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UMA REFERÊNCIA NA INDÚSTRIA CORTICEIRA GRANULADOS DE CORTIÇA E PELLETS
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Reginacork, S.A Herdade do Monte Novo | Apartado 75 2959-019 - Pinhal Novo - Portugal (+351) 212 361 406 geral@reginacork.pt REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 3
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ÍNDICE Anuário 2021
Nota de boas-vindas...
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ESPECIAL SAÚDE
ENSINO
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
LÍDERES E EMPRESÁRIAS MUNÍCIPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE SUCESSO
2021 foi um ano atípico e desafiante para todos os sectores da nossa economia. Ainda em contexto de pandemia, olhamos hoje para o ano passado e vemos motivos para projetar o futuro com otimismo. Este é o culminar de meses de esforço, trabalho, dedicação e resiliência. Podemos afirmar com toda a certeza que demos o nosso melhor, sempre com o intuito de continuar a merecer a confiança em nós depositada e de ser o parceiro de comunicação de eleição. O resultado está à vista: uma edição premium que muito nos orgulha. Nesta edição, colocamos, mais uma vez em evidência empresários que mostraram criatividade, inovação, empreendedorismo, resiliência e dinamismo, visão e know-how para impulsionar o país. Passado, presente e futuro unem-se no tema Esperança, Recuperação e Resiliência, onde traçamos um balanço do ano 2021, percebemos o segredo de sucesso, em tempos de desafios, e perpetivamos o ano que se avizinha. Em plena época de festividades, cabe a cada um de nós manter viva a fé e a esperança, bem como o espírito de resiliência para ultrapassar todos os desafios que o próximo ano nos colocar. Esperamos que as páginas seguintes o inspirem, tal como inspiram a nós. Boas Festas, Feliz Ano Novo e, como sempre, boas leituras!
Fernando R. Silva
FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: AFARS | Redação e Publicidade: Rua Raimundo de Carvalho, 64, 1º andar - Sala C, 4430 -184 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@ revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 700 510 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Dezembro - Anuário 2021
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GREENFLOW
M-PRESS, unidade modular pertencente ao grupo de produtos M-Concept
UMA ESTRATÉGIA ASSENTE NA INOVAÇÃO E NO CONHECIMENTO
CEO Greenflow, Carlos Cardoso, em navio
A Greenflow é uma empresa recente, que baseia as suas forças no conhecimento profundo do mercado e na qualidade dos seus recursos humanos. Carlos Cardoso, CEO, em entrevista à Revista Business Portugal, dá a conhecer o universo Greenflow, destacando uma forte identidade e política empresarial baseadas em conhecimento, rigor, transparência e, obviamente, em valores ambientais norteados pela sustentabilidade e reintrodução dos materiais num segundo ciclo de vida. 8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Quem é Carlos Cardoso? Como define o seu percurso até chegar aos dias de hoje? Que princípios imprime na sua liderança e estratégia? Sou Engenheiro Químico de formação pela Universidade de Coimbra, com cerca de 25 anos de experiência em processos de tratamento de resíduos. Fiz um percurso profissional em várias empresas ligadas à reciclagem e regeneração de resíduos em novos produtos, muitas delas em cargos de direção. Tenho-me concentrado nessa área, que hoje se apelida de Economia Circular. Os últimos anos acabaram por conduzir-me a uma vida empresarial, hoje com várias empresas a operar nessa vertente da circularidade. O meu princípio de base, em termos de liderança, é centrar-me nas pessoas, que para mim são o pilar de qualquer organização. Tento rodear-me dos melhores profissionais, e trabalharmos num ambiente positivo, de partilha de responsabilidades e de objetivos, em equipa. A estratégia, em termos empresariais, centra-se no conhecimento e na inovação e, por outro lado, no que respeita a soluções tecnológicas, procuramos acompanhar os nossos clientes e garantir que os resultados são os esperados. Não nos limitamos, neste aspeto particular, a vender equipamento. Vendemos soluções.
GREENFLOW
A Greenflow é uma empresa recente que tem vindo a alcançar um patamar de relevância no mercado internacional. Como nasceu este projeto? Como descreve o universo Greenflow e quais os valores que têm norteado o seu crescimento e desenvolvimento? A Greenflow Marine nasce originalmente em 2012, na altura com o nome NPRF PORTUGAL ligado ao Grupo NATURE (cotado em Londres) que detinha 55% da empresa e, cuja atividade é mais operacional, centrada na recolha e reciclagem de resíduos de hidrocarbonetos produzidos em navios e comercialização dos produtos reciclados. Em 2017, o Grupo decide sair de Portugal por razões estratégicas e, na altura, sendo membro da comissão executiva, foi-me dada a oportunidade de ficar com a participação do Grupo. Passou assim a integrar o universo Greenflow. Ao mesmo tempo, o Grupo Nature faz, em 2017, também o spin-off das atividades de Projeto e Engenharia que estavam concentradas numa participada sediada em Cornwall (UK) e decidimos integrar essas atividades na Greenflow Engenharia, empresa que eu detinha a 100% e que já se dedicava às atividades de projeto e construção de soluções de reciclagem de resíduos, nomeadamente hidrocarbonetos e solventes, desde 2014. A Nature Engineering tinha presença internacional em projetos de resíduos marítimos e foi um catalisador para uma presença mais forte da Greenflow a nível internacional também. O que vemos hoje, é o resultado do desenvolvimento dessas duas empresas ao longo destes últimos anos. A Greenflow tem assim várias valências, umas mais operacionais como é o caso da Greenflow Marine, outras mais concetuais, como é o caso da Greenflow Engenharia. Os nossos valores, espelhados na nossa política empresarial, baseiam-se em conhecimento, rigor, transparência e, obviamente em valores ambientais norteados pela sustentabilidade e reintrodução dos materiais num segundo ciclo de vida. A regeneração de resíduos em novos produtos é o fio condutor das nossas atividades.
Unidade de destilação para regeneração de hidrocarbonetos – Algeciras
Cisterna Greenflow
Tentamos, conforme já referi, introduzir inovação em tudo o que propomos ao mercado. Por outro lado, fomos construindo uma reputação sólida ao longo dos anos e, esse ativo, permite uma presença consolidada em mercados mais complexos, onde o rigor, fiabilidade e qualidade das nossas soluções são mais importantes que outros aspetos comerciais. Uma equipa com larga experiência nacional e internacional que centra a sua atuação no reaproveitamento de resíduos enquanto matéria-prima, potenciando assim a economia circular, e que acompanha os clientes para assegurar os bons resultados. Este pode ser considerado um dos valores fundamentais da Greenflow? É de facto o pilar da nossa atuação. Quer ao nível dos produtos reciclados, quer ao nível das soluções tecnológicas. A Greenflow apresenta soluções inovadoras para diminuir a pegada ecológica em sectores fundamentais da economia. Qual o conceito das soluções apresentadas pela Greenflow e qual a importância que tem para a empresa o contributo para um planeta mais sustentável? As nossas soluções, como o M-CONCEPT por exemplo, centram-se em proporcionar tecnologia acessível, inovadora, com elevada fiabilidade, e simples de operar em qualquer geografia. Ou seja, temos uma preocupação técnica, no que respeita a cumprir com o objetivo proposto de tratamento, mas também temos uma preocupação de poder propor soluções modulares que possam minimizar o investimento inicial, para além de serem integráveis módulo a módulo e de funcionamento simples. A ideia do M-CONCEPT, que é um produto pensado para instalações portuárias de receção de resíduos (os chamados PRF da convenção MARPOL) ou campos de exploração de petróleo por
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GREENFLOW
exemplo, é poder aplicar-se nas mais diversas situações, sendo que cada módulo responde a um problema técnico específico, podendo ser instalados um, dois ou dez módulos, em função do tipo de tratamento preconizado, e sendo modular, minimiza a necessidade de construção civil no local, bem como otimiza a cadeia logística e, por conseguinte, minimiza aí também a pegada de CO2. Os módulos são construídos em contentor marítimo, prontos a funcionar e podem ser expedidos como tal para qualquer parte do globo. Quer as soluções tecnológicas, quer as soluções operacionais, visam a redução de poluição através da recolha e tratamento dos resíduos, mas também a transformação desses resíduos em novos produtos, o que reduz de per si o uso de matéria-prima virgem. Por outro lado, todo o design e forma de aplicação das tecnologias propostas, conforme explicado, tem em conta a redução de CO2 em todo os momentos. O grupo empresarial compreende a Greenflow Engineering, Greenflow Chemicals, a GreenSpain e a Greenflow Marine, empresas vocacionadas na sua essência para tecnologias e serviços focados na reciclagem de resíduos, com vista à obtenção de novos produtos. Quais são os fatores distintivos num mercado cada vez mais global e competitivo? A Greenflow Engenharia, distingue-se pela sua experiência, inovação e criatividade bem como uma reforçada reputação de fazer bem. Faz o que diz e diz o que faz. A Greenflow Chemicals, distingue-se pela qualidade dos seus produtos reciclados, conhecimento profundo do mercado e presença consolidada em mercados com um grau de exigência elevado, onde a penetração comercial é mais difícil. A Greenflow Marine proporciona soluções de transporte e tratamento de resíduos que garante aos seus clientes uma resposta
em qualquer circunstância, mesmo em alturas de crise profunda, como foi o caso desta pandemia e da crise dos preços do petróleo em 2020. Essa fiabilidade é muito valorizada no sector marítimo. A Greenspain, representa todos esses valores no mercado espanhol, bebendo das várias valências e soluções do restante Grupo. A equipa de gestão em Espanha acumula décadas de experiência no mercado e é obviamente uma grande mais valia, não só para o mercado espanhol, mas também para outros mercados. Também aproveitamos esse conhecimento nas empresas portuguesas. A equipa de gestão do Grupo inclui quadros de Espanha e Portugal, é coesa, multidisciplinar, com partilha constante de ideias. Isso também é uma das nossas forças. Especializada na prestação de serviços de gestão de resíduos provenientes de atividades marítimas, a Greenflow Marine conta com uma equipa com larga experiência e extremamente habilitada a fornecer as melhores soluções adequadas a cada cenário. Quais são soluções que a Greenflow Marine disponibiliza ao mercado e quais as suas mais-valias? Proporcionamos soluções de recolha e tratamento dos resíduos produzidos pelos navios, no âmbito da convenção MARPOL. Somos operadores licenciados para o Porto de Lisboa, onde trabalhamos em parceria com a CARMONA. “Think Global, Act Local” é o lema adotado pela Greenflow Marine, propondo assim soluções adaptadas às legislações locais, mas também às instalações existentes para a gestão de resíduos. Podemos afirmar que esta capacidade de fornececer soluções à medida é um ponto forte do ADN da Greenflow e uma mais-valia face aos vossos clientes? É de facto uma força nossa. Conseguimos com a nossa experiência propor soluções à medida. Já tivemos projetos onde o cliente simplesmente não conseguia que nenhuma empresa assumisse a responsabilidade de fornecer a tecnologia e garantir os resultados da mesma. O próprio M-CONCEPT permite por vezes, com a utilização de um determinado módulo, melhorar um processo existente. O mercado internacional é uma grande aposta da empresa, nomeadamente para o M-CONCEPT, uma solução técnica, pronta a ser utilizada como recepção portuária, capaz de tratar todo o tipo de resíduos oleosos. Em que consiste esta solução inovadora e quais as vantagens da sua aplicabilidade? O sector marítimo tem uma convenção denominada MARPOL, sob a cúpula da IMO, e assinada pela quase totalidade dos países. Essa convenção obriga os portos a dispor de infraestruturas de recolha e tratamento de resíduos, nomeadamente os resíduos líquidos oleosos produzidos na casa da máquina, os chamados resíduos do Anexo 1. O M-CONCEPT é um conjunto de módulos desenhados para dar resposta a esses resíduos oleosos, contentorizados e prontos a funcionar. Cada módulo responde a um problema específico. O M-EBS por exemplo, dedica-se a separar água emulsionada em hidrocarboneto. O M-DAF, a tratar águas oleosas por aeroflotação, o M-PRESS a secar as lamas geradas nos processos, o M-SCRUB a tratar os gases e odores, o M-CARBON a filtrar e reduzir a carga orgânica, como um passo adicional a alguns tratamentos convencionais, entre outros.
Projeto case study de Algeciras, Espanha 10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
GREENFLOW
“Conseguimos com a nossa experiência propor soluções à medida” Podemos aplicar todos os módulos e ter assim uma instalação completa para tratar resíduos marítimos, ou aplicar só alguns módulos em situações muito específicas. A Greenflow tem um vasto portfólio de projetos e trabalhos realizados. Qual ou quais os projetos que elege como mais emblemáticos e desafiantes? Que novos projetos estão delineados a médio prazo? Houve alguns projetos com grau de dificuldade técnico elevado, como o M-STRIP e M-SCRUB instalado em Malta. Ou uma instalação de destilação de hidrocarbonetos em contínuo, que executamos em 2021, em Algeciras. Ambos foram desafiantes e emblemáticos. A médio prazo, temos de terminar o comissionamento de duas instalações em Espanha, uma concluída e outra ainda por concluir. Temos um potencial projeto na Ásia para uma instalação completa de resíduos marítimos, onde todos os nossos módulos vão ser instalados, e um projeto para Houston no 1º trimestre de 2022. África é também um mercado onde várias oportunidades estão em estudo.
Em termos de futuro, quais os objetivos e ambições que a empresa pretende conquistar? Que estratégia está assumida para que a Greenflow continue a ser, cada vez mais, uma referência? Apostamos numa presença de referência nos mercados asiático e do oeste africano, com as nossas soluções M-CONCEPT. É nossa intenção ainda consolidar as atividades de Greenflow Marine e da Greenflow Chemicals, esta última com um grande potencial de crescimento na exportação. Por outro lado, temos em carteira o desenvolvimento de uma solução inovadora para o tratamento de resíduos da limpeza de separadores de hidrocarbonetos, que estamos em crer poder estar operacional no final de 2022.
M-DAF, unidade modular pertencente ao grupo de produtos M-Concept
Unidade de destilação para regeneração de hidrocarbonetos – Setúbal REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 11
REGINACORK
Carlos Garcia, CEO
UM PERCURSO DE SUSTENTABILIDADE ECONÓMICA, SOCIAL E AMBIENTAL Com mais de duas décadas de história, a Reginacork tem conseguido marcar a diferença no mercado através de pressupostos de inovação, qualidade e sustentabilidade, assumindo-se hoje como uma referência nacional na área da indústria corticeira. Carlos Garcia é o rosto da liderança da Reginacork, um homem dinâmico e carismático, reconhecido pelo seu empenho, dedicação e mérito no mundo dos negócios. Em entrevista à Revista Business Portugal, o empresário deu a conhecer as áreas de negócio e o circuito do processo desde a floresta até chegarmos ao produto final, destacando que o grande desafio é rentabilizar o produto e sustentabilizar a empresa.
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A Reginacork, empresa sediada em Pinhal Novo, distrito de Setúbal, iniciou o seu percurso, em 1998, com a preparação de cortiça, mais tarde, com os triturados e, posteriormente, com os granulados de cortiça. Mais recentemente, em 2016, deu início à produção de um novo produto, constituindo uma unidade de produção de pellets (um combustível ecológico alternativo ao fóssil, com custos muito inferiores para o consumidor e benefícios acrescidos para o meio ambiente) de uso industrial e doméstico, representando um investimento na ordem dos 8,5 milhões de euros. “Instalámos uma unidade para produção deste produto, um modelo de negócio diferente, mas com muitas sinergias oriundas do sector corticeiro, nomeadamente, o abastecimento de matéria-prima e a sustentabilidade das florestas”, refere o administrador. Com os resultados positivos resultantes dessa aposta, Carlos Garcia decidiu reforçar ainda mais a produção de pellets com um novo investimento, na ordem dos 1,5 milhões de euros, em 2020, durante a pandemia. Foi montada uma nova linha de secagem para os pellets, no sentido de permitir à empresa aumentar produções e, além disso, poder trabalhar as matérias-primas em verde, reduzindo, significativamente, a emissão de poeiras durante o ciclo produtivo. Em termos operacionais, a Reginacork alimenta as suas linhas de produção com matéria-prima, resultante da poda e limpeza dos pinheiros, a chamada biomassa residual florestal, que depois de moída, dá o produto final, traduzido em pellets. A recolha desta matéria-prima é feita, maioritariamente, pela própria empresa, que tem pessoal e equipas externas devidamente formadas para
REGINACORK
efetuar estas intervenções, que são igualmente desenvolvidas respeitando em absoluto os critérios da FSC (Forest Stewardship Council) e SBP (Sustainable Biomass Partnership), esta última considerada “a mãe de todas as certificações” neste campo. Em fábrica, a matéria-prima é crivada para remoção de sílicas e é aplicada integralmente na produção de pellets e/ou comercialização de estilhas para queima. Os pellets são biocombustíveis sólidos 100 por cento naturais, renováveis, com impacto neutro nas emissões de CO₂ durante a queima e com um elevado poder calorífico. “Estamos muito vocacionadas para a produção de pellets industriais, os nossos mercados prioritários são os países nórdicos e do centro e norte da Europa, nomeadamente a Dinamarca, Holanda e Inglaterra”, esclarece, destacando que são países muito cumpridores, exigentes e seletivos em termos de parceiros, portanto marcar presença nestes mercados é indicativo de um excelente trabalho. “No âmbito dos pellets, fomos apoiados desde a primeira hora pelo grupo de energia Orsted, que tem o governo dinamarquês como acionista, porque acreditaram no projeto e começaram logo a estabelecer contratos para lhe dar sustentabilidade”, sublinha Carlos Garcia. Na esfera da cortiça, a Reginacork preconiza a poda e limpeza dos sobreiros, utiliza essa cortiça denominada de falca e transforma-a em granulados para revestimentos. De acordo com o administrador da empresa, este é o principal abastecimento das indústrias de revestimentos de cortiça, a Reginacork abastece as fábricas que, posteriormente, exportam quase a 100 por cento. “No fundo, vivemos de sobrantes da floresta. Tudo o que fazemos provém do aproveitamento florestal e depois vai para exportação, no caso dos pellets é diretamente, no caso do granulado de cortiça 80 por cento vai para exportação de forma indireta e o restante de forma direta”. Os granulados são produzidos, calibrados e selecionados em função da sua densidade, ou seja, quanto menor a densidade do grão, melhor é o produto, mais elástico.
Quanto maior a densidade do grão, quantos mais quilos por metro cúbico tiver menor é a qualidade, explica o administrador, evidenciando que abastecem o mercado, em função das exigências dos clientes, isto porque cada cliente precisa do seu produto específico, quer em tamanho, quer em densidade.
“A Reginacork orgulha-se de ser uma empresa amiga do ambiente, adotando importantes medidas com vista à preservação ambiental” Inovação, Qualidade e Sustentabilidade A missão da Reginacork é produzir pellets de madeira, triturado e granulado de cortiça de forma rentável para a empresa e para o mercado. Em todo o processo de produção há um rigoroso controlo de qualidade, nos pellets o produto é testado quinzenalmente em laboratórios externos para dar cumprimento integral às especificações do caderno de encargos, no que respeita a cloro, cinzas, partículas, entre outros. “Na parte da cortiça, temos um pequeno laboratório interno, no qual testamos continuamente densidades e granulometria, e analisamos carga a carga, nomeadamente a nível de humidade e impurezas”, refere Carlos Garcia, acrescentando: “Não confundir cortiça com pellets, são coisas distintas, há muita sinergia nos dois sectores, porque são utilizados os mesmos tipos de máquinas e de transportes, mas os pellets vivem dos pinheiros e os granulados dos sobreiros”. A Reginacork orgulha-se de ser uma empresa amiga do ambiente, adotando importantes medidas com vista à preservação ambiental. A única forma de assegurar essa sustentabilidade é realizar todo o processo, que vai desde o contacto com os proprietários da floresta até ao envio dos estilhadores para a transformação das biomassas florestais residuais em pellets.
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REGINACORK
Há um conjunto de regras que têm de ser escrupulosamente respeitadas, ao longo de todo o processo, e que apenas “podemos garantir que são cumpridas se acompanharmos o processo desde início. Vale a pena relembrar que a nossa atividade constitui um grande aliviar da carga térmica nas florestas todos os anos, através do nosso trabalho promovemos a segurança da floresta, diminuindo drasticamente o risco de incêndios e pragas”, sublinha o administrador. A Reginacork está constantemente a investir em melhorias, transportes e equipamentos próprios e em conceitos de trabalho que promovam maior eficiência, ou seja, tenta simplificar os processos, de forma a reduzir custos e rentabilizar o máximo possível. Os desafios são constantes, mas Carlos Garcia frisa que o grave problema com que se depara é o aumento estrutural de tudo o que são consumíveis e energias, por isso mesmo vai encetar um investimento em painéis fotovoltaicos para reduzir substancialmente a fatura elétrica. “O nosso grande desafio é rentabilizar o produto, porque estamos a falar de um produto barato, uma energia alternativa barata, portanto temos que rentabilizar o produto e sustentabilizar a empresa”, acrescenta. Um exemplo de resiliência empresarial As dificuldades trazidas pela pandemia aguçaram a criatividade, inovação e capacidade de superação das empresas portuguesas, que fizeram das fraquezas forças e continuaram a triunfar no mundo dos negócios. Carlos Garcia desvenda que no sector da cortiça, a empresa foi seriamente abalada em 2020, e em 2021 tem registado um franco crescimento. Nos pellets, em 2020, a empresa fez um novo investimento e aumentou produções para compensar. “A pandemia afetou-nos a todos e, agora, este aumento estrutural de custos de consumíveis, de manutenções, dificuldade em obter spare parts.
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São questões às quais tivemos que nos adaptar, de qualquer forma, o 2020 foi um ano de quebra de faturação, na ordem dos cinco por cento e, para 2021, estamos a calcular um crescimento acima dos 20 por cento comparativamente com o ano passado”, avança o empresário. E como antecipa o 2022, neste contexto? Carlos Garcia é categórico ao afirmar que, neste momento, em termos de mercado, não prevê grandes problemas, porque estamos a falar de um mercado que está em franco crescimento. Na questão estrutural, considera precipitado manifestar-se pela incerteza e insegurança, no que respeita à estabilidade do país em si. Contudo, lembra: “O nosso produto não depende do mercado interno e é sempre uma mais-valia para o país, porque estamos a obter divisas das biomassas residuais florestais transformando-as em energia alternativa”.
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Equipa
A Reginacork é fruto de muita dedicação e de muito esforço. É fruto de uma constante readaptação e de muitas inovações, que foram sendo implementadas na empresa, de forma a ser melhor a cada dia. Trabalho, resiliência, determinação, crescimento e melhoria contínua, são os valores que norteiam a ação da Reginacork e que continuarão a fazer parte do seu ADN. Da fórmula do sucesso faz também parte uma equipa de profissionais, indispensável para o êxito do projeto. Carlos Garcia considera que sem espírito de equipa, sem interação e sem esforço conjunto seria impossível manter uma empresa como a Reginacork. A equipa de profissionais é um dos pilares. “Como em todas as empresas, tem de haver uma liderança, mas também tem que existir uma equipa unida, coesa e que dê o seu melhor com vista a alcançar os resultados pretendidos. É este espírito de equipa que tento preservar na Reginacork”, evidencia. Em relação ao futuro, Carlos Garcia mostra-se otimista, já que o mercado dos pellets está-se a desenvolver bastante, fruto do aumento do gás e dos outros combustíveis, mesmo a nível nacional, há um mercado doméstico, o ENplus, para o qual a empresa também tem certificação e produz ocasionalmente.
“Esse seria um mercado engraçado para ampliar no futuro, mas para já temos encomendas qb, corremos atrás das datas de carga dos navios neste momento, não temos nenhum objetivo principal para além do que estamos a fazer”, refere o administrador, reiterando que os objetivos principais para 2022 são consolidar as apostas preconizadas e avançar com investimento, nomeadamente na energia fotovoltaica para autoconsumo e garantir estabilidade nos preços energéticos. Relativamente aos pellets de madeira e granulados de cortiça, a Reginacork tem implementados os seguintes referenciais normativos: - FSC Chain of Custody Certification, FSC-STD-40-004 Standard (Version 3-0) - Requirements for Sourcing FSC® Controlled Wood, FSC-STD-40–005 Standard (Version 3-1) - Requirements for use of the FSC trademarks by Certificate Holders, FSC-STD-50-001 (Version 1-2) - ISO 9001 Relativamente, unicamente, aos pellets de madeira, tem também implementados os seguintes referenciais normativos: - ENplus de 2015 – Parte 3 e 4 -Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira; - SBP Standard #1 V1.0 – Feedstock Compliance Standard; - SBP Standard #2 V1.0 – Verification of SBP Compliant Feedstock; - SBP Standard #4 V1.0 – Chain of Custody; - SBP Standard #5 V1.0 – Energ y and Carbon data Collection; - Instruction Document 5A – Collection and Communication of Data V-1.1; - Instruction Document 5B – Energy and GHG Data V-1.1; - Instruction Document 5C – Static Biomass Profiling Data V 1:1.
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ARTIGO DE OPINIÃO
CONFIANÇA PARA UMA SAÚDE MAIS RESILIENTE António Lacerda Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
A Covid-19 trouxe-nos oportunidades de aprendizagem que nos podem ajudar a fortalecer a saúde futura e a resiliência da sociedade. A crise pandémica colocou os países sob uma pressão sem precedentes, evidenciando os desafios estruturais que já existiam. Expôs vulnerabilidades, acentuou fragilidades, mas também criou novas oportunidades. Hoje, sabemos que nada ficará como dantes, mas, se soubermos aproveitar as lições desta pandemia, estaremos em melhores condições de recuperar e enfrentar os enormes desafios que temos pela frente. A primeira lição a reter é que estamos em risco permanente de enfrentar emergências de saúde pública, com efeitos para a saúde, para a economia e para a sociedade, pelo que se confirma, assim, a necessidade de termos uma rede de saúde pública eficaz e capaz de dar resposta a eventuais crises futuras. A criação da Comissão para a Elaboração da Proposta de Reforma da Saúde Pública pelo Ministério da Saúde, cujo mandato foi recentemente renovado por mais um ano, pretende trazer uma nova ambição para a Saúde Pública, que terá, certamente, em conta a aprendizagem adquirida ao longo desta pandemia. Hoje, é amplamente reconhecido o papel transversal dos médicos de saúde pública na vigilância epidemiológica, no planeamento em saúde ou na intervenção comunitária. Recordo, por exemplo, a intervenção no rastreio de contactos, com forte impacto na quebra das cadeias de transmissão, na resposta aos surtos, no planeamento e monitorização da Covid-19, que tem sido a base da decisão política, e no auxílio à implementação da vacinação, um processo no qual Portugal foi exemplar, destacando-se como o primeiro país do mundo a atingir 85% da população totalmente vacinada. Isto só foi possível graças à colaboração multi e intersectorial e multi e interinstitucional, que, desde o primeiro momento, se revelou uma peça absolutamente central na pre-
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paração e resposta à pandemia de Covid-19. Foi inexcedível a articulação que existiu – e ainda existe - entre os diferentes sectores e agentes intervenientes, como autarquias, proteção civil, autoridades de saúde, forças de segurança. Esta realidade é não só uma das grandes lições desta pandemia, mas também a prova de que a saúde tem uma centralidade e transversalidade em todas as políticas. Sujeito ao momento mais difícil da sua história, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demonstrou resiliência e capacidade para prestar os cuidados de saúde necessários à população. Se dúvidas existissem, esta pandemia veio confirmar também a necessidade de termos um SNS forte, coeso e diferenciado, nomeadamente no que diz respeito ao equilíbrio da resposta a doentes Covid e não-Covid. Foi notável a capacidade de elasticidade e expansibilidade do sistema nacional de saúde e a cooperação entre o sector público, social e privado. Agora, é tempo de projetar o futuro do SNS. Para isso, contamos com o Plano de Recuperação e Resiliência, que nos permitirá criar mais condições para enfrentar e mitigar o impacto socioeconómico e na saúde da pandemia de Covid-19 e para alavancar um conjunto de investimentos estruturais para o SNS, essenciais para a sua modernização. Com um investimento de 1.383 milhões de euros, teremos condições para promover, por exemplo, a reforma dos Cuidados de Saúde Primários e a conclusão da reforma da Saúde Mental, em simultâneo com a Transição Digital da Saúde. Este horizonte de progresso deverá estar permanentemente alinhado com os desafios contextuais e estruturais de resposta às desigualdades e assimetrias, à demografia e à sustentabilidade do sistema de saúde. Devemos criar condições para que não se viva apenas mais anos, mas que tal aconteça de forma saudável e com qualidade de vida (o paradigma da economia da longevidade), colocando os cidadãos no centro, sobretudo os mais vulneráveis, e garantindo que ninguém fica para trás.
Anuário
Grünenthal Portugal José Roriz Country Manager
SONO - COMO DORMIR MELHOR | SAÚDE DA VISÃO | SAÚDE VASCULAR - A DOENÇA VENOSA REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 17 TABACO E AVC | SAÚDE ORAL | FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
GRÜNENTHAL PORTUGAL
CONTRIBUIR PARA UM MUNDO SEM DOR Depois de ter assumido um novo desafio, ao tornar-se recentemente Country Manager da Grünenthal Portugal, José Roriz esteve em entrevista com a Revista Business Portugal. Em primeira mão, desvendou-nos que o foco da companhia farmacêutica multinacional, que trabalha no tratamento da dor e doenças associadas, está na investigação e desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras. José Roriz, Country Manager da Grünenthal Portugal
Depois de um longo percurso alicerçado numa vasta experiência de mais de 25 anos em diversas funções e departamentos da Grünenthal Portugal, José Roriz assumiu recentemente a direção da multinacional farmacêutica alemã no mercado nacional. Como encara este novo desafio na companhia? Assumi o cargo de Country Manager da Grünenthal Portugal com o compromisso de continuar a trabalhar para posicionar a Grünenthal como uma companhia de referência na área da dor em Portugal, contribuindo para a nossa visão de um mundo sem dor. Liderar uma empresa que aposta em profissionais de excelência, e que foi reconhecida como uma das melhores para trabalhar no nosso país, é para mim um orgulho e uma enorme responsabilidade.
Cuidados de Saúde Primários” – promovido pela Grünenthal em 58 centros das ARS do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo –, a prevalência da dor crónica nos cuidados de saúde primários é de 33,6%. É neste contexto que a Grünenthal desenvolve a sua atividade; temos uma visão clara de um mundo sem dor, que está presente em tudo o que fazemos. Estamos centrados em cinco áreas fundamentais: lombalgia crónica, dor neuropática periférica, dor crónica pós-cirúrgica, osteoartrose e enxaqueca. Além da I&D próprias, as parcerias estratégicas que estabelecemos com outras empresas e com as instituições científicas também devem ser encaradas como uma prioridade, para que seja possível continuarmos a contribuir para o desenvolvimento de opções terapêuticas inovadoras e relevantes para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com dor crónica.
A Grünenthal é líder mundial na abordagem ao tratamento da dor e doenças associadas. Sendo a ciência o principal foco da indústria farmacêutica, que importância tem para a Grünenthal a investigação e desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras? A Grünenthal tem mais de 50 anos de experiência de investigação na área da dor e cerca de duas centenas de pedidos de patente nos últimos dez anos. Enquanto líder mundial na investigação e no desenvolvimento (I&D) na área da dor, explora intensamente novas opções de tratamento com potencial para melhorar a vida dos doentes em todo o mundo. Somos uma empresa ambiciosa e dinâmica, com um pipeline orientado para a inovação, que nos permite crescer a partir das nossas competências centradas na dor. A nossa atividade de I&D permite-nos desenvolver soluções inovadoras e tecnologia de ponta nesta área terapêutica.
O Prémio Grünenthal DOR é um prémio anual, criado pela Fundação Grünenthal. Em que consiste este prémio e a quem se destina? A Fundação Grünenthal é uma entidade privada sem fins lucrativos, criada em 1998, com a finalidade de contribuir ativamente para um melhor tratamento da dor em Portugal. Ao longo destas mais de duas décadas, a Fundação Grünenthal tem desenvolvido e apoiado diversas iniciativas de divulgação de conhecimento científico e de apoio à investigação. Promove igualmente atividades de âmbito literário, com vista a contribuir para um maior conhecimento em torno da dor crónica em Portugal. O Prémio Grünenthal Dor é um prémio anual, criado pela Fundação Grünenthal, destinado a galardoar trabalhos sobre temas de investigação básica ou clínica relacionados com a dor. Este é um dos prémios organizados pela Fundação Grünenthal, a par da Bolsa Para Jovens Investigadores em Dor, do Apoio a Projetos de Investigação na Área da Dor e do Prémio de Jornalismo na área da Dor.
A dor é atualmente considerada como o principal problema médico a nível global. Mais de 1,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de dor crónica. Que tratamentos disponibiliza a Grünenthal nesta área da dor? A dor crónica é uma doença invisível e difícil de avaliar, mas com grande impacto a nível pessoal, familiar e socioeconómico. Em Portugal, por exemplo, sabemos que uma em cada três pessoas vive com dor crónica. De acordo com o estudo “Prevalência e Caracterização da Dor Crónica nos
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A pandemia Covid-19 tem gerado atrasos significativos em todas as especialidades clínicas. Como está a situação ao nível de diagnósticos e tratamentos nos doentes com dor crónica? A situação excecional provocada pela pandemia veio alterar significativamente a organização do sistema de saúde, em virtude da própria doença, o que implicou uma resposta específica e imediata dos serviços de saúde.
GRÜNENTHAL PORTUGAL
Equipa da Grünenthal Portugal
Os sucessivos confinamentos e as restrições a que a pandemia obrigou resultaram num impacto muito acentuado no acompanhamento das doenças não-covid e a dor crónica não foi exceção. Este facto é particularmente preocupante quando sabemos que a dor é uma das principais razões que leva as pessoas a procurar cuidados médicos. Depois de mais de um ano e meio de período de pandemia, terão ficado por diagnosticar muitos doentes com dor crónica, outros tantos ter-se-ão agravado e terá havido um número considerável de doentes que adiou tratamentos e exames complementares. Ainda assim, há que destacar o papel dos profissionais de saúde, que apesar de todos os constrangimentos mantiveram e reforçaram o seu compromisso com o doente, criando uma rotina de acompanhamento não presencial, o que implicou uma readaptação das dinâmicas de trabalho. A Grünenthal tem vindo a ser reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar em Portugal. Que significado tem a distinção atribuída pelo Great Place to Work Portugal? A Grünenthal foi distinguida como uma das Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal, na dimensão menos de 100 colaboradores, no ranking de 2021 (5.º lugar). Recebeu ainda a certificação Great Place to Work, que distingue a qualidade do ambiente de trabalho proporcionada pela empresa aos colaboradores. As distinções que temos recebido refletem o esforço de todos os colaboradores, a paixão com que trabalhamos e o respeito pelos doentes, mas, sobretudo, motivam-nos para continuar a fazer mais e melhor pela nossa missão. A Grünenthal está a celebrar este ano o seu 75º aniversário e, no âmbito das suas comemorações, lançou a iniciativa de reflorestamento #TreesForOurPlanet. Que medidas fazem parte desta contribuição global para o meio ambiente? A iniciativa #TreesForOurPlanet nasceu no âmbito do 75ª aniversário da Grünenthal e está integrada na nossa política de Responsabilidade Social.
Comprometemo-nos a plantar 7.500 árvores em todo o mundo até o final de 2021 como forma de ajudar a proteger o planeta para usufruto das gerações futuras. A iniciativa foi desenvolvida para que todos os colaboradores da Grünenthal globalmente possam participar através da plantação de árvores na sua região. A par desta iniciativa, a empresa tem vindo a fazer um esforço para diminuir a pegada ecológica, encontrando novas formas de reduzir, reutilizar e reciclar resíduos de produção. A Grünenthal está presente com a sua filial em Portugal desde 1995. Como avalia esta implementação e percurso no mercado nacional, e que futuro está reservado para a companhia? Em Portugal, a Grünenthal conta com uma equipa experiente, composta por cerca de 50 colaboradores que mantêm o compromisso diário com a missão de melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com dor crónica. Com este compromisso em mente, vamos continuar a investir em I&D para disponibilizar aos doentes terapêuticos cada vez mais inovadoras, enquanto apoiamos os profissionais de saúde através de iniciativas formativas e de sensibilização para o diagnóstico atempado e o tratamento adequado da dor crónica. Queremos, igualmente, continuar a desenvolver parcerias que aportem valor e criem sinergias positivas que promovam uma cada vez maior sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
www.grunenthal.pt
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O SONO DOS PORTUGUESES
65% DOS PORTUGUESES NÃO ESTÃO SATISFEITOS COM A QUALIDADE DO SONO DURANTE O PERÍODO DE TRABALHO
65% dos inquiridos não está satisfeito com o sono durante o período de trabalho, no entanto, durante o período das férias, 72% dos indivíduos referem ter um sono satisfatório – estas são algumas das conclusões de um questionário realizado on-line pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Concretizado com o intuito de avaliar o impacto que o período de férias tem no sono dos portugueses, o questionário obteve 2560 respostas, das quais 95% correspondem a idades compreendidas entre os 19 e os 65 anos, com 82% a fazerem parte da população ativa. Quanto às horas de sono diárias recomendadas - entre 7 a 9 horas -, durante o período de férias, a maior parte dos inquiridos (82%) consegue cumpri-las, sendo que, durante o período de trabalho, esta percentagem desce para os 54%. Foi também possível aferir com este inquérito que, durante o período de trabalho, é maior a percentagem de indivíduos que tem dificuldade em adormecer (47%) do que a dos que refere ter esta dificuldade durante o período de férias (27%). Os inquiridos foram ainda questionados sobre o hábito de dormir a sesta, sendo uma percentagem mínima (4%) os que referiram fazê-lo durante o período de trabalho e aumentando para 41% durante o período de férias. “Estes dados apontam para uma tendência de sono insuficiente durante o período de trabalho com maior probabilidade de insónia inicial, menor número de horas de sono e menor satisfação com o sono em período laboral: ou seja, estamos a perder sono em quantidade e qualidade”, referem as Dras. Susana Sousa e Sílvia Correia, da SPP. 20 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
As pneumologistas destacam ainda ser “fundamental refletirmos sobre o sono e sobre a sua importância. Tem de ser uma prioridade na nossa agenda, não apenas durante as férias, mas durante todo o ano. A compensação do sono durante as férias não é a melhor estratégia: o objetivo é dormir o tempo que cada indivíduo necessita todos os dias do ano”. Para que possa gozar umas férias descansadas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia relembra algumas recomendações para uma boa noite de sono: • Manter os horários regulares próximos da rotina. • Evitar os jantares pesados tardios, com álcool. • Evitar a cafeína próximo da hora de dormir. • Se for fumador, aproveitar o período de férias para deixar de fumar e iniciar novas rotinas saudáveis. • Preparar o quarto e adequar a temperatura (temperaturas muitos quentes prejudicam o sono). • Exercício físico regular – sobretudo ao ar livre – aproveitar o bom tempo para uma atividade física que junta o exercício e a exposição a luz solar será o ideal. • Exposição a luz no início da manhã pode ajudar a regular o ciclo de sono-vigília. • Evitar a exposição a luz azul a noite (tal como o uso do telemóvel ou videojogos durante o período da noite por crianças e jovens). • Dormir o número de horas suficiente para sentir que o sono foi reparador e para que consiga usufruir das férias da melhor forma possível. • Evitar dormir com telemóveis ou outros dispositivos móveis na mesa-de-cabeceira.
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SONO | COMO DORMIR MELHOR: O QUE DEVE FAZER
COMO DORMIR MELHOR: O QUE DEVE FAZER Prof.ª Dr.ª Carla Bentes, Neurologia, Medicina do Sono, Neurofisiologia
Siga estas recomendações, conhecidas como medidas de higiene do sono, que são fundamentais para ter um sono de qualidade. Dormir bem é fundamental para o nosso equilíbrio. Há várias medidas que pode adotar e vários hábitos que não deve ter, todos para conseguir dormir melhor. Estas são as medidas que o vão ajudar a dormir melhor: Vá para a cama quando tem sono • Quando sentir sono, vá para a cama, deite-se e feche a luz. O sono é um processo natural que não deve “forçar”. Para sentir sono na hora habitual, evite adormecer previamente noutros locais, mesmo que seja por pouco tempo, por exemplo, no sofá no final do dia. Tenha um horário de deitar e levantar • Deve manter um horário regular para se deitar e levantar, quer durante a semana, quer ao fim-de-semana. Não deve haver uma diferença de mais de uma hora entre as horas a que se deita e se levanta durante a semana e aos fins de semana. Ser consistente ajuda a reforçar o seu ciclo de sono-vigília. Se notar que existe uma diferença superior a uma hora entre a hora a que se deita e se levanta ao fim-de-semana e nos outros dias da semana, provavelmente não está a dormir regularmente o número de horas de que precisa ou não o está a fazer no ritmo de sono-vigília que o caracteriza.
Tenha um ambiente confortável no quarto • O ambiente para dormir deve ser silencioso, escuro, seguro e com uma temperatura confortável. O barulho de fundo e a luz, mesmo que de baixa intensidade, podem interromper e/ou encurtar o sono. Uma forma de filtrar barulho indesejável é manter um som constante de baixa intensidade, o chamado white noise. Um aumento progressivo da luminosidade do quarto, de manhã, pode ajudar a acordar. Relaxe no final do dia • No final do dia, muito antes da hora de ir dormir, deve progressivamente abrandar a sua atividade. Tal permitirá uma transição progressiva entre as atividades do dia e o período do sono. Ao livrar-se da excitação e preocupação do dia, vai sentir-se mais calmo e o sono aparecerá de forma mais natural. Reserve o quarto apenas para dormir • Use o quarto apenas para dormir e só durma no quarto. O quarto deve ser um local reservado para dormir. Não deve ver televisão, comer, estudar ou usar o telemóvel ou outros aparelhos eletrónicos na cama. Quando se fazem outras atividades no quarto são criadas associações entre estar na cama e estar acordado, o que pode treinar o seu cérebro para ficar acordado quando chega à cama para dormir. Pode ser difícil não utilizar a cama para outras atividades, mas é um componente fundamental na melhoria da qualidade de sono. Se usar a cama apenas para dormir, esta torna-se um sítio onde o sono aparece naturalmente. A atividade sexual é a única exceção a esta regra. Faça exercício físico regularmente • A atividade física regular é essencial para um sono de qualidade, aumentando a quantidade de sono profundo. O exercício físico deve idealmente ser feito durante o período da manhã. Realizar exercício físico no final do dia ou muito perto da hora de se deitar pode ter um impacto negativo no sono. Durante o exercício físico e nas horas seguintes são ativadas muitas funções no nosso corpo e a temperatura corporal aumenta, o que perturbará o adormecer e o sono. Reprodução autorizada do artigo publicado no site do Hospital da Luz na internet em www.hospitaldaluz.pt/nb
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SAÚDE DA VISÃO | OLHO SECO
OLHO SECO E APARELHOS DIGITAIS - CUIDADOS A TER NO PRESENTE E NO FUTURO J. Salgado-Borges, Médico e Cirurgião Oftalmologista Diretor da Clinsborges e Embaixador em Portugal do TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society) www.clinsborges.pt / www.salgadoborges.com
A utilização de aparelhos digitais tornou-se parte inerente no dia-a-dia da maioria das pessoas. Munidas com smartphone, tablet, laptop, TV ou outros dispositivos, a atenção visual é direcionada para os ecrãs e com o uso excessivo destes aparelhos, prevemos que a doença do olho seco venha a exacerbar nas próximas décadas. A síndrome do olho seco é uma condição ocular caracterizada pelo desajuste entre a quantidade e a qualidade da secreção lacrimal e as necessidades de lubrificação da superfície do olho. Manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas inespecíficos, tais como: sensação de picada, ardência, lacrimejo excessivo e pode ser causada por vários fatores: exposição prolongada aos ecrãs, exposição a poluentes ambientais, o tabaco, a humidificação deficiente e o aumento da evaporação da lágrima. Em casos extremos pode causar danos na córnea e cicatrizes, e eventualmente perda irreversível da visão. Como a utilização de aparelhos digitais pode causar a síndrome do olho seco? Vários estudos relacionam o uso dos aparelhos digitais com sintomas da síndrome do olho seco, sendo os seguintes fatores determinantes para a sua causa: Redução da taxa de pestanejo A taxa de pestanejo é reduzida em quase 66% quando a atenção está direcionada para um ecrã. Esta constatação é relevante porque pestanejar menos aumenta o risco de desenvolvimento do olho seco. O pestanejar tem um papel fulcral na hidratação dos olhos. A lágrima forma uma película que recobre o globo ocular e a face interna das pálpebras, para que estas durante o pestanejo passem suavemente sobre o olho sem o “arranhar” ou danificar, funcionando como o óleo de uma máquina. Disfunção das Glândulas de Meibomius As glândulas de Meibomius são pequenas glândulas que revestem o bordo das pálpebras e produzem ativamente lípidos e proteínas para as suas margens.
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A sua disfunção é o termo geral para complicações glandulares que podem levar a uma composição alterada da película lacrimal, desconforto ocular e palpebral - olho seco evaporativo. Estudos demonstraram que pessoas que passam 4 ou mais horas diárias a olhar para um ecrã têm maior incidência de sintomas de disfunção da glândula de Meibomius e síndrome do olho seco. Quais os cuidados a ter com os seus olhos em 2022 Algumas recomendações que ajudam a combater os sintomas de olho seco ao utilizar um equipamento digital: • Faça pausas frequentes e aplique a regra 20-20-20 (parar a cada 20 minutos de uso, parar durante 20 segundos e olhar para uma distância de 20 pés, ou seja, cerca de seis metros); • Manter a hidratação corporal e beber água ao longo do dia; • Colocar o ecrã do computador a 50-55 cm, ao nível dos olhos ou ligeiramente abaixo; • Trabalhar numa sala bem iluminada e usar, se necessário, um humidificador. • Fazer, quando possível, uma pausa no uso das lentes de contacto; Comum no tratamento de todas as situações de olho seco é a administração de lágrimas artificiais. Em especial, há que ter cuidado com o uso de lágrimas artificiais com conservantes, uma vez que estes podem ter efeitos tóxicos e ser indutores de alergias, e por si só agravarem a situação de olho seco. Hoje, uma terapêutica mais adaptada a cada tipo de olho seco, foi disponibilizada pela investigação e desenvolvimento farmacológico (lágrimas artificiais sem conservantes ou geles fluídos). Em conclusão, para prevenir e tratar um olho seco, para além da utilização de lágrimas artificiais, é fundamental alertar a população para a doença do olho seco, evitando o uso prolongado dos computadores e a permanência em ambientes adversos.
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SAÚDE DA VISÃO | BLEFARITE
BLEFARITE Profª Drª Andreia Martins Rosa Médica oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, na Unidade de Oftalmologia de Coimbra, Hospital da Luz Coimbra e Martins Rosa- S. Saúde, Santa Maria da Feira. Professor Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
A blefarite é uma inflamação do bordo das pálpebras, associada ou não à infeção das mesmas. É uma das doenças oculares mais comuns no mundo e está presente em praticamente todas as faixas etárias. A blefarite ocorre quando as glândulas de Meibómius, que produzem a gordura das lágrimas, localizadas perto da raiz das pestanas, entopem, causando irritação e vermelhidão. Por vezes há uma infeção aguda da margem da pálpebra, originando um hordéolo (ou terçolho). Mais frequentemente, a blefarite é crónica e afeta os dois olhos. Os sintomas costumam ser piores de manhã e incluem prurido, sensação de areias ou calor nos olhos, bordos palpebrais vermelhos e inchados, presença de partículas gordurosas nas pestanas, olhos colados ao acordar, sensibilidade à luz, lacrimejo e visão enevoada, que melhora com o pestanejar. O entupimento e inflamação prolongados das glândulas pode levar ao aparecimento de um chalázio – uma massa no bordo palpebral, que torna a pálpebra vermelha e inchada. A blefarite pode ser causada por dermatite seborreica (caspa no couro cabeludo ou sobrancelhas), rosácea, alergias, tanto a medicamentos oculares, como a soluções de limpeza de lentes de contacto ou mesmo a maquilhagem e por pequenos parasitas nas pestanas, invisíveis a olho nu. É agravada (e também agrava) o olho seco, leva a vários episódios de conjuntivite e, nos casos mais graves, a problemas na córnea, como úlceras e neovascularização (pequenos vasos de sangue na camada transparente do olho).
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O diagnóstico é essencialmente clínico, através da observação cuidadosa das pálpebras, cílios, glândulas, conjuntiva e da pele. Avalia-se também a facilidade de expressão da gordura das glândulas de Meibómius, bem como a sua regularidade e densidade, a produção de lágrimas e sua estabilidade e, por vezes, procede-se à identificação laboratorial de microrganismos, podendo ser necessário recolher cílios e crostas das pálpebras. A prevenção da blefarite passa por manter as pálpebras limpas, livres de crostas, escamas gordurosas e restos de maquilhagem. A higiene das pálpebras é, aliás, a medida mais simples e eficaz para tratar a blefarite e consiste em três passos: calor húmido, massagem e limpeza. O calor húmido pode ser feito com compressas ou lenços de pano limpos e embebidos em água morna, colocados durante cerca de dez minutos sobre os olhos fechados. Também existem máscaras comercializadas para esse efeito, que são muito úteis. A humidade e o calor facilitam a saída da gordura das glândulas e tornam mais fácil a remoção de crostas e detritos dos cílios e pele das pálpebras. A massagem consiste em aplicar pressão (com os dedos, um cotonete ou um toalhete) em todo o bordo das duas pálpebras. Para a limpeza pode usar-se um champô neutro diluído em água morna, mas existem também soluções de limpeza e toalhetes, preparados com agentes antisséticos não irritativos. Em alguns casos é necessário usar produtos com ação contra um parasita das pálpebras, à base de óleo da árvore do chá (tea tree oil), aplicar lágrimas artificiais, anti-inflamatórios, fazer um tratamento com antibiótico tópico ou oral e, naturalmente, controlar qualquer condição subjacente que esteja a agravar o quadro, como a dermatite seborreica, rosácea ou alergias. Existem também dispositivos que emitem luz, calor ou uma combinação destes para promover a saída da gordura das glândulas. Na maioria dos casos o médico oftalmologista fará um esquema de tratamento que inclui algumas destas medidas, de acordo com a avaliação clínica, e é habitual haver uma melhoria significativa dos sinais e sintomas, podendo, contudo, ser necessário repetir o tratamento passado algum tempo.
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PP-PURALG-PT-0005. Dezembro 2020
Óleo da árvore do chá: conhecido pelas suas propriedades antimicrobianas
SAÚDE VASCULAR | DOENÇA VENOSA
Dr. Paulo Pimenta (OM36699), Médico especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular no Trofa Saúde Alfena, Maia, Hospital da Trofa e Braga Sul
DOENÇA VENOSA APÓS COVID-19 As complicações vasculares trombóticas e embólicas na infeção por Covid-19 são amplamente conhecidas e responsáveis por um significativo aumento da morbimortalidade na doença moderada e grave. A resposta inflamatória intensa mediada pelo sistema imunitário será o fator desencadeante para uma cascata de alterações da coagulação e lesão da parede vascular que culminam com eventos trombóticos graves, venosos ou arteriais. Foi também relatado, nos últimos meses, um aumento significativo da incidência de episódios de trombose venosa profunda e superficial nos membros inferiores, em doentes adultos de todas as faixas etárias. Além das causas já conhecidas, a maioria dos eventos estão relacionados temporalmente com os períodos de confinamento e isolamento domiciliário. Entende-se assim, que a quebra de rotinas na atividade diária, a imobilidade e sedentarismo associado, por exemplo, ao teletrabalho, bem como a ausência de exercício físico regular, sejam fatores precipitantes para o desenvolvimento da doença venosa trombótica diagnosticada ultimamente nesta era pandémica. Estes eventos podem ter uma evolução benigna se detetados e tratados precocemente, mas podem evoluir de forma insidiosa e grave, deixando sequelas incapacitantes e definitivas se o diagnóstico for tardio, podendo mesmo ser fatais em situações mais extremas e excecionais. Com o retorno progressivo à denominada “vida normal”, são ainda muitos os doentes que mantêm queixas associadas à insuficiência venosa crónica, relatando um progressivo agravamento da sua sintomatologia. O edema crónico vespertino, a dor ou desconforto e ardência nos membros inferiores, mas também o aumento da doença varicosa (varizes), são queixas cada vez mais frequentes e causa de avaliação clínica. É fácil também aqui, estabelecer uma relação direta com o período que atravessamos nos últimos tempos.
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Assim, chegou a hora de interromper a história natural desta doença, assumindo desde já hábitos de vida saudável e medidas de higiene venosa. Evitar o ortostatismo prolongado e a imobilidade, prática regular de exercício físico, drenagem postural com membros inferiores elevados por curtos períodos diários, hidratação e alimentação saudável, controlo e supervisão médica na toma de anticoncecionais e terapêutica hormonal de substituição, são alguns dos fatores que podem alterar o curso desta doença. A manutenção da sintomatologia, apesar destas medidas, bem como o aumento das varizes e alterações cutâneas nos membros inferiores, são motivos mais do que suficientes para uma avaliação a curto prazo no âmbito da Cirurgia Vascular, com a certeza que existe atualmente solução e capacidade técnica instalada, bem como, motivação clínica para a resolução da esmagadora maioria destas patologias. Com objetivas e evidentes melhorias sintomáticas e resultados cosméticos gratificantes.
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FUMAR PODE PROVOCAR UM AVC
FUMAR PODE PROVOCAR UM AVC: NÃO SEJA MAIS UMA VÍTIMA
Dr.ª Mariana Carvalho Dias, Neurologista no Hospital de Santa Maria, Membro J-SPAVC
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabaco é uma das maiores ameaças de saúde pública e é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano mundialmente (7 milhões como resultado de tabagismo direto e 1.2 milhões resultantes do tabagismo passivo). O tabaco é uma das principais causas evitáveis de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos e, segundo o relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo de 2019, contribui para mais de uma em cada dez mortes registadas anualmente em Portugal. O AVC continua a ser a primeira causa de morte e incapacidade em Portugal, sendo que 90% dos AVC estão associados a fatores de risco modificáveis, como o tabagismo. O consumo de tabaco está relacionado com a ocorrência de um em cada dez AVC's. Fumar está ainda associado ao aumento do colesterol LDL e do risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2, bem como ao aumento da pressão arterial, sendo todos estes fatores de risco para AVC. Diversos estudos mostram também que fumar está associado a risco de progressão mais acelerada da aterosclerose das artérias carótidas e que este risco também existe nos fumadores passivos.
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Para além da sua associação com doença cerebrovascular, fumar tem efeitos prejudiciais em quase todos os órgãos, sendo um conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares, cancro e doenças respiratórias crónicas. Para além destas, pode associar-se a problemas de fertilidade e complicações na gravidez, entre muitos outros. Não existe um nível de exposição seguro ao tabaco. Os efeitos prejudiciais do tabaco estão presentes mesmo para quem fuma menos de cinco cigarros por dia e para os fumadores passivos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que metade das crianças sejam vítimas de tabagismo passivo e que cerca de 65 mil crianças morram por ano vítimas de doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. O tabagismo passivo pode, inclusivamente, aumentar o risco de síndrome de morte súbita do lactente. Todas as formas de consumo de tabaco são nocivas. Recentemente, tem havido um crescente aumento do consumo de outras formas de tabaco, nomeadamente de Produtos de Tabaco Aquecido (“heat-not-burn technology”). Estes utilizam dispositivos que aquecem o tabaco, produzindo aerossóis que contêm nicotina e químicos tóxicos. Até à data não existe evidência de que sejam menos prejudiciais do que os cigarros convencionais, tanto para os fumadores ativos como passivos. Parar de fumar antes dos 40 anos reduz os riscos para a saúde em mais de 90%, mas deixar de fumar tem benefícios em qualquer idade. Concretamente, o risco de AVC reduz progressivamente nos anos seguintes a parar de fumar. Parar de fumar tem benefício mesmo para quem já tenha sofrido de doenças relacionadas com o tabaco. A ajuda de profissionais de saúde duplica a probabilidade de sucesso na cessação tabágica e existem hoje diversas estratégias possíveis, desde terapias farmacológicas a psicoterapia. O tabaco mata praticamente metade dos seus consumidores. Não seja mais uma vítima dele.
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SAÚDE ORAL | ORTODONTIA
MITOS E VERDADES SOBRE ALINHADORES DENTÁRIOS Dr.ª Liliana Pires (OMD09847), Médica Dentista, com formação em Ortodontia, no Trofa Saúde Valença
Os alinhadores são aparelhos ortodônticos removíveis que permitem corrigir o seu sorriso de forma confortável e discreta. Estes aparelhos estão associados a tecnologias que tornam possível visualizar todos os movimentos dentários e estética do sorriso durante todo o tratamento. Neste artigo vamos descobrir alguns mitos comuns relacionados com esta forma de tratamento. São mais confortáveis Verdade. Como não existem peças metálicas e arames, este aparelho torna-se mais confortável em comparação com os aparelhos fixos. O contacto com as mucosas não vai magoar e criar lesões. No entanto, como em qualquer tratamento ortodôntico, existe movimentação dentária sendo inevitável a sensação de ligeiro desconforto nos dentes em alguns períodos do tratamento. É necessário ir sempre ao dentista para trocar de alinhadores Mito. Dependendo da fase de tratamento o doente deve acudir às consultas regularmente (4 a 8 semanas). Em cada consulta a ortodontista avalia o progresso do tratamento e dá ao doente o próximo conjunto de alinhadores. Existem restrições alimentares Mito. Como é possível remover os alinhadores não existem restrições alimentares.
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São invisíveis Mito/Verdade. Os alinhadores são, praticamente, invisíveis, e, normalmente, a maioria das pessoas nem repara que está a usá-los. É necessário utilizar contenção no fim do tratamento Verdade. A contenção é aconselhada em todos os tratamentos ortodônticos de forma a evitar que os dentes voltem à sua posição inicial. O tipo de contenção ortodôntica e tempo de utilização será definido pelo ortodontista responsável. Utilizam-se durante a noite Verdade. Os alinhadores devem ser utilizados 22 horas por dia para se obterem os resultados planeados. A escovagem dentária é mais fácil Verdade. Tal como a alimentação, a escovagem dos dentes torna-se muito fácil com os alinhadores dado que existe a possibilidade de os remover. Portanto, os tratamentos ortodônticos permitem melhorar a estética da face e do sorriso. A função é melhorada e a higiene torna-se mais fácil. Consulte um Ortodontista para tirar todas as suas possíveis dúvidas.
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SAÚDE ORAL | VITRACLINIC
UMA CLÍNICA DENTÁRIA INOVADORA Ana Pragosa e Sérgio Sousa, Diretores Clínicos
Recente no mercado, mas com o know-how de mais de 20 anos de experiência na área da medicina dentária, a Vitra Clinic tem vindo a conquistar o mercado algarvio. Em entrevista à Revista Business Portugal, Ana Pragosa e Sérgio Sousa, diretores clínicos, destacam que dar aos seus pacientes os melhores cuidados de saúde e proporcionar o seu bem-estar e conforto, dá-lhes uma sensação de dever cumprido, ao mesmo tempo que lhes permite olhar o futuro com confiança. O projeto Vitra Clinic nasceu em plena pandemia, para dar vida a um sonho e avançar para um projeto próprio. Qual o balanço que fazem até ao momento? É verdade, avançamos com este projeto numa fase conturbada e bastante indefinida para todos. Acreditámos. Contámos com o apoio dos nossos amigos e pacientes de longos anos, com o suporte de uma equipa que nos incentivou e ajudou a crescer com solidez e determinação e com a fé de que o nosso esforço, dedicação e trabalho honesto iriam ser compensados. O balanço é claramente positivo. O poder dar aos nossos pacientes os melhores cuidados de saúde, ao mesmo tempo que lhes conseguimos proporcionar bem-estar e conforto, dá-nos uma sensação de dever cumprido e permite-nos olhar o futuro com confiança.
Um outro assunto atual e que deve suportar qualquer crescimento, mesmo nestes tempos conturbados, é a sustentabilidade ambiental. Como é que a Vitra Clinic encara este assunto que se assume como de importância crescente na nossa sociedade? Numa consulta de medicina dentária utilizam-se habitualmente uma infinidade de materiais em plástico que são descartados no final. Embora ainda não seja possível reduzir a zero a produção desse tipo de lixo, na Vitra Clinic temos feito um esforço de mudança que nos permitiu reduzir significativamente a nossa pegada ecológica. Os copos de plástico de utilização única foram substituídos por copos de papel; os tabuleiros de plástico foram eliminados por completo, tendo sido substituídos, quando necessário, por tabuleiros biodegradáveis ecológicos; fazemos separação de papel e plástico das mangas de esterilização; o consumo de garrafões de água destilada que alimenta os aparelhos de esterilização foi abolido e substituído pela instalação de um aparelho que produz água destilada a partir de água da rede pública. Também em termos energéticos foi feito um investimento em isolamentos térmicos de vidros, permitindo uma climatização mais natural e com menor recurso a ar condicionado. Acreditamos que o futuro do planeta depende de todas as ações e, mesmo sabendo que, no imediato algumas destas mudanças implicam maiores custos financeiros, sentimo-nos na obrigação de contribuir para um planeta mais limpo. A Vitra Clinic proporciona tratamentos tecnicamente de vanguarda, mas privilegiando um atendimento muito personalizado e focado no conforto do paciente. Todos os tratamentos, embora padronizados, têm de ser adequados a todos os pacientes que vos procuram? Nós não tratamos dentes, tratamos pessoas. Fazemos questão de ter tempo para conversar antes e depois de cada tratamento, em resumo, gostamos muito de interagir com as pessoas e contruímos uma clínica à volta desse conceito.
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VITRACLINIC | SAÚDE ORAL
R. Jacinto Correia, Edif Atrium 8400-398 Lagoa www.vitraclinic.com Tel: 282 353 285 Equipa
Sobretudo não temos pressa, gostamos de disfrutar de cada momento e nunca perdemos de vista o foco no conforto para o paciente. Na memória de gerações mais antigas a cadeira do dentista é uma experiência fugaz e desagradável e nós andamos há mais de 20 anos a inverter essa ideia. Uma coisa à qual atribuímos especial importância é ao “plano de tratamento”: passar uma consulta de uma hora ou mais a debater objetivos e expectativas do paciente não é tempo perdido, é a única forma de traçar um caminho, perfeitamente claro também a nível técnico e financeiro que depois vamos executando ao ritmo desejado. Na medicina dentária existe um investimento constante em soluções e técnicas inovadoras, suportadas por tecnologia de vanguarda. Até que ponto esse investimento pode dificultar o acesso a esta especialidade? A medicina dentária de qualidade é, inevitavelmente, dispendiosa e, infelizmente, há uma parte significativa da população portuguesa que não lhe consegue aceder por razões económicas. Ficamos felizes quando surgem iniciativas políticas que permitem um melhor acesso a grupos mais desfavorecidos e acreditamos que o futuro tem de passar pelo investimento na prevenção, principalmente nas populações mais jovens. A Vitra Clinic segue uma política de preços transparente, baseada no grau de especialização dos seus médicos e na qualidade dos materiais que se utilizam. Trabalhamos apenas com os materiais e equipamentos que acreditamos serem os melhores. Mas o investimento na medicina dentária de qualidade vai muito para além do visível, há um investimento de base em formação, que é essencial. Cuidar de um paciente implica saber identificar as patologias e as suas necessidades, planear a sua reabilitação cuidadosamente, passo a passo, assegurando sempre a função e o conforto e depois executar esse plano de forma a obter o melhor resultado possível. Saber diagnosticar e planear corretamente um caso está na base do sucesso de qualquer tratamento médico. É importante que se tenha essa consciência e que se entenda que a primeira consulta é a chave para o sucesso do tratamento futuro.
“A nossa medicina dentária baseia-se na relação humana, nos valores da honestidade e confiança para além da óbvia competência técnica” Todos os investimentos são essenciais, mas é importante nunca menosprezar o fator humano, que na verdade é que fideliza os pacientes? Os equipamentos são indispensáveis para realizar um bom trabalho, mas as máquinas não trabalham sozinhas, não comunicam, não transmitem calor humano e confiança. A nossa medicina dentária baseia-se na relação humana, nos valores da honestidade e confiança para além da óbvia competência técnica. O nosso maior investimento é, sem dúvida, nas pessoas, na nossa equipa. Reunimos connosco profissionais com elevados valores humanos, preocupados com o bem-estar dos outros e ao mesmo tempo extremamente qualificados tecnicamente. Conhecemo-nos há muitos anos, trabalhamos juntos em equipa, partilhamos cada caso, planeamos cada tratamento, tendo sempre o bem-estar dos nossos pacientes como objetivo final. As duas partes, equipamentos e profissionais têm que se conjugar para chegar ao resultado pretendido. Ficamos muito felizes quando a meio de um tratamento nos apercebemos que se perdeu a conotação negativa que no passado se associava aos tratamentos dentários e sentimos a confiança e a amizade dos nossos pacientes. Quais serão os maiores desafios para a medicina dentária, nomeadamente em Portugal? O nível técnico da medicina dentária é muito elevado e Portugal está entre os países com melhores profissionais. Os desafios podem ser sociais, se pensarmos que gostaríamos muito que cada vez mais pessoas tivessem acesso a uma medicina dentária de alta qualidade, seja em clínicas privadas como a nossa, seja no sector público. Também podemos perspetivar os desafios de futuro em função de objetivos clínicos: ver cada vez crianças com uma dentição perfeita, adultos sem cáries e idosos que não tenham que viver condicionados pela utilização de próteses removíveis. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 35
FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS | FARMÁCIA OLIVEIRA
UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA E UMA EQUIPA COESA COMO FATORES DE SUCESSO As farmácias fazem parte da rede de cuidados de saúde primários com maior proximidade à população e, por isso, assumem um papel importante na comunidade. Em entrevista à Revista Business Portugal, Ana Fernandes, Diretora Técnica da Farmácia Oliveira, refere a importância acrescida das farmácias em contexto de pandemia e destaca que, juntamente com a sua equipa, trabalha todos os dias com sentido de responsabilidade e excelência. Ana Fernandes, Diretora Técnica
A Farmácia Oliveira integra a plataforma de farmácias portuguesas. A comunicação mais orientada para o digital é algo que já fazia parte do vosso trabalho antes da pandemia? Hoje em dia, a população está muito direcionada para a era digital, as plataformas sociais fazem parte do quotidiano das pessoas e, por isso, tornam-se também uma boa forma de comunicação por parte das farmácias. Quer promoções, quer eventos ou simplesmente comunicações de saúde, foi algo que sempre promovemos por esta via. É uma ferramenta útil, que rapidamente transporta a informação a um elevado número de pessoas, o que se torna mais eficaz do que cartazes expostos na farmácia. E por isso, em tempos pandémicos, não sentimos uma grande alteração a esse nível. No entanto, atendemos utentes de todas as faixas etárias e, se para os mais novos o digital é privilegiado para os utentes mais idosos, isso é uma barreira, se só veicularmos por essa via a informação. Numa visita ao vosso site encontramos serviços bastante completos, encomendas on-line e entregas ao domicílio. Diria que hoje em dia é muito fácil ter acesso aos serviços de saúde sem sair de casa? Idealmente poderia dizer que sim. Pode ser efetuada uma encomenda on-line e entregue numa residência dentro da nossa área de concelho ou via CTT. Na prática existem fatores que podem diminuir a celeridade do processo, pois ainda não possuímos condições logísticas para alocarmos um funcionário unicamente a este serviço, mas com a boa vontade de todos o processo vai fluindo. Apesar de a pandemia ter ajudado a melhorar este tipo de serviços, aqui na farmácia sentimos que os utentes ainda preferem deslocar-se até aqui, uma vez que o aconselhamento farmacêutico prestado pelo on-line acaba por perder-se.
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As farmácias fazem parte da rede de cuidados de saúde primários com maior proximidade à população e, por isso, assumem um papel importante na comunidade. No vosso caso, e em contexto de pandemia, essa responsabilidade é ainda mais acrescida? No contexto atual pandémico, as pessoas andam preocupadas e ansiosas. O ser humano é um ser social e, hoje em dia, privamo-nos de muitos contactos, o que nos altera psicológica e emocionalmente. Penso que é um dever nosso, não só como farmacêuticos e profissionais de saúde, mas especialmente como pessoas, o de tentar ajudar a mitigar estes problemas. Ouvir, dar uma palavra amiga, tirar dúvidas sobre sintomas que possam ser associados à infeção de Covid-19, no fundo, tentar diminuir a ansiedade e o medo presentes, para que seja mais fácil para as pessoas ultrapassarem estes dias. Sabemos que somos o primeiro local a que as pessoas recorrem para a resolução de um problema de saúde comum e com a pandemia isso tornou-se ainda mais evidente. Trabalhamos todos os dias com sentido de responsabilidade e excelência, e participamos de forma ativa na comunidade, ultrapassando os desafios que nos são propostos - o mais recente a vacinação para a gripe - sempre na perspetiva de melhorar a qualidade de vida dos nossos utentes, retribuindo de certa forma a confiança que em nós é depositada. A disponibilização de auto-testes e testes rápidos à Covid-19 fazem parte dos serviços prestados pela Farmácia Oliveira? Sim, nós temos autotestes disponíveis e efetuamos testes rápidos à Covid-19, quando os mesmos não esgotam, o que ultimamente tem sido recorrente devido à elevada procura. Para efetuarmos os testes, o utente necessita de fazer a sua marcação, via telefone ou plataforma digital. O mesmo é efetuado na data e hora agendada, recebendo o resultado validado após 15-20 minutos. É um serviço que tem funcionado muito bem, é célere, fiável e tem uma alta taxa de adesão por parte dos utentes.
FARMÁCIA OLIVEIRA | FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
Podemos considerar que para além de um serviço de excelência, próximo e atento, uma equipa profissional, coesa e acolhedora tem sido o pilar do vosso sucesso e diferenciação? Sem dúvida, na base de um serviço de qualidade tem que existir sempre uma boa equipa. Uma equipa que tenha desenvolvido entre si laços de amizade e companheirismo. Faz toda a diferença. Um funcionário que gosta do local onde trabalha, que se sente bem ao lado dos seus colegas, é um funcionário que consegue dar o melhor de si como pessoa, o que por sua vez proporciona um excelente ambiente de trabalho, tanto para nós, como para os utentes. Eu tenho a sorte de poder contar com uma equipa assim. Todas as pessoas são diferentes e gerir uma equipa nem sempre é fácil. Mas como em tudo na vida, se soubermos ouvir e perceber as necessidades de cada um, conseguimos proporcionar um ambiente em que todos nos respeitamos, valorizamos e sentimos acarinhados.
Para 2022 pessoalmente, para já não perspetivo grandes alterações. O número de infeções tem subido exponencialmente, voltaram as restrições, existem países que voltaram a fechar fronteiras. Penso que não iremos notar uma grande diferença de 2021, a não ser que tenhamos conseguido mudar a nossa forma de pensar e alterarmos as nossas prioridades. Assim, apenas acalento para o próximo ano conseguirmos continuar a trabalhar, manter os postos de trabalho, manter a boa disposição e alegria no nosso local de trabalho e continuar a providenciar um bom atendimento aos nossos utentes, como utentes, mas sobretudo como pessoas. Continuaremos a trabalhar no sentido de ir ao encontro das necessidades dos nossos utentes, tendo em mente que esta pandemia ainda nos vai colocar bastantes desafios, e cá estaremos como até agora, para dar o nosso melhor.
2021 foi um ano desafiante para todos e as farmácias não são exceção. Como perspetiva o ano 2022? Que objetivos acalenta a Farmácia Oliveira para o novo ano? O ano de 2021 não foi fácil. Passámos por muitas provações, quer financeiras, quer logísticas. Todos temos famílias, todos temos passado por isolamentos profiláticos, todos conhecemos alguém que passou de uma forma menos boa pelo Covid-19. Altera toda a nossa perceção da vida em si e do que realmente deveríamos considerar importante. Foi também um ano que o papel das farmácias foi reforçado e isso exigiu muitas adaptações e superações por parte de todos nós, para estar à altura dos desafios que diariamente nos foram sendo propostos.
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ESCOLA E CLÍNICA ANA CRISTINA SILVA
CAMINHOS PARA A FELICIDADE, BEM-ESTAR E CRESCIMENTO INDIVIDUAL Promover a felicidade, o bem-estar e o crescimento individual estão na génese da criação da Escola e da Clínica Ana Cristina Silva. A Escola dispõe de uma diversificada oferta de formações, workshops, palestras e retiros nas áreas do Desenvolvimento PsicoSistémico, Reiki, Numerologia, Mindfulness, Psicologia Positiva, Desenvolvimento Infantil e Finanças Pessoais. A Clínica, focada nos métodos da Psicologia Clínica, oferece consultas individuais, de casal e familiar para resolução de problemas do foro mental e emocional como a ansiedade, depressão e stress, medos, fobias e baixa autoestima. A liderar os dois projetos está a Dra. Ana Cristina Silva, Licenciada em Psicologia e Mestre em Clínica e Saúde pela Universidade Católica Portuguesa, com certificação em Hipnoterapia e Constelações Familiares e uma vasta experiência como psicóloga e formadora. Dra. Ana Cristina Silva, Psicóloga e Formadora
“A pessoa feliz é uma pessoa que se sente bem com ela própria e com as circunstâncias que a rodeiam. Na Escola e na Clínica facultamos ferramentas novas que ajudam todos os que nos procuram a identificar a raiz dos seus problemas e a bloquearem a forma como determinadas situações negativas os afetam, contribuindo assim para a paz e serenidade interior, pilares da felicidade individual”, explica a fundadora das duas instituições sediadas em Braga. “Não existem pessoas forte ou fracas, mas pessoas com estratégias e apoios diferentes para lidar com as adversidades”, elucida a responsável com vários anos de experiência como psicóloga e consteladora, recordando-nos “que ninguém está livre de sofrer. Ou porque perdeu o emprego, terminou uma relação, foi afetado por uma doença, pela morte de alguém próximo. É aí que atuamos, com ferramentas que conduzam a novas soluções e contribuam para o autoconhecimento e autoestima, para a melhoria dos relacionamentos e até da relação que temos com o dinheiro”. Escola Ana Cristina Silva: diferencial e posicionamento Na Escola são realizadas formações, palestras, workshops e retiros, sendo que a mais procurada é a do Desenvolvimento PsicoSistémico, especialmente indicada para todas as pessoas com forte vontade de mudança e crescimento, apoiando quem tenha passado por situações de perda, dificuldades pessoais e familiares. Inspirado no método de Bert Hellinger e das Constelações Familiares mas também de Jacob Moreno, Virginia Satir, Carl Jung, Sigmund Freud, o Desenvolvimento PsicoSistémico
coloca a descoberto o emaranhado do nosso passado familiar, revelando-nos como é que as suas histórias nos podem condicionar e àqueles que vêm depois de nós. “Mas não se fica por aí, a consciência, aceitação e respeito por tudo o que aconteceu deve conduzir-nos à ação e responsabilização de construir novas ordens que nos guiem no campo do amor, do dar e receber e do sucesso, só para citar algumas”. Em média, uma formação PsicoSistémica tem a duração de seis meses, ao longo dos quais são realizadas sessões teóricas e sessões práticas para constelar, onde o formando tem a possibilidade de “Colocar um tema”. A Clínica Ana Cristina Silva tem-se vindo a afirmar como um dos mais relevantes espaços para o tratamento e acompanhamento de diversos problemas e patologias do foro da Saúde Mental. Com o apoio de uma equipa profissional, são realizadas consultas individuais e acompanhamento a crianças, jovens, adultos e seniores e ainda terapias de casais e familiares. Para um 2022 pleno de concretizações Estão a ser preparadas muitas novidades com vista a apoiar todos os que se possam sentir assoberbados com a sua situação atual, dando assim o primeiro passo no sentido de resolver questões e concretizar objetivos. A solução poderá estar num dos cursos da Escola Ana Cristina Silva ou assistir às palestras ou sessões práticas PsicoSistémicas. “A transformação interior é real e o impacto imediato. Desafiamo-lo a desafiar-nos e comprovar o que outros vivenciaram. Porque todos os dias são uma nova oportunidade para uma nova amizade, um outro amor, uma nova força”.
Rua Óscar Dias Pereira, nº29, Braga | geral@anacristinasilva.pt | geral@esacs.pt | Tel: 910 076 822
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ENSINO O ensino superior, ao longo das últimas décadas, tem vindo a sofrer com as acentuadas mudanças da sociedade. O jovem adulto, aquando da entrada para o ensino superior, vê-se confrontado com múltiplos desafios essenciais para o desenvolvimento da autonomia e da identidade. Ingressar numa universidade representa, para muitos jovens, um grande passo para a inserção no mercado de trabalho. A importância deste sector é enorme, uma vez que tem um impacto muito significativo no nosso futuro, por isso, olhar com a devida atenção para a educação e encontrar soluções é prioritário. O ensino nacional encontra-se numa fase de adaptação, a pandemia veio trazer novos desafios para professores e alunos, tornando o futuro incerto, contudo, este último ano demonstrou, claramente, que existe no ensino nacional, uma alta capacidade de organização, de resiliência, de adaptação e inovação, que permite superar os novos desafios. Nas próximas páginas encontrará exemplos de instituições de ensino de referência onde destacam a forma como tem enfrentado os novos desafios e os novos paradigmas educacionais que surgiram, mostrando a sua capacidade de adaptação e planeamento.
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www.ipc.pt
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ENSINO | POLITÉCNICO DE COIMBRA
“UMA INSTITUIÇÃO DIVERSIFICADA, ATENTA E COM SOLUÇÕES À MEDIDA” Professor Doutor Jorge Conde, Presidente
O Politécnico de Coimbra empenha-se em aportar mais valor nas parcerias que desenvolve, criando saber e riqueza. Em entrevista, o Professor Doutor Jorge Conde salienta que a instituição de ensino tem procurado ser o parceiro ideal, respondendo às solicitações colocadas, seja através da prestação de serviços, seja investigando, inovando e realizando projetos onde o seu know-how é determinante na procura de soluções. A aprovação do projeto “Impulsionar as Pessoas e o Território” é uma prova que o Politécnico de Coimbra tem adotado uma estratégia de completa abertura aos novos públicos e às novas necessidades do mercado? Claramente. O Politécnico de Coimbra é hoje uma instituição aberta à região, ao País e ao Mundo. Ao longo dos últimos anos, são cada vez mais as interações com as empresas, com as instituições do sector público e social, com as autarquias e com as pessoas. A nossa estratégia passa por progressivamente darmos resposta às necessidades de todos esses interlocutores e por nos tornarmos, cada vez mais, relevantes nas soluções que é necessário encontrar para os problemas detetados. O Politécnico de Coimbra tem seis escolas e uma imensidão de áreas científicas. É este cruzamento de saberes, a experiência e a conjugação dos mesmos, que vos dá força e vos diferencia? Claro que o facto de sermos uma das maiores instituições de ensino superior do País e de se lecionarem áreas muito diversificadas nas nossas seis escolas nos diferencia e nos dá uma projeção que, de outra forma, não teríamos. Ao dispor de áreas que vão do agroalimentar, ao teatro, passando pelas engenharias, pelas ciências empresariais e pela saúde, pela educação, comuni-
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cação, desporto, entre outros, o Politécnico de Coimbra garante ao estudante que escolher a nossa instituição é garantia de fazer o curso que quer, com forte sentido aplicado, ligação ao mercado de trabalho e à ciência. A principal aposta foi, desde o início, fazer diferente e afirmar a importância no sector e no território onde se insere. Uma instituição de ensino tem também um papel fulcral no desenvolvimento da região? Um Politécnico é fundamentalmente uma instituição do território. Embora a evolução do sistema de ensino nos tenha catapultado para papéis internacionais e nacionais, para a ciência e para outras relevantes missões, a verdade é que é na ligação ao território, às suas pessoas e empresas, às suas necessidades, que um Politécnico se diferencia. O Politécnico de Coimbra, que apesar de ter apenas 40 anos, integra escolas centenárias, tem feito bem esse papel e é cada vez mais a instituição da região de Coimbra. A instituição procura aportar mais valor nas parcerias que desenvolve, criando saber e riqueza. O Politécnico tem sido o parceiro ideal, com soluções aplicadas que resolvem problemas concretos? De que forma? Se somos o parceiro ideal, só os outros o podem confirmar. O que podemos garantir é que fazemos por isso, tentando responder às solicitações que nos colocam, seja através da prestação de serviços, seja investigando, inovando e realizando projetos onde o nosso know-how é determinante na procura de soluções. Podemos falar de projetos na área florestal, onde temos um enorme conhecimento, ou na área da saúde, onde mostrámos na pior fase da pandemia que podiam contar connosco, seja nas ciências empresariais, onde
POLITÉCNICO DE COIMBRA | ENSINO
respondemos a processos de consultadoria e auditoria, seja na engenharia, onde criamos dispositivos à medida dos problemas que nos colocam, seja na comunicação, onde das várias frentes destaco um programa semanal num dos canais generalistas de televisão, ou na educação, onde temos projetos de intervenção comunitária permanentemente no terreno. Somos de facto uma instituição diversificada, atenta e com soluções à medida.
“Hoje temos uma equipa muito empenhada e muito centrada na ideia de criar uma instituição coesa e focada na qualidade da formação, no desenvolvimento da investigação
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e na ligação ao território
O Politécnico de Coimbra, tal como em outras instituições de ensino, esteve a trabalhar num ensino não presencial durante um período de tempo, voltando depois ao presencial. A aprendizagem dos alunos foi adaptada sem comprometer o sucesso? Diria que comprometer, não comprometeu. Foi, no entanto, um esforço incomensurável para professores e alunos. Obviamente que, no caso do nosso ensino que tem uma matriz muito
aplicada, houve algum prejuízo para a aprendizagem, mas sem comprometer a prossecução de estudos ou a conclusão dos cursos. Não podemos, no entanto, deixar de referir que não foi, e não é, uma solução ideal. As soluções de emergência são isso mesmo, soluções temporárias e imprescindíveis no momento. O que retiramos da pandemia como aprendizagem é que sabemos e somos capazes de fazer ensino à distância, mas da avaliação que fazemos este deve ser direcionado ao público das pós-graduações e, em alguns casos, dos mestrados. Os estudantes do 1º ciclo, das licenciaturas, na sua maioria oriundos do ensino secundário com 17 anos de idade, devem continuar a estudar presencialmente. A equipa que lidera o Politécnico de Coimbra trabalha todos os dias com grande empenho porque é sempre possível fazer mais e melhor. A mudança de mentalidades requer tempo e resiliência? Hoje temos uma equipa muito empenhada e muito centrada na ideia de criar uma instituição coesa e focada na qualidade da formação, no desenvolvimento da investigação e na ligação ao território. O Politécnico de Coimbra, pela sua história, pela forma como foi construído, tem demorado a perceber a importância de ser isso mesmo, uma instituição coesa e onde a partilha das diversas áreas científicas se cruza na procura de melhor e mais avançado conhecimento. Podemos dizer que o trabalho que temos desenvolvido tem mudado a forma de estar da instituição e hoje são muitos os que já perceberam as vantagens de nos identificarmos como uma só instituição. Do lado de fora, a região e o País hoje conhecem e reconhecem o Politécnico de Coimbra.
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO Um empreendedor de sucesso é aquele que não tem apenas uma empresa, mas um propósito. Empreender é mais do que apenas abrir um negócio, consiste em identificar uma oportunidade de negócio e caminhar junto com a criatividade, planeamento e disciplina. O tão desejado sucesso está diretamente relacionado à dedicação e à compreensão de que uma equipa bem conduzida e motivada, se torna cada vez mais eficiente na procura pelo destaque no mercado. Num cenário concorrido, as mulheres empreendedoras destacam-se pela capacidade de liderança, organização e sucesso nos negócios. Para um bom desenvolvimento sustentável é importante haver lideranças diversas, em termos raciais e de género. A complementaridade é essencial na gestão de uma empresa. Ter visões distintas, independente do género, sobre um mesmo tema e situação, ajuda a encontrar caminhos que sejam mais sustentáveis a longo prazo e motiva aqueles que se sentem em minoria. A ocupação destes cargos pelas mulheres é uma forma de representatividade, inspiram e tornam-se referência para outras mulheres. Mulheres empreendedoras mostram como a criatividade, visão e coragem permitem construir negócios inovadores em diferentes segmentos do mercado. Nesta edição vamos dar a conhecer líderes e empresárias de sucesso e as suas lições para a carreira e para a vida.
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | GLINTT
Filipa Fixe Santos, Administradora Executiva
“DEVEMOS ARRISCAR MAIS, NÃO TER RECEIO DE SAIR DA ZONA DE CONFORTO” Conhecer o mundo, sair das zonas de conforto e arriscar são os princípios ideais para uma carreira evolutiva e de sucesso, que Filipa Fixe Santos, Administradora Executiva da Glintt, desde 2018, foi colocando em prática, ao longo do seu percurso pessoal e profissional. É licenciada em Engenharia Química, Mestre em Engenharia Bioquímica e Doutorada em Bio/Nanotecnologia no desenvolvimento de chips de DNA. A paixão pela biotecnologia, saúde digital e medtech tem a ver com a mudança que estas áreas proporcionam na vida dos outros como mudou a sua? Não há uma razão muito objetiva. No ensino secundário começou um gosto muito forte pela Biologia, Física e Química. O meu pai também esteve sempre ligado a áreas das químicas, não sei se teve alguma influência, mas efetivamente perceber o que se podia fazer com a Física e Matemática foi algo que me atraiu. Depois entrei para o curso de Engenharia Química e no 3º ano entrei para o ramo de Biotecnologia (hoje conhecido como Engenharia Biomédica) e, aí sim, descobri realmente que estava apaixonada pela área e como a área da tecnologia podia colaborar com a Medicina e impactar na sociedade no seu final. A Medicina, a Engenharia, a Física, a Matemática, atualmente não podem viver sozinhas, têm de coabitar para que os profissionais de saúde possam aproveitar do que de melhor se faz na Engenharia, Matemática e Física para ajudar as pessoas a prevenir doenças, mas sobretudo, que tenham os tratamentos mais diferenciados e personalizados. Claramente a tecnologia tem um valor imenso e o que se faz nestas áreas, aplicado no contexto da saúde pode tornar a medicina mais participativa e de maior precisão.
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O seu percurso profissional, com mais de dez anos, é caracterizado por uma forte presença em áreas ligadas à inovação, tecnologia e gestão da saúde e é, desde 2018, Executive Board Member na Glintt. O que a deixa mais feliz e realizada neste percurso? É sempre um tema difícil! Conseguir fazer o Doutoramento, para mim foi uma vitória, porque entrei numa área muito diferente da minha formação base. Saí, claramente, da minha zona de conforto. Depois conseguir entrar no mundo empresarial, em Portugal, também considero uma vitória, porque vinha de um Doutoramento, de uma área inovadora, e no nosso país não havia a noção de que um doutorado podia aportar valor ao sector empresarial. Não foi uma vitória fácil, porque Portugal, há 15 anos, era muito diferente e não tinha esta abertura, mas atualmente estamos num patamar totalmente diferente, evoluímos muito, e as empresas percebem o valor acrescentado. Dentro da Glintt, liderar a área da saúde, faz-me acordar todos os dias com energia, motivação e com um brilho nos olhos, porque o futuro passa por aqui. Portanto, poder estar numa empresa que transporta a inovação para o mercado e que a aplica é uma grande conquista. Para além disso, tenho uma equipa diferente, com conhecimentos vários e muito coesa.
GLINTT | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
Os desafios colocados pela pandemia, nomeadamente ao nível da transformação digital, criaram um imperativo para as empresas reconfigurarem as suas operações e alterar a forma de liderar uma organização? De um dia para o outro tivemos de intensificar a utilização das plataformas digitais para trabalhar em equipa com os clientes e parceiros. Foi uma mudança substancial, mas os processos estavam organizados e suportados em ferramentas únicas que nos permitiram partilhar informação. Quando olhamos para a liderança, esta hoje assenta num modelo híbrido. Tenho de perceber as diferentes necessidades das diferentes equipas que lidero, porque a natureza de cada função também exige diferentes abordagens junto dos clientes. Para que continuemos a trabalhar, de uma forma coesa, é importante que haja uma figura motriz da empresa, para que as pessoas percebam o propósito, sintam que contribuem para a sociedade e que as empresas devem transmitir mesmo que à distância. A Glintt continua a promover e a apostar cada vez mais nas mulheres em iniciativas como “WE Health “Empowering women entrepreneurs in health innovation” (projeto com o EIT Health) e “Glintt Women Tech Talks - GWTT”. Considera importante dar a conhecer histórias inspiradoras e de sucesso, em contexto corporativo? Eu estudei Engenharia no Instituto Superior Técnico e, na época, os cursos tinham a predominância do género masculino. Hoje, acho que o padrão se alterou, já temos muito mais mulheres, mas efetivamente as que chegam às empresas de tecnologia são, ainda, em número muito inferior ao desejado. Vemos também que o número de mulheres, quer seja em empresas ou outras instituições, que desempenha cargos de chefia é muito inferior relativamente ao número dos homens. Portanto, temos de garantir que há muitas mulheres a entrar nas empresas e instituições, para que desenvolvam o seu potencial. Devemos arriscar mais e não ter receio de sair da zona de conforto. Para que as mulheres consigam arriscar mais, é bom ouvir outros exemplos e apresentar estes casos de sucesso, é muito importante e motivador.
“Devemos arriscar mais e não ter receio de sair da zona de conforto. Para que as mulheres consigam arriscar mais, é bom ouvir outros exemplos e apresentar estes casos de sucesso, é muito importante e motivador”
Atualmente, considera que existem mulheres altamente qualificadas na área das TI em grandes empresas, mas a ascensão profissional ainda é muito reduzida? Porquê? Acho que as mulheres têm de fazer o seu percurso. Por um lado, as empresas e instituições, devem, quando falamos nas tecnologias associadas à saúde, contratar em número igual de homens e mulheres para garantir que na base haja uma diversidade suficiente para que possam alcançar os mesmos níveis de direção. Por outro lado, as mulheres têm receio de arriscar, porque têm medo de não cumprir os requisitos ou de não estar à altura. Perdermos este receio é muito importante para avançar. Sei que não é um tema fácil para as mulheres, como somos multifacetadas não olhamos só para o emprego, mas sim para um todo. Mas temos de romper com esse estigma, arriscando. Para as mulheres que trabalham no sector da saúde, quais as direções que aconselha para uma carreira evolutiva? Um dos conselhos é sair das zonas de conforto para aprender, errar, corrigir e crescer. Se ficarmos sempre na zona onde estamos mais confortáveis, o mais provável é que não consigamos crescer nem aprender novas realidades. Terminar a Licenciatura e ir para um Doutoramento foi, claramente, sair da zona de conforto e arriscar a nível pessoal e profissional. Era muito mais simples ficar em Portugal, mas tomei essa decisão e fui para outro país. Foi um desafio pessoal e profissional único. Outro conselho que posso dar é conhecermos o mundo, não ficarmos apenas no conforto, porque crescemos profissionalmente com experiências, mas ainda mais pessoalmente com conhecimento.
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | GILEAD SCIENCES
“A P RO C U R A DE APRENDIZAGEM É UM CATALISADOR DE MUDANÇA”
Sofia Brazão, Responsável de Recursos Humanos na Gilead Sciences Portugal
Sofia Brazão, Responsável de Recursos Humanos na Gilead Sciences Portugal, conta com um vasto e enriquecedor percurso profissional. Em entrevista à Revista Business Portugal, evidencia a importância de nos desafiarmos permanentemente para que possamos crescer multidimensionalmente, assumindo que todas as etapas do seu percurso profissional foram formadoras e contribuíram para o que faz e como o faz, nos dias de hoje. Atualmente Responsável de Recursos Humanos na Gilead Sciences Portugal, a Sofia Brazão conta com um vasto percurso profissional. É importante sair da zona de conforto e ir atrás do que realmente se gosta de fazer? Sim, é muito importante para podermos manter a curva de aprendizagem, de qualquer forma mais do que ir atrás do que gostamos, é estar aberto a projetos diferentes para aumentarmos esse leque de gostos e, desse modo, explorarmos caminhos alternativos. Claro que o facto de ter começado em consultoria também me expôs a diferentes realidades empresariais e sectores de atividade, o que me permitiu perceber desde o estágio na faculdade que havia uma enorme abrangência de caminhos a percorrer. E, ao longo dos anos, a passagem pelas telecomunicações, grande consumo e agora pelo sector farmacêutico tem mostrado isto mesmo. Deste percurso aquilo que considero importante é que se tenha claro o que não gostamos mesmo e não nos faz felizes, o resto serão sempre experiências que nos vão permitindo, entre outras coisas, conhecermo-nos melhor, os nossos limites, os nossos medos e, o mais importante, as nossas reais capacidades.
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Desafiarmo-nos permanentemente permite que não nos acomodemos, por um lado e que cresçamos multidimensionalmente, por outro. Isso não implica que estejamos sempre a mudar. Por exemplo, este ano deram-me a responsabilidade de abertura de uma filial na Roménia, sempre em contexto virtual, com transferência de pessoas e com muita tradução à mistura. Este projeto foi-me atribuído para além da minha função atual em Portugal e Leste Europeu e foi, para mim, um desafio que considero alcançado com sucesso, uma vez que terei o prazer de estar presente no evento de boas-vindas presencial, no novo escritório, em dezembro, em Bucareste. Por isso, é que me faz sentido que se organizem cada vez mais as empresas por projeto e não por hierarquia. Podemos ficar muito tempo numa empresa, não pelo crescimento vertical, ou pela dimensão, mas pela diversidade de projetos. Para mim, isso é o mais importante e claramente desafiador da nossa zona de conforto. Para estar no patamar profissional atual atravessou um longo caminho de conquistas e vitórias. Como é estar numa posição com tanta responsabilidade e numa empresa com a dimensão da Gilead Sciences? É muito bom poder trabalhar neste sector e ter a noção do impacto que a empresa tem na qualidade de vida dos doentes, nas várias áreas terapêuticas onde atua, para o qual podemos contribuir ainda que indiretamente, ao garantirmos o bem-estar das equipas e as condições para continuarem a dar o seu melhor neste contributo. Todas as estações do meu percurso profissional foram formadoras e contribuíram para o que faço e como o faço hoje. Todavia, não considero que foram só conquistas e vitórias que me trouxeram até aqui e sim muitas tentativas e erros. A forma como lidamos com os erros é que nos permite melhorar, evoluir e crescer profissionalmente. O outro fator muito importante para que isto possa acontecer é o espaço que nos é dado e a autonomia que assumimos nesse espaço. Este espaço tem de nos dar margem de erro e de experiência. Quando se trabalha com pessoas não estamos a falar de ciências exatas, há a necessidade de experimentar, adaptar, mudar para garantir um melhor resultado.
GILEAD SCIENCES | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
E finalmente a diversidade, ter uma diversidade de experiências e projetos, contactar diretamente com as pessoas, perguntar sobre o seu trabalho e o que se passa no terreno permite-nos alimentar a construção da estratégia com soros de realidade e com diferentes perspetivas e ideias. Fazer as perguntas certas, que dão que pensar e fazer a quem trabalha consigo, é uma característica da sua liderança e que considera fundamental? Considero fundamental fazer perguntas, não necessariamente as certas. No outro dia, um elemento mais júnior da nossa equipa dizia que no contacto com o cliente era essa a sua preocupação “fazer a pergunta certa”, e ao expressarmos essa preocupação deixamos de ouvir o que está a ser dito, para imaginar o que querem que seja perguntado. Por outro lado, se fizermos as perguntas que na verdade temos necessidade de fazer, ganharemos mais informação, complementaremos o que estamos a ouvir com o que nos faz falta para podermos fazer recomendações e tirar conclusões adequadas. Todavia, na nossa cultura este método socrático é difícil porque somos, por vezes, pouco tolerantes com os erros, atribuímos facilmente um julgamento ao que está a ser perguntado e isso acaba por nos inibir de perguntar, porque consideramos que podem considerar a nossa pergunta “idiota”. E é assim que ninguém diz “o rei vai nu” e que facilmente esquecemos a base do pensamento socrático “só sei que nada sei”, que nos devia orientar de forma mais consistente ao longo da vida. A constante procura de aprendizagem leva a que o conforto se torne um catalisador de mudança, que pode incentivar a procurar um novo projeto ou a adotar uma perspetiva diferente. É esse o lema que todos as líderes devem adotar para ultrapassar as barreiras atuais? Sim, a procura de aprendizagem é um catalisador de mudança. Não nos podemos é esquecer que cada pessoa precisa de uma noção muito própria de conforto ou desconforto para sentir a necessidade de mudar e de aprender mais. Respeitando esse ritmo, penso que todas as pessoas sem exceção o podem fazer. Portanto, ao líder cabe identificar esses diferentes ritmos e sincronizá-los na equipa para que o contributo do seu todo possa ser realmente maior que a soma das partes e em linha com a mudança. Não é uma tarefa fácil, porque é humano para um líder ver-se como padrão e poder resistir na adaptação do próprio ritmo ao da equipa por um lado, e por outro desvalorizar a importância dos ritmos diferentes do dele, na equipa. Este equilíbrio é delicado e nem sempre fácil de atingir, mas é na minha perspetiva o que torna o papel de líder tão desafiante e atrativo.
“Ao líder cabe identificar esses diferentes ritmos e sincronizá-los na equipa para que o contributo do seu todo possa ser realmente maior que a soma das partes e em linha com a mudança”
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 49
LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | APOTEC
“A LIDERANÇA É ASSENTE EM (RE)CONHECIMENTO, INOVAÇÃO, CONFIANÇA E ÉTICA”
Isabel Cipriano, Diretora Executiva
Isabel Cipriano é Diretora Executiva e Vice-presidente na APOTEC, assumindo a coordenação e dotação da Associação de meios e processos tecnológicos, bem como a criação de uma maior aproximação com os Associados, através de uma melhoria na adequação de soluções formativas, comunicacionais e digitais. Quem é Isabel Cipriano? O que a inspira e motiva diariamente enquanto mulher e profissional? Como consegue criar um equilíbrio entre a esfera pessoal, social e profissional? Acredito que a melhor forma de motivação e desenvolvimento venha dos exemplos de competência e ética, de como agimos, do modo como nos relacionamos, para a melhoria contínua enquanto pessoas, refletindo-se também na profissão e em sociedade. Procura-se não descurar as responsabilidades profissionais, os amigos e a família. A dedicação e a exigência são os mesmos. E, por vezes, conseguimos espaço para voluntariado e para novos projetos. Como nos disse Fernando Pessoa, “duas coisas só me deu o destino: uns livros de contabilidade e o dom de sonhar”.
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Que cunho imprime enquanto líder nesta organização e como começou este desafio na APOTEC para si? Em que valores assenta a sua liderança enquanto Diretora Executiva e Vice-presidente? Vim para a APOTEC em 2000, a convite do presidente Manuel Patuleia (que faleceu em agosto último) para assumir a coordenação e dotar a associação de meios e processos tecnológicos, superar as dificuldades administrativas e criar uma maior aproximação com os Associados, através de uma melhoria na adequação de soluções formativas, comunicacionais e digitais. Na APOTEC temos o lema de que a competência se demonstra com os conhecimentos que se evidenciam e não com os diplomas que se apresenta. A liderança é assente em (re)conhecimento, inovação, confiança e ética. Que análise faz do sector da contabilidade e do trabalho desenvolvido pela APOTEC na representação e defesa dos interesses técnicos, profissionais, deontológicos e culturais dos seus associados? A contabilidade é uma parte vital das organizações, potenciando uma evolução do modelo operacional da empresa, no sentido de criar e diversificar novos serviços, acrescentado assim valor, e isso obriga-nos, a nós Associações, a dotar e formar estes profissionais para o futuro, que exige, cada vez mais, a execução de uma abordagem abrangente e integrada, aliada de conhecimento, tecnologia, competências e comportamentos éticos necessários para um ambiente sempre em (r)evolução. Em relação ao futuro, o que podemos antever da ação e da valorização profissional dos contabilistas, assim como da Associação, tendo em conta o atual contexto económico? Que mensagem gostaria de deixar para 2022? A formação profissional como criação de valor é o objetivo por excelência, onde o digital é essencial. O binómio emocional/tecnológico tem cada vez mais relevância nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, tanto profissionais como organizacionais. A APOTEC Academia é uma plataforma de formação digital, que tem potenciado a transmissão, partilha e crescimento profissional, com o uso de ferramentas digitais para a mobilização de conhecimentos, aptidões e atitudes, com uma melhor gestão de tempo e recursos. É vital para a sociedade e para as decisões estratégicas do país, a capacitação de profissionais que aportem valor, rentabilidade às organizações, sejam em entidades públicas ou empresas privadas, num mundo cada vez mais digital. Para além das condições tecnológicas, é necessário conhecimento e condições adequadas. A APOTEC celebra 45 anos em 2022! Comprometemo-nos a inovar, desenvolver e apoiar sempre os Associados, incrementando o livre associativismo, a contabilidade e todos os seus profissionais.
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | MARIANA ARGA E LIMA
“SOZINHO PODE IR MAIS RÁPIDO, MAS JUNTOS VAMOS MAIS LONGE” Com o propósito de vida de ajudar os empresários de língua portuguesa a tornarem-se melhores gestores, Mariana Arga e Lima, Business e Executive Coach, acredita que os desafios vão aparecendo à medida que vamos estando preparados para os mesmos, priorizando sempre o lema “sozinho pode ir mais rápido, mas juntos vamos mais longe”. “Sozinho pode ir mais rápido, mas juntos vamos mais longe” é o lema da Mariana Arga e Lima enquanto Business e Executive Coach. Enquanto mulher e alguém que ajuda o outro tem seguido também essa máxima? Eu acredito muito no conceito de equipa e de parcerias. Desde cedo que os pontos mais valiosos para mim foram a família e os amigos. Lembro-me que as minhas amigas, quando éramos miúdas, queriam sair cedo de casa dos pais e ir viver sozinhas. Para mim isso nunca fez qualquer sentido, sempre disse que quando saísse de casa dos meus pais era para constituir a minha família. Viver sozinha, sem ninguém para partilhar os meus serões não era um cenário interessante. E assim fiz, vivi com os meus pais até me juntar com o meu marido. Na minha vida profissional sempre preferi trabalhar em equipa. Sempre gostei de um bom debate de ideias e de uma boa partilha de opiniões. Sempre gostei de aprender com os outros e acredito profundamente que tenho sempre qualquer coisa a aprender com os outros. Sempre trabalhei em parceria e aquilo que acredito que faz sentido na minha empresa é ter boas parcerias com empresas que tenham serviços complementares ao meu para conseguir servir mais e melhor os meus clientes. Da formação em Engenharia a gestora de profissão e coach de paixão, adquiriu experiência profissional de assessoria à administração em grandes empresas, assim como na área do marketing. Hoje, o que quer atingir como Executive Coach? O meu propósito de vida é ajudar os empresários de língua portuguesa a se tornarem melhores gestores, mais capazes de fazer crescer os seus negócios, mas mantendo-se livres, conseguindo tirar o máximo partido da vida não tendo que estar totalmente envolvidos na operação dos seus negócios.
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Mariana Arga e Lima, Business e Executive Coach
Já trabalho com empresários há alguns anos e tenho entendido que a maioria dos empresários das PME em Portugal, embora sendo técnicos muito bons, têm grandes lacunas tanto ao nível da organização como até, em alguns casos, dos conhecimentos de gestão. Aquilo que tenho feito ao longo dos últimos anos é muni-los de algumas ferramentas que lhes faltam ao mesmo tempo que lhes demonstro a importância de uma realização plena em todas as vertentes das suas vidas. Para a Mariana Arga e Lima não há nada melhor do que poder apoiar a transformação da vida dos outros, com mais sucesso e resultados, mas também com mais tempo para viver. É isso que a realiza a nível pessoal e profissional? No acompanhamento a mais de uma centena de empresários tenho sentido transformações profundas, tenho acompanhado o crescimento acelerado de alguns negócios, mas aquilo que mais prazer me dá é sentir que os meus clientes são empresários felizes e realizados. A grande maioria dos empresários, quando começamos a trabalhar estão totalmente focados na operação, em resolver os desafios do dia a dia. Confiam pouco nas equipas, sentem que contratar mais pessoas é um enorme desafio. Todos aqueles com que trabalho há mais tempo já ultrapassaram este modo de pensar. Já entenderam que para ter um bom negócio é preciso ter uma boa equipa, é preciso saber delegar e que isso implica formar as pessoas, acompanhá-las, mas também confiar e criar um ambiente de prestação de contas. Sozinho ninguém consegue fazer uma empresa para o futuro. E a maioria dos empresários têm muita dificuldade em delegar e confiar.
MARIANA ARGA E LIMA | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
Um dos seus programas é dedicado a empresários, gestores e diretores, no qual discutem em conjunto quais os comportamentos que distinguem os líderes de sucesso, quais são as características que separam um bom e um líder menos bom. Ser um bom líder é algo que se aprende e que se pratica? A liderança é algo que se aprende e se deve melhorar todos os dias. Obviamente que há algumas características que ajudam, mas todas elas nascem connosco podem é estar mais ou menos desenvolvidas dentro de cada um de nós. Ser líder é essencialmente estar atento aos que estão à nossa volta, é sabermo-nos adaptar à nossa equipa. É estar alerta para responder a todas as suas necessidades, não aos caprichos claro, mas facilitar ao máximo a vida de cada elemento da nossa equipa. “Ser a Servir”. É um lema que, na minha opinião, enquanto líderes devemos pôr em prática todos os dias. Para um líder o mais importante deve ser servir a equipa em prol dos melhores resultados possíveis. Um dos temas que ensino nos meus programas de liderança é que existem vários estilos de liderança e que cada pessoa encaixa melhor nuns do que noutros dependendo das suas características únicas. Mas o melhor líder é aquele que conhece todos os estilos e que consegue aplicá-los todos dependendo da situação. Não há um estilo melhor que outro, há sim momentos em que cada estilo trará mais resultados. Eu costumo dizer que um líder deve ser um camaleão que se adapta ao ambiente, mas obviamente sem nunca perder a sua integridade e a sua autenticidade. Para ser um bom líder, embora haja alguma teoria, o mais importante é ter muita prática, lidar muito com pessoas e estar muito atento ao resultado das nossas atitudes. As nossas atitudes geram reações e, por isso, temos que entender qual é o par ação-reação. Temos que estar muito atentos e ir corrigindo os nossos comportamentos para gerar as melhores reações, aquelas que trazem os resultados desejados.
A pandemia veio evidenciar em muitos de nós características que talvez não conhecíamos e provar que nas adversidades também existem oportunidades. É essa mensagem que tenta transmitir enquanto mulher, profissional e líder? Quando em março de 2020 a pandemia caiu sobre nós, todos os empresários com que trabalhava na altura quiseram desistir de trabalhar comigo, estavam totalmente perdidos e sem ideia de como reagir a tamanho desafio. Disse a todos que não iria desistir deles, que compreendia que financeiramente poderia ser um momento mais desafiante e que, por isso, iria ter uma atenção para com eles, mas que iríamos trabalhar juntos até que se percebesse como iríamos pôr o negócio a funcionar igualmente bem. Todos quiseram imediatamente rever os objetivos em baixa para o final do ano, e aquilo que lhes disse foi: “Nem pensar, os objetivos estão traçados e não se mexe em objetivos a meio do caminho. Temos nove meses pela frente e agora resta correr para percebermos como vamos atingir os objetivos para este ano”. Posso dizer, com muito orgulho nos empresários com que trabalho, que 80% deles deram a volta por cima e conseguiram ultrapassar os objetivos que tinham desenhado para 2020 e que eram ambiciosos. Tudo foi possível de ultrapassar com um grande trabalho deles e com uma grande convicção de que não é o que nos acontece que condiciona os nossos resultados, mas sim a forma como reagimos àquilo que nos acontece. Obviamente que me mantive muito perto deles no momento difícil. Eles vacilaram muito com as dúvidas do que iria acontecer. Mas com os mecanismos de pensamento estratégico e de pensar calmamente em todas as alternativas, o caminho foi-se fazendo rumo a um final feliz. Eu acredito muito que os desafios vão-nos aparecendo à medida que vamos estando preparados para eles. Se os desafios vão sendo cada vez maiores é sinal de que vamos estar cada vez mais preparados. É com esses desafios que vamos aprendendo e crescendo.
Há cinco anos na área do Business Coach, quais são as principais diferenças que destaca ao longo desse tempo no público que a procura? É heterogéneo? Há cinco anos que trabalho com empresários e tenho sentido diferenças muito grandes nas mentalidades dos empresários que me procuram. Há cinco anos sentia os empresários mais fechados, menos abertos a receberem a nossa ajuda e mais convencidos de sozinhos conseguirem fazer o caminho. Hoje, não sei se por eu ter outra convicção na forma como os abordo ou porque os empresários estão mais abertos a receber ajuda, já sinto um discurso diferente. Nos últimos meses, talvez depois de uma crise que deixou o tecido empresarial português com mais receios e mais frágeis, sinto que os empresários estão mais abertos a terem ajuda, a serem acompanhados por um Business Coach. Se pensarmos bem, os melhores atletas do mundo, todos têm um treinador, alguém que os acompanha diariamente nos treinos e na manutenção de uma mentalidade de vencedor. Na minha opinião todos os empresários deveriam ser acompanhados por um Coach que os ajudasse a manter a mentalidade e o foco para irem mais além. Hoje, sinto que a mentalidade dos empresários está melhor, mas há um enorme caminho para percorrermos até esta forma de pensar se massificar.
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | FINPARTNER
“TRABALHO DIARIAMENTE PARA DAR SEMPRE O MELHOR DE MIM” Daniela Esteves, Administradora
A Finpartner distingue-se, das restantes empresas de contabilidade, pelo conceito diferenciado de proximidade ao cliente aliado à utilização das novas tecnologias e a uma equipa forte e comprometida, como refere Daniela Esteves, Administradora, em entrevista à Revista Business Portugal, assumindo igualmente que este é um projeto com o qual se identifica e ao qual tem muito orgulho em pertencer. Observando o percurso pessoal e profissional da Daniela Esteves percebemos que é uma mulher ambiciosa, que gosta de saber mais e não desiste dos seus sonhos. São características intrínsecas à sua personalidade que se moldaram às circunstâncias da vida? Claramente que sim. Desde muito jovem, que sempre me incutiram valores como a resiliência e a responsabilidade, sempre fui ensinada a trabalhar para obter aquilo que queria e como tal entrei no mercado de trabalho muito cedo. Este facto, abriu-me os horizontes e, desde então, passei por várias experiências que me foram moldando à pessoa e profissional que sou hoje, tendo despertado em mim a vontade de procurar novos desafios e esforçar-me para melhorar todos os dias. Tenho a sorte de ter na minha vida, tanto a nível pessoal como profissional, pessoas que me desafiaram e que apostaram em mim, o que me deu espaço e vontade para crescer. Chegou à Finpartner como estagiária em 2013, posteriormente abraça a função de técnica de contabilidade, seguida da função de chefe de equipa, responsável de marketing, diretora operacional e em 2020, assumiu a administração. Esta nova função veio mostra-lhe que com esforço e dedicação tudo é possível? Sim, sem dúvida nenhuma. Quando cheguei à Finpartner, há cerca de oito anos, entrei como estagiária, nessa altura estava
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longe de pensar que chegaria a Administradora da sociedade. É um projeto com o qual me identifico muito e ao qual tenho muito orgulho em pertencer. Foram-me colocando vários desafios, ao longo deste período, muitos deles que me retiraram da minha zona de conforto, mas que me ajudaram a chegar ao sítio onde estou hoje, o que foi seguramente fruto de muito trabalho e dedicação a este projeto. Tive, igualmente, o privilégio de ter a confiança dos sócios fundadores que decidiram apostar em mim, o que me fez prosseguir este caminho com redobrada responsabilidade e dedicação. Para se ser um bom líder é imprescindível estar acompanhado por uma equipa que caminhe na mesma direção e com a mesma motivação. Que tipo de liderança cultiva junto da sua equipa e clientes? Enquanto líder entendo que só podemos ser fortes como organização tendo connosco uma equipa forte e comprometida. Eu acredito numa liderança de integração que promova sempre um ambiente colaborativo e é isso que cultivo na nossa estrutura organizacional. Para mim é importante ouvir o feedback e as ideias dos nossos colaboradores, incentivando sempre uma comunicação transparente. Através desta partilha, muitas vezes, criam-se novos projetos, nas mais diversas áreas, que beneficiam toda a organização e acrescentam valor aos serviços que prestamos.
FINPARTNER | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
A partilha de experiências, ideias e conhecimentos enriquece-nos como pessoas e como organização pelo que o envolvimento de todos é fundamental para o crescimento que pretendemos alcançar. Qual o papel da Finpartner, empresa que representa, no alcance de uma sociedade mais equitativa? Empresas como esta têm um grande poder de mudança de mentalidade? Hoje em dia, o papel das empresas na sociedade é fulcral para a construção de uma sociedade mais justa equitativa e sustentável e na Finpartner procuramos contribuir para esse objetivo, o que se espelha naturalmente na nossa cultura organizacional. Um dos exemplos mais presentes é o nosso recrutamento, pois trabalhamos para criar oportunidades, de forma a contribuir positivamente para a empregabilidade. Oferecemos a oportunidade de integrar no mercado de trabalho e obter acesso a formação, a qual promovemos ativamente seja através de formações internas ou externas ou mesmo financiando, como é o exemplo dos cursos de acesso à Ordem dos Contabilistas Certificados, bem como oportunidades de experiência laboral. Adaptamos o plano de formação às necessidades de cada um, através do resultado que advém de uma avaliação às características diferenciadoras e aspetos a melhorar que fazemos anualmente a todos os nossos colaboradores. Também através do processo de avaliação definimos o plano individual de desenvolvimento traçando-o de acordo com as características e ambições de cada um, direcionando-os para a área que mais se adequa ao seu perfil, isto é, uma progressão visando uma vertente mais técnica ou uma vertente de gestão. Trabalhamos, igualmente, para promover ações que envolvam todos os nossos colaboradores e que assentem no voluntariado, como foi o caso do passado dia 21 de novembro em que participamos em atividades de promoção e conservação florestal em Sintra, ou como será o caso da recolha de bens que iremos fazer em dezembro para ajudar duas instituições de solidariedade social. A sustentabilidade e a transição verde também é um dos nossos objetivos para o próximo ano. A contabilidade é muitas vezes sinónimo de papel, mas estamos a trabalhar para que possamos reduzir ao máximo esse uso, de forma a trilharmos um caminho mais eco friendly. Iniciou as funções de administradora em plena pandemia, o que obviamente lhe trouxe uma responsabilidade acrescida e desafios inesperados, mas existem objetivos e metas a alcançar. Quais são os seus, enquanto mulher singular e Administradora da Finpartner? A pandemia, foi sem sombra de dúvida desafiante, pois fomos obrigados a adaptarmos às novas circunstâncias como o teletrabalho em tempo recorde. Nunca tínhamos trabalhado à distância, tínhamos uma relação com os nossos clientes de proximidade e trabalhávamos com muita documentação física. Foi decididamente um dos momentos mais desafiantes, pois tinha a preocupação constante de manter os nossos colaboradores
“A partilha de experiências, ideias e conhecimentos enriquece-nos como pessoas e como organização pelo que o envolvimento de todos é fundamental para o crescimento que pretendemos alcançar”
em segurança, de garantir que a qualidade dos serviços se mantivesse e conseguíssemos ajudar os nossos clientes no momento tão desafiante como o que nos deparámos. Contudo, e apesar de tudo, foi algo que em conjunto com a minha equipa, conseguimos superar e conseguimos nos reinventar na forma de trabalhar nas ferramentas que usamos e na forma como nos relacionamos e isso só mostra o espírito de entreajuda, profissionalismo e resiliência com que todos nós encaramos o projeto Finpartner. Um dos meus lemas é tornar-me melhor, tanto a nível pessoal como profissional, todos os dias e é por isso que trabalho diariamente, para dar sempre o melhor de mim. Ainda tenho muito caminho a percorrer e muita coisa a aprender. Espero continuar a conseguir aprofundar e desenvolver os meus conhecimentos técnicos, bem como softskills, de forma a continuar a contribuir ativamente para este projeto, o qual tenho muito gosto em pertencer, poder igualmente contribuir para a evolução da equipa que me acompanha e da própria Finpartner.
Rua Castilho Nº 39 – 14º andar 1250 -068 Lisboa – Portugal (+351) 21 099 5932
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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | GESTITRI
“QUERER É O CAMINHO PARA ACONTECER”
Sílvia Loureiro, Administradora
O foco, a determinação e a paixão são essenciais para o sucesso, que Sílvia Loureiro determina como o alcance dos objetivos de vida. A dedicação plena e a paixão pelo que faz são o segredo da empresária, que assegura que são as competências e aptidões que definem cada um de nós, indiferentemente do género, uma realidade cada vez mais presente na sociedade.
Criatividade, inovação e multitasking estão entre as características que definem as mulheres líderes e empresárias com carreiras de sucesso. Em retrospetiva, revê nestas características a razão para o seu sucesso? Sem dúvida que quaisquer das características enumeradas são fundamentais para alcançar o tão almejado sucesso e para mim Sucesso é alcançar os meus objectivos de vida, sendo fiel ao que acredito e os meus valores, definindo o que quero ser, e atingir no futuro. Contudo as competências pessoais, o foco, a determinação e paixão que colocamos no que fazemos é para mim determinante. Querer é o caminho para acontecer. É frequente dizerem-me que sou extremamente exigente comigo mesma. É a mais pura verdade, a primeira pessoa de quem exijo excelência é de mim mesma, amo o que faço, dedico-me plenamente, esse é o meu segredo. As mulheres são reconhecidas pela facilidade que têm em elaborar estratégias e criar soluções para os imprevistos que surgem diariamente. No seu caso, como fez ao longo da sua vida a gestão do equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional? Por norma, a mulher é extremamente dinâmica nas suas ações, concentrando-se sempre na solução e nunca no problema, julgo que isto é cultural e se olharmos para a História podemos constatar isso mesmo, esse caminho e essa afirmação pessoal. Fui mãe aos 20 anos, o meu maior sucesso! Como tal, conciliar vida pessoal e profissional é algo que faço desde sempre, nunca perdendo o foco na minha realização profissional, devo dizer que sempre consegui conciliar os meus objetivos profissionais com a minha vida familiar, sou defensora convicta que a família é o suporte de todos nós. Tenho 25 anos de profissão de inúmeros objetivos que já tracei para mim mesma e que alcancei, com muita persistência, dedicação, foco e alguma teimosia… Tenho orgulho na profissional que sou, tal como na pessoa que me fui tornando ao longo da vida. Devemos ser os primeiros a orgulharmo-nos de quem somos… E somos um todo.
Transportando esta realidade para o Gestitri – Gabinete de Contabilidade e Fiscalidade – a experiência, a formação, a simpatia, a disponibilidade e a eficiência profissional sobrepõem-se a outras diferenças que possam existir? A Gestitri foi o meu primeiro desafio profissional, é uma empresa que está há 27 anos no mercado e honra-se de, ainda hoje, preservar o seu primeiro cliente, bem como outros tantos que nos acompanham desde o seu «nascimento», isso diz muito daquilo que somos, do que é o nosso trabalho. O rigor, a competência, a experiência, a disponibilidade e a simpatia são valores que nunca descuramos. Aqui vemos cada empresa como única, o sucesso de cada um dos nossos clientes é o nosso sucesso. A par da Gestitri, a formação profissional, o ensino, são também desafios que me dão muito prazer e que me acrescentam, evoluo, dou e recebo imenso, o que me torna sempre uma profissional mais completa e me permite transmitir um tanto do que sei, do que absorvi ao longo do meu trajeto. Sou Contabilista Certificada, pertenço a uma classe profissional que tem tido um papel preponderante na «saúde» da nossa tão volátil economia, temos estado na linha da frente, desde o primeiro minuto, destes tempos tão incertos que vivemos, com uma Ordem Profissional que soube estar, soube ser, soube dignificar e defender o nosso trabalho. Obrigado Dra. Paula Franco, uma verdadeira mulher de sucesso, e toda a sua equipa, com quem tenho o privilégio de colaborar. Mulheres como a Sílvia Loureiro são uma inspiração para outras que tenham a pretensão de ser empresárias de sucesso. Com o aproximar de fim de ano, que mensagem de Boas festas e Esperança para o ano de 2022 quer deixar aos clientes, colaboradores e aos leitores? Mulheres e homens são igualmente capazes e o género cada vez menos dita a diferença, cada vez mais a sociedade caminha nesse sentido, felizmente. Devem ser as competências e aptidões a definir cada um de nós indiferentemente no género, estou convicta que assim é e cabe-nos a nós mulheres acreditarmos, valorizarmos, lutarmos pelo que almejamos. Os sonhos tornam-se realidade quando para eles trabalhamos com afinco, sou positiva por natureza e acredito sempre que nada nos é impossível. Basta querermos e trabalharmos muito! Mais um ano difícil e de luta está a chegar ao fim, agradeço de coração a todos os que comigo fazem o caminho, que me ajudam a crescer todos os dias, que em mim confiam, família, clientes, colaboradores, amigos… Pessoas que marcam a nossa vida e nos acrescentam. Que 2022 nos traga renovada esperança, em tempos tão estranhos para todos, que não percamos o que o ser humano tem de melhor e acreditemos que as batalhas são para vencer.
R. Olavo Bilac 12, 2900-518 Setúbal 265 227 559
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SPAMMM | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
“A CRIATIVIDADE É O MOTOR DO MEU CRESCIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL”
Maria Miguel Cabral, Fundadora
A necessidade de criar e viver um presente mais livre, levou Maria Miguel Cabral a criar a SPAMMM, uma empresa jovem e inovadora, que tem alcançado o reconhecimento próprio através da sua identidade visual e da criação de estratégias de marketing, vocacionada para as pequenas e médias empresas e para a criação de novos negócios, apoiando todo o processo de criação da marca e fazendo a sua comunicação digital. Criativa, dinâmica, persistente e com os olhos postos no futuro pode ser a descrição da Maria Miguel Cabral nas suas diversas dimensões? Começar um negócio do zero e, como no meu caso, completamente sozinha, foi uma missão a que me propus com objetivos bastante claros. Obriguei-me a ter uma clara visão daquilo que poderia ser exequível, para não me desiludir. Tem sido uma luta diária de combate à frustração. Aprender muito sobre todas as áreas de negócio, fazer muitas formações para poder ser autónoma na realização dos planos de marketing e conteúdos de suporte à comunicação. A persistência tem-me acompanhado desde o primeiro dia e, é graças à minha persistência, que estou a trabalhar há três anos e tenho recebido reconhecimento. Estou sempre à procura de novas formas de empreender e, por isso, acabei por criar mais duas marcas, ainda em incubação, a Maria Castiça – que comercializa objetos criativos, muitos deles de artesãos portugueses, e a Choupette que será uma pet shop on-line que, entre outros artigos, vai comercializar kits de experiência para os animais de companhia. A necessidade de criar, a procura pela liberdade e para viver um presente mais livre, fê-la criar a SPAMMM. A margem para a criatividade é, na sua experiência, o motor do crescimento pessoal e profissional? A criatividade é, de facto, o motor do meu crescimento pessoal e profissional. A necessidade de fugir às rotinas, a procura diária de novos objetivos, novas propostas era tudo aquilo que eu procurava quando estava a criar a SPAMMM. Ter um trabalho rotineiro e repetitivo nunca me fez feliz e perdia o interesse com bastante facilidade.
Na verdade, a SPAMMM é o reflexo da Maria Miguel Cabral, ambas procuram ajudar os outros a crescer e a tornarem-se maiores? Sim. Foi com esse objetivo que decidi criar a SPAMMM. Após uma forte análise do tecido empresarial, principalmente na minha área de residência, percebi que muitas empresas estavam a precisar de serviços de marketing e publicidade. Consegui direcionar-me para as pequenas e médias empresas e para a criação de novos negócios, apoiando todo o processo de criação da marca e fazendo a sua comunicação digital. É bastante gratificante observar a evolução dos negócios e a satisfação e o agradecimento dos pequenos empresários é o maior prémio. Nem sempre corre tudo bem e, às vezes, é preciso reformular todo o trabalho e orientá-lo noutra direção. O processo de colocação de uma marca no mercado é mesmo esse. Lembro-me perfeitamente da semana em que decidi criar a SPAMMM. Estava a expor a ideia à minha família e, quando disse que me queria dirigir para os pequenos negócios, ajudar a torná-los mais forte, criar packs adaptados às suas necessidades, a pergunta dos meus familiares foi “E quando eles crescerem? O que vais fazer?” eu respondi: “Quando eles crescerem já não precisam mais de mim”. A grande mensagem que pode deixar para outras mulheres que ambicionam empreender é a partilha de conhecimento, a saída da zona de conforto, trocar o certo pelo incerto para que se tornem mais autónomas no futuro? Nem sempre empreender significa “sair da zona de conforto” ou “trocar o certo pelo incerto”. No meu caso, foi. Comecei do zero. Tinha pouco conhecimento de gestão, mas uma grande vontade de criar algo diferente. Lembro-me de ainda estar na Universidade e pensar em diversas ideias de negócio. Aquilo que posso dizer a todas as mulheres que ambicionam empreender é que procurem projetos nacionais de apoio à criação do próprio emprego. Eu participei num projeto promovido pela ACIBA (Associação Comercial e Industrial da Bairrada e Aguieira) e tive direito a um conjunto de sessões de consultoria que me obrigaram a amadurecer a ideia e, posteriormente, com o apoio da associação, desenvolvi o plano de negócio. Se não tivesse recebido esta ajuda, provavelmente teria sido mais difícil para mim começar.
www.spammm.pt
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL A transformação digital propõe uma mudança radical na maneira como as empresas operam atualmente. As tecnologias têm moldado a sociedade ao longo do tempo, simultaneamente, as inovações nas tecnologias da informação e comunicação têm impulsionado uma nova e intensa transformação, a transformação digital. No mundo dos negócios, as indústrias e empresas estão a ser desafiadas a evoluir com a sociedade, a capturar oportunidades de negócios e enfrentar a competição de quem já nasceu numa era digital. É necessário que os gestores realizem uma avaliação do seu negócio e que estejam dispostos a aceitarem as mudanças necessárias que a transformação digital irá trazer aos seus processos e organização. A transformação digital representa assim uma oportunidade para as empresas se tornarem mais competitivas no mercado, mais eficientes na análise de dados e mais inteligentes na forma como se relacionam com o cliente.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 59
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | TOMI
TOMI: A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DAS CIDADES EM SMART CITIES O TOMI é uma solução urbana interativa de informação, comunicação e serviços, disponibilizando informações e serviços relevantes, de forma oportuna, no local certo, à hora certa. O objetivo do TOMI é aproximar as cidades das pessoas que nelas residem, trabalham ou visitam. O TOMI é uma solução urbana interativa de informação, comunicação e serviços, disponibilizando informações e serviços relevantes, de forma oportuna, no local certo, à hora certa. O objetivo do TOMI é aproximar as cidades das pessoas que nelas residem, trabalham ou visitam. O TOMI é um equipamento único com recursos incomparáveis que promove cidades de forma inclusiva, tornando as informações e os serviços acessíveis a todos no espaço público urbano, 24h por dia, multilingue, apelativo e simples de usar, com inovações e atualizações constantes. O TOMI conta com 11 anos de I&D e nove anos de experiência real nas ruas. O TOMI é resultado do objectivo traçado pela empresa TOMI WORLD para a criação de uma solução urbana única e inovadora. Seguindo um critério de proximidade, o TOMI disponibiliza os conteúdos mais relevantes, e próximos do local onde o utilizador se encontra. O TOMI disponibiliza quatro módulos principais: Notícias, Eventos, Diretório e Transportes, e ainda uma funcionalidade adicional de City Marketing: fotos e GIF's. Todos os conteúdos do TOMI são objeto de curadoria, tornando a experiência única para o utilizador, nas diversas localizações das cidades. O TOMI regista e processa as métricas de interação, otimizando permanentemente o algoritmo de publicação e disponibilização preditiva de conteúdos e serviços, gerando relatórios de utilização, que permitem uma análise cuidada para compreender quais se ajustam melhor às necessidades dos utilizadores em cada localização. 60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
O TOMI, como solução de smart cities, é uma inovação que auxilia de forma muito significativa a transformação das cidades, permitindo uma melhoria na vida dos residentes e visitantes, disponibilizando as mais avançadas tecnologias, concebidas para se
TOMI | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
adaptarem a qualquer cidade e contexto. Assim, o TOMI promove uma comunidade mais informada, educada e participativa. O TOMI incorpora uma grande variedade de serviços, estando em constante inovação para responder às necessidades sentidas pelas pessoas e cidades. O TOMI, através de uma parceria com a AMA (Agência para a Modernização Administrativa), integrou todos os serviços públicos e governamentais, possibilitando a consulta dos vários serviços, incluindo marcação de atendimento presencial, de forma antecipada, evitando filas. O TOMI informa ainda o número de pessoas na fila de espera e o tempo médio de serviço. Para que uma cidade seja inteligente é importante que o tema da acessibilidade, para pessoas com limitações físicas e cognitivas, esteja presente. Para solucionar este problema, a funcionalidade TOMI for ALL, permite a interação de todas as pessoas com limitações físicas, visuais, auditivas e cognitivas com o TOMI, sendo assim uma inovação de enorme importância. As smart cities devem estar preparadas para mudanças e adaptações rápidas durante emergências, como foi o caso da pandemia de Covid-19. No contexto de pandemia, a disseminação de dados e informações não fidedignas é elevada tornando-se fulcral disponibilizar apenas informações oficiais e de confiança, de forma ágil e eficaz. O TOMI desempenhou um papel fulcral durante a pandemia, através das tecnologias inovadoras desenvolvidas, proativamente, e que permitiu auxiliar na consciencialização e prevenção da Covid-19. As tecnologias foram implementadas no TOMI logo no início da pandemia, em 2020, sendo fruto de desenvolvimento de tecnologias inovadoras, com divulgação oficial e fidedigna, disponibilizada pelas Autoridades de Saúde dos países onde o TOMI se encontra presente. Durante emergências, o TOMI desempenha um papel importante para ajudar na comunicação entre cidades e cidadãos, fornecendo informações baseadas em evidências e criando uma experiência positiva e, muitas vezes, determinante para todos. Das várias tecnologias anti-Covid, como resultado de um dos projetos de investigação e desenvolvimento, destacamos algumas. Através do módulo de visão computacional, o TOMI consegue realizar a deteção de pedestres e despoletar um alerta específico para que seja assegurado o distanciamento social.
Através deste módulo, o TOMI desenvolveu ainda uma tecnologia que permite a deteção de pessoas com, e sem máscara. Sempre que era detetada uma pessoa sem máscara em locais públicos, foi aconselhado o seu uso através de uma mensagem exibida no TOMI. Estas tecnologias são sempre utilizadas salvaguardando a identidade dos indivíduos, funcionando de forma anonimizada. O TOMI disponibilizou ainda o TOMI Mobile Remote Control, que permite a interação com os equipamentos de uma forma inovadora, não sendo necessário o toque. Esta tecnologia permite aos utilizadores do TOMI interagirem com os conteúdos através do seu smartphone, sem que seja necessário a instalação de qualquer aplicação. Para tal basta a leitura de um QR Code, exibido no ecrã do TOMI, e assim explorar todos os conteúdos, desde notícias, eventos, pontos de interesse, transportes, serviços públicos, e ainda tirar uma foto. No contexto atual de retoma económica, o TOMI disponibiliza uma plataforma de acesso universal, o TOMI My Business. Esta plataforma permite aos comerciantes e negócios locais gerirem a sua presença nas redes TOMI, de forma completamente gratuita. O TOMI My Business, permite a cada entidade disponibilizar e promover o seu negócio no TOMI, no módulo Procurar, nas cidades e localidades onde o TOMI se encontra presente. Esta inovação é uma excelente ferramenta na reabertura do comércio e na recuperação da economia, dado que o TOMI auxilia na promoção dos espaços abertos ao público, e que respeitam as normas e guias de segurança. Todas as novas tecnologias vieram destacar a importância, e valor, que o TOMI tem para as cidades, ajudando todos os cidadãos e turistas, no acesso a informação importante e fidedigna, no local certo à hora certa. O TOMI tem uma visão de futuro, e continua a desenvolver serviços para pós-pandemia e retoma económica. Ao longo dos anos, o TOMI foi sendo reconhecido, a nível nacional e, principalmente, internacional, nas mais variadas áreas, com prémios de elevado prestígio, desde a área das Smart Cities, Design de Produto, DOOH, Media, eGOV, Turismo, Mobilidade, User Interface e User Experience, Digital Marketing, Acessibilidade e Inclusividade, Engagement, Inovação e Tecnologia, entre outras áreas igualmente relevantes. Atualmente, o TOMI encontra-se presente em mais de 100 localidades em Portugal e em vários países e continentes, continuando no seu processo de expansão.
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | SAMSUNG
TECNOLOGIA COM IMPACTO POSITIVO NA VIDA DAS PESSOAS
Nuno Parreira, Head of Mobile Division da Samsung
Ao longo dos últimos anos, a Samsung tem reforçado a aposta no digital, sendo a loja on-line o exemplo mais visível disso mesmo. Para o futuro, Nuno Parreira assume o compromisso da marca na continuidade da missão de alcançar o próximo nível da tecnologia, fazer crescer o mercado dos smartphones dobráveis, evolução das TV's para conceitos cada vez mais Lifestyle, eletrodomésticos cada vez mais inteligentes, reforço do software e atualizações de sistema, em prol de uma tecnologia que tenha um impacto positivo na vida das pessoas. A pandemia foi apenas o acelerar de forma drástica a velocidade dessa transformação digital em alguns segmentos, como o dos tablets e dos telemóveis? Estamos a falar de um período que tem sido muito desafiante para todos e, neste caso em particular, para marcas de todos os sectores de atividade. Na Samsung, fomos “obrigados” a repensar as estratégias de vendas de forma a evitar o máximo de constrangimentos no nosso negócio e, nesse sentido, o comércio on-line foi uma das alternativas encontradas para fazer face a todas as restrições. De acordo com os dados que têm sido publicados, temos assistido a um crescimento nesta forma de consumo que, inevitavelmente, foi impulsionada em grande parte pela pandemia. De acordo com a ACEPI (Associação da Economia Digital), prevê-se que a percentagem de portugueses a efetuarem uma compra on-line atinja, nos dados referentes a 2020, os 57%, por comparação a 2018 em que essa percentagem foi de 48%. Segundo os dados disponíveis, em 2020 a intensidade de compras na Internet aumentou, sendo que 73% dos compradores on-line fizeram em média mais do que 3 a 5 vezes compras por mês. Nos últimos dois anos, conseguimos averiguar a importância da aproximação ao cliente que é possível através da nossa loja on-line, 62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
quer na venda e compra dos nossos produtos, como através dos nossos serviços de assistência. Continua a ser importante haver um equilíbrio entre o on-line e o off-line, e acreditamos que nenhum substitui o outro. O que é certo é que, graças ao digital, a comunicação com o consumidor é cada vez mais direta e, em muitos casos, mais eficaz, e isso tem-se refletido no atendimento e serviço da Samsung. A Samsung continua a ser pioneira na inovação nos mais diversos segmentos, mas principalmente nos dispositivos móveis. A nível mundial, lançou a primeira rede 5G e o primeiro smartphone em 2019. Apesar de em Portugal não haver a cobertura desta rede, tentam descomplexar focando nos benefícios e nas oportunidades futuras? Para a Samsung, o 5G é um componente crítico que vem apoiar a visão da Samsung de ‘Connected Living’ e dessa forma continuamos a investir fortemente neste universo. O resultado está à vista, com a oferta a nível global de um conjunto, cada vez mais alargado, de dispositivos Galaxy compatíveis com a nova rede móvel. Dispositivos preparados para o futuro. Apesar de a rede 5G ainda não estar disponível em Portugal, em 2020, houve já um aumento na oferta nos equipamentos 5G da
SAMSUNG | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Samsung com a chegada, ao nosso mercado, de uma vasta gama de equipamentos compatíveis com 5G. Este ano chegou ao mercado português a nova gama Galaxy S21, em que todos os modelos estão preparados para o 5G, bem como os mais recentes dobráveis Galaxy Z Fold3 e Z Flip3. Esta é uma aposta da Samsung, e que reforça ainda mais a liderança nesta tecnologia. O 5G será um pré-requisito para o início de uma nova era, de completa disrupção com o passado, sendo também uma tecnologia chave para o desenvolvimento da Indústria 4.0, que irá alterar a forma como vivemos. E neste âmbito, a Samsung está na linha da frente para dar resposta às exigências do mercado. A Samsung é a única marca com vários equipamentos já certificados em Portugal pelo Gabinete de Segurança. No mundo atual de informação global é fundamental uma marca que dispõe de uma plataforma única - o Samsung Knox - que garante a segurança dos equipamentos e da informação neles processada? Completamente. Ver os nossos mais recentes dispositivos móveis receberem a certificação pelo Gabinete de Segurança Nacional, a autoridade de segurança e cibersegurança do nosso país, é por si só um grande motivo de orgulho para a Samsung Portugal. Esta certificação vem comprovar que os equipamentos Samsung, certificados, oferecem um elevado nível de segurança no que toca à proteção de dados sensíveis. Um nível de segurança em que os utilizadores podem realmente confiar. A nossa intenção é manter a aposta nesta plataforma e reforçá-la através de parcerias com entidades nacionais de referência na área da cibersegurança, como por exemplo as parcerias já estabelecidas com o Gabinete Nacional de Segurança e com a Adyta. Na Samsung, somos conhecidos pelos nossos esforços em inovação, e pela nossa capacidade de adaptação às necessidades dos utilizadores e das empresas. Levamos a sério a proteção dos dados dos nossos utilizadores, tendo rígidos procedimentos e tecnologia que garante a correta segurança de informações sensíveis e confidenciais. Estamos empenhados em continuar a trabalhar para mitigar os riscos de segurança, e a nossa plataforma Knox Vault é uma combinação de hardware específico e um novo software integrado que irá proteger ainda mais os dados do nosso smartphone, bem como as suas aplicações. Este isola a informação mais crítica do dispositivo para que não fique vulnerável ao acesso não autorizado. Um verdadeiro cofre em multicamada, onde apenas o utilizador é capaz de poder aceder aos seus dados confidenciais.
transformação digital, já em curso, e tirando partido da tecnologia de forma a garantir a continuidade do negócio. Uma das tendências que se tem verificado é que, de forma a fazer face aos novos desafios, as pessoas começaram a privilegiar cada vez mais modelos premium, que oferecem recursos de última geração essenciais para o dia-a-dia. O teletrabalho, as videoconferências e o consequente aumento da utilização do vídeo, assim como do mobile gaming, fazem com que os smartphones se tornem verdadeiras extensões das nossas vidas quer ao nível pessoal, como profissional. As expetativas sobre o que a tecnologia é capaz de fazer são bastante altas - os utilizadores passaram a privilegiar a rapidez, bem como a qualidade da imagem na criação e reprodução de conteúdos optando por fazer um maior investimento de forma a garantir essas qualidades. Na Samsung orgulham-se de produzir uma tecnologia com propósito, que visa, sobretudo, melhorar e facilitar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Qual será o propósito da tecnologia em 2022? No que toca a 2022, a primeira garantia que podemos dar é que continuaremos a ser fiéis à nossa missão de alcançar o próximo nível da tecnologia, através da expansão do nosso portfólio nas diferentes áreas: mobile, TV, áudio e eletrodomésticos. Estamos prontos para abraçar novos desafios e para convidar todos os consumidores e futuros consumidores da marca a embarcar nesta viagem connosco. Temos muitas expetativas quanto ao crescimento do mercado dos smartphones dobráveis, mas também na evolução das TV's para conceitos cada vez mais Lifestyle e em apresentar eletrodomésticos cada vez mais inteligentes. Além disso, estaremos ainda mais empenhados no reforço do software e atualizações de sistema, mesmo após a compra dos diferentes equipamentos da marca, garantindo que os utilizadores têm a melhor experiência Samsung, garantido que estes cumprem com os mais atuais procedimentos de funcionamento de aplicações, segurança e proteção de dados. Tecnologia que tenha um impacto positivo na vida das pessoas.
Os consumidores da marca esperam sempre produtos de última geração e em velocidade constante a que os habituaram. Numa era global, procuram construir uma infraestrutura resiliente, promover a industrialização sustentável e promover a inovação? Antes de falarmos em inovação, resiliência e industrialização, temos que falar em capacidade de “adaptação”: esta é a palavra que para mim descreve, da forma mais fidedigna, esta era global que todos atravessamos. Estamos orgulhosos com a capacidade de resposta que temos conseguido apresentar face aos desafios que se têm imposto, e consideramos que esta realidade com a qual nos deparámos nos levou a repensar a nossa estratégia e o nosso produto, levando-nos a apresentar uma resposta ainda mais adequada às necessidades dos nossos consumidores, acelerando processos de REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 63
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | GENESIS.STUDIO
A TECNOLOGIA DE PONTA AO SERVIÇO DE UM FUTURO PARTILHADO O presente dita que os próximos anos serão produtivos e evolutivos em transformação digital e inovação e a genesis.studio orgulha-se de participar nos mais promissores projetos de tecnologia de ponta em Portugal. Guido Santos e Ricardo Correia, Co-Founders, não têm dúvidas de que o futuro será colaborativo e por isso as parcerias assumem-se como um pilar estratégico. Guido Santos e Ricardo Correia, Co-Founders
A genesis.studio tem o compromisso de conectar pessoas e negócios através de uma transformação evolutiva e tecnologia de ponta, um mote que, hoje, é transversal a todas as áreas e dimensões de negócio? Transformação evolutiva contrasta com transformação disruptiva. Se, por um lado, algumas novas tecnologias são apelidadas de “disruptivas”, no dia a dia dos negócios, a transformação é normalmente gradual, evolutiva. A adoção de novas tecnologias não implica, ao contrário do que alguns advogam, reformar toda a tecnologia tradicional usada até hoje. Pelo contrário, a experiência diz-nos que os primeiros passos da transição no negócio são justamente em potenciar o que já existe. Nós aceleramos esta transição nas organizações com que trabalhamos fazendo a ponte entre o negócio e a tecnologia e usando uma metodologia que permite que todos, do negócio às operações, partilhem uma visão comum e informada sobre o que pode ser feito com as várias tecnologias com que trabalhamos. Após os tempos difíceis que passámos com a situação pandémica, cada vez mais as diferentes áreas das empresas percebem que a tecnologia permite manter ou até fazer crescer os seus negócios. Por exemplo, vemos que muitos dos micro e pequenos empresários conseguiram continuar a sua atividade com vendas on-line, através das redes sociais, e que algumas grandes empresas adaptaram a sua estrutura para que as suas equipas pudessem trabalhar de forma remota, com pouco ou nenhum impacto negativo no negócio. Há dois anos, poucos pensariam que seria possível renovar 64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
um cartão de cidadão sem sair de casa, ou ter uma consulta médica por videochamada, ou que se pudesse abrir conta num banco utilizando apenas o telemóvel. Orgulhamo-nos de estar a participar em alguns dos mais promissores projetos com tecnologia de ponta em Portugal, nomeadamente com Blockchain e com Inteligência Artificial, que permitem esta aceleração e transformação digital. A empresa desenvolve soluções que automatizam processos e tarefas servindo-se de robots concebidos para esse fim. De que soluções se tratam e quais as vantagens? Os nossos robots, e a Inteligência Artificial (IA) no geral, têm três grandes funções: Previsão, Interação e Automação. A Previsão é a capacidade de os robots conseguirem antecipar eventos, riscos, evoluções no negócio, etc. Desenvolvemos recentemente uma solução na área da saúde, a plataforma PLANO-A, em que a componente de IA foi desenvolvida para prever o risco de agravamento do estado de saúde de cada doente, através de algoritmos de Machine Learning, de forma a alertar os médicos, facilitar a priorização de casos e permitir que possam atuar de forma mais preventiva e menos reativa. A Interação foca-se na capacidade de compreender linguagem escrita ou falada, tais como os cada vez mais familiares chatbots, que respondem a questões e executam tarefas de forma automática. Na área de Automação, é possível criar robots que replicam o que uma pessoa pode fazer com um rato e um teclado. Através do desenvolvimento de árvores de decisão, é possível que o robot saiba o que fazer em diferentes cenários.
GENESIS.STUDIO | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
As aplicações mais comuns desta Automação têm sido focadas em automatizar processos manuais previsíveis e repetitivos, que passam a poder ser feitos até ser fora do horário laboral. Muitos dos problemas que estes robots resolvem estão presentes em várias áreas dos negócios e em empresas de todas as dimensões, de PME a multinacionais. Toda a experiência adquirida em consultoria corporativa e serviços e operações de TI de nível empresarial permitiu-vos conhecer processos que facilitam na criação de soluções para clientes distintos? Não só nos permitiu conhecer processos e dinâmicas diferentes, como também nos ajudou a criar e refinar os nossos próprios processos e metodologias, de forma a maximizar o valor que aportamos e a flexibilidade face às diferentes realidades que encontramos. A base do nosso trabalho é tecnológica, mas os seus impactos estendem-se além do âmbito estritamente tecnológico de cada cliente, das operações até ao próprio negócio. Só percebendo como todas estas áreas e seus requisitos se ligam é que conseguimos trazer uma transformação holística dentro das organizações, não apenas tecnológica. Como trabalhámos com clientes em praticamente todos os continentes, sabemos também que a diversidade cultural, étnica e religiosa enriquece ainda mais a experiência e adaptabilidade das nossas equipas. As empresas já perceberam que existe um grande potencial de poupança e otimização de operações com a adoção de algumas tecnologias e que lhe permitem competir no mercado? Acreditamos que uma grande parte do tecido empresarial já percebeu que sem otimizar alguns processos, principalmente com automação e previsão, será mais difícil permanecer competitivos. A Amazon foi o primeiro grande caso: no início do século comprou uma empresa de inteligência artificial. Tem, atualmente, mais de 200 mil robots e esmagou a concorrência em faturação, produtividade e capacidade de resposta. Contudo, muitas outras empresas estão ainda a dar os primeiros passos da sua jornada de modernização. Para estas, é preciso desmistificar que a transformação digital não serve apenas para poupar recursos, mas também para aumentar a produtividade e a resiliência da empresa. Também se torna clara a noção de que o
cliente/consumidor final exigirá experiências cada vez mais harmoniosas, seja na resolução de problemas, na capacidade de resposta, ou apenas numa comunicação mais eficaz e mais próxima. Adicionalmente, esta exigência por mais e melhores interações digitais chegará também aos próprios colaboradores das empresas, que, cada vez mais, escolherão os seus empregadores em função da inovação e qualidade da experiência de trabalho. Um futuro “partilhado” com diversos parceiros será fundamental para que possam contribuir para um tecido empresarial português mais digitalizado e competitivo? As parcerias são um pilar estratégico para nós. Por um lado, por termos trabalhado com vários consórcios no espaço da tecnologia Blockchain, muitas vezes, colocando lado a lado concorrentes, acabamos por identificar quase sempre vantagens em trabalhar com quem tenta resolver os mesmos problemas que nós. Depois, não faz sentido reinventar a roda quando alguns dos nossos parceiros já têm soluções desenvolvidas e prontas a implementar. Em particular, no âmbito da tecnologia Blockchain, a nossa visão é que o tecido empresarial ainda é muito fragmentado, e só através de parcerias e cooperação é que poderemos atingir a escala que ambicionamos. Vemos cada vez mais aplicações desta tecnologia nas áreas de identidade digital, em vários sectores, por exemplo para a troca de informação no âmbito da administração pública central e local, ou no sector financeiro, nos processos de Know Your Customer (KYC) e abertura de conta, ou na transferência de informação entre bancos e seguradoras. Estamos também envolvidos em alguns consórcios no âmbito do PRR, dos quais destacamos o consórcio Data4Life, em que participamos com a plataforma PLANO-A, que nasce da cooperação entre várias instituições de diferentes âmbitos – prestadores de serviços de saúde, universidades, entre outros – que se juntaram para criar uma solução única, focada em resolver problemas em vários sectores – saúde e ciência de dados - e que poderá traduzir-se em diversas melhorias nos cuidados de saúde em Portugal. O futuro será colaborativo pelo que continuamos a expandir a nossa rede e a participar em consórcios de variados âmbitos.
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | ALTER SOLUTIONS
A VELOCIDADE DA RESPOSTA DE QUALIDADE COMO ELEMENTO DIFERENCIADOR Bernardo Estriga, Chief Operating Officer
Com dois escritórios em Portugal, no Porto e em Lisboa, mas enquanto parte de uma empresa com presença em 4 outros países europeus, a Alter Solutions é um negócio de sucesso especializado em consultoria de IT no panorama português e internacional. Estivemos à conversa com Bernardo Estriga, Chief Operating Officer, que nos deu a conhecer um pouco mais da empresa que tem como pilares da sua atuação os serviços de outsourcing, nearshore e turnkey projects. Em 2020, conseguiram registar um crescimento de 25% do volume de negócios face a 2019, atingindo os 13 milhões de euros e 100 clientes ativos, nacionais e internacionais. Foi um ano positivo e desafiante? Sim, acabou por ser um ano muito positivo e altamente desafiante, apesar do contexto pandémico, e 2021 será ainda melhor. Trabalhamos numa indústria madura, mas que carece de melhorias de adaptação ao trabalho remoto, quer em termos de material de trabalho, hardware e software, mas também na gestão realizada com as equipas. Tudo isso acelerou a transformação digital dentro da Alter Solutions, pelo que alterámos algumas das nossas ferramentas internas, para as transformarmos numa ajuda efetiva na gestão de recursos e negócios futuros. Temos de estar preparados para ciclos de venda mais prolongados, com a concorrência internacional, e para um processo de venda consultivo baseado em soluções. O mercado internacional continua a ser uma das principais apostas de crescimento para a empresa, e determinante para dar continuidade ao vosso posicionamento? O mercado português tem as suas limitações em termos de dimensão. Temos bons exemplos de clientes internacionais, como a Stellantis ou a Saint-Gobain, que são grandes empresas com muita relevância a nível internacional e constituem indicadores de que estamos num bom caminho, potenciado por pertencermos a um grupo com presença em cinco países europeus, com a abertura recente (setembro 2021) da nossa subsidiária na Polónia. Não esquecendo as recomendações de clientes, que trabalham connosco no mercado português e que também têm subsidiárias noutros países, às quais o nosso trabalho é recomendado, abrindo-nos assim mais portas para projetos noutras geografias.
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“Alterámos algumas das nossas ferramentas internas, para as transformarmos numa ajuda efetiva na gestão de recursos e negócios futuros
”
Em Portugal há cerca de cinco anos, contando com mais de 450 profissionais nos escritórios de Lisboa e Porto, oferecem serviços de outsourcing, nearshore e turnkey projects, correto? Esses são efetivamente três grandes pilares da nossa atividade. No outsourcing, os projetos podem ter uma gestão quase exclusiva da parte do cliente, nos quais apenas disponibilizamos o conhecimento, ou então uma gestão de projetos mais partilhada, em que também as responsabilidades das decisões estratégicas são assumidas por nós. Por vezes, os planos acabam por nos permitir trabalhar com alguns clientes em mais do que um desses pilares. No que diz respeito ao nearshore, esta é uma área em que apostamos muito e na qual sabemos que somos competitivos, quer em termos da elevada qualificação dos profissionais, quer na proximidade geográfica, e também ao nível da vantagem de termos time zones semelhantes às do centro da Europa.
ALTER SOLUTIONS | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Quais as principais indústrias de atuação dos vossos clientes? Temos já algum histórico no mercado português e trabalhamos com mais de 100 clientes dentro de várias áreas ou sectores da indústria: desde a banca e seguradoras, até aos transportes e logística, entre muitas outras. Somos capazes de nos adaptar àquilo que são os sectores de negócios dos nossos clientes, porque a tecnologia acaba por tocar todos de forma transversal. Quais as vossas principais áreas de trabalho, e como as encaram de forma a manterem-se como uma das melhores opções no mercado? Trabalhamos, acima de tudo, com Web Development e Cibersegurança. É um orgulho e um desafio termos o privilégio de fazer parte de uma fase da história em que estas áreas se tornaram fulcrais, e ajudar a escrevê-la. Isto implica dotar os nossos colaboradores de ferramentas e recursos, para que sejam os primeiros a desenvolver-se enquanto profissionais. A rapidez de recrutamento sem nunca comprometer a qualidade é outra das fórmulas que temos para nos mantermos na vanguarda. Além disso, sabemos que temos que ser atrativos também no mercado internacional. Hoje conseguimos chegar onde há poucos anos não era tão fácil.
“Temos confiança na nossa capacidade de desenvolvimento das equipas”
A crescente transformação digital das empresas e a necessidade de profissionais qualificados nas TI dão uma maior confiança para o futuro? Sim. Sabemos que o mercado onde nos posicionamos é dinâmico, quer a nível nacional quer internacional. Temos confiança na nossa capacidade de desenvolvimento das equipas para contratarem de forma criteriosa, de modo a que nos diferenciemos pela qualidade que os nossos colaboradores colocam nas suas ações e nos seus projetos. Isso permite-nos ter um posicionamento diferenciado também perante a concorrência e, por conseguinte, melhorar ainda mais a perceção que os nossos atuais e futuros clientes têm da Alter Solutions.
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL | BLUE SCREEN IT SOLUTIONS
Frederico Faria de Oliveira, Managing Partner
“O LMS É, TAMBÉM, UMA GARANTIA DE SEGURANÇA QUE UMA SOCIEDADE DE ADVOGADOS PODE DAR AOS SEUS CLIENTES ” A Blue Screen IT Solutions é uma empresa de desenvolvimento de software e serviços de manutenção de sistemas com mais de 20 anos de experiência e atuação em mercados internacionais de TI. Em entrevista à Revista Business Portugal, Frederico Faria de Oliveira, Managing Partner, dá a conhecer as áreas de atuação da empresa e evidencia a capacidade de criar aplicações em tempo recorde e a experiência da equipa como fatores distintivos.
Que balanço traça do vosso percurso e que valores têm norteado o vosso crescimento e desenvolvimento? A história da Blue Screen IT Solutions tem estado sempre a par da evolução tecnológica, o que tem sido determinante para reforçar a nossa posição no mercado. Ao mesmo tempo, entender os contextos nacional e internacional e adaptar estratégias adotadas face aos novos desafios determinaram a sobrevivência e crescimento da Blue Screen IT Solutions, bem como selecionar as pessoas certas para a nossa equipa, permite-nos assegurar dedicação e qualidade aos nossos projetos e granjear a confiança dos mesmos para os podermos manter. Que serviços e soluções disponibilizam ao mercado? A Blue Screen IT Solutions divide a sua atividade em três áreas: Gestão de Serviços, apoiando as empresas na gestão de ambientes de tecnologia; Consultoria de TI, visando assessorar as organizações na escolha e utilização de TI; e, por último, Desenvolvimento de Aplicações Móveis disponibilizando ferramentas que apoiam a transformação digital, através das nossas soluções próprias ou desenvolvimento à medida. Assumimo-nos como uma Digital Factory e esse é um factor distintivo: a capacidade de criar aplicações em tempo recorde, devido à plataforma tecnológica utilizada (Outsystems), e experiência da nossa equipa. Na área das soluções próprias e que têm já, à data, maturidade no mercado: a Blue Screen IT Solutions disponibiliza em modelo de Software as a Service as aplicações XPressBSS e o Legal Management System. O XPressBSS é um Customized Resource Planner, destinado à gestão de empresas de dimensão Corporate e Entreprise – nos sectores da Saúde, Indústria, Automóvel, Imobiliário, Leilões, Transportes. 68 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
O LMS – Legal Management System é um software avançado de gestão de processos judiciais e cobrança de dívidas. Esta inovação tecnológica destina-se, entre outros, a sociedades de advogados, banca, empresas de asset management, administradores de insolvências. Quais as suas funcionalidades e mais-valias? A última versão da solução LMS - Legal Management System resulta de necessidades recentes nos mercados nacional e internacional, nomeadamente nos sectores financeiro e legal. O LMS atingiu já grande maturidade e isso garante facilidade de adoção ao utilizador, a chave de sucesso de qualquer aplicação. O LMS foca-se na gestão de acompanhamento de casos jurídicos até ao eventual processo judicial e permite centralizar toda a informação, independentemente do local ou dispositivo a partir do qual o utilizador acede (telemóvel, tablet ou computador). Permite configurar e disponibilizar a utilizadores internos e parceiros externos da entidade circuitos de trabalho, respetivas etapas, prazos e tarefas atribuídas, garantindo cumprimento de prazos devido à ferramenta de alarmística associada - particularmente relevante em sociedades de advogados de média a grande dimensão. A especial atenção dada ao tratamento, classificação e possibilidade de extração de dados, bem como todo o “arsenal” tecnológico subjacente à aplicação Legal Management System (cujos dados são alojados numa das Clouds mais seguras do mundo), assegura anonimização de dados, cumprimento de regras exigentes de segurança e compliance. No fundo, o LMS é, também, uma garantia de segurança que uma sociedade de advogados pode dar aos seus clientes.
BLUE SCREEN IT SOLUTIONS | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
A transformação digital é a integração da tecnologia digital em todas as áreas de um negócio, mudando fundamentalmente a maneira como opera e entrega valor aos clientes. O triângulo Pessoas/ Processos / Tecnologia determina a agilidade de uma empresa para superar os desafios de sua transformação? A tecnologia ajuda as pessoas a executar as suas tarefas, automatizar outras que são irrelevantes ou processos de trabalho. A digitalização de escritórios de advogados de média e grande dimensão é o caminho que a grande maioria terá de seguir para garantir eficiência, redução de custos de administração, maximização de tempo e garantir competitividade junto dos seus clientes, pelo que se tem assistido a uma enorme evolução neste sector.
A Blue Screen IT Solutions expandiu as operações para o México em 2020. A meta assumida para 2021 foi aumentar a equipa em mais de 20% e manter um nível de exportação de 75%. Os objetivos a que se propuseram foram amplamente conseguidos? O que podemos esperar da empresa para 2022? Os objetivos previstos foram atingidos. Em 2022 pretendemos consolidar este crescimento, manter o mesmo nível de motivação da nossa equipa e, em resultado disso mesmo, da satisfação dos nossos clientes.
Com aposta especial nos sectores financeiro, da logística e legal, a Blue Screen integra, desde 2018, a lista das 100 Melhores Empresas para Trabalhar e Great Place to Work em Portugal todos os anos. Estas distinções constituem a confirmação de que cuidam e estimam a vossa equipa, factor que está na base do vosso sucesso? Sem dúvida. Acreditamos que a taxa de retenção dos nossos colaboradores está diretamente relacionada com a taxa de retenção de clientes: ainda hoje mantemos o nosso primeiro cliente! É crucial garantir a motivação da nossa equipa através das condições de trabalho oferecidas e do vínculo pessoal criado com e entre cada um, o que se reflete na entrega dos projetos aos clientes.
“O LMS atingiu já grande maturidade e isso garante facilidade de adoção ao utilizador, a chave de sucesso de qualquer aplicação”
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS A liderança é um grande passo para um profissional, mas são diversos os desafios que um líder pode encontrar. Estar preparado para percorrer esse caminho com resiliência também faz parte das competências de um bom líder e, para isso, o desenvolvimento contínuo é fundamental. É essencial estar atento e ser-se rápido a agir perante os diferentes obstáculos que se vão colocando no caminho das empresas. Os gestores precisam de ser cada vez mais inovadores, conscientes e flexíveis para responder às expectativas da sociedade, às novas circunstâncias do mercado, assim como às exigências dos consumidores, apenas desta forma vão conseguir construir um ambiente propício ao crescimento sustentável. Os líderes das empresas precisam, portanto, lidar com o desafio de gerir pessoas e negócios numa economia cada vez mais digitalizada e ágil.
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ARTIGO DE OPINIÃO
AINDA VAMOS A TEMPO DE INVERTER O CENÁRIO! Luís Miguel Ribeiro, Presidente da AEP
O grande desafio do país é o do crescimento económico, alicerçado em acréscimos sustentados de produtividade, quer laboral quer dos materiais, tendo em conta a sustentabilidade do planeta, que em ambos os casos rondam dois terços da média europeia. Nas duas últimas décadas, o nosso país divergiu face ao nível de vida médio europeu, tendo sido ultrapassado por cinco países que aderiram mais tarde à União Europeia. Na década de 2000 fomos ultrapassados pela República Checa, Eslovénia e Malta e na década de 2010 pela Lituânia e Estónia. Portugal continuou a divergir no ano 2020 e este ano de 2021 será ultrapassado por mais dois países: a Hungria e a Polónia, segundo as previsões de outono da Comissão Europeia. Apesar de em 2022 as previsões apontarem para uma ligeira convergência, em 2023 seremos ultrapassados pela Roménia – recuando para a 22ª posição e tornando-nos, assim, o 6º país mais pobre da União Europeia, apenas acima da Letónia, Eslováquia, Croácia, Grécia e Bulgária. Este cenário concretizar-se-á se Portugal não conseguir elevar rapidamente o ritmo de crescimento face aos pares europeus. Creio que, com ambição e políticas públicas adequadas, ainda vamos a tempo de inverter este cenário. Para isso, temos de atuar sobre a questão central da produtividade, que conduz à necessidade de mais investimento, em capital físico e em capital humano, isto é, na (re)qualificação das pessoas. Precisamos de investir em tecnologia, inovação e I&D, que constituem importantes determinantes de ganhos de produtividade e criação de valor. Precisamos de continuar a promover a partilha de conhecimento entre o Sistema Científico e Tecnológico e as empresas. Os indicadores do European Innovation Scordeboard continuam a demonstrar que há ainda muito a fazer. A baixa qualificação dos ativos (empregados e empregadores), que era já um enorme desafio pré-pandemia, surge agora com relevância acrescida, para dar resposta à dupla transição digital e climática e aos processos de inovação. Com redobrada preocupação, as qualificações são ainda mais baixas no caso da indústria transformadora, o que é muito penalizador tendo em conta a necessidade da reindustrialização do país. Precisamos de uma estratégia de valorização do sector industrial que permita inverter o baixo peso da indústria transformadora no VAB e no investimento (nomeadamente no IDE), que muito condiciona um crescimento económico robusto e duradouro. A AEP apresentou em 2020 um Programa Estratégico para a Valorização da Indústria Portuguesa, intitulado: Portugal Industrial 5.0 (PT i 5.0), que estabelece a meta de, numa década, aumentar o peso do VAB industrial no VAB total da economia a uma média de um ponto percentual ao ano, concretizada através da atuação em cinco dimensões de capacitação: • Tecnológica (Inovação, I&DT). • Competências (Formação e (Re)qualificação). • Eficiência Empresarial (Produtividade, Competitividade, Internacionalização, Comercialização e Marketing). • Financeira (Capitalização e Diversificação das Fontes). 72 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
• Capacitação das Entidades Associativas de Apoio à Indústria. Esta é claramente uma estratégia acertada, pelo impacto muito significativo: • Na criação de emprego (por cada emprego criado na indústria transformadora são criados três em serviços agregados). • No aumento do investimento em tecnologia inovadora. • No aumento da intensidade exportadora da economia, sendo por excelência um sector de bens transacionáveis internacionalmente. • Na melhoria do saldo externo, pelo aumento de exportações e, simultaneamente, pela substituição (competitiva) de importações. • Na promoção da circularidade e descarbonização da economia, tendo em vista o desafio da transição climática. • Na redução da dependência de alguns mercados externos relativamente a determinadas matérias-primas e produtos, que hoje se revela um enorme constrangimento, face às perturbações nas cadeias de fornecimento globais, onde estamos a assistir a um acréscimo brutal de preços, que agravam os custos de produção e que, no limite, impedem as empresas de laborar. O PT i 5.0 envolve um montante global de dez mil milhões de euros, que deve ser co-financiado pelo Quadro Financeiro Plurianual – não tendo sido no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), terá de o ser no Portugal 2030. Defendo, ainda, que devemos promover em Portugal um evento de grande dimensão inteiramente dedicado à indústria transformadora, pela capacidade que este sector tem de produzir um enorme efeito de arrastamento a montante e a jusante da sua atividade. Naturalmente, uma boa eficácia de um programa estratégico para a indústria exige, em complementaridade, uma envolvente favorável ao desenvolvimento dos negócios. Dos contactos permanentes que tenho com as empresas e nos inquéritos mensais que realizamos na AEP, entre os principais constrangimentos reportados destacam-se: a enorme carga fiscal; a elevada e crescente burocracia; as dificuldades de acesso ao crédito; os incipientes instrumentos para resolver o problema da baixa capitalização das empresas; a baixa qualificação dos ativos e a crescente falta de mão-de-obra especializada; a morosidade e complexidade da Justiça e do seu funcionamento; e a legislação laboral rígida e desajustada a um mercado de trabalho em acelerada transformação. Neste último ponto, sublinho o alerta que a OCDE, no seu Economic Outlook de dezembro, dirigiu a Portugal: “Importa evitar uma reversão das reformas introduzidas no mercado de trabalho no passado, sob pena de se comprometer uma recuperação sustentável. (…) O governo deverá ainda evitar (…) um rápido aumento do salário mínimo nacional, que (…) agravaria os custos da mão-de-obra, baixando a competitividade a longo prazo”. É, pois, desejável que as políticas públicas atendam às preocupações dos empresários e aos alertas das instituições internacionais. Ao contrário do que sucede com o PRR, o Portugal 2030 terá de priorizar o tecido empresarial privado – quem fundamentalmente cria riqueza e emprego, exporta e contribui para o equilíbrio externo e orçamental. Terá também de apoiar o movimento associativo empresarial, que desenvolve diversas iniciativas para a promoção da internacionalização e melhoria da competitividade das empresas. Atendendo a que nos últimos 15 anos o nosso país tem vindo a aumentar o número de micro e pequenas empresas, é cada vez mais necessário um tecido associativo capacitado para o seu apoio de proximidade.
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | JPS GROUP
JPS GROUP: PROJETOS ÚNICOS COM QUALIDADE E A PREÇOS COMPETITIVOS Para João Sousa, CEO da JPS GROUP, os emprendimentos da empresa são únicos, com qualidade, com preços imbatíveis e, sempre com potencial enorme de valorização, o que se traduz num excelente investimento para quem compra, seja cliente particular ou investidor. Dr. João Sousa, CEO
A JPS GROUP é uma das maiores empresas do sector imobiliário e prova disso é o crescimento sustentado e a expansão de negócio, focada na optimização de recursos e com soluções integradas. Que fatores permitiram mudar o paradigma do mercado? Mudámos o paradigma de mercado, pois quisemos desenvolver projetos de luxo para as famílias portuguesas, foi esta preocupação que despoletou o desenvolvimento de “casas de luxo para clientes reais”. Ou seja, antecipámos as necessidades dos clientes e começámos a fazer projetos únicos, considerados de luxo, mas para clientes reais que representam a maioria dos compradores do mercado nacional. Conseguimos dar resposta ao mercado, antecipamos tendências e oferecemos um portfólio de projetos contemporâneos, de luxo, com a melhor relação qualidade/preço, o que torna a nossa oferta de imóveis com grande valorização e ultrapassa outras ofertas semelhantes existentes no mercado. Quem compra os nossos imóveis ainda em planta, conta com margens de lucro na ordem dos 40%, entre o valor de aquisição e o valor de revenda. O facto de termos uma perspetiva 360°, com todos os serviços integrados, bem como uma construtora própria, permite-nos construir habitação em escala e, desta forma, conseguimos colocar no mercado casas a preços imbatíveis, sem descurar a qualidade e os acabamentos de luxo. A JPS GROUP posiciona-se como pioneira no conceito de “luxo acessível” para famílias reais. Toda a vossa oferta de casas está assente em preços competitivos, com qualidade e acabamentos de luxo. O facto do processo ser feito in house permite uma maximização de recursos e torna-vos mais competitivos? A nossa proposta de valor como promotora imobiliária, é esta perspetiva 360° com todos os serviços 100% integrados e feitos in house, ou seja, temos uma equipa completa e multidisciplinar, que está exclusivamente dedicada à idealização e concretização dos projetos, desde o business plan até à comercialização de imó-
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veis, o que nos permite apresentar projetos únicos com qualidade e a preços competitivos. A JPS GROUP consegue distinguir-se pela qualidade que consegue entregar e pelos preços que pratica no comparativo com outras promotoras. A JPS GROUP tem uma equipa completa, com serviços 100% integrados, numa perspectiva 360°, desta forma podemos dizer que oferece mais confiança aos clientes? Conseguimos oferecer mais confiança aos nossos clientes, porque conseguimos fazer um atendimento personalizado em todo o processo de compra de uma casa. Desde o primeiro contacto do potencial cliente, para saber informações do nosso portfólio de empreendimentos, à assinatura do CPCV e escritura, à escolha de materiais no nosso showroom (consoante o empreendimento), até à entrega da chave da casa ao cliente. O foco JPS Group é o cliente, e todos os nossos departamentos estão orientados de forma a terem como objetivo a satisfação do cliente. Os projectos que foram autênticos sucessos como o SkyCity, DreamLiving, Green Valley Oeiras Residence, The Village, Sea View Residence, entre outros, são a prova de que a JPS GROUP se posiciona como uma empresa com conceitos inovadores? E que fazer projectos únicos, com qualidade e preços imbatíveis faz parte do vosso ADN? Faz parte do nosso ADN enquanto marca e, por esta razão continuamos a apostar na construção nova, mas aliada a conceitos inovadores. Queremos dar uma experiência e vivência às pessoas que compram as nossas casas e para isso os nossos projetos têm todas as comodidades com o objetivo de proporcionarem conforto e qualidade de vida. Os projetos que desenvolvemos são contemporâneos, minimalistas, com muita luz, com espaços exteriores, jardins, piscinas, conforto, segurança, excelentes localizações e rodeados de todas as comodidades. Os nossos empreendimentos são únicos, com qualidade, com preços imbatíveis e,
JPS GROUP | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
SkyCity - Serra de Carnaxide
sempre com potencial enorme de valorização, o que se traduz num excelente investimento para quem compra, seja cliente particular ou investidor. O mercado imobiliário português, mesmo em contexto de pandemia, tem-se mostrado resiliente e continua a ser bastante atrativo para investidores nacionais e estrangeiros. O imobiliário continua a ser um excelente ativo para se investir e poderá ser o grande impulsionador da economia? No geral, apesar das várias incertezas provocadas pela pandemia, o mercado imobiliário português mostrou-se muito resiliente, mais rápido e digital, e adaptou-se às necessidades dos consumidores atuais. Está a ter um bom desempenho, principalmente no sector residencial, com níveis de procura elevado face à oferta existente. Os fatores que contribuem para este bom desempenho são as baixas taxas de juros e spreads, o aumento de novos empréstimos para aquisição de habitação, a poupança privada, e a necessidade que os portugueses têm em mudar de casa com mais espaço, escritório, jardim, piscina e zonas ao ar livre para uma melhor qualidade de vida. Por esta razão, e, daquilo que percecionamos na JPS GROUP, enquanto promotores e construtores, parece-me que o futuro do sector imobiliário será promissor e deverá seguir esta tendência em 2022. A partir do quarto trimestre de 2021, também começámos a sentir um aumento significativo da procura, por parte de investidores estrangeiros, de outras categorias de ativos imobiliários, tais como hotéis, prédios para recuperar, ativos com rendimento associado, entre outros. O investimento imobiliário é bastante atrativo e muito procurado, porque permite ter lucros a dois/três anos que nenhum outro sector permite, associado a um baixo risco do investimento, em comparação com outros produtos financeiros. O imobiliário continua a ser uma boa área para se investir em Portugal, tanto para os investidores nacionais como estrangeiros.
Qual a sua perspetiva relativamente ao mercado imobiliário português em 2022? Que segmentos poderão ser mais atrativos para o investimento? Ao longo destes dois anos, o mercado imobiliário português tem-se mostrado muito resiliente e soube reinventar-se para dar resposta às necessidades atuais, com a ajuda da tecnologia e das condições de acesso ao crédito habitação atrativas. Também o controlo existente por parte das entidades reguladoras, preparou o mercado imobiliário para um embate no sector financeiro, e foram tomadas algumas medidas preventivas, como é o caso das moratórias. Considero, que as perspetivas futuras para o mercado imobiliário português sejam promissoras e favoráveis em 2022, não descurando os desafios que temos pela frente, pois não nos podemos esquecer que estamos a passar por uma situação extremamente complexa a nível mundial devido à pandemia e, obviamente, que esse facto afeta a oferta de mão de obra e aumenta a escassez de matéria-prima, fazendo subir os preços de construção. É esse desafio que enfrentamos diariamente. Neste momento, continua a parte residencial a ter um papel muito importante no nosso mercado imobiliário, mas julgo que 2022 vai trazer ao mercado alguns projetos muito interessantes na área de residências assistidas de luxo, sendo esta talvez a área do imobiliário que mais se vai desenvolver no novo ano.
Green Valley Oeiras Residence REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 75
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | DS TAVIRA
Mariana Lloyd e António Martins, Diretores da Agência
DEDICAÇÃO, EMPENHO E TRABALHO SÃO A CHAVE DO SUCESSO Na Decisões e Soluções Tavira encontra uma equipa de profissionais especializados que prestam um serviço de aconselhamento personalizado com soluções 360° ao nível da compra, venda e arrendamento de imóveis, bem como ao nível do crédito bancário, seguros, obras de remodelação e construção de imóveis. António Martins e Mariana Lloyd, Diretores da Agência, em entrevista à Revista Business Portugal, destacam a formação contínua, dedicação, empenho e trabalho como chaves para o sucesso alcançado. Entre a data da sua criação, 2017, e o fim de 2021, que se aproxima, encontram-se anos de excelentes resultados na mediação imobiliária, intermediação de crédito e mediação de seguros, destacando-se uma premiação nacional. Qual é o segredo do sucesso? Atualmente, os clientes estão cada vez mais exigentes e querem soluções rápidas. Depois de estarem confinados, perceberam que este é o momento de realizar muitos dos seus sonhos. Os bons resultados que temos vindo a atingir, ano após ano, devem-se ao facto de sairmos sempre da nossa zona de conforto e de estarmos, constantemente, a ajustar-nos às circunstâncias e necessidades do mercado. Percebemos que poderíamos ser muito úteis aos nossos clientes pelo facto de conseguirmos trabalhar à distância, em diversas áreas, numa relação privilegiada com um variadíssimo leque de parceiros. Para além de apostarmos na formação contínua da nossa equipa, trabalhamos também num ambiente bastante descontraído, de amizade e companheirismo, sem nunca descurar o nosso compromisso. Com muita dedicação, empenho e muito trabalho conseguimos obter estes excelentes resultados.
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A DS Tavira presta serviços em cinco áreas distintas: mediação imobiliária, intermediação de crédito, mediação de seguros, mediação de obras e construção de imóveis. Mantêm um serviço polivalente? Na nossa agência os clientes encontram uma equipa de profissionais especializados que prestam um serviço de aconselhamento personalizado independente a particulares e empresas e com soluções 360°, ao nível da compra, da venda, do arrendamento de imóveis, bem como a nível do crédito bancário, seguros ou até mesmo obras de remodelação e construção de imóveis. Em cada uma destas áreas, temos parceiros com os quais mantemos uma relação privilegiada e uma base de trabalho diária, sempre com o compromisso de garantir a melhor solução e melhor preço aos nossos clientes. Desta forma, conseguimos economizar muito tempo a quem nos procura e prestar um serviço de aconselhamento totalmente gratuito.
DS TAVIRA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Apesar de se localizar no Algarve, o alcance do trabalho estende-se por todo o território nacional, principalmente por recomendação de clientes satisfeitos. É um alcance transversal a todos os serviços? Quando um cliente fica satisfeito com o nosso serviço, acaba por se fidelizar e recomendar-nos. Começámos por receber contactos de familiares e amigos de clientes de várias partes do país, para os ajudarmos ao nível de mediação imobiliária, do crédito e dos seguros. Hoje, já nos chegam clientes que nos encontram pelo nosso website, pesquisam sobre os nossos serviços e a nossa trajetória, o que é absolutamente gratificante. Com a ajuda das novas tecnologias estamos mais próximos e é como estivessemos frente a frente com o cliente. Vivemos cada vez mais numa era digital, em que as reuniões presenciais ou a entrega de documentos em papel deixam de fazer sentido. Atualmente, e cada vez mais, trabalhamos neste formato e sentimos que conseguimos ajudar os nossos clientes residentes em Portugal e no estrangeiro.
“Assumimos protocolos com parceiros com larga experiência na área da construção, garantindo assim que os clientes construam a sua casa de sonho ao melhor preço e sem preocupações” Quais os fatores-chave de sucesso para os profissionais atuais? Atualmente, somos 14 profissionais, distribuídos pelas diferentes áreas e a chave do sucesso passa pelo espírito de equipa vivido na agência. Somos uma segunda família e é assim que nos sentimos bem. A formação assume-se igualmente como um pilar, numa base contínua, uma vez que são fundamentais para o bom desempenho da atividade. A seriedade e a transparência nos negócios são primordiais e só assim se consegue o voto de confiança, fidelização e recomendação por parte dos clientes. A partir daí, é dar o nosso melhor, como sempre. Dada a variedade de serviços, a DS Tavira tem protocolos e uma relação privilegiada com quase todas as companhias de seguros e instituições bancárias a operar em Portugal, assim como agências imobiliárias, gabinetes de arquitetura e construtoras. O objetivo é simplificar a vida do cliente? São cada vez mais os parceiros nas várias áreas e o objetivo é sempre encontrar a melhor solução ao melhor preço para os nossos clientes. Na área da mediação imobiliária, é onde indiscutivelmente temos mais parceiros a nível nacional. Este é também um campo onde os nossos clientes gostam que sejamos nós a representá-los, independentemente da localização do imóvel. Isto deve-se à nossa experiência e sensibilidade no crédito, seguros e obras que acabam por complementar a primeira. Na área da intermediação do crédito, garantimos um serviço personalizado, independente, de aconselhamento financeiro a particulares, ao nível de crédito da habitação, crédito pessoal, crédito
automóvel, cartões de crédito, leasing imobiliário, mas também no crédito a empresas e outro tipo de operações de crédito bancário. Oferecemos aos nossos clientes um check-up financeiro, totalmente gratuito e muitos ficam surpreendidos com o que conseguimos fazer por eles. Na área da mediação de seguros, trabalhamos com as melhores seguradoras em Portugal e conseguimos disponibilizar aos nossos clientes, particulares e empresas, as melhores soluções do mercado. Encontramos sempre a relação qualidade-preço mais vantajosa em qualquer que seja a área de atuação. Temos diversos tipos de seguros tais como: vida, automóvel, acidentes pessoais, saúde, multirriscos de habitação, multirriscos comercial, acidentes de trabalho, entre outros. Na mediação de obras, ajudamos desde as pequenas obras às grandes renovações, mantendo parcerias com empresas especializadas em todo o tipo de obras, sendo estas credíveis, idóneas e com qualidade reconhecida, garantindo assim qualidade, rapidez e eficiência com os melhores orçamentos. Por outro lado, na construção de imóveis prestamos um serviço de aconselhamento ao nível da construção, em concordância com os sonhos, objetivos e necessidades dos clientes. Apresentamos um vasto leque de modelos exclusivos e personalizados de moradias que combinam desde design a qualidade, requinte e bom gosto. Além disso, assumimos protocolos com parceiros com larga experiência na área da construção, garantindo assim que os clientes construam a sua casa de sonho ao melhor preço e sem preocupações. Com a pandemia o trabalho passou a ser mais digital, com avaliações virtuais a imóveis e os resultados foram melhores do que era espectável. No futuro, teremos um serviço com uma maior proximidade à população? Através do nosso website www.dstavira.com a população em geral, nacional e estrangeira, pode conhecer um pouco mais sobre o nosso trabalho e saber de que forma os podemos ajudar, preenchendo os nossos formulários, tendo a certeza que serão contactados em menos de 24h por um dos nossos especialistas, com toda a informação rececionada e, muitas vezes, com as melhores soluções a serem apresentadas.
Happy Decisions Lda. Licença AMI nº 13294 Intermediário de Crédito Vinculado nº 4009 BdP Rua José Pires Padinha nº 174 8800-354 Tavira (+351) 281 324 548
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DAR FORMA AO SONHO DO CLIENTE João Vaz Gomes considera ser uma grande responsabilidade dar forma aos sonhos das pessoas, mas é com esse sentimento que faz arquitectura. Em entrevista à Revista Business, o arquiteto destaca a qualidade, criatividade e inovação como pilares, sem os quais não conseguiria a posição que tem hoje num mercado cada vez mais competitivo. O ano de 2019 foi um grande ponto de viragem para a JVG Arquitetos, com a criação de uma nova imagem e uma ampla abrangência geográfica. A exigência do mercado tem contribuído para este crescimento e adaptação? A exigência do mercado foi como alavanca e obrigação para a nossa adaptação. O mercado apesar da pandemia mundial vivida nos últimos 18 meses, teve uma evolução que sinceramente ninguém estava à espera. A falta de matéria-prima, a escassez de tempo para trabalhar devido a teletrabalho e afins, e a procura
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por novos espaços habitacionais foi/é surpreendente. As pessoas viram na própria pele o que é “ficar enclausurado” em quatro paredes. Os apartamentos em altura, de dimensões reduzidas, sem varandas, sem luz, acabaram. O cliente quer espaço, quer liberdade, quer área verde. A nossa adaptação ao mercado tem que ser constante e sempre em sintonia com o cliente, só assim será possível vencer e conquistar o nosso espaço que já dura há mais de 15 anos. Do vasto e diferenciado portfólio, residem projetos de habitação, mas também na área da saúde e serviços, com especial destaque para as ERPI (residências para idosos). São mais de 15 anos a adquirir experiência e diversidade de conhecimento? Sim. A habitação e penso que não fujo à regra de colegas meus, até pelo que já disse anteriormente é, sem dúvida, o nosso principal foco de trabalho, podendo mesmo ocupar quase 70% do nosso portfólio. No entanto, o planeamento urbano, os equipamentos, sendo eles diferenciados pela hotelaria e ERPI também já são parte do nosso currículo. Estes 15 anos na execução de projetos deste tipo têm sido deveras desafiante para mim e para a minha equipa. O conhecimento por parte dos investidores nesta equipa começa a sentir-se e a certeza da execução correta do nosso trabalho e acompanhamento tem sido notada.
JVG ARQUITETOS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Desde construção, reabilitação, projetos de estabilidade, reconstrução de rede de abastecimento de águas, estudos de sensibilidade sobre certificação energética até projetos e instalações de infraestruturas de telecomunicações, são diversos os serviços, que vão além do que “esperamos” de um gabinete de arquitetura? O serviço do nosso gabinete de arquitetura passa essencialmente pela execução real do que podemos fornecer ao nosso cliente, albergando o acompanhamento de toda a obra, desde a realização do projeto na sua base e ideia à passagem pela seleção de tendências e a sua correta aplicação. Desde o primeiro contacto até à experiência da primeira noite passada na sua casa o acompanhamento é total. Aqui o cliente preocupa-se com a realização do seu sonho apenas e não com todas as questões que se encontram por detrás do mesmo. Esse é o nosso trabalho. Com a evolução do mercado, fomos obrigados a adaptarmo-nos e já apresentamos serviços tridimensionais ajustados ao gosto do cliente com recurso a sistemas informáticos permanentes. O cliente leva o projeto consigo para casa e pode “andar” sobre o mesmo em qualquer PC que tenha ao seu dispor, fazendo as adaptações necessárias e quando o desejar. Todos os projetos exigem um equilíbrio entre contexto, funcionalidade, conforto, as necessidades de cada cliente sempre aliados às novas tendências do mercado. A aposta na qualidade, criatividade e inovação, com inspiração no contexto, são os pilares? Sem qualquer dúvida. Sem esses pilares não conseguiriamos a posição que temos hoje num mercado cada vez mais competitivo. É mesmo devido a conceitos de qualidade e criatividade que nos mantemos ativos. A equipa cresceu só este ano em mais de 50 por cento. Arquitetos, modeladores 3D e engenheiros são agora a nossa equipa, quase 12 horas ao dispor do cliente.
A arquitetura tem uma forte influência em toda a sociedade e um papel determinante na qualidade de vida das pessoas, nas mais diversas dimensões. É uma grande responsabilidade dar forma aos sonhos dos vossos clientes? É a nossa prioridade. Sempre foi o meu desejo e objetivo dar forma ao sonho do meu cliente. O projeto é sempre personalizado ao gosto do mesmo e sempre adaptável em qualquer altura, mesmo em obra. O que nunca vou querer na minha vida profissional é um cliente insatisfeito, e em 15 anos de mercado, contam-se numa mão os que não ficaram totalmente realizados. Às vezes até nem é por nós arquitetos, mas sim pelas normas impostas e bem, pelos municípios na conceção do espaço. Muitas pessoas pensam que por serem donas de uma parcela de terreno podem fazer o que querem, mas não, existem regras a cumprir e, por vezes, não é fácil dar asas ao seu sonho, mas arranja-se sempre uma solução neste atelier. Não gostam muito, mas são as regras deste “jogo”. Aproxima-se um novo ano com novos desafios e obstáculos a serem ultrapassados. Como perspetivam o futuro da arquitetura e da JVG Arquitetos? A JVG Arquitetos vai evoluir, e a nossa perspetiva é uma subida em mais de 30% no volume de trabalho. A procura de desafios neste atelier vai ser uma certeza e vamo-nos querer intermeter por entre os maiores. No entanto o mercado tem as suas regras e por isso vai ser desafiante, mas contamos com mais projetos nos equipamentos por todo o país.
Rua dos Caniços, N.º 30 2625-403 Forte da Casa 2 19 594 946 - 962 734 902 geral@jvgomesarquitectos.com
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | CENTURY 21
“ASSUMIMOS O PAPEL DE ALAVANCAR AO MÁXIMO A CIDADE DO MONTIJO E TODA A REGIÃO” Luís Filipe Janeira NAR Board Director for Western Europe, CEO/Broker C21 PRINCIPAL
A C21 Principal nasceu com o objetivo de superar as expectativas dos clientes, volvidos nove anos de um trajeto de crescimento e com um perfil internacional, assume-se hoje como um ativo importante na promoção da região e todas as oportunidades que esta oferece, numa perspetiva de captar investimento e interesse, como conta em entrevista Luís Filipe Janeira, CEO/Broker, e o primeiro português de sempre como membro da administração da NAR (National Association of Realtors). Desde a sua génese, que se pretendeu que a Century21 Principal se tornasse uma referência de qualidade no sector imobiliário nacional, objetivo que está hoje, mais do que cumprido dada a dimensão internacional que alcançaram? Entrei na Century21 em novembro de 2012, na altura a agência que adquiri detinha outro nome e ficou claro que iriam acontecer mudanças. Durante 14 meses mudamos quase tudo, desde procedimentos, forma de trabalhar, tipo de comunicação, gestão de recursos humanos e colocação no mercado. Foram 14 meses de adaptação e transformação, que culminaram com a mudança de nome da franquia para C21 Principal, nome atual e, simultaneamente, mudámos de instalações. A qualidade veio naturalmente em resultado do profissionalismo que se colocou na operação, desde a contratação de angariadores imobiliários a full-time, bem como toda uma
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nova linha de procedimentos usados já internacionalmente pelos melhores players internacionais. O reconhecimento internacional de hoje é fruto da nossa forma de estar, trabalhamos com 100% de procedimentos internacionais, garantido a confiança de todos os nossos parceiros de outros países, como garantimos também a confiança para qualquer cliente internacional ao evitarmos surpresas e imprevistos. O objetivo é estarmos disponíveis para o nosso país, a nossa cidade e a nossa região, obviamente está longe de estár atingido, pois acreditamos que conseguiremos sempre trazer mais clientes para o sector residencial, mais clientes para o sector comercial e industrial, criando mais emprego, economia e, fundamentalmente, mais progresso e qualidade de vida. De uma agência projetada para uma realidade local, para uma agência imobiliária com cariz internacional direcionada para um mercado também diferente, porque não se foca apenas no mercado residencial tradicional? A nossa agência nunca foi redutora ao focar-se apenas no mercado residencial tradicional. Desde sempre assumimos o papel de alavancar ao máximo a cidade do Montijo e toda a região. Estivemos presencialmente em Espanha ( Madrid, Barcelona, Sevilha e Valência), em França (Paris), nos EUA (San Francisco, Orlando e San Diego) e temos estado representados permanentemente em vários países como os EUA, Brasil, Espanha, China, Reino Unido, França e Alemanha.
CENTURY 21 | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Diferenciam-se pelo grau executivo que implementaram na mediação imobiliária e intermediação de crédito. Estando em constante expansão, existem padrões e um profissionalismo dos quais não abdicam? A ética é a nossa principal forma de caracterização, daqui resulta o profissionalismo, se adicionar ambição concretiza-se num profissional ambicioso e dinâmico. A nossa ligação com o capital, com o crédito, com o mundo da legislação, com o valor que transacionamos obriga à nossa postura executiva. Temos presente a responsabilidade de que representamos clientes, famílias, património e poupanças de vidas inteiras. Fazemos por estar à altura, tanto no conhecimento, na tecnologia, como na linguagem, postura e até na indumentária. É uma honra servirmos o nosso país e a nossa região, queremos que nunca exista ninguém melhor que nós, no limite tão bons como a C21 Principal.
Trabalhamos o mercado residencial tradicional, somos a única agência localmente habilitada e certificada para trabalhar residencial de luxo, comercial, industrial e agrícola. O nosso perfil internacional serve é para promover a região e todas as oportunidades que esta oferece, numa perspetiva de captar investimento e interesse. Foram já distinguidos e nomeados International Member of the Board of Directors da National Association of Realtors, a maior associação mundial. Trata-se de um reconhecimento que se estende também ao público? Eu Luis Filipe Janeira, fui nomeado Diretor da Europa Ocidental para a Administração da NAR (National Association of Realtors) em resultado do trabalho da C21 Principal. A NAR é a maior associação comercial no mundo com os seus 1.500.000 associados, sendo que fundamentalmente se rege por um código ético com mais de 100 anos. Foi uma honra enorme esta nomeação, pelo reconhecimento da ética e profissionalismo que a C21 Principal coloca no seu dia a dia. Acredito que seja também um reconhecimento para o público e para a cidade, pois para além de ser a primeira vez que um português está na administração da NAR, para além de ser possível um português ocupar este cargo +- de 15 em 15 anos, foi escolhido um profissional a operar no Montijo e não numa outra grande cidade portuguesa.
A C21 Principal apresenta-se hoje como uma mediadora integrada num mundo global, internacionalização que aportou um valor significativo à vossa atuação. Quais são os principais desafios impostos ao sector imobiliário? O principal desafio no sector da mediação imobiliária é a sua respeitabilidade. Muito há a falar sobre este tema, desde a falta de licenciamento em Portugal, como o tipo de pessoas e posturas que este sector ainda possui. É sempre penoso ver no dia a dia pessoas a trabalhar neste sector, sem qualificações, sem formações, sem compromisso, com intenções dúbias e que, no final, apresentam faturas como se fossem realmente profissionais. Acredito que o principal desafio será o de instruir a sociedade que deverá ser exigente com a mediação imobiliária, que um português não deve contratar alguém sem qualificação, sem conhecimento, sem histórico e compromisso. Nós transacionamos o património mais valioso de um cidadão, que é o seu património imobiliário, por isso mesmo evitar problemas deverá ser a prioridade e escolher verdadeiros profissionais formados e certificados deverá ser sempre uma preocupação.
Hoje, a C21 Principal é reconhecida pela qualidade dos seus recursos humanos, resultado de contratações com elevada seleção. O que é necessário para ser um bom agente imobiliário? As empresas são as pessoas, sendo este o critério mais exigente e difícil de concretizar. Contratamos fundamentalmente boas pessoas, este sim é o critério primordial, pois o saber e o conhecimento sempre foram abertos e disponíveis na nossa empresa, onde temos presente a importância da formação, das certificações e das atualizações permanentes. Um profissional neste sector tem de ser antes de tudo ambicioso, sério e ético. Possuir uma mente aberta, gostar de pessoas, gostar de servir a sua região e internamente querer e saber trabalhar em equipa.
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | ABLOOM
ABLOOM BOUTIQUE: PROPRIEDADES DE LUXO NO ALGARVE Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor o seu percurso e em que momento decide abraçar este projeto? Eu nasci e fui criada em Aerdenhout, nos Países Baixos, mudei para Portugal na década de 80, vivi uns anos em Cascais e, depois, mudei-me para o Algarve, onde permaneço até hoje, e onde exerço funções como agente imobiliária desde 2000. Comecei este projeto na altura da primeira crise, em 2008, o ramo imobiliário foi um dos sectores que sentiu o maior impacto dessa crise. Entre as pessoas com quem trabalhava começaram a surgir opiniões de como poderíamos ultrapassar esse período. Eu tinha visões muito claras do que queria fazer, do que queria alterar, os aspetos que sabia que seriam importantes e do que poderiam acrescentar ao mercado imobiliário algarvio. Os clientes procuram uma empresa séria que os acompanhe na compra e venda do seu imóvel, procuram excelência e rigor, procuram profissionais que sejam capazes de oferecer o que eles pretendem, é uma das decisões mais importantes na vida de uma pessoa. E foi com esse intuito que decidi criar a minha empresa, para proporcionar a melhor experiência possível aos nossos clientes. Marcella Spee Horta e Costa, CEO
A ABLOOM Boutique é uma empresa de mediação imobiliária. Foi fundada por Marcella Spee Horta e Costa, que imaginou esta dinâmica boutique imobiliária baseada na sua habilidade e impulsionada por 20 anos de experiência. Em entrevista, deu-nos a conhecer um pouco mais sobre este projeto.
ABLOOM Mediação Imobiliária Licença AMI 8946 Rua do Comércio, Edifício Mendonça Lj A, 8135-127 Almancil - Portugal Tel: 289 395 633 | 289 393 780
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Qual o principal diferencial da ABLOOM, de que forma se destaca no mercado? Quais são os principais serviços que oferecem aos clientes? A ABLOOM Boutique é uma empresa pequena e, neste momento, o nosso objetivo é mantê-la assim, não temos interesse em fazer parte de uma empresa muito grande ou de criar uma franchising. Isto permite-nos ter uma ligação muito próxima com os clientes. Ao ter equipas grandes acaba por se tornar mais difícil de garantir que todos os clientes recebam o mesmo serviço por parte dos colaboradores. Para chegar a algo bom e especial, para que o cliente fique 100 por cento satisfeito com os nossos serviços, confie no que fazemos e no que comprometemos a oferecer, é importante um acompanhamento continuo e exequível. Conseguimos disponibilizar vários serviços, desde angariar, avaliar e informar, não só sobre preços e zonas mais propícias para a compra de imóveis, mas também informar sobre a possibilidade de ter uma vida no Algarve, todos os meios envolventes e essenciais. Fornecer toda a informação inerente na compra de um imóvel, e os nossos serviços conseguem proporcionar isso. Temos vários tipos de clientes e, para tal, temos de saber quais as tendências do mercado, para conseguir oferecer uma experiência única aos clientes e corresponder às expectativas de cada um. A ABLOOM mantém uma proximidade com os clientes e garante um serviço de alta qualidade. O acompanhamento das novas tendências é essencial para garantir soluções exclusivas? Sim, o mercado está sempre em mudança, é necessário acompanhá-las e adaptarmo-nos ao mercado. Os clientes são cada vez mais exigentes, procuram novas tendências e procuram mais a perfeição. Isso acaba por se tornar bom para a empresa, acaba por nos dar mais foco no que o cliente procura. O comércio muda, as tendências mudam, os preços mudam e é necessário haver adaptação para dar o melhor serviço ao cliente.
ABLOOM | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Eu acredito que se tivermos uma empresa focada conseguimos cumprir as expectativas do cliente. O mercado imobiliário é um dos mais competitivos. Uma equipa de profissionais capaz de fazer a diferença perante o cliente é fundamental. Como caracteriza a equipa da ABLOOM? O mercado imobiliário na zona algarvia é muito competitivo, existem centenas de agências imobiliárias, daí se tornar importante a excelência nos serviços e a diferenciação. A equipa de colaboradores da ABLOOM diferencia-se pelo cuidado no serviço prestado, temos um bom planeamento e um bom management da zona algarvia. Os nossos colaboradores sabem as informações essenciais para estabelecer um bom negócio, conhecem o PDM, sabem avaliar, conhecem bem os gostos dos vários clientes, conhecem as regras dos arquitetos e das câmaras e de como o mercado alterou ao longo dos anos. É fundamental que a pessoa que venda uma casa transmita confiança ao cliente. Ter uma equipa focada em preencher lacunas do sector aproveitando nichos na área imobiliária é essencial para ser uma empresa de referência no mercado? Sim, não tenho dúvidas disso. Quando o mercado apresenta uma boa fase, muitas empresas conseguem atingir vários objetivos e aproveitar lacunas que o sector oferece. E isto só é possível com uma equipa focada e unida. No nosso escritório gostamos de reunir as várias áreas de atividade, marketing e administração, e discutir ideias em conjunto. Cada um tem as suas ideias e as suas visões do mercado e isso ajuda a fornecer um serviço total. A ABLOOM é hoje uma referência no mercado imobiliário algarvio. Porquê que a ABLOOM é a escolha acertada no momento de vender ou comprar casa? A ABLOOM é a escolha acertada, em primeiro lugar, porque conhecemos muito bem o mercado algarvio, já temos vários anos de experiência, isso é muito importante e é também um dos fatores que nos diferencia no mercado. Em segundo lugar, conseguimos estabelecer um contacto à base da confiança, os nossos
clientes confiam em nós, a maior parte dos clientes que temos na empresa são clientes fixos, que gostam e confiam nos serviços que prestamos. Sempre tendo por base o rigor, profissionalismo e dedicação, o que poderemos esperar da ABLOOM para o futuro? O nosso objetivo foi e sempre será, o que acaba por nos diferenciar das demais empresas, a parte estética. Procuramos sempre angariar casas especificas para o nosso nicho de clientes. Estamos sempre a procurar casas bem elaboradas, bonitas, estilos diferentes, queremos um produto bom e não um grande número de produtos. A qualidade é muito mais importante do que a quantidade. E somos conhecidos por isso.
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | ROBOPLAN
“OS NOVOS SECTORES TAMBÉM USAM A ROBÓTICA”
Nuno Mineiro, Diretor-Geral
A Roboplan é a representante para Portugal da Yaskawa, a marca japonesa líder mundial no sector da robótica e conhecida pelo seu alto padrão de qualidade. A empresa marcou mais uma vez presença na EMAF e, em entrevista à Revista Business Portugal, Nuno Mineiro, Diretor-Geral da Roboplan, deu a conhecer o universo da empresa que desenvolve soluções robotizadas chave na mão, com a missão de aumentar a competitividade industrial dos seus clientes através da robótica. A Roboplan nasceu em julho de 2012 com base na sólida experiência dos seus colaboradores e sócios no sector da robótica industrial. Que balanço traça deste percurso de quase dez anos? O nosso percurso tem sido muito positivo, dado que temos crescido todos os anos, exceção feita ao ano passado pelo contexto de pandemia, mas considerando este ano e o transato temos uma média interessante, até porque, em 2021, registámos um crescimento muito forte. Temos trabalhado com indústrias muito diferentes, conseguindo finalizar os projetos atempadamente e dentro das especificações técnicas que nos solicitam, e isso constitui um fator muito importante. Por outro lado, estabelecemos novas parcerias e relação com novos clientes. Neste trajeto, a empresa também cresceu em dimensão e em número de colaboradores. Que serviços e soluções abarca a Roboplan? A Roboplan tem quatro áreas de negócio, designadamente: a distribuição da marca Yaskawa, uma das principais marcas mundiais de distribuição de robôs a empresas denominadas integradores, que incluem esses robôs nas suas próprias máquinas e, posteriormente,
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revendem a clientes finais; desenvolvimento de soluções para clientes finais atuando como empresa de engenharia; o pós-venda, ou seja, prestamos assistência técnica e todo o tipo de suporte que os nossos clientes precisam; e a quarta área de negócio relaciona-se com o chamado DMC (Drive and Motion Control), uma área em que a Yaskawa é muito forte, representa uma percentagem considerável dos negócios da Yaskawa e que a Roboplan, a partir de agora, também vai passar a representar. Quais são as vossas indústrias alvo? Nas quatro áreas de negócio, o nosso interesse é sempre que haja alguma atividade ligada à robótica e, portanto, estrategicamente estamos sempre à procura de mercado onde se possa comercializar robôs industriais. Neste momento, trabalhamos com praticamente todos os sectores da indústria, designadamente até o sector primário começa a ter algumas aplicações, mas indubitavelmente, o sector automóvel tem um peso substancial. Como em todo o mundo, a robótica industrial desenvolveu-se muito em torno da indústria automóvel, foi o grande motor do desenvolvimento dos fabricantes de robôs e, em Portugal, temos um grande cluster de empresas que fabricam componentes para a indústria automóvel, empresas como a Simoldes por exemplo, que constituem clientes muito importantes para a Roboplan. Estamos muito ligados ao sector automóvel pelo lado do fabrico de componentes com robôs industriais e, paralelamente, temos uma presença muito forte na metalomecânica em geral, estamos ligados às aplicações de soldadura e ao que chamamos general industry, ou seja, fabricantes de móveis, de todo o tipo de equipamentos, sector da madeira, dos plásticos e alimentar. No âmbito das energias renováveis, temos cada vez mais atividade, até porque os novos sectores também usam a robótica.
ROBOPLAN | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
A robotização e a automação da indústria são uma oportunidade para tornar as empresas portuguesas mais competitivas e para resolver o problema da falta de mão de obra que existe em vários sectores de atividade? Sim, diria que é uma condição absolutamente necessária. A robotização e a automação da indústria são uma oportunidade para tornar as empresas portuguesas mais competitivas e para atenuar o problema da falta de mão de obra que existe em vários sectores de atividade. Nestes últimos cinco anos, tem-se agravado imenso a questão da falta de mão de obra. Todos os players no mercado e os clientes falam desse problema e, inclusive, estão-se a fazer investimentos com retornos mais alargados que há uns anos não seriam feitos, porque a falta de mão de obra assim o exige. Além disso, hoje em dia, o trabalho em ambientes extremos, em termos de temperatura ou de poluição aérea, está bastante mais regulado, e tem de se recorrer, cada vez mais, à robótica para evitar expor as pessoas a esses ambientes. Pelo 5º ano consecutivo, a Roboplan esteve presente no maior evento do sector industrial português (EMAF). Que balanço faz da presença no certame que junta expositores nas áreas da robótica, automação e manutenção industrial, que procuram renovar o seu foco na apresentação de novas soluções e tecnologias e dar resposta aos novos desafios da indústria 4.0? As nossas expectativas foram suplantadas, por isso fazemos um balanço muito positivo. A afluência foi bastante razoável. Tivemos uma localização muito boa na feira, somos uma empresa conhecida, então estivemos num ambiente descontraído e com tempo para conversar com os nossos clientes, assim como com os nossos parceiros.
Assumem o lema que “a robótica não é o futuro, é o presente” e os os serviços de excelência e a satisfação dos vossos clientes continuarão a ser o vosso foco como empresa líder de mercado. O que mais podemos esperar da Roboplan para o ano de 2022? Mais internacionalização. Estamos a operar a nível internacional de uma forma cada vez mais forte, e prevemos que para 2022, e nos anos seguintes, o nosso crescimento será assente na internacionalização. É claro que a distribuição de robôs está limitada ao mercado português, por isso o nosso crescimento acompanhará o crescimento do mercado nacional. No desenvolvimento de soluções de engenharia, existe uma panóplia de possibilidades e, nesse contexto, temos feito projetos para Marrocos, França, Espanha, Polónia, Argentina, entre outras geografias, por isso prevemos um crescimento grande, pelo lado da internacionalização. No mercado nacional, devido à retoma pós-pandemia esperada e, como falámos, à falta de mão de obra, e considerando também que estão previstos mais fundos disponíveis e apoios para investimento, antevemos um crescimento muito forte, na ordem dos dois dígitos no mercado português.
Rua da Paz 292, 3800-587 Cacia - Aveiro Tel: +351 234 943 900 info@roboplan.pt
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A Roboplan dispõe de 1200 m2 de oficinas, 1300 m2 de escritórios e showroom e ainda de um centro de formação
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | ENGIGEO
Pedro Chitas, Sócio-Gerente
INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO DIGITAL E COMPETITIVA
A vossa atividade tem incidido, sobretudo, na elaboração de projetos de estabilização de taludes e de estruturas de suporte, mas com a modernização do sector há a necessidade de alargar o leque de serviços? Mais do que alargar o leque de serviços (o que também temos efetuado), na nossa área, a modernização tem passado pelo aparecimento de novas técnicas construtivas, pelo recurso mais corrente a ferramentas de cálculo que, há dez anos, seria impensável e pela transição para novas metodologias de projeto. A transição para a Metodologia BIM tem sido mais lenta na nossa área, mas deveremos entrar em força nos próximos tempos. O avanço tecnológico é cada vez maior e na Geotecnia existem cada vez mais técnicas. Como é que enfrentam estes desafios diários, porque existe investimentos humanos e materiais que têm de ser feitos? Naturalmente, houve que proceder a algum investimento. Estamos também a prever um investimento forte em formação para assegurarmos a necessária transição digital que mercados mais evoluídos exigem.
Com os olhos postos numa futura internacionalização, a atividade da Engigeo incide nas vertentes da Engenharia Geotécncica. Respondendo à digitalização do sector e ao inerente aparecimento de novas técnicas construtivas. Pedro Chitas, Engenheiro Civil e especialista em Geotecnia, partilha o forte investimento na forOlhando para o mercado internacional, hoje apresenta-se mação, assegurando a transição digital que os quase sem barreiras, ou seja, estamos perante um mercado mercados mais evoluídos exigem. global. As parcerias dão uma maior flexibilidade e capaciA Engigeo foi criada para colmatar a falta de resposta no mercado da Consultoria de Engenharia. Para além de uma oportunidade, foi também um risco num mercado desconhecido. Como se deu a implementação e crescimento até aos dias de hoje? A Engigeo cresceu, em nosso entender, pelo reconhecimento da resposta em situações e projetos que requerem a mobilização de consultores com experiência consolidada em Geotecnia, mas que também exigem uma visão completa de diversas especialidades. Temos sentido que a nossa visão, sobretudo o cuidado que pomos na definição do processo construtivo, é valorizada.
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dade para competir? As parcerias foram fundamentais para o crescimento da Engigeo. Desde logo, permitiram alargar o leque de serviços e a entrada em mercados que exigem maior escala. A escassez de recursos humanos qualificados nesta área de atividade coloca em causa o vosso poder competitivo face ao restante mercado? Como colmatam essa carência? Já se assiste a escassez de talentos em toda a Fileira da Construção, e a situação vai agravar-se. Caso o cenário de crescimento sustentado se mantenha, cremos que poderá ser necessário importar mão de obra.
ENGIGEO | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
“As parcerias foram fundamentais para o crescimento da Engigeo. Desde logo, permitiram alargar o leque de serviços” Volvidos três anos conseguem apresentar um conjunto de projetos significativos, que vos projetam mais facilmente para a internacionalização. É esse o vosso grande objetivo? A maior parte dos projetos que foram desenvolvidos no nosso início de atividade estão agora em fase de construção. Destacamos a nossa participação em diversas intervenções para gestores de infraestruturas de transportes, tanto em Portugal Continental como nas Regiões Autónomas, com especial destaque para a Região Autónoma da Madeira. A conclusão com sucesso das diversas intervenções constituirá uma das bases para a internacionalização.
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | E+PERFIL
João Fonseca, Responsável pelo Gabinete Técnico, e Pedro Fonseca, CEO
AS PESSOAS SÃO A PEÇA CHAVE DE QUALQUER EMPRESA E A E+PERFIL NÃO É EXCEÇÃO A E+Perfil nasceu há 12 anos, após 15 anos de experiência do seu fundador no sector, convicta do caminho a trilhar no mercado de comercialização e tratamento de alumínio e acessórios. Temos vindo a crescer, sustentadamente, a cada ano que passa, apesar das adversidades no arranque e dos desafios dos dois últimos anos. A equipa cresceu e, conta hoje, com 40 colaboradores que nos asseguram diversidade de competências e experiências que se traduzem em mais valor para os nossos clientes e parceiros.
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Além da sede em Vila do Conde, localização central da nossa operação, abrimos recentemente um novo armazém em Braga, que nos permite chegar a novos públicos, otimizar a nossa cadeia de abastecimento e distribuição e servir de forma mais eficiente e célere os atuais clientes. Há já uma terceira localização prevista e que deverá iniciar atividade durante o primeiro trimestre de 2022. Estes movimentos reforçam, entre outros aspetos, um dos nossos principais eixos estratégicos: proximidade com os nossos clientes. A nossa estratégia prevê ainda o investimento na captação e desenvolvimento de parceiros chave ao longo de toda a cadeia de valor, nomeadamente para fornecimento de matérias, desenvolvimento de gamas próprias, transformação digital e conquista de novos mercados e segmentos. As ações que desenvolvemos neste âmbito permitir-nos-ão um reposicionamento que responde a mudanças de paradigma de mercado, endereça necessidades de clientes cada vez mais bem informados e mais exigentes e lançar novos desafios a toda a equipa comprometida com os desafios que este contexto exige, qualificando-a para níveis de operação mais complexos. As pessoas são a peça chave de qualquer empresa e a E+Perfil não é exceção. A organização e alinhamento das equipas é um tema crítico e temos vindo a fazer movimentos que respondem às necessidades, por um lado, e às ambições dos colaboradores, por outro, consubstanciadas em níveis de desempenho e potencial de desenvolvimento. Atualmente, oferecemos soluções completas para a execução dos mais variados projetos com sistemas de alumínio, de distintas dimensão, complexidade e especificidades.
E+PERFIL | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Importa lembrar que o alumínio garante em cada projeto total liberdade de design em estilo, forma, dimensão, cor e acabamento. São as suas características de transformação física, bem como as mecânicas, que lhe conferem um estatuto privilegiado no sector da construção. Trata-se, por isso, de um material de excelência, leve e resistente, funcional e dinâmico, de aplicação ágil e multissectorial e que garante eficiência energética, elevado conforto térmico e acústico. De um ponto de vista da segurança, apresenta também melhor comportamento do que outros materiais, nomeadamente o PVC e a madeira. Acresce que, por se tratar de uma matéria 100% e infinitamente reciclável vê reforçado o seu caráter sustentável e a sua utilização como contributo para a preservação do nosso planeta para as gerações futuras. Numa altura em que estes temas são centrais para a população em geral, cabe-nos contribuir para um maior conhecimento sobre o alumínio tornando claros os benefícios para o nosso cliente. É, aliás, no cliente que está o nosso foco e na compreensão das necessidades que nos apresenta. E é através do conhecimento do nosso cliente, pelo tempo que lhe dedicamos, que apresentamos propostas competitivas, eficientes, de qualidade e com o acompanhamento técnico adequado. O Gabinete de Apoio Técnico, criado recentemente, consolida esta abordagem e garante que todos os clientes têm oportunidade de aceder aos recursos de que dispomos para desenvolverem os seus projetos com confiança e qualidade. Além da orçamentação e aconselhamento, o gabinete técnico dedica-se à gestão da gama atual, ao desenvolvimento de novos produtos e ao plano de formação técnico destinado às áreas comerciais. Temos já no mercado de construção e reabilitação imobiliária inúmeros projetos desenvolvidos que atestam a nossa ambição e capacidade de trilhar caminhos novos. A Europa Central constitui-se como um dos nossos principais eixos de crescimento. França, Bélgica e Suíça têm já expressão significativa na nossa atividade.
E os mercados externos, em particular, colocam desafios acrescidos no âmbito do planeamento, organização, qualidade e produtividade e que nos dotarão de ferramentas, recursos e pessoas qualificadas para o desenvolvimento tecnológico, a melhoria contínua, o rigor, e a excelência. Apesar da incerteza que o cenário de pandemia nos colocou e de uma volatilidade do mercado de matérias que agravou custos sem precedentes e condicionou o aprovisionamento de forma inesperada, terminamos o ano de 2021 energizados com os resultados atingidos. A experiência dos últimos anos e a robustez dos planos traçados para a estratégia dos próximos permitem-nos perspetivar 2022 como um ano de concretizações significativas para o futuro da E+Perfil.
www.eperfil.pt Rua dos Combatentes, 603 Armazéns A, B e C 4485-093 Fajozes (+351) 252 644 105
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | BALBINO & FAUSTINO
“UM DOS PRINCIPAIS FATORES DE SUCESSO É A RELAÇÃO COM O CLIENTE” A Balbino & Faustino é uma empresa familiar de referência a nível nacional na produção e comercialização de derivados de madeira. O percurso de 40 anos tem sido marcado pelo espírito de iniciativa, pelo investimento, coragem e pelo perfil empreendedor dos seus sócios. Em entrevista à Revista Business Portugal, Marco Faustino, gerente da empresa, avalia que a madeira, como produto sustentável e natural, terá um papel cada vez mais importante e a Balbino & Faustino estará preparada para responder aos desafios que o futuro reservar. Falar sobre o percurso da Balbino & Faustino é falar de espírito de iniciativa, investimento, persistência e resiliência, instituídos pela veia empreendedora e visão estratégica de todos os sócios? Falar sobre o percurso da Balbino & Faustino, reflete-se também no que foi o nosso país nos últimos 40 anos, períodos de grande crescimento, momentos de crise e dificuldades, mas sem dúvida, com muita vontade e resiliência para ultrapassar problemas e abraçar novos desafios. Diria que os principais fatores de sucesso são a relação com o cliente, que se pretende de longa duração, respondendo às suas necessidades e honrando os compromissos assumidos. Os primeiros anos foram dedicados à comercialização de derivados de madeira e componentes para a indústria do mobiliário e seis anos mais tarde, teve início o processo de produção com as Orlas de Folhas de Madeira, que se mantém atualmente? A génese da empresa foi a comercialização de derivados de madeira. Como fornecedor da indústria o leque de produtos foi-se diversificando. Trouxemos para Portugal, em 1996, equipamentos de produção de orlas de folha de madeira, rapidamente fomos adquirindo mais e mais máquinas, aumentando assim a produção, mas também as possibilidades de acabamentos e produtos alternativos. Hoje, somos uma referência mundial na sua produção com mais de um milhão de metros quadrados de orlas produzidas anualmente, mas a produção não se resume às orlas, também temos junção de painéis de folha de madeira que usamos nas nossas linhas de folheados, diversificando assim a gama de produtos transformados e alargando a nossa oferta comercial. Hoje, são representantes de várias marcas e têm uma oferta de produtos alargada que dá resposta a um mercado cada vez mais exigente e competitivo. De que produtos se tratam e para que fins podem ser utilizados? A gama de oferta de produtos pretende responder às principais necessidades dos nossos clientes, que vão da indústria do mobiliário, cozinha e WC, decoração ou carpintaria. Pretendemos ter uma oferta complementar e vasta que possa responder às várias necessidades dos nossos clientes. Hoje, a oferta passa por aglomerados melamínicos, termolaminados, portas, colas, orlas de madeira e PVC, pavimentos, madeira maciça, vigas, OSB, contraplacado de marcas de referência, o que nos permite ter uma garantia sobre a qualidade, modernidade e adequação dos produtos às tendências e necessidades do mercado.
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Geograficamente estão localizados em Castelo Branco, Leiria, Mangualde, Casal da Areia, Estoi, Paços de Ferreira, Sabugo, mas a abrangência de comercialização vai além destes territórios? A distribuição dos nossos armazéns contribui para uma política de proximidade, encurtando os custos logísticos e prazos de entrega sempre que possível. Neste momento, a rede de distribuição cobre todo o território continental. Mantemos também uma presença regular nos arquipélagos dos Açores e Madeira. Em termos de mercados de exportação, para além dos mercados de maior proximidade como a Espanha, França e Reino Unido, mantemos uma presença regular nos países mediterrânicos e um forte crescimento nos mercados dos Estados Unidos e México. A Balbino & Faustino assegura um compromisso na promoção de uma Gestão Florestal Sustentável, com a implementação da certificação da Cadeia de Responsabilidade (CdR) segundo os requisitos do FSC® e PEFC. É um desafio aliar a satisfação do cliente à conservação do meio ambiente? Mais que um desafio, parece-nos hoje na verdade que é o único caminho de futuro. Começámos a trabalhar com produtos certificados em 2012, e hoje não temos dúvidas que essa foi a aposta certa. Mais que uma moda ou uma exigência do consumidor, a utilização e rentabilização dos recursos naturais de uma forma sustentável é fundamental para a saúde do planeta. Novos desafios se avizinham na área ambiental, queremos estar preparados para responder de uma forma eficaz e sustentável, quer pelos produtos oferecidos, quer pela otimização e rentabilização dos processos. Continuando a ser os pilares e a grande referência para toda a equipa, os valores de José Faustino, José Balbino e António Balbino abraçam a segunda geração da família que conhecem os segredos do negócio e perpetuam o legado. Quais as principais metas para as próximas gerações? A grande chave para o sucesso foi servir o cliente, o grande desafio para o futuro será continuar a fazê-lo, compreendendo as necessidades e respondendo em tempo útil a um mundo em rápida mudança. Acreditamos que a madeira, como produto sustentável e natural que é, terá um papel cada vez mais importante nas nossas vidas e a Balbino & Faustino estará preparada para responder com eficácia aos desafios que o futuro nos reservar.
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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | DIFERENTEFEITO
Salvador Silva, Administrador
“A SATISFAÇÃO DO CLIENTE É A NOSSA PRIORIDADE”
Criada em 2009, a Diferentefeito é uma empresa especializada na prestação de serviços inovadores de gravação, mecânica e a laser, de aplicação em variadas áreas da indústria, comércio ou serviços. Produzir, entregar com rapidez, garantir confidencialidade e encontrar soluções inovadoras para a elaboração de um produto/serviço personalizado, de forma a ir ao encontro da satisfação dos clientes, faz parte da filosofia da empresa, como conta Salvador Silva, Administrador, em entrevista à Revista Business Portugal.
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Com mais de 12 anos de história, a Diferentefeito assume como filosofia proporcionar aos seus clientes um serviço de excelência, empenhando-se em oferecer um elevado grau de exigência e rigor em todos os projetos que abraça, indo assim ao encontro da satisfação total das expectativas dos seus clientes. Salvador Silva, Administrador da empresa, decidiu criar este projeto depois de regressar de Holanda, onde esteve nove meses. Em 2008, devido à crise, regressou a Portugal, e como o mercado não oferecia soluções, decidiu criar a sua própria empresa, a Diferentefeito. Começou com um colaborador e um espaço de 170 m2, com o passar dos anos a empresa cresceu e, neste momento, é uma referência no mercado do calçado, atuando também na área da metalomecânica. “Temos vindo a crescer sustentadamente, sempre a tentar oferecer serviços diferentes aos nossos clientes”, afirma Salvador Silva. A Diferentefeito tem como estratégia estabelecer e adaptar a organização, para que a qualidade esteja presente em todos os produtos e serviços prestados, no sentido de assegurar a satisfação dos clientes e, assim, atingir os objetivos planeados: “Prezamos por estabelecer uma relação de confiança e satisfação com todos os nossos parceiros de negócio”.
DIFERENTEFEITO | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Com um leque de clientes maioritariamente nacionais, Salvador Silva pensa na internacionalização, revelando: “Vamos continuar a investir, queremos criar um espaço maior a pensar na internacionalização da empresa. É um passo que estamos a dar, esperando rapidamente atingir esse objetivo”, destaca o administrador. Com instalações em Felgueiras, a empresa costuma marcar presença em feiras internacionais de matérias-primas e maquinaria, nomeadamente em Espanha e Itália. O empresário afirma que promover o mercado do calçado nacional é algo a que Portugal deveria dar mais destaque, acreditando na qualidade e valor acrescentado do nosso “Made in Portugal”. Os colaboradores são parte fulcral da empresa que, atualmente, conta com perto de 60 profissionais altamente qualificados com um vasto know-how, o que permite o desenvolvimento de ideias e conceitos revolucionários. A empresa aposta na formação dos colaboradores, de acordo com Salvador Silva, que afirma, “contratamos muitas pessoas que estão no desemprego e damos a nossa formação, no sentido de transmitir a filosofia da empresa. E isso é muito importante e uma grande ajuda para a nossa empresa”, revela, acrescentando ainda que, “os trabalhos precisam de ser entregues com rapidez, daí a importância dos colaboradores e da maquinaria”. Num mercado, cada vez mais global, competitivo e exigente é necessário empreender para prevalecer e esta tem sido a estratégia assumida pela Diferentefeito.
Cada vez as quantidades são menores e torna-se difícil otimizar os trabalhos e, como tal, “é importante ter soluções para os clientes, prestar o melhor serviço possível e ser um bom parceiro de negócios. É essencial apresentar um trabalho sério e responsável. Em 12 anos foram muitas as mudanças, sempre em prol de melhorar e acrescentar valor aos nossos serviços. É necessária a adaptação e, por vezes, investir em áreas diferentes, seguindo as tendências do mercado”, conclui Salvador Silva.
www.diferentefeito.com geral@diferentefeito.com Rua Santa Maria Nº 431 Fração C 4650-139 Idães - Felgueiras 255 926 053 / 255 921 164
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HOTEL MESTRE DE AVIS:
A ARTE QUE ELEVA A CIDADE O Hotel Mestre de Avis apresenta-se como um conceito não consensual, mas admirado e apreciado por muitos dos visitantes, é assim que o descreve Rosa Roeder, a responsável pela revitalização do espaço em 1998. Em entrevista, a Proprietária e Gerente do hotel partilha a ambição de fazer crescer, renovar e melhorar o projeto, mantendo o ambiente familiar e o conceito da cidade. Situado no centro histórico de Guimarães – património da UNESCO – perto de todos os pontos de referência e numa das mais pitorescas ruas da cidade, “O Casarão”, que havia pertencido à família de Raúl Brandão, um conhecido escritor português, encontrava-se em ruínas com um fim muito próximo à vista. A residir na Alemanha, sempre que visitava a cidade berço Rosa Roeder ficava encantada pelo prédio e imaginava ali um projeto que mantivesse a grandiosidade do mesmo. “Eu visitava Guimarães várias vezes por ano e doía-me o coração quando via um belo edifício a precisar de ser reconstruído”. E assim, em 1998 nasce a Residencial Mestre de Avis, fruto de uma reconstrução de uma casa em ruínas e de uma vontade e paixão partilhada com um tio. Em 2010, dada a debilidade do familiar, Rosa Roeder assume a gestão única da pensão, e o espaço, convertido, desde então, em hotel, ganha uma nova vida, com “um conceito não consensual, mas admirado e apreciado por muitos dos visitantes”. Aliar o hotel à arte foi uma aposta pessoal da proprietária, conciliando a hotelaria à sua grande paixão.
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HOTEL MESTRE DE AVIS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Com uma beleza e um património arquitetónico singulares, o Hotel Mestre de Avis é, hoje, a fusão perfeita entre a hotelaria e a arte. Admiravelmente enquadrado na arquitetura histórica da cidade, o hotel conserva a fachada original, enquanto o interior foi completamente reconstruído, mas sem descurar a identidade da casa original e tudo está em simbiose com as artes. Ao longo de todo o hotel estão expostas peças de artistas nacionais e também internacionais, inclusive em alguns dos 16 quartos individuais, duplos e familiares, com particular atenção para os quartos deluxe – de maior dimensão e com vista privilegiada para a cidade – com uma grande e importante diferenciação: Alguns deles com obras originais de grandes artistas: sob a cama de um destes quartos podemos observar uma grande tela original de Carmen Touza e num outro obras originais de Orlando Pompeu. Responsabilidade Social A grandiosidade e diferenciação não se fica pelas artes e pelo conforto que o Hotel Mestre de Avis proporciona aos seus visitantes, acrescendo a sua responsabilidade social. A sustentabilidade e a preservação pelo meio ambiente são uma preocupação constante de Rosa Roeder, prova disso são os galardões da Green Key que o hotel coleciona. A beleza e a diversidade natural e cultural do Minho, bem como a hospitalidade dos residentes fazem desta região um lugar ideal para caminhadas pela natureza e descoberta de novos lugares. Colocando os seus hóspedes em harmonia com a natureza, o Hotel Mestre de Avis organiza passeios a pé pela natureza dos arredores, passeios de bicicleta, e visitas a lugares históricos.
No entanto, Rosa Roeder partilha com felicidade o ressurgir da atividade turística, que embora lentamente, tem vindo a crescer. Um cenário complicado, que só foi possível pela dedicação de todos os funcionários, alguns de longa data, que reconhece como “uma família”. As dificuldades que se vivem não impedem a proprietária de sonhar e traçar objetivos futuros para o Hotel Mestre de Avis, proporcionando a todos os clientes, na sua maioria espanhóis, franceses e nacionais, um serviço diferenciador. “O futuro passa, essencialmente, por fazer crescer o projeto, melhorá-lo, mas mantendo sempre o ambiente familiar e o conceito da cidade. Antes do início da pandemia, Rosa Roeder decidiu criar momentos de partilha de arte na galeria a que se chamavam “Encontros de Arte”, que eram, sobretudo, encontros entre a comunidade de residentes que apreciam arte e artistas estrangeiros e da terra “para um intercâmbio de interesses”. Para além disso, a Proprietária gostaria de, num futuro próximo, levar artistas portugueses, em representação da Galeria do Hotel Mestre de Avis, além-fronteiras, apresentando “os bons artistas que existem em Portugal e que não são divulgados”.
“O futuro passa, essencialmente, por fazer crescer o projeto, melhorá-lo, mas mantendo sempre o ambiente familiar e o conceito da cidade” O ano de 2019 foi “excelente e de longe o melhor ano” do hotel, garante Rosa Roeder, que a chegada da pandemia da Covid-19 veio quebrar. A conjuntura obrigou a hotelaria a encerrar portas e o Mestre de Avis não foi exceção.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 95
LIDERANÇA:NOVOS DESAFIOS | SOCIEDADE DE VINHOS VICTOR MATOS II
A PAIXÃO PELO VINHO E PELO MUNDO DOS NEGÓCIOS
Victor Matos, Fundador
Mais do que uma empresa, a Sociedade de Vinhos Victor Matos II é uma filosofia de vida, que acredita que o que é produzido em Portugal tem a qualidade e o potencial para ser vendido ou exportado, para qualquer parte do mundo. Com um percurso de muito trabalho, Victor Matos, atualmente, lidera uma das empresas mais importantes do ramo no nosso país, com um centro de operações na Vala do Carregado e uma grande adega no Alentejo. Em entrevista, damos a conhecer a vida e o percurso de um homem dinâmico, que após largos anos em contacto com o mundo dos vinhos é reconhecido como um verdadeiro expert. Com um espírito empreendedor, Victor Matos é um empresário carismático e dinâmico que tem pautado a sua vida profissional por uma grande visão estratégica, sentido de responsabilidade e paixão. Cedo entrou no mundo dos negócios, e seguindo as pisadas do seu avô e do seu pai, começou a vender vinho porta a porta com apenas 15 anos, dando início a uma vida de grande entrega ao sector vitivinícola. Tinha apenas a 4ª classe, mas a sua ida para a tropa permitiu-lhe obter um ‘curso comercial’ ao chefiar as compras da sua unidade, dando-lhe confiança para, em 1976, aventurar-se e estabelecer-se em nome individual e, em 1988, criar a firma Victor Matos, Lda. Nas instalações que, na altura, adquiriu à Caixa Geral de Depósitos, começou a primeira linha de enchimento de garrafa e garrafão, que rapidamente se tornaram demasiado exíguas para o volume de negócios que a empresa alcançou.
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Quando Victor Matos completou 50 anos surgiu a oportunidade de adquirir as antigas instalações da empresa Carvalho Ribeiro e Ferreira na Vala do Carregado, com uma área de 55 mil metros quadrados, onde em 1996 nasceu a Sociedade de Vinhos Victor Matos II. Foi necessário um grande investimento para restaurar e remodelar os edifícios, mas hoje é evidente a magnitude e a tecnologia de ponta presentes, que fazem com que a empresa seja capaz de dar resposta às exigências do mercado e às necessidades dos seus clientes. Com uma aposta contínua na modernização, a empresa alberga os melhores meios para o armazenamento do vinho: tonéis de madeira em mogno e carvalho, depósitos de betão, balões revestidos a epoxy e cubas em inox, que permitem armazenar milhões de litros de vinho. A rede de armazenamento é complementada por um conjunto de bombas e sistemas de frio, que permitem a estabilização dos vinhos. A empresa possui ainda quatro linhas automáticas de engarrafamento bag in box, uma linha automática de engarrafamento em garrafão, três linhas de tetra pack e duas linhas de engarrafamento de garrafas. Quem visita este centro de operações, depara-se com técnicas de produção e enchimento verdadeiramente inovadoras, com processos automatizados que garantem uma maior capacidade de produção. “Mantemos atualizadas as tecnologias de armazenamento e enchimento, segundo as necessidades específicas de cada área. Procuramos otimizar a logística de distribuição, para que possamos servir os nossos clientes da melhor forma possível.”
“Quem visita este centro de operações, depara-se com técnicas de produção e enchimento verdadeiramente inovadoras” O grande rigor na escolha dos melhores vinhos permite a comercialização de vinhos de mesa e vinhos regionais de Lisboa e Alntejo reserva e não reserva, com os melhores padrões de qualidade, satisfazendo as necessidades de procura em Portugal e no estrangeiro. Mas afinal o que é um vinho de qualidade? Para Victor Matos um vinho de mesa de qualidade, se for tinto, tem de ter 13 ou 14 graus, bem elaborado, aromático, com dez pontos de cor. Por outro lado, os vinhos de reserva têm de ser vinhos com outra estrutura, com 14 ou 15 graus, com bons taninos, boa cor, frutados e macios.
SOCIEDADE DE VINHOS VICTOR MATOS II | LIDERANÇA:NOVOS DESAFIOS
Uma das maiores adegas do Alentejo Os 50 anos de experiência de Victor Matos no mercado dos vinhos foram determinantes para o nascimento, em 1997, da HODS – Herdade do Outeiro Diniz e Santiago. O detalhe e a atenção espalhados pelos 230 hectares, dos quais 150 hectares são vinha, são pormenores que contam para a produção de vinhos de qualidade superior que se distinguem dos demais e que ficam na memória de quem os prova. Victor Matos esclarece que quando adquiriu a propriedade no Alentejo, foram plantadas as vinhas e construída uma adega, tudo com investimento próprio. Hoje em dia, a adega é uma das maiores do Alentejo, com capacidade para armazenar 27 milhões de litros de vinho e preparada para receber 500 toneladas de uvas por dia. Cepa Alentejana, Uva do Monte, Foral D. Diniz, Saramago e Bolota Alentejana são algumas das marcas dos vinhos que a Herdade tem para apresentar e que certamente ficarão na memória.
O empresário desvenda a aquisição de dois lotes de terreno com 15 mil metros quadrados junto às adegas, com o desiderato de elaborar um projeto e apresentar candidatura a incentivos comunitários, para a construção de uma central de enchimento de grande dimensão vocacionada para os vinhos regionais, sendo que 80 por cento desse projeto será destinado à exportação. “Portugal tem bons vinhos. Lanço um apelo aos nossos governantes, para que permitam plantar mais vinhas, porque infelizmente temos que comprar vinhos fora, e sem necessidade nenhuma, uma vez que temos terrenos excecionais para plantar vinhas”, refere o administrador, evidenciando que, atualmente, só não está a plantar vinhas, porque a legislação não lhe concede esse direito, lamentando por isso os entraves burocráticos e os apoios que são apenas destinados aos jovens agricultores/investidores, deixando de fora os séniores experientes do nosso país. Na sua ótica, é necessário apoiar quem trabalha, quem produz, quem investe, porque são essas pessoas que desenvolvem o país. Orgulhoso pelo trajeto traçado, Victor Matos assume que, para além do vício do trabalho, acalenta uma grande paixão pelo mundo dos vinhos e dos negócios, por isso não consegue estar parado. “Tenho o objetivo de adquirir uma propriedade na zona de Pegões, porque é uma zona com um clima e terrenos excecionais para os vinhos. A minha ambição é produzir Vinhos do Alentejo, Vinhos de Lisboa e Vinhos de Terras do Sado, nunca descurando uma qualidade superior”, sublinha Victor Matos motivado. Em termos de futuro, a HODS pretende continuar a ser uma referência no sector vinícola, quer no mercado nacional, quer no mercado internacional, prosseguindo com a sua aposta na modernização e na excelência dos seus vinhos. A terminar, Victor Matos aproveitou para deixar uma mensagem de Feliz Natal e de um excelente Ano Novo, com muita saúde, respeito e segurança.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 97
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | CASA FERNANDES
A Casa Fernandes é uma casa com uma robusta tradição agrícola, no cultivo de uma variedade de produtos agrícolas e alimentares, mas fortemente reconhecida pelo seu azeite, um produto diferenciado em todas as etapas de produção? Sim, é um produto essencialmente elaborado com muito respeito pelo fruto. Um bom azeite começa no olival e na forma como o tratamos. Temos um sistema semi-automático de receção e moagem de azeitona, a partir daí, é extraído a frio e utilizamos ainda a figura do “Mestre Lagareiro” que procede à decantação do azeite. É um processo antigo e menos eficaz, mas que na minha modesta opinião, consegue retirar do nosso azeite da Beira Baixa todo o seu potencial e ainda identificá-lo como sendo da nossa região, da nossa Terra. Um azeite puro, de uma só variedade, a “galega” que se diferencia no mercado. Quero referir que há grandes marcas italianas e gregas que, tal como eu, acreditam neste processo. Existem outros produtos, mas o destaque vai para a área atual de plantação de medronheiros e para a criação de uma marca própria, no futuro.
João Marques, Gerente
“A QUALIDADE SERÁ SEMPRE UMA PREMISSA DE SUCESSO” A Casa Fernandes tem uma história com aposta em vários sectores, mas a olivicultura constitui a sua aposta de maior dimensão com a entrada no mercado com um produto elaborado totalmente à moda antiga desde a sua apanha até à saída do lagar. João Marques, em entrevista à Revista Business Portugal, fala do azeite puro que se diferencia no mercado, mas também a plantação de medronheiros e o desiderato de criar uma marca própria no futuro.
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Da vasta extensão de olival, são vários e diversificados os azeites que produzem e comercializam. Os clientes têm a oportunidade de realizar visitas ao lagar e ao olival e degustar o azeite, para perceber de onde vem a qualidade do produto que compram? Nesta altura recebemos muitas visitas. Pessoas oriundas de diversas zonas do país que nunca viram um lagar em funcionamento e, inclusive, alunos de escolas geograficamente próximas. Todos têm a oportunidade de comprovar a forma como trabalhamos que é completamente transparente e ainda a possibilidade de provar todas as nossas marcas, fazendo uma degustação. No olival, o que me interessa é demonstrar quer a nossa plantação quer o nosso fruto totalmente saudável, conseguindo assim transmitir algumas boas práticas que devemos ter. Também faço questão de reforçar algumas palavras de confiança e esperança para os mais jovens, para investirem nos seus sonhos e, se possível, na nossa terra! Desde a escolha do azeite, a sua exposição, ao tipo de azeite, é importante saber que o pós-produção e comercialização, também será determinante para um produto de qualidade e que seja uma continuidade da qualidade de todo o processo? Nós temos uma política de grande proximidade com os nossos clientes que nos vão transmitindo o feedback sobre o nosso azeite. Tive que bater a muitas portas para revelar o que fazemos neste canto da Beira Baixa, por vezes recebido com desconfiança por completo desconhecimento da qualidade que a nossa zona
CASA FERNANDES | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
oferece, mas no final da prova em 99% dos casos, conquistamos a confiança do consumidor. A qualidade mais que a quantidade será sempre uma premissa de sucesso para mim! O negócio cresce de ano para ano e respondendo ao volume de procura, a Casa Fernandes faz aumentar também as plantações, mantendo se a qualidade e envolvendo o pequeno produtor? Temos crescido de ano para ano sempre na ordem dos dois dígitos e, penso que isso, é bastante revelador do nosso trabalho. Faz-me pensar em planos de novas plantações e, obviamente, consciencializar o pequeno produtor para a salubridade do fruto e a forma como o poderemos receber e adquirir no lagar. Quem está nestas zonas do Interior profundo e tem essa possibilidade, não deve apenas pensar nos lucros, mas também numa envolvência da sociedade e comunidade, ajudando a escoar o produto em excesso e dar a oportunidade ao pequeno produtor de participar na elaboração de um azeite, que chega já a todo o país. Este processo tem aumentado de campanha para campanha. A vida e os locais dependem do lugar e da perspetiva de cada indivíduo, mas o azeite da Casa Fernandes, transmite toda a identidade da Beira Interior, onde os sabores e aromas delicados são preservados? Tentamos que se mantenha essa característica. O maior prazer é alguém provar o nosso azeite em França, Lisboa, Porto ou Faro e possa de imediato identificá-lo como sendo de uma determinada zona. É isso que traz riqueza a este produto tão fantástico que temos à nossa disposição. Os nossos azeites caracterizam-se por azeites mais doces e suaves, provenientes de uma azeitona “galega” num estado de maturação avançado. Para além disso, estamos praticamente a meio da construção de um novo pavilhão com 140m2, que vai albergar uma linha nova de enchimento, rotulamento e embalamento, tornando assim esse processo mais eficaz. É um objetivo, que será finalmente uma realidade.
Não posso deixar de dizer que está nos planos futuros a construção de uma destilaria para a produção de aguardente de medronho e, ainda, lançar um desafio a quem me lê e tem possibilidades para isso. Realizar um concurso nacional de provas de azeite com os consumidores comuns como júris desse mesmo concurso, acho que seria muito interessante ver e comprovar que são os consumidores os principais atores e decisores dos melhores azeites.
Estima-se que, este ano, Portugal atinga um valor recorde de 150 mil toneladas de azeite. Na Casa Fernandes qual a perspetiva de crescimento? Este ano, tem sido de grande produção de azeite e com muita matéria-prima. As condições climatéricas foram favoráveis para que isso sucedesse. Na Casa Fernandes, à semelhança do país, estimamos um crescimento na ordem dos 40 por cento em relação à ultima campanha, o que nos dá uma das melhores, se não a melhor de sempre.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 99
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | SAN GALLO
QUALIDADE GASTRONÓMICA NUM AMBIENTE ÚNICO O Restaurante San Gallo assume-se como um espaço moderno, tranquilo e acolhedor. Com um ambiente cheio de energia é um lugar onde uma refeição significa prazer: prazer de comer, de estar com a família ou amigos e de beber um bom vinho. Vale a pena conhecer este espaço gastronómico que faz as delícias de todos quantos o visitam, sempre com a simpatia e atenção do seu anfitrião, Roberto Santos.
Roberto Santos, Gerente
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Aberto há dois anos, o San Gallo é o culminar de um sonho que Roberto e a sua esposa Liliana ousaram seguir, criando assim um restaurante de cozinha tradicional portuguesa e grelhados premium que tem vindo a afirmar o seu espaço. Localizado na Zona Industrial de Canelas, na Rua Lages 770, o San Gallo tornou-se já uma referência e um espaço de visita obrigatória. Um dos ingredientes para o sucesso do San Gallo é, sem dúvida, a aposta nas carnes grelhadas premium, aliada a ideias inovadoras e a uma confeção inspirada no rigor e na perfeição, para que todas as suas iguarias ganhem vida nas mesas do restaurante. O destaque vai para as carnes maturadas e os cortes novos. “No San Gallo, o processo de maturação é de 40 dias nas nossas câmaras de maturação”, afirma Roberto, sublinhando que trabalha com a carne da raça Arouquesa, Wagyu Australiana, Limousine Nacional e Black Angus, destacando-se a picanha, que continua a ser a maior referência da casa.
SAN GALLO | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS
Mas se a sua escolha for peixe, pode pedir, por exemplo, o Bacalhau à Zé do Pipo, Filetes de Pescada, Espetada de Lulas com Gambas ou Filetes de Polvo com Arroz do mesmo. Os amantes de marisco e das francesinhas também não ficam de fora até porque a carta tem opções para todos os gostos. E já que a refeição deve ser acompanhada por uma boa bebida, neste espaço distinto há muito por onde escolher, desde vinhos de todas as regiões do país até às sangrias. Depois de um belo jantar, ninguém pode resistir a um mimo açucarado, pois as sobremesas no San Gallo são de comer e chorar por mais. O folhado silvestre e o semifrio de maracujá são as grandes novidades da casa, mas o leque de possibilidades é enorme. Uma confeção simples e cuidada, uma apresentação e empratamento deliciosos e aprimorados são outros dos segredos deste espaço gastronómico. O serviço pautado por padrões de grande qualidade e excelência é assegurado por uma equipa de trabalho que alia a simpatia, com o profissionalismo e a eficiência, visando a satisfação e fidelização de cada cliente. Não é à toa que o San Gallo recebe diversas individualidades, o que é um grande motivo de orgulho, contudo Roberto ressalva que todos os clientes são iguais e tratados com a mesma atenção e carinho. O restaurante está aberto todos os dias das 11:30h às 23h e tem capacidade para 200 pessoas entre as salas e a esplanada vintage, mas quem quiser também pode usufruir do serviço de take-away ou de delivery. O San Gallo está à distância de uma chamada e abrange as zonas de Gaia, Porto, e Espinho. Para o próximo ano, Roberto pretende manter a postura e a qualidade que habituou os clientes. Aproveitou ainda a oportunidade para deixar uma pequena mensagem de esperança no futuro e de agradecimento aos funcionários, clientes e amigos, desejando um Feliz Natal.
R. Lages 770, 4410-272 Canelas Tel: +351 914 553 470
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 101
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | CASA DOS BARBAS
SEVER DO VOUGA: O BERÇO DE UM ESPUMANTE DE QUALIDADE
Adelino Teixeira, Fundador
Argau é o promissor espumante produzido em Couto de Esteves, um projeto singular no concelho de Sever do Vouga, que nasceu pelas mãos de Adelino Teixeira e do seu primo, que decidiram concretizar este sonho vinícola na terra que os viu nascer, dando uma nova vida ao legado familiar da Casa Agrícola Casa dos Barbas. Formado na Escola Agrícola de Coimbra e com uma pós-graduação em Enologia na Universidade Católica, Adelino Teixeira começou o seu percurso profissional na Quinta do Noval, em 1994. Em 2005, mudou-se para a Quinta da Romaneira, onde pode dar vida à paixão pelas vinhas e pelo olival. Embora a viver no Douro, Adelino Teixeira nunca perdeu a ligação a Couto de Esteves, por isso em 2009, juntamente com o primo, decidiu reativar a Casa Barbas, como era conhecida a pequena casa agrícola da família e reassumir o singelo legado vitivinícola, limitado à produção de vinho morangueiro. Depois da experiência de plantar oito hectares de vinha para a produção de espumante na num projeto em Inglaterra, Adelino Teixeira desafiou o seu primo a lançarem-se na aventura de produzir vinho espumante de qualidade em Sever do Vouga, uma terra sem tradição vinícola, onde o mirtilo é o grande ex-libris, que está no meio de duas das melhores regiões vitivínicolas do país: o Dão e a Bairrada.
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A proximidade da Bairrada foi, de resto, determinante na hora de optar pela produção de espumante, uma vez que para Adelino Teixeira “todas as terras se podem adaptar para produzir vinho, se escolhermos as castas certas e as trabalhar convenientemente”. Esta viagem começou com a plantação de dois hectares de vinhas entre 2010 e 2011, das castas Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. “Plantámos as castas dos tintos junto à barragem de Ribeiradio e o Chardonnay numa cota mais elevada”, salienta. A primeira vindima foi em 2013 e deu frutos, ou seja, um vinho espumante, o Argau 2014, que foi distinguido com uma Medalha de Prata no Concurso de Vinhos de Portugal 2016. Esta distinção constitui um motivo de orgulho e, sem dúvida, um incentivo para continuarem a trabalhar na prossecução de um produto de grande qualidade. Produção: Método Clássico Segundo Adelino Teixeira, o processo de produção do vinho espumante começa na colheita, fermentação alcoólica, preparação do vinho base antes da “espumantização”, fermentação alcóolica dentro da garrafa, envelhecimento na garrafa sobre borras pelo menos 48 meses, remuage e, finalmente, o dégorgement. “Após a remuage e o dégorgement, o vinho deve estar no mínimo seis meses em estágio”, esclarece Adelino Teixeira. Vinhos espumantes de qualidade Adelino Teixeira revela que a sociedade agrícola tem duas marcas registadas, nomeadamente Casa dos Barbas, numa alusão ao avô dos fundadores, e a Argau, uma marca inspirada num dos utensílios utilizados na produção de vinho. “É um nome simples, fácil e que fica no ouvido”. O Argau Bruto consiste numa proporção de 60% de Pinot Noir e 40% de Chardonnay. É um espumante com nunca menos de 48 meses em garrafa antes do dégorgement, o que que explica a sua complexidade, em que as sugestões florais e frutadas do Chardonnay são mais evidentes. O Argau Cuvée Bruto é produzido com 80% de uvas de Pinot Noir e 20% de Chardonnay, tem uma cor ligeiramente rosada e um aroma muito expressivo e limpo, com notas de fruta, queijo biscoito e algum floral. Na boca é muito bom, mostra boa complexidade, uma textura cremosa e elegante e uma excelente acidez cítrica. Quem diria que Sever do Vouga seria o berço de espumantes tão promissores e tão apreciados, mas os promotores deste projeto sempre acreditaram que este sonho se tornasse realidade. E para o futuro, prometem trabalhar para consolidar a qualidade alcançada e para continuar a surpreender!
Boas Festas !
CONTINUAMOS JUNTOS EM 2022 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 103
LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | PONTOPAY
PONTOPAY: LÍDER EM PORTUGAL NA ÁREA DE SERVIÇOS Paulo Oliveira e Paula Oliveira, Administradores
Paulo Oliveira fundou a PontoPay em 2013 com o intuito de preencher uma lacuna no mercado português na área dos serviços. Tudo começou por uma pequena empresa de pagamentos, no entanto o sonho não ficou por aí. Atualmente, detém a confiança dos portugueses, sendo um negócio de referência em território nacional. Estivemos à conversa com Paulo Oliveira que nos guiou na história de crescimento da PontoPay. O crescimento da vossa empresa tem sido exponencial e transversal em termos territoriais e de áreas de atuação. Como se consolidou o seu crescimento? Nos finais de 2014, começámos a desenvolver o projeto na área dos serviços, uma plataforma on-line onde dispomos de uma panóplia de serviços de apoio ao cidadão, tais como as telecomunicações de todos os operadores, energia, alarmes, pagamentos, seguros e serviços de utilidade pública, como as renovações de carta de condução e cartão do cidadão. Em 2015, demos ênfase às telecomunicações e, nesse mesmo ano, subimos pela primeira vez ao pódio para melhor operação, a nível nacional na área de telecomunicações da NOS. A partir daí, temos estado sempre a crescer, a receber prémios sistematicamente. Abrimos o conceito de franchising a nível nacional e, hoje em dia, já contamos com cerca de 1400 agentes, 300 parceiros e 26 lojas oficiais. Em 2019, focámo-nos nas energias, quando surgiu a pandemia, mas apesar de tudo atualmente somos uma empresa de referência. Nos últimos dois anos de pandemia, crescemos acima dos 100% em termos de dimensão de empresa.
Rua Soares dos Reis, 1093 4430-241 Vila Nova de Gaia T: 227 137 588 | 300 509 020 geral@pontopay.pt
www.pontopay.pt
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Para todos os negócios há um fator decisivo no sucesso. Qual acha que tem sido o da PontoPay? A equipa e a forma como o projeto foi construído, uma vez que foi realizado passo a passo de uma forma muito sólida e coesa. Só tenho a agradecer à minha equipa que fez com que a empresa Pontopay seja a líder em Portugal na área de serviços, porque um administrador sem uma equipa de trabalho vale zero. Temos colaboradores dedicados, casados com a ideologia da empresa, sempre trabalhando para um objetivo comum que é o sucesso e o crescimento. Em termos práticos, como se procede a seleção dos agentes do negócio? É realizada uma seleção muito rigorosa. Recebo, em média, por dia, duas a três candidaturas. Tenho várias pessoas, dentro do grupo que fazem aprovação desde agentes a parceiros. No caso das lojas, obrigatoriamente passa por mim. É realizada uma reunião onde tenho uma quantidade de perguntas que são colocadas e que passam pela experiência profissional até à sua visão sobre a gestão de uma empresa. Aliás, a última pergunta que faço e que só é feita após a verificação de capacidade empreendedora, é se a pessoa tem dinheiro para o investimento de abertura. Já aconteceu recusar pedidos e as pessoas oferecerem mais do que o necessário e, mesmo assim, recusar essa proposta, porque provavelmente fecharão o negócio em pouco tempo e eu colocaria a imagem da empresa em risco. Como costumo dizer, não basta ter dinheiro para abrir uma loja Pontopay, há um conjunto de fatores muito mais importantes. Após o alcance dos objetivos deste ano, quais são os projetos que têm em mente para o futuro? Atualmente, estamos numa fase de consolidação de projeto com várias entidades, nomeadamente com a Endesa e a Aldro. Face ao nosso crescimento e à aposta que fizemos na Aldro, temos acordada a abertura de cinco lojas em Portugal, sendo que vamos abrir a primeira loja em janeiro, em Vila Nova de Gaia. Para o ano 2022, queremos continuar a crescer, queremos chegar ao final do ano com o dobro, ultrapassando a barreira das 50 lojas franchisadas. Vamos abrir muito brevemente sucursais no Brasil, Angola e Espanha. Este é um projeto já iniciado, mas que será desenvolvido no próximo ano, bem como continuar a forte aposta nas energias renováveis.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 105
MUNÍCIPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS Um novo ciclo começa, a comemoração de uma vitória na corrida eleitoral é apenas o começo de uma nova administração. Os candidatos eleitos terão que manter esse entusiasmo durante os quatro anos em exercício, um período de muito trabalho, apostas e desafios. Por isso, é fundamental que os municípios estejam preparados para enfrentar períodos atípicos e sejam capazes de entregar um governo estruturado e com qualidade, apto para apoiar a comunidade. Os municípios estão a sofrer novas dinâmicas residenciais e económicas, o combate à pandemia e aos seus efeitos económicos e sociais é um dos grandes desafios que os candidatos eleitos terão de enfrentar. Surge assim a necessidade de apostar na implementação de medidas de atração de investimento e desenvolvimento económico, como a dinamização da atividade económica, a captação de investimento e a fixação da população assim como a redução no desemprego. O Poder Local desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das regiões, quer pelas atividades dinamizadas, quer pelos estímulos concedidos às empresas, trabalhando sempre em prol da qualidade de vida das populações. O Poder Local desempenha, assim, um papel crucial na dinamização e desenvolvimento do país.
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Cheese Capital
500
ANOS DE HISTÓRIA Years of History
NATUREZA, CULTURA E GASTRONOMIA Nature, Culture and Gastronomy São Jorge Açores S. Jorge Azores
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MUNICÍPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS | CM VELAS
Luís Silveira, Presidente
VELAS DE SÃO JORGE | AÇORES: UM LUGAR ONDE CADA VEZ MAIS SE GOSTA DE ESTAR E VIVER Luís Silveira, o Presidente de Câmara reeleito para um terceiro mandato à frente da autarquia de Velas, em entrevista à Revista Business Portugal, fala de alma e coração nos grandes feitos que considera ter alcançado, juntamente com a sua equipa, ao longo dos último oito anos. Com os olhos no futuro, vê o sector do turismo como um grande motor de desenvolvimento para o concelho. Desde 2013, na função de Presidente da Câmara Municipal de Velas, seu concelho natal, e reconduzido ao cargo em 2017 e 2021, têm sido oito anos de grandes desafios e conquistas? Sim, têm sido oito anos de muito trabalho, não só do Luís Silveira, mas também da equipa que me tem acompanhado neste projeto de desenvolvimento do concelho de Velas, sendo que não tenho nenhuma dúvida que, hoje, temos um concelho melhor do que aquele que tínhamos há oito anos. Têm sido muitos os desafios e as conquistas, mas efetivamente hoje sinto que as pessoas gostam cada vez mais de viver neste concelho, onde são cada vez mais as que nos procuram para cá residir, mesmo com o flagelo da demografia que nos assola, algo que vem ao encontro do que vai acontecendo um pouco por todo o Arquipélago, pelo interior do País e até na Europa Ocidental.
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Para além de ser um filho da terra, já desempenhou diversas funções no Município, entre elas Diretor da Santa Casa da Misericórdia de Velas e Diretor da Associação dos Bombeiros Voluntários de Velas. Um conhecimento profundo do Município que se assume uma mais-valia nas funções que exerce? Independentemente das funções que desempenho na autarquia, na qualidade de Presidente, a verdade é que sempre fui uma pessoa ativa na sociedade, participando e contribuindo da melhor forma, com as nossas instituições, nas mais variadas vertentes. Considero que as instituições, quer sejam de caráter Social, Cultural, Desportivo ou Recreativo, são no fundo a essência do nosso concelho. Como costumo dizer, um concelho sem instituições é um concelho sem vida e sem dinâmica. Esse é o meu entendimento desde muito cedo e, por isso, tenho este conhecimento daquilo
CM VELAS | MUNICÍPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS
que é a realidade de todo o concelho, não só por essa participação nas instituições onde já desempenhei funções e naquelas onde ainda desempenho, mas também naquelas onde nunca tive funções nos seus corpos sociais, mas que no fundo fui conhecendo na qualidade de Deputado Regional no Parlamento dos Açores, durante cinco anos, bem como 12 anos de Presidente de Junta de Freguesia e, por inerência, membro da Assembleia Municipal de Velas. Considero, portanto, ter uma grande proximidade para com as nossas instituições e uma noção muito clara da sua realidade. A resiliência e a capacidade de nos adaptarmos a imprevisíveis cenários ou transformações têm sido valores presentes na gestão das autarquias. É importante enquanto Presidente transmitir essa segurança aos munícipes? Eu penso que a população, de uma forma generalizada, vê no Presidente da autarquia alguém que transmite segurança e a resiliência necessária para enfrentar os desafios, os constrangimentos e obstáctulos que possam surgir no dia a dia de um concelho, por inerência nas instituições e na população, de uma forma generalizada, sentindo que veem no Presidente de Câmara um pilar, alguém em quem as pessoas sentem a confiança de ser o homem ou a mulher da linha da frente que ajudará o nosso concelho a ultrapassar essas dificuldades, com a dinâmica e prontidão necessárias. Tento ser uma pessoa positiva transmitindo, em primeira mão, ao executivo e aos colaboradores da autarquia, que somos e devemos ser o exemplo dessa resiliência, da dinâmica e da determinação, criando na população o conforto de saber que, deste lado, existem pessoas que estão a trabalhar para os ajudar e ajudar o concelho a ultrapassar os desafios que são mais que muitos todos os dias. É preciso ter essa capacidade e essa determinação, mas é preciso sobretudo transmitir essa esperança e conforto à população de forma universal. Neste novo ciclo autárquico, e tendo em conta a crise social que o país e o mundo atravessam, o executivo enfrenta novos desafios. Quais serão as maiores e principais apostas neste novo ano que se avizinha? O nosso trabalho é feito com base num projeto, no caso em apreço, num projeto político e autárquico para quatro anos, num mandato que agora se iniciou. Tenho tido sempre a postura que cada mandato é um mandato novo e, portanto, aquilo que é o projeto para um mandato é algo que tento ver cumprido no final do mesmo. Neste princípio e perspetiva, o que posso dizer é que temos um programa eleitoral para desenvolver durante quatro anos que tem, para além da componente do investimento, sobretudo por via do que será o novo Quadro Comunitário de Apoio, uma forte componente social, com destaque para o apoio aos idosos por via do SOS Idoso, o aumento do valor das Bolsas de Estudo e o apoio à Natalidade. Um programa que pretende apoiar as instituições e o sector empresarial que se ressentiu com a pandemia, sobretudo a parte do sector que vive duma forma mais direta do Turismo, um dos pilares da nossa sustentabilidade
em termos económicos, continuando a não cobrar derrama às empresas, a cobrar o IMI pelos mínimos e a ser um ou até o concelho dos Açores com a menor carga fiscal para as famílias, empresas e instituições. A Ilha de São Jorge, à qual pertence o Município de Velas, é uma das paragens obrigatórias quando se visita os Açores. O retorno à “normalidade turística” é um dos principais investimentos futuros? A Ilha de São Jorge e, em particular o concelho de Velas, ainda tem como seu principal pilar a agropecuária, por via da produção de leite que culmina com a produção do Queijo de São Jorge - DOP, com mais de 500 anos de História e que denominamos como a nossa “Joia da Coroa”, a base da nossa sustentabilidade económica. Contudo, a verdade é que o Turismo é um sector em franco desenvolvimento e, como tenho por hábito dizer, ter mais turistas na Nossa Terra, é ter mais população flutuante, em suma e por essa via é ter mais pessoas a consumir aquilo que de melhor temos e produzimos, ou seja, o nosso pescado, marisco, a nossa carne, o nosso queijo, levar o nosso artesanato, entre outros. É portanto, o sector que mexe com todos os outros sectores, sendo por isso a aposta forte que temos tido na promoção do concelho, através da marca registada “Velas, Capital do Queijo”, que tem surtido efetivamente frutos e que é uma aposta para continuar. É nosso entendimento que o sector do Turismo pode ser aquele que ajudará todos os outros sectores. É um trabalho a manter com a expectativa de que vamos continuar a crescer no sector, até porque diria que São Jorge, sendo a mais central dos Açores, é a Ilha em que mais se tem a noção real de Arquipélago, a qual é ladeada por cinco ilhas. Temos também esta beleza em termos de destino de natureza, sobretudo devido àquilo que é o nosso ex-libris: as Fajãs - Reserva da Biosfera, com uma gastronomia fortíssima, coroada com o Queijo de São Jorge – DOP e, portanto, temos expectativa forte na retoma do sector turístico, em que já foi dado um sinal muito claro em 2021. Enquanto representante do executivo e uma voz com grande alcance, qual a sua mensagem de esperança para a população, principalmente para o Município de Velas? A mensagem é aquela que tenho vindo a transmitir nas questões anteriores, ou seja, é sempre uma mensagem de esperança, de resiliência, de convicção de que todos juntos, município, instituições, sector empresarial e os munícipes, duma forma generalizada, seremos capazes de ultrapassar os desafios, os eventuais constrangimentos e obstáculos, na certeza de que o amanhã será sempre melhor.A expectativa de um Autarca e de um Presidente de Câmara é de que vamos ficar sempre melhor em relação ao que temos hoje, porque todos os dias trabalhamos para sermos melhores e oferecer mais qualidade de vida a quem vive no concelho. Faço-o com a convicção genuína de que as Velas de São Jorge nos Açores são um lugar onde cada vez mais se gosta de estar e de viver.
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MUNICÍPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS | CM VAGOS
“ACREDITO QUE POSSAMOS DESENVOLVER CADA VEZ MAIS O NOSSO CONCELHO” Silvério Regalado, Presidente da CM Vagos
Silvério Regalado foi reeleito para mais um mandato na liderança da Câmara Municipal de Vagos e, em entrevista à Revista Business Portugal, afirma continuar a acreditar que o mais importante são as pessoas, e que toda a ação governativa se deve centrar na melhoria da qualidade de vida da população. Considera que tem um mandato exigente pela frente, mas mostra-se convicto de que as prioridades assumidas vão ao encontro das necessidades dos Vaguenses e do seu território. Os oito anos na liderança do Município de Vagos afirmam a avaliação e valorização do trabalho feito até então pelos eleitores, sobretudo tendo em conta as várias condições adversas pelas quais o município já passou? Julgo que sim. De resto, a formulação da pergunta é extremamente perspicaz uma vez que tem, em si, implícitas as dificuldades que foram por nós sentidas durante todo o mandato anterior, nomeadamente os incêndios de 15 de outubro de 2017, as tempestades que sucederam nos anos seguintes, culminando de forma brutal com o aparecimento da pandemia de Covid-19, que teima em permanecer na nossa sociedade. Naturalmente que boa parte da vertente estruturante do nosso conteúdo programático teve que sofrer adaptações profundas. Apesar disso, é importante relevar a grande percentagem de execução do programa eleitoral com que nos apresentámos ao eleitorado em 2017. O que não conseguimos concretizar, iremos fazê-lo durante o curso deste mandato. Estou em crer que os vaguenses perceberam bem que, apesar de tudo, houve muito e bom trabalho realizado e, por isso, nos conferiram um terceiro mandato de uma maneira esclarecedora. Esperemos que, durante este período, não tenhamos que lidar com mais dificuldades inesperadas. Creio que todos merecemos quatro anos em que nos possamos concentrar plenamente naquele que é o trabalho que nos propomos fazer em prol de Vagos e dos Vaguenses. A grande âncora do executivo sempre foi a criação de condições para a instalação de empresas e a captação de investimento. Enquanto motores de desenvolvimento e crescimento dos municípios qual o impacto destas medidas na população? Essa foi claramente a nossa prioridade. Desde 2013 que encetámos um caminho assente na forte captação de investimento empresarial que dotasse os nossos parques empresariais de referência – a Zona 110 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Industrial de Vagos e o Parque Empresarial de Soza – de uma forte presença industrial que pudesse alavancar todos os restantes eixos programáticos. A linha de raciocínio parece-me simples e linear: criando condições atrativas ao investimento, as empresas aparecem e desenvolvem-se, tornando possível a criação de emprego que potenciará a qualidade de vida das nossas populações. O desemprego em Vagos é residual e agora o grande desafio é o contrário, ou seja, conseguir mão de obra que satisfaça as necessidades das nossas empresas. A aposta está a ser claramente ganha e, no seu seguimento, estamos fortemente empenhados em dimensionar outros polos empresariais no concelho, nomeadamente em Ponte de Vagos, Santa Catarina e Covão do Lobo, que ajudem, de uma forma mais plena e harmoniosa, ao desenvolvimento de todo o nosso concelho.
“Estou em crer que os vaguenses perceberam bem que, apesar de tudo, houve muito e bom trabalho realizado e, por isso, nos conferiram um terceiro mandato de uma maneira esclarecedora” A Estratégia Local de Habitação é uma das grandes bandeiras da Câmara de Vagos para este novo mandato. Dada a fragilidade económica e social que vivemos, quais as medidas e apoios que a população poderá usufruir? É, de facto, uma das nossas grandes apostas para os próximos quatro anos. Conjuntamente com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), através da elaboração e aprovação da Estratégia Local de Habitação de Vagos (ELHV), com o apoio financeiro ao abrigo do Programa 1º Direito, está programado um investimento de cerca de dez milhões de euros, para desenvolver soluções habitacionais dignas para 203 agregados familiares identificados na ELH. Sendo a ELH um processo dinâmico, este poderá merecer reavaliação sempre que necessário, para incluir novas situações de carência habitacional que se venham a identificar. Neste enquadramento prevê-se que 60 agregados familiares possam sair beneficiadas num enquadramento em que a Câmara Municipal de Vagos, possa adquirir casas para requalificação e terrenos para construção colocando, posteriormente, esses imóveis no mercado de arrendamento apoiado.
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MUNICÍPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS | CM VAGOS
É importante salientar que o objetivo não é, de modo algum, fazer bairros sociais, mas sim contribuir para uma plena integração das pessoas nas suas comunidades, distribuídas pelas oito freguesias do concelho de Vagos. Encontram-se ainda programadas soluções de habitação digna para 143 agregados familiares, enquanto beneficiários diretos (proprietários), sendo que para além do apoio financeiro envolvido, é significativo referir que o Município de Vagos prestará todo o apoio técnico, disponibilizando uma equipa que auxiliará os beneficiários na elaboração das respetivas candidaturas ao financiamento do Programa 1º Direito. Com este projeto esperamos, cada vez mais, contribuir para que os nossos cidadãos tenham uma melhor qualidade de vida e que possamos também reforçar a coesão social.
“Vai ser um mandato muito exigente mas no qual acredito que possamos desenvolver cada vez mais o nosso concelho tornando Vagos o concelho até onde todos queremos ir”
A campanha de dinamização e de apoio ao comércio tradicional e serviços “Vagos + Comércio” vai prolongar-se por mais dois meses, continuando em novembro e dezembro. A pandemia ainda não chegou ao fim e é importante continuar a apoiar a população? Claro que sim. Esta campanha está a ser um absoluto êxito, sob todos os pontos de vista. Surgiu na sequência de revitalizar o tecido comercial vaguense após os diversos confinamentos que aconteceram na sequência da pandemia e que impactaram de uma forma bastante negativa o comércio local. Esta iniciativa teve duas fases: uma primeira, claramente motivacional, numa forte campanha de imagem ao abrigo da qual foi criada uma rede de outdoors que foi estendida por todo o município com o repto “Compre (n)o que é nosso. Vagos somos todos nós”. Através deste “pontapé de saída” conseguimos chegar aos cidadãos vaguenses, consolidando o seu sentimento de pertença e motivando-os a funcionar como a mola impulsionadora para que o nosso tecido comercial pudesse recuperar. O segundo momento foi o “Vagos + Comércio”, uma campanha de revitalização do comércio e serviços assente numa dinâmica de atribuição de vouchers na qual sensibilizámos todo o tecido comercial de Vagos a aderir e que possibilitou que todos aqueles que fizessem compras no comércio local aderente no valor igual ou superior a dez euros, ficassem com cupões que em sede de sorteio os habilitariam a vouchers no valor global de 100 euros cada. Ao cabo dos 15 meses de campanha teremos 600 contemplados, que puderam empregar 60 mil euros só por via da utilização dos vouchers que ganharam. Se considerarmos que, ao cabo dos 15 meses de iniciativa, foram depositados, de grosso modo, 50 mil cupões, ficamos com a noção da importância e do impacto económico que a iniciativa teve no concelho de Vagos. 112 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Não que esta seja uma questão particularmente importante, mas não gostaria de deixar passar que, através deste projeto de sucesso, em 2020 o Município de Vagos recebeu o prémio Autarquia do Ano promovido pela Lisbon Awards Group e, em 2021, foi finalista nomeado para o galardão Município do Ano, na categoria “Centro (mais de 20 mil habitantes)” numa iniciativa da Universidade do Minho, ao abrigo da plataforma UM-Cidades que decorreu recentemente no Funchal. O Município de Vagos dispõe de um enquadramento singular do ponto de vista da diversidade natural e geográfica que o torna um destino de visita obrigatório. O retorno à normalidade turística é uma das expetativas para os próximos anos? No concelho de Vagos dispomos de mar, de ria, de floresta, de ecossistemas cuja biodiversidade é assinalável, temos uma forte componente de fé através do santuário mariano de Nossa Senhora de Vagos, a parte museológica cujo expoente máximo é nesta altura o Museu do Brincar, um forte cariz gastronómico, muito bem defendido e promovido pelas nossas confrarias (Confraria “As Sainhas”, confraria dos “Sabores da Abóbora” e Confraria dos “Sabores da Fava”) e pela nossa indústria da restauração, entre muitos outros pontos de interesse que nos identificam como um concelho de inegável interesse turístico. Naturalmente que a pandemia que atravessamos nos limitou e condicionou imenso, como bem se compreende, quer na representação promocional do município em diversos certames de referência, como é disso exemplo a BTL, ou mesmo na realização de eventos de monta, como as Festas do Município, o Vagos Sensation Gourmet ou o Vagos Metal Fest, trazem anualmente a Vagos, muitos milhares de pessoas. Neste particular, esperamos que 2022 nos traga condições para podermos reatar tudo o que ficou parado pela pandemia. Por outro lado, estrategicamente, queremos diversificar a nossa promoção de oferta turística para a vertente náutica, ambiental e religiosa, criando uma estratégia conjunta que possa divulgar o nosso concelho no seu todo e em todas as vertentes possíveis. Neste novo e último ciclo autárquico quais são os grandes desafios esperados e as apostas para contrariar as adversidades que o município tem vivido? Pretendemos continuar a desenvolver o concelho nas suas mais variadas vertentes, nomeadamente nos seguintes eixos: Desenvolvimento, Coesão e Apoio Social, com a Estratégia Local de Habitação à cabeça, Desenvolvimento Económico, com a implementação de novos polos empresariais que acolham ainda mais investimento, na Educação e Cultura, com a ampliação do Palacete Visconde de Valdemouro para acolher com condições ótimas o Museu do Brincar e com a criação de um auditório cultural com capacidade para 360 pessoas, nas Obras e Planeamento, com destaque para a implementação da ligação rodoviária A17 – Zona Industrial – A25 e para a requalificação da rede viária do concelho, o Turismo e a Sustentabilidade, com o desenvolvimento de mais formas de atratividade turística para o concelho, o Desporto e a Juventude, com forte ligação ás nossas associações e com a criação de condições para que os nossos jovens se fixem em Vagos e a Proximidade com o Cidadão, aproximando cada vez mais a Câmara Municipal dos nossos cidadãos. Vai ser um mandato muito exigente mas no qual acredito que possamos desenvolver cada vez mais o nosso concelho tornando Vagos o concelho até onde todos queremos ir.
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MUNICÍPIOS: DESAFIOS AUTÁRQUICOS | CM BOTICAS
PRODUTOS DE EXCELÊNCIA ALIADOS À HOSPITALIDADE DAS GENTES DO BARROSO Fernando Queiroga, Presidente
São mais de duas décadas de experiência que fazem da Feira Gastronómica do Porco de Boticas um certame de renome nacional e internacional. O evento tem vindo a tornar-se num fator impulsionador do concelho, sendo uma das maiores montras de produtos endógenos. Fernando Queiroga, Presidente da Câmara Municipal, espera poder realizar a feira no formato presencial, contudo, se as condições não o permitirem, tem a certeza que a plataforma on-line BoticasTem será, novamente, um sucesso e uma excelente ajuda para os produtores de fumeiro. A XXIV Feira Gastronómica do Porco, a realizar-se entre os dias 13 e 16 de janeiro de 2022, será a montra dos produtos tradicionais do concelho de Boticas e uma grande oportunidade para aqueles que se dedicam à produção artesanal do fumeiro. O que podemos esperar da Feira Gastronómica do Porco? A Feira Gastronómica do Porco de Boticas é, desde 1998, uma das maiores montras de produtos endógenos, sobretudo aqueles que são associados ao porco, realizadas na zona norte do país e com grande impacto económico para a nossa terra e também para a região do Alto Tâmega. Em tempos de incerteza como aquele que atravessamos, em que a pandemia de Covid-19 parece não dar tréguas, apenas posso garantir que, à semelhança da edição anterior, faremos o que está ao nosso alcance para ajudar os produtores de fumeiro a escoarem o stock e terem o retorno financeiro do seu trabalho. É nossa intenção realizar a Feira do Porco de forma presencial, no entanto, isso só acontecerá se houver condições, caso contrário, estou confiante que a plataforma on-line BoticasTem será, novamente, um sucesso e uma excelente ajuda para os produtores de fumeiro. Uma das grandes tradições são as “Chegas de Bois”. Pode explicar aos não-locais em que consiste? As chegas de bois são lutas ao ar livre entre dois touros, que demonstram a sua força e robustez face ao adversário, num meio em que é salvaguardada a integridade dos animais. O concelho de Boticas e a Região do Barroso são conhecidos por esta tradi-
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ção secular relacionada com o mundo rural e ainda bem enraizada na comunidade local, que enobrece os produtores de gado autóctone, sobretudo, de raças como a barrosã e a mirandesa. É um espetáculo único pelas suas caraterísticas e motivo de atração de milhares de aficionados, por ocasião da Feira do Porco, à vila de Boticas. Em 2021, e dadas as circunstâncias impostas pela pandemia de Covid-19, a organização viu-se forçada a fazer algumas alterações no programa. Nesta edição, as tradições e a animação estão de volta? Como referi anteriormente, tudo depende da evolução pandémica no país e, em especial, na região Norte, de onde são oriundos grande parte dos visitantes do certame. Os principais objetivos da realização da Feira do Porco são promover o nosso território, atrair mais visitantes, divulgar o que de melhor há e se faz no nosso concelho, quer a nível gastronómico, quer cultural, e ajudar os produtores de fumeiro tradicional a terem um rendimento extra do seu trabalho. Contudo, não podemos deixar de ter em linha de conta a salvaguarda da saúde pública e, caso a conjuntura epidemiológica não seja favorável, a feira não se realizará no formato presencial, estando, no entanto, garantido o funcionamento da plataforma on-line BoticasTem.
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A autarquia assumiu os custos associados à gestão, acondicionamento, bem como expedição das encomendas, evitando, assim, encargos extra para os produtores. A criação da plataforma permitiu cumprir o nosso objetivo inicial de ajudar os produtores a escoarem o produto e não saírem prejudicados, nem terem prejuízos avultados com o cancelamento da feira presencial. Em 2022, estou confiante que o website BoticasTem será, novamente, um dos principais canais de venda de produtos endógenos deste território, onde se incluem o fumeiro e os enchidos, e que os consumidores ficarão naturalmente satisfeitos com as suas compras.
Na edição anterior do certame foi disponibilizada uma plataforma de vendas on-line de modo a encurtar as distâncias com o público e escoar os produtos. O impacto dessa plataforma foi relevante para a economia local? Sem dúvida, que a criação da plataforma BoticasTem teve um grande impacto na economia local, principalmente nos rendimentos das famílias que se dedicam ao sector agropecuário e à produção artesanal de fumeiro e enchidos. Dadas as circunstâncias e limitações em que nos encontrávamos à data em que se realizaria a Feira Gastronómica do Porco, sentimo-nos no dever de encontrar uma solução que permitisse aos produtores de fumeiro escoar o stock destinado para o certame. Nesse sentido, e em estreita colaboração com a Mais Boticas – Associação Empresarial Botiquense, decidimos lançar o website www.boticastem.pt que, diga-se de passagem, teve muito sucesso. Esta plataforma permitiu aos consumidores comprar fumeiro, enchidos e outros produtos endógenos deste território, a partir de vários pontos do país e até do estrangeiro, de forma rápida, segura e com garantia de qualidade. A aposta na plataforma superou as nossas expectativas, com os produtores de fumeiro a não terem mãos a medir para fazer face ao número de pedidos, sendo que muitos deles tiveram de produzir mais fumeiro para garantir que todas as encomendas eram entregues.
Que surpresas podem esperar os visitantes da XXIV Feira Gastronómica do Porco? A melhor surpresa que os visitantes vão encontrar é a hospitalidade caraterística das gentes do Barroso e a qualidade inigualável dos nossos produtos e gastronomia. Independentemente daquilo que possa vir a acontecer, no que se refere à realização presencial da 24ª edição da Feira Gastronómica do Porco, apenas garanto que serão bem-vindos ao concelho de Boticas. Estamos de braços abertos para receber todos aqueles que nos queiram visitar em qualquer altura do ano.
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ARTIGO DE OPINIÃO
ESPERANÇA, RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA A evolução da economia e do emprego ao longo do ano que agora termina mostrou bem a surpreendente capacidade das empresas portuguesas para enfrentar a adversidade, mesmo com menos apoios públicos do que a generalidade dos nossos concorrentes europeus. O ponto de partida era francamente difícil: o impacto da pandemia em 2020 foi mais severo em Portugal do que na grande maioria dos países europeus, com a atividade económica a contrair 8,4% no cômputo do ano. O início de 2021 ficou marcado por uma nova escalada na propagação da pandemia e pelo regresso ao confinamento. Recorde-se que, exatamente há um ano, as projeções da OCDE apontavam para um crescimento económico de apenas 1,7% em 2021 e de 1,9% em 2022. Agora, a OCDE prevê um crescimento de 4,8% em 2021 e de 5,8% em 2022. Depois da queda em cadeia, no início do ano, em contraciclo com o resto da Europa, a atividade económica regressou à tendência de recuperação, permitindo colmatar algum do atraso relativo que Portugal vinha a registar no regresso aos níveis de atividade anteriores à eclosão da pandemia. É de destacar a resistência do investimento ao impacto da crise. Em dezembro de 2020, a OCDE previa que o investimento estagnasse, após uma queda de 4,2% nesse ano. A queda acabou por se revelar mais moderada (2,7%) e prevê-se, agora, para o cômputo de 2021 um crescimento de 5,7%. Uma prova de que as empresas estão dispostas a investir, se forem criadas condições propícias a esse investimento, foi a forte resposta ao Convite à Manifestação de Interesse no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial. Foram recebidas 144 candidaturas de consórcios integrando mais de 1800 copromotores, dos quais 80% são empresas. O investimento total associado a estas candidaturas eleva-se a quase 15 mil milhões de euros. A dimensão e ambição desta resposta contrasta com os meios alocados a esta medida do PRR – 930 milhões de euros – e com a expectativa de que seriam identificadas apenas “quatro, cinco ou seis Agendas Mobilizadoras”. Visivelmente, o Governo subestimou o valor da iniciativa privada e foi surpreendido pelo seu dinamismo. A resiliência das empresas também se mostrou surpreendente na evolução do mercado do trabalho. No terceiro trimestre de 2021, a taxa de desemprego caiu para 6,1%, longe dos 9,5% que, em dezembro, a OCDE previa para 2021, e mais baixa, inclusivamente, do que os 6,3% registados no terceiro trimestre de 2019. É certo que o aumento do emprego no sector público contribuiu parcialmente para esta evolução, mas estes dados demonstram bem a determinação das empresas na preservação dos postos de trabalho. A continuação da retoma do consumo e da procura externa permitir-nos-ia encarar o próximo ano com mais otimismo, não fossem as dificuldades do lado da oferta, com a atual escalada de custos de produção, além de graves problemas em abastecimentos indispensáveis à produção causados pela falta de matérias-primas e dificuldades nos transportes marítimos. Acresce ainda o risco de acumulação de situações de maior debilidade financeira, que podem traduzir-se num aumento de insolvências. Estes desenvolvimentos lançam maiores incertezas e colocam em risco as projeções de uma aceleração do crescimento económico em 2022 para valores superiores a 5%. Mas, apesar de toda a adversidade, a iniciativa privada está viva, dinâmica e empenhada em participar na recuperação e transformação da economia. A concretização deste enorme potencial será condicionada pela orientação que for dada à política económica e pela dimensão, rapidez e eficácia das medidas que forem colocadas no terreno. Resta esperar que o início de um novo ciclo político torne possível o envolvimento de agentes políticos e parceiros sociais em compromissos efetivos e ambiciosos para promover as medidas e as reformas necessárias para vencer os obstáculos com que nos confrontamos, impulsionar a recuperação e sustentar o crescimento em bases mais sólidas e duradouras.
António Saraiva, Presidente da CIP 116 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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