo judicial, houve aumento da procura pela resolução de conflitos por intermédio da arbitragem. Tem sido tendência nos setores de Construção e Infraestrutura, Imobiliário, Transporte e Logística, Saneamento e Tratamento de Resíduos, Energia, Telecomunicações e Educação. 23


Tendência

Economia prateada

Estudo aponta oportunidades e desafios

Reprodução

Intenção é ampliar oferta de produtos e serviços de seguradoras para público sênior

Uma pesquisa realizada no mercado local, acompanhada das principais ações (públicas e privadas) voltadas ao público sênior em cinco países com a maior presença de idosos em sua população, é o mote do estudo “Público sênior, oportunidades e desafios para o mercado segurador - Fase II”, concluído pelo Grupo de Trabalho da Comissão de Inteligência de Mercado (CIM), da Confederação Nacional das Seguradoras - CNseg. A ideia central do estudo foi entender como o mercado local está trabalhando com esse público e conhecer a experiência internacional de forma a oferecer insights às seguradoras a fim de ampliar a oferta de produtos e serviços a uma faixa de consumidor que será progressivamente mais relevante no mercado com o avanço da longevidade. “O estudo mostra que as seguradoras, inclusive aqui, devem ter estratégias para aten24

der ao consumidor que envelhecerá nos próximos anos ou décadas. Esse público, enquanto ativo e independente, tem poder de compra e alguns deles podem se dar ao luxo de gastar um pouco mais. O mercado segurador precisa estar atento à cadeia de valor que surge em seu entorno e aos riscos específicos de cada atividade”, destaca Antonieta Scarlassari, líder do Grupo de Trabalho responsável pela pesquisa. Na pesquisa, que teve adesão de 42% das seguradoras selecionadas para o estudo, foram levantados aspectos relacionados a produtos, serviços, análise de informação, subscrição, ações de comunicação, idade máxima na contratação do seguro, distribuição dos clientes por faixa etária e programa de contratação de funcionários. Para fins do entendimento do mercado internacional, foram sele-

cionados países com maior relevância econômica na atividade de seguros e com percentual representativo de idosos na população. O ano escolhido foi o de 2017, e os países pesquisados foram, por ordem, os Estados Unidos (1º no ranking mundial de volume de prêmios), com market share de 28,15% naquele ano e 15,4% de idosos acima de 65 anos; a China (2ª do ranking global de seguros dos prêmios), cuja população acima de 65 anos representava 10,6% do total; o Japão (3º do ranking, 8,63% dos prêmios mundiais), que contava com 27% de idosos a partir de 65 anos; Alemanha (6º do ranking do setor e market share global de 4,56%), com 21,4% da população com mais de 65 anos. Os quatro países representavam 53% do mercado mundial de seguros em 2017 e uma população idosa somada bastante significativa. Por entender, contudo, que seria importan-


Freepik

te contar com um país da região da América do Sul para ter um espelho em termos de similaridades, os pesquisadores optaram pelo Chile. O estudo faz um vigoroso raio-X dos modelos americanos de saúde e de previdência (social e privada) e aponta importantes diferenciais na comparação com o Brasil. Os gastos americanos com saúde dos idosos somam US$ 1,2 trilhão ao ano, contando 50 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Em 2030, a previsão é que sejam 72 milhões, representando 19% do total da população. A oferta de saúde está predominantemente com a iniciativa privada, havendo uma gama de produtos para os mais variados bolsos. O modelo americano de saúde estimula a criação de empresas dedicadas aos idosos, abrindo um leque de oportunidades para o seguro, com soluções que tranquilizem cuidadores, reduzam riscos de acidentes

e enfermidades e, por fim, assegurem maior segurança, independência e qualidade de vida ao público sênior. O estudo prevê problemas para o pilar público da previdência americana. Motivos? O regime de repartição e o maior número de beneficiários esperados nas próximas década em virtude da longevidade. Para se ter uma ideia, acredita-se que, nos próximos 30 anos, o número de idosos dobrará e haverá maior tempo de duração de pagamento dos benefícios - em média por 30 anos subsequentes no futuro. Em 1940, os americanos que completavam 65 anos recebiam o benefício por 18 anos. Logo haverá uma pressão de custos insustentáveis, dizem especialistas. Os planos privados serão uma saída para dar melhores condições de vida aos futuros idosos. A China, país mais populoso do mundo – com mais de 1,4 bilhão de habitantes –, enfrenta desafios pro-

porcionalmente maiores. Sua população idosa soma 230 milhões de pessoas (16% do total), há gaps entre as gerações (forte redução da população jovem em virtude da Lei do Filho Único dos anos 70), e agora o país paga caro pelo rápido envelhecimento da população. A rede de apoio em torno dos idosos chama a atenção pela diversidade de ações, como apartamentos/condomínios voltados para o cuidado de idosos, incluindo centro médico, área de lazer e escola em seu entorno. A presença de equipamentos urbanos, como escolas e área de lazer, é um chamariz para atrair os cuidadores, em sua maioria jovem (mão de obra escassa), e estimulá-los a manter residência fixa na casa dos idosos. Algumas dessas iniciativas estão a cargo de seguradoras, que criam lares que sirvam tanto de férias como de casa de repouso e podem, inclusive, garantir suas reservas técnicas com esses empreendimentos. Essas participações geram duplo benefícios: fidelizam segurados de vida e previdência e geram rentabilidade aos recursos aplicados. No estudo de 73 páginas que fornece inspirações para o setor segurador, há ainda exemplos promissores de iniciativas em prol dos idosos. No Japão, destaques para as ações no campo da saúde, os gastos pesados com a previdência, quase 30% do orçamento, e forte presença dos planos privados; na Alemanha com ações amigáveis aos idosos, presentes no mercado de trabalho, em universidades, com cidades acessíveis, supermercados exclusivos para o público sênior e modelo de saúde descrito como eficiente, mas com falhas no atendimento, e, no Chile, que parece fazer contrapontos aos demais modelos, com o crescente empobrecimento dos idosos. 25


Reflexo da Pandemia

Ergonomia no home office A pandemia pela Covid-19 nos trouxe desafios inéditos, tanto em nossa vida pessoal quanto na profissional. Para nos adequarmos a ela, modificamos a maneira como nos vestimos, portamos e, também, como trabalhamos. No entanto, embora essas adaptações sejam eficazes contra a Covid-19, elas também apresentam seus próprios desafios. A ergonomia no home office é um deles. A empresa Sharecare - inovação e digitalização da saúde - explica por que se deve se preocupar com o tema e como cuidar da ergonomia durante e após a pandemia. O que é ergonomia? O termo ergonomia resulta da junção das palavras gregas ergon (“trabalho”) e nomos (“lei natural”). O conceito, surgido no Século XVII, compreende o estudo da relação do homem com os equipamentos em seu ambiente de trabalho. De acordo com o dicionário Michaelis, a palavra era utilizada para descrever a interação homem-máquina até a década de 1970. A partir daí, com o surgimento de aparelhos mais sofisticados, a ergonomia se refere majoritariamente à interação homem-computador. Daí sua importância crescente, com a popularização do home office. Por que se preocupar com a ergonomia no home office? Desde a popularização da internet e dos computadores contemporâneos, o trabalho a distância vem crescendo gradativamente. O home office não é exclusivo da pandemia, embora seus índices tenham claramente aumentado durante esse período. Apesar disso, não há ainda uma definição clara das leis trabalhistas específicas para o home office. De acordo com 26

Ricardo Calcini, professor de Direito do Trabalho, esse modelo de serviço segue as normas do teletrabalho — que, este sim, consta na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). E, embora a ergonomia pareça uma preocupação excessiva, os números dizem o contrário: de acordo com um artigo da American Family Physician, distúrbios musculoesqueléticos são responsáveis por 33% de todas as doenças ocupacionais. Grande parte das condições que entram nessa categoria (como lombalgias e dores articulares) podem ser agravadas por uma ergonomia inadequada. Quais ações de ergonomia adotar? Embora a preocupação com a ergonomia seja de interesse mútuo, sua correção depende majoritariamente dos funcionários da empresa. Nesse cenário, cabe ao empregador instruir sobre boas práticas de ergonomia e estimulá-las. Estimule a organização do ambiente de trabalho Uma das principais medidas para melhorar a ergonomia é organizar o ambiente de trabalho para adequá-lo às posições corretas. É recomendado, por exemplo, que os ângulos articulares dos joelhos, quadril e cotovelos sejam aproximadamente de 90 graus. Além disso, devemos manter a coluna ereta e a visão no plano horizontal. Lembre os funcionários de manter sua postura Um ambiente de trabalho organizado e ergonomicamente adequado se torna ineficaz se a postura do funcionário não for mantida. Felizmente, a partir do momento em que adquirimos o hábito de sentar corretamente, conseguimos corrigir nossa postura inconscientemente. No entanto, é necessário recordar constantemente de corrigir a

postura para atingirmos esse objetivo. No home office, é possível utilizar lembretes espaçados para que os empregados corrijam sua postura. Eles podem ser enviados durante reuniões ou métodos corriqueiros de comunicação — como e-mails. Inclua pausas na rotina Mesmo com o home office, é comum manter a jornada de trabalho similar à presencial. Isso significa que o funcionário pode passar horas na mesma posição caso não haja pausas. Fisiologicamente, isso pode causar uma sobrecarga muscular e articular, predispondo às doenças ocupacionais. Por isso, é importante estabelecer um planejamento de pausas na rotina, pensando na correção da ergonomia. Elas não precisam ser longas, a ponto de impactar na produtividade da equipe. Preocupe-se com a iluminação Diferentemente do que dita o senso-comum, a ergonomia não envolve apenas o sistema musculoesquelético: a iluminação também faz parte da interface homem-computador e, portanto, está inclusa no conceito. Indique apoios e móveis adequados Atualmente, contamos com cadeiras, computadores, teclados e apoios cada vez mais adequados ao homem. Nas lojas, esses equipamentos são caracterizados como “ergonômicos” e geralmente são mais adequados a longas jornadas de trabalho.


Já sabe como o Cresça com o Digital pode potencializar o seu negócio? A Liberty acredita e investe na transformação digital desde 2013 com diversas ferramentas que aumentam a sua eficiência e buscam a satisfação dos nossos clientes. E agora chegou o Cresça com o Digital, que reúne todas as nossas soluções digitais para potencializar o seu negócio, diminuindo a sua carga de trabalho e crescendo as suas vendas.

Aceita o nosso desafio de Crescer com o Digital na Liberty? Procure já o seu Gestor Comercial e saiba tudo o que a Liberty te oferece para que você Cresça conosco!

Cresça com o Digital! Cresça com a Liberty!

27


SEU TEMP

Indo longe com a bike Fotos arquivo pessoal

Corretor aprimora prática de ciclismo e impulsiona venda de seguros

Foi tentando unir grupo de amigos em uma atividade saudável que há 10 anos o corretor de seguros Luiz Alvarez Morales, proprietário da Lar Corretora de Seguros, descobriu e se apaixonou pelo ciclismo. “Verifiquei que muitos amigos corretores de seguros estavam sem atividade física, com problemas de obesidade, e pensei em criar alguma iniciativa. Tentei um time de futebol, mas acabei me machucando, depois montei um grupo de caminhada, que não teve grande envolvimento, e deu certo quando pensei em pedalarmos”, conta. Os primeiros passeios de bike começaram de forma pretensiosa, com trajetos curtos de 3 quilômetros entre parques da cidade de São Paulo aos domingos. “Houve grande energia e sinergia do grupo, a quem demos o nome de ‘Loucos por Bike’, e que se motivou com os novos hábitos saudáveis. Fomos melhorando, emagrecendo. No início fazíamos uma para28

Além de ganhar saúde, o corretor de seguros Luiz Morales criou uma rede de amigos e um canal para novos seguros da na feira para comer pastel, depois substituímos por frutas. O esporte vai trazendo essa consciência sobre a importância de se cuidar. Além do corpo, melhora o psicológico, deixamos os problemas para trás quando estamos em cima da bike e com os amigos ao redor. Pedalando vemos o mundo de forma diferente do que quando passamos de carro, sentimos o ar, a luz, a natureza”, afirma Luiz Morales, que emagreceu 20 quilos com a prática do esporte. Até quem não sabia pedalar teve a oportunidade com os amigos ‘Loucos por Bike’. “Minha esposa Lourdes nunca teve bicicleta, ensinei e ela relatou sobre a felicidade de ter aprendido depois de adulta. Aí descobrimos outros amigos que não sabiam, e fize-

mos uma ação em parceria com uma seguradora para ensinar grupos de pessoas já com idade avançada. Para essas cerca de 200 pessoas foi uma felicidade ter realizado sonho de infância. Uma das coisas carinhosas que fizemos”, conta. O grupo que começou com corretores foi incorporando segurados e outros amigos, e os passeios foram aumentando gradativamente. “Os passeios que começaram com 3 km, depois subiram para 5, 20, 30, 50 km por dia. Você sempre quer mais, começamos a conhecer outras cidades, depois outros Estados”. Para esses passeios em outras localidades, como Guararema-SP ou Monte Verde-MG, Luiz Morales faz por sua conta um seguro de eventos, para que se alguém


se machuque tenha cobertura de diárias médicas hospitalares, e também inclui a cobertura de acidentes pessoais, importante para amparar os participantes do passeio. Ele mesmo já teve uma queda de bike e precisou utilizar a cobertura de saúde. Com o aumento dos percursos, os ciclistas também foram investindo em bikes mais caras. “Fazemos o seguro de bike porque é importante ter esta tranquilidade, muitas vezes estamos em locais de pouca movimentação, sem policiamento, é importante garantir que se algo acontecer teremos o retorno do bem”. Os passeios foram tão longe que se tornaram internacionais. Luiz tinha o sonho de fazer um pedal no exterior, mas, para isso foi necessário um bate-papo com seu especialista financeiro para juntos planejarem como tirar do papel este desejo. “Entra aqui mais um produto que foi importante para realizar este sonho: utilizei recursos da previdência privada, pois é um passeio que custa cerca de R$ 20 mil, entre o monitoramento do grupo, passagens aéreas, hospedagem, aluguel de equipamentos. É muito válida a acumulação através do plano de previdência privada ou consórcio

para obter o valor em espécie”. Em 2019 Luiz Morales fez o percurso da ciclovia Claudia Augusta, na Europa. Ele contratou o grupo especializado neste passeio, o NSA Cicloturismo. “A ciclovia Claudia Augusta é um pedal que tem início na Alemanha, em Munique, e segue um roteiro até chegar na Itália. Da Alemanha passamos para a Áustria, entramos na Itália, depois fizemos um retorno que pega um trecho da Suíça, voltamos para a Itália fechando em Veneza. Os grupos são pequenos, de 10 a 12 pessoas, para maior qualidade, e o trajeto dura cerca de 10 dias”, conta Leonardo Castelo Branco, organizador dos ciclo-passeios. “O deslocamento total é de um pouco mais de 1 mil quilômetros, sendo que 660 km aproximadamente fazemos pedalando, e os outros 400 são em carros transfer”, revela. Para este percurso internacional também é obrigatório o seguro viagem. A Lar Corretora expandiu os negócios e hoje fornece os seguros dos passeios da NSA. “Assim como vários amigos que fiz nos grupos de pedal aqui em São Paulo e viraram segurados contratando comigo o seguro para suas bikes, o Leo da NSA virou

um importante cliente, faz com a Lar Corretora os seguros de suas viagens internacionais, além de bikes, é claro”. “Esta viagem para a Europa foi incrível. De bike conseguimos ver o mundo de forma diferente. Já viajei de carro, avião, trem, navio, mas nada de compara a ir entrando nas cidades pedalando, sentindo tudo muito perto”, conta Luiz. Em 2020 o passeio não aconteceu por conta da pandemia, mas Luiz e Leonardo já estão organizando para 2021. Luiz Morales encontrou uma forma de unir saúde, amizade e negócios. “O seguro é obrigatório para a entrada na Europa e também traz uma segurança muito grande para todos os participantes. A NSA não faz nenhum trajeto em ciclovia, seja na Europa ou no Brasil, sem o seguro. Nossa base é em São Paulo, mas se tivermos que ir para Santos (litoral de SP) já contatamos o Luiz e a Lar Corretora, porque é uma segurança indispensável”, diz o cliente Leonardo. “A bike, além de me trazer mais saúde e felicidade, evidenciou a importância do planejamento, da proteção através de seguros e de buscar a realização de sonhos”, finaliza Luiz Morales.

29


PONTO FINAL LEILA NAVARRO

Freepik

Despejado e Despojado: consegue distinguir?

Você é adepto a mudanças? Ou você é do time que tem medo de mudar? Eu mesma já mudei 19 vezes de casa e estou para me mudar novamente. E olha que nenhuma dessas mudanças foi porque fui despejada, mas sim despojada. Acredito que para lidar bem com as mudanças é necessário ser uma pessoa despojada. O significado do adjetivo despojado refere-se a ser, nesse contexto, uma pessoa simples; sem enfeites e ornamentos; alguém desprendido; despido, cujo a adorno e cobertura lhe foram retirados. Você se identifica? Já se sentiu assim? Nós seres humanos temos uma certa resistência a mudanças e isso é algo natural, já que a mudança exige que a gente saia da nossa zona de conforto. Nos limitamos tanto a estar dentro de uma caixinha, que em pleno Século 21, tem gente que ainda não quer abri-lá. Mas, vamos analisar o que pode nos impedir de mudar? Talvez, seja o excesso de incertezas? O medo do desconhecido? A insegurança? Falta de boas informações? O medo de desapegar? Falta de compaixão? Falta de recursos? A pandemia? 30

O futuro? Enfim, poderia continuar aqui até amanhã te enumerando vários questionamentos. E até que ponto é bom sermos resistentes a mudanças? Ou melhor dizendo, será que em algum ponto isso é bom? A mudança deve ser um processo com início, meio e fim. Não adianta querer pular as etapas. Portanto, é importante que tenhamos sempre um objetivo claro como foco. Pense em uma bússola que nos aponta a direção: precisamos de um Norte. Seja a mudança de casa, apartamento, mudança pessoal ou profissional. Focarmos neste objetivo é essencial, porque assim nós não perdemos tempo pensando no que ficará para trás. No jogo da vida é necessário mudarmos nossa estratégia, em determinados casos, para conseguir vencer a partida e começar uma nova fase. E lhe pergunto: Que fase você está agora? Como estão as suas estratégias? Como está seu foco? Se sente perdido e sem direção? Muitas das vezes culpamos o outro por situações e experiências pela qual estamos passando sem perceber que nós somos os responsáveis por onde queremos chegar. A escolha do

destino final tem que partir de uma tomada de decisão. Não podemos frisar apenas na eficiência que teremos que apresentar logo de início. Adquirir autoconfiança requer tempo, respeite seu processo de maturação. Não seja reativo com a diversidade, seja criativo. Enquanto você está perdendo, você está no jogo. Mas quando você ganha: GAMER OVER! O jogo acabou. Ainda estamos no jogo da vida. Ainda estamos no jogo do Covid 19 e vamos passar de fase. Se realizarmos o exercício de ser a mudança que desejamos ver no mundo, podemos mostrar que somos capazes de ultrapassar barreiras inimagináveis. Despojados, desapegados, despidos e avante!

Palestrante Internacional com foco em Comportamento e Motivação | Empresária | Startuper | Escritora | Mentora | Conferencista www.leilanavarro.com.br


A Avaliação Patrimonial é a GARANTIA de um SEGURO bem feito.

Os procedimentos mais modernos de Gerenciamento de Riscos indicam a correta Avaliação dos bens como um dos fatores mais importantes para a contratação dos seguros. Independentemente da forma com o seguro é contratado, conhecer o valor correto dos bens, permite ao segurado definir com segurança qual o valor que pode ser adotado como franquia e também optar com tranquilidade sobre qual tipo de apólice comprar. Nada mais problemático do que descobrir no momento de um sinistro que a importância segurada não cobria o valor dos bens e que a Seguradora somente irá indenizar parte dos bens perdidos.

769 9°/13°/14°

A Avaliação Patrimonial elimina ainda o risco de se pagar prêmios em excesso devido a contratação de seguro com valores superestimados dos bens. 44 anos de atuação no mercado nacional e da América do Sul. Mais de 80 anos de atuação no mercado mundial. Australia, Belgium, Brazil, Dutch Caribbean, France, India, Italy, Mexico, Mozambique, The Netherlands, New Zealand, Portugal, Singapore, Spain, Sweden, Thailand, UK, U.S.A.

Evite riscos desnecessários, faça a Avaliação dos seus bens.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.