Ed. 118 Setembro 2016

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EDITORIAL

FOTO DE CAPA

“SALGA” do criador Eduardo Falcão de Carvalho/Propriedade de Carlos Roberto Caldeira Brant. Filha de Dalton TE Pati da CAL x Jaca da Silvânia. Foto: ABS PecPlan (www.abspecplan.com.br)

DESTAQUE: Leite A2 MÁQUINAS

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Artigo dos pesquisadores Glayk Humberto Vilela Barbosa e Vânia Mirele Ferreira Carrijo que aborda a pesquisa desenvolvida pela UNESP/Jaboticabal, ABCGIL e APTA, que constatou que a raça Gir Leiteiro produz leite com praticamente 100% de beta caseína A2, a que não causa alergia. Pesquisadores do mundo todo trabalham para tentar separar as proteínas A1 e A2. Uma boa notícia para os produtores brasileiros e, em especial, os que utilizam genética zebuína.

Consórcio Nacional Jacto é alternativa para agricultores

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Como alternativa de autofinanciamento em muitas regiões do País, o consórcio para aquisição de pulverizadores, adubadoras e colhedoras continua sendo uma excelente alternativa.

ILPF

Sistemas ILPF são mais lucrativos que as culturas solteiras

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Pesquisa comprova que o retorno do investimento feito pelos agricultores que adotam sistemas integrados de produção (ILPF) é maior do que aqueles que utilizam cultivos solteiros.

Percevejo-Barriga-Verde no ataque ao milho

GRÃOS

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HORTALIÇAS

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humanidade, desde os seus primórdios evolutivos, passou por grandes e constantes transformações para se consolidar como ‘espécie dominante’ e teve que buscar/adaptar a locais de fixação, com ênfase na moradia, na alimentação e na fonte de água. Mais recentemente, a maior transformação sócioeconômica verificada no Planeta Terra foi a Revolução Industrial (entre os anos 1760 e 1840), período de transformação que incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução veio atender uma necessidade/exigência das pessoas. Atualmente, com a globalização e a adoção de muita tecnologia, as necessidades humanas passaram a ser consideradas pelas indústrias com maior rapidez e flexibilidade. Preparo e comercialização de alimentos orgânicos, alimentos funcionais, cafés especiais, carnes nobres, alimentos sem glúten, alimentos sem lactose e daí por diante. O mercado consumidor sempre “mandou” na forma do empresário e agricultor produzir. É ele quem define qual produto tem mercado, qual a cor mais interessante, a textura, o paladar e assim por diante. E não vai ser diferente futuramente. Recentemente, uma pesquisa da UNESP Jaboticabal (SP), da ABCGIL - Associação Brasileira dos Criadores de Gado Gir Leiteiro e da APTA - Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio constatou que a raça Gir Leiteiro produz leite com praticamente 100% de betacaseína A2 - a que não causa alergia no consumidor. É tudo o que milhões de pessoas desejam para o seu dia a dia. Porém, esse diferencial ainda não é aproveitado, uma vez que o leite com proteína A2 produzido pelo Gir Leiteiro é misturado aos demais, anulando sua vantagem. Parabenizamos aos pesquisadores Aníbal Eugênio Vercesi Filho, coordenador técnico da ABCGIL pela descoberta e temos certeza de que muitos criadores empreendedores enxergarão um novo nicho de mercado na produção de leite. No cultivo de grãos, destaque para os pesquisadores da DuPont Pioneer, que abordam o impacto do Percevejo-Barriga-Verde em momentos delicados da cultura do milho. Já na cultura da soja, artigo de Renato Passos Brandão, do Grupo Biosoja Agrociência, que aborda à resposta da soja à adubação com zinco em solo com teor acima do nível crítico. Na produção de tomate, duas matérias interessantíssimas. A primeira, sobre a importância comercial da variedade ‘Itaipava F1’ nas regiões produtoras de clima frio de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A segunda, mostra a incorporação de até 30% de nitrogênio por meio do consórcio do cultivo do tomate com leguminosas (tremoço, feijãode-porco, crotalária-júncea, mucuna-anã e caupi). Na cafeicultura, vários artigos e matérias que abordam a importância da tecnologia e da pesquisa na condução da lavoura e na colheita de cafés de qualidade. Boa leitura a todos!!!

Raça Gir Leiteiro produz 100% de Leite A2, atendendo quem é alérgico.

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Orientações de pesquisadores da DuPont Pioneer para reduzir o impacto do ataque do PercevejoBarriga-Verde (Dichelops sp) na cultura do milho, praga que tem se destacado nos últimos anos.

Tomate ‘Itaipava’ é aposta de vendas no RS e em SC

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A Agristar apresenta os resultados nas duas maiores regiões de cultivo de tomate, da variedade ‘Itaipava’, muito bem adaptada ao clima dos estados de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Cafeicultores do PR contam com novas tecnologias

CAFÉ

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Quando a produção agropecuária está conectada às exigências de mercado

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A partir dos cinco ultimos anos, os cafeicultores do Estado do Paraná sentiram um total apoio do IAPAR como forma de impulsionar a atividade, com diversas ações importantes.


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contatos

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ALESSANDRO OLIVEIRA MIRANDA (alessandroomiranda@yahoo.com.br) Engº Agrônomo - Monte Carmelo (MG). “Sou especialista em cafeicultura e gostaria de assinar a Revista Attalea”. GUILHERME MENDONÇA PEREIRA (guilherme.p.m@hotmail.com) Produtor Rural - Três Pontas (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. JOSÉ EDUARDO SILVA MENEZES (j.eduardomenezes@hotmail.com) Empresário - Maringá (PR). “Trabalho com compra e venda de grãos e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ADEMILSON DA SILVA (ademilson.silva@heringer.com.br) Estudante - Ourinhos (SP). “Estudo o 5º semestre em Agronegócios na FATEC de Ourinhos e trabalho na Fertilizantes Heringer. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios para saber das principais notícias do setor”. JÚLIO CÉSAR MIRANDA (julioclimbing@hotmail.com) Produtor - Sabará (MG). “Gostaria muito de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. DANIELA MOREIRA DOS SANTOS (danimoreira005@hotmail.com) Tecnóloga em Agronegócio - Palmas (TO). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. GISLAINE MONTEIRO HELUANY COSTA (everbiologia@gmail.com) Cafeicultura - Cássia (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

JOSÉ ROBERTO MALTA (sandra.felix@terra.com.br) Pecuarista - Franca (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ISADORA ESTEVAM DE ALMEIDA (isadoraestevam2015@gmail.com) Técnica em Agropecuária - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. MAYARA TOLEDO DA SILVA (mayara.toledo@yahoo.com.br) Pecuarista - Guiricema (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. OSVANEI NUNES DA SILVA (osvanei@hotmail.com) Técnico Agrícola - Cônego Marinho (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. WANICE CRISTIANA (wanice@presscomunicacao.com.br) Agência de Comunicação - Belo Horizonte (MG). “Gostaria de atualizar o nosso endereço para continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”. ALICIA GASPERINI Estudante - Ribeirão do Sul (SP). “Sou estudante do curso de Tecnologia em Agronegócios e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. RAQUEL FERNANDES DOMINGUES (raquelfdomingues@hotmail.com) Estudante - Sete Lagoas (MG). “Faço o curso de Agronegócios, através do SENARMG e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. MARCOS BALSTER DE OLIVEIRA (mbalster@gmail.com) Técnico em Agronegócios - Sete Lagoas (MG). “Sou um pequeno produtor rural e gostaria muito de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

CLÓVIS GRANATO (clovis1128@oi.com.br) Estudante - Sete Lagoas (MG). “Estudo Técnico em Agronegócios pelo SENAR-MG e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. LARISSA MOURA (larissa7m@yahoo.com.br) Engª Ambiental - Sete Lagoas (MG). “Faço o curso Técnico em Agronegócios e gostaria de assinar a Revista Attalea”. IAGO FERREIRA HONÓRIO (iagohonorio@hotmail.com) Estudante - São Tomáz de Aquino (MG). “Estudo Medicina Veterinária e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. COOP. CRÉDITO LIVRE ADMISSÃO DA REGIÃO DE TRÊS PONTAS (www.sicoobcopersul.com.br) Cooperativa - Três Pontas (MG). “Gostaríamos de receber a Revista Attalea”. LUDMILLA LIMA CAVALLARI PERES (milla.cavallari@hotmail.com) Fruticultora - Campos do Jordão (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. ANGÉLICA APDA. CASTRO BERDÚ (caberdu@gmail.com) Cafeicultora - Cristais Paulista (SP). “Somos cafeicultores no Sítio Santa Rosa e gostaria de assinar a Revista Attalea”. ROGÉRIO INÁCIO (ciacafe@hotmail.com) Empresário - Manhuaçu (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ISIS TEIXEIRA (www.dossoadvogados.com.br) Escritório de Advocacia - Ribeirão Preto (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.


MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Consórcio é alternativa para agricultores adquirirem pulverizadores, adubadoras e colhedoras Jacto

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FOTO: Divulgação Jacto

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consórcio para aquisição de equipamentos agrícolas sempre foi muito dinâmico. No passado, em razão da carência de recursos, tornou-se uma alternativa de autofinanciamento em muitas regiões. Na atualidade, a agricultura brasileira é a uma das maiores do mundo, mas ainda temos muito a crescer. O perfil atual do agricultor brasileiro ainda mescla tecnologias de subsistência, familiares, empresariais e de alta performance. Mas uma coisa é certa: o planejamento e a economia na aquisição de insumos básicos são premissas em todas as categorias de agricultores. “Mesmo de maneira ainda rudimentar, o agricultor brasileiro sabe fazer contas e entendem perfeitamente que a compra programada é sinônimo de economia”, afirma Mário Sérgio Lopes Genes, gerente comercial do Consórcio Nacional Jacto. Na produção agropecuária, além da necessidade de implantação de tecnologias de ponta e aumento

Pulverizador Uniport 3030, da Jacto, na lavoura de milho


MÁQUINAS AGRÍCOLAS FOTOS: Divulgação Jacto

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da produtividade, também é imperativo a redução de custos. Hoje, um bom planejamento financeiro para a modernização, ampliação e reposição de máquinas e implementos agrícolas, é extremamente importante “Neste aspecto, o consórcio é a ferramenta perfeita, pois também evolui e se moderniza constantemente para acompanhar o crescente mercado. O Consórcio Nacional Jacto, participando desse momento mágico da nossa agricultura, registrou um grande crescimento nos últimos anos e continuamos em expansão”, afirma Mário Sérgio. O consórcio é investimento parcelado com compra planejada, sendo que o consorciado não leva o produto de imediato. Colhedora de Café K3500, da Jacto. “Todo consorciado faz parte de um grupo de pessoas que tem O gerente comercial do Consórcio Nacional Jacto excomo objetivo a aquisição de um pulverizador, adubadora plica ainda que quaisquer pessoas podem adquirir cotas de ou colhedora de café. Para isso, investem pequenas parce- consórcio, tanto físicas como jurídicas, sendo que a aprovalas que podem ser amortizadas em planos mensais, trimes- ção dos créditos é rápida e com burocracia facilitada. “Exitrais, semestrais ou anuais. As contemplações ocorrem por gimos somente a comprovação de renda e ficha cadastral sorteio e lance. Consórcios não cobram juros, apenas taxas sem restrições”, afirma. de administração e, em alguns casos, seguro prestamista. Vale lembrar que o consórcio proporciona ao consorciado, o A EMPRESA - A empresa Máquinas Agrícolas Jacto poder de compra à vista, garantindo uma melhor negociação S/A, fundada há 67 anos, está instalada na cidade de Pomna hora da aquisição. Sai bem mais barato”, explica Mário péia (SP) e é líder no segmento de pulverização e colheita Sérgio. mecanizada de café. Atualmente exporta para mais de 100 países. Já o Consorcio Nacional Jacto foi criado há 24 anos como mais uma alternativa aos agricultores em adquirirem equipamentos Jacto, com garantia de fábrica. “A administradora do consórcio é o Comauto Administradora de Consórcio, que tem sua sede na cidade de Marília (SP) e conta com mais de 44 anos de experiência. Atuamos todo o Brasil. Nossos planos abrangem créditos de R$ 8 mil a R$ 930 mil reais e com prazos variando de 12 a 102 parcelas. Consorciamos toda a linha de Pulverizadores acoplados e tracionados; Pulverizadores e Adubadoras automotrizes da linha Uniport; Colhedoras de Café; além de equipamentos para agricultura de precisão”, finalizou Mário Sérgio. Adubadora Jacto Uniport 3000 NPK, em cultura de cana de açúcar.


FENICAFÉ 2015

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Massey Ferguson, sinônimo de pioneirismo e modernidade na fabricação de máquinas agrícolas, lançou na 39ª EXPOINTER, realizada em Esteio (RS) de 27 de agosto a 4 de setembro, a versão Plus do Pulverizador MF 9030. O novo equipamento tem estrutura robusta e mantém as principais características do antecessor, tais como: motor AGCO POWER de seis cilindros, que garante 200 cv de potência e o menor consumo da categoria; chassi flexível; tração 4x4 e vão livre de 1,65m – um dos maiores vãos-livres do mercado. Entretanto, o lançamento apresenta diversas inovações: a) - Pulverização mais eficiente: o novo sistema End Cap, que não permite que fique pressão residual na tubulação de pulverização, mantendo-a completamente cheia de defensivo, permite que a pulverização realizada pelo MF 9030 Plus seja mais uniforme e de melhor qualidade. Outra característica importante deste sistema é que ele melhora o tempo de resposta no acionamento e desligamento das seções de pulverização.

outra na lateral esquerda da máquina junto da estação de recarga) facilitam os processos de limpeza e da manutenção diária da máquina. O novo sistema de filtragem das barras de pulverização assegura um ganho de rendimento operacional no procedimento de limpeza dos filtros em cerca de 60%, aumentando, assim, a disponibilidade do equipamento à campo. e) - Mais segurança: os operadores e técnicos que reabastecerem o pulverizador MF 9030 Plus tem acesso a um tanque de água limpa independente. Com capacidade para 40 litros e sem contato com qualquer outra tubulação da máquina, este tanque tem ligação direta com a torneira localizada ao lado esquerdo do pulverizador. Além disso, a nova válvula de alívio do sistema de pulverização também propicia mais segurança durante as aplicações. Isto porque, caso ocorra um aumento excessivo da pressão de pulverização durante o trabalho, a válvula entrará em funcionamento para proteger os demais componentes do sistema.

f) - Mais precisão: o sistema de nivelamento automátib) - Melhor desempenho em rampas: aliado ao já con- co das barras de pulverização do MF 9030 Plus possuem sagrado sistema de chassis flexível, eixos independentes em agora mais um sensor para cada barra, totalizando agora dois relação ao chassis, suspensão pneumática ativa e transmissão sensores em cada um dos lados das barras e um no quadro hidrostática 4x4 cruzada, o MF 9030 Plus tem agora grande central, melhorando, assim, a qualidade da informação. Com capacidade para trabalhos em terrenos com maior aclive, cinco pontos fazendo a leitura do terreno, os ajustes de alpois o novo redutor com maior torque garante uma capaci- tura da barra do pulverizador são mais uniformes e precisos. dade de rampa de 28%. Com essa novidade, o pulverizador Ou seja, a performance do equipamento é melhor, prinda Massey Ferguson é o mais indicado para trabalhar nas mais diversas regiões Na edição anterior, na matéria “Governo de SP amplia programa produtoras do Brasil, com diferentes tide implementos e disponibiliza recursos para aquisição de tratores”, na pág. pos de terrenos e topografia. 11, publicamos que o Trator LS Tractor U60C possui câmbio de 12 velocidades a frente. O correto é: “possui câmbio de 32 marchas a frente e 16 marchas a ré, c) - Mais ergonomia: a fim de aucom creeper”. mentar o conforto operacional e reduzir a fadiga do operador, o MF 9030 Plus possui banco pneumático com apoio de braço e comandos ergonomicamente distribuídos, características que propiciam maior rendimento operacional.

ERRATA

d) - Agilidade na limpeza e manutenções diárias: as novas saídas de ar comprimido (uma dentro da cabine e

FOTO: Agência Agropress

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Massey incrementa linha de pulverizadores e apresenta MF 9030 Plus


cipalmente em terrenos irregulares e até mesmo em áreas com curvas de nível.

FOTO: Divulgação Massey

MÁQUINAS AGRÍCOLAS g) - Facilidade na operação e na manutenção: a nova bomba pneumática do MF 9030 Plus garante maior rendimento operacional e autonomia para realização da lavagem dos frascos de defensivos (etapa obrigatória por lei durante o processo de aplicação de defensivos). Com este novo processo, utiliza-se um volume de água 12 vezes menor que o sistema anterior. Além disso, a nova tubulação de pulverização e seus novos suportes em aço inoxidável asseguram maior vida útil ao equipamento, já que por ser altamente resistente a corrosão, o aço inox não é danificado ao contato com os defensivos químicos, proporcionando menor custo de manutenção e menos paradas durante o período de aplicação. As novas abraçadeiras de engate rápido que estão presentes em diversos pontos da tubulação, agilizam as manutenções e os processos de limpeza, além de melhorar a capacidade de vedação. Outra novidade é o aumento da capacidade do acumulador do quadro central que melhora a absorção de impactos durante o transporte e

FOTO: Divulgação Massey

Massey lança linha de compactos e cabinados

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Massey Ferguson lançou oficialmente durante a 39ª EXPOINTER a versão cabinada para a Série MF 4200 Compacto. Esta série de tratores é a mais vendida do Brasil, e agora, a marca apresenta sua versão com cabine. O conceito da nova família de tratores compactos e cabinados da Massey Ferguson havia sido apresentado na Agrishow deste ano, mas é a partir da Expointer que passará a comercializar o produto. A nova família é composta de três modelos: MF 4265 (65 cv), MF 4275 (75 cv) e MF 4283 (85 cv), sendo que estas versões são indicadas para culturas adensadas como cafeicultura, citricultura, horticultura, entre outras que exigem máquinas mais estreitas.

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trabalho do pulverizador, o que garantirá maior vida útil aos componentes do quadro central e das barras. Outro destaque é a ampliação do comprimento da mangueira da bomba de recarga para que ela fique mais próxima do fundo do tanque, evitando a formação excessiva de espuma na calda de pulverização. Para Vitor Kaminski, supervisor marketing produto pulverizadores da AGGO, “o pulverizador MF 9030 Plus conta com soluções de alta tecnologia, que oferecem ao produtor rural o que existe de melhor no mercado neste segmento. Um dos diferenciais do equipamento é que ele pode ser utilizado em qualquer tipo de solo e topografia, aliando rentabilidade, durabilidade, alta produtividade e precisão na aplicação de defensivos agrícolas”.


GRÃOS

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15ª edição do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha – 15 ENPDP aconteceu entre os dias 20 e 22 de setembro no Centro de Eventos da UFG - Universidade Federal de Goiás – Campus Samambaia, em Goiânia (GO), reunindo pesquisadores, professores, alunos de agronomia, técnicos e extensionistas rurais, produtores e consultores da agropecuária de todo o país. A organização foi da FEBRAPDP - Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação, UFG - Universidade Federal de Goiás e Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/ GO) e teve como foco ‘Palha, Ambi-

FOTOS: Revista Attalea

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Goiânia (GO) sedia evento sobre Plantio Direto na Palha, com destaque para ambiente e renda

Comissão Organizadora do 15º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, sob o comando de Alfonso Sleutjets, presidente da FEBRAPDP, incluindo os pioneiros do Plantio Direto no Brasil.

Jônadan Ma, vice-presidente MG da FEBRAPDP e diretor da Agropecuária Ma Shou Tao, na apresentação do Projeto “Amigos da Terra”.

Um grande público prestigiou os mini-cursos e painéis de pesquisas.

ente e Renda’. Participaram também da organização do evento a FAEG - Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, a EMATER-GO - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás, o CREA-GO - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás, a APROSOJA-GO, a FAPEG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, entre outras instituições públicas, fundações, cooperativas e agências de fomento à pesquisa. Na abertura do evento, a nova diretoria da FEBRAPDP - Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação - representada pelo presidente Alfonso Sleutjes (Grupo Holambra/SP) e pelo vice-presidente MG, Jônadan Ma (diretor do Grupo Ma Shou Tao, de Uberaba/MG), apresentaram o novo projeto da entidade: o “Parceiros Amigos da Terra”. Contou com a participação dos “pioneiros do Plantio Direto no Brasil” e vários pesquisadores. Durante os três dias de encontro foram apresentadas as pesquisas e práticas referentes aos sistemas de produção agrícola, meio ambiente e geração de renda para os agricultores, entre outros temas, como a diversificação de espécies agrícolas e a minimização ou supressão do intervalo de tempo entre colheita e semeadura. Na programação geral, foram apresentados seis painéis distintos, com temas sobre correção de solo e matéria orgânica para implementação do plantio direto; situação do SPD no Brasil; sistema de plantio direto e os sistemas integrados de produção; boas práticas e racionalização de insumos na agricultura; manejo da biologia em agroecossistemas; e, manejo de estresse hídrico em lavouras com alta tecnologia. Durante o evento os participantes poderão, ainda,


FOTOS: Revista Attalea

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“Os Pioneiros no Plantio Direto no Brasil”:- Antônio Roque Decken, Bady Cury, Franke Dijkstra, John Landers, Alfonso Sleutjets (atual presidente) e Herbert Bartz. Abílio Rodrigues Pacheco, pesquisador da Embrapa Produtos e Mercados, durante o mini-curso “Sistemas ILPF”.

realizar alguns dos dez minicursos oferecidos: Estratégias de coberturas para outono/inverno; Plantio direto em hortaliças; Sistemas ILPF; Irrigação por aspersão x gotejamento em larga escala; Biologia do solo; Biomassa para geração de energia elétrica; Proteção de nascentes; Cana-de-açúcar em plantio direto; Manejo da lavoura com agricultura de precisão; e, Plantio direto na fruticultura.

Leonardo Sugimoto (Agrícola Xingu, Bahia) apresentando trabalho de pesquisa “Construção do Perfil”, com o apoio da JCO Fertilizantes.

DIA DE CAMPO - Os sistemas integrados de produção veem ganhando importância na última década como um forte aliado à mitigação de emissão de gases na atmosfera, principalmente com a utilização da integração lavoura pecuária (ILP). Este foi um dos temas do Dia de Campo, realizado no dia 22 de setembro, na Fazenda Capivara, sede da Embrapa Arroz e Feijão, em que os pesquisadores apresentaram as mais recentes informações sobre gás de efeito estufa relacionados à agricultura e mudança do uso da terra e, ainda, sobre estratégias para mitigar tais emissões e aumentar o sequestro de carbono (C) no sistema solo x planta em ILP. Outro ponto destacado no Dia de Campo teve como foco principal o Manejo de Pragas, Plantas Daninhas e Doenças com Plantas de Cobertura para minimizar os riscos e os prejuízos causados por elementos que vem se tornando imperativo para os produtores, em Sistema de Plantio Direto (SPD). Estes procedimentos vêm melhorando a qualidade do sistema, adotando a rotação de culturas e a diversificação de espécies, além do uso do manejo integrado e do controle biológico. Os participantes da 15ª edição do ENPDP tiveram ainda a oportunidade de atualizar conhecimentos em relação à rotação de culturas, controle de invasoras resistentes, manejo de doenças do solo, controle biológico de pragas e doença como nematóides, fertilidade do solo, estresse hídrico, mecanização agrícola, sistemas integrados de produção, sem perder de vista a conservação do solo e da água e as características do ambiente das lavouras para a melhoria da eficiência da produção e renda da atividade agropecuária nacional.


ILPF

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retorno do investimento feito pelos produtores que adotam sistemas integrados de produção como a ILPF - Integração Lavoura-PecuáriaFloresta é maior do que daqueles que utilizam sistemas exclusivos de lavoura ou pecuária. O resultado foi identificado na Embrapa Agrossilvipastoril por meio da avaliação de quatro URTE - Unidades de Referência Tecnológica e Econômica, em Mato Grosso. Na fazenda Dona Isabina, em Santa Carmem (MT), por exemplo, no período de 2005 a 2012, para cada um real investido pelo proprietário no sistema integrado, o lucro foi de R$ 0,53. Já a fazenda modal da região, com agricultura exclusiva, neste mesmo período teve um prejuízo de R$ 0,31 por real investido. O lucro anual de cada hectare na ILPF foi de R$ 230, muito superior ao prejuízo anual médio de R$ 116 da sucessão soja e milho. Trabalhando com ILPF, a Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), também obteve resultados superiores aos da fazenda modal da região, com retorno de R$ 0,89 por real investido contra R$ 0,35 registrados na propriedade de comparação. O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Júlio César dos Reis explica que cada caso é particular, pois são muitos os fatores que influenciam nos custos e receitas. Como exemplo ele cita a localização da propriedade, logística, tipo de sistema integrado, culturas adotadas, época de avaliação, câmbio, entre outros. Júlio César explica que no caso da Dona Isabina, um fator que contribuiu muito para os resultados tão superiores da integração lavoura-pecuária foi o mau momento vivido pela agricultura nos anos 2005 e 2006. Fatores como a ferrugemasiática aumentaram o custo de produção num período em que o preço da soja estava baixo e o milho safrinha ainda era pouco expressivo. Logo, a pecuária do sistema integrado ajudou a equilibrar as contas. Isso mostra como a diversificação das fontes de renda no sistema integrado contribui para a maior segurança do produtor. A comprovação da importância da conjuntura para o

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FOTOS: Embrapa - Celso Santos

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FOTO: Embrapa - Breno Lobato

Sistemas ILPF são mais lucrativos que culturas solteiras

resultado final está nos dados obtidos na fazenda Certeza, em Querência, no leste do estado. A propriedade também trabalha com integração lavoura-pecuária e teve os resultados econômicos de 2008 a 2012 analisados. Naquele período, o mercado da soja já havia se recuperado, sobretudo com o estabelecimento da China como grande compradora do grão. Com isso, a fazenda modal de agricultura obteve resultados melhores do que a ILP. Mesmo assim, o sistema integrado ainda se mostrou viável. De acordo com Júlio, os dados avaliados mostram que a ILPF tem todas as condições de ser lucrativa, mas também reforçam a necessidade de planejamento e organização para tomar as decisões mais corretas no momento certo. “Olhando nossos resultados é bem evidente que vale a pena adotar a ILPF. Mas é preciso ter muito claro que é um sistema que só apresenta resultados se o produtor tiver um nível de planejamento e organização muito grande. Se por um lado o sistema mostra um nível de retorno, receita e comportamento mais estável no tempo, isso é em decorrência do desempenho do produtor. Saber negociar no momento correto e entender as dinâmicas dos preços são questões fundamentais”, analisa o pesquisador da Embrapa. INDICADORES - Mesmo levando-se em consideração todas as características de cada fazenda avaliada, todas as propriedades com alguma configuração de ILPF tiveram resultados positivos. A maior parte delas, inclusive, superando com grande margem as áreas modais com as quais foram comparadas. Para que seja possível comparar resultados de fazendas tão distintas, a equipe do projeto, composta por pesquisadores da Embrapa, professores e alunos da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e da Rede de Fomento ILPF, padronizou uma metodologia de análise de custos. Com esse método, é possível chegar a indicadores que auxiliam o produtor a visualizar os benefícios econômicos da ILPF.


CASOS - Até o momento, quatro URTEs já tiveram a avaliação econômica de todo o ciclo fechado. Nos casos das fazendas Dona Isabina e Certeza, o ciclo já se encerrou e os dados utilizados são todos reais. Já nas fazendas Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), e Brasil, em Barra do Garças (MT), como há florestas plantadas no sistema que ainda não foram cortadas e vendidas, os valores utilizados referem-se a simulações de mercado. A fazenda Dona Isabina foi aquela que apresentou a maior diferença favorável ao sistema de integração lavourapecuária. A ILPF foi o que manteve as contas positivas no período de 2005 a 2012. INDICADORES VPLA*

FAZENDA MODAL

FAZENDA D. ISABINA

-R$ 115,97 ha-1

R$ 1230,21 ha-1

ROIA

-5,09%

6,24%

Índice de Lucratividade

R$ 0,69

R$ 1,53

* Valor por hectare/ano

A propriedade Certeza, em Querência (MT), foi a única em que os resultados da Fazenda Modal foram superiores aos da Integração. O resultado foi influenciado pelos baixos preços obtidos com a venda do gado na região. Mesmo assim, a ILPF ainda se mostrou viável. INDICADORES

FAZENDA MODAL

FAZENDA CERTEZA

VPLA*

R$ 84,46 ha-1

R$ 12,52 ha-1

ROIA

3,55%

0,45%

R$ 1,19

R$ 1,02

Índice de Lucratividade * Valor por hectare/ano

Na Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), a pecuária e a madeira do eucalipto plantado em renques de linhas triplas elevaram o lucro do produtor e diversificaram as fontes de receita. INDICADORES VPLA* ROIA Índice de Lucratividade * Valor por hectare/ano

FAZENDA MODAL

FAZENDA BRASIL

R$ 113,80 ha-1

R$ 370,60 ha-1

4,42%

9,51%

R$ 1,35

R$ 1,89

ILPF FOTOS: Embrapa - Breno Lobato

Três desses indicadores exemplificam bem os resultados. Um é o valor presente líquido anual (VPLA), que faz uma comparação do fluxo de custos e receitas ao longo do tempo, traz os valores para o momento inicial do sistema e mostra a rentabilidade por ano. Outro indicador é o índice de lucratividade, que apresenta o lucro ou prejuízo para cada R$ 1 investido. O terceiro indicador é o retorno sobre investimento anualizado (ROIA), que é uma transformação percentual do índice de lucratividade. A análise econômica da ILPF ainda gera outros índices que estão sendo trabalhados para que possam auxiliar tanto os produtores na tomada de decisão quanto os agentes financiadores a simularem melhor os sistemas integrados no momento de liberar o crédito. “O produtor precisa estar sempre muito conectado com o que está acontecendo para tomar a decisão correta. Nossas avaliações tem o intuito de dar dicas para ele de como as coisas estão se comportando”, afirma Júlio César dos Reis.

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Já no caso da fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), os números também são positivos, indicando boa rentabilidade da ILPF ao produtor. Porém, a analista da Rede de Fomento ILPF, Mariana Takahashi explica que não foi possível fazer um comparativo devido à inexistência de uma fazenda modal de pecuária em 2008, quando a avaliação começou a ser feita. Mariana explica que a comparação só seria possível sabendo-se os custos e receitas de uma fazenda daquela época. A equipe do projeto tem buscado estas informações, porém até o momento não obteve êxito em conseguir dados precisos e completos. INDICADORES VPLA* ROIA Índice de Lucratividade

FAZENDA GAMADA R$ 84,77 ha-1 3,79% R$ 1,30

* Valor por hectare/ano

PESQUISA - A pesquisa de avaliação econômica de ILPF é coordenada pela Embrapa Agrossilvipastoril e conta com parceria com o Imea, Unemat, Rede de Fomento ILPF e com participação de outras Unidades da Embrapa. Por meio de um projeto nacional, a metodologia de avaliação que vem sendo validada em Mato Grosso será aplicada em outros estados, padronizando os trabalhos na área de economia em ILPF. (FONTE: Embrapa Agrossilvipastoril)


A Simbiose (www.simbiose-agro.com.br), referência na produção de microbiológicos para o campo, apresenta ao mercado Incorporadoras que facilitam a aplicação de insumos microbiológicos e fertilizantes durante o plantio. Os equipamentos possuem em sua estrutura várias componentes importantes: a) - uma moto bomba de engrenagem de 12 volts, que tem como função a distribuição da calda por todo sistema de linhas; b) - uma válvula reguladora de pressão, que controla a vazão e a pressão que sai da moto bomba; c) - o motor de agitação com hélice, que agita a calda evitando que o produto se concentre no fundo do reservatório; d) - e dois filtros, para evitar que qualquer tipo de impureza chegue à moto bomba até mesmo aos bicos.

A Pentair Hypro (www.pentair.com.br), empresa de Jundiaí (SP) lançou um novo tamanho de bico para pulverização sem barra: o Boom X Tender 015. É um bico ideal em termos de taxa, fluxo e faixa de aplicação, pois agora os operadores não têm que usar uma pressão muito alta com os bicos modelo XT010 ou uma pressão muito baixa com o bico modelo XT020. O novo bico está disponível no modelo de FastCap e fornece uma faixa de aplicação de 4,3m a 2,76 Bar de pressão montado a 1,22 m de altura. Ao usar o FC-XT015 como barra, ele irá fornecer uma correta faixa e taxa de aplicação para coincidir com taxas de aplicação comuns, como 10 GPA.

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HYPRO LANÇA NOVO BICO MICHELIN CARGOxBIB2 BOOM X TENDER 015 CHEGA AO MERCADO

Desenvolvido especialmente para implementos na cultura de cana de açúcar no Brasil, o novo pneu Michelin CargoxBib 2 600/50 R22.5 chegou ao mercado brasileiro neste mês de setembro. O lançamento oferece aos produtores um excelente ganho operacional, uma vez que o novo design de sua escultura evoca agilidade e dinamismo na operação, ao mesmo tempo em que permite uma menor compactação do solo e maior economia de combustível, por meio de sua carcaça radial Michelin Ultraflex, o que proporciona um menor custo operacional ao produtor. (www. michelin.com.br)

A Guarany (www.guaranyind.com.br) apresentou, durante a Expoprag 2016, realizada em setembro em Campos do Jordão (SP), uma vasta bateria de equipamentos altamente eficientes na arte de bem aplicar produtos químicos capazes de controlar vetores de epidemias, como a dengue e malária, como por exemplo: Nebulizador Costal Motorizado UVB 6e11L, Gerador de Aerosol Veicular (LECO), Pulverizadores de Compressão Previa S2-saúde, e Termonebulizador (lançamento). Um dos aspectos diferenciados do nosso nebulizador, é que seu cabeçote de dispersão UBV (exclusivo) foi desenvolvido para aplicações do tipo UVB, o que proporciona um melhor espectro de gotas onde 80% das partículas estão abaixo de 30 µm (mícron) para vazões entre 30 e 250 ml/min.

A Satis (www.satis.ind.br), tradicional indústria mineira de produtos voltados para a nutrição vegetal, inaugurou em setembro o seu novo centro administrativo, na cidade de Araxá (MG). A instalação de 550m² está localizada na região central (R. Capitão Izidro, 365) e conta com um espaço para atender melhor os clientes, fornecedores e visitantes, além de uma área para as equipes técnica e de vendas. Com a saída do escritório da fábrica, a operação ganha ainda mais espaço físico para ampliação das salas de controle de Qualidade, Laboratório, Compras e instalação de novos equipamentos. “A mudança do centro administrativo é resultado de um movimento gerencial e organizacional que inclui a ampliação de postos de trabalho e melhorias estruturais da área industrial e administrativa”, destaca o presidente da Satis, José do Nascimento Ribeiro.

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GUARANY LEVA TECNOLOGIA SATIS INAUGURA CENTRO PULVERIZADOR JACTO EM NA EXPOPRAG 2016 ADMINISTRATIVO NOVA FORMATAÇÃO FOTO: Divulgação

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SIMBIOSE LANÇA INCORPORADORAS

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EMPRESAS

Atendendo as demandas dos produtores rurais, a Jacto (www.jacto.com.br) apresentou na Expointer uma nova formatação do Condor 800 AM 18, um pulverizador tratorizado voltado para a agricultura familiar. Suas barras de 18 metros com acionamento hidráulico proporcionam alta capacidade operacional, sendo 17% mais rápido no mesmo tempo de cobertura da área de atuação e reduzem perdas de amassamento dos cultivos em até 22%. O comando elétrico agiliza as operações de abertura e fechamento das barras e o acionamento da pulverização, facilitando também o acople do pulverizador ao trator. O comando eletrônico possui as facilidades do comando elétrico e ainda controla automaticamente a vazão, mantendo os litros por hectares constantes, fornecendo diversas informações como área e volume aplicados, facilitando o gerenciamento das operações.


EMPRESAS

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BAYER COMPRA MONSANTO POR US$66 BI AGRICULTURA ORGÂNICA EM CLARAVAL (MG)

O grupo farmacêutico alemão Bayer (www.bayer.com) anunciou neste mês a aquisição da rival norte-americana Monsanto por US$ 66 bilhões. O acordo de fusão prevê que a Bayer pague US$ 128 por ação da Monsanto em dinheiro. O valor é 44% superior ao preço do papel em 9 de maio deste ano, dia da proposta feita por escrito pela alemã à americana. O conselho de diretores e de supervisão das duas companhias concordaram com o negócio por unanimidade. A compra da empresa conhecida pelo desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas é o negócio mais caro já feito pelo grupo alemão. “Estamos felizes em anunciar a combinação de nossas duas grandes organizações. Isso representa um grande passo em nosso negócio agrícola e reforça a posição de liderança da Bayer em inovação global.” A alemã produz pesticidas agrícolas, enquanto a Monsanto se concentra principalmente na produção de sementes geneticamente modificadas. Juntos, Bayer e Monsanto se converterão em um gigante mundial de US$ 25,8 bilhões em volume de negócios anual, com 140 mil funcionários.

Teve início em 2013, com o Diagnóstico Rural Participativo. A partir daí, foram elaborados planos de trabalho com o objetivo de produzir hortaliças sem agrotóxicos. Os principais clientes seriam os alunos das escolas públicas de Claraval (MG) (www.claraval.mg.com.br), através do PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. Com as técnicas de Agroecologia, preconizando o equilíbrio do solo, com o uso de adubos orgânicos e biofertilizantes, rotação de culturas e o consórcio de plantas, os agricultores puderam produzir de forma eficaz. A certificação orgânica foi concedida pelo IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária, responsável pelas auditorias nas propriedades. Atualmente são 12 agricultores familiares certificados como produtores orgânicos no CNPO – Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos no Ministério da Agricultura e 24 produtores em fase de certificação (café, mel, frango e ovos caipira), informa o Eng° Agr° Enes Pereira Barbosa, Extensionista Agropecuário da Emater-MG.

A Arysta LifeScience (www.arystalifescience. com.br) participou do 13° Congresso Internacional de Citros, realizado neste mês em Foz do Iguaçu (PR), e promoveu o pré-lançamento do PANTHER® ampliando o portifólio da linha de herbicidas da empresa. Ainda em fase de registro, o graminicida é indicado para as culturas de algodão, feijão e soja, no controle do capim amargoso resistente, bem como a braquiária, carrapicho, marmelada, colchão, pé-de-galinha e oferecido. “Nosso objetivo em participar deste Congresso é apoiar o desenvolvimento da agricultura com soluções inovadoras que auxiliam o citricultor no manejo fitossanitário e na nutrição de plantas”, fala Guilherme Ogata, Gerente de Marketing para HF da Arysta LifeScience. Outro destaque apresentado pela Arysta foi o OBNY® (Ciflumetofem), inovadora molécula, com ação de choque e longo residual eficiente para todas as fases dos ácaros, conferindo máxima eficácia no controle do ácaro da leprose.

Quem deseja ser o Melhor Motorista de Caminhão da América Latina e ainda ganhar um Scania Streamline R 440 6x2 zero km, efetivou sua inscrição na competição Scania Driver Competitions (SDC). A ação da Scania (www.scaniasdc.com.br) tem por objetivo valorizar a profissão, a importância do treinamento dos caminhoneiros e a segurança nas estradas. “Uma das metas da Scania é contribuir para um setor de transportes mais sustentável. A Scania é a única fabricante a promover uma competição entre motoristas focada na qualificação. Acreditamos que o condutor é o elo na cadeia de transporte que pode mudar as estatísticas de acidentes nas estradas. A experiência de edições anteriores comprovou que um motorista capacitado tem papel fundamental para tornar as viagens mais produtivas, reduzindo o consumo de combustível e contribuindo para o meio ambiente” explica Márcio Furlan, gerente de comunicação e marketing da Scania no Brasil.

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AGCO GROUP COMPRA A BIOGÉNESIS BAGÓ LANÇA DINAMARQUESA CIMBRIA SUPLEMENTOS INJETÁVEIS

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ARYSTA PROMOVE HERBICIDA PANTHER®

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A Biogénesis Bagó (www.biogenesisbago. com/br) empresa que desenvolve e comercializa produtos e serviços veterinários para rebanhos bovinos de carne e leite, lançou na Expointer 2016 os suplementos injetáveis Adaptador Min e Adaptador Vit. Compostos com as Vitaminas A e E, Manganês, Cobre, Zinco e Selênio, os suplementos influenciam no combate do estresse oxidativo e nos transtornos reprodutivos e produtivos. Sua utilização é recomendada para suprir as reservas dos bovinos em qualquer fase do processo de produção em que se exige alto desempenho. “As deficiências de minerais e vitaminas são de difícil diagnóstico, porém, quando presentes, refletem em muitos prejuízos, como baixo ganho de peso, transtornos reprodutivos, imunidade debilitada e, consequentemente, aparecimento de enfermidades”, afirma Pedro Hespanha, Gerente de Produtos da Biogénesis Bagó.


LEITE

Glayk Humberto Vilela Barbosa1 Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

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FOTO: Glayk Humberto V. Barbosa

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A importância do consumo de leite no cenário brasileiro leite é uma combinação de diversos elementos sólidos em água. Os elementos sólidos representam aproximadamente 12 a 13% do leite e a água, aproximadamente 87%. Os principais elementos sólidos do leite são lipídios (gordura), carboidratos (lactose), proteínas, sais minerais e vitaminas. Esses elementos, suas distribuições e interações são determinantes para a estrutura, propriedades funcionais e aptidão do leite para processamento. As micelas de caseína e os glóbulos de gordura são responsáveis pela maior parte das características físicas (estrutura e cor) encontradas nos produtos lácteos (EMBRAPA, 2014). Os termos sólidos totais (ST) ou extrato seco total (EST) englobam todos os componentes do leite exceto a água. Por sólidos não-gordurosos (SNG) ou extrato seco desengordurado (ESD) compreendem-se todos os elementos do leite, menos a água e a gordura (EMBRAPA, 2014). Os componentes do leite permanecem em equilíbrio, de modo que a relação entre eles é muito estável. O conhecimento dessa estabilidade é a base para os testes que são realizados com o objetivo de apontar a ocorrência de problemas que alteram a composição do leite. Uma redução substancial da concentração de lactose ou dos sólidos totais poderia levantar suspeitas de adição fraudulenta de água, após a ordenha. Nesse caso, ocorrem alterações das propriedades físicas do leite, facilmente detectáveis em laboratório (SPREER; QUEVEDO, 1996). A composição do leite pode variar de acordo com o estágio de lactação: no colostro, o conteúdo de proteína é maior e o de lactose encontra-se reduzido. Outros fatores que podem interferir na composição do leite são: raça das vacas, alimentação (plano de nutrição e forma física da ração), temperatura ambiente, manejo e intervalo entre as

AUTORES

1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

ordenhas, produção de leite e infecção da glândula mamária (AMIOT, 1991). O leite contém uma combinação perfeita de proteínas que, além de fornecerem aminoácidos essenciais, promovem a saciedade. A proteína lactoferrina, presente no soro do leite bovino, é capaz de inibir in vitro a infecção pelos vírus Zika e Chikungunya. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo foi coordenado pelo professor Carlos Alberto Marques de Carvalho, integrante da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC. Para a pesquisa, foram utilizadas as chamadas células Vero – bastante aplicadas em experimentos com vírus transmitidos a humanos por mosquitos. A partir de ensaios de infecciosidade, microscopia de imunofluorescência e quantificação do ácido nucleico viral, os cientistas demonstraram que a lactoferrina é capaz de inibir a infecção de ambos os vírus em até 80%. Os autores acreditam que a ação da proteína se deva ao bloqueio do acesso viral a receptores na superfície da célula. Segundo o pesquisador, a proteína é também encontrada no corpo humano, em secreções como lágrima, saliva e sêmen, além do leite materno. “As versões humana e bovina têm cerca de 70% de similaridade na sequência de aminoácidos, e uma conformação muito parecida”, disse. Em ambos os casos, a função natural da molécula é transportar ferro e participar da defesa do organismo. Atualmente, a lactoferrina é utilizada nos Estados Unidos e na Europa em mais de 15 produtos, como cremes dentais e cápsulas para fortalecimento do sistema imunológico. As caseínas do leite são proteínas de digestão mais lenta, formando coágulos quando chegam ao estômago. As enzimas digestivas precisam trabalhar pesado para quebrar esses coágulos, o que resulta em um tempo mais longo de digestão. Esta propriedade das caseínas é especialmente benéfica para as crianças, mas a digestão mais lenta aumenta a saciedade em consumidores de leite de todas as idades, fazendo com que ingiram menos alimentos. Por outro lado, a digestão mais rápida também traz benefícios, como a liberação imediata de nutrientes para a produção de energia. A evolução resolveu este proble-


LEITE FOTO: Glayk Humberto V. Barbosa

ma, dotando o leite também de proteínas de rápida digestão. Estas proteínas estão presentes no soro do leite (as famosas whey protein), e sua rápida digestão faz com que sejam especialmente benéficas para a recuperação após exercícios físicos. Esta complementariedade de proteínas, de digestão lenta e rápida, faz do leite uma fonte consistente de aminoácidos para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Outro benefício, apontado em uma compilação de estudos, foi a regulação do apetite. Para aqueles que estão buscando uma redução no consumo total de alimentos, os resultados de longo prazo são mais encorajadores. O leite é o único alimento que fornece esses dois tipos de proteína simultaneamente, se tornando ideal para quem precisa reduzir o consumo total de energia sem comprometer a nutrição. Obesidade é um grande problema de saúde pública, ainda sem tratamentos fáceis. Uma solução em potencial envolve o consumo de alimentos que aumentam a saciedade, reduzindo assim o apetite para refeições posteriores e ajudando na perda de peso. Em um estudo recente, pesquisadores liderados por Leila Azadbakht, na Isfahan Universtity of Medical Sciences, no Irã, conduziu uma meta-análise de triagens clínicas para determinar os efeitos dos produtos lácteos sobre a saciedade. Os pesquisadores conduziram uma meta-análise de 13 triagens clínicas, publicadas antes de fevereiro de 2015. Eles constataram que o consumo de mais de 500 ml de produtos lácteos reduziu, significativamente, a fome e aumentou, também de forma significativa, a saciedade, além de reduzir o consumo posterior de alimentos. Produtos lácteos também parecem afetar os níveis de glicose pós- prandial, isto é, os níveis de glicose após uma refeição. O que nós constatamos é que a glicemia pós-prandial, que é um importante aspecto do controle da glicose, é muito melhor após o consumo de leite do que de qualquer outra bebida que alguém possa consumir, e o mesmo efeito é conseguido com o iogurte ou o queijo. Os mecanismos que determinam os efeitos dos lácteos sobre a saciedade ainda não estão claros. Estudos anteriores sugerem que o consumo desses alimentos pode afetar hormônios reguladores do apetite, como a grelina, ou neuropeptideos envolvidos com essa função. Talvez a saciedade seja decorrente do próprio aumento dos hormônios intestinais, que produzem saciedade e também regulam a glicemia pós-prandial. Os hormônios desaceleram o esvaziamento do estômago, o que significa que você também se sente mais satisfeito e acaba comendo menos. Um estudo recente, produzido por pesquisadores da

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USP de Ribeirão Preto, e publicado na revista americana Nutrition, mostrou que o maior consumo de lácteos está associado com uma menor prevalência de Síndrome Metabólica. O trabalho avaliou o consumo de lácteos e parâmetros bioquímicos e antropométricos de 2031 jovens adultos, com idades entre 23 e 25 anos. Para classificação da Síndrome Metabólica foram utilizados os critérios da International Diabetes Federation (IDF) e da Joint Interim Statement (JIS). A prevalência de Síndrome Metabólica foi de 11,9% e 9%, de acordo com IDF e JIS, respectivamente. O maior consumo de lácteos foi associado com uma menor prevalência do problema, de acordo com os dois critérios. Segundo os pesquisadores, o cálcio presente nos lácteos é, provavelmente, o responsável por esse efeito. O leite, apesar de ser um alimento de extrema importância, fonte de cálcio, proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais, ele não pode ser consumido por


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todas as pessoas. Estima-se que 6% da população mundial seja alérgica à proteína beta caseína A1. Essa proteína passou a ser produzida após uma mutação genética ocorrida há 10 mil anos em vacas de origem européia, e há estudos que comprovam a relação entre o consumo de leite contendo essa proteína e casos diversos de alergia. Pesquisadores do mundo todo trabalham para tentar separar as proteínas A1 e A2. Uma boa notícia para os produtores brasileiros, e em especial, aos que utilizam genética ze-

Casale lança Feeder 20SC na Interconf 2016

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tenta às necessidades e pensando na mecanização da pecuária nacional, a Casale (São Carlos/SP), após meses de estudo e pesquisa de mercado, traz mais uma solução capaz de otimizar a performance para o trato na pecuária. Agora o mercado pode contar com o Feeder 20 SC, uma solução única no mercado nacional a fim de contribuir para mecanização do trato animal. O pré-lançamento ocorreu em 18 de agosto durante o Beef Day, realizado pela APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, em Colina (SP), cidade berço do Boi 7-7-7. Na ocasião, Mario Casale Neto, diretor comercial e de marketing da Casale e idealizador desta nova solução, destaca que esta ferramenta “revolucionará a operação dos produtores que precisam distribuir pequenas quantidades de Ração ou Sal Mineral”. Neste pré-lançamento, os sinais foram extremamente positivos em torno do Feeder 20 SC. “Durante o Beef Day muitos produtores procuraram nosso estande interessados pelo Feeder 20 SC e classificaram o equipamento como um divisor de águas em termos de soluções pensadas para distribuição de pequenas quantidades”, diz. Com capacidade para até dois metros cúbicos, aproximadamente 1.400 kg, o pecuarista poderá optar por adquirir o Feeder 20 SC com o já consagrado GeoPec Control, sistema de gestão com GPS e balança integrados para controle de todo o trato. “O lançamento oficial se dará durante a Conferência Internacional de Pecuaristas, a Interconf 2016. Contaremos com um estande no evento e exporemos o Feeder 20 SC”, destaca o diretor de Comercial e Marketing da Casale, Mario Casale Neto.

buína, é que uma pesquisa da UNESP Jaboticabal, ABCGIL e APTA (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio) constatou que o gir leiteiro produz leite com praticamente 100% de beta caseína A2, a que não causa alergia. O estudo foi realizado pelo médico veterinário Aníbal Eugênio Vercesi Filho, coordenador técnico da ABCGIL e contou com a colaboração de pesquisadores das instituições citadas. Segundo o professor do Departamento de Melhoramento Genético Animal da UNESP Jaboticabal, o zootecnista Humberto Tonhati, temos um rebanho praticamente pronto para a produção de leite tipo A2, através do uso da genética Gir leiteira. A outra raça que produz leite tipo A2 é a Guernsey, cujo rebanho é muito pequeno no Brasil. As raças leiteiras europeias mais conhecidas, como a Holandesa e a Jersey produzem leite com 50% e 75% respectivamente com proteína A2, sendo seu consumo contraindicado a quem tem alergia. Ainda segundo o geneticista Tonhati “dispor de um leite que apresente todas as características nutricionais já conhecidas da matéria prima e ainda evita a alergia à proteína, um problema de saúde que afeta milhões de pessoas no mundo, é um diferencial importante para o mercado”. Hoje esse diferencial não é aproveitado, uma vez que o leite com proteína A2 produzido pelo Gir é misturado aos demais, anulando sua vantagem. A Nova Zelândia, desde 2003, já vem investindo na produção e melhoramento do rebanho produtor de leite com proteína A2, e sua indústria láctea já comercializa leite e derivados lácteos próprios para o consumo de quem tem alergia a caseína. Muitos produtores brasileiros já fizeram a identificação de suas vacas que produzem caseína A2 e alguns já estão investindo numa linha de produção própria, totalmente voltada para esse mercado, como o pecuarista e veterinário Eduardo Falcão, da Estância Silvânia, que está montando uma unidade de beneficiamento em Caçapava (SP). Segundo Falcão, o Brasil deve investir para atuar em larga escala tanto na produção do leite com beta caseína A2 quanto como fornecedor de genética gir leiteiro para a produção em outros países. O leite é alimento com muitos nutrientes, sendo de suma importância para saúde. Vale ressaltar que o leite deve ser obtido com condições higiênicas, sanitárias e nutricionais seguras de forma que não prejudique o consumidor. Embora o brasileiro esteja consumindo mais leites e derivados, este valor ainda está aquém do recomendado. O leite e seus derivados apresentam grande valor nutricional, pois são fontes de proteínas de alta qualidade, vitaminas e minerais com destaque para o cálcio. A ingestão de leite e derivados tem sido associada a efeitos benéficos no que diz respeito à saúde óssea e muscular. Possíveis efeitos sobre determinantes da síndrome metabólica e sobre o gerenciamento de peso e hidratação podem ser atribuídos ao consumo de leite. A restrição ao consumo de leite e derivados somente deve ser feita aos indivíduos com diagnóstico clínico confirmado de intolerância à lactose, sensibilidade à proteína do leite ou de outras condições físicas e imunológicas.


GRÃOS

Período suscetível do milho no ataque do Percevejo-Barriga-Verde

A

Josemar Foresti¹ e Paulo Roberto da Silva²

cultura do milho, durante o seu desenvolvimento, está sujeita ao ataque de pragas e doenças, necessitando de um manejo apropriado para garantir uma adequada produtividade. Em relação aos artrópodes-praga que infestam a cultura, várias espécies merecem destaque, incluindo a Lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus Zeller (Lepidoptera: Pyralidae); a Larva Alfinete (Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae); a Lagarta-do-Cartucho, (Spodoptera frugiperda (Smith) (Lepidoptera: Noctuidae); a Lagarta-da-Espiga (Helicoverpa zea Boddie (Lepidoptera: Noctuidae); e a Broca-da-Cana (Diatraea saccharalis Fabricius (Lepidoptera: Crambidae). Entre os percevejos, os de maior importância econômica na fase inicial do estabelecimento da cultura são Diche-

AUTORES

1 - Cientista pesquisador na DuPont Pioneer. 2 - Pesquisador Associado na DuPont Pioneer.

lops furcatus Fabricius e Dichelops melacanthus Dallas (Hemiptera: Pentatomidae). O primeiro registro da ocorrência de Percevejo-Barriga-Verde atacando plântulas foi em 1993, em Rio Brilhante (MS), ocasião em que foram encontrados, em média, 6 percevejos adultos de D. melacanthus a cada 10 metros de fileira de milho, e cerca de 56% das plântulas com sinais de ataque (Ávila & Panizzi, 1995). O Percevejo-Barriga-Verde tem ganhado destaque como praga inicial do milho, principalmente em função das mudanças no sistema produtivo da cultura, como o uso do sistema de plantio direto na palha e o plantio da safrinha. Inicialmente, as duas espécies de percevejo eram mais frequentes na região Sul do Brasil, porém, tem se tornado cada vez mais frequente a constatação dessas espécies nas principais regiões produtoras de milho do Brasil. Os danos causados por percevejos são provocados pela alimentação próxima ao colo das plântulas, originando injúrias típicas e, à medida que as folhas se desenvolvem, as lesões aumentam, as plantas ficam deformadas, amareladas e com o desenvolvimento comprometido (Ávila & Pa-

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GRÃOS

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nizzi,1995). Dependendo da severidade do ataque, pode ocorrer a morte de plântulas, com a consequente redução do estande da lavoura. Portanto, devido à importância dessa praga na cultura do milho, foi realizado um experimento pela DuPont Pioneer com o objetivo de definir o período suscetível da cultura do milho ao ataque do D. melacanthus e o benefício do tratamento de semente no controle do mesmo. MATERIAL E MÉTODOS - O experimento foi realizado nas instalações da Pesquisa Milho da DuPont Pioneer no município de Toledo (PR), em outubro de 2015. O experimento foi conduzido em condições de campo em parcelas de 1,2 x 1,2 m totalizando uma área por unidade experimental de 1,44 m². Em cada parcela foram plantadas 9 sementes equidistantes de 0,4 x 0,4 m, totalizando uma população de Figura 2 - Parcela protegida com gaiola de 1,2 x 1,2 x 2,5 m com tecido tipo filó contendo um zíper em formato de “L” invertido para facilitar a infesta62.500 plantas por hectare. ção e avaliação do experimento. No tratamento controle, a semente foi tratada apenas com o fungicida Carbendazim + Thiram (150 g.L-1 + 350 1). Os parâmetros avaliados foram: aspecto visual, mortalig.L-1) na dose de 3,0 mL.kg-1. No tratamento com o inseti- dade (%), escore de dano, e rendimento (sc/ha). A avaliação cida, a semente foi tratada com Clothianidin (600 g.L-1) na de escore de dano foi realizada de acordo com a sua severidose de 3,5 mL.kg-1 + Carbendazim + Thiram (150 g.L-1 + dade, com escala de 1 a 9 (Figura 3). Mortalidade e escore de 350 g.L-1) na dose de 3,0 mL.kg-1. Para reduzir a incidência dano foram mensurados aos 35 dias após a infestação. de outras pragas como a lagarta-do-cartucho, foi usado o híCONSIDERAÇÕES FINAIS - O tratamento de sebrido 30F53VYH. Foram realizadas 3 datas de plantios distintas com in- mente com o ingrediente ativo Clothianidin mostrou-se efitervalo de 7 dias. Cada parcela foi protegida com uma gaiola ciente no controle do D. melacanthus, principalmente nos medindo 1,2 x 1,2 x 2,5 m (Comprimento x Largura x Al- primeiros 12 dias após a emergência (Figura 3). O maior pertura), com tecido tipo filó contendo um zíper em formato de centual de mortalidade ocorreu nos primeiros 10 dias “L” invertido para facilitar a infestação e avaliação do experimento (Figura 2). Quando as plantas estavam nos estádios de V2, V4 e V6 foi realizada a infestação com 2 insetos adultos D. melacanthus (Figura 1) por planta, coletados em palhada de trigo. Antes da infestação, os insetos foram mantidos em gaiolas idênticas as usadas no experimento, porém, com plântulas de milho no estádio de V2, onde permaneceram por 7 dias. A infestação dos três estádios (V2, V4 e V6) foi realizada no mesmo dia e os insetos permaneceram Figura 3: Sintomas de dano de D. melacantus em milho híbrido. As imagens das planem contato com as plantas por 7, 14 e 21 dias (Tabela tas correspondem aos escores de 1 a 3 (A), 4 a 6 (B) e 7 a 9 (C). Tabela 1: Intervalo de infestação (dias de exposição das plantas em contato com a praga) e estádio de crescimento das plantas no momento da infestação com os percevejos. Híbridos

Descrição tratamentos

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Tratamentos

Figura 1 - Adulto de D. furcathus e D. melacanthus (B).

Clothianidin Clothianidin Clothianidin Clothianidin Clothianidin

Estádio de Intervalo de crescimento infestação (dias exposição) na infestação 7

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V6 - V8


GRÃOS após a infestação com a praga, embora tenha ocorrido mortalidade até o estádio de V6 (Figura 4). Os primeiros 10 dias após a emergência é o período de maior suscetibilidade do milho ao ataque ao percevejo, embora a praga tenha conseguido fazer dano com menor intensidade até os 24 dias após a emergência (Figura 5). A infestação com o D. melacanthus no estádio de V6 em diante, não resultou em potencial de perda significativa na produtividade (Figura 6). Considerando os tratamentos com inseticida, nos quais os insetos foram mantidos por 7 dias em contato com as plantas (V6 - V8), em relação ao tratamento de maior exposição 21 dias (V2 - V8), o potencial de perda foi aproximadamente 4 vezes maior no período de maior exposição. Os dados demostram que quanto maior o tempo de exposição da praga no estádio suscetível da cultura do milho, maior será o dano. O tratamento de semente deve ser usado como uma ferramenta auxiliar após o controle preventivo e deve-se conhecer o risco potencial da área antes da implantação da cultura. Portanto, fica evidente o grande potencial de dano dessa praga na fase inicial do estabelecimento da cultura, e que os maiores benefícios estão nas práticas de controle realizadas FIGURA 3 - Aspecto visual das plantas 35 dias após a infestação com percevejo. Inantes da implementação da cultura, uma vez que o festação de V2 – V4 (A), infestação de V2 – V6 (B), infestação de V2 – V8, (C), infestadano maior é provocado pela fase adulta do perce- ção de V4 – V6 (D), infestação de V4 – V8 (E) e infestação de V2 – V6 (F). vejo, que migra de campos adjacentes ou da cultura anterior. Figura 5: Escala de dano 35 dias após a infestação com percevejo. Dúvidas sobre o período suscetível do milho ao ataque do percevejo-barriga-verde e sobre o efeito do TSI para controle? Deixe sua pergunta e/ou seu comentário no espaço abaixo. Além disso, convidamos você a compartilhar este material nas suas redes sociais para que mais pessoas ligadas ao agronegócio possam ter acesso a este conteúdo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ávila, C.J. & Panizzi, A.R. Occurrence and damage by Dichelops (Neodichelops) melacanthus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) on corn. An. Soc. Entomol. Brasil. (24) 193 – 194. 1995. Figura 4: Mortalidade acumulada 35 dias após a infestação com percevejo.

Figura 6: Rendimento em sacas por hectare nos diferentes intervalos de infestação.

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GRÃOS

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Resposta da soja à adubação com zinco em solo com teor acima do nível crítico

P

Renato Passos Brandão1 e Maickon Ribeiro Balator2

ara a produção de 1 t de grãos, a soja absorve aproximadamente 61 g de zinco, sendo que 66% encontra-se nos grãos (Sfredo, 2008), uma exportação relativamente grande. A dinâmica do zinco no solo é muito complexa. Em solos argilosos ocorre grande afinidade do nutriente nos coloides minerais (Valadares et al., 2009). A fração do zinco do solo acessível às raízes das plantas é denominada de disponível (Abreu et al., 2001). É avaliada por extratores químicos que procuram simular a capacidade das raízes das plantas em absorver o zinco. Atualmente, o Melhich-1 é o principal extrator utilizado para a avaliação da disponibilidade de zinco às plantas em solos sob cerrado. Entretanto, é um extrator que não é capaz de discriminar o efeito da calagem na disponibilidade do zinco às plantas. O pH do solo é o principal fator que influência na disponibilidade do zinco às plantas. A elevação do pH do solo reduz a absorção do zinco pelas plantas (Machado & Pavan, 1987). Galrão (2004) verificou que o nível crítico de zinco para a soja, cultivada em solo sob vegetação de cerrado era 1 mg dm-3 utilizando o Mehlich-1 como extrator. Atualmente, o teor do zinco nos solos cultivados com soja nos solos sob cerrado está acima do nível crítico devido a aplicação de doses adequadas deste nutriente. Entretanto, em muitas lavouras de soja têm sido constatado baixos teores deste nutriente nas folhas. “A forma de aplicação mais eficiente para o fornecimento de zinco à cultura da soja é via foliar.”

Constatou-se que o teor de zinco disponível no solo determinado pelo extrator Mehlich-1 era de 3,6 mg dm-3, portanto, bem acima do nível crítico de 1 mg dm-3 proposto por Galrão (2004). Antes do plantio da soja, foi aplicado, 1,1 t ha-1 de calcário dolomítico (35% CaO e 12% MgO), 300 kg ha-1 de gesTabela 1 - Descrição dos tratamentos com zinco, teores de zinco nas folhas e a produtividade de grãos de soja. Tratamento

Época de aplicação

Zn aplicado Forma de (kg.ha-1) aplicação

Teor foliar Produtivide Zn dade (mg.kg-1) (sc.ha-1) 28 44,83

Controle

0,0

-

-

AC com Zn

3,0

Lanço

Pré-Plantio

38

55,55

Zn no NPK

1,8

Sulco

Semeadura

34

49,52

3,0 + 1,8

Lanço +

Pré-Plantio +

33

55,80

Sulco

Semeadura

AC com Zn + Zn no NPK Óxido de Zn

0,18

Semente

Semeadura

30

46,25

Óxido de Zn

0,27

Foliar

V5

30

55,45

Fonte: Baseada em Inocência et al., 2012.

so agrícola, 22,9 kg ha-1 de P2O5 (MAP), 98,4 kg ha-1 de K2O e 2 kg ha de boro. A adubação NPK no sulco de plantio foi realizada com 450 kg ha-1 da fórmula 02-20-20, com e sem zinco, dependendo do tratamento (Tabela 1). Foi utilizada a cultivar “BRS Valiosa RR”, com uma população aproximada de 240 mil plantas por hectare. No pleno florescimento (R2) da soja foi realizada amostragem das folhas das plantas para a determinação do teor foliar do zinco. A produção de grãos de soja foi determinada com umidade corrigida para 13%. A aplicação do zinco via semente, proporcionou o menor incremento na produtividade da soja, em comparação as demais formas de fornecimento do nutriente. O zinco foi fornecido no momento do tratamento das sementes da soja com o fungicida, inseticida, cobalto, molibdênio e o inoculante fornecedor das bactérias do gênero Bradyrhizobium. Provavelmente, o zinco prejudicou a nodulação e a fixação biológica do nitrogênio. A aplicação do zinco a lanço em pré-plantio no solo e via foliar proporcionaram os maiores aumentos na produtividade da soja, da ordem de 10,7 sc ha-1. Entretanto, a aplicação do Zn via foliar é a forma mais econômica e eficiente para o fornecimento de zinco à soja. A aplicação de 280 g ha-1 de Zn (óxido de zinco) via foliar foi equivalente a 3 kg ha-1 do nutriente aplicado a lanço em pré-plantio.

Experimento com zinco em soja - Foi realizado um experimento em Latossolo Vermelho, textura argilosa com 66% de argila, região de cerrado, para a avaliação da resposta da soja a aplicação do zinco em solo com teor do nutriente acima do nível crítico. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados com quatro repetições. Foram utilizadas parcelas de 24 m2 (oito linhas de 6 m de comprimento de 0,5 m), e a área útil foi constituída por quatro linhas centrais com 1 m de bordadura em cada extremidade. O experimento consistiu de diferentes alternativas para o fornecimento do zinco à cultura da soja, variando a Soluções da Bio Soja - Realizar a aplicação do NHT® dose do nutriente, os métodos de aplicação e a fonte do nu- Zinco via foliar na cultura da soja. É um fertilizante triente (Tabela 1). Tabela 2 - Resultado da análise química do solo na camada de 0-20 de Antes da instalação do experimento foi profundidade. realizada a análise química do solo (Tabela 2).

AUTORES

1 – Gestor Agronômico. Email:- renatobrandao@biosoja.com.br 2 – Coordenador Agronômico.

pH

Ca Mg K H+Al Al CTC

P

M.O.

(H2O)

(cmolc.dm-3)

(mg.dm-3)

(g.cm-3)

9

36

5,9

4,2 1,1 0,14 4,1

0,1 9,6

Extrator: P, K, Cu, Fe, Mn e Zn: Mehlich-1; B: água quente.

S

B Cu

Fe

Mn Zn

(mg.dm-3)

15 0,6 1,0

32

V

(%)

46 3,6

57


GRÃOS fluido (suspensão concentrada) com alta concentração de Zn. Possui 1 kg de Zn por L. • Época de aplicação: fase vegetativa • Dosagem: 150 a 300 mL ha-1

Disponibilidade e avaliação de elementos catiônicos: zinco e cobre. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ, M.C.P. da; RAI, B. van; ABREU, C.A. de. Micronutrientes e elementos tóxicos na agricultura. CNPq/FAPESP/POTAFOS. p.125-150.

Aplicar a maior dose do NHT® Zinco em lavouras de soja sem o fornecimento do zinco no solo (pré-plantio ou sulco). A maior dose do NHT® Zinco pode ser dividida em duas aplicações sendo a primeira no V4 a V5 e a segunda aplicação, cerca de 10 a 15 dias após.

GALRÃO, E.Z. Micronutrientes. In: SOUSA, D.M.G. de; LOBATO, E. (Ed.). Cerrado: correção do solo e adubação. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Planaltina: Embrapa Cerrados, 2004. p.185-226.

Considerações finais - Teoricamente, os solos com teores de Zn acima de 1 mg dm-3 deveriam ser capazes de suprir a demanda nutricional deste nutriente à cultura da soja. Entretanto, tem sido constatado baixos teores de zinco nas folhas de soja cultivadas em solos sob cerrado com teores adequados do nutriente. Evitar a utilização do zinco no tratamento das sementes da soja. Pode ocorrer redução na nodulação e fixação biológica do nitrogênio. A forma de aplicação mais eficiente para o fornecimento de zinco à soja é via foliar na fase vegetativa. Segundo os pesquisadores que realizaram a pesquisa abordada acima é necessário a revisão do nível crítico do zinco nos solos sob cerrado cultivados com soja.

INOCÊNCIO, M.F.; RESENDE, A.V. de; FURTINI NETO, A.E.; VELOSO, M.P.; FERRAZ, F.M.; HICKMANN, C. Resposta da soja à adubação com zinco em solo com teores acima do nível crítico. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.47, p.1550-1554, 2012.

Referências ABREU, C.A. de; FERREIRA, M.E.; BORKERT, C.M.

MACHADO, P.L.O.A; PAVAN, M.A. Adsorção de zinco por alguns solos do Paraná. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 11:253-0-256, 1987. SFREDO, G.J. Soja no Brasil: calagem, adubação e nutrição mineral. Londrina, Embrapa Soja, 2008. 148p. (Documento 305). VALADARES, G.S.; SANTOS, G.C.G.; dos; ABREU, C.A. de; CAMARGIO, O.A. de; FERRERO,.P. Zinco total e disponível em amostras de perfis de solos do Estado de São Paulo. Bragantia, v.68, p.1105-1114, 2009.

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HORTALIÇAS

O

tomate “Itaipava F1”, lançamento da Agristar pela linha Topseed Premium em 2015, mostra os seus resultados em duas regiões de maior cultivo, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Como destaque está o seu excelente pegamento de frutos nas primeiras pencas, principalmente em condições adversas ou com temperaturas amenas. O Especialista em Tomates e Pimentões, Thiago Teodoro Alcântara, explica que o Sul é umas das suas principais regiões de cultivo e a produtividade se torna um grande diferencial da variedade, pois esse pegamento se estende durante todo seu ciclo. A qualidade de fruto e a firmeza trazem total segurança ao agricultor para comercializar e enviar seu produto para todas as regiões do Brasil, sem preocupações com ponto de colheita, pois apresenta ótima coloração, qualidade e excelente pós-colheita (durabilidade na banca). “Com o avanço das pesquisas, também conseguimos outras características interessantes para o Itaipava: como precocidade na sua maturação, fator importante para regiões com clima ameno e uniformidade de frutos até seu ponteiro. Isso só foi possível pelo fato de possuir pencas definidas (dispensa mão de obra de raleio), garantindo frutos com tamanho comercial até o ponteiro da planta e, por último, a resistência ao TSWV (vírus do Vira-Cabeça), virose que vem causando grandes prejuízos”, explica Alcântara. “O mercado na região Sul está mudando, com os produtores buscando um calibre maior de fruto. O Itaipava tem correspondido a essas expectativas, aliadas ainda à alta produtividade. O Itaipava se adaptou muito bem, pois nesta última safra as precipitações foram muito acima da média FOTOS: Attuale Comunicação

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Lançado em 2015, variedade ‘Itaipava F1’ é aposta de vendas em SC e RS

Carlos Xavier, Coordenador Técnico de Vendas em Santa Catarina

e mesmo assim ele mostrou ser muito tolerante a doenças foliares e a micro rachaduras no fruto. Nesta última safra obtivemos uma participação de 10 % do mercado, aproximadamente, e todas as áreas tiveram excelentes resultados na produtividade e classificação. Notamos nas lavouras uma planta compacta, com pencas muito próximas umas das outras; ótimo pegamento de fruto por penca, com média de cinco frutos; precocidade de colheita nas primeiras pencas; planta bem robusta com folhas bem distribuídas, dando uma ótima proteção de frutos; excelente pós-colheita, com coloração de fruto bem atrativa. Os produtores de Santa Lúcia do Piaí (RS), região que concentra 50% da produção do estado, terão áreas maiores nesta próxima safra, dando mais uma oportunidade de crescimento em participação do mercado. Muitos produtores terão 100 % da área plantada com Itaipava”, explicou Docimar Macanan, Consultor Técnico de Vendas no Rio Grande do Sul “O mercado de tomate salada tipo caqui em Santa Catarina é bem expressivo, se concentrando nas cidades de Lebon Régis e Caçador, no meio-oeste, e Urubici, na Serra Catarinense. Uma característica peculiar deste mercado é a exportação para outras regiões do Brasil, destacando-se o Sudeste e Centro Oeste. Há oito anos nossa estação experimental situada em Ituporanga (SC) seleciona produtos que atendam às necessidades específicas de nossa região, pois a maior parte do semeio de tomate ocorre ainda em um período frio para o melhor desenvolvimento da cultura. Sendo assim, novos produtos precisam ser bem adaptados ao frio para promover uma boa produtividade. Juntando a adaptabilidade ao frio, firmeza de fruto no pós-colheita, uma coloração e sabor agradáveis, conseguimos entregar ao mercado um novo híbrido, o tomate Itaipava F1. Estas características despontaram desde as primeiras avaliações que fizemos. Após a criteriosa fase de avaliação, introduzimos o tomate Itaipava no mercado. Todos os produtores que fizeram o semeio obtiveram resultados espetaculares, lembrando que o verão de 2015 foi extremamente adverso, com muita chuva no Sul, o que dificultou as boas práticas culturais nas lavouras de tomate. A consagração de nosso híbrido se deu com o empenho da equipe comercial em fazer com que os produtores realizassem o manejo correto do produto. Assim, os melhores resultados na última safra de tomate da região meio-oeste e Serra Catarinense foram com o tomate Itaipava F1”, explica Carlos Xavier, Coordenador Técnico Docimar Macanan, Consultor Técde Vendas em Santa Catarina. nico de Vendas no Rio Grande do Sul


HORTALIÇAS

Pesquisa da APTA mostra transferência de 30% do nitrogênio no cultivo de tomate consorciado

U

ma pesquisa em desenvolvimento pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Polo Regional de Piracicaba da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, mostra que é possível incorporar 90 quilos de nitrogênio por hectare no tomate cereja consorciado com leguminosas. Esse número representa 30% do elemento no cultivo. O resultado mostra a importância do uso das leguminosas como adubo verde para a redução do uso de fertilizantes químicos. Os resultados parciais da pesquisa desenvolvida pela Agência mostram que quando cultivado em conjunto com leguminosas, o tomate cereja incorpora cerca de 90 quilos de nitrogênio por hectare, o que equivale a uma transferência de 30% na quantidade de nitrogênio ao tomate. A pesquisa avalia o consórcio de tomate com tremoço, feijão-de-porco, crotalária-júncea, mucuna-anâ e caupi. A primeira fase do projeto mostrou que a incorporação de nitrogênio aumentou em 10% a produtividade do tomate salada. As plantas, assim como todos os seres vivos, precisam de nitrogênio. O ar atmosférico é muito rico desse elemento, o problema é que as moléculas de nitrogênio possuem uma ligação tripla covalente, o que dificulta a sua quebra e seu uso em compostos orgânicos. Na agricultura, as leguminosas têm papel fundamental por terem em suas raízes bactérias do gênero Rhizobium, capazes de quebrarem esta ligação covalente. O resultado é a incorporação e fixação de nitrogênio no solo, sem a necessidade do uso de fertilizantes químicos, promovendo economia e sustentabilidade ao sistema agrícola. “Para a produção de fertilizantes químicos, essas liga-

ções são quebradas com energia e pressão. Com o plantio de leguminosas é possível incorporar no solo o nitrogênio sem a necessidade do uso de produtos químicos, o que torna a agricultura mais sustentável e barata”, afirma Edmilson Ambrosano, pesquisador do Polo Regional de Piracicaba da APTA. Para alcançar esses resultados, os pesquisadores da APTA utilizaram uma técnica chamada abundância natural de nitrogênio 15 e conseguiram, de forma inédita, comprovar a incorporação do nitrogênio na cultura. “Comprovar essa incorporação é importante para dar mais segurança aos agricultores e convencê-los dos benefícios das leguminosas na agricultura”, explica Ambrosano. De acordo com o pesquisador da APTA, existem dois isótopos comuns de nitrogênio, o 14 e o 15. O isótopo 14 é bastante encontrado na natureza, diferentemente do isótopo 15. “Com a pesquisa, conseguimos medir a quantidade de nitrogênio 15 incorporada na cultura. É uma pesquisa básica, mas que pode ser aplicada, por dar mais informações aos agricultores que utilizarão a técnica”, afirma. O trabalho, iniciado em 2009, contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). (FONTE: Apta)

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FRUTICULTURA

Samaritá traz especialistas chilenos para lançar novidade no mercado de citros

A

FOTOS: Divulgação Samaritá

Samaritá, empresa do Grupo Vittia, está lançando produto inovador produzido com extrato de algas marinhas para o mercado de citrus, o Bio Power Gold®. No início de setembro, a empresa trouxe dois especialistas chilenos para apresentar aos clientes, pesquisas realizadas com a aplicação de produtos produzidos com extrato de algas marinhas, comprovando eficiência no aumento de produtividade e melhora na qualidade dos frutos. O Bio Power Gold® foi oficialmente apresentado ao mercado durante o Congresso Internacional de Citros, em Foz do Iguaçu (PR). A pesquisadora na Pontifícia Universidade Católica do Chile, Johanna Paola Martiz e consultor em citros, o chileno Equipe Samaritá que acompanhou os chilenos durante as apresentações. Julio Cesar Muñoz, junto com a coordenadora de produtos bioestimulantes do Grupo Vittia, Ana cendo a planta e protegendo os frutos de intempéries como Carolina Alves, participaram de diversos encontros com cli- geadas e secas. entes e apresentaram os resultados do uso do produto nas O International Citrus Congress (ICC 2016) teve sua pesquisas e em campo. Um dos encontros aconteceu no dia programação baseada no tema “Citricultura sustentável: o 9 de setembro, no “Centro de Citricultura Sylvio Moreira”, papel do conhecimento aplicado” e contabilizou mais de em Cordeirópolis (SP) 1.500 participantes de mais de 20 países. É um evento da SoOs resultados das pesquisas apontam a grande capaci- ciedade Internacional de Citricultura (SIC) e a organização dade de aumento na produtividade com o uso do Bio Power é do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, pelo Centro Gold® (Ascophyllum nodosum), extrato de algas que pode ser de Citricultura Sylvio Moreira, e pelo IAPAR - Instituto do utilizado em qualquer fase da planta, capaz de estimular a Agronômico do Paraná. autoprodução de hormônios naturais, garantindo maior produção e qualidade nos frutos, com mais suco e nutrienO GRUPO VITTIA - O Grupo Vittia está hoje entre os tes. Além disso, o produto tem efeito anti estresse, fortale- três maiores players de fertilizante foliar do Brasil, atende a 25% do mercado nacional de inoculantes e está presente em 20% de toda a área de soja - o mercado agrícola mais relevante do agronegócio do país. Possui cinco unidades industriais localizadas em São Joaquim da Barra (SP), Serrana (SP), Ituverava (SP) e Artur Nogueira (SP). A empresa possui cerca de 500 colaboradores e vendas anuais na ordem de R$ 400 milhões. Dedicado à produção de insumos de alta tecnologia para a agricultura moderna, conta com diversos produtos nas linhas de adjuvantes, acaricidas/fungicida, condicionadores de solo, controles biológicos, fertilizantes foliares, fertilizantes organominerais, formicidas, micronutrientes granulados e sais para a agricultura e pecuária. A empresa conta ainda com modernos e completos laboratórios e certificados de qualidade, bem como equipe de agrônomos e assistentes técnicos integrados com clientes O consultor em citros, o chileno Julio Cesar Muñoz e a pesquisadora na Pontifícia Universidade Católica do Chile, Johanna Paola Martiz. e a cadeia do setor. FOTOS: Divulgação Samaritá

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CAFÉ

Escaldadura do cafeeiro: causas, consequências e alternativa para preveni-la Marcos Roberto Lopes Silva1 e Luiz Angelo Marin1

A

exposição do cafeeiro ao sol intenso, sobretudo em condições de seca, provoca efeitos negativos em sua fisiologia, afetando o crescimento vegetativo e a produtividade. Um dos efeitos mais notados é a escaldadura, caracterizada por perda da coloração verde das folhas, devido à ação do sol sobre os cloroplastos, amarelecendo e, em casos mais graves, causando queima. Tais efeitos deletérios reduzem a capacidade fotossintética e a produtividade do cafeeiro (ROCHA et al., 2009). Camargo (1985) relata que em regiões onde a temperatura permanece acima de 30o C por um período de tempo prolongado, ocorrem danos às folhas do cafeeiro, além de abortamento dos botões florais e diminuição da produção. Em busca de soluções inovadoras para maximizar o potencial produtivo das lavouras, a Samaritá desenvolveu o Reflector, protetor solar que previne a escaldadura do cafeeiro. Num trabalho conduzido no Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ/USP, avaliou-se a influência do Reflector aplicado em diferentes doses sobre a taxa fotossinté-

AUTOR

1 – Coordenador Técnico da Samaritá.

tica do cafeeiro. A dose recomendada de Reflector promoveu a diminuição da temperatura foliar, o que teve como consequência o aumento da fotossíntese em situações mais estressantes. Com o objetivo de verificar a compatibilidade do Reflector com o tratamento fitossanitário do cafeeiro, a Samaritá desenvolveu um projeto com o Instituto Biológico (IB) para avaliar o impacto do protetor solar na performance de fungicidas usados para o controle da ferrugem, no qual ficou evidenciado que a dose comercial do Reflector não interferiu na ação dos principais agroquímicos recomendados para o controle da ferrugem do cafeeiro. Com estes excelentes resultados, a Samaritá tem segurança para disponibilizar mais esta importante solução para os cafeicultores. Referências Bibliográficas: CAMARGO, A.P. O clima e a cafeicultura no Brasil. Informe Agropecuário, v11, p.13-26, 1985. ROCHA, V.P.C.; SHIGUEOKA, L.H.; COLOMBO, L.A.; DEL GROSSI, L.; AZEVEDO, J.A.A.; SERA, T.; BOSQUESE, E.P. Avaliação da escaldadura de sol em cultivares de café plantado em diferentes espaçamentos. In: VI Simpósio de pesquisa dos cafés do Brasil, 2009, VITÓRIAES. SPCB, 2009.

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CAFÉ

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A tecnologia eletrostática na aplicação de defensivos traz novos ares para a cafeicultura

SET/2016

Jefferson Gitirana Neto1

A

s alterações climáticas têm promovido surtos repentinos de pragas e doenças que causam sérios prejuízos à produção agrícola. Controlar é preciso! Não dá para deixar a praga ou a doença comer e ficar de braços cruzados. É preciso ter atitude, buscar novas alternativas para realizar o devido controle e manter as populações pragas sob-baixa condição de risco econômico. Muitas são as dificuldades em operacionalizar as aplicações necessárias. Faltam tratores, pessoas e operadores, isso quando não falta à própria água, veículo principal dos defensivos. Nos meses próximos a colheita e na cafeicultura de montanha as dificuldades são maiores ainda. As pragas e doenças acabam causando prejuízos para o cafeicultor. O principal entrave da aviação agrícola convencional na cafeicultura, estava na dificuldade de levar as gotas com os defensivos agrícolas nas regiões inferiores e internas promovendo melhor recobrimento de folhas e frutos dessa região. Entretanto, novos estudos com a tecnologia eletrostática trouxeram outras perspectivas. As gotas ionizadas se mostraram fortemente atraídas pela planta e pelo solo, possibilitando melhor penetração e deposição, principalmente do dossel de folhas das regiões medianas e inferiores da planta. Por que então, não se pensar na tecnologia eletrostática como forma de viabilizar as aplicações aéreas na cafeicultura, ainda considerando a presença de defensivos registrados para essa modalidade de aplicação na legislação brasileira? Foi assim que se estudou a deposição de um traçador em aplicações aéreas com tecnologia eletrostática - SPE, na cultura do cafeeiro. O experimento foi conduzido no município de Rio Paranaíba/MG, em uma lavoura adulta de café, cultivar Catuaí 144, com intenso vigor vegetativo, enfolhamento exuberante e alta carga pendente. Para as aplicações foi empregado uma aeronave agrícola da Embraer, modelo Ipanema EMB – 202 A, 100% etanol, prefixo PT – VZA, equipada com barras de pulverização eletrostática, nos volumes de calda com 10, 7 e 5 L ha-1, respectivamente, os tratamentos 1, 2 e 3, e um quatro tratamento convencional, com tecnologia “micronair”, com volume de 25 L ha-1 (Tabela 1)

AUTOR

1 - Engº Agrônomo, Mestre em Entomologia, Doutor em Fitotecnica, Professor Universidade Federal de Uberlândia, Diretor técnico do SIPP Café, Consultor em MIP e P&D, Uberlândia (MG). Tel. (34) 99979-0820. Email: jefferson@gitirana.com.br

Tabela 1 - Descrição dos tratamentos validados. Tratamento

Equipamento

Volume da Calda (L.ha-1)

1

Bicos eletrostáticos

10

2

Bicos eletrostáticos

7

3

Bicos eletrostáticos

5

4

Micronair

25

Nas Tabelas 2 e 3, a aplicação eletrostática demonstrou uma viabilidade muito superior à observada na aplicação aérea convencional. Tabela 2 - Deposição de corante (µg cm-2) em folhas internas

de diferentes posições de cafeeiros ocasionadas por aplicações aéreas, do tipo eletrostático e micronair. Tratamento

Volume Calda Folhas (L.ha-1) superiores

Folhas medianas

Folhas inferiores

1 - Avião Eletrostático

10

1,2655 b

1,4399 b

1,4881 a

2 - Avião Eletrostático

7

1,7995 b

1,8319 ab

1,5641 a

3 - Avião Eletrostático

5

2,6719 a

2,5130 a

2,3304 a

4 - Avião Micronair

25

0,4720 c

0,5378 c

0,4999 b

CV

-

29,97

30,87

34,86

DMS

-

0,7743

0,8121

0,8534

Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0.05 de significância. CV = Coeficiente de Variação DMS = diferença mínima significativa

Tabela 3 - Deposição de corante (µg cm-2) em folhas externas de diferentes posições de cafeeiros ocasionadas por aplicações aéreas, tipo eletrostático e micronair. Tratamento

Volume Calda Folhas (L.ha-1) superiores

Folhas medianas

Folhas inferiores

1 - Avião Eletrostático

10

1,6701 b

1,2495 ab

1,5329 a

2 - Avião Eletrostático

7

1,9627 ab

2,0980 a

1,4178 a

3 - Avião Eletrostático

5

2,9114 a

2,0683 a

1,7589 a

4 - Avião Micronair

25

0,8713 b

0,5016 b

0,5618 b

CV

-

39,37

42,35

31,43

DMS

-

1,2149

1,0428

0,6894

Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0.05 de significância. CV = Coeficiente de Variação DMS = diferença mínima significativa

Os resultados demonstraram que a pulverização aérea eletrostática proporcionou maior deposição de produto na parte interna do dossel de folhas e sobre as folhas localizadas nas regiões medianas e inferiores do cafeeiro, permitindo uma redução no volume de calda de até 80% e aumentos de até 5,0 (cinco) vezes na capacidade operacional das aeronaves agrícolas com o uso de “micronair”.


CAFÉ

Cafeicultores são proibidos de utilizar “cama de frango” em fazendas no Sul de Minas

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pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça estadual proibiu que dois cafeicultores, donos de uma fazenda na zona rural de Luminárias (MG), município localizado no Sul do estado, utilizem a chamada “cama de frango” para o cultivo de café em sua propriedade. Além da ausência de licenciamento para o manejo do esterco e de controle por parte de órgãos ambientais, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Lavras apurou que a prática vinha contaminando o solo e uma nascente que fica a cerca de 50 metros da fazenda, em uma área de preservação permanente. A decisão foi da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que deu parcial provimento a recuro do MPMG. De acordo com Promotoria de Justiça, as questões sanitárias que envolvem a utilização de “cama de frango” devem ser avaliadas com total critério, pois produz uma variedade de microrganismos potencialmente patogênicos, incluindo agentes virais, parasitos e bactérias. “Daí o cheiro muitas vezes insuportável para quem vive nas redondezas de em-

preendimentos irregulares como o tratado na ação. A proliferação de moscas e roedores na região do empreendimento é sentida pelos moradores”, destacam, na ação, os promotores de Justiça Carlos Alberto Ribeiro Moreira, de Lavras, e Bergson Cardoso Guimarães, coordenador regional de Meio Ambiente. Os integrantes do Ministério Público buscavam na Justiça a suspensão das atividades de cafeicultura na fazenda até a devida autorização ambiental de funcionamento, como forma, inclusive, de se evitar que fossem causados danos irreparáveis ao meio ambiente. Entretanto, considerando que a paralisação poderia gerar a supressão de inúmeros empregos, além de prejuízos ao patrimônio dos empreendedores, decidiram por proibir a utilização da “cama de frango”. Contudo, além do pedido de antecipação de tutela julgado pela Justiça, o MPMG requer que, ao julgamento final da ação, os cafeicultores sejam condenados a pagar R$ 22 mil a título de compensação pelos danos provocados e, no prazo de dois meses, a averbar a reserva legal da propriedade e efetuar o seu registro como reserva florestal legal.

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TECNOLOGIA

Murcha de Fusarium em Cafeeiro

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FOTOS: Divulgação JCO Bioprodutos

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Dr. Magno Rodrigues de Carvalho Filho1

café é uma commodity que representa um papel importante na economia dos países tidos como grandes produtores desse grão, dentre os quais o Brasil se destaca como o maior produtor mundial. No ano de 2015, a área total plantada no país (Arabica e Conilon) totalizou 2.248,9 mil hectares, 0,9% inferior à área da safra anterior, o que correspondeu à redução de 19.707,5 hectares. Figura 1: Sintomas de Fusariose: murcha, amarelecimento e desfolha do terço superior da copa. A produção do café no estilo de monocultura implica na profissionalização do seu cultivo ca do solo com o aumento e conservação da palhada na saia e na proteção contra pragas e doenças. Há diversos estudos dos cafeeiros, adequação da nutrição vegetal e redução da sobre diversidade de doenças que depreciam a sanidade das incidência direta dos raios solares no solo nu, o que pode prejudicar a proliferação dos microrganismos benéficos. plantas reduzindo a produtividade e qualidade do café. A JCO Bioprodutos desempenha um importante papel Recentemente, vêm sendo relatadas murchas do cafeeiro nas principais regiões produtoras de café do Brasil. Tais na pesquisa contra murcha de Fusarium do Café (Figura 2), relatos estão ocorrendo de forma sistêmica e em ascensão, estudando os microrganismos regionais supracitados com fato que leva a crer que podemos estar lidando com um novo ação direta contra os propágulos de Fusarium spp. surto de uma doença vascular cujo seu agente etiológico é Além disso, esses microrganismos desenvolvidos um fungo pertencente ao gênero Fusarium. pela JCO Bioprodutos agem na redução da população dos A escassez de estudos sobre a murcha de Fusarium principais fitonematoides do cafeeiro (Meloidogyne spp. e tem dificultado a identificação e manejos dessa doença em Pratylenchus spp.), equilibrando a microbiota das raízes, campo. Sabe-se que a forma patogênica do Fusarium spp. permitindo um melhor desenvolvimento e aumentando está presente no solo, principalmente no entorno das raí- produtividade das plantas. zes, podendo se tornar um patógeno radicular, penetrando e lentamente destruindo o xilema. A ação do fitopatógeno Bibliografia Utilizada: compromete a translocação de água no interior das plantas, levando aos sintomas de murcha, amarelecimento, paralisaAcompanhamento da safra brasileira de café, v.2 ção do crescimento, morte do topo das plantas, seca de ra- Safra 2015, n.4 - Quarto levantamento, Brasília, p.1-60, mos, desfolha, seca prematura dos frutos e até a morte súbita dezembro de 2015. Geiser DM et al., (2005). Gibberella xylarioides (ana(Figura 1). A murcha das plantas pode ser lenta ou súbita, dependendo do grau de infestação das raízes ou caule. morph: Fusarium xylarioides), a causative agent of coffee Uma boa alternativa para reduzir o avanço da Murcha wilt disease in Africa, is a previously unrecognized member de Fusarium nos cafeeiros é a recomposição da microbiota of the G. fujikuroi species complex. Mycologia, 97:19-201. do solo e o controle de fitonematoides que funcionam como Kimati, H., Amorim, L., Rezende, J.A.M., Bergamin porta de entrada para o Fusarium spp. Essa recomposição Filho, A. Manual de Fitopatologia, vol. 2, Doenças das plantas pode ser feita pela inserção de microrganismos benéficos cultivadas. 4ª ed, São Paulo: Agronômicas Ceres, 2005. promotores de crescimento e controladores de doenças de plantas como: Trichoderma spp., Streptomyces spp., Pochonia clamydosporia, Purpuriocilium lilacinus, Cladosporium spp, Bacillus subtilis, dentre outros. Entretanto, é necessário que haja condições mínimas para a sobrevivência e manutenção desses microrganismos no solo, como a redução do uso de agroquímicos, incremento da matéria orgâni-

AUTOR

1 – PhD em Fitopatologia. Universidade de Brasília/ Universidade do Minho-Portugal. Área de concentração: controle biológico de pragas e doenças. Especialista em produção em larga escala de fungos e identificação de doenças de plantas. Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da JCO Bioprodutos

Figura 2. A). Pareamento de Trichoderma asperellum (colônia verde) x Fusarium equiseti (colônia rosa) após cinco dias de cultivo; B). Crescimento e parasitismo do T. asperellum a colônia de Fusarium sp. após sete dias de cultivo.


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FMC apresenta em Campinas (SP) novidades tecnológicas para a cafeicultura

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FMC Agricultural Solutions promoveu de 13 a 14 de setembro o 4º Experts Café, em Campinas (SP). O evento tem por proposta abordar a produtividade no campo, últimas novidades em tecnologias, nutrição de plantas, doenças, pragas e plantas daninhas que comprometem a cafeicultura, mercado de café, qualidade de bebidas e posicionamento FMC. “Esse evento reúne os principais consultores técnicos e profissionais do setor para troca de informações e conhecimento, com a finalidade de aumentar a produtividade nas lavouras e conquistar lucratividade no cultivo do café com soluções tecnológicas”, destaca o Gerente de Marketing da FMC, Flávio Irokawa. Durante o evento foram apresentadas as soluções combinadas da FMC para a cultura de café. Entre o completo portifólio da companhia, ganhou destaque os inseticidas Warrant® (multi-cultivo e indicado para controle de bichomineiro no café) e Rugby 200 SC® (nematicida de rápida ação e prolongado residual). Já na linha de fungicidas foram apresentados o Impact 125 SC ® (fungicida de maior sistemicidade e permite aplicação via solo), Authority® (fungicida

que une um triazol de alta sistemicidade e que não trava o crescimento da planta com uma estrobilurina de alto poder de absorção e movimentação em aplicação foliar) e Rovral 500® (com excelência no manejo de Phoma em pré e pós florada). Além destes inseticidas e fungicidas, a empresa destacou os herbicidas da Linha Fertis FMC, com Crop+® e os herbicidas Aurora ® (para controle de folhas largas e de difícil controle, como a trapoeraba), e Boral ® (referência no manejo de sementeiras, como Picão Preto e Tiririca). “Trabalhamos para atender o cafeicultor em todas as suas demandas e para contribuir na lavoura com insumos em qualquer momento da plantação. Esse encontro é uma oportunidade de entendermos a demanda do setor e nos atualizarmos sobre os temas debatidos, além de apresentar nossas soluções, que favorecem a capacidade produtiva, contribuem para maior proteção e rentabilidade dos cafezais e promove um realce ao sabor da bebida”, enfatiza. Por mais de um século, a FMC tem servido os mercados industriais e de consumo agrícolas globais com soluções inovadoras, aplicações e produtos de qualidade. Em 2015, a empresa adquiriu a Cheminova e, no mesmo ano, totalizou uma receita de aproximadamente US$ 3,3 bilhões. A FMC emprega aproximadamente 6 mil pessoas em todo o mundo e opera seus negócios em três segmentos: FMC Agricultural Solutions, FMC saúde e nutrição e FMC de lítio. Há mais de quatro décadas no Brasil, a FMC Agricultural Solutions, uma das tradicionais e principais empresas de agronegócio do País, investe em soluções tecnológicas inovadoras e customizadas com pesquisas e desenvolvimento de novas moléculas e formulações químicas e biológicas eficientes no controle e prevenção de pragas e doenças nas lavouras. É pioneira em produtos para algodão, líder em cana, com tecnologias para grãos, café, H&F, florestas plantadas, pastagem e outras culturas. O foco da empresa está em antecipar e estar sempre pronta em atender as necessidades dos clientes com amplo portfólio, serviços e orientações de especialistas que proporcionam conveniência no dia a dia do produtor e garantia de crescimento do seu negócio, por meio de atuação responsável no campo.


EVENTOS

Engenheiros Agrônomos da região de Franca (SP) promovem confraternização

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omo já é tradição na região de Franca (SP), uma comissão de Engenheiros Agrônomos organiza e promove um evento de confraternização, em decorrência do dia 12 de Outubro, onde se comemora o Dia do Engenheiro Agrônomo. Para este ano, a Comissão Organizadora reservou o dia 15 de outubro, um sábado, com a proposta de reunir o maior número de colegas de profissão, com a participação de seus familiares. Inclusive, recomendam levar traje de banho, visto que o local dispõe de uma piscina. Será realizado um churrasco na Chácara “Clube dos 4”, localizada na Rua César Simões, na saída para Patrocínio Paulista (próximo ao Banespinha). A Comissão Organizadora recomenda consultar o mapa do local no site: www.chacaraseranchos.com.br. Os convites estão à venda nos seguintes pontos: Co-

capec, Dedeagro, Bolsa Agronegócios, Casa do Café e na CATI, todas sediadas na cidade de Franca (SP). Ou, diretamente com a Maria do Carmo (tel. (16) 9.9999-4224), nos seguintes valores. Agrônomo e 1º Acompanhante = R$ 20,00. Crianças até 12 anos não pagam. E os demais acompanhantes = R$ 50,00 cada. A Revista Attalea Agronegócios apoia a realização do evento, ao lado das principais empresas do agronegócio regional: Biosoja, Syngenta, Cocapec, Gecal, Valoriza, Basf, Yara, Bayer, Casa das Sementes, Aminoagro, Agrale, Bolsa Agronegócios, Bolsa Irriga, Fertipar Bandeirantes, Agropec, Casa do Café, Oimasa, FMC, Dedeagro, Sicoob Credicocapec, Café Brasil, Sipcam Nichino, Netafim, Timac Agro, Arysta, Coopercitrus, RF Transportes, Cafezal Consultoria, Euroforte, Spraytec, Produquimica e UPL.

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etembro começa com uma super novidade que marcará toda a Alta Mogiana, é o lançamento do G6, Grupo Político e Econômico Suprapartidário, formando por 6 entidades, que representam os mais importantes segmentos de Franca e região, são eles: Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), OAB (13º Subseção de Franca), a Maçonaria de Franca e Região (representada pelo Conselho de Mestres Instalados), Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca) e Unimed Franca. O auditório do SENAI ficou repleto de diversos políticos, empresários, lideranças, entre outros para conhecer mais sobre o grupo que tem como objetivo principal a criação e coordenação, em conjunto, de projetos, em busca do bemestar social, principalmente no município de Franca e região. Fazem parte do G6 A Cocapec, que representa a ACIF e OAB. produção agrícola regional, com cerca de 2400 cooperados, localizados em 13 cidades, aceitou fazer parte do G6 por entender a importância de Franca para região, pois, o que acontece na cidade tem reflexo direto na vida das pessoas dos municípios menores que dela dependem. Em seu discurso na noite de ontem o presidente Maurício Miarelli ressaltou os princípios cooperativistas, o que, de acordo com suas palavras, justifica a participação da FOTOS: Divulgação COCAPEC

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COCAPEC e entidades criam o G6 pensando no bem estar de toda a sociedade

a Unimed Franca, Sindifranca, Maçonaria de Franca e Região, Cocapec,

Cocapec. “O cooperativismo possui 7 princípios, e relacionado a este momento talvez o mas importante seja o Interesse Pela Comunidade, a preocupação com a qualidade de vida da comunidade onde está inserida. E se podemos colaborar para o desenvolvimento da nossa cidade, é o que vamos fazer, pois sabemos se tivermos um compromisso com Franca, toda a comunidade será beneficiada. É uma honra para a COCAPEC fazer parte desse momento”, finaliza Miarelli. O Termo de Cooperação foi assinado no dia 23 de Agosto por todos os representantes. Entre os principais desafios estão: • Desenvolver projetos específicos e promover a troca de experiências com entidades, em ações conjuntas; • Firmar convênios de parcerias públicas e privadas em todos os níveis da Administração Pública; • Comparecer aos debates sociais propostos por entes públicos ou privados; • Criar e acompanhar projetos que busquem o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida de Franca e região. • Outros objetivos também estão em pauta e o G6 será bastante atuante para cumprir com todos os compromisMaurício Miarelli destacou a relação entre os princípios cooperativistas e os objetivos do projeto. sos para o bem da Sociedade.


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anúncio de recriação do Departamento do Café na estrutura do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) agradou o setor, que deve se beneficiar com maior agilidade e assertividade na condução de questões relativas à atividade. Essa é a avaliação do presidente das comissões de Cafeicultura da FAEMG - Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais e da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, Breno Mesquita: “A volta deste departamento era um pleito de todo o setor desde a última reestruturação do Ministério. Sentíamos que havia grande descentralização nas decisões e falta de articulação na condução das demandas. O resultado era a lentidão na resolução de pautas, muitas vezes urgentes. Foi uma decisão muito acertada e importante”. O anúncio foi feito em agosto pelo ministro Blairo Maggi, durante visita a Guaxupé (MG), onde conheceu a estrutura da COOXUPÉ, visitou propriedades e reuniu-se com produtores de 25 municípios da região e entidades do setor. Durante a visita, Maggi anunciou também a determinação para que a Secretaria de Defesa Agropecuária busque a aprovação de novos produtos fitossanitários para atender à agricultura brasileira.

FOTO: Divulgação FAEMG

Departamento do Café do MAPA trará agilidade às demandas do setor, afirma CNA e FAEMG.

À esquerda, o presidente das comissões de Cafeicultura da FAEMG e da CNA, Breno Mesquita, e o ministro Blairo Maggi.

O ministro reforçou que o governo está trabalhando para ter um novo seguro agrícola. “Criamos um grupo de trabalho, coordenado pelo ex-ministro Alysson Paulinelli, para buscar uma nova alternativa de seguro rural.” Ele destacou ainda a organização da cafeicultura nacional, seja na produção, armazenamento, classificação e comercialização. (FONTE: Sistema FAEMG)

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om o objetivo de estreitar laços junto a canais de distribuição e aprofundar o entendimento das necessidades dos produtores rurais, com foco em um atendimento em constante aprimoramento, a Syngenta realizou neste mês de setembro 55 eventos em dez estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Por meio da iniciativa, a empresa se aproxima de mais de 2 mil clientes focalizados, atendidos exclusivamente por distribuidores que buscam identificar necessidades e oferecer soluções específicas para cada produtor, com o objetivo de alavancar a produtividade das lavouras. Em um formato dinâmico, agricultores e distribuidores conhecerão as atualizações do portifólio Syngenta, com ênfase para tecnologias e soluções integradas voltadas às culturas de soja, milho, feijão e algodão. Além disso, terão a oportunidade de tratar sobre suas demandas, trocar experiências e estreitar relacionamentos fortuitos. “Por meio dessa agenda de eventos em regiões estratégicas para a agricultura brasileira, teremos a oportunidade de conversar diretamente com mais de 2 mil produtores rurais, que aliados aos seus canais de distribuição representam um elo fundamental para a empresa. Essa iniciativa inédita mostra o comprometimento da Syngenta com a promoção da interação entre as pessoas envolvidas no negócio e o desejo de levar soluções criadas sob medida para o mercado em expansão do Cerrado, reforçando nossa proposta de valor”, afirma Nilson Nicoli, Gerente de Acesso na Unidade Cerrado da Syngenta. A abertura dos eventos, que serão realizados até 10 de setembro nas principais revendas da Unidade Cerrado, é fei-

FOTO: Divulgação Syngenta

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Syngenta estreita parcerias estratégicas com distribuidores e produtores rurais do Cerrado brasileiro

ta pelos distribuidores, que apresentam suas perspectivas de negócio em linha com os objetivos de aumento de produtividade de seus clientes. Em seguida, o time de vendas Syngenta mostra, em detalhes, as soluções integradas que podem ser adaptadas para cada contexto. Os produtores também são estimulados a participar de um Concurso de Produtividade, exclusivo para o Cerrado, que viabiliza o acesso às tecnologias Syngenta e estimula os bons resultados no campo. “Cientes de nosso importante papel diante de desafios globais como o representado pela segurança alimentar, estamos ajudando milhares de agricultores brasileiros a elevar patamares de produtividade em diversas culturas, alinhados a um dos principais compromissos que assumimos por meio do The Good Growth Plan, nosso Plano de Agricultura Sustentável”, salienta Nilson Nicoli.

Pinhalense lança Eco Super para o mercado africano P

rincipal novidade da Pinhalense Máquinas Agrícolas para 2016, o novo despolpador de café ECO SUPER, com consumo zero de água, foi apresentado ao mercado do leste africano durante evento em Uganda, para mais de mil produtores e lideranças de países como Uganda, Quênia, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Congo O encontro foi promovido pela Brazafric, representante da Pinhalense na região, juntamente com a P&A, que gerencia as exportações globais da fabricante de máquinas agrícolas, atualmente presente em 92 países de 5 continentes com equipamentos para clientes de todos os portes, nos segmentos de café, cacau, castanha, feijão, cereais, pimenta, guaraná e noz macadâmia. Uganda, tradicional produtor de café Robusta, vem se destacando pelo crescimento da produção de Arábicas de alta qualidade em suas regiões leste e oeste, fronteiriças com Quênia e Congo respectivamente. Os Arábicas especiais ugandenses já representam 20% da produção do país,

com preços que os posicionam como bons concorrentes dos renomados cafés quenianos. O grande interesse pelo ECO SUPER demonstrado no evento permite projetar que a Pinhalense expandirá sua participação no mercado de benefício úmido de cafés Arábica e Robusta na região, corroborando para manter a liderança global da empresa em equipamentos para processar café. A empresa também comanda o mercado de benefício de café em outras regiões, como Colômbia e Guatemala, conhecidas pela alta qualidade de seus cafés Arábica. Líder mundial em tecnologia para processamento de café, a Pinhalense Máquinas Agrícolas conta com três unidades fabris que somam mais de 60 mil m² de planta industrial, em Espírito Santo do Pinhal (SP), onde foi fundada há mais de 66 anos. Com cerca de 710 colaboradores, tem máquinas em operação em 92 países para clientes de todos os portes, nos segmentos de café, cacau, castanha, feijão, cereais, pimenta, guaraná e noz macadâmia.


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Homeopatia Brasil Agro na Floresta Amazônica

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FOTOS: Divulgação Homeopatia Brasil

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Alexandre Leonel1

s campos de plantio de guaraná (Paullinia cupana var. sorbilis Ducke) dos municípios de Urucará e Maués, no estado do Amazonas, receberam na primeira quinzena de agosto mais uma missão de trabalho, transferência de tecnologia e fornecimento de insumos homeopáticos desenvolvida pela Homeopatia Brasil AGRO a serviço da mais importante fabricante de refrigerantes do mundo. O trabalho é mais uma etapa das atividades iniciadas em 2015 visando a melhoria dos índices de produtividade dos guaranazais amazonenses. O sistema de produção está todo ele baseado no conceito de sustentabilidade, atendendo aos pilares de sustentabilidade social, econômica e ambiental, e foi elaborado para solucionar um problema que vinha gerando grandes prejuízos aos produtores da região e que colocava em risco a continuidade da produção. Os danos provocados pelo tripes (Liothrips adisi zur Strassen) na floração dos guaranezeiros causa sérios prejuízos

AUTOR

1 - Diretor da Homeopatia Brasil Agro.

aos produtores já que a uma altíssima taxa de perda de flores chegando muitas vezes a zerar a produtividade em determinadas plantas ou áreas cultivadas. Desde 2015 a Homeopatia Brasil AGRO vem desenvolvendo um trabalho junto aos produtores no sentido de capacitá-los a monitorar os níveis de infestação e atuar de forma efetiva no controle do tripes através do uso de preparados homeopáticos especialmente produzidos para esse fim. As vantagens do uso de preparados homeopáticos em áreas ambientalmente sensíveis ao manejo agrícola está no fato de que os produtos não geram resíduos tóxicos para o meio ambiente, evitando-se assim danos ao solo, às fontes de água, aos animais silvestre e especialmente ao homem. Durante os 15 dias da missão GUARANÁ SUSTENTÁVEL os produtores das duas principais regiões produtoras da floresta amazônica receberam treinamento e assistência técnica, além de produtos homeopáticos para o controle do tripes. De acordo com Alexandre Leonel, diretor do grupo Homeopatia Brasil, atender a uma demanda tão específica como essa reforça a ideia de que a tecnologia homeopática pode ser aplicada em situações consideradas desafio e mesmo assim é possível identificar os resultados – “fazer agricultura de forma responsável tanto do ponto de vista ambiental quanto social e econômico é o desafio das


FOTOS: Divulgação Homeopatia Brasil

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novas gerações, não há mais espaços para degradarmos, o que temos agora é um longo caminho de preservação e recuperação”. Nessa segunda etapa dos trabalhos da Homeopatia Brasil AGRO junto aos produtores de guaraná da Amazônia

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foram identificados resultados satisfatórios de controle da praga e estabelecidos novos parâmetros de monitoramento e produtividade. Maués é o mais tradicional e importante município produtor de guaraná do Brasil e seu guaraná é reconhecido no mundo todo pelas qualidade e quantidade de princípios ativos com finalidade alimentícia e medicamentosa. Em Urucará o destaque fica para o belíssimo trabalho desenvolvido pela associação de produtores e pela cooperativa que produz guaraná certificado orgânico e com isso tem conseguido exportar para a Europa, especialmente para a França onde o produto tem mercado certo. Atender os produtores de guaraná da Amazônia faz parte da nossa missão, afinal de contas a Homeopatia Brasil foi criada para cuidar da saúde das águas, do solo, dos animais e do homem de forma sustentável e será sempre assim. Estar lá nessa segunda missão, nesses 15 dias serviu para reforçar ainda mais nossa determinação.


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a noite do dia 22 de setembro, no Espaço Madero, em Franca (SP), a diretoria e colaboradores da ALTA (América Latina Tecnologia Agrícola), empresa brasileira do grupo AgriHold, que opera há mais de 25 anos na América do Sul com a produção e distribuição de insumos essenciais para o manejo da agricultura, promoveu o lançamento do Vitasoil Nano Science na região da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro. Vitasoil é um é um complexo de substancias orgânicas (fontes de carbono orgânico, complexo de enzimas ativas e extrato de algas marinhas) que nutre, estimula a multiplicação e promove o crescimento exponencial dos microrganismos benéficos presentes nos solos e nas plantas. Como resultado desta ação, o Vitasoil proporciona altas produtividades dos cultivos e uma melhor qualidade dos produtos colhidos e, com isso, excelentes lucros para os agricultores e melhores produtos para a mesa dos consumidores! O evento contou com a palestra do Dr. Fernando Dini Andreote, professor associado em Microbiologia, Engenheiro Agrônomo e Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas e Coordenador do Programa de Pós-Graduação de Microbiologia de Plantas na Esalq/USP. A Casa do Café é a revenda agropecuária parceira do Vitasoil em toda a região da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro. Fernando Andreote apresentou os principais fundamentos da microbiologia que comprovam a interação dos micróbios de solo no equilíbrio de pragas e doenças na agricultura brasileira, em especial, na cafeicultura. A partir daí, o cafeicultor, o empresário rural, o consultor e os técnicos de campo terão condições de encaixar estes conceitos no meio produtivo, compreendendo melhor quais as ações estão contribuindo e quais estão comprometendo o bem estar das culturas agrícolas. A proposta do evento foi a de apresentar o produto Vitasoil a todos os cafeicultores da região, com informação técnica de qualidade, com profissionais que conhecem a biologia de solo e a utilizam na mudança de um paradigma. “A empresa compreende que é extremamente necessária esta mudança de conceito na agricultura brasileira. Sem compreender a importância da biologia de solo na agricultura e sem aplicar os seus conceitos nas atividades práticas do

Túlio Zanchetti, diretor proprietário da ALTA, ao lado dos colaboradores da empresa, durante o evento em Franca (SP).

FOTOS: Revista Attalea

Casa do Café e ALTA apresentam Vitasoil na Alta Mogiana

André Siqueira Rodrigues Alves (diretor da Casa do Café); Dorotéia Alves Ferreira (pesquisadora); e o Dr. Fernando Dini Andreote (palestrante da noite)

dia a dia, o agricultor impacta o solo da sua propriedade e as finanças da sua empresa rural”, explicou Eleandro Picoli, Coordenador Técnico do Vitasoil. De acordo com Túlio Zanchetti, diretor da ALTA, esta nova tecnologia vem atender a uma necessidade bem atual, que muitas vezes o próprio ser humano desencadeou. “Atualmente, grande parte da tecnologia empregada no controle de pragas e doenças na agricultura, bem como na correção de nutrientes no solo, não leva em conta a microbiologia e a sua interação na produção das plantas. E o agricultor acaba gastando muito para corrigir um problema, mas de forma inadequada para o solo e para a cultura agrícola. A proposta do Vitasoil - desenvolvido e formulado nos Estados Unidos há mais de 10 anos, através da nanotecnologia - é fazer com que seja ‘estimulada’ a vida microbiana benéfica às plantas, que contribuirá naturalmente para o equilíbrio solo-planta”, afirmou Zanchetti. De acordo com os empresários, o produto é um “divisor de águas”. Foi testado em vários experimentos, em várias regiões do Brasil e em várias culturas, inclusive o café. “Obtivemos resultados muito positivos com o uso do Vitasoil na cafeicultura do Triângulo Mineiro e no Sul de Minas, tanto em produtividade quanto em qualidade do café colhido. O cafeicultor Marcelo Montanari (Patrocínio/MG) observou uma melhoria na uniformidade da maturação do café, com aumento na peneira e, consequentemente, aumento na produtividade. “Na lavoura de Bourbon Amarelo, foram 8,5 sacas/ha a mais na safra 2015 e 9,5 sc/ha a mais na safra 2016, com aumentos expressivos na peneira (de 27% a 34%) e redução dos defeitos (de 96 para 87)”, explicou Montanari. Já o cafeicultor Carlon Chesme, do Grupo Veloso (Unaí/MG), afirmou que o grande benefício do produto é o maior equilíbrio do solo e maior enfolhamento das plantas, com melhor maturação e colheita mais uniforme. “É um produto que recomendo. Está projetando um resultado ainda melhor do que o proposto. Nos talhões com Catuaí-144, foram 4,8 sc/ha a mais na safra 2015 e 13,4 sc/ha a mais na safra 2016, com aumentos expressivos do percentual de cereja e passa+bóia”, afirmou Carlon.


FEMAGRI

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IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná, sediado em Londrina (PR), completou 44 anos de existência no mês de julho de 2016, tendo como finalidade principal promover a pesquisa técnicocientífica, a formação e o treinamento de pessoal especializado para o desenvolvimento da agricultura. A implantação do Instituto foi viabilizada no início da década de 1970, por meio de convênio celebrado entre o Governo do Estado do Paraná e o extinto IBC - Instituto Brasileiro do Café, o que demonstra a ligação do IAPAR com a pesquisa cafeeira desde a sua fundação. Avançando um pouco no tempo, em 1997, o IAPAR participou da criação do Consórcio Pesquisa Café, juntamente com outras nove instituições fundadoras, para executar e implementar ações do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (PNP&D/Café). Especificamente em relação ao Paraná, o IAPAR vem realizado pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias cafeeiras, como novas cultivares e modernas tecnologias de manejo, as quais são adequadas às diferentes regiões produtoras e visam a retomada da cafeicultura no Estado por meio do aumento da produtividade, melhoria da qualidade do produto e da bebida, redução de custos de produção e de insumos e energia, além do aumento da eficiência da mão de obra e infraestrutura com vistas à sustentabilidade do setor. Como exemplo de novas cultivares desenvolvidas e registradas pelo IAPAR, desde a criação do Consórcio Pesquisa Café, destacam-se a “IPR-107”, “IPR-103”, “IPR-100”, “IPR-99”, “IPR-98” e a “IAPAR-59”. Essas cultivares, além de possuírem potencial agronômico e atributos positivos demandados pelo mercado, tais como resistência a pragas e doenças, tolerância a seca, diferentes estágios de maturação e portes, além da adaptação a condições de clima e solo do Paraná, possuem ainda potencial de adaptação para o cultivo em outras regiões produtoras do País. Para incrementar e viabilizar o cultivo do café no Estado, inclusive por meio dessas cultivares mencionadas, diversas tecnologias de manejo do Instituto vêm sendo disponibi-

FOTOS: Agência de Notícias do Paraná

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Cafeicultores do PR contam com novas tecnologias para a retomada da atividade

lizadas para a retomada do desenvolvimento da cafeicultura no Paraná. Em especial, vale destacar técnicas agronômicas de plantio adensado, manejo fitossanitário, manejo de solos e podas, plantio consorciado, métodos de proteção de geadas, entre outras tecnologias, a saber: Café adensado:- espaçamentos e cuidados no manejo da lavoura – essa tecnologia apresenta para os cafeicultores as vantagens do plantio adensado do café e o respectivo manejo da lavoura. Mostra ainda que o plantio adensado é um dos pilares para a sustentabilidade da cafeicultura em pequenas e médias propriedades. Manejo do solo, adubação e calagem:- antes e após a implantação da lavoura cafeeira – orienta quanto ao manejo do solo antes e após a implantação da lavoura como, por exemplo, amostragem e análise do solo para fins de avaliação da sua fertilidade, correção da acidez, nutrição das plantas por meio da adubação química e verde. Alerta Geada:- o Alerta Geada é um serviço mantido pelo IAPAR e Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), em parceira com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), desde 1995, com o objetivo de alertar cafeicultores, com antecedência de 48h e 24h, para a ocorrência de geada na região cafeeira. Assim, é possível proporcionar tempo hábil para proteção de lavouras recém-implantadas, bem como de viveiros de mudas, evitando prejuízos aos produtores. O Serviço funciona no período de maio a setembro por meio de avisos pelo telefone (Disque Geada 3391-4500), internet, e-mails, além de boletins para TV, rádios e jornais do Estado do Paraná. Métodos de proteção contra geadas em cafezais em formação:- a publicação da tecnologia discorre sobre algumas técnicas de manejo dos viveiros de mudas e das lavouras de café para minimizar os efeitos das geadas sobre as plantas. Ela também conceitua e explica o que é geada, como a geada ocorre, geada branca e geada negra, geada de canela, proteção de viveiros, aquecimento, entre outras tecnologias.


Nova armadilha IAPAR para o manejo da broca-docafé:- ensina de maneira simples aos cafeicultores como construir um dispositivo simples e prático (armadilha) para o monitoramento e a captura da broca-do-café (Hypothenemus hampei). Medidas para controle de nematoides:- apresenta aos cafeicultores a identificação e o ciclo do nematoide no solo e os cuidados recomendados para o manejo de áreas infestadas e isentas desse patógeno. Amendoin cavalo como alternativa para cultivo intercalar:- explica o uso do amendoin (Arachis hypogaea hypogaea tipo Virgínia) como cultura intercalar em lavoura de café para realizar a adubação verde e também para aumentar a resistência do solo à erosão, melhorar a capacidade do solo em armazenar água, facilitar o controle de plantas invasoras e fazer a ciclagem de nutrientes. Competitividade da cadeia produtiva no sistema cooperativo do Paraná:- estudo sobre a competitividade da cadeia produtiva do café no sistema cooperativo, por meio do valor adicionado a preços de mercado. Nessa publicação constatou-se vantagens para o agricultor que comercializa o café por meio de cooperativas. Implantação de cafezais sob túnel de guandu:- trata-se de uma técnica idealizada pelo cafeicultor Américo Figueiredo Netto no início da década de 80, a qual foi testada, comprovada e recomendada pelo IAPAR e EMATER-PR com o objetivo de fornecer, nos primeiros anos de formação, um ambiente exclusivo para as plantas de café em termos de proteção a altas e baixas temperaturas, redução do número

FOTO: Agência de Notícias do Paraná

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de plantas invasoras, aumento da fertilidade do solo, melhor aproveitamento das águas de chuvas, entre outras. Sistemas agroflorestais: seringueira e cafeeiro:- nessa publicação o IAPAR apresenta o sistema agroflorestal ‘seringueira e cafeeiro’ como uma promissora alternativa para a cobertura e proteção do solo e produção diversificada, atendendo a requisitos sociais, ecológicos e econômicos. Tal tecnologia tem potencial para contribuir com o aumento da produção de borracha natural do país. Cafeicultura no Paraná:- Em 2016, de acordo com o Segundo Levantamento da Safra de Café – 2016 da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, o Paraná produzirá 1,116 milhão de sacas de 60kg de café em uma área de produção de 47,3 mil hectares, com produtividade de 23,6 sacas por hectare. Saiba mais sobre o Programa Café do IAPAR clicando aqui. (FONTE: Consórcio de Pesquisa do Café)

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INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

Brasil é um país com dimensões continentais. E por entre a vastidão de seu território estão verdadeiros tesouros em forma de produtos - sejam alimentícios, artesanais ou serviços – únicos e exclusivos pela qualidade e pelos valores históricos, culturais e regionais que carregam consigo. A expressão do estilo de vida e do território é tão evidente nesses produtos que muitos carregam o nome da sua Região de Origem em sua identificação. É o caso do Queijo da Serra da Canastra, da Própolis Vermelha dos Manguezais de Alagoas, da Goiaba de Carlópolis, do vinho dos Vales da Uva Goethe, Panelas de Barro de Goiabeiras, entre muitos outros espalhados pelos estados brasileiros, que tiveram reconhecida a sua Indicação Geográfica e vêem nesse signo distintivo um estímulo a inovação, a promoção da competitividade e o favorecimento ao desenvolvimento socioeconômico e tecnológico da região. A Indicação Geográfica, apesar de ser um tema centenário em alguns países europeus, ainda é bastante recente no Brasil e a estruturação das IGs reconhecidas representa um desafio enfrentado pelas entidades gestoras dos títulos, uma barreira a ser superada de forma que os potenciais benefícios possam efetivamente ser acessados, como a agregação de valor, alavancagem das exportações e valorização da qualidade, origem e produtor. Os Estados nacionais têm apresentado diferentes estratégias para a articulação dos órgãos governamentais com representantes da sociedade civil com o objetivo de promover o debate sobre os principais temas para o desenvolvimento das indicações geográficas. O Fórum de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Espírito Santo discute estratégias de crescimento para produtos como cacau, panela de barro, carne de sol, camarão e café. O Fórum Baiano de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas discute ações para promover e acompanhar seus produtos de origem, como a farinha de mandioca, cacau, café, sisal e artesanato de cerâmica. Outras iniciativas rendem claramente, além do cres-

cimento econômico, geração de pesquisa e conhecimento que são fundamentais para a inovação e o enriquecimento intelectual do País. É o caso da Própolis Vermelha de Manguezais de Alagoas, com a criação de processos para seu uso em bioprodutos como extrato de própolis, nanocosméticos e nano-encapsulados. O desenvolvimento desses produtos resultou em artigos científicos publicados em revistas internacionais de pesquisa, além de patentes que irão proteger a propriedade intelectual por trás dessa inteligência. Outro exemplo é o café da Mantiqueira de Minas. Através de uma pesquisa liderada pelo Professor Flávio Meira Borém da Universidade Federal de Lavras com o envolvimento do MAPA, CNPq, Embrapa Café, Sebrae, Aprocam, Cocarive, Emater-MG, IAC, Epamig, Universidade de Brasilia e INPI, a Região da Mantiqueira de Minas estruturou o embasamento do seu processo para o reconhecimento da Denominação de Origem do seus cafés. O estudo “Distribuição espaço temporal da qualidade do café e sua relação com o ambiente, genótipo e processamento”, além do registro no INPI e do conhecimento para os cafeicultores sobre os fatores que influenciam a qualidade dos seus grãos, gerou a produção de 15 teses de mestrado e doutorado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 artigos científicos, 30 apresentações de artigos em congressos científicos e 3 livros e capítulos de livros em português e inglês. São Paulo reconheceu em julho sua 2ª Indicação Geográfica de Café, a Região de Pinhal, inteirando um total de 3 IGs no Estado, duas de café e uma de calçado. Uma Região que também deverá enfrentar os seus desafios para trilhar seu caminho de consolidação, mas que vem a reforçar o movimento de valorização da origem para os cafés especiais. Como Indicação Geográfica de Café, a Região da Alta Mogiana precisa olhar para os exemplos positivos no Brasil a fora e buscar replicar os bons resultados que irão fundamentar a alavancagem econômica. Pesquisa e inovação tecnológica é uma vertente estratégica a se olhar.


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im, a Região da Alta Mogiana tem cafés especiais e seus cafeicultores estão investindo cada vez mais para a melhoria da qualidade e identificação dos lotes diferenciados. Mas eles também estão procurando ampliar o reconhecimento da Região e da própria fazenda ao dedicarem seu tempo para o preparo e inscrição de suas melhores amostras em concursos de renome. Em 2016, a AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana levou consigo 39 amostras de café para protocolar a inscrição no Cup of Excellence Brazil Naturals 2016 na Associação Brasileira de Cafés Especiais – BSCA, em Varginha (MG). Junto com a Mantiqueira de Minas, a Região foi a que teve o maior número de inscrições! Mas para que a Região tenha êxito em ações com essas, há de se reconhecer, também, o trabalho dos profissionais envolvidos para que esse resultado seja possível. E, neste momento, principalmente, em relação àqueles envolvidos com as analises sensoriais dos cafés. Nos meses de agosto e setembro, a AMSC orgulhou-se de sua equipe ao ter provadores classificados como juízes nas fases de pré-seleção e seleção nacional para o Cup of Excellence 2016; e ao ter uma nova aprovação de qualificação como Q Grader. Parabéns Gabriel Borges, Julio Ferreira e Carlos Henrique da Silva por representarem a Região da Alta Mogiana como juízes no Cup of Excellence 2016! E parabéns a Guilherme Cunha pela conquista de título como Q Grader! Com vocês, a Região se fortalece!


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INCAPER confirma resultados positivos da poda programada de café

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INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural realizou em Mimoso do Sul (ES), no distrito de Conceição do Muqui, uma capacitação sobre a cultura do café Arabica, com foco no manejo nutricional e fitossanitário das lavouras, bem como os benefícios da Poda Programada de Ciclo em Café Arábica (PPCA). O local escolhido foi a propriedade do agricultor Rubens Massini. O encontro reuniu mais de 100 pessoas ligadas a cafeicultura, entre elas agricultores familiares, estudantes, lideranças sindicais, consultores e técnicos que atuam no ramo da cafeicultura. O Pesquisador do INCAPER, Abraão Carlos Verdin Filho foi quem orientou os agricultores sobre a Poda Programada de Ciclo em Café Arábica (PPCA), que é uma tecnologia de manejo da cultura oriunda de pesquisas científicas realizadas pelo Incaper. A técnica consiste em aumentar a produtividade média das lavouras. Os principais benefícios da PPCA são: redução média

de 50% de mão de obra na colheita manual; maior uniformidade das floradas e da maturação dos frutos; aumento superior na produtividade média da lavoura; eliminação da safra zero na renovação da lavoura; facilidade de entendimento e execução; padronização do manejo da poda; maior facilidade para realização da desbrota e dos tratos culturais; menor pressão e melhoria no manejo de pragas e doenças; maior estabilidade de produção na lavoura; maior facilidade para realização da colheita e possibilidade da colheita semimecanizada. No município de Mimoso do Sul já existem, em fases mais avançadas, duas unidades de observação da poda programada implantadas e alguns agricultores já manifestaram para o Incaper o interesse em implantar a nova metodologia de poda em suas propriedades. “A tecnologia só vem a somar com a cafeicultura de montanha de todo o estado, facilitando o trabalho do produtor rural e diminuindo mão de obra”, relatou o agricultor familiar Valdecir Pereira Ramos. (FONTE: Incaper).

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ACARPA lança o 24º Seminário do Café da Região do Cerrado Mineiro que acontecerá em Patrocínio (MG)

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24º Seminário do Café da Região do Cerrado Mineiro acontecerá de 04 a 07 de outubro de 2016, no Parque de Exposições “Brumado dos Pavões”, em Patrocínio (MG). O evento é o mais tradicional do segmento do agronegócio café no Brasil. São 24 anos de história e será realizado pela ACARPA – Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio; e EXPOCACCER – Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, ambas entidades filiadas à Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Neste ambiente serão debatidos os problemas e soluções de interesse dos cafeicultores, seja na aérea técnica, econômica, pesquisa ou tecnologia. O público são produtores de Patrocínio, Região do Cerrado Mineiro, colaboradores, família e comunidade. O lançamento para imprensa e convidados foi realizado no final de agosto pela diretoria da ACARPA e apresentado a programação completa, contendo diversas novidades e um novo conceito, que vão agregar valor para o seminário de 2016. “Estamos sempre atualizando o Seminário do Café, seguindo as tendências e adequando as demandas do mercado. Este ano iremos trabalhar em um novo conceito: “Novos Tempos.” a palavra “tempo” com sentidos de mostrar a atual realidade que os cafeicultores enfrentaram em relação ao clima. Já o segundo significado, refere-se à nova geração de agricultores que estão assumindo e trazendo inovações para cafeicultura”, afirmou Marcelo Queiroz presidente da ACARPA. Para alinhar com o conceito, o tema completa: “Mudanças climáticas determinam a história da cafeicultura”, afinal o clima será um assunto bastante abordado no 24° Seminário do Café. “Esses impactos climáticos trouxeram para os cafeicultores uma preocupação a mais em relação a sua lavoura, então é papel do seminário passar informações relevantes para os produtores, orientando as melhores tomadas de decisões”, destaca Ricardo Bartholo, presidente da EXPOCACCER.

As atividades irão começar no dia 04 de Outubro, às 19h, com as boas vindas, no Festival de Pratos Típicos Café em Evidência. No dia 05, pela manhã, abertura oficial, seguida da Feira de Negócios, palestras e demais atividades. A finalização do evento ocorre na sexta-feira, dia 07 de outubro. A presença de autoridades como Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi e do Secretário de Estado de Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, são aguardadas. O evento terá a participação de renomados especialistas na área de café, tratando de temas relevantes para o setor, como alterações climáticas, agricultura familiar, sustentabilidade, qualidade, mercado econômico e tendências tecnológicas e novas técnicas de manejo da lavoura. Paralelo ao conteúdo de palestras acontecerá a feira de negócios e, show-room de máquinas, implementos e veículos. FESTIVAL DE PRATOS TÍPICOS - Na abertura oficial do 24° Seminário do Café, será realizada a segunda edição do “Festival Pratos Típicos Café em Evidência”. O festival tem como principal objetivo entusiasmar as pessoas a criarem receitas que trazem como o ingrediente o café, e incentivando a participação da família e comunidade. Trazendo uma experiência única, com pratos criativos, saborosos e principalmente carregando a originalidade na utilização do ingrediente café. Além de mostrar novas formas de consumir o café, o festival também tem o objetivo de valorizar o produto e consequentemente a Região do Cerrado Mineiro, exibindo receitas que utilizam o café de alta qualidade do Cerrado. O festival conta com realização da Acarpa, Expocaccer, Emater/MG e Unicerp. ESTAÇÃO SENAI - Esse ano será novidade no 24° Seminário do Café a “Estação SENAI” um espaço com cursos de capacitação em manutenção e conservação de máquinas agrícolas para colaboradores de fazendas, agricultores familiares, cafeicultores e interessados.


CAFÉ Atividades que serão totalmente gratuitas, possibilitando um maior conhecimento e uma melhor desenvoltura para os participantes na lavoura. O com conceitos técnicos e práticos os cursos serão ministrados em diversos horários, com entrega de certificado pelo SENAI. Nos cursos oferecidos pela Estação SENAI serão abordados temas como métodos corretos de como zelar pelas máquinas agrícolas, identificação de falhas mecânicas, segurança na operação de tratores e troca de óleo. Todos eles são gratuitos e com certificação do SENAI. As inscrições podem ser feitas no local do evento ou com antecedência pelo telefone (34) 3831-8080 ou e-mail acarpainforma@gmail.com Dia 05/10 • 13 horas = Manutenção Preventiva: verificações diárias para conservação de máquinas e implementos. • 15 horas = Métodos corretos de lubrificação de máquinas e implentos agrícolas conforme fabricantes. Dia 06/10 • 10h30 = Método correto para troca de óleo lubrificantes. • 13 horas = Segurança na operação do trator agrícola. • 15 horas = Como identificar falhas mecânicas em motor a diesel. Dia 07/10 • 10h30 = Manutenção Preventiva: verificações diárias para conservação de maquinas e implementos. • 13 horas = Métodos corretos de lubrificação de máquinas e implementos agrícolas conforme fabricantes.

CAFETERIA DULCERRADO - A Cafeteria do Dulcerrado também é presença confirmada no 24° Seminário do Café. Na edição passada sua participação superou as expectativas, conquistando o paladar do público visitante. Serão oferecidos cursos e workshops sobre a qualidade do café e formas inovadoras de utilizar o ingrediente. O estande será construído dentro da Arena Cerrado. MESA DE PROVAS - Produtores e visitantes poderão participar e acompanhar a prática de uma mea de provas. Entender os processos de avaliação de cafés e assimilar conceitos de melhoria dos processos para produção de cafés de qualidade será o intuito deste espaço. Cooperativas e associações afiliadas à Federação dos Cafeicultores do Cerrado colocaram para prova exemplares das melhores bebidas da Região do Cerrado Mineiro. DIÁLOGO COM PRODUTOR - No dia 06 de outubro, todas as empresas direcionarão a atenção aos produtores e visitantes do Seminário. Será o momento do diálogo com produtor, para compartilhar informações técnicas ou oferecer condições diferencias na negociação de produtos e insumos agrícolas. “Durante todo o evento, as empresas parceiras já oferecem e mostram as melhores alternativas para cafeicultura, contudo a proposta do Diálogo com Produtor é concentrar os esforços criando uma grande rodada de negócios”, explicou Marcelo Queiroz. A programação completa do seminário está no site www.acarpa.com.br/seminariodocafe/programacao/completa

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om o consumo em alta há vários anos e a produção de café enfrentando seguidos problemas climáticos nos principais países produtores, entramos no segundo ano em que a produção global ficou abaixo do consumo mundial. Segundo a OIC – Organização Internacional de Café o consumo de café está crescendo 1,5 a 2% ao ano em um mercado que este ano ultrapassou a marca de 150 milhões de sacas. Por várias semanas entre o final de agosto e início de setembro, os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, trabalharam em alta. Outro assunto bastante comentado pelos operadores foi a baixa qualidade da primeira florada de 2016 nos cafezais do sudeste brasileiro e a falta de chuva em quantidade suficiente para que essa florada vingasse. Esse assunto ser tão comentado sempre nos surFOTO: ABIC

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‘Entramos no segundo ano de produção global abaixo do consumo mundial’, alerta Carvalhaes

preende, pois daqui para frente, como todos os anos, os cafezais brasileiros entram no período de floradas e certamente teremos mais algumas nos próximos meses. Esse fato corriqueiro acaba sendo usado para especulações de curto prazo no mercado futuro. Mas, a verdade, é que depois de dois anos de sérios problemas climáticos e terminando a colheita de Arábica de um ano de ciclo alto, grande parte dos cafezais brasileiros está exaurida e precisamos que o período de chuvas chegue com abundância e o mais rápido possível para que tenhamos no próximo ano uma safra de arábica de ciclo baixo razoável. Como nossa próxima safra de Conilon já está comprometida pela persistente seca no Espírito Santo e sul da Bahia, as chuvas, se chegarem na hora certa, apenas farão com que tenhamos uma safra de café razoável em 2017, mas certamente abaixo da produzida este ano. Segundo os agrônomos brasileiros, por mais chuvas que venham a cair, não há possibilidade de nossa próxima safra ser maior que a atual, em término de colheita. Enfrentando seguidos problemas climáticos, o Brasil, maior produtor de café do mundo, responsável por quase 40% do abastecimento mundial de café, para atender seu consumo interno, o segundo maior do mundo, e seus compromissos na exportação, esgotou seus estoques de passagem e passou a depender apenas de sua safra anual. A deste ano ficou um pouco abaixo do mínimo necessário e o governo federal está leiloando o que resta de seus estoques para que possamos atender consumo interno e exportação. A safra do próximo ano será menor do que a atual e não teremos nem esse final de estoque governamental. Em nossa opinião, as bases de preço na ICE refletem apenas interesses de curto prazo dos operadores e não o desequilíbrio entre produção mundial e consumo. (FONTE: Escritório Carvalhes)


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Em Uganda é crime secar café sobre a terra

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FOTO: CFACT.ORG

m cafeicultor ugandense (África), Richard Mutebi, foi preso pelas autoridades locais por secar café sobre a terra. De acordo com as determinações do governo, os grãos devem secar sobre lonas de plástico. Mutebi, que possui cinco filhos, passou alguns dias preso e considerou injusta a medida. Ele esperava apoio por parte do governo. A história foi divulgada pelo The Wall Street Journal. O café é o quarto maior produto de exportação do país e o governo deseja incrementar a receita obtida com o aumento das exportações de cafés especiais. Para alcançar este objetivo, foram criadas normas de qualidade, como a secagem sobre lonas. Segundo Apollo Kamugisha, técnico da Autoridade de Desenvolvimento do Café de Uganda, “o café é uma commodity sensível. Os produtores precisam seguir as diretrizes para preservar a qualidade”. De acordo com ele, todos os policiais receberam ordens para prender os cafeicultores que não se adequarem. Para Timothy Schilling, CEO da World Coffee Research, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para aumentar a qualidade do café, projetos orientados para as lavouras, educação e outros incentivos deveriam ser usados para alavancar o setor. É claro que medidas extremas como esta não podem

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ser incentivadas. Mas, analisando a produção de cafés em Uganda em comparação com a do Brasil, compreenderemos o quanto o nosso país ainda necessita de incentivos e orientações técnicas para que o cafeicultor nacional mantenha ou melhore a qualidade do seu café produzido. Afinal, secar café em terreiros de terra infelizmente encontramos com frequência nas regiões produtoras do País. (EXTRAÍDO e MODIFICADO DE: Relatório Internacional de Tendências do Café v.5 n.7).


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Dia de campo sobre Qualidade reúne cafeicultores do Noroeste Fluminense

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erca de 350 cafeicultores participaram, no final de agosto último, de um Dia de Campo sobre Cafeicultura de Qualidade, realizado na Fazenda Candelária, em Bom Jesus do Itabapoana, propriedade de José Ferreira Pinto. A capacitação foi realizada pela COOPERCANOL – Cooperativa de Café do Norte Fluminense, Ministério da Agricultura, Governo do Estado (através da Emater-Rio), Prefeitura de Varre-Sai e Sebrae/ RJ, instituições que trabalham em parceria para o fortalecimento da cafeicultura no Noroeste Fluminense. José Ferreira Pinto, anfitrião e presidente da COOPERCANOL, esclareceu que o principal objetivo foi mostrar o resultado da pesquisa sobre o espaçamento ideal nas plantações de café em regiões montanhosas, desenvolvida pela PesagroRio, em parceria com o cafeicultor. Ao longo de 13 anos, o pesquisador Wander Eustáquio Andrade analisou os dados das colheitas de cafezais com diferentes espaçamentos, plantados na Fazenda Calendária. A pesquisa provou que o espaçamento de 2 m por 0,5 m (2 metros entre ruas e 50 centímetros entre pés de café) é o que garante maior produtividade na cafeicultura de montanha. “Para mim é uma satisfação mostrar o que tem sido feito de bom. E essa pesquisa comprovou o que já vem sendo recomendado pelos especialistas, que são 10 mil pés de café

por hectare, utilizando o espaçamento de 2 x 0,5m. Mas muitos produtores ainda tinham dúvidas sobre a eficácia do adensamento do cafezal. E é por isso que nós precisamos desses encontros, porque é neste momento que trocamos experiências e conhecemos as tecnologias e as novidades em equipamentos e manejo da lavoura”, disse Ferreira. O resultado da pesquisa foi apresentado na palestra sobre “Como aumentar a produtividade do café arábica através do espaçamento”, pelo coordenador Wander Eustáquio. Além da palestra, os participantes foram divididos em grupos e percorreram seis estações práticas: Fertilização do café; Programa nutricional; Tecnologia Mais Café; Manejo de Pragas e Doenças na Lavoura; Manejo de Pragas e Doenças no Terreiro; e Fertirrigação. Técnicos e agricultores também puderam trocar experiências e visitar estandes de empresas do setor agrícola, conhecendo as novidade em produtos e maquinários para a atividade. O cafeicultor Márcio Vargas ressalta a importância dos dias de campo. “É a nossa oportunidade de confraternização após a colheita, e também do conhecimento de novas tecnologias e novas técnicas de manejo para que nós possamos cuidar bem das nossas plantações de café neste novo ciclo que começa. Estamos iniciando os tratos culturais para a colheita de 2017, e esta capacitação nos dá subsídios para trabalhar com foco na redução dos custos de produção e no aumento da qualidade e da produção do café. CAFÉS ESPECIAIS DO NOROESTE - Durante dois anos – 2014 e 2015 – o Sebrae/RJ desenvolveu o Projeto de Melhoria da Qualidade do Café no Noroeste Fluminense, através de convênio com a Universidade de Lavras, com apoio da Coopercanol, Prefeitura de Varre-Sai, Governo do Estado, Ministério da Agricultura, Senar e Faerj. Os técnicos trabalharam na implantação de um programa de gestão com foco no controle de qualidade e melhoria dos processos de pós colheita. Os resultados foram surpreendentes, com expressiva redução da porcentagem de cafés com defeito na bebida. A produção de café especial saltou de 10% para 33%; enquanto a de café riado (baixa qualidade) baixou de 53% para 24% e a de bebida dura (sem defeitos no sabor) subiu de 37% para 43%. O impacto financeiro também foi alto: aumento de 1,3 milhão de reais nestes dois anos, se comparado com o valor da saca de café antes da realização do projeto. Quatro municípios do Noroeste Fluminense são produtores de café: Varre-Sai, Porciúncula, Natividade e Bom Jesus do Itabapoana, que respondem por 71% da produção de café do Estado do Rio de Janeiro, com predominância de pequenas propriedades e agricultura familiar, com 1203 cafeicultores. O café produzido na região é o Arábica e devido à topografia (relevo acidentado e altitude que varia entre 600 e 1000 metros), a atividade demanda muita mão de obra, gerando trabalho e renda para os habitantes, mesmo com o advento das máquinas portáteis. (FONTE: Diário do Noroeste/Kellen Leal)


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Cafés Especiais ampliam perspectivas da juventude rural em Iúna (ES)

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produção de cafés especiais é uma atividade que vem crescendo no Espírito Santo e tem proporcionado alternativas de geração de trabalho e renda. No município de Iúna (ES), jovens têm se envolvido nessa atividade e ampliado as possibilidades de atuação no meio rural. Essa é a experiência da família do agricultor Deneval Miranda Vieira, que mora na comunidade da Fazenda Alegria e produz o café “Cordilheiras do Caparaó”. A excelência desse café foi reconhecida pelo 1º Concurso de Qualidade do Café de Iúna, realizado pelo INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural em conjunto com a Prefeitura de Iúna, em 2015. Com o registro de 88 pontos na escala da Sociedade Norte-Americana de Cafés Especiais (SCAA), o Café Cordilheiras do Caparaó tem atraído olhares do Brasil e do mundo. Um dos fatores de sucesso para o crescimento dessa marca é o trabalho em família, com destaque para o engajamento dos jovens em todo o processo da cadeia produtiva. Além de trabalhar diretamente na produção dos cafés, Deneval e a esposa, Rosa, com os quatro filhos, Roseval, 25 anos, Douglas, 22, Valsilene, 18, e Deneval Júnior, 16, atuam também na comercialização e na divulgação do produto. Eles fizeram um portal na internet sobre o Café Cordilheiras do Caparaó, criaram página em rede social, como o Facebook, e disponibilizaram um canal de comunicação via WhatsApp. “Depois de criarmos o site, percebemos que houve mais procura pelos nossos cafés, principalmente de pessoas do exterior. Ao digitar Café Cordilheiras do Caparaó no Google, aparece logo como primeira opção. Na nossa página temos as informações básicas de contato, fotos, um histórico e coordenadas geográficas. A partir disso, as pessoas curtem a página do Facebook e entram em contato pelo WhatsApp”, explicou o filho Roseval. Segundo Deneval, a participação no mercado de cafés especiais transformou a vida da família, trazendo novas perspectivas para os jovens. “O trabalho com cafés especiais nos possibilitou o acesso à internet, o que colocou o mundo dentro de casa, nos colocou visíveis para o mundo e abriu um campo de oportunidades. Antes, falávamos com vergonha onde morávamos. Hoje temos orgulho de dizer. Aumentou nossa autoestima”, comemorou. Ele também disse que havia pensado em deixar a roça e os filhos não tinham perspectivas de ficar no campo. “Hoje todos trabalhamos em conjunto e temos a noção de que temos que nos capacitar e especializar em áreas específicas. Cada um já está descobrindo para o que tem aptidão. Um dos filhos pretende fazer administração, e a filha quer ser barista”, falou o agricultor. QUALIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL - Há seis gerações a família do agricultor Deneval trabalha com café. Porém, a forma como era produzido não garantia uma qualidade ao produto. “Eu tinha noção de que nosso

café era graúdo, bonito, mas não estava sendo feito de forma adequada. No entanto, não sabia exatamente o que podia melhorar”, explicou. Aos poucos, a família introduziu o terreiro de cimento para secagem do café, a colheita na lona e outras técnicas que melhoraram a qualidade do produto. Porém, o café não era vendido como bebida mole (sabor e aroma suaves), pois não havia quem atestasse sua qualidade. Em 2010, o agricultor participou do 1º Concurso Regional da COOCAFÉ - Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha/MG, que reuniu cafés de Minas Gerais e Espírito Santo, e ficou em 4º lugar. Nos anos seguintes, continuou participando de concursos e seu café recebeu 85 pontos, em 2014, em um concurso em Espera Feliz (MG). Porém, ainda faltava um apoio mais contínuo ao trabalho desenvolvido por ele. “Eu tinha necessidade de ter alguém que me apoiasse no processo de qualidade do café. Foi quando o Incaper passou a me orientar. Fomos, por meio de uma excursão técnica, visitar a experiência dos cafés de Brejetuba (ES), onde conhecemos o processo de secagem na estufa e outras tecnologias. Depois fomos incentivados a participar e organizar o concurso de qualidade do município. Foi quando comprovou-se que nosso café era bom. Obtivemos 88 pontos”, contou Deneval. O 1º Concurso de Qualidade do Café de Iúna teve 61 produtores inscritos. Segundo Matheus Fonseca, extensionista do INCAPER que trabalha em Iúna, o Instituto tem feito diversas ações para incentivar o desenvolvimento regional. “O Concurso de Qualidade do Café foi importante para incentivar a melhoria do café em Iúna. Além de valorizar o trabalho dos produtores, possibilitou ao mercado o surgimento de uma nova vitrine para os cafés do Caparaó. Os cafés especiais também têm se tornado uma importante fonte de geração de renda e oportunidade de trabalho para as famílias”, disse Matheus. Ele ressaltou que os cafés especiais estão inseridos no Circuito Turístico das “Serras, Águas e Cafezais”, que reúne empreendimentos de Iúna (ES) e Irupi (ES). (FONTE: Incaper)

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