Revista Business Portugal Edição Março 2021

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PAULANOVAIS NOVAIS- -ARQUITECTOS ARQUITECTOSEEDESIGN DESIGN PAULA 30ANOS ANOSDE DEACOMPANHAMENTO ACOMPANHAMENTO 30 ATÉAO AOMAIS MAISÍNFIMO ÍNFIMODETALHE DETALHE ATÉ

Mar Mar

FIGUEIRA DE DE CASTELO CASTELO RODRIGO: RODRIGO: FIGUEIRA BOM PARA PARA VIVER, VIVER, VISITAR VISITAR EE INVESTIR INVESTIR BOM PauloLangrouva, Langrouva,Presidente Presidenteda daCâmara CâmaraMunicipal Municipal Paulo

EspecialSaúde Saúde||Dia DiaInternacional Internacional da da Mulher Mulher || Liderança: Liderança: Novos Novos Desafios Desafios REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 1 Especial REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 1


2 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ÍNDICE

Nota de boas-vindas...

Março 2021

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

ESPECIAL SAÚDE Março 2021

Especial Saúde

Ana Geão, Altino Cunha e Rute Santos, Direção Nacional ATARP

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

Gilead Sciences | Saúde da Visão | Dia Mundial do Sono | Dia Mundial da Incontinência Urinária REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 1 Dia Mundial da Saúde Oral | Centenário da Insulinoterapia | Compreender e Tratar e a Dor

Cada vez mais temos a certeza de que "novos tempos" se avizinham, percebemos que após uma pandemia, o mundo não será mais o mesmo. Novas realidades se impõem, novas metodologias são impostas e formas de viver diferentes são adotadas ... nada mais será igual. Certamente, os meios de comunicação social também terão de se readaptar a esta nova realidade. Sem dramas, sem derrotismos, mas levando a esperança aos que precisam, através de exemplos de resiliência, inovação, readaptação e transformação levada a cabo por empresas e empresários que são o orgulho nacional. É nosso ponto de honra continuar a levar até aos nossos leitores esses enormes exemplos, que servem para potenciar a economia neste período extremamente duro. Tudo faremos para isso e, por isso, fizemos algumas melhorias na nossa forma de comunicar para levar mais longe os exemplos de coragem dos nossos parceiros. Mudámos para uma imagem mais forte e com o indicador de subida no nosso logótipo, de forma a encarar positivamente este futuro, a curto prazo, reformulámos o nosso website, reforçámos as condições e características das nossas redes sociais, tornando-as mais abrangentes e objetivas na divulgação destes enormes exemplos. Mas teremos mais pela frente, para servir, cada vez mais e melhor, os nossos parceiros e leitores. Obrigado a todos por continuarem a acreditar também em nós e ... vamos falando.

Fernando R. Silva

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: AFARS | Redação e Publicidade: Rua Raimundo de Carvalho, 64, 1º Esq - Sala C 4430 -184 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@ revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 751 652 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Março 2021

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE | C. M. FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Paulo Langrouva, Presidente

FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO: BOM PARA VIVER, VISITAR E INVESTIR Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho com grandes potencialidades como nos comprova Paulo Langrouva, Presidente do Município. Em entrevista à Revista Business Portugal, o autarca de uma das “7 Maravilhas de Portugal” apresentou os diversos projetos pioneiros do município. Em 2017, na posse do atual mandato propôs-se a continuar a apoiar os cidadãos, assim como a estimular e dinamizar as forças motrizes do desenvolvimento económico do concelho. Que balanço faz deste mantado? O balanço é positivo, embora tenha sido um mandato particularmente difícil, devido à pandemia que obrigou a Câmara Municipal a várias adaptações, tendo implicações também no desenvolvimento de vários projetos e iniciativas. Contudo, conseguimos concretizar vários projetos que considerávamos essenciais, apesar de termos as condicionantes de estarmos a trabalhar, muitas vezes, a 50% e a um ritmo muito mais lento e de termos de afetar recursos para outras necessidades, que se afiguraram primordiais nesta primeira linha de combate à Covid-19. Foi um ano exigente, mas foi aliciante ver a adaptação para resolver um problema gravíssimo como é a pandemia. Conseguimos concretizar vários projetos e programar outros que brevemente estarão em curso. Uma das grandes apostas sempre foi o reforço da rede turística. Para além do desenvolvimento económico é também uma forma de preservar a cultura? O turismo é uma peça âncora do desenvolvimento deste território. Em circunstâncias normais, entram neste território mais de 150 mil turistas por ano. Neste último ano, sofremos um revés substancial, mas o município tem um conjunto de potencialidades que estão em estudo para dinamização futura. O fluxo turístico obrigou-nos a repensar numa estratégia de dinamismo económico do concelho e, nesse sentido, tivemos de criar um conjunto de infraestruturas adicionais que obrigassem as pessoas a permanecer no concelho. Falo concretamente do Centro Interpretativo Ephraim 4 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Bueno, da requalificação da Torre das Águias e estamos em vias de conclusão do Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo. Estes equipamentos vão permitir que se estabeleça uma rede de visitação obrigatória no concelho, aliando à natureza que temos associada, por exemplo, a primeira reserva privada a nível nacional. A cultura constitui uma forte aposta deste Executivo, contemplando os residentes e visitantes com eventos atrativos, dos que são exemplo: os Clássicos Vão ao Interior, “12 em Rede – Aldeias em Festa”, o “MosTo – Mostra de Teatro para Todos”, a Recriação Histórica da Batalha de Castelo Rodrigo (A SALGADELA) e a Semana Cultural do Livro e da Leitura. Temos um projeto inovador a nível nacional e internacional premiado- a Plataforma da Ciência Aberta - que decorreu de uma candidatura aprovada e que está a ser replicada em oito países da Europa. É um equipamento dotado de infraestruturas, mas também de recursos humanos altamente qualificados, com vários cientistas de renome internacional, por exemplo o Prof. Dr. Pedro Russo, um filho da terra. Este conjunto de valências e oportunidades atrai, definitivamente, mais visitantes ao concelho. Anunciaram a construção de uma Clínica de Diagnóstico por Imagem e um Centro de Dia devido ao envelhecimento da população e à falta de equipamentos para este tipo de exames. Investimentos que vão disponibilizar meios e recursos para que as pessoas se mantenham no concelho? Queremos manter os nossos jovens e temos tido a visão de diversificar as valências no domínio da saúde. O objetivo é criar um cluster da saúde no concelho, em que as pessoas não tenham de se deslocar para outros locais, exceto nos casos de cirurgias ou


FEMA

exames mais complexos. Este projeto é de extrema importância para o dinamismo da nossa economia porque permite garantir cuidados de saúde essenciais e criação de emprego. O equipamento vai ser alojado em instalações que estavam devolutas e praticamente inutilizadas no centro nevrálgico do concelho. É mais um equipamento que deixa de estar abandonado e que passa a ter uma revitalização importante para a dinâmica do concelho. Através destas valências começam-se a criar outras oportunidades de negócio complementares e que ajudam a fixar os jovens no concelho. Em cinco anos 15 mil consultas foram proporcionadas a todos os habitantes que não tinham acesso a cuidados de saúde através de um seguro municipal. A saúde pública tem de ser uma preocupação constante? Somos o único concelho do país com um seguro municipal que confere à população saúde gratuita (consultas de clínica geral, especialidade e meios de diagnóstico complementares). Inclui também o transporte às clínicas onde irão realizar exames mais complexos que não se conseguem realizar no próprio concelho. Complementamos este seguro de saúde com um seguro de estomatologia que veio dar uma valência adicional. A saúde é uma preocupação deste município e, por isso, estamos a fazer um upgrade deste projeto pioneiro. Estamos a criar o equipamento e infraestruturas necessárias para que uma empresa privada se possa estabelecer aqui e realizar exames de imagiologia. O mesmo sucede com a clínica de fisioterapia geriátrica que também será uma obra concretizada ainda neste mandato. Como somos uma população idosa, estes serviços são essenciais para garantir a qualidade de vida e mobilidade. Este executivo tem tido uma forte preocupação em garantir os serviços de saúde essenciais e com todas estas valências conseguimos proporcionar saúde às nossas populações. Um serviço diferenciador e motivo para que pessoas vindas de outros sítios se fixem aqui. O Município aprovou medidas no valor de 240 mil euros para ajudar instituições sociais, empresas e famílias a ultrapassar dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19. Que efeitos práticos terão estas medidas? Fomos dos primeiros municípios a aprovar um pacote de medidas para ajudar a minimizar os impactos da pandemia. Evitarão o encerramento de muitas empresas, perdas de postos de trabalho e irão também minimizar impactos económico-financeiros nas instituições. Sabemos que as instituições têm aumentado as despesas com a aquisição de equipamentos de proteção individual e, por isso, atribuímos um valor de dois mil euros de forma faseada às instituições com valência de lar ou apoio ao domicílio; nas famílias tivemos a preocupação de reduzir o valor a pagar nos consumos de água, aprovamos para este 1º trimestre uma redução de 50% para o 1º e 2º escalão; para as empresas, atribuímos um valor equivalente a um salário mínimo nacional por mês a cada empresa para suportar várias despesas. Sabemos que há um pacote de medidas de apoio do governo, mas é sempre bem-vindo um complemento adicional. O nosso concelho é bom para viver porque tem qualidade de vida; é bom para investir porque temos uma política direcionada para as empresas - Fiscalidade Zero; e é bom para visitar porque dispõe de um conjunto de valências e oportunidades. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 5


BANDEIRA VERDE ECOXXI | C. M. TORRES NOVAS

MUNICÍPIO DE TORRES NOVAS

NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE Pela primeira vez, o Município de Torres Novas conquistou a Bandeira Verde, o galardão máximo atribuído pela Associação Bandeirade Azul da Europa no âmbito do ProgramaVerde, ECOXXI. Para compreendermos Pela primeira vez, o Município Torres Novas conquistou a Bandeira o galardão máximo atribuído Associação Bandeira Azul da Europa no àâmbito do Programa ECOXXI. Para compreendermos a esapela estratégia desenvolvida pelo município, rumo sustentabilidade, estivemos à conversa com Pedro Ferreira, tratégia desenvolvida município, rumoNovas, à sustentabilidade, estivemos à conversa com Pedro Ferreira, presidente da Câmara pelo Municipal de Torres que reconheceu a importância desta distinção para a presidente da município Câmara Municipal de Torresem Novas que reconheceu a importância desta distinção para a criação de um mais sustentável, termos ambientais e económicos. criação de um município mais sustentável, em termos ambientais e económicos.

O O

Município de Torres Novas

O Município de Torres Novas foi distinguifoi distinguido com oECOXXI galardo com o galardão Bandeira Verde dão Bandeira Verde ECOXXI 2020, afigurando-se como um dos municípios 2020, afigurando-se como dos mumais sustentáveis do país. Qualum a importância nicípios mais sustentáveis do país. Qual desta distinção? a importância distinção? Esta distinção édesta o reconhecimento do trabalho nos anos anos, com vista Estafeito distinção é oúltimos reconhecimento do ao desenvolvimento sustentável do nosso trabalho feito nos anos últimos anos, com concelho. Servirá como incentivo para a convista ao desenvolvimento sustentável do tinuação do trabalho realizado pelos vários nosso concelho. Servirá como incentivo setores do município e pelos próprios mupara a continuação do trabalho realizado nícipes.

pelos vários setores do município e pelos próprios munícipes.

PEDRO FERREIRA

Este ano, a iniciativa contou com a parEste ano, a iniciativa contou com a participaticipação 14 novos municípios, ção de 14 de novos municípios, como écomo o caso édeoTorres caso de Torres Novas. O que Novas. O que motivou o motivou município odemunicípio de Torres Novas a participar Torres Novas a participar nesta iniciativa, nesta iniciativa, pela primeira vez? pela primeira vez? O Município de Torres Novas feito O Município de Torres Novas temtem feito trabalho para sustentável. trabalho parao odesenvolvimento desenvolvimento sustentável. Queríamosfazer fazerparte parteda darede redededeMunicípios Municípios Queríamos ECOXXI para termos acesso a indicadores ECOXXI para termos acesso a indicadores dede sustentabilidadelocal localque quenos nospermitiriam permitiriam sustentabilidade saber em que ponto estamos do trabalho já saber em que ponto estamos do trabalho já realizado. O ECOXXI constitui-se, também, realizado. O ECOXXI constitui-se, também, como uma ferramenta interna, que aponta como uma ferramenta interna, que aponta caminhos e metas no sentido da sustentabicaminhos e metas no sentido da sustentabilidade, dando algumas pistas de caminhos a lidade, dando algumasa desenvolver, pistas de caminhos a seguir e de projetos para que seguir de projetos a desenvolver, para que TorreseNovas seja um município sustentável, Torres Novasambientais seja um município sustentável, em termos e económicos. em termos ambientais e económicos. Quais as ações desenvolvidas e que contribuíram que desenvolvidas Torres Novasealcançasse Quaispara as ações que conesta distinção? tribuíram para que Torres Novas alcançasse O município tem dinamizado ações nas áreas esta distinção? da O Educação Ambiental e Educação município tem dinamizado açõespara nas o Desenvolvimento Sustentável, com as escolas áreas da Educação Ambiental e Educação para e com a comunidade em geral. Contribuiu o Desenvolvimento Sustentável, com as escolas também para esta distinção o transporte a pee com a comunidade em geral. Contribuiu dido; o apoio no acesso a cuidados de saúde também esta distinção o transporte a famíliaspara de baixos rendimentos; o Centro ade pedido; apoio nodeacesso a cuidados de saúde e Recolhao Oficial animais de companhia aerrantes famílias edeasbaixos rendimentos; o Centro ações de adoção de animaisdede Recolha Oficial de animais de de companhia e companhia; o plano municipal emergência errantes e as ações de adoção de animais de e proteção civil e as ações de sensibilização,

companhia; o plano municipal de emergência 6 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

14 PORTUGAL EM DESTAQUE

edivulgação proteção civil e as ações de sensibilização, divuldo Risco de Incêndio. Contribuiu, gação do Risco de Incêndio. Contribuiu, ainda, o ainda, o facto de existirem áreas protegifacto de existirem áreas protegidas, Rede Natura das, Rede Natura 2000 e Classificações da 2000 e Classificações da UNESCO. Contribuiu, UNESCO. Contribuiu, também, o número de também, de resíduos de embalagem resíduos o denúmero embalagem recolhidos seletivarecolhidos seletivamente, a recolha seletiva dos mente, a recolha seletiva dos REEE, pilhas e óleospilhas alimentares e a implementação de REEE, e óleos alimentares e a implementamedidas nas frotas municipais, iluminação ção de medidas nas frotas municipais, iluminação públicae enos nos edifícios municipais, pública edifícios municipais, assimassim como como a valorização do património e a valorização do património natural enatural cultural. cultural. Contribuiu ainda o Índice de SustenContribuiu ainda o Índice de Sustentabilidade tabilidade Municipal e a existência de pontos Municipal e a existência de pontos de Utilização de Utilização Gratuita e Wi-Fi, entre outros Gratuita e Wi-Fi, entre outros aspetos diferenaspetos diferenciadores. ciadores. Torres Novas é hoje, também graças a esta Torres Novas é hoje, também graças a esta distinção, um município mais comprometido distinção, um municípiodo mais comprometido com a sustentabilidade planeta terra? com sustentabilidade do planeta terra? com Sim, asem dúvida. O município recebeu muito esta distinção querecebeu irá contriSim,agrado sem dúvida. O município com buir para o planeamento e dinamização de muito agrado esta distinção que irá contribuir mais ações que permitam tornar Torres Novas para o planeamento e dinamização de mais ações um permitam municípiotornar maisTorres sustentável, em termos que Novas um município ambientais e económicos. Só trabalhando mais sustentável, em termos ambientais e econónesse sentido se conseguirá garantir que os micos. Só trabalhando nesse sentido se conseguirá objetivos para o desenvolvimento sustentágarantir que os objetivos para o desenvolvimento vel são atingidos e que contribuímos para o sustentável são atingidos e que contribuímos para Acordo de Paris e para as medidas de mitiogação Acordo Paris e para medidas declimáticas mitigação e e de adaptação àsasalterações adaptação às alterações climáticas que que contribuirão para a saúde e contribuirão bem-estar para a saúde e bem-estar dos munícipes. Estaque candos munícipes. Esta candidatura mostra didatura mostra que ainda há trabalho a ser feito ainda há trabalho a ser feito para que Torres para queseja Torres seja um município mais Novas um Novas município mais sustentável, mas que estamos bom caminho. sustentável, mas queno estamos no bom caminho.


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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE | C. M. OURÉM

UM MUNICÍPIO NA ONDA DA MODERNIDADE

Luís Miguel Albuquerque, Presidente

Em entrevista à Revista Business Portugal, Luís Miguel Albuquerque, Presidente da Câmara Municipal de Ourém, salienta a proatividade que tão bem define o município e que lhe fez merecer, pela primeira vez em 2020, a Bandeira Verde Eco XXI que reconhece as melhores práticas implementadas pelos municípios.

O sector da hotelaria e da restauração tem sido o mais fustigado, mas o Município de Ourém mostrou-se presente com a campanha “10 001 Noites”, para dinamizar o turismo e a economia local. É importante que os empresários percebam que têm os seus representantes ao seu lado nesta luta? O Município de Ourém será sempre um parceiro privilegiado e o maior defensor da economia local. Os sectores da hotelaria, da restauração e do turismo são uma mola propulsora do nosso concelho, pelos valores que geram, pelos postos de trabalho que criam e pela projeção de imagem que nos garantem um pouco por todo o Mundo. Alargada a todo o concelho de Ourém, a campanha “10 001 Noites” foca essencialmente na cidade de Fátima, cuja atividade foi tragicamente assolada pelo flagelo da pandemia. Um ano depois de termos lançado as primeiras medidas de apoio às nossas empresas, entendemos voltar à carga e em força, dada a situação periclitante de empresas e empresários. Entendemos que Fátima merecia muito mais. E, por isso, projetámos esta campanha que traduz um investimento a rondar os 750 mil euros. Através desta campanha convidamos os portugueses a visitar Fátima, sabendo que, se o fizerem, vão beneficiar de uma noite extra e gratuita, cortesia do Município de Ourém, que ainda oferece um vale de dez euros para descontar em restaurantes do concelho. Além de visar a retoma do turismo em Fátima, a campanha pretende dar a conhecer todo o concelho, na certeza de que não faltarão pontos de interesse turísticos, desde a Vila Medieval de Ourém, à Praia Fluvial do Agroal ou ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios, entre muitos outros. O desafio passa precisamente por aqui: aproveitar a noite extra e ganhar mais um dia para conhecer Ourém e o seu concelho. 8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Foram instalados MUPI digitais em Ourém e Fátima, reforçando os canais de comunicação do Município. A aposta neste estruturas é fundamental para a projeção dentro e fora de Portugal? Pretendemos promover os inúmeros pontos de interesse turístico do nosso concelho, utilizando os mesmos como uma ponte para outros locais idílicos da nossa região. Ou seja, trata-se de utilizar o Santuário de Fátima e a Vila Medieval de Ourém como pontos de partida para a descoberta do nosso concelho, do nosso património histórico e cultural. Inserida no esforço que tem vindo a efetuar para mitigar os efeitos da pandemia, o Município reforçou a rede de apoio a instituições sociais. Manter a proximidade com os munícipes e responder às necessidades será o grande projeto para 2021? Importa sublinhar que o Município sempre acompanhou de perto a atividade das instituições sociais. Através do Conselho Local de Ação Social de Ourém (CLASO), estamos em contacto permanente com cada instituição social, sabendo as respetivas dificuldades e necessidades. Já investimos mais de um milhão de euros em apoios sociais, desde a oferta de equipamentos de proteção individual, à transferência de verbas para apoiar as nossas IPSS. Também neste contexto e, porque, sempre trabalhámos em articulação com a Autoridade de Saúde e a Proteção Civil, implementámos o Ponto de Vacinação Municipal, sendo este mais um contributo que demos em prol da segurança sanitária da população, rumo à tão ansiada imunidade.


UNIVERSIDADE DE ÉVORA | TEMA

Vila Medieval de Ourém

A prevenção da saúde mental assume uma grande importância no Município de Ourém. Promover a literacia, reduzir o estigma e criar canais oficiais de pedido de ajuda tem sido um dos vossos objetivos? Se já defendíamos boas práticas neste campo antes da pandemia, com este flagelo reforçámos a nossa ação. Criámos no seio da estrutura municipal a Divisão de Educação e Vida Saudável, responsável pela implementação de uma estratégia de promoção e prevenção da saúde mental, através da qual estamos a desenvolver uma panóplia de atividades direcionadas à comunidade. Neste contexto, importa destacar que o Município também criou uma estrutura de atendimento à vítima, lançando linhas de apoio com atendimento personalizado e absolutamente sigiloso. Promover a literacia é outra das nossas bandeiras. No âmbito desta estratégia, acolhemos o CLPSE - Cento Local para a Promoção do Sucesso Educativo, um projeto europeu composto por uma equipa de profissionais de diversas áreas, como educador de infância, nutrição, psicologia, terapia da fala, entre outros. A sua atividade assenta em eixos como a promoção da literacia, o incremento da leitura, a parentalidade positiva, entre outros conceitos que muito nos dizem e que nos ajudam a garantir a melhor educação para as nossas crianças, sabendo que são elas o futuro do nosso concelho. Num ano tão atípico como foi 2020, o Município de Ourém foi distinguido pela primeira vez com a Bandeira Verde Eco XXI, que reconhece as melhores práticas implementadas pelos municípios. Proatividade é, de facto, um dos conceitos que melhor definem o Executivo que lidero. Agir antes de reagir, sobretudo quando se trata de uma questão tão premente quanto a preservação do meio ambiente. Podermos hastear a Bandeira Verde Eco XXI é uma vitória que nos enche de orgulho. Primeiro, porque não é um estatuto que se conquiste facilmente; depois, porque comprova que estamos no caminho certo no que toca à proteção ambiental. O Município de Ourém procura cavalgar a onda da modernidade

Fátima

também ao nível ambiental e, por isso, desenvolvemos estratégicas como a implementação de ecovias, a desmaterialização municipal, entre muitas outras, no âmbito da proteção do meio ambiente. A autarquia decidiu proceder à expansão de internet gratuita na cidade de Ourém. Que influência têm este tipo de medidas no município? Todo o Município de Ourém carece de um serviço gratuito de internet capaz de responder às exigências destes novos tempos. É uma necessidade identificada há largos anos e que vai ser resolvida em breve, graças ao sucesso da candidatura que submetemos ao projeto WiFi4EU, outra iniciativa da União Europeia, através da qual ganhámos um voucher de 15 mil euros, consignado à expansão da rede. Vamos poder oferecer um serviço de internet sem fios, gratuito, rápido e eficaz, à disposição de todos em edifícios públicos como Câmara, Biblioteca e Museu, bem como espaços públicos como Mercado, Parque da Cidade e algumas das praças mais frequentadas por residentes e visitantes. Pode o Município de Ourém considerar-se um exemplo de boas práticas e resiliência perante o flagelo da pandemia? Em tempos de pandemia, a maior prova de resiliência e dinamismo que podemos dar está à vista de todos: o Município foi forçado a redirecionar a sua ação, mas não travou a marcha. Pelo contrário, a evolução está à vista em todos os quadrantes. Temos centros escolares em construção, novas unidades de saúde a estrear, uma rede viária em plena requalificação um pouco por todo o concelho. Está em marcha a ampliação da rede pública de saneamento, vamos reabrir as portas do Castelo da nossa Vila Medieval e inaugurar o Teatro Municipal, o Passadiço do Agroal, a Ecovia Fátima-Ortiga. Continuamos a construir o futuro, honrando o passado e assegurando o presente.

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE | C. M. VILA DE REI

VILA DE REI: UMA VILA DE OPORTUNIDADES Em 2020 o concelho de Vila de Rei foi eleito, pelo 12º ano consecutivo, como “Autarquia + Familiarmente Responsável”. O orgulho pela vila transparece nas palavras de Ricardo Aires, Presidente da Câmara Municipal, que em entrevista à Revista Business Portugal, a retrata como um lugar “único para viver com qualidade e em família. A resiliência perante a pandemia e as inúmeras medidas de apoio social e às famílias contribuem para a distinção “Autarquia + Familiarmente Responsável”? É um orgulho sermos eleitos. É a capacidade de adaptação dos vilarregenses para superar problemas/obstáculos, adaptar-se às mudanças, que dá força para enfrentar as adversidades diárias como a Covid-19. Vila de Rei é um concelho único para viver com qualidade e em família. É a dedicação e empenho de todos que contribuem para o enriquecimento/crescimento do concelho, que permite promover às famílias os apoios sociais para uma estabilidade familiar/profissional. Com o título ‘Vem Residir em Vila de Rei, o município está a promover uma campanha de divulgação em vídeo, com todos os apoios prestados aos seus munícipes. Mais do que promover, este vídeo pretende demonstrar a proximidade que é preciso manter junto da população em momentos difíceis? “Vem residir em Vila de Rei” partilha projetos com que trabalhamos no contato direto com a população, com uma equipa multidisciplinar experiente, que interage no terreno avaliando necessidades, para uma eficiente resolução de obstáculos, a longo prazo. “Viver em Vila de Rei” partilha serviços disponibilizados aos habitantes como: Apoio à Fixação (apoio ao casamento ou união de facto; a famílias que se fixem no concelho, com valor por filho até 16 anos; apoio nascimento e fertilização in-vitro; apoio produtos puericultura no comércio local); Projeto Esperança Porta-a-Porta levando ao domicílio diversos serviços; Teleassistência Domiciliária; Transporte Intra-Concelhio grátis; Loja Social; Cartões Etários com descontos; Apoio ao Munícipe e ao Migrante; Banco Local Voluntariado; Apoios Habitação (arrendamento jovem, oficina doméstica, lotes a custos controlados, apoio recuperação habitações degradadas); Gabinete Apoio Psicológico; Banco Material Ortopédico; comparticipação operação às cataratas; Unidade Cuidados Comunidade (parceria Centro Saúde); Rastreios; Ações Sensibilização; Tratamentos Termais. 10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Queremos relembrar a comunidade que, em conjunto, encontraremos estratégias para superar barreiras. O Município de Vila de Rei continua a prestar um conjunto de medidas de apoio para colmatar carências urgentes a agregados familiares em condição de vulnerabilidade e uma das grandes preocupações, a nível nacional têm sido as crianças. Qual tem sido a vossa atuação perante a falta de acesso a recursos para a escola? Campanha “Cresce Connosco” expõe os benefícios do concelho na educação como: principais refeições e atividades lúdico-desportivas na creche municipal e jardim de infância; oferta lanche, toalhitas e pomada na creche; suplemento de refeições no jardim de infância; ATL gratuito; cadernos de atividades grátis desde 1º CEB até secundário; banco de livros escolares; transporte escolar intra-concelhio gratuito, comparticipação passes escolares; residência estudantes e explicações secundário gratuitas; Bolsa Mérito Percurso Escolar e Bolsa Permanência Vila de Rei; Bolsas Estudo e Mérito alunos Ensino Superior; Viagem Estudo Melhores Alunos; Férias Desportivas; Orientação Vocacional Profissional; Escola Música; Universidade Sénior. Desde 2015, o Contrato Interadministrativo de Delegação de Competências na área da educação visa melhorar serviço educativo e formativo promovendo qualidade da aprendizagem das crianças e jovens. O Município tem melhorado os recursos materiais no Agrupamento: sala de aula equipadas com tecnologia moderna, quadros interativos, mobiliário ergonómico adequado a casa ciclo; obras de requalificação parque escolar, supressão barreiras arquitetónicas, melhores acessos e novas instalações sanitárias. Este trabalho de parceria reflete-se ainda no trabalho conjunto entre a equipa multidisciplinar do Município que colabora diretamente no Agrupamento de Escolas, num trabalho com a comunidade educativa criando-se sinergias para o sucesso escolar. Face à Covid-19, o ensino à distância foi um desafio superado. Município e Escola avaliaram as necessidades dando resposta às mesmas com o empréstimo de computadores, tablets e pacotes de dados móveis para os alunos participarem nas atividades on-line.


STARSUL | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

As várias medidas elaboradas pelo município abrangeram todas as faixas etárias e todos os grupos sociais, destacando-se o projeto “Um Amanhã” + Humano” para apoio psicológico e entrega de medicamentos e alimentação ao domicílio. A saúde mental dos munícipes deve priorizada nestes momentos de crise e em todos os restantes? A saúde mental é prioridade do Município. A Covid-19 enfatizou enquadramentos sociais já existentes tornando-os mais visíveis socialmente, dada a dimensão global da situação pandémica. A autarquia promove a conceção de políticas sociais que permitem o reconhecimento de situações de pobreza/exclusão social bem como, a execução de atividades para as suprimir sempre num quadro social positivo, com parcerias, coordenação de esforços e recursos do concelho. Para acompanhamento aos munícipes em isolamento e/ou vulnerabilidade social, surgiu o projeto “Um Amanhã Humano” revigorado pelo projeto “Esperança Porta-a-Porta” com visitas domiciliárias aos agregados familiares pelas aldeias do concelho, maioritariamente idosos. Este contato direto permite uma proximidade de serviços para o seu bem-estar físico e emocional, como o apoio psicológico, entrega de medicamentos, de alimentos, entre outros. O excelente contributo e todas as medidas tomadas pelo Município para minimizar possíveis dificuldades sentidas pelos vilarregenses face à conjuntura atual causada pela pandemia da Covid-19 estão a repercutir-se na descida de casos ativos. No entanto, é preciso continuar a sensibilizar a população? O Município sempre cumpriu as diretrizes do Governo Central, para minimizar a propagação do vírus Covid-19, respeitando os princípios contenção, sensatez e responsabilidade cívica que pautam as nossas ações. A autarquia reforçou serviços já existentes para fazer face aos sobressaltos. As testagens à comunidade e, o plano de vacinação já iniciado, asseguram que todos os esforços estão a ser executados para conter a pandemia.

Vila de Rei é um município que mantém uma proximidade com as suas gentes, presta um grande apoio no acesso à saúde, ao ensino, aos transportes e ao empreendedorismo. Garantir as melhores condições de vida aos seus munícipes é garantir também um município com potencial para quem pretenda trabalhar ou viver em Vila de Rei? O Poder Local tem a sua força na proximidade à população, temos dever de conhecer o Município, as nossas gentes, tradições, costumes. É a nós que o munícipe solicita auxílio, devendo apoiá-lo o melhor possível. A procura de espaços para novas empresas se fixarem no concelho é crescente, estão em curso projetos que criarão mais postos de trabalhos atraindo agregados familiares jovens em idade ativa que contribuirão para o crescimento populacional, financeiro e social. Vila de Rei continuará a crescer traçando dinâmicas e iniciativas em investimento que garantam condições de vida e bem-estar às gerações atuais e futuras.

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CAMINHO DE SANTIAGO | C. M. VILA POUCA DE AGUIAR

O Caminho Português Interior de Santiago é uma das cinco rotas sinalizadas que parte de Portugal em direção à Catedral de Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha. Para melhor conhecermos este caminho e o trabalho desenvolvido na promoção e divulgação desta rota milenar, estivemos à conversa com Ana Rita Dias, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar. O Caminho Português Interior de Santiago é um dos cinco percursos principais que atravessam Portugal e que todos os anos são seguidos por um grande número de peregrinos, com mochila às costas ou de bicicleta, em direção ao túmulo do apóstolo Santiago Maior, na catedral espanhola: Caminho da Costa, Caminho Português Interior, Caminho Central Português, Caminho Portugal Via Nascente e Caminho de Torres. Ligando Viseu a Chaves, o Caminho Português Interior, o único a nível nacional com a distinção de itinerário cultural europeu pelo Conselho da Europa, atravessa, em território nacional, os municípios de Viseu, Castro Daire, Lamego, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, até atingir Chaves. Ao longo de oito municípios e 205km o verde ‘abraça’ e conduz os peregrinos por um dos mais belos e autênticos caminhos ao santuário. Se para muitos o caminho de Santiago de Compostela é uma oportunidade de contato com a natureza, também há quem o considere um caminho de respostas e introspeção. “Temos percebido que o procuram, sobretudo, pessoas que querem estar sozinhas, numa introspeção. Penso que o Caminho Português Interior tem esta magia, pelo fato das pessoas poderem fazê-lo como entenderem, seja a pé, de bicicleta, sozinho ou em grupo e para o fim, que naquele momento, a pessoa estiver a precisar, sempre num contexto de natureza, tranquilidade e paz”. À descoberta de Vila Pouca de Aguiar No concelho de Vila Pouca de Aguiar o percurso beneficia de paisagens que têm como pano de fundo as Serras do Alvão e Padrela. Atravessando as freguesias de Telões, Soutelo de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, Bornes de Aguiar e Sabroso de Aguiar, o percurso apresenta vários pontos de interesse onde se desatacam a Capela de S. Gonçalo, em Zimão, a imagem alusiva a Santiago peregrino, Orago em Soutelo de Aguiar, ou ainda a Capela de Santiago, em Vila Meã. Para pernoitar, os peregrinos têm ao seu dispor, em Parada de Aguiar, o Albergue de Santiago, que se destina exclusivamente a peregrinos, e ao qual se irá juntar, no futuro, um novo albergue municipal, em Saboroso, que se destinará essencialmente a peregrinos que ali cheguem de bicicleta. Certificação e promoção do caminho Certificar, promover e melhorar este Caminho de Santiago são os principais objetivos para 2021 e, nesse sentido, estão já em curso duas candidaturas, no âmbito do Programa Valorizar do Turismo de Portugal. “Temos uma candidatura para melhorar a sinalética, adaptando-a à nova legislação, melhorar albergues, tornando-os mais eficientes, fazer novos albergues, promover e digitalizar a informação do Caminho Português Interior de Santiago, é também uma das apostas nesta primeira candidatura. 12 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Temos outra candidatura, no âmbito das acessibilidades, onde queremos fazer um caminho para todos, com audioguias e acessibilidades melhoradas, para todo o tipo de peregrinos que nos queiram visitar. Queremos um caminho para se fazer caminhando pelas belas terras transmontanas, dando a possibilidade de cada um o poder desfrutar à sua maneira”, elucida Ana Rita Dias.


Especial Saúde

Mar

Ana Geão, Altino Cunha e Rute Santos, Direção Nacional ATARP

GILEAD SCIENCES | SAÚDE DA VISÃO | ALERGIAS DE PRIMAVERA | DIA MUNDIAL DA AUDIÇÃO DIA MUNDIAL DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA | DIA INTERNACIONAL DA MULHER – SAÚDE FEMININA 100 ANOS DE INSULINOTERAPIA | DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 13


ESPECIAL SAÚDE | ATARP

ATARP NO CAMINHO DA CRIAÇÃO DE ORDEM PROFISSIONAL Ao longo de 53 anos a ATARP, Associação Portuguesa dos Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear, tem tido um papel marcante na defesa e inclusão dos profissionais e pretende continuar a ter, como nos garante Altino Cunha, Presidente da Direção Nacional, em entrevista à Revista Business Portugal. Perante o cenário pandémico, foram diversas as ações desenvolvidas pela ATARP. De todas elas quais as que destacaria e porquê? É fundamental esta proatividade em momentos de crise? Uma Associação profissional tem um amplo espetro de ação, tendo como pilares a defesa e formação dos profissionais, e a otimização de recursos humanos e materiais. Nesta situação de crise, a ATARP sentiu a necessidade de intervir, realizando iniciativas como, a plataforma #atarpcontracovid, bolsa de voluntariado, webinars de partilha e elaboração de pareceres. Conseguiu ajudar serviços com maiores necessidades de EPI’s, potenciou a extraordinária humanidade e boa vontade de todos os profissionais que representamos, assim como do setor da indústria, e, ainda, fomentou troca de conhecimento entre serviços, nomeadamente com serviços internacionais, conseguindo desta forma dotar os nossos profissionais de estratégias e conhecimentos com base em experiência de situação de crise. Em paralelo, nunca descurou o sentido da segurança dos profissionais e doentes nos serviços de radiologia, radioterapia e medicina nuclear. Para a ATARP uma instituição “faz-se de pessoas e para pessoas” e, por isso, a formação contínua é um dos seus pilares. Que iniciativas formativas já foram promovidas nesse sentido? De facto, este é um dos pilares desta Associação e, desde a sua génese, a ATARP promove formação contínua, defendendo a sua necessidade e valorização. No setor da saúde, esta atualização de conhecimentos, de competências e de práticas, fruto da evolução tecnológica tem uma enorme relevância. Tendo como objetivo garantir a maior acessibilidade possível, ultrapassando as dificuldades logísticas e económicas, e até bem antes desta necessidade de confinamento e distanciamento social, a ATARP foi pioneira na formação on-line, nas três áreas profissionais que representa. O âmbito das temáticas tem variado, tendo em conta, sempre, a esfera de interesse dos atuais e futuros profissionais. O leque abrange inovações e tecnologia de ponta, novas técnicas e práticas sem esquecer o conhecimento base. Uma das áreas mais pertinentes é a Proteção e Segurança Radiológica, quer na ótica do doente, no que respeita à sua segurança, na minimização da exposição à radiação sem compromisso do resultado necessário, bem como, no diagnóstico ou terapêutica, mas também na ótica do profissional, na sua segurança e proteção individual e de todos os restantes envolvidos. De facto, esta temática está na ordem do dia de várias entidades internacionais, desde logo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica), 14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Altino Cunha, Presidente da Direção Nacional

têm criado estruturas e plataformas de controlo e formação, uma vez que a maior causa de exposição à radiação ionizante é, neste momento, a exposição médica. Este é um enorme motivo de preocupação e cuidado, o que levou a ATARP a salvaguardar o papel dos Técnicos de Radiologia, Medicina Nuclear e Radioterapia na transposição da diretiva europeia para a legislação nacional. Entre os objetivos da ATARP, destaca-se o desenvolvimento de condições para criar um mecanismo de autorregulação profissional. Que efeitos práticos têm produzido os encontros com diversos grupos parlamentares, nos quais abordaram a atualização de competências e a regulação da profissão com a criação de uma ordem profissional? Importa destacar que a regulação profissional visa, em saúde, a defesa dos doentes. Considerando-se, a ATARP, parte da solução e não do problema, apresentou argumentos aos grupos parlamentares com os quais reuniu, focando a necessidade de autorregulação. Alguns grupos estão ideologicamente mais recetivos a estas questões do que outros, no entanto, todos se mostraram preocupados com as questões levantadas. Um dos maiores problemas é o exercício inqualificado que, em matéria de radiação ionizante, é lesivo para a saúde de doentes – os “beneficiários” dos nossos conhecimentos e competências – e restantes profissionais de saúde. É, portanto, vital que estas profissões sejam devidamente reguladas e que haja um mecanismo eficaz que salvaguarde a segurança dos doentes.


ATARP | ESPECIAL SAÚDE

a partilha com as comunidades académica e profissional. De notar que o prémio para o vencedor, além do valor monetário, contempla também um valor a ser utilizado em formação e atualização de conhecimentos.

É impensável abordar-se a questão do diagnóstico e tratamento com radiação ionizante sem referir o trabalho de profissionais altamente qualificados como os Técnicos de Radiologia, de Medicina Nuclear e de Radioterapia. Estes profissionais são os únicos com formação base em Proteção e Segurança Radiológica, algo fundamental nas boas práticas. Em 2018 foi necessário transpor a diretiva europeia 2013/59/Euratom. Qual o seu impacto nestas profissões? Esta diretiva comunitária estabelece o regime jurídico da proteção radiológica. Sendo estes profissionais os únicos com formação base nesta área, a ATARP não poderia deixar de envidar esforços para a sua inclusão, bem como das suas competências na lei transposta. Foi um marco importante ao qual se deverão seguir outros, no âmbito da legislação acessória a ser criada, para a qual ATARP levantou as suas preocupações.

A ATARP pretende reforçar a importância de uma associação inclusiva que reconhece todos os profissionais do país e que promove a literacia em saúde. Sendo uma das associações profissionais mais antigas na área das Tecnologias da Saúde, quais as principais conquistas, ao longo destes 53 anos, que orgulham todos os profissionais e, numa perspetiva de futuro, que projetos têm no vosso horizonte? Ao longo destes 53 anos, muitas foram as conquistas, umas com maior destaque do que outras. Desde logo, a sua génese ter ocorrido ainda durante o Estado Novo. Quer pelo empenho depositado, quer numa perspetiva mais associativa, destacam-se a participação ativa na transposição da diretiva europeia relativa à proteção e segurança radiológica; a colaboração com a Organização Mundial da Saúde para a tradução de material informativo, que promove a literacia em saúde; a fundação da EFRS – European Federation of Radiographer Societies; ou a criação de uma sessão em português no maior congresso europeu da área. Como novos projetos no horizonte, estão a criação da ordem profissional, a formação diferenciadora e a coordenação com entidades nacionais e internacionais.

A Direção Nacional da ATARP foi recebida pelo Presidente da República, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, para uma conversa sobre o combate à pandemia e da dinâmica do SNS na promoção da saúde e prevenção da doença. Quais foram as principais preocupações apresentadas e dinâmicas que interessam ser implementadas? Sente que o vosso empenho, trabalho e inputs têm sido reconhecidos? A ATARP respondeu ao desafio do Presidente da República na procura de diálogo com entidades representativas da esfera da saúde em Portugal. A ATARP mostrou-se sensível às preocupações e desafios do Presidente com o combate, mais premente à pandemia, bem como ao reforço de toda a dinâmica do Sistema Nacional de Saúde (SNS), na promoção da saúde e prevenção da doença. Foi enaltecido também o papel dos profissionais que representa – profissionais de elevado grau de qualificação e diferenciação – e manifestada preocupação com as elevadas listas de espera, e total disponibilidade para cooperar no esboço de estratégias e soluções objetivando a melhoria de todo Sistema Nacional de Saúde (SNS, setor privado e social) e os seus principais benificiários, os doentes. O vosso trabalho estende-se também a futuros profissionais com a atribuição de prémios e outros incentivos. O PRÉMIO RECÉM LICENCIADO, que vai na 3ª edição, é um exemplo da importância de fomentar a investigação? Esta iniciativa tem como principal objetivo, não só dar a conhecer os trabalhos de investigação dos futuros profissionais aos seus pares já no exercício, mas também potenciar a presença enquanto oradores em eventos nacionais de referência, aprimorando a destreza e o gosto por este caminho. A ATARP procura desta forma fomentar a investigação e REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 15


ESPECIAL SAÚDE | GILEAD

UMA BUSCA INCESSANTE PELA INOVAÇÃO CENTRADA EM CRIAR UM MUNDO MAIS SAUDÁVEL Com mais de 25 anos de experiência na indústria farmacêutica, tendo passado os últimos 14 ao serviço da Gilead, o General Manager em Portugal, Vítor Papão, fala-nos do percurso desta biofarmacêutica norte-americana, especialmente neste ano tão atípico, e dá-nos a sua visão sobre os próximos tempos. A Gilead está presente em Portugal há 20 anos, precisamente desde 2001. Especializou-se nas áreas terapêuticas do VIH/ SIDA, das Hepatites Víricas e da Oncologia. De que forma e em que medida a investigação e a inovação têm dado o seu contributo para tratamentos de doenças graves? Ao longo dos seus mais de 30 anos de história, a Gilead tem apostado na investigação. À nossa escala, temos contribuído para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas em Portugal e de milhões em todo o Mundo, fazendo disso mesmo a nossa missão. Toda a dinâmica de inovação e investigação feita pela Gilead tem como objetivo satisfazer necessidades médicas, até agora não preenchidas, que se traduzirão na prevenção da doença, na sua cura ou num melhor tratamento, conseguido como resultado de um melhor equilíbrio entre eficácia e segurança. O valor desta inovação poderá medir-se em anos de vida ganhos com qualidade ou em qualidade de vida. No entanto, na área da saúde serão sempre as necessidades dos doentes que padecem das doenças mais difíceis de tratar e que permanecem sem a melhor resposta possível, que definirão o rumo da inovação e investigação que é realizada no campo do medicamento. Prova disso mesmo, tem sido a colocação de todos os esforços por parte de um grande número de empresas farmacêuticas na investigação e inovação em torno da procura de uma resposta para o combate à pandemia por Sars-cov-2, incluindo a Gilead. Ao longo dos anos, a Gilead tem dedicado muita da sua investigação às doenças virais, começando o seu trabalho com o VIH e com a hepatite B crónica. Para ambas as doenças, que ainda hoje não têm cura, desenvolvemos antivirais com o propósito de abrandar ou parar a sua progressão. Fomos bem sucedidos em ambas as doenças nesse propósito, mas o nosso trabalho não terminou aí. Quer para o VIH, quer para a hepatite B, temos procurado melhorar o desempenho dos medicamentos, de modo a reduzir o seu impacto na vida dos portadores das duas doenças e melhorar a sua qualidade de vida. Através desses esforços e do maior conhecimento dos profissionais de saúde na gestão do VIH e das hepatites virais, hoje a esperança de vida dos doentes com VIH e hepatite B pode ser idêntica à do resto da população. Mais recentemente, fomos uma das empresas que conseguiu desenvolver medicamentos para curar a hepatite C, avanço esse que resultou numa mudança de paradigma no tratamento da doença, com benefícios para os doentes, para os serviços de saúde e para os Estados. No final dos anos 2000, perante o potencial aparecimento de pandemias, para o qual fomos ‘alertados’ por surtos como os de 16 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Vítor Papão, General Manager

gripe asiática e gripe do médio oriente, desenvolvemos esforços para encontrar medicamentos antivirais de largo espectro a que pudéssemos recorrer no caso de novos surtos. Um desses medicamentos foi, mais tarde, investigado para tratar infeção por vírus ébola e, hoje, está autorizado pelas autoridades regulamentares europeias, americanas e muitas outras, para tratamento da Covid-19. Finalmente, em oncologia, investigamos e procuramos desenvolver tratamentos que ofereçam aumentos significativos na esperança de vida dos doentes. Começámos com tumores hematológicos há alguns anos. Em Portugal conseguimos, em conjunto com as autoridades, proporcionar acesso a dois medicamentos para alguns tipos de linfomas. Agora também já estamos a trabalhar com tratamentos para tumores de órgãos sólidos. O impacto da pandemia da Covid-19 a nível planetário levou a respostas também à escala global, como nunca antes se tinha visto. Como tem sido a ação da Gilead neste combate? O forte instinto de colaboração da Gilead impulsionou uma rápida resposta ao surto provocado pela Covid-19. Trabalhámos em estreita parceria com governos, agências reguladoras e organizações de saúde para ajudar a enfrentar este importante desafio para a saúde global. Para isso a Gilead recorreu a décadas de experiência em antivíricos para responder rapidamente à pandemia.


GILEAD | ESPECIAL SAÚDE

A Comissão Europeia concedeu ao Veklury (Remdesivir) uma autorização condicional de comercialização em julho de 2020. O CHMP continua a recomendar o remdesivir para o tratamento da Covid-19 em adultos e adolescentes com pneumonia que necessitem de oxigénio suplementar (oxigénio de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva) no início do tratamento. Esta atualização retrata o papel do remdesivir como parte do padrão de cuidados para o tratamento da Covid-19 em doentes adultos e adolescentes com pneumonia que necessitam de oxigénio suplementar (oxigénio de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva) no início do tratamento e reforça a importância de tratar doentes com remdesivir antes da necessidade de ventilação mecânica. Em mais de 50 países, o remdesivir é uma das ferramentas que proporciona benefícios clínicos aos doentes hospitalizados com Covid-19, tais como uma recuperação significativamente mais rápida, libertando recursos hospitalares. Continuamos totalmente empenhados em utilizar os nossos recursos em investigação, para procurar perceber cada vez melhor quando e em quem utilizar a resposta terapêutica que desenvolvemos e está a ser utilizada para o vírus que causa a Covid-19. Por outro lado, continuamos determinados em servir os doentes através da investigação e inovação no VIH, hepatites virais e oncologia, as áreas terapêuticas em que já estávamos empenhados antes da Covid-19. A Gilead rege-se por boas práticas de Desenvolvimento Sustentável e de Responsabilidade Social, onde se inserem importantes projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE. Que mais-valias resultam destas boas práticas com os doentes e com a comunidade em geral? Os doentes e as comunidades, muitas vezes, enfrentam desafios no acesso aos melhores cuidados. Por isso, também estamos empenhados em ser uma parte importante da solução, sabendo que a Gilead sozinha não pode resolver estes desafios. Os programas corporativos da Gilead financiam, através de donativos, projetos que apoiam comunidades desfavorecidas que, sistematicamente enfrentam obstáculos sociais ou económicos na área da saúde. O nosso objetivo é estabelecer parcerias que sirvam os doentes e as comunidades, para construir soluções colaborativas que ajudem a alargar o acesso aos cuidados de saúde de forma tão ampla quanto possível. Através das nossas parcerias com as associações de doentes, organizações sem fins lucrativos, profissionais de saúde e Academia, trabalhamos para ajudar a melhorar o acesso aos cuidados, reduzir as desigualdades, melhorar a educação e apoiar as comunidades locais. Em Portugal, a Gilead criou em 2013 o Programa Gilead GÉNESE com a ambição de incentivar a investigação, a produção e a partilha de conhecimento científico a nível nacional, e de viabilizar iniciativas que conduzam à implementação de boas práticas no acompanhamento dos doentes. O Programa Gilead GÉNESE tornou-se uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa, incentivando projetos de investigação científica e de intervenção na área da comunidade. Ao longo de seis edições, o montante global de financiamento atribuído aos 76 projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE ultrapassou um milhão e seiscentos mil euros, tornando este um dos maiores programas de responsabilidade social do setor farmacêutico em Portugal.

Em 2019 e em todo o Mundo, a Gilead doou 380 milhões de dólares num esforço para reduzir as desigualdades em saúde, eliminar as barreiras no acesso aos cuidados de saúde encontradas pelas populações carenciadas, promover a educação dos profissionais de saúde e apoiar as comunidades locais em que operamos. Assumiu o cargo de General Manager da Gilead Sciences em Portugal há cerca de seis anos. Como tem sido a jornada de liderança nesta biofarmacêutica multinacional e quais as prioridades da companhia para 2021? É um privilégio liderar a filial da Gilead em Portugal. Sinto-me inspirado diariamente, quer pela nossa missão, quer pelo impacto que a Gilead tem tido e poderá continuar a ter na melhoria da esperança de vida e da qualidade de vida dos doentes que servimos. Vivo diariamente rodeado de ótimos exemplos de excelência, compromisso, entrega, resiliência e humanidade por parte dos profissionais de saúde e demais parceiros com quem trabalhamos. Exemplos estes que também me são dados pelos colegas que compõem a equipa Gilead Portugal. Em 2021 continuaremos a trabalhar para um mundo melhor e mais saudável. A Gilead concretizou avanços médicos que em tempos se julgavam impossíveis. A nossa busca incessante pela inovação está centrada no objetivo de criar um mundo mais saudável, através dos tratamentos que desenvolvemos e da forma como conduzimos a nossa atividade. Pretendemos fazer do impossível, possível.

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ARTIGO DE OPINIÃO | GLAUCOMA

GLAUCOMA e seguidos. Não devemos esquecer os custos da assistência social aos doentes incapacitados. O glaucoma é igualmente uma das causas principais de quedas e de institucionalização dos mais idosos. O glaucoma é intitulado como o ladrão silencioso da visão, já que o doente não sente nenhuma alteração, na fase inicial da doença. Apenas quando a doença está avançada é que causa perturbações, como a não detecção de objectos ou obstáculos no campo de visão. Infelizmente nessa altura, a capacidade visual estará comprometida, ou seja a capacidade de desempenhar tarefas como, conduzir, procurar objectos ou ler rapidamente. Quando o glaucoma não está controlado os doentes perdem gradual e irreversívelmente os seus campos visuais, até chegar à cegueira total.

Pedro Faria (Oftalmologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Coordenador do Grupo Português de Glaucoma da Sociedade

A prevenção do glaucoma é alcançada pela detecção da hipertenção ocular e das pessoas em risco de desenvolver esta doença. Algo que apenas pode ser atingido consultando um oftalmologista que medirá a pressão ocular e observará o nervo optico, assim como, pela realização de exames complementares de diagnóstico específicos de glaucoma. Quando a doença já está presente mas é detectada precocemente, o tratamento na maioria dos casos consegue evitar que se chegue ao estado de incapacidade visual.

Portuguesa de Oftalmologia)

O tratamento do glaucoma passa pela redução da pressão ocular, o que é geralmente possível aplicando medicação, na forma de gotas oculares. Nos casos em que esse tratamento médico não é eficaz pode-se recorrer a tratamentos de laser ou mesmo à cirurgia. O objectivo do tratamento é evitar que a progressão da doença cause um tal grau de incapacidade visual que comprometa a qualidade de vida da pessoa. • Pedro Faria não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

O

glaucoma é a segunda causa de cegueira a nível mundial, logo após a catarata. No entanto, a perda de visão causada pelo glaucoma é irrecuperável. Pelo contrário, operando a catarata, a visão é recuperada. O glaucoma é uma doença ocular que afecta o nervo óptico, cuja função é transmitir as imagens da visão, do olho até ao cérebro. O olho, à semelhança de uma bola de futebol, tem uma pressão interna, a pressão intra-ocular. As pessoas que têm a pressão intra-ocular alta estão em risco de desenvolver esta doença, devido à morte das fibras do nervo óptico. A idade avançada, antecedentes familiares directos com glaucoma e a alta miopia são outros factores de risco. Esta doença também tem um grande impacto financeiro nas famílias e na sociedade. Os doentes têm a seu cargo custos relacionados com a medicação crónica, exames e consultas regulares. Há ainda, custos devido à perda de visão, como a perda da carta de condução ou a reforma antecipada. Por outro lado, a factura paga pelo sistema de saúde também é alta, devido ao elevado número de doentes tratados 18 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Há muitas coisas com que temos de lidar agora. Mas...

A COVID-19 pode ter alterado as prioridades, mas a sua visão continua a ser muito importante.

NÃO PERCA DE VISTA O GLAUCOMA

Se é um dos 64 milhões de doentes no mundo que sofrem de glaucoma, ou tem alguém à sua volta que o seja, pode estar a passar por dificuldades em gerir a situação. Se parar ou interromper temporariamente o seu tratamento, poderá ocorrer perda de visão. É fundamental continuar a utilizar os colírios prescritos pelo seu Oftalmologista, comparecer nas consultas programadas e levantar os seus medicamentos na farmácia.

Não perca de vista a sua saúde ocular. Dê prioridade ao tratamento do glaucoma. www.santen.pt O conteúdo desta mensagem não pode substituir o diagnóstico realizado por um profissional de saúde. Se tiver alguma dúvida em relação ao seu conteúdo, deverá dirigir-se ao seu médico. Esta é uma publicação de carácter orientativo e de divulgação, pelo que o leitor não se deverá submeter a tratamentos nem a conselhos sem se dirigir antes ao seu oftalmologista.

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NP-GLAU-PT-0025

FEB 2021


ARTIGO DE OPINIÃO | OLHO SECO

OLHO SECO AGRAVA COM A PANDEMIA Como qualquer acontecimento histórico trágico superado à escala mundial, a pandemia provocada pela Covid-19 promoveu uma súbita reviravolta nos hábitos de consumo, na forma como ocupamos o nosso tempo, como trabalhamos e convivemos.

J. Salgado-Borges. MD, PhD, FEBO Diretor Clínico da Clinsborges Embaixador em Portugal do TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society)

Com o país em confinamento, a adesão maciça ao teletrabalho e a imersão dos mais jovens no ensino à distância, os gadgets digitais tornam-se hoje como uma extensão do nosso corpo. Ora, os encontros virtuais disparam a olhos vistos, a geração de nativos digitais vidrada no habitual scroll down diário e os mais velhos conectam-se mais do que nunca ao mundo digital. Com os aparelhos digitais a invadirem a nossa atividade diária associada à diminuição do pestanejo, as queixas de dor e desconforto ocular avultam na sequência do Olho Seco - um real problema de saúde pública, mais frequente no sexo feminino e que tende a aumentar com a idade. Um filme lacrimal estável é vital à saúde visual! A presença do Olho Seco promove a perda da capacidade normal de lubrificação, originando inflamação da superfície ocular, sensação de secura e baixa visão. O auge da pandemia ascendeu o alerta para diversas medidas higiénicas essenciais, no entanto algumas são prejudiciais à superfície ocular. Assim, inúmeras pessoas saudáveis revelam sintomas de desconforto ocular, o que exige o uso de lágrimas artificiais. As duas grandes causas para a sua subida vertiginosa prendem-se com o uso incorreto das máscaras faciais e a utilização desenfreada das plataformas digitais. Agora que passamos mais tempo online e em constante contacto

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com o telemóvel é crucial redobrar os cuidados com a visão. A missão, enquanto especialista em doenças oculares é a de alertar para os riscos associados ao Covid-19. Ao colocar incorretamente a máscara corre-se o risco de o ar ao redor dos olhos ser difundido, conduzindo a uma rápida evaporação das lágrimas. É natural que no decurso do período de isolamento social se despenda mais tempo nos aparelhos digitais, não obstante a curto prazo estes poderão tornar-se aliados do vírus! Todos fomos alertados para que o vírus possa resistir durante horas e, inclusive dias, em diversas superfícies. Se, nalguma circunstância, não tiver um lenço de papel e tossir ou espirar deve cobrir a boca e o nariz com o braço ou antebraço, para evitar contacto direto com superfícies contaminadas. Mesmo que inconsciente, toca diversas vezes no rosto por dia. Inevitavelmente, colocamos o telemóvel em contacto com alguma superfície contaminada e, de seguida, aproximamos do rosto ou da boca para realizar uma chamada. Os hábitos supramencionados acusam o telemóvel de constituir um potencial veículo de transmissão e, como tal, devemos ter a precaução de o desinfetar, de modo adequado e frequente. A correta desinfeção dos ecrãs é fundamental para garantir a segurança de todos,

uma vez que se assiste à tendência de partilhar objetos ou mesmo permitir que outras pessoas toquem no nosso telemóvel. Naturalmente, quem usa óculos ou lentes de contacto corre um maior risco de contrair o vírus. A fim de minimizar o perigo de infeção por Covid-19 deve evitar esfregar os olhos. Quem usa lentes de contacto deve ainda lavar as mãos com frequência antes de retirar ou colocar as lentes. Os óculos devem ser lavados com água e sabão várias vezes ao dia. Comum ao tratamento de todas as situações de olho seco é a administração de lágrimas artificiais de preferência sem conservantes, visto que estes podem acarretar efeitos tóxicos e ser indutores de alergias e, que por si só, podem agravar a situação de olho seco. Possuímos novas armas terapêuticas para o olho seco como o uso de anti-inflamatórios não esteroides, corticoides ou ciclosporina. Novos tratamentos tais como a Luz Pulsada ou o Plasma Rico em Plaquetas são duas tecnologias recentes de que dispomos também para tratar situações de olho seco moderado ou grave. Para prevenir e tratar um Olho Seco, para além da utilização de lágrimas artificiais, é crucial alertar os grupos de risco para este problema, nomeadamente os idosos, evitar o uso prolongado dos computadores e a permanência em ambientes adversos.


OLHOS SECOS? OLHOS IRRITADOS? OLHOS CANSADOS?

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DUAS GOTAS*, SINTA-SE IMPARÁVEL

Para hidratar e proteger todos os tipos de olho seco

*Mais de uma aplicação por dia pode ser necessária. 1. Alcon data on file, Study CDMGD0012401. 2. Ketelson H, Rangarajan R; Novartis Pharmaceuticals Corporation. Pre-clinical evaluation of a novel phospholipid REVISTA PORTUGAL 21 nanoemulsion based lubricant eye drops. Poster presented at: Annual Meeting of the Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO); May 7-11, 2017; Baltimore, MD.BUSINESS SYSTANE COMPLETE é um // dispositivo médico. Este produto está contraindicado em indivíduos alérgicos a qualquer um dos seus componentes. Leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização. ALCON; SYSTANE COMPLETE são marcas comerciais da Alcon. ©2020 Alcon Inc. Alcon Portugal-Produtos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685. Revisto em 03/2021. PT-SYC-2100011. 900245884.


ARTIGO DE OPINIÃO | ALERGIAS

COMO LIDAR COM OS SINTOMAS DAS ALERGIAS DA PRIMAVERA

A

primavera é aquela estação conhecida por todos: bonita, por causa das flores, mas que causa um certo desconforto para quem sofre com as alergias típicas dessa época. A rinite, que é a inflamação e irritação da mucosa nasal, por exemplo, é a mais comum. Conhecida como doença crónica, alguns hábitos podem ser adotados para que os sintomas sejam atenuados. É muito importante manter os ambientes arejados para que haja melhor circulação do ar. Quando possível, expor roupas de cama, colchões e travesseiras ao sol. Quando houver secreção no nariz, lavar com soro fisiológico sempre que necessário para evitar o acúmulo. A genética no quadro alérgico Quando o paciente é alérgico, a genética tem grande influência. A alergia é uma doença que tem componentes genéticas e ambientais. A probabilidade de uma pessoa ter alergia aumenta 25% se um dos pais tiver alergia e 50% se os dois pais tiverem. A exposição a alergénios (pó, pelos de animais, alimentos) na primeira infância também pode contribuir para o desenvolvimento de alergias.

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paciente alérgico. Além dos pêlos dos animais poderem provocar alergia, eles carregam pó, o que também pode potenciar os sintomas. Em relação à higiene da casa, o ideal é não usar a vassoura e, sim, passar um pano húmido e aspirador. O ato de varrer faz com que as partículas de poeira fiquem em suspensão no ar por várias horas, provocando os sintomas. O excesso de humidade prejudica a saúde? Para quem tem crianças, deve-se ter um Muita gente fica preocupada quando o cuidado especial com os bonecos de pelutempo está muito seco. A baixa humidade che: eles também podem acumular pó, por promove um ressecamento da mucosa nasal, isso, é importante evitar que eles fiquem no o que a torna mais suscetível a inflamação. mesmo quarto em que a criança dorme. As Mas quando há muita humidade, é preciso crianças tendem a acumular secreção no nariz ficar atento: a humidade excessiva pode au- pela dificuldade em se assoarem e isso pode mentar a proliferação de ácaros e fungos, o comprometer o sono e também evoluir para que pode ocasionar sintomas de alergia. Além infeções. disso, os ambientes tendem a ficar fechados, Por isso, a lavagem do nariz com soro podendo favorecer a disseminação de vírus e fisiológico (seja em spray ou em seringa) é bactérias que causam doenças. fundamental, pois além de ajudar a hidratar as mucosas nasais, também auxilia na Dicas para evitar alergias na primavera eliminação de secreções e impurezas como Para prevenir as crises alérgicas nesta época alergénios e bactérias. Além de fazer a limpeza do ano, a melhor maneira é evitar o con- nasal, o soro fisiológico ajuda a descongestacto com substâncias que causam alergia, tionar, facilitando a respiração. como pó, pêlos de animais, fumo de cigarro, produtos de limpeza e, em alguns casos, até Tratamento para quem tem alergias perfumes. Existem vários tratamentos para quem é Para quem tem animais de estimação, por alérgico, desde sprays nasais a antialérgicos. exemplo, alguns cuidados devem ser toma- As alergias são doenças crónicas e não existe dos, como dar banhos frequentes ao animal cura, porém, pode obter-se controle parcial e evitar que ele durma na cama junto do ou mesmo total da doença com o tratamento. Sintomas de alergia na primavera Os principais sintomas de alergia na primavera são espirros, corrimento nasal, nariz entupido, olhos vermelhos, comichão nos olhos e no nariz. Algumas pessoas só têm crises nessa época, pois é o período de polinização, e a quantidade de pólens no ar aumenta significativamente.


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DIA MUNDIAL DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA | ARTIGO DE OPINIÃO

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Paulo Temido, Urologista Assistente Hospitalar Graduado do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra

URINÁRIA NA POPULAÇÃO PORTUGUESA NÃO INSTITUCIONALIZADA- concluiu que quase 20% da população com mais de 40 anos sofre de incontinência urinária, mas esta é muitas vezes ocultada pelos doentes e esquecida pelos profissionais de saúde estando frequentemente subdiagnosticada. A pouca importância atribuída à patologia, considerada um “problema normal da idade” e o constrangimento em reportá-la podem estar na base de apenas 5% dos indivíduos que apresentavam sintomas de incontinência terem o diagnóstico. Na verdade, não se deve falar de incontinência, mas de incontinências pois existem diversos tipos. A incontinência urinária é frequentemente classificada em três tipos principais: incontinência de urgência, incontinência de esforço e incontinência mista (quando ambos os tipos estão presentes). Outros tipos incluem a enurese noturna (urinar a dormir), incontinência urinária contínua, incontinência insensível, incontinência postural e incontinência por estravasamento. Todas estas têm causas, métodos de diagnóstico e tratamento diferentes, pelo que carecem sempre de uma cuidada avaliação médica.

Assistente Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Presidente da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia Áreas de interesse: urologia funcional, cirurgia reconstrutiva, uro-oncologia

1. Identificação da patologia A incontinência urinária é definida pela International Continence Society como a perda involuntária de urina. Representa um problema de saúde com impacto em múltiplos domínios, nomeadamente aspetos sociais, psicológicos, físicos ou sexuais com impacto profundo na qualidade de vida de muitos doentes. Afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo pelo que a Organização Mundial de Saúde identificou esta patologia como um problema maior de saúde pública sendo necessário sensibilizar a população para a importância de tratar esta doença. Todos os anos, em março, assinala-se a Semana da Incontinência Urinária como forma de alertar a população para este problema. Do ponto de vista económico, só nos Estados Unidos os custos associados à bexiga hiperativa- uma condição relacionada com incontinência urinária- são aproximadamente de 4,4 mil milhões de dólares anuais, entre diagnóstico, cuidados de rotina e tratamento. A incontinência urinária atinge cerca de 35% das pessoas com mais de 60 anos, sendo 2 vezes mais comum nas mulheres que nos homens. A sua frequência aumenta com a idade, estimando-se que 50-85% dos idosos que residem em lares sofram desta patologia. Um estudo epidemiológico português de 2008, promovido pela Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia e Associação Portuguesa de Urologia e realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto - PREVALÊNCIA E TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA

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2. Sintomatologia As circunstâncias em que a incontinência ocorre e os sintomas associados variam consoante o seu tipo. Na incontinência de esforço a perda ocorre associada a esforços (por exemplo no contexto de tosse, espirro, movimentos ou esforços). É típica das mulheres de meia-idade, multíparas ou submetidas a cirurgias ginecológicas. Também pode ocorrer nos homens submetidos a cirurgia prostática. Na incontinência de urgência a perda involuntária de urina está associada a uma súbita necessidade de urinar. Este tipo de incontinência está integrado num conjunto mais vasto de sintomas designado de bexiga hiperativa que se caracteriza por urgência miccional, com ou sem incontinência, normalmente associada a frequência urinária aumentada diurna e noturna. Na incontinência mista ambos os tipos de sintomas estão presentes podendo variar a sua intensidade. A presença de sangue na urina, a dor e a má resposta aos tratamentos são alguns dos sinais de alarme para a possibilidade da incontinência ser secundária a doenças mais graves, nomeadamente tumor da bexiga. 3. Fatores de risco e Prevenção A incontinência urinária é um sintoma que, nas mulheres, está frequentemente relacionado com diminuição da função dos músculos pélvicos. Um fator de risco importante e comum são os partos por via vaginal, sobretudo traumáticos, bem como o estado de pós-menopausa. A incontinência pode igualmente associar-se a prolapso de órgãos pélvicos (bexiga, recto ou útero “descaídos”) e à obesidade. Nos homens, a hiperplasia benigna da próstata está frequentemente envolvida.


ATIGO DE OPINIÃO | DIA MUNDIAL DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Tanto em homens como em mulheres, outro tipo de doenças, podem estar na origem ou contribuir para o agravamento da incontinência urinária - são exemplos as infeções urinárias, diabetes, insuficiência cardíaca ou doenças neurológicas. O tratamento ou controlo desses fatores pode ajudar a prevenir a incontinência. São exemplos, o controlo de peso, hábitos de vida saudáveis, a ginástica pré-parto e o controlo das doenças concomitantes. 4. Diagnóstico Esta patologia pode e deve ser abordada de uma forma multidisciplinar. A avaliação inicial é feita em geral pelo médico de família, mas outras especialidades poderão dar o seu contributo, a saber, a urologia, a ginecologia ou a medicina física e reabilitação, de acordo com a particularidade do caso. O diagnóstico é quase sempre feito pela história clínica e exame objetivo do doente apoiados por exames simples como sejam uma carta miccional, a análise de urina e uma ecografia da bexiga. Avaliações mais complexas reservam-se para casos complicados. Após o diagnóstico, a avaliação do impacto na qualidade de vida é um ponto crítico para a planificação da estratégia terapêutica. 5. Tratamento A incontinência urinária tem tratamento em 85% dos casos, pelo que é essencial quebrar o tabu e a vergonha ligada a este problema e incentivar os doentes a consultar o médico. O tratamento desta patologia é muito variado e faseado. Revestem-se de particular importância os tratamentos conservadores que devem estar sempre presentes em todas as fases da doença. Incluem mudanças do estilo de vida e reabilitação do pavimento pélvico (fisioterapia pélvica). As mudanças do estilo de vida passam por alterações alimentares (evitar alimentos picantes, álcool, café, chá, bebidas gaseificadas) e treino vesical em doentes com incontinência de urgência; gestão de líquidos ingeridos; regularização da função intestinal -tratar a obstipação- e perda de peso. A reabilitação do pavimento pélvico é utilizada para melhorar o seu suporte muscular. É efectuada com recurso a exercícios do pavimento pélvico. Pode ser utilizada na generalidade dos casos (incontinência de esforço ou de urgência) mas é particularmente útil na grávida e no

pós-parto, bem como nos homens com incontinência pós-cirurgia prostática. Os programas de reabilitação devem ser supervisionados e dirigidos por profissionais de forma a otimizar os resultados. Como complemento aos tratamentos conservadores existe, para a incontinência de urgência e bexiga hiperativa, tratamento farmacológico (em comprimidos) que melhora os resultados. Nos caos em que não se alcança o resultado desejado, pode-se recorrer a técnicas cirúrgicas minimamente invasivas (injeção de toxina botulínica ou neuromodulação de raízes sagradas). A incontinência de esforço, quando não é possível tratar com medidas conservadoras, tem tratamento geralmente cirúrgico (colocação de fita para sustentação da uretra). É uma cirurgia minimamente invasiva e com elevada taxa de sucesso. Mensagens finais Infelizmente, a incontinência urinária é ainda um tema tabu. A maioria dos doentes não procuram avaliação médica por provável estigma social. Há inclusivamente uma franja significativa da população que acha que a incontinência urinária é “normal” a partir de certa idade e que, portanto, não há nada a fazer. Por outro lado, muitos profissionais de saúde não estão ainda suficientemente sensibilizados para a importância e frequência desta doença, pelo que é uma condição sub-diagnosticada com um atraso de 6-9 anos no diagnóstico e tratamento. Torna-se por isso premente alertar consciências para este problema, não só trazendo-o à discussão pública, mas também explicando que não é necessário sofrer diariamente com esta doença. Pelo contrário, há tratamentos eficazes que podem devolver qualidade de vida à maioria dos doentes que dela sofrem.

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INCONTINÊNCIA?

ENCARE O PROBLEMA DE FRENTE E RECUPERE A QUALIDADE DE VIDA

Sabe que a Incontinência Urinária tem mais repercussões na nossa qualidade de vida do que um enfarte do miocárdio? Para consciencializar a sociedade deste aspeto das nossas vidas que enfrentamos, cada vez mais, com naturalidade, celebra-se no mês de março o Dia Mundial da Incontinência. Aproveite a ocasião para celebrar como deve ser: tome medidas, ultrapasse as inseguranças, esqueça a vergonha e aproveite a vida ao máximo. É provável que algumas pessoas ainda fiquem surpreendidas com a celebração deste dia, mas se tivermos em conta que, segundo a escala de Nottingham Health Profile, a incontinência urinária ocupa a quinta posição em termos de patologias que afetam o nosso bem-estar, talvez se entenda melhor a necessidade de salientar o Dia da Incontinência. Pois apesar de se tratar de um problema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas na Europa (cerca de 600 mil portugueses), são ainda muitas as pessoas que se calam, desconhecendo que falar da incontinência é indispensável para encontrar soluções que nos ajudem a gozar plenamente da idade madura (a etapa da vida na qual as perdas de urina têm maior incidência) sem entraves nem tabus. Um problema que afeta homens e mulheres Habitualmente, tende-se a associar a incontinência a um problema feminino, mas não é verdade. Embora a sua prevalência seja de facto maior nas mulheres, devido à gravidez, ao parto e à menopausa tenderem a enfraquecer os músculos do períneo e consequentemente provocarem perdas de urina, trata-se de um problema que afeta igualmente os homens. E se a proporção de casos pesa mais para o lado das mulheres, já as implicações psicológicas e sociais da incontinência pesam de igual forma em cada um dos géneros. A falta de controlo da bexiga afeta as pessoas muito para além do nível físico. É muito natural que as perdas de urina causem sentimentos de insegurança, sobretudo durante a realização de atividades diárias, como praticar exercício físico, ir ao café, sair com os amigos ou simplesmente passear. A incontinência é na verdade um problema de saúde difícil de assumir tanto por elas como por eles. Por isso é importante que, caso conheça ou conviva com alguém que sofra deste problema, ajude a encarar a situação com normalidade e a procurar ajuda junto de um especialista. Lembre-se que caso não o façam, os problemas tendem a agravar-se e serão mais difíceis de resolver. Estar informado é a melhor arma contra a ansiedade. Saber o que se passa vai permitir encontrar soluções e manter a qualidade de vida. Encare a incontinência de frente A percentagem de pessoas com incontinência que dizem não ir ao médico por vergonha ou desconhecimento é muito significativa. As28 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

sim, para não permitir que a vida social da pessoa com incontinência seja prejudicada, nem a sua autoconfiança seja afetada, é importante estarmos conscientes da necessidade de derrubar os mitos estabelecidos em torno deste problema. Recomendamos por isso que, perante os primeiros sintomas, agende uma consulta com um especialista para que este efetue uma avaliação do estado do seu pavimento pélvico e lhe indique a melhor forma de o cuidar e fortalecer. Entretanto, enquanto os problemas não se resolvem, saiba que a TENA, marca n.º1 em incontinência de adultos a nível mundial, ciente dos problemas físicos e psicológicos causados pela incontinência e dos estigmas associados, há muito mantém um compromisso com a inovação e a satisfação dos seus consumidores, oferecendo soluções que, além da segurança e da eficácia da proteção, devolvem às mulheres a elegância e o prazer de escolherem a roupa que querem vestir e, a eles, soluções eficazes e adaptadas à anatomia e necessidades masculinas. Para mais informações sobre os produtos TENA, visite www.tena.pt


TENA | DIA MUNDIAL DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Dez dados sobre a incontinência que talvez desconheça 1. A incontinência urinária afeta 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Se todas estas pessoas fizessem parte de um país, seria a terceira região mais povoada do planeta, apenas atrás da China e da Índia. 2. Uma bexiga pode conter entre 300 e 400 ml de urina (uns dois copos de água) durante o dia. Durante a noite, o valor aumenta até aos 800 ml. 3. A incontinência tanto afeta homens como mulheres. Um em cada cinco portugueses com mais de 40 anos sofre de perdas de urina. 4. 40% a 70% das pessoas com incontinência urinária não procura ajuda médica 5. 78% das mulheres com incontinência urinária ainda não usa produtos específicos para as perdas de urina. 6. Os programas de prevenção e reabilitação do pavimento pélvico podem atrasar o surgimento ou melhorar o grau de afeção das perdas de urina até 70% dos casos. 7. Doem-lhe as costas? As perdas de urina provocadas pelo enfraquecimento do pavimento pélvico estão relacionadas com um maior risco de sofrer dores de costas. 8. A prevalência das perdas de urina nas mulheres que praticam desporto de elite é elevada. As atividades de alto impacto são prejudiciais para o pavimento pélvico. 9. Existem três tipos de incontinência urinária: de esforço (as perdas ocorrem ao rir, tossir, espirrar ou fazer exercício), de urgência (a necessidade é tão intensa que não permite chegar a tempo à casa de banho) e mista (combinação das duas anteriores). 10. 35,4% das mulheres com diabetes sofre de incontinência. Os níveis elevados de açúcar no sangue associados à diabetes costumam provocar uma quantidade de urina considerável, o que faz com que o risco de perdas de urina aumente.

Dez diferenças entre a incontinência masculina e feminina 1. A quem afeta: afeta 1 em cada 3 mulheres a partir dos 50 anos; a proporção entre eles é de 1 em cada 4, a partir dos 40 anos. 2. Causas: nas mulheres surge principalmente devido ao enfraquecimento do pavimento pélvico; já neles, além da idade, a incontinência está relacionada com o aumento do tamanho da próstata, o cancro da próstata ou doenças neurológicos, como Parkinson ou Alzheimer. 3. Tipos de incontinência: nas mulheres, a incontinência mais comum é provocada pelo esforço; neles é mais frequente a de urgência, conhecida por “bexiga hiperativa”. 4. Tratamento: aqui, para ambos, os médicos e fisioterapeutas estão de acordo: fortalecer a musculatura pélvica. 5. Acompanhamento profissional: estima-se que cerca de 42% das mulheres que têm incontinência não vão ao médico; no caso deles, a percentagem sobe quase 20 pontos, chegando aos 60%. 6. Tabu: para um número elevado de mulheres, (32%), este tema continua a ser tabu e 27% delas não fala do assunto por vergonha; no caso dos homens, mais de metade espera mais de um ano para consultar um médico. 7. Vida social: tentamos sempre assegurar-nos que temos uma casa de banho por perto, ainda que isso limite em parte a nossa vida social por medo das perdas de urina; entretanto, metade dos homens diz que dorme pior por ter que se levantar durante a noite e que este problema limita a sua vida sexual e profissional. 8. Impacto emocional: a incontinência afeta a qualidade de vida das mulheres, provoca insegurança, baixa autoestima e isolamento; 90% dos homens sentem-se menos seguros e chegam mesmo a sentir-se deprimidos devido a este problema. 9. Desconhecimento: alguns maus hábitos, como limitar a ingestão de líquidos para evitar as perdas, não são solução, pois a urina fica mais concentrada e aumenta a frequência da micção. A ignorância é um dos piores inimigos neste tipo de situação. A informação sobre a incontinência ajudará a entender e prevenir o problema 10. Utilização de pensos específicos: apesar de haver um grande desconhecimento sobre a utilização de produtos específicos, pensados para neutralizar o odor e a densidade da urina (mais líquida), um número expressivo de mulheres e de homens (mais eles) não os conhecem e utilizam pensos para a menstruação, papel higiénico ou mais do que uma peça de roupa interior em simultâneo.

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DIA INTERNACIONAL DA

MULHER /

SAÚDE FEMININA

Alimentação e qualidade de vida A prevenção da obesidade consegue-se através de mudanças de estilo, que assentam, fundamentalmente, na reestruturação dos hábitos alimentares, no aumento da atividade física e desportiva e também na implementação de programas educativos, escolares e institucionais, de carácter multissectorial. A alimentação deve ser equilibrada, completa e variada, evitando carências vitamínicas, ou outras, que conduzam à desnutrição. Deve dar-se preferência ao peixe, às carnes brancas e magras, em detrimento das carnes gordas e vermelhas; aumentar a ingestão de cereais completos, frutos e vegetais; aumentar a ingestão de cálcio através do consumo de lacticínios magros; evitar bebidas alcoólicas e refrigerantes e sumos açucarados, optando pela ingestão abundante de água, chás ou infusões (sem adicionar açúcar) ao longo do dia; reduzir o consumo de sal, recorrendo às especiarias e às ervas aromáticas para tempero. Aconselha-se ainda, no mínimo, cinco refeições diárias. Higiene íntima A higiene íntima consiste na utilização de um produto que não agrida os genitais externos, com características diferentes da restante superfície corporal, contribuindo para o bem-estar, conforto, segurança e saúde da mulher. Incontinência Urinária Feminina A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina, sendo mais frequente na população feminina. Apesar das perdas involuntárias de urina interferirem significativamente na qualidade de vida, a incontinência urinária feminina continua a ser subdiagnosticada. Trata-se de uma situação muitas vezes ocultada, por vergonha ou por ser associada ao processo normal de envelhecimento. Alguns cuidados a ter Os cuidados obstétricos e neo-natais, o tratamento da infertilidade, a disponibilidade de métodos contracetivos e a prevenção dos cancros do colo do útero e da mama são áreas de intervenção prioritária para o bem-estar da Mulher. 30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Avanços científicos No âmbito da saúde da mulher, os avanços mais significativos verificaram-se no domínio da reprodução, com o desenvolvimento da contraceção hormonal e das técnicas de procriação medicamente assistida, e na área da prevenção do colo do útero, com a introdução do teste de Papanicolau e das vacinas contra a infeção pelo HPV. Doenças cardiovasculares na mulher As doenças cardiovasculares (DCV) só na mulher são responsáveis por mais de 22.000 óbitos por ano, devidos essencialmente ao acidente vascular cerebral e à cardiopatia isquémica. Surpreendentemente morrem mais 4000 mulheres que homens por ano, em Portugal, por doenças cardiovasculares, constituindo estas, ao contrário do que se pensa, a principal causa de morte das mulheres portuguesas. A título de exemplo, saliente-se que morrem, todos os anos, nove vezes mais mulheres por DCV que por cancro da mama.

O Dia Internacional da Mulher é comemorado anualmente a 8 de março. História do Dia da Mulher A data surgiu pela primeira vez a 19 de março de 1911 na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Desde esse ano, o dia tem vindo a ser comemorado em vários países do mundo, de forma a reconhecer a importância e contributo da mulher na sociedade. Outro dos objetivos por detrás da origem do Dia Internacional da Mulher é recordar as conquistas das mulheres e a luta contra o preconceito, seja racial, sexual, político, cultural, linguístico ou económico. Em 1975, as Nações Unidas promoveram o Ano Internacional da Mulher e em 1977 proclamaram o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. No Dia Internacional da Mulher é comum serem enviadas às mulheres mensagens de apreço e de homenagem, e fazerem-se pequenas surpresas, como o envio de flores e bombons.


CANCRO DA MAMA | ARTIGO DE OPINIÃO

CANCRO DA MAMA E OPÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO O tratamento cirúrgico do cancro da mama evoluiu, desde a década de 80, da mastectomia radical, para a cirurgia conservadora de Fisher, na década de 90; na década de 2000 para reconstrução da mama e, finalmente, nos dias de hoje, para a cirurgia oncoplástica. A Cirurgia oncoplástica define um vasto leque de técnicas de cirurgia da mama, que vão desde a cirurgia conservadora da mama com ressecção do tumor, seguida de preenchimento do defeito para completa reconstrução da mama, até às mastectomias conservadoras de pele e do complexo aréolo mamilar com reconstrução imediata ou diferida, de forma a obter-se um bom resultado estético final. A decisão para se realizar a cirurgia conservadora ou mastectomia é baseada nas características biológicas do tumor, risco de recorrência local, no tamanho do tumor, volume e ptose da mama e nas preferências da mulher. Na cirurgia conservadora podemos utilizar técnicas de round-block, mamoplastias laterais e mamoplastias de redução bilateral, baseadas no pedículo superior, medial, lateral e inferior, de acordo com a localização do tumor, tamanho, volume da mama e grau de ptose. O preenchimento do defeito resultante da ressecção do tumor pode ser obtido por técnicas de deslocamento do tecido glandular da própria mama ou de substituição do tecido em falta por retalhos de tecidos adjacentes. O objetivo final é obter uma ressecção oncologicamente segura – margens livres de doença – e conciliá-lo com um ótimo resultado estético. As mastectomias que hoje em dia realizamos são conservadoras nas quais apenas se faz a exérese do tecido glandular, incluindo o tumor, conservando-se a pele e o complexo aréolo mamilar, quando não envolvidas pela neoplasia. A reconstrução da mama pode ser feita de forma imediata, no mesmo tempo da mastectomia, ou diferida em 2º tempo, após a doente ter terminado os tratamentos adjuvantes de Quimioterapia e Radioterapia. A reconstrução da mama pode ser realizada com implantes mamários ou com tecidos autólogos – músculo grande dorsal ou reto abdominal, ou até com preenchimento com gordura da própria doente – lipofiling. Se o complexo aréolo mamilar estiver envolvido pela neoplasia, realiza-se a sua excisão e reconstrói-se com pele da própria. As técnicas de cirurgia oncoplástica são hoje consideradas o gold standard no tratamento cirúrgico do cancro da mama, porque permitem obter ressecções mais extensas e, portanto, oncologicamente mais seguras, e com resultados estéticos muito mais satisfatórios para as doentes. A nível europeu desenvolveu-se o conceito de Cirurgião Vertical da Mama, que pretende formar cirurgiões com diferenciação na cirurgia da mama, cuja finalidade é o tratamento cirúrgico, oncologicamente seguro, do cancro da mama, com os melhores resultados estéticos. Estas técnicas são o cerne da cirurgia oncoplástica, para as quais estamos habilitados. Dr. Silva Mendes (OM22646), Médico especialista em Cirurgia Geral no Trofa Saúde Boa Nova (em Matosinhos)

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V

ARTIGO DE OPINIÃO | DOENÇA VENOSA CRÓNICA

DOENÇA VENOSA CRÓNICA

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doença venosa é consequência de uma alteração estrutural do sistema venoso dos membros inferiores, em que as veias têm dificuldade em transportar o sangue venoso para o coração. Esta situação inicialmente resulta no aparecimento de sintomas como a sensação de pernas cansadas e pesadas. No entanto, os sinais como os derrames e as varizes, mais cedo ou mais tarde, acabam por aparecer, podendo evoluir para formas mais avançadas da doença (eczemas venosos, várias alterações da pele, flebites, hiperpigmentação e úlcera de perna). A doença também pode ter origem genética ou dever-se a um factor circunstancial. Os factores genéticos são responsáveis pela doença venosa primária, de início insidioso e com evolução relativamente lenta. Os factores circunstanciais podem ser a trombose venosa profunda, traumatismos, terapêuticas hormonais femininas, a gravidez, e ainda um número considerável de factores causais como a obesidade, o ortostatismo prolongado, a exposição excessiva ao calor, a obesidade, a obstipação, entre outros. É desaconselhado o uso de calçado e vestuário apertados e o uso de sapatos rasos ou de saltos superiores a cinco centímetros. Desportos como ténis, voleibol, futebol, aeróbica e equitação também não são recomendáveis, pelo elevado impacto que podem implicar nos membros inferiores. Em qualquer estadio da doença venosa é fundamental o exercício físico adequado, a contenção elástica eficaz, as medidas higienodietéticas e a medicação com venoativos. A doença venosa deve ser tratada desde os primeiros sintomas, mesmo quando pensa que são apenas pernas pesadas e cansadas que facilmente desvaloriza. Eliminar os fatores de risco e procurar a ajuda do seu médico são passos essenciais para tratar a doença venosa crónica. O diagnóstico faz-se, normalmente, através do exame clínico e da técnica ecográfica vascular. Os medicamentos venoativos são de grande importância, na escolha do venoativo deve ser tida em conta a capacidade anti-inflamatória específica na veia que só alguns venoativos garantem. Aqui, o conselho do seu médico é essencial. Em relação à contenção elástica, esta deve ser prescrita caso a caso (meia, meia até à raiz da coxa ou collant). A escleroterapia (secagem) e o laser transcutâneo estão indicados no tratamento das telangiectasias e varizes reticulares (varizes de pequeno calibre). Quando a indicação é correcta e a execução efectuada com rigor tem excelentes resultados, não só no que respeita aos sintomas mas também no que se refere à estética. Nas varizes mais volumosas, ou nas dependentes dos sistemas das safenas interna ou externa, a cirurgia poderá ser necessária. Nos estadios iniciais, a cirurgia pode ser efectuada em regime ambulatório, sob anestesia local ou loco regional, por procedimento endovascular com laser através de fibra óptica

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ou por ressecção das varizes com mini incisões cutâneas. Nas situações mais avançadas e mais graves, a cirurgia é mais complicada, requerendo anestesia geral ou intradural. Cerca de um terço dos portugueses sofre de doença venosa crónica. Não ignore o que as suas pernas lhe dizem e consulte o seu médico!

Dicas recomendadas • Praticar exercício físico, como seja caminhar, nadar, subir as escadas a pé; • Moderar o consumo de álcool, café e chá; • Não fumar; • Ter uma dieta equilibrada - parca em calorias e rica em fibra; • Evitar usar sapatos de salto alto ou muito baixo; • Evitar altas temperaturas; • Elevar ligeiramente as pernas antes de deitar; • Concluir o duche com água fria nas pernas; • Evitar cruzar as pernas quando sentada; • Em viagens longas, não deixe de movimentar as pernas e os pés.


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100 ANOS DE INSULINOTERAPIA A insulina foi descoberta em 1921 por Frederick Banting e Charles Best, no laboratório do professor de fisiologia John J. R. MacLeod, durante experiências que tinham como objetivo o isolamento da secreção interna pancreática. Esta descoberta foi uma das maiores revoluções na área da saúde e é considerada uma das mais importantes inovações científicas do século XX. A partir de janeiro de 1922, momento em que se inicia a administração de insulina em humanos, assiste-se a um aumento exponencial da qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A descoberta da insulina veio a ser merecidamente premiada com o Prémio Nobel da Fisiologia/Medicina em 1923, atribuído a Frederick Banting e John J. R. Macleod. A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. As pessoas com familiares directos com diabetes, homens e mulheres obesos, com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol, com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas, mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez e crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença devem ter particular atenção.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, de forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular. Em alguns casos é necessária a medicação ou mesmo a insulina. A diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) é mais rara. Aqui, o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente (ou ambas as situações). As células do organismo não têm capacidade para absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina. Os doentes podem ter uma vida saudável, sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. Deve ser acompanhado por um médico e visa, essencialmente, a adopção de uma dieta alimentar adequada, a prática regular de exercício físico e o uso da insulina. Contrariamente à diabetes tipo 2, esta aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir.

Nos adultos, a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas: • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes (especialmente durante a noite) • Sede e fome constante • Fadiga • Comichão (prurido) no corpo (sobretudo nos órgãos genitais) • Visão turva.

Existe ainda a diabetes Gestacional, que surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. Mesmo sendo passageira, é fundamental que se tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo. A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, é preciso recorrer ao uso da insulina. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Nas crianças e jovens, a diabetes é quase sempre do tipo 1. Aparece de maneira súbita e os sintomas são, regra geral, muito nítidos: • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama • Sede constante • Emagrecer rapidamente • Fadiga, com dores musculares intensas • Comer muito sem nada aproveitar • Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Existem alguns cuidados para prevenir a diabetes: • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros • Bons hábitos alimentares • Prática de exercício físico • Não fumar • Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Na presença de alguns ou vários destes sintomas deve consultar o médico, a fim de realizar análises ao sangue e à urina. Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas ou se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo pode ser diabético. A diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulinodependente) é a mais frequente (90 por cento dos casos). Neste tipo de diabetes, o pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à sua acção. Desta forma, o pâncreas é obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos. 36 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


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DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL | HIGIENE ORAL

Para que mantenha uma boa higiene oral, é necessário que adquira alguns conhecimentos e competências. Actualmente, essa aprendizagem é potenciada na infância e adolescência, mas, como em tudo, nunca é tarde para aprender. Para manter uma boa saúde oral, há algumas regras basilares a seguir: 1) Escovar os dentes depois das refeições principais e antes de dormir, evitando fazer demasiada pressão. Os dentes devem ser escovados durante 2 a 3 minutos. Esta prática deve iniciar-se logo que os primeiros dentes erupcionem. É essencial que o dentífrico tenha flúor na sua composição (1000-1500 ppm). A escovagem dos dentes com um dentífrico fluoretado protege os dentes do aparecimento de cáries dentárias e promove a remineralização dos dentes, tornando-os mais resistentes. Até aos 6 anos, deve colocar-se na escova uma porção de dentífrico semelhante ao tamanho da unha do dedo “mindinho” do bebé ou da criança. A partir dos 6 anos, é suficiente usar cerca de 1 cm de dentífrico, por cada escovagem dos dentes. Quanto à escova dos dentes devemos dar sempre preferência à utilização de escovas suaves, pois são menos agressivas para o esmalte dos dentes e principalmente para as gengivas. Quando os filamentos começam a ficar deformados, a escova deve ser substituída (normalmente de 3 em 3 meses). Optar por uma escova de dentes elétrica pode também ser uma boa opção para quem pretende obter melhores resultados de limpeza. A escova de dentes é um objecto pessoal e intransmissível. 2) Usar o escovilhão interdentário ou o fio dentário uma vez por dia. Esta prática ajuda a remover a placa bacteriana que se acumula nos espaços entre os dentes, onde a escova de dentes não chega, prevenindo 40 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

assim o aparecimento da cárie dentária e das doenças periodontais. As crianças devem iniciar esta prática quando tiverem destreza manual para o fazer (normalmente a partir dos 8 anos de idade). 3) Fazer uma alimentação saudável (evitando doces entre as refeições e consumindo alimentos com fibras). 4) Consultar o Médico Dentista e/ou Higienista Oral, duas vezes por ano. As principais doenças e alterações orais provocadas por uma higiene oral deficitária são: a Cárie Dentária, a Gengivite, a Periodontite e a Halitose. A placa bacteriana é constituída por bactérias e componentes da saliva que aderem fortemente aos dentes. A forma mais eficaz de prevenir o aparecimento da placa bacteriana é, portanto, manter uma boa higiene oral diária. A cárie dentária é uma doença localizada e com origem nas bactérias. Estas bactérias, a partir dos açúcares dos alimentos, produzem ácidos que têm a capacidade de corroer o esmalte do dente formando-se com o tempo uma cavidade no mesmo. Gengivas avermelhadas, inchadas e a sangrar facilmente, são sinais de gengivite. A periodontite é a inflamação e destruição dos tecidos que suportam os dentes na boca. Há uma perda do osso e alteração das gengivas, ficando os dentes com mobilidade e “descarnados”. Esta é sem dúvida uma das mais graves consequências da falta de higiene oral.Estas doenças podem inclusive promover a entrada de bactérias para a circulação sanguínea, ameaçando todo o

organismo (afecções nos olhos, coração, ossos, tubo digestivo, rins, pulmões, gânglios, articulações). A Halitose, ou mau hálito, pode tornar-se um problema preocupante por dificultar as relações interpessoais ou diminuir a auto-estima. O primeiro passo para eliminar ou minorar a Halitose, passa por ter uma boa higiene oral, limpar a língua com a escova ou limpadores próprios e antes de dormir bochechar com elixires. Os portadores de prótese dentária, devem lavá-la sempre e após as refeições e mergulhá-la uma vez por semana em soluções desinfectantes. Deve beber muita água durante o dia, principalmente se sentir a boca seca. Estimular as glândulas salivares com pastilhas elásticas e rebuçados sem açúcar também ajuda. É importante fazer uma alimentação rica em alimentos fibrosos, pois a alimentação é a melhor forma de estimular as glândulas salivares. O tabaco e o álcool são agentes a evitar, pois além de secarem a boca, são grandes promotores de halitose. Se tem uma boa higiene oral e a halitose persiste, deve consultar o médico. Dia Mundial da Saúde Oral Este dia foi criado como forma de aumentar a atenção dedicada à saúde oral. A data, que se assinala a 20 de março, serve para colocar em evidência a importância de manter a saúde da boca durante toda a vida com os hábitos corretos de higiene oral, alimentação adequada e a vigilância adequada.


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DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL | VITRA CLINIC

A VITRA CLINIC SURGIU DE UM SONHO E, HOJE,

A Vitra Clinic nasceu de um desejo de poder exercer a medicina dentária, de uma forma mais personalizada e focada, acima de tudo, no paciente. Em entrevista à Revista Business Portugal, os diretores clínicos Ana Pragosa e Sérgio Sousa, salientam a abertura do novo espaço em Lagoa e o desejo que a Vitra Clinic proporcione uma experiência especial, agradável em todos os aspetos, feita à medida de cada um. A Vitra Clinic inaugurou no dia 22 de fevereiro um novo espaço em Lagoa. Uma equipa que investe 750 mil euros num novo espaço ao mesmo tempo que enfrentamos uma pandemia mostra-nos que o trabalho, a dedicação e a excelência trazem sempre bons resultados como é o vosso caso? Acreditamos que esta tempestade em que o mundo se encontra atualmente, vai passar e que a dedicação e a experiência técnica terão mais valor se juntarmos um cunho pessoal e humano, que devem servir de base para qualquer relação médico-doente. O timing para a abertura da clínica, em plena pandemia, quando ainda existia um confinamento, pode parecer estranho, mas foi algo que nunca deteve a nossa vontade. Acreditámos no nosso valor e no valor de todos aqueles que connosco trabalham, sentimos o apoio da nossa extraordinária equipa e, dessa forma, foi fácil dar este passo com toda a convicção e segurança. Abrimos um espaço novo, acolhedor e há muito sonhado, para continuar a fazer o que sempre fizemos, medicina dentária honesta e de qualidade. A Vitra Clinic surgiu de um sonho nosso, e o espaço que agora abriu foi projetado pelo Arqto. Ricardo Carvalho e eximiamente executado pela empresa Decorando. É hoje uma realidade que nos enche de orgulho. A Vitra Clinic apresenta-se como uma equipa que sempre trabalhou em locais de referência e que agora está totalmente focada no conforto do paciente e na excelência dos tratamentos. Oferecer uma medicina dentária mais personalizada e focada no paciente com uma equipa de excelência? Aprendemos com grandes mestres, portugueses e estrangeiros, que a medicina dentária deve proporcionar o tratamento mais adequado a cada paciente. Iniciámos a nossa carreira, há um pouco mais de 20 anos, pela mão do Prof. Doutor João Caramês, no Instituto de Implantologia em Lisboa, onde exercemos durante dez anos. Durante esse período, aprofundámos os nossos conhecimentos, ganhámos experiência clínica, crescemos muito como profissionais. Enquanto morámos em Lisboa, quer eu, quer o Sérgio fomos Assistentes Convidados na Faculdade de Medicina Dentária e, ao mesmo tempo, concluíamos pós-graduações na Universidade de Nova Iorque. 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Foi um período de grande desenvolvimento, mas extremamente exigente até mesmo em termos físicos. Em 2012, a convite do Dr. Paulo Maló, mudámo-nos para o Algarve, onde assumimos a direção da clínica de Alvor e depois de Faro. Juntámos um grupo de profissionais dedicados, diferenciados nas várias áreas da medicina dentária. Mantivemo-nos ligados a esse projeto até 2020. E foi de facto, em plena pandemia que achámos que seria a altura certa para darmos vida a um sonho que estava há muito adormecido, o de avançar com um projeto próprio. Grande parte da nossa equipa manteve-se connosco e, está hoje, na Vitra Clinic. Orgulhamo-nos de poder proporcionar tratamentos tecnicamente de vanguarda, mas privilegiando um atendimento muito personalizado e focado no conforto do paciente. Não pretendemos ser a maior clínica, não temos qualquer projeto de expansão para outras localizações, pretendemos que a nossa clínica proporcione uma experiência especial, agradável em todos os aspetos, feita à medida de cada um. A pandemia fez renascer a instabilidade económica, mas ao mesmo tempo insurgir nas pessoas a valorização pessoal. Num mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Oral, na Vitra Clinic sentem que as pessoas investem mais na sua saúde? É possível que a pandemia tenha provocado uma certa reorganização das prioridades de consumo nas pessoas. Talvez tenha emergido uma consciência de que pode não ser assim tão importante andar na “última moda” ou ter sempre o telemóvel mais recente do mercado. Por outro lado, ser saudável, viver confortavelmente com o nosso corpo é um valor inquestionável. Recuperar uma boa


VITRA CLINIC | DIA MUNDIAL DA SAÚDE ORAL

É UMA REFERÊNCIA REGIONAL saúde oral é um desses pilares. É um facto que continuamos a sentir preocupação na manutenção dos cuidados de saúde oral por parte dos nossos pacientes, mesmo durante a pandemia. A digitalização é uma realidade incontornável e transversal a todas as áreas, mas que, muitas vezes, não é sinónimo de qualidade. Na vossa clínica há a preocupação de modernização e investimento sem nunca esquecer o fator humano? Uma boa parte do nosso trabalho depende do digital - seja em implantologia, em estética dentária ou mesmo ortodontia (Invisalign) e isso é ótimo porque acrescenta previsibilidade nos resultados. No entanto, temos um sentido crítico em relação ao equilíbrio entre a boa utilização dos meios digitais como a radiologia 3D e os “scanners” de qualidade, que são de facto indispensáveis e o fator humano, que consideramos insubstituível para atingirmos o tratamento mais adequado a cada caso, a cada paciente. O digital é uma excelente ferramenta, mas o fator humano continua a ser o mais diferenciador. Mas o nosso investimento foi também no sentido da prevenção - acreditamos que temos de ter um papel ativo na motivação e manutenção dos cuidados de higiene oral. A Guided Biofilm Therapy, permite-nos estar na vanguarda dos cuidados preventivos, o que aliado à vasta experiência da nossa Higienista Oral, Dra. Ana Sabas, assegura o que de melhor se pode oferecer nesta área. Investimos ainda nas nossas crianças. Apostamos numa área Kids, dedicada aos mais novos e em poder proporcionar aos nossos pacientes mais pequenos uma experiência mais agradável e tranquilizadora, recorrendo ao tratamento sob sedação consciente, sempre que necessário. E investimos nas pessoas, mantendo connosco um grupo de médicos, higienista, assistentes dentárias e colaboradoras de excelência, que fazem da Vitra Clinic uma referência regional. A qualidade da medicina dentária em Portugal encontra-se, neste momento, ao nível do que de melhor se faz na Europa. Depois deste investimento o objetivo é privilegiar a qualidade e manterem-se nesse padrão elevado? A qualidade é um vício irreversível. Quando nos habituamos a trabalhar bem, quando adquirimos padrões de qualidade, deixa de ser possível andar para trás. Na Vitra Clinic decidimos privilegiar a relação com parceiros/fornecedores que nos garantem bons resultados e longevidade. Foi uma opção...para nós não podia ser de outra maneira. Não poupamos nos materiais, é uma questão de respeito pelos nossos pacientes e por nós próprios. Por exemplo, se pensarmos num implante dentário... estamos a falar de um parafuso em titânio ou em zircónia que vai ficar dentro do nosso osso para toda a vida...fará algum sentido comprometer a qualidade para poupar alguns euros? Nós achamos que não.

Rua Jacinto Correia

Edifício Atrium Lagoa

Lagoa, Algarve Tlm: 934887549 e-mail: vitraclinic@gmail.com Instagram, Google, FB @ VitraClinic

Ana Pragosa e Sérgio Sousa, diretores clínicos

A nossa equipa clínica: Ana Pragosa – Prostodontia e reabilitação oral Sérgio Sousa – Implantologia e reabilitação oral Ana Sabas – Higiene Oral Carina Vida – odontopediatria e ortodontia Sara Saldanha Lopes – Ortodontia/ Invisalign Raquel Prata Silva – Apneia do sono/ DTM Ana Filipa Gonçalves – Dentisteria estética Rita Ponceano – Endodontia REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 43


XIX CNATARP 5 e 6 de novembro de 2021

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

E

m 1909 celebrou-se, nos Estados Unidos, o primeiro Dia Nacional da Mulher. Dias de trabalho de quase 15 horas diárias e salários baixos levaram 1500 mulheres a reivindicar por melhores condições de trabalho. A luta pela igualdade económica e política no país vê-se reconhecida no dia 8 março de 1917 com a consagração do Dia Internacional da Mulher. Apenas 68 anos depois, a 8 de março de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas. Em 2021, apesar de todos os avanços relativos aos direitos das mulheres, ainda nenhum país atingiu a igualdade plena entre homens e mulheres. A mudança tem sido difícil e lenta para a maior parte das mulheres do mundo, e muitos, têm sido os obstáculos que permanecem inalterados não só na lei, mas principalmente na cultura de muitos países. Por isso, todos devemos refletir sobre o progresso e destacar a coragem e determinação das mulheres que ajudaram e continuam a ajudar a transformar a história. Em Portugal, felizmente são muito as mulheres que servem de exemplo de liderança. A pandemia não foi um passo para trás na luta, mas sim um palco para demonstrar a resiliência da mulher perante cenários de crise. Será certamente uma grande oportunidade para ultrapassar barreiras que ainda não foram quebradas e provar que o género não define o talento e o profissionalismo. Serão essas Mulheres que irá encontrar nas páginas seguintes, empresárias e líderes com carreiras de sucesso, com cargos de direção e empreendedoras que inspiram pela força, determinação e atitude, que se destacam no mundo empresarial, nas mais diversas áreas, mas sobretudo uma inspiração para as todas as mulheres.

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | REMAX PRESTIGE

limitadoras das mulheres sobre si próprias e supressão de sentimentos de culpa, que, pela educação incutida, criaram ilusões como: “se for boa profissional, não serei boa mãe” ou “uma mulher nunca estará ao nível de um homem”. É fundamental que as mulheres acreditem em si próprias, valorizando-se e que parta de si esta mudança.

Mafalda Cunha Viana, Consultora Imobiliária

“ACREDITO NA PARIDADE DE OPORTUNIDADES ASSENTE NO MÉRITO” Com formação em marketing e um background comercial em marcas internacionais, Mafalda Cunha Viana, Consultora Imobiliária, em entrevista à Revista Business Portugal reconhece que, apesar do muito que já foi alcançado pela mulher, “ainda há um longo caminho a percorrer”. O Dia Internacional da Mulher teve na sua génese, sobretudo, a manifestação pela igualdade de direitos. Passados tantos anos considera, enquanto mulher, que a luta continua a ser a mesma? Felizmente, reconheço com gratidão o tanto que já alcançámos, mas vejo ainda um longo caminho a percorrer. Acredito na paridade de oportunidades assente no mérito, nas mais-valias que cada um possa apresentar para o desempenho de uma função, independentemente do género, cor, raça ou religião. Em simultâneo, vem a igualdade de deveres. Se anseia um lugar de topo, a mulher deverá desenvolver competências para lá chegar. Enquanto, a nível social, houver necessidade de analisar equilíbrio entre homens e mulheres, ao invés de desempenho de indivíduos, a desigualdade ainda persiste. A luta, hoje, passará por transformar crenças ideológicas

Com um forte background comercial em marcas internacionais acredita que a paixão pelo trabalho sempre foi sobrevalorizada sobre o seu género? Mentiria se afirmasse nunca ter sentido nenhum tipo de discriminação. Talvez, por me ter atrevido a concorrer para comercial no ramo automóvel, entrando numa área maioritariamente masculina onde me trataram de igual para igual, tenha interiorizado que, independentemente do género, o reconhecimento vem para quem trabalha bem e, nesse aspeto, a paixão pelo que se faz é um fator diferenciador. Permite-nos manter o foco, não desanimar nas alturas difíceis, traduzindo-se em performance e isso será notado ao nosso redor. Desde 2015 que a Remax faz parte da sua vida, mas a aposta na excelência no serviço prestado na consultoria, gestão e venda de ativos imobiliários vem desde sempre. Essa excelência determina o seu sucesso? Considero-me curiosa e, também, bastante autocrítica. Desafio-me constantemente e aprendo com os erros, afinal ninguém é excelente a toda a hora e eu não sou exceção. Esta área mexe com a vida e as expectativas de pessoas e suas famílias. Não se trata de vender um bem, mas um serviço ligado a um dos bens mais valiosos, até a nível sentimental que se pode ter, a nossa casa, o que requer grande responsabilidade profissional e humana. Procuro clientes que me recomendem para a vida, a quem ajude a transacionar a sua casa e a de todos os amigos com quem se sentem à mesa para jantar. O segredo é tratá-los com o rigor, transparência, seriedade, honestidade e empatia com que gosto que me tratem a mim. Não há maior satisfação do que receber

uma referência de negócio de um antigo cliente satisfeito. É a derradeira sensação de dever cumprido e o que verdadeiramente me move! A pandemia veio destacar o trabalho da mulher enquanto líder e empresária de sucesso e a Remax tem tido um papel importante nesta valorização. Quais considera ser as principais características para as futuras líderes empresárias, nomeadamente neste sector? A fusão do ambiente profissional com o pessoal, veio confirmar a nossa enorme capacidade de adaptação, desdobrando-nos, decidindo e priorizando tarefas, já em si características que reconheço num bom líder. Acredito no autorreconhecimento como base. Saberem valorizar-se e reconhecer as suas potencialidades. Na flexibilidade e determinação - capacidade de adaptação com foco no objetivo e em alternativas contornando dificuldades com criatividade. Empatia e clareza de comunicação – mensagem empática e entusiasta, focada nas dores dos parceiros. Integridade, generosidade e gratidão – Promover o rigor, agradecendo novos ensinamentos, reconhecendo os pares, ajudando-os também a crescer através de apoio e partilha. Perseverança e inconformação - buscar sempre mais informação, ajustando as estratégias para seguir em frente e nunca desistir dos seus sonhos!

A minha casa é a sua casa. !

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Breves...

Dia Internacional da Mulher

Mulheres que fizeram história a pilotar um Alfa Romeo Em homenagem às mulheres no Dia Internacional da Mulher, a Alfa Romeo relembrou as proezas daquelas que se destacaram num universo geralmente masculino, ao volante de um carro de corridas da marca italiana.

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou uma médica e uma enfermeira no Dia da Mulher O Presidente da República atribuiu o título de Comendadora da Ordem do Mérito à médica Miroslava Gonçalves e à enfermeira Marta Lima Basto, no Dia Internacional da Mulher, numa cerimónia em Belém. O Chefe de Estado quis assinalar este dia com a condecoração destas duas profissionais, que se distinguiram “em tempos e sociedades diferentes”.

Mulheres ultrapassaram os homens nas profissões de medicina, magistratura e advocacia O tempo trouxe mudança e reviravoltas e são as mulheres quem cumprem mais a escolaridade obrigatória e possuem maior formação superior, ultrapassando os homens em profissões-chave nas áreas do direito e medicina.

Google: As histórias de 12 mulheres inspiram o doodle do dia A Google voltou a alterar o logótipo para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Para marcar a data, o motor de busca dedicou o “doodle” do dia às histórias de aventura, desafios mas também às alegrias de 12 mulheres comuns. O projeto convida todas as mulheres do mundo a partilharem as suas próprias histórias com a hashtag #HerStoryOurStory

UE aposta na educação para a igualdade Número de mulheres sobe de 12% para 13% nas Forças Armadas O ministro da Defesa Nacional afirmou, no Dia Internacional da Mulher que o número de mulheres no efetivo das Forças Armadas subiu para 13%, mas o Governo ainda quer aumentar esta percentagem.

Comissão Europeia e Parlamento Europeu querem mudar livros e programas escolares para pôr fim a estereótipos sobre as profissões femininas ou masculinas. O Dia Internacional da Mulher foi aproveitado pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia para a divulgação de propostas pós-2015 que permitam alcançar a chamada igualdade de género no mercado de trabalho.

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER | PAULA NOVAIS - ARQUITETOS E DESIGN

30 ANOS DE

ACOMPANHAMENTO ATÉ AO MAIS ÍNFIMO DETALHE No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o atelier Paula Novais – arquitectos e design, fruto de um sonho e experiência, completa 14 anos. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paula Novais, Arquiteta e CEO, confidencia que a Arquitetura e o Design de Interiores são “indissociáveis para a execução de um espaço consonante”.

Paula Novais, CEO

Como mulher, quais foram os principais de desafios na concretização deste projeto? Como mulher sempre enfrentei, especialmente na parte de acompanhamento e fiscalização de obra, algumas dificuldades com intervenientes nas obras. Idealizam sempre a mulher como um ser sensível e profundamente ligado à estética - talvez por esse o motivo, não nos contestam no Design de Interiores – e, num mundo de homens, como o é a construção, a mulher é sempre vista como uma figura de menor autoridade e competência. É um universo que nos obriga a impormo-nos e demonstrarmos o nosso valor constantemente, mas isso nunca me assustou. A atenção ao detalhe, o bom gosto e a minuciosidade são qualidades inerentes à arquitetura e ao design. Nesse sentido, considera que este “mundo” não é só para mulheres, mas é de mulheres, dada a sua faceta multitasking que tanto as caracterizam? Concordo quando me diz que as mulheres são caracterizadas pela sua faceta multitasking, somos mães, donas de casa e profissionais 24h/7. Contudo, não gosto de associar os requisitos para se fazer boa Arquitetura e Design a uma sensibilidade de género, porque reconheço esta qualidade em excelentes profissionais masculinos. Mas sim, de uma maneira geral, podemos dizer que o mundo da concepção é mais feminino, - especialmente o do Design de Interiorese o de execução é mais masculino, apesar de ver que esse paradigma está a mudar, e ainda bem. O Atelier Paula Novais – arquitectos e design apresenta uma variedade de serviços: atividades de arquitetura e design, remodelação, consultoria e gestão na construção de edifícios. Esta diversidade e abrangência garante a diferença no mercado? Eu acredito que sim e trabalho todos os dias para garantir que faço essa diferença no mercado. Graças à minha equipa

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multidisciplinar, conseguimos garantir apoio em todo o processo desde o projeto de Arquitectura, ao acompanhamento de obra até ao mais ínfimo detalhe nos interiores. Não posso negar que sou perfeccionista e que gosto de acompanhar de perto a execução dos projetos que idealizo, sejam os de Arquitectura ou os de Design de Interiores, para garantir que tudo sai exatamente como planeei. Para mim a Arquitetura e o Design de Interiores são duas disciplinas indissociáveis para a execução de um espaço consonante. De que forma o arquiteto consegue liberdade de criação e inovação mesmo respondendo às exigências e gostos do cliente? A mulher é mais exigente neste aspeto? Falando novamente da regra: penso que a mulher é mais exigente do que o homem porque, para além de ser educada de forma mais exigente, também lhe é incutido que isso é o que socialmente se esperará dela, apesar de existirem obviamente exceções. O projeto é sempre uma simbiose das nossas ideias com as do cliente. É no briefing que recolhemos os dados relevantes para iniciar esta parceria, que combinam sempre as expectativas e lifestyle dos proprietários com o budget que estão dispostos a despender. Apesar de idealizarmos aquele espaço ele não nos pertence e, não somos nós que o vamos vivenciar. Os espaços têm que se adaptar aos proprietários, sendo que o Arquitecto aqui é apenas um catalisador para essa concretização.

2021 será um ano desafiante para todos, especialmente para as mulheres líderes e empresárias que continuam na luta pela igualdade de oportunidades e desafios. No atelier Paula Novais – arquitectos e design como perspetivam este ano? Apesar de todas as condicionantes que esta pandemia nos trouxe e das consequências que, indubitavelmente, trará, quero acreditar que, para o sector da Arquitectura e construção, e até mesmo dos Interiores, seja um bom ano. As pessoas passam mais tempo em casa e, talvez isso as faça olhar para elas com outros olhos e reconhecer a importância que tem, até no nosso estado anímico, viver num espaço que responda às nossas necessidades e expectativas.

Para além do atelier Paula Novais – arquitectos e design, em Fafe, existe também um showroom, em Guimarães. Tendo em conta o mercado e o contexto atual, a forma como se chega ao público terá de mudar, nomeadamente na arquitetura? Em outras áreas de trabalho o teletrabalho pode ser viável, mas em Arquitetura não. A Arquitectura surge da partilha de ideias e limitações com os colegas, com as outras especialidades e até mesmo com os fornecedores. Desengane-se aquele que pensa que a construção vive só da Arquitectura. Nós somos um sector interdependente por onde passam vários intervenientes e cada um vai deixando o seu input. Claro que a fluidez de partilha, que a capacidade de relacionamento interpessoal com presença física proporciona, é uma mais-valia para qualquer área, mas em Arquitectura isso torna-se quase imperativo. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 49


DIA INTERNACIONAL DA MULHER | BFM

“TRABALHAR NA ÁREA FINANCEIRA PODE APRESENTAR OPORTUNIDADES INFINITAS E UMA CARREIRA MUITO GRATIFICANTE”

Manuela Robinson, Country Manager

Em entrevista à Revista Business Portugal, Manuela Robinson, Country Manager da Blacktower Financial Management (BFM), reconhece com orgulho, que cada vez mais emergem histórias de mulheres que conseguem conquistar o seu lugar justo neste mercado, contrariando a tendência dos últimos anos. Com 35 anos de atividade, a Blacktower Financial Management (BFM) dispõe de consultores financeiros independentes que acompanham a evolução das necessidades dos clientes, regulamentos e legislação. Os recursos humanos e a sua excelência foram e são decisivos na expansão da empresa? O traço diferenciador de qualquer empresa de excelência é a elevada qualidade do seu pessoal, e aí a BFM não é diferente. Uma boa empresa é composta, não só por um conjunto de serviços de um elevado grau de excelência, mas também por excelentes profissionais que os prestem, sendo por isso que estamos rodeados dos melhores que o setor financeiro tem para oferecer. A BFM procura maturação constante dos seus objectivos por todos os elementos dos quadros, e é líder no sector financeiro porque toda a equipa está interligada e pondera todos os desafios e riscos que se enfrentam, em conjunto. Operamos num contexto complexo de dimensão internacional, e fazemos apostas constantes em melhorias que da melhor forma sirvam os nossos investidores, e que no processo também nos façam crescer enquanto instituição duradoura e respeitável que somos, com a garantia constante da confiança de quem investe. O mundo dos serviços de investimento e planeamento financeiro é bastante complexo e encontrar os produtos certos é demorado. No contexto atual de pandemia, de que modo é que recorrer aos vossos serviços se torna mais importante? Não existe em memória recente um cataclismo financeiro tão acentuado como aquele que foi trazido pela pandemia da Covid-19, e cujas repercussões sobre os mercados financeiros ainda se fazem – e farão sentir nos próximos anos. Ainda que gravosos, estes períodos 50 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

de profunda instabilidade funcionam também como períodos propícios à análise – do nosso propósito e estratégia. As pessoas estão mais predispostas para pensar no futuro agora do que em qualquer outra altura (por força da atual pandemia) e o nosso papel desde o primeiro dia foi sempre o de tranquilizar, adaptando e corrigindo as carteiras de ativos em função das expectativas dos investidores para esta nova realidade. Numa altura de swings profundos e de um mercado altamente volátil, procuramos, com a experiência conjunta e acumulada da BFM, ajustar estes portefólios de forma a acautelar todos os possíveis cenários, salvaguardando e aconselhando os nossos clientes relativamente a quaisquer sobressaltos financeiros. Os vossos consultores fornecem um aconselhamento independente e um serviço personalizado. De que forma essa dinâmica de trabalho garante uma resposta apropriada em função das circunstâncias pessoais ou empresariais, cá ou no exterior? Na BFM não estamos vinculados a vender nenhum produto específico. O que oferecemos é um aconselhamento holístico e uma proposta financeira “tailor-made”. Procuramos maximizar as rentabilidades financeiras procuradas pelos nossos clientes, sempre com o menor risco possível e de acordo com o conjunto de necessidades particulares de cada um (já que não existem para nós dois clientes com necessidades iguais). A excelência do nosso serviço assenta, sobretudo, num princípio fundamental de reciprocidade e de confiança, não só entre nós enquanto equipa, mas também com os nossos clientes. Aconselhamos sempre com pragmatismo e transparência de forma a responder às exigências do sector, sem considerar separadamente as dimensões nacional e internacional, num mundo globalizado e interconectado. A estratégia de garantia de profissionalismo com qualidade é sempre exactamente esta. No passado dia 8 de março celebrou-se o Dia internacional da Mulher. Que análise faz do papel da mulher e que conselhos poderia dar a uma mulher em início de carreira no campo financeiro? Quando jovens mulheres iniciam as suas carreiras é, por vezes, avassalador, porque o mundo financeiro é um mundo fundamentalmente masculino. Felizmente, nos últimos anos, tem-se verificado uma inversão desta tendência e cada vez mais se ouvem histórias de mulheres que conseguem conquistar o seu lugar justo dentro do mercado. As mulheres precisam apoiar mulheres, compartilhar conhecimentos e experiências - é esta a base que produz o maior sucesso, credibilidade e integridade. O meu conselho para uma mulher a dar os primeiros passos nesta área é de ter os seus objetivos bem definidos; escolher um(a) mentor(a); assumir as suas responsabilidades e acima de tudo fazer o seu trajeto tendo sempre consciência do seu valor. Trabalhar na área financeira pode apresentar oportunidades infinitas e uma carreira muito gratificante. Disclaimer: Blacktower Insurance Agents & Advisors Ltd is regulated in Cyprus by the Insurance Companies Control Service and registered with the ASF in Portugal. Blacktower Financial Management (Cyprus) Ltd is regulated in Cyprus by the Cyprus Securities & Exchange Commission and is registered with the CMVM in Portugal.


WINK | DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O OLHAR QUE MARCA A meritocracia, o esforço, o compromisso e o trabalho árduo ultrapassam as questões de género, como nos garante, em entrevista à Revista Business Portugal, Filipa Muñoz de Oliveira, CEO e Founder da Wink. Uma marca portuguesa pioneira no método de Threading e, também, especialista em todos os serviços de pestanas e sobrancelhas, que promete simplificar a vida das mulheres. A Wiñk é uma marca com mais de 10 anos em Portugal, que tem como missão dar a todas as mulheres a possibilidade de terem um olhar mais marcante, adaptado às suas feições. O sucesso de uma mulher líder também passa por cuidar de si e assumir-se como prioridade? Sem dúvida, eu arranjo sempre tempo para mim, na realidade marco como “reunião” na minha agenda esses momentos, acho que se não nos sentirmos bem connosco (física e psicologicamente) dificilmente conseguimos dar o melhor de nós aos outros e no meu caso, também à WIÑK. Atualmente, assistimos a inúmeras discussões controvérsias sobre as redes sociais e as suas consequências para a sociedade. Podem ser um meio facilitador para a promoção da mulher enquanto líder e empresária de sucesso? Se forem tratadas de forma cuidadosa sem dúvida. As redes sociais atingem muitas pessoas e de forma muito rápida. É muito fácil passar uma mensagem, seja ela qual for. Temos é que ter muito cuidado com o conteúdo destas mensagens. Da mesma forma que se constrói uma reputação, uma carreira, também se destrói. E nada mais rápido para o fazer que as redes sociais. Entre 2015 e 2020, a Wiñk recebeu o prémio “Eficácia e excelência de PME” (Pequenas e Médias Empresas) pela IAPMEI. Esta excelência é prova de que o esforço e a determinação ultrapassam as barreiras das questões de género? Claro que sim, apesar de ainda não termos tantas mulheres em cargos de liderança, CEO's ou empresárias, felizmente já há muitos casos de sucesso de empresas lideradas por mulheres e nós somos apenas um deles. Acredito muito na meritocracia, no esforço, no

Filipa Muñoz de Oliveira, CEO e Founder

compromisso e no trabalho árduo e isso de facto ultrapassa as questões de género. A marca conta 38 espaços em Portugal e 18 internacionalmente. A criatividade e inovação, inerentes ao espírito feminino, apesar das imensas barreiras para o sucesso, serão determinantes para o futuro num mercado cada vez mais competitivo? Sem dúvida, num mercado cada vez mais competitivo, o sucesso está na forma diferenciadora e inovadora em como as marcas/empresas se apresentam ao consumidor ou cliente final. As mulheres têm inúmeras qualidades de liderança que, muitas vezes, não são exploradas, somos mais empáticas, mais flexíveis, com uma capacidade de trabalho enorme, só temos que perder o medo de arriscar mais, porque o resto está lá!

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS pandemia da Covid-19 impôs alterações sociais, económicas e políticas, com profundos impactos na sociedade e transversais a todos os sectores de atividade, mas não podemos culpabilizar apenas este momento de crise pelas mudança e desafios na liderança. Antes deste abalo mundial, a transformação digital, os novos estilos de vida e muitas outras mudanças na sociedade já exigiam aos líderes mais criatividade, dinâmica e adaptação a novas práticas num mercado que se vem a transformar nos últimos anos. A pandemia veio apenas acelerar drasticamente o processo para o qual não estávamos ainda preparados. Consultores, analistas, CEO’s, Business Partners e outras profissões, que irão emergir para responder às necessidades do mercado, redesenham a sua dinâmica de trabalho e adaptam-se à nova realidade que exige mais agilidade e flexibilidade na liderança. Os problemas e desafios podem e deverão ser encarados como novas formas de liderar e gerir. Os “novos líderes” são desafiados pela gestão do trabalho remoto que deverá ser construído com base na confiança; pela humanização e “desconstrução” das hierarquias dentro das organizações; pela necessidade de reinvenção, produção e gestão do conhecimento; e, sobretudo, pela liderança inspiracional e acolhedora. O sucesso profissional hoje está assente em bases mais humanizadas. Privilegia-se nas novas lideranças a diversidade e a inclusão, o bem-estar no local de trabalho, um ambiente mais digital e sustentável. Estes são alguns dos fatores que os atuais líderes devem ter em mente e que se vêm aliar à curiosidade, pragmatismo, otimismo, ambição, coragem e humildade, skills que já faziam parte do seu ADN. O s “n ov o s l í d e r e s” dos tempos atuais estão conscientes de que devem ser capazes de conciliar a dinâmica da organização com o progresso da sociedade.

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ARTIGO DE OPINIÃO | PORTUGAL DIGITAL PORTUGAL DIGITAL | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

ESTE É O MOMENTO DA NOSSA TRANSIÇÃO DIGITAL Vanda de Jesus é Diretora Executiva do "Portugal Digital"

V

amos, todos, transformar o país numa nação digital. E quando falamos de “todos”, falamos dos cidadãos, das empresas e do Estado, porque todos fazemos a diferença na missão mais agregadora e arrojada que temos a decorrer desde março passado: o Plano de Ação para a Transição Digital. Na conjuntura de pandemia em que vivemos hoje, tornou-se evidente que o papel da digitalização e do acesso à tecnologia é premente. Fomos obrigados a reinventarmo-nos em tempo recorde, do pessoal ao profissional: encontrámos formas de entretenimento e comunicação online que nos mitigassem os impactos do distanciamento social, acelerámos a transição nas nossas escolas, nos nossos postos de trabalho e no acesso às instituições do Estado, digitalizámos ao máximo as cadeias de valor das nossas empresas para que a produção e serviços não fossem interrompidos. Mas o Plano português estrutura e planeia uma transição que chegue a todos. Através de três pilares, projetamos uma transição digital, com 57 iniciativas, que capacite os cidadãos, transforme as empresas e digitalize o Estado. A ordem estabelecida não é aleatória: primeiro, estarão sempre as pessoas. São elas o motor da transformação e são também as melhores lideranças as que conseguirão capacitar as suas organizações. Não basta termos cidadãos preparados para a mudança. As empresas e as instituições das quais fazem parte precisam de se adaptar e considerar novos métodos de trabalho, hábitos laborais mais flexíveis e melhores formas de comunicar. No competitivo contexto económico, agravado pela COVID-19, a adoção de competências digitais que tornem os fluxos de trabalho mais céleres e com menos margem para falhas é, hoje, essencial a quase todos os negócios. Neste sentido, o Plano de Ação para a Transição Digital

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tem várias iniciativas inovadoras para a potencialização da experimentação e inovação no tecido empresarial, das quais destaco duas que se encontram a decorrer: os Digital Innovation Hubs e o desenvolvimento das Zonas Livres Tecnológicas. Estas iniciativas, como outras do Plano, permitem fomentar a competitividade das empresas e centros de investigação portugueses, promovendo o posicionamento do País e colocando-o na linha da frente da inovação em toda a Europa. Por um lado, temos a iniciativa dos Digital Innovation Hubs, que funcionam como uma rede nacional de polos de inovação digital. Em ligação com os clusters de competitividade e centros de interface tecnológico, os Digital Innovation Hubs portugueses estarão interligados com a rede Europeia de hubs da Comissão Europeia e permitirão o acesso aos mais recentes conhecimentos, experiências e tecnologias, auxiliando as empresas a automatizarem os seus processos. Por outro lado, temos as Zonas Livres Tecnológicas, para as quais estamos a preparar um enquadramento legal com a regulação necessária que permita a possibilidade de experimentação e testagem de tecnologias emergentes, para os mais variados produtos e serviços, como o 5G. A necessidade de um processo de digitalização é incontornável, mas é também um caminho com mudanças constantes. Depois das dinâmicas a que esta pandemia nos obrigou – de que é exemplo o teletrabalho –, nada voltará a ser o que era. Todos os dias, teremos de nos adaptar ao que de mais recente é desenvolvido e posto em prática. Sabemos que o Plano de Ação para a Transição Digital ainda tem um longo trabalho pela frente, mas, em consciência, temos também a certeza de que o melhor da inovação e tecnologia poderá ser fruto da investigação e do trabalho desenvolvido em Portugal. E ninguém ficará para trás nesta missão de acelerar o país. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 55


“A HISTÓRIA DOS NOSSOS CLIENTES É A NOSSA HISTÓRIA”

Vítor Andrade e João Passos, Fundadores

Criar empatia, fortalecer relações, construir pontes e desenvolver a confiança são na visão de Ana Rocha, a chave para o sucesso da JPVA – João Passos & Vítor Andrade ao longo destes 12 anos. Em entrevista à Revista Business Portugal, a Gestora de Marketing apresenta-nos uma equipa “multilingue e que mostra o que de melhor o nosso país tem”. A JPVA é uma equipa imobiliária premiada a nível nacional e internacional com inúmeros prémios ao longo de mais de 12 anos de atividade. O sucesso deve-se a uma equipa com inúmeras valências e paixão pelo que faz? Realmente, a paixão é a base de tudo o que fazemos. É ela que nos move e que nos mantém focados. Ao longo dos anos, aprimorámos um serviço transversal, de montante a jusante da compra, venda e arrendamento de um bem imóvel. Num meio altamente concorrencial, é esse serviço de excelência que nos distingue, e o amor que pomos em tudo o que fazemos. Os resultados e os prémios são apenas uma consequência disso. Porque o negócio imobiliário é de pessoas para pessoas, e o melhor reconhecimento são clientes satisfeitos, que regressam e que nos referenciam às suas pessoas de confiança. Porque a confiança é a base da nossa relação. Trabalhar no sector imobiliário requer muita responsabilidade porque se trata de um grande investimento e se contribui para a qualidade de vida dos clientes. Trabalhar todos os ângulos de um negócio facilita o processo? O nosso lema, “Homes for Everyone”, representa precisamente a diversidade de negócios que a nossa equipa trabalha. De Lisboa a Mafra, de Sintra a Setúbal, de Cascais a Almada, estamos presentes em toda a Área Metropolitana de Lisboa. Ajudamos clientes que precisam de comprar ou vender imóveis de algumas dezenas de milhares de euros até imóveis de vários milhões de euros, sempre com a mesma dedicação e profissionalismo. Temos clientes que arrendam lugares 56 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

de estacionamento e clientes que arrendam moradias, apartamentos de luxo ou quintas. E não descuramos o mercado comercial, tendo já ajudado dezenas e dezenas de clientes nesta área do imobiliário. Desta forma, os nossos clientes sabem que podem contar sempre connosco, qualquer que seja o negócio que têm em mãos. Ter uma equipa focada em preencher lacunas do sector aproveitando nichos na área imobiliária é essencial para ser uma marca de referência no mercado? Somos uma equipa variada, e com vivências muito diferentes, o que nos permite celebrar a diversidade dentro e fora da equipa. Estas características permitem-nos abranger um vasto leque de clientes. Criar empatia, fortalecer relações, construir pontes e desenvolver a confiança tem sido o nosso caminho para o sucesso. E, ao longo desse caminho, apercebemo-nos que certos grupos eram marginalizados ou ignorados, no que ao mercado imobiliário diz respeito. Foi por essa razão que criámos uma marca, a LisboaPride, que trabalha especificamente o público LGBTI+. Dessa forma, podemos entender melhor as suas necessidades específicas, os seus anseios e os seus receios, e dar uma resposta mais adequada, tornando-os visíveis.


FARMÁCIA GARCIA | A FARMÁCIA EM CONTEXTOE DE PANDEMIA EQUIPA JPVA | ARQUITETURA IMOBILIÁRIO

A equipa JPVA marca uma forte presença nas redes sociais e dispõe de um site apelativo e completo. Tratar o cliente por Tu é o futuro do sector imobiliário, uma vez que a satisfação do cliente é um cartão de visita? O principal objetivo da nossa equipa, quando um cliente nos pede ajuda, é o de que esse cliente o seja para a vida. A nossa visão de negócio é de longo prazo, e queremos que os 12 anos já passados representem apenas uma parte da nossa história. O nosso foco não é simplesmente em fazer negócios, é em ajudar os nossos clientes a atingirem os seus objetivos. Estes clientes são a base do nosso negócio e do nosso sucesso, e muitos são até já nossos amigos e parceiros. Porque a história dos nossos clientes, é a nossa história.

HOMES FOR

EVERY ONE

Dinamizaram já várias iniciativas de âmbito social, organizando inúmeros eventos e estando ao lado de instituições. É importante, atualmente, demonstrar essa responsabilidade social? Há uma palavra que para nós é primordial e central ao que fazemos: GRATIDÃO. Somos gratos por acordarmos todos os dias e em pensar que vamos trabalhar. Vamos ajudar pessoas a serem mais felizes. Vamos mudar vidas e realizar sonhos. E, que sortudos, ao mesmo tempo acabamos por realizar os nossos. Para nós, sempre foi importante agradecer e retribuir, na medida das nossas possibilidades. Seja apoiando organizações de caridade, seja organizando eventos para crianças carenciadas, seja patrocinando eventos para a comunidade LGBTI+, citando apenas alguns. Sentir que tocamos e melhoramos um pouco a vida de tantas pessoas, enche-nos de orgulho e felicidade. Um sentimento de dever cumprido. Portugal tem-se destacado nos últimos anos, pela segurança, estabilidade económica e política e pela sua beleza paisagística. De que forma a equipa JPVA tem aproveitado todas essas qualidades? Portugal, na última década, e com especial ênfase nos últimos anos, tornou-se um destino muito apelativo, não só para investidores internacionais, como também para particulares que desejam viver num pequeno paraíso. Fruto das qualidades enumeradas na questão, temos tido um grande número de clientes provenientes das mais variadas regiões do mundo: Europa (UK, Alemanha, França), Ásia e Médio Oriente (China, Turquia, Dubai, Paquistão), América do Norte (EUA e Canadá) e América do Sul (Brasil). O facto de sermos uma equipa multilingue, conhecedora da cultura e da história de Lisboa e Portugal, que ama o seu país e que não tem dificuldades em mostrar o que de melhor o nosso país possui, tem-nos permitido desenvolver relações de profunda confiança com estes clientes internacionais. Por essa razão, atualmente o seu peso no nosso negócio é substancial, e o nosso objetivo é continuar a apostar neste mercado no futuro.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | JVG ARQUITETOS

DAR FORMA AOS SONHOS, CRIAR UM FUTURO 2019 foi um ano de viragem para o arquiteto João Vaz Gomes quando resolveu criar a JVG Arquitetos. Depois de 15 anos de experiência a solo na área, um novo espaço com uma nova imagem foi para o arquiteto “dar o salto” na sua carreira como nos relata em entrevista à Revista Business Portugal. Na JVG Arquitetos, a arquitetura nasce do respeito entre o homem e o espaço, porque não há pessoas iguais, nem os lugares se repetem. Acima de tudo o vosso papel é dar forma aos sonhos das pessoas? Correto. Cada projeto tem a sua história a sua leitura. Claro que existe uma tendência de ideias o modo de aplicar a leitura do interior dos espaços que habitamos. Não desenhamos para nós, mas sim para o cliente, no fim de contas é ele que vai viver naquele espaço. O sonho tem que ser expresso através do nosso lápis, só depois passamos à concepção do projeto nos meios informáticos existentes nomeadamente em plataformas com o Auto Cad e o Revit aplicando agora o conceito de BIM. A equipa multidisciplinar, que conjuga experiência com criatividade, apresenta aos clientes uma diversidade de serviços. A reabilitação será o serviço que vai mais ao encontro do lema da arquitetura, uma vez que se trata de reconstruir o passado tendo em vista a modernização? A equipa começa agora a crescer. A experiência foi obtida de uma forma muito engraçada, pois foi subindo em função do desafio apresentada “naquela data”. Foi uma experiência solitária por um período de quase 15 anos. No ano 2019, tive a iniciativa de criar um futuro, uma ideia de arquitetura. A criatividade surge para dar expressão às ideias dos nossos clientes. Sinceramente pouca reabilitação verdadeira vejo! Vejo sim aproveitamento de peças/ blocos/partes de espaços para serem totalmente transformados. A reabilitação surge, nestes últimos anos, no nosso país pela 58 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

necessidade de investimentos que esbarram, muitos deles na legislação e burocracia existente no nosso país. Uma reabilitação não pode ser o aproveitamento da fachada ou o pormenor da escada transformando todo o edifício em algo que não lhe pertence. A especialização em áreas subjacentes à arquitetura, como conceção e dimensionamento de sistemas de drenagem e realização de estudos de Sensibilidade sobre cerificação energética, são determinantes para a diferenciação no mercado? Já são mais de 15 anos a adquirir experiência. Entre altos e baixos da toda e qualquer profissão, não conseguia a diversidade de conhecimento sem o apoio de colegas de profissão, e não posso deixar de agradecer a toda a equipa que está e ou já passou pelo departamento de urbanismo do município de Vila Franca de Xira. Não vou nomear nomes para não deixar de fora ninguém, mas existem pessoas ainda hoje nesse departamento, que sem dúvida de ensinaram a ser hoje um arquiteto melhor. Hoje, a especialização da nossa equipa envolve a totalidade do projeto, desde o início da sua conceção e até à execução da obra de acordo com o mesmo. A obra não existe sem a especialização em todas as áreas envolvidas, e com destaque entre outros para a sensibilização com a certificação energética. No portfólio da JVG Arquitetos podemos encontrar uma vasta variedade de trabalhos. Quais os trabalhos mais marcantes? A exigência do mercado trará no futuro projetos diferentes? Bom o portfolio da JVG Arquitetos cresceu 200 por cento


JVG ARQUITETOS | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

nos últimos dois anos. Sem dúvida, que a experiência obtida nos últimos anos foi determinante. Será o ano de 2019, o grande ponto de viragem. Uma nova imagem foi criada e os trabalhos passam agora por quase todo o país. Atualmente, temos Licenciamentos em mais de dez municípios a decorrer com destaque especial para os de Vila Franca de Xira, Loures, Cascais, Mafra, Oliveira de Azeméis, Palmela. Os nossos projetos atualmente residem para além da Habitação, também na área da Saúde e Serviços, com especial destaque para as ERPI – residências para idosos. Esperemos que a exigência do mercado nos ajude a crescer.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | AICC

AICC APOIA EMPRESAS PORTUGUESAS CERTIFICANDO

Na linha da frente no apoio às empresas portuguesas do setor que representa, Cláudia Pimentel, Secretária Geral da Associação Industrial e Comercial do Café apresentou-nos o mais recente projeto que promete levar o café português ainda mais longe. Como podemos posicionar a Associação Industrial e Comercial do Café na realidade atual do setor e quais as suas linhas orientadoras? A Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) existe desde 1972. É uma associação patronal que tem por missão defender os interesses dos associados, associados esses que exercem atividade na indústria de torrefação, moagem e empacotamento de café, bem como empresas que são responsáveis pelo lançamento no mercado de café, misturas, sucedâneos e solúveis, desde que essa atividade seja exercida a título principal. A AICC representa cerca de 90% do setor do café. Quais os principais desafios que a indústria do café enfrentou num ano de pandemia? O principal desafio que o setor enfrentou foi o encerramento e as restrições ao nível da lotação dos cafés, restaurantes e outros locais comuns de consumo, levando a que o nosso mercado interno ficasse muito limitado. Portugal é o país europeu onde se consome mais café fora de casa, por isso, a pandemia implicou quebras nas vendas de café, em 2020, para o canal out-of-home de cerca de 40%. O consumo em casa, aumentou ligeiramente, mas não compensou as perdas de vendas na restauração. A perda do turismo também impactou negativamente o consumo. No entanto, embora esta seja 60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

uma pandemia de nível global, devido à qualidade do nosso café e à resiliência das nossas empresas em apostarem na internacionalização, as exportações aumentaram. O setor do café, mesmo em plena pandemia, conseguiu aumentar as suas exportações de 84,1 milhões de euros para 86,2 milhões, segundo dados do INE. A indústria torrefatora representou em 2020 um volume de negócios de cerca de 700 milhões de euros (mercado interno e exportações), perdendo cerca de 100 milhões de euros face ao ano anterior, com a quebra do consumo interno por causa da Covid-19, embora as exportações tenham subido em valor. Portuguese Coffee – a Blend of Stories to the World é o mais recente projeto da AICC. Em que consiste? O “Portuguese Coffee – a blend of stories®” é uma marca institucional da AICC que representa o café produzido em Portugal, de acordo com sua própria tradição de torrefação e blends. Este selo é uma certificação de origem dada às marcas comerciais que utilizam os procedimentos de torra e “blending” tradicionalmente portugueses. A marca foi criada em 2017 com o intuito de preservar o café expresso português e a sua identidade. A criação da marca foi motivada pelo facto de não existir um elemento aglutinador de toda a indústria que permitisse a diferenciação do Café Expresso Português em relação a outras bebidas expresso de diferentes origens ou países. Desta forma, o selo de denominação surge de uma aliança entre diversos associados da AICC que demonstraram a necessidade de criar um elemento visual que permitisse identificar este produto e respetivas caraterísticas, de forma mais fácil. Portuguese Coffee, a blend of stories® representa, tal como o nome indica, uma mistura de histórias: por um lado, as histórias das diversas marcas à volta do café português; por outro, a História de Portugal e do Café no


AICC | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

A IDENTIDADE DO CAFÉ PORTUGUÊS

Mundo, nomeadamente, no Brasil, Angola e Timor, onde o nosso país desempenhou um papel preponderante na disseminação desta que é a segunda commodity mais transacionada do planeta. Este projeto vem dar continuidade à internacionalização e reconhecimento do café português essencialmente nos mercados canadiano e do Reino Unido. Quais as atividades previstas no âmbito deste projeto? O projeto prevê diversas atividades tendo como elemento central a internacionalização e nesse sentido, para além de uma componente de estudos de mercado, vão ser realizadas missões institucionais ao Canadá e Reino Unido, assim como uma missão inversa de compradores, por altura da realização do Lisbon Coffee Fest, o maior evento do setor realizado em Portugal, previsto para outubro de 2021 ou março de 2022, consoante as condições de saúde pública o permitirem. A escolha destes dois mercados prende-se com o facto de já terem, com Portugal, ligações consistentes de transações e acordos comerciais e serem vistos como potenciais parceiros para alavancar as exportações do setor. O projeto conta com um investimento elegível de 201.280,96€ e um apoio financeiro da União Europeia de 171.088,82€. O projeto é apoiado pelo Portugal 2020, no âmbito do COMPETE 2020 - Sistema de Apoio às Ações Coletivas, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. O café conta já com uma longa tradição nacional. É um dos produtos mais valorizados e consumidos pelos portugueses (e não só) e, por isso, não podemos deixar de questionar-vos, afinal, o que tem o nosso café de tão especial? O nosso café é de facto um produto diferenciado, não só pela sua torrefação e pelas suas características organolépticas, mas também por toda a emoção e convívio social que envolve, pois como já referi somos o país da Europa que bebe mais café na rua e é comum entre nós a frase “Vamos tomar um café?”. Diferentemente de outros países que insistem em café com grãos 100% Arábica, o café expresso português é geralmente obtido a partir de uma combinação de grãos de café Arábica e café Robusta, torrados lentamente. Este método particular de torrefação é menos intenso em comparação com os processos utilizados noutros países e ajuda a preservar a essência do café português, dando-lhe menos acidez, aroma mais forte e mais corpo e doçura. O resultado é um creme cor de avelã, denso e equilibrado que perdura na boca e cria no consumidor uma experiência poderosa e memorável.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | COOP. OLIVICULTORES DE BORBA

SUSTENTABILIDADE ALIADA À TRADIÇÃO

Paulo Velhinho, Presidente de Direção

Um dos mais antigos de Portugal no sector dos Azeites, o Lagar de Borba comemora em abril 70 anos. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paulo Velhinho, Presidente de Direção, assumiu que resistência, compromisso e paixão fazem a história da Cooperativa. Qual o sentimento que mais caracteriza 70 anos de história, trabalho e reconhecimento? Resistência, Compromisso e Paixão, são estes os sentimentos que têm estado sempre presentes na história desta Cooperativa. Após ter sido fundada por três borbenses de iniciativa, com poucos sócios, ao fim de um ano já totalizava 129. Surgiu como um Lagar Social, criando um movimento cooperativista, para fazer frente às crises e, desde logo, foi considerado um dos mais amplos, modernos e bem apetrechados do país. Hoje, uma organização em constante desenvolvimento, que tem mostrado uma reação resiliente em todos os momentos de crise, sempre trabalhando com arte e conhecimento, produzindo um azeite único, de qualidade distinta, fruto de uma olivicultura sustentável e tradicional, existente na região de Borba. Presentemente, a Cooperativa de Olivicultores de Borba, uma das mais antigas de Portugal, no setor dos azeites, é constituída por cerca de 650 olivicultores, todos eles pequenos e médios produtores de azeitona. Os sócios da Cooperativa dos Olivicultores de Borba são pequenos proprietários de olival tradicional, e cerca de 80% representam mesmo pequenas parcelas de terreno. A Cooperativa dos Olivicultores de Borba foi reconhecida num dos concursos mais importantes do mundo, o Terraolivo em Israel. O “Dom Borba - Seleção Azeite Virgem Extra”, recebeu o Prémio Prestige Gold, também galardoado com uma Medalha de Prata no “Concurso Internacional de Azeite Athena”, na Grécia. Estas prémios certificam um azeite de qualidade que aproveita todas as potencialidades do Norte Alentejo? Os Olivais dos nossos sócios têm a particularidade se serem totalmente tradicionais, constituído por oliveiras centenárias e milenares, da variedade, predominante, de azeitona Galega, com características únicas. Olivais de sequeiro onde se pratica uma agricultura biológica, isenta de adubos, químicos ou pesticidas. O azeite obtido destas azeitonas, tem sido muito destacado pela sua complexidade, aroma e sabor e os prémios obtidos são prova disso mesmo. O Azeite Dom Borba tem sido uma aposta de qualidade, acrescentando valor à cooperativa e aos nossos associados, contribuindo para a preservação do nosso 62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

olival tradicional, uma herança que não queremos de forma alguma perder, para que as gerações vindouras, tenham um futuro com qualidade de vida. O processo de extração ecológico do azeite impede a produção de resíduos prejudiciais ao ambiente. Numa altura em que tanto falamos em sustentabilidade esta dinâmica de trabalho é determinante no sucesso dentro e além-fronteiras? As azeitonas provenientes destas pequenas parcelas de olival, de uma agricultura tradicional, são colhidas por muitos sócios em ambiente familiar, por processos não mecanizados, chegam depois á cooperativa nas melhores condições de serem laboradas. Seguidamente, são-lhe retiradas as folhas, lavadas e selecionadas para irem direto ao lagar, que prontamente serão moídas em processo mecânico, transformadas em pasta da qual será extraído o azeite a temperaturas inferiores a 25º. Todo este processo é totalmente ecológico, extraindo o azeite a frio. Por fim, aproveita-se o caroço para aquecimento das instalações e caldeiras, evitando o consumo de energia elétrica. Toda esta dinâmica é importante para o sucesso da cooperativa quer pela qualidade do azeite produzido, pelo compromisso na sustentabilidade do sector, quer ao nível ambiental e social, determinante para o reconhecimento da nossa missão e valores perante a sociedade. O fator qualidade está presente desde a receção, à extração, armazenamento, embalamento até ao momento de expedição. O sucesso do azeite depende da cooperação em todo o processo? Em todo o processo existe, da parte da direção e da parte dos colaboradores, um enorme compromisso em colocar


COOP. OLIVICULTORES DE BORBA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

na mesa do consumidor um azeite de qualidade superior. Existem várias fases onde os recursos têm um papel muito importante que se reflete no sucesso do azeite, uma das quais a fase de laboração, onde o tempo decorrido entre o colher da azeitona até lhe ser extraído o azeite é determinante para um azeite de qualidade e, na cooperativa, esse processo é contínuo, envolvendo os colaboradores em horários contínuos muitas vezes non-stop. Toda a equipa colabora de uma forma bastante motivada, sempre com muito profissionalismo, munidos de todo o apoio e ferramentas necessárias para o sucesso. Em todas as fases a qualidade é a chave principal de trabalho que acompanhada do nosso know-how, tem sido fundamental para o sucesso dos nossos azeites. Por ser uma fonte tão rica que nos protege contra várias doenças, a forma como “tratam” o azeite é também a pensar em todos esses aspetos? O azeite virgem extra é um sumo de fruta 100 % natural, considerado azeite de primeira qualidade composto por vitaminas, ácidos gordos e outros componentes igualmente importantes, que lhe confere propriedades antioxidantes e que o convertem num produto bastante terapêutico e benéfico para a saúde. A forma como são selecionadas as azeitonas, a extração do azeite pelos processos existentes com altos padrões de qualidade, a forma como são selecionados os lotes, o seu armazenamento, a decantação por processo natural sem filtragem, traduz se num produto de excelência preservando a sua riqueza e toda a sua qualidade, pensada na saúde do consumidor.

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Tanto já foi feito, mas os mercados mudam e há sempre muito a fazer. Tendo em conta tudo o que já alcançaram, quais são os vossos horizontes? A Cooperativa tem vindo a desenvolver esforços para certificar todos os olivais de produção biológica, a fim de obter mais quantidade de azeite certificado biológico. Esta referência vem acrescentar valor à produção e consegue rentabilizar mais a matéria-prima ao associado e evitar o abandono de alguns olivais por falta de rendimento. Em Portugal, o nosso azeite é confecionado em muitos restaurantes de prestígio reconhecidos. Estamos também presentes no Brasil, França, Alemanha e Macau, mas existem mercados que em breve esperamos alcançar. Desenvolvemos uma nova página web e loja on-line, pronta a funcionar. Queremos continuar a investir em tecnologia de ponta para obter sempre a máxima qualidade nos azeites e esperamos, em breve, com novos equipamentos que surgiram no mercado, vir a adquiri-los, para melhorar a sua linha de extração. O nosso compromisso consiste na sustentabilidade e na qualidade, adotando estratégias de inovação e desenvolvimento, valorizando a excelência do nosso azeite e aplicando políticas de marketing estratégico e operacional nos mercados onde estamos presentes, procurando sempre novas oportunidades.

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LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | SANTA CASA DA MISERICÓRDIA CASCAIS

477 ANOS A CONSTRUIR PROJETOS PARA A COMUNIDADE Fundada em 1551 a Misericórdia de Cascais serve a sua comunidade nas áreas da infância, juventude, terceira idade, deficiência e intervenção na comunidade. Em entrevista à Revista Business Portugal, Isabel Bouças, Provedora da instituição, garante que o lema é construir projetos que acrescentem algo na vida de todos.

A

Misericórdia de Cascais é uma instituição com um vasto património social que apesar de manter a sua matriz de intervenção inicial, preocupa-se em atualizar respostas sociais, de acordo com os problemas e desafios da sociedade. Nas palavras de Isabel Bouças, provedora da instituição, “se não trabalharmos de acordo com as necessidades, as instituições vão morrendo”. As instituições deste cariz têm, no seu entender, a obrigação de trabalhar de acordo com as necessidades que são muitas e variadas. A grande virtude de trabalhar neste projeto é, para a provedora, a capacidade de adequar e fazer melhor para que a comunidade sinta a mudança. Aliada à paixão pelo trabalho que faz diariamente, une-se a sua ligação de muitos anos com a instituição que começou por ser como funcionária e diretora-geral, uma mais-valia no seu percurso como provedora. A responsabilidade de cuidar de 340 pessoas com deficiência, 700 idosos em lares, centro de dia e de convívio, e 1000 crianças em creche, pré-escola ATL's, é imensa que só é conseguida pelos 700 funcionários “fantásticos”, a quem Isabel Bouças deixa rasgados elogios. “Trabalhar com e idosos e crianças é duro e casuístico porque “cada um teve a sua vida e história” fora da instituição. Adequar as respostas sociais, antecipar o diagnóstico, contribuir para uma sociedade mais inclusiva e utilizar adequadamente os recursos existentes para diminuir as carências das famílias é a base de tudo. “Estamos numa sociedade, por isso temos de lhe pertencer”. Uma resposta social imprescindível A Misericórdia de Cascais dispõe de vários serviços seniores com diferentes respostas sociais sempre com o objetivo de proporcionar respostas que os estimulem e respeitem a sua individualidade. Cuidado que se estende aos mais pequenos com estabelecimentos de educação de infância em ambientes que potenciem a curiosidade e a autonomia. Para Isabel Bouças trabalhar com crianças e jovens em risco é “fantástico” porque para além das histórias de vida incríveis que partilham, a instituição é, para muitos, “um salto para a vida”. Numa altura em que se começava a debater o problema do envelhecimento, a instituição foi pioneira na criação do centro de dia e de convívio. Alcançando um grande número de utentes, a instituição antecipou uma solução em sítios “inadequados, sem condições”. Um trabalho estimulante que obriga a fazer bem, garante Isabel 64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Isabel Miguens Bouças, Provedora da instituição

Bouças. O apoio domiciliário é, também, uma resposta muito necessária para evitar a institucionalização, mas ainda estamos longe de estar organizados dessa maneira. A satisfação das necessidades básicas para promover uma qualidade de vida com conforto, autonomia, dignidade e bem-estar é transversal a todas as valências. Importa referir que todos os serviços de âmbito social são desenvolvidos em colaboração com o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa e com a Câmara Municipal de Cascais, tendo ainda a Misericórdia serviços comerciais que ajudam a viabilizar a ação. “É na equação de viver mais e melhor que temos de ajudar a construir” A instituição valoriza as parcerias com a sociedade e a boa articulação com outras entidades. Fruto da sua experiência, Isabel Bouças acredita que a solução “não é duplicar, temos é que nos dividir para aumentar as respostas”. Apesar do seu passado tão sólido e estruturado, a Misericórdia ainda tem vários aspetos a melhorar, sendo o problema do envelhecimento um dos mais preocupantes, que se acentuou com a pandemia. Neste momento estão em curso dois projetos que considera “fascinantes”. Em colaboração com a Câmara municipal de Cascais, um bairro social será reconstruído, um projeto de grande ambição que se fará acompanhar pelo programa de envelhecimento e rejuvenescimento da população que lá vive. Acresce o projeto de renovação e recuperação da Igreja. Dois projetos que ainda terão a responsabilidade de Isabel Bouças e que ditam “um fecho fantástico” para a provedora que deixa o repto de que a dinâmica da sociedade é diferente, as fronteiras estão esbatidas e, por isso, os projetos sociais nunca acabam. No seu terceiro e último mandato Isabel Bouças, defende que é tempo de renovar e dar espaço a novas ideias.


SANTA CASA

PLANO FORMATIVO 2021-2022

MISERICÓRDIA

Formação Modular Certificada Empregados e Desempregados

BARCELOS

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TRABALHO SOCIAL E ORIENTAÇÃO

ANIMADOR/A SOCIOCULTURAL 4259 4269 4278 4279 4281 4283 4291 4292 4293 4297 4298 10746

HORAS

Intervenção sociocultural e representação social da diferença Oficina de expressão plástica Animador - perfil e estatuto profissional Animação sociocultural - áreas de intervenção Projeto de animação sociocultural - implementação Saúde e socorrismo Animação sócio-educativa Animação para a terceira idade Intervenção em espaços culturais Animação e desenvolvimento comunitário Gestão de projetos de animação Segurança e Saúde no Trabalho - situações epidémicas/pandémicas

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TÉCNICO/A DE APOIO FAMILIAR E DE APOIO À COMUNIDADE 3543 3553 4283 7207 7208 7209 7210 7213 7224 7226 7235 7239 3546 8901 8903 8910 8932 10746

Psicologia da velhice Saúde mental na 3.ª idade Saúde e socorrismo A atividade profissional do Técnico Familiar e de Apoio à Comunidade Comunicação na interação com a pessoa apoiada, cuidador e/ou família Trabalho em equipa no contexto da prestação de cuidados pessoais e à comunidade Prevenção e controlo na infeção na prestação de cuidados pessoais e à comunidade Necessidades humanas básicas: os cuidados de higiene, alimentação, hidratação, conforto e eliminação Prevenção de acidentes em contexto domiciliário e institucional Prevenção da negligência, abusos e maus-tratos Promoção da integração social e comunitária da pessoa idosa Animação e ocupação de tempos livres através da expressão plástica Prevenção e primeiros socorros - geriatria Contextos de prestação de cuidados ao idoso - lares e instituições de saúde Técnicas e estratégias de comunicação e observação nos contextos de intervenção com a população idosa Reabilitação geriátrica Estimulação cognitiva e aprendizagem no idoso Segurança e Saúde no Trabalho - situações epidémicas/pandémicas

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TÉCNICO/A DE APOIO PSICOSSOCIAL 8530 10373 10375 10377 10378 10380 10383 10387 10392 10395

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Sistema Integrado de Emergências Médica (SIEM), Abordagem à Vítima e Reanimação Perfil do/a Técnico/a de Apoio Psicossocial Protocolos e parcerias - técnicas de monitorização Intervenção do/a Técnico/a de Apoio Psicossocial em situações de crise Elaboração de relatórios na gestão de projetos sociais Intervenção nos comportamentos aditivos e dependências Laboratório de competências sociais Saúde e doença em jovens Intervenção em populações de risco Laboratório de projetos psicossociais

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SERVIÇOS DE APOIO A CRIANÇAS E JOVENS

TÉCNICO/A DE AÇÃO EDUCATIVA 3282 4647 9183 9185 9633 9636 10654 9640 10660 10759 0501 0528 5272 7258 7259 7267 8600 8968 8977 8981

Planificação de atividades pedagógicas e gestão do tempo Liderança e trabalho em equipa Desenvolvimento da criança dos 0 aos 3 anos - iniciação Cuidados de rotina diária e atividades promotoras do desenvolvimento da criança Enquadramento legal na proteção de crianças e jovens Segurança e prevenção de acidentes com crianças e jovens Crescimento e desenvolvimento na infância Comportamentos disfuncionais na criança e no jovem Atividades lúdico-expressivas Teletrabalho Projetos de organização de eventos - planeamento e gestão Gestão de eventos Relações interpessoais Planeamento de programas e projetos de desporto Execução de programas e projetos de desporto Gestão de espaços, instalações e equipamentos desportivos Competências empreendedoras e técnicas de procura de emprego Técnico de Juventude - contextos e práticas de atuação Voluntariado jovem Gestão de associações juvenis

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Destinatários/as

Documentação Obrigatória

Benefícios

Informações e Incrições

Pessoas empregadas com Escolaridade superior ao 4.º ano; Pessoas desempregadas há menos de um ano com habilitações iguais ou superiores ao 12.º ano.

BI/NIF ou CC; Certificado de Habilitações; IBAN (onde conste o nome do/a candidato/a); Declaração comprovativa da situação face ao emprego.

Formação 100% financiada; Atribuição do subsídio de alimentação; Certificado de Formação Profissional; Flexibilidade de Horário: Laboral / pós-laboral; Inscrição na Bolsa de Candidatura a Emprego da SCMB.

Site: www.misericordiabarcelos.pt Tel.: 912 749 063 / Telf.:253 802 270 Mail: formacao@misericordiabarcelos.pt

Centro de Formação

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 65 ENTIDADE FORMADORA

CERTIFICAÇÃO

PARCERIA

COFINANCIADO POR


Breves... Figueira da Foz acolhe a maior central solar fotovoltaica do grupo Navigator A The Navigator inaugurou a maior central fotovoltaica do grupo que, segundo os responsáveis da produtora de pasta e papel, vai evitar a emissão de 1.296 toneladas de CO2 (dióxido de carbono) por ano.

Comissão Europeia propõe selo sanitário para ajudar à retoma do turismo A comissão Europeia propôs a criação de um selo sanitário para alavancar o turismo e a hotelaria na União Europeia. Esta será uma identificação voluntária a ser usada pelos estabelecimentos.

Comércio digital subiu de 10% para 18% desde o início da pandemia O peso do comércio digital aumentou de 10% para 18% no total de compras em Portugal desde o início da pandemia da Covid-19, de acordo com um estudo da SIBS. A entidade que gere o multibanco apresentou um relatório sobre a evolução do consumo em Portugal nos últimos 365 dias.

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CGD distingue alunos do ensino superior com 150 mil euros Este ano a Caixa Geral de Depósitos aumenta o número de premiados para 150 estudantes com prémios no valor de 1.000 euros, criando oportunidade para que mais alunos, incluindo grupos sociais financeiramente mais vulneráveis, possam prosseguir com os seus estudos no ensino superior.

Figueira da Foz acolhe a maior central solar fotovoltaica do grupo Navigator Portugal está na corrida pela gigafábrica de produção de baterias para carros elétricos da Volkswagen que pretende ter a fábrica concluída em 2026. Espanha e França são a concorrência de Portugal nesta que será uma das seis gigafábricas que a marca planeia construir na Europa.

Biotecnologia, energias renováveis e metalomecânica são estratégias para a reindustrialização de Portugal Numa conferência promovida pela sociedade de advogados Sérvulo e Associados, António Silva, autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 apontou os sectores da biotecnologia, energias renováveis e metalomecânica ligeira e pesada como estratégias base para o processo de reindustrialização em Portugal.


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