Revista Ferramental Edição 65

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EDITORIAL

www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X DIRETORIA

Chris an Dihlmann - Jacira Carrer REDAÇÃO

Chris an Dihlmann Jornalista Responsável Gisélle Franciane de Araújo - SC/02466 jornalismo@revistaferramental.com.br COLABORADORES

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Mar n G. Henschel IMPRESSÃO

Impressul Indústria Gráfica Ltda www.impressul.com.br A Revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo Brasil, bimestralmente. É des nada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentais, modelações, empresas de design, projetos, proto pagem, modelagem, so wares industriais e administra vos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, disposi vos e protó pos: transformadoras do setor plás co e da fundição, automobilís cas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimen cias, bebidas, hospitalares, farmacêu cas, químicas, cosmé cos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomés cos e informá ca, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela con das provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legi midade de tais informações. Quando da aceitação para a publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. Tiragem: 5.000 exemplares.

EDITORA GRAVO LTDA

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Capa: Gestão de Contratos Por Pedro Guilherme Oliveira O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br

TIJOLINHO NA CONSTRUÇÃO! Onze anos de satisfação e orgulho para nossa equipe. “Do sonho à realidade” foi o título do primeiro editorial da Ferramental, no idos de 2005, quando o setor ferramenteiro brasileiro vivia um momento de assombro com as perspectivas negras para o futuro do negócio, uma verdadeira Tempestade no Deserto, e os importados navegavam em um perfeito Oceano Azul de oportunidades. 2005, ano marcado a ferro e fogo por fatos eletrizantes. No macro mundo, jornais estampavam notícias abordando o mensalão, a época tido como o maior escândalo de corrupção da história, que envergonhou o País e os cidadãos brasileiros (depois, superado soberbamente por outros casos espalhafatosos desbaratados pela Operação Lava Jato, que pulverizaram diversos recordes e nos maculam ainda mais). A morte do Papa João Paulo II, o furacão Katrina que arrasou Nova Orleans. Outro escândalo, aquele do apito, manchou a credibilidade do esporte paixão nacional, o Brasileirão. No maior assalto da história do Brasil foram levados R$ 165 milhões do Banco Central em Fortaleza e o dinheiro jamais foi recuperado. O terrorismo retorna, depois das torres gêmeas em 2001, e ataca em Londres, matando 52 pessoas. Por outro lado, os iraquianos vão as urnas pela primeira vez, Israel encerra 38 anos de ocupação no território palestino da faixa de Gaza, começa o julgamento do ditador Saddam Hussein, e Ângela Merkel é eleita chanceler da Alemanha. 2005 é também o Ano Ibero-americano da leitura. Associado ao centenário da publicação das teorias de Albert Einstein foi comemorado o Ano Mundial da Física. E ferramentaria respira mecânica, exala inovação, assimila desafios, transborda física. Neste ambiente tumultuado e criativo nasceu a Ferramental. Nosso sonho torna-se, enfim, realidade. Com 65 edições “na rua”, ajudamos a reorientar um setor cambaleante e participamos da construção de uma nova visão de futuro. Publicamos mais de duzentos artigos técnicos e de gestão, quase uma centena de fichas técnicas e inúmeros informes diretamente aplicáveis no dia a dia das empresas da cadeia de fabricantes de ferramentais - moldes, matrizes e dispositivos. Ao longo dessa jornada fomos parceiros de entidades empresariais respeitadas e dedicadas à melhoria do ambiente produtivo brasileiro. Destaque para a ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, cujo foco é a representatividade e o fortalecimento do setor nacional, e da qual temos orgulho em pertencer. A entidade, em ações conjuntas com outras associações, empresas, órgãos governamentais, mas acima de tudo com pessoas, brindou o País com oito edições do ENAFER Encontro Nacional de Ferramentarias, onze etapas do ABM MOLDES - Encontro da Cadeia de Fabricantes de Moldes e Matrizes, centenas de reuniões setoriais e palestras institucionais, dezenas de viagens à Brasília, incontáveis artigos em defesa do setor, constante presença em feiras. Consta que o número 11 representa o idealismo, a colaboração, o perfeccionismo e a clarividência. Sim, sempre fomos idealistas, colaborativos e buscamos a perfeição com visão de futuro. Onze anos depois, aqui estamos nós, cheios de esperança em um Brasil forte, eficiente e competitivo. Confiantes de que há um amanhã melhor. Sou muito grato à nossa equipe, uma verdadeira Tropa de Elite, que de forma sempre solícita permitiu transmitir tanto conhecimento e informação a uma cadeia de fabricantes de ferramentais sedenta de novidades e, por vezes, de conselhos e orientação. Mas o sonho que se tornou realidade não acabou. Há muito ainda a empreender. E brindamos nossos leitores com o novo portal da Ferramental, um ambiente digital repleto de informações e novidades. Além de disponibilizar para leitura todas as edições já publicadas, traz artigos destacados e um guia de indústrias que tem por finalidade auxiliar o relacionamento e geração de negócios entre as empresas. Fica o convite para visitar a página em revistaferramental.com.br. Sem dúvida, colocamos um tijolinho nessa construção! Chris an Dihlmann, Editor

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ÍNDICE

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Gestão: O real valor de um centro de usinagem analisado a partir do Retorno sobre o Investimento

Qualidade da Gestão: Se a produtividade está baixa, avalie com atenção os gargalos e limitações

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Seções 06 Cartas

32 VDI-Brasil

51 Gente & Gestão

07 CAPA

35 Homenagem

56 Enfoque

11 Expressas

37 Rede Senai

59 Circuito Business

14 Conexão www

39 Dicas do Contador

61 Espaço Literário

24 Tecnologia

42 Movimento Brasil Eciente

62 Opinião

27 Ficha Técnica

46 Memória

30 Jurídica

49 Corte & Custos

Orgulho de ser membro Proud to be member

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REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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CARTAS

Parabéns pela iniciativa do ISSUU. Eu como fã, sou suspeito a dizer, mas afirmo que este era o meu sonho que virou realidade. Pode até me descadastrar do envio da revista física e somente avisar por e-mail da presença de nova edição! Sei que sou “fora da curva” em relação ao mercado, porque uso o ISSUU, diariamente, para ler revistas, livros, periódicos. Para a revista tirar nota dez (tirou nota 9,5!), sugiro: disponibilizar para download as edições em formato PDF; apagar o perfil antigo que pode confundir novos usuários; aumentar a definição das novas publicações a serem carregadas. Minhas críticas são sempre construtivas e espero que dentro de sua possibilidade e julgamento elas possam ser atendidas. Se notar algo mais que seja em meu ponto de vista significativo ou digno de melhoria, vou manifestar. Obrigado por providenciar ao profissional brasileiro mais um canal para acesso de informações, opiniões e visões de tão elevado nível. Realmente sua meta expressa na edição #1 da Ferramental tem mais que ser realizada. Agora vamos batalhar para ela se tornar ainda mais viável financeiramente e ser distribuída mensalmente. Sonhar não custa nada... Um abraço. Estamos Juntos. Luís Eduardo Albano Kobo Indústria e Comércio – São Paulo, SP Estimado Luís, agradeço seus comentários sobre a revista e presto contas ao “amigo consultor”. Estamos formatando o novo site que vai ao ar em maio. Depois da versão inicial teremos implantação gradativa de novos recursos. Um deles será a opção de baixar as edições em formato PDF. Em relação a resolução, há um compromisso entre qualidade e velocidade. Quanto maior o arquivo, tanto mais lento fica para download. Estamos trabalhando na linha de identificar qual a resolução mais conveniente. Suas sugestões são pertinentes e estamos sempre abertos a analisar cada comentário. Recebi a revista Ferramental. Excelente matéria, parabéns! Chiang Taiwan Trade Center do Brasil – São Paulo, SP Primeiramente gostaria de agradecer pela atenção a mim dispensada quando da coleta de dados para a reportagem. Acabo de ver a matéria na revista Ferramental e achei que ficou muito boa a montagem e detalhes sobre a minha histó-

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ria. O trabalho editorial ficou excelente, acrescentando detalhes que só enriqueceram a minha simples narrativa. Fico feliz em saber que temos uma revista que mostra a memória dos “velhos” profissionais e resgata muitas histórias que se perderiam no tempo. Espero ter colaborado para resgatarmos essas memórias. Solicito o envio da reportagem em PDF para o meu e-mail. José Roberto Dentello Volkswagen – São Bernardo do Campo, SP Caro Dentello, agradeço suas gentis palavras sobre nosso veículo. Elas nos dão forças para continuar essa bela história. O arquivo em PDF foi enviado. Agradecimentos do MBE e, mais uma vez também, os cumprimentos pela bela revista que é a Ferramental. Carlos Rodolfo Schneider MBE – Movimento Brasil Eficiente – Brasil Envio o livro lançado recentemente sobre Conformação Mecânica. Lírio Schaeffer UFRGS – Porto Alegre, RS Prezado Professor e Amigo Lírio. Agradeço de coração o envio de seu novo livro Manufatura por Conformação Mecânica. Atestei que é apresentado com uma forma simples de absorção do conteúdo, importante para quem está na área fabril. Espero encontrá-lo em breve para colher um autógrafo em meu exemplar. Vamos divulgar o livro na próxima edição da Ferramental. Grande abraço e sucesso! Agradecemos os contatos de: Edison Dalinghaus Tornearia Guido – Jaraguá do Sul, SC Maurício dos Santos Mestrando do LdTM/UFRGS – Gravataí, RS Hamilton Nunes Portal Moldes Injeção Plásticos – São Paulo, SP Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo).


CAPA

RESULTADOS ESPERADOS NAS CONTRATAÇÕES As empresas devem ter regras de formalização das contratações e gestão adequadas às boas práticas do mercado para evitar maiores complicações na relação com fornecedores e clientes. Por Walter Freitas | Fotos Divulgação

P

ensar a gestão da sua empresa não é uma tarefa fácil, pois inclui diversas variáveis e, uma delas é a contratação. A avaliação dos custos e os riscos que elas oferecem, a transparência dos processos, a produção, os pedidos de compra, as entregas, tudo envolve muito planejamento. No relacionamento comercial, a compra ou venda define uma vontade e necessidade que precisam ser atendidas e, estes objetivos devem estar relacionados aos resultados do negócio. Por exemplo, se a minha indústria contrata moldes de determinado fabricante, esta contratação está provavelmente relacionada a entregas de produtos que fabrico para um ou mais clientes. Caso esta entrega dos moldes não aconteça na qualidade esperada, isto poderá impactar o cliente e, eventualmente, as receitas vindas de negócios com ele. Requisitos de qualidade não cumpridos podem gerar retrabalho e atrasos, com custos adicionais não previstos. O desafio, neste exemplo, é entender onde as falhas acontecem e os seus motivos. Identificar Necessidades Fechamento/ Revisão da Necessidade

Gerir a Implementação da contratação

Desenvolver Business Case

Ciclo de Compras

Avaliar Fornecedor

Fechamento Compra Negociação e Escolha

Figura 1 - O ciclo de compras

Definir abordagem de Compras

Fonte: Dr. J Gordon Murray, 2011

Empresas que passam por este tipo de problema têm percebido falhas: ! Na descrição do escopo da contratação; ! No formato de envio do escopo para o fornecedor; ! Na formalização de sua contratação e; ! Na capacidade econômica desta empresa poder fornecer estes moldes no prazo e especificação descrita. O CICLO DE COMPRAS Se avaliarmos o aspecto da contratação em si, uma informação que pode ajudar neste entendimento é a forma como as compras acontecem na empresa. Na figura 1 está representado um modelo que reflete as etapas para aquisição de produtos/serviços. Cada etapa é um importante passo para o correto e eficiente resultado obtido na contratação, e requer uma gestão adequada com base nas seguintes atividades: 1. Identificar necessidades: levantar junto à área solicitante e/ou stakeholders1 as especificações detalhadas da demanda, com estimativa de custos envolvidos; 2. Desenvolver business case: descrever, por meio de análise financeira, todos os custos envolvidos, avaliando custobenefício da demanda, alternativas (por exemplo, contratar/terceirizar ou realizar internamente), retorno do investimento. Dependendo do volume ou criticidade da contratação esta etapa é opcional; 3. Definir abordagem de compras: definir como compras irá ao mercado (contratação simples, com número limitado de cotações), utilizando RFx2, desenvolvendo parceria estratégica, entre outras alternativas; 4. Avaliar fornecedor: definir a lista de fornecedores (sourcing list) possíveis para a contratação em função do tipo e categoria da requisição de compras. Algumas vezes esta escolha leva em consideração os fornecedores préhomologados. Se eles apresentarem propostas adequadas (short list) devem passar por processo de homologação; REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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CAPA

5. Negociação e escolha: equalizar as propostas recebidas dos fornecedores e desenvolver a negociação. A escolha da melhor opção de compra pode ser realizada com a participação da área solicitante; 6. Fechamento da compra: formalizar, pela área de compras, a contratação após a escolha da melhor opção. Geralmente é realizado por meio de um Pedido de Compras (purchase order), podendo ser adicionado a um contrato. A ficha técnica na página 27 desta edição da Ferramental apresenta um exemplo de contrato de aquisição e fabricação de produto sob encomenda, que pode ser utilizado como referência para o desenvolvimento de contratos específicos para cada empresa; 7. Gerir a implementação da contratação: administrar o contrato, após a formalização, com a participação das áreas envolvidas (Financeiro, RH e outras que serão impactadas ou participarão no apoio técnico da execução da contratação). A área solicitante, em geral, deverá ser responsável pelo acompanhamento das entregas; 8. Fechamento/revisão da necessidade: executar o encerramento do contrato no final das entregas previstas (contratadas) ou avaliar se deve se estender/renovar. Neste caso, é preciso avaliar o resultado da contratação (entregas, pontualidade e outras). Se avaliarmos este ciclo, comparando com o que temos em nossas empresas atualmente, algumas questões podem surgir: 1. Na etapa Identificar necessidades, qual a melhor forma de descrever o escopo da contratação? 2. Se eu compro recorrentemente de um fornecedor, posso utilizar esta recorrência para reduzir a carga operacional do pessoal envolvido? 3. Se após escolher o fornecedor, preciso controlar informações da contratação como prazos, especificações técnicas, principais responsabilidades do fornecedor (e da minha empresa), eventuais riscos ao fornecimento - como não entrega dos moldes em virtude da falência da empresa, como devo fazer isto? E quem é responsável na empresa? As respostas a estas perguntas justificam um ponto importante dos desafios nas empresas: ter regras de formalização das contratações e gestão delas adequadas às boas práticas do mercado.

Voltando ao nosso exemplo, para contratações que demandam informações mais detalhadas (memória da contratação), identificação de responsáveis e riscos, podemos pensar na utilização de contrato para formalização, que, em geral, é utilizado adicionalmente a um pedido de compra. Considerando que as empresas já utilizam contrato como instrumento de formalização e ainda assim convivem com falhas nas contratações, vemos que existe uma oportunidade na gestão destes contratos. Da mesma forma que pudemos ver o ciclo de compras, também verificamos o ciclo da gestão destes contratos como demonstrado na figura 2.

Pré Contratação

Encerramento

Contratação

Definições

Execução

Pré Execução

Figura 2 - O ciclo de gestão de contratos

Este ciclo, com 5 fases operacionais e uma fase (no centro) não operacional, é chamado de CLM (Contract Lifecycle Management), ou também, Gestão da Vida do Contrato. Esta disciplina de negócios pode ajudar a empresa a gerir melhor seus contratos e, portanto, as contratações relacionadas, e endereçar os desafios que descrevemos com o exemplo citado. Pesquisas mostram que estas oportunidades estão presentes nas empresas brasileiras, conforme o 2º Estudo de Gestão de Contratos elaborado pela Associação Nacional de Gestores de Contratos (ANGC - www.angc.org.br) e exposto na figura 3. Novamente abordando nosso exemplo, é possível que

Contratações sem Contrato

37% dos gestores entrevistados afirmaram ter entre 50 a 70% das suas Compras formalizadas através de contratos Contratações com Contrato

Fonte: 2º Estudo de Gestão de Contratos ANGC, 2010

Figura 3 - Índice de formalização de contrato em compras. 08 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016


CAPA

possamos melhorar o resultado da contratação dos moldes para a indústria, descrevendo um escopo mais detalhado no início da contratação (pré-contratação), utilizando um contrato para formalizar a aquisição e, ao incluir no contrato a descrição dos responsáveis, riscos e oportunidades, orientar e apoiar o gestor de contratos na gestão, após assinatura (execução e encerramento). O gestor de contratos, que é o responsável pela monitoração dos principais eventos do contrato durante sua execução, é um ator da contratação crítico e, muitas vezes, sem papel claro definido pela empresa. No caso deste exemplo, o gestor deste contrato pode estar na área de produção e não em

compras, como muitas empresas tratam esta função. Enfim, é possível melhorar as contratações, sejam de compras ou vendas e, independente do porte da empresa, com o uso de metodologia adequada na gestão de contratos que impactam o negócio e seus resultados. 1

Stakeholder: do inglês stake = interesse, participação, risco e holder = aquele que possui. São elementos essenciais ao planejamento estratégico de negócios. Compreende todos os envolvidos em um processo, que pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização. 2 RFx: do inglês Request for Something. É uma solução para criar e enviar diversas solicitações ao mercado fornecedor.

Walter Freitas - Bacharel em Ciências da Computação pela Universidade de São Paulo - USP, com pós-graduação em Tecnologia pela FIA/FEA/USP e especialização em Administração pela Fundação Getúlio Vargas - FGV/SP. É certificado Green Belt; CEO da ANGC - Associação Nacional de Gestores de Contratos; Membro da IACCM - International Association for Contract and Commercial Management; e Coordenador do Congresso Latino Americano de Gestão de Contratos; Coordena o Programa de Pós-Graduação de Formação de Gestores de Contratos realizado pela ANGC com a FIA/FEA/USP; Coautor do livro Compras estratégicas Construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios, da Editora Saraiva, 2014. Lançou o primeiro livro de gestão de contratos no Brasil com foco multidisciplinar, intitulado Gestão de contratos - Melhores práticas voltadas aos contratos empresariais, da Editora Atlas, 2009. É diretor da Level Group, empresa especializada em soluções de Supply Chain. walter.freitas@levelgroup.com.br

A Will Garantias Contratuais e Carriço Vieira Corretora de Seguros , no mercado há mais de 15 anos, tornaram-se uma referência em soluções para atender às demandas contratuais. Nossa estrutura é totalmente dirigida para os seguintes ramos:

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EXPRESSAS

POR AÍ Feiras, encontros ociais, seminários, novas parcerias, Negócios e muito mais você encontra aqui Plastech Brasil - Responsabilidade e coragem Reproduzimos o comunicado que recebemos com pesar e ao qual somos solidários: “Duas palavras podem definir a vida de um empreendedor neste país: responsabilidade e coragem. Responsabilidade para conduzir o negócio e todos os seus parceiros e beneficiários pelo caminho mais seguro e de menos sobressaltos com destino ao sucesso. Coragem para tomar o remédio amargo que tantas vezes é imposto por vontades, interesses e incompetências alheios. Nos momentos mais críticos é que estes dois atributos precisam se conjugar, em nome da sobrevivência coletiva. Quando a atitude mais responsável com um projeto de alta estima significa alterar o percurso. E a mais corajosa significa fazê-lo, a despeito do quão longe já se tenha percorrido. Assim, é com iguais doses de coragem e responsabilidade que comunicamos o adiamento da sexta edição da Plastech Brasil. Que fique claro: a feira será realizada – mas após 2017. Quando as conjunturas políticas e econômicas voltarem a permitir que se façam negócios neste país. Pela ligação de afeto que temos com a feira desde sua gestação, só nós sabemos o quanto o remédio é amargo – ainda mais para uma situação que meia dúzia criou e à qual o país inteiro foi submetido. Na mesma medida, também sabemos de nosso compromisso com o retorno do investimento de expositores e visitantes. Em respeito ao cenário enfrentado pela indústria de transformação nacional, a Plastech Brasil voltará a ser realizada quando o mercado voltar a ser território de oportunidades e riscos calculados – e não de apostas. Queremos oferecer condições para que o participante saia do evento com resulta-

dos positivos. E, neste momento, por forças externas ao nosso trabalho, elas inexistem. Só nas duas últimas edições, em 2013 e 2015, somou-se mais de R$ 325 milhões em negócios projetados para os 12 meses seguintes. Em 2015, a feira bateu o próprio recorde histórico de público, com mais de 25 mil visitantes em quatro dias. No mesmo ano, segundo apurado pela consultoria independente Impacto Positivo, 80% dos expositores registraram abertura de novos mercados e 85% manifestaram desejo de retornar na próxima edição. Quando o atual quadro econômico e político do país se modificar, e temos fé que este dia está próximo de chegar, estaremos de braços abertos para reencontrar os amigos e preparados para oferecer uma completa plataforma de geração de negócios para os mercados de plástico, borracha, compósitos, reciclagem e transformados automotivos. Por ora, fica nosso mais sincero agradecimento a todos que nos acompanharam, apoiaram e prestigiaram até aqui, o desejo de que esta pausa seja útil para reagrupar as forças, e a certeza de que voltaremos melhores e mais fortes. Em breve!“, Orlando Marin, Presidente da Plastech Brasil.

Plastech Brasil 54 3228 1251 www.plastechbrasil.com.br Ciclo de palestras para usuários Magma O 20º Encontro Sul-Americano de usuários Magma acontecerá nos dias 23 e 24 de junho, no Hotel JP, em Ribeirão Preto, SP. Além de novidades, lançaREVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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EXPRESSAS

Os sistemas de Câmara quente INCOE® oferecem vantagens comprovadas, confiabilidade e bom custo benefício na maioria das aplicações do mercado. Com mais de 50 anos de experiência no campo, nossa tecnologia é suportada localmente com experiência comprovada. Esta é a performance dos Sistemas de Câmara quente INCOE®.

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mentos, informações e perspectivas relevantes sobre o mercado da fundição, diversas palestras serão ministradas por profissionais renomados no mercado de fundição. Focando na otimização da produtividade através do uso de ferramentas de alto desempenho, podemos destacar as palestras “Uso da ferramenta de otimização para desenvolvimento de projetos de peças fundidas em ferro fundido e aço”, “Uso da otimização para uniformização do enchimento de peças fundidas em alumínio sob pressão”, “Metodologia para uso da otimização”, todas ministradas por profissionais da Magma Engenharia do Brasil. Os temas que envolvem redução de custos e previsão de defeitos nos processos de fundição apresentam “Simulação de tensões durante o processo de fundição para previsão de trincas a quente e distorções de componentes” e “Simulação do efeito da porosidade no desempenho mecânico em serviço e componentes fundidos”, ministradas por Christoph Beckermann, renomado professor de Engenharia Mecânica e Ph.D. da Universidade de Iowa, dos Estados Unidos. Beckermann é diretor do Laboratório de Solidificação no Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial e autor de mais de 130 artigos e 6 livros publicados, tendo ganhado diversos prêmios da Sociedade Americana de Aço Fundido. Ainda dentro do âmbito de utilização dos recursos e ferramentas para redução de custos e aumento de produtividade, os participantes do evento contarão com a palestra “Redução de porosidades em cilindros de laminação”, ministrada por Diego de Campos Ribeiro e Luiz Carlos Silidonio Júnior, profissionais da Gerdau Aços Especiais do Brasil; “Previsão da microestrutura e propriedades mecânicas de ligas de alumínio através da simulação do processo de fundição e tratamento térmico”, de Fábio Rola da Magma e; “Desenvolvimento de técnicas para previsão de macroestrutura e dureza de cobre de alta condutividade fundido, a

partir de resultados de simulação computacional”, de Luis Paulo de Souza e Carlo Geronimi da CECAL. Já no campo da competitividade, Roberta Moreno, da Fundição Moreno, apresentará “Aumento da competitividade no mercado naval através do Magma”, os Doutores Luis Carlos Guedes e Wilson Luiz Guesser, da Tupy, apresentarão o tema “Seleção de ferros fundidos: resistência, rigidez, amortecimento de vibrações, condutividade térmica, resistência à oxidação, e usinabilidade” e Camilo Carletti e Marcelo Belotti, da Caterpillar, apresentarão “Influência do sistema de alimentação sobre segregação e defeitos de trincas a quente em peças de aço”. O evento será um momento de disseminação do conhecimento e estreitamento de relações profissionais.

Magma 11 5535 1381 www.magmasoft.com.br Zeiss adquire Steinbichler A partir de maio deste ano, a Steinbichler passa a operar no Brasil como Zeiss Optotechnik que faz parte da divisão de Metrologia Industrial. Com isso, a Zeiss passa a ser a única empresa a oferecer solução completa de metrologia industrial, como para inspeção diretamente na linha de produção (in-line), análise dimensional no chão de fábrica (at-line) e medição em laboratório (off-line). Além disso, a aquisição proporciona a abertura de novos mercados, pois permite a entrada no setor industrial com a digitalização ótica em 3D. A Steinbichler Optotechnik GmbH é um dos mais importantes fabricantes de sistemas de digitalização com sensores óticos em três dimensões e de inspeção de superfícies em carrocerias de veículos e peças de chapa. Com 25 anos de existência e mais de 200 funcionários, a companhia tem um amplo leque de competências em fotogrametria e esca-


EXPRESSAS

neamento a laser que estão incorporados em produtos das séries Comet e TScan, que tem uma grande base instalada. A empresa também é provedora mundial de sistemas interferométricos de inspeção de pneumáticos. A vinculação do portfólio de produtos da Steinbichler com a oferta de programas da Zeiss gerará sinergia e um grande potencial, já que poderá ser ofertado mediante a distribuição global e organização do serviço da Zeiss em benefício dos clientes. “Esta operação reforçará a divisão de negócios de metrologia industrial da Zeiss no âmbito da tecnologia de medição ótica, promoverá o posicionamento da companhia nos processos de qualidade na produção de carrocerias. Portanto, a empresa vai cobrir todo o processo desde o modelo de dados de CAD e a digitalização, até a inspeção de carrocerias”, afirma Rainer Ohnheiser, chefe do negócio de Metrologia Industrial. Enquanto isso, Marcus Steinbichler, sócio diretor da Steinbichler Optotechnik, acrescenta que “a competência e posicionamento de ambas as companhias se encaixam perfeitamente”.

Carl Zeiss do Brasil 0800 770 555 www.zeiss.com Madeira feita de polímero transparente pode substituir vidro Pesquisadores suecos desenvolveram uma madeira feita de polímero transparente, que pode substituir o vidro. O material foi criado pelo Real Instituto de Tecnologia sueco (Kungliga Tekniska Högskolan - KTH), com sede em Estocolmo, a capital sueca. A proposta é

substituir o vidro na confecção de painéis solares de forma a reduzir custos de implantação desses painéis em superfícies extensas. Isso é possível já que a madeira é um recurso barato e renovável, mesmo no caso da madeira feita de polímero transparente. De acordo com os pesquisadores, o projeto pode beneficiar regiões com boas condições climáticas, que permitam a implantação desses painéis para o uso da energia solar. Para criar o produto, os pesquisadores suecos desenvolveram um processo químico de remoção da lignina, um componente natural da parede celular da madeira. Quando a lignina é removida, a madeira se torna branca. A superfície porosa branca é então revestida com um polímero transparente com propriedades óticas. A transparência foi obtida pelos pesquisadores por meio de tecnologias de manipulação em nano-escala (escala atômica e molecular). O resultado mostra uma madeira natural, com textura natural, mas visualmente transparente. A madeira transparente já foi desenvolvida no passado em escala microscópica, apenas para estudo da anatomia da madeira. A pesquisa sueca, contudo, permite uma madeira feita com polímero transparente que pode ser usada em escala comercial. No caso dessa pesquisa, a madeira foi fabricada usando madeira de pinheiro e pau de balsa como matéria-prima. Além dos painéis solares, a madeira feita com polímero transparente também poderá ser instalada em janelas e fachadas para permitir a iluminação natural do sol em ambientes internos. Dessa forma, obras estilosas e com projetos de luz vazada poderão ser realizadas com material mais barato que o vidro. Além disso, a madeira feita com polímero transparente mantém a privacidade dois usuários, já que mantém a superfície turva. Plástico Virtual 11 4805 6383 www.plasticovirtual.com.br

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CONEXÃO WWW

EMPRESÔMETRO

www.empresometro.com.br

O mote é: Tudo sobre todas as empresas brasileiras num só lugar! O Empresômetro é uma ferramenta tecnológica idealizada pelo IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. É um verdadeiro censo das empresas, entidades privadas e públicas em atividade no Brasil, portadoras de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Para melhor compreensão do seu funcionamento, entendase por empresas todos os tipos jurídicos (sociedade anônima, limitada, EIRELI, MEI, empresário individual, sociedade simples, cooperativa, consórcio, comandita, estrangeira), entidades privadas (associações, fundações, institutos, igrejas, fundos, sindicatos) e entidades públicas (federais, estaduais e municipais) que se encontram em atividade no Brasil, incluindo suas matrizes e filiais. A base de dados consiste em informações da Receita Federal do Brasil, secretarias estaduais de fazenda, secretarias municipais de finanças, agências reguladoras, cartórios de registro de títulos e documentos, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Caixa Econômica Federal (CEF), juntas comerciais, portais de transparência e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

WWW INSTITUTO Kw

www.kw.org.br

O Instituto Kw (knowledge = conhecimento) é uma Incubadora de Produção de Conhecimento para Projetos – IPCP para diferentes públicos-alvo (setor público, privado, terceiro setor, CT&I e setores estratégicos). As atividades de produção de conhecimento dos projetos incubados estão fundamentadas nos princípios de inovação em ciência e tecnologia desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, “Inteligência Vibracional Reversa - IVR”. Criado em 2004, a missão do IGETECON - Instituto de Geração de Tecnologias do Conhecimento é reduzir custos, prazos e responsabilidades, a partir do controle e monitoramento dos produtos e serviços derivados dos processos de produção de conhecimento garantindo para seus respectivos públicos–alvo, conhecimentos protegidos e certificados com garantia de propriedade intelectual. A entidade é certificada oficialmente como: Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); Instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI); Membro de Grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) da UFSC; In-Country Convenor no Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) denominado Global Compact Cities Programme - GCCP.

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AVALIAÇÃO DE ROI PARA DETERMINAR O VALOR REAL DE UM CENTRO DE USINAGEM Cálculos simplificados de retorno do investimento podem esconder resultados financeiros importantes para a empresa. Entender a composição de custos permite selecionar o melhor equipamento e garantir lucros crescentes. Por Carlos Eduardo Ibrahim | Fotos Divulgação

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ustificar a aquisição de um meio produtivo calculando o retorno sobre o investimento (ROI1) para o equipamento pode representar um desafio para muitas fábricas. Frequentemente os usuários levam em consideração apenas o preço ao efetuar esses cálculos, deixando de avaliar o ciclo de vida completo ou o desempenho esperado do equipamento. Na verdade, os custos de aquisição, operação, manutenção e retirada de operação podem afetar o cálculo do retorno sobre o investimento real da máquina. É importante ponderar esse quesito atentamente para tomar uma decisão sólida em relação ao equipamento a ser adquirido, pois isso poderá determinar o período de retorno do investimento para a máquina.

Esse artigo analisa como efetuar um cálculo completo do retorno sobre o investimento levando em consideração quatro pontos: ü Os fatores das máquinas de alto desempenho que afetam o retorno sobre o investimento; ü Como a automação pode aumentar o retorno sobre o investimento; ü Como arrendar versus comprar afeta o retorno sobre o investimento; ü Exemplos de retorno sobre o investimento. FATORES QUE AFETAM O RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO Os usuários tipicamente adquirem novos equipamentos para aumentar sua capacidade ou aprimorar os métodos e tecnologias usadas na produção. Ao se determinar o retorno sobre o investimento para essas máquinas, é comum a análise atenta do preço de compra, unicamente. A equação é muito mais complexa e entrelaçada, envolvendo diversos outros custos inerentes ao equipamento, ao ambiente, ao mercado e a gestão (figura 1). Os custos, de forma geral, são classificados em custos de aquisição, de operação, de manutenção e de retirada de operação. Os três últimos podem tornar o preço de compra original insignificante. A figura 2 mostra a interação entre estas etapas.

Figura 1 - Iceberg dos custos de propriedade

Custos de aquisição Incluem o preço de compra, instalação e treinamento. Os serviços pós-venda, reputação do fornecedor, garantia e serviços de suporte oferecidos são outros fatores importantes a considerar. A disponibilidade do fornecedor para efetuar treinamento em operação e manutenção e aumentar a competência dos funcionários é algo que pode evitar problemas de produtividade. REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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Figura 2 - Custo do Ciclo de Vida (CCV)

Custos de operação Em termos destes custos, os usuários devem determinar o impacto que o novo equipamento terá sobre a produtividade. A filosofia por trás do projeto e construção de uma máquina pode afetar significativamente esse fator. Um centro de usinagem de alto desempenho possui projeto e construção que melhoram os aspectos principais da operação, incluindo duração do ciclo, vida da ferramenta, qualidade das peças e confiabilidade. Duração do ciclo: Por exemplo, um centro de usinagem de alto desempenho possui um spindle (eixo árvore) de alta potência que facilita cortes em alta velocidade e baixos esforços de usinagem. Um spindle de construção rígida permite também aceleração e desaceleração rápida para reduzir o tempo gasto em atividades que não sejam de corte. Os rolamentos do spindle são o suporte principal para a ferramenta, e um rolamento maior é mais adequado para lidar com forças de corte. O tipo e a posição dos rolamentos também podem afetar a rigidez da máquina e os tipos de forças que ela pode suportar. Uma coluna escalonada contribui para a resistência da máquina e pode ser mais estável. Máquinas com base em peça única e fundida, nivelamento em três pontos e colunas multi nível podem reduzir a vibração da máquina. Uma real avaliação da duração do ciclo de uma máquina pode ser efetuada levando-se em consideração esses atributos de alto desempenho do projeto de máquinas. Várias peças podem ser usinadas em uma única configuração e a máquina pode ser pré-programada para cada trabalho. É possível usinar mais peças por turno em comparação a máquinas comuns. Produzir mais peças e reduzir mão de obra reduz automaticamente o custo real por peça e compensa o preço de compra original. Vida da ferramenta: Também os fatores que afetam o ROI de uma ferramenta se aplicam a todo o ciclo de vida da 16 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

máquina. Embora esses fatores possam não demonstrar o retorno sobre o investimento imediato, eles são importantes para mostrar aos usuários que os resultados serão afetados. Centros de usinagem de alto desempenho têm demonstrado aumentar a vida e o desempenho da ferramenta. Sua construção rígida significa que é necessário um número menor de passadas com a ferramenta, o que reduz os tempos de processamento. A deflexão rotacional geralmente reduz a vida da ferramenta por deixar materiais mais pesados ou variações de materiais para as ferramentas de acabamento. Uma máquina de alto desempenho elimina isso. Ao controlar as forças e a deflexão, a vida da ferramenta de acabamento também aumenta porque ela não precisa de passadas adicionais para algumas operações. Para essas operações, esse controle pode economizar até 50 por cento dos custos de ferramentas perecíveis. A estabilidade da máquina de alto desempenho permite profundidades axiais maiores, aumentando a quantidade de metal removida por cada ferramenta. Uma máquina de alto desempenho também garante a integridade do refrigerante, mantendo isolados os resíduos de óleo e partículas de metal, o que aumenta a vida da ferramenta. Os gráficos a seguir ilustram testes de vida da ferramenta realizados com um centro de usinagem convencional e de alto desempenho durante operações de desbaste (figura 3) e de acabamento (figura 4) em ferro dúctil 65-45-12. Durante operações de desbaste, o centro de usinagem de alto desempenho aumentou em 20% o tempo de usinagem antes de atingir um nível idêntico de desgaste da ferramenta. Além disso, o centro de usinagem convencional apresentou forte deflexão, deixando para trás uma camada de material de 0,05 mm. Essa camada extra de material foi compensada durante as operações de acabamento com uma profundidade radial de corte de 0,18 mm, enquanto a opção de alto desempenho teve uma profundidade radial de corte de 0,12 mm.

Figura 3 - Desgaste da ferramenta (mm) x tempo de usinagem (min) em desbaste

Os custos associados à maior vida da ferramenta incluem mais do que apenas a ferramenta em si. Uma vida mais longa


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nho e centros de usinagem convencionais, o projeto da primeira pode aumentar a vida das ferramentas em até 36%. Um mero aumento de 15% da vida da ferramenta tem demonstrado reduzir o custo das peças em até 2%, aumentando o retorno sobre o investimento em 6% e a margem bruta em 2%. O desgaste da ferramenta observado em um centro de usinagem de alto desempenho após 38 passadas de desbaste em liga de aço 41402 pode ser visto na figura 5.

Figura 4 - Desgaste da ferramenta (mm) x tempo de usinagem (min) em acabamento

da ferramenta gera menos intervenções do operador e reduz o custo por peça. Existe o acréscimo de mão de obra associado à troca de ferramenta na máquina, atualização das informações da ferramenta, transporte para a sala de ferramentas, troca de ferramentas e medição do comprimento da nova ferramenta. Os usuários se beneficiam da melhor qualidade, precisão e consistência das peças, além dos custos menores de refugos. Em testes comparativos de máquinas de alto desempe-

Figura 5 - Ferramenta de corte utilizada em centro de usinagem de alto desempenho

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O custo de reposição foi de US$ 60,00 para quatro novos insertos. Já o desgaste observado em um centro de usinagem convencional após 28 passadas de desbaste no mesmo material está demonstrado na figura 6. O custo de reposição neste caso foi de US$ 924,00 para quatro novas guarnições e substituição total do corpo.

fabricadas? ! O equipamento e seus processos dão à empresa vantagem

competitiva sobre os concorrentes? ! Com que frequência a empresa usa esse equipamento? ! A empresa pode reduzir o espaço ocupado usando menos

máquinas? ! Qual o impacto financeiro dos estoques e trabalho em

processo (WIP4)? ! Existe alguma vantagem em termos de consumíveis e eficiência no uso de energia?

Figura 6 - Ferramenta de corte utilizada em centro de usinagem convencional

Qualidade das peças: A exatidão e a precisão de uma máquina de alto desempenho também afeta a qualidade das peças. Quando operações secundárias como marcação, acabamento manual ou longos processos de eletroerosão podem ser eliminadas ou reduzidas, os tempos de resposta e lead time3 são afetados. Mesmo peças com geometrias complexas podem sair das máquinas com altas tolerâncias e acabamentos de superfície de alta qualidade, reduzindo os custos de mão de obra e permitindo que os fabricantes aceitem mais pedidos. Confiabilidade: Também afeta o retorno sobre o investimento, especialmente quando relacionada à máquina e ao fornecedor da máquina. Quando os fornecedores de máquinas podem manter laços estreitos com os clientes e oferecer suporte de alto nível a esses clientes, geram economia de tempo em longo prazo. Recursos de programação especiais também significam que os operadores não precisam permanecer ao lado das máquinas para reinicializar programas, e que o equipamento pode operar sem interrupção ou sem operador. Ainda é importante lembrar que garantias não asseguram contra tempo de parada. Peças de reposição gratuitas não compensam o custo da baixa produtividade causada por máquinas paradas. A capacidade de produzir peças de maneira confiável e consistente vale mais do que os benefícios aparentes de uma garantia. Finalmente, existem fatores operacionais geralmente ignorados em uma abordagem típica de retorno sobre o investimento. Ao examinar esses custos de propriedade ocultos, uma empresa deve levar em conta os seguintes fatores: ! Qual o desempenho esperado da máquina: haverá menos refugo, menos desperdício e peças de melhor qualidade 18 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

Custos de manutenção Os custos de manutenção e reparos também devem ser analisados. Existem muitos custos frequentemente não calculados associados com a manutenção. É importante lembrar que, uma vez iniciada a produção, paradas não programadas podem erodir rapidamente qualquer economia no preço de compra. Como as verbas de manutenção são tipicamente incorporadas aos custos operacionais, elas provavelmente não são contabilizadas no cálculo do retorno sobre o investimento para equipamentos. Os custos associados a reparos, manutenção preventiva e quaisquer custos de paradas não programadas devem ser incluídos nos cálculos. Com uma máquina de alto desempenho, esses custos não são os mesmos da operação de máquinas ineficientes e menos confiáveis. Um exemplo de manutenção considera: com um fuso de esferas recirculantes hipotético, a reposição da peça pode variar de US$ 3.700,00 a US$ 4.900,00. Instalação e mão de obra custam de US$ 1.500,00 a US$ 2.000,00 adicionais. Existe ainda o custo das peças rejeitadas, paradas não planejadas e de horas extras para compensar a produção perdida. A produção cai a zero até que a peça seja reparada. Também é importante lembrar que a falha do fuso de esferas recirculantes não aconteceu de repente. A máquina provavelmente estava sofrendo um declínio de desempenho antes que se soubesse o que havia de errado que afetava a qualidade das peças. Se a máquina está parada, o custo do evento não planejado é muito maior do que os custos dos reparos. A lucratividade da empresa depende de operações eficientes. Custos de retirada de operação Ao comprar equipamentos, os usuários também devem incluir os custos de retirada de operação. O valor residual da máquina deve ser incluído no retorno sobre o investimento real. Tipicamente, no final do contrato ou do financiamento, deve-se decidir o que fazer com a máquina. O proprietário pode se desfazer da máquina ou mantê-la em operação por outros quatro a dez anos. Como a máquina de baixo custo é totalmente depreciada em três anos, ela aparece de forma econômica nos livros contábeis. Esse tipo de raciocínio leva os empresários a manter a máquina em operação muito além do tempo que seria razoável. Tipicamente, com uma máquina de baixo


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custo, do quarto ao décimo segundo ano, os custos de manutenção sobem às alturas, a qualidade das peças diminui e o refugo aumenta, além da elevação dos custos das ferramentas perecíveis. No final de três anos, o valor da máquina é mínimo. Por outro lado, uma máquina de alto desempenho pode prorrogar a vida e aumentar a confiabilidade dos componentes, reduzir os custos de manutenção e reter 50% do seu valor no final de três anos. Esses benefícios devem ser incluídos no cálculo do retorno sobre o investimento. AUMENTO DO RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO PELA AUTOMAÇÃO Muitos empresários não levam em consideração o fato de que a automação pode aumentar o uso de uma máquina para até 95% porque elas são mantidas em ciclo. Assim que uma peça é concluída, a próxima peça entra em produção, algumas vezes operando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Troca rápida de tipos de peças resulta em baixo tempo de setup5 na máquina. Mais peças produzidas ajudam a empresa a se tornar mais lucrativa. Ao se incluir o uso mais eficiente das máquinas por meio de um centro de usinagem de alto desempenho, também é possível diminuir o número de máquinas. As empresas podem comprar um número menor de máquinas para obter os volumes de produção desejados. A automação também permite quantidades de produção flexíveis. A variedade e o volume de peças podem ser alterados rapidamente de maneira confiável para satisfazer as necessidades variáveis dos clientes. Os lead times são menores. A automação também reduz os tempos de ciclos, elimina movimentos repetitivos, aumenta a vida das ferramentas e reduz a mão de obra, fornecendo ainda mais peças por turno. O resultado inclui peças de maior qualidade com menos refugo e custos menores por peça. A empresa pode obter vantagem competitiva no mercado devido ao menor custo de mão de obra e despesas com peças. Todos esses fatores reforçam o fato de que a automação deve ser incluída em qualquer cálculo de retorno sobre o investimento. Magazines6 de ferramentas de corte, trocador de paletes7, manipulador de colocação e remoção de peças (figura 7) são alguns exemplos de automação dos processos.

Figura 7 - Sistema automático de manuseio materiais Makino MMC2

O IMPACTO DE ARRENDAR x COMPRAR Em procedimento de análise realizada para o mercado 20 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

nos Estados Unidos, foram identificados alguns pontos interessantes que devem ser abordados para melhor entendimento dos empresários. Após avaliar o custo por peça da aquisição, operação, manutenção e automação, o usuário deve examinar a melhor maneira de pagar pelo equipamento. Existem duas formas praticadas no mercado: à vista ou através de financiamento. Pagar a vista garante à empresa a propriedade do equipamento assim que a operação é concluída. A empresa pode amortizar o custo pela vida útil do equipamento em sua contabilidade. Entretanto, comprar também pode reduzir a disponibilidade de caixa da empresa para outros investimentos como expansão de fábricas ou melhorias, marketing8 ou compra de equipamentos futuros. Um financiamento permite que a empresa administre melhor seu fluxo de caixa gerado pelo equipamento em relação ao pagamento mensal. Existem duas maneiras de se financiar uma compra: por meio de um empréstimo tradicional ou pelo arrendamento do equipamento. Com um empréstimo tradicional, o financiado paga certo valor mensal e obtém a posse do equipamento no final do prazo de financiamento. Já o arrendamento é uma estratégia de aquisição alternativa que pode reduzir o custo operacional de equipamentos de alto desempenho. Dentre as opções de financiamento, o arrendamento oferece a maior flexibilidade para atender às necessidades específicas de cada empresa. Ao se comprar um ativo, é essencial levar em consideração os custos de propriedade em longo prazo, como manutenção e tempo de parada, que podem crescer quando uma empresa mantém um ativo ao longo do tempo. O arrendamento permite que a empresa administre melhor seu fluxo de caixa obtendo, ao mesmo tempo, equipamentos melhores e um retorno sobre o investimento maior. O arrendamento oferece flexibilidade de capacidade e financiamento. A empresa pode adicionar outras máquinas se o cliente solicitar um volume de produção maior. O equipamento pode ser devolvido no final do contrato, se desejado, ou adquirido no final do prazo de arrendamento. Se a produção de uma empresa durar apenas três anos, faz mais sentido arrendar porque a empresa pagará apenas pela depreciação da máquina, mas ainda terá todos os benefícios de uma máquina de alto desempenho. Por outro lado, se uma máquina de menor qualidade for adquirida com a intenção de descartá-la no final dos três anos, os custos totais serão os mesmo daqueles se a empresa tivesse arrendado uma máquina de alto desempenho, mas sem os benefícios desta. Um arrendamento pode economizar fluxo de caixa mensalmente, o que não ocorre com pagamentos de financiamento ou pagamentos à vista. Isso ocorre porque a empresa estará pagando pelo valor da máquina que está sendo usada somente durante o prazo de arrendamento. Existem duas modalidades de arrendamento:


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Arrendamento de capital A modalidade é similar a um empréstimo a prazo. O ativo e o passivo de arrendamento são contabilizados nos livros fiscais da empresa que mostram a despesa mensal com depreciação e juros. No final do arrendamento, a empresa pode adquirir o equipamento por um valor nominal. Em um arrendamento de capital, a empresa paga pelo custo total da máquina pelo prazo do arrendamento e detém a posse do equipamento no final desse prazo, exatamente como um empréstimo tradicional. Arrendamento de operação Esta modalidade é similar a alugar a máquina por um período de tempo. O pagamento mensal representa uma despesa operacional. Um arrendamento operacional representa o menor valor de pagamento mensal, pois a empresa só paga pelo valor do equipamento usado durante o prazo de arrendamento. O valor do equipamento no final do prazo é o elemento de custo mais importante para se determinar o valor do pagamento mensal. No final do prazo de arrendamento, a empresa decide se deseja prorrogar o prazo de arrendamento, adquirir o equipamento ou devolver o equipamento. EXEMPLOS DE RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO Para competir em manufatura, muitas vezes será o melhor produto e solução técnica que trarão o melhor retorno sobre o investimento. Dois exemplos ilustram esse raciocínio. Centro de usinagem vertical Ao comparar um centro de usinagem vertical de baixo custo (VMC9) a um VMC de alto desempenho que custa 50% a mais, se uma empresa levar em conta que a máquina de alto desempenho é 10% mais rápida, representa um custo por peça 32% menor e possui margem bruta de 65%. Mesmo custando 50% a mais essa máquina terá um retorno sobre o investimento melhor com um custo total por peça menor. Centro de usinagem horizontal Ao comparar um centro de usinagem horizontal de baixo custo (HMC10) e um HMC de alto desempenho, temos que a máquina de alto desempenho custa 50% a mais do que a opção de baixo custo. Entretanto, a máquina de alto desempenho produz mais peças e é 15% mais rápida, resultando em um custo 19% menor por peça e gerando duas vezes o retorno sobre o investimento. A margem bruta é de 25% na máquina de baixo custo e 54% na máquina de alto desempenho. CONCLUSÕES Para manter-se competitiva no mercado atual, a empresa deve usar a tecnologia mais avançada disponível no mercado e usar toda a sua capacidade. Adquirir uma máquina de alto desempenho pode aumentar drasticamente o retorno sobre

o investimento por meio de confiabilidade, precisão e performance de longo prazo. Considere-se ainda que: máquinas de baixo custo possuem valor mínimo no final de três anos, enquanto máquinas de alto desempenho retêm 50% de seu valor; o projeto e a construção de máquinas de alto desempenho melhoram os custos operacionais e a produtividade; adquirir a solução de baixo custo acaba por custar mais à empresa devido aos custos maiores de peças, menor vida útil das ferramentas, maior volume de refugo, tempo de parada não planejado e custos de manutenção maiores; máquinas de alto desempenho retêm seu valor ao longo do tempo; a maneira como a máquina é financiada pode afetar o custo de propriedade em longo prazo. Para competir em manufatura, o melhor produto e a melhor solução técnica fornecem tipicamente o maior retorno sobre o investimento. Investir em centros de usinagem de alto desempenho em vez de opções mais baratas pode representar uma solução melhor para a empresa. 1

ROI: do inglês Return On Investment, significa retorno sobre investimento. É a relação entre o recurso financeiro ganho ou perdido através de um investimento e o montante de dinheiro investido (ROI = ganho ou perda/investimento). Também chamado ROR, do inglês Rate Of Return, que significa taxa de retorno, taxa de lucro ou simplesmente retorno. 2 Aço 4140: aço para beneficiamento com temperabilidade média, ligado ao cromo (Cr) e molibdênio (Mo), utilizado na fabricação de diferentes componentes mecânicos onde se deseja uma boa combinação de resistência mecânica média e resistência à fratura. Também possui elevada resistência à fadiga, boa forjabilidade e baixa soldabilidade. Na condição recozida apresenta boa usinabilidade. Equivalências normativas ABNT 4140, AISI 4140, REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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SAE 4140, DIN ~42CrMo4, W Nr. 1.7225, GB 42CrMo ou 42CrMnMo. Cores de identificação: Verde-Vermelho-Verde. 3 Lead time: do inglês, significa tempo de aprovisionamento. Representa o período entre o início de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término. A definição mais convencional em gerenciamento da cadeia de fornecimentos é o tempo entre o momento de entrada do material até à sua saída do inventário. Entretanto, muitas vezes é confundido ou tem até o mesmo significado que ciclo. 4 WIP: do inglês Work in Progress, significa trabalho em andamento. É o que está em execução (tarefa) naquele determinado ponto do processo. 5 Setup: tempo de preparação. São as tarefas necessárias e relativas às atividades de preparação de um equipamento, desde o momento em que se tenha completado a última peça boa do lote anterior até o momento em que se tenha feito a primeira peça boa do lote posterior. 6 Magazine: do inglês, que neste caso significa almoxarifado, local de depósito. É um dispositivo para armazenamento de ferramentas em uma máquina operatriz e que permite a troca automática durante o processo de usinagem pela própria máquina. 7 Palete: do francês pallete, é um estrado de madeira, metal ou plástico utilizado para movimentação de cargas. Em inglês, pallet. 8 Marketing: é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor.

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VMC: do inglês Vertical Machining Center, significa Centro de Usinagem Vertical. 10 HMC: do inglês Horizontal Machining Center, significa Centro de Usinagem Horizontal.

Carlos Eduardo Ibrahim - Administrador de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - FGV/SP e pós-graduado em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo - USP. Bacharel em Engenharia Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba e em Engenharia de Processo pela Faculdade de Tecnologia de Sorocaba. Possui 25 anos de experiência em indústria de ferramentas. vendas@makino.com

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FERRAMENTA COMBINADA:

REVOLUÇÃO NO CORTE DE METAIS A possibilidade de realizar mais de um método de usinagem com uma única ferramenta pode trazer enormes vantagens para a produção. Um exemplo típico é o faceamento de cabeçotes e blocos de motor em alumínio. Peças essas que normalmente representam um grande desafio, pois grandes quantidades têm que ser processadas, com eficiência de custo e atendendo a parâmetros de qualidade bem rigorosos. Um novo conceito de ferramenta trouxe, porém, um novo patamar de desempenho e eliminou problemas com rebarbas. Por Christer Ritch | Traduzido por Vera Natale DOIS MÉTODOS E SUAS VIRTUDES A operação de brochamento é um método de usinagem bem estabelecido e aplicado quando são necessários resultados de precisão. Usado de maneira apropriada, o brochamento de uma superfície pode ser muito efetivo para a obtenção de acabamentos com tolerâncias estreitas, e é frequentemente realizado em operações com uma passada, em que a ferramenta é “empurrada” ou “puxada” com relação à peça. No brochamento rotativo, a ferramenta é rotacionada e pressionada contra a peça, de modo a produzir o formato desejado. O princípio do brochamento consiste em realizar a usinagem de profundidades de corte menores e de maneira progressiva, conforme a sequência de dentes da ferramenta. Geralmente, é um método muito produtivo e suave, com necessidade de ajuste mínimo da ferramenta para desbaste ao acabamento em um único passe. As peças que são executadas pelo processo de brochamento são peças que, em geral, têm perfis que demandariam muito tempo de usinagem em máquinas convencionais com ferramentas também convencionais, por exemplo: estrias internas, rasgo de chaveta interno, o perfil do furo de uma fechadura, entre outros. Os perfis brochados são feitos somente com brocha e, normalmente, já ficam prontos (acabados) nessa operação. A brocha é uma ferramenta feita, na maioria dos casos, em HSS1 ou em metal duro, e é como se fosse uma serra, em que o tamanho ou a altura dos dentes aumentam ao longo do seu comprimento até o formato ou a dimensão final do perfil a ser usinado, como em um cone. O fresamento é um método de usinagem obviamente 24 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

muito bem estabelecido e muito mais flexível, que usa ferramentas rotativas multiarestas, com tecnologia de pastilhas intercambiáveis, disponíveis em muitos formatos, para realizar um grande número de operações e produzir superfícies planas ou curvas e várias cavidades, canais, bordas, etc. O faceamento é uma das operações mais usadas, em que um corte axial uniforme é realizado através de uma fresa que avança radialmente na peça, ajustada para produzir uma determinada espessura de cavacos. Um método universal e produtivo para desbaste e acabamento, em que normalmente é necessário ajuste da fresa para se adequar às exigências do processo. NOVO CONCEITO Uma nova tecnologia fez uma combinação exclusiva desses dois métodos de usinagem – brochamento e fresamento, unindo-os em uma única ferramenta. Com uma moderna tecnologia de pastilha intercambiável, esses dois métodos foram combinados de maneira bem sucedida, a fim de melhorar a superfície plana de usinagem de peças com liga de alumínio, especificamente dos cabeçotes e blocos automotivos. “Um conceito completamente novo que elimina o ajuste das arestas de corte, permite altas taxas de avanço e gera acabamento de alta qualidade e com tolerâncias estreitas, sem a típica formação de rebarbas de alumínio bem pronunciadas. Uma solução inteligente para uma operação normalmente problemática, realizada em grande escala”, declara Francisco Cavichiolli, especialista em fresamento na Sandvik Coromant. A fresa M5B90 foi desenvolvida para combinar esses dois


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métodos, o que resulta em progressão axial total, típica no brochamento, ou profundidade de corte axial convencional no fresamento, durante a rotação da fresa que avança como em uma operação de fresamento normal. A tecnologia por trás desta ferramenta é que o posicionamento das pastilhas no corpo da fresa segue o princípio da brocha, ou seja, as pastilhas são posicionadas em uma sequência lógica de 1 a n (onde n é a última pastilha da série) e cada pastilha é posicionada em uma altura axial e radial diferente, sendo a primeira pastilha a mais baixa (axialmente) e mais recuada (radialmente) em relação as demais. A última pastilha, ou n, é a mais alta (axialmente) e mais aberta (radialmente) em relação às demais (figura 1).

nando Oliveira, Gerente global para o setor automotivo de peças de alumínio. O único material de ferramenta capaz de fazer frente às essas exigências é o das classes de PCD (polycrystalline Diamond - diamante poli cristalino). Elas são extremamente duras – duas vezes mais duras que o metal duro – e somente pastilhas em PCD podem proporcionar uma vida útil satisfatória e manter os limites de qualidade por um bom tempo. Na verdade, normalmente se atinge uma vida útil cinco vezes maior ou mais, comparada ao metal duro e outros materiais, na usinagem de ligas com inclusão de silício (Si 8 - 18%), que são muito abrasivas para as ferramentas. Também, a pastilha certa de PCD tem boas propriedades mecânicas, o que as torna menos sensíveis a cargas de impacto em cortes interrompidos. As classes também podem ser feitas como especiais para melhor se adequarem às características da liga e as pastilhas podem ser desenhadas com micro geometria otimizada - para tornar a fresa capaz de usinar com velocidades de corte extremamente altas, durante um processo confiável.

FRESA INOVADORA A fresa M5B90 para faceamento de blocos de alumínio é uma ferramenta de passo relativamente estreito, preciFigura 1 - Ferramenta combinada inspirada na tecnologia de brochamento [Fonte: Sandvik] sando de poucas pastilhas, que foram Essa diferença na altura dos dentes da fresa faz com que a otimizadas para cada aplicação. As pastilhas PCD montadas profundidade de corte axial seja distribuída ao longo de tangencialmente são fixadas em um anel de aço com alojatodos os dentes da fresa. Tipicamente, cada pastilha remove mentos fixos, montados em um corpo de alumínio. A ação de 0,1 mm axialmente, com avanço radial (avanço por rotação) corte combina características de brochamento e fresamento. de 2 mm, normalmente. Isso determina a formação dos cava- A fresa é projetada considerando alguns fatores de aplicação cos de cada aresta. Cada pastilha pode ser vista como uma como: diâmetro ideal da fresa, perfil da superfície a ser usinaaresta de desbaste que é complementada por uma pastilha da, sobremetal e parâmetros do processo como velocidade e grande que age como uma pastilha alisadora para gerar o avanço, por exemplo. Somente uma pastilha de acabamenacabamento e as tolerâncias desejadas. to/Wiper é necessária e não há necessidade de preset indiviAs exigências na produção de peças automotivas estão dual da pastilha – apesar do fato dessa ferramenta ser uma cada vez mais altas, afetando, por exemplo, as produzidas fresa de alta precisão. As pastilhas tangenciais nessa fresa de em alumínio, nas mais variadas ligas, fundidas e tratadas ter- passo relativamente fino foram projetadas e posicionadas micamente. As especificações desse material estão se tor- para proporcionar precisão, baixas forças de corte e um pronando cada vez mais severas com motores operando em altas cesso de corte suave. Tolerâncias e acabamentos gerados temperaturas, com maior pressão de combustão e tensões com o uso dessa fresa estão bem dentro das exigências da mecânicas mais elevadas. Os cabeçotes são desenhados com indústria automotiva. leiaute2 mais complexos como parte dos avanços no sistema Os desafios de usinagem nessa área são cada vez maiores de combustão. As ligas também variam de acordo com o tipo e os fabricantes de peças em alumínio têm vários objetivos e de combustível usado. “Dentro desse contexto, esse conceito fatores que desejam alcançar que podem ser proporcionados de fresa de facear está revolucionando o faceamento de por esta ferramenta, entre eles: peças em alumínio, cada vez mais exigente e que desafia os ! vida útil longa e consistente; fabricantes a atingirem soluções econômicas”, pondera Fer- ! produtividade alta e confiável; REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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ajuste fácil e simples da ferramenta; bom controle de cavacos; controle completo de todos os parâmetros de qualidade; eliminação ou minimização significativa de formação de rebarbas.

Aliás, a questão da formação de rebarbas tem sido um problema dominante e uma verdadeira “pedra no caminho” para se atingir resultados satisfatórios nas operações de usinagem. A ação de corte em muitas fresas de facear alumínio tende a gerar uma formação e escoamento insatisfatórios de cavacos e quando a fresa alcança o final do corte e sai da superfície usinada, frequentemente deixa uma rebarba que cresce com o tempo, criando um ressalto inaceitável o que acaba por tornar prematura a vida útil da pastilha na fresa. Muitas fresas precisam então de constantes trocas de pastilha e extensivos ajustes. Isso causa, como consequência, frequentes paradas de máquinas e caros e extensivos manuseios de ferramentas, impactando negativamente a produtividade. CONCLUSÃO Em geral, os benefícios da inovadora combinação de características de ferramentas para brochamento e fresa-

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mento se tornaram mais claros com o número crescente de aplicações. Podemos resumidamente elencar os seguintes: ! Faceamento com eliminação ou minimização expressiva da formação de rebarbas; ! Controle total dos parâmetros de qualidade envolvidos; ! Bons resultados quanto ao acabamento e tolerâncias, bem dentro dos limites e com vida útil previsível; ! Sem necessidade de ajuste da pastilha ou da ferramenta e tempo de setup3 reduzido, o que elimina a logística reversa para reenviar a ferramenta ao fabricante para o devido ajuste e troca de pastilhas; ! Desempenho de alto avanço e alta velocidade com poucas pastilhas; ! Bom controle de cavacos e; ! Redução dos custos de usinagem e tempo por peça. 1

Aço HSS: do inglês High Strength Steel significa Aço de Alta Resistência. Leiaute: derivado do inglês layout, significa desenho, diagrama, contorno, traçado, plano, esboço (Eugênio Fürstenau, Novo dicionário de termos técnicos inglês – português, Editora Globo, São Paulo, SP, 2005). 3 Setup: tempo de preparação. São as tarefas necessárias e relativas às atividades de preparação de um equipamento, desde o momento em que se tenha completado a última peça boa do lote anterior até o momento em que se tenha feito a primeira peça boa do lote posterior. 2


FICHA TÉCNICA Contrato Nº

CONTRATO DE AQUISIÇÃO E FABRICAÇÃO DE PRODUTO SOB ENCOMENDA*

Orç./Prop./OC. Nº

QUALIFICAÇÃO DA CONTRATADA Razão Social:

Nome Fantasia:

Endereço:

Nº: Fax:

Fone: CEP:

E-mail:

Cidade:

Estado: Inscrição Estadual:

CNPJ:

Inscrição Municipal:

Representante Legal: (sem abreviações) Estado Civil:

Complemento:

Profissão/Reg. Profissional:

Nacionalidade:

RG:

Representante Técnico da Empresa:

CPF:

Fone:

E-mail:

Doravante denominado simplesmente CONTRATADA

QUALIFICAÇÃO DA CONTRATANTE Razão Social:

Nome Fantasia:

Endereço:

Nº: Fax:

Fone: CEP:

E-mail:

Cidade:

Estado: Inscrição Estadual:

CNPJ:

Inscrição Municipal:

Representante Legal: (sem abreviações) Estado Civil:

Complemento:

Profissão/Reg. Profissional:

Nacionalidade:

Representante Técnico da Empresa:

RG: Fone:

CPF: E-mail:

Doravante denominado simplesmente CONTRATANTE

o

Parte integrante da revista Ferramental n 65 | Maio/Junho 2016

CLÁUSULAS CONTRATUAIS Pelo presente instrumento contratual privado, as partes acima qualificadas, na melhor forma de direito comercial, tem entre si, justo e acordado, a aquisição do ferramental a ser fabricado sob encomenda conforme descrito e especificado nas cláusulas seguintes: 1. Objeto do Contrato: 1.1 - Descrição técnica detalhada do projeto e do ferramental: especificar pormenores, de forma precisa, clara e concisa a fim de assegurar o pleno entendimento do resultado final esperado. Entre outras cláusulas, considerar as seguintes: - O comprometimento da CONTRATADA quanto ao atendimento das especificações, materiais, qualidade e prazos; - O direito da CONTRATADA de recusar a fabricação e/ou atrasar a entrega em caso de deficiência, insuficiência, incorreção de informações do desenho ou do projeto, ou atraso da CONTRATANTE no envio de dados ou documentos; - A possibilidade de alteração do projeto pela CONTRATANTE, até determinada etapa de fabricação, desde que cientificada e ajustada formalmente com a CONTRATADA. Havendo implicações de custo, materiais e prazos, os cronogramas de eventos financeiros e de fabricação devem ser reajustados mediante aditivo contratual; - Qualquer alteração de desenhos ou projeto demanda necessariamente a suspensão da fabricação até que se ajustem formalmente todas as implicações de custos, materiais, prazos e pagamentos; - A obrigação da CONTRATADA em dar ciência e registro formal de qualquer circunstância que impeça ou dificulte a fabricação do ferramental, nas ocor-rências citadas anteriormente ou de qualquer outra natureza; - A obrigação da CONTRATANTE de corrigir a insuficiência e/ou suspender a fabricação até que se ajuste a não conformidade; - A CONTRATADA deverá estipular um prazo para a suspensão do contrato em caso de indefinição ou ausência de manifestação da CONTRATANTE; - Em caso de suspensão da fabricação pela CONTRATANTE, as partes deverão redefinir o cronograma de produção inicial ajustado e a continuidade e/ou ajuste dos pagamentos, mediante aditivo contratual; - A aplicação das condições contratuais de rescisão pela CONTRATANTE e a obrigação de pagamento das atividades desenvolvidas até o momento da rescisão, incluindo materiais; - A definição de quando e como a retomada do processo será feita, mediante manifestação formal da CONTRATANTE; - Quais as implicações nos prazos, acarretados pela suspensão da fabricação, como será ajustado o cronograma, mesmo que modificações não venham a ser implementadas. 1.2 - Materiais: Especificar detalhadamente a matéria-prima a ser utilizada e dos componentes do ferramental, incluindo detalhes como fornecedor e especificações do fabricante; 1.3 - Embalagem, transporte e seguro: Especificar valores, condições e restrições. 2. Prazos de entrega: Tempo de fabricação, detalhamento dos eventos, datas e condições de verificação, de confirmação ou de aceitação. 3. Anexos: Devem estar relacionados no contrato todos os documentos que dele farão parte integrante na assinatura, durante o processo e na aceitação/entrega do produto. Entre outros anexos, considerar os seguintes: - Cotação/orçamento, carta-proposta; * Sugestão de roteiro para elaboração de contrato sob orientação jurídica. Devem ser incluídos e/ou suprimidos itens, conforme complexidade e variantes inerentes a cada processo. REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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FICHA TÉCNICA Contrato Nº Orç./Prop./OC. Nº

- Termo de aprovação de desenhos / projeto / produto final; - Termo de aprovação de teste final, aceitação do produto final; - Termo de entrega; - Termo de garantia, manual e condições de uso; - Certificações do fabricante e outros documentos que a complexidade de fabricação, segurança e confiabilidade exijam. 4. Entre as obrigações da Contratada: - Fabricar o objeto contratual conforme projeto, desenho, especificações e demais condições expressas; - Gerar documentos de medição e certificação durante o processo como: relatório dimensional de metrologia, certificação de qualidade de materiais; - Gerar documentos de aceitação e garantia ao cliente; - Definir um responsável técnico para o acompanhamento do processo de fabricação; - Permitir visita de representante técnico da CONTRATANTE, para acompanhamento e verificação da fabricação, nas datas previstas em cronograma ou ajustadas previamente; - Disponibilizar à CONTRATANTE, informações sobre o andamento do processo; - Disponibilizar documentação e condições para realização da validação dos eventos como, por exemplo, o “try-out” nas instalações da CONTRATANTE e/ou em outras empresas ou locais; 5. Entre as obrigações da Contratante: - Fornecer projeto, desenhos, especificações, documentos e informações do objeto contratual; - Esclarecer a CONTRATADA sobre as conseqüências/penalidades/multas pelo não cumprimento de prazos dos eventos; - Definir um responsável técnico para o acompanhamento do processo de fabricação; - Subsidiar a CONTRATADA com informações adicionais, inclusive a disponibilização de técnico para eliminar dúvidas e garantir a conformidade do produ-to final; - Proceder verificações e testes finais para validação e aceitação do produto final, conforme data e prazo ajustado com a CONTRATADA; 6. Confidencialidade e propriedade intelectual 6.1 - Confidencialidade: responsabilizar a CONTRATADA pela observância do sigilo dos dados, informações, projeto, desenhos e tudo o que caracteriza o objeto do contrato; 6.2 - Propriedade intelectual: caracterizar o que representa e quais as responsabilidades inerentes à CONTRATADA, conforme legislação vigente. 7. Preço e condições de pagamento - Estipular o preço do produto final, condições de pagamento, índices de correção e de multa, ou ainda, ausência de correção sob certas condições. - Determinar a validade do preço quando sujeito à alteração cambial; - Vincular parcelas ou valores aos eventos de fabricação sujeitos a verificação, aceitação ou pagamento (por exemplo: assinatura do contrato, recebimento e aceitação do projeto e desenhos, aquisição de materiais, etapas de fabricação, teste ou certificação final, aceitação e liberação para remessa, recebimento do produto, pós-entrega, garantia, conforme o caso). A amarração dos pagamentos (diferentemente de parcelas a cada 30 dias) aumenta o comprometimento de ambas as partes para a realização de objetivo comum; - Especificar o que está incluso no preço final, como valor bruto, incidência de IPI, ICMS, frete. 8. Rescisão do contrato, multas e bônus contratuais 8.1 - Multa por atraso de fabricação: detalhamento, do que caracteriza atraso e definição de critérios de aplicação da multa; 8.2 - Multa por desistência: definição de ônus incidentes aplicáveis no caso de cancelamento do contrato, após a aquisição de materiais ou do início de fa-bricação, por iniciativa de qualquer das partes; 8.3 - Tolerância: detalhamento, pelas partes, do que caracteriza ou não novação; 8.4 - Identificação de bônus, pelas partes, em caso de antecipação da entrega; 8.5 - Especificação dos casos de exceção, que não caracterizam atraso e nos quais não podem ser aplicadas multas contratuais para qualquer uma das partes (força maior, desastres da natureza). Vide definições do Código Civil Brasileiro; 8.6 - Perdas e danos: critérios de reparação de perdas e danos para ambas as partes nos casos de, por exemplo, atraso do processo por alteração do projeto; 8.7 - Devolução ou condição adicional de valores ou adicional de valores - definir claramente quando ocorre. 9. Aceitação final, garantia e assistência técnica 9.1 - Aceitação final: definir a caracterização formal e implicações na garantia; 9.2 - Garantia: definir caracterização, início e término da vigência e demais implicações; 9.3 - Suspensão ou perda da garantia: detalhar tecnicamente quando e em que casos pode ocorrer suspensão ou cancelamento definitivo da garantia (uso impróprio ou inadequado, não atendimento das exigências do manual de uso e operação, não atendimento de exigências de segurança operacional, entre outras); 9.4 - Assistência técnica: definir quando e em que casos ocorre, custos e reembolsos. 10. Disposições finais Os representantes das partes contratantes assinam o presente documento, em 3 (três) vias de igual teor, por estarem justas e acordadas as condições deste contrato, na presença de duas testemunhas. Localidade: CONTRATADA

CONTRATANTE

Data

Nome:

Nome:

Assinatura

TESTEMUNHA

Nome:

Nome: CPF:

Assinatura

/

Assinatura

TESTEMUNHA

RG:

/

RG:

CPF:

Assinatura

* Sugestão de roteiro para elaboração de contrato sob orientação jurídica. Devem ser incluídos e/ou suprimidos itens, conforme complexidade e variantes inerentes a cada processo.

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Parte integrante da revista Ferramental no 65 | Maio/Junho 2016

CONTRATO DE AQUISIÇÃO E FABRICAÇÃO DE PRODUTO SOB ENCOMENDA*


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JuríDICA

O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO A necessidade de acelerar o julgamento de processos na esfera civil resultou na revisão e publicação do novo Código, que traz algumas implicações diretas às empresas nacionais. Por Christiane Schramm Guisso | Foto Divulgação

I

nicialmente, é importante esclarecer o que significa o Código de Processo Civil brasileiro - CPC para melhor compreensão do texto. Dizemos que o direito processual civil é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem a solução de conflitos de interesses por meio do exercício da jurisdição. Portanto, de forma sucinta, podemos afirmar que o processo civil tem um caráter eminentemente instrumental na busca da efetividade das leis materiais. Sancionado em 16 de março de 2015, com prazo de um ano para entrar em vigência, o novo Código de Processo Civil traz alterações relevantes na tramitação dos processos no judiciário brasileiro a partir de 17 de março deste ano. Tais alterações têm como premissa atender ao clamor da sociedade brasileira no sentido de solucionar a problemática do excesso de tempo que tramitam os processos judiciais ante o estrondoso número de demandas intentadas pela sociedade e governo brasileiro e o excesso de recursos contidos no processo brasileiro. Assim, objetivando reduzir a tramitação processual, ou seja, diminuir o tempo do processo, em respeito aos princípios da efetividade e da celeridade foi introduzida uma série de mudanças e, dentre elas, algumas que impactam na vida das sociedades empresárias. Dentre as mais significativas, destacamos a ampliação do caráter vinculante das decisões judiciais em processos repetitivos (também chamados de “ações de massa”) ao preceituar em seu artigo 926 que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”. Na prática, os tribunais não deverão permitir divergências internas sobre questões jurídicas análogas e tal entendimento deverá levar em consideração quais os precedentes, ou seja, decisões já proferidas e publicadas por seus juízes, desembargadores ou turma julgadora. O processo de execução assevera que da decisão que transitou em julgado, tornando a obrigação de pagar quantia certa, a teor do artigo 526, cabe ao devedor antecipar-se depositando o valor devidamente instruído com memória de 30 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

cálculo. Na falta de pagamento do devedor tendo sido devidamente intimado por correio eletrônico ou por seu advogado sobre a dívida ensejará automaticamente a incidência de 10% de multa e 10% de verba honorária, seguindo-se a penhora. Ainda, a respeito do cumprimento definitivo da sentença, o processo permite a citação por correio em outra cidade costumeiramente chamada de Comarca, dispensando a burocrática e dispendiosa carta precatória. Outra alteração significativa diz respeito a possibilidade de o juiz determinar a inclusão do nome do devedor no rol do cadastro dos inadimplentes conforme previsão contida no artigo 517 e de determinar a penhora on line de dinheiro em depósitos ou aplicações financeiras, sem dar ciência prévia do ato ao devedor, ambas situações que poderão surpreender empresas com a consequência de suspensão ou indisponibilidade de recursos financeiros próprios ou de créditos para compras a prazo. O novo Código Processual Civil também admite que, depois de penhoradas as quotas ou ações do executado, o juiz determine à sociedade que apresente balanço especial, bem como ofereça as quotas ou ações aos demais sócios e, ainda em caso de ausência de interessados, proceder com a liquidação do bem, depositando-se o dinheiro apurado em conta vinculada ao juízo da execução. Outra solução adotada pelo CPC estabelece que os honorários sucumbenciais - honorários pagos ao advogado que ganhou a causa - serão majorados quando do julgamento dos recursos pelo tribunal, quando se entender que houve esforço adicional do advogado nessa fase. Ademais, o teto da multa por litigância de má-fé1 aumentou significativamente de 1% do valor da causa para 10%, além da indenização de eventual dano causado à outra parte. É outro esforço para reduzir substancialmente os recursos meramente protelatórios. O Código Processual Civil também estimula a composição mediante o instituto da conciliação com vistas a minimizar a


JuríDICA

quantidade de litígios judiciais sendo que a realização de audiência de conciliação e mediação passa a ser obrigatória a menos que todas as partes manifestarem, expressamente, o desinteresse na composição consensual. Por fim, não menos importante, destacamos o instituto da desconsideração da personalidade jurídica da sociedade que no novo código estabelece em seu artigo 133 e seguintes, quais os procedimentos e as provas a bem de caracterizar o desvio de finalidade ou confusão patrimonial entre sócios e empresa, medida que autoriza a responsabilização direta dos sócios por dívidas da sociedade. Sobre esse tema, cabe inclusive afirmar que o novo Código Processual Civil garantiu o contraditório e preservou o patrimônio dos sócios ao instituilo, na forma de incidente processual, oportunizando ao sócio ou a pessoa jurídica a ampla defesa. Em síntese, todas essas mudanças têm o condão de dar maior agilidade aos processos que se avolumam no Judiciário Brasileiro, e o novo CPC traz avanços no sentido de contribuir

para um processo mais célere, racional e uniforme em homenagem aos princípios da efetividade e da celeridade já mencionados outrora. 1

Litigância de má-fé: A definição consta no artigo nº 17 do CPC vigente e se configura quando a parte deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; provocar incidentes manifestamente infundados ou, ainda, interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Christiane Schramm Guisso Advogada e sócia da Schramm, Hofmann Advogados Associados, com sede em Joinville. christiane@sh.adv.br

Schramm. Hofmann Advogados Associados Ltda Maiores informações pelo e-mail ahofmann@sh.adv.br ou pelo fone 47 3027 2848

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VDI-BRASIL Indústria 4.0

INDÚSTRIA 4.0 CAMINHO PARA A MANUFATURA AVANÇADA O termo foi criado a partir de um projeto estratégico de alta tecnologia do governo alemão, que promove a informatização da manufatura. Compreendê-lo e aplicá-lo será a diferença entre viver ou não em um mercado cada vez mais agressivo. Por Celso Luis Placeres | Fotos Divulgação

A

VDI - Verein Deutscher Ingenieure, em português Associação Alemã de Engenheiros, foi fundada em 1856 e conta com mais de 155.000 associados. Como entidade porta voz da Engenharia e da Tecnologia, ajuda ativamente na construção de um futuro melhor. A VDI-Brasil - Associação de Engenheiros Brasil Alemanha, hoje com cerca de 1.000 membros, tem como principal objetivo incentivar a cooperação tecnológica entre Brasil e Alemanha, propagando, por meio de suas atividades, as mais novas tecnologias que ditam o momento. O público alvo são engenheiros e futuros profissionais da área, aos quais são oferecidos cursos, seminários e palestras sobre diversos temas relevantes e atuais. Além de contribuir com o aperfeiçoamento profissional do engenheiro, também traz possibilidades de geração de relacionamentos, um importante ingrediente no mundo corporativo atual. Dentre as atividades, está a difusão do novíssimo conceito de Indústria 4.0, para a qual a entidade estruturou um grupo de trabalho coordenado por Celso Luis Placeres, um de seus Vice-Presidentes. Nas próximas edições da Ferramental serão abordados diversos pontos da nova revolução industrial, cuja temática central é a fábrica inteligente ou manufatura avançada. O CENÁRIO ATUAL DA INDÚSTRIA BRASILEIRA A competitividade tem sido uma das grandes questões empresariais da atualidade brasileira. As transformações econômicas advindas da abertura dos mercados incluem a redução e, em muitos casos, a eliminação das barreiras comerciais entre os países. Isto impulsiona fortemente a competição entre os mercados globais. Outros aspectos que precisam ser considerados quando analisamos a situação da indústria brasileira são: (a) a crise econômica; (b) o aumento dos custos de produção e; (c) a demanda crescente por produtos customizados. O PIB Produto Interno Bruto do Brasil no ano de 2015 foi de -3,8% 32 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

e as previsões dos economistas para os próximos anos não são nada encorajadoras. As perspectivas também não são positivas quando avaliamos a realidade dos custos de produção no País. Segundo a AMCHAN – Câmara Americana de Comércio, o custo da produção industrial brasileira subiu mais do que nos principais países exportadores nos últimos anos. Produzir no Brasil é 23% mais caro do que nos EUA, 29% do que na China e 42% do que na Índia. Outro aspecto fundamental é a demanda crescente por produtos customizados. “Os novos consumidores querem ter a mesma liberdade de escolha em todas as suas compras. E as empresas precisam se adaptar”, diz Miguel Duarte, sócio da consultoria de inovação Strategos. Diante deste cenário desafiador, quais as alternativas que a indústria brasileira tem para tornar-se mais competitiva? A EVOLUÇÃO DA MANUFATURA A Revolução Industrial desempenhou um importante papel na evolução dos processos de manufatura nas últimas décadas. Iniciando-se na Inglaterra, em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos, e a partir dai para o mundo. Esta transformação baseou-se em uma transição dos métodos de produção artesanais para a produção mecanizada, com o uso crescente da energia da água, vapor e outras importantes inovações. O primeiro passo desta revolução, também conhecido como Indústria 1.0, se caracterizou pela introdução de meios de produção acionados pela energia da água e do vapor. O segundo momento, da mesma forma conhecido como Indústria 2.0, se caracterizou pela introdução da produção em massa baseada no conceito de divisão do trabalho e de equipamentos acionados pela energia elétrica. A terceira onda, igualmente conhecida como Indústria


VDI-BRASIL Indústria 4.0

3.0, se caracterizou pela introdução de sistemas eletrônicos e tecnologias da informação para a automação da produção. Toda esta revolução causou grande impacto em nossa sociedade e permitiu aumento significativo na capacidade de produção e no atendimento da crescente demanda pelos mais variados tipos de produtos. Mas, como surgiu a Indústria 4.0? OS PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 O surgimento da internet1 como plataforma para o intercâmbio de informações é o mais recente condutor (driver) para uma nova etapa da Revolução Industrial. Também conhecida como Indústria 4.0, este novo passo é caracterizado pela integração e o controle da produção a partir de sensores e equipamentos conectados pela rede.

A competitividade tem sido uma das grandes questões empresariais da atualidade brasileira Dentre os seus benefícios mais marcantes, destaca-se a maior flexibilidade do processo produtivo, o que permite o encurtamento dos prazos de lançamentos de novos produtos no mercado, a maior customização de produtos, o aumento da produtividade e ganhos de eficiência no uso dos recursos. A Indústria 4.0 está fundamentada em alguns importantes pilares, dentre eles: ! Robôs autônomos - trocam informações e tomam decisões, tornando as fábricas mais inteligentes e independentes; ! Simulação - os processos são planejados e desenvolvidos virtualmente, evitando-se falhas de implementação e problemas de ergonomia; ! Internet das coisas - em inglês, IoT (internet of things). A interligação entre máquinas e os mais diferentes tipos de sensores permite a administração mais eficiente dos processos produtivos, tornando possível a correção dos mesmos ao mínimo sinal de perda de produtividade ou falhas; ! Segurança cibernética - a infraestrutura de segurança permite que as fábricas inteligentes tenham uma defesa personalizada contra agressores específicos deste novo ambiente;

! Dados em nuvem - em inglês, cloud computing. Este

conceito permite a utilização das capacidades de armazenamento/processamento de computadores e servidores interligados por meio da internet de forma compartilhada; ! Big Data - do inglês, significa grande arquivos. Os dados extremamente amplos necessitam de ferramentas especialmente preparadas para lidar com estes grandes volumes de informação e permitir que as mesmas possam ser encontradas, analisadas e utilizadas em tempo hábil. IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 Nos últimos anos, países como Alemanha, Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul abriram espaço para o desenvolvimento de políticas que visam estimular a aplicação e a adoção dos conceitos inovadores da Indústria 4.0, permitindo que suas indústrias estejam mais preparadas para este ambiente cada vez mais competitivo. O Brasil não pode ficar de fora e perder as grandes oportunidades desta nova realidade. É consenso entre os especialistas que a aplicação dos conceitos da Indústria 4.0 permite redução de custos, economia de energia, aumento da segurança, estímulo da conservação ambiental, redução de erros de fabricação, eliminação de desperdícios, melhor transparência nos negócios e flexibilização dos processos da manufatura. Este é indubitavelmente um dos caminhos para tornarmos a indústria brasileira mais competitiva. Estamos iniciando uma nova fase da Revolução Industrial: a era das fábricas inteligentes. Este é um caminho sem volta e não podemos nos dar ao luxo de postergar as decisões para a sua adoção. 1

Internet: é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados da World Wide Web (Teia de Abrangência Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos [www.wikipedia.com.br].

Celso Luis Placeres - Vice-Presidente da VDI-Brasil, Coordenador do Cluster Indústria 4.0 e Diretor de Engenharia de Manufatura da VW do Brasil

VDI-Brasil www.vdibrasil.com - matthias.neisser@vdibrasil.com - Fone 11 5180 2325

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REDE SENAI DE FERRAMENTARIA

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Brasil Mais Produtivo é um programa do governo federal, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), cujo objetivo é aumentar em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias indústrias participantes. A metodologia usada é a manufatura enxuta (Lean Manufacturing), baseada na redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. É realizado pelo MDIC em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Além disso, o programa conta com apoio do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como funciona Até o final de 2017, 3 mil empresas serão atendidas em todo o Brasil por 400 consultores do Instituto SENAI de Tecnologia e das unidades do SENAI. Os consultores serão treinados para aplicação das ferramentas de manufatura enxuta, focada no processo produtivo, que prevê intervenções rápidas, de baixo custo, com foco no aumento da produtividade da indústria. Aspectos que merecem mais destaque nesta iniciativa são a relação custo-benefício e a possibilidade concreta de aferição de resultados. O atendimento completo tem duração de 120 horas e o investimento por empresa é de R$ 18 mil. O Brasil Mais Produtivo subsidia R$ 15 mil, por empresa, e cada uma delas entra com uma contrapartida de R$ 3 mil, que poderá ser paga com o Cartão BNDES. Em 2017, as empresas participantes do Brasil Mais Produtivo contarão com uma reserva de vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec MDIC) para atender às necessidades de qualificação profissional. Os consultores do programa serão responsáveis pela indicação da demanda por qualificação profissional da mão-de-obra.

Perfil das empresas São aptas a participar do programa indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, que tenham entre 11 e 200 empregados e, preferencialmente, estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais. Na primeira fase do programa, os setores elegíveis, em função de sua maior aderência à ferramenta de manufatura enxuta, são: metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro e de alimentos e bebidas. Como participar Empresas interessadas devem fazer a inscrição por meio de formulário a ser preenchido no site www.brasilmaisprodutivo.gov.br. Resultados esperados Nas empresas: ganho de produtividade; redução média nos custos de produção e aumento médio na capacidade produtiva. Regionalmente: impacto na produtividade e competitividade do APL, com fortalecimento da economia local e regional. Setorialmente: ganhos de competitividade, impacto direto nos setores e nos APLs, construção de ambiente favorável para novos programas e metodologias para produtividade. Arranjos Produtivos Locais São agrupamentos de empresas que têm objetivo de melhorar o desempenho produtivo. O programa vai aproveitar a capilaridade, a sinergia e os ganhos de competitividade e de escala que os APLs já dão às empresas para aumentar o resultado esperado setorial e localmente. Apresentam ainda vantagens como a facilidade em organizar treinamento e capacitação de mão de obra, além de redução nos custos do programa e aumento tanto da visibilidade quanto do monitoramento dos resultados das ações empreendidas. Como nasceu o programa O Programa Brasil Mais Produtivo foi inspirado em um projeto piloto da CNI e do SENAI, realizado em 2015. O projeto atendeu 18 empresas de médio porte, cujo fatura-

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REDE SENAI DE FERRAMENTARIA

mento variava entre R$ 3,6 milhões e R$ 20 milhões, dos setores de alimentos, confecção, calçados, metalmecânico e brinquedos. As empresas estão localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Ceará. A partir dos bons resultados alcançados, o governo federal dá agora escala ao programa, buscando alcançar empresas em todo o país. Incentivo às exportações A Apex-Brasil vai selecionar 867 empresas para partici-

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par do programa Brasil Mais Produtivo, que fabriquem produtos com potencial exportador. Ao final do período de capacitação, as empresas poderão integrar as ações de promoção comercial realizadas pela Agência e entidades representativas da indústria em diferentes mercados internacionais.


DICAS DO CONTADOR

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS NO ICMS Por Francisco João dos Santos

A

Emenda Constitucional Nº 87/2015 teve como principal mote, perante o poder constituinte derivado (Câmara Federal dos Deputados e Senado Federal), corrigir uma distorção decorrente, especialmente, das operações não presenciais, ou seja, aquelas operações em que o adquirente não comparece fisicamente ao estabelecimento vendedor. Tratam-se, pois, das vendas realizadas por meio de comércio eletrônico - por meio da internet ou de telemarketing. Com efeito, é notório que, quando da época da promulgação da atual Constituição (1988), tais operações pouco representavam em termos quantitativos. Nos dias atuais, todavia, o comércio eletrônico representa valor substancial na arrecadação do tributo estadual. Somente o Estado de São Paulo, no qual estão concentrados os principais centros de distribuição das empresas que operam com vendas online, arrecada anualmente quase R$ 1 bilhão em decorrência de tais operações. Buscando minimizar tais impactos, diversas Unidades da Federação (principalmente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste) firmaram entre si o Protocolo ICMS1 21/2011, estabelecendo o recolhimento de parte do imposto em favor da Unidade da Federação de destino da operação. Entretanto, um protocolo firmado junto ao CONFAZ2 não é o ato normativo competente para determinar tal regramento, o que se comprovou por meio da declaração de inconstitucionalidade do referido protocolo, pelo Supremo Tribunal Federal - STF. Face ao reconhecimento da inconstitucionalidade deste protocolo, foi encaminhada pelo Senado a Proposta de Emenda Constitucional 197/2012, originária da PEC 103/2011, que se transformou na PEC 07/2015 do Senado Federal, com o propósito específico de estabelecer nova disciplina para as operações comerciais interestaduais não presenciais, de modo que coubesse ao Estado do destinatário da operação a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, independente da condição de contribuinte ou não do adquirente. Protocolo ICMS 21/2011 Faziam parte do referido protocolo as seguintes Unidades da Federação: AC, AL, AP, BA, CE, Distrito Federal, ES, GO, MA, MT, MS, PA, PB, PE, PI, RN, RO, RR, SE e TO. As unidades federadas signatárias do Protocolo ICMS 21/2011 acordaram em exigir a parcela do ICMS devida na

operação interestadual em que o consumidor final adquirisse mercadoria ou bem de forma não presencial por meio de internet, telemarketing ou showroom, com o recolhimento em favor da unidade federada de destino da mercadoria ou bem. Para o cálculo do ICMS a ser recolhido, seria aplicada a alíquota prevista para as operações internas da unidade federada de destino da mercadoria ou bem, admitindo-se como crédito fiscal sobre o valor da operação uma das seguintes alíquotas: a. 4%, em relação às mercadorias importadas ou com conteúdo de importação superior a 40%; b. 7%, nas operações originárias dos Estados das regiões Sul e Sudeste (exceto o Estado do Espírito Santo) com destino a Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo (ressalvado o disposto na alínea "a", logo acima); c. 12%, nas demais operações. Nas operações interestaduais entre as unidades federadas signatárias do protocolo, o estabelecimento remetente seria revestido da condição de substituto tributário, sendo responsável pela retenção e recolhimento do ICMS, relativo à parcela do imposto devido à unidade federada de destino da mercadoria ou bem. O ICMS devido à unidade federada de origem da mercadoria ou bem, relativo à obrigação própria do remetente, era calculado com a utilização da alíquota interestadual. A exigência do imposto pela unidade federada destinatária da mercadoria ou bem, aplicava-se, inclusive, nas operações procedentes de unidades da Federação não signatárias do Protocolo. Nessa hipótese, o imposto seria exigido a partir do momento do ingresso da mercadoria ou bem no território da unidade federada do destino e na forma da legislação de cada unidade federada. Desta forma, o adquirente consumidor final não contribuinte do ICMS, na aquisição de mercadoria ou bem em operação interestadual feita por intermédio dos meios mencionados, respondia solidariamente pelo pagamento da parcela de ICMS devida a seu Estado, independentemente se unidade federada de origem era signatária ou não do Protocolo, na hipótese da mercadoria ou bem estar desacompanhado do documento correspondente ao recolhimento do ICMS. REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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DICAS DO CONTADOR

Emenda Constitucional N° 87/2015 Altera o §2° do artigo 155 da Constituição Federal e inclui o artigo 99 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para tratar da sistemática de cobrança do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação incidente sobre as operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do §3° do artigo 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Artigo 1 - Os incisos VII e VIII do §2° do artigo 155 da Constituição Federal passam a vigorar com as seguintes alterações: "Artigo 155 ...... §2° ................. VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; a) (revogada); b) (revogada); VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; ...."(NR) Artigo 2 - O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte: "Artigo 99 - Para efeito do disposto no inciso VII do §2° do artigo 155, no caso de operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado, o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de origem e de destino, na seguinte proporção: I - para o ano de 2015: 20% para o Estado de destino e 80% para o Estado de origem; II - para o ano de 2016: 40% para o Estado de destino e 60% para o Estado de origem; III - para o ano de 2017: 60% para o Estado de destino e 40% para o Estado de origem; IV - para o ano de 2018: 80% para o Estado de destino e 20% para o Estado de origem; V - a partir do ano de 2019: 100% para o Estado de destino". Artigo 3 - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos no ano subsequente e após 90 (noventa) dias desta.

Entendendo a lei... Contudo a EC 87/2015 vem onerando não contribuintes (clientes) destas operações realizadas pelos contribuintes de ICMS, desta forma encarecendo as negociações. As empresas buscam alternativas para fugir desse DIFAL (Diferencial de Alíquotas), como por exemplo estar iniciando abertura de filiais nos estados em que ocorrem suas maiores operações de circulação de mercadorias. Encaixam-se nessa Emenda Constitucional todo tipo de operação com circulação de mercadoria onde a mesma não é realizada de forma presencial, assim como as vendas realizadas via e-mail ou telefone. Nesse caso nenhum tipo de atividade está livre da cobrança deste imposto, seja ela indústria ou comércio. A partir do momento que ocorre uma operação interestadual com participante não contribuinte de ICMS, há a incidência do ICMS DIFAL. 1

ICMS: Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços. O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. 2 CONFAZ: Conselho Nacional de Política Fazendária é constituído pelos Secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação de cada Estado e Distrito Federal e pelo Ministro de Estado da Fazenda. É um órgão deliberativo instituído em decorrência de preceitos previstos na Constituição Federal, com a missão maior de promover o aperfeiçoamento do federalismo fiscal e a harmonização tributária entre os Estados da Federação.

Maiores informações pelo e-mail abra@grupoabra.com ou pelo fone 47 3028 2180 40 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016


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EDUCAÇÃO: O DESAFIO DA QUALIDADE Por Carlos Rodolfo Schneider | Foto Roberto Borba

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Brasil gasta 6% do PIB com educação, contra a média de 5,3% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e 4,7% dos EUA, 4,3% do Chile e 3,1% de Singapura, que são referências na área. Por outro lado, os alunos brasileiros continuam tirando notas baixas nos testes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), principal avaliação internacional de estudantes. Diversos estudos já indicaram que países com bom desempenho no Pisa, ao longo dos anos, têm maior crescimento econômico. Neste caso, educação melhor significa mão de obra mais qualificada e maior produtividade do trabalho. Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) realizaram o Fórum Mundial de Educação na Coreia do Sul, onde foram definidas as metas para 2030, focadas em anos de escolaridade. Eric Hanushek, especialista de Stanford2, lamenta que mais uma vez o foco tenha sido a quantidade e não a qualidade da educação. Mais importante do que os anos de estudo, é verificar o que os alunos realmente aprendem nesses anos. Em muitos países da América Latina, diz o especialista, as pessoas vão à escola, mas não aprendem muito e isso afeta diretamente o crescimento econômico. O desempenho dos estudantes, afirma Hanushek, depende mais de como se gastam os recursos, do que o quanto se gasta. A qualidade dos professores, por exemplo, é fundamental e deve ser avaliada regularmente: desempenho em sala de aula por avaliador externo e a evolução dos alunos devem nortear a remuneração, a necessidade de treinamento e até o eventual desligamento do professor. É a política de consequências. Como diz Bárbara Bruns, economista do Banco Mundial, “quando estudantes ruins em matemática se tornam professores, a falta de preparo é transmitida às gerações

seguintes de alunos como uma doença”. Filtrar o acesso ao magistério através de exame de competência nacional bem planejado, gastar com treinamentos que funcionem e recompensar os bons professores são passos fundamentais. As regiões da Ásia com melhor resultado na educação, como Coreia do Sul, Xangai e Singapura, segundo a economista, recompensam os professores eficientes com promoções, aumentos salariais e oportunidades de desenvolvimento profissional. Mas é fundamental que haja um bom sistema de avaliação do desempenho, a partir da definição clara do padrão de educação que deve ser alcançado e como base da política de consequências. Vários países, também na América Latina, vêm avançando nessa direção. O sistema Docentemás, do Chile, é referência e mostra que bons professores têm alunos que aprendem mais. O percentual daqueles considerados competentes e excelentes subiu de 60%, em 2005, para 77%, em 2012, e os insatisfatórios recuaram de 3% para apenas 1%. Nos Estados Unidos, o sistema Impact, implantado em 2009, é outro bom exemplo. No Brasil, o Plano Nacional de Educação passa ao largo dessas práticas, em grande parte por pressão de grupos de interesse nas escolas e sindicatos. O máximo que temos conseguido avançar é premiar o desempenho de escolas e não de professores.

Educação melhor significa mão de obra mais qualificada Estudo do Banco Mundial mostra que, enquanto nos países da OCDE os professores conseguem transmitir conteúdo durante 85% da aula, no Brasil, esse número cai para 64%. Pior é o tempo em que os alunos realmente prestam atenção: 80% na OCDE e 23% no Brasil. Precisamos criar um

Movimento Brasil Eficiente 42 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016


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currículo nacional – a partir dos mais de 2.000 atuais – e reformular os cursos de pedagogia e licenciatura, que possuem teoria demais e didática de menos, a partir dos modelos da Finlândia e do Chile, por exemplo. Certamente não queremos continuar com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas públicas estacionado na nota 3,4 (de zero a dez) para o ensino médio, como vem ocorrendo desde 2009. O que significa que o aluno típico não consegue resolver uma equação de primeiro grau elementar. Devemos também rever o conceito da universidade pública gratuita, que atende a uma maioria de alunos em condições de pagar os seus estudos. A oferta de bolsas nestas escolas para alunos carentes, a serem ressarcidas no futuro com parte dos salários, é prática corrente em países mais avançados na área da educação. No Brasil, o benefício poderia avançar além do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que financia cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Um passo acanhado, considerado o panorama educacional no país, mas importante para que a população possa enfrentar os desafios do desenvolvimento.

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PIB: sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. 2 Stanford: Leland Stanford Junior University, mais conhecida por Stanford University, é considerada uma das cinco universidades americanas de maior prestígio do mundo. Fundada em 1891 pelo exgovernador e senador da Califórnia Leland Stanford e por sua esposa, Jane Lathrop Stanford, recebeu esse nome em homenagem ao filho do casal, que havia morrido anos antes. Conhecida como a universidade dos empreendedores e localizada na região de Palo Alto, ao lado do Vale do Silício, Califórnia.

Carlos Rodolfo Schneider, empresário em Joinville, SC e coordenador do Movimento Brasil Eficiente – MBE. crs@brasileficiente.org.br

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QUALIDADE DA GESTÃO

SUA EMPRESA

É PRODUTIVA? A produtividade é definida pela relação entre os valores de saída e os valores de entrada. Para incrementar esse resultado, é possível reduzir custos e/ou melhorar a eficiência dos processos produtivos. Por Célio Luiz Valcanaia | Fotos Divulgação

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sta é uma boa pergunta para iniciarmos o artigo. Antes, todavia, precisamos entender o que é produtividade. Produtividade, no sentido empresarial, é aquilo que a organização consegue produzir em termos de resultados com os ativos que tem. Isto significa não somente a maximização da produção, mas também a produção dos produtos/serviços que tragam a maior margem de contribuição para a empresa. Produtividade está relacionada com o resultado (lucro) e não obrigatoriamente com o faturamento. A produtividade como um todo não depende somente dos empresários, mas sim da situação geral do país. O fato de termos deficiências estruturais, índices de educação muito baixos, impostos elevados, burocracia em níveis quase insuportáveis, entre outros atrapalham a produtividade em geral. O que diferencia empresas produtivas de empresas não produtivas é a forma como estas tratam as variáveis internas que impactam a produtividade e que estão sob controle da organização. Infelizmente nosso país tem perdido posições em termos de competitividade global. Segundo dados recentes do Fórum Econômico Mundial, só no último ano perdemos 1 18 posições neste ranking passando do 57º lugar para 75º lugar, a pior posição na série histórica. Apesar deste contexto de adversidades, muitas de nossas empresas não

Posições do Brasil na classificação do Relatório Global de Competitividade 2006-2015 (Fonte: Fundação Dom Cabral) 44 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

só se mantem, mas também se desenvolvem e crescem. Grande parte disto é expressa pela alta qualidade dos empresários e executivos. Quando comparamos a produtividade média de um trabalhador brasileiro com um americano percebe-se uma relação de um para cinco. Precisamos de cinco brasileiros para gerar a mesma riqueza que um americano gera. Este número provem da divisão da geração de riquezas pelo número de trabalhadores, que nos EUA gira em torno de US$ 100.000,00/ano/trabalhador e aqui no Brasil está em US$ 20.000,00/ano/trabalhador. Isto é o resultado da soma de muitos fatores, incluindo os externos e internos já comentados anteriormente, mas também impactado pelos modelos de negócios praticados lá e aqui. Somos uma economia de menor valor agregado quando comparado 2 aos EUA. Vendemos commodities tais como café, soja, minérios, entre outros. Estes produtos são beneficiados por outros países que agregam muito mais valor que nós. Por exemplo, exportamos uma saca de café por R$ 600,00. Esta é a riqueza que produzimos. Com esta saca de café se fazem milhares de doses de café solúvel que são vendidas nas cafeterias por US$ 5,00 cada, gerando, portanto, uma riqueza muito maior que a brasileira. As medidas que o Brasil deveria adotar na busca da produtividade são conhecidas e envolvem: redução de impostos, redução de burocracia, melhoria da infraestrutura e, principalmente, maciços investimentos em educação de qualidade. Infelizmente isto parece utópico no momento atual de nossa nação. Nas organizações é preciso fazer da produtividade uma busca diária. Processos precisam ser questionados e colaboradores precisam ser motivados a inovar. Enfim, novas formas de fazer as coisas precisam ser pensadas. A medida da produtividade nas organizações não é uma questão muito complexa. Basta fazer um fluxo de como os


QUALIDADE DA GESTÃO

produtos/serviços são produzidos através dos ativos existentes. Isso permite determinar os gargalos e consequentemente o máximo teórico possível considerando estes ativos todos produzindo 100% de sua capacidade. A divisão de quanto se está produzindo por este máximo teórico vai dar o percentual de produtividade. Por exemplo, se determinada empresa tem capacidade de produzir 1.000 cadeiras e está produzindo apenas 680 unidades, sua produtividade é de 68%. Com base neste indicador, é possível determinar ações para aumentar a produtividade. Apesar da simplicidade da fórmula da produtividade a maioria das empresas tem dificuldade em chegar a este número. Isto decorre do dinamismo das organizações e do mercado que faz com que ativos sejam adquiridos e incorporados ao processo produtivo não por planejamento, mas sim dando vazão a uma série de acontecimentos, demandas, oportunidades, crises, problemas, etc. que estas sofrem com o passar dos tempos. Esta movimentação de ativos acaba gerando um desbalanceamento entre o que a empresa produz e sua capacidade de produzir e obter resultados. Aumentar a produtividade é uma ação sem qualquer contraindicação. A produtividade é que traz a competitividade. Quanto mais produtiva uma empresa for, maior será sua capacidade não só de se manter no mercado, mas principalmente de crescer e aumentar sua participação e seus resultados. A produtividade impacta no poder de compras das pessoas. Quando a produtividade cresce mais que os salários, os produtos ficam mais baratos e as pessoas podem comprar mais. Quando os salários crescem mais que a produtividade esta diferença vai para os preços dos produtos e as pessoas não conseguem manter seus níveis de compra. O Brasil tem convivido com esta realidade nos últimos anos, o que nos galgou a um dos países mais caros do mundo na atualidade. Nada contra aumentos de salários, mas estes deveriam sempre vir respaldados por melhoria da produtividade.

Quando falamos em elevação da produtividade é comum confundir com redução de custos. Na verdade não é a mesma coisa. A redução de custos deve ser adotada como estratégia de toda a empresa, sempre. Cada área deve e pode reduzir seus custos e simplificar processos. Reduzir custos deve ser uma busca constante. Já a melhoria da produtividade, se for adotada como estratégia para toda a empresa, pode até gerar aumento de custos, mas necessariamente deverá resultar em melhores ganhos para a corporação. Para que uma empresa possa aumentar sua produtividade é necessário entender onde estão seus gargalos e suas limitações e então agir primordialmente nestes pontos. 1 Ranking: do inglês, significa classificação, lista ordenada segundo determinados critérios ou parâmetros, hierarquia. 2 Commodity: do inglês, significa mercadoria. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. O que torna os produtos de base muito importantes na economia é o fato de que, embora sejam mercadorias primárias, possuem cotação e negociabilidade globais. Portanto, as oscilações nas cotações destes produtos de base têm impacto significativo nos fluxos financeiros mundiais, podendo causar perdas a agentes econômicos e até mesmo a países [Wikipédia].

Célio Luiz Valcanaia - Proprietário da Valcanaia Consultores, empesa especializada em diagnosticar e implementar ações que visem o aumento da produtividade das organizações. www.valcanaia.com celio@valcanaia.com REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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MEMÓRIAS

JACINTO ZIMBARDI: DAS MÃOS DO FUNDADOR, COM AMOR, PARA A GESTÃO DAS FILHAS Atualizar-se e reinventar sempre, são focos da Casa das Gravuras, nome fantasia da empresa, que atua por 68 anos no mercado nacional. Por Gisélle Franciane de Araújo (gisellefranaraujo@gmail.com)

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as mãos de um artista que esculpia suas obras no aço surgiu a ideia de fundar a empresa Jacinto Zimbardi & Cia Ltda., nome do seu criador. Infelizmente não existe receita de bolo para administrar bem e garantir o sucesso, mas nestes 68 anos de história, com certeza, houve muito planejamento, e, acima de tudo, força de vontade e garra para arregaçar as mangas e trabalhar, trabalhar muito. Jacinto adquiriu seu primeiro pantógrafo em agosto de 1948, aos 20 anos de idade, dando início a uma longa jornada de sucesso no segmento de gravações industriais e, posteriormente, usinagem de moldes de pequeno, médio e grande porte, sendo pioneiro na confecção de muitos deles. A empresa sempre teve o casal Jacinto Zimbardi e Dercy F. Zimbardi como únicos proprietários. A dedicação de sua esposa foi fundamental para que a empresa traçasse uma jornada contínua e sólida. Além do apoio de sua fiel escudeira, Jacinto realizava os serviços com a ajuda de não mais que dois funcionários, que com ele permaneceram em toda a trajetória de crescimento da empresa, parceria que criou laços de amizade.

la-se em seu primeiro imóvel próprio, no mesmo bairro, tornando-se a maior e uma das mais renomadas empresas em seu segmento. Com a preocupação constante de sempre oferecer aos seus compradores uma tecnologia de ponta, a partir de 1980 a Jacinto Zimbardi começa a adquirir suas primeiras máquinas copiadoras CNC, vindas da Europa. Em 1982, mudou parte de suas instalações para o novo prédio, também próprio, com três mil metros quadrados de área construída, no Parque Industrial de Cumbica, em Guarulhos, SP, onde atende atualmente.

Sede da empresa na cidade de Guarulhos/SP

Jacinto Zimbardi (terceiro da esquerda para a direita) com equipe de funcionários

O início das atividades da Casa das Gravuras, nome fantasia da empresa, foi em um parque industrial modesto, no bairro do Brás, em São Paulo, SP. Cresceu rapidamente, daí a necessidade de ampliar suas instalações. Assim, em 1969, insta46 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

Com o falecimento de Jacinto Zimbardi, em 1995, a empresa passa a ser administrada pela nova geração da família. Em 2014, as irmãs Sílvia Zimbardi e Ângela Maria F. Zimbardi Campos se unem e continuam o caminho nos mesmos princípios do pai, o fundador: fazer a empresa prosperar. Isto envolve, com certeza, pensar e buscar novas tecnologias em recursos produtivos, Uma delas, foi a aquisição de uma Fresadora Copiadora CNC Fidia High Speed. Outro diferencial da Casa das Gravuras é a dedicação em formar seus próprios funcionários, fato que a tornou referência neste ramo de atividades e por entender que, se o colaborador tiver uma visão global de todos os processos da instituição, poderá participar nas tomadas de decisões de forma mais efetiva. Ao longo de sua história, a Jacinto Zimbardi atende pequenos, médios e grandes clientes, nacionais e também mul-


MEMÓRIAS

Fundador com alguns profissionais. Muitos se aposentaram na empresa e um ainda continua na ativa

tinacionais. Entre os produtos, no início, confeccionavam-se carimbos industriais, punções, roletes e, com o tempo, foi agregado o segmento de moldes. “Uso uma comparação para explicar o que fazemos: eu faço a fôrma que vai para as empresas fazerem seus produtos. Atualmente, nos especializamos em confecção de moldes para rodas de liga leve e moldes para sabonetes”, explica Sílvia, que atua na área comercial e fabril da empresa. Ela lembra que, desde os seus sete anos de idade, sempre acompanhou os passos do pai e os rumos que a organização tomava. “Nas minhas férias eu ia trabalhar com meu pai. Não era raro eu chegar cheia de graxa em casa e com óleo nos cabelos. Eu brinco que tenho óleo nas veias em vez de sangue. Papai sempre tratou a mim e minhas irmãs como homens, por isso, a gente se vira em tudo”, comenta. Para ela, não é fácil trabalhar em uma empresa familiar: “há, naturalmente, um envolvimento e isso exige muito de todos. É natural, na ´macarronada´ de domingo, abordarmos assuntos da empresa”, completa a executiva. E não era diferente enquanto o pai estava à frente do negócio. Sílvia disse que tudo era decidido na mesa de jantar. “Papai explicava sobre os horizontes da empresa e quais eram os caminhos que ele achava que devia tomar, pois todos nós teríamos que

colaborar”. Com carinho, ela fala da mãe, Dercy, que é muito companheira: “Até hoje, se a mamãe não concorda com alguma coisa, não se faz”, enfatiza. Mesmo com todas as dificuldades em administrar uma empresa nos moldes familiares, hoje, o ambiente da Casa das Gravuras está se profissionalizando e, na visão das gestoras, isto é essencial para a sobrevivência do negócio. “É necessário, para qualquer modelo, ter uma visão ampla e, principalmente, do futuro. Você leva anos para construí-la, mas dias para destruí-la. Há necessidade de acompanhar as mudanças do mercado, atualizar-se e se reinventar”, salienta. A Jacinto Zimbardi está ligada à tecnologia de ponta e cara, que necessita de investimento contínuo e mão de obra especializada. “Sem dúvida, os investimentos que fizemos permitiram que chegássemos ao nível de qualidade dos ferramentais comparados aos dos EUA e da Europa e a alta do dólar possibilitou que muitos ferramentais que eram confeccionados no exterior voltassem a ser feitos no Brasil. Isto, para as ferramentarias de grande porte é bem positivo”, reforça. Sílvia lembra que quando começaram a importar as primeiras máquinas da Europa, elas demoravam, em média, um ano para serem fabricadas e quando chegavam já havia tecnologia mais nova. “Na nossa área, tempo é dinheiro”, justifica. Este ano, a empresa, com nova estratégia, começa a se reequipar ampliando o seu leque de atuação e retoma a confecção de moldes de médio porte. Baseados no lema de que para tudo estar bem, todos devem estar bem e comungar de um mesmo ideal é que enfrentaram muitos períodos difíceis e estão prontas para os que vierem.

Feira dos setores de Mecânica e de Plástico

Na época em que a empresa começou, as peças eram esculpidas a mão

CASA DAS GRAVURAS LTDA. Rua Paschoal Zimbardi, 85 - Cidade Industrial Satélite de São Paulo - 07224-107 Guarulhos - SP Tel: 11 2412-2555 e-mail jacintozimbardi@jacintozimbardi.com.br www.jacintozimbardi.com.br REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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CORTE & CUSTOS

PLANEJAR PARA NÃO ERRAR! O entendimento do processo e sua adoção correta permitem um elevado ganho de produtividade e de resultados Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia) Fazer um bom planejamento influencia muito no sucesso de qualquer ação. Vamos fazer uma comparação: se você quiser ter um ótimo período de férias, gastar seu tempo antes planejando cada etapa diminui em muito as chances de dar algo errado e ainda aumenta, como consequência, o seu bem estar e tranquilidade durante esse período. Como assim? Pensar qual o local onde deseja tirar suas férias - praia, campo, dentro ou fora do país, etc.; qual o tipo de hospedagem - pousada, hotel, camping, albergue ou casa de amigo; quanto pretende gastar; qual a melhor rota/caminho; quais serão os meios de transporte; os melhores lugares para refeição; o que levar na bagagem - desde roupas até remédios, etc. Isso também vale para o seu ambiente de trabalho quando você vai usinar um molde ou matriz, você também deveria analisar e planejar todo o processo antes de sair usinando. Assim a garantia de sucesso é certa!

Escolha do ferramental Por que escolher o ferramental é tão importante? A escolha correta da ferramenta está diretamente ligada, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico, ao seu desempenho e, por consequência, aos resultados que serão obtidos, como no exemplo abaixo citado: Em uma operação de faceamento livre, ou seja, em que basicamente não há obstáculos para o corpo da fresa como paredes ou cantos a 90°, grampos do dispositivo de fixação que possam obstruir ou limitar a passagem da fresa, entre outros, a escolha de uma fresa com ângulo de posição a 45° é em geral 40% mais produtiva que uma fresa a 90° com mesmo diâmetro e mesmo número de cortes efetivos (figura 1). Além disso, a fresa a 45° consumirá menos potência da máquina, o que preserva o equipamento e o ferramental.

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O que isso significa no dia a dia de uma ferramentaria? O processo de planejamento de produção deve abranger a análise do tipo de peça; o tipo de material; as características do perfil da peça; qual operação, método, processo e estratégia são os mais adequados; que quantidade de material é preciso remover; em qual máquina deve ser usinado; que ferramentas devem ser escolhidas e como aplicálas – que dados de corte utilizar, quais métodos aplicar; qual a melhor fixação, etc. Claro que imprevistos acontecem, mas o objetivo aqui é tentar diminuí-los ao máximo. Assim você terá maiores chances de ser bem sucedido, o que na prática significa fazer mais peças em menos tempo; usar todo o potencial de sua máquina-ferramenta; evitar gargalos; ter mais tempo para produzir mais e por aí vai. Esse é o primeiro de uma série de artigos com dicas sobre usinagem de moldes e matrizes para que você seja mais produtivo e competitivo no mercado em que você atua. Falaremos de diversos assuntos a cada edição. O primeiro é sobre a escolha das ferramentas de corte.

Figura 1 - Usinagem com fresa a 90º e a 45º

Características No que consiste a escolha do ferramental? Para a escolha correta do ferramental deve-se analisar primeiramente quais são as características básicas da peça a ser usinada REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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CORTE & CUSTOS

como: dimensões, geometria da peça (formato), material a ser usinado, dureza, estado em que o material se encontra, ou seja, já pré-usinado ou não, etc. Dois pontos básicos para se pensar:

Sobremetal e qualidade superficial A peça, depois de pronta, precisa ter um determinado grau de acabamento e tolerâncias específicas. Quanto de material deve-se remover e que ferramenta usar? Para graus de acabamento muito finos, geralmente precisamos fazer uso de pastilhas Wiper, também chamadas de alisadoras (figura 3). Para tolerâncias muito estreitas precisamos lançar mão do uso de pastilhas com arestas retificadas, pois isso garante maior precisão. Como segundo passo, após termos as respostas para as questões anteriores, também precisamos conhecer a máquina em que se pretende usinar a peça e termos, também, informações de sua capacidade e limitações, assuntos esses que abordaremos na próxima edição.

Operações Para operações de desbaste, normalmente mais severas e/ou instáveis, deve-se preferir classes de pastilhas com coberturas CVD, que são mais indicadas para quando houver longos tempos de contato entre a ferramenta e a peça, ou seja, muita geração de calor. O uso de fresas de diâmetro médio a grande (acima de 80 mm) também pode demandar o uso de pastilhas com classes CVD. Já para operações de acabamento, que em geral têm pouco sobremetal a ser removido, ou em operações onde a área de contato entre a ferramenta e a peça é pequena e, portanto, há pouca geração de calor na ação de corte, normalmente, é requerido o uso de pastilhas com classes PVD, que possuem as arestas de corte mais afiadas que as classes CVD. O uso de fresas de diâmetros pequenos, em muitos casos, também demanda o uso de classes PVD (figura 2).

Desafios Quais as principais dificuldades desse setor e no que diz respeito à escolha do ferramental? Falando de modo mais amplo, o principal desafio é a obtenção do produto acabado, no caso o molde ou matriz, no menor prazo, com a melhor qualidade e no menor custo possível. Esses são os pilares fundamentais de qualquer processo produtivo, ou seja, aquilo que todos buscam para serem competitivos e lucrativos. Começar pela análise e escolha mais adequada do ferramental já é um bom passo para se atingir resultados de sucesso.

Nossas dicas

Figura 3 - Pastilha Wiper 50 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

Crédito: Renato Pizzutto

Figura 2 - Pastilha classe CVD e classe PVD

Francisco Cavichiolli Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil francisco.cavichiolli@sandvik.com (11) 5696-5652

Maio-Junho 2016 - no 1

Analise o processo detalhadamente desde o início, tendo em mente as perguntas acima e suas respostas. “Perca mais tempo” no planejamento e escolha das ferramentas e processo produtivo. Com essas etapas iniciais bem feitas o resultado será um processo mais eficaz, sem surpresas de última hora; eficiência em custos, sem atrasos e com mais qualidade. Pontos esses que, sem dúvida, serão primordiais para a conquista e/ou fidelização do cliente final.


GENTE

& GESTÃO

COMO LIDERAR, AVANÇAR E CRESCER ... COM CRISE, SEM CRISE OU APESAR DELA! Por Paulo Cesar Silveira | Fotos Divulgação

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meu ver as três maiores causas de “morte” das empresas são: a falta de liderança, o excesso de confiança nas tradições e coisas que deram certo no passado e a incapacidade de se adaptar às mudanças. As empresas precisam constantemente se adaptar e se reinventar. Sempre existe uma grande ameaça, assim como uma enorme oportunidade à nossa frente. Ignorar as duas costuma ser fatal. Não surpreende que a mudança seja um desafio para os líderes, pois tenho consciência que alterar o rumo de uma organização é complexo (principalmente para quem não tem liderança). E o problema é agravado pelo fato de que as pessoas das quais você depende para executar a mudança – seus colaboradores – podem não entender por que precisam fazer as coisas de forma diferente. Como resultado, quando você mais precisa delas, elas tendem a se voltar contra você. E mesmo que as convença a segui-lo, é necessário descobrir como mudar de maneira eficaz e em tempo real. Em outras palavras, você precisa se preparar para o futuro sem estragar o presente. Não admira que mudar seja tão complicado e que tantos gerentes não estejam dispostos a assumir a tarefa, e que muitas empresas permitem que estes gerentes fiquem “aposentados” nos seus postos de trabalho! O resultado? Empresas consagradas e até centenárias acabam sendo absorvidas por outras, ou simplesmente deixam de existir, pois quando se dão conta, já é tarde demais para tentar iniciar a mudança.

Se tradições e estratégias fossem para sempre... Seríamos escravos de Roma! Nem todos os líderes são capacitados ou do bem; - Por isso devemos substituí-los através de estratégias, trabalho

inteligente e através da coesão da equipe, para que a cada ciclo de mudança sejamos sempre melhores, mais felizes, equilibrados e mais produtivos. Assim seremos exemplo para que a próxima geração que assuma nossos postos de trabalho hoje seja melhor e mais justa que a nossa. Deste momento em diante descreverei o que é exigido para Liderar, Avançar e Crescer... Com crise, sem crise ou apesar dela, pois no mercado competitivo de hoje, as empresas fazem de tudo para encontrar e manter funcionários mais competentes, e na maioria das vezes recorrem apenas a incentivos como gratificação, promoções vazias de significado e treinamentos condicionais para controle. Mas enquanto elas não reconhecerem que os maiores responsáveis por atrair pessoas com força de vontade e também talentosas são os grandes gerentes, seus esforços continuarão errando o alvo. Os melhores gerentes do mundo são revolucionários. Eles discordam do que diz o senso comum sobre gestão de pessoas. Não acreditam que basta dar um treinamento a um funcionário para que ele consiga alcançar a excelência. Não ajudam subordinados a superarem pontos fracos, e sim os incentivam a serem mestres no que fazem de melhor para que encontrem suas próprias aspirações, sua alegria de viver, e seu equilíbrio para serem felizes em sociedade. Inclusive desprezam o princípio de que devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, e descreverei a seguir por quê. Chamo esse conjunto de boas práticas e atitudes de criação de princípios do abecedário. Pois os vivo, aplico e os compartilho com todas as pessoas, empresas e grupos pessoais e virtuais que trabalho. E simbolicamente com as letras geramos cultura. Com esses princípios construiremos pessoas e países cada vez melhores. a. Considere o trabalho uma fonte inesgotável de prazer. Não há mais possibilidade de viver vidas paralelas. Trabalhar para sobreviver e aposentar, para então viver e ter REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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GENTE

& GESTÃO

lazer! Tenha a atitude de encontrar no trabalho a essência de crescer infinitamente, servindo a vida em todas as suas formas. Felicidade e trabalho são fontes de criação e vida, e quando você entender que são indissociáveis, sua vida terá um significado profundo de valor, crescimento, riqueza, prosperidade, amor e paz interior. B. Tenha esperança e seja perseverante... Ambas as atitudes são necessárias! O dicionário eletrônico Houaiss diz que a palavra esperança vem de «esperar + -ança». Do latim sperantia que em um sentido passivo diz: Esperança significa «sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé (tb. us. no pl.)» e, em sentido figurado, «aquilo ou aquele de que se espera algo, em que se deposita a expectativa; promessa». É observação sem nada fazer! E algumas pessoas vivem só de esperança. Prefiro então ser perseverante – também do latim perseverantîa, a perseverança é a ação e o efeito de perseverar através de convicção, ação, consistência e fé no trabalho inteligente e nas pessoas que o executam. Este verbo diz respeito ao ato de se manter constante e firme ao longo de um projeto já iniciado, perante uma determinada atitude ou uma opinião, por mais adversas que possam ser as circunstâncias ou se os objetivos possam parecer difíceis de concretizar. Perseverar é também fazer algo por mais tempo até dar certo, onde a maioria desistiu. Afirmo ainda que esses sentimentos tão valorosos são os que nos mantêm, o combustível da vida como mola evolutiva de crescimento e adaptação. Pois a superação e adaptação são regras universais à própria vida! Sendo ainda a primeira regra dos negócios: Adapte-se, evolua ou se definhará e morrerá física, mental e empresarialmente.

Viva diariamente com agradecimento, paz, intensidade e plenitude. c. Acredite, respeite e fortaleça a Mulher em todos os âmbitos da sociedade! A Mulher nos torna homens porque são elas que têm o dom da vida, e desde a criação do mundo a Mulher, pelo sopro de Deus, nos traz à vida. Quando nos criam, elas nos trazem valores e princípios para a vida. Quando no papel de mães, irmãs, tias, amigas, avós ou comadres nos fazem crescer. E enquanto esposas nos trazem motivos para sermos melhores Homens e quem sabe ótimos pais criando nobreza e bens comuns à sociedade. Por milhares de anos as Mulheres foram sacaneadas, destratadas, excluídas, assassinadas e controladas por “escrituras e leis” sem escrúpulos. Faço aqui um chamado de consciência para que a fusão das 52 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

Mulheres aconteça de forma mais eficaz também no meio empresarial, pois tenho certeza que todos nós cresceremos muito em personalidade, família, ética e desenvolvimento sustentável. d. Tenha consciência das adversidades e seja intrépido! Tudo que é novo e traz mudança incomoda o medíocre e o acomodado, assim como ilumina a força de vontade e as melhores emoções de quem cria seu próprio futuro pessoal e de carreira. Quando propomos algo novo naturalmente para alguns a desconfiança é despertada, pois toda novidade traz perplexidade e conflitos muito antes da indagação, do trabalhar juntos ou até da admiração. Note que a maioria das pessoas que não gostam de mudanças, ou estão confortavelmente tendo vantagens sem nada fazer ou são de alguma forma parasitas do meio pessoal ou empresarial, vivem à custa do conhecimento, do trabalho e da força de vontade coletiva. Seja intrépido e continuará vivendo em paz e na certeza de crescer gradativamente. e. Seja competitivo. A competição é necessária para a nossa superação, nos traz vida e boas causas para defender! Ser competitivo estimula a automotivação nos seres vivos onde diariamente vivemos, crescemos e evoluímos para sermos melhores, mais criativos, mais vivos e mais otimistas. Quando vejo um empresário ou alguém em uma empresa que diz que “está bom assim” tenho certeza que ou o negócio ou autoestima estão “mortos”. A competição nos leva a ação e nos mantém “jovens”, independente da época que estivermos vivendo ou das respostas limite de nossos corpos! f. Compartilhe seu melhor com o mundo, seja em trabalho voluntário, seja com doação de bens, seja por camaradagem! Pois as pessoas sempre devem esperar aprender conosco e do nosso melhor, assim como devemos esperar o melhor dos outros e aprender com suas virtudes. g. Busque a essência da verdade em seu íntimo e nos seus exemplos! Somos seres em evolução, e cada um dentro de seus valores e crenças aprendeu a sua “verdade”. Então mostre a sua fé e a sua causa existencialista na construção de obras de valor, compartilhando palavras, atos e atitudes de valor. Pois tanto a verdade quanto o valor se mostrará em silêncio, no seu compartilhamento pessoal e profissional e principalmente na sua paz de espírito. h. Tenha pleno conhecimento e entendimento de sua vida terrena, limitações de tempo para criar algo de valor. Viva diariamente com agradecimento, paz, intensidade e plenitude. Pois a maioria das pessoas apenas existe! Construa


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algo de valor, sabendo que sua experiência e vida valeram tanto a pena que outros funcionários, sócios ou empresários darão continuidade ao seu legado. E assim, de alguma forma, sua “vida se estenderá” além de seu sobrenome ou raiz primária. O tempo é o mesmo para todos nós, assim como o sopro da vida. O que desenvolvemos e como o utilizamos nos trazem bênçãos ou fracassos. E, dito isso, ainda depende do seu ponto de vista, pois como narra Friedrich Nietzsche, “Não existem fatos, apenas interpretações”. i. Evite dentro da ética e das regras de seu convívio social e profissional as normas burocráticas. Pois tanto a vida quanto a sociedade são organismos vivos em evolução. Regras e normas frequentemente são necessárias para pessoas de ética e atos questionáveis. Pessoas que fazem o certo e o justo não precisam ser observadas ou podadas porque elas são exemplo de confiança, capacidade, criatividade, lealdade, atitude, congruência, gratidão, discernimento, perseverança e respeito pelo meio ao qual está inserida. j. Transforme grupos em equipes, e depois forme pessoas melhores e mais capacitadas que você para que o mundo continue progredindo. Trabalhe, exerça e desenvolva visão de crescimento presente e futuro. Todo o nosso potencial sem compartilhamento atrofia e morre! Quando você é o melhor naquilo que faz tem obrigação moral de compartilhar e formar outras pessoas para substituí-lo! Pessoas desenvolvem processos e tecnologia, e por isso buscam líderes para se guiarem e empresas de ponta para crescerem. Por que as pessoas deveriam ser lideradas por você? Você recebe pelo que entrega em termos de trabalho? Seu trabalho traz significado à sua família e sociedade? k. Toda atitude e realização deverão estar acompanhadas de um sorriso, pois o bom humor mantém o seu estado mental, físico e espiritual equilibrado. l. Adote uma cultura que ultrapasse as fronteiras do conhecimento e dos portões de sua empresa. Tudo que se constrói terá consequências globais mais cedo ou mais tarde. Então é necessário que estejamos preparados para aprendermos como pessoas, executivos e empresários, que fazemos parte de uma cultura maior, e certamente os elos com o mundo e sua empresa formarão laços muito consistentes, ecológicos e de desenvolvimento mútuo. Enfim, todos os seres vivos estão integrados dentro da necessidade de um processo de desenvolvimento social e econômico sustentável e sustentado por trabalho inteligente e constante, preservando assim através de nós e no presente o mundo para as próximas gerações. 54 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

m. Tenha obsessão em fazer as coisas bem feitas com dedicação e qualidade. n. Pratique disciplina, coragem, ousadia, paciência, persistência e obstinação para vencer obstáculos e crescer diariamente. Compartilhar o seu melhor sempre exigirá resiliência, experiência e superação de dores mudas. Pois tudo que cito acima é fruto de pessoas de força de vontade blindada e muita fibra moral para se chegar a objetivos e manter-se uma pessoa vencedora. o. Traga sentido humano, consciência e construção com, e pelo seu trabalho. Pois ele é o reflexo de seu valor pessoal, moral e profissional. Saiba que moralmente o trabalho deve melhorar a qualidade de vida de outro Ser Humano, e só assim sua vida terá significado e o fará um ser melhor. Portanto, todo trabalho é um autorretrato da pessoa que o realizou. Autografe o seu com excelência. p. Ninguém quer ouvir seus problemas ou ter piedade de você. Resolva suas próprias questões com serenidade e será sempre respeitado. q. Trate as pessoas de forma cortês, serena, equilibrada e jamais de forma igual, mas sim com a mesma justiça. Pois tratar todos de forma igual chega a ser uma desigualdade. r. Não acredite na pobreza e escassez de recursos, acredite na riqueza absoluta pelo trabalho construtivo, investimentos compartilhados e nas leis de doação (caridade e generosidade). s. A família herda os bens, raramente os ideais (válido para a geração atuante, a antiga e a que virá). Focar-se para os seus ideais, siga sua vida e seja exemplo aos familiares e aos demais.

Todo o nosso potencial sem compartilhamento atrofia e morre! t. Tenha prazer em pagar tudo que o Universo lhe propicia com alegria, gratidão e sorriso no rosto. Pois tudo que nos é essencial para crescer já está em nossa vida. E quando não reconhecemos as graças recebidas, isso terá como consequência a falta de fé nas pessoas e na vida, e logo a depressão tomará conta em forma de uma morte lenta e muito dolorosa. u. Na medida do possível fique longe de infelizes, igno-


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rantes e azarados. Lembrando que cabe a você ser exemplo para todos eles! E essa regra vale também e principalmente para quem é do seu sangue... Pois é normalmente na família que nossos sonhos florescem sadiamente ou são assassinados por anos ou décadas. v. Nenhum negócio ou relação humana será sadio ou se manterá se com eles conseguirmos inimigos. w. Tenha a atitude de criar pela conduta e trabalho inteligente uma imagem impecável e próspera eternamente. Queira ser, fazer, ter e tornar-se alguém melhor com equilíbrio, abundância e propósito construtivo sempre.

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Como Líder você deve gerar... Confiança em pessoas amedrontadas; ação onde havia hesitação; força onde havia fraqueza; método onde havia confusão; coragem onde havia covardia; otimismo onde havia ceticismo; congruência onde havia hipocrisia; convicção de que o futuro será melhor na construção do hoje! Pois liderar é fazer as pessoas a sua volta evoluírem. Tenha um fabuloso dia hoje e sempre... pois o MERCADO é do TAMANHO de sua IMAGINAÇÃO. Se você tiver algum comentário, sugestão ou dúvida entre em contato pelo e-mail falecom@paulosilveira.com.br e no campo “Assunto” coloque Revista Ferramental.

x. Não há regras, leis ou tradições que tenham aplicação universal, nem estas a seguir, pois cada pessoa busca crescer dentro de seu tempo e neste intervalo se encontrarão com vícios ou virtudes, e farão as melhores escolhas para elas, e dentro de suas interpretações. Como líder eleve a qualidade de vida de suas equipes, de sua empresa, de seu país através de seu trabalho. E saiba que crises existem para nos mostrar caminhos de força e sabedoria, e cada pessoa deve assumir as suas, em uma busca mais elevada e nobre de vida. Enxergue a sua empresa além dos limites do fluxo de caixa, respeitando, elevando e transcendendo crises e limites hoje e sempre. y. Adore crises, pois nelas se encontram a evolução e o significado da vida. Desejo que você Crie Relações Intensas que Superem Expectativas. Tenho certeza que de agora em diante você viverá de forma plena. – Pois já existe muita gente padronizada e quando nós perdemos o direito de sermos diferentes, perdemos também o privilégio de sermos livres. z. Vencer os outros não chega a ser uma grande vitória. Vitorioso é aquele que consegue vencer a si próprio, combatendo seus vícios e controlando suas paixões. A vitória sobre nós mesmos é muito mais difícil, pois ela acontece em plena solidão, nas dores mudas, sem os aplausos dos demais. Ela requer mais coragem, mais disciplina, mais ousadia, maior neutralidade em relações as críticas dos dissidentes e da nossa própria autocrítica. Mas se você não consegue da primeira vez, faça de novo. O simples fato de tentar de novo já contará como uma primeira vitória... Considere sempre a verdade e nunca aceite os limites, principalmente os da idade, pois o homem nunca se torna velho desde que seus lamentos não tomem o lugar de seus sonhos, da busca incessante dos seus objetivos e das suas ações criadoras. (Texto extraído do livro ATITUDE – A Virtude dos Vencedores, dos autores Michelle Borchardt e Paulo Silveira).

Paulo Cesar Silveira - Conferencista com mais de 2.000 palestras em sua carreira em 19 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 900 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 22 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude – A Virtude dos Vencedores. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas, negociação e comunicação com base em liderança. www.paulosilveira.com.br REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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SEMPRE LIGADO FIQUE POR DENTRO DAS NOVIDADES TECNOLÓGICAS DO MUNDO DA FERRAMENTARIA

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razer ao setor as mais recentes tecnologias e soluções para uma fundição moderna, eficiente, com baixo custo operacional e dentro das normas de meio ambiente é o principal objetivo da Kuttner do Brasil. Fornecedor tradicional da indústria siderúrgica e de fundição, a empresa é afiliada ao Grupo Küttner, fundado em Essen, na Alemanha, em 1949, e com atividades na Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul. Destaque do grupo são as linhas completas de moldagem em areia cura a frio, assim como sistemas de preparação e regeneração de areia cura a frio com capacidades de processamento de 10 até 100 t/h de areia. Estes sistemas estão sendo fornecidos pela Kuttner ao mercado brasileiro em cooperação com a AAGM Wöhr, tradicional empresa alemã do ramo. Além dos equipamentos citados, a empresa dispõe de: centrais de preparação e recuperação de areia verde, sistemas de preparação de carga e carregamento de fornos, sistemas de desmoldagem e resfriamento de peças fundidas, sistemas de despoeiramento e limpeza de gases, instalações completas de fundição por centrifugação e engenharia e gerenciamento de implantação de fundições completas.

Kuttner do Brasil 31 3399 7200 kuttner.com.br 56 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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DEB´MAQ oferece a furadeira radial Diplomat FRN-80 x 2500, de alta robustez, versatilidade na execução de furos em uma única fixação e facilidade operacional. As partes principais são feitas de ferro fundido especial, com tratamento térmico realizado em equipamento de primeira classe, assegurando durabilidade ao produto. A qualidade superior das furadeiras é assegurada através de rigorosas inspeções e excelentes máquinas na linha de produção. O travamento do braço na coluna e do cabeçote no braço é realizado por sistema hidráulico. As 16 velocidades e a gama de avanços garantem um corte econômico e eficiente. Os controles mecânicos e elétricos estão dispostos no cabeçote, tornando a operação fácil e rápida. As principais características técnicas do equipamento são: capacidade máxima de furação de 80 mm; distância máxima/mínima entre o eixo árvore e a coluna de 2.500/500 mm; distância máxima e mínima entre o nariz do eixo árvore e a superfície da mesa de 2.000 e 550 mm; diâmetro da coluna igual a 550 mm; diâmetro do spindle de 104 mm; curso do eixo árvore de 450 mm; curso do braço na coluna vertical igual a 1.000 mm; curso do cabeçote ao longo do braço igual a 2.000 mm; padrão do nariz do árvore CM6; rotação de 16 a 1.250 rpm; potência do motor de 10 HP. A mesa tem tamanho de 800 x 1.000 mm e o peso líquido aproximado é de 11.000 kg. A área necessária para instalação é de 3,73 x 1,4 x 4,03 metros. Na composição padrão acompanha mesa fixa, sistema de refrigeração, parafusos niveladores e jogo de chaves de serviço. Como opcionais oferece ainda bucha de redução, sacador de brocas, mesa gira-

tória e inversor de frequência (disponível para FRN-60x1600).

Deb´maq 35 3433-8310 debmaq.com.br

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Transpalete Manual da Paletrans TM2220 RSN 680, comercializado pela Alphaquip, é o equipamento básico para a movimentação horizontal de produtos e tem capacidade de carga de 2.200 kg. Sua operação pode ser tanto em paletes abertos quanto em paletes dupla face. Apresenta opção de rodas em nylon. Ainda na configuração das rodas, os modelos têm de carga simples, com uma roda em cada extremidade do garfo. As dimensões do modelo TM2220 RSN 680 são 680 mm de largura útil do garfo e pode ter o comprimento útil do garfo com 1.000 ou 1.150 mm, de acordo com a sua necessidade. Além destas características técnicas, o transpalete manual tem algumas especiais: equipamento totalmente nacional; maior rede de assistência técnica do Brasil; peças de reposição com custo baixo e ampla disponibilidade. O equipamento é construído em aço carbono. A operação é realizada em


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posição em pé, andando. Tem garantia de 6 meses. Os dados técnicos principais são: elevação máxima de 200 mm, largura externa do garfo de 680 mm; largura externa da patola igual a 680 mm e corredor operacional de 1.790 mm. Equipamento financiável pelo FINAME com código 1915138.

Alphaquip 11 4163-3322 alphaquip.com.br

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Makino apresenta o Centro de Usinagem Horizontal N2-5XA de 5 eixos, comercializado pela Bener, representante oficial no Brasil. O equipamento é projetado para a usinagem de peças relativamente pequenas. A nova plataforma N2 é uma solução compacta de alta produtividade e exige menos que 2,4 m² de espaço de chão de fábrica (incluindo tanque de fluído refrigerante e transportador de cavacos). A produtividade na configuração de cinco eixos é ainda mais elevada, com o acesso dos componentes por cinco lados. Os movimentos do 4º e 5º eixos possuem acionamento direto (Built in) e estão ancorados em uma carcaça rígida trunion, proporcionando acessibilidade ideal em todas as faces da peça de

trabalho, além de melhorar a qualidade e o rendimento das operações. O spindle HSK-40A de 20.000 rpm acelera a rotação máxima em apenas 0,8 segundo. Este eixo trabalha em conjunto com o eixo Z com aceleração de 1,4G, para produzir com rapidez e precisão as peças com geometrias complexas comuns em componentes de implantes médicos, aeroespacial, automobilístico e autopeças em geral. A estrutura de apenas 2,4 m² de área útil torna a máquina a solução de alta produtividade "tamanho certo" para os desafios de produção em peças de pequeno porte. O N2-5XA pode trabalhar peças cilíndricas de até 300 mm com altura de até 270 mm e peso limitado em 30 kg. Quatro bicos direcionam o líquido refrigerante diretamente para a zona de corte, garantindo uma refrigeração eficiente e melhor qualidade das peças. As principais características técnicas do equipamento incluem: palete de ø200 mm; eixos X e Y de 300

mm; eixo Z de 230 mm; eixo A com 150° (-120° ~ +30°) com Direct Drive; eixo B com 360° com Direct Drive; spindle de 20.000 rpm; velocidade de avanço rápido de 42 m/min em X e Y, 56 m/min em Z e 54.000 graus/min em B; avanço de trabalho de 1-32.000 mm/min (X, Y, Z) e 1-36.000 graus/min (B); dimensão máxima da peça igual a 300 mm de diâmetro x 270 mm (com limitações); carga máxima de 30 kg; capacidade ATC 14 ferramentas (21 opcional); tempo de troca ferramenta a ferramenta igual a 2,5 segundos; tempo de chip a chip igual a 4,3 segundos; comprimento máximo da ferramenta até 150 mm; diâmetro máximo da ferramenta de 50 mm; peso máximo da ferramenta igual a 2 kg. Bener 19 3826 7373 bener.com.br

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abricada pela Newton, a prensa dobradeira hidráulica sincronizada PSH 25030 tem sistema composto por servo-válvulas e réguas lineares de alta precisão controlado por CNC para permitir dobras descentradas, assim como manter o paralelismo entre prensador e mesa. Sua operação é para até 250 toneladas por 3.050 mm. O prensador descendente é acionado por cilindros hidráulicos fixados na estrutura e guiado por prismas revestidos com material auto lubrificante e rolamentos. Tem três modos de operação: ciclo manual, semiautomático e automático. A unidade hidráulica é compacta, simples e de fácil manutenção. Os intermediários são ajustáveis para fixação da ferramenta superior (punção) e o pedal de comando móvel tem cabo flexível. Há pos-

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ENFOQUE

sibilidade de configuração de vários eixos independentes controlados pelo CNC e o desenvolvimento de punções e matrizes (opcional) é executado por engenharia própria e dedicada exclusivamente às necessidades de cada cliente. A empresa oferece assistência técnica especializada para todo o Brasil e exterior e os opcionais e acessórios podem ser obtidos sob consulta. Todas as máquinas da Newton são fabricadas de acordo com as atuais normas de segurança (NR-12). As principais características técnicas da PSH 25030 são: força máxima de 350 t; comprimento máximo da dobra de 3.050 mm; vão livre entre as laterais igual a 2.550 mm; abertura do limitador traseiro de 1.000 mm; 2 (dois) topes traseiro; cavas laterais com 525 mm de profundidade; abertura máxima sem intermediários de 530 mm; abertura máxima com intermediários de 435 mm; altura do intermediário igual a 95 mm; prensador com curso de 250 mm; velocidade de aproximação igual a 100 mm/s; velocidade de trabalho de 8 mm/s; retorno com velocidade de 90 mm/s; 40 CV de potência no motor principal; dimensões totais de 3.200 x 4.000 x 2.050 mm de altura, comprimento e largura respectivamente e; peso aproximado do conjunto de 17.700 kg.

Newton 19 2114 7300 newton.com.br

ware oferece a solução CPS, que permite a gestão precisa de tarefas como fabricação, custos, horas, e materiais. Estes fatores influenciam diretamente na definição dos orçamentos e podem sobrecarregar os colaboradores mais experientes, exigindo ao máximo conhecimento e percepção sobre cada projeto. O CPS traz uma série de ferramentas que colaboram no dia a dia, como orçamento formatado de acordo com a necessidade de cada projeto, onde é possível visualizar históricos semelhantes, apontamentos precisos da produção e rastreabilidade, com controle de informações e detalhamento sobre os custos de produção obtidos pelo apontamento eletrônico. Desta forma é possível basear-se em dados precisos do sistema para tomadas de decisões com clientes, fornecedores e colaboradores. O sistema considera os principais fatores críticos de uma ferramentaria, entre eles comparativo custo previsto x realizado, importação do projeto direto do software CAD, e controle, apontamento e planejamento da produção, de forma a atender a maior dificuldade desta indústria - entregar no prazo e gastar igual ou menos do custo previsto. A versão CPS Express exige baixo investimento e oferece implantação com metodologia rápida, contemplando as funcionalidades essenciais do CPS, ideal para o micro empresário, além de atender demandas legais como nota fiscal eletrônica e SPED. Os módulos incluem orçamento, produção, administração do PCP, apontamento da produção, compras, estoque, inspeção, financeiro, faturamento e acompanhamento (pivot). GRV Software 11 4062 9702 grvsoftware.com.br

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Mitutoyo MMC STRATO-Apex 776, máquina CNC de medir por coordenadas, foi projetada para trabaara atender um dos grandes desa- lhar com tecnologia multisensor sem fios das ferramentarias, que é traba- necessidade de modificações ou retrofit. lhar com projetos personalizados e dife- Sensores de medição por varredura rentes em diversos aspectos, a GRV Soft- (scanning) contínua, laser, rugosidade e

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medição ótica podem ser incorporados facilmente a MMC, que vem equipada com sistema de compensação de temperatura padrão. Esse sistema composto de sensores de temperatura nas escalas da máquina e na peça propor-ciona compensação de temperatura em tempo real em temperaturas entre 16 e 26°C. Ela oferece erro máximo a partir de 0,7 µm. É um equipamento de altíssima exatidão aliada a alta velocidade e aceleração. As escalas de ultra exatidão fabricadas pela Mitutoyo com resolução a partir de 0,02 µm unidas a estrutura robusta proporcionam elevado desempenho. A STRATOApex 776 tem as seguintes características técnicas: ca-pacidade nos eixos X, Y e Z de 700, 700 e 600 mm respectivamente; velocidade máxima de deslocamento combinada de 519 mm/s; velocidade máxima de medição variando de 1 a 3 mm/s; aceleração máxima combinada igual a 2.598 mm/s2; resolução de 0,00002 mm; temperatura de operação entre 19 e 21°C; mesa de trabalho em granito; área de trabalho de 880 x 1.420 mm; insertos roscados do tipo M8x1,25; até 770 mm de altura máxima da peça; suporta até 500 kg sobre a mesa; peso total incluindo suporte igual a 1.895 kg; pressão de ar comprimido de 0,4 MPa com consumo de 60litros/min em condições normais (alimentação de 120 l/min); exatidão ISO 10360 - E0, MPE 0,9+L/400 µm; PFTU,MPE 0,9 µm; MPETHP 1,8 µm (45s)

Mitutoyo 11 5643 0000 mitutoyo.com.br


CIRCUITO BUSINESS

FEIRAS, CONGRESSOS E CURSOS FEIRAS E CONGRESSOS MAIO 2016 3 a 6 - Lima, Peru Expoplast Peru 2016 - 7ª Feira Internacional da Indústria do Plástico expoplastperu.com 3 a 7 - São Paulo, SP, Brasil FEIMEC 2016 - Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos (11) 3598-7876 | feimec.com.br 11 a 13 - Suzhou, China AsiaBlech 2016 - Feira de Conformação Metálica asiablech.com/en/ 11 a 14 - Bolonha, Itália Lamiera 2016 - Feira Internacional do Setor de Conformação Metálica lamiera.net 11 a 14 - Bangcoc, Tailândia Sheet Metal Asia 2016 - Feira Internacional de Tecnologias de Fabricação e Máquinas para Conformação Metálica sheetmetalexhibition.com/ 16 a 19 - Orlando, FL, EUA Rapid 2016 - Conferência sobre Manufatura Aditiva rapid3devent.com 17 a 20 - Beijing, China Metal + Metallurgy 2016 - Feira Internacional da Fundição e Metalurgia mm-china.com 17 a 21 - São Paulo, SP, Brasil ! Mecânica 2016 - 31ª Feira Internacional da Mecânica ! Santos Off-shore Industrial - 8ª Feira Internacional do Petróleo e Gás (11) 3060-4717 mecanica.com.br | santosoffshore.com.br 21 a 25 - Nagoia, Japão World Foundry Congress 2016 - 72º Congresso Mundial sobre Fundição wfc2016.jp 25 a 27 - Istambul, Turquia ICMPE 2016 - 5ª Conferência Internacional sobre Engenharia e Processos de Manufatura icmep.org JUNHO 2016 2 a 5 - Dongguan, China MetalForm China 2016 - Feira sobre Forjamento, Estampagem e Fabricação china-metalform.com 5 a 8 - Cleveland, OH, EUA SPE Rotational Molding TopCon 2016 Conferência sobre Moldagem Rotacional rotational-molding.4spe.org/ 7 a 8 - Augsburg, Alemanha

WFB Augsburg 2016 - Feira de Negócios para Moldes e Matrizes wfb-messe.de 7 a 9 - São Paulo, SP, Brasil ! Expo Alumínio 2016 - Exposição Internacional do Alumínio ! 7º Congresso Internacional do Alumínio (11) 3060-4717 | expoaluminio.com.br 7 a 9 - Birmingham, Reino Unido Advanced Manufacturing - Feira sobre Manufatura Avançada advancedmanufacturingshow.co.uk 7 a 10 - Poznan, Polônia FOCAST 2016 - Fórum da Fundição focast.pl/en/ 8 a 10 - Naioribi, Quênia ! Kenya Plast - 4ª Feira Internacional do Plástico ! Compack Kenya - 4ª Feira Geral de Embalagens complastexpo.in | compackexpo.com 13 a 16 - Buenos Aires, Argentina Argenplás 2016 - XVI Exposição Internacional de Plásticos argenplas.com.ar 14 a 15 - Telford, Reino Unido Plastic Design and Moulding PDM 2016 Feira e Conferência de Setores de Projeto e Ferramentais para a Indústria do Plástico pdmevent.com 14 a 16 - Ho Chi Minh, Vietnam Vietnam Plastics Fair 2016 - Feira Internacional de Tecnologias, Equipamentos, Produtos e Matéria Prima para a Indústria do Plástico machinery-vietnam.com/ 14 a 17 - São Paulo, SP, Brasil FISPAL 2016 - 32ª Feira Internacional de Processos, Embalagens e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas (11) 3598-7800 | ispaltecnologia.com.br/pt 15 a 16 - Novi, MI, EUA Amerimold 2016 - Feira de Fabricantes de Moldes amerimoldexpo.com 15 a 17 - Moscou, Rússia ! RosMould 2016 Die & Mold Asia - Feira Internacional Especializada em Moldes, Matrizes e Estampos ! RosPlast 2016 - Feira Internacional do Plástico e Equipamentos rosmould.com 16 a 18 - Nairóbi, Quênia PPP Expo Africa 2016 - Plastic, Printing & Packaging - Feira do Plástico, Impressão e Embalagem expogr.com 21 a 23 - Pforzheim, Alemanha Stanztec 2016 - 5ª Feira de Tecnologia de Puncionamento stanztec-messe.com

21 a 24 - Criciúma, SC, Brasil Metal & Mineração 2016 - Feira e Congresso Nacional para a Indústria Metalmecânica e Mineração (47) 3451-3000 | metalmineracao.com.br 22 a 23 - Veneza, Itália High Tech Die Casting 2016 - Conferência de Alta Tecnologia em Fundição sob Pressão aimnet.it/htdc2016.htm 22 a 24 - Tóquio, Japão Manufacturing World Japan 2016 - Feira Mundial da Manufatura reedexpo.co.jp 22 a 25 - Bangcoc, Tailândia Intermold Thailand 2016 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes intermoldthailand.com 23 a 24 - Ribeirão Preto, SP, Brasil 20º Encontro de Usuários Magma 2016 (11) 5535-1381 | magmasoft.com.br 24 a 26 - Chennai, Índia 7ª Compack India - Feira Geral de Embalagens compackexpo.com 26 a 29 - São Paulo, SP, Brasil FRANCAL 2016 - Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (11) 2226-3100 | feirafrancal.com.br/2016/ 28 a 29 - Lion, França Plastics Meetings 2016 - Conferência Internacional de Negócios para a Indústria do Plástico & Fórum Plastipolis plastics-meetings.com/en 28 a 1/7 - Shangai, China DMC 2016 - Feira Internacional da Indústria de Moldes & Matrizes, Processamento de Materiais e Conformação diemouldchina.com 28 a 2/7 - São Paulo, SP, Brasil EXPOLUX 2016 - 15ª Feira Internacional da Indústria de Iluminação (11) 3060-4717 | expolux.com.br JULHO 2016 4 a 7 - Troyes, França Numiform 2016 - 12ª Conferência Internacional sobre Métodos Numéricos para Processos de Conformação Industrial numiform2016.utt.fr 8 a 10 - Yangon, Miamar ! Plastics Myanmar - 2ª Feira Internacional do Plástico da Índia ! Compack Myanmar - 2ª Feira Geral de Embalagens Complastexpo.in | compackexpo.com 12 a 14 - Dar-es-Salaam, Tanzânia 19ª PPP Expo 2016 Plastic, Printing & Packaging - Feira do Plástico, Impressão e REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

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CIRCUITO BUSINESS

Embalagem expogr.com 12 a 14 - Shangai, China China Die Casting 2016 - 11ª Feira e Congresso Internacional sobre Moldes para Fundição diecastexpo.cn 28 a 31 - Kuala Lumpur, Malásia M´SIA-PLAS 2016 - 27ª Feira Internacional de Ferramentais para Plástico malaysiaplas.com.my AGOSTO 2016 5 a 7 - Colombo, Sri Lanka ! Sri Lanka Plast - 3ª Feira Internacional do Plástico ! Compack Sri Lanka - Feira Geral de Embalagens complastexpo.in | compackexpo.com 16 a 18 - São Paulo, SP, Brasil ! FENASAN 2016 - 27ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente ! 27º Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (11) 3056-6000 | fenasan.com.br 16 a 19 - Joinville, SC, Brasil ! Interplast 2016 - Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico ! Euromold Brasil - Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos (47) 3451-3000 | messebrasil.com.br 31 a 3/9 - Taipei, Taiwan Taimold 2016 - Feira Internacional da Indústria de Moldes e Matrizes odm-dmi.com SETEMBRO 2016 12 a 17 - Chicago, IL, EUA NPE - Feira Internacional de Tecnologia da Manufatura imts.com 13 a 16 - Joinville, SC, Brasil ! Metalurgia 2016 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio & Serviços ! PowerGrid Brasil - Feira e Congresso de Energia - Tecnologia, Infraestrutura e Eficiência Energética (47) 3451-3000 | messebrasil.com.br 20 a 22 - Guangzhou, China Asiamold 2016 - Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos asiamold-china.com 20 a 23 - Düsseldorf, Alemanha Glasstec 2016 - Feira Internacional de Produtos, Produção e Processamento para Vidro glasstec-online.com OUTUBRO 2016 5 a 6 - Porto Alegre, RS, Brasil 2º Congresso Brasileiro do Plástico (54) 3228-1251 | congressodoplastico.com.br 60 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

5 a 7 - Porto Alegre, RS, Brasil 36º SENAFOR 2016 ! 20ª Conferência Internacional de Forjamento ! 19ª Conferência Nacional de Conformação de Chapas ! 6ª Conferência Internacional de Conformação de Chapas ! 3º Congresso do BrDDRG ! 6ª Conferência Internacional de Materiais e Processos de Energias Renováveis ! 12ª Encontro Nacional de Metalurgia do Pó ! 6ª Conferência Internacional de Metalurgia do Pó (51) 3308-6134 | senafor.com 5 a 7 - Osaka, Japão Manufacturing World Osaka 2016 - Feira da Mundial da Manufatura reedexpo.co.jp 19 a 26 - Düsseldorf, Alemanha K2016 - Feira Internacional para Plásticos e Borrachas k-online.de NOVEMBRO 2016 8 a 10 - São Paulo, SP, Brasil Feiplar Composites & Feipur 2016 - Feira e Congresso Internacional de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia (11) 2899-6356 Feiplar.com.br | feipur.com.br 26 a 29 - Rajkot, Índia Plast Mould India 2016 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes plastshowindia.com/plast-mould-2 30 a 1/12 - Montreal, Canadá ExpoPlast 2016 - Feira Internacional para a Indústria do Plástico expoplast.plasticstoday.com

CURSOS

21 - Seminário: Liderança Lean e Shop Floor Management (Itupeva, SP) (19) 3262-0011 www.staufen-taktica.com.br JULHO 2016 CBCM, Porto Alegre, RS 21 a 22 - Curso: Tecnologia e Desenvolvimento do Processo de Forjamento (46ª edição) (51) 3308-6134 www.cbcm-metalforming.com Staufen, Campinas, SP 26 a 27 - Curso: Fundamentos do Lean Administration (Campinas, SP) (19) 3262-0011 www.staufen-taktica.com.br AGOSTO 2016 Staufen, Campinas, SP 23 - Seminário: Lean para ambiente make-toorder (São Bernardo do Campo, SP) 24 - Seminário: Liderança Lean e Shop Floor Management (Ribeirão Preto, SP) (19) 3262-0011 www.staufen-taktica.com.br SETEMBRO 2016 Staufen, Campinas, SP 20 a 23 - Curso: Lean Manufacturing (Campinas, SP) (19) 3262-0011 www.staufen-taktica.com.br OUTUBRO 2016 Staufen, Campinas, SP 19 - Seminário: Liderança Lean e Shop Floor Management (Mogi das Cruzes, SP) 25 a 28 - Curso: Lean Administration (Campinas, SP) (19) 3262-0011 www.staufen-taktica.com.br

CONSULTAR

MAIO 2016 Escola LF, São Paulo, SP 7 - Analista técnico em sistemas de câmara quente (11) 3277-0553 | www.escolalf.com.br

ABIPLAST - São Paulo, SP Curso: Formação de operadores de produção e planejamento estratégico para micro e pequena empresa (11) 3060-9688 | www.abiplast.org.br

Fitso, São Paulo, SP 7 a 4/6 - Cimatron E - Projeto de moldes 3D (São Paulo, SP) 4 a 18/6 - Cimatron E - Projeto de estampos progressivos/transfer 3D (São Paulo, SP) (11) 4718-1611 | www.fitso.com.br

CERTI - Florianópolis, SC Curso: Metrologia (48) 3239-2120 | www.certi.org.br/metrologia

Staufen, Campinas, SP 10 a 11 - Curso: Produção puxada e logística interna (Curitiba, PR) 18 - Seminário: Lean Administration (Campinas, SP) 19 - Curso: Princípios básicos do Lean Management (Ribeirão Preto, SP) (19) 3262-0011 | www.staufen-taktica.com.br JUNHO 2016 Staufen, Campinas, SP 7 - Seminário: Toyota Kata (Campinas, SP)

CTA - São José dos Campos, SP Curso: Auditores da qualidade, gestão da qualidade, normalização, ultra-som, raio-X (12) 3947-5255 | www.ifi.cta.br Escola LF - São Paulo, SP Curso: Operação de máquinas de sopro e injetoras, análise de materiais e processamento, projeto de moldes (11) 3277-0553 | www.escolalf.com.br

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sadas à Editora Gravo pelas entidades e empresas organizadoras. A Editora Gravo não se responsabiliza por alterações de data e local dos eventos.


ESPAÇO LITERÁRIO

DICAS DE LEITURA MECÂNICA GERAL: Com introdução mecânica analítica e exercícios suplementares Luís Novaes Ferreira França, Amadeu Zenjiro Matsumura O célebre matemático J. L. Lagrange publicou, em 1788, a obra Mécanique Analytique, na qual expôs a Mecânica Clássica como um ramo da Análise Matemática. As equações de Lagrange tratadas neste livro foram apresentadas, pela primeira vez, naquela ocasião. Os problemas de Mecânica Clássica e, em particular, três séculos de pesquisa em Mecânica Celeste estimularam o desenvolvimento de grande parte da matemática que conhecemos atualmente. Não é uma coincidência o fato de ilustres nomes da Mecânica - Newton, Lagrange, Euler, Hamilton terem sido todos grandes matemáticos. Por outro lado, a Mecânica Analítica permite resolver problemas ligados à técnica, partindo apenas das expressões das Energias Cinética e Potencial. Isto está evidenciado no livro com a exposição de problemas simples. Tem 316 páginas. 3ª edição. 2011. ISBN 978-85-21205-78-4. | www.blucher.com.br COMPETITIVE STRATEGIES FOR SMALL AND MEDIUM ENTERPRISES Klaus North, Gregorio Varvakis Pequenas e médias empresas (PMEs) são as mais importantes fontes de criação de emprego e desenvolvimento local em economias cada vez mais baseadas no conhecimento. Como as turbulências estão crescendo na economia globalizada, estas empresas terão que aprender a manter a competitividade neste novo tipo de ambiente através do desenvolvimento de suas capacidades dinâmicas. Baseado nas conclusões de um projeto de pesquisa de 4 anos na Europa e América Latina, este livro fornece estrutura teórica, instrumentos práticos e estudos de casos de como as PMEs podem desenvolver a superação da crise, aumentar a agilidade, inovar e competir com sucesso em tempos turbulentos para diferentes contextos econômicos, sociais e culturais. Antes dos anos de crise, por volta de 2008/2009, as PMEs europeias competiam em condições econômicas bastante estáveis e relacionamentos de longo prazo. Entretanto, atualmente elas são confrontadas com um mercado estagnado e uma economia de “montanha-russa”. Em ambiente de economia turbulenta e social na América Latina, incluindo diferentes características étnicas, inflação, constante e rápida mudança na legislação, desigualdade social, as pequenas e médias empresas tem sobrevivido pela adoção de estratégias flexíveis de exploração de recursos em curto prazo, resultando em baixa produtividade e baixo nível de internacionalização. “Qual o melhor modelo de gestão para pequenas e médias empresas competirem em ambientes turbulentos?” é o foco principal desta pesquisa. Disponível também na versão digital. Com 282 páginas. 2016. ISBN 978-33-19273-01-3. | www.springer.com MANUFATURA POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA: Projetar, fabricar, utilizar Lírio Schaeffer O livro é direcionado aos estudantes das disciplinas de Conformação Mecânica, técnicos e engenheiros da indústria, servindo de base para fundamentar os conhecimentos práticos do dia a dia do chão de fábrica. Grande parte dos conhecimentos apresentados foi desenvolvida no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É uma continuidade dos livros: "Conformação Mecânica" e "Conformação Mecânica: Cálculos Aplicados em Processos de Fabricação". Tem como objetivo traçar uma relação entre os conhecimentos teóricos e a aplicação prática dos processos de fabricação por conformação mecânica. Tem 218 páginas. 1ª edição. 2016. ISBN 978-85-76974-35-2. | www.imprensalivre.net GESTÃO DE CONTRATOS: Melhores práticas voltadas aos contratos empresariais Walter Freitas Este livro traz aos profissionais envolvidos na gestão de contratos, informações para melhorar os controles e resultados dos contratos com os quais eles têm alguma atividade ou relação. Inicialmente, o texto explica a motivação para desenvolver o assunto, indicando inclusive pesquisas realizadas com a comunidade de profissionais envolvidos em gestão de contratos. Em seguida são apresentadas informações técnicas sobre gestão nas empresas e gestão de contratos, identificando processos de negócios relacionados. 1ª edição. Tem 78 páginas. 2009. ISBN 978-85-22453-62-7. | www.editoraatlas.com.br

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OPINIÃO

LIDERAR É PARA POUCOS. . . NÃO SE ILUDA! Por Pedro Luiz Pereira| Foto Divulgação

A

té os anos 80 se confundia gestão com liderança. A coisa era complicada e ainda é em muitos aspectos. A maioria das pessoas não tem clareza do que é liderar e como isto acontece. A partir do momento em que as empresas passaram a ter maiores desafios cresceu a discussão e a análise. Os ambientes competitivos exigiram posicionamentos e esclarecimentos em relação aos perfis. É muito fácil comandar pessoas em um estilo autocrático, em que as pessoas simplesmente obedeciam. Mas os cenários e os modelos mentais mudaram e aqueles que lideram, tiveram que correr atrás para se atualizarem e compreenderem o verdadeiro papel. Hoje, para alcançar os difíceis resultados é preciso recorrer à equipe. Mais cérebros precisam estar voltados à busca de soluções. Infelizmente alguns líderes com medo de sombra, contratam profissionais menos talentosos e habilidosos do que ele próprio. Por exemplo, parece brincadeira, mas pesquisa recente (Revista Superinteressante - fevereiro 2016) mostrou que grande parte dos líderes não contrata pessoas vistas como muito competentes, pois elas são consideradas como ameaças. No fundo a maioria não quer uma sombra por perto Há mais de 500 anos Maquiavel disse que "O primeiro método para avaliar a inteligência de um governante é observar os homens que ele tem a sua volta”. Os governantes realmente fortes têm pessoas fortes ao seu lado. Em seu livro Paixão por Vencer, Jack Welch faz um apelo para que os líderes parem de fazer campanha como se estivessem a procura de votos. Segundo ele, quando você desempenha o papel de líder, você já foi eleito e tem que cumprir o seu papel... Precisa ser um líder forte em todos os sentidos, pois as pessoas não seguem os fracos. Como líder, conheça as pessoas que você lidera. Aproxime-se delas. Observe suas necessidades e competências e ajude a desenvolvê-las. Pratique a “escuta” empática. Ouça as pessoas com a razão e o coração, afinal como você vai liderar um grupo, se não conhece os seus integrantes? Controle o seu lado sobra de liderança. Evite agir com arrogância. Ela pode ser observada num olhar... num suspiro... num sorrisinho maroto no canto da boca. Numa esticada de pescoço. Escute aqueles que estão abalados. Aqueles que não concordam com as normas estabelecidas. Procure saber os motivos. Traga-os para os objetivos organizacionais. É sua responsabilidade cuidar das pessoas que você lidera. Diminua o número de conspiradores, pois a empresa já tem desa62 REVISTA FERRAMENTAL MAIO.JUNHO 2016

fios suficientes para enfrentar os verdadeiros concorrentes, aqueles que estão querendo operar em seu mercado. Roubar o seu cliente. Na maioria das vezes líderes têm a convicção errônea que devem competir com as pessoas próximas a ele, em vez de trabalhar em conjunto. Ambição é importante, mas quando exagerada ela é um veneno. Vaidade é um dos pecados que mais assombra as pessoas com perfil de liderança. Alguns líderes estão mais preocupados com o prestígio que possam ter com seus dirigentes, do que com o resultado que devem atingir. Outros veem seus parceiros, aqueles que ocupam cargos semelhantes na organização como inimigos, em vez de se ajudarem mutuamente. Quando se coloca o desejo individual acima dos objetivos e metas da empresa, todos saem perdendo. Esta é uma das situações mais presentes nas corporações por este mundo afora. Um líder do século XXI e especialmente aquele que vive em situações de crise, precisa ser fortalecedor. Talvez sozinho ele não consiga todas as respostas necessárias. Por este motivo precisa de um pouco de humildade para discutir e buscar ajuda. Ele precisa inovar. Usar ao máximo sua inteligência para gerar mais inteligência organizacional. Liderar por definição é estar à frente, rompendo barreiras, conquistando novos mundos, saindo do “status quo”. É preciso parar de olhar para o próprio umbigo.

Pedro Luiz Pereira Diretor de Comunicação da ABRH/SC - Associação Brasileira de Recursos Humanos pedro@eurho.com.br




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