O Setor Elétrico (edição 168 - Jan/Fev 2020)

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Ano 15 - Edição 168 Jan/Fev de 2020

Reportagem especial A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente INDÚSTRIA 4.0 – A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fique por dentro das mais recentes inovações da área e sobre a importância da disseminação de conhecimento para incentivar a inserção, aplicabilidade e escala nas empresas ANÁLISE DO NOVO TEXTO DA NR10 EM CONSULTA PÚBLICA O trabalho avalia o documento proposto pelo governo face às mais importantes alterações promovidas em relação ao texto em vigor O ESTADO DE ARTE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS DISTRIBUÍDOS A visão de futuro do segmento de distribuição de energia elétrica



Sumário

3

atitude@atitudeeditorial.com.br

Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Direção de arte e produção

Suplemento Renováveis 41 Fascículo: Formas e Tecnologias mais utilizadas para Armazenamento de Energia Notícias de mercado Coluna solar: Energia solar conquista seu lugar ao Sol Coluna eólica: Os bons ventos dos Certificados de energia renovável Conversa com Vinicius Ayrão – Instalações fotovoltaicas

4

Editorial

6

Coluna do consultor

8

Painel de notícias

Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas

Seções Mercado, Empresas e Produtos

Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta,

Em que estágio estaríamos na automatização da execução dos projetos elétricos?

19

Fascículos Indústria 4.0 e a Transformação Digital

Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos

Segurança em Eletricidade Colaboradores desta edição Aguinaldo Bizzo de Almeida, Angelo Cesar Colombini, Antônio Roberto Panicali, Benedito Donizeti Bonatto, Bruno Soares Moreira Cesar Borba, Carlos Boechat, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Guilherme Susteras, Gustavo José Luna Filho, Jobson Modena, João Paulo dos Reis, José Starosta, Júlia Fernandes Araujo, Lorenna Baptista de Oliveira, Luana Merenciano da Silva, Luciano Rosito, Márcio Zamboti Fortes, Marco Delgado, Normando V. B. Alves, Nunziante Graziano, Pedro André Carvalho Rosas, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Vinicius Ayrão Franco

Inovação em Distribuição de Energia – Digitalização, Descentralização e Descarbonização

52

O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente

62

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Vitamin444 | shutterstock.com

mercado de Fios, Cabos e Acessórios em 2020

70 78

Filiada à

Espaço 5419 Assuntos não contemplados na NBR 5419/2015

80

Espaço SBQEE Incentivos econômico-regulatórios para melhores indicadores de qualidade de energia DEC e FEC: uma análise a partir de dados reais brasileiros

Distribuição - Correios

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Destaque Prêmio OSE Projeção da atualização tecnológica do parque de iluminação pública no Brasil

Impressão - Mundial Gráfica e Editora

Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Pesquisa Investimentos em projetos de infraestrutura e aquecimento do setor de construção civil devem manter condições favoráveis para o

A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos.

Reportagem especial

82 83 84 85 86 88

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Luciano Rosito – Iluminação pública Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex


Editorial

4

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020 Capa ed 168_FINAL.pdf

1

21/02/20

10:35

www.osetoreletrico.com.br

Ano 15 - Edição 168 Jan/Fev de 2020

Reportagem especial O Setor Elétrico - Ano 15 - Edição 168 – Janeiro/Fevereiro de 2020

A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente INDÚSTRIA 4.0 – A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fique por dentro das mais recentes inovações da área e sobre a importância da disseminação de conhecimento para incentivar a inserção, aplicabilidade e escala nas empresas ANÁLISE DO NOVO TEXTO DA NR10 EM CONSULTA PÚBLICA O trabalho avalia o documento proposto pelo governo face às mais importantes alterações promovidas em relação ao texto em vigor O ESTADO DE ARTE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS DISTRIBUÍDOS A visão de futuro do segmento de distribuição de energia elétrica

Edição 168

Uma história marcada pelo sucesso

Ancorada em uma sólida trajetória de sucesso, a revista

técnico itinerante, composto por congresso e área de

O Setor Elétrico está vivenciando uma nova fase. Agora em

exposição, que objetiva discutir as principais técnicas e

2020, o veículo completa 14 anos, os quais foram marcados

tecnologias do segmento, desde a geração até a instalação

por grandes conquistas e reconhecimentos Brasil afora, sendo

elétrica final de baixa e média tensão.

hoje apontado como a principal e mais relevante mídia do

segmento.

superado expectativas a cada edição realizada e contribuído

significativamente para disseminar conhecimento técnico de

Este ano, a publicação foi reformulada e aprimorada com

Criado em 2010 pela Atitude Editorial, o evento tem

muito zelo, a fim de estar melhor alinhada às constantes

alto nível a profissionais das diversas regiões brasileiras por

transformações do mercado, oferecendo conteúdo muito

onde passa, mobilizando toda a cadeia nacional.

mais rico, seleto e diferenciado a partir da abordagem de

temas em alta, tais como Indústria 4.0 e Transformação

páginas fascículos inéditos, desenvolvidos dentro dos temas

Digital; Segurança em Eletricidade, tendo como base a

mencionados no início deste Editorial, juntamente com uma

revisão da NR10; Inovação em Distribuição de Energia

reportagem para lá de especial, produzida com exclusividade

– Descentralização, Descarbonização e Digitalização;

durante o XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão

Armazenamento de Energia; dentre outros disruptivos.

de Energia Elétrica (SNPTEE), que aconteceu no mês de

novembro, em Belo Horizonte (MG). A matéria discorre sobre

Com o intuito de aprofundarmos a discussão de cada

Esta primeira edição de 2020 da revista OSE traz em suas

assunto, optamos por reduzir o número de edições para

os novos caminhos dos setores de geração e de transmissão e

oito volumes anuais, com a proposta de incrementarmos

relata os principais desafios para a modernização do sistema

os conteúdos ao mesmo tempo em que os tornamos mais

elétrico brasileiro.

precisos e pontuais.

longa data, por sua vez, continuam afiadíssimos para falar

Além de respaldar a revista durante seus 14 anos de

Os nossos mestres colunistas, queridos parceiros de

história, a marca O Setor Elétrico também vem investindo

sobre temas importantes do mercado. E, para completarmos

fortemente em meios digitais, de modo a expandir seu alcance

o nosso time de experts, ou ainda, colocarmos “a cereja no

de público, ganhar maior visibilidade e inovar sua maneira de

bolo”, convidamos o especialista em instalações fotovoltaicas,

comunicar, mantendo-se, assim, na liderança do mercado.

Vinicius Ayrão Franco, que aceitou gentilmente o convite e

tem muito a nos agregar.

Com sua rápida evolução ao passar dos anos, a marca OSE

deixou de se restringir a apenas um produto impresso para

Espero que curtam todas as novidades!

culminar em um amplo grupo de comunicação integrada, que

Boa leitura!

abrange atualmente diversos canais.

Destaco também o grande sucesso conquistado pela

marca CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico, evento

Abraços,

Luciana Freitas

Redes sociais

@osetoreletrico

www.facebook.com/osetoreletrico

@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico


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O livro de cabeceira que será a referência do Setor Fotovoltaico

Participe deste projeto! Mais informações: adolfo@atitudeeditorial.com.br vinicius@viniciusayrao.com.br

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Coluna do consultor

6

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Em que estágio estaríamos na automatização da execução dos projetos elétricos? O prof. Ademaro Cotrim, de saudosa

com plataformas integradas de todas as

a

lembrança, referência de todos nós e que

especialidades de instalações à arquitetura

como as grandezas elétricas os fatores

nos deixou há quase 20 anos, sempre

como que em uma perfeita integração

das instalações em regime permanente,

abordava o tema: “Será que em 20 anos

e

evitando

formas de onda sem restrição e avalição

os projetos elétricos ainda estarão sendo

problemas futuros na execução da obra.

de fenômenos no regime do tempo nos

executados por engenheiros projetistas?”.

Talvez um sonho de consumo almejado

afundamentos e transientes; componentes

Nos perguntava o querido mestre e amigo,

por

muito

simétricas e desequilíbrios, componentes

tentando imaginar como seria o processo

interessantes do BIM são as ferramentas de

harmônicas, fasores e tudo que se possa ser

de inserção da tecnologia da informação

realidade aumentada, e outra não tão nova,

necessário em avaliações de instalações e

na elaboração dos projetos elétricos. Não

mas muito útil, da quantificação precisa de

outras necessárias. Esta ferramenta facilita

vamos aqui discutir se o termo aplicável

materiais a serem utilizados nos serviços de

a revisão de projetos elétricos existentes.

seria automação ou automatização dos

execução.

projetos, apesar de pessoalmente, preferir

Cálculos e estudos elétricos também

que a automatização está servindo para

a automatização, pois estaria associada à

foram facilitados por simuladores (antes,

reduzir o tempo de execução das tarefas,

ideia de substituição da atividade humana

disponíveis só com as distribuidoras de

diminuindo erros de cálculos, aumentando

por alguma máquina. Só isso.

energia) que, baseados nas características

a confiabilidade para arquivos, facilitar as

Hoje, estamos vivendo os “20 anos” a

das instalações, das fontes e das cargas

revisões, reduzir tempos e aumentando a

que o Cotrim se referia, e ao que parece, ele

conseguem produzir resultados próximos

confiabilidade de planilhas e orçamentos

acertava o seu palpite da própria pergunta

da realidade em situações de operação

e outras tarefas que seriam de execução

que ele próprio também respondia depois

em regime permanente e mesmo em

“manual”.

de seu interlocutor, com a conhecida forma

transitórios.

das

inteligência, habilidade e, sobretudo, boa

doce que se dirigia a cada um de nós.

cargas não lineares, com suas correntes

percepção dos resultados para solução

Felizes aqueles que com ele conviveram;

harmônicas e efeitos não desejáveis nas

de problemas são características ainda

um baita cara! A maioria de seus órfãos

instalações, que começava a aparecer com

necessárias aos nossos engenheiros, e as

ainda se reúnem mensalmente na comissão

mais intensidade no final do século 20 e

boas escolas e universidades sabem muito

de estudos da revisão da NBR5410.

intrigava o nosso querido Mestre, também

bem disso.

Saudosismos

à

parte,

o

que

se

análise

muitos.

de

interferências,

Outras

O

aplicações

comportamento

avaliação

de

absolutamente

tudo,

A pergunta continua a valer, uma vez

Contudo,

a

criatividade,

estão presentes nestes simuladores com boa precisão de resultados.

- Caríssimo Mestre, onde quer que esteja,

evolução dos sistemas BIM (“Building

saiba que você estava certo: ainda somos

Information

por instrumentos adequados possibilitam

nota

hoje

no

mercado

Modeling”),

é

a

incrível

tridimensionais,

As medições elétricas disponibilizadas

necessários!


7

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Nossos projetos de instalações serão robotizados?

Os aspectos de robotização de um

Assim,

projeto estariam bem distantes destes

análises financeiras, processos judiciais,

acima citados e considerariam um cenário

comportamento humano em geral, além

Não é de hoje que acompanhamos

em que dadas algumas especificações

dos robots (físicos) que

alguns softwares e aplicativos específicos

fornecidas para um projeto elétrico (por

nas indústrias e hospitais que aumentam

para os nossos projetos. Aprendemos

exemplo),

da

a produtividade com redução de riscos

a

estas

construção civil e arquitetura, lista de

operacionais como estes que se avizinham

ferramentas que, após ajustadas, são

cargas, tensão de alimentação e algumas

dos carros autônomos. Será que a “arte”

potencialmente bastante úteis, outras que

outras tantas, o projeto seria elaborado sem

empregada em cada um de nossos projetos

nos fazem torcer o nariz para os resultados e

intervenção de projetista especializado.

poderia ser vitimizada por esta tendência,

um outro grupo que pela dificuldade de uso

Projeto

em

ou alguma particularidade inconveniente

unifilares, linhas elétricas, sistemas de

possível parametrizar nossas ações em

são esquecidas e postas de lado. Mesmo

coordenação da proteção e cálculo de

função da coleção de um conjunto de

as do primeiro grupo requerem do projetista

curto-circuito,

variáveis?

muita perspicácia, coerência e cuidado

atmosférica, documentos para aprovação

Melhor parafrasear o inesquecível Robot

na alimentação dos dados de entrada;

na distribuidora, transformadores, painéis

da família Robinsons da série dos anos 60

qualquer

impedância,

elétricos, filtros, listas de materiais, plantas

“perdidos no espaço”, que alucinadamente

especificação ou manobra errada, explodirá

e detalhes de execução, custos estimados

anunciava quando algo inesperado ocorria:

virtualmente uma subestação; na melhor

e tudo mais.

“Perigo”! “Perigo”. Prefiro acreditar na arte

das hipóteses, a proteção evitará que isso

Daquilo que se acompanha desde

da execução de um projeto com os passos

ocorra. A análise crítica dos resultados é

a época de Isaac Azimov até os dias de

clássicos.

fundamental. Muitas vezes, os resultados

hoje, os muito discutidos algoritmos que

Parabéns a esta revista “O Setor

aquém

por

prometem viabilizar os carros autônomos,

Elétrico” e a seus profissionais que em seus

ou

ou os sistemas de autoaprendizado que de

12 anos de vida souberam brindar a boa

incompletos e merecem avaliação por

observar tantas ações repetitivas, interativas

técnica e desenvolvimento da engenharia

profissionais habilitados.

e previsíveis simplesmente “aprendem”.

nacional com rico conteúdo!

conviver

paulatinamente

desvio

da

inserções

em

uma

expectativa de

dados

com

ocorrem

equivocados

como

as

completo,

características

com

aterramento,

diagramas

proteção

um

pode

funcionar

“copy-paste”

com

as

conhecemos

instituído?

Seria


Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Tarifa branca é opção para consumidores em 2020 A modalidade fica disponível para todos consumidores conectados em baixa tensão, como residências e pequenos comércios

Desde 1º de janeiro de 2020, a opção pela

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

consumidor ao sistema convencional. Caso

tarifa branca está disponível para todas as

e são diferentes para cada distribuidora.

queira participar de novo da modalidade

unidades consumidoras conectadas em baixa

Sábados, domingos e feriados contam com

tarifária branca, há um período de carência de

tensão (residências e pequenos comércios,

a tarifa fora de ponta nas 24 horas do dia.

180 dias.

por exemplo). A modalidade não se aplica

Mais informações sobre os períodos de cada

Para ter certeza do seu perfil, o

a consumidores residenciais classificados

distribuidora podem ser consultadas em:

consumidor deve comparar suas contas com

como baixa renda, beneficiários de descontos

http://www.aneel.gov.br/postos-tarifarios.

a aplicação das duas tarifas. Isso é possível

previstos em Lei e à iluminação pública. A

É muito importante que o consumidor,

por meio de simulação com base nos hábitos

tarifa branca sinaliza aos consumidores a

antes de optar pela tarifa branca, conheça seu

de consumo e equipamentos. Para aderir

variação do valor da energia conforme o dia

perfil de consumo. Quanto mais o consumidor

à tarifa branca, os consumidores precisam

e o horário do consumo.

deslocar seu consumo para o período fora

formalizar sua opção junto à distribuidora.

Aprovada em 2016, a aplicação da

de ponta, maiores são os benefícios desta

Quem não optar por essa modalidade,

tarifa seguiu um cronograma de preferência,

modalidade. Contudo, a tarifa branca não é

continuará sendo faturado pelo sistema atual.

de modo a priorizar as solicitações com as

recomendada se o consumo for maior nos

seguintes características:

períodos de ponta e intermediário e não

apenas a tarifa convencional, com um valor

Antes da criação da tarifa branca, havia

houver possibilidade de transferência do uso

único (em R$/kWh) cobrado pela energia

• 1º de janeiro de 2018, para novas ligações

dessa energia elétrica para o período fora de

consumida em todos os dias e horas. A nova

e para unidades consumidoras com média

ponta. Nessas situações, o valor da fatura

modalidade cria condições que incentivam

anual

pode subir. Por isso, é bom ter atenção ao

alguns

500KWh/mês;

solicitar a mudança.

consumo dos períodos de ponta para aqueles

• 1º de janeiro de 2019 para unidades

em que a rede de distribuição de energia

consumidoras com média anual de consumo

se o consumidor não perceber a vantagem,

elétrica tem capacidade ociosa.

mensal superior a 250KWh/mês; e

ele pode solicitar sua volta ao sistema

• 1º de janeiro de 2020 para todas as

anterior (tarifa convencional). A distribuidora

podem ser consultadas em: http://www.

unidades consumidoras.

terá 30 dias após o pedido para retornar o

aneel.gov.br/tarifa-branca.

de

consumo

mensal

superior

a

Controle do consumo Com a tarifa branca, o consumidor passa a ter a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que consome a energia elétrica. Se

o

consumidor

adotar

hábitos

que

priorizem o uso da energia nos períodos de menor demanda (manhã, início da tarde e madrugada, por exemplo), a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida.

Nos dias úteis, a tarifa branca tem três

valores: ponta, intermediário e fora de ponta. Esses períodos são estabelecidos pela

Da mesma forma que é possível aderir,

consumidores

a

deslocarem

o

Mais informações sobre a tarifa branca



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Brasil alcança 170 mil megawatts de capacidade instalada em 2019 O País fechou 2019 com 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada, ultrapassando a meta de 5.781MW

A atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em suas atividades de concessão, regulação e fiscalização da geração

de energia elétrica, propiciou em 2019 um incremento de 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada no Brasil, ultrapassando a meta de 5.781MW. O País fechou o ano com potência fiscalizada de 170.071MW, sendo mais de 75% a partir de fontes renováveis.

A força da água dos rios continua impulsionando a maior parte da energia gerada no País, com um total de 4.839MW em

empreendimentos inaugurados e/ou concluídos no ano passado. Desse total, 4.755MW foram trazidos por usinas hidrelétricas de grande porte, entre as quais se destaca Belo Monte, que completou sua motorização com 3.667MW injetados na rede. A Agência liberou a operação da última turbina de Belo Monte em outubro deste ano.

A ampliação da geração eólica no ano impressiona, com incremento de 971MW, superior aos 776MW acrescidos em usinas termelétricas.

As usinas solares fotovoltaicas de grande porte agregaram 551MW à matriz brasileira no ano. Considerando o avanço verificado no ano, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no País, e os 629 de energia eólica, por 9,04%.

Primeira quinzena de janeiro apresenta queda no consumo de energia elétrica Dados preliminares levam em consideração o mesmo período do ano passado

A Câmara de Comercialização de Energia

Elétrica (CCEE) divulgou o balanço de geração e consumo de energia referente à primeira quinzena de 2020. Segundo o levantamento, entre os dias 1º e 15 de janeiro, o consumo registrou queda de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 63.796 MW médios. Os dados constam do boletim InfoMercado Quinzenal publicado no site da instituição (www.ccee.org.br). O Ambiente de Contratação Regulada (ACR) apresentou retração no consumo de 2,6% em relação a janeiro de 2019, considerando a

e 4,0%, respectivamente.

Geração também retrai no período

mudança de clientes cativos para o Ambiente de

Os segmentos que registraram maior

A

Contratação Livre (ACL). Excluindo o impacto

crescimento

considerando

Sistema Interligado Nacional (SIN) também

das migrações, o ACR registraria diminuição de

autoprodutores, comercializadores varejistas,

apresentou diminuição na primeira quinzena

0,9%.

consumidores

foram:

de janeiro. Com 67.104MW médios, a

O ACL apresentou queda de 2,1% no

Saneamento (18,3%), Transporte (13,2%) e

produção registrou queda de 2,3% em

consumo em relação ao mesmo período do ano

Comércio (10,6%). A expansão destes setores

relação aos 68.698MW médios do mesmo

passado. Eliminando o impacto da migração de

está vinculada à migração dos consumidores

período do ano passado.

novas cargas, apresentaria queda de 6,3%, na

para o mercado livre.

A redução ocorreu principalmente pela

mesma comparação.

Ao se excluir a migração para o ACL, verifica-se

diminuição da produção das usinas hidráulicas e

de

consumo,

livres

e

especiais,

geração

de

energia

elétrica

no

Ainda em relação ao consumo, o submercado

queda em todos os segmentos e destacam-se os

eólicas, que tiveram redução de 9,0% e 39,7%,

Sudeste / Centro-Oestre apresentou as maiores

ramos: extração de minerais metálicos (25,7%),

respectivamente, em relação ao mesmo período

quedas, tanto no ACL quanto no ACR, de 4,7%

químicos (12,2%) e veículos (9,9%).

de 2019.



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia elétrica movimenta R$2,02 bilhões Operação referente a novembro registra R$8,05 bilhões relacionados às liminares de GSF no mercado livre

A

Câmara

Energia

Elétrica

de

Comercialização

(CCEE)

finalizou,

de

Conta Bandeiras

no

dia 9 de janeiro de 2020, a liquidação

financeira do Mercado de Curto Prazo

financeira referente à Conta Centralizadora

(MCP), referente a novembro de 2019, que

dos Recursos de Bandeiras Tarifárias – ou

movimentou R$2,02 bilhões dos R$10,13

Conta Bandeiras. A liquidação referente

bilhões contabilizados. Do valor não pago,

aos recursos de bandeiras tarifárias na

R$8,05 bilhões estão relacionados com

contabilização

liminares de GSF no mercado livre (ACL) e

movimentou R$127.174.633,40.

R$63 milhões representam outros valores

em aberto na liquidação.

de 91 distribuidoras e permissionárias

Os agentes que possuem decisões

devedoras

judiciais vigentes para não participarem

R$86.356.647,31,

do rateio da inadimplência oriunda de

prêmio de risco hidrológico no valor de

liminares do GSF perceberam adimplência

R$40.816.113,08

próxima de 99%; e os agentes amparados

agentes geradores, e o saldo relacionado

por decisões que determinam a incidência

a pagamentos de inadimplências de

regular das normas perceberam adimplência

competências de períodos anteriores

de 13%. Após a operacionalização dessas

no valor de R$1.873,01. Os recursos

decisões judiciais, os credores que não

arrecadados

possuem liminares relacionadas ao rateio

Conta Bandeiras a 11 distribuidoras

da inadimplência perceberam adimplência

credoras,

próxima de 1%. A operação, realizada pela

Despacho

SGT/Aneel

CCEE, envolveu 8.608 agentes, sendo 904

Eventuais

valores

devedores e 7.704 credores.

serão inseridos na liquidação do mês

A liquidação financeira do mercado

A CCEE também promoveu a liquidação

de

novembro

de

2019

A operação considerou o pagamento na

Conta

no

valor

pagamento aportados

foram

por

repassados

conforme

estabelecido nº

de

de do 26

pela no

002/2020.

inadimplência

subsequente.

de curto prazo representa o acerto de

Mensalmente, a Agência Nacional de

eventuais diferenças entre a energia medida

Energia Elétrica (Aneel) define como deve

e a contratada pelos agentes que operam

se dar o rateio dos recursos arrecadados

no âmbito da CCEE. Os débitos e créditos,

com a cobrança das bandeiras tarifárias

apurados pelo processo de contabilização

nas contas de luz e do prêmio de risco

das operações do mercado pela Câmara

hidrológico

de Comercialização, são valorados ao

e

Preço de Liquidação das Diferenças (PLD),

sendo a CCEE responsável por essa

calculado semanalmente.

Operacionalização.

entre

permissionárias

as

concessionárias de

distribuição,



Painel de empresas

14

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

WEG firma acordo para aquisição de fábrica de transformadores em Betim (MG) Construída em 2013, a fábrica dispõe de 32.500m² de área construída Divulgação / WEG

A WEG S.A. (B3: WEGE3 / OTC: WEGZY) anunciou que firmou com a companhia Transformadores e Serviços de Energia das Américas S.A. (“TSEA”) um acordo para a aquisição de uma das suas fábricas de transformadores, situada no município de Betim, no Estado de Minas Gerais.

Construída em 2013, a fábrica dispõe

de 32.500m² de área construída e conta com

equipamentos

e

instalações

de

última geração. Com uma equipe de 250 colaboradores, a unidade é especializada na fabricação de transformadores de força, reatores shunt e autotransformadores de força com classe de tensão até 800kV e potência até 500MVA.

de Betim deixa a WEG em uma posição

Segundo o diretor superintende da

privilegiada para atender os importantes

de determinadas condições e à aprovação

A transação está sujeita ao cumprimento

unidade Transmissão & Distribuição da WEG,

investimentos em infraestrutura que devem

pelas autoridades de proteção à concorrência

Carlos Diether Prinz, “a aquisição da fábrica

ocorrer nas Américas nos próximos anos”.

(CADE).

Abesco anuncia novo presidente

O advogado Frederico Rocha de Araújo é o novo presidente da Associação Brasileira das Empresas de

Serviços de Conservação de Energia (Abesco). Em assembleia realizada no início de dezembro de 2019, os associados elegeram a nova diretoria da associação para o biênio 2020/2021.

Frederico Araújo é o atual presidente da Deode Inovação e Eficiência e já era conselheiro da Associação.

Também ocupou o cargo de diretor executivo da G10 Educacional S/A de 2013 a 2016, exerceu a função de gerente administrativo na Thompson Reuters unidade Novaprolink Tecnologia de 2008 a 2013, e atuou como advogado internacional e tributário entre 2003 e 2008.

Graduado em Direito, advogado, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Executiva de Negócios

pelo Ibmec, Araújo é mestre em Negócios Internacionais pela Georgetown University – Washington DC, mestre em Administração pela FGV-EBAPE e mestre em Estratégia pela Esade – Barcelona. Também é empreendedor Endeavor – seletiva Dubai 2012. “A proposta da nova diretoria é promover a Eficiência Energética no País de uma maneira estruturada e profissional, além de posicionar a Abesco ainda mais forte externamente. Nos últimos anos, a Associação se fortaleceu internamente, promovendo mais coesão entre os associados. E agora é momento de olhar como podemos contribuir ainda mais com a sociedade e os demais stakeholders do mercado, do ambiente regulatório e do legislativo. A nossa meta é acabar com a cultura do desperdício energético no Brasil”, afirma Araújo.

Também farão parte da nova diretoria da Abesco o ex-presidente Alexandre Sedlacek Moana, como diretor técnico, e José Otávio Simões,

como diretor financeiro.

A nova gestão começou oficialmente a sua atuação no dia 1º de janeiro de 2020.


O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

15

GE Renewable Energy nomeia novo presidente & CEO para o negócio de Hydro na América Latina

SEGURANÇA ELÉTRICA

INTELIGENTE

A GE Renewable Energy anunciou recentemente Cláudio Trejger como presidente &

CEO para o negócio de Hydro na América Latina. O executivo possui mais de 24 anos

Supervisão de isolamento e corrente de fuga em todos os esquemas de aterramento: IT, TN e Aterrado por Resistor

de experiência no mercado de energia, incluindo os segmentos de geração, transmissão e distribuição, 16 deles focados na área hidrelétrica.

O novo presidente & CEO de Hydro terá como principal missão liderar a organização

Equipamentos que fazem a manutenção preditiva e totalmente coadunados à indústria 4.0

diante dos desafios e oportunidades do mercado, incluindo modernizações de hidrelétricas, PCHs e a potencial retomada de investimentos em novas usinas no Brasil. Seu principal objetivo será evidenciar como as soluções da GE podem transformar a geração hidrelétrica na América Latina, ao oferecer novas tecnologias, incluindo soluções digitais e um amplo

Equipamentos:

portfólio de serviços.

O executivo ingressou na GE em 2015, com a aquisição da Alstom pela empresa, como

DSI – Dispositivo Supervisor de Isolamento

líder da área de Projetos na América Latina. Em julho de 2017, Trejger assumiu a Diretoria Comercial para Hydro na região, liderando as operações comerciais e de vendas. Desde agosto de 2019, já estava atuando interinamente na liderança do negócio de Hydro na América Latina, adicionalmente à sua liderança na área comercial.

Cláudio Trejger nasceu em São Paulo e tem graduação em Engenharia Elétrica pela

Universidade de Mauá, além de um MBA pela USP / FIA. Ao longo de sua carreira, realizou diversos cursos em diferentes áreas, incluindo uma especialização em negócios pela

Divulgação / GE

Harvard Business School, em 2010.

DSCR – Dispositivo Supervisor da Corrente Residual

DSR – Dispositivo Supervisor do Resistor

Também prestamos serviço de localização de falhas de isolamento e corrente de fuga in loco

Para mais informações acesse:

WWW.RDIBENDER.COM.BR


Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Omicron Academy é inaugurada em Sorocaba (SP)

Divulgação / Omicron

A Omicron, companhia que atua no mercado de energia elétrica – geração, transmissão, distribuição e indústria, dedicada a desenvolver, fabricar e fornecer soluções de testes e monitoramento para o sistema elétrico de potência –, inaugurou, no dia 16 de dezembro de 2019, a Omicron Academy, um centro de treinamento que conta com capacidade física 80% maior que a anterior, além de ser melhor preparada com equipamentos e ativos para a parte prática de treinamentos.

A empresa possui o espaço de treinamentos

em Sorocaba desde março de 2017, desde a fundação da Omicron do Brasil, e com a demanda crescendo rapidamente, decidiu estabelecer a Omicron Academy. “Reafirmo o compromisso da Omicron com o mercado e com os clientes brasileiros. A inauguração que tivemos foi uma demonstração inequívoca de que o nosso plano é estabelecer uma presença duradoura no Brasil”, declara Manfred Strauß, economista e presidente da Omicron Energy Solutions. E acrescenta: “Trabalhamos no sentido de aumentar o número de representantes no território brasileiro, estando

Manfred Strauß, presidente da Omicron Energy Solutions.

assim, mais próximos dos nossos clientes,

digitais, sistema de potência (transformador, TC,

Profissionais que trabalham no setor

estejam eles aonde estiverem no mercado

TP, Disjuntor, gerador, motor), cabos elétricos

elétrico de potência estão expostos a altos

nacional”.

isolados, linhas de transmissão e sistemas de

riscos funcionais; portanto, primeiramente, é

aterramento.

importante que conheçam todos os recursos

busca aprimorar e oferecer a seus clientes

Os treinamentos da Omicron Academy são

de segurança de seus equipamentos de testes

treinamentos mais técnicos e didáticos para

destinados a qualquer engenheiro ou técnico

e, desta forma, possam utilizá-los da maneira

operação de instrumentos, e também, base

envolvido em testes e diagnósticos elétricos,

mais segura possível. Face a essa necessidade,

teórica, visando uma utilização segura, correta

desde o seu planejamento até a execução e

segundo Strauß, para a Omicron, é de extrema

e completa dos produtos. “Esta capacitação

análise. “Usuários de equipamentos Omicron

importância que seus usuários saibam operar

técnica é parte fundamental na experiência

podem conhecer nossas técnicas de teste

seus instrumentos corretamente, visando o

Omicron que proporcionamos a nível global.

e / ou aprimorar seus conhecimentos. Na

melhor aproveitamento do instrumento e correta

O objetivo é disponibilizar ao nosso cliente

realidade, não é incomum um profissional, antes

avaliação dos ativos testados.

brasileiro o mesmo tratamento que ofertamos

de adquirir nossos produtos, participarem de

mundialmente”, destaca.

nossos treinamentos para não apenas entender

da Omicron não consistem somente em

No local, são ministrados treinamentos

melhor a aplicação, como também verificar os

treinamentos dos equipamentos produzidos

teóricos e práticos de todos os produtos

recursos do equipamento e estarem seguros

pela empresa, mas também de toda a teoria e

comercializados pela Omicron, nas áreas de

de que o mesmo atenda às expectativas”, relata

base de conhecimento envolvido no sistema

proteção de sistemas elétricos, subestações

Strauß.

elétrico.

Ele explica ainda que a empresa sempre

É importante salientar que os treinamentos


O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

De acordo com Strauß, 100% dos clientes

que adquirem um equipamento da Omicron pela primeira vez solicitam um treinamento junto com a aquisição. Clientes existentes também requerem treinamento quando existe alguma mudança na equipe de teste, ou então quando um novo acessório que permite testes adicionais é lançado no mercado. “Somente no Brasil, entre 2018 e 2019, foram ministrados mais de 60 treinamentos e a expectativa da Omicron é o compartilhamento de tecnologia, conhecimento e atender às expectativas e necessidades de nosso mercado, de nossos usuários, tornando-os cada vez mais experientes e com avançados conhecimentos no sistema elétrico de potência, capacitando-os a resolver os problemas do dia a dia”, afirma.

A Omicron Academy está presente em

todos os países com presença direta da empresa na Alemanha, Austrália, Áustria, Barein, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, França, Índia, México, Polônia e Reino Unido.

A Omicron é especialista nos setores de

testes elétricos de ativos subestações de alta tensão, como transformadores de potência, transformadores de corrente, transformadores de potencial, disjuntores e subestações GIS, testes em linhas de transmissão, testes em sistemas de aterramento, testes em cabos de média e alta tensão, testes de sistemas de proteção elétrica, testes de subestações digitais, e monitoramento contínuo de descargas parciais em maquinas rotativas (geradores e motores), transformadores, e cabos elétricos. Possui 24 filiais espalhadas por cinco continentes. Ainda não possui nenhuma filial na África, porém, está em seus planos. Está presente em 18 países, contando com operação própria (presença direta), assim como em outros mais de 70 países por meio de distribuidores, ou parceiros comerciais.

Anualmente, a Omicron investe em torno de

15% do seu faturamento global em pesquisa e desenvolvimento, além de aperfeiçoamento dos produtos existentes. Sua sede fica localizada na cidade de Klaus, no distrito de Vorarlberg, na Áustria.

17


Painel de produtos

18

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

COMSOL lança a versão 5.5 do COMSOL Multiphysics® www.br.comsol.com

A COMSOL, empresa especializada no

fornecimento de soluções de software para modelagem multifísica, simulação e implantação de aplicativos, anuncia a mais recente versão do seu software COMSOL Multiphysics®. Na versão 5.5, o Design Module disponibiliza uma ferramenta inteiramente nova para desenhos 2D com cotas e restrições dimensionais que facilita a criação de geometrias e torna o controle paramétrico dos modelos geométricos mais versátil. Solvers novos e atualizados tornam mais rápidas uma grande variedade de simulações. Dois novos produtos complementares, o Porous Media Flow Module e o Metal Processing Module, ampliam ainda mais o poder de modelagem multifísica da linha de produtos. Imagem do software COMSOL Multiphysics® fornecida como cortesia pela COMSOL.

Luminárias inteligentes KLED KIK BOX da KDL Iluminação www.kdliluminacao.com.br

As luminárias lineares modulares KLED-

KIK-BOX foram desenvolvidas pela KDL. Com iluminação intensa a 120°, fornecem assim, grande quantidade de luz bem distribuída em grandes áreas, iluminam e valorizam ambientes, com economia e eficiência. Para a iluminação de prédios cobertos de estrutura avantajada de quatro a 12 metros de altura, como galpões, supermercados, indústrias, logística, shopping centers, ginásios de esportes, estações rodoviárias. Resistentes e econômicas, são ótimas substitutas para luminárias de lâmpadas de descarga e incandescentes, com expressivo aumento dos níveis de iluminamento e com excelente IRC >75%.

Linha de tecidos UltraSoft® da Westex by Milliken www.idealwork.com.br

A linha de tecidos UltraSoft® foi concebida para proporcionar

conforto e segurança, sendo criada a partir de uma mescla de 88% algodão e 12% de fio de nylon de alta resistência, o que garante uma durabilidade superior e conforto inigualável. Este tecido foi desenvolvido combinando a excelente resistência à abrasão oferecida pelo nylon com a inigualável maciez do algodão em contato com a pele.

A resistência à chama por toda a vida útil da vestimenta é

garantida para os tecidos UltraSoft® tanto em condições de lavagem doméstica quanto em processos de lavagem industrial. O produto é recomendado para proteção a riscos de arco elétrico, fogo repentino, respingos de metais ferrosos e trabalhos de solda. A Ideal Work é um confeccionista de vestimentas homologado pela Westex by Milliken, fabricante do UltraSoft®.


INDÚSTRIA 4.0 E A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

16

Carlos Boechat Capítulo I – Indústria 4.0: A Quarta Revolução Industrial

SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

20

Aguinaldo Bizzo de Almeida Capítulo I – Análise do novo texto da NR10 em consulta pública

Inovação em Distribuição de Energia – DIGITALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCARBONIZAÇÃO

24

Marco Delgado Capítulo I – O Estado de Arte dos Recursos Energéticos Distribuídos - Prólogo - Geração Distribuída - Armazenamento Distribuído - Veículos Elétricos - Resposta da Demanda

Fascículos

Apoio:


Apoio:

Fascículo

Por Carlos Boechat*

Capítulo I Indústria 4.0 – A Quarta Revolução Industrial https://pixabay.com/pt/

Indústria 4.0 e a Transformação Digital

20

Há alguns anos, vive-se a Quarta

e Infraestrutura. Nos próximos fascículos,

Revolução Industrial, a era da Reinvenção

serão convidados uma série de especialistas

A Indústria 4.0 possui várias tecnologias,

Digital da Indústria. Se a sua origem se deu

em Indústria 4.0 para compartilharem o

como IoT, Big Data, Inteligência Artificial,

na Alemanha, hoje, está em vários lugares do

conhecimento e experiência no tema.

Cloud, Manutenção Preditiva, Cybersecurity,

mundo, e cada vez mais no Brasil. Nesse ano, na revista O Setor Elétrico,

Em termos de segmentos, serão explorados (Geração,

e Virtual, Robótica Colaborativa, Machine

Transmissão e Distribuição); Renováveis

Learning, Digital Twin, Analytics, Blockchain,

4.0 que abordarão o tema aplicado a vários

(Eólica e Solar); Indústrias Automotiva,

entre outras. Estamos na era da conectividade,

setores, dentre os quais, terão destaque:

Farmacêutica,

Alimentos

onde máquinas se tornam cada vez mais

Utilities,

Manufatura,

e Bebidas, Bens de Consumo, Mineração,

inteligentes e trabalham colaborativamente

Indústrias de Processo, Construção Civil

Siderurgia, Cimento, Papel e Celulose,

com o ser humano.

de

de

Energia

Manufatura Aditiva, Realidade Aumentada

haverá 08 (oito) fascículos sobre Indústria

Indústrias

Concessionárias

Química; Portos; Aeroportos; entre outros.

Agronegócios,


21

Apoio:

Embora estejamos na Quarta Revolução Industrial, ao visitar diversas indústrias, observa-se que várias ainda não aderiram à Terceira Revolução Industrial e estão tendo que correr atrás do prejuízo. Infelizmente, um cenário comum em uma indústria é observar a Manufatura possuindo em seu chão de fábrica diversas máquinas, como ilhas sem conexão, onde as informações estão em papel ou planilhas, e a diretoria não recebe a informação correta, confiável e em tempo real para a tomada de decisões. Espera-se que a Digitalização da Operação/Manufatura seja algo a se avançar nas indústrias brasileiras nesse e nos próximos anos. O caminho indicado não é pela tecnologia em si, mas sim, dos problemas de negócios. Por isso, é importante saberem os desafios de determinado segmento e indústria para, a partir daí, construírem uma solução que provavelmente abrangerá uma ou mais tecnologias citadas acima. Quando se analisa detalhadamente a cadeia de valor de determinada companhia, observam-se ainda mais oportunidades oferecidas por tecnologias digitais. Principalmente em médias e grandes indústrias, identifica-se algumas vezes a existência de um Roadmap de Transformação Digital, o que é um passo muito importante. Alguns chegam a comentar que quem não tem um plano, ainda não iniciou sua jornada. Aqueles que optam por esse caminho, certamente, ganham em termos de governança, alinhamento estratégico e melhor priorização dos recursos e projetos da companhia. Porém, a realidade no Brasil é que várias empresas ainda não possuem o seu Roadmap de Transformação Digital e, com isso, observa-se uma série de iniciativas, PoCs (provas de conceito), sem a devida organização / gestão e, principalmente, sem o retorno financeiro para a companhia. É comum ouvir de alguns CEOs a seguinte frase: “Não quero mais saber de PoC; agora, quero projeto com retorno de investimento para a companhia”. Já outros, incentivam PoCs e acreditam que se uma vingar, pagará o investimento de várias. A implementação de tecnologias digitais pode representar uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras, à medida que possibilita a aceleração do crescimento e diminui a lacuna existente com outros mercados. Aquela fase de conhecer sobre Indústria 4.0 e fazer alguns testes, já passou; agora, as organizações querem saber, de fato, como os seus problemas serão resolvidos, com que tipo de solução e tecnologia, com o devido payback. Esperam-se resultados como redução de

PNGFuel

custos, economia de energia e água, aumento de produtividade,


Fascículo

Christoph Roser at AllAboutLean

Apoio:

Indústria 4.0 e a Transformação Digital

22

melhoria nos índices de manutenção,

nos últimos anos o seu foco de hardware para

e competitividade das indústrias nacionais.

flexibilidade fabril, segurança, otimização

software e, em vários casos, na modalidade

Para isso, certamente, deverá procurar

de processos e sistemas, simplificação das

de serviços, o famoso as-a-service.

mecanismos para viabilizar a aceleração

operações, aumento de receitas, melhoria

Integradores de sistemas tentam se

na experiência do cliente, aceleração no

reinventar, especialmente, com o foco na

quais sejam os próximos governos federais,

processo de tomada de decisão.

convergência IT/OT, ou seja, o mundo de

estaduais e municipais, todos deverão ter o

nas

indústrias.

Independentemente

de

Muitas empresas ainda são cautelosas

Tecnologia da Informação com o de Operações.

tema em pauta como um dos focos na agenda.

e desconfiadas quando se trata deste tipo

Fabricantes de painéis elétricos buscam

Alguns desafios foram citados acima,

de investimento. Há poucas companhias

agregar alguns serviços e tecnologias nos seus

mas pode-se ter a certeza de que existem

brasileiras que estão realmente inovando

produtos, como por exemplo, alguns já possuem

outros vários e para cada setor. O fato é que

em escala, com modelos de negócios

os eletrocentros inteligentes que poderão ser

a Indústria 4.0 trouxe um componente que

impulsionados

É

totalmente conectados e, dentre exemplo

vai além das tecnologias, que é a criação dos

importante comentar que cada empresa

de tecnologias, poderá haver a Realidade

novos modelos de negócios. A disrupção

possui a sua realidade e necessidade. A

Aumentada para a equipe de Manutenção.

é algo presente nessa Quarta Revolução

pela

digitalização.

dúvida não é se determinada será digital,

Distribuidores de materiais elétricos

Industrial. Fornecedores de soluções têm

mas sim, quando será digital. Executivos

também estão no momento de repensar o seu

trabalhado em modelos de OPEX ao invés

se questionam e se preocupam sobre

business. Talvez como agregar serviços no

de CAPEX, com a solução as-a-service, seja

como adotar de forma eficiente as novas

seu negócio e como melhorar a experiência

por aluguel ou leasing, como por exemplo,

tecnologias. Uma questão é qual percentual

do cliente através da digitalização.

no caso de cobots (robôs colaborativos).

da receita você reserva para Inovação?

Agora, pensem nas instituições de ensino

A convergência IT/OT é algo que está

E qual percentual você reserva para a

que estão tendo que lançar novas grades

sendo cada vez mais tratado nas organizações.

Transformação Digital?

curriculares, cursos técnicos, superiores,

Antigamente,

via-se

departamentos

As Consultorias se oferecem a apoiar

pós-graduações e MBAs, envolvendo temas

de Tecnologia da Informação que não

na construção dessa jornada, colocando

de Indústria 4.0 e Transformação Digital.

tinham interação quase que nenhuma com

à disposição seus times de estratégia

É um grande desafio, mas também uma

departamentos de Engenharia, Manutenção

e consultoria, bem como auxiliar na

excelente oportunidade.

e Operação. Em alguns casos, até existia

construção dos businesses cases.

O governo, por sua vez, sem entrar no

uma certa diferença em algumas empresas,

Já algumas gigantes multinacionais

mérito da velocidade, tem lançado programas

onde uns criticavam o trabalho dos outros.

direcionaram todo o seu foco para Cloud

e se movimentado para apoiar, facilitar e

Já recentemente, observa-se uma mudança

nesse momento.

engajar o tema de Indústria 4.0, pois sabe da

nesse aspecto. Algumas empresas criaram

importância que é para a economia brasileira

grupos de trabalho para serem responsáveis

E muitos fabricantes tiveram que alterar


Apoio:

23


Apoio:

Indústria 4.0 e a Transformação Digital

24

pelo tema Indústria 4.0 ou Transformação Digital, no qual participam profissionais de Tecnologia da Informação, Planejamento Estratégico, Diretoria Industrial ou de Operações,

Engenharia,

Automação,

Manutenção, Finanças, entre outros. Se em algumas companhias temos a formação de grupo de trabalho, em outras, já vemos mudança no organograma da organização, tendo, por exemplo, em uma grande Siderúrgica um Diretoria de Tecnologia, Inovação e Engenharia, abraçando, nesse caso, toda a área de TI e TA, dentre outras. Essa disputa de TI com TA ainda é acirrada em muitas companhias e não se sabe ao certo quem levará a melhor nessa. Existem situações onde a equipe de Engenharia de Automação já responde a um CIO, assim como há cenários contrários a esse, tendo a Engenharia com uma força

por um período dentro da sua especialidade?

Transformação Cultural facilitam muito a

maior na organização.

São inúmeras as questões que devem ser

inserção da Transformação Digital e Indústria

feitas nesse momento.

4.0. Os profissionais ficam mais receptivos a

Independentemente de como seja o organograma, é fato que os profissionais

Para aqueles que estão para ingressar no

dessas áreas precisam se reinventar. A

colégio técnico ou na faculdade, sugere-se

Indústria 4.0 traz com ela a geração de

levar em conta esses aspectos para um

Pequenas e médias empresas também

novas profissões, assim como a eliminação

exercício de futurologia. Isso também é bem

têm se interessado pelo tema Indústria

de outras. Uma profissão do momento é

válido para os profissionais que desejam

4.0 e buscado pelo conhecimento e apoio

o de Cientista de Dados. Uma vez que há

buscar uma nova profissão.

para inserção. O Sebrae e Senai têm tido

iniciar uma jornada para o novo.

a conectividade e as informações chegam

Iniciar a Jornada de Indústria 4.0 em uma

papel importante nesse momento e, em

em grande volume para tomada de decisão

companhia requer olhares para os processos,

um dos fascículos, haverá especialistas

em tempo real, faz-se necessária a análise

tecnologias e, principalmente, pessoas. Diante

compartilhando o conhecimento aqui na

avançada dos dados.

disso, algumas empresas optam por iniciar

revista O Setor Elétrico.

Para o profissional de elétrica e/

essa jornada através de uma Transformação

O universo de startups relacionadas com

novas

Cultural na organização. Paradigmas tem de

o tema Indústria 4.0 tem crescido no Brasil.

habilidades e conhecimentos. Se antes o

ser quebrados, novos formatos de trabalho

Existem alguns polos nos estados de São

foco eram as máquinas e equipamentos

são necessários, o ágil deverá estar presente

Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná,

com seus respectivos hardwares, agora,

em muitos momentos e a colaboração é cada

Pernambuco, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro,

tem-se importância a análise dos dados

vez mais importante. E é nesse momento que

entre outros, nos quais encontram-se

gerados por aquelas máquinas através de

se sobressaem aqueles que possuem uma

startups atuantes em Indústria 4.0, provendo

softwares. Ao mesmo tempo que é um

boa flexibilidade para mudanças, pois o seu

soluções para diversos setores e segmentos.

ponto de preocupação, se tem outro de boa

trabalho poderá ser totalmente transformado.

Grandes ecossistemas têm sido gerados

oportunidade. Como o mercado ainda não é

Aquilo que era um grande diferencial

nesses locais com participação de startups,

tão maduro no Brasil, existe um importante

seu na empresa e no mercado, pode não

indústrias,

espaço no qual o profissional pode se destacar.

ser mais nesse momento. Mas a boa notícia

Empreender é sempre um desafio e, nessa

ou

Fascículo

mudanças, desejam mais inovação e topam

automação,

se

exigem

consultorias

e

fabricantes.

Algo a se considerar sobre o profissional

é que independente do momento e fase de

área, em especial, é uma boa alternativa e

do futuro e o futuro profissional, é a mudança

vida, o ser humano pode se reinventar e criar

oportunidade para aqueles que buscam ter

no modelo de trabalho. Será que no futuro

habilidades. Essa é, para muitos, uma das

o próprio negócio. Há a possibilidade de se

haverá tais profissões? Como será o regime

graças da vida.

construir algo relevante em Indústria 4.0

de contratação? Cada um prestará serviço

As

empresas

que

praticam

a

para as empresas, onde embora o número


25

Apoio:

de startups tenham crescido, existe amplo

líderes e executivos.

Siderurgia, Cimento, Alimentos e Bebidas,

espaço para novas startups. Não é fácil

Espera-se que ao longo dos 08 (oito)

desenvolver produtos e serviços inovadores.

fascículos de Indústria 4.0 da revista O

Infraestrutura, Farmacêutico, Agronegócios,

Pensem, por exemplo, em algo que resolverá

Setor Elétrico, todos possam conhecer mais

Portos, Aeroportos, entre outros).

um problema em determinado setor ou

e se interessar pelo tema. É um momento

segmento, no qual é possível construir uma

de

das empresas Logix, LX, Win e a startup

solução que preferencialmente possa ter o

que todos possam incentivar a inserção,

Manage Energy. Em quatro anos, chegou a 40

envolvimento de software, seja digital e, se

aplicabilidade e escala em suas companhias.

milhões de negócios com 150 colaboradores

possível, possa-se comercializar as-a-service.

Isso será fundamental para a melhoria da

em 2017, ano esse em que foi sacramentada

competitividade da indústria brasileira, bem

a venda das companhias para a Cast group,

como até mesmo para a sua sobrevivência.

onde se tornou o diretor executivo do setor

Sabendo

do

crescimento

do

empreendedorismo no Brasil e vendo profissionais

migrarem

para

disseminar

o

conhecimento

para

startups,

Bens de Consumo, Automotivo, Saneamento,

Foi um dos fundadores e diretor comercial

privado responsável pela Unidade de Negócios

grandes empresas têm incentivado o

*Carlos Boechat é engenheiro eletricista-

de Indústria 4.0, IoT, Automação e Energia.

intraempreendedorismo nas organizações,

eletrônico e de Telecomunicações com

Entusiasta da Indústria 4.0 e especialista

permitindo o uso da criatividade e a

habilitação em Automação pela PUC

em Transformação Digital nas Indústrias,

“aceitação do erro”. Isso é algo bem recente

Minas. Possui MBA em Gestão Comercial

Boechat trabalha como Senior Manager na

e que talvez muitos possam achar que é

pela FGV, com extensão internacional na

Accenture Industry X.0 Latam, onde contribui

distante da realidade da empresa em que

OHIO University em Liderança Estratégica

para a expansão dos negócios da companhia,

trabalhe. Mas acredite, as empresas terão

de Negócios. Atualmente, é mestrando de

bem como visa apoiar a empresa na área de

que aderir cada vez mais esse tema, tanto

disciplinas de Administração com foco em

Indústria 4.0. Atualmente, dedica boa parte

para conseguir atrair quanto para reter

Estratégia e Liderança na Fundação Dom

do seu tempo a apoiar pessoas e empresas

profissionais. A capacitação e/ou treinamento

Cabral. Possui experiências em multinacionais

na Indústria 4.0 e Transformação Digital, e é

da força de trabalho é uma pauta que tem de

como Siemens, Omron e GE, com atuação

responsável pelos fascículos sobre o tema

estar sempre ativa na agenda dos grandes

em diversos segmentos (Energia, Mineração,

Indústria 4.0 para a revista O Setor Elétrico.


Apoio:

Fascículo

Segurança em Eletricidade

26

Por Aguinaldo Bizzo de Almeida*

Capítulo I Análise do novo texto da NR10 em consulta pública Ocorreu em janeiro 2020 a publicação

intrínseca, explicita o foco nas “instalações

trabalhadores expostos aos fatores de riscos

para consulta pública do “novo” texto da

elétricas”, onde veremos adiante que o

decorrentes do emprego da energia elétrica,

NR10 – Segurança em Instalações Elétricas

texto traz critérios técnicos específicos

observando as prescrições do Programa de

e Serviços com Eletricidade, sendo que essa

para medidas de

Gerenciamento de Riscos (PGR).

consulta pública será, em princípio, por

elétricos atrelados às instalações elétricas,

O item acima trata-se de uma mudança

30 dias, e, após isso, será constituído na

que entendo ser oportuno, uma vez que a

estrutural considerando o texto atual, e,

Comissão Tripartite Paritária Permanente

concepção de Segurança tem como pilar

com certeza, suscitará dúvidas de como

(CTPP), o Grupo Técnico Tripartite (GTT).

estrutural a

fazer, como estruturar etc., sendo que, de

Considerando o cronograma previsto,

elétricas seguras desde a fase de projeto.

controle de riscos

construção de instalações

uma forma geral, tem interface direta com o

terão três meses para avaliação da consulta

Ressalta-se a interface da NR10 com

Prontuário das Instalações Elétricas (PIE).

pública e estruturação do texto final da

o Programa de Gerenciamento de Riscos

Posteriormente em outro artigo, trataremos

NR10. Assim, caso isso ocorra, a previsão

(PGR), estabelecido na NR1, onde o

especificamente sobre o mesmo.

é de que em junho de 2020, na reunião da

Programa de Gerenciamento de Riscos,

CTPP, tenha-se o texto homologado.

Assim,

em

resumo,

de

forma

que dispõe a respeito dos requisitos gerais

intrínseca, a NR10 está inserida no tópico

Dessa forma, o objetivo deste artigo é

para as ações de prevenção e gerenciamento

Gerenciamento de Riscos Ocupacionais,

fazer uma avaliação “em gênero” do texto

de riscos no ambiente de trabalho, onde

constante da NR1 no Programa de

proposto pelo governo face às principais

define que “As ações de prevenção em

Gerenciamento de Riscos (PGR).

alterações promovidas em relação ao texto

SST devem constituir um Programa de

Com foco na NR10, destaca-se a

em vigor.

Gerenciamento de Riscos (PGR) podendo

estrutura do GRO, onde teremos três

A última revisão da NR10 ocorreu

estar contempladas em planos, programas

macroprocessos: Identificação de Perigos,

em 205, ou seja, há 15 anos e, dessa

e sistemas de gestão desde que fique

Avaliação de Riscos e Controle de Riscos,

forma, a atualização da mesma é uma

demonstrado o atendimento aos preceitos

e no PGR, teremos o Inventário de Riscos

situação necessária, visto a necessidade de

e exigências previstos legalmente”; assim,

e o Plano de Ação. Assim, quando houver

harmonização com Normas Internacionais

o atendimento à NR10 de forma intrínseca

a exposição de trabalhadores a “fatores de

e com Normas Técnicas nacionais, e,

deve ser contextualizada com a NR1,

riscos “decorrentes do emprego da energia

promovendo, inclusive, a adequação de

conforme evidenciado de forma clara

elétrica”, deverá ser aplicada a NR1.

quesitos técnicos vulneráveis e/ou ausentes

no texto proposto: 10.1.1 Esta Norma

no texto em vigor.

estabelece

os

requisitos

e

A NR10 apresenta uma nova estrutura,

condições

buscando-se uma lógica para interpretação

Primeiramente, destaca-se a mudança

mínimas objetivando a implementação de

e aplicação, onde a estrutura anterior

no título da mesma, inserindo-se Segurança

medidas de controle e sistemas preventivos,

foi estratificada e complementada com

em Instalações Elétricas..., ou seja, de forma

de forma a garantir a segurança e a saúde dos

novos quesitos em harmonia com a NR1.


27

Apoio:

Assim, em gênero, temos: objetivo, campo

No campo de aplicação, explicita a

de aplicação, medidas de prevenção,

abrangência quanto à Geração, Transmissão

eliminação do fator de risco, adoção de

e “consumo das diversas fontes de energia

medidas de controle coletivas, adoção de

elétrica”. Cita, além da Baixa e Alta

medidas administrativas e da organização,

Tensão,

Habilitação, Qualificação e Capacitação,

36,2kv) com o proposito de harmonização

Treinamentos dos Trabalhadores e a

com as Normas ABNT (especialmente, a

Autorização dos Trabalhadores, e depois,

NBR14039), uma vez que o termo Média

o emprego da Medida de Proteção

Tensão é padronizado internacionalmente e

Individual. Em seguida, tópicos voltados

predominante no segmento industrial, onde

para procedimentos e gestão das instalações

são realizadas atividades cotidianas, como

elétricas com Segurança nas Etapas de

por exemplo, manobras em disjuntores

Projeto, Construção, Montagem, Operação

(vide Figura 1). Entretanto, o uso do termo

e Manutenção, Segurança em Instalações

MT no texto basicamente se resume a esse

“Trabalho

Elétricas Desenergizadas, Segurança em

item; assim, é necessário avaliar-se possível

NR10” em item especifico, onde, de forma

Instalações Elétricas Energizadas e Trabalho

ajuste sobre esse quesito quanto à utilização

clara no próprio texto, define o significado

em Proximidade, Documentação, e, por

do mesmo no corpo da Norma.

desse termo Proximidade conforme NR10:

também a Média Tensão (1 a

Figura 1 – Manobra em MT.

em

Proximidade

conforme

fim, uma alteração significativa: Condições

O texto contempla e evidencia a

quando o trabalhador pode adentrar à zona

ou Situações de Grave e Iminente Risco

aplicação em corrente alternada e corrente

controlada (Anexo II) com parte do seu

(GIR).

contínua, bem como a aplicação em

corpo ou extensão condutora (material que

instalações elétricas de caráter permanente

manipule). Essa condição é fundamental

ou temporário.

ser inserida dessa forma, ou seja, de forma

No item Requisito, como já citado, ocorre a harmonização com o GRO e ao documento do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

alterações

clara, onde fique claro que Trabalho em

“positivas” refere-se à inclusão do tópico

Proximidade independentemente do nível

Uma

das

principais


Apoio:

Segurança em Eletricidade

28

de tensão, sendo que de forma explícita,

contemplando, no mínimo: Nível de

a NR10 equipara esse tipo de trabalho em

Tensão, Nível de Energia incidente, LAS,

proximidade com trabalhos em instalações

EPI obrigatórios.

elétricas. Esse tema será objeto de artigo específico, visto a amplitude e importância

Assim, devido à relevância desse tema,

do tema, principalmente, devido se aplicar

o mesmo será objeto de artigo específico.

dentre outros segmentos, as atividades de

Além dos riscos citados, traz também

telefonia e TV a cabo (vide Figura 2).

riscos referentes à PDA, sobretensões, áreas classificadas (de

muito simples,

que considerando o texto atual, ocorreu um retrocesso, uma vez que riscos adicionais é condição intrínseca e de suma importância para profissionais que atuam no Sistema Elétrico de Potência (SEP), e, dessa forma,

Figura 3 – Atividade em painel de BT.

entendemos ser necessário ratificar sua relevância no texto, atrelado ao PGR.

Vale ressaltar que uma das maiores lacunas

Quanto ao tema áreas classificadas, o

da NR10 vigente é a definição de Distâncias de

texto continua a tratar de forma incipiente,

Segurança sem contemplar o LAS, visto que

sendo que esse tema merece ser mais

“mesmo em distâncias definidas como seguras

explorado, visto a relevância e alto fator de

(ZL – Zona Livre), o trabalhador poderá sofrer

risco nas instalações elétricas.

consequências graves e até fatais em caso de Figura 2 – Atividade de telefonia em “proximidade conforme NR10”.

De uma forma geral, quanto às medidas de controle de riscos elétricos, o texto insere

ocorrência de arco elétrico. Entendo que o tema arco elétrico deve

“medidas de Proteção ao Risco de choque

ser tratado na NR10 com foco “do que

elétrico por contato direto e contato indireto”,

No requisito Medidas de Controle

fazer”, contemplando Normas Técnicas

tendo como base o disposto na NBR5410

ocorre (talvez...) a maior evolução técnica

Estrangeiras e/ou Internacionais, e não

– Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

da NR10, onde define a obrigatoriedade

definir “como fazer”; assim, 10.5.2, entendo

entretanto, “são necessários ajustes” para que

de medidas de prevenção contra o risco

que o texto deve atender o que segue:

seja possível o entendimento correto dos

de choque elétrico e “arco elétrico”, sendo

A organização deve adotar medidas

conceitos abordados, bem como possível

esse último a maior lacuna do texto vigente,

de proteção ao risco de arco elétrico, em

inserção de quesitos não contemplados, uma

visto que trata-se de um fator de risco

conformidade com o PGR, contemplando,

vez que, caso realmente opte-se por descrever

intrínseco às atividades de manutenção de

no mínimo :

na NR10 “o como fazer”, e não manter-se o

instalações elétricas em todos os segmentos

Fascículo

forma

merecendo ajustes), e Riscos Adicionais,

conceito do “o que fazer”, torna-se necessária

(vide Figura 3 – Atividade em BT), sendo,

a) Análise da Probabilidade de ocorrência

uma abordagem mais ampla, como por

inclusive, o principal índice de acidentes

de arco elétrico nas instalações elétricas e

exemplo: Proteção adicional, locais especiais,

graves

atividades desenvolvidas;

aplicação da Extra Baixa Tensão (EBT) etc.

elétricas no segmento industrial, e o texto

b) Cálculo do nível de energia incidente

Esse tema será abordado em artigo específico.

vigente e “pobre” sobre esse fator de risco,

através de metodologias reconhecidas e

Nas Medidas Administrativas e da

sendo tratado em evidência quando se fala

adequadas aos cenários elétricos existentes;

Organização, traz os requisitos para o

de especificação de EPI. Assim, o novo

c) Determinação do Limite de Aproximação

Processo de Autorização e treinamentos,

texto traz a discussão desse quesito de

Segura (LAS) para proteção aos efeitos do

onde destaca-se a obrigatoriedade “de

suma importância como fator intrínseco

arco elétrico

estágio” para pessoas capacitadas e a

e obrigatório no PGR, e, apesar de forma

d) Adoção de

“simples”, que necessita de ajustes, insere

coletivas,

da carga inicial para cursos de reciclagem

o conceito de Limite de Aproximação

e) Adoção da Proteção Individual quando

(esse item é polêmico e, com certeza,

Segura (LAS) para Arco Elétrico, definido

as medidas de proteção coletiva não forem

será objeto de discussão). Ressalto que “o

obrigatoriamente através do cálculo de

suficientes;

mais importante “em um treinamento de

energia incidente.

f) Adoção de

e/ou fatais em

intervenções

medidas

de

controle

Sinalização adequada

definição de carga horária mínima de 75%

reciclagem de NR10 é garantir que o foco


Apoio:

29


Apoio:

Fascículo

Segurança em Eletricidade

30

do mesmo seja na realidade laboral do

existe são normas técnicas referentes a

trabalhador, considerando as instalações

ensaios..), mudança do Processo de CA –

Introduz requisitos para empresas que

elétricas, medidas de controle adotadas,

Certificado de Aprovação, onde apesar de

possuam fontes próprias de energia, algo

procedimentos etc., e que obrigatoriamente

insuficiente, definiam critérios técnicos

comum atualmente.

ocorra “parte prática em cenários elétricos”.

mínimos para esses EPIs, e, agora, os

Assim, é fundamental que a NR10 defina

profissionais do SESMT e outros que sejam

específico para documentação; entretanto,

com clareza “os métodos admissíveis” para

responsáveis pela especificação desse EPI

entendo ser insuficiente para evidenciar-se

ministrar o curso em complemento à NR1.

ficarão sem “referências técnicas” para

as prescrições estabelecidas pela Norma.

No Requisito EPI, as principais alterações

subsidiá-los, sendo que a responsabilidade é

Mantido o Prontuário das Instalações

referem-se à proibição do uso compartilhado

muito grande, uma vez que a adoção do EPI

Elétricas (PIE), com interface direta com o

de EPI, sendo que esse item traz impacto

é a última barreira de proteção estabelecia

PGR, sendo que entendo que o mesmo deve

direto

pela Legislação.

minimamente contemplar os requisitos

para

alguns

procedimentos

praticados, especialmente, em indústrias,

Ainda,

predominam

dúvidas

em

predominam interpretações errôneas.

Cria,

oportunamente,

um

tópico

estabelecidos no novo texto, por exemplo:

no uso de Vestimentas FR de Risco 4

todos os personagens que atuam na

10.14.2 Os estabelecimentos com carga

(mínimo de 40 cal/cm2) e luvas isolantes de

especificação técnica dos EPIs, inclusive,

instalada superior a 75kW devem constituir

borracha classe 2 (15kv), conforme mostra a

a fiscalização quanto às situações, por

e manter o Prontuário de Instalações

Figura 4, visto que esses EPIs normalmente

exemplo, não é necessária a proteção da

Elétricas,

“compõem um kit” de manobra em salas

face para o arco elétrico, principalmente,

documento digitalizado, contendo, além do

elétricas, utilizados esporadicamente pelos

em concessionárias de transmissão e

disposto no subitem 10.14.1, no mínimo:

profissionais autorizados que venham a

distribuição de energia elétrica, criando-se

executar manobras quando necessário.

situações que comprometem a todos,

a) Memorial descritivo das instalações

inclusive, os profissionais autorizados.

elétricas;

Assim, e fundamental que tenhamos uma

b) conjunto de procedimentos e instruções

legislação que esclareça requisitos de

técnicas e administrativas de segurança e

“especificação, ensaios e uso desses EPIs,

saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e

além de garantir minimamente a proteção

descrição das medidas de controle existentes

efetiva dos trabalhadores expostos ao risco

para riscos de choque elétrico e arco elétrico;

de arco elétrico, uma vez que predominam

b) documentação das inspeções e medições

EPIs que devido à “vulnerabilidade

da proteção contra descargas atmosféricas e

Figura 4 – Vestimenta para proteção arco elétrico Risco 4.

Outro item de suma importância é a

do

com

possibilidade

de

ser

processo de fiscalização“, não permitem

aterramentos elétricos;

atestar a real eficácia em caso de acidente.

c)

Entendo ser oportuno utilizar como

de proteção coletiva e individual e o

referências técnicas as Normas NFPA70E

ferramental, aplicáveis conforme determina

(para segmento industrial) e as Normas

esta NR;

ANSI C2 – 2012© e OSHA 1910-269©,

d)

específica para sistemas e instalações

qualificação,

caracterizadas como Sistema Elétrico de

autorização

Potência (SEP). Esse tema será objeto de

treinamentos realizados;

artigo futuro.

e) resultados dos testes de isolação elétrica

e

especificação

dos

documentação

comprobatória

habilitação, dos

equipamentos

da

capacitação,

trabalhadores

e

dos

Em relação aos ensaios em ferramentas

realizados em equipamentos, ferramentas,

equipamentos,

dispositivos, equipamentos de proteção

basicamente

foram

criação do Anexo IV – Vestimentas FR,

mantidos os critérios do texto atual, sendo

individual e coletivo;

que ainda não foi escrito, e, mesmo assim,

que cabem ajustes quanto à rastreabilidade

f)

tem sido objeto de discussões quanto à real

e tempo obrigatório para os ensaios,

materiais elétricos em áreas classificadas.

necessidade de existência na NR10.

principalmente, para ferramentas de BT.

certificações

dos

equipamentos

e

Entendo ser fundamental a manutenção

O processo de desenergização sofreu

Mantém a obrigatoriedade do Relatório

desse Anexo IV na NR10, onde, de forma

algumas alterações, que serão abordadas

Técnico das Instalações Elétricas (RTI),

objetiva,

argumentos:

em artigo futuro, visto a interface com

sendo que insere o “inventário das

Inexistência de Norma Técnica Nacional

seguem

alguns

procedimentos de bloqueio, sendo que esse

Instalações Elétricas”. Quanto ao RTI, é

sobre Requisitos dessa Vestimenta (o que

tema merece ser esclarecido, uma vez que

fundamental que o mesmo contemple a


31

Apoio:

avaliação sistêmica dos itens referentes à

à proteção contra choques elétricos,

fundamental ressaltar a necessidade de o

Gestão do PIE, e, de forma específica, as

queimaduras e outros riscos adicionais;

Curso Complementar ser direcionado à

características das instalações elétricas no

(210.034-7/I-1)

realidade laboral da empresa, uma vez que

inventário das instalações elétricas. Esse

b) indicação de posição dos dispositivos

predominam “programas genéricos” com fins

tema será tratado em artigo futuro.

de manobra dos circuitos elétricos: (Verde

comerciais que não atendem o objetivo da

Ressalta-se que os documentos do PIE

– “D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado);

Norma, e isso vale também para Cursos Básico

obrigatoriamente devem ser elaborados por

(210.035-5/I-1)

e de Reciclagem. Ainda, e possível definição

Profissional Legalmente Habilitado na área

c) descrição do sistema de identificação

de programa específico para profissionais da

elétrica em conformidade com o CONFEA/

de circuitos elétricos e equipamentos,

área de Telecom que desenvolvem atividades

CREA.

incluindo dispositivos de manobra, de

específicas na proximidade de redes aéreas de

No requisito Projeto das Instalações

controle, de proteção, de intertravamento,

distribuição de energia elétrica.

Elétricas, entendo que houve um retrocesso

dos condutores e os próprios equipamentos

quanto a alguns quesitos existentes no

e estruturas, definindo como tais indicações

de

texto vigente, especificamente, quanto

devem ser aplicadas fisicamente nos

anteriormente, é necessário inserir o

ao Memorial descritivo do Projeto (item

componentes das instalações; (210.036-3/I-

Limite de aproximação segura (LAS)

10.3.9 vigente da NR10), sendo que alguns

1)

para arco elétrico sob pena de se manter

requisitos mínimos devem ser obrigatórios

d)

e

o erro que existente na norma vigente,

nos projetos e

recomendações

de

restrições

Para

o

Anexo

Segurança,

II

conforme

Distâncias já

citado

consequente memorial

advertências quanto ao acesso de pessoas

onde as distâncias de segurança não são

descritivo, em consonância com a própria

aos componentes das instalações; (210.037-

insuficientes e inadequadas.

NR10, especialmente quanto aos riscos

1/I-1)

elétricos existentes e medidas de controle

e) precauções aplicáveis em face das

Vestimentas de Proteção, além do que já

a serem dotadas. Assim, seguem algumas

influências externas; (210.038-0/I-1)

citado anteriormente, é necessário aguardar

sugestões:

f) o princípio funcional dos dispositivos de

o texto a ser escrito.

10.3.2 As instalações elétricas devem

Sobre o Anexo III, Especificação de

proteção, constantes do projeto, destinados

Destaca-se positivamente a atenção desta

ser executadas a partir de projeto elétrico

à segurança das pessoas; (210.039-8/I-1)

nova versão na manutenção da hierarquia

específico que assegure condições de

g) descrição da compatibilidade dos

de controles de riscos que está muito clara,

segurança e saúde dos trabalhadores e

dispositivos de proteção com a instalação

o que já pode ser notada na estrutura do

usuários, e contenha, no mínimo:

elétrica. (210.040-1/I-1).

índice da Norma, priorizando medidas de controle coletivas, medidas de engenharia e

a) plantas;

Um dos itens que mais trará discussões,

procedimentos de trabalho seguros, na busca

com certeza, será o 10.15 – Condições

de um ambiente “eletricamente seguro”, onde

trifilares,

e Situações de Grave e Iminente Risco,

todos os perigos e riscos são eliminados, e

c) Sistema funcional de proteção,

uma vez que o texto proposto empodera

quando não for possível a eliminação adoção

d) Regime de aterramento e do condutor

a fiscalização na medida em que lhe

administrativas e, por último, a proteção

neutro,

permite aplicar interdições ou embargos,

individual.

e) Proteção contra riscos elétricos,

que podem atingir toda a organização,

Ressaltamos que neste artigo foram feitos

f) PDA – Proteção contra Descargas

dispensado o uso da metodologia prevista

comentários de gênero referentes ao texto da

Atmosféricas,

na NR 03 para a imposição de medida de

NR10 em consulta pública, e que, devido à

embargo ou interdição quando constatadas

extensão e complexidade do mesmo, são

equipotencialização

determinadas

situações

necessários vários esclarecimentos; assim,

h) memorial descritivo da instalação e

de Grave e Iminente Risco (GIR), onde

outros artigos serão escritos na sequência,

outros documentos, quando aplicáveis;

destaca-se áreas classificadas e Trabalho

abordando

Individual.

requisitos da nova legislação.

b) esquemas ou diagramas

g)

laudos

de

unifilares e

aterramentos

e

condições

ou

de

forma

estratificada

os

Entendo ser necessário manter no texto

Quanto aos anexos, o Anexo II que

da NR10, o item 10.3.9 da Norma vigente

trata dos Programas dos Cursos Básico, e

*Aguinaldo Bizzo de Almeida é engenheiro

relativo ao memorial descritivo do projeto,

Complementar de NR10, inseriu no curso

eletricista / Segurança do Trabalho; membro do

que deve conter, no mínimo, os seguintes

básico conteúdo técnico especifico para riscos

GT / GTT NR10 (texto vigente); conselheiro do

itens de segurança:

elétricos conforme mudanças na NR10, e no

CREA SP – Câmara Especializada em Engenharia

curso complementar, basicamente, manteve

Elétrica e assessor técnico da Bancada dos

o programa existente, salvo detalhes. É

Trabalhadores no GTT novo texto NR10.

a) especificação das características relativas


Apoio:

Inovação em Distribuição de Energia

32

Por Marco Delgado*

Capítulo I O Estado de Arte dos Recursos Energéticos Distribuídos

Prólogo Foi com satisfação e honra que recebemos o convite da revista

setor elétrico é onerar as tarifas daqueles que não são beneficiados

“O Setor Elétrico” para apresentar, em oito edições, a visão de futuro

diretamente pelos subsídios. Contudo, o efeito secundário, de longo

do segmento de distribuição de energia elétrica, bem como suas

prazo, é apagar a volição da inovação da tecnologia e nos modelos

contribuições que partiram da análise de riscos e de oportunidades

de negócio, pois há tendência de que a criatividade e a energia dos

de forma fundamentada e madura, com base em dados e fatos,

beneficiados sejam drenadas para a manutenção desse status quo,

objetivando evoluir de forma sadia e sustentável e mitigando efeitos

como, lamentavelmente temos visto nos “debates” em redes sociais

colaterais negativos nas dimensões ambiental, social e econômica.

sobre a falaciosa “taxação do sol”. Ou seja, há um resultado nefasto

Em época de avaliações superficiais, em um tom quase proselitista, é que esses espaços para detalhamento e reflexão da imprensa especializada devem ser priorizados e valorizados.

Fascículo

colaterais negativos. O mais transparente e de curto prazo no

conjugando injustiça e ineficiência. A produção que apresentaremos é fruto de Projeto de P&D Cooperado, constituído com recursos da Lei 9.991, regulamentado

Estamos em um contexto de contínuo crescimento das

pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foi coordenado

demandas e expectativas das pessoas por melhores e mais produtos

e integrado pelo Instituto Abradee da Energia, uma Organização

inovadores dos serviços públicos, bem como inseridos em um forte

Social de Interesse Público e contou com participação de diversos

ambiente de mutação tecnológica. Assim, a inserção de Recursos

pesquisadores nacionais e internacionais, bem como de profissionais

Energéticos Distribuídos é um cenário praticamente inexorável

do setor elétrico brasileiro. Esse projeto, além da produção acadêmica

aos agentes do setor elétrico. Ou seja, por mais paradoxal que se

pertinente, apresentou ao público o livro “Recursos Energéticos

mostre, principalmente quando conjecturamos sobre o futuro, isso

Distribuídos e Suas Potencialidades”, lançado pela editora Synergia,

é praticamente certo!

em 2019, objetivando priorizar a difusão de conteúdo. Será dessa

Não obstante, o que poderá discernir entre um ambiente

sistematização que apresentaremos os oito capítulos nas próximas

de ameaças e de oportunidades será a qualidade e a equidade

edições. O capítulo 1, na sequência desse prólogo, traz o estado da

da regulação técnico-econômica que será estabelecida. A

arte das principais tecnologias que caracterizam o rol dos Recursos

oportunidade, em nossa opinião, não se caracteriza por obtenção

Energéticos Distribuídos (RED). O capítulo 2 tratará dos impactos dos

de condições e regras assimétricas que beneficiam alguns em

RED, enquanto que o capítulo 3 abordará a visão prospectiva. O ciclo

detrimento aos demais usuários dos sistemas elétricos. O caso

evolutivo da participação das fontes renováveis intermitentes e suas

clássico dessa deformação são os subsídios. Se outrora foram

caraterísticas operativas para uma inserção consistente serão objeto

necessários para romper imperfeições de mercado, caso sejam

do capítulo 4. O capítulo 5 abordará as diferentes possibilidades de

postergados desnecessariamente, ocasionarão diversos efeitos

atuação de prosumidores no ambiente de distribuição, com destaque


33

Apoio:

para consumidores de pequeno porte e comercializadores agregadores.

ou autorizados conectados diretamente no sistema elétrico de

As microrredes elétricas e as plantas elétricas virtuais, novos atores

distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de: (i)

com relevância no segmento da distribuição, também serão tratados

hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30MW; (ii)

naquele capítulo. No capítulo 6, serão apresentadas as oportunidades

termelétricos, inclusive, de cogeração, com eficiência energética

para prosumidores de distintas tipologias, incluindo consumidores

inferior a 75%. (Brasil, 2004) A GD inclui tecnologias diversas,

de pequeno porte, condomínios solar e eólico, edifícios inteligentes,

como, por exemplo:

comercializadores agregadores e modelos de negócio para uma planta geradora virtual. No capítulo 7, será apresentado o agente distribuidor

• Cogeração (a gás natural, diesel etc.);

de energia e seus impactos, desafios e oportunidades frente às fontes

• Geradores de emergência;

renováveis intermitentes e perspectivas de convivência harmoniosa e

• Painéis fotovoltaicos;

dinamizadora de benefícios. Algumas práticas são sugeridas e avaliadas

• Geração eólica de pequeno porte;

à luz da legislação vigente no Brasil. Por fim, no oitavo e último capítulo,

• Pequenas centrais hidrelétricas (PCH).

apresentaremos uma síntese das recomendações gerais, bem como as referências bibliográficas consolidadas de todos os capítulos anteriores.

A partir de estudos realizados pela REN nº 21 (2018), em 2017,

Boa leitura e que esses elementos estimulem a inovação

a capacidade instalada global a partir de fontes renováveis foi de

tecnológica e a modernização dos mercados de energia a benefícios

aproximadamente 2.195GW, sendo que a geração solar e eólica teve

de todos!

o maior crescimento (Figura 1.1).

Os recursos energéticos distribuídos (RED) possuem diferentes

Segundo Research and Markets (2017), prevê-se que o mercado

formatos e já são uma realidade em vários países, inclusive, no Brasil.

da GD crescerá desde o patamar de US$60 bilhões (2017) para

Entre suas diferentes formas, a geração de energia não centralizada

US$103 bilhões (2022). O aumento da capacidade instalada global

é uma delas, sendo acompanhada pelo armazenamento distribuído

e o crescimento do mercado da GD devem-se principalmente à

de energia, os veículos elétricos e a resposta da demanda, neste

queda nos custos dos equipamentos de geração solar, eólica e outras

caso, representada pelas ações de modulação de carga, economia ou

fontes de geração. A adoção de mecanismos de remuneração que

não utilização por parte dos consumidores de energia elétrica. Este

incentivem a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis

capítulo apresenta os principais conceitos associados às mesmas,

também constitui um importante estímulo para potencializar a

incluindo as diferentes tipologias, vantagens e barreiras para suas

aceitação e a promoção destas formas de geração e o crescimento

efetivas implantações.

do mercado da GD. Entre os mecanismos adotados para alavancar a

1.1. Geração Distribuída

geração de energia a partir de fontes renováveis, destacam-se: • Política de Quota ou Renewable Portfolio Standard (RPS);

Conforme a literatura (Ackermann, Andersson e Söder, 2001),

• Certificados de Energia Renovável ou Renewable Energy

ainda não há consenso sobre a definição de Geração Distribuída.

Certificates (REC);

O Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) define a

• Tarifa Feed-in (FiT);

GD como a geração de energia feita a partir de unidades menores

• Tarifa Net metering.

do que a geração centralizada, de forma que possam ser conectadas em qualquer ponto do sistema elétrico (Dugan e Mcdermott, 2002). O Conseil International des Grands Réseaux Électriques (CIGRÉ) define a GD como aquelas unidades geradoras com capacidade máxima de 50MW a 100MW, geralmente conectadas à rede de distribuição, que não são controladas nem despachadas de forma centralizada, pelo Operador do Sistema de Transmissão (Transmission System Operator – TSO) (CIGRÉ, 1998). A International Energy Agency (IEA) define a GD como unidades de geração cuja instalação esteja nas dependências do consumidor ou em áreas de distribuição da própria concessionária, atendendo diretamente a rede local (IEA, 2002). No Brasil, a definição de GD é feita a partir do art. 14 do Decreto Lei nº 5.163/2004: Considera-se geração distribuída toda a produção de energia elétrica proveniente de agentes concessionários, permissionários


Apoio:

Inovação em Distribuição de Energia

34

A seguir, são descritas a tarifa Feed-in e a tarifa net metering

alterada pela Resolução Normativa Aneel nº 687 (24.11.2015),

(REN 21, 2018), tidas como os mecanismos de incentivo de

quanto com a efetivação dos procedimentos de rede (PRODIST

aplicação mais disseminados:

– Módulo 3). Contudo, o atual modelo regulatório não apresenta uma estrutura de incentivos às concessionárias de distribuição de

• Tarifa Feed-in (FiT): Refere-se ao preço que as concessionárias

energia para promover este tipo de geração.

devem pagar aos produtores de energia com fontes de geração

A criação de novas regulamentações e o aprimoramento da

limpa por kWh produzido. Oferece três principais benefícios: (a)

normatização existente são condicionantes para o desenvolvimento

um pagamento pela energia produzida, mesmo que seja utilizada

do tema e essenciais para que o aumento da penetração de geração

pelo próprio produtor; (b) um pagamento adicional (bônus) pela

distribuída não tenha impactos prejudiciais à rede elétrica e seus

energia exportada à rede; (c) uma redução na conta padrão do

agentes.

produtor de energia, por ter usado sua própria energia gerada

Deve ser lembrado que a REN nº 482/2012 foi uma política de

(Pietruszko, 2006). O período de remuneração em vários países é,

incentivos que visava superar imperfeições de mercado. Por isso, foi

em geral, de 10-20 anos. O pagamento de até 20 anos normalmente

a primeira resolução da Aneel que nasceu com prazo de validade. O

equivale a projetos de energia renovável. Períodos de remuneração

art. 15 estabelece a data de sua revisão, pois a atual regra do sistema

mais longos são geralmente evitados já que podem desincentivar a

de compensação de energia consiste em subsídio cruzado implícito

inovação tecnológica do projeto.

que é pago pelas distribuidoras e pelos demais consumidores por

• Tarifa Net Metering: Esta tarifa consiste na medição do fluxo de

efeito da oneração das tarifas.

energia em uma unidade consumidora dotada de pequena geração através de medidores bidirecionais.

A boa nova é que, nesses últimos sete anos, os ganhos de tecnologia, de escala e de competição tornaram as fontes renováveis, inclusive, a MMGD, sustentáveis economicamente.

Dessa forma, registra-se o valor líquido da energia (net metering) no ponto de conexão.

Os recentes resultados do Leilão de Energia Nova A-4 de 2018 e 2019, bem como as espetaculares Taxas Internas de Retornos dos

Ou seja, se a energia gerada for maior que a carga, o consumidor

empreendimentos da MMGD selam o assunto. Assim, os subsídios

recebe um crédito ou um desconto em energia na próxima fatura.

cumpriram sua missão. É o momento de revisar a REN nº 482/2012

Caso contrário, o consumidor pagará apenas a diferença entre a

para que a MMGD possa se desenvolver de forma sustentável nas

energia consumida e a gerada. Em Zinaman et al. (2017), pode-se

três dimensões: ambiental, econômica e social.

observar o esquema de operação deste mecanismo, seja com um único medidor bidirecional ou dois medidores unidirecionais.

1.2. Armazenamento Distribuído

A política de incentivo mais popular mundialmente é o FiT, sendo empregada em vários países da Europa, em alguns estados

Com a finalidade de utilizar a energia renovável de maneira

dos Estados Unidos, Índia, Japão e na China. Outros países

mais eficiente e viável operacionalmente, frente aos problemas

adotaram combinações de incentivos, como Itália e Grã-Bretanha,

inerentes à sua operação (variabilidade e intermitência na geração,

que utilizam o FiT e o REC (ou Renewable Obligation – RO).

assim como questões de instabilidade na rede elétrica), é comum o

Incentivos Fiscais e o net metering também são muito populares

uso de sistemas de armazenamento de energia (SAE). Esses sistemas

nos Estados Unidos (REN 21, 2018).

são alternativas que contribuem com a qualidade de energia da rede

Buscando uma maior diversificação da matriz elétrica nacional

Fascículo

e se comprometendo com as políticas e acordos do mercado

ao manter a continuidade no fornecimento e serem dispositivos de resposta controlável pelo operador do sistema.

internacional referentes às questões de mudanças climáticas,

Entre as principais aplicações dos SAE estão o suporte a sistemas

economia de baixo carbono e redução da emissão de gases de efeito

de geração renovável; o equilíbrio à curva de carga; o auxílio no

estufa, o governo brasileiro vem estimulando a geração de energia

controle de frequência, com provimento de inércia sintética; a

elétrica através de fontes renováveis, como a solar, a eólica, de

mitigação de flutuações de tensão e melhoria na qualidade de

biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas.

energia; além do aumento da confiabilidade de fornecimento.

O maior incentivo é voltado para a geração de energia solar

Hoje em dia, é possível classificar os sistemas de armazenamento

fotovoltaica, através da MicroGD e MiniGD que, em termos de

de energia elétrica de três formas: armazenamento mecânico,

maturidade, estão em níveis mais avançados de desenvolvimento

armazenamento elétrico e armazenamento eletroquímico (Tabela

no País, dentre as tecnologias analisadas neste livro. Além disso, é a

1.1) (ESA, 2018; CGEE, 2017).

que tem se mostrado mais promissora no curto prazo.

No caso do armazenamento mecânico, a tecnologia mais

No Brasil, a regulamentação a respeito da geração distribuída

promissora é a de armazenamento hídrico. Neste contexto, o

tem avançado muito nos últimos anos, tanto com a publicação da

acúmulo de energia pode alcançar patamares bastante elevados,

Resolução Normativa Aneel nº 4825 (17.04.2012), posteriormente

capazes de suprir o déficit de energia elétrica por horas, ou dias, na


Apoio:

35


Apoio:

Inovação em Distribuição de Energia

36

falta de uma grande usina hidrelétrica, por exemplo. As tecnologias de armazenamento de natureza elétrica podem ser utilizadas com sistemas de geração de pequeno a grande porte, já que baterias, por exemplo, possuem a qualidade do empilhamento (modularidade). Sistemas eletrônicos e softwares de supervisão e controle de baterias; novos materiais que assegurem a confiabilidade, a durabilidade, a segurança e que minimizem impactos ambientais nos processos de fabricação, operação e descarte, são requisitos fundamentais para a integração de sistemas de armazenamento à respectiva matriz.

Apesar de os sistemas de armazenamento oferecerem várias funções de segurança à rede, existem ainda alguns fatores que limitam o seu crescimento no mercado (Penta SGIII, 2017). A barreira mais significativa para sua implantação é o alto custo de capital, embora algumas implementações recentes indiquem que tais custos venham diminuindo. O mercado dos SAE vem-se desenvolvendo de forma acelerada,

1.3. Veículos Elétricos

ao passo que, a partir de 2006, a potência instalada no mundo quase que triplicou (de 1,4GW em 2006 para 3,8GW em 2015). A

Os veículos elétricos (VE), elementos-chave para a mobilidade

maior parte desse crescimento deve-se aos sistemas de baterias que

elétrica, são definidos como veículos equipados de motores elétricos

aumentaram de 0,6GW para aproximadamente 1,7GW. Na Figura

e baterias. Por utilizarem a energia elétrica como insumo para a

1.2, é possível observar a evolução da capacidade dos sistemas

operação dos sistemas de propulsão, os VE estão intrinsicamente

de armazenamento (baterias) de 2006 até 2016. Nota-se que os

relacionados ao setor elétrico, mais especificamente, aos segmentos

EUA, até 2016, estavam na liderança, seguidos pela Coreia, Japão,

de geração e de distribuição de energia. Decorre daí a relevância

Alemanha, Itália e Chile.

desta temática, fundamentalmente os aspectos associados ao fornecimento de energia elétrica para os veículos e a integração destes com a operação da rede elétrica. A adoção de VE em substituição aos convencionais a combustão tem se expandido de forma sistemática nos principais mercados mundiais, particularmente, nos Estados Unidos, na China e em diversos países europeus. Via de regra, a decisão pela aquisição de um veículo elétrico

Fascículo

tem sido estimulada por incentivos públicos que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e por pressões locais para a redução das emissões de poluentes em áreas metropolitanas. Dessa forma, os VE podem ter um papel significativo nas ações de contenção das mudanças climáticas e de melhoria da qualidade de As baterias baseadas em íons de lítio são as mais utilizadas, sendo que estas são preferentemente empregadas em veículos elétricos, pelo fato de apresentarem baixa autodescarga e elevada densidade de energia (Vazquez et al., 2010). No caso da Europa, a Itália lidera o mercado em termos de capacidade instalada e planejada de armazenamento eletroquímico (agosto de 2015), seguida pelo Reino Unido e pela Alemanha, com capacidades superiores a 1.000MWh de armazenamento de energia eletroquímica, Tabela 1.2 (BestRes, 2016).

vida nas grandes cidades. Entretanto, para que os benefícios dos VE se convertam efetivamente na redução de emissão de gases, a matriz de geração de energia elétrica deve ter uma participação significativa de fontes com baixo nível de emissões de CO2. Assim, mercados fortemente dependentes, por exemplo, da geração térmica a carvão mineral podem não se mostrar propícios para a disseminação de veículos elétricos. Mesmo nesse contexto, deve-se cotejar o benefício pragmático ao meio ambiente, ocasionado pela substituição dos


Apoio:

37


Apoio:

Inovação em Distribuição de Energia

38

ciclos termodinâmicos de baixa eficiência (o ciclo Otto, por exemplo,

Essas questões, inclusive, estão tratadas posteriormente. Além

nos motores dos veículos de passeio, está em torno de 25%) pelos

disso, os mecanismos de RD representam uma fonte potencial

das termelétricas de ciclo combinado (Rankine e Brayton, que

de flexibilidade para o sistema elétrico e podem resultar em

superam os 50%) para atendimento da demanda dos VE.

aumento de carga, redução de carga ou deslocamento temporal

Ainda assim, é igualmente importante o uso de fontes

da carga, conforme ilustrado na Figura 1.3. Apesar de a RD estar

renováveis, como a hidrelétrica, solar, eólica e biomassa, para

normalmente associada à redução de carga, a vasta inserção de

viabilizar e até potencializar os benefícios dos VE. Neste aspecto,

fontes renováveis no sistema tem exigido maior flexibilidade na

o Brasil se encontra em posição privilegiada devido à elevada

operação e, consequentemente, na modulação da demanda nos dois

participação de fontes renováveis na matriz energética. Segundo

sentidos.

dados do Banco de Informações da Geração (BIG) da Aneel, as

Atualmente, existem programas (softwares) capazes de fornecer

fontes renováveis totalizam cerca de 74% da capacidade instalada,

uma ampla gama de serviços segmentados, proporcionando

principalmente devido às fontes hídrica, eólica e biomassa (ANEEL,

benefícios diretos à rede de distribuição, refletindo a transformação

2016a). Além disso, a evolução do crescimento de tais fontes

da RD a fim de reduzir, por exemplo, demanda de pico e outras

aponta para um cenário de baixo nível de carbonização da matriz

variáveis de interesse. Conforme mostrado na Figura 1.3, é possível

elétrica brasileira, tornando o Brasil um ambiente bastante propício

reduzir a demanda de pico, preencher os períodos de baixo consumo

ao desenvolvimento da mobilidade elétrica. Ainda assim, até o

(vales), deslocar a demanda máxima, flexibilizar a curva de carga e

momento, no País, não existem metas definidas para a implantação

aumentar ou reduzir o consumo total.

de VE, como ocorre em vários outros países.

1.4. Resposta da Demanda Nos últimos anos, a resposta da demanda (RD) vem ocupando importante papel em vários mercados de energia no mundo. A RD tem estado significativamente presente no setor para ajudar a garantir o atendimento da demanda por eletricidade com qualidade, confiabilidade e com sustentabilidade ambiental, permitindo que o consumidor se envolva mais ativamente no mercado e participe da integração de sinais de preço no atacado e no varejo. Do ponto de vista mais formal, a resposta do lado da demanda ou RD pode ser definida como “a mudança no uso da energia pelos consumidores finais, alterando seus padrões normais de consumo frente às mudanças no preço da energia” (DOE, 2006). Por sua vez, o conceito correlato de gerenciamento do lado da demanda (GLD) pode ser estabelecido como o processo que visa modificar o comportamento do consumidor através de sinais de preços, incentivos financeiros e ações de conscientização, entre outros

Fascículo

mecanismos, a fim de melhorar a eficiência econômica do mercado, a segurança e adequação do fornecimento de energia. Da mesma forma que a GD, o gerenciamento da demanda cumpre um importante papel na melhora do desempenho do sistema de distribuição, auxiliando na redução da demanda de pico (peak shaving) e na elasticidade da demanda frente a variações na geração (contribuindo para reduzir os requisitos de Reserva de Potência Operativa – RPO). Vale ressaltar que os benefícios da GD não devem ser comparados aos da RD para fins de gerenciamento e planejamento das redes elétricas sem um detalhamento da efetividade. A intermitência da fonte primária da GD não traz o benefício de postergação de investimentos nas redes como a RD. Ademais, a massificação da GD pode impactar os níveis de perdas elétricas, situação que pode ser evitada ou gerenciada na RD.

Outra forma relevante de RD ocorre quando o consumidor utiliza algum tipo de geração própria (geração distribuída, armazenamento ou geração de backup), diminuindo a demanda do sistema. Nesse caso, mesmo que não haja mudança no padrão de consumo, o sistema apresenta uma redução na demanda líquida. A geração distribuída, além de permitir que os consumidores produzam sua própria energia, também pode permitir que o consumidor aja como um prosumidor, vendendo o excedente de energia ao sistema. Sob o aspecto da eficiência econômica, os mecanismos de RD devem permitir que os consumidores respondam com eficiência aos sinais de preços, otimizando o uso dos recursos do sistema, ajudando a reduzir os custos de energia, a volatilidade dos preços e a mitigar o poder de mercado. Na perspectiva da segurança do fornecimento, os mecanismos de RD podem ser implementados para apoiar a integração de nova capacidade de geração renovável,


Apoio:

39


Apoio:

Inovação em Distribuição de Energia

40

gerenciar restrições de rede e emergências e fornecer serviços ancilares para manter o equilíbrio e a estabilidade do sistema. Do ponto de vista da adequação da oferta, a redução / deslocamento da demanda de períodos de ponta de carga para períodos fora da ponta de carga permite uma melhor utilização das instalações e o adiamento de novos investimentos em redes (transmissão e distribuição) e usinas, resultando em custos de energia mais baixos para o consumidor. O controle do uso da energia é realizado como uma resposta às mudanças no preço da energia ou quando a confiabilidade do sistema é ameaçada. Basicamente, essa função é executada por quatro agentes (conforme ilustrado na Figura 1.4): de Transmissão Regional (RTO) (Medina et al., 2010). 1. Consumidores de energia que participam do programa de RD, englobando consumidores residenciais, comerciais ou industriais;

A implementação da resposta da demanda tem avançado em

2. Participação de um agregador de RD,9 que é um agente do

grande ritmo na maioria dos países desenvolvidos. Nestes, o preço

segmento de comercialização de energia, com vínculo contratual

é o principal impulsionador da RD, influenciando as decisões não

com seus clientes e para os quais executa o programa de RD (Tabela

apenas para atividades industriais e comerciais, mas também as

1.3);

escolhas dos consumidores residenciais. Ainda assim, muitas são as

3. Presença de um Operador do Sistema de Distribuição (DSO) que

barreiras que dificultam a disseminação dos programas de resposta

controla a rede de distribuição e;

da demanda.

4. Um Operador de Sistema Independente (ISO) ou um Operador

Por hoje, é isso. A análise completa, incluindo as barreiras e suas superações, podem ser encontrada conforme mencionado anteriormente, no livro “Recursos Energéticos Distribuídos e Suas Potencialidades” da editora Synergia. Continuaremos na próxima edição trazendo um extrato do capítulo 2 que versará sobre impactos dos RED, impactos técnicos e econômicos que precisam ser considerados nos processos de operação e planejamento desses sistemas nas redes elétricas. Até lá! *Marco Delgado é engenheiro eletricista com Doutorado em Planejamento Energético pela Coppe / UFRJ. Atualmente, é diretor da

Fascículo

Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).


Renováveis Apoio:

ENERGIAS COMPLEMENTARES

41

Ano 3 - Edição 43 / Janeiro-Fevereiro de 2020

FASCÍCULO

Formas e Tecnologias mais utilizadas para Armazenamento de Energia NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: ENERGIA SOLAR CONQUISTA SEU LUGAR AO SOL COLUNA EÓLICA: OS BONS VENTOS DOS CERTIFICADOS DE ENERGIA RENOVÁVEL CONVERSA COM VINICIUS AYRÃO – INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS APOIO


Fascículo

Apoio

42

Por Por Gustavo José Luna Filho e Pedro André Carvalho Rosas*

Formas e tecnologias mais utilizadas para armazenamento de energia


Apoio

O presente artigo propõe uma breve revisão atualizada sobre as

principais tecnologias de armazenamento de energia utilizadas no mercado, apresentando algumas tendências.

A natureza intermitente de uma fonte de alimentação fornecida

por fontes renováveis, como a eólica ou a solar, cria a necessidade de maneiras eficientes e escaláveis de armazenar e fornecer energia elétrica. Portanto, quando o vento para de soprar ou o sol para de brilhar, o sistema elétrico ainda pode ser capaz de operar fornecendo um fluxo constante de energia para uso contínuo e ininterrupto. Com isso, o sistema de armazenamento de energia da bateria (BESS) pode ser considerado uma solução essencial para superar as limitações de intermitência das fontes de energia renováveis.

A partir disso, o mercado global de armazenamento de energia está

crescendo rapidamente. As últimas projeções veem o crescimento do setor na ordem de 95 bilhões de dólares até 2025 e o mercado de

armazenamento de energia por bateria deve atingir cerca de 22,2GW

elétricos, onde pode ser adaptada como pequenas baterias de alta

em 2023, com os Estados Unidos respondendo por cerca de 25% da

potência para buffer de energia híbrida, para baterias de média potência

capacidade global. Sendo assim, espera-se que a implantação cresça,

que pode fornecer energia elétrica e buffer em híbridos de plug-in, para

devido a um grande número de países optando pela utilização do

as baterias de alta energia cada vez mais eficazes em veículos somente

armazenamento para apoiar sua transformação no setor energético.

elétricos.

Para isso, quais são as principais tecnologias mais eficazes de

A flexibilidade da tecnologia a tornou essencial no setor de veículos

Nos últimos anos, eles começaram a formar a base dos principais

armazenamento em larga escala em desenvolvimento que expandirão

desenvolvimentos de armazenamento em escala de rede, o maior dos

esse setor?

quais foi construído pela Tesla para operar com o parque eólico de Hornsdale, na Austrália. O empreendimento, que recebeu inicialmente

Baterias

um investimento de US$66 milhões, foi instalado em dezembro de

2017 e fornece um backup de energia de emergência de 100MW para

O exemplo mais comum de sistema de armazenamento de energia

é através de baterias em grande escala. A crescente inovação em

até 30.000 residências. Segundo o parceiro de desenvolvimento Neoen,

tecnologia de baterias tem continuamente melhorado sua capacidade,

a instalação economizou quarenta milhões de dólares em consumidores

confiabilidade e longevidade, de modo que agora existem algumas

apenas no primeiro ano.

opções que podem ser utilizadas adequadamente em sistemas

acoplados à rede elétrica.

pela qual, em um estudo de 2016, verificou-se que essa tecnologia

representava 95% dos sistemas implantados no mercado de baterias.

Uma das tecnologias mais utilizadas são as baterias de lítio-íon.

Existem muitos benefícios para as baterias de lítio-íon, razão

Disponibilizadas pela primeira vez para uso comercial em 1991, as

No entanto, existem desvantagens que estão impulsionando a demanda

baterias de lítio-íon foram inicialmente desenvolvidas apenas para

por outras formas de bateria.

produtos eletrônicos, mas foram desenvolvidas por várias empresas

em células de formato maior, que podem ser usadas em aplicações de

custo significativo em desenvolvê-las em escala. E, embora sejam

armazenamento de energia.

extremamente econômicas por períodos de armazenamento de 40

minutos a quatro horas, são menos eficientes quando necessárias para

Este não foi o fim do desenvolvimento da bateria de lítio-íon.

Como as baterias não são projetadas para uso industrial, há um

Embora inicialmente tenham sido desenvolvidos apenas para produtos

armazenamento mais longo.

eletrônicos de consumo, e predominem em dispositivos recarregáveis,

como telefones celulares e laptops, as empresas continuaram a

explodir se danificadas. Com o tempo, eles também se degradam e

desenvolver células de formato maior, que poderiam ser usadas para

exigem reposição. O próprio lítio é um mineral relativamente raro que

grandes aplicações de armazenamento de energia.

deve ser extraído com custos crescentes, além de vários problemas de

Elas podem ter problemas de robustez, com baterias que podem

43


Apoio

Fascículo

44

sustentabilidade com o descarte de baterias antigas.

o desenvolvimento e o teste dessas e de outras tecnologias de bateria

continuam, pode haver opções mais eficientes, confiáveis e econômicas

Portanto, por esses motivos, houve um aumento crescente no

desenvolvimento de baterias alternativas, com um aumento de outras

que formarão o futuro do armazenamento de energia com bateria.

formas nos desenvolvimentos em grande escala nos últimos dois ou três anos.

Energia Térmica

Outra tecnologia de bateria que ganha mais destaque no mercado é

O armazenamento de energia térmica converte energia em calor,

o híbrido de zinco. A primeira dessas baterias recarregáveis foi usada em

que pode ser reutilizada posteriormente. O processo básico pelo qual

1996 para alimentar ônibus pequenos e médios em Cingapura. Essas

é submetido é relativamente simples comparado aos complexos

baterias usam um ânodo poroso feito de uma massa de partículas de

processos químicos que compõem as baterias, mas as soluções em

zinco, que é então saturada com um eletrólito durante a descarga. Os

escala podem exigir grandes projetos de construção.

íons hidroxila formados no cátodo por uma reação de oxigênio se movem

em direção ao ânodo para formar o zinco, que libera elétrons que viajam

as que usam energia para aquecer ou resfriar matéria sólida ou líquida,

para o cátodo. Isso é ideal para uma descarga de energia de quatro horas,

como água ou sal, por exemplo. Nos sistemas de energia solar, a energia

semelhante às baterias de fluxo.

do sol é usada para aquecer água ou sal em um recipiente isolado. A

água quente ou o sal podem ser mantidos por várias horas até serem

Embora as baterias tenham uma eficiência mais baixa que o lítio

As formas mais comuns de armazenamento de energia térmica são

(aproximadamente 65% a 70%) e uma vida útil semelhante que exija

necessários, quando podem ser usados para criar vapor e acionar uma

a reposição das células, o zinco é um material amplamente disponível e

turbina, transformando essa energia em eletricidade.

mais barato que o lítio. Também é mais fácil obter e descartar de forma ética e ecológica.

Em junho de 2019, a Bryt Energy e a Eos Energy Storage, com

sede em Birmingham, na Inglaterra, anunciaram planos para começar a testar o primeiro sistema de bateria híbrida de zinco da UE, com planos de lançá-lo no Reino Unido. Outras empresas também estão desenvolvendo soluções maiores de armazenamento de energia, usando baterias híbridas de zinco para aproveitar os benefícios de custo. Com a tecnologia em um estágio inicial do processo de comercialização, os custos ainda precisam cair mais do que outras soluções.

As baterias de fluxo redox fazem parte de outro tipo de dispositivos

de armazenamento de energia eletroquímica. O nome “redox” refere-se à reação química de redução e oxidação que ocorre em uma solução de eletrólito líquido que flui através de uma bateria de células

eletroquímicas durante a carga e descarga, armazenando energia. As

Crescent Dunes, com sede em Nevada, nos Estados Unidos, onde

baterias de fluxo redox são extremamente adaptáveis, podendo, em

envolve 10.000 espelhos que refletem a luz do sol em um receptor

teoria, ser feita qualquer configuração das capacidades de energia e

central no topo de uma torre de 640 pés. Essa luz solar aquece o sal

potência.

fundido diretamente, a temperaturas que chegam até a 1000ºF, onde é

transferido para um tanque quente, onde daí pode ser alimentado para

As baterias de fluxo podem ainda ter uma vida útil extremamente

Um dos maiores exemplos do mundo é o Projeto de Energia Solar

longa, durando dezenas de milhares de ciclos, sem degradações.

um gerador de vapor.

Portanto, embora possam ter custo mais elevado do que as de lítio-íon,

suas células podem não precisar ser substituídas com tanta frequência.

podem ser mantidos por longos períodos de meses ou até anos, essa

abordagem pode ser vantajosa para o armazenamento de energia

Uma desvantagem é que esse tipo de bateria tem uma densidade

Como os produtos químicos de sal formados pela reação inicial

de energia menor que uma bateria de lítio-íon; portanto, para produzir

sazonal, por exemplo, usando energia solar do verão para gerar calor no

o mesmo nível de energia, é necessária uma área muito maior. Isso

inverno. No entanto, o equipamento e os materiais necessários para

significa que eles não são tão ideais para veículos elétricos, mas podem

qualquer reator termoquímico são significativamente mais caros que

ser adequados para parques eólicos ou solares, onde questões de espaço

outras soluções.

são menos relevantes.

Cada tecnologia de bateria tem seus próprios benefícios e desafios,

Energia Mecânica

principalmente quando dimensionada para operar na rede elétrica.

Embora o lítio-íon continue sendo a solução mais popular, à medida que

cinéticas ou gravitacionais para armazenar energia. Como os geradores

Os sistemas mecânicos de armazenamento de energia usam forças


Apoio

usam o movimento de uma turbina para gerar eletricidade, esses sistemas aproveitam a força potencial para acionar a turbina para uma data posterior.

A forma hidroelétrica de armazenamento bombeado é uma das

principais em uso desde os anos 1980. Atualmente, a maior estação de armazenamento bombeado é o Condado de Bath, na Virgínia, nos Estados Unidos. Como todas as barragens hidrelétricas, ela usa a força do fluxo de água para transformar uma turbina e gerar energia, com a barragem controlando o fluxo da água para otimizar a geração.

100GWh de energia armazenada.

Em relatório de pesquisa de mercado divulgado em outubro de 2019, o

mercado global de armazenamento de energia de hidrogênio atualmente é de US$13,7 bilhões e, projetado para atingir US$18,2 bilhões até 2024.

À medida que a energia renovável se torna mais predominante,

aumenta também a necessidade de armazenamento de energia eficiente, escalável e econômico. No entanto, continua sendo um desafio encontrar uma solução ideal que atenda a todas as situações. É provável que o

Onde isso difere das barragens hidrelétricas padrão é que ela

“armazena” energia usando energia durante períodos de baixa demanda para bombear água do reservatório inferior para o superior. Quando a

desenvolvimento de cada método de armazenamento de energia continue, com instalações amplamente variadas sendo desenvolvidas juntamente com projetos de energia renovável em todo o mundo.

demanda é maior, essa água pode ser liberada novamente pela turbina.

*Gustavo José Luna Filho é graduado em Engenharia Elétrica com

Recentemente, a empresa suíça Energy Vault recebeu um grande

habilitação em eletrônica, possui pós-graduação em Engenharia

investimento de US$110 milhões de uma holding japonesa para

de Suprimentos em petróleo e gás natural com especialização em

projetos desse tipo. Seu conceito é uma torre de blocos de concreto

classificação de áreas para instalações elétricas em ambientes com

que podem ser levantados por uma série de guindastes. A empresa pretende usar esses blocos ao lado de parques eólicos, com excesso de energia das turbinas eólicas usadas para operar os guindastes. Quando a demanda é maior, os blocos de concreto são rebaixados de volta ao solo. A energia cinética gerada à medida que caem gerará eletricidade, liberando a energia armazenada. Segundo os projetistas, esses blocos têm uma eficiência energética de cerca de 90%.

Utilização de hidrogênio

A energia pode ser armazenada através da eletrólise da água, que

separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio pode ser armazenado e utilizado para gerar eletricidade da mesma maneira que os combustíveis fósseis, mas sem nenhuma emissão. Também é usado efetivamente em células de combustível para o setor automotivo.

Quando usado em pequena escala, o hidrogênio pode ser

atmosferas explosivas. Mestrado em processamento de energia renovável, doutorado em andamento em utilização de armazenamento de energia para sistemas híbridos de geração de energia renovável, transmissão e distribuição conectados à rede elétrica pela UFPE e MBA em gestão de projetos pela UNESA. Atua em projetos de pesquisa e desenvolvimento em armazenamento de energia, integração de fontes renováveis e mobilidade elétrica para empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. É professor de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia e professor formador no IFPE em sistemas de energia renovável. *Pedro André Carvalho Rosas possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (1996), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco (1999) e doutorado em Engenharia Elétrica na Universidade Técnica da Dinamarca (2003). Atualmente, é professor Adjunto 1 da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Geração da Energia Elétrica, atuando, principalmente, nos seguintes temas:

armazenado em vasos pressurizados. Mas, para projetos de grande

turbinas eólicas, qualidade de energia, integração elétrica de novas fontes,

escala, ele é armazenado em cavernas de sal subterrâneas de 500.000

armazenamento e mobilidade elétrica. Atualmente, coordena o projeto da

metros cúbicos, a pressões de 2.900 psi. Uma caverna com esse

chamada estratégica 21 da Aneel sobre aplicação de armazenamento em

tamanho e pressão poderia fornecer uma capacidade de cerca de

centrais eólicas com objetivo de viabilizar sistemas de armazenamento.


Conversa com Vinicius Ayrão

46

Especialista em projetos fotovoltaicos e instalações elétricas de BT e MT, Vinicius Ayrão é Blogueiro e engenheiro eletricista. Membro da comissão da ABNT que desenvolveu a ABNT NBR 16.690, que trata de arranjos fotovoltaicos. Nessa coluna, falará sobre o mercado de GD no Brasil, tanto do âmbito técnico como das oportunidades de negócios.

Essa edição da Revista OSE traz a estreia

desse espaço e é importante saber o que

Um sistema fotovoltaico pode ser

classificado como:

O sistema conectado à rede é o responsável

pelo grande desenvolvimento do mercado no

esperar, ou em outras palavras, qual é o escopo dessa coluna.

• Sistema off-grid

• Sistema conectado à rede (on-grid)

O foco principal é falar sobre instalações

consumida pela carga.

Brasil e me concentrarei nele.

A Aneel e a energia solar fotovoltaica

fotovoltaicas, principalmente, as referentes a instalações de geração distribuída. No entanto,

a) Off-Grid

não existem instalações fotovoltaicas que não

interajam ou afetem as instalações elétricas do

sistema fotovoltaico e a rede da concessionária

Elétrica (Aneel) publicou a Resolução

local onde a usina está instalada.

(ou permissionária) de distribuição elétrica.

Normativa 482 (REN 482). Essa resolução

Por isso, também falarei sobre instalações

Nessa condição, a energia pode ser utilizada

trata da geração distribuída oriunda de

elétricas em CA, tanto de BT quanto MT.

imediatamente, como em bombas de água, por

fontes renováveis de energia e de cogeração

exemplo, ou armazenada em baterias, a fim de

qualificada.

caso seja interessante na ótica financeira,

alimentar as cargas quando for necessário.

o que por sua vez, dependerá dos aspectos

Essa solução possui custos relativamente

fotovoltaica e é muito comum a confusão de

regulatórios. Sendo assim, esses assuntos

altos, principalmente, em função das baterias

que a REN 482 trata apenas de energia solar

estarão em pauta por aqui, muitas vezes

(preço relativamente elevado e vida útil

fotovoltaica, o que não é verdade.

escritos com colaboração de outros

relativamente curta).

profissionais.

Nos últimos anos, tem havido um forte

durante os anos, tendo sido revisada em 2015

Um sistema fotovoltaico só é desenvolvido

E, por último, mas não menos importante,

No sistema off-grid, não há ligação entre o

Em 2012 a Agência Nacional de Energia

A fonte que mais cresce é a de energia solar

Essa resolução vêm sendo aprimorada

desenvolvimento das baterias e espera-se que

e estando no momento passando por uma nova

falarei de Negócios. O desenvolvimento

em um tempo não muito longo, esse tipo de

etapa de revisão.

de energias renováveis se deu com uma

solução seja bastante competitivo no mercado.

preocupação de sustentabilidade. Me

A REN482 no texto vigente no momento,

tem como pontos principais:

inspirando em uma palestra do Filósofo Clóvis

b) Conectado à rede (on-grid)

de Barros, onde ele amplia o conceito de

sustentabilidade, entendo que toda a cadeia

sistema fotovoltaico está ligado à rede

A REN 482 permite usinas de geração

de valor das instalações fotovoltaicas precisa

da concessionária (ou permissionária) de

distribuída de até 5MW de potência instalada;

ser sustentável. Dessa forma, as empresas

distribuição elétrica. Com isso, quando a

que desenvolvem, projetam, instalam ou

energia gerada pelo sistema é superior ao

b) Compensação de 1kWh para 1kWh

mantêm sistemas fotovoltaicos precisam ser

consumo das instalações, essa energia é

O atual texto da REN 482 traz que para 1kWh

sustentáveis.

injetada na rede, na forma de empréstimo,

injetado na rede, é compensado 1kWh de

sendo utilizada para compensar a energia

energia consumida (Observação: considerando

um ótimo 2020 a todos!

consumida na rede nos momentos onde

o mesmo posto horário, a compensação em

A Energia Solar Fotovoltaica no Brasil –

não houver geração de energia elétrica, ou

posto horários diferentes trataremos em uma

Expansão

quando essa energia gerada é inferior à energia

futura coluna);

Espero que curtam tanto quanto eu e desejo

No sistema conectado à rede, o

a) Limites da Geração Distribuída


47

renováveis c) Período de uso de créditos

Quando a energia injetada é superior à energia

por empresas pequenas, conhecidas no

deles se perderia uma parcela que compõe a

consumida, o saldo de energia injetada se

mercado como integradores.

tarifa de energia.

converte em créditos que podem ser utilizados

em até 60 meses;

remota, seja ela autoconsumo ou geração

deveria a geração junto à carga ir para a

compartilhada, começou a crescer, com

alternativa 1, e a geração remota, para a

d) Modalidades de geração

destaque para Minas Gerais, que possui

alternativa 3.

A energia pode ser gerada no local de consumo

algumas peculiaridades tributárias.

ou em outro local, desde que na mesma área de

As usinas maiores, principalmente, as

que a revisão estava prevista para acontecer,

concessão.

de consumo remoto, se desenvolveram no

ninguém no mercado esperava uma proposta

momento em que empresas passaram a alugar

capaz de inviabilizar a GD no Brasil.

A maioria dessas instalações era realizada

A partir de 2016, o mercado de geração

Nos demais cenários, de 1 a 5, em cada um

Nesse momento, a Aneel entende que

Desnecessário dizer que, apesar de saber

usinas fotovoltaicas.

gerar créditos à apenas um cliente, sendo

verificou-se que a planilha original de valoração

denominada autoconsumo remoto, ou atender

empresa custear a construção de toda a usina

da Aneel tinha erro nas fórmulas e essa

a vários clientes simultaneamente.

e locar para um terceiro, onde a energia gerada

mudança já traria a alternativa para a geração

pela usina seria para o locatário, de forma que

remota na opção 2.

de uma única usina fotovoltaica é chamada de

o valor de aluguel seja inferior ao custo que o

Geração Compartilhada.

cliente teria com a energia da concessionária.

ligadas à geração distribuída questionaram

premissas e métodos de cálculo da Aneel.

Quando é na modalidade remota, ela pode

O atendimento de vários clientes a partir

Para a Geração Compartilhada, é preciso ter

uma figura jurídica de solidariedade entre esses

Esse modelo de negócio consiste em uma

Nesse modelo, passamos a ter vários

players envolvidos, como:

clientes. As formas aceitas pela Aneel seriam o

Após contribuições de mercado,

As empresas e associações diretamente

Vencida essa etapa, em outubro de 2019, a Aneel publica uma minuta de texto da

consórcio (nesse caso, os créditos são enviados

• Investidores

nova resolução, onde surpreende o mercado

para unidades consumidoras, onde os titulares

• Corretores de imóveis

indicando a alternativa 5, a pior entre todas as

são pessoas jurídicas) ou a cooperativa (nesse

• EPCistas

possíveis e bem distinta do que a própria Aneel

caso, os créditos são enviados para unidades

• Integradores

tinha sugerido na etapa anterior.

consumidoras, onde os titulares são pessoas

• Escritórios Jurídicos

físicas, e, excepcionalmente, algumas pessoas

• Consultores

30/12/2019 para enviar contribuições e, após

jurídicas).

• Trading

isso, a Aneel analisará e preparará o texto para ir

• Distribuidores

à votação de sua diretoria.

Quando temos um condomínio, seja

ele vertical ou horizontal, ele por si só já é

Essa quantidade de envolvidos revela a

Nessa etapa, a sociedade teve até o dia

Não há uma data definida para que isso ocorra,

uma figura jurídica e, nesse caso, temos o

Empreendimento de Múltiplas Unidades

dinâmica e a complexidade do mercado, e

março de 2020, tenhamos o texto que será votado,

Consumidoras (EMUC).

também novas oportunidades.

provavelmente, no final de março ou início de abril.

Negócios (ou o senhor MERCADO)

A REN 482 e sua revisão

Como nem tudo são flores...

especulações (ou esperanças) de quem está no

482, para o mercado deslanchar, ainda

setor atualmente.

tínhamos alguns entraves.

foi previsto que, em 2018, teríamos uma nova

revisão. A Aneel iniciou, então, uma Análise

dar a visão geral do mercado, tendo em vista

projetar, especificar e instalar? Nesse

Impacto Regulatório (AIR), com o objetivo de

que o público da OSE é bastante técnico e

momento, alguns dos primeiros distribuidores

avaliar os benefícios e custos para a sociedade

não necessariamente conhece o mercado de

começaram a ofertar cursos de capacitação.

da geração distribuída.

energia solar fotovoltaica.

mas a expectativa do mercado é que até o fim de

Perguntas sobre o que mudará ou quando

entrará em vigor as possíveis mudanças não têm respostas no momento; apenas

Mesmo com a entrada em vigor da REN

Onde comprar era um deles, mas como

O setor de capacitação se desenvolveu em

Na última revisão da REN 482, em 2015,

Após uma primeira etapa de coleta de

Em nosso primeiro bate-papo, optei por

Os temas técnicos a serem abordados

tal velocidade que, atualmente, existe uma

informações junto à sociedade para preparar a

futuramente estão intrinsecamente ligados

série de empresas e profissionais cuja principal

AIR, a Aneel buscou valorar as consequências,

à decisão da Aneel, pois dela dependerá para

atividade é a oferta de treinamento em energia

positivas e negativas, da expansão da geração

onde o mercado caminhará nos próximos.

solar fotovoltaica.

distribuída, e imaginou 6 (seis cenários).

ou sugestões, mande um e-mail para: vinicius@

Os primeiros anos do setor foram marcados

No cenário 0, as regras de compensação

Quaisquer dúvidas, comentários, críticas

por instalações junto à carga, principalmente,

permaneceriam como estão, ou seja, para cada

viniciusayrao.com.br.

residenciais, com potências na faixa de 1 a 3kW.

1kWh injetado, se compensaria 1kWh.

Nos vemos na próxima edição!


48

Notícias

renováveis

Projeto eólico no Rio Grande do Norte apoiado pelo BNDES fornecerá energia a 800 mil residências Complexo formado por seis parques eólico conta com 76 aerogeradores e tem capacidade total instalada de 319,2MW Jandaíra, Lajes e Pedro Avelino.

empreendimento, no interior do

Desenvolvimento Econômico

A construção do complexo

Estado.

pelo BNDES ao projeto corres­

e Social (BNDES) aprovou

está prevista para começar em

ponde a aproximadamente

financiamento de R$1 bilhão para

janeiro de 2021, e a operação

redução da emissão de gases

70% do investimento total. Na

a implantação de seis parques

comercial dos parques, ao

do efeito estufa da matriz

operação, cada parque eólico

eólicos da EDP Renováveis, e

longo de 2022. Além disso,

elétrica brasileira ao adicionar

configura uma Sociedade de

subestação associada, no Rio

durante a fase de construção

capacidade de geração de

Propósito Específico (“SPE”).

Grande do Norte, com capacidade

dos parques, estima-se a

uma fonte de recursos limpa e

Elas são controladas pela

instalada de 319,2MW – o

criação de aproximadamente

renovável, e contribui, também,

MV Holding S.A., que por sua

suficiente para abastecer cerca de

500 empregos diretos e 200

para o fortalecimento da cadeia

vez, é controlada pela EDP

800 mil residências.

indiretos. Parte dessa mão

de fornecedores do setor de

Renováveis Brasil S.A. (“EDPR

de obra será contratada entre

aerogeradores estabelecida no

BR”), uma empresa do grupo EDP

as localidades próximas ao

País.

Renováveis.

O Banco Nacional de

Os parques estarão

localizados nos municípios de

O projeto contribui para a

O financiamento concedido

Honda Energy inicia obras de expansão em parque eólico

Divulgação / Honda Energy

Complexo formado por seis parques eólico conta com 76 aerogeradores e tem capacidade total instalada de 319,2MW A Honda Energy, subsidiária

da Honda Automóveis do Brasil, avança em seu compromisso ambiental e inicia as obras para a expansão do parque eólico da marca, localizado na cidade de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul.

Com a construção de mais

uma torre, ampliando para 10 o número de aerogeradores, a Honda Energy passa a suprir a demanda energética de sua segunda fábrica de automóveis, em Itirapina (SP), assegurando que a produção da marca no Brasil seja suprida, em sua totalidade, com energia limpa e renovável.

cerca de 23% superior, o novo

alcançará 180 metros de altura.

sua inauguração, o projeto

aerogerador (modelo V136

Alinhado aos esforços para a

contabiliza mais de 366 mil MWh

construção civil e a instalação

-- 3,8MW) é mais alto e possui

concretização de uma sociedade

de energia limpa produzida, o que

do aerogerador, fabricado pela

um maior diâmetro das pás, se

livre de carbono, a Honda Energy

permitiu a produção sustentável

Vestas, sejam concluídas no

comparado aos modelos atuais,

alcançou, no último ano, o

de mais de 640 mil automóveis

segundo semestre de 2020.

com longitude de 68 metros. Em

marco de 69 mil MWh de energia

e evitou a emissão de 30 mil

Com uma potência de geração

seu ponto mais alto, o conjunto

gerada. Em cinco anos desde

toneladas de CO2.

A previsão é que as obras de


Notícias

renováveis

Jinko Solar firma contrato de distribuição com a Aldo Solar A empresa chinesa pretende conquistar 25% de share no mercado de Geração Distribuída e pretende investir US$2 milhões no País A Jinko Solar Holding Co.

cimento de 16 para 20GW em

Ltd.), empresa fabricante

potência. Líderes em market

de módulos solares, e a

share na América Latina, Brasil e

Aldo Solar, distribuidora de

México são mercados prioritários

equipamentos para geração

e, no Brasil, a operação, que teve

de energia solar, anunciaram

início em 2012, conquistou 12%

uma parceria de longo prazo

do mercado no último ano.

em um dos mais importantes

acordos de distribuição já

pretende conquistar 25% de

assinados pela Jinko Solar. "O

share no mercado de Geração

mercado de Geração Distribuída

Distribuída – que é a meta

está crescendo de forma

global da empresa em todos

impressionante e representa

os mercados em que atua – e

o primeiro mercado-chave

pretende investir mais US$2

da Jinko na América Latina.

milhões no País, entre novas

Estamos muito satisfeitos

contratações e investimentos em

que a Aldo Solar, um dos

marca.

distribuidores mais profissionais

e experientes do Brasil, tenha

Solar e a Aldo Solar representa o

decidido confiar na qualidade

primeiro passo para uma parceria

superior dos módulos Jinko

de sucesso e de longo prazo entre

Solar neste grande acordo de

as duas empresas. As soluções

distribuição, que representa um

MONO PERC CHEETAH HALF

marco na história da empresa",

CELL 400W, da Jinko Solar, são

afirma Alberto Cuter, gerente

comercializadas e distribuídas

geral da Jinko Solar para América

pela Aldo em todo o território

Latina e Itália.

brasileiro a partir do dia 21 de

janeiro de 2020. A Aldo passa a

Globalmente, a empresa

projeta para 2020 um cres­

Para 2020, a gigante chinesa

O compromisso entre a Jinko

ser o hub da Jinko Solar no Brasil, Divulgação / Aldo

com estoque local e pronta

entrega de equipamentos para

Pereira Teixeira, presidente

Geração Distribuída.

e fundador da Aldo Solar, a

parceria com a Jinko Solar

O executivo brasileiro

De acordo com Aldo

Gustavo Tegon, Head of Sales

marca mais um importante

da Jinko Solar, afirma que o

passo para o mercado brasileiro

mercado brasileiro é um dos

de energia solar fotovoltaica

maiores da Jinko no mundo em

com a força de duas que são

Geração Distribuída, e que 2020

líderes em seus segmentos.

será um ano de consolidação

“Agradecemos a confiança e

e crescimento exponencial da

estamos certos do sucesso

empresa no País. "Buscamos

da distribuição das soluções

parceiros que possuam os

da Jinko no Brasil, reforçando

mesmos valores da Jinko e que

o nosso compromisso de

também almejem relações

estar sempre à frente com os

sólidas e de longo prazo.

melhores parceiros e produtos.

Confiamos que a sinergia com

Com essa parceria, esperamos

a Aldo, entre diversas outras

difundir ainda mais a energia

ações da empresa em solo

solar e oferecer condições

nacional, será fundamental

surpreendentes de energia

para alcançarmos o sucesso

limpa e mais barata a todos os

almejado", explica Tegon.

brasileiros", declara.

49


Energia solar fotovoltaica

50

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar

Guilherme Susteras é coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da Absolar

Energia solar conquista seu lugar ao Sol

Nas últimas semanas, assistimos

compreensível a paixão que o tema

trabalham os legítimos representantes

descentralização da geração de energia

a uma participação crescente da

suscita: mais do que uma nova

da sociedade brasileira –, para

elétrica.

sociedade nos debates sobre possíveis

tecnologia, tratam-se de valores

estruturar uma política consistente e

mudanças às regras da geração

cruciais, como liberdade, poder de

de longo prazo, que traga a necessária

a micro e minigeração distribuída,

distribuída solar fotovoltaica. As

escolha, sustentabilidade e legado

segurança jurídica, estabilidade e

é preciso considerar na análise três

manifestações chegaram, inclusive,

para futuras gerações. Cabe, agora,

previsibilidade para o ecossistema da

políticas públicas sólidas do arcabouço

ao Palácio do Planalto e ao Congresso

sentarmos todos à mesa, para

geração distribuída solar fotovoltaica,

legal do setor elétrico brasileiro,

Nacional, com posições favoráveis

contribuir com a definição da melhor

contemplando todos os elos e

sobre as quais o conceito da geração

à fonte solar fotovoltaica por parte

solução legal e regulatória para o bem

segmentos do mercado.

de energia elétrica junto à carga se

do Presidente da República, Jair

do País e da sociedade.

estabeleceu: a eficiência energética,

Bolsonaro, e dos líderes parlamentares

a Absolar trabalha em defesa do

conforme a Lei nº 10.295/2001; a

Rodrigo Maia (presidente da Câmara

mercado – e que levou a uma forte

desenvolvimento sustentável deste

autoprodução, conforme o Decreto

dos Deputados) e Davi Alcolumbre

reação – foi a ruptura causada pela

segmento do mercado. Para tanto,

Presidencial nº 2.003/1996;

(presidente do Senado Federal).

proposta feita pela Agência em

uma de nossas principais diretrizes

e geração de energia renovável,

outubro de 2019. Pudera: a nova

está na proposição de mecanismos

conforme a Lei nº 9.074/1995. É

Executivo e Legislativo trabalham, de

recomendação da Agência – baseada

regulatórios justos, considerando, de

essencial que a Aneel se debruce

maneira conjunta, para criar um marco

em um cenário severo de alternativa

forma holística e equilibrada, tanto os

sobre os requisitos e as implicações

legal para geração distribuída (GD)

5 – efetivamente inviabilizaria o

benefícios quanto os eventuais custos

do correto enquadramento da GD pela

no País, em resposta à possibilidade

desenvolvimento de muitos novos

da nascente GD solar fotovoltaica.

ótica do ordenamento legal vigente.

de uma cobrança excessiva e

projetos de GD solar, conforme

Isso permitirá desenhar uma revisão do

desproporcional sobre a modalidade,

reportou mais de uma consultoria de

construtivo com o regulador é um

sistema de compensação de energia

conforme proposta apresentada pela

mercado especializada no assunto.

pilar fundamental da nossa atuação.

elétrica que atenda aos requisitos

Agência Nacional de Energia Elétrica

Na prática, a cobrança de até 60%

As contribuições da Absolar para

definidos pelas políticas públicas

(Aneel) no segundo semestre de 2019.

sobre a energia elétrica injetada na

o aprimoramento da Resolução

brasileiras, devidamente estabelecidas

rede seria inaceitável para o mercado,

Normativa nº 482/2012 são

pelo Congresso Nacional e pelo Poder

regulatório, uma das características

pois faria com que diferentes

baseadas na qualidade técnica

Concedente.

principais tem sido a reação intensa

modelos de negócio, importantes

e especializada sobre a fonte e o

da sociedade em defesa da GD solar

para democratizar a tecnologia aos

mercado, com profissionalismo

2020 seguirá na linha de contribuir

fotovoltaica: parlamentares, lideranças

consumidores brasileiros, deixassem

e bom senso, calculando, com

em favor da construção de um marco

públicas, entidades setoriais,

de ser competitivos.

transparência, os ganhos trazidos pela

legal e, posteriormente, regulatório

federações, frentes parlamentares,

GD solar fotovoltaica ao País. Foram

que reconheça adequadamente

profissionais que atuam no setor e no

em torno do tema, a Associação

incorporadas as tendências globais

os benefícios da GD, promova uma

mercado, bem como consumidores

Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

de expansão da GD solar fotovoltaica

alocação justa sobre o efetivo e

que têm ou desejam ter GD solar

(Absolar) tem apresentado sua visão

por meio de soluções e projetos que

eventual uso de infraestrutura de

fotovoltaica se uniram em defesa

sobre o assunto nos diferentes fóruns

combinem a descarbonização da

redes de distribuição e, acima de tudo,

do desenvolvimento e crescimento

disponíveis. Isso inclui, além da

matriz elétrica brasileira (já fortemente

atenda ao ordenamento jurídico já

desta tecnologia inovadora, que

habitual participação em Consultas

renovável, mas ainda com visível

existente e a seus aprimoramentos,

ainda dá os seus primeiros passos no

Públicas da Aneel, uma forte atuação

espaço de redução de emissões),

em relação às políticas públicas nas

Brasil. Exageros pontuais à parte, é

junto ao Congresso Nacional – onde

a digitalização do consumo e a

quais a GD se enquadra.

Neste momento, os poderes

Durante o processo de debate

A principal preocupação do

Diante dos desdobramentos

Desde o início da sua atuação,

Nesse sentido, o debate

Sobre a revisão das regras para

Nosso trabalho neste início de


Energia Eólica

51

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

Os bons ventos dos Certificados de energia renovável

Começo esse artigo com uma

do ano passado, por exemplo, já

boa notícia sobre os Certificados

tinha emitido 8 milhões de RECs.

de Energia Renovável: não apenas

o mercado de Certificados está

mencionando são fornecidos pelo

crescendo, como o Brasil também

Instituto Totum, emissor local

está se destacando no mercado

de RECs no Brasil, credenciado

global. O número de usinas

pela organização mundial

brasileiras com Certificados

I-REC Services. O Programa de

de Energia Renovável é cada

Certificação de Energia Renovável,

vez maior. No final de 2018,

por sua vez, foi criado pela

tínhamos 53 usinas registradas

Associação Brasileira de Geração

e iniciamos o ano de 2020 com

de Energia Limpa (Abragel) e

110 usinas. Isso faz com que o

pela Associação Brasileira de

Brasil ocupe hoje a liderança na

Energia Eólica (ABEEólica), e

plataforma I-REC, o International

já conta com apoio da Câmara

REC Standard (I-REC), sistema

de Comercialização de Energia

certificação para que possa emitir

atende: incentivo à educação,

global que possibilita o comércio

Elétrica (CCEE) e da Associação

RECs e vendê-los.

preservação da fauna e flora,

de certificados de energia

Brasileira dos Comercializadores

preservação dos rios e mares,

renovável. Nossas usinas

de Energia (Abraceel).

de certificação há novidades.

redução da pobreza, dentre

certificadas na plataforma

Além do certificado da energia

outros. Esse é chamado um REC

somam mais de 7.000MW.

I-REC, há um ponto interessante

em si, que já é renovável,

com garantia de sustentabilidade.

a considerar: as eólicas

alguns consumidores também

No site do Programa www.

que vem acontecendo com o

representam a fonte que mais tem

se interessam em saber os

recbrazil.com.br, é possível ter

mercado de certificados é avaliar

empreendimentos certificados:

benefícios socioambientais

informações detalhadas sobre

os números das emissões de

são 161 usinas eólicas de todos

decorrentes daquela fonte

todo o processo e como é feita a

certificado renovável. Em 2018,

os 23 países participantes. Na

de energia limpa – aí entra a

compra e venda verificadas, em

emitimos pouco mais de 300

sequência, temos 110 usinas de

Certificação REC Brazil. Os

ambiente certificado, de acordo

mil certificados. Em 2019, esse

fonte hídrica, 84 de solar e 22

critérios utilizados no REC Brazil

com as legislações vigentes que

número foi de 2 milhões, sendo

de biomassa. Isso mostra que

para o registro são diretamente

normatizam este sistema.

que aproximadamente três em

além dos Certificados estarem

ligados aos Objetivos de

cada quatro certificados emitidos

crescendo, este é um mercado

Desenvolvimento Sustentável

pela certificação e compra dos

são de fonte eólica. Vale explicar

que casa perfeitamente com

(ODS) da Organização das

RECs sinaliza que as empresas

que mesmo sendo primeiros em

o negócio da energia eólica e

Nações Unidas (ONU). Assim,

estão preferindo consumir energia

números de usinas certificadas

as empresas do setor tendem

a empresa compradora

renovável e, ao mesmo tempo,

na plataforma I-REC, em números

a se aproximar cada vez mais

sabe a quais Objetivos de

mostra o compromisso com a

de certificados emitidos, ficamos

deste assunto. E, para isso,

Desenvolvimento Sustentável

mudança de comportamento

atrás da China, que até setembro

precisam passar pelo processo de

aquele empreendimento

energético.

Outra forma de medir o

Estes dados que estou

Quando olhamos a plataforma

E também no processo

O crescimento do interesse


Reportagem especial

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Por Luciana Freitas

A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro

Redução e

de

manutenção,

preservação

custos

de

prevenção

ambiental,

operação de

falhas,

diminuição

do

consumo de energia e extensão de vida útil de equipamentos. Essas são algumas das vantagens que a modernização oferece ao ser implantada no setor elétrico, o qual vem passando por um importante momento de transformação. Cada vez mais, observa-se a diversificação da matriz elétrica brasileira com inclusão de fontes renováveis, fundamentais para a transição energética / descarbonização, bem como o avanço das redes inteligentes e outras mudanças que impactarão a estrutura do setor, como, por exemplo, a geração distribuída com energia solar fotovoltaica, sistemas de armazenamento de energia e digitalização da cadeia de valor. Não é apenas a tecnologia que está quebrando paradigmas no

mercado,

mas

também

o

próprio

consumidor, que já apresenta elevado nível de exigência e expectativa face à qualidade dos serviços.

No que refere ao segmento de produção

ou geração de energia, nos últimos anos, é sabido que a matriz elétrica brasileira passou por mudanças significativas, com a entrada expressiva de novas fontes, como a eólica e, mais recentemente, a solar. Essas soluções têm contribuído para a diversificação da matriz, porém, também apresentam o desafio da intermitência. Diante disso, para complementar ativamente a geração de energia no País, a geração hidrelétrica continua sendo uma excelente alternativa, ao passo que, ao mesmo tempo, a geração termelétrica

tem

ganhado

relevância

e

conquistado importante espaço. Com a reformulação implantada no setor elétrico em 1998 e refinada em 2004,

O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente

a transmissão de eletricidade passou a ser um negócio independente da geração de energia elétrica, com a definição de novos investimentos por meio de leilões e com receita assegurada por tarifa própria, capaz de permitir a adequada remuneração dos investidores.

Divulgação / Itaipu Binacional

52


53

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

O detalhamento desse modelo foi um

Além disso, foram estudadas as questões

e reconhecer o trabalho de participação da mulher na Engenharia”, informa.

grande desafio, que envolveu a estruturação

da variabilidade de geração eólica e solar

da expansão da rede, do livre acesso, dos

e os impactos disso em relação à operação

requisitos técnicos para conexão, da definição

de sistemas elétricos. “Esse tema, associado

das ampliações e reforços necessários para

à área de equipamentos, tratou de novos

NOVOS CAMINHOS PARA A GERAÇÃO

garantir a qualidade do suprimento, da

projetos e subestações em áreas urbanas e

Basicamente, o desenvolvimento do

contratação dos serviços e da apuração,

metodologias novas para dimensionamento”,

País depende do mercado de energia

contabilização e liquidação dos encargos.

relata.

como um todo, e a geração é parte disso,

Tanto o Brasil quanto o mundo todo estão

O SNPTEE contou também com o I

juntamente com a transmissão, a distribuição

avanço com êxito em direção a um futuro

Encontro de CEOs, que atraiu as principais

e a comercialização. Do ponto de vista da

com os 3 D’s: Descarbonização, Digitalização

lideranças do setor. Nesse evento inédito,

geração, tem sido feita, no Brasil e no mundo,

e

descarbonização

foram debatidos temas fundamentais à área

uma expansão mais focada em energias

já é dada com a massiva implementação

de energia elétrica, como as tendências

renováveis, sendo os maiores investimentos

das fontes renováveis e a digitalização e a

apontadas pela 4ª Revolução Industrial (a

em eólica e solar. Em paralelo, no sentido

descentralização caminham juntas em prol

chamada Indústria 4.0) e seus impactos nos

de explorar oportunidades para aumentar

dos consumidores para um futuro que melhor

negócios das organizações. “Houve sucesso

a eficiência, tem acontecido também a

atenda às necessidades de cada indivíduo.

absoluto no Fórum de CEOs de empresas,

revitalização, modernização e digitalização

A discussão da modernização do setor

e faz parte da estratégia do Cigré essa maior

das atuais usinas hidrelétricas, as responsáveis

elétrico brasileiro teve como pano de fundo

aproximação de dirigentes das companhias,

por grande parte da energia brasileira e fortes

o XXV Seminário Nacional de Produção e

não somente para verificar o que o Cigré

aliadas para lidar com a intermitência de

Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), que

pode oferecer, mas também de que forma

outras fontes renováveis.

aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro

podemos atender às demandas, nas visões

de 2019, em Belo Horizonte (MG). Promovido

desses dirigentes. Então, a aproximação

ultrapassa a geração. Além de representarem

pelo Cigré-Brasil e coordenado pela Companhia

do Cigré com o mercado foi a característica

62% de participação da matriz brasileira, elas

Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig),

principal desse evento”, explana Iony Patriota,

fornecem uma elevada segurança operacional

em quatro dias de debate, o SNPTEE reuniu,

diretor técnico do Cigré-Brasil.

ao sistema elétrico, ao passo que, no caso das

aproximadamente, 2,5 mil pessoas para

O evento deu espaço aos jovens e às

renováveis, existe uma enorme variabilidade

analisar as tendências e os impactos das novas

mulheres por meio de dois encontros. Em

na geração instantânea. De acordo com

tecnologias na rotina de quem atua na área,

relação aos iniciantes na área de energia,

Douglas B. G. Nóbrega, superintendente

além de promover a integração e estabelecer

o II Fórum de Jovens buscou analisar os

de Engenharia de Geração da Chesf, por ter

networking entre os profissionais.

desafios da inserção de novos profissionais

alto grau de complexidade, o sistema elétrico

Durante esse período, foram apresen­

diante das transformações no setor elétrico.

possui dificuldades para absorver rapidamente

tados mais de 500 trabalhos técnicos e

“Um aspecto que caracterizou o evento já

as variações, e por isso, é necessário gerar

realizadas inúmeras discussões sobre a área,

é uma continuidade de uma estratégia do

a chamada inércia, ou seja, mantê-lo sob

espalhadas pelos 16 grupos de estudo

Cigré, que é aproximar os jovens, não só

as energias de base, principalmente, a

do Seminário. "Em relação aos temas que

da área de Engenharia. O Fórum de Jovens

hidrelétrica, e às vezes, a térmica. “Investir

marcaram o SNPTEE, foram pautas, na área

foi uma estratégia criada exatamente para

em renováveis é importantíssimo, mas o

de planejamento, todos os problemas que

dar oportunidade diferenciada ao jovem

sistema elétrico ideal deve ser composto

envolvem a transmissão e corrente contínua;

engenheiro

por várias fontes, pois cada uma tem o

novas alternativas usando armazenamento

Patriota.

seu papel, vantagem ou desvantagem. As

de energia e problemas de estabilidade do

Por sua vez, o II Fórum de Mulheres

fontes se complementam, pois não existe

sistema, que são resolvidos com o uso de

voltou as atenções para a valorização das

uma melhor do que a outra. É assim que o

sistemas mais modernos de armazenamento

profissionais da área, que já ocupam 22%

sistema elétrico brasileiro tem funcionado. É

de energia”, lembra o superintendente de

dos empregos em energia elétrica em

claro que a expansão maior é de eólica e de

Planejamento da Expansão e Meio Ambiente

todo o mundo, segundo dados da Agência

solar, no entanto, acho que temos um sistema

da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Internacional de Energia Renovável (Irena). “O

extremamente robusto, onde cada uma tem a

(Chesf), Methodio Varejão.

objetivo do Fórum de Mulheres foi prestigiar

sua importância”, destaca.

Descentralização.

A

e/ou

pesquisador”,

explana

As usinas hidrelétricas têm um papel que


54

Reportagem especial Divulgação / Itaipu Binacional

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

tecnologias dos aerogeradores onshore e as possibilidades para geração eólica offshore que ainda podem ser exploradas. “São respostas à demanda existente e surgem exatamente dos desafios que temos”, explica Viveka.

A executiva conta que a GE está presente

em quase 40% de toda a energia gerada no Brasil e que a empresa orgulha-se de seu apoio e investimentos em diversos setores, como o eólico, no qual é responsável por cerca de 3.000 aerogeradores; o de geração a gás natural, com mais de 200 turbinas e 7,3GW de capacidade, além de soluções Além de representarem 62% de participação da matriz brasileira, as usinas hidrelétricas fornecem uma elevada segurança operacional ao sistema elétrico.

em mais de 40% da potência gerada pelas principais hidrelétricas do País. “Isso aliado ao conjunto de soluções completas para sistemas

Segundo Viveka Kaitila, presidente e CEO

híbridos, que trazem possibilidades como a

hidrelétrica, a nuclear tem sido novamente

da GE do Brasil, o futuro precisa estar calcado

integração das hidrelétricas com geração solar

debatida. “É claro que, certamente, a nuclear

nos pilares: Descarbonização, Descentralização

flutuante e o uso de baterias”, salienta.

não será uma prioridade, mas está voltando

e Digitalização. “Tais mudanças precisam

à discussão. É uma ótima alternativa também,

andar de mãos dadas com o planejamento

Separação de Lastro e Energia (novo modelo

pois é produtiva e segura de geração”,

a longo prazo para proporcionar maior

de contratação); Formação de Preços; e

complementa.

previsibilidade, segurança financeira / jurídica

Inserção de Novas Tecnologias são outros

No passado, a geração hidráulica foi

e investimentos otimizados, tudo isso aliado

trabalhos em prol da tão falada Modernização

preponderante, mas hoje, está começando

ao objetivo de sempre levar energia no menor

do Setor Elétrico. “Dentre os temas citados,

a não ser mais. “Nos deparamos com um

custo possível e com maior acessibilidade

gostaria de chamar especial atenção à

grande problema: o Nordeste está há 12

para todos”, declara.

abertura do Mercado Livre, que reflete o

anos em período de seca, pois a curva de

A confiabilidade dos leilões de geração

desenvolvimento do setor elétrico nesse

armazenamento de reservatório nunca mais

e as inovações, como o caso dos sistemas

ambiente de contratação, já que mesmo com

reencheu. E um levantamento apontou

híbridos, é uma das evoluções do setor.

uma até então limitação dos agentes aptos

que faz seis anos que o Sudeste está na

Embora ainda precisem avançar na questão

a optarem por esse mercado, ocorreram

mesma situação – não tão crítica como a do

regulatória, do ponto de vista de tecnologia,

avanços significativos nos últimos anos,

Nordeste. Ou seja, o Sudeste não reenche seu

esses sistemas já conseguem endereçar muitos

considerando, por exemplo, adequação de

reservatório equivalente há seis anos! Então,

dos desafios do setor elétrico, tornando-se

políticas de financiamento”, afirma a Diretoria

há um problema realmente. Isso está gerando

mais uma alterativa para maior confiabilidade

de Inteligência de Mercado da AES Tietê,

o GSF, que é a geração hidráulica que não está

do sistema e, consequentemente, atrair mais

geradora de energia elétrica, que conta com

atendendo à sua energia garantida”, pontua o

investimentos.

a força de um grupo internacional e uma

presidente do Cigré-Brasil, Saulo Cisneiros.

estratégia sustentável a longo prazo.

O momento disruptivo atual do setor

como os sistemas híbridos, a transmissão tem

Isto

elétrico ditará as regras nos próximos anos.

sido um gargalo, principalmente, diante do

aperfeiçoamentos no arcabouço regulatório

Há uma diversidade de novas tecnologias

grande potencial das renováveis adicionadas

para que fosse possível a migração de

chegando com força e isto demanda uma

ao Grid. A intermitência das fontes também

mais agentes para o Mercado Livre de

coordenação entre investimentos, regulação

é desafiadora, por exemplo, no setor eólico.

Energia, provendo maior flexibilidade para o

e iniciativa dos players do mercado frente

Desafios como esses revelam a importância

desenvolvimento de novos negócios. “Aqui,

ao novo período vivido pelo setor, sem

da integração e do uso inteligente das fontes

já destaco o valor promissor desse mercado

deixar de lado as questões que surgem com

disponíveis. A partir disso, estão surgindo

ao reforçar que a AES Tietê anunciou o

o importante crescimento da geração de

oportunidades que beneficiam a matriz como

desenvolvimento do Projeto Eólico Tucano,

energia proveniente de fontes renováveis

um todo. A abertura do mercado a gás natural

exclusivamente voltado para comercialização

intermitentes.

é um exemplo disso, bem como o avanço das

no ambiente livre, o qual já detém, inclusive,

Nóbrega conta ainda que, além da energia

Além da regulação de novas tecnologias

Abertura do Mercado Livre de Energia;

posto,

foram

realizados



56

Reportagem especial

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

apresentado como autor da proposta.

Na avaliação de Rodrigo Sauaia, CEO da

Absolar, o marco legal para a GD, conforme sugerido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado, beneficia o cidadão, gera empregos e acelera o crescimento do País. “Trata-se de iniciativa suprapartidária em prol do desenvolvimento econômico e sustentável do País, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados, redução de custos para famílias, empresas e produtores rurais, com mais liberdade de escolha para os consumidores”, comenta.

Além da solar, a energia eólica é outra

fonte que tem demonstrado um crescimento

Fonte: ABSOLAR, 2019. Última atualização 21/01/2020.

extraordinário no Brasil na última década, acordos firmados com a Unipar e Anglo

mil empresas de todos os elos produtivos

sendo hoje, já consolidada. A eólica deixou

American”, citam os executivos.

do setor. A maior parcela destes postos

de ser uma fonte “alternativa” para ter um

elétrico,

de trabalho deverá vir das mais de 14 mil

papel fundamental na matriz elétrica brasileira.

apesar de necessária, também é um grande

pequenas e médias empresas do segmento

Atualmente, é a segunda fonte da matriz

desafio do setor, dada a necessidade de

de geração distribuída, responsáveis por mais

elétrica, com cerca de 9% de participação.

uma transição sustentável para acomodação

de 162 mil empregos acumulados.

Conta com 619 usinas instaladas no Brasil;

perfeita dos novos modelos em questão,

Dos R$19,7 bilhões de investimentos deste

15,4GW de capacidade instalada; 28.000.000

resultando

marco

ano, a geração distribuída corresponderá a cerca

de redução de CO2 (T/ano) e 2,0GW de

regulatório robusto no País. Como um dos

de R$16,4 bilhões. Pela análise da Absolar, serão

capacidade em construção, segundo dados

maiores entraves desse processo, destaca-se

adicionados mais de 4 gigawatts de potência

divulgados pela Associação Brasileira de

a separação de lastro e energia, que garantirá

instalada, somando as usinas de grande

Energia Eólica (ABEEólica).

ao setor maior segurança energética e aos

porte e os sistemas distribuídos em telhados,

consumidores maior possibilidade de optar

fachadas e pequenos terrenos. Isso representará

quantidade enorme deste tipo de vento, o que

pela negociação da sua energia como uma

praticamente o dobro da capacidade instalada

explica em grande medida o êxito da eólica no

commodity, ao tempo que trocará a dinâmica

atual do País, hoje, em 4,4GW.

País nos últimos anos, que saiu de menos de

de funcionamento do setor atualmente.

No caso da geração distribuída solar

1GW de capacidade instalada em 2010 para

fotovoltaica,

um

Energias solar fotovoltaica e eólica

15,4GW no início de 2020. Já são mais de 600

crescimento do segmento de 170% frente

parques eólicos em funcionamento, com mais

ao total acumulado até 2019, passando de

de 7.532 aerogeradores em 12 estados.

Projeções da Associação Brasileira de

2,0GW para 5,4GW. Já no segmento de

Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam

usinas solares de grande porte, o crescimento

o Brasil foi classificado como o oitavo país

que a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais

previsto será de 25%, saindo dos atuais 2,4GW

no Ranking Mundial de capacidade eólica

de 120 mil novos empregos aos brasileiros

para 3,0GW.

instalada, elaborado pelo Global Wind Energy

em 2020, espalhados por todas as regiões

Council (GWEC).

do País. Segundo a avaliação da entidade, os

regras para micro e minigeração distribuída

novos investimentos privados no setor poderão

encontra-se em tramitação no Congresso

ultrapassar a cifra de R$19,7 bilhões este ano,

Nacional. A proposta do marco legal da

EXPANDINDO LIMITES PARA A TRANSMISSÃO

somando os segmentos de geração distribuída

geração solar distribuída no Brasil ainda não

(sistemas em telhados e fachadas de edifícios) e

foi apresentada oficialmente na Câmara,

intercâmbio de energia produzida em todas as

centralizada (grandes usinas solares).

mas há uma articulação com o envolvimento

regiões do País, graças ao Sistema Interligado

As perspectivas para o setor são de

do presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-

Nacional (SIN), uma grande rede de linhas

encerrar 2020 com um total acumulado

RJ), e do deputado Lafayette Andrada

de transmissão (LTs), com tensão superior a

de mais de 250 mil empregos no Brasil

(Republicanos-MG),

Código

230kV, com mais de 150 mil km de extensão, e

desde 2012, distribuídos entre mais de 15

Brasileiro de Energia Elétrica, que tem se

de subestações, exceto nos sistemas isolados

A

modernização

em

um

do

setor

importante

a

Associação

projeta

O Projeto de Lei que estabelecerá as

relator

do

O Brasil tem a vantagem de possuir uma

Em termos mundiais, no ano de 2018,

O sistema elétrico brasileiro permite o


57 Divulgação / GE

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020


58

Reportagem especial

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

O segmento de transmissão tem o desafio de planejar com a Aneel e a ONS a substituição de cerca de 97 mil equipamentos de pátio de subestações, que vencerão a vida útil regulatória a partir de 2023.

(cerca de 2%), localizados em algumas partes

aumento de capilaridade para conectar as

percepção de segurança jurídica e ambiente

da região Norte. O único estado do País que

diversas fontes renováveis, as emergentes

legal-regulatório adequado, em que os

não está conectado ao SIN é Roraima, porém,

(como a solar e a eólica). O Nordeste terá

contratos são justos e os riscos gerenciáveis”,

estão sendo realizados esforços para que esse

todas as capitais ligadas em subestações de

justifica.

cenário mude.

500kV, e com isso, se fortalecerá a segurança

Saulo Cisneiros afirma que o modelo

e a confiabilidade do suprimento de energia

brasileiro da expansão da transmissão é

que interliga as geradoras às distribuidoras

elétrica”,

de

de muito sucesso, porque permite haja

e agregam maior nível de confiabilidade

Engenharia de Transmissão da Chesf, Eduardo

concorrência por meio dos leilões. “Não

no atendimento, permitindo a obtenção de

Matos.

é preciso se estabelecer uma tarifa para

ganhos sinérgicos e explorando a diversidade

O

tem

remuneração da transmissão, pois ela já

entre as diversas fontes de energia para

respondido eficazmente à política de atração

é definida no ato do leilão. A meu ver, as

atender às cidades, 24 horas por dia.

de investidores privados e propiciado a

instalações de transmissão deveriam ser

O sistema de transmissão conta com 351

transição segura entre os Concessionários

licitadas, sem prazo de vencimento, e seria

concessões reguladas pela Agência Nacional

tradicionais e novos investidores. Com isto,

uma decisão do concessionário o que fazer ao

de Energia Elétrica (Aneel), que controlam as

passou a estrutura dos negócios a ser realizada

longo do tempo para manter o ativo operando

linhas e as 1.240 subestações de conexão com

por financiamento do tipo “Project Finance”,

em condições de respeitar os índices que

as distribuidoras. A maior linha de transmissão

no qual as garantias financeiras são as próprias

seriam estabelecidos”, analisa.

é a LT ±800kV Xingu/Terminal Rio, em

receitas advindas da concessão, e encerra-se

corrente contínua, que interliga o Pará ao RJ,

a etapa dos financiamentos com garantias

grande evolução em vários aspectos do

com 2.539km, permitindo o escoamento da

dos governos ou das próprias concessionárias

mercado de transmissão no Brasil, com

energia gerada pela UHE Belo Monte.

(corporativas).

destaque para a quantidade e qualidade de

A transmissão cumpre o importante e

Para Mario Dias Miranda, engenheiro

novos investidores interessados nos ativos

estratégico papel de ser o elo integrador

eletricista e presidente executivo na Associação

de transmissão, o que antes era um mercado

dos agentes de geração e de consumidores,

Brasileira das Empresas de Transmissão de

concentrado nas grandes e estabelecidas

ao unir a geração com a carga. Atualmente,

Energia Elétrica (Abrate), a qual representa

concessionárias de transmissão. “É inegável a

se tem uma expansão significativa do setor

os legítimos interesses e agrega valor para as

melhor perspectiva para o setor de transmissão

de transmissão e grandes empreendimentos

empresas associadas, isto acontece porque

no País quando observamos que, em um

foram outorgados com maior velocidade a

há um ambiente aberto e competitivo de

passado recente, os ativos de transmissão

partir de 2016. A perspectiva é de que até

leilões reversos de concessão de serviços

estavam com suas obras atrasadas, afetando

2023, todas as capitais estejam interligadas

públicos dos serviços de transmissão de

o segmento de geração, e as novas licitações,

ao SIN. “Se tem um nível de integração e

energia elétrica. “Tudo isto é consequência da

em grande parte, eram vazias. Atualmente,

São 1.781 LTs constituindo uma malha

avalia

segmento

o

superintendente

de

transmissão

Desde o fim de 2016, é possível perceber


O Setor ElĂŠtrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

59


60

Reportagem especial Divulgação / GE

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

A transmissão já deu prova cabal de sua expertise em longas distâncias, como foram os casos das linhas de transmissão dos aproveitamentos hidrelétricos do rio Madeira, em Rondônia, até a subestação e Araraquara, em São Paulo, bem como as linhas de transmissão que interligam a usina de Belo Monte a Estreito, em São Paulo, e a outra a Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. No entanto, outros desafios se assomam, como a escalada de usinas de fontes renováveis, como a eólica e a solar, as quais acessam a transmissão para serem transportadas de acordo com as conveniências do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Resta à transmissão deixar o Brasil

Os resultados positivos que vêm sendo alcançados na transmissão são revertidos diretamente para a modicidade tarifária dos consumidores em geral.

totalmente integrado, mediante a implantação da linha de transmissão Manaus Boa Vista que,

as margens de escoamento da transmissão

públicas e prestar o serviço público.

embora tenha sido licitada há algum tempo,

estão mais disponíveis para acomodar novos

Adicionalmente, ao se afastar dos efeitos

tem enfrentado ausência de solução devido a

investimentos de geração e os leilões para

da então Medida Provisória nº 579/2012, cujos

passagem na terra indígena Waimiri-Atroari.

novos investimentos em transmissão estão

efeitos resultaram em graves dificuldades para

“Espera-se poder integrar a sociedade de

a todo o vapor”, declara a Diretoria de

as transmissoras prestarem adequadamente o

Roraima ao Sistema Interligado Nacional,

Inteligência de Mercado da AES Tietê.

serviço, consta-se a construção sólida de um

mediante solução técnica e econômica

de

ambiente de prestação de serviços públicos

viável”, explica Miranda.

empreendimentos lançados nos leilões da

que busca concatenar a sustentabilidade da

Aneel, tanto para novos blocos de conexões

concessão com valores módicos de receitas.

manter o seu parque atualizado e modernizado.

ao SIN, quanto para escoar importantes

Fabio Nossaes, presidente e CEO da

Por isto, tem o desafio de planejar com a Aneel

projetos que estavam represados desde 2014,

GE Grid Solutions na América Latina, conta

e a ONS a substituição de cerca de 97 mil

houve relevante revisão, por parte do órgão

que o mercado de transmissão nacional tem

equipamentos de pátio de subestações, que

regulador, das condições de financiamento

em vista mais uma mudança substancial

vencerão a vida útil regulatória a partir de 2023.

e prazos de entrega dos lotes. Esses fatores,

na

empreendimentos.

Cerca de R$32 bilhões em equipamentos

associados às questões macroeconômicas do

As grandes subestações e linhas de 500kV

poderão ser substituídos. Note-se que a vida

País, foram determinantes para se testemunhar

tendem a diminuir no próximo ciclo, dando

útil regulatória expressa a vida física média dos

um

mercado,

espaço para empreendimentos de menor

ativos em operação.

boas rentabilidades, riscos controlados de

porte em 230kV. “Acreditamos que essa

implantação e relacionamento contratual

mudança de perfil será um grande desafio para

no dia 04 de fevereiro de 2020, abertura

estabelecido com o governo. Isso fez do

o mercado. Investidores e agentes da cadeia

de consulta pública para obter subsídios a

mercado brasileiro de transmissão um dos

terão de se adaptar, uma vez que o nível de

respeito da Análise de Impacto Regulatório

negócios mais interessantes no mundo nesse

competitividade do mercado, no mínimo, se

(AIR) da necessidade de aprimoramento

período, atraindo tanto investidores nacionais

manterá no patamar, contudo, para responder

dos comandos regulamentares afetos à

de vários segmentos, quanto estrangeiros.

a um volume menor de mercado”, ressalta.

“vida útil regulatória” de equipamentos de

Além

do

verdadeiro

grande

“boom”

volume

no

característica

dos

A transmissão também precisa, em adição,

Neste sentido, a diretoria da Aneel aprovou,

Podem ser citadas também as questões

transmissão. A avaliação da Agência é de que

alcançados na transmissão são revertidos

relacionadas ao processo de licenciamento

a manutenção da regulamentação atual é a

diretamente para a modicidade tarifária dos

ambiental. Apesar dos prazos estabelecidos

decisão mais prudente a ser tomada, uma vez

consumidores em geral. Por outro lado, a

para os lotes terem sido estendidos, o

que parte do sistema de transmissão brasileiro

transmissão se trata de um segmento que,

processo de licenciamento ainda implica em

passa por um processo de envelhecimento

para criar a adequada atratividade, não

riscos altos e, muitas vezes, com pouca gestão

natural, e a substituição maciça e instantânea

necessita de estímulos ou de subsídios, mas

por parte dos investidores. “O setor entende

desses equipamentos é inviável do ponto de

somente de regras claras e de segurança

que é um aspecto que ainda precisa ser mais

vista técnico e econômico.

legal-regulatória para empreender as obras

bem gerido pelo governo”, afirma Nossaes.

Os resultados positivos que vêm sendo

A posição da Aneel é de que é possível


61

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

“conciliar a vida útil dos equipamentos

pela Agência. Isso significa que a receita

perspectiva da relação investidores por lote e

com a sua efetiva utilização”, sem “expor

dos empreendedores para exploração dos

deságio médio. Já em termos de volume de

o sistema de transmissão brasileiro a riscos

investimentos ficará menor que o previsto

contratação, quando comparado aos leilões

desnecessários.”

inicialmente, contribuindo para modicidade

dos anos anteriores, foi um pouco menor, mas

Os interessados podem enviar contri­

tarifária de energia. O certame propiciará

o nível de competitividade cresceu, reforçando

buições até o dia 23 de março de 2020 para

ao País investimentos da ordem de R$4,2

o interesse do mercado no segmento de

o e-mail: cp005_2020@aneel.gov.br ou por

bilhões em obras de transmissão de energia

transmissão. “Percebemos que os investidores

correspondência para o endereço: ANEEL

elétrica, com estimativa de geração de 8.782

de pequeno e médio porte têm muito espaço

– SGAN Quadra 603 – Módulo I Térreo/

empregos diretos.

para se desenvolverem, porém, sob ameaça

Protocolo Geral, CEP 70.830-110, Brasília (DF).

O certame contou com uma média

dos investidores de grande porte, que estão

de

interessados em todos os perfis de lote,

Rodnei Dias dos Anjos, vice coordenador

aproximadamente

10

proponentes

da Comissão Técnica do SNPTEE e gerente

por lote. Foram negociados 12 lotes com

mesmo os menores”, frisa.

de Planejamento Elétrico da Cemig Geração

empreendimentos

e Transmissão S.A. afirma que a questão

Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso,

entre os investidores de médio e pequeno

regulatória é um dos maiores desafios. “Hoje,

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio

porte. “A participação massiva dos agentes

o ‘calcanhar de Aquiles’ da transmissão é o

de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

e a qualidade do trabalho realizado por

fato de temos um parque com praticamente

No total, são 2470km de linhas de transmissão

toda a cadeia do mercado para viabilizar

50% dos ativos totalmente depreciados, com

e subestações que acrescentam 7800 mega-

este resultado, mostra o quão importante

sistemas com mais de 60 anos de idade.

volt-ampères (MVA) em capacidade de

e sólido é o negócio de transmissão no

Há um grande volume dos ativos que estão

subestações ao sistema.

Brasil”, afirma o executivo. E acrescenta:

depreciados, não só contabilmente, mas

“Quando

tecnicamente, no fim de vida útil, e como a

de players novos e menores. Destaque

subestações, onde estamos inseridos dentro

grande maioria das empresas irá repor este

também para a grande participação da

do mercado de transmissão, o Leilão 002-

parque?”, indaga.

Companhia de Transmissão de Energia

2019 cria um grande volume de contratação

Elétrica Paulista (CTEEP), pertencente ao

de equipamentos e sistemas de proteção,

Leilão de Transmissão Nº 2/2019

grupo colombiano ISA, a qual ganhou três

controle e telecomunicações para o próximo

lotes. Outra novidade foi o deságio recorde

ciclo de 2020, uma vez que os investidores e

O Leilão de Transmissão Nº 2/2019

médio de 60,3%. Os 12 lotes representarão

empresas de EPC vencedoras, estão com as

realizado pela Aneel no dia 19 de dezembro

um aumento de 7,8GVA em capacidade de

contratações em aberto. Portanto, isso gera

de 2019, em São Paulo, terminou com

transformação do sistema atual.

um impacto grande em termos de preços e

deságio médio recorde de 60,30%, o

Na opinião de Fabio Nossaes, tratou-se

competitividade, uma vez que o mercado de

maior da história dos leilões promovidos

do leilão mais competitivo da história sob a

fabricantes precisa garantir as reservas de slots

localizados

no

Acre,

O leilão caracterizou-se pela participação

O resultado ficou bastante distribuído

falamos

especificamente

das


62

Reportagem especial

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

maioria dos projetos é concluída e o

De acordo com Marco Azambuja,

UM FUTURO PROMISSOR, PORÉM, DESAFIADOR

gerente de Vendas da WEG Transmissão

Assim, o mercado deve seguir com

& Distribuição, no penúltimo leilão, o setor

Independentemente do avanço do setor

grande interesse no segmento e reagindo

chegou ao auge no que o Brasil possui a

de geração distribuída, há a necessidade

positivamente.

nível de transmissão e de investimentos.

de se promover a integração robusta entre

“Notamos uma pequena redução no

as regiões brasileiras, a fim de transmitir

anteriormente, em curto prazo, será iniciado

volume dos leilões para os próximos anos,

blocos de energia em determinadas épocas

um processo de upgrade e atualização dos

incluindo já, a partir de dezembro de 2019,

e de assegurar a confiabilidade e robustez

ativos depreciados. Isso já é realidade,

na parte de transmissão. Em geração,

ao sistema elétrico. Existem regiões que,

a partir da resolução nº 643 da Aneel, o

vemos ainda que há muito para se crescer,

com o tempo, serão incorporadas ao SIN,

que deve iniciar um ciclo de contratação

principalmente,

de

a fim de reduzir os custos impostos aos

de retrofits e substituição de ativos que

solar e de eólica. Nesse cenário, a WEG

consumidores brasileiros devidos à geração

certamente movimentará o mercado como

é uma das líderes no mercado brasileiro

mais dispendiosa.

um todo.

pela parte de solar, principalmente, na

em suas fábricas”, comenta Nossaes.

com

investimentos

Especialistas acreditam que o setor de

investidor realiza a expectativa financeira.

Além disso, conforme já mencionado

Na opinião de José Roberto Fabre,

geração distribuída. Em eólica, demos uma

transmissão continuará sendo atrativo para

gerente comercial da CPFL Soluções

segurada nos investimentos de leilões, mas

o mercado, em função de sua característica

e responsável pela área de serviços,

a companhia está desenvolvendo produtos

e segurança para o investidor de médio

o futuro é bastante promissor, pois o

para se tornar mais competitiva nessa

e longo prazo que, uma vez concluída a

Brasil tem muita obra de infraestrutura

cadeia também”, explica.

etapa de implantação, disponibilizando o

para executar. “Se pensarmos no que

José Roberto Reynaldo, CCO da TSEA

ativo que já está em regime operacional

é o Brasil hoje e onde ele deve chegar,

Energia, diz que os dois últimos leilões

– dentro das condições do edital –, passa

olhando até pelos indicadores da EPE

de

extremamente

a receber receita integral e garantida

e de mercado, vemos que ainda há

disputados e demonstrou que existe um

para os próximos 30 anos. A partir desta

muita coisa para acontecer. O mercado

ânimo na retomada do setor. “Isso tudo

etapa, é necessária uma boa estratégia de

está se transformando e precisará de

refletiu em uma melhora ou no aumento do

operação e manutenção para não sofrer

infraestrutura para isso, e o SIN terá de

volume dos equipamentos, dos projetos,

impactos com eventuais parcelas variáveis.

ser ampliado”, sustenta. “Acredito que

já em 2019. Isso reflete otimismo. Então,

A rentabilidade garantida por um longo

nos próximos 10 anos, teremos uma

nós, como fornecedores de equipamentos,

período, com baixo risco financeiro deve

transformação do nosso setor, o qual

transformadores e reatores de potência, já

manter a atratividade do setor.

estará bem diferente do que temos hoje.

começamos a observar um incremento de

O momento atual macroeconômico

E a infraestrutura, que foi o foco do

vendas em relação à média dos últimos

deve manter os investimentos no setor

SNPTEE na parte de transmissão, terá de

dois anos, e isso está fazendo com que

produtivo; dessa forma, por mais que haja

caminhar junto para justamente poder

o setor comece a dar uma acomodada”,

desafios de competitividade e volume de

fazer esse transporte de energia de uma

declara.

mercado, a realidade mostra que a grande

região para outra”, conclui.

transmissão

foram


O Setor ElĂŠtrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

63


64 64

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Mercado de Fios e Cabos deverá se manter aquecido em 2020 Investimentos em projetos de infraestrutura e cenário positivo do setor de construção civil foram apontados como os fatores principais para as condições favoráveis

O clima de estabilidade do segmento

Previsões de crescimento

de Fios e Cabos deve permanecer este ano. Segundo pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico, o crescimento esperado para

19%

2020 é de 19%, mantendo praticamente a média de 2019, que foi de 20%. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa é de 16%. Os resultados mostraram que o crescimento médio em 2019 comparado a 2018 chegou a 17%.

A previsão de contratação de funcionários

até o final de 2020 deve ser de 15%.

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2020

16% 17% 15%

Previsão de crescimento % para 2020

Crescimento médio em 2019 comparado a 2018

Previsão de contratações para 2020


65

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Em relação ao faturamento bruto anual total das empresas, 33%

acreditam que atingirão patamares acima de R$200 milhões, ao passo

Fatores que devem influenciar o mercado de Fios e Cabos em 2020

que, no ano passado, apenas 29% delas apostaram que alcançariam este valor, o que revela que deverá haver um pequeno incremento em 2020. Na sequência, a pesquisa constatou que 27% esperam faturar 2%

de R$3 milhões a R$10 milhões.

7%

Outros

Programas de incentivo do governo

Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos

11%

7%

33%

Até R$ 3 milhões

Acima de R$ 200 milhões

9%

Retomada da Economia

27%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

Bom momento econômico do país 7%

14%

Desaceleração da economia brasileira

Retomada do crescimento

16%

7%

7%

13%

de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Crise Política

Setor da construção civil aquecido

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

13%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

2%

5%

Falta de normalização e/ou legislação

Setor da construção civil desaquecido 16%

2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Para 16% dos entrevistados, a previsão de crescimento é

justificada por projetos de infraestrutura e pelo aquecimento do setor de construção civil (também 16%). Em seguida, foram apontados por 14% das participantes, a retomada do crescimento, e por 11% a retomada da economia.

Projetos de infraestrutura 2%

Crise internacional


66 66

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O perfil do segmento é formado pelo setor industrial (90%), setor

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Previsões de crescimento

comercial (66%), de transmissão e distribuição (62%) e residencial (52%). Principais segmentos de atuação

14% 90% 66% 62% 52%

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2020

9%

Industrial

Comercial

13%

Transmissão e distribuição

7%

Previsão de crescimento % para 2020

Crescimento médio em 2019 comparado a 2018

Previsão de contratações para 2020

Residencial

Os dados da pesquisa mostram que a venda direta ao cliente

final domina o mercado do segmento, com 86% da fatia, seguido por revendas e varejistas (72%), distribuidores e atacadistas (62%), telemarketing (31%) e Internet (14%).

Os dados da pesquisa ainda indicam que 27% do segmento

faturam entre R$3 milhões e R$10 milhões. Outros 27% afirmaram que faturam de R$20 milhões a R$50 milhões, e 20% ficaram na faixa de R$50 milhões a R$100 milhões.

Canais de vendas

86%

Venda direta ao cliente final

Faturamento bruto anual das empresas de acessórios para fios e cabos

62% Distribuidores / atacadistas 72% Revendas / varejistas 31%

13%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Telemarketing

14% Internet 24% Outros

7%

Até R$ 3 milhões

20%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

27%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

Segmento de Acessórios para Fios e Cabos prevê crescimento

7%

de até 14% em 2020

27%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

A expectativa supera a do ano passado, quando o percentual estimado foi de apenas 7%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

A previsão de crescimento do segmento de Acessórios para Fios e

Cabos em 2020 deve chegar a 14%, de acordo com as respostas obtidas pela pesquisa da revista OSE, feita com inúmeras empresas do setor. O

crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano ficará em 9%.

no ano de 2020 está ligada a fatores como projetos de infraestrutura

A razão pela qual as entrevistadas estão apostando em crescimento

Em comparação com o ano de 2018, o crescimento das empresas

(23%) e à retomada da economia (17%). Aspectos relacionados à

em 2019 foi de 13%, e novas contratações devem corresponder a

retomada do crescimento e ao bom momento econômico do País

aproximadamente 7%.

aparecem logo a seguir, empatados, correspondendo a 16%.


67

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Fatores que Devem Influenciar o Mercado de Acessórios para Fios e Cabos em 2020

4%

18%

Programas de incentivo do governo

Retomada da economia

16%

Bom momento econômico do país 16%

4%

Desaceleração da economia brasileira

Retomada do crescimento

12%

4%

Setor da construção civil aquecido

Crise Política 2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

2%

Setor da construção civil desaquecido

24%

Projetos de infraestrutura

Segundo a pesquisa do OSE, as empresas de acessórios de Fios e Cabos atendem

aos segmentos Industrial (79%); Comercial (61%), de Transmissão e Distribuição (57%) e Residencial (18%). Principais segmentos de atuação

79% 61% 57% 18%

Industrial

Comercial Transmissão e distribuição

Residencial

O canal de vendas do segmento é bastante pulverizado, distribuindo-se em: revendas e

varejistas (75%); venda direta ao cliente final (68%); distribuidores e atacadistas (68%); telemarketing (21%) e Internet (7%). Canais de vendas

68% Venda direta ao cliente final 68% Distribuidores / atacadistas 75% Revendas / varejistas 21% Telemarketing 7% Internet 25% Outros


Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

SP

Ademir Machado

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

Alubar

(91) 3754-7154

www.alubar.net

Barcarena

PA

X

X

X

X

X

X

Brasfio

(11) 3641-5886

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X

X

X

X

Cabelauto Cabos Elétricos

(35) 3629-2500

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

X

X

X

X

Cablie Condutores Elétricos

(41) 3672-6882

www.cablie.com.br

Quatro Barras

PR

X

X

Cobrecom

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

X

X

X

X

Cobremack

(11) 4156-5531

www.cobremack.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

Condumax Fios e Cabos Elét. 0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olí­mpia

SP

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X

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X

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X

X

Conduspar Cond. Elét. Ltda.

(41) 2109-6000

www.conduspar.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

Cordeiro Cabos Elétricos

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

X

X

X

CROSSFOX ELETRICA

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

D’Light

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

X

Frontec

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

X

X

X

X

Grupo Intelli

(16) 3820-1500

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

Igus

(11) 3531-4487

www.igus.com.br

Jundiaí

SP

X

Induscabos Cond. Elétricos

(11) 4634-9000

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

Kit Acessórios

(21) 2290-1588

www.kitacessorios.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

Loja Elétrica

(31) 3218-8000

www.lojaeletrica.com.br

Belo Horizonte

MG

Megabras

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

SP

NAMBEI FIOS E CABOS

(11) 5056-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

SP

X

Neocable

(11) 4891-1226

www.neocable.com.br

Bom Jesus dos Perdões

SP

X

X

Nexans Brasil

(11) 3084-1600

www.nexans.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

Obo Bettermann

(15) 3335-1386

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

X

Pan Electric

(54) 2102-3333

www.pan.com.br

Bento Gonçalves

RS

X

X

Proauto Electric

(15) 3031-7400

www.proauto-electric.com

Sorocaba

SP

X

Prysmian Group

(15) 3500-0530

br.prysmiangroup.com

Sorocaba

SP

SIL Fios e Cabos Elétricos

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

Sindal

(11) 3326-3144

www.sindal.com.br

Weidmüeller Conexel

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com

X

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BA

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SP

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São Paulo

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Diadema

SP

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X

X

X

X

X

X

Camacarí

X

X

X

www.conduscabos.ind.br

X

X

X

(11) 4452-3268

X

X

X

Conduscabos

X

X

Importa produtos acabados

Guarulhos

Exporta produtos acabados

www.acabine.com.br

Programas na área de responsabilidade social

(11) 2842-5252

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

A.Cabine Materiais Elétricos

14001 (ambiental)

UF

Internet

Transmissão e distribuição

X

Cidade

Telemarketing

Residencial

X

Site

Venda direta ao cliente final

Comercial

X

Telefone

Revendas / varejistas

Industrial

X

Distribuidores / atacadistas

Distribuidora

Fabricante

X

EMPRESA

X

Certificado ISO

Principal canal de vendas

9001 (qualidade)

Principal segmento de atuação

A empresa é

Outros

68

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Outros

Cabos para comunicações e dados Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

Outros

Cabos para cabeamento estruturado

Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)

Cabos para comunicações e dados: [Cabos ópticos]

Cabos coaxiais

Fios e cabos telefônicos metálicos

Outros

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

Cabo para ligação de equipamentos

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Cabo com isolação termofixa

Cabo com isolação termoplástica

Fios e cabos Nus

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

69

Cabos para média tensão

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Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

X

X

X

X

Comercial

X

São José dos Pinhais

PR

X

X

X

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

X

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

X

X

Grupo Intelli

(16) 3820-1500

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

Hellermanntyton

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

X

Ideal Industries

(11) 4314-9930

www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

Incesa

(17) 3279-2612

www.incesa.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

Indel Bauru

(14) 3281-7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

X

X

Link Of Americas

(21) 2585-3530

www.linkofamericas.com

Araquari

SC

X

Loja Elétrica

(31) 3218-8000

www.lojaeletrica.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Magnet

(11) 4176-7877

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

Megabras

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

OBO Bettermann

(15) 3335-1386

www.obo.com.br

PLP

(11) 4448-8000

PLP

Guarulhos

SP

Copperthree Ind. Cabos Elétricos

(11) 2293-1808

www.copperthree.com.br

Curitiba

PR

D’Light

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

Elos

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

Fastweld

(11) 2425-7180

Frontec

Residencial

Industrial

X

www.acabine.com.br

Fabricante

X

(11) 2842-5252

X X

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SP

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Sorocaba

SP

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www.plp.com.br

Cajamar

SP

X

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X

X

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

X

X

X

X

X

Proauto Electric

(15) 3031-7400

www.proauto-electric.com

Sorocaba

SP

X

X

X

Prysmian Group

(15) 3500-0530

br.prysmiangroup.com

Sorocaba

SP

X

X

X

X

Reimold

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

Caieiras

X

X

X

X

Sindal

(11) 3326-3144

www.sindal.com.br

X

X

X

Sob schurter Brasil

(11) 5090-0030

Sulminas FC

X

X

X

X

X

SP

X

X

X

São Paulo

SP

X

X

www.sob-brasil.com

sao paulo

SP

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

Sulminas FC

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

TE Connectivity

(11) 2103-6000

www.te.com

Sao Paulo

SP

X

X

X

Techno do Brasil

(41) 98717-7000

www.technodobrasil.com.br

Curitiba

PR

X

X

Termotécnica Para-Raios

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

Weidmüeller Conexel

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com

Diadema

SP

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Programas na área de responsabilidade social

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A.Cabine Materiais Elétricos

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

SP

UF

14001 (ambiental)

X

X

Cidade

Outros

Venda direta ao cliente final

X

X

Site

Internet

Revendas / varejistas

X

X

Telefone

Distribuidores / atacadistas

X

Transmissão e distribuição

X

X

EMPRESA

Certificado ISO

Principal canal de vendas

9001 (qualidade)

Principal segmento de atuação

Distribuidora

A empresa é

Telemarketing

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Importa produtos acabados Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes Oferece treinamento técnico para os clientes Conectores

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Outros

Nenhum dos produtos acima

Emendas

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Terminações

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Fitas Isolantes

BAIXA TENSÃO Ferramentas para aplicação de conectores

Conectores

Outros

Materiais para identificação de cabos

Materiais para amarração de cabos

Fitas Isolantes (Autofusão)

Fitas Isolantes (Plástica)

Ferramentas para aplicação de conectores

Exporta produtos acabados

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

71

MÉDIA TENSÃO

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72

Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Por J. F. Araujo, L. M. Silva, L. B. Oliveira, M. Z. Fortes, B. S. M. C. Borba, A.C. Colombini*

Projeção da atualização tecnológica do parque de iluminação pública no Brasil

Devido aos avanços tecnológicos e ao simultâneo crescimento

avaliando as tecnologias que estão surgindo.

da sociedade, o uso da iluminação artificial tem crescido no mundo.

Este fato influencia significativamente na produção de eletricidade, que

para aplicabilidade em IP, pois além de propiciar uma iluminação de

para atender a demanda de iluminação artificial, dispõe de 20% da

qualidade, estas devem ser eficientes na conversão de energia elétrica

produção total no mundo [1]. O crescente consumo de energia para

em luz, e ter uma vida útil longa, e assim minimizar gastos com a

atender tal demanda, atinge 1.900 milhões de toneladas de emissões

manutenção deste sistema. Tradicionalmente a IP utiliza lâmpadas de

de CO2 ao ano, valor que equipara-se com o setor automobilístico e

descarga em alta pressão, sendo a vapor de sódio em alta pressão

aéreo [2].

(VSAP) a mais empregada nos municípios, cerca de 63% dos pontos

de iluminação existentes no Brasil [6].

Aproximadamente 2,3% da iluminação artificial é destinada a

É notória a preocupação com as novas soluções tecnológicas

iluminação externa, que pode ser considerada em sua maioria como

Apesar do uso massivo da tecnologia VSAP em vias públicas, o uso

iluminação pública (IP), e são responsáveis por cerca 60% do consumo

da tecnologia LED tem crescido em todo o mundo. Pode-se citar como

municipal de eletricidade num país desenvolvido [3]. Pode-se dizer que

exemplo os projetos de iluminação inteligente já implementados nos

a IP tornou-se indispensável para qualidade de vida da sociedade,

EUA, França e no Brasil, onde esta tecnologia pode possuir controle

principalmente nos centros urbanos, uma vez que contribui para

remoto, permitindo variar a intensidade de iluminação pelo tempo ou

a segurança do cidadão, inibe a criminalidade, estimula o turismo e

pelo sensor de movimento, reduzindo o consumo de energia e também

comércio, proporciona o lazer noturno aos habitantes, além de decorar

fornecendo informações em tempo real [7,8].

o centro urbano tornando visível as paisagens, prédios, monumentos

históricos e entre outros no período noturno. Além disso, a IP opera na

no parque de IP brasileiro, pode, além de melhorar a qualidade da

segurança do tráfego orientando percursos a serem utilizados pelos

iluminação, também contribuir com ações de eficiência energética.

motoristas [4].

Neste âmbito, diversas ações estão sendo implementadas no país,

Deste modo, pode-se dizer que a inserção da tecnologia LED

No ano de 2008, estudos realizados pela Eletrobras, evidenciaram

reduzindo os custos de energia com a IP dentro dos municípios. Além

que a iluminação pública equivale a aproximadamente 3,96% do

disso, a tecnologia LED possui maior vida útil quando comparada

montante de energia elétrica consumida no país, correspondente a

com as outras tecnologias, sendo facilmente integradas a sistemas de

10.624GWh/ano. Este número ressalta a importância e a necessidade

controle remoto facilitando sua operação e manutenção, e promovendo

de investigar o quanto pode-se economizar neste segmento, visto que

assim uma redução de custos de manutenção e gestão da IP[7].

a IP é potencialmente somada ao consumo total de energia elétrica

utilizada pelo país [5]. Mediante a este cenário de crescimento, é

uma considerável economia de energia no país a partir da inserção

necessário o estudo mais detalhado do real impacto da iluminação

da tecnologia vapor de sódio. Todavia, segundo diversos estudos,

pública no consumo energético brasileiro em uma perspectiva futura,

a LED tem ganhando notoriedade no que diz respeito à redução de

Sabe-se que as ações do PROCEL RELUZ proporcionaram


7373

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

consumo de energia e ao conforto visual, devido ao alcance do seu

do projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das

fluxo luminoso, temperatura de cor, vida útil e fácil manutenção.

instalações de iluminação pública são de responsabilidade do poder

público municipal ou distrital, ou ainda de quem tenha recebido deste

Este artigo tem como proposta, apresentar uma projeção do

impacto da troca das lâmpadas e luminárias atuais pelas fabricadas

a delegação para prestar tais serviços [11,12].

com tecnologia LED. Para tanto, foi considerado um cenário de

2018 a 2028 tendo como base o consumo nacional (MWh/ano) e o

RELUZ em 2012, atualmente existe cerca de 15 milhões de pontos

quantitativo de equipamentos utilizado no atual parque de IP.

de IP em todo o Brasil [13]. Todavia, em conformidade com dados

De acordo com os últimos dados compilados pelo PROCEL

levantados por diversos estudos, estima-se que o mercado de IP no

I - METODOLOGIA

Brasil compreenda em torno de 18 milhões de pontos de luz, com

O trabalho foi dividido em três etapas. A primeira etapa refere-se

um alcance de 95,5% ao redor dos domicílios. Atualmente o parque

à contextualização do histórico de iluminação pública no Brasil,

luminotécnico existente no Brasil, é constituído essencialmente por

destacando como a política governamental atual tem buscado a

lâmpadas a vapor de sódio, lâmpadas a vapor de mercúrio, e os

eficientização do parque de iluminação pública. Ainda nesse tópico,

LEDs, ainda não expressivos [14].

será evidenciada a regulamentação brasileira, destacando o papel

das prefeituras e governos frente às concessionárias de energia

sódio e mercúrio que foram introduzidas ainda na década de 1960

elétrica. Vale ressaltar que para esta avaliação inicial, será utilizada a

[15]. Contudo, é sabido que estas lâmpadas configuram significativos

quantificação média dos pontos de iluminação pública existentes em

custos de manutenção, além do difícil descarte.

todo o território nacional.

Na segunda etapa, são apresentados os índices essenciais para

iluminação tem obtido soluções energeticamente mais eficientes,

qualificar uma determinada tecnologia, apresentando, por meio de uma

como a utilização das luminárias LEDs também para o setor de IP.

comparação entre as tecnologias que atualmente compõem o parque

Pode-se dizer que as luminárias LEDs consomem 50% de energia

de IP do Brasil, aquelas que mais se destacam em cada uma das

quando comparadas às luminárias convencionais. Esta economia é

características analisadas. Neste mesmo estágio, será considerada

significativamente expressiva, uma vez que proporciona a redução

a norma regulamentadora NBR 5101:2012 [9] a fim de apontar os

das faturas de energia, e consequentemente o custo com a geração,

requisitos mínimos para atender a IP de maneira eficiente e segura, e

transmissão e distribuição de energia elétrica [12].

ainda descrever o papel das certificações hoje existentes para a IP de

LED indicadas pelo Inmetro e pelo Selo Procel.

2012, o quantitativo de pontos de IP correspondeu a aproximadamente

a 15 milhões de unidades. A Tabela I apresenta estes dados [13].

No terceiro e último cenário, é apresentada a projeção do consumo

O parque de IP brasileiro é composto por lâmpadas de vapor de

Em virtude do crescente avanço tecnológico, o mercado de

Diante dos dados obtidos pelo PROCEL RELUZ até o ano de

nacional em MWh do parque de IP no Brasil para o ano de 2017. Nesse sentido, uma tendência para a atualização do parque de IP com tecnologia LED no período compreendido entre 2018 e 2028 é realizada. Estas projeções e tendências foram obtidas a partir dos dados

Tabela I – Quantidade de Pontos de IP por tipo de tecnologia até o ano 2016 pelo procel reluz.

regionais de consumo (MWh) retirados do estudo [10], apresentado

Tipo de lâmpada

Quantidade

Participação

pela revista REGET/UFSM, que utilizou informações da base de dados

Vapor de Sódio

9.294,611

62,9%

da Aneel. A projeção do consumo foi realizada a partir da equação da

Vapor de Mercúrio

4.703,012

31,8%

reta, obtida por uma tendência linear construída em planilhas utilizando

Mistas

328.427

2,2%

como ferramenta o software Microsoft Excel®. Este trabalho mostra

Incandescentes

210,417

1,4%

uma projeção do cenário no ano de 2028, considerando a ocorrência

Fluorescentes

119.535

0,8%

Multi-Vapor Metálico

108.173

0,7%

Como resultado, o trabalho apresenta a projeção do crescimento do

Outras

5.134

0,03%

parque de IP, e da redução da energia consumida após a substituição

TOTAL

da atualização tecnológica.

14.769,309

de todo este parque no período sob estudo. Para demonstrar a atualização do parque de IP pela tecnologia LED, foi admitida uma taxa de redução ao ano a partir do montante de pontos de IP atualmente

existentes, entretanto, em confronto a esta projeção, e com base nas

das ações do PROCEL RELUZ, além de proporcionar a redução do

estimativas de mercado, também foi considerado a taxa de crescimento

consumo de energia, participa da mitigação dos impactos ambientais.

dessa tecnologia.

O programa PROCEL RELUZ em 2016 propiciou uma economia de

É sabido, que a eficientização do parque luminotécnico proveniente

energia correspondente a 15,15 bilhões de kWh que refletem num

II - CENÁRIO BRASILEIRO

De acordo com o Art. 21 da Seção X da Resolução nº 414/2010

da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) [11], a elaboração

CO2 equivalente evitado de 1,238 milhão (tCO2), proporcional às emissões de aproximadamente 425 mil veículos em um ano [16]. A Tabela II apresenta um resumo destes dados.


74

Destaque Prêmio OSE

Tabela II – Principais resultados energéticos das ações do procel em 2016 [6].

Resultado

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

extintos do mercado até 2020.

A segunda certificação existente é do PROCEL, chamada de

Total

Procel Selo. Publicada em outubro de 2017 pelo PROCEL, aborda

Energia economizada (bilhões de kWh)

15,15

os critérios para certificação de lâmpadas LED pelo Selo Procel de

Usina equivalente (MW)

3,634

Eficiência Energética [19].

Emissão de CO2 equivalente (milhão tCO2e)

1,238

Em março de 2017, foi aprovado investimento de aproximadamente

R$17,5 milhões de recursos não reembolsáveis na Chamada Pública

III - COMPARAÇÃO E QUALIFICAÇÕES DAS TECNOLOGIAS

Pode-se afirmar que os índices utilizados para qualificar uma dada

tecnologia de luminária são, entre outros, a temperatura de cor, o índice de reprodução de cor, a eficiência luminosa e a vida mediana. Isso porque tais dados auxiliam na escolha do produto além de influenciarem no conforto visual do usuário e no custo gerado pela instalação. A TABELA III apresenta os dados das diversas tecnologias atualmente existentes no parque de IP, tendo em vista as características técnicas avaliadas.

Vapor de

foi de R$30 milhões de recursos não reembolsáveis pelo Comitê Gestor de Eficiência Energética (CGEE) [20]. Essa chamada pública tem por objetivo incentivar as prefeituras a apresentarem propostas de projetos para a modernização dos seus parques de iluminação pública, utilizando a tecnologia LED [16].

Tal modernização é baseada no conceito de aumentar a eficiência

energética, garantindo os níveis de iluminâncias nas vias, e respeitando os outros índices estabelecidos pelas normas técnicas brasileiras de iluminação pública. Igualmente, todos os projetos realizados englobam

Tabela III – Comparativos entre tecnologias.

Tecnologia

do Procel Reluz 2017. Em dezembro de 2018, o investimento aprovado

a modernização dos sistemas de iluminação pública em todos os seus

Temperatura

IRC

Eficiência

Vida

de cor (K)

(%)

luminosa

mediana

(lm/W)

(horas)

aspectos técnicos e equipamentos que os compõem, como lâmpadas e pequenos acessórios de fixação [16].

3000-4000

40-55

45-58

9000-15000

IV - PROJEÇÃO DOS CENÁRIOS

2000

22

80-150

18000-32000

A - Projeção do Consumo Nacional para a IP

mercúrio Vapor de sódio Vapor

3000-6000

65-85

65-90

8000-12000

metálico LED

4000

80-90

80-110

60000

Sabe-se que a ABNT NBR 5101:2012[9] determina os requisitos

considerados como mínimos para a iluminação de vias públicas, e que tem como principal função aumentar a segurança dos tráfegos de pedestres e veículos.

Um dos fatores importantes para a iluminação em vias, é a

distribuição apropriada das intensidades luminosas. A norma diz que as intensidades emitidas pelas luminárias são controladas direcionalmente e distribuídas de acordo com a necessidade para visibilidade do ambiente [9].

regionais do consumo de IP, retirados de um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Maria [10] oriundos da Aneel no

*Tabela Adaptada [17].

A projeção realizada neste estudo, foi obtida a partir dos dados

Com o propósito de assegurar a eficiência energética e a qualidade

da eficiência luminosa da tecnologia LED, existem duas certificações

período de 2010 a 2013. Foi realizada uma curva tendência para cada região (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), onde se projetou o consumo em MWh para o ano de 2017. É importante ressaltar que em 2014 houve uma queda no consumo de energia devido altas cargas tributárias, as oscilações de câmbio, custo do capital, copa do mundo, desempenho econômico, entre outros. Tal comportamento, que culminou com a recente crise brasileira, pode ser observado na curva da Figura 1 [21].

A partir da soma das projeções regionais, foi possível obter o

consumo nacional de IP até o ano de 2017. Assim, foi realizado o estudo proposto com as projeções de 2018 a 2028. Na Tabela IV Tabela IV – Consumo nacional de IP projetado para o ano de 2017.

Período

Ano (Período "X")

Consumo Nacional (MWh)

brasileiras indispensáveis para os LEDs destinados a IP.

1

2010

12.124.284,58

A primeira certificação é a Portaria 20 de fevereiro de 2017 [18].

2

2011

12.675.700,33

Ela determina a certificação compulsória de luminárias públicas que

3

2012

13.033.222,64

utilizam LED e lâmpadas de descarga. Esta certificação tem como

4

2013

13.622.594,38

objetivo obter produtos com o máximo de eficiência energética e

5

2014

13.002.357,00

que apresentem segurança aos usuários, mitigando as diferenças de

6

2015

13.487.602,00

qualidade dos produtos entregues no comércio. Assim, os produtos

7

2016

13.972.847,00

que não atenderem o nível mínimo de qualidade requerida serão

8

2017

14.458.092,00


7575

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Tabela VI – Projeção da Substituição do Parque de IP das Tecnologias Existentes por LED (mwh/ano) – CRESCIMENTO.

Ano

Lâmpada Lâmpada Lâmpada VSeq

VM

LED

Crescim.

Total

de LEDs ao ano 0

14.769.309

2019 9.059.667 4.232.711 1.476.931

129.970

14.899.279

2020 8.053.038 3.762.410 3.083.832

282.815

15.182.093

2021 7.046.408 3.292.108 4.843.577

451.122

15.633.216

2022 6.039.778 2.821.807 6.771.631

635.602

16.268.818

2023 5.033.149 2.351.506 8.884.164

837.739

17.106.558

2018 10.066.297 4.703.012

Figura 1 – Gráfico da Projeção do Consumo Nacional em MWh para o ano de 2017.

apresentam-se os dados e na Figura 1 o gráfico referente à projeção do consumo de IP para o ano de 2017.

2024 4.026.519 1.881.205 11.198.834 1.059.218 18.165.776 2025 3.019.889 1.410.904 13.734.983 1.301.890 19.467.666 2026 2.013.259

940.602 16.513.804 1.567.781 21.035.447

2027 1.006.630

470.301 19.558.516 1.859.114 22.894.561

2028

0

0

22.894.561 2.178.323 25.072.884

Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)

B - Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)

0

41%

Para realizar a projeção do crescimento do parque de iluminação

pública no cenário de 2018 a 2028, compreendendo a substituição das tecnologias de iluminação existentes pela tecnologia LED, foi admitida uma taxa de redução de 10% ao ano a partir do montante de pontos de IP atualmente existentes. A quantidade atual total de pontos de IP por tipo de tecnologia está apresentada na Tabela I. Para a elaboração deste estudo, todos os percentuais menores do que 3% de determinada tecnologia de IP foram incorporados na tecnologia vapor de sódio, uma vez que esta compreende maior impacto no parque quando comparada às demais, aproximadamente 70% do parque luminotécnico. Além disso, para o cálculo de equivalência foi admitido uma potência de 250W para cada luminária de vapor de sódio. Para a tecnologia vapor de mercúrio, que compreende cerca de 30% deste mesmo parque, foi admitida uma potência de 500W para cada luminária. A Tabela V evidencia está equivalência de acordo com os dados

Figura 2 – Gráfico da projeção da atualização do parque de IP com a inserção tecnologia LED.

oriundos da Tabela I.

Objetivando tornar esta projeção mais exata, foi utilizada uma taxa

de crescimento anual de 8,8% prevista para a tecnologia LED [22].

Na Tabela VI e Figura 2 pode-se verificar o comportamento deste

crescimento no período de 2018 a 2028, onde as tecnologias vapor de sódio e vapor de mercúrio reduzem ao longo dos anos, enquanto tecnologia LED cresce até atingir o ano de 2028, momento em que todo o parque de iluminação é atualizado pela tecnologia de iluminação mais eficiente. Tabela V – Quantidade de Pontos de ip no brasil pelo procel reluz.

Tecnologia

Quantidade de Pontos

Equivalência

de IP no Brasil

para LED

VSeq*

68,16%

10.066.297,00

250W para 70W

VM**

31,84%

4.703.012,00

500W para 100W

*VSeq- Vapor de Sódio Equivalente **VM- Vapor de Mercúrio

Pode-se concluir diante da projeção realizada, que o crescimento

do parque de IP de 2018 a 2028 corresponde a um percentual de 41%. C - Redução da energia consumida após a substituição de todo o Parque de IP de 2018 a 2028 (%)

Realizou-se também a projeção da redução do consumo de

energia em MWh/ano com a inserção da tecnologia LED, onde foi possível verificar que a redução da energia consumida após a substituição de todo o Parque de IP de 2018 a 2028 por essa tecnologia. Concluiu-se que esta redução, corresponde a um percentual de 61%. A Tabela VII e Figura 3 apresentam os resultados obtidos para o período de 2018 a 2028.


76

Destaque Prêmio OSE

Tabela VII – Projeção da Substituição do Parque de IP das Tecnologias Existentes por LED (mwh/ano) - REDUÇÃO.

Ano

Lâmpada Lâmpada Lâm. LED VSeq

VM

Crescim.

Total

participação das prefeituras e governos estaduais.

O PROCEL RELUZ utiliza em seu programa, recursos oriundos

da Reserva Global de Reversão (RGR), todavia estes não são suficientes para que o cenário visualizado neste trabalho seja atendido.

oriundas da de LEDs troca

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

É importante ressaltar que no ano de 2012 essa reserva foi esgotada.

ao ano

2018 9.854.181 4.603.911

0

0

14.458.092

Desta maneira identifica-se a necessidade de viabilizar recursos para

2019 8.868.763 4.143.520

514.625

45.287

13.572.194

que o PROCEL RELUZ se adeque a realidade tecnológica e mais

2020 7.883.345 3.683.129 1.029.249

94.559

12.690.282

eficiente de utilização de luminárias LED em vias públicas.

2021 6.897.927 3.222.738 1.543.874

144.182

11.808.720

2022 5.912.509 2.762.346 2.058.498

193.836

10.927.189

tecnologia LED ao longo de 10 anos no parque de IP brasileiro.

2023 4.927.091 2.301.955 2.573.123

243.492

10.045.661

Assim, espera-se que, com o incentivo do governo, as concessionárias

A proposta realizada neste estudo contempla a inserção da

2024 3.941.673 1.841.564 3.087.748

293.149

9.164.133

de energia possam realizar a troca das luminárias existentes e obter

2025 2.956.254 1.381.173 3.602.372

342.806

8.282.606

uma redução de consumo de aproximadamente 61%, conforme

920.782

4.116.997

392.463

7.401.078

apresentado neste estudo.

2027

985.418

460.391

4.631.621

442.119

6.519.550

2028

0

0

5.146.246

491.776

5.638.022

taxas de IP pública aplicadas às faturas de energia atuais, além de

61%

contribuir para a economia de energia elétrica do sistema elétrico e

2026 1.970.836

Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)

Vale ressaltar que tal política, se implementada, poderia reduzir as

redução da emissão do CO2 no planeta.

REFERÊNCIAS

Figura 3 – Gráfico da Projeção da Redução do Consumo (MWh/ano) na IP com a inserção da tecnologia LED.

V - CONCLUSÃO

Neste estudo foram realizadas previsões a partir de cenários

que servem de embasamento para políticas energéticas. Para tanto, investigou-se como é realizada a gestão da eficiência energética para a iluminação pública no Brasil e a eficientização do parque luminotécnico nacional atual. Propôs-se a completa substituição dos pontos de IP atualmente existentes pela tecnologia LED por ser a que comprovadamente apresenta a melhor eficiência energética e a de menor agressão ao meio ambiente.

A partir das pesquisas realizadas, foi possível verificar que

existem políticas e programas de eficientização do parque luminotécnico nacional, sendo a mais expressiva a política implementada pela Eletrobrás por meio do programa PROCEL RELUZ. A implementação deste programa, que conta com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME), é de competência das concessionárias de energia elétrica contando também com a

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O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

77

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Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Por Normando V. B. Alves*

Assuntos não contemplados na NBR 5419/2015

Apesar de a norma NBR 5419 de 2005

Bom, quer dizer que somente essas

ter pulado de 42 páginas para quase 400

edificações são excluídas da norma? Não.

em 2015, isso não garante que o assunto de

Podem existir muitas outras situações novas

PDA tenha sido esgotado; pelo contrário,

ou que venham a existir devido até à aplicação

a cada cinco anos, aproximadamente, as

de novas tecnologias e que fatalmente não

normas deverão ser revisadas e corrigidos

estejam tacitamente explicitadas na norma.

eventuais erros ou incorporadas novas

Um exemplo recentemente que me deparei

práticas

é com a proteção de edificações construídas

de

engenharia

reconhecidas

internacionalmente.

debaixo do solo (exploração subterrânea

de minérios), que eu nunca imaginei que

Gostaria de lembrar uma frase: “Toda

solução gera um novo problema”, e isso na

existissem tais edificações.

engenharia é muito comum. Você resolve

um problema e logo em seguida aparecem

novas situações aparecerem, o projetista que

dois ou três advindos da solução do

entendeu a essência da PDA tem na norma

primeiro.

as ferramentas necessárias para aplicar em

Por vezes, sou questionado por alunos

qualquer situação, mesmo àquelas que não

dos cursos sobre a abrangência desta

estão explícitas na norma. O uso específico

norma. É extremamente difícil estabelecer

de determinas situações podem também ser

os limites da proteção para edificações

obtidas em outras normas, tal como a BSI,

especiais, estratégicas, perigosas etc. É

IEC, NFPA, IEEE etc.

impossível estabelecer o tipo de edificação

que deverá ser protegida ou excluída da

se limitando a apenas estas:

O que eu quero deixar claro é que se

Algumas dessa situações podem ser, não

norma, porém, existem algumas diretrizes básicas que a norma estabelece na parte 1,

- Aterramento de cercas

transcrita abaixo:

- Proteção em áreas classificadas


79

Apoio

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

implantação do empreendimento, deverá usar a abordagem que mencionei acima usando os dados da área total e, neste caso, sugerir que todos os prédios sejam protegidos pelo nível de proteção IV, a menos que dê um nível mais restritivo. Outras

situações

esporádicas

são

o

trabalho em áreas abertas. O procedimento conforme estabelecido na NBR 16785 é a instalação de um aviso de tempestades e a retirada das pessoas das áreas abertas. Porém, existem outras situações onde a parada pode trazer prejuízos muito grandes e onde a retirada das pessoas dessas áreas pode ser muito demorada. Neste caso, é possível reduzir o número de pessoas expostas ao mínimo possível, determinar os locais menos perigosos (zonas), determinar caminhos mais seguros ou criar proteções provisórias e temporárias para que essas pessoas possam - Proteção de edificações subterrâneas

do Gerenciamento de risco. Muitas vezes, as

se abrigar em locais seguros sem que sejam

- Proteção de árvores

informações necessárias para se fazer uma

deslocadas do local de trabalho.

- Proteção de embarcações

boa avaliação de risco e determinar uma boa

- Proteção Off Shore

solução técnica, passam pelas informações

serviço é temporário ou definitivo, pois as

- Proteção de indústrias estratégicas

que o cliente deveria nos fornecer, mas nem

medidas e os custos poderão variar em função

- Proteção de Edificações Nucleares

sempre ele tem ou pode transmiti-las. Uma

do tipo de serviço.

- Etc.

possibilidade é usar as informações mais

Certa

restritivas a favor da segurança, para depois ir

proteger uma base de lançamento de

Pelo fato da norma NBR 5419/2015

refinando o GR.

foguetes espaciais. Usamos as ferramentas da

ser uma norma de aplicação de critérios de

Outra situação com a qual me deparei

norma e conseguimos apresentar uma solução

engenharia e não uma norma de produto, ela,

foi o caso da implantação de um condomínio

exequível. Anos depois, em um seminário

no sentido de ajudar o projetista, referencia

de 60 prédios idênticos. Ao fazer o GR de

internacional,

algumas outras normas que podem ajudá-lo

um prédio, reparei que este deu como não

idêntico ao nosso. A solução apresentada foi

a entender melhor o fenômeno ou a tomar

sendo necessária a proteção, porém, fazendo

muito parecida com a nossa, o que me deixou

decisões técnicas específicas. Veja trecho da

uma análise mais crítica, notei que a área de

feliz, pois validou o nosso conhecimento sobre

norma na figura acima.

implantação desses prédios estava dando em

PDA, mesmo não havendo norma brasileira

torno de meio quilometro quadrado.

sobre esse assunto.

Resumindo, novas situações que não

E eu ainda complementaria com mais

algumas, tais como:

A densidade de descargas nessa região

É também interessante analisar se esse

vez,

fomos

foi

contratados

apresentado

um

para

case

estava dando oito raios/ano/km2, o que

estejam

NBR6524 – Fabricação de cabos e fios de

equivale dizer que, estatisticamente falando,

norma NBR 5419 poderão ser obtidas em

cobre

nessa área de ½ km2, cairão aproximadamente

outras normas complementares, experiência

NBR7117 – Prospecção do solo e estratificação

quatro raios por ano. A grande pergunta é a

acumulada ou buscando novas fontes de

do solo em camadas

seguinte: quais serão os quatro possíveis

informação. Muitas vezes, quando você

NBR 15749 – Métodos para Medição de

prédios que a cada ano, possivelmente, serão

precisa

resistência de aterramento

atingidos?

talvez o melhor caminho seja comprar esse

NBR16785 – Sistemas de alerta e proteção em

A

abordar

conhecimento de quem sabe, através da

áreas abertas.

este problema seria a seguinte: se você

contratação de uma consultoria direcionada,

Muitas vezes, o feeling e a experiência

for demandado para avaliar um prédio

e com isso, aumentar a sua experiência e

acumuladas e associações com outros casos

especificamente (depois de habitado), então,

aprendizado sobre determinado assunto.

parecidos ocorridos no passado podem ser

deverá fazer o GR com os dados somente

excelentes ferramentas de auxílio. Um caso

dessa edificação.

que ocorreu comigo mais de uma vez é o

Se você for abordado na época da

minha

sugestão

para

contempladas

de

uma

explicitamente

informação

na

específica,

*Normando V. B. Alves é engenheiro e diretor de Engenharia da Termotécnica Ind. Com. Ltda.


80

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Por João Paulo dos Reis e Benedito Donizeti Bonatto*

Incentivos econômico-regulatórios para melhores indicadores de qualidade de energia DEC e FEC: uma análise a partir de dados reais brasileiros Como

da

O objetivo deste trabalho, portanto,

aplicação da componente Q do Fator X

analisar

a

efetividade

foi analisar a efetividade da aplicação da

como ferramenta de incentivo econômico

componente Q do Fator X como ferramenta

à melhoria da qualidade técnica do serviço

de incentivo econômico à melhoria da

público de distribuição de energia elétrica?

qualidade técnica do serviço público de

Um artigo técnico [1] apresentado na

distribuição de energia elétrica [3]. Sabe-se

CBQEE 2019 – XIII Conferência Brasileira

que o Fator X é mecanismo que compartilha

sobre a Qualidade da Energia Elétrica,

ganhos da distribuidora (devido ao aumento

realizado no Instituto Mauá de Tecnologia,

de escala) com o consumidor; é ferramenta de

em São Caetano do Sul (SP), de 01 a 04

incentivo à melhoria da qualidade de energia

de setembro de 2019, teve isto como

e qualidade do serviço comercial; é ferramenta

objetivo. A relevância do Fator X [2] é que

de incentivo à redução de custos. Por sua vez,

ele impacta no ajuste anual da tarifa de

de forma sintética, o Fator X engloba o Fator

energia elétrica e, portanto, impacta na

Pd (compartilhamento com o consumidor dos

receita da concessionária de distribuição.

ganhos de escala da distribuidora, ou seja,

De forma sintética, a Figura 1 ilustra o tema

aumento do consumo em função do aumento

em questão:

do número de consumidores), o Fator Q

Figura 1 – Ilustração do impacto do Fator X na tarifa de energia elétrica e Receita da Concessionária [1].


81

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

(ferramenta de Incentivo à Melhoria da Qualidade da Energia e Qualidade do Serviço Prestado) e o Fator T (ajusta anualmente os Custos Operacionais impondo uma Trajetória Eficiente de Custo).

As seguintes premissas foram adotadas

neste estudo: 1

Foram

analisados

dados

de

33

distribuidoras de grande porte do Brasil – representando, 97,41% do mercado nacional

Figura 2 – Variação da Receita (Parcela B) em função da aplicação do Fator Q no período de 2015 a 2017 (3 anos) [1].

de venda de energia elétrica (MWh) e 97,15%

de forma justa a melhoria na qualidade. Ao

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2011.

do número de consumidores atendidos;

contrário, parece que o órgão regulador

[3] Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica

2 – O período de análise compreendido foi de

desconsidera, ou considera muito pouco,

2015 a 2017 (três anos);

padrões de qualidade já alcançados e

3 – Verificaram-se dois itens: (i) se a

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2018.

parece reconhecer apenas as empresas que

[4] Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET.

distribuidora atendeu os parâmetros mínimos

apresentaram melhoras em seu desempenho

de DEC e FEC exigidos pela Agência Nacional

ano a ano – ainda que estas estejam fora do

de Energia Elétrica (Aneel) e (ii) se esses

padrão mínimo exigido pela própria Agência

*João Paulo dos Reis é mestrando em Engenharia

indicadores foram melhorados de um ano

para a qualidade dos serviços prestados ao

Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei),

para outro;

consumidor, o que pode resultar em um ciclo

4 – A análise foi conduzida exclusivamente

vicioso e não virtuoso. Isto é, entende-se que

no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST. Módulo 8: Qualidade da Energia Elétrica, V.10. Brasília: Agência

Submódulo 2.5: Fator X, V. 1.0. Brasília:

Agência

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2018.

pós-graduado em Finanças (MBA) pelo IBMEC (2017) e graduado em Engenharia de Produção pela Faculdade Pitágoras Minas Gerais (2015).

a partir do uso do Fator Q real sobre o valor

a Aneel penaliza empresas que já alcançaram

Possui também graduação em Gestão Financeira

de uma Parcela B fictícia que foi definida,

certo nível de qualidade e incentiva empresas

pela Fatec (2009) e especialização em Gestão de

de forma arbitrária, no valor de R$1.000,00

que, apesar de apresentarem padrões de

(um mil Reais) – idêntica para todas as

melhoria nos indicadores, ainda estão aquém

distribuidoras em análise e com aplicação

do padrão mínimo exigido pela própria

concessionária de distribuição de energia elétrica

exclusiva para este trabalho;

Agência para a qualidade da energia elétrica

DME Distribuição S/A – DMED. Tem interesse nas

5 – Definiu-se também que, para o período em análise, não houve variação de inflação; 6 – Por fim, assumiu-se que o Fator X do

fornecida [3]. Entende-se, portanto, que há oportunidades de melhorias a serem buscadas em conjunto pelos agentes do mercado

período de análise foi apenas o Fator Q dos

elétrico brasileiro.

indicadores DEC e FEC.

O autor agradece o apoio financeiro

Negócios pela Faculdade Pitágoras Minas Gerais (2011). Trabalha com Regulação EconômicoFinanceira (especificamente na área de Tarifas) na

áreas de Regulação Econômico-Financeira do Setor Elétrico e de Comercialização de Energia Elétrica. No mestrado, pesquisa modelos de negócios para o setor de Distribuição de Energia relacionados às novas tecnologias de Micro e Minigeração Distribuída. *Benedito Donizeti Bonatto é graduado em engenharia

em parte da CAPES (Coordenação de

elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (1991),

Dentre várias análises realizadas no traba­

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –

Mestre pela Unicamp (1995), e Ph.D. in Electrical and

lho, ilustra-se na Figura 2 a variação da Receita

Brasil - Código Financeiro 001, CNPq – Conselho

(Parcela B) em função da aplicação do Fator Q

Nacional de Desenvolvimento Científico e

no período de 2015 a 2017 (três anos) para os

Tecnológico – INERGE e FAPEMIG). Também

Paulo, Brasil (2005). Possui experiência profissional

códigos de distribuidoras de energia elétrica

expressa gratidão pelo apoio educacional da

com diversos trabalhos técnicos em indústrias, de

definidos pelo órgão regulador (ver figura 2).

Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

Dentre as principais conclusões do trabalho, em que pese todo o esforço promovido

pela

Aneel

para

prover

a

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Computer Engineering pela The University of British Columbia, Canadá (2001). Possui especialização em Administração pela Fundação Getúlio Vargas, São

engenharia, de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no setor elétrico e atuações gerenciais em concessionária de eletricidade (Elektro). Atualmente, é presidente da Sociedade Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica

[1] J. P. Reis, B. D. Bonatto, “Regulatory-Economic

e Professor Associado I na Unifei, atuando no Grupo

Incentives for Better SAIDI and SAIFI Power Quality

de Estudos da Qualidade da Energia Elétrica (GQEE).

Indicators: An Analysis from Brazilian Real Data”, CBQEE

Suas áreas de interesse incluem redes elétricas

2019 – Brazilian Power Quality Conference, São Caetano

inteligentes, qualidade da energia elétrica, transitórios

do Sul-SP, Sept. 01-04, 2019.

eletromagnéticos, regulação e modelagem econômica

a análise do caso concreto permite inferir que

[2] Nota Técnica ANEEL nº. 93/2011 – SRE/ANEEL.

do mercado elétrico, segurança no trabalho e educação

o Regulador parece não estar incentivando

Metodologia de Cálculo do Fator X. Brasília: Agência

em engenharia.

metodologia mais adequada de incentivos econômicos à melhoria contínua da qualidade de energia para o segmento de distribuição,


Proteção contra raios

Apoio

82

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Avaliação de riscos devidos à incidência de raios em áreas abertas – Parte 04/04 Por Professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco

Figura 5: Configuração de captores para eliminar a incidência de raios na arquibancada.

Avaliação de uma configuração de captores para redução do nível de risco

incidência direta sobre a arquibancada, é recomendável que, em paralelo com o dimensionamento estrutural, seja levado em

A figura 5 mostra uma das configurações

conta o espaçamento mínimo entre captores

possíveis de captores que praticamente

e torcedores, de modo a evitar a ocorrência

elimina a incidência de raios na arquibancada.

de descargas secundárias: é possível que

A

solução

tais estudos resultem na necessidade de

dependerá de projetos estruturais das torres

complementar a rede de captores ilustrada na

de sustentação e dos cabos captores,

figura 5, com a criação de conexões adicionais

levando-se em conta tanto as especificações

entre eles, criando caminhos múltiplos para

dimensionais e de materiais contidas no item

escoamento das descargas atmosféricas,

NBR-5419-3 (2015) bem como eventuais

permitindo minimizar a distância entre os

cargas de vento e geada.

torcedores (de pé!) e os captores; orientações

Embora a configuração de captores mostrada

nesse sentido podem ser encontradas na

na figura 5 seja suficiente para eliminar a

NBR 5419-3 (2015) item 6.3.

exequibilidade

dessa


Iluminação pública

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

83

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br

Iluminação 2020: o que devemos esperar e buscar este ano

Iniciando o ano de 2020, além de fazer um

qualificar cada vez mais o projeto utilizando as

Unidos), que devem trazer novidades e

balanço dos avanços que tivemos no setor de

melhores técnicas, tendências e tecnologia

tendências que rapidamente têm se tornado

iluminação nos últimos 12 meses, buscamos

de ponta.

opção nos projetos que serão realizados

planejar e refletir o que devemos fazer em

Do ponto de vista normativo, seguem em

daqui para frente. Nossa maior feira de

um ano onde deve haver forte investimento

2020 a revisão da NBR 5101: Iluminação

iluminação no Brasil, a Expolux em 2020,

público na aplicação da tecnologia LED,

pública – Procedimento, que deve ser

ocorrerá no mês de agosto, do dia 04 ao dia

tanto para as cidades em termos de melhoria

submetida à consulta pública no início deste

07 deste mês, no Expo Center Norte, em São

da iluminação pública, quanto em obras de

ano. Esta revisão está em fase final, após

Paulo (SP). Nesta feira, destacam-se o Prêmio

infraestrutura, que nesta fase, necessitam da

diversas discussões sobre as modificações

Abilux de Projetos de Iluminação e Design de

aplicação de um bom projeto de iluminação.

necessárias desde a sua última atualização no

Luminárias, assim como o SimpoLED, que

Além do investimento público, também há

ano de 2012. Após a publicação da revisão

sempre traz importantes palestras nacionais

expectativa de investimentos em iluminação

da NBR 5101, deve ser avaliada a criação de

e internacionais sobre os temas mais atuais

para a economia de energia e melhor

uma norma brasileira de iluminação esportiva

do mundo da iluminação.

produtividade e segurança no setor privado.

e a criação de publicações relativas à

Para

A

em

fotometria de luminárias e equipamentos LED.

também o desenvolvimento e a aplicação

iluminação deve ser uma constante para

Desde agosto de 2019, foram retomados os

do novo modelo regulatório proposto pelo

quem trabalha no setor, visto que os projetos

trabalhos da CE:03:034:03 – Luminárias e

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade

que se destacam atualmente trazem algum

acessórios, e foi iniciada a revisão da primeira

e Tecnologia (Inmetro), que poderá trazer

tipo de inovação, seja no produto que

norma a NBR 60598-1 Luminárias – parte 1:

mudanças significativas no que diz respeito à

está sendo aplicado, nas tecnologias de

requisitos gerais e ensaios, que também deve

Portaria 20 e suas portarias complementares

iluminação conectada e sistemas de controle

ser submetida à consulta pública no primeiro

que instituem a certificação compulsória de

de iluminação, ou mesmo no conceito do

semestre de 2020. Logo a seguir, já deve ser

luminárias públicas no Brasil, assim como a

projeto que deve sempre levar em conta a

iniciada a revisão das normas particulares de

criação de um padrão e regulamento técnico

necessidade das pessoas em termos dos

luminárias, iniciando pela revisão da NBR

para sistemas de telegestão para iluminação

níveis de iluminação. Para isto, é necessária,

15129: Luminárias para iluminação pública —

pública.

normalmente, a utilização de software de

Requisitos particulares e outras normas que

cálculo luminotécnico e conhecimento dos

necessitam ser atualizadas.

junto com expectativas de grandes realizações

equipamentos utilizados, que devem ter

Em 2020, em relação a feiras e eventos,

profissionais a todos que atuam neste

suas fotometrias validadas em laboratórios

teremos os eventos internacionais, como

segmento, pois cada vez mais, temos opções

e atendendo as normas técnicas aplicáveis.

Light + Building, de 08 a 13 de março, em

e possibilidades de desenvolvimento e a

Já passamos da fase de experimentação

Frankfurt (Alemanha), e Lightfair, de 03 a 07

aplicação de novas tecnologias em diversos

do LED, que é uma realidade, e buscamos

de maio, na cidade de Las Vegas (Estados

segmentos do mercado de iluminação.

busca

pelo

conhecimento

o

ano

de

2020,

esperamos

O ano de 2020 traz enormes desafios,


84

Redes subterrâneas em foco

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br

Brasil – 720 minutos sem energia elétrica!

Com o ritmo de vida que temos hoje em

sistema elétrico nacional; contudo, apenas

homem nos últimos anos é ser multitarefa,

dia, 12 horas sem energia elétrica causa

durante uma hora. Essa foi uma demonstração

desenvolvendo diversas atividades a todo

um grande impacto em nossas rotinas, sem

do que é possível evoluir tecnologicamente,

momento. Pensem no dia a dia de vocês

contar as consequências que esse tempo

mas ainda estamos muito distantes de pensar

e imaginem o que acontece quando não

de interrupção pode causar, como por

que haverá independência da rede em grande

conseguimos fazer o que queremos por algum

exemplo, a venda para o cliente que você

escala.

tipo de impedimento. Vamos exemplificar para

não conseguiu fazer, a aula importante que as

ficar mais claro.

crianças perderam, ou ainda, o paciente do

o sistema elétrico, então, o que é possível

Uma característica do hábito de vida de

Se ainda dependemos da conexão com

Você está em casa querendo jogar

hospital que não pôde ser submetido a uma

ser feito em termos de melhoria da sua

videogame com seu filho e o brinquedo não

um cirurgia de emergência. Esses são apenas

confiabilidade?

funciona, ou então, querendo assistir ao jogo

alguns exemplos de uma diversidade muito

subterrâneas entram em cena. Elas estão

do seu time favorito e a televisão não liga. No

grande de situações que podem ocorrer pela

protegidas dos fatores que mais causam as

trabalho, você está em uma reunião fazendo

falta de energia elétrica.

interrupções, que são os ventos, as chuvas, a

uma apresentação para o cliente, e o projetor

E quais saídas existem para contornar

interferência das árvores, o abalroamento de

apaga, ou então, na hora de ir embora da

problemas como esse? Uma alternativa é a

poste em acidentes de trânsito, dentre outros.

empresa, e o elevador do prédio não chega.

redução da dependência do sistema elétrico

No site da Aneel estão disponíveis

Ainda há outras situações mais críticas em

fornecido pela distribuidora de energia. O

os tempos de interrupção dos conjuntos

que você pode estar no hospital, dependendo

Brasil fechou o ano de 2019 com pouco mais

elétricos de cada distribuidora. Observando

de toda uma infraestrutura de equipamentos,

de 170 mil unidades consumidoras providas

os

e eles não funcionam.

com geração própria. Isso não quer dizer

subterrâneos, das distribuidoras que dispõem

conjuntos

Neste

ponto,

elétricos

dos

as

redes

circuitos

O que eu quero dizer com isso? Todos

que essas unidades sejam independentes

desse sistema, observamos que os tempos

esses exemplos possuem relação com a

do sistema elétrico, pois, em geral, esses

anuais de interrupção são menores do que

energia elétrica, e se ela não está disponível,

sistemas não são capazes de prover energia

uma hora. Portanto, a diferença na qualidade

a nossa vida é muito impactada, tendo em

24 horas por dia com elevado nível de

do fornecimento de energia elétrica é muito

vista que atualmente, temos uma grande

confiabilidade, porém, torna-se um recurso

grande nas redes subterrâneas. O custo mais

dependência de equipamentos que utilizam

adicional.

elevado de construção dessa rede – o que

energia elétrica para o seu funcionamento.

podem

E como se comporta a continuidade do

Com o passar do tempo, esses sistemas evoluir

para

tornarem-se

mais

ocorre uma única vez na sua implantação –

certamente

seria

compensado

pelas

fornecimento de energia elétrica? A Agência

autônomos, porém, será muito difícil chegar

despesas recorrentes com a improdutividade

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) controla

um momento em que não haja dependência

causada pela falta de energia.

os indicadores de qualidade de energia

nenhuma do sistema elétrico.

elétrica de todo o País. O tempo médio em

Por exemplo, em janeiro deste ano, a

tema para contribuir com o desenvolvimento

que um cidadão brasileiro fica sem energia

cidade alemã de Bordesholm usou suas

do País, que está cada vez mais dependente

elétrica no ano é de aproximadamente 12

fontes locais de geração e armazenamento

da energia elétrica em todos os âmbitos da

horas (720 minutos).

de energia e se desconectou totalmente do

vida.

Está na hora de a Aneel dedicar foco neste


85

Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/ CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | nunziante@gimi.com.br

Quadros e meio ambiente. É possível atender a todos os interesses?

Na semana entre 18-25 de janeiro

produção, uso e, principalmente, o

alinhados

de 2020, ocorreu, em Davos, na Suíça,

descarte ao final da vida útil de tudo

industrial.

o Fórum Econômico Mundial, idealizado

isso. Bom, é aí que a coisa complica e

Esses

por Klaus Martin Schwab, engenheiro

muito.

processos químicos ou eletroquímicos

e economista alemão, que desde 1971

utilizados na fabricação de quadros

reúne os principais líderes empresariais

elétricos de baixa e alta tensão, temos

elétricos,

e políticos, assim como intelectuais e

muito

a

jornalistas selecionados para discutir

industriais

as questões mais urgentes enfrentadas

geradores

mundialmente, incluindo saúde e meio

bastante

meio

somente aos usuários e especificadores

ambiente.

ambiente, seja à qualidade de vida e

fazer valer em suas especificações

saúde ocupacional dos colaboradores

técnicas

Nesta

edição

de

2020,

muitos

assuntos

foram

discutidos,

como

Analisando a construção de quadros a

refletir.

Muitos

dessa de

processos

construção

resíduos

danosos,

e

seja

com são

que

novas

a

quarta

alguns

devem

tecnologias

revolução

exemplos

dar e

de

espaço métodos

são

construtivos inovadores e alinhados

efluentes

com a consciência ambiental, cabendo

ao

a

não

utilização

destes

que trabalham nestes processos.

processos em seus equipamentos.

era de se esperar, mas em especial,

Para que a chapa de aço das

É necessário também analisar o

meio

e

estruturas seja resistente à corrosão,

descarte de partes e peças após o final

aquecimento global foram protagonistas.

muitos processos solda, de tratamento

do ciclo de vida útil. Tantas partes podem

Daí, o leitor deve estar se perguntando:

químico, além de complexos métodos

ser recicladas, pois têm valor comercial

o que isso tem a ver com a construção,

de pintura são utilizados, o que produz

como aço e cobre, mas muitos outros

operação e manutenção de quadros

efluentes sólidos, líquidos, particulados

precisam ter a correta destinação, como

elétricos? Bom, acho que tudo.

e gasosos que são, no melhor dos

disjuntores, chaves, instrumentos etc.,

Desde o final do século XIX, a eletricidade

casos, tratados e destinados para

por conterem tantas outras substâncias

tem ganhado muita importância, até

reuso ou descarte, mas em sua grande

em sua composição, e simplesmente,

se tornar absolutamente indispensável

maioria,

são descartados no lixo que, ao final,

à vida e ao conforto modernos, em

ambiente

especial, desde a terceira revolução

Em contrapartida, muitas indústrias

industrial, com a eletrônica, e agora,

nacionais e estrangeiras, já alinhadas

os métodos construtivos no momento da

sobretudo, com a quarta revolução, onde

com o conceito de sustentabilidade

escolha do equipamento a ser adquirido

a convergência digital é um caminho

ambiental

processos,

hoje, mas também eu gostaria de lançar

sem volta. É

ambiente,

então

quantidade

sustentabilidade

necessário de

materiais

analisar

são

descartados

sem

de

a

menor

seus

no

meio

cerimônia.

vão parar em aterros sanitários. Finalmente, é necessário sim analisar

eliminaram esses métodos construtivos

aqui essa discussão sobre a destinação

a

e investiram na produção baseada em

daquilo que, à primeira vista, não tem

utilizados

materiais e métodos isentos de solda,

valor comercial, o lixo elétrico e o

para se construir todo esse exército

banhos químicos e pintura em suas

resíduo da indústria elétrica. O que e

de máquinas e aparelhos que facilitam

unidades fabris, inovando e investindo

como fazer?

a nossa vida, o impacto ambiental da

em novas tecnologias e processos

Boa leitura!


86

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Os Desafios da Geração e Transmissão

No final de 2019, o Seminário Nacional de Produção e Transmissão

de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado em Belo Horizonte (MG), sediou a apresentação de mais um grande congresso brasileiro. Nossas dimensões continentais nos permitem resolver não só os sérios problemas técnicos relacionados à estabilidade, confiabilidade e manutenção destes sistemas elétricos, suas interligações e regras de contingência, mas também a manter os sistemas operando de forma sustentável, adequada e viável financeiramente, e esta última variável parece ser o maior desafio.

A figura 1 apresenta o comportamento da carga de energia do Sistema

Interligado Nacional (SIN) no biênio 2018/2019, onde se pode observar

Fonte: ONS

Figura 1 – Carga de Energia do Sistema Interligado Nacional (SIN).

a variação da demanda média mensal. Em períodos extremos, a demanda média de julho de 2019 foi 15% menor que a de janeiro do mesmo ano. Para suprir esta demanda, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) faz a gestão das fontes e do sistema com a operação das usinas, conforme apresentado na figura 2 (hidráulicas, térmicas, eólicas e outras). Notar que o cruzamento da geração e consumo (figura 3) definirá os perfis de operação e qual usina despachará e qual ficará na espera. Será que o “MIX” adotado entre hidráulicas, térmicas, eólicas e outras seria a solução mais favorável? Certamente, é a solução “possível” e otimizada em função dos diversos aspectos técnicos e econômicos que devem ser seguidos.

As fotovoltaicas centralizadas ainda não atingiram demanda média

Fonte: ONS

Figura 2 – Produção de Energia - Sistema Interligado Nacional (SIN).

acima dos 500MW mensais em 2019 e não aparecem no gráfico da figura 2. Outras fontes também não estão representadas como as de geração distribuída (por exemplo, as de biomassa, fotovoltaicas e plantas de cogeração térmica). Este segmento de GD tende a crescer, sendo, portanto, necessárias constantes revisões de modelos adotados. Outra expectativa considera a limpeza das fontes sem a produção de energia com combustíveis fosseis, dando o lugar merecido à eficiência energética. Será?

Em uma época de incertezas da economia, meio ambiente imprevisível,

futuro incerto com o coronavírus, a imprevisibilidade de operação e investimentos parece ser mais um bom desafio além daqueles reportados no SNPTEE.

Fonte: ONS

Figura 3 – Carga de Energia do Sistema Interligado Nacional e Produção de Energia (SIN).



88

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br

Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 07/08 11 - Requisitos de inspeção de aterramento e equipotencialização de instalações em atmosferas explosivas

ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 2 –

internacionais IEC TS 60079-32-1 (Atmosferas

Programa de inspeção para equipamentos

explosivas - Parte 32-1: Riscos eletrostáticos –

“Ex” com tipos de proteção Ex “i”

Orientações) e IEC 60079-32-2 (Atmosferas explosivas - Parte 32-2: Riscos eletrostáticos –

Sobre os requisitos de aterramento e

B.6: A continuidade de aterramento está

Ensaios), participou, em nome do Brazil National

equipotencialização em áreas classificadas,

satisfatória (por exemplo, as conexões estão

Committee for IEC (Cobei), de todo o processo

a norma técnica brasileira adotada ABNT

apertadas e os condutores possuem seção

de elaboração, comentários, votação, aprovação

NBR IEC 60079 17 (Inspeção e manutenção

transversal adequada) para circuitos não

e publicação destes novos documentos.

de instalações elétricas em atmosferas

isolados galvanicamente.

explosivas)

B.7: As conexões de aterramento mantêm a

internacionais sobre os riscos da eletricidade

integridade do tipo de proteção “Ex”

estática

adequadas

especifica devem

ser

que

medidas

adotadas

para

Com a publicação destas novas normas em

atmosferas

explosivas,

esta

Comissão de Estudo do COBEI (ABNT/

assegurar que o aterramento e a ligação de equalização de potencial nestas áreas

ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 3 –

CB-003) passou a executar os necessários

de risco sejam mantidos em condições

Programa de inspeção para equipamentos

trabalhos de elaboração das respectivas normas

adequadas, de acordo com indicado nos

“Ex” com tipos de proteção Ex “p” ou Ex “pD”

brasileiras idênticas ABNT TS IEC 60079-32-1 (Especificação Técnica) e ABNT NBR IEC

itens de verificação nas inspeções “Ex” indicados na Tabela 1 (item B6 e B7), Tabela

B.3: As conexões de aterramento, incluindo

60079-32-2, a serem publicadas pela ABNT.

2 (itens B6 e B7) e Tabela 3 (itens B3 e B4)

quaisquer

Estas

daquela norma, indicados a seguir.

aterramento, estão satisfatórias, por exemplo,

brasileiras adotadas serão totalmente alinhadas,

as conexões estão apertadas e os condutores

harmonizadas,

ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 1 –

possuem

suficiente.

em termos de conteúdo técnico, forma e

Programa de inspeção para equipamentos

Verificação física ou visual, dependendo do grau

apresentação, às duas respectivas normas

“Ex” com tipos de proteção Ex “d”, Ex “e”, Ex

de inspeção “Ex” aplicado.

internacionais da Série IEC 60079, sem desvios

“n” ou Ex “t”

B.4: A impedância da malha de falta (sistemas

técnicos nacionais, atendendo aos requisitos

TN) ou a resistência de aterramento (sistemas IT)

especificados na ABNT DIRETIVA 3 – Adoção

está satisfatória

de documentos técnicos internacionais.

12 - Elaboração das normas técnicas brasileiras adotadas ABNT IEC TS 6007932-1 e ABNT NBR IEC 60079-32-2

13 - Soluções de problemas e controle de riscos relacionados à eletricidade estática em atmosferas explosivas

de inspeção “Ex” aplicado.

B.7: A impedância da malha de falta (em sistemas

do Subcomitê SCB 003:031 (Atmosferas

causar a ignição de gases ou vapores inflamáveis

TN) ou resistência de aterramento (sistemas IT)

explosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade),

em áreas classificadas e a sua presença em

está satisfatória

responsável pelo acompanhamento das normas

processos químicos, petroquímicos e da indústria

B.6: As conexões de aterramento, incluindo quaisquer

conexões

de

ligações

seção

suplementares

transversal

de

duas

novas

normas

equivalentes

e

técnicas idênticas,

aterramento

suplementares, estão satisfatórias (por exemplo, as conexões estão apertadas e os condutores são de seção nominal transversal suficiente). Verificação física ou visual, dependendo do grau

A Comissão de Estudo CE 003:031.006

A eletricidade estática é facilmente capaz de


89

O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020

do petróleo e gás representa um elevado risco que deve ser devidamente levado em consideração e mitigado, por meio de medidas adequadas de segurança e de prevenção nas etapas de projeto dos equipamentos e das instalações, na especificação dos equipamentos e nos procedimentos de operação.

A solução para os riscos eletrostáticos em

áreas classificadas geralmente não pode ser tratada de uma forma “isolada”. Em particular, devem ser tomadas as ações necessárias no sentido de prover as instalações “Ex” de sistemas de aterramento, inclusive onde estes possam interferir com outros sistemas de proteção, tais como por exemplo, a proteção catódica ou equipamentos, circuitos e sistemas intrinsecamente seguros. No caso de sistemas de proteção catódica,

os materiais condutores que se tornem eventual,

materiais condutores isolados, a implantação

os flanges terminais das tubulações, que são

acidental ou inadvertidamente isolados do

de procedimentos de operação que reduzam a

isolados dos flanges dos trechos da tubulação

sistema de aterramento podem apresentar

geração de cargas eletrostáticas, procedimentos

não protegidos catodicamente, devem ser

potenciais eletrostáticos muito elevados devido

de aterramento temporário de equipamentos de

adequadamente protegidos contra a ocorrência

ao carregamento decorrente da movimentação

processo moveis ou transportáveis ou de veículos

de elevados potenciais eletrostáticos, por meio

de líquidos, como em tanques metálicos de

e adequados procedimentos de inspeção e

da instalação adicional de supressores de surto

armazenamento, estruturas metálicas existentes

manutenção dos sistemas de aterramento em

(varistores) que descarreguem para o sistema de

em tanques ou quaisquer outras partes metálicas

áreas classificadas.

terra as eventuais tensões elevadas que possam

isoladas que podem se tornar associadas à

surgir entre as faces dos flanges do trecho

movimentação dos líquidos.

ser reduzidas por meio de implantação de

isolado e do trecho não isolado.

Isso pode ocasionar descargas centelhantes

adequados procedimentos de operação de

O objetivo fundamental de uma abordagem

capazes de atuar como fontes de ignição em

processo, como por exemplo, a redução das

de segurança em instalações elétricas e

áreas classificadas. Portanto, todas as partes

vazões através das tubulações, pela adição de

mecânicas em atmosferas explosivas é manter

condutivas de um sistema envolvendo tubulações,

compostos antiestáticos nos líquidos de baixa

no menor nível possível a carga eletrostática

válvulas e equipamentos de processo destinados

condutividade, pela utilização de tubulações

acumulada,

fenômenos

ao armazenamento e movimentação de líquidos

ou equipamentos condutivos ou fabricados

eletrostáticos. Este objetivo pode ser atingido

devem ser adequadamente equipotencializadas

de materiais com alto teor de carbono e de

por meio de minimizar a utilização de materiais

e interligadas ao sistema de terra.

aterramento temporário de veículos ou de

isolantes ou evitar a existência de materiais

Os

condutivos isolados do sistema de terra.

produtos inflamáveis devem ser periodicamente

A utilização de materiais condutivos ou

inspecionados para assegurar que não existam

envolvidas

dissipativos pode ser considerada como uma

partes metálicas soltas ou partes condutivas

montagem, inspeção, manutenção e operação

prática utilizada, de forma que uma adequada e

não aterradas de forma não intencional, por

de equipamentos e instalações sobre os riscos

segura conexão com o sistema de terra possa

exemplo, partes flutuantes metálicas sobre o

relacionados com cargas eletrostáticas em

drenar as cargas eletrostáticas acumuladas. A

líquido inflamável contido no interior do tanque

áreas classificadas certamente, tendo como

resistência dos materiais dissipativos se situa na

de armazenamento.

base os requisitos especificados nas IEC TS

faixa entre 10 Ω a 10 Ω.

gerada

pelos

tanques

de

armazenamento

de

As cargas eletrostáticas podem também

equipamentos moveis ou transportáveis. A devida conscientização das pessoas com

atividades

de

projeto,

Dentre as soluções para os riscos de

60079-32-1 e IEC 60079-32-1 contribuem

de

ignição decorrentes de descargas eletrostáticas

para a redução de fontes de ignição que

equipotencialização são métodos considerados

em atmosferas explosivas estão o projeto de

podem

eficazes para evitar o acúmulo e permitir

sistemas efetivos de equipotencialização e

contribuindo para a elevação dos níveis de

a dissipação de cargas eletrostáticas em

aterramento, a especificação de equipamentos

conformidade normativa e de segurança das

atmosferas explosivas, prevenindo a ocorrência

de processo fabricados de materiais metálicos

instalações e pessoas que trabalham em

de riscos de ignição. Deve ser ressaltado que

ou condutivos, a não existência intencional de

atmosferas explosivas.

As

5

11

técnicas

de

aterramento

e

resultar

em

grandes

explosões,


90

Índice de anunciantes

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