trabalhou por 5 anos como ascensorista. Ao concluir um curso de datilografia, saiu do elevador para bater petições na Assessoria Jurídica da Secretaria e, de lá, para o Abrigo Belo Horizonte, cujo diretor era também diretor da Penitenciária Estevão Pinto, de mulheres, onde trabalhou por 3 anos, até que surgiu um concurso interno que o aprovou para o cargo de investigador da PCMG. Por ter a fama de ser “um dos mais rápidos datilógrafos da polícia” foi designado para assessorar o trabalho em laudos periciais no Instituto de Medicina Legal, onde permaneceu por quase 10 anos. Indicado pelo repórter policial Cristóvão de Oliveira, Kid iniciou a sua carreira em O Diário e, com isso, virou repórter policial, conciliando com as atividades na Polícia Civil, que eram de meia jornada. “Foi uma paixão alucinante e vibrante, porque estava realizando um sonho de criança”, diz ele emocionado. Com boa voz, boas fontes, boa redação e enorme disposição para manter jornada dupla e, às vezes, tripla, Kid Moreira foi um dos pioneiros e mais conhecidos repórteres policiais da imprensa mineira. Ele trabalhou mais de três décadas em órgãos como a Rádio Inconfidência (programas “A Lei é o Limite” e “Polícia é notícia”), Rádio Jornal de Minas, Jornal do Brasil, Jornal de Minas, Diário de Minas, Hoje em Dia, Folha de São Paulo, Rádio Guarani, Revista Manchete, entre outros. Kid Moreira foi um dos finalistas do Prêmio Esso do Jornalismo, um dos mais importantes no País. No meio de tudo isso, Kid Moreira formou-se em Direito e constituiu uma linda família com 5 filhos. A convite do delegado Prata Neto, foi transferido para a Superintendência Geral de Polícia. A vida agitada, contudo, nunca o impediu de estudar e continuar investindo profissionalmente. Kid Moreira é também
graduado em Criminologia pela Acadepol/ PUC-MG e é diplomado pela Escola Superior de Guerra. Foi aberto um concurso para Delegado, no qual ele também foi aprovado. A primeira designação foi para a cidade de Santos Dumont. “Lá eu tive a maior alegria e, também, a maior tristeza da minha vida profissional como policial”, lamenta Kid. “Em quatro anos, acabei com o tráfico de drogas, mas o grande desafio foi ter feito a descoberta de uma rede de tráfico internacional de crianças”. Ele explica que desmontou um esquema que vinha operando há muito tempo na região, do qual participavam um juiz, um promotor, advogados, uma escrivã e serventuários da justiça, envolvendo o tráfico de crianças de até 10 anos, que eram comercializadas ao custo médio de 30 mil dólares cada uma. “Esse trabalho foi o mais marcante de toda a minha vida. Se eu não fosse uma pessoa firme, determinada no meu propósito, eu certamente não estaria vivo agora para contar esse episódio”. Apesar de todo o êxito desta operação policial, que teve como desfecho a indisponibilidade daquele juiz e daquele promotor da Comarca de Santos Dumont, Kid Moreira se viu desmotivado para continuar na ativa, pois “havia lutado muito e os chefes daquela quadrilha, na verdade, nunca foram presos; meu desgosto foi enorme e acabei pedindo minha aposentadoria, contrariando inúmeras manifestações públicas, com abaixo-assinados organizados pela população de Santos Dumont e até por presos, pedindo para que eu continuasse na ativa como Delegado”. Depois disso, Kid Moreira ainda foi juiz classista do TRT por indicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, nas cidades de Unaí e Ubá por seis anos. De volta
Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais
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