COR QUE TRANSFORMA

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uma ideia enquanto em 2010, 80% dos entrevistados diziam-se preocupados com a temática, em 2011 esse numero pulou para 94%. Foram entrevistadas 2.002 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil. As perguntas foram separadas em três grandes temas: meio ambiente, mudanças climáticas e coleta seletiva e reciclagem de lixo. O mais curioso da pesquisa fica ao concluir-se uma mudança no comportamento de consumo dos brasileiros. Mais da metade dos entrevistados afirmou estar disposta a pagar um preço maior por um produto ambientalmente correto, mas apenas 18% disseram ter mudado de forma efetiva seus hábitos de consumo em beneficio da sustentabilidade. Em algumas casas, no entanto, esses costumes passaram a virar rotina. Foi o que aconteceu na residência da jornalista Ana Paula Ostapenko. Além de organizar uma horta para que a família produza e consuma sua própria salada sem desperdício, outras atitudes ecologicamente corretas como trocar as lâmpadas amarelas por brancas que gastam menos, escolher comprar refis de produtos de beleza e alimentos e também substituir a TV antiga por uma de LCD - que consome menos energia que os aparelhos convencionais - foram tomadas. “Compro tudo concentrado, sabão em pó, amaciante, produtos de limpeza, todos com menor quantidade de uso e máximo de retorno em limpeza, e assim, gasto menos água”, explica. Ana acredita que seria ótimo se todos pudessem tomar pelo menos uma atitude para ajudar a produzir resíduos em quantidades menores e gastar menos energia e que nessa sua militância pela causa ecológica dentro de casa acabou influenciando até o marido que no 18 Ímpar

começo achava que esse comportamento era, como ela mesma diz, “ecochato”. Foi nessa mesma toada que a engenheira agrônoma Karla Bethânia de Nadai acabou transformando os hábitos que cultivava desde pequena em projetos grandiosos a favor do meio ambiente. Estimulada pela sua criação em meio à natureza e com uma forte ligação com as plantas, ela se considera uma “dependente orgânica”. O apartamento que ela divide com nada menos que 37 orquídeas, vasos de ervas e outras espécies não é o bastante para ela que se considera uma legítima menina do dedo verde, como na história de Druon. Assim, Karla acabou adquirindo uma pequena área pertinho de Campo Grande onde cultiva orgânicos. Da terra saem todas as hortaliças para consumo de sua família e a propriedade serve ainda como uma verdadeira escola ao ar livre para que seus filhos e coleguinhas de sala aprendam mais sobre consumo e cultivo responsável e hábitos de vida saudáveis. É também com a proposta de educar cidadãos mais conscientes que ela desenvolve junto à Prefeitura Municipal um trabalho de produção de orgânicos com base na agricultura familiar. O projeto abastece duas feiras da Capital e o Verdurão, um ônibus que circula pela cidade, especialmente nas instituições de ensino da rede municipal e particular com venda de verduras e legumes cujos cultivos foram 100% orgânicos. “Quando ele estaciona na frente de alguma escola é vantagem para todo mundo. Para os pais que têm a oportunidade de colocar na mesa de sua família produtos de qualidade por um preço acessível, para as crianças que vão


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