Tais Bobato

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Ano 4 | Edição 41 | Julho 2013 | R$ 6,90

Mayara Antiqueira A Musa do Leão agora quer o título de Musa do Brasileirão. E você pode ajudar esta gata! Saiba como

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Luta de Braço

Clã dos Milani

A família Milani vive e luta unida. A mamãe e seus quatro filhos são praticantes de jiu jitsu

O limeirense Rodrigo Franco é o atual Vice-campeão Brasileiro e único praticante do esporte na cidade

Bio Ritmo

Academia promoveu a “Bio Running Night”; 119 alunos participaram da corrida de rua

Tais Bobato

Superado todos os obstáculos impostos pela vida, a atleta nada mais de 5 mil metros todos os dias, e avisa: “Vou trabalhar muito para estar nos Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro” 1 | REC


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EDITORIAL A vida e suas imposições Queiramos ou não, as adversidades fazem parte de nossas vidas. Superá-las é um dos maiores obstáculos que enfrentamos. Os problemas, sejam grandes ou pequenos, apresentam-se a nós durante toda a nossa existência. Independentemente de quão animado, inteligente, ou contente estejamos no momento, independentemente de a vida nos correr às mil maravilhas, inesperadamente todos nós algumas vezes somos confrontados com problemas, lutas, desafios, dificuldades. É como se fossemos postos à prova, para vermos de que fibra somos feitos, como é que conseguimos enfrentar algumas situações catastróficas e angustiantes. Não pretendo passar a mensagem que quanto mais adversidade melhor, nem sou apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não, o sofrimento incapacitante não é benéfico. Ainda assim, não invalida que pensamos nele como uma realidade que acontece na vida de cada um de nós, certamente em número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa. Quando acontece, aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais sofrimento. Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruturarmos e seguirmos em frente. Dito isso, peço que acompanhem a brilhante história de Tais Bobato, a personagem de capa desta edição. A todos uma ótima leitura, e até a próxima.

EXPEDIENTE Revista REC: Resenha Esporte Clube Diretores: Danilo Galzerano e Igor Voigt

Igor Voigt JORNALISTA

CONTATO Telefone: (19) 3713-9265 Twitter: @revista_rec Facebook: REC Resenha Esporte Clube

Revisão: Soraya Figueiredo Dantas

E-mail: revista_rec@hotmail.com

Diagramação e Criação: Paolo di Luca

Site: resenhaesporteclube.com.br

Jornalista Responsável: Igor Voigt - MTB 59231/SP

Agradecimentos: Ao Instituto Cultural Ítalo Brasileiro e ao Limeira Clube por cederem suas dependências para fotos.

Circulação: Limeira- SP Distribuição: condomínios residenciais, clínicas e consultórios, clubes, academias, restaurantes, bares, empresas, bancas e assinantes. Ano 04, edição 41 - Julho/2013.

Todo o conteúdo dos anúncios publicitários contidos nesta edição é de responsabilidade dos anunciantes. A REC conta também com especialistas da área da saúde que darão maior embasamento ao contexto geral da revista. Lembramos que especialistas e colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício com a REC. É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização.


EDIÇÃO 41

Julho 2013

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Corrida de Rua

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Rodrigo Franco

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Tais Bobato

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Mayara Antiqueira

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Nutrinforma

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Taekwondo

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Ciências do Esporte

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Jiu Jitsu

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GameInfo

Academia promoveu a “Bio Running Night”; 119 alunos participaram da Corrida de Rua

O limeirense é o atual Vicecampeão Brasileiro e único praticante do esporte na cidade

Nadando para viver e ser a melhor!

A Musa do Leão agora quer o título de Musa do Brasileirão. E você pode ajudar esta gata!

Suplementos alimentares na dose certa

Trocar de faixa nas artes marciais é como conseguir entrar para a faculdade

Pelada versus futebol: um paradoxo

A família Milani vive e luta unida. A mamãe e seus quatro filhos são praticantes de jiu jitsu

Super Homem X Batman: batalhas entre os heróis e vilões mais populares da DC Comics


Corrida de rua

Bio Running

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texto | Igor Voigt

Night

epois da febre das caminhadas pelas ruas, todo mundo agora quer completar os 5 ou 10 quilômetros de uma corrida de rua. Só que correr estas distâncias exige planejamento e muito treinamento para não ficar no meio do caminho. A academia Bio Ritmo oferece o sistema “Bio Running”, que é um programa de corrida desenvolvido para os amantes da modalidade. “Realizamos os treinamentos indoor (nas esteiras), com o objetivo de trabalhar o sistema cardiovascular, iniciando o aluno à modalidade. Ele aprende e pratica as diversas técnicas de corrida, vivenciando trabalhos de velo-

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cidade, resistência, explosão e inclinação, de acordo com o seu ritmo e condição física. O tempo de cada aula varia entre 45 e 60 minutos, sempre com grupo de dez ou doze alunos”, explica Thiago Peruchi, professor da academia. A fim de botar a galera para correr na rua, Marcelo Luis Pereira, sócio-proprietário da Bio Ritmo, realizou a Bio Running Light, que serviu como um parâmetro para os seus alunos de corrida da academia. “É uma corrida/treino onde o aluno transporta para as ruas o que aprendeu nas esteiras. Fizemos


foto: Eventus Video & Foto fotos: Igor Voigt

Nicholas Provinciatto, Lauro do Prado e Rogério Oliveira

Renan Queiroz e Deivid Bernardo

Kimberly Fávere e Karla Bernardi

Donizeti Milhorini, Mariana Mecatti, Marcos Lima, Magali Serafin e Idevan Luperini

Maria Clara, Carina Rossi, Beatriz Lencioni, Giovana Giuliani e Jamile Bueno

Ciro Aleoni, Luciana Pequeno e João Paulo Cândido

Fernando Gelbecke, Paulo Quintal, Rodrigo Rodrigues, Glauco Pilon e José Venâncio

Juliana Viegas, Michelli Viegas e Luciene Franco

Corredores se posicionando para a largada

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corrida de rua

foto: Eventus Video & Foto

“Além das medalhas aos participantes, os vencedores receberam prêmios especiais como suplementos alimentares, violão e planos de mensalidade gratuitos da Bio Ritmo” (Marcelo Pereira, sócio-proprietário da academia Bio Ritmo)

um percurso de 5 e 10 quilômetros próximos à academia, e espalhamos por ele nossa equipe de professores de corrida. Preparamos o evento para 60 pessoas, mas apareceram 119”, exalta Marcelo, que relaciona o alto número de corredores de rua ao baixo custo do esporte. “À vezes me pergunto: porque tanta gente está correndo pelas ruas? Penso que é por ser um esporte barato: só precisa-se de um par de tênis. Agora, a medida que a pessoa vai se aperfeiçoando, ela certamente precisará de

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um profissional para orientá-la. Aí é com a Bio Ritmo, com o sistema Bio Running. Com esse nosso programa conseguimos colocar um aluno para correr 5 quilômetros, por exemplo, em três semanas, com 6 ou 7 aulas. Por isso deixo a seguinte mensagem para quem estiver pensando em correr: é melhor correr do que não correr! Mas faça o certo, procure um profissional para que você possa ter as melhores informações e orientações possíveis”, finaliza o empresário.


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O limeirense Rodrigo Franco é o atual Campeão Paulista e Vice-campeão Brasileiro, e único praticante da Luta de Braço na cidade. Tem a vaga garantida para o Mundial que acontecerá na Polônia, mas ele não irá. Saiba o porquê.

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Rodrigo Franco

Pequeno como Davi

e forte como

Golias

texto e fotos | Igor Voigt

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le não é igual a aqueles fisiculturistas brutamontes que causam medo só de olhar. A propósito, é totalmente o contrário. No entanto, do alto (mais ou menos) dos seus 1,62m de altura e 58kg, o limeirense Rodrigo Franco causa temor em seus adversários da luta de braço ou “braço de ferro”, como é popularmente conhecido o esporte aqui no Brasil.

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Rodrigo que é instrutor, professor e proprietário de academia de musculação, é o único atleta deste esporte em Limeira, porém, sem contar com apoio e estrutura adequada para seus treinamentos, ele compete representando a cidade de Indaiatuba. “Para competir eu preciso de uma equipe, e aqui não tem. Então, Indaiatuba me dá todo o suporte de treinamento, um técnico profissional de luta de


braço e o pagamento de inscrições das competições, porém não me dão nenhuma ajuda financeira”. Hoje aos 40 anos, Rodrigo começou a praticar musculação em 1986, na academia Podium, uma das pioneiras da cidade. À época, iniciou por recomendação médica para um tratamento em seu joelho esquerdo. “A rótula do meu joelho é deslocada, e esse problema acabou atrofiando a musculatura da minha perna inteira. O problema do meu joelho persistiu, mas, atualmente, não tenho nenhuma pretensão de procurar um tratamento que resolva meu caso, até porque ele não me prejudica em quase nada no meu dia-a-dia. O engraçado é que quando comecei a treinar os exercícios para a perna eu detestei e acabei dando ênfase aos treinos de braço e membros superiores”, revela Rodrigo.

“Se eu tomasse anabolizante seria campeão Mundial e Brasileiro todos os anos. Sempre conquistei meus títulos lutando ‘limpo’! Sou um atleta que prego a saúde, acima de tudo” (Rodrigo Franco)

Depois de dez anos praticando musculação, Rodrigo conheceu um professor do SESI que o apresentou a luta de braço. Praticou por três anos, mas num acidente de bicicleta acabou fraturando seu antebraço direito, levando-o ao afastamento do esporte por treze anos. “Foi um acidente sério. Estava numa descida a mais de 70 km/h. Enfim, voltei a competir na luta de braço em 2010, e acabei sendo o terceiro colocado no Campeonato Brasileiro”. Após esta injeção de ânimo o limeirense intensificou ainda mais seus treinamentos e os títulos vieram aos montes. Pela categoria até 60kg conquistou o vice-campeonato Brasileiro 2012, foi Campeão da Copa do Brasil 2012, 4º colocado no Mundial de 2012 e é o atual Campeão Paulista de 2013 e Vicecampeão Brasileiro de 2013.

Mais força do que técnica Há dezenove anos praticando o esporte (contando os anos que ficou parado em função do acidente), Rodrigo avalia que a força é mais importante que a técnica nas lutas de braço. Segundo ele, geneticamente algumas pessoas possuem muito mais fibras musculares que outras, fazendo com que estas pessoas tenham maior sucesso dentro do esporte. “Isso significa que a pessoa com menos fibras musculares, mesmo realizando anos de treinamentos de musculação, nunca chegará a ter uma potência de quem tem um grande número de fibras. Enfim, as fibras e os músculos irão desenvolver, porém a força REC | 15


Rodrigo Franco

Rodrigo tem 38cm de bíceps e 32cm de antebraço. “Só com a força do meu bíceps consegui levantar 65kg em um só braço. Também consigo segurar uma moto de 150cc, em aceleração”

não acompanhará 100% desse desenvolvimento. Já com relação à técnica, todos podem adquirir com o treinamento específico e força de vontade”. Para ser um campeão de qualquer esporte o atleta precisa treinar muito, além de ter o famoso dom, e isso não falta ao limeirense. Enquanto seus adversá-

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rios são considerados profissionais, treinam e vivem do esporte, Rodrigo contou que ele realiza os treinamentos específicos na mesa de competição somente oito vezes no ano. “Na verdade meus treinamentos são um pouco diferentes. Realizo todos aqui na minha academia mesmo. Estou sempre competindo contra atletas de vinte, vinte e cinco anos. Mas uso


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Rodrigo Franco

Rodrigo também é atleta de levantamento de peso. É Bi-campeão Sulamericano (2004-2006), Campeão Brasileiro 2012 e Campeão Mundial 2012

minha experiência e algumas artimanhas ao meu favor. Às vezes, ganho as lutas sem sequer bater o braço do meu oponente na mesa, apenas induzo o meu adversário a cometer várias faltas que culminam com a derrota deles”, explica o lutador. De acordo com Rodrigo, o treinamento para luta de braço é totalmente de uma musculação qualquer. São treinamentos com diferentes ângulos de movimentos, em que se consegue dar cargas mais altas com curtos movimentos. “Num exercício normal de rosca direta em que eu levantaria 46 kg, com movimentos curtos (meu braço num ângulo de 90º) consigo levantar cerca de 75 kg. Além disso, também faço muitos treinamentos com cordas e elásticos em que adquiro mais resistência, pegada e força”. Rodrigo nunca teve nenhuma lesão grave competindo na luta de braço, e parte disso se deve ao caro trabalho de suplementação alimentar que ele mesmo desenvolveu. “Fiz cursos de nutrição e eu mesmo faço minha suplementação. Nunca fiz uso de anabolizantes. Cheguei a tomar 15 tipos de suplementos diferentes para a disputa do Brasileiro. Isso custa caro, 18 | REC

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em torno de dois mil reais mensais. Tenho esse gasto nos últimos três meses antes da competição. Enfim, normalmente gasto cerca de mil e trezentos reais por mês com a minha suplementação e alimentação. Não vou atrás de apoio pelo simples fato de ter uma academia de musculação, e a partir disso consigo fazer um marketing próprio dela, de mim, conseguindo até novos alunos pra academia”.

Vaga no Mundial e o medo de avião Com o vice-campeonato conquistado no último Brasileiro realizado em junho, Rodrigo já tem uma vaga garantida para o Mundial que será disputado na Polônia, mas ele não vai. “Minha vida inteira tive medo de viajar de avião. Hoje em dia tenho meu filho e, por isso, fico com um pé atrás de viajar para fora. No entanto, bate a frustração por não poder enfrentar os melhores do mundo. Na luta de braço as competições mundiais envolvem vários países, mesmo. No Mundial do ano passado haviam 42 países representados. Nem numa Copa do Mundo de futebol há tantos países assim”.


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tais bobato “Descobri uma nova Tais! Batalhadora, forte, e que seguiu a vida sem se preocupar com o antes. Esse ano completa sete anos que amputei parte da minha perna, e na maioria das vezes nem me lembro que um dia tive a perna toda. Parece que nasci amputada. A minha prĂłtese faz parte da minha vida, ela significa a minha liberdade de correr, andar e fazer tudo que quiser. Tenho orgulho de ser quem souâ€?. Acompanhe a entrevista com esta guerreira das piscinas!

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Tais Bobato: nadando para viver e ser a melhor! Superado todos os obstáculos impostos pela vida, a atleta nada mais de 5 mil metros todos os dias, e avisa: “Vou trabalhar muito para estar nos Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro”

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texto e fotos | Igor Voigt

os 13 anos de idade, aflita e ansiosa dentro da sala de um médico oncologista, vem a pior notícia da sua vida: Tais, você tem um osteossarcoma (câncer maligno) na tíbia dictel esquerda! A então menina cai aos prantos e o medo da morte é o único pensamento que vem à sua cabeça. Seria o fim de uma promissora vida ou seria apenas o começo de uma vitoriosa carreira dentro do esporte? Ganhou quem respondeu a segunda opção. A nadadora paranaense de Cambé, Tais Bobato de Souza, suportou o baque, foi à luta e hoje detêm o recorde brasileiro nos 100m e 400m Livre, e nos

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100m Costas. Além disso, Tais é a primeira colocada do Ranking Brasileiro nos 400m Livre e 100m Costas, e segunda nos 100m Livre pela categoria S10 (para amputados). Atualmente com 20 anos, Tais reside em Limeira desde seus oito anos, treina no Limeira Clube, mas representa a cidade de Indaiatuba nas competições. Sim, isso mesmo! Temos aqui na cidade uma das melhores nadadoras do Brasil, mas, no entanto, por falta de apoio, é obrigada a competir por outro município. Para falar sobre este e outros assuntos Tais fez uma pausa em sua extensa agenda de treinamentos para um bate-papo com a REC.


Tais está a 3 segundos do índice olímpico e, por isso, treina de segunda a sábado, intercalando treinamentos na piscina e academia

REC: Por que a natação? Por qual motivo esse esporte passou a fazer parte da sua vida? Tais: Comecei a nadar por recomendações médicas, mas parei para o tratamento de quimioterapia. Após o término do tratamento voltei a nadar para melhorar a parte da amputação da minha perna esquerda. REC: Aliás, falando sobre isso, conte-nos como foi esse drama em sua vida? Tais: Em 2006 foi diagnosticada a doença. Para mim foi muito difícil. Fui obrigada a dar uma pausa em minha vida. O mais difícil foi deixar a pratica esportiva e os meus amigos de lado. Dois anos antes do meu diagnóstico o meu avô havia morrido de câncer e eu não tinha muito conhecimento da doença, e para mim ela era ligada apenas a morte. Porém, descobri que não é assim. Durante o tratamento ganhei um ano com pessoas maravilhosas e que me deram muito apoio. O que era para ser um pesadelo em minha vida se tornou mais uma parte maravilhosa dela. REC: Naquele momento, sinceramente, pensou que iria morrer? Tais: Sim. Como disse, por falta de conhecimento, ligava a doença à morte, mas com o apoio de fa-

“Já sofri preconceito dos mais leves aos piores. No começo me abalava, mas agora não reparo se me olham feio. Sou feliz do jeito que sou. O que mais gosto no esporte é que parei de ser a ‘Tais amputada’ e passei a ser a ‘Tais nadadora’, com auto-estima e confiança suficiente para ter minha opinião e não me preocupar com as opiniões dos outros” (Tais Bobato) REC | 23


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miliares e amigos não pensava sobre isso durante o tratamento. Tinha certeza que Deus estava ao meu lado, e estava. Meus familiares e amigos ficaram angustiados e aflitos, mas me deram apoio ao máximo. REC: A decisão de amputar parte da perna foi só sua ou seus pais influenciaram também? Qual foi sua reação ao se olhar no espelho pela primeira vez após a cirurgia? Tais: A decisão foi dos médicos, entretanto já estava preparada para essa opção. Não havia outra alternativa. Quanto a minha reação... foi de curiosidade para saber se haviam mesmo amputado. Em seguida foi também de felicidade, pois era o melhor para minha saúde. Mas fiquei, sim, com uma ponta de dúvida, já que, não sabia como seria minha vida a partir daquele momento. Tudo era uma novidade. Após três meses do início da quimioterapia, Tais precisou amputar sua perna esquerda, logo abaixo do joelho

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REC: E após a cirurgia: como foi seu tratamento? Sofreu muito com dores? Tais: Sofri com as dores apenas antes do tratamento. Mas a quimioterapia causa muitos enjoos. Porém o resultado foi ótimo. Além disso, os enfermeiros, médicos, voluntários e trabalhadores de várias áre-


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Antes da natação Tais jogava futebol em uma escolinha da cidade; seu irmão era o treinador

Tais: Faço sim um acompanhamento dos meus tempos. Em 2010, por exemplo, nadava os 50m Livre em 39s e hoje faço 32s. Comecei a participar do Campeonato Brasileiro em 2010 e quase não subia no pódio. Com o passar do tempo meus tempos foram melhorando e minha posição no ranking subindo, até que ano passado ganhei o 1º lugar nas provas que nadei e bati meus primeiros recordes brasileiro. Estou treinando para melhorar cada vez mais e manter o que demorei a conquistar. REC: Com a estrutura que tem atualmente, você acredita que possa chegar a ser uma das melhores do mundo ou para isso teria que ter um algo a mais? Como o que, por exemplo? Tais: Para todo atleta sempre faltará algo a mais. Acredito que tenho uma ótima estrutura para meus treinamentos. Tenho o Julio Pistarini que é um ótimo treinador e, por isso, posso sim fazer parte das melhores do mundo. No entanto, falta bastante coisa a ser trabalhada tanto dentro das piscinas como fora dela.

as no Hospital Boldrini (referência no tratamento de câncer), onde fiz o tratamento, se tornaram minha família. Deram apoio e se preocuparam verdadeiramente comigo. Me amaram e choraram junto comigo nas notícias boas e más. REC: Você está curada? Ainda faz algum acompanhamento? Enfim... Tais: Sim, estou curada. Ainda faço o acompanhamento necessário após o término do tratamento. O Boldrini tem muito cuidado com seus pacientes, e estão sempre nos acompanhando. Aliás, também gostaria de agradecer a Associação Limeirense de Combate ao Câncer (ALICC). Concederam as próteses e também me ajudam na parte de nutrição e suplementação. REC: Voltando a falar de natação, 2012 foi um ano muito vitorioso pra você. Sua principal meta são os Jogos Paralímpicos de 2016? Tais: 2012 realmente foi muito bom, mas gosto de pensar em uma competição de cada vez. Os índices para os Jogos de 2016 são difíceis, porém estou próxima deles e trabalhando para obtê-los. Nos 50m e 100m Livre estou apenas 3s do índice paralímpico. REC: Não existe mágica na natação. 1s neste esporte significa muito tempo. Você faz um acompanhamento das suas marcas? Dá pra citar um exemplo de como vem melhorando com o passar dos anos? 26 | REC

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REC: O esporte amador no Brasil é pouquíssimo valorizado. Como está o cenário do esporte paralímpico brasileiro? Aliás, você tem algum patrocínio ou recebe alguma bolsa atleta? Tais: Os esportes paraolímpicos estão evoluindo muito no Brasil, além de terem um pouco mais de reconhecimento e investimento. Apesar disso não tenho nenhum patrocínio, apenas recebo uma Bolsa Atleta do Governo Federal de pouco mais de novecentos reais. REC: A natação será seu meio de sobrevivência. Afinal, como projeta seu futuro dentro do esporte? Tais: Pretendo que seja sim. Invisto em mim e nela. Espero que tanto investimento traga grandes resultados para me preocupar somente com meus treinos. Quero continuar por muito tempo me dedicando todos os dias, com feriado ou não. Quero me preparar para ser a melhor nadadora do mundo, para ser aquela a ser batida. REC: Tais, gostaria de agradecê-la e te desejar uma carreira de sucesso. Pra terminar: apesar dessa peça que a vida te pregou, o esporte faz de você uma pessoa feliz? Tais: Sempre! Ele me mostra como posso ser mais do que imagino e que tamb posso ir além do que jamais imaginei!


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Mayara antiqueira

Mayara: uma musa por natureza! texto e fotos | Igor Voigt

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concurso “Musa do Brasileirão”, promovido pelo portal Globoesporte.com, irá eleger a mais bela torcedora de cada uma das 20 equipes que disputam a série A do Brasileirão. Além de uma beleza invejável e um corpo escultural, as candidatas precisam provar que realmente têm amor à camisa. Nesta primeira fase do concurso, que iniciou dia 13 de julho e encerrará no dia 05 de agosto, o público tem papel fundamental e colabora com a eleição. E Limeira está na disputa! Conheça a bela e simpática Mayara Lino Antiqueira, 21 anos, modelo, estudante de nutrição e representante do Corinthians. REC: Qual sua relação com o futebol? Você realmente acompanha o esporte? Mayara: Eu adoro futebol. Sempre acompanhei e desde cedo me interessei por este esporte. REC: Por que participar do “Musa do Brasileirão”?

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Mayara: Quero estar perto do Timão da maneira que for possível. Se conseguir ser a musa do time do meu coração, não terá forma melhor de ajudar e estar presente! Me inscrevi porque amo futebol... REC: Sua família é de corinthianos? Quando e por que surgiu seu amor pelo Timão? Mayara: Meus pais e meu irmão são são-paulinos! Eu comecei a amar o Timão em ver a paixão que a torcida tem por este time, e descobri que ele realmente é diferenciado! Somos um bando de loucos! REC: Costuma ir ao Pacaembú acompanhar o Corinthians? Qual a partida que mais te marcou, por quê? Mayara: Por ter pais são-paulinos, não tive a oportunidade de ir assistir aos jogos no estádio ainda, mas acompanho pela TV todos os jogos. O Jogo mais marcante na vida de qualquer corinthiano foi o que ganhamos a Taça Libertadores da América. Foi um


Mayara Antiqueira “Corinthians é uma mistura de sentimentos. Envolve dor e ao mesmo tempo alegria em saber que aquele sofrimento será recompensado. Corinthians representa união, amor, paixão, e isso tudo podemos ver no amor que toda a torcida mostra”

Altura: 1,69 Manequim: 40 Quadril: 102 Cintura: 65 Busto: 87

título que demorou muito para chegar às nossas mãos, e um time grande como o Timão não poderia ficar sem! E confesso que foi muito bom ver as pessoas que torciam contra engolirem as piadinhas. REC: Vamos falar sobre seus atributos físicos. Qual a parte do seu corpo que mais você gosta? Por quê? Mayara: Gosto da minha cintura, das minhas pernas e do meu sorriso. Porque são partes que acho bonito nas mulheres, e eu gosto em mim.

REC: É “marombeira”? Afinal, o que faz para manter o corpo em dia? Mayara: Eu não sou ‘marombeira’, mas procuro cuidar da minha saúde e do meu corpo. Vou à academia e procuro fazer caminhadas e cuidar da alimentação... tudo isso com equilíbrio, sem exageros, afinal, adoro comer e dormir. REC: Está namorando, é casada? O que um homem precisa fazer para te conquistar? REC | 29


Mayara antiqueira

“Meus ídolos são o Sócrates e o Tite. No futebol valorizo mais a dedicação e os resultados do que a beleza. O Emerson Sheik não é tão bonito, mas joga muito. Posso citar meu pai, Ronaldo Antiqueira, como sendo um jogador lindo. É goleiro há 15 anos no futebol amador de Limeira. Atualmente defende o Santo Antonio”

Mayara: Estou solteira. Na verdade não existe um manual para os relacionamentos. As coisas acontecem quando devem acontecer e a pessoa certa saberá como agir. REC: Você gosta de receber cantadas nas ruas? Mayara: Deus me livre. Eu não gosto de cantadas, acho horrível e sem criatividade! A pessoa deve falar, sabendo o que fala. Deve ser inteligente e ter assuntos inteligentes. Existem exceções, mas comigo não rola!

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REC: Obrigado Mayara, e deixe uma mensagem pra galera. Peça votos, peça que liguem pra Globo,... enfim, faça o que quiser. Mayara: Eu gostaria de agradecer muito pelo apoio de todos, e a vocês pelo espaço cedido na REC. Gostaria de pedir orações e energias positivas de todos os que me conhecem e que estão vendo esta matéria! Agradeço à minha família e peço os votos de quem puder ajudar pelo site Globo.com... Um grande beijo à todos. Vai Corinthians!


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Nutrinforma

Suplementos alimentares na dose certa Atletas, pessoas fisicamente ativas e até mesmo portadores de doenças procuram benefícios com suplementos alimentares. Conheça os benefícios de cada suplemento para saber se você necessita de um ou mais suplementos

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Dra. Patrícia Milaré Lonardoni Nutricionista patrícia.milare@itelefonica.com.br

uplementar é como dizer alimentar demais, superalimentar, dar mais nutrientes do que um indivíduo consegue consumir naquele horário, ou naquele momento da vida, ou naquela fase da doença e, até mesmo, quando ele não tem condições fisiológicas para isso – isto é, não tem estômago suficiente para comer tudo o que necessita, ou não tem mais dentição para mastigar tudo o que o corpo necessita. Porém, hoje em dia, há muita procura

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pelos suplementos em busca da melhora estética. Isso pode ser feito, mas seja qual for o seu caso o melhor é buscar ajuda de um Nutricionista Especialista em Nutrição no Exercício Físico e no Esporte, que após realizar sua avaliação física e ter em mãos todos os seus dados – exames clínico, exames de sinais e sintomas, sua rotina alimentar, medicamentos que faz e já fez uso, entre outros dados importantes – pode prescrever o suplemento adequado para sua saúde. Vejamos:


Whey Protein - proteína do soro do leite pode ser encontrada nas formas concentrada, hidrolisada, isolada microfiltrada e isolada yon exchange. A Whey protein concentrada - é composta de todos os aminoácidos numa concentração que varia de 25 a 90% dependendo da forma como foi extraído e do produto. Composta de carboidrato (principalmente lactose) e gordura, é a Whey que tem melhor custo-benefício por ser mais barata e a mais tradicional forma de whey que permite a liberação dos componentes bioativos responsáveis por acelerar o anabolismo e a recuperação muscular. Proteína isolada da carne – grosseiramente chamada de ‘whey de carne’, essa proteína tem alta concentração de aminoácidos quando comparado a outras proteínas – como o soro do leite, a soja etc. Possui tecnologia anabolizante de retenção de nitrogênio que atua na reciclagem de aminoácidos – e quanto mais nitrogênio e aminoácidos seu corpo retém, mais aumenta a concentração de aminoácidos na corrente sanguínea, o que faz aumentar o ganho de massa muscular. Sugestão de dose – 30g de proteína por dose ou porção, diluído em água.

sugestão de compra: opte por BCAA na proporção de 3 a 4 vezes a quantidade de Leucina para 1 de Valina para 1 de Isoleucina. Por exemplo: L- Leucina = 4.000 mg; L- Valina = 1.000 mg; L- Isoleucina = 1.000 mg. Creatina – encontrada em carnes e alimentos de origem animal, a creatina também é produzida em nosso organismo pelos rins e fígado. Filtrada pelos rins, não há risco de sobrecarregar os rins, como muitos pensam que pode acontecer se você consumir creatina. Funções no organismo: é usada para formar energia rápida, para aumento de peso muscular e tratamento de doenças. Sugestão de dose – como a dose de creatina é muito variável, prefiro sugerir tipo e dar uma dica. Prefira creatina monohidratada que é a melhor, a mais pura. E para diabéticos e pré-diabéticos a creatina é uma boa indicação, pois ela diminui a glicemia, ajudando a controlar os níveis de açúcar do sangue.

Proteína de soja – que também recebe o nome popular de whey de soja é muito bem- vindo pelos veganos, vegetarianos e pelos alérgicos aos componentes do leite. Excelente para indivíduos que querem prevenir e tratar doenças cardíacas, osteoporoses, e para controlar alterações hormonais, inclusive mulheres para a controle e prevenção de menopausa. Sugestão de dose – 30g de proteína por dose ou porção. Dê preferência à proteína de soja adicionada de colágeno.

Glutamina – aminoácido mais abundante no tecido muscular, ela é importante para prevenir fadiga e aumentar energia, para aumento e manutenção de massa muscular e para aumentar imunidade do organismo. Os níveis de glutamina no corpo são reduzidos em até 50% após um exercício desgastante. Isso nos mostra o quanto a glutamina é importante, principalmente para prevenir e tratar overtrainning. A glutamina potencializa o ganho de massa muscular não só por ser um aminoácido importante e por dar energia para manter o exercício por mais tempo, mas também por ajudar a aumentar os níveis de hormônio de crescimento (G.H.) no corpo. Sugestão de dose – 5g – de 1 a 2 vezes ao dia – dependendo do caso.

Proteína de arroz - boa para crianças, adultos e esportistas que não podem tomar leite de vaca nem de soja, a proteína de arroz é vegana, riquíssima em aminoácidos, hipoalergênica e de fácil digestão, com sabor inigualável e feita sem grãos transgênicos, garantindo toda qualidade que se pode esperar de um bom produto. Não contém glúten, nem lactose. Sugestão de dose – 30g de proteína por dose ou porção.

H.M.B. – o ácido beta- hidroxi- beta- metilbutirato é produzido a partir da leucina. Além de anti- catabólico, ele aumenta a força e a massa muscular, e previne a perda de proteínas mesmo em períodos de estresse. Muitos Estudos mostram aumento na massa muscular de idosos e de mulheres, e aumento de força e redução de peso gordo em homens, mulheres e idosos. Sugestão de dose – de 1,5 a 6g ao dia – dependendo do caso

Albumina – proteína presente na clara do ovo e no leite, ela também é produzida pelo nosso fígado sempre que consumimos alimentos ricos em proteína como carne ou ovos. A albumina transporta hormônios, regula pH e a pressão osmótica do sangue. Se consumir alimentos ricos em proteína e tomar albumina como suplemento alimentar, mais massa muscular você irá ganhar. Sugestão de dose – 1 col. (de sopa) – de 1 a 2 vezes ao dia – dependendo do caso.

Beta-alanina – esse aminoácido aumenta a concentração intramuscular de carnosiva. A carnosina, por sua vez, atrasa a ‘falha’ muscular. Com isso, aumenta a resistência anaeróbia do músculo para aumentar mais peso, por mais tempo; aumenta a resistência aeróbia do músculo e aumenta a massa muscular. Sugestão de dose – de 3,0 a 6,0 g ao dia – dependendo do caso. Mas a beta-alanina tem uma observação em especial: em muitos casos ela também deve ser usada em dias sem treino.

BCAA – Brainch Chain Amino Acids (aminoácidos de cadeia ramificada), o BCAA é um suplemento alimentar de muita importância na Nutrição. Isso porque ele protege o fígado, previne o catabolismo, faz anabolismo muscular, e mantém o músculo com energia para realização do exercício. Composto por Leucina, valina, isoleucina e vitamina B6 (é que sem vitamina B6 não absorvemos proteínas), o BCAA é encontrado na forma líquida, em pó e em cápsulas. O BCAA deve ser usado antes, após e até mesmo durante os treinos, tudo depende do objetivo em questão. Sugestão de dose – no caso do BCAA o que vale mais é a

Waxy Maize – extraído do amido do milho ceroso, esse carboidrato é o que libera energia de forma mais rápida, sem causar pico de insulina, isto é, sem aumentar demais o açúcar no sangue – ele aumenta o suficiente para dar energia e fazer ganho de massa muscular. Ele tem muitas vantagens como excelente digestão, capacidade alta de atrair outros nutrientes de difícil assimilação e com isso aumentar a absorção (como, por exemplo, creatina, beta-alanina, entre outros…), é zero de açúcar, livre de glúten e não retém água. Sugestão de dose – de 20 a 40 g ao dia – dependendo do caso.

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Outros tipos de whey Whey Protein Hidrolisada - esse é o único tipo de Whey onde a proteína sofre hidrólise enzimática, garantindo assim a maior velocidade de absorção por já estar ‘quebrada’ e pronta para ser absorvida. Contém cerca de 92% dos aminoácidos. Whey Protein Isolado Microfiltrada - conhecida também como lactoalbumina, é a mais completa fonte de proteínas existente. Toda whey isolado é digerida de forma extremamente rápida e chega aos músculos mais rápido que qualquer outra proteína.

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Whey Protein Isolado Yon Exchange - Esta proteína isolada é extraída através de um processo chamado de troca iônica, que por sua vez permite que se alcance 95% de whey protein em sua composição. É isento de gorduras e carboidratos. Sugestão de dose – 30g de proteína por dose ou porção. A dose recomendada, o momento de administração de cada suplemento e a associação com outros suplementos são variáveis, pois depende do tipo de exercício físico, da intensidade, dos hábitos alimentares e dos objetivos que quer alcançar. Suplementos valem a pena, sim, a partir do momento que seguir uma alimentação saudável e praticar atividades físicas.


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Taekwondo

Passei no vestibular! Trocar de faixa nas artes marciais é como conseguir entrar para a faculdade. É bem parecido com um cursinho pré-vestibular, ou seja, é ralação na certa texto e fotos | Igor Voigt

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em gente que, provavelmente, vai ficar muito tempo em cada uma das faixas, seja no taekwondo, jiu jitsu, karatê, enfim. E tem mais: o tempo em cada uma delas dependerá única e exclusivamente de cada aluno. Cada um tem um ritmo de aprendizagem diferente, sendo que alguns poderão passar semanas ou meses em um mesmo nível/patamar técnico antes que um “salto”

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na sua capacidade ocorra. Às vezes, será possível ver colegas com menos tempo de treinamento se graduando primeiro que você. Ou ainda, você passando na frente de quem já está na estrada a mais tempo… E quanto a isso não tem jeito. O tempo corre diferente para cada pessoa e a permanência em cada faixa vai depender de cada um (respeitando, claro, o tempo mínimo para permanência em cada faixa).


Da esq. para dir.: Professor Claudio de Souza, o aluno Gabriel Henrique e o Mestre Frederico Mitooka

O estudante de administração de empresas e lutador de taekwondo, Gabriel Henrique Augusto, 18 anos, conseguiu passar no vestibular das artes marciais. Praticante do taekwondo há três anos, Gabriel está a um passo de conquistar a tão suada faixa preta. “Estava na faixa vermelha e fui para a vermelha ponta preta. A próxima é a preta. Quando iniciei foi por vontade de aprender alguma arte marcial, nunca tinha pensado em competir. Tracei a faixa preta como uma meta, e vai significar muito pra mim conquistá-la”, garante Gabriel. Turma de graduandos

Gabriel realizou o exame de troca de faixa na academia do professor Claudio de Souza (Associação Limeira Taekwondo), onde treina quatro vezes por semana, cerca de uma hora e meia por dia. De acordo com ele, tudo saiu dentro dos conformes. “Minha performance não foi das melhores. Cheguei atrasado e não tive tempo de alongar, mas consegui fazer tudo como o planejado. Mas não estava nervoso não, já estou acostumado aos exames de troca de faixa”. O professor Claudio explica que a graduação dos seus alunos, geralmente, ocorre de três em três meses. Na última ocasião realizada no final de junho, além do Gabriel, outros vinte e nove alunos foram graduados para as faixas amarela, verde, azul, vermelha e vermelha ponta preta. “O avaliador dos exames na minha

academia é o mestre Frederico Mitooka, de Piracicaba. Entre outras coisas, ele observa nos alunos as performances de técnicas de mão e pé, técnica de quebramento de tábua, defesa pessoal e poomsae (treino individual)”, explica Claudio. Como sabemos, os praticantes de artes marciais possuem um estilo de vida diferente: mais regrado e disciplinado. Em função disso, seus adeptos encaram suas respectivas modalidades como parte de suas vidas. “Com o taekwondo acho que aprendi a ter mais equilíbrio emocional e auto-controle. Ainda não pensei onde quero chegar, mas pretendo praticar o taekwondo até quando meu corpo aguentar”, ressalta Gabriel. REC | 37


Ciências do esporte

Pelada versus futebol:

um paradoxo O bom peladeiro, muitas vezes um grande malabarista com a bola nos pés, não será imediatamente um bom jogador do esporte futebol

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Prof. Dr. Alcides José Scaglia Coordenador do curso de Ciências do Esporte da UNICAMP alcides.scaglia@gmail.com

omeço esta crônica pedagógica insistindo nas questões relativas à especificidade e diversidade, presentes na família dos jogos de bola com os pés, provocando inquietações que tangem a formulação de coerentes currículos e metodologias para os processos de iniciação e especialização. Por exemplo, posso afirmar que jogar pela-

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da e jogar futebol é a mesma coisa. Mas ao mesmo tempo posso também assegurar que jogar pelada e jogar futebol são completamente diferentes. Para quem tem acompanhado esta discussão em outros textos meus, perceberá que a pelada e futebol são semelhantes quando os analiso na perspectiva


foto: imagem de internet

O bom peladeiro, muitas vezes um grande malabarista com a bola nos pés, não será imediatamente um bom jogador do esporte futebol

da diversidade. Assim consigo visualizar um contido no outro, ocasionando a facilitação da aprendizagem de um pelo outro, engendrando um rico processo de iniciação ao futebol (destacando as competências gerais). Da mesma forma que acontecia na rua (várzea), possibilitando a tese da pedagogia da rua. Contudo, neste texto quero enfatizar as diferenças, para que seja possível uma melhor visualização de que na especialização a especificidade requerida em cada jogo deve ser levada em consideração na periodização de treinamentos pautados no jogo, evidenciando as competências específicas e as competências contextuais. Logo, de chofre, é possível entender onde quero chegar analisando o problema gerado pelo impedimento. Pois a simples introdução ou omissão desta regra traz ao jogo de pelada e de futebol problemas organizacionais, decorrentes de outras lógicas táticas, que faz com que os jogadores tenham que se adaptar ás díspares lógicas. O jogador adaptar-se-á mais rapidamente a uma ou outra dependendo do seu nível de competência inter-

pretativa, ou seja, da qualidade de suas habilidades de compreender e interpretar as diferentes e “imprevisíveis” situações presentes nos mais variados jogos pertencentes à família dos jogos de bola com os pés. Esse nível de competência interpretativa, construído e enriquecido em decorrência de contínuos e variados estímulos que se comprazem em diferentes problemas resolvidos, acabam por estabelecer (construir) um amplo acervo de possibilidades de respostas para os jogos (passível de transferência).

Até que ponto jogar Pelada prejudica o jogador de futebol? Desse modo, posso entrever que jogar pelada facilita o aprendizado do futebol, pois a partir de suas semelhanças (mais do que suas diferenças) há um enriquecimento das habilidades para o jogo. Concomitantemente uma ampliação de seu acervo de respostas, que convergem para um maior nível de competência interpretativa. REC | 39


Ciências do esporte

Todavia, como quero enaltecer, posso ao mesmo tempo dizer que, paradoxalmente, a Pelada não diretamente ensina (treina) os jogadores a jogar futebol, ou melhor, até prejudica. Devido sua lógica interna, os dois jogos são diferentes o suficiente para que um atrapalhe o aperfeiçoamento do outro, acarretando um problema para o jogador de Pelada jogar bem futebol e vice-versa.

foto: imagem de internet

Isto justifica o fato incontestável que constantemente se presencia no universo dos jogos de bola com os pés, em que muitos jogadores de Pelada apresentam grandes dificuldades para jogar o esporte futebol, principalmente em relação às competências essenciais de estruturação do espaço e comunicação na ação requerida pelo jogo formal de futebol (ou seja, com a regra de impedimento e as dimensões oficiais).

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Por fim, jogar Pelada é fundamental para o aprendizado inicial do futebol (escolinha), sem necessariamente ser pensada como importante para o aperfeiçoamento do mesmo (especialização/treinamento). Mesmo por que a Pelada é um jogo/brincadeira que ao mesmo tempo em que se deriva do futebol acabou por organizá-lo em um jogo/esporte. A mesma reflexão se aplica ao caso do futsal e sua relação com o futebol.


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jiu jitsu

O clã dos Milani A família Milani vive e luta unida. A mamãe e seus quatros filhos são praticantes de jiu jitsu e criaram até uma saudável rivalidade texto e fotos | Igor Voigt

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s casais que decidem viver juntos e ter filhos almejam dar-lhes a melhor educação e construir uma estrutura familiar unida e feliz. Mas o que exatamente isso significa? Ora, isso quer dizer que uma família unida não precisa ser necessariamente aquela dos comerciais de margarina, em que todos aparecem sempre felizes ao se reunirem diariamente na mesa do café da manhã. A condição de família bem estruturada depende obrigatoriamente da qualidade da educação oferecida aos filhos dentro de casa. Família

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feliz é aquela que dá condições às crianças de lidar com diversas situações com segurança. Durante muito tempo, o papel da mãe na família era a da dona de casa, comprometida com os afazeres domésticos e o bem-estar do marido e dos filhos, enquanto o pai trabalhava fora e exercia autoridade dentro de casa. A criança também era vista de forma diferente, como um pequeno adulto que, na maioria das vezes, não era levado a sério. No entanto, as mudanças socioeconômicas e


Prof. Marcos Willian

Paula, a mamãe

Guilherme, o filho

Prof. Rafael Toyofuku Ivan, o filho

Pedro, o filho Breno, o filho

culturais imprimiram um novo conceito de família à sociedade atual. A família Milani é um bom exemplo de família feliz e unida, sendo que o esporte serviu como ferramenta para tal. Podemos dizer que é um clã dos Milani: mãe e os quatro filhos são atletas de jiu jitsu. Paula, a mamãe, pratica o esporte há nove anos, e disse que foi influenciada pelo falecido marido que era lutador profissional. “Eu começava, parava, mas há um bom tempo atrás peguei firme e não parei mais”, salienta Paula. Os filhos mais velhos, Guilherme 12 anos e Pedro 10, também iniciaram cedo no esporte, ambos com apenas quatro anos de idade. De acordo com Paula, a convivência e a localização serviram como um empurrãozinho no início. “Eles iam comigo aos treinos porque realmente gostavam. Além disso, a academia é praticamente na porta da minha casa. O jiu jitsu é uma arte marcial que presa pela disciplina e as crianças precisam disso. Só unimos o útil ao agradável”. E realmente foi uma união perfeita, pois a dedicação e a disciplina dos meninos se transformam em vários títulos para a família Milani. “O Pedro e o Guilherme já foram campeões Paulista, Brasileiro e Mundial em suas respectivas categorias. Nos treinamentos todos nós da família temos uma dedicação muito grande. Criamos uma rivalidade sadia dentro da família em relação às conquistas. Disputamos entre a gente mesmo para ver quem conquista um maior número de as medalhas”, revela Paula.

“Somos uma família de lutadores. Somos uma família do tatame. E isso é uma delícia! Um ajuda o outro, se respeita. Amo o jiu jitsu e quero estar velhinha nos tatames” (Paula Milani (foto), mãe e lutadora de jiu jitsu) REC | 43


jiu jitsu

A família chegando para o treinamento...

... e na academia, pronta para treinar

Mais medalhas para a família Milani No Campeonato Brasileiro de Jiu Jitsu, realizado no último mês de junho, em São Paulo, Paula, Guilherme e Pedro não voltaram pra casa de mãos abanando. A mãe conquistou a medalha de ouro, Guilherme, a de prata e Pedro ficou com o bronze. “O Pedro, inclu-

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sive, lutou com o cotovelo machucado, já que, vinha de uma cirurgia recente em função de uma fratura. Como treinamos forte é normal se machucar. Aliás, já machuquei ombro, pé, mas as lesões fazem parte de qualquer esporte. Agora no final de julho vamos disputar o Campeonato Mundial de Jiu Jitsu, da CBJJE (Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Esportivo), em São Paulo, e estamos treinando muito forte para conquistarmos mais algumas medalhas”, finaliza Paula.


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recGAMEINFO

Super Homem X Batman O novo jogo dos mesmos criadores do Mortal Kombat trava batalhas épicas entre os heróis e vilões mais populares da DC Comics

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Andre Shirai Rocha Prates Estudante de Publicidade andre_shirai@hotmail.com

o mês de abril deste ano um novo jogo entrou para o ring na categoria de games de lutas, conhecido como Injustice, a mais nova produção da NetherRealm Studios em parceria com a DC Comics convocou os heróis e vilões dos quadrinhos para uma nova missão em que a diferença entre o bem e o mal torna-se uma linha tênue entre os personagens da história.

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Jogos de luta normalmente não são conhecidos por sua história, entretanto com o Injustice é diferente, a narrativa, segundo o renomado escritor de quadrinhos Tom Taylor, possui o roteiro mais ambicioso de um jogo de luta. Tudo começa quando o mais popular inimigo do Batman, o Coringa, resolve fazer uma armadilha contra o Super-Homem, que enganado mata sua esposa Lois Lane e seu fi-


fotos: imagens de internet

O jogo começou a ser comercializado oficialmente na segunda quinzena de abril no Brasil e pode ser encontrado para as plataformas como Playstation 3, Xbox 360 e WiiU

lho ao invés do vilão Apocalypse. Assim, o Homem de Aço enlouquece e vinga-se ao matar o Coringa.

distinção entre o bem e o mal, já que o Coringa pode travar uma luta contra o Apocalypse.

Deste modo, o herói perde a fé na humanidade e decide governar criando um regime totalitário em que os demais heróis são obrigados a juntarem-se a ele, quem recusar é eliminado. Porém, o homem morcego se opõe ao colega e decide unir os demais super-colegas para combater o super-ditador. Logo, forma-se um grande time com Ciborgue, Mulher Maravilha, Flash, Asa Noturna, entre outros grandes nomes.

Além disso, os cenários são interativos e são como ferramentas no desenvolvimento da luta tornando-se uma arma. Os golpes especiais possuem assinaturas de seus heróis e vilões. O jogo é fácil de ser manipulado por um iniciante e não é entediante, pois há inúmeras missões que entretêm o gamer.

O roteiro é inovador e o jogo foi criado com a mesma mecânica que o jogo Mortal Kombat, porém com algumas diferenças e com uma proposta distinta. Cada luta é diferente, cada personagem possui as características de sua personalidade fiéis às descrições dos quadrinhos. Vilões e heróis lutam entre si sem uma

Injustice surgiu para satisfazer qualquer jogador que goste de games de luta. Jogadores casuais ou profissionais, ele ganha visibilidade como uma nova proposta para as competições de jogos de luta. Nasceu também para agradar o jogador convencional que busca uma boa história. O game torna realidade o desejo de centenas de gamers e fãs dos heróis e vilões conhecidos mundialmente. O objetivo é travar lutas épicas como Batman x Homem de Aço. REC | 47


O game obteve uma boa pontuação de 7.8 classificada pelo site internacional de games IGN. Nas lojas o preço médio do jogo é 169,90 reais

Para os gamers de plantão que acompanham os campeonatos de vídeo game transmitidos pela Twitch, uma rede de canais de games em que os gamers e demais usuários podem compartilhar seus vídeos e principalmente assistirem em tempo real as maiores competições de jogos, puderam conferir na última competição de jogos da categoria de luta a demonstração da competição com o Injustice. A nova proposta agradou os fãs de Mortal Kombat, agora é necessário esperar para ver a repercussão que causará na mídia.

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fotos: imagens de internet

recGAMEINFO

Injustice promete ser uma boa aquisição tanto para os gamers quanto para os fãs de histórias em quadrinhos, quanto para os jogadores experientes e como os casuais. O game tem uma história complexa e extensa pronta para ser desvendada pouco a pouco. Neste jogo a diferença entre o bem e o mal confunde e por isso o jogo fará dos vilões e heróis protagonistas de uma luta diferente, em que o mocinho e o bandido não têm nome, eles dependem apenas da escolha de quem está no controle.


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rec risada

onde que é o banheiro dessa jossa?

hein, isso é golpe baixo e fedido!

nossa, agora sei o que é um homem tripé

pensou sacanagem, né? seu mente poluída

não é nada disso que vocês estão pensando!

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fotos: imagens de internet

é como dizem: ‘azar no jogo, sorte no amor’


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