Estilo Nº66

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Ano 12 N0 66 R$ 4,95

Detox FIM DE FÉRIAS. É HORA DE RETOMAR A ROTINA E COLOCAR O CORPO EM DIA TECNOLOGIA

AS CRIANÇAS E OS GADGETS ELETRÔNICOS

VIAGEM

UM TOUR GASTRONÔMICO PELA CHARMOSA MONTREAL

VIDA

DUPLA PERFEITA: SURFE E GASTRONOMIA






Milene Leal milene@contextomkt.com.br

EDITORA E DIRETORA DE REDAÇÃO REDAÇÃO Beto Conte, Cris Berger, Flavia Mu, Loraine Luz, Milene Leal REVISÃO Flávio Dotti Cesa DIREÇÃO E EDIÇÃO DE ARTE Luciane Trindade ILUSTRAÇÕES Guilherme Dable FOTOGRAFIA Alexandre Raupp, Beto Conte, Cris Berger, Letícia Remião COLUNISTAS Carla Pernambuco, Cherrine Cardoso, Fernando Lokschin, Lenice Zarth Carvalho, Luís Augusto Fischer, Roberta Gerhardt, Tetê Pacheco EDITORA RESPONSÁVEL Milene Leal (7036/30/42 RS)

Izabella Boaz izabella@contextomkt.com.br

DIRETORA DE ATENDIMENTO A revista Estilo Zaffari é uma publicação trimestral da Contexto Marketing Editorial Ltda., sob licença da Companhia Zaffari Comércio e Indústria. Distribuição exclusiva nas lojas da rede Zaffari e Bourbon. Estilo Zaffari não publica matéria editorial paga e não é responsável por opiniões ou conceitos emitidos em entrevistas, artigos e colunas

Ano 12 N0 66 R$ 4,95

assinadas. É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem prévia autorização e sem citação da fonte.

TIRAGEM 25.000 exemplares IMPRESSÃO Gráfica Pallotti

ENDEREÇO DA REDAÇÃO Rua Cel. Bordini, 487/4 andar – Porto Alegre/RS – Brasil – 90440 000 (51) 3395.2515 (51) 3395.2404 (51) 3395.1781 estilozaffari@contextomkt.com.br

Detox FIM DE FÉRIAS. É HORA DE RETOMAR A ROTINA E COLOCAR O CORPO EM DIA TECNOLOGIA

AS CRIANÇAS E OS GADGETS ELETRÔNICOS

VIAGEM

UM TOUR GASTRONÔMICO PELA CHARMOSA MONTREAL

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FOTO: LETÍCIA REMIÃO

VIDA

DUPLA PERFEITA: SURF E GASTRONOMIA


N OTA

D O

E D I TO R

Tudo novo de novo

Essa história de que o ano só começa depois do Carnaval já não cola mais há muito tempo. Janeiro e fevereiro são meses de trabalho, ainda que nas grandes cidades o ritmo diminua bastante. Mas eles são também os tradicionais meses de férias no Brasil, quando quase toda a população tenta, por maiores ou menores períodos, dar uma escapada, curtir uma praia, viajar um pouco mais longe. Para março fica a incumbência de colocar todo mundo nos trilhos novamente. São as águas de março que fecham o verão, certo? Então, vamos lá! Cidades novamente cheias, rotinas retomadas, correria, trânsito pesado... mas também reencontros, renovação, novas ideias. E o planejamento das próximas férias, claro. Por que não? A Estilo Zaffari que você tem em mãos começa a circular justamente nesse momento. E já na capa mostramos sintonia com o que vai na cabeça dos nossos leitores: se nas férias você se permitiu enfiar o pé na jaca, se deu liberdade extra à sua gula, se tomou todas no Carnaval, é mais do que chegada a hora de fazer um Detox! Nas lindas fotos feitas por Letícia Remião você vai encontrar sugestões de alimentos perfeitos para colocar o corpo em dia. Incrível como essa matéria consegue provocar água na boca com imagens de saladinhas, sucos, sopinhas... Méritos também para a chef Hadas Nadvorny, que criou as receitas, e a jornalista Flavia Mu, que assina a reportagem. Uma outra matéria desta edição, igualmente obra da jornalista Flavia Mu, faz a gente aproveitar um pouco mais o gostinho das férias. O tema? Surfe e gastronomia, dois universos que parecem, a princípio, não ter qualquer conexão. A convite da Estilo Zaffari, dois chef s muito queridos do público gaúcho, Felippe Sica e Marcelo Schambeck, e que são também surfistas, fizeram uma trip de ondas e delícias gastronômicas ao litoral catarinense. Passaram dois dias surfando, cozinhando e provando quitutes preparados com ingredientes do mar. O resultado? Páginas e páginas de lindas fotos, um astral maravilhoso, receitas deliciosas. Para curtir e se inspirar. Mas se você já está com desejo de planejar sua próxima viagem, temos duas sugestões ótimas: Ilha de Hvar, na Croácia, e Montreal, no Canadá. A primeira, um dos lugares mais charmosos do mundo, perfeito para quem curte uma praia descolada, estilosa, linda, cheia de gente bonita, mas sem afetação. A segunda, uma grande metrópole cheia de personalidade e de atrações. E como em março também se fala mais em escola, educação, crianças, incluímos nesta edição a matéria Bits & Kids, que aborda a relação de nossos filhos com os gadgets eletrônicos criados pelos adultos. Tablets, smartphones e notebooks já são parte do cotidiano das crianças no Brasil. E algumas delas têm largo acesso aos equipamentos. Essa relação, porém, nem sempre é sadia. Vale a pena se informar e refletir a respeito. Entremeando tudo isso, temos os textos sempre brilhantes dos nossos colunistas. Esta edição está, modestamente, imperdível. Boa leitura! OS EDITORES


Correio RECADINHOS QUERIDOS

Parabéns... supertrabalho... Amazing... CEZAR MEDINA

QUE A ESTILO ZAFFARI 65 Ano 12 N0 65 R$ 4,95

RECEBEU PELO FACEBOOK

Muito boa! Parabéns. Muita competência. Abs. FRANCISCO BRAGANÇA

Sabor de festa

UM ESPECIAL DE 32 PÁGINAS SOBRE A CIDADE MARAVILHOSA

VIAGEM

BELEZAS, SABORES SEGREDOS E EXOTISMOS DA TAILÂNDIA

COMIDINHAS PERFEITAS PARA MOMENTOS DE ENCONTRO E CELEBRAÇÃO

NA CHEGADA DA ÚLTIMA EDIÇÃO ÀS LOJAS:

Eu vi, adorei.bjs MARILENE DIB SILVA

Já li todinhaaa!! Maravilhosa. TEREZINHA PAZ MUNHOZ

Está um escândalo de linda, comprei ontem!!!! Parabéns ALESSANDRA BECKER

Maravilhosa!!!!! O trabalho de vocês foi magnífico, superparabéns!!!!!!!! NECO AMIN

Já estou com a minha em casa!!! Comprei hoje, estou louca para sentar no meu sofá e aproveitar. ELIANE MACHADO

Já li!! Como sempre, maravilhoosa!! REGINA D’AZEVEDO

Amo esta revista, guarda pra mim... Não tem aqui. Resido em Bagé. Bjs JUÇARA MARIA KANAAN COSTA

Adoro!! ANELISE PRAETZEL SCHAURICH

Parabéns, gurias!! Vocês são d+ !! e obrigado por me deixarem fazer parte dessa revista de que tanto me orgulho! LUCIANO LUNKES GASTRONOMIA

Vocês são campeãs.... CARLOS SMITH

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Estilo Zaffari

Já devidamente degustada! Acho que pela primeira vez achei a revista na largada, comprei ainda dia 31... o que dizer da revista? Vocês sempre se superam, dá vontade de comer as matérias e viajar na viagem de seus colunistas. PAULO MONTEMAGGIORE

Sempre muito lindo e equilibrado, belíssimo trabalho! Sempre em altíssimo Estilo!!!! HENRI SCLOVSKY

Fui buscar a minha sábado e realmente está deslumbrante. Sem palavras, com certeza mais que uma leitura, diversão pura. DANIELA VICENTE DA COSTA

Adoro!!!Parabéns!! SANDRA STERN

Está magnífica!!! CARMEM GAMBA



Cesta Básica

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Criaturas Humanas

26

Coluna Comer, Comer

40

Me Gusta

54

O Sabor e o Saber

70

Coluna Equilíbrio

88

Metrópole

90

Moda

98

Mulheres que Amamos

100

Palavra

104

TEMPERADO COM SAL: SURFE + GASTRONOMIA Chefs e surfistas, Felippe Sica e Marcelo Schambeck partiram em uma trip de ondas e culinária, documentada pela Estilo Zaffari. Receitas imperdíveis!

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UM TOUR PELA MONTREAL GASTRONÔMICA

DETOX: É HORA DE COLOCAR O CORPO EM DIA

Cris Berger visitou a metrópole-modelo do Canadá e percorreu alguns dos seus melhores endereços gastronômicos

Depois dos excessos das férias e do Carnaval, é preciso limpar o organismo. Mas essa missão pode ser agradabilíssima. Confira!

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BITS & KIDS: A NEM SEMPRE SAUDÁVEL RELAÇÃO DAS CRIANÇAS COM A TECNOLOGIA DIGITAL

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Cesta básica

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS E SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA A DIA E SE DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, MODA, LITERATURA, ARTE, LUGARES, VIAGENS, OBJETOS ESPECIAIS, PESSOAS GENIAIS, COMIDINHAS, PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO! T E X TO S

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Estilo Zaffari

P O R

LO R A I N E

LU Z

FRESCOR E BOAS ENERGIAS Com a escolha de elementos decorativos certos, um ambiente pode ser completamente transformado e transportar seus habitantes para longe do cenário cinza das cidades. Quem sabe praias paradisíacas? A marca gaúcha Textura Tecidos traz essa possibilidade com os painéis da coleção Ibiza, da Orlean. Há 28 anos, a Orlean é referência no mercado de papéis de parede e tecidos. A coleção Ibiza, da marca holandesa Eijffinger, espalha frescor e boas energias nos ambientes. São estampas multicoloridas que combinam com ambientes leves e bem-arejados, além de proporcionarem uma sensação maravilhosa de estar ao ar livre, à beira-mar. Com 25 anos de atuação em Porto Alegre, a Textura é uma empresa multimarcas que vende tecidos, revestimentos e passamanarias para decoração. Seu showroom se estende por 200 metros quadrados no bairro Moinhos de Vento.

TEXTURA TECIDOS RUA DR. TIMÓTEO, 579 I BAIRRO MOINHOS DE VENTO 51 3395.1554 E 3395.4157 I www.lojatextura.com.br


BANQUETES EXCLUSIVOS AO AR LIVRE Pela quinta vez, o Rio Grande do Sul está no roteiro do Gastronômade, que no mês de março retornou a seis Estados do Brasil para mais uma rodada de eventos. O festival itinerante que une produtores locais, alta gastronomia e gourmands está em seu terceiro ano de realização no Brasil. As características que consolidaram a iniciativa se mantêm: banquetes sustentáveis a céu aberto em grandes mesas coletivas, reunindo centenas de pessoas que se encontram para compartilhar momentos de profundo culto aos alimentos. A iniciativa é baseada no modelo de sucesso americano criado pelo artista e chef Jim Denevan, o Outstanding in the Field. Top chefs comandam os banquetes ao ar livre, montados em locais inusitados e sempre em parceria com os agricultores e pequenos produtores de cada região.

Na Vinícola Miolo, no Vale dos Vinhedos, as delícias ficaram por conta do chef Vicco Crocco. Na sequência, o Distrito Federal acolhe o Gastronômade, no final de março, sob o comando do chef Agenor Maia. Os mineiros são os privilegiados em seguida, na histórica cidade de Tiradentes. Felipe Rameh é o chef. Em seguida, o Gastronômade volta para o sul do país. A Vinícola Villaggio Grando, em Água Doce, sedia a etapa Santa Catarina, em 5 de abril. Klaus Pahl é o chef. Por fim, a etapa Paraná, no dia seguinte, no Castelo de Batel, em Curitiba. O comando dos sabores que irão à mesa é de Hermes Custódio. O desafio de todos os chefs é criar os banquetes se valendo apenas dos produtos do terroir local, harmonizados com vinhos e espumantes de primeira linha produzidos, em geral, na propriedade que recebe os visitantes.

GASTRONÔMADE BRASIL I www.gastronomadebrasil.com

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Cesta básica

DEIXE-SE SURPREENDER É sabor com autoria e, por isso, um pouco de arte o que sai da cozinha do restaurante 72 In e chega às mesas. A ambientação ajuda: uma decoração em que se casam o clássico e o moderno, paredes e teto de vidro, o verde dos jardins suspensos e iluminação suave, agradável. Uma atmosfera em que se encaixam com perfeição os ingredientes de cada prato, um bom vinho ou espumante e tempo para desfrutar desses prazeres. Sentidos aflorados. Um lugar bacana para ir a dois. O comando da cozinha é do chef argentino Marcelo Chaparro. A cada semestre, novas delícias e surpresas, baseadas em produtos frescos da estação. Enquanto ele brinca de alquimista, os clientes do restaurante se divertem também. A COZINHA DO RESTAURANTE É COORDENADA PELO CHEF MARCELO CHAPARRO

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72IN AV. NOVA YORK, 48 I BAIRRO AUXILIADORA 51 3012.0172 E 51 9166.3022 72in.com.br


LEITURA PARA CORREDORES

LUZ, CÂMERA E UM DESTINO

São 58 histórias para inspirar, seja você corredor de fato, aspirante ou apenas simpatizante desse esporte. Correria – Histórias do Universo da Corrida é assinado pelo jornalista Sérgio Xavier Filho. Gaúcho radicado em São Paulo e diretor do núcleo de revistas esportivas da Editora Abril – entre elas a Placar e a Runner’s World – , ele já fez quase duas centenas de provas. Correu no Atacama, na neve, no Polo Norte, e até revezamento de 600 km entre Rio-São Paulo (três vezes), fora nove maratonas – que, se somadas, já dariam quase 400 quilômetros. O livro lançado no final do ano passado reúne textos do blog que Sérgio mantém, o Correria, e agrega o relato de outras experiências. São histórias centradas ou em personagens, ou em treinos, parcerias e tudo que passa a povoar a cabeça de quem adota a corrida como hobby. Não é o seu caso? Sérgio sugere um caminho: “Descubra a sua motivação, não a dos outros. Uma vez que a gente sabe por que está correndo, corremos melhor”. O jornalista já escreveu Operação Portuga: Cinco Homens e Um Recorde a Ser Batido em 2010, no qual conta a história de amigos que tentam bater o recorde uns dos outros. E isso rende história? Bah. Enfim, coisas que só vê sentido quem corre (e é fascinado por isso).

Uma viagem cujos destinos e horários dos passeios foram definidos conforme a luz e os ângulos. Fotografia e viagens combinam desde sempre, mas a agência Diário de Bordo foi além e criou a Travel & Photo Experience. Partindo em 12 de abril, o grupo aproveitará o feriadão da Páscoa para explorar e clicar a bela e extravagante Patagônia. O outono, época em que a vegetação está mudando de cor, a luz é mais angulada e os ventos menos intensos, juntamente com o calendário lunar, ajudou a definir a data. A consultoria é do fotógrafo profissional Andre Nery. O grupo de no máximo 12 pessoas ficará por quatro dias no povoado de El Chaltén, aos pés da cordilheira dos Andes. Não é necessário ter experiência anterior em fotografia nem possuir equipamento especial. O objetivo é apreciar a viagem e aprender truques que garantam lindos registros com qualquer tipo de câmera. Com acompanhamento de guias locais, há opção para passeios por entre as cavernas do glaciar e escalada em paredes de gelo. O ponto alto da viagem será acompanhar a lua cheia se pondo atrás do Fitz Roy, montanha mais alta da região. Dali o grupo segue para El Calafate, para mais dois dias de passeios, sendo um dia no Glaciar Perito Moreno e outro na Estância Cristina, incluindo uma trilha 4X4 e um passeio de barco.

CORRERIA – HISTÓRIAS DO UNIVERSO DA CORRIDA SÉRGIO XAVIER FILHO ARQUIPÉLAGO EDITORIAL I 176 PÁGS.

TRAVEL & PHOTO EXPERIENCE PATAGÔNIA DE 12 A 20 DE ABRIL DE 2014 DIÁRIO DE BORDO RUA MOSTARDEIRO, 05 CONJ. 304 I 51 3314.8600 Estilo Zaffari

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ACADEMIA COM CENÁRIO DE CARTÃO-POSTAL

FOTOS: CHRISTIANO CARDOSO

São 900 metros quadrados, três salas de aulas coletivas – sendo duas para ginástica e uma para bike indoor –, espaço para avaliação cardiorrespiratória, musculação, ginástica funcional, área de estar, amplos vestiários, estacionamento exclusivo e... o pôr do sol mais bonito do mundo. A Academia Fórmula aterrissa em Porto Alegre no terceiro piso do Shopping Praia de Belas, na área de expansão do empreendimento. Chega com equipamentos de ponta da marca americana Life Fitness – como, por exemplo, esteiras com telas de LCD – e com uma grade completa com diversas modalidades de aulas coletivas, entre elas ginástica localizada, aula de jump, GAP (aula com ênfase em três grupos musculares: glúteo, abdômen e perna), mat pilates, alongamento, zumba e outros ritmos. A Fórmula da capital gaúcha é a 20ª da rede no país. Pertencente aos empresários Alexandre Accioly, Luiz Urquiza, João Paulo Diniz e Bernardinho, a rede tem Luciano Huck como sócio da marca. Toda a operação das franquias Fórmula é controlada pelo Grupo Bodytech. Os franqueados locais são Luiz Flaviano, Luiz Paulo, Paulo Afonso Girardi Feijó e Rafael Bacchin Schneider.

FÓRMULA ACADEMIA SHOPPING PRAIA DE BELAS I 3º PISO I AVENIDA PRAIA DE BELAS, 1.181 I formulaacademia.com.br

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UM MUNDO DE BRIGADEIROS O brigadeiro é um clássico, e a engenheira de alimentos Brenda Oliveira Otero, 32 anos, faz desse concorrido e festejado docinho uma arte. Apaixonada por brigadeiro desde a infância (e quem não é?), ela reinventou a tradicional receita do doce. Assim nasceu a Brenda Brigadeiro’s, grife com quase dois anos de mercado e mais de 40 sabores. No cardápio, brigadeiro boleado, no palito, no copo, brigadeiro de colher, panelinhas, bisnaga, lembrancinhas e caixas para presentes. Há ainda linhas especiais, como a vegana (sem ingredientes de origem animal), diet (sem açúcar) e sport, com brigadeiro à base de proteína. A Brenda Brigadeiro’s usa apenas matérias-primas nobres, dentre elas: chocolate belga, damasco, frutas frescas, laranja cristalizada, pistache, castanhas, creme de avelã, doce de leite, pimenta, nozes e bebidas especiais. Os recheios e as coberturas podem ser tradicionais ou inusitados. Os fãs do docinho são surpreendidos com brigadeiros de, por exemplo, caipirinha e de abacaxi com hortelã.

BRENDA BRIGADEIRO’S ENCOMENDAS PARA PRESENTES E EVENTOS 51 3516.9584 I 51 9867.6596

SABORES BÁVAROS Spätzle de queijo ao molho vitela, bolinho de batata com purê de maçã, chucrute com bockwurst, repolho roxo com weisswurst; pato ao molho de frutas vermelhas, eisben ao forno, rahmschnitzel ao molho de nata e ervas finas. Para completar, a tradicionalíssima apfelstrudel com sorvete de baunilha ou nata. A Alemanha é logo ali, em Gramado. Tais receitas estão entre as novidades do restaurante Otto, do Hotel Ritta Höppner. E com a chancela real. O novo cardápio começou a ser concebido depois da visita do príncipe da Baviera, Heinrich Prinz Von Bayern, no ano passado, quando foi realizada a II Semana da Bavária, no local. Na comitiva, lá estava o chef alemão Alexander Zimmerman, que compartilhou suas habilidades, e o hotel incorporou algumas receitas e dicas. O objetivo é atingir maior autenticidade nos pratos de origem germânica, oferecendo uma experiência única de degustação em Gramado. O Hotel Ritta Höppner tem 55 anos e é pioneiro no estilo de construção bávara, que lembra a região dos Alpes da Alemanha e da Suíça.

HOTEL RITTA HÖPPNER RUA PEDRO CANDIAGO, 305 I GRAMADO 54 3286.1334 www.rittahoppner.com.br

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Cesta básica BORBULHANTE INTIMIDADE

GEISSE EXPERIENCE VINÍCOLA GEISSE I WWW.CAVEGEISSE.COM.BR

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Em estado de paixão, o que se quer é proximidade, intimidade, compartilhar detalhes. Certo? Por isso foi criado o Geisse Experience, um programa de visitas especial e superexclusivo para os apaixonados por espumantes. A Cave Geisse oferece aos amantes das borbulhas a oportunidade de vivenciar a elaboração do espumante e estar em contato com cada uma das etapas de produção. Em passeios com aproximadamente duas horas de duração o participante visita cada um dos principais pontos da vinícola. Além, é claro, de experimentar a bebida. São três pontos de degustação durante a jornada. Um deles em um deck, diante de uma linda cachoeira. Outro na parte mais alta dos vinhedos e, por fim, a degustação dos quatro melhores espumantes da marca no quiosque. O roteiro se torna ainda mais atraente graças à natureza grandiosa do local e às interessantes informações sobre o processo de plantio, a colheita, o solo, o tipo de uva, as interferências climáticas. É uma oportunidade de conhecer um pouco mais da história e da produção da vinícola. A Vinícola Geisse, em Pinto Bandeira e Bento Gonçalves, foi fundada em 1979 pelo engenheiro agrônomo e enólogo Mario Geisse, chileno que veio para o Brasil em 1976 contratado para dirigir a Moët & Chandon do Brasil.


MINICASA INTELIGENTE

MINIMOD www.mapaarq.com

Modular, transportável, sustentável, minimalista, limpa, prática e eficiente, a MiniMod é uma proposta contemporânea para habitar. Construção seca, sem desperdício ou entulho, tem desenho exclusivo e é uma criação dos gaúchos do MAPA (MAAM +STUDIO PARALELO). Espaço único de 26 metros quadrados, conta com quatro módulos diferenciados: dormitório, estar, jantar e banho. Inteiramente pré-fabricada e em módulos, é facilmente adaptada às necessidades do cliente e pode ser transportada inteira ou em partes. A variedade de composição dos módulos pode abrigar diversos usos, como um compacto refúgio para finais de semana, pequenos showrooms, backstage para eventos, até programas mais amplos e elaborados, como hotéis e pousadas, conjugando um número maior de opções de módulos. Grandes aberturas de vidro proporcionam perfeita harmonia e integração com a natureza. Essas aberturas podem ser sombreadas, para redução da incidência solar. O projeto centraliza a produção e reduz a emissão de CO2 na atmosfera. Filtra e reaproveita a água da chuva através da cobertura verde. Não encosta no solo, livrando-se da umidade ascendente. Fachada ventilada confere conforto termoacústico. Iluminação com lâmpadas tipo LED. A MiniMod representou o Brasil em exposição na Alemanha, de outubro de 2013 a janeiro de 2014, no DAM (Museu de Arquitetura da Alemanha), em Frankfurt. O projeto foi um dos trabalhos selecionados para fazer parte da mostra “NEUN NEUE – Nove Novos: Arquitetura Emergente do Brasil”.

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Cesta básica

MÚLTIPLOS E CRIATIVOS Um novo espaço plural para acolher criativos abriu as portas em meados de fevereiro na Capital. O CC100 fica no bairro Floresta, local que vem se configurando como um distrito criativo. Não à toa uma região central, para onde converge quem vem de diferentes bairros e mundos cheio de ideias e experiências singulares. O prédio é uma atração à parte: desde o final da década de 1920 , foi um lugar de arte e cultura A revitalização do local, para abertura do espaço, manteve características originais das edificações, patrimônio arquitetônico da capital gaúcha. Agora, no entanto, tudo transformado em salas e lojas para locação por aqueles que buscam trabalhar num espaço que seja por si só sujeito ativo que estimula o imaginário criativo com intervenções de arte e design. O coquetel de abertura contou com um live painting com os artistas Cusco Rebel e Seilá PAX. E som com a Marmota Jazz. A identidade visual do novo espaço foi criada pela Clemente Design. Os espaços multiúso são obra de um urbanismo sustentável contemporâneo. E esse conceito é a base da vocação do CC100, que visa à instalação de diferentes negócios, em áreas separadas, mas que se complementam e se aproximam por meio do próprio projeto do empreendimento.

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CC100 AVENIDA CRISTÓVÃO COLOMBO, 100 I BAIRRO FLORESTA www.cc100.com.br


A GHOLA ENTRA EM CAMPO Ano da Copa do Mundo de futebol é oportunidade única para realizar ações igualmente únicas. Atenta a isso, a Ghola Work apresenta a Gholaço, uma linha temática para vestir funcionários e colaboradores, colocando empresas inteiras no clima do maior evento esportivo do planeta. Cores de tecidos, detalhes de bordados, botões e golas, de maneira discreta ou não, podem garantir que as empresas estejam vestidas de Brasil. É possível desenvolver toda uma linha exclusiva. De quebra, está a chance de surpreender brasileiros ou estrangeiros que são recebidos pelos funcionários durante a realização da Copa. Os uniformes temáticos, embora padronizados, não dispensam a elegância, a praticidade e o conforto que são a marca da camisaria premium, voltada para a produção de peças masculinas e femininas. A divisão Work é específica para uniformes e atende grandes empresas locais e estrangeiras com representação no país.

GHOLAÇO GHOLA WORK I www.ghola.com.br

AH, OS DETALHES... À primeira vista, a proposta do Nena não é exatamente original: releituras de comidinhas típicas do Rio Grande do Sul, presentes no imaginário culinário de 10 entre 10 gaúchos desde a infância. Daria para citar, por exemplo, o carreteiro de churrasco, que, na versão Nena, tem arroz arbóreo, pedaços de churrasco real, feijão preto e crisps de couve. Ou o frango com polenta, que ali vem gratinado de forma especial, com uma cobertura crocante, a polenta esparramada no prato em forma de creme – há ainda uma outra versão de polenta com consistência de musse! E, entre os doces, um tradicional pudim de leite condensado ganha farofa de cuca na cobertura. Tudo chegando à mesa no maior capricho. Acontece que, como se vê, o acolhedor e envolvente bistrô, em pleno Centro de Porto Alegre, seduz pelos detalhes. Detalhes que vão do cardápio à decoração – para a qual toda a família da jovem chef Nayla Pereira, 25 anos, emprestou dons. Sem falar na curiosa trajetória de Nayla até virar chef – detalhes estes que daqui a pouco ela divide com você, numa das mesinhas, no final da refeição, entre um cafezinho e/ou petit fours tipo mimo da casa. O ambiente pequeno torna o cliente uma visita, e a gente se sente dividindo a mesa com a família. Nayla dançava flamenco e foi para Barcelona, na Espanha, em 2006, para se aprimorar. A fim de se sustentar por lá, começou a trabalhar em restaurantes. Apaixonou-se pela gastronomia local e sua vida mudou completamente. A proposta do Nena é ser uma vitrine do que é possível oferecer, em eventos, no sítio da família, nos arredores da Capital. Por isso, “comida de sítio”. No almoço ou no jantar, o sistema é prato feito ou menu do dia: duas entradas, prato principal e sobremesa. Para beber, vinhos gaúchos.

NENA BISTRÔ COMIDA DE SÍTIO I CORONEL GENUÍNO, 183 CENTRO HISTÓRICO I 51 3226.1729


Cesta básica

MAIS ESPAÇO E SABORES Uma tradição de mais de 20 anos agora acomodada em um espaço contemporâneo, com arquitetura interna e externa toda renovada. Neste verão, a Confeitaria Quero Mais inaugurou nova casa no bairro Menino Deus. Mezanino, novas cores e móveis modernos acomodam um número maior de clientes. O projeto foi elaborado pela Planobase Lubianca. O espaço fica bem ao lado do endereço já conhecido do público. A confeitaria também passa a oferecer seletos produtos congelados para facilitar a rotina do dia a dia. Além de doces, tortas e salgados, a Quero Mais vem expandindo serviços e a cada dia da semana tem um prato especial na hora do almoço. Também a partir de abril os pratos serão servidos aos sábados com um toque de comidinha caseira, acompanhados de novos sucos refrescantes e saudáveis. Referência em qualidade e sabor, A Confeitaria Quero Mais figura desde 2003 no guia “O Melhor da Cidade”, editado pela revista Veja.

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Estilo Zaffari

QUERO MAIS RUA BOTAFOGO, 712 I BAIRRO MENINO DEUS 51 3024.8410 www.confeitariaqueromais.com.br


POR QUE FAZEMOS REVISTAS?

CONTEXTO MARKETING EDITORIAL, ESPECIALIZADA EM REVISTAS CUSTOMIZADAS www.facebook.com/contextomkt I 51 3395.2515


Cesta básica

DE TIRAR O FÔLEGO

HOTEL NOI VITACURA SANTIAGO DE CHILE www.noivitacura.cl

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Localizado no coração de Alonso de Córdova, bairro badalado em Santiago do Chile, o Noi Vitacura consegue levar para dentro de sua estrutura a beleza natural e exuberante daquele país. O hotel fica próximo do Parque Bicentenário, espaço de mais de 30 hectares com lagoas artificiais, flora nativa e trilhas que o tornam um agradável lugar para passeios ao ar livre. Mas isso não é só. Dentro do hotel, sente-se a presença do que fica longe também, graças a uma arquitetura luxuosa. Além disso, o Noi está rodeado pelas principais galerias de arte, lojas e butiques exclusivas. Os restaurantes e os bares destacam o cuidado em valorizar a região em que o hotel está instalado. O PortoFino Book Lounge tem janelas envidraçadas do chão ao teto. Dali, em confortáveis sofás, é possível admirar a cidade, relaxando com drinks, comidinhas, uma boa conversa ou silenciosa contemplação. Tramonto Bar e Terrace tem impressionante vista de 360 graus, da Cordilheira dos andes às planícies. A revista Conde Naste Traveler já listou o Tramonto com um dos 10 bares com melhor vista no mundo. Era o único da América do Sul com essa distinção. Iluminados e amplos, os quase 90 quartos têm características insuperáveis. Cortinas elétricas, telefones com video conferência e roupões de tecido italiano são alguns dos luxos do Noi. Sem falar nas suítes com jacuzzi externa em varandas privadas. Varandas que colocam o hóspede em contato com o céu e o horizonte de Santiago.


FS, SABORES PARA TODOS OS GOSTOS Carne, hambúrguer e cozinha asiática em um único lugar. A proposta curiosa e saborosa integra a rede do grupo Riversides e tem o chef Felippe Sica no comando. O restaurante FS foi aberto no início de março e tem calibre para agradar a paladares bastante diversos. O FS tem três ambientes: a recepção, que abriga um lounge-bar para espera, além de espaço kids, o FS Steaks & Burgers e o FS Asian Lounge. A casa funciona no antigo endereço do Riversides Madero. No Asian Lounge, além de combinados de sushis e sashimis, há também a opção de ceviche (peixe branco ou polvo) e tartar (salmão ou atum) e pratos quentes do Japão (yakissoba de legumes), Indonésia (nasi goreng), Vietnã (hanoi poh) e Tailândia (kad pad goong). O menu degustação oferece sunomono, sushis, sashimis, hot philadefia e ebi, ceviches e tartar. No FS Steaks & Burgers, o menu degustação inclui couvert, saladas, uma seleção de guarnições e carnes com uma seleção de cortes especiais, todas grelhadas na brasa. À la carte, vêm à mesa porções fartas e individuais de cortes tradicionais (assado de tira, entrecot e picanha), cortes exclusivos (primerib, short ribs, shoulder steak e bife de chorizo) acompanhados de farofinha e molho chimichurri. Todas as carnes de gado são angus e há também picanha de cordeiro e lombo de salmão como opcionais. Todos os burgers são elaborados com pão de aipim exclusivo. Sem falar nos hambúrgueres de Wagyu. O FS tem ainda um enxuto e tentador menu de sobremesas com torta negresco, cocada mole, mousse de doce de leite uruguaio, sorvete de fava baunilha com calda de chocolate e petit gâteau de chocolate com sorvete de coco.

FS STEAKS & BURGERS E FS ASIAN LOUNGE AV. WENCESLAU ESCOBAR, 1.598 BAIRRO TRISTEZA I 513268.0288


Humanas criaturas T E T Ê

PAC H E C O

A BOA NOTÍCIA

Você também não aguenta mais ler o jornal todo dia? Arte, yoga, natureza, música, o culto do domingo, os filhos e netos e, agora, bisneta. Aos 83, depois de um Ouvir rádio de manhã? Ligar a TV às 20h30? Pois trago a boa notícia. Minha sogra vai fazer 90 anos. grande baque, ela começou a trabalhar com suas pedras. Acumular idade ao longo dos anos não é para fracos. Um novo começo onde a maioria de nós veria apenas o Imagine acumular 90 anos de história em cima de você. fim. Um trabalho muito bonito, de forte significado, que Ter nascido nos anos 20, atravessado algumas gran- lhe rendeu muitos prêmios, novos amigos, desafios, viagens des guerras e depressões, mundiais, continentais, pessoais pelo mundo e por dentro se si mesma. Processar as perdas, reciclar os lixos, aproveitar cada e chegar aqui com mais saúde e energia que muita gente momento de forma agradecida, isso é melhor que suco com metade da sua idade, sinceramente. Aos 40 anos, ela resolveu abrir uma escola de yoga, em verde, melhor que botox e cirurgia plástica. A vida, essa casa. Nessa época senhoras não abriam quase nada, muito fagulha, se sustenta através de nossas realizações. Sentir-se realizado é uma coisa, sentir-se realizando é outra. De menos a cabeça, muito menos escolas de yoga em casa. Ensinou a prática dos ásanas para outras mulheres novo a coragem de abrir, só que, dessa vez, o coração. É de coração que Ena nos brinda todo dia com suas fotos. corajosas durante muitos anos. O yoga a acompanha desde então. Para quem não co- No Facebook, no Instagram, no What’sapp, nada passa nhece, nessa prática, há o costume de fazer saudações ao sol. despercebido. Nenhum nascer do sol ou entardecer. Aqui em casa brincamos que ela Uma série vigorosa de moparece um turista japonês. vimentos, associados à respiraA frase que mais ouço dela ção, que têm como objetivo acoré “Tenho sorte”. Sorte? dar o corpo e fazê-lo ganhar mais Não, Ena. Sorte temos nós, força e energia. É verdade, sei por de poder olhar o mundo de mim, que, ao longo do tempo, forma mais otimista. praticar yoga vai levando a outros Contar com a possibilipatamares de consciência de si dade de que podemos existir mesmo. E, por consequência, de forma duradoura, mas não dos outros. O filho, Roberto, dura. De forma longa, mas nessa época estudava Artes e ela não longe. achou que esse poderia ser um De forma íntegra, de bom caminho para ela também, forma leve, de forma sem por que não? E a professora de forma. Se reinventando a yoga fechou sua escola e abriu cada nova saudação ao sol. o seu atelier. Abrir é o caminho Parabéns a você, nesta mais uma vez, no sentido prático data. Querida. e metafórico. A coragem de abrir impul- ILUSTRAÇÃO FEITA POR ENA LAUTERT siona outras. Tem sido assim. TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA NA NOITE EM QUE ESTAVA FAZENDO 90

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LANÇAMENTO

CHEGOU UM PROJETO TÃO GRANDIOSO QUE PRECISOU DE UM QUARTEIRÃO INTEIRO PARA REUNIR TANTO LAZER E CONVENIÊNCIA PARA SUA FAMÍLIA.

Perspectiva ilustrada da piscina

Projeto arquitetônico:

1 3 7 m2 3 SUÍTES 2 OU 3 VAGAS

Perspectiva ilustrada da fachada

Perspectiva ilustrada da piscina aquecida

Perspectiva ilustrada da quadra de tênis

AQU QUI DENTRO,, A S SUA UA V VIDA IDA VAI SE TRA TRANSFORM NSFORMA AR.

O Quartier é charme, conveniência e muito espaço, no melhor ponto da Rua Cabral. Em frente ao Colégio Leonardo Da Vinci e a poucos minutos do Parcão, o empreendimento conta com um Zaffari no próprio terreno, além de um estrutura de lazer jamais vista na região.

Parcão

IPA

Av. Goethe

V I S IITT E O N O S SS SO PLA AN N TÃ TÃ O :

R u a L i b e r d a d e c o m R u a P a r a g u a i | Te l .: (5 5 1) 1 3 0 9 3 -0 11 114 4 keve n.co m ..b br/qu a r tie w w w. w. m e ell n i c ck en om uar ua ti t ie ierr

Rua Paraguai

SÃO MAI MAIS SD DE E 15 OPÇÕES OPÇÕE ÇÕES D DE E LAZER, INCLUIND NDO DO O UMA UM QUADRA QUADR QU ADRA A DE DE TÊNIS TÊNIS, EM 5 MIL MIL M2 DE TE TERRE RRENO RENO NO. É SÓ ES ESCOLHE COLHE HER E APR AP PROVEITA PROVE OV ITAR. OVE

Rua Liberdade

Quartier Vendas:

Incorporação e construção: co Rua Cabral

Colégio Leonardo Da Vinci

Registro de Incorporação sob nº R.24 109970, em 29/11/2012, no Cartório de Registro de Imóveis da 1ª Zona do Registro de Imóveis da Comarca de Porto Alegre, RS. As condições de pagamento e reajuste apenas estarão disponíveis nos plantões de vendas. Possíveis alterações de projeto e/ou decoração dos ambientes serão executadas de acordo com o Memorial Descritivo do empreendimento. Projeto arquitetônico do prédio residencial e de decoração de interiores: Roseli Melnick Arquitetura & Interiores SS, CAU 12360-9; projeto arquitetônico do supermercado: Monserrat Arquitetos Associados, Crea 21210; projeto paisagístico: Tellini Vontobel, Crea 26677. Lopes, Creci 22461-J; Melnick Even Vendas, Creci 22620-J; Brasil Brokers, Creci 22496-J. Todas as imagens são ilustrativas. Croqui de localização sem escala.


Sabor

Detox FIM DE FÉRIAS. É HORA DE RETOMAR A ROTINA E COLOCAR O CORPO EM DIA P O R

F L AV I A

M U

F OTO S

L E T Í C I A

R E M I Ã O

“Oi, vamos fazer um churrasquinho no domingo aqui na casa da praia. Tá a fim?” “Que calor! Que tal uma cervejinha?” “Não dá para dizer ‘não’ para esse sorvete de chocolate com cobertura, né?” Se esse parece um retrato de suas férias de verão – aqueles convites frequentes para “enfiar o pé na jaca” –, é hora de desintoxicar, colocar o corpo em dia e trazer mais energia para a volta à rotina. Em receitas simples, a chef Hadas Nadvorny, da Sempre Viva Alimentos, mostra que os alimentos certos podem ser poderosos na eliminação de substâncias tóxicas e dos exageros consumidos no dia a dia. E, assim, o corpo fica mais leve e com disposição de sobra para encarar o ano que vem por aí.

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Sabor

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Thai Wrap com Molho Asiático 6 FOLHAS GRANDES DE COUVE

MODO DE FAZER O THAI WRAP:

1 CENOURA CORTADA EM TIRAS BEM FINAS

Retire o cabo da couve. Coloque pequenas porções dos vegetais em cima da folha. Enrole o wrap começando pelas pontas que foram cortadas, apertando delicadamente até chegar na outra ponta, formando um rolo.

½ NABO JAPONÊS CORTADO EM TIRAS BEM FINAS ¼ DE REPOLHO ROXO RALADO 1 MANGA MADURA 2 COPOS DE BROTOS DE ALFAFA ½ MAÇO DE COENTRO OU SALSA ½ MAÇO DE MANJERICÃO ½ MAÇO DE HORTELÃ

MODO DE FAZER O MOLHO ASIÁTICO: Corte-os ao meio antes de servir. Em um recipiente pequeno, coloque o tahine e o missô e mexa até virar uma pasta homogênea. Acrescente água aos poucos, mexendo sempre, até ficar cremoso. Acrescente as gotas de óleo de gergelim e mexa novamente.

MOLHO ASIÁTICO 2 COLHERES (SOPA) DE TAHINE 1 COLHER (SOPA) DE MISSÔ 4 GOTAS DE ÓLEO DE GERGELIM TORRADO ÁGUA

PREPARO: 30 MINUTOS PORÇÕES: 12 UNIDADES

POSSUI ALTO TEOR DE FIBRAS QUE PROMOVEM A SENSAÇÃO DE SACIEDADE. FONTE DE VITAMINA C, E POR ISSO DE ÁCIDO ASCÓRBICO, AJUDA NA ELIMINAÇÃO DAS GORDURAS E DIFICULTA SUA ABSORÇÃO. AS VITAMINAS DO COMPLEXO B MELHORAM O SISTEMA IMUNOLÓGICO E CONTRIBUEM PARA O COMBATE AO ESTRESSE

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Sabor

Salada Detox com Molho Agridoce de Mostarda 1 PÉ DE ALFACE

MODO DE FAZER:

1 MOLHO DE RÚCULA

Comece pelo molho, misturando em um recipiente pequeno a mostarda, o mel e o suco de laranja. Misture bem até que fique homogêneo. Acrescente os azeites em fio para emulsificar. O molho deve ter uma consistência fina, lisa e brilhosa. Em uma saladeira, coloque todos os ingredientes com o molho, exceto a maçã e a alface. Mexa delicadamente. Distribua a alface no fundo de cada prato e despeje a mistura por cima. Finalize com as maçãs.

1 BETERRABA GRANDE RALADA OU CORTADA EM TIRAS FINAS 1 MAÇÃ EM CUBINHOS 1/4 DE XÍCARA DE NOZES PICADAS 1/2 ALHO-PORÓ CORTADO EM FINAS RODELAS FOLHAS DE MANJERICÃO MOLHO 1 COLHER (SOPA) DE MOSTARDA DIJON 2 COLHERES (CHÁ) DE MEL ORGÂNICO SUCO DE 1/4 DE LARANJA 2 COLHERES (SOPA) DE AZEITE DE OLIVA

PREPARO: 20 MINUTOS

1 COLHER (SOPA) DE ÓLEO DE LINHAÇA DOURADA EXTRAVIRGEM

PORÇÕES: 4

É RICA EM VITAMINA C E TEM PODER ANTIOXIDANTE. TAMBÉM CONTÉM UMA GRANDE QUANTIDADE DE VITAMINA A E AJUDA A MANTER O NÍVEL DE COLESTEROL SOB CONTROLE


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Salada Refrescante com Molho de Abacaxi BROTOS DE ALFAFA E RABANETE

MODO DE FAZER:

12 UNIDADES DE TOMATE-CEREJA CORTADOS AO MEIO

Em um recipiente, misture o pepino, os tomates e a cebolinha. Em uma saladeira, coloque o mix de folhas no fundo e, delicadamente, despeje as verduras por cima. Finalize com os brotos e o gergelim. Para o molho, bata todos os ingredientes no liquidificador ou mixer até homogeneizar.

1 PEPINO CORTADO EM TIRAS FINAS 1 CENOURA CORTADA EM CUBINHOS 1 PIMENTÃO CORTADO EM CUBINHOS CEBOLINHA FINAMENTE FATIADA 1 COLHER (SOPA) DE GERGELIM MOLHO 1/2 ABACAXI MADURO, DESCASCADO E CORTADO EM CUBOS PEQUENOS 2 COLHERES (SOPA) DE AZEITE DE OLIVA 1 COLHER (SOPA) DE ÓLEO DE CHIA 1 DENTE DE ALHO 1 COLHER (CHÁ) RASA DE SAL DO HIMALAIA

PREPARO: 15 MINUTOS PORÇÕES: 4

OS BROTOS SÃO EXTREMAMENTE NUTRITIVOS. CONCENTRAM CLOROFILA, QUE MELHORA A CIRCULAÇÃO DO SANGUE. ALÉM DISSO, DESINTOXICAN O ORGANISMO E AJUDAN NA RENOVAÇÃO DAS CÉLULAS E DOS TECIDOS

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Sabor

Sopa Fria de Tomate 1/2 XÍCARA DE ÁGUA

MODO DE FAZER:

1 XÍCARA E 1/2 DE TOMATES PICADOS

No liquidificador, bata todos os ingredientes e a metade da água até obter uma pasta espessa e lisa. Acrescente a água restante aos poucos e bata de novo até obter uma sopa cremosa. Dica: se os tomates estiverem ácidos, acrescente 1 colher (chá) de melado. Para servir a sopa no inverno, substitua por água quente.

1 XÍCARA E 1/4 DE CENOURAS CORTADAS EM CUBOS 1 COLHER (SOPA) DE SALSA FRESCA 1/2 XÍCARA DE CASTANHA-DE-CAJU 1 COLHER (SOPA) DE SAL MARINHO 1/2 COLHER (SOPA) DE GENGIBRE 1 COLHER (CHÁ) DE SUCO DE LIMÃO PIMENTA-DO-REINO A GOSTO

PREPARO: 15 MINUTOS PORÇÕES: 4

O GENGIBRE TEM AÇÃO TERMOGÊNICA, QUE DEIXA O METABOLISMO MAIS ACELERADO,

gengibre APRESSANDO A QUEIMA DE CALORIAS E CONTRIBUINDO PARA ELIMINAR A GORDURA EM EXCESSO

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Sabor

Suco Verde

Suco Hed Hot

SUCO DE 12 LARANJAS

10 MAÇÃS SEM CAROÇOS

1 ABACAXI MADURO, DESCASCADO E CORTADO EM CUBOS

6 CENOURAS

6 FOLHAS DE COUVE

¼ DE POLEGADA DE GENGIBRE FRESCO

1 BETERRABA MÉDIA

6 FOLHAS DE HORTELÃ MODO DE FAZER: MODO DE FAZER: Bata no liquidificador todos os ingredientes e depois passe pelo coador. Beba imediatamente ou ao longo do dia.

Passe todos os ingredientes pela centrífuga. Se não possuir uma, pode ser feito no liquidificador. Corte todos os alimentos em cubos pequenos e adicione 250 ml de água mineral ou de coco. Bata no liquidificador e passe no coador.

PREPARO: 10 MINUTOS

PREPARO: 5 MINUTOS

PORÇÕES: 1 LITRO E MEIO

PORÇÕES: 1 LITRO

ALÉM DE RICO EM VITAMINA C, O ABACAXI É ANTIOXIDANTE E UM PODEROSO DIURÉTICO, QUE AJUDA A ELIMINAR A ÁGUA ACUMULADA, REDUZINDO O INCHAÇO, E AJUDA A FAZER UMA BOA FAXINA NO ORGANISMO

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maçã A MAÇÃ É ANTIOXIDANTE, MELHORA

A CIRCULAÇÃO, DIMINUI O COLESTEROL

E O NÍVEL GLICÊMICO. A CASCA DA MAÇÃ É FONTE DE PECTINA, FIBRA QUE AJUDA A REGULAR O INTESTINO – LIBERANDO TOXINAS – E TRAZ SENSAÇÃO DE SACIEDADE


Comer, comer L E N I C E

Z A R T H

C A R VA L H O

REEQUILIBRANDO O SISTEMA Detox pra cá, detox pra lá, nunca se falou tanto em detox. Mas, afinal, o que é isso? Mais um modismo? Nunca ingerimos tantas toxinas na alimentação e de outras formas também, como nos cosméticos, no ar ou em contato com outros produtos tóxicos. Há pouco tempo começamos a perceber que esses resíduos químicos não podem e não devem ficar acumulados em nosso organismo. Por esta razão, manter o organismo desintoxicado é uma necessidade orgânica. Altas doses dessas toxinas, que podemos chamar de xenobióticos, quando acumuladas provocam sobrecarga em alguns órgãos, principalmente no fígado. Normalmente são substâncias lipossolúveis, transportadas por gorduras e, por esta razão, facilmente estocadas. A única maneira de retirá-las do organismo é fazendo com que as mesmas se tornem substâncias hidrossolúveis, e desta forma são facilmente excretadas ao consumirmos água e liberadas na urina. Estamos falando do que nosso organismo sempre faz e deve continuar fazendo. A questão é que para que essas substâncias se tornem hidrossolúveis precisam ser ligadas a nutrientes, como algumas vitaminas do complexo B, zinco, selênio,

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enxofre, alguns fitoterápicos, entre outras substâncias que devem fazer parte de uma alimentação rica e saudável. Porém, percebemos um grande desequilíbrio neste sistema, já que observamos que cada vez ingerimos menos alimentos ricos nos nutrientes que facilitam o processo, assim como a cada dia nos expomos a um número maior de toxinas. A questão para pensarmos é se devemos estimular todo este processo de forma intensa ou mantermos esses nutrientes na rotina alimentar. Prepararmos alguns pratos ricos nesses nutrientes é fundamental, mas penso que se passarmos a ingerir todos de forma intensa, principalmente quando sabemos, através dos sinais e sintomas, que existe um maior intoxicação, estaremos estimulando a circulação de toxinas em quantidades inviáveis de serem excretadas. Portanto, aproveite estratégias de detox consumindo alimentos nutritivos, mas faça-as com cuidado e moderação. Porém, de nada adianta todo este cuidado, se continuamos com o péssimo hábito de ingerir substâncias intoxicantes e não ingerirmos água em quantidades adequadas. Este, por si, é um grande passo de qualquer detox. LENICE ZARTH CARVALHO É NUTRICIONISTA



Viagem


Oui , Montreal T E X TO

E

F OTO S

P O R

C R I S

B E R G E R

Cosmopolita e vibrante! A ilha de Montreal, com quase 2 milhões de habitantes, é a maior cidade da província de Quebec e carrega os atributos de uma metrópole-modelo: limpa, segura e organizada. Os montrealenses têm uma expectativa de vida de 85 anos. Os impostos são bem utilizados e voltam à população em forma de saúde, educação e cultura. Algo bem próximo do estereótipo do mundo perfeito. A bela e civilizada Montreal fala francês (é a segunda cidade do mundo em que este é o idioma mais usado), esbanja charme e, para completar, tem uma cena gastronômica capaz de encantar até um parisiense da gema.

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Viagem

CHARMOSA, INTELECTUAL E DESCOLADA, MONTREAL É A CIDADE DOS FESTIVAIS, DO FRANCÊS, DAS BICICLETAS E DA GASTRONOMIA. A ARTE INVADE AS RUAS, ESTÁ PRESENTE EM TODOS OS CANTOS

Ela é a Europa do Canadá e gosta disso. Tem um charme extra, que gera um ciúme danado no restante do país, pois seu idioma oficial é o francês! Depois de Paris, é o segundo lugar do mundo em que o francês é a língua mais falada, o que evidentemente não anula o inglês, que todos dominam fluentemente. A arte invade as ruas, é vista nas esquinas e em galerias, nas paredes dos prédios e nas paradas de ônibus, em shows de circo, nos teatros e palcos alternativos. E, claro, nos grandes festivais. Montreal é a cidade dos festivais. Dentre eles está o celebrado Montreal International Jazz Festival, quando a cidade fica cheia de turistas de todas as partes do mundo e é pura alegria. Talvez você já saiba que Montreal tem um roteiro gastronômico de reverenciar. Não sabe? Pois bem, então prepare-se. Você vai comer muito, e muito bem! DESCOLADA, INTELECTUAL E CONSCIENTE A cidade espalha-se em linha reta e quase não há subidas, o que estimula estudantes, executivos, jovens, ve-

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lhos, homens e mulheres a locomoverem-se em cima de duas rodas. São bicicletas e mais bicicletas circulando pelas ruas: faça sol ou faça chuva, de dia e à noite. As “magrelas” dominam como meio de transporte, tanto que foram projetados estacionamentos exclusivos para elas. Os motoristas são educados e os ciclistas respeitam a área destinada a eles. Na rua Sherbrooke Maisonneuve está uma das universidades mais prestigiadas do país, a McGill. Perto dela fica a Bibliothèque et Archives Nationales du Québec, com uma arquitetura arrojada esbanjando madeira e vidro. Ela recebe visitantes de todas as partes do mundo e é a biblioteca mais procurada da América do Norte. Na esquina, a estátua retratando o estudante com um notebook no colo é de um realismo incrível. Diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil, tal cena acontece nas ruas de Montreal, sem problema algum. Os visitantes, é claro, beneficiam-se desse modelo civilizado de vida. VIEUX MONTRÉAL Na região histórica estão a bela Basílica de Notre


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Dame em estilo neogótico, construída em 1824; o mercado público de Bonsecours, de 1852, considerado patrimônio histórico do Canadá, além de ruas de pedras e fachadas seculares. Em quase toda janela tem um vaso de flor e uma cortina de renda. É a personalidade francesa nos lembrando que Montreal não fala francês por acaso, ela foi descoberta em 1535 por um grupo de franceses liderado pelo explorador Jacques Cartier. E foi fundada apenas em 1642. A “velha Montreal” tem galerias de arte, lojas de roupas, decoração e todo tipo de bugiganga e souvenirs que possamos imaginar e desejar. Além de namorar as vitrines e arriscar algum consumo “involuntário”, você pode sucumbir a um cálice de vinho debruçado nos balcões da parte superior dos bares, que interagem com a rua. Há um razoável número deles, todos absolutamente convidativos. VOCÊ TEM FOME DE QUÊ? Não deixe de visitar o museu de arqueologia de Pointe-à-Callière, um lugar incrível. A experiência é como uma viagem à Montreal dos velhos tempos. Literalmente, porque onde hoje está instalado o museu havia um povoado que é considerado o marco zero da cidade. Algumas quadras à frente está a escola de culinária

AS RUAS DE PEDRA DA CIDADE ANTIGA CONVIDAM A PASSEIOS A PÉ E PARADAS ESTRATÉGICAS NOS BARES DA REGIÃO, PARA DEGUSTAR UM CÁLICE DE VINHO E OBSERVAR O MOVIMENTO

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EM MONTREAL VOCÊ PODE APRENDER A PREPARAR SUA PRÓPRIA COMIDA E DELICIAR-SE COM A ALTA GASTRONOMIA DOS RESTAURANTES E CHEFS LOCAIS

Ateliers & Saveurs, onde quem prepara o almoço é você. Em uma cozinha profissional, com bancada de trabalho individual e um carismático professor, os clientes aprendem como preparar um hambúrguer gourmet. Uma vez que o almoço está pronto, os comensais tiram o avental de chef e juntam-se na sala ao lado, onde há uma grande mesa comunitária. O ato final está reservado para a gula. Na saída, os temperos e ingredientes utilizados na sala de aula estão à venda, para quem quiser repetir em casa a deliciosa experiência. (444 Rue Saint-François-Xavier, Tel.: 514 849.2866)

ROTEIRO GASTRONÔMICO Se você vai visitar Montreal, monte uma agenda gourmet e coloque nela três lugares imperdíveis: L’Auberge Saint-Gabriel, Europea e o Bouillon Bilk. Há outros restaurantes espetaculares, claro, mas estes são de fato memoráveis. L’AUBERGE SAINT-GABRIEL Sua primeira dúvida ao entrar no L’Auberge Saint-Gabriel – que foi uma hospedaria construída por um soldado francês em 1688 –, em que o incrível chef Eric Gonzalez está a frente, será: onde sentar? O clima da varanda é convida-

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tivo, ainda mais se o dia estiver agradável, mas se você der uma espiada no salão interno, possivelmente vai acabar se rendendo à decoração criativa, com peças que conferem ao ambiente um tremendo efeito cênico. O cardápio é enxuto, ou seja, a princípio, não seria tão complicado escolher o que pedir. Entretanto, a combinação de ingredientes é tão deliciosamente provocativa que essa passa a ser a sua segunda grande dúvida do almoço ou jantar.Logo, a questão é: esqueço o equilíbrio e exagero no couvert? Eu diria que sim. O pão é divino. A manteiga Lactantia Beurre é igualmente sublime. A salada de rúcula com queijo de cabra é delicada e saborosa. O peixe com cogumelos e batata-doce chama a atenção pela elegância dos sabores. 426, Rue Saint-Gabriel, Tel.: 514 878.3561 www.aubergesaint-gabriel.com EUROPEA O badalado Europea fica no centro financeiro da cidade, em uma ruazinha que corta a importante avenida Santa Catharina. É intimista e estiloso. Sugiro uma mesa no andar de baixo, ao ar livre, pois são as mais exclusivas. Vá de menu degustação e prepare-se para um mix de emoções: todo prato tem seu próprio “palco”. Os bacons defumados vêm pendurados em um minivaral. As pipocas de azeite trufado são servidas em cones e o

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queijo de cabra ganha o formato de pirulitos. Dentro da bíblia de madeira, com fundo falso, está um canapé. Quem comanda o espetáculo é o chef Jérôme Ferrer. De sorriso fácil, fica coordenando o movimento acelerado de sua cozinha com paredes de vidro, onde sempre tem um curioso a espiar. Portanto, não se acanhe e vá checar as artes que Ferrer e sua equipe de cozinheiros estão criando. 1227 de la Montagne, Tel.: 514 398.9229 www.europea.ca BOUILLON BILK Pequeno, acolhedor e clean. Reserve a mesa que fica perto da janela, você vai acompanhar o movimento do pulsante Quartier des Spetacles enquanto levita com as delícias do chef. A carta de vinhos não vai decepcionar: verifique se eles ainda têm na adega o Domaine du Chapître e peça pelo rosé, que entrou para os autos dos bons vinhos da viagem. O pão, feito ali mesmo, com a manteiga em bolinhas e o sal em um potinho, é a continuação dos prazeres da mesa. Tente (dentro do possível) não exagerar,

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pois vem coisa boa pela frente. A seleção de queijos é obrigatória e qualquer prato preparado pelo chef François Nadon será perfeito. O local é frequentado por gente local, portanto leve a sério, você não está em um lugar turístico, nem da moda, apesar de Nadon ser conhecido na cidade e já ter passado por importantes cozinhas de Montreal. 1595 Boul St-Laurent, Tel.: 514 845.1595 www.bouillonbilk.com MAISON BOULUD Daniel Boulud nasceu na França. É uma estrela da gastronomia mundial e tem restaurantes espalhados por Nova York, Palm Beach, Miami, Toronto, London, Benjing, Singapura e Montreal. Lá é chamado de “Maison Boulud” e fica dentro do luxuoso hotel Ritz Carlton. O ambiente elegante vai bem com os pratos perfeitamente bem-preparados. No cardápio, espere encontrar pratos da alta gastronomia francesa. Os brunchs da casa são deliciosos. 1288 Rue Sherbrooke Ouest, Tel.: 514 842.4224 www.maisonboulud.com

GASTRONOMIA COM SOTAQUE FRANCÊS, PEQUENAS E GRANDES SURPRESAS, MUITA CRIATIVIDADE. O ROTEIRO GASTRONÔMICO DE MONTREAL É RIQUÍSSIMO

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THE FOOD LAB Localizado no Quartier des Spectacles, serve cozinha internacional e criativa. O cardápio muda a cada duas semanas, conforme a inspiração dos chefs Michelle Marek e Seth Gabrielse. No telhado há um terraço com vista para o centro da cidade. 1201 Boulevard Saint-Laurent, Tel.: 514-844-2033, www.sat.qc.ca

DOS LUGARES

TOQUÉ O chef Normand Laprise só trabalha com pequenos produtores e produtos orgânicos. Sua gastronomia está cotada como uma das melhores da cidade. O luxo pontua a experiência. 900 Place Jean-Paul-Riopelle, Tel.: 514-499-2084, www.restaurant-toque.com

EXCLUSIVOS, HÁ OPÇÕES

FREQUENTADOS PELOS MORADORES AOS ENDEREÇOS MAIS

ÓTIMAS E VARIADAS

LES 400 COUPS Comandado pela nova geração de chefs de Montreal, tem uma boa carta de vinhos e pratos sazonais com ingredientes da estação. Fica na charmosa parte antiga da cidade. 400 Rue Notre-Dame Est, Tel.: 514-985-0400 www.les400coups.ca QUEM VOA: Air Canada www.aircanada.com.br QUEM LEVA: Maktour www.maktour.com.br I Tel.: 51 3311.7600 CRIS BERGER VIAJOU A CONVITE DA COMISSÃO CANADENSE DE TURISMO

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0ɏ ʔXVWɈ POR

CARLA

PERNAMBUCO

Encontros e Caminhos Todo porto-alegrense sabe que esta capital vibrante é mais do que a soma de seus bairros. Aliás, se tem algo pelo que vivemos nesta cidade são os encontros que nos proporcionam lugares entre e em torno de pontos que desconsideram limites e convenções. É o caso do Parque da Encol, do Parque Moinhos de Vento, a Praça Japão e a rua Anita Garibaldi. Assim funcionam os corações de Porto Alegre. Lugares designados pela vida e que, assim como rios, recebem ruas, travessas e avenidas e suas enxurradas de desejos e histórias que falam dos sonhos de todos. Um lugar tanto como destino quanto uma mera desculpa para o trilhar dos caminhos e o prazeroso e irrevogável encontro com os amigos. É dessa forma orgânica, prazerosa e descontraída que os bairros do que contornado – por esses parques, praças, ruas e monumentos erguidos a nossa cultura, esse coração ainda é atravessado pela força histórica de homens e mulheres que, como a própria Anita Garibaldi, não hesitaram em lutar por seus ideais. A gente vai crescendo e sendo permeado por tudo isso sem nem ir se dando conta de como esse milagre acontece. Mas um dia, naturalmente, cada vontade vai ganhando seu nome e seu endereço certo. Deve ser por isso que nesse circuito encontramos melhores exemplares da gastronomia local e internacional. E se comer bem é um direito, eleger nossos preferidos é tanto um dever quanto é reencontrá-los sempre que possível. Nesse sentido, esse coração de Porto Alegre nos oferece todos os motivos para jamais esquecermos do gosto inconfundível de poder trilhar esses caminhos sempre ao lado dos melhores amigos.

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FOTO: GABRIEL BOAZ MUNHOZ

Auxiliadora, Mont’Serrat e Bela Vista se relacionam. Tocado – mais

DOCE QUE TE QUERO DOCE Às confeitarias geralmente cabe cumprir o agradável papel de adoçar nossas vidas. E para a felicidade dos porto-alegrenses, por aqui muitas delas levam isso a sério. Como é o caso da confeitaria Streuselkuchen, que fica na Silva Jardim, 660. Com quase 25 anos de atividade, as especialidades seguem sendo objeto de aperfeiçoamento e o cliente uma motivação sem fim. Em qualquer dia, especialmente nos difíceis, o mil-folhas possui efeito indiscutível sobre qualquer humor. Mais do que o sabor doce, a combinação cuidadosa de ingredientes, doses generosas de carinho e tudo mais que só anos fazendo o que se ama traz. http://confeitariastreuselkuchen.com/


te gustó? então me passa um e-mail, indicando o teu endereço secreto e preferido da mesa porto-alegrense (carlota@carlota.com.br)

PERSONA GRATA: Gerard Durand, do Le Bateau Ivre É verdade que os porto-alegrenses sempre foram grandes admiradores da culinária francesa. Mas talvez a pompa exagerada dos nossos amigos finos mais nos repelia do que nos convidava a provar de suas delícias. Entretanto, em 2002 o chef internacional Gerard Durand acabou para sempre com essa distância abrindo sua casa na capital. Além de servir pratos novos e autênticos que carregam o melhor da gastronomia francesa e da própria história desse renomado profissional, a casa recebe na medida exata do requinte apenas para que nos sintamos confortavelmente agraciados. Ora, mesmo abrindo mão dos exageros, ainda assim a impecabilidade dos franceses fala por eles, e o Le Bateau Ivre é simplesmente uma experiência inesquecível. A dica: terrine de berinjela, camarão Bateau Ivre, torta de pera ou creme brulee. Na Rua Tito Livio Zambecari, 805.

Porto Alegre sempre teve uma relação estreita com a Espanha. Não sei se por ela ser em grande parte o berço cultural da nossa vizinha Argentina, a Espanha sempre exerceu em nós uma espécie de fascínio. Como se em Barcelona ou em Madri fosse possível ser ainda mais feliz do que aqui. A chegada do chef Xavier Gamez e a abertura da sua casa Xavier260 foram uma espécie de realização de um sonho para os porto-alegrenses. Sem cardápio e com um menu novo a cada semana, fica difícil fazer a sugestão. Na rua Auxiliadora, 260, o endereço dos melhores sabores da cozinha catalã numa combinação inusitada com ingredientes brasileiros e técnicas da cozinha molecular. É necessário experimentar. http://xavier260.com/

FOTOS: DIVULGAÇÃO

GOURMETS E GOURMANDS

ÉTNICO O extinto restaurante Pagoda foi um marco na história da nossa cidade oferecendo por muito tempo a oportunidade única de conhecer e saborear os pratos mais típicos e os sabores inconfundíveis da autêntica culinária chinesa. Agora, com a mesma competência e seriedade, o You Yi, na Cândido Silveira, 242, tem cumprido esse papel, oferecendo aos seus clientes experiências tão completas que por instantes estamos na própria China moderna e ancestral. Além disso, o cardápio tradicional mas audacioso é perfeito para matar a saudade dos velhos tempos do Pagoda com pão de arroz quentinho, porco agridoce com abacaxi, os clássicos rolinhos primavera e o surpreendente pato laqueado. http://www.youyi.com.br/

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

POR

FORNO & FARINHA À medida que vamos nos especializando em alguma coisa, naturalmente vem aquela sensação de que ninguém faz melhor do que a gente, não é? O que nem de longe seria uma arrogância ou prepotência, apenas uma convicção profunda em nosso próprio senso de beleza, de bondade, de presença. Foi assim que a Padarie – na Ten. Cel. Fabrício Pillar, 822 – me conquistou. As paredes de tijolinhos brancos me lembravam o Carlota e as fotos e os quadrinhos me faziam sentir como se estivesse no meu Las Chicas. O pão francês e o pão com nozes são imperdíveis e a salva de palmas vai para a charlote com creme de coco, carambola e bergamota.

COMIDA FAVORITA: O VELHO E BOM CHURRAS Gaúcho já não abre mão de churrasco aos domingos, porto-alegrenses, então, nem se fala. Mas talvez para quem vive na capital essas refeições tenham uma responsabilidade maior ainda de acolher aquela saudade nostálgica de tudo aquilo que é mais caro na nossa cultura. Pode ser o gosto de um almoço em família, ou de um pôr de sol no Guaíba na companhia de amigos ou de um grande amor da vida. E como saudade não tem hora, a Fazenda Barba Negra fica na Ten. Cel. Fabrício Pillar e é o lugar perfeito para matar todas essas vontades e mais. Além do ambiente e de toda história do espaço e da família, o assado de tiras e o entrecôte são imperdíveis. Uma parilla à moda uruguaia também é sempre uma boa pedida. E pra se deliciar ainda mais, o pudim de leite. Depois é esperar pela hora de voltar. http://www.fazendabarbanegra.com.br/

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SOLUÇÕES


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sal Temperado com

SURFE + GASTRONOMIA

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O MAR É INSPIRAÇÃO PARA OS CHEFS E SURFISTAS FELIPPE SICA E MARCELO SCHAMBECK, QUE FAZEM DE SUAS RECEITAS UMA HOMENAGEM À NATUREZA

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As águas de março fecham o verão. A faixa de areia fica vazia, pois quem está na praia prefere estar dentro do mar. Eis que começa a temporada de surfe. O calor pode não ser tão intenso e os dias são menos ensolarados – até chuvosos. Mas para surfista não tem tempo ruim. O que importa é o vento, a corrente, a ondulação e tudo aquilo que o mar tem a oferecer. Em “A vida descalço”, o escritor argentino Alan Pauls é categórico ao dizer que quem vai à praia está sempre atrás da mesma coisa: “das marcas do que o mundo era antes que a mão do homem tentasse reescrevê-lo”. Afinal, são poucas as paisagens que expressam tão bem a natureza em sua forma mais pura quanto o encontro do mar com a areia. E talvez seja esse o maior encanto da beira da praia fora de temporada de veraneio. O mar é inspiração para os chefs e surfistas Felippe Sica e Marcelo Schambeck, que fazem das suas receitas uma verdadeira homenagem ao esporte, à natureza e às boas ondas.


TIRADITOS DE ROBALO COM VINAGRETE DE BUTIÁ 500 G DE LOMBO DE ROBALO FRESCO 1/2 CEBOLA ROXA CORTADA EM TIRAS FOLHAS DE MOSTARDA 1/2 MANGA CORTADA EM CUBINHOS 1 PIMENTA DEDO-DE-MOÇA SEM SEMENTES CORTADA EM TIRAS VINAGRETE SUCO DE 2 LIMÕES AZEITE DE OLIVA (3X A QUANTIDADE DE SUCO) 10 G DE RASPAS DE GENGIBRE 5 BUTIÁS SAL E PIMENTA-DO-REINO A GOSTO

MODO DE FAZER: Corte o lombo de robalo em finas lâminas e disponha no prato formando um leque. Deixe a cebola de molho por 5 minutos na água com gelo para diminuir sua acidez e deixá-la mais crocante. Após, coe. Para a vinagrete, rale o butiá para tirar sua polpa e misture com o suco de limão, o azeite e as raspas de gengibre. Ajuste o sabor com sal e pimenta-do-reino. Finalize o prato colocando por cima do peixe a cebola, as tiras de pimenta, os cubos de manga, as folhas de mostarda e a vinagrete de butiá.

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NAS VIAGENS DE SURFE, FELIPPE SICA DESCOBRIU NOVOS SABORES E NOVAS CULTURAS GASTRONÔMICAS

OSTRAS COM FLORES 6 OSTRAS FRESCAS SUCO DE 2 LIMÕES 1/2 PIMENTA DEDO-DE-MOÇA EM CUBINHOS FLORES COMESTÍVEIS

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MODO DE FAZER: Abra as ostras e coloque em cima do

sal grosso, que ajuda a equilibrá-las para que o líquido não caia. Dica: sempre abra a ostra com a parte côncava para baixo. Rasgue as flores e misture com a pimenta e o suco, e coloque um pouco em cada ostra.


FELIPPE SICA

Uma história movida pelo surfe

Assim como o mar muda com o vento, o destino pode trocar de rumo quando a gente menos espera. E assim foi a vida de Felippe Sica: muitas voltas até o encontro com a gastronomia. E por incrível que pareça, todas elas sempre estiveram ligadas pelo surfe, esporte que aprendeu a amar aos 8 anos de idade, quando morava em Salvador (BA) com os pais. Sica chegou a participar de competições, levadas a sério dos 11 aos 19 anos, com bons resultados e aprendizados que leva para a vida. “Quando desisti do esporte profissional – por falta de apoio e patrocínio – passei a vê-lo com outros olhos: uma forma de expressão. Quando não existe a pressão por ‘ser o melhor’, o lado artístico aflora mais intensamente”, revela. De atleta a editor de site de surfe, de representan-

te de marcas do esporte a dono de restaurante japonês na praia. Tudo esteve no caminho de Sica até que ele descobrisse o talento na cozinha. Nas viagens de surfe – desde as indiadas com o irmão e com os amigos até mergulhos nas praias da Califórnia, no Havaí, na Costa Rica, no México e no Uruguai –, Sica teve a oportunidade de provar novos sabores e imergir em culturas expressas pela gastronomia. E daí surge uma nova paixão. Na beira da praia, não esconde a expectativa pelo momento em que os filhos, Dora e Lorenzo, comecem a dar as primeiras braçadas. “Em breve são os meus pequenos que estarão na água”, derrete-se o pai coruja. “Daqui a alguns anos, quero voltar a morar na praia. Esse é o plano! Eu cozinho mais feliz perto do mar”, sentencia.

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“EU COZINHO MAIS FELIZ PERTO DO MAR”, CONTA FELIPPE SICA, QUE SE APAIXONOU PELA GASTRONOMIA VIVENDO A PAIXÃO PELO SURFE

MEXILHÕES À PROVENÇAL 500 G DE MEXILHÃO COM CASCA 4 DENTES DE ALHO PICADOS 1 TOMATE CORTADO EM CUBOS 2 MINICEBOLAS ASSADAS 200 ML DE VINHO BRANCO SECO 1/4 DE MOLHO DE SALSINHA PICADA 1 LIMÃO SICILIANO SAL E PIMENTA-DO-REINO A GOSTO 4 COLHERES (SOPA) DE AZEITE DE OLIVA EXTRAVIRGEM

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MODO DE FAZER: Em uma caçarola,

aqueça o azeite e refogue o alho. Adicione o tomate em cubos e mexa rapidamente. Entre com o vinho branco e, logo depois, os mexilhões. Tempere com sal e pimenta. Tampe a panela e cozinhe os mexilhões no bafo, até que eles se abram. Salpique a salsinha por cima. Sirva acompanhado de gomos de limão siciliano e das minicebolas assadas.


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MARCELO SCHAMBECK Dias de ondas incríveis; outros, nem tanto. Depois do swell, a calmaria. O respeito ao tempo da natureza é algo que faz parte da essência do surfista. E isso Marcelo Schambeck, chef do Del Barbiere, leva como filosofia de vida, que se reflete, inclusive, na sua cozinha, por meio da valorização dos produtos da estação. Quando criança, Schambeck não era muito bom no futebol nem nas aulas de educação física. Aos 13 anos, na Praia de Ibiraquera (SC), começou a pegar onda e descobriu o seu esporte. O tempo passou e aquele estereótipo de surfista adolescente deu lugar à barba e aos óculos, “e daí é aquela surpresa quando as pessoas ficam sabendo que eu surfo”, diverte-se. Surfar vai muito além de estilo; é um jeito de pensar o mundo, onde me-

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Conexão com a natureza nos é mais. Afinal, só é preciso ter uma prancha embaixo do braço e uma mãozinha da natureza. Em meio aos movimentos da areia, do ar e do mar, Schambeck tem um encontro consigo mesmo: surfar é conectar-se com o ritmo da natureza, colocar os pensamentos em ordem num momento para curtir e fazer parte de um universo quase desconhecido que é o mar. “O surfe é o melhor significado de ‘liberdade’ para mim”, revela. Da Praia do Rosa ao Peru, passando pela Bahia e pelo Uruguai. Os destinos escolhidos por Schambeck, sempre que possível, envolvem a gastronomia, mas também o surfe no roteiro. “Tu sabes que rolam ondas bem boas na Índia? Pena que não deu tempo de ir!”, lamenta.


“SURFE É MAIS DO QUE ESPORTE, É UM JEITO DE PENSAR O MUNDO”, DIZ MARCELO SCHAMBECK

CONSUMÊ DE SIRI 600 ML DE CALDO DE LEGUMES 4 SIRIS INTEIROS 200 G DE MANDIOQUINHA CORTADA EM CUBINHOS 5 COGUMELOS SHIITAKE FOLHAS DE SALSA E TIRAS DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA PARA DECORAR SAL E PIMENTA-DO-REINO

MODO DE FAZER: Em uma panela funda, ferva o caldo de legumes. Em seguida, coloque os siris e cozinhe por 5 minutos. Retire e deixe esfriar. Reserve o caldo. Com a ajuda de um martelinho, quebre as patas do siri para retirar a carne. Volte o caldo para uma panela, acrescente a mandioquinha e deixe cozinhar até ficarem macias. Por fim, coloque a carne de siri, ajuste os sabores com sal e pimenta-do-reino. Corte o cogumelo em lâminas e refogue com um fio de azeite. Sirva o consumê em um prato fundo ou cumbuca e finalize com a pimenta, a salsa e o cogumelo.

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O RESPEITO AO TEMPO DA NATUREZA FAZ PARTE DA ESSÊNCIA DO SURFISTA. E TAMBÉM DO CHEF MARCELO SCHAMBECK

CAMARÃO E LEGUMES À LA PLANCHA COM CREME AZEDO DE CURRY 6 CAMARÕES ROSAS VG COM CASCA 4 ASPARGOS VERDES 4 QUIABOS 1 CEBOLA ROXA 150 G DE CREME DE LEITE FRESCO 1/2 COLHER (CHÁ) DE CURRY AMARELO THAI SUCO DE 1/2 LIMÃO SICILIANO SAL E PIMENTA-DO-REINO A GOSTO AZEITE DE OLIVA PARA PINCELAR OS LEGUMES E OS CAMARÕES

MODO DE FAZER: Coloque fogo numa churrasqueira ou parilla com lenha. Corte os legumes ao meio. Tempere o camarão e legumes com sal e pimenta-do-reino. Assim que o fogo estiver em brasa, coloque tudo na grelha. Pincele com azeite de oliva. Vire com a ajuda de uma pinça. O camarão e legumes cozinham bem rápido, cerca de 2 ou 3 minutos de cada lado. Para o creme azedo de curry, bata o creme de leite fresco num bowl ou tigela. Adicione o suco de limão e o curry amarelo. Siga batendo até o ponto de chantilly. Leve à geladeira até a hora de servir. Estilo Zaffari

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O sabor e o saber F E R N A N D O

LO K S C H I N

FIGO, BIOGRAFIA, POESIA Tem pecados que melhoram o mundo: muita luxúria, alguma gula e pouca preguiça evitam qualquer ira, avareza, soberba ou vaidade. Qual o fruto mordido no pecado original ninguém sabe, mas só a figueira tem registro de presença no Éden, única árvore nominada do Gênesis. Logo após a inobediência que nos legou a humanização, Adão e Eva cobriram a nudez com folhas de figueira. Larga como a mão espalmada e com suave penugem na face interna, a folha parece projetada como tapa sexo. A intimidade entre o pecado e o figo fez que etimologistas medievais vissem no latim peccare a raiz hebraica pek, ‘figo’. Fruto bendito da cultura ocidental, o figo é a fruta mais citada na Bíblia. No Banquete dos Filósofos (séc. II D. C.) há 200 menções à ‘fruta mais útil ao homem’ enquanto às maçãs ou uvas não chegam a 30. Plínio deu a um dos capítulos de sua História Natural (séc. I D. C.) o título de ‘Cento e Dez Observações Sobre o Figo’, cento e dez... Que outra fruta tem tanta expressão? Cato repetiu por meses o bordão ‘Cartago precisa ser destruída!’ sem resposta no Senado até mostrar um figo e perguntar se era fresco. Após o sim unânime, Cato complementou que o figo fora colhido dois dias antes em Cartago, tal a proximidade da grande rival de Roma. Assim se iniciou a Terceira Guerra Púnica; cinco séculos de pujança comercial africana sepultada pelo testemunho de um único figo maduro. O figo prestou outros testemunhos. Xerxes, Imperador da Pérsia, mantinha figos intocados à mesa, lembrete de que só conquistando a Grécia teria posse de tal riqueza. Já Sadanis, o sábio, tentou em vão evitar que os lídios atacassem a Pérsia: “O que obter de quem nada tem? Eles não comem o que desejam, só o que conseguem, bebem água em vez de vinho e não têm figos por sobremesa”. E foram os persas que, ao derrotar os lídios, conheceram “o luxo e coisas boas”, tiveram figos como sobremesa. A figueira tem raízes na Ásia Menor e Oriente Médio, solo arenoso e árido do monoteísmo judaico e suas

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dissidências cristã e muçulmana. Árvore frondosa e de crescimento rápido, mais copada que alta, a ‘rainha das frutíferas’ era fonte de recursos escassos na região: comida, sombra e água fresca. O fruto é caldoso, oitenta por cento água; como salientou Cato, é frágil e se deteriora em poucos dias, mas ganha conservação e concentra energia quando seco ao sol. Todo viajante no deserto tinha o pescoço envolto em réstias de passas de figo, forma como são ainda vendidos na Turquia e como aqui acondicionamos a cebola e o alho. O figo brotou do minifigo silvestre, o caprifigo (<L. caper, ‘cabra’) que só as cabras comem. Frutas fósseis encontradas no Vale do Jordão sugerem que o cultivo do figo precedeu o dos cereais. A hipótese da agricultura brotando do figo remete o saber contemporâneo ao do séc. I, quando Ateneu escreveu: “A figueira guiou o homem para a vida civilizada, os atenienses chamavam seus frutos de hegeteria, ‘guia’, por ser o primeiro dos frutos que cultivamos”. O Talmude Babilônico conta dos camponeses cheirando e provando o solo ao plantar figueiras, vinhas e oliveiras – figo tem terroir. Mercadores fenícios, marinheiros gregos, legionários romanos, cavaleiros mouros e missionários cristãos esparramaram figos pelo sul da Europa, norte da África e áreas temperadas da América. As dezenas de variedades desenvolvidas levaram Plínio a observar que “a lei universal que semelhante gera semelhante sofre transformações” – de novo a vinculação ao saber arcaico ao moderno, um prenúncio de Darwin anterior a Cristo. Chamado por Platão de ‘fruto do atleta’, o figo energizava os gladiadores. O açúcar inexistente, a doçura estava no mel e no figo. O figo acompanhava ou substituía o pão da plebe, numa abundância que trazia até desvalorização, como na locução latina ‘não vale um figo’, equivalente a ‘preço de bananas’. As folhas de figueira brotam quando as outras árvores já estão copadas, semanas depois dos próprios frutos. O


E PORNOGRAFIA maturar de cada figo a seu tempo, o tardar das folhas e a inexistência de flores pareciam sobrenaturais aos antigos. As flores da figueira são invisíveis, escondem-se dentro dos figos. Na verdade, o figo, como o morango, é mais flor que fruto, milhares de miniflores enroladas sobre si. A polinização dá-se por vespas que penetram o figo pelo poro oposto ao caule. Pássaros, morcegos e pessoas comendo as frutas excretam as sementes já adubadas, prontas para germinar em outros locais. A viabilidade das sementes de figos secos fez com que as áreas de germinação ganhassem amplitude. Como bons vinhos, figos secos viajam bem. A polpa comestível do figo resulta da supressão do androceu, o componente masculino da flor; quanto mais carnudo e doce o figo, mais feminino é. Aristóteles (séc. IV A. C.) já sabia que o desenvolvimento de cada fruto dependia dos insetos em seu interior. A figueira mais carregada era a que tinha caprifigos (e suas vespas) na vizinhança, daí o ‘caprificar’, pendurar ramos de caprifigos nas figueiras, técnica milenar ainda em uso. Ato em contradição a sua biografia exemplar, Jesus amaldiçoou uma figueira por não dispor de figos para saciar sua fome. No dia seguinte a árvore estava seca e morta. Este crime ambiental é tão pouco crível que exige duas testemunhas, os apóstolos Mateus e Marcos. Se a teologia translitera esta figueira em ciência, heresia ou sinagoga, a medicina propõe um atenuante: a ira – pecado capital – causada por hipoglicemia. O que vale na cultura entra na religião. Na grega, a figueira surgiu quando a titã Gea transformou seu filho Sikeus em árvore para protegê-lo dos raios de Zeus. Sikos é a palavra grega para figo e há a superstição de que a figueira não é atingida por raios. No mito fundador de Roma, a loba aleitou Rômulo e Remo sob uma figueira, prenúncio de prosperidade. Filhos de Baco, o figo era irmão da vinha; plantados juntos, os ramos da parreira apoiam-se nos galhos da figueira. Também

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O sabor e o saber F E R N A N D O L O K S C H I N

AS FLORES DA FIGUEIRA SÃO INVISÍVEIS, ESCONDEM-SE DENTRO DOS FIGOS. NA VERDADE, O FIGO, COMO O MORANGO, É MAIS FLOR QUE FRUTO, MILHARES DE MINIFLORES ENROLADAS SOBRE SI havia algo sinistro. João Batista foi decapitado sob uma figueira e Judas se enforcou noutra, daí a casca enegrecida e a polpa rubra do fruto. Diferente das tâmaras e damascos, o figo é comido in Toto, não há casca ou semente desprezadas, reflexo das escrituras também sem partes dispensáveis ou danosas. Os rabinos ensinavam a imitar a figueira cujas raízes flexíveis adentram o solo pétreo. Era a fruta de Maomé, fundamental no convívio com 13 esposas, afinal o figo “revigora o jovem, restaura o velho e retarda a ruga”. Um ‘afrutisíaco’ consagrado a Príapo, a seiva branca e viscosa que escorre do talo era percebida como esperma ou leite (>látex). As mulheres da Tunísia, antes Cartago, usam a seiva para aumentar a fertilidade e lactação. Éramos crianças e minha irmã sofria uma dieta antianêmica em duas opções: bife de figo de boi e patê de figo de galinha. A semelhança dos sons fígado e figo não é acidente. O termo latino para fígado era iecur; iecur ficatun, o ‘fígado alimentado com figos’, era o mais nobre. Com o uso, ficatun virou substantivo e substituiu iecur, ‘fígado’. Engordavam-se porcos e gansos com figos para que o fígado ficasse maior e mais saboroso. Ápicus empanturrava animais de figos secos e depois os alcoolizava com hidromel até que morressem, o fígado já um patê. Figos ainda fazem das rações de gansos e porcos para que tenhamos foie gras e prosciuttos. Muitos chamaram D. H. Lawrence de pornopoeta quando publicou em 1923 ‘A maneira própria de comer um figo em sociedade’. O figo era poesia implícita em sexo explícito ou vice-versa: “fruta escondida e íntima que chega ao útero... única via de fertilização... fechada como a mulher maometana... deliciosa umidade que conduz ao centro”, etc. Escrito na bela Taormina, ‘sinônimo polido de Sodoma...’, zona rica em figueiras, o poema mostra conhecimento da fruta, fala até da seiva deixando um odor peculiar nos dedos que a manuseiam.

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A imagem do figo como vulva precede Lawrence. Se a folha cobre a genitália, a fruta é a própria: o grego sykon e o italiano fico dizem tanto o figo comestível como a vulva. A figa, interposição do dedo polegar entre o indicador e o médio, faz a imitação da cópula, gesto obseno e protetor já em tempos em que etruscos raptavam sabinas. Mas, como reconhece o poema, o figo é também masculino. A fertilidade e a forma do figo fizeram que seu nome árabe tin ganhasse o sentido de ‘testículo’ e fosse substituído por um eufemismo polido, kfir, ‘outono’, a estação dos figos. Algo afim ocorreu com os nossos bagos, que, na origem, significam ‘fruta’, e, ao inverso, com abacate, palavra asteca para ‘testículo’. Conta Rabelais da curiosa (no sentido e primeiras sílabas) punição do Imperador Barbarossa ao povo de Milão. Revoltando-se na sua ausência, a cidade expulsou humilhantemente a imperatriz no lombo de uma mula chamada Tacor. Vencida a rebelião, Barbarossa ordenou que um figo fosse alojado no ânus de Tacor e a cada milanês, dada a opção: remover o figo com a boca ou balançar na forca. O figo retirado deveria ser mostrado junto ao grito ‘Ecco il fico!’ e depois recolocado, com a boca, no devido lugar. Pobre Tacor, pobres milaneses. Conforme Alexandre Dumas, ‘mostrar a figa’ tornou-se a pior ofensa em Milão. E é Dumas que conta do naturalista Buffon (séc. XVIII) trabalhando em seu jardim e solicitando dois figos maduros. Quando o criado chegou com um, Buffon perguntou, intrigado: “O que houve com o outro?”. Ao que o criado respondeu: “Isto!” e comeu o figo restante. Ecco il fico! Uma figa, amuleto para um texto palatável, gesto de quem leu e achou que não vale um figo. FERNANDO LOKSCHIN É MÉDICO E GOURMET fernando@vanet.com.br


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Vida

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& Kids

P O R

G U S TAVO

M I N I

I LU S T R A Ç Õ E S G U I L H E R M E DA B L E

perante a tecnologia digital

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Vida QUANDO NOS DESLUMBRAMOS OU NOS APAVORAMOS AO VER UMA CRIANÇA MEXENDO COM DESENVOLTURA EM UM IPAD, PERDEMOS UMA PERSPECTIVA DE LIBERDADE E CONFERIMOS UMA CERTA AURA MÁGICA E MISTERIOSA À TECNOLOGIA DIGITAL Em outubro de 2011, o especialista em tecnologia Jean Louis Constanza publicou noYouTube um vídeo de sua filha de 1 ano mexendo em um iPad e depois em uma revista. Nas cenas, que duram apenas 1 minuto e 25 segundos, a menina passa as telas do iPad para o lado com os dedos e toca nos aplicativos querendo abri-los. O tablet, claro, responde a seus comandos desajeitados. Em seguida, ela tenta usar outros gestos para interagir com a revista, mas não obtém resultado algum: as fotos não passam, os elementos não abrem, enfim, nada de interativo acontece nas páginas impressas. O título do vídeo expõe a visão de seu autor: “Uma revista é um iPad que não funciona”. Na época da postagem original, o vídeo se espalhou pela internet e até hoje continua angariando visualizações. Mais de 4 milhões e 300 mil pessoas já o assistiram no YouTube e a audiência crescente é seguida de comentários que se dividem entre os deslumbrados pela familiaridade das novas gerações com a tecnologia digital e os críticos do que seria uma exposição precoce de um bebê a uma tela interativa. No livro Teorias da Cibercultura, o mestre, doutor e professor de comunicação da UFRGS e da PUCRS Francisco Rüdiger classifica essas duas reações à tecnologia como “fáusticas” e “prometeicas”. Fáusticos são os que, num paralelo com a antiga lenda germânica do Dr. Fausto, consideram a tecnologia uma criação humana que pode se emancipar e nos levar à destruição. Os prometeicos, como no mito grego de Prometeu, acham que a tecnologia é a grande solução para todos os nossos males e por isso qualquer sacrifício para obtê-la e mantê-la é válido. Fáusticos e prometeicos, segundo Rüdiger, concordam num ponto:

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enxergam a tecnologia como dona de “um poder autônomo, com uma dinâmica própria”. Não é pra menos que nós (junto com a maioria dos estudiosos) pensemos assim. Nos últimos dez ou quinze anos, fomos soterrados pela comunicação da indústria da tecnologia nos dizendo “agora você pode fazer o que quiser, na hora e lugar que escolher”. A própria estrutura da tecnologia digital se baseia na ideia de uma conectividade ininterrupta e onipresente. Isso acabou estabelecendo que “é assim mesmo” que se usa um celular ou um computador: atendendo a todos os estímulos que eles lançam a qualquer hora e em qualquer lugar que escolherem. Mesmo aqueles usuários que se opõem ao uso exagerado das novas tecnologias aceitam essa noção, colocando -se como bravos resistentes em um cenário dramático. Em alguns meios mais conectados, desconectar-se ganhou ares de heroísmo, o que acaba por confirmar a tese de que a conexão total é inevitável. Quando nos deslumbramos ou nos apavoramos com uma criança que mexe com desenvoltura em um iPad, perdemos uma perspectiva de liberdade e conferimos uma certa aura mágica e misteriosa à tecnologia digital. Não há dúvidas de que essas cenas sejam cativantes, mas a verdade é que precisamos mostrar para as crianças de uma vez por todas quem é que manda: não quem é que manda nelas, e sim nos aparelhos, sites e aplicativos que usamos diariamente. A maior parte deles é bem mais carente do que nossos filhos, pois foram desenvolvidos de forma que precisamos lhes dar uma atenção tão constante que nem o mais indefeso dos bebês consegue rivalizar. É muito fácil nos deixarmos levar pelo mar de notificações e conteúdos que chegam sem parar via email, mensagens de



Vida texto, chats e feeds de redes sociais porque esses sistemas são construídos assim, para gerar fluxos e engajar nossa atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano até o fim dos tempos. Mas, apesar de parecer, eles não têm vida própria e é uma decisão particular de cada um de nós aprender a regular a entrada de notificações e conteúdos em nosso campo de interesse. Está literalmente nas nossas mãos decidir quando vamos ler ou assistir o que está chegando. Essa autonomia perante os estímulos é a habilidade crucial que precisamos desenvolver e ensinar a nossos filhos, porque o rio de informações digitais é ininterrupto e virtualmente infinito. Sempre haverá o que ler ou assistir, e se você não coloca os limites, não espere que o Facebook canse de lhe avisar das fotos novas do seu amigo ou que o YouTube encerre as transmissões na madrugada como faziam as antigas emissoras de TV. Como diz o teórico de mídia americano Douglas Rushkoff, “programe ou seja programado”. Quando seus filhos veem você pular para pegar o celular a cada 30 segundos, não tenha dúvida de que eles vão crescer achando que isso é o que se faz com um celular. Portanto, assuma o controle do seu uso digital, estabeleça seus próprios horários e métodos. Não seja escravo do fluxo de informações e você será um exemplo vivo de como lidar com os excessos induzidos pela tecnologia digital. No livro “Como viver na era digital”, o escritor inglês Tom Chatfield oferece uma dica mais prática e equilibrada: devemos aprender a tirar o melhor dos momentos conectados e dos momentos desconectados. Quando estamos conectados, é hora de pesquisar, coletar informações, obter diferentes visões, mergulhar

NÃO SEJA ESCRAVO DO FLUXO DE INFORMAÇÕES E VOCÊ SERÁ UM EXEMPLO VIVO DE COMO LIDAR COM OS EXCESSOS INDUZIDOS PELA TECNOLOGIA DIGITAL. A AUTONOMIA PERANTE OS ESTÍMULOS É A HABILIDADE CRUCIAL QUE PRECISAMOS DESENVOLVER E ENSINAR A NOSSOS FILHOS

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na produção digital coletiva da humanidade. Quando estamos desconectados, é hora de analisar, filtrar e costurar o que absorvemos quando estávamos conectados. A alternância coordenada entre essas duas modalidades complementares é outra ferramenta valiosa que precisa ser incorporada à educação das crianças. Diz Chatfield: “Simplesmente depreciar um dos dois não serve para nada, pois cada um representa um conjunto diferente de possibilidades para o pensamento e a ação. Em vez disso, devemos aprender a nos perguntar e ensinar nossos filhos a se perguntarem quais aspectos de uma tarefa, e do viver, são mais bem servidos por cada um”. Esse é o detalhe que passa despercebido no vídeo de 4 milhões e 300 mil visualizações no qual um bebê confunde uma revista com um iPad. Encantador e desconcertante, ele é o retrato da nossa relação com a tecnologia digital. Estamos todos na primeira infância de um novo momento histórico, metendo os pés pelas mãos, perdidos com a função e o conteúdo de cada uma das ferramentas que estão à nossa disposição. A tecnologia digital nos oferece um tipo de autonomia às custas de outra. Pagamos pela magia com nossa atenção irrestrita, e assim, o “faça o que quiser na hora e lugar que escolher” acaba se tornando “faça o que estamos estimulando você a fazer o tempo todo em todo lugar”. Existem muitas facetas econômicas, políticas, artísticas e filosóficas nessa questão, mas por hora basta lembrar que a chave para um uso produtivo das tecnologias digitais é não cedermos à ideia de que elas têm uma vida autônoma, e sim assumirmos nossa autonomia ensinando as crianças e os adolescentes a também serem autônomos e, em última instância, verdadeiramente livres.


Em vez dos eletrônicos, brincadeiras tradicionais A ESTILO ZAFFARI CONVERSOU COM RICARDO HALPERN, PRESIDENTE DO “DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA DO DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO” DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA E CHEFE DO SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO. NOS ÚLTIMOS ANOS, RICARDO HALPERN VEM ATUANDO FORTEMENTE NA ÁREA DE EPIDEMIOLOGIA DOS PROBLEMAS DE DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. ELE RESPONDEU A ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A TECNOLOGIA DIGITAL E OS PEQUENOS. A ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PEDIATRIA NÃO RECOMENDA QUE CRIANÇAS ASSISTAM TELEVISÃO ANTES DOS 2 ANOS POIS, SEGUNDO ELAS, A INTERAÇÃO COM A TV TÃO CEDO NÃO TEM NENHUM BENEFÍCIO COMPROVADO. EXISTE ALGUMA RECOMENDAÇÃO OFICIAL RELACIONADA A COMPUTADORES, TABLETS E SMARTPHONES?

A recomendação é a mesma! Não existem evidências de que sejam mais benéficos do que a interação social com outras crianças. ENTÃO NÃO HÁ UM LIMITE DE TEMPO ADEQUADO PARA O USO DIÁRIO DE TELAS INTERATIVAS POR CRIANÇAS ENTRE ZERO E 2 ANOS? E PARA CRIANÇAS ENTRE 2 E 5 ANOS?

Para crianças abaixo dos 2 anos, a recomendação é não usar. Para aquelas entre 2 e 5, não existe uma recomendação precisa, mas a utilização de uma a duas horas por dia pode ser apropriada. Não vejo a necessidade ou a funcionalidade de uma criança nessa faixa etária usar um telefone celular. O FATO DE AS TELAS TOUCH OFERECEREM UMA INTERATIVIDADE MAIOR DÁ A IMPRESSÃO DE QUE ESSES DISPOSITIVOS SÃO MAIS BENÉFICOS PARA A CRIANÇA DO QUE A TV. ESSA IMPRESSÃO É REAL?

Fica evidente que a tecnologia e a interação com o computador e tablets são extremamente atraentes e fascinam a criança pelo movimento da tela, pela capacidade de modificar as telas e por ela perceber que pode fazer isso. É importante que a criança seja apresentada à tecnologia, mas fazer com que ela substitua por isso as interações sociais pode trazer danos como isolamento, obesidade e problemas com o sono. O uso de tablet, TV ou computador pela criança à noite de forma indiscriminada pode afetar a qualidade do adormecimento e do sono. Quando indicado, esse uso deve ser durante o dia e por um certo tempo. QUAIS SÃO AS ATIVIDADES MAIS RECOMENDADAS PARA CRIANÇAS DE ATÉ 5 ANOS PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, MOTOR E SOCIAL?

Existem atividades excelentes para que uma criança desenvolva o jogo simbólico e a adaptação social sem a utilização de equipamentos eletrônicos. Aí entram o brincar de faz de conta, onde a criança inicia a simbolização aos 2 anos, e brinquedos educativos de montagem e encaixe. Existe um site muito interessante que permite que os pais façam projetos que usam a tecnologia e que também estimulam a resolução de problemas: www.primo.io. As brincadeiras tradicionais de playground também são extremamente estimulantes e de longe substituem com qualidade os equipamentos eletrônicos.


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Hvar O PARAÍSO DA CROÁCIA T E X TO

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F OTO S

P O R

B E TO

C O N T E

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UMA ILHA MONTANHOSA E EXUBERANTEMENTE VERDE, COM CAMPOS DE LAVANDA E ALECRIM

A COSTA DA DALMÁCIA Depois de 25 anos retornei à ex-Iugoslávia, onde tive minha primeira vivência de trabalho no exterior. Vivia na Macedônia e na época passei as férias de verão na costa da Croácia. Esta região balcânica sempre me fascinou por sua história dramática e intrigante – na Antiguidade fazia o limite entre Império Romano do Ocidente e do Oriente, e também entre os Impérios Austro-Húngaro e Otomano até a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Além disso, foi parte de uma federação socialista até o desmembramento da Iugoslávia no final do século XX. O ponto de chegada na costa da Dalmácia é a charmosa cidade murada de Dubrovinik. Fundada pelos gregos, teve seu apogeu de 1358 a 1808, como uma rica cidade-estado mercantil rivalizando com Veneza no controle do comércio do Adriático. Split é outra parada obrigatória, com as muralhas do palácio de 30 mil m2 construído pelo imperador Diocleciano no séc. IV. Entre essas duas pérolas do Adriático, uma sequência de belas ilhas como Korcula, Mlet, Brac e Hvar – a mais ensolarada e verde entre suas 1.200 ilhas.

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Lugar

ENTRE OS ALPES DINÁRICOS E O AZUL DO MAR ADRIÁTICO, A CIDADE DE HVAR TEM UM

HVAR ISLAND A beleza natural dessa ilha montanhosa e exuberantemente verde, com campos de lavanda e alecrim, povoados bucólicos e 2.724 horas de sol por ano atrai milhares de visitantes. No verão suas baías ficam decoradas com os veleiros e iates, e seus restaurantes e bares animados com jovens do mundo todo. A ilha oferece um litoral muito recortado, pontilhado com enseadas e baías, e planícies férteis no interior com povoados onde produzem uvas, azeitonas, figos e frutas. A ilha foi fundada pelos ilírios e conquistada pelos gregos no século IV A.C. Posteriormente ficou sob domínio romano e bizantino. No século VIII tribos eslavas se instalam na ilha, e no século XI, torna-se parte da Croácia sob o domínio do Rei Petar Kresimir. Em função de sua posição estratégica no mar Adriático, esteve também durante séculos sob o controle de Veneza e posteriormente dos austríacos.

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CHARMOSO PORTO ANTIGO, EM UMA PEQUENA BAÍA

HVAR TOWN A cidade de Hvar foi eleita pelo jet set internacional pelo seu charmoso porto antigo, que nos remete a St. Tropez ou Portofino, em uma pequena baía com uma bela marina cercada de prédios do período veneziano e uma fortaleza no alto da colina. Tudo gira em torna da praça principal, Trg Sveti Stjepana. De um lado fica o Arsenal, onde eram consertados os galeões de guerra, e do outro a Catedral de São Estevão, ambas reconstruções do séc. XVII, no auge do Renascimento Dálmata, quando a cidade foi destruída pelos turcos. As ruelas medievais no centro histórico do séc. XIII, de mármore e só para pedestres, são ornamentadas por palácios góticos e igrejas, entre hotéis-boutique e lojas de artesanato. Vale a pena conferir o mosteiro franciscano do século XV, que tem vista para uma enseada sombreada, em cujo claustro renascentista contém moedas, cartas náuticas e documentos valiosos, como uma edição do Atlas de Ptolomeu, im-

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BELA E CHARMOSA, NO VERÃO A ILHA DE HVAR FICA DECORADA COM VELEIROS E IATES,

SAIBA MAIS Confira o registro de HVAR, parte do “Grand Tour STB Península Balcânica”, no blog

www.betonomundo.wordpress.com Beto Conte coordena a agência de viagens STB Trip & Travel no Rio Grande do Sul e acompanha viagens de imersão cultural. Mais informações sobre viagens à Croácia e pelo mundo com betoconte@stb.com.br Site: www.stbrs.com Telefone (51) 4001-3000.

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presso em 1524. A igreja ao lado, Nossa Senhora da Caridade, contém pinturas refinadas do final do séc. XVI de Francesco da Santacroce, que representam o ápice do trabalho deste pintor. Aconselho subir por um parque até a Fortaleza Espanhola, construída no lugar de um castelo medieval para defender a cidade dos turcos. Reforçada nos séculos XVI e XIX, possui uma pequena coleção de ânforas antigas recuperadas do fundo do mar, e a vista do porto é magnífica. Em torno do porto restaurantes de frutos do mar no calçadão à beira-mar que se estende ao longo de pequenas praias rochosas. Uma maravilha! Recomendo também fazer um passeio de barco por entre as ilhas Pakleni, desfrutando da vista do porto de Hvar a partir da água. Trata-se de uma viagem maravilhosa com grandes belezas naturais e históricas. Simplesmente fascinante!


E SEUS RESTAURANTES E BARES FICAM ANIMADOS COM JOVENS DO MUNDO TODO

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Equilíbrio C H E R R I N E

C A R D O S O

À BEIRA DE UM COLAPSO HUMANO?

Estamos crescendo demais. Não, não é de tamanho. É em quantidade! Por onde passamos vemos milhares de pessoas circulando pelas ruas, a pé, de carro, em transportes públicos. Será que, como eu, outras pessoas pensam onde isso tudo vai dar? Porque certamente chegará o dia em que a Terra não comportará mais tanta gente. É fisicamente impossível. Nem o planeta tem assim tanto espaço. Coitado do planeta! Ele tem sofrido ainda mais com esse crescimento populacional desenfreado. Não é à toa que há países que controlam a natalidade local há tanto tempo! Se fizermos uma matemática lógica perceberemos que se o crescimento seguir da forma como vem sendo nos últimos séculos, a Terra será pouca pra todos nós. Não só demograficamente, mas também porque os recursos, que seguimos tirando e explorando do planeta, irão acabar. Não tem como garantir que daqui a 50, 100 anos ainda haverá água potável. Garantir comida também é difícil. Na verdade, garantir que ainda haja um planeta é quase uma incógnita. Estamos destruindo-o pouco a pouco devido à necessidade de aumentarmos o consumo de água, de terra, de minério. Vemos pouca gente com tanto e tanta gente sem nada! E isso é a realidade de todos os lugares dos quatro cantos do mundinho azul. Eu tenho medo. Não por mim, que certamente não estarei aqui pra ver o que poderá acontecer. Mas por aqueles que seguem chegando. Dia desses estava lendo o livro Inferno, o novo do Dan Brown. A história desta vez se passava em Florença, na Itália, e o foco era exatamente este. Um cientista, aparentemente lunático, resolve alertar a civilização de que pra frear essa inflação de pessoas na Terra seria necessário matar 40% dos que aqui vivem pra que os que sobrarem possam seguir trazendo mais gente ao mundo. Lendo parece e soa estranho, bem alucinado mesmo, mas à medida que lia o livro eu pensava: e

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pior que ele até tem razão. Acho que as catástrofes naturais são na verdade este plano colocado em prática, mas não pelo homem e sim pela própria natureza, que vez ou outra precisa mandar alguns embora, apertando mesmo o botão de saída para que ela mesma possa sobreviver mais um pouco. E é triste saber que tudo o que nosso planeta passa hoje é resultado das nossas ações, das nossas escolhas. É preciso aproveitar o momento. O momento da mudança, da consciência expandida, e alterar padrões. Diziam que 2013 era este ano. Das pessoas mais lúcidas e com uma intenção maior de fazer o bem e não apenas pra si, mas pro coletivo, pra sociedade. Acho que muito do que vimos acontecer ano passado foi reflexo desse aumento de lucidez. Mas um novo ano chegou e temos novas oportunidades. Fazer com que o pouco se transforme em muito, se feito pela maioria. O cuidado com o lixo (já que pra fora do planeta ele não vai), o cuidado com o consumo da água, o cuidado com o consumo de carnes (pois a indústria criando mais bichos para a matança, que alimenta a massa, polui mais que carros e indústrias e isso já não é mais novidade), o cuidado com aqueles que não têm nada se você por acaso for dos que têm muito, o cuidado com a educação (já que através dela alteramos as atitudes dos que lá na frente serão grandes e farão a diferença), o cuidado com a vegetação (quanto mais verde, menos quente). Enfim, cuidados que parecem démodé, e até básicos, mas que em massa resultarão, quem sabe, numa prorrogação um pouco maior para nós aqui na Terra. Do contrário, ela vai seguir nos expulsando, como alunos malcriados, que nem mesmo com advertências mudam! FORMADA EM JORNALISMO PELA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI, FEZ ESPECIALIZAÇÃO EM PUBLICIDADE & PROPAGANDA E MARKETING. HOJE ATUA COMO INSTRUTORA DE ALTA PERFORMANCE DO MÉTODO DEROSE EM PELOTAS, DIFUNDINDO UMA PROPOSTA DE LIFE STYLE COACHING, UM JEITO DIFERENTE DE SE CUIDAR E DE VIVER. ACESSE WWW.METODODEROSEPELOTAS.COM



Metrópole

São Paulo é uma grande cidade com 20 milhões de habitantes, mas também podemos dizer que a capital paulista é formada por várias minicidades, que chamamos de bairros. E cada um deles tem vida própria, personalidade e lugares consagrados, que fazem os moradores de outros bairros migrarem de uma ponta a outra da estimulante metrópole. A jornalista e fotógrafa Cris Berger está mapean-

lugares especiais em

Pompeia

do a cidade, e já lançou nove títulos sobre bairros de São Paulo. Conhece a capital como poucos paulistanos, afinal, já caminhou por 15 bairros e elegeu 909 dicas. A novidade é que ela acaba de produzir o volume 2 do livro “101 Lugares para se Conhecer em Perdizes e Pompeia”, patrocinado pela Even Construtora. Nas próximas páginas, confira as descobertas que a jornalista nos revela em primeira mão. Nas palavras de Cris: “Fiquei deslumbrada com a tradição, o zelo e o cuidado dos moradores. Notei e anotei: são bairros familiares, com alma! Adorei desbravar as garagens das casas antigas, que viraram pontos comerciais. Pelas ruas, fui encontrando restaurantes, cafés, bares, casas de música, padarias, brechós, livrarias e espaços de arte.

T E X TO E F OTO S P O R C R I S B E R G E R

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Pompeia é uma pequena cidade dentro da nave mãe que é São Paulo”.


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FERNANDO JAEGER

BARBEARIA BASTOS

O trabalho do designer de móveis Fernando Jaeger encanta. A inspiração vintage domina. Ele desenha luminárias, sofás, poltronas, almofadas, tapetes, cadeiras, mesas. Você pode comprar suas peças de duas maneiras: no atelier, onde é possível encomendar móveis sob medida com estampas especiais, ou na pronta entrega, que tem preços mais acessíveis e você pode levar pra casa na hora o que está exposto.

O ato de fazer a barba ganha glamour. A entrada parece um bar, pois lá são servidas bebidas como cervejas especiais, whisky, cachaça e café, oferecidas aos clientes. Separada por uma parede de vidro está a pequena sala de barbear, que foi equipada com três cadeiras nos modelos das antigas barbearias. O ritual começa com óleo de jojoba, passa pelas toalhas quentes, pela espuma e, enfim, a navalhete. Às mulheres só são permitidas a sala de podologia e a de massagem.

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RUA PADRE CHICO, 552 TEL.: 11 3873.2989 www.fernandojaeger.com.br

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RUA AURÉLIA, 798 TEL.: 11 3862.8552 www.barbeariabastos.com.br


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MERCADO APAÑA

LA SANGUCHERÍA

Em um galpão na agitada rua Turiassu está o paraíso da vida saudável. É uma mistura de supermercado e empório gourmet, com uma característica importante: tudo é orgânico. Há coloridos e saborosos legumes, verduras e frutas organizados em caixas de feira. Pelas prateleiras e geladeiras, mais um sem-fim de produtos sem glúten, sem lactose e integrais. Na parte da frente há um restaurante onde são servidos pratos bem-elaborados e na mesma linha: naturais.

O Georges é dono do ótimo Killa, el mejor peruano do bairro. Para nossa sorte, ele resolveu montar um espaço de comidas rápidas, onde os sanduíches são a atração principal, e as empanadas e churros também têm seu lugar ao sol. O resultado não poderia ser mais gostoso! Os preços são honestos, ou seja, dá para bater ponto na La Sanguchería várias vezes na semana. Temperos peruanos vêm à mesa. É para comer com a mão e lambuzar-se. Ah, ao provar os churros, fique de joelhos, de olhos fechados e morda bem devagar, pois eles são nada menos do que divinos!

RUA TURIASSU, 1.645 TEL.: 11 2667.9395 www.apana.com.br

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RUA TUCUNA, 689 TEL.: 11 3872.1625 www.lasangucheria.com.br

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SESC POMPEIA

FLORES NA VARANDA

Foi genialmente desenhado por Lina Bo Bardi. Lina buscou inspiração na cultura baiana ao criar os caminhos de água, que representam o rio São Francisco. A estátua de São Jorge, que fica na rua, separa os dois galpões da antiga fábrica de tonéis e geladeiras, tombada em 1980. O Sesc é uma mistura de centro cultural, de esporte, cultura e lazer. São dois teatros, salas de exposição, um grande espaço de leitura e biblioteca, espaço para as crianças, restaurante e choperia. Os prédios esportivos são conectados por várias passarelas diagonais. Quem é associado ao Sesc ganha descontos em todas as atividades.

Uma casa linda, com um jardim, fonte e multifunções culturais. Sábado é dia de escutar jazz, MPB, folck, rock ou blues. Um domingo por mês, tem cardápio de literatura: atores passam pelas mesas e leem poesias, versos e poemas. Volta e meia, há vernissages, exposições de fotografia e pintura e oficinas de origami. No último sábado de cada mês, a casa lota com o público que vai assistir à Tradicional Jazz Band.

RUA CLÉLIA, 93 TEL.: 11 3871.7700 www.sescsp.org.br

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RUA CAMILO, 455 TEL.: 11 3675.8446 www.floresnavaranda.com.br


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CASA CURY

TEATRO BRADESCO

Celso é bisneto de libaneses. Aprendeu a cozinhar com o pai. Desde pequeno, esteve em volta da cozinha, das panelas e dos temperos. Morou um bom tempo fora do Brasil e quando regressou decidiu abrir um restaurante. Junto da sua mulher, a Alê, comanda o espaço onde servem receitas do Oriente Médio ao som de rock and roll. O ambiente é descontraído, e a comida, sublime.

São Paulo ganhou em 2009 um dos teatros mais luxuosos, amplos e bem-equipados do Brasil. Ele fica dentro do shopping Bourbon Pompeia, tem 7 mil metros quadrados, equipamento de ponta e dispõe de 1.439 assentos. O espaço é versátil e pode receber espetáculos de diversos gêneros e portes. É a arte recebida com tapete vermelho, com toda a pompa e honra que ela merece!

RUA APINAJÉS, 597 TEL.: 11 2589.1218 https://www.facebook.com/pages/ Casa-Cury/635042276510577?fref=ts

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RUA TURIASSU, 2.100 TEL.: 11 3670.4100 www.teatrobradesco.com.br

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ZÁFFARI Só em São Paulo leva acento no nome. No sul, é Zaffari mesmo, sem acento. Uma espécie de instituição gaúcha, a rede de supermercados Zaffari faz parte do cotidiano e dos hábitos das pessoas do sul. Para alegria da gauchada radicada na capital paulista, agora existe um Zaffari em Pompeia, dentro do shopping Bourbon. Claro que os paulistas já o descobriram e estão adorando o atendimento personalizado, os “guris” dos caixas que colocam as compras nas sacolas, a fartura e a organização dos produtos, a revista Estilo Zaffari. E quem sabe até já descobriram a Pastelina, a erva-mate e a cuca?

9 10 RUA TURIASSU, 2.100 TEL.: 11 3874.5000 www.zaffari.com.br

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ARTESÃO FORNERIA E PIZZA Ok, oficialmente você vai para comer pizza feita no forno a lenha, mas nós sabemos que, no fundo, você também quer curtir o astral da pequena pizzaria, que esbanja charme e aconchego. E ainda tem a vantagem de ser perfeita para quem quer comer sozinho, pois a pizza é do tamanho de um prato. Sem essa de dividir uma pizza grande e cada um escolher um sabor. Um não come carne, o outro não gosta de cebola... e a escolha começa a complicar. Lá a individualidade é bem-vinda. Pedir uma, comer devagar, pedir outra e assim por diante. RUA CARAÍBAS, 432 TEL.: 11 3873.9757 http://oartesaopizzaria.com.br



Ser & Vestir R O B E R TA

G E R H A R D T

HOMEM DEVE USAR BERMUDA NO TRABALHO? Neste verão houve uma grande repercussão a respeito do possível uso da bermuda masculina no ambiente de trabalho. Ainda que eu esteja solidária com o calor que muitas vezes se enfrenta ao vestir as roupas corretas para o trabalho em dias extremamente quentes, não posso me furtar do princípio da razoabilidade. No trabalho, as regras do vestir são bem claras: nunca se deve – inclusive as mulheres – exibir muito a pele. Isso vale tanto para a entrevista inicial como para o cotidiano. Esse “recato” abarca inúmeros significados e excelentes resultados profissionais já comprovados (e aqui, infelizmente, não poderei abordar). Dou um exemplo: você nunca irá a uma primeira entrevista de emprego usando uma bermuda, certo? Ainda que seja para a profissão de salva-vidas, sempre, num primeiro encontro, mesmo em dias quentes, a melhor escolha é uma calça de sarja ou um jeans leve, se o ambiente for casual. Isso vale para todas as profissões, inclusive para trainees. Então, se num primeiro encontro, tão decisivo, não se recomenda o uso da bermuda, mesmo nas profissões de dress code descontraído, não é razoável imaginar que, depois da contratação, a bermuda fará parte do uniforme. O recato e a ausência de pele sempre sugerem maior profissionalismo, mais higiene e correção. Ganha o profissional, ganha a empresa. Ganha o cliente! E pautar a ideia do uso da bermuda masculina com base na pretensa igualdade com o guarda-roupa de trabalho feminino é outro grande erro. Há anos escuto reclamações e faço treinamentos em empresas preocupadas com o visual de suas colaboradoras. Ou alguém nunca se viu constrangido com a saia curta e o tamanho do decote de uma profissional que jura estar no seu direito? São os tais do bom-senso e dos limites que, hoje em dia, andam bastante esquecidos.

EM VEZ DE BERMUDA, APOSTE EM CALÇAS DE SARJA LEVE E EM CORES CLARAS COMO O BEGE, O MARFIM E ATÉ MESMO O BRANCO. ROUPAS CLARAS AJUDAM A ESPANTAR O CALOR E COMBINAM COM CAMISAS DE TONS NEUTROS E CLAROS. PARA AMBIENTES MAIS FORMAIS, ONDE O TERNO É IMPRESCINDÍVEL, ABUSE DE TECIDOS LEVES COMO A LÃ FRIA DE VERÃO, CUJA TRAMA, APESAR DO NOME, É EXTREMAMENTE CONFORTÁVEL E AREJADA. COMBINE COM CAMISAS CLARAS E GRAVATAS TAMBÉM. NOS PÉS OPTE POR TONS DE MARROM CLARO, EVITE O PRETO. MESMO OS JOVENS OU OS PROFISSIONAIS QUE NÃO ATENDEM O CLIENTE DIRETAMENTE DEVEM EVITAR A BERMUDA. HÁ DE SE COMPREENDER QUE O VISUAL AJUDA NA PSIQUE DO PROFISSIONAL E IMPACTA NO SEU COMPORTAMENTO TAMBÉM COM OS COLEGAS.

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A BOLSA CORRETA PARA O DIA A DIA PROFISSIONAL Se naturalmente os detalhes fazem toda a diferença em quase tudo na vida, no guarda-roupa de trabalho esta máxima se confirma com muito mais força. Há inúmeras razões que nos exigem um cuidado todo especial quando nos vestimos para trabalhar. E os acessórios são imprescindíveis. Seja porque a linguagem visual exerce um poder incrível na comunicação, seja porque tudo aquilo que vestimos no corpo revela muito sobre nós mesmos, ou ainda pelo fato de os ambientes profissionais, em sua maioria, não nos permitem grandes ousadias; vale a pena investir nos acessórios: bolsas, sapatos, brincos, pulseiras, anéis, relógios, enfeites de cabelo. Tudo muito bem estudado para gerar um efeito de muita personalidade e arrojo, mantendo a correção. Nesta edição quero tratar exclusivamente das bolsas de trabalho, pois é um dos itens preferidos da maioria das mulheres. Independentemente de quando ou onde, a bolsa sempre detém uma simbologia muito forte, pois é onde você carrega seus pertences, é onde você leva um pedaço de si. Pois no trabalho, se a bolsa é muito enfeitada ou detém muitos detalhes ou ainda se ela ostenta uma marca muito cara, isso tudo compromete o seu visual e pode passar uma imagem de futilidade ou de desperdício. Coisa que nunca combina com profissionalismo, certo? Assim, a bolsa correta é discreta, numa cor neutra para combinar com todo tipo de roupa. Tem poucas ferragens, para nunca comprometer o visual – que um dia pode estar com detalhes em dourado e no outro em prata. Também precisa ser um modelo leve, para que não machuque seus ombros ou estrague sua coluna, sem falar na deselegância que uma bolsa muito pesada manifesta naturalmente ao tentar ser carregada por aí. Funcionalidade é a palavra-chave. ROBERTA GERHARDT É CONSULTORA DE MODA, ESTILO E COMPORTAMENTO robertagerhardt@terra.com.br

É PRECISO ELEGER UMA OU DUAS BOLSAS COMO “AS SUAS BOLSAS DE TRABALHO”. NADA DE FICAR TROCANDO DE BOLSA TODO DIA. ISSO PEGA MAL. ALÉM DISSO, A BOLSA QUE VESTIMOS NO FINAL DE SEMANA QUASE NUNCA CONDIZ COM O MODELO QUE O DRESS CODE PROFISSIONAL EXIGE. ISSO VALE TAMBÉM PARA AS PROFISSÕES QUE PERMITEM MAIS LIBERDADE E OUSADIA NO VESTIR. INVISTA EM MODELOS SEGUROS, COM FECHAMENTO EM ZÍPER E ATÉ DOTADOS DE UM CÓDIGO DE SEGURANÇA. DESTA FORMA, VOCÊ VAI VIAJAR TRANQUILA COM SUA BOLSA DE TRABALHO. E POR FAVOR, SÓ USE BOLSAS BEM-APRESENTADAS, CUIDADAS, CONSERVADAS. PROCURE SEMPRE POR UM MODELO QUE TENHA A OPÇÃO DE ALÇAS LONGAS E ALÇAS CURTAS AO MESMO TEMPO. NO INVERNO, USANDO CASACO E XALES, JAMAIS SE DEVE COLOCAR A BOLSA NOS OMBROS, O CORRETO É CARREGÁ-LA NAS MÃOS. DESTA FORMA, VOCÊ VAI USAR ASSIM: NO VERÃO AS ALÇAS LONGAS E NO INVERNO AS CURTAS. Estilo Zaffari

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mulheres que amamos

COMO VOCÊ JÁ SABE, O NOME DESTA SEÇÃO, MULHERES QUE AMAMOS, NÓS GENTILMENTE ROUBAMOS DA REVISTA PLAYBOY. NENHUM NOME PODERIA TRADUZIR MELHOR O CONTEÚDO DAS PÁGINAS QUE VOCÊ VAI LER A SEGUIR. AQUI REUNIMOS MULHERES ADMIRÁVEIS, NOTÁVEIS, INTERESSANTES, INDISPENSÁVEIS. MULHERES QUE REALMENTE DESPERTAM E MERECEM O NOSSO AMOR. NESTA EDIÇÃO NOS FOCAMOS NO UNIVERSO DOS VINHOS E APRESENTAMOS A VOCÊ DUAS ENÓLOGAS BRILHANTES, QUE ALCANÇARAM AMPLO SUCESSO NA PROFISSÃO QUE AMAM: MARÍA ANGÉLICA CARRASCO E FILIPA PATO SÃO AS ELEITAS DA ESTILO ZAFFARI 66. UMA CHILENA, A OUTRA PORTUGUESA, AMBAS SÃO MUITO JOVENS E SE DESTACARAM EM UMA PROFISSÃO TIPICAMENTE MASCULINA. PALMAS PARA ELAS E VIVA O VINHO! 100

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APAIXONADA PELA VIDA Cheguei de um pequeno paraíso no sudeste do Canadá para um outro paraíso ainda menor chamado Apalta, onde a vinícola Lapostolle possui sua bodega Clos Apalta e também um hotel, Lapostolle Residence Relais & Chateaux, onde trabalho como Chef Executivo. Conheci Angélica em um desses dias em que vinha voltando da horta no meio da manhã e precisava decidir qual seria o menu do dia e quais os vinhos para acompanhar o menu. Há pouco tempo eu vinha me familiarizando com o mundo dos vinhos, portanto, quando me chamaram e disseram “Rodrigo, te apresento a Angélica, nossa nova Sommelier Executiva e Brand Ambassador”, vi nesta moça imediatamente uma pessoa a quem não somente poderia recorrer no momento de harmonizar um de meus pratos, como também percebi que com ela poderia aprender mais sobre vinhos. Apaixonada, detalhista, profissional incansável e sempre, sempre com um sorriso no rosto, “La Ánge” certamente nos oferece muito mais do que um amplo conhecimento de vinhos. É comum vê-la de manhã vestindo um jaleco azul, em meio às barricas, funis e pipetas, para depois


MARÍA ANGÉLICA CARRASCO SOMMELIER PROFISSIONAL, TITULADA EM 2011 PELA ESCOLA DE SOMMELIERS DO CHILE, COM MAIS DE 8 ANOS DE EXPERIÊNCIA NA ÁREA GASTRONÔMICA. TRABALHOU COMO SOMMELIER EM DIFERENTES VINÍCOLAS CHILENAS, COMO

E PELOS VINHOS

TABALI E CONCHA Y TORO. ATUALMENTE É BRAND AMBASSADOR E ENÓLOGA EXECUTIVA NA VINÍCOLA LAPOSTOLLE.

encontrá-la ao meio-dia impecavelmente vestida, sentada à mesa com algum visitante comercial durante um almoço em que ela mesma, algumas horas antes, organizou a harmonização.Durante pequenas reuniões na cozinha, onde entabulamos grandes conversas sobre nossos vinhos, nossa horta, harmonizações, nossas famílias ou alguma recordação de infância que nos traz inspiração, não somente conheci a Angélica profissional, um tanto inquieta e sempre cheia de novas ideias, como também a Angélica amiga, filha e irmã... E minha impressão é a mesma: apaixonada, detalhista e incansável. Coisas que demonstram a pessoa que Angélica é: tem uma horta no terraço de seu apartamento, viaja horas e horas para visitar sua família, convida seus amigos para beber um bom vinho e compartilhar sorrisos... Uma mulher apaixonada pela vida, por suas raízes, pelo vinho, pelo terroir e por seus amigos. Aí está, segundo acredito, a fonte de tudo que ela é como profissional, uma “Executive Sommelier & Brand Ambassador” com um grande amor por sua profissão.

FOI HEAD SOMMELIER E ASSISTENTE DE

RODRIGO ACUÑA-BRAVO, CHEF DA VINÍCOLA LAPOSTOLLE

VITIVINÍCOLAS DO VELHO E DO NOVO MUNDO.

GERENTE DE FOOD & BEVERAGE NO GRAND HYATT EM SÃO PAULO. DURANTE OS ANOS EM QUE TRABALHOU EM RESTAURANTES FOI RESPONSÁVEL PELAS COMPRAS DOS VINHOS E COORDENOU E PLANEJOU A MONTAGEM DE ADEGAS. OR GANIZOU VÁRIAS DEGUSTAÇÕES TEMÁTICAS E JANTARES COM DESTACADOS PRODUTORES INTERNACIONAIS DO RAMO VITIVINICULTOR. É AMANTE DA LEITURA, DA FOTOGRAFIA E DOS CHÁS. VIAJAR É OUTRA PAIXÃO DE MARÍA ANGÉLICA, E A VIDA TEM PROPORCIONADO A ELA GRANDES EXPEDIÇÕES PELAS REGIÕES

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RAZÃO E SENSIBILIDADE FILIPA PATO DIVERSAS ÁREAS PROFISSIONAIS ANTES DOMINADAS PELOS HOMENS TESTEMUNHAM HOJE A PRESENÇA DESTACADA DE MULHERES. É O CASO DA ENOLOGIA, E A ENÓLOGA PORTUGUESA FILIPA PATO É UM DOS EXEMPLOS DESSA MUDANÇA. GRADUADA EM ENGENHARIA QUÍMICA, CONSIDERADA UMA DAS DEZ PROFISSIONAIS MAIS INFLUENTES DE PORTUGAL E RECONHECIDA INTERNACIONALMENTE, ELA TRAZ NO SANGUE A PAIXÃO PELOS VINHOS. SEU PAI, LUIS PATO, É UM RENOMADO PRODUTOR DA REGIÃO DA BAIRRADA. PARA TRILHAR SEU PRÓPRIO CAMINHO COMO ENÓLOGA, FILIPA DECIDIU EXPANDIR SEUS HORIZONTES E VIAJAR PELO MUNDO, CONHECENDO DIFERENTES CULTURAS DO VINHO. ESPECIALIZOU-SE EM BORDEAUX, NA FRANÇA, E FEZ ESTÁGIOS NA ARGENTINA E AUSTRÁLIA. GRAÇAS A ESSAS EXPERIÊNCIAS, DESENVOLVEU SEU TALENTO NATURAL E CRIOU UMA IDENTIDADE PRÓPRIA. BUSCA INTERAÇÃO COM O LOCAL ONDE SÃO PRODUZIDAS AS UVAS, VALORIZANDO O CONCEITO DE QUE O VINHO É UMA QUESTÃO DE ORIGEM. JOVEM E TALENTOSA, FILIPA DEMONSTRA GRANDE PAIXÃO PELO QUE FAZ, ALÉM DE ADMIRAÇÃO PELA HISTÓRIA ENOLÓGICA PORTUGUESA.

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Em meu trabalho diário exercito, com prazer, uma curiosidade quase infantil. Como assessora de comunicação, tenho contato com diversos segmentos e aprecio imensamente a oportunidade de aprender sobre áreas diversas. Com a Importadora Porto a Porto, posso unir o trabalho a um prazer herdado de meu pai: comer e beber divinamente. Fui apresentada a Filipa Pato em 2012, em Porto Alegre, quando estivemos juntas em um treinamento realizado para os colaboradores da Porto a Porto. Pude acompanhá-la nas entrevistas agendadas e, à noite, em um jantar harmonizado. Apesar do tempo exíguo, consegui conhecer um pouco da mulher Filipa – esposa, mãe de dois filhos, enóloga e empresária. Dividida, como toda boa mãe, entre o trabalho de divulgar seus produtos em países distantes de seu “porto” e a saudade da família. Presenciei os telefonemas nos quais ela se certificava de que estava tudo bem na casa que deixou por quase 15 dias e a doçura com que contava as peripécias de suas crianças. E minha admiração por esta “pequenagrande” mulher foi aumentando... Ser reconhecida em um mundo predominantemente masculino como é o da vitivinicultura, deixar a segurança de estar ao lado de seu pai – Luis Pato é um dos mestres dos vinhos portugueses – para empreender sozinha, mostra a força e a personalidade dessa mulher racional nas escolhas e no desafio. Quando experimentei seus vinhos, pude identificar na Filipa uma sensibilidade que ultrapassa seu conhecimento, que traduz sua alma feminina. Uma festa para os sentidos. A mistura perfeita. Razão e sensibilidade. Um brinde a Filipa Pato! LÀURA SCHIRMER, JORNALISTA


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Palavra LU Í S

AU G U S TO

F I S C H E R

QUEM PARTIU?

Ainda esses dias recuperei uns emails bem antigos, dos últimos anos 1990. O efeito foi me transportar para aqueles dias: revivi impasses, revi informações, relembrei amigos. (Ainda tenho guardadas cartas, de papel, de antes desse tempo internético. Não as leio, mas sempre me conforta a certeza silenciosa de que ali está minha vida, em conversas escritas. Com os emails, como será, no futuro? Vamos recorrer a eles para contar histórias?) E lá pelas tantas encontrei um email em que eu contava a alguém que tinha finalmente comprado um videocassete. Um videocassete! Não era pouca coisa, embora não fosse mais novidade. Ocorre que eu nunca fui novidadeiro, nunca fui o que os americanos chamam de “early adopter”, aquele sujeito que compra a tecnologia nova assim que ela aparece; meu padrão é o que chamam lá, na terra da novidade, de “late adopter”, aquele que entra na onda só depois. Desconfio sempre que estou fazendo papel de bobo ao me sentir obrigado a mudar, a comprar só porque está à venda. Eu fora. E quem é como eu corre o risco de ficar para trás, nessa corrida sem fim pela novidade. Corre mesmo o risco de não acompanhar mais as conversas. Como agora mesmo. Sou usuário da internet para emails e leituras, as mais variadas, desde coisas mundanas e triviais até coisas acadêmicas cabeçonas. Não faz muito, entrei no facebook (no orkut cheguei apenas a aprender como era, mas não deu tempo de curtir), e o leio uma vez por dia, ao menos. Mas nunca vi propósito maior no twitter, aquele texto de 140 caracteres. Modas criadas nesse esquema (“twitter”, em inglês, quer dizer pio, o gorjeio, a manifestação sonora da ave – assim como “tweet” –, mas também designa a fala rápida, nervosa, meio inconsequente) eu não acompanhei direito, mas elas acabaram caindo na minha frente. Uma foi da minha filhota, que fez quatro anos em fevereiro. Uns meses antes da passagem de idade, ela repetiu uma fala de certa personagem adolescente, numa novelinha do Gloob: ela se

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Estilo Zaffari

arrumou para sair e, ao me ver admirando sua linda estampa, disse “Hashtag arrasei”. Ela não lê ainda, de forma que não decodifica aquele sinal usado para hashtag, #, que aparece na tela sempre que a tal personagem diz a mesma coisa, essa declaração de que está linda, de que, como se dizia muito tempo atrás, está abafando. Repetiu porque ouviu, num contexto exato, apropriado: alguém fazendo uma declaração de que está arrasando, está podendo, com o requinte de marcar a declaração com a tal hashtag, usada no mundo do twitter como marcador, para que todos os interessados nesse tema o localizem rapidamente. Por sorte eu havia visto algumas vezes a novelinha e entendi a citação. Os dicionários explicam que a palavra “hashtag” se compõe de “tag”, uma etiqueta, uma identificação, um índice que aponta uma questão ou um tema relevante, e “hash”, de origem controversa (o termo parece provir de “hatch”, o sombreio de uma área entre linhas paralelas). O símbolo usado para a hashtag, o tal #, se chama formalmente de cerquilha, porque parece mesmo uma pequena cerca, mas em língua de dia de semana é conhecido como jogo da velha. Essa eu entendo. Mas realmente não consigo penetrar no mistério de outra manha de linguagem do twitter e do facebook: o tal “partiu”. O cara chega ali e escreve “Partiu Floripa”, ou “#partiufloripa”, significando que ele mesmo está saindo para a capital catarina. Ou pior: “#partiualegre”, significando que o cara está alegre. Estranho, sim, mas até aí entendi. Agora, por que o verbo nessa pessoa e nesse tempo? Por que não se escreve “Parti Floripa”, em primeira pessoa? Alguém partiu por ele? Ele mesmo se trata em terceira pessoa, como o Pelé dando entrevista? Mistério. Fiquei pensando em alterar a despedida: em vez de “Fui!”, vou passar a declarar “Foi!”, ou #foi. E já é.

LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR




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