Revista Helbor - 2ª edição

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CULTURA | ARQUITETURA | DECORAÇÃO | BEM�ESTAR

A OBRA COMO ARTE REAL ESTATE OF THE ART LEVA PEÇAS DE ARTE AOS EMPREENDIMENTOS EM FASE DE CONSTRUÇÃO | Pág. 28



Editorial

CARO LEITOR, C

elebramos o lançamento da segunda edição da Revista Helbor, uma publicação dedicada a trazer conteúdos desenvolvidos especialmente para nossos clientes. O objetivo é proporcionar informação de qualidade, com especialistas do mercado, que possam agregar valor ao seu dia a dia, além de assuntos relacionados a lifestyle, decoração, arquitetura, cultura, e muito mais. Nesta edição, falamos sobre a inauguração da plataforma Real Estate of The Art, que permeia o mundo da arte e teve sua primeira edição realizada nas obras do W Residences, um empreendimento icônico previsto para ser entregue no segundo semestre deste ano, e que marca a chegada do W no Brasil. Fica aqui o convite para a leitura desse conteúdo, com todos os destaques de como foi a primeira edição. Vale lembrar que novas edições estão por vir!

uma publicação que retrata práticas já adotadas e temos planos de expandir no intuito de abranger todos os nossos canteiros de obras e colaboradores, a reabilitação de terrenos contaminados, a capacitação de trabalhadores, bem como a adesão ao Pacto Global da ONU, entre outros compromissos. Por fim, agradeço a participação dos arquitetos parceiros nesta publicação, demonstrando suas percepções, tendências e expertise nos projetos arquitetônicos, de decoração e de paisagismo. Boa leitura!

Conselho Editorial Henrique Borenstein | Fundador Henry Borenstein | CEO Roberval Toffoli | Vice-Presidente Fabiana Lex | Diretora de Marketing Marcelo Bonanata | Diretor de Vendas Luciana Barros | Marketing Milena Faustino | Marketing Laíla Yuka | Comunicação

A Revista Helbor é uma publicação da RAC Mídia Editora. Publisher Rodrigo Cunha Jornalista responsável Tarcila Ferro (MTB 42110) tarcila@racmidia.com.br Editora Cristiane Sinatura cristiane@racmidia.com.br Colaboradores de texto Fabiano Mazzei Fernando Victorino Nathalia Molina Projeto gráfico Emerson Cação e Pedro Basaglia Designer Mariane Jayne Revisão Márcia Moura

Dentre as matérias presentes neste exemplar, comento sobre o orgulho de estarmos entre os vencedores do Prêmio Master Imobiliário, um dos principais do setor, com um projeto muito especial para nós: Fazenda Itapety, loteamento fechado de alto padrão em Mogi das Cruzes, cidade onde fica a nossa sede. O empreendimento foi destaque na categoria “Profissional – Soluções Urbanísticas”. Vale conferir também as ações de ESG, conceito que vem do inglês e significa Ambiental, Social e Governança, e que estão reunidas em nosso primeiro Relatório de Sustentabilidade. Trata-se de

EXPEDIENTE

Foto de capa: Samuel Chaves/S4 PHOTOPRESS RAC Mídia Editora Ltda - ME (tel.: 11 98145-7822). A RAC Mídia não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. A editora se isenta de quaisquer danos diretos e/ou indiretos causados a terceiros, advindos da exibição dos anúncios em desacordo com as Leis Criminal, Civil e do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor.

Henrique Borenstein, Presidente do Conselho de Administração da Helbor

As imagens de perspectiva artística dos empreendimentos apresentadas nesta revista estão sujeitas a alterações.

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Sumário

Coluna: Tendências de decoração

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Coluna Lucila Turqueto Tendências de decoração Coluna Mariana Orsi Por dentro da Catedral da Sé Coluna Maneco Carraro Treino com tecnologia Coluna Maria Helena Pessôa Queiroz Decoração afetiva Check-List Antoniele Fagundes Home office organizado

Design Gentilezas urbanas

Design Arte e arquitetura

Destaque

28 Design

Destaque Helbor lança plataforma Real Estate of The Art

20 22 24 26 36 38

Design O conceito de biofilia

Design Espaços de convívio

Design Arquitetura contemporânea

Design Paisagismo tropical

Arte O mundo das galerias digitais

Panorama Novidades da Helbor


Acontece

42 46 48

Acontece 29º Prêmio Master Imobiliário Em Foco A trajetória da Helbor no Prêmio Master Imobiliário Pelo Brasil Endereços culturais em São Paulo

60 64 68

Pelo Brasil

72 76 78

Tecnologia Tudo sobre carros elétricos Economia Imóvel como investimento Eco As ações de ESG da Helbor

Pelo Mundo

Fitness A onda dos esportes com raquete Inspiração Collab entre Helbor e Estúdio Papelaria Mundo Pet Alimentação natural para cães

Inspiração

Dica do chef

52

Pelo Mundo Ilha da Madeira por Nini Andrade

82

Dica do chef Steak tartare por Erick Jacquin 5


Coluna

Perspectivas artísticas mostram uso inteligente da tendência do design orgânico em pontos focais do empreendimento Metropolitan Vila Nova, como mobiliário e tapete

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Imagens: Divulgação, Renata Freitas

O uso inteligente das tendências Por Lucila Zahran Turqueto, criadora do blog de decoração Casa de Valentina (@casadevalentina)

É

natural que as tendências conduzam o ritmo em diferentes mercados, da moda à decoração, e que estejam em constante mudança. O que estava em alta meses atrás vai caindo em desuso e dando lugar a outra ideia que se propaga nas revistas especializadas, nas feiras profissionais e nas redes sociais. Na moda, principalmente, isso acontece de forma muito rápida, até por conta das chamadas lojas fast-fashion. Na decoração, também vemos muitos modismos – mas a diferença é que comprar um vestido que está bombando nas redes sociais e que logo vai ficar “fora de moda” tem muito menos impacto do que investir pesado em projetos de decoração ou mesmo arquitetura com elementos “em alta” naquele momento específico. Porque, dali a cinco anos, o ambiente já terá cara de datado, de desatualizado, e mudar isso envolve muito mais custo e trabalho do que simplesmente encostar um vestido do “verão passado”. Por isso, é muito importante atentar-se aos modismos na hora de pensar a decoração da sua casa. Na arquitetura é ainda mais complicado, já que em geral envolve obra estrutural, de projeto mesmo. Vide a onda do design orgânico, por exemplo. Já faz quase uma década que vi os primeiros reports do segmento falando sobre essa tendência de buscar formas e texturas para trazer a natureza para dentro do contexto urbano. Mas foi sobretudo nos últimos anos que começou um frenesi entre os profissionais de decoração e arquitetura no sentido de usar e abusar desse recurso estético, às vezes até de forma forçada e artificial. Quando você vê muitos projetos que parecem ter bebido da mesma fonte, aliás, já é um sinal de alerta.

Claro que você pode aderir a tendências, mas existem formas inteligentes e sustentáveis de fazer isso. Em vez de investir num cômodo inteiro decorado assim, basta ter uma única peça de destaque que faça referência ao design orgânico, como um tapete ou uma poltrona, por exemplo. Assim, quando a moda passar e você enjoar, é muito mais fácil e barato atualizar o visual da sua sala. Agora, imagine se você tivesse apostado nessa tendência até nos móveis planejados e nos revestimentos... Por isso, prefira sempre usar elementos “em alta” na produção do ambiente e não no projeto como um todo. Também vejo os modismos surgindo de duas formas. O do design orgânico me pareceu algo natural, até mesmo um movimento da sociedade em busca de mais contato com a natureza em sua própria casa, e aí o mercado acabou absorvendo e reproduzindo essa preferência. Mas outros recursos usados à exaustão parecem seguir o caminho contrário: uma imposição do mercado a que as pessoas acabam aderindo de tanto ver por aí, sem nem perceber que se trata de um “modismo”, como o caso das fitas LED usadas em estantes e até no gesso do forro – o que, novamente, configura uma obra estrutural trabalhosa de reverter depois. O que acho muito legal são referências a elementos populares de décadas passadas, usadas pontualmente em um projeto atual. Na última edição da Casa Cor, vi coisas muito bacanas, como um bar super anos 1960 ou uma paleta de cor que fazia sucesso nos anos 1980 sendo aplicados em espaços contemporâneos. São coisas pontuais, pensadas como uma forma de “homenagem”, e não que foram retomadas agora, cinquenta anos depois, como uma nova onda de modismo. É isto: como tudo na vida, decoração também funciona muito melhor quando se tem propósito. 7


Coluna

Imagens da Catedral da Sé feitas por Mariana Orsi

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Imagens: Divulgação, Mariana Orsi

Por dentro da Catedral da Sé Por Mariana Orsi, fotógrafa e arquiteta, especializada em registrar projetos de arquitetura e cidades (@marianaorsifotografia)

Q

uando estamos viajando, principalmente pelo exterior, é muito comum incluirmos igrejas no nosso roteiro, independentemente da religião. Isso porque elas contam histórias, exibem obras de arte, são monumentos arquitetônicos. E, por tudo isso, merecem o posto de ponto turístico – vide a Catedral de Notre Dame em Paris, o Duomo de Milão ou a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Mas agora pergunto a você: na sua cidade, você costuma visitar igrejas da mesma forma? Em São Paulo, por exemplo, temos tesouros que merecem atenção. Você já foi à Catedral da Sé? A sede da Arquidiocese de São Paulo foi inaugurada em 25 de janeiro de 1954, durante as comemorações dos 400 anos de fundação da cidade. O projeto do alemão Maximilian Emil Hehl foi, posteriormente, assumido por Alexandre Albuquerque e Luís Inácio de Anhaia Mello. Na construção de 111 metros de comprimento, 46 metros de largura e 65 metros de altura, o estilo neogótico se faz presente nas torres pontiagudas de 100 metros de altura e nos vitrais, em harmonia com a cúpula renascentista de 62 metros, apoiada sobre oito colunas que lhe conferem o formato octogonal.

tucano, garça e tatu nos vitrais. Há também esculturas e baixos-relevos executados por artistas europeus, o segundo maior órgão da América Latina e um sino com 1,80 metro de altura e cerca de 4,7 toneladas. Uma experiência muito bacana e diferente que já tive a oportunidade de vivenciar algumas vezes é o Brunch na Catedral, organizado pela chef Gil Gondim em sábados e domingos selecionados. Embalado por violino ao vivo, o bufê tem mil e uma delícias, como pães, bolos, frutas, massas, carnes, saladas, sobremesas e até espumante.

Uma experiência muito bacana é o Brunch na Catedral, ao som de violino ao vivo e com mil e uma delícias no bufê, incluindo espumante.

Detalhes interessantes incluem ornamentos inspirados na fauna e flora brasileiras – vide os desenhos de animais, como

Depois da refeição, acontece um tour guiado pela catedral, que passa por diversos lugares que não são abertos ao público com geral, como o presbitério, a Cripta, a nave central, a torre e a cúpula de um dos maiores templos neogóticos do mundo. E quem quiser pode participar da missa antes do brunch também.

A agenda de eventos gastronômicos e culturais na Sé inclui ainda jantares com chefs convidados, noites temáticas, ceia de Natal e concertos. A renda arrecadada é convertida para a manutenção da igreja e também a projetos sociais que ajudam pessoas em necessidade. Um jeito delicioso e solidário de conhecer um dos maiores ícones arquitetônicos de São Paulo, com oportunidade de fotos incríveis! 9


Coluna

Perspectivas artísticas de academias com equipamento Technogym em empreendimentos Helbor

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Imagens: Divulgação

A tecnologia a favor do seu treino Por Maneco Carraro, diretor comercial da Technogym

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ão é segredo para ninguém que se exercitar de maneira regular é essencial para a saúde. Nesse sentido, modalidade escolhida por diferentes públicos, a musculação está atrelada ao ganho de massa magra, à melhora no condicionamento físico e cardiológico, ao emagrecimento e à performance esportiva ou do dia a dia.

Há muitos recursos bacanas para quem quer treinar sozinho, sob orientação profissional remota e virtual. É o caso do Technogym App, plataforma para smartphones que oferece programas de exercícios feito sob medida com base em um questionário preenchido pelo usuário e levando em conta os equipamentos disponíveis no condomínio em questão.

Muita gente, aliás, procura as academias muito mais por questão de saúde do que por estética. É uma consciência que ganhou corpo sobretudo com a pandemia de covid-19, que, além de enfatizar a importância de cuidarmos da nossa saúde, também fez com que as academias de condomínios residenciais passassem a ter um protagonismo inédito.

Uma das ferramentas é o Technogym Coach, um treinador digital baseado em inteligência artificial, que orienta em treinos personalizados e envolventes, contando com aulas gravadas, vídeos intuitivos que orientam sobre a execução dos exercícios e conexão com os principais aplicativos parceiros para monitorar treinos fora da academia, como Strava, Garmin e Polar. Também há recurso de aulas em grupo, como a de bike ou aula funcional, com um professor virtual mostrando os exercícios no telão da academia.

No início, elas se apresentaram como a opção mais viável de treinar sem se expor a lugares fechados e aglomerados. No fim, muitas pessoas aderiram de vez ao treino em seus próprios prédios, mesmo quando a normalidade foi se estabelecendo novamente. Além de, muitas vezes, representar economia financeira, o hábito também se mostrou muito prático, poupando o tempo de deslocamento até academias externas. Com isso, as incorporadoras e construtoras começaram a dar nova atenção às academias, investindo em aparelhos de última geração e às vezes até em preparador físico à disposição dos moradores. Muitos condomínios, dos mais simples aos mais luxuosos, contam com equipamentos da marca Technogym, que lança mão da tecnologia para tornar o treino mais fácil e acessível para qualquer pessoa, personalizando-o aos objetivos e condições de cada uma.

Os próprios equipamentos vêm repletos de tecnologia. Os de cardio, por exemplo, contam com telas que transmitem tanto entretenimento como sessões com um treinador virtual e programas de exercícios com intensidade configurada pelo próprio aparelho. No caso de quem tem personal trainer, o professor consegue prescrever um treino e vê-lo automaticamente replicado pelos equipamentos. Já as máquinas de musculação têm visores que, além de contar o número de repetições e séries, também orientam sobre a cadência dos exercícios, indicando o momento certo de começar e finalizar cada movimento. Com tanta tecnologia a favor da nossa saúde, só fica parado mesmo quem quer. 11


Coluna

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Imagens: Divulgação, Shutterstock

O afeto na decoração Por Maria Helena Pessôa de Queiroz, fundadora da marca de papelaria de luxo MH Studios

S

ou advogada de formação, mas, desde criança, sempre tive uma relação próxima com a arte, muito graças à minha mãe, que me levava para ver exposições e me explicava a importância desse conhecimento. Na época, não me parecia tão legal, mas ela insistia e hoje eu reconheço que muito do que faço vem daquele hábito cultivado por ela desde a minha infância. Em 2015, comecei a produzir meus próprios álbuns de fotografia, não para que ficassem guardados apenas como recordações, mas sim para que fizessem parte da decoração da casa, como os livros cheios de estética e personalidade que escolhemos para enfeitar as mesas de centro, os chamados coffee table books.

o principal atributo do trabalho artesanal. Nada se compara ao acolhimento e ao aconchego de uma peça cuja história tem um ser humano por trás. Hoje buscamos muito esse lugar de afeto. Afeto, por sinal, é o que move meu trabalho. Qualquer coisa pode me inspirar, sobretudo em viagens e caminhadas, quando fico de olhos muito abertos para me munir de referências em várias searas. Tudo o que eu vejo eu carrego no coração e isso se reflete não só nos produtos da minha marca, como também na decoração da minha casa, que é um reflexo da minha personalidade.

Minha casa é um grande diário de gratidão, um relicário de momentos e recordações felizes.

Desse hobby, surgiu minha empresa MH Studios, hoje focada em criações artísticas e artesanais no segmento de papelaria de luxo, com álbuns, cadernos, planners e caixas. Desde então, já fiz colaborações e entrei para o maior e-commerce de luxo do mundo, o Moda Operandi.

Hoje meu trabalho movimenta um círculo de 40 artesãos e tenho muito orgulho disso, porque fazemos produtos de valor afetivo, que emocionam, trazem alegria. Esses são, para mim,

Minha casa é um grande diário de gratidão, um relicário de momentos e recordações felizes, que remetem à minha história ou se conectam comigo por meio da estética. Montei quadros, por exemplo, emoldurando lembranças de viagem, como cardápios de restaurantes, guardanapos, embalagens do meu chocolate favorito e até um saco de enjoo de avião. Por isso, sou uma grande adepta da decoração afetiva, pois acho que ela traduz a essência do morador nos ambientes. A casa precisa contar a nossa história, nossa vida, e melhor ainda se for com boas doses de nostalgia. 13


ESCRITÓRIO EM DIA

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idar com as nossas tarefas profissionais do dia a dia já é desafiador por si só, agora imagina o caos de ter que realizá-las em meio a um ambiente desorganizado e superlotado. A falta de organização eficiente para o nosso espaço resultará em um constante estado de estresse. Isso, por sua vez, afeta diretamente a nossa qualidade de vida. Por isso, é essencial criar um ambiente de trabalho organizado e harmonioso para que tenhamos eficácia, produtividade e equilíbrio emocional, sobretudo se você trabalha de casa. Então vamos começar agora mesmo a organizar o seu espaço?

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Imagens: Divulgação e acervo pessoal

Check-list

Antoniele Fagundes é autora do livro Sua Casa, Estilo de Vida, Organização e Decoração e fundadora da Governess, empresa de home organization que cria espaços de convívio adequados às dinâmicas, necessidades e rotinas de seus clientes.


• Certifique-se de que o ambiente seja tranquilo e bem iluminado. Não hesite em investir em uma boa cadeira e uma mesa adequada para suas necessidades.

ORGANIZE POR GRUPOS

• Crie uma área de trabalho funcional. Distribua os itens de acordo com o espaço e o uso.

• Separe os papéis por categorias, como contas, fornecedores, clientes e contratos, utilizando pastas ou organizadores de arquivos.

• Fique atento à limpeza do espaço. Um local organizado facilita a remoção de poeira, sujeira e resíduos, contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável e higiênico. • Considere a digitalização de documentos importantes como forma de reduzir a quantidade de papel. Salve-os em pastas digitais em seu computador ou em serviços de armazenamento na nuvem e faça back-ups regularmente.

1. Papéis e documentos

• Guarde as pastas na gaveta, em porta-arquivos ou caixas convencionais, identificando-as com etiquetas. • Defina um local específico para correspondências e desenvolva um sistema para arquivar e processar documentos assim que forem recebidos. • Verifique a política de retenção dos diferentes tipos de documentos para guardá-los pelo tempo necessário e realize revisões mensais para descartar o que não for mais necessário. O ideal é que os papéis sejam destruídos em trituradores. 2. Material de escritório • Tenha um suporte de mesa para deixar os itens usados constantemente, como caneta, lápis e borracha. • Guarde os demais materiais em organizadores ou divisórias dentro da gaveta ou providencie uma caixa bonita com tampa que combine com a decoração para guardar os materiais extras. • Lembre-se sempre de avaliar esporadicamente o que precisa ser descartado, como canetas sem tinta ou algo sem utilidade. 3. Livros • Classifique os livros por categoria, como cor, tamanho, autor, assunto, estilo literário etc. • Utilize estantes ou prateleiras para armazená-los de forma organizada. • Caso não tenha livros suficientes para preencher um espaço, considere usar suportes ou organizadores para mantê-los sempre alinhados. • Nunca use pano úmido para higienizar os livros, o ideal é limpá-los com espanador eletrostático. 15


Design

Imagens: Divulgação

Em sentido horário, perspectivas ilustradas mostram a fachada, o lounge e o terraço do Helbor Open Mind

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GENTILEZAS URBANAS Arquitetura humanizada Hoje, mais do que nunca, integrar os edifícios à paisagem urbana é uma forma de tornar a cidade mais receptiva, mais humana, habitável e conectada, onde as pessoas se sentem bem-vindas e podem desfrutar de uma qualidade de vida melhor. Dessa necessidade, aliada a concepções atualizadas sobre o que é morar bem e ao estilo de vida da nova geração que agora passa a ter tanto poder aquisitivo como poder de decisão, vem ganhando espaço na arquitetura o conceito de gentileza urbana. “Trata-se de um conceito essencial em projetos arquitetônicos de qualidade, que buscam criar espaços visando ao bem-estar, à harmonia e à interação entre as pessoas e o ambiente urbano. Isso é alcançado por meio da integração cuidadosa do edifício com o contexto local, respeitando a escala, a proporção e os materiais da região”, explica o arquiteto Wilson Marchi, diretor do escritório Marchi Arquitetura. “Além disso, a criação de espaços públicos acolhedores e acessíveis, como praças e parques bem planejados, estimula a interação social e a diversidade de usos.”

O conceito de gentileza urbana tem a ver com criar espaços visando ao bem-estar, à harmonia e à interação entre as pessoas e a cidade. Wilson Marchi, arquiteto

A arquitetura, portanto, desempenha um papel fundamental nessa mudança de perspectiva, de forma a transcender a mera funcionalidade, criando espaços que proporcionem uma experiência completa aos moradores e que estejam comprometidos em minimizar o impacto ambiental. “A proposta de gentileza urbana prevê também a inclusão, por meio da implantação de recursos de acessibilidade, como rampas e elevadores, e a sustentabilidade, com o emprego de sistemas eco-friendly, como a captação de água da chuva”, completa Marchi. Um exemplo prático de gentileza urbana desenvolvido pela Marchi Arquitetura é o Helbor Open Mind, empreendimento

que ficará no bairro de Chácara Santo Antônio, em São Paulo, que oferece um mall no térreo da torre, complementando o edifício residencial. “Essa configuração promove a interação e o compartilhamento de experiências entre moradores e a comunidade local. Dedicamos uma atenção especial à estética contemporânea, manifestada em uma fachada arrojada e imponente, adornada por amplos terraços”, descreve Marchi. “O endless club na cobertura composto por três pavimentos, por sua vez, oferece uma panorâmica de 360 graus, com vistas magníficas, tornando-se um espaço privilegiado para o lazer e convívio.” São conceitos, segundo o arquiteto, alinhados com as tendências mundiais e com as demandas de um público-alvo constituído por jovens de mente aberta, que, além de procurarem um convívio generoso e harmonioso com o meio urbano, não abrem mão de elegância e contemporaneidade.

Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Wilson Marchi tem ampla experiência em projetos arquitetônicos residenciais, corporativos, hoteleiros e complexos multiúso, reconhecidos com vários prêmios por sua abordagem criativa.

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Design

A simbiose entre a arquitetura e a arte é uma combinação tão efervescente quanto cafezinho com pão, o arroz com feijão ou o queijo com goiabada.

Imagens: Divulgação

Douglas Tolaine, arquiteto

Perspectivas artísticas mostram a piscina, a fachada, o living de um apartamento e na pág. ao lado, uma das áreas comuns do Figueira Leopoldo

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Arquitetura e arte sempre andaram de mãos dadas em uma sinergia inspiradora. Esse diálogo constante guiou a Perkins&Will, estúdio de arquitetura e design, na criação do Figueira Leopoldo, empreendimento da Helbor e da MPD no Itaim Bibi. O design do edifício residencial foi inspirado na arte cinética, que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de ótica ou posicionamento de peças. Entre os nomes de maior destaque nesse segmento, estão o francês Marcel Duchamp, o americano Andy Warhol e o brasileiro Abraham Palatnik. É sobretudo no trabalho deste último que se inspira o projeto do Figueira Leopoldo.

“Criamos um edifício com altura de 114 metros que se movimenta de forma dinâmica e, a cada ângulo ou hora do dia, assumirá uma nova estética e relação com o observador”, conta Douglas Tolaine, Head Creative e Diretor de Design do estúdio da Perkins&Will em São Paulo e líder do projeto. “Sempre procuramos em nossos projetos propor a simbiose entre a arquitetura e a arte. É uma combinação efervescente, que, por meio da obra de Palatnik, inspirou-nos na concepção deste arranha-céu residencial em pleno Itaim Bibi, a poucos passos da Faria Lima e do Parque do Povo.” A fachada é composta por três tons de painéis madeirados em um degradê que permite que o edifício seja admirado de longe, ao mesmo tempo que, junto às soluções de textura e aos jardins nos terraços das unidades, traz leveza e dinamismo para o design. Os brises deslizantes, por sua vez, conferem ainda mais movimento à identidade do edifício, além de colaborar com o controle de iluminação e ventilação naturais nos apartamentos. “São esses painéis deslizantes que, manipulados pelos próprios moradores dos 32 pavimentos, criam a obra de arte que a cada dia terá uma nova configuração”, complementa Douglas.

Imagem: Wesley Diego Emes

ARTE E ARQUITETURA Simbiose perfeita

Douglas Tolaine é arquiteto formado pela Universidade Paulista, com mais de 20 anos de experiência na criação de projetos de uso misto e residenciais. Na Perkins&Will, lidera uma equipe com 100 colaboradores.

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Design

Hoje, ter o elemento natural passou a ser prioridade nos projetos de construção civil. Grazzieli Gomes Rocha, arquiteta

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Imagens: Divulgação

Perspectivas artísticas mostram a fachada, a área comum e a piscina do Helbor Jardins by Artefacto


BIOFILIA EM ALTA A natureza em nós Biofilia é um conceito que está em alta na arquitetura contemporânea. É uma tendência que, na verdade, existe há décadas: a de aproximar as pessoas da natureza, de trazer o verde para dentro de casa. Nos últimos anos, projetos internacionais como o Bosco Verticale, em Milão, e a própria pandemia voltaram a jogar luz sobre essa relação tão intrínseca entre qualidade de vida e contato com elementos naturais. “Vivemos hoje um processo de resgate de algo que já fazíamos muito na arquitetura, em projetos da década de 1980 ou 1990”, explica Grazzieli Gomes Rocha, sócia do escritório aflalo/gasperini arquitetos. “Hoje, ter o elemento natural passou a ser prioridade nos projetos de construção civil.” É a biofilia que atua como protagonista do empreendimento Helbor Jardins por Artefacto, projetado pela equipe aflalo/gasperini arquitetos. Nos dois prédios que compõem o empreendimento, o verde toma conta da fachada. “Esse é um projeto que nasce da escala humana, já que é um prédio baixo, em que mesmo o andar mais alto pode ser alcançado pela copa das árvores”, define Grazzieli. “É justamente a baixa altura do prédio que lhe permite usufruir de panorama mais biofílico, mesmo estando no coração de São Paulo.”

Tais jardins “particulares” de cada apartamento se estendem pelas laterais do prédio em jardineiras menores, acompanhadas de brises com acabamento amadeirado que camuflam as janelas dos quartos – quando abertas, elas terão vista para o verde. Esse mesmo recurso amadeirado volta a aparecer na entrada do residencial, mimetizando a garagem, a portaria e os acessos de pedestre, de forma que quem passa pela calçada tem uma visão agradável, sem gradis ou guaritas. Segundo Grazzieli, essa é mais uma forma de integrar o empreendimento à paisagem urbana: “É um edifício que não nega a cidade, e sim se integra a ela. É um residencial de alto padrão que agrega urbanisticamente para o bairro”. Já o hall é como uma galeria de arte, com uma grande escultura sobre um espelho d’água, sempre rodeado de muita vegetação. Ele conduz à área comum do condomínio, que interliga os dois prédios por meio de um pergolado vazado para a passagem de luz natural. Ali, a piscina é a peça central. Coberta e climatizada, ela tem teto retrátil, que ajuda a criar integração com o ambiente externo, e chega a lembrar um jardim de inverno. Tudo graças aos elementos de biofilia.

Para criar movimento na fachada, os terraços serão triangulares, com pontas em lados opostos que criam um pé-direito duplo para permitir que as plantas recebam mais sol e também cresçam entre um andar e outro.

Imagem: Bob Wolfenson

Assim, o terraço de cada pavimento será rodeado por plantas escolhidas para crescer naturalmente de acordo com a insolação recebida e em simbiose entre si, com baixa necessidade de manutenção. “Aproveitando essa proximidade com o verde, quisemos então fazer verdadeiros jardins nos terraços, o que traz a sensação de bem-estar para o morador ao mesmo tempo que é mais agradável para a cidade”, expõe a arquiteta. Grazzieli Gomes Rocha é arquiteta formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie Arquitetura e Urbanismo. Lidera o escritório aflalo/gasperini arquitetos como sócia diretora junto a Roberto Aflalo Filho, Luiz Felipe Aflalo Herman e José Luiz Lemos da Silva Neto.

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Imagens: Divulgação

Design

Perspectivas ilustradas mostram áreas abertas aos pedestres no W Hotel São Paulo

A Helbor sempre teve em seu DNA a importância de pensar no espaço privado como um presente para a comunidade. Benedito Abbud, arquiteto paisagista 22


OÁSIS URBANOS Um respiro para todos Espaços de convívio público em áreas privadas de grandes empreendimentos comerciais e residenciais: essa tendência de doar à comunidade espaços de convívio vem ao encontro da necessidade de repensar a própria cidade e seu crescimento. “Diversos estudos mostraram que as metrópoles não estavam sendo mais projetadas pensando nos pedestres, apenas nos carros. Parou-se para refletir sobre isso”, explica o paisagista Benedito Abbud. Com 50 anos de carreira e trabalhando com a Helbor em 45 deles, o paisagista reforça a importância de doar aos bairros o que ele chama de “oásis urbanos”, que funcionam como nichos de bem-estar para quem vive ou frequenta o entorno de um empreendimento. “Sempre esteve no DNA da Helbor pensar na gentileza urbana, de maneira que o espaço privado possa ser aberto ao público, como um presente para a comunidade”, comenta. O paisagista pontua alguns empreendimentos Helbor com áreas comuns cujo projeto paisagístico é de sua autoria, como o edifício Nun Vila Nova Conceição, em São Paulo, que tem fachada ativa com lojas e um amplo recuo entre a calçada e a entrada do prédio. “Criou-se um bulevar com bancos e árvores para sombrear o espaço”, explica Abbud.

O incentivo à criação de áreas privadas para o bem-estar público conversa com o conceito de biofilia, que tem direcionado projetos de paisagismo em todo mundo. Segundo Abbud, “a biofilia traz a natureza para a cidade e prioriza o uso de materiais, iluminação e ventilação naturais”. Nesse sentido, ele reforça que o paisagista “não cuida só de plantas”: é um profissional que precisa trabalhar a área externa dos grandes condomínios como um todo. Abbud exemplifica que espaços como playgrounds devem ir muito além de balanços e gangorras e precisam estar em uma área de livre circulação, ter piso emborrachado e ser funcional de modo que estimule o desenvolvimento psíquico e motor das crianças. “Até os tanques de areia vemos de volta nessas áreas”, exemplifica. Nos empreendimentos mais recentes, a mudança da piscina do térreo para o rooftop (o que rende mais sol e “cenários de Instagram”), jardins sensoriais com áreas de descanso e espaços exclusivos para os pets, entre outros elementos, reforçam a busca por criar ambientes que priorizem o lazer e o bem-estar de quem mora ali.

O Helbor Wide SP é o mesmo caso: projetou-se ali uma ilha de vegetação no coração do bairro paulistano de Pinheiros, criando um espaço que serve diretamente para o bem-estar de quem vive no entorno ou transita por ali diariamente. “Já o W Hotel São Paulo não tem portões e seus recuos largos e bem fluidos permitem aos pedestres circular livremente”, aponta Abbud. O profissional pontua que as pessoas podem “cortar caminho” por ali, usar os serviços e lojas que serão abertos ou apenas sentar em um dos bancos para descansar.

Com 50 anos de profissão, Benedito Abbud já desenvolveu mais de 6 mil projetos de arquitetura paisagística em residências, condomínios, praças, parques, bairros e até cidades. Foi vencedor de diversos prêmios, com destaque para o Greening GBC 2013.

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Design

A arquitetura precisa prever condições mutáveis, que apresentem o que é essencial e supra as condições específicas de cada morador. Paulo Roberto Barbosa, arquiteto

Imagens: Divulgação

Perspectivas artísticas mostram detalhes contemporâneos do Casa Vila Nova

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A FORÇA DO CONTEMPORÂNEO Arquitetura no século 21 Entre os anos 1930 e 1960, o Brasil foi epicentro da arquitetura modernista, desenvolvendo um estilo próprio por meio de nomes como Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Apesar de hoje em dia não haver uma linguagem arquitetônica única no país, muito da nossa produção contemporânea ainda está absolutamente fundada naquela arquitetura moderna de 100 anos atrás. Embora haja essa grande influência, há também um novo olhar, cuidadoso, que procura perceber as nuances regionais, os aspectos culturais, construtivos, do clima. Isso porque a nossa forma de viver hoje é menos estanque do que já foi há algum tempo. A casa de hoje é um reflexo disso. “A arquitetura, portanto, precisa prever essas condições mutáveis ao criar espaços que apresentem tudo aquilo que é essencial, mas capazes de suprir as condições específicas de cada morador que venha a viver ali futuramente”, define Paulo Roberto dos Santos Barbosa, do escritório São Paulo Arquitetos. Ao mesmo tempo, segundo o profissional, é importante também criar desenhos sem modismos, que possam envelhecer e continuar elegantes, atuais.

metade dessa largura, que compreende duas das três suítes, foi adicionada uma camada de brises reguláveis, capazes de controlar de forma passiva a insolação e o ganho de calor. Eles garantem também a possibilidade de, no momento que o morador quiser, estabelecer a liberdade visual, premissa fundamental desse projeto. Uma outra ação implementada a fim de respeitar os aspectos do entorno foi a de recuar o empreendimento em relação ao alinhamento da rua, de forma a garantir uma dimensão equilibrada entre as casas assobradadas já existentes e o volume da nova torre de 50 metros de altura. Esse recuo funciona como uma espécie de mediador entre as duas escalas, permitindo também que se crie um generoso jardim frontal capaz de articular de forma adequada a transição entre o espaço público (a rua) e o espaço privado (as unidades residenciais). “Para nós, esse tipo de ação – foco na flexibilidade do morador e respeito ao entorno – está em total consonância com as necessidades da arquitetura contemporânea”, finaliza Paulo.

“É essa possibilidade que nos anima bastante, porque trata de preocupações muito atuais, relacionadas, por exemplo, ao uso eficiente e racional de recursos”, define o arquiteto, que é responsável pelo projeto do Casa Vila Nova, empreendimento da Helbor na Vila Nova Conceição, em São Paulo. “É praticamente esse desejo utópico de atemporalidade que buscamos no Casa Vila Nova. Ali, desenhamos cada pavimento de forma a parecer quase uma casa independente.” A face principal, de 20 metros de comprimento, é feita em vidro, o que dá a impressão de que os apartamentos são verdadeiros mirantes com vista totalmente desimpedida em direção ao Parque do Ibirapuera. Em

Paulo Roberto dos Santos Barbosa é arquiteto e urbanista formado pela Universidade Santa Cecília. Fundou o escritório São Paulo Arquitetos em 2013, ao lado da arquiteta Tais Cristina da Silva, e hoje atua também junto aos sócios Fabio Jorge e Maria Fernanda Vita.

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Imagens: Divulgação

Design

Perspectivas ilustradas mostram a praça central, a área de descanso e a piscina do Metropolitan Vila Nova

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PAISAGISMO TROPICAL

Jardins que emocionam “Neste espaço, o morador sentirá o sol, a sombra, a brisa, o frio, o calor. É uma área de sensações e convívio”, explica o arquiteto Alex Hanazaki, ao falar sobre o seu projeto de paisagismo para o empreendimento Metropolitan Vila Nova by Helbor, no bairro da Vila Nova Conceição, em São Paulo. Próximo ao Parque do Ibirapuera, o profissional absorveu o DNA verde do bairro como inspiração para pensar em espaços comuns que possam servir como uma “sala de estar ao ar livre”. Ali, optou por trazer espécies nativas brasileiras, como ipês e filodendros, com época de florada distintas. Assim, o jardim estará sempre florido e perfumado, ao longo de todo o ano. “Um jardim precisa emocionar”, comenta. Profundo conhecedor de botânica e dos biomas nacionais, Alex reforça que a escolha das plantas vai muito além de questões estéticas: “Minha seleção prioriza a fácil adaptação, baixo consumo

hídrico e pouca manutenção, pontos que tornam o espaço funcional e com cuidados mais simples”. Atrelada a isso, a opção por pisos drenantes, móveis de reflorestamento e iluminação de LED, mais eficiente e com menos gasto de energia, foram pontos vitais para compor o projeto. “Pensar no meio ambiente é obrigatório, temos que ter em mente essa simbiose de beleza e sustentabilidade”, avalia. Trazer o verde e espécies brasileiras aos projetos é uma vertente que Alex busca no legado de Roberto Burle Marx, ícone do paisagismo nacional. Apaixonado pelo universo das plantas nativas, o paisagista pensava em seus jardins como espaços fluidos e os via como “obras de arte”, motivo de ser conhecido como um artista de jardim. Segundo Hanazaki, a presença do verde sempre nos remete a Burle Marx. E a natureza atrelada às sensações direcionaram o projeto do empreendimento Metropolitan, que tem como centro uma praça social para convivência dos hóspedes. Os moradores chegam até ali por um caminho sensorial. “É uma caminhada por um jardim que leva a um oásis de tranquilidade, paz e interação entre seus moradores”, finaliza.

Com 25 anos de carreira e diversos projetos assinados em parceria com a Helbor, Alex Hanazaki é considerado um dos grandes nomes do paisagismo contemporâneo.

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Destaque

A OBRA COMO

ARTE

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Imagem: Samuel Chaves/S4 PHOTOPRESS

Helbor lança plataforma Real Estate of the Art com objetivo de reunir artistas consagrados e novos nomes em exposições realizadas dentro de empreendimentos em construção

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Destaque

U

m canteiro de obras como galeria de arte, fundindo e ressignificando os dois conceitos atrelados ao termo “obra”: espaço em construção vs. peça de valor artístico. Essa é a proposta da plataforma Real Estate of the Art, lançada pela Helbor como forma de jogar luz sobre artistas novos e consagrados, levando a arte para ambientes que vão além de museus e galerias.

“O projeto surgiu com o novo posicionamento da Helbor de se conectar com diferentes áreas de atividades que tivessem, de alguma forma, identidade com a nossa atuação, como o universo da arte”, explica Fabiana Lex, diretora de Marketing, Produto e Comunicação da Helbor. “A ideia é ter espaços com

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Osvaldo González com sua obra site specific


obras de novos artistas e de artistas renomados que possam expô-las dentro de empreendimentos da Helbor em fase de construção. Assim, podemos trazer o cliente para dentro da nossa obra por meio de uma experiência muito especial, criativa e lúdica.”

O projeto surgiu com o novo posicionamento da Helbor de se conectar com diferentes áreas que tivessem identidade com a nossa atuação.

A primeira edição, realizada no início deste ano, ocupou a obra do W São Paulo, um empreendimento icônico que marcou o primeiro W do Brasil, e que está previsto para ser entregue no segundo semestre de 2023. O evento teve a curadoria das galerias de arte AM e Contínua, de São Paulo, e contou com a exposição Abrigar, sob curadoria de Charlene Bicalho. Um dos destaques foi a obra Inducción Cromática A Doble Frecuencia, um painel de 20 metros de comprimento do artista venezuelano Carlos Cruz-Díez, que foi exposto no 24º andar do prédio do futuro W Hotel e W Residences. A escolha da peça também levou em conta o centenário de nascimento do artista, que faleceu em 2019. “Queríamos trazer algo que nunca tivesse sido exposto antes no Brasil, por isso, o destaque foi esta obra de 20 metros de comprimento”, afirma Fabiana.

Imagens: Samuel Chaves/S4 PHOTOPRESS

Fabiana Lex, diretora de Marketing, Produto e Comunicação da Helbor

Charlene Bicalho com sua obra “Náu”

Carlos Cruz-Díez foi um dos principais protagonistas da arte contemporânea na América Latina, responsável por conduzir pesquisas sobre o uso e o comportamento das cores. Para ele, a cor era como uma realidade autônoma e evolutiva, associada ao desenvolvimento dos nossos sentidos. “Nas minhas obras, nada é deixado ao acaso; tudo é pretendido, planejado e programado. A liberdade e as emoções só estão presentes na escolha das cores, uma tarefa com uma única restrição autoimposta: ser eficiente no que quero dizer. É uma combinação de raciocínio e emoção. Não fico inspirado: eu reflito”, declarou o artista venezuelano. Já com o intuito de trazer um artista inovador e irreverente para dentro de um espaço que, uma vez entregue, terá essas mesmas características, foi escolhido o artista cubano Osvaldo González, que fez uma instalação in loco. Sua 31


Destaque primeira obra do circuito, Ámbar Sueña Montañas, foi feita no período da pandemia, como forma de abordar a reflexão sobre anseios e sonhos, estando em confinamento. “Escolhemos uma obra resultante da investigação que fiz sobre o trabalho de Oscar Niemeyer, uma série na qual eu quis representar o espírito dos modernistas, da realização com a abstração concreta”, explica González. Outra obra retratava o espaço real da exposição, uma cena do próprio edifício do W Hotel e Residences, onde a paisagem externa real foi substituída por montanhas, em uma analogia com os prédios da vizinhança. Para encerrar, González realizou uma intervenção artística in loco, utilizando elementos da própria construção para criar uma obra de arte, que consistia em paredes falsas feitas de fita adesiva. Segundo o artista, esse tipo de obra site specific tem bastante valor agregado, na medida em que resume todas as linhas temáticas de seu trabalho. Os espaços construídos por ele são pretextos para narrativas e histórias, muitas vezes, relacionadas à sua experiência pessoal. “É o ponto para onde convergem todas as ideias que exponho em relação ao espaço, ao tempo e à minha vida pessoal”, afirma.

Obras de Jac Lisboa e Carolina Itzá

Já o uso de materiais como fita adesiva e acrílico possibilita a sensação de representação da realidade em 3-D, mas a partir do plano. “Faço as instalações com materiais que você encontra em lugares comuns, como papelarias e lojas em geral, criando analogicamente relações com o mundo natural, numa tentativa de gerar a paz que muitas vezes encontramos na natureza”, finaliza González. Também fizeram parte da exposição as obras de Estela Sokol, que usa elementos como a cor, a diferença de materiais e a relação com o espaço do entorno para criar esculturas em sintonia com outras linguagens artísticas, como a arquitetura, a pintura e a instalação. Em 32

Público observa obra “Inducción Cromática A Doble Frecuencia”, de Carlos Cruz Díez


Nas minhas obras, nada é deixado ao acaso; tudo é pretendido, planejado e programado. Carlos Cruz-Díez, artista venezuelano (1923-2019)

Imagens: Samuel Chaves/S4 PHOTOPRESS

um dos ambientes do empreendimento em construção, a artista expôs três trabalhos que se transformam ao longo do dia por meio do uso de tintas fotoluminescentes. Assim, à medida que a luz do dia muda e a noite chega, a cor e a luminosidade dão nova vida às peças, evocando a passagem do tempo.

“Cisne”, de Estela Sokol

A obra Resta 1, por exemplo, é uma série de pequenas telas afixadas ortogonalmente sobre a parede. Nela, a cor fotoluminescente gradualmente emana ao longo do dia, espelhando o mosaico de luzes que se forma no skyline de São Paulo conforme a noite chega. Já Cisne, composta por dois volumes com silhueta de meia lua, joga com a oposição e a inversão entre luz diurna e noturna. Medeia, por sua vez, possui uma malha externa – também fotoluminescente – cujas linhas fazem um contraponto aos perfis retilíneos das esquadrias dos edifícios urbanos. O evento contou também com a exposição Abrigar, que reuniu obras de artistas da Residência-Arte Vai Passar, proposta por Malka Borenstein e sob mentoria do programa [DES]manches, de Charlene Bicalho. Esse trabalho visa ao compartilhamento de conhecimentos artísticos, experiências e convívio entre uma rede de artistas. A exposição Abrigar contou com obras de cinco artistas mulheres. 33


Destaque Beatriz Rezende veio com Auto Gravura, com fragmentos de seu corpo marcados com tinta sobre a tela após ato performático. Em Pipoca Véia, Carolina Itzá apresentou uma série de pinturas concebidas no contexto da pandemia, traçando um retrato do cotidiano e das relações sociais. Jac Lisboa, com Entidad Nómada, apresenta o registro fotográfico de uma performance inspirada em sua estadia na Cidade do México. Já Aline Fátima expôs em formato de fotografia o frame de sua obra audiovisual A Pagodópera da Malandra, que apresenta a visão crítica de uma mulher negra e periférica sobre o período pandêmico. Por fim, Charlene Bicalho trouxe a fotoperformance Náu, com montagem site specific, que investiga movimentos diaspóricos dos negrodescendentes no Brasil, baseados em saberes e rituais de culturas subalternizadas no país.

Aline Fátima com a obra “A Pagodópera da Malandra”

“Foi muito bacana ver como a arte, inserida em outro ambiente além de museus e galerias, torna-se ainda mais interessante”, diz Maria Helena Pessôa de Queiroz, fundadora e diretora criativa da MH Studios, que esteve presente no evento. “Foi diferente, divertido e curioso interagir com obras em um ambiente de obra, em um prédio altíssimo com vista para São Paulo.”

Faço as instalações com materiais comuns, criando analogicamente relações com o mundo natural. Osvaldo González, artista Beatriz Rezende com sua obra “Auto Gravura”

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As artistas Carolina Itzá e Jac Lisboa com Malka Borenstein, da exposição “Abrigar”

Estela Sokol com sua obra “Resta Um”

Imagens: Samuel Chaves/S4 PHOTOPRESS

“Pipoca Véia”, de Carolina Itzá

“Náu”, de Charlene Bicalho

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Arte

O NOVO MERCADO DA ARTE Plataformas digitais aproximam obras do público, gerando negócios e levando mais vida aos ambientes da casa

Carla Loureiro, Daniela Daud Malouf e Clarissa Cury Macnicol são sócias na ArtSoul

Imagens: Shutterstock

Por Fabiano Mazzei

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a ferramenta on-line foi a única que restou, obrigando o mercado a se adaptar. Investimentos em TI, por exemplo, aumentaram substancialmente, a fim de suportar a transformação digital do segmento. Como marketplace, a ArtSoul oferece busca segmentada por preço, localização e artistas, seleções de obras feitas por curadores, blog com conteúdo para informar e atualizar o usuário, lista de presentes e uma consultoria on-line para ajudar na escolha da obra. “Da pandemia para cá, nosso volume de acessos triplicou”, diz Carla. A migração para o comércio on-line atraiu também um público consumidor mais jovem e menos acostumado a frequentar eventos de arte. É a chamada Next Gen, como definiu o site Artsy.net: uma turma entre 18 e 40 anos, pouco assídua de galerias, mas muito conectada com as tendências do mundo digital.

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ecorar a casa com obras de arte é uma tendência em crescimento no Brasil, resultante da combinação de dois fatores: a valorização do lar no pós-pandemia e a democratização do acesso às obras por parte das plataformas de vendas on-line.

O fenômeno é mundial. De acordo com o relatório The Art Market Report 2021, produzido pela economista Clare McAndrews para a feira Art Basel e a seguradora UBS, o comércio digital no segmento movimentou US$ 12,4 bilhões em 2020 – o dobro do ano anterior e recorde histórico, representando 25% de todo o mercado de obras de arte negociado naquele ano. No cenário nacional, uma das plataformas mais bem-sucedidas é a ArtSoul. Criada em 2018, reúne mais de 6 mil peças, entre pinturas, gravuras e fotografias. A ideia de suas fundadoras ao abrir um e-commerce do gênero foi a percepção de que o mercado de arte era muito fechado para quem não entende do assunto. “As pessoas iam às feiras, ficavam interessadas, mas não tinham acesso aos canais de venda”, analisa Carla Loureiro, cocriadora do site, junto às sócias Daniela Daud Malouf e Clarissa Cury Macnicol. O tabu era mantido também pelo setor. “Os galeristas e agentes estavam ausentes ou mal estruturados na internet. Para eles, na época, a rede não era lugar para vender arte”, recorda a empreendedora. Com a pandemia, essa visão foi completamente transformada. Em 2020, sem as feiras presenciais e exposições abertas ao público,

ARTE EM CASA Para Carla Loureiro, este interesse em ascensão pela arte é, também, um reflexo do período de isolamento social durante a crise sanitária. “Acho que ficou muito claro para todo mundo o quanto a arte – em todas as suas expressões – faz falta na vida. E, dentro de casa, as pessoas começaram a perceber que essa convivência também era importante.” Optar por objetos de arte na decoração torna o espaço não apenas mais sofisticado, como também confere a ele mais personalidade. Todos os ambientes podem ser enriquecidos com esses itens: grandes telas na sala de estar; esculturas alinhadas com a mobília na sala de jantar; fotografias e gravuras nos corredores; painéis em cores vibrantes no home office; peças em tons mais suaves para os ambientes íntimos, como os dormitórios. Para quem aderir à tendência, é importante levar em consideração que uma obra de arte requer cuidados específicos de preservação. Exposição à luz do sol, por exemplo, deve ser evitada, assim como ambientes muito úmidos. A limpeza deve ser feita conforme recomendação do vendedor, utilizando apenas produtos autorizados e técnicas que não comprometam a integridade da peça. “Quando você traz uma obra de arte para dentro de casa, mais do que a reação estética que ela gera, cria-se um relacionamento de longo prazo com o morador. É uma emoção que deve ser muito bem cuidada”, acredita Carla. 37


Panorama

DE OLHO NAS NOVIDADES Apartamento decorado do Helbor Passeo Patteo Mogilar

HELBOR PASSEO PATTEO MOGILAR | MOGI DAS CRUZES O Helbor Passeo fica no Patteo Mogilar, complexo imobiliário desenvolvido pela Helbor que já possui outros quatro empreendimentos da Helbor, tanto residenciais como corporativos. Em suas três torres, conta com apartamentos de três suítes em 116 m2 privativos ou três dormitórios com 95 m2 privativos; ambos os tipos têm terraço com churrasqueira. A primeira fase já foi entregue e duas das torres já têm unidades prontas para morar. A área de lazer inclui salão de festas gourmet e infantil, salão de jogos adulto e juvenil, brinquedoteca, fitness, piscinas adulto e infantil descobertas e cobertas, praça central, espelho d’água, espaço funcional, playgrounds, quadra gramada, churrasqueira, trilha, pet place e bicicletário. O projeto conta com assinatura de Marchi Arquitetura, Benedito Abbud no paisagismo e Sandra Pini nos interiores. 38

Imagens: Divulgação

Confira os empreendimentos da Helbor entregues e em fase de lançamento em São Paulo e Mogi das Cruzes


HELBOR MY SQUARE | SÃO PAULO O bairro do Limão ganhou, recentemente, um novo empreendimento, que é referência no quesito praticidade e comodidade, graças à ampla estrutura de lazer e ao ComVem Limão, que oferece, no térreo, um espaço de compras, alimentação, serviços e lazer a um elevador de distância. As duas torres de 20 andares cada uma foram projetadas pelo escritório Marchi Arquitetura, enquanto as áreas comuns têm design de interiores de Silvia Aguiar e paisagismo de Benedito Abbud. Ao todo, são 251 apartamentos de 55 m2 a 90 m2, com dois ou três dormitórios. A área de lazer tem salão de festas, espaço gourmet, churrasqueira, pet place, bicicletário, fitness com espaço externo, salão de jogos juvenil, lounge, brinquedoteca, playground, piscinas infantil e adulto com raia de 25 metros, deque molhado e quadra recreativa.

Fachada do Helbor Edition Vila Madalena

Apartamento decorado do Helbor My Square

HELBOR EDITION VILA MADALENA | SÃO PAULO No coração de um dos bairros mais queridos de São Paulo, o Helbor Edition Vila Madalena tem a localização como um de seus destaques, estando próximo a bares, restaurantes, estação de metrô, hospital e supermercados, com fácil acesso às principais vias da cidade. Desenhado pelo arquiteto Jonas Birger, com interiores de Silvia Aguiar e paisagismo de Benedito Abbud, o empreendimento de uma torre soma 31 pavimentos, e, no térreo, conta com o ComVem, que oferece um espaço de compras, alimentação, serviços e lazer a um elevador de distância. A entrada pela Rua Harmonia é de uso exclusivo para moradores das unidades studio, que contam com estrutura de coworking, salão de festa, fitness, piscina, lavanderia e bicicletário. Já pela Rua Senador Cesar Lacerda Vergueiro, acessam-se os apartamentos de três dormitórios, sendo quatro unidades por andar. O lazer exclusivo desses moradores soma salão de festas, salão de jogos, brinquedoteca, fitness, bicicletário, playground e piscina adulto e infantil. 39


Panorama

METROPOLITAN VILA NOVA BY HELBOR | SÃO PAULO A Vila Nova Conceição reúne a melhor curadoria urbana quando se fala em charme, elegância e tendência. A apenas 800 metros do Parque do Ibirapuera, um arrojado empreendimento vai ganhar forma a partir de projetos desenhados em conjunto pelo escritório Marchi Arquitetura, Hanazaki Paisagismo e Carlos Rossi Arquitetura. Jardins ornamentais, praça privativa, piscina na cobertura e lounges ao ar livre protagonizam a área comum, que tem ainda salão de festas, fitness, brinquedoteca, salão de jogos, espaço gourmet e bicicletário. As 106 unidades residenciais têm áreas de 24 m2 (studios), 81 m2, 126 m2 e 207 m2 (penthouse). No térreo, um mall sofisticado com conveniência e lojas garantem praticidade aos moradores e pedestres em geral.

Imagens: Divulgação

Perspectiva artística do Metropolitan Vila Nova by Helbor

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TRINITY VILA CLEMENTINO | SÃO PAULO A poucos minutos do Parque do Ibirapuera, no escritório MCAA, Benedito Abbud e Chris Silveira se reúnem para compor o projeto de arquitetura, paisagismo e interiores, respectivamente, do mais recente lançamento da Helbor e da MPD. Com acessos separados, as unidades residenciais se dividem em Home (61 m2 a 81 m2, com dois ou três dormitórios ou uma ou duas suites) e Smart (studios de 26 m2 a 31 m2). A área de lazer também é exclusiva de cada categoria. Os moradores do Home contam com piscina adulto e infantil descoberta, brinquedoteca, sauna seca, fitness, espaço teens, playground, salão de festas, churrasqueira, beauty center, sports bar, sala de massagem, bicicletário, espaço delivery, lavanderia e previsão para minimercado. Já as unidades Smart têm piscina adulto descoberta, fitness, churrasqueira, espaço gourmet, lavanderia, espaço delivery e previsão para minimercado. Perspectiva ilustrada da fachada do Trinity Vila Clementino


Perspectiva artística mostra o mall no térreo (acima) e o endless club (abaixo) do Helbor Open Mind

HELBOR OPEN MIND | SÃO PAULO A Rua Enxovia, a apenas 650 metros do Morumbi Shopping, verá ganhar forma uma torre de 38 andares que, para além de referência em morar bem, ainda vai trazer para a região o conceito de gentileza urbana. Uma praça arborizada no nível da rua, com paisagismo de Benedito Abbud, promoverá a integração do empreendimento à paisagem urbana, de forma que os pedestres também poderão aproveitar essa área ao ar livre, com acesso às lojas situadas no térreo. No total, são 390 unidades residenciais, entre studios, apartamentos de um ou dois dormitórios e duplex com dois dormitórios. Os moradores podem aproveitar a estrutura de lazer do Endless Club, que ocupa três andares exclusivos, incluindo a cobertura, o que garante vista 360 graus da cidade. Ali há lounge com terraço, dois espaços gourmet, salão de festas, salão de jogos, brinquedoteca, fitness, piscina coberta com solarium e spa com área de descanso. 41


Acontece

UM PROJETO DE VANGUARDA Case da Fazenda Itapety, em Mogi das Cruzes (SP), é reconhecido no 29º Prêmio Master Imobiliário, graças à criação da reserva natural Botujuru e de ações sustentáveis empregadas no projeto de desenvolvimento urbano

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área da antiga Fazenda Rodeio, no município de Mogi das Cruzes, é palco para o maior projeto de desenvolvimento urbano da Região Metropolitana de São Paulo: a Fazenda Itapety. Aos pés da Serra Itapeti, o empreendimento surgido da união entre a Helbor e a IPLF Holding S.A. terá mais de 6 milhões de metros quadrados de áreas verdes preservadas, incluindo uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a segunda maior do estado de São Paulo.

Empreender em áreas de proteção é um desafio que vem sendo desenvolvido com planejamento e estudo.

Imagens: Divulgação

Tal feito foi reconhecido como vencedor na categoria Profissional - Soluções Urbanísticas do 29º Prêmio Master Imobiliário, que reconhece a excelência profissional no setor imobiliário por meio de uma comissão julgadora, formada por representantes e especialistas de seis entidades. A premiação, realizada anualmente pela Fiabci-Brasil (Capítulo Brasileiro da Federação Internacional Imobiliária) e o Secovi-SP (Sindicato da Habitação), é uma das mais tradicionais do mercado imobiliário.

A criação da RPPN Botujuru, que fica localizada na região do empreendimento, surgiu devido ao desenvolvimento imobiliário que está sendo realizado na área. A preservação da Serra do Itapeti, um importante ecossistema ambiental em Mogi das Cruzes, será de grande importância para a cidade, uma vez que todo esse trabalho garante a proteção dos cerca de 33 mil hectares de Mata Atlântica remanescente, além de nascentes de água que alimentam os rios Tietê e Paraíba do Sul, com alta diversidade de fauna e flora. A manutenção de corredores de fauna e de espécies residentes e a preservação das áreas de várzea são algumas das premissas do projeto.

Da esquerda para a direita, José Ramos Rocha Neto (Abecip), João Chavedar (Alden), Henry Borenstein (Helbor) e Ricardo Yazbek (Secovi-SP) na entrega do Prêmio Master Imobiliário

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Acontece SUSTENTABILIDADE NOS DETALHES Empreender em áreas de proteção é um grande desafio, que vem sendo desenvolvido com muito planejamento e estudo. O plano prevê a instalação e ocupação da propriedade em setores – Setor Serra, Setor Bairro e Setor Cidade –, que serão realizadas em 13 etapas. Cerca de 44% do terreno será preservado de forma perpétua, por meio da RPPN Botujuru-Itapety. Outros 36% serão destinados a novas áreas verdes, de lazer e convivência, institucionais e sistema viário. E nos 20% restantes serão desenvolvidos empreendimentos residenciais, comerciais e de uso misto.

potencial cênico para compor espaços públicos de lazer e contemplação, como parques, mirantes e pequenas praças.

Após o lançamento total, a Fazenda Itapety terá um total de 714 lotes. O Setor Bairro contará com salão de festa adulto e infantil, clube, spa, mirantes, reservatórios, playgrounds, pet place, skate park, praças, quadras, campo de futebol society e três quadras de tênis.

Com relação às áreas comuns, a arquitetura projetada por Wilson Marchi foi inspirada nos materiais da terra, como madeira e pedra. As amplas aberturas em vidro dos edifícios fazem a integração entre a natureza e a vida humana. Os interiores, por sua vez, foram entregues a Sandra Pini, que privilegia o uso dos materiais locais e se inspira também na pedra e na madeira, na luz natural e no design contemporâneo para criar uma atmosfera de aconchego e bem-estar.

O projeto desse setor foi concebido pelo escritório aflalo/gasperini arquitetos para harmonizar com o espaço em que o empreendimento se insere, aproveitando o

Já o projeto paisagístico de Benedito Abbud, que se integra à reserva do Botujuru-Itapety, foi pensado para valorizar a paisagem e a vegetação nativa, com um mínimo de interferência e enriquecida por espécies floríferas, frutíferas e aromáticas. A recuperação e preservação das áreas mais frágeis, a proposição de espaços verdes públicos conectados em corredores de biodiversidade e a opção por espécies originais serão o foco principal.

Imagens: Divulgação e Shutterstock

Perpectiva ilustrada mostra piscina da Fazenda Itapety

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MEDIDAS PRÁTICAS A Fazenda Itapety contará com a implementação de vários programas ambientais, visando controle e monitoramento das obras, educação ambiental e capacitação da mão de obra, planejamento do desmatamento com manejo de fauna, resgate de espécies da floresta nativa afetadas com a obra, compensação ambiental, monitoramento das águas subterrâneas, arborização urbana e a criação do parque municipal do Ribeirão Botujuru. Outras etapas importantes no decorrer da obra são: Terraplanagem: os lotes serão mantidos com seu revestimento vegetal natural, o que reduz ao mínimo os impactos ao meio ambiente. Drenagem: o sistema de drenagem desenvolvido é minimamente invasivo, evitando erosões e interferências na paisagem. Calçadas: a comunidade será “pedestrian friendly”, o que leva ao desenho de calçadas com quatro metros de largura, gramadas e arborizadas. A faixa de pedestres será pavimentada com elementos drenantes de forma a mitigar impactos de impermeabilização do solo. Uma extensa rede de ciclovias e ciclofaixas pavimentadas está prevista junto às calçadas. Mobiliário e pisos das áreas comuns: a opção será por materiais locais, que conversam com a paisagem e a cultura da região.

UM CASO DE SUCESSO O case “Ecovanguarda – o maior projeto urbano da Região Metropolitana de São Paulo” é uma parceria entre a Helbor e a Alden, que se destaca como solução urbanística ao criar uma área de proteção perpétua de Mata Atlântica no terreno da Fazenda Itapety. De um total de 10 milhões de m², apenas 20% serão destinados a áreas de residencial de alto padrão (com lotes a partir de 420 m2, lançados em 2025), serviços e equipamentos públicos. Para isso, foi feito um trabalho por mais de dez anos, com foco em responsabilidade ambiental. Entre as iniciativas, o Instituto Ecofuturo, mantido pela Suzano, desenvolveu um estudo com a participação de 30 especialistas para mapeamento da fauna e flora, que identificou 251 tipos de plantas, mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios. Outro diferencial é que o empreendimento possui o selo AQUA-HQE, referência internacional de construções sustentáveis, o que garante aos moradores maior economia de água e energia, menores custos de condomínio, melhores condições de conservação e manutenção da edificação, maior conforto e saúde nos ambientes e nos espaços, melhor qualidade de funcionamento dos sistemas da edificação, maior valor patrimonial e melhor qualidade de vida.

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Em Foco

CONQUISTAS RECONHECIDAS Em 29 edições do Prêmio Master Imobiliário, a Helbor já conquistou 12 troféus pela excelência de seus projetos, em categorias como Marketing, Comercialização, Responsabilidade Social e Arquitetura

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Prêmio Master Imobiliário, criado pela Fiabci-Brasil (Capítulo Brasileiro da Federação Internacional Imobiliária) e pela Secovi-SP (Sindicato da Habitação), tem por objetivo reconhecer e estimular a excelência profissional no setor imobiliário brasileiro, de acordo com critérios avaliados por uma comissão julgadora de especialistas. Em 29 edições, a Helbor já conquistou 12 troféus em diversas categorias.

Perspectiva ilustrada da fachada do W São Paulo

Na categoria Profissional (Comercialização), a Helbor coleciona quatro títulos. O primeiro veio em 2009 com o Helbor Offices Norte-Sul, em Campinas, que foi 100% vendido em um dia, ainda antes do lançamento. Em 2012, o Helbor Concept venceu como o primeiro empreendimento multiúso em Mogi das Cruzes. Depois, em 2019, foi a vez do Helbor Wide São Paulo ser reconhecido por ter 100% de suas unidades residenciais vendidas no lançamento e por 46

Imagens: Divulgação

O primeiro veio em 2005, com o empreendimento Helbor Home Flex Premium, na categoria Profissional (Marketing), por sua contribuição à revitalização da região da Rua Frei Caneca, em São Paulo. No ano seguinte, a mesma categoria foi vencida pelo Aton Business Style, reconhecido como o mais moderno edifício comercial já construído em Goiânia (GO).

O W Residences São Paulo venceu a categoria Profissional (Oportunidade Estratégica) em 2020


em Mogi das Cruzes, destacou-se em Profissional (Soluções Urbanísticas) pelo projeto que alia desenvolvimento urbano com sustentabilidade. Imagem: Hélio Norio

ser um projeto diferenciado na Av. Rebouças, a partir da nova Lei de Zoneamento, que incentiva construção de empreendimentos multiúso. No mesmo ano, o HBR Corporate Tower encabeçou a categoria Empreendimento (Comercialização) como empreendimento 100% dedicado a espaços compartilhados (WeWork), além de contar com uma série de itens de sustentabilidade, incluindo a Certificação Lead Gold. No setor de Responsabilidade Social, a Helbor se destacou em 2011 no Complexo Casa das Caldeiras, que, em parceria com a ONG Mestres da Obra, Toledo Ferrari e Setin, mobilizou 3 mil operários, com aulas semanais de escultura, pintura e xilogravura. Em 2017, o Helbor Trilogy Home & Offices saiu à frente com o projeto “Biografia: a evolução constante de uma ideia primorosa”, em parceria com a Toledo Ferrari e a ONG Mestres da Obra. Profissional (Responsabilidade Social). Em 2020, o W Residences São Paulo venceu a categoria Profissional (Oportunidade Estratégica), como o primeiro empreendimento da marca no Brasil, trazida em uma parceria entre Helbor, HBR e Toledo Ferrari. No mesmo ano, o Facces Jardins by Helbor foi reconhecido por suas faces rotacionadas com duas paisagens (Jardim Paulista e Jardim Europa) na categoria Profissional (Arquitetura). No ano seguinte, o Helbor Patteo Bosque Maia recebeu o troféu Empreendimento (Mixed-use) por ser o primeiro do gênero na cidade de Guarulhos. Por fim, em 2023, a Fazenda Itapety,

Em 2012, o Helbor Concept ganhou como o primeiro empreendimento multiúso em Mogi das Cruzes

HELBOR NO MASTER IMOBILIÁRIO ANO

EMPREENDIMENTO

DESCRIÇÃO

2005

Helbor Home Flex Premium

Contribuição à revitalização da Rua Frei Caneca (SP)

2006

Aton Business Style

O mais moderno edifício comercial de Goiânia (GO)

2009

Helbor Offices Norte-Sul

100% vendido antes do lançamento

2011

Complexo Casa das Caldeiras

Ação de responsabilidade social no canteiro de obras

2012

Helbor Concept Life, Offices & Corporate

Primeiro empreendimento multiúso em Mogi das Cruzes (SP)

2017

Helbor Trilogy Home & Offices

Ação de responsabilidade social no canteiro de obras

2019

Helbor Wide São Paulo

100% das unidades residenciais vendidas no lançamento

2019

HBR Corporate Tower

Empreendimento 100% dedicado a espaços compartilhados

2020

W São Paulo

Helbor traz 1º empreendimento da marca W ao Brasil

2020

Facces Jardins by Helbor

Edifício com arquitetura diferenciada por ter faces rotacionadas

2021

Helbor Patteo Bosque Maia

Primeiro mixed-use na cidade de Guarulhos (SP)

2023

Fazenda Itapety

Fazenda Itapety se destaca com loteamento integrado à Serra do Itapeti

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Pelo Brasil

SÃO PAULO CULTURAL

Imagem: Shutterstock

Além de seus museus mais famosos, a capital também está recheada de centros culturais que oferecem programação em diversas áreas

FAROL SANTANDER Inspirado no famoso Empire State Building, de Nova York, o edifício Altino Arantes foi construído em 1947 como o mais alto de São Paulo, com 161 metros, para sediar o Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Após uma reforma, ganhou vida nova em 2018 como centro cultural cuja missão é preservar o passado ao mesmo tempo que conversa com o futuro. Assim, recebeu também, espalhados por vários andares, pista de skate, um loft para eventos, uma escola de gastronomia, um bar dentro do antigo cofre do subsolo e um mirante no 26º andar. No Espaço Memória, o visitante mergulha na história do edifício, descobre como funcionava um banco 100 anos atrás e observa o mobiliário original daquela época. Em vários andares, espaços para exposições abordam diferentes temáticas. R. João Brícola, 24, farolsantander.com.br 48


Imagem: Mike Peel /wikicommons

Imagem: Governo do Estado de São Paulo /wikicommons

INSTITUTO MOREIRA SALLES Com origens em 1987, o IMS foca sobretudo em fotografia, música, literatura e iconografia, com trabalhos e documentos de grandes nomes desses segmentos, como Chiquinha Gongaza, Pixinguinha, Erico Verríssimo, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles. Com nove andares, o novo prédio do IMS na Av. Paulista foi inaugurado em 2017, ano em que foi eleito como a melhor obra arquitetônica de São Paulo. Sua estrutura conta com área de exposição de 1.200 m2, cineteatro, biblioteca, livraria e o café-restaurante Balaio, do chef Rodrigo Oliveira, famoso pelo Mocotó. Av. Paulista, 2.424, ims.com.br

CAIXA CULTURAL A sede original da Caixa Econômica Federal de São Paulo, construída em 1939 na Praça da Sé, hoje é um prédio tombado, que abriga o museu do banco, galerias de arte, salas de leitura, auditório e o Grande Salão, onde acontecem espetáculos de música, dança e teatro. A programação inclui atividades infantis, oficinas artesanais, cursos, como o de fotografia, e mostras. No museu, estão expostos mobiliário, documentos e objetos da década de 1940, em salas que incluem até um pequeno consultório médico, com utensílios originais. Praça da Sé, 111, caixacultural.gov.br 49


Imagem: Alejandro /wikicommons

Pelo Brasil

Imagem: Konark Modi /wikicommons

ITAÚ CULTURAL O espaço do Banco Itaú foi inaugurado em 1987 e, desde então, atua na pesquisa e no incentivo de diversas frentes artísticas, desde artes visuais até literatura, passando por cinema, dança e teatro. A exposição permanente se divide em dois temas: a Brasiliana, com pinturas, gravuras e documentos que retratam a história do Brasil, e a Numismática, com moedas, medalhas, barras de ouro e outros itens do gênero. Além de mostras temporárias, o centro promove oficinas, debates, exibições de filmes e mais. Av. Paulista, 149, itaucultural.org.br

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CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL Antiga agência bancária do Banco do Brasil, o belíssimo edifício de 1901 no centro da cidade funciona como sede do CCBB desde 2001, valendo ele próprio como uma atração cheia de detalhes arquitetônicos a serem notados por dentro e por fora. Exposições, peças de teatro e exibição de filmes compõem a agenda. R. Álvares Penteado, 112, ccbb.com.br


Imagens: shutterstock

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO Desde 1982, o centro cultural da prefeitura de São Paulo trabalha com o propósito de ser um espaço de cultura tanto popular quando erudita, abrangendo manifestações artísticas dos mais diversos tipos. Assim, artes visuais, cinema, dança, moda, música, literatura e teatro encontram voz por meio de exposições temporárias. A biblioteca com coleção de arte, gibiteca, seção infantojuvenil e acervo em braille, os núcleos de pesquisa e a coleção de discos concebida por Mário de Andrade são outros destaques do centro.

CENTRO CULTURAL FIESP Em seu icônico prédio de 92 metros de altura na Av. Paulista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo mantém um centro cultural de mais de 5 mil m2, com galeria de arte, espaço de exposições, teatro, livraria, cafeteria e um jardim assinado pelo paisagista Roberto Burle Marx. A programação inclui oficinas, concertos, peças teatrais, debates e exposições. Av. Paulista, 1.313, centrocultural.fiesp. com.br 51


Pelo Mundo

ILHA DA MADEIRA UM TESOURO PORTUGUÊS

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A mais de mil quilômetros da costa de Lisboa, a Ilha da Madeira é um destino com paisagens inesquecíveis, gastronomia saborosa e cultura genuína. É também a terra natal da renomada designer de interiores Nini Andrade Silva, que assina o projeto do novo hotel W São Paulo

Imagem: Shutterstock

Por Tarcila Ferro

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Pelo Mundo

Como falar da Ilha da Madeira sem ter Cristiano Ronaldo como primeira lembrança? Natural da ilha, o jogador nomeia o aeroporto internacional, na capital Funchal, homenagem mais do que merecida a um dos maiores fenômenos do futebol internacional. Um museu dedicado à sua história e um sofisticado hotel com a marca CR7 são outros endereços que reforçam a presença do jogador na Madeira. Mas, além do seu filho mais ilustre, o destino nutre com os brasileiros mais do que laços atrelados ao futebol. Milhares de madeirenses atravessaram o Atlântico e se estabeleceram no Brasil, principalmente no estado de São Paulo, ao longo dos séculos 19 e 20. Chegaram ao nosso país com esperança de uma vida próspera, longe das guerras. Por esse motivo, uma viagem à Ilha da Madeira ganha contornos familiares e de reencontros de gerações para muitos viajantes brasileiros. A verdade é que quem chega ali para conhecer mais sobre o seu passado acaba comovido com a beleza natural e genuína desse rincão português.

Vilarejo de Câmara de Lobos Imagens: Shutterstock

Para a designer de interiores Nini Andrade Silva, sua terra é uma verdadeira fonte de inspiração. “Muitos projetos que desenvolvi são homenagens sinceras à Madeira. São tributos à sua natureza e riqueza cultural. São influências de uma infância feliz que transformei em design”, declara. Uma das grandes expressões do design de interiores internacional, Nini escolheu Funchal, a cidade em que nasceu e capital da ilha, para abrir o seu Design Centre.“É um espaço inovador e um refúgio para criatividade, um lugar onde a arte e o design ganham vida”, explica Nini, complementando que os turistas vivenciam experiências imersivas e se conectam com a essência da cultura madeirense ao visitar o centro. A designer conta que parte do seu trabalho reflete a natureza da Madeira, como a coleção de mobiliário Garouta do Calhau, inspirada nas praias dali e nos chamados Garotos do Calhau, jovens que antigamente mergulhavam próximo aos navios para vender produtos e ganhar moedas dos turistas. “Essa coleção é um símbolo de arte, cultura, beleza e generosidade”, explica. 54

Jardim Botânico de Funchal


NATUREZA INCONTORNÁVEL A Ilha da Madeira surgiu após uma erupção vulcânica. O arquipélago se encontra a cerca de mil quilômetros de distância de Lisboa e 500 quilômetros da costa africana. É formado por várias ilhas, sendo quatro grupos principais: Ilha da Madeira, Ilha de Porto Santo, Ilhas Selvagens e Ilhas Desertas. Apenas as duas primeiras, que distam 40 quilômetros uma da outra, são habitadas. Elas permaneceram intocadas por milhares de anos, até os portugueses aportarem ali oficialmente no século 15. Ficaram encantados com o clima ameno, a terra fértil e a posição estratégica para as rotas das grandes navegações. A região começou a ser povoada apesar do terreno desafiador: penhascos pontiagudos à beira-mar, com encostas íngremes que parecem desafiar a lei da gravidade.

Imagens: Nick Bayntun

Prova viva desse esforço de adaptação são as levadas. Construído no século 16, esse sistema de irrigação utiliza canais escavados na rocha para levar a água abundante do lado norte para o sul da ilha. Hoje elas ainda cumprem essa função, mas também delimitam trilhas muito populares que levam o caminhante por cenários incríveis dentro dos parques naturais. São mais de 3 mil quilômetros de levadas.

Centro de Design Nini Andrade Silva

A designer Nini Andrade Silva, natural da Ilha da Madeira

A Ilha da Madeira é um lugar verdadeiramente mágico, onde a natureza se funde com a cultura local. Foi nesse ambiente inspirador que despertei a minha paixão pelas artes e pelo design. Nini Andrade Silva, designer de interiores 55


Pelo Mundo

Mercado em Funchal

FUNCHAL: BOAS-VINDAS À ILHA Funchal é a porta de entrada para os visitantes, seja pelo aeroporto internacional ou pelo porto, que recebe centenas de navios de cruzeiros durante o ano. É a maior cidade do arquipélago, onde mora quase 50% da população. Há um curioso clima britânico no ar, pois os ingleses, além do longo histórico de relações comerciais com a Madeira, são os principais turistas que visitam o arquipélago, sobretudo para fugir dos rigorosos invernos. No luxuoso hotel Belmond Reid’s Palace é servido um legítimo chá das cinco. O simpático centrinho de Funchal também não nos deixa esquecer que estamos em uma cidade europeia: limpo, seguro, charmoso, arborizado, com amplos calçadões para pedestres. 56

A hospitalidade calorosa do povo madeirense é algo que eu gostaria de destacar. Não há um madeirense que não compartilhe o seu amor pela ilha com orgulho e entusiasmo. Nini Andrade Silva, designer de interiores

Aqui também é o lugar certo para conhecer o delicado bordado da Madeira. A arte de bordar é uma tradição passada de geração em geração entre as mulheres madeirenses há mais de 200 anos – ou seja, um verdadeiro patrimônio. De tão artesanal, uma toalha de mesa pode levar um ano para ficar pronta e chega a custar 3 mil euros. Há itens menores, como lencinhos ou sapatinhos de bebês por 15 euros, em média. Até hoje, as peças, reconhecidas por sua alta qualidade, são produzidas por bordadeiras dos vilarejos e vendidas na sede da Fábrica da Bordal, no centro de Funchal. Todos os trabalhos possuem selo de autenticidade. No mesmo prédio, funciona um pequeno e interessante museu sobre o artesanato.


Imagens: Shutterstock

A caminhada pelas ruazinhas do centro histórico leva até o Mercado dos Lavradores. “Visitar o mercado é uma excelente forma de experimentar a autêntica cultura madeirense, por meio dos aromas e sabores frescos dos produtos locais”, recomenda Nini. Ali não se esqueça de ir até a peixaria para ver de perto o peixe-espada-preto, com certeza um dos mais feios do mundo. Porém, o que tem de feiura, tem de gostoso: é presença obrigatória nos pratos mais típicos da Madeira, como o filé empanado servido com banana ou no sandes (sanduíche). “Programe-se também para ir até a Adega de Vinho do Funchal para entender mais sobre o cultivo e produção da ilha”, comenta a design. Outro ponto indicado por Nini são os Jardins do Palheiro, conhecido não apenas pela variedade de plantas, mas pela localização no alto das colinas a leste de Funchal.

Arquitetura típica da Madeira

Tirando o centro, pouco de Funchal fica ao nível do mar. O exemplo mais divertido dessa realidade vertiginosa é a descida das ladeiras da freguesia do Monte nos tradicionais carros de cesto. Antigamente utilizado pelos nobres do pedaço, hoje eles levam turistas, que embarcam nos cestos de vime que, como trenós, são conduzidos milimetricamente morro abaixo por dois homens, os “carreiros”. O freio? Apenas as botas com um grosso solado de borracha dos condutores, que empurram, manobram e correm desenfreadamente com os cestos. São apenas dois quilômetros de trajeto, com direito a muitas curvas fechadas, que descortinam lindas vistas da cidade a cerca de 40 km/h. Para chegar ao ponto de partida dos cestos, uma boa combinação é subir de teleférico, que parte do centro. Na viagem de 20 minutos, os bondinhos vão subindo tão rentes à montanha que permitem ao passageiro espiar os quintais das casas, as hortas floridas, as crianças correndo no pátio do colégio, os carros serpenteando pelas montanhas... Lá de cima, a 580 metros de altura, um belíssimo jardim botânico serve como camarote para observar o Atlântico e a cidade.

Trilha entre o Pico do Arreiro e o Pico Ruivo

Se a ideia for subir ainda mais, o Pico do Arreiro é um dos mais altos, com 1.818 metros de altitude. Por ficar bem na parte central da ilha, proporciona um panorama de tirar o fôlego. “O nascer do sol no Pico do Areeiro e o pôr do sol no Pico Ruivo são belíssimos”, indica Nini. 57


Pelo Mundo

NORTE: PISCINAS NATURAIS Saindo de Funchal é fácil explorar os outros lados. O território da ilha tem 57 quilômetros de comprimento e 22 de largura, o que significa que não é difícil ir de ponta a ponta em um único dia. Mas não faça com pressa, reserve ao menos um dia para explorar cada lado da ilha. Seguindo ao norte por estradinhas panorâmicas e túneis perfurados nas montanhas, a grande atração são as piscinas naturais de Porto Moniz. Rochas vulcânicas se transformam em piscinas preenchidas pela água do mar. Ela entra ali após as ondas arrebentarem com violência nas pedras. O homem deu uma “forcinha”, fechando alguns pontos e calçando o piso. É um espetáculo assistir a esse entra-e-sai sem fim, com direito a muita espuma, estrondos poderosos e espirros que sobem alto. E não é só para ver: dá para se banhar nas piscinas, que contam com uma estrutura de banheiros, vestiários e escadas. SUL: MAR E MONTANHA O lado sudoeste ostenta a maior parte das paradas turísticas. Comece pelo Cabo Girão, o promontório mais alto da Europa, com 580 metros de altura. Na pontinha da falésia, há uma plataforma de vidro que permite enxergar o

Piscinas naturais de Porto Moniz

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abismo se abrindo embaixo da sola dos pés. Ali do lado, fica a Câmara de Lobos, vilarejo pontilhado pelos barquinhos coloridos de pescadores – o ex-primeiro ministro britânico, Winston Churchill, quando esteve ali em 1950, encantou-se por essa paisagem, retratando-a em uma pintura. Acessível apenas de barco ou de teleférico, Fajã dos Padres é considerada um daqueles segredos bem guardados pelos locais. Representa muito bem a combinação de mar e montanha que é a marca registrada da Madeira. Isolada no sopé de um paredão de pedra de 300 metros de altura, encontra-se uma pequena enseada, forrada por pedras e algumas casas. “Na Fajã dos Padres a natureza é avassaladora. Há um bar e um restaurante bem simples ali, rodeados de bananeiras, que rendem uma pausa para apreciar a paisagem”, conta a designer. Para quem ama caminhar, a Ponta de São Lourenço, no extremo sudeste, é um dos trekkings mais bonitos. Exatamente no “fim” da ilha, a paisagem muda completamente, lembrando as falésias costeiras e planícies da Irlanda ou Escócia, com sua amplitude e vegetação rasteira. São quatro quilômetros de trilha moderada, com cerca de duas horas e


SABORES DA MADEIRA Poncha É a bebida oficial da ilha. Lembra uma caipirinha feita de rum, limão e laranja. Dizem curar desde resfriado até dor de amor. Bolo do Caco Trata-se de um tipo de pão de alho. “É perfeito para acompanhar refeições ou ser degustado com manteiga de alho”, diz Nini. Espetada Espeto de carne marinada em alho e sal, grelhada sobre a brasa. Vinho da Madeira Bem licoroso e docinho, lembra muito o vinho do Porto. Porém, em vez de envelhecerem em cavas subterrâneas e frias, as garrafas ficam em galpões a cerca de 30°. Cabo Girão

ONDE COMER EM FUNCHAL Nini indica quatro restaurantes na capital da ilha:

meia de duração. Por estar bem na pontinha da Madeira, a região permite visualizar com clareza as diferenças de clima de cada lado da ilha: ao olhar na direção norte, o céu, em geral, está nublado e com chuva (por causa das correntes vindas do Atlântico); no sul, que recebe correntes quentes vindas da África), céu azul e sol brilhando.

Restaurante do Design Centre Nini Andrade Silva Localizado no coração do Funchal, o lugar empolga pela vista privilegiada da baía do Funchal. O menu prioriza produtos frescos da ilha e segue a linha tradicional, com toques sofisticados. Os coquetéis estão entre os destaques. niniandradesilva.com

Em pontos distintos da ilha, há outras trilhas famosas. Nini recomenda aos amantes de trekking as trilhas do Caldeirão Verde, do Risco e a 25 Fontes, as três com paisagens lindíssimas.

Imagens: Shutterstock

Restaurantes do Savoy Palace O resort Savoy Palace reúne vários restaurantes em seu complexo, todos com conceitos diferentes e comida excelente. Pau de Lume e Galáxia são as minhas indicações: o serviço é excelente e o menu tem inspiração local. savoysignature.com

Vinho da Madeira

Prima Caju Comida saudável, atmosfera tranquila e acolhedora. Certamente merece uma visita entre os passeios pelo centro da cidade do Funchal. primacaju.pt Avista Restaurant & Lounges Com uma vista soberba sobre o Atlântico, o restaurante do hotel Porto Bay destaca o melhor da cozinha mediterrânea e asiática. portobay.com 59


Tecnologia

A VEZ DOS CARROS ELÉTRICOS Em franca expansão no Brasil, o mercado dos veículos eletrificados apresenta números promissores e encontra incentivo nos condomínios residenciais com estrutura de recarga

Imagens: Shutterstock

Por Fernando Victorino

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E

m tempos de sustentabilidade em alta, os carros elétricos vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Funcionamento silencioso, manutenção mais em conta, motor mais eficiente e menor custo de abastecimento são algumas das possíveis vantagens que se somam ao fato de que esse tipo de veículo emite menos poluentes do que os convencionais, movidos à combustão. Em julho de 2023, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a frota total de eletrificados leves chegou a 166.140 veículos no país. “Temos uma boa chance de atingir os 200 mil até o fim do ano ou início de 2024”, explica Ricardo Bastos, presidente da ABVE. “Fomos de 3.970 unidades emplacadas em 2018 para 49.245 em 2022, um crescimento de 1.140% em cinco anos. Em 2023, as vendas bateram recordes todos os meses. Nossa previsão é chegar a 75 mil emplacamentos ao final do ano, cerca de 50% acima de 2022.”

Tivemos um crescimento de 1.140% no emplacamento de carros elétricos de 2018 a 2022. Nossa previsão é chegar a 75 mil veículos até o fim de 2023. Ricardo Bastos, presidente da ABVE

Embora a nova tecnologia automotiva já seja uma realidade no Brasil, ainda está abaixo do potencial do país, segundo ele. “Apesar de a eletrificação avançar rapidamente, os números absolutos são pequenos em relação ao total das vendas anuais. Em 2022, os elétricos corresponderam a apenas 2,5% do total das vendas domésticas, enquanto a média global neste ano pode chegar a 18%”, compara o economista, que tem 25 anos de experiência no setor automotivo. DESAFIOS PARA O MERCADO Para Bastos, alguns aspectos precisam ser abordados para que o market share do segmento cresça. “Entendemos que o Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos não deve ser mudado pelo governo, pois estamos na fase de consolidação desse mercado. As atuais alíquotas entre zero (veículos 100% elétricos) e 7% (híbridos) têm sido decisivas”, diz o presidente da ABVE. Ele afirma que a política de importação começa a dar resultados e que deveria ser mantida pelo menos até 2025. 61


Tecnologia

2021 uma política de IPVA zero para veículos elétricos por cinco anos. O resultado desse incentivo foi imediato. Brasília já é a segunda cidade com maior número de emplacamentos de veículos do gênero no país”, diz o presidente da ABVE.

“O principal entrave é a ausência de uma Política Nacional de Eletromobilidade, semelhante ao Green Deal europeu, ao Plano Biden nos Estados Unidos ou ao 14º Plano Quinquenal da China. Uma clara estratégia nacional de eletrificação permitirá definir um conjunto de incentivos alinhados entre os governos federal, estaduais e municipais”, afirma Ricardo. “O objetivo é dar um rumo ao processo de descarbonização da economia, orientar os investidores e transmitir confiança às empresas e consumidores. É a principal bandeira da ABVE. Estamos trabalhando esse tema com o governo federal e o Congresso Nacional.” MAIS FÁBRICAS NO BRASIL Existem basicamente três tipos de tecnologia para carros elétricos – Veículos Elétricos Híbridos (HEV), Veículos Elétricos Híbridos Plug-in (PHEV) e Veículos Elétricos 100% a Bateria (BEV) –, distribuídos no mercado brasileiro em cerca de 230 modelos (saiba mais no box). “O mercado é liderado pelos HEV com motor flex a etanol da Toyota, que foi a primeira empresa a fabricar veículos eletrificados no Brasil. Um fenômeno importante, porém, é a crescente participação dos veículos plug-in (BEV e PHEV), cujas baterias podem ser recarregadas por eletropostos. Hoje, os plug-in já respondem por quase metade das vendas de eletrificados”, diz o presidente da ABVE. Segundo ele, o crescimento constante começa a estimular as empresas a instalarem fábricas no país. “Agora, além da Toyota, temos a Great Wall Motor, que investiu numa fábrica em Iracemápolis (SP), onde produzirá veículos híbridos PHEV e BEV a partir de 2024. Temos também a BYD, que deve instalar uma fábrica de elétricos na Bahia. E ainda a CAOA Chery, que começou a produzir veículos HEV em Goiás”, lista. “Esse amadurecimento do mercado, em direção a tecnologias com maior autonomia no modo elétrico, significa que o consumidor começa a ganhar confiança na infraestrutura de recarga disponível hoje no Brasil.” O principal mercado é São Paulo, com 34%, bem na frente dos outros estados – Rio de Janeiro (7,6%), Santa Catarina (7%), Minas Gerais (6,6%) e Distrito Federal (6,2%). “É importante destacar o caso do Distrito Federal, que adotou no fim de 62

MODELOS DE CARROS ELÉTRICOS Essa tendência de crescimento vem sendo liderada por novos modelos de empresas como GWM, BYD e CAOA Chery. Veículos leves eletrificados dessas marcas estão entre os dez mais emplacados no Brasil ao longo do primeiro semestre de 2023: Corolla Cross e Corolla Altis (da Toyota); Tiggo 5X, Tiggo 8 e Tiggo 7 (da CAOA Chery); XC60 e XC40 (da Volvo); Haval H6 (da GWM); Song Plus (da BYD); e Cayenne (da Porsche).

O carro elétrico me trouxe muitas vantagens, como a ausência de ruído, a economia em combustível e o menor impacto ao meio ambiente. Antônio Azevedo, CEO da LogiGo

“Minha mudança para o elétrico trouxe muitas vantagens: ando em um carro sem ruído, não paro mais em postos de combustível, faço uma economia absurda trocando gasolina por eletricidade e me sinto bem em saber que estou usando uma tecnologia nova que não causa o mesmo impacto ao meio ambiente”, afirma Antônio Azevedo, CEO da LogiGo, empresa de tecnologia e conectividade automotiva.

Ele comprou o primeiro carro elétrico em 2019, um Tesla Model 3. Atualmente, possui dois, um Nissan Leaf, veículo de passeio, e um Porsche Taycan Cross, mais esportivo. “O Leaf é mais confortável e menor, assim como também tem menor autonomia. É ideal para o dia a dia. Já o Porsche Taycan Cross tem uma tocada mais esportiva, maior espaço, maior autonomia, além de ser lindo”, descreve. Para quem gostaria de comprar um elétrico, Azevedo aconselha estar atento aos modelos chineses, tanto os que já desembarcaram no Brasil quanto os que ainda virão. “As novas marcas, para se destacar das centenárias, estão trazendo muito mais por menos para fazer frente aos veículos à combustão, que oferecem pouca tecnologia embarcada”, afirma o empresário, que recarrega seus veículos durante a noite. “Uma recarga completa do Leaf consegue fazer de 230 a 250 km, enquanto da Taycan, 350 km.”


ESTAÇÕES DE RECARGA O mais recente levantamento da ABVE mostra que, em junho de 2023, havia 3.503 estações de recarga públicas e semipúblicas, além das localizadas nas concessionárias das marcas e em prédios particulares. Para Ricardo Bastos, presidente da AVBE, condomínios com estação de recarga são um incentivo a mais para os usuários. “A maioria dos novos empreendimentos imobiliários de padrão médio ou alto já oferece esse tipo de serviço, por iniciativa dos construtores. Por outro lado, algumas cidades já têm leis prevendo essa infraestrutura em todos os novos empreendimentos residenciais ou comerciais. É o caso de São Paulo e Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Brasília também está na iminência de aprovar uma lei semelhante”, conta. Em alguns dos empreendimentos mais recentes da Helbor, por exemplo, as vagas contam com infraestrutura de recarga para os carros elétricos. Quando as vagas são determinadas, é designada uma com ponto de recarga para cada unidade residencial, como é o caso dos empreendimentos Artefacto e Casa Vila Nova. Em condomínios em que as vagas são indeterminadas, a quantidade de pontos de recarga será equivalente à de vagas para portadores de necessidades especiais.

ENTENDA OS TIPOS DE CARROS ELÉTRICOS Quem procura um veículo elétrico pode ficar confuso com as siglas e os modos de recarga existentes. A ABVE explica os tipos de carros disponíveis com a nova tecnologia: Hybrid Electric Vehicle (HEV) Veículo elétrico híbrido Não há recarga externa da bateria. O carro tem um motor elétrico e um motor convencional. Em geral funciona com um motor-gerador para abastecer a bateria. A tração tanto pode ser do motor elétrico quanto a combustão (que, por sua vez, é abastecido por gasolina, diesel ou etanol). Nessa categoria, existe também o Mild HEV (MHEV), veículo com um nível de eletrificação ainda menor. Plug-in Hybrid Electric Vehicle (PHEV) Veículo elétrico híbrido plug-in Tem possibilidade de recarga externa da bateria (plug-in). A bateria pode ser carregada pelo motor a combustão (motor-gerador) ou por uma tomada externa. A tração pode ser elétrica (por exemplo, em trajetos relativamente curtos nas cidades) ou por motor a combustão (como em trajetos de longa distância na estrada). Battery Electric Vehicle (BEV) Veículo 100% elétrico movido a bateria A bateria é recarregada apenas com tomada externa (plug-in). Não existe o motor a combustão, apenas o elétrico.

Imagem: divulgação GWM

Plug-in do GT Haval PHEV

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Economia

IMÓVEL COMO INVESTIMENTO Localização, tamanho, público-alvo e preço do metro quadrado: o que você deve considerar na hora de comprar um apartamento com o intuito de gerar renda ou lucro

Imagem: Shutterstock

Por Nathalia Molina

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Q

uando se pensa sobre investimento em imóveis, um estereótipo geralmente vem à mente: uma pessoa com dez ou 15 propriedades e já com uma empresa para gerir seu patrimônio. Esse, no entanto, é apenas um dos perfis do investidor. A imagem sólida do mercado imobiliário e a recente baixa de juros decidida pelo Banco Central podem atrair outros públicos que também estejam em busca de um bom negócio para esse segmento.

“Tem o investidor que gosta de comprar imóveis. Tem o que vive de renda, que abre uma empresa para já pôr a carteira dele. E tem o eventual, o poupador. A gente tem de identificar cada perfil e auxiliar na hora da compra, principalmente o poupador, que muitas vezes está no primeiro ou no segundo imóvel”, afirma Marcelo Bonanata, Diretor de Vendas da Helbor. De acordo com o executivo, esse comprador pode não ter decidido ainda para que o imóvel será usado, se ele ou algum parente irá morar lá ou se ele irá alugar ou vender futuramente. “A pessoa não tem necessidade naquele momento do imóvel. Ela vai comprar porque acha que está fazendo um bom negócio”, diz Bonanata.

LOCALIZAÇÃO COM BONS SERVIÇOS Antes da tomada de decisão, várias características devem ser consideradas se a ideia é investimento: o preço, o tamanho do imóvel, o público-alvo que usará a propriedade no futuro, o momento ideal para a compra e a forma de pagamento. Mas qual seria o principal item a ser levado em conta? “Existe um ditado americano que diz o seguinte: ‘são três fatores para você decidir a compra de um imóvel: o primeiro é a localização, o segundo é a localização, e o terceiro é a localização’. Não adianta comprar mais barato se ele não está numa região com procura”, afirma Carlos Honorato, professor da FIA Business School. O lugar deve despertar o interesse de inquilinos no futuro. “Se você está pensando em comprar um imóvel para investimento, tem de pensar num lugar com fluxo de pessoas, às vezes que tenha uma faculdade. O preço do metro quadrado mais barato não pode ser o definidor da compra de um imóvel para investimento”, diz o professor.

Imagem: Eugenio Goulart

Também importa a gama de serviços oferecidos na região. “Se eu vou ter um estudante como inquilino, ele vai precisar de mobilidade urbana, então eu vou comprar um imóvel próximo de metrô, de ônibus e de vias de acesso, que esteja perto de serviços. Ou um empreendimento até que contenha todo esse serviço dentro dele; a Helbor já tem projetos assim”, destaca Bonanata. Merecem atenção, conforme reforça o professor da FIA Business School, as taxas de juros do financiamento. “Você deve observar a questão dos reajustes e fugir de indicadores ou de tabelas como a Price, mais agressiva em termos de aumentos no início, quando você compra um imóvel que já está construído. Também deve tentar organizar o fluxo de caixa de acordo com a disponibilidade de recursos que tem.”

Marcelo Bonanata, Diretor de Vendas da Helbor

Especialmente em períodos de transição política ou recessão econômica, os altos juros costumam diminuir a busca pela compra de imóveis. “As taxas mais elevadas são um tormento para o mercado imobiliário, porque, num primeiro momento, o cliente imagina rentabilizar o dinheiro dele com os juros altos”, explica o diretor de Vendas da Helbor. Mas, de acordo com ele, este ano está sendo atípico. “A gente está com uma taxa mais alta, que começou a ter uma queda agora e deve ser uma constante nos próximos meses, mas a gente vê o cliente buscando segurança. O imóvel é bem de raiz, então, mesmo com os juros elevados, quando o cliente busca solidez, um imóvel é esse porto seguro.” 65


Economia Se é fundamental pesquisar e agir com cautela, quem espera demais corre o risco de não encontrar imóveis à venda na região buscada, em cidades de mercado aquecido, caso de São Paulo. “Não ter pressa é uma vantagem, porque não se tem a necessidade, mas a oportunidade às vezes é única. Então é importante não perdê-la porque no mercado, muitas vezes, a reposição demora ou não existe em determinados locais e produtos”, ressalta o Diretor de Vendas da Helbor. Bonanata explica ainda que o surgimento de novos negócios pode levar um longo tempo. “O incorporador compra um terreno, desenvolve o projeto, faz todas as aprovações em órgãos públicos e leva isso ao mercado. Muitas vezes, numa cidade como São Paulo, isso demora dois, três, quatro anos. A gente tem projetos até de dez anos desde a compra do terreno ao lançamento, devido à complexidade”, afirma. CARACTERÍSTICAS DO INVESTIMENTO Segundo Marcelo Bonanata, definir o perfil e o tamanho do investimento é essencial. “Eu quero comprar um imóvel na planta, pois consigo pagar mais parceladamente e, ao longo do tempo, obtenho a valorização de mercado que o imóvel possa ter? Ou tenho todo o dinheiro e posso pagar à vista? Ou até consigo pegar um financiamento e já botar esse imóvel para a renda?”, pontua Bonanata.

Imagens: Shutterstock

Já o professor Carlos Honorato, da FIA Business School, recomenda comparar o valor do metro quadrado com outras propriedades na mesma área da cidade. “É importante avaliar em que região fica o imóvel e quanto é o metro quadrado dos imóveis ao redor, os lançamentos e os mais antigos.”

O preço do metro quadrado mais barato não pode ser o definidor da compra. Carlos Honorato, professor da FIA Business School 66

Ele acredita que imóveis residenciais funcionam melhor como investimento. “Dependendo do ponto, o imóvel comercial pode oscilar muito. A pandemia aumentou muito a movimentação da saída e entrada de locatários”, diz. “Se o imóvel comercial está numa região degradada, onde diminuiu o potencial ou mudou o tipo de comércio, o risco é alto de você não conseguir alugar ou ter de vender com bastante desconto.”


No entanto, Honorato afirma que o consumidor deve fazer as contas e ver o que faz mais sentido conforme a sua situação. “Tenho uma opção muito pessoal porque também lido com imóveis. Acredito que o residencial bem localizado é melhor”, afirma. Um ou mais imóveis em regiões de grande circulação de pessoas é a indicação do professor. “Se você tem muito dinheiro disponível, ao invés de ter um grande de 200 metros quadrados para alugar, talvez o indicado seja que você tenha três quitinetes, que vão permitir uma renda variável. Enquanto uma está ocupada, a outra está desocupada”, explica Honorato. CUIDADOS APÓS A COMPRA Observar todas essas características diminui a chance de problemas depois que o imóvel estiver ocupado, mas ninguém está livre de imprevistos. “No condomínio, os cuidados começam lá no princípio, principalmente se eu estou comprando o imóvel na planta, que é intangível. De quem estou comprando, como essa empresa entrega o imóvel, qual é o acabamento, como ela atende o cliente? Porque tudo isso vai ser um reflexo lá na frente”, pondera o Diretor de Vendas da Helbor. Ele também recomenda que o investidor seja um proprietário participativo. “Ele pode agir para que o condomínio faça todas as manutenções do prédio, que a incorporadora ou a construtora atenda todos os chamados, porque os problemas vão acontecer e isso são premissas básicas”, conclui Bonanata.

Imóveis menores Apartamentos menores estão com o metro quadrado mais valorizado, mas podem dar ao investidor mais flexibilidade para definir sua finalidade, além de terem um custo menor para mobiliar e dispor de um pronto para uso. “Eles têm mais velocidade de aluguel, são mais fáceis de você negociar. Há opções, por exemplo, de convertê-lo numa plataforma de aluguel de temporada”, afirma Carlos Honorato. O professor da FIA Business School lembra que o investidor deve estar atento a mudanças de plano diretor, em cidades como São Paulo, que têm resultado na construção de vários edifícios no entorno das estações de metrô. “Aí você começa a ter um risco de uma sobreoferta temporária num prédio grande com várias quitinetes ou apartamentos de um dormitório. Isso vai fazer com que você demore mais para alugar ou tenha dificuldade num primeiro aluguel, porque existem muitos apartamentos vazios.”

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Eco

ESG

UMA NECESSIDADE DEFINITIVA

Imagem: Shutterstock

Ações ambiental, social e de governança corporativa pautam agenda da Helbor, que oficializou recentemente uma área exclusiva para tratar dos temas mais atuais do mercado

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Imagens: Marcio Kato

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alar de ESG hoje em dia não é simplesmente um assunto passageiro. É uma necessidade que veio para ficar. A sigla vem do inglês “Environmental, Social, Governance” e, na prática, traduz um tripé de ações em diferentes âmbitos que norteia a conduta de empresas interessadas em causar impacto social e ambiental, além de promover um bom clima de trabalho para seus colaboradores.

Helbor Dual Patteo Mogilar

Nesse sentido, a Helbor deu mais um importante passo no aperfeiçoamento e modernização de suas estruturas internas em 2022, com a criação da Vice-Presidência de Governança, liderada por Roberval Lanera Toffoli. Foi nesse âmbito que a Helbor publicou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, também em 2022. Nele, nota-se que as ações ESG da companhia vão muito além do escopo corporativo, abrangendo também os canteiros de obras e seus funcionários, parcerias com organizações filantrópicas e até mesmo medidas práticas em diversas etapas na construção dos empreendimentos. “A criação da nova área de Governança mantém a Helbor com os mais altos padrões de governança e transparência exigidos pelo Novo Mercado da B3, que reconhece empresas que adotam, voluntariamente, práticas adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira”, analisa Roberval Toffoli, vice-presidente de Governança Corporativa. “Nos próximos anos, daremos continuidade à agenda ESG para que melhor se integre com os aspectos do nosso negócio, buscando sempre o que há de mais moderno no mercado.” Confira a seguir as principais ações ESG da Helbor.

Helbor Life Club Patteo Mogilar

Nossa meta é obter a Certificação Internacional de empreendedor AQUA em todos os nossos empreendimentos. Roberval Toffoli, vice-presidente de Governança Corporativa da Helbor

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Eco 1. ADESÃO AO PACTO GLOBAL DA ONU O Pacto Global é uma chamada da Organização das Nações Unidas para as empresas alinharem suas estratégias e operações a uma lista de dez princípios nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. Trata-se da maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 160 países. Em 2023, a Helbor passou a fazer parte desse grupo. “Estamos orgulhosos de integrar o Pacto Global das Nações Unidas como parte de nosso compromisso de ser uma empresa responsável”, afirma Roberval Toffoli. “Este compromisso envolve operar em linha com os princípios universais de sustentabilidade, tomar ações para apoiar a sociedade e reportar anualmente ao Pacto Global da ONU sobre nossos esforços contínuos.”

O olhar cuidadoso durante a prospecção e aquisição dos terrenos é de fundamental importância para a Helbor. Nessa etapa, quando são identificados terrenos bem localizados, mas que possuem algum grau de contaminação, apresentando risco ambiental e para as pessoas que irão frequentar o espaço, a Helbor busca realizar as medidas necessárias para a reabilitação desse terreno. Foi assim que a Companhia reabilitou, de 2015 a 2022, mais de 227 mil m² de áreas contaminadas em São Paulo, Mogi das Cruzes, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Osasco, o equivalente a 21 campos de futebol. Para os próximos anos, o objetivo é reabilitar mais dez terrenos, com quase 140 mil m², atingindo a marca total de 367 mil m². “Enxergamos a reabilitação dessas áreas como uma importante contribuição de nosso negócio para as cidades, o meio ambiente e as pessoas”, analisa Roberval. 3.CAPACITAÇÃO DE TRABALHADORES Por meio da MPD Engenharia, os operários que atuam nos canteiros de obras da Helbor participam do Construindo Letras, projeto da construtora parceira que é voltado para a alfabetização dos trabalhadores 70

Imagem: divulgação

2. REABILITAÇÃO DE TERRENOS CONTAMINADOS

Um dos mais recentes lançamentos da Helbor, a Fazenda Itapety corrobora para firmar a incorporadora como um player com forte pegada ambiental e altos padrões de sustentabilidade no mercado. Trata-se de um loteamento imobiliário localizado em Mogi das Cruzes (SP), na área da antiga Fazenda Rodeio, com lotes destinados a uso residencial. A área contemplará ainda futuros projetos dedicados para empreendimentos comerciais, e outros empreendimentos. Ali ainda se desenvolverão 20 programas ambientais, atuando em frentes como a preservação do patrimônio natural e arqueológico, a educação ambiental e a mitigação e impacto. O grande destaque é a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Botujuru, que surgiu devido ao projeto imobiliário que será desenvolvido na região. Trata-se da maior do gênero no estado de São Paulo, com 473 hectares de Mata Atlântica contínuos. A região da Serra do Itapeti reúne alta diversidade de fauna e flora, além de proteger nascentes que alimentam os rios Tietê e Paraíba do Sul. Na reserva, vivem animais ameaçados de extinção e espécies endêmicas de peixes, mamíferos, aves, anfíbios e répteis.


A Fazenda Itapety é reconhecida com o selo AQUA-HQE, certificação internacional que atesta construções de alta qualidade ambiental.

4. AÇÕES SOCIAIS Em 2022, a Helbor promoveu doações para a Casa Hope, instituição que oferece apoio biopsicossocial e educacional a crianças e adolescentes de baixa renda portadores de câncer e seus familiares, além de transplantados de medula óssea, rim, fígado e pâncreas. Também houve patrocínio de eventos promovidos pelo Centro de Convivência e Apoio ao Paciente com Câncer (Cecan), em Mogi das Cruzes. Recentemente, a companhia também iniciou um projeto de alfabetização nas obras. A proposta vai levar aulas voltadas para a Educação de jovens e adultos, visando ensinar operários a ler e escrever. Atualmente, a previsão é impactar centenas de trabalhadores que atuam nas obras da Incorporadora. 5. REDUÇÃO DE IMPACTO NOS EMPREENDIMENTOS

por meio de um método de ensino personalizado, incentivando a importância da leitura e da escrita. A primeira turma recebeu as aulas ainda em 2020 nos canteiros de obra do Passeo Patteo Mogilar, em Mogi das Cruzes. Desde então, a ação foi realizada em outros empreendimentos da Helbor. Outra ação realizada no canteiro de obras com operários foi na obra do Caminhos da Lapa Condomínio Jerivás, em São Paulo, por meio de projeto da Toledo Ferrari Construtora e Incorporadora. Ali, os trabalhadores foram treinados para aplicar técnicas de plantio, rega e a colheita, incluindo a produção de mudas a partir de raízes e sementes. Eles também receberam informações sobre a importância da compostagem para formação do adubo e o papel dos produtos orgânicos, incluindo seu impacto à saúde humana e ao meio ambiente.

Na Helbor, adotamos voluntariamente práticas de ESG adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira. Roberval Toffoli, vicepresidente de Governança Corporativa da Helbor

Os empreendimentos mais recentes da Helbor, lançados a partir de 2023, incluirão uma série de medidas que visam à eficiência ambiental, que será atestada por meio da certificação AQUA-HQE™, que atesta construções de alta qualidade ambiental. Na parte energética, as ações vão desde sensores de presença para iluminação nas áreas comuns até infraestrutura para instalação de carregadores de veículos elétricos. Na área hídrica, vale mencionar a adoção de sistemas de irrigação eficientes, incluindo captação de águas pluviais e utilização de espécies nativas no paisagismo, com menor necessidade de rega. Vários empreendimentos, como Helbor Dual Patteo Mogilar, Helbor Life Club Patteo Mogilar, Helbor Passeo Patteo Mogilar, My Helbor Patteo Mogilar, NeoLink Office e Mall & Stay, já são reconhecidos com a certificação AQUA-HQE™. “Nossa meta é obter a Certificação Internacional de empreendedor AQUA em todos os nossos empreendimentos, atestando nosso compromisso de sermos ambientalmente sustentáveis”, anuncia Roberval. 71


Fitness

ESPORTES COM RAQUETE

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Depois da febre do beach tennis, que continua com tudo mesmo nas cidades onde não há praia, outros esportes com raquete começam a ganhar popularidade, como o pickleball e o padel, enquanto modalidades como badminton e squash seguem como clássicos alternativos ao tênis

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Imagens: Arquivo Pessoal, Divulgação

Perspectiva artística da quadra de areia da Fazenda Itapety, em Mogi das Cruzes (SP)

Carina Medeiros, head de Relacionamento com Cliente da Helbor (à dir.) com sua dupla Monica Costenaro em campeonato de beach tennis em Aruba.

BEACH TENNIS Quando Carina Medeiros, head de Relacionamento com Cliente da Helbor, começou a jogar beach tennis em 2015, em Mogi das Cruzes, o esporte ainda não havia caído no gosto popular como se vê hoje em dia. Mas, desde então, ela já sentia na pele todos os benefícios da prática e entendia muito bem por que “quem é picado pelo bichinho do beach tennis não quer parar de jogar nunca mais”, como ela mesma diz. Por quatro anos, ela se dedicou intensamente ao esporte, fazendo aulas e jogando campeonatos – tendo, inclusive, ganhado um torneio mundial em Aruba. Com a pandemia, Carina deu uma desacelerada no ritmo e hoje joga mais por diversão e hobby do que pela competição. Mas nesse meio tempo o beach tennis encontrou terreno fértil para se popularizar pelo Brasil todo como uma opção de atividade física praticada ao ar livre e sem contato, requisitos básicos daquele início de retomada, no chamado “novo normal”. Foi então que o esporte, que surgiu na Itália na década de 1980 e que já era comum nas areias do Rio de Janeiro há pelo menos uma década, virou febre nos clubes, academias, hotéis e condomínios também no estado de São Paulo. Tanto que vários empreendimentos residenciais

já vêm sendo entregues com quadras de areia, como a Fazenda Itapety, loteamento de alto padrão lançado pela Helbor em Mogi das Cruzes. “O beach tennis traz vários benefícios para a saúde. É uma forma de treinar o condicionamento físico sem precisar ficar fechado em uma academia. A estabilidade da areia ajuda o fortalecimento principalmente das pernas e das articulações dos joelhos e tornozelos”, explica Wilson Bosso, treinador de tênis e proprietário da WBT, empresa especializada em treinamento competitivo, que vai começar a atuar também com beach tennis e pickleball. “É um esporte perfeito para quem tem perfil mais social, por conta do ambiente descontraído. E ainda tem o fato de promover contato com a energia da natureza, já que se joga descalço, com o pé na areia.” Para além dos benefícios físicos, Carina, por sua vez, reforça o impacto mental e emocional do beach tennis. “Você aprende a lidar melhor com as emoções e trabalha no seu equilíbrio mental, com pensamentos positivos, autoconfiança, foco e disciplina”, enumera. “Tem que saber perder e também motivar o parceiro de jogo quando perceber que ele não está bem. É um trabalho em dupla, e isso se reflete muito no mundo corporativo, em que você também precisa de visão para motivar o seu time.” 73


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Fitness

PADEL Outra modalidade que ganhou fama na esteira da democratização dos esportes com raquete, o padel teria surgido a bordo de navios ingleses como uma adaptação do tênis ou a partir de quadras improvisadas nos parques de Nova York. Mas foi em um hotel de Acapulco, no México, que esse esporte ganhou oficialmente espaço, com regulamento e quadra de dimensões próprias (fechada e menor que as de tênis, com piso de cimento ou grama sintética). Ao Sul do Brasil, onde já faz sucesso há alguns anos, veio trazido pelos vizinhos argentinos, e agora já conta com academias especializadas também em São Paulo. “Conheci e joguei padel pela primeira vez em Maringá (PR) nos anos 1990, em uma quadra tradicional com chão e paredes de cimento, o que, de certa forma, trazia uma sensação de confinamento”, explica o educador físico Wilson Bosso. “Ultimamente o que tenho visto muito são quadras modernas, de vidro, sobretudo em países como Espanha, 74

França e Portugal. Dessa forma, acredito que o padel tenha ainda mais potencial de crescimento no Brasil.” Jogado em duplas, o padel é mais fácil e mais inclusivo do que o tênis, do qual difere no tipo de saque (feito por baixo, na altura da cintura, já que a quadra é menor) e na raquete, que é feita de fibra de carbono e, em vez de cordas, apresenta pequenos furos. SQUASH O esporte, que é modalidade participante dos Jogos Pan-Americanos, é um velho conhecido dos brasileiros – na década de 1930, já havia quadra oficial em São Paulo, ainda que a popularidade tenha crescido mesmo nos anos 1970 e 1980. Ele é praticado em uma sala fechada, com paredes de vidro, em que os jogadores se enfrentam individualmente ou em duplas. A bola, que é oca e de borracha, deve ser lançada contra a parede frontal, com uma raquete de corda que tem a cabeça menor e mais achatada que a de tênis.


PICKLEBALL A nova febre das raquetes não é exatamente recente: o pickleball foi criado na década de 1960, mas só nos últimos anos é que se tornou o esporte que mais cresce nos Estados Unidos, sua terra natal. No Brasil, já está dando seus primeiros passos, com direito até a quadra própria no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Mistura de tênis com badminton e tênis de mesa, a modalidade é jogada individualmente ou em duplas, em quadras abertas ou fechadas, com dimensões menores que a de tênis e iguais à de badminton. A bola de plástico apresenta uma série de furos, e as raquetes não têm cordas, sendo maiores que as de pingue-pongue e menores que a de padel. Existem algumas regras específicas do pickleball, como a que proíbe os jogadores de estarem na área próxima à rede durante o voleio. “Qualquer pessoa que tenha o mínimo de consciência corporal consegue jogar pickleball, mesmo que nunca tenha praticado antes. Basta um pouco de treino para já começar a se divertir”, explica Wilson Bosso. “É um esporte muito mais fácil que o tênis porque não exige velocidade, não tem ‘explosões’, por isso é bom para qualquer idade e o que vemos é realmente um público mais velho se interessando pelo pickleball.”

BADMINTON Modalidade olímpica há mais de 30 anos, o badminton tem uma particularidade em relação aos demais esportes com raquete. Em vez da bola, os jogadores, individualmente ou em duplas, rebatem uma espécie de peteca com 16 penas (a chamada birdie), que, em partidas profissionais, pode atingir mais de 300 km/h. Sua terra de origem é a Inglaterra do século 19 – mais precisamente a Badminton House, propriedade da nobreza britânica –, com inspiração no jogo indiano poona.

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Inspiração

PRESENTES ESPECIAIS Collab entre Helbor e Estúdio Papelaria cria linha de produtos exclusivos em papel resistente a água para marcar o momento da entrega das chaves ao cliente

Linha completa de presentes criados pela Papelaria para clientes de alto padrão da Helbor

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Bolsa e necessaire (abaixo) podem ser usadas para vários fins

Imagens: Divulgação

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omo proporcionar uma experiência exclusiva e diferenciada ao cliente, que saia do lugar-comum e ainda esteja alinhada com a questão da sustentabilidade, um dos temas mais importantes da atualidade? Foi com isso em mente que a Helbor se aliou ao estúdio de design Papelaria a fim de desenvolver uma coleção de produtos para presentear os clientes de empreendimentos selecionados. Proprietários de apartamentos de alto padrão nos empreendimentos Allure, Supreme, Window Moema (São Paulo), DNA Taquaral (Campinas) e Signature (Joinville) serão presenteados com um kit personalizado feito pelo Estúdio Papelaria exclusivamente para a Helbor, composto por bolsa, nécessaire, minibag com aromatizador de ambientes e mini nécessaire com ímã. Já o W Residences São Paulo contará com sua própria linha de produtos, composta por uma bolsa de viagem e uma nécessaire pretas, com zíperes fosforescentes, em consonância com o DNA inovador e contemporâneo da marca W. Além de personalizar a experiência da entrega das chaves, a ideia é que o cliente siga usando as bolsas e nécessaires em seu dia a dia. “A bolsa pode ser usada para fazer compras, enquanto a minibag, depois que o aromatizador acabar, pode ser transformada em cachepô para plantas”, exemplificam o designers Fabiola e Christian Pentagna, responsáveis pela Papelaria. No quesito sustentabilidade, o grande diferencial da Papelaria é criar peças em papel resistente à água. “Nós procuramos olhar para essa matéria-prima milenar com mais respeito, pois é um material superinteressante, com várias possibilidades, que, além de ser vegano, não polui o meio ambiente se usado corretamente”, explica Christian. A tecnologia alemã que confere resistência ao material consiste em revestir com látex uma mistura de papéis, que então se torna maleável e impermeável. A parceria com a Helbor já prevê novos projetos, voltados à arte e com foco em retratar os ambientes onde os empreendimentos estão inseridos. A Papelaria é um estúdio de design com criação e produção própria há mais de 30 anos, ao longo dos quais já desenvolveu collabs com marcas como Tiffany, Nike, Adidas, Coca-Cola, Veuve Clicquot e Perrier Juoet. Para a Hermès, o estúdio reproduziu em papel sete modelos clássicos de bolsas.

Acesse o QR code e assista ao vídeo sobre a collab entre a Helbor e Papelaria

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Mundo Pet

PET NATURAL

Imagens: Kabo/Unsplash, Arquivo Pessoal

Entenda o que é a alimentação natural, que vem conquistando tutores em busca de mais qualidade de vida para seus animais

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É

cada vez mais notável a preocupação das pessoas com hábitos saudáveis, sobretudo na alimentação, em que produtos industrializados começam a perder espaço para escolhas mais naturais. E isso não se restringe à mesa dos humanos: os membros de quatro patas de muitas famílias também estão entrando na onda. A chamada alimentação natural para pets consiste em comida “de verdade”, como aquela que compõe nosso próprio prato diariamente: arroz, carne, legumes. Os tutores adeptos dessa dieta buscam maior qualidade de vida para seus animais, ainda que não haja consenso no meio veterinário de que ela é de fato melhor que a ração convencional – isso vai depender de cada animal ou mesmo da rotina de cada família. O importante é, antes de aderir a uma nova alimentação, considerar as necessidades nutricionais do pet. Para isso, é essencial contar com a supervisão de um veterinário que ajude a desenvolver um plano de alimentação equilibrado.

Faço tudo o que os humanos comem, adaptado para os bichinhos, de forma natural, saudável e segura para eles. Fernanda Grandino, da DOG.naturau

“Até por essa questão nutricional, o termo ‘alimentação natural’ não pode ser considerado de todo correto, já que, para que a comida seja balanceada, precisará ser acrescida de nutrientes sintéticos, como vitaminas e minerais”, explica a veterinária Juliana Ferrari, da clínica Patas Pelos e Cia., localizada em Santos (SP). A questão é que não há a adição de corantes ou conservantes, como acontece em grande parte das rações industrializadas, que, por outro lado, já vêm com as quantidades ideais de nutrientes. Mas vale lembrar também que atualmente existem no mercado as rações premium que não levam aditivos químicos, sal ou ingredientes transgênicos, sendo conservadas apenas com antioxidantes naturais. A favor da alimentação natural, Juliana aponta o fato de ser mais palatável para o animal, ou seja, mais interessante em termos de sabor – muitos pets passam a rejeitar a ração depois de algum tempo, como se estivessem “enjoados”. A

ingestão hídrica por meio da comida também é maior, já que o alimento fresco contém mais água que a ração seca. “Porém, não se pode generalizar e dizer que uma é melhor ou pior que a outra”, explica a veterinária. “Deve-se pesquisar e ter orientação profissional para ver qual delas se adequa de maneira individual para cada paciente.” Paula Cosentini, que trabalha na Área Jurídica da Helbor, optou pela alimentação caseira para Lulis, sua cachorrinha da raça dachshund, de 8 anos. Há um ano, ela mesma prepara os alimentos, duas vezes na semana, de acordo com a dieta personalizada feita sob orientação veterinária, com controle de peso. As porções são congeladas e servidas à cachorrinha duas vezes por dia. “Comecei a dar comida natural porque não queria mais que ela consumisse produtos ultraprocessados, ainda que a ração seja muito prática. Agora ela come uma comidinha cheirosa, com sabor mais agradável”, explica Paula. Para a tutora, uma das vantagens é que as fezes de Lulis passaram a ter menos odor, o que pode ser interessante para quem mora em apartamento. O pelo mais brilhante e a maior disposição do animal foram outros benefícios notados por Paula.

Paula Cosentini que trabalha na Área Jurídica da Helbor, adotou a alimentação natural há um ano para sua cachorrinha Lulis.

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Mundo Pet ASSINATURA DE COMIDA Preparar a comida em casa, porém, não é a única opção. Para quem quer praticidade, existem hoje diversas empresas especializadas em alimentação natural para pets, oferecendo dietas predefinidas ou mesmo personalizadas de acordo com as necessidades do animal. É possível aderir ao esquema de assinatura, com entregas programadas na periodicidade desejada pelo cliente. É o caso da Dog Natural Food, que existe desde 2016, mas que viu seu crescimento dar um salto durante a pandemia – de lá para cá, a empresa ficou dez vezes maior, graças às mídias sociais e ao boca a boca. Empreendedor do ramo de restaurantes, o fundador Joel Chiarelli começou despretensiosamente no negócio, fazendo três receitas previamente definidas por um veterinário em uma cozinha experimental que ele tinha obsoleta.

Preparada no método sous vide (cozimento a vácuo, que preserva nutrientes e umidade), a comida ultracongelada é entregue em domicílio em diversas cidades do Sudeste, em pacotes de plástico que podem ser fracionados de acordo com a quantidade ingerida diariamente pelo animal – informação indicada pela própria empresa. Os ingredientes principais são arroz, legumes e proteínas, como carne de frango, vaca ou porco, e há ainda a suplementação mineral e vitamínica. 80

Acima, a empreendedora Fernanda Cipo Grandino criou a marca de petiscos naturais para pets DOG.naturau (@dog.naturau). Abaixo, a Dog Natural Food foca em alimentação natural preparada a vácuo

Imagens: divulgação

Aos poucos, a empresa começou a preparar também as receitas trazidas pelos clientes e, posteriormente, já com uma equipe especializada com veterinários e nutricionistas, incluiu o serviço de montar dietas personalizadas, que levam em conta condições específicas, como alergias, sobrepeso e doenças em geral. Hoje com 40 funcionários e produção de 20 toneladas de comida por mês, a Dog Natural Food recebe mercadorias de hortifrúti todos os dias e mantém um açougue interno para garantir alimentos frescos e de qualidade.


Na linha de petiscos, o mais recente lançamento da marca é a coxinha pet, feita de frango, batata-doce, cenoura e farinha de aveia. Outro método de cozimento que a Dog Natural Food pretende implementar em breve é a autoclave, em que a comida pronta não precisa ser congelada, pois é esterilizada por vapor durante a cocção e dura um ano se mantida lacrada em seu recipiente original – o que pode ser uma alternativa para quem tem pouco espaço de freezer. Esse já é o procedimento adotado por outra empresa, a Zee.Dog Kitchen, cuja comida vem em potes de vidro, com opções para filhotes, idosos, baixa caloria e alergias. Mais uma empresa que aposta no ramo da alimentação natural para pets é a DOG.naturau da empreendedora Fernanda Cipo Grandino. Apaixonada por animais, ela resolveu, em 2021, deixar um emprego estável para se dedicar à produção de petiscos naturais. O negócio começou de forma caseira, com vendas entre amigos e parentes, até que Fernanda resolveu optar pela profissionalização, desenvolvendo embalagens adequadas e ampliando a linha de produtos. Hoje, são três sabores de petiscos: frango com cenoura, fígado com espinafre e salada de frutas. “Além dos petiscos, também organizo festas de aniversário para cachorros, com direito a bolo e salgadinhos temáticos. E, nas épocas de Natal e Páscoa, preparo delícias especiais, como panetone e ovos”, conta Fernanda. “Faço tudo o que os humanos comem, adaptado para os bichinhos, de forma natural, saudável e segura para eles.”

Além de biscoitos, a DOG.naturau também faz petiscos personalizados para datas especiais, como Natal e Páscoa

Em relação a custos, preparar os alimentos em casa em geral sai mais em conta do que encomendar com empresas especializadas, que, por sua vez, costumam ter preço mais elevado que a ração industrializada. Assim, a decisão sobre o tipo de comida que cada família dará a seu pet vai muito além da discussão “qual é melhor?”, devendo considerar rotina, praticidade, orçamento e preferências/necessidades do animal. 81


Dica do Chef

Steak Tartare Por Erick Jacquin, chef francês de restaurantes como o Président e jurado no programa MasterChef, da TV Band

MODO DE PREPARO 1. Corte com a ponta de uma faca bem afiada o filé-mignon em fatias finas e depois em cubos bem pequenos. Coloque a carne picada dentro de uma tigela sobre outra tigela com gelo. Adicione todos os demais ingredientes à carne e misture com uma colher. Evite movimentos circulares para que a ponta da colher não atue como uma lâmina e acabe cortando a carne. 2. O preparo deve ser feito de forma rápida, pouco antes de levar à mesa, e pode ser acompanhado de batatas fritas e salada verde. 82

Imagens: Divulgação

INGREDIENTES • 200 g de filé-mignon (de preferência black angus bem fresco) • 20 g de cebola picada • 15 g de pepino cornichon (em conserva) picado • 10 g de alcaparra picada • 1 colher (sopa) de ketchup • 1 colher (sopa) de mostarda Dijon • 1 colher (sopa) de maionese • Pimenta Tabasco a gosto • Molho inglês a gosto • Ciboulette ou cebolinha picada a gosto • Salsinha picada a gosto • Flor de sal a gosto • Pimenta branca moída na hora a gosto




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