Revista Business Portugal Setembro 2020

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Setembro 2020

Especial Saúde Liderança: Novos Desafios

REGINACORK AUDÁCIA, VONTADE DE CRESCER E DE MELHORAR Carlos Garcia Ascenso, Administrador

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História e Inovação

Anos REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 3


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ÍNDICE

EDITORIAL Setembro é marcado pelo regresso às aulas e, apesar do teletrabalho ainda ser a realidade de muitos trabalhadores, o regresso aos escritórios também se começa a fazer notar. Progressivamente, as rotinas estão a voltar… o trânsito aumenta, os transportes públicos começam a ser mais frequentados, as ruas começam a ficar mais movimentadas e, consequentemente, o número de casos ativos também aumentam. Com a aproximação a uma altura do ano mais propícia a constipações e resfriados e com a realidade pandémica, não deixamos de levar até si o especial de saúde, desta vez, com especial enfoque no Dia Nacional do Farmacêutico, assinalado no passado dia 26 de setembro. Por outro lado, continuamos a deparar-nos com empreendimentos que, com preponderância e determinação, levam a bom porto os negócios e não deixam fazer esquecer a resiliência do tecido empresarial português, bem como a sua criatividade e capacidade de reinvenção. Deixe-se levar pela leitura que lhe trazemos nesta edição e deixe-se inspirar pelos vários casos de sucesso que aqui explanamos…

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ESPECIAL SAÚDE

LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS STARSUL

LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS ROM BOATS

LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS ESPAÇO MECÂNICCO


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R REGINACORK

Carlos Garcia Ascenso, Administrador

AUDÁCIA, VONTADE DE CRESCER E DE MELHORAR

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Carlos Garcia Ascenso, administrador único da Reginacork, referência nacional na indústria corticeira. O segredo do sucesso, considera, está no investimento contínuo nas suas infraestruturas e num sólido trabalho de equipa. A Reginacork, empresa sediada em Pinhal Novo, distrito de Setúbal, iniciou o seu percurso, na década de 90, com a preparação de cortiça e, mais tarde, com os triturados e, posteriormente, os granulados de cortiça. Mais recentemente, deu início à produção de pellets. É, hoje em dia, fonte de trabalho para centenas de trabalhadores de forma direta e indireta. 2016 foi um ano de grande importância para o futuro da Reginacork, com a aposta num novo produto. Foi construída a unidade de produção de pellets (um combustível ecológico alternativo ao fóssil, com custos muito inferiores para o consumidor e benefícios acrescidos para o meio ambiente), representando um investimento de 8,5 milhões de euros para criar um produto que se assumisse como um negócio complementar, com o objetivo de dar uma maior sustentabilidade à empresa. Com os resultados positivos obtidos com esta aposta, Carlos Garcia Ascenso decidiu reforçar ainda mais a produção de pellets com um novo investimento, na ordem dos 1,5 milhões de euros, em 2020, durante a pandemia. Foi montada uma nova linha de secagem para os pellets, o que irá permitir à empresa aumentar produções e, além disso e muito importante, poderá trabalhar as matérias-primas em verde, reduzindo, significativamente, a emissão de poeiras durante o ciclo produtivo. Em termos operacionais, a Reginacork alimenta as suas linhas de produção com matéria-prima, que resulta da poda e limpeza da floresta, a chamada estilha ou biomassa linhosa residual, que depois de moída, dá o produto final, traduzido em pellets. A recolha desta matéria-prima é feita, maioritariamente, pela própria empresa, que tem pessoal e equipas externas devidamente formadas para fazer 8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

esse trabalho. A restante matéria-prima resulta de entregas por parte de proprietários e de algumas autarquias. Como surgiu a oportunidade para entrar no sector corticeiro? Sempre estivemos ligados a este sector. Em 1994, começámos com uma pequena empresa, cujo trabalho consistia na produção e preparação de pranchas. Era um negócio com horizontes limitados e, por isso, decidimos passar para os triturados, depois para os granulados e, finalmente, para os pellets. Diria que nos fomos adaptando às situações e oportunidades de mercado que foram surgindo. Pode dizer-se que os pellets são a grande base de sustentação da Reginacork? Em parte, e principalmente durante o período da pandemia. De início, ganhámos alguma dimensão nas áreas que atrás mencionei, mas comecei a aperceber-me que este mercado estava a ficar restrito, a diminuir muito. Então, a ideia foi arranjar um negócio complementar, para dar mais sustentabilidade à empresa. Estudámos e analisámos algumas oportunidades, até que surgiu a ideia dos pellets. Instalámos uma unidade para produção deste produto, um modelo de negócio diferente, mas com muitas sinergias oriundas do sector corticeiro, nomeadamente, o abastecimento de matéria-prima e a sustentabilidade das florestas. Arrancámos há quatro anos e, no ano passado, já chegámos às 23 mil toneladas e a conclusão é esta: o mercado está muito recetivo. É um mercado que tem de ser gerido numa ótica de economia de escala. Neste momento, com os investimentos que efetuamos, cerca de 7/8 mil


REGINACORK

toneladas nos granulados, temos capacidade para produzir 45 mil toneladas/ano de pellets. Em paralelo, continuamos com cerca de 7/8 mil toneladas nos granulados, ainda que nesta altura e até final dos efeitos da pandemia, nos mercados esteja a pouco mais de 50 por cento. Esta aposta no reforço da linha dos pellets foi por nós encarada como uma medida de emergência essencial para a sustentabilidade da empresa. O objetivo foi compensar as perdas do sector corticeiro e equilibrar os resultados da empresa e até agora tudo parece estar bem encaminhado. Com um ano atípico devido à pandemia, que resultado prevê alcançar no final de 2020? O facto de termos conseguido ampliar a capacidade de produção de pellets durante a pandemia foi determinante. Caso não tivesse acontecido, estaríamos numa situação muito delicada. Ainda que tenhamos conseguido mercados alternativos para os granulados, não seria suficiente. Assim, penso que iremos fechar o ano com uma faturação muito próxima ao conseguido em 2019, o que, face à situação, acaba por ser um bom resultado, tendo em conta que o sector corticeiro foi severamente abalado pelo efeito da pandemia nos mercados. Nota-se claramente que fala muito na terceira pessoa, apesar de ser o rosto visível e pessoa unicamente responsável por este rumo de sucesso. Porquê? Porque o trabalho de equipa é a base de tudo isto. Tenho aqui pessoas que estão comigo desde o primeiro dia. Consigo fazer o papel de liderança, mas preciso de ter os “oficiais de dia”. Tenho de centralizar em mim, porque tenho de assumir as responsabilidades de tudo, mas tenho de ter, e tenho, pessoas a quem possa delegar, por vezes, o dia a dia. Por exemplo, esta ampliação só foi possível com o esforço e envolvimento de todos. Eles esforçaram-se muito, é verdade que estão motivados para isso. Aquela linha de secagem, vital para a sustentabilidade da empresa neste período de pandemia, deveria ter sido montada pelo fornecedor do equipamento, o que no momento se revelou impossível devido à Covid-19. Todos fizemos cedências e um grande esforço até concretizar a montagem. É este espírito de equipa que tento preservar e alimentar.

“Esta aposta no reforço da linha dos pellets foi por nós encarada como uma medida de emergência essencial para a sustentabilidade da empresa. O objetivo foi compensar as perdas do sector corticeiro e equilibrar os resultados da empresa e até agora tudo parece estar bem encaminhado”

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | ATELIER 405

Equipa

Uma filosofia de trabalho que também parece adequada aos novos tempos… Claramente! Eu não acredito que as pessoas, se não ganharem o suficiente para sustentar a família e pagar as suas contas, venham trabalhar com boa vontade, se sintam motivados para produzir o melhor de si mesmo, todos os dias. Acho que as pessoas têm de ter uma vida digna e têm de ter condições para isso. Prefiro ter o pessoal fidelizado, dentro do possível, do que todos os dias andar à procura de novos funcionários. O que pode garantir que nunca vai mudar? O compromisso! Está assumido e não vai mudar. Temos uma filosofia de trabalho bem definida, baseada na audácia, crescimento e melhoria. No dia em que qualquer empresa pense que está bem e comodamente instalada, está, seguramente, a ser ultrapassada por outra e a caminho de ter problemas no futuro. Uma postura que foi posta à prova com a pandemia. Como tem lidado a Reginacork com este problema à escala mundial? Relativamente à escala mundial, estamos a passar por uma situação pela qual nunca passamos, nem tão pouco os nossos interlocutores. Internamente, sentámo-nos à mesa, conversámos e chegámos à conclusão que a solução não passava pelos trabalhadores irem para casa, porque ninguém sabe como nem quando isto acaba. Eles colaboraram, houve cedências de ambas as partes e foi possível evitar layoffs e/ou despedimentos e continuar a pagar ordenados na sua totalidade ao final de cada mês. Era este o objetivo comum. Com esta medida, hoje, o panorama é muito melhor do que era há três ou quatro meses e permite-nos ter uma projeção otimista para o futuro. Como é que, começando-se do zero, se chega a uma empresa de milhões? Quando se tem vontade de crescer e se tem o apoio da equipa não se pensa nos milhões, mas sim no fazer melhor, otimizar e crescer… o resto vem por acréscimo. Para ser mais rentável e ter viabilidade económica, precisamos de mais quantidade. É isso que temos feito. Olhando para o futuro, pelos contratos que temos, 10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

"Quando se tem vontade de crescer e se tem o apoio da equipa não se pensa nos milhões, mas sim no fazer melhor, otimizar e crescer… o resto vem por acréscimo (…) Também nos deixa tranquilos o facto de termos alguns dos melhores clientes do mundo" pelo menos até 2026, as perspetivas são as melhores. Também nos deixa tranquilos o facto de termos alguns dos melhores clientes do mundo, quer a nível nacional no sector da cortiça, quer a nível internacional no sector dos pellets, nomeadamente os países nórdicos, que cumprem, religiosamente, os seus contratos, têm outra filosofia de vida e nós temos de ser cumpridores, tal como eles. Diria que existem condições para uma parceria perfeita. O que distingue a Reginacork? Nós não somos melhores do que ninguém, nem nunca tal foi nossa intenção, somos simplesmente diferentes. Apostamos numa filosofia de trabalho diferente dos outros e os resultados obtidos até agora deixa-nos otimistas perante os grandes desafios que todos nós teremos de enfrentar. Pode afirmar que a Reginacork é uma empresa amiga do ambiente? Absolutamente! O mais possível! No sector dos pellets não fazemos corte raso, não fazemos desflorestação, não provocamos erosões. Chegamos ao terreno, limpámos e deixámos a floresta em melhores condições do que quando entrámos. Para nós, o interesse é deixar


REGINACORK

Relativamente aos pellets de madeira e cortiça, a Reginacork S.A. tem implementados os seguintes referenciais normativos: • • • •

FSC Chain of Custody Certification, FSC-STD-40-004 Standard (Version 3-0); Requirements for Sourcing FSC® Controlled Wood, FSC-S TD-40–005 Standard (Version 3-1); Requirements for use of the FSC trademarks by Certifica Holders, FSC-STD-50-001 (Version 1-2); ISO 9001.

as árvores em crescimento, produtivas e saudáveis para o futuro, segundo as normas de certificação internacional, sobre as quais nos regemos. Num futuro próximo, estas mesmas árvores necessitarão de ser, novamente, limpas e podadas, pelo que teremos, novamente, matéria-prima à disposição, não esgotando a fonte. Entretanto, em todo este ciclo, promovemos a segurança da floresta, no que respeita a incêndios e pragas. No sector da cortiça, abastecemo-nos em podas e limpeza dos sobreiros e montados. Os nossos grandes promotores são os proprietários das florestas que passam a palavra, reconhecem e ficam satisfeitos com o nosso trabalho. O nosso cartão de apresentação são os trabalhos que concluímos. Qual o grande, ou grandes objetivos, no curto e médio-prazo? No sector corticeiro, é recuperar algum do terreno perdido, ainda que neste momento já se sinta uma ligeira recuperação, ainda frágil. No sector dos pellets, acabamos de passar agora para as 45 mil toneladas anuais, sempre com uma análise constante ao impacto ambiental que tem no meio onde nos abastecemos. Depois, a partir daí, veremos se há ou não espaço para outras opções. Se houver, e após obter autorização das autoridades reguladoras competentes, poderemos estudar possíveis upgrades com novos clientes. Diria que, por agora, a estratégia principal passa por, durante os próximos cinco anos, otimizar produções, reduzir custos e manter os contratos existentes.

Relativamente, unicamente, aos pellets de madeira, tem também implementados os seguintes referenciais normativos: • • • • • • • •

ENplus de 2015 – Parte 3 e 4 -Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira; SBP Standard #1 V1.0 – Feedstock Compliance Standard; SBP Standard #2 V1.0 – Verification of SBP Compliant Feedstock; SBP Standard #4 V1.0 – Chain of Custody; SBP Standard #5 V1.0 – Energy and Carbon data Collection; Instruction Document 5A - Collection and Communication of Data V-1.1; Instruction Document 5B - Energy and GHG Data V-1.1; Instruction Document 5C - Static Biomass Profiling Data V 1:1.

Herdade do Monte Novo Apartado 75, 2959-019 Pinhal Novo +351 212 361 406 http://www.reginacork.pt/ REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 11


ISEC LIDERANÇA: GRUPO TECNICOLA NOVOS DESAFIOS | LIVING PORTUGAL PROPERTY

COMPORTA’S DREAM MAKER

Manuel Rocha, Presidente do Concelho de Administração

50 ANOS DE HISTÓRIA E INOVAÇÃO O Grupo TECNICOLA está a comemorar 50 anos de história, assumindo-se como um verdadeira história de sucesso empresarial. Este marco importante destaca um percurso com um exercício assinalável, pela coerência na prossecução dos objetivos, pela consistência da gestão e pela validade da estratégia definida para a empresa, como conta Manuel Rocha, presidente do Conselho de Administração do Grupo TECNICOLA, em entrevista à Revista Business Portugal.

O Grupo TECNICOLA é uma história de sucesso empresarial alicerçada numa constante aposta na inovação tecnológica e na formação dos seus colaboradores. Em mais de cinco décadas, assistimos à sua fundação, desenvolvimento e conquista de mercado. Para conhecer esta empresa, a Revista Business Portugal foi ao encontro de Manuel Rocha, um empresário carismático e dinâmico que tem pautado a sua atividade profissional por uma grande visão estratégica, sentido de responsabilidade e paixão. Fruto de um vasto know-how e décadas de experiência, Manuel Rocha conseguiu criar um grupo empresarial, com grande destaque nacional e que começa a dar os primeiros passos, a nível internacional. Mas como é que tudo começou? A sua experiência profissional e técnica de 25 anos na Bayer foi determinante para alavancar, em 1970, a TECNICOLA, uma pequena empresa que iniciou a sua atividade com o objetivo de fabricar compostos de látex para a indústria têxtil, nomeadamente alcatifas e tapeçarias - carpet backing, isto numa altura em que a venda de alcatifas estava no seu auge. Em meados de 1976, Manuel Rocha comprou o terreno onde hoje é a sede do grupo e expandiu as suas áreas de atividade para o desenvolvimento e produção de outros tipos de produtos adesivos de base aquosa para todo o tipo de indústrias. A TECNICOLA assumiu como missão satisfazer as necessidades do mercado nacional e internacional, com uma atitude inovadora, eficaz, qualificada e dedicada, comprometendo-se a modernizar,

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produzir e fornecer produtos ao mercado, garantindo assim o cumprimento de todos os requisitos aplicáveis à sua distribuição e utilização, assegurando a sua sustentabilidade garantindo a satisfação dos seus colaboradores e clientes. Fruto das necessidades crescentes do mercado, aliado ao seu know-how, em 1981, a TECNICOLA criou uma nova empresa designada por IMPOCOLOR para a comercialização de corantes, pigmentos e auxiliares para a indústria têxtil. Hoje em dia, o seu portfólio é constituído por cerca de 800 Corantes e 700 Auxiliares Têxteis, dispondo de gamas de corantes adequados ao tingimento dos vários substratos têxteis, tecnicamente em concordância com um vasto sortimento de produtos auxiliares. “Ao longo dos anos, fomos construindo uma estrutura técnico-comercial ao dispor dos nossos clientes, traduzida na existência de um moderno Laboratório de Aplicação operado por competente pessoal especializado nas Áreas Química e Têxtil”, salienta Manuel Rocha, acrescentando que os laboratórios são a essência da inovação e qualidade da empresa. “No nosso laboratório, desenvolvemos não só a reprodução de coloridos (tinturaria e estamparia), mas também a otimização de processos de aplicação em função das características e requisitos técnicos dos nossos clientes. Juntamente com a equipa do departamento de vendas, estamos permanentemente atentos às necessidades dos nossos clientes, para os quais procuramos soluções ajustadas e consentâneas”, destaca o empresário, apontando como mais-valia a


GRUPO TECNICOLA

Rui Faria, José Rocha, José Adelino, António Santos

disponibilidade técnica experiente e conhecedora, centrada no acompanhamento pós-venda próximo da realidade dos clientes. Internacionalização: conquista de novos mercados Crescentemente, as estratégias de internacionalização têm ganho destaque em contexto empresarial. Com a abertura e alargamento dos mercados, com o aumento da concorrência e do ritmo de inovação, as empresas não se podem limitar a “estar” no mercado. Cada vez mais as empresas têm de estar aptas a reagir aos desafios que se lhes colocam. A internacionalização é uma das respostas empresariais ao desafio da globalização. Também a IMPOCOLOR avançou com o processo de internacionalização, ou seja, seguindo uma estratégia de expansão e alargamento de mercado, abriu uma delegação em Marrocos. A IMPOCOLOR MAROC, sediada em Tânger, “procura dar respostas às necessidades dos clientes do Norte de África, sobretudo Marrocos, Argélia, que é um grande mercado têxtil, Tunísia e Senegal, até porque a indústria têxtil está a ir para estes mercados e nós temos que seguir a indústria têxtil”, refere Manuel Rocha, sublinhando que, para além da equipa técnica local, existe uma forte interligação com a estrutura técnica portuguesa, que presta apoio e acompanha o desenvolvimento da atividade.

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GRUPO TECNICOLA

Visão e Empreendedorismo: uma paixão e um legado O ano de 2020 tem um significado muito especial para o Grupo TECNICOLA que celebra 50 anos de história, ousadia e ambição, mosqueados com inovação e qualidade. Indubitavelmente, um marco para a empresa e para os seus colaboradores. A TECNICOLA foi pioneira no mercado e, desde então, manteve a sua liderança, assumindo um papel determinante no desenvolvimento e na elevação dos standards da atividade. Neste momento tão especial, Manuel Rocha evidenciou a dedicação dos cerca de 80 colaboradores que, ao longo deste período contribuíram para o fortalecimento da organização, até porque entende que em qualquer projeto o capital humano é fulcral para o triunfo. Todo o modelo de negócio da TECNICOLA está construído tendo como base central a proximidade aos seus colaboradores e clientes. A missão, a visão e os valores foram desenhados com vista a conceber uma organização ágil e competente na interpretação das necessidades dos clientes para que a jusante com uma atitude de compromisso, “consigamos definir a melhor estratégia na abordagem ao mercado e delinear processos de trabalho que suportam toda a atividade dos nossos colaboradores”, refere. Manuel Rocha sublinha que a empresa trabalha, continuamente, para promover na sua equipa de trabalho um pacto com a responsabilidade e o profissionalismo. Durante estes 50 anos, a empresa atravessou diferentes momentos, mas em todas as conjunturas, foi sempre decisivo o espírito de equipa que sempre se viveu no seio da empresa. “Para o futuro, queremos renovar, com convicção, esta postura de compromisso. Escolhemos o caminho da inovação ativa e cons-

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tante, de conseguir incessantemente acrescentar valor aos nossos produtos, procurando superar as expectativas dos nossos clientes. A confiança que nos têm depositado, estimula-nos a queremos ser cada vez melhores”, destaca o empresário. 50 Anos - um marco na vida da empresa e do empresário por detrás da organização, um homem com grande veia empresarial que transmitiu este legado de visão e empreendedorismo também aos seus filhos, assumindo-se um exemplo de liderança, trabalho e resiliência. A sua ambição passa por uma presença internacional mais forte e a sua maior preocupação é a sucessão, ou seja a passagem do testemunho a uma pessoa que possa dar continuidade a este projeto empresarial, cuja filosofia, assente em pressupostos fundamentais como a qualidade a excelência, colocaram-na, por direito próprio, no almejado pelotão dos melhores.


Os desafios da pandemia A pandemia do novo Coronavírus tem tido um impacto sobre as empresas bastante significativo, num teste inédito à sua capacidade de resiliência e de continuidade. E não se trata apenas de um teste à sua solidez financeira; trata-se, em primeira linha, de um teste à sua resistência operacional. Poucas são as empresas que podem dizer que estavam preparadas para um momento como este. Reorganização e adaptação foram as palavras de ordem. Manuel Rocha sublinhou que o Grupo TECNICOLA seguiu essa lógica de reorganização, aliás esteve em situação de layoff durante um pequeno período, voltando depois ao trabalho, adotando todas as medidas e recomendações da Direção Geral de Saúde, adaptando-se a novos procedimentos e processos. De salientar que a empresa começou a produzir tês produtos de limpeza e higiene, nomeadamente: Alvitec, eficaz na eliminação de vírus, bactérias e fungos; Cleantec para limpeza e desinfeção global de superfícies, materiais, equipamentos, têxteis e mobiliário; e Hidrotec, uma solução hidroalcóolica para higienização das mãos e pele.

“Ao longo dos anos, fomos construindo uma estrutura técnico-comercial ao dispor dos nossos clientes, traduzida na existência de um moderno Laboratório de Aplicação operado por competente pessoal especializado nas Áreas Química e Têxtil”

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CIP CIP - CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL | ANTÓNIO SARAIVA

NA LINHA DA FRENTE DA DEFESA DOS INTERESSES E ASPIRAÇÕES DAS EMPRESAS PORTUGUESAS E DOS EMPRESÁRIOS Em entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, fala-nos da resposta de Portugal à pandemia. Apesar deste ano atípico, o nosso entrevistado dá garantias de que a CIP continuará na linha da frente da defesa dos interesses e das aspirações das empresas portuguesas e dos empresários.

Há dez anos que está na liderança da CIP. Que balanço faz deste trajeto na maior e mais representativa estrutura associativa empresarial portuguesa? Faço um balanço positivo por tudo o que foi feito, mas também de insatisfação pelo que ainda falta alcançar. Comparada com o que era em janeiro de 2010, a CIP é hoje, indiscutivelmente, mais forte e tem uma maior capacidade de intervenção na sociedade. Renovou-se, num processo que lhe proporcionou um universo de representação transversal, mais abrangente, e que continua a alargar-se. Capacitou-se, para responder melhor à sua missão, quer ao nível da sua estrutura interna, quer pelo reforço da sua presença internacional no seio das principais organizações mundiais de empregadores. Dotou-se de um conjunto de conselhos consultivos que têm permitido uma contribuição muito válida da estrutura associativa para sua intervenção. A insatisfação é inerente à nossa própria missão: defender a atividade empresarial e o progresso da economia. Os resultados ficam sempre aquém da nossa ambição. A CIP trabalha na resposta aos desafios que se colocam à sociedade e às empresas, como agentes de mudança, antecipando e propondo soluções. Como é que a CIP encarou os novos desafios impostos às empresas pela pandemia do novo Coronavírus em Portugal? Procuramos estar à altura das responsabilidades acrescidas desses novos desafios. Acompanhamos de perto a evolução da situação, auscultando os nossos associados em permanência. Mantemos um diálogo próximo e constante com o Governo, reportando a realidade, procurando respostas em tudo o que diz respeito às empresas, avaliando e discutindo medidas, exigindo mais e melhor, 16 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

António Saraiva, Presidente

na certeza de que só salvando as empresas será possível preservar o emprego e evitar danos irreversíveis no potencial produtivo. Desenhámos e apresentámos soluções com vista a criar condições para a recuperação, que é necessário acelerar, estimular e tornar sustentável. O mesmo fazemos, à escala europeia, através da nossa participação na BusinessEurope. Acorremos, frequentemente, a dificuldades pontuais que nos vão chegando através dos nossos associados, intervindo na medida do possível. Em suma, cumprimos, neste contexto, a nossa missão de ser a voz das empresas, interpretando os problemas e necessidades de todos os seus associados, servindo-os, coordenado os seus esforços e defendendo os seus interesses comuns. Também assumimos esta missão junto da opinião pública, conscientes de que, nestes momentos de maior dramatismo e sensibilidade, não podemos descurar o papel social das empresas, nem a correta expressão pública de uma mensagem responsável, que dignifique os empresários. Com a pandemia, o teletrabalho revelou-se desde logo como uma solução para compatibilizar a exigência de confinamento com a continuidade da atividade empresarial. Mas no regresso ao novo normal, muitas empresas continuaram a trabalhar neste regime. Considera que o que antes não era encarado como opção, é agora visto como alternativa a ponderar por parte das empresas? Sem dúvida. O recurso ao teletrabalho, a que muitas empresas foram forçadas, foi revelador de vantagens e inconvenientes. Esta experiência não deixará de se refletir numa nova perceção, com consequências sobre o recurso futuro a esta forma de prestação do trabalho. O teletrabalho não vai, naturalmente, ter aplicação em


ANTÓNIO SARAIVA | CIP - CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL

todos os sectores e profissões, nem assumirá igual intensidade naqueles em que se revela ser possível. O que não levanta dúvidas é que a pandemia serviu como driver, quebrando inércias, destruindo preconceitos, revelando potencialidades. Criou-se confiança. Esta realidade vem tornar ainda mais premente a necessidade de acautelar a existência de competências digitais, questão fundamental para as empresas. Traz também novos desafios à sua abordagem ao nível das relações laborais. A este respeito, é preciso ter em conta que a heterogeneidade sectorial, empresarial e mesmo pessoal, não se compadece com soluções gerais e abstratas. Defendo, por isso, que a negociação coletiva entre parceiros sociais que estão no terreno e conhecem as respetivas realidades será o espaço privilegiado para procurar e definir soluções pragmáticas e equilibradas. A nova realidade trouxe o desafio da inovação e da transformação digital. Esta transição exige investimento, profissionais qualificados e lideranças empresariais que saibam definir estratégias. As empresas portuguesas estão preparadas para avançar com este novo paradigma, a fim de atingirem maior crescimento e rentabilidade? De facto, este desafio exige mais investimento – indispensável à incorporação de inovação nos produtos e nos processos – e melhores qualificações, sobretudo qualificações adequadas. Quanto à sua capacidade para investir, a generalidade das empresas portuguesas está agora, particularmente, fragilizada. Além do risco imediato de muitas empresas não aguentarem a perda de receitas e encerrarem definitivamente a sua atividade, há também o risco de termos empresas que sobrevivem, mas caem em dificuldades financeiras que as impedem de investir. São, por isso, necessárias e urgentes medidas que favoreçam o reforço de capitais das empresas. É preciso, também, estimular fiscalmente o investimento empresarial. Reduzir a carga fiscal sobre as empresas e tornar o sistema fiscal português mais competitivo, mais previsível e simples, são objetivos fundamentais para relançar duradouramente o investimento e a CIP tem apresentado propostas concretas nesse sentido. Quanto à qualificação, se, no cenário pré-Covid, o desafio da inovação e da transformação digital e tecnológica impunha já a necessidade de requalificação ou mesmo reconversão profissional, agora esta necessidade torna-se ainda mais urgente. A pandemia vem acelerar um processo de transformação de competências que já vinha a desenhar-se. Além de gerar desemprego, esta crise está a sedimentar ainda mais a omnipresença de novas tecnologias na forma como trabalhamos. É crítico que, em articulação com as empresas, o Estado apoie a formação em larga escala dos trabalhadores, para que adquiram competências que os tornem atrativos no mercado de trabalho e para que a economia se torne, no seu conjunto, mais competitiva. Ainda está verdadeiramente por apurar o real impacto da pandemia na economia portuguesa e nas suas empresas. Como avalia, num primeiro momento, a ação do Governo e as medidas que foram implementadas durante este período? Tenho de reconhecer o esforço do Governo em conceber e implementar, desde o início, em diálogo com as empresas e os seus representantes, medidas no sentido de atenuar o impacto económico da pandemia. Tímidas e desajustadas, num primeiro

"No plano nacional, é preciso conceber e aplicar um verdadeiro plano de recuperação que, por um lado, robusteça as empresas, enfraquecidas pelo impacto da crise e, por outro lado, promova a modernização e reorientação de toda a economia" tempo, estas medidas foram-se adequando, à medida que o Governo foi ouvindo os agentes económicos e se foi apercebendo da realidade. O layoff simplificado foi, a este respeito, um bom exemplo, infelizmente descontinuado. Subsiste, no entanto, um grande desfasamento entre os apoios disponibilizados e as necessidades. Persistem, disfunções que prejudicam a eficácia e rapidez com que as medidas chegam ao terreno. O esgotamento de muitas das medidas tomadas numa primeira fase deixou de fora milhares de empresas. Por isso, no último inquérito promovido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, já em setembro, perto de 80 por cento das empresas consideraram que os programas de apoio do Estado Português estão aquém ou muito aquém do que necessitam. Além disso, o problema não se prende apenas com a dimensão e agilidade dos apoios, mas também com a sua tipologia, na medida em que concorrem para o aumento do endividamento das empresas. Ora, as empresas não precisam de mais endividamento, cujo agravamento as colocará numa posição ainda mais frágil, travando o investimento, penalizando a competitividade, aumentando a vulnerabilidade a aquisições hostis. Por isso, a CIP tem apelado a uma reorientação das medidas, com um maior recurso a incentivos a fundo perdido e a instrumentos de capitalização das empresas. O layoff simplificado terá sido, porventura, umas das medidas mais importantes que o Governo implementou nos últimos meses. A partir de agosto, os empregadores com quebras de faturação de, pelo menos, 40 por cento começaram a poder requerer o apoio à retoma progressiva, conhecido como sucedâneo do layoff. Qual a sua opinião sobre este apoio e o que podem esperar as empresas? O layoff simplificado foi, de facto, a mais importante ferramenta de apoio na defesa do emprego e das empresas. Não foi uma qualquer solução milagrosa, mas foi a forma que se encontrou para acautelar a manutenção de postos de trabalho, tanto quanto possível, e apesar de todos os percalços na concretização da medida no terreno. Já terá ficado para trás, pelo menos assim o espero, o pior momento de contração da economia, no entanto, a atividade das empresas (umas mais afetadas do que outras, é certo), permanece em níveis historicamente baixos, apesar das (lentas) melhorias que se vão observando. Os efeitos nas empresas ainda estão longe de estarem REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 17


CIP - CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL | ANTÓNIO SARAIVA

dissipados e vão perdurar. Com a quebra, ainda persistente, nas receitas, muitas empresas não conseguirão fazer face às despesas fixas inerentes às suas responsabilidades contratuais, apesar dos apoios à tesouraria que foram concedidos. No último inquérito que fizemos, quase dois terços das empresas disseram antever uma quebra de vendas de cerca de 40 por cento, em média, nestes meses até ao final do ano. Além disso, a maioria revelou que as encomendas em carteira, no início de setembro, também diminuíram 40 por cento. De acordo com todas as evidências, ainda não passámos a fase mais crítica no que diz respeito ao emprego. Nesse sentido, seria avisado que se mantivesse um programa de apoio que estava já a funcionar, em vez de se enveredar por uma reformulação, com novos processos, com mais burocracia e com um novo período de ajustamento. É introduzir ruído num sistema, numa altura em que a rapidez de resposta é fundamental. Limitar os apoios às empresas vai pôr em causa o objetivo proposto de defender postos de trabalho. No meu entender, corremos o risco de não apoiar devidamente o emprego para, a seguir, acabarmos por financiar o desemprego, através da Segurança Social. E no que concerne à resposta da União Europeia, acha que vai ao encontro das expectativas da indústria portuguesa? Julgo que com o acordo sobre o Plano de Recuperação, a União Europeia criou condições – não ideais, mas certamente mais favoráveis – para ultrapassar, em comum, um desafio sem precedentes. Este Plano integra, além de outras vertentes, o objetivo de assegurar a autonomia estratégica da União Europeia, através de uma política industrial dinâmica. Este foco é fundamental, porque o relançamento da indústria portuguesa será parte do relançamento da indústria europeia, ou simplesmente não será uma realidade. É necessário, agora, assegurar que os novos fundos são disponibilizados de forma atempada e aplicados eficazmente, de forma a que saiamos deste período de crise reforçados. No plano nacional, é preciso conceber e aplicar um verdadeiro plano de recuperação que, por um lado, robusteça as empresas, enfraquecidas pelo impacto da crise e, por outro lado, promova a modernização e reorientação de toda a economia, e da indústria em particular, numa visão de longo prazo, em coerência com as opções estratégicas europeias, mas enfrentando os problemas estruturais que ainda travam o crescimento em Portugal.

18 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

António Saraiva foi reeleito presidente da CIP para o triénio 2020-2022. Quais são as prioridades para os próximos anos? As prioridades definidas no programa da CIP para o triénio 2020-2022 mantêm-se, no quadro obviamente mais exigente da recuperação da economia da crise sem precedentes por que está a passar: • A defesa da competitividade das empresas; • A promoção do talento e o desenvolvimento de competências para a era digital; • O desenvolvimento de um Portugal sustentável; • O reforço do movimento associativo. Um dos grandes desafios que os sectores industriais vão enfrentando prende-se com a atração de jovens para as empresas. De que forma será possível contornar este problema? Trata-se de um problema bem identificado no conjunto de propostas apresentado pela CIP no início desta legislatura. Muitas das medidas apresentadas, em diversas frentes, têm presente essa preocupação. Destacaria as medidas de formação e requalificação profissional, para aproximar a oferta e a procura no mercado de trabalho, mas também o lançamento de uma campanha de promoção da indústria nacional junto dos jovens e da comunidade envolvente, para melhorar a perceção da população sobre o trabalho na indústria; as políticas de conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, que constituem uma forte componente no domínio das medidas de atração e retenção dos recursos mais qualificados; as políticas de migração, com o objetivo da atração e integração de ativos com capacidade para serem inseridos nos setores mais necessitados de recursos humanos. Que mensagem gostaria de deixar aos empresários e empresas portugueses? Uma mensagem de apreço e de profundo respeito pelo testemunho de responsabilidade e persistência que têm dado. Uma mensagem de solidariedade, na certeza de que a CIP continuará na linha da frente da defesa dos seus interesses e das suas aspirações. E o pedido para que mantenham, sempre, a coragem de resistir.


Especial Saúde

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO | DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA DIA DO FARMACÊUTICO | CUIDADOS DE SAÚDE

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 19


DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO 2020 Por iniciativa da “World Heart Federation”, no passado dia 29 de setembro, foi assinalado o Dia Mundial do Coração. A Fundação Portuguesa de Cardiologia, como membro da Federação Mundial do Coração, tem a incumbência de dinamizar as atividades do Dia Mundial do Coração em Portugal. Nesse sentido, a Fundação sob o mote “Use o coração para prevenir as doenças cardiovasculares”, promoveu diversas iniciativas on-line. O objetivo é sensibilizar a população para a importância de cuidar do coração, um ato que assume uma importância ainda maior numa altura em que o mundo enfrenta uma pandemia. Fatores de Risco O que são? As doenças cardiovasculares estão associadas a um conjunto de fatores que se designam fatores de risco. Alguns não podem ser modificados, como a hereditariedade, o sexo e a idade. Outros, pelo contrário, podem ser modificados com medidas de estilo de vida e medicamentos. Os principais fatores de risco cardiovascular, sobre os quais pode agir a prevenção, são os seguintes: • • • • • • •

Sedentarismo Hipertensão Tabagismo Stress Obesidade Diabetes Dislipidemia

O rastreio e o diagnóstico médico são fundamentais para avaliar o risco que se corre de vir a ter uma doença cardiovascular. Quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as possibilidades de impedir o aparecimento ou o agravamento de doença cardiovascular. Uma particularidade dos fatores de risco é que, pior do que se adicionarem, eles potenciam-se, ou seja, agravam-se mutuamente.

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Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia Cardiologista Fundação Portuguesa de Cardiologia A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de âmbito nacional, criada em 1979, tendo como objetivo geral a promoção da saúde e a prevenção, tratamento e reabilitação das doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de morte da população portuguesa. De entre as causas específicas de morte, destacam-se os acidentes vasculares cerebrais, com mais de 13.250 óbitos anuais e o enfarte do miocárdio, com cerca de 6.970 óbitos anuais. A estes números impressionantes soma-se similar número de indivíduos atingidos por estas doenças, que sobrevivendo ficam muitos deles gravemente diminuídos. Nos seus 41 anos de atividade, a Fundação Portuguesa de Cardiologia tem contribuído para a luta, com sucesso, contra as doenças cardiovasculares, sendo certamente um dos parceiros responsáveis pela contenção do aumento da mortalidade por acidentes cardiovasculares cerebrais e enfartes do miocárdio observados nos últimos anos. À luz dos conhecimentos científicos atuais, sabe-se que tantos os acidentes vasculares cerebrais, como os enfartes do miocárdio são em grande medida evitáveis. Para isso, é necessária a adoção de estilos de vida adequados e o controlo dos fatores de risco, que condicionam o aparecimento das doenças cardiovasculares, sendo os mais importantes a hipertensão arterial, a hipercolesterolémia, o tabagismo, a diabetes e a inatividade física. Colocar à disposição de todos os interessados este site (http:// www.fpcardiologia.pt), com diversa documentação, constitui para todos nós um instrumento fundamental para o sucesso desta luta que travamos na Fundação Portuguesa de Cardiologia pela promoção da saúde cardiovascular em Portugal. De facto, a população pode, agora, de uma forma interativa, colocar perguntas e fazer comentários sobre os seus casos particulares. Quero terminar lembrando que é fundamental praticar atividade física, ter uma alimentação saudável e não fumar.


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REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 21


DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA

DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA

1 DE OUTUBRO

Célia Costa Assistente Hospitalar Graduada de Imunoalergologia Coordenadora da Unidade de Urticária e da Unidade de Alergia Alimentar Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, CHLN, EPE Centro Internacional de Excelência e Referência de Urticária (UCARE) Cofundadora do Grupo Português de Estudos de Urticária (GPEU)

A

urticária afeta 15 por cento a 25 por cento da população em geral, pelo menos uma vez na vida, o que quer dizer que um em cada quatro a cinco portugueses vai sofrer pelo menos um episódio de urticária ao longo da sua vida1 . Embora a urticária seja uma doença comum, continua a ser sub-diagnosticada e subvalorizada pelos clínicos e pela população em geral2. O diagnóstico de urticária é clínico1. Caracteriza-se por lesões cutâneas do tipo manchas ou pápulas (manchas com relevo) avermelhadas, acompanhadas de prurido intenso (muita comichão) que desaparecem em menos de 24 horas, mas que surgem noutro local da pele1. Na minha prática clínica, verifico que envolvem sobretudo as extremidades e o tronco, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo1. As manchas/pápulas podem ou não ser acompanhadas de angioedema, ou seja, inchaço que ocorre sobretudo nas camadas da pele mais profundas ou nas mucosas (lábios, língua, genitais) em que as lesões têm pouco ou nenhuma comichão e são dolorosas ou com sensação de queimadura, sendo a sua resolução mais lenta e que pode durar até 72 horas3. A urticária define-se como aguda ou crónica, se a duração for inferior ou superior a seis semanas, respetivamente3. Cerca de um por cento da população sofre de urticária crónica (UC), que afeta sobretudo o género feminino e a 4ª década de vida, mas pode aparecer em qualquer idade, incluindo na criança, tendo uma duração média de um a cinco anos3. Contudo, em 20 por cento dos casos prolonga-se durante mais de dez anos3. A UC subdivide-se em espontânea (UCE) ou indutível (UCInd), consoante os sintomas ocorram espontaneamente ou em resposta a estímulos específicos (pressão, frio, calor), mas na maioria dos doentes coexiste mais do que um tipo de UC3. Embora 2/3 dos casos de UC sejam UCE, devem ser identificados potenciais fatores de agravamento (doenças autoimunes, infeções crónicas), que, uma vez controlados ou evitados, podem contribuir para a melhoria da urticária4. Os doentes com UC não controlada têm uma diminuição significativa da qualidade de vida devido aos seus sintomas, potencialmente incapacitantes, que podem persistir por vários anos, e condicionam vários aspetos da vida diária, a nível físico, emocional, social e económico, com consideráveis custos de saúde, diretos e indiretos1. Estes doentes recorrem com muita frequência a consultas e serviços de urgência, na tentativa de encontrarem alívio para o sofrimento que está associado a 22 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Angioedema

Pápulas

Pápulas


DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA | ARTIGO DE OPINIÃO

uma doença crónica, na maioria dos casos sem uma causa possível de identificar e nem sempre valorizada pelo médico1,2. Esta patologia afeta a imagem devido às lesões na pele e o desconhecimento da população em geral desta doença leva-a a ser considerada contagiosa. Esta situação provoca isolamento do doente e desencadeia sentimentos como vergonha e medo de se expor aos outros1,5. Na minha prática clínica, verifico que o impacto da doença faz com que um doente com urticária se prive de viver um dia a dia normal, evitando constantemente o uso de roupas normais e típicas da estação, de conviver e sair para a rua, de ir à praia e até de ir para o seu local de trabalho1. Mas a urticária tem tratamento e, independentemente da causa, o seu objetivo é alcançar o controlo total e rápido dos sintomas com recurso a medicamentos eficazes e seguros, numa escalada terapêutica progressiva de acordo com recomendações nacionais sobre a abordagem diagnóstica e terapêutica da urticária em Portugal, publicadas pelo Grupo Português de Estudos de Urticária (GPEU), e internacionais4,6. Por todos estes motivos, é tão importante contribuir para o aumento da divulgação e informação correta e credível em torno do tema da urticária! O dia 1 de Outubro é o Dia Mundial da Urticária. E qual a sua importância? A quem importa (who cares?) UCARE! UCARE é uma rede mundial de centros especializados no tratamento da urticária (Urticaria Centers of Reference and Excellence) em que os médicos de vários países do Mundo, incluindo Portugal, trabalham em rede e, além de terem um grande conhecimento da urticária, têm por objetivo dar o melhor apoio e tratamento aos doentes com urticária7.

Referências: 1.Costa, C. et al. Doente com urticária crónica: diagnosticar e tratar melhor, Postgraduate Medicine, Vol. 45(1):1-8; 2.Costa C, et al. AWARE baseline characteristics of Portuguese patients, Acta Med Port 2019 Feb;32(2):133-140; 3.Costa C, et al. Urticária Crónica – Do diagnóstico ao tratamento, Revista SPDV 2016, 74(4): 315-325; 4.Costa C, et al, Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Urticária Crónica Espontânea: Recomendações em Portugal Acta Med Port 2016 Nov;29(11):763-781; 5.Yadav S, et al, Management of Difficult Urticaria, Indian J Dermatol. 2009 Jul-Sep; 54(3): 275–279. 6.Zuberbier et al. Guidelines EAACI/GA2LEN/EDF/WAO para definição, classificação. Diagnóstico e gestão da urticária, revisão de 2017, Allergy 2018 Jul 73(7):1393:141; 7.UCARE Centers, disponível em https://www.ga2len-ucare.com/centers.html, acedido a 28/09/2019; XOLU32/09/2019

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 23


F

DIA DO FARMACÊUTICO

O

dia 26 de setembro tem um significado especial para todos os farmacêuticos portugueses. Em Portugal, desde 1989, a data foi adotada como o Dia Nacional do Farmacêutico, que no calendário litúrgico romano corresponde ao dia de São Cosme e São Damião, os santos padroeiros da profissão farmacêutica. Desde então, a Ordem dos Farmacêuticos assinala a efeméride com a realização de várias atividades e iniciativas marcadas pelo convívio e confraternização entre colegas e pela valorização do papel destes profissionais de saúde na sociedade, embora este ano, em contexto atípico de pandemia, tais atividades e iniciativas não puderam ser realizadas.

Profissão: Farmacêutico(a) O farmacêutico é um profissional especializado no medicamento e desempenha as mais variadas funções dentro do circuito medicamentoso. Intervém enquanto especialista em análises clínicas, em áreas assistenciais e de prestação de cuidados de saúde diferenciados. A nível nacional, apresenta-se como uma profissão preferencialmente feminina e maioritariamente jovem (41 por cento dos farmacêuticos portugueses têm menos de 35 anos). Os farmacêuticos exercem a sua atividade em áreas clássicas, como farmácia comunitária local, onde os portugueses se deslocam quando têm um problema de saúde, sendo habitualmente os farmacêuticos comunitários o primeiro ponto de contacto entre o cidadão e o sistema de saúde. Nestes locais, prestam serviços como a promoção da literacia em saúde, dispensa de medicamentos e transmissão de informações de utilização, ensino e avaliação da técnica de utilização de dispositivos médicos, administração de medicamentos injetáveis e vacinas fora do plano nacional de vacinação, aconselhamento, acompanhamento e encaminhamento da pessoa com doença para o médico de família ou especialidade, quando pertinente, entre outras. Na farmácia hospitalar asseguram a seleção, preparação, controlo, aquisição e dispensa de medicamentos, interpretação e validação da prescrição e o controlo de qualidade. O farmacêutico Analista Clínico, ligado ao diagnóstico laboratorial, intervém em atividades de análises clínicas e investigação biológica ou farmacêutica. Em Portugal, existem mais de 900 farmacêuticos especialistas em Análises Clínicas e 20 em Genética Humana. Desempenham as mais diversas funções associadas ao diagnóstico laboratorial, como ações de prevenção da doença e promoção da saúde, a gestão e controlo da qualidade dos Laboratórios de Análises Clínicas, bem como informação clínica e comunicação com o prescritor e cidadão. A indústria farmacêutica absorve alguns profissionais que assumem responsabilidades ao nível dos processos de investigação e desenvolvimento de medicamentos até à sua produção e comercialização. Abrange as áreas da saúde humana e saúde animal, a biotecnologia, os meios de diagnóstico in vitro, entre outros. Na distribuição grossista, o farmacêutico garante a disponibilização dos medicamentos e produtos de saúde nas farmácias, hospitais e unidades de saúde. Assegurando a Direção Técnica das empresas de distribuição, garante o armazenamento, conservação, controlo ambiental, transporte e distribuição por grosso de medicamentos, dispositivos médicos e produtos de saúde e a implementação de sistemas de combate à contrafação e falsificação de medicamentos, através da implementação de processos de distribuição eficazes e seguros. A evolução da profissão levou a que a intervenção farmacêutica tenha sido alargada a diferentes áreas no Sistema de Saúde. Áreas como a Investigação Científica, dos Dispositivos Médicos, das Análises Toxicológicas e Bromatológicas, da Administração Pública e do Ensino Farmacêutico fazem parte da intervenção profissional do farmacêutico.

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DIA DO FARMACÊUTICO | ARTIGO DE OPINIÃO

MALNUTRIÇÃO NO IDOSO Porque é que precisamos de abordar o tema da malnutrição? Porque na verdade não podemos continuar a negar que a malnutrição existe em Portugal e que necessitamos de implementar medidas mais concretas para que a terapêutica nutricional seja acessível a todos os doentes de que dela necessitam. A malnutrição, como sinónimo de desnutrição, caracteriza-se pela diminuição da ingestão alimentar, não sendo possível atingir as necessidades nutricionais diárias. Apesar de afetar todas as faixas etárias, a malnutrição apresenta maior prevalência nos idosos, em especial nos idosos na comunidade, estimando-se que esteja presente em, pelo menos, dez por cento dos indivíduos com idade superior a 65 anos. Estima-se, ainda, que 1 em cada 3 idosos no seu domicílio encontra-se em risco nutricional. Sendo um estado de insuficiente ingestão alimentar, a malnutrição resulta na perda de peso involuntária (perda de massa muscular), e está associada a piores resultados no desenvolvimento de doença, ao comprometimento da eficácia da terapêutica clínica e toxicidade associada, ao declínio cognitivo e do sistema imunitário, a perda de força muscular e aumento do risco de quedas, e à perda de mobilidade e, consequentemente, perda de autonomia e independência. O idoso apresenta maior risco de desenvolvimento de malnutrição, quer pelas alterações metabólicas inerentes ao envelhecimento, quer pelas suas doenças de base, sintomas associados e polimedicação, assim como pelos fatores psicossociais, como a solidão e o isolamento, a depressão e a pobreza, e pelos fatores fisiológicos, como as alterações naturais do envelhecimento do trato gastrointestinal, alteração do paladar e olfato e falta de dentição. Alguns medicamentos podem originar xerostomia, náuseas, obstipação e redução do apetite, o que pode comprometer, ainda mais, o estado nutricional do idoso. É fundamental, que o farmacêutico analise a prescrição farmacológica e identifique potenciais interações fármaco-nutriente e sintomas com impacto no apetite, e na digestão e absorção dos nutrientes. Estando o idoso mais suscetível ao desenvolvimento de desequilíbrios nutricionais, o farmacêutico, pelo acompanhamento diferenciado, deve estar atento aos potenciais sinais da malnutrição, como: a fadiga, cansaço e falta de energia (ex: dificuldade em subir escadas, em carregar as compras, em preparar as refeições), perda de peso (roupa e anéis largos), perda de apetite, dificuldade em mastigar ou deglutir, quedas frequentes e perda de autonomia/mobilidade. Os suplementos nutricionais orais são uma das áreas mais importantes na promoção da autonomia e da qualidade de vida dos idosos com risco nutricional ou malnutridos. Os suplementos nutricionais orais representam uma solução clínica eficaz e não invasiva no tratamento da malnutrição, especialmente quando 26 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

fornecem pelo menos 400 kcal por dia e 30 g de proteína, sem descurar um alto teor em vitamina D, durante um período superior a três meses. O aconselhamento detalhado é crucial para assegurar uma correta ingestão e adesão aos suplementos nutricionais, sendo importante explicar razões para a toma, os benefícios da suplementação nutricional, que existem diferentes sabores e apresentações (líquidos, pudim, em pó), e o modo de utilização (ex.: tomar entre as refeições, introduzir a suplementação de forma progressiva na alimentação, o sabor do suplemento melhora quando tomado frio, deve-se agitar antes de abrir, modo de preparação no caso dos suplementos em pó). A nutrição clínica, particularmente os suplementos nutricionais orais, são uma área a desenvolver na farmácia de oficina, ainda que se trate de uma classe de produtos sem comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde, ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus. O farmacêutico pode proporcionar, além da terapêutica clínica para o tratamento da doença base, cuidados nutricionais orientados para a melhoria do estado nutricional dos idosos na comunidade. Os farmacêuticos estão em posição privilegiada, uma vez que conhecem os idosos, conseguem identificar as suas necessidades e têm formação que lhes permite fazer um aconselhamento cabal e um acompanhamento adequado, monitorizando a adesão e potenciando uma terapêutica nutricional efetiva. Não devemos deixar que a malnutrição continue a aumentar no nosso país! Necessitamos, por isso, de sensibilizar diariamente os idosos e os seus familiares/cuidadores para os sintomas da malnutrição, para que procurem ajuda no seu tratamento e a estabelecer planos individualizados. Dra. Joana Casimiro Farmacêutica e Diretora Técnica da Farmácia Curie


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DIA DO FARMACÊUTICO | MULTIVITAMÍNICOS

MULTIVITAMÍNICOS – OS SUPERPODERES DAS VITAMINAS E DOS FARMACÊUTICOS

Qual a relação entre multivitamínicos, o papel do farmacêutico e o período que vivemos? A procura de multivitamínicos é uma tendência em período de pandemia e cresceu vs. 2019. O farmacêutico desempenha um papel fundamental para a saúde pública e no apoio à população, que foi mais evidenciado e reconhecido durante o período de confinamento. Num mundo em mudança, que encontra no bem-estar uma nova tendência, o farmacêutico tem um papel de destaque e vê a sua importância reforçada. Foi no século XX que foram descobertas quase todas as vitaminas conhecidas e nele nasceu o próprio conceito de vitamina, ou seja, uma substância aminada indispensável à vida. A etiologia da palavra, demonstra a sua importância, “vita”, em latim significa “vida”, a palavra “amina” corresponde a “compostos orgânicos com azoto”. Ingerir diariamente os níveis de nutrientes adequados é um desafio ao alcance de poucos. A ingestão de alimentos pré-preparados e congelados, com muitos conservantes e corantes, as refeições do tipo fast-food, os fritos, os alimentos ricos em açúcar e com elevado teor em gordura são consumidos em detrimento dos frutos, vegetais e cereais. Podemos afirmar que, de uma forma geral, a dieta da população não assegura o aporte recomendável de vitaminas. Tal pode acontecer em qualquer idade, mas as crianças em fase de crescimento, as mulheres grávidas ou lactantes, os desportistas, 28 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

os profissionais obrigados a esforço físico, os idosos com dietas monótonas ou pouco variadas e todas as pessoas que não comem quantidades suficientes de frutos e legumes podem beneficiar da toma de suplementos vitamínicos. A suplementação alimentar é uma ajuda preciosa na manutenção do bem-estar, mas como saber quando é necessário um multivitamínico? A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o Farmacêutico como crucial na promoção da saúde pública e no uso racional do medicamento. Tem, ainda, como responsabilidade, informar e aconselhar o utente sobre o medicamento e a sua utilização (Wiedenmayer, K. et alii., 2006) Toda esta ligação se estende também à intervenção do Farmacêutico na relação entre o utente e os multivitamínicos, na qual o Farmacêutico deve promover o uso racional e participar ativamente na vigilância da administração. Estes produtos, comercializados não só em farmácias, são utilizados, na sua maioria, por iniciativa própria do utente. Daqui advém a importância da intervenção farmacêutica. O Farmacêutico deve elucidar todas as dúvidas colocadas pelos utentes, clarificando o posicionamento dos multivitamínicos num regime alimentar equilibrado, como agentes promotores de saúde e não como substitutos de uma alimentação racional (Ferraz, D. e Pinto, J., 2009).

E como pode o farmacêutico fazer o melhor aconselhamento de um suplemento alimentar? Através de um conhecimento profundo das vitaminas e minerais e identificando as necessidades específicas de cada utente. As carências de minerais, como o zinco, o cobre e o magnésio são algumas das mais comuns. No caso do magnésio, este tem um papel fundamental no organismo, contribuindo para a manutenção da energia, diminuição do cansaço e controlo do stress. Em relação às vitaminas, esta mesma carência acontece nas vitaminas do complexo B, na Vitamina D, E e também na vitamina C. A vitamina C tem um papel importante na produção de energia e sistema imunitário, podendo a sua falta gerar cansaço ou dores musculares. A relação entre multivitamínicos e farmacêuticos permite um aconselhamento personalizado na suplementação, um combate à carência de vitaminas e minerais que afeta a população em geral e a prevenção daquele que é um dos problemas de saúde pública dos dias de hoje, a automedicação. Com esta relação a funcionar de forma plena, estamos mais próximos de garantir um bem-estar geral e consequente preparação a nível de saúde pública para os desafios que se avizinham. “Sem saúde não há felicidade; sem vitaminas não há saúde; logo, sem vitaminas não há felicidade.”


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DIA DO FARMACÊUTICO | ARTIGO DE OPINIÃO

DOENÇA VENOSA CRÓNICA

J Pereira Albino Assistente Hospitalar Sénior de Cirurgia Vascular; Coordenador da Cirurgia Vascular do H. Lusíadas Lisboa; Ex-Diretor do S. de Cirurgia Vascular do H. Pulido Valente

N

a praia, sentado na areia, num dia de sol e olhando as pernas, Daniel verifica, de repente, que junto aos pés existem pequenas veias mais exuberantes do que estavam há um ano. Coloca-se de pé e pergunta à mulher, estendida na toalha ao lado: olha lá, não tenho varizes nas pernas? Ela olha para as pernas e diz: de facto, tens muitas varizes... tens de ir ver isso... Esta é uma história típica de verão. As varizes existem, e por vezes são de grandes dimensões, sobretudo nos homens, onde estão muitas vezes encobertas pelos pêlos, mas que causam a início pouca sintomatologia. Elas não são mais do que veias que se tornam tortuosas e dilatadas, por um mau funcionamento do sistema venoso superficial. Isto deve-se a múltiplos fatores, (hereditários, hormonais, excesso de peso) mas em princípio, têm como origem principal o facto de a espécie humana não estar adaptada ao posicionamento de pé. Melhor dizendo só existem varizes no “homo sapiens” e raramente existem nas outras espécies animais. Claro está que não estamos perante uma patologia inócua. De forma simplista, poderemos dizer que a acumulação de sangue no terço inferior das pernas, dado que os 30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

mecanismos de transporte estão afetados, origina sintomas como cansaço, aumento de volume da perna (edema) e nas fases mais avançadas origina quadros de dermatite e eventualmente de úlceras de perna. Também sabemos que o doente com varizes, sobretudo de maiores dimensões, tem mais propensão para fenómenos trombóticos (formação de trombos nas veias), sejam superficiais ou mesmo mais profundos. Assim, estamos perante uma situação que merece ser analisada. Então o que é que o Daniel deve fazer? Ele, em primeiro lugar, deve procurar consultar o seu médico de família, que analisará o caso e, normalmente, pedirá a realização de um exame designado por ecodoppler e que permite um estudo muito perfeito do sistema venoso dos membros inferiores. Após esse exame será determinada o tipo de varizes que está em presença e a partir dele será feita uma indicação da mais adequada forma de tratar, o que normalmente será realizada por um cirurgião vascular. A forma mais comum deste tipo de patologia e que tem um caracter mais estético que funcional, são o aparecimento de pequenas varizes dispersas nas coxas e pernas (derrames) que causam pouca sintomatologia, mas que sobretudo na população feminina, são muito inestéticas. O seu tratamento através de laser ou de esclerose de varizes permite o seu desaparecimento, apesar de, claro está, que teremos de ter em conta que estamos perante uma patologia cronica.

Varizes mais importantes, do sistema superficial, nomeadamente das veias safenas, causam mais sintomas e tem um tratamento mais aprofundado que, contudo, hoje em dia, está cada vez mais facilitado. Estas varizes são, na maioria dos casos, tratadas através de cateterismos venosos em que se usam técnicas térmicas (laser, radiofrequência, vapor), injeções de esclerose com espuma ou a aplicação de uma cola biológica. Estes cateteres são introduzidos nas veias doentes por controlo ecoguiado e, quer através do calor quer por injeção de um produto químico, originam que as paredes das veias fiquem aderentes e, portanto, tornando-as não funcionais, o que evita as cirurgias clássicas de retirada (por arrancamento) das mesmas. Têm pós-operatórios fáceis, não dolorosos e com uma resolução completa destes quadros.Como já percebemos, apesar destas extraordinárias melhorias no tratamento, que praticamente em cerca de 90 a 95 por cento dos casos pode ser feito em ambulatório, com uma estadia média hospitalar de 3,5 horas, estamos perante uma doença crónica em que é necessário evitar a sua recorrência. Assim, nas formas avançadas, recomenda-se o uso sistemático de meias elásticas e em todas as formas de doença é fundamental evitar o aumento de peso e o sedentarismo. A finalizar, somente chamar a atenção que um dos fatores que mais origina o aparecimento e agravamento da doença venosa é a gravidez, pelo que após cada parto é necessária uma avaliação criteriosa deste tipo de patologia.


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DIA DO FARMACÊUTICO | PREVENÇÃO CONTRA A CASPA

O QUE É A CASPA?

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aspa nem sempre é uma condição crónica da pele, pode ser também um problema temporário que ocorre quando o corpo reage a alterações hormonais, como por exemplo a adolescência ou a gravidez. Como o couro cabeludo está habitualmente coberto pelo cabelo, não se consegue ver a condição exata da pele. A Caspa manifesta-se por flocos brancos de pele morta que caem do couro cabeludo. Os factos sobre a caspa • Caspa - problema comum e recorrente do couro cabeludo. A cada segundo, uma pessoa tem, pelo menos, um episódio de caspa na sua vida, que habitualmente é acompanhada com outros sintomas como comichão, sensação de queimadura e vermelhidão do couro cabeludo. • Caspa afeta mais homens do que mulheres. Uma razão para isso acontecer relaciona-se com o facto dos homens produzirem mais gordura, devido a questões hormonais. Isto torna a caspa pegajosa, potenciando o crescimento excessivo de Malassezia Furfur. • A causa mais comum para o aparecimento de caspa é o fungo Malassezia Furfur, que existe naturalmente na microflora e na camada exterior do couro cabeludo, com uma concentração até 46 por cento em cada pessoa. • O crescimento excessivo do fungo conduz ao aparecimento de caspa, comichão e vermelhidão do couro cabeludo - isto pode levar a dermatite seborreica em casos graves. Causas principais da caspa A pele está constantemente a produzir novas células e a renovar as células mortas de forma a permanecer saudável. A caspa acontece quando este ciclo de renovação da pele acontece demasiado rápido. Daqui pode resultar um couro cabeludo descamativo e com comichão. • Pele seca - caspa tem maior prevalência du-

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rante o tempo frio, que torna a pele mais seca. • Malassezia Furfur é a causa mais comum da caspa. Este fungo vive naturalmente na nossa pele, apenas causa problemas quando cresce excessivamente. • O estado da pele pode ser agravado por vários fatores externos como sendo a poluição do ar ou baixa humidade. • A caspa pode ser agravada devido à aplicação excessiva de produtos de hair styling ou uso continuado de acessórios para cobrir a cabeça (ex: chapéu, gorro, lenço). • Fatores internos como alterações hormonais ou stress podem ter um papel na formação de caspa. • Produtos de hair styling - outros fatores como doenças ou dietas deficientes (ex: falta de Zinco) podem também contribuir para a multiplicação do fungo. Dicas para prevenir a caspa • Se sofre de caspa, o stress ainda pode agravar os sintomas, pois enfraquece as defesas naturais do organismo, tornando-se mais difícil lidar com a irritação do couro

cabeludo e com a caspa. • Comer de forma saudável não só é bom para a saúde como também ajuda no cabelo e couro cabeludo. Alimentos ricos em Ómega 3 ajudam a manter um couro cabeludo saudável. • Uma massagem delicada no couro cabeludo enquanto lava o cabelo com um champô médico anti caspa vai ajudar a quebrar os flocos de caspa e a garantir que o couro cabeludo está totalmente coberto com champô. • É importante lavar regularmente o cabelo para remover os óleos que se vão acumulando diariamente. • Garanta que limpa a escova de cabelo, retirando os cabelos mortos e eventuais resíduos de produtos de hair styling. • O uso excessivo de produtos de styling para o cabelo, como gel ou laca podem causar um aumento na produção de óleo na pele e no couro cabeludo, que pode ficar irritado e com caspa. Tente não utilizar este produtos constantemente e elimine todos os resíduos do cabelo.


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DIA DO FARMACÊUTICO | CAUSAS E TRATAMENTO DA DOR

A DOR As causas mais comuns das dores Quer tenha 18 ou 80 anos, a maioria de nós já passou por situações de dor. Não é preciso pensar muito para que se recorde facilmente da última dor nas costas e de uma dor menstrual. No entanto, às vezes temos dores que não parecem ter uma origem óbvia. Aprender mais sobre o que provoca a dor comum pode ajudá-lo a lidar com a situação. O que provoca a dor? A dor é a maneira natural que o corpo tem de lhe dizer que algo está mal. Poderão haver muitas razões para que surja uma dor. Tensões e distensões Sentimos muitas vezes dores musculares após um jogo fisicamente violento, ou depois de completar tarefas fisicamente exigentes no trabalho ou em casa. Estas tensões e distensões ocorrem quando os músculos, as articulações e os ligamentos foram excessivamente utilizados, demasiado cedo, ou com demasiada frequência. Os danos nestes tecidos moles são geralmente acompanhados de inflamação. As tensões musculares e as entorses também podem ser o resultado de tensão ou stress, estar sentado incorretamente ou má postura de elevação. Podem também ser causadas por movimentos prolongados ou repetitivos, como escrever no teclado. Infeção É difícil ter que lidar com os terríveis sintomas de tosse e constipação, tais como os calafrios, a febre e as dores de garganta. Mas o corpo também pode sentir dores e ficar dorido como resultado de uma infeção. Estas dores no corpo são frequentemente descritas como uma dor aborrecida e contínua por todo o corpo. As dores musculares podem ser o resultado da libertação de químicos por parte do sistema imunitário para ajudar a proteger e a combater a infeção. Estes químicos podem ligar-se às terminações nervosas, que, por sua vez, enviam sinais de dor para o cérebro. Problemas mais graves As dores no corpo podem ser o resultado de problemas mais graves e a longo prazo. Por exemplo, na dor dos nervos (ou dor neuropática), os sistemas de sinalização da espinal medula e do cérebro podem estar danificados. O corpo interpreta os sinais erráticos como as dores e outras sensações, como formigueiro e dormência. As pessoas com uma doença chamada fibromialgia podem sentir dores no corpo a longo prazo, assim como fadiga e problemas com o sono.

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Como aliviar a dor? A dor funciona, normalmente, como o sistema de alerta precoce do organismo, por isso é aconselhável ir à origem da dor, na medida do possível. Isto poderia significar mudar a disposição da secretária do escritório para melhorar a sua postura ao sentar, ou tentar reduzir a tensão nas mãos e pulsos. Se já tem uma distensão muscular ou uma entorse Descanse essa zona do corpo. Tome medidas para reduzir o inchaço e a inflamação nos primeiros dias - siga a técnica dos quatro passos: Repouso, Gelo, Compressão e Elevação, ou tome um analgésico. Após os primeiros dias, a terapia de calor pode muitas vezes fazer com que se sinta melhor. Tente alguns exercícios leves, como caminhadas ou natação. Faça uma massagem para ajudar a aliviar as dores musculares. Quando deve ficar preocupado com a dor Na maioria dos casos, o descanso, os exercícios leves e uma dieta saudável podem ser meio caminho para uma recuperação natural. Os analgésicos podem ajudar temporariamente a aliviar as dores, para que não fique totalmente incapacitado. Para algumas pessoas a dor constante pode dever-se a uma causa subjacente, tal como uma doença hereditária, ou um problema médico crónico, como a diabetes ou a artrite. Se a dor persistir após alguns dias, não deve ignorá-la – fale com o seu médico ou farmacêutico o mais rapidamente possível.


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DIA DO FARMACÊUTICO | CUIDADOS COM A PELE DO BEBÉ

OS PREBIÓTICOS NO CUIDADO DA PELE DO BEBÉ

Dra. Graça Oliveira, Neonatalogista

Cada vez mais estudos provam os benefícios do uso de prebióticos dermatológicos. Fique a saber o que são e qual o papel que desempenham na saúde da pele do bebé.

Hospital Santa Maria

A pele do bebé é mais fina do que a do adulto. É imatura, frágil e particularmente suscetível a agressões externas, tais como trauma e infeções. A superfície cutânea do bebé em relação ao seu peso corporal é três a cinco vezes superior em relação ao adulto, o que torna a pele do bebé mais permeável aos agentes agressivos: microrganismos, alergénios e toxinas. A PELE É A PROTEÇÃO ESSENCIAL À VIDA A pele é essencial à vida! É ela que nos envolve e protege desde o nascimento. As principais funções da pele do bebé são a prevenção da desidratação, da absorção de substâncias tóxicas e invasão por microrganismos, a proteção contra o trauma e contra a radiação ultravioleta e a termorregulação. Além de todas as funções vitais de proteção, a pele é ainda o garante da sensibilidade tátil do bebé. As funções da pele são essenciais para garantir o bem-estar, a saúde e a sobrevivência do bebé. Por estas razões, é fundamental cuidar convenientemente a pele, desde o primeiro momento. IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS NO EQUILÍBRIO DA PELE À superfície da pele existe uma comunidade de microrganismos, denominada microbiota, que vive em equilíbrio perfeito connosco. Existem dois tipos de microbiota: a residente e a transitória. A microflora transitória corresponde a microrganismos que permanecem na pele de forma temporária, e que não fazendo parte da microflora natural, têm algum potencial para se tornar prejudiciais. A microbiota residente, por seu lado, é composta por microrganismos benéficos que impedem a pele de ser colonizada por microrganismos agressivos, que provocam infeção. A preservação da microbiota residente e dos seus microrganismos benéficos é essencial para manter a pele do bebé saudável. MICRORGANISMOS BENÉFICOS SÃO ALIMENTADOS PELOS PREBIÓTICOS Ao alimentarem os microrganismos benéficos, os prebióticos têm a capacidade de estimular as defesas naturais da pele, pois fortalecem as bactérias amigáveis da pele, impedindo assim o crescimento de bactérias nocivas. Desta forma, educam o sistema imunológico na prevenção da doença cutânea por trauma, infeção ou alergia.

agressivos, carências nutritivas ou o meio ambiente, podem potenciar o desenvolvimento dos microrganismos agressores, levando ao desequilíbrio da microbiota da pele do bebé. VANTAGENS DO USO DE PRÉBIÓTICOS NO CUIDADO DIÁRIO DA PELE DO BEBÉ Quando a pele do bebé perde o seu equilíbrio, as bactérias benéficas deixam de conseguir desenvolver-se e proteger-se das bactérias nocivas que penetram na pele, originando problemas como irritação, vermelhidão, prurido ou inflamação. Os prebióticos ajudam no reequilíbrio cutâneo e impedem o crescimento de microrganismos agressores. Estudos demonstram que a utilização dos prebióticos em produtos para higiene e cosmética é importante para a manutenção de uma pele saudável do bebé. Ao associar prebióticos à composição de produtos de higiene, cosmética e tratamento para a pele do bebé, para além de limpar e hidratar, permite a regulação da microbiota. Assim, o equilíbrio biológico da pele é retomado, impedindo a proliferação de microrganismos patogénicos. QUADRO SÍNTESE: O que são prebióticos Dermatológicos? São componentes ativos que estimulam as defesas naturais da pele, ao nutrirem os microrganismos benéficos, que impedem o crescimento de bactérias nocivas na pele. Quais são as vantagens do uso de prebióticos? A associação de prebióticos à composição de produtos de higiene, cosmética e tratamento para a pele do bebé permite: • Regular a flora cutânea (microbiota da pele); • Manter e promover o equilíbrio biológico da pele; • Impedir a proliferação de microrganismos patogénicos que causam infeção. BIBLIOGRAFIA: 1. Valido AM, Guimarães H, Amaral JMV, Januário L, Carrapato R, Tomé T, Martins V. Consensos em Neonatologia. Secção de Neonatologia, Sociedade Portuguesa de Pediatria 2004; 105-9; 2. Challenges in Neonatal Nursing: Providing Evidence-Based Skin Care. NANN 2003; 3. Cogen AL, Nizet V and Gallo RL. Skin microbiota: a source of disease or defence?. Br J Dermatol. 2008 March; 158(3):442-455; 4. Krutmann J. Pre-and probiotics for human skin. Journal of Dermatological Science 2009;54:1-5.; 5. Caramia G, Atzei A, Fanos V. Probiotics and the skin. Clinics in Dermatology 2008 ;26:4-11; 6. Al-Ghazzewi F and Hand Tester RF. Impacto of prebiotics and probiotics on skin health. Beneficial Microbes 2014;5(2):99-107; 7. Thomas DW, Greer FR, and Committe on Nutrition; Section on Gastroenterology, Hepatology,

DESEQUILÍBRIOS NA PELE DO BEBÉ Sendo a pele do bebé uma pele estruturalmente frágil e fisiologicamente imatura, a microbiota desempenha um papel preponderante na sua função de defesa. Fatores como a utilização de produtos 38 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

and Nutrition. Probiotics and Prebiotics in Pediatrics .Pediatrics 2010;126:1217; 8. Bockmu LD, Jasoy C, Nieveler S, et al. Prebiotic cosmetics: an alternative to antibacterial products. IFSSC Mag 2006;9:1–5; 9. Holland KT, Bojar RA. Cosmetics. What is their influence on the skin microflora? Am J Clin Dermatol 2002;3:445–9; 10. Elias PM. The skin barrier as an innate immune element. Semin Immunopathol 2007;29:3–14; 11. Fredricks, D.N.: Microbial ecology of human skin in healtand disease. J. Investig. Dermatol. Symp. 2001 Proc. 6, 167–169


DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA | ARTIGO DE OPINIÃO

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DIA DO FARMACÊUTICO | INOVE SAÚDE

INOVE SAÚDE DESENVOLVE SOFTWARES DE GESTÃO QUE OTIMIZAM PROCESSOS A Revista Business Portugal esteve em entrevista com Ricardo Rocha, CEO da Inove Saúde, a parceira ideal para uma abordagem verdadeiramente multidisciplinar, integrada e eficiente. O core business da empresa é desenvolver softwares de gestão para a saúde, com soluções criadas à medida e em contacto com os problemas reais de instituições de saúde. Ricardo Rocha, CEO

Como surgiu o conceito da Inove Saúde? A Inove Saúde nasceu com o GUCC, software para Gestão de Unidades de Cuidados Continuados, que foi criado “de dentro para fora”, tornando-o, por essa razão, o preferido por muitas instituições. Este software foi desenvolvido no interior da Unidade de Cuidados Continuados de Darque, onde, diariamente, estivemos em contacto com essa realidade. Ao trabalharmos em parceria com esta Unidade, tivemos a oportunidade de prestar um acompanhamento constante e a possibilidade de receber e conhecer toda a informação, movimentos e processos, o que nos permitiu perceber necessidades e desenvolver o software, que tem o utente como foco. Que softwares é que a Inove Saúde disponibiliza e o que é que os distingue? Para além do GUCC, a Inove Saúde dispõe de mais dois softwares principais: o GERPI – Gestão de Estruturas Residenciais para Idosos – e o GSAD – Gestão de Serviço de Apoio Domiciliário. A maior distinção passa pelo facto dos nossos softwares permitirem ser personalizados, à medida de cada instituição e consoante as suas necessidades. Apesar de a grande parte das instituições terem a necessidade de preencher o mesmo tipo de documentos, têm diferentes formas de trabalhar e diferentes tipos de acesso. Com os nossos softwares conseguimos ajustar essa versatilidade, uma vez que são possíveis várias configurações, que permitem ajustar os níveis de permissões, tipos de utilizadores, entre muitas outras coisas. Por outro lado, estamos sempre a querer melhorar, tendo também por base sugestões que vamos recebendo. Aliás, quando estamos a apresentar soluções a clientes, costumamos mesmo dizer que podem apresentar ideias. Todas as sugestões são válidas e, como tal, devidamente analisadas. Estes insights permitem-nos melhorar e desenvolver.

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Portanto, podemos dizer que o desenvolvimento de novas soluções faz parte da vossa estratégia? Sim, até porque o nosso objetivo é ter tudo interligado, de forma a que os profissionais das instituições tenham tudo num lugar só, diminuindo a perda de informação e ganhando tempo para o que realmente importa, cuidar dos utentes. Ao enfrentar a realidade, vimos que as instituições tinham a informação dispersa em papéis, e-mail’s, documentos de excel ou word ou até em vários softwares. Com base nessa nossa experiência no terreno e no feedback que fomos obtendo dos clientes, decidimos criar algo que lhes facilitasse a vida e melhorasse a comunicação. Desenvolvemos módulos de apoio aos nossos softwares, como o módulo de stocks (extremamente importante, por exemplo, nas ERPI’s – Estruturas Residenciais Para Idosos), o módulo de apoio à faturação ou gestão de viaturas e ainda aplicações mobile que permitem aos profissionais terem mais facilidade nos registos e na interação com o utente. Estamos sempre atentos e a acompanhar as necessidades dos nossos clientes, ao mesmo tempo que estamos constantemente a atualizar os nossos programas e a implementar novas soluções. Mesmo os softwares que já temos desenvolvidos serão eternamente inacabados. Uma das recentes novidades da Inove Saúde é que através dos seus softwares têm ligação à farmácia comunitária. Quais as vantagens inerentes? Fomos convidados a fazer uma parceria com uma multinacional para integrar o nosso software com o deles. Esta parceria permite que o equipamento receba, do nosso sistema, o esquema terapêutico, devidamente prescrito pelo médico e validado pelo farmacêutico, processando, debitando e embalando o mesmo em unidoses para cada utente.


INOVE SAÚDE | DIA DO FARMACÊUTICO

Com o nosso software deixa de haver trabalho manual, automatizando-se os processos e evitando-se vários intermediários. Neste sentido, tornamos o processo mais rápido e menos passível ao erro. O que podemos esperar da Inove Saúde em termos de futuro? Temos algumas novidades que vamos lançar em breve. A principal será a reformulação dos nossos softwares, que será lançada até ao final de setembro. Também estamos a trabalhar numa nova aplicação, que permitirá que os familiares dos utentes saibam, em tempo real, informações relevantes sobre o estado do utente, sempre em conformidade com as normas do Regulamento Geral de Proteção de Dados. Muitas vezes, o responsável familiar não tem possibilidade de se deslocar à instituição ou, quando o faz, nem sempre consegue falar com o médico para obter informações sobre o estado de saúde do utente. Nós já tínhamos esta solução em mente, mas com a pandemia e a maior restrição de visitas, avançamos mais rapidamente com este novo desenvolvimento. Queremos dar aos nossos clientes a possibilidade de gerirem os seus processos e as suas instituições com o melhor que a tecnologia tem a oferecer. Acredito que, juntamente com eles, a Inove Saúde se tornará na empresa número um em softwares de gestão de cuidados de saúde. O sucesso destas instituições é o nosso sucesso e é para isso que trabalhamos a cada dia. Nunca uma empresa de software conseguiu criar esta relação de proximidade e cooperação. É por aí que queremos revolucionar e melhorar os cuidados de saúde.

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DIA DO FARMACÊUTICO | FARMÁCIA SÃO JOSÉ

Eugénio Machado, Rosa Costa, Eduardo Vilela, Fernanda Lima - Equipa

O DEVER DO FARMACÊUTICO DURANTE A COVID-19

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ais do que nunca, neste período de pandemia, nós, os farmacêuticos, somos reconhecidos pela população enquanto profissionais de saúde, disponíveis 24 horas, prestando um apoio integrado à comunidade. Aqui, na Farmácia S. José, mantivemos o gabinete de apoio ao utente com todos os nossos serviços farmacêuticos. Temos essa responsabilidade e obrigação. Prestar um serviço de excelência à comunidade é crucial, na medida em que constituímos o primeiro contacto do utente na doença, essencialmente num momento de crise, como este que atravessamos. É de extrema importância garantirmos uma resposta solidária à população e é neste sentido que a Farmácia S. José se disponibilizou a prestar os serviços farmacêuticos, de forma gratuita, entre eles: aplicação de injetáveis, medição dos parâmetros bioquímicos, rastreios e gestão terapêutica. De salientar a relevância da ANF – Associação Nacional de Farmácias –, em tempos da Covid-19, que, através dos seus gestores de associados, garante a articulação da informação e um apoio permanente às necessidades de cada farmácia. No caso da Farmácia S. José, para além do gestor de associados, tem também ao dispor um serviço de consultoria, levada a cabo pela Adjustt (Glintt). Através das suas notáveis consultoras, assegura soluções às reais dificuldades da farmácia, inerentes à atividade, num contexto de crise, em particular. E para assinalar o Dia Nacional do Farmacêutico, deixo aqui uma saudação e agradecimento especial aos meus colegas e, 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

em especial, à Ordem dos Farmacêuticos, pela representação da nossa classe. Finalmente, pretendo agradecer e prestar a minha homenagem ao trabalho desenvolvido por todos os elementos da minha equipa, que desde sempre, mas agora em particular, no período que atravessamos, têm dado o seu melhor. Sempre presentes! Para tal, torna-se fundamental mencionar o valor de cada elemento que constitui a nossa equipa: • O Eugénio, jovem gestor que desempenha um papel preponderante e brilhante na administração e gestão da farmácia; • O Eduardo, farmacêutico que se revela uma mais-valia absoluta. É sempre disponível e prestável no desempenho das suas funções, com excelência; • Por fim, e igualmente importante, quero ressalvar o trabalho da dona Fernanda, responsável pela higienização da farmácia, que em tempos de pandemia, mais do que nunca, assegura as condições de higiene e segurança da farmácia, no seu melhor. Não quero terminar sem deixar de agradecer ainda a Deus, por toda a sua graça. A todos, o nosso muito obrigada e bem-haja!

Fazemos mais pela sua saúde. Serviços de saúde disponíveis na sua farmácia: • Gestão do medicamento • Medicamentos manipulados • Dermocosmética • Podologia • Nutrição • IMC/Peso • Enfermagem • Entrega ao domicílio • Testes de diagnóstico rápido: • Tensão Arterial • Colesterol Total • Triglicéridos • PSA • Ácido Úrico • Glicemia • Gravidez

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EUROPEAN RESPIRATORY SOCIETY

CARLOS ROBALO CORDEIRO ELEITO PRESIDENTE DA EUROPEAN RESPIRATORY SOCIETY

Carlos Robalo Cordeiro, Pneumologista

Pneumologista, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Carlos Robalo Cordeiro acaba de ser eleito presidente da European Respiratory Society, a maior sociedade científica europeia dedicada à investigação e formação em torno das patologias respiratórias. É a primeira vez que um especialista português ocupa este cargo. É, para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), uma grande honra e um grande orgulho anunciar a vitória de Carlos Robalo Cordeiro nas eleições para a presidência da ERS, num mandato de quatro anos em que, de 2020 a 2021, assumirá o cargo de vice-presidente, de 2021 a 2022, o de presidente-eleito, entre 2022 e 2023, presidente da sociedade e, entre 2023 e 2024, o de past-president. O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra já tinha exercido o cargo de secretário-geral da ERS e, no início de 2019, foi distinguido como membro honorário da European Respiratory, sendo o primeiro português galardoado com esta distinção, que é atribuída em reconhecimento pelos méritos clínicos, académicos e investigacionais e pelo contributo para a evolução desta sociedade científica. “É com enorme satisfação e orgulho que a SPP recebe a notícia da eleição de um dos seus ex-presidentes para o alto cargo de presidente da ERS. É, no fundo, o corolário de um percurso notável e ímpar do Professor Carlos Robalo Cordeiro, a quem expressamos as maiores felicitações e, uma vez mais, lhe manifestamos todo o nosso apoio neste elevado desafio que agora se inicia”, afirma António Morais, presidente da SPP. Para Carlos Robalo Cordeiro, a honra desta eleição surge associada a uma enorme responsabilidade. “E é simultaneamente uma sensação de preenchimento pessoal e profissional e de compromisso e gratidão para com os meus mestres, os meus colegas, os meus discípulos, os doentes respiratórios, e a minha família, a quem tudo devo e tudo é devido”, afirma Carlos Robalo Cordeiro. Esta eleição “é também um reconhecimento do trabalho que a Pneumologia Portuguesa vem desenvolvendo, a quem estou muito grato por

me ter permitido chegar até aqui e muito grato particularmente à Sociedade Portuguesa de Pneumologia, por todo o apoio que me concedeu, nomeadamente neste processo eleitoral”. A ERS é, atualmente, a maior sociedade respiratória global e toda a sua vasta agenda nas áreas científica, educacional e de advocacy assumem um impacto universal. É neste contexto abrangente que a ERS vem contribuindo, decisivamente, para o avanço do conhecimento na área respiratória e para a sua correta, eficiente e consistente divulgação. O tabagismo, as alterações climáticas e a poluição atmosférica têm sido as grandes preocupações da ERS, tendo em conta que são estes os três principais fatores causadores de doença respiratória. Igualmente preocupante, a capacidade de resposta a uma pandemia como a que estamos a viver. “Ninguém estava preparado para uma situação como a que estamos a viver, independentemente da maior ou menor credibilidade com que os diferentes países reagiram e eu diria que é desejável, embora difícil, que a evolução do conhecimento possa, eventualmente, permitir prever estes eventos com alguma segurança, mas que é fundamental também aprender com a crise que atravessamos e saber assim antecipar e programar as medidas obrigatórias para minimizar as respetivas consequências. E a ciência deve liderar estes processos”, sublinha. Entre os vários projetos e ambições que tem para este período de liderança da ERS, Carlos Robalo Cordeiro não esconde o desejo de trazer a Lisboa um congresso anual da ERS.

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CUIDADOS DE SAÚDE

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ara tempos extraordinários como este, precisamos de ir para além do obrigatório. Precisamos de adotar voluntariamente códigos de conduta próprios destes tempos. O objetivo também é claro: ajudar a comunidade a superar física e mentalmente a enorme pressão material e psicológica a que está sujeita. A fazer novas aprendizagens e adquirir novas competências, a aumentar a sua resiliência face à adversidade, a acreditar que havemos de superar este desafio.” (SAKELLARIDES, 2020)

O Sistema Nacional de Saúde e os nossos profissionais de saúde foram postos à prova como nunca o tinham sido. Desde o primeiro dia que a pandemia do novo Coronavírus assolou Portugal, tivemos verdadeiros heróis na linha da frente que, incansavelmente, não deixaram de ser vir a população portuguesa. Apesar de muitas vezes serem colocados em causa, no momento da verdade, fizeram ver que estão à altura dos desafios mais árduos e quando se trata de defender a saúde pública não baixam os braços. A pandemia chegou sem avisar e com a máxima força, mas as restantes patologias não ficaram em suspenso e, apesar dos sobressaltos, não se pode negar que a capacidade de resposta e de adaptação das diferentes unidades de saúde foi e ainda está a ser positiva. É de salientar o envolvimento de todos os profissionais destas unidades, que continuaram a assegurar o acompanhamento devido dos seus utentes. Pode até ter abalado, mas a pandemia não veio travar o trabalho cuidado e próximo dos utentes. A pandemia foi mais uma prova a estes profissionais que, todos os dias, se dedicam à causa de ser vir e ajudar os outros, ficando, tantas vezes, a sua própria vida pessoal em segundo plano. A Covid-19, para quem tinha dúvidas, veio demonstrar que estamos em boas mãos… estamos nas mãos de profissionais capazes de desempenhar as suas funções nos cenários mais atípicos e capazes de se adaptarem e organizarem rapidamente.

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CUIDADOS DE SAÚDE | SANTA BÁRBARA HEALTH CARE & VILLAS

UM PROJETO INOVADOR E ÚNICO EM PORTUGAL Aquele que é considerado um projeto único em Portugal, o complexo de Santa Bárbara - Health Care & Villas do grupo AMETIC, nasce em 2001 pela mão da Dr.ª Isabel Beltrão. Isabel Beltrão, Fundadora

O Complexo situado na Lourinhã, está inserido numa propriedade com cerca de 2.5 hectares num local apaixonante e tranquilo, com vastos jardins e com vista para a serra, mar e campo. No seu interior tudo foi pensado para que este seja o seu novo lar, onde são múltiplas as estruturas de apoio na área de saúde e está equipado com os mais diversos equipamentos destinados ao lazer. A Dr.ª Isabel Beltrão, há cerca de 25 anos viu-se confrontada com os graves problemas de saúde que os seus pais enfrentavam, originados por doenças crónicas e pelas suas idades avançadas e deparou-se com a inexistência de estruturas que respondessem às necessidades e aos cuidados que, para eles ambicionava. Tendo em mente o objetivo de criar uma Instituição que idealizava, onde os as pessoas pudessem alcançar o maior bem-estar possível, sentindo-se em casa, independentemente da sua idade, da existência de doenças crónicas, ou de qualquer outra limitação física, nasce o Complexo de Santa Bárbara. Aqui, existem pessoas e espaços que os podem receber, tratar e cuidar com eficiência e tecnicidade, com o mesmo carinho e dedicação com que qualquer familiar o faria, aliados a cuidados de saúde de excelência, indispensáveis, nessas fases da vida. É com orgulho e sentido de dever cumprido que podemos hoje afirmar, que o Complexo de Santa Bárbara Healthcare & Villas é um sucesso e sem dúvida, um desses locais! Neste Complexo destacam-se o edifício central composto por quartos individuais e duplos, áreas de restauração e convívio, ginásio, zonas para atividades ocupacionais e várias moradias T1 e T2, independentes, totalmente equipadas e rodeadas de espaçosos jardins, com uma equipa disponível 24 horas que garantem cuidados de saúde e restantes serviços, destinadas a seniores autónomos e

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ativos, que pretendem usufruir com independência e tranquilidade dos prazeres da vida. Santa Bárbara - Healthcare & Villas, dispõe de uma vasta equipa multidisciplinar 24 horas por dia, composta por médicos e enfermeiros, farmacêutica, médico fisiatra, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional e terapeuta da fala, nutricionista, auxiliares de ação médica, assistentes sociais, psicólogos e hidroterapeuta, sem esquecer as equipas de cozinha, limpeza, manutenção e jardinagem. Para além da elevada exigência com higiene e limpeza, disponibiliza também uma alimentação saudável, inspirada na dieta mediterrânica, confecionada na própria cozinha da unidade e com produtos regionais da zona Oeste. Consideramos nossa missão, disponibilizar infraestruturas adequadas num ambiente onde os residentes se sintam em sua casa e, simultaneamente, disponibilizar todos os cuidados necessários à respetiva situação clínica. Assim, esta Unidade oferece serviços de Residências Assistidas com Unidades de Reabilitação e Convalescença (a pensar em Status pós-Acidentes Vasculares Cerebrais, Enfartes de Miocárdio, Fracturas, entre outros problemas de saúde), bem como uma Unidade de Cuidados Paliativos (vocacionada para doentes em estádio avançado de doenças crónicas incuráveis). Este conceito inovador é único no nosso país, pela ajuda na melhoria da qualidade de vida das pessoas, desmistificando por completo o conceito de velhice. São vários os reconhecimentos manifestos quer dos nossos utentes e familiares, quer pelas entidades que avaliam os nosso desempenho. O Complexo de Santa Bárbara está integrado na RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados integrados) e, neste âmbito, mereceu do Ministério da Saúde uma das melhores avaliações a nível nacional para este tipo de estruturas.


SANTA BÁRBARA HEALTH CARE & VILLAS | CUIDADOS DE SAÚDE

O prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa do Jornal de Notícias e da Sanofi, orientada para a divulgação e incentivo dessas boas práticas em Portugal, foi-nos atríbuido em 2015 A preocupação com o meio envolvente faz parte de um dos cinco 'clusters' do programa SUSTIC (sustentabilidade + AMETIC) que serve de base ao funcionamento da empresa. Os restantes 'clusters' são: os recursos humanos, as instalações, a conformidade legal e a gestão económico-financeira. As preocupações com a sustentabilidade dos recursos levaram, por exemplo, a empresa a instalar painéis solares (aquecimento de águas e fotovoltaicos) no edifício e a utilizar a água de dois furos para as lavagens e autoclismos. Além disso, a gestão criteriosa dos recursos humanos evita desperdícios de tempo e de trabalho. As condições que a nossa infraestrutura oferece, conjugada com a nossa missão, permitem-nos ter toda a confiança no nosso novo passo. O Turismo de Saúde. Portugal é considerado um país seguro, com uma excelente luminosidade, com temperaturas amenas, que sabe receber bem, excelente gastronomia, e com ótimas ofertas de saúde. Como é sabido, ao longo dos tempos as pessoas estão a tomar cada vez mais consciência da importância da medicina preventiva, levan-

-do a que as atividades de promoção da saúde ganhem cada vez mais preponderância. Por outro lado, vivemos numa era em que a globalização torna as distâncias entre países e regiões quase insignificantes, o que potencia, naturalmente, o desenvolvimento deste mercado turístico. O turismo de saúde desenvolve-se em duas vertentes que se complementam. Uma prende-se com razões médicas, vulgarmente conhecida como turismo médico, em que a cura ou a recuperação é o principal impulsionador e a outra com a prevenção e bem-estar. Tendo em vista este conceito, poderá ser aproveitada a viagem, através da vivência de experiências diferentes e estimulantes e, em simultâneo, realizar tratamentos que promovam a melhoria da saúde e qualidade de vida, contribuindo desta forma, para uma longevidade saudável. Neste sentido, estamos a estabelecer diversas parcerias com entidades nacionais e estrangeiras, bem como, convenções com seguradoras.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

A

s empresas que ainda prevalecem naquele que é um mercado cada vez mais exigente e desafiante são aquelas que continuam a reagir de forma rápida, eficiente e eficaz às imposições e novos desafios que surgem a cada dia. Uma resposta unânime ao panorama atual, foi a implementação do teletrabalho… que acabou por vir mudar o paradigma das empresas e a forma de trabalhar e, consequentemente, mudou mentalidades e quebrou estigmas. Por outro lado, há muitos escritórios que começam a retomar a rotina, com as devidas medidas de segurança, protegendo os seus colaboradores e clientes. As empresas estão a reunir esforços para que voltem ao normal rapidamente, de forma a recuperar o tempo e dinheiro perdidos e de forma a reerguerem-se. Na adversidade, determinados nichos de mercado souberam aproveitar as dificuldades para potenciarem e reinventarem o seu negócio. Muitas empresas adaptaram o seu core business, focando-se em materiais necessários para combater a pandemia. O sector têxtil é exemplo disso mesmo… sendo um sector com grande expressão em Portugal, acabou por dar, mais uma vez, provas de que é um sector resistente e ágil, acabando também por ter um papel bastante ativo no combate à pandemia. O sector de luxo, como seria expectável, não sentiu um grande impacto, no entanto, também outros sectores se sentiram estáveis, sem que tivessem de fazer grandes intervenções na sua forma de trabalhar. Mas o que é certo é que a Covid-19, direta ou indiretamente, afetou todos os negócios… uns faliram, outros mudaram, outros enfraqueceram, mas outros acabaram por se tornar mais robustos. Esta experiência serve para se ter uma nova perceção de tudo no mundo empresarial e para descobrir novas potencialidades. No mundo empresarial, e não só, devemos manter sempre a mentalidade de que é de extrema importância acompanharmos as evoluções e estarmos atentos a tudo o que nos rodeia.

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O CONCESSIONÁRIO DO FUTURO Em entrevista à Revista Business Portugal, Henrique Champalimaud, administrador da StarSul, dá-nos a conhecer a mais recente novidade que a Mercedes-Benz está a implementar e que vem melhorar a experiência do cliente: o concessionário do futuro – Mercedes MAR2020 –; e fala-nos ainda da aposta da marca no interior do país. Com uma experiência de mercado que remonta ao ano de 1959, de que forma analisa o percurso e evolução da StarSul, na região do Algarve e do Alentejo, num mercado que, por si só, já é exigente? A evolução da StarSul, sobretudo desde 1996, ano em que o Grupo Hipogest adquiriu a C. Santos Algarve, tem-se caracterizado por uma aposta na modernização das suas instalações, dos equipamentos e dos processos de gestão. Para além disso, depois de termos adquirido, em 2006, umas instalações em Évora, que nos permitiu assegurar uma presença na assistência técnica, no Alto Alentejo, inaugurámos, em 2007, umas novas instalações em Portimão. Em 2019, com a inauguração de uma nova e moderna unidade em Beja, completámos a nossa presença em três distritos do sul de Portugal – Faro, Beja e Évora – e quatro cidades – Portimão, Faro, Beja e Évora. No final do mês de setembro, inauguramos uma instalação, em Évora, com o conceito MAR2020, uma revolução nos processos de venda, na relação com o cliente e na forma, física e virtual, como apresentamos os produtos e serviços. A Mercedes-Benz está a implementar o concessionário do futuro: Mercedes MAR2020. Em que consiste este conceito inovador e de que forma melhorará a experiência do consumidor? Os concessionários estão a sofrer uma transformação em resultado da iniciativa “A Melhor Experiência de Cliente 4.0”, com novos formatos de vendas, instalações modernas e conceitos individuais. Embora os pontos de contacto digitais estejam a ganhar importância, os concessionários Mercedes-Benz em Portugal são, e continuarão a ser, uma parte essencial do percurso do cliente. As soluções digitais simplificam e personalizam a experiência do cliente, mas não conseguem substituir as sensações resultantes de um con50 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

tacto físico com o produto. É por essa razão que a Mercedes-Benz está, em conjunto com a Rede de Concessionários, a modernizar a identidade da marca no exterior e interior. Os meios digitais, os processos orientados para o cliente e as opções de personalização do espaço irão melhorar ainda mais o atendimento. Além da modernização dos formatos dos seus concessionários, a Mercedes-Benz adaptou as tarefas e as funções dos seus colaboradores. Esta é mais uma prova de que o sector automóvel é impulsionador da modernidade e criador de tendências tecnológicas? Esta é a confirmação da capacidade de adaptação, de inovação e de contribuição para a sustentabilidade ambiental que o sector automóvel vem demonstrando desde o nascimento do primeiro automóvel criado por Karl Benz. Com a inauguração das novas instalações em Évora, que novidades e comodidades trarão para servir a região? Que serviços estarão disponíveis para os vossos clientes? A StarSul orgulha-se de estar entre os primeiros concessionários a inaugurar uma unidade construída segundo o conceito MAR2020. Estaremos, a partir do final do mês de setembro, a oferecer aos nossos clientes não só as mais modernas instalações que um concessionário Mercedes-Benz lhe pode oferecer, em Portugal e no mundo, mas também um novo conceito de serviço que lhe trará muitas e variadas vantagens. A conjugação dos serviços digitais com o serviço personalizado desempenhado pelo “Star Assistant”, que será o anfitrião e a “primeira face” que os receberá, esclarecerá e colocá-los-ás em contacto com a pessoa certa, seja no Departamento de Vendas ou na Assistência Técnica, é um bom exemplo da mudança de paradigma no que ao atendimento diz respeito.


STARSUL | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

O “Product Expert”, especialista de produto, esclarece as características especiais dos modelos, acompanha o cliente na sua experiência de condução e será a pessoa que fará a entrega “técnica” da viatura. Após a compra, os especialistas no Departamento de Serviço assegurarão a coordenação contínua das marcações de oficina através dos canais digitais e do call center e serão as pessoas que assegurarão o contacto inicial de todos os assuntos relacionados com o serviço. Com a nova abordagem a nível de arquitetura no concessionário, os Departamentos de Vendas e de Serviço apresentam-se unidos, otimizando a coordenação entre os serviços.

Henrique Champalimaud, Administrador

E porque optaram por investir no interior de Portugal e nesta altura? Não é de agora a aposta do Grupo Hipogest em investir no interior do país, sendo que no caso da Starsul, desde 2006, que marcamos presença no Alentejo, em particular em Évora e Beja. O que de novo aconteceu foi iniciarmos a modernização das nossas unidades, não pelo centro da operação, em Faro, mas por Beja, onde inaugurámos uma nova unidade, em 2019, e em Évora, onde construímos este ano, de raiz, a mais moderna concessão da Starsul. Se me perguntar se é um risco investir no interior de um país como o nosso, responder-lhe-ei que sim. Se me perguntar se tenho dúvidas sobre o sucesso desta REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 51


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | STARSUL

aposta, responder-lhe-ei que não. Temos muitos exemplos de “elefantes brancos” no nosso país, nomeadamente no interior. É uma velha “tradição”. O problema resulta do facto de se achar que a infraestrutura cria o mercado. Ora, o que cria mercado é a proatividade dos agentes económicos, a inovação e a criatividade. Vejamos: em Évora ou Beja o mercado é reduzido, falando de venda e manutenção de viaturas Mercedes-Benz. Isto é uma realidade, mas existe outra, que muito se tem revelado e exponenciado nesta crise pandémica que atravessamos, a cada vez maior procura pelos portugueses do interior, para aquisição de segunda casa e estadias em unidades hoteleiras. As perguntas são: quais as oportunidades geradas por este facto para o negócio da Starsul, em Évora e Beja? O que tem a Starsul para oferecer a esses potenciais clientes que nos visitam em férias e fim de semana? Quem trabalha nos grandes centros e tem de, pelo menos uma vez por ano, levar o seu Mercedes à oficina para a manutenção programada, tem uma certeza, a de ter de reprogramar o seu dia de trabalho e a sua mobilidade. Na StarSul garantimos a mobilidade e a realização da manutenção durante o fim de semana, enquanto os nossos clientes desfrutam desta região única que é o Alentejo. Este é só um exemplo do serviço por nós prestado ao cliente Mercedes. Existem outros, como a possibilidade de, ao visitar Évora, ou Beja, poder, mediante marcação prévia, deixar o seu automóvel, mesmo de outra marca que não Mercedes, e testar um dos nossos modelos. Temos parcerias com alguns dos melhores restaurantes da região. Imagine sair de Lisboa e, passado pouco mais de uma hora, estar em Évora a almoçar enquanto a StarSul procede à revisão do 52 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

seu Mercedes-Benz... no final do almoço o seu automóvel estará à porta do restaurante! Reserve o seu fim de semana em Évora ou Beja, marque a revisão na StarSul e não pense mais no assunto até que, no final do dia de sábado, lhe entreguem o seu Mercedes no hotel, ou na sua casa! Vai precisar de carro de substituição? Nós tratamos aquando da marcação do serviço. O Grupo Hipogest, ao reforçar a sua implantação no interior sul de Portugal, segue, com confiança, o desenvolvimento do Alentejo, onde a barragem do Alqueva transformou radicalmente a agricultura e a diversidade de investimentos, industriais e agrícolas. A Mercedes-Benz continua a ser uma marca para todos? Porque devem os consumidores recorrer à StarSul na altura de adquirir um automóvel? A Mercedes-Benz tem um portefólio de modelos abrangentes, vai de um Classe A até ao Classe S, passando pelos S.U.V. Para quem gosta de sensações fortes, as versões AMG provam, também por esta via, que a Mercedes-Benz é uma marca para todos! Também nos veículos comerciais não precisamos de provar nada, o Classe V, Vito, Sprinter e Citan, estão aí para confirmar a “marca para todos”. Os veículos pesados, onde a StarSul se destaca pela sua qualidade na assistência técnica a esta vertente da marca, também têm provas dadas. A nova unidade StarSul em Évora tem uma das melhores e modernas instalações oficinais, pronta para assistir as frotas de Veículos Pesados das corporações de bombeiros, das grandes empresas de distribuição, das empresas de construção, entre outros. Todos estes sectores de atividade têm em comum a exigência. O facto de a StarSul estar entre os seus fornecedores de serviço, é a garantia da excelência do nosso desempenho.


STARSUL | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

StarSul Estrada Nacional 125 - Vale da Venda 8001-902 Faro Tel: +351 289 89 22 00 www.starsul.mercedes-benz.pt

A StarSul existe para resolver as situações dos seus clientes. A compra de uma viatura na StarSul é só o início de uma relação de confiança e de um serviço atento e disponível. Na StarSul, o servir bem é o que nos move.

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TURISMO, GASTRONOMIA E VINHOS | O CABEÇAS

NAVEGAR ÚNICO E SUBLIME

Jorge Martins, Founder & CEO

Rom Boats Porto Comercial de Aveiro Terminal Sul Aveiro - Portugal IWantaROM@romboats.com www.romboats.com

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Rompendo a Ria de Aveiro, chegamos à ROM Boats: a única empresa a construir embarcações de recreio a motor personalizadas na Península Ibérica. Isto, por si só, já impressiona, mas depois de uma conversa descontraída com Jorge Martins, CEO, ficamos a perceber que esta empresa vai muito além dos barcos de luxo que produz.

Se procura um simples barco, esta empresa não é para si. Na ROM Boats todas as peças são únicas e nada é feito só porque sim… cada obra tem um bocadinho de cada colaborador, que se entrega de alma e coração a um projeto que os envolveu pela sua singularidade. E quem é o grande responsável por tudo isto? Jorge Martins, um empresário que decidiu sair da sua zona de conforto para fazer o que o deixa feliz. Depois de ter permanecido durante 23 anos numa multinacional, onde chegou a diretor-geral muito novo e de ter um percurso profissional muito apreciado até a nível internacional, Jorge Martins sentiu que já não era feliz e, portanto, decidiu ser ousado e mudar de vida. “Quando as tarefas que desempenhamos se tornam rotineiras, alguma coisa está errada. Eu poderia continuar naquela comodidade, mas se calhar hoje estava infeliz. Aqui estou a criar a minha própria felicidade e isso fez de mim uma pessoa muito mais resiliente”, revela-nos. Apesar de o nosso entrevistado não ter qualquer experiência na indústria naval, tal como os seus colaboradores, conseguiu traçar um percurso de sucesso. O facto de trazer para o mercado um produto exclusivo e implementar uma filosofia peculiar na empresa, aliando uma cultura de melhoria contínua e de fazer sempre diferente e bem feito, faz com a que ROM Boats seja uma referência a vários níveis. O que motiva e ambiciona toda a equipa é quebrar barreias e construir o que ainda não existe. Jorge adianta mesmo que “não é o fazer barcos que nos motiva, é fazer peças únicas!” e para que isto seja possível, toda a equipa cria uma simbiose única. “Quem vem trabalhar para aqui sente-se em casa. Essa cultura é um passo decisivo para as coisas aparecerem feitas com o coração. O mais importante são as pessoas, por isso é importante valorizá-las, porque se as tratarmos bem, temos 50 por centro do caminho percorrido. Pessoas felizes tornam-se criativas, inovadoras e criam valor nas empresas.”


ROM BOATS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Modelos exclusivos e de excelência A ROM – Rebuilt Ocean Motivation – é uma marca portuguesa que quer devolver a paixão pelo mar às pessoas. Com uma atenção sublime ao mais ínfimo pormenor, na construção dos barcos é usada tecnologia de ponta aliada a métodos tradicionais. Cada modelo é uma série limitada a 20 unidades, sendo que nenhum é igual ao outro. “A única coisa que não pode ser modificada é o casco do barco, tudo o resto pode ser alterado pelo cliente”. Desde seleções de madeira, seleções das riscas que vão preencher o desenho do deck, o ponto a usar nas costuras dos estofos, tipos de espuma com densidades diferentes que se adaptam a cada cliente, uma panóplia de cores que são todas combinadas, o cliente tem várias opções. Os próprios metais vão a banhos de PVD para se criarem cores diferentes. Cada cliente pode ainda ter o desenho que quer no deck e nos estofos, havendo uma sensibilidade por parte da equipa da ROM para dar uma continuidade do grafismo desde a popa até à proa ou estendendo as linhas desde o deck até aos estofos, de forma a tornar o barco visualmente apelativo e harmonioso. “Nenhuma marca do mundo faz estas coisas”, afirma, orgulhoso. No meio de tanta escolha, “os clientes até ficam baralhados e indecisos”, graceja o nosso entrevistado, continuando “por isso, a partir das ideias discutidas, os nossos designers fazem algumas configurações e simulações que enviam para os clientes. Aí, já têm oportunidade de ver tudo combinado: o deck, as cores, as linhas, os estofos, a cor exterior e, com base nisso, tomam decisões”. Para além de tudo isto, o cliente tem ainda a oportunidade de escolher vários equipamentos, como câmaras, ar condicionado, sistema de controlo remoto digital através do telefone, entre outros. Parte fulcral para que tudo isto seja possível, são também os parceiros. “Quisemos desenvolver uma rede de parceiros que estivessem envolvidos no projeto. Não é uma tarefa fácil, mas conseguimos encontrar parceiros que perceberam que estamos a lidar com algo completamente diferente e que se entrosaram com a nossa filosofia.” O modelo que está agora a ser apresentado é o ROM 28, estando a ser desenhado o ROM 45. Mas as novidades não se ficam por aqui! Há projetos promissores à vista… sempre com a ambição de fazer coisas novas e diferentes.

Aliado a todas estas competências, há uma outra empresa, a Neptune, que faz refit’s. “Pegamos em barcos que carecem de carinho e devolvemos-lhe o glamour de outrora, com alguns upgrades, sempre com equipamentos e materiais de elevada qualidade”, explica-nos Jorge Martins. Sendo esta área de refit importante, a mudança para um estaleiro com uma maior capacidade de produção deste tipo de projetos é também essencial. “No espaço exterior vamos ainda aproveitar para disponibilizar doca seca. Em vez de as pessoas manterem os seus barcos na marina, poderão manter ali o seu barco a seco. E tudo isto irá atrair mais projetos de refit.” Por outro lado, este investimento irá tornar Portugal mais atrativo para um determinado tipo de turistas. “Os visitantes podem deixar aqui o seu barco e viajar de carro pelo país. Este tipo de infraestruturas ainda não existe em Portugal”, lamenta Jorge Martins, que está pronto para continuar a preencher as lacunas do mercado e criar projetos únicos.

Criar e inovar Na ROM tudo é feito à medida, mesmo as próprias instalações! Na nossa visita ao estaleiro, tivemos a oportunidade de apreciar de perto verdadeiras obras de arte feitas pelos membros da equipa,nomeadamente peças de mobiliário que servirão para o novo estaleiro, que terá uma maior dimensão. Segundo Jorge Martins, tudo isto “transmite o saber fazer da equipa”. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 55


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | BETINATÊXTEIS

Rúben Jorge, Fernando Sousa, Isabel Amaral e Ana Sousa

TÊXTIL AO SERVIÇO DO CONFORTO DO SEU LAR E DA SUA SEGURANÇA Após 27 anos no mercado têxtil, a Betinatêxteis, sediada em Leiria, continua a assegurar um crescimento sustentado e, em plena pandemia, conseguiu tornar o seu negócio mais competitivo. A Revista Business Portugal apresenta-lhe aqui um excelente exemplo de reinvenção e superação numa altura de maior risco, depois de ter estado à conversa com Ana Sousa e Rúben Jorge – diretora de marketing e comunicação e diretor técnico, respetivamente. Foi em 1992 que os pais de Ana Sousa – Fernando Sousa e Isabel Amaral – começaram a traçar o destino da Betinatêxteis, tendo como principal área o têxtil-lar. Anos mais tarde, em 2011, e depois da entrada da segunda geração da família no negócio, a empresa passou a disponibilizar um produto exclusivo. “Desde que eu e o Rúben nos juntámos ao projeto, a Betinatêxteis começou a ter um design próprio, o que contribui para o nosso crescimento e afirmação no mercado. Começámos a desenhar os tecidos e, como tal, passamos a ter um desenho exclusivo, mais adaptado ao nosso mercado”, explica-nos Ana Sousa. Mas a mensagem transmitida pelos mentores do projeto também foi fundamental. Desde cedo ensinaram que o sonho aliado ao trabalho árduo permite chegar muito longe… só essa ambição permitiu que um pequeno armazém de revenda se tornasse uma referência na indústria têxtil-lar. Assinalando um crescimento sustentado ao longo dos anos, a Betinatêxteis viu-se a dar um grande salto quando introduziu a indústria. Depois da implementação da fábrica, a produção têxtil, que até então estava maioritariamente concentrada no norte do país, começou a ter mais dinâmica na zona centro. Rúben Jorge, que começa por nos elucidar que, no início da sua atividade, a empresa era composta apenas pelos seus sogros e uma funcionária, refere que conseguiram “criar muitos postos de trabalho. Neste momento, já somos perto de 50 pessoas”, tendo a dupla a perspetiva de que a equipa irá continuar a crescer. Apesar de no início da pandemia as vendas terem abrandado, esta acabou por impulsionar um novo salto para a Betinatêxteis. “Perante este cenário, surgiu uma nova oportunidade, um novo projeto: começámos a importar máscaras e a ganhar outro tipo de clientes”, refere Rúben, acrescentando Ana: “A procura aumentou muito neste tipo de produtos e começámos a perceber que no mercado português não havia oferta”. Já com experiência comprovada no fardamento profissional, 56 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

o foco da empresa passou a ser o fardamento para os hospitais. “Acabamos por juntar o útil ao agradável. Estudámos um tecido impermeável que já utilizávamos para fazer resguardos de capas de colchão – o PU – e achámos que seria uma boa ideia começar a fazer fatos e oferecê-los para serem testados. Os primeiros fatos que fizemos foram doados ao hospital de Leiria e a partir daí começámos a ter cada vez mais procura e visibilidade. Quando surgiram as máscaras, a procura era tanta que percecionamos que devíamos apostar numa unidade de fabrico próprio. A burocracia de importação, de registo e de certificação é de tal forma complicada, que achámos que valia a pena o esforço e o investimento para começarmos a produzir”, revela Ana. Resiliência e investimento de mãos dadas O investimento e a aposta no progresso não são de agora, segundo a nossa entrevistada, a Betinatêxteis está “sempre a acompanhar os desenvolvimentos da tecnologia de produção têxtil. Procuramos ter sempre a última maquinaria, de forma a facilitar a produção”. Em concordância com isso, e de forma a aproveitar um novo nicho de mercado, Rúben adianta-nos ainda que “só em obras e maquinaria, investimos cerca de 800 mil euros e, numa primeira fase, investimos mais de 500 mil euros em matéria-prima, assegurando, neste momento, a produção de 200 mil máscaras por dia, se tivermos as três máquinas a trabalhar. O objetivo é fazer cerca de quatro milhões por mês”. E o que é certo é que este investimento e rápida adaptação às exigências do mercado não contribuíram apenas para tornar o negócio mais competitivo, como também se revelou muito importante para a sociedade. Colocando-se ao serviço da população, a Betinatêxteis fez chegar ao mercado um produto extremamente necessário e escasso, contribuindo, ao mesmo tempo, para a criação de emprego. “Para além de estarmos a disponibilizar artigos que


BETINATÊXTEIS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

eram difíceis de encontrar em Portugal, também vamos aumentar os postos de trabalho. Com os novos investimentos e com a nova máquina que instalámos, vamos precisar de recrutar mais trabalhadores”, afirma Rúben. Qualidade como primazia Os nossos entrevistados asseguram que compram matéria-prima de máxima qualidade e que as condições criadas na fábrica cumprem o máximo rigor, uma vez que se trata de um trabalho com dispositivos médicos. “Damos primazia à qualidade. Por outro lado, também primamos pela disponibilidade ao cliente e pela rapidez de entrega”, assevera Ana. Rúben continua por nos explicar que a empresa comercializa dois tipos de máscaras: “as cirúrgicas (as quais iremos assegurar uma produção diária de 180 mil unidades); e as FFP2 (com uma produção diária de 40 mil unidades). As cirúrgicas têm três tecidos – dois TNT de 25 gramas e um melt-blown –; já as FFP2 são as máscaras que mais protegem, porque têm cinco camadas de tecido e dois filtros”. Considerando que o melt-blown é a “joia da coroa” das máscaras, não há dúvida alguma que as que são aqui produzidas garantem a máxima proteção. “O melt-blown é o que realmente assegura proteção e nós compramos um que protege acima de 98 por cento, que é o máximo”. Em adição, a Betinatêxteis está a terminar os processos de marcação CE, o que vai contribuir para uma maior credibilidade e confiança por parte dos consumidores. Apesar de este nicho de mercado ter surgido devido à pandemia do novo Coronavírus, a Betinatêxteis tem a ambição de continuar a crescer nele e de se tornar uma referência também nesta área. “Reinventámos o nosso negócio e agora temos uma nova aprendizagem a cada dia, por isso também vamos continuar a investir em formação. Com a abertura da fábrica, pretendemos continuar a fornecer os hospitais, não só de Portugal, como de outros países”, finalizam os nossos entrevistados, que garantem manter os padrões de excelência, continuando, assim, a assegurar o conforto e segurança dos consumidores.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | ESPAÇO MECÂNICO

O ESPAÇO IDEAL PARA SI Foi no Centro de Negócios de Vila Nova da Barquinha que estivemos à conversa com Manuel Lourenço, diretor-geral da Espaço Mecânico, empresa com 27 anos de experiência que lhe assegura a solução ideal e as melhores máquinas industriais do mercado, bem como uma assistência pós-venda rápida e eficaz.

Manuel Lourenço, Diretor-geral

A mentalidade de Manuel Lourenço conduziu-o para um caminho de sucesso. Segundo o mesmo, qualquer empresário tem de assumir responsabilidades e não pode optar pelo caminho do facilitismo. “O empresário não pode reagir aos problemas, tem de antecipá-los”, afirma, acrescentando que “tem de ser o primeiro a dar o exemplo”. Com um know-how vasto do mundo das máquinas e uma determinação desmedida, Manuel Lourenço, constitui, em 1992, o Espaço Mecânico, de forma natural, mas com muito trabalho à mistura. Quando o empresário decidiu avançar com o negócio, não o fez com a ambição de ganhar muito dinheiro, mas sim com a determinação de colocar em prática o conhecimento que foi adquirindo do mercado, a nível académico e profissional. “Eu já estava no caminho... conhecia o produto, portanto só tinha de avançar e desenvolver o negócio.” E assim foi, até que tornou o seu empreendimento numa referência no sector. A empresa – especializada na comercialização, assistência técnica e aluguer de máquinas industriais para os sectores da construção civil, obras públicas, florestas, agricultura, gestão de resíduos, entre outras áreas de atividade –, é concessionária e representante de marcas exclusivas de renome, como a Bobcat, Doosan, Haulotte, MST, AUSA, ou a ALL-KOR. O início começou a ser escrito no Entroncamento, mas, em 2009, o Espaço Mecânico mudou-se de “máquinas e bagagens” para o Centro de Negócios de Vila Nova da Barquinha, onde dispõe de uma localização privilegiada e de umas instalações modernas, com uma arquitetura que chama a atenção. Um ano antes desta mudança de instalações, em 2008, a empresa internacionalizou-se, 58 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ESPAÇO MECÂNICO | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

com a instituição de uma filial na cidade de Benguela, em Angola. “A atividade empresarial na filial de Angola tem sofrido significativamente, devido à economia angolana e à desvalorização do kwanza, juntando agora a mais recente questão da pandemia. Neste momento, temos um volume de negócios muito residual”, avança Manuel Lourenço, que apazigua o discurso quando afirma que em Portugal, apesar da Covid-19, “a atividade se manteve normal”. Facto que contribui bastante para que a empresa não se ressinta em tempos conturbados é a qualidade do serviço prestado, aposta indiscutível no Espaço Mecânico. A empresa distingue-se na assistência após-venda. “Asseguramos a manutenção total dos equipamentos. Resolvemos qualquer problema que surja, atempadamente e com preços apelativos”, explica-nos o nosso entrevistado, que se orgulha em dizer que ter uma equipa de mecânicos com muitos anos de casa também faz toda a diferença. “Temos, pelo menos, quatro mecânicos que trabalham há mais de 20 anos no Espaço Mecânico, o que, por um lado, proporciona uma manutenção de qualidade – tratam-se de mecânicos qualificados, com experiência e com conhecimentos avançados – e, por outro, assegura a fácil integração de novos mecânicos, o que é uma vantagem, porque, hoje em dia, é muito difícil recrutar um mecânico qualificado”. Ao longos destes 27 anos, o Espaço Mecânico tornou-se num nome reconhecido e quem opta por esta empresa sabe, ou por experiência própria, ou pelo que ouve do boca-a-boca, que terá acesso a produtos e serviços de máxima qualidade. “Hoje, a qualidade dos equipamentos existentes é muito próxima, qualquer marca tem informação em termos tecnológicos e, felizmente, há uma dinâmica de aperfeiçoamento dos equipamentos. O que ainda tem predominância é a assistência pós-venda. Se eu resolver um problema ao meu cliente, ele fica satisfeito. Se, a juntar a isso, eu conseguir aparecer no imediato, ele fica ainda mais satisfeito”, acrescenta o nosso entrevistado, que não descura do bem-servir. “A forma como as empresas tratam os clientes é a chave. Os que conseguirem prestar este tipo de assistência – tarefa que não é fácil –, vão prevalecer, independentemente do panorama.”

Concessionário & Importador O Espaço Mecânico, que trabalha especialmente na zona centro de Portugal, tem presença de norte a sul do país. Funcionando como concessionário desde o início da sua atividade, a empresa representa várias marcas; no entanto, desde 2016 que o empreendimento passou a ser também importador das retroescavadoras da marca MST, aproveitando os contactos, a experiência e o conhecimento adquiridos a nível internacional. “A nossa obrigação perante o fabricante – a MST – é a de fazermos uma cobertura no território nacional, como tal, trabalhamos diretamente a zona centro e temos concessionários a norte e a sul”, explica-nos Manuel Lourenço. E a mais recente novidade apresenta várias mais-valias para os operadores. As novas retroescavadoras MST da Série 6 PLUS são seguras, eficientes, económicas, poderosas e robustas; têm uma cabine espaçosa, confortável e ergonómica, o que oferece a máxima eficiência; têm uma alta produtividade e eficiência de combustível com a bomba de pistons de caudal variável; proporcionam um design resistente e duradouro, assegurando, assim, um desempenho superior, mesmo sob condições de trabalho mais extenuantes; têm um carregador frontal poderoso; e, como qualquer outro produto comercializado pelo Espaço Mecânico, usufrui de uma manutenção sem preocupações e uma rede extensiva de serviços e peças de substituição. Enquanto líder criativo e exigente, Manuel Lourenço assegura que estão para breve algumas novidades, mas enquanto pessoa ponderada e cautelosa que também é, por agora apenas deixa o suspense no ar… para já, a única certeza é que qualquer que seja a novidade que o Espaço Mecânico trará, virá sempre associada a uma máxima qualidade, eficiência e competência.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | MOURAPLÁS

NA VANGUARDA DA INOVAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO A Mouraplás surge na adversidade e é um exemplo inspirador de adaptação às constantes mudanças que surgem. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o administrador – Carlos Pinheiro – daquela que é uma empresa multifacetada, com uma estrutura coesa, sustentada em antecipar tendências e numa mentalidade de constante adaptação, com uma experiência de mais de 20 anos no comércio por grosso de produtos e artigos de alta rotação.

Carlos Pinheiro, Administrador

Lançaram alguns produtos que estejam diretamente ligados à pandemia do novo Coronavírus? Se sim, quais? A Mouraplás, como empresa de produtos diversificados, está qualificada para responder às necessidades dos nossos clientes, por tal, nunca deixamos de fornecer, ainda com limitações, os produtos ligados à prevenção e à luta contra a Covid-19. Primeiro, procurámos soluções no mercado nacional, com a fabricação, pelos nossos parceiros de: batas; aventais; luvas em PEAD; chamadas de palhaço; cobre pés; depois, na importação, como foi o caso das máscaras cirúrgicas e as luvas. Temos ainda novidades ao nível da nanotecnologia, de produtos de manutenção, limpeza e desinfeção (bactericidas, fungicidas e virucidas), bem como equipamentos purificadores de ar (por foto hidro ionização). Damos formação e disponibilizamo-nos para fazer demonstrações.

há consequências relativas às famílias e ao emprego. Conseguimos, durante este período, empregar três pessoas, pese embora a falta efetiva de resultados do trabalho efetuado, mas vem garantir a nossa segurança, uma vez que nos podemos revezar e alternar nas funções. Cada um anda a seu ritmo e não se coloca pressão em ninguém. Acho que neste quadro atual é o melhor caminho. Quanto às questões ambientais, é premente que se pense e se viva o ambiente como nunca. Todos sabemos que temos de reduzir, em muito, os nossos hábitos sectários de consumo frenético; procura-se, na industrialização, o crescimento da faturação e dos números, quando se deveria procurar melhorar outos valores como a educação para o ambiente. Educar as novas gerações para a preservação ambiental e dar-lhes ferramentas para se iniciar uma mudança em força. Na Mouraplás procuramos, na área dos detergentes, adquirir produtos à base de água e que que não contenham reagentes de formulação agressiva para o ambiente. Separamos os lixos e colocamo-los à disposição de empresas especializadas, que os levam para a reciclagem e valorização. Também reenviamos para as nossas empresas parceiras esses resíduos, que voltarão ao ciclo de vida útil. Outros produtos, nomeadamente os transformados de papel, compramo-los no mercado nacional a empresas que também têm as suas práticas ambientais definidas. Usamos empilhadores elétricos para evitarmos a poluição, quer nas nossas instalações, quer nos produtos que comercializamos.

Portanto, estão empenhados em manter a segurança dos vossos clientes, bem como dos vossos colaboradores? E também não descuram do cuidado com o meio-ambiente? A segurança é importante, tanto para os nossos clientes, como para nós mesmos. Não podemos facilitar. O certo é que hoje, e olhando para trás, estamos mais receosos quanto ao que aí vem. É bom que se saiba que tudo isto é passageiro, mas irão ficar muitas mazelas por resolver, nomeadamente as questões ligadas ao acréscimo das despesas com a prevenção e saúde. Muitas empresas poderão ter de se reinventar ou mesmo fechar e com isso

Como ultrapassaram os novos desafios impostos pela pandemia? As empresas estão também expostas a fatores endógenos e exógenos, tal como as plantas, as pessoas ou animais. Manter a coesão na equipa é importante para funcionarmos como um todo. Foi assim que nos mantivemos até agora. No início da pandemia, instalou-se um pânico social que, transversalmente, afetou e afeta toda a sociedade, contudo, depois do primeiro impacto (das medidas e recomendações da DGS), assumimos uma postura de contensão, de prevenção, evitando ao máximo os riscos e lá fomos servindo os nossos clientes com ênfase nas IPSS, clínicas, casas de saúde… de

Sendo a Mouraplás uma empresa que inova constantemente, que novidades é que trouxe ao mercado? Este ano, a Mouraplás trouxe para o seu mercado produtos take away, bio, na ótica do incentivo à introdução destes produtos nos hotéis, na restauração e no comércio em geral, no entanto, a conjuntura foi-nos adversa nesta área, porque uma grande percentagem destes potenciais clientes estiveram encerrados. Temos produtos novos, temos vendas, mas não as suficientes para encararmos esta nossa aposta como uma vitória. Mas, a seu tempo, será uma aposta vencedora.

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MOURAPLÁS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

uma forma geral servindo a população à nossa volta. Esta adaptação provocou uma mudança nos nossos horários, reformulamos alguns métodos de trabalho e estamos preparados para mais um dia. O facto de o Carlos ter ficado desempregado, levou-o a criar este empreendimento. Estando nós a atravessar um momento conturbado, em que muitas empresas fecham portas e muitos trabalhadores se veem numa situação de desemprego ou com o futuro incerto, que mensagem gostaria de deixar, tendo por base o seu exemplo? Está implícito ao ser humano a não desistência. O nosso organismo é fruto e resultado de uma adaptação constante. Quantos de nós, por necessidades físicas e psicológicas, nos adaptamos (nos mais diversos contextos) sem sequer, muitas das vezes, nos apercebermos de que estamos a aceitar a mudança. Viver em constante adaptação é viver em pleno a vida. Eu acredito e vejo que estamos à beira de uma espécie de flagelo social, sem precedentes; uma das causas e facto de não relativizarmos a vida. Tomamos tudo o que é bom por certo e esquecemo-nos do amanhã. Muitos de nós esquecem-se que ao fazer algo por nós mesmo, estaremos, também, a fazê-lo “pelo outro”, porque vamos ter de partilhar. Pela partilha (ideias, empreendedorismo, facetas, gritos de alma, inconformismo) encontramos a mudança, catalisada pela vontade e, a partir desse momento, estamos a criar. O ser humano é criador. Por isso, basta termos vontade. Pouco a pouco, dia a dia, quando olharmos para trás, vamos verificar que estamos num presente melhor, num dia melhor, num estádio de vida feliz. Creio em absoluto que a vontade e a determinação são a essência do vencedor. Nunca desistir. Ao colocarmos as nossas vidas, com espírito de missão, ao serviço da comunidade, estaremos a zelar por todos. E o que podemos esperar da Mouraplás no futuro? A ideia de futuro está no compromisso que temos com a vida. Uma empresa é o espelho de toda a equipa, incluindo, os nossos parceiros e a sociedade em geral. Espero, pois, que consigamos ser criadores e que nos adaptemos constantemente as mudanças. Todo o resto virá por acréscimo.

"Muitos de nós esquecem-se que ao fazer algo por nós mesmo, estaremos, também, a fazê-lo “pelo outro”, porque vamos ter de partilhar. Pela partilha (ideias, empreendedorismo, facetas, gritos de alma, inconformismo) encontramos a mudança, catalisada pela vontade e, a partir desse momento, estamos a criar"

E.N. 125 Alfandanga (cruzamento) 8700-061 Moncarapacho/Olhão Email: mouraplas@mouraplas.com Tel: 289 793 067 www.mouraplas.com

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | ESMAD

OFERTA FORMATIVA AMPLA, DIFERENCIADA E PREMIADA

Olívia Marques Silva, Ph.D Presidente da Escola Superior de Media Artes e Design, ESMAD Instituto Politécnico do Porto, IPP www.esmad.ipp.pt www.ipp.pt

A ESMAD – Escola Superior de Media Artes e Design – é uma referência no ensino a nível nacional e internacional. Em entrevista, a presidente Olívia Marques Silva, explicanos como é que esta escola contribui para a consciencialização artística. O ensino está a encarar desafios sem precedentes. Como é que a ESMAD se propôs a enfrentá-los? A ESMAD viveu o segundo semestre de 2019/2020 colocando em primeiro lugar a segurança dos seus estudantes, docentes e não docentes, procurando diminuir os níveis de risco e manter a qualidade pedagógica da sua atividade. Tivemos que encontrar soluções que respondessem às exigências dos projetos finais em Licenciaturas e Mestrados, que necessitam de estúdios, apoio técnico e académico e trabalho em campo. Percebemos que, em muitos casos, o trabalho dos professores redobrou e foi preciso dar uma resposta rápida às constantes mudanças. De que forma têm conseguido assegurar a qualidade, dinamismo e inovação na vossa formação e contribuir para a consciencialização artística? A ESMAD procura destacar-se enquanto escola pública de ensino superior politécnico, desenvolvendo um paradigma de formação internacional dinâmico, focado na investigação tecnológica e artística. A escola promove e institui a proximidade internacional com investigadores e artistas da South Wales University, da Nottingham Trent University, da Manchester Metropolitan University, da Karel de Grote University College, da Universidad Complutense de Madrid, da University de Silesia em Katowice, da Universidade de Santiago de Compostela, entre outras instituições. Este ano, em plena pandemia, lecionamos um curso sobre cinema documental partilhado com a Universidade de Austin, EUA. A ESMAD tem ainda a uniMAD – Unidade de Investigação em Media Artes e Design. Qual a sua missão e que trabalho tem vindo a ser desenvolvido? A uniMAD tem como missão desenvolver investigação de alta qualidade e promover o desenvolvimento artístico, teórico e tecnológico. Este último ano, a uniMAD apoiou uma candidatura a uma Summer School com financiamento FCT (com 34 candidatos), candidatou-se a vários apoios relacionados com a Covid-19 (Research 4 – Covid-19), liderou candidaturas Erasmus+, entre outras atividades. Ao mesmo tempo, organizou várias conferências internacionais, destacando-se a primeira 62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

edição da International Computer Programming Education Conference (ICPEC) e os seus membros publicaram mais de cinco dezenas de artigos científicos (onde quase 50 por cento foram indexados pela SCOPUS e/ou Web of Science). Destacamos, já no próximo mês de outubro, a participação na edição do #MTFLabs – Aveiro Tech City. Têm uma das mais amplas, diferenciadas e premiadas ofertas formativas do país. Que oferta é essa? A oferta formativa da ESMAD integra Licenciaturas, Mestrados, CTeSP, Pós-graduações de Argumento, Conservação de Fotografia e Design de Interiores e Espaços, Cursos Livres, Ano Zero. Este ano abre pela primeira vez um CTeSP em Modelação e Prototipagem em Ourivesaria, em parceria com a CINDOR, em Gondomar. Muitos dos nossos estudantes viram os seus projetos premiados e alguns também se destacaram, nomeadamente com a criação da Identidade Visual da CM de Vila do Conde, a atribuição do Prémio de Mérito, distinção patrocinada, em 2018, pela Artworks da Ecosteel. Agora em 2020, o filme Loop, de Ricardo Leite, foi distinguido com o Prémio Sophia Estudante. Também levámos a cabo um projeto de requalificação e ampliação do Campus 2. O novo edifício alberga dois estúdios (televisão e fotografia), uma blackbox, 11 suites de edição, uma cabine de locução e um estúdio de gravação de som com duas régies. A este novo espaço junta-se uma Oficina de Design e uma Galeria de Arte. A Escola continuará fortemente empenhada em proporcionar uma aprendizagem sustentada, com os estudantes a operacionalizar de forma criativa o know-how académico, o que certamente terá impacto no seu desempenho enquanto criadores e profissionais.


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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | WINDOW TO THE FUTURE

A APOSTA NA QUALIDADE CONSTRÓI O FUT URO Depois de somar vários anos de experiência no sector da construção civil, António José Matos decidiu dar início à Window to The Future, em 2013. Com os alicerces assentes na proximidade, qualidade, rigor e exigência, o administrador da empresa algarvia fala-nos, com otimismo, do presente e do futuro.

A Window to the Future nasceu fruto da sua visão e empreendedorismo. Que balanço faz deste percurso? Nestes cerca de sete anos do projeto Window To The Future, fazemos um balanço positivo, pois apesar de ter sido criado numa altura de retração da economia, sempre nos pautámos por um enorme rigor e uma aposta muito forte na formação dos nossos colaboradores, aliando a experiência à juventude. Com esta procura constante pela formação, com introdução de novas técnicas e materiais, permitiu-nos criar equipas preparadas para enfrentar constantemente novos desafios e qualquer tipo de empreitada, tendo sempre como objetivo efetuar um serviço de excelência para que os nossos clientes se sintam totalmente satisfeitos e voltem a procurar a Window To The Future para concretizar os seus novos projetos. Este rigor e a busca pela qualidade do nosso trabalho, permitiu-nos ter sempre empreitadas em carteira, bem como manter clientes satisfeitos e, inclusive, executar várias obras para os mesmos clientes. Que fatores distinguem a Window to the Future? O que distingue a Window To The Future de outras empresas é o facto de ter uma base familiar, onde temos uma organização bastante próxima dos nossos colaboradores, pois fazemos questão que tenham todas as condições de trabalho e segurança e, assim, focarem-se exclusivamente em prestar um bom serviço. Por outro lado, tentamos elevar constantemente os nossos padrões de qualidade com muito rigor e exigência, cumprindo minuciosamente os acordos com os nossos clientes, nomeadamente respeitar os prazos de construção, bem como o respeito integral dos projetos das várias especialidades. Quais os projetos mais emblemáticos do portfólio da empresa que baseia a sua filosofia em materiais únicos e construção diferenciada? Felizmente, ao longo dos anos temos tido vários projetos emblemáticos como poderão verificar, tendo todos eles soluções inovadoras e cada um a sua especificidade, daí a importância em trabalhar com os melhores materiais e parceiros mais qualificados no mercado. Sentimos um enorme orgulho em todos os projetos executados, por sermos uma parte importante no processo para que, juntamente com a equipa de arquitetos, possamos assegurar a concretização dos sonhos de cada um dos nossos clientes.

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WINDOW TO THE FUTURE | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Que perspetiva tem sobre o mercado da construção e reconstrução? De que forma é que a Window to the Future enfrentou os novos desafios impostos pela pandemia? Sobre o mercado da construção, estamos otimistas, pois temos bastantes obras em carteira e, por outro lado, os nossos clientes, na sua maior parte investidores, têm também a vontade de continuar a investir e, inclusive, iniciar novos projetos, o que nos permite encarar os próximos anos com otimismo. Obviamente que esta pandemia, que nos apanhou a todos desprevenidos, afetou todos os quadrantes da nossa sociedade e nós não fomos exceção. Tivemos que nos adaptar a esta nova realidade, elaborando um plano de contingência interno para que se fizesse cumprir as normas da DGS, nomeadamente o uso de proteção individual, a intercalação de equipas das diferentes especialidades, para evitar aglomerados em obra. Estamos ainda numa fase que tudo pode mudar a qualquer momento, mas com grande rigor e resiliência temo-nos vindo a adaptar a este novo normal. Quais são os objetivos e estratégias em termos de futuro? Os objetivos para o futuro passarão sempre por tentar melhorar cada vez mais os processos, acompanhar a evolução da construção, nomeadamente nos projetos de grau de dificuldade elevado e acompanhar os arquitetos nas suas ideias e visão de construção. Por outro lado, transmitir e garantir os padrões de qualidade porque sempre me pautei nestes cerca de 25 anos que levo já na construção, trabalhando da mesma forma afincada, com os mesmos valores que nos fizeram iniciar este projeto de vida.

António José Matos e Lucia Silva

Rua D. João V, Bloco A, Fração V Centro Comercial Miravila 8125-207 Quarteira +351 915 295 319 global@wtfc.pt www.wtfc.pt

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AMAKA GIN | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

O SABOR QUE NOS UNE Fest, em Oliveira do Bairro. Foi logo um sucesso! A minha ideia era criar um gin com base na experiência que trouxe de Angola e dar-lhe um toque especial da Bairrada. Podia correr mal, mas não. Foi isso que me moveu e os resultados satisfatórios estão à vista. Quais as características do Amaka? O que é que o torna especial? O segredo revelado do Amaka é exatamente essa fusão entre o melhor dos botânicos de Angola com o kiwi da Bairrada. E isso só podia criar um gin único, o primeiro gin angolano feito em Portugal e com um único produto português. Gustavo Maya, Fundador

Gustavo Maya trouxe para o mercado um gin muito especial: o Amaka, que abraça dois povos – Angola e Portugal – numa combinação de sabores peculiar. Apesar dos tenros dois anos, este gin está a conquistar o palato de quem o prova e promete outros voos. Começo por pedir que nos conte a história deste gin. Como chegou à criação desta marca e como se tem posicionado no mercado? O Amaka nasceu há pouco mais de dois anos e posso dizer que está a ganhar expressão, quer localmente quer fora de portas, muito especialmente em Angola, pelos seus ingredientes e pela sua genuinidade e autenticidade, pelo facto de ter o arrojo de usar como base um fruto em franca expansão na Bairrada e no país – o kiwi –, numa harmoniosa fusão com botânicos fortes de África. O nome Amaka nasceu a partir do termo Samakaka, termo dado a um tecido tradicional do sul de Angola, país onde estive a dar formação de bar e desenvolvi receitas para cocktails e outros projetos nesta área. Foi neste país africano que começou o sonho de criar um gin, uma marca própria que se associasse aos dois países. Mas não foi nada fácil. Depois de vários ensaios, conseguimos a receita certa, que, de imediato, apresentámos, em setembro de 2018, na primeira edição do Bairrada Gin

Defende que este gin é diferenciador e inovador. A que níveis? O Amaka é versátil, comercial, mas tem um caráter forte. Encaixa-se no lote dos clássicos, mas tem um irreverente toque de modernidade. Só provando mesmo. Imagine-se um gin com ingredientes tão mágicos como múcua, pau de cabinda, chá de caxinde (erva príncipe), aos quais se juntam os aromas da casca de limão e kiwi, para além do zimbro, enquanto ingrediente universal e de base. Não imaginem mais. É único, mesmo! De certo que os nossos leitores ficaram com água na boca… onde é que podem encontrar e degustar o Amaka Gin? O Amaka já está em Angola e tem vindo a apostar nos festivais da região e noutros, temáticos, em grandes cidades. Este ano,

por razões óbvias, sem festivais, foi difícil continuar a promoção do Amaka, mas foi surpreendente a procura nas nossas redes sociais. Por falar em pandemia, tínhamos previsto para este ano o lançamento de mais três edições especiais, tantas quantas as variações do kiwi (vermelho, amarelo e baby). E temos em ensaio uma edição premium que integre a fusão de todos os tipos do fruto. Lá para o próximo ano teremos condições para esse objetivo. Entretanto, o Amaka já marcou presença no Lisbon Bar Show (Lisboa), Gin Wall Festival (Paredes), Feira da Vinha e do Vinho (Anadia) e ExpoBairrada (Oliveira do Bairro), entre outros festivais e feiras. Começa a ser normal ver o rótulo Amaka em conceituados bares da região, do país e em Angola. No entanto, para o consumidor final estamos a privilegiar a comercialização através das nossas redes sociais Facebook e Instagram. https://www.facebook.com/amakagin/ https://www.instagram.com/amakagin/

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | PVW TINSA

LÍDERES EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

José Morgado, Partner

Em entrevista à Revista Business Portugal, José Morgado, partner da PVW TINSA, falou-nos daquela que é uma empresa especializada em avaliação imobiliária, com presença mundial. Da fusão entre a PVW – Price Value Worth – e a TINSA, em 2019, a empresa ocupa, hoje, uma posição de liderança no mercado. Que balanço faz da integração das suas empresas – Price Value Worth e TINSA – e do percurso da PVW TINSA? Foi uma junção de sinergias que não estava prevista na estratégia da PVW, mas sim na da TINSA, que tomou a iniciativa da abordagem e que se tem revelado muito produtiva e promissora. A junção das equipas técnicas e a mobilização das melhores práticas entre as duas empresas produz na fusão um efeito de aumento de eficiência e de escala, que permite ter ambições mais altas para ambas as empresas quando comparando com uma continuação de ambas em separado, competindo no mesmo mercado. Os modelos de gestão foram facilmente compatibilizados, tendo havido um entendimento forte das duas culturas empresariais, desde a administração até toda a estrutura técnica. O nosso foco neste momento, já posterior ao processo de reorganização, são os clientes. Como se posiciona a PVW TINSA no mercado? Que fatores a distinguem? A PVW TINSA é especializada em avaliação imobiliária, ocupando uma posição liderante no mercado no âmbito da sua atividade, essencialmente para entidades do sistema financeiro. De acordo com a legislação nacional, outras atividades estão condicionadas em termos de prestação de serviços, no que respeita a este tipo de cliente. A expansão para serviços de consultoria, peritagens, gestão de projetos ou de construção apenas serão possíveis para entidades fora do sistema financeiro. A PVW TINSA distingue-se pelo forte conhecimento local, pela excelência da sua equipa técnica e pelas sinergias de grupo que são criadas a nível mundial, com forte aposta nas IT, tendo o grupo adquirido empresas líder nesta área na Alemanha, México e Espanha, nos últimos anos.

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Que alterações e novos desafios foram impostos no mercado imobiliário pela pandemia? De que forma a PVW TINSA os enfrentou? A incerteza ainda é muita quanto ao mercado, que seguramente terá mudanças fortes, mas não tendo sido, desta vez, o imobiliário o causador do problema e podendo, inclusive, pela sua maior inércia e por estar relacionado com ativos tangíveis, ter um papel mitigador pela positiva. Quanto ao nosso mercado, enquanto prestadores de serviços de avaliação, esse mantém-se e o rigor da atividade de consultoria especifica será ainda mais fundamental para esta fase que se aproxima. Na fase de confinamento da pandemia, os meios técnicos internacionais e de IT do grupo facilitaram a implementação de teletrabalho e a organização de processos em dois dias, com manutenção de toda a capacidade de resposta tendo decorrido sem quebras de serviço ao cliente. Quais são os objetivos e estratégias no sentido de continuar a reforçar a presença no sector? O compromisso estabelecido com o acionista maioritário da holding é a continuação do crescimento a nível mundial de todo o grupo, sendo que Portugal, pela sua dimensão enquanto país, dificilmente poderá vir a representar mais do que dois por cento do grupo a nível mundial, mesmo cumprindo os objetivos de crescer mais 20 por cento em três anos. Mas estamos empenhados e focados na nossa missão. A PVW TINSA, já presente em Lisboa e no Porto, abriu, em agosto, um escritório permanente no Algarve. Não estão previstas novas delegações no futuro próximo, mas sim a expansão da equipa técnica na zona sul, para dar melhor resposta e serviço de qualidade em todo o território nacional.

R. Joaquim António de Aguiar, Nº66 – 2º Dto.

Rua Silva Porto, 476 – 5ºB

Bunganvilla Plaza,

1070-153 Lisboa

4250-470 Porto

Quinta do Lago - 8135-013

Tel. 21 319 61 20

Tel. 22 830 35 23

Almancil Tel: 289 126 784

E-mail: geral@pvwtinsa.pt

www.pvwtinsa.pt


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