Edição 09 - Revista de Agronegócios - Março/2007

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R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Carla Pazzotti

restos de insetos e animais e suas dejeções; considerada uma matéria orgânica nobre. A Turfa é rica em substâncias coloidais eletronegativas, que formam emulsões com a água e absorvem os cátions amônio, potássio, cálcio, magnésio e, também, micronutrientes metálicos, como ferro, cobre, zinco e manganês. Essas substâncias ainda impedem a fixação do fósforo, a lixiviação do N e do K e, inibem a toxidez pelo excesso do Cu, Fe e Mn. Na turfa, podemos encontrar os macro-nutrientes essenciais às plantas (“NPK”, ácidos húmicos, matéria orgânica, umidade, carbono, hidrogênio, enxofre), além de vários outros que complementam sua nutrição (Fe, Mn, Cu, Co, Ca, Mg, Zn, B). A turfa não libera na água os ácidos húmicos, moléculas orgânicas formadas pela humificação. Eles são incorporados aos colóides do solo, onde vão atuar em conjunto com a parte química e física do solo. Outra importante vantagem na utilização da turfa é a diminuição da infestação de pragas, doenças e nematóides graças ao equilíbrio nutricional que ela promove no solo. Além disso, a capacidade de troca catiônica (CTC) da turfa é muito elevada. Para se ter uma idéia, é cerca de 30 vezes maior que a CTC média dos nossos solos (Ex: argila caulinita). Essa propriedade da Turfa de reter cátions, considerados nutrientes vegetais essenciais, confirma a recomendação em empregá-la como um adubo orgânico potencializador de nutrientes no solo. A turfa tem ainda a capacidade de absorver de 80% a

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Café com 8 meses, plantado com turfa: 500 gramas na cova + 100 gramas fosfato reativo + 100 gramas calcário dolomítico (depende da análise de solo do terreno a ser implantada a lavoura) na cova ou sulco dependendo do plantio a ser feito. Foi feito quebra-vento com mucuna-anã e crotalária para manejo do solo.

90% de seu peso em água, ou seja, possui elevadíssima CRA (Capacidade de Retenção de Água), sendo assim, sabemos que, “a matéria orgânica” conserva a umidade do solo, deixa-o mais arejado, aumenta a proteção contra a erosão, possibilitando maior produtividade, porque sempre vai haver ciclagem e reciclagem de nutrientes no solo. A turfa entra diretamente no manejo para uma

lavoura de café, tanto para o plantio quanto para sua formação e sua produção. Levando em conta que, por ser residual ela fornece um potencial elevadíssimo ao cafezal em termos de nutrição adequada e diminuição de pragas e doenças ao longo dos anos, sem contar que um cafezal bem nutrido gera uma qualidade de bebida muito melhor. Em trabalhos realizados nos cafezais do norte do Paraná com adubação organo-mineral, onde entrou a turfa + NPK no balanceamento nutricional, houve uma resposta mais acentuada ao tratamento fitossanitário mostrando uma sanidade e um melhor desenvolvimento vegetativo da planta. Em conseqüência deste desenvolvimento foi notado que o fruto tem conseguido absorver mais nutrientes, grãos mais graúdos e maturação mais igualada, mesmo vindo de 3-4 floradas/ano.


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