Expansão 152

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Fotos: Divulgação Josh Hedges/Getty Images/Divulgação

Quando você começou na carreira das artes marciais? Comecei a lutar profissionalmente em 1999, no MMA. Competi também no jiu-jítsu, onde conquistei um campeonato pan-americano. Mas, a minha história nas artes marciais vem desde criança, quando conheci o judô. Depois treinei boxe, jiu-jítsu, luta olímpica, MMA e não parei mais. O que levou você a ser um lutador profissional? Sempre foi um vencedor? Sempre gostei e pratiquei artes marciais e a questão de lutar profissionalmente veio naturalmente. Eu competia no jiu-jítsu em alto nível e surgiu à oportunidade de lutar vale-tudo. Como eu ajudava nos treinos na academia, aceitei e deu certo. Como é subir ao octógono? O que você sente toda a vez que vai combater? É uma emoção grande. Só quem luta sabe a sensação que é subir no octógono, bate aquela adrenalina, a vibração da torcida gritando o seu nome. Você tem medo de lutar? Como fica o instinto do lutador quando sobe no octógono? Não. Medo ninguém pode ter para lutar, senão não luta, já entra derrotado. Tem que se focar, estar confiante, só pensando em colocar em prática tudo que sabe e o que treinou para a luta, desligado de todo o resto e ir para matar ou morrer, não tem outro sentimento. Como conseguiu seu espaço no UFC? A determinação foi o diferencial para a conquista de seus títulos?

O governo poderia fazer muito mais pelo esporte. Os Jogos Olímpicos de 2016 estão logo ali e não estou vendo quase nada.

Após a compra do Pride pelo UFC que eu cheguei até o maior evento de MMA do mundo. Sempre procurei enfrentar os melhores adversários e no momento em que assinei com o UFC eles estavam lá. Sempre dei o meu melhor nas minhas lutas, e isso pode ter sido um diferencial, essa vontade de vencer, de buscar sempre a sensação da vitória. Como deve ser o treinamento de um lutador de MMA? Como alcançar uma carreira de sucesso como a de Minotauro? O que você diria para os futuros lutadores? O treinamento deve ser completo, para você ter o seu lugar ao sol, tem que treinar muito, se dedicar ao máximo, abdicar de muita coisa. Hoje, o MMA evolui a cada dia e se você não treinar todas as áreas acaba ficando para trás. Diria para os futuros lutadores para se dedicarem e darem o melhor de si todos os dias, porque o caminho até o sucesso não é fácil, e são vários os obstáculos a serem superados. Antes de qualquer pessoa, você deve acreditar em si e buscar o seu sucesso.

Medo ninguém pode ter para lutar, senão não luta, já entra derrotado.

Qual a sua principal arte marcial? O que elas proporcionaram na sua vida? Jiu-jítsu. Posso dizer que tudo. Tudo que construí na minha vida foram às artes marciais que me deram, nem digo a questão financeira, digo a questão pessoal, física e psicológica. Foram as artes marciais que me fizeram ser a pessoa que sou hoje, com princípios e convicções. Como você vê o sucesso do MMA? O início foi bem difícil, não é mesmo? Hoje está maravilhoso, somos reconhecidos, temos espaço na mídia e aprovação do grande público, muito diferente de quando comecei. Hoje as empresas estão investindo cada vez mais e melhora para todo mundo envolvido nesse processo. O MMA já o segundo esporte dos brasileiros. Como você vê essa ascensão gigantesca de uns anos para cá? Vejo um crescimento positivo, fico feliz de o esporte ter caído no gosto da galera. São mais pessoas vendo e se espelhando na gente, mais oportunidades de lutas, patrocínio, é bom para a galera que está começando nas artes marciais. Normalmente, os lutadores saem muito machucados dos combates. Como é a recuperação? Quanto tempo demora a estarem aptos? Independentemente de como tenha sido o combate, o corpo precisa de um descanso. Até a luta é uma maratona de treinos, muito desgaste. Geralmente após a luta, esquecemos o treino uma ou duas semanas, dependendo um pouco mais. E depois retornamos gradativamente a eles.

Revista Expansão

Julho/2012

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