Revista Ferramental Edição 69

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EDITORIAL

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Christian Dihlmann - Jacira Carrer REDAÇÃO

Christian Dihlmann Jornalista Responsável Gisélle Franciane de Araújo - SC/02466 jornalismo@revistaferramental.com.br COLABORADORES

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Impressul Indústria Gráfica Ltda www.impressul.com.br A Revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentais, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para a publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. Tiragem: 4.000 exemplares.

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Capa: Orçamento Base Zero Por Pedro Guilherme Oliveira O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br

EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO, MEXE-SE SIM! O Brasil está sendo inserido no circuito mundial dos fabricantes de ferramentais através das ações da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. Algumas das ações contemplam a capacitação técnico/administrativa, o desenvolvimento de parcerias internacionais, o aprimoramento das tecnologias de fabricação empregadas, além do fortalecimento da visibilidade desta indústria no cenário nacional e internacional. Dentre as ações, a ABINFER teve a honra de ser eleita anfitriã da 15ª Conferência Mundial da Associação Internacional de Fabricantes de Ferramentais e Usinagem - ISTMA 2017 (ISTMA - International Special Tooling & Machining Association). O evento será realizado neste ano na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina. As edições anteriores ocorreram em: 2014, na Cidade do Cabo, África do Sul Continente Africano; 2010, em Windsor, Canadá - Continente Americano; 2007 em Joensuu, Finlândia - Continente Europeu; 2004 em Bangkok, Tailândia -Continente Asiático. Da mesma forma, a ABINFER reúne anualmente as empresas da cadeia de fabricantes de ferramentais no Brasil e realizará paralelamente o 10º Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER 2017, evento itinerante que ocorre nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Este é o maior evento nacional na área de Ferramentarias. Tem como missão proporcionar um amplo momento para apresentações e discussões críticas sobre a realidade atual e cenários futuros do setor, propondo e articulando ações em prol da perpetuação das ferramentarias e seus parceiros. Desta maneira, o ENAFER apresenta-se como um fórum apropriado no qual empresários e profissionais técnicos discutem temas em sintonia com as realidades brasileira e mundial. Estes eventos serão realizados de 28 a 30 de junho de 2017. Para obter maior impacto, os organizadores realizarão ambos os eventos de forma conjunta e será denominado TFT Week - Towards the Future of Technology, ou seja, Semana TFT - Em Direção à Tecnologia do Futuro. O TFT 2017 englobará, além dos eventos ISTMA 2017 e ENAFER 2017, o COBEF 2017 - Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação, o projeto Praticando a Sustentabilidade e Responsabilidade Social e a mostra Pensando a próxima Geração de Escola, além de outras atividades paralelas. Estima-se um público de 800 participantes do Brasil, dos quais mais de uma centena do e exterior. Já estão confirmadas delegações da África do Sul, Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos da América, Finlândia, Itália, Japão, México e Portugal. Apesar de os eventos já estarem consolidados, nacional e mundialmente, é muito importante a presença de cada um dos empresários brasileiros neste encontro para que possamos discutir e propor ações de aperfeiçoamento do ambiente empresarial e das condições de competitividade internacional, principalmente explorando a rede de relacionamento gerada e as melhores práticas de operação adotadas nas empresas “referência mundial”. A ABINFER realizou, em seus quase seis anos de existência, um grande número de ações estruturantes para o setor de ferramentaria nacional. Certamente contribuiu para a evolução das condições de operação das ferramentarias e sua cadeia produtiva. Mas, como cita o autor Gilles de Paula, em artigo nesta edição, “em time que está ganhando, mexe-se sim”. Vamos mostrar ao mundo a força do Brasil. A ABINFER é a construtora da plataforma que permite às empresas consolidarem e alavancarem seu negócio e seus negócios. E a Ferramental é parceira nesta odisseia. #AbinferTamoJunto!

Christian Dihlmann, Editor

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CARTAS

Primeiramente, um feliz 2017, repleto de vitórias! Muito obrigada pelo envio da revista. Adorei! Natália Helen Eccopress - São Paulo, SP Sobre o artigo Estratégia 5G – Todos Podem e Devem Ganhar, de Roger Becker da Silva, publicado na edição 68 de novembro/dezembro de 2016. - Muito bom o artigo. Imagine se não tivéssemos a carga tributária atual, o quanto poderia ser mais fácil aplicar estes e outros conceitos. Luis Henrique Bruske LHB Corretora de Seguros - Joinville, SC

Mais uma vez agradeço pelo apoio ao MBE e retribuo os votos desejando um ótimo Natal e que 2017 seja um ano melhor. Carlos Rodolfo Schneider MBE - Movimento Brasil Eficiente – Brasil Agradecemos os contatos de: Udo Fiorini Professor PUCC - Campinas, SP Luiz Carlos Santos Divertoys - Laranjal Paulista, SP Marcos Amaral Ferramenteiro - Taubaté, SP

- Gostei da matéria! José Carlos da Costa Cinco Plastic - Joinville, SC - Excelente artigo. Parabéns! Célio Luiz Valcanaia Consultor - Joinville, SC - Muito bom. Claro, conciso e bem escrito. Parabéns! Albano Schmidt Termotécnica - Joinville, SC - Muito interessante. Consistente e esclarecedor. Como você bem citou, tem um pouco de utopia. Alonso José Torres Expogestão - Joinville, SC Gostaria de usar alguns trechos do artigo Ganho de Produtividade e Redução de Custo em Máquinas CNC a partir do Uso de Presetting a Laser, de Ivan Correr, publicado na edição 68 de novembro/dezembro de 2016, em material informativo que vamos enviar aos nossos clientes. Pode nos mandar esse artigo? Ana Cláudia Ferretti Grupo Alltech - Garuva, SC Ana, foi um prazer publicar o artigo. O material foi enviado para a leitora.

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Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo).


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ORÇAMENTO BASE ZERO: FERRAMENTA FÁCIL E OBJETIVA A aplicação do OBZ traz mais velocidade aos negócios, com grande assertividade e uma visão mais “limpa” do planejamento Por Gilles B. de Paula| Fotos Divulgação

O

orçamento empresarial é a tradução do planejamento estratégico da empresa em números. Por isso,o planejamento financeiro precisa estar perfeitamente alinhado a sua estratégia. Antes de qualquer coisa, é preciso estabelecer quais são as metas e objetivos do período e então montar um planejamento estratégico, tático e operacional para alcançar estas metas e objetivos. Depois disto, quantificar quais serão as receitas, custos, despesas e investimentos necessários para colocar os planos em prática, obtendo assim o orçamento empresarial para o período planejado. Simples, não é mesmo? Mas na prática, muitas vezes não é bem isto acabamos vendo. É comum encontrar empresas com uma gestão orçamentária completamente desalinhada ao planejamento estratégico, gerando problemas com sérias consequências, como um planejamento estratégico que não é colocado em prática ou mesmo um orçamento empresarial inchado, cheio de gastos e despesas supérfluas. É nesta hora que o Orçamento Base Zero (OBZ) surge como uma das metodologias mais adequadas para lidar e endereçar cada uma destas dificuldades. O OBZ é uma ferramenta estratégica utilizada pelas empresas na elaboração do planejamento orçamentário para um determinado período a partir de uma base zerada, ou seja, sem levar em consideração as receitas, custos, despesas e investimentos de exercícios anteriores (a famosa base histórica). A metodologia parte do princípio de que muitas empre-

sas, ao elaborar seu orçamento de forma convencional, consideram que todos os gastos do último exercício serão novamente necessários e que todas as metas de receitas serão alcançadas, o que não é obrigatoriamente uma verdade. Isto acaba gerando um orçamento inchado e desalinhado com a estratégia, pois os números não são analisados de forma detalhada e cuidadosa. Para combater este problema, no OBZ são analisadas premissas relacionadas com a função de cada receita, despesas, custo ou investimento, levando em consideração os planos e necessidades estratégicas da empresa, sem a utilização de bases históricas ou índices de reajuste, como é feito no modelo tradicional. Só a partir daí são estabelecidas as bases orçamentárias. A tabela 1 apresenta o comparativo entre as duas metodologias (tradicional e OBZ), identificando as principais diferenças. VANTAGENS DO OBZ Uma das maiores vantagens na utilização do OBZ está na fácil identificação de despesas e custos supérfluos em empresas que se baseiam no histórico. Por ter que realizar o orçamento do zero, o gestor é obrigado a analisar cada custo e despesa detalhadamente, eliminando o que não é necessário e liberando orçamento para investir em outros pontos que poderiam passar despercebidos.

Orçamento Tradicional

Orçamento Base Zero

Preocupa-se com os meios, pessoal, material e equipamentos

Preocupa-se com os resultados efetivos

Dá pouca atenção aos programas e atividades existentes

Exige avaliação e justificação dos programas existentes e dos novos em igualdade de condições

Estima os custos das atividades correntes

Avalia atividades correntes e alternativas

Exige menos informações

Exige mais informações

Decisão baseada em elementos da despesa (insumos)

Decisão baseada em resultados (produtos finais)

Menos envolvimento no processo orçamentário dos chefes dos níveis inferiores da hierarquia organizacional

Exige mais envolvimento no processo orçamentário das chefias em todos os níveis

Planejamento financeiro paralelo à elaboração orçamentária

Exige planejamento antes da elaboração orçamentária

Tabela1 - Comparativo entre orçamento tradicional e base zero [Fonte: Moojen, Guilherme. Orçamento base zero. Revista Brasileira de Contabilidade, ano XI, Nº 39, outubro/dezembro 1981] REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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Além disto, o Orçamento Base Zero gera uma enorme ampliação da visão estratégica de todos os gestores na organização, afinal, cada um precisará entender quais são os planos macro da empresa para elaborar seus planos departamentais e identificar os recursos (orçamento) que precisará para colocar estes planos em prática. Outras vantagens e benefícios gerados pela metodologia para sua empresa são: ! Permite alocação dos recursos de maneira muito mais eficiente; ! Auxilia na detecção de orçamentos inflados; ! Elimina processos que não agregam valor; ! Aumenta a motivação dos gestores ao dar maior autonomia e responsabilidade pela tomada de decisões e; ! Melhora a comunicação e coordenação dentro da organização.

DESVANTAGENS DO OBZ Por se tratar de uma ferramenta estratégica, o lado negativo desta metodologia é que o processo acaba demandando maior envolvimento de todos os gestores de departamentos na empresa. Isto é ótimo pela visão holística que proporciona, porém gera a necessidade de maior dedicação de tempo de todos colaboradores para a elaboração do orçamento. O OBZ também obriga toda a empresa, tanto a área de planejamento e controladoria, quanto os gestores de departamento, a sair da zona de conforto. Dependendo da empresa, isto pode gerar uma série de conflitos e vários desafios para vencer as barreiras culturais vigentes. De forma resumida, os principais desafios na realização do Orçamento Base Zero são: ! Maior consumo de tempo do que orçamento tradicional; ! Leva os gestores a pensar sobre (e justificar) cada item do orçamento; ! Necessário treinamento específico dos gestores; ! Requer maior nível de honestidade por parte dos gestores e confiança por parte da direção e; ! Em uma organização de maior porte, sem uma ferramenta adequada de gestão orçamentária, o processo envolvendo muitos gestores e enormes quantidades de informações, pode ser bastante desafiador. 08 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

APLICAÇÃO DO OBZ No processo de Orçamento Base Zero a intenção é reexaminar todas as atividades e prioridades, considerando os recursos financeiros a partir da estaca “zero” ao iniciar um novo exercício financeiro. Os gestores devem apresentar justificativas para a apropriação dos recursos, considerando o custo/benefício ou a análise evolutiva dos fatos geradores. Cinco perguntas-chave devem ser necessariamente respondidas ao proceder ao OBZ: O que gastar? Quanto gastar? Como gastar? Onde gastar? Por que gastar? Um erro muito comum é acreditar que o OBZ se aplica apenas aos gastos e despesas. Muito pelo contrário, a metodologia pode ser útil e gerar grandes ganhos em qualquer etapa da gestão orçamentária, como, por exemplo: ! Projeção de vendas: na hora de realizar o orçamento de vendas para o próximo período é comum que a gestor comercial apenas replique os resultados do último ano, aplicando um percentual de crescimento. Este é um erro que impede a análise mais detalhada dos canais de distribuição que a empresa atua, deixando passar oportunidades de abrir novos canais ou mesmo descontinuar canais que não estejam desempenhando bem. O mesmo vale para osprodutos comercializados, que podem estar gerando margens ruins e até mesmo perder oportunidades de incrementar a linha de produtos com itens mais rentáveis e alinhados com a demanda do mercado; ! Projeção de deduções de vendas: aqui vale a análise detalhada dos impostos pagos, verificando se não é viável/vantajoso para a empresa atuar com outro regime tributário ou se existem alternativas para créditos de impostos ou alguma outra forma de reduzir a carga tributária. Também existe espaço para analisar comissões de vendedores, além da análise das devoluções para verificar se não há “inchaços” ou nada que possa ser melhorado. Lembre-se que como estes percentuais são aplicados sobre a receita bruta, qualquer pequena redução percentual pode gerar grande economia em reais; ! Custos variáveis: muitas vezes a empresa monta as fichas técnicas de seus produtos, seleciona alguns fornecedores para as matérias-primas e insumos e nunca mais volta para verificar se existem alternativas para redução dos custos pro-


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dutivos com a troca de matérias-primas por alternativas mais econômicas e que não reduzam a qualidade do produto final ou mesmo com o aperfeiçoamento do processo produtivo; ! Despesas com pessoal: independente do tamanho ou setor de atuação da empresa, os gastos com pessoal geralmente são uma das despesas mais representativas. E quanto maior a empresa, mais ineficiente vai se tornando a alocação de pessoas. Nestas horas, a aplicação do OBZ pode auxiliar a encontrar lacunas em áreas da empresa que estão com necessidade de pessoal e ao mesmo tempo, funcionários subutilizados. Lembrando que aprimorar a eficiência de gastos com pessoal não significa apenas reduzir o quadro (demitir), mas sim alocar os recursos humanos da empresa de forma mais eficaz, em funções e atividades que gerem maior valor; ! Despesas operacionais: sabe aquele serviço pago todo mês, que ninguém sabe para que serve e nem quem contratou? Este é geralmente um efeito do Orçamento Histórico, que vai replicando despesas de ano para ano e que o Orçamento Base Zero surge como a solução perfeita para os cortes. Afinal, se a despesa for mesmo necessária, logo aparecerá alguém para “reclamá-la” e; ! Investimentos operacionais: o mesmo é válido para as com-

A Will Garantias Contratuais e Carriço Vieira Corretora de Seguros , no mercado há mais de 15 anos, tornaram-se uma referência em soluções para atender às demandas contratuais. Nossa estrutura é totalmente dirigida para os seguintes ramos:

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pras de máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, etc. As aquisições devem ter um destino específico e os bens adquiridos têm a função de suportar a operação e dar base para o crescimento da empresa. Se os itens não estiverem alinhados com a estratégia, talvez não sejam assim tão necessários.

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que deve estar pairando sobre sua cabeça neste é momento é: “será que devo adotar o Orçamento Base Zero em minha empresa?”. A resposta, como sempre, é: depende. Em empresas mais novas, não há como fugir do OBZ. Como não há histórico, a única alternativa para realizar o primeiro planejamento orçamentário da empresa é partir de uma base zerada e projetar as receitas, custos, despesas e investimentos com base em seu plano de negócios e estimativas de crescimento. Já em empresas mais consolidadas, o ideal é realizar uma rodada com o Orçamento Base Zero a cada três ou cinco ciclos orçamentários. Por exemplo, se sua empresa realiza o orçamento de forma anual, uma boa alternativa é a cada dois orçamentos Base Histórico, realizar o terceiro com Base Zero. Já se a empresa realiza o orçamento semestralmente, uma boa abordagem é realizar uma rodada de Orçamento Base Zero a cada quatro rodadas de Orçamento Base Histórico. Desta forma, conseguimos mesclar os ganhos gerados pelo OBZ, com a facilidade e agilidade de utilizar o histórico dos anos anteriores para dar base ao orçamento. Mas como tudo na gestão empresarial, não há modelo perfeito. É preciso entender o cenário econômico em que sua empresa está inserida, levando em consideração fatores como a volatilidade do mercado de atuação, velocidade de mudança nas legislações que regem o setor e mesmo a dinâmica de mudanças nos comportamentos dos consumidores de sua empresa, e assim, escolher quando e como utilizar a metodologia, sempre focando em obter os melhores resultados financeiros para a organização. DICAS EXTRAS PARA APLICAÇÃO DO OBZ A atenção na construção do orçamento vai definir a qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos pela empresa. Para tanto, alguns ponto-chave podem e devem ser observados: ! Corte o excesso de peso. A comparação com a mala de viagem é perfeita para entender o OBZ. Se você vai para a praia, para que levar cachecol e luvas? Muitas empresas carregam muitos custos e despesas na bagagem sem necessidade; ! Dá trabalho, mas vale a pena. Realmente o OBZ é uma ferramenta um pouco mais complexa e gera mais trabalho para ser executada adequadamente e só é recomendada para ser aplicada de vez em quando. Mas a lógica do OBZ quando aplicada corretamente ajuda as empresas a serem mais enxutas, ágeis e competitivas;

! As decisões precisam de embasamento. Todas as ativida-

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des e custos da empresa devem ser questionados. Mesmo atividades/custos que pareçam essenciais podem ser considerados desnecessários sob uma perspectiva estratégica. No passado, empresas se orgulhavam de ter “sedes próprias” ou “fábricas”. Atualmente, há empresas “virtuais” e uma ampla oferta de terceirização de produção. O desafio de qualquer empresa é manter o padrão de qualidade, sempre buscando os menores custos e despesas possíveis; Responsabilidade ao efetuar cortes. A lógica do OBZ deve evitar cortes gerais em uma mesma proporção, algo como “reduzir em 5% as despesas de marketing1”. Em algumas atividades essenciais, as despesas de marketing podem até ser elevadas, enquanto em outras consideradas de baixa prioridade ou desnecessárias, devem ser totalmente eliminadas; Busque aconselhamento profissional. Uma opinião externa de um consultor especializado pode ajudar a tornar a empresa mais profissional e enxuta sem perder o foco estratégico; Em time que está ganhando, mexe-se, sim. É natural que as empresas pensem em reduzir custos apenas em situações de desespero financeiro. Assim como tendemos a fazer dieta depois de um susto no exame de colesterol, diabetes ou sobre a balança. Mas empresas saudáveis podem se tornar ainda melhores se evitarem despesas supérfluas; Não há muitas referências de OBZ para pequenas e médias empresas. Na verdade, não há muitas referências em geral, mas você pode tentar ajustar a lógica apresentada pelos consultores, livros e artigos para a realidade do seu negócio e; Aprendendo algumas lições com Lean Startup2. OBZ e Lean Startup são dois conceitos muito distintos, mas em um período com tantas incertezas, o empreendedor, principalmente o altamente inovador, pode se beneficiar mais adotando as lógicas do Lean Startup e Orçamento Base Zero em conjunto.

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Marketing: é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. 2 Lean startup: é um conjunto de processos usados por empreendedores para desenvolver produtos e mercados, combinando desenvolvimento ágil de software, desenvolvimento de clientela e plataformas existentes de software.

Gilles Bataglia de Paula - é graduado em Sistemas de Informação pela UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina, com MBA em Gestão Empresarial pela Sustentare Escola de Negócios. Possui mais de 10 anos de experiência na área de Planejamento e Controladoria e vivência prática em projetos de implantação de CPM (Corporate Performance Management), com especialização em BSC (Balanced Scorecard), ERM (Enterprise Risk Management) e GRC (Governance, Risk and Compliance). Atualmente é CEO e fundador da Treasy, empresa que desenvolve uma solução online de Planejamento e Controladoria especializada em Gestão Orçamentária. http://lattes.cnpq.br/4265050948658149 gilles.paula@treasy.com.br 10 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017


EXPRESSAS

POR AÍ Feiras, encontros oficiais, seminários, novas parcerias, Negócios e muito mais você encontra aqui Encontro Mundial de Ferramentarias 2017 será no Brasil O Brasil está sendo inserido no circuito mundial dos fabricantes de ferramentais através das ações da ABINFER Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. Algumas das ações contemplam a capacitação técnico/administrativa, o desenvolvimento de parcerias internacionais, o aprimoramento das tecnologias de fabricação empregadas, além do fortalecimento da visibilidade desta indústria no cenário nacional e internacional. Dentre as ações, a ABINFER teve a honra de ser eleita anfitriã da (ISTMA - International 15ª Conferência Mundial da Associação Internacional de Fabricantes de Ferramentais e Usinagem - ISTMA 2017 Special Tooling & Machining Association). O evento será realizado no ano de 2017, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina, Brasil. As edições anteriores ocorreram em: 2014 na Cidade do Cabo/África do Sul; 2010 em Windsor/Canadá; 2007 em Joensuu/Finlândia e; 2004 em Bangkok/Tailândia. Da mesma forma, a ABINFER reúne anualmente as empresas da cadeia de fabricantes de ferramentais no Brasil e realizará parale-

lamente o 10º Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER 2017, evento itinerante que ocorre nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Este é o maior evento nacional na área de Ferramentarias. Tem como missão proporcionar um amplo fórum para apresentações e discussões críticas sobre a realidade atual e cenários futuros do setor, propondo e articulando ações em prol da perpetuação das ferramentarias e de seus parceiros. Desta maneira, o ENAFER apresenta-se como um fórum apropriado no qual empresários e profissionais técnicos discutem temas em sintonia com as realidades brasileira e mundial. Estes eventos serão realizados em junho de 2017. Para obter maior impacto, os organizadores realizarão ambos os eventos de forma conjunta e será denominado: “TFT Event” - Towards the Future of Industrial Technology, (Evento TFT: Em Direção à Tecnologia Industrial do Futuro). O TFT 2017 englobará além dos eventos ISTMA 2017 e ENAFER 2017, o COBEF 2017 - Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (COBEF - Brazilian Manufacturing Engineering Conference), o projeto Praticando a Sustentabilidade e Responsabilidade Social (Practicing Sustainability and Social Accountability) e a mostra Pensando a próxima Geração de Escola (Thinking the next Generation School). Estima-se um público de 800 participantes do Brasil e também do exterior. Ambos são eventos consolidados, representando uma excelente oportunidade para a divulgação e o desenvolvimento da marca das empresas. ABINFER 47 99971 1751 abinfer.org.br istma2017.com info@istma2017.com REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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EXPRESSAS

Novo SolidWorks traz diversas potencialidades A Dassault Systèmes anunciou o lançamento do Solidworks 2017 no Brasil. Integrado à plataforma 3DExperience da Dassault Systèmes, o sistema ajuda profissionais inovadores a projetar, validar, colaborar, criar e gerenciar seus processos de desenvolvimento de produto utilizando aplicativos integrados. O SDW 2017 apresenta mais potência e desempenho bem como novas capacidades voltadas à manufatura sem papel por meio do Model Based Definition (definição baseada em modelo) e do design de placa de circuito impresso (PCB, na sigla em inglês). Novas ferramentas desbloqueiam qualquer modelo em 3D para melhorar a colaboração com fornecedores e clientes, e o gerenciamento dinâmico de dados de produto (PDM), do conceito à fabricação, oferece mais suporte a equipes que estão em diferentes localidades ou que trabalham remotamente. Na parte de simulação, a novidade está em poder dividir por diversas estações de trabalho o “esforço” de processamento para simulação, não só reduzindo o tempo de resposta de cada interação, como necessitando de estações de trabalho não tão sofisticadas e potentes para atender a alta demanda de processamento computacional para simulações. Na parte de colaboração entre fornecedores - clientes, agora é possível abrir diretamente do SDW arquivos nativos dos seguintes softwares (SDW 3D Interconnnect): PTC (CREO), NX, CATIA, Inventor e Solid Edge, permitindo que se trabalhe com o modelo original, e agilizando o processo de projeto, não só pela redução do tempo de retraba-

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lho em modelos ou conjuntos, mas também por permitir basear-se sempre no arquivo mais atualizado, impactando nas etapas seguintes após a liberação do modelo da peça uma vez que tais etapas estejam integradas ao CAD (molde ou modelo da peça, programação CAM, montagem mecânica, interfaces de montagem, etc.). Em 2017 o conteúdo do site MYSOLIDWORKS.COM estará em português com tutoriais, cursos, etc. Hoje está disponível em outras línguas, inclusive o inglês. A partir de 2017 o SDW terá a opção de compra, bem como de aluguel de licenças, que terá planos de duração de 3 meses, 6 meses e 1 ano. A SDW atingiu a marca de 3,5 milhões de cópias no mundo. Um crescimento ano a ano de 28%. Na América Latina, hou-ve um aumento de cerca de 50% em novas licenças de produtos. As renovações de licenças aumentaram 12% ano a ano. SolidWorks 11 4502 2000 solidworksbrasil.com.br Governo cria Programa de Regularização Tributária para reativar economia

Foi publicada no dia 5 de janeiro, no Diário Oficial da União, a Medida Provisória 766/2017, que cria o Programa de Regularização Tributária. O primeiro anúncio do governo federal de que criaria este programa foi feito pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no dia 15 de dezembro, juntamente com outras medidas buscando reativar a economia. Na entrevista coletiva concedida após o anúncio, Meirelles previu que o programa poderia arrecadar pelo menos R$ 10 bilhões aos cofres da União, "numa projeção conservadora". O ministro chegou ainda a utilizar a

expressão "novo Refis" para a medida, por autorizar o refinanciamento das dívidas tributárias de empresas e pessoas físicas. “O nosso foco está nas empresas que tiveram prejuízos acumulados fortes. Esse plano permite às empresas transformar o prejuízo em crédito e abater até 80% das dívidas tributárias” - disse na ocasião. A MP permite que os débitos vencidos até 30 de novembro de 2016 possam ser agora inseridos no Programa de Regularização Tributária, o que segundo Meirelles deverá ser importante num cenário recessivo, no qual as empresas podem começar a se preparar para voltar a crescer. A data de 30 de novembro vale inclusive para dívidas já parceladas anteriormente ou ainda discutidas judicial e administrativamente. A MP agora enviada ao Congresso permite justamente às empresas e pessoas físicas abater das dívidas com a Receita Federal ou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional os créditos tributários (recursos que tem direito a receber) e prejuízos fiscais de anos anteriores. Exceto para as grandes empresas, que seguem normas diferentes, as demais empresas e pessoas físicas as opções são: o pagamento de 20% do débito à vista e o parcelamento do restante em até 96 meses ou; dar uma entrada de 21,6% parcelada em 36 vezes, também com parcelas crescentes, regularizando o restante em até 84 meses. Tanto nos acordos envolvendo débitos com a Receita quanto com a PGFN, o valor mínimo de cada prestação mensal deverá ser de R$ 200,00 para as pessoas físicas e R$ 1 mil para as empresas. E para poder aderir, a empresa ou a pessoa física necessariamente terá que desistir de ações na Justiça ou de recursos administrativos. A MP estabelece um prazo de 30 dias para que a Receita e a PGFN regulamentem o Programa de Regularização Tributária. Após esta regulamentação, o pedido de adesão poderá ser feito por meio de requerimento no prazo máximo de 120 dias. A MP 766 pre-


EXPRESSAS

vê também a exclusão do Programa de Regularização Tributária de quem se tornar devedor no âmbito do programa. Nesses casos, será ainda exigido da empresa ou da pessoa física a totalidade do débito confessado e ainda não pago, além da automática execução da garantia prestada. Pelas regras, passa a ser considerado "devedor" quem deixar de pagar três parcelas consecutivas ou seis alternadas de seus acordos. Também será devedor quem deixar de honrar uma parcela, no caso de todas as demais já estarem quitadas. Também cairão nestes casos quando houver a constatação, por parte da Re-ceita ou da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, de atos tendentes ao esvaziamento patrimonial como uma forma de fraudar o cumprimento de parcelamentos. Também serão imediatamente excluídas as empresas em que forem decretada falência ou extintas, ou que tiverem a declaração de inaptidão da inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Na exclusão de devedor do Programa de Regularização Tributária, os valores liquidados deverão ser restabelecidos por meio de uma cobrança, sendo efetuada a apuração do valor original do débito, com a incidência de acréscimos legais até a data da rescisão. Ainda nestes casos serão deduzidas as parcelas pagas em espécie, também com acréscimos legais referentes à data de rescisão. AGÊNCIA SENADO 0800 61 2211 www12.senado.leg.br ABIFA prestigia Festa do Fundidor Desde 1979, em uma data próxima a quatro de dezembro, Dia de Santa Bárbara, a padroeira dos fundidores, acontece em Joinville - SC a já tradicional Festa do Fundidor. A edição de 2016, que foi a 37ª, ocorreu no dia 9 de dezembro no Campus da ETT/UNISOCIESC, cujo homenageado foi Paulo Iolando de Santana, eleito o Fundidor

do Ano, pelo trabalho e profissionalismo dedicado à indústria metalúrgica, com destaque à sua grande contribuição na área de educação pela Escola Técnica Tupy. A festa foi criada por pessoas ligadas à indústria metalúrgica da cidade, a partir do modelo de uma celebração aos fundidores já existente na Alemanha. O evento reúne profissionais da indústria de fundição (empresários e fundidores), familiares e exalunos da Escola Técnica Tupy. No decorrer deste evento, ocorreu também o lançamento do livro “Ferros Fundidos Cinzento e Branco”, de autoria dos professores da ETT, Paulo Iolando de Santana e Dácio do Nascimento, os quais entregaram um volume autografado ao presidente da ABIFA, Afonso Gonzaga. Patrocinaram o evento: Ligas Gerais, Tolsa Bentonita para Fundição, SINDIMET - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Joinville, Foseco, KS-Metal Experts, CBB Companhia Brasileira de Bentonita, ASK Chemical, SIGroup/HA, Empresa Rio Deserto e Fuchs. Neste mesmo dia, merece registro e destaque, ao convênio firmado entre o presidente da ABIFA Afonso Gonzaga e do Coordenador da ETT/IST Ernesto Berkenbrock, na divulgação e prospecção dos cursos técnicos da ETT/UNISOCIESC, através da utilização e inserção da logomarca da ABIFA. ABIFA 11 3549-3344 abifa.org.br

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CONEXÃO WWW

POLITIZE!

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O Politize! é um portal de educação política onde você encontra conhecimento de alta qualidade sobre o que há de mais importante para ser um cidadão consciente e engajado com a transformação do país. O sonho de criar um portal de educação política foi concretizado em 1º/Julho/2015. O site comporta uma rede de pessoas e organizações comprometidas com a ideia de levar educação política para cidadãos de todo o Brasil. A entidade acredita que a tecnologia é uma grande aliada na difusão de conhecimento e que pode fazer a diferença proporcionando conteúdo educativo sobre política de forma fácil, divertida e sem vinculações político-partidárias. As propostas passam por: clareza - conteúdo de forma clara, fácil e em linguagem acessível; experiência - geração de experiências significativas e divertidas; pluralidade - diferentes olhares sobre diferentes temas, sem vinculações político-partidárias; engajamento - vontade de fazer parte, sair da internet e agir; rede - muitos parceiros que acreditam na causa.

WWW ORÇAMENTO FEDERAL

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A história da Secretaria teve início em 1967, quando pelo Decreto Lei nº 200, foi criado o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral que estabelecia como sua área de competência a programação orçamentária e a proposta orçamentária anual. Em março de 1971, a então Subsecretaria de Orçamento e Finanças passou a ter atribuição de órgão central do sistema orçamentário. No ano seguinte, passou a ser a Secretaria de Orçamento e Finanças - SOF. Em 1996, tornou-se órgão específico e singular do então Ministério do Planejamento e Orçamento. Em 2006, a SOF foi inserida na atual estrutura regimental do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A missão da Secretaria é racionalizar o processo de alocação de recursos, zelando pelo equilíbrio das contas públicas, com foco em resultados para a Sociedade. Na página eletrônica é possível ter acesso à: Orçamentos Anuais; Informações Orçamentárias; Educação Orçamentária; Orçamento Cidadão; Esplanada Sustentável; Biblioteca e; Legislação pertinente.

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TECNOLOGIA

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO ATRAVÉS DO ENSAIO DO ANEL COMPARADO COM A EXTRUSÃO POR DUPLO COPO O estudo dos coeficientes de atrito obtidos através do ensaio do anel comparado com a extrusão por duplo copo, a partir de corpos de prova em alumínio AA6351 permitiram avaliar cada uma das técnicas, traçando-se um paralelo do atrito verificado bem como o comportamento do material em relação aos ferramentais utilizados nos experimentos e as variações de lubrificação. Por Luiz Ricardo Fiera | Foto Divulgação

O

processo de forjamento, se comparado com a produção de peças através da fundição, apresenta vantagens como a construção de peças mais leves e mais resistentes, pois o processo de deformação a baixa temperatura alinha os cristais do material, tornando-o mais flexível e resistente à fadiga, além de permitir peças com geometria mais complexa e de grande precisão com elevada produtividade. As peças fabricadas pelo processo de fundição requerem controle mais preciso dos processos de fusão e resfriamento, porque podem ocorrer segregações na liga. Já os forjados respondem de forma mais previsível no tratamento térmico e oferecem melhor estabilidade dimensional [1]. O conhecimento dos parâmetros que influenciam no processo de forjamento, como resistência ao escoamento, velocidade de deformação, temperatura de trabalho e coeficiente de atrito, são de suma importância para garantir a segurança do processo, qualidade do produto final e vida útil do ferramental. Sendo o atrito um dos importantes parâmetros a ser conhecido, utilizam-se alguns processos para a determinação deste coeficiente. Um dos testes mais utilizados para a avaliação das condições da interface peça/ferramenta para os processos de forjamento é o Ensaio do Anel, pois permite que o atrito possa ser avaliado a partir da deformação em detrimento de outras técnicas que necessitam de medidas de força ou mudanças dimensionais da amostra. Outro método utilizado é o processo de caracterização do atrito por Extrusão por Duplo Copo (DCE1), que também permite caracterizar o atrito entre a peça e ferramenta. No presente trabalho optou-se por estudar as características técnicas de obtenção do coeficiente de atrito pela extrusão por duplo copo em comparação com o ensaio do anel, utilizando-se alumínio como material de análise. Para avaliar a confiabilidade dos ensaios para determinar o coeficiente de atrito utilizou-se três situações de lubrificação: teflon2, grafite e ensaios sem lubrificação.O sucesso de um processo de forjamento depende de alguns fatores, onde 16 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

além de se levar em consideração a temperatura do material e o método de aplicação de carga, deve-se estar atento a outros parâmetros relacionados ao processo, como, por exemplo, o coeficiente de atrito. Parâmetros do processo de forjamento Para o sucesso de um processo de forjamento é necessário que ele seja tratado como um sistema onde fatores como material a ser forjado, temperatura do processo, velocidade de conformaçao, lubrificante a ser utilizado e a interface entre ferramental e material, sejam analisados de modo a obter-se um produto final com qualidade e durabilidade. Ensaios para determinação do atrito Há vários modelos na literatura para a determinação do atrito e neles existe grande dificuldade para estabelecer um modelo válido para todos os tipos de operações de conformação mecânica, haja vista as diferentes condições de temperatura, condições de processo e geometria da peça a ser produzida. Determinação do coeficiente de atrito O atrito é um dos mais importantes fenômenos que influenciam na conformação dos metais, junto com a composição química do material, coeficiente de transferência de calor e as propriedades mecânicas. A importância do atrito no processo de deformação pode ser enfatizada pela contribuição para o sucesso ou fracasso do processo em atingir seus objetivos. O atrito afeta a deformação dos materiais, qualidade superficial, a micro estrutura do material, entre outras características. Entender o fenômeno do atrito significa compreender o que ocorre entre a superfície da peça e a superfície da matriz de conformação entre diferentes condições do processo de conformação. O atrito ocorre na superfície de contato entre matriz de conformação e peça e tem um papel importante no fluxo de material na matriz, influenciando dire-


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tamente na qualidade superficial da peça e na força exigida para conformar a peça [2]. Modelos de atrito para deformação plástica Na conformação mecânica o atrito depende de vários fatores como materiais de confecção dos ferramentais e do corpo a ser forjado, rugosidade superficial, bem como a temperatura do processo, velocidade de deformação e pressão de contato. Para os processos de deformação existem modelos e leis para verificação do atrito. Para o forjamento de ligas de alumínio, os fabricantes recomendam lubrificantes constituídos de uma solução à base de grafite e água ou grafite e óleo, que são diluídos em proporções adequadas para facilitar a sua aplicação [3]. O atrito interfacial entre dois materiais pode ser quantificado na forma de um fator ou coeficiente [4]. A Lei do Atrito de Coulomb3 utiliza tensão de cisalhamento ao invés de força de atrito e tensão normal em lugar de força normal, ficando então expressa pela equação 1.

m = t/sh

Rdi = (Di – Df) / Df * 100

Equação 2

Rdi = (Hi – Hf) / Hf * 100

Equação 3

Os pontos experimentais que mais se aproximarem das curvas simuladas indicam o valor do coeficiente de atrito do processo [3].

Equação 1

Na equação 1, m é o coeficiente de atrito, t a tensão de cisalhamento e sn a tensão normal, e percebe-se que t é proporcional a sn, na interface matriz/peça em relação ao "coeficiente" de atrito. Ensaio do Anel O estudo do comportamento do atrito através do teste de compressão do anel é a combinação de experimentos físicos com o método dos elementos finitos fornecendo uma medida aproximada. O ensaio é a compressão de um corpo de prova em forma de anel entre matrizes planas, enquanto sua variação percentual da altura e o diâmetro interno são controlados [5]. A variação do diâmetro interno do anel verificado após o ensaio é determinada pelo atrito interfacial. A condição ideal seria ter o atrito nulo, onde o anel deformaria como um disco sólido, com cada ponto superficial fluindo radialmente para fora em uma velocidade proporcional a sua distância ao centro. Se o atrito for maior que zero, o anel sofre um “efeito de barril” em suas paredes.Isto se deve pela resistência ao escorregamento interfacial da relação peça-matriz. Concluído o ensaio utiliza-se a simulação numérica da conformação do anel com as mesmas condições utilizadas experimentalmente para gerar as curvas conhecidas como “curvas teóricas de calibração” [3]. O resultado do percentual de redução do diâmetro interno do anel (Rdi) versus redução percentual da altura (Rhi), obtidos pelas medições de alturas inicial e final; e diâmetro interno inicial e final, feitas nos corpos de prova de acordo com a figura 2 e aplicados na equação 2 e equação3, são comparados nas curvas de calibração observadas na figura 1.

Figura 1 - Curvas de calibração para o teste do anel [6]

As dimensões do anel devem respeitar uma relação, que dentre outras, encontra-se a 6:3:2 para diâmetro externo, diâmetro interno e altura, respectivamente [3]. Cada geometria de anel tem seu conjunto específico de curvas de calibração. A geometria mais usual é a que respeita a proporção 6:3:2. Em temperatura ambiente as dimensões do anel não são relevantes, entretanto, quando se faz necessário um maior controle de temperatura, recomenda-se utilizar anéis maiores para evitar perdas térmicas [2]. A grande escala de deformação do material de trabalho somando não haver necessidade das medições de força são vantagens do ensaio do anel, que serve também para classificar diferentes tipos de lubrificantes para o processo de forjamento. Para isto é de costume a construção das curvas de calibração do atrito em um gráfico obtido com auxílio de cálculos teóricos para diferentes valores de atrito. O método foi desenvolvido posteriormente por Male e Cockroft que introduziram uma calibração experimental para determinar o coeREVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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ficiente de atrito (µ). A utilização do método do limite superior foi usada por Male e Depierre como tratamento matemático para determinação do fator de atrito m no ensaio do anel. Avitzur foi o primeiro que apresentou de maneira satisfatória a análise do problema do ensaio do anel em 1968 [6].

tais indicam o valor do coeficiente de atrito do processo [8].

Figura 2 - Variação do diâmetro interno do anel com o efeito do atrito [3]

Ensaio de extrusão do duplo copo Um dos ensaios para caracterizar o atrito entre peça e ferramenta é o processo DCE, que consiste em utilizar uma barra redonda de mesma composição da peça que servirá como corpo de prova. Utiliza-se então uma matriz com um furo de diâmetro maior que o da barra redonda que servirá como corpo de prova, onde o corpo de prova será colocado e fixado. Com a utilização de dois punções, um fixo e outro móvel forçam-se a barra contra o punção fixo, deformando a mesma por extrusão indireta [7]. Para medir o atrito entre a peça e a ferramenta, utiliza-se a medida da diferença entre as cotas H1 e H2 dentro da matriz, após a extrusão do material, pois quanto mais próximo os valores das cotas H1 e H2, menor será o atrito [7]. Na figura 3 pode-se observar o modelo de processo para determinar o coeficiente de atrito (µ) entre peça e ferramenta utilizando-se a extrusão por duplo copo.

Figura 4 - Curvas de calibração para o DCET [8]

O deslocamento do punção (S) é calculado pela equação 4, onde Ho é a altura inicial do corpo de prova, H a altura final do corpo de prova, H1 é a altura extrusada pelo punção superior e H2 a altura extrusada pelo punção inferior.

S = Ho – (H – H1 – H2)

Equação 4

Na figura 5 pode-se observar as indicações das medidas H, H1 e H2 em um corpo de prova após o processo de extrusão por duplo copo.

Figura 5 - Medidas para o corpo de prova após a extrusão por duplo copo [8]

Figura 3 - Esquema da extrusão por duplo copo [7]

Os resultados obtidos experimentalmente são comparados nas curvas de calibração observados na figura 4, que descreve a variação da relação entre H1 e H2 em função do deslocamento total dos punções representados em S. As curvas simuladas que mais se aproximarem dos pontos experimen18 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

Ligas de alumínio O alumínio é o terceiro metal mais abundante na crosta terrestre e por suas excelentes propriedades físico-químicas, entre as quais se destacam o baixo peso específico, a alta condutividade térmica e elétrica e a reciclagem, tornou-se o metal não ferroso mais consumido no mundo, sendo maleável, dúctil e apto para a mecanização e para a fundição [9]. Características do alumínio O alumínio puro possui algumas propriedades atrativas como a baixa densidade (cerca de 2,7g/cm³), alta resistência à


TECNOLOGIA

corrosão e ótima condutibilidade térmica e elétrica. Algumas ligas de alumínio podem superar a resistência de alguns aços estruturais.Entretanto o alumínio puro e algumas ligas de alumínio exibem uma resistência mecânica relativamente baixa. Sua principal limitação é a baixa temperatura de fusão (660°C) o que restringe a sua aplicação a altas temperaturas [10]. As características das curvas de escoamento, bem como a tensão de escoamento foram retiradas da literatura e serão utilizadas no software4 de simulação computacional para obtenção das curvas de calibração do alumínio AA63515, levando-se em consideração as características de ferramental de cada ensaio simulado [2]. Para o AA6351 no estado bruto de laminação (encruado) a tensão de escoamento está representada na equação 5:

kf = 334,8 * j– 0,005

Equação 5

Forjamento do alumínio Depois das ligas ferrosas, o alumínio é o metal mais utilizado para forjamento, sendo aplicado principalmente nas indústrias aeronáutica, bélica, transportes, máquinas e equipamentos [9]. Esta preferência se dá principalmente por algumas pro-

priedades que lhe inferem baixo peso específico e em algumas ligas uma resistência mecânica igualada aos aços estruturais. Além disso o alumínio possui uma propriedade muito importante que é a resistência a corrosão, e após o processo de forjamento reage com o oxigênio do ambiente, formando uma película de óxido extremamente fina que protege contra a corrosão [3]. METODOLOGIA Para o procedimento experimental iniciou-se o desenvolvimento do ferramental para a execução dos ensaios e na sequência, caracterizou-se o material que foi utilizado no experimento.A partir da caracterização do material foi então feita a usinagem dos corpos de prova que foram utilizados no experimento. Após esta etapa foram procedidos aos ensaios variando situações de lubrificação dos processos. Das medições feitas nos corpos de prova e com base nas curvas de calibração e coeficientes de atrito, de acordo com cada um dos processos utilizados, compararam-se os resultados das medições com as curvas, obtendo-se assim o coeficiente de atrito para cada situação de lubrificação aplicada nos ensaios. A etapa seguinte consistiu em comparar os resultados obtidos em laboratório traçando-se um paralelo entre as duas

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TECNOLOGIA

técnicas, com o mesmo material e lubrificante utilizado.Por fim o experimento foi validado e emitida a conclusão acerca do mesmo.Nos procedimentos utilizou-se para os ensaios do anel e extrusão por duplo copo o alumínio AA6351. Corpos de prova Devido à característica de cada um dos testes para determinação do atrito, conforme visto anteriormente, os corpos de prova possuem geometria distinta. Sendo assim, desenvolveu-se o projeto para usinagem de cada tipo de corpo de prova conforme apresentado abaixo. Corpo de prova para o Ensaio do Anel A partir de barras comerciais da liga de alumínio AA6351, foram confeccionados corpos de prova em formato anelar com dimensões de 24 mm de diâmetro externo, 12 mm de diâmetro interno e 8 mm de altura onde, de acordo com o projeto apresentado na seção anterior, estabeleceu-se a relação diâmetro externo x diâmetro interno x altura em 6:3:2, conforme figura 6.

Ferramentais para os ensaios Os ferramentais foram projetados com o software Solidworks e o material utilizado foi o aço ferramenta AISI7 D68, com exceção de um cilindro externo onde se produziu em aço SAE 4340. Após o início dos ensaios, devido a quebra do cilindro principal do DCET, introduziu-se este cilindro ao experimento para encamisar o cilindro central do ensaio do duplo copo. Para tratamento térmico das ferramentas aplicou-se a têmpera9 com temperatura de austenitização10 de 1.020ºC e triplo revenimento a 250ºC, sendo feita pela empresa Têmpera Gaúcha de Porto Alegre. Apenas o anel de extração, detalhado aseguir, não foi submetido a tratamento térmico devido a sua função não exigir este processo. Ferramental para o Ensaio do Anel Na figura 8 pode-se observar o ferramental para o ensaio do anel, constituído por 2 (dois) cilindros de contato de 50 mm de diâmetro e 20 mm de altura.

Figura 8 - Ferramenta superior e inferior para o ensaio do anel

Figura 6 - Projeto e corpo de prova fabricado para o ensaio do anel

Na figura 9 tem-se o conjunto ferramental e o anel que serviu como corpo de prova, preparado para o início de um ensaio na prensa.

Corpo de prova para o Ensaio de Extrusão do Duplo Copo Os corpos de prova foram confeccionados com o mesmo material, liga de alumínio AA6351, em formato cilíndrico, sendo que suas dimensões são de 20 mm de altura e 20 mm de diâmetro. Na figura 7 é possível observar o projeto e o corpo de prova usinado para o teste da extrusão por duplo copo.

Figura 9 - Ferramental e corpo de prova para o ensaio do anel

Figura 7 - Projeto e corpo de prova fabricado para o DCET 20 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

Ferramental para o Ensaio de Extrusão do Duplo Copo O projeto do ferramental para extrusão por duplo copo é apresentado na figura 10, onde o mesmo é composto pelo cilindro principal, que vai abrigar o corpo de prova e os punções, inferior e superior.


TECNOLOGIA

de curso para limitar a deformação ao percentuais calculados nas curvas de calibração.

Figura 10 - Projeto e ferramental posicionado na prensa para o DCET

Na figura 11 apresenta-se o conjunto ferramental para o teste de extrusão por duplo copo. O conjunto está posicionado na prensa para o início do teste, com o corpo de prova já posicionado no cilindro.

Figura 11 - Ferramental e corpo de prova para o DCET

Condições de lubrificação Foram trabalhados dois tipos de lubrificantes (figura 12) com três condições de contato: (a) lubrificante grafitado; (b) lubrificante teflon; (c) sem lubrificação.

RESULTADOS Para facilitar a discussão dos resultados bem como sua compreensão, serão apresentadas as medições feitas nos corpos de prova para o teste de compressão do anel e a extrusão por duplo copo. Estes serão marcados no gráfico das curvas de Figura 13 - Prensa utilizada nos experimentos calibração representando os pontos obtidos a partir destas medições. Nas medições utilizou-se um paquímetro com resolução de 0,02 mm, sendo que para o ensaio do anel, após cada ensaio a altura e o diâmetro interno foram medidos em três pontos e então um valor médio foi obtido. Para a extrusão por duplo copo foram obtidas as medidas de altura da extrusão feita pelo punção superior, chamada de H1 e do punção inferior, chamada de H2. Ensaio do Anel As medições feitas nos corpos de prova antes e depois do experimento são apresentadas na tabela 1.Foram calculados os percentuais de redução da altura do anel e do diâmetro interno. Em seguida, de cada tabela pode-se observar a imagem dos respectivos corpos de prova. Ensaio

Hi

Hf

Rhi

Di

Df

Rdi

µ

S/Lubrif

8

6,3

20

12

11,8

-2

0,50

S/Lubrif

8

4,5

40

12

11,3

-6

0,20

S/Lubrif

8

3,7

50

12

6,4

-46

0,50

Teflon

8

6,6

20

12

11,5

-4

0,30

Teflon

8

4,7

40

12

11,2

-6

0,30

Teflon

8

3,3

60

12

6,2

-48

0,30

Grafite

8

6,4

20

12

11,9

0

0,15

Grafite

8

4,5

40

12

11,4

-5

0,15

Grafite

8

3,8

50

12

10,8

-10

0,15

Tabela 1 - Dados do ensaio do anel

Figura 12 - Lubrificantes utilizados nos experimentos

Prensa Os ensaios para o teste do anel e DCET foram realizados no LACOMP - SATC, utilizando-se uma prensa hidráulica modelo FN150 da marca FKL Máquinas, conforme figura 13, com capacidade de 150 toneladas, a temperatura ambiente. Para o teste do anel a prensa foi controlada por um limitador

Com base nas medições de redução de altura e diâmetro interno, apresentou-se no gráfico o atrito verificado para cada condição de lubrificação (conforme figura 14) Ensaio de Extrusão do Duplo Copo A tabela 2 apresenta as medições feitas nos corpos de prova antes e depois do experimento para punção de 6 mm, sendo mantidas as mesmas condições de lubrificação usadas no Ensaio do Anel. REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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Figura 14 – Atrito verificado pelo ensaio do anel Ensaio

H0

H

S

H1

H2

H1/H2

µ

S/Lubrif

20,0

20,7

3,0

3,10

0,6

5,7

4,6

S/Lubrif

20,0

20,8

3,9

3,9

0,8

4,8

4,8

S/Lubrif

20,0

20,2

7,1

6,0

1,3

4,6

5,6

Teflon

20,0

20,4

2,7

2,5

0,6

4,17

3,2

Teflon

20,0

21,0

2,9

3,2

0,7

4,57

4,3

Teflon

20,0

20,4

5,0

3,4

2,0

1,70

0,30

Grafite

20,0

20,8

3,1

3,6

0,6

5,50

5,2

Grafite

20,0

20,6

3,4

3,4

0,6

5,67

5,6

Grafite

20,0

21,0

6,5

6,3

1,2

5,25

5,8

Grafite

20,0

23,9

2,7

4,4

4,0

1,1

0,01

Tabela 2 - Dados do ensaio DCET

Com base nas medições, representou-se no gráfico o atrito verificado para cada condição de lubrificação no ensaio de extrusão, conforme figura 15.

Com relação aos lubrificantes observou-se, em ambos os experimentos para o alumínio AA6351, que se mostram eficientes no processo, sendo que o grafite apresenta melhores resultados na diminuição do atrito em relação ao teflon, e mais especificamente ao DCET, que dependendo do modelo de ferramental o atrito gerado é tão alto que não é possível perceber diferenças de eficiência entre os lubrificantes utilizados. Diante dos resultados obtidos e discutidos neste trabalho pode-se concluir que o procedimento experimental do ensaio do anel se mostra válido para a determinação do coeficiente de atrito µ, pois é um dos testes clássicos para a verificação do atrito e possui uma padronização observada na literatura e comprovada por diversos experimentos em condições de atrito encontradas no processo de forjamento. Mesmo utilizando-se a relação geométrica tradicionalmente encontrada na literatura, as curvas obtidas neste trabalho são diferentes das observadas na revisão bibliográfica.Portanto, conclui-se que os resultados dependem de outros fatores como composição química dos materiais e acabamento superficial dos ferramentais. Com relação ao DCET executado nos procedimentos experimentais deste trabalho, observou-se que é possível a determinação do coeficiente de atrito, desde que seja observada uma série de características que envolvem o ferramental desenvolvido para o experimento. Outro ponto importante que se observa a partir do experimento e das discussões, é que a geometria do punção influencia diretamente nas curvas de calibração do DCET, aumentando com isso a dificuldade de se comparar as curvas encontradas na bibliografia com as geradas pelo software de simulação, diferentemente do que acontece com o ensaio do anel, que possui um padrão com relação a dimensões do anel e um padrão com relação ao ferramental. Este padrão existente no anel assegura os resultados do atrito verificado. Já para o DCET esta falta de padrão pode influenciar tanto nas curvas simuladas quanto no resultado efetivo dos ensaios. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Laboratório de Transformação Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/LdTM) e ao Laboratório de Conformação Mecânica e Processamento de Polímeros (SATC/LACOMP) pelo apoio técnico no desenvolvimento deste projeto.

Figura 15 - Atrito verificado pelo DCET

CONCLUSÃO Por meio do experimento aqui efetuado foi possível demonstrar o funcionamento dos modelos do ensaio do anel e do teste de extrusão por duplo copo, e avaliar o desempenho destes dois modelos para a determinação do atrito, através da comparação dos resultados obtidos em ensaios utilizando três situações de lubrificação. 22 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

REFERÊNCIAS [1] Schmitt, Peter (São Paulo); Sindiforja - Sindicato Nacional da Indústria de Forjamento. Comparando processos: Como os forjados se comparam aos fundidos. 2001. Material extraído do Site da Forging Industry Association - FIA - Associação das Industrias de Forjaria - EUA. Tradução: Ylich Peter Schmitt - 26/12/2001. Disponível em: Acessado em: 27 mar. 2016.


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<http://www.sindiforja.org.br/comparando.htm>. [2] Geier, Martin; Considerações sobre o atrito para processos de forjamento a frio através do ensaio de compressão do anel. 2007. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia, Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, UFRGS, Porto Alegre, 2007. [3] Bueno, Alex Fabiano; Determinação do coeficiente de atrito para ligas de alumínio AA6351 e de titânio Ti6A1V pelos métodos de anel e tubo cônico. 2010. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia, Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, UFRGS, Porto Alegre, 2010. [4] Schaeffer, Lírio; Conformação mecânica. 2. ed. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2004. 163 p. [5] Martello, Leonardo; Desenvolvimento de processo de forjamento da liga de alumínio AA6351 com auxilio de computação numérica. 2007. 79 f. Tese (Mestrado) - Curso de Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, UFRGS, Porto Alegre, 2007. [6] Camacho, Ana Maria et al.; Investigations on friction factors in metal forming of industrial alloys. Procedia Engineering.Málaga, Vol. 63, p. 564-572. jun. 2013. [7] Schraeder, Timothy; Shirgaokar, Manas; Altan, Taylan;A critical evaluation of the double cup extrusion test for selection of cold forging lubricants. Journal Of Materials Processing Technology. Columbus, p. 36-44. 20 nov. 2006. [8] Altan, Taylan; Cold and hot forging: Fundamentals and applications. Ohio: Asm International, 2004. 341 p. [9] Baladi, Carina (São Paulo); Associação Brasileira do Alumínio; Alumínio - Processos de produção: Forjamento. 2016. Disponível em: Acessado em: 10 abr. 2016. <http://www.abal.org.br/aluminio/processos-deproducao/forjamento/>. [10] ASM INTERNATIONAL. Metalworking: Bulk forming. Asm International Handbook Committee. Ohio, 2005. 868 p.

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DCE: do inglês Double Cup Extrusion Test. Teflon: é o nome comercial e marca registrada pertencente a DuPont para o polímero Politetrafluoretileno (PTFE). A principal virtude deste material é que é uma substância praticamente inerte, não reage com outras substâncias químicas exceto em situações muito especiais. Isto se deve basicamente a proteção dos átomos de flúor sobre a cadeia carbonada. Esta reduzida reatividade permite que a sua toxicidade seja praticamente nula sendo, também, o material com o terceiro menor coeficiente de atrito de todos os materiais sólidos conhecidos. Outra característica é sua impermeabilidade mantendo, portanto, suas propriedades em ambientes úmidos. Por estas características especiais, além da baixa aderência e aceitabilidade ótima pelo corpo humano, ele é usado em diversos tipos de prótese [wikipedia.org]. 3 Charles Augustin de Coulomb (Angoulême, França, 14 de junho de 1736 - Paris, França, 23 de agosto de 1806): físico francês. Em sua homenagem, deu-se nome à unidade de carga elétrica, o Coulomb. A Lei de Coulomb é uma lei da física que descreve a interação eletrostática entre partículas eletricamente carregadas. Foi formulada e publicada pela primeira vez em 1783 e foi essencial para o desenvolvimento do estudo da eletricidade [wikipedia.org]. 2

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Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 5 Alumínio AA6351: composição típica a base de Alumínio (Al), Magnésio (Mg) e Silício (Si). 6 AISI: do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE (Society of Automotive Engineers = Sociedade de Engenheiros Automotivos) e pela norma alemã DIN (Deutsches Institut für Normung = Instituo Alemão de Normatização). 7 Aço D6: aço para trabalho a frio, com alto grau de indeformabilidade, com altos teores de carbono (C) e cromo (Cr), temperável em óleo, banho de sal fundido ou ar, de boa tenacidade, alta temperabilidade, alta resistência mecânica e alta resistência ao desgaste. A adição de tungstênio (W) confere a este aço uma retenção de corte. A dureza superficial, na condição temperada e revenida, pode alcançar 62 HRC.Equivalências normativas ABNT D6, AISI D6, DIN ~X210CrW12, W Nr. 1.2436, JIS G 4404-72, Villares VC-131. Cores de identificação: Amarelo-Verde-Amarelo. 8 SAE: do inglês Society of Automotive Engineers, significa Sociedade de Engenheiros Automotivos. É uma organização responsável pelos estudos em engenharia automobilística e indústrias montadoras de automóveis. 9 Têmpera: tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocidade superior a velocidade crítica de têmpera de uma liga ferro-carbono, a partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica para os aços hipereutetóides, resultando em transformação da austenita em martensita. 10 Austenitização: transformação da estrutura da matriz existente em estrutura austenítica através de aquecimento. Pode ser parcial (aquecimento dentro da faixa de transformação) ou completa (aquecimento acima da faixa de transformação). A estrutura austenítica é formada por austenita, que é a fase do aço cúbica de face centrada (CFC), com boa resistência mecânica, apreciável tenacidade, amagnética e com solubilidade máxima de carbono de 2%.

Luiz Ricardo Fiera - Graduado em Ciência da Computação pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (2013) e Mestrado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2016). Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em análise de sistemas e gerenciamento de projetos. Atua profissionalmente desde 1986, tendo participação na criação e gerenciamento da Horr Sistemas no período de 17 anos. Sócio da AG3 Tecnologia, empresa voltada ao desenvolvimento de aplicações WEB e aplicações MOBILE. Professor das disciplinas de Inteligência Artificial, Teoria Geral de Sistemas de Informação, Processos de Desenvolvimento de Software I e 2, Engenharia de Software e Sistemas de Informações Gerenciais do Curso de Sistemas de Informação das Faculdades ESUCRI. Foi professor da disciplina de e-Business do Curso de Administração, Programação para Engenharia do Curso de Engenharia Civil e Informática Básica da área de extensão na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. http://lattes.cnpq.br/8038974919071637 ricardo.fiera@gmail.com


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Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. http://lattes.cnpq.br/1093242836059112 schaefer@ufrgs.br Alexandre Milanez - Engenheiro Mecânico pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2000), com Mestrado em Engenharia Metalúrgica pelo programa de pós graduação em Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006) e Doutorado em Engenharia Metalúrgica pelo programa de pós graduação em Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (2012). Trabalha como professor na Faculdade SATC para o curso de Engenharia Mecânica, onde desenvolve trabalhos nas áreas de conformação mecânica, projeto de moldes para injeção e sopro de polímeros e processos de soldagem para as indústrias. Possui trabalhos de cooperação com empresas e sindicatos para o desenvolvimento de mão de obra especializada para o setor de conformação mecânica, processamento de polímeros e soldagem. http://lattes.cnpq.br/9528403601813842 alexandre.milanez@satc.edu.br Alberto Moreira Guerreiro Brito - Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS (1983), Mestre (1988) e Doutor (2006) em Engenharia de Minas, Metalurgia e de Materiais pela UFRGS. Atualmente é revisor do periódico Powder Technology (ISSN 0032-5910) e Engenheiro da UFRGS. Tem experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em Conformação Mecânica, atuando principalmente nos seguintes temas: simulação numérica de processos, forjamento, projeto de processos de forjamento, elementos finitos e projeto de matrizes. http://lattes.cnpq.br/3650543384264717 brito@ufrgs.br

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AÇÕES ESTRUTURANTES PARA GARANTIR A SOBREVIVÊNCIA E VIABILIDADE DO SETOR FERRAMENTEIRO NACIONAL Não espere resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. Essa frase, de Albert Einstein, alerta para a necessidade de preocupar-se com o entorno de nossas empresas. Se não construirmos o nosso futuro, ele poderá não existir Por Christian Dihlmann | Foto Divulgação

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setor de fabricação de moldes no Brasil passou por momentos críticos, uma vez que o nível de importação tem crescido vertiginosamente. A demanda por moldes aumentou nos últimos 10 anos, mas a produção interna caiu consideravelmente. A diferença é suprida pelas importações. Entretanto não é só esse setor que está sob ameaça. Diversos segmentos do ramo metalmecânico estão em dificuldades. Atualmente o setor vive um momento bom da economia. A crise de 2008 fez com que algumas medidas econômicas fossem adotadas pelo governo federal, entre elas o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que fixou a taxa do FINAME1 em 4,5% ao ano. Com isso muitas empresas apressaram o passo na compra de injetoras e moldes, projetando de maneira fantástica o setor nacional (o FINAME não financia moldes e máquinas importadas). Por um momento a taxa foi ainda mais reduzida, para 2,5% ao ano. Além disso, ações de entidades empresariais têm defendido junto a órgãos do governo federal medidas para recuperação da perda de competitividade do ramo de ferramentais2 na última década. Por outro lado, percebe-se a inundação de recursos estrangeiros no país, principalmente com foco em aplicação financeira, em função dos altos juros praticados no Brasil. Também é notória essa entrada de investimentos diretos no setor de máquinas. O Brasil ainda é um país em desenvolvimento, portanto precisa de recursos estrangeiros e, acima de tudo, de conhecimento técnico. Mas deve, rapidamente, elaborar um planejamento para longo prazo, o que, definitivamente, não existe. Nesse planejamento é preciso contemplar o investimento estrangeiro direto (IED), inicialmente com foco na montagem de máquinas, e, gradativamente, a migração de tais recursos para a fabricação nacional, já com knowhow3 adquirido na fase anterior. O conhecido índice de nacionalização tem de ser adotado. Assim deve ser feito em todos os setores produtivos de nossa economia. A seguir vamos analisar alguns tópicos que, sobremanei-

ra, influenciam no sucesso ou fracasso das empresas e que, se corrigidos, poderão projetar o Brasil no ranking4 mundial dos maiores fabricantes de ferramentais. FATOR EXPORTAÇÃO A exportação de moldes do Brasil para outros países é insignificante. Por outro lado, a importação está em franca ascensão, superando US$ 1bilhão/ano. No passado o Brasil exportava moldes de baixo valor agregado e importava moldes mais complexos. Atualmente até mesmo os mais simples têm vindo do exterior. Os principais países concorrentes são os asiáticos, entretanto, por conta da crise na Europa, já temos também uma concorrência acirrada de países daquele continente - fortes no setor ferramenteiro, como Portugal, Espanha e Itália. As linhas de produtos mais afetadas são a automobilística, de construção civil e de embalagens. Mas todas as outras, como eletroeletrônicos, por exemplo, também têm forte concorrência. Portanto, antes de focar as ações para a exportação, devem ser tomadas as medidas adequadas para reforçar a participação no mercado interno e, com isso, preparar as empresas para a inserção no mercado internacional. FATOR IMPORTAÇÃO A importação de moldes, sejam novos ou usados, absorve empregos que poderiam ser aplicados no Brasil. Outro fator preponderante na importação de ferramentais é a perda de conhecimento do “como fazer” (know-how). E, no caso de moldes usados, fica ainda a questão da obsolescência do projeto. Esses moldes são, normalmente, de produtos que saíram de linha em outros países. Assim, são repassados para países “menos importantes”. Por exemplo, a nova geração de um veículo na Europa substitui uma anterior que é enviada para os países em desenvolvimento. Não obstante, temos ainda a questão da produtividade dos ferramentais. Muito provavelmente esses moldes serão menos produtivos que os REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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mais novos. Portanto, o custo de produção com eles será maior e a competitividade menor. É preciso entender também que o comércio internacional é saudável e necessário. Tanto os outros países querem vender para o Brasil quanto o Brasil quer vender para outros mercados. A nossa defesa tem se pautado na igualdade das relações comerciais internacionais. Não é possível nem viável economicamente concorrermos com regras desiguais. Assim, é preciso buscar, em todos os níveis da gestão pública e privada, a melhoria da nossa competitividade. Temos muitas lições de casa para fazer em nossas empresas. E o governo precisa reorganizar muitas das regras atuais. É importante comentar que tanto os entraves quanto os desafios estão postos para duas componentes importantes da cadeia produtiva: os empresários e os governos municipal, estadual e federal. Todas as tecnologias disponíveis no mundo podem ser adquiridas por qualquer país, todavia alguns segmentos exigem capacitação específica de equipes. Nesse ponto precisamos evoluir muito. LEGISLAÇÃO CIVIL, TRABALHISTA E FISCAL Um grande diferencial e impeditivo para o crescimento dos fabricantes nacionais é a complexa legislação de nosso país, seja ela civil, fiscal ou trabalhista. Além de diversas outras leis, precisamos urgentemente regulamentar o comércio exterior de ferramentais, por exemplo, na exigência de responsabilidade técnica nos moldes importados. As ferramentarias5 nacionais são monitoradas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), que exige, por meio de seus Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e de uma lei federal a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), onde um profissional (engenheiro ou técnico mecânico) assina a responsabilidade pelos produtos fabricados aqui. Contudo, para um ferramental importado não existe essa exigência. Isso tem dois lados negativos: o primeiro é uma desigualdade com relação aos fabricantes nacionais, e o outro é a falta de um responsável em caso de alguma falha técnica ou acidente. Nessa situação, o próprio cliente é lesado. Também a revisão da legislação trabalhista, no sentido de desonerar a folha, trará fortes benefícios à competitividade 28 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

de todos os setores produtivos do Brasil. Esse item já está sendo negociado entre empresários, governo e sindicatos. CARGA TRIBUTÁRIA Outro desafio não menos importante é a redução ou eliminação de cobrança de impostos sobre os meios produtivos. Em qualquer país desenvolvido os impostos sobre a venda de máquinas são mínimos (ou até não existem), pois elas são a base da indústria de um país. O imposto deve ser cobrado na ponta, sobre o produto produzido. Nesses países o acesso a financiamentos é facilitado. As taxas de juros são baixíssimas. Como exemplo, a Alemanha trata a indústria de máquinas como a “indústria da indústria de base”, tal o valor imputado para essa área da produção. REFORMA FISCAL E TRIBUTÁRIA Ainda, a reforma fiscal e tributária é uma das mais importantes componentes para redirecionar o futuro do país. Como exemplo, o Movimento Brasil Eficiente (MBE) dedica-se fortemente a sensibilizar a classe política e a sociedade civil organizada a aprovar um projeto de simplificação da carga que, se aplicado, trará fomento ao mercado e alavancará consistentemente a economia brasileira. As tarefas ali definidas devem ser conduzidas a órgãos públicos. Se aprovadas, as medidas tornarão os custos de fabricação bem mais enxutos e, consequentemente, o preço final muito mais atrativo. FATOR EMPRESÁRIO No tocante aos empresários, uma das grandes carências do setor ferramenteiro nacional é a falta de conhecimento de si próprio. De maneira geral, o empresariado brasileiro não é preparado para a função de gestor de negócios. A grande competência é a parte técnica. Como todo profissional técnico, o ferramenteiro é movido por paixão pelo negócio. Assim, a princípio o empresário ferramenteiro é dinâmico, mas pouco inovador. A falta de conhecimento e prática em planejamento não permite que ele se programe para pensar estrategicamente a empresa. O resultado é que o ferramenteiro vai “apagando o fogo” diariamente e não sobra tempo para pensar em


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inovar, melhorar processos, avaliar alternativas, vislumbrar novos negócios. É preciso trabalhar para reverter essa realidade. Também a falta de envolvimento dos empresários com as entidades empresariais organizadas é notória. Não há um diagnóstico preciso do número de ferramentarias existentes no país ou por regiões. Uma das ações importantes a serem implementadas pela ABINFER é o levantamento minucioso do setor, identificando as competências e as capacidades produtivas. Informações extraoficiais dão conta de um universo de cerca de 2 mil ferramentarias de mercado no Brasil. Some-se a estas um outro bloco de mais de 3.000 ferramentarias cativas, que operam somente para uso próprio da empresa mãe. Além disso, o empresário tem de perceber que há muito para buscar em competitividade e produtividade “da porta para dentro”. Via de regra, ainda utilizamos processos de fabricação ultrapassados e ineficientes. FATOR EMPREGADO O funcionário precisa entender que a capacitação não é somente uma obrigação da empresa e que ele deve, por iniciativa própria, buscar aperfeiçoamento na profissão. Enfim, há muitos desafios para superar, mas todos são possíveis de realizar em curto e médio prazo.

FATOR TECNOLOGIA Em um mundo globalizado, não há mais restrição à implantação de novas tecnologias. O que emperra o processo são os custos inerentes a tal implantação. E nesse ponto é preciso avançar muito. Em uma análise macro, é possível dizer que estamos em um nível medíocre de tecnologia. São raras as empresas que dispõem de recursos de usinagem em quatro ou mais eixos, que operam com altas velocidades de usinagem, que possuem sistemas de simulação reológica e/ou estrutural ou que têm equipamentos de prototipagem rápida ou manufatura aditiva. Essas são tecnologias já comuns em países mais desenvolvidos e, por consequência, mais competitivos. A próxima onda é a Indústria 4.0, focada na conectividade dos equipamentos via Internet Industrial (II - Industrial Internet) e Internet das Coisas (IoT - Internet of Things). Estamos ainda entre a Indústria 2.0 e 3.0, muito aquém da nova abordagem. O esforço e dedicação para atingirmos o “novo nível” será gigantesco. Mas precisamos começar. NOVO REGIME AUTOMOTIVO A legislação do novo regime automotivo (INOVAR-AUTO) foi publicada, e a operação iniciou em 2013. O impacto dessa

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medida foi benéfico para o ramo de moldes porque menciona explicitamente o setor ferramenteiro na lei. O novo regime automotivo é válido para o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. A projeção é de que será necessário estendê-lo para um período mínimo de dez anos a fim de permitir o aprendizado, a preparação e a implantação de melhorias no parque fabril nacional e na capacitação de profissionais. No momento já há diversas iniciativas na linha de desenhar a próxima fase do Programa INOVAR-AUTO, tanto do poder público quanto dos setores privados, por meio de entidades e associações de classe. Um período de cinco anos é insuficiente para formar uma geração de novos empreendedores e para melhorar a estrutura já disponível. Mas isso não deve ser um impedimento para o crescimento do setor. De outro lado, o empresário não deve se conformar com a situação e sentar em “berço esplêndido”. Será necessário investir muito esforço e trabalho para, ao fim do programa, consolidar um setor forte, competitivo e sustentável. CONCLUSÃO Em resumo, o país tem atraído diversas empresas que passaram a operar no Brasil, entre elas gigantes do setor automotivo. Esse fator constitui um indicador positivo e nos faz acreditar que, nos próximos 10 anos teremos um crescimento sensível do setor ferramenteiro do país. A oportunidade aparece então na rapidez com que possamos nos adaptar e nos preparar para atender a tais demandas. Quanto mais rápidos formos a adequar nosso ambiente industrial - com parque fabril moderno e profissionais capacitados- tanto mais evidente será nosso sucesso. Enfim, os bons ventos para o setor ferramenteiro serão tanto maiores e duradouros quanto mais rápida for a operacionalização das ações definidas no planejamento estratégico. E para isso é primordial a participação de empresários, funcionários, órgãos públicos e sociedade civil organizada. 1 FINAME: é uma linha de crédito destinada a empresas de micro e pequeno porte, localizadas em qualquer região do país. São utilizados recursos do BNDES para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais novos, cadastrados na Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME), e capital de giro associado à aquisição isolada de equipamentos. 2 Ferramental: é a gama de moldes, matrizes, estampos e dispositivos que tem o objetivo de conformar um material de seu estado inicial (bruto) para um estado final (acabado), que resulta em um componente/peça/produto, único ou que compõe partes de outro produto. São utilizados processos mecânicos, térmicos, físicos e químicos que levam um determinado material de seu estado líquido ou sólido, através das grandezas de força e pressão, a mudar sua forma inicial para a forma final desejada. A fabricação de qualquer produto industrial sempre demandará algum tipo de ferramental. Estes ferramentais são produzidos em empresas denominadas de ferramentarias, cujos processos envolvem praticamente todo tipo de operação, a saber: conformação a frio; conforma-

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ção a quente; corte; dobra; repuxo; embutimento; forjamento; laminação; puncionamento; estampagem; extrusão; trefilação; injeção sob pressão; vazamento por gravidade (baixa pressão); reo-colato; shellmolding; micro-fusão; injeção de materiais poliméricos; transferência; flash-less; waste-less; rotomoldagem; cunhagem; sopro; termoformagem; usinagem; modelagem em metal, resina, madeira, poliuretano expandido (isopor); cold-box; hot-box; entre outros de menor utilização [Christian Dihlmann, Revista Ferramental, www.revistaferramental.com.br]. 3 Know-how: do inglês, significa como fazer. É o conhecimento de como executar uma tarefa. 4 Ranking: do inglês, significa classificação, lista ordenada segundo determinados critérios ou parâmetros, hierarquia. 5 Ferramentaria: é um ramo da indústria metal-mecânica responsável pela criação e construção de ferramentais que objetivam transformar matéria-prima bruta em produto acabado, através de processos mecânicos, térmicos, físicos e químicos que levam um determinado material de seu estado líquido ou sólido, através das grandezas de força e pressão, a mudar sua forma inicial para a forma final desejada [Christian Dihlmann, Revista Ferramental, www.revistaferramental.com.br].

Christian Dihlmann - Diretor Presidente da BRTooling Ltda., Diretor Editor da Revista Ferramental e Gerente de Operações do GIT - Gestão de Inovação e Tecnologia da UniSociesc. Após conclusão do curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC no ano de 1989, foi pesquisador do Grupo de Pesquisa e Treinamento em Comando Numérico e Automatização Industrial GRUCON do Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) da UFSC e realizou Mestrado na mesma instituição com desenvolvimento da dissertação na Süddeutsches Kunststoff Zentrum, em Würzburg, Alemanha, obtendo o título em 1993. Naquele período realizou aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes e análise reológica em Portugal e Alemanha. Foi Gerente Industrial da Fred Jung Moldes e Matrizes Ltda., em Joinville, SC até o ano de 1996, quando constituiu sua própria ferramentaria. Em 1995 concluiu o curso de Especialista em Administração de Empresas pela Fundação Educacional da Região de Joinville - FURJ/UNIVILLE. Desde o ano de 2000 tem publicado diversos trabalhos relativos aos temas de gestão de empresas, projeto e fabricação de ferramentais em revistas e congressos. Atualmente exerce ainda as funções de Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER, Vice Presidente da Associação Internacional de Ferramentais Especiais & Usinagem - ISTMA International Special Tooling & Machining Association, Vice-presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha - VDI Verein Deutscher Ingenieure e Inspetor do Conselho Regional de Engenharia - CREA/SC. http://lattes.cnpq.br/0446222929419765 presidente@abinfer.org.br


FICHA TÉCNICA

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Parte integrante da revista Ferramental n 69 | Janeiro/Fevereiro 2017

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS APLICADOS À FERRAMENTARIAS Inglês

Português

Alemão

Multi-cavity mould Multi-colour machine Multi-component injection moulding Multi-daylight mould Multi-layer film Multi-layer mould Multi-life-feed-injection moulding (MLFM) Multi-platen press Multiple gate nozzle Multiple metering Multiple shut-offnozzle Multi-screw extruder Nanocomposite Nanofiller Nanostructure Natural resins Natural rubber Necking Needle bearing Needle valve Needle valve nozzle Nip between rolls Nip rolls Nitrided Nitrided steel Nitrile rubber Noise suppression Nominal Non-destructive testing Non-elastic Non-fusible Non-return valve Non-woven Normalized Notch Notch filter Notched Notched impact strength Nozzle Nozzle contact pressure Nozzle flange Nozzle heater Nozzle holder Nozzle point Nozzle tip Nozzle torpedo Nozzle well insert Nuclear magnetic resonance spectroscopy Nucleating agent Nucleation

Molde multi cavidades Injetora multi cor Moldagem por injeção de multi componentes Molde sanduíche; Molde multi camada Filme multi camadas Molde sanduíche; Molde multi camada Moldagem multi injeção (multi canhões) Prensa de múltiplos platôs Bico com múltiplas entradas (gates) Dosagem múltipla Bico com múltiplo obturador Extrusora multi rosca Nanocompósito Nanocarga Nanoestrutura Resinas naturais Borracha natural Empescoçamento Porta agulha Válvula de agulha Bico com válvula de agulha; bico valvulado Abertura entre cilindros Cilindros de compressão Nitretado Aço nitretado Borracha nitrílica Redução de ruído Nominal Ensaio não destrutivo Não elástico Não fusível; que não se funde Válvula sem retorno Não-tecido Normalizado Entalhe Filtro de entalhe Entalhado; dentado Resistência ao impacto com entalhe Bico; bocal; tubeira Pressão de contato do bico Flange do bico Aquecedor do bico Suporte do bico Ponto do bico; posição do bico Ponta do bico Torpedo do bico Inserto de posicionamento do bico (para centragem) Espectroscopia por ressonância nuclear magnética Agente nucleador Nucleação

Mehrfach- Werkzeug n Mehrfarben-Maschine f Mehrkomponenten-Spritzgießen n Etagenwerkzeug n Verbundfolie f; Mehrschichtfolie f Etagenwerkzeug n MLFM-Verfahren n Etagenpresse f Mehrfachdüse f Mehrfach-Dosierung f Mehrfachverschlussdüse f Mehrschneckenextruder m Nanocomposit n Nanofüllstoff m Nanostruktur f Naturharze npl Naturkautschuk m Neck-Bildung f; Halsbildung f Nadellager n Nadelventil n; Nadelverschluss m Nadelverschlussdüse f Walzenspalt m Abquetschwalzen fpl Nitriert Nitrierstahl m Nitrilkautschuk m Lärmverminderung n Nominale n Zerstörungsfreie Prüfung f Unelastisch Unschmelzbar Rückstromsperre f Vlies n; Vlies n stoff Normalisiert Kerb m Kerbfilter n Gekerbt Kerbschlagzähigkeit f Düse f Düsenanpressdruck m Düsenflansch m Düsenheizung f Düsenhalter m Düsenspitze f; düsenspitzezentrum f Düsenspitze f Düsentorpedo n Düsenzentrierbuchse f Kernresonanzspektroskopie f Nukleierungsmittel n; Keimbildner m Keimbildung f

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FICHA TÉCNICA

Inglês

Português

Alemão

Number of cavities Number of cycles Number of flights (screw) Offset printing Oil-impregnated bearing Oil resistance Olefins Oligomer Opaque Open-cell (foam) Opening force Opening stroke Operating point Operating time Optical brightener Optical properties Orange peel effect Organic Orientation O-ring O-ring seal Output Output rate Outsert moulding Overcuring Overheating Overpacking Oxidation Ozone resistance Ozone test Packing piston Paddle mixer Paint Parison Parison die Partial wall thickness control Particle Particle foam Particle size Parting Parting line (mould) Paste Peel strength Peel test Peeling machine Pellet Pelletize, to Pelletizer Pendulum impact test Penetration test

Número de cavidades Número de ciclos Número de filetes da rosca Impressão off-set Mancal impregnado de óleo Resistência ao óleo Oleofinas Oligomeros Opaco Célula aberta (espuma) Força de abertura Curso de abertura Ponto de operação; local de operação Tempo de operação Branqueador ótico Propriedades óticas Efeito de casca de laranja Orgânico Orientação O-ring; anel de vedação toroidal Selo O-ring Saída; produção Taxa de saída; taxa de produção Moldagem outsert Sobrecura Superaquecimento Sobreinjeção Oxidação Resistência ao ozônio Ensaio de ozônio Pistão de compactação Misturador por pás Pintura; pintado Parison; pré-forma no processo de sopro Ferramenta de parison; cabeçote do parison Controle parcial da espessura de parede Partícula Partícula de espuma Tamanho de partícula Partição; divisão Linha de partição do molde Pasta; massa Resistência à escamação Ensaio de escamação Máquina de escamação Granulado Granular Granulador; máquina de granular Ensaio de impacto com pêndulo Ensaio de penetração

Formnestzahlf; Fachzahl f Taktzahl f Gangzahl f Offsetdruck m Öl-imprägnierten Lager n Ölbeständigkeit f Olefine npl Oligomer n Opak Offenzellig Öffnungskraft f Öffnungsweg m Arbeitspunkt m Betriebsdauer f Optischer Aufheller m Optische Eigenschaften fpl Apfelsinenschalenhauteffekt m Organisch Orientierung f O-Ring m O-Ring-Dichtung f Ausstoß m Durchsatzleistung f Outsert-Technik f Überhärtung f Überhitzen n Überspritzen n Oxidation f Ozonbeständigkeit f Ozonprüfung f Nachpresskolben m Schaufelrührer m Farbe f; Lack m Vorformling m Schlauchkopf m Partielle Wanddickensteuerung (PWDS) f Partikel f Partikelschaumstoff m Teilchengröße f Trennen Trennebene f Paste f Schälfestigkeit f Schälversuch m Schälmaschine f Granulat n Granulieren Granuliervorrichtung f Pendelschlagversuch m Durchstoßversuch m

Fontes: A Glossary of Plastics Terminology in 7 Languages, Wolfgang Glenz, Hanser Verlag, 2010 / Novo Dicionário de Termos Técnicos Inglês-Português, Eugênio Fürstenau, Editora Globo, 2005/ Dicionário Inglês-Português Português-Inglês, Collins Gem, Editora Disal, 1998 / Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Editora Positivo, 2004

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Parte integrante da revista Ferramental no 69 | Janeiro/Fevereiro 2017

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS APLICADOS À FERRAMENTARIAS


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JuríDICA

CURTAS, MAS CIRÚRGICAS O monitoramento da legislação em vigor permite melhor planejamento e execução das atividades empresariais. Fique atento e previna-se contra surpresas! Por Daiane Hofmann | ahofmann@sh.adv.br MUDAM REGRAS PARA FISCALIZAÇÃO DA NR-12 Foi publicada no Diário Oficial da União, de 12/01/2017, a Instrução Normativa Nº 129, de 11 de janeiro de 2017, que vigorará por 36 meses e estabelece novas regras para a fiscalização da Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12), do Ministério do Trabalho e Previdência Social. A NR-12 estabelece requisitos de segurança e higiene a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. Com a mudança, os auditores fiscais do trabalho continuarão inspecionando as empresas para conferir a segurança das máquinas e equipamentos. Todavia, ao identificar irregularidades, o fiscal concederá prazo de até 12 meses para adequação, ao invés de gerar imediatamente o auto de infração e aplicar uma multa, como ocorria antes da Instrução normativa n° 129. Ainda, de acordo com a nova regra, caso as empresas comprovem inviabilidade técnica ou financeira para cumprir a determinação dentro do prazo estabelecido, o prazo para regularização poderá ser prorrogado sem a imposição de multa, desde que o empresário apresente um plano de trabalho definido para o cumprimento da norma.

No entanto, apesar das modificações, caso as máquinas ofereçam alta probabilidade de lesão grave ao trabalhador, as mesmas serão imediatamente interditadas.De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a alteração não trará qualquer prejuízo ao trabalhador e busca conferir às empresas a oportunidade de regularização, a fim de garantir o cumprimento da norma e a proteção da saúde e segurança dos trabalhadores. Essa mudança representa um passo importante para a melhoria das condições das empresas, pois concede tempo 34 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

hábil ao empresário para adequar suas máquinas e equipamentos às exigências da norma.Com as regras antigas, muitas empresas acabavam prejudicadas por conta das interdições de equipamentos, notificações, autos de infração e multas, gerando a paralização de áreas produtivas e até o fechamento destas, além de enormes prejuízos financeiros com a necessária adequação ou mudança de equipamentos em um curto período de tempo. Agora, as empresas que demonstram a verdadeira intenção de regularização, terão o tempo necessário para adequar suas máquinas e equipamentos às exigências da norma e garantir a segurança de seus empregados e a manutenção da produção. AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL TAMBÉM PODE SER APLICADO A FAVOR DO EMPREGADOR O aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, estabelecido pela Lei 12.506/2011, aplica-se também a favor do empregador. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho não reconheceu recurso de revista interposto por uma técnica de suporte contra decisão que indeferiu seu pedido de declaração de nulidade do aviso prévio de 33 dias que foi obrigada a cumprir. Em seu artigo 1º, a lei de 2011 estabelece que, aos 30 dias de aviso prévio previstos na CLT, serão acrescidos três dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias. Na reclamação, a profissional requereu a condenação da empresa ao pagamento do aviso prévio indenizado de forma proporcional e dos dias excedentes trabalhados, em dobro ou como extra, e reflexos, alegando que o benefício da proporcionalidade do aviso prévio é dirigido apenas ao empregado. A 9ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR), porém, indeferiu o pedido, entendendo que a pretensão da empregada de receber os 33 dias de aviso prévio sem trabalhar "beirava a má-fé". A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR). "Não há espaço para acolher a pretensão voltada para o reconhecimento de que o acréscimo do tempo referente ao aviso-prévio apenas é aplicável quando ele é indenizado e nunca quando é trabalhado", afirmou a corte. Em novo recurso, desta vez ao TST, a profissional sustentou que a decisão violou o artigo 7º, inciso XXI, da Constituição. Mas, na avaliação do relator, ministro João Oreste Dalazen, o aviso prévio é obrigação recíproca de empregado e de empregador, conforme fixa o artigo 487, caput, da CLT. Ele


JuríDICA

explicou que a Lei 12.506/2011 somente mudou a duração do aviso prévio, tomando em conta o maior ou menor tempo de serviço do empregado.Para Dalazen, reconhecer, sem justificativa plausível, a duração diferenciada para o aviso prévio conforme fosse concedido pelo empregador ou pelo empregado afrontaria o princípio constitucional da isonomia. "Assim como é importante o aviso prévio para o empregado, a fim de buscar recolocação no mercado de trabalho, igualmente o é para o empregador, que se vê na contingência de recrutar e capacitar um novo empregado", ressaltou. O entendimento sobre o direito de o empregador se beneficiar do aviso prévio vem mudando. A 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região negou recurso de uma empresa que foi condenada a pagar a uma trabalhadora 48 dias de aviso prévio proporcional. A corte definiu que a Lei 12.506/2011 conferiu o direito ao aviso prévio proporcional apenas ao empregado, e não ao empregador. Impossível, portanto, que o empregador exija do empregado o cumprimento da proporcionalidade do aviso prévio. Já para a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, nada impede o empregador de determinar o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço de forma trabalhada se o empregado é dispensado sem justa causa, pois não há qualquer previsão legal que limite o período trabalhado em 30 dias e obrigue a empresa a indenizar o tempo restante. Com esse entendimento, a corte anulou a indenização devida por uma construtora a um funcionário que trabalhou 39 dias depois de ser demitido. ACIDENTE DE TRAJETO É RETIRADO DO CÁLCULO DO FAP No dia 17 de novembro de 2016, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), decidiu excluir os acidentes de trajeto do cálculo do Fator Acidentário de Prevenção (FAP). O FAP, em vigência desde 2010, é um sistema Bônus/Malus, adotado para incentivar investimentos em segurança do trabalho e prevenção de doenças ocupacionais. Ou seja, empresas que registrarem maior número de acidentes ou doenças ocupacionais, pagam mais, enquanto as empresas que registram índice de acidentes menor são beneficiadas. No caso de nenhum evento de acidente de trabalho, a empresa paga a metade da alíquota do SAT/RAT. Quanto ao RAT (Riscos Ambientais do Trabalho), é uma nova denominação para o SAT (Seguro Acidente de Trabalho), e representa a contribuição da empresa, destinada aos custos da Previdência com os trabalhadores vítimas de acidente de trabalho ou doenças ocupacionais. O RAT mede o risco da atividade econômica, com base no

qual é cobrada a contribuição para financiar os benefícios previdenciários decorrentes de incapacidade laborativa. A sua alíquota poderá variar entre um, dois ou três por cento, de acordo com o risco da atividade desenvolvida e incide sobre o total da remuneração paga aos empregados segurados. Ainda, havendo exposição do trabalhador a agentes nocivos que permitam a concessão de aposentadoria espe-cial, há acréscimo das alíquotas na forma da legislação em vigor. Dessa forma, as alíquotas acima indicadas, serão reduzidas em até 50% (cinquenta por cento) ou aumentadas em até 100% (cem por cento), a depender do desempenho da empresa dentro da respectiva atividade, relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Isso posto, após dois anos de discussão, a decisão do CNPS alterou a metodologia de apuração do FAP e excluiu dos acidentes de trajeto da sua fórmula de cálculo. Ressalta-se que, segundo dados da Previdência Social, entre 2007 e 2014, o número de acidentes de trabalho teve redução de 18,2%, ao passo que o número de acidentes de trajeto subiu 10,9% no mesmo período. Assim, em cada cinco casos de acidentes de trabalho no Brasil, um desses acidentes ocorre no percurso casa-trabalho-casa. Portanto, a nova regra que visa diminuir o custo jurídico das empresas, entra em vigor em 2017 e seus efeitos para os empregadores em 2018. Mostra-se acertada a decisão do CNPS, visto que não pode o empregador ser prejudicado, através do aumento de tributação, pela ocorrência de acidente de trajeto. Afinal, se o empregado estava em seu percurso normal e rotineiro de casa para o trabalho, sem qualquer interferência do empregador, como pode este ser responsabilizado pelo ocorrido? Portanto, a partir de 2018, se o acidente ocorrer fora do local de trabalho, não será inserido no cálculo do FAP.

Schramm. Hofmann Advogados Associados Ltda Maiores informações pelo e-mail ahofmann@sh.adv.br ou pelo fone 47 3027 2848

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DICAS DO CONTADOR

SIMPLES NACIONAL: NOVAS REGRAS Por Francisco João dos Santos | financeiro@grupoabra.com

A

migo leitor da revista Ferramental, começamos o ano com a necessidade de planejamento. Enfrentamos um ano de crise e início de uma recessão que poderá estender-se em 2017 de forma ainda mais drástica. Aqui mostramos novas possibilidades para o ano de 2018, por este motivo dizemos que é necessário planejar. Porém, o que temos para 2017 é a possibilidade de parcelar suas dívidas do SIMPLES Nacional1 as quais, por motivos maiores e econômicos, levaram sua empresa a deixar algumas competências em aberto. O Governo está oportunizando que valores sejam incorporados até a virada de enquadramento no regime tributário, que é 31/01/2017. Assim, se sua empresa tem algum parcelamento vigente e também não conseguiu cumpri-lo, com ajuda de seu Contador será possível desistir deste parcelamento antigo iniciado em 2017 e assumir um novo parcelamento com as dívidas totais que já estejam nos cadastros do sistema e-CAC2 da Receita Federal. Mas lembre-se: o parcelamento será uma nova adesão para o novo ano, e por isso a necessidade de seu planejamento financeiro de honrar com os compromissos da empresa no ano vigente. Perceba que a nova Lei Complementar Nº 155/2016 já possibilita parcelamentos de dívidas vencidas até maio de 2016. Para tanto se fará necessário você estar em dia com o imposto do SIMPLES Nacional para poder aderir as novas regras. As alterações nas regras e limites do Simples Nacional de que trata a Lei Complementar Nº 123/2006, vieram com a Lei Complementar Nº 155/2016, publicada no Diário Oficial da União de 28.10.2016. Desejamos uma boa leitura. NOVOS LIMITES O limite máximo de receita bruta anual para que pequenas empresas participem do regime especial de tributação do SIMPLES Nacional sobe de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões, o que equivale a uma média mensal de R$ 400 mil. Já para quem é formalizado como Microempreendedor Individual (MEI), o novo teto de enquadramento passa de R$ 60 mil para R$ 81 mil anuais, o que resulta em uma média mensal de R$ 6,75 mil. Com as mudanças, um número maior de empresas pode optar pelo regime simplificado de recolhimento de impostos. 36 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

NOVAS ALÍQUOTAS Não será mais aplicada uma alíquota simples sobre a receita bruta mensal. A partir de 2018, a alíquota será maior, mas com um desconto fixo específico para cada faixa de enquadramento. Na prática, mensalmente, a alíquota a ser paga dependerá de um cálculo que leva em consideração a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores e o desconto fixo. Com isso, haverá aumento de carga tributária para algumas empresas e redução para outras. Mais do que nunca, será preciso ter a calculadora à mão, um bom sistema de gestão e o suporte do seu contador. NOVAS TABELAS As tabelas do Simples Nacional são agora resumidas em cinco anexos, sendo três para serviços, um para comércio e outro para indústria. Também a quantidade de faixas de faturamento caiu de 20 para seis. Vão para o anexo III (com alíquotas menores) alguns dos serviços antes presentes na quinta e sexta tabelas, como academias de dança e de artes marciais, laboratórios, serviços de medicina, odontologia e psicologia. Já no novo anexo V irão figurar outras atividades do atual anexo VI, como despachantes, engenharia, cartografia, topografia, perícia, leilão, auditoria, jornalismo e publicidade. Mas há uma questão importante: quanto maior a folha de pagamento, menor a alíquota. Isso quer dizer que mesmo as atividades que em teoria pagam mais impostos podem ser enquadradas ainda no anexo III. Para isso, a razão entre o valor da folha salarial e a receita bruta deve ser igual ou maior que 28%. Já se o contrário ocorrer e empresas que em um primeiro momento figuram nos anexos III e IV tiverem uma relação entre folha e receita menor que 28%, elas serão tributadas de acordo com as alíquotas maiores, previstas no anexo V. NOVOS PARTICIPANTES Poderão pedir inclusão no SIMPLES Nacional as organizações da sociedade civil (OSCIP), as sociedades cooperativas e as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social, além de organizações religiosas que se dediquem a atividades de cunho social. Entre as OSCIP, não podem participar sindicatos, associações de classe ou de representação profissional e os partidos.


DICAS DO CONTADOR

NOVO PRAZO PARA DÍVIDAS Participantes do SIMPLES Nacional com dívidas vencidas até maio de 2016 poderão realizar o pagamento dos débitos em até 120 vezes, com o valor mínimo de R$ 300 na parcela para micro e pequenas empresas e de R$ 20 para MEI. O valor de cada prestação será corrigido pela taxa SELIC e por 1% aplicado no mês do pagamento da parcela. Essa é uma das poucas mudanças que entram em vigor junto com a publicação da legislação, não sendo necessário aguardar até 2018.

manutenção entre outras (a lista do Anexo III passa a estar no § 5º-C e § 5º-D do artigo 18 da Lei Complementar 123):

INVESTIDOR-ANJO A nova legislação cria a figura do investidor-anjo em incentivo às atividades de inovação e o investimento produtivo. Ele poderá aportar capital em micro e pequenas empresas para participar dos lucros obtidos, em contrato com duração de sete anos. Podem se tornar investidor-anjo pessoas físicas e jurídicas, além de fundos de investimento, não tendo direito a voto ou gerência e não respondendo por dívidas da empresa. Ele ainda terá preferência de compra em uma possível futura venda da empresa. RECIPROCIDADE SOCIAL Micro e pequenas empresas deverão contratar jovem aprendiz ou pessoa portadora de deficiência para ter acesso a linhas de crédito específicas, que podem ser oferecidas por bancos comerciais públicos, bancos múltiplos públicos com carteira comercial, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). TABELAS DO SIMPLES NACIONAL As tabelas formam os novos anexos da Lei Complementar Nº 123 e, a partir de 1º de janeiro de 2018, devem ser utilizadas para enquadramento no SIMPLES Nacional. Anexo II Para a indústria (fabricação em geral): Faixa

Receita bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Até 180.000,00 De 180.000,01 a 360.000,00 De 360.000,01 a 720.000,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00

4,50% 7,80% 10,00% 11,20% 14,70% 30,00%

Valor a deduzir (em R$)

5.940,00 13.860,00 22.500,00 85.000,00 720.000,00

Anexo III Para empresas de serviços de instalação, de reparos e de

Faixa

Receita bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Até 180.000,00 De 180.000,01 a 360.000,00 De 360.000,01 a 720.000,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00

6,00% 11,20% 13,50% 16,00% 21,00% 33,00%

Valor a deduzir (em R$)

9.360,00 17.640,00 35.640,00 125.640,00 648.000,00

Anexo V Para empresas de tecnologia entre outras: Faixa

Receita bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Até 180.000,00 De 180.000,01 a 360.000,00 De 360.000,01 a 720.000,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00

15,50% 18,00% 19,50% 20,50% 23,00% 30,50%

Valor a deduzir (em R$)

4.500,00 9.900,00 17.100,00 62.100,00 540.000,00

PREPARE-SE PARA AS MUDANÇAS Muitas serão as mudanças a partir de 2018 no SIMPLES Nacional. Será preciso atenção redobrada nos cálculos para ter a certeza de qual o regime tributário mais vantajoso para a sua empresa. Aproveite estes quase 15 meses que faltam até as principais novidades entrarem em vigor para estudar o assunto. Leia sobre as alterações, simule a sua aplicação na empresa, converse com seu contador e veja como economizar no recolhimento de impostos sem deixar de obedecer à legislação.

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SIMPLES Nacional: é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar Nº 123 de 14.12.2006. 2 e-CAC: o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte é um portal eletrônico (https://cav.receita.fazenda.gov.br) onde diversos serviços protegidos por sigilo fiscal podem ser realizados via internet pelo próprio contribuinte, tais como: verificar eventuais pendências na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física; obter cópia de declarações; retificar pagamentos; parcelar débitos; pesquisar a situação fiscal; e imprimir o comprovante de inscrição do CPF – Cadastro de Pessoa Física. Sua utilização requer código de acesso ou Certificado Digital, porém, alguns serviços estão disponíveis apenas para usuários que estiverem fazendo uso de Certificado Digital. 3 SELIC, Taxa: também chamada simplesmente de taxa básica. No Brasil é a taxa de financiamento no mercado interbancário para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos públicos federais, títulos estes que são listados e negociados

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QUALIDADE DA GESTÃO

OPORTUNIDADES SUBLIMINARES: ATÉ OS PROBLEMAS PODEM GERAR GANHOS Oportunidades muitas vezes não percebidas podem esconder os “potes de ouro” da companhia em momentos críticos de economias desfavoráveis. Vasculhar os processos internos e prospectar ambientes externos não convencionais geralmente abre excelentes horizontes para a evolução dos negócios Por Roger Becker da Silva | Fotos Divulgação

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elas recentes notícias deste início de ano, 2017 se desponta com a expectativa de ser o ano da virada. Infelizmente, por uma série de fatores, esta não será a realidade de todas as empresas, principalmente aquelas que estão focadas em mercados mais sensíveis ao consumo interno. Mas, se você está preocupado com isso, talvez desanimado ou até um pouco perdido, aproveite exatamente isso e use esta zona de desconforto para buscar alternativas. Neste artigo quero ajudá-lo a perceber algumas oportunidades que muitas vezes estão implícitas ou até mesmo subliminares em alguns desafios(também chamados de problemas). “A crise é um motivador muito poderoso. Ela nos força a fazer escolhas que provavelmente não faríamos em outras circunstâncias. Aguça nosso foco, nossa competitividade, nosso desejo incessante de chegar ao topo da nossa categoria”, Anne Mulcahy - Executiva responsável pela reviravolta corporativa da Xerox em 2001. O Brasil tem uma matriz econômica muito baseada em 1 suas commodities , como grãos, minério de ferro e outros vários produtos com baixo valor agregado. Isso faz com que a indústria da transformação se torne pouco competitiva, perdendo ganhos substanciais ano após ano. Por mais que isso possa parecer óbvio, a maioria das empresas tem trilhado este mesmo caminho, não agregando valor aos seus produtos e/ou serviços. Esta é a PRIMEIRA reflexão e autoquestionamento para o seu negócio, pois destas conclusões podem surgir oportunidades que não estão sendo vislumbradas. Essa análise pode seguir em duas etapas distintas - uma interna e outra externa. Inicialmente procure mapear e estudar seus processos internos, principalmente os operacionais, onde geralmente existem ótimas oportunidades de ganhos adicionais, além de fornecer insights2 importantes sobre pos-sibilidades de novas formas de fazer as mesmas coisas. Se o seu produto e/ou serviço pode ser facilmente encontrado e até comparado com muitos outros, sinto informar que ele também é um commodity. Isso faz com

que os clientes tenham a vantagem de pressionar pelo menor preço, já que as opções são muitas, inclusive com a qualidade muito parecida. Então o exercício constante é analisar como o seu produto ou serviço pode ter diferenciais competitivos em relação aos concorrentes. Isso leva à segunda etapa, que é olhar para fora da empresa, focando nos fornecedores, clientes e mercado. Muitas vezes os fornecedores limitam seus produtos e/ou serviços a uma lista de itens que são mais usuais ou até mesmo mais simples de serem produzidos ou comercializados. Isso não quer dizer que seja a melhor solução para a sua necessidade ou de seu cliente, e em virtude disso algumas vezes você precisará de algumas adaptações em seus processos internos. CASO 1: Uma grande empresa de usinagem precisava realizar um processo de furação especial e as ferramentas disponíveis no mercado só tinham 2/3 do comprimento necessário, fazendo com que a empresa tivesse que fazer dois processos, gerando tempo de setup3 desnecessário. Após um grupo de melhoria contínua estudar o “problema”, fizeram internamente um protótipo da ferramenta que serviu perfeitamente para realizar o processo de uma só vez. Com isso ganharam tempo e qualidade no produto, além de poderem comercializar esta nova ferramenta para outras empresas. Os clientes geralmente são uma das maiores fontes de inspiração para novas oportunidades de produtos, serviços e até mesmo novos negócios. Para isso, sua empresa precisa ter uma sintonia fina com os clientes, para que percebam que você pode ser a melhor opção em casos que possam necessitar. Assim como na análise dos seus fornecedores, lembre-se que os clientes também fazem essa mesma reflexão com sua empresa... REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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QUALIDADE DA GESTÃO

CASO 2: Uma empresa do setor metalmecânico entregava seu produto ao cliente há vários anos da mesma forma, como solicitado pela engenharia. Após uma visita técnica, descobriu que outros componentes eram agregados ao seu produto, e que estes poderiam ser incorporados ainda em sua fábrica. Com isso agregou um novo serviço, além de melhorar a qualidade, pois o sistema já seguia montado e testado. Ampliando essa reflexão e análise, é importante também olhar para o mercado em que atua, entendendo suas necessidades, e muitas vezes até se antecipando a elas. Esta parte é um pouco mais difícil, pois exige tempo e conhecimentos adicionais, mas geralmente resulta em oportunidades diferenciadas, colocando sua empresa em patamares bem superiores em relação aos seus concorrentes. Uma SEGUNDA reflexão é sobre outras oportunidades que existem além do mercado em que sua empresa opera atualmente, explorando Novos Mercados e Negócios. Essa é a famosa descrição de um verdadeiro “Oceano Azul4”, onde você ficará por muito tempo colhendo os frutos por ser pioneira - como diz o ditado “Os que desbravam uma nova trilha, bebem a água limpa”. Mas como conseguir atingir esse clímax5 organizacional que é o sonho de todo gestor? Não vou abordar toda a metodologia envolvida no best6 seller mundial citado (recomendo a leitura), mas quero sugerir algumas questões importantes a serem vislumbradas nesta jornada.

Em primeiro lugar, é muito importante criar o ambiente fértil onde as novas ideias possam ser geradas, analisadas e operacionalizadas. E quando falamos em ambiente, passa necessariamente por pessoas, que devem ser incluídas, incentivadas e valorizadas para que este conceito possa seguir adiante. Lembrando que todos devem ter a oportunidade de participar, pois ótimas sugestões geralmente vêm de 40 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

quem lida diretamente com a situação. Ligado a isso, é importante que a cultura da empresa seja de abertura ao novo, com a liberdade das pessoas tentarem e inclusive com a possibilidade do erro, sem punições ou retaliações. A postura e atitude do principal gestor neste processo é crucial para que este ambiente possa ser o mais saudável e propício possível. “É fácil querer novas ideias, o difícil é esquecer velhos conceitos que estão dentro de nós”, paráfrase de autor desconhecido. Outro ponto muito crucial é ter a inovação como estratégia e não apenas como uma ação ou projetos isolados para resolver problemas ou tentar tirar a empresa do sufoco. E por falar em estratégia, nunca é demais relembrar que o gestor deveria focar pelo menos 20% do seu tempo e esforços nas principais estratégias da empresa - e a inovação deve ser uma delas. Quando se tem a busca por novos mercados e negócios como estratégia, com o tempo e metodologias certas, começa a ser natural este olhar para o novo. E assim, como uma boa semente, no tempo certo, vai germinar, crescer e frutificar. Também é crucial que se tenha uma boa gestão deste processo, e quando se fala nesse aspecto não tem como deixar de citar o famoso PDCA - Planejar, Executar, Medir/-Verificar e Adaptar/Melhorar. Assim pode-se garantir que nada seja esquecido, envolver todos na execução, medir a evolução e resultados e tomar as medidas necessárias para corrigir possíveis distorções ou desvios do planejamento. Sei que pode parecer até redundante orientar que a gestão da busca de novos mercados e negócios seja um dos papéis do principal gestor, mas infelizmente tenho visto muitos delegarem este papel para o gerente comercial. Nada contra este projeto ter o auxílio deste referido profissional, mas é o gestor que deve levantar esta bandeira e ser o capitão do time nesta jornada.


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QUALIDADE DA GESTÃO

Por último quero sugerir algumas análises como sugestão de inspiração nesta busca, para que você possa iniciar ainda hoje. Comece com o que já tem disponível na empresa, pois assim não será necessário nenhum investimento inicial, fato que poderia inviabilizar o projeto no momento. ! O que mais pode ser produzido, com os mesmos

equipamentos instalados? Para esta análise é crucial que os setores internos dialoguem, de preferência em encontros semanais ou quinzenais para trazerem as sugestões. Principalmente o setor operacional e o comercial devem estar em total sintonia neste processo. ! Quais outros canais de venda podem ser explora-

dos, fazendo com que os produtos e/ou serviços possam ganhar mais escala? Por exemplo, se já atua com vendedores internos, podem agregar representantes, ou distribuidores. Também podem utilizar o comércio eletrônico para alguns produtos que sejam padronizados, podendo ser adquiridos por empresas do mundo todo. ! Que outros produtos/serviços meus clientes agre-

gam ao meu produto/serviço depois que eu entrego, até o produto/serviço final dele? CASO 3: Uma empresa fornecedora de embalagens 7 de madeira entregava pallets ao seu cliente para que ele acomodasse seus produtos finais. Após uma visita de rotina, verificou que o cliente tinha todo um processo logístico interno para estocar os pallets, movimentá-los internamente em sua linha de produção e depois armazenar seus produtos prontos no estoque final. Com isso o fornecedor sugeriu que ele mesmo se responsabilizasse por este processo logístico interno, ampliando para outras embalagens que vinham de outros fornecedores, inclusive alguns de seus concorrentes. Este novo negócio gerou com ganhos adicionais significativos e contribuiu na diversificação de atividades de sua empresa. Lembre-se da máxima:“se o mundo não está te dando as respostas certas, mude as suas perguntas”. Então questione sempre, mude sempre o foco de suas perguntas e esteja preparado para agir quando as respostas começarem a fazer sentido. Desejo muito sucesso nesta jornada e me coloco á disposição caso posso contribuir de alguma maneira. * Os casos apresentados suprimem algumas informações por questões de sigilo profissional. 42 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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Commodity: do inglês, significa mercadoria. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. O que torna os produtos de base muito importantes na economia é o fato de que, embora sejam mercadorias primárias, possuem cotação e negociabilidade globais. Portanto, as oscilações nas cotações destes produtos de base têm impacto significativo nos fluxos financeiros mundiais, podendo causar perdas a agentes econômicos e até mesmo a países [wikipedia.org]. 2 Insight: do inglês arcaico, é formada pelo prefixo in, que significa "em" ou "dentro" e a palavra sight que significa "vista". Assim, insight pode significar "vista de dentro" ou ver com os olhos da alma ou da mente. No popular, significa compreensão súbita de alguma coisa ou determinada situação [significados.com.br]. 3 Setup: tempo de preparação. São as tarefas necessárias e relativas às atividades de preparação de um equipamento, desde o momento em que se tenha completado a última peça boa do lote anterior até o momento em que se tenha feito a primeira peça boa do lote posterior. 4 A estratégia do oceano azul: é um livro que ensina como investir em mercados inexplorados. Publicado em 2005 e escrito por W. Chan Kim e Renée Mauborgne, representantes do The Blue Ocean Strategy Institute, localizado na INSEAD, uma das maiores escolas de business da Europa, o livro sugere matrizes que podem ser aplicadas em modelos de negócio e analisa casos de grande sucesso em todo mundo, como o do Cirque Du Soleil, que recriou o conceito de circo e Starbucks, com sua incomparável capacidade de fidelizar clientes. Consta na lista dos mais vendidos (best-seller). 5 Clímax: Trata-se do momento da ação dramática em que a tensão atinge o seu mais elevado grau, articulando-se geralmente com um ponto de viragem decisivo, na sequência do qual ocorre o desenlace [dicionarioinformal.com.br]. 6 Best-seller: do inglês best = melhor e seller = vendedor, é uma obra ou um livro extremamente popular e que é incluído na lista dos mais vendidos, sendo considerado como "literatura de massa". Trata-se de uma expressão da língua inglesa para indicar os livros mais vendidos no mercado editorial. 7 Palete: do francês pallete, é um estrado de madeira, metal ou plástico que é utilizado para movimentação de cargas.

Roger Becker da Silva É Coach Executivo, Consultor Empresarial, Gestor executivo de duas instituições nacionais e Vice Presidente de Projetos Especiais da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. Pós-graduado em Administração/Marketing e Mestrando em Negociações e Gestão de Conflitos. (roger@volltrix.com.br) Siga no Facebook: rogerbecker.consultor


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A DIFÍCIL ESCOLHA ENTRE O NECESSÁRIO E O CONVENIENTE Por Carlos Rodolfo Schneider | Foto Roberto Borba

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ptou-se pela mudança de um modelo imoral, inadequado e insustentável, voltado aos interesses do poder e agregados, fortemente dissociado das necessidades da nação. Reprovou-se um Estado voltado a si mesmo, servindo-se do público ao invés de servi-lo. A motivação da mudança foi o conjunto da obra, alicerçada nos comprovados atos de improbidade administrativa. A sociedade espera medidas efetivas que resgatem o papel primordial de um governo - ao contrário do que acontece hoje, quando a máquina pública consome em torno de 20% do PIB1, a sociedade recebe serviços de péssima qualidade e o que tem sobrado para investimentos públicos necessários para o crescimento da economia não tem ido além de 2% do PIB. Uma clara inversão de princípios e prioridades. O contínuo crescimento do gasto público corrente2 (custeio + transferências) tem trazido consequências danosas: além da redução da capacidade de investimento do governo e da precarização dos serviços prestados à população, o aumento explosivo da dívida pública, aumento da carga tributária, comprometimento da capacidade de investimento do setor privado, perda de competitividade da economia e destruição de milhões de empregos. Então, não pode restar nenhuma dúvida sobre a necessidade de conter o gasto público - especialmente o corrente - para resolvermos o problema mais grave que é a insolvência do Estado. A PEC3 do gasto proposta ao Congresso, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior, é um avanço, apesar de trazer um resquício de indexação. Correto seria estabelecer como teto um percentual do crescimento da economia, evitando a continuidade do processo de apropriação pelo governo de parcela crescente da riqueza gerada pelos que trabalham. Por isso, a sociedade não entende quando o governo e Congresso começam a fazer concessões nos projetos de saneamento fiscal justamente para atender pressões da máquina pública, interessada em preservar um quadro insustentável. O conceito de direitos adquiridos nesse contexto deve ser confrontado necessariamente com o de direitos sustentáveis. A sociedade também não entende

quando o governo vacila em encaminhar ao Congresso, uma reforma previdenciária suficiente para tapar o principal buraco nas finanças públicas. Ainda mais que, segundo a CNI4, 75% dos brasileiros preferem que as regras de aposentadoria se tornem menos benevolentes a ter que pagar mais impostos para cobrir os rombos do sistema. Mesmo sabendo que as dificuldades políticas estão longe de serem desprezíveis, não está claro se o governo

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nistração pública, como por exemplo, despesas com pessoal, juros da dívida, aquisição de bens de consumo, serviços de terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia, telefone, entre outros. Estão nesta categoria as despesas que não concorrem para a ampliação dos serviços prestados pelo órgão, nem para expansão das suas atividades [orcamentofederal.gov.br]. 3 PEC: significa Proposta de Emenda Constitucional. A Constituição que vige atualmente no Brasil foi promulgada em 1988. De lá para cá, diversas foram suas alterações. As Emendas Constitucionais têm por finalidade mudar certos aspectos do texto constitucional sem a necessidade de convocação de uma nova Assembleia Constituinte. O poder constituinte originário, representado, em 1987, pela Assembleia Nacional Constituinte, definiu na própria Constituição as hipóteses nas quais é possível alterá-loa e quem possui legitimidade para tanto. A proposta de emenda constitucional tem um processo de aprovação diferenciado e mais rigoroso que o das leis ordinárias. Trata-se da modificação da lei maior do Estado, portanto, poucos são os que podem exercê-la. Veja como funciona uma PEC no infográfico da próxima página [politize.com.br]. 4 CNI: sigla de Confederação Nacional da Indústria. É a representante da indústria brasileira. É o órgão máximo do sistema sindical patronal da indústria e, desde a sua fundação, em 1938, defende os interesses da indústria nacional e atua na articulação com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de diversas entidades e organismos no Brasil e no exterior [portaldaindustria.com.br].

Fonte: politize.com.br

está disposto a fazer o necessário para realmente mudar ou continuará alegando que está fazendo o possível dado o quadro político. Para o ator político tradicional é uma escolha difícil: privilegiar as próximas eleições ou as próximas gerações. O Estadista tem um caminho claro pela frente. 1

PIB: sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. 2 Gasto público corrente: o mesmo que despesa corrente. São as despesas de custeio de manutenção das atividades dos órgãos da admi-

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Carlos Rodolfo Schneider, empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente – MBE. crs@brasileficiente.org.br


MEMÓRIAS

3R MOLDES: DO SONHO DE AMIGOS À REALIDADE A cumplicidade unida a um sonho antigo torna realidade o surgimento da ferramentaria idealizada por amigos Por Gisélle Franciane de Araújo (gisellefranaraujo@gmail.com)

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m sonho sonhado só é apenas um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade”. Esta frase do cantor e compositor Raul Seixas define bem o início da 3R Moldes e o desejo empreendedor de três amigos: João Carlos Cargnin, Cristiano Severino da Rosa e Sérgio Martins de Oliveira. João Carlos e Sérgio, após quinze anos sem contato, reencontraram-se e, em uma conversa informal, falaram do desejo em comum de terem seu próprio negócio. Na época, João Carlos exercia sua formação de Engenheiro Agrônomo e residia na cidade de Pato Branco, no Paraná. Sérgio, que era técnico em ferramentaria e trabalhava na Embraco há 15 anos, morava em Joinville, Santa Catarina, mesma cidade em que Cristiano, técnico em ferramentaria, morava.

de as esposas dos sócios terem nomes semelhantes. A empresa é administrada pelos três em funções divididas pelas áreas administrativa, industrial e comercial. “Como a nossa empresa é societária, nós vimos a necessidade de iniciar as atividades colocando predeterminações para que os sócios pudessem gerenciar a empresa, sempre respeitando as ideias em comum. Estas regras serviram de base para a manutenção e crescimento da sociedade”, relata Sérgio, que é diretor comercial da organização. As funções administrativas são de responsabilidade de João Carlos e a área industrial é comanda por Cristiano. No início, eram os sócios quem operavam as máquinas e faziam as funções administrativas. No segundo ano de empresa foram contratados três funcionários. O negócio iniciou em um pequeno espaço em Joinville e hoje a 3R conta com uma área construída de 750m² na cidade de Araquari, em Santa Catarina e uma equipe de 24 colaboradores diretos. Dos seus profissionais, 9% têm qualificação superior e 91% deles possuem nível técnico.

Sociedade solidária: João Carlos, Cristiano e Sérgio

Primeira sede em Joinville, SC

Depois de muitas conversas para transformar o sonho em realidade, João Carlos entrou como investidor do negócio. Sérgio e Cristiano colocaram a mão na massa e abriram em agosto de 2005 a 3R Moldes em solo catarinense. No início, em que era tudo difícil, Sérgio, com recursos próprios, bancou as cinco primeiras parcelas da primeira máquina. Após dois anos em atividade, o sócio João Carlos também veio morar em Joinville. A escolha do nome da 3R Moldes é em razão

Seu faturamento, em 2016, chegou a R$ 7 milhões. No atual momento, o maior desafio para a 3R é a instabilidade política do país e as altas cargas tributárias. Para Sérgio, “a reativação da economia do mercado automobilístico é primordial para o crescimento da empresa”. Produtos com qualidade, parceiros satisfeitos e fiéis A empresa iniciou na prestação de serviços de usinagem, REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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MEMÓRIAS

tecnologias, só assim poderemos nos manter competitivos no mercado e também preservar a confiança dos nossos parceiros”, defende. Eles entendem que as inovações tecnológicas são necessárias para a sobrevivência do negócio e que empresas que não evoluírem neste quesito ficarão fora do mercado. “Esta é a nossa principal marca”, aborda Sérgio. Para o diretor comercial, qualidade na prestação dos serviços, os preços competitivos e o prazo de entrega também fazem a diferença. “Procuramos consolidar a cada dia nossa empresa para o futuro”, conclui. Novas instalações em Araquari, SC

inicialmente tendo como principal cliente a Embraco. “Com o crescimento, percebeu-se a necessidade de volume maior de trabalho. Vendo a oportunidade, a 3R optou em iniciar a fabricação de moldes”, comenta Sérgio. A 3R Moldes é uma empresa especializada na fabricação de moldes de injeção de termoplásticos para a linha automobilística, de conexões, embalagens e eletrodomésticos. Entre os seus clientes há grandes marcas, como Renault, Fiat, Volkswagen, Whirlpool, Britânia, Mondial Eletrodomésticos, Colormaq e Tigre. “Atender a grandes empresas nos dá prestígio e, para nossos clientes, a segurança da nossa qualidade e prazo de entrega com o melhor custo-benefício”, argumenta Oliveira. Ele destaca que têm parceria com o FINAME, financiamento do BNDES, que é feito por intermédio de instituições financeiras credenciadas. Isso possibilita a venda dos moldes. “Somente empresas 100% corretas podem fornecer para o FINAME e BNDES. Isso mostra a seriedade com que trabalhamos”, salienta. A empresa possui capacidade para fabricar moldes com até 20 toneladas. A fábrica conta ainda com centros de usinagem de pequeno e grande porte, torno convencional, retífica, furadeira radial, além de eletroerosão de pequeno e grande porte. Foco em avanços tecnológicos e novos clientes Sérgio acredita que este ano será bom para o segmento de ferramentaria, razão pela qual a empresa aposta na área comercial. Ele destaca que estão com uma equipe de três pessoas para prospectar novos clientes em todo o território nacional. “Para se manter viva neste cenário complicado e duvidoso, as empresas precisam buscar novos clientes. Por isso, trabalhamos forte na busca desses futuros parceiros”, completa. Além de potencializar a área comercial, a 3R vai renovar seus equipamentos e aposta em novas tecnologias. Para os sócios, é importante buscar inovação, tecnologia e conhecimento, todos aliados a atitudes proativas. “Pretendemos substituir nossas máquinas por novas e com as melhores 46 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

Maior valor - time de ponta

Capital tecnológico – equipamentos e processos “redondos”

3R Moldes Rodovia SC 301, nº 9259 - Itinga 89245-000 - Araquari - SC Tel: 47 3436-2507 contato@ferramentaria3r.com.br ferramentaria3r.com.br


CORTE & CUSTOS

TÉCNICAS PRODUTIVAS - Parte I O uso de técnicas específicas garante melhor produtividade e precisão ao processo Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)

Como aplicar: O que isso significa na prática?

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Rampa linear

Figura 2: Processo de corte durante a usinagem em rampa linear

Figura 1

ap lm = tana REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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CORTE & CUSTOS

Nossas dicas

Figura 3

Figura 5: percurso da ferramenta para usinagem em rampa de passe único

Crédito: Renato Pizzutto

Desafios

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Francisco Cavichiolli Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil francisco.cavichiolli@sandvik.com (11) 5696-5652

Janeiro-Fevereiro 2017 - no 5

Figura 4: efeito do diâmetro de corte (Dc) sobre o ângulo de rampa (a).


GENTE

& GESTÃO

O SORRISO GERADOR DE SUCESSO E EQUILÍBRIO Por Paulo Cesar Silveira | Fotos Divulgação

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comum vermos hoje na maioria das empresas e estabelecimentos comerciais no mundo a explícita e ameaçadora placa dirigida aos consumidores, clientes internos e externos, vendedores e visitantes: Sorria, você está sendo filmado! Normalmente esse mesmo aviso não se aplica aos profissionais desses estabelecimentos e empresas, porque raramente somos recebidos com sorrisos... Quando muito ao nosso “Bom dia” obtemos a resposta mecânica e sem vida, ou o famoso “Pois não?”. Como consequência o atendimento passa a ser educado, porém mediano (medíocre, segundo o dicionário Aurélio, que tem por significado ainda “sem relevo”, comum, ordinário, vulgar) e sem muitos resultados, principalmente na essência pessoal, formação da personalidade e influência na liderança. Frente a concorrência brutal e acirrada em todos os setores, onde encontramos produtos cujas características são parecidas, com preços similares, condições de pagamento praticamente igualitárias, busca-se diferencial na qualidade do atendimento exatamente onde a decisão de compra depende da única pessoa que têm capacidade de fazer a sua empresa crescer ou morrer: O cliente! As empresas de um modo geral reclamam que treinar pessoas é caro e acabam na maioria das vezes apenas investindo em tecnologia. Contratam mão-de-obra barata, e aí está instalado o círculo vicioso que até pode levar ao fechamento da empresa... Sorria! Pois o seu cliente está filmando com os mínimos detalhes a sua atitude, a sua intenção, a sua equipe, a sua marca, e principalmente a sua congruência. Voltando à nossa plaquinha inicial do texto: fazendo uma breve análise observamos que sorrir não custa nada e agrega muito valor a qualquer atitude nossa, além de deixar ambientes mais leves e agradáveis. Sorrir verdadeiramente simboliza a nossa satisfação

de servir ao próximo, ao nosso cliente, e devemos expressar sempre esse prazer. Afinal, o comando da situação é do cliente, e esse sim na realidade “filma” com os mínimos detalhes da aparência às atitudes de uma recepcionista, segurança, profissionais de vendas, balconistas, gerentes, engenheiros, gerentes, executivos, empresários... Pois é da sua percepção do atendimento que ele vai decidir se vai comprar ou não de você, independente de que título esteja “vestindo”. Para completar, ainda da sua percepção dependerá se falará bem ou mal de sua empresa. Qual reação você prefere que seu cliente tenha? Considerando que na maioria das vezes comprar, aos olhos do cliente, é sempre um ato prazeroso... pois ele compra sentimentos embalados em produtos e serviços! A partir de hoje pense a sua estratégia ao lidar com pessoas, e lembre-se que ao servir alguém você está sendo filmado pelos seus clientes internos e externos, amigos, familiares, redes sociais, e por qualquer pessoa que lhe possa acrescentar crescimento pessoal e profissional. Lembre-se: Toda atitude deverá estar acompanhada de um sorriso, pois o bom humor mantém o seu estado mental, físico e espiritual equilibrado. Sabe o que um sorriso pode fazer por você? J O sorriso é uma consequência direta da felicidade. J O sorriso é a expressão mais bonita que o ser humano tem. J O sorriso embeleza qualquer pessoa, J O sorriso nos traz forças e esperanças para lutar contra todos os empecilhos. J O sorriso é universal, tem reflexos por toda parte. J Quando sorrimos, mostramos que estamos felizes, de bem com a vida; que temos esperança e que não nos deixaremos levar pelos problemas. REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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GENTE

& GESTÃO

J Quando sorrimos, passamos a nossa alegria para quem

nos ama, e não damos prazer para quem quer nos ver chorar. Portanto, sorria sempre para que o amor pulsante em você transcenda energia para o próspero universo, e aproxime de você pessoas de ótima energia, amor, paz e equilíbrio.Pois este gesto não depende de treino, é uma linguagem universal, faz bem para a saúde e sempre agrega algum tipo de ganho à nossa vida. Tenha um fabuloso dia hoje e sempre... Pois o MERCADO é do TAMANHO de sua IMAGINAÇÃO. Se você tiver algum comentário, sugestão ou dúvida entre em contato pelo e-mail falecom@paulosilveira.com.br e no campo “Assunto” coloque Revista Ferramental.

Paulo Cesar Silveira - Conferencista com mais de 2.000 palestras em sua carreira em 19 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 900 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 25 livros,

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destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude – A Virtude dos Vencedores. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas, negociação e comunicação com base em liderança. www.paulosilveira.com.br


ENFOQUE

SEMPRE LIGADO FIque por dentro das novidades tecnológicas do mundo da ferramentaria

I

mpressora 3D totalmente montada e de altíssima qualidade de impressão, com volume de impressão de 255 x 205 x 205mm (LxPxA) equivalente a 10,7 litros, o modelo UP Box, da UP3D, permite trabalhar com altura das camadas de 0,10 - 0,15 - 0,20 - 0,25 - 0,30 - 0,35 0,40 mm, isto é, de 100 a 400 mícrons. Tem calibração automática de altura da mesa, fácil, rápida e não necessita de conhecimentos anteriores. Nivelamento automático da mesa por sensor integrado. A estrutura é construída em aço com cobertura em plástico. Principais características: filtro de ar HEPA para total eliminação dos gases liberados na extrusão do material plástico; iluminação interna por LED; baixo ruído em operação, equipamento desktop; plataforma aquecida com excelente estabilidade térmica para evitar deformações da impressão 3D; ambiente totalmente fechado mantendo as peças aquecidas para um melhor acabamento além de total segurança para o usuário; conexão via USB ao computador (após transferido para a impressora pode-se desconectar do computador); sistema interativo e muito fácil de usar, não necessita de conhecimentos em software

de fatiamento e de transmissão como nas impressoras 3D comuns; software de impressão com diversas funções como redimensionamento, rotação, autoplace, e Smart Support (construção de suporte automático no mesmo material da peça); não necessita de fitas ou colas para fixação da peça na plataforma; link para milhares de objetos para baixar e imprimir. Opera com material plástico ABS ou PLA de 1,75mm. É compatível com Windows Xp7, Windows 8/8.1 32/64 bits e também Mac OS. O equipamento vem acompanhado de todo material necessário para você imprimir seus modelos: software de impressão 3D com atualizações grátis; um rolo de filamento ABS original UP; alicate e espátula; perfboards; manual de usuário em português; fonte de alimentação bivolt automático 100-240V. Tem garantia de 9 meses contra defeitos de fabricação. A empresa tem assistência técnica e suporte técnico permanentes no Brasil e está no mercado de manufatura aditiva desde 2002. UP3D 11 37151090 up3d.com.br

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s sistemas de medição da Blum são uma ótima solução para realização de preparação a laser da ferramenta diretamente em centros de usinagem CNC e para detecção de quebra de ferramenta. Há mais de 20 anos os sistemas de Controle a Laser da empresa garantem a qualidade de fabricação constante, bem como a redução do tempo de inatividade de operação. A proteção perfeita, design mecânico robusto, laser de alta qualidade e componentes eletrônicos inteligentes asseguram a comprovada confiabilidade e precisão do sistema. Os principais beneREVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

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ENFOQUE

com sensores de temperatura e velocidade, para evitar danos acidentais. Controle de velocidade de laço fechado, com interruptor de seleção de potência padrão (lagarta), que garante segurança e economia de energia. Estacionamento automático em ladeiras, vazia ou com carga total. O medidor de LCD interativo CURTIS pode personalizar o desempefícios do uso de sistemas de medição a nho ao dirigir e no levantamento e monilaser da companhia são: configuração torar as condições operacionais dos mo(preset) e monitoramento da ferra- tores, para proporcionar um maior temmenta em velocidade nominal do eixo; po de operação e códigos das falhas. medição de todos os materiais de corte Controle de velocidade de levantamento e ferramentas no sistema de fixação defi- de laço fechado, que assegura um connitivo; alta qualidade dos diodos do trole de levantamento preciso e conforlaser e da ótica; feixe de laser focado tável. O controle do barramento elétrico para alta precisão e medição de meno- CAN oferece uma transmissão rápida e res diâmetros de ferramentas; 100% de precisa dos sinais. Potência suficiente paconfiabilidade através de sistema de pro- ra escaladas, que pode aumentar a veloteção de Blum; econômico devido ao cidade total em 20%. Apresenta excebaixo custo de operação (por exemplo, lente desempenho de direção, que asseconsumo de ar baixo); suporte de servi- gura uma aceleração estável e rápida duços e aplicações mundial. Com a aplica- rante a operação. Oferece tecnologias ção de sistemas de preset a laser é possí- de detecção de carga e derivação de vel: reduzir o tempo de preparação; rea- uma única bomba, que reduzem signifilizar operações automatizadas; diminuir cativamente o ruído da direção. Bomba a taxa de refugo; elevar a produtividade dentada de baixo ruído, que reduz significativamente o ruído da operação. Traz e; aumentar a qualidade da produção. Blum-Novotest também recurso de 30% de recuperação 19 41413458 de energia ao frear, para proporcionar blum-novotest.com mais energia para a bateria. As principais características técnicas do equipamento epresentante da Zoomlion (China) são: capacidade nominal de carga de no Brasil, a GTM comercializa a em- 2.000 kg; centro de carga a 500 mm; pilhadeira elétrica FB20, acionada por altura de elevação de 3.000 mm; altura bateria de 48 V e 630 Ah. O sistema elé- livre de elevação igual a 145 mm; garfos trico é composto pelo motor de desloca- com 1.070x122x40 mm de comprimenmento com 11 kW e o motor de eleva- to, largura e altura; inclinação da torre ção com 14 kW equipados com contro- (frente/trás) de 6/12º; raio mínimo de lar Curtis. Tem motor de tração em cor- giro igual a 2.090 mm; largura mínima rente alternada (CA) e controle da do corredor de empilhamento em ângubomba eletrônicos com recursos de auto- lo reto de 3.760 mm; distância da carga proteção, que não requerem nenhuma (do centro da roda dianteira à face dos manutenção. Os motores são equipados garfos de 470 mm; velocidade máxima de deslocamento com carga igual a 13 km/h; velocidade máxima de elevação de 300 mm/s; capacidade máxima de rampa com 15%. As dimensões do equipamento são de: 2.310x1.150 mm de comprimento e largura total sem o garfo; altura da torre abaixada de 1.990 mm;

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pneus dianteiros 7.00-12-12PR e traseiros 18x7-8-14PR; distância entre eixos de 1.450 mm; banda de rodagem das rodas dianteiras e traseiras de 960/950 mm e; peso do equipamento sem carga igual a 3.950 kg. GTM 11 39125555 gtm.com.br

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PNC-12 EXTREME é uma máquina de corte portátil totalmente desenvolvida com os mais altos padrões Koike. Opção recomendável para acesso ao mundo do corte CNC. Máquina simples, econômica e versátil de corte CNC, e adequada para plasma e oxicorte. Devido ao tamanho compacto e portabilidade, a instalação da máquina é extremamente fácil. Montagem e configuração de todos os componentes, tais como corpo da máquina, trilhos, e barra transversal não requer ferramentas especiais de medição. A PNC-12 EXTREME é pré-ajustada na fabricação e, quando no cliente, basta proceder a ligação de todos os componentes e conectar os cabos. O programa NestMaster está incluso, contendo: pacote completo de desenhos em CAD na biblioteca; notificação de correção automática de erros nos arquivos CAD; manual rápido de nesting com lead-in e lead-out automático; experiência em processos integrados; suporte telefônico 24h; gestão integrada e relatórios de fábrica. Como recursos e benefícios traz ainda: corte à Plasma - corte de material não-ferroso e fino, adicionado à um sistema de plasma; espessura de corte - corta até 102mm; controlador CNC tecnologia controlada por computador permite corte de forma ilimitada com 45 padrões pré-programados ou uso do código NC; realiza vários cortes - incluindo linhas retas, círculos, formas programadas e chanfro reto; peso leve - pode ser movido e utilizado em qualquer lugar; embreagem elétrica nos eixos X e Y corpo da máquina posiciona a tocha rapidamente, antes e depois do corte; oxicorte - garantia vitalícia do maçarico. A sequência de perfuração programável


ENFOQUE

evita danos; pacote de corte à plasma inclui sensor inicial de altura da tocha, controle de altura através da tensão do arco e recuo da tocha. Principais especificações técnicas incluem: largura efetiva de corte de 1.250 ou 1.500 mm; comprimento efetivo de corte de 1.250 ou 2.500~3.000 mm; velocidade de avanço rápida de 4.000 mm/min; velocidade de corte igual a 100~4.572 mm/-min; tensão de 110 ou 230 Volts; chapa antiaquecimento fornecida ao lado da máquina; embreagem elétrica para rápida liberação dos eixos X e Y; na opção corte a gás, com espessura de corte de 5 a 100 mm, acompanha um jogo de maçarico

motorizado, três jogos de bicos Koike Série 100; no corte a plasma, tocha principal composta de um conjunto com tocha motorizada de elevação, com diâmetro de 35 ou 44 mm, sistema de plasma a ar, e controle de altura por Voltagem Arc; monitor LCD colorido no CNC; idioma inglês, espanhol, português; programas inseridos manualmente ou por cabo USB; faixa coordenada máxima de 99.999,999 mm; formato EIA de programa; funções de operação de modo teste, deslocamento reverso, alinhamento de chapas e espelho matriz. KOIKE ARONSON 16 32028439 koike.com/br

didas M3, M4, M6, M8 e M10 norma DIN-371 e M12 na norma DIN-376 modelo TC-312. Como componentes padrão tem braço articulado e Lubrifil, e como opcionais pode trazer dispositivo angular, base magnética para fixação do braço, sistema de refrigeração, e mesa de trabalho (lisa ou ranhurada). As características técnicas principais são: capacidade de inserção de ferramentas M3 a M12; rotação de 400 rpm; faixa de trabalho de 100 a 950 mm; peso de 16 kg. VITOR & BUONO 11 33767777 vitorbuono.com.br

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rosqueadeira portátil pneumática modelo AQ-12-950, comercializada pela Vitor & Buono, para rosquear de M3-M12 com braço de 950mm acompanha 6 porta macho nas me-

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CIRCUITO BUSINESS

FEIRAS, CONGRESSOS E CURSOS FEIRAS E CONGRESSOS

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CIRCUITO BUSINESS

CURSOS

CONSULTAR

+As informações publicadas nesta seção são repas-

sadas à Editora Gravo pelas entidades e empresas organizadoras. A Editora Gravo não se responsabiliza por alterações de data e local dos eventos.

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ESPAÇO LITERÁRIO

DICAS DE LEITURA ORÇAMENTO BASE ZERO Peter A. Pyhrr A filosofia e os procedimentos adotados para a implantação do orçamento base zero na indústria e na administração pública são quase idênticos, com a mecânica diferindo ligeiramente em cada caso para se adaptar às necessidades do usuário.O processo exige que cada administrador justifique detalhadamente todas as dotações solicitadas em seu orçamento, cabendo-lhe justificar por que deve gastar dinheiro.1ª edição. Tem 218 páginas.1981. ISBN 978-85-71932-70-8. editorainterciencia.com.br

MANUAL DE BPM -GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS Michael Rosemann, Jan vomBrocke A gestão de processos de negócio (Business Process Management - BPM) é uma das abordagens mais utilizadas no design de sistemas organizacionais e de informação modernos. O uso consciente de ferramentas de TI aliado a processos gerenciais permite melhorias substanciais no desempenho da organização. Este livro reúne contribuições de especialistas de várias partes do mundo, incorporando um rico conjunto de pontos de vista que abrem caminho para uma visão holística de BPM. A versão brasileira passou por uma criteriosa seleção dos textos com maior alinhamento aos principais desafios vivenciados por organizações privadas e públicas de todo o país.Também em formato digital. Com 376 páginas. 2013. ISBN 978-8582600-65-8. grupoa.com.b

USINAGEM EM ALTAS VELOCIDADES - Eficiência da ferramenta e aspectos energéticos do processo Alessandro Roger Rodrigues A usinagem dos materiais, especialmente de componentes metálicos, representa uma parcela significativa dos processos de fabricação empregados no setor metalmecânico. Compreender a fenomenologia do processo de remoção de cavaco é de extrema importância, pois se pode melhorar a eficiência das ferramentas de corte, otimizar a produção, aprimorar a integridade superficial do produto, preservar as máquinasferramentas e minimizar os insumos materiais, como fluidos de corte. Considerando estas questões, este livro apresenta os principais conceitos de energia específica de corte e sua aplicação na usinagem em altas velocidades, sendo avaliadas diversas variáveis, tais como geometria e revestimento da ferramenta de corte, tipo do material da peça, parâmetros de corte e processos de usinagem. Esta obra pode ser útil aos profissionais de usinagem que atuam na indústria de transformação, em centros de pesquisa, escolas técnicas e universidades.Com 202 páginas. 1ª edição.2011. ISBN 978-85-80390-61-2. blucher.com.br

SOLDA -COMO,QUANDO EPOR QUÊ Lélis da C unha O desenvolvimento tecnológico industrial tem na sua base a solda, que é o elemento essencial para a realização de projetos em diversos setores. A solda é utilizada desde a construção civil até a indústria naval, e tem particularidades técnicas que garantem a qualidade e a eficácia do trabalho. O autor trabalha há 40 anos neste setor e resume neste livro importantes dados técnicos atuais para o uso de estudantes, professores e profissionais da área de soldagem. 3ª edição. 366 páginas. 2013. ISBN 978-85-79673-26-3. imprensalivre.net

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OPINIÃO

PARTICIPAR PARA FAZER A DIFERENÇA Por Afonso Gonzaga| Foto Divulgação

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relacionamento da Fundição com a Ferramentaria vem de longa data. Somos ao mesmo tempo clientes e fornecedores desse importante segmento da indústria. A parceria envolveu, na última ocasião, a questão da importação de ferramentais que estava inviabilizando a indústria nacional. Portanto, sem maiores apresentações a situação é muito semelhante para os dois segmentos da produção. O nosso maior cliente é a indústria automobilística, onde a grande maioria de nossas fundições é fornecedora de forma direta ou indireta da área produtiva das montadoras e algumas da área chamada de não produtiva. Estas fundições têm comportamentos distintos, ou seja, enquanto o primeiro bloco segue o ritmo da produção de veículos, o segundo atua de acordo com o nível de investimentos do cliente. De uma forma geral, o ano de 2016, para o segmento da Fundição, não vai deixar saudades, pois foi o terceiro ano seguido de retração na produção com uma queda significativa no mercado interno. Não temos ainda os números dos principais países produtores de fundidos, mas existe uma grande possibilidade de perda de nossa 7ª posição no ranking mundial. Entretanto, a expectativa para 2017 é bem diferente da tendência verificada nestes últimos três anos. Iniciamos um ano de recuperação cuja velocidade terá muito do ritmo de nossa capacidade em reagir, saindo deste marasmo que tomou conta de todos nós. Nesse sentido, a cadeia produtiva da Fundição pode contar com o apoio da ABIFA. A entidade também não ficou isenta da crise, mas vem se reestruturando e buscando as parcerias no mercado que possam melhor atender aos associados diante das dificuldades que se apresentam. Temos que aproveitar o momento para inovar, capacitar e promover todas as ações que possam nos tornar mais competitivos dentro de um mercado onde o concorrente nacional ou do exterior está a cada dia mais agressivo. Vamos entender que o momento está melhor do que aquele em que estávamos durante o processo de impeachment. Não podemos esquecer a variação do dólar a cada notícia favorável ou desfavorável àquele processo, nem podemos esquecer a avalanche de informações e contra informações sobre a crise política e econômica que estava acontecendo. 58 REVISTA FERRAMENTAL JANEIRO.FEVEREIRO 2017

Naquele momento, falava-se de uma crise mundial para justificar o que acontecia no Brasil, mas o que tínhamos era um aprofundamento da crise interna e uma acomodação da economia no exterior. Este ano, podemos ser um pouco mais otimistas. Os responsáveis pela nossa situação interna estão sendo gradativamente identificados. Quem sabe não consigamos reverter a fama do Brasil de não ser um país sério. Portanto, é o momento de voltarmos para nossos negócios deixando as empresas em condições de competir com os principais concorrentes. Este é um ano de recuperação. Aproveite para mostrar sua empresa, divulgando os produtos na mídia e eventos em geral. Este ano teremos a FENAF Feira Latino Americana de Fundição que é uma das oportunidades. Também estará ocorrendo o CONAF - Congresso ABIFA de Fundição. Inscreva o seu profissional, participe. Você faz a diferença!

Afonso Gonzaga Presidente ABIFA - Associação Brasileira de Fundição presidencia@abifa.org.br




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