Revista Business Portugal Outubro 2022

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“MARCA Nº1 NO MUNDO É APRESENTADA OFICIALMENTE EM PORTUGAL” João Paulo Ferreira, Country Manager Grupo Haier

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ESPECIAL SAÚDE PORTUGAL + SUSTENTÁVEL LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO EMPRESAS GALARDOADAS LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS ÉLIA APOLO - ADVOGADOS

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ÍNDICE

Nota de boas-vindas...

Outubro 2022

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TECNOLÓGICA

SAÚDE

INOVAÇÃO

ESPECIAL

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+ SUSTENTÁVEL

EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

PORTUGAL

LÍDERES

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GALARDOADAS

APOSTAS E DESAFIOS

EMPRESAS

LIDERANÇA:

Num cenário em permanente transformação onde a diversidade ganha voz, as empresas veem-se obrigadas a repensarem as suas estratégias e a reposicionarem a sua presença num mercado onde se exigem resultados mais eficientes e imediatos. A necessidade de afirmação por parte das organizações evidencia-se, numa aposta constante em estratégias de diferenciação. Uma postura diferente e inovadora onde as atuações vão além das práticas convencionais e as estratégias ultrapassam os padrões, é o compromisso de hoje para que as empresas se destaquem num mercado competitivo. O contexto atual veio despertar a inovação e a transformação, mas mais do que isso, tem mostrado aos líderes que têm de adaptar os modelos de negócio e dotar os profissionais com as capacidades certas para enfrentar os desafios do futuro. Nesta edição de outubro, a Revista Business Portugal volta a trazer às suas páginas empresários e empresas de referência, destacando os seus produtos e serviços de excelência, o amplo know-how dos seus profissionais e a aposta clara numa cultura orientada para a qualidade, inovação e satisfação das necessidades do cliente. Isto porque somos e queremos continuar a ser o parceiro de excelência das empresas!

Fernando R. Silva

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: António Fernando A. R. Silva | Redação e Publicidade: Av. República 2208 - 3º Drt Centro Frt, 4430 -190 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 700 510 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Outubro 2022 Tiragem: 25.000 exemplares

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INOVAÇÃO Alguma vez parou para pensar o que seria da nossa sociedade senão tivessem inventado, por exemplo, a lâmpada ou até mesmo o telefone? Nos tempos que correm, é praticamente impossível imaginarmos o nosso dia a dia sem o recurso a estes dois equipamentos, o que vem comprovar a teoria de que as invenções tecnológicas têm mudado a nossa vida nos últimos anos (e para melhor). Mas, afinal, como é que funciona este processo? A inovação tecnológica acontece quando se propõe algo diferente e que acrescenta valor ao mercado. Falamos da sociedade, porém, o advento das novas tecnologias foi igualmente impactante no mundo dos negócios tendo em conta que, com a popularização da Internet, surgem novas tecnologias quase diariamente. São tantos os “avanços” que têm contribuído para revolucionar as empresas que se torna difícil acompanhar essa evolução. Há bem pouco tempo nem sequer era possível trabalhar a partir de casa. Hoje, a maioria das nossas relações sociais (não só em termos profissionais), estabelecem-se via on-line. Existe, igualmente, uma relação direta entre a produtividade do trabalho e um conjunto de fatores associadas à interação e ao uso de tecnologia e sistemas de informação. Vejamos, então, algumas vantagens do recurso à inovação e às novas tecnologias em contexto laboral: Maior eficiência na gestão: a tecnologia agiliza a comunicação interna da empresa, facilita a organização e evita o desgaste da equipa. Além disso, atualmente, encontram-se disponíveis ferramentas ao nível da gestão que permitem acompanhar e controlar, em tempo real, praticamente tudo aquilo que acontece na empresa; Redução de custos: com uma gestão mais eficiente, torna-se mais fácil e mais rápido identificar gastos desnecessários. As novas tecnologias permitem, igualmente, acompanhar o retorno dos investimentos e orientá-los, evitando prejuízos;

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TECNOLÓGICA Agilidade no contacto com clientes e fornecedores: este é o aspeto em que o impacto das novas tecnologias mais se fez sentir. Nos dias de hoje, para além dos habituais meios de contacto com clientes e/ou fornecedores (como, por exemplo, o e-mail ou o telefone), já é possível comunicar através de aplicações como o WhatsApp Business. Maior probabilidade de fidelização dos clientes: como a tecnologia e a inovação promovem uma melhor qualidade nos processos, existe um aperfeiçoamento do serviço ou produto que é entregue ao consumidor. Tal facto, atrai um maior número de clientes que rapidamente se apercebem do estímulo da empresa para uma cultura de inovação. Em consequência, a marca fortalece e é possível conquistar e fidelizar mais clientes; Maior projeção no mercado: a Internet gerou uma grande oportunidade para as empresas conseguirem facilmente chegar “a todo o lado”, tratando-se de uma ferramenta quase secreta que leva ao crescimento e projeção da marca no mercado. No fundo, não importa o tamanho do negócio, pois fazer uso da tecnologia e da inovação nas empresas para otimizar processos exige pensamento estratégico, investimento inteligente e compromisso a longo prazo com o sucesso. Desta forma, as marcas Haier e LG merecem ser destacadas nesta edição, tendo em conta o excelente trabalho que tem sido desenvolvido pelos seus profissionais, no que à inovação e ao uso da tecnologia diz respeito, sendo duas das marcas com mais notoriedade no mercado português. Ambas têm feito uma grande aposta na melhoria da qualidade dos produtos que apresentam aos seus clientes, contribuindo para um maior bem-estar em nossa casa e não só! Descubra, caro leitor, nas páginas seguintes, as novidades do mundo Haier e LG!

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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA | GRUPO HAIER

MARCA Nº1 NO MUNDO É APRESENTADA OFICIALMENTE EM PORTUGAL A propósito da apresentação oficial do Grupo Haier em Portugal, que decorreu nos passados dias 24 e 25 de outubro - num grande evento que juntou colaboradores, clientes, fornecedores e media - e onde foram apresentadas as mais recentes novidades da Haier, da Candy e da Hoover, estivemos à conversa com João Paulo Ferreira, Country Manager do Grupo em Portugal.

João Paulo Ferreira, Country Manager

Começamos esta entrevista por questioná-lo sobre a evolução e crescimento do Grupo Haier Portugal. Enquanto Country Manager, qual o balanço que faz da presença do Grupo e respetivas marcas em Portugal, principalmente nos últimos anos? A aquisição da Candy e da Hoover pelo grupo Haier foi efetuada poucos meses antes da pandemia, o que nos criou alguns constrangimentos, pois não nos foi possível efetuar a devida apresentação a clientes e aos media da expansão do grupo. Nos últimos quatro anos, temos tido crescimentos consecutivos, sendo neste período o grupo de empresas que mais cresceu, quer em Portugal, quer na Europa. As marcas Candy e Hoover continuam a ganhar terreno no mercado nacional, enquanto a Haier já duplica a sua faturação a cada ano que passa. Claro que, por se tratar de uma marca premium, consideramos que ainda estamos aquém do seu verdadeiro potencial, no que a valores e quota de mercado diz respeito. Como descreveria a equipa com que trabalha e que permite que os portugueses tenham acesso aos eletrodomésticos nº1 no mundo? A minha equipa é composta por gente verdadeiramente extraordinária, de uma dedicação extrema e de um profissionalismo ímpar. Só assim tem sido possível continuar a crescer num mercado tão competitivo como o português, colmatando todas as lacunas e

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explorando todas as oportunidades que têm encontrado. O trabalho tem-se focado em criar capilaridade, ou seja, estar presente nas lojas de referência do mercado da melhor forma possível, porque acreditamos que a decisão do consumidor de adquirir um produto dá-se 80% no ponto de venda. Por isso, temos apostado em criar espaços para as nossas marcas, para que o consumidor consiga ver os nossos produtos expostos, para assim poder tomar a melhor decisão. Candy, Hoover e Haier são as três marcas geridas pelo grupo. Fale-nos um pouco sobre cada uma delas e explique se têm registado um volume de vendas equitativo no mercado português? Temos a sorte de ter três marcas que se complementam, porque a estratégia é multimarca, e existe sempre um risco de as mesmas se canibalizarem. Neste âmbito, temos feito um trabalho de sedimentação das marcas por tipo de cliente: A Candy procura um consumidor que queira simplicidade, mas também sofisticação e que seja “tech savvy”, tentando ter produtos a preços justos; A Hoover “quality for life”, quer trazer um consumidor mais exigente em termos de design e dos cuidados com os materiais escolhidos na produção dos equipamentos; A Haier trabalha mais com o segmento premium, onde a qualidade é mantra, e aposta na “smart home”, como bandeira. Transversal a todas as marcas do grupo é a conectividade


“Ter frigoríficos que lhe dizem o que tem dentro dos mesmos e, por exemplo, que lhe dão conta quando tem artigos a expirar, ao mesmo tempo que o forno ou placa ou micro-ondas sugerem uma receita para usar esses mesmos artigos”

(IoT) e a busca por fazer produtos que façam o “match” com as necessidades dos consumidores. No que respeita a volumes, a Candy é a marca que se destaca, pois faz grande parte do volume total, mas a Hoover tem também um bom share de vendas, principalmente, nas áreas de aspiração e lavagem. A Haier está a dar os primeiros passos, faz este ano 3 anos que está no mercado nacional e os resultados francamente positivos, ainda assim, tem um potencial enorme e a expetativa é continuar a duplicar, ano a ano, durante os próximos três anos. Na Haier, é praticada a estratégia “distância zero” face aos consumidores. Acredita que é esta relação de proximidade que faz com que sejam a marca de eleição dos clientes no que aos eletrodomésticos diz respeito? A Estratégia Zero Distance começa por ir ao encontro de cada consumidor, para entender as suas necessidades. Tudo começa desde a conceção dos produtos, passando pela entrega até ao serviço pós-venda, de modo a que se mantenha o foco e o empenho na satisfação do consumidor para, deste modo, garantir que este fica completamente agradado. Saber quem é o consumidor, quais os seus hábitos de consumo e necessidades, e tentar preencher todos os requisitos para atingir a satisfação plena, faz parte desta estratégia.

Fornecer produtos de qualidade premium e de última geração que correspondam às necessidades do lar moderno dos seus consumidores, é esta a vossa missão? Qual a importância da constante inovação no percurso da Haier? No Grupo existe a preocupação de criar ecossistemas que facilitem a vida aos consumidores, colocando os vários produtos a comunicar entre si, criando mais valias para os utilizadores, por exemplo. A nossa aplicação, a hOn, visa englobar todos os produtos, de todas as marcas do grupo, para que no futuro os consumidores possam usar uma única app para todos os produtos do grupo. Ter frigoríficos que lhe dizem o que tem dentro dos mesmos e, por exemplo, que lhe dão conta quando tem artigos a expirar, ao mesmo tempo que o forno ou placa ou micro-ondas sugerem uma receita para usar esses mesmos artigos. Tirar fotos à roupa que tem para lavar e a máquina sugerir os programas mais adequados. Ter uma receita e verificar qual o vinho da sua garrafeira que deve escolher para acompanhar a mesma. Isto são vários exemplos que parecem ficção, mas não o são! Estas situações já são uma realidade, o Grupo é hoje líder em conetividade porque começou muito cedo a trabalhar nesta área, antecipando-se à concorrência. A sustentabilidade é um tema que está cada vez mais na ordem do dia. Sabemos que na Haier procuram ser responsáveis em termos ambientais. Fale-nos do vosso princípio: “green products, green enterprise, green culture”. Atualmente, parece uma “moda”, mas a indústria está realmente uns passos à frente no que a este tema diz respeito. Infelizmente, os consumidores estão ainda muito longe de criar hábitos de proteção do ambiente e os próprios governos ainda não conseguiram ser ambiciosos o suficiente. Até porque, em questões de custo de produção, as fábricas tendem a ir para hábitos “saudáveis” para o planeta, usando, sempre que possível, energias limpas e matérias recicláveis, emitindo gases menos poluentes, sendo uma tarefa que ainda tem que ser aprimorada.

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No passado mês de setembro, a Haier (Portugal) marcou presença na IFA, um certame dedicado ao mundo da tecnologia, inovação e eletrónica. Conte-nos mais sobre as novas soluções que foram apresentadas pela marca e como foi voltar às Feiras e Exposições internacionais, depois de dois anos de interregno por causa da pandemia? Começando pelo fim, foi ótimo voltar a estas Feiras Internacionais, e sentir outra vez as reações das pessoas e dos colegas, passados três anos. Quanto à Feira em si, estava menos concorrida do que em anos anteriores, mas no que respeita ao Grupo foi um ano de investimentos sem precedentes. O feedback dos clientes foi muito positivo e as novidades vêm na aposta na melhoria da qualidade dos produtos e, como não podia deixar de ser, da atualização da conectividade, da inteligência artificial, ou seja, um “update” à “smart home”. O foco está em criar-se ecossistemas de produtos e serviços que se complementam. Nos dias 24 e 25 de outubro realizou-se um evento destinado ao lançamento da marca Haier. Após vários adiamentos, qual a importância deste evento para a marca e para a sua afirmação no nosso país? O evento centrou-se na apresentação oficial do Grupo Haier, porque após a aquisição, entrámos em pandemia e não foi possível reunir fisicamente com clientes e media. Chegou finalmente o momento de fazermos esta apresentação a todo o mercado, mostrando todas as novidades da marca Haier e das restantes marcas do Grupo, frisando o momento de viragem do memo ao acrescentar valor com produtos e serviços inovadores. Sabemos que neste evento português - que juntou a família Haier - além de clientes, também parceiros, media e figuras públicas marcaram presença. Quais os principais objetivos aquando da organização deste evento? Qual a principal mensagem que procuraram passar aos presentes? E em que consistiu este lançamento? Juntar a família é sempre importante, para percebermos qual

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“Mostrámos a marca Haier em todo o seu esplendor pela primeira vez, mas também todas as novidades das marcas Candy e Hoover”


o peso do Grupo no mercado e isso foi para já uma aposta ganha. Mostrámos a marca Haier em todo o seu esplendor pela primeira vez, mas também todas as novidades das marcas Candy e Hoover, onde se destacaram as máquinas de lavar roupa e de lavar louça, bem como o mais recente lançamento do Jasmin, um aspirador vertical com enorme potência e caraterísticas que o tornam único. Este lançamento, teve como principal objetivo dar a conhecer uma marca, a Haier, que embora seja ainda pouco conhecida no mercado Nacional, é Nº 1 no mundo há 13 anos consecutivos! Em Portugal, está a dar os seus primeiros passos e, apesar de já ser reconhecida pela qualidade, está ainda longe de ser um nome (re)conhecido. Contudo, estamos focados e a trabalhar na expansão do reconhecimento da marca junto dos nossos futuros consumidores. Estamos a fazer todos os esforços possíveis para

que alcance o patamar que lhe pertence, mas temos um longo caminho a percorrer. Terminamos esta entrevista, questionando-o sobre as razões pelas quais a Haier deve continuar a ser a escolha dos portugueses? A Haier, bem como as outras marcas do Grupo, merece(m) a confiança dos portugueses pois quando se atinge o estatuto de empresa “Nº1 no mundo”, não pode andar tanta gente enganada, para as escolhas assentarem tanto na marca, ao ponto de a colocar nos lugares mais altos do pódio em mercados como os EUA, a China, Índia, para dar alguns exemplos, mercados estes extremamente competitivos! É um claro sinal do valor da qualidade da marca. Posso afirmar que a escolha dos portugueses num produto da Haier, é uma escolha segura e vencedora.

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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA | LG

APOSTA CONSTANTE EM TECNOLOGIA DISRUPTIVA E EM PRODUTOS EXCLUSIVOS O lançamento do novo equipamento LG OLED FLEX foi o mote para a conversa com Young Soh, Home Entertainment Marketing Manager da LG Portugal. Reconhecendo a sua importância, ao longo dos últimos anos, a LG tem vindo a apostar no universo do gaming, assumindo-se como um player incontornável. Apresente as caraterísticas do novo equipamento LG OLED FLEX. Sabemos que este produto é direcionado para o mundo dos videojogos, ainda assim pode adaptar-se às necessidades de qualquer cliente? Perfeita para gaming mais imersivo em consola, PC ou cloud e para ver TV ao vivo ou em streaming, a LG OLED Flex vem inaugurar uma nova era de personalização de ecrãs. O notável display da LX3 pode ir de completamente plano a curvo, permitindo que os utilizadores definam o arco ideal para uma experiência verdadeiramente personalizada. Os utilizadores podem ajustar rapidamente a curvatura da LX3 para uma das duas predefinições disponíveis, utilizando o botão dedicado no comando ou alterar manualmente o grau de curvatura em alterações de 5% ao longo de 20 níveis diferentes. Além disso, o ecrã da LG OLED Flex pode ser inclinada até dez graus ou afastada do utilizador até cinco graus, possuindo também uma altura regulável - movendo-se para cima e para baixo em 140 milímetros -, o que garante conforto

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Young Soh, Home Entertainment Marketing Manager

ergonómico mesmo para quem gosta de se sentar e inclinar-se para trás. Graças à tecnologia exclusiva OLED, que oferece um contraste infinito, pretos profundos, cores altamente precisas (100% de fidelidade de cores certificadas), um tempo de resposta extremamente rápido de 0,1 milissegundos e um baixo input lag, a LG OLED Flex fará com que os utilizadores se sintam parte da ação, seja em sessões de gaming ou maratonas de cinema ou desporto. A LG tem procurado reforçar a sua aposta neste universo do gaming, criando produtos cada vez mais inovadores e que possibilitam uma experiência totalmente personalizada. Qual o motivo desta crescente aposta? O sector do gaming e dos eSports tem vindo a conhecer um crescimento sem precedentes na última década, com especial destaque para os últimos cinco anos, em que temos vindo a assistir


LG | INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

ao aumento de gamers - desde os mais amadores até aficionados - e até à sua profissionalização em várias vertentes, incluindo os jogos de estratégia, os eSports em equipa e até os canais de Youtube dedicados ao gaming. E se esta já era uma realidade em expansão a nível global, atualmente é também incontornável no nosso país, que viu nascer novas plataformas, inúmeros canais de comunicação e um vasto número de novos gamers e praticantes só no último ano. Desde muito cedo, a LG percebeu o potencial que as áreas do gaming e dos eSports têm para oferecer, tanto à marca como aos seus clientes. Reconhecendo a importância deste sector, ao longo dos últimos anos a LG tem vindo a apostar neste universo tão particular através do desenvolvimento de produtos orientados para gaming, como monitores e TVs, e, posteriormente, através do estabelecimento de parcerias estratégicas pensadas para alavancar a competitividade da marca nesta área de negócio e, consequentemente, contribuir para o crescimento generalizado do sector, assumindo-se como um player incontornável. A par da LG OLED FLEX, lançaram, recentemente, o LG UltraFine Display Ergo AI 32UQ890, com um painel de 32 polegadas e resolução 4k. Em que é que este produto se distingue dos restantes disponíveis no mercado? O inovador 32UQ890 é o primeiro monitor LG capaz de ajustar automaticamente a sua posição para garantir um conforto ergonómicos contínuo ao longo

do dia. Com uma câmara integrada que tira partido de IA avançada, o UltraFine Display Ergo AI tem a capacidade de analisar continuamente a postura do utilizador – fazendo subtis alterações na altura (0~160 mm) e inclinação (-20º~+20º) para evitar que permaneçam numa única posição durante muito tempo, ou que acabem por cair numa posição incorreta ao longo do tempo. O 32UQ890 conta com três modos de otimização ergonómica: AI Motion, Continuous Motion e Periodic Motion. O AI Motion, que será demonstrado no stand da LG na IFA, monitoriza o nível dos olhos do utilizador e ajusta a altura e a inclinação sempre que uma alteração é detetada. Sabemos que o segmento premium tem sido uma das grandes prioridades da estratégia delineada para este ano. Em que consiste esta gama? A nível global e nacional, a LG é reconhecida como uma marca inovadora graças à sua aposta constante em tecnologia disruptiva e produtos exclusivos que são verdadeiramente client-centric e que são desenvolvidos para responder, e até antecipar, as necessidades e desafios do dia a dia dos consumidores, detendo uma capacidade efetiva de fazer a diferença nas suas vidas e contribuir para um estilo de vida com um maior bem-estar. É assim que procuramos que os consumidores encarem os nossos produtos premium. Os produtos da LG SIGNATURE são o expoente máximo desta inovação e, dentro desta gama, com uma vasta e diversificada oferta, a exclusiva tecnologia OLED continua a destacar-se no sector da imagem, afirmando-se como a opção mais avançada do mercado. Após o lançamento global, há quase uma década, a LG conta já com mais de 10 milhões de OLED TVs vendidas em todo o mundo, um número que a coloca na liderança do mercado também em Portugal.

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“Desde muito cedo, a LG percebeu o potencial que as áreas do gaming e dos eSports têm para oferecer, tanto à marca como aos seus clientes”

continuar a construir uma rede de parceiros de cobertura abrangente, capaz de responder a qualquer desafio, presente ou futuro.

Têm investido, cada vez mais, na formação dos seus colaboradores. Esta é uma das medidas utilizadas para reforçar a vossa rede de parceiros? De forma a conseguir responder às necessidades do mercado - tanto B2C e B2B -, a LG Portugal tem vindo a desenvolver um profundo conhecimento sobre os consumidores nacionais, tanto os particulares, como os clientes empresariais. Neste sentido, apostamos constantemente na criação de equipas de profissionais especializados e altamente dedicados, que possam dar todo o apoio à operação levada a cabo pelos nossos parceiros. Uma vez que não contamos com uma loja de venda direta ao consumidor, em Portugal, a nossa rede de parceiros assume uma especial importância na nossa estratégia, pois não são apenas meros distribuidores, mas também embaixadores da marca e os rostos dos nossos produtos. Por essa razão, a estratégia passará por

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A LG é uma das marcas com mais notoriedade no mercado e isso acarreta algumas responsabilidades como, por exemplo, em termos ambientais. O que tem sido feito de forma a garantir a sustentabilidade ambiental? A sustentabilidade é uma prioridade para a LG, tanto a nível internacional como local, há mais de 25 anos. Desde então, temos vindo a implementar sistemas de gestão ambiental, ao longo do ciclo de vida dos produtos, desde o desenvolvimento até ao fim da sua utilização, de forma a reduzir a pegada ambiental da empresa e assim criar um sistema de gestão e um portefólio que assegurem um ambiente melhor. Uma das maiores inovações da marca surge no momento da produção dos equipamentos eletrónicos, com uma forte política de ecodesign a nível mundial, que pressupõe um processo de montagem que é executado de forma a que o desmantelamento permita a reciclagem de grande parte dos componentes, o que se estende também às embalagens. Paralelamente, após estabelecer a iniciativa Zero Carbon 2030, a LG anunciou a transição completa para energia renovável até 2050, sendo que as instalações fabris da LG, fora da Coreia do Sul, deverão converter 50% das suas necessidades energéticas em energia renovável nos próximos três anos, e também a redução efetiva das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) na fase de utilização da maior parte dos produtos da LG até 2030. Alcançar estes objetivos a nível global, tem vindo a exigir uma estratégia diversificada, incluindo a instalação de eficientes módulos solares, estabelecer contratos de compra de


energia, que permitem às empresas adquirir eletricidade diretamente aos fornecedores, utilizar Renewable Energy Credit e participar no programa Green Premium na Coreia do Sul para comprar energia limpa. Já a nível nacional, a LG Portugal estabeleceu uma parceria já de vários anos com a ERP Portugal, que se estende a vários projetos de alerta para a problemática do lixo eletrónico, como a Geração Depositrão e o Reciclar É Um Festival, e que, deu origem às duas edições do e-Waste Summit, o primeiro encontro de análise do panorama português de gestão dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos, do e-Waste Open Innovation junto das startups e dos podcasts e-Waste Talks, entre muitos outros projetos de sensibilização. Ainda no decorrer deste ano, podemos esperar o lançamento de novos produtos? O que nos pode revelar sobre os objetivos para o futuro da marca? Estamos a preparar o lançamento da LG OLED Flex de 42 polegadas, no mercado nacional, que vai chegar mesmo a tempo

do Natal, sendo que até ao final do ano temos previstas algumas novidades inovadoras. Na sequência do crescimento sustentado, registado há mais cinco anos, o nosso objetivo passa por manter este nível de aumento em todas as áreas de negócio, com a meta específica de crescer acima dos dois dígitos até ao final do ano. Esta estratégia é suportada pelos nossos produtos líderes na área de Home Entertainment (TV’s) e de Home Appliances (máquinas de lavar e frigoríficos side-by-side) e também por um investimento nas novas linhas de produto de IT (computadores portáteis LG gram) e áudio (earbuds TONES Free com estojo de carregamento com raios UV) e também nas soluções B2B, nomeadamente Led Signage Outdoor e Indoor, ecrãs LCD de Alto-Brilho e Interactive Display com capacidade touch. Sendo o segmento premium uma das grandes prioridades da estratégia de 2022, também prevemos que esta seja a layer a registar um crescimento mais elevado. Aqui inserem-se os produtos mais High-Tech, como é o caso das OLED TV, frigoríficos InstaView e máquinas de lavar e secar a roupa, entre outras.

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BREVES

tecnologia

Computação chega às escolas portuguesas O projeto ZER01, desenvolvido pela NOS e a associação ENSICO, permitirá que mais de 400 alunos tenham aulas de computação durante este ano letivo. Entre as escolas selecionadas para integrar o projeto, estão quatro de São João da Pesqueira, duas do Agrupamento nº1 de Gondomar e uma escola de Tires. Falamos, no fundo, de uma oportunidade para causar um impacto significativo no sucesso e inclusão das novas gerações.

O impacto da transformação digital na economia europeia Segundo um estudo encomendado pela AWS à consultora independente Public First, a economia europeia poderá chegar aos 2,8 triliões de euros com a aceleração da adoção digital. Esta conclusão foi revelada no âmbito do evento AWS Initiate 2022 que ocorreu em Lisboa e reuniu mais de 1800 pessoas.

Redes sociais: uma aposta das empresas portuguesas Se por um lado cresce o número de utilizadores das redes sociais no seu dia a dia, por outro cresce também aqueles que as utilizam em contexto laboral. Dados comprovam que sessenta e dois por cento das empresas portuguesas estão presentes na Internet, valor que aumenta (quase) para a totalidade quando falamos das grandes empresas. Este consumo é feito não só através das redes sociais, mas também de sites próprios e marketplaces.

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Vivatech conta com a presença de startups portuguesas Oito startups portuguesas viajaram até a cidade de Paris em junho para marcar presença numa competição organizada pela AICEP na Vivatech, uma das maiores feiras de tecnologia da Europa. A sexta edição acolheu este ano 1 700 startups de 30 países diferentes, sendo a Índia o parceiro do evento. Neste evento foram reveladas algumas das maiores inovações ao nível mundial como, por exemplo, o novo conceito automóvel apresentado pela Audi, 100% autónomo.

Google ensina robot a jogar ténis de mesa É conhecido o trabalho desenvolvido pela Google quer no que diz respeito à criação de robots quer na área da Inteligência Artificial. Assim, o i-Sim2Real (projeto que concebeu este robot) colocou-o a trocar bolas numa partida de ténis de mesa com um jogador humano e, através de um vídeo que é possível ver na Internet, foi possível chegar a um máximo de 340 bolas trocadas.

Lisboa é a cidade “mais sexy” para criar empresas Paddy Cosgrave, presidente executivo da Web Summit, numa conferência conjunta com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, sobre a sétima edição da Web Summit (que decorre entre 1 e 4 de novembro) afirmou que Lisboa é a cidade “mais sexy do mundo” para as pessoas criarem o seu próprio negócio, trabalharem para empresas ou apenas para se mudarem para a capital.


Especial Saúde

Out.

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TELEMONITORIZAÇÃO NA SAÚDE DIA MUNDIAL DO AVC DOENÇA VENOSA CRÓNICA DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A DOR DIA MUNDIAL DA ANESTESIOLOGIA MEDICAMENTOS GENÉRICOS DIA MUNDIAL DA DIABETES SAÚDE ANIMAL

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SAÚDE DIGITAL | TELEMONITORIZAÇÃO NA SAÚDE

OS BENEFÍCIOS QUE A TELEMONITORIZAÇÃO TRAZ AOS DOENTES E À PRÁTICA CLÍNICA Miguel Castelo-Branco, Professor Catedrático e Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.

As doenças crónicas (bronquite crónica, diabetes, insuficiência cardíaca) e diversos fatores de risco entre os quais a hipertensão arterial, são para países como Portugal, na época em que vivemos, as causas principais de sofrimento e de morte. Mesmo considerando a importância que a Covid-19 tem desde que a pandemia se iniciou, as doenças crónicas não transmissíveis, grupo em que se classificam, mantêm a liderança. A redução do seu impacto passa, necessariamente, pela promoção da saúde e prevenção de doença, atuando ao nível dos fatores de risco, o que implica, em muitas delas, mudanças culturais e aumento do conhecimento sobre estes aspetos e focar a cada vez mais a atenção em relação às questões do ambiente. Mas passa, também, pelos cuidados primários de saúde na deteção o mais precoce possível, de preferência ainda antes das doenças se desenvolverem e começarem a perturbar a vida das pessoas. Os rastreios são, também neste contexto, um aspeto primordial. As doenças crónicas são como o nome indica persistentes, as que estamos aqui a considerar, são geralmente para o resto da vida. Por isso, necessitam de tratamento, de vigilância, de um ajuste de tratamento em função da evolução. Todas as patologias podem apresentar períodos de estabilização, geralmente designados por fase compensada, com episódios de descompensação.

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Uma particularidade do presente é a associação de mais de uma doença crónica, devido a que muitas delas partilham mecanismos comuns e existindo uma elevada prevalência das mesmas. Em parte, o aumento da esperança de vida à nascença devido, também, aos melhores cuidados de saúde permitem, também, sobrevivências acrescidas. Existe o conhecimento que o efeito das associações de doenças crónicas não resulta numa soma dos riscos, mas sim na potenciação dos mesmos. Nas últimas décadas, tem-se assistido a uma mudança na procura de soluções de acesso aos cuidados de saúde. O tempo em que um médico era responsável por todos os problemas de saúde de uma pessoa já passou e há muito que foi transferido para o foco de diversas especialidades, outras profissões e para a necessidade de trabalhar em equipa. Esta mudança de paradigma tem sido extremamente desafiante, e, mesmo em muitas situações, ainda não resolvida tem levantado problemas, vejam-se as situações de rotura dos serviços de urgência, que em muitos casos, são apenas a ponta do iceberg de problemas em outras áreas. O modelo de acompanhamento de doentes com múltiplas doenças é algo que tem de facto que ser melhorado, incluindo o que deve ser feito quando há descompensações. É muito vulgar um doente portador de uma destas doenças


TELEMONITORIZAÇÃO NA SAÚDE | SAÚDE DIGITAL

crónicas ter um plano de cuidados de saúde bem organizado, com acompanhamento periódico, uma vez que poderá fazer crises que requerem avaliação e revisão da intervenção. A tecnologia veio trazer novos possíveis componentes para o acompanhamento destes doentes permitindo alterar o modelo de atendimento e possibilitando que deixe de ser exclusivamente presencial. Atualmente é possível, com ajuda de equipamentos, que o doente ou a sua família podem usar, assim como, tê-los em casa e transmitir informação usando a Internet das Coisas (“Internet of Things” - IoT), como, por exemplo a glicemia, oximetria, pressão arterial, peso e muitos outros parâmetros. Cada vez mais, aumenta o número de parâmetros e esse facto é extremamente positivo. Além de que, esta ligação à equipa permite duma forma apoiada reforçar o papel do doente no seu autocontrolo. Sendo que, a importância destas doenças aumentou em países desenvolvidos com o controlo de grande parte das doenças infecciosas bacterianas, devido à introdução dos antibióticos durante o século XX,mas também, consequência do próprio desenvolvimento, do seu impacto nos estilos de vida e na alimentação. Hoje, é então possível, os doentes, em casa, fazerem monitorização de parâmetros necessários ao controlo da doença (dependendo da doença como, por exemplo: o açúcar no sangue, na diabetes; os níveis de oxigénio, na bronquite crónica e na insuficiência cardíaca), assim como, em outras situações no acompanhamento do doente, tais como, “saber como se sente”. No âmbito do Centro Académico Clínico das Beiras existem linhas de investigação em curso que pretendem compreender melhor a integração da telemonitorização nos processos de acompanhamento dos doentes, por isso desenvolvemos instrumentos que permitem antecipar possíveis descompensações, tentando detetar mais cedo o agravamento da doença, e assim compensar o doente mais rapidamente possível. É, por isso, importante compreender melhor o papel do doente no autocontrolo e valorizá-lo. Um dos projetos inclui a monitorização da qualidade do ar ambiente, permitindo inter-relacioná-la com as manifestações clínicas de doenças como a bronquite crónica.

Ao mesmo tempo, diversas instituições de saúde do CACB têm implementado processos de telemonitorização integrados nos seus planos de cuidados aos doentes, que atualmente ainda englobam uma parte relativamente pequena dos doentes, mas que se espera vir a aumentar progressivamente. Em desenvolvimento estão modelos de acompanhamento que integrando os meios hoje disponíveis, e os processos de atendimento (presencial, remoto e telemonitorização) possam obter melhores resultados em saúde e simultaneamente mais sustentáveis. Ao mesmo tempo, estudam-se e desenvolvem-se soluções inovadoras que possam contribuir para a continuação da evolução de soluções cada vez mais práticas, com melhor impacto e maior sustentabilidade. Doentes com insuficiência cardíaca, hipertensão, bronquite crónica, diabetes e num futuro com outras situações, têm a oportunidade de beneficiar de processos cada vez mais efetivos de acompanhamento visando melhorar a sua qualidade de vida e prognóstico.

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DIA MUNDIAL DO AVC | SPAVC

O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM PORTUGAL - UM DESAFIO SEMPRE ACTUAL

Dr. Alexandre Amaral e Silva, Médico Neurologista e Membro da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC

No dia 29 de outubro comemora-se mais um Dia Mundial do AVC. O AVC, doença súbita causada pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro, continua a ser a primeira causa de morte e incapacidade em Portugal. Apesar dos avanços verificados na rede de cuidados hospitalares e nos tratamentos disponíveis, que contribuíram para uma redução importante da mortalidade, o impacto pessoal, familiar, social e económico continua a ser esmagador. Uma em cada 6 pessoas terá um AVC ao longo da sua vida e, em Portugal, a cada hora, 3 pessoas sofrem um AVC, das quais 1 acaba por falecer e metade fica com algum grau de incapacidade. Falamos de mais de 20 000 internamentos e perto de 6 000 óbitos por ano.

A chave para um combate eficaz a esta doença reside, desde logo, na prevenção e educação ativa para a saúde, que devem ter início ainda na infância. A promoção de estilos de vida saudáveis, incluindo uma dieta pobre em sal e gorduras, a redução do consumo de tabaco e álcool ou a prática regular de exercício físico, bem como o adequado controlo de fatores de risco, como a hipertensão, a diabetes, o colesterol elevado ou as arritmias cardíacas, são pilares essenciais para a redução dos casos de AVC. O acompanhamento médico regular, com realização de avaliações clínicas e exames periódicos, é também uma peça importante desta promoção para a saúde. Outro vector fundamental é a capacitação da população para o reconhecimento precoce dos sinais de alarme do AVC - Fala (dificuldade em falar), Face (desvio da face) e Força (diminuição da força num braço ou numa perna) - perante os quais deverá ser contactada de imediato a linha de emergência médica - 112. Só desta forma é possível activar a Via Verde do AVC e fazer chegar, rapidamente, os doentes com suspeita de AVC aos hospitais, com capacidade para realizar os tratamento necessários, evitando ou minimizando os danos causados ao cérebro e as suas consequências. “Tempo é cérebro” e todos os minutos contam, pois a eficácia destes tratamentos é fortemente dependente da rapidez da sua realização, uma vez que a tolerância do tecido cerebral à privação de sangue é muito limitada. É, portanto, fundamental, que todos consigam reconhecer atempadamente estes sinais de alarme. Numa fase posterior, para todos aqueles que ficam, de alguma forma, limitados pelo AVC, o processo de reabilitação é decisivo para o desejado retorno a uma vida “normal”. Dotar os hospitais de condições para o início precoce da reabilitação, incluindo fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, reabilitação cognitiva, entre outras modalidades, é mais do que uma necessidade, um direito das vítimas de AVC e que deve ter continuidade em programas de reabilitação de fase pós-aguda, em Centros de Reabilitação e outras estruturas diferenciadas. Só com estes recursos, infelizmente nem sempre acessíveis, poderemos potenciar e maximizar a recuperação dos doentes e aumentar as probabilidades de uma recuperação completa e de uma adequada reintegração familiar, social e laboral. Como se percebe do exposto acima, o caminho é sinuoso e desafiante, não se esgotando nas acções dos profissionais de saúde, mas antes impondo um esforço concertado e transversal de toda a sociedade. O período pandémico que vivemos e os desafios geopolíticos, sociais e económicos com que nos vemos confrontados nos dias de hoje, não nos devem, ainda assim, desviar do caminho do combate a este verdadeiro problema de saúde pública. Sejamos todos agentes activos do combate ao AVC! O Dr. Alexandre Amaral e Silva não escreve segundo o novo acordo ortográfico.

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DOENÇA VENOSA CRÓNICA

DOENÇA VENOSA CRÓNICA - UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Dr. Roger Rodrigues Especialista de Angiologia e Cirurgia Vascular pela Ordem dos Médicos Assistente Hospitalar de Angiologia e Cirurgia Vascular no Hospital de Braga Angiologista e cirurgião vascular no Hospital Lusíadas Braga

A doença venosa é uma patologia crónica e evolutiva, cujas manifestações clínicas mais graves estão registadas desde tempos bíblicos. Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, a doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres, a partir dos 30 anos, embora também afete os homens. Esta patologia resulta do mau funcionamento das veias das pernas, em consequência de alterações na sua parede e nas válvulas das mesmas. O sangue tem mais dificuldade em ser transportado de regresso ao coração e acumula-se nas pernas, desencadeando uma inflamação crónica na parede das veias. O impacto desta doença na saúde dos portugueses é, sem dúvida, impressionante, ficam aqui alguns dados: • •

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2 milhões de mulheres são afetadas por esta patologia. 58% da população feminina com mais de 40 anos de idade tem a sua qualidade de vida significativamente afetada pela doença venosa crónica. Em Portugal, é responsável pela perda de um milhão de dias de trabalho por ano. 21% dos doentes portugueses referem ter tido que mudar de posto de trabalho. É responsável pela reforma antecipada de 8% dos doentes em Portugal.

A doença venosa, na maioria das vezes, começa com um desconforto nas pernas, progredindo gradualmente para varizes, edema, alteração da cor da pele (hiperpigmentação) e úlceras. Por vezes, é com-

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plicada por trombose venosa superficial ou profunda, que é quando um coágulo se forma numa veia, causando a sua obstrução. Vários fatores de risco podem estar ligados ao início e à progressão da doença venosa crónica, alguns deles estão relacionados com o estilo de vida. A doença apresenta vários graus de gravidade, que vão desde a presença de telangiectasias (derrames) até ao aparecimento de uma úlcera da perna. A úlcera varicosa tem um grande impacto na qualidade de vida dos doentes, devido ao seu caráter crónico, recidivante e por ser difícil de tratar. Esta patologia acaba por ter também um impacto sócio-económico muito relevante, 54.8% acabam por pedir suspensão laboral temporária. Os derrames, apesar de serem, na sua grande maioria, assintomáticos, afetam a autoestima das pessoas, condicionando, em muitos casos, a forma como se vestem, na medida em que muitas mulheres evitam usar saia, com vergonha de expor as pernas e, noutros casos, deixam de frequentar locais como praias e piscinas, por esse mesmo motivo. Assim, sempre que existam sintomas de insuficiência venosa, deve ser realizada uma avaliação por um especialista em Cirurgia Vascular, com o objetivo de se obter um diagnóstico precoce e, dessa forma, permitir um tratamento atempado e adequado à situação clínica. O tratamento deve ser iniciado, o mais precocemente possível, de forma a prevenir o aparecimento de varizes e de outras complicações mais graves associadas à doença. Um estilo de vida saudável é um dos melhores hábitos a ter, passando por caminhadas e uma alimentação equilibrada. Evitar ficar muito tempo sentado ou em pé, e não usar saltos altos todos os dias são outras medidas que podem reduzir os sintomas. Os fármacos venoativos e o uso de meias elásticas são também eles chave para melhorar o funcionamento do sistema venoso. Em relação aos tratamentos cirúrgicos mais comuns, cada paciente deve ser avaliado do ponto de vista clínico e analisadas as alterações no funcionamento do sistema venoso, de forma a definir uma estratégia cirúrgica individualizada. O tipo de cirurgia utilizada depende de vários fatores, sendo a preocupação estética e o tempo de recuperação aspeto s importantes na tomada de decisão. Atualmente, estão disponíveis técnicas minimamente invasivas, das quais se destacam a radiofrequência e o laser. Estas técnicas têm resultados a longo prazo, sobreponíveis à cirurgia clássica, mas com menor dor pós-operatória e retoma do trabalho mais precoce. Cerca de 90 a 95% dos casos podem ser realizados em ambulatório, com uma estadia média hospitalar inferior a 12h.


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NOME DO MEDICAMENTO*: Daflon® 1000. COMPOSIÇÃO*: Bioflavonoides (Fração flavonóica purificada micronizada). Cada comprimido revestido por película de 1000 mg contém: 90% de diosmina, ou seja, 900 mg; 10% de flavonoides expressos em hesperidina, ou seja, 100 mg. FORMA FARMACÊUTICA*: Comprimido revestido por película, cor de salmão e de forma oval. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS*: Tratamento dos sintomas e sinais relacionados com a insuficiência venosa (pernas pesadas, dor, cansaço, edema). Tratamento sintomático da crise hemorroidária. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO*: Posologia habitual: 1 comprimido por dia. Na crise hemorroidária: nos 4 primeiros dias: 1 comprimido 3 vezes ao dia; nos 3 dias seguintes: 1 comprimido 2 vezes ao dia; em seguida voltar à posologia de manutenção: 1 comprimido por dia. CONTRAINDICAÇÕES*: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO*: A administração deste medicamento no tratamento sintomático da crise hemorroidária não substitui o tratamento de outros problemas anais. Se não houver remissão dos sintomas, deve ser consultado um médico de forma a proceder-se ao exame proctológico e à revisão do tratamento, caso haja necessidade. Excipientes: isento de sódio. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E OUTRAS FORMAS DE INTERAÇÃO*: Não foram realizados estudos de interação. Da experiência de pós-comercialização do medicamento, nenhuma interação medicamentosa clinicamente relevante foi notificada até à data. FERTILIDADE, GRAVIDEZ E ALEITAMENTO*: Gravidez: Os estudos em animais não indicam toxicidade reprodutiva. A quantidade de dados sobre a utilização da fração flavonóica purificada micronizada em mulheres grávidas, é limitada ou inexistente. Como medida de precaução, o tratamento deve ser evitado durante a gravidez. Amamentação: Desconhece-se se a substância ativa/metabolitos são excretados no leite humano. Não pode ser excluído qualquer risco para os recém-nascidos/lactentes. Tem que ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da terapêutica com Daflon® 1000 tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher. Fertilidade: Estudos de toxicidade em ratos machos e fêmeas não mostraram efeitos na fertilidade. EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE CONDUZIR E UTILIZAR MÁQUINAS*. EFEITOS INDESEJÁVEIS*: Frequentes: diarreia, dispepsia, náuseas, vómitos. Pouco frequentes: colite. Raros: tonturas, cefaleias, mal-estar geral, erupções cutâneas, prurido, urticária. Frequência desconhecida: dor abdominal, edema isolado da face, dos lábios e das pálpebras. Excecionalmente edema de Quincke. SOBREDOSAGEM*: Sintomas: A experiência de sobredosagem com Daflon® 1000 é limitada. Os eventos adversos mais frequentemente notificados em casos de sobredosagem foram eventos gastrointestinais (tais como diarreia, náuseas, dor abdominal) e eventos cutâneos (tais como prurido, erupção cutânea). Tratamento: O tratamento da sobredosagem deve consistir no tratamento dos sintomas clínicos. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS*: Protetor vascular e venotrópico. Daflon® 1000 exerce uma ação sobre o sistema vascular de retorno: ao nível das veias, diminui a distensibilidade venosa e reduz a estase venosa; ao nível da microcirculação, normaliza a permeabilidade capilar e reforça a resistência capilar. APRESENTAÇÃO: Caixas de 30 e 60 comprimidos revestidos por película. TITULAR DA AIM: Servier Portugal - Especialidades REVISTA BUSINESS PORTUGAL 21 Farmacêuticas, Lda. Av. António Augusto de Aguiar, 128, 1069-133 LISBOA. Tel: 213122000. Para mais informações deverá contactar o titular de AIM. Daflon® 1000 é um MNSRM. RCM aprovado em 01.2020. IECRCM // 11.03.2022. *Para uma informação completa por favor leia o Resumo das Características do Medicamento. **Resumo das Características do Medicamento aprovado a 01.2020. 22DAF17 Leia atentamente as informações constantes na embalagem e no folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consulte o médico ou o farmacêutico.


DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A DOR

da ocorrência de um traumatismo, uma queimadura, um derrame articular ou uma úlcera gástrica, por exemplo. Dor crónica A dor crónica é, geralmente, definida como uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3-6 meses, que muitas vezes persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou que existe sem lesão aparente. COMO TRATAR A DOR?

DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A DOR O Dia Nacional de Luta Contra a Dor assinala-se na terceira sexta-feira do mês de outubro, tendo sido celebrado este ano, no passado dia 21. A data foi criada pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e comemora-se, tradicionalmente, na terceira sexta feira de outubro. O Dia Nacional de Luta Contra a Dor pretende sensibilizar para a procura de profissionais que ajudem a tratar e aliviar este problema, assim como alertar para as consequências socioeconómicas causadas pela mesma. O QUE É A DOR? Após 4 décadas e um processo de 2 anos de observação e análise, a IASP e uma equipa multidisciplinar, desenvolveram uma revisão da definição de Dor. Aperfeiçoada com base em diferentes inputs, incluindo pessoas com dor e os seus cuidadores, esta revisão tem por objetivo “transmitir as nuances e a complexidade da dor e esperar que isso conduza a uma melhor avaliação e gestão das pessoas com dor”. Tal como referiu o Dr. Raja, Presidente da Equipa da IASP e Diretor de Investigação da Dor, Professor de Anestesiologia e Medicina em Cuidados Críticos, Professor de Neurologia na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. A redefinição de Dor apresentada é a seguinte: “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante à associada, a danos reais ou potenciais nos tecidos”, IASP - International Association for the Study of Pain

O tratamento da dor deve ser feito, fundamentalmente, nos cuidados de saúde primários, ou seja, através dos médicos de família. Estes profissionais de saúde estão habilitados a diagnosticar e tratar a grande maioria das patologias dolorosas (a título de exemplo, todos os estudos epidemiológicos indicam que a dor crónica mais frequente é a lombalgia, ou seja, as vulgares dores de costas), dispondo para o efeito de um vasto leque de opções terapêuticas, que vão desde os medicamentos analgésicos anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina, até aos opióides fortes, como a morfina, ou outro tipo de tratamentos, como a fisioterapia e outras terapêuticas complementares. Fonte: Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED)

Dor de Cabeça – Sintomas, Causas e Alívio Quase todos já sofremos, em algum momento, de uma dor de cabeça. E a sensação de dor de cabeça para uma pessoa, pode não ser a mesma para outra pessoa, pelo que existem quatro tipos diferentes de dores de cabeça e cada um com o seu próprio padrão de dor e causa. Vários tipos de dor de cabeça • Dor de cabeça tensional • Enxaquecas • Cefaleias em salvas • Sinusite Causas frequentes • Stress • Luzes fortes e brilhantes • Alergias, febre dos fenos ou uma constipação • Excesso de álcool • Mudanças hormonais • Desidratação • Congestão nasal ou febre associado a uma gripe • Má postura Alívio rápido da dor de cabeça

DOR AGUDA VERSUS DOR CRÓNICA Dor aguda A dor aguda é uma dor que, até certo ponto, tem consequências benéficas para o organismo. É um sinal de alarme que avisa

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Existem muitas maneiras de aliviar uma dor de cabeça. Reduzir o stress e evitar os desencadeadores comuns de dor de cabeça, pode ajudar. Poderá tomar um analgésico, que é mais rápido no alívio da dor.



SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA

DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A DOR 21 DE OUTUBRO 2022

Dr.ª Fátima Lima, Presidente da SPA

Porque é que são os anestesiologistas os líderes como especialidade no controle da dor? A atividade da Anestesiologia não se restringe ao bloco operatório e ao apoio à realização dos exames complementares de diagnóstico e tratamento. Na verdade, e de acordo com as suas competências, os médicos Anestesiologistas são médicos do Péri-Operatório, especializados em Anestesia, Medicina da Dor e Cuidados ao Doente Crítico. Embora o seu trabalho mais conhecido seja o de anestesiar os doentes no bloco operatório, a sua ação médica é muitíssimo mais abrangente: inicia o planeamento anestésico no pré-operatório, muitas vezes com uma consulta para avaliar o doente, estabilizar

as doenças de base, planear a técnica anestésica e a analgesia pós-operatória de forma individualizada para aquele doente, naquela situação clínica. O seu trabalho inclui também o diagnóstico e tratamento de complicações potencialmente fatais que podem acontecer subitamente durante a cirurgia enquanto o doente estiver submetido a uma técnica anestésica. A sua capacidade na abordagem da via aérea e na resolução de situações de risco de vida, confere aos anestesiologistas uma grande destreza no âmbito da Medicina de Emergência e Medicina Intensiva. Os anestesiologistas são peritos em analgesia, inerente à sua formação: estudam a farmacologia dos analgésicos e especializam-se em técnicas loco-regionais de anestesia e analgesia. Coordenam as Unidades de Dor Aguda, cuidando dos doentes com dor aguda operatória e não operatória. Segundo a IASP, mais de 80% dos pacientes submetidos a cirurgia relata DOR no pós-operatório, manifestada como um conjunto de experiências sensoriais, emocionais e mentais desagradáveis que desencadeiam diferentes respostas físicas e comportamentais no ser humano. Anos de pesquisa por Anestesiologistas levaram ao desenvolvimento de procedimentos e protocolos sistematizados de intervenção em Dor, revisão de critérios de referenciação e de alta da consulta de Dor, que tornaram as técnicas anestésicas e de controlo da dor mais seguras e eficazes do que nunca. O tratamento da DOR aguda no pós-operatório facilita o processo de recuperação, minimiza o sofrimento do doente e evita a cronicidade da DOR. Estima-se que cerca de 30% dos doentes submetidos a cirurgia desenvolve DOR CRÓNICA pós-operatória. Uma das grandes áreas de investigação médica é exatamente essa, perceber os mecanismos que levam à cronificação da dor e a desenvolver medidas que a mitiguem. Por este curriculum de base, os Anestesiologistas integram também Unidades de Dor Crónica, que tratam doentes oncológicos e não oncológicos, com impacto importante na funcionalidade e qualidade de vida. A Anestesiologia é uma especialidade médica centrada na segurança e bem-estar do doente. Desvenda-se na frase de Hipócrates - Pai da Medicina: “Curar quando possível, aliviar quando necessário, consolar sempre.”

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SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA

16 DE OUTUBRO

DIA MUNDIAL DA ANESTESIOLOGIA Qual é o posicionamento da Anestesiologia na segurança do doente?

“Não podemos mudar a condição humana, mas podemos mudar as condições em que os humanos trabalham” Reason J. BMJ,2000 O risco associado à prestação de cuidados de saúde é real e incontornável embora em níveis residuais. O Dia Mundial da Segurança do Doente foi aprovado em 2019 pela World Health Organization. O foco na segurança do doente, visa chamar a atenção para a melhoria contínua dos cuidados de saúde. Entre as principais dimensões visadas na mudança na saúde estão os cuidados centrados no doente. O foco na qualidade dos cuidados e na segurança do doente, no trabalho de equipa com envolvimento de todos os profissionais das diferentes áreas; onde cada vez mais a Anestesiologia ocupa um posicionamento diferenciador; (recorrendo sempre que for necessário a tecnologias de informação como suporte desse continuum de cuidados) são também dimensões dessa mesma mudança. Como o devemos fazer? Reitero que os Anestesiologistas são profissionais de “mão cheia”, exercendo na sua atividade clínica diária, um valioso trabalho capaz de prevenir e reduzir danos evitáveis nos cuidados de saúde. Daí que a presença do Anestesiologista seja imprescindível em uma diversidade de serviços hospitalares que todos os dias aumenta e a falta destes profissionais conduz inequivocamente ao adiamento de cirurgias ou exames (quer de diagnóstico quer de tratamento). Isto porque o Anestesiologista é o PILAR da SEGURANÇA e como tal o elo da cadeia mais importante que uma vez ausente se se insistir em executar essa ação, pode levar a um erro de execução-falha no trabalho planificado que não termina como previsto. A ausência do Anestesiologista conduz inequivocamente a uma diminuição da satisfação do doente e da confiança relacional médico-utente, tendo por isso consequências até a nível social. A Anestesiologia é uma especialidade transversal, com a envolvência dos seus especialistas em múltiplas tarefas e funções, na maioria das vezes multidisciplinares, o que os obriga a ter uma visão holística do ser humano, assim como a necessidade de aquisição de vastos conhecimentos científicos integradores e competências técnicas em diversas áreas da ciência médica. Tudo isso torna o Anestesiologista o médico que mais zela pela segurança do doente. Compete, pois, à Sociedade Portuguesa de Anestesiologia e a mim como Presidente continuar a investir na elevação da fasquia da Anestesiologia, reforçando o papel da formação especializada e da investigação científica - através da realização

Dr.ª Fátima Lima, Presidente da SPA

de reuniões anuais, updates e webinares e continuar a promover a elaboração de guidelines por grupos de consenso de Anestesiologia, com o objetivo de uniformizar práticas e procedimentos clínicos que culminem com atualizações e auditorias. O suporte científico torna sempre mais fácil o envolvimento multidisciplinar “inside the hospital”, dado que as evidências sobre o benefício desta combinação são abrangentes e transversais a todas as especialidades médicas e cirúrgicas. É uma das prioridades da nova Direção reforçar o papel desta Sociedade Científica como um vetor de confiança e de mudança, onde cada anestesiologista sinta o desejo de aumentar o seu potencial clínico, culminando a Anestesiologia num PILAR que promove a segurança e “empowerment” profissional. Para além da preparação dos Anestesiologistas, a nível individual, devem ser procuradas também soluções no seio das organizações no que concerne à SEGURANÇA dos cuidados de saúde.

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30 ANOS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS EM PORTUGAL

30 ANOS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS EM PORTUGAL O dia 8 de julho de 1992 é a data que marca o início da comercialização dos primeiros medicamentos genéricos no mercado português: um antibiótico e um medicamento para o sistema nervoso central. Dez anos depois, em 2002, representavam apenas 1% das vendas, que foram sendo impulsionadas, com medidas como a majoração na comparticipação, os tribunais de patentes ou a prescrição por denominação comum internacional, entre outras. Foi, no entanto, a confiança dos utentes e dos profissionais que potenciou o crescimento deste mercado, que hoje representa quase 50% das vendas de medicamentos no nosso país, embora ainda abaixo da média europeia (70%). Só nos últimos dez anos, terão permitido uma poupança equivalente a dois anos de encargos do Estado com medicamentos, ou seja, cerca de cinco mil milhões de euros, estima a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéticos e Biossimilares (Apogen). Em declarações à comunicação social, no dia em que se assinalaram os 30 anos do início da comercialização de medicamentos genéricos no nosso país, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Helder Mota Filipe, lembrou o arranque intermitente na utilização destes medicamentos. "A entrada não foi com muito entusiasmo, nem muito auspiciosa", recorda. Portugal não tinha medicamentos genéricos, mas cópias de medicamentos originais que não tinham que ter o que hoje é obrigatório: a bioequivalência. Ao longo de mais de uma década no conselho diretivo do Infarmed, o agora bastonário esteve profundamente envolvido na implementação de medidas e campanhas de promoção da utilização dos medicamentos genéricos. "Criou-se por parte dos interesses instalados - e é normal - das companhias que estavam no mercado e dos próprios profissionais, uma barreira com desconfianças, algumas delas eram sérias e verdadeiras", acrescenta o bastonário. "Cada vez que entrava ou se preparava para entrar um genérico, o titular do [medicamento] original entrava com uma providência cautelar que demorava muitos anos a ser resolvida", recorda ainda. Ao longo dos anos, as dúvidas e desconfianças dos portugueses foram-se dissipando, mas para o bastonário continua a ser importante "explicar aos profissionais de saúde e aos doentes a importância dos medicamentos genéricos, a qualidade e a eficácia que têm, que são iguais à do original, que aumentam a sustentabilidade, e paga menos o doente e paga menos o sistema". Para o representante dos farmacêuticos, não existem razões para que, passados 30 anos, se continuem a alimentar dúvidas sobre a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos genéricos, colocando, assim, em causa, todo o trabalho que é realizado pelas autoridades do medicamento. "É uma irresponsabilidade e é uma má prática do ponto de vista dos profissionais", considera o bastonário. "Há muitos profissionais que são irresponsáveis quando

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dizem isto, porque se têm dúvidas genuínas, a primeira coisa que têm que fazer é reportar ao sistema de farmacovigilância que tem uma dúvida, porque o medicamento não está a atingir o objetivo que era proposto ou porque o doente não respondeu da forma adequada", defendeu. De acordo com os dados divulgados pelo Infarmed, embora a quota de utilização tenha aumentado de forma constante até 2014, verifica-se uma estabilização nos últimos anos, com uma quota de 48,8%, no mercado total, em 2021 (calculada com base no número de unidades dispensadas nas farmácias). Apesar desta estabilização, o número de unidades dispensadas apresenta um aumento ao longo dos anos, com uma média de 260 milhões de unidades dispensadas por mês, nos últimos 12 meses, o equivalente a cerca de 6,2 milhões de embalagens. Os genéricos pertencentes ao grupo terapêutico do aparelho digestivo, os medicamentos usados em afeções cutâneas e no aparelho cardiovascular foram os que apresentaram uma maior representatividade de utilização em 2021, com quotas de utilização de 74,3%, 72,9% e 61%, respetivamente. A quota de utilização de genéricos no mercado concorrencial atingiu em 2021 o valor de 63,4%, que corresponde à percentagem de unidades dispensadas de genéricos, no conjunto de unidades dispensadas de medicamentos em que as substâncias ativas possuem genéricos comercializados. Também a Apogen estima que a utilização de medicamentos genéricos no nosso país tenha permitido uma poupança superior a cinco mil milhões de euros desde 2011. A associação adverte para os problemas e impacto da guerra nos custos industriais e das matérias-primas. "Já antes da pandemia, deparávamo-nos com imensos problemas e começou a haver bastantes ruturas", destaca a presidente da Apogen, Maria do Carmo Neves. "A inflação está-nos a trazer custos industriais que não são absorvidos, nem nunca foram absorvidos, no preço do medicamento, o que quer dizer que quem fabrica, quem desenvolve e comercializa e que já tinha margens pequenas, as margens desapareceram. Isto quer dizer que vamos ter ruturas, se nada for feito em termos da tutela", alertou. Para a responsável da Apogen, o preço dos medicamentos genéricos deve absorver estes custos, tal como tem vindo a acontecer na alimentação. Informação DN/Lusa


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1ª EDIÇÃO COM 40 PROJETOS A CONCURSO

na categoria de projetos inovadores em conceito/em desenvolvimento

na categoria de projetos inovadores já desenvolvidos

Os vencedores serão anunciados no dia 22 de novembro, na 4ª edição do Pharma Call: Meet, Learn & Act, que este ano será dedicado à temática "Farmácia Comunitária: a Comunidade no Centro do Sistema de Saúde". Registe-se aqui no evento:

Parceiros institucionais Grupo Tecnimede Rua da Tapada Grande, n.º2 2710-089 Abrunheira, Portugal REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 27 NIF. 500 626 413 www.tecnimede.com

TTEC223A2FA 25/OUT/2022


DIA MUNDIAL DA DIABETES

MENARINI DIAGNÓSTICOS ANUNCIA O NOVO GLUCOMEN DAY CGM

O GlucoMen Day® CGM recebeu a aprovação de comparticipação da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), em Portugal. O GlucoMen Day CGM é um sistema de Monitorização Contínua da Glucose em Tempo Real, sendo o primeiro, no mercado português, a estar disponível por prescrição médica e, por isso, acessível para pessoas com Diabetes, desde o dia 1 de maio de 2022. Este dispositivo, indicado para pessoas com Diabetes insulinotratadas, a partir dos seis anos de idade, é uma aposta da Menarini Diagnósticos na melhoria da qualidade de vida e dos cuidados de saúde destas pessoas. As estatísticas e gráficos apresentados na app podem ser partilhados, em tempo real, com familiares, cuidadores, mas sobretudo com médicos que poderão acompanhar a pessoa com diabetes à distância, personalizando a terapia e adaptando-a às necessidades específicas. A partilha imediata contribuirá, significativamente, para a consecução dos objetivos clínicos, permitindo poupar energia e tempo, reduzindo as deslocações e promovendo uma maior sensibilização da pessoa com diabetes, incentivando-a, cada vez mais, a gerir ativamente a sua saúde. A partir da tecnologia do sensor GlucoMen Day® CGM, o minúsculo fio do sensor é inserido debaixo da pele, sem necessidade de uma agulha guia, evitando desconforto. O sensor enzimático eletroquímico mede o valor da glucose no líquido intersticial, durante 14 dias, e os dados são armazenados no transmissor e enviados por bluethooth para a app que mostrará um novo valor de glucose a cada minuto, continuamente. Esta nova tecnologia está em linha com as novas tendências da telemedicina, que está a transformar rapidamente o mundo da Saúde, e com a impetuosa revolução digital que a recente pandemia muito contribuiu para acelerar. “Estamos orgulhosos deste importante marco, alcançado graças à extraordinária paixão e determinação de nossa equipa. O GlucoMen® Day CGM é um sistema inovador e vai contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes, permitindo que elas vivam as suas vidas com mais serenidade e liberdade”, comentou Fabio Piazzalunga, Global Head of Menarini Diagnostics. O sistema GlucoMen Day® CGM também permite um impacto ambiental reduzido devido aos seus componentes serem reutilizáveis até cinco anos. Para mais informações consulte o site aqui: https://glucomenday.pt/

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O que é a diabetes? A diabetes é uma doença metabólica crónica, que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue (hiperglicemia). A diabetes, em alguns casos, surge devido à insuficiente produção ou ação da insulina (diabetes tipo 2), noutros casos, devido à ausência total de insulina no organismo (diabetes tipo 1). É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas, em todo o mundo e em idades mais jovens. As pessoas com familiares diretos com diabetes, homens e mulheres com obesidade, com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol, com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas, mulheres que contraíram diabetes gestacional e crianças com peso igual ou superior a 4kg à nascença, devem ter particular atenção. Nos adultos, a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas: • Urinar em grande quantidade e mais vezes que o habitual (especialmente durante a noite) • Sede e fome constante e intensa • Fadiga • Comichão (prurido) no corpo, sobretudo nos órgãos genitais • Visão turva Nas crianças e jovens, a diabetes é, na sua maioria, do tipo 1. Aparece de maneira súbita e os sintomas são, regra geral, muito nítidos: • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama • Sede constante • Emagrecer rapidamente • Fadiga, com dores musculares intensas • Comer muito sem nada aproveitar • Dores de cabeça, náuseas e vómitos Alguns cuidados para prevenir complicações da diabetes: • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros • Hábitos alimentares saudáveis • Prática de exercício físico • Não fumar • Cuidar da higiene e vigilância dos pés


O valor de cada minuto na gestão da Diabetes

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Viva uma Vida Nova


SAÚDE ANIMAL

e mais bem-comportados, pelo que muitos problemas de agressão podem ser evitados pela esterilização precoce. Apesar de a esterilização poder aumentar a probabilidade de contração de algumas doenças, são muito mais as vantagens do que as desvantagens, nomeadamente, a diminuição do risco de várias doenças graves e mais comuns, o que supera, em larga medida, as implicações negativas da esterilização.

SAÚDE ANIMAL Os Benefícios dos Animais de Estimação para a Saúde Humana Os animais desempenham um papel importante na vida de muitas pessoas. Além dos vários e reconhecidos atributos terapêuticos desempenhados pelos animais, também são muito valorizados como excelentes companheiros, o que, certamente, pode afetar a qualidade das nossas vidas. E essa companhia é benéfica para a nossa saúde. Vários estudos indicam que as pessoas que têm um animal de estimação, podem ter um coração mais saudável, ficar doentes com menos frequência, fazer mais exercício e reduzir o risco de depressão. Os animais de estimação também podem ter um impacto positivo significativo em alergias, asma, apoio social e interações sociais com outras pessoas. Ter um animal de companhia exige… - Ter disponibilidade de tempo para interagir com ele; - Garantir e salvaguardar os cuidados (alimentação, higiene, saúde, entre outros) que ele precisa; - Criar regras através de treino; - Socialização e integração do animal no espaço público; - Exige, acima de tudo, que você seja responsável e consciente, uma vez que um animal depende de si para ter uma vida saudável e feliz. Seja fiel ao seu animal como ele lhe é a si. Razões para esterilizar o seu Cão ou Gato Se tem um cão ou um gato, ou recentemente adotou um deles, uma das decisões de saúde mais importantes que deve tomar é de o esterilizar. A esterilização ou, em alternativa, a castração, é um procedimento veterinário que exige uma hospitalização mínima e oferece benefícios de saúde ao longo da vida. A esterilização do seu animal de estimação fêmea ajuda a prevenir infeções uterinas e a evitar a formação do cancro da mama, sendo este fatal, em cerca de 50% das cadelas e em 90% das gatas. Ao esterilizar o seu animal de estimação, antes dos primeiros cios, está a oferecer a melhor proteção contra essas doenças. Além de evitar ninhadas indesejadas e potenciar a esperança de vida, esterilizar o seu animal macho previne o cancro do testículo. O seu animal de estimação viverá uma vida mais longa e mais saudável. Por outro lado, os animais esterilizados ficam mais calmos 30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Riscos de automedicar o seu animal Sempre que o nosso animal está doente, queremos que melhore rapidamente. Para isso, muitas vezes, recorre-se a medicamentos (para humanos) que estão em casa ou que são de fácil acesso na farmácia. A administração desses medicamentos pode ser extremamente nociva e até fatal para o seu animal. Os animais têm um metabolismo e uma resposta farmacológica diferentes dos nossos, pelo que, mesmo em doses reduzidas, os nossos medicamentos podem ser bastante tóxicos. Medicamentos tão simples, como os que contêm paracetamol ou ácido acetilsalicílico, e que se encontram em todas as casas, uma vez administrados, podem ter consequências muito graves, podendo mesmo levar à morte. Lembre-se que a prescrição de um medicamento para o seu animal é um ato médico-veterinário que deve ser realizado presencialmente.

Dia do Médico Veterinário O Dia do Médico Veterinário é celebrado anualmente no dia 4 de outubro. Esse profissional é o responsável por cuidar da saúde dos animais, sejam eles de estimação ou selvagens. A 4 de outubro de 1991, foi publicado o estatuto que criou a Ordem dos Médicos Veterinários. Curiosamente, a data coincide, no calendário litúrgico, com o dia de São Francisco de Assis, o Santo Protetor dos Animais, a quem são atribuídos milagres de cura. Neste dia, celebra-se também o Dia Mundial do Animal, tornando-se o dia 4 de outubro numa comemoração não só dos animais, como também dos profissionais que cuidam deles. O patrono efetivo dos médicos veterinários é Santo Elói (588660). Neste dia do veterinário, são entregues, pela Ordem aos novos Médicos Veterinários, os diplomas de compromisso solene perante a sociedade do desempenho profissional.


SAÚDE ANIMAL

Dia Mundial do Animal O Dia Mundial do Animal celebra-se anualmente a 4 de outubro. Origem da data A data foi escolhida em 1931, durante uma convenção de ecologistas em Florença. A escolha teve em conta o facto de o dia 4 de outubro ser o dia de São Francisco de Assis, o Santo Padroeiro dos Animais. O Dia Mundial do Animal é celebrado em vários países, através de diversos eventos e iniciativas. Nas escolas, sobretudo no ensino pré-escolar, as atividades do Dia Mundial do Animal deixam os mais pequenos encantados. Frases para o Dia Mundial dos Animais • Um animal de estimação é um membro da família, que deve ser tratado como gente. • Os animais são os nossos melhores amigos. • Felizes daqueles que têm a companhia de um animal, pois podem contar sempre com amor. Principais objetivos da celebração do Dia Mundial do Animal • Sensibilizar a população para a necessidade de proteger os animais e a preservação de todas as espécies; • Mostrar a importância dos animais na vida das pessoas; • Celebrar a vida animal em todas as suas vertentes.

Atividades do dia • Nesta data, realizam-se distintas atividades, com base nos objetivos do dia, como por exemplo: • Devolução de animais à natureza; • Campanhas de adoção de animais abandonados; • Passeios canis; • Jogos ludo-pedagógicos. No dia 4 de outubro, celebra-se, também, o Dia do Médico Veterinário, comemorando-se, ao mesmo tempo, o profissional que olha pela saúde dos animais domésticos.

Seguro Cães e Gatos O Seguro Cães e Gatos dá acesso à maior rede de cuidados de saúde animal em Portugal, a rede AnimaDomus, com mais de 350 prestadores. O acesso aos serviços e descontos é imediato, após a compra do seguro. Em Portugal, não existe um sistema nacional de saúde animal que proteja e garanta os cuidados médicos necessários aos animais de estimação. Os custos com o bem-estar e a saúde dos animais de estimação pesam bastante no orçamento familiar. Com o seguro Cães e Gatos, o cliente pode contar com reduções diretas entre 30% e 50% em todos os atos médicos veterinários convencionados, e descontos até 20% nos serviços de bem-estar animal.

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PORTUGAL + SUSTENTÁVEL

A sustentabilidade, para além de ser um dos assuntos que mais está na ordem do dia, é também, para cada vez mais pessoas, uma das linhas orientadoras do seu estilo de vida e quotidiano. Todos temos noção de que o futuro tem de ser mais sustentável, mas o presente também já o é. As pessoas procuram produtos e serviços “amigos do ambiente” e as empresas estão a adaptar as suas estratégias, para corresponder a estas mesmas necessidades. Ou seja, sendo a sustentabilidade um critério cada vez mais importante para os consumidores, as empresas sentem a necessidade de se moldar. Portanto, o sector empresarial tem vindo a adotar medidas, com o propósito de promover a sustentabilidade das empresas, enquanto diminui o impacto da sua atividade produtiva no planeta e, ao mesmo tempo, acompanha a evolução tecnológica, para que seja possível continuar a inovar. A eficiência energética e a descarbonização são algumas das ações adotadas pelas empresas, com o intuito de diminuir a sua pegada carbónica. Neste sentido, os objetivos primordiais das empresas, na atualidade, passam por aliar os conceitos de inovação, sustentabilidade e eficiência energética. Algo que é necessário, porque permite preservar o meio ambiente e, em simultâneo, fazer com que a empresa cresça no mercado. A seguir, fique a conhecer algumas das empresas que estão a caminhar em direção a um futuro mais sustentável e a dar grandes passos na inovação.

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PORTUGAL + SUSTENTÁVEL | VOLT-E

UM PASSO À FRENTE NA MOBILIDADE ELÉTRICA Tratando-se de uma empresa com uma forte missão ecológica, a Volt-e tem disponibilizado soluções para o carregamento de veículos elétricos. Em entrevista, Júnior Braga (CEO), fala-nos sobre o mais recente investimento da empresa. Recuemos a 2018, ano em que tudo começou. Porque decidiu criar a sua própria empresa e num ramo tão diferenciador como a mobilidade elétrica? O grande impulso para a criação da Volt-e foram as dificuldades sentidas após a reconversão da frota da empresa têxtil do meu pai, por veículos 100% elétricos. Com esta adaptação, surge uma lacuna importante: o carregamento. Era necessário criar soluções que permitissem uma autonomização face às escassas ofertas de carregamento, até então pouco preparadas para dar resposta a frotas totalmente elétricas. O facto de se tratarem de veículos com caraterísticas completamente distintas entre si, fez com que eu percebesse a importância do desenvolvimento de produtos adaptados às caraterísticas de cada veículo e às necessidades do seu utilizador. Em paralelo com a Volt-e lancei também, em simultâneo, uma empresa TVDE com veículos 100% elétricos. A Volt-e tem sido um verdadeiro exemplo no que concerne à preocupação com o meio ambiente e, por isso, dispõe de uma variedade de soluções para a automatização dos veículos elétricos. Explique em que consistem cada uma delas. A ideia passa por perceber as necessidades de quem compra um veículo elétrico, seja para uso pessoal, ou profissional, e encontrar a resposta certa, com opções de carregamento mais rápido, para

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locais em que o tempo de permanência seja de curta duração, como um parque de um centro comercial, ou situações em que o carregamento possa acontecer de forma mais lenta, como por exemplo parques de escritórios, habitações, condomínios, entre outros. Lançámos, por exemplo, um carregador doméstico para instalação nas habitações, com integração à rede Mobi-e, de forma a que a energia consumida nos carregamentos das viaturas elétricas possa ser imputada às empresas. Já fizemos chegar ao mercado as mais diversas soluções de carregamento em carga DC de baixa e alta potência para empresas, frotas e rede pública. O caminho passa por continuar a acompanhar a transição elétrica com soluções adaptadas às novas dinâmicas de mobilidade das empresas e consumidores. Podemos dizer que a Volt-e tem ao seu serviço uma equipa altamente qualificada, que garante o apoio e acompanhamento necessário, bem como a instalação, ligação e operação dos equipamentos? A aposta na inovação e nas novas tecnologias, é também uma das vossas maiores preocupações? Os nossos valores são a flexibilidade, eficácia e rapidez, na linha da frente de um mercado exigente e competitivo, onde as novidades surgem ao ritmo do pensamento. Desde o desenvolvimento de software e produto, avaliação,


manutenção, instalação e área comercial, na Volt-e há sobretudo o aconselhamento, a formação e a proximidade em cada uma das diferentes etapas. A mobilidade elétrica e a energia verde estão a revolucionar o mundo e os sistemas inteligentes, sustentáveis e amigos do ambiente que a Volt-e tem desenvolvido estão a acompanhar essa mudança de paradigma. Exportámos, recentemente, a primeira estação de carregamento rápida, alimentada por painéis solares no The Scientific Center Kuwait, centro de educação ambiental de referência na região do Golfo Pérsico. Sabemos que investiram, recentemente, numa unidade de produção de máquinas de produção de almofadas de ar em plástico 100% reciclável. Porque é que decidiram dar este passo e investir numa nova área de negócio? Sendo uma empresa com forte missão ecológica, temos como ambição incentivar as empresas e os empresários a tomarem decisões conscientes. Com o aumento exponencial do e-commerce, a Volt-e evoluiu para uma nova área de negócio dentro do grupo: uma unidade de produção com almofadas de ar em plástico 100% reciclável. As máquinas de enchimento de almofadas de ar, compostas por plástico 100% reciclável, vêm permitir economizar recursos e incentivar a reutilização, num mercado que, habitualmente, desperdiça quantidades desmedidas de plástico e papel para embalamento. A ideia passa por comercializar estas máquinas por todo o país, de forma a tornar as empresas cada vez mais autónomas e sustentáveis, produzindo o seu próprio embalamento e reutilizando-o sempre que possível. Acredita que o trabalho que tem sido desenvolvido pela Volt-e em matéria de sustentabilidade, poderá ser um exemplo a seguir pelas empresas a atuar no mercado nacional? A mobilidade das empresas está a mudar, mas ainda há muitas dúvidas e mitos, nomeadamente, a questão da autonomia de um elétrico. Importa mudar o ‘mindset’ e reinventar o conceito de ‘abastecimento’, criar infraestruturas, assim como novas soluções e serviços que descompliquem o dia a dia e tenham em conta as necessidades específicas de cada sector de atividade, rumo a uma mobilidade cada vez mais ecossustentável e autossuficiente. Reduzir a pegada ecológica deixou de ser uma opção, mas cada vez mais um dever cívico de todos e queremos estar ao lado das empresas neste caminho.

Júnior Braga, CEO

soluções de software inteligentes, em consonância com aquilo que é hoje a realidade da indústria 4.0 e da digitalização. Esta é uma área de evolução contínua, porque parar significa ficar para trás.

Onde vê a Volt-e daqui a cinco anos? Que projetos tem em vista para o futuro da empresa? Não escondemos o nosso orgulho por vermos todos os nossos estudos sobre mobilidade elétrica materializados numa empresa que hoje se assume como um dos principais players do sector. Hoje, as nossas soluções estão presentes em países como Espanha, Suíça, Irlanda, Itália, Alemanha, Brasil, República Dominicana, Kuwait e Dubai e a viagem segue rumo à meta da neutralidade carbónica. Trabalhamos diariamente no desenvolvimento de novas soluções. O facto de termos uma vasta gama de produtos no mercado e de trabalharmos com operadores de frota, empresas e clientes finais, permite-nos ter uma visão abrangente, acompanhar tendências e desenvolver

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PORTUGAL + SUSTENTÁVEL | ELETRIC MOVE

MOBILIDADE ELÉTRICA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO Equipa da Electric Move

Lídia Jácome e João Gonçalves, sócios-gerentes da Electric Move, garantem que a excelência na prestação de serviços e na apresentação de soluções têm sido determinantes para o sucesso da empresa. Explane o universo Electric Move, bem como os serviços que disponibilizam aos seus clientes. A Electric Move foi criada em 2018, com o objetivo de apresentar no seu portfólio de automóveis elétricos e híbridos plug-in, de serviço, seminovos e usados sempre com a máxima qualidade e garantia. Decidiu especializar-se nesta tipologia de automóveis e leva já mais de meio milhar de viaturas comercializadas e um volume de negócios em 2022 na casa dos dois dígitos de milhão. Somos especialistas nesta tipologia de automóveis e prestamos serviços de consultoria, intermediação e comercialização de veículos aos melhores preços do mercado nacional e europeu. A Electric Move leva muito a sério a relação com o cliente e as suas necessidades. Comprar uma viatura eléctrica obriga a uma análise conjunta entre as várias soluções existentes no mercado, as caraterísticas específicas de mobilidade do cliente, as suas necessidades diárias, a sua habitação e o seu agregado, sem descurar o seu orçamento ou a sua capacidade de financiamento. Com esta visão integrada obtemos rácios de satisfação de excelência, o que faz desta startup um dos mais importantes players nacionais neste mercado, com uma carteira de clientes e parceiros desde o Minho ao Algarve passando largamente pelas ilhas; uma rede de contactos em toda a Europa, um fator de franca diferenciação num negócio que na maior parte das vezes é gerido numa ótica local. Mais informações sobre este tipo de automóveis, contacte-nos. Podemos afirmar que uma das mais-valias da Electric Move é a relação preço/qualidade? Qual é a vossa área de atuação? Sim. A relação preço/qualidade foi e continua a ser uma variável importante neste negócio, apesar de já não ser uma

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variável determinante. A notoriedade da equipa, a excelência na prestação do serviço e na apresentação da solução, minimiza essa determinação e faz com que o cliente, na maior parte das vezes, perceba o valor do negócio na Electric Move e não o compare sequer, ou essa comparação aconteça normalmente apenas na análise da solução, vinculando e aproximando as partes para o negócio. Quanto à nossa área, apesar de sermos um player multimarca, focamos muito o nosso esforço em marcas como a BMW, Tesla, KIA, Hyundai, marcas com garantias dadas no mercado, com um excelente nível de desenvolvimento e uma relação preço/autonomia muito bem ajustada. Acredita que o futuro passará pela utilização dos veículos elétricos? Uma vez que falamos de futuro, onde vê a Electric Move daqui a cinco anos? Não só acreditamos que o futuro próximo será a massificação da mobilidade elétrica, como vemos que o presente já é a mobilidade elétrica. Falamos de uma representação ainda residual no mercado Europeu, mas com um nível de crescimento muito elevado. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, o número de viaturas elétricas mais que duplicou de 2019 para 2020, no mercado europeu. No relatório Global Electric Vehicle Outlook 2022, em 2021 já existiam 450 modelos de EV (Electric Vehicle) e PHEV´s (Híbrido Recarregável Plug-in), um crescimento de mais de 15% face a 2020. Em Portugal, o mercado por explorar é gigante. A ACAP (Associação Automóvel de Portugal) estima que circulem já mais de 150.000 Veículos EV e PHEV num universo de mais de cinco milhões de viaturas. Quanto ao futuro e à imagem da marca Electric Move acreditamos que daqui a cinco anos continue a ser uma marca de excelência, com um carisma e modelo de desenvolvimento muito próprio; com uma atuação nacional e internacional; um símbolo de referência, pioneira na comercialização de veículos elétricos e como tal dotada de uma rede de contactos e de clientes que a permitirá projetar novos horizontes e executar novos desafios.


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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO A liderança feminina ainda é um tema controverso, na medida em que se coloca em causa a contribuição das empresas para a igualdade de género. Ainda que a sociedade esteja a evoluir, comparativamente às décadas passadas, há algum caminho a percorrer. Não se trata apenas de entender que é necessário oferecer as mesmas oportunidades, quer aos profissionais do sexo feminino, quer aos do sexo masculino, com base no critério da meritocracia, mas sim de mudar a perspetiva e ter em atenção o potencial que as mulheres possuem, que contribui para uma cultura organizacional mais forte. Embora enfrentem alguns obstáculos, por vezes, para alcançar uma posição de chefia, as mulheres têm toda a capacidade técnica e intelectual para exercer um cargo de grande importância. Nas próximas páginas, pode conhecer algumas das mulheres que são um exemplo de esforço, dedicação e trabalho, e que, por esse motivo, se tornaram líderes e empresárias de sucesso.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | ÉLIA APOLO - ADVOGADOS

A BUSCA INCESSANTE PELA REALIZAÇÃO DE JUSTIÇA ditar que o nosso trabalho seja essencialmente focado no investimento estrangeiro. A advocacia de negócios é uma área de trabalho interessante. Temos contacto com pessoas das mais diversas nacionalidades, o que é enriquecedor a vários níveis. A necessidade de dar resposta a situações que não podem ser vistas só à luz da lei portuguesa, implica também o trabalho direto com escritórios de advogados de outros países, com realidades e perspetivas distintas da nossa.

Élia Apolo, Advogada

A equipa que compõe o escritório Élia Apolo - Advogados é constituída por 11 mulheres, a quem a fundadora reconhece características como a resiliência, a dedicação e o profissionalismo. Começando por falar sobre o percurso profissional da Élia, como é que surgiu o gosto e o interesse pela Advocacia? Criar o seu próprio escritório de advogados sempre esteve nos planos? O interesse pela advocacia surgiu de forma natural. Acho que sempre tive um grande sentido de justiça e comecei a ver na prática da advocacia a melhor forma de a concretizar. Esta busca pela realização da justiça é uma ótima motivação, que nos obriga a batalhar constantemente para estar à altura da dignidade da profissão. O gosto pela advocacia veio mais tarde, com o início da vida profissional. Sempre gostei de ter as “mãos na massa” e, logo no estágio, percebi que ia mesmo gostar disto. O ritmo da profissão tem tanto de desafiante como de motivador, e as particularidades de cada caso exigem uma rápida capacidade de adaptação e resposta. É uma profissão altamente estimulante, que implica estar constantemente presente, mas sempre com os olhos no futuro. Inicialmente, a ideia passava por fazer carreira integrada numa sociedade de advogados, o que acabou por não resultar por vários motivos. Optei por arriscar e, sozinha, abrir o meu próprio escritório - lembre-se, numa altura em que não era tão comum ter mulheres na linha da frente -, decisão de que muito me orgulho hoje. Hoje em dia, a nossa carteira de clientes inclui, tanto clientes nacionais, como internacionais, mas a localização do escritório, próximo de Vale do Lobo, Quinta do Lago e outras urbanizações, onde investem e residem muitos cidadãos estrangeiros, acaba por

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Com mais de 35 anos de experiência na área da Advocacia, de que forma descreve o seu percurso e que balanço é que faz da evolução na carreira, até ao momento? Tem sido um percurso extremamente desafiante, principalmente, tendo em conta o nível de entrega que a profissão exige, mas com um balanço francamente positivo. Em suma, e olhando em retrospetiva, não mudava nada. A incerteza, inerente ao início de uma carreira a solo, veio dar lugar à segurança na capacidade de análise e resolução de problemas que só a experiência e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos é capaz de trazer. Guardo algumas recordações de processos particularmente complicados, ao longo da minha carreira que se, por um lado, implicaram um período de esforço e trabalho acrescido, trouxeram, por outro, a certeza da paixão pela profissão. A título de exemplo, tenho muito presente um caso de compra de uma urbanização com cerca de 20 vendedores da mesma família, num contexto de séria desavença familiar, ou um outro, relativo à compra e posterior venda de uma urbanização num período de recessão profunda. A verdade é que o esforço tem compensado, mas é fruto de uma grande dedicação à carreira, muitas vezes em detrimento da vida familiar. Com duas filhas - que, por coincidência ou não, são também elas hoje advogadas -, este percurso só foi possível com o apoio que sempre tive em casa. Tem sido, também aqui, um ótimo trabalho de equipa!

“Talvez por isso a nossa equipa seja tão unida e haja um espírito de entreajuda tão característico. A equipa tem evoluído em conjunto, ao longo das últimas três décadas, e hoje tenho o privilégio de ter comigo uma equipa de trabalho altamente competente, com profissionais excelentes”


ÉLIA APOLO - ADVOGADOS | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

O escritório é composto por uma equipa de 11 mulheres, entre advogadas e administrativas. Como é que caracteriza o grupo e quais as vantagens de trabalhar só com mulheres? A circunstância de termos uma equipa 100% feminina não é de modo algum propositada, mas talvez um feliz fruto do acaso. Neste momento, somos uma máquina bem oleada, composta por onze elementos, com quatro advogadas, uma solicitadora e seis administrativas. As mulheres são guerreiras. Para além de profissionais, são mulheres, mães, irmãs e filhas e têm, em cada fase das suas vidas, que conjugar o trabalho com o apoio a diferentes membros da família, já que, na maioria das vezes, esse trabalho e responsabilidade recai ainda sobre elas. Esta realidade molda, inevitavelmente, o carácter da mulher, que mais facilmente compreende as necessidades das outras. Talvez por isso a nossa equipa seja tão unida e haja um espírito de entreajuda tão característico. A equipa tem evoluído, em conjunto, ao longo das últimas três décadas, e hoje tenho o privilégio de ter comigo uma equipa de trabalho altamente competente, com profissionais excelentes, resilientes e dedicadas que proporcionam um ambiente de trabalho ímpar. Considera que as mulheres possuem características diferenciadoras e fundamentais para o mundo dos negócios? Quais é que são essenciais para a o sector do Direito? Não diria que as mulheres têm, inerentemente, características diferenciadoras e fundamentais para o mundo dos negócios, que os homens não têm. Como bem sabemos, há profissionais mais ou menos competentes em todas as profissões e independentemente do sexo. Dito isto, as mulheres talvez tenham uma natureza mais intuitiva e empática, que pode significar uma grande vantagem no mundo dos negócios e, certamente, no mundo do Direito. O objetivo da sua equipa é prestar um acompanhamento jurídico rigoroso e personalizado em diversas áreas do Direito. Na prática, que tipo de serviços e soluções disponibilizam? Como referi acima, trabalhamos essencialmente com

investimento estrangeiro. Este mercado implica um apoio maior e mais personalizado aos clientes que, não sendo nacionais, desconhecem a nossa realidade e dependem muito mais de nós do que os clientes nacionais. É toda uma relação de confiança que temos que estabelecer e manter com o cliente, que com frequência recorre a nós quando tem qualquer problema ou dúvida, num país que não é o seu. No que diz respeito ao tipo de trabalho, acompanhamos os mais variados investimentos residenciais e comerciais, representando tanto clientes que estão a adquirir, arrendar ou vender um pequeno apartamento para férias, como investidores que adquirem ou vendem, lojas, lotes, hotéis, restaurantes, urbanizações ou até, por exemplo, licenças emitidas pela Direção Geral de Energia, para injeção de potência na rede pública elétrica a partir de centrais fotovoltaicas. Paralelamente, apoiamos os clientes na implementação ou compra de negócios já existentes e, posteriormente, no funcionamento das empresas que os exploram e eventualmente vendem. Dedicamo-nos, essencialmente, ao direito imobiliário e comercial, mas temos uma vasta experiência na resposta a temas de direito do trabalho, imigração, família e sucessões, porque o nosso mercado assim o exige. Futuramente, que planos tem em mente para o escritório Élia Apolo Advogados? O escritório tem vindo a desenvolver-se numa ótica de crescimento contínuo, mantendo sempre os olhos no futuro. A nossa equipa continua a crescer e tem beneficiado da entrada de pessoas jovens, com ideias refrescantes e a forte ambição de fazer cada vez mais e melhor - entre elas, a minha filha mais velha, com quem tenho o maior gosto em trabalhar. A expectativa é que, nos próximos anos, haja uma expansão gradual do escritório, nomeadamente a nível de especialização, em diferentes áreas de Direito e consolidação da prática das áreas já existentes, mantendo o nível na prestação de serviços a que os nossos clientes já estão habituados.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | EVERSHEDS SUTHERLAND FCB

“TENHO MUITO ORGULHO NO PERCURSO PROFISSIONAL QUE CONSEGUI TRILHAR”

Inês Albuquerque e Castro, Sócia e Coordenadora

Inês Albuquerque e Castro está na empresa Eversheds Sutherland FCB desde 2015 e, atualmente, coordena o Departamento de Direito Laboral e da Segurança Social. Em entrevista à Revista Business Portugal, falou sobre o percurso profissional e sobre os planos para o futuro.

A Inês tem mais de 20 anos de experiência na área Laboral e da Segurança Social, e presta Assessoria aos Departamentos Jurídicos e de Recursos Humanos de várias empresas. Como é que surgiu o interesse por estas áreas? Quais os maiores desafios de coordenar o Departamento de Direito Laboral e da Segurança Social? Recém-licenciada (e, provavelmente, influenciada pelas séries e filmes americanos), a minha convicção era a de que a área Criminal seria aquela que me iria enriquecer. Rapidamente me apercebi que a realidade (quer motivacional, quer do mercado) era outra e o meu estágio foi-me “empurrando” para a área Laboral, que abracei com entusiasmo e que se mostrou ter sido uma aposta ganha. O maior desafio de quem se dedica a esta área é, definitivamente, a vertente da gestão pessoal e emocional, envolvida nos temas que os clientes nos trazem. A Advocacia Laboral vai para

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além da vertente legal pura e dura, pois abrange sempre pessoas e a vida profissional e pessoal de cada um. Como tal, um advogado laboral não é um profissional que possa, simplesmente, dar uma opinião jurídica, ainda que simples, prática e adequada às necessidades do cliente. Um advogado laboral só consegue ser bem-sucedido, se antecipar a reação das pessoas a quem a decisão empresarial afeta, encontrando um equilíbrio entre a solução legal e a expectativa das pessoas a quem a decisão pode impactar. A coordenação de um Departamento Laboral não se afasta desta preocupação fundamental, pois é necessário que todos estejamos alinhados com estes desafios, num espírito de equipa interna e externa, formada de mãos dadas com os nossos clientes. De que forma descreve o seu percurso e que que significado tem a evolução na carreira e o sucesso, no meio em que se insere? Tenho muito orgulho no percurso profissional que consegui


EVERSHEDS SUTHERLAND FCB | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

trilhar, e tive o privilégio de o ter conseguido, cruzando-me com pessoas brilhantes que me enriqueceram, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Tive a oportunidade e a sorte de o meu caminho ter passado por sociedades de renome no nosso mercado e de, mais tarde, ter recebido o honroso convite para integrar a então FCB, hoje Eversheds, a que tento, todos os dias, humildemente corresponder. Este reconhecimento não é indissociável do facto de o ter feito no mercado da advocacia, ainda essencialmente marcado por uma presença masculina e no qual as mulheres têm vindo a conquistar as suas posições. Isto dá-me, no entanto, um, ainda maior, sentido de responsabilidade e espírito de missão no que faço todos os dias. Acredita que as mulheres possuem características diferenciadoras e fundamentais para o mundo dos negócios? Quais é que são fundamentais para a área do Direito? Acredito que a diversidade, que tanto se tem vindo a discutir no mundo empresarial, é uma ponte necessária para a criação de soluções e ideias mais adaptadas ao contexto geral do mercado, do trabalho e da prestação de serviços. A diversidade tem ínsita uma abordagem sob diferentes mindsets, o que, no trabalho em equipa focado num mesmo objetivo, permite resultados mais eficientes e com maior qualidade. A advocacia não é exceção a essa lógica, pelo que entendo que a diversidade neste sector representa também um valor acrescentado e um caminho necessário para atingir um elevado grau e nível de qualidade, na prestação de serviços para os nossos clientes. No entanto, a verdade é que a assimilação desta paridade, ao nível executivo e no mundo dos negócios, ainda está em fase de construção, na medida em que uma sociedade com características conservadoras tende a continuar a colocar a mulher num plano diverso e mais ligado à família, obrigando-a a seguir carreiras alternativas.

“Tive a oportunidade e a sorte de o meu caminho ter passado por sociedades de renome no nosso mercado e de, mais tarde, ter recebido o honroso convite para integrar a então FCB, hoje Eversheds, a que tento, todos os dias, humildemente corresponder”

Quer a nível pessoal, quer profissional, como se vê daqui a cinco anos? Estou certa de que o mercado da advocacia se vai transformar com a evolução das tecnologias e com os novos desafios sociais e ambientais, e é nele que viveremos daqui a cinco anos. Esse contexto vai-nos trazer mais desafios e uma concorrência mais aguçada, que teremos de ser capazes de atingir. Fazer sempre mais e melhor será ainda mais fácil neste contexto, desde que nos consigamos adaptar e reinventar, para servir um cliente mais exigente na procura de qualidade, criatividade e eficiência. Ao mesmo tempo, daqui a cinco anos, espero poder estar a construir um legado que permita sucessores e que os mesmos beneficiem do que também eu fui recolhendo como ensinamentos.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | FILORGA

“O DIREITO É O MEU CORPO E A MINHA ALMA” Helena Neves nasceu no Rio de Janeiro e, desde cedo, era apaixonada pelo Direito. Começou por exercer no Brasil, mas o destino trouxe-a até Portugal, onde, para além de Advogada é Investigadora Integrada no Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov). para alguém, desejava ter o meu próprio escritório. No meu trabalho, seja ele qual for, a ética e a lealdade são valores fundamentais. Fazer justiça segundo a verdade comprovada é o pilar que sustenta todas as nossas ações, no nosso escritório. Presto consultoria para adquirir vistos em Portugal, processos de cidadania portuguesa, aprovação de sentença estrangeira de divórcio, união estável, adoção, direito de família, violência doméstica. No fundo, todos os serviços relativos ao Direito Luso-Brasileiro.

Helena Neves, Advogada

A Helena licenciou-se em Direito, no Brasil. Como é que se começou a interessar pela advocacia? Em que momento da sua vida surge a oportunidade de vir para Portugal? Desde criança que o Direito me atrai. Na escola, eu era sempre chamada para defender os colegas, em caso de uma injustiça qualquer. Eu agia de forma investigativa, queria conhecer todos os lados envolvidos nas situações, construía uma argumentação consistente, baseada em factos, e apresentava uma solução para o problema. Sempre tive um espírito conciliador e, ao mesmo tempo, combatente, fundamental para quem quer seguir a carreira de Direito. Assim, o meu dom para a Advocacia foi-se desenvolvendo. Quando chegou o momento de escolher o curso universitário, não tive dúvidas. Após a licenciatura, fiz o exame da Ordem dos Advogados, no Brasil, e fui aprovada com nota máxima. Tudo parecia correr bem quando, em 2014, perdi a minha mãe. Foi um processo longo, de muita dor e sofrimento e, em 2016, sem ainda ter recuperado do primeiro luto, a minha avó deixou-nos também. Paralelamente, a violência explodia no Rio de Janeiro, a minha cidade natal, e a vida parecia insustentável. Sentia-me mergulhada na tristeza e no medo. Eu lecionava no Brasil, mas precisava de fazer o Doutoramento. Então, estudei muito e fui aprovada para o Doutoramento na UMinho. Foi essa aprovação que me trouxe, com o meu marido e as nossas filhas, para Braga. Abrir o seu próprio escritório de advocacia sempre foi um objetivo? Quais os valores que caracterizam a sua atuação no mercado? Que serviços disponibiliza aos clientes? Quando ingressei na faculdade, em 1995, estagiei no Depósito Público, que tinha uma pareceria com a Universidade e, com isso, consegui uma bolsa integral de estudos. Cheguei a ter três estágios simultaneamente. Um deles, foi num escritório e, com ele, consegui comprar meu primeiro carro. Portanto, eu não me via a trabalhar Avenida Central, 83 / sala 37 Galeria Lafayete, Centro 4710-228 Braga 253 110 331 930 656 629 www.helenanevesadvocacia.pt helenapneves@hotmail.com

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Como é que avalia o desempenho da advocacia portuguesa, relativamente à brasileira? Porque é que decidiu exercer a profissão em Portugal? Há uma diferença muito grande entre a advocacia brasileira e a portuguesa. Ao contabilizar o número de brasileiros em litígio, verifica-se que há muitas demandas para a ação de um advogado. Aqui, as demandas são ínfimas, uma vez que Portugal, e a Europa em si, não têm a cultura da judicialização dos conflitos de interesse, por isso são poucos os processos. Esse fator levou-me para a área da nacionalidade, que é administrativa. Aqui, procura-se uma alternativa para a solução de conflitos. Seria impossível não ser advogada, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo onde eu estivesse, porque amo a minha profissão. O Direito é o meu corpo e a minha alma. Que características definem a Helena Neves enquanto mulher e profissional? Sou uma mulher valente, que olha para os desafios como uma possibilidade de superação. Gosto de desfrutar da vida e ter tempo livre com o meu marido e as nossas filhas. Nesse sentido, sacrifico alguns negócios para, aos finais de semana, termos tempo de qualidade juntos. Viajamos em família e, por vezes, eu e o meu marido encontramos algum tempo só para os dois. Enquanto profissional, procuro entender as necessidades dos clientes, ouvi-los, colocando-os a par de como funcionam os processos. Procuro acompanhar os processos pessoalmente e mantenho os clientes informados de cada passo. Não recuso causas difíceis, desde que, judicialmente, a verdade dos factos tenha como prevalecer a nosso favor.


INTELCIA

SENTIDO DE JUSTIÇA

Rita Paula Mendes, em entrevista à Business Portugal, aponta a resiliência, o trabalho e a confiança como características essenciais para a construção de uma carreira de sucesso, nomeadamente no mundo da advocacia. Rita Paula Mendes, Advogada

Explane o seu passado profissional. Porque razão decidiu, em 2011, fundar o escritório? Com que propósito? Apesar da história familiar estar distante do Direito, lembro-me de vários episódios que, de alguma forma, foram prenunciadores da minha futura atividade profissional. A forma como me posicionava e argumentava em favor, ou desfavor, de diversas causas e acontecimentos, já indiciavam que a advocacia viria a ser o meu futuro. Como tal, a escolha do curso de Direito surge de uma forma muito natural. O início de carreira, nomeadamente no estágio profissional, foi marcado por uma aprendizagem exigente e bastante frutífera que impulsionou a vontade de fundar o meu próprio escritório. O desejo de fazer acontecer, de responder aos problemas das pessoas, de fazer dentro daquilo que está ao meu alcance - com que a justiça seja feita de uma forma mais célere e eficaz, foram o leitmotiv para o início do meu próprio escritório. Neste momento, quais é que são as áreas em que atuam? Que valores caracterizam a equipa do escritório? Os desafios e mudanças constantes, fruto dos tempos que vivemos, fez com que o escritório, ao longo dos anos, evoluísse no sentido de acompanhar essas mesmas mudanças. As novas formas de trabalho, a facilidade da mobilidade, entre outros, exigiram respostas em várias áreas do Direito, até então bastante menos solicitadas. O imobiliário, a imigração, as novas formas de trabalho e de organização familiar, a transferência de capitais, entre outras, são áreas com que o escritório tem lidado diariamente. Todas estas práticas, num mundo global como é o de hoje, exigem uma postura bastante mais exigente na forma como nos posicionamos perante os clientes. Acredita que as mulheres possuem características que podem ser extremamente importantes na liderança de uma empresa? Nos últimos anos, o aumento da presença de mulheres em lugares de destaque e liderança, na área do Direito, é uma evidência. Apesar de o caminho a percorrer ainda ser longo, é evidente a

qualidade e competência que esta presença trouxe nas mais variadas áreas. Existe, porém, inexplicavelmente, um enorme atraso civilizacional na forma como direitos básicos das mulheres não são, ainda, consagrados na prática da advocacia. A forma como (não) são tratadas questões como a maternidade ou apoio aos filhos, só para dar dois exemplos, é típico de sociedades da primeira metade do século passado. É urgente corrigir estas situações. Onde se vê daqui a cinco anos e que palavras gostava de dirigir às mulheres que veem em si e no seu percurso profissional, um modelo a seguir? Para o futuro, pretende continuar a apostar no mercado internacional? Estou a desenvolver novos projetos profissionais, a abraçar novas áreas e a dar continuidade ao crescimento sustentado do escritório. Este é o principal desígnio para os próximos anos. Neste aspeto, a continuidade e a expansão das parcerias com escritórios de outras geografias, desempenham um papel fundamental no cumprimento desse objetivo e dos novos projetos. Às jovens advogadas que no início de carreira ponderam abrir o seu próprio escritório, além de expressar a minha total solidariedade, quero passar a mensagem de que a chave do sucesso é a resiliência, o trabalho e a confiança de que um dia serão reconhecidas!

No segundo semestre de 2022, cerca de uma década após a abertura do escritório, foi alterada a forma como se apresentam no mercado, com a apresentação da nova imagem digital.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | ISABEL RICHMOND

UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA Isabel Richmond é CEO e Decoradora. Criou a sua empresa em 2021, um projeto com o objetivo de prestar serviços na área da decoração de interiores, restauro de imóveis e remodelação de espaços. Em entrevista, conta que, com esforço e determinação, “tudo é possível”, independentemente das adversidades. O percurso profissional Isabel Richmond sempre teve um gosto especial pela área da decoração. Ainda assim, formou-se em economia, por considerar que seria o curso adequado para dar seguimento ao trabalho do pai, na empresa da família, ligada ao sector mobiliário. Enquanto estudava, passava as férias escolares e universitárias a traIsabel Richmond, CEO balhar no atendimento ao público e, quando termina a licenciatura, começa a trabalhar na loja que pertencia à empresa. Nesta loja, opta por se encarregar do trabalho de decoração e, posteriormente, assume a gestão da equipa de vendas, de clientes, encomendas, e de todo o processo inerente a estas tarefas, desde a venda à execução, controlo do fabrico e distribuição. Mais tarde, passa a gerir também o atelier de costura da empresa, no qual trabalhava em coordenação com as costureiras, o que contribuiu para que começasse a perceber e interessar-se mais sobre esse mundo, nomeadamente, sobre mediação de tecidos e orientação na secção de estofos. Arriscar num novo negócio Posteriormente, já com um leque alargado de conhecimentos e experiência na área da decoração, acaba por sair da empresa de família, ao fim de 27 anos, devido à conjuntura económica pós-Covid-19. Estava em casa, desempregada, e considerou que seria o momento ideal para criar o seu próprio emprego. Com a orientação e acompanhamento do IEFP, ao disponibilizar profissionais da área, desenvolveu o seu Plano de Negócio e, mal este foi aceite, “pôs mãos à obra”. Fundou a empresa em novembro de 2021. Decidiu alargar o tipo de serviços que considerou essencial prestar ao cliente e, por isso, além da venda de móveis e artigos de jardim, começou a oferecer soluções na área de restauro de mobiliário de interiores e exteriores. Para além disso, desde sempre que considerava que “havia uma lacuna no mercado da decoração, por parte dos clientes, em relação ao paisagismo”. Isabel analisava que, muitas vezes, existia uma desconexão nos jardins dos clientes, ou não existia qualquer envolvimento entre os elementos de decoração e as plantas. Aspetos que, para a mesma, poderiam ser

R. Eng. Ferreira Dias 161 915 809 887 isabelrichmond@irinteriores.pt www.irinteriores.pt

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melhorados. A decoradora decide, então, incluir essa vertente no seu negócio, o que exigiu formação na área e uma pesquisa intensiva sobre o assunto, concretizando-se numa mais-valia para a empresa. Os projetos Neste momento, Isabel pretende investir num “nicho” de mercado, que engloba “as pessoas com menos disponibilidade para tratar da gestão decorativa das suas casas, normalmente por sobrecarga profissional, e que, por isso, necessitam de um consultor que assuma essa mesma gestão”. A empresária oferece esse tipo de serviços aos clientes, considerando que é um trabalho útil e importante. “É essencial estarmos presentes para os clientes e atentos à satisfação das suas necessidades”, afirma. Isabel acrescenta, ainda, que “a casa de cada um é um espaço adequado a cada função, que se complementam em harmonia. Este sentimento genuíno de proporcionar a existência de ambientes confortáveis, acrescidos de utilidade, fornece a cada lar a unicidade de vida das pessoas que nele habitam.” Dos projetos que já realizou, desde que criou a empresa, Isabel Richmond destaca o restauro dos toldos exteriores do restaurante “Antiqvvm”, no Porto. Esta confessa que foi um trabalho “aliciante e desafiante”, pelo facto de este estar presente num monumento antigo e de ter muita história na cidade invicta. “Foi imprescindível ter em conta todos os pormenores, materiais e manuseamento, para manter a identidade do imóvel. No final, ficou tudo perfeito, e o cliente muito satisfeito, o que me deixa imensamente feliz”, confessa. O cunho feminino nos negócios Isabel Richmond acredita que, com a evolução do tempo e das mentalidades, as mulheres podem destacar-se no meio dos negócios, nomeadamente, na área da Decoração. Esta considera que as mulheres têm “uma garra e uma sensibilidade profunda, aliadas à racionalidade”, que são uma mais-valia para uma empresa e para as pessoas que beneficiam dos serviços prestados. A empresária deixa, ainda, algumas palavras para as mulheres que ambicionam uma carreira de sucesso neste mercado: “É sempre tempo de concretizar os sonhos, porque estes tornam-se realidade. E é importante e imprescindível manterem o foco nos objetivos, com perseverança, persistência e determinação.” O futuro Daqui a cinco anos, imagina-se com ainda mais sucesso e com a possibilidade de ajudar mais pessoas empreendedoras a entrarem no mercado. Isabel quer ser um apoio para aqueles que, tal como ela, fundaram um negócio mais tarde, transmitir-lhes coragem e o pensamento de que é possível serem bem-sucedidos. Esta considera que, dessa forma, deixam um legado às gerações futuras, partilhando o padrão de valores profissionais, ao acrescentar valor à vida das pessoas.


LINKS REAL ESTATE | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

“QUERO SER VISTA COMO UMA EXCELENTE PROFISSIONAL” e honesto, quer com os clientes, quer ao nível dos parceiros. O profissionalismo e o reconhecimento são também características a ter em conta. Este último é muito importante uma vez que a maioria dos clientes que chegam até mim (cerca de 70%), foram recomendados por clientes anteriores. Quando isto acontece, é sinal que as pessoas ficam satisfeitas com o meu trabalho. Que significado têm para si os sucessos profissionais e a evolução na sua carreira? Que balanço é que faz do seu percurso até agora? Tenho vindo a crescer bastante a nível profissional. Antigamente as pessoas procuravam casas entre 100 e 150 mil euros. Hoje, já trabalho com clientes que se interessam por imóveis com valores até aos 700 mil. Estamos a falar de um patamar bastante elevado e não é fácil trabalhar a este nível, nomeadamente na região da Madeira, onde existe muita concorrência. É preciso entender as necessidades do cliente e adaptarmo-nos a ele e às suas necessidades. Só dessa forma é que conseguimos fazer um bom trabalho e evoluir constantemente. O balanço que faço é muito positivo. Todos os anos, dia 1 de janeiro, eu traço os meus objetivos e pratico essa rotina de três em três meses. Até agora, tenho conseguido cumprir.

Carla Gouveia, Consultora Imobiliária

Licenciada em Psicologia, acabou por enveredar pelo mercado imobiliário. Com alguns anos de carreira neste sector, Carla Gouveia confessa ser uma mulher realizada, apaixonada pelo seu trabalho. Começando por falar do percurso profissional da Carla, o que a fez abraçar o desafio de entrar no mercado imobiliário? Eu licenciei-me em Psicologia, na vertente criminal. No entanto, na região da Madeira (onde eu vivo), essa não é uma área que ofereça muitas oportunidades. A dada altura, recebi um convite para trabalhar na Century 21. Numa fase inicial achei que não seria capaz por não ter as competências necessárias de uma vendedora ou comercial, mas estava enganada. Comecei por fazer algumas formações e, logo no primeiro mês, concretizei uma venda, o que me deu mais motivação para continuar. Passei ainda por outras empresas, até ingressar na Links Real Estate, onde me encontro há quatro anos. Neste ramo, sinto que estou constantemente a evoluir e a aprender coisas novas, o que me permite ser melhor no meu trabalho. Além disso, aprecio o facto de termos o nosso próprio horário e podermos ganhar aquilo que queremos, dependendo, para isso, apenas da meritocracia. Quanto a mim, posso dizer que todos os dias dou o meu melhor no sentido de ser vista como uma excelente profissional. Quais os valores que norteiam a sua atuação? Que características deve ter um bom consultor imobiliário? Na minha opinião, um bom consultor imobiliário deve ser pontual

Acredita que o cunho feminino traz algo de novo e diferenciador às empresas, nomeadamente no sector imobiliário? Que palavras dirigia às mulheres que possam ter o objetivo de também construir uma carreira de sucesso nesta área? Eu acredito que sim. Costumo dizer que as mulheres têm uma maior capacidade para lidar com a emoção, e conseguem transmitir uma certa calma aos clientes, que ficam mais seguros. Os homens têm um sentido mais prático, e as mulheres têm uma vertente mais sensível, o que é bom no mercado imobiliário, porque cativa as pessoas. O que eu diria às mulheres era para não desistirem dos seus sonhos. Esta não é uma profissão fácil, é cansativa, mas devem lutar sempre para alcançarem os seus objetivos.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | CECOA

passámos de colegas a amigas. Fizemos viagens juntas, partilhámos experiências e a cumplicidade que nos unia, aliada ao facto de ambas termos o sonho de construir o nosso próprio negócio, fez com que este se tornasse realidade. Porquê no ramo imobiliário? Porque, por experiência própria, sentimos que existia uma lacuna no mercado, uma empresa que tivesse o foco no cliente comprador, em prestar um serviço personalizado e exclusivo para quem precisa de comprar. Estávamos à procura de casa e em cada imóvel que visitávamos, encontrámos um consultor diferente, que defendia os interesses do proprietário. Aqui, sentimos a necessidade de ter apenas um consultor, focado na nossa pesquisa, que defendesse os nossos interesses e nos acompanhasse em todo o processo. As mulheres são realmente seres incríveis, com uma capacidade de se adaptarem a qualquer situação e fazer várias tarefas em simultâneo. Para além de empresárias, somos mulheres, mães, esposas, donas de casa, temos hobbies e continuamos a investir na nossa formação. Tem de existir uma cooperação entre as mulheres, pois só nós nos compreendemos umas às outras, só nós sabemos como é difícil ser mulher nos dias de hoje. Somos mulheres empoderadas e muito longe das de antigamente, que ficavam em casa a tomar conta dos filhos e da casa. Atualmente, as mulheres trabalham tanto ou mais, ganham tanto ou mais dinheiro, têm tanto ou mais sucesso que os homens. A grande maioria tem mais responsabilidades em casa e com os filhos e ainda consegue cuidar de si mesma. Claro que as mulheres se devem ajudar, não há ninguém melhor que nos compreenda. Liliana Martins e Ana Borges, Fundadoras

“QUEREMOS MARCAR A VIDA DAS PESSOAS” Ana Borges e Liliana Martins validam a ideia de que as mulheres, quando se unem, são muito mais fortes. De colegas de trabalho, passaram a amigas e, juntas, criaram a WeFind4U, a primeira agência em Portugal no serviço de cliente comprador. WeFind4U é o nome do projeto que juntou duas colegas com a mesma ambição: a de criar o seu próprio negócio. Explique o porquê desta união e também o que vos motivou a optar pelo ramo imobiliário. A concretização deste projeto é a prova de que deve existir entreajuda e cooperação entre as mulheres? Começámos por ser colegas numa multinacional e, rapidamente,

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Falamos da primeira agência em Portugal no serviço de cliente comprador. Este é o principal fator distintivo da vossa empresa? Existem outros? O principal fator que nos distingue é realmente o foco no cliente comprador, com quem trabalhamos em exclusivo. No entanto, vamos muito para além disso. A forte relação que criamos com o cliente, a transparência e a confiança, faz com que o processo seja mais simples, o cliente fique satisfeito e recomende o nosso serviço. O cliente comprador é um cliente muito mais emocional e, por esse motivo, valoriza muito mais o serviço de excelência, sem nunca esquecer a relação de proximidade, que muitas vezes passa para uma relação de amizade. O nosso serviço é completo desde a fase inicial, onde fazemos a viabilidade financeira e a respetiva aprovação bancária. Somos Intermediárias de Crédito, autorizadas pelo Banco de Portugal. Em conjunto com o cliente, escolhemos a melhor opção de crédito Habitação, iniciamos as pesquisas, agendamos um dia de visitas e ajudamos o cliente a selecionar e negociar a melhor opção. Depois de escolhido o imóvel certo, tratamos de toda a burocracia até à escritura


WEFIND4U | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

e pós escritura. Somos também agentes de seguros, por isso, conseguimos proporcionar aos nossos clientes uma poupança significativa nos seguros obrigatórios para o Crédito Habitação e também em outros seguros do ramo vida e não vida. Temos ainda uma parceria, em que o cliente não precisa de se preocupar em tratar dos serviços de água, gás, energia e telecomunicações, a empresa parceira trata de tudo. O objetivo é ter um serviço 360 e proporcionar uma experiência inesquecível no seu processo de compra de casa. Queremos deixar a marca na vida das pessoas e ajudar os outros é, sem dúvida, a melhor recompensa que podemos ter. Como é que conseguem gerir o tempo entre a vida pessoal, profissional e social? Que palavras gostariam de deixar às mulheres que veem nos vossos trajetos profissionais, um exemplo a seguir? Existe tempo para tudo, desde que haja a motivação certa, disciplina e, acima de tudo, paixão. Trabalhamos muito, mas conseguimos fazer uma boa gestão do nosso tempo e, por isso, continuamos a fazer formação sempre que conseguimos, passamos tempo com a família, amigos, fazemos desporto e ainda fazemos tarefas domésticas. Acima de tudo, somos seres humanos e se não nos sentirmos bem a nível pessoal, isso vai influenciar o nosso trabalho e vice-versa. O equilíbrio e a disciplina são a peça fundamental para conseguirmos fazer tudo e mais qualquer coisa.

Somos muito felizes e agradecidas pelo percurso que temos vindo a desenvolver, mas isso não significa que tenha sido fácil. Iniciámos o nosso negócio há quatro anos, na garagem da nossa casa, sem termos experiência no ramo imobiliário. Começámos do zero e aprendemos no terreno. Uma de nós tinha uma menina pequena e a outra engravidou, fomos burladas no início da empresa em 30.000,00€ e passámos por uma pandemia que nos obrigou a ir para casa trabalhar com as nossas filhas. Enfrentámos sempre os desafios com atitude positiva, nunca desistimos e sempre acreditámos que iríamos ter sucesso, só dependia de nós. Hoje estamos numa loja com cerca de 200m2, a equipa de staff já conta com seis pessoas e temos cerca de 20 FINDERS. Nunca desistam dos vossos sonhos, nós mulheres somos capazes de fazer tudo aquilo a que nos propomos. Os desafios existem para nos fazer crescer, aprender e tornarmo-nos melhores, pessoal e profissionalmente. Que planos têm em mente para o futuro, a título pessoal e também no que diz respeito à empresa? Queremos continuar a crescer, a ajudar mais famílias a comprar, vender ou trocar de casa e, sem dúvida, aumentar a nossa equipa de FINDERS de forma consistente. A médio prazo, vamos fazer um investimento considerável no desenvolvimento de um CRM próprio, queremos dinamizar o departamento dos Seguros e, a longo prazo, franchisar a marca.

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Paula Perfeito, Presidente

PWN LISBON: UMA REFERÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA LIDERANÇA A licenciatura em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, o estágio na TVI como prémio para o melhor aluno da licenciatura e o mestrado em Ciências da Comunicação, também pela Católica, representaram para Paula Perfeito experiências estruturantes e muito gratificantes de aprendizagem curricular e profissional e desenvolvimento humano. Hoje, entre outras funções, é Presidente da PWN Lisbon, comunidade internacional vocacionada para o desenvolvimento da liderança e do talento, com foco na diversidade e igualdade de oportunidades e que, no próximo dia 17 de novembro, celebra o momento mais nobre do ano, o seu encontro anual - PWN Lisbon Dream Day. Enquanto Presidente da PWN Lisbon, que desafios entende ter esta organização e que marca pretende deixar? Sendo o propósito da PWN Lisbon posicionar-se como uma referência na construção e consolidação de lideranças com impacto, agregadoras de diversidade e equidade, promovendo o desenvolvimento da pessoa como um todo, o tempo que atravessa é um desafio avassalador, mas muito recompensador, certamente. Esse futuro que temos juntos continuará a coincidir com crises, incerteza e imprevisibilidade; uma pandemia ainda não totalmente resolvida; e a maior crise de segurança na Europa após a II Guerra Mundial. Mas é preciso lembrar que, em contextos de enorme instabilidade, saltam à vista os valores, a perseverança, a força e a capacidade de liderança grafadas, não raras vezes no feminino, desde o cuidado familiar até à condução de organizações e países. Não podemos é ignorar que o fosso continua a ser grande e agravado por estes anos mais recentes de paralisação do

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mundo e que têm, tiveram e terão, consequências diretas na vida das organizações e das pessoas. Com sentido de missão e abnegação, propomo-nos, em continuidade e com enorme respeito pelo legado (a PWN Lisbon existe há 11 anos!), continuar a posicionar a PWN Lisbon como uma referência na construção da liderança, mediante uma visão assente em referenciais de ética, competência, talento e propósito. O desafio é muito grande. Mas o nosso entusiasmo é maior. E temos a confiança de que o mundo precisa de nós. De TODOS nós. Aproxima-se o momento mais nobre da organização. Quais as expectativas para o PWN Lisbon Dream Day, a realizar-se no próximo dia 17 de novembro? O encontro anual da PWN Lisbon é, de facto, o momento nobre do ano, pela capacidade de reunir cerca de 300 pessoas, entre parceiros,


PWN LISBON | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

membros e voluntários, num encontro único de stakeholders e com ampla representação dos sectores e atividades organizacionais mais relevantes da sociedade portuguesa. Este ano, este encontro decorrerá no dia 17 de novembro, com a Mafalda Ribeiro, Autora, Consultora para a Inclusão e Palestrante, como anfitriã. Nessa qualidade, terá a oportunidade de introduzir um use case aspiracional, protagonizado pelo empresário e ultramaratonista João Neto, que conta no seu palmarés com 30 maratonas em alguns dos lugares mais remotos do planeta, como o Polo Norte, o Polo Sul ou o Evereste; um painel multidisciplinar, com Andres Ortola, Madalena Cascais Tomé, Mariana França Gouveia, Patrícia Andrade, Pedro Norton e Vítor Bento, juntando mais uma vez diferentes backgrounds; um think case liderado pela Autora e Professora Laurinda Alves, para uma reflexão conjunta sobre o futuro, esse território carente da nossa capacidade de liderar pelo sonho. Lembrar que, no atual contexto de mudança, crise e imprevisibilidade, são os países, as sociedades, as organizações, as comunidades, as famílias e os indivíduos chamados a… sonhar. O nosso futuro está em grande medida, parece-nos, dependente dessa capacidade. Grandes desafios encaram-se com grandes respostas. Lideranças fortes. Equipas coesas, humanistas e humanizadoras. É esta a visão preconizada pela PWN Lisbon e é nessa linha que no seu evento anual, neste 2022, reunirá algumas centenas de pessoas à volta deste “chapéu” temático tão desafiante e desafiador. Assegura, desde 2005, a apresentação de eventos e a moderação de debates, sendo autora do fórum de reflexão multidisciplinar sobre liderança e talento “Conversas do Avesso”. Como tem sido este desafio profissional? As “Conversas do Avesso” consistem num formato que desenhei de raiz para a PWN Lisbon e que ganhou desde a primeira hora total aceitação e curiosidade, parece-me, pela sua inovação. A ideia subjacente às “Conversas do Avesso” visa juntar, numa conversa sobre a liderança e o talento, duas pessoas com backgrounds profundamente diferentes: uma proveniente do mundo corporativo; e outra com um ponto de observação externo, da comunicação, das artes, do cinema, da cultura. A partir de ambas as visões, é criada uma reflexão mais rica, mais diversa, mais plural. A PWN Lisbon, na sua visão para a diversidade, tem também esta responsabilidade de criar espaços de discussão, ligar pessoas com visões comuns e não comuns, sinalizar indicadores e, precisamente, dar um contributo para indicar caminhos para a construção de um mundo mais justo. Enquanto profissional de comunicação com já alguns anos de experiência na mentoria e curadoria de debates e na transmissão de competências para a liderança e o talento, é um privilégio muito gratificante poder estar também nesse campo ao serviço da PWN Lisbon e da sua comunidade. Para a diversidade e a igualdade de oportunidades defendidas na PWN Lisbon, há uma estrada longa a percorrer ainda no contexto português. Como se faz essa mudança cultural? Precisamente por partirmos de uma situação de desequilíbrio, por mais medidas e leis que existam, é preciso tempo. Refiro-me ao tempo das mudanças culturais, que são naturalmente morosas, como nos diz a História. Em toda a Europa identificamos situações muito díspares, com os diferentes países em níveis de desenvolvimento diversos, o que me leva a crer que, na essência, o que tem de ser feito em Portugal

não é diferente do que é preciso fazer em vários outros países: educar, formar, comunicar, dar visibilidade aos bons exemplos; e garantir que, independentemente do género, o que deve prevalecer é a meritocracia. Que a discussão ultrapasse, de facto, as medidas de inibição da diversidade, como as quotas, e implique uma mudança profunda e radical de mentalidades, com preocupações incorporadas, como garantir que existe uma pipeline de talento e promover carreiras que permitam às mulheres desenvolverem-se e adquirirem as competências e experiências necessárias para ocuparem lugares de decisão e promover uma cultura de assunção de risco entre os decisores, no sentido de darem oportunidades a quem ainda não exerceu, contratarem com base no potencial e não apenas na experiência adquirida, no pressuposto dos benefícios aportados por um ambiente de diversidade. De acordo com o Pew Research Center, as mulheres destacam-se em vários fatores decisivos da liderança corporativa, como a criação de espaços de trabalho seguros e respeitáveis, a valorização e integração de pessoas oriundas de diferentes backgrounds, a consideração do impacto social das decisões de negócio, a mentoria e o cuidado com colaboradores mais jovens ou o sentido de justiça face às condições e ao estatuto remuneratório. Está, de resto, amplamente provado que organizações com lideranças mais diversas alcançam resultados e situações financeiras mais robustas e sustentáveis. Portugal encontra-se, eu diria, numa posição em que ainda tem espaço significativo de melhoria, a vários níveis. Para além do género, são hoje questões estruturantes a integração de diferentes gerações e culturas, o acolhimento de millennials, as competências-chave para a permanente mudança, os novos segmentos de negócio, o ambiente tecnológico, as condições de trabalho remoto e a gestão de equipas à distância. E, sempre, o talento. O desenvolvimento do talento. Para fazer face a estes desafios concretos, a PWN Lisbon definiu uma “3 Grow Strategy”, que se propõe: 1. fazer crescer a PWN Lisbon, estabelecendo alianças e parcerias estratégicas; 2. promover a igualdade de oportunidades de desenvolvimento profissional; 3. disponibilizar mais evidência sobre o valor económico e social da diversidade. É no quadro deste contributo que a PWN Lisbon está, hoje, posicionada como stakeholder de referência das organizações em Portugal. Enquanto mulher, como gere a vida pessoal e profissional? Na conciliação das diferentes funções - mulher, mãe, filha, profissional, voluntária e cidadã participativa - procuro da forma mais equilibrada possível (sem fórmulas infalíveis nem varinhas de condão) responder aos diferentes desafios profissionais de quem está há 18 anos no sector das comunicações e em marcas líderes de mercado; de presidente da PWN Lisbon com uma comunidade em permanente crescimento e desenvolvimento; de fundadora e curadora do Entre | Vistas (entre-vistas.pt), plataforma que lancei num exercício de cidadania cultural para a criação e promoção de uma comunidade em torno da comunicação e da cultura, já com cerca de 100 líderes representados; e de moderadora de diferentes fóruns, formatos audiovisuais e projetos de comunicação. Em todos os lugares, está a mulher que também é mãe, que também é filha, que também é profissional, que também é voluntária e cidadã participativa. Como? Com foco e equilíbrio. Tranquilidade. Uma enorme paixão pelo que se faz. E procurando nunca perder a noção das prioridades, a diferença entre o importante e o urgente, o norte sobre o essencial, o verdadeiro fio condutor, o propósito, os sonhos. Se não perdermos de vista o propósito, os sonhos e os valores, não temos como nos perder.

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | RE/MAX TAG

“FOI O POTENCIAL HUMANO QUE ME TROUXE AO IMOBILIÁRIO” Vera Parente é formada em Psicologia, mas foi no sector imobiliário que encontrou a realização, a nível profissional. Atualmente, é Diretora de Expansão e Recursos Humanos, no Grupo RE/MAX TAG, e diz ter o desejo de fazer a diferença na vida dos outros. Começando pelo seu percurso profissional, sempre esteve ligada ao sector imobiliário? Em que momento da sua vida surge o cargo de Diretora de Expansão e Recursos Humanos do Grupo RE/MAX TAG? Tal como costumo dizer, o meu percurso profissional não começou no imobiliário, mas sim no que acho ser essencial para o sector, ou seja, no desejo de fazer a diferença na vida do outro, de ajudar as pessoas no seu desenvolvimento pessoal e profissional, e na vontade que tive, desde cedo, de empreender e ser mais. Acima de tudo, foi o potencial humano que me trouxe ao imobiliário, há cerca de três anos, o meu potencial e o de criar valor na vida de cada pessoa. Pela minha formação em Psicologia, Programação Neurolinguística e como Coach de alta Performance, rapidamente começou a fazer sentido que o meu caminho e crescimento na RE/MAX passaria pelo recrutamento, integração e expansão. Na sua opinião, quais são os maiores desafios do recrutamento para esta área? O desafio do recrutamento, independentemente da heterogeneidade de pessoas que se candidatam a esta área, ou da sua experiência de vida e formação, é a falta de competências, ligadas ao empreendedorismo e à gestão da sua vida profissional. Eu acredito no desenvolvimento das pessoas, desde que compatibilizemos os objetivos, valores e missão da agência ou grupo, com aqueles que identificamos como empreendedores na sua própria vida. Ou seja, pessoas que tenham o poder de agir, facilidade de adaptação e garra para adquirir as soft skills necessárias ao sucesso e as principais características para ser consultor imobiliário. Que significado têm para si os sucessos profissionais, a evolução na carreira e o facto de estar a construir um percurso de sucesso no sector imobiliário? A minha evolução na carreira é consequência da minha trajetória, e de ser alguém que está recetiva à mudança, que arrisca, é flexível, criativa e, acima tudo, quer desenvolver um trabalho significativo, isto é, que cria valor para mim e para os outros. O trabalho ao qual me proponho, a ambição que coloco em tudo, bem como, a formação, estão na base do meu sucesso. O foco e a determinação, entre outras competências, são complementos que aprendi a desenvolver

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Vera Parente, Diretora de Expansão e Recursos Humanos

e que aplico, para motivar quem trabalha comigo. O sector imobiliário é exigente, mas o facto de estar no Grupo TAG, que me apoia e motiva a ser mais e melhor, que amplifica as minhas competências e que está disponível para que eu questione e ouse, permite-me crescer e desenvolver-me enquanto profissional e pessoa, para contribuir para o crescimento da nossa equipa. Acredita que o cunho feminino pode trazer algo de novo e diferenciador às empresas? Que palavras gostava de dirigir às mulheres que veem na Vera um modelo a seguir? Acredito que todas mulheres têm um espírito empreendedor, na sua vida profissional, mas, principalmente, na sua vida pessoal. As mulheres têm características que se revelam uma mais-valia para cargos de liderança e de sucesso nas empresas do ramo imobiliário. A nossa capacidade de adaptação, de resiliência e a forma multifacetada e descomplicada de resolver os desafios diários, são essenciais. O primeiro passo é acreditar que estas características, intrínsecas à nossa vida pessoal, devem ser aplicadas na área profissional. O conselho que posso dar é o lema do nosso Grupo: “Muda-te”. Estejam confiantes no processo e determinadas em criar a melhor versão de cada uma neste sector. Unirem-se a um grupo/agência como o nosso, que reconhece cada um como único, que está diariamente disponível para ajudar no processo, é uma grande ajuda. O percurso de sucesso no imobiliário, só pode ser feito ao lado de um grupo de profissionais em quem confiem. Na minha vida, tenho como lema: se um conseguiu, eu consigo e tu consegues. Portanto, arrisquem e vão sem medo.


EMPRESAS GALARDOADAS

Há empresas que se destacam no mercado, quer pela capacidade de inovação, quer pela qualidade de serviço e de produtos. É por esse motivo que, muitas vezes, são premiadas com certificados de distinção. A Certificação Top 5% Melhores PME de Portugal é emitida pela Scoring e é decorrente da classificação económico-financeira, determinando quais as empresas que se enquadram no grupo restrito das melhores 5%, no que diz respeito ao desempenho e solidez financeira. Esta distinção reforça o prestígio e a reputação das empresas, que passam a ter, ainda mais, visibilidade e reconhecimento. Nas próximas páginas, fique a conhecer algumas das Empresas Galardoadas.

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“ESTAMOS SEMPRE DE MÃOS DADAS COM OS NOSSOS CLIENTES”

A OBRIMOC, Lda foi fundada por António Castro Faria, que tem a formação profissional de Agente Técnico de Arquitetura e Engenharia. Este trabalhava numa empresa ligada à área da Construção Civil, há vários anos, quando decidiu que era o momento certo para criar o seu próprio negócio. Assim, surgiu a OBRIMOC, dedicada à construção de obras, engenharia civil, subempreitadas e fiscalização. Com muito esforço, dedicação e os vários contactos, inseriu a sua empresa no mercado. Pouco tempo depois, surgiu a oportunidade de construir uma moradia, de raiz, uma obra que representou o seu primeiro projeto nesta empresa e que impulsionou o seu trabalho, fazendo com que fossem surgindo outros trabalhos na área de reabilitação e remodelação. “Nos primeiros cinco anos, correu tudo muito bem, tivemos muito trabalho”, conta António Faria. Mais tarde, a empresa atravessa uma fase complicada, baseada numa conjuntura de falta de trabalho, de mão de obra e de pagamentos. Ainda assim, contra as opiniões alheias que lhe diziam que devia fechar a empresa, António resistiu e, sendo “muito resiliente”, conseguiu levar, de novo, o seu negócio a “bom porto”. No final do ano de 2018, inicia-se mais uma fase positiva para a OBRIMOC. O trabalho começa a aumentar novamente, o que foi uma grande mais-valia para a empresa. Em 2020, surge a pandemia de Covid-19, mas esse não foi um fator problemático para o negócio, no que diz respeito ao número de obras e projetos a realizar. “Nunca ficámos parados, continuámos sempre a trabalhar”, acrescenta o empresário. A empresa utiliza todo o seu potencial na área de construção civil, o que engloba o trabalho de pedreiros, trolhas, pintores, picheleiros, recorrendo, por vezes, a algumas subempreitadas de serralharias. Recentemente, tem apostando numa equipa, dentro da área, que diz respeito aos pavimentos e colocação de flutuantes, tacos e “parquets”, recuperação e envernizamento dos mesmos, e alguns trabalhos de carpintaria. Na atualidade, o cenário continua a ser muito positivo. A Obrimoc, Lda é solicitada, todas as semanas, para novos pedidos de orçamentos e novos trabalhos, e já têm até projetos marcados, que se vão realizar apenas em 2023. O facto de se destacar na área da

Rua Nossa Senhora do Amparo, N.º 82 - C 33 4435-350 Rio Tinto 918 833 365 obrimoc.obras@gmail.com

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António Castro Faria fundou a empresa OBRIMOC, Obras, Imobiliária e Construções, Unipessoal, Lda, a 7 de dezembro de 1998 e inicia a sua atividade no dia 1 janeiro de 1999. Desde então, ultrapassando os altos e baixos do mercado da Construção Civil, tem conseguido fazer com que o seu negócio tenha destaque, na área em que se insere. Em entrevista, fala acerca da importância de manter uma boa relação com os clientes e sobre os objetivos futuros. Construção Civil, fez com que a empresa obtivesse o Alvará de Obras Particulares, permitindo que fosse distinguida com várias certificações, através da AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas), no caso de execução de obras com Certificados Energéticos para a “Casa Eficiente” e na área da Reabilitação Urbana inteligente e sustentável, “RU-IS”, uma marca que é um símbolo de confiança e garante o cumprimento de um referencial de qualificação na Construção Civil. A mais recente, em 2022, foi a Certificação Scoring Top 5% Melhores PME de Portugal, uma distinção que, segundo o proprietário da empresa, “é uma conquista importante e um motivo de orgulho”. António Faria considera que é algo que confere algumas garantias à empresa e que motiva os colaboradores a crescerem ainda mais. Para além disso, ser uma empresa certificada é também um passo para angariar mais clientes e, por sua vez, fidelizar os antigos. Uma parte da estratégia da empresa passa por garantir a satisfação das necessidades dos clientes e manter uma boa relação com os mesmos, o que promove, consequentemente, a construção de uma relação de amizade com eles. “O importante é nunca virarmos as costas aos clientes, estarmos sempre de mãos dadas com eles”, afirma António. O entrevistado tem acompanhado, desde sempre, todas evoluções do mercado, com formações e conferências, nas quais faz questão de participar para atualizar o conhecimento na área. Relativamente ao futuro da OBRIMOC, LDA, os planos passam por trabalhar para que a empresa cresça ainda mais, contratar mais colaboradores e, eventualmente, adquirir mais equipamentos e viaturas, facilitando a deslocação dos trabalhadores para os locais onde se realizam as obras, tendo em conta que há solicitações fora da área de localização da empresa. António Faria termina, desejando que os governantes portugueses “olhem para as pequenas empresas com menos encargos fiscais e com mais ajudas, para que todos possam crescer sem aflições, e sem entraves.”


FIGUEIREDO PRATAS & ASSOCIADOS | EMPRESAS GALARDOADAS

PARCEIRO DAS EMPRESAS DESDE 1981 A empresa Figueiredo Pratas & Associados é prestadora de serviços em áreas como a contabilidade, consultoria fiscal, entre outras. Em entrevista, o Dr. Figueiredo Pratas, Diretor da empresa, falou sobre a missão da equipa, baseada no apoio, promoção e desenvolvimento de parcerias com as empresas. Como é que surgiu o projeto da empresa Figueiredo Pratas & Associados? Qual o balanço que faz desde a fundação? O projeto da empresa começou em 1981, pelo facto de ter iniciado funções noutra empresa e de ter deixado de efetuar contabilidade para clientes que já tinha. Apesar destas novas funções, os clientes continuavam a procurar os meus serviços, por terem experiências de contabilidade positivas. Desta forma, fui motivado a criar uma empresa de contabilidade, deixando o meu posto de trabalho, uma decisão que foi tomada com firmeza e com visão de excelência. Hoje, olhando para trás, considero que foi uma boa decisão para a minha vida profissional e para os clientes que necessitavam dos meus serviços. Isto porque, através da empresa, temos contribuído para o desenvolvimento de inúmeras outras empresas e de várias pessoas, algo que me faz sentir realizado, quer a nível pessoal, como profissional. Que serviços disponibilizam ao cliente? Que tipo de atendimento fornecem? A Figueiredo Pratas & Associados Lda é uma empresa que presta serviços nas áreas da Contabilidade,

Figueiredo Pratas, Diretor

Fiscalidade, Recursos Humanos, Consultoria Fiscal e Contabilística e Formação Profissional. A principal prioridade é a prestação de um serviço de qualidade, apostando no rigor técnico e aconselhamento atempado nos assuntos que nos são confiados, de acordo com as características, natureza e necessidade do cliente. Privilegiamos as necessidades dos clientes, fazendo o nosso melhor para disponibilizar um serviço que realmente necessitam. Qual é a missão da empresa e que valores imprimem na vossa atuação? Os objetivos passam por ajudar os parceiros a desenvolver as suas atividades de forma sustentada? E de que forma? A nossa missão é apoiar, promover e desenvolver parcerias, junto de Organizações e Associações sem fins lucrativos, como com Empresas de Grande e Média dimensão e dar um apoio específico às PME, com vista ao fortalecimento e consolidação nas respetivas áreas de atuação, quer económicas, quer sociais. Em suma, os nossos principais objetivos são centrados em acrescentar valor às organizações, através do reporte contabilístico e do aconselhamento técnico, fiscal e organizacional aos dirigentes de cada organização. No cumprimento das nossas funções, procuramos sempre agir com todas as entidades e pessoas de forma idónea, responsável, com vista no crescimento e evolução de todos os intervenientes, através do trabalho em equipa, de forma solidária, humana, respeitosa e transparente. A Figueiredo Pratas & Associados foi uma das empresas premiadas com a certificação financeira “TOP 5% Melhores PME de Portugal”, em 2021. O que significou esta conquista para a empresa? A atribuição desta distinção é um marco importante para a empresa e reforça o trabalho de gestão realizado, bem como as boas práticas na área contabilística e de apoio à gestão. O nosso empenho será ainda duplicado, para que possamos merecer a confiança dos nossos clientes e parceiros, de forma a que esta certificação possa continuar a merecer a mesma distinção.

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EMPRESAS GALARDOADAS | TD CRÉDITO

HÁ DEZ ANOS A REALIZAR SONHOS Na TD Crédito, o profissionalismo, a rapidez e a agilidade, no sentido de encontrar as melhores soluções de crédito para os seus clientes, são garantidos e quem o afirma é Samuel Neves, o Diretor-Geral da empresa. Começando por falar sobre o início do projeto, quando e por que motivo surge a TD Crédito? Como descreve a sua equipa? A TD Crédito surgiu há dez anos e, tal como em muitas outras empresas, foi através de uma oportunidade, de uma ideia, da elaboração de um conceito. Na altura, verificou que o cliente ou parceiro, em vez de procurar várias alternativas em inúmeras financeiras para, posteriormente, as analisar e decidir, poderia oferecer-lhes várias alternativas no mesmo local. Desta forma, evitava que estes se tivessem de deslocar a vários locais, poupando tempo e podendo comparar alternativas no imediato. Muito à semelhança do que já acontecia no ramo segurador, onde o mediador oferece as várias soluções das diversas seguradoras para o cliente decidir.Atualmente, a equipa é composta por nove elementos, sendo o departamento comercial, todo ele, já muito experiente e sénior na função e a equipa administrativa foi recentemente reforçada, com a entrada de dois novos elementos. Atuamos, essencialmente, na zona centro do país, tendo, em janeiro deste ano, aberto um escritório em Viseu. Explique que tipo de serviços são disponibilizados aos clientes. Em que valores se baseiam para atender o cliente? O que nos move é podermos ajudar os nossos clientes a conseguir o crédito que lhes permita realizar os seus sonhos e projetos. Através das várias alternativas que temos disponíveis, podemos encontrar a melhor solução e a mais adequada ao seu objetivo. Disponibilizamos aos nossos clientes soluções de crédito automóvel, crédito pessoal e crédito consolidado. Os nossos valores assentam em podermos prestar um serviço sério, transparente, célere e próximo dos clientes que nos procuram diariamente para os ajudarmos a encontrar as soluções financeiras mais adequadas.

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A TD Crédito integra o Top 5% das Melhores PME de Portugal. Que significado é que tem para a empresa? O facto da TD Crédito integrar, pelo 3º ano consecutivo, o Top 5% das Melhores PME de Portugal, no índice de Desempenho e Solidez Financeira, enche-nos de orgulho. É o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela nossa equipa, os nossos valores e as boas práticas de gestão que aplicamos diariamente. Agradecemos aos nossos colaboradores, parceiros e clientes que nos ajudaram a alcançar esta distinção. O que é que distingue a empresa no mercado? Acredita que as novas tecnologias trouxeram mais-valias para a empresa? Os nossos parceiros e clientes sabem que, na TD Crédito, podem encontrar profissionalismo, rapidez e agilidade, para a obtenção de respostas aos seus pedidos. Na nossa empresa, simplificamos todo o processo até conseguirmos realizar o seu sonho. A digitalização dos processos permitiu ganhos de eficiência e estamos a trabalhar num CRM interno que nos permita aumentar a produtividade, simplificar os processos, tomar decisões mais assertivas e reduzir custos. Relativamente ao futuro, que planos têm em mente para a TD Crédito? Relativamente ao futuro, pretendemos continuar a construir relações de confiança, oferecendo aos nossos clientes soluções que contribuem para o seu bem-estar e para a sua sustentabilidade financeira. Temos também, como objetivo, alargar a zona de atuação para o sul do país, encontrando-nos numa fase experimental e de prospeção de mercado.

www.tdcredito.pt


LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

Assumir um cargo de líder é um passo muito importante para um profissional, mas são vários os desafios que isso acarreta. Quando se fala em liderança, há uma certeza: o papel do líder e o trabalho que realiza são fundamentais para os resultados da organização. E, por isso, também é um facto que estar nessa posição não é fácil, principalmente, porque exige um elevado nível de compromisso e responsabilidade. Um bom líder é aquele que se mantém firme perante as adversidades e que consegue fazer a sua empresa evoluir. Para além de identificar os desafios, é necessário tomar atitudes, para que a liderança seja a impulsionadora do negócio, e não o contrário. O verdadeiro líder deve, ainda, mobilizar a sua equipa para um objetivo comum e inspirá-la a concretizá-lo. Em Portugal, há várias empresas chefiadas por líderes empenhados, que fazem com que as suas empresas se destaquem no mercado. Fique a conhecer alguns, a seguir.

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LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | XL CONTA - CONSULTORES & ASSESSORES

NA VANGUARDA DA TECNOLOGIA agitado e sem qualquer previsibilidade. Tal obriga à aprendizagem contínua de novas técnicas de sobrevivência e diferenciação, o que se afigura ser o nosso propósito, por forma a nos diferenciarmos do exercício clássico da profissão de contabilista.

José Manuel Anastácio, CEO

A XL Conta - Consultores & Assessores dedica-se a apoiar a gestão de PME nas áreas de Contabilidade, Fiscalidade, Recursos Humanos e Consultoria de Gestão. Através da utilização da tecnologia, pretende atingir a modernização, otimização e automatização dos processos, como conta em entrevista, José Manuel Anastácio, CEO da empresa. Como descreve e avalia o percurso e o papel da marca no apoio às PME? O nosso papel, a par com o nosso percurso, é o de acompanhar com um olhar atento e de uma perspetiva prática, cada cliente, cada empresa, em função de cada sector, para que possam usufruir de uma rede de serviços multidisciplinar numa só marca - XL Conta - Consultores & Assessores. A XL Conta acredita nos benefícios da modernização, otimização e em especial, da tecnologia digital, valores que nos têm vindo a fortalecer, ao longo de três décadas de experiência, e de presença ativa no mercado. A par, com a aposta nas novas gerações especializadas nas áreas de Gestão, Contabilidade, Marketing Digital e IT. Num mundo em constante transformação, quais os predicados que diferenciam a XL Conta - Consultores & Assessores? Nas últimas décadas, ninguém imaginava como o mundo se iria transformar tecnologicamente, só a constante procura de novas ferramentas permite colocar-nos na vanguarda do mundo atual. A digitalização, tal como em quase todas as áreas de trabalho, está a transformar profundamente a profissão dos contabilistas, de forma geral e transversal. O principal objetivo de implementar e alicerçar a tecnologia na contabilidade visa precisamente impulsionar os negócios no sentido de aumentar a sua simplicidade, praticidade, autonomia e eficiência interna. É necessário adaptar as potencialidades, vantagens da economia digital a cada um dos sectores, visando desmaterializar tudo o aquilo que consiste em processos administrativos. Todavia, desde sempre que, a profissão de contabilista vive em constante desafio de adaptação, num mercado

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A Contabilidade 5.0 é um modelo de contabilidade baseado na tecnologia, estratégia e alta performance, que visa agregar valor e inovar. De que forma a empresa está preparada para esta nova era? Trata-se aqui de um ponto de viragem que rompe com o paradigma associado à profissão de contabilista tradicional aliada à era digital. Da visão clássica do contabilista certificado afundado em papéis, limitado e pressionado muitas vezes pelo tempo, à organização de documentação e ao seu registo contabilístico, com muito pouco tempo para tarefas mais nobres de valorização do seu trabalho, caminhamos para a oneração do profissional dessas tarefas rotineiras que serão executadas via digital, exigindo-lhe intervenção em tarefas de maior valor acrescentado. Obviamente que o nosso sector tem receios, o que é natural perante este tipo de intervenção. Mas é aqui que devemos reagir e transformar grandes ameaças em grandes oportunidades. O contabilista certificado nunca pôde ser tão interventivo com o seu know-how porque não tinha tempo. Conquistado esse tempo, graças à tecnologia, vai ter um papel ainda mais importante na sociedade que nos rodeia. Em termos de futuro, qual a visão da XL Conta - Consultores & Assessores? O facto de as universidades estarem a apostar, cada vez mais, na área de estudo da contabilidade a par com a tecnologia, faz desta uma profissão de futuro? Há um futuro risonho para os contabilistas certificados, diferente mas interessante. Assiste-se a uma reinvenção da profissão, em que se valoriza uma posição mais arrojada, interventiva e versátil. Claramente que a profissão de amanhã tem um potencial imensamente superior ao peso da profissão de hoje. O que se esperará do contabilista certificado é que seja cada vez menos um mero processador de informação, com reduzido valor para a tomada de decisões, e evolua para o planeamento, supervisão e controlo de todo o processo contabilístico, prevendo cenários, antecipando problemas, aconselhando caminhos a seguir e procedimentos a implementar. A contabilidade 5.0 tem fim a agilizar esta contante transformação. Não obstante, a procura pelo talento é, seguramente, um dos desafios mais exigentes com que as empresas de contabilidade e de consultoria se deparam. Isto, porque a tecnologia é uma ferramenta de auxílio e não uma forma de desumanizar o trabalho. A escassez de RH com o perfil de competências necessárias e desejadas para os novos paradigmas de mercado é um problema que coloca constrangimentos reais ao desenvolvimento da atividade.


Samanta Almeida, CEO

“A EQUIPA É INCRÍVEL E REUNE EXPERIÊNCIA, CRIATIVIDADE E PAIXÃO” A Yourspace foi fundada há 14 anos e, desde então, não tem parado de crescer. Apresenta soluções em áreas como a Consultoria de Espaços, Arquitetura, Branding e Design. Em entrevista, a proprietária, Samanta Almeida, falou sobre a união e solidez da equipa. Licenciada em arquitetura na Universidade Lusíada de Lisboa, descreva o seu percurso profissional, desde o início até ao momento em que decidiu iniciar o seu próprio negócio (Yourspace). Tive a oportunidade e a sorte de começar o meu percurso profissional nesta área, com 18 anos, no início do 2º ano de faculdade, através de um convite de um professor. Trabalhei um ano e meio no atelier, quando uma colega arquiteta me convidou para uma outra empresa multinacional e aceitei o desafio. Fiquei a trabalhar num part-time que, muitas vezes, acabava por ser full-time. Quando acabei o curso, o meu professor de Projeto perguntou se eu queria ir trabalhar para ele e eu disse que não, porque gostava muito daquilo que fazia. Na altura, os meus colegas ficaram surpreendidos, mas senti que já não fazia sentido para mim. Ter terminado o curso com a 2ª melhor nota foi uma conquista, por ter conseguido fazê-lo enquanto trabalhava. Acho que sempre me ajudou o facto de, desde muito cedo, ter de coordenar a agenda, conciliando as atividades extracurriculares, as tarefas e o desporto de competição. Isso deu-me uma bagagem de conciliação, organização e capacidade de trabalho. Tenho duas filhas e um enteado e algo que faço questão de lhes incutir é a capacidade de conciliação, gestão de energia e esforço,

tendo atividades extracurriculares que lhes acrescentem valores e conhecimento, em muitas outras áreas, somando outras aptidões e dando valor ao trabalho em equipa. Nesse momento, já trabalhava em desenvolvimento de projetos de escritórios de sedes corporativas, stands de automóveis, implementação de novas agências bancárias, novas imagens de lojas e escritórios na área das telecomunicações. O mercado tinha aberto em várias áreas e muitas estavam no seu boom. Com 22 anos, recebi outra proposta. Os donos da 3GOffice, convidaram-me para o cargo de Diretora de projeto da empresa, ficando também a fazer parte da direção. Como Diretora de uma empresa multinacional, consegui ter uma outra visão e adquirir muita experiência, fazer trabalhos diversos, em diferentes áreas, ter uma noção de tudo o que uma empresa implica, entre contabilidade, contratos, gestão de recursos, entre outras coisas. Há 14 anos, nasceu a Yourspace. Eu tinha 30 anos e penso que o “bichinho” do emprendorismo sempre esteve presente, tendo como exemplo o meu pai e a capacidade de trabalho da minha mãe. Nessa altura, estava grávida da minha primeira filha. No primeiro ano, fiquei como Diretora da outra empresa, para dar seguimento e fechar os projetos que tinha em mão, e a trabalhar já na minha. Foi muito importante criar uma empresa que dependesse somente dos valores em que acredito, como a autenticidade, idoneidade, independência, transparência, que estão presentes naquilo que fazemos diariamente. Considero que, para ser empreendedor, também tem de se ter um sentido de autocrítica elevado, capacidade de filtragem e objetividade, porque assumimos o risco, a responsabilidade e, muitas vezes, é um lugar solitário.

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conceitos aplicados. Cada projeto é desenhado à medida da sua organização, inovamos e otimizamos a relação entre a área de negócio, o espaço e as pessoas que o utilizam para um futuro mais sustentável, alinhado às suas necessidades e valores. Trabalhamos com a equipa interna, a nível de projetos de arquitetura e instalações especiais e recorremos a parceiros de longa data, como sub-empreiteiros de especialidades, e fazendo somente os trabalhos que conseguimos dar resposta. Assim, conseguimos garantir a qualidade e cumprimento do prazo integral. Temos serviços de Consultoria de Espaços, Arquitetura de Exteriores e Interiores, projetos de Engenharia, Branding e Design, Sustentabilidade e Bem-Estar, Gestão de Processos Completos, Gestão e Fiscalização de obras, Supervisão e Fornecimento de Mobiliário e Equipamentos. Dá-me imenso prazer seguir o crescimento de um cliente. Temos casos como o BNP Paribas, SIBS, Cellnex, Celfinet, Medtronic, LL&C, Federação Portuguesa de Atletismo, Padaria Portuguesa e muito outros, que ao longo do tempo cresceram, e em muitos deles estivemos presentes no primeiro escritório, primeira loja ou armazém, fizemos parte de mudanças estratégicas e de valores.

Explicite o conceito da empresa. Que serviços e mais-valias colocam a dispor dos vossos clientes? Gostamos de colocar sentido e mensagem em tudo o que fazemos, tal como garantir qualidade em todas as fases do processo, desde o aconselhamento na procura de um espaço, no qual o cliente conta com o nosso conhecimento técnico, sabendo que o representamos na íntegra, até ao seguimento da vivência do espaço já por nós construído, onde podemos estudar e verificar os tipos de espaços e

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Considera que é cada vez mais difícil corresponder às expetativas dos clientes? Acredito que para isso contam com uma equipa altamente qualificada… Acho que, cada vez mais, não é difícil corresponder às expectativas dos clientes, mas sim conseguir gerir as diferentes personalidades e valores dentro de um cliente corporativo. O trabalho traz maiores resultados, quando o CEO quer marcar a diferença sendo imperativo, quando o espaço representa os valores da empresa, quando colocam os colaboradores como principal preocupação e confiam na nossa experiência. Um projeto de sucesso é conseguirmos, com menos, fazer mais, sem dúvida. É fácil fazer projetos para clientes com budgets folgados e em que eles permitem que sejamos nós a validar o programa, baseado na fase de consultoria. Tenho uma equipa incrível, sólida e que une a experiência, a criatividade e a paixão. Os meus valores e os das pessoas que trabalham comigo estão 100% alinhados. Os valores humanos, de ajuda, empatia, estão presentes em tudo o que fazem. Conseguimos gerir a nossa vida pessoal e profissional com a ajuda de todos e é uma equipa próxima, flexível e entusiasta. Todos têm entrega e autenticidade, são criativos, credíveis e, tecnicamente, muito competentes, desde o consultor ao encarregado de obra. O bom ambiente de trabalho, a constante entreajuda, o espírito construtivo, a abertura ao diálogo, a discussão de temas e a excelente interação interdepartamental, culminam no


desenvolvimento de um trabalho mais especializado, mais rico e com resultados positivos. No dia a dia, tentamos sempre comunicar claramente, com coerência, honestidade e, acima de tudo, humildade. Relativamente à área de atuação, estão disponíveis para receber pedidos de serviços de todas as regiões? Nós atuamos de norte a sul do país, mas por questões de seleção primordial da área de implementação dos nossos clientes, Lisboa e Porto, são as áreas principais. Como sempre tivemos trabalho em Portugal, não tivemos a necessidade de ir para fora, no entanto, estamos totalmente disponíveis a isso, sendo que teria o maior prazer em fazê-lo por expansão e crescimento de empresas que partiram connosco daqui. Já fizemos projetos para fora, de forma indireta, através da aplicação de um Manual Corporativo, criado e desenvolvido por nós, e implementado noutros países. Seria uma enorme satisfação implementar, pelo Mundo, lojas, escritórios ou armazéns de uma marca ou empresa portuguesa. Algum projeto realizado que gostasse de destacar? Que características distinguem as vossas obras? Não consigo destacar nenhum projeto em particular, porque todos são um desafio, pela diversidade do trabalho, pelas pessoas, empresas e objetivos muito diferentes e, por isso, mesmo que existam situações menos boas pelo caminho, chegarmos com um resultado que, no final, satisfaça e surpreenda os clientes, é gratificante. Fazemos trabalhos de diversas dimensões, mas no âmbito de continuidade com o cliente, fazemos desde a obra de raiz. Por exemplo, o trabalho que fizemos para a REN, que foi a remodelação do Piso 0, receção e a zona de cozinha e refeições do edifício, um trabalho de pequena dimensão, acabou por ter um impacto enorme. Considero que não temos um padrão de linguagem ou projeto, ainda assim, muitas vezes, comentam comigo que as cores são um aspeto que trabalhamos de forma arrojada e com liberdade nos projetos, e que os espaços que criamos são funcionais, bem pensados e otimizados. As pessoas identificam os nossos projetos por estas características. As nossas obras e projetos já são referências para a concorrência, porque aparecem projetos muito semelhantes aos nossos. É uma enorme gratificação sermos uma inspiração, é sinal de que temos qualidade. Falamos de uma empresa com cerca de 14 anos de atividade. Podemos dizer que o balanço é positivo? Um balanço positivo, sem dúvida, e uma aprendizagem contínua. Começámos com um número de sócios e, atualmente, é outro, porque os valores e os objetivos de cada um são diferentes e vão construindo caminhos em sentidos distintos. Sempre tive consciência e objetividade para que a empresa tivesse um desenvolvimento consistente, com os pés bem assentes na terra, não tendo a necessidade, em nenhuma fase, de “correr atrás do prejuízo” ou da ambição. Foco-me em acrescentar valor a tudo o que fazemos e não tomar como prioridade o valor da faturação. Até à data, tínhamos uma empresa na sociedade, construtora, que ficava encarregue da execução dos nossos projetos. No entanto, tinham outros clientes que precisavam de mais resposta e não estavam a conseguir responder a todos. Isto colocou em causa o seguimento dos processos até ao final e a qualidade dos mesmos. De forma a podermos seguir com o que somente dependesse de nós, adquiri a cota deles este ano e, subsequentemente, formámos

uma nova empresa do grupo, a YOURCITY, que é a construtora, contando felizmente com todo o suporte das empresas que têm sido nossas parceiras ao longo dos anos.

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LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | MART OPTIC

Miguel Nascimento, Jocelina Flamim e Carlos Veloso

Jocelina Flamim, Sócia-Gerente

MART OPTIC: A SUA ÓPTICA DE CONFIANÇA Jocelina Flamim, sócia-gerente da Mart Optic, alerta para a importância da realização de rastreios para antecipar possíveis problemas no campo da visão, numa altura em que a exposição às novas tecnologias e, consequentemente, aos ecrãs, é cada vez maior. Fundada no dia 11 de abril de 2000, em Coimbra, a Mart Optic conta com cerca de 22 anos de experiência no mercado e Jocelina Flamim explica como tudo começou: “Eu era funcionária da loja, mas, a certa altura, surgiu a oportunidade de ficar com o negócio” e assim o fez, contando para isso com o apoio incondicional da sua equipa, constituída por três elementos: Carlos Veloso (optometrista), Miguel Nascimento (responsável pelo atendimento ao público) e Jocelina Flamim (que trata da parte da oficina). Na Mart Optic, os clientes encontram instalações modernas e devidamente equipadas para satisfazer as suas necessidades. Quanto aos serviços, são disponibilizadas consultas de optometria e contactologia, que podem ser marcadas via telefone ou mesmo presencialmente: “Damos consultas todos os dias da semana (menos à segunda-feira), das 9:30h às 20h. Ao sábado estamos abertos até às 13h. Os clientes podem fazer marcação prévia ou, no caso de termos disponibilidade, são atendidos de imediato”, esclarece. Para além disso, este estabelecimento dedica-se à venda de produtos como, por exemplo, lentes de contacto, líquidos de lentes, óculos de sol e óculos graduados, dispondo, para esse feito, de uma oficina para a fabricação dos mesmos.

Rua Augusto Marques Bom, Lote 12, Loja 2 3030-218 Coimbra 239 721 667 910 338 970 martoptic@sapo.pt www.martoptic.pt

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A importância da consciencialização e a aposta na inovação Jocelina salienta que tem vindo a assistir a uma crescente preocupação por parte dos pais para com as crianças, por estas estarem demasiado tempo expostas às novas tecnologias - “É importante que sejam feitos rastreios e que as pessoas procurem um especialista assim que começarem a sentir dificuldades ao nível da visão”. Ainda assim, a entrevistada revela que este não é um problema apenas das gerações mais novas, pois também os adultos têm apresentado alguns problemas que surgem, muitas vezes, do trabalho que exige essa permanência junto dos ecrãs. Tendo em conta que a saúde é uma área que está, constantemente, a sofrer atualizações, é também importante que os profissionais do sector estejam a par das novidades. Assim, nos dias 6 e 7 de novembro realiza-se a XVII edição das Conferências Abertas de Optometria e Jocelina refere que o optometrista que trabalha consigo costuma marcar presença nesse evento e refere que estes acontecimentos são fundamentais para estarem a par dos novos problemas que possam surgir no âmbito da saúde da visão, bem como acompanhar as tendências, perceber o porquê de existirem cada vez mais pessoas a utilizar óculos e conhecer novas tecnologias para combater este tipo de problemas. Balanço de 22 anos de existência e planos para o futuro Quando confrontada com a análise que fazia do percurso da empresa, a proprietária não hesitou em responder: “Tal como acontece em todos os negócios, tem sido um caminho com alguns altos e baixos”. Ainda assim, reconhece que “o balanço é extremamente positivo”. Relativamente ao futuro, a fundadora espera que a Mart Optic continue a crescer no mercado e que reforce a sua aposta nas novas tecnologias, mantendo um atendimento de excelência e primando, sobretudo, pela simpatia.


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LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | COMPANHIA DOS CABAZES

COMPANHIA DOS CABAZES: OFERTA E VARIEDADE TODO O ANO A Companhia dos Cabazes é mais solicitada no Natal, mas apresenta uma grande variedade de cabazes, para todas as temáticas, ao longo do ano. Em entrevista, Mélanie Oliveira, fala sobre o foco nas necessidades e desejos do cliente. O Natal é uma das festas mais aguardadas do ano e é nessa altura que várias empresas e/ou particulares procuram cabazes, para presentear àqueles que lhes são mais próximos. Assim sendo, como e quando é que surgiu o projeto da Companhia dos Cabazes? O Projeto da Companhia dos Cabazes surgiu há cinco anos e vem no resultado de uma experiência acumulada, por um grupo de pessoas que se tem dedicado a esta atividade. Entendemos que deveríamos juntar esforços, pois acreditamos que o “todo é maior do que a soma das partes”, juntando aquilo que cada um poderia trazer de melhor para esta atividade. Identificámos que havia espaço no mercado para uma empresa com esta índole, organizada da forma que pretendíamos, criando condições para poder chegar mais longe, bem como, de uma forma diferente, abandonando o âmbito Regional de cada um e passando a apresentar-nos como uma companhia de âmbito Nacional, com capacidade para abarcar mais áreas e dar resposta, tanto a pequenas, como a grandes solicitações. Neste momento, estamos entre os melhores e lutamos de igual para igual com eles, ao nível dos produtos que apresentamos e, principalmente, ao nível do serviço que prestamos. Diríamos que a combinação entre os produtos e os serviços prestados tem, de facto, feito a diferença e permitido que consigamos ganhar, ano após ano, cada vez mais a confiança de um conjunto maior de particulares, empresas e instituições.

“Neste momento, estamos entre os melhores e lutamos de igual para igual com eles, ao nível dos produtos que apresentamos e, principalmente, ao nível do serviço que prestamos. Diríamos que a combinação entre os produtos e os serviços prestados tem, de facto, feito a diferença” Mélanie Oliveira, Sales Adviser

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Os vossos cabazes são procurados de forma equitativa ao longo de todo o ano ou o Natal é, de facto, a altura em que conseguem registar um maior volume de vendas? O que nos pode revelar sobre a coleção de Natal 2022? A grande diferença da Companhia dos Cabazes, em relação às demais empresas existentes, foi o facto de virmos para o mercado preparados para ter uma oferta regular e constante de cabazes ao longo de todo o ano, de acordo com várias temáticas, como o Dia do Namorados, o Dia do Pai, Páscoa, Dia da Mãe. Queríamos, de facto, ser diferentes, dar uma solução contínua e permanente a quem precisasse, a qualquer altura do ano, ter uma solução de cabazes para oferecer, independentemente da temática. Claro que, apesar de todas as propostas e toda esta disponibilidade, o Natal é, de facto, a altura do ano em que se continua a verificar a grande concentração da procura e da oferta de cabazes. Aliás, cerca de 90% do negócio concentra-se nesta época. A oferta de marcas nacionais é uma constante, privilegiamos o que é nacional, em detrimento de todos os outros, e apenas incluímos produtos do exterior nas nossas ofertas, quando são solicitados pelos clientes. No Catálogo de Natal, aparecem apenas marcas portuguesas. Se temos um conjunto de produtos tão amplo e de tão boa qualidade, não existe a necessidade de recorrer a marcas vindas de fora. Por outro lado, tentamos manter sempre os parceiros que vêm de anos anteriores. A coleção de 2022, à semelhança da do ano anterior, vem no sentido de dar resposta a todas as necessidades de quem nos procura. Procuramos ter cabazes preparados para todo o tipo de orçamentos e para todas as necessidades, elaborando cabazes biológicos, vegan, ecuménicos, sem glúten, por exemplo. Estamos atentos ao que o mercado disponibiliza e, tendo em conta as necessidades dos clientes, encontramos o cabaz que melhor se adapta aos desejos de cada um. Podemos considerar que a nossa oferta vai de A a Z. Sabemos que os clientes têm a possibilidade de fazer cabazes personalizados. De que forma é que isto se processa? Fazem entregas para todo o país? O cliente está no centro de todo o processo, é a figura mais importante de toda a operação, é por ele e para ele que nós trabalhamos durante todo o ano. Assim, apenas precisamos que este tenha uma ideia. Depois, de acordo com a mesma, associada a alguns produtos que tenham em mente e com o orçamento disponível, apresentamos uma ou várias propostas. O nosso cabaz não é apenas nosso, é do cliente que o solicita. Como tal, tem de estar de acordo com os desejos que este manifesta e só paramos de lhe apresentar propostas, quando estiver satisfeito. Depois disto, o serviço que prestamos, ao nível das entregas, desde entregas capilares, agrupadas ou um misto de ambas, é fazer chegar os cabazes onde o cliente desejar, dentro e fora de Portugal.

“A oferta de marcas nacionais é uma constante, privilegiamos o que é nacional, em detrimento de todos os outros, e apenas incluímos produtos do exterior nas nossas ofertas, quando são solicitados pelos clientes. No Catálogo de Natal, aparecem apenas marcas portuguesas” Por onde passa o futuro da Companhia dos Cabazes? Pretendem continuar a apostar, por exemplo, nos produtos biológicos? O Futuro a Deus pertence. Todavia, sabemos de onde vimos, as condições que temos e até onde pretendemos chegar. Não temos pressa, queremos continuar a crescer e a trabalhar, de acordo com as instruções que nos são dadas pelos clientes. Queremos, acima de tudo, continuar a trabalhar para mantê-los satisfeitos, para que, no ano seguinte, possam contar connosco de novo. Ficamos muito felizes, quando vemos os clientes a repetir o contacto porque é sinal de que estamos no caminho certo. A nossa aposta terá de ser sempre aquela que ponha os desejos dos clientes em primeiro lugar, temos de ser flexíveis para irmos ao encontro do que estes procuram e termos condições para lhes dar respostas para essas necessidades. Continuaremos a trabalhar, enquanto tivermos clientes que valorizem o nosso trabalho e nos tenham como parceiros e amigos.

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LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | AVIBOM

José António dos Santos, Presidente

“O NOSSO CORE BUSINESS É O PRODUTO FRESCO NO MERCADO NACIONAL E NA EUROPA” A Avibom é uma marca de produtos agrícolas, que exporta produtos frescos e congelados para mais de 20 países. Em entrevista à Business Portugal, José António dos Santos, Presidente do Grupo Valouro, falou sobre a preocupação da empresa com o controlo de qualidade e sustentabilidade ambiental. A Avibom é a principal marca comercial do Grupo Valouro e é utilizada na comercialização de produtos avícolas. Que avaliação faz da evolução da marca ao longo dos anos? A Avibom é, de facto, uma das principais marcas do Grupo Valouro, mais associada ao mercado tradicional e, como tal, não será tão visível para o consumidor final. Em 2013, fizemos um rebranding do logótipo, com um lettering mais moderno e intemporal, bem como do packaging e mood gráfico das embalagens, criando uma identidade própria, baseada nas tradições portuguesas, através de um design com referência ao folclore e que reforça o nosso

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orgulho em sermos uma marca portuguesa. Temos procurado que a nossa marca acompanhe a evolução e as novas exigências dos consumidores mais novos, sem perder a identidade para com os nossos clientes mais antigos. A empresa exporta produtos frescos e congelados para mais de 20 países, sendo que a Europa tem sido o principal mercado de exportação. Há planos para expandir a exportação para outros continentes? Quais a medidas implementadas para aumentar o volume de negócios? O nosso core business é o produto fresco no mercado nacional e na Europa, principalmente, para o “mercado da saudade”, onde temos vindo a crescer. Mas também temos aumentado a exportação de produtos congelados, nomeadamente, para países do continente africano. Dada toda a instabilidade dos mercados, temos de ter a preocupação de reforçar a nossa presença no mercado nacional e diversificar noutros mercados, que nos permitam ter sempre uma alternativa de venda dos nossos produtos. Como é que caracteriza a equipa da Avibom? Que incentivos são dados aos funcionários para que se mantenham motivados no ambiente de trabalho? Felizmente, temos ótimas equipas, pessoas que “vestem a camisola” e que trabalham connosco há muitos


AVIBOM | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

anos. A motivação vem do bom ambiente criado entre todos e da proximidade que a própria administração tem com os colaboradores, promovendo um ambiente familiar, em que todos se sentem envolvidos e, como tal, procuram fazer o seu trabalho bem feito. Também investimos bastante na formação, porque é muito importante manter as boas práticas e promover a melhoria contínua. Desde o início que a empresa está equipada com tecnologia de ponta, para garantir a qualidade do produto. Investir na inovação é um objetivo contínuo da Avibom? Sim, sem dúvida. Acompanhar as tendências do mercado, para oferecer o melhor produto final que o cliente procura, leva-nos a investir, permanentemente, em novos equipamentos e novas metodologias de trabalho. A Avibom defende que o controlo de qualidade e a sustentabilidade ambiental são “palavras-chave” no seu dia a dia. Que estratégias são utilizadas para tornar a prática da empresa mais sustentável? A qualidade foi, desde sempre, uma prioridade para a Avibom, e não é por acaso que, nos nossos camiões, temos a frase “Garantir a Qualidade é Garantir o Futuro”. Apostamos nas Certificações de Qualidade desde 1998 e, atualmente, somos certificados pela norma IFS e pela norma NP EN ISO 9002. Este ano, conseguimos uma certificação que nos deixa particularmente orgulhosos - o Grupo Valouro foi o primeiro grupo Agro-Alimentar a receber a Certificação de Bem-Estar Animal Welfair (baseado nas normas europeias Welfare Quality e AWIN ®). Esta é uma das empresas do

Grupo que está incluída nesta certificação. Em termos ambientais, mantivemos a nossa trajetória firme, no sentido de reduzir a nossa pegada ecológica. O Grupo começou, desde muito cedo, a investir em energias alternativas, como a energia eólica ou fotovoltaica. No que diz respeito à Avibom, em 2021, aumentámos o consumo de energia a partir de fontes renováveis (com o aumento de área de parque fotovoltaico para autoconsumo), e reduzimos as emissões de CO2 para a atmosfera em 40,67 % (face a 2020), proporcionando, ainda, uma redução do consumo energético a partir de combustíveis fósseis de 37,50 % (também face a 2020), ao que não é alheio o facto de se ter procedido à alteração do combustível fuelóleo por gás natural. Depois de quase 50 anos no mercado, quais os planos em mente para o futuro? Continuar a progredir e conseguir levar aos nossos clientes os produtos que procuram. Neste momento, estamos a ultimar o lançamento de produtos de aves já confecionados, conscientes de que, cada vez mais, as pessoas têm menos tempo e disponibilidade para cozinhar. Com esta nova linha, pretendemos ajudar as famílias portuguesas a terem uma alimentação rápida, de qualidade e diversificada.

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Tiago Fernandes, Broker

FOCO NO SERVIÇO AO CLIENTE E RENTABILIDADE DO AGENTE IMOBILIÁRIO A RE/MAX BARCOVEZ é uma agência imobiliária e situa-se em Arcos de Valdevez. À frente do projeto está Tiago Fernandes, Real Estate Broker, que menciona a sua equipa com orgulho e garante que 2023 será um ano de muitas novidades na agência. Começando por falar um pouco sobre o seu percurso profissional, como é que surge o interesse pelo mercado imobiliário? Sempre esteve ligado a esta área? Em que momento da sua vida surge a RE/MAX BARCOVEZ? Na prática, nada foi planeado. O sector imobiliário entrou na minha vida um pouco por curiosidade, como aconteceu com uma boa parte das pessoas ligadas ao ramo. Na realidade, só nos últimos anos é que se começou a profissionalizar e a valorizar este sector. A maior parte das pessoas não tem a verdadeira noção do que é trabalhar no sector imobiliário, nem tão pouco o que faz um agente imobiliário, ou seja, só quando se inicia a atividade é que nos consciencializamos do tipo de trabalho. Foi também por isso que, ao longo da minha carreira, tentei, por um lado, dar a conhecer melhor o trabalho do consultor imobiliário e, por outro, ajudar os consultores a apefeiçoarem o seus serviços para com os clientes. A marca RE/MAX foi um projeto que abracei em 2013 e é aí que se dá a associação das duas empresas (RE/MAX BARCOVEZ). Surgiu num período em

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que o país e a região estavam a viver uma crise financeira, em que os desafios eram enormes e fazia sentido associarmo-nos à maior rede imobiliária em Portugal, e foi o que fizemos. Como descreve a equipa de profissionais que compõem esta imobiliária? Quais os valores pelos quais a mesma se rege? Ora, eu só posso falar da minha equipa com muito orgulho! Primeiro, porque são pessoas que abraçaram este projeto, sem terem qualquer conhecimento do sector imobiliário, ou nunca terem trabalhado como agentes imobiliários, e a verdade é que, quando se acredita e se tem vontade de aprender, o resultado só pode ser bom. Tenho a felicidade de ter uma equipa de sucesso que trabalha diariamente para o bem-estar dos nossos clientes, prestando vários serviços, quer ao proprietário, quer ao comprador, de forma a conseguirem o melhor negócio para ambas as partes. Trata-se de um grupo que se rege pela transparência, empenho e determinação. É importante fazer um negócio pois, só assim,


RE/MAX BARCOVEZ | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

é que somos remunerados, mas é ainda mais relevante fazer um amigo e contribuir para a felicidade do outro e a minha equipa tem isso em consideração. Quais os maiores desafios em trabalhar no mercado imobiliário? E que características deve ter um bom agente imobiliário? Não é fácil ser agente imobiliário e vários são os desafios ou barreiras, desde o acesso à documentação do imóvel à atualização e retificação de alguns documentos, que é uma tarefa muito demorada para alguns proprietários e que faz, obrigatoriamente, com que o nosso trabalho demore mais a ser feito; a escassez de imóveis habitacionais para o mercado de arrendamento; a flutuação das taxas de juros, que geram, em alguns clientes, uma incerteza e, por vezes, um recuo na realização de algumas transações. Um agente imobiliário deve ser resiliente e estar preparado para as dificuldades e incertezas, nunca desistindo e apoiando, ou até aconselhando, o seu cliente em todas as situações o que, por vezes, não é fácil para nenhuma das partes. O facto de a agência atuar na área de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, locais afastados dos grandes centros urbanos, torna o trabalho mais desafiante? Eu costumo dizer que todos os mercados têm as suas especificidades. Teremos, com certeza, muitos desafios que outros colegas de zonas mais urbanas não têm. Por outro lado, também temos muitas vantagens. Acima de tudo, beneficiamos de uma maior proximidade com os nossos clientes, o que nem sempre é possível nas grandes cidades. Sente que a procura de casas nestas zonas tem vindo a crescer? Estes mercados beneficiaram muito com o período de abertura após o confinamento que todos vivemos devido à Covid-19. As pessoas começaram a conhecer os mercados mais pequenos e rurais, mas em simultâneo com muita energia, cultura, tradição e qualidade de vida. Sendo que estes mercados já viviam, não só com o residente tradicional, como com a forte emigração que estas zonas registam, nos últimos anos já eram mercados com alguma procura por clientes estrangeiros e, ultimamente, esta tem aumentado, muito pelo facto de sermos considerados um dos países mais seguros do mundo e, por outro lado, sermos um povo bastante acolhedor. Os americanos têm-se mostrado bastante interessados no nosso mercado e já são muitos os que compraram casa cá. Na prática, em que consiste o trabalho enquanto Broker da RE/MAX BARCOVEZ? Ser o “rosto principal” da equipa acarreta um maior sentido de responsabilidade? Enquanto Broker, as minhas funções são zelar pelo bem-estar de todas as partes, sejam os agentes imobiliários ou os nossos clientes. E é isso que tento fazer, dar as melhores ferramentas à nossa equipa de agentes imobiliários, para que possam prestar aos clientes o melhor serviço possível e, com isso, aumentarem também a sua rentabilidade. Por outro lado, cabe-me a mim criar linhas orientadoras e desenvolver algumas estratégias para, em conjunto, potencializarmos a nossa atividade, sempre com o foco no serviço ao cliente e rentabilidade do agente. Quanto ao facto de ser “o rosto principal”, na realidade, acho que sou o mais discreto (risos). A parte mais difícil é quando temos de recrutar e formar um agente imobiliário, depois é só acompanhar e potencializar, e eles é que são o meu rosto perante o mercado.

Relativamente ao futuro, que planos tem em mente para a agência? E a título pessoal? Estamos a desenvolver um conjunto de ações para melhorar os nossos processos e a conclusão dos mesmos, assim como novos planos de acompanhamento e seguimento de clientes compradores. Achamos que o mercado, muitas vezes, não dá o melhor tratamento e, desta forma, os proprietários já têm o que os compradores, na nossa opinião, ainda não tinham ou não seria tão equitativo quanto aos proprietários. Vamos também requalificar as nossas instalações em Ponte da Barca, criando um espaço novo e com mais conforto tanto para a nossa equipa, como para os clientes. Era algo que já ambicionávamos há vários anos, no entanto, só em 2023 é que se vai tornar realidade e vai-nos permitir não só triplicar o espaço em Ponte da Barca, como aumentar a equipa comercial. Além de Ponte da Barca, o grupo está presente em Paredes de Coura e também aqui pretendemos alavancar o negócio em 2023, com o reforço da equipa comercial. 2023 será o ano em que temos igualmente prevista a abertura ao público de uma outra atividade que também já estamos a desenvolver. Contudo, sem escritório de rua, que é a Intermediação de Crédito, e no próximo ano está prevista também a abertura da MAXFINANCE SAFE, a agência que se pretende que seja uma facilitadora de apoio aos clientes em serviços financeiros.

RE/MAX BARCOVEZ Arcos de Valdevez | Ponte da Barca Rua Dr. Joaquim Carlos da Cunha Cerqueira, 29 4970-457 Arcos de Valdevez Rua do Emigrante, 10, Ponte da Barca 258 523 101 www.barcovez.com

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LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | WEFIND4U

NOGUEIRA FERNANDES ESTREITA RELAÇÕES COM ARÁBIA SAUDITA Joaquim Fernandes, administrador da Nogueira Fernandes, comenta a gala que assinalou o 30º aniversário da empresa e analisa a trajetória da mesma, desde a sua fundação até aos dias de hoje. O 30º aniversário da Nogueira Fernandes foi assinalado com um evento à altura, onde estiveram presentes familiares, amigos e parceiros. Qual o balanço que faz de todos estes anos de atividade da empresa? O balanço não podia ser mais positivo. A Nogueira Fernandes nasceu de um sonho partilhado por cinco irmãos que hoje, com trinta anos de história, continuam unidos e com muitos projetos concretizados dentro e fora de Portugal. A Nogueira Fernandes já tem o seu nome espalhado por vários países e com projetos premiados que deixam toda a equipa orgulhosa. É um trabalho que deve ser mantido e, por isso, a empresa continua a apostar na formação de todos os trabalhadores e na contratação de mão obra qualificada que permita evoluir e atingir os objetivos a que a mesma se propõe. A gala de comemoração do aniversário foi um marco importante que serviu não só para relembrar toda a história da Nogueira Fernandes, mas também para homenagear várias pessoas e entidades que ajudaram a empresa a chegar até aqui. Também em setembro, a Nogueira Fernandes marcou presença numa feira do sector na Arábia Saudita. Acredita que a notoriedade de que o Qatar tem sido alvo devido à organização do Mundial de Futebol 2022, pode constituir uma janela de oportunidade para as empresas portuguesas poderem, por exemplo, estreitar relações com outros países? Marcar presença na Build Your House 2022, no Qatar, foi uma experiência enriquecedora. O país tem sido cada vez mais procurado para a concretização de negócios na área da construção. Por esse motivo, a Nogueira Fernandes achou imperdível a oportunidade de ter representada a sua marca nesse evento. O futebol é considerado o desporto rei a nível mundial. Por isso, acreditamos que o Mundial tenha o poder de elevar ainda mais a notoriedade do Qatar, enquanto

R. Silva Aroso nº 630 4455-559 Matosinhos 229 446 969 geral@nogueirafernandes.pt www.nogueirafernandes.pt

um país capaz e interessante para as empresas portuguesas, e não só, apostarem para a concretização de negócios e projetos. Estiveram igualmente reunidos com o Ministério do Investimento da Arábia Saudita, no sentido de encontrar novas oportunidades de negócio para o sector neste mercado. Conte-nos o que resultou desta reunião. A Nogueira Fernandes acredita que um dos segredos para o sucesso assenta na relação que se cria com cada pessoa que se mostra interessada em saber mais sobre a empresa, sobre a madeira ou apenas para trocar ideias de projetos e negócios. A oportunidade de estarmos reunidos com o Ministério do Investimento da Arábia Saudita, serviu exatamente para isso mesmo: criar relações e mostrar o quanto a madeira é um material rico, sustentável e poderoso na construção quer de habitações, quer de grandes estruturas. Ao longo dessa reunião foi possível darmos a conhecer a nossa empresa e os serviços de que dispomos para levarmos o nosso trabalho além-fronteiras, aproveitando o desenvolvimento que países como o Qatar e a Arábia Saudita estão a ter na conjuntura atual. Quais as ambições da Nogueira Fernandes para o futuro? Um dos objetivos passa pela internacionalização? Os sonhos são muitos. Queremos, acima de tudo, manter a equipa promovendo todos os dias o sentimento de família e união entre todos para que os próximos trinta anos sejam tão bons como os que passaram. Erguer mais projetos em madeira, em Portugal, é também uma das nossas maiores ambições. Acreditamos que não há país como o nosso e queremos muito concretizar não só projetos que possam trazer mais oportunidades de negócio e de turismo a Portugal, mas também o sonho dos nossos clientes que nos procuram para fazermos erguer a casa com que sempre sonharam. Contudo, a internacionalização também é um dos nossos objetivos. Ao longo deste ano, a Nogueira Fernandes foi dando pequenos passos rumo a esse propósito. Participamos, até à data de hoje, em mais de seis feiras onde estabelecemos vários contactos com empresas e clientes e fechamos alguns negócios nos quais começaremos a trabalhar dentro de pouco tempo. Em 2023, queremos continuar a levar o nome da empresa a nível internacional. Acreditamos que a nossa aposta na produção de CLT e vigas lameladas, bem como a venda em kits de materiais para construção, seja um forte motivo para a concretização de negócios e parcerias com empresas e clientes estrangeiros.


“O CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR” Em entrevista à Business Portugal, Eng. Pedro Nunes e Eng. Nilton Vieira, os dois sócios da Bisel Construções Lda., explicam que o facto de os clientes serem cada vez mais exigentes, potencia a evolução da empresa. Em que momento surge a Bisel Construções? A Bisel Construções Lda foi fundada em 1999, com o intuito de prestar um serviço dedicado e próximo do seu cliente na área da construção e reabilitação de imóveis. Com maior incidência no mercado residencial, o core business da empresa divide-se em 60% na construção nova e 40% na reabilitação. Partilhamos a missão de oferecer o melhor acompanhamento ao cliente e garantir que a sua expetativa seja cumprida com a máxima qualidade. Sendo uma PME com um ambiente familiar e profissional, todos os colaboradores fazem a diferença, acrescentando mais-valia ao produto final. Sediada no Concelho de Cascais, a visão foi e é de continuar a ser uma marca de confiança no sector da construção e essa concretização tem-se demonstrado na fidelização dos seus clientes e parceiros de negócios. Que tipo de serviços prestam ao cliente? Podemos dizer que o objetivo primordial da Bisel Construções é garantir a satisfação dos seus clientes? Embora a empresa se tenha expandido, nos últimos anos, para a promoção e construção de investimentos próprios, o propósito continuará a ser o cliente, que necessita do seu projeto construído.

Rua Guilherme Gomes Fernandes, lote 5 2645-048 Alcabideche, Cascais 214 847 112 geral@biselconstrucoes.com www.biselconstrucoes.com

Com mais de 20 anos, os planos estratégicos foram dinamizados e reajustados para as épocas de mercado, mas sempre com a premissa “o cliente em primeiro lugar”. Isso significa que, desde o crescimento da equipa até à própria profissionalização dos colaboradores, tentamos seguir as tendências e inovações do mercado de modo a satisfazer todos os requisitos. Sendo que os clientes são cada vez mais exigentes, é difícil corresponder às suas expetativas? Sabemos que para isso contam com uma equipa qualificada… A exigência do cliente ajuda a desenvolver competências não aprovisionadas, para corrigirmos e evoluirmos como marca. Todos os intervenientes do processo, tais como clientes, arquitetos, projetistas ou fiscalizações, ajudam a que tenhamos ainda mais atenção ao detalhe e a promover o rigor dos processos. Nem sempre acertamos à primeira, mas o sentido ético que temos no que fazemos propulsiona-nos a ser mais competentes e assertivos nas nossas novas tentativas. Quais as maiores dificuldades e oportunidades sentidas no mercado? Tivemos o cuidado, na nossa estratégia, de nos reajustarmos às necessidades do mercado da construção. Nos últimos 23 anos, experienciámos o “boom” da construção desenfreada, a derrapagem do sector na crise económica e financeira, a estabilização da construção e esta última vaga do crescente da construção (principalmente residencial). Neste momento, e apesar de não denotarmos o abrandamento no procurement, sentem-se outras dificuldades como a disponibilidade de mão-de-obra, escassez nos materiais e equipamentos disponíveis e o aumento dos custos de tudo o que é inerente à construção. Todas estas dificuldades fazem com que tenhamos de analisar e planear atempadamente os processos e gerir os recursos, de forma a maximizar a sua eficácia. Num mundo cada vez mais consciente da sustentabilidade, a gestão de recursos torna-se basilar na eficiência e resultados da empresa. Algum projeto realizado que gostasse de destacar? Temos orgulho em todos os projetos em que nos envolvemos. Uns com características técnicas mais aprimoradas, outros com design único. O mais importante para nós é que possamos acolher o nosso cliente, sabendo que vamos cumprir com as suas expetativas. Desde a reabilitação de um edifício histórico, passando pela construção de um enoturismo, ou até à remodelação de uma habitação, tudo é feito com uma consciência altruísta e sentido de responsabilidade.


LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | SEP

“PESSOAS QUE CUIDAM DE PESSOAS” Guadalupe Simões, Dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), alerta para os constrangimentos sentidos por estes profissionais de saúde. Guadalupe Simões, Dirigente

Num artigo de opinião redigido por si pode ler-se que, em média, os enfermeiros perderam 17% do poder de compra entre 2010 e 2022. Este é um motivo pelo qual é tão difícil para o SNS reter (e atrair) profissionais qualificados? A perda do poder de compra não é um problema exclusivo dos enfermeiros, mas, no que diz respeito à saúde, esta situação origina a saída dos profissionais de enfermagem do SNS para outros sectores, nomeadamente para o sector privado e para o estrangeiro. Acrescento ainda que os aumentos salariais propostos pelo Governo não vão colmatar este problema devido, por um lado, à inflação que registamos este ano e face também à previsibilidade de todos os dados que hoje são conhecidos de inflação para o próximo ano, todos os trabalhadores da Administração Pública (incluindo os enfermeiros) vão continuar a perder poder de comprar e, portanto, é legítimo que as pessoas procurem melhores condições de vida, ainda que isso signifique a degradação do SNS pela ausência dos recursos necessários para responder ao aumento das necessidades das pessoas em cuidados de saúde. Ao longo dos últimos meses têm sido vários os profissionais de saúde, em unidades um pouco por todo o país, a apresentar declarações de escusa de responsabilidades por considerarem que não estão reunidas as condições necessárias para exercerem a sua profissão. Considera que atualmente atravessamos uma crise na saúde? O SNS encontra-se perante vários desafios que são reconhecidos por todos os parceiros nesta área e um dos maiores problemas é a acessibilidade das pessoas aos cuidados de saúde. Esta situação não é de agora, mas tem-se vindo a agravar nos últimos anos, principalmente pela falta de investimento na área da saúde e na melhoria dos equipamentos e instalações. Consequentemente, neste momento, os profissionais encontram-se impossibilitados de desenvolver investigação e formação dentro do SNS. Pode parecer estranho, tendo em conta, o que é anunciado pelo Governo (o aumento de recursos humanos na saúde, também de enfermeiros), mas estes números não são suficientes e basta olharmos para o facto de Portugal ter, hoje, uma população mais envelhecida e que requer mais horas de cuidados de enfermagem. A título de exemplo, na pandemia, as pessoas ficaram com medo de recorrer às instituições hospitalares e aquilo que se verifica atualmente é que chegam, cada vez mais, doentes e com situações clínicas mais degradadas. Esses pedidos de escusa são um alerta para todas estas situações.

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Agora que Manuel Pizarro é o novo Ministro da Saúde, quais são as suas perspetivas para o futuro do sector? O que sabemos é que temos um processo negocial a decorrer de acordo com um protocolo que foi assinado entre o SEP e o Ministério da Saúde e que este deveria ter terminado em setembro pelo facto de terem havido mudanças na equipa ministerial isso não aconteceu, mas foi agora agendada uma reunião para o dia 2 de novembro e o que se exige é que o processo seja concluído rapidamente para que ainda tenha impacto orçamental no ano de 2022, como compromisso assumido pelo Governo. Depois, na perspetiva da necessidade de reter profissionais e enfermeiros no SNS, temos que avançar rapidamente para a alteração do Decreto-Lei nº71/2019, a carreira de enfermagem, que foi imposta pelo Governo e pela anterior equipa ministerial e que, pasme-se, não cumpre sequer as regras de construção de carreiras que é uma lei do PS de 2008 com sérios e graves problemas no que respeita ao desenvolvimento profissional dos enfermeiros. Portanto, após estas negociações importa avançar para a alteração da carreira. Apesar de todos os obstáculos inerentes ao exercício desta profissão, acredita que vale a pena lutar pelos direitos dos profissionais de saúde, nomeadamente, dos enfermeiros? Sim! Estamos a falar de uma profissão em que “pessoas cuidam de pessoas” e estas não podem cuidar melhor se não tiverem condições para o fazer, pois corremos o risco de continuar a fazer mínimos quando na realidade se exige máximos. Está demonstrado que ter enfermeiros em número suficiente nos serviços permite reduzir fatores de risco, mas isso não se aplica só no SNS. A nossa preocupação passa também por outros contextos de trabalho onde estão inseridos os enfermeiros, designadamente no sector social e também no sector privado onde o trabalho dos enfermeiros não tem sido valorizado apesar dos protocolos estabelecidos entre o Estado e estas organizações para dar respostas em cuidados de saúde aos mais velhos.

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