Edição69

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Doença de parkinson

O Muito além do tremor *Por Emerson Magno de Andrade

mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, que afeta, no mundo, uma em cada 100 pessoas acima dos 60 anos. No Brasil, estimase que aproximadamente 250 mil pessoas sofram com essa doença, muitas vezes ainda não diagnosticada. A origem da doença de Parkinson ainda não é completamente compreendida. Sabe-se que no Parkinson existe uma deficiência na produção da dopamina, um neurotransmissor que auxilia na realização de movimentos do corpo. As causas conhecidas incluem alterações genéticas, traumatismo craniano, medicamentos e exposição a toxinas. Entretanto, na maioria dos casos, não é possível identificar um fator desencadeante da doença. O tremor típico em repouso, que lembra o ato de“contar moedas”, é o sintoma mais conhecido da doença de Parkinson. Porém, além do tremor, outros sintomas frequentemente estão presentes:       

Lentificação dos movimentos Rigidez nos membros Dificuldades na marcha e alteração na postura Ausência de expressão facial Diminuição acentuada no tamanho da caligrafia Perda do olfato Alterações cognitivas e depressão

Os medicamentos disponíveis para tratamento do Parkinson permitem controlar os sintomas, mas não retardam a progressão da doença, que é lenta na maioria dos casos. Os pacientes com sintomas não controlados pela medicação, ou que apresentam efeitos colaterais intoleráveis, podem se beneficiar da estimulação cerebral profunda. A estimulação cerebral é realizada através do implante de um aparelho de neuroestimulação (DBS), semelhante a um marca-passo cardíaco, que libera de forma precisa impulsos elétricos em regiões específicas do cérebro. A neuroestimulação produz uma melhora importante dos sintomas que antes eram tratados com uso de medicações, mas que deixaram de responder adequadamente devido a progressão da doença. Até o presente momento não existe cura para doença de Parkinson, e seus portadores podem conviver durante anos com os sintomas desse mal. Dessa forma, além do tratamento neurológico, é importante o apoio de uma equipe multidisciplinar composta de fisioterapeuta, fonoaudiólogo, enfermeiro, psicólogo e cuidadores. O tratamento ideal deve contemplar todos os aspectos da doença e oferecer ao paciente o máximo em qualidade de vida.

*Emerson Magno de Andrade Neurocirurgião | CRM-PB 6215 Doutorando em Neurologia - USP Especialização em Neurocirurgia Funcional e Dor - USP Pós-graduação em Neuro-Oncologia – Beneficência Portuguesa/SP Título de Especialista em Neurocirurgia

Informações, dúvidas ou sugestões: (83) 3246.6508 (a redação) Onde Encontrar: nas páginas amarelas no final da revista

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