Revista Estilo Zaffari - Edição 63

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VIAGEM A BELA, PACÍFICA E MISTERIOSA JORDÂNIA

Ano 11 N0 63 R$ 4,95

EVENTO GASTRONÔMADE, A GULA SUSTENTÁVEL VIDA PARA AS CRIANÇAS, COMIDA COM AFETO!

Comida de

nverno

DELÍCIAS PARA AQUECER CORPO E ALMA


AV. PLÍNIO BRASIL MILANO

RUA FREI HENRIQUE G. TRINDADE RUA ANITA GARIBALDI

RUA FRANCISCO PETUCO

PRAÇA PROF. LEONARDO MACEDÔNIA

NACIONAL


N OTA

D O

E D I TO R

Missão quase impossível A Estilo Zaffari existe para levar aos seus leitores informação, entretenimento, alegria, alguma reflexão, boas ideias, bons exemplos, sugestões interessantes. Para revelar descobertas, contar segredos legais, dar dicas de lugares, pessoas, comidinhas, atividades, passeios, programas culturais... tudo garimpado por gente que tem antenas ligadas no mundo e que adora compartilhar experiências. Existimos para falar de gastronomia, cozinha, viagens, lugares, arte, arquitetura, decoração, comportamento, pessoas, vida. Para proporcionar a quem folheia as nossas páginas um tanto de diversão e bom humor, uma abordagem mais leve e suave do dia a dia. Mas por que dizer tudo isso agora? Explicamos: esta edição da revista foi elaborada bem no momento em que o povo brasileiro começou a questionar – e questionar veementemente – o país, os governantes, as regras estabelecidas, as instituições, o jeito que estamos vivendo, enfim. No auge do movimento “Muda Brasil”, com manifestações nas ruas, mobilização popular, ameaça de greve geral, etc., estamos aqui escrevendo sobre tudo isso que citamos aqui acima. Banalidades? Bobagens? Alienação? Não, nada disso. Como diz a musiquinha aquela “Ado, ado, ado, cada um no seu quadrado”, estamos linkados com o mundo e com o hoje, mas atentos e dedicados à nossa tarefa. Focados na nossa missão, produzimos uma revista linda. Linda e cheia de ideias. Linda e cheia de conteúdo. Linda e cheia de alegria. Uma verdadeira Estilo Zaffari. Na seção Sabor apresentamos receitas de comidas capazes de afugentar o frio, pratos literalmente quentinhos e aconchegantes. Para fazer em casa e curtir momentos deliciosos em torno da mesa. Depois falamos de crianças, comida e amor. Alexandra Aranovich escreveu sobre nutrição infantil e explica por que o mais importante, quando se trata de crianças, é juntar alimentação e carinho. Ah, e a matéria tem ainda fotos belíssimas, encantadoras, assinadas por Letícia Remião. Mais adiante, viajamos para a Jordânia, de mãos dadas com a viajante profissional Cris Berger, para percorrer lugares belos, místicos, misteriosos, exóticos, interessantíssimos. Lá no finalzinho da revista, na seção Mulheres que Amamos, homenageamos duas grandes damas da cultura: Eva Sopher e Maria Coussirat Camargo. Uma nos palcos, outra nas artes plásticas, ambas fizeram e fazem a diferença em um Brasil que ainda não aprendeu a valorizar seus talentos e a investir na construção do conhecimento. Esta edição tem ainda uma matéria imperdível sobre o Gastronômade, evento itinerante que defende uma bela tese: gastronomia combina com sustentabilidade. E viva a produção rural de cada canto do nosso país, viva a comida de terroir! Com tudo isso, acreditamos ter cumprido nossa missão. Não deixe de manifestar sua indignação, de protestar e de pedir mudanças. Mas ao chegar em casa, relaxe. Aproveite as nossas dicas de comidinhas, lugares, atividades. A Estilo Zaffari também tem a sua bandeira. Em favor da alegria. OS EDITORES


Milene Leal milene@contextomkt.com.br

EDITORA E DIRETORA DE REDAÇÃO REDAÇÃO Alexandra Aranovich, Loraine Luz, Milene Leal, Vera Moreira REVISÃO Flávio Dotti Cesa DIREÇÃO E EDIÇÃO DE ARTE Luciane Trindade ILUSTRAÇÕES Guilherme Dable FOTOGRAFIA Letícia Remião, Cris Berger COLUNISTAS Carla Pernambuco, Cherrine Cardoso, Fernando Lokschin, Lenice Zarth Carvalho, Luís Augusto Fischer, Malu Coelho, Roberta Gerhardt, Tetê Pacheco EDITORA RESPONSÁVEL Milene Leal (7036/30/42 RS)

Izabella Boaz izabella@contextomkt.com.br

DIRETORA DE ATENDIMENTO A revista Estilo Zaffari é uma publicação trimestral da Contexto Marketing Editorial Ltda., sob licença da Companhia Zaffari Comércio e Indústria. Distribuição exclusiva nas lojas da rede Zaffari e Bourbon. Estilo Zaffari não publica matéria editorial paga e não é responsável por opiniões ou conceitos emitidos em entrevistas, artigos e colunas

VIAGEM A BELA, PACÍFICA E MISTERIOSA JORDÂNIA

Ano 11 N0 63 R$ 4,95

assinadas. É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem

EVENTO GASTRONÔMADE, A GULA SUSTENTÁVEL

prévia autorização e sem citação da fonte.

TIRAGEM 25.000 exemplares IMPRESSÃO Gráfica Pallotti

ENDEREÇO DA REDAÇÃO Rua Cel. Bordini, 487/40 andar – Porto Alegre/RS – Brasil – 90440 000 (51) 3395.2515 (51) 3395.2404 (51) 3395.1781 estilozaffari@contextomkt.com.br

VIDA PARA AS CRIANÇAS, COMIDA COM AFETO!

Comida de

nverno

DELÍCIAS PARA AQUECER CORPO E ALMA

FOTO: LETÍCIA REMIÃO


Rua 14 de julho, esquina com Alípio César - Praça Japão - Porto Alegre - RS - reservas@lebistrotgoumet.com.br - www.lebistrotgourmet.com.br - Tele-entrega: 3346-9257


Correio RECADINHOS QUERIDOS QUE A ESTILO ZAFFARI 62 RECEBEU PELO FACEBOOK, NA CHEGADA DA EDIÇÃO ÀS LOJAS:

Vou buscar a minha!!! FERNANDA MEDEIROS AZEVEDO Ooooba! MAGALI MORAES Parabéns, só delícias!!! MARCELA POBLETE

Eu também vouuuu, louca pra ver e lerrrr! ANDREA ERNST SCHEIN E O TEXTO DE TETÊ PACHECO, SOBRE O NOVO LUXO, FEZ MUITO SUCESSO: Adorei o texto da Tetê Pacheco na edição de maio sobre Luxo, como faço para acessá-lo aqui? CRISTINA MOURA Oi, Cristina, podes acessar via issuu http://issuu.com/ revistaestilo/docs/estilo_baixa Publicamos todas as edições passadas nesse site, no formato flip-page, para que nossos leitores possam acessar o conteúdo da revista a qualquer momento. Abraço!

Tinha de ler esta revista!... Curtir São Paulo todos os dias está difícil! Trilha sonora de Elis... “Ei ei ei hoje tem arrastão...” EDUARDO TRINDADE MUNHOZ Parabéns, mais uma vez de novo! DÓRIS HESS Comprei ontem e li todinha... Maravilhosa como sempre, Izabella Truda Boaz, Cris Berger e Milene Kraemer Leal. Parabéns! LÀURA SCHIRMER Gurias, vocês arrasaram. Amei essa edição. Passei a tarde de ontem com ela. Parabéns! DAISE AIMI Já deu fome só de ver... Vou passar já no Zaffari e garantir a minha. MARCELO ZINGALLI

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Estilo Zaffari

Estilo Zaffari, uma das revistas que mais admiro, curto e também, por que não, saboreio palavras e inspirações. Chegou há umas três semanas, só ontem consegui iniciar a ler e me deparei com um texto chamado “O nono luxo”(Tetê Pacheco/ página 32). Ela retrata um novo olhar para o que é mesmo luxo, charme, referência, fala dos valores invertidos e bem, mas bem enganosos com que a sociedade está se comprometendo. Texto muito interessante, sugiro a leitura com muita reflexão. Mas tem um pequeno detalhe: abra sua cabeça. Se não, não fará o menor sentido. Em uma frase ela resume tudo: “E um dos principais indicativos para isso é o fato de que o dinheiro não pode mais comprar o que é de fato valioso.” E quanta gente não se dá conta. Texto reflexivo. Aproveite quem quiser. Aproveite quem tem a capacidade de analisar, de realmente querer se melhorar. Bom dia! ALESSANDRA BECKER


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Cesta Básica

10

Criaturas Humanas

42

O Sabor e o Saber

58

Coluna Educação

62

Bom Conselho

76

Coluna Equilíbrio

78

Me Gusta

96

Coluna Comer, Comer

98

Moda

100

Mulheres que Amamos

102

Palavra

106

Comida

afeto com

Em prol da saúde e do bem-estar, a relação das crianças com os alimentos também precisa ser saudável. E carinhosa!

30


Gula sustentável A ideia que dá alma ao Gastronômade, evento gastronômico itinerante que conquistou os amantes da boa mesa

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paz Território da Um gostoso passeio pela bela e misteriosa Jordânia, oásis de paz no coração do Oriente Médio

COMIDA DE INVERNO 64 Delícias para aquecer o corpo e a alma

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Cesta básica

DICAS E SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA A DIA E SE DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, MODA, CINEMA, LUGARES, OBJETOS ESPECIAIS, COMIDINHAS, PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO!

UM CICLO DE CHEFS GARANTE SABOROSAS EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS À BEIRA DO GUAÍBA

FOTOS: DANIEL MESA MANTEROLA

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA

CAMPO, MATO, RIO, LAGOA E DELÍCIAS GASTRONÔMICAS São 200 hectares de matas, campos e praias. São diferentes atividades junto à natureza. São chefs de alto quilate e almoços especialíssimos. O Butiá, uma antiga fazenda leiteira em Itapuã, reinventou-se e agora oferece, a poucos quilômetros do centro de Porto Alegre, uma experiência sensorial única e inesquecível. O sítio recebe visitantes para almoços de sábado e de domingo, mediante reserva prévia. As vagas são limitadas: não mais de 40 pessoas por dia. Os visitantes recebem por e-mail o endereço (que só é divulgado para quem faz uma reserva) e uma senha especial para entrar na propriedade, de onde não há pressa para sair. Para este inverno, o Butiá criou um sistema de rotatividade de chefs, chamado Ciclo Novos Gaúchos. Gente de pouca idade e muito talento, como Felippe Sica, Marcelo Shambeck, Flávia Mello e Vico Crocco, vai se revezar no comando das panelas a cada final de semana. A proposta gastronômica enfatiza o que é da nossa terra e predominantemente orgânico. Com sua privilegiada localização, no trecho da orla onde a Lagoa dos Patos e o Guaíba se encontram, o sítio pode abrigar também eventos sociais e corporativos: treinamentos, cursos, reuniões de trabalho, oficinas, workshops, board meetings, aniversários e casamentos. Concebido como um trampolim para a exploração de Itapuã, o Butiá oferece uma base segura para trekkings no entorno e no Parque Estadual, além de atividades na água, como passeios de barco e stand-up paddle, que completam o menu de experiências na natureza. Sempre para grupos fechados.

WWW.OBUTIA.COM (reservas podem ser feitas pelo site)


JOIA ENCRAVADA NO DESERTO DO ATACAMA Sofisticação despojada, requinte aliado à rusticidade típica do deserto e modernidade na medida certa são algumas das qualificações que podem ser atribuídas ao Kunza Hotel & Spa, situado a cerca de dois quilômetros de San Pedro de Atacama, no Chile. O complexo, que inclui 60 habitações de 57 metros quadrados e climatizadas, um ótimo restaurante, spa completo e sala de convenções, procura atender com esmero aos interesses dos viajantes mais exigentes na busca pelo refúgio ideal para unir aventura e conforto. Espaço e originalidade são a tônica da decoração, baseada em elementos típicos da região atacamenha. As habitações são abertas para a área privativa do hotel, de onde se vislumbram o jardim interno e a vegetação local, e há opção de ducha interna ou ao ar livre, para aqueles dias de extremo calor. Aliás, calor é o que não falta durante o dia no deserto e nas dependências do Kunza, a iniciar pela recepção simpática, o entusiasmo dos guias que acompanham os visitantes nos magníficos passeios e a experiência ímpar de degustar as iguarias servidas no restaurante, em refeições normalmente acompanhadas dos excelentes vinhos chilenos. A culinária é capítulo à parte no Kunza: levada a sério, feita com capricho, tem base na cozinha espanhola e peruana com toques regionais, em que se destacam ingredientes como o milho e o abacate. Após dias intensos de caminhadas e escaladas, de atividades prazerosas em um cenário repleto de vulcões, montanhas, gêiseres, salares e oásis, o hotel oferece, como gran finale, o leito quente e macio, que acolhe para o derradeiro descanso do guerreiro. O Kunza disponibiliza aos seus hóspedes pacotes especiais para lua de mel e recebe também para eventos de grupos, em ambiente de relaxamento e infraestrutura “cinco estrelas”, sendo um dos únicos da região que possuem acesso à internet. Pode-se optar por diárias com pensão completa e ainda por pacotes de passeios previamente agendados, com a comodidade de partirem diretamente do hotel em vans climatizadas, que terminam com surpreendente happy hour: mesa de petiscos e bebidas montada pelos guias em meio à paisagem inigualável do pôr do sol do deserto. Não parece perfeito?

WWW.HOTELKUNZA.CL

A AMBIENTAÇÃO ACONCHEGANTE DO KUNZA É BASEADA EM ELEMENTOS TÍPICOS DA REGIÃO ATACAMENHA. O CONFORTO DAS HABITAÇÕES É O COMPLEMENTO PERFEITO PARA DIAS DE AVENTURAS NO DESERTO


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FOTO: ANDRÉA GRAIZ/DIVULGAÇÃO

Cesta básica

MOINHOS, AGORA UM LIVRO ABERTO Não é difícil concordar com a ideia de que cada bairro de uma cidade tem suas peculiaridades. Na maior parte das vezes, no entanto, as melhores histórias, os melhores endereços e dicas preciosas de serviços e comércio ficam restritos a quem circula diariamente por ali e aos moradores mais antigos. Graças ao trabalho de garimpo da jornalista Cláudia Aragón, um dos mais sofisticados bairros de Porto Alegre acaba de ser desvendado. Histórias pitorescas de lugares interessantes, sabores especiais, peculiaridades gastronômicas e até lendas estão nas páginas do guia Moinhos de Vento Quem Diria, produzido por ela e lançado em maio. Entre os diversos cases pinçadas pela jornalista, está o da loja que vende reproduções dos perfumes utilizados em diversos hotéis do mundo, proporcionando agradáveis lembranças olfativas. Chás especiais, passeios guiados, pizza com flores comestíveis e artesanato também fazem parte do material. O resultado é um livreto que mistura tradição e modernidade, estilo, vanguarda e sofisticação, tudo devidamente identificado com endereço e telefone, para você encontrar sem erro.

FLORIANO SPIESS, COZINHA DE AUTOR Inaugurou em junho o novo restaurante do chef Floriano Spiess em Porto Alegre. Foram mais de três meses de reforma em uma casa ampla, de frente para a Praça Japão, no bairro Bela Vista, que ganhou projeto arquitetônico sofisticado mas sem ostentação, proporcionando aos clientes a visão privilegiada de uma bela cozinha, onde chef e equipe preparam as delícias que fizeram de Floriano um ícone da gastronomia na capital. O novo restaurante leva o nome do chef: Floriano Spiess – Cozinha de Autor. A sócia de Floriano, sua esposa, Giuliana Oliveira, é responsável pela marca Negrita, de brigadeiros gourmet. O Menu Degustação continua sendo a estrela. Mas Floriano mantém a opção de cardápio à la carte, sempre muito apreciado pelos clientes da capital.

PRAÇA JAPÃO,155 I BAIRRO BELA VISTA PORTO ALEGRE I RS I 51 3237.7601 www.florianospiess.blogspot.com.br

GUIA “MOINHOS DE VENTO QUEM DIRIA” www.portoalegrequemdiria.com.br

GOSTINHO CASEIRO

FRANK HOT DOG RUA FERNANDES VIEIRA, 658 PORTO ALEGRE I RS 51 3093.1005

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Estilo Zaffari

Hot dog é clássico. E clássicos têm vez sempre. Porto Alegre ganhou em abril deste ano mais uma opção, o mundialmente famoso Frank Hot Dog. O atendimento é típico de lanchonete de fast food, mas o sabor e as combinações lembram os lanches caseiros. E o ambiente é bastante funcional, tanto nos espaços para saborear o lanche como nas informações sobre o cardápio. Um dos “franks” preferidos é o F3: minibaguete quentinho, queijo mussarela, duas salsichas, molho de tomate, molho cremoso da casa, mostarda amarela, alface crocante e queijo parmesão ralado. Todos os lanches podem ser servidos na versão “basic” ou na “big” (que leva uma quantidade maior de salsicha ou linguicinha) e acompanha uma porção de batata frita. O atendimento é compatível com a necessidade dos fãs de cachorro-quente: se lá pelo meio da madrugada você cruzar com a fome, Frank Hot Dog estará de portas abertas. De quinta a sábado, o lugar funciona toda a noite. E o serviço de tele-entrega está previsto para começar em breve.


NA PATAGÔNIA AINDA EXISTEM TESOUROS A SEREM DESCOBERTOS.

RUA ARMANDO SANHUEZA 965 | PUNTA ARENAS | CHILE | RESERVAS: (+56 61) 229 5000 | RESERVAS@HOTELREYDONFELIPE.COM

SKI


QUANTO MAIS INVERNO, MELHOR As 11 suítes do Hotel Saint Andrews estão prontas para oferecer a melhor experiência a quem busca aconchego, requinte e conforto na época mais famosa do território gaúcho: o inverno. As baixas temperaturas lá fora não ameaçam quem escolhe as dependências e usufrui dos serviços personalizados deste que é o primeiro exclusive house do país, o único membro da seleta cadeia Relais & Chateaux no Brasil voltado ao turismo de montanha. O Hotel Saint Andrews fica em um dos cenários mais exuberantes da Serra gaúcha, em Gramado, a cerca de 120 quilômetros da capital. A vista é privilegiada e mira o Vale do Quilombo. O atendimento impressiona. O bem-receber parece ler pensamentos. Vira arte. A proposta gastronômica também é marcante, garantindo aos hóspedes deliciosos momentos e saborosas lembranças. Por conta do inverno, o hotel preparou um programa especial: roda de chimarrão em um belo jardim, sapecada de pinhão (diretamente na fogueira) e saraus com o músico Pepeu Gomes, que conta algumas curiosidades dos pampas e contribui, com suas canções, para uma tarde de sábado agradável e rica em cultura. O programa inclui também o café da manhã servido no jardim de inverno, além de transfer in e out privativo entre aeroportos e/ou cidades próximas ao hotel.

54 3295.7700 I 0800 644 8088 I www.saintandrews.com.br

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Estilo Zaffari

AI, QUE TENTAÇÃO! Os doces de Gilka Marsiglia sempre tiveram uma clientela fiel e encantada. Há quase 40 anos, experimentar e se lambuzar com tantas delícias deixou de ser privilégio de familiares e amigos, quando ela organizou uma pequena produção nos fundos de casa, voltada somente para encomendas. Casamentos, aniversários e demais eventos especiais nunca mais foram os mesmos. Finalmente, a família dá um passo adiante e encontra o lugar certo para exibir tanto talento e tradição: amplas e charmosas acomodações em sofisticada região de Porto Alegre. O ambiente na Da Gilka, Confeitaria & Rotisseria foi cuidadosamente preparado para deliciar olhos e paladares. E a doçura alcança inclusive o jeito atencioso de receber todos, durante happy hours diários e almoços de sábado. O endereço reúne, ainda, o que há de melhor no mercado de doces. Uma tentação como há muito não se via na capital. Um abuso completo: delicioso, acolhedor e difícil de resistir.

DA GILKA, CONFEITARIA & ROTISSERIA CEL. LUCAS DE OLIVEIRA, 615 I PORTO ALEGRE



Cesta básica BISTRÔ, ARMAZÉM E CASA DE FESTAS COM SABOR DE BEM-ESTAR O Quintal Orgânico, novo empreendimento do chef Cesar Sperotto em Porto Alegre, é um charmoso espaço que alia o conceito de saúde e sabor em um ambiente aprazível para almoço, chá da tarde, festas e comprinhas orgânicas. Honrando o nome, a casa conta com uma bela horta de verduras e temperos, e simpático armazém de produtos orgânicos. O bistrô do Quintal se diferencia pela gastronomia criativa, que utiliza técnicas de alta gastronomia e busca a essência dos sabores. A personalidade da cozinha de Cesar também se revela na utilização exclusiva de produtos orgânicos, assim como surpreendentes formas de apresentação e texturas. E mais: oferece requintadas opções de cardápio vegetariano, sempre no estilo criativo e saudável que caracteriza o trabalho do chef, autor também da linha de comidinhas orgânicas Organic Baby.

QUINTAL ORGÂNICO RUA REGENTE, 275 (ESQUINA NILO PEÇANHA) PORTO ALEGRE | 51 3371.3371 www.quintalorganico.com.br

DE FRENTE PARA O ESPETÁCULO Em Orlando, muita gente sonha em ficar em hotéis dentro da Disney com a intenção de estender a magia dos parques por todo o dia. Pois é mais ou menos essa a sensação de quem se hospeda dentro do Hotel das Cataratas, localizado em frente ao espetáculo das 275 quedas no Parque Nacional do Iguaçu de Foz no Paraná. Recentemente, o hotel foi todo reformado por um ícone do turismo de luxo, o grupo Orient Express. Ganhou conforto e requinte sem perder a sua autenticidade, tudo em perfeita harmonia com a natureza da área. Assim como a decoração, a cozinha dos restaurantes e bares do hotel também realçou o Brasil nos temperos e ingredientes dos pratos. Nas mãos do chef Fábio Del Antonio Taveira, um simples queijo coalho – ao mel do engenho, cachaça velha e tamarindo – acompanhado de caipirinha de cachaça orgânica vira banquete. Para quem viaja com crianças, é bom saber que o cardápio infantil é delicioso. Ah, e o que fazer por lá? Emocionar-se na passarela das Cataratas, passear de caiaque e no barco do Macuco Safári, caminhar pelas trilhas, conhecer o Parque das Aves, fazer um voo de helicóptero sobre a paisagem sem igual e, é claro, aproveitar o hotel, que, sem dúvida, faz parte do espetáculo.

HOTEL DAS CATARATAS PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU I FOZ DO IGUAÇU I PARANÁ 55 45 2102.7000 I DIÁRIAS A PARTIR DE R$ 700 reservas@hoteldascataratas.com www.hoteldascataratas.com.br


DisponĂ­vel em diferentes tamanhos e sabores para satisfazer todos os momentos Experimente o melhor pistache do mundo!


Cesta básica CASA DA VELHA BRUXA COM NOVO VISUAL E CARDÁPIO A Casa da Velha Bruxa, endereço de lanches e refeições rápidas mais tradicional e querido de Gramado, está completando 35 anos. Localizada ao lado da Rua Coberta e quase em frente ao Palácio dos Festivais, passou por uma reforma e reabriu, no último dia 26 de maio, ainda mais bonita, com ares de montanha. Fachada e ambiente interno em pinheiro de araucária, original, com os belíssimos nós da madeira de reflorestamento aparentes. Lustres de galhadas de renas, reproduzidas em resina. Mesas em ferro na parte externa e bancos de madeira verde-musgo no ambiente interno. Amplas vidraças se abrem agora para a avenida Borges de Medeiros, integrando o ambiente charmoso da Velha Bruxa com o movimento do centro de Gramado. No cardápio, os lanches que há três décadas e meia deliciam os turistas e novidades, como os sanduíches naturais, novas opções de cafés, vinhos e cervejas artesanais. Na Velha Bruxa você encontra uma Banana Split deliciosa, tortas que dão água na boca, o apfelstrudel, receita alemã que todo mundo adora. E lanches já famosos, como a torrada da Velha Bruxa e o sanduíche da Velha Bruxa, feitos com pasta de frango e um pão caseiro supersaboroso. Waffles com geleia, perfeitos para se degustar com chás. E, é claro, chocolate quente cremoso, puro e bem encorpado. Há ainda opções como sorvetes de diversos sabores, fabricados pela Prawer, com calda de chocolate quente, pizzas deliciosas e criativas, queijo brie na pedra vulcânica com torradinhas, croissants, etc.

CASA DA VELHA BRUXA AV. BORGES DE MEDEIROS, 772 TEL.: 54 3286.1551 I GRAMADO I RS www.prawer.com.br

SÉRGIO MILANO: ARTE COM BESOUROS E JANELAS Depois de transitar por flores e prédios, o artista gráfico e publicitário Sérgio Vieira da Cunha Milano mostra sua coleção de desenhos “Beetle Addict”, inspirada no icônico automóvel. No mês de junho ele concluiu a primeira fase do projeto Beetle Addict, com uma mostra no Café do Prado, onde foram apresentadas 12 obras tendo como tema central o Fusca. Prepare-se para ver híbridos de carrocerias com besouros em um catálogo zoomecânico. Besouros hot-roads voadores, fuscaveiras que apodrecem no deserto da Baja Califórnia. Segundo Sérgio, “não há lógica em comprar um Fusca. O carro não tem air-bag, freios ABS ou direção hidráulica, mas tem curvas lindas e muita atitude”. Sérgio Milano mergulhou também no universo dos raports, com uma intenção mais comercial. Não que se deva ser menos artístico. Segundo Sérgio, “arte que não vende só enche gaveta”. Foi com este espírito que surgiu o Xadrez Urbano. Uma coleção de estampas inspirada na repetição matemática de janelas e andares, da monotonia econômica do design de imóveis e da medíocre solução das estruturas prediais. Foi nesta afronta estética diante da nossa passividade que o designer buscou a inspiração para criar os padrões de xadrez com uma sutil intervenção urbana. Resultado: três estampas foram selecionadas para a recém-lançada coleção “De Dentro pra Fora” da Casa Rima. Juntando a experiência artística à disciplina e à estratégia publicitária, Sérgio usa em seu trabalho autoral a semiótica, a métrica e até maneirismos profissionais. A ideia é literalmente central em seus desenhos. O lado pop do seu trabalho se encarrega de conduzir o óbvio de uma maneira virtuosa no traço da caneta Bic, do pincel Zero, do lápis 6B e do pastel seco.

WWW.FLICKR.COM/PHOTOS/SERGIOVCMILANO/ 188

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PRESENTE DE ANIVERSÁRIO Tem novidade no cardápio de um dos mais tradicionais bares boêmios da Capital. O motivo dá ainda mais sabor à iniciativa. Inaugurado em 1953, o Lourival Bar & Restaurante está chegando aos 60 anos. E é essa idade de respeito que batiza o novo prato comemorativo: Filé Lourival 60 anos. Mas os presentes para os frequentadores não param por aí. A segunda novidade envolve o carro-chefe de uma casa que se intitula boêmia: a cerveja gelada, companheira de conversas sem fim madrugada adentro nas mesas do local com ares de botecão. Trata-se do “Lourival Shot”, uma degustação diferenciada da bebida, na qual o cliente recebe cinco copos de 200 ml de rótulos artesanais, incluindo a cerveja Lourival, para experimentar e comparar as diferentes nuances de sabores. O Lourival é um dos bares pioneiros a adotar essa prática em Porto Alegre. A proposta é comum em outros países. No mais, o Lourival continua em excelente forma para os 60 anos: comidinha gostosa e ambiente acolhedor. Na carta de cervejas, mais de 70 rótulos de cervejas belgas, alemãs, inglesas, irlandesas, francesas, brasileiras, entre outras. Para acompanhar, petiscos saborosos em porções generosas, além de mais de 20 pratos que servem duas pessoas. E no almoço, o Lourival Bar & Restaurante ainda oferece buffet de comida caseira, com grelhados, saladas, pratos quentes e sobremesa.

LOURIVAL BAR & RESTAURANTE RUA 24 DE OUTUBRO, 1.624 AUXILIADORA | PORTO ALEGRE 51 3337.3405 www.lourivalbar.com.br

Estilo Zaffari

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Cesta básica

CERVEJA COM SAÚDE

TRADIÇÃO E NOVIDADES O Budô Sushi é um pequeno e acolhedor restaurante japonês cheio de novidades no cardápio. São criações de Serginho e Sammy, sushimens há mais de 15 anos. Entre as especialidades da casa, o marinado de salmão com suco de cítricos da estação e raspas de bergamota, os cogumelos shimeji e shitake com camarões na chapa e o sorvete de gengibre com calda de chocolate são as vedetes. O restaurante também acaba de ganhar uma carta de vinhos, elaborada pelo sommelier Fabiano Pereira, da Vinhos do Mundo. São mais de 30 rótulos: nacionais, sul-africanos, americanos, portugueses, espanhóis, italianos, franceses, uruguaios, argentinos e chilenos. Os vinhos brancos, espumantes e os rosês normalmente são os mais indicados para acompanhar as opções do cardápio. Segundo os proprietários, Budô significa “Caminho do Guerreiro”, um conjunto de artes marciais que transmitem os valores morais e a filosofia de vida do povo japonês. Alinhados a esse propósito, Serginho e Sammy convidam e recebem os clientes – inclusive para almoço de segunda a sexta-feira, das 11h30min as 14h30min – com um delicioso menu degustação, composto por salada, missom harumaki, yakissoba e combinados. Impossível não associar o endereço do restaurante ao bairro mais japonês do país: Rua Liberdade. Assim fica difícil esquecer. De qualquer forma, o Budô Sushi também conta com tele-entrega. Sem desculpas para quem prefere se deliciar no aconchego de casa.

BUDÔ SUSHI LIBERDADE, 108, BAIRRO RIO BRANCO PORTO ALEGRE I 51 3239.9846 www.budosushi.com.br

Faz bem à saúde encontrar os amigos? E ouvir música? Siiiim! E se junto disso a gente puder desfrutar de um cardápio saudável à la carte, com petiscos e pratos harmonizados com cervejas? Diariamente, a partir das 18h, um dos endereços naturebas tradicionais do bairro Moinhos de Vento – o restaurante Todo Saúde – se transforma em pub: o Salut Bier, com uma carta de cervejas especiais aliada à já conhecida e apreciada gastronomia funcional. O cardápio foi criado pela equipe do Todo Saúde. O clima descontraído se completa com a possibilidade de uma partida de sinuca. A carta de cervejas tem mais de 80 rótulos artesanais e cinco tipos de chopp, também artesanais, renovados a cada mês. Destaque para o Bier Shots: shots de distintos tipos de cervejas para democratizar entre os apreciadores as opções vendidas no pub. Às terças-feiras, DJs convidados embalam as noites. Costume nos bares europeus e norte-americanos, os clientes têm água à disposição, podendo se manter hidratados enquanto apreciam as cervejas (que são bebidas altamente diuréticas). O Empório Salut Bier fica aberto para quem quiser levar para casa algumas garrafas de sua cerveja favorita, ou mesmo presentear os amigos. Há diferentes rótulos, de vários países, e copos especiais.

SALUT BIER – CERVEJA E GASTRONOMIA RUA HILÁRIO RIBEIRO, 292 I MOINHOS DE VENTO PORTO ALEGRE I 51 3311.4020



Cesta básica

CLIQUES DE PLACA

FUTEBOL-ARTE DO OIAPOQUE AO CHUÍ FOTOGRAFIAS: CAIO VILELA TEXTO: EDUARDO PETTA PREFÁCIO: ZICO 260 PGS I R$ 90,00

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Caio Vilela corre atrás da bola há quase uma década. Não para fazer gols, mas cliques – embora estes possam parecer gols, sim. Os melhores acabam de ser reunidos pela Grão Editora no livro Futebol-Arte do Oiapoque ao Chuí. O jornalista e fotógrafo tem vasta experiência no tema, tendo registrado peladas em mais de 80 países, dos desertos árabes ao Himalaia, das savanas africanas à península ibérica, passando pela Antártica e outras paragens remotas do planeta. Mas cruzar o Brasil de norte a sul foi singular: aqui, futebol é ginga, é alegria, é arte, portanto, são imagens muito especiais. Caio passou pelos 27 Estados do país, durante nove meses, optando por seus cartões-postais e seus rincões distantes e pouco conhecidos. O resultado é um rico mosaico do futebol de rua, a pelada – uma arte popular e desregrada –, e a beleza de cada jogo, jogador ou jogada. A obra é ainda um recorte humano do esporte, em que convivem a emoção dos grupos, o entusiasmo da vitória e, por vezes, a solidão do campo vazio e da bola furada. O livro tem texto de Eduardo Petta, que conta um pouco da história do futebol do Brasil – uma paixão que começou no início da década de 1880, antes do fim da escravidão, quando os padres jesuítas e vicentinos trouxeram da Europa as primeiras bolas de capotão. O ex-jogador Zico, que assina o prefácio, diz que falar de peladas é falar de sua própria história, pois graças a elas construiu carreira e fama.



Cesta básica

ONDE O VENTO AJUDA A FAZER A CURVA! Uma cidade histórica, agradável, cheia de recantos interessantes e banhada pelo grandioso Estreito de Magalhães. Assim é Punta Arenas, a capital da Patagônia Austral. O visual de toda a região é lindo, natureza exuberante com montanhas, ilhas, canais e uma fauna e flora incríveis. A cidade tem muitas opções de lazer tanto no verão quanto no inverno. Praças, museus e prédios antigos que conservam a arquitetura da colonização se misturam às excelentes opções de gastronomia. É por lá que se come um dos melhores cordeiros patagônicos de todo o Chile. Punta Arenas é considerada Zona Franca e, portanto, um excelente destino para compras. Os esportes de aventura são um dos grandes atrativos para os visitantes. Navegar pelo Estreito e conhecer lugares remotos remando em um caiaque é uma das atividades mais divertidas. Trekking, cavalgada e os esportes de neve, que são a grande atração do inverno, fazem a alegria de qualquer aventureiro.

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BELEZA E BONS TRATOS Inaugurada há poucos meses, a Le Blanc Beauté tem trazido inovações ao mercado da beleza em Porto Alegre. Uma delas é o cartão fidelidade, que dá vantagens a quem elege o lugar como seu preferido na hora de cuidar dos cabelos, da pele, do corpo. Claudio Matone, formado pela Cushing Academy de Boston, e o cabeleireiro Fernando Silva, com mais de 20 anos de experiência, idealizaram um salão que não recebe meros clientes, mas sim convidadas e convidados, como se estivessem chegando à casa deles. O ambiente é confortável e acolhedor, conta até com uma cafeteria e minidelicatessen, que serve delícias doces e salgadas. O alto padrão de qualidade está no atendimento e na infraestrutura – quatro grandes salões para os cortes de cabelo, uma sala de massagem, duas salas de depilação, uma sala de podologia, uma sala de noivas e um espaço especialmente projetado para os tratamentos químicos, que possui um exaustor próprio, evitando odores fortes. Uma iluminação inteligente garante a visualização real de cores. No lavatório, descanso para os pés, luzes e sons baixos garantem relaxamento enquanto os cabelos são lavados e o couro cabeludo é massageado. Para completar, o tempo passado na Le Blanc pode ser otimizado: além de estacionamento com 20 vagas e manobrista, a estética oferece lavagem de carros.

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Cesta básica STB COMEMORA 25 ANOS NO RIO GRANDE DO SUL O STB, um dos grandes nomes nacionais do mercado de intercâmbios e viagens, comemora 25 anos no Estado com a campanha “REBorn”, criada pela DM9Sul, que retrata em imagens cheias de estilo como as pessoas voltam diferentes de uma viagem. As comemorações do aniversário incluem também uma interessante promoção, que será apresentada em detalhes no mês de agosto no site www.stbrs.com/25anos . O vencedor será premiado com uma viagem, com destino a ser escolhido entre os 5 continentes. Mas, para tanto, ele deverá excluir sua conta na rede social e então renascer com um novo perfil, como um viajante que retorna de uma viagem transformadora. O Espaço do Viajante STB, que traz um pouco do mundo para Porto Alegre, também comemora 12 anos apresentando a diversidade do planeta. Confira no www.stbrs.com a programação de mostras fotográficas e palestras do espaço, que fica na Anita Garibaldi, 1515.

UM DOS ANÚNCIOS DA CAMPANHA REBORN, QUE MARCA OS 25 ANOS DA STB NO RIO GRANDE DO SUL

CAMPANHA GAÚCHA, A NOVA ROTA DO ENOTURISMO NO RS Tudo indica que a Campanha Gaúcha deixou de ser destino apenas de estancieiros ou compradores de artigos importados em Rivera no Uruguai, fronteira com Santana do Livramento. A região começa a ganhar destaque pela sua produção de vinho e, mais recentemente, pela inauguração de um complexo que promete virar referência no enoturismo, a Guatambu Estância do Vinho. Localizada em Dom Pedrito (a 100 km de Livramento), a vinícola-boutique impressiona com sua arquitetura no estilo espanhol, seu profissionalismo e seu cenário cinematográfico. Há dez anos a família Pötter implantou os primeiros vinhedos com o objetivo de diversificar as atividades da fazenda. Em 2008, elaborou o primeiro vinho Cabernet Sauvignon, o Rastros do Pampa. A estreia no mercado foi promissora: o vinho – que se transformou num ícone da casa – foi reconhecido com prêmios internacionais. O fato impulsionou a família, que se dedicou com força e paixão no ramo. Afora os novos vinhos e espumante, desde junho o novo empreendimento da Guatambu está aberto à visitação com roteiros de degustação em três modalidades. A dica é harmonizar a experiência com o cordeiro produzido na própria estância, quem sabe até com uma cavalgada pelos vinhedos. E ainda: finalizar com uma ambrosia ímpar da família Potter. Para 2015, a grande promessa da Guatambu é o Épico – vinho com três varietais (Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot) e de três safras distintas. Os turistas agradecem e aguardam ansiosos a abertura de hotéis-fazenda pelos Pampas.

GUATAMBU ESTÂNCIA DO VINHO BR 293, KM 264 I ZONA RURAL DOM PEDRITO I RS I 53 3503.1227 www.guatambuvinhos.com.br PARA AGENDAMENTO DE VISITA E DEGUSTAÇÃO, ENTRAR EM CONTATO PELO VISITA@GUATAMBUVINHOS.COM.BR 26

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Cesta básica

Uma moldura de 5 hectares de parque nativo, às margens do lindo Lago Villarrica e com uma vista espetacular para o parque nacional de mesmo nome, nos arredores da cidade de Pucón, no Chile. Esta é a bela e privilegiada localização do hotel Antumalal – ou “Curral do Sol”, no dialeto Mapuche Mapudungún. O hotel foi construído em 1945, época em que a influência do estilo Bauhaus sensibilizava uma nova geração de profissionais, e o prédio foi todo concebido dentro desse estilo. A instalação do hotel e a originalidade de sua arquitetura transformaram Pucón, dando o primeiro passo para o desenvolvimento da região como centro de turismo. Cheio de estilo e com serviço personalizado, o hotel é uma experiência encantadora para os amantes da natureza e para os que simplesmente amam. Qualidade, atendimento perfeito, tranquilidade e luxo somados à beleza natural da região formam um cenário altamente inspirador. São 22 quartos adequadamente ambientados à proposta do lugar e ao estilo da região. Praticamente todo os apartamentos e suítes têm paredes forradas com madeira nativa e uma lareira, o que garante o toque aconchegante, com a cara do sul do Chile. Para os que têm alergia a fumaça, existem algumas unidades sem lareira. Além de estar cercado por uma paisagem singular, com vista por todos os lados, o Hotel tem um SPA supercompleto, o Antumaco (no dialeto Mapuche, O Lugar de Sol e Água), que oferece diferentes tratamentos de relax e bem-estar. Para os que gostam de aventura, há uma “carta” supervariada de atividades outdoor.

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FOTO: DANIEL MESA MANTEROLA

RELAX, ROMANCE E UM TANTO DE AVENTURA EM CENÁRIO INSPIRADOR


Arte E Ciência Em Harmonia A cirurgia plástica, seja ela reparadora ou estética, é uma especialidade médica em contínua evolução e com a oportunidade única de unir a arte e a ciência para aprimorar a forma. Consideramos o procedimento cirúrgico como um verdadeiro evento na vida de cada paciente. assim, a decisão de realizar uma cirurgia plástica ou mesmo um procedimento estético CRM 29199 - RQE 21654

deve ser encarada com total seriedade.

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Vida


Comida

afeto com

P O R

A L E X A N D R A

A R A N OV I C H

F OTO S

L E T Í C I A

R E M I Ã O

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Vida

Tem criança que não come, criança que come demais, que come fora de hora, come só guloseimas, come na frente da televisão. Culpa dos pais? Da escola? Da televisão? Quem viu o documentário brasileiro “Muito Além do Peso”, lançado no início de 2013, percebe que a questão é resultado de um somatório de fatores. O filme coloca em discussão dois pontos alarmantes: por que 33% das crianças brasileiras estão acima do peso e como o consumo exagerado de alimentos industrializados afeta a nossa saúde. As respostas envolvem a indústria, o governo, os pais, as escolas e a publicidade. Envolvem o que pode ser uma das maiores epidemias infantis da História. Se o cenário, de um lado, pode parecer alarmante, de outro, não há como se negar a existência hoje em dia de uma mobilização mundial em prol da saúde de nossas crianças. Programas que ensinam a cozinhar e a se alimentar melhor tomaram conta dos meios de comunicação. “Tem crianças na cozinha” – do novo canal de televisão infantil Gloob –

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apresenta atores mirins dando receitas e se divertindo entre as panelas. Outro exemplo é o reality show “Socorro! Meu Filho Come Mal”, do canal GNT, que mostra uma nutricionista socorrendo famílias que fazem um pedido de ajuda para melhorar a alimentação do filho. Na internet, o blog “Comer para Crescer” virou um portal em que as jornalistas e mães, Patrícia e Mônica, ajudam as mamães (e cuidadoras) dando dicas sobre a amamentação, papinhas, receitas, cardápios, livros e até festinhas de aniversário. E se o tema é ensinar as próximas gerações a comerem corretamente, ninguém é tão persistente e eficiente quanto Jamie Oliver, o chef celebridade. O inglês, que também é pai de três meninas e um menino, acredita, acima de tudo, que a comida tem um lugar fundamental em nossas casas que nos une aos melhores momentos da vida. Jamie Oliver lidera o movimento mundial Food Revolution com diversos projetos que aproximam comunidades, escolas e famílias em busca de


HÁ HOJE EM DIA UMA MOBILIZAÇÃO MUNDIAL EM PROL DA SAÚDE DAS CRIANÇAS. MUITOS PROGRAMAS DE TV, SITES E BLOGS SE DEDICAM AO TEMA DA NUTRIÇÃO INFANTIL Estilo Zaffari

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Vida

É PRECISO RESGATAR O HÁBITO DE IR PARA A COZINHA, DE PREPARAR COM PRAZER E CARINHO AS REFEIÇÕES

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uma alimentação saudável. A ideia principal é resgatar um hábito que ficou para trás: levar as pessoas de volta para a cozinha, preparando com prazer as refeições e tendo, assim, controle sobre o que se come. “Eu desejo que todos ajudem a criar um movimento forte e sustentável para educar todas as crianças sobre alimentação, inspirar as famílias a cozinhar novamente e capacitar pessoas de qualquer lugar na luta contra a obesidade” – é assim, com essas palavras, que Jamie Oliver encerra sua excelente palestra no TED Talks (disponível na internet) sobre “A Revolução na Alimentação Infantil”. Durante seu discurso, o chef ainda cita, em tom de urgência, que precisamos começar a ensinar as nossas crianças sobre comida na escola. Pois Jamie Oliver ficaria feliz em saber que em Porto

Alegre uma sementinha já foi plantada. Há 14 anos, a Caracol Escolinha faz um trabalho pioneiro em nutrição infantil. Segundo Valesca Karsten, diretora da Caracol, a boa alimentação sempre fez parte da filosofia da empresa. Juntamente com Ieda Minuscoli e a nutricionista Cynthia Striebel, Valesca conduz um programa que aborda vários aspectos da educação alimentar, o Nutrir. Educar e conscientizar a criança quanto à alimentação saudável é o principal objetivo desse projeto com diversos pilares e atividades no currículo da escolinha. A Caracol criou uma empresa própria que fornece toda a alimentação para crianças e para a sua equipe. Cozinheiras são treinadas e orientadas por especialistas da área, e ainda: são valorizadas pela dedicação do seu trabalho. No cardápio da Nutrir, não basta usar menos sal, menos açúcar ou evitar Estilo Zaffari

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Vida

conservantes. Para as idealizadoras do projeto, é preciso incluir um ingrediente cada vez mais raro nas refeições diárias: carinho. “As crianças sentem quando uma comida é feita com afeto”, destaca Valesca. As receitas cuidadosamente escolhidas da Nutrir serviram de inspiração para o lançamento de três livros: Culinária Infantil 1, 2 e 3. Todos escritos pela mãe de Valesca, Ieda Minuscoli, uma legítima mama italiana que sempre adorou cozinhar. “Ter uma alimentação correta é a base para a prevenção de doenças. Foi com esta visão que criei meus filhos. Ensinar aquilo que se tem convicção não parece uma tarefa difícil. Por ser de origem italiana, a mesa sempre foi motivo de encontro e de prazer. Não tem segredo, criança gosta de comida gostosa, bem-preparada. A refeição deve ser um momento descontraído, sendo permitido comer manipulando os alimentos, sujando-se, cada um dentro do seu ritmo”, reforça Ieda. Mãe, autora de livros, cozinheira e diretora da Caracol, Ieda comanda as panelas da Nutrir com a orientação da nutricionista Cynthia Striebel. Valesca se orgulha ao falar da

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parceria da dupla, uma alquimia perfeita entre a ciência e a arte de cozinhar. Enquanto uma se preocupa com o sabor, a outra aborda os nutrientes. As receitas dos livros e as comidinhas feitas com amor na escolinha acabaram motivando outra atividade do Projeto Nutrir: o curso de culinária na cozinha industrial para pais e comunidade. Participantes, em sua maioria mães, aprendem a colocar a mão na massa e preparam panquecas coloridas, um bom guisadinho, suflê de legumes e um suco de abacaxi feito na hora. No final, levam para casa dicas práticas, a vontade de aposentar o macarrão instantâneo e o prazer sem igual de conquistar a família à mesa. As fotos que ilustram esta matéria demonstram o quão importante e saudável é, também, o contato das crianças com os alimentos por meio de estímulos visuais, olfativos e gustativos. A oficina “Ateliê dos Sentidos” é um dos principais acontecimentos do Projeto Nutrir. Seu objetivo é colocar as crianças em contato direto com os ingredientes e o preparo de pratos simples. A nutricionista Cynthia, que coordena a galerinha, vai além da abordagem técnica. Transforma


É FUNDAMENTAL O CONTATO DA CRIANÇA COM O ALIMENTO, POR MEIO DE ESTÍMULOS VISUAIS, OLFATIVOS E GUSTATIVOS


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legumes em brincadeira. A oficina é pura descontração. A beterraba cozida é devorada por um dos chefs mirins antes do preparo do patê, afinal é permitido que os pequenos mestres-cucas experimentem de tudo, toquem, amassem e se sujem pra valer. As crianças se divertem modelando, degustando e trabalhando com a coordenação motora ao passarem a faca no pão. Escutam histórias associadas ao mundo dos alimentos, cheiram e, principalmente, aprendem de forma lúdica conceitos conectados à educação alimentar. Muitas vezes, acabam virando grandes multiplicadoras e levam para casa o que aprendem na escola. Para aqueles pitocos que insistem em não provar, não chegam perto das frutas, fecham a boca para as verduras e batem o pé, Cynthia e Ieda orientam: muita calma e paciência nessa hora (palavrinhas mágicas na alimentação infantil!). É preciso oferecer o alimento umas oito vezes até que a crian-

ça possa realmente afirmar que não gosta. De preferência, apresente-o de diferentes maneiras: cru, cozido, quente, com molho ou picadinho no feijão ou arroz. Anos de experiência da Caracol no Projeto Nutrir parecem contribuir para a tese do mestre da revolução alimentar, Jamie Oliver: gerar experiências que criem um vínculo afetivo e prazeroso com a comida é primordial na busca de hábitos nutritivos para toda a vida. Se por um lado existe a preocupação alarmante sobre a obesidade infantil, como comprova o documentário “Muito Além do Peso”, por outro, faz-se necessário um envolvimento da escola e das famílias que enfatize as atividades físicas regulares, o uso de alimentos integrais e sem agrotóxicos e, antes de mais nada, a volta aos velhos tempos dedicando um tempinho para preparar a comida em casa com carinho. Afinal, afora os benefícios para a saúde, ela também transmite afeto e segurança às nossas crianças. Alimenta com amor.

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Vida RECEITAS SAUDÁVEIS PREPARADAS NAS OFICINAS DE CULINÁRIA INFANTIL E ADULTO DO PROJETO NUTRIR

SUCO DE ABACAXI COM HORTELÃ OU CAPIM-CIDRÓ 1 ABACAXI 10 FOLHAS DE HORTELÃ (OU CAPIM-CIDRÓ) 1 COLHER DE AÇÚCAR DEMERARA ORGÂNICO 1 ½ L DE ÁGUA CUBINHOS DE GELO Modo de fazer: Coloque os pedaços de abacaxi sem casca no liquidificador com o açúcar, o hortelã e metade da água, e bata muito bem. Acrescente o restante da água e cubinhos de gelo e bata mais um pouco.

SUFLÊ DE LEGUMES 2 COLHERES (SOPA) DE MANTEIGA 2 COLHERES (SOPA) DE FARINHA DE TRIGO 1 ½ XÍC. (CHÁ) DE LEITE QUENTE 1 COLHER DE PARMESÃO RALADO 1 COLHER (SOPA) DE FERMENTO DE BOLO 1 PRATO FUNDO CHEIO DE LEGUMES PICADOS E PRÉ-COZIDOS 3 GEMAS E 3 CLARAS EM NEVE 1 COLHER (CHÁ) DE SAL 1 CEBOLA RALADA FARINHA DE ROSCA Modo de fazer: Aqueça a manteiga, refogue a cebola, junte a farinha e cozinhe mexendo sempre até corar. Junte o leite aos poucos, mexendo vigorosamente para não embolar, deixe engrossar. Retire do fogo, misture as gemas batidas, os legumes, o sal, o fermento e, por último, as claras em neve. Unte um refratário, salpique com farinha de rosca e despeje a misture do suflê. Emparelhe e salpique com farinha de rosca. Por fim, asse em forno preaquecido durante 15 minutos. Teste espetando um palito, que deve sair limpo. Desligue e sirva.

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PANQUECAS COLORIDAS COM GUISADINHO PARA O RECHEIO DE GUISADINHO ½ KG DE CARNE MOÍDA (COXÃO MOLE) 2 CEBOLAS PICADAS 2 DENTES DE ALHO PICADOS ½ PIMENTÃO VERDE PICADO 2 COLHERES (SOPA) DE ÓLEO DE ARROZ 2 TOMATES PICADOS 1 XÍC. TEMPERO VERDE PICADO (OPCIONAL) 1 COLHER (SOBREMESA) DE SAL 1 COLHER (SOPA) DE EXTRATO DE TOMATE Modo de fazer: Aqueça o óleo em uma panela, frite a cebola, misture o alho e frite mais um pouco. Junte o guisado, mexa com o garfo para que a carne fique bem soltinha. Acrescente o restante dos temperos e o sal. Mexa e tampe a panela. Diminua o fogo e deixe cozinhando até o líquido diminuir. Incorpore o extrato de tomate e, se for necessário, coloque um pouco de água e ferva por mais 3 minutos.

PANQUECAS COLORIDAS 3 OVOS 1 ½ COPO DE LEITE PITADA DE SAL 1 CENOURA MÉDIA COZIDA 1 BETERRABA MÉDIA COZIDA 1 XÍC. (CHÁ) DE ESPINAFRE ESPREMIDO 1 COLHER (SOPA) DE PARMESÃO RALADO 3 XÍC. (CHÁ) DE FARINHA DE TRIGO 1 ½ COPO DE ÁGUA ÓLEO PARA UNTAR Modo de fazer: Coloque no liquidificador os ovos, o leite, a água e o sal. Bata juntando a farinha aos poucos até obter uma massa mole. Separe em 3 partes iguais. Reponha uma das partes no liquidificador e junte a cenoura. Bata e teste o ponto. Se for preciso, acrescente um pouco de farinha. Proceda do mesmo modo com a beterraba e com o espinafre. Unte uma frigideira pequena e prepare as panquecas uma de cada vez. Recheie cada uma delas com um pouco do guisadinho, enrole e disponha num refratário retangular, intercalando as cores. Cubra com o restante do guisadinho e salpique com queijo ralado. Leve ao forno para aquecer.


5 DICAS DE IEDA MINUSCOLI DIRETORA DA ESCOLA CARACOL E AUTORA DOS LIVROS CULINÁRIA INFANTIL 1, 2 E 3 Utilizar o sal marinho Não enganar as crianças à mesa Usar o óleo de arroz Evitar embutidos, produtos com corantes e conservantes Sempre oferecer de tudo, mas não obrigar a criança a comer. Aliás, nunca desista de oferecer o alimento.

5 DICAS DE CYNTHIA STRIEBEL NUTRICIONISTA DA NUTRIR Ofereça legumes e verduras nas principais refeições e combine com a criança que eles permanecerão no prato mesmo que ela não os aceite ou não queira comê-los Evite substituir a refeição sólida por uma mamadeira “incrementada”! Alimentos sólidos auxiliam no desenvolvimento da mastigação. Além disso, a mamadeira “incrementada” pode ter uma alta concentração de calorias, o que deixará a criança sem fome para outras refeições Procure ter o hábito de fazer pelo menos uma refeição à mesa e junto com seu filho. O simples ato da observação pode auxiliar na aprendizagem dos bons hábitos de alimentação e bons modos à mesa Criança aprende por imitação. Avalie e repense (se necessário) os seus hábitos alimentares. Ela vai copiar o que você faz e não o que você diz Preparar uma receita junto com a criança é uma maneira divertida de fazê-la entrar em contato com um alimento novo ou de pouca aceitação.

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Humanas criaturas T E T Ê

PAC H E C O

DEPOIS DE TUDO

Era um barulho danado. Era grito pra todo lado E de repente Do nada Do mais absoluto nada Veio o nada E nada me ocorreu Nada aconteceu Nada apareceu como solução para nada Nada senti com relação a isso Nada desejei Nada comentei sobre nada com ninguém Nada por fazer Nada por querer Nada por pensar Nada por escrever Nada para perder Nada para ganhar Só por um instante. Só pela pausa. É tanta opinião, é tanta sensação, é tanta manifestação. Gostei do povo lá da Turquia. Depois do grito, nada como ficar um pouquinho em silêncio. TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA

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GastronĂ´made

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Gula sustentรกvel P O R

V E R A

M O R E I R A

F OTO S

C R I S

B E R G E R

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Gastronômade

O EVENTO OUTSTANDING IN THE FIELDS – OU GASTRONÔMADE – É UMA VITRINE ITINERANTE DA SUSTENTABILIDADE, CONECTANDO GASTRONOMIA E PRODUÇÃO LOCAL

Sustentabilidade é uma espécie de palavra de ordem do nosso tempo, que vem se propagando na sociedade com força, desde a agricultura e a gastronomia até a moda e a arquitetura. O economista polonês naturalizado francês Ignacy Sachs, voz das mais lúcidas do pensamento humanista do século 20, aponta a sustentabilidade como um processo de mutação desse modelo civilizatório já desgastado, que dará lugar a uma nova ordem de valorização do indivíduo, seus costumes e saberes. Sachs vislumbra nas modernas ferramentas tecnológicas e econômicas modelos de sustentabilidade que propiciarão uma volta às origens. Por exemplo, a formação de comunidades agrícolas autossuficientes e, o melhor de tudo, felizes. Há tempos ele faz um questionamento agora já presente na cabeça de muita gente: “Será mesmo necessário comer frutas transportadas por avião a jato por 15 mil km?”.

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O ecossocioeconomista – assim é chamado por seu trabalho de mais de 40 anos em prol de uma economia de valores sociais e preservação ambiental – não prega contra o comércio internacional, mas enfatiza a necessidade de se pensarem questões como a do consumo energético com mais sobriedade e inteligência. A agricultura orgânica foi uma garota-propaganda vistosa da sustentabilidade, mas cresceu ao ponto de se desconectar da sua essência e razão. Hoje está claro que o conceito de orgânico é bem mais do que uma alface sem agrotóxico. Resulta de toda uma cadeia sustentável, que envolve de agricultores e industriais a distribuidores, comerciantes (desde o feirante da esquina até o empresário de uma rede de varejo mundial), restaurateurs e chefs, sem esquecer das esferas governamentais. No mundo globalizado, a comida de terroir ascendeu em status, resgatando a mais antiga e, ao mesmo


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tempo, revolucionária das cozinhas, aquela que prioriza e enaltece a produção local e sustentável. É uma onda verde, digamos assim, que vai ao encontro do desejo do consumidor: comida saudável, pela qual admite até pagar mais caro, mas exige sua confiabilidade. Inúmeras pesquisas de mercado mostram que esse consumidor está em ascensão – e as futuras gerações serão ainda mais seletivas. Nos EUA, a tendência recentemente ganhou um nome: From farm to table. Restaurantes e chefs dos mais badalados de Nova York correm atrás de produtores locais para comprar orgânicos e carnes de gado, aves e peixes livres de hormônios e antibióticos. Grandes redes de supermercados seguem o movimento. Um festival gastronômico, Outstanding in the Field, criado em 1999, na Califórnia, tornou-se uma espécie de vitrine itinerante da sustentabilidade ao fazer esta conexão entre gastronomia e produtores locais mundo afora. Seu idealizador, o chef Jim Denevan, um entusiasta do trabalho dos pequenos agricultores, começou a promover encontros entre eles e os clientes do restaurante onde trabalhava em jantares na fazenda do seu irmão, e, assim, montou a proposta inovadora do “restaurante sem paredes”. O evento começou nos EUA e depois, com igual sucesso, seguiu por países da Europa, chegando ao

CHEFS RENOMADOS PREPARAM E SERVEM BANQUETES A CÉU ABERTO, EM LOCAIS INUSITADOS E EM GRANDES MESAS COLETIVAS, INCENTIVANDO AS ECONOMIAS RURAIS

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O CONSUMIDOR MODERNO, O GOURMET, FAZ QUESTÃO DE COMIDA SAUDÁVEL, DE TERROIR. E ADERE COM ENTUSIASMO À AVENTURA DOS EVENTOS ITINERANTES


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O EVENTO SELECIONA BELAS E CRIATIVAS LOCAÇÕES, DE UM VINHEDO OU UMA GRUTA A UMA PRAIA OU UM CAMPO DE GOLFE. SÃO EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS ÚNICAS Brasil em 2011. Chefs renomados, de cada região por onde o evento passa, são convidados a montar banquetes a céu aberto, em locações pra lá de criativas – desde um campo de golfe ou uma gruta até um vinhedo ou uma centenária estação ferroviária – servindo comida sofisticada em extensas mesas coletivas. Proporcionam aos comensais uma viagem de sabores com ingredientes locais, de forma a incentivar economias rurais. O público gourmet, formador de opinião, adere com entusiasmo ao evento e a mídia repercute à larga. É um case! Belíssimo. Batizado aqui de Gastronômade, já destacou vários produtores, mostrando como é possível quebrar paradigmas. “Muitas vezes, não existe a necessidade de se importarem ingredientes. Um exemplo disso é o caviar de ovas de tainha, secas e defumadas. Em Itajaí (SC) existe esse produtor, o Bottara Gold, esteve conosco em três etapas do evento, seu caviar é maravilhoso. Mas muitos chefs ainda preferem

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importar o produto da Europa, que não é nada mais, nada menos do que o produzido a partir das ovas de tainha brasileira exportadas para lá”, afirma Renata Runge, fundadora do Gastronômade no nosso país. Os chefs convidados para o evento, no entanto, são conscientes da cozinha de terroir. O jovem chef Rafael Costa e Silva, por exemplo, que comandará a etapa do Rio de Janeiro em 15 de setembro. De volta ao Brasil no ano passado, depois de trabalhar no Mugaritz, considerado o terceiro melhor restaurante do mundo, tem o conceito incorporado em sua vida de tal forma que começou a cultivar duas hortas urbanas para abastecer seu futuro restaurante. Outro chef engajado é William Chen Yen, de Brasília. “William vai atrás de produtores, participa... isso é importante!”, diz Renata. Ela comenta que Brasília e Rio Grande do Sul foram grandes surpresas. “DF foi uma etapa de estreia com recorde de público, com presença


GASTRONÔMADE BRASIL I SEGUNDO SEMESTRE DE 2013 ETAPA

DATA

LOCAL

RJ I CHEF RAFAEL COSTA E SILVA

15.09.2013

SOLAR REAL (CAPITAL RJ)

DF I CHEF WILLIAM CHEN YEN

22.09.2013

CLUBE DE GOLFE DE BRASÍLIA (DF)

PR I CHEF MANU BUFFARA

28.09.2013

ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ANTONINA (PR)

RS I CHEF FLORIANO SPIESS

29.09.2013

HOTEL LA HACIENDA (GRAMADO/RS)

SC I CHEF LUIS SALVAJOLI

05.10.2013

RESORT PONTA DOS GANCHOS (GOV. CELSO RAMOS/SC)

SP I CHEFS ALBERTO GARCIA & RAFAEL MACHADO

06.10.2013

LAKE VILLAS CHARM HOTEL (AMPARO/SP)


GastronĂ´made


até do governador. Eu nem esperava, foi muito legal. Os gaúchos receberam o Gastronômade de braços abertos. Hoje, junto com SP, é o estado onde mais vezes promovemos o evento”, conta a organizadora. O chef Floriano Spiess, de Porto Alegre, considera a proposta do Gastronômade “de extrema importância para fortalecer as melhores práticas na cadeia alimentar”. Ele aposta nessa tendência desde o início da sua carreira, em Gramado, onde assinará a etapa de 29 de setembro. Lá o chef descobriu e passou a consumir a produção dos colonos, uma grande comunidade de descendentes de italianos e alemães do interior do município que hoje é um modelo sustentável bem ao estilo Ignacy Sachs. Por meio do turismo fortíssimo na cidade, os colonos ganharam um canal de comercialização para seus produtos, a Festa da Colônia. Com o sucesso do evento anual, quando a cidade se enfeita de palha de milho e carros de boi, instalaram-se no coração da área urbana uma Casa do Colono e fornos de barro, onde diariamente são assadas centenas de pães e cucas que vendem literalmente como pão quente. Ali também foi construída a Praça das Etnias, com um espaço para feira. Todos os sábados, os colonos estão lá com batata, milho, moranga, laranja, ovo caipira, mel, suco de uva... Com a demanda, eles foram adiante e já fabricam produtos com toque gourmet: queijo boursin, geleia de pimenta, frutas secas, manteiga e sal com ervas aromáticas, massas recheadas, etc. “É preciso estimular canais de comercialização para a agricultura familiar”, comenta o chef Floriano, que já sonha em promover na Praça Japão, na frente do seu restaurante, uma feira com produtores locais de ingredientes que ele usa na sua Cozinha de Autor. É de Gramado também outro parceiro do Gastronômade deste ano, a Chocolates Prawer, uma fábrica de produção artesanal que tem a essência do terroir. Há 38 anos, Jayme Prawer detectou na cidade uma forte semelhança com Bariloche, na Argentina, onde o chocolate caseiro era sucesso. A Prawer lançou o conceito, foi seguida por muitos outros e hoje o chocolate é um dos maiores atrativos da região. Em 2008, a Prawer foi novamente pioneira ao adotar cacau de origem do Espírito Santo e Bahia, regiões cacaueiras cada vez mais reconhecidas. No ano passado, o Salão do Chocolate de Salvador reuniu experts em chocolates e cacau do mundo todo, e o francês Julien Gillotte, que apresentou os chocolates do pai famoso, Fabrice Gillote, encantou-se com o cacau da Bahia: “Não imaginava que o cacau brasileiro tinha tanta qualidade”, afirmou, depois de visitar fazendas em Ilhéus. Em Paris, os chocolates são pequenas

A TÉCNICA PERMITE OBTER A MELHOR PERFORMANCE DO INGREDIENTE, QUE DEVE SER PRODUZIDO O MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL DO LOCAL DE CONSUMO

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Gastronômade

A CADA EDIÇÃO DO GASTRONÔMADE, CENTENAS DE PESSOAS DIFERENTES SE ENCONTRAM, COMPARTILHAM A MESA E MOMENTOS DE PROFUNDO CULTO AO ALIMENTO

obras de arte vendidas em boutiques du chocolat, algo como joalherias artesanais, com chocolates no lugar de joias. A Prawer é uma fábrica, mas mantém suas raízes, com técnica artesanal e riqueza de detalhes que não são possíveis para uma grande indústria. Hoje conta com várias lojas licenciadas em todo o Brasil, empreendedores que buscaram esse conceito de chocolate artesanal de terroir da Serra gaúcha para levar aos seus estados. A Vinícola Miolo é mais uma parceira do evento fortemente identificada em todo o país com a Serra gaúcha, tendo selo de denominação de origem do Vale dos Vinhedos, que lhe atesta o terroir de vários vinhos com sucesso aqui e no exterior. São produtores com esse perfil que se unem ao Gastronômade. A Cave Geisse, que tem 100% das uvas de seus espumantes cultivadas pela vinícola, em Pinto Bandeira, ainda

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Serra gaúcha, aderiu ao projeto desde o início. Nesta etapa agora, do segundo semestre, os participantes conhecerão a incrível extração da flor de sal, da Cimsal, do Rio Grande do Norte, a produção de molhos orgânicos por meio de agroecologia, da Jatobá, de São Paulo, e o siri mole de André Theiss, da Blueshell, o único produtor no Brasil dessa iguaria, em Santa Catarina. “As pessoas que vão aos eventos são aquelas que gostam de viajar, conhecer lugares novos, viver experiências inusitadas, comer bem e serem informadas sobre de onde vem o que estão comendo e como podem fazer a diferença no planeta”, declara Renata Runge. Talvez por isso, esses banquetes sustentáveis a céu aberto, reunindo centenas de pessoas afins, tenham uma aura mágica, como num sonho onde todos comungam de corpo e alma o alimento.



O sabor e o saber F E R N A N D O

LO K S C H I N

CAMARÃO, DELÍCIA A palavra ‘brasileiro’ nasceu na contravenção; descrevia antes o contrabandista de pau-brasil, um termo afim a negreiro e bucaneiro. O sentido de ‘nascido no Brasil’ levou dois séculos para entrar no dicionário, tornando-se o gentílico oficial só na Constituição de 1824, quando venceu a concorrência de brasílico, brasiliano e brasiliense. O nome Brasil precede em muito o país e invoca nossa primeira riqueza extrativa, o pau-brasil, árvore também nativa na Ásia e da qual se extrai um corante rubro como ‘brasa’. Brasil é um estrangeirismo, apelido dado por bucaneiros franceses que se impôs à coroa portuguesa que pretendia um nome religioso. Ao conquistar o “comprimento, largueza, formozura e fertilidade d’esta quarta parte do mundo xamada terra do Brazil” (Léry, 1555), encrustar sua tradição de aparelho de Estado com tutela absoluta sobre a sociedade, Portugal foi capaz de dar o espírito, mas não o nome ao Brasil. Para Frei Vicente de Salvador (1550), a preferência “ao pau de tingir panos que ao pau divino”, a santa cruz, era obra do demônio, uma primeira maldição. Pretendendo estar na Índia Ocidental – 15.000km de erro –, Colombo chamou os caribas que o acolheram de índios. O termo passou aos nativos do continente; as variantes ameraba e ameríndio nunca se firmaram. Para os confrades do papa portenho, jesuítas catequistas “destes inocentes e nus como se tivessem saído do ventre materno”, índio seria a contração de in Dios, prova linguística de que índio tinha alma. Não faltaram paralelos da taba indígena com a Tebas grega, da oca, a casa tupi (carioca, maloca), com oiko, a casa grega (ecologia, paróquia). Haveria um elo perdido entre Sócrates e os silvícolas? E que coincidência tribo (tribuno, tributo), originalmente latinos, etruscos e sabinos, os ‘três’ povos seminais de Roma, chamando os nativos da Pindorama. Cariba, Caribe e canibal são termos gêmeos. As tribos americanas praticaram um canibalismo sem equivalente na história. Thevet (1557) fala do cacique Coniambeque, “cuja choça era revestida por cabeças de portugueses”, que

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se orgulhava de ter “matado e devorado inúmeras pessoas tantas e tantas que seu número chegaria a cinco mil”. Aqui inexistia a ideia de paz ou acordo, a guerra era atávica e os inimigos, irreconciliáveis. Como causa belli o perpétuo vingar dos ancestrais comidos pela ingestão dos comedores – o mais literal dos sentidos de dente por dente. Se o católico comunga a carne e sangue de Cristo, a liturgia indígena era a ceia comunitária da carne e sangue do inimigo. Conforme Léry, “devoram tudo que axam no corpo dos prizoneiros, desde a ponta dos dedos dos pés até o nariz e o cocuruto da cabeça, excéto os miolos em que não tocam”. Mas carne humana era religião. A alimentação dos tupinambás foi documentada por Thevet: Não falam na refeição, mastigam silenciosos. Não bebem ao comer, não comem ao beber. O sustento é farinha de raiz, mandioca. Assam os animais com couro e entranhas, sem sal. Ingerem a comida fria sem complementos. Os estômagos não cumprem horário, acordam à noite, comem e voltam a dormir. Gostam de peixes, mas poupam as tartarugas para não ficarem vagarosos. Ostras e mariscos são os únicos alimentos cozidos na água, todos os outros são sapecados na brasa a que chamam moquém. Além de ostras e mariscos, os índios comiam camarão, no tupi poti – origem do nome dos Potiguaras, ‘comedores de camarão’. Potiguaçu, ‘camarão grande’, foi o potiguara batizado como Filipe Camarão (1614), herói na guerra contra os holandeses. Potiguar acabou o gentílico do Rio Grande do Norte, em cujas costas ainda vivem os potiguaras (100.000 no séc. XVI, 13.000 no XX). Estes índios conservam o gosto pelo camarão apanhado nos mangues e desenvolveram viveiros para sua comercialização. Na verdade o camarão foi o primeiro alimento descrito na história do Brasil. Na ata de “achamento desta vossa terra”, Caminha conta que “alguns marujos foram buscar marisco e apenas encontraram alguns camarões grossos e curtos, entre os quais vinha um tão grande e grosso, como em nenhum tempo vi tamanho”.


DE CAUDA Os portugueses eram atentos aos camarões. Ao explorar a costa ocidental da África (1472), Fernando Pó se impressionou com a abundância de camarões no delta do rio Wouri, chamando-o Rio dos Camarões, daí a Républic du Cameroun. O mundo imita os portugueses e potiguaras. Sem garras, blindagem ou recursos de fuga, o camarão é fácil de caçar, limpar, preparar e comer. Adaptação ao cativeiro, fertilidade, tamanho sob medida à boca, consistência tenra e uniforme e o sabor inigualável tornaram o camarão o mais consumido dos frutos do mar. Virou até fast-food, o consumo de camarão congelado já é maior do que o de sardinha e atum enlatados. A cauda alongada e carnuda do camarão parece existir para ser comida; a carne de lagosta, fibrosa e emborrachada, exige carpintaria, e a de siri, minimalista, requer garimpagem. Limpo, o rendimento do camarão é de 50%, o da lagosta não chega a 20%, o do siri, menos de 10%. O camarão sempre foi uma iguaria. Já no séc. III d.C., Ateneu escreveu no Deipnosofista: “entre todos os peixes, o mais saboroso é o tenro camarão em folhas de figueira.”. Também contou da viagem de Apicius desde a Itália até a África para provar os camarões locais. Decepcionado com o que encontrou nem pisou em terra, içou as velas de retorno. Como Brésil, o francês cunhou fruits de mer, o que o mar doa além dos peixes, contraponto aquoso ao pomme de terre, termo que foi plantado na batata. As expressões se acasalam no Poêle de pomme de terre aux fruits de mer, pote de frutos do mar com batatas. Abundantes em águas rasas e mais fáceis de obter que os peixes, os frutos do mar são uma rica fonte proteica. Povos asiáticos pré-históricos, como os potiguaras, represavam braços de mar e estuários de rios para que os camarões ali se criassem a salvo de predadores. As marés traziam alimento e lavavam os detritos. Criaturas estranhas, os camarões têm focinho duro e serrilhado, ao mesmo tempo quilha e ferrão. Os olhos esféricos na ponta de hastes são periscópios que se projetam no lodo e


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as antenas, do dobro de seu tamanho, são sensores químicos e poderoso radar. Cinco pares de membros mesclam mão e locomoção e o rabo distal é leme, nadadeira e hélice. O camarão é um dos únicos seres marinhos capaz de nadar de ré. Primos dos camarões, mais caminhadores que nadadores, lagostas e siris são revestidos por um polímero biológico (quitina) impregnado de cal e areia, um reboco. A casca do camarão é quitina não mineralizada; maleável, impermeável e degradável, este composto é a base de pesquisa na busca do plástico perecível. A quitina é a mãe da quitosana, substância dita emagrecedora e tia da glucosamina, best-seller entre os cantos de sereia para reumatismo. A mesma quitina dá textura e consistência aos cogumelos e baratas – os frutos do mar têm muito da forma, conteúdo e sabor dos insetos. Lagostas, siris e camarões são crustáceos (<crosta), têm o esqueleto como pele, carapaça que precisa ser trocada enquanto crescem. O fruto do mar mais saboroso tem a casca firme; quando delgada e flexível foi recém-sintetizada e a musculatura subjacente foi exaurida no processo. Mas é com a casca mole (e a carne fraca) que se dá a cópula de camarões, já que crosta é um cinto de castidade inviolável. Romanticamente o acasalamento tende a ocorrer na primavera, em noites de lua cheia e maré alta. Espécie de balé aquático, em coreografias espiraladas as antenas do macho acariciam a fêmea da cabeça ao rabo e, no roçar de ventres, há a transferência de pacotes de esperma. O macho é menor do que a fêmea, que requer espaço para armazenar milhões de ovos. Alta mortalidade infantil, menos de 1% de larvas chega a idade de copular. Os camarões são onívoros que ingerem a matéria orgânica no leito das águas. Os pequenos aspiram indiscriminadamente o sedimento, os maiores são predadores, inclusive, como os tupinambás, canibais. Muitos têm e alguns merecem o apelido de camarão, ‘merda na cabeça’. Na verdade o excremento está no tubo dorsal ao longo da porção comestível. A cabeça fusionada ao tórax concentra os órgãos digestivos que se decompõe rapidamente, exalando um odor fétido. A anatomia imitando o que tanta gente tem figurativamente, os camarões têm as gônadas na cabeça. O mito do canto das sereias teria nascido da beleza dos sons das baleias beluga, antes comuns no Mediterrâneo. Se a baleia e o golfinho usam o som para comunicação, o camarão, como a sereia, usa como arma. O camarão pistola, ou ‘de estalo’, tem uma pinça hipertrofiada que ‘estala’ uma onda sonora, bolhas d’água que atordoam suas presas. Este som 60

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chega a estilhaçar vidro e a interferir com o sonar. Medindo menos que 5cm, os camarões pistola são a principal fonte de ruído no oceano. Intensivamente caçado, o camarão está protegido de extinção por sua fertilidade e pela criação em cativeiro, o principal produto de aquicultura no Brasil. A rede de arrastão faz grande dano colateral especialmente nos filhotes de peixe e tartarugas. Começam a ser usadas redes ecológicas dotadas de anteparos que impedem os seres maiores de caírem na malha que penteia e peneira o sedimento de fundo. Muita proteína e pouca gordura fazem do camarão – o de hábitat natural – um alimento saudável. O ciclo vital curto reduz a incorporação de poluentes; assim o camarão tem menos mercúrio, chumbo, DDT e petróleo que o atum e a baleia – além de ômega 3, o óleo de peixe é rico em óleo diesel. Por outro lado, a decomposição rápida faz do camarão um risco de diarreia, o hábito alimentar promíscuo, um risco de alergia. Se a ostra traz na concha vulvar a aura sexual, o camarão é rico em zinco e fenilalanina. Madame Du Barry, 19 anos, servia o sessentão Luis XV de beleza, juventude e camarões ao molho de champanha, ou seja, quatro potentes afrodisíacos. Casanova, sexoadito, aprendeu que “camarão é alimento que dá vida, permite ao corpo velho e frio usufruir o calor da paixão”. Nos 28 volumes da autobiografia o libertino enumera 122 affairs, especialmente noviças e freiras, como gostava de salientar. Alexandre Dumas expõe no seu Dicionário de Cozinha mais apetite pela cozinheira do que pelo camarão: “visto em mesas pródigas, parecendo estar ali mais como ornamento do que utilidade”, mas, “os da bela Ernestine, moça bem comportada de 28 anos, tem incomparável bouquet”. Conta que nas praias, como na vida, são as mulheres que jogam as redes, e dá a receita da sopa do camarão recém-capturado: caldo feito das cabeças, tomate, cebolas e vinho branco, as caudas cozidas logo antes de servir. Para que o camarão seja ornamento e utilidade bastam dois preceitos: produto de qualidade e pouco cozimento. A Europa tem a clássica receita: ferva cerveja e despeje camarões inteiros. Retire logo e sirva com cerveja fresca. Difícil, não? E como comensal sempre uma Madame Du Barry, sempre Ernestine. Delícia de cauda, incomparável bouquet. FERNANDO LOKSCHIN É MÉDICO E GOURMET fernando@vanet.com.br



Educação H I L DA

B E R E N G A N

CELEBRAÇÃO DO LIVRO E DA LEITURA

Uma feira é um evento, em local público, no qual as pessoas, em dias e épocas previamente determinados, vendem e expõem mercadorias. Um livro é um conjunto de folhas de papel presas por um dos lados e enfeixados em uma capa. Feira do livro é um espaço onde o livro abandona sua condição de mercadoria e transforma-se em obra à espera de um leitor. A cada ano, diversas feiras de livros acontecem em várias cidades do mundo para apresentar escritores e novidades literárias, planejar os próximos lançamentos e até mesmo marcar tendências. Há 20 anos, o Colégio João Paulo I realiza suas feiras. A Feira do Livro tem como objetivo valorizar o espaço constante que a leitura e a literatura ocupam na Escola, proporcionar a discussão de temas importantes do universo artístico e científico e promover o contato dos alunos, professores, pais e comunidade com escritores, artistas, especialistas e críticos de arte e literatura. Nossas feiras envolvem, a cada ano, um foco temático específico. Em sua trajetória, elas já enfatizaram temas como o Mercosul, os 500 anos do descobrimento do Brasil, a visão do mundo plural, o meio ambiente, a saúde e a leitura, a ciência e a tecnologia, as artes plásticas, o cinema, a música, o jornalismo, elas falaram do mundo, da condição humana, convidaram à apropriação do texto e provocaram reflexão. Nossas feiras dialogaram com Moacyr Scliar, Luis Fernando Verissimo, Luiz Coronel, Carlos Urbim, Jorge Furtado, Vitor Ramil, Luiz Antônio de Assis Brasil, Celso Gutfreind, Juremir Machado da Silva, Marcelo Carneiro da Cunha,

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entre outros, que, na condição de patronos do evento, também dialogaram com nossos jovens leitores e deixaram plantadas as pródigas sementes da cultura e da literatura. Isso significa que, anualmente, o evento tem contribuído para a formação de aprendizes e mestres e solidificado a ideia de que ler é descobrir o mundo. Nessas duas décadas, as feiras do Colégio João Paulo I envolveram os pais nas importantes questões relativas ao hábito da leitura para além da escola e oportunizaram a edição de livros. Embalados pela leitura das obras, nossos alunos percorreram o caminho da apropriação e partiram, posteriormente, para o da construção, o que faz com que 20 anos de Feira tenham produzido mais de 45 títulos e lançado o trabalho textual de mais de 10 mil alunos. Conta a tradição que as feiras medievais portuguesas se realizavam em épocas relacionadas com festas da igreja católica. No local onde se realizavam, existia uma paz especial, a chamada “paz da feira”, que proibia todos os atos de hostilidade, sob severas penas em caso de transgressão. De certa forma, assim são as feiras do livro do Colégio João Paulo I: o momento em que a escola abre alegremente as suas portas para celebrar os livros e a leitura e onde a única transgressão possível é ultrapassar os limites do texto, nele se envolver e, depois, voltar à realidade diferente, redimensionado e mais humano! HILDA BERENGAN É PEDAGOGA



Sabor

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Comida de

nverno

DELÍCIAS PARA AQUECER CORPO E ALMA

Inútil lutar contra a natureza. O frio aumenta o apetite, superdimensiona a fome, exacerba a gula. Temperaturas baixas combinam perfeitamente com comidas quentinhas, “acolhedoras”, encorpadas. A frugalidade das saladas frias e folhas frescas, tão amadas no verão, deixa de parecer sedutora. O inverno pede massas, carnes, risotos, sopas, cremes, molhos... tudo bem consistente! Que nos perdoem os nutricionistas e os eternos vigilantes do peso, mas reunimos nas páginas a seguir receitas saborosíssimas, cheinhas de calor (e não necessariamente de calorias...), assinadas por três chefs geniais: Felippe Sica, Xavier Gamez e Marina Fontes. Cada um deles foi desafiado a apontar para nossa equipe dois pratos que, em sua opinião, são perfeitos para aquecer corpo e alma. As respostas, deliciosas, você vai conhecer agora:

P O R

M I L E N E

L E A L

FOTOS

LETÍCIA

REMIÃO

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POR MARINA FONTES


Risoto de Abóbora com Presunto Parma, Parmesão Grana Padano e Minirrúcula RECEITA BASE PARA RISOTO 1.100 ML DE CALDO DE LEGUMES 2 COLHERES (SOPA) DE AZEITE DE OLIVA 1 CEBOLA BRANCA MÉDIA CORTADA BRUNOISE 400 G DE ARROZ PARA RISOTO (ARBÓRIO OU CARNIÓLI) 250 ML DE VINHO BRANCO SAL 40 G DE MANTEIGA SEM SAL 80 G DE QUEIJO PARMESÃO RALADO

PARA O RISOTO DE ABÓBORA COM PRESUNTO PARMA E MINIRRÚCULA SIGA A RECEITA BÁSICA DE RISOTO 200 G DE PRESUNTO PARMA

Modo de fazer a receita base para risoto: Primeira etapa: Esquente o caldo. Em uma panela separada esquente o azeite e metade da manteiga, adicione a cebola, o alho e cozinhe lentamente por 8 minutos sem deixar a cebola ficar dourada. Adicione o arroz e aumente o fogo. Segunda etapa: O arroz irá começar a fritar. Continue mexendo. Depois de um minuto o arroz ficará ligeiramente translúcido. Adicione o vinho branco e mexa por mais um minuto até o arroz absorver bem o vinho. Qualquer sabor forte no álcool irá evaporar e o arroz ficará apenas com uma fragrância cheirosa. Terceira etapa: Uma vez que o álcool evapore, adicione a primeira concha de caldo e abaixe o fogo para o arroz não cozinhar muito rápido por fora. Adicione uma boa pitada de sal e continue mexendo. Deixe cada concha de caldo ser absorvida pelo arroz antes de adicionar a próxima. É importante mexer para ajudar o arroz a liberar o amido que deixará o risoto cremoso. Experimente o arroz e veja se está macio e cozido. Se por acaso o seu caldo acabar antes do arroz ‘cozinhar’, adicione água quente até chegar no ponto. Quarta etapa: Retire a panela do fogo e adicione o restante da manteiga, o presunto parma, o purê de abóbora (nessa hora você pode adicionar outros ingredientes de acordo com a estação) e o parmesão. Mexa bem, tampe a panela e deixe descansar por 2 minutos. Essa parte é muito importante, porque esse vapor deixará o risoto cremoso e ligeiramente soltinho. Sirva imediatamente. Modo de fazer o risoto de abóbora com presunto parma e minirrúcula: Cozinhe a abóbora no caldo até ficar bem macia. Bata no liquidificador com pouco caldo e passe o purê em uma peneira para que fique bem lisinho. Montagem: Coloque o risoto de preferência em um prato fundo, para não esfriar. Coloque as rúculas baby for cima e decore com uma fatia de presunto parma desidratada. Se quiser, derrame um fio de azeite por cima.

100 G DE RÚCULA BABY PURÊ DE ABÓBORA 50 G DE CEBOLA PICADA 400 G DE ABÓBORA PICADA 200 ML DE CALDO DE CENOURA

MARINA FUSQUINE FONTES, PAULISTA, É UMA ENTUSIASTA DA CONFORT FOOD, DA COMIDINHA COM GOSTO DE CASA DA VÓ. NA SERRA GAÚCHA OU EM PORTO ALEGRE, ELA COZINHA COM O CORAÇÃO E EQUILIBRA COMO NINGUÉM O TRIVIAL E O REQUINTADO.

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Sabor

POR MARINA FONTES

Raviolone de Camarão, Alho-Poró e Mandioquinha ao Molho de Tomates PARA A MASSA 350 G DE FARINHA DE TRIGO 150 G DE SÊMOLA DE GRANO DURO 5 OVOS E SAL PARA O RECHEIO 400 G DE CAMARÃO LIMPO TEMPERADO COM LIMÃO, SAL E PIMENTA 100 G OU 2 UNIDADES MÉDIAS DE MANDIOQUINHA PICADA BRUNOISE (CUBINHOS BEM MIÚDOS) 4 TALOS DE ALHO-PORÓ LIMPOS E FATIADOS SEM AS FOLHAS (RESERVE AS FOLHAS PARA O MOLHO) AZEITE DE OLIVA PARA O MOLHO 2 LATAS DE TOMATE PELADO 3 DENTES DE ALHO BEM PICADOS 1 CEBOLA MÉDIA PICADA AS FOLHAS DO ALHO-PORÓ LAVADAS E PICADAS 100 ML DE CREME DE LEITE FRESCO 1 RAMINHO DE MANJERICÃO PICADO SAL E PIMENTA

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Modo de fazer a massa: Coloque a farinha em uma tigela, abra um espaço no meio e coloque os ovos e uma pitada de sal. Em um movimento circular com as pontas dos dedos, incorpore os ovos na farinha. Uma vez que a massa esteja incorporada, transfira para a bancada e trabalhe a massa até ficar bem homogênea. Deixe a massa descansar por 1 hora. Passe por um cilindro de massa abrindo a massa bem fina. Usando um cortador redondo, corte a massa em discos de 2 cm de diâmetro. Coloque uma colher (sopa) bem cheia de recheio no centro e passe o dedo na água fria e em toda a volta das extremidades. Feche o raviolone com outro disco de massa e pressione bem toda a volta para que não se abra durante o cozimento. Faça 24 unidades. Cozinhe em água fervendo com sal por aproximadamente 6 minutos na hora de servir. Modo de fazer o molho: Em um frigideira antiaderente esquente um fio de azeite e grelhe os camarões apenas dourando dos dois lados. Reserve e deixe esfriar, sem cozinhá-los por inteiro. Na mesma frigideira coloque mais um fio de azeite e comece a saltear o alho-poró em fogo baixo, sem deixar pegar cor. Reserve. Na mesma frigideira coloque a mandioquinha com um fio de azeite e água somente até cobrir a mandioquinha, e deixe cozinhar até ficarem macias, mas sem se desmanchar. Corte o camarão em cubinhos e misture o alho-poró e a mandioquinha sem caldo. Tempere com sal e pimenta e use para rechear o raviolone. O camarão irá cozinhar no tempo de cozimento do raviolone na água. Modo de fazer o molho: Coloque as folhas do alho-poró para cozinhar com água até elas quase se desmancharem. Bata no liquidificador até virar um purê e reserve. Refogue a cebola, depois o alho, assim você evita que o alho queime. Pique o tomate pelado e refogue junto com o alho e a cebola. Adicione o que sobrou de suco nas latas e o purê de alho-poró. Deixe o molho apurar. Bata no liquidificador e peneire tudo novamente. Finalize com o creme de leite, o manjericão, sal e pimenta. Montagem: Coloque uma concha de molho quente em um prato fundo, quatro raviolones e mais um concha de molho. Sirva com um pouco de parmesão ralado. Se quiser, decore com brotos.


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Sabor

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Escudella i Carn d’Olla TALVEZ ESTE SEJA O PRATO MAIS AUTÊNTICO E TRADICIONAL DA CULINÁRIA CATALÃ. BANHADA PELO MAR MEDITERRÂNEO, A CATALUNHA É UMA REGIÃO DE RIQUÍSSIMA GASTRONOMIA QUE MESCLA MAR E MONTANHA. A ESCUDELLA I CARN D’OLLA É A PURA EXPRESSÃO DO NORTE, COM SUA CORDILHEIRA DOS PIRINEUS, ONDE SE ENCONTRAM AS CRIAÇÕES DE ANIMAIS, O CULTIVO DE HORTALIÇAS, AS CAÇAS E OS BOSQUES COM OS MARAVILHOSOS COGUMELOS. SOPA DE DEMORADO PREPARO, É UMA VERSÃO MAIS TRABALHOSA DO COZIDO ESPANHOL. MUITAS CARNES VÃO À PANELA, ASSIM COMO LEGUMES E TAMBÉM GRÃO DE BICO, MAS O SEU DIFERENCIAL MESMO ESTÁ NA PILOTA, UMA ESPÉCIE DE ALMÔNDEGA BEM GRANDE FEITA DE CARNE MOÍDA DE VITELA E PORCO, TOICINHO, SALSA, MIGALHAS DE PÃO E OVO, QUE SERÁ DEPOIS FATIADA. A RECEITA SE DIVIDE EM DUAS ETAPAS, POIS TAMBÉM É SERVIDA EM SEPARADO: PRIMEIRO O CALDO, ONDE TAMBÉM ENTRA MACARRÃO, E DEPOIS AS CARNES E OS LEGUMES.

300 G DE STINCO DE CORDEIRO (OSSOBUCO TRASEIRO CON OSSO) 1 KG DE MÚSCULO DE GADO 1/2 FRANGO 250 G DE COSTELA SUÍNA SALGADA 1 OSSO DE JAMÓN SERRANO – OPCIONAL 1 NABO 3 CENOURAS GRANDES 2 ALHOS-PORÓ

Modo de fazer o caldo d’ Escudella i Carn de Olla: No dia anterior, deixe de molho em água o grão-de-bico e o bicarbonato. Em uma panela alta de ao menos 9 litros, coloque as carnes limpas. Despeje 6 litros de água mineral e leve ao fogo alto. Quando começar a aparecer uma espuma, retire com escumadeira. Repita esta operação enquanto aparecer de novo. Deixe ferver por ao menos 1 hora. Enquanto isso, limpe os legumes. Descasque as cenouras e o nabo. Corte pela metade o alho-poró e o aipo salsão. Adicione após 1 hora de cozimento. Deixe ferver por mais 1h30min em fogo médio e com a panela tampada. Se reduzir muito a água, acrescente mais até corrigir. Acrescente o grão-de-bico, e após 30 minutos, as batatas e o repolho. Quando as batatas estiverem cozidas desligue o fogo. Peneire o caldo e reserve. Descarte o nabo, o alho-poró e o aipo. As batatas, as cenouras, o grão-de-bico e o repolho, junto com as carnes do caldo, podem ser servidos como prato principal, simplesmente temperados com azeite de oliva e flor de sal. Esta parte da receita é chamada de “Carn d’olla”.

1/2 AIPO 6 BATATAS INGLESAS PEQUENAS DESCASCADAS 1/4 REPOLHO LIMPO 300 G DE GRÃO-DE-BICO 1 COLHER (CAFÉ) DE BICARBONATO Q.S.P. DE ÁGUA MINERAL

O CATALÃO XAVIER GAMEZ É UM APAIXONADO PELA GASTRONOMIA. COZINHA COM BRILHO NOS OLHOS E CRIA RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS. COMANDA EM PORTO ALEGRE O XAVIER 260, RESTAURANTE FOCADO NA CULINÁRIA DA CATALUNHA.

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Sabor

P O R X AV I E R G A M E Z

Sopa de galets i mandonguilles Sopa de conchinhas e bolinhos de carne PARA A SOPA

FARINHA

100 G DE MASSA DE CONCHINHAS

SAL

30 BOLINHOS DE CARNE PEQUENOS

SALSA PICADA

1 L DE CALDO DE “ESCUDELLA I CARN D’OLLA”

PIMENTA-DO-REINO A GOSTO

PARA OS BOLINHOS DE CARNE 500 G DE FILÉ MIGNON PICADO A FACA 100 G DE MIOLO DE PÃO AMOLECIDO EM LEITE 25 G DE ALHO ASSADO 20 G DE PINHOLES TOSTADOS PICADOS 1 OVO

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Modo de fazer os bolinhos de carne: Misture todos os insumos até que comecem a soltar das mãos. Faça bolinhos pequenos e passe-os na farinha de trigo. Reserve. Sirva guarnecido de folhas de coentro. Modo de fazer a sopa de galets i mandonguilles: Disponha em uma panela o caldo de “Escudella” e esquente até ferver. Despeje a massa e os bolinhos de carne preparados anteriormente. Transcorrido o tempo de cocção da massa, 8-10 min, desligue o fogo. Sirva quente em um prato fundo com conchinhas e bolinhos.


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Sabor

POR FELIPPE SICA

Tom Kha Gai Sopa Tailandesa Picante de Frango

Creme de BatataDoce com Bottarga

500 ML DE CALDO DE FRANGO

2 COLHERES (SOPA) DE BOTTARGA GRANULADA

150 ML DE LEITE DE COCO

½ UNIDADE DE CEBOLA PICADA

2 A 3 FATIAS FINAS DE GALANGAL OU GENGIBRE

1 DENTE DE ALHO PICADO

2 UNIDADES DE TALO DE CIDRÓ

200 G DE CREME DE LEITE OU NATA

150 G FOLHAS DE LIMÃO KAFFIR (5 UNIDADES CORTADAS AO MEIO)

SAL E PIMENTA-DO-REINO A GOSTO

150 DE PEITO DE FRANGO

CIBOULETTE PICADA PARA DECORAR

3 COLHERES (SOPA) DE MOLHO DE PEIXE (NAM PLA)

CHIPS DE BETERRABA PARA DECORAR

2 COLHERES (SOPA) DE SUCO DE LIMÃO SICILIANO 2 UNIDADES DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA Modo de fazer: Corte o frango em pedaços pequenos na diagonal. Aqueça o caldo e adicione as folhas de limão, o talo de cidró descascado e batido, o galangal, a pimenta esmagada para soltar sabor, o suco de limão e o molho de peixe. Mexa para misturar bem os ingredientes. Deixe ferver e adicione o frango e o leite de coco. Quando a fervura levantar novamente, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 2 minutos ou até que o frango esteja macio. Prove e ajuste o tempero caso necessário. Sirva guarnecido de folhas de coentro.

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1 KG DE BATATA-DOCE CORTADA EM CUBOS

3 COLHERES (SOPA) DE AZEITE DE OLIVA

Modo de fazer: Numa panela grande refogue rapidamente a cebola e o alho com o azeite de oliva. Acrescente a batata e refogue mais um pouco. Coloque água até cobrir por completo. Com as batatas bem cozidas, pegue uma concha e insira-as, com um pouco de líquido do cozimento, no liquidificador. Faça esse processo até formar um purê espesso. Volte à panela e misture com o creme de leite até chegar na textura desejada. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Sirva em pratos individuais. Salpique a bottarga por cima e decore com chips e ciboulette. FELIPPE SICA TEM ESPECIAL CARINHO PELA CULINÁRIA TAILANDESA, MAS É EXPERT EM COMIDA BOA DE TODOS OS TIPOS. PROFESSOR, CONSULTOR E “CHEF A DOMICÍLIO”, ELE TAMBÉM ASSINA A SÉRIE RECEITAS ZAFFARI, UM SUCESSO NA INTERNET.


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Bom conselho P O R

M A LU

C O E L H O

COMPORTAMENTO DE FILHOS VERSUS COMPORTAMENTO DE PAIS As crianças descobriram que o dinheiro realiza desejos, e hoje, com os estímulos da propaganda, precisam ser orientadas com todo carinho para terem um comportamento adequado em relação às compras. Os pais se equivocam, compensando culpas em relação aos filhos com atitudes que as crianças imitam, podendo adquirir uma conduta imprópria. Ficam mimadas e consumistas. Quase nada é vetado a elas e, desta forma, torna-se difícil mostrar que a satisfação não está apenas em consumir o que aparece nas propagandas. Portanto, é função dos pais passar aos filhos comportamentos adequados nessa hora. Parece complicado mostrar como se deve consumir adequadamente, mas não é. Inicie, deixando que elas participem do dia a dia da família, negocie e combine como será o momento das compras, o que irão comprar, quanto tempo isso pode levar, quanto podem gastar, o que elas podem ou não pedir. No supermercado, compre produtos que façam parte do mundo de seus filhos, que sejam necessários e oportunizem a comparação entre coisas caras e baratas, de melhor qualidade ou não. Oriente seus filhos sobre o uso do dinheiro, explicando com o que será gasto, que precisou ser ganho com o trabalho dos pais, para que entendam de onde vem o dinheiro, como se obtém, como ganhá-lo. Pode-se usar a mesada como estratégia para fazê-las compreender o valor do dinheiro. Ah! E fique atento para quando surgirem os apelos e as chantagens das crianças, como: “Eu quero, meus amigos têm e eu não tenho”. Prepare-se, vale a pena treinar os argumentos verdadeiros para dizer NÃO. Não tenha receio de impor limites e restrições ao consumo das crianças. “NÃO” é diferente de “TALVEZ” e o oposto do “SIM”. Queremos filhos saudáveis, adultos produtivos, com sua autoestima resolvida. Então, resista à tentação de dar a seus filhos coisas materiais de que eles não precisam. O amor, a compreensão, o carinho, a atenção, e as brincadeiras vão ajudá-los a serem um adultos felizes!

AMOR NUNCA É DEMAIS! 76

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Bem-vindo a um novo conceito de beleza em Porto Alegre.

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Equilíbrio C H E R R I N E

C A R D O S O

POR QUE É TÃO DIFÍCIL Vimos, no decorrer do último mês, milhares de pessoas indo às ruas gritar, bradar, lutar por um direito que é seu, adquirido na Constituição de seu país. Vimos crianças, jovens, adultos e até idosos percorrendo ruas, segurando seus cartazes de reivindicações pedindo por menos roubo e mais transparência. Pedindo menos sujeira e mais eficiência. Pedindo por algo que no fundo, não deveria ser pedido, deveria ser dado, pois não há nada do que tenham exigido que já não fosse do povo por direito. A união levou às ruas um mar de pessoas cansadas porém cheias de energia e timbre na voz para dizer: CHEGA! Basta de tanto descaso. Cansamos de nos fazer de surdos, cegos e mudos e acordamos o gigante, afrontando aqueles que se acham melhores e com mais direitos do que qualquer outro cidadão brasileiro. E agora eu te pergunto: por que será que foi preciso chegar a este ponto? Porque no fundo tudo começou há muitos anos com alguém querendo tirar vantagem de alguma coisa. Foi aí que se iniciou toda a bola de neve na qual vivemos hoje. O que coloco em pauta é algo que não se pesa mais na balança, mas que faz toda a diferença no resultado de nossas escolhas: a honestidade! Ser honesto é saber que devolver um troco que veio a mais não é feio, é educação! Que se você pegar algo de alguém e quebrar, não deve fingir que não aconteceu achando que o outro nem vai perceber, é assumir a res-

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ponsabilidade e repor o que foi quebrado. É saber que se algo não está sendo feito de acordo com as leis e normas já impostas, o certo não é simplesmente aceitar, como conivência, é levar a verdade às suas consequências. É ler e reproduzir um texto ou uma frase de alguém, mas citando sua fonte. Ser honesto! Tá aí. Talvez a causa de todo o mal no qual vivemos hoje seja a falta de honestidade. E tocando neste ponto eu infelizmente não posso apontar apenas para os políticos. Honestidade é muito mais do que cobrar do outro uma atitude correta. Se formos analisar nos mínimos detalhes, todos somos um pouco desonestos. Em maior ou menor grau. Atire a primeira pedra aquele que nunca quis tirar vantagem de alguma situação. Talvez por isso o brasileiro seja lembrado como o povo da malandragem, do “dá-se um jeitinho”. Enquanto para nós isso se tornou rotina, em outras nações e culturas boa parte da falta de educação, que resulte em desonestidade, é recriminada, julgada e condenada. Uma frase que li recentemente de Mark Twain, escritor e humorista estado-unidense, me fez reavaliar que precisamos estar o tempo todo atentos a como é o nosso comportamento: “Se você não gosta do que vê, você tem a oportunidade de mudar mudando quem você é”. Não que eu esteja do lado ou a favor da enorme cor-


SER HONESTO? rupção que se instalou neste país, ao contrário, devemos e precisamos mostrar que não aceitamos mais essa falsa moral. Só que é preciso que cada um coloque a mão na sua consciência e faça uma autoavaliação. Até que ponto eu também sou honesto? Até que ponto eu não quero conseguir algo sem tanto esforço? Até que ponto eu não estou só aproveitando desta situação pra voltar do trabalho mais cedo e ter tempo para ver uma novela? O quanto minha índole e educação mudariam se me fosse dada a oportunidade de estar em um cargo público de prestígio ou dentro do alto escalão de uma empresa? Esta pergunta resume por que estamos nas ruas hoje! Brigamos para que essas pessoas que estão no governo nos representem, mas antes, precisamos ser o espelho do que queremos lá dentro. Não podemos mais ser coniventes com nenhum tipo de desonestidade, para quem sabe assim iniciarmos um novo ciclo. Como li em um post no Facebook, “um país sem corrupção depende da honestidade do seu povo”. Vamos lutar e bradar por isso também! FORMADA EM JORNALISMO PELA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI, FEZ ESPECIALIZAÇÃO EM PUBLICIDADE & PROPAGANDA E MARKETING. HOJE ATUA COMO INSTRUTORA DE ALTA PERFORMANCE DO MÉTODO DEROSE EM PELOTAS, DIFUNDINDO UMA PROPOSTA DE LIFE STYLE COACHING, UM JEITO DIFERENTE DE SE CUIDAR E DE VIVER. ACESSE WWW.METODODEROSEPELOTAS.COM

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Viagem

paz Territรณrio da


Jordânia, cenário de livros, filmes, lendas. Um país encravado no meio da panela de pressão do Oriente Médio, fazendo divisa com Israel, Arábia Saudita e Egito. Ainda assim, um país pacífico. Parece até que está envolvido por um campo de força, que deixa de fora as farpas trocadas pelos vizinhos. Na verdade, é um tratado de paz assinado com Israel em 2004 que mantém tudo sob controle. Viajar pela Jordânia é transitar pela História. Ali estão os primeiros registros da civilização humana, ela é T E X TO

E

F OTO S

o palco dos relatos bíblicos do Velho e do Novo Testamento. A Jordânia tem uma das cozinhas mais ricas e saborosas do mundo, a árabe, o que torna tudo ainda mais interessante. Pequena, com apenas 450 km de uma ponta a outra, ela é fácil de conhecer. As estradas têm boas condições de tráfego. Em uma viagem de dez dias é possível desbravar as principais atrações: além da capital, Amã, coloque em seu roteiro Petra, o Mar Morto e o deserto de Wadi Rum. Todos imperdíveis. P O R

C R I S

B E R G E R

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Viagem


Lenços, etc. e tal No começo da viagem, sua atenção será fatalmente voltada para as mulheres e seus lenços na cabeça. No final do passeio, tudo vai parecer normal. A obrigação do uso do lenço está registrada no Alcorão: o corpo feminino deve ser coberto. A lei religiosa se transformou em costume e o costume foi convertido em moda. Há lenços de diferentes cores, tecidos, cortes e detalhes. As muçulmanas costumam ter em seu acervo cerca de 80 a 100 lenços e os usam combinados à roupa, que é absolutamente ocidental. A maquiagem das mulheres da Jordânia é carregada e grandes óculos de grife compõem o visual. Sim, elas são fashion e muito vaidosas. Ainda se veem mulheres, usualmente as mais velhas, usando o traje preto, que parece um tanto quanto opressor para olhos ocidentais. Mas a grande maioria se enfeita com lenços coloridos e não se importa de ser fotografada. Pelo contrário, lá pelas tantas elas pedem para tirar foto ao seu lado. O clima é totalmente amistoso. Apesar de o país ser muçulmano e tradicional, as mulheres são respeitadas. Isso não quer dizer que não sejam “gentilmente” assediadas, pois os árabes são grandes galanteadores. Não é necessário o uso do lenço para quem está visitando o país e não segue a religião. E, sim, há traços evidentes da cultura do Ocidente, principalmente em Amã e no Mar Vermelho. Não espere encontrar bebida alcoólica para comprar com facilidade. Mas não deixe de provar os vinhos do Líbano na carta de bons restaurantes e hotéis. Estilo Zaffari

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AMÃ FICA LINDA EM DIAS DE SOL, QUANDO O AZUL DO CÉU CONTRASTA COM OS TONS NEUTROS. O POVO É HOSPITALEIRO E ALEGRE

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Amã, a Cidade Branca Todas as casas e prédios de Amã, porta de entrada do país, são pintados de bege ou foram construídos com pedra caliza. E por isso a capital recebeu o título de “Cidade Branca”. Amã tem personalidade e beleza. Fica linda em dias de sol, quando o azul do céu contrasta com os tons neutros. O povo é hospitaleiro, simpático e alegre. É uma cidade segura, você pode caminhar pelas ruas tarde da noite sem se preocupar. Um lugar típico e muito frequentado pelos jordanianos é a rua Ali Nasuh al Taher, que merece no mínimo uma manhã da sua viagem. Tome café da manhã na padaria Sufara, experimentando os diferentes tipos de pães assados, um melhor que o outro! Os salgados e doces típicos são igualmente deliciosos. Atravesse a rua e visite a loja Izhimans Coffee, com seus coloridos e aromáticos temperos em pó e grãos embalados a vácuo, que podem ser transportados na mala. Ao lado, está a Basman, tradicional loja de chocolates, doces e balas. A próxima parada é a King Street, onde você se depara com uma Amã “caótica” e estimulante. É um verdadeiro mergulho na cultura do país. O comércio é fortíssimo, há de tudo à venda: lenços coloridos, roupas de dança do ventre, vestidos e batas bordadas, luminárias, lâmpadas, narguilés, cerâmicas, temperos e todo tipo de quinquilharia que se pode imaginar. Da mesquita de Al Hussein, onde apenas é permitida a entrada de homens, se escutam as orações a Alá, difundidas em alto-falantes. A mesquita foi construída em 1924 pelo rei Abdullah I no mesmo lugar em que o profeta Omar levantou a primeira edificação, em 640. A Rainbow Street já foi decadente, mas hoje passa por total revitalização e apresenta boas opções gastronômicas e de compras. Lá está o restaurante Sufra, que serve um delicioso Mazat: principal refeição típica árabe, composta de tabule, hummos, babaganuche, falafel, coalhada e pão sírio. Em qualquer lugar a que você vá, do mais simples ao mais requintado, será servida essa sequência de pratos, com algumas variações de apresentação. E sempre tudo muito gostoso. No sítio arqueológico da Cidadela estão as ruínas do Templo de Hércules, que fica dentro de Amã. Já Jerash, uma réplica de Roma fora da Itália, está a 50 km. Ambos rendem uma bela viagem ao passado. Jerash está em um impressionante estado de conservação e caminhar pelas praças e anfiteatros é imperdível para quem aprecia História.


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TEMPLOS, CASAS, ANFITEATROS ESCULPIDOS EM UMA CADEIA DE MONTANHAS AVERMELHADA, QUE MUDA DE TONALIDADE CONFORME A LUZ DO DIA. INCRÍVEL!

A Cidade de Pedra Petra, patrimônio mundial da Unesco e eleita como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, é um dos lugares mais visitados e famosos da Jordânia. Os registros mostram que foi ocupada pelos edomitas no ano de 1200 a.C. No século VI a.C. foi colonizada pelos nabateus, quando então se transformou em uma importante rota de comércio entre a Península Arábica e Damasco. Foram eles que esculpiram nas rochas os templos, casas, anfiteatros, minuciosamente “desenhados” em uma cadeia de montanhas avermelhada que muda de tonalidade conforme a luz do dia. Um visual espantoso, que foge de qualquer referência. Visitei Petra em dois momentos: à noite e de dia. Aconselho a todos que façam o mesmo. Três vezes por semana acontece o “Petra by night”, evento que entra na categoria dos imperdíveis. No decorrer do caminho de um quilômetro, que deve ser percorrido a pé, os únicos pontos de luz são velas, que demarcam o trajeto. No último trecho atravessamos uma passagem estreita pelo desfiladeiro, que leva ao chamado Tesouro, construído para ser o túmulo de um rei, e que tem 30 metros de altura por 43 metros de largura. Dá para imaginar? Naquele lugar, com aquele cenário, a visão das dezenas de velas, dos vultos de uma pequena multidão de pessoas sentadas no chão e o som de flautas são nada menos do que uma experiência arrebatadora. É de arrepiar! O elemento surpresa causado pela escuridão nos deixa sensíveis e à flor da pele.



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EM PETRA, ANOTE ESTE CONSELHO: CHEGUE CEDO, LOGO AO AMANHECER, ANTES DA HORDA DE TURISTAS. O SILÊNCIO COMBINA COM ESTE LUGAR De dia, a visão do Tesouro volta a surpreender, é a primeira imagem que vislumbramos ao chegar na cidade de pedra. A fachada com colunas altas e adereços é impressionante. Contratar um guia é quase obrigatório se você quiser saber mais sobre a história daquilo tudo. E o mais importante, anote este conselho: chegue cedo, logo ao amanhecer, quando Petra ainda não foi invadida pela horda de turistas. O silêncio definitivamente combina com este lugar. Não há como “deletar” do cenário os camelos, cavalos e burros com mantas coloridas, que são oferecidos como táxi para os turistas. Eles são o ganha-pão dos beduínos, antigos moradores. Mas deixe a experiência de andar no lombo de um camelo para o deserto, combina mais. O hotel Movenpick, que fica de “cara para o gol”, a poucos metros do caminho que dá acesso à cidade antiga, é uma bela opção de hospedagem. Sua decoração é rústica e a gastronomia, ótima. Aprovei o farto café da manhã e o penne com molho de tomate apimentado servido no room service. A parte nova da cidade de Petra é simples e a grande atração é mesmo a parte histórica.

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Viagem AO CHEGAR NO DESERTO, UM NOVO MUNDO SE ABRE: IMENSIDÃO, PAZ, SILÊNCIO, ALTOS PAREDÕES DE ATÉ 1.750 METROS DE ALTURA, CAMINHOS DE AREIA, UMA LUZ BELÍSSIMA Deserto de Wadi Rum Sim, Petra vai arrebatar seu coração e ele só será balançado novamente pelo deserto de Wadi Rum, que tem a Arábia Saudita ali bem pertinho. Ao chegar no deserto, um novo mundo se abre: imensidão, paz, silêncio, altos paredões de até 1.750 metros de altura, caminhos de areia e uma luz escandalosamente bela se derrama pelo cenário de Lawrence da Arábia. O Vale da Lua, como é chamado, fica perto do Mar Vermelho e da cidade litorânea e (bem) turística de Aqaba. Desculpem a imparcialidade, mas Wadi Rum é a pérola da Jordânia. O motivo que me faria voltar. É habitado desde a Pré-História. Os nabateus estiveram por lá e deixaram pinturas rupestres e templos. Foi palco da revolta árabe contra os otomanos de 1917, e lá o oficial britânico T.E. Lawrence montou sua base. Paraíso dos trekkers e alpinistas, mas igualmente um jardim do Éden para quem simplesmente quer se deixar encantar por

uma paisagem inóspita e colorida. Em Wadi Rum até o mais simples dos programas, como um passeio de jipe pelas dunas – em alguns trechos em alta velocidade, com direito a vento na cara e sabor de aventura –, surpreende, emociona e seduz. Até porque esse passeio inclui pôr do sol, uma volta de camelo naquele sacolejar gostoso e jantar em uma tenda árabe. Se você puder, durma por lá. A experiência será completa. Há acampamentos fixos com tendas e quartos bem confortáveis. Jantar em um desses acampamentos é algo que você precisa fazer. Experiência imperdível: comer o pão assado na hora, sentar-se junto ao fogo, escutar a música árabe tocada por artistas locais, observar o colorido dos tecidos, conhecer as expressões marcantes dos beduínos, que aprenderam a receber os estrangeiros e os tratam muito bem. Deixe-se envolver pela magia, pela atmosfera lúdica e pelos segredos do deserto.


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VOCÊ BOIA SEM O MÍNIMO ESFORÇO. PARECE QUE TEM UM ÍMÃ QUE O PUXA PARA CIMA

Mar Morto É bonito ver o Mar Morto de cima. E intrigante entrar em suas águas. Na verdade, ele é um lago de água salgada de 80 metros de extensão. Quer dizer, bem salgada! Tem dez vezes mais sal do que qualquer oceano e lá você boia sem o mínimo esforço. Parece que tem um ímã que o puxa para cima. O famoso rio Jordão é seu afluente. Ele fica entre a Jordânia e o vizinho da frente, Israel. Não tem nenhum tipo de peixe, apenas algas e sais, e passou a ser chamado de Morto no século II d.C. Ao norte fica Jericó, ao sudeste, Sodoma e Gomorra. Uma região que já foi habitada por reis, imperadores, comerciantes, profetas e peregrinos. E frequentada pelo rei Herodes e por Cleópatra. O rio Jordão é uma atração à parte, foi lá que João Batista batizou Jesus, e Israel pode ser visto a poucos metros de distância.

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O BANHO DE LAMA COM MASSAGEM NA CABEÇA É UMA DAS SETE MARAVILHAS DO MUNDO. AS PISCINAS – ENTRE ELAS UMA COM ÁGUA DO MAR MORTO – SÃO UM DELEITE

É justamente nesta costa que estão redes de importantes resorts internacionais. Portanto, use e abuse de todos os mimos possíveis e imagináveis que eles oferecem com maestria. O Kempinski tem uma bela propriedade na beira do Mar Morto. É imenso, tem diversas alas e todas parecem irretocáveis. Destaque para o SPA, que pode ser cotado, sem exagero, como um dos melhores do mundo. O banho de lama com massagem na cabeça é uma das sete maravilhas do mundo, não há melhor classificação. As piscinas, entre elas uma com água do Mar Morto, são um deleite. Os hotéis focam justamente na riqueza dos minerais

para oferecer as massagens e tratamentos. Pequena grande Jordânia A Jordânia é um destino absolutamente singular. No mesmo lugar você encontra espiritualidade, cultura milenar, história – afinal, boa parte da Bíblia teve a região como cenário. E ainda, de lambuja, tem o melhor do luxo. Um “pequeno grande país”, onde se encontram com abundância simpatia e cordialidade, uma cozinha sublime, uma cultura rica e admirável e motivos suficientes para merecer um segundo carimbo no seu passaporte.

CRIS BERGER VIAJOU A CONVITE DO JORDAN TOURISM BOARD, ÓRGÃO OFICIAL DE TURISMO DA JORDÂNIA.

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0ɏ ʔXVWɈ POR

CARLA

PERNAMBUCO

SÉRGIO LOURUZ/DIVULGAÇÃO PMPA

Comendo bem: requinte sem frescura Efervescente e diversificado, o Bom Fim foi decretado como bairro no ano em que eu nasci. No início, bem no início – nos idos de antigamente –, chamava-se Campo da Várzea e a Av. Osvaldo Aranha tinha o nome de Av. Bom Fim (devido à Capela Nossa Senhora do Bom Fim perto da rua Barros Cassal). De um lado, o Parque Farroupilha (a Redenção), do outro, a colônia judaica de Porto Alegre. Hoje um point porto-alegrense dos mais tradicionais. Em direção ao bairro, entre a Ramiro Barcelos e Miguel Tostes começa o bairro Rio Branco, que no início (lomba acima até o que hoje em dia é o IPA, eu era aluna do Americano) chamava-se Colônia Africana. Tinha os Bambas da Orgia na esquina da Miguel Tostes com a Casimiro de Abreu. Misturava-se – trás os montes – com Petrópolis, Bela Vista e Moinhos de Vento. Rio Branco e Bom Fim eram bairros estritamente residenciais, com exceção da Osvaldo, que comportava um importante núcleo comercial de Porto Alegre. Essa era a Porto Alegre da minha infância.

PERSONA GRATA: Se tem uma pessoa que me é grata – gratíssima, eu diria – é Fiapo Barth. Ele é um grande e amado amigo e um personagem único de Porto Alegre. Além de ser brilhante como Arquiteto, Diretor de Arte, Ilustrador e Produtor, idealizou e botou pra funcionar, no final dos anos 70, o Ocidente, na rua João Telles esquina Av. Osvaldo Aranha. Foi o “point avant gard” dos anos 80. Ao meio-dia oferecia comida natural – bom, bem servido e barato. À noite se transformava num point arrojado, palco das mais variadas tendências, trazendo bandas de vários estilos. E até hoje é assim, dia e noite, casa sempre lotada. O Ocidente é um verdadeiro caso de sucesso. Provavelmente, foi no Ocidente que iniciei minhas primeiras incursões na culinária. Eu fazia granola e torta de ricota com uva passa e vendia em pacotinhos no Ocidente.

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te gustó? então me passa um e-mail, indicando o teu endereço secreto e preferido da mesa porto-alegrense (carlota@carlota.com.br)

COMIDA FAVORITA: Levar para casa, fazer uma mesa para os amigos ou comer um sanduba de pastrami no pão integral no próprio local? Sabra Delicatessen, bem no meio do Bonfa, dica do meu amigo Sergio Lulkin, que costuma passar por lá para fazer uma bela mesa de Shabat, já provei. Pastinhas, pães, bolos, sandubas, lugar ótimo. Uma pequena tasca ydish... vale a pena conferir. Rua Fernandes Vieira, 366 – (quase esquina Henrique Dias) em frente ao Zaffari. Especializada em culinária judaica, a casa tem cerca de mil itens em suas prateleiras, como o pão ázimo (matzá – feito com farinha e água), arenque (amo!), vinhos, sucos, chocolates e temperos. Dentre o cardápio se destacam o varênikes (pastéis cozidos recheados de batata e cobertos de cebola frita) e o guefilte fish (bolinho de peixe), que é servido no Shabat (cerimônia que, nas sextas-feiras à noite, congrega toda a família). O local oferece também os pratos tradicionais servidos no Rosh Ashaná (ano novo judaico) com peixe, mel, tzimmes (rodelas de cenoura refogadas com mel) e Chalá (pão trançado de forma arredondada), todos preparados com a supervisão de um rabino. Shalom. p

FORNO E FARINHA: Você precisa ir ao Priscilla’s... Sou fã, lindos brownies,cafés variados… dá prá ficar olhando a vitrine. Pra mim, o muffin de macadamia com framboesas é o melhor que já provei. Na fronteira do Bom Fim e Rio Branco. Ponto ótimo e freguesia distinta. Vasco da Gama, 515 (entre a Miguel Tostes e a Ramiro Barcelos)

COMIDA ÉTNICA: Porto Alegre tem excelentes restaurantes dde comida japonesa, alguns mais sofisticados e elegantes, outros mais populares e despretensiosos... para todos os gostos e ocasiões. Eu tenho saudades dos tempos do velho e bom Sakaes. Rua Castro Alves, 690 – no coração do Rio Branco. Foi o que ensinou centenas de apreciadores a conheceram o peixe cru, o que ensinou o porto-alegrense a gostar de comida japonesa. É “old and good”. Pode ser um resgate bonito.

VEGETARIANO DESCOLADO: Alguém aí já ouviu falar em cochayuyo? Trata-se de uma alga que conheci no restaurante Suprem, de Porto Alegre. Meu amigo chileno Alex Zarate é o chef dessa casa especializada em gastronomia vegetariana. Ele mesmo traz sua cochayuyo do norte do Chile e do sul do Peru e a prepara em curries, recheios de pastéis. Faz uma espécie de strogonoff com batatas e ainda um molho com a alga para servir sobre uma polenta grelhada,de comer de joelhos pedindo perdão! Rua Santo Antônio, 877. O SUPREM lançou uma proposta PréNight´s, de quintas a sábados, das 19h à meia-noite. Boa música e uma culinária hindu – requintado e rápido: risotos vegetarianos, saladas, pizzas, combinado de petiscos indianos que vem acompanhado de molhos exóticos e sobremesas bem interessantes; o pudim de iogurte é imperdível. Tem um Espaço Lounge, projetado pela arquiteta Silvia Guerra (minha amiga do coração).

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Comer, comer L E N I C E

Z A R T H

C A R VA L H O

COMIDA TAMBÉM DÁ ACONCHEGO! Frio. Eu gosto do frio. Alteramos algumas rotinas, usamos roupas que nos aquecem e ingerimos muitos alimentos diferentes também. O frio estimula nosso metabolismo, aumenta a chamada termogênese, ou seja, nossa capacidade de produzir calor, e isto resulta em gasto de energia. O exercício e o alimento também fazem isso. Comer gasta energia para digerir. Fantástico, pois isso significa que se me alimentar bem no inverno, produzo mais energia e posso comer mais... e mais... e se fizer exercícios então, nem se fala! O segredo é comer o que dá aconchego, o que dá saciedade, o que aquece. Mas que dê muito trabalho para o corpo digerir, metabolizar, e se você pretende se manter bem, que não concentre muita energia (calorias) em pequenas porções. Alimentos ricos em fibras, junto com alguma proteína, provocam este efeito tão esperado. Nesses momentos fico pensando em um camarão na moranga ou bobó de camarão, um escondidinho de aipim com carne, no arroz com feijão e legumes, em sopas cremosas, entre tantas outras preparações gostosas e saudáveis. Tudo depende de como são preparados e quanto será consumido. Precisamos evitar alimentos refinados com molhos gordurosos, como as massas com natas, assim como os do-

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ces e outros farináceos preparados com gordura e açúcar. Estes são exemplos de alimentos que concentram calorias e são de fácil absorção, sem causar tanto trabalho para digerir, podendo ser facilmente estocados. Tudo depende de quanta energia precisamos. Comer é um ritual. Podemos programar refeições leves que gerem conforto e saciedade. A sensação de prazer de uma refeição depende de vários fatores, como o ambiente, a maneira como o alimento é preparado e com quem vamos fazer a refeição. Em uma ocasião especial, você pode servir um creme, um prato quentinho com batatas, mandioquinha ou um souflé, acompanhar com um bom vinho e proporcionar um gostoso aconchego aos familiares ou amigos. O bem-estar em todas as refeições, ou na maioria delas, a longo prazo gera sensação de leveza, e isto se reflete na nossa saúde. Essa deve ser uma preocupação em qualquer estação do ano. Mesmo com o frio do nosso estado, nada expressa maior afeto do que o cuidado que temos conosco e com nossos amigos e familiares. Comendo bem. Por que não?

LENICE ZARTH CARVALHO É NUTRICIONISTA


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O BEM VESTIR EM CADA ETAPA DA VIDA Há muito tempo que já vige a regra do vestir apenas aquilo que lhe cai bem. Portanto, seguir a moda ou alguma tendência aqui outra ali serve apenas para atualizar seu look, brincar com você mesma ou ainda sair da monotonia. Jamais uma obrigação como já foi tempos atrás. Mas neste cenário tão democrático, algumas regrinhas e princípios são bem importantes e devem ser seguidas, caso você deseje estar realmente bela e em paz com o espelho. Quer um exemplo? Nosso guarda-roupa passa por fases (assim como nossa vida). E a faixa etária evidencia muito esses momentos. Pensando nisso, trago algumas dicas em linhas gerais, sobre o que favorece a mulher em diferentes fases da sua vida. Vamos a elas? Aos 40 anos a mulher ainda tem facilidade em manter o corpo em forma. O comprimento dos vestidos ainda pode aparecer acima do joelho e os decotes são bem-vindos. É muito importante atentar para as proporções, evitando tecidos extremamente justos, que dão a impressão de silhueta fora de forma. Por outro lado, estampas são ótimas opções para recriar formatos de corpo e sempre, sempre, sempre (por favor!) fuja de elementos infantilizados. A partir dos 50 anos, a imagem passa a primar ainda mais pela elegância. O comprimento indicado é na altura dos joelhos. Recomendo deixar de lado os decotes muito cavados no colo. Aposte em mostrar outras partes do corpo em looks que não sejam totalmente fechados – costas de fora, por exemplo. Já na faixa dos 60 e dos 70 anos, as mulheres costumam demonstrar a experiência que adquiriram ao longo da vida e, para tanto, devem usar peças acima de tudo confortáveis e de qualidade indiscutível. Sugiro roupas com detalhes discretos, porém coloridas, alegres. Mas precisam evitar expor demais o corpo.


ROUPA VERSÁTIL E PRÁTICA A maioria dos homens adora um guarda-roupa bem prático. Pois o blazer sempre foi e sempre será o curinga do guarda-roupa masculino! Quer praticidade maior do que esta peça-chave combinada com uma bela calça e uma camisa correta? E hoje, as propostas das tendências são amplas e trazem combinações modernas, arrojadas para quem quer fugir do convencional, em cores, texturas e estampas. Versátil, as vantagens do blazer também são as suas inúmeras opções na hora de criar um look para quase todas as ocasiões. Do mais formal às propostas esportivas, mantendo sempre certa elegância em qualquer produção, o blazer cai bem combinado a itens de alfaiataria, assim como com jeans e em composições bem esportivas, com bermudas de corte reto e estilo comportado. Nas baixas temperaturas, o maior charme é vesti-lo com uma echarpe ou cachecóis masculinos, um acessório perfeito para o clima brasileiro. Para quem não sabe, o echarpe tem formato retangular e é feito sempre de tecidos mais leves e finos, como seda e chifon. Já os cachecóis geralmente são de tecidos encorpados e quentinhos como a lã ou o algodão. Vários tipos de nós são usados tanto no cachecol como na echarpe, que podem ser adaptados para criar um estilo que renova a cara do seu blazer antiguinho. Também colocando sobre os ombros ou no estilo gravata, nós no pescoço, são todas opções elegantes. ROBERTA GERHARDT É CONSULTORA DE MODA, ESTILO E COMPORTAMENTO robertagerhardt@terra.com.br

O BLAZER COM ECHARPE DEVE ESTAR ACOMPANHADO DE ROUPAS MAIS LEVES COMO CAMISETAS, REGATAS E ATÉ MESMO BERMUDAS. JÁ COM OS CACHECÓIS, TANTO O BLAZER COMO AS DEMAIS PEÇAS DEVEM SER MAIS QUENTINHAS, COM TECIDOS EM LÃ, COURO E PELE. O FORMATO DO CORPO E DO ROSTO AJUDA OU NÃO A VALORIZAR A COMBINAÇÃO DE BLAZER COM ECHARPE OU CACHECOL. POR EXEMPLO: HOMENS DE ROSTO REDONDO E PESCOÇO CURTO DEVEM EVITÁ-LOS. HOMEM COM PESCOÇO CURTO E FINO SE BENEFICIA DA COMBINAÇÃO BLAZER COM ECHARPE EM VEZ DO BLAZER COM CACHECOL, EM RAZÃO DO VOLUME MENOR. PARA OS BAIXINHOS, A DICA É VESTIR O BLAZER COM ECHARPES E CACHECÓIS SEMPRE DE TONS BEM PRÓXIMOS. CONTRASTES DEVEM SER EVITADOS, ASSIM COMO ESTAMPAS EXAGERADAS E MUITO GRANDES. DISCRIÇÃO É A CHAVE!

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mulheres que amamos RESERVAMOS ESTAS PÁGINAS PARA HOMENAGEAR, A CADA EDIÇÃO, MULHERES ADMIRÁVEIS, NOTÁVEIS, INTERESSANTES, INDISPENSÁVEIS. MULHERES QUE DESPERTAM

O MUNDO FRUGAL DE EVA

O NOSSO AMOR. AQUI AO LADO ESTÁ A QUERIDA DAMA DO TEATRO GAÚCHO,

Dona Eva é abençoada com o espírito da fraternidade e solidariedade em relação ao coletivo. Consegue isso porque dá mais valor ao essencial. Ela não desperdiça tempo e energia. Gasta naquilo que mais importa, com leveza na alma e fluidez, sendo fiel aos seus propósitos e preenchendo sua vida com valores e realizações. Investe no que é duradouro, no que irá permanecer no tempo. Dona Eva aprecia e desfruta daquilo que lhe dá mais prazer e satisfação, independentemente do que os outros pensem e digam. Contagia colegas, amigos, empresários e governos. Todos acabam entendendo que o “seu” é de “todos” e que, no mundo frugal de Eva, SIMPLICIDADE E QUALIDADE são os maiores legados.

EVA SOPHER, QUE EM 2013 COMPLETOU 90 ANOS DE IDADE E A QUEM AGRADECEREMOS ETERNAMENTE PELO RENASCIMENTO DO THEATRO SÃO PEDRO E PELA CRIAÇÃO DO PROJETO MULTIPALCO. NA PÁGINA SEGUINTE APRESENTAMOS MARIA COUSSIRAT CAMARGO, VIÚVA DE IBERÊ CAMARGO E PRESIDENTE

Sorte a nossa!

DE HONRA DA FUNDAÇÃO QUE TEM O NOME

POR CLARICE CHWARTZMANN EMPRESÁRIA CULTURAL, TRABALHOU AO LADO DE DONA EVA DURANTE DEZ ANOS NO PROJETO MULTIPALCO

DO ARTISTA. SEM MARIA, QUE A VIDA TODA

NÃO EXISTIRIA A FUNDAÇÃO. A ESSAS DUAS GRANDES DAMAS, O NOSSO MUITO OBRIGADO.

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FOTO: RODRIGO CONTE

CUIDOU DE PRESERVAR A OBRA DE IBERÊ,


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FOTO: MATHIAS CRAMER

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A GRANDE DAMA DA FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO Dona Maria, como costumamos chamá-la, é uma mulher admirável. Sua presença e determinação foram fundamentais para a criação da Fundação Iberê Camargo. Esposa do artista, durante toda sua vida ela trabalhou para garantir a perenidade da obra de Iberê. Ainda hoje, passados 18 anos, ela dedica especial atenção à instituição e se emociona ao ver os catálogos e revistas que ilustram o reconhecimento alcançado pelo sonho dela e de seu marido. Me sinto honrado de fazer parte dessa história, tendo a oportunidade de conhecer e acompanhar de perto os frutos da dedicação de Dona Maria. Acompanhei o dia a dia de Iberê e Maria nos anos 80, quando o casal morava na Rua Lopo Gonçalves e nos encontrávamos todos os domingos no Brique da Redenção. Grandes tempos aqueles, que renderam inesquecíveis conversas. POR FÁBIO COUTINHO, SUPERINTENDENTE CULTURAL DA FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO

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EXPERIÊNCIA E ESTRUTURA Assessoramento técnico de alta qualidade, realizado por especialistas, para que nossos clientes possam atingir suas metas e crescer com segurança e tranquilidade. A experiência de mais de 25 anos garante a eficiência e a agilidade de nossos serviços contábeis.

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Palavra LU Í S

AU G U S TO

F I S C H E R

JOÃO GILBERTO E VITOR HUGO A história ruge ali fora, nas ruas, em momentos de urgência; mas este não é, não pode ser o único ritmo da vida. Espero que o prezado leitor concorde comigo. Porque a gente precisa de tempo para as coisas acontecerem em sua dimensão mais profunda e duradoura. Um tempo mais lento, é claro. Em 1967, outra época de urgências, muito distintas das atuais, aconteceu de um escritor de esquerda como Antônio Callado cobrar participação e engajamento de um escritor tido como alienado, Guimarães Rosa, que de fato não se ligou nunca às urgências da política. Conta Nelson Rodrigues, amigo dos dois, que Rosa respondeu à exigência de Callado afirmando que os artistas, como eles, tinham como tarefa erguer catedrais, e não produzir biscoitos. Catedrais! Guimarães Rosa sabia que estava produzindo sua obra para o infinito e ergueu suas catedrais de palavras à vista de todos. Graças a esse destemor temos seus contos, novelas e a magnífica obra-prima, Grande sertão: veredas. Como ele, outros artistas também entendem o Tempo, com maiúscula. Não produzem para o imediato, porque têm talento, claro, mas porque, mais ainda, têm uma consciência particularmente alerta para a tradição em que se inserem e que, com sua obra, modificam. Dois exemplos estão no título deste texto.

O mais velho é João Gilberto, o inventor da batida da Bossa Nova ao violão, o mestre-zen da interpretação precisa e ultraeconômica, o cara que modificou para sempre o jeito de olhar para o samba. Quando gravou seu primeiro disco, em 1958, causou impacto porque parecia falar, e não cantar: nada de vozeirão empostado, nada de samba para turista, com mulatas e palmeiras no palco, e muito pelo contrário, uma voz mansa e um violão discretíssimo, com ênfase na sutileza, na contenção. Para aproveitar mais ainda o enorme legado do grande intérprete, temos agora um precioso livro, chamado João Gilberto, organizado por Walter Garcia para a editora Cosacnaify. Ali estão reunidas todas as (raras) entrevistas que nosso cantor deu, ao longo da vida, desde 1959. O livro também acolhe testemunhos de gente que o conhece há tempos, assim como artigos e análises de grande valor. O outro mencionado no título talvez não seja tão óbvio. Descobriu quem é? Eu digo: é Vitor Ramil, que por extenso se chama Vitor Hugo Alves Ramil. Não dá para colocá-lo no mesmo patamar de João Gilberto. Mas é certo que ele fez, para o Rio Grande do Sul e para sua geração de cancionistas, no Brasil e no Prata, um serviço parecido. Vitor amansou a milonga, desvendou sua delicadeza e sua variedade, moldou-a, reinventou-a, de modo a fazê-la conter o relato de experiências sutis, sofisticadas, difíceis, que pareciam não caber em estilo musical tão rude. Vitor Ramil lançou faz pouco um cd duplo magnífico, Foi no mês que vem, com uma revisão de sua já longa trajetória, em arranjos novos, arejados, que valorizam ainda mais seu trabalho. E publicou um songbook, chamado simplesmente Vitor Ramil, pela editora Belas Letras. Vale a pena conhecer o livro, tê-lo por perto: ali estão dezenas de partituras, para quem quiser reproduzir seu violão estiloso. E está também um longo e precioso perfil de sua trajetória, desde a infância, ainda como o irmão mais novo de Kleiton e Kledir, passando pela adolescência, quando se decidiu pela carreira artística, até alcançar sua vida profissional, em que compôs suas próprias catedrais, que tanto bem nos fazem. LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR

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