Revista Negócios 51

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Natal - RN | Ano VIII | Edição 51 | ABRIL de 2014 | R$ 6,00

nova ZPE

Após Macaíba, é a vez da ZPE do Sertão, em Assu

Vinhos

Consumo cresce e lojas investem em expansão

Anjos

RN ganha Núcleo de investidores para startups

boom eólico: rn lidera produção Estado recebe grandes investimentos e abre oportunidades diversificadas de negócios

abril de 2014 <

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Editorial

Energia para a economia Inauguramos a edição de abril anunciando o grande feito do Rio Grande do Norte, que conquistou a liderança em produção de energia eólica no Brasil. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apontam o Estado como líder em geração de energia eólica, com potência instalada de 736,75 MW a partir dos 29 parques eólicos em operação. Em maio, este número aumentará com a entrada em operação de mais 356,64 MW, alcançando o total de 1.093,39 MW. Seremos o primeiro estado brasileiro a quebrar a barreira de 1 GW de capacidade instalada. A entrada em operação dos novos parques e os investimentos atuais sinalizam que esse posto deverá ser mantido por um bom tempo. O Rio Grande do Norte já conta com 48 usinas produtoras de energia, sendo 30 delas eólicas. A matriz eólica potiguar é de 59,22%, valor bastante expressivo. Todas estas informações constam na reportagem especial das páginas seguintes. A Negócios.Net apresenta ainda detalhes sobre o andamento da criação das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) do Estado. A operação bem sucedida da concorrência pública para o direito de exploração da ZPE de Macaíba, ocorrida em fevereiro (conforme reportagem da edição de março da Revista Negócios.Net), deu ao Governo do Rio Grande do Norte fôlego para retomar as tratativas a

respeito de uma outra ZPE no Estado, de importância significativa para o Oeste potiguar. É a Zona de Processamento de Exportação de Assu, a chamada “ZPE do Sertão”, que voltou a ter esperança de existir e tornar-se alternativa de incentivo para investimentos. De olho no consumidor mais exigente, empresas do segmento de vinhos investem forte na modernização das lojas e diferenciação dos produtos e serviços. Natal ganhou duas lojas novas do gênero: Adega São Cristovão, que inaugurou duas Wine Stations (máquinas que conservam grandes rótulos na temperatura ideal) e a Grand Cru, que abriu sua segunda loja em Natal, na Avenida Engenheiro Roberto Freire, no Seaway Shopping, com espaço equipado com wine bar. A criação de um núcleo de investidores anjo para startups, a entrega acelerada de empreendimentos imobiliários, a empresa que transforma garrafa PET em barcos de pesca e uma entrevista com o presidente da FIERN – Federação das Indústrias do Estado do RN também são temas que podem ser encontrados na nova edição da Revista Negócios.Net. Boa Leitura Jean Valério - Editor Executivo

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expediente Direção Executiva Jean Valério jeanny damas

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Fotografia

demis roussos

Canindé Soares Diagramação - Terceirize www.terceirize.com E-mail jeanvalerio@gmail.com jeanny.damasceno@gmail.com

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Reportagens Lissa Solano, Jean Valério, Louise Aguiar Comercial (84) 8856-1662 (84) 9451-4577 Email: jeanvalerio@gmail.com Tiragem 6 mil exemplares

As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Revista Negócios.Net

Endereço Av. Romualdo Galvão, 773, Sala 806 8º andar Edifício Sfax - Tirol - Natal-RN Fone: 84-3302-7212 - 88561662 Site: www.revistanegocios.net.br


Índice

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$vinho$ Consumo cresce e empresas investem forte em expansão

12 Negócios em Pauta

Agenda econômica do Governo do Estado é intensa, apesar do desgaste

31 Investidor Anjo

Com apoio do Sebrae/RN, Estado ganha núcleo de investidores anjos, dispostos a ajudar novas "startups"

26 Soluções

Ambientais Empresa transforma garrafas PET em barcos de pesca e cria mercado nacional

24 Imóveis

Capuche completa 20 anos batendo recorde de entrega de novas unidades

8 entrevista

Presidente da Fiern, Amaro Sales fala sobre o momento da indústria

34 Artigo

Entenda porque produzir um novo Steve Jobs no Brasil é uma missão impossível

20 Indústria

Com duas ZPEs, RN poderá atrair investimentos e multiplicar produção abril de 2014 <

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Amaro Sales – Presidente da Fiern

“O RN é um pobre Estado rico” por Carolina Souza

Avaliando o momento político-econômico em que passa o Estado do Rio Grande do Norte, o presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales, concedeu entrevista a’O Jornal de Hoje, republicada pela Revista Negócios. net, e comentou o cenário da indústria potiguar, que, segundo ele, sofre reflexos do cenário nacional. Apesar da “capacidade de resistência e superação do empresário potiguar”, Amaro considera que o ambiente de negócios apresentou declínio nos primeiros meses deste ano. De acordo com o constatado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial – ICEI, monitorado pela FIERN, o empresário se sente

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desestimulado no RN pela interferência de variáveis importantes que impactam na competitividade da atividade industrial, como a pressão inflacionária, alta dos juros, falta de investimento pelo poder público e o aumento de custos gerais na produção e logística. Durante a entrevista, Amaro Sales diz que “o Rio Grande do Norte é um pobre Estado rico”, frase atribuída ao agropecuarista e ex-governador do RN Cortez Pereira, de modo a sintetizar que apesar de o Estado ser repleto de possibilidade de investimentos e de recursos naturais, a economia potiguar ainda é dependente do que vem de fora. Confira a entrevista.


Entrevista Qual a opinião do senhor com relação ao atual momento econômico do RN? Amaro Sales: Avalio que o Rio Grande do Norte, em regra geral, vive um momento de estagnação, apesar de alguns focos de crescimento e das muitas potencialidades que se apresentam. Dentre os focos, destaco o polo cimenteiro de Baraúna, que impulsiona os segmentos de extração de minerais não-metálicos (calcário, particularmente) e o de fabricação de produtos minerais não-metálicos (cimento). Destaco, ainda, a nova indústria das energias renováveis que está mudando as regiões do Litoral Norte, Mato Grande e, em breve, terá maior presença no Seridó. O RN, por sua vez, não é uma ilha isolada dos problemas do Brasil. Os reflexos da economia nacional são, obviamente, sentidos por aqui. Ademais, enfrentamos dois anos de severa estiagem o que, inevitavelmente, inibe investimentos privados em diferentes áreas.

Rio Grande do Norte. As dificuldades daqui não são tão diferentes de outros lugares. Devemos nos inquietar e resolver tais dificuldades para que os nossos diferenciais – e são vários – se destaquem e atraiam mais investimentos. Ademais, precisávamos que todos os órgãos públicos de fomento, controle e fiscalização se sentissem mais estimulados para criar no Rio Grande do Norte medidas de estímulo ao empreendedor. Por que o RN sofre tanto par a conseguir crescer economicamente, ger ar emprego e renda?

AS: Não é uma análise simplória. É atribuída a Cortez Pereira uma frase muito interessante: O Rio Grande do Norte é um pobre Estado rico! Território rico não chega a ser suficiente para se ter uma economia desenvolvida. Precisamos mais! Precisamos, de início, da consciência que todos Como está sendo analisada a atividade podem ajudar. Ora, o investidor sabe das potencialidades, industrial em nosso estado? mas ele precisa ser bem recebido e estimulado com medidas AS: A atividade industrial no RN que vão desde os incentivos fiscais até a sente reflexos do cenário nacional, en- Trabalhamos para celeridade nos procedimentos de licença. tretanto, a capacidade de resistência e Por outro lado, estamos trabalhando superação do empresário potiguar é algo para sistematizar oportunidades de neadmirável. Considerando o primeiro gócios, através do Projeto Mais RN, o sistematizar trimestre do ano, e, pelo parâmetro do que servirá muito para destravarmos consumo industrial de energia elétrica, etapas. Vamos ter, portanto, um bom e temos uma situação um pouco melhor denso diagnóstico para pesquisa e uso oportunidades do que no ano passado. Entre janeiro/ dos empresários e dos Governos. Com o março de 2014, a energia consumida diagnóstico podemos nos lançar para pela indústria cresceu 5,6% diante de uma segunda etapa: a unidade em torno de negócios 0,7% em igual período de 2013. Os do empreendedorismo. Se governos, insdados decorrem, basicamente, do detituições de classe, empresários, poderes sempenho das indústrias de alimentos/bebidas e de têxteis, constituídos, Ministério Público e outros órgãos se unissem que era negativo em 2013 e passou a positivo em 2014 (sempre em torno do empreendedorismo o Rio Grande do Norte pelo parâmetro do consumo de energia). Contribuiu para este andaria com melhor velocidade na estrada do desenvolviresultado a desoneração da folha de pagamentos que substitui mento econômico e, consequentemente, social. os 20% da contribuição para a Previdência por 2% do faturamento bruto das empresas. Por sua vez, a confiança do empre- O período eleitor al que se aproxima sário industrial potiguar no ambiente de negócios (economia será decisivo para a economia do país e nacional, a local, setor em que atua e a própria empresa) vem do RN? declinando entre fevereiro e abril, segundo constatado pelo AS: Aproveito a pergunta para dizer, de início, que sou Índice de Confiança do Empresário Industrial – ICEI, mo- favorável a unificação das eleições. Acredito que não é bom nitorado pela FIERN em parceria com a CNI. O empresário, para o Brasil que as eleições ocorram a cada dois anos. É se sente desestimulado pela interferência de variáveis impor- importante a democracia; é fundamental que tenhamos tantes, que impactam na competitividade, como pressão in- eleições, mas a cada dois anos é um custo financeiro e ecoflacionária, juros em alta, ausência de investimentos públicos nômico que o Brasil não vai suportar. Evidente que o proem atividades estratégicas e aumento de custos gerais na cesso eleitoral interfere em tudo e, em especial, na economia. produção e logística. Quando escolhemos um ou outro candidato estamos, consequentemente, escolhendo um modelo de gestão que pauta É difícil investir no RN? a economia nacional e interfere significativamente na ecoAS: Sou potiguar declaradamente entusiasmado com o nomia estadual. ABRIL abrilde de2014 2014<<

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Amaro Sales – Presidente da Fiern

Chapéu Uma das metas do Pró-Sertão prevê instalar mais de 300 fábricas têxtis. O projeto já está gerando resultados para a economia do estado?

nanceir a-orçamentária do atual Governo do RN?

pectivas e ramos de negócios que podem ser feitos ou ampliados. Também indicará projetos de infraestrutura e outras iniciativas que o poder público deve patrocinar para efetivamente garantir o crescimento sustentável do Rio Grande do Norte. Espero lançar o Mais RN, com os parceiros e apoiadores, no próximo mês de julho e que, independentemente de quem seja eleito para o Governo do Estado, o estudo possa ser aproveitado para direcionar rumos e subsidiar projetos.

AS: A bancada federal tem tido uma atuação presente e com excelentes resultados para o Rio Grande do Norte. É preciso, inclusive, um reconhecimento às lutas da bancada. O Rio Grande do Norte tem o privilégio de ter deputados e senadores de destacado prestígio no cenário nacional e muitas das obras e iniciativas do Governo Federal, sozinho ou em parceria com o Estado e Municípios, foram articuladas pela bancada federal. Faço o reconhecimento público, sem personalizar, apresentando o agradecimento dos empresários industriais à atenção dada aos justos pleitos do Rio Grande do Norte pela bancada federal.

AS: Ainda somos muito dependentes do Governo do Estado e, evidentemente, qualquer crise ou turbulência AS: Este é, atualmente, um dos mais importantes proje- também nos afeta. Não personalizo a crise. Creio que o tos do RN. Faço um apelo para que todos se dediquem a modelo gerencial do Governo do Estado precisa ser revisto apoiar a iniciativa de grandes marcas em contratar, no Rio e muitos dos problemas atuais não nasceram no mandato Grande do Norte, serviços de confecção. Em 2014 já estamos vigente. Contudo, seja quem for o governante precisa contar contabilizando, segundo dados da SEDEC e do SEBRAE, com o apoio das instituições e da classe política para realizar a abertura de 50 facções e, em consequência, novos empre- uma cirurgia delicada: diminuir o tamanho – e custo – do gos. Resultados, portanto, que já estão melhorando a vida aparelho estatal onde for possível, melhorar os serviços das pessoas do interior potiguar. básicos de atendimento à população e enconA perspectiva é que tenhamos trar meios para investir em obras de infraesSou favorável a trutura e logística. Não é uma tarefa fácil, mas abertura de novas indústrias até 2017. O diferencial do Pró-Sernão é uma missão impossível. tão, além da garantia do forneciO que a FIERN pode fazer nessa unificação de mento de serviços para a indússituação de crise? tria do interior, é o arranjo institucional que foi formado: GoverAS: A FIERN é parceira do Governo do eleições para no do Estado/SEDEC, Sistema Estado em várias iniciativas e será em todas FIERN, SEBRAE e empresas. as ocasiões e iniciativas onde seja convocada Desejamos novos parceiros. Não a bem do Rio Grande do Norte. O nosso podemos recuar em um projeto relacionamento institucional é de respeito e reduzir custos que já está trazendo melhorias colaboração com o Governo do Estado e, econômicas e sociais para o inteespecialmente, em temas comuns como quarior do Rio Grande do Norte. lificação profissional, projetos industriais ou de desenvolvimento econômico e ações sociais de cidadania, temos Outro progr a m a em parcer i a com o atuado em conjunto. governo é o Mais RN. Como esta iniciativa dever á mudar o atual cenár io Temos uma bancada federal bem repreeconômico? sentativa no país. O Estado está conseAS: O Mais RN é um estudo detalhado das potencia- guindo resolver os gargalos da infralidades do Rio Grande do Norte. Apontará cenários, pers- estrutura através dessa força?

Como o senhor acompanha a crise fi-

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Negócios em Pauta< jeanvalerio@gmail.com

Agenda econômica e o efeito divisão Em meio ao tremendo e inegável desgaste administrativo e estrago de imagem, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) ignora as análises sombrias sobre seu futuro político e vai intensificando uma agenda positiva, principalmente na área econômica. E é preciso reconhecer: Neste setor, ela tem acertado, atuando forte na concretização de projetos importantes como o novo Aeroporto de São Gonçalo, seus acessos e investimentos complementares, a Arena das Dunas e o suporte para a realização da Copa em Natal, a implantação do RN Sustentável em diversas regiões do Estado, a concretização das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) de Macaíba (cujo contrato foi assinado) e de Assú (Do Sertão – em desenvolvimento), os estudos para um porto graneleiro no município do Porto do Mangue, a luta pela duplicação da estrada que liga Natal a Mossoró, o incentivo a produção de energia eólica transformando o Estado em destaque nacional, entre outras iniciativas. Todos são projetos estratégicos de fundamental importância para fazer deslanchar a economia potiguar. A agenda econômica não é tudo, mas dá a Rosalba o fôlego necessário para continuar no jogo esbanjando visibilidade (ainda que ofuscada pela crise de gestão). Com a caneta cheia de tinta e mais de R$ 1,5 bilhão para investir a curto e médio prazo, a governadora sonha em estabelecer-se na disputa apostando no cenário eleitoral caótico de candidatos fracos e divididos. Assim, quanto mais candidatos concorrendo melhor para a ungida da situação. Isso porque o experiente jargão político dá como certo: “Todo Governo larga com 20% do eleitorado quando busca a ree12 >

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leição”. Apostar e até estimular o lançamento de novas candidaturas concorrentes, além daquelas postas até o momento (Henrique Alves/PMDB, Robinson Faria/PSD, Robério Paulino/ PSOL), seria a salvação da lavoura. No cenário caótico, com candidaturas “fracas e rejeitadas”, todos parecem competir em iguais condições. E aí tudo é possível. Tal tese até seria menos questionada se não houvesse segundo turno, onde o jogo é outro completamente diferente. E a vitória da candidata de situação somente parece possível, creem os entendidos de política, mediante recuperação real da gestão administrativa. O próximo governador do RN, quem quer que seja, sofrerá com os mesmos problemas enfrentados por Rosalba: Estrutura administrativa obsoleta, dívidas gigantescas, incapacidade financeira, déficit orçamentário corrente com despesas e demandas maiores do que a receita, crises com categorias do funcionalismo, entre outros. Vale lembrar que a atual gestora é vítima do natural isolamento político, estimulado principalmente por aqueles que até bem pouco tempo comeram do “seu pirão” e usufruíram das benesses do poder estadual. A base principal do tripé que sustenta a atual administração é a probidade (inexistência de casos de corrupção), o que não deixa de ser uma vantagem. Se tiver legenda para concorrer, a governadora deverá enfrentar o pleito com a coragem que lhe é peculiar. Apostaria na comparação direta com seus opositores. A tese dos que defendem a iniciativa da reeleição prevê que Rosalba estaria no segundo turno e que, caso não vença a eleição, sai fortalecida da disputa defendendo a bandeira dos seus feitos governamentais.

Cimento

A aceleração da entrega de empreendimentos na construção civil amplia o consumo de cimento no Rio Grande do Norte. A fábrica da Mizu, instalada em Baraúnas, deve partir para a construção da sua segunda planta de produção, o que colocará o Rio Grande do Norte em destaque regional na produção do insumo. A estrutura atual da planta de Baraúnas é para 1,2 milhão de toneladas. Até 2015 essa capacidade de produção poderá ser triplicada.

Imposto micros

A arrecadação de impostos das optantes do Simples Nacional no Rio Grande do Norte manteve-se na média no segundo mês do ano. De acordo com dados divulgados pela Receita Federal, os pequenos negócios potiguares foram responsáveis por gerar em tributos R$ 12,8 milhões em fevereiro. Isso representa um crescimento de 8,4% em relação a fevereiro de 2013. No entanto, no comparativo com mês anterior, o recolhimento de impostos foi menor.


Turismo

A Governadora Rosalba Ciarlini empossou a nova titular da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Gina Bomtempo Robinson. Há 22 anos Gina atua como gerente da área internacional da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur). Apesar de ser carioca, Gina Robinson mora no Rio Grande do Norte há 25 anos e já tem uma vasta folha de serviços prescados ao turismo potiguar. Ela é formada em Letras, com ênfase em Língua Portuguesa e Inglesa, e é fluente em cinco idiomas, tendo morado nos Estados Unidos e Egito.

ZPEs

Será regulamentada nova lei pelo Congresso Nacional, ampliando benefícios para indústrias inseridas nas Zonas de Processamento de Exportações. O Projeto de Lei nº 5.957/2013, caso seja aprovado em todas as instâncias, permitirá que as empresas inseridas nas ZPEs, reduzam o percentual exigido da produção destinada à exportação, de 80% para 60%. Aspectos econômicos também foram levados em consideração para este projeto, como a permissão de exportação de produtos brasileiros sem que estes saiam do território nacional, mas com destino a empresa com sede no exterior.

Marina

O grupo Puerto Calero, controlador de quatro Marinas nas Ilhas Canárias, na Espanha, recebeu a visita do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves. Em agenda naquele país, o prefeito convidou o presidente do grupo, Jose Calero Rodrigues, para conhecer a capital do RN e participar da licitação da futura Marina de Natal. A Marina visitada pelo prefeito tem capacidade para receber 400 embarcações e, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, é o modelo que o prefeito deseja ver implantada na Marina de Natal.

Imobiliário

No setor imobiliário, movidas pelo crédito fácil, construtoras e incorporadoras pretendem desovar seus estoques e ampliar a média de lançamentos ainda no primeiro semestre de 2014. Para financiamentos de imóveis serão disponibilizados R$ 172,8 bilhões em recursos provenientes da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em Natal, é perceptível a retração nos lançamentos. Incorporadoras atuam forte e com desconto para tentar se desfazer dos estoques. abril de 2014 <

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ESPECIAL

ENERGIA

RN já é líder do Brasil em produção de energia eólica.

Energia limpa

e abundante

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgados no início deste mês de abril apontam o Estado do Rio Grande do Norte como líder em geração de energia eólica, com uma potência instalada de 736,75 MW a partir dos 29 parques eólicos em operação. O estado já supera o líder anterior, Ceará (que conta com 721 MW) e o Rio Grande do Sul (521 MW). A expectativa é que em maio este número aumente com a entrada em operação de mais 356,64 MW, alcançando o total de 1.093,39 MW, sendo portanto o primeiro estado brasileiro a quebrar a barreira de 1 GW de capacidade instalada, valor superior a de vários países do mundo. O Rio Grande do Norte conta hoje com 48 usinas produtoras de energia, sendo 30 delas eólicas. A matriz eólica potiguar (porcentagem de energia produzida por fontes eólicas) é de 59,22%, valor considerado bastante expressivo. Se as previsões de todos os especialistas e empresas que exploram o setor se mantiverem, o Rio Grande do Norte deve quebrar a barreira de 1 GW eólico ainda neste primeiro semestre de 2014, a partir da entrada de operação de outros novos parques. O RN assumiu a liderança e não pretende largar. Isso porque já conta com dezenas de parques eólicos em construção, o que ampliará em 1447,6 MW a capacidade instalada. Até 2018, deverão ser construídos outros 49 parques, representando mais 1349,7 MW de energia gerada em solo potiguar.

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ESPECIAL

ENERGIA

Infra-estrutura é gargalo que precisa ser superado Para garantir a competitividade do estado, o Governo – via Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) - tem atuado junto ao Ministério de Minas e Energia para permitir ao RN uma melhor infraestrutura em linhas de transmissão. Um leilão de transmissão será realizado pela ANEEL no dia 09 de maio e contemplará o RN com quatro novas linhas, que somadas as já existentes, assegurarão o escoamento de projetos de geração a médio e longo prazo. Com investimentos privados da ordem de R$ 14 bilhões no setor eólico, a estimativa do Governo do Estado é que o segmento se mantenha em crescimento nos investimentos privados, emprego e renda. O desafio dos Governos, estadual e federal, é investir e realizar a infra-estrutura de linhas transmissão, maior gargalo enfrentado pelo segmento, elevado pela burocracia governamental. “A produção de energia limpa é uma atividade atrativa para investimentos. E o Rio Grande do Norte tem um potencial imenso. Estamos alinhando estes dois pontos realizando um trabalho técnico, de fomento e de infra-estrutura. O melhor é que estamos crescendo de forma sustentável e com boas perspectivas”, destacou Sílvio Torquato, Secretário de Desenvolvimento Econômico do RN.

Silvio Torquato, titular da SEDEC, conduz política de crescimento

ESTADO CAPACIDADE INSTALADA (MW) Rio Grande do Norte 736,7 Ceará 721 Rio Grande do Sul 598 Bahia 233,1

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ESPECIAL

ENERGIA

Incentivos fiscais federais atraem novos projetos Após garantirem incentivos fiscais federais, cinco usinas eólicas já estão certas de serem implantadas no Rio Grande do Norte. O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou que os projetos fossem enquadrados no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). O regime isenta as contribuições do PIS/Pasep e Cofins sobre bens e serviços adquiridos por empresas ao investir em empreendimentos aprovados pelo governo federal. Com o benefício, as empresas irão economizar mais de R$ 20 milhões com as obras dos projetos eólicos. A autorização para as empresas Gestamp e Rialma foi publicada no Diário Oficial da União. Com a suspensão dos impostos, a Rialma Eólica Seridó III vai gastar R$ 95,41 milhões na implantação de uma usina com 30 mil quilowatts (kW) de potência, o que com o pagamento sairia por R$ 104,24 milhões. Esta usina ficará entre os municípios de Tenente

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Laurentino Cruz e São Vicente e será executada entre 1º de julho de 2015 a 1º de maio de 2017. Os dois projetos do grupo Gestamp ficarão em João Câmara e as obras acontecerão no dia 30 deste mês até o final de dezembro de 2015. A usina Cabeço Preto III, que terá 28,8 mil kW de capacidade instalada, gastará R$ 114,66 milhões, aproximadamente de R$ 4,34 milhões a menos. A usina Cabeço Preto V, que tem a mesma potência da Cabeço Preto III, custaria R$ 118,96 milhões e com a suspensão dos tributos pelo Reidi o custo estimado é em cerca de R$ 114,62 milhões. O município de Santana do Mato também receberá uma usina eólica. Para a construção da Macambira I, de capacidade de 20 mil, vai investir R$ 73,5 milhões, gasto original de R$ 76,28 milhões. A usina Macambira II investirá R$ 69,48 milhões para construir em Lagoa Nova com 18 mil kW de capacidade. O valor inicial da Macambira II era de R$ 72,12 milhões.


ESPECIAL

PARQUES EÓLICOS EM OPERAÇÃO NO RN Usina Eólica 1 - RN 15 - Rio do Fogo 2 - Alegria II 3 - Alegria I 4 - Macau 5 - Aratuá 6 - Mangue Seco 3 7 - Mangue Seco 2 8 - Mangue Seco 1 9 - Mangue Seco 5 10 - Santa Clara I 11 - Santa Clara III 12 - Morro dos Ventos VI 13 - Morro dos Ventos I 14 - Morro dos Ventos IX 15 - Santa Clara VI 16 - Santa Clara IV 17- Santa Clara II 18 - Morro dos Ventos III 19 - Morro dos Ventos IV 20 - Parque Eólico Cabeço Preto 21 - Areia Branca 22 - Eurus VI 23 - Miassaba II 24 - Santa Clara V 25 - Mar e Terra 26 - Mel 02 27 - Parque Eólico Cabeço Preto IV 28 - Arizona 1 29 - SD Comércio Alimentação e Serviços

Potência (kW) Município 49.300 Rio do Fogo - RN 100.650 Guamaré - RN 51.000 Guamaré - RN 1.800 Macau - RN 14.400 Guamaré - RN 26.000 Guamaré - RN 26.000 Guamaré - RN 26.000 Guamaré - RN 26.000 Guamaré - RN 30.000 Parazinho - RN 30.000 Parazinho - RN 28.800 João Câmara - RN 28.800 João Câmara - RN 30.000 João Câmara - RN 30.000 Parazinho - RN 2.000 Parazinho - RN 16.000 Parazinho - RN 28.800 João Câmara - RN 28.800 João Câmara - RN 19.800 João Câmara - RN 27.300 Areia Branca - RN 8.000 Parazinho - RN 14.400 Guamaré - RN 2.000 Parazinho - RN 23.100 Areia Branca - RN 20.000 Areia Branca - RN 19.800 João Câmara - RN 28.000 Rio do Fogo - RN 3,30 Tibau - RN TOTAL: 736,75 MW

Conexão Prevista em 22/04/2014 30 - União dos Ventos 1 31 - União dos Ventos 2 32 - União dos Ventos 3 33 - União dos Ventos 4 34 - União dos Ventos 5 35 - União dos Ventos 6 36 - União dos Ventos 7 37 - União dos Ventos 8 38 - União dos Ventos 9 39 - União dos Ventos 10

22.40 Pedra Grande/RN 22.40 Pedra Grande/RN 22.40 Pedra Grande/RN 11,20 Pedra Grande/RN 24 São Miguel do Gostoso/RN 12,80 São Miguel do Gostoso/RN 14,40 São Miguel do Gostoso/RN 14,40 Pedra Grande/RN 11.20 Pedra Grande/RN 14,40 Pedra Grande/RN

Conexão Prevista em 15/05/2014 40 - Miassaba 3 41 - Rei dos Ventos I 42 - Rei dos Ventos III

68.47 Macau/RN 58,45 Galinhos/RN 60.12 Galinhos/RN TOTAL: 1.093,39 MW

Fonte: BIG – Banco de Informação da Geração, Aneel

ENERGIA

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ESPECIAL

energia

Capacidade instalada em eólica cresce 20% no Brasil A capacidade instalada dos parques eólicos em operação comercial no Brasil em janeiro de 2014 foi de 2.211 MW, 20% maior que a capacidade registrada no mesmo mês do ano anterior, de 1.841 MW. A geração total dessas usinas foi de 763 MW médios contra 612 MW médios em janeiro de 2013, o que significou salto de 25%. A geração média no início do ano correspondeu a 35% da capacidade instalada, o que coloca o Brasil, em termos de fator de capacidade, em patamar superior ao de países com maior potencial de geração eólica. Em 2012 os valores médios verificados para a China, Estados Unidos e Espanha, por exemplo, foram 18%, 33% e 24%, respectivamente. Os dados constam da segunda edição do Boletim das Usinas Eólicas, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. O informativo revela ainda que o Nordeste foi o submercado que puxou o aumento da capacidade instalada no país, concentrando 1.461 MW provenientes de 60 usinas – e com aumento de 25,3% em relação a janeiro do ano passado. A geração média na região foi de 597 MW médios contra 429 MW médios no início de 2013. No submercado Sul foi registrada uma capacidade de

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723MW em um universo de 29 usinas, o que representa um crescimento de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior; já o Sudeste apresentou uma única usina no mesmo intervalo de tempo, com capacidade de 28 MW. O boletim da CCEE confirmou que o Rio Grande do Norte foi destaque entre os estados com maior participação na geração média no período, seguido pelo Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina, que totalizaram 93% do total gerado. A capacidade instalada das usinas eólicas associada à energia comercializada no Proinfa correspondeu a 43,6% do total, enquanto os montantes associados à energia comercializada nos leilões do ambiente de contratação regulada – ACR e no ambiente de contratação livre - ACR representaram 36,6% e 19,8%, respectivamente. O Boletim de Usinas Eólicas considera empreendimentos com ao menos uma unidade geradora em operação comercial e apresenta os resultados consolidados de geração, garantia física e capacidade das usinas da fonte que comercializam energia por meio do PROINFA, nos leilões do ambiente de contratação regulada e também no mercado livre. (Fontes: ANEEL, CERNE, SEDEC)




tenção das licenças de operação e demais documentações necessárias para o funcionamento legal e pleno da ZPE.

Lauro Leite, concultor da ZPE, acredita no sucesso do modelo no RN

Consultor defende viabilidade com investimento 100% privado Consultor de negócios para a ZPE de Macaíba, o empresário Lauro Leite tem se especializado na área de desenvolvimento e atração de indústrias. Lauro é entusiasta do programa de ZPEs e é hoje nomeado pela empresavencedora da licitação da ZPE de Macaíba para tratar de assuntos de interesse da ZPE criada. Há mais de 5 anos

ele trabalha com o tema e atualmente está focado nas negociações com indústrias que desejam instalar-se no RN. Lauro defende o modelo de ZPE com investimento 100% privado. “A ZPE é um negócio atrativo. Para quem administra. E para quem se instala”, destacou o empresário, à Revista Negócios. Net. Confira e entrevista.

Entrevista - Lauro Leite NEGÓCIOS.NET - O que a ZPE de M aca íba r epr esenta para a economia do RN? Lauro Leite - Nós acompanhamos com atenção o processo da criação da ZPE de Macaíba. Isso porque era algo que se arrastava há mais de vinte anos. Infelizmente, neste país, tudo que envolve governo e burocracia pública acontece com dificuldade. Mas é preciso reconhecer que o atual Governo Estadual, na pessoa da governadora Rosalba Ciarlini, deu celeridade e concluiu o que, no futuro, será reconhecido como um marco para a economia potiguar. A ZPE é a redenção da nossa indústria. Proporciona incentivo para quem já trabalha e sofre com a carga tributária e lhes dá a possibilidade de

concorrer internacionalmente. Também atrai novas indústrias através dos incentivos fiscais e logísticos, fortalecidos com o aeroporto de São Gonçalo. Tudo isso vai refletir na melhoria da qualidade de vida da população. NEGÓCIOS.NET - A ZPE de Macaíba vai acontecer? Há viabilidade para este empreendimento? A ZPE de Macaíba é extremamente viável. E vai acontecer sim. Aliás ela já aconteceu. Já temos negociações com vários grupos empresariais, interessados em aportar investimentos no Rio Grande do Norte. Mas precisamos avançar agora na parte que considero demorada que é a burocrática, da ob-

NEGÓCIOS.NET - Quem são estes grupos internacionais? De que áreas de atuação da indústria? Existem tratativas em andamento, no âmbito formal. E também informais, que são aquelas conversas onde são sondadas as condições oferecidas. No momento adequado vamos divulgar. Mas podemos antecipar que há interesse na área automotiva. E ainda nas áreas de informação, produção de pescados, frutas, peças, reciclagem, segurança, entre outras. NEGÓCIOS.NET - O senhor acr edita no modelo desenvolvido pelo Governo do RN, onde o investidor arca com todos os investimentos? A ZPE é um negócio atrativo. Para quem administra. E para quem se instala. Sabemos das dificuldades governamentais. O Governo não tem dinheiro para resolver todos os problemas. Precisa incentivar. Se puder fomentar o investimento através da iniciativa privada melhor. Isso reduz o risco de termos problemas, uma vez que não vai se administrar recursos públicos. E amplia as chances de sucesso, porque quem aportar investimentos certamente vai querer ver o negócio funcionando e obter retorno. NEGÓCIOS.NET - E quando poderemos ver a ZPE funciona ndo de fato, com obras sendo executadas? Estamos agora trabalhando nos projetos e licenças. Isso deve demorar ainda cerca de dez meses. Após a liberação das licenças ambientais, de operação e instalação, as obras começam. abril de 2014 <

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Capuche antecipa entrega de mais 220 apartamentos No primeiro semestre de 2014, a meta do Grupo Capuche é de entregar 600 unidades residenciais, antecipando prazos contratuais e surpreendendo positivamente os clientes da empresa que, em 2014, completa 20 anos de vida. Somente neste mês de abril, serão antecipadas as entregas de 220 apartamentos, distribuídos em duas torres (B e C) do empreendimento Sun River (Ribeira) e uma torre com 60 apartamentos do Viver Bem (Conjunto Cidade Satélite). No ano comemorativo do seu segundo centenário, a construtora genuinamente potiguar investe no cliente, ampliando as frentes de obra e antecipando os prazos de entrega. A diretoria da empresa decidiu priorizar a conclusão dos projetos em andamento, atender plenamente seus clientes, ampliar a credibilidade da grife Capuche e apostar na comercialização de produtos prontos para morar. Esta opção de mercado tem atraído a maior parte dos clientes atuais. 24 >

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A Capuche chegará ao meio do ano acumulando a invejável marca de 100 unidades habitacionais entregues por mês, uma das maiores do mercado potiguar. As entregas referem-se a antecipações de prazos contratuais. “O compromisso na entrega dos produtos reforça nossa credibilidade. Queremos marcar 20 anos no mercado com total solidez, atendendo 100% nossos clientes. Este é o compromisso Capuche”, afirma o presidente do Grupo, Edson Matias. Além dos empreendimentos Sun River e Viver Bem, que totalizarão 220 unidades somente neste mês de abril, nos dois últimos meses (fevereiro e março) a Capuche concluiu o Corais de Lagoa Nova e entregou a torre C do Sun Set. A conclusão dos empreendimentos ocorre junto com a grande promoção “Desconto Campeão”, que oferece opções de desconto de até R$ 100 mil, com faixas promocionais transitando em todos os empreendimentos da empresa.


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Inovação

Reciclar é preciso

Empresa transforma garrafas Pet em barcos de pesca e faz sucesso no Brasil inteiro

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A população cresce e os habitantes perdem espaço. Hoje, somos 7 bilhões de pessoas. Em 2020, seremos 8 bilhões. A produção excessiva de lixo amplia este problema. E um grande percentual do lixo prejudicial é formado por garrafas PET. Pensando nisso, a OAK Soluções Ambientais teve uma ideia inovadora: Selecionar lixo PET e transformá-lo em produto útil à sociedade e ao meio ambiente. Esta é a filosofia de negócios da empresa socioambiental artesanal que utiliza conceitos sustentáveis nos seus produtos e ganha espaço no mercado com projetos vencedores. Amante do mar e navegador experiente, Eduardo Pereira de Carvalho, diretor da OAK, não imaginou que, ao desenvolver a primeira embarcação artesanal flutuante sobre garrafas PET, estava descobrindo o seu grande negócio. Hoje, anos depois de ter construído o barco modelo, a sua empresa já é procurada por renomadas instituições para o desenvolvimento de projetos com foco no social e no meio ambiente. Somente no Rio Grande do Norte e no Ceará, a OAK fabricou mais de 60 embarcações, entre 2012 e 2013, para comunidades de pescadores artesanais. A Petrobras é uma das empresas que investe em compensação ambiental e selecionou a OAK para fabricar barcos de apoio à pesca a base de garrafas PET. A empresa transferiu a tecnologia para comunidades pesqueiras em área de influência da Petrobras. As embarcações são patenteadas, mas a OAK disponibiliza o aprendizado da tecnologia para comunidades que fazem uso coletivo dos barcos, visando o desenvolvimento local.


TIPOS DE EMBARCAÇÃO TES PRISMA TES é a abreviação de Tecnologia Eco Social, que significa tecnologia voltada ao desenvolvimento de projetos sustentáveis. O casco da embarcação tem ângulos agudos que lembram figura geométrica prismática. É o conceito fundamental deste barco: enxergar, ver e olhar o meio ambiente de outra maneira, polida, mágica e possível.

TES MAX A Tecnologia Eco Social deste modelo utiliza-se do máximo aproveitamento das garrafas PET. Mais de 80% da constituição do barco vem desta matéria prima reutilizada. É o conceito mais ecológico e funcional do mercado.

CATPET Catraia é um tipo de embarcação que flutua sobre madeira e isopor. Pescadores artesanais a utilizam como apoio para embarcações que ficam fundeadas no mar próximo à costa. A CATPET substitui o isopor por garrafas PET e assim não deixa resíduo no mar. Outra vantagem é que a CATPET não pesa tanto quanto a catraia convencional. O motivo é simples: a CATPET não encharca, diferentemente do isopor. A CATPET também pode ser utilizada em casos de enchente, auxiliando os moradores na retirada dos seus pertences.

Transformar com qualidade “Nossa missão é contribuir com o desenvolvimento dos negócios de nossos clientes através da aplicação dos conceitos de sustentabilidade na administração estratégica de sua empresa”. Esta é a missão oficial da OAK, que seleciona garrafas pet descartadas, transformando-as em produtos úteis ao ser humano. Além dos barcos, a empresa trabalha produzindo brinquedos sustentáveis, artes plásticas. A OAK também desenvolve projetos de caracterização de comunidades tradicionais, eventos, oficinas de educação ambiental e produtos de decoração com design sustentável. De acordo com Eduardo, OAK significa “Carvalho”, árvore com madeira nobre. “A passagem do vinho por essa madeira faz com que o vinho adquira aromas próprios, tornando-o especial. A transformação com qualidade é a marca do Carvalho. A OAK é árvore da transformação”, afirma.

Travessias no São Francisco e Parnaíba com barcos PET Através do projeto MegaPET, Eduardo de Carvalho já fez a travessia de todo o percurso navegável do Rio São Francisco a bordo de um barco especial feito de garrafas PET. Baseado no conceito: “É possível fazer tudo com o lixo, até mesmo um barco capaz de cruzar o rio São Francisco”, o objetivo da empresa é mostrar as possibilidades de reaproveitamento do lixo doméstico. “Dentro do processo de revitalização do São Francisco, é fundamental que a população ribeirinha contribua efetuando o descarte do lixo doméstico de forma responsável”, explicou Eduardo, diretor da OAK. Depois do Rio São Francisco, Eduardo anuncia seu novo desafio: Atravessar o delta do Parnaíba desde Teresina no Piauí a bordo da embarcação PET, já no próximo mês de maio. O barco utilizado será o TES PRISMA equipado com acessórios que tornarão possível a realização de apresentações multimídia a beira do rio Parnaíba com a comunidade ribeirinha. abril de 2014 <

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Vinhos

vinhos Mercado de

cresce

em Natal Empresas investem em novas lojas e estratégias para atrair clientela

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De olho no consumidor mais exigente, empresas investem forte na modernização das lojas e diferenciação dos produtos e serviços Adegas climatizadas, cursos que ensinam a apurar o paladar para diferenciar vinhos tintos, brancos, espumantes, estoque de vinhos exclusivos, vinhos harmonizados com pratos especiais no próprio local, aperitivos e equipamentos modernos. São alguns atrativos oferecidos por lojas especializadas em vinhos de Natal. E são ainda demonstrações que os norte-rio-grandenses estão buscando conhecer cada vez mais sobre a consagrada bebida. No Brasil, o mercado de vinhos chega a crescer 20% nos períodos de frio. Em 2013, o crescimento anual foi de 10%. E a expectativa é de que, até 2016, este percentual já seja de 30% anual. Em média, o brasileiro bebe 1,9 litro de vinho por ano, patamar tímido em relação aos vizinhos do Mercosul e bem distante do padrão europeu. Os uruguaios chegam a consumir 22 litros anualmente; os argentinos, 26, e os chilenos, 16 litros por habitante anualmente. Na Europa, o percentual de países como Portugal, onde o vinho é tributado como alimento, o consumo alcança 50 litros por habitante/ano. Segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a meta é que em três anos o consumo nacional atinja, 2,5 litros por habitante. Isso significa que todos nós beberemos mais vinho. Em Natal, este crescimento pode ser constatado facilmente com a expansão de lojas especializadas no assunto.


Adega São Cristovão apresenta atração: sua Wine Station

Parceiros e clientes da Adega São Cristóvão foram à inauguração da loja

Alexandre Santana apresenta a sua Wine Station, a "máquina do vinho"

Nova loja já funciona na Prudente

Inauguração prestigiada por clientes

Uma das marcas que está apostando forte em inovação é a Adega São Cristóvão. Além da diversificada oferta de rótulos, a empresa investiu na instalação de duas Wine Stations, máquinas que conservam grandes rótulos na temperatura ideal e permitem que o cliente sirva-se na quantidade desejada. A proposta é aproximar o consumidor dos produtos. Possibilitando, por exemplo, que um vinho de R$ 400,00 (a garrafa) seja degustado por R$ 10 (taça pequena). Além de conservar a temperatura, a Wine Station mantém características do vinho mesmo depois de dias aberto. O equipamento é exclusividade em Natal da nova loja da Adega São Cristóvão, na Prudente de Morais, bairro de Petrópolis, em frente ao Hospital da Polícia. Hoje duas máquinas Wine Station, equivalentes a oito garrafas de vinho, estão prontas para atender o cliente. Com capacidade para quatro garrafas, cada Wine Station funciona como uma estação de alto serviço, onde o cliente adquire um cartão com créditos e utiliza-o de acordo com o seu desejo. Ele pode degustar, por exemplo, taças de 30 ml, 60 ml ou 120 ml. A novidade da São Cristóvão foi apresentada aos clientes em evento social, assinado pela Casa de Ideias, do jornalista Chrystian de Saboya. Foram comemorados também os 50 anos da marca São Cristóvão, tradicional empresa fundada pelo empresário João Santana e líder do mercado de cestas especiais. Totalmente renovada, a Adega une tradição e modernidade. Filho do fundador da São Cristóvão e idealizador da Adega, o sucessor Alexandre Santana comemora o empreendimento como uma oportunidade de levar os vinhos para mais perto do público consumidor da cidade. ABRIL de 2014 <

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Vinhos Grand Cru abre loja de conceito inovador Outra empresa que vem investindo de forma arrojada no Rio Grande do Norte é a Grand Cru. A marca inaugurou sua segunda loja em Natal, na Avenida Engenheiro Roberto Freire, no Seaway Shopping. O espaço da importadora é equipado com um moderno wine bar e contará com serviço de vinhos e comidas, com pratos assinados pela Acozinharia. Além disso, o acervo com rótulos especiais e exclusivos da grife integrarão o portifólio da loja/ Wine Bar. Maior rede de lojas de vinhos do país, a Grand Cru está presente nos endereços mais elegantes do Brasil, além de possuir lojas famosas em Buenos Aires e Punta Del Leste. Daí a escolha da Avenida Roberto Freire pelos proprietários. O projeto arquitetônico da nova Grand Cru é assinado pela arquiteta Samara Gosson, que explica a “intenção em fazer um ambiente convidativo à degustação do vinho. Com a sofisticação da marca Grand Cru, personalizando o atendimento e valorizando o rótulo da garrafa com iluminação especial”, destaca. Os empresários Rodrigo Lima e Paulo Pinheiro, idealizadores e sócios da nova Grand Cru, informam que a proposta deles é que o empreendimento seja uma alternativa de ambiente diferenciado e especial para os amantes do vinho e também os leigos. “Na Grand Cru os clientes podem viver a experiência do vinho em sua plenitude, inclusive harmonizando com pratos preparados para este objetivo”, destaca Rodrigo Lima, sócio da nova loja e proprietário da Franquia Grand Cru, localizada na Hermes da Fonseca, bairro de Petrópolis. O portifólio de vinhos Grand Cru estará disponível na nova loja, para venda e para degustação no local, informa o sócio Paulo Pinheiro. O wine bar e a parte de alimentação passam por 30 >

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Paulo Pinheiro e Rodrigo Lima apresentam a nova Grand Cru em Capim Macio

últimos ajustes e serão inaugurados em maio. O espaço também será destinado para realização de eventos fechados. Antes do investimento, os sócios pesquisaram e constataram que há mercado em franca expansão na zona sul de Natal. “O consumo cresce. As pessoas estão mais exigentes. Na Grand Cru o vinho é o artista principal”, afirma. O projeto arquitetônico também é outro diferencial a ser apreciado pelos clientes da nova loja Grand Cru, em

Capim Macio. Os detalhes foram planejados desde a chegada do cliente, a escolha dos vinhos, a iluminação adequada para dar ao produto destaque especial. “Ao entrar na nova Grand Cru, o cheiro da madeira, o aroma da loja, a luz especial já são diferenciais únicos a serem percebidos”, explica a arquiteta Samara Gosson, destacando ainda que o projeto deu vida aos rótulos e às prateleiras que sustentam os vinhos Grand Cru.

MAIS SOBRE A GRAND CRU A empresa iniciou atividades na Argentina em 1998. Estendeu relacionamento a outros países como México, Uruguai e Brasil, onde iniciou operação em agosto de 2002, com foco nos vinhos argentinos. Hoje a empresa exerce forte presença no mercado brasileiro. Acompanhando o salto qualitativo no segmento, a Grand Cru ampliou o foco para outras vinícolas do velho e novo mundo, como Chile, Espanha, Portugal, Austrália e

Nova Zelândia. Atualmente mantém catálogo com 1.500 rótulos, sendo 625 rótulos de importação exclusiva. No catálogo Grand Cru, é possível encontrar com exclusividade os produtos de vinícolas espetaculares como Viña Cobos, Pulenta Estate, Humberto Canale, Escorihuela Gascón, Zorzal, Morandé, Altair, Viña Leyda, Koyle, Talenti, Allegrini, Saint Clair, Bouchard, entre muitas outras.


Startups

Rio Grande do Norte instala núcleo de

investidores-anjos Antes de empreendimentos como Dropbox, Peixe Urbano e Facebook se tornarem grandes empresas, eles precisaram da ajuda de um tipo particular de investimento. O investidor-anjo, que, como o próprio nome já sugere, é aquele que demanda tempo e recurso financeiro a empresas nascentes da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), as startups. Através de uma iniciativa do Sebrae no Rio Grande do Norte, com apoio do Instituto Anjos do Brasil, , foi oficializada a instalação do primeiro núcleo de investidores anjos do estado. A iniciativa formal é um passo importante para o desenvolvimento do ecossistema de startups no Rio Grande do Norte. “O Sebrae vem fazendo uma mobilização muito grande com os empreendedores. Só que esses empreendedores precisam de alguém que invista e financie essas ideias. Estamos, então, fomentando a criação desse núcleo de investidores anjos no estado”, detalha o gestor do Projeto de

Tecnologia da Informação e Comunicação (Protic) do Sebrae-RN, Carlos vonSohsten. Na prática, o núcleo atuará avaliando projetos locais e podendo no futuro investir nessas potenciais startups. “O investimento anjo não é uma ciência, mas uma arte”. É o que esclarece a diretora da Anjos do Brasil, Maria Rita Spina Bueno, que esteve presente na oficialização do núcleo potiguar da Anjos do Brasil. A instituição sem fins lucrativos foi criada com o objetivo de fomentar o crescimento do investimento anjo para apoio ao empreendedorismo de inovação. Mas de acordo com ela, os investidores precisam estar atentos a alguns critérios antes de formalizar qualquer parceria. “Primeiro, é importante conhecer o empreendedor da startup, saber se ele é uma pessoa ética. Em seguida, analisar as perspectivas de mercado daquela ideia. Como também, a produção e o modelo de negócios, além de pensar nas finanças”, explicou a diretora da Anjos do Brasil para

o público de investidores presentes na sede do Sebrae no Rio Grande do Norte. Mas mesmo com os riscos, ela garante que os benefícios podem ser substanciais. “É um desafio investir em uma ideia inovadora, mas quando dar certo, o retorno pode ser gigante", completa. As vantagens para o empreendedor potiguar com a criação desse núcleo local são inúmeras. “Uma das principais características do investimento anjo é a posição geográfica. A startup precisa do anjo perto dele. Para dessa forma, o investidor fornecer aquele grupo suporte e financiamento”, completa Carlos von Sohsten. Mas é importante observar que o investimento anjo não é uma atividade filantrópica e/ou com fins puramente sociais. O investidor anjo tem como objetivo aplicar em negócios com alto potencial de retorno, que consequentemente terão um grande impacto positivo para a sociedade através da geração de oportunidades de trabalho e de renda. abril de 2014 <

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Nova versão

Em março, a companhia lançou a versão 1.2: mais ágil, simples e colaborativa. O time de desenvolvimento da TOTVS investiu mais de 5 mil horas na criação de 62 novidades que turbinam toda a plataforma. "O Fluig está em constante renovação para oferecer às empresas o que há de mais atual em matéria de gestão, produtividade e colaboração", afirma o diretor de Produto, Gilmar Hansen. "Há mais espaço também para que desenvolvedores criem processos e funcionalidades em cima da plataforma aberta, com uma documentação ampla". No Rio Grande do Norte, a TOTVS oferece soluções em tecnologia à empresas de seis segmentos: Construção e Projetos, Distribuição e Logística, Educacional, Manufatura, Serviços e Varejo. Os polos de Natal e Mossoró concentram a maioria dos clientes da franquia potiguar. O Fluig já está sendo negociado com algumas empresas do Estado. Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Goiás são estados fora do eixo Rio-São Paulo que já usam bem o sistema.

Gestão

Diretoria da Totvs recebeu grupo de executivos para apresentar ferramenta

TOTVS

apresenta tecnologia revolucionária de gestão em Natal O FLUIG, interface corporativa de comunicação colaborativa, foi apresentada durante palestra-almoço A franquia potiguar da TOTVS, companhia líder no desenvolvimento de softwares de gestão empresarial no Brasil, promoveu o “Roadshow Fluig”. A palestra-almoço foi realizada na churrascaria Sal e Brasa, em Natal. Thiago Urbano, da TOTVS São Paulo, apresentou a nova plataforma agnóstica de gestão de processos, documentos e identidades para 40 representantes de empresas potiguares. O Fluig é uma interface de comunicação colaborativa que faz os negócios fluírem muito melhor, conforme defi-

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nição de Wladimir Freitas, CEO da TOTVS RN. “O Fluig é uma inovação que tornará a gestão das empresas mais simples e ágil”, explicou Freitas. Para Thiago Urbano, uma grande vantagem do sistema desenvolvido pela TOTVS é a interação e colaboração privativa e segura de documentos, arquivos e ideias. “Um determinado setor da empresa pode fazer uma reunião virtual pelo aplicativo do Fluig para tablet e smartphone”, exemplificou Thiago. “O Fluig tem uma interface amigável e uso intuitivo”.

Sobre o Fluig

O Fluig é uma plataforma de produtividade e colaboração que integra a gestão de processos, documentos e identidades em uma única interface, acessível também de qualquer dispositivo móvel. É uma camada que se conecta a todo ERP de mercado ou sistema de gestão, como CRM eSCM, extraindo maior valor dos investimentos já feitos em TI. Todas as funcionalidades do Fluig contemplam mobilidade com segurança e são contratadas em modelo de subscrição. O Fluig complementa o atual portfólio de negócios da TOTVS, que é baseado nos pilares sistemas, consultoria, plataforma e cloud. Para mais informações, acesse: www.fluig.com

Sobre a TOTVS

Top provedor de software de gestão, plataforma e consultoria para empresas - com 50% de marketshare no Brasil, liderança na América Latina* e sendo uma das maiores provedoras de ERP Suite do mundo -, a TOTVS é uma desenvolvedora de tecnologia e serviços para empresas de todos os portes. Considerada a 22ª marca mais valiosa do Brasil, avaliada em US$ 569 milhões, segundo o ranking da BrandAnalytics, a TOTVS possui no país cinco filiais, 52 franquias, mais de 200 distribuidores e sete centros de desenvolvimento. No exterior, está presente em 39 países, entre filiais, franquias e dois centros de desenvolvimento (Estados Unidos e México). Com o compromisso de tornar os seus clientes competitivos no mercado que atuam, oferece soluções para 10 segmentos. Suas operações são conduzidas por três conceitos: tecnologia fluída, essencialidade e ERP ágil, complementados por um amplo portfólio de soluções verticais e por serviços como Consultoria de Negócios, Cloud Computing e SaaS. Em 2013, registrou R$ 1,6 bilhão em receitas. Mais informações em www.totvs.com.


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Artigo

Werner Jost - economista, sócio fundador da Camanor, empresário com atuação nos segmentos de aquicultura, energia, educação e construção. Filiado ao PRB/RN

Steve Jobs - no Brasil, nunca! Steve Jobs se tornou um mito, pela sua obstinação, pela criatividade e a capacidade de quebrar paradigmas. Lendo a bibliografia dele escrita por Walter Isaacson, fica claro como Steve Jobs se envolve em cada detalhe do processo criativo, tanto do I-Pod, I-Phone ou I-Pad. Impressionante a insistência dele em influenciar todos os passos na criação dos produtos, criticando, pressionando e incentivando o time encarregado do desenvolvimento do produto. Dedica horas nos laboratórios prestando atenção aos mínimos detalhes que depois se convertem nos produtos revolucionários que nós conhecemos muito bem com características que nos parecem tão óbvias que fica difícil entender porque não foram inventadas antes. Mesmo envolvido em tantos detalhes, ainda encontra tempo para discutir novas estratégias e alianças de mercado com os poderosos da indústria de informática, preferivelmente andando a pé pelos arredores do Silicon Valley. Na sua volta para a Apple, anos depois de ser expulso pelo conselho de administração, Jobs faz questão de assumir como CEO da empresa. CEO significa "Chief Executive Officer", traduzido em português como "Presidente" ou "Diretor general" da empresa, o cargo executivo mais alto de uma organização, só prestando contas para um Conselho de administração bem distante. Ele lutou para assumir como CEO porque assim não teria acima dele um chefe para poder impedir suas decisões e criações. Todas as interferências de Steve Jobs durante o processo produtivo tiveram o peso da palavra final. Só assim, as soluções geniais que ele embutia nos aparelhos e nos conceitos da Apple tinham uma chance de virar realidade. Nenhum CEO burocrático teria entendido e aprovado as idéias geniais de Jobs, transformadas nos produtos que conquistaram o mercado mundial. Comparando as atividades de

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Steve Jobs como "CEO" com os de um executivo chefe no Brasil, chama a atenção que nas 500 páginas do livro não se fala do envolvimento dele com tarefas burocráticas. No máximo, ele trata com os advogados uma possível ação judicial envolvendo uma discussão de patentes. Há um imenso contraste com as tarefas de um executivo no Brasil. A grande parte do tempo aqui é absorvido com temas relacionados aos diferentes níveis de governo: Autorizações, questões fiscais, problemas trabalhistas, normas de produção, ações judiciais e problemas contáveis. A lista é interminável e exaustiva. Como as decisões são de suma importância e podem ameaçar a sobrevivência da organização, o executivo não pode se dar o luxo de delegar estas temas para os subordinados. Os momentos de criatividade são esgotados normalmente em achar soluções de como driblar as barreiras erguidas pela administração pública. O cuidado na criação de novos produtos ou serviços precisam ser delegados aos subordinados bem embaixo da hierarquia empresarial. O processo no Brasil é uma inversão por completa da situação de Steve Jobs, que teve a mente livre para poder pensar dia e noite sobre os pequenos detalhes que faziam a grande diferença. Ele sabia que os assuntos burocráticos podiam ser cuidados pelos subalternos sem colocar a empresa num risco existencial. A história de Steve Jobs talvez seja a mais bem conhecida dos últimos tempos. Mas ele não é uma exceção. Milhares de outros CEO's nos Estados Unidos podem colocar a criatividade no processo produtivo, criando assim produtos e serviços revolucionários que geram uma enorme cadeia de riqueza com o poder de transformar uma sociedade inteira. Aqui só nos resta sonhar com a liberdade criativa de Jobs para acordar no dia seguinte para uma nova batalha de Dom Quixote contra os moinhos da burocracia.




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