3 minute read

Celebrar é Ir Adiante

Next Article
Murilo Zauith

Murilo Zauith

Estética íntima? Como assim?

Se vários procedimentos em face e corpo são realizados com intenção de melhorar nossa aparência, por que não atuar na região íntima, tornando-a mais funcional e jovial? Lentamente, as pessoas estão se familiarizando com os termos: estética íntima ou ginecologia estética. Posso garantir que já temos motivos para comemorar a chegada dessa área de atuação na Medicina. Leia atentamente o que vou compartilhar em seguida.

Advertisement

Por que não se ouvia falar nisso antes? Houve uma explosão de demanda, ou melhor, de pessoas necessitando uma atenção para sua genitália. Só pra começarmos o assunto, pensem nas mulheres que passaram por cirurgia de redução de estômago, que se tornaram atletas de alta performance, que se submeteram a dietas intensivas, que adentraram a menopausa precocemente, que se submeteram a tratamentos oncológicos severos ou que nasceram com imperfeições genitais. Com essas pessoas precisando de um olhar atento, o mundo da Medicina precisou se adaptar e correu atrás. Surgiram simpósios, cursos e todo tipo de literatura, livros e inúmeros artigos científicos. Tudo em prol de aumentar o conhecimento médico e atuar com eficiência. Já temos uma Associação Brasileira e uma Sociedade Lationoamericana de Cosmetoginecologia. Não é um bom motivo para festejarmos? Em outros países, isso tudo já estava acontecendo. O Brasil precisava participar de tais transformações.

Como é essa nova abordagem? Na prática, o que muda é sutil, porém bem especializado. Por exemplo, nas cirurgias de vulva, as ninfoplastias, podemos agora submeter as pacientes em ambiente de clínica, sem necessidade de internação hospitalar. São necessários materiais e equipamentos para essa intervenção; mas, sem dúvida, o risco de infecções hospitalares reduz sensivelmente. As tecnologias a laser vieram para revolucionar a área genital. Muitos novos equipamentos no mercado trazem grandes soluções para incontinência urinária ou atrofia genital [secura da parede vaginal, comum no pós-parto ou menopausa], incluem o Laser Fracionado de co 2, erbium, ultrassom microfocado, radiofrequência, leds. Todos com respaldo da comunidade científica. Sem cortes, sem sangramento, sem dor importante, sem necessidade de afastamento da atividade profissional e a mulher obtém novamente a saúde de sua região íntima. para trazer bem-estar, conforto para a mulher, então é bem- vindo.

Se você pudesse ouvir o quanto a mulher que se cuida muda sua percepção do mundo, de si mesma e de sua sexualidade, faria sempre um julgamento favorável. Então, vou transcrever resumidamente dois exemplos dessa mudança na vida das pessoas.

Sim, nós temos uma ouvidoria B. tem 67 anos, sua turma da melhor idade programava um cruzeiro. Ela é portadora de perda de urina involuntária. Cansada de inúteis tratamentos anteriores, estava impedida de ir a uma viagem na qual não se sabe onde está o banheiro. Sua nora leu na rede social sobre laser íntimo e a incentivou a buscar ajuda. Após suas sessões chegarem ao fim, perguntei o que ela havia achado dos lasers. Abriu sua bolsa e me mostrou as passagens. Pronta para singrar os mares, ela disse.

C. tem 27 anos, pratica ciclismo com seu esposo e ama o hobby. Foi em uma consulta ginecológica que observou na imagem que a médica produziu em vídeo durante o exame físico, que sua vulva estava “murchinha”. Sofreu ao saber que era devido ao selim da bike. E agora? Parar o treino? Pensar na hora de se relacionar sexualmente em que não estaria à vontade? Sua médica a informou que procedimento realizado com seringa e um gel de ácido hialurônico poderiam lhe devolver o formato antigo, a Bioplastia Genital. Tratou de agendar. Saiu feliz com o resultado. Atualmente está inscrita para uma competição de ciclismo.

Precisamos quebrar paradigmas ou ideias pré-concebidas Libertar-se de crenças castradoras, estimular um novo olhar, tornar a mulher autônoma para experimentar boas sensações, tomar decisões, atividades que antes a limitavam ou eram impossíveis entre outras boas razões; para isso a estética íntima nasceu. Ainda vem mais por aí, eu creio. Celebrem também!

This article is from: