Ed. 115 Junho 2016

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EDITORIAL

FOTO DE CAPA SELO DE ANIVERSÁRIO Criação: Editora Attalea

TECNOLOGIA

13 CHB Sistemas integra emissor de Nota Fiscal no CHBAGRO

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Com a integração do emissor de Nota Fiscal, o sistema CHBAGRO oferece informação e qualidade de dados desde o plantio até a venda final de qualquer tipo de produto.

LEITE

Produção de volumoso para a estação de inverno

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Artigo dos pesquisadores Glayk Humberto Vilela Barbosa e Vânia M. Ferreira Carrijo comprovam os benefícios e orientam os criadores sobre a produção de volumoso para a atividade leiteira.

Novo manejo nutricional aumenta desempenho

CAFÉ

Nesta edição destacamos os resultados na cadeia produtiva do café alcançados na EXPOCAFÉ, realizada em Três Pontas (MG) e na cadeia produtiva de hortifruti alcançados na HORTITEC, realizada em Holambra (SP). No setor de máquinas agrícolas, destaque para o otimismo das montadoras a partir do registro da ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, em maio deste ano, do crescimento de 19,3% na venda de máquinas agrícolas. Na pecuária de corte, uma boa notícia. Pesquisas com a criação de gado em sistemas silvipastoris indicam que a infestação por moscados-chifres é 38% menor do que no convencional. Já na pecuária leiteira, importante artigo que orienta pecuaristas sobre a importância da produção de volumosos para a estação de inverno. Na cafeicultura, destaque para os eventos: “Produtor Informado”, organizado pela COCAPEC em Franca (SP) e em Ibiraci (MG); pela participação da AMSC na Fispal-Café, em São Paulo (SP); pela realização da 9ª edição da GIMA - Gincana Intermunicipal do Meio Ambiente, organizado pela Labareda Agropecuária; e do “Circuito em Cafeicultura”, organizado pelo Grupo Bolsa em Ribeirão Corrente (SP). Na horticultura, além do sucesso dos eventos “2º Projeto Mais Seminis” e do “Open Field Day - Agristar”, destaque também para a nova variedade de cenoura (“Melissa”) na Região Sul do Brasil, bem como a liberação de comercialização duas novas variedades de pimentas desenvolvidas pela Embrapa: a “BRS Juruti” e a “BRS Nandaia”. Boa leitura a todos!!!

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Novo manejo nutricional proposto pela equipe da Casa do Café (Franca/SP) aumentou a produtividade, o rendimento do benefício e a peneira dos grãos colhidos em Ibiraci (MG).

Resistência de insetos à Tecnologia Bt

GRÃOS

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HORTALIÇAS

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este mesmo mês de Junho, há dez anos atrás, ocorria o lançamento da primeira edição da Revista Attalea Agronegócios, revista que propunha promover a divulgação de ações e atividades agropecuárias de “forma regionalizada”, alcançando alguns poucos municípios na região de Franca (SP). Com pioneirismo, profissionalismo, respeito aos clientes, organização, planejamento e conhecimento no assunto, a Editora Attalea alcançou a circulação Nacional, atendendo os mercados de SP, MG, PR, RS, ES, BA, MT, MS e GO. Hoje comemoramos 120 meses de trabalho, com muitas viagens, mais de 350 cidades visitadas, participação em muitos dias de campo, palestras, seminários, inaugurações, leilões, feiras e exposições agropecuárias, bem como eventos de negócios. Queremos agradecer aos leitores e às empresas parceiras pelo apoio e pela credibilidade dispensada em todo este tempo. Graças às parcerias com grandes instituições e empresas do setor, com o apoio direto também das principais Agências de Publicidade e Agências de Comunicação do País, associado ao trabalho e persistência de toda nossa equipe, a Revista Attalea Agronegócios tornou-se um dos principais canais de informação do agronegócio Nacional. De revista impressa regional a revista de circulação nacional, a Revista Attalea Agronegócios promove atualmente a divulgação de fatos, notícias e tecnologias agropecuárias também em nosso site e em nossas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Flickr e Google+).

DESTAQUE: ANIVERSÁRIO

ESTAMOS EM FESTA: 10 ANOS!!

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Em artigo da DuPont Pioneer, apresenta informações dos crescentes perdas no cultivo de milho por ataques de lagartas (Cartucho, Rosca, Espiga, Elasmo e Broca) resistente à Tecnologia Bt

Mais de 30 mil visitantes na 23ª HORTITEC

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Apresar do cenário de crise, recessão e instabilidade econômica, mais de 30 mil pessoas visitaram os mais de 450 expositores na maior feira da Cadeia Produtiva de Hortifruti e flores do País.


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contatos

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JOAQUIM JOSÉ C. ASSUNÇÃO (joaquimassuncao74@gmail.com) Consultor em Agronegócios - Batatais (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LUAN HENRIQUE M. OLIVEIRA (luan.h.m.o@gmail.com) Estudante - Franca (SP). “Estou cursando Técnico em Agropecuária e Agronegócios e gostaria de assinar a Revista Attalea”. VIVIANI SILVA RODRIGUES (vivianisilvarodrigues@gmail.com) Estudante - Franca (SP). “Estou cursando Técnico em Agropecuária e Agronegócios e gostaria de assinar a Revista Attalea”. JOÃO CARLOS SEVILHA (joao.financeiro@plasutil.com.br) Engº Agrônomo - Bauru (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO GONÇALVES SOBRINHO Agricultor - Itamogi (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. FLORO VITALINO (danilotecnicoagricola@outlook.com) Cafeicultor - Itamogi (MG). “Sou produtor de café há mais de 50 anos e gostaria de receber a Revista Attalea”. DEBORA MARIA BARROS CAETANO (deboramariabarros@hotmail.com) Estudante - Uberlândia (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LORENA SALOMÉ (lorenasalome@yahoo.com.br) Pecuarista - Belo Horizonte (MG). “Quero assinar a Revista Attalea”.

FRANCIELLY MENEZES EDUARDO (fran.mes100@gmail.com) Tecnóloga em Agronegócios - Janaúba (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. LIVIA MENDES BRANDÃO (liviamb_12@hotmail.com) Engª Agrônoma - Monsenhor Paulo (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea”. FERNANDO CÉSAR MEDONÇA (fm.mendonca@outlook.com) Cafeicultor - Franca (SP). “Estou cursando Técnico em Cafeicultura e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. RITA DE CÁSSIA FERREIRA E SILVA (ritacfsilva21@hotmail.com) Engª Agrônoma - São Sebastião do Paraíso (MG). “Trabalho com Assistência Técnica, controle e gestão com produtores de hortaliças, bovinocultura leiteira e certificação fitossanitária de origem. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. AMARILDO SILVA MORAIS (amarildosilvamorais@yahoo.com.br) Pecuarista - Conselheiro Lafaiete (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. JOSÉ CLEOMAR MEIRELLES SILVA (isac2387@mail.com) Pecuarista - Ipiranga do Sul (RS). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.

LARISSA ZANDONÁ ZAUL (laryzandona4@gmail.com) Estudante - Bernardino de Campos (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea para me auxiliar na Faculdade de Agronegócios que estou cursando na FATEC de Ourinhos. MARCILIO CELSO BALDOCHI (marcilio.celso@gmail.com) Cafeicultor - Batatais (SP). “Recentemente participei de um Fórum sobre Cafeicultura em Franca e tive contato com a Revista Attalea Agronegócios. Achei a revista muito interessante e gostaria de parabenizá-los pelas interessantes matérias, bem como receber/assiná-la”. ALVIM DA SILVA BERNARDO (projetarastec@gmail.com) Técnico em Agropecuária - Muriaé (MG). “Sou proprietário de empresa de assistência técnica rural e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. BRENO HENRIQUE CARRION (brenocowboy2008@hotmail.com) Especialista em Café - Ibiraci (MG). “Sou Técnico em Classificação e Degustação em Café e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

RENATO MARCELO ANDRZEJEWSKI (renatocross@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - Vilhena (RO). “Gostaria de receber a Revista Attalea”.

PAULO CARVALHO (paulocarvalhodigital@gmail.com) Consultoria - Jardinópolis (SP). “A consultoria Connex Assessoria Empresarial trabalha quase que exclusivamente para o setor de agronegócios e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios, pois traz matérias interessantes e importantes para o meu trabalho”.

DANNILO CASTALDI DE FARIA (projetagro2@outlook.com) Empresário - Patrocínio Paulista (SP). “Nós da PROJET AGRO gostaríamos de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

RENATA SOUZA (renatasouza8@hotmail.com) Estudante - Ribeirão Preto (SP). “Sou graduanda em Engª Agronômica e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.


LEITE

Interpretação de prova genética de bovinos leiteiros

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MÁQUINAS

Barter com café já rendeu R$ 25 milhões

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uando a LS Tractor lançou, em 2014, a modalidade de financiamento de trator baseado em preço de café, pensou em criar uma facilidade para os seus negócios e projetava um bom movimento com este sistema implantado pioneiramente na cafeicultura, pela empresa. Passados dois anos desta iniciativa a avaliação da LS é que esta forma de financiamento foi uma ação que deu grande resultado e possibilitou a venda de muitas unidades nas regiões cafeeira do País, alcançando um faturamento em torno de R$ 25 milhões nos seus dois anos de operação. Conforme assegura o diretor comercial da LS Tractor, André Rorato, o Barter foi criado pioneiramente pela LS, para facilitar a aquisição do equipamento, por parte do produtor de café. Ele explica que o cliente ao fechar o negócio opta por pagar em saca de café e pode fazer isto com prazo de três safras. “Fizemos um acordo com operadores de café para que recebessem o produto deste cliente como forma de pagamento do trator”, explica Rorato. CONSÓRCIO – Outra modalidade que está tendo um aquecimento nos negócios é o consórcio. Em tempos de dificuldade em acessar financiamentos governamentais tanto pela demora na liberação quanto nos seus custos atuais, o consórcio virou uma opção de compra de trator para

FOTO: Agência Agropress

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Modalidade de financiamento de trator tem sido um impulsionador de negócios

quem não tem a necessidade imediata do produto. “É uma forma de planejar a compra a custos mais compatíveis com a realidade econômica do momento”, salienta Rorato, acrescentando que o movimento desta modalidade está bem forte na LS Tractor a ponto de terem que fazer uma Mega Assembleia durante o Agrishow 2016, principal feira de máquina agrícola do Brasil, que acontece a partir do dia 25 de abril, em Ribeirão Preto. (Fonte: Nelson Moreira / Agropress)

Venda de máquinas agrícolas avança e gera otimismo nas montadoras A

pesar da safra recorde, dos altos preços das commodities e de linhas de crédito razoavelmente vantajosas, o mercado de máquinas agrícolas continua patinando no Brasil. No acumulado do ano, as montadoras amargaram com uma queda de 36% no volume de vendas em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado. No entanto, mesmo com um cenário desfavorável, as empresas estão confiantes. De acordo com dados da ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, em maio, pela primeira vez neste ano, as empresas registraram um crescimento de 19,3%. Ao todo, foram vendidas 3.444 unidades. Segundo as empresas, o resultado de maio é um reflexo dos negócios fechados em feiras agrícolas espalhadas pelo país e do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), em que a taxa de juros era de 7,5% ao ano, abaixo da taxa Selic (14,15%) e da inflação de 2015 (10,67%). “Esperamos um cenário de estabilidade até o final do ano e acreditamos que o crescimento do agronegócio deve ser retomado no final do ano e início de 2017. Também acreditamos que teremos safras recordes”, afirma o di-

retor Comercial da Case IH, César Di Luca. Segundo o diretor comercial da Massey Ferguson, Rodrigo Junqueira, os produtores rurais estão cautelosos, mas eles sabem que para garantir a boa rentabilidade de suas lavouras será necessário manter o planejamento. “E consequentemente a renovação da frota e as novas aquisições, principalmente optando por produtos mais tecnológicos”, diz. Na opinião de Alexandre Blasi, diretor Comercial da New Holland para o Brasil, as perspectivas para o segundo semestre são boas. “Mesmo com o reajuste na taxa de juros da Moderfrota, ela ainda será menor que a Selic e a inflação. Esperamos com otimismo as definições do novo governo. Não teremos alguns problemas climáticos que afetaram algumas regiões nesta safra que passou. Acho que tudo tende a melhorar”, torce Blasi. O gerente de vendas da Valtra, Luiz Cambuhy, também está otimista com o segundo semestre. “O plano agrícola do governo para o biênio 2016/2017 prevê que mais de R$ 200 bilhões sejam destinados ao crédito para produtores rurais, número 8% maior em relação à safra anterior”, afirma. (Fonte: Gazeta do Povo)


FENICAFÉ 2015

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TECNOLOGIA

Ferramenta atende a exigência quanto à descontinuidade do emissor gratuito de Notas Fiscais Eletrônicas

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CHB Sistemas passará a integrar o emissor de nota fiscal em seu sistema CHBAGRO. Com mais essa ferramenta, o sistema oferece informação e qualidade de dados desde o plantio até a venda final do produto. A partir de janeiro de 2017, será descontinuado os emissores de nota fiscal eletrônica (NF-e) gratuito, oferecido pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. “A CHB Sistemas sai na frente e passará a disponibilizar este módulo em seu sistema”, afirma Gley Barbosa, gerente comercial da CHB Sistemas. Com a gradual adesão das empresas aos sistemas de documentos eletrônicos, o Fisco Paulista verificou que a maioria dos contribuintes deixou de utilizar o emissor

FOTO: Divulgação CHB Sistemas

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CHB Sistemas sai na frente e integra o emissor de nota fiscal em seu sistema CHBAGRO

Gley Barbosa, gerente comercial da CHB Sistemas.

gratuito e optou por soluções próprias, incorporadas ou personalizadas a seus sistemas internos. Apesar dos investimentos realizados, recente levantamento da Secretaria da Fazenda aponta que o total de NF-e geradas por empresas que optaram por emissores próprios somam 92,2%. Os contribuintes que tentarem realizar o download dos emissores de NF-e receberão a informação sobre a descontinuidade do uso dos aplicativos. A partir de 1º de janeiro de 2017 não será mais possível fazer o download dos emissores. A Secretaria da Fazenda recomenda que os usuários que já tenham o aplicativo instalado façam a migração para soluções próprias antes que a introdução de novas regras de validação da NF-e impeçam o seu correto funcionamento. “A vantagem de usar o CHBAGRO integrado com a emissão de nota fiscal eletrônica é que o mesmo permite gerenciar todas as etapas do processo, baixando o estoque e gerando contas a receber”, conta Gley Barbosa. Segundo ele, a decisão da Sefaz segue a tendência do mercado e da própria necessidade de simplificar e unificar processos dentro das empresas. “Essa é uma ótima oportunidade para os empresários do agronegócio aprimorar seus processos, atualizar seus sistemas, buscando informações precisas sobre todas as etapas, desde o plantio até a venda do produto, o que irá facilitar e muito as tomadas de decisões sobre a sua empresa agrícola,” completa Gley Barbosa.


PECUÁRIA DE CORTE

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EMPRESAS

CAMPAGRO REALIZA STOLLER SOLUÇÃO 26ª CONVENÇÃO ANUAL CONTRA NEMATÓIDES

CASP COMEMORA 80 ANOS NO AGRONEGÓCIO

A Campagro (www.campagro.com) realizou no mês de junho a sua 26ª Convenção Anual. Comandada por Carlos Eduardo de Freitas e José Gilberto de Freitas, irmãos e diretores da Campagro, contou com a participação de colaboradores e prestadores de serviços da empresa. Com uma equipe de consultores experientes e técnicos especializados em café, cana de açúcar, milho e soja, a revenda agropecuária é considerada uma referência para o agronegócio em várias cidades das regiões da Alta Mogiana, Triângulo Mineiro e Sudoeste Mineiro, com sede em Orlândia (SP) e com filiais em Batatais (SP), Franca (SP), Guaíra (SP), Morro Agudo (SP), Passos (MG), Uberaba (MG), Sacramento (MG), Piumhi (MG), Bambuí (MG) e Ibiraci (MG).

Responsável pelo desenvolvimento de equipamentos e soluções completas para avicultura, suinocultura e armazenagem de grãos, a CASP (www.casp.com.br) completou neste mês de junho, 80 anos de atuação e comemora sua participação no desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Pioneira graças aos constantes investimentos em tecnologia e formação de conhecimento, a empresa é líder no mercado de incubadoras (detém 80% de market share), e de equipamentos para aviários, com 35% do mercado brasileiro. “90% do frango produzido no Brasil passa, em algum momento de sua vida, por um equipamento produzido pela CASP”, afirma a diretora executiva da companhia, Anelise Marques.

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A Stoller do Brasil (www.stoller.com.br) acaba de adquirir a empresa Rizoflora, que nasceu de uma parceria com a UFV - Universidade de Viçosa (MG), e lança o nematicida biológico Rizotec, produto que auxilia significativamente no combate aos nematóides (principais desafios da produção agrícola atual e que causam prejuízos superiores a R$ 35 bilhões anuais em diferentes culturas no Brasil). O bionematicida Rizotec é um isolado do fungo Pochonia chlamydosporia que foi selecionado por sua virulência aos nematóides e alta capacidade de se reproduzir. Estudos realizados em áreas comerciais de soja, em quatro estados do país na safra 2015/2016 mostraram que o uso do Rizotec promoveu incremento médio de 4,5 sacas/hectare.

VALTRA AMPLIA VENDA DO SIAGRI CRIA DIRETORIAS DE ERRATA ROGATOR E TERRAGATOR INOVAÇÃO E DE QUALIDADE “Fertilizantes Classe A”

Desde que foram apresentados durante a AGRISHOW 2016, os aplicadores “Challenger Rogator 1300 Spinner” e o “Terragator 8300 Spinner” e “Terragator Airmax”, da Valtra (www.valtra.com.br), tiveram grande interesse dos produtores rurais. Agora, além do Mato Grosso, passam a ser comercializados também na Bahia, ampliando a região de atuação destes produtos que são referências mundiais em distribuição de fertilizantes. O Rogator é um equipamento que entrega excelente qualidade de aplicação de fertilizantes e calcário em qualquer tipo de solo e topografia. Por sua vez, o Terragator é um aplicador equipado com os sistemas Airmax ou sistema Spinner, responsáveis pela maior precisão na distribuição de fertilizantes e calcário.

A SIAGRI (www.siagri.com.br), empresa que há 18 anos atua no mercado de software de gestão para agronegócio, anuncia a criação de duas novas diretorias: Novos Produtos, sob o comando do executivo Eduardo Bitu e de Desenvolvimento, sob o comando do executivo Francisco Filho. As novas áreas substituem a antiga diretoria de produtos, que concentrava todas as ações relativas à manutenção e desenvolvimento de softwares. Segundo Carlos Barbosa, diretor presidente, a reestruturação está alinhada à estratégia da companhia. “O agronegócio está entre as atividades econômicas com o maior potencial de crescimento do país. Acreditamos que este é o caminho para o crescimento representativo e sólido da Siagri no agronegócio”.

Na edição nº 114, de Maio de 2016, publicamos uma matéria em que acompanhamos a realização de um evento de cafeicultores no Sul de Minas e Alta Mogiana, da qual citamos a fala de um consultor de que “(...) Trata-se de um Organomineral Classe A, único indicado para uso em agricultura de produção de alimentos. (...)” Com base nas Instruções Normativas nº 27 (05 de junho de 2006) e nº 25 (23 de julho de 2009), da SDA - Secretaria de Defesa Agropecuária, do MAPA - Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que estabelecem “Normas sobre as Especificações e as Garantias, Tolerâncias, Registro, Embalagem e a Rotulagem dos Fertilizantes Orgânicos Simples, Mistos, Compostos, Organominerais e Biofertilizantes destinados à Agricultura”, fica claro que os Fertilizantes Orgânicos simples, mistos, compostos e organominerais são classificados de em 4 classes, de acordo com as matérias-primas utilizadas na sua produção, e em todos os casos resultando em produtos de utilização segura na agricultura. Desta forma, ressaltamos que, não somente os de Classe A são indicados para a produção de alimentos, mas também os de Classe B, C ou D.


EMPRESAS

9º BRASIL AGROCHEM- CASALE: TECNOLOGIA DUPONT OBTÉM REGISTRO SHOW SERÁ EM AGOSTO PARA SISTEMA INTENSIVO DO INSETICIDA VERIMARK® 13

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Organizada anualmente pela AllierBrasil Agro e a CCPIT da China, a 9ª Brasil AgrochemShow (www.agrochemshow.com.br), o mais importante trade-fair internacional de agroquímicos da América Latina, acontecerá nos dias 22 e 23 de agosto, no Hotel Maksoud, em São Paulo (SP). São esperadas cerca de 400 pessoas nos dois dias de evento entre fabricantes, traders de defensivos agrícolas e representantes de empresas da China, Índia, Paraguai, Argentina, Estados Unidos, Europa, Brasil, entre outros. Neste ano, haverá tabletop (Rodada de Negócios) e palestras com o foco principal em registros de agroquímicos (CCPIT-China, MAPA, IBAMA, ANVISA, Allier Brasil, Arysta LifeScience e Rothmann Sperling Padovan Duarte). A 9ª Brasil Agrochem Show tem por objetivo oferecer um espaço para criar o diálogo e gerar negócios entre os players de defensivos agrícolas e representantes de empresas de vários países. Os patrocinadores do evento são: Dinagro, Sementes Semeali, CHD´S Agroquímica e a Iprochem. Inscrições Reservas pelo Telefone: (11) 2368-1333 ou pelo email patricia@continenttravel.com.br, com Patricia Caldas

O sistema de produção intensivo em pecuária bovina inclui, além da organização e da precisão em todas as ações e processos da fazenda, um olhar especial para o bem-estar dos animais. A Casale (www.casale.com. br) desenvolveu o Rotormix Profi, utilizada com muita eficácia pela Fazenda Agrindus. É indicada para confinamentos de médio e grande porte, possui tempo médio de mistura de três minutos, proporcionando eficiência no manejo, além de uma dieta homogênea, suave e palatável para o gado. Além destes recursos, o equipamento conta com a terceira geração de rotor de mistura, o Rotoflex-ECO, produto exclusivo, sustentável e patenteado pela marca. Seu principal diferencial é a economia de diesel ou eletricidade em até 15% e consequentemente redução da emissão de carbono. Podendo ainda ser construída em aço inox, mais leve em 12% em relação a de série, construída em aço carbono.

ALGAR AGRO FECHA NOVO CONTRATO DE BARTER PARA FERTILIZANTES

A Algar Agro (www.algaragro.com.br) braço agrícola do grupo Algar, fechou mais um contrato para realização de “barter” (troca de insumo por entrega futura de grãos). Desta vez, a parceria é com a Fertilizantes Tocantins, que é líder no mercado onde atua e com forte presença no Norte, Nordeste e Centro Oeste do país, principalmente na região chamada do MAPITOPA (Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará). Segundo a diretora de originação da Algar Agro, Suzi Pereira, a parceria tem o objetivo de oferecer mais agilidade ao produtor para a compra dos fertilizantes, evitando atraso no plantio. “O pagamento dos insumos será com o grão colhido na safra 2017, Conseguimos, com esta parceria estar mais próximo do produtor da região do MAPITOPA, estreitando ainda mais nosso relacionamento dentro da cadeia produtiva”, destacou a diretora. Com 12 anos de fundação, a Fertilizantes Tocantins conta com quatro fábricas estrategicamente localizadas: Porto Nacional (TO), São Luís (MA), Querência (MT) e Barcarena (PA), além de um escritório comercial em Luiz Eduardo Magalhães (BA).

A DuPont Proteção de Cultivos (www.dupont. com.br) anuncia que obteve o registro definitivo dos órgãos reguladores para o inseticida Verimark®. Um produto de última geração, cujo ingrediente ativo é o Ciantraniliprole, Verimark® passa a compor o programa de inseticidas da companhia, recomendado para uso em 28 culturas, principalmente hortifrútis: alface, batata, tomate e outras. Recomendado no controle de pragas importantes como mosca-branca (Bemisia tabaci), mosca-minadora (Lyriomyza huidobrensise) e traça das crucíferas (Plutella xylostella). O produto, segundo a DuPont, contribui para o estabelecimento da cultura, quando aplicado no início do ciclo. As aplicações de Verimark® são direcionadas para uso no solo.A chegada de Verimark® permitirá ao produtor adotar o Programa DuPont Verimark® e Benevia® nas culturas para as quais ambos os produtos têm registro.


PECUÁRIA

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ma boa notícia para os pecuaristas que estão investindo em sistemas silvipastoris, em que o plantio de árvores é associado à criação de gado e ao cultivo de forrageiras para pastagens. Pesquisas realizadas na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), indicam que a infestação por mosca-dos-chifres nesse modelo de integração é 38% menor do que no convencional. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Márcia de Sena Oliveira, alterações de microclima e a microfauna associada ao bolo fecal dos bovinos criados nesses sistemas afetam a dinâmica da população das moscas. Para obter informações mais concretas, foi realizado um estudo do comportamento das infecções por vermes e das infestações pelo carrapato (Rhipicephalus microplus), mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) e berne (larvas de Dermatobia hominis) em bovinos de corte. A comparação foi realizada entre animais criados em pastagem integrada com árvores nativas e criados no modelo pecuário convencional, apenas pastagem e gado. A pesquisa ocorreu entre 2013 e fim de 2015 na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste. A análise dos dados de contagens de carrapatos não mostrou diferenças significativas entre os dois sistemas, embora os animais criados no modelo convencional tenham apresentado médias um pouco superiores. Em relação aos vermes e aos bernes, os testes nos dois sistemas mostraram médias de parasitismo semelhantes. Já para a mosca-dos-chifres, foram encontradas diferenças significativas nos animais dos dois modelos. As menores médias foram observadas na integração da pecuária com as árvores nativas. Para a pesquisadora, tal fato pode ocorrer devido à maior quantidade e diversidade da microfauna associada aos bolos fecais dos animais criados no sistema com árvores e que atuam como predadores das fases de vida livre desse parasita. As fêmeas da mosca-dos-chifres colocam seus ovos nas fezes frescas dos bovinos, local em que se desenvolvem. “Esses insetos associados ao bolo fecal podem ter influenciado na menor infestação de moscas no silvipastoril, porque reduziram o desenvolvimento das fases de vida livre do parasita”, explica. Ou seja, a maior diversidade e quantidade de insetos no sistema silvipastoril pode indicar que nesse modelo as interações ecológicas contribuem para o equilíbrio populacional de ectoparasitas, como a mosca-dos-chifres. Na propriedade de Maria Fernanda Guerreiro, na cidade de Brotas (SP), a mosca-dos-chifres não é problema. Segundo ela, a integração da pecuária com árvores mostrouse eficiente nesse controle. Empiricamente, é o que a pecuarista vem constatando ao longo do tempo, confirmando os resultados obtidos pela pesquisa da Embrapa. Em 2011, quando implantou o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) na fazenda, Maria Fernanda arrendou cerca de 20 hectares para criação de gado. “Eu arrendei uma parte para o meu vizinho, que tem uma produção extensiva, em sol pleno. Eu manejei os animais

FOTO: Gisele Rosso

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Infestação por mosca-dos-chifres é menor em sistema silvipastoril

no sistema ILPF”, conta. O arrendatário, segundo ela, fazia o controle de endo e ectoparasitas constantemente em sua fazenda. Na época de fazer o controle, ele foi até a propriedade, preparado para aplicar o inseticida e as vacinas nos animais. No entanto, o vizinho não precisou usar a medicação. “A gente vê, na prática, que diminui. Não chega a não ter moscas, mas a quantidade é muito menor do que no convencional. Principalmente em uma área que eu tenho com a árvore citriodora (Corymbia citriodora). Não sei se é o cheiro, mas houve uma diminuição significativa, tanto de mosca, quanto de carrapato. É importante destacar que na fazenda do arrendatário, que usa o sistema convencional, com a mesma categoria animal e mesma procedência, ele precisou fazer o controle”, explica. Diferentemente de Maria Fernanda, o produtor Henrique Barbosa Strang, da Fazenda Tradição, no Município de Lavínia (SP), sofre com infestação de mosca-dos-chifres, principalmente no verão. Strang possui gado de corte, da raça Nelore, em uma fazenda convencional. Para ele, os principais prejuízos com a mosca são a perda de peso, gastos com inseticidas e manejo desnecessário com o gado no curral. “As moscas promovem um incômodo diário, fazendo com que os animais gastem energia na tentativa de dispersálas”, explica. No verão, época de maior incidência, os animais são tratados com produtos de melhor eficácia. “Já nas épocas de menor incidência, apenas tratamos os animais se realmente a infestação atingir um nível de incômodo grande, daí os produtos são os mais baratos”, diz. O produtor considera plantar eucaliptos de forma integrada, como nova fonte de renda e para agregar valor à propriedade. Para ele, a informação de que a infestação por mosca-dos-chifres é menor nesse tipo de modelo contribui para fortalecer ainda mais a ideia de implantar o sistema integrado em sua fazenda.


MÁQUINAS

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EXPERIMENTO - A pesquisa realizada pela Embrapa Pecuária Sudeste utilizou 32 bovinos da raça Canchim – 16 em cada um dos sistemas. O projeto foi financiado pela FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Os animais entraram no experimento desmamados, com idade próxima aos oito meses. Foram identificados por brincos, vacinados contra febre aftosa e clostridioses, além de tratados com carrapaticida e anti-helmíntico. Todos os animais receberam suplementação mineral e água durante o período em que ficaram nos piquetes, na forma de pastejo rotacionado. Durante toda a estação seca, FOTO: Gisele Rosso

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MOSCA-DOS-CHIFRES - Infestações pela mosca-doschifres, juntamente com carrapatos e infecções por vermes, estão entre as principais parasitoses bovinas. Além do prejuízo econômico para os pecuaristas, os parasitas afetam a saúde e o bem-estar animal. Outro problema é o aumento do número de insetos resistentes aos produtos usados para o controle da mosca. O uso inadequado e frequente favorece a seleção de parasitas mais resistentes. “Os pecuaristas não gostam de ver as moscas em torno dos animais. Então, eles usam o inseticida de modo incorreto e sem controle, causando a resistência”, explica a pesquisadora. Essa é uma preocupação do pecuarista Henrique Strang. Para evitar os riscos de resistência, ele faz rotação de pastagem. “Procuramos não utilizar inseticidas muito agressivos, com efeitos prolongados e que possam interferir nos inimigos naturais da mosca”, enfatiza. A mosca-dos-chifres parasita bovinos, bubalinos e equídeos, principalmente. Elas alimentam-se de sangue. Seu desenvolvimento depende de condições climáticas favoráveis. Segundo a pesquisadora Márcia, é importante destacar que os resultados de produtividade foram iguais tanto para o convencional como para o silvipastoril. Tal fato indica que o manejo das doenças não precisa ser diferenciado para qualquer dos parasitas estudados, especialmente em relação à mosca-dos-chifres, que teve sua população reduzida na integração da pecuária com árvores. O bem-estar dos animais também foi observado nesse modelo, porque as árvores contribuíram para a redução da temperatura com áreas sombreadas. “Os animais criados no silvipastoril apresentaram temperamento mais dócil e calmo, além disso ficaram mais tempo pastejando. Para o produtor é um aspecto positivo, já que os animais ganham mais peso e produzem mais leite”, conta.

FOTO: Gisele Rosso

PECUÁRIA

A pesquisadora da Embrapa Márcia de Sena Oliveira.

receberam mistura mineral proteinada. As contagens de parasitas foram feitas com intervalos de 42 dias, correspondendo a um ciclo de pastagem, já que os animais deveriam ser levados ao curral para pesagens. Foram realizados diferentes tipos de análises para chegar aos resultados. Os dados parasitológicos foram avaliados relacionando-os com os dados climáticos, a capacidade de suporte das pastagens, o ganho de peso, os indicadores de bem-estar e saúde dos bovinos, além de dados relativos à microfauna associada aos bolos fecais, nos dois tipos de sistema. Durante o período do experimento, os pesquisadores envolvidos realizaram 18 coletas de fezes, sangue e contagens de parasitas. Segundo Márcia, nessa pesquisa a Embrapa buscou dados mais consistentes, que pudessem facilitar a indicação dos sistemas silvipastoris para os produtores rurais. No entanto, algumas interferências obrigaram os pesquisadores a estender o prazo do projeto. “Os últimos anos foram de intensa seca no Estado de São Paulo, principalmente em 2014, o que tornou mais difícil a obtenção desses dados, tendo em vista a baixa capacidade de suporte das pastagens. Para melhorar as nossas amostragens, o experimento foi estendido por mais seis meses, após o término do projeto”, conta. Os resultados indicaram que não são necessárias alterações no controle parasitário tradicionalmente usado nos sistemas convencionais, se o produtor optar por usar o silvipastoril nos moldes deste experimento. ÁRVORES E ANIMAIS - O sistema silvipastoril integra árvores, pastagem e gado na mesma área. Esses modelos têm sido boas alternativas para os produtores rurais diversificarem a produção e melhorarem a renda. Outro fator a ser considerado é que a implantação desse sistema é incentivada pelo governo federal, por ser uma tecnologia importante para redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Ao incluir árvores, o pecuarista proporciona bem-estar animal por meio de áreas sombreadas. No entanto, quando se integra o plantio de árvores com pecuária, o controle deve ser constante devido à competição por luz, água e nutrientes entre a pastagem e as espécies arbóreas. Não existe um modelo padrão para adoção. O produtor rural deve conhecer as possibilidades e implantar a alternativa mais viável para a realidade da sua propriedade. (FONTE: Embrapa Pecuária Sudeste)


LEITE

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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

baixa produção de forragens durante o período seco do ano tem sido apontada como um dos fatores que mais contribui para a produtividade reduzida dos rebanhos. A limitação na capacidade de suporte das áreas de pastagens tem contribuído para a queda acentuada nos índices de produção. Assim, a estacionalidade de produção de forragens, devido à filosofia do manejo adotado, vem dificultando a rentabilidade da atividade pecuária, pois o potencial de produção animal do País não pode ser alcançado, uma vez que o estoque de animais das pastagens é ajustado em função da produção mínima de “inverno”. A estacionalidade de produção de plantas forrageiras não é particularidade do Brasil. Vários países apresentam essa característica de distribuição sazonal de forragens durante o ano, principalmente devido à ocorrência de baixas temperaturas, limitando o crescimento das plantas forrageiras, o que determina curto período para a produção de alimentos. Devido a essas características, algumas alternativas são apontadas no sentido de amenizar essa situação, entre elas a intensificação de produção de volumosos suplementares durante o verão, visando à conservação de forragem para o inverno, ou mesmo a condução de culturas que se disponibilizem no inverno, como a cana-de-açúcar e seus subprodutos. A tomada de decisão na escolha de volumosos suplementares não é assunto recente, visto que tem sido objeto de análises anteriores por constituir-se uma etapa decisiva e condicional ao detalhamento operacional da produção de forragens nas fazendas. Um dos grandes desafios da pecuária leiteira é sem dúvida a produção de volumosos. Isso se explica principalmente pela sazonalidade na produção de forragem, ou seja, concentração de produção apenas no período das águas. Uma das alternativas para contornar essa situação é o cultivo de forrageiras de inverno, que possibilita o aproveitamento de áreas ociosas, otimiza a utilização da terra e disponibiliza volumosos de bom valor nutritivo para o rebanho durante o período seco. A implantação da cultura de inverno é interessante por suceder culturas como a de sorgo, milho na safra ou safrinha, e até mesmo na forma de sobre semeadura em pastagens de gramíneas tropicais irrigadas. A aveia preta, aveia branca, azevém, alfafa, nabo forrageiro e trevo são algumas opções de forrageiras para serem utilizadas. Como formas de utilização na dieta de vacas leiteiras, estas forragens podem ser fornecidas na forma de feno, pré-secado, pastejo ou ainda picado no cocho. Esta seria uma alternativa interessante para animais de

AUTORES 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

FOTO: Divulgação Glayk H.V. Barbosa

Produção de volumoso para a estação de inverno

alta produção, pois geralmente são forragens de alto valor nutricional, podendo atingir níveis acima de 20% de proteína bruta na matéria seca. Além disso, possui uma fibra de alta digestibilidade. Junto a esses benefícios, tais forragens podem servir como cobertura morta em sistemas de plantio direto, melhorando as condições químicas e físicas do solo. Em sistemas de produção que preconizam o pastejo, estas forragens também podem possibilitar economias na alimentação concentrada. A necessidade por alimentos sempre foi o fator determinante na utilização da terra transformando as reservas nativas em áreas de produção agropecuária. Desta forma, somente através de uma agropecuária altamente tecnificada e produtiva, utilizando ao máximo a área de terra atualmente explorada, poderemos alimentar a população humana e, simultaneamente, preservar as áreas nativas remanescentes. O cenário que vem se consolidando dia a dia no Brasil indica claramente o estabelecimento de mercados livres e, como tal, competitivos. O que, por conseguinte, exigem seto-

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res eficientes nas mais diversas atividades. Nesse panorama, a pecuária de leite brasileira, através dos sistemas de produção, procura estabelecer seu caminho e, para isto, são necessários metas e objetivos claros e bem definidos. Além disso, fundamentado com vistas ao atendimento de demandas do mercado, no seu entendimento mais amplo, e principalmente, à lucratividade do empreendimento. Portanto, precisamos ser cada vez mais produtivos para diluir custo. À medida que se demanda maior competitividade, há necessidade de se promover aumentos de eficiência, da eficácia e da qualidade daquilo que é produzido, mas também fica claro a importância de se reduzir custos de produção. Alguns critérios são desejados para se atingir a qualidade total no sistema de produção animal e, desta forma, para que se obtenha sucesso na produção de volumoso é necessário o emprego de tecnologia adequada e correta estratégia de utilização. Portanto, a segurança em qualquer modalidade de exploração animal (carne e/ou leite), somente é obtida quando há planejamento para que se tenha quantidade e qualidade de forragens em períodos críticos do ano. Sendo assim, a produção de volumoso, de maneira estratégica e com tecnologia adequada, pode proporcionar segurança e eficiência em qualquer sistema de exploração animal em regime de pasto e/ou confinado. As forrageiras são fontes de diversos nutrientes em uma dieta, mas fundamentalmente são fontes de fibra. Portanto, como as forrageiras são ricas em fibra, acabam sendo mais pobres em nutrientes do que os alimentos concentrados. Todo alimento rico em fibra tende a ser digerido mais lentamente e ter menor digestibilidade final. Entretanto, sua participação em uma dieta independente de proporcionalidade (dietas com baixa ou alta inclusão de concentrado) e, de acordo com sua qualidade, poderá determinar o grau de inclusão de concentrados na dieta para atender a exigência animal, implicando no custo final do confinamento. O conceito de qualidade é bastante amplo e controvertido, mas é sempre dependente de uma filosofia de trabalho e de objetivos a serem atingidos, estabelecidos de tal modo que contemplam as expectativas para as quais foram delineados, isto é, de uma maneira bem simples, que satisfaçam as necessidades dos operários da fábrica denominada de rúmen. Desta forma, espera-se que os produtos sintetizados neste ambiente ruminal possam ser utilizados pelo bovino na produção eficiente de carne e leite. Será tão difícil afirmar: Um volumoso de alta qualidade é volumoso de alta digestibilidade. Para isso, temos que levar em consideração algumas características: a) - A escolha de uma opção de forrageira ade-quada para a região (relação de índices pluviométricos) e para os propósitos do sistema de produção seja na forma de conservação de volumosos (silagem) ou mesmo uso in natura como: milho, sorgo, milheto, capineiras em geral, cana-de-açúcar e outros volumoso regionais, inclusive silagem de capim; b) - a condução agronômica adequada para a cultura escolhida e variedades estabelecidas; c) - conhecimento da fisiologia da planta escolhida para que se possa definir o momento adequado de colheita; d) - forma adequada de armazenagem; processamento do material (tamanho de partícula); e) -

FOTO: Divulgação Glayk H.V. Barbosa

LEITE

conhecimento da técnica da ensilagem são fatores determinantes para se produzir forragem de alta qualidade. Outro fator determinante para a escolha de uma forrageira para a ensilagem, além de sua produção de matéria seca (MS) por hectare, será o de calcular o quanto este alimento produz de nutrientes digestíveis totais (NDT) por hectare, e quanto custa este NDT produzido por esta forrageira. Em sistemas intensivos de produção animal, a silagem de milho poderá se constituir em uma fonte importante de volumoso, uma vez que sejam atingidas metas de satisfação para critérios qualitativos associados à produção de biomassa vegetal. Dentre os critérios que devem ser levados em consideração será a devida proporção e qualidade dos componentes estruturais na planta inteira: espiga (grãos + sabugo + palha), lâmina foliar, colmo, aliado ao teor de MS da planta inteira. As variações no valor alimentar de cultivares de milho está relacionado com a digestibilidade do colmo da planta, com a variação no conteúdo de grão, com a variação na ingestão e com as interações digestivas entre a forragem e o concentrado fornecido na dieta. A digestibilidade da parede celular depende, em parte, das suas características intrínsecas, principalmente do teor de lignina, as quais definem a sua susceptibilidade à degradação microbiana. Levando-se em consideração esta afirmação, poderemos ter uma redução de 1,0 a 1,5 kg de concentrado na dieta/animal/dia, e ainda podendo apresentar uma variação de ganho de peso de 4 a 6% a mais. Desta forma, a energia produzida na propriedade, em grande quantidade, certamente terá um custo muito menor do que se o produtor tiver que adquirir alimentos concentrados para a complementação da ração dos animais. Conclui-se, então, que para alimentar uma vaca leiteira durante todo o ano, de forma a propiciar condições para que ela expresse todo o seu potencial de produção, é preciso planejar a produção dos alimentos volumosos, de forma a garantir qualidade e baixo custo. Por outro lado, seja no pasto ou no confinamento, os suplementos concentrados de boa qualidade são indispensáveis para que se produza leite em maior escala, aproveitando-se o potencial dos animais e o potencial agrícola do clima e dos solos brasileiros.


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CAFÉ

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riado como uma das etapas do Programa Café Sustentável, o projeto “Produtor Informado” forma as primeiras turmas na região de atuação da COCAPEC. As aulas foram ministradas nas cidades de Franca (SP) e Ibiraci (MG), com alunos de diversas localidades. A capacitação foi divida em dois módulos. O primeiro, o aluno teve toda a orientação sobre os princípios básicos da informática que auxiliará na organização das informações de gestão da propriedade. O segundo, focado nas questões técnicas com Participantes do curso realizado em Franca (SP). os temas que compõem o organizações que definem as normas que operam no setor do Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC). O objetivo da formação é mostrar como aplicar as 11 café. Ele é alimentado pela IDH, uma organização holandesa áreas temáticas do CSC e com isso tornar a atividade agrícola sem fins lucrativos dedicada a promover a sustentabilidade em diversas cadeias produtivas mundiais. No Brasil quem faz mais sustentável. Na Alta Mogiana, a COCAPEC é uma das entidades a coordenação é Conselho dos Exportadores do Brasil (Cecaparceiras do Programa Café Sustentável, que por sua vez fé) e P&A International Marketing. Já as aulas do “Produtor é uma iniciativa público-privada global, que envolve par- Informado”, foram ministradas pelos profissionais da “Via ceiros de comércio e indústria, governos (locais), ONGs e Verde”. FOTO: Divulgação COCAPEC

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COCAPEC forma as primeiras turmas do projeto “Produtor Informado”

Selo vai certificar a qualidade das cápsulas de café J

á não é novidade que o mercado de cápsulas monodose cresce de forma promissora no Brasil e no mundo. Segundo a ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), em 2014 o país tinha oito torrefadoras atuando nesse setor – hoje, são mais de 90. Para garantir a qualidade da xícara, a entidade (que já possui regras como o selo da pureza para os grãos torrados e moídos) resolveu criar um programa de certificação com metodologia específica para avaliação do café em cápsula. O objetivo da iniciativa é gerar auxílio e apoio à indústria no conhecimento dos atributos de qualidade de café em cápsula. Informações como as características da crema (cor, brilho, persistência, consistência), os atributos da bebida (amargor, adstringência, corpo e sabor) e a intensidade

(grau de persistência do retrogosto) são avaliadas em uma escala de zero a dez. Itens como o peso do café, o ponto da torra, a granulometria e a espessura da crema também serão analisados. O consumidor deve encontrar os resultados no rótulo do produto, que passa a incluir a intensidade da bebida na mesma escala de zero a dez (do mais suave ao mais forte). A metodologia para avaliação das características da bebida foi desenvolvida pelo GAC (Grupo de Avaliação do Café) do Sindicafé-SP, pelo ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) e pelo Lab Carvalhaes (laboratórios credenciados pela ABIC para análise de café), com apoio do Instituto Totum (responsável pelo gerenciamento do programa). (Fonte: Mexido de Ideias)


CAFÉ

FOTO: Divulgação COCAPEC

O curso iniciou em março e concluiu suas atividades em junho com a realização de um Dia de Campo, em que os participantes puderam exercitar na prática os ensinamentos da formação. O encontro aconteceu em uma propriedade que explora a diversificação de culturas, mantendo na mesma área o café e as seringueiras. O grupo reecebeu informações para investirem na diversificação de culturas e o passo-a-passo de boas práticas agrícolas para o cultivo de café sustentável. Participaram do evento a Coordenadora de Projetos de Responsabilidade Participantes do curso realizado em Ibiraci (MG). Social e Sustentabilidade do CECAFÉ, Luciana Alves e a da qualidade de café, as boas práticas no pós-colheita para representante da P&A Marketing, Thais Goes, elas acom- garantir a melhor classificação dos grãos. panham e coordenam a formação nacionalmente. O gerente A COCAPEC formará quantas turmas forem nede comercialização de café da COCAPEC, Jandir de Castro cessárias para capacitar o seu cooperado. Os interessados deFilho, contribuiu no Dia de Campo, abordando a temática vem entrar em contato no fone (16) 3711-6285

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ARTIGO

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RUPTURA COM O PASSADO André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

m edição recente de uma revista de grande circulação no setor, como matéria de capa, fomos apresentados como “novos barões do café”. A referência aos barões trás junto uma lembrança que em nada se assemelha com a realidade dos produtores da nossa região: as memórias referentes ao modelo de produção, dos grandes latifúndios e da própria forma de como as terras foram concedidas. A Região da Alta Mogiana, sem sombra de dúvida, mudou de duzentos anos atrás para cá. Entretanto, continua com o café como base de sua economia e desenvolvimento, trazendo prosperidade. Mas com uma cafeicultura moderna, com predominância de pequenas e médias propriedades, acesso a tecnologia e com respeito aos seus colaboradores e ao meio ambiente. A atividade cafeeira de hoje, para manter-se competitiva no mercado, exige uma visão empresarial do produtor, mesmo que inserida em uma estrutura familiar. Não há mais margem para ineficiências ou ociosidade do proprietário. E o conceito de competitividade se desvincula cada vez mais do tamanho de propriedade e se aproxima a inovação e atitude do produtor. Não podemos pensar mais em comparativos de título ou grandeza, a sobrevivência atual está relacionada com velocidade de ação, posicionamento e conhecimento. E são nesses fatores que a Região da Alta Mogiana tem se dedicado e investido recursos para melhorar. A nova geração que chega à cafeicultura vem com uma bagagem de conhecimento técnico e em gestão com o objetivo de melhorar as lavouras, trabalhando produtividade, qualidade e acesso a mercado. E está plenamente consciente que deve se manter atualizada com a vanguarda das

pesquisas para poder entregar resultados que vão contribuir com o crescimento do negócio. A “herança” da terra vem por mérito e não mais por direito, porque, caso contrário, o mercado se encarrega de tirar da atividade aquele que está despreparado. O campo vive uma época em que os impactos sofridos pelo avanço tecnológico são constantes. Seja para proporcionar novas ferramentas ou para aproximá-lo dos anseios dos centros urbanos. Questões como segurança alimentar, preservação do meio ambiente e elevação da qualidade são efervescentes. Isso se reflete na cafeicultura. Não entregamos mais uma mercadoria, entregamos valor. Um valor percebido pela identificação da origem e por um processo de controle da qualidade entregue. E são esses desafios, aliados à expansão do agronegócio da cafeicultura e à sua profissionalização, com mecanismos de reconhecimento por meritocracia, que têm atraído jovens para as empresas e fazendas. Além disso, novas áreas de atuação têm contribuído para a aproximação das mais diversas formações profissionais. Segmentos como agricultura de precisão, sistemas de gestão, exportações diretas e o próprio nicho de cafés especiais com suas exigências em análise sensorial e torra de café, demandam novas habilidades e conhecimento. A complexidade da cadeia vem para abrir as portas para as oportunidades. As lideranças que surgem dentre a geração que chega hoje à cafeicultura da Região da Alta Mogiana se destacam por competência, inovação e visão de negócio. Do ciclo econômico do século XIX, o que queremos tirar de bom e continuar é ter no café uma atividade lucrativa que permita impulsionar o desenvolvimento regional, melhorando a qualidade de vida de toda a sociedade.


CAFÉ

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Região da Alta Mogiana marcou presença na FISPAL Café, que aconteceu entre os dias 14 e 17 de Junho de 2016 no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), para apresentar a Indicação de Procedência do Café da Região da Alta Mogiana. O estande foi organizado pelo Grupo Cafés da Alta, que reúne nove marcas de cafés especiais de produtores da Região, que buscam agregar valor ao seu produto utilizando o selo de Indicação de Procedência da Alta Mogiana e através do mesmo, levar ao consumidor final a rastreabilidade dos lotes de café verde. Foram realizadas degustações comentadas de todos os cafés com o objetivo de explicar ao consumidor o que são cafés especiais, o que é Indicação Geográfica, ressaltando a diferença dos cafés gourmet e os benefícios de comprar um produto com origem e qualidade garantida.

FOTOS: Divulgação Região da Alta Mogiana

Região da Alta Mogiana presente na FISPAL Café 23

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casal de produtores de café Márcio Amorim Chaves e Juliana Rodrigues, da fazenda São Miguel, de Ibiraci (MG) utilizou na última safra o manejo nutricional proposto pela Casa do Café nesta última safra, e obteve resultados comprovados de incremento de produtividade, rendimento no benefício e peneira dos grãos colhidos. Para se avaliar o desempenho do manejo proposto, foi feito um teste lado a lado em uma lavoura de Catuaí-99, de primeira safra, e espaçamento de 3,5 m por 0,70 m. A comparação foi feita entre a fertilização convencional com a fertilização de liberação controlada, o Polyblen. Na área de fertilizante convencional adubou-se com 980 Kg/ha do fertilizante 20.05.20 em três parcelamentos, mais 816 Kg/ha do fertilizante 21.00.21, em dois parcelamentos. Esse tratamento forneceu 370 Kg de N, 49 Kg de P2O5 e 370 Kg de K2O. Na área de Polyblen, trabalhou-se 1120 Kg/ha de Polyblen 25.06.14 + 9,6% S, sendo esta dose diFOTOS: Divulgação Casa do Café

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Produtores de Ibiraci (MG) conseguem aumentar o desempenho da lavoura com novo manejo nutricional

vidida em dois parcelamentos, a primeira em Outubro de 2015 com 780 Kg/ha e a segunda em Janeiro de 2016, com 340 Kg/ha. Todos os demais tratos culturais foram iguais para as duas áreas, incluindo fertilizações foliares, correção de solo e de boro via solo. Os tratamentos podem ser visualizados na Tabela 1. Tabela 1 - Manejo nutricional adotado no teste da Fazenda São Miguel TRATAMENTO

Convencional

Casa do Café

20.05.20

ÉPOCA DE APLICAÇÃO Outubro

DOSE (kg/ha) 326

20.05.20

Novembro

326

20.05.20

Dezembro

326

21.00.21

Janeiro

408

21.00.21

Fevereiro

408

Polyben

Outubro

780

Polyben

Janeiro

336

FÓRMULA

Foram realizadas avaliações durante todo o período vegetativo da lavoura e observou-se incremento médio 1,1 internódio nos ramos avaliados no período. A colheita do teste foi realizada no dia campo, na presença de 32 produtores da região. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Resultados colhidos na Fazenda São Miguel (Ibiraci/MG) LITROS CAFÉ CEREJA/PLANTA

Convencional

4,8

PENEIRA 16 ACIMA 63%

Casa do Café

5,2

67%

TRATAMENTO

PRODUTIVIDADE SC/HA 51,2

46,3

Os benefícios ao se adotar um manejo proposto são diversos, maior desenvolvimento da lavoura, menor disponibilidade ao ataque de pragas e doenças, uniformidade da lavoura, menores danos por salinidade no sistema radicular e baixeiro e menor numero de entradas na lavoura para fazer fertilização. Os resultados obtidos neste ensaio, corroboram com uma tendência observada em diversas propriedades da região. O produtor, ao adotar um manejo nutricional mais eficiente obteve um ganho de 4,9 sacos de café beneficiado por hectare e ainda houveram ganhos em qualidade pela maior peneira. Vale ressaltar, que esse nível de ganho tem sido observado em várias lavouras, com sucessivas repetições.


FEMAGRI

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Adriana Dias

9ª edição da GIMA - Gincana Intermunicipal peloMeio Ambiente, organizado pela Labareda Agropecuária, foi realizado no último dia 04 de junho e contou com a participação de alunos das seguintes escolas: EMEB “Jarci Araci de Matos”, de Cristais Paulista (SP); da escola “Sueli Contini”, de Franca (SP); das escolas “Irmãos Matos” e “Luís Andrade”, de Patrocínio Paulista (SP); das escolas “Maria Isabel de Camargos”, “Aparecida Ramos”, “Nova Pedregulho”, “Maria Madalena Striotto de Souza”, de Pedregulho (SP); e da escola “José Renato Nogueira Ambrósio”, de São José da Bela Vista (SP). Com um número total de 600 crianças participantes, mais professores e diretores, e abordando o tema da GIMA 2016 foi “Olimpíadas da Sustentabilidade”, a abertura do evento contou a participação do Tiro de Guerra, bem como atletas da equipe de basquete e de handebol de Franca (SP). A gincana contou com várias provas, sendo que os par-

FOTOS: Divulgação Fazenda Labareda

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Mais de 600 crianças de 5 municípios participam da 9ª GIMA - Gincana Intermunicipal do Meio Ambiente

Os filhos Lucas e Gabriel Lancha, e os pais Flávia Lancha e Gabriel Oliveira.

ticipantes são avaliados por um corpo de jurados. O ponto alto do evento foi a apresentação de danças temáticas de cada cidade, bem como a coreografia do ‘grito de guerra’ de cada escola. Foram sorteadas 110 bicicletas entre as crianças participantes, além de bolas de futebol e chaveiros. Todas as crianças saíram com algum presente da gincana. O evento foi organizado com esmero pela equipe da Labareda Agropecuária, comandada pela estusiasta Flávia Lancha, diretora da empresa. E contou com o patrocínio das empresas: MultFertilizantes, NewCross, Sorvetes Perfetto, Usina Alta Mogiana, Oimasa-Massey Ferguson, Bayer CropScience, Dedeagro, A.Alves-New Holland, Coopercitrus, Sicoob-Cocred, Fazenda Estrela D´Oeste, Acif, Folhatop, Sindicato Rural de Pedregulho, Tratormag e Colorfran Tintas.


CAFÉ

Pesquisa analisa técnica de mini-estaquia na formação de mudas clonais de Café Arábica

C

om o objetivo de avaliar a viabilidade técnica do uso de miniestacas na produção de mudas clonais de Coffea arabica e estudar as relações entre os caracteres da parte aérea e do sistema radicular de mudas obtidas por enraizamento de estacas e miniestacas, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFLA, Tiago Teruel Rezende, apresentou sua pesquisa que vem contribuir com o melhoramento genético do cafeeiro. Transformado em dois artigos científicos: “Propagação Vegetativa do Cafeeiro por Miniestacas” e “Relações entre os caracteres da parte aérea e do sistema radicular em mudas clonais de cafeeiros obtidas por estacas e miniestacas”, o estudo buscou obter informações que possam permitir o estabelecimento de procedimentos que melhorem a eficiência do processo e a qualidade das mudas clonais, desta forma, a pesquisa constatou que “as práticas culturais de manejo que evitam a queda de folhas, principalmente das “folhas rema-

nescentes” (aquelas que já estavam presentes no início do processo de enraizamento das miniestacas), e que propiciam um ambiente adequado para o crescimento do sistema radicular devem ser adotadas, a fim de produzir mudas clonais de cafeeiros com boas características” explica Teruel. A execução do melhoramento genético do cafeeiro apresenta expressivas mudanças na história da cafeicultura do país e colabora com os avanços da atividade em diversas regiões produtoras em todo o mundo. A introdução de métodos biotecnológicos, como a clonagem de plantas por estaquia pode ser útil e favorecer o desenvolvimento de novas cultivares em um curto período de tempo, pois, permite a seleção e a multiplicação de plantas em qualquer etapa de melhoramento, tais avanços têm gerado conhecimentos básicos, fundamentais à constante evolução da ciência, além da disponibilização de novas cultivares para o uso imediato dos cafeicultores. (FONTE: InovaCafé)

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Casa das Sementes realiza Dia de Campo em nutrição equilibrada em café


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Thales Lenzi Costa Nascimento1, Dalyse Toledo Castanheira2 e Giovani Belutti Voltolini3

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PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS PLANTAS DANINHAS NO CAFEEIRO

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competição com plantas daninhas é muito intensa na cultura do café, uma vez que, as raízes absorventes do cafeeiro crescem superficialmente no solo, local esse onde a maioria das raízes das plantas daninhas estão presentes. As plantas daninhas fazem com que o cafeeiro seja mais sensível ao déficit hídrico e dificultam a prática de varrição, propiciando grande perda de grãos, além da queda no rendimento, a proliferação de pragas e a maior ocorrência de doenças. A competição existente nas fases iniciais de crescimento da lavoura cafeeira não só atrasa o estabelecimento, mas também faz com que o tempo necessário para a cultura atingir o estádio reprodutivo seja mais tardio e a capacidade reprodutiva da planta reduzida. QUANDO REALIZAR O MANEJO? - No cafeeiro, assim como em outras culturas, o manejo das plantas daninhas é realizado durante todo o ciclo de vida da cultura. No en-

AUTORES

1 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA; membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD/UFLA) e Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF/UFLA). Email: thaleslenzi@agronomia.ufla.br 2 – Doutoranda em Agronomia – Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA; membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD/UFLA) e Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF/UFLA). Email:- dalysecastanheira@hotmail.com 3 – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA; membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD/UFLA) e Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF/UFLA). Email:- giovanibelutti77@hotmail.com

FOTO: Divulgação NECAF

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Ocorrência de plantas daninhas no cafeeiro: o que deve ser feito?

tanto, o momento exato para o controle das plantas daninhas está relacionado ao período crítico de competição. Período esse que estabelece a época do ano, meses, em que a competição das plantas daninhas com o cafeeiro é mais delicada e sua ocorrência causará perdas significativas no desenvolvimento e na produção das plantas de café. Ou seja, o período crítico de competição é o período em que o cafeeiro deve ser mantido livre das plantas daninhas. O período crítico de competição coincide com a estação das águas, época chuvosa, que ocorre, geralmente, durante os meses de outubro a março. Entretanto, o manejo das plantas daninhas no cafeeiro deve levar em consideração a idade das lavouras. Em lavouras jovens a competição das plantas daninhas com a cultura do café é maior, devido à maior área de solo livre que possibilita maior infestação e desenvolvimento das plantas invasoras. Nesse caso, o período crítico de competição se estabelece desde a implantação da lavoura até a fase de produção. MÉTODOS DE CONTROLE - O manejo ideal de plantas daninhas, chamado de Manejo Integrado de Plantas Daninhas, é aquele onde há a integração de mais de um método de controle, que visa reduzir custos em controles desnecessários, reduzir tratos culturais, reduzir a erosão, evitar o surgimento de plantas daninhas resistentes e proteger o meio ambiente. Um método muito usado, atualmente, no cafeeiro é a utilização de cobertura morta, esse manejo utiliza a braquiária, por exemplo, nas entre linhas da lavoura. Quando a braquiária apresenta boa altura, ocorre seu corte e esse material é colocado debaixo da saia da planta de café. O uso de culturas intercalares, como por exemplo, o plantio de feijão é um método que visa o aumento da renda e maior aproveitamento da área disponível, é um dos métodos mais usado pelos pequenos produtores. Há alguns aspectos importantes nesse método, como por exemplo: a cultura intercalar deve ter pequeno porte, ciclo curto, baixa exigência nutricional e baixa necessidade de água e luz. Esses cuidados são importantes para que não ocorra a competição entre as culturas.


CONTROLE QUÍMICO: PRINCIPAIS CUIDADOS O controle químico é um método que apresenta excelentes resultados, mas desde que seja feito de forma correta. Um aspecto importante, em relação ao uso de herbicidas, é o fenômeno da deriva, desvio do produto aplicado da planta alvo, que causa sérios prejuízos para o cafeicultor. A ocorrência da deriva pode levar à fitotoxidez do cafeeiro, sendo que, as plantas atingidas, na maioria das vezes, perdem área foliar, diminuem sua atividade fotossintética, e, consequentemente, reduzem o seu desenvolvimento. Há alguns cuidados de extrema importância que devemos nos atentar para realizarmos a aplicação direcionada do herbicida, tais como: o tamanho das gotas deve estar adequado à condição climática presente no local; a pulverização deve ser realizada em horários com baixa temperatura e que apresente maior umidade relativa do ar; disponibilização de EPI, água e detergente ao operador; e por fim a água utilizada na calda deve ter poucas partículas, pois pode afetar a eficiência do produto ativado em até 50%. USO INTENSIVO DE HERBICIDAS - Como já abor-

CAFÉ FOTOS: Divulgação NECAF

Um método alternativo para o manejo de plantas daninhas é o uso do tapete spin out. O tapete spin out é um tecido produzido de papel reciclado na forma de tapete, mas seu uso gera controvérsias pois os produtores se queixam da dificuldade de realizar uma adequada adubação. E por fim há os dois métodos mais utilizados pelos cafeicultores que é o mecânico através do uso de enxadas e roçadoras, e o químico através do uso de herbicidas. O método químico nada mais é do que a pulverização direcionada do herbicida na planta alvo, enquanto que, o método mecânico é o uso da capina e da roçada. No método químico há herbicidas pré ou pós-emergentes. Os pré-emergentes são aplicados no solo quando as plantas daninhas ainda não emergiram e os pós-emergentes exercem ação sobre as plantas que já emergiram, através da absorção pelas folhas. O controle mecânico se destaca como uma alternativa para o manejo de populações de plantas daninhas resistentes. As plantas resistentes, como o próprio nome diz, não são mais controladas pela aplicação de determinado herbicida, logo a capina ou a roçada podem agir de forma preventiva à proliferação dessas plantas resistentes. O controle mecânico deve ser realizado antes que ocorra a floração dessas plantas evitando assim a dispersão de sementes e consequentemente o aumento da infestação.

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dado anteriormente, é importante ressaltar que sempre deve se optar pela integração dos métodos de controle. O uso intensivo do mesmo herbicida ou de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação vem contribuindo para o aparecimento de populações de plantas daninhas resistentes, o que causa prejuízos ao cafeicultor onerando os custos de produção. Em casos de resistência de plantas daninhas, outras técnicas de controle, sem o uso de herbicidas, devem ser adotadas. Métodos de controle como o uso da roçada, o cultivo de culturas intercalares, o uso de cobertura morta e o controle biológico são alternativas de sucesso para o manejo de populações de plantas daninhas resistentes.


CAFÉ

O uso do Mulching e Irrigação na cultura do café

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Plasticultura hoje é um conceito que vem crescendo em todos os segmentos agrícolas, dependendo das necessidades ou dificuldades, e o plástico vem sendo utilizado e desenvolvido para diversas tecnologias, seja de implementos, sistemas produtivos, insumos, entre outros. A água é elemento fundamental no desenvolvimento das plantas e sua falta ou excesso pode levar de uma quebra ou até a perda total da produção. Quando está em quantidades corretas, propicia incrementos de produtividade, já bem comprovados nos mais diversos meios de pesquisa. A plasticultura, através do mulching plástico, vem complementar as vantagens da irrigação, pois auxilia no controle, manejo, economia e manutenção da umidade do solo, variando seu porcentual de eficiência de acordo com o tipo de irrigação adotada. A irrigação permite uma maior otimização do uso da FOTOS: Revista Attalea

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Ricardo T. Suzuki1

AUTOR 1 - Engenheiro Agrônomo. Supervisor Técnico Comercial da Electro Plastic. Site: www.electroplastic.com.br

água na cultura do café, uma vez que possibilita fornecer a necessidade de água durante todo ciclo da cultura e em momento oportuno. Ainda há na cultura do café a predominância do sistema de plantio sequeiro, porém, o irrigado apresenta as maiores médias de produção, justificando a utilização do sistema, em muitas regiões. O uso de mulching, sistema muito conhecido principalmente nos segmentos de FLV (flores, legumes e frutas), já começa a ser utilizado na cultura do café, pois além do controle de ervas invasoras, auxilia no controle da temperatura e umidade do solo, ajudando diretamente nos sistemas de irrigação, com redução das perdas por evaporação e economia de água e energia de bombeamento. A Electro Plastic tem investido, através de sua equipe técnica e em parceria com entidades de pesquisas, buscar e avaliar os benefícios do uso do mulching na cultura do café, onde já foi observada uma redução de até 50 % no uso da água, ou seja, a irrigação e mulching são sistemas que se complementam para o uso racional da água na cultura do café.

Mulching no cultivo do Abacaxi.


MA SHOU TAO

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Adriana Dias

o final de maio, o Grupo Bolsa realizou mais um Circuito de Cafeicultura. No ano passado, o evento foi realizado em Ibiraci (MG) e desta vez aconteceu na Fazenda Santa Célia, do Sr° Jenevile Micali, no município de Ribeirão Corrente (SP) e contou com a participação de aproximadamente 160 produtores. De acordo com Allan de Menezes Lima, Diretor Comercial do Grupo Bolsa, “o Circuito tem como objetivo levar aos cafeicultores informações sobre o manejo da cultura do café e novas tecnologias”. A iniciativa foi das empresas Syngenta e Netafim, em parceria com Jaguar (empresa de colheitadeira de café), Tratores BCS, Microquímica e a CHB Sistemas. E contou com a participação das três empresas do Grupo Bolsa (Bolsa Agronegócios, Bolsa Irriga e Bolsa Máquinas).

FOTOS: Revista Attalea

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Grupo Bolsa realiza Circuito de Cafeicultura em Ribeirão Corrente (SP)

Na estação Syngenta, Thadeu Sousa apresentou o portifólio café.

Lidiane Ferreira e Karla Dias (Grupo Bolsa Agronegócios), Ademar Donizete (Consultor do Sr. Jenevile Micali), Carlos Roberto (Diretor da Colhedora Jaguar), Thadeu Sousa (Syngenta) e Allan de Menezes Lima (diretor do Grupo Bolsa)

Na estação Netafim, Cristiano Januzzi apresentou o sistema de irrigação.


FEMAGRI

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Durante o evento, os participantes foram divididos em 4 grupos de 40 pessoas, em visitações sequenciais nas 6 estações técnicas. Na estação Syngenta, os cafeicultores participantes acompanharam a explanação do Engº Agrº Thadeu Sousa, que orientou sobre os lançamentos e o portifólio de produtos da empresa para a cafeicultura, com ênfase para o Voliam Targo®, o Priori Top® e o Priori-Xtra®. Na sequência, na estação Netafim, os cafeicultores receberam todas as informações sobre a prática da utilização do gotejamento subterrâneo, com orientação de Cristiano Januzzi do Departamento Agronômico da Netafim. Na estação BCS Tratores, com as orientações de Luiz Ritcher, gerente nacional da empresa, a proposta foi demonstrar o potencial inovador das máquinas da montadora italizana BCS Group, seja na perfuração do solo para a instalação do sistema de irrigação por gotejamento, seja nas práticas de controle da braquiária na entrelinha do cafeeiro. Na estação da Microquímica, o RTV Flávio Miller abordou a importância da nutrição foliar, com a apresentação do portifólio da empresa. Na estação da CHB Sistema, o gerente comercial Gley Barbosa apresentou informações sobre o CHBAgro, um software importante para a cafeicultura e demais atividades agropecuárias. Na última estação, os participantes conferiram a demonstração da colheita mecanizada de café, realizada por Carlos Roberto Souza, diretor da Colhedora Jaguar.

FOTOS: Revista Attalea

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Na estação CHB Sistemas, Gley Barbosa apresentou o software CHBAgro.

Na estação BCS Tratores, Luiz Richter apresenta o Invictus K-600.

Na estação Jaguar, Carlos Roberto Souza demonstrou a Colhedora JX-2000

Os participantes dividiram-se em grupos para visitarem cada estação.


EMBALAGENS

A importância econômica, ambiental e social das embalagens de Malva e Juta

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FOTO: Ada Lima - FAPEAM

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Carlos Arantes Corrêa

s conquistas científicas obtidas pelos seres humanos nas últimas décadas trouxeram muitas novidades em todos os setores econômicos. E a cada momento, uma novidade surge, promovendo a substituição de máquinas, equipamentos, produtos, serviços ou insumos, seja para atender uma demanda do consumidor (ênfase no marketing), seja para atender a redução de custos em grandes empresas (ênfase na logística). O processo de produção de alimentos na agropecuária mundial, ao longo dos anos, passou por inúmeras transformações. Neste cenário, podemos incluir as embalagens como um dos itens que mais foram modificadas. Atualmente, os gigantes Big Bags - sacarias de polipropileno com capacidade de 1 tonelada ou invólucros de polietileno com capacidade superior a 21 toneladas - vieram atender a redução de custos e a logística de grandes empresas e cooperativas de várias cadeias produtivas do agronegócio.

Como por exemplo, no armazenamento e a exportação do café, bem como a distribuição de fertilizantes para revendas e nas propriedades. As sacarias produzidas a partir da Juta e da Malva e utilizadas tradicionalmente no armazenamento de vários produtos agrícolas - em especial o café e a batata - continuam sendo uma atividade muito importante, principal-


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mente quando pensamos nas questões sociais e ambientais e não somente no econômico. A cultura da Juta (Corchorus capsularis) e da Malva (Urena lobata) são o retrato do cotidiano do estado do Amazonas, ocupando área de cultivo superior a 750 hectares e beneficiando mais de 20 mil famílias. O Estado é responsável por 90% das fibras produzidas no Brasil (total anual em torno de 15 mil toneladas). O beneficiamento de juta e malva movimenta anualmente mais de R$ 30 milhões somente no estado do Amazonas. Uma indústria movida por pequenos produtores, unidos em cooperativas, concentrados em pequenos municípios, como Manacapuru (AM). É lá que está localizada a COOPERFIBRAS, uma das maiores cooperativas do setor no Estado. O produto é 100% biodegradável, fabricado de forma limpa, a partir de uma fibra perfeitamente integrada ao bioma amazônico. Contudo, além da competição com embalagens plásticas, a região procura vencer também a competitividade com a Juta e a Malva importados da Índia e de Bangladesh – que chega ao Brasil a um preço inferior ao material regional. A Juta é usada na produção de telas, cordas, oleados, lonas, sacos, forração de tapetes e, em combinação com outros têxteis, na confecção de veludo, assim como em cortinas, entretelas, solas de alpercatas e reforços de capas de livros. A fibra chegou ao Estado trazida do continente asiático por imigrantes japoneses, por volta de 1920. Uma variedade

FOTO: Divulgação AGECOM

EMBALAGENS

adaptada às condições da região amazônica veio apenas a partir de 1935, introduzida pelo colono Ryoto Oyama. A planta atinge uma altura de até 4 metros e seu talo tem uma espessura de aproximadamente 20 milimetros. A fibra útil está entre o caule e a casca, a extração é feita por meio de cortes com terçado, depois é feito o processo de maceração, onde as fibras ficam postas em feixes embaixo d`água para amolecer por até oito dias. Ao ser macerada, a planta libera uma fibra longa, áspera e de coloração amarelada.


EMBALAGENS

Maior fabricante de produtos de Juta, Castanhal Cia. Têxtil comemora 50 anos

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Castanhal – Companhia Têxtil está comemorando seu aniversário de 50 anos. A maior fabricante de produtos de juta do Brasil foi fundada em 1966 pelo Grupo Brenno Pacheco Borges, que já atuava no setor de tecelagem de juta desde 1950. “Foram 50 anos nos quais criamos muitos laços de amizades com nossos parceiros comerciais. Compreendemos nossa importância nas comunidades, nas quais atuamos e descobrimos como podemos fazer parte de uma longa rede de produção sustentável. Mas não estamos acomodados com essas conquistas e aprendizados. Sabemos que os próximos 50 anos serão ainda mais desafiantes e recompensadores”, diz Hélio Junqueira Meirelles, presidente da Castanhal. Meirelles lembra que há 50 anos o conceito de sustentabilidade ainda não existia. “Essa preocupação foi desenvolvendo junto à sociedade nas últimas décadas. A Castanhal pode perceber que tinha muito a colaborar e hoje é uma das principais diretrizes da empresa”, disse. Atualmente, o plantio da juta é a principal fonte de renda para mais de 15 mil famílias de ribeirinhos que produzem a fibra nas áreas de várzeas do Rio Amazonas, fixando o homem no campo e evitando o êxodo rural. O cultivo da juta

não desmata a floresta e dispensa o uso de adubo químico, fertilizantes e agrotóxicos ou práticas como a queimada nas áreas de plantações. No processo industrial, são utilizados apenas aditivos orgânicos e os óleos vegetais. Isso, associado às características naturais da planta, faz com que o tecido de juta seja totalmente biodegradável e, quando descartado, se desintegra completamente sem deixar qualquer resíduo ou dano ambiental. “A importância da juta para a comunidade ribeirinha, as características benéficas do nosso produto para o meio ambiente e como nos adaptarmos para nos inserirmos dentro do conceito de economia sustentável são descobertas que fomos fazendo ao longo desses 50 anos”, disse Meirelles. Graças a todo esse processo de produção social e ambientalmente correto, a Castanhal possui hoje selos como o Öko-Garantie BSC, uma certificação atestando que os sacos de juta da empresa podem ser utilizados como embalagem de produtos agrícolas orgânicos. Além de ter conquistado uma vaga como membro do Código Comum para a Comunidade Cafeeira (4C) – uma associação criada com o objetivo de ampliar a oferta de café verde no mundo produzido de forma sustentável. (FONTE: Castanhal)

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Homeopatia Brasil e o Instituto Comenius iniciaram uma nova fase nas suas colaborações profissionais, uma vez que têm programas de pesquisa em homeopatia aplicada na agricultura, sendo pioneiras deste método nas Américas em cultivos de média e grande escala. O Instituto Comenius é uma instituição mexicana, privada de ensino superior dedicada à investigação sobre as questões sustentáveis. Colaborando com instituições e pes-

FOTOS: Divulgação Homeopatia Brasil

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Parceria internacional dá a dimensão do potencial agronômico da Homeopatia na produção sustentável de alimentos

Imagem de satélite da área analisada.

Delimitação dos hólons da área.

Vitalidade da área

quisadores da Espanha, Portugal, França, República Checa, Itália, Brasil, Cuba, Argentina, Colômbia, Chile, Inglaterra, Índia, Estados Unidos, e outros. Oferece programas de educação virtual, como também transferência de tecnologia de agricultura sustentável e holohomeopática aplicadas na agricultura de maçã, uva, caqui, oliva e pimenta. Os representantes do Instituto Comenius, senhor Radko Tchavsky e senhora Elza Fujimoto estiveram em Franca a convite da Homeopatia Brasil Agro, para desenvolverem um importante trabalho de aprimoramento e transferência de tecnologia baseado no uso da Homeopatia na agricultura. A transferência de tecnologia foi iniciada com pesquisas de holóns agrícolas, que consiste em análises de imagens de satélite para identificar áreas vitalizadas e desvitalizadas, com o objetivo de aplicar preparados homeopáticos nas culturas de abacate e café. Um dos principais fundamentos da holohomeopatía é que a revitalização do holón ocorre principalmente com base em substâncias minerais, bioquímicas e organismos vivos já presentes no sistema agrícola, que são preparadas num laboratório homeopático e aplicados nas plantas e no solo. A partir da utilização de preparados homeopáticos criteriosamente selecionados com base nos fundamentos da holohomeopatia, os cultivos alcançam um bom desempenho vital, pois contêm uma maior presença de minerais e oligoelementos, importantes para a saúde humana, que representam um benefício nutricional para o consumidor, e além disso melhoram a conservação dos produtos. O processo de conversão de um cultivo agrícola convencional a um holohomeopático, pode durar por um período de um (1) a três (3) anos, dependendo do grau de contaminação e manejo agrícola anterior. Desta maneira, todo o holón alcança um maior grau de resistência a pragas e doenças maximizando os


mecanismos de autorregularão e revitalização, resultando numa maior biodiversidade, melhor resiliência e estabilidade vital. A holohomeopatía permite uma maior integração e interligação de diferentes organismos vivos dentro do holón, que tem um efeito positivo sobre a vitalidade do solo e das plantas e uma menor incidência de pragas e doenças nos cultivos. O conceito de holón pode ser explicado como um termo utilizado para designar um complexo de interrelações das plantas, dos insetos, dos fungos, dos microorganismos e de outras criaturas com o solo, com o ar, com a água e com o sistema ecológico para manter uma unidade de coexistência temporária ou permanente. Uma mudança em alguma parte pode ter implicações importantes nas outras partes do hólon. A colaboração de ambas instituições na área de ensino, pesquisa e transferência de tecnologias

Alexandre Leonel (diretor da Homeopatia Brasil) e Radko Tchavsky(representante do Instituto Comenius).

FOTOS: Divulgação Homeopatia Brasil

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Camila, Célio, Bruno e Alexandre (Homeopatia Brasil AGRO); Radko Tichavský (Instituto Comenius) e Getúlio Minamihara (cliente Homeopatia Brasil AGRO).

sustentáveis, especialmente na nova ciência holohomeopática entre mexicanos e brasileiros beneficiam significativamente o avanço científico na agricultura. A Homeopatia Brasil é a primeira empresa brasileira a adotar a holohomeopatía como uma nova ferramenta na agricultura sustentável, ampliando seu repertório de terapias agrícolas na recuperação da vitalidade dos cultivos, oferecendo ao consumidor alimentos de melhor qualidade. A visita de um dos mais importantes nomes da homeopatia na agricultura permitiu a equipe de pesquisadores da Homeopatia Brasil Agro uma oportunidade única de troca de experiências e aprimoramento com o intuito de oferecer aos clientes a empresa um portfólio ainda maior de preparações homeopáticas para o manejo sustentável de lavouras. Além das áreas de cultivo de café chamou a atenção do expert em homeopatia, Radko Tchavisky a área de cultivo de abacate do produtor e cliente da Homeopatia Brasil Agro, Getúlio Minamihara. Após avaliação e diagnóstico via satélite (Figuras da página anterior) e visita ao campo a área foi considerada uma das mais equilibradas e adequadamente adaptadas à produção da fruta de forma sustentável e orgânica. (Fonte: Modificado de Radko Tchavsky, com apoio de Célio Garcia Neves)

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afés clonais híbridos que estão sendo desenvolvidos pela Embrapa Rondônia para a região Amazônica – resultantes do cruzamento de plantas de Coffea canephora do grupo Robusta com plantas do grupo Conilon – têm obtido resultados surpreendentes. A pesquisa teve início há 12 anos, e o resultado final esperado é a seleção de clones altamente produtivos para comporem a próxima cultivar de café a ser lançada pela Embrapa para a região Amazônica em meados de 2018. Este é o segundo ano de colheita das áreas em testes finais com estes híbridos e alguns clones estão produzindo mais de 100 sacas por hectare. “A expectativa é que essa produtividade seja mantida ou incrementada na próxima safra”, comenta o pesquisador da Embrapa Marcelo Curitiba, um dos responsáveis. Com a demanda crescente por cultivares clonais, o objetivo dos pesquisadores é alavancar a produtividade média de café de Rondônia e região que hoje registra 19 sacas/ha em Rondônia. “Com o lançamento de novas cultivares altamente produtivas, esperamos um incremento de 25% na produtividade média. Além disso, essas cultivares permitirão que cafeicultores mais tecnificados alcancem produtividades acima de 100 saca/ha”, afirma Teixeira. Nessa pesquisa, estão sendo avaliados genótipos (clones) de cafeeiros para a composição de novas cultivares

FOTO: Rafael Rocha

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Embrapa Rondônia desenvolve café híbrido para o cultivo na região da Amazônia

de café, altamente produtivas, resistente à ferrugem-alaranjada, e que são adaptados às condições climáticas da região Amazônica. O responsável por este trabalho, o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira, explica que o ensaio de Validação de Cultivo e Uso (VCU) é composto por seis experimentos, sendo quatro no Estado de Rondônia (municípios de Alta Floresta do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Ariquemes e Porto Velho) e dois no Acre (uma área irrigada e outra não irrigada, no Campo Experimental da Embrapa Acre, em Rio Branco. Para implantação e condução dos experimentos, a Embrapa Rondônia conta com o apoio do cafeicultor Ademar Schmidt e do engenheiro agrícola Gildásio Mendes da Emater de Alta Floresta D’Oeste, assim como da equipe do Instituto Federal de Rondônia (IFRO) em Ariquemes, e de pesquisadores e técnicos da Embrapa Acre. Este ano, a colheita dessas áreas experimentais de cafés híbridos teve início no começo de maio, e está sendo realizada de forma seletiva, na medida em que os frutos ficam maduros. A colheita está em andamento nos municípios de Ouro Preto do Oeste, Porto Velho, Alta Floresta do Oeste e Rio Branco. “Cada clone é colhido separadamente e a seleção dos melhores materiais será baseada na produtividade”, explica Teixeira. A colheita será realizada em três etapas, considerando o ciclo de maturação dos clones − precoce, intermediário e tardio. A previsão é de que a colheita dos genótipos tardios seja realizada até o início de julho. Além da produtividade, o pesquisador Alexsandro Teixeira afirma que serão avaliadas a uniformidade de maturação, o tamanho de grãos e a qualidade de bebida. Esses híbridos que estão sendo testados pela Embrapa Rondônia foram obtidos no ano de 2004 e foram submetidos à avaliação durante seis safras, 2007 a 2012. A partir dessas avaliações foram selecionadas as melhores plantas para comporem o ensaio final de competição de clones, aqui denominado de VCU.


EXPOCAFÉ 2016

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maior estado produtor de café do Mundo, Minas Gerais sedia também a maior feira nacional do agronegócio café, a EXPOCAFÉ, que neste ano apresentou diversas tecnologias com enfoque na produção de cafés especiais e na sustentabilidade da cafeicultura nacional. Entre os dias 8 e 10 de junho, os visitantes conferiram as novidades do plantio à pós-colheita do café, no Campo Experimental da EPAMIG em Três Pontas (MG). O evento registrou visitantes de 16 estados brasileiros e também de países como Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Chile, Espanha, Portugal e Japão. Em uma área de 12 mil metros quadrados e 150 expositores, o evento alcançou a marca de R$ 230 milhões de negócios gerados e prospectados O produtor Marlon de Matos, de Bom Jesus da Penha (MG), veio interessado em comprar uma colhedeira que estava com desconto na feira. “A máquina será entregue em janeiro, portanto, já garanti a colheita mecanizada da minha próxima safra”, comemora o cafeicultor. Para Jorge Nogueira, Diretor Técnico e Industrial da COCATREL - Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas, há uma mudança de cenário em função da falta de mão-de-obra que estimula a busca por mecanização e também pela demanda do mercado por cafés especiais. Pela primeira vez, a COCATREL realizou na feira a Troca Inteli-

FOTO: Revista Attallea

19ª EXPOCAFÉ: sucesso de público e negócios

gente, onde o cafeicultor cooperado pode realizar a troca de defensivos e adubos, com pagamento em café, para 2017. Para o presidente da Pinhalense, Reymar Coutinho, que participa desde a primeira edição, a feira foi excelente, com volume de vendas superior ao do ano passado, com muitas expectativas de vendas futuras. O Grupo Bio Soja apresentou o novo fertilizante organomireal Fertium Nitro+S®, indicado para aumentar a produtividades das culturas de café, cana-de-açúcar, pastagem e hortifrútis.

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EXPOCAFÉ 2016

Banco mobilizou uma equipe de mais de 100 gerentes e especialistas em agronegócio

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Santander Brasil ofereceu R$ 90 milhões em crédito pré-aprovado durante a realização da 19ª EXPOCAFÉ, a maior feira da cadeia produtiva da cafeicultura brasileira e uma das principais difusoras de tecnologias no segmento, que aconteceu no início de junho, no Campo Experimental da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, no município de Três Pontas (MG). Nos três dias do evento, todo bem protocolado no Santander esteve isento da taxa flat fee (percentual que incide sobre o valor total da compra) e pode ser financiado com apenas 20% de entrada. Uma equipe de mais de 100 gerentes e especialistas em agronegócios do Banco participou da EXPOCAFÉ, orientando e oferecendo as soluções financeiras mais adequadas para clientes e não clientes. Este forte posicionamento comercial do Santander está vinculado ao reforço de atuação do Banco no agronegócio, setor escolhido como prioridade para a instituição. Só no ano passado, a carteira de financiamentos do Santander para os seus 85 mil clientes da cadeia do agronegócio aumentou 10%, de R$ 35,4 bilhões para R$ 39 bilhões. “Vamos muito além do crédito rural, porque ele é limitado: tem um limite para o banco privado conceder e um valor teto por CPF para quem quer tomar. Diversificamos a nossa oferta para que não falte recursos aos produtores”, afirmou o superintendente executivo de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar. O crédito rural representa 13% do total de empréstimos do Santander para a cadeia do agronegócio, com R$ 5 bilhões liberados em 2015. Os outros R$ 34 bilhões são financiamentos concedidos a partir de recursos livres. Banco internacional de maior presença no Brasil, o Santander confia na agropecuária, único setor a crescer durante a recessão: “O nosso apetite para aprovar crédito de-

Carlos Aguiar, Superintendente Executivo de Agronegócios do Santander.

FOTOS: Revista Attalea

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Santander ofereceu R$ 90 milhões em crédito pré-aprovado na Expocafé

pende da qualidade e das necessidades do produtor. Sempre teremos recursos para o fazendeiro profissional, que sonha em produzir mais e de forma sustentável”, diz Aguiar. A estratégia de oferecer crédito pré-aprovado na EXPOCAFÉ teve o objetivo de agilizar o processo. “O Banco trabalha para diminuir a burocracia na área de Agronegócios. Com menos trâmites burocráticos, nós ficamos mais próximos dos produtores”, ressaltou Aguiar. OUTRAS AÇÕES - Durante o evento, os produtores rurais também participaram do evento “Programa Avançar - Negócios & Empresas”, tendo acesso aos Cenários Macroeconômicos, Cenários Agroeconômicos e Perspectivas para a Safra 2016/2017, apresentados por Cláudio Yutoka Iukasawa (superintendente do Santander); por Daniel Simões (economista do Santander); e por Eduardo Delgado Assad (pesquisador da Embrapa e coordenador de projetos na área de mudanças climáticas e seus impactos na agricultura). Informações estas de extrema importância para a tomada de decisão sobre qual a cultura a ser plantada, qual a época de plantio, qual a rentabilidade e quais as linhas de financiamento mais adequadas. O Santander em todo o País oferecem várias linhas de crédito. Destaque para: Funcafé, Moderfrota, Pronamp BNDES, Finame Agrícola, Finame PJ, Moderinfra, Inovagro, Moderagro, ABC, BNDES Automático, PCA Armazéns, BNDES Cerealista, Custeio Pronamp, Crédito Rural, CPR, Leasing, CDC e Recursos Livres para complementação do custo de produção e para investimentos.


EXPOCAFÉ 2016

Pinhalense lança na 19ª EXPOCAFÉ Despolpador de Café que não consome água FOTO: Revista Attalea

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reocupada com as consequências ambientais da operação de seus equipamentos, a Pinhalense apresentou na 19ª EXPOCAFÉ, em Três Pontas (MG), um despolpador de café inovador: que não consome água e que também não gera água residuária do beneficiamento do café. Durante três anos, a empresa realizou testes em fazendas cafeeiras na América Central e no Brasil. “Utilizamos propriedades de clientes que tem alto controle de seus processos em El Salvador e, no Brasil, nas regiões do Sul de Minas e da Mogiana”, explicou Reymar Coutinho de Andrade, presidente da Pinhalense. Esta é a primeira máquina que se propõem a não utilizar nenhum litro de água para o processo. “Até aqui, só vimos despolpadores que prometiam certa economia de água, mas não o consumo zero”, disse Reymar. “Nós criamos dispositivos ao redor do cilindro, que consideram um ângulo de expulsão de casca diferente e faz uma pressão sobre os canais, exercida pela própria máquina”, conta Reymar. O maquinário possui, ainda, a opção de separar os grãos verdes, antes do processo de despolpa, e também este segundo processo sem a geração de água residual. “No Brasil temos uma presença expressiva de verde – em decorrência do clima tropical que produz diversas floradas – e os produtores buscam a melhoria continua do seu café. É por isso que preservamos a presença do separador de verdes antes do despolpador. Isso faz com que você só despolpe os frutos cerejas e preserve a qualidade”, analisa Reymar. Segundo o presidente, por ter as duas opções, com e sem separação, o maquinário se adapta, também, a realidade de quem colhe seletivamente.

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Manejo da resistência de insetos à tecnologia Bt

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té 2007 o cenário do cultivo Figura 1 - Taxa de Evolução da Resistência* do milho no Brasil era de crescentes perdas por ataques de lagartas. Os problemas com Lagarta-do-Cartucho, Lagarta-Rosca, Lagarta-da-Espiga, Lagarta-Elasmo e Broca-da-Cana assustavam cada vez mais o produtor, que tinha pouca eficiência no controle dessas pragas com o uso de inseticidas. Rapidamente a tecnologia Bt na cultura do milho reduziu consideravelmente os problemas com insetos mastigadores, causando a errônea impressão que a tecnologia era à “prova de bala”, ou seja, que nada mais precisaria ser feito e que todas as práticas de Manejo Integrado de Pragas poderiam ser deixadas de lado. Entretanto, com o passar do tempo e o uso intensivo da tecno- A partir do momento em que a frequência de alelos resislogia, os problemas com a resistência de insetos começaram tentes chega a 3-5%, em 4 gerações, a população da lagartaa aparecer. do-cartucho poderá chegar à frequência alélica de 50%. O A resistência pode ser definida como um fenômeno agravante é que devido à caracteristica (ou genética) da rebiológico e evolucionário que ocorre em resposta à pressão sistência, quando começamos a ver danos no campo em uma de seleção exercida pelos diferentes agentes de controle. A tecnologia com média-alta dose, a frequência dos alelos já evolução da resistência consiste na seleção dos indivíduos está provavelmente em torno de 10%, com a chance de que, resistentes que estão naturalmente presentes na natureza, com a contínua exposição à tecnologia, em poucas gerações, levando ao aumento da frequência destes indivíduos ou de a população já estará com uma proporção muito maior de seus genes na população da praga, que leva eventualmente à indivíduos resistentes. limitação da eficiência do agente de controle. Diferente de A DuPont Pioneer, desde o lançamento dos primeiros inseticidas foliares, as plantas Bt exercem uma pressão bem Bts, já alertava para que as práticas do Manejo Integrado de mais elevada de seleção sobre as populações de insetos-praga Pragas (MIP) não fossem deixadas de lado e que, principalque são alvo do controle devido à expressão contínua das mente, a área de refúgio fosse estabelecida em todas as protoxinas inseticidas ao longo do período de desenvolvimento priedades. O refúgio, que consiste no plantio de, no mínimo da cultura. Isso faz com que o risco de desenvolvimento de 10% da área com híbrido de milho não Bt, permite a sobreresistência de pragas às tecnologias Bts seja maior. vivência dos insetos suscetíveis à tecnologia Bt. A preservaModelos matemáticos permitem mostrar a evolução da ção desses insetos suscetíveis possibilita o cruzamento com resistência dos insetos à tecnologia Bt. Na Figura 1 podemos possíveis insetos resistentes, resultando em uma progênie de ver a taxa da evolução da resistência quando consideramos insetos suscetíveis. resistência monogênica (conferida por um único gene), auEntretanto, poucos produtores plantaram a área de tossômica (ambos os sexos podem transmitir a resistência), refúgio e quando o fizeram, as pulverizações em tais áreas incompletamente recessiva (alguns indivíduos sobrevivem eram constantes, visando obter a produtividade das mesmas. quando expostos a algum evento) e ausência de refúgio. O resultado disso foi que mesmo quando presentes, em Figura 2 - Refúgio não Efetivo.

Figura 3 - Evolução da Resistência.


GRÃOS Figura 4 - Nova Proposta de Refúgio. muitos casos as áreas de refúgio não funcionaram efetivamente na manutenção de insetos suscetíveis que iriam cruzar com os eventuais resistentes vindos das áreas Bt (Figura 2). Na ausência de insetos suscetíveis provenientes da área de refúgio, os eventuais insetos resistentes que sobreviveram à exposição ao Bt acasalaramse entre si, possibilitando o relativamente rápido aumento dos alelos de resistência e aumento da quantidade de indivíduos resistentes no campo (Figura 3). Agora que a quebra de resistência da Lagarta-do-Cartucho às tecnologias Cry1F (Herculex®I e OptimumTM IntrasectTM) é uma realidade, fica a dúvida: O refúgio ainda é necessário e benéfico para essa tecnologia? A resposta certamente é sim, pois existem outras pragas que são controladas pela proteína Cry1F como a broca-da-cana e que lidade aumentada e se beneficiam da adoção das melhores são passíveis de, ainda, desenvolver resistência caso não práticas de manejo e do plantio de áreas de refúgio. sejam aplicadas as melhores práticas de manejo, e não haja Sabendo que as áreas de refúgio são parte do MIP e do a manutenção de indivíduos suscetíveis através da adoção manejo de resistência de insetos, como devemos proceder do refúgio estruturado. O refúgio é fundamental para a ma- para fazer o uso correto? nutenção da eficiência desse controle. Além disso, todas as Como já falado anteriormente, a baixa adesão do uso tecnologias hoje existentes no mercado terão a sua durabi- do refúgio ou, então, o maior número de aplicações de

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inseticida no refúgio, eliminando os indivíduos suscetíveis, resultou em um sistema de manejo de resistência não efetivo, o que favoreceu uma taxa de evolução da resistência mais acelerada. Sabemos que apenas a adoção do refúgio não é suficiente para a manutenção da eficácia das tecnologias, sendo que deve ser considerado também o gerenciamento do uso de inseticidas na lavoura. Conforme a Figura 4, temos que pensar no refúgio como uma área fornecedora de insetos suscetíveis para que esses possam cruzar com eventuais insetos resistentes e o resultado ser indivíduos suscetíveis em maiores quantidades. Portanto, é necessário que se mantenha um diferencial de aplicações entre o refúgio e a lavoura Bt para que a taxa de aplicação de inseticidas no refúgio deve ser menor do que na lavoura. Basicamente temos que pensar em manejo da resistência na área de Bt e manejo de dano econômico na área de refúgio. Além disso, fisicamente, o refúgio precisa cumprir alguns requerimentos como a utilização de híbridos com mesmo ciclo e o plantio a uma distância máxima de 800m conforme as sugestões apresentadas na Figura 5.

preferência em faixas; - Dessecação antecipada em 30 a 40 dias do plantio do milho com monitoramento para o uso de inseticidas quando necessário; - Em pré-plantio, novo monitoramento para a existência de plantas daninhas remanescentes e aplicação de inseticida caso necessário; - Tratamento de semente não somente para sugadores, mas também para o controle de mastigadores especialmente nas fases iniciais (V3-V4); - Monitoramento para aplicações complementares de inseticidas considerando o nível de dano econômico no refúgio e manejo para resistência de insetos nas áreas de Bt; - Usar inseticidas recomendados na dose de registro para a cultura do milho, considerando o estágio de desenvolvimento da lagarta e que lagartas menores que terceiro instar (menos de 1 cm) são mais fáceis de controlar; - Fazer rotação do uso de princípios ativos de inseticidas; - Não fazer pulverizações com baixo volume de calda e nas horas quentes do dia.

Como devo proceder para obter o maior potencial produtivo da minha lavoura e com menor risco de quebra de resistência a insetos? Embora em países tropicais o risco de desenvolvimento de resistência seja maior que em países de clima temperado como os Estados Unidos da América, a palavra-chave é o planejamento total da lavoura, levando em consideração as seguintes situações: - Reserva de sementes convencionais para 10% da área para que possa estabelecer o refúgio, dentro do talhão, ou de

Agora, depois de um bom tempo do lançamento das tecnologias Bt e com problemas de resistência já confirmados, fica mais fácil olhar para trás e traçar novas estratégias. Entretanto, as tecnologias Bt devem ser consideradas apenas uma ferramenta a mais no controle de pragas. Devemos retomar urgentemente as boas práticas do MIP para conseguirmos extrair o máximo potencial de produção de um híbrido com o uso efetivo da tecnologia por mais tempo. (FONTE: DuPont Pioneer)

Figura 5 - Uso Espacial Correto do Refúgio.


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timistas e perseverantes - apesar do cenário de crise, recessão e instabilidade econômica -, mais de 30 mil visitantes “presentearam” os mais de 450 empresários e produtores de hortaliças, frutas, flores, florestais e culturas intensivas que participaram da 23ª HORTITEC – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, realizada de 22 a 24 de junho, em Holambra (SP). Na contramão de diversos segmentos da economia brasileira e contribuindo diretamente com o Agronegócio Brasileiro, o setor de hortaliças segue em crescimento, movimentando milhões de reais anualmente em toda a sua cadeia, do campo ao varejo. Informações da ABCSEM (Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas) revelam que, atualmente, cerca de US$ 260 milhões ou R$ 1 bilhão são comercializados em sementes de hortaliças no País, cuja produção ocupou em 2015 nada menos que 820 mil hectares. Somente o plantio conjunto de tomate, cebola, melancia e alface corresponde a 50% do total de sementes. A tomaticultura mantém-se como o principal destaque do setor. Por suas características, o segmento de hortaliças proporciona de quatro a seis empregos diretos por hectare, número bastante considerável quando comparado a outras culturas.

FOTO: Revista Attalea

Mais de 30 mil visitantes na 23ª HORTITEC

Somado ao setor de sementes e mudas, os setores de insumos (fertilizantes, controle de pragas, controle de doenças e embalagens), o de máquinas e implementos agrícolas, bem como o de tecnologia e informação (softwares, livros e revistas) comprovaram que os produtores de hortaliças e frutas do Brasil estão em constante profissionalização, sempre em uma busca permanente por novas tecnologias que aumentam a produtividade, a aparência e a qualidade dos produtos.

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KORIN AGROPECUÁRIA LANÇA SEMENTES ORGÂNICAS

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Korin Agropecuária (www.korin.com.br) lançou na HORTITEC 2016 duas novidades: o fertilizante Fert Bokashi Premium® e as primeiras Sementes Orgânicas do mercado brasileiro. O Fert Bokashi Premium® é um produto é capaz de promover o equilíbrio biológico do solo, que por sua vez melhora suas condições físicas e químicas, proporcionando a formação de agregados, aumentando a capacidade do solo de armazenar água e drenar o excesso, minimizando os riscos de erosão, diminuindo as perdas por lixiviação e promovendo maior disponibilização de nutrientes a partir da fermentação da matéria orgânica disponibilizada. Quanto às sementes orgânicas, a Korin promoveu o lançamento de sementes de Alface e de Coentro, exclusivamente orgânicas. Trata-se de um mercado em que a empresa investirá consideravelmente nos próximos anos.

FOTO: Revista Attalea

DOW AGROSCIENCES APRESENTA O INSETICIDA DELEGATE®

a HORTITEC 2016, a Dow AgroSciences (www.dowagro.com/br) promoveu a divulgação de todo o seu portifólio de produtos, em especial do Delegate®, uma de suas mais eficientes tecnologias para o controle de insetos em HF, cobrindo 44 culturas e 32 diferentes pragas. De acordo com Gabriel Dornelas (foto), pesquisador de HF da Dow, o Delegate® é um inseticida não sistêmico, de origem biológica, do grupo químico das espinosinas (espinetoram), reconhecido por seu alto poder de choque e amplo espectro de controle de insetos, ideal para a rotação de ativos, manejo de resistência e alta seletividade contra inimigos naturais, principalmente os polinizadores. Além disto, por apresentar um baixo período de carência, o produto pode ser utilizado inclusive em períodos de colheita, (desde que respeitado o prazo pelo produtor rural), controlando pragas que atacam hortaliças e frutas mesmo em períodos de colheita.

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ABISOLO PROMOVE LANÇAMENTO DE 2º ANUÁRIO

ABISOLO - Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (www.abisolo.com.br) lançou na HORTITEC 2016 o 2º Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal, com a participação do presidente Clorialdo Roberto Levrero e de Anderson Nora Ribeiro, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação da ABISOLO. O Anuário traz informações atualizadas (2015) sobre as características do mercado de tecnologia em nutrição vegetal, composto por 414 empresas, com disponibilização de dados mercadológicos que mostram que o setor está florescendo e trazendo contribuição crucial para o agronegócio. Com faturamento de 5,2 bilhões (crescimento de 13%), gerando 14,4 mil empregos, sendo 70,5% do faturamento é no segmento de fertilizantes foliares e que 41% das vendas destina-se para a soja.

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FOTO: Divulgação Guarany

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SAMARITÁ, SEMPRE UM NOVO ALTA PERFORMANCE NOS EQUIPAMENTOS DA GUARANY POTENCIAL EM HORTIFRUTI.

á mais de 25 anos atuando na área defensivos de alta qualidade e a mais completa linha de fertilizantes foliares e sais solúveis do mercado, com produtos que proporcionam equilíbrio nutricional para diversas culturas, a Samaritá (www.samarita.com.br) divulgou na HORTITEC 2016 os produtos Phytolux®, Aminomax Supra®, Biopower®, Humusam®, Equilíbrio®, Nutrixofre® e Agro-Oil®.

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Guarany (www.guaranyind.com.br) apresentou na feira equipamentos e produtos que maximizam a produtividade de pequenos e médios produtores, com foco na sustentabilidade e preservação ambiental. Como o Aplicador Costal de Granulados, equipamento que permite a aplicação de adubo de forma contínua ou dosificada, contribuindo para economia, alta segurança e elevada performance.


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OPEN FIELD DAY - AGRISTAR COMPLETA 10 ANOS

SUCESSO ABSOLUTO COM O ‘2º PROJETO MAIS’

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FOTO: Revista Attalea FOTO: Revista Attalea

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niciativa da Serviceres e da Casa Bugre, em parceria com a Seminis/Monsanto, o “Projeto Mais” (www.projetomais. agr.br) é um Centro de Referência na disseminação das melhores práticas de cultivo protegido, com eficiência comprovada como na Holanda, Chile, México e Argentina. O projeto foi criado para facilitar o acesso das informações ao agricultor, colocando em uma única estrutura todas as etapas que são necessárias para concretizar um projeto de cultivo protegido sustentável economicamente. Localizado na zona rural de Campinas (SP), o espaço tem possui área superior a 8.000m², com mais de 6 mil plantas de 8 variedades de tomate. Além da área coberta, o local conta ainda com uma extensão de 4.500m² de área aberta, que comporta, entre outras coisas, dois tanques de captação de água pluvial, totalizando 6 milhões de litros de capacidade, para irrigar de forma sustentável a plantação de tomates protegidos. Cada estufa tem uma propriedade diferente (pé direito mais alto ou mais baixo, ventilação, cor das lonas, temperatura etc.), o que simula as situações climáticas nas diferentes regiões produtoras do Brasil. Na HORTITEC 2016 , a Seminis lançou as variedades de tomates: Italiano “SV2333TJ”, Salada-Redondo “SV2444TH” e Especialidade “DRC564”; a Couve-Flor: “Forata” e os porta-enxertos “Shincheonggang” e “Maxifort”.

FOTO: Divulgação Agristar

FOTO: Divulgação Seminis

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dos principais eventos da cadeia produtiva de Hortifruti do Brasil, o Open Field Day, organizado pela Agristar (www.agristar.com.br) - uma das maiores empresas do país na produção e comercialização de sementes de hortaliças, flores e frutas - completou 10 anos com sucesso absoluto. Realizado na estação experimental de Santo Antônio de Posse (SP), durante a HORTITEC, o evento recepcionou mais de 3 mil visitantes de todo o país, onde foram apresentadas lançamentos em variedades de alface, cebola, cebolinha, coentro, cenoura, beterraba, tomate, pimentão, vagem, pepino, abobrinha, berinjeta, espinafre, etc.


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Cenoura híbrida de inverno conquista produtores da região Sul do Brasil

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FOTOS: Attuale Comunicação

s estados do Rio Grande do Sul e Paraná estão entre as maiores regiões produtoras de cenoura do país, e a produção vem crescendo graças a utilização de sementes híbridas desenvolvidas para estas regiões. No mercado há quase quatro anos, a cenoura híbrida de inverno “Melissa F1”, da linha de sementes Topseed Premium, teve suas vendas intensificadas a partir de 2014 na região ao conquistar os produtores com seu alto desempenho, por exemplo. Segundo a ABCSEM (Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas de Hortaliças), em 2015 foram produzidas 700 mil toneladas, em cerca de 15 mil hectares. À frente da produção estão ainda Minas Gerais, Goiás e Bahia. “O mercado de cenoura de inverno teve um incremento de área este ano, influenciado pelos bons preços recebidos pelos produtores. A cenoura híbrida Melissa obteve grande destaque principalmente por alcançar altos patamares de produtividade, que permitiram ao produtor ter no binômio Produtividade x Qualidade resultados altamente rentáveis”, explica o Coordenador Técnico de Vendas para a região Sul, Márcio Mota. Para o Especialista de Bulbos e Raízes, Samuel Sant’Anna, a cenoura “Melissa” apresenta elevado potencial produtivo e alto rendimento na classificação 3A. “Suas raízes são de formato cilíndrico com fechamento de pontas arredondado, pele muito lisa apresentando raízes com coloração alaranjada intensa, tanto interna quanto externamente. É

um material com excelente uniformidade e padronização de raiz, o que contribui para melhor rentabilidade ao produtor”, explica. Para Docimar Macanan, Consultor Técnico de Vendas Topseed Premium, a cenoura Melissa traz ainda segurança ao produtor. “Principalmente devido à sua alta tolerância foliar às principais doenças da cultura, como os fungos Alternaria dauci e Cercospora carotae, que podem causar danos na parte aérea da cenoura, a Queima-das-Folhas, e ainda ao Peronospora destructor (Míldio)”, explica. Essa segurança conquistou o produtor Vicente Riva, de Antônio Prado (RS), que cultiva o material há cerca de quatro anos e investe na cenoura “Melissa” baseado na tolerância que ela propicia. “A cenoura “Melissa” é o material ideal para o plantio de inverno, pois tem ótima tolerância às doenças que atacam a cultura. Além disso, tem um ótimo desempenho no campo, com boa coloração e bom rendimento, pelo fato de ser comprida”, afirma.


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s pimentas “BRS Juruti” e “BRS Nandaia” alcançaram a maioridade e já podem ser incluídas na agenda da cadeia produtiva de hortaliças. As empresas Feltrin Sementes Ltda e a Isla Sementes Ltda foram habilitadas no dia 18 de maio último, pela Embrapa Produtos e Mercado (Brasília, DF), a produzir e comercializar sementes das mais novas cultivares de pimenta desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento de Capsicum da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF). A habilitação dessas empresas, ofertadas com lotes de sementes pela Embrapa Produtos e Mercado, representa o coroamento de um longo processo, envolvendo diversas etapas e que pode levar, em média, de oito a dez anos, período que contempla - além da fase de melhoramento genético - testes e validações nas Unidades de Observação (UO), o documento de certificação oficial emitido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) do MAPA, os editais públicos, e a seleção/habilitação das empresas de sementes. De acordo com a pesquisadora Cláudia Ribeiro, que coordena o Programa Capsicum (pimentas e pimentões), tanto a “BRS Juruti” como a “BRS Nandaia” foram desenvolvidas com o objetivo de atender a uma demanda crescente por cultivares de pimenta com as suas características, com destaque para o alto teor de capsaicina, componente que determina o nível de picância dos frutos da pimenta. “As duas cultivares atendem muito bem, por exemplo, às exigências das empresas processadoras para produção de “mash”, pasta de pimenta utilizada para fabricação de molhos picantes”, atesta Cláudia, para quem o diferencial das duas pimentas, frente a algumas outras cultivares, é a conjugação do alto rendimento de polpa com o teor de picância. “A Jalapeño, por exemplo, muito valorizada pela agroindústria por sua polpa, não apresenta o mesmo atrativo referente à picância”. CARACTERÍSTICAS DA “BRS Nandaia” - Além de

FOTOS: Ana Carolina Evangelista

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Pimentas “BRS Juruti” e “BRS Nandaia” serão produzidas por Feltrin e Isla Sementes

muito picante e aromática, esta cultivar de frutos com coloração laranja apresenta alta produtividade, uniformidade de plantas e frutos, e resistência múltipla a doenças. É uma cultivar de polinização aberta, que apresenta hábito de crescimento ereto, com aproximadamente 60 cm de altura e 60 cm de largura. Os frutos, de formato campanulado, com superfície lisa e pendentes, apresentam coloração verde quando imaturos e laranja quando maduros, com cerca de 3,2 cm de largura por 4,7 cm de comprimento e 2,0 mm de espessura de parede. Nas condições de cultivo do Brasil Central, durante a época seca, a colheita dos frutos maduros tem início cerca de 90 dias após o transplante das mudas para o campo. A pimenteira “BRS Nandaia” é exigente em calor, sensível a baixas temperaturas e intolerante a geadas. Em regiões mais frias, deve ser cultivada preferencialmente nos meses de altas temperaturas, que favorecem a germinação das sementes, o desenvolvimento da planta e a frutificação. Apresenta alta resistência ao Oídio (Oidiopsis sicula), resistência a Nematóide (Meloidogyne javanica), Murcha Bacteriana (Ralstonia solanacearum biovar 1) e Mancha Bacteriana (Xanthomonas gardneri), além de resistência de campo ao potyvírus Pepper Yellow Mosaic Vírus (PepYMV). CARACTERÍSTICAS DA “BRS Juruti” - Esta pimenta veio juntar-se ao grupo formado pelas cultivares “BRS Sarakura”, “BRS Garça” e “BRS Nandaia”, únicas cultivares de pimenta Capsicum protegidas no Brasil, A “BRS Juruti” é uma cultivar de polinização aberta, desenvolvida para atender tanto o mercado de frutos frescos como a agroindústria. Além de altamente picante e aromática, a cultivar apresenta resistência múltipla a doenças, alta produtividade e uniformidade de plantas e frutos. Exigente em calor e sensível a baixas temperaturas, a “BRS Juruti” é recomendada tanto para cultivo em campo aberto – trata-se de uma cultivar especialmente adaptada para o período de seca na região do Planalto Central – como em cultivo protegido.


Isis Magri Teixeira - Graduada pela Faculdade de Direito de

Ribeirão Preto (SP), da Universidade de São Paulo (FDRP/USP) e advogada do Escritório Dosso Advogados. www.dossoadvogados. com.br

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om a crise financeira que se alastrou sobre todos os segmentos da economia brasileira, as empresas passaram a encarar diariamente a dificuldade de manter o seu quadro de funcionários, pagar pontualmente seus fornecedores e colaboradores e quitar os inumeráveis tributos, além, é claro, de manter os consumidores satisfeitos com a qualidade e o preço de seus produtos e serviços. Exatamente por isso, muitas empresas têm se deparado com a triste realidade da falência. Mas poucos sabem que a lei brasileira dispõe de um instituto próprio para tentar salvar as empresas economicamente viáveis que experimentam momentos de crise: a recuperação judicial. A empresa que perde a capacidade de manter em dia seus pagamentos deve avaliar, seriamente, a viabilidade de pedir sua recuperação judicial. A recuperação judicial é um meio para que a empresa em dificuldades reorganize seus negócios, reestruture sua dívida e possa realmente se recuperar da momentânea dificuldade financeira que atravessa. Com as execuções contra a empresa suspensas por seis meses e a possibilidade de negociar condições de pagamento mais vantajosas e que considerem o fluxo de caixa atual, a recuperação judicial permite que a empresa mantenha suas atividades em pleno funcionamento, o emprego de seus funcionários e o interesses dos credores - que precisam ser pagos, preservando sua função social e o estímulo à atividade econômica. E os produtores rurais também encontram amparo na recuperação judicial. Em abril deste ano, um casal de produtores rurais de Jaboticabal (SP) conseguiu o deferimento de seu processo de recuperação judicial. A causa foi patrocinada pelo escritório Dosso Advogados, de Ribeirão Preto (SP), especializado em direito empresarial, recuperações judiciais e falência. A decisão, inédita no país, abre um importante precedente sobre o assunto (até então apenas casos de grupos econômicos que incluem o sócio produtor eram conhecidos). De fato, seria injusto que os produtores rurais não pudessem valer-se dos benefícios concedidos pela recuperação judicial a todas as empresas e indústrias dos mais variados ramos, considerando que a economia brasileira tem suas bases sus-

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PRIMEIRA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE PRODUTORES RURAIS DO PAÍS TEM PROCESSAMENTO AUTORIZADO

tentadas firmemente pela vocação rural do país. Não há dúvidas de que as atividades agropecuárias sentiram os efeitos da crise: o dólar mais alto fez o preço de insumos e sementes subir muito e tornou impagáveis os empréstimos e financiamentos indexados à moeda estrangeira. Além disso, as inconstâncias climáticas dos anos de 2014 e 2015 destruíram safras inteiras: as lavouras e o gado sentiram muito a ausência de chuvas e o sol forte em períodos atípicos do ano, o que fez com que a conta do produtor rural não fechasse no final da safra. Com as dívidas mais altas e as receitas mais baixas, a base da economia brasileira está em risco. Todos esses fatores contribuíram para que os produtores rurais de Jaboticabal pleiteassem - e conseguissem - o amparo da lei de recuperação judicial. Para os produtores rurais, a recuperação judicial traz uma série de vantagens, especialmente no contexto de crise econômica e financeira, como a suspensão de todas as ações e execuções judiciais por 180 dias, a elaboração de plano para pagamento das dívidas - que prevê deságio, carência, e prazos mais alongados, além da possibilidade de negociação direta com os credores. No entanto, deve-se ter cautela ao escolher esse caminho. A recuperação judicial é um processo árduo, de longo prazo, e não deve ser banalizado. Apenas empresas e produtores rurais com atividades economicamente viáveis, que disponham de ativos suficientes, e que contem com empregos fixos a serem preservados têm direito ao benefício. O produtor rural precisa estar devidamente registrado como empresário individual na junta comercial de seu estado e ter desenvolvido a atividade de forma regular por no mínimo dois anos para pleitear a recuperação. Exatamente por isso, a consulta a advogados especializados é requisito necessário aos interessados. A decisão pioneira da 2ª Vara Cível de Jaboticabal (SP) demonstra que a difícil situação econômica dos produtores rurais está sendo devidamente compreendida pelos tribunais. O campo emprega, consome, fornece matéria-prima e alimentos e, muitas vezes, contribui para o equilíbrio da balança comercial do país com as exportações de suas commodities, e pode agora contar também com a recuperação judicial como alternativa em meio à crise.

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