Revista Business Portugal Novembro 2019

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Tecnologias que impressionam

Nº 1 MUNDIAL EM ELETRODOMÉSTICOS PELO 9º ANO CONSECUTIVO* *Fonte Euromonitor International Limited. Volume de vendas a retalho em unidades baseado em dados de 2017

Haier España

@Haieriberica


ÍNDICE Novembro 2019

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PORTUGAL CRIATIVO 15 NINE FINGER TECHNOLOGIES & HOME DESIGN Tecnologia

EDITORIAL

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INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS 35 MONTE SANTO O Resort mais romântico da Europa

16 VIEIRA DE ALMEIDA Propriedade Intelectual

38 DEL MAR Um paraíso plantado junto ao rio e ao mar

78

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79 CÂMARA MUNICIPAL DE AVEIRO Um futuro promissor para Aveiro

96 INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL Ensino superior próximo e inclusivo

86 HOTEL O MOLICEIRO Um hotel ao sabor da Ria

100 ATLANTIC CAR WASH Lavar o carro sem gastar água

AVEIRO

SETÚBAL

Caro leitor, O ano de 2019 está a terminar, mas fazemos questão de continuar a trazer-lhe os melhores exemplos de criatividade, inovação e empreendedorismo. Portugal atrai cada vez mais investidores e o Grupo Haier é exemplo disso. Atualize-se com a entrevista a João Paulo Ferreira, Portugal Country Manager do grupo. Continue a desfolhar a Revista Business Portugal e aprecie o sucesso do Grupo Casa Ferreira. A capacidade criativa dos homens e mulheres que comandam as empresas que se destacam, de norte a sul de Portugal, serão sempre o nosso foco e mantê-lo-emos em destaque nas nossas edições. O ambiente festivo do Natal e da passagem de ano, aliado às temperaturas amenas do Algarve, convidam-no a apreciar as vastas e diferenciadoras opções que a região oferece, com passagem obrigatória pelo Forum Algarve que lhe promete animação e alegria com a pista de gelo com patins e bicicletas e a aldeia do Pai Natal. Desenvolvimento, inovação e qualidade são as nossas propostas para esta edição. Boa leitura, Ana Miguel Lopes Editora

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: Guidetarget, Lda | Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 NIPC: 509 457 045 Conselho de Administração: Fernando Silva Participações sociais Fernando Silva (+5%) Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Ana Miguel Lopes (ana.lopes@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Ana Costa (ana.costa@revistabusinessportugal.pt) Corpo Redatorial: Laura Azevedo, Sara Oliveira, Diana Correia, Raquel Caldas, Rita Garcia Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Dep. Comercial: Fernando Lopes, José Luís Basto, José Machado, Luís Pinto, Luís Silva, Vera Pinho (geral@revistabusinessportugal.pt) Sede da redação: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal novembro 2019


GRUPO HAIER

NOVO ANO, NOVOS DESAFIOS O grupo Haier está na vanguarda da inovação e define como preocupação constante o desenvolvimento de tecnologias aliadas às necessidades dos clientes. A Revista Business Portugal entrevistou João Paulo Ferreira, Portugal Country Manager do Grupo Haier, para dar a conhecer os projetos que irão marcar o início do próximo ano.

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Haier Group é, atualmente, líder global de soluções que ajudam a melhorar a qualidade de vida das empresas e do segmento particular. Em que momento o grupo Haier chega a Portugal? E qual tem vindo a ser a evolução? O grupo Haier é muito recente. A aquisição do grupo Candy Hoover foi concretizada em outubro de 2018, mas o princípio da fusão deu-se no início de 2019. O grupo, no seu todo, ainda não está totalmente fundido, até porque os sistemas internos de faturação são completamente distintos. Em Portugal, a faturação ainda está a ser efetuada via Espanha. Efetivamente, vamos pegar no negócio a 100 por cento no início de janeiro de 2020, ou seja, contamos, a partir do dia 1 de janeiro, já termos condições de abraçar o projeto na sua totalidade e de arrancar com a marca em Portugal, de uma forma mais direta e cirúrgica. Esta aquisição não é muito comum, tendo em conta as aquisições que temos visto no mercado, porque, em primeiro lugar, a Haier não tinha estrutura em Portugal, ou seja, é a estrutura da Candy Hoover que vai absorver a marca Haier. No resto da Europa, em geral, aconteceu o mesmo. Já havia estrutura em vários países, mas o staff Haier ficou com a parte do ar condicionado e a outra parte, a dos eletrodomésticos, foi absorvida pela estrutura da Candy. Tudo isto porque, nos últimos cinco anos, o grupo Candy Hoover foi o que mais cresceu na Europa, a par do grupo Haier que, no mundo, foi o que mais cresceu. Podemos afirmar que foi uma fusão perfeita. Em relação ao início do projeto Haier, a ambição é muito grande. Estamos a dar os primeiros passos no mercado Europeu e o nosso foco é chegar a 2023 e sermos o número três do mercado. Fazer parte deste número na Europa é uma tarefa difícil, mas sendo o número um no mundo torna as coisas um pouco mais fáceis. Por onde passa a estratégia para conseguir alcançar a aquisição do número três na Europa? A estratégia passa sempre pelo multi-branding. Existem três marcas no grupo e elas vão ter de se reposicionar, desde a Candy (no segmento médio/baixo), a Hoover (no segmento médio) até à Haier (com produtos mais premium). Não nos podemos esquecer de que a Haier se concentra num produto premium, com mais qualidade, eficiência e cuidado com os detalhes. É um produto com valor acrescentado que veio completar uma gama que a Candy Hoover não tinha, com um preço premium, 4 | Revista Business Portugal novembro 2019

para combater com outras marcas que já existem no mercado. Seguindo esta estratégia e acreditando nas capacidades das empresas e das equipas que estão hoje a liderar nos vários países, acreditamos que, com base na tecnologia que temos nas várias marcas e que temos vindo a mostrar nos últimos anos, podemos aliar um pouco mais de agressividade e alguma visibilidade da marca Haier nos mercados. A verdade é que o crescimento será muito na base da Haier, uma vez que é uma marca novidade, sempre alicerçado nos números da Candy Hoover que já tem provas dadas e números de realce, quer em Portugal, quer nos outros países da Europa. Será um crescimento sustentado com as vendas atuais e, obviamente, queremos continuar a crescer mais na Candy e na Hoover. Considera que as três marcas unidas dão mais força ao grupo? Sem dúvida. As três marcas complementam-se, uma vez que há segmentos de produto que algumas marcas não têm, nomeadamente os aspiradores que a Hoover tem e que a Candy e a Haier não têm. A ideia passa sempre pela continuidade e por uma estratégia multi-branding. A grande tarefa quando temos três marcas é saber criar e definir e executar bem esta estratégia. A inovação aliada ao design e à qualidade são aspetos diferenciadores para o grupo. Quais são as últimas novidades que apresentam no campo da inovação? As novidades assentam no que é o IoT (“Internet das Coisas”), neste momento, todo o mercado está a virar-se para essa tecnologia. A Candy e a Hoover já tinham dado passos nesse sentido, desde 2014, e foi o primeiro grupo a apresentar produtos conectáveis. Atualmente, temos a Haier muito focada nos produtos para “Smart Home”, pois o futuro deste mercado também passa por aí e não é só uma questão de conectividade e de podermos interagir com os produtos. Já é possível recebermos feedback dos consumidores por intermédio das apps que criamos, ou seja, conseguimos saber quantas vezes o cliente lava roupa, quais os programas que mais usa, entre outras informações relevantes. Isso dá-nos um feedback que, posteriormente, passamos às fábricas para poderem trabalhar e desenvolver conceitos que se adequam às necessidades do consumidor. O futuro passa por aqui, por criar esta interação com os clientes sem eles se aperceberem. Para além disso, a Haier, que é muito forte no frio, tem já


produtos com algumas características diferenciadoras no que diz respeito à inteligência artificial. Temos equipamentos com sensores capazes de detetar zonas com maior ou menor humidade, maior ou menor frio, sendo que, através dos sinais emitidos pelos sensores, os frigoríficos conseguem, de forma inteligente, alcançar a temperatura e humidade perfeitas. Outro aspeto interessante e diferenciador é que o grupo também já dá cartas fora do mercado dos eletrodomésticos. O ano passado foi desenvolvido um carro, muito idêntico a um Fórmula 1, com um motor cujo conceito foi criado com base nos motores das máquinas de lavar roupa. Estamos a falar de um produto que não tem nada que ver com a área de negócio, mas que é um excelente exemplo da criatividade que fervilha dentro do grupo. É realmente formidável a forma como se desenvolveu o conceito, a partir do motor de uma máquina de lavar, e se criou este carro. É claro que este não é o nosso foco, mas o conceito que foi desenvolvido demonstra a capacidade de criação de produtos e de tecnologias novas de uma marca que está no mercado dos eletrodomésticos, mas que arriscou e criou um carro perfeitamente funcional e que já venceu um troféu na China.

Fotografia: Ricardo Junqueira

GRUPO HAIER

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GRUPO HAIER A Haier aposta numa abordagem de mercado diferenciada. De que forma procuram demarcar-se nos mercados onde atuam? A Haier usa uma expressão oriental, “RenDanHeYi”, que significa “distância zero”. Esta expressão é representativa da estratégia de proximidade que queremos ter com o consumidor final. Uma estratégia de proximidade que procuramos que seja o mais estreita possível e que é assumida, em conjunto, por todos os departamentos da empresa. Queremos saber as necessidades reais do consumidor final e desenvolver produtos de acordo com essas necessidades ao melhor e mais justo preço possível. As próprias tecnologias que temos desenvolvido são diferenciadoras no mercado, como é exemplo a questão do frio com o fresh tech. O que fazemos é ir à procura das necessidades do consumidor e levar todas as tecnologias possíveis e agregadas até eles. Acreditamos que estas inovações e esta aposta ajudam o dia-a-dia dos nossos consumidores e é para isso que nós trabalhamos. Para além da aposta na produção de equipamentos que atendam as necessidades e expectativas dos consumidores, a assistência técnica e serviço pós-venda são também um diferencial e uma mais-valia para as três marcas? Sim. Na parte do service há uma preocupação muito grandeporque, ao trabalharmos com produtos premium, a expectativa do consumidor será sempre maior em relação a isso. Estamos a dar passos nesse sentido e a criar um serviço concordante com aquilo que são os nossos produtos. Iremos reforçar e criar estruturas para que esse suporte pós-venda seja feito de acordo com as necessidades e a categoria que a marca nos obriga. Um cliente satisfeito é a melhor publicidade. Com as novidades que se esperam, a rede de distribuidores e parceiros irá manter-se, ou a entrada de produtos mais premium, trará a necessidade de um reajuste? A Haier vai-nos exigir, nesta altura, que a distribuição seja

Carro Haier, um projeto de criatividade desenvolvido pelo grupo 6 | Revista Business Portugal novembro 2019

um pouco mais seletiva. Quando estamos a falar de produtos com um preço algo mais alto que a média do mercado, torna-se necessário que exista um tipo de venda mais assistida, com uma capacidade de explicação diferente, ou seja, é necessário ter alguém que explique o porquê de um determinado produto ter um preço mais alto comparativamente a outro que custa um pouco menos. Para isso, a estratégia inicial passa por fazer uma distribuição seletiva, o que não quer dizer que vamos pôr de parte certos parceiros, mas sim, que em determinadas gamas ou modelos poderemos vir a trabalhar de forma diversificada com cada canal de distribuição. A ideia de aproveitarmos toda a “massa de clientes Candy Hoover” é muito benéfica e por isso, a estrutura de clientes, basicamente, será a mesma. A estratégia passará apenas por uma questão de Chanel Management. O próximo ano marcará o grupo Haier. Que passo importante será dado? O passo importante é o de conseguirmos atingir os nossos objetivos que é ser lider no mercado nas áreas que operamos, também na Europa. Em Portugal, enquanto grupo, queremos atingir um pouco mais. A gama Haier, inicialmente, será mais curta do que as outras duas marcas, mas é óbvio que o interesse é continuar a crescer. Este ano, na IFA (Internationale Funkausstellung Berlim) já mostramos produtos encastráveis que estivemos a desenvolver e que estarão disponíveis no próximo ano, estando assim prevista uma entrada na área premium do encastre. As gamas que estamos a trabalhar e que vamos continuar nos próximos meses, cingem-se à parte de frio, à parte de máquinas de lavar roupa, loiça e máquina de secar roupa. O nosso sonho para estas gamas, que virão em breve, é expandi-las e que venham o mais rápido possível para conseguirmos ter cada vez mais volume. Só assim conseguimos chegar a mais consumidores em menos tempo.


SURGEONMATE

TECHNOLOGY, MADE IN PORTUGAL

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It was with the objective of developing technological solutions for the healthcare sector and to improve the surgeon’s performance that, in 2018, SurgeonMate Nuno Muralha, surgeon emerged. Revista Business Portugal talked with the CEO and Founder, the surgeon Nuno Muralha, to better understand his project and the market he operates in.

urgeonMate is a company focused on the development of new technological professional solutions in the healthcare area. How did this innovative project come about? The idea behind SurgeonMate came to me when I was in South Africa doing an internship in Trauma. I’ve seen things that are very rare to find in Europe! We live in a country that is not particularly dangerous. There is crime, of course, but the crime rate is low. This does not happen in South Africa. The truth is not easily believable, if you have not come across this reality. What I saw and did to treat the patients that came to us was incredible. That was when I started to think about a device that would allow me to record surgeries… Essentially, I wanted to have a backup that would allow me to re-watch what I had done, so I could learn and, also, to show my colleagues what I had been through. The market gave me some alternatives such as Smart Glasses, but it was not enough! When I came back to Portugal, I gathered my team and we started to create a new device from scratch. In 2015, we analyzed the needs and we came up with the concept. In 2016, our idea grew into something bigger. That’s how SurgeonMate was born, with a pair of smart glasses, SurgeonMate Vision, and the database management platform, SurgeonMate Library. SurgeonMate Vision smart glasses were developed to improve the surgeon’s performance. How was this technology developed and what are its features? SurgeonMate glasses allow the surgeon to record the surgery, anonymously, and SurgeonMate Library ensures the video can be stored safely. Design and ergonomy are a priority for the glasses. They were designed to give the user maximum comfort. Other distinguishable features are its camera with an adjustable point of view that responds to voice commands. In fact, we tried to create an easy to use, reliable and non-intrusive device, which would allow the surgeon to record any procedure. Recording surgeries is an effective learning method, allowing

to review everything that was done and share that information with other colleagues. Interestingly, when we started to develop this technology, General Data Protection Regulation (GDPR) was being published. At that time it was not so popular but we knew it would have important implications on our product later on, so we realigned SurgeonMate’s research in order to respect the privacy and the data protection of the patients. That need led to the creation of SurgeonMate Library. A database management platform with enhanced security and robust data protection that allows us, the surgeons, to introduce important clinical data. That information can only be accessible by the surgeon who has created it. Besides SurgeonMate Vision and SurgeonMate Library, the ThermoTech jackets are also available for purchase. What are its features and advantages? I started to look around and realized that inside an operating room there are other needs. Three out of six people inside an operating room are cold! In the beginning, I thought it was just in the operating room but then I realized, it does happen all around. It happens at the wards, laboratories, radiology, and so on. Then I understood that the most generalized solution is the polartec jacket. Something so simple but at the same time, being loaded with bacteria, it ends up turning the healthcare professionals into walking centers of bacteria. Bearing this in mind I created the SurgeonMate ThermoTech jackets. It’s a jacket with detachable sleeves and detailed design that makes it a professional jacket, made for healthcare professionals. This jacket warms people and has permanent antimicrobial, liquid repellent and antistatic properties. Basically, it does not get easily dirty and it reduces the spread of bacteria! On another hand, the jackets are highly customizable according to the different needs of each Institution and Departments. Our jackets can be purchased through our website (www.surgeonmate.com) or through our partners.

surgeonmate.com geral@surgeonmate.com Rua Alfredo Allen nº455 4200-135 Porto, Portugal

professionally made thinking about you

+351 22 030 1500

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GRUPO CASA FERREIRA EXPANDE ATIVIDADE Empreendedor por natureza, Manuel Ferreira assume a administração de 14 empresas. O sonho de criar um Grupo empresarial, que se complemente entre si, é hoje uma realidade e foi devido à sua resiliência e criatividade que a Revista Business Portugal esteve presente nas recentes instalações do Grupo para uma conversa com o homem por detrás do negócio.

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omeçamos por apresentar o Grupo Casa Ferreira e toda a dinâmica que o une através do senhor Manuel Ferreira. Como é que isto começou? Isto começou há muitos anos, era eu muito

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novo. A nossa primeira empresa, que era a Casa Ferreira (agora denominada de Nova Ferreira), foi o negócio que assumi depois de o meu pai ter tido um problema de saúde. Esta empresa dedicava-se à comercialização de eletrodomésticos e mobiliário e


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Centro Empresarial Novibelo - Edf. Principal R. de Fontes nº 518, 4580-315 Cete Telef: 255 754 405 www.novibelo.com

depressa percebi que poderia alargar o negócio para uma atividade complementar ao serviço que já prestava: a assistência técnica. Assim surgiu a Nuflasom. A partir daí, começámos a prestar assistência e apoio ao cliente no que diz respeito aos eletrodomésticos por nós comercializados, dando-nos a oportunidade de prestar um melhor serviço e, ao mesmo tempo, de satisfazer ainda mais os nossos clientes. Este crescimento expandiu-se até Angola e, por esta altura, firmava posição no mercado Angolano com a criação de uma nova empresa ligada aos eletrodomésticos naquele continente. Simultaneamente, apareceu a Novibelo. Já trabalhávamos há mais de 20 anos com uma empresa, nossa fornecedora de mobiliário, quando esta encerrou. Na altura, perante a iminente situação de desemprego em que as mais de 20 pessoas (que lá trabalhavam estavam) estavam, decidi enveredar pela área do mobiliário e nasceu assim a Novibelo. Esta empresa sediou-se no concelho de Paredes por este pertencer à Rota dos Móveis e pela facilidade de acessos a pontos estratégicos, tais como, o Porto de Leixões e o aeroporto. O crescimento gradual

da empresa fez-me perspetivar mudanças num futuro próximo e foi aí que começou a idealização deste Centro Empresarial. No ano de 2016 iniciámos a construção da primeira fase onde sediamos a Novibelo. No decurso do projeto tornei-me sócio da empresa responsável pela construção: “Josnog”. Operamos algumas mudanças e reestruturações com o intuito de anexar valor e oferta de serviços prestados, surgindo então a Josnog-Engenharia e Construção, a Josnog-Imobiliária e a Josnog-Carpintaria Técnica. Fui ainda percebendo que seria benéfico e viável criar uma sinergia entre as empresas do Grupo, ou seja, fundar empresas que pudessem acrescentar valor às demais existentes, pelo complemento de trabalhos, e, em última instância, prestar um serviço mais completo e unificado aos nossos clientes (atuais e potenciais). Com esta asserção é fundada mais uma empresa: Iluscos. Esta oferece serviços integrados de instalações especiais de eletricidade, pichelaria, AVAC e telecomunicações.

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GRUPO CASA FERREIRA O Grupo funciona como um centro empresarial? Todas as empresas desenvolvem a sua atividade aqui? Não. Este é um centro empresarial privado e, neste momento, tem 7 das 14 empresas sediadas e a funcionar aqui. A Nova Ferreira, por exemplo, continua sediada no local onde foi inicialmente fundada. Para além das empresas mencionadas acima, temos ainda no centro empresarial a HAP (Home Appliances Platform), que surgiu para colmatar uma lacuna existente na Nova Ferreira, possibilitando-me exercer a mesma atividade noutros mercados e com outras condições. Não obstante, adquiri, muito recentemente, uma marca de vestuário: a Heavy Jeans. Esta é uma marca de roupa que nasceu há 42 anos, mas cujo objetivo é que volte em força ao mercado. Esta empresa também já tem o seu espaço nas nossas instalações. A produção é subcontratada a outras empresas nacionais. A comercialização e desenvolvimento do produto, é interna e autónoma. Trabalhamos com designers da área do estilismo para desenvolvermos as nossas coleções. Trabalhamos com designers na área do estilismo para desenvolvermos as nossas coleções, com o objetivo de tornarmos esta uma das principais marcas de vestuário, totalmente nacional. É um desafio fora do normal. Até agora, todas as empresas estavam interligadas por setores, no entanto, esta foge um bocadinho. Esta foge. Todas elas são desafiantes e cada uma tem as suas particularidades. No entanto, compreendo o seu ponto de vista, pois esta é a única que não se insere na esfera global dos serviços que vimos a prestar. No entanto, detenho no Grupo uma boa “ferramenta” de marketing para a marca: os cerca de 400 colaboradores, que serão os primeiros modelos da mesma.

Iluscos - Instalações Especiais

Heavy Jeans

Quais os principais mercados deste conjunto de empresas? Todas as empresas atuam quer no mercado nacional, quer no internacional. Logicamente, cada uma tem os seus mercados “fortes”, mas, no geral, estamos presentes em cerca de 15 países nos diversos continentes. Essa estratégia de diversificar quer o negócio quer o mercado envolve muita criatividade e empreendedorismo. Como organiza a sua estratégia e toma as suas decisões? O meu principal foco é manter-me fiel ao que sou e aos princípios morais em que acredito. Durante estes anos como empresário fui aprendendo todos os dias, não apenas com as empresas como com as pessoas que as integram. Enquanto empreendedor assumo que gosto de desafios e isso implica investimento. Para além da vertente financeira, há ainda a vertente social e humana que me cativa e sobre a qual tenho especial atenção. Acredito que é o valor humano que compõe e potencia uma empresa. As infraestruturas não passam de paredes, o que é realmente importante são as pessoas. Quantas pessoas trabalham neste Grupo? Neste momento, contamos com mais de 400 colaboradores. 10 | Revista Business Portugal novembro 2019

Josnog Engenharia e Construção

Por detrás dos negócios encontramos um homem que valoriza e motiva os seus colaboradores: “Para além de qualquer empresa ou qualquer plano estratégico, em primeiro lugar está um dos meus princípios basilares: As minhas equipas são as melhores!”


GRUPO CASA FERREIRA Conhece as 400 pessoas? Sim.

Grupo Casa Ferreira

HAP - Home Appliances Platform

Ou seja, é um administrador próximo das equipas? Sim, posso dizer que a primeira coisa que faço em cada empresa quando chego, é cumprimentar as pessoas todas pelo nome. Sozinho não sou nada e todos os dias tento delegar o mais possível. Aqui tudo passa por mim, mas de uma forma filtrada, fluída, porque tenho ao meu redor uma equipa na qual confio para gerir as situações diárias por mim. Eu decido todos os dias. Quando me ligam, eu decido. Acho que quando estamos nestas posições é muito mau não decidir, portanto isso eu faço todos os dias. Todos os problemas que aparecem, eu costumo dizer à minha equipa “se são problemas, então existe uma solução, só temos de a encontrar e operacionalizar. O problema é quando não há problemas”. Estando nós a falar com um administrador de 14 empresas, não posso deixar de perguntar quais são os principais desafios impostos a um empresário hoje em dia. Quais são os principais desafios com que se depara? O maior desafio é acordar. Acordar todos os dias. Acordando, o resto vai acontecendo. Podia aqui salientar as burocracias, as políticas ou a falta de celeridade em alguns processos dos quais dependemos institucionalmente, mas não faria diferença. Gostaria de ver os empresários que, como eu, fazem importantes investimentos com impacto regional e nacional serem mais valorizados num panorama geral. O senhor Manuel Ferreira é natural de Paredes? Não. Eu sou natural do Marco de Canaveses. Nasci no Marco e vivo no Baixo Concelho, mais especificamente na freguesia de Alpendurada, Várzea e Torrão. Estou lá há muitos anos, tenho lá residência e também sou presidente da Associação Empresarial do Marco de Canaveses.

Nova Ferreira

Considera que esta zona é uma zona criativa onde acontecem muitas coisas? Sim, acho que há aqui muito trabalho nesse sentido. Estes concelhos são ricos em pessoas de muito esforço e dedicação. Depois é só juntar um pouco de criatividade, como em todos os projetos. Pedimos-lhe agora uma palavra para que o leitor entenda tudo aquilo que pode encontrar na vossa empresa. A minha ideia sempre foi oferecer uma solução integrada. Neste momento, posso dizer que conseguimos pegar num projeto embrionário e desenvolvê-lo na totalidade. Falemos por exemplo de um hotel, conseguimos iniciar com a terraplanagem, construir as infraestruturas dotando-as de todos os requisitos necessários, mobilar, equipar e decorar o interior. E o melhor? Conseguimos fazer tudo isto de uma forma interna, recorrendo apenas a empresas do Grupo Casa Ferreira. Posso dizer que é o realizar de um sonho.

Novibelo - Indústria de Mobiliário

Por onde passa o futuro deste grupo? Eu costumo dizer que o caminho faz-se caminhando e o grupo está a caminhar. novembro 2019 Revista Business Portugal | 11


PQA - O NOSSO PÃO XXX

PQA - O NOSSO PÃO: FAST FOOD TRADICIONAL PORTUGUÊS Filipe Silva e Maria João Neves são o jovem casal por detrás do sucesso do PQA – O Nosso Pão. Transformaram o negócio familiar numa das mais procuradas casas das feiras, festas e romarias em Portugal, mas querem ir mais longe e confidenciaram alguns dos planos que alinharam para o futuro da empresa, numa entrevista conjunta, à Revista Business Portugal.

Maria João Neves e Filipe Silva, gerentes

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enominam-se como um Fast Food Tradicional português. Em que consiste esse conceito? O ritmo de vida atual leva, cada vez mais, a que as pessoas optem por alimentação rápida. Neste sentido os artigos mais disponibilizados são os hambúrgueres e as pizzas, mas porque não fazer o mesmo com um pão com chouriço, uma bifana e até acompanhá-los com um caldo verde quentinho? O nosso conceito é esse, o de dar ao cliente o melhor da gastronomia rápida portuguesa em pão sempre quente, com processos de fabrico e confeção que possam ser acompanhados ao vivo desde a amassadeira até ao balcão. Rápido, com qualidade e sabor tipicamente português. O PQA – O Nosso Pão atingiu níveis de sucesso e crescimento elevados em apenas dois anos. A que se deve este sucesso? A PQA é a continuação de um negócio 12 | Revista Business Portugal novembro 2019

de família que existia há mais de 35 anos. Estávamos a trabalhar fora do país, quando decidimos que era altura de regressar a Portugal e aplicar o nosso know-how em algo nosso, e foi aí que decidimos comprar o negócio. Pegámos no conceito existente, de comida tradicional portuguesa, alterámos a imagem da empresa, criámos de raiz todo o embalamento e redefinimos todo o fluxo de serviço para que este se tornasse o mais eficiente possível. Mantivemos a receita e o segredo da massa do pão e, a partir dela, desenvolvemos uma nova ementa. Quem foi responsável pelo desenvolvimento dos novos produtos? Fomos nós com o apoio da família e do staff. As nossas experiências profissionais combinadas deram-nos skills de gestão e de desenvolvimento de produto, skills essas que se tornaram preciosas quando demos este passo. Depois de aprendermos a fazer a massa, demos o passo seguinte: o de tentar perceber o que iria combinar dentro dela. Sabíamos que o pão com chouriço e a bifana funcionam muito bem nas feiras, mas queríamos inovar e pensámos, por exemplo, num pão recheado com bacalhau ou atum, sendo que este ano introduzimos uma novidade: o pão com legumes. Todos os nossos produtos foram desenvolvidos tendo em conta, não só a qualidade, mas também a rapidez da execução do serviço.

Bifana à portuguesa

Pretendem abrir franchising da vossa marca. Por onde passará a vossa estratégia? Até final de 2020 pretendemos abrir uma loja numa grande superfície comercial, a partir daí vamos tentar entrar neste mercado. Além da restauração tradicional, a PQA também presta serviços de catering, consultoria de F&B e construção de estruturas móveis para vários tipos de utilizações. Com todas estas valências estamos actualmente disponíveis para iniciar a expansão da marca através do modelo de franchising, não só em feiras e romarias, mas também em unidades fixas. Estamos em constante contacto com possíveis parceiros e investidores para chegarmos às grandes superfícies o mais breve possível. Essa expansão terá início na zona de Aveiro? Sim, passará por aí. A marca “PQA – O Nosso Pão” está registada. PQA é a sigla de Pão Quente de Aveiro, daí fazer todo o sentido que a expansão comece pela nossa bela cidade, à qual temos uma ligação muito forte. Queremos manter a história da empresa e começar a sua globalização a partir daí. Como conseguem garantir a qualidade e sabor dos vossos produtos? Neste tipo de negócios só há dois ritmos: todos os dias ou diariamente. Só conseguimos garantir a qualidade estando presentes a toda a hora. No entanto, temos sistemas de controlo


PQA - O NOSSO PÃO São-vos pedidas novidades mais saudáveis? Os clientes já começam a prestar mais atenção a opções mais saudáveis, daí termos introduzido o pão com legumes. Existe, atualmente, um grande número de tipos de pão com diferentes massas que podem ser trabalhadas e adaptadas ao nosso conceito.

Pão com chouriço

O “Velho” Cachorro

e fichas técnicas que têm de ser cumpridas, tanto na questão das massas, como na questão das receitas de cozinha. Esse controlo é feito diariamente, porque nós produzimos no local. Nós fazemos showcooking, desde o amassar até a sua cozedura, tudo está à vista. Só utilizamos massas frescas, feitas no dia, e aí o controlo torna-se mais fácil. Quem testa a aceitação dos novos produtos? Geralmente é feita com a família. Nós produzimos e eles provam para termos um feedback real da nossa amostra. Por exemplo, para o ano, vamos começar a testar fazer os nossos produtos, mas com outros tipos de farinha.

Para além dos produtos tipicamente portugueses também têm o cachorro e o hambúrguer… O nosso “Velho Cachorro” é uma nova interpretação de uma receita antiga feita pela família. O cachorro nem sempre foi o que conhecemos atualmente, pois consistia em duas salsichas embrulhadas em massa e iam ao forno. Procurámos reinventar essa receita e optamos por passar a utilizar apenas salsicha de qualidade, que é embrulhada em massa e levada ao forno. Depois de sair do forno é complementado com batata palha e com os molhos. O Hambúrguer Rústico é 100 por cento caseiro, feito a partir de uma mistura de carnes, pensada por nós, coberto com queijo derretido e bem acompanhado com o Nosso Pão. As nossas receitas foram pensadas para serem simples, mas com um grande foco na qualidade dos ingredientes utilizados. Qual o balanço que faz destes dois anos? Foi uma boa aposta? Sem dúvida que foi. Foi o culminar da nossa realização profissional, para além do gosto de dar seguimento ao negócio de família. Sempre acreditámos no potencial deste conceito e que a expansão seria possível, e é esse objetivo que pretendemos concretizar a breve prazo, o de abrir uma loja física num centro comercial. E qual é a opinião da família? A família, de ambas as partes, está plenamente orgulhosa do caminho que temos vindo a trilhar e do sucesso que temos alcançado com a aposta no PQA – O Nosso Pão, e sem o apoio deles nada disto teria sido possível. São os nossos maiores seguidores, mas também os nossos maiores críticos quando assim tem que ser.

novembro 2019 Revista Business Portugal | 13


PORTUGAL CRIATIVO O panorama atual de Portugal, país com aproximadamente onze milhões de habitantes, é de constante mutação. A hierarquia de necessidades do consumidor tem sido alterada de forma sistemática ano após ano, com a evolução dos recursos tecnológicos e com o fluxo intenso de comunicação, quer ao nível de conteúdos escritos, visuais e verbais. As empresas que se destacam das demais adaptaram-se à mutação do mercado, focando-se em aspetos diferenciadores, primando pela criatividade, oferecendo um leque de serviços versáteis e instruindo-se da capacidade de customizar cada serviço ou produto, adaptando-o ao cliente que o procura. Neste Portugal Criativo destacam-se empresas em voga que, em diferentes setores de atuação, foram ágeis para aliar a originalidade, a qualidade da oferta e a personalização dos serviços, não descurando da presente preocupação com a sustentabilidade. Está ainda em foco, o papel das mulheres enquanto visionárias, a eficiência com que se dedicam ao trabalho e os resultados de produtividade que conquistam. Conceitos futuristas aliados à área da tecnologia e da advocacia (no feminino) são mais-valias, em ascensão, no empreendedorismo nacional. Nas páginas que se seguem surgem testemunhos inovadores de empresas que, através de um “turn-on”, extraíram mais-valias nos 3 P’s – Pessoas, Produtos e Processos.

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NINE FINGER TECHNOLOGIES & HOME DESIGN Michele Renda, fundadora

QUANDO A TÉCNICA SE UNE AO BOM GOSTO Michele Renda, fundadora e diretora criativa da Nine Finger Technologies & Home Design, explicou-nos o conceito futurista do seu negócio.

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onte-nos o seu percurso até criar a Nine Finger Technologies & Home Design. A minha formação é em Engenharia Elétrica e Eletrónica, com mais de uma década de experiência em domótica. Sempre que concluía o comissionamento de uma instalação, não conseguia deixar de imaginar cenários mais úteis, práticos e fantásticos daqueles que estava limitada a conceber. Sentia a necessidade de aplicar criatividade e bom gosto à engenharia e isso invariavelmente necessitaria de antemão de um bom projeto de design de interiores, consciente de todo o potencial da engenharia. Paralelamente, quando decidi vender um apartamento que tinha em Olhão, apliquei-me a estudar o mercado imobiliário e facilmente entendi que tínhamos um vasto, mas pobre parque imobiliário. Verifiquei que um potencial comprador dificilmente conseguiria imaginar um lar naquelas casas, nem teria noção do custo dessa transformação. Foi então que surgiu a ideia de fazer remodelações virtuais, onde o potencial cliente se conseguisse sonhar a viver na futura casa, em que saberia o custo da obra e ainda teria um relatório de avaliação do futuro imóvel, feito por um perito independente, de modo a garantir que se trataria de um investimento saudável. Decidi que era hora de me insecrever num curso de design de interiores que me permitiria finalmente dar criatividade e

bom gosto à engenharia, como sempre sonhara, e também fazer as ditas remodelações virtuais. E assim começou a Nine Finger Technologies & Home Design. Primeiramente, arrancou o projeto Nine Finger Technologies e posteriormente a empresa Nine Finger Technologies & Home Design, que, desde logo, teve o apoio da Universidade do Algarve através da divisão do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, com o concurso Ideias em Caixa, que a distinguiu como uma empresa inovadora e de grande potencial. O que diria que distingue a Nine Finger Technologies & Home Design no mercado e quais os principais serviços que oferece? A nova dimensão que damos aos projetos elétricos e ao design de interiores, através da aplicação da nossa engenharia, dando grande foco ao estudo da iluminação natural, ao estudo e design da iluminação artificial e à arquitetura inteligente (criação de espaços energeticamente sustentáveis através da domótica). Isto sempre tentando, quanto possível, aplicar normas e conceitos do green building design e passive house design. Formações que procuramos estar sempre a par. Diria que a área de intervenção da Nine Finger Technologies é uma área de luxo? De todo não. Não é o custo dos nossos

projetos que tornam uma casa da classe média inacessível, muito pelo contrário. Trabalhamos para que o custo, já com chave na mão, seja um valor viável para a casa em questão e garantimos isso através dos relatórios de avaliação dos imóveis que são feitos baseado no que projetamos para esse imóvel. Avizinha-se um novo ano. Quais são os projetos que tem em mente para a empresa neste novo ano ou para um futuro próximo? Temos previsto o desenvolvimento de produtos IoT (Internet das coisas). Produtos do cotidiano que poderão comunicar com as instalações inteligentes projetadas nas casas. Estamos, neste momento, a desenvolver em parceria com uma outra empresa, na área da eletrónica e das tecnologias, um desses produtos. Prevê-se que no próximo ano estaremos em condições de o lançar para o mercado para uma primeira análise à sua recetividade. Entretanto, sentimos que ainda temos “um mundo” para aprender no que se refere a este harmonioso casamento entre tecnologias, design e sustentabilidade e vamos continuar a investir muito em formações de forma a melhorar cada vez mais o produto final.

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VIEIRA DE ALMEIDA

UMA REFERÊNCIA EM SETORES ALTAMENTE ESPECIALIZADOS A Vieira de Almeida está no mercado para apresentar soluções diferenciadoras. Para isso, procura ter consigo os melhores profissionais das mais diversas áreas. A Revista Business Portugal entrevistou Joana Piriquito Santos, consultora sénior na área de Propriedade Intelectual, para conhecer a realidade da VdA.

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Joana Piriquito Santos é consultora sénior na área de Propriedade Intelectual (PI). Conte-nos como surgiu a paixão por esta área e, para contextualizar os nossos leitores, explique-nos em que consiste PI. A PI desempenha a função de garantir a lealdade da concorrência, através da atribuição de direitos privativos, em contrapartida de criações meritórias em diversos campos da atividade económica e tecnológica. Entre os direitos de PI mais conhecidos estão as marcas ou as patentes, sobre as quais quase toda a gente já terá ouvido falar. Através dos direitos de PI, é possível às pessoas e às empresas adquirirem direitos sobre bens imateriais e, por essa via, obter a atribuição de um direito de exploração exclusivo com enormes vantagens competitivas no mercado atual. Em relação à minha paixão por esta área, esta nasceu ainda durante a faculdade, quando fiz Erasmus, em Londres, na UCL School of Pharmacy. O contacto com a investigação fez-me ter a certeza de que queria trabalhar com inventores e apoiá-los na proteção jurídica das suas invenções. Assim sendo, depois de concluir o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, decidi tornar-me Agente Oficial de Propriedade Industrial (AOPI) e tirar o curso de Direito. Reunir os conhecimentos técnicos, na área das ciências farmacêuticas, com os conhecimentos jurídicos pareceu-me fundamental para cumprir os meus objetivos numa área tão exigente e sofisticada como é a das patentes farmacêuticas. Optei por ingressar na Licenciatura em Direito, porque queria estar em tribunal e compreender quer a linguagem científica, quer a linguagem jurídica. O meu percurso profissional permitiu-me conhecer os vários prismas da PI em Portugal. Trabalhei numa incubadora de empresas, como gestora de inovação, onde tive a oportunidade de trabalhar lado a lado com start-ups; numa consultora em PI, onde trabalhei como AOPI e no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, como examinadora de patentes na área da química/farmácia/biotecnologia, já depois de ter participado num Estágio no Instituto Europeu de Patentes. Este percurso teve como grande objetivo preparar-me para trabalhar no contencioso de PI, em particular, no contencioso de patentes farmacêuticas. E, nesta área, surgiu-me a Vieira de Almeida (VdA) como escolha óbvia. Na VdA, tenho oportunidade de apoiar na defesa de patentes que são o reflexo do investimento que os nossos Clientes fazem na descoberta de novos medicamentos, em áreas terapêuticas tão importantes e complexas como o VIH e vários tipos de cancro. 16 | Revista Business Portugal novembro 2019

Pedia que nos descrevesse o mundo da VdA. O facto de a VdA ter considerado o meu perfil interessante diz muito sobre o que é a VdA. Foram poucas as pessoas que acharam possível que uma farmacêutica, na altura ainda a terminar o curso de Direito, trabalhasse lado a lado com advogados, numa base diária. No entanto, a VdA acreditou que seria uma mais-valia para os seus clientes ter alguém com uma base técnica em ciências farmacêuticas e com conhecimentos substantivos de direito da PI. A inclusão de profissionais com duplo background - técnico e jurídico - é comum em escritórios de advogados especializados em litígios na área das patentes farmacêuticas e domiciliados noutras jurisdições, mas em Portugal não. Apesar disso, a VdA decidiu arriscar e integrar alguém com o meu perfil. O meu caso não é, de todo, único na VdA. A VdA tem apostado em perfis diferenciados, pessoas que se têm revelado essenciais para complementar o trabalho dos advogados em diferentes áreas de prática. Isto traduz, também, o espírito inovador da firma, que tem contribuído para a qualidade dos serviços prestados e o reconhecimento pelos clientes de setores altamente especializados, como é o da PI. A Vieira de Almeida tornou-se uma referência no mercado de patentes em Portugal, especialmente em patentes farmacêuticas. Que trabalho têm vindo a desenvolver nesta área? E, nesse sentido, quais são as inovações que colocam em prática? Em traços gerais, as patentes duram 20 anos a partir do momento em que são pedidas. Mas os produtos protegidos nas patentes não entram logo no mercado, mas apenas vários anos depois, devido às exigências regulatórias para a sua aprovação. Assim, os 20 anos atribuídos pela patente não são na verdade 20 anos de exploração. Dado o nível de investimento necessário para a descoberta e colocação no mercado de novos medicamentos, só praticamente nos últimos anos de vigência das patentes é que os titulares começam a recuperar os seus investimentos. De facto, a indústria farmacêutica investe milhares de milhões de euros em investigação e desenvolvimento de novos medicamentos. Adicionalmente, estima-se que apenas um ou dois em cada 10.000 compostos sintetizados durante o processo de descoberta e desenvolvimento de um novo produto farmacêutico serão comercializados como um novo medicamento. Um investimento desta dimensão e com um risco tão elevado de insucesso apenas é possível tendo em conta o sistema de proteção de direitos de PI por via do direito de exclusivo atribuído aos titulares de patentes. Em Portugal, antes de 2011, a indústria farmacêutica estava com dificuldade em garantir os seus direitos de patente, sobretudo devido à lentidão com que decorriam os processos no Tribunal


VIEIRA DE ALMEIDA do Comércio, então competente para os litígios nesta área. Foi na tentativa de resolver este problema, e para garantir aos seus clientes alguma proteção em Portugal, que a equipa da VdA, liderada pelo Dr. António Magalhães Cardoso, começou a aconselhar os seus clientes a recorrerem aos Tribunais Administrativos, designadamente no sentido de pedir a suspensão das Autorização de Introdução no Mercado requeridas pelas empresas de genéricos, ainda durante a vigência das patentes. Esta estratégia mudou completamente o paradigma da defesa do direito de patente e permitiu aos seus titulares exercer de forma mais eficaz o seu direito constitucionalmente consagrado. Depois disso, o regime já sofreu várias alterações. Foi criado um tribunal especializado em PI (“TPI”), cuja competência foi limitada pela emergência de um regime de arbitragem necessária para dirimir litígios emergentes de direitos de propriedade industrial quando estivessem em causa medicamentos de referência e medicamentos genéricos. Desde janeiro que este regime já não se encontra em vigor, voltando agora o TPI a ser competente para dirimir estes litígios. Ainda é muito cedo para saber quais serão as consequências reais do regresso aos tribunais estaduais, mas acompanhamos com expectativa esta alteração e as suas implicações.

género (mas não só), leva também a uma sociedade mais equilibrada e preparada para o futuro. Que projetos estão traçados para o futuro da VdA? São tantos os projetos em curso na VdA que seria impossível enumerá-los aqui. Por ter estado sempre muito ligada ao desenvolvimento tecnológico, os projetos relacionados com a tecnologia são dos mais interessantes para mim. Por exemplo, A VdA tem apostado na utilização da inteligência artificial na prestação de serviços jurídicos. Adicionalmente a VdA criou em maio de 2018 uma estrutura composta por engenheiros - o LAB - LEGAL ANALYTICS BUREAU - que tem como objetivo gerar conhecimento e inovação. Apesar de a VdA ter abraçado desde muito cedo a transformação digital e tecnológica, a VdA tem continuado a desenvolver muitos projetos ligados à responsabilidade social da firma e que permitem a realização da dimensão humana e social dos colaboradores. Exemplo disso é o Programa Pro Bono, em que toda a firma é chamada a participar e onde a área de prática de PI está bastante envolvida. Joana Piriquito Santos, Consultora Sénior de Propriedade Intelectual

A VdA dispõe de uma academia com um propósito muito forte. Como promovem a igualdade de género através da formação? Há mais de 10 anos que a Academia corporativa da VdA investe em projetos que procuram garantir que todos os colaboradores da VdA adquirem as competências necessárias à sua evolução profissional. Além disso, e entre outras iniciativas, a VdA Academia desenvolveu um Programa Executivo denominado Women on Boards. Este programa visa preparar quadros femininos de empresas do sector privado, do sector público e da Administração Pública com potencial para integrarem órgãos de administração e de fiscalização, ou que pertençam já a estes órgãos e pretendam desenvolver competências, num contexto de Fit-and-Proper. Esta aposta da VdA tem como objetivo último potenciar o capital feminino, uma vez que acreditamos que o equilíbrio em cargos de liderança, no diz que respeito ao novembro 2019 Revista Business Portugal | 17


EFFEKTIV TECHNICAL SOLUTION

A CHAVE PARA O SUCESSO Inês Bello, fundadora e sócia gerente da empresa Effektiv Technical Solution conta já no próximo ano, dinamizar ainda mais o empreendedorismo nacional, como revela, em entrevista à Revista Business Portugal.

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onte-nos um pouco do seu percurso até chegar à Effektiv Technical Solution. Formei-me em engenharia civil em 2003 e comecei a trabalhar em fiscalização de obras, na área de reabilitação de edifícios. Em paralelo com este trabalho, fiz em 2004, um curso de avaliação imobiliária na ESAI e passados uns anos fiz também o curso de gestão hoteleira na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril para iniciar um trabalho específico em avaliação de terrenos para construção de empreendimentos hoteleiros. A avaliação e criação de projetos hoteleiros é, hoje, o meu principal foco de trabalho e futuro investimento. A Effektiv foi criada para desenvolver este trabalho a partir de casa e assim poder dedicar mais tempo ao meu filho. Há sete anos convidaram-me para trabalhar num projeto de negociação na área de telecomunicações, e ao qual atualmente dedico metade do meu tempo profissional. O que diria que distingue a Effektiv Technical Solution no mercado e quais

os principais serviços que oferece? A Effektiv tem duas vertentes profissionais – tecnológica e construção. Como já parti de uma carteira de clientes aplico, na área tecnológica, uma metodologia diferente na área de negociação de contratos com BTS sites (cell sites). Na área de construção, restringi o meu campo ao estudo e criação de novos conceitos de unidades hoteleiras. Num mundo cada vez mais exigente, é importante aliar a criatividade ao negócio? De que forma isto está presente na Effektiv? Concordo inteiramente. Hoje me dia a diferença faz-se com criatividade, uma vez que a tecnologia de ponta, que todos podemos utilizar, face à concorrência não chega para atingir os objetivos mais elevados a que me proponho. O facto de trabalhar a partir de casa tem-me permitido empregar todo o tempo em pesquisa científica e, como tenho um leque alargado (em gestão, engenharia e avaliação financeira), fazendo a combinação destes

MORADA: ALCABIDECHE - CASCAIS EMAIL: INESBELLO@EFFEKTIV.PT WWW.EFFEKTIV.PT

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Inês Bello, fundadora

três campos de conhecimento, surgem-me, frequentemente, variadas soluções diferenciadoras. Acredita que a condição feminina traz vantagens no dinamismo de uma empresa? São o próprio dinamismo, perseverança e criatividade, adjetivos que casam bem com as mulheres? Embora ache que o papel das mulheres e dos homens é muito diferente, a motivação pode igualá-los, mas a mulher motivada é mais dinâmica e perseverante. A criatividade não depende do sexo. 2020 está (quase) a bater à porta. Quais são os projetos que tem em mente para a empresa neste novo ano, ou até para um futuro próximo? Vou partir de um projeto único e pioneiro em Portugal, que já funciona com êxito há 20 anos, e aplicar-lhe um novo conceito hoteleiro integrando-lhe uma nova vertente, que poderá dinamizar ainda mais o empreendimento já existente, a curto e a médio prazo.



ALGARVE A sul de Portugal, encontra-se um pequeno tesouro. Caracterizado pelas ótimas condições climatéricas e pelas boas praias, o Algarve atrai milhões de turistas tornando-se a região mais visitada de Portugal, principalmente nos meses de Verão. Entre o património histórico e etnográfico e a reconhecida gastronomia, o Algarve tem muito para oferecer. Espaços de lazer não faltam, acompanhados de bonitas zonas verdes, várias serras, como a do Monchique e a do Caldeirão, e um fundo marítimo encantador. As principais localidades e perfeitas para passar férias são, entre outras, Albufeira, Lagos, Faro, Portimão e Quarteira. Vilamoura é a cidade do luxo, com uma marina, cinco campos de golfe, bem característicos do Algarve, e vários hotéis de requinte. E como se o clima não bastasse, as águas que banham o Algarve são tépidas e calmas. As mais reconhecidas praias da região são a Praia da Rocha, a Praia da Santa Eulália ou a Praia da Falésia. Eventos musicais e desportivos dos últimos anos também têm ganho reconhecimento, como o Algarve Summer Festival, o Portimão Air Show, os campeonatos mundiais de voleibol e de golfe. Devido a todos os fatores supramencionados, o Algarve tornou-se numa das regiões portuguesas com maior número de residentes estrangeiros. Sendo uma das zonas turísticas mais importantes de Portugal, é também uma região muito desenvolvida, com uma grande variedade de infraestruturas e ofertas para todos os gostos. Fique a conhecer alguns empreendimentos novos e diferenciadores do Algarve nesta edição da Revista Business Portugal.

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ESPECIAL FIM DE ANO

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MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA

QUALIDADE DE VIDA E HARMONIA SOCIAL Albufeira é o segundo concelho com maior dinamismo económico do país. Trata-se de uma conclusão apurada a partir de 39 indicadores, que permitem medir o dinamismo demográfico, económico e qualidade de vida de cada concelho. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, revela-nos este e outros indicadores que comprovam a qualidade de vida e excelência na gestão deste concelho algarvio.

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lbufeira encontra-se em segundo lugar da lista do rating de dinamismo económico, indicador que a Marktest divulga através da sua aplicação virtual denominada “Municípios Online”. “É um orgulho verificar que Albufeira está em segundo lugar num estudo que mede o dinamismo económico de 308 concelhos. Este reconhecimento motiva-nos a fazer cada vez mais e melhor, como temos vindo a fazer até aqui, o que nos tem permitido subir neste rating concelhio. Em 2017 ocupámos o terceiro lugar e em 2018 conseguimos alcançar a segunda posição, que mantemos este ano”, afirmou José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. O Município de Albufeira ocupou o 3.º lugar da tabela geral e a 5.ª posição entre os municípios de média dimensão, na apresentação do décimo quinto Anuário

Financeiro dos Municípios Portugueses. Neste sentido, o presidente da Câmara frisou que “a sustentabilidade económica e financeira da Autarquia é uma medida prioritária, que revela o bom desempenho do Executivo e dos seus trabalhadores, dá garantias de desenvolvimento às empresas e contribui para o bem-estar das populações”. O município ostenta 18 praias com a indicação máxima de qualidade ambiental, através da bandeira de ouro, numa atribuição da Quercus. O Presidente da Câmara Municipal avança que está a ser feito trabalho “não só para recuperarmos as praias que, por terem tido apenas um único índice esporádico não positivo, implicou a não atribuição do galardão, como para voltarmos a ter todas as praias com esta bandeira hasteada” e acrescenta: “Estamos a trabalhar com redobrada atenção na prevenção em todos os índices para que

Rua do Município, 8201-863 Albufeira Telefone: 289 599 500 | Email: geral@cm-albufeira.pt www.cm-albufeira.pt

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continuemos a liderar o ranking dos Municípios com as melhores praias do país”, adianta José Carlos Rolo. Reforça, orgulhoso, que a bandeira EcoXXI já se encontra hasteada nos Paços do Concelho, “símbolo da existência de um percurso consistente no sentido da sustentabilidade ambiental”. Conclui José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira.

José Carlos Rolo, Presidente


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PEDRAS D’EL REI

UM PARAÍSO PLANTADO JUNTO À RIA E AO MAR Desde 1969 até aos dias de hoje, Pedras D’El Rei e Pedras da Rainha, junto à Ria Formosa, em Tavira, não medem esforços para crescer e melhorar os seus serviços para satisfazer os clientes. José Queiroga, administrador, conversou com a Revista Business Portugal sobre estas que são das aldeias turísticas mais antigas do Algarve.

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amos falar um pouco das origens. Como surgiu a oportunidade de criar este empreendimento? O início da construção de Pedras d’El Rei remonta à data de 1969. Este é um dos primeiros resorts do Algarve, mesmo em termos de aldeias turísticas. A localização sempre foi simpática, pois está situado mesmo em frente à Ria Formosa e Ilha de Tavira - Barril. Onde existia uma armação de pesca de atum com o seu casario e, quando a empresa fechou foi aproveitada para o turismo. No Barril temos vários restaurantes, bares e lojas. É conhecida como Praia do Barril, tendo sido classificada em várias épocas como uma das

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melhores praias portuguesas. Há um pequeno comboio, que já existia anteriormente e que era utilizado para transportar o atum. Foi aproveitado, melhorado e hoje é uma das maiores atrações de Pedras d’el Rei, muito típico e que todos gostam, principalmente as crianças. Pedras d’El Rei está implantada numa área de cerca de 35 hectares. O início deste empreendimento foi dinamizado pela empresa Atrium e entregue para sua comercialização a duas empresas uma estrangeira e uma portuguesa, a Status, da qual eu sou administrador. Pedras da Rainha em Cabanas sofreu um processo idêntico. Foi assim que abracei este projeto como acionista, administrador e CEO.


PEDRAS D’EL REI

Pedras d’el Rei

Atualmente, como descreve este empreendimento? Estas aldeias são compostas por apartamentos T0 e T1, e na classe das moradias, temos as tipologias V1, V2, V3, V4. Oferecemos uma paisagem fantástica pela localização situada à frente da ria, com relvados ótimos e grandes espaços ajardinados. Além destes aspetos mais estéticos, temos ainda todo o tipo de serviços, desde restaurantes, bares, supermercado, enfermaria, mini clube, piscina, campos de ténis e padel. O aspeto das casas é muito típico de Tavira e, no geral, do Algarve. São casas muito simples, mas totalmente equipadas. Pedras d’el Rei tem 840 casas e Pedras da Rainha cerca de 415 casas.

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PEDRAS D’EL REI Que tipo de parcerias foram estabelecendo para poderem apresentar uma melhor e mais variada oferta aos vossos clientes? Temos um pouco de tudo o que se pode fazer no Algarve. Temos campos de golfe, bicicletas, aluguer de automóveis, passeios pedestres, observação de aves, passeios na Ria Formosa, pesca, etc. Todas estas atividades são estabelecidas em parcerias com outras empresas. Ao reservar nestes empreendimentos os clientes podem comprar packs diversos. Também temos os passeios em Tavira, uma cidade cheia de património, de muitas igrejas, museus e um belíssimo castelo. Tavira é uma cidade recheada de bons restaurantes; aliás, a dieta mediterrânea foi abraçada por Tavira e é Património Imaterial da Humanidade. Nós próprios temos um dos melhores restaurantes da cidade, o “A ver Tavira”, está situado junto à Pousada do Convento da Graça e ao castelo, podemos até dizer que é o restaurante do castelo. Percebemos que Tavira é um lugar cheio de história. Considera que esta cidade atrai cada vez mais turistas? O centro histórico é belíssimo, com casas e portas lindas e os telhados bem típicos da região. Esta nova vaga de turistas está a conservar muito bem Tavira. O turismo está a mudar na zona. Há muitos estrangeiros que vêm passar vários meses aqui e, por isso, alugam ou compram estas casas. Posteriormente, são reabilitadas e vê-se que

Praia do Barril - Restaurante Museu do Atum

a cidade está a ficar mais viva. Normalmente é um cliente mais velho, com mais experiência de vida e que gosta de coisas diferentes dos mais jovens: apreciam mais os concertos (e a cidade tem muitos para oferecer), gostam de passear a pé e de andar de bicicleta. Nós somos uma empresa muito grande. Nesta altura ainda temos cá cerca de 300 pessoas, mas assim que nasce o dia, por exemplo, os holandeses saem de bicicleta e muitos só voltam ao final do dia. É isto que o Algarve tem de fomentar e atrair. Tem de criar programas para combater a sazonalidade.

Pedras da Rainha 26 | Revista Business Portugal novembro 2019

Quais são as principais nacionalidades dos vossos clientes? Depende da altura do ano. Neste momento e até junho, temos mais holandeses, alemães, franceses e espanhóis. É muito pequena a percentagem de portugueses nesta época do ano, algo que muda completamente no verão. Em julho e agosto há mais portugueses, também porque há muitas casas aqui que são particulares, mas mesmo assim, cerca de 40 por cento dos alugueres são feitos por portugueses. Os espanhóis vêm muito aos fins de semana durante todo o ano.


Um empreendimento desta envergadura está em constante remodelação… É um empreendimento que, ao longo da vida, se tem atualizado e modernizado. Se dermos um passeio por aqui, vamos ver que há uma série de casas em obras, porque entrámos exatamente em época de renovações. Todos os anos renovamos algumas casas e infraestruturas para aumentar os níveis de qualidade e conforto. O que reserva o futuro para Pedras D’El Rei, Pedras da Rainha e para o Barril? O projeto que temos é o de reconverter esta área. Modernizar esta zona é um dos nossos objetivos constantes. Aliás, eu diria que é o meu programa até ao fim da vida: renovar. E, claro, criar mais e novas atividades para os nossos clientes.

Aldeamento Pedras d'el Rei, 8800-531 Tavira +351 281 380 600 reservas@pedrasdelrei.com

Aldeamento Pedras d’el Rei, 8800-531 Tavira

Aldeamento Pedras da Rainha 8800-591 Tavira +351 281 380 680 reservas@pedrasdarainha.com

Praia do Barril - Comboio Turístico novembro 2019 Revista Business Portugal | 27


FORUM ALGARVE

FORUM ALGARVE, MUITO MAIS DO QUE UM CENTRO COMERCIAL O Forum Algarve, centro comercial de referência no Algarve, localizado na entrada de Faro e gerido pela Multi Portugal, trata-se de um projeto ao ar livre, combinando a inspiração arquitetónica da região algarvia a uma forte composição de oferta comercial, sempre aliada a uma dinâmica singular e diferenciadora de eventos e serviços, permitindo assim que se destaque junto dos tradicionais centros comerciais. A sua inovação na promoção de eventos e serviços já o levaram a reconhecimentos ao nível regional e mesmo internacional. A Revista Business Portugal esteve com Sérgio Santos, Diretor Geral do Forum Algarve, que nos deu a conhecer um dos maiores e mais antigos centros do Algarve.

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ara além de ser um centro comercial ao ar livre, que outras características tornam o Forum Algarve especial? O Forum Algarve foi, de facto, inspirado no estilo de vida da região. O conceito arquitetónico permitiu-nos criar um espaço aberto que explora, de forma feliz, a luz e o sol do Algarve, e os materiais utilizados refletem a história e a tradição de Faro, trazendo um pouco das origens algarvias ao encontro de todos os que nos visitam. Adicionalmente, a nossa política de dinamização de eventos e serviços reveste-se de especial importância, já que faz parte da nossa missão apostar continuamente na renovação de serviços e ofertas para os nossos visitantes, sempre no sentido de gerar uma experiência de excelência, que marque as suas vidas.

todos os nossos visitantes, neste tema, posso destacar o serviço “Free Shuttle Bus”, um serviço diferenciador que permite melhorar a experiência não só ao nível dos visitantes do Forum Algarve, bem como, um serviço para melhorar todos os turistas que visitam a nossa região, aliás, este serviço único e diferenciador, foi reconhecido internacionalmente sendo o Forum Algarve o único centro comercial em Portugal distinguido na última edição dos “ICSC Solal Marketing Awards”, esta cerimónia que reconhece e premeia, anualmente, os melhores projetos de marketing implementados no último ano.

Com o que tem sido preenchida a programação? Vamos acabar 2019 com cerca de 25 eventos produzidos. É uma dinâmica exigente, mas muito importante para aquilo que acreditamos ser uma responsabilidade nossa, no sentido de aumentar e melhorar a experiência do nosso visitante, bem como na ligação forte que existe entre o centro e toda a sua comunidade local. Muitos destes eventos são conseguidos através de uma postura de total parceria com as Entidades e Associações locais. Dou como exemplo o AlgarEste é um lugar muito especial… veGym, um evento de referência regional de ginástica, numa parceria com O Forum Algarve tem 18 anos de atividade e tem a Associação de Ginástica do Algarve, como igualmente o campeonato de sido um centro comercial muito acarinhado pelos futebol de escolas produzido numa parceria com o Sporting Clube Farense. algarvios e pelos milhares de turistas que nos visitam durante o ano. Todos os algarvios sentem que o Forum Sérgio Santos, Diretor Geral Algarve é também um pouco deles, sinónimo disso foi o reconhecimento de todo o Algarve em eleger o Forum como a marca na categoria Centro Comercial “5 Estrelas” da região. Este reconhecimento reveste-se da maior importância, uma vez que valoriza todo o trabalho efetuado durante estes anos, no entanto, esta confiança depositada é igualmente sinónimo de maior responsabilidade em fazer sempre mais e melhor, no sentido de proporcionar uma boa experiência a quem nos visita. Conforme referi há pouco, a nossa política de dinamização de eventos e serviços está bem patente no que é a dinâmica deste centro comercial, passando por uma forte componente de parceria e promoção da nossa comunidade local, bem como no desenvolvimento de serviços diferenciadores que enalteçam a experiência de 28 | Revista Business Portugal novembro 2019


FORUM ALGARVE

Existem depois os eventos com maior dimensão, como é o caso do Forum Summer Wonderland, um evento pensado para a diversão de toda a família e este ano com uma parceria especial, a TVI, bem como, o evento “Forum Play”, um evento diferenciador que ligou o mundo on-line ao mundo off-line, permitindo a todos os mais jovens terem contato com os seus Youtubers preferidos. Neste momento, estão com uma ação de sensibilização, certo? Sim, a 13ª edição do livro do Gui, uma mascote da Multi Portugal, traz novamente uma mensagem sobretudo para a geração mais nova, e este ano trata-se de uma sensibilização para a temática dos plásticos no oceano e proteção do mares. No sentido de envolver ainda mais as gerações mais novas nesta temática de sensibilização ambiental, o Forum Algarve levou a todas as escolas do concelho de Faro um desafio, que foi prontamente aceite por 34 escolas onde, através da criatividade, decoraram animais marinhos 3D que se encontram no Forum Algarve para um concurso. Relativamente à parte comercial e da restauração, o que disponibilizam? O Forum Algarve é, neste momento, um dos maiores centros comerciais da região, com uma oferta comercial com mais de 100 lojas, 21 restaurantes, 5 salas de cinema NOS, um hipermercado Auchan e um parque de estacionamento para 2.300 veículos. Entre as lojas podem ser encontradas marcas de referência nacional e internacional como é o caso da Zara, Mango, C&A, Lefties, Cortefiel, JD Sports, GUESS, Sportzone, Footlocker e algumas mesmo exclusivas no Algarve, como são o caso das lojas Nespresso, GMS Apple Store, Samsung Store, Adidas Performance e MAC. Na zona da restauração, fizémos em 2017 uma expansão, no sentido de criar mais oferta e conforto ao nosso cliente, melhorando o nosso tenant mix e adotando o novo conceito de Foodcourt

do Forum Algarve “O Mercado”, tratando-se de um projeto pensado para o conforto e bem-estar de todos os nossos visitantes que escolhem o Forum Algarve como destino, nas horas das suas refeições. Este projeto teve uma primeira fase no final de 2017 e terá a sua segunda e fase final em 2020. O Forum Algarve é um centro comercial com uma taxa de ocupação muito perto dos 100 por cento, que reflete a solidez e boa performance deste projeto. Estamos constantemente atentos para responder às necessidades da nossa área de influência e espera-se para breve a entrada de mais marcas, que virão reforçar a oferta já existente e que serão, de certeza, uma mais valia para o centro e para os nossos clientes. Posso adiantar que está iminente a abertura da loja GANT – mais uma marca exclusiva no Algarve para o final de novembro. Sendo um centro comercial bastante ativo, o que têm programado para a época festiva que se avizinha? A campanha de Natal arrancou no passado dia 9 de novembro e irá estar patente até ao dia 5 de janeiro. Foi uma campanha totalmente delineada na diversão para toda a família. Na praça central, temos mais de 500 metros quadrados de pista de gelo, a maior pista de gelo do Algarve! Para os mais pequenos, temos uma aldeia de Pai Natal com 250 metros quadrados, que além da já famosa Casa do Pai Natal, tem ainda um conjunto de equipamentos e diversões, como o comboio e a piscina de bolas que serão totalmente gratuitos. Quer deixar um convite às pessoas? Convido todos a virem passar bons momentos em família, porque o Natal é, sobretudo, os bons momentos que nós despendemos com a nossa família. O conjunto de equipamentos e diversões que temos no Forum Algarve irão com certeza permitir a diversão de toda a família. novembro 2019 Revista Business Portugal | 29


INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS Se está a ponderar comprar casa em Portugal, fique já a saber que é um dos mercados da Europa mais na moda. Desde o Minho ao Algarve, passando também pelas ilhas, as terras lusas afiguram-se um destino de excelência para quem deseja adquirir um imóvel. O mercado imobiliário português atravessa hoje uma fase de grande crescimento e, ultrapassada a crise que assolou o setor, as famílias portuguesas regressaram em força ao mercado. A verdade é que entre janeiro e dezembro de 2018, foram vendidas cerca de 180 mil casas, mais 25 mil do que no ano anterior. Para estes resultados, contribuiu, para além da melhoria da economia portuguesa, o aumento da procura de imóveis por estrangeiros, que vêm atraídos pela calma e segurança do país, mas também, e sobretudo, pela boa oportunidade de investimento que o mercado imobiliário português representa. O investimento estrangeiro representa hoje uma larga fatia do mercado imobiliário em Portugal, tendo representado no passado ano cerca de 20 por cento das vendas de casas. A verdade é que o mercado imobiliário em Portugal vive hoje um período de ouro e a tendência é para que se mantenha assim, ao longo dos próximos anos. Por isso, se está a pensar comprar casa ou realizar um investimento imobiliário, fique a conhecer nesta edição algumas empresas que dão cartas no setor e que prometem tornar a sua experiência de compra inesquecível.

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• Electrical Projects

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CRÉDITO AGRÍCOLA - SILVES

90 ANOS A VIVER E A TRABALHAR PARA A COMUNIDADE Em ano que a Caixa de Crédito Agrícola de Silves assinala a impressionante marca do 90.º aniversário, a Revista Business Portugal entrevistou o seu Presidente, José Manuel G. Estiveira Gonçalves, que já faz parte da “família” há 23 anos e nos revela que o segredo é viver em comunidade.

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omo têm sido os mais de 20 anos na direção do Crédito Agrícola de Silves? Iniciei o meu mandato nos Órgãos Sociais da Caixa em 1996, como secretário da Direção, tendo assumido a presidência em 2007. Quero deixar claro, que toda a dinâmica que foi implementada na CCAM de Silves, é consequência natural da grande dedicação de toda uma equipa altamente qualificada e responsável nos diferentes serviços e em cada Balcão, pela imagem que temos, queremos e desejamos continuar a ter. Este é um banco autónomo, que se tem unificado… As Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, a nível nacional, encontram-se enquadradas no Sistema Integrado de Crédito Agrícola Mútuo – SICAM. Todas as Caixas são associadas da Caixa Central, que por sua vez é o organismo que supervisiona todo o sistema, emitindo instruções e normas, que na sua grande maioria são vinculativas, obrigando todas as Caixas a um cumprimento integral das mesmas. A autonomia das Caixas prevalece, contudo há situações em que temos que cumprir com as normas regulatórias, não só da Caixa Central, como do próprio regulador, Banco de Portugal. As Caixas não se têm unificado, mas sim tem havido Caixas que por uma questão de gerar dimensão e estrutura adequada, para poderem cumprir com todas as exigências regulatórias, tem vindo a efetuar fusões, criando Instituições mais robustas, capazes de prestar um melhor serviço aos seus associados e clientes. A Caixa Agrícola de Silves continua muito ligada aos agricultores e empresários rurais? No livro que apresentamos a respeito do nosso 90º aniversario, este ano, fica evidente que a génese do CA Silves está no setor agrícola. Algo que muito nos orgulha. Porém, ao longo destes 90 anos de história, temos expandido além do setor primário, em especial nos últimos 25 anos. Atualmente cerca de 80% do Crédito concedido, está associado ao apoio a outros

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setores de atividade, consubstanciando a nossa natureza de banco universal que somos, com soluções para as necessidades financeiras de qualquer tipo de cliente, agricultor ou não. Noventa anos de história dão à CCAM de Silves o estatuto de Instituição modelar, profundamente identificada com as comunidades locais e que, ao longo de toda a sua existência, tem vindo a demonstrar uma abertura permanente para apoiar as várias gerações de agentes económicos e de cidadãos na realização dos seus projetos profissionais e pessoais. Esta é de facto uma data muito importante, que todos, desde clientes, associados, colaboradores e Órgãos Sociais sentem um enorme orgulho por fazerem parte deste movimento cooperativo, apoiado no Grupo Crédito Agrícola, na defesa dos valores fundamentais de um projeto que continua a fazer todo o sentido como fomento da economia local e regional, enquanto parceiros privilegiados que somos das micro, pequenas e médias empresas. São um banco que faz a diferença na comunidade? A CCAM de Silves tem tido ao longo dos seus noventa, anos de existência, um bom relacionamento com todos os agentes económicos locais e regionais, assim como, com todas as associações e agremiações de carácter público, privado e social, mantendo com todos um relacionamento de grande proximidade e de mútua colaboração. Este relacionamento tem permitido que, ao longo dos anos, a nossa Instituição se tenha constituído, como polo dinamizador e de desenvolvimento económico e social das comunidades da sua área de ação, que não pode, nem deve ser ignorado, mas sim, bem valorizado. Uma confiança reconhecida pelo mercado que se tem traduzido em crescimento como o demonstra a quota de mercado de mais de 20% que detemos, localmente. Vemo-lo com orgulho, cientes da elevada responsabilidade na guarda de depósitos e na concessão de financiamento, que pela nossa dimensão na zona, acabam por ter um grande peso e importância, nos nossos dois concelhos de atuação. Como agentes de apoio ao desenvolvimento, temos estado ao lado de dezenas de instituições


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CRÉDITO AGRÍCOLA - SILVES

e entidades locais ao longo da última década, com donativos e patrocínios, que ascendem a um total de mais de 500.000 €. Têm aumentado o número de sócios? Conseguem captar jovens? A nossa preocupação passa por um atendimento personalizado e de grande proximidade com os nossos clientes e associados, prestando serviços sérios, falando verdade e demonstrando sempre uma grande transparência nas atitudes, quer nos produtos que comercializamos, procurando soluções que vão de encontro às necessidades dos clientes e associados. Esta nossa postura tem sido bem aceite e compreendida, resultando num aumento significativo de associados, e na sua grande maioria jovens. A aposta no Moey revelou-se um sucesso? Sim, é um produto bastante atrativo essencialmente para os mais jovens, contudo, os menos jovens também têm aderido a esta nova plataforma digital criada no seio do Crédito Agrícola. Não poderemos ainda falar de um sucesso, mas os números revelados de adesão a nível nacional, já são muito significativos. Os clientes da Caixa Agrícola têm acesso a que tipo de serviços? Os clientes do Crédito Agrícola têm ao seu dispor uma enorme panóplia de serviços, idênticos ao das restantes Instituições de Crédito, equiparáveis ao que de melhor existe a nível da Banca em Portugal.

Como vê o futuro da Caixa de Crédito Agrícola de Silves? É nossa preocupação continuarmos a servir os nossos clientes e associados da mesma forma séria, honesta e competente. Reestruturar e adequar a nossa CCAM aos novos tempos, para que a mesma possa responder com aptidão às exigências que a nova situação económico financeira nos obriga e cumprirmos com as exigências dos reguladores e supervisores. Otimizar a nossa estrutura nos mercados geográficos, nunca descurando a nossa grande força junto das populações, que é a nossa proximidade aos clientes e associados, considerando as pessoas, e não apenas números, como a concorrência faz. Temos que inovar, mas mantendo o espírito e os fundamentos em que o Crédito Agrícola nasceu. A Caixa de Crédito continuará a marcar pela diferença? A nossa marca, essencialmente, passa por um serviço de proximidade, assente em Valores éticos e de total transparência, no relacionamento com todos os nossos Associados e Clientes. Somos um banco cooperativo no qual as pessoas confiam, como o demonstra a quota de mercado de mais de 20% que detemos, localmente. Adicionalmente, podemos referir que o nosso Ativo Líquido alcança praticamente os 220.000.000 €, tendo um perfil de risco conservador, no qual se inclui um Crédito bruto concedido de cerca de 106.000.000 €; temos 190.000.000 € de depósitos; possuímos aproximadamente 5.900 sócios; operamos nos Conselhos de Silves (excepto nas freguesias de Messines e São Marcos da Serra) e de Lagoa, área onde somos o banco com a maior rede de balcões (sete).

34 | Revista Business Portugal 2019 João Gonçalves, Diogo Cabrita, Josénovembro Manuel Gonçalves, Cláudia Bento, Manuel Nunes, administração


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MONTE SANTO RESORT

O RESORT MAIS ROMÂNTICO DA EUROPA

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uem faz check-in no Monte Santo Resort normalmente não terá uma simples estadia, mas sim uma experiência à sua medida, completamente diferente e enriquecedora, com garantias de querer repetir. A própria Patrícia Correia, que faz parte da equipa há um ano e meio, confessa ainda estar em lua-de-mel com o resort, que diz ser um sítio onde ela e o resto do staff se sentem muito bem, passando isso para os seus hóspedes. E, de facto, isso é algo que se sente assim que se entra no resort, pois todo o local transparece uma certa magia. Tal como a nossa entrevistada afirma, ali, as coisas “não têm preço, mas sim, valor”. O resort, construído em 2008, já passou por algumas dificuldades, no entanto, com boa vontade e algum investimento, foi recuperado, sendo hoje “um pedacinho de céu, o resort mais romântico da Europa”. A nossa entrevistada dá mérito a quem nessa altura, não desistiu e conseguiu agarrar o investimento e as pessoas que, segundo a mesma, “são a chave. Ainda temos bastantes colaboradores desde o dia em que o resort abriu, o que não é normal”. Localizado em Carvoeiro, no concelho de Lagoa, é constituído por 133 unidades de alojamento, com um único estúdio. Há suites de um, dois e três quartos e ainda as “luxury suites”, num edifício a que chamam “clubhouse” e que são, maioritariamente,

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A Revista Business Portugal teve o prazer de conhecer o Monte Santo Resort pela voz da sua diretora geral, Patrícia Correia. Fazendo parte de uma equipa apaixonada e sempre pronta para desafios, proporcionam experiências inesquecíveis e diferentes a quem os visita.

de um quarto e têm vista privilegiada para a piscina central. O resort disponibiliza ainda moradias, que são próprias para famílias grandes, já que são de dimensões muito maiores.

“Nós não somos apenas um resort normal, somos muito mais que isso” Quem o garante é a nossa entrevistada, que diz fazer parte de uma equipa que sente um grande prazer no que faz, traduzindo-se num serviço prestado sublime. Quem passa pelo Monte Santo é facilmente surpreendido: “Fazemos aquilo que as pessoas nem sequer pensam”, revela Patrícia. “Temos serviços que vão para além do normal, desde o piquenique debaixo de uma árvore, com uma cestinha com os melhores petiscos, cuidadosamente preparados pelo chef do resort, e com um bom vinho a pedidos de casamento inesperados”. E claro, tratando-se de um resort que privilegia o romantismo, os casais que o visitam recebem um cadeado para colocarem numa ponte romântica que podem encontrar num dos recantos do Monte Santo. O serviço que oferecem é muito próximo e personalizado. Toda a equipa é cúmplice dos seus clientes, no que concerne a


MONTE SANTO RESORT Patrícia Correia, diretora geral

surpresas românticas e outras. O primeiro passo dado pela equipa é conhecer bem o cliente, a fim de lhe oferecer uma experiência à sua medida e fazer com que se desligue da rotina stressante da cidade. No Monte Santo só há espaço para paz e tranquilidade e prova disso é um serviço criado pela equipa e batizado de “Remédio Santo”. Surgiu de maneira muito natural, da necessidade de uma amiga precisar de um refúgio do dia-a-dia: “É um projeto-piloto que adoramos de paixão. Algumas amigas juntam-se, partilham uma moradia aqui dentro e nós organizamos um fim de-semana inteiro para elas. Os dias são preenchidos com yoga, meditação, taças tibetanas, passeios na praia, no campo, comida saudável, muitas massagens”, explica entusiasmada a nossa entrevistada, que faz questão de estar presente sempre que há um “Remédio Santo”: “Acompanho e vou mostrar os sítios mais bonitos da zona, as melhores praias. Passeamos muito a pé, gosto que haja esse contacto com os clientes. Nestas experiências, há pessoas que acabam por se emocionar, não por estarem infelizes, mas porque há momentos que são tão bonitos que emocionam, que tocam. É disso que nós gostamos, é disso que são feitas as melhores memórias. Primamos por ser autênticos num mundo meio desligado”.

Alguém falou em festas? Organizar festas temáticas é com o staff do Monte Santo Resort. A nossa entrevistada revelou ser uma criativa e uma grande entusiasta nesta área, mas, segundo a mesma, toda a equipa participa nestes eventos: “Há uma grande partilha de ideias e uma grande cumplicidade entre todos. Para nós, a linha entre trabalho e lazer quase que se dissolve, porque isto dá-nos tanto gozo”, explica a nossa entrevistada, que não esconde a alegria ao descrever algumas das suas festas, que até já tiveram direito a pedidos de casamento. Quando estão a preparar algum evento, o mote é este: “Pensar nos pormenores para fazer com que os clientes se sintam muito bem-vindos. Nós somos muito de tradições, porque achamos que isso faz parte de quem somos e claro que não descuramos da qualidade da nossa comida, temos uma equipa fantástica de cozinha, que aposta no tipicamente português. No ano passado, começamos uma tradição que se chama “Wonder Season” – É a época da maravilha que vai desde o dia um de dezembro até ao dia um de janeiro”. Estando já em época de “Wonder Season” e com o fim do ano já aí à espreita, já se começam os preparativos: “Este ano, como vamos passar para 2020, achamos que seria muito interessante fazer algo que remonte a 100 anos atrás. Como gosto muito de dourado, achamos por bem fazer o “Golden Twenties”, ou seja, vamos buscar uma temática muito interessante dos anos 20”, explica Patrícia Correia. Se ainda não tem planos para a passagem de ano, o convite fica aberto: “O Monte Santo Resort é um sítio onde damos muito valor a quem nos visita e tentamos valorizar a expectativa do cliente. Muitas vezes, as expectativas que eles próprios não sabem que têm. Não somos um Resort grande, mas somos um grande Resort”, finaliza a nossa entrevistada, “com alguma humildade”.

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DEL MAR VILLAGE Del Mar Marina (Olhão)

Del Mar Marina (Olhão)

Del Mar Marina (Olhão)

Del Mar Village (Fuzeta) 38 | Revista Business Portugal novembro 2019

QUALIDADE SUBLIME ENVOLTA PELA NATUREZA Depois do sucesso do Del Mar Village, na Fuzeta, os sócios decidiram avançar com o empreendimento Del Mar Marina, com uma localização privilegiada, mesmo em frente ao mar e marina de Olhão. À conversa com a Revista Business Portugal, a administração explicou-nos as razões de se terem rendido à construção no Algarve.

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Del Mar Village e o Del Mar Marina têm em comum vários pontos: A qualidade, elegância e o contacto com a natureza. Apesar do segundo empreendimento se inserir numa paisagem protegida e com uma fauna abundante, também privilegia de uma forte ligação com a cidade e de ótimos acessos. Foram todas estas características que atraíram os dois sócios: “Acima de tudo, o contacto com a natureza foi uma das razões que nos levou a investir nesta zona do Algarve. Este empreendimento fica em frente à Ria Formosa, tendo como paisagem a marina, o mar. É uma zona com muita história, de atividade piscatória e, também por isso, com uma gastronomia muito rica”, referem. De acordo com os nossos entrevistados, a Área Casa – empresa responsável pela obra – vende sonhos: “No outro empreendimento, o Del Mar Village, tínhamos um comercial que dizia, e muito bem, que vendíamos as vistas e oferecíamos o apartamento. Com este empreendimento, a história repete-se. Temos um prédio com de excelente qualidade, que, aliada à cidade magnífica e vistas de cortar a respiração, superam as espectativas dos clientes que, tendo em conta o sucesso do projeto anterior, decidiram investir também aqui”. Os apartamentos do edifício têm uma tipologia que vão desde T1 até T4, sendo que o T1 mais pequeno tem 100 metros quadrados, até ao T4, com 300 metros quadrados, todos com amplas garagens. Nós construímos um edifício onde fazemos os apartamentos como se fossem para nós mesmos. Criámos áreas grandes, cada morador tem acesso a garagem e pode usufruir de duas piscinas – uma é infinity pool, com vista sobre a Ria Formosa, sobre toda a cidade de Olhão e sobre o mar; e a outra é coberta, para que as pessoas, no inverno, possam fazer exercício físico, possam nadar”.


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Uma casa e um serviço à sua medida Todos os clientes têm a total liberdade para fazerem alterações nos apartamentos, no entanto, os entrevistados confessam que as pessoas ficam tão agradadas com o proposto, que não costumam fazê-lo: “De uma maneira geral, os clientes gostam do que propomos e as alterações são praticamente nulas. Isto porque temos o cuidado de fazer o apartamento como se fosse para nós. Não há um único que não tenha casa de banho privativa nos quartos, casa de banho social, uma cozinha completamente equipada. São apartamentos pensados para que as pessoas, quando compram, praticamente não tenham de fazer alterações”. Para além da possibilidade de personalizar a sua casa, o cliente conta ainda com uma proximidade muito grande da equipa de trabalho: “O cliente sabe que por trás há uma equipa que está aberta a qualquer sugestão, o que não é o caso de muitos empreendimentos e isso é a chave na hora de comprar”. Neste momento, cerca de 50 por cento do projeto está vendido, havendo ainda a possibilidade de novos investimentos, para quem procura alguma qualidade de vida pelo Sul do país. O prazo de conclusão das obras é em 2021, o que não quer dizer que essa data não seja antecipada, nunca descurando a qualidade da obra.

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O Algarve é uma descoberta todos os dias A qualidade do empreendimento advém da experiência dos dois sócios: “Temos experiência de alguns anos ao nível do imobiliário. Não tínhamos nada que ver um com o outro nesta área de negócio, eu tinha as minhas coisas e ele tinhas as dele, mas um dia confessei-lhe que gostava de investir no Algarve, ao que ele me disse de imediato que no dia que viesse para cá, ele viria comigo. Tanto eu como ele, revemo-nos nesta calma, na natureza”, revela um dos entrevistados, que não esconde que se rendeu à região: “Todo o Algarve é bonito, mas esta zona é mais protegida, é mais natural e os meus clientes têm sempre coisas a fazer, a descobrir. Nesta área, as pessoas podem aproveitar várias experiências desportivas: desportos náuticos, golf, vela, windsurf, entre tantas outras coisas”, conta-nos. Em termos de futuro, pretendem continuar a investir no Algarve, lamentando apenas não terem o elixir da juventude, para poderem continuar a fazer ainda mais projetos. Os dois sócios não fazem nada por fazer e prometem continuar com o foco na qualidade: “Não é preciso ser em quantidade, tem de ser em qualidade e a qualidade está aqui. O Del Mar está aqui para concretizar um sonho”, rematam os nossos entrevistados.

Del Mar Village (Fuzeta)


MULHERES LÍDERES Nos últimos anos, temos assistido a um empoderamento da mulher. O género, considerado durante séculos, o “mais fraco” tem conseguido dar a volta e tem-se afirmado na sociedade. As mulheres ainda sofrem discriminação nos empregos, mas já conseguem ocupar cargos de chefia. De acordo com uma pesquisa realizada, este ano, pela consultoria de desenvolvimento de liderança Zenger/Folkman, líderes mulheres são tão ou mais competentes que os homens. Os resultados mostram que as pessoas do sexo feminino são avaliadas como mais eficientes em 84 por cento dos critérios avaliados. O relatório também mostra que a percentagem de mulheres em cargos de liderança continua baixo. Para os especialistas, os motivos para a falta de valorização das mulheres envolvem preconceitos culturais, o que prejudica contratações e promoções. Apesar do preconceito, as mulheres têm conseguido uma maior presença em várias áreas da sociedade e a luta intensifica-se a cada ano. A liderança feminina é caracterizada pela orientação às pessoas, por uma tendência à cooperação, pela capacidade de agir em muitas direções, pela inclusão, pelo predomínio do emocional, ao criar empatia e por uma maior predisposição à mudança. E porque empoderamento gera empoderamento, a Revista Business Portugal traz vários exemplos de mulheres líderes e empresárias de sucesso que marcam a diferença pela visão, atitude, entrega e determinação.

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BLUEGROWTH

NA DEFESA DO CORAÇÃO DO PLANETA ONDE VIVEMOS Custódia Rebocho (CEO) foi a porta-voz da Bluegrowth para esta edição da Revista Business Portugal, numa conversa onde pudemos ficar a conhecer os principais desafios atuais com que esta entidade se tem deparado.

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presente o seu percurso, nomeadamente, no que diz respeito ao seu interesse pelo mundo marinho, o qual a levou até à Bluegrowth. O meu percurso encontra-se muito ligado à educação e ao gosto pela pesquisa. A par destas, e apesar da minha formação humanista, sempre senti um fascínio muito grande pelos temas da natureza. A minha adolescência foi marcada por leituras e programas televisivos alusivos ao mar, como Cousteau, por exemplo. Lembro-me de nos anos 80, durante as férias de verão, fazer parte de uma equipa de limpeza das praias da Costa da Caparica, numa iniciativa da Câmara Municipal de Almada. Claro que, na altura, o que se pretendia era, sobretudo, uma praia limpa para os veraneantes. Todavia, tal fez crescer em mim uma consciência ecológica que mantive até hoje.

Custódia Rebocho, CEO

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Acredita que é difícil ser mulher no universo dos negócios, principalmente, em cargos de chefia/administração? E quais os segredos para vingar? Ser não é fácil, sejamos de que sexo formos… A sério, a questão de género quer nos negócios quer nos cargos de chefia, para mim, não é um problema, ou seja, não é porque sou mulher que sou menos considerada ou menos ouvida. O peso do meu género verifica-se nas pequenas coisas do dia-a-dia, numa herança cultural pesada para as mulheres da minha geração e que nós assumimos com consciência, com alguma revolta e alguma resignação, há que dizê-lo. Refiro-me, concretamente, à gestão da vida doméstica e familiar, que continua a ser um desígnio feminino. Acho que esta situação já não encontra eco nas novas gerações! Por isso, não creio que haja segredos nem receitas para vingar,


BLUEGROWTH baseados no género. Não acredito em receitas, acredito nas capacidades, na paixão, no brio profissional. O que distingue a Bluegrowth neste universo de investigação e conhecimento sobre o mar e os seus recursos? Distinguimo-nos pela empatia que geramos com os nossos clientes. O nosso processo de investigação assenta na procura de soluções para os seus constrangimentos, ineficiências, riscos e ambições. Essa é a força que nos faz ousar o desconhecido. A Bluegrowth é uma empresa de engenharia com foco nas atividades económicas ligadas ao mar. Não separamos a componente tecnológica da componente humana. A simbiose entre inovação social e inovação tecnológica é uma das características do nosso ADN e que nos confere uma maior unicidade. O mar é imenso, mas os seus recursos são finitos. O mar entrega saúde ao planeta, mas está doente. Aceitamos o desafio de estimular e apoiar o desenvolvimento das atividades económicas ligadas ao mar na certeza, porém, de que a proteção dos recursos não será secundarizada perante a emergência de desenvolvimento. A complexidade da Economia do Mar está nesta dualidade de sentimentos e preocupações. Os novos paradigmas da transição energética, a escassez de recursos em terra firme e a emergência de uma crise alimentar estão, progressivamente, a pressionar o mar e os seus recursos. O surgir de novas atividades económicas e a de novos modelos de desenvolvimento económico estão a agudizar tensões que nem sempre se atenuam com a inovação tecnológica. Somos uma empresa com competências multidisciplinares, que abarcam os campos das engenharias e das ciências sociais, e isso leva-nos para além da contemplação e dos orgulhos na nossa história. Numa altura em que se fala tanto de sustentabilidade, quais são os reais problemas que a sociedade enfrenta no que diz respeito aos recursos marítimos? A ignorância é a maior doença da humanidade! Tende a ser crónica quando infetada pelo vírus do populismo. A bipolaridade com que a sociedade encara o mar tem criado uma espécie de livre trânsito para a depleção dos recursos marinhos, por se achar que são infinitos. Por exemplo, é muito comum, mesmo entre pessoas letradas, pensar-se que, pelo facto de o mar ser imenso, existe peixe por todo o lado. Não podemos estar mais longe da verdade. As pescas estão ameaçadas. A distância entre a escassez dos recursos e a falência social das comunidades piscatórias é tão curta quanto o momento em que nos aproximamos de uma crise de segurança alimentar. Temos de apostar na criação de áreas marinhas protegidas ao mesmo tempo em que apostamos na aquicultura. Ambas as medidas têm de ser tomadas. Uma porque protege o recurso, permitindo que se regenere no contexto selvagem, a outra porque nos remete para um paradigma de “colher da natureza aquilo que nela semeamos”.

Contudo, a sociedade está cada vez mais distante de paradigmas que procuram equilíbrios. Veja-se a forma como a aquicultura tem vindo a ser apontada. Há pessoas que comem porcos, aves, vacas, entre outros animais terrestres, criados em cativeiro e alimentados com rações, mas que recusam comer o peixe produzido em aquicultura. No que se refere ao conflito dos usos, estamos no mesmo patamar. Facilmente se apontam os impactos da aquicultura como uma ameaça ao turismo. Contudo, os impactos produzidos pela pressão imobiliária da hotelaria na orla costeira são esquecidos. Tão esquecidos quanto o espectro de destruição da indústria do turismo de cruzeiros. Todos os anos são relatados crimes ambientais sem precedentes relacionados com esta indústria. Ainda assim, o cidadão comum aceita mais facilmente um navio de cruzeiro no seu porto do que uma jaula de aquicultura à frente da sua janela. Por isso, o risco de “ficarmos a ver passar navios” é, talvez, o maior problema que a sociedade poderá enfrentar. A produção em aquacultura é vista como uma das soluções para a alimentação nos próximos anos. Como tal, qual a importância da monitorização dos ecossistemas, principalmente, na Madeira? Os sentidos dos homens e o empirismo não funcionam em aquicultura. Num campo de pastagem, os nossos olhos podem constatar se há ou não há pasto, se os animais comem ou não, se os animais engordam ou não. Sinais de doença e contaminação podem ser observados a olho nu. Em aquicultura isso não acontece. O Homem depende de tecnologia para poder tomar decisões de modo a conseguir produzir sem destruir. A razão de ser da Bluegrowth está na capacidade de termos conseguido encontrar na robótica e nos sistemas de informação a resposta para as limitações do empirismo sobre a aquicultura. Na Madeira, encontramos investidores responsáveis que querem fazer mais e melhor. Equipas competentes e dedicadas que trabalham em ciclos de melhoria contínua, procurando na tecnologia um recurso para melhorar aquilo que fazem no dia-a-dia. É preciso ter consciência de que as condições naturais da Ilha da Madeira oferecem um contexto único para o desenvolvimento da aquicultura em Portugal. É muito importante que a capacidade produtiva da Ilha da Madeira seja incrementada sem alcançar os limites que a natureza nos dá para que a possamos transformar. A Bluegrowth tem a capacidade de responder a esse desígnio e isso faz com que estejamos fortemente empenhados em aprender e construir com este nosso parceiro insular. Acreditamos que as condições naturais e o conhecimento científico, desenvolvido ao longo de duas décadas na Região Autónoma da Madeira, estarão na base de um modelo de desenvolvimento sustentável. Não queremos perder a oportunidade de fazer parte da construção deste caminho. Por isso, colocamos todo o nosso conhecimento e tecnologias ao serviço daquele que entendemos como um dos principais desafios da Economia do Mar do Atlântico. Os territórios insulares portugueses podem ser o epicentro da nova epopeia marítima portuguesa e o progresso não é indissociável dos avanços tecnológicos. O que tem reservado a Bluegrowth para o futuro?

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BLUEGROWTH

Queremos continuar a prosperar e a fazer com que os nossos clientes, fornecedores, parceiros e colaboradores prosperem. Queremos fazê-lo de forma inspiradora para aqueles que nos rodeiam. Seremos sempre uma empresa de base científica, destinada à transformação digital do oceano. No entanto, a este instinto transformador temos de aliar um investimento na formação, educação e comunicação. O futuro da Economia do Mar está ameaçado pela iliteracia. O nosso futuro depende da nossa capacidade de combater essa ameaça.

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VIVE UÉVORA Os espaços da Universidade de Évora encontram-se dispersos pela cidade, maioritariamente intra-muralhas, no centro histórico, onde funcionam as suas quatro Escolas, o Instituto de Investigação e Formação Avançada, os seus Centros de Investigação e as residências académicas. Numa cidade classificada como Património Mundial pela UNESCO há 30 anos, esta opção proporciona aos seus estudantes uma vivência académica única.

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UNIVERSIDADE DE ÉVORA

UNIVERSIDADE DE ÉVORA, UMA PORTA PARA O FUTURO Em entrevista à Revista Business Portugal, a Reitora da Universidade de Évora, Professora Doutora Ana Costa Freitas, explicou-nos quais os desafios de liderar uma instituição desta envergadura e de que forma tem vindo a crescer e a afirmar-se no ensino português.

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pesar da evolução que tem havido na igualdade do género, continua-se a enfrentar barreiras no acesso das mulheres a cargos de maior prestígio, nomeadamente nas Universidades e Politécnicos. Posto isto, o que a motivou a candidatar-se em 2014, e pela segunda vez, a Reitora da Universidade de Évora? O que me motivou foi ter um projeto para a Universidade e estar convicta que a sua implementação faria a diferença. Na verdade, o projeto estava realmente a meio, sendo certo, no entanto, que no final deste novo mandato, provavelmente, considerarei que ainda não está concluído, mas isso é uma questão que faz parte da vida: quando nos empenhamos muito, queremos sempre fazer mais! É bom que sejam só dois mandatos. Quais são os maiores desafios de ser Reitora de uma Universidade? Há imensos desafios, mas o maior é reunir a comunidade académica em torno de um projeto comum. Atendendo à dimensão da Universidade, não devemos ter cada um a remar para seu lado, o que implica redobrada atenção em termos de recursos humanos, comunicando, em contínuo, a estratégia, a visão e os valores da instituição. Esta é a vertente mais entusiasmante da gestão, depois há questões de fundo, como o subfinanciamento crónico ou a burocracia aliada à administração pública que nos condicionam e que acabam por resultar numa sensação de que o Ensino Superior só é importante em discursos políticos. Esta é a parte frustrante. Outro desafio é estar-se sempre aberto a mudanças, a todos os níveis, e transversalmente aos três pilares fundamentais da nossa missão: ensino, investigação e transferência de conhecimento, mantendo o entusiasmo, a curiosidade, a motivação e o prazer naquilo que se faz e conseguir transmitir à Academia. De que forma é que a sua experiência, nomeadamente a de Conselheira no Gabinete de Conselheiros Políticos do Presidente da Comissão Europeia, foi importante no seu desempenho enquanto líder académica? Desempenhei funções num órgão em que as decisões são essencialmente políticas, a Comissão Europeia, e cujo processo de tomada de decisão é muito escrutinado e esse escrutínio, em si, é uma boa “escola”; é importante fazer sempre a avaliação de impacto de uma medida, ouvir pessoas com visões diferentes; faz parte do processo de decisão, o qual, no final, é sempre “solitário”. Para além desta aprendizagem do mundo da política em con46 | Revista Business Portugal novembro 2019

traponto ao mundo académico, foi também importante conhecer de perto os programas e políticas de apoio à investigação e à educação ao nível europeu. Por outro lado, as diferentes culturas e ideologias, que se cruzam em Bruxelas são outra vertente que contribuiu para que esta fosse uma experiência enriquecedora. Enquanto Reitora, qual a principal medida que já tomou e que estratégia assume para atrair novos alunos? Para mim, o principal foi ter promovido o diálogo e o efetivo envolvimento das unidades de investigação na definição de uma estratégia transversal, no âmbito do último exercício de avaliação das Unidades de I&D pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Tivemos muito bons resultados, mas, principalmente, tivemos uma estratégia conjunta, o que foi muito importante. No que diz respeito à captação de novos estudantes, os números falam por si: desde 2014 aumentámos cerca de 2000 estudantes, principalmente ao nível dos mestrados e doutoramentos e dos estudantes internacionais. No caso dos mestrados e doutoramentos, estou certa que os resultados da avaliação dos centros, oito dos quais obtiveram “excelente”, associados à aposta dos últimos anos no reforço da divulgação da Ciência, tiveram impacto no aumento de estudantes de segundo e terceiro ciclo. No que diz respeito aos estudantes internacionais, temos vindo a afinar anualmente a estratégia, com resultados francamente positivos. A estratégia tem sido, fundamentalmente, afetar um serviço “dedicado” a estes potenciais estudantes, que acompanha de forma personalizada, o processo de candidatura, aproveitar todas as possibilidades de divulgação. No âmbito do Concurso Nacional de Acesso aproveitámos o aumento de vagas para as IES do interior e obtivemos uma taxa de preenchimento de mais de 90 por cento, o que nos permitiu aumentar as vagas no primeiro ciclo, o que não conseguíamos há vários anos por via do congelamento do número clausus. A Universidade de Évora tem-se afirmado como uma referência no ensino superior. Que trabalho tem vindo a ser feito para serem associados a uma formação de prestígio e ao desenvolvimento da cultura e da investigação realizada na região? A avaliação da qualidade de uma Instituição de Ensino Superior é aferida pela qualidade dos profissionais que forma; são eles os nossos embaixadores e é a eles que devemos o reconhecimento da nossa qualidade. A Universidade tem uma cultura de qualidade transversal a toda a sua atividade. O nosso sistema interno


UNIVERSIDADE DE ÉVORA de garantia da qualidade (SIGQ) foi um dos primeiros a ser certificado pela A3ES e no âmbito do processo de acreditação institucional a Universidade de Évora foi uma das cinco (entre as 60 instituições com processo de avaliação já concluído), que passaram com distinção, recebendo acreditação pelo período máximo de seis anos. A missão que é intrínseca a qualquer instituição de ensino superior conduz a que promova o desenvolvimento, nomeadamente, aos níveis cultural e científico. Uma Universidade é motor de desenvolvimento da região em que se insere. Uma Universidade numa região do interior como Évora tem um impacto na coesão territorial que dificilmente outra qualquer política pública consegue atingir. O desenvolvimento de Évora enquanto cidade não se pode separar da existência da Universidade. Nós sabemos disso e a Cidade também. Quantos alunos têm e que oferta formativa lhes disponibilizam? Temos, neste momento cerca de 8000 estudantes em todas as áreas do conhecimento. Abrimos anualmente vagas para aproximadamente 150 cursos (41 de primeiro ciclo, 67 de Mestrado e 31 de Doutoramento). Em termos de futuro, que projetos espera ainda realizar enquanto Reitora da Universidade de Évora? Temos um desafio muito grande em termos de futuro: desenvolver a área da Saúde. Évora vai ter, espero, um novo hospital que será o Hospital Central do Alentejo. O Alentejo é uma

região muito especial, tem características específicas, por via da demografia, do modelo económico das famílias, muito assente na agricultura (se bem que uma agricultura mais competitiva e mais moderna); no entanto, tem pouca gente e uma população muito envelhecida. Assim, a promoção do envelhecimento ativo, bem como os cuidados de saúde, desde a assistência domiciliária aos cuidados continuados, devem merecer um olhar diferente. Nós temos vindo a desenvolver investigação nestas áreas mais sensíveis para o Alentejo e que são menos desenvolvidas a nível nacional. Consolidar a investigação nestas áreas é uma prioridade! Temos que nos afirmar, internacionalmente de forma sólida nestas áreas! E vamos fazê-lo. Ao mesmo tempo, estamos a preparar formação pós-graduada diversa no domínio da Saúde ou áreas afins. O objetivo é estarmos preparados para avançar com um curso de medicina no momento em que o novo hospital estiver concluído. O meu desafio é preparamo-nos para que isto se consiga. Já não será comigo à frente da Universidade, eventualmente, mas queria deixar o caminho todo desbravado. Fazendo parte de um universo diminuto de quatro mulheres à frente de Universidades em Portugal, que mensagem de incentivo deixa a mulheres que sonham alcançar um cargo de chefia? A liderança de uma qualquer instituição é sempre um desafio. O objetivo não pode ser alcançar um cargo de chefia; é ao contrário: tem-se uma visão, um objetivo, para uma instituição. Concorrer a um cargo de chefia pressupõe que haja um programa, uma estratégia, nunca pode ser “querer ter poder só porque sim”. Tendo isto em mente é muito simples, é só necessário querer!

Professora Doutora Ana Costa Freitas, Reitora

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ARTIGO DE OPINIÃO

ORDEM DOS ARQUITETOS ARQUITETURA, CONSTRUÇÃO, IMOBILIÁRIO E QUALIDADE DE VIDA Dar resposta e compatibilizar a qualidade da arquitetura com as necessidades técnicas das múltiplas especialidades, cada vez em maior número, envolvidas na construção, com as expectativas do investimento imobiliário, que vão desde os limites dos financiamentos ou da pressão do desenvolvimento, pode parecer uma verdadeira quadratura do círculo. É, seguramente, um trabalho complexo, sempre difícil que, inevitavelmente, se prolonga desde a dimensão urbana ao design de interiores, e onde cada vez são mais determinantes os problemas colocados pelas profundas transformações climáticas com que estamos confrontados. Um equilíbrio, difícil porque envolve preocupações, parâmetros e objetivos extremamente diversos, e nem sempre coincidentes. Um equilíbrio que envolve a capacidade de responder a uma imensa diversidade de situações, físicas, mas sobretudo culturais, e de sustentabilidade. Um equilíbrio onde será prioritária a capacidade de transmitir aos espaços as condições necessárias à plena satisfação das necessidades das pessoas, na melhoria do ambiente construído, de modo a garantir as melhores condições de vida das pessoas para quem todo o nosso trabalho se destina. A resposta a este desafio imenso na resolução dos problemas energéticos e socioeconómicos de um desenho inclusivo e responsável, capaz de responder às necessidades individuais e colectivas, capaz ainda de melhorar a qualidade de vida de cada um, criando melhores ambientes urbanos e comunidades mais fortes, esse terá sempre de ser o nosso objectivo final.

José Manuel Pedreirinho Presidente da Ordem dos Arquitectos

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INCEPTION ARCHITECTS STUDIO

CRIAR SENSAÇÕES AO SABOR DE CADA PROJETO Situado em Braga, o Inception Architects Studio nasce pelas mãos de dois empreendedores: Pedro Carvalho e Carlos Ferreira. A Revista Business Portugal rumou até à cidade minhota para conhecer a identidade arquitetónica que caracteriza os dois sócios-gerentes.

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presentem-nos o vosso percurso e como surgiu a oportunidade de criar o Inception Architects Studio. Carlos Ferreira: Eu comecei a trabalhar antes de acabar o curso numa empresa de construção, em Braga. Passado pouco tempo, o Pedro entrou para essa mesma empresa como arquiteto e foi aí que nos conhecemos. Trabalhamos juntos cerca de dois anos e com a crise, em 2010/2011, a empresa fechou. Pedro Carvalho: A partir daí surgiu a oportunidade. Achamos que seria o momento certo para fazer algo diferente e trabalhar mais naquilo que seria a nossa principal motivação: abrir um gabinete e continuarmos a parceria que tínhamos desenvolvido durante o período que trabalhamos na empresa. Metemos mãos à obra, pés ao caminho, e formamos o Inception. Com muita batalha, temos oito anos de existência. O espaço do Inception Architects Studio retrata o conforto e, para nós, é uma extensão da nossa casa, até porque passamos muitas horas do nosso dia aqui. Mais recentemente, mudamos o logótipo e agora está numa linha mais minimalista, em relação ao anterior. Porquê a escolha do nome “Inception” para o vosso projeto? Um dos nossos posicionamentos é “a new beginning”, ou seja, “um novo começo” não só para o cliente, mas também um novo começo para nós enquanto profissionais. Queríamos procurar novas formas de fazer arquitetura. Esse foi um dos motivos para nos aventurarmos e traçarmos este novo caminho. A palavra “Inception” está relacionada com origem e, como referimos anteriormente, com o novo começo. A origem mãe da palavra também está ligada à perceção e isso é sempre um jogo que gostamos de fazer nos projetos. Gostamos de “brincar” com a perceção das pessoas e a forma como o utilizador encara o nosso espaço. No fundo, isto é o sangue da arquitetura. Em que pilares assenta a vossa filosofia? Acreditamos que a arquitetura é uma área que pretende causar impacto e não ser indiferente. Queremos causar sensações no utilizador e esse foi sempre o objetivo que nos motivou, uma vez que nada nos é indiferente. Todos os pormenores contam: o espaço, a forma, a cor, a luz interior e exterior. Estes elementos despertam uma sensação e é importante perceber a sensação que

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vai chegar até ao utilizador final. Dentro da arquitetura, quais são os serviços que disponibilizam aos vossos clientes? Temos trabalhado todo o tipo de projetos, mas sem dúvida que aquilo que gostamos mais de trabalhar a arquitetura 360º. Isto significa que o cliente vem ter connosco e a partir daí coordenamos tudo o resto até à obra final. Temos trabalhado este conceito nomeadamente na habitação e nos escritórios, onde temos realizado vários trabalhos na zona de Braga, Porto e Lisboa, onde executamos tudo o que está ligado à arquitectura, nomeadamente projeto, licenciamento, fiscalização e acompanhamento de obra. É desta forma que gostamos de trabalhar e acreditamos que é assim que o nosso trabalho chegará a bom porto. De que forma procuram acompanhar as tendências de mercado? Encaramos que a tendência está diretamente ligada com a parte da decoração, e por aí há inúmeros caminhos a percorrer. Na arquitectura, quando um cliente procura um arquiteto, procura-o porque já viu algum trabalho dele, e porque encontra no gabinete algo que o identifica. Há sempre um motivo para o cliente procurar um determinado gabinete. Enquanto equipa consideramos que o mais importante é sermos fiéis a nós próprios e, por isso, temos uma base que procuramos manter. Cada cliente é único e, no fundo, temos de tentar perceber qual o caminho que ele quer seguir connosco. A partir daí trabalhamos, dentro da nossa filosofia e conceito, aquilo que ele procura e pretende. Têm vindo a desenvolver projetos pelo país inteiro. Quais são as regiões com maior destaque? E que projetos desafiantes vos têm passado pelas mãos? Temos trabalhado em Braga, Barcelos, Porto, Alcobaça, Lisboa e, em minoria, no Algarve. Apresentamos alguns projetos de referência, nomeadamente a Blip, no Porto, e a Bold, em Lisboa (a nível de escritórios). Em Alcobaça estamos a trabalhar num projeto de habitação ambicioso e muito interessante, que acreditamos que irá marcar pela diferença quando finalizado. Em Alcobaça estamos a trabalhar num projeto de habitação ambicioso e muito interessante, que acreditamos que irá marcar pela diferença quando finalizado. Temos sido recomendados, tanto a nível nacional como internacional.


INCEPTION ARCHITECTS STUDIO

Rua Dr. Justino da Cruz 142, 2º Andar, Sala 1, 4700-314 S. João do Souto, Braga ask.us@inception.pt | www.inception.pt

Embora os projetos internacionais ainda não façam parte do presente, são um objectivo para um futuro próximo. Atualmente, focam o vosso trabalho nos escritórios, mas nem sempre foi assim. Qual a evolução do Inception? A grande evolução aconteceu há cerca de 3 anos. A Blip foi a alavanca para sermos procurados por outras empresas, após terem ganho consecutivamente os prémios de melhor espaço de trabalho, e o de melhor empresa para trabalhar em Portugal. A Botts, uma loja de vinhos em Viana do Castelo, também feita por nós, já foi reconhecida em algumas revistas da especialidade além-fronteiras. De facto, temos vindo a evoluir, mas queremos crescer de forma sustentada e queremos que cada projeto passe por todos os intervenientes da equipa.

Que conselho dariam a um jovem arquiteto/a que esteja a iniciar o percurso nesta área? Um arquiteto tem de ser uma pessoa atenta e pesquisar muito, acompanhar ao máximo todos os projetos e tentar desenvolver o seu próprio estilo, nunca negando a base. O seu trabalho deve transparecer aquilo que é a nível profissional, mas também pessoal. Deve ser objetivo, sem nunca deixar de procurar e pesquisar novas soluções, tentando perceber qual a sua principal motivação para fazer arquitetura. O mais importante é que mantenha os seus princípios: na forma como vê a arquitectura, como a projecta, e como a transmite ao seu cliente. Pelo caminho irão surgir dificuldades, mas não se pode desistir, tendo uma boa dose de resiliência para os tempos mais difíceis. Somos exemplo disso. Fotografias: Ivo Tavares Studio - Fotografia de Arquitectura novembro 2019 Revista Business Portugal | 51


DECISÕES E SOLUÇÕES - BRAGA - SÃO LÁZARO

UMA AGÊNCIA BRACARENSE COM SOLUÇÕES 360º Com sede no número 21 da Rua Marcelino Sá Pires, em Braga, a Decisões e Soluções Braga São Lázaro surgiu em 2016 pelas mãos de Ricardo Costa. Com um serviço de aconselhamento personalizado e com soluções 360º, a Decisões e Soluções Braga São Lázaro tem vindo nestes últimos tempos a afirmar-se no contexto nacional da Decisões e Soluções. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Ricardo Costa, diretor da agência, que em entrevista recordou a génese do negócio e revelou o segredo por detrás do sucesso alcançado.

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Decisões e Soluções Braga São Lázaro abriu portas há três anos. Em que momento decide apostar nesta rede? Para ser sincero a área imobiliária era algo que não esperava seguir. Estava a estudar Economia e após a saída da universidade, confesso que senti um certo vazio, não sabia muito bem o que fazer a seguir. Foi então que, na altura, surgiu um convite da RE/MAX para abraçar um projeto imobiliário e foi aí que comecei o meu percurso na área. Confesso que foi uma experiência fantástica e que aprendi muito com eles, porque foi sem dúvida uma ótima escola. Apesar de o meu percurso na área imobiliária ter começado com a minha entrada para a RE/MAX, a verdade é que já detinha um certo conhecimento e experiência deste mercado muito graças aos meus pais, que sempre estiveram muito ligados à parte habitacional e ao imobiliário, uma vez que, construíam e vendiam casas. Por isso, a verdade é que já exista aquele “bichinho”. Mais tarde, saí da RE/MAX, mas era meu desejo continuar no ramo imobiliário. Foi nesse momento que surgiu a Decisões e Soluções. Numa primeira fase numa outra agência em

Braga, enquanto diretor comercial, onde era responsável por chefiar a equipa comercial e pelo recrutamento de novos consultores. Mais tarde, surgiu a oportunidade de ficar com uma agência Decisões e Soluções e não hesitei. Acabando assim por abraçar um novo projeto, com o apoio incondicional da minha esposa, pais e sogros. Atualmente, a Decisões e Soluções Braga São Lázaro é uma agência consolidada e uma referência na região. Como avalia este processo de crescimento? O crescimento da Decisões e Soluções Braga São Lázaro aconteceu por fases. Houve ciclos de crescimento e ciclos de decrescimento. A minha experiência em gestão de empresas não era muita, apesar de ter formação em Economia, a verdade é que a realidade é bem diferente. Inicialmente tinha um sócio, que representou um apoio importante no período inicial. No entanto, desde março que assumo a direção da Decisões e Soluções Braga São Lázaro sozinho. O caminho, como em quase todos os negócios tem tido altos e baixos, mas felizmente os momentos bons têm-se sobreposto aos menos positivos e hoje já alcançámos grandes resultados. Passamos de uma agência com muito pouca relevância para uma agência relevante e completamente diferente em cerca de meio ano. Sendo que ficamos pela segunda vez consecutiva em terceiro lugar no ranking nacional das empresas com maior volume de negócio imobiliário, no universo da Decisões e Soluções. O que são resultados muito positivos. Em termos de faturação, só nos últimos seis meses, ultrapassamos a faturação do último ano. A verdade é que estamos a crescer e o objetivo é continuar neste caminho. A Decisões e Soluções Braga São Lázaro é uma agência com soluções 360º. Quais os serviços disponíveis ao mercado? Na Decisões e Soluções Braga São Lázaro trabalhamos a área de Mediação de Seguros, Intermediação de Crédito, Mediação Imobiliária, Mediação de Obras e Construção de Imóveis. Para cada área de atuação temos um responsável e uma equipa de trabalho especializada. No total, somos cerca de 20 pessoas no escritório, a trabalhar diariamente para os nossos clientes.

Ricardo Costa, CEO 52 | Revista Business Portugal novembro 2019


DECISÕES E SOLUÇÕES - BRAGA - SÃO LÁZARO Falando um pouco dos clientes da Decisões e Soluções Braga São Lázaro. Considera que os clientes estão hoje mais informados e qualificados? O acesso à informação é cada vez mais fácil e as pessoas estão cada vez mais informadas. Hoje, as pessoas procuram saber mais sobre um determinado assunto. O negócio imobiliário é talvez o negócio mais importante que as pessoas fazem na sua vida e que tem, por vezes, uma carga emocional muito grande associada. É natural que quando alguém se prepara para fazer um negócio deste género, se vá informar sobre tudo e mais alguma coisa, inclusive as melhores empresas para tratar deste negócio. O que, de certa forma, facilita o nosso trabalho, porque as pessoas quando nos procuram já estão informadas daquilo que fazemos e da nossa forma de atuar no mercado. É certo que existem sempre clientes diferentes. Existem aqueles que chegam até nós e que já conhecem a zona e que, por isso, já trazem bem delineado o que pretendem. Por outro lado, temos também clientes que ainda estão a tentar perceber o que desejam, nesses casos há um maior trabalho da nossa parte porque torna-se necessário perceber o que o cliente pretende e quais são as suas reais necessidades. Esse é um dos trabalhos que os consultores fazem e grande parte da formação que recebem é nesse sentido.

esforçam para tal. E no fim é isso que me deixa feliz e orgulhoso. Saber que tenho consultores empenhados em fazer bons negócios e em alcançar bons resultados é muito satisfatório.

A aposta na formação dos vossos consultores é primordial para o sucesso do negócio? Sem dúvida. A rede Decisões e Soluções é exemplar no que diz respeito à formação dos seus colaboradores. Todos os meses os nossos colaboradores recebem formação, nas mais diversas áreas, de forma gratuita. Temos um excelente formador e que é, sem dúvida, um dos melhores formadores do ponto de vista imobiliário. Por outro lado, o sucesso também se deve ao foco, persistência, resiliência e, acima de tudo, ao trabalho de todos eles. Temos exemplos de colaboradores que, apesar de não terem muita experiência nesta área, conseguem todos os meses alcançar bons resultados porque se

O que é expectável para o futuro da Decisões e Soluções Braga São Lázaro? Temos feito o nosso trabalho e esperamos continuar a fazê-lo. Espero que sejamos bem-sucedidos nos nossos objetivos, que estão bem definidos. O objetivo principal passa por ser uma referência a nível nacional. Para já, está a correr bem e o objetivo é continuarmos com o mesmo ritmo. A verdade é que não podia estar mais orgulhoso do que a minha equipa tem feito até hoje. Temos uma história de três anos, onde aprendemos muito e alcançámos muito e espero que os próximos anos sejam também eles de aprendizagem, crescimento e muito sucesso.

Este é cada vez mais um negócio de pessoas para pessoas? De que forma motivam os vossos colaboradores? Uma das coisas que fazemos é organizar atividades em equipa, para motivar as pessoas e para que elas se sintam envolvidas. Com isso pretendemos também fugir um pouco àquilo que é o contexto de trabalho. Uma coisa é o ambiente de trabalho outra coisa é o ambiente fora do trabalho. Acredito que, ao existir essa ligação o trabalho torna-se mais agradável. Por exemplo, recentemente, organizamos um churrasco que contou não só com a participação dos nossos colaboradores, mas também com a presença das respetivas famílias. Conseguimos realizar uma atividade extralaboral que, para além de reforçar a ligação entre todos, promoveu um momento de partilha bastante divertido. Para além disso, temos alguns consultores que são responsáveis por organizar um jogo de futsal. Isto também é algo recorrente na nossa agência. E a verdade é que tudo isto acaba por gerar um espírito bastante interessante dentro do próprio escritório.

Equipa DS São Lázaro Rua Marcelino Sá Pires, n.º 21 4700-924 Braga Telem: 912 059 207 | Telef: 253 469 003 www.decisoesesolucoes.com

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ESPECIAL SAÚDE Artigo de Opinião - Prof. José Silva Nunes - Vitamina D Doutor Diogo Libânio e Dra. Regina Gonçalves - Distúrbios Digestivos

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ARTIGO DE OPINIÃO

A IMPORTÂNCIA DA VITAMINA D NO NOSSO ORGANISMO Indispensável à nossa saúde, a Vitamina D é um problema que, na sua maioria, não padece de sintomas óbvios e por isso existe uma carência maior em determinados grupos de risco. O Professor José Silva Nunes explica quais as consequências e de que forma se podem resolver. Vitamina D A vitamina D funciona como uma hormona com múltiplas ações, das quais a classicamente assumida é o seu papel fulcral no metabolismo do cálcio e fósforo. Entre outras funções, a vitamina D é responsável pela absorção intestinal do cálcio que é ingerido nos alimentos. Além da sua ação no metabolismo fosfocálcico, a vitamina D tem sido implicada na modulação do sistema imunológico, influência sobre o risco cardiovascular e sobre a oncogénese. Mas onde podemos encontrar a Vitamina D? A principal fonte de vitamina D provém da formação cutânea, por ação dos raios ultravioleta B, a partir do 7-dehidrocolesterol (um derivado do colesterol) existente na pele dos indivíduos. Complementarmente, embora em muito menor importância, há um conjunto de alimentos ricos em vitamina D (nomeadamente, alguns peixes e nos ovos) que podem contribuir para os níveis circulantes da hormona. A carência de Vitamina D é particularmente prevalente em alguns grupos de risco. Destacam-se os idosos, devido à menor capacidade de produção de Vitamina D da pele e sua ativação no rim, as pessoas com excesso de peso (por sequestração de vitamina D no tecido adiposo), os indivíduos de pele muito escura, os doentes que efetuam alguns medicamentos (como corticoterapia, fármacos anticonvulsivantes, antifúngicos e antirretrovirais). Prof. José Silva Nunes

Como podemos saber que temos carência de Vitamina? A esmagadora maioria das pessoas com carência de Vitamina D não tem sintomas óbvios que a denunciem. A evidência científica sugere, contudo, que possam ter uma saúde menos robusta traduzida em maior tendência à ocorrência e à gravidade de doenças variadas como infeções respiratórias, doenças neurológicas, insuficiência cardíaca e neoplasias. Caso se confirme que existe uma deficiência de vitamina D (quando os níveis de 25-hidroxivitamina D se encontram abaixo dos 20 ng/mL) deveria ser instituída terapêutica substitutiva para corrigir aquela hipovitaminose. Como o défice de vitamina D, sobretudo com implicação clínica, cursa com aumento ligeiro a moderado dos níveis sanguíneos de paratormona, o doseamento desta hormona pode ser utilizado como alternativa em contextos em que não é possível efetuar o doseamento de vitamina D.

Quais as consequências do défice de Vitamina D? Esta vitamina assume um papel importante na proteção cardiovascular e na modulação do sistema imunológico logo, o seu défice induziria induziria aumento do risco cardiovascular e quebra da homeostasia a nível imunológico (com aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças imunomediadas). Face aos níveis reduzidos de vitamina D, existe um compromisso na absorção intestinal do cálcio alimentar. Para que não ocorra hipocalcemia, com todas as múltiplas consequências nefastas de tal condição, o organismo procura manter a eucalcemia através da mobilização de cálcio a partir das maiores reservas que o organismo humano possui: o osso. Para tal, ocorre aumento da síntese de paratormona (PTH) pelas glândulas paratiroideias a qual, por ação sobre os osteoclastos, promove a mobilização do cálcio dos ossos para a corrente sanguínea.

A necessidade de Vitamina D é comum a todas as faixas etárias? A utilização de vitamina D é obrigatória em todos os bebés durante o primeiro ano de vida, de acordo com recomendações nacionais e internacionais. As recomendações internacionais alargam-se a todas as crianças até aos 18 anos que pertençam a grupos de risco, nomeadamente com obesidade, pele escura ou com indevida exposição solar. Na idade adulta, pessoas com mais de 65 anos são o principal grupo alvo das recomendações da maioria das especialidades médicas. novembro 2019 Revista Business Portugal | 55


DOENÇAS DIGESTIVAS: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CANCRO GÁSTRICO O problema do cancro gástrico O cancro gástrico é a quinta neoplasia mais frequente, sendo Portugal um país de incidência moderada a elevada. As neoplasias gástricas iniciais geralmente não causam sintomas, sendo a maioria dos casos diagnosticados em estádios avançados, associados a prognóstico desfavorável. O impacto do cancro gástrico pode ser diminuído através de estratégias de prevenção primária (com vista à diminuição da incidência) e de prevenção secundária (diagnóstico precoce).

Como diminuir o impacto do cancro gástrico A eliminação de fatores de risco modificáveis como a evicção tabágica, a redução do consumo de sal e a erradicação da Helicobacter pylori são estratégias que podem diminuir a incidência de cancro gástrico. Por outro lado, a identificação de indivíduos de risco acrescido (familiares de indivíduos com cancro gástrico e portadores de condições pré-neoplásicas como a atrofia e a metaplasia intestinal extensas) é importante de forma a vigiar periodicamente estes indivíduos de maior risco, tal como recomendado pelas guidelines da Sociedade Europeia de Endoscopia Digestiva (ESGE). A vigilância endoscópica está recomendada em indivíduos com condições pré-malignas extensas, isto é, com atrofia ou metaplasia intestinal envolvendo ambos os compartimentos do estômago (antro e corpo), sendo recomendada nestes casos a realização de endoscopiacada três anos (podendo este intervalo ser encurtado se existirem fatores de risco adicionais como história familiar). A vigilância endoscópica nestes casos mostrou ser custo-efetiva em Portugal, permitindo a identificação de lesões em estádios mais precoces, a maioria passíveis de terapêuticas minimamente invasivas como a disseção endoscópica da submucosa gástrica. Contudo, é difícil a identificação destes indivíduos em maior

DRA. REGINA GONÇALVES Coordenação clínica HQ Saúde Assistente Hospitalar Graduada de Gastrenterologia Especialista em Hepatologia pela Ordem dos Médicos desde 2004. Certificação Europeia como Especialista em Gastrenterologia pelo “The European Board of Gastroenterology and Hepatology”. Membro do Conselho Nacional Internato Médico (CNIM) de 2002-2006. Membro da Direção do Colégio da Especialidade de Hepatologia da Ordem dos Médicos (2008-2010 e 2010-2012). Membro da Direção da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado: APEF ( 2009-2011 e 2011-2013). Membro da Direção do Centro Nacional de Registo de Dados em Gastrenterologia :CEREGA (2011-2013). Coordenação Clínica do projeto HQ saúde desde 2018. Áreas de interesse actuais: endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica, hepatologia, obesidade, coloproctologia.

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risco através de métodos de diagnóstico não-invasivos, pelo que a sua identificação se baseia na realização de endoscopia digestiva alta com biopsias.

Será útil a realização de endoscopia digestiva alta em conjunto com a colonoscopia? Dado que a endoscopia digestiva alta com biopsias é o gold standard para a identificação de condições pré-malignas e lesões neoplásicas iniciais, a realização de uma endoscopia digestiva alta (que observa o esófago, estômago e duodeno) é uma oportunidade para a deteção de indivíduos em maior risco. De facto, alguns estudos sugerem que, nos indivíduos submetidos a colonoscopia para rastreio de cancro colo-retal, a adição da endoscopia digestiva alta é uma estratégia custo-efetiva em países de moderada-elevada incidência de cancro gástrico como Portugal, pelo que no nosso contexto se deve considerar a realização de endoscopia e colonoscopia simultânea. A endoscopia permite então identificar H. pylori (e tratar a infeção se positiva) bem como identificar indivíduos cujo estômago deve ser periodicamente vigiado.

A importância da endoscopia de alta definição e da cromoendosocpia virtual A evolução tecnológica recente tem permitido melhorar a capacidade diagnóstica da endoscopia digestiva alta. De facto, a endoscopia de alta definição, ainda não disponível em todos os centros de endoscopia, aumenta a deteção de indivíduos em risco que beneficiam de vigilância. A cromoendoscopia virtual, nomeadamente Narrow-Band Imaging (NBI) e Blue Light Imaging (BLI), traz ainda benefícios adicionais na identificação de indivíduos com metaplasia intestinal gástrica, pelo que deve ser utilizada sempre que disponível de modo a aumentar a acuidade diagnóstica.

Doutor Diogo Libânio Assistente hospitalar de gastroenterologia IPO Porto Gastrenterologista na HQ Saúde

Cromoendoscopia virtual A tecnologia NBI (Narrow-band Imaging) permite realçar, através de um filtro de luz, o padrão mucoso e vascular dos tecidos, realça os detalhes estruturais e micro-vasculares e melhora a taxa de deteção de lesões pré-malignas ou de cancro, e está ao alcance de um toque no botão do endoscópio. A tecnologia NBI é uma técnica inovadora e uma ferramenta de grande importância,mesmo em exames endoscópicos de rotina e poderá aumentar a deteção precoce de cancro gástrico, e consequente diminuição da sua mortalidade.


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REGIÃO SUL A região sul de Portugal é uma das regiões mais quentes, turísticas e bonitas do país. É rica pela sua enorme zona costeira, repleta de praias de renome e que fazem com que, anualmente, milhões de portugueses e estrangeiros, principalmente europeus, visitam a zona, nomeadamente para as férias de verão. As pequenas cidades, algumas delas de origem piscatória e com uma arquitetura própria, fazem também as delícias de quem visita a região sul de Portugal. O clima ameno durante todo o ano, e com uma média de 300 dias de sol, é talvez o fator mais considerado pelos milhões de turistas que escolhem o sul de Portugal para as suas férias. Além das praias de renome mundial, a gastronomia típica é muito apreciada, sendo caracterizada pelo famoso peixe grelhado e pelas entradas de marisco. A cultura e os monumentos históricos são também atrativos para os visitantes, apesar de ficarem em segundo plano face à praia e atividades de lazer. Com o turismo a ocupar um papel tão importante para a economia da zona sul, foi o setor terciário que acabou por se desenvolver de forma mais evidente na região.

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DIRETORA CLÍNICA Dra. Mª Matilde Vieira

Radiologia Geral Digital Radiologia Dentária Digital Mamografia Digital Ecotomografia Densitometria Óssea Ecocardiografia Doppler Electrocardiogramas (ECG) Ecografia Obstétrica Análises Clínicas Ortopedia Infantil TAC ACORDOS E CONVENÇÕES SAMS | SNS | ADSE | ADVANCECARE MULTICARE | SSCGD | SAMS QUADROS | PT ACS PSP | GNR | COMPANHIAS DE SEGUROS

Rua D. Carlos I, 60 - A 8500-607 Portimão Tel. 282 424 051 Faz: 282 416 964 Tlm. 927 624 724 / 911 804 452 MARCAÇÕES: marcacoes.albanotome@gmail.com clinica.albanotome@gmail.com www.albanotomeclinica.com novembro 2019 Revista Business Portugal | 59


A SERVIR O ALGARVE DESDE 1968 Esforço, dedicação, trabalho em equipa, aposta na tecnologia e o elevado know-how marcam o sucesso da Clínica Albano Tomé há mais de quatro décadas. Promover uma relação de confiança e empatia com o utente é a prática da equipa, que conta com a tecnologia e os equipamentos mais avançados para prestar um serviço de qualidade na área da imagiologia. Localizada em Portimão, a Clínica Albano Tomé é a referência médica para todo o Barlavento Algarvio, tendo como principal propósito depositar todo o conhecimento da sua equipa médica ao dispor de todos os utentes.

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ata de 1968 a fundação da Clínica Albano Tomé, na altura o único consultório médico do barlavento Algarvio, pela mão dos médicos especialistas em Radiologia, Maria Teresa Tomé e Albano Tomé. “À época estava a iniciar a minha formação universitária em medicina, sendo que mais tarde, tirei a especialidade em radiologia. Fiz carreira médica hospitalar como Chefe de Serviço de Radiologia, abri um consultório de ecografia e, ao mesmo tempo, ia prestando apoio na clínica dos meus tios como Especialista em Radiologia”, recorda a diretora clínica, Maria Matilde Vieira. Durante muito tempo o consultório teve como principal área de intervenção a prestação de meios complementares de diagnostico imagiológico pela radiologia clássica e exames contrastados do trato digestivo e urinário. Foi na década de 80 que se começaram a realizar exames ecográficos obstétricos, únicos no Algarve, iniciando-se uma nova época no espaço clínico. Nos dias de hoje, a clínica é gerida por Maria Matilde Vieira com o apoio da filha Ana Matilde Vieira, formada em Gestão de Recursos Humanos e Solicitadoria, permanecendo o espaço com a componente familiar bem presente. “Foi em 2009 que assumi 60 | Revista Business Portugal novembro 2019

a direção da clínica, sempre numa vertente de modernização das técnicas e dos equipamentos. Claro que mantivemos intactas as instalações, mas funcionais, bem como alguns dos gabinetes médicos”, revela a diretora clínica e continua: “A entrada da minha filha foi importante para me ajudar na gestão operacional e logística da clínica. Penso que é uma mais-valia mantermos o contexto familiar, sendo que esta foi a primeira clínica médica de grande impacto nesta região”.

A importância da tecnologia na imagiologia Durante muitos anos, a radiologia convencional era basicamente o único método viável de diagnóstico médico por imagem. Contudo, a introdução de novos equipamentos e técnicas de diagnóstico, fez com que esta área perdesse algum impacto, no entanto, este continua a ser um método de rastreio e de diagnóstico útil para um grande número de patologias. Nesse sentido, a Clínica Albano Tomé disponibiliza todo o tipo de exames, nomeadamente, radiologia geral digital, ortopantomografia, imagiologia mamária, densitometria óssea, ecografia geral, ecografia obstétrica, ecocardiograma bidimensional, eco doppler dos vasos do pescoço, eco


CLÍNICA ALBANO TOMÉ

Ana Matilde Vieira e Maria Matilde Vieira

doppler arterial e venoso dos membros inferiores e superiores, eletrocardiograma, holter de 24 horas. Paralelamente, a Clínica tem ainda um contrato de prestação de serviço com a Germano de Sousa na área das análises clínicas. “O nosso principal objetivo é proporcionar aos nossos pacientes uma larga abrangência de técnicas imagiológicas, tendo sempre como referência a evolução da medicina nesta área. Por isso mesmo, algumas das últimas técnicas que introduzimos foi a endoscopia digestiva alta e baixa e a gastroenterologia, esta última contamos com o apoio de uma equipa altamente especializada responsável pela realização desses exames”, refere a médica Maria Matilde Vieira e acrescenta: “Com o alargamento da ecografia a diferentes ramos da medicina, estabelecemos um protocolo com uma médica de Lisboa, que a cada duas semanas realiza o exame de eco doppler na nossa clínica, uma das áreas com grandes fragilidades no Algarve, devido à falta de profissionais especializados”. Mais recentemente, a Clínica Albano Tomé adquiriu um equipamento de T.A.C. (Tomografia Axial Computorizada), alargando assim ainda mais a sua área de intervenção. Para facilitar o contato com o paciente, a Clínica Albano Tomé disponibiliza uma aplicação onde o utente pode marcar

os seus exames, bem como fazer a consulta dos mesmos e aceder aos relatórios médicos, proporcionando um serviço mais rápido e próximo.

A medicina no Algarve Com uma área de intervenção que abrange todo o Barlavento Algarvio e algumas zonas do Baixo Alentejo, a Clínica Albano Tomé é uma referência na área da imagiologia nesta região, que todos os dias enfrenta grandes desafios no que à saúde diz respeito. “A nossa presença é deveras importante para a população, que deste modo vê as suas necessidades respondidas na área da imagiologia. Contudo, o Algarve continua a ser encarado como um destino de férias e não como um local para se fazer carreira e estabelecer, e esse é um dos grandes desafios para esta região, ou seja, a fixação de profissionais especializados. Por outro lado, enfrentamos a morosidade dos processos burocráticos, a demora no alargamento das convenções já existentes com o Serviço Nacional de Saúde, e tudo isso condiciona a prestação dos cuidados de saúde às populações”, salienta Ana Matilde Vieira. “Este é um ramo de atividade com muitas complicações, devido à concorrência, à fiscalização e às mudanças constantes de legislação”, completa.

Olhar o futuro Surgindo como uma referência na área da medicina e imagiologia do Barlavento Algarvio, a Clínica Albano Tomé irá continuar a demarcar-se pela excelência, confiança e profissionalismo junto das populações, salvaguardando desse modo que o Algarve não é esquecido numa área tão crucial como a medicina e o diagnóstico. “Iremos continuar a primar pela qualidade da nossa equipa e do nosso serviço, esse é o nosso principal foco. Claro que no futuro gostaríamos ainda de alargar os nossos serviços, com a aquisição de um equipamento de ressonância, uma das áreas em falta, mas penso que ainda há um longo caminho a percorrer”, termina Ana Matilde Vieira.

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ALGARCLIMBERS

Álvaro, William, Hugo, Lucas, Nelu e Marcelo, Equipa Algarclimbers

DÉCADA E MEIA A ASSEGURAR A QUALIDADE EM ALTURA Presente no mercado desde 2004, a Algarclimbers tem como principal segmento de negócio o aluguer de bailéus e andaimes para a zona sul do país. Rapidez na montagem, segurança e compromisso para com o cliente são os principais pilares que demarcam a empresa no mercado. Representante exclusivo da marca ASC Group em Portugal, Álvaro Ramos assume como principais objetivos para o futuro a aposta contínua na qualidade e na inovação dos equipamentos. 62 | Revista Business Portugal novembro 2019


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ALGARCLIMBERS

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om sede em Loulé, a Algarclimbers é uma empresa de cariz familiar, com cerca de 15 anos de atividade. “A fundação desta empresa remete a um casal holandês, Rudy e Gina, que na altura decidiram constituir um negócio na vertente de aluguer de andaimes e bailéus. Mais tarde, acabei por assumir a gestão da empresa, juntamente com o meu irmão William Ramos. Atualmente a empresa conta já com a entrada do meu filho na estrutura do negócio”, recorda o empresário. Desde a sua criação, há mais de década e meia, a empresa tem vindo a aumentar permanentemente a sua gama de equipamentos, proporcionando aos clientes um dos mais modernos e sofisticados leques de bailéus e andaimes a operar em Portugal. A Algarclimbers tem como core business o aluguer de andaimes e bailéus, aliando a experiência da sua equipa composta por seis colaboradores, à inovação e qualidade dos seus equipamentos. “Sempre procuramos posicionar a empresa no caminho do crescimento sustentado, dotando-a dos melhores equipamentos. Para isso, contamos com o nosso sócio Jeroen V/D Heuvel, detentor do grupo holandês ASC, que nos garante o que de melhor se faz na Europa e no mundo neste setor. Falámos de andaimes em alumínio, entre 12 a 14 metros de altura com rodas. Embora a nossa principal área de negócio seja os bailéus para reparações e repinturas de edifícios, que alcançam os 25 andares. Só bailéus temos mais de meia centena”, refere Álvaro Ramos, reforçando: “Todos os materiais são provenientes da Holanda, sendo devidamente homologados e certificados. Quanto aos motores são revisados em Portugal”. Atualmente a empresa tem como principais obras em curso, edifícios públicos, particulares e hotelaria. A Algarclimbers está, assim, preparada para qualquer tipo de solicitação, prestando um serviço de proximidade junto do cliente, que permite uma maior mobilização dos meios humanos e técnicos em toda a zona sul do país. “A nossa equipa está em permanente formação, necessária para assegurar a segurança e a fiabilidade do trabalho que concretizamos”, ressalva o empresário. Em relação à legislação em vigor na área dos andaimes, Álvaro Ramos reforça “a necessidade de uma revisão da lei de 1958 da ACT, que não se encontra devidamente adequada à evolução do setor. Por exemplo, a lei exige escada nos andaimes, mas os nossos equipamentos são de alumínio e já tem a escada, alçapão e passagem incorporada”. Quanto ao futuro, Álvaro Ramos assume que o principal objetivo é manter a qualidade e a fidelização dos seus clientes.

CONTACTOS: Email: algarclimbers@outlook.com Telef: 969 755 737 www.algarclimbers.com

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VISEU Região (re)conhecida pelos vinhos, queijos e paisagens singulares, Viseu também se destaca pelo tecido empresarial que fervilha e se propaga por todo o distrito. O turismo é um dos pontos de atração que trazem veraneantes de toda a parte para provar as suas maravilhosas riquezas gastronómicas, acompanhados pelos afamados vinhos do Dão e, para sobremesa, os saborosos viriatos. Por entre as praias fluviais distrito, as medievais Aldeia da Póvoa Dão e da Aldeia da Pena e as termas de S. Pedro do Sul, também encontramos um distrito rico em empresários dinâmicos e que tudo fazem para disponibilizar serviços de qualidade de eficientes à população. Apresentamos, nesta edição, alguns exemplos de empreendedorismo e perseverança viseense.

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A Bemyguest nasceu da paixão pelas obras da Besolution e da decoração da Beinside, obras que tal como uma criança vão crescendo, amadurecendo e ganhando vida, com uma personalidade e caracter próprio que o define e nos orgulha. O Loft Guest House Jardim das Mães Charming está situado num edifício do século XIX totalmente renovado em 2015 dispõe de acomodações no centro histórico de Viseu, e está localizado numa zona calma em frente do Jardim das Mães, ao lado do Rossio junto ao Museu Almeida Moreira e ao edifício da Câmara Municipal.

bemyguest.com.pt booking@bemyguest.com.pt +351 966 144 878 | +351 232 103 302

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IROV - INSTITUTO DE REABILITAÇÃO ORAL DE VISEU

TRÊS ELEMENTOS CHAVE: AUTOESTIMA, CONFIANÇA E QUALIDADE DE VIDA Em 2017, Viseu abriu portas ao IROV, Instituto de Reabilitação Oral de Viseu, um projeto inovador que trouxe novos e mais bonitos sorrisos. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Carlos Camarinha e Nuno Rocha, que ao quererem aumentar a proximidade com os seus clientes, abriram uma nova clínica em Lamego.

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ara uma melhor contextualização do leitor, contem-nos como e quando nasceu o IROV? O IROV nasce em 2017, pela necessidade de trazer a Viseu um projeto inovador na área da saúde oral. A visão passa pela disponibilização de soluções inovadoras na transformação de sorrisos, assente num tratamento personalizado de elevada qualidade. Quais os principais serviços que disponibilizam? Dispomos de soluções na totalidade das áreas que compreendem a higiene oral e a medicina dentária. Dispomos ainda de novidades no campo da estética com recurso a facetas, no campo da Ortodontia com as diferentes modalidades de tratamento, nomeadamente os aparelhos invisíveis, ou na Implantologia. No que concerne à obtenção de dentes no próprio dia e o conceito de reabilitação total com prótese imediata, fazem parte da nossa prática diária. Essencialmente, focamo-nos num plano de tratamento interdisciplinar, individualizado, integral, funcional e estético.

Nuno Rocha e Carlos Camarinha

Cristina Antas da Cunha 68 | Revista Business Portugal novembro 2019

Dra. Inês Fernandes, Dir. Laboratório LIF

Quais acreditam que são os fatores que diferenciam o IROV? Proporcionamos medicina dentária com padrões de qualidade elevados, constituídos por um corpo clínico de excelência. Colocamos à disposição dos nossos profissionais, tecnologia avançada em termos de equipamentos: radiologia digital, microscopia, sedação consciente, scanner intra-oral, sala de recobro, possibilidade de cirurgia com


IROV - INSTITUTO DE REABILITAÇÃO ORAL DE VISEU do efetuados os exames auxiliares necessários de diagnóstico, o paciente percebe que a elaboração de um plano de tratamento complexo, completo e individual, na maior parte das vezes, não pode ser obtido nessa mesma consulta, sem a auscultação de toda a equipa clínica.

recurso a bloco cirúrgico em ambiente hospitalar e consultas de especialidade por faixa etária, área de intervenção e patologias associadas, sempre no sentido de melhor servir os pacientes e toda a comunidade local. Somos uma clínica moderna, familiar e atenciosa, no IROV pensamos nas pessoas. Estamos preparados para proporcionar uma experiência confortável, sem preocupações, medos ou ansiedades. Percebemos genuinamente de que forma se poderá sentir acerca do seu sorriso e faremos tudo para que se sintam seguras. Garantimos, com previsibilidade, a obtenção dos resultados que foram delineados juntamente com o paciente, desde o início do tratamento. Permitimos ao paciente antever o resultado final ainda antes de iniciar o tratamento e ser parte integrante no planeamento do mesmo. Estas ferramentas têm-nos permitido a referenciação de outros colegas no tratamento de soluções diferenciadas.

Uma das vossas mais-valias é o laboratório integrado. Falem-nos um pouco sobre as vantagens de tê-lo nas vossas instalações. O futuro da medicina dentária passa pela rentabilização das ferramentas digitais. No IROV o digital já é o presente desde início. A possibilidade de trabalhar na proximidade de um laboratório que também acompanha as novas tecnologias, permite a realização de tratamentos tecnicamente diferenciados, num período de tempo reduzido e com uma previsibilidade superior. Este fator tem especial relevância nos pacientes que nos visitam de todos os cantos do mundo. Outra mais-valia é o aperfeiçoamento conjunto de técnicas e materiais que possam agregar vantagens aos tratamentos. O laboratório Inês Fernandes trabalha em exclusivo com o IROV? O LIF trabalha com clínicas a nível nacional. É uma equipa altamente especializada com mais de dez anos de experiência, em constante atualização e formação. Dispõe de um espaço que está na vanguarda da tecnologia, com a preparação adequada para desenvolver todos os projetos da área da prótese dentária.

Deste projeto acabou por nascer um novo, na cidade de Lamego. Quando e porquê surgiu esta expansão? O novo espaço em Lamego surgiu da necessidade de nos posicionarmos mais perto de uma grande parte dos nossos pacientes, que se situam fora da cidade de Viseu. Apostamos numa relação de proximidade, conforto e segurança, e foi nesse sentido que surgiu a Clínica de Lamego. Foi difícil a implementação do conceito de clínica multidisciplinar em Viseu? Sim, numa fase inicial notámos alguma renitência na implementação desse conceito, mas rapidamente, tal como noutras áreas da saúde, houve a perceção de que a única forma da obtenção do melhor tratamento possível passa pela utilização de um sistema que permita a conceção de um plano de tratamento integrado por todas as especialidades, por clínicos diferenciados na sua área de intervenção. Por outro lado, esse aspeto é logo abordado na primeira consulta com o paciente. Depois de uma observação clínica e quan-

Dra. Joana Leonor Pereira, Odontopedriatra

A tecnologia permite curtos tempos de trabalho com a máxima qualidade e tem a capacidade de ter um serviço personalizado e adequado a cada clínica. O serviço personalizado de estafeta, a nível nacional, permite ainda aproximar as distâncias. Além desta ser uma área em constante evolução, sabemos que valorizam muito a formação, tendo inclusive uma área reservada no IROV para esse efeito. Como fazem para estarem o mais atualizados possível, tanto a nível de formação, como de tecnologia? Uma das condições para integrar o corpo clínico do IROV é essa necessidade constante de diferenciação e procura de conhecimento, de forma a estarmos, não só atualizados, mas por outro lado, sermos uma referência no que diz respeito às boas práticas. Podemos facultar melhores planos de tratamento e executá-los nos pacientes que nos procuram é a nossa ambição.

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IROV - INSTITUTO DE REABILITAÇÃO ORAL DE VISEU

Nesse sentido, estamos constantemente à procura desse conhecimento, quer em congressos e cursos, nacionais e internacionais, quer na formação interna que desenvolvemos. Tentamos ainda trazer a região para um centro de referência em termos formativos, pelos cursos que realizamos para o exterior e pela disponibilização de instalações e meios técnicos a entidades externas, preparados para o efeito. Encontra-se presente, Cristina Antas da Cunha, Head of Marketing do grupo Straumann em Portugal, como vê esta parceria com o IROV? O Grupo Straumann pela sua dimensão e importância na área da Medicina Dentária conta com uma poderosa combinação de marcas e importantes parceiros de medicina dentária. O nosso papel, como parceiros deste perfil de clínicas e equipa de médicos dentistas, é a de criar produtos e soluções que garantam a máxima confiança nos tratamentos dentários, assim como, apoiar e colaborar iniciativas que acrescentem e criem oportunidades para o desenvolvimento da profissão e da mentalidade focada nas necessidades do paciente. A marca Straumann, foi selecionada pelo Instituto de Reabilitação Oral de Viseu pelos seus elevados standards de qualidade e precisão Suíça, e também por se distinguir claramente em inovação e avanços tecnológicos disruptivos sustentados por evidência científica de longo prazo, o que contribui de forma expressiva para o destaque dos nossos parceiros no mercado. Como classificam a saúde oral dos portugueses? No geral, acreditam que o público está bem informado sobre os cuidados

com a ter a nível oral? Segundo os últimos dados divulgados, houve uma tendência de diminuição de visitas ao médico dentista no sentido preventivo, havendo mesmo uma grande percentagem de portugueses que não vão a uma consulta de medicina dentária há mais de um ano. Paralelamente a estes dados, cada vez mais é possível estabelecer relações diretas entre o estado de saúde oral com o estado de saúde geral de um indivíduo, bem como o controle metabólico de patologias autoimunes como artrite reumatoide e a diabetes, e a tendência a estabelecer uma relação direta entre doenças periodontais e o risco de problemas cardiovasculares e partos prematuros. Felizmente, temos vindo a quebrar conceitos e medos, normalmente associados à consulta de medicina dentária, evidenciando também aquilo que podemos agregar em termos de autoestima, confiança e qualidade de vida associados aos tratamentos dentários. Podem desvendar alguns dos projetos futuros do IROV? O futuro passa pelo crescimento sustentado de novas parcerias e unidades de saúde, mas essencialmente por manter o alinhamento na qualidade e na confiança que tem sido depositado no nosso trabalho. Isso reflete-se no crescimento que temos verificado em termos de procura dos nossos serviços, sabemos que este é o caminho. Deixem uma mensagem para quem teme a ida ao dentista. O sorriso diz muito acerca de uma pessoa, está preparado para sorrir novamente sem medo e com confiança? Esperemos que sim, nós estamos cá para o ajudar a conseguir!

IROV I: Rua de Belo Horizonte, 10 - Edifício Hospital Cuf, 6º A - 3500-612 Viseu IROV II: Avenida 5 de Outubro, nº 97 e 99, R/c. 5100 - 065 Lamego Email: geral@irov.pt Telef: +351 232 070 603 / +351 934 986 773 www.irov.pt 70 | Revista Business Portugal novembro 2019


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O PRIMEIRO SUSHI DE VISEU O Home Sushi & Asian Food surgiu, há três anos, inspirado pela paixão da cultura japonesa aliada a uma oportunidade crescente desta vertente gastronómica. Em conversa com a Revista Business Portugal, Ricardo Santos, gerente e engenheiro mecânico de formação, explicou os aspetos que os distinguem e que os fazem criar uma “conectividade” com o cliente.

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oi enquanto trabalhava numa empresa no Brasil que Ricardo teve a ideia de criar um restaurante de sushi, inspirado pela cultura japonesa que viu no país. Quando regressou a Viseu, juntamente com a esposa, abriu o Home Sushi & Asian Food, o primeiro restaurante de sushi de Viseu. “Continuei a trabalhar na área da engenharia mecânica, mas percebi que a cidade não tinha grande oferta de sushi de qualidade, a necessidade criou a oportunidade, e foi quando eu e a minha esposa decidimos abrir um restaurante”. O espaço tem sido um sucesso, muito maior do que poderiam prever inicialmente. “Em seis meses crescemos exponencialmente. Viseu cresceu, é uma cidade turística, com muitos visitantes, a cultura mudou, assim como a procura, que foi aumentando cada vez mais”. Quando abriram o restaurante, apenas com uma mesa de quatro lugares, a aposta passou por apresentar esta tradição japonesa secular, possibilitando a todos os clientes uma introdução ao sushi e à sua essência. “Fazíamos apenas menus de degustação, onde mostrávamos a nossa carta e, como é uma comida específica, fazíamos questão de explicar cada peça”. Com a crescente procura viram-se “obrigados” a crescer para uma sala com capacidade máxima de 30 lugares e para 11 colaboradores. O gerente destaca a equipa treinada, formada e bem dimensionada que o acompanha, indispensável para um restaurante “que faz sushi na hora”. O prato de 48 peças é o mais requisitado do Home Sushi & Asian Food, tem cerca de 15 peças diferentes, pensadas para proporcionar uma explosão de sabores ao cliente.

Fatores diferenciadores Sempre virados para o cliente, a equipa do Home Sushi & Asian Food tenta trabalhar a inovação relativamente às peças, personalizando-as de acordo com o que os clientes pedem, fazendo vários brainstormings em equipa para encontrar soluções e criar novas peças com sabores diferenciados. Destacam-se ainda pela preocupação com a sustentabilidade. Assumiram recentemente um compromisso ecológico, centrado nas gerações futuras, em que o objetivo é eliminar plásticos descartáveis, reutilizar o possível, trabalhar com parceiros eco sustentáveis e materiais biodegradáveis. O Home Sushi & Asian Food tem ainda uma forte componente de Take Away, que efetua entregas em todo o distrito de Viseu, incluindo um programa de fidelização para os clientes, onde os clientes terão um desconto de 10%. Workshops e serviço de catering são outras duas ofertas que disponibilizam, para casamentos, batizados, eventos de empresas com degustação de sushi, com Sushiman em Live Cooking. Em acréscimo, toda a proteína animal servida no restaurante é processada termicamente através de uma pré-congelação a menos 20 graus.

Ricardo e Telma Santos, proprietários

O futuro No futuro, têm um “problema saudável” para resolver, uma vez que o espaço é pequeno para o fluxo de clientes que os procura. O objetivo é crescer, mantendo o ambiente acolhedor e confortável que os define. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se” é o ditado que Ricardo aplica aos iniciantes de sushi. “Quando somos visitados por clientes que ainda não conhecem esta cozinha, temos um cuidado especial em aconselhar as peças mais adequadas, para que tenham desde a primeira vez, uma experiência de qualidade”. Acrescenta ainda: “Venham experimentar, peçam-nos ajuda e digam-nos que estão a iniciar e nós aconselharemos as peças mais indicadas para cada caso”.

homesushiasianfoodviseu | Quinta D’El Rei, Lote 243, Loja C, Viseu | 933 330 867 | viseu@hometruesushi.pt novembro 2019 Revista Business Portugal | 71


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“DESDE SEMPRE A CUIDAR DE SI”

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É este o lema da Farmácia Pinto de Campos, situada no Piso 0 do centro comercial Palácio do Gelo Shopping em Viseu. Em conversa com a Revista Business Portugal, Graciano de Almeida Couto, proprietário, contou-nos o percurso desta farmácia centenária que sempre teve em atenção o lema do “bem servir”.

onte-nos um pouco do percurso da Farmácia Pinto de Campos. A Farmácia Pinto de Campos é centenária e foi fundada pela pessoa cujo nome ainda ostenta. Nasceu no Largo Pintor Gata, antigamente conhecido por Praça da Erva, no Centro Histórico de Viseu. Depois de décadas de funcionamento, o fundador da farmácia morreu e deixou a propriedade a dois ex-funcionários que criaram uma sociedade. Quando um desses sócios faleceu, algum tempo depois, o outro colocou-a à venda. Dada a oportunidade, adquiri a Farmácia Pinto de Campos que mantive em funcionamento no mesmo local por, aproximadamente, mais duas décadas. Mais tarde, com a inicio da desertificação do Centro Histórico, decidimos avançar para novas instalações, onde pudéssemos servir mais habitantes, foi assim que, em 2008, nos mudamos para a localização atual: o Centro Comercial Palácio do Gelo Shopping. Quais são os serviços que oferecem? Além da venda M.S.R.M. e M.N.S.R.M., temos uma vasta oferta de produtos de cosmética, incluindo artigos de mamãs, bebés e produtos de saúde com promoções diárias no nosso espaço. Dispomos de todo o tipo de serviços de gabinete, incluindo o serviço de nutrição. Efetuamos ainda rastreios, promoções especiais, promotores/as de certos produtos e efetuamos ações e eventos, tanto dentro da farmácia, como no exterior para nos dar a oportunidade de estar ainda mais próximos da comunidade. 72 | Revista Business Portugal novembro 2019

O que distingue a Farmácia Pinto de Campos das outras? Eu não sei se a Farmácia Pinto de Campos se distingue das outras, apenas sei que todos trabalhamos arduamente em prol do cliente. O nosso foco sempre foi oferecer um serviço de alta qualidade e diferenciado: seja pela vasta panóplia de produtos, como pela forma de servir, onde tentamos ser sempre o mais esclarecedores possível. É tarefa de todos os nossos colaboradores, e contamos com uma equipa de mais de 20 pessoas, conseguir suprir a necessidade do utente, ele só pode sair por aquela porta quando perceber e souber exatamente tudo sobre o medicamento ou tratamento que lhe está a ser indicado. O objetivo é mais do que vender medicamentos, é que o utente fique satisfeito com o serviço prestado, crie empatia com a equipa de profissionais que temos e sinta a Farmácia Pinto de Campos como “a sua farmácia de sempre”. São PME Líder e Excelência. Em que é que esses títulos se refletem na dinâmica da empresa? Há vários anos que recebemos essas distinções. Na verdade, o mais importante, é referir que este prémio só é possível graças aos bons profissionais que trabalham connosco aliado a uma boa gestão bons líderes. As empresas só podem crescer se as pessoas trabalharem com motivação, e num espaço de saúde que lida tão diretamente com o sentido humano e social, há pequenos detalhes que fazem toda a diferença. A formação também é muito importante, e quando entram farmacêuticos ou técnicos novos, sou eu que normalmente lhes dá uma pequena orientação, porque uma


FARMÁCIA PINTO DE CAMPOS coisa é passar vários anos a estudar, outra, completamente diferente, é estar em frente a um balcão a prestar um bom serviço de saúde pública.

Proprietários

Este é um negócio familiar. Sente-se orgulhoso por ver alguém seguir as suas pisadas na área farmacêutica? De facto é uma sociedade familiar, sendo que a minha filha Mónica Alexandra Almeida Couto ocupa o cargo de Diretora Técnica da farmácia, apesar de nunca a ter convidado a ir para este curso. Quando ela mais tarde disse que tinha escolhido esta área para a sua formação superior, fiquei muito feliz, claro, e estou muito orgulhoso por ver esta farmácia, que antes era pequenina e agora foi transformada em algo melhor. Entreguei aqui muito de mim e gostava de andar por aí, um dia, de bengala, bem velhinho, e ver a Farmácia Pinto de Campos na mão da família, de um neto, por exemplo.

Que balanço faz destes anos de atividade? Internamente as coisas têm corrido bem e sentimos que a nossa missão de servir a população está a ser cumprida, embora o balanço, no setor, seja desanimador. Esta é uma área que tem sofrido diversas alterações, além das diminuições nas margens de lucro, este serviço tornou-se demasiado burocrático, com alterações constantes, o que faz com que um atendimento demore muito mais tempo, principalmente quando o queremos fazer bem. Há 40 ou 50 anos não se via uma farmácia a fechar e atualmente já se vê muitas a irem à falência e a fecharem. No fundo, o que mais me orgulha neste percurso, é ter crescido de forma honesta, transparente e como verdadeiros profissionais. Quais são os projetos futuros para a Farmácia Pinto de Campos? Não temos projetos pensados para o futuro. Uma farmácia que está localizada num centro comercial, está bem orientada, por isso, para já, não pensamos em projetos para o futuro, o que não quer dizer que mais tarde não possa surgir essa necessidade.

Farmácia Pinto de Campos Centro Comercial Palácio do Gelo Shopping, 3500-606 Viseu, Portugal geral@farmaciapintodecampos.pt | +351 232 437 225 www.farmaciapintodecampos.pt

Equida de Sucesso - Gestão Perfeita novembro 2019 Revista Business Portugal | 73


FISIOPRIME

FISIO, FIT & HEALTH CARE A clínica FisioPrime localiza-se em Viseu e há mais de um ano que combina serviços de excelência na área da fisioterapia com treinos personalizados, consultas de nutrição e psicologia. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Gustavo Almeida, CEO e proprietário que, em entrevista, referiu algumas das técnicas mais inovadoras que utilizam e a fórmula para o sucesso alcançado.

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projeto que começou a ganhar forma em finais de 2017, materializou-se em agosto do ano seguinte. Gustavo Almeida, fisioterapeuta, é o rosto por detrás deste projeto inovador, que “alia várias valências no mundo da saúde”. Licenciado em Fisioterapia desde 2013, ano em que também ingressou no mercado de trabalho, Gustavo Almeida iniciou atividade profissional “num pequeno gabinete inserido numa farmácia, onde trabalhava, sobretudo, com clubes desportivos”. O sucesso alcançado trouxe consigo a necessidade de procurar um novo espaço, capaz de receber o crescente número de clientes que o procuravam. Da necessidade surgiu a oportunidade e em 2018 a FisioPrime abriu portas ao público.

Uma clínica, inúmeros serviços Tendo como objetivo aliar várias valências no mundo da saúde e assim proporcionar uma experiência de recuperação mais global, a FisioPrime coloca à disposição dos seus clientes uma vasta oferta, que inclui os serviços de Fisioterapia, Osteopatia, Nutrição, Psicologia e Massagem, sem nunca esquecer o exercício terapêutico e o exercício físico, indispensáveis na recuperação de qualquer lesão. “A grande maioria das pessoas que chegam até nós, vêm pela fisioterapia, com diferentes áreas especializadas dentro da mesma. Temos as valências de Fisioterapia Geral, direcionada a toda a população, Fisioterapia especializada na ATM – Articulação Temporomandibular, Fisioterapia especializada para atletas, RPG – Reeducação Postural Global e ainda a valência de Pilates Clínico, direcionado a pessoas com algum tipo de problema do foro Músculo-Esquelético, mas também dedicado a mulheres no pré e pós-parto”, refere Gustavo Almeida. Para sua total comodidade, a FisioPrime dispõe de quatro salas de tratamento e de um ginásio, totalmente equipados.

PrimePerformance – Um plano à sua medida Com um conceito feito a pensar em si, a FisioPrime une num só espaço os melhores conhecimentos de várias áreas de saúde, o que lhe permite criar um plano de recuperação, manutenção e otimização personalizado e adequado às necessidades de cada pessoa. O plano PrimePerformance conta assim com a intervenção dos diversos profissionais da equipa da FisioPrime que, após uma avaliação dos diversos departamentos, cria um plano a curto e a longo prazo que permite aos seus clientes alcançar os objetivos propostos. “Na FisioPrime estabelecemos um plano onde incluímos a parte da fisioterapia, do exercício físico, da nutrição e da psicologia, ou seja, todos os parâmetros necessários para que as pessoas atinjam os objetivos num curto espaço de tempo. Sendo que, todo o processo é acompanhado com consultas planeadas pelos vários profissionais envolvidos no plano traçado”, refere Gustavo Almeida. 74 | Revista Business Portugal novembro 2019

Acompanhamento adaptado ao cliente Independentemente de ser atleta profissional ou amador, de precisar de recuperar de uma lesão ou simplesmente pretender melhorar as condições de saúde, de um modo global e competente, fique desde já a saber que a FisioPrime dispõe de um acompanhamento adaptado à realidade de cada cliente. “Chegam até nós pessoas que têm como objetivo o início à prática de exercício físico e que, muitas vezes, não sabem como fazê-lo. Nesses casos, nós podemos ajudar fazendo, por exemplo, planos físicos. Também é comum chegarem-nos pessoas que iniciaram há pouco tempo uma prática desportiva e que querem aumentar a sua performance, e nós também podemos auxiliar nesse sentido. A FisioPrime não se foca apenas na reabilitação, dispomos de uma vasta gama de outros serviços”, afirma. Apesar de, o foco principal de trabalho da FisioPrime ser “a população em geral”, várias são também as entidades que, através de protocolos, trabalham em parceria com a clínica viseense. “Trabalhamos muito com atletas, clubes desportivos e instituições, que nos procuram para fazer parcerias, para que possam ter um acompanhamento mais profissional ao longo da época desportiva. Para além disso, também temos parcerias com escolas, lares e empresas, sendo que em todos os casos apresentamos um programa completo que aborda uma avaliação pessoal e do espaço, para que possamos recuperar, prevenir e otimizar a performance dos envolvidos, independentemente do seu setor, atividade ou desporto praticado”.

Aposta em métodos inovadores Inovação é palavra de ordem na FisioPrime. Estar na vanguarda da inovação tecnológica é primordial para a clínica viseense, que aposta em métodos inovadores e em material diferenciador no mundo da fisioterapia e do desporto, que a colocam ao nível dos melhores espaços de saúde, recuperação e desporto da Europa.

Equipa FisioPrime


FISIOPRIME

“Na FisioPrime procuramos bases de evidência científica para que possamos aplicar os melhores tipos de tratamento. Optamos por equipamentos que estão comprovados cientificamente como eficazes para determinadas situações”. O primeiro destaque vai para a Human Tecar, uma máquina de radiofrequência utilizada, sobretudo, por atletas olímpicos e por equipas de futebol de alto rendimento. “A Human Tecar é ideal para problemas musculares, inflamações, ligamentos e inclusive para edemas e pós-operatórios, porque acelera a eficácia dos tratamentos”, esclarece o entrevistado. Para auxiliar nos tratamentos e nas recuperações de alta performance, a clínica gerida por Gustavo Almeida recorre ao mais recente método de compressão com gelo, tendo, para o efeito, adquirido uma inovadora máquina de pressoterapia. “A maior parte dos tratamentos em fisioterapia beneficia com a aplicação de gelo no final, principalmente nos pós-operatórios e, nesse sentido, trocamos os antigos sacos de gelo por este equipamento que também usamos muito para recuperação muscular de atletas em vez dos famosos banhos de gelo. A máquina de pressoterapia permite que a pessoa fique mais tempo a fazer gelo e que seja mais confortável fazê-lo. Para além do gelo, tem a parte da pressoterapia, que é a compressão e a descompressão, que proporciona melhor circulação, quer sanguínea, quer linfática”, afirma.

PrimeTeam – o segredo do sucesso Volvido o primeiro ano de projeto, Gustavo Almeida não podia estar mais satisfeito com os resultados obtidos. É na equipa multidisciplinar, composta por quatro fisioterapeutas, um personal trainer, um nutricionista e um psicólogo, que o nosso entrevistado encontra a fórmula para o sucesso alcançado. “A grande evolução que alcançámos, deve-se à excelente equipa de profissionais que conseguimos juntar. Não há nenhum cliente nosso que passe apenas por um dos profissionais, acaba sempre por passar por ‘mãos diferentes’, porque cada um é melhor em diferentes áreas e todos juntos criamos um excelente resultado”. Aumentar a equipa está nos planos de Gustavo Almeida, que espera em breve incluir um médico fisiatra na PrimeTeam. “Neste momento, não temos nenhum médico fisiatra a trabalhar connosco, mas é um projeto futuro incluí-lo na nossa equipa multidisciplinar. Para além disso, temos outros projetos que estão a ser desenvolvidos com empresas da cidade e com equipas desportivas”, conclui.

Quinta da Alagoa, Lote 199 R/C 3500-606 Viseu +351 964 413 656 geral@fisio-prime.pt www.fisio-prime.pt

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ESFERA MÓVEL

“UM CLIENTE, UM AMIGO” É O LEMA DA ESFERA MÓVEL A Esfera Móvel, empresa de venda de mobiliário de cozinhas por medida, tem uma grande proximidade com os clientes. José Pais, o dono da empresa, com quem a Revista Business Portugal esteve à conversa, trata os clientes como amigos e refere que, por causa do passa-palavra, o negócio fica mais fácil.

C

omo começou o projeto da Esfera Móvel? Este projeto começou há cinco anos. Eu já estava um pouco cansado de trabalhar por conta de outrem e decidi trabalhar por conta própria. No início não imaginava o que vinha pela frente, mas devagarinho, a empresa tem subido um degrau de cada vez e vai andando com boa reputação, que é o que interessa. Eu sempre fiz isto, há mais de 20 anos que estou ligado à área, aliás, vendia cozinhas na calçada, no banco do jardim, na pastelaria, na mercearia, em qualquer sítio, por isso é que se chama Esfera Móvel. Em que consiste o trabalho da Esfera Móvel? Tenho a vertente móvel, de mobiliário feito por encomenda, na sua grande maioria, cozinhas e tenho a loja que vende mobiliário e decoração que eu compro a outros fabricantes. As cozinhas, que são a vertente principal do meu negócio, são feitas por medida e com a satisfação por parte das pessoas, é isso que me orgulha. O meu lema nas faturas é “um cliente, um amigo”. É bom satisfazer, progredir e ganhar a confiança das pessoas, a amizade.

Hoje posso dizer que os meus amigos são os meus clientes. Como é que tem evoluído este negócio? É o passa-palavra que continua a funcionar, é muito fácil. Quando fazemos um bom trabalho, temos um cliente, esse acaba por dizer a mais um ou dois amigos, assim já temos três clientes, de cada um desses, mais dois, e por aí fora. Os clientes são cada vez mais exigentes, mas eu acho que fazem bem em sê-lo, infelizmente, há muita gente a trapacear nos negócios, mas quando somos bem recomendados, as pessoas confiam no nosso trabalho. Eu acho que os clientes precisam da nossa opinião e se a gente lhe der uma opinião firme, tanto um cliente de 60 como um de 30 anos aceita, tudo, tal como disse, por causa do passa-palavra que nos traz crédito. Quantas pessoas trabalham consigo? Na loja tenho uma funcionária e uma estagiária. No terreno, trabalho sozinho. Gostava de ter colaboradores, mas não está fácil. Gostava de encontrar alguém parecido comigo, com gosto pelo que faz, mas, nestes tempos, é muito difícil, não se encontra. Para colmatar o facto de trabalhar sozinho, tenho parcerias com empresas externas, mas acabo por ser eu a

fazer a angariação do cliente, a elaboração do projeto 3D, a venda, a retificação das medidas, a colocação das medidas no projeto. Eles quando vêm já está tudo feito. Já para não dizer que acompanho a obra, sou o primeiro a entrar e o último a sair. Onde atua a Esfera Móvel? Eu já fui desde Póvoa de Lanhoso, Bragança até ao Algarve. É um negócio onde há uma grande retoma, eu nunca vi crise nos móveis. Não sentiu crise? Nem com a chegada das grandes superfícies? Não, vieram ajudar, porque as grandes superfícies são fáceis para determinados pormenores. Agora para cozinhas? Para cozinhas, não. Se se pagar a montagem, que é importantíssima, ela fica mais cara do que as minhas. Se não pagar a montagem, o cliente vai desenrascar, mas nunca vai ficar bem porque ele não a vai saber montar. Quais os objetivos para o futuro? Eu acho que não vale a pena grandes objetivos. Se fosse mais novo, ainda podia pensar noutras coisas, mais planos, mas agora é pagar as contas e ser sustentável.

Avenida António Lopes Pereira, Quinta do Viso, Lote 2 R/C Esq. Loja 0 Email: esfera.movel@hotmail.com | Telef: 232 395 925 ou 918 761 998 www.esferamovel.com Equipa

Loja

Projeto Esfera Móvel - Exemplo 76 | Revista Business Portugal novembro 2019


CHOCOLATERIA DELÍCIA

A DELÍCIA DE VISEU A Chocolateria Delícia, situada no coração de Viseu, agrada o palato e os olhos a quem passa. Desde o aspeto tradicional aos bombons inovadores, a verdade é que ninguém consegue comer apenas um. Em conversa com a Revista Business Portugal, Manuela Soares contou a sua história de amor pelo chocolate.

A

aventura começou em 1997 quando Manuela Soares abriu uma pequena loja de venda de guloseimas e chocolates. Esses chocolates vinham de duas grandes fábricas tradicionais portuguesas com quem Manuela manteve uma relação comercial durante anos. Tudo mudou quando ambas as fábricas fecharam, praticamente ao mesmo tempo. Manuela procurou novos fornecedores, inclusive numa exposição do setor em Madrid e percebeu que deixavam de existir os chocolates tipicamente portugueses com o encerramento dessas antigas industrias. Triste pelo facto de perceber que estes chocolates se poderiam perder para sempre, voltou a Portugal e correu às fábricas tentando sensibilizar para que não fechassem de forma a conseguir-se manter esta doce tradição. Aí aconteceu o inesperado: um dos proprietários propôs-lhe a compra da fábrica. Manuela pensou e decidiu que era esse o caminho. Comprou o material moderno a uma das fábricas e, à outra, os moldes dos chocolates mais tradicionais. Foi assim que nasceu a Chocolateria Delícia em Viseu… Tudo começou com os chocolates tradicionais e bem conhecidos dos portugueses, como os carrinhos, ratinhos, sombrinhas e os cigarros, mas rapidamente sentiram a necessidade de inovar e criar novos sabores. “Em vitrine temos sempre cerca de 20 variedades mas já foram criadas mais de 70”, contou-nos a proprietária.De todos os bombons já criados, três foram a concurso e trouxeram três prémios para casa: O melhor dos melhores bombons portugueses foi para o Bombom de Café, já o de Doce de Ovos conquistou a medalha de ouro; a prata ficou para o top de vendas e preferido de Viseu, o Bombom de Framboesa.

Chocolateria aberta à comunidade Esta empresa garante que se distingue pela qualidade, não pela quantidade e primam pela preferência de produtos da região. “Somos muito solicitados a criar receitas com produtos endógenos da região, já criamos bombons de urtiga, mirtilo, entre outros, e é um gosto mostrar aos produtores que os seus produtos podem ter um valor acrescido. Além dos produtos e da qualidade, há outro ingrediente que não pode faltar: amor. Todos os que lá trabalham são apaixonados pelo que fazem e isso pode ver-se através do vidro que separa a loja da fábrica, dando uma visão sobre a maravilhosa alquimia do Chocolate. Na altura do verão, época mais baixa para a indústria, esta loja recebe escolas e centros de estudo e mostra aos mais novos como é feito o chocolate e dá-lhes a oportunidade de ver o cacau. Além disso, o próprio design da loja, inspirado na mercearia dos pais de Manuela, traz recordações aos mais velhos, que trazem os netos para verem, não só os chocolates da sua infância como uma loja acolhedora que em tudo se parece com o cheiro e a magia da casa da avó!

Natal é sinónimo de chocolate Com o Natal a chegar, é impossível não haver ainda mais alegria e movimento pela chocolateria. “É uma época que amamos e eu acredito que esta loja resolve o problema a muita gente”, contou a proprietária quando falou das milhares de opções que existem, e para todas as carteiras. “Aqui há prendas para todos os gostos e idades. Como temos muita variedade de caixinhas e latas, temos um leque grande de produtos e de preços”.

Doce futuro Mas não é apenas do passado que reza a história e o futuro da Chocolateria Delícia revela-se cada vez mais promissor. Neste momento a empresa foca-se numa maior internacionalização. Depois de uma presença significativa nos EUA, pretende agora alargar-se para o mercado europeu, principalmente França, Polónia e Luxemburgo. Para 2020, novidades ainda mais entusiasmantes, nomeadamente o franchising da marca. Manuela quer encontrar por aí mais gente com a mesma paixão pelo chocolate para conseguir responder às muitas solicitações pelo país fora.

Avenida Alberto Sampaio nº10, 3510-027 Viseu, Portugal Telef. +351 232 431 | +351 919 653 656 Email: geral@chocolateriadelicia.com www.chocolateriadelicia.com

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AVEIRO Conhecida como a “Veneza Portuguesa”, a cidade de Aveiro deixa-se dominar pela sua Ria, descrita por Saramago como “um corpo vivo que liga a terra ao mar como um enorme coração”. Atravessada por uma rede de canais possíveis de percorrer e contemplar a bordo dos tradicionais barcos moliceiros, percorrer Aveiro é mergulhar nas águas do Centro de Portugal. Na cidade, que também capital de distrito, as casas Arte Nova, a arquitetura industrial e o património histórico decoram a paisagem. As iguarias e doçaria regionais, de sabor e qualidade indiscutíveis, despertam o palato dos amantes do bom garfo. No entanto, desengane-se quem pensa que Aveiro se resume à sua gastronomia, às suas paisagens, ao imponente Farol da Barra, ou ao seu colorido litoral, marcado pelas casas riscadas de branco e cores garridas que percorrem as margens da praia Costa Nova. Aveiro é também hoje um imponente centro urbano e universitário. É no Campus Universitário de Aveiro que fervilha inovação e empreendedorismo, estando esta instituição de ensino superior entre as 100 melhores da Europa. Nesta edição da Revista Business Portugal damos-lhe a conhecer alguns exemplos do que de melhor se faz por todo o distrito. Percorra as páginas que se seguem e deixe-se surpreender pelo que a região tem de melhor para oferecer.

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C. M. AVEIRO José Ribau Esteves, Presidente www.cm-aveiro.pt

UM FUTURO PROMISSOR PARA AVEIRO José Ribau Esteves assume desde 2013 os destinos da Câmara Municipal de Aveiro. A meio daquele que é o seu segundo mandato na presidência do município, o autarca mostra-se confiante no futuro do concelho. Com diversos projetos já realizados e muitos outros delineados, é com o claro objetivo de tornar Aveiro “um município de excelência”, que o executivo liderado por José Ribau Esteves trabalha diariamente.

A

ssume a presidência da Câmara Municipal de Aveiro desde 2013. Como caracteriza o município

que lidera? Aveiro é um município com uma dinâmica económica e social muito forte. Aveiro tem um tecido empresarial muito forte e muito dinâmico, assente na indústria. A cerâmica e a pesca, ainda se mantêm nos dias de hoje como dois dos principais setores económicos do município, embora com uma manutenção muito grande da importância da indústria e do natural crescimento que os serviços tiveram. Aqui, está a primeira nota: Aveiro é um município com dinâmicas económicas fortes e tradicionais, que se souberam modernizar ao longo dos anos e nas várias mutações. Em segundo lugar: a nossa dimensão patrimonial e cultural. Aveiro tem um património cultural e histórico forte e muito importante, a que hoje procuramos dar visibilidade. Nesse sentido, assentamos todo o nosso trabalho de promoção e desenvolvimento turístico em dois pilares: o pilar cultural e o pilar ambiental. Porque é exatamente aquilo que nos torna diferentes. Em último lugar: a aposta muito forte que fazemos, e que também é nossa tradição, em sermos uma terra muito internacionalizada.

Por onde passa a estratégia de internacionalização do município? Aveiro, pela dinâmica do tecido económico e pelos fluxos migratórios que teve ao longo dos anos, mantém uma atitude muito forte de se internacionalizar na dimensão económica e, mais recentemente, noutras dimensões. Em termos turísticos, Aveiro tem sido um destino por excelência, sendo que Espanha e França continuam a ser os principais países emissores, mantendo uma posição liderante. Fora da Europa o destaque vai para os Estados Unidos e para o Brasil, que têm registado um crescimento brutal e que são os países emissores com maior crescimento percentual, na nossa cidade. Não nos podemos também esquecer de outros destinos como o Japão e a Coreia do Sul, que aqui assumem um destaque muito especial. No que diz respeito aos mercados de exportação das nossas empresas, obviamente que a Europa ocupa um lugar de destaque. O mesmo acontece com os países africanos, de língua oficial portuguesa, e os Estados Unidos que também se afiguram um parceiro importante para as nossas empresas. Temos empresas na nossa região “planetárias” que exportam para 120 países e, portanto, há uma presença muito forte das nossas empresas na Europa e nos outros continentes também.

Nas últimas eleições legislativas de outubro de 2017, viu reforçada a confiança dos munícipes no trabalho desenvolvido ao longo do primeiro mandato à frente dos destinos do município. Que outros projetos espera ver concluídos até ao final do presente mandato? O primeiro mandato, foi um mandato de “arrumar a casa”, de fazer o reajuste financeiro e organizacional. Foi um mandato muito duro mas, graças a todo o esforço, hoje, a Câmara Municipal de Aveiro tem grande capacidade de investimento, capacidade de realizar obras físicas, e de dimensão imaterial, com especial destaque para a cultura e educação. Contudo, ainda temos muitos projetos que gostaríamos de ver concluídos. Temos uma carteira de investimentos muito grande, com assento básico em algumas áreas, sendo que a área da requalificação urbana é a principal - Qualificação da rede viária e qualificação dos centros urbanos. Há também um trabalho muito forte na área da educação, desde o pré-escolar até ao ensino secundário. Temos também uma carteira de investimentos muito forte na área da saúde, sendo que a nossa rede de prestação de cuidados primários de saúde também está numa fase de grande investimento. Além disso, temos previstos investimentos em muitas outras áreas, como a construção de uma piscina municipal, de um pavilhão desportivo e de um complexo de treinos, agregado ao nosso estádio municipal. Esta atitude transversal de investimento, conta também com a participação intensa das nossas associações privadas sem fins lucrativos e das nossas juntas de freguesia que cooperam connosco em investimentos de dimensão física menor, mas que são de grande importância para a vida dos cidadãos. Ainda não está tudo feito, mas acredito que a Câmara Municipal de Aveiro já ganhou capacidade de realizar, de investir e de ser credível. Concretizando todos os objetivos que traçamos, Aveiro será um município com uma gestão de desenvolvimento muito integrada, com notoriedade ao nível da cultura, com qualidade ao nível da educação. Aveiro será, no final desta “operação”, um município de excelência. novembro 2019 Revista Business Portugal | 79


RESTAURANTE PORTA 35/36 E À PORTUGUESA

TRÊS ESPAÇOS, TRÊS CONCEITOS E UM NÚMERO DA SORTE A superstição é assumida e Maria Soares revela que o número quatro dá sorte, e assim, com 44 anos e no dia 14.4.14, dá início a uma nova aventura, desta vez no setor da restauração. Estaria a cidade de Aveiro preparada para os projetos da mulher empreendedora que a nossa entrevistada se veio a revelar?

E

steve durante 20 anos dedicada ao seu projeto da Quinta Pedagógica de Aveiro e foi com a satisfação de dever cumprido que decidiu seguir um novo rumo. A experiência na área da restauração não existia, mas a sorte, acompanhada de muito trabalho, esteve sempre ao seu lado.

www.porta35.com Porta 35: Os hambúrgueres a comandar “A conversar com uma amiga com larga experiência em restauração, soou uma campainha que fez perceber que estava pronta para um novo desafio e que esse desafio seria abrir uma hamburgaria”. No espaço de dois meses e com o nome Porta 35 (nome escolhido pelo público), Maria Soares abre a hamburgaria no espaço antes ocupado pelo conhecido bar “O Clandestino”. “Nos primeiros tempos recebíamos imensas visitas de antigos clientes que estavam curiosos por saber como tinha ficado o espaço”, explica a entrevistada. Dar asas à criatividade e arranjar formas inovadoras de olhar para os hambúrgueres era fundamental para cativar os clientes locais, interessados em provar novas misturas de sabores. Maria Soares conta que “aqui quem escolhe os nossos hambúrgueres tem de estar preparado para uma mistura agridoce. Valorizamos a mistura do queijo com doces, de fruta com fumados, entre outras harmonias, que nos distinguem”. A carta que, também oferece várias saladas e conservas da região, permite cativar um público distinto sem tirar o mercado da concorrência. Entre o público já fidelizado à qualidade do produto, ao atendimento cuidado e a um espaço carismático, distinguem-se as famílias e grupos de amigos que ao almoço gostam de passear no típico bairro da Beira Mar, coração da cidade, e ao jantar rumam à zona noturna da cidade. “Ouvir algumas crianças a dizer que o nosso hambúrguer é melhor do que os locais mais conhecidos de fast food, faz-nos acreditar que estamos no caminho certo”, afirma. Com dois pisos e uma esplanada, o restaurante consegue receber 60 clientes.

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O segundo projeto surge, sensivelmente, um ano e meio depois do Porta 35. Localizado no largo da Praça do Peixe, precisamente no número 36, o restaurante fica apelidado de Porta 36. “A abertura deste segundo projeto foi um salto muito grande, porque apesar de não ser o primeiro, o conceito era muito diferente. Antes de qualquer decisão, tive sempre a preocupação de perceber se conseguiria desempenhar qualquer uma das funções necessárias ao funcionamento do negócio, nomeadamente a produção. Fiz uma experiência e sim, achei que conseguia!” A cozinha deste local dá uma nova vida aos pratos de peixe e de marisco, aliás, como já era tradição daquela mesma casa e, embora tenham alterado a carta, há um prato que se mantém: o tão afamado Bacalhau ao Alho. Pela localização e também pelo conceito, o público distribui-se entre os visitantes e os locais. A iluminação do espaço à noite torna-o muito acolhedor e durante o dia o serviço estende-se para a esplanada no centro da praça.

www.porta36.com

Porta 36: O peixe e marisco estão na mesa

À Portuguesa: onde a tradição se vê ao espelho Dois projetos ambiciosos não travaram Maria Soares que, um ano e meio depois, decide abrir um terceiro projeto. À Portuguesa é um espaço que foi alterado quase na sua totalidade e onde o cliente se pode deliciar com pratos como o bacalhau com puré de grão e amêndoas, polvo cozinhado a baixa temperatura, rojões à moda de Aveiro, escabeche de mexilhão, entre outros pratos onde a tradição gastronómica é reinventada. O nome permaneceu o mesmo, assim como o logótipo que só mais recentemente foi alvo de uma modernização. Caracteriza-se por um espaço distinto que permite receber grupos mais ou menos formais, alguns deles resultado de várias parecerias que, entretanto, foram criando. O restaurante À Portuguesa está preparado para receber 65 clientes.

Como se unem os três projetos? Conciliar três espaços implica uma grande gestão. Para isso, a gerente procura garantir a máxima qualidade através dos produtores locais. Com dias a servir cerca de 700 refeições, os três restaurantes têm em comum a qualidade dos produtos utilizados, a confeção cuidada e o serviço, onde a simpatia procura garantir uma ótima experiência. “Temos um cartão para os nossos clientes habituais, onde podem receber um carimbo sempre que nos visitam. É interessante ver que há clientes que só visitam uma das casas e há outros que circulam nas três casas. Quando preenchem o cartão, oferecemos um prato que pode ser utilizado em qualquer uma delas. Para os turistas, alteramos um pouco o processo, mas também eles usufruem da possibilidade de experimentar novos sabores e conceitos. Também na vertente de alojamento local, Maria Soares gostaria que os visitantes, que são muitos, prolongassem a sua visita. “Para isso é preciso criar condições e atrações. É um trabalho que já começou, mas ainda há muito para fazer”, salienta a entrevistada orgulhosa da sua cidade.

O quarto estabelecimento está a chegar Novembro é a data de abertura do novo projeto. O restaurante

Origem pretende transmitir o calor de casa. Surge no Hotel Afonso V, um hotel de referência na cidade de Aveiro. Toda a cozinha será conduzida pelo Chef Tony Martins, atual chef executivo da cozinha do Douro Palace Resort Hotel & Spa, que cria pratos com muita vida, numa aparência muito gulosa e apetitosa. Será um espaço que permitirá a realização do evento mais intimista ao congresso da sua empresa. Com 3 salas distintas, sendo que uma delas terá uma capacidade até 300 pessoas (com possibilidade de subdivisão em 3 salas de 100 pessoas). Queremos convidar os nossos clientes para uma experiência a repetir, arepetir sempre, porque os vamos fazer sentir imensamente confortáveis e bonitos, como o espaço!

Futuro Os prémios de PME Líder e Gazela 2018 são o reflexo do sucesso que tem alcançado. Para isso, o futuro tem de continuar a ser construído com as mesmas diretrizes. Em jeito de despedida, a proprietária deixa a mensagem de que “as portas estão abertas para experienciarem momentos e se deliciarem com os sabores”. novembro 2019 Revista Business Portugal | 81


ESCOLA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM TURISMO DE AVEIRO

EXÍMIOS NO ENSINO E EMPREGABILIDADE A Escola de Formação Profissional em Turismo de Aveiro – EFTA – existe há 12 anos e rege-se por três linhas orientadoras: o Turismo, a Restauração e a Hotelaria. É coordenada por Manuel Torrão, Diretor Geral e por Catarina Silva, Diretora Pedagógica. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Manuel Torrão que partilhou connosco quais os principais objetivos da EFTA, a quem se dirigem os cursos que disponibilizam e que, em 2020, serão a entidade organizadora de uma das maiores conferências anuais da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo. Manuel Torrão, Diretor Geral

A

presente a EFTA. A escola existe há 12 anos e surgiu de uma ideia que tive ideia enquanto militar no Regimento de Infantaria nº10, em São Jacinto. Era importante conceder aos soldados, qualificações civis para que, quando saíssem da área militar, pudessem desempenhar funções enquadradas na economia nacional. Quando iniciaram os cursos ministrados pelo centro de emprego fui nomeado coordenador interno da formação profissional e após pesquisar sobre o projeto, percebi que a região centro não tinha formação na área. Foi então que surgiu a ideia de criar a EFTA. Considera que a EFTA tem tido um crescimento sustentado? Sim, a escola tem crescido gradualmente. Estamos há três anos nestas novas instalações. É um edifício com mais de três mil metros quadrados que nos permitiu desenvolver outros projetos, desde o curso de padaria e pastelaria, assim como os Cursos de Especialização Tecnológica (CET). Descreva a oferta formativa da EFTA. A escola disponibiliza cinco cursos profissionais nível 4, Técnico de Animação e Informação Turística, de Receção Hoteleira, de Cozinha, de Pastelaria/Padaria e de Técnico de Restaurante/Bar. De nível 5, temos dois cursos, o de Gestão e produção em Padaria e Pastelaria e o de Gestão e Produção em Cozinha. Dispomos ainda da formação de ativos, quer para empregados, quer para desempregados. Além disso, já administrámos Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). Quantos alunos tem a EFTA e qual é a percentagem de empregabilidade? A EFTA tem cerca de 300 alunos. De acordo com um estudo do ciclo formativo, que terminou há um ano, a empregabilidade do Curso de Cozinha é de 100 por cento, assim como o curso de Gestão de Bar. O Curso de Turismo ronda os 95 por cento. A escola tem protocolos de estágio? Se sim, pode referir quais são as parcerias que estabeleceram? Os alunos fazem estágio no segundo e terceiro anos do curso e é a escola que faz a gestão dos protocolos, assim como as visitas aos locais. Temos parcerias locais, regionais e nacionais. Os locais são nos hotéis da cidade, a nível regional temos com o Grupo Visabeira,

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ESCOLA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM TURISMO DE AVEIRO os Hotéis Vila Galé, entre outros. O Grupo Pestana também é nosso parceiro há mais de dez anos e, após o estágio, vários alunos ficam a trabalhar nas diferentes unidades hoteleiras do grupo. Temos ainda alunos a desenvolver estágios curriculares e extracurriculares ao abrigo do Programa Erasmus+, assim como parcerias com agências internacionais, em Itália e Espanha, onde também podem estagiar.

o rendimento escolar do aluno e, caso seja positivo, mantém-se. Atribuímos aos alunos alojamento e alimentação, se necessário, roupa, como é o caso do uniforme, que, muitas vezes é reutilizado de ex-alunos.

Ainda se considera que as escolas profissionais apenas acolhem jovens que não se integram no ensino regular ou que simplesmente não querem estudar? Ainda há o preconceito de que para escolas profissionais só vão alunos menos capazes, o que não é verdade. Temos alunos nesta escola que teriam lugar em qualquer outra, mas que optaram por vir para a EFTA por se identificarem com a oferta formativa que disponibilizamos.

Gostaria de referir algum projeto que se avizinha? Vamos ser a entidade organizadora da conferência anual da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, a AEHT, que se realizará em Aveiro, de 2 a 7 de novembro de 2020. É uma conferência organizada por escolas de diferentes países, onde vão a concurso cerca de 12 áreas do setor turismo, restauração e hotelaria. Nesse evento, vamos contar com a presença de 30 a 40 países da Europa, 150 a 170 escolas, o que corresponde a uma média de 600 pessoas. É a segunda vez que este concurso europeu tem lugar em Portugal, o primeiro foi há 10 anos em Lisboa, desta vez será em Aveiro e organizado por nós.

Os alunos que frequentam a EFTA são do distrito de Aveiro ou vêm de outras regiões? Temos alunos de todo o distrito de Aveiro, assim como do Porto, de Trás-os-Montes, de Lisboa e das ilhas. Também atribuímos vagas aos PALOP (Países Africanos de Língua Portuguesa) e é uma dinâmica que pretendemos manter, porque o quadro nacional de jovens a frequentar o ensino secundário é cada vez menor e, como tal, é necessário importar mão-de-obra e formá-la em áreas que a economia nacional necessita. A EFTA disponibiliza algum tipo de apoio para alunos que necessitem? Disponibilizamos apoio para toda a comunidade escolar que o requisite, tanto a nível de alunos nacionais, como de PALOP. O apoio é concedido de acordo com

Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores e encarregados de educação? Sim, é necessário desmistificar a ideia de que para o ensino profissional só vão os alunos menos capazes, fazendo uma boa orientação vocacional dos jovens e apoiando-os a encontrar uma solução para a sua vida académica e profissional. Quando os alunos concluem que não estão no caminho certo, costumo dizer: “desiste desta escola, mas não desistas da escola”, e apoio-os num novo trajeto que pode ser bidirecional, ou seja, há alunos que saem de outras escolas para vir para a EFTA, e vice-versa.

Estrada de São Bernardo, nº 137 3810-175 Aveiro Telefone: 234 483 470 Email: secretaria@efta.edu.pt www.efta.edu.pt novembro 2019 Revista Business Portugal | 83


ROBOWORK

A EXCELÊNCIA DA ROBÓTICA ESTÁ EM AVEIRO A Robowork, empresa de projetos e serviços na área da robótica industrial, nasceu em 2013 em Aveiro. João Bastos e Nuno Santos são os responsáveis operacionais da área comercial e técnica da empresa que alia a palavra “Robô” ao “Trabalho”. A Revista Business Portugal esteve à conversa com ambos para perceber em que consiste a Robowork, como tem sido a aventura neste negócio e o que está previsto para o futuro.

R

ecuamos a 2013, ano em que a Robowork ganhou vida para responder a uma lacuna no mercado industrial de empresas que apresentassem soluções e serviços especializados na área da robótica. João Bastos, responsável operacional da área comercial, explica que a experiência que já tinham em robótica industrial, a capacidade e o conhecimento para trabalhar com as principais marcas de robôs do mercado, lhes deu a oportunidade de criar uma empresa que se apresentasse no mercado como prestadora de serviços e projetos, para diferentes tipos de aplicações, independentemente da marca escolhida pelo cliente. “A nossa experiência na área da robótica começou por trabalhar diretamente para uma marca que produzia e comercializava robôs. Muitas vezes, para podermos vender o equipamento, tínhamos que desenvolver a solução técnica global. Entendemos que o nosso know-how era uma grande mais-valia. A partir daí, aliado ao facto de gostarmos de desenvolver e colocar a funcionar soluções desenvolvidas por nós, vimos que havia uma grande oportunidade de mercado, por um lado no sentido de prestar serviços a equipamentos já existentes e, por outro, desenvolver e implementar as soluções que, muitas vezes, já éramos nós que idealizávamos”, afirma. “Começámos a fornecer serviços em várias áreas da indústria e em células robotizadas já existentes. Desde alterações de programações, melhorias de processo e integração de novos equipamentos em células existentes. Quando se presta um bom serviço, demonstramos disponibilidade para as necessidades do cliente e temos paixão pelo que fazemos, os clientes começam a perguntar-nos se, em vez de nós só intervirmos nos equipamentos existentes, não poderíamos começar a ser nós a dar ideias e desenvolver máquinas novas”. Foi a partir da altura em que começaram a desenvolver as próprias ideias e projetos que a Robowork começou a aumentar significativamente o volume de negócios. “No final de 2014 surge a oportunidade de desenvolvermos a primeira célula robotizada. Conseguimos dominar o processo a robotizar e a aplicação foi um 84 | Revista Business Portugal novembro 2019

sucesso. Desde então, realizámos vários projetos, com diferentes processos, em várias áreas da indústria. Neste momento, 70 por cento da faturação vem de projetos e 30 por cento vem da parte de serviços”, afirma João Bastos.

A diferenciação A Robowork tem a vantagem de prestar os mais variados serviços em robótica industrial para os seus clientes, independentemente da marca de robô utilizada ou tipo de aplicação. Estes serviços vão desde a manutenção preventiva ou corretiva, serviços de programação de robôs, formação, projetos chave na mão ou desenvolvimento de soluções com produtos complementares ao robô industrial. Nuno Santos, responsável técnico da Robowork afirma que “temos conhecimentos e experiência em vários processos, como a soldadura, paletização, pintura, furação, quinagem, acabamentos de superfície, entre outros, pelo que entendemos ter capacidade para realizar qualquer serviço ou projeto, independentemente da área e do processo industrial. Costumamos dizer que qualquer trabalho que envolva robôs, pode ser feito pela Robowork”. João Bastos explica que o facto da empresa se ter dedicado exclusivamente a serviços e soluções na robótica industrial, lhes permitiu adquirir experiência em várias áreas que, muitas vezes, os ajudaram a diferenciar-se. “Alguma da experiência que temos, advém de acreditarmos e investirmos numa solução, num determinado cliente. Há algumas aplicações que, normalmente, não são feitas por robôs, mas por máquinas especiais e dedicadas a esse processo. Temos tido o mérito de acreditar na solução utilizando robôs, o que, nesses casos, nos dá uma grande vantagem para eventuais competidores que possam aparecer. Agradecemos também aos clientes que têm acreditado em nós, só uma parceria de confiança entre fornecedor e cliente pode resultar em sucesso”. Para além disso, destaca a forma como trabalha a Robowork, “temos um tempo de resposta muito rápido, desde a parte comercial à parte técnica e depositamos uma enorme dedicação nas nossas


ROBOWORK Nuno Santos e João Bastos

CONTACTOS: Rua da Paz 292 3800-587 Cacia - Aveiro +351 234 942 748 | info@robowork.pt | www.robowork.pt

sua necessidade. É muito normal os clientes ficarem fidelizados já que, para além da solução ser específica para si, nós prestamos um tarefas. Somos competentes no que fazemos e toda a dedicação e apoio técnico de serviço e melhoria contínua. Geralmente, temos paixão que colocamos no nosso dia-a-dia corresponde à qualidade uma relação muito próxima com o cliente, passamos a ver-nos do serviço que é prestado ao cliente. Isto só é possível com o exce- como parceiros, com um objetivo comum: o sucesso de ambos”. lente corpo técnico que temos, que trabalham verdadeiramente em equipa, são apaixonados pelo trabalho, extremamente dedicados à O futuro empresa e, por inerência, aos clientes”. A empresa tem vindo a crescer sucessivamente, fruto da diversificação dos mercados de trabalho. Com presença em vários Os clientes países como a Rússia, Espanha, Alemanha e mais recentemente, A Robowork trabalha nas mais variadas áreas do setor industrial, nos Estados Unidos, a Robowork quer continuar a ter um cresciembora a indústria automóvel tenha cada vez mais peso na fatura- mento sustentado. ção da empresa. A área alimentar, farmacêutica, metalomecânica Nuno Santos afirma que pretendem “continuar a fazer crescer ou ferroviária são também áreas com grande peso na faturação da a empresa em faturação, ao mesmo tempo que aumentamos a empresa. João Bastos explica que a Robowork é procurada por “di- qualidade do serviço prestado, para isso, contamos em aumentar versos tipos de empresas, com diferentes motivações, que vão desde o número de colaboradores. Queremos ainda que a nossa equipa a imperiosa necessidade de reduzir custos de produção, de utilização tenha a oportunidade de aprender e crescer dentro da empresa, de robôs onde a qualidade da execução do processo é superior à do que possam assumir mais responsabilidades e, sobretudo, que seque é realizado por um humano ou, por exemplo, em processos jam felizes a trabalhar aqui. Para que possam transmitir a futuros que acarretam riscos para o ser humano”. Acrescenta que, nesta colaboradores a mesma filosofia que tem pautado a empresa até área, normalmente há uma fidelização dos clientes. “Por norma, agora – desde a qualidade técnica à dedicação que empregam em desenvolvemos soluções à medida do cliente e são personalizadas cada projeto em que estão envolvidos”. para a sua aplicação e a solução é o resultado de um trabalho em Para 2020 o objetivo é o de reforçar as relações empresariais com conjunto com o cliente. Gostamos de envolver o cliente na solução, os Estados Unidos que, este ano, assumiram um papel prepondepara que a entenda, critique e nos ajude a melhorar o resultado rante no volume de faturação da Robowork, assim como fomentar final. Em última análise, quem vai trabalhar com o equipamento novos projetos em Espanha, país onde estamos a ser solicitados para é o cliente, pelo que, deve ter a melhor solução que se enquadre na projetos muito interessantes técnica e financeiramente. novembro 2019 Revista Business Portugal | 85


HOTEL MOLICEIRO

UM HOTEL AO SABOR DA RIA Situado em frente ao canal central da Ria de Aveiro, num cenário de história e autenticidade, o Hotel Moliceiro faz as delícias de quem o visita. Com um estilo próprio, onde o clássico e o contemporâneo se fundem numa simbiose perfeita, esta unidade hoteleira, situada na zona nobre da cidade, destaca-se pelo serviço personalizado que presta a todos os hóspedes. Cristina Durães, proprietária e diretora da unidade, esteve à conversa com a Revista Business Portugal para nos dar a conhecer o que de melhor o espaço tem para oferecer.

O Hotel Moliceiro nasceu pelas mãos de uma pessoa visionária, que tinha o sonho de construir algo emblemático neste local da cidade”, começou por nos revelar Cristina Durães sobre a génese do hotel, que deve o seu nome aos tradicionais barcos moliceiros que percorrem os canais da cidade da ria. O projeto que começou em 1998, contava inicialmente com 20 quartos, tem hoje 49 quartos disponíveis a todos os que queiram pernoitar na “cidade da Ria”. Um dos destaques vai para os 15 quartos temáticos que a unidade hoteleira dispõe e que primam pela “atenção aos pormenores”. “Oferecemos romantismo; por isso, o serviço prestado pelo hotel tem de ser concordante com as expectativas dos nossos clientes, sendo nossa preocupação juntar alguma dose de criatividade”. Uma aposta que se tem revelado acertada, segundo Cristina Durães.

Onde o clássico e o contemporâneo se encontram Com um ambiente naturalmente romântico, descontraído e acolhedor, o Hotel Moliceiro aposta numa decoração onde o clássico e o contemporâneo se unem. Uma aposta que se estende também à decoração dos próprios quartos, marcada também ela por apontamentos recheados de significado. “Somos um Hotel Bed & Breakfast e como tal temos de saber persuadir o cliente e, é com os nossos esmerados serviços que os convencemos e sem dúvida surpreendemos. Para tornar cada estadia num episódio memorável, o Hotel Moliceiro disponibiliza vários programas especiais, de acordo com o gosto de cada um; salientava o programa “Romance”, ou o “Charme na Ria”, o “Mil e uma Noites”, ou o “Mimos a Dois”.

Romantismo e elegância são adjetivos que se associam ao Hotel Moliceiro Muito familiar, o espaço do Piano & Cocktail Bar, assume-se como um espaço diferenciador, ideal para finais de tarde ou noites de pura descontração, prima pela excelência do serviço. “Dispomos de música de Piano ao vivo aos fins de semana, no bar aposto nas tendências, sendo possível fazer uma verdadeira viagem de sons e de sabores”. Diz Cristina Durães que acrescenta: “A verdade é que as potencialidades do Hotel Moliceiro são inúmeras: o late check-out até 13h, o pequeno almoço Buffet até 11h, o café dos madrugadores (para quem tem de sair

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HOTEL MOLICEIRO Durães destaca a importância de um tratamento à medida de cada um e para isso conta com a ajuda e profissionalismo da sua equipa de trabalho. “Um cliente no Hotel Moliceiro é um cliente para a vida. Um tratamento personalizado e atento aos pormenores faz toda a diferença. Felizmente, tenho uma equipa de trabalho que me motiva a fazer sempre melhor. Eles são o “Hotel Moliceiro”. Sou muito orgulhosa de cada um, no fundo, somos uma família”, afirma, orgulhosa.

Tenha um Réveillon mais romântico

Cristina Durães

muito cedo), serviço de Vallet, em que pode confiar-nos a chave do automóvel (para Estacionar), o menu de almofada à la carte (em que os hospedes podem escolher a que mais se adeque), são alguns dos aspetos diferenciadores. Para além disso temos um protocolo com o Clube Holmes Place, que permite aos hóspedes usufruir de ginásio, piscina, bem como de desconto nos serviços de spa. Sendo que dispomos ainda de facilidade para Empresas” esclarece.

Turismo em crescimento O boom turístico registado em praticamente todo o país, também se faz sentir na cidade e, por isso, são muitos os turistas que, depois de uma visita ao que a região tem para oferecer, escolhem o Hotel Moliceiro para pernoitar. “O aumento de turistas na cidade é significativo, nacionais e estrangeiros, o País está ainda a atravessar uma boa fase a nível turístico e, Aveiro é por excelência um distrito onde se pode conciliar uma variedade de ofertas, tais como sol, praia, termas, cultura, montanhas, natureza e a nossa gastronomia; acredito que esta tendência se manterá”, confessa.

“Um cliente no Hotel Moliceiro é um cliente para a vida” O Hotel Moliceiro aposta na qualidade e atendimento personalizado, onde a proximidade com o cliente é evidência. Cristina

Com o novo de ano à porta, chega a altura de programar como e onde celebrar as festas de final de ano. Se está à procura de um programa de Réveillon diferenciado, fique desde já a saber que o Hotel Moliceiro dispõe de uma programação especial, onde não falta música, o tradicional fogo de artifício e muito romantismo. Nas famosas e apreciadas suítes, os detalhes românticos estarão em evidência. “a nossa passagem de ano é mais direcionada para quem quer passar na intimidade do quarto. E para todos que pretendem viver esta noite, sem pernoitar no hotel, propomos o nosso Piano e Cocktail Bar, não faltando o frapé com o espumante e as passas. Em frente ao Hotel, no jardim do Rossio, pode assistir ao espetáculo de fogo de artifício. Uma vez que o Hotel não dispõe de serviço de Restaurante que permita realizar um Jantar de Gala, damos preferência ao exímio serviço de alguns Restaurantes da cidade que elegemos e sugerimos”, acrescenta Cristina Durães. Se gostou da proposta então fique a saber que o Hotel Moliceiro ainda tem disponíveis vagas para reserva, que podem ser feitas pessoalmente, por telefone, via email, ou através do site www. hotelmoliceiro.pt. Para além, de nesta época ter a oportunidade de apreciar a elegante e majestosa árvore de Natal, pode também oferecer prendas by Hotel Moliceiro. “Pode oferecer presentes que designamos ‘by Hotel Moliceiro’, que são nada mais nada menos que simples “Vouchers Presente” que pode obter no hotel a diferentes e acessíveis valores”, afirma Cristina Durães.

Futuro: Levar o “moliceiro” mais longe O balanço à frente do destino deste moliceiro não podia ser mais satisfatório. Cristina Durães mostra-se satisfeita com a equipa que a vem acompanhando ao longo desta jornada e com a qualidade do serviço prestado. Para o futuro o desejo é simples e já está bem delineado: “O meu principal desafio é manter sempre o meu moliceiro a “navegar”, marcando pela diferença e pela competitividade”, conclui.

Rua Barbosa de Magalhães, 15/17, 3800-154 Aveiro Telefone principal: 234 377 400 | Reservas: +351 234 377 400 Email geral: hotelmoliceiro@hotelmoliceiro.pt Reservas: hotelmoliceiro@hotelmoliceiro.pt www.hotelmoliceiro.pt

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SOTELHA

EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vítor Oliveira, formado em Engenharia Química, encontrou a estabilidade profissional na área das telhas cerâmicas. Em entrevista à Revista Business Portugal, apresenta a empresa, o seu desenvolvimento e perspetivas de futuro da Cerâmica Sotelha.

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Sotelha conta com quase 50 anos de atividade. Conte-nos um pouco da sua história. A empresa foi fundada em 1970 com o objetivo de produzir telhas cerâmicas com automatismos industriais ao nível dos melhores padrões de qualidade europeus à data. Na década de 80, desenvolveu uma outra unidade para fazer acessórios complementares para os telhados. Na década seguinte, instalou uma linha para pavimentos e revestimentos, e, mais recentemente, criou uma terceira unidade industrial onde produz telha de uma forma mais automatizada. Infelizmente o setor da construção tem vindo a decair fortemente, nomeadamente na área de materiais de construção e da cerâmica estrutural (telha e o tijolo). Atualmente a Cerâmica Sotelha, S.A. é o último representante da tradicional cerâmica de barro vermelho para coberturas inclinadas de todo o Norte de Portugal que caracteriza a paisagem arquitetónica destas zonas do país. Produzem todo o tipo de coberturas de barro vermelho? Temos duas linhas de produtos que procuramos comercializar: uma grande diversidade de produtos cerâmicos para coberturas inclinadas, bem como produtos de barro vermelho para ornamentação do edificado. São duas áreas que, apesar de serem tradicionais no negócio da empresa, são, no mercado global, bastante distintas e com públicos-alvo diferentes. A Cerâmica Sotelha tem como objetivo principal a disponibilização de soluções técnicas

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de referência para coberturas habitacionais, com garantias de durabilidade, funcionalidade e inocuidade para as pessoas e para todo o meio envolvente. Complementarmente possuímos a marca RUSTICER que abarca os produtos da linha de cerâmica mais tradicional, derivada de cerâmicas rústicas, decorativas, onde se agregam as peças de ornamentação para muros, garrafeiras e tijolos ornamentais, ou seja, toda a cerâmica de construção tradicional de barro vermelho exceto tijolo estrutural. Como e quando é que o Vítor aceita este desafio? O meu primeiro trabalho na cerâmica foi na área da telha, numa das empresas de referência na zona de Leiria, onde estive cerca de três anos. Foi em 2000 que me convidaram a colaborar com a Sotelha, em Bustos, Oliveira do Bairro, onde desempenhei funções como responsável da área da Qualidade e no sector da produção. Entretanto saí para assumir a responsabilidade como diretor de produção noutra empresa de telhas e cerâmicas durante aproximadamente quatro anos. Foi-me então proposto o desafio de voltar para a Sotelha, com o intuito de recuperar a instituição de uma situação complexa em que se encontrava e, mais recentemente, assumi a função de diretor geral. Tem sido um desafio extenuante e cheio de percalços internos, mas sempre mantendo a qualidade do produto e incrementando a melhoria no serviço por forma a consolidar a posição comercial da empresa no mercado das coberturas cerâmicas.


SOTELHA O mercado internacional é visto como apetecível para a Sotelha? Sem dúvida. Nos últimos dez anos temos tido um intervalo de 25 a 35 por cento, do total das vendas, que são para exportação. No fundo, também nos ajuda a compensar a quebra enorme que tivemos no mercado habitacional português. É isso que o setor tem procurado, no entanto, o baixo valor que temos por tonelada no produto torna-nos pouco competitivos nos mercados onde a relação qualidade/preço seja condição. O volume de exportação é maior por via marítima, uma vez que os custos tendem a ser mais baixos. Trabalhamos muito para o Continente Africano e para o Médio Oriente, o Líbano é o país onde o setor das telhas exporta mais de 40 por cento. Como descreve o vosso produto? Em Portugal temos dificuldade em comunicar a nobreza do nosso produto, que é um produto ancestral e, muitas das vezes, rotulado como antiquado. Apesar disso sabemos que apresentamos produtos de elevada qualidade funcional, que não prejudicam a saúde dos utilizadores, resistente aos agentes atmosféricos, ao fogo, e com uma durabilidade funcional de muitas décadas. É um produto que tem um ciclo de vida longo e que pode ser reutilizável e reciclável sem que daí resulte qualquer resíduo nocivo, ou seja, é um ótimo produto para exemplificar as potencialidades da economia circular para a qual teremos de evoluir. Quais são os maiores desafios que este setor enfrenta? O problema que está em cima da mesa é a descarbonização, uma vez que somos um dos sectores de atividade que é grande consumidor de energia, em Portugal, e a nossa energia térmica no processo cerâmico é, maioritariamente, proveniente do consumo gás natural. Há cerca de 30 anos o país investiu numa rede de distribuição, que era não só para as indústrias, mas para todos nós, cidadãos, podermos utilizar. Foi o que nos foi vendido: uma fonte limpa e segura que permitia, de facto, melhorias da qualidade de vida e da eficiência dos processos térmico. Hoje, por uma imposição

política, temos este pressuposto posto em causa. Ao nível social, o sector das telhas cerâmicas também enfrenta o problema da alteração de tipologia das coberturas habitacionais. As coberturas planas têm ganho terreno independentemente dos problemas de manutenção futuras, das soluções ambientalmente duvidosas e do ciclo de vida muito curto. Da mesma forma, a utilização de produtos que pretendem visualmente imitar as telhas cerâmicas em telhados inclinados, não passam disso mesmo, de imitações, pois não possuem as mesmas características nem desempenho funcional duradouro que as originais e ancestrais telhas cerâmicas, mas que, por uma questão de “moda” ou falso facilitismo de aplicação, estão a representar uma ameaça ao sector. Voltando aos vossos produtos, aos amantes da cerâmica, onde é que os podemos encontrar? A nível nacional, temos revendedores de materiais de construção pela rede nacional de distribuição. Não fazemos vendas diretas a clientes ou construtores. A nossa área de influência história é o norte e centro do país, que representam mais de 90 por cento das vendas no mercado interno. Tendo em conta todos estes desafios, há algum projeto que tenham num futuro próximo? Os desafios são, de facto, criar uma linha diferente de produtos, mas que possa ser em pequenas séries, talvez trabalhar para projetos com produtos de autor e desmistificar este mercado da massificação. Para isso, temos de ter empresas com pouca dimensão e acho que temos as competências internas para o fazer. Os nossos investimentos serão conduzidos de forma a manter a nossa capacidade e atividade industrial, a melhoria das competências das pessoas, com motivação, e disponibilizar aos clientes os produtos que satisfaçam as necessidades que todos procuram numa cobertura cerâmica, com todas as garantias de fiabilidade que lhe estão associadas.

Zona Industrial de Bustos, Apartado 20, 3771-904 BUSTOS Telefone: +351 234 757 070 Apoio ao Cliente: comercial@sotelha.pt www.sotelha.pt

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RDLM

QUANDO A ARQUITETURA SE CRUZA COM A IRREVERÊNCIA De geração em geração, a RDLM, localizada em Espinho, tem percorrido um caminho pautado pelo sucesso. A seguir as pisadas do pai, Diogo Lacerda, arquiteto, conversou com a Revista Business Portugal sobre os projetos que têm desenvolvido e mostra como são o reflexo da filosofia que, desde cedo, os diferenciou no mercado.

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ual foi o percurso profissional de Diogo Lacerda até chegar à RDLM - Arquitectos Associados? O meu percurso é um pouco diferente do que é o normal. O meu avô já era arquiteto, bem como o meu pai. Este gabinete conta já com a terceira geração. Desde pequeno que tenho o “bichinho” do desenho. Enquanto os meus colegas iam para a praia, eu antes de ir vinha para o escritório desenhar, ver, aprender e fazer maquetes. Desde aí, despertou-me uma vontade e uma curiosidade enorme em ser arquiteto. Esta vontade foi aumentando cada vez mais durante o meu percurso. Quando acabei o curso, em vez de trabalhar com o meu pai (que seria o mais comum), eu quis sair da minha zona de conforto e aprender com outras culturas, para que quando voltasse pudesse estar ao lado do meu pai com uma visão diferente e poder discutir aquilo que é a arquitetura. A minha vontade de ser arquiteto partiu um bocadinho desta forma. Nunca fui influenciado pelo meu avô, nem pelo meu pai. A vida assim o proporcionou. A arquitetura tornou-se numa área cada vez mais ampla. Assim, quais são os serviços disponíveis no vosso gabinete de arquitetura? Temos serviços desde a arquitetura e decoração até às pessoas. Acredito que para fazer arquitetura é preciso conhecer para quem estamos a fazer determinado projeto. A arquitetura não se centra apenas no desenho de uma casa ou das paredes, até porque para as desenhar é preciso saber quem vai estar lá dentro. As pessoas é que habitam o espaço e temos um papel cada vez mais importante em saber como chegar a quem nos pede um projeto para depois proporcionar um projeto bem feito. Temos todo o tipo de projetos, nomeadamente hotéis, residencial, apartamentos e comércio. Os projetos são feitos de uma forma cada vez mais abrangente. 90 | Revista Business Portugal novembro 2019

Quais são as regiões onde o vosso trabalho tem maior destaque? Estamos mais implantados no norte do país, mas também temos trabalhos em Lisboa e no Algarve. No que diz respeito ao mercado internacional, estamos presentes em Espanha, em Moçambique, em Angola, na Argélia e no Brasil. Cada vez mais a nossa ideia é o trabalho não estar só em Portugal. Temos de levar as nossas raízes e a nossa cultura para fora do país. É muito bom fazermos projetos fora, a nível cultural, e sermos reconhecidos por isso, ou seja, pelo nosso trabalho bem feito. Porém, gostava que houvesse mais reconhecimento do nosso trabalho dentro do nosso país e das nossas cidades. Qual foi o projeto mais desafiante que desenvolveram até hoje? Claramente que o projeto mais desafiante que eu tive e está a ser desenvolvido é a requalificação da alameda, em Espinho. Foi o meu primeiro projeto como arquiteto coordenador onde consegui juntar duas culturas diferentes: a espanhola e a portuguesa. Servi de intermediário das duas, ou seja, juntei o meu pai com outro arquiteto e eu estava a ser intermediário coordenador dos dois. Com o falecimento do meu pai, estou a dar seguimento ao projeto e esse é, sem dúvida, o projeto mais marcante, por eu ser o reflexo e os olhos daquilo que o meu pai não vai conseguir ver acabado, mas sei que vai vê-lo em mim. O outro projeto é o Estádio Municipal de Espinho que fiz com o meu pai e isso vai marcar-me para sempre. Vou levá-lo até ao fim e lutar para que seja feito. Depois tenho vários projetos que são especiais pelos clientes. Os que referi anteriormente são especiais do ponto de vista emocional e os outros são especiais, porque cada cliente é especial à sua maneira. Por que valores se rege a RDLM? Considero que o principal valor é a dedicação máxima em


Diogo Lacerda, Arquiteto

cada trabalho. Portanto, o nosso trabalho é sempre feito para servir o cliente. Tentamos conseguir entrar naquilo que é o pensamento dos nossos clientes e conseguirmos ir ao encontro das necessidades deles, visto que são eles que vão habitar o espaço, quer seja privado ou público. A nossa mentalidade passa por estarmos muito próximos e acompanhar sempre, desde o início até ao fim, a evolução do projeto. Há um acompanhamento permanente que já irá desde a geração do meu avô, seguiu com o meu pai e vai continuar comigo. O meu interesse é que o cliente fique satisfeito com o meu trabalho. Que objetivos pretende alcançar a curto/médio prazo? Os próximos projetos passam por dar continuidade ao legado que me foi deixado, de uma forma mais irreverente e com uma postura um pouco diferente, porque os tempos assim o ditam e temos de nos adaptar àquilo que os clientes querem. A partir do momento em que este escritório já fez de tudo, só me resta dar continuidade igual e, se possível, melhor. O meu objetivo é sempre mais. Se for igual já fico muito contente, mas se fizer mais será ainda melhor.

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SERVIRURI

“A NOSSA PRIORIDADE SÃO AS PLANTAS” Sediada no distrito de Vila Real, a Serviruri é um Viveiro que se dedica à produção de plantas de fruto. Em entrevista à Revista Business Portugal, Carlos Ramos explica como é produzido e comercializado o vasto leque de espécies fruteiras, florestais e pequenos frutos que possuem.

A

Serviruri – Prestação de Serviços Técnico Agrícolas Lda. foi fundada em 1994. Surge da necessidade de prestar apoio aos agricultores, em geral, e para a produção de plantas. Teve início em Vila Real mas, neste momento, também se encontra em Vila Pouca de Aguiar e Mirandela. A escolha destes locais deve-se “às características edafo-climáticas de cada um dos sítios serem mais favoráveis à produção específica de determinadas plantas”, refere Carlos Ramos, engenheiro agrónomo. Apesar da empresa produzir plantas-fruteiras, a Serviruri está vocacionada para a produção de frutos secos que é “o que achamos que a nossa região tem maior potencial de produção e que nos diferencia do resto do país”, esclarece o técnico.

Cuidar para manter

Carlos Ramos, engenheiro agrónomo

Um dos pontos diferenciadores que a Serviruri apresenta aos clientes é “o serviço de enxertias no local de plantação, após a venda dos porta-enxertos resistentes à tinta”. Mas antes de vender qualquer espécie de plantas, Carlos Ramos procura saber quais são as condições climáticas e o tipo de solo onde a planta irá ser plantada. Aconselhar o cliente e adaptar-se a cada região, faz parte do serviço personalizado que prestam. Por ser um produto que se esgota rapidamente, as encomendas começam a partir dos meses de abril/maio. “Cada vez mais apercebemo-nos de que a procura é muito alta. Acredito que o motivo para que esgotemos tão rapidamente o nosso stock se deve ao facto de sermos os únicos produtores destas plantas em Portugal e do facto de as disponibilizamos ao cliente em todo o Continente e Ilhas”, salienta.

Desafios e projetos

O cuidado com as plantas é uma preocupação constante para a empresa. A Serviruri produz uma variedade de castanheiros “COLUTAD” com excelentes características. “É o primeiro castanheiro português resistente à doença da tinta e tolerante à vespa. Produzem cedo, geram castanhas de bom calibre e descascam razoavelmente bem. Esta cultivar foi selecionada nas matas de Vila Pouca de Aguiar”. “Até há muito pouco tempo” eram o único viveiro a reproduzir castanheiros por “amontoa”, garantindo aos seus clientes as boas características das variedades assim produzidas, ao contrário de outros viveiros que apenas o fazem pela castanha. “Os castanheiros Ca90, Marsol, Colutad e Bouche de Betizac, produzidos pela semente de castanha, não garantem aos agricultores a resistência à doença da tinta, que estes esperam encontrar quando os adquirem”, esclarece Carlos Ramos.

Um dos desafios recorrentes do setor é a mão de obra. O nosso entrevistado conta que, para trabalhar no viveiro, é essencial ter respeito pelas plantas e, nessa medida, sente dificuldades em ter colaboradores que trabalhem na especificidade do castanheiro, por considerar que é algo de grande responsabilidade e “mais difícil de trabalhar”. A pensar constantemente na inovação, a Serviruri pretende colaborar com uma empresa de micropropagação de plantas. O objetivo passa por aumentar a quantidade de oferta de plantas de castanheiro em Portugal. Engenheiro agrónomo há 32 anos, Carlos Ramos acredita que “o futuro da Serviruri passa, essencialmente, por se especializar na produção de frutos secos”, nomeadamente, na castanha, na avelã, na amêndoa, na noz e, mais recentemente, nos pistácios.

Produção de castanheiros híbridos resistentes à doença da tinta Ribeira de Machados 5000-471, Vila Real | Telef: 259 322 32 | www.serviruri.pt 92 | Revista Business Portugal novembro 2019


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SETÚBAL É uma das mais premiadas regiões de Portugal. Com distinções em gastronomia, paisagens, parques naturais e praias, Setúbal consolidou este ano a posição no top 10 dos municípios mais apelativos para viver, visitar e investir ao subir ao 9º lugar no Portugal City Brand Ranking. Nesta edição da Revista Business Portugal trazemos-lhe alguns exemplos do que de melhor este município tem para oferecer a quem o visita e vive. A Academia de Pádel de Setúbal é hoje um ponto de encontro para os amantes desta modalidade, mas também de todos aqueles que desejam desfrutar de um momento mais descontraído na companhia de quem mais gostam. Um projeto arrojado que lhe damos a conhecer nas páginas que se seguem. A arquitetura também está em destaque nesta edição, com projetos feitos de alma e coração, pelo gabinete Paulo Louro Arquitetos. Mas não pense que o que lhe trazemos nesta edição se esgota por aqui, porque ainda muito mais para conhecer e descobrir. Embarque connosco nesta viagem!

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

IPS: ENSINO SUPERIOR PRÓXIMO E INCLUSIVO Pedro Dominguinhos, Presidente

Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), apresenta-nos as medidas que foram implementadas e que levaram ao crescimento notório que esta instituição de ensino sofreu nos últimos anos.

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Edição de 2019 da Business Week

IPS acaba de celebrar 40 que significa que 97 por cento dos nossos nizou-se muito nos últimos anos, tem um anos. Como pode carate- diplomados estão empregados. Para além ambiente académico relevante, custo de vida rizar esta instituição de disso, temos níveis salariais, comparativos, comportável e oferece segurança. Por outro ensino? acima da média nacional. lado, temos um ambiente de aprendizagem É um parceiro cada vez mais relevante no de muita proximidade, a relação professor/ ecossistema regional, do ponto de vista do Como pode descrever o vosso modelo aluno é sempre apontada como um ponto ensino, da investigação e da promoção da de ensino? forte nesta instituição de ensino. inovação empresarial. Juntaria ainda dois Estamos num processo muito comprocontributos essenciais: por um lado, a grande metido e intenso ao nível da promoção da Quais as novidades que estão a ser precapacidade de promover a inclusão social, inovação pedagógica, com a adoção de meto- paradas para o próximo ano letivo? o que significa conseguir trazer No próximo ano, vamos para o ensino superior franjas da ter um novo curso na área do Os diplomados que auferem salários população que tradicionalmente Turismo, contamos ter uma não estudavam no ensino superior, licenciatura em Marketing mais altos são os estudantes da provenientes de classes socioecoDigital e um mestrado na área nómicas mais desfavorecidas. E da Logística. Espero, em 2020, licenciatura em Engenharia de nós sabemos que em Portugal conestar a anunciar estas três novas tinua a existir uma clivagem clara Automação, Controlo e Instrumentação. ofertas formativas que pretenno acesso ao ensino superior, de dem responder às necessidades acordo com a condição socioeco- “Estamos a falar de quase dois mil euros que vamos observando na renómica. Os politécnicos têm tido gião. Paralelamente, temos dois líquidos, por mês, passado um ano”, essa capacidade, quer através da desafios para o próximo ano captação regional de muitos aluletivo: por um lado, aumentar admite o presidente do IPS. nos, quer também pela criação o número de unidades curricudos cursos técnicos superiores lares lecionadas em inglês, para profissionais (CTeSP), que neste momento dologias pedagógicas mais ativas, que envol- todos os estudantes. Por outro lado, querejá representam 16 por cento dos nossos es- vem estudantes e empresas numa participação mos ter cursos exclusivamente lecionados tudantes. A segunda questão tem a ver com mais próxima e dinâmica, que resultará numa em inglês, promovendo, assim, o ambiente a promoção da coesão territorial. O Conse- melhor preparação dos nossos estudantes para académico internacional. lho Coordenador dos Institutos Superiores o mundo do trabalho. Politécnicos (CCISP) conduziu um estudo Como espera entregar este politécnico sobre o impacto dos politécnicos nas regiões Porquê estudar no Instituto Politécnico quando terminar o seu segundo mandato, e concluiu que, no nosso caso, geramos 59 de Setúbal? em 2022? milhões de euros para a região, o que significa Em primeiro lugar, porque aqui os estuEspero entregar um politécnico com mais que, cada euro que recebemos do Estado, nós dantes encontram cursos que promovem a estudantes, mais competitivo, com mais capaconseguimos multiplicá-lo por três. Somos empregabilidade e isso não sou eu que o digo, cidade de investigação, com maior capacidade o politécnico com a segunda mais elevada mas sim o mercado. Depois, vivemos num de internacionalização, e, sobretudo, mais taxa de empregabilidade a nível nacional, o sítio fabuloso. A cidade de Setúbal moder- credível e com maior impacto na região. Campus do IPS - Estefanilha, 2910-761 Setúbal | 265 548 820 | www.ips.pt 96 | Revista Business Portugal novembro 2019


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novembro 2019 Revista Business Portugal | 97


GOOD VIBES PRIMAL STUDIOS

PROMOÇÃO ATIVA DE SAÚDE E BEM-ESTAR Localizado na região de Setúbal, o Good Vibes Primal Studios apresenta um conceito inovador para a prática de exercício físico. Hélder Rosa foi quem nos deu a conhecer este projeto.

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om um excelente enquadramento natural e ambiente familiar, o Good Vibes Primal Studios, aplica um conceito de treino inovador, que conjuga em cada sessão várias modalidades e em diferentes formatos. Sempre numa atmosfera orgânica de envolvência verde e de luz natural, tanto outdoor como indoor, oferece um conjunto de soluções de treino ajustadas à condição e objetivo de cada cliente. O treino pode ser individual ou partilhado em pequenos grupos e em horário combinado. Com sessões a partir das 07h da manhã e de duração de 60´ são criadas diariamente várias combinações de exercícios poliarticulares em movimentos naturais desafiantes extremamente eficazes e motivadores. O Good Vibes oferece também outros serviços, tais como circuit kids, animação infantil em festinhas da pequenada, atividades de corporate empresas e um serviço de massagens desportivas, reabilitação física e osteopatia.

GINÁSIO GOOD VIBES: Email: helderjoserosa@gmail.com Facebook: GOOD VIBES Primal Studios www.tiepadel.com/AcademiaPadelSetubal

O PADEL JÁ C SETÚB

Embora seja uma modalidade relativament vindo a conquistar os portugueses. A verdade Setúbal tem já um espaço dedicado à sua prát Padel de Setúbal, um projeto “arrojado” a qu

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espaço é recente, mas o desejo de criar um projeto dedicado à prática desta modalidade, já vem de alguns anos. Apaixonado pelo desporto em geral, e em particular pela modalidade, Bruno Ferreira decidiu arriscar e de uma “aposta arrojada”, nasceu a Academia de Padel de Setúbal, em 2018. “Senti que havia uma falha em Setúbal neste sentido, não existia nenhum clube ou academia direcionada para esta prática. Sendo um desporto que, felizmente, tem vindo a crescer em Portugal e que hoje o número de praticantes é já bastante elevado, quer em atletas amadores quer em federados, senti que fazia todo o sentido criar, em Setúbal, um espaço direcionado para a sua prática”, confessa Bruno Ferreira. A 30 de junho de 2018, a Academia de Padel de Setúbal abriu as suas portas ao público.

Uma modalidade em crescimento

Hélder Rosa, responsável 98 | Revista Business Portugal novembro 2019

Com raízes na América Latina, e apesar de relativamente recente em Portugal, o padel tem vindo a atrair cada vez mais pessoas e a conquistar os portugueses. Um desporto de raquete disputado em duplas, e em que apenas necessita de raquetes e bolas próprias. O campo retangular, rodeado de vidro, tem dez metros de largura por 20 de comprimento e é dividido ao meio por uma rede. A superfície do campo pode ser em relva sintética, alcatifa e betão poroso, sendo que as duas primeiras são as mais habituais. Parece simples, certo? A


ACADEMIA DE PADEL DE SETÚBAL

ACADEMIA DE PADEL DE SETÚBAL: Email: geral@academiadepadeldesetubal.pt Telef: 916 035 615 Morada: Parque Verde de Vanicelos, 2900, Setúbal

CHEGOU A BAL

te recente em Portugal, o padel tem e é que a modalidade está na moda e tica. Apresentamos-lhe a Academia de ue Bruno Ferreira deu vida, em 2018. verdade é que o padel está na moda e são cada vez mais os aficionados por esta modalidade. Os benefícios da sua prática, quer físicos, quer sociais, são inúmeros e por isso mesmo vale a pena relembrá-los: “O padel como qualquer outra modalidade tem inúmeros benefícios físicos. A sua prática ajuda-nos a melhorar a nossa coordenação dos movimentos, a nossa agilidade e os nossos reflexos. Para além disso, ajuda-nos obviamente a queimar calorias. No entanto, os benefícios sociais da sua prática também são de destacar. O padel é praticado por quatro pessoas, ou seja, estimula a interação e promove as relações sociais dentro e fora do campo. Para além disso o exercício físico ajuda a soltar os músculos e rigidez física, causada por excesso de tensão”, realça Bruno Ferreira.

Aposta numa estrutura diferenciada Com instalações no Parque Verde de Vanicelos, conta com quatro courts de relva sintética, paredes circundantes transparentes e a céu aberto. Para além da prática desportiva, a Academia de Padel de Setúbal conta também com uma estrutura de apoio à vertente social. O espaço dispõe de um bar com esplanada, aberto a toda a população. “Esta estrutura foi idealizada na vertente social, que acarinhámos desde o início.

Apesar de ser um local de prática desportiva, não deixa, simultaneamente, de ser um espaço dedicado à família e ao convívio. As pessoas podem desfrutar deste espaço sem terem de estar, necessariamente, ligados à modalidade”. Para além disso, a infraestrutura dispõe ainda de um ginásio – GoodVibes, da responsabilidade de Hélder Rosa. “Sem dúvida que o ginásio tem sido uma mais-valia, porque permite uma interação entre os atletas que vêm para praticar padel, e que depois também usufruem do ginásio, e os que fazem ginásio, ao ver outros a praticar padel acabam por se interessar pela modalidade”.

Um projeto de sucesso A adesão ao projeto não podia ter sido melhor. Atualmente, a Academia de Padel de Setúbal conta já com cerca de 200 atletas. Dos mais novos aos mais velhos, dos mais experientes aos menos. O único critério exigível é a paixão pelo desporto. “Temos alunos dos oito aos 80 anos. É de realçar a grande adesão do público feminino à prática de padel, embora a maioria dos atletas continuem a ser do sexo masculino, temos registado um aumento muito interessante de atletas femininas, sobretudo na faixa etária entre os 25 e os 50 anos”. A aposta na competição e na formação de atletas é já uma realidade para a academia setubalense, que começa a acolher os primeiros torneios da modalidade. “Estamos a começar a formar jovens atletas e a começar a conquistar atletas que vieram de desportos, como o ténis, badminton e o ping-pong, que adoraram a modalidade e hoje jogam quatro ou cinco vezes por semana. Temos inclusive duplas que já ganharam vários prémios nas primeiras vezes que participaram em torneios da Federação Portuguesa de Padel”, afirma o entrevistado.

Futuro A Academia de Padel de Setúbal, desde a sua abertura no verão passado, já realizou cinco torneios relevantes, com mais de 100 atletas cada, entre os quais se contabiliza um Torneio da Federação Portuguesa de Padel. É também frequente a realização de mini-torneios sociais, de pais e filhos, torneios solidários, em que parte da receita reverte para causas em que acreditam – Contra a Violência Doméstica, Apoio ao Cancro da Mama, Contra o Bullying. O balanço não podia ser mais positivo e é com orgulho que Bruno Ferreira afirma: “Temos tido ótimas referências como sendo um dos melhores clubes nacionais a nível de estrutura, porque conseguimos criar um espaço agradável para quem vem jogar, para quem acompanha o próprio atleta ou para quem apenas pretende usufruir de um espaço agradável em boa companhia”. Para o futuro os principais objetivos já estão traçados. A grande aposta passa pela criação, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, de um novo campo, que se irá juntar os quatro já existentes. “Este é um dos objetivos que gostaríamos de atingir. A par disso, gostaríamos também de avançar com a colocação de uma cobertura e assim criarmos um campo coberto para a prática da modalidade”, finaliza. novembro 2019 Revista Business Portugal | 99


ATLANTIC CAR WASH

LAVAR O CARRO SEM GASTAR UMA GOTA DE ÁGUA A Atlantic Car Wash de Setúbal surgiu de um sonho de Paulo Guerra, aliada à necessidade de combater a degradação do ambiente a que se assiste no mundo em geral. Em 2018 foi atrás do seu sonho de poupança de água e abriu em Setúbal, esta empresa de lavagem de automóveis amiga do ambiente preservando, desse modo, um dos elementos fundamentais à vida humana.

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ntrou há muitos anos no ramo automóvel. Acredita que isso foi uma motivação para começar o projeto Atlantic Car Wash? Sim, acredito que sim. Era um sonho, que eu tinha, relacionado com a educação que sempre tive por parte da minha mãe em casa relacionada à poupança de água. Em 2002, licenciei-me em Contabilidade e Auditoria, no ramo de Revisão de Contas, e já trabalhava no ramo automóvel. Trabalhei mais de 20 anos em concessionários de marcas como a Opel, Fiat, Renault, Chrysler e Jeep, onde já acreditava que a utilização de água passaria, inevitavelmente, a ser feita com critérios muito seletivos, nomeadamente com a proibição da utilização de água na lavagem de viaturas. Trabalhei muitos anos como Controller Financeiro e fui percebendo, com a experiência, que havia uma grande dificuldade em quantificar o gasto de água nas lavagens automóveis. Em 2018, lembrei-me do sonho que tinha e comecei a investigar mais sobre o assunto. Deparei-me com a Atlantic Car Wash e, desde cedo, percebi que me apresentava mais capacidade e garantias do que as demais. A Atlantic Car Wash é uma empresa que atua em Portugal desde 2012 e que, em 2014, abriu a possibilidade de começar a expandir a marca através de uma rede de franchising. Uma das coisas que mais me entusiasmou nesta empresa foi o facto de usar produtos amigos do ambiente, biodegradáveis e não usar uma única gota de água. Qual é o procedimento de lavagem de um carro sem a utilização de água? A lavagem sem água é uma ideia simples que irá mudar o seu conceito em relação à lavagem e conservação do veículo. O sistema de lavagem sem água é baseado na utilização de uma

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cera especial que após a aplicação deste produto a sujidade fica suspensa, para que seja possível limpar carro sem o riscar o veículo. Todo o processo é feito de forma rápida e segura, com a simples passagem final de um pano de microfibras de qualidade. Por ser completamente inofensivo à pintura e também ao meio ambiente, o processo poderá ser repetido, as vezes que forem necessárias, durante o curso de vida do veículo. O nosso objetivo é o de proporcionar a poupança de água, servindo os seus clientes com toda a qualidade e conforto. Qual é a sua principal área de ação e o seu público-alvo? Inicialmente apostei no mercado particular e em oficinas que não tinham o serviço de lavagem. Depois, comecei a tentar entrar num mercado mais específico celebrando parcerias com empresas e alguns clubes. Esta vertente teve início em clubes de golfe e abriu-me as portas a outras empresas e a clientes particulares. Atualmente temos parcerias com o Instituto Politécnico de Setúbal, o AUGolf, a Sumol/Compal, Federação Portuguesa de Golfe entre muitas outras. Essas parcerias consistem na lavagem e higienização das viaturas durante o horário laboral, enquanto as viaturas não estão a ser utilizadas para trabalhar. Quais são as principais vantagens e benefícios das lavagens Atlantic Car Wash? As questões estéticas podem ser suficientes para lavar um veículo e não apenas quando parece que ele precisa. Uma lavagem regular ajuda a conservar a carroçaria e a ficar livre de produtos nocivos que danificam o verniz da pintura e até a própria tinta. Lavando o seu veículo regularmente, evitará custos que, mais tarde, teria em retoques de pintura para o manter com o seu


ATLANTIC CAR WASH aspeto original. Mas existem mais vantagens, pelas quais se deve lavar regularmente o carro, como o evitar danos permanentes na pintura, circular em segurança e conseguir uma maior eficiência de consumos. Para além disso, importa referir que a falta de limpeza e higienização do interior de um veículo contribui para a acumulação de poeiras e para a proliferação de microrganismos e bactérias prejudiciais para a saúde humana e aumenta o risco de alergias e de problemas respiratórios dos ocupantes. Relativamente ao volume de água utilizado nas lavagens convencionais, estimativas referem-nos que, em média, uma viatura gasta cerca de 250 litros de água, por viatura. Como a lavagem Atlantic Car Wash não utiliza água, são poupados em média 250 litros deste importante recurso natural em cada lavagem.

Fale-nos um pouco dos objetivos futuros que tem para este serviço na zona de Setúbal. O maior objetivo de todos é o de expandir a equipa. Quero criar recursos humanos com formação na limpeza sem água para poder concretizar um serviço móvel por cada concelho de Setúbal, isso significaria, pelos menos,

mais quatro pessoas a trabalhar em cada unidade móvel, realizando o trabalho nos parqueamentos, garagens ou pátios enquanto a pessoa está comodamente em casa. Servir sempre os nossos clientes com um serviço amigo do ambiente, com qualidade e comodidade, seja no trabalho, em casa, nos restaurantes ou eventos sociais é o nosso objetivo com o serviço móvel de lavagem sem água.

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AQUAREZ

UMA PME QUE PRIMA PELA ASSISTÊNCIA NO PÓS-VENDA A Aquarez é uma PME, prestadora de serviços na área da climatização e ambiente. Presta serviços a Entidades públicas e privadas e a pequenos consumidores domésticos. A empresa tem crescido com base na qualidade dos seus serviços técnicos, o que aliado à satisfação dos seus clientes, tem conduzido a mais oportunidades de negócio, como explicaram os engenheiros Tiago e João Alvarez, proprietários da Aquarez, à Revista Business Portugal.

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omo nasceu a Aquarez? A Aquarez nasceu em 2011 porque ambos os proprietários (eu e o meu irmão) nos encontrávamos em situação de desemprego – explica João Alvarez. O meu irmão Tiago Alvarez que é engenheiro do ambiente trabalhava nessa área e eu que sou engenheiro mecânico, trabalhava numa empresa dedicada essencialmente à climatização e ventilação, quer no ramo industrial, assim como no ramo doméstico. Tiago Alvarez acrescentou que inicialmente era o único empregado passando a ter a seu lado, no quadro da empresa em 2014, o seu irmão João. São uma PME (pequena média empresa) e são certificados. Como conseguiram isso? Com muito trabalho. Em 2014, tivemos um crescimento mais elevado. Tivemos de contratar pessoas para o terreno. Atualmente somos oito empregados. Foi um crescimento gradual da empresa ao longo dos anos e passámos a ser recomendados e reconhecidos pelo nosso empenho e trabalho realizado.

eléctrica fotovoltaica. Agora estão a apostar na parte da energia. É uma área que cada vez tem sido mais procurada e que é uma preocupação ambiental de todos nós. Assim, e sendo Portugal um país com um clima tão propício a esse aproveitamento energético faz-nos todo o sentido apostar nesta área e aproveitarmos, simultaneamente, para diversificar a oferta dos nossos serviços. Quais são os maiores desafios nesta área de negócio? A concorrência desleal, porque há muitas empresas a prestar o mesmo tipo de serviços que nós mas sem ter qualquer certificação. Que tipo de certificação é necessária? Certificação de gases fluorados e certificação TIM, obrigatórias por lei. Vocês têm empresas com quem trabalham desde o início, é porque confiam. Sim, e temos muitos clientes que nos recomendam aos seus amigos/conhecidos

Irmãos Alvarez

e esta confiança que depositam no nosso trabalho acaba por nos ajudar a crescer enquanto empresa. Na vossa opinião, qual é a relação qualidade/preço do vosso serviço? A nossa relação qualidade/preço é a melhor possível para os nossos clientes. O nosso preço é justo porque primamos pela qualidade do serviço e pelo acompanhamento pós-venda. Que mensagem gostam de passar? Nós prezamos muito a qualidade do serviço, a assistência e o apoio que prestamos no pós-venda. O nosso lema é apostar na qualidade e na honestidade dos serviços que prestamos, logo desde o primeiro contacto com cada um dos nossos clientes.

Porque é que vos procuram? Essencialmente pela qualidade do serviço, devido a sermos certificados e termos um quadro técnico de excelência. E que tipo de serviços prestam? Na área do ambiente e com base nos projetos que nos são confiados fazemos a instalação de sistemas/equipamentos, desde domésticos a industriais, para tratamento de águas e garantimos a sua manutenção. Na outra valência da empresa somos instaladores de sistemas de climatização, sistemas de AQS (aquecimento de águas sanitárias) e sistemas de produção de energia 102 | Revista Business Portugal novembro 2019

Rua Santo António, Lote 1109, 2975-050 Quinta do Conde Telem. +351 910 981 113 | aquarez.geral@gmail.com | www.aquarez.pt


CONSTRUTOVIDAL – PROJETOS E CONSTRUÇÕES, LDA

HONESTIDADE, HUMILDADE E RIGOR: A RECEITA DO SUCESSO A Construtovidal – Projetos e Construções, Lda é um negócio familiar que André Vidal herdou do pai. Em conversa com a Revista Business Portugal contou-nos como o acompanhamento pormenorizado ao cliente diferencia a sua empresa a tem feito vingar com sucesso. Antes

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Depois

Construtovidal – Projetos e Construções, lda nasce no seio de uma empresa familiar muito ligada à área da construção. Qual é o conceito da vossa empresa e do vosso trabalho? O conceito da nossa empresa é simples, é como em qualquer outro no ramo mas com uma simples diferença, acompanhamos o cliente desde da fase de projeto até à conclusão da obra, sempre com três princípios em mente: honestidade, humildade e rigor.

este tipo de clientes? Sim, trabalhamos maioritariamente com cliente particulares. Posso dizer que, no ano passado, 75% do nosso trabalho foi com clientes franceses. Trabalhar com este tipo de cliente é um desafio extremamente exigente, pois são clientes desconfiados e vêm com o estigma que em Portugal somos todos “Maus Construtores” e cabe-nos a nós demonstrar o contrário. Felizmente passamos o teste e eles recomendam nos vivamente a outros compatriotas.

Existe uma ligação com o trabalho muito marcado do seu pai? Sem dúvida, uma vez que grande parte dos nossos clientes foram passados pelo meu pai, posso dizer que alguns deles já são clientes há 40 anos.

A área de construção está a sofrer um grande boom com a vinda de muitos estrangeiros para Portugal, mas o mercado de trabalho não está a conseguir acompanhar esse crescimento. Sente dificuldade em arranjar mão de obra especializada? Muita dificuldade, principalmente canalizadores, eletricistas e pedreiros. Com a crise deixamos fugir muitos excelentes profissionais para o estrangeiro e, agora, precisamos deles e não os temos. Vai ser um problema grave no futuro.

Quais são os serviços que a sua empresa disponibiliza aos clientes? Fazemos todo o tipo de trabalhos de construção civil, desde reabilitação de edifícios históricos, espaços comerciais e construção de raiz (Chave na Mão). Podemos dizer que vamos “a todas”, mas com uma grande diferença em relação à concorrência, nós respeitamos todos os trabalhos, sejam eles grandes ou pequenos. Trabalha maioritariamente com particulares. Quais são os maiores desafios nesta área de negócio e com

MORADA: EN 379 S/N, 2970-137 Castelo (Sesimbra), Setúbal

André Vidal, CEO

Sendo uma empresa recente, quais são os projetos que tem para 2020? Graças ao trabalho demonstrado nos poucos anos de existência da empresa, posso dizer que para o ano de 2020 já está completamente preenchido no que diz respeito a trabalho. Já só estamos a aceitar contatos para 2021. novembro 2019 Revista Business Portugal | 103


RADICAL COLIBRI

A EMPRESA DOS DESAFIOS A Radical Colibri é uma empresa familiar de produção e montagem de janelas e estores em alumínio e PVC, situada em Casal do Marco, Seixal. Com 24 anos de trabalho na área, Ricardo Conde, em conversa com a Revista Business Portugal, fala sobre o seu projeto, os seus produtos e o futuro.

Tudo começou com o meu pai com a empresa especializada em lacagem de metais. Eu, passado cinco anos, começo a trabalhar sozinho e estendi o negócio para a produção e montagem de janelas e estores em alumínio e PVC”, é desta forma que o gerente da Radical Colibri fala sobre o início deste projeto familiar. Com um nome peculiar, Ricardo conta que foi algo que surgiu de forma inesperada e de uma necessidade urgente de dar uma nomenclatura à sua empresa. “Nós já tínhamos tudo o que era preciso para começarmos a trabalhar, mas faltava-nos o nome para regularizar tudo nas finanças. Como todos aqueles que nós propusemos nos foram recusados, o meu pai acabou por escolher um baseado um pouco naquilo que fazia… O colibri tem muitas cores, a lacagem acaba por ter muitas cores, por isso veio daí o Radical Colibri”, explica de sorriso no rosto. Sem medo de desafios e de trabalhos mais complicados, Ricardo Conde conta com uma equipa de oito elementos em que confia de olhos fechados. “Eles sabem fazer tudo o que

eu sei fazer. Todos eles são capazes de fazer qualquer trabalho. Tenho comigo uma muito boa equipa”. A trabalhar de norte a sul do país e a começar agora a apostar no mercado internacional, a Radical Colibri “vai até onde tiver de ir, até onde for necessária”, afirma Ricardo Conde.

O elemento de diferenciação Com o espírito de trabalho em cada um dos seus elementos, a Radical Colibri trabalha maioritariamente para projetos de remodelação e faz também revenda para outros profissionais da área chegando mesmo às grandes áreas comerciais. A qualidade do serviço e do produto que fazem é um dos principais aspetos que caracterizam o projeto de Ricardo Conde. Para além da qualidade, a rapidez e a entrega dentro do acordado faz com que o trabalho que a Radical Colibri faz, seja diferenciador. “Nós aqui trabalhamos de dia e de noite, se for preciso, para conseguirmos entregar uma encomenda na data prevista. Nós honramos os nossos compromissos. Só sabemos trabalhar dessa forma”.

Com uma equipa coesa, de confiança, Ricardo Conde diz que não tem medo de desafios e que todos os trabalhos que efetua lhe dão muita felicidade. “Nem toda a gente faz aquilo que gosta. Eu tenho a sorte de fazer aquilo que mais me apaixona há 24 anos”, comenta de forma entusiasmada. Para além dessa paixão, o gerente da Radical Colibri confidencia que quer que os seus companheiros de trabalho também sintam essa felicidade e, por isso, dá-lhes a liberdade e espaço para que possam descontrair durante a hora de trabalho, desde que o serviço apareça feito no final do dia. “Não sou um patrão rígido, gosto de os ter bem a trabalhar comigo”.

Futuro Para o futuro espera conseguir manter o ritmo da empresa e conseguir chegar a mais clientes. O ano de 2019 foi bom, mas tem o objetivo que 2020 seja ainda melhor e com mais desafios. “Somos uma pequena empresa, que não têm medo de desafios e estamos cá para o que der e vier”, finaliza Ricardo Conde.

Praceta Marcelo Curto, 3 Casal do Marco 2840 163 Seixal | Telef. 212241310

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Ricardo Conde


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MAFRA E ERICEIRA Mafra tem visibilidade pelo seu património histórico, com grande ênfase para o seu convento e palácio, dos mais importantes do país. A cidade tem, no entanto, muito mais a oferecer, apesar de grande parte da sua economia estar ligada ao turismo, seja nesta vertente mais histórica como na sua área mais relacionada com a gastronomia, o mar e o surf, ou não tivesse 13 praias. É no setor terciário e de serviços que a zona se tem expandido mais mas a indústria tem um papel importante na economia local com a presença de importantes fábricas na região. A Ericeira, freguesia do concelho de Mafra e situado a oito quilómetros do seu centro, é o paraíso dos surfistas. O turismo representa um papel fundamental na vida económica da freguesia que é a única reserva mundial de surf na Europa e a terceira no mundo e, nos últimos anos, tem-se assistido ao aumento das instalações de apoio à pratica deste desporto, desde centros de treino, hosteis para surfistas, entre outro tipo de infra-estruturas. A proximidade com a cidade de Lisboa tambem beneficia a cidade a nível económico e turístico. A Revista Business Portugal andou a explorar um pouco deste paraíso à beira-mar plantado e a conhecer o seu tecido empresarial, que tanto tem a oferecer a quem tem o privilégio de viver na zona e a quem a visita.

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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA ERICEIRA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA AO SERVIÇO DA ERICEIRA

João Pedro Gil, Provedor

Instituída no dia 29 de dezembro do ano de 1678 a Misericórdia da Ericeira conta com mais de três séculos de história dedicados à prática das Obras de Misericórdia, exercendo a sua ação nas freguesias da Ericeira, Encarnação, Carvoeira e Santo Isidoro no concelho de Mafra. A Misericórdia da Ericeira pode igualmente estabelecer delegações em qualquer zona desse concelho e dos concelhos limítrofes.

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á sete anos ligado a esta instituição (quatro deles como responsável máximo), João Pedro Gil, atual Provedor, explicou-nos o papel que a Santa Casa da Misericórdia da Ericeira assume no contexto atual desta vila. O que o fez aceitar o convite para liderar a mesa administrativa desta instituição? Quando assumi a minha função de Provedor, esta Casa tinha um passivo avultado, exatamente pela construção da unidade das residências assistidas (o Ericeira Domus), o que nos obrigou a uma série de compromissos difíceis com as entidades bancárias. Uma vez que eu estava disponível, sou católico e tento ser bom praticante, achei que tinha aqui uma oportunidade de fazer alguma coisa pelo bem do próximo e vim para cá. Conseguimos uma mesa administrativa mais ou menos estável e cumprimos o nosso papel, ou seja, aquela situação aflitiva de quase cinco milhões de dívida no princípio, hoje é de apenas um milhão e meio e encontra-se sustentada. Foi isso que me fez vir para cá, tentar ajudar esta instituição e, sobretudo, pensar naqueles que cá estão. 108 | Revista Business Portugal novembro 2019

A Santa Casa da Misericórdia da Ericeira oferece diversas respostas sociais: o Centro de Bem-Estar Eng.º José Frederico Ulrich (com lar e centro de dia), Serviço de Apoio Domiciliário, Arquivo-Museu e Igreja, Banco Alimentar e, mais recentemente, o Ericeira Domus.


SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA ERICEIRA equilibrarmos as nossas contas, no entanto, não tanto quanto gostaríamos. Repare, já há alguma concorrência no mercado das residências assistidas e o diferencial entre uma residência assistida e um lar subvencionado, hoje em dia, pouco mais é do que mil euros. Os custos, em todo o lado, sobem e as regras do mercado não nos deixam progredir como queríamos nestas unidades ditas comerciais, no entanto, nas subvencionadas também crescem muito. Posso-lhes dizer que aqui, no Centro de Bem-Estar, o custo por pessoa ronda os 1300 euros, e não há ninguém que pague isso. Como vê existe realmente uma grande distância entre as necessidades concretas e a ajuda do Estado, que não vou dizer que é zero, mas é cada vez mais pequena.

Travessa Prudêncio Franco da Trindade, n.º 2 2655-344 Ericeira Telef: 261 862 536 Email: geral@scm-ericeira.pt www.misericordiaericeira.pt

Inaugurado há cinco anos, o que nos pode dizer sobre o Ericeira Domus? O Ericeira Domus é uma infraestrutura colocada à disposição da comunidade para proporcionar aos seus residentes um espaço confortável, onde se assegura a prestação de serviços de “hotelaria” com elevados padrões de qualidade, cuidados de ordem física e psicossocial, que constituam uma resposta segura às suas expetativas. Está cheia, está a funcionar bem e estamos a tentar tirar dali alguma ajuda financeira para fazer face ao resto. Realmente, a Ericeira tem crescido imenso, como sabem, para o bem e para o mal. Cada vez há mais gente a precisar, cada vez há mais gente a bater-nos à porta, sobretudo para alimentação e habitação porque o custo de vida subiu muito e, portanto, este acréscimo populacional, este acréscimo de riqueza demográfica traduz-se, também, em maior necessidade social. Têm crescido os pedidos de ajuda para alimentação? Sim, sim. Não lhe vou dizer que é todos os dias, mas todas as semanas aparece gente nova. Inclusivamente, pessoas com muita vergonha de pedir …mas que têm fome. Serve então o Ericeira Domus para equilibrar a balança e permitir que a Instituição ajude mais pessoas, correto? Tratando-se de um serviço mais “comercial”, vem ajudar a

O papel das Misericórdias tem sido muito falado. Para si, é muito importante o papel das Misericórdias nos locais onde estão inseridas? Fundamental, aliás, nem é fundamental, é vital. Já somos bastantes Misericórdias, perto de quatro centenas, e há uma linha imaginária de Coimbra para cima, que contempla as que têm mais património, mais ricas se quiser, enquanto cá para baixo as coisas complicam-se. A da Ericeira não será a mais pobre, mas será das mais pobres, das mais pequeninas pelo menos, e, portanto, com menos património, menor zona de atuação. Foi criada pela necessidade que havia de matar a fome, de vestir as pessoas, e sobretudo, de resgatar os cativos que os mouros vinham aqui raptar e levar para Argel. O resgate dos cativos era, e é, um ato de misericórdia e esta casa tinha, no seu compromisso inicial, a obrigação de todos os anos fazer o resgate de dois cativos, dois pescadores que estivessem presos em Argel. No caso de não os haver, e queira Deus que não houvesse, então o dinheiro disponível para o resgate seria para o dote de duas jovens pobres que quisessem casar. Implantou-se ou instituiu-se em 1678, numa altura muito complicada aqui na Ericeira e no país todo, e assim continuou. Isto para dizer que nunca se porá em causa a validade da atuação de uma Misericórdia. Põe-se em causa, sim, a força com que o Estado nos ajuda. Na altura em que as coisas se complicarem muito e se verificar o desaparecimento de Santas Casas de Misericórdia, será uma tragédia nacional. O maior desafio, enquanto Provedor, qual tem sido? Equilibrar as contas? Já foi mais, hoje é “vender” a ideia de Misericórdia. E “vender” a ideia da Misericórdia é uma coisa que passa pela educação das pessoas, pela comunicação, pelo entendimento daquilo que as pessoas julgam ser só nossa obrigação e não delas. Esse entendimento, do que é a realidade religiosa e espiritual da instituição e a sua compreensão, aceitação e prática nas pessoas, parece ser muito difícil. Mas continuaremos, certamente, a dar de comer, a vestir muita gente, a visitar os enfermos e a acompanhar os que morrem. O meu foco já terá sido o equilíbrio financeiro, hoje será talvez conseguir arranjar uma resposta social para os mais pequeninos que já não têm infantários onde ficar. Caso seja convidado, pretende continuar a liderar a mesa administrativa desta instituição? Isso... se Nossa Senhora precisar de mim, estarei sempre à sua disposição. Até quando, a gente não sabe. Sim. É, nitidamente, uma missão! novembro 2019 Revista Business Portugal | 109



PRESENÇA JUDAICA EM PORTUGAL A Revista Business Portugal dedicou um espaço importante à Reta das Judiarias ou Rotas de Sefarad, Sefarditas, Cristãos Novos, Marranos e tantas outras denominações que influenciam e elevam a nossa portugalidade e a forte influência, em alguns casos milenar, que os judeus e suas figuras prementes na nossa sociedade tiveram em tantos momentos da nossa história enquanto país e “Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo Interculturas”. Portugal usufrui de um enorme legado judeu e é uma das primeiras escolhas mundiais do ponto de vista turístico pelo enorme património sociocultural que possui. A Rota das Judiarias e suas ramificações é particularmente interessante na prespetiva de percebermos que em cada canto do nosso país, tanto numa visão material como imaterial, preponderantemente, na zona centro interior e nas zonas raianas, o judaísmo e as suas marcas são uma constante. O turismo cultural aumentou exponencialmente nos últimos anos e cada vez estamos mais organizados e preparados para quem nos visita com o propósito de conhecer esta herança cultural.

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CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL

UMA PORTA ABERTA PARA A HISTÓRIA JUDAICA A Casa da Memória Judaica da Raia Sabugalense é um pedaço de cultura de uma cidade construída sobre o passado da mesma. Amadeu Paula Neves, vereador do pelouro da cultura e do turismo da Câmara Municipal do Sabugal, esteve à conversa com a Revista Business Portugal sobre a presença da cultura judaica na cidade e da tentativa de a tornar, também, um ponto de atração turística no Sabugal.

A

Casa da Memória Judaica da Raia Sabugalense é um espaço museológico recente do Sabugal, foi inaugurado em março de 2017, e pretende retratar a presença judaica na cidade. O espaço, situado no Largo do Castelo do Sabugal, está integrado no Projeto Rotas de Sefarad - Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo Interculturas. Importa ainda referir que a cidade do Sabugal integra a Direção da Rede de Judiarias de Portugal, associação que pretende defender o património, arquitetura, ambiente, história e cultura deixada pela herança judaica, conjugando-o com a promoção turística. Os visitantes da Casa da Memória Judaica da Raia Sabugalense podem, no seu interior, observar peças referentes ao que foi o passado do imóvel, sendo confrontados com alguns conteúdos gráficos acompanhados de texto que, na sua conjugação, evocam a presença de comunidades judaicas na vila, desde os tempos medievais. O armário é o artefacto mais famoso da coleção da casa. O aron hakodesh, nome pelo qual era designado, servia para guardar artefactos importantes ou, em casos mais domésticos, para arrumação de loiça. Este armário foi encontrado no primeiro andar da casa, quando esta estava em reabilitação e, posteriormente, foi transferido para o piso inferior. Amadeu Paula Neves explicou que o local, que se encontra em frente ao Castelo de Sabugal e que é um ponto turístico

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Praça da República 6324-007, Sabugal +351 271 751 040 www.cm-sabugal.pt

Amadeu Paula Neves, vereador

que recebe milhares de visitantes, faz a ponte para as visitas à Casa da Memória. O vereador confessa que existe uma certa curiosidade, por parte do público português, nos costumes do povo judaico. “O facto de na base da alimentação os judeus excluírem o sangue dos animais, não comem morcelas, por exemplo, bem como os costumes na época da Páscoa que são bem diferentes dos nossos, tudo isso sempre nos suscitou interesse pela cultura judaica”, contou o vereador, recuando até a lembranças da sua infância É, no entanto, notória a diferença na faixa etária dos visitantes do espaço. Os estrangeiros, nomeadamente os norte-americanos, e os seniores portugueses são os que mais visitam o espaço museológico, enquanto que os mais jovens, entre os 30 e os 40 anos, apenas se deparam com a casa quando visitam o castelo. Amadeu Paula Neves acredita que o interesse dos mais velhos advém do aspeto relacional. “Os mais idosos visitam mais, provavelmente porque conheceram algum judeu, por exemplo nas feiras, dado que este sempre foi um povo, histórica e culturalmente muito ligado ao comércio”, explicou o vereador. Apesar da conjuntura atual, a Câmara Municipal do Sabugal e o vereador Amadeu Paula Neves, responsável pelo pelouro da cultura e do turismo, acredita no fator da atratividade desta rota de cultura judaica para os turistas, sejam eles nacionais ou internacionais. Apesar de algum merchandising no local, como canecas, sacos de pão e t-shirts, o futuro poderá passar por uma maior campanha de divulgação do espaço e da região.


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