Revista Business Portugal Julho 2019

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JANSSEN PORTUGAL

julho 2019

Portugal Criativo PME Excelência'18 Relações Bilaterais Municípios em Destaque

KEYRESEARCH

ANGOLA E PORTUGAL NA GESTÃO DE MEIOS Paulo Santos, ceo

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JANSSEN PORTUGAL

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ÍNDICE

EDITORIAL

Julho 2019

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PORTUGAL CRIATIVO 14 KAPTEN PORTUGAL O seu destino à distância de uma app e com a tarifa mais leve do mercado 16 GREAT A sua empresa de Saúde e Segurança no Trabalho (SST)

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ALGARVE 68 UNIQUE BY EMOTIONS Espaços únicos para visitar, pelo menos uma vez 78 MEUMAR Manutenção da proa à popa

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ALENTEJO LITORAL/

FEIRA

COSTA VICENTINA

DA LUZ’19

124 CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE Originalidade e sabor no litoral alentejano

52 CAIXA CRÉDITO DE MORAVIS Um banco muito próximo dos clientes

Caro leitor, De norte a sul do país encontramos empresários que acreditam em Portugal e na sua capacidade produtiva. Nesta edição, apresentamos vários exemplos do empreendedorismo que levam o nome de Portugal além-fronteiras e criam valor num país que faz questão de se manter na vanguarda da inovação e criatividade. Abordámos as empresas que foram galardoadas com os Prémios PME Excelência, nas várias categorias, e que continuam a lutar por elevar a qualidade dos seus produtos e serviços. Destino de eleição do turismo mundial, Portugal exibe uma beleza natural inigualável e as suas edílicas praias. São muitos os turistas estrangeiros que se apaixonam pelo país, descrito n` Os Lusíadas, como “jardim à beira-mar plantado” e se rendem aos encantos das nossas gentes e gastronomia. A chegada do verão e das férias não abrandaram o ritmo das empresas que fizeram questão de marcar presença nesta edição da Revista Business Portugal. Para si, caro leitor, preparámos uma panóplia de exemplos de empreendedorismo e de boas práticas, de norte a sul do país, abrangendo os PALOP`s e as relações bilaterais com a Polónia a Alemanha. Votos de boa leitura, Ana Miguel Lopes Editora

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: Guidetarget, Lda | Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 NIPC: 509 457 045 Conselho de Administração: Fernando Silva Participações sociais Fernando Silva (+5%) Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Ana Miguel Lopes (ana.lopes@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Vanessa Martins (vanessa.martins@revistabusinessportugal.pt) Corpo Redatorial: Laura Azevedo, Sara Freixo, Sara Oliveira, Maria Garcia, Diana Correia, Raquel Caldas, Rita Garcia, Vanessa Ferreirinha Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Dep. Comercial: Fernando Lopes, José Luís Basto, José Machado, Luís Pinto, Luís Silva, Rui Moreira, Vera Pinho (geral@revistabusinessportugal.pt) Sede da redação: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal julho 2019

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KEYRESEARCH

ANGOLA E PORTUGAL NA GESTÃO DE MEIOS A Keyresearch é uma empresa dedicada às áreas de pesquisa, estudos de mercado e monitorização dos media. Há 14 anos a atuar em Angola, e profunda conhecedora desse mercado africano, a empresa sediada em Luanda procura agora parceiros europeus, nomeadamente em Portugal. A Revista Business Portugal conversou com Paulo Santos, diretor geral, e Hamilton Tomás, diretor técnico, sobre o mercado, a sua evolução e as estratégias de futuro.

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Keyresearch é a empresa mais antiga da sua área a atuar em Angola. Com 14 anos de presença no mercado, que avaliação faz da atividade (no seu todo) e que mutações importam destacar? Paulo Santos: Ao longo dos últimos cinco anos, observámos uma fragilidade dos principais indicadores macroeconómicos do país, pese embora a retoma do preço do petróleo nos mercados internacionais, particularmente, na segunda metade de 2017 e no início de 2018. A estrutura da economia é, hoje, mais diversificada do que há cinco anos e com uma diminuição do peso do setor petrolífero. No âmbito da atividade empresarial, assistimos a uma trajetória mista no comportamento dos principais indicadores do setor. Observou-se o surgimento de novos players, seja por expansão internacional, a partir de mercados maduros como Portugal, como também a partir de iniciativas locais. Destacamos ainda o processo de “kwanzalização” da economia angolana, processo conduzido pelo Banco Nacional de Angola, uma medida relevante para a valorização da moeda local e restruturação da economia. Para melhor poder responder às mutações, a Keyresearch concebeu um Plano Estratégico de Continuidade de Negócio, para um horizonte temporal de cinco anos, que tem por objetivo transformar os seus pontos fortes 8 | Revista Business Portugal julho 2019

Paulo Santos, ceo

em fatores de sucesso e de diferenciação competitiva, consolidar as oportunidades do mercado, incrementando o seu portfólio de projetos de forma sustentável, e mitigar as ameaças que o setor oferecia, por meio de planos de mitigação de riscos detalhados. A linha mestra de orientação é sermos auxiliares à tomada de decisão das empresas, provendo informação qualitativa e quantitativa como um recurso estratégico superior a qualquer outro fator de produção. Angola sofreu, nestes últimos anos, grandes evoluções, associadas ao crescimento económico e financeiro. Em que medida esse crescimento se refletiu no vosso trabalho? P.S.: Naturalmente, incumbe-nos realçar a crise económica e financeira em que Angola esteve envolvida nos últimos quatro anos. As variáveis macroeconómicas sofreram um embate bastante forte. Atualmente vivemos um período de reajustamento dessas variáveis, através de políticas monetárias e cambiais mais restritivas, com o objetivo de controlar os níveis de inflação. Apesar dos esforços, vivemos com níveis de inflação alta e uma política cambial que se traduz numa depreciação gradual da moeda local face às moedas internacionais. Naturalmente, estas políticas têm impacto no poder de compra da população, reduzindo os níveis de consumo e, por


KEYRESEARCH conseguinte, impactarem igualmente no “capital expenditure” das empresas, obrigando à redução dos seus investimentos e, assim, perigando a atividade das empresas. Nós não constituímos uma exceção a este cenário. Para que áreas/setores de atividade realizam mais estudos? P.S.: Somos uma das empresas líder na pesquisa de mercados há mais de 13 anos. Como parte da abordagem da pesquisa integrada da Keyresearch, a nossa equipa técnica conduz várias camadas de recolha de informação, a fim de obtermos uma visão completa do cenário do setor ou subsetor onde as empresas operam, que incluem entre outros, pesquisas ad hoc e regulares tais como: de posicionamento de mercado; monitorização de desempenho; testes de produto e conceito; avaliação do perfil demográfico e socioeconómico do consumidor de um determinado produto; avaliação do grau de satisfação dos utilizadores/consumidores em relação a determinados produtos ou serviços; determinação de critérios que podem ser utilizados para identificar e compor uma estratégia de segmentação de mercado e identificação de pontos fortes e fracos de um determinado produto na perspetiva do utilizador/consumidor. São vários os setores em a Keyresearch tem a sua assinatura de marca, na realidade em quase todos da vida económica e social, nomeadamente a banca, seguros, indústria das bebidas e alimentar, distribuidores de bens de grande consumo, saúde, telecomunicações, agronegócios, entre outros. No quadro dos nossos projetos regulares, temos em curso, por exemplo, um painel com aproximadamente 500 estabelecimentos retalhistas que são visitados com uma periodicidade mensal pelos nossos auditores, permitindo conhecer as grandes tendências dos canais de distribuição, funcionando como seu barómetro.

uma empresa portuguesa, poderemos efetuar campanhas e ações de conquista de clientes conjuntas e o poder de alcance será duplicado para ambas as partes. Angola é também um mercado que irá crescer nos próximos 15 anos. Como tal, e sem margem para dúvidas, será um mercado de futuro para os empresários portugueses. Podemos antever uma internacionalização dos investimentos portugueses e as exportações de bens e serviços de empresas portuguesas para o mercado angolano. Este passo pode ser visto como uma entrada para o mercado europeu, na sua globalidade? P.S.: Não. Pretendemos manter o nosso foco em Angola, conhecemos bem o país e achamos ser um ativo no mercado, o parceiro de escolha para os nossos clientes. O mercado angolano oferece ainda inúmeras oportunidades de negócio para o nosso setor. Num país virgem, ainda por se descobrir, nós queremos ser o interface das empresas neste mercado. A nossa aposta foi e será o compromisso com Angola. Garantimos informação facilitadora para a tomada de decisão sobre estratégias e táticas para que os clientes atinjam os seus objetivos, em geral relacionados com a identificação e avaliação de oportunidades, a análise dos segmentos do mercado e a seleção de mercados-alvo, o planeamento e implementação de ações táticas e a análise de desempenho da organização no mercado em que atuam. Quem vos procura sabe, efetivamente, como analisar e como fazer bom uso dos dados recolhidos? Têm consultores especializados que possam ajudar os vossos clientes na aplicação real da informação recolhida? P.S.: O nosso objetivo é o de fornecer um serviço integrado. Tal como dizia inicialmente, elaborámos um plano estratégico para cinco anos e nele estão contidos processos que permitem a evolução do nosso modelo de negócio, para um modelo que considere no futuro o modelo Business to Business, onde poderão estar contidos serviços de consultoria. Mas, por enquanto, contamos apenas com o serviço de apoio às empresas por meio do fornecimento de informação.

Hamilton Tomás, diretor técnico da Keyresearch, tem a seu cargo a responsabilidade de executar e monitorizar o desenvolvimento dos estudos de mercado e dos restantes serviços disponibilizados pela empresa angolana.

Estão, neste momento, numa fase de procura de parceiros portugueses? Qual o vosso objetivo primordial? P.S.: Na verdade procuramos estabelecer sinergias operacionais, técnicas e financeiras. É evidente que, ao realizar parceria com

Hamilton Tomás, diretor técnico julho 2019 Revista Business Portugal | 9


KEYRESEARCH

Apresente as principais vantagens que o vosso trabalho traz para quem procura os serviços da Keyresearch. Hamilton Tomás: Gostaríamos de apresentar melhor os nossos serviços por meio de um exemplo concreto, referido de uma marca de refrigerantes com gás. O lançamento desta marca foi precedido de um estudo, utilizando a metodologia qualitativa e quantitativa, por meio de grupos de discussão e entrevistas individuais. Os objetivos do estudo consistiam em perceber e caraterizar o segmento de consumidores destes refrigerantes, avaliar qual deveria ser o posicionamento da marca e a realização do teste de aceitação da mesma. Os resultados do estudo permitiram que a empresa confirmasse algumas das perceções que tinha relativamente ao produto e à marca e fez com que se alterassem outros pontos, indo ao encontro dos resultados do estudo. Por exemplo, o logótipo da marca inicialmente previsto e testado durante o estudo foi alterado porque os participantes do estudo revelaram dificuldades de leitura e de associação do mesmo à categoria de refrigerantes. Portanto, podemos considerar a informação produzida como sendo um recurso estratégico superior a qualquer outro factor de produção. A informação tem sido atualmente vista como sendo um grande diferencial competitivo das empresas e não é exagerado dizermos que “quem detém a informação, detém o poder”. Estando presente nas principais cidades de Angola é correto afirmar que todo o vosso trabalho é desenvolvido exclusivamente nesse país? H.T.: Certo. Somos uma empresa angolana e contamos com uma base de dados própria de colaboradores e prestadores de serviços em quase todo o país, sendo estes formados

pelos nossos técnicos em relação à nossa política, processos, normas e boas práticas para a investigação social e de mercado. Portanto, possuímos capacidade técnica e logística para desenvolvermos estudos em qualquer parte do país. Muito recentemente, a pedido de um dos nossos clientes, realizámos, de forma simultânea, estudos qualitativos e quantitativos em três províncias do país, num universo de aproximadamente dois mil agregados familiares na vertente quantitativa e cerca de 600 participantes na vertente qualitativa. Por si só, os números indicam a nossa capacidade logística e técnica em responder às solicitações dos nossos clientes. No que respeita aos vossos colaboradores concentram profissionais das mais diversas áreas, desde a Sociologia, o Direito, passando pela Estatística, Marketing e Gestão. Quais são os critérios de seleção? H.T.: O nosso processo de recrutamento inclui várias fases. Seleção dos candidatos,

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formação, imersão ao código de conduta ética e profissional ICC/ESOMAR. Os critérios são: ter capacidade para a área em questão, frequência universitária, capacidade de trabalhar em equipa, dinamismo e espírito de iniciativa e analítico. Refere e muito bem, os nossos colaboradores concentram conhecimento em diversas áreas, que vão desde a Estatística, ao Marketing, Finanças, Gestão de Empresas, Direito, Agricultura, Mercados de Capitais, Psicologia, Tecnologia de Informação e, inclusive História. Consideramos a diversidade um fator de enriquecimento. Esta diversidade agrega valor às nossas intervenções e permite-nos apreender, de forma holística, os setores nos quais somos chamados a pesquisar. Portanto, ter uma equipa diversificada é um fator que eleva o nosso sucesso. Existem parâmetros pré-definidos de execução de um estudo de mercado, de forma a garantir a sua total credibilidade? H.T.: Sim. A indústria da pesquisa tem operado num rigoroso regime de auto-regulamentação há mais de 70 anos. As pesquisas agregam valor às empresas em particular e à sociedade em geral e, por isso, é imprescindível garantir a fiabilidade dos dados recolhidos. A Keyresearch adotou os códigos de ética da ESOMAR seguindo o Código Internacional ICC/ESOMAR para a investigação social e de mercado. Para nós, a tecnologia é um pilar para a garantia dos dados recolhidos e exploramos bastante esta ferramenta, pelo que, toda a nossa recolha de dados é realizada utilizando dispositivos eletrónicos. Com isto, é possível conhecermos a localização de todos os nossos entrevistadores e inclusive obter gravações silenciosas das entrevistas realizadas por eles, mas a fiabilidade de um estudo de mercado passa também pela correta seleção da amostra. É possível garantir a fiabilidade de um estudo, baseado em modelos analíticos (de um conjunto de dados)? H.T.: Garantimos fiabilidade. Somos utilizadores de softwares de última geração, o que nos permite o tratamento da informação, seja ela qualitativa como quantitativa, e de forma eficiente. Claro que temos sempre de contar com o erro de amostra, isto é, a distorção que deriva de se observar a “parte” e não o “todo”.


KEYRESEARCH

Existe uma maior procura destes dados por parte dos clientes? A importância dos estudos de mercado é, cada vez mais, reconhecida e utilizada a favor dos destinatários? H.T.: Sim. O mercado angolano começa a dar importância ao recurso intangível como o marketing. A pesquisa ajuda as empresas a reduzir o risco na implementação das suas estratégias e a avaliar a evolução e desempenho dos mesmos. Exemplo disso são as campanhas publicitárias de um produto. Somos solicitados, várias vezes, para proceder a pesquisas antes da veiculação de uma peça publicitária, com o objetivo de avaliar como o conceito é compreendido pelo seu grupo-alvo e se a mensagem é clara e objetiva. As empresas conhecem, cada vez melhor, o risco de investir numa campanha com uma mensagem sem impacto e difícil de ser compreendida. Quais os desafios para o futuro do setor? E de que forma se irá preparar a empresa para essas mudanças no mercado? H.T.: Em primeiro lugar, o domínio de tecnologias como Big Data aplicados à pesquisa de mercado permitirão a geração de insights cada vez mais estratégicos e consequentemente mais valiosos para as

empresas. Em segundo, a procura de soluções de pesquisa mais ágeis e alinhadas com as mudanças da sociedade, procurando sempre integrar diferentes métodos de recolha de dados não presenciais, tais como, por meio das redes sociais.

Garantimos fiabilidade. Somos utilizadores de softwares de última geração, o que nos permite o tratamento da informação, seja ela qualitativa como quantitativa, e de forma eficiente O facto de serem associados da PAMRO (Organização que agrega as empresas de estudos de meios) apresenta vantagens e

confere credibilidade à Keyresearch? H.T.: O objetivo da PAMRO é o de reunir as empresas de estudos de meios para a troca de conhecimento e experiência e dessa forma os seus membros oferecerem melhor qualidade e harmonia nas metodologias de pesquisa. A procura pela excelência foi a principal razão que nos levou a ingressar nesta organização. Como consequência disso, passámos a realizar em Angola o estudo de audiências com base num questionário desenvolvido pela PAMRO e aplicado por outras agências noutros países africanos. Este estudo de audiências é composto por oito categorias principais: Demografia – idade, poder de compra, escolaridade, situação de trabalho; Telemóvel – avanço da telefonia móvel; Equipamentos de media – uso de computadores e não só; Acesso à Internet; Acesso e consumo de Media – televisão, rádio, imprensa escrita, cinema, publicidade outdoor; Locomoção e Estilos de vida.

comercial@keyresearch-ao.com +244 922 672 511 www.keyresearch-ao.com

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DESTAQUES 12 HAIER EUROPE Qualidade & Durabilidade 14 KAPTEN PORTUGAL O seu destino à distância de uma app e com a tarifa mais leve do mercado 16 GREAT A sua empresa de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) 18 ARGUMENTO VANTAGEM O seu sucesso é o nosso único negócio 20 BUILDEMANT “A construir confiança” 22 TRIDONIC PORTUGAL Grupo Zumtobel instala-se em Portugal

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PORTUGAL CRIATIVO Num mundo em que a tecnologia está, cada vez mais, a ganhar espaço nas sociedades, é imperativo criarem-se novas soluções e estratégias para que as empresas possam acompanhar o desenvolvimento tecnológico atual. Esse avanço não se confina somente aos aspetos informáticos dos negócios, mas também à forma como os trabalhadores têm, ao seu dispor, as ferramentas e a segurança necessária para efetuar o seu trabalho. A Medicina no Trabalho é uma das áreas que está em constante mudança no sentido de criar condições apropriadas para a prevenção da saúde e segurança nas empresas nos dias de hoje. Com as revisões e alterações às leis da Medicina no Trabalho, as empresas do setor veem-se a braços com novos desafios na prestação dos seus serviços, mas também todos aqueles que necessitam desse tipo de serviços para os seus negócios. Por essa razão, existem empresas em Portugal que trabalham diariamente para conseguir ajudar a ultrapassar as barreiras do impossível, nos mais diversos setores de atividade. Aliam a criatividade à tecnologia e à prestação de serviços de excelência para que possam chegar ao cliente e até si de forma rápida, eficaz e com todas as soluções necessárias para a resolução de um eventual problema. A Revista Business Portugal foi conhecer algumas empresas que utilizam a criatividade e vão para além do expectável. Desde a criação de apps ou da elaboração de projetos que podem, um dia, vir a revolucionar o mercado da tecnologia e do mercado de trabalho.



HAIER EUROPE

QUALIDADE & DURABILIDADE Assumidamente um dos maiores fabricantes mundiais no setor da climatização, a Haier Europe consolida a sua posição ao respeitar e cumprir todos os requisitos de qualidade do ar e eficiência energética impostos pela União Europeia. João Paulo Ferreira, Portugal Country Manager apresenta, em entrevista à Revista Business Portugal, a Haier Europe.

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ara contextualizar os nossos leitores, gostaríamos de saber como nasce a Haier Europe. O Haier Group é líder global de soluções que ajudam a melhorar a qualidade de vida das empresas e do segmento particular, uma vez que trabalha no segmento premium, toda a área dos eletrodomésticos, ar condicionado e, também, eletrónica de consumo. Com a aquisição do grupo Candy Hoover foi, pelo terceiro ano consecutivo, o grupo que mais rapidamente cresceu na Europa. A empresa entrou na bolsa, a partir de 2018, e a estratégia “Zero distance” continua a ser a forma de abordar o mercado e de estar mais próximo dos consumidores. Desde 1993 que o CEO do grupo Haier é Zhang Ruimin e Yannick Fierling é o Head of Europe. A Haier Europe apresenta diversas marcas (de diferentes segmentos), bem como uma vasta gama de produtos. Quais são as marcas do grupo? As marcas atualmente do

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portofólio da Haier são: HAIER intenacional, CASARTE China; GE USA internacional; AQUA no Japão; FISHER & PAYKEL Nova Zelandia e desde Outubro de 2018, a CANDY, HOOVER internacionais. Na Europa, as marcas trabalhadas são a Haier, Candy, Hoover e GE, entre outras marcas específicas apresentadas apenas nalguns mercados. A inovação sempre esteve presente na Haier. Atualmente, de que forma colocam a inovação tecnológica em prática? Um inteligente e interconectado ecossistema de

produção faz com que o grupo Haier esteja na vanguarda da inovação e tecnologia. Produtos “user friendly” e que vão ao encontro das necessidades do consumidor; a inovação, design e qualidade são valores que compõem o DNA da companhia. Quais são as principais características que vos diferenciam neste setor? A prioridade da Haier é o de produzir equipamentos para atender às expectativas dos consumidores. Desde 1984 que a Haier

João Paulo Ferreira, Portugal Country Manager


HAIER EUROPE

Group passou por quatro etapas estratégicas: Construção da marca, diversificação, internacionalização e globalização da marca. No final do ano de 2012, a Haier Group anunciou a entrada na quinta etapa, a Networking Strategy Stage. A imagem abaixo ilustra as reais inovações para os consumidores. Exemplos de características inovadoras com real benefício para os utilizadores.

INOVAÇÕES PARA A VIDA REAL

Que projetos e objetivos definem para o futuro da empresa? A Internet trouxe a segmentação de marketing. O modelo de produção-armazenamento-venda das empresas tradicionais deixou de atender às expectativas dos consumidores e as mudanças foram radicais. As empresas transformaram a venda de produtos egocêntri-

cos na venda de produtos para o consumidor, focaram a produção nas suas demandas e abriram as vendas através da Internet. A Haier consolidou os recursos gerais P&D, fabricação e marketing para criar uma marca global a pensar nos consumidores. O Grupo, quer agora crescer a um ritmo mais acelerado na Europa, indo ao encontro das quotas que já detêm noutros continentes. Com a mais recente aquisição (grupo Candy Hoover) as portas da Europa ficaram ainda mais abertas e o passo seguinte é divulgar a marca Haier pela Europa, de forma a atingir a liderança, também neste continente.

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KAPTEN

O SEU DESTINO À DISTÂNCIA DE UMA APP E COM A TARIFA MAIS LEVE DO MERCADO Quer viajar de um local para outro de forma rápida, cómoda, e com a tarifa mais competitiva do mercado? A Kapten é o serviço indicado para si. A operar em Portugal desde 2018, esta plataforma eletrónica de transporte privado já está disponível na região de Lisboa e Porto. Entrevistamos Sérgio Pereira, Diretor Geral da Kapten, que nos “conduziu” pela recente história da marca, pelos tempos atuais e pelos objetivos da empresa.

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iderança! Este tem sido o mote que motiva o vosso percurso. Nestes sete anos de existência quais são os principais pilares da história da vossa empresa? A Kapten, antiga Chauffeur Privé, surgiu em Paris em 2012. Começou com três amigos que, depois de se aperceberem que a mobilidade estava em transformação, decidiram lançar uma app de transporte de veículos privados. Esta app surge com uma cultura e uma forma de estar sustentável, uma vez que os seus fundadores pretendiam criar um círculo virtuoso entre motoristas, utilizadores e a própria cidade. E este círculo virtuoso é, hoje em dia, o grande pilar da Kapten. Empenhamo-nos no sentido de assegurar que todo o nosso trabalho e o nosso negócio criam valor acrescentado para a cidade, para os nossos 5.000 motoristas e para todos os utilizadores, sabendo que com isso vamos criar também valor para a Kapten. Esta tem sido uma das nossas filosofias. Paris foi o começo, mas o objetivo é continuar a expandir na Europa. Neste momento, estão presentes em diversas cidades Europeias, mas começaram por Lisboa. Porto foi a mais recente aposta. Como surge esta oportunidade? Tem correspondido às expectativas? A Kapten cresceu de forma bastante rápida. Em 2017, foi adquirida pela Daimler com a intenção de, efetivamente, conquistar a liderança no mercado de transporte privado. Em setembro de 2018 lançámo-nos em Portugal, mais concretamente em Lisboa, dando início à expansão europeia que estamos a executar. O sucesso que tivemos em Lisboa acabou por ditar 16 | Revista Business Portugal julho 2019

Sérgio Pereira, diretor geral a expansão para outras cidades da periferia da capital portuguesa, marcando o primeiro crescimento geográfico em Portugal. O Porto, sendo a segunda maior cidade e conhecendo as relações económicas e comerciais que existem entre as duas cidades, fazia todo o sentido. Neste processo de escolha, mais uma vez, focámo-nos no que fazia mais sentido para os portugueses e o que fazia mais sentido, nesta fase, era precisamente o norte. E como abordamos cada mercado de forma personalizada e adaptada, garantindo proximidade com todos os intervenientes, a nossa integração acabou por ser orgânica e sempre crescente. Neste processo de expansão, já estamos nos mercados de Londres, Genebra e Lausanne e, obviamente, continuamos a trabalhar para ampliar a presença da marca em mais países e cidades europeias. Tem sido um sucesso e mais uma vez conseguimos ultrapassar as expectativas. Olhando para o primeiro dia e para os desejos e metas a que se propuseram, podemos afirmar que tem sido um percurso positivo? Quando nos lançámos em Portugal, obviamente, tendo um produto que tinha muito sucesso em Paris, Lion e Côte D’Azur e com investidores que apostaram fortemente na plataforma, as expectativas eram elevadas. A entrada em Lisboa e o crescimento que se seguiu foi bastante forte e surpreendente. Estamos todos muito satisfeitos com o trabalho desenvolvido. Acho que o facto de os investidores perceberem que é preciso trabalhar o serviço, a comunicação e a relação com os motoristas de forma local, nos ajudou imenso neste nosso sucesso. Na verdade, termos criado uma equipa em Portugal com um escritório aberto ao público, aberto aos nossos motoristas e parceiros, termos contratado


KAPTEN

uma equipa com experiência local, e feito parcerias com agências, ajudaram-nos a fazer a comunicação localmente, trazendo uma personalização ao nosso serviço. Por isso, só podemos afirmar que está a correr muito bem e que temos intenção de apostar em mais cidades nos próximos anos. Estando a mobilidade em constante transformação, considera que a mesma tem vindo a ter um papel mais preponderante na sociedade? Qual a visão da Kapten sobre este processo? Estamos a viver um período muito interessante. O setor da mobilidade está a transformar-se, mas a verdade é que ninguém pode afirmar com toda a certeza o que vai acontecer dentro de cinco ou dez anos. O que sabemos é que temos que ser mais eficazes e eficientes na utilização do nosso tempo, das vias e ruas das cidades, do transporte público e do transporte privado. Portanto, aquilo que a Kapten quer, e que vai continuar a apostar, é dar resposta às tendências e necessidades. Efetivamente, aquilo que queremos, em termos de mobilidade, é que qualquer pessoa possa chegar do ponto A ao ponto B num espaço de tempo mais curto e com o custo mais baixo. Trabalhamos para construir uma mobilidade que assente em sustentabilidade, ajudando as cidades a crescer e a serem mais eficientes. Temos a ambição de conseguir muito mais e muito melhor do que foi feito até aqui, com a esperança de que, um dia, alguns dos issues de mobilidade que detetamos atualmente sejam apenas um passado distante. O nosso foco está na criatividade e na inovação, só assim conseguiremos estar na vanguarda da rápida evolução da mobilidade. Depositamos também a nossa esperança nos nossos colaboradores, nos nossos clientes, nos nossos parceiros e acreditamos que fazemos a nossa parte através da constante evolução desta plataforma e das soluções que oferece.

ao encontro das tendências do mercado. Uma das tendências é precisamente o Co-opetition e, nesse sentido, estamos a desenvolver um trabalho de parceria com outras plataformas, que fazem parte do Grupo Free Now, de forma a podermos integrar os seus serviços na nossa plataforma. No fundo, estamos a trabalhar numa série de potenciais parcerias que nos tornem mais eficientes e eficazes e que traga valor acrescentado a todos. Acima de tudo, queremos criar um ecossistema sustentável trabalhando para liderar a transformação da mobilidade.

Neste processo de expansão, já estamos nos mercados de Londres, Genebra e Lausanne e, obviamente, continuamos a trabalhar para ampliar a presença da marca em mais países e cidades europeias

Num mercado tão competitivo, como se diferenciam? De que forma aplicam a inovação e a modernidade na Kapten? Por um lado, somos uma marca humana! Garantimos um contacto personalizado e de proximidade com todas as pessoas com quem e para quem trabalhamos. Depois, temos aquilo que nos diferencia em termos tecnológicos: Somos compatíveis com o MB Net e temos a possibilidade de pagamento via Apple Pay, o que nos posiciona na primeira linha de utilização deste serviço que chegou recentemente a Portugal. Para além disso, estamos a trabalhar no lançamento de serviços mais específicos, como os veículos elétricos e híbridos, bem como no lançamento de serviços de B2B corporativos. Podemos falar ainda de um dos grandes pontos que nos distingue que é nosso programa de fidelização, um programa único no mercado, que permite aos nossos utilizadores ganhar pontos sempre que utilizam o nosso serviço e que podem trocar por viagens no futuro. Na verdade, trabalhamos de forma sistemática para melhorar o nosso produto e o nosso serviço indo

2020 está previsto ficar marcado pela conquista das primeiras 15 cidades europeias. Quais são as possíveis cidades a conquistar? Ainda não podemos desvendar. Estamos a analisar vários mercados, várias cidades, e sabemos que este é um mercado que muda rapidamente. A verdade é que a nossa entrada em Portugal coincidiu com a entrada da nova lei em vigor, sendo que até então Portugal era uma zona um pouco ‘cinzenta’. É muito importante para os nossos investidores fazer uma entrada eticamente correta e, portanto, estamos a analisar os vários mercados que estão em transformação. Acredito que o próximo passo será a criação de uma regulamentação europeia, mas, neste momento, verificamos que a regulamentação

em diversos países está a mudar. Estamos bastante atentos a essas alterações e, a partir daí, efetuaremos a nossa expansão de forma sólida e estratégica. Num futuro a longo prazo, quais são os objetivos que pretendem alcançar? Queremos fazer parte e liderar esta transformação na mobilidade. Sabemos que somos as pessoas certas para ajudar a definir essa mudança, mas não sabemos muito bem como tudo se vai desenrolar. Do que temos a certeza é que se queremos fazer parte dessa transformação temos de estar na vanguarda tecnológica, na vanguarda da inovação e, mais do que tudo, na vanguarda das parcerias que permitam ligar a nossa plataforma a outras. Por outro lado, queremos também chegar ao maior número de pessoas possível. Queremos ser líderes deste segmento na Europa, a médio prazo, onde Portugal está incluído. julho 2019 Revista Business Portugal | 17


GREAT

A SUA EMPRESA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (SST) Sediada no Porto, a GREAT - Grupo de Reestruturação Empresarial e Assessoria Técnica está há cinquenta anos no mercado, ao serviço da saúde. Surgiu pelas mãos do Major Morais de Castro, em 1969. Hoje, é Joana Castro Santos, neta do fundador, quem assume a gerência do negócio e foi com ela que estivemos à conversa para conhecer o passado, o presente e o futuro deste negócio de família.

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GREAT, fundada pelo seu avô, celebrou este ano o 50º aniversário, mas bem mais recente é a sua história na empresa. Em que momento decide agarrar o desafio de assumir a gerência deste negócio? É verdade. Se alguém me dissesse há uns anos que estaria a gerir uma empresa de SST não acreditaria. Tudo surgiu, porém, de forma muito natural. A minha formação é em design gráfico. Tirei o curso na Suíça, na Écal e, juntamente com o meu sócio, criei uma empresa, ainda nessa altura, para prestar serviços de design e desenvolvimento web, a ColorElephant. A certa altura, os meus pais, sócios da GREAT, perguntam-me se quereria abraçar este desafio, dado que, devido a algumas mudanças societárias, a GREAT estava à procura de um gerente. Confesso que a primeira reação foi “Porque haveria de querer”? Do pouco que sabia do negócio. Sabia que era completamente diferente do que fazia ou conhecia e que era um negócio extremamente competitivo com margens curtas. O oposto do que se poderia querer. Mas depois há tudo o resto. É uma empresa que está na família há 50 anos, iniciada pelo meu avô, que tem nos seus quadros pessoas como a Fátima [foto, à direita] que está na casa desde o início e que tem sido um contributo único para o sucesso da empresa, funcionando desde sempre como uma espécie de “gerente sombra”. Ou do Nuno, técnico de SST que está connosco há 10 anos. No fundo, o que o me atraiu foi o desafio e o facto de tudo ser tão diferente. Não conhecia esta área nem a legislação associada. Penso que o meu aspeto outsider me permite pensar e abordar as coisas de forma diferente. São uma empresa de Segurança e Saúde no Trabalho. De que forma garantem a excelência do serviço prestado? Acho que, nesta indústria, o segredo menos bem guardado é que os nossos congéneres não trabalham com pessoas com a devida especialização. Vemos a reticência das empresas em contratar os serviços (que acabam por contratá-los pela obrigação legal). No entanto, consideramos que isso seria o fim da GREAT tal como o meu avô a criou. Se, por um lado, há a responsabilidade de fazer com que a GREAT gere lucros, por outro, há a responsabilidade de garantir que os ideais se mantêm. E, fazemos essa prestação de serviço garantindo que o médico do trabalho não está lá apenas para “pôr umas cruzes” nas fichas, mas para o devido acompanhamento aos colaboradores das empresas. Temos tentado adicionar alguns “pozinhos de inovação”, tal como uma ficha digital que permite aos colaboradores verem a evolução da sua saúde. As empresas têm hoje maior preocupação com o bem-estar dos seus colaboradores? Acho que, com raras exceções, as empresas sempre se preocuparam com os seus colaboradores. É paradoxal não o fazer, já que são eles a chave para o crescimento de uma empresa. Há formas, influenciadas pela cultura, em que essa preocupação se manifesta. O que aconteceu, porém, em algumas áreas e com algumas empresas é que houve uma mudança drástica: deixou de ser a empresa a escolher o seu colaborador e passou este a ter o poder de escolha. Isto leva as empresas a manifestarem essa preocupação de forma mais evidente, já que isso tem uma influência não só nos recursos humanos internos, como na contratação.

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Este é também um dos campos em que intervêm? Eu diria que sempre interviemos. Para lá de uma mesa de ping-pong no meio do escritório, garantir a saúde física e mental dos colaboradores, é a melhor forma de os atrair e manter. Fazendo uso dos meus conhecimentos em tecnologia, juntámos um grupo de especialistas nacionais e internacionais em saúde mental no ambiente de trabalho e corporate wellness. Estamos a preparar o lançamento de um produto que apoia as chefias e os colaboradores na melhoria e gestão do seu bem-estar mental. Embora, muitas vezes, seja um assunto menos abordado, tabu talvez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já percebeu que é um problema de saúde grave e um potencial problema a nível de produtividade laboral. Um bom exemplo disso, é o dito burnout ter entrado na nova classificação internacional de doenças da OMS. Acreditamos que é útil e que as empresas lhe vão dar valor. Como irá funcionar esta aplicação? É um pouco mais que uma aplicação. A app será a face visível para o colaborador, mas há também um portal para o empregador (para os RH) que permite o apoio. A app irá chamar-se Feeling Great. Todo o conteúdo é criado por especialistas e, na prática, permitirá desenvolver exercícios, aceder a conteúdo (escrito ou multimédia) ou até conectar-se com um médico. Será, exclusivamente, comercializada para empresas e adaptável a cada realidade. Queremos que seja “o braço direito” no que toca ao well being e à saúde mental dos colaboradores. Dados comprovam que houve uma redução do número de acidentes de trabalho, após a


GREAT

implantação da lei, mas o mesmo não acontece com os problemas do foro psicológico... Sim, é verdade. Apesar de não achar que tudo se resolve com leis, a verdade é que a componente psicossocial tem que ter mais relevância do que tem hoje. Ainda assistimos a uma pressão por objetivos, para subir na carreira, como dizia antes o “estigma” associado é outro problema. Se estivermos constipados sabemos que estamos doentes, mas se estivermos profundamente deprimidos e sem rumo não temos essa perceção de forma tão factual. Somos “fracos”. Será um processo longo de formação (da entidade patronal), de sensibilização (do público em geral) e adaptação a uma nova realidade.

acho que o grande problema é a SST ser vista como uma obrigação. Quem é que gosta de pagar impostos? Percebo que, para uma empresa que esteja a enfrentar dificuldades, ter mais esta despesa não é fácil, mas tem de haver uma sensibilização em relação a este tema, mostrando exemplos práticos que posicionem este serviço como um claro benefício e não, apenas, como uma obrigação legal. De que forma é feita essa sensibilização? Não partirá só de nós e passará por ter bons médicos. Médicos que saibam consultar os doentes e que criem empatia. Em segundo lugar, acho que há necessidade de implementar uma campanha de sensibilização e coordenação mais genérica e centralizada que apresente a SST e não do ângulo do “se não fizeres

Partilha da opinião de que, muitas vezes, o tratamento deste e de outro tipo de situações é adiado? Sim. Uma coisa importante é que, com a Medicina

Joana Castro Santos e Fátima Ferreira, ceo e responsável administrativa

no Trabalho, tal como o nome indica, as pessoas não precisam de sair do trabalho ou perder uma tarde para ir ao médico, o médico está ao dispor dos funcionários e está lá para os ajudar em tudo. Às vezes chega a fazer o trabalho dito de psicólogo, ouve as histórias e os desabafos. Considera que ainda existem muitas lacunas, por parte das empresas, no que diz respeito à Segurança e Saúde no Trabalho? Sim, existem e temos exemplos disso todos os dias. Eu

és multado”, mas sob a perspetiva dos benefícios que tem. As mentalidades hoje são diferentes das de há uns anos e a tendência é para continuar a melhorar. O que podemos esperar para o futuro da GREAT? Queremos entregar ao mercado uma solução que apoie a saúde mental dos colaboradores e vamos internacionalizar. Ao mesmo tempo, pretendemos continuar a modernizar os processos, tentando combater este preconceito sobre a indústria. A nível mais pessoal, o que aprendi é que uma empresa familiar não é uma empresa “normal”... e por isso há uma vontade de garantir que o legado, bem como a sua credibilidade no mercado, perdure. Fica prometido uma entrevista daqui a 50 anos. Talvez consiga roubar à Fátima o título de funcionária com mais anos de serviço [risos].

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ARGUMENTO VANTAGEM

O SEU SUCESSO É O NOSSO ÚNICO NEGÓCIO Ajudar as empresas na otimização ou recuperação do seu negócio. É esta a missão da empresa aveirense, Argumento Vantagem. Elton Batista assume a gerência do negócio desde 2016 e, em entrevista com a Revista Business Portugal, revelou a génese da empresa e o mercado em que se insere.

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Elton Batista, gerente

Argumento Vantagem está no mercado desde 2012. Desde então, tem-se afirmado como uma empresa de referência na área de consultoria. Como surgiu a oportunidade de integrar este projeto? A ideia e projeto de negócio não foi meu. Entrei mais tarde, em 2014. Este projeto nasce da vontade de dois ex-quadros bancários, que fundaram a empresa com a ideia de aproximar o empresário à banca. Quando os fundadores da Argumento Vantagem saíram da banca aperceberam-se de alguma dificuldade por parte das empresas em obter meios de financiamento para a atividade. Por isso, decidiram aplicar o conhecimento que detinham e auxiliar as empresas nesse processo. Em 2014, foi-me lançado o desafio de entrar na Argumento Vantagem; mais tarde, em 2016, graças ao afastamento contínuo dos fundadores foi-me proposto adquirir a empresa, algo que aceitei e, desde então, assumo a gestão do negócio. Se inicialmente estava mais vocacionada para a negociação bancária, hoje o leque de serviços é bem mais vasto e diversificado... Sim. As regras bancárias mudaram muito e as empresas também já estão melhor, já não precisam de tanto apoio nessa área. A parte de financiamento bancário, com a retoma dos mercados, deixou de ter tanta expressão. Neste momento, estamos mais vocacionados para a otimização desse financiamento e para a consultoria. Verificamos que o empresário sente a necessidade, neste momento, de ter alguém que o apoie. Atualmente, focamo-nos mais nas micro e pequenas entidades. Aquelas que necessitam, implicitamente, de financiamento, mas que não têm necessidade

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de ter um ativo nos seus quadros que o faça, permanentemente. Ou seja, tentamos vocacionar o nosso serviço para as micro entidades numa forma de poder fornecer um serviço de acompanhamento financeiro, como um diretor financeiro, mas em regime de outsourcing, de forma a otimizar tudo o que são os resultados da empresa. Queremos envolver-nos nos processos que dizem respeito à tomada de decisão geral da empresa, tal como um gestor e um administrador e apoiá-lo na tomada de decisão para melhorar o

O nosso negócio tem vindo a evoluir favoravelmente nas áreas que envolvem a antecipação de situações delicadas nas empresas. Temo-nos apercebido que o empresário nos aborda mais para temas de gestão e de estratégia e não tanto para os ajudar a recuperar negócio. No fundo, pretendemos ser o apoio para cada tomada de decisão que a gestão necessite de fazer, quer seja em investimentos, em poupanças, em reestruturações, ou até em recuperações de empresas. Desde que esteja dentro do nosso alcance e da nossa formação, nós vamos colmatando as falhas porque, mais


ARGUMENTO VANTAGEM

do que vender o nosso serviço, nós queremos dar ao cliente aquilo que ele necessita. Como avalia o papel do consultor para as empresas, atualmente? Os empresários portugueses já reconhecem a sua importância para a sustentabilidade do negócio? Sim. Constato isso, cada vez mais. Até então, o típico empresário português, que tem a ideia de negócio e que a aplica, acabava por fazer tudo. Negociava com fornecedores, com clientes, com bancos... e negociava bem, atenção. Mas negociava otimizando tudo? Provavelmente, não. Havia uma dispersão do que era o negócio. O empresário é bom a vender o produto dele, mas sente na área financeira, apesar de já haver alguma formação, a necessidade de ter alguém que o ajude, algo que até então não tinha. Antes, havia a ideia de esconder os pormenores e o modelo de negócio e, em muitos casos, ainda continua a ser assim, o que é uma das nossas principais dificuldades. Ao sermos consultores financeiros externos mexemos em partes delicadas da empresa e acabamos por ter acesso a muita informação, obviamente, confidencial. O empresário ainda tem muito a ideia: “vou esconder isto”. Mas esquece-se que, por vezes, ao esconder informação nos está a dificultar o trabalho e nós podemos errar em prejuízo dele. No entanto, considero que, cada vez mais, os empresários nos veem como parceiros, como criadores de valor para o seu negócio. Assume a gerência da Argumento Vantagem há três anos. Que balanço pode fazer destes anos de atividade? O balanço que faço acaba por ser positivo. Sinto que, cada vez mais, as empresas abordam-nos para prestar diversos serviços e já não nos veem só como alguém que os pode salvar. O nosso negócio tem vindo a evoluir favoravelmente nas áreas que envolvem a antecipação de situações delicadas nas empresas. Temo-nos apercebido que o empresário nos aborda mais para temas de gestão e de estratégia e não tanto para os ajudar a recuperar. Estão cada vez mais abertos para receber pessoas novas com ideias inovadoras para o negócio. O que podemos esperar para o futuro da Argumento Vantagem? Num curto prazo de tempo pretendemos certificar a empresa para dar formação. Esperamos até ao final deste ano/ início do próximo conseguir obtê-la. Queremos ser parceiros capazes de colmatar muitas lacunas que existem nas empresas, que nos permitam enquadrar naquilo que a empresa precisa e conseguir detetar a solução necessária. Para além disso, queremos ter uma série de serviços que são necessários à gestão das empresas concentrados num espaço. Pretendemos ter um apoio jurídico interno, um apoio contabilístico, ter protocolos com instituições financeiras de modo a poder ter canal aberto para melhor servir os nossos clientes. Mas considero que, acima de tudo, desejamos continuar a ser parceiros com nome, que as pessoas, quando pensem em consultoria financeira, pensem em nós e que este modelo crie ainda mais raízes no tecido empresarial de Aveiro.

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BUILDEMANT

“A CONSTRUIR CONFIANÇA”

Em 2016, Gonçalo Neves decide fundar a Buildemant. Localizada em Carnaxide, a empresa surge com o objetivo de apresentar soluções na área da construção e da manutenção, de forma a satisfazer as necessidades dos clientes.

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Equipa Buildemant

edia que nos fizesse uma contextualização histórica da empresa. O que o motivou a criar este projeto? A empresa surge em abril de 2016 quando eu, após uma vasta experiência noutras empresas como Engenheiro Civil, decidi criar o meu próprio negócio ao lado da minha mulher. Até setembro de 2017 não era um projeto a tempo inteiro, mas com a equipa certa consegui tornar este projeto o meu negócio, o meu trabalho. Que serviços podem encontrar os clientes na Buildemant? Construção, manutenção, soluções técnicas para laboratório e marketing (direcionado especificamente para um cliente nosso da área da banca). A construção e a reabilitação têm sido o nosso core business. Temos um alvará de classe dois e somos bastante abordados para remodelações de diversos espaços. O nosso trabalho é o de satisfazer os nossos clientes e, nesse sentido, conseguimos fazer as melhores propostas para facilitar o alcance dos objetivos traçados. Temos um vasto conhecimento dos materiais, das técnicas e da tecnologia, o que permite um aconselhamento fiável e de confiança. O conceito em que nos apoiamos é o conceito de chave na mão, na medida em que o nosso cliente contrata um serviço que envolve todo o processo de remodelação até à decoração. A manutenção é uma área onde apostamos muito e onde temos tido bons resultados. Nesta vertente temos clientes, desde o setor bancário, fechamos recentemente um contrato com um grupo escolar da região de Lisboa que detém cinco estabelecimentos, passando pelo setor farmacêutico e industrial. Esta área engloba a manutenção de todas as infraestruturas de um edifício, manutenção de laboratórios, entre outros. E em que consiste as soluções técnicas para laboratórios? Esta área surge na empresa quando eu contrato um dos nossos cola-

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BUILDEMANT

boradores que já trabalhava neste segmento. Chegamos à conclusão que no mercado faltava uma empresa que conseguisse realizar projetos “chave na mão”. Até à data só existiam empresas especializadas na construção e outras especializadas em soluções técnicas para laboratório. Sendo assim, aproveitamos a experiência que tínhamos da construção e aliamos a um novo reforço que nos daria a mais-valia para aceitar este tipo de projetos. Desta forma, ficamos habilitados a fazer projetos de laboratório do início ao fim.

forma de inovação da empresa é a nossa abordagem para com o cliente. O negócio constrói-se com base nas pessoas e é esse o aspeto que nos faz crescer. Acompanhar a cada passo os nossos clientes, responder em prazos úteis e cumprir com a nossa palavra é a nossa inovação. Daí o nosso lema: “A construir confiança”. As vossas áreas de ação são complexas e exigem mão-de-obra qualificada e experiente. Como conseguem ter uma equipa forte e consistente?

Que tipo de clientes constituem a vossa carteira? Quando falamos de remodelação de apartamentos, estamos a referir-nos, na maior parte das vezes, a clientes privados/individuais. No serviço de manutenção os nossos clientes são, essencialmente, empresas. Os negócios são, muitas vezes, feitos de parcerias. Nesse sentido quem são os vossos parceiros? Temos clientes que vão desde Castelo Branco ao Algarve, passando pela ilha da Madeira, onde temos uma empresa que subcontratamos para questões de manutenção e onde nos deslocamos em casos de maior intervenção. Para além desta parceria temos ainda parceria com uma gráfica, uma imobiliária e com a Wesemann - uma marca alemã que produz equipamentos de laboratório de alta qualidade, da qual a Buildemant é representante em Portugal. Criatividade e inovação são temas assíduos na atualidade. De que forma se refletem no dia-a-dia da Buildemant? As soluções técnicas de laboratório é uma das nossas vertentes que está em constante evolução e que permite uma componente criativa e de inovação mais ativa. No entanto, somos diariamente colocados à prova e temos de usar a nossa criatividade e inovação na resolução de problemas. Para isso, o nosso foco está na obtenção rápida de soluções práticas e que sejam adequadas às exigências dos nossos clientes. Pesquisar e estar sempre a par dos novos materiais e das novas técnicas é um processo fulcral. Porém, a principal

Neste momento somos cinco colaboradores e temos a vantagem de termos pessoas que têm diversas valências. No entanto, devido ao número reduzido de colaboradores, trabalhamos muito com subempreiteiros que têm as suas próprias equipas e que já se tornaram empresas da nossa confiança. A contratação é complicada e neste momento existe uma escassez de mão-de-obra especializada e essa tem vindo a ser uma das maiores dificuldades para conseguir ter uma equipa independente para a realização dos projetos. Olhando para o início e analisando o percurso, qual é o balanço que faz destes anos de atividade? Estes dois anos de atividade têm sido

muito positivos. O crescimento tem sido gradual e contínuo. Estou francamente satisfeito com o que conseguimos alcançar. É um orgulho ver a minha empresa crescer, fruto do trabalho e dedicação de toda a equipa. O feedback dos clientes tem sido muito bom e nós aqui trabalhamos com a noção de que temos de dar a nossa cara e temos de passar uma boa imagem. De todos os projetos/obras que estiveram envolvidos, qual foi o/a mais marcante? Um dos projetos mais marcantes foi realizado no início de 2018 em que construímos uma clínica dentária de raiz e chave na mão. Envolveu a parte da construção, revestimentos vinílicos, carpintaria, ar condicionado, canalizações, eletricidade, entre outros. Para além desse, a área da manutenção é um desafio constante e no qual nos sentimos muito confortáveis. Num mercado tão competitivo como se cativam novos clientes? A primeira forma de cativar os clientes é fazermos um excelente trabalho. Só com clientes satisfeitos é que conseguimos captar mais clientes. Para além deste passa a palavra, temos também clientes fidelizados e que nos acompanham no percurso profissional. Por outro lado, as redes sociais são importantes para a captação de novos clientes. Acreditamos que todos eles merecem a mesma consideração, bem como o cumprimento dos orçamentos e dos timings prometidos. Quando olha para o futuro como imagina a Buildemant? Um dos projetos que gostava de concretizar era a mudança para umas instalações maiores, que permitam o aumento dos nossos serviços. A faturação de meio milhão é também um dos objetivos delineados para este ano e o esforço é feito por todos para a concretização deste desejo comum. Envolver os meus colaboradores neste tipo de questões é fundamental para a política de transparência e trabalho de equipa que adotamos na empresa. julho 2019 Revista Business Portugal | 23


TRIDONIC PORTUGAL

GRUPO ZUMTOBEL INSTALA-SE EM PORTUGAL A Tridonic Portugal abriu no passado dia 11 de junho, em Vila Nova de Gaia, o Centro Global de Competência em Software do grupo austríaco Zumtobel, um dos maiores players mundiais na produção de soluções e componentes para a iluminação. No evento estiveram presentes as principais personalidades do grupo e, por isso, a Revista Business Portugal recolheu os seus depoimentos, por forma a perceber a importância deste investimento estimado em oito milhões de euros.

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ste Centro de Tecnologia e Inovação tem como objetivo o desenvolvimento de software para gestão e controlo remoto de iluminação inteligente. Destina-se ainda à pesquisa em áreas tão importantes como os Smart Buildings e as Smart Cities, investindo numa resposta integrada que cruza a energia, a mobilidade e as tecnologias IoT (Internet of Things). O desenvolvimento de software surge como uma resposta à atual tendência do mercado que determina que a transformação digital é um dos grandes fatores de diferenciação para o futuro do setor. A aposta em software para a iluminação inteligente do futuro é um dos grandes objetivos estratégicos do grupo.

João Granjo Lopes, diretor geral da Tridonic Portugal “O grupo Zumtobel é uma das maiores empresas de iluminação do mundo e o facto deste centro ser em Portugal ajuda a reafirmar o nosso país como um centro de excelência em engenharia e software. Trabalho na empresa há sete anos, tive a oportunidade de trabalhar no departamento de estratégia diretamente com o nosso board de diretores e, por isso, ver a minha opinião validada com este enorme investimento deixa-me bastante orgulhoso e confiante no futuro. É um prazer enorme ter a oportunidade de influenciar a indústria da iluminação”.

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Alfred Felder, ceo do Grupo Zumtobel “O Grupo Zumtobel é um grupo de iluminação internacional e um fornecedor líder de soluções de iluminação inovadoras, componentes de iluminação e serviços associados, que comemora, no próximo ano, 17 anos a oferecer soluções de alta gama, grande capacidade e amigas do ambiente. A sede do grupo é na Áustria, numa excelente localização. Temos mais de seis mil pessoas a trabalhar para o Grupo Zumtobel e operamos em mais de 95 países por todo o mundo. O nosso objetivo é o de impulsionar a inovação e sustentabilidade, bem como oferecer às pessoas soluções para satisfazer as suas necessidades. A implementação do Centro Global de Competência em Software em Portugal, desempenha um papel vital para o


TRIDONIC PORTUGAL

futuro, não apenas para o negócio dos componentes, mas também de todo o grupo empresarial. Com o novo Centro Global de Competência em software para Tecnologia de Iluminação, em Vila Nova de Gaia , estamos a dotar o grupo Zumtobel de know-how específico que nos permitirá, por um lado, um rápido crescimento no mercado em que operamos e, por outro, oferecer uma resposta adequada às expectativas e requisitos dos nossos clientes”.

Luís Castro Henriques, presidente da AICEP

Thomas Erath, Tridonic Management Board Member “Depois de avaliarmos 12 potenciais locais para implementar o Centro Global de Software, chegámos à conclusão de que Portugal seria a melhor opção, tendo em conta os profissionais altamente qualificados, as universidades, a existência de um ecossistema de software, a estabilidade política, bem como a cultura acessível e aberta. O Centro Global de Competência em Software do Grupo Zumtobel junta-se à lista de grandes players mundiais que decidiram instalar os seus Centros de Inovação em Portugal, o chamado ‘novo hub tecnológico da Europa’. Esta é uma grande operação e um grande investimento para a nossa empresa que vai investir oito milhões de euros até 2022 e alargar a equipa das 30 atuais para 50 pessoas. Estou certo de que este centro de software fará a diferença”.

“Parabéns ao grupo Zumtobel porque fez a aposta certa ao escolher Portugal para instalar o centro global de software. Garanto que escolheram a melhor localização da Europa. Uma organização empresarial como a Zumtobel e a Tridonic pode instalar um centro destes onde quiser e escolheu esta localização em Vila Nova de Gaia, porque sabe que vai ter acesso aos melhores talentos que existem, portanto, muitos parabéns. Esta equipa tem agora uma grande grande responsabilidade pela frente, porque grande parte do sucesso e desenvolvimento desta empresa vai depender de todos os que a compõem. Estou certo de que irão ultrapassar todas as expectativas”.

www.tridonic.com

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CASA DA LAVAND’EIRA

“HISTÓRIA E TRADIÇÃO ENGARRAFADAS NO NOVO LAVANDEIRA AVESSO ESCOLHA 2018”

A Casa da Lavand’eira, na região demarcada dos vinhos verdes, em pleno Douro, apresentou, no passado dia 28 de junho, o Lavandeira Avesso Escolha 2018. Numa visita pelo espaço e numa viagem pelos sabores, aproveitam para contar parte da história e da tradição da Casa da Lavandeira, em Baião.

Nascido em pleno Douro, na região demarcada dos vinhos verdes, o projeto integrado da Casa da Lavand’eira apresenta o Lavandeira Avesso Escolha 2018, um vinho cheio de história. E uma história que merece ser contada”. Foi nesta propriedade, datada do século XIX, que nasceu este projeto pessoal e familiar, que traduz a concretização de um sonho do atual proprietário, Carlos Gomes que, tendo as suas raízes em Baião, pelo lado dos pais e avós, viu na Casa da Lavand’eira as condições ideais para desenvolver este projeto de turismo rural e enoturismo. É neste cenário idílico, testemunhado pela arquitetura românica deste solar, que a Casa da Lavand’eira propõe uma caminhada através dos séculos, numa região que teve um intenso papel na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal. A propriedade conta com mais de 14 hectares, é Rua da Lavandeira 4640-024 Ancede - Baião Tlm: +351 910 905 085 / +351 910 905 093 Tlf: +351 255 551 008 E-mail: info@casadalavandeira.com www.casadalavandeira.com 26 | Revista Business Portugal julho 2019

um projeto integrado caracterizado pela proximidade com a natureza e pela preservação da biodiversidade. Inclui alojamento turístico, realização de eventos e produção vinícola do Vinho Lavandeira. “Sendo desde sempre um admirador da casta avesso, o objetivo é melhorar cada vez mais o vinho da Casa da Lavand´eira, tornando-o uma referência nacional”, afirma Carlos Gomes. O Lavandeira Avesso Escolha 2018 “é um monocasta de aroma elegante, com boa intensidade, no qual se destacam as ervas aromáticas (tomilho limão), frutos citrinos, os frutos de polpa branca (pêssego) e ligeiras notas florais. De paladar seco, com uma acidez fina e equilibrada, que confere ao vinho uma excelente frescura, tem um bom aroma de boca. É sem dúvida um vinho com personalidade”, descreve o gestor. Desenvolvido pelo enólogo Rui Cunha, é um vinho de vindima manual, com ligeiro esmagamento dos bagos, seguido de suave prensagem, clarificação estática, e fermentação com temperatura controlada em cuba de inox, seguida de estágio sobre borras finas, com ligeira filtração antes do engarrafamento. “Entre o abrir duma garrafa do vinho Lavandeira e o terminar do primeiro copo, viajamos de 1871 ao presente - pelas colinas desta quinta, numa travessia de sabores, aromas e lugares” – afirma o enólogo. Sabores a provar, aromas a saborear, e lugares a visitar, a apenas uma hora da cidade do Porto, num lugar onde a tradição secular remonta às linhas escritas por Eça de Queiroz no seu romance “A Cidade e as Serras”. Um vinho de pessoas e emoções, memórias e gerações. Um vinho que faz parte de todas as Histórias!


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DESTAQUES 28 PADARIA DIAS “O melhor pão natural de Portugal” 30 BRICOMARCHÉ ALENTEJO “Somos o tradicional da distribuição moderna” 32 CRP - COMÉRCIO E RECICLAGEM DE PRODUTOS Líder em pavimentos sintéticos na Península Ibérica 34 TE CONNECTIVITY 50 anos de sucesso 36 SKYDIVE PORTUGAL “Saltar de um avião, é algo que todos nós, devíamos experimentar pelo menos uma vez na vida”

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PME EXCELÊNCIA’18 Afinal, o que é que significa PME? De acordo com a Recomendação 2003/361/CE, uma empresa PME é uma micro, pequena ou média empresa que satisfaça os critérios definidos pela legislação europeia. Os fatores que determinam esse certificado são o número de efetivos, o volume de negócios e o balanço anual das empresas. Estes pontos dizem exclusivamente respeito a empresas autónomas, ou seja, uma empresa que faça parte de um grupo pode ter de incluir todos os dados pedidos de grupo e não só de um negócio em particular. Para Gunter Verheugen, membro da Comissão Europeia Responsável pelas Empresas e a Indústria, afirma que “As micro, pequenas e médias empresas (PME) são o motor da economia europeia. São uma fonte essencial de postos de trabalho, desenvolvem o espírito empresarial e a inovação na UE, sendo por isso cruciais para fomentar a competitividade e o emprego.”. Em novembro de 2015, este projeto de certificação foi premiado como uma boa prática a nível europeu no âmbito do European Public Sector Award 2015, prémios que distinguem projetos promovidos por entidades de Administração Pública a nível Europeu. Estima-se que, em Portugal, no ano de 2017, existissem 1.259.234 PME, cobrindo 99,9% total das empresas, o que revela a importância das micro, pequenas e médias empresas no nosso país. Em 2019, o crescimento é notável. A Revista Business Portugal foi conhecer algumas das PME’S do país que se destacam na sua área de negócio pelos serviços prestados e pela forma como chegam aos clientes.



PADARIA DIAS

“O MELHOR PÃO NATURAL DE PORTUGAL” Sediada na Zona Industrial do Tortosendo, a Padaria Dias está presente no mercado há 35 anos. Distingue-se por ser uma empresa familiar onde impera a qualidade. António Dias (fundador), José Carlos Santos, Fernando Santos (gerentes) e Mariana Santos (engenheira alimentar) conversaram com a Revista Business Portugal sobre a paixão que está por detrás de uma casa de sucesso.

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história da Padaria Dias remota ao ano de 1984, mas antes há um longo percurso do fundador que o levou a criar o atual negócio. Natural de São Vicente da Beira, António Dias começou a trabalhar, em várias áreas de atividade, na cidade que o viu crescer. Aos 18 anos decidiu partir em busca de novos desafios e foi para a Covilhã onde treinou o Sporting da Covilhã. De seguida, teve dois meses a trabalhar numa pastelaria e, posteriormente, trabalhou na padaria Tavares e Matias durante dois anos. “No fim desses dois anos fui a São Pedro de Sintra a uma formação paga pelo Estado e quando vim de lá fui para a melhor padaria do distrito como encarregado de fabrico. Era o mais novo, tinha 23 anos, e tomei conta daquela casa durante 23 anos. Tornaram-se numa grande família. O meu recorde nessa casa, num dia de trabalho, foram 85 sacas amassadas de 55 quilos”, acrescenta António. Com a ajuda dos dois filhos, José Carlos e Fernando, decidiu abrir o seu próprio negócio que ficou formalizado no dia 1 de outubro de 1984. Mais tarde entrou na gerência Alexandra Santos, filha de António. Desde a data da fundação, os gerentes asseguram que o crescimento tem sido sempre contínuo, fruto do trabalho de toda a família e restante equipa.

Uma panóplia de produtos A Padaria Dias oferece uma vasta gama de produtos que estão presentes numa típica padaria e pastelaria e vão desde todo o tipo de pão, pastéis, bolos

António Dias, José Carlos Santos, Mariana Santos e Fernando Santos 30 | Revista Business Portugal julho 2019

de aniversário, salgados e até mesmo pizzas. Porém, realçam que “o nosso nome refere bem a nossa atividade. O nosso melhor e maior produto é sempre o pão”. Por outro lado, é de sublinhar que atualmente são uma das únicas casas que têm pães de referência e que possuem massas madre de cultivo. “Isto é algo novo no nosso país e ainda vai dar muito que falar”, salientando que “estamos na liderança neste tipo de massas, porque os produtos de massa madre de cultivo são uma novidade em Portugal”. Não foi por acaso que este ano foram premiados com uma medalha de ouro na Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, com a presença do pão de centeio feito com essa massa e arrecadaram duas medalhas de prata com a apresentação da broa de milho e do pão de massa mãe.

Massa madre de cultivo - o que é? José Carlos começa por nos explicar que a massa madre “é um agente da panificação que tem o papel do fermento e substitui os aditivos que atualmente são utilizados pelas outras padarias”. Mas aqui o mais importante é referir que “nada se faz sem tempo”. Na massa está patente a farinha, água, sal e mais alguns elementos que fazem a diferença e são o segredo do sucesso. “Aqui não existe fermento, daí afirmar que só com muito tempo é que se consegue fazer pães de excelência”. Tal como o próprio nome indica, massa madre de cultivo significa que tem de ser alimentada, pesada e medida pelo ser humano todos os dias. Não há margem para erro. “Uma das nossas massas madre chama-se Leonor - é um nome que nos diz algo e foi o dia em


PADARIA DIAS poderiam deixar de estar presentes no concurso da RTP - “7 maravilhas doces de Portugal”. Se inicialmente eram mais de 900 participantes, neste momento são 140 onde estão incluídas as cavacas na categoria de bolos secos.

Onde podem ser adquiridos os produtos? Para quem quiser experimentar todas as iguarias fabricadas na Padaria Dias, pode deslocar-se à casa mãe situada em Tortosendo (Covilhã) e também no novo espaço que se localiza no centro da Covilhã. Podem também encontrar todos os produtos no restante concelho da Covilhã, no concelho do Fundão e em Belmonte. “A nossa área não é muito grande, mas para trabalharmos com qualidade não podemos estar em todo lado, até porque a falta de mão de obra qualificada no nosso ramo é uma dificuldade. Temos de formar os nossos 30 trabalhadores e somos uma escola para eles”, assinalam.

35 anos de histórias

que nasceu a minha neta”, recorda José Carlos Santos. Este tipo de massa apresenta características que têm de ser analisadas e investigadas, uma vez que têm o verdadeiro poder de substituir certos produtos que podem estragar o pão.

Presença em vários concursos Para além das três medalhas arrecadadas em Santarém, a Padaria Dias é participante assídua no concurso “O melhor pão natural de Portugal”. José Carlos Santos recorda que “quando fomos a primeira vez ao concurso fiz 11 receitas para concorrer e foi selecionada uma. Fomos à final a Sintra com oito padarias e ganhamos. Foi tão bom para nós, porque veio o reconhecimento”. Em 2018 voltaram a participar com 25 receitas das quais duas foram à final. Com seis adversários conseguiram ficar em primeiro e em terceiro lugar. 2019 não é exceção e por isso enviaram 30 receitas. As expectativas são boas e acreditam que o Pão Vicentino - uma novidade - será um dos favoritos a ganhar o concurso este ano. No que toca aos doces, participaram no “Melhor bolo rei de Portugal” que vai na 8ª edição. Desde a primeira edição que os gerentes vão aperfeiçoando o bolo rei que levam a concurso. As medalhas surgiram passado seis/ sete participações. Foram galardoados com medalha de ouro no bolo rainha e o bolo rei escangalhado mereceu o terceiro lugar. A nível regional, venceram o concurso do bolo rei no Fundão em 2017 e em 2018 o bolo rainha. Mas se acha que os prémios ficam por aqui desengane-se. As cavacas são um doce regional típico da região e não

Com a presença da terceira geração na empresa, os gerentes realçam que tudo o que conquistaram até aos dias de hoje é fruto de muito trabalho. “Não tínhamos horas para terminar o trabalho. Se fosse preciso eram cerca de 14/15 horas por dia”. Sempre com foco na qualidade aos longo destes 35 anos acreditam que o trabalho de toda a equipa é essencial, porque “complementam-se, quer seja no fabrico, na parte técnica e até mesmo na contabilidade”. Premiados como PME Excelência 2018 confidenciam que como têm um estatuto maior, todo o cuidado com os produtos deve ser redobrado. “Temos de manter aquilo que fazemos, mas também temos ainda mais rigor no controlo de todos os produtos. É uma responsabilidade acrescida”. Para que nada falhe dispõem da certificação HACCP, na qual têm vindo a apostar cada vez mais para fazerem “a rastreabilidade dos produtos desde a origem até à parte final”.

Futuro promissor Para toda a estrutura familiar, futuro é sinónimo de inovação, procura e desenvolvimento de novos produtos, mas também de melhorar sempre a qualidade. “É tudo isto que está na base do nosso sucesso”. Afirmam que a grande diferenciação da casa prende-se com um serviço eficaz durante qualquer altura do ano, quer seja Natal, Ano Novo ou Páscoa. Assumem a responsabilidade de fornecer as escolas e todas as unidades hoteleiras que nas épocas festivas estão lotadas. Os nossos entrevistados não terminam a conversa sem antes referir que a qualidade dos produtos é reconhecida pelos clientes além-fronteiras e é nesse sentido que vão continuar a trabalhar para oferecer um produto de excelência.

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BRICOMARCHÉ ALENTEJO

“SOMOS O TRADICIONAL DA DISTRIBUIÇÃO MODERNA”

António Rodrigues, administrador

Começou a trabalhar desde cedo, passou pelo setor público, largou o seu ofício e abraçou um novo desafio de gerir uma loja do grupo “Os Mosqueteiros”. O ano de 2006 marca o início de uma aventura para António Rodrigues que agora se encontra à frente do Brico Alentejo, em Évora.

O

grupo “Os Mosqueteiros” já era familiar para o nosso entrevistado que relembra os seus tempos de juventude e a sua vida enquanto filho de emigrantes em França. Confessa que se sentiu mais “confiante ao escolher este grupo no qual acredita e que conta com 50 anos de experiência”.

Trabalhar com brio e profissionalismo Questionado sobre os serviços que o Brico Alentejo apresenta, António Rodrigues refere que a loja está dividida em cinco setores: decoração, bricolage, construção, jardim e pet-shop. Com uma gama de artigos diversificada, o gerente assegura que “a nossa preocupação é a satisfação do cliente, que este consiga encontrar tudo o que precisa na nossa loja, aliando a qualidade ao preço dos artigos”. A par com esta vontade de satisfazer os clientes é necessário haver muita dedicação e investimento para que nada falhe. “A gestão do stock é um desafio constante, temos que ter em loja os artigos que o cliente precisa”, assinala. 32 | Revista Business Portugal julho 2019


BRICOMARCHÉ ALENTEJO

O gerente afirma que saber informar e aconselhar a melhor opção é decisivo para o cliente na hora da comprar, criando proximidade com os clientes, o que permite o acompanhamento das suas necessidades.

Prémios que simbolizam as boas práticas do Brico Alentejo O atendimento é uma das maiores valências da loja e é através de toda a equipa

“A nossa preocupação é a satisfação do cliente, que este consiga encontrar tudo o que precisa na nossa loja, aliando a qualidade ao preço dos artigos” que conseguem corresponder às expectativas dos clientes. Prova disso é a distinção “Prémio Cinco Estrelas” pelo quarto ano consecutivo e o título PME Excelência 2018. António Rodrigues acredita que estes prémios se devem “ao nosso empenho e dedicação. Somos o tradicional da distribuição moderna, estamos próximos do cliente e os nossos colaboradores são parte fulcral desse processo”, salienta. Com orgulho no percurso percorrido e feliz de ver o seu negócio crescer, deseja ver a marca crescer com a chegada de novos franchisados e aumentar as áreas de negócio.

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CRP - COMÉRCIO E RECICLAGEM DE PRODUTOS Fabricamos pavimentos desportivos de segurança e lazer, em borracha reciclada, ou seja, fabricamos pavimentos para parques infantis, polidesportivos, pistas de atletismo e, mais recentemente, relvas sintéticas. Representamos duas marcas de parques infantis, equipamentos fitness, equipamentos de street workout e mobiliário urbano de renome internacional.

Pedro Coelho Saraiva, administrador

LÍDER EM PAVIMENTOS SINTÉTICOS NA PENÍNSULA IBÉRICA Sediada na Covilhã, a CRP - Comércio e Reciclagem de Produtos conta com 20 anos de atuação no mercado nacional e internacional. A Revista Business Portugal entrevistou o administrador da empresa, Pedro Coelho Saraiva sobre o passado, o presente e o futuro da CRP.

A matéria-prima utilizada é toda reciclada. Como fazem a gestão dos produtos reciclados até chegar ao produto final? Como lhe referi anteriormente tivemos um negócio verticalizado até 2003. Depois dessa data concentrámos o core business da CRP na produção de pavimentos desportivos e de lazer. Como tal, hoje compramos no mercado a borracha reciclada oriunda dos pneus, com tipologias diferentes consoante o fim a que se destinam os Pavimentos-CRP. É de salientar que estes pavimentos produzidos pela CRP, com borracha reciclada, têm um elevado componente ambiental. Na fabricação destes apenas são utilizadas resinas amigas do ambiente, em diversas fases do processo produtivo, e algumas borrachas naturais para produtos muito específicos (três por cento de borracha natural). Um dos temas mais abordados na atualidade é sobre a sustentabilidade. Qual o papel da CRP junto do meio ambiente? Fazemos uma divulgação muito intensa junto dos nossos clientes sobre a qualidade e preocupação ambiental dos nossos produtos, assim como da origem das matérias-primas dos mesmos. As nossas matérias-primas e os produtos fabricados pela CRP são totalmente amigos do ambiente e cumprem a legislação em vigor na UE. O importante é que, tanto no mercado interno como externo, haja uma vontade para alertar os clientes institucionais da qualidade dos produtos que utilizamos - que por sinal são reciclados - e realçar que não misturamos produtos dentro dos reciclados, nomeada-

Q

uando e em que contexto surgiu a CRP - Comércio e Reciclagem de Produtos? Em 1999 trabalhava numa outra atividade empresarial e lançaram-me o desafio de criar um negócio de reciclagem em Portugal. Aceitei o desafio proposto e fomos visitar algumas unidades fabris na Europa. Nessa viagem, após diferentes visitas, foi-nos proposto a compra de participações sociais em Espanha e França dessas unidades visitadas. Ponderamos, estudamos e acabei por comprar apenas eu essas mesmas participações pois os meus sócios, na altura, entenderam não adquirir essas mesmas participações. Tais participações foram fundamentais para fundar a CRP, em 1999, devido ao know how dessas sociedades. Em 2003, vendi a participação que tinha em Espanha contudo, mantenho a sociedade luso-francesa e outra na Polónia, com duas unidades fabris, totalmente autónomas da unidade de Portugal. Em 2007, começamos a produzir na Covilhã, onde estávamos há oito anos, para fazer face à procura do mercado Ibérico, Africano e América do Sul, atuando hoje em 18 países diferentes. Para os leitores que não conhecem, quais são os serviços que desenvolvem? 34 | Revista Business Portugal julho 2019

mente metais e resinas tóxicas. Temos ainda como preocupação e objetivo a redução do consumo de energia elétrica e água. Na renovação da frota automóvel também passa por adquirir viaturas menos poluentes. Qual a importância da certificação para a empresa? Todos os produtos que fabricamos estão certificados pela TUV e CERTIF, bem como a nossa mão-de-obra. Neste momento, somos a


CRP - COMÉRCIO E RECICLAGEM DE PRODUTOS única empresa em Portugal, neste setor, que tem os certificados de conformidade ativos para todos os produtos que fabricamos. Há uma certificação específica para os pavimentos infantis e desportivos que obriga a um conjunto de normas europeias e testes que têm de ser feitos aos pavimentos. Os pavimentos da CRP cumprem todos esses requisitos e apresentam uma altura de queda excelente e um desempenho ótimo na área do desporto. Quais são os principais desafios que estão inerentes ao setor? O grande desafio que a CRP tem é conseguirmos criar métodos junto dos nossos clientes para que se consiga conservar o espaço público e mudar as mentalidades da parte de quem utiliza para haver uma conservação preventiva. Por outro lado, deve haver mais critério nos procedimentos. Se existem regras, todos devemos cumprir, nomeadamente a certificação dos produtos que é obrigatória e a CRP cumpre! Foram distinguidos como PME Excelência e Mérito por Criação de Mais Valor. O que simboliza para a empresa este prémio? Simboliza um enorme reconhecimento do mercado, clientes e parceiros de negócio. Há um longo e árduo trabalho nos últimos 20 anos, tendo continuadamente feito investimentos sustentáveis e uma gestão rigorosa, o que nos permitiu ir melhorando a performance da empresa. A CRP conta, todos os dias, com uma equipa com elevado desempenho e motivação, com a formação certa, que se superam dia após dia. Os clientes da CRP são os responsáveis finais desta distinção, sobretudo a consolidação da marca. A CRP está no mercado institucional através das obras públicas das autarquias e esperamos que haja um ainda maior reconhecimento, bem como a confiança por parte dos nossos clientes para continuarem a acreditar numa empresa estável, sustentável, com excelentes recursos humanos, por forma a mantermos a liderança no mercado, na nossa área, a nível nacional e ibérico. De que forma é que a inovação está presente? Fomos crescendo ao longo do tempo e para tal a inovação foi sempre uma constante para vencer neste mercado muito competitivo. Ao longo destes anos criamos produtos inovadores em termos recreativos, como por exemplo nos parques infantis interativos. Inovar é fundamental para manter a liderança de mercado na Península Ibérica. Segundo as palavras dos nossos fornecedores, somos um dos três maiores fabricantes da Europa do nosso setor. É lógico que temos de desenvolver novos produtos, para alcançarmos novas etapas, mercados e aumentar a satisfação dos nossos clientes.

20 Anos de experiencia

PAVIMENTOS SINTETICOS PARQUES

INFANTIS

Que projetos estão pensados para um futuro próximo? Estamos a desenvolver um conjunto de máquinas novas (em fabricação) para produção de novos produtos para a mesma área de negócio. Durante o ano 2019 inauguraremos as novas instalações industriais no concelho da Covilhã. Iremos investir em novos mercados e conseguiremos concretizar o projeto da escola de formação CRP. Estes são os nossos grandes objetivos, que serão concretizáveis com a confiança que os clientes da CRP nos depositam. julho 2019 Revista Business Portugal | 35


TE CONNECTIVITY

50 ANOS DE SUCESSO

A TE Connectivity celebra, este ano, a 13 de julho, 50 anos de existência. Com 80 mil funcionários por todo o mundo, incluindo oito mil engenheiros, e a marcar presença em 140 países, a empresa de tecnologia faz parte, no dia-a-dia de todos, sem nos apercebermos. A Revista Business Portugal foi a Évora conhecer uma das maiores empresas mundiais.

Somos uma das maiores empresas mundiais sem ninguém saber”, é desta forma que nos é apresentada TE Connectivity. Ligada à área da tecnologia, a TE projeta e fabrica produtos de conetividade e sensores para os mais diversos ambientes, nas mais diversas áreas, como automotiva, equipamentos industriais, sistemas de comunicação de dados, aeroespacial, defesa, médico, petróleo e gás, eletrónicos e energia. Envolvida em vários projetos, a TE pretende, também, criar mecanismos e projetos que possam ajudar as populações, não só nas zonas onde têm sucursais

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Jorge Garcia e Vanessa Pereira, diretor geral e diretora de R.H.

A celebrar, este ano, os 50 anos de existência, a empresa de tecnologia orgulha-se de estar em constante inovação e ser pioneira na sua forma de trabalhar e chegar ao mercado

em funcionamento, mas em zonas que não tenham acesso a tecnologia de ponta como a que produz. Com duas fábricas em Évora, dedicadas à industria automóvel, a empresa preza-se pela diferença que tem no mercado por ser responsável por toda a produção de todos os equipamentos e sistemas que comercializam. Presentes no dia-a-dia de todos, a TE Connectivity foca-se na tecnologia do futuro e no seu cliente, de forma a satisfazer todos os desafios que aparecem. Para além disso, tenta chegar aos mais novos, que ainda não sabem, de forma definitiva, o que querem fazer a nível profissional. Chegam até eles através de desafios e


TE CONNECTIVITY

estímulos no sentido de os levar a descobrir o mundo da TE, nas escolas. A celebrar, este ano, os 50 anos de existência, a empresa de tecnologia orgulha-se de estar em constante inovação e ser pioneira na sua forma de trabalhar e chegar ao mercado. Internamente, a TE tem uma escola para dar oportunidades a todos aqueles que se queiram aventurar pelo mundo da tecnologia, na área em que a empresa tem vindo a trabalhar e a expandir. Com trabalhadores que estão na empresa desde o dia número um, a TE é também pioneira na forma como motiva os seus funcionários no seu trabalho e os mantém em constante aprendizagem para os motivar para a mudança que existe diariamente no mundo da tecnologia. Em Portugal, são pioneiros na implementação de vários projetos e estratégias que valorizam todos aqueles que

trabalham diariamente para a empresa. A trabalhar em mais de 140 países e com mais de 80 mil funcionários, a TE Connectivity tem, também, um grande peso nas causas sociais através de projetos inovadores, donativos e organização de eventos. Embora não se façam notar de forma pomposa no mercado, a empresa faz a diferença em todos os locais em que está sediada e cria boas relações com a comunidade em que está envolvida.

Em Portugal, são pioneiros na implementação de vários projetos e estratégias que valorizam todos aqueles que trabalham diariamente para a empresa

Com 50 anos de existência, a serem celebrados a 13 de julho, a TE Connectivity apresenta-se como uma empresa de tecnologia, com pouca visibilidade na comunidade, mas com um grande trabalho que influencia toda a população mundial, diariamente.

Estrada de Almeirim - Apartado 55 P | 7006-801 Évora Tlf.: 266 740 222 | Tlm.: 964 345 603 | Email: antonio.nabo@te.com | www.te.com

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SKYDIVE PORTUGAL

“SALTAR DE UM AVIÃO, É ALGO QUE TODOS NÓS, DEVÍAMOS EXPERIMENTAR PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA”

Ana Resende, compliance manager

De portas abertas a um público diverso e destinada a todas as faixas etárias, a ComeFly, Lda, é a empresa, que detém a marca Skydive Portugal, em Évora, e é a empresa nº 1 de paraquedismo do país. Trata-se de uma empresa de sucesso a nível de competitividade e inovação que foi distinguida com o prémio PME Excelência 2018 pela sua forte produtividade. A Revista Business Portugal esteve com Ana Resende, Compliance Manager, da Comefly que revelou a dinâmica daquela que é a empresa que se compromete a realizar os sonhos de quem a visita.

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É

vora, a cidade que é considerada capital e o coração do Alentejo, e um dos locais de eleição para quem gosta de alguma tranquilidade, é também a cidade escolhida para acolher a Comefly e a sua ousada e radical atividade, no seu aeródromo. Dedicada há mais de 15 anos, a saltos de paraquedas, a Comefly, através da Skydive tem também a maior escola de paraquedismo em Portugal, que forma centenas de alunos por ano. Para além desta valência, a Comefly é reconhecida também, pelos milhares de saltos “Tandem” realizados por ano, que vão desde os 3.000 aos 5.000 metros de altura. “Somos uma empresa que se dedica de coração a tudo aquilo que faz, de forma a poder dar o nosso melhor e contribuirmos para que os nossos clientes se sintam realizados com esta experiência”, assume a administradora. É de facto uma experiência única de aventura pelos ares de Évora, que por si só, fornece condições extraordinárias para a prática do paraquedismo. Desde equipamentos de última geração, como o maior avião de paraquedismo de Portugal, instrutores qualificados e formados pela própria empresa, a dobradores e cameraflyers credenciados pela Federação Portuguesa de Paraquedismo e pela USPA United States Parachute Association. Todo um conjunto daquilo que é necessário para a prática desta, que é uma atividade de alto risco, realizada em máxima segurança. “É importante que as pessoas saibam que é possível realizar toda a atividade em máxima segurança porque temos todas as condições necessárias para que tal aconteça. Toda a nossa equipa tenta passar esta mensagem a cada cliente, porque é muito importante para eles e também para nós, que se sintam seguros”, indica Ana Resende. “Temos clientes a nível nacional e internacional. Somos cada vez mais procurados em todas as alturas do ano. Sentimos que as pessoas querem realizar experiências cada vez mais diferentes nas suas férias. Procuram cada vez mais a aventura, fugir às praias e desafiar-se a conhecer os desportos mais radicais e nada melhor que sair do centro da cidade e vir para cá, onde as nossas planícies se fundem com o céu azul e a tranquilidade também lhes é permitida. Saltar de um avião, é algo que todos nós, devíamos experimentar pelo menos uma vez na vida”, refere a manager. Com uma grande equipa de profissionais completa, que se destaca pelo seu rigor, qualidade, competência e acima de tudo que aposta na máxima segurança, a Comefly assume uma grande responsabilidade social na cidade, tornando-se assim, um elemento referenciador e inovador a nível nacional. É deste trabalho com um crescimento sustentado e contínuo ao longo de mais de meio século que esta empresa se tem vindo a destacar e distinguir. E é neste âmbito que a Comefly é hoje uma escola de excelência de aventura a nível nacional que tem vindo a evidenciar-se no mercado nacional com o seu elevado desempenho económico e financeiro que permitiram a distinção de empresa PME excelência.


4º SALÃO NACIONAL DO TRANSPORTE Nos dias 28, 29 e 30 de junho decorreu, no Expocentro em Pombal, o 4º Salão Nacional do Transporte. O evento foi criado com o objetivo de mostrar o que de melhor se faz no setor rodoviário de mercadorias, bem como promover o encontro de profissionais, quer sejam empresários, motoristas, fornecedores e até mesmo clientes. As novidades do setor estiverem presentes no Salão que contou com a organização da ANTRAM Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias e com a forte parceria da Câmara Municipal de Pombal. O presidente do município, Diogo Mateus, fez questão de assinalar a importância do setor, que se distingue por ser “decisivo e com uma participação económica muito forte”. O evento ficou também marcado pela presença de expositores nacionais e internacionais, como é o caso da Wtransnet - bolsa de cargas líder na Península Ibérica. A empresa, com sede em Barcelona, reconhece que Portugal tem um enorme potencial e que o futuro passa

por continuar a operar, cada vez mais, no mercado nacional. Assim, a presença do Salão Nacional do Transporte em Pombal é fundamental para a região, uma vez que está a ser “representada junto de grandes parceiros”. O presidente da Câmara destaca ainda a importância de “acompanhar e continuar a trabalhar com a ANTRAM” para levar o que de melhor se faz no

DESTAQUES 38 MUNICÍPIO DE POMBAL Um Município centrado nos transportes e em questões ambientais 42 WTRANSNET Bolsa de cargas líder na Península Ibérica setor aos quatro cantos do mundo. Nesta edição, convidamos os nossos leitores para explorar o tema desenvolvido nas próximas páginas!

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MUNICÍPIO DE POMBAL

UM MUNICÍPIO CENTRADO NOS TRANSPORTES E EM QUESTÕES AMBIENTAIS A cidade de Pombal é cada vez mais reconhecida como a capital dos transportes. A Câmara Municipal de Pombal foi a grande parceira da ANTRAM, Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, na 4ª edição do Salão Nacional do Transporte, no passado mês de junho. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o Presidente da Câmara Municipal, Diogo Mateus, para conhecer um pouco mais da cidade.

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Diogo Mateus, presidente

oi no Centro Municipal de Exposições (Expocentro) que Pombal acolheu a 4ª Edição do Salão Nacional de Transportes organizada pela ANTRAM (Associação Nacional do Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias). “O Salão Nacional do Transporte é uma mais-valia para a nossa zona em todos os aspetos. Estamos a falar de um reconhecimento notório que temos vindo a verificar no nosso Município que é o anfitrião desta que é uma feira nacional e internacional e que aqui realizam há 4 anos”. É desta forma,

que Diogo Mateus felicita a iniciativa, por parte da ANTRAM, de organizar uma feira que explore um setor que é relativamente pouco valorizado, embora seja muito importante para a economia nacional. “É um evento que é organizado pelo setor para o próprio setor. Isso faz toda a diferença, porque é tudo planeado por entidades que percebem realmente da área em que estão inseridas”. A Câmara Municipal de Pombal estabeleceu uma parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos e Rodoviários que lhes permite, em conjunto, de ano para ano, melhorar este evento que traz pessoas do setor de vários pontos do país, durante três dias. Trata-se de um certame que junta anualmente expositores e visitantes, e assume-se como um espaço de networking e convívio associativo entre motoristas, empresários, fornecedores e clientes. “Nós temos vindo a melhorar a nossa relação e proximidade com a ANTRAM, o que nos permite introduzir melhorias no espaço e na própria feira, para que todos se possam sentir bem com a organização e para que nós possamos também manter uma boa relação com os nossos parceiros”. Os três dias de Salão Nacional do Transporte são dias de um “forte acolhimento” por parte da ANTRAM e do Município a novas oportunidades de negócio e parcerias. Para Diogo Mateus, os transportes são um setor decisivo e com uma participação economicamente substancial, não só no País, mas, mais precisamente, na região. Cada vez mais, Pombal é reconhecida como a Capital dos Transportes, pois existe uma forte presença de empresas do setor sediadas no concelho. “Estamos numa zona central, que tem uma grande componente industrial, o que ajuda a que as empresas de camionagem se instalem cá”. Para além disso, o Presidente da Câmara Municipal de Pombal refere “esta feira vem trazer uma nova dinâmica ao Expocentro”. Este evento vem reforçar a ideia de que os

Envelhecimento do ativo

Salão Nacional do Transporte

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MUNICÍPIO DE POMBAL

Praia do Osso da Baleia

Ecofreguesia

transportes são imprescindíveis para a sociedade, no sentido em que existe criação de postos de trabalho e uma maior consciencialização da falta de recursos humanos e logísticos que o setor sente todos os dias. Para Diogo Mateus é importante realçar a ideia: “Este setor é o que transporta aquilo que o País quer exportar”.

Os 28 anos como cidade Foi a 16 de agosto de 1991 que Pombal foi elevada a cidade. Este ano festejam-se os 28 anos desse acontecimento e, por isso, foram feitas algumas comemorações para assinalar esta data tão importante. Com o objetivo de envolver os populares neste dia tão especial, Diogo Mateus explica que as comemorações, este ano, passaram por uma promoção à reflexão e discussão do novo Plano Estratégico da Cidade de Pombal. “Esta é uma ocasião para pensarmos a cidade e para termos um momento de reflexão que possa lançar o novo Plano Estratégico da Cidade de Pombal, passados mais de 20 anos da aprovação do primeiro plano”. Para o Presidente da Câmara Municipal de Pombal é importante reforçar a ideia que “já não se trata apenas de ter esses equipamentos, mas sim de saber a melhor forma de os utilizar, de se tirar o melhor rendimento desses equipamentos, garantindo que se assumem como peças fundamentais para a fruição, para a felicidade, para o desenvolvimento, para o crescimento, para a Educação dos jovens, e também para o Envelhecimento Ativo, naquilo que é a adequação da cidade às novas realidades”.

Uma cidade amiga das pessoas e das empresas Para além destas feiras, que trazem sempre alguma proatividade 42 | Revista Business Portugal julho 2019

e criatividade para a cidade, Diogo Mateus, Presidente da Câmara Municipal de Pombal, quando assumiu o cargo sabia que, nos seus objetivos de trabalho, existiria uma prioridade diária ao longo do seu mandato: as pessoas. “Eu quando assumi este lugar fiz questão de deixar esclarecido que, em primeiro lugar, estão as pessoas e só depois os projetos para as infraestruturas e obras. Temos de perceber que os nossos cidadãos são a razão para estarmos no local onde estamos”. O Município, ao longo dos anos, tem desenvolvido um trabalho que coloca os seus Munícipes em primeiro plano, nomeadamente as crianças e os idosos, que são os grupos em que é necessária uma maior intervenção por parte dos grupos de trabalho da Câmara Municipal de Pombal. A educação e os assuntos sociais são, por isso, dois dos maiores focos para o Município. O fortalecimento e capacitação das instituições são prioridades de Diogo Mateus, que para isso tem trabalhado no sentido de melhorar o funcionamento de todas as instituições importantes na região com o objetivo de as tornar mais sustentáveis, mais participadas e mais capazes de cumprir as suas missões junto da comunidade. Entre mudanças na Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal a projetos ligados à evolução cognitiva dos alunos na área do ensino e projetos de modificação e melhoramento de condições de vida e de habitações para os mais idosos, o Município de Pombal pretende afirmar-se como um concelho amigo das pessoas nas várias fases das suas vidas. Essencial para que as pessoas possam desenvolver os seus projetos de vida é também a questão do emprego. Por isso, a captação e fixação de empresas e de investimento estão também na ordem do dia das políticas do executivo camarário. “O que é que eu posso fazer para estabelecer as empresas no meu Município?”, é a questão que Diogo Mateus coloca, diariamente, em cima da mesa. A resposta tem passado pela formação de recursos humanos qualificados, pelo investimento na criação de zonas industriais e melhoria das condições das existentes e pela adoção de políticas fiscais amigas das empresas.

Uma cidade amiga do ambiente Atento às preocupações globais, mas reconhecendo o impacto que as políticas locais e a conduta que cada um pode ter, o Município de Pombal tem nesta questão outra das linhas orientadoras das suas políticas. Consciente de que um mundo mais ecológico passa especialmente pela consciencialização de cada cidadão e das instituições, o Município trabalhou em conjunto com as suas freguesias e apoiou as suas candidaturas com a comparticipação de 90% do valor da inscrição na Eco-Freguesias XXI, um projeto da Associação Bandeira Azul da Europa. Com esta participação, o objetivo do concelho e das suas freguesias, é desempenhar um papel fundamental em termos de sustentabilidade ambiental dos seus territórios, na vertente ambiental, económica e sociocultural. Resultado de um trabalho consistente e bem projetado são as sete freguesias do concelho que foram galardoadas como Eco-Freguesias XXI, bem como a praia do Osso da Baleia, um paraíso escondido, que desde 2004 é consecutivamente galardoada com “Bandeira Azul”, atribuído pela Associação da Bandeira Azul da Europa – secção portuguesa da FEE. Pombal quer ser o primeiro Município português com todas as suas freguesias reconhecidas como Eco-freguesias.



WTRANSNET

BOLSA DE CARGAS LÍDER NA PENÍNSULA IBÉRICA objetivo de continuar a facultar maior valor aos seus clientes, a Alpega tem a intenção de continuar a investir em produtos inovadores relacionados com as bolsas de carga, agregando novas funcionalidades que permitam uma maior eficiência na operativa diária.

Verónica Rodríguez e Susana Machado, segment marketing manager e coordenadora de atendimento ao cliente

Fundada em 1996, a Wtransnet nasce em Barcelona e juntou os seus serviços ao Grupo Alpega. A empresa marcou presença no 4º Salão Nacional do Transporte e a Revista Business Portugal esteve à conversa com Verónica Rodríguez, Segment Marketing Manager Iberia, e Susana Machado, Coordenadora de Atendimento ao Cliente.

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ara contextualizar os nossos leitores, pedia que nos apresentasse a Wtransnet e que tipo de serviços de bolsa de cargas presta. Fundada em 1996, em Barcelona, a Wtransnet juntou-se recentemente ao portfólio de serviços do Grupo Alpega, onde se incluem as bolsas de cargas Teleroute e 123Cargo. A Alpega é uma empresa de software logístico, líder a nível mundial, e oferece soluções integrais que cobrem todas as necessidades de transporte, incluindo soluções para a gestão de transporte (TMS) e bolsas de carga. Com a aquisição da Wtransnet, a Alpega, com sede na Bélgica, expandiu a sua rede de colaboração para Espanha e Portugal. Uma comunidade que agora está presente em 80 países e reúne 90.000 empresas de transporte. A Wtransnet é a bolsa de cargas líder na Península Ibérica que conecta, em tempo real, cargas e camiões de mais de 10.000 empresas dentro de um local seguro, facultando aos seus utilizadores: rentabilidade, segurança e uma resposta imediata. Com uma tecnologia 100 por cento própria, a Wtransnet soluciona uma necessidade muito concreta do setor: pôr em relação a oferta de cargas e camiões existentes em tempo real, mediante um sistema de coincidências e com garantia de pagamento. Que objetivos têm definidos para proporcionar maior valor aos clientes? O objetivo, a curto prazo, é integrar a parte operativa da Wtransnet no ecossistema das outras bolsas do grupo (Teleroute, 123Cargo). Sem prejuízo dessa situação, e com o

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Quantos clientes têm na Península Ibérica e qual o perfil do cliente Wtransnet? A Wtransnet conta atualmente com cerca de 10.300 clientes na Península Ibérica, dos quais cerca de 1.200 empresas são portuguesas. O utilizador médio da Wtransnet é um profissional, tanto transportador como agência e operador logístico, que procura uma rápida resposta às suas necessidades de negócio e que quer trabalhar de forma segura dentro de uma comunidade que lhe ofereça soluções para a gestão diária da sua atividade. Fazem parte da Wtransnet empresas com frota grande e média, transportadores autónomos, mas também pequenas e grandes agências de transporte. Quem opera com a Wtransnet fá-lo porque procura um ambiente de confiança, antepondo a qualidade ao volume. Que peso tem o mercado português no vosso volume de negócios? Atualmente, o mercado português é um mercado estratégico e, apesar de sermos líderes, temos uma grande oportunidade de crescimento, tanto em número de empresas associadas, como através dos nossos serviços. Assim, queremos ser a bolsa de cargas de Portugal e continuar a apostar na oferta às empresas portuguesas, apresentando soluções para a melhoria da sua rentabilidade e eficiência. A Wtransnet também organiza eventos. Descreva-nos os eventos que realizam. Organizamos eventos de networking como o WConnecta - que este ano conta com a 10ª edição - e o Portugal Transport Networking, com os quais pretendemos aproximar a operativa do dia-a-dia dentro da bolsa de cargas cara a cara. Deste modo, disponibilizámos um espaço onde os participantes se entrevistam com empresas que


WTRANSNET

são um complemento às suas necessidades, através do formato de speed networking. Há 10 anos, a Wtransnet pensou que o mundo do transporte de mercadorias terrestre, tão vinculado às colaborações e à criação de relações de confiança a longo prazo, necessitava de um evento deste tipo. Com esta ideia, nasce o WConnecta - um encontro internacional dirigido a profissionais do transporte para que possam ampliar contactos e iniciar novas colaborações com outras empresas. Este é um trabalho que demoraria meses a ser desenvolvido por um departamento comercial, efetuado num único dia útil. O que vos diferencia face às empresas concorrentes? O valor diferencial da Wtransnet é, sem dúvida, a sua aposta pela qualidade, promovendo um ambiente de máxima segurança e confiança. Para além de oferecer uma tecnologia própria, com inovação constante para se adaptar às necessidades do setor e dos seus clientes, é a primeira e única bolsa de cargas que conta com garantia de pagamento. A Wtransnet responsabilizou-se, desde o primeiro dia, que apenas acederiam empresas sérias e solventes à sua plataforma, daí o objetivo de criar um ambiente de trabalho seguro, no qual operar a nível Europeu, desenvolveu uma política de qualidade muito restrita que permite dotar a comunidade de uma maior segurança. O Sistema QAP (Quality Assurance Policy) é a nossa principal garantia de segurança e pela qual a Wtransnet apostou desde o início.

Que balanço faz de 2018 em relação ao transporte em território nacional e internacional? Durante o ano de 2018 ofertaram-se, na Wtransnet, mais de 6,2 milhões de cargas com destino ou origem na Península Ibérica, mais dois por cento que em 2017. Esta é uma atividade que cresce ano após ano e, na qual, Portugal desempenha um papel importante como recetor e emissor de mercadoria. Não é em vão que, se falamos de transporte nacional, Portugal recebeu um incremento de 22 por cento de cargas oriundas do país vizinho e movimentou 11 por cento de cargas em território nacional. Quanto ao transporte internacional, as importações mantiveram-se estáveis enquanto as exportações para o resto da Europa cresceram.

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DESTAQUES 46 PAULA E MAGDA TRANSPORTE Desempenho e profissionalismo dão frutos nos prémios PME 48 PASTELARIA IMPÉRIO Um dos locais obrigatórios para quem é amante de doces 49 COOPERATIVA AGRÍCOLA DE ERVEDAL E FIGUEIRA E BARROS Há 50 anos ao lado dos seus associados 50 MUNICÍPIO DA SERTÃ A Sertã e o Festival de Gastronomia do Maranho 52 CAIXA AGRÍCOLA DE MORAVIS Caixa Agrícola de Moravis: um banco muito próximo dos clientes 54 SANDRA RODRIGUES SALGADOS Os salgados de sucesso 56 EPDRAC Uma escola diferente 57 TALHO CARNES SIMÕES, LDA. Mais do que um talho, um empreendedorismo de sucesso 58 ILUMISILVA “Mais luz e som para a sua festa” 59 CASA FERNANDES Pôr amor e paixão no que se faz 60 PNEURIB Há 22 anos a comercializar pneus 61 CLINICA DENTÁRIA DA SERTÃ Já foi ao dentista este ano?

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FEIRA

DA LUZ’19 Geralmente reconhecido e apreciado pelo seu vasto e riquíssimo património, Montemor-o-Novo é uma mistura perfeita e harmoniosa entre o passado e o presente. Um segredo à espera de ser desvendado e um tesouro à espera da sua descoberta. Aos pratos tradicionais e aos vinhos de excelente qualidade junta-se a história de um passado que relembra batalhas travadas pela conquista da nossa nacionalidade. Nesta edição, damos-lhe mais motivos para rumar a este território alentejano e deixar-se surpreender pelo que tem para oferecer. A tradicional Feira da Luz/Expomor afigura-se o pretexto ideal para conhecer um dos mais formosos patrimónios portugueses. Reconhecida como um dos principais certames da região, o evento, que este ano decorrerá de 28 de agosto a 2 de setembro, afigura-se uma referência na divulgação e promoção da atividade económica, cultural e recreativa da região alentejana. Um nicho de oportunidades de negócio e investimentos que conta também com um vasto e diversificado programa, onde se destacam os inúmeros espetáculos culturais, as exposições pecuárias, a sua tradicional feira, ou ainda os diversos concursos e ateliers. Ao longo de seis dias tem a oportunidade de (com)provar o que de melhor a região tem para oferecer. Esta é uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo e da APOMOR e decorrerá, como vem sendo habitual, no Parque de Exposições Municipal.



PAULO E MAGDA TRANSPORTES

DESEMPENHO E PROFISSIONALISMO DÃO FRUTOS NOS PRÉMIOS PME Carlos Alves funda a empresa familiar“Paulo e Magda Transportes”, que junta o nome dos seus dois filhos, Paulo e Magda Alves. No setor dos transportes desde 2007, explicam à revista Business Portugal o setor onde se inserem e os principais motivos do sucesso da empresa.

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oltando às origens da empresa, começamos por explicar como e quando é que surgiu a “Paulo e Magda Transportes”. A empresa surgiu em 2007. A ideia de formar esta empresa surgiu devido à falta de transportes de mercadorias nesta zona, não havia uma transportadora para fazer face à procura das necessidades dos clientes. Assim, vimos uma excelente oportunidade de nos afirmarmos e nos destacarmos. Já contam com vários anos de serviço e têm prestígio de ter relevo na economia nacional. Como tem sido este percurso? Estes 12 anos de experiência têm sido um desafio constante. Este percurso não tem sido fácil, a economia do país não tem ajudado, os crescentes aumentos de preço do combustível, os preços dos fretes mantêm-se inalteráveis desde há anos, o aumento dos impostos do nosso país, e outras. Só com uma boa organização e gerência se consegue ultrapassar e vingar. Dizem ter uma frota modernizada e alargada, capaz de dar resposta às necessidades atuais dos clientes. Como a caracterizam e quantos e que tipo de camiões têm?

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Possuímos 18 tratores modernos e 45 semi-reboques, capazes de corresponder às exigências dos nossos clientes. Somos rigorosos e profissionais no cumprimento dos horários das cargas e descargas, o que permite que o produto seja entregue em perfeitas condições. É assim que conquistamos os nossos clientes e são pontos fortes que diferenciam a nossa empresa. Que serviços de transporte prestam? Fazemos serviço de transporte de mer-

cadorias, granel, frigorífico, cisterna, desaterros e transportes especiais tendo assim a solução perfeita para todas as ocasiões. Foram PME líder 2017 e PME excelência 2018, de que forma recebem estas distinções? É um orgulho termos sido distinguidos com estes prémios e é ainda mais motivante para nós saber que estes prémios se devem ao nosso empenho, profissionalismo e rigor com que cumprimos as nossas tarefas.


PAULO E MAGDA TRANSPORTES

Paulo, Magda e Carlos Alves, sócios-gerentes

Como caracteriza o setor a nível nacional e internacional? Este setor é dos setores mais importantes na economia mundial. É um setor que cria empregos, aumenta as produções e expande as trocas comerciais entre países. Somos uma das portas que liga Portugal ao mundo. A política atual da empresa visa algumas medidas para assegurar uma maior satisfação dos clientes e qualidade do serviço. O que está planeado para atingirem estas metas? Está planeado manter o desempenho e profissionalismo até aqui realizado de forma a continuar o percurso de sucesso até hoje alcançado. Como se distinguem da concorrência? O que nos distingue da concorrência é a nossa qualidade, preços praticados, rapidez de resposta e honestidade. Estrada Nacional 244 , 7480-115 Avis AVIS, Portugal Tlf.: 242412029 | Tlm.: 938050384 www.pauloemagda.pt

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PASTELARIA IMPÉRIO

UM DOS LOCAIS OBRIGATÓRIOS PARA QUEM É AMANTE DE DOCES Domingos Gapo, sócio-gerente da Pastelaria Império, esteve à conversa com a Revista Business Portugal e conta-nos como chegou ao sucesso. É em plena vila de Cernache do Bonjardim que encontramos esta famosa pastelaria e os seus doces tão famosos por todo o concelho da Sertã.

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omingos Gapo, sócio gerente deste negócio, nunca pensou ser dono de algo que tivesse o reconhecimento que nos dias de hoje tem. Com uma vida ligada ao futebol, Domingos Gapo comprou a Pastelaria Império em conjunto com sua esposa Manuela Oliveira quando se mudou da zona Norte para Cernache do Bonjardim para vir treinar o Vitória de Cernache. “A pastelaria já existia e eu vim para cá por motivos profissionais ligados ao futebol, mas depois instalei-me aqui. Casei-me e, em conjunto com a minha esposa,

decidimos comprar o espaço, que não é o mesmo onde estamos agora, mas sempre mantendo a linha do que já era, com a venda dos pastéis de nata”, conta. Reconhecida pelos seus pastéis de nata e pelos seus cartuchinhos de amêndoa, a Pastelaria Império tem uma equipa com doceiras especializadas (Nicia Freitas, Paula Costa, Paula Mendes), que com os seus segredos conseguiram elevar o sabor destes doces. “Nós, no que toca aos cartuchinhos, antigamente, vendíamos seis, nunca mais do que isso. Era um doce para as classes altas e de épocas como o Natal, a Páscoa e outras festividades... Mas ultimamente decidiu-se apostar, com o apoio da Câmara Municipal da Sertã, na divulgação deste doce regional e um ex-líbris de Cernache do Bonjardim. Domingos Gapo explica que tudo é feito de forma tradicional e que seguem as receitas de raiz. A qualidade do produto é o que mais importa para a Pastelaria Império. “Nós temos muito cuidado com os nossos produtos. Queremos

manter a essência dos doces e, por isso, nunca expomos muitos, mas se forem necessárias grandes quantidades, temos sempre produtos frescos para servir o nosso cliente”. Domingos Gapo, com o apoio de Carla Silva, têm levado a qualidade e a tradição às bocas do mundo. Refere que, hoje em dia, já recebem visitas de pessoas de todo o país que se deslocam propositadamente ao espaço para comprar os Cartuchinhos e os Pastéis de Nata. “Recebemos encomendas e visitas de pessoas de todo o país. Há emigrantes que, quando vão embora, levam sempre cartuchinhos e os pastéis de nata. A equipa e o respeito pela tradição são o pilar de todo o sucesso. Com a intenção de levarem os cartuchinhos mais além, a Pastelaria Império está presente, sempre que possível, em feiras de gastronomia nacionais e marcaram presença numa feira internacional, em Paris. Já foram premiados várias vezes com o galardão para o melhor doce conventual. Em 2017 e 2018 ganharam a medalha de bronze e este ano ganharam a medalha de prata. “Em 2020 esperamos ganhar a medalha de ouro”! Remata Carla, de forma divertida.

Rua dos Pinheiros - Cernache Do Bomjardim, Castelo Branco | Telefone: 274 809 162 | Email: gapoeoliveira@gmail.com |

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PastelariaImperio


COOPERATIVA AGRÍCOLA DE ERVEDAL E FIGUEIRA E BARROS

HÁ 50 ANOS AO LADO DOS SEUS ASSOCIADOS Fundada em 1969, a Cooperativa Agrícola de Ervedal e Figueira e Barros, regista anualmente um volume de negócios que ultrapassa os três milhões de euros. Francisco Pinheiro assume a presidência desta entidade, com 250 associados, há cerca de uma década e é com um enorme orgulho que afirma que “todo o azeite que sai desta casa é certificado por laboratórios reconhecidos pelo COI”.

A

Cooperativa Agrícola de Ervedal e Figueira e Barros celebrou em março deste ano o seu 50.º aniversário. Uma instituição com uma história que vale a pena conhecer! Esta casa foi fundada em 1969. De seguida, procedeu-se à construção deste edifício, onde instalamos um lagar de azeite tradicional, com doze prensas de azeite. A nossa azeitona era totalmente da variedade galega, que é a azeitona típica tradicional da nossa região, sendo que ainda hoje é dessa variedade que fabricamos o azeite que vendemos diretamente ao público. Nos últimos anos, temos vindo a aumentar a quantidade de azeitona recebida e prevemos, na presente campanha, conseguir entre cinco a seis milhões de quilos, dos quais produzimos, sensivelmente, um milhão de quilos de azeite. Cerca de 60 a 70 por cento desse azeite tem como destino a exportação.

Francisco Pinheiro e Arnaldo Piçarra, presidente e vogal

Atualmente, a vossa área de ação já abrange os distritos de Portalegre e Évora. O que motivou este crescimento geográfico? Há cerca de dez anos passamos a nossa área de ação para o concelho de

Avis e concelhos limítrofes. Neste contexto, criámos uma Organização de Produtores de azeite, dentro da própria cooperativa. Com a criação dessa Organização de Produtores vimo-nos obrigados a alargar a nossa ação ao distrito de Portalegre e de Évora. Não temos pretensões de ter produtores de muito longe, mas para colmatar uma necessidade legal de muitos dos nossos possíveis associados, que era de terem benefícios e interesses acrescidos quando fazem candidaturas, sentimos essa necessidade. Atualmente, quais os azeites que a Cooperativa Agrícola de Ervedal e Figueira e Barros produz e comercializa? Atualmente, temos duas marcas de azeite. Uma para vender azeites certificados e outra para vender azeites não certificados. Uma delas é a ‘Azeites S. Barnabé’, azeite virgem e virgem extra, que tem uma grande procura no mercado, e cujas embalagens levam o selo de certificação, uma garantia de qualidade. Para além disso, possuímos a marca ‘Olivais de Ervedal’, que vende azeite virgem extra e virgem, mas que não ostenta o selo de certificação, e que diferencia os dois produtos. Na Cooperativa Agrícola de Ervedal e Figueira e Barros vendemos o azeite de três formas: a granel, para revenda e diretamente ao consumidor. A revenda é feita sobretudo para o pequeno comércio local e a nossa perspetiva é que, cada vez mais, consigamos vender diretamente ao público o produto embalado. Temos já desenvolvidas parcerias em alguns países como França, Luxemburgo, Suíça e China, que nos têm permitido exportar os nossos produtos. O nosso próximo objetivo é entrar nos Estados Unidos. O que podemos esperar da Cooperativa Agrícola de Ervedal e Figueira e Barros para o futuro? Vamos avançar com um novo projeto que é a construção de um pavilhão, vamos adquirir mais uma bateria de depósitos, uma linha automática de enchimento e vamos criar uma loja, à parte, onde vamos fazer a comercialização do produto embalado. A nossa aposta tem sido sempre no crescimento moderado, quer no número de sócios, quer em termos de quantidade de azeitona recolhida e de transformação. Sustentando e acautelando os interesses financeiros da Cooperativa e é assim que pretendemos continuar. Ferragial dos Enxertos / EN 284 7480-284 Ervedal Avis - Portalegre Email: coop.ervedal@mail.telepac.pt Telefone: 242 460 000

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MUNICÍPIO DA SERTÃ

A SERTÃ E O FESTIVAL DE GASTRONOMIA DO MARANHO José Farinha Nunes, presidente

O Município da Sertã vai encher-se de festa entre os dias 18 e 21 de julho de 2019 com o Festival de Gastronomia do Maranho. José Farinha Nunes, presidente da Câmara Municipal da Sertã, esteve à conversa com a Revista Business Portugal e desvenda como serão estes dias de animação no concelho.

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om a chegada do mês de julho, a Sertã vê chegar uma das festas mais aguardadas por todos. Já com nove edições, o Festival de Gastronomia do Maranho, que decorre entre os dias 18 e 21 de julho, vai encher a Alameda da Carvalha de vida, com a festa que atrai turistas de todo o país. José Farinha Nunes, presidente da Câmara Municipal da Sertã, afirma que “de ano para ano, esta festa tem cada vez mais sucesso. Estamos a atingir os 30 mil visitantes e, por isso, temos de continuar a apostar neste festival e em melhorá-lo de ano para ano”. O Festival da Gastronomia do Maranho está organizado de forma a que todas as freguesias se deem a conhecer, através das suas Juntas de Freguesia, com apresentações inovadoras e com os produtos típicos de cada uma. “No fundo, o festival é uma das marcas do concelho, acaba por ser uma montra do que nós, enquanto comunidade, temos para oferecer”, remata José Farinha Nunes. A visita da RTP à Sertã e ao Festival que decorre nesse fim de semana, para o presidente da Câmara Municipal, “é uma mais-valia no sentido da divulgação

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de todos os produtos regionais e do próprio concelho, tal como todas as atividades que existem ao longo dos dias de festa, como a aula de zumba, a Corrida do Maranho e a Rota do Maranho, atividades radicais, o showcooking com Tia Cátia, a Quinta da Alegria, o “Espaço Selfie” e os espetáculos de Rancho”. José Farinha Nunes refere que o Festival é muito importante “enquanto polo dinamizador não só da gastronomia, mas também as potencialidades turísticas do concelho da Sertã”.

A Sertã “A Sertã tem muito para oferecer e tem muitas mais-valias”, são estas as palavras de José Farinha Nunes, presidente da Câmara Municipal, em relação ao concelho. “Desde a área das energias eólica, solar e da bioenergia até ao turismo, a Sertã tem vindo a expandir-se e a tornar-se um ponto de visita muito importante no país”. O Presidente da Câmara Municipal afirma que, ao longo dos anos, o concelho tem recebido cada vez mais turistas que não estão só de passagem. “Antes tínhamos visitantes, agora temos turistas. O habitual, antigamente, era virem e irem embora no mesmo dia, atualmente, vêm e ficam uma ou duas noites. Isto significa que, se ficam, é porque a Sertã tem algo para oferecer. Temos apostado muito no turismo e no ambiente, não pode haver turismo se houver poluição, por isso temos investido muito nessas duas áreas”, refere. O concelho tem muitos pontos turísticos que podem ser visitados como as barragens, os caminhos pedestres, a cascata do Cabril, miradouros com vistas de cortar a respiração que são, em conjunto com a gastronomia – com destaque para o Maranho e o Bucho - e com todas as estâncias hoteleiras, pontos atrativos para todos aqueles que queiram visitar a Sertã. Para o futuro, José Farinha Nunes, afirma que continuar a desenvolver o concelho, como se tem feito até agora, é o caminho. Trabalhar mais nas áreas florestais, tentar aumentar o espaço para o Festival de Gastronomia do Maranho e estar presente para todos os habitantes são alguns dos pontos que o presidente da Câmara Municipal da Sertã referiu. “Trabalhar para melhorar o concelho é sempre o nosso caminho. Gostamos de receber todos aqueles que nos queiram visitar e o Festival de Gastronomia do Maranho é uma boa razão para abrir portas para os de fora e nos darmos a conhecer com tudo o que a Sertã tem para oferecer”, termina José Farinha Nunes.

“No fundo, o festival é uma das marcas do concelho, acaba por ser uma montra do que nós, enquanto comunidade, temos para oferecer”, remata José Farinha Nunes


JANSSEN PORTUGAL

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CAIXA AGRÍCOLA DE MORAVIS

CAIXA AGRÍCOLA DE MORAVIS: UM BANCO MUITO PRÓXIMO DOS CLIENTES A Caixa Agrícola de Moravis tem uma equipa de 26 pessoas com uma Administração que está a cargo de António da Luz Mariquito, presidente e Antonio Carvalho, vogal. Em conversa com a Revista Business Portugal explicaram a realidade deste dois concelhos alentejanos e de que forma combatem os desafios que têm vindo a surgir no dia a dia da Instituição.

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o contexto geográfico em que estão inseridos, quais são as diferenças entre a Caixa Agrícola de Moravis e os vossos congéneres? A Caixa Agrícola de Moravis opera nos concelhos de Mora e Avis e, embora seja um banco universal, isto é, que pratica todas as operações bancárias, caracteriza-se essencialmente pela proximidade que mantém com os

António Carvalho e António da Luz Mariquito, vogal e presidente do Conselho de Administração

seus associados e clientes prestando um verdadeiro serviço público às comunidades locais. Estando num meio mais pequeno, a Caixa Agrícola tem uma maior adesão, um maior número de clientes do que os restantes bancos? A Caixa reparte os serviços por Mora e Avis, onde tem agências de maior dimensão. No concelho de Mora concorre com a Caixa Geral de Depósitos, mas detém uma quota de mercado de crédito de cerca de 54 por cento e de depósitos de 36 por cento. No concelho de Avis concorre com a Caixa Geral de Depósitos e o Santander Totta com quotas de crédito de 36 por cento e de depósitos de 34 por cento. É a única instituição de Crédito presente em Benavila, Cabeção e Pavia. Tem ainda instalado, em várias freguesias, postos de Multibanco, fora do ambiente bancário, para apoio às povoações. A Caixa Agrícola tem cerca de dez por cento da sua carteira de crédito assente na economia social da região, em todas as Misericórdias existentes, IPSS’s e um relacionamento profícuo e cordial com as Câmaras Municipais de Mora e Avis, louvando, por isso, o empenho das edilidades. De momento, como é que se encontra a região a nível económico e industrial? De que forma contribuem para essa realidade? A região, ao nível económico e industrial, não foge à infeliz realidade da desertificação do interior. A Caixa Agrícola já contribuiu para a instalação de várias empresas nos polos industriais dos dois concelhos, nomeadamente multinacionais, e tem um rol extenso de protocolos com várias entidades para contrariar esta, cada vez mais, triste realidade. Quais são os planos para o futuro? Que projetos existem que ainda estão por concretizar? A Caixa Agrícola é o melhor banco da região e como mais difícil do que atingir o sucesso é consolidá-lo, mantê-lo é o nosso projeto. Quanto a planos para o futuro, é preparar a Caixa no âmbito de um projeto para o Crédito Agrícola Nacional, adequando toda a sua estrutura operacional à nova realidade da banca digital sem perder as características de banco cooperativo que a distinguem.

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SANDRA RODRIGUES SALGADOS

OS SALGADOS DE SUCESSO “Sandra dos Salgados” é assim que Sandra Rodrigues é conhecida por todos na região da Sertã. A aventura por o mundo dos salgados começou em 2002, mas o gosto pelo trabalho e pela cozinha surgiu muito antes de Sandra se aventurar pelo seu próprio negócio. Sandra Rodrigues e equipa

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oi aos 15 anos que o percurso de Sandra Rodrigues pelo mundo da hotelaria se iniciou. Por imposição da avó, Sandra teve de deixar a escola e começar a trabalhar para ajudar a sustentar a família. Por intermédio da familiar, teve o seu primeiro emprego no Restaurante Santo Amaro, local ganhou o gosto pelo mundo da cozinha e, mais especificamente, pelo mundo dos salgados. Mais tarde, mudou-se para o “Leitaria” que viria a ser o ponto de viragem na vida de Sandra. Em 2002, decidiu realizar um dos grandes sonhos da sua vida: abrir o seu próprio negócio. Aos 20 anos, despediu-se e começou a confecionar doces e salgados em casa para vender para fora. “Chegou a uma altura que decidi criar o meu próprio negócio e, então, comecei por fazer tudo em casa, mas rapidamente percebi que precisava de um espaço maior”, explica Sandra, “A minha sogra tinha um espaço onde dava para fazer uma cozinha e, por isso, transformei-o para conseguir trabalhar”. Ao fim de um ano, Sandra Rodrigues já confecionava os seus salgados para várias escolas. Esse espaço, mais tarde, acabou por se tornar insu-

ficiente e, por isso, em 2010, Sandra Rodrigues transformou a parte de baixo da sua casa num espaço onde, hoje, confeciona todos os seus pedidos. “Com o passar do tempo, o negócio foi crescendo e vimos necessidade de aumentar o espaço onde eu trabalhava. Optámos por transformar a parte de baixo de casa, com todas as licenças necessárias e, hoje, temos ultracongelados. Antes, eu fazia e vendia na hora. Era tudo fresco. Hoje em dia, já temos essa alternativa”. Com uma equipa de três pessoas a trabalhar consigo, de momento, produz empadas (o produto com mais venda), pastéis de carne (de vaca e porco), pastéis de queijo e fiambre, croquetes, pastéis de bacalhau, chamuças. Tem também panados e bifanas. Quando questionada sobre a razão do seu sucesso, Sandra refere que, ao longo do tempo, vai tentando melhorar as suas receitas, dar o seu toque pessoal, e trabalhar o seu produto de forma artesanal. Hoje, já vende a nível nacional, mas com mais incidência na zona centro. Conta com um website onde todos os seus clientes podem fazer as encomendas. As suas empadas de frango, já foram premiadas várias vezes: medalha de outro em 2017 e em 2019 e medalha de bronze em 2018 pelo Concurso Nacional de Pastéis e Empadas Tradicionais Portuguesas. Recebeu, em 2017, o prémio de Great Teast e a proprietária já recebeu um reconhecimento por parte da Câmara Municipal da Sertã. Para além de vender para particulares,

Sandra também fornece escolas, juntas de freguesia em alturas de festas e algumas lojas locais. Marca presença, sempre que pode, em algumas feiras como a FILFeira da Indústria de Lisboa, embora a logística nem sempre seja a mais fácil. Quando questionada sobre o futuro, Sandra Rodrigues diz que gostava de aumentar o seu espaço de trabalho, porque aquele que tem já se torna pequeno para a quantidade de encomendas que tem recebido. Comenta, também, que gostava de “no futuro, vender mais para a Lisboa, até porque tenho muitos pedidos. Já investi num carro de congelados, uma vez que vou a Castelo Branco e Proença todas as semanas”. Sandra Rodrigues “não se vê a fazer mais nada”. Com um dos seus maiores sonhos concretizados, só quer que o seu negócio continue da forma como tem progredido até aos dias de hoje. Feliz com o que conquistou, quis ainda deixar claro que “sem o apoio do meu marido o do meu filho não tinha conseguido, eles são o meu pilar”.

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EPDRAC

Conceição Matos, diretora

EPDRAC: UMA ESCOLA DIFERENTE A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão tem um método de ensino diferenciador. Com o fim de um ano letivo e a preparação do próximo, a Direção aposta em novos cursos e na melhoria dos que já existem.

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om 30 anos de existência, a EPDRAC já foi uma escola privada passando, mais tarde, para escola pública. Inserida num espaço público onde coabitam várias instituições, esta escola aposta na área agrícola e da equitação e conta com uma oferta formativa cada vez mais diversificada para o 3º ciclo do ensino básico e para o ensino secundário. A Professora Conceição Matos, diretora da EPDRAC, explica que, no ano letivo de 2019/2020, a escola terá um curso novo – Técnico de Turismo Ambiental e Rural – que se vem juntar aos cursos existentes: Técnico de Gestão Equina, Técnico de Produção Agropecuária, Técnico de Turismo Equestre, no ensino Secundário; Tratador e Desbastador de Equinos e Operador Agrícola – Horticultura/ Fruticultura, no 3º ciclo. Enquanto escola profissional, a direção acredita que fazer diferente é o caminho certo para o sucesso dos alunos que dela fazem parte. Conceição Matos revela o método de ensino que é aplicado na EPDRAC. “Os alunos têm muitas aulas práticas, para além do contexto formativo em ambiente de sala de aula, têm a parte prática nas propriedades dos nossos parceiros, o que nos diferencia das outras escolas. Nós somos um laboratório vivo, ou seja, não estamos a produzir exclusivamente para nós, estamos a ajudar a produzir para os outros”. 58 | Revista Business Portugal julho 2019

Com vários protocolos estabelecidos, a EPDRAC tem uma taxa de sucesso muito elevada no que toca à empregabilidade dos seus alunos. “Os nossos alunos, quando estão em contexto prático de ensino, não se limitam a ver; eles fazem. Isso acaba por ser uma mais-valia, porque os alunos estão preparados para todas as adversidades e saem daqui bem preparados para o mundo do trabalho”, afirma a diretora Conceição Matos. Para além de tudo isto, a professora Conceição Matos fala sobre a aposta, por parte da escola, nos cursos do ensino do 3º ciclo - CEF. “Nós apostamos nos cursos do 3º ciclo para que, aqueles alunos que não gostam da escola e têm mais dificuldade em conseguir encontrar o caminho certo, possam encontrar, na EPDRAC, uma saída de que gostem e na qual sejam bem-sucedidos. Nós trabalhamos na inclusão dos alunos e motivamo-los a serem melhores, através de alguns métodos de ensino que nos posicionam na linha da frente das escolas”, esclarece a interlocutora. A EPDRAC é pioneira no que toca ao método de ensino que aplica aos seus alunos. Os professores são um dos pontos mais importantes para que os resultados sejam tão positivos. Conceição Matos explica que a equipa pedagógica é preparada para a forma como se deve ensinar na escola. “Os nossos professores, quando aqui chegam, percebem que o nosso espírito é diferente. Nós avaliamos os alunos de forma distinta, no sentido em que, por exemplo, não fazemos só testes de avaliação, mas apostamos mais na parte prática. Tentamos perceber o que resulta melhor com cada um dos alunos e é dessa forma que conseguimos chegar até eles”. Conceição Matos declara que todos os anos são feitas melhorias e todos aqueles que fazem parte da escola se orgulham de fazer parte de um projeto educativo que é tão diferenciador numa altura em que a educação está em destaque no país.


TALHO CARNES SIMÕES LDA.

MAIS DO QUE UM TALHO, UM EMPREENDEDORISMO DE SUCESSO António Simões, gerente do talho Carnes Simões Lda. e a sua esposa, Maria Salomé, que faz um bucho invejável, tomaram conta do negócio que começou a sua história na Sertã, em 1980. Donos de um serviço de excelência, criam os próprios bovinos, selecionam em vida os ovinos, caprinos, cabritos e suínos que comercializam e entregam todo o tipo de carnes, incluindo o cabrito estonado para restaurantes, comércio e particulares. A Revista Business Portugal esteve com António Simões, que lidera um talho galardoado com os prémios PME Líder e PME Excelência de 2018.

maranho e bucho, que são hoje os seus produtos de referência: “temos subido as vendas e os festivais do maranho também as impulsionaram”. Hoje, apesar de terem as lojas concertadas na Sertã e Oleiros, fazem distribuição para toda a região centro e Lisboa. “Para os outros pontos do país enviamos por transportadora”.

Donos de um maranho e de um bucho de referência

Equipa Talho Carnes Simões

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oje, o talho Carnes Simões conta com uma equipa de cerca de 20 colaboradores, distribuídos pelas três lojas que possuem, mais cerca de 28 no matadouro Mactril Lda. que se encontrava fechado. No palmarés, acumulam prémios que enchem de orgulho toda a equipa: no ano passado foram distinguidos, pela primeira vez, como PME Líder e Excelência, receberam ainda uma estrela no bucho e duas estrelas no maranho na Great Taste. Este ano, já receberam medalhas de ouro para esses mesmos produtos no Concurso Nacional de Ensacados Tradicionais Portugueses. Mas até aqui a caminhada não foi fácil. António Simões refere que “os colaboradores também se têm sacrificado. Diariamente, lutam pela empresa e isso tem sido uma mais-valia para a Carnes Simões”. O talho foi legado dos seus pais, que começaram com a primeira loja no Mercado Municipal. Quando António regressou de Moçambique ficou, juntamente com a sua esposa, com o talho e, em meados de 1987, remodelou-o, tendo adquirido uma nova loja em 2001. Ao longo dos anos foi sempre objetivo progredir, sendo que conseguiram fazer salas de desmancha e fabrico, concentrando assim todas as atividades. Com o evoluir do negócio, passaram a fazer o

Muito humildemente, António diz não haver muita diferença entre o seu maranho e bucho com os da concorrência, embora hajam algumas diferenças. A grande distinção do seu maranho, defende, é o cuidado na escolha da matéria-prima: “temos lutado para que seja de qualidade”. O maranho teve a sua origem durante as Invasões Francesas e hoje é uma grande referência na gastronomia regional. Como ingredientes, tem carne de ovino ou caprino, presunto, chouriço, arroz, hortelã, vinho, azeite, sal e especiarias e pode ser servido como entrada ou prato principal: “antigamente, o maranho era um luxo, mas hoje é um produto recorrente. Já temos o maranho para venda em cru ou já cozido, que é só aquecer”. Já o bucho, outro produto muito procurado na região, é feito com carne de porco, galinha, carne de novilho, presunto, chouriço, arroz, laranja, pão, ovo, salsa, sal e especiarias. Teve início no século XX, onde era confecionado quando os habitantes se dedicavam à faina agrícola e caracteriza-se por ter um sabor mais suave que o maranho. António Simões tem dado continuidade a um negócio de sucesso e a produtos de renome, mas do futuro não espera facilidades, até porque considera haver alguns fatores que dificultam a competitividade no interior do país. No entanto, luta sempre para se manter forte no mercado. Para promover o talho, costuma marcar presença em algumas feiras e inventos e participa em concursos nacionais: “lutamos para ter bons resultados”. Este ano, o Carnes Simões vai estar presente no Festival de Gastronomia do Maranho, que irá decorrer entre 18 e 21 de julho, tal como já o faz desde a primeira edição.

www.carnessimoes.pt julho 2019 Revista Business Portugal | 59


ILUMISILVA

“MAIS LUZ E SOM PARA A SUA FESTA” ‘Três gerações e uma reviravolta’, poderia ser esta a descrição da Ilumisilva, uma empresa familiar, sediada na Sertã, com mais de 40 anos de experiência, que se dedica ao setor da iluminação festiva. Nuno Silva, atual gerente e neto do fundador, esteve à conversa com a Revista Business Portugal para desvendar a história, os produtos, os serviços e as ambições que envolvem o futuro da empresa.

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007 fica marcado pela chegada do atual gerente assim como pela modernização da empresa. “O principal objetivo era conseguirmos estar sempre atualizados e termos ao dispor dos nossos clientes os melhores produtos e serviços do mercado, revolucionando a ideia que existe da iluminação festiva. Nós pesquisamos e procuramos os melhores produtos a nível mundial e os nossos clientes sabem que na nossa empresa conseguem a resposta às suas necessidades”, explica. Segundo Nuno Silva, é na regeneração da empresa e no olhar atento sobre a sociedade, que se consegue dar a volta por cima em situações mais delicadas. Em época de crise, esse foi o segredo para se manterem no mercado e continuarem a conquistar as festas e romarias do país. O 3D foi um grande aliado e foi, certamente, uma aposta ganha. “Neste tipo de negócio temos de saber cativar o público e envolvê-lo com o nosso produto. Ter iluminação em 3D é permitir ao nosso cliente entrar na estrutura e fazer parte da iluminação”, conta. “Profissionalismo, qualidade e preço interessante”, é o que a empresa promete aos seus clientes. Autarquias e comissões de festas ocupam grande parte da carteira de clientes que tem vindo a acompanhar a empresa ao longo da sua existência. As festas de natal são o principal core business e aposta da Ilumisilva, mas não descuram a presença em festas populares e outros eventos. Instalados no coração de Portugal trabalham especialmente a região centro do país e garantem que a localização é uma mais-valia. “Apesar de estarmos localizados no interior, estamos perto de tudo e facilmente

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agilizamos os processos de forma a não falhar com os nossos clientes”, conta. Orgulhosamente, explica ainda que conseguem manter “oito postos de trabalho durante o ano todo. Temos vindo a crescer e tem sido um crescimento mais responsável, devido à existência de mais materiais do que pessoas”. A contratação é uma dificuldade assumida, mas é também uma dificuldade colmatada com uma excelente logística e organização. “Somos uma referência e queremos continuar a ser”, afirma. Alcançar o estatuto de PME Líder é um dos objetivos que falta cumprir assim como mostrar que a “Sertã não vive só do Maranho” e que existe uma evolução no tecido empresarial que torna a Sertã numa referência. Em jeito de despedida, Nuno Silva faz um balanço positivo da sua empresa e promete “continuar a trabalhar mais e melhor”. A quarta geração já está presente no negócio, garantindo assim um futuro próspero para a empresa.


CASA FERNANDES

PÔR AMOR E PAIXÃO NO QUE SE FAZ A Revista Business Portugal esteve à conversa com João Marques, formado em Educação Física e, por acaso do destino, hoje gerente da Casa Fernandes. João é um jovem apaixonado pelo que faz e põe uma boa dose de amor no trabalho que desenvolve no negócio, que já vai para a quarta geração da família. João Marques, gerente

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oi pela mão de Augusto Fernandes que surge a empresa, nos anos 30. A Casa Fernandes começou por ser uma casa agrícola, detentora de duas fábricas de resina, tendo sido uma das maiores empregadoras do concelho de Oleiros e uma grande dinamizadora da agriculta. Nos anos 80/ 90, e já sob a direção de Alfredo Fernandes, genro de Augusto Fernandes, a empresa perde o fulgor, devido aos incêndios que ocorreram na altura e à concorrência chinesa que surgiu no mercado, e fecha a fábrica de resina. Já mais tarde, a história da Casa Fernandes vê continuidade com o sogro de João Marques, tendo hoje na base do negócio três polos: olivicultura, imobiliário e floresta, havendo, segundo João, “uma grande aposta no azeite, que acreditamos que nos vai diferenciar daquilo que há no mercado”.

“O nosso azeite é puro” A Casa Fernandes tem um lagar próprio, onde aposta na produção pelo método tradicional: “temos um mestre lagareiro que faz a decantação do azeite, que vai posteriormente para as cubas de inox, sendo depois analisado, enchido e comercializado. Acreditamos que a azeitona deve ser apanhada no seu estado de maturidade máxima. Isso, aliado ao facto de manter o decanto tradicional, faz com que o sabor do azeite se mantenha, diferenciando-o daqueles que existem no mercado”. Todas as azeitonas usadas são de oliveira galega, que se dá muito bem com o clima da região, criando todas as condições para que o azeite produzido seja reconhecido e até premiado, como já é em alguns casos, pelo mundo fora. Tem havido uma grande aposta e dedicação no negócio, que se tem traduzido

num crescimento de 30 por cento. Neste momento, o azeite da Casa Fernandes está presente em muitas lojas tradicionais em Lisboa e outras regiões, em restaurantes e grandes grupos hoteleiros, como o Grupo IMB, na Covilhã, a Casa das Enguias, Manteigaria Silva, Hotel no Convento da Sertã ou o Villa Itália, em Cascais, nomeadamente com o Chefe Luís Sousa, considerado um dos melhores jovens chefes de cozinha. João Marques não esconde o orgulho que sente em ver o crescimento da empresa: “fico muito contente com isto, porque chegamos aos grandes centros urbanos e apresentamos um produto do interior, com grande qualidade”. O objetivo da Casa Fernandes é crescer ainda mais, aumentando a produção e levando o bom nome da marca para os quatro cantos do mundo: “queremos mostrar aquilo que temos, não só em Portugal, mas também lá fora. Daqui a três/quatro anos, queremos internacionalizar”. Após os incêndios de 2017, que também afetaram a Casa Fernandes, já foram plantados cerca de 15 hectares na quinta Delvira e mais 15 hectares espalhados por outros sítios, sendo objetivo passar de 100 toneladas de azeitona para cerca de 350. Apesar dos percalços que foram aparecendo, o balanço até aqui e perspetivas de futuro são positivos: “ganhei uma enorme paixão por esta casa e pela história e tradição familiar. Queremos corresponder às necessidades do mercado e, se nos derem a possibilidade de continuar a crescer e a confiança que nos têm dado até agora, isso irá acontecer”.

Alfredo: um azeite especial Apesar do azeite mais comercializado ser o D’elvira Azeites, um azeite virgem com 0,5 de acidez, a joia da coroa é o Alfredo: uma edição especial, em homenagem a um dos impulsionadores desta casa, Alfredo Fernandes. Caracteriza-se por ser fresco, suave, doce e proveniente de uma azeitona bastante madura que, tal como o vinho, estagiou cerca de um mês numa barrica de inox, sem que ninguém lhe tocasse. A garrafa e caixa têm um design especial, desenvolvido por Susana Lopes, da Com Alma – Criative Studio, sendo que a caixa chegou mesmo a ganhar um prémio nacional. Email: casafernandesoleiros@gmail.com | Facebook: Casa Fernandes

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PNEURIB

HÁ 22 ANOS A COMERCIALIZAR PNEUS

do, como Leasplan, Delta, Arval, INEM, Saint-Gobain Zurich, Atlhon e a um leque de clientes considerável, principalmente na revisão oficial. Também como benefício desta adesão, passaram a possibilitar aos seus clientes a obtenção de serviços OK24H e a venda de master garantias que é uma proteção contra danos durante a vida útil do pneu, podendo acrescentar a assistência em estrada em toda a Europa. A empresa investe ainda na certificação e, desde 2014, que é reconhecida como Centro de Qualidade pela Michelin, distinção que detém até 2020: “até lá não precisamos de auditoria, porque neste momento ultrapassamos os valores requisitados”.

“Temos preço e qualidade” Também por consequência de fazerem parte da Euromaster, o grau de exigência aumentou, pelo que há um grande cuidado com a qualidade, limpeza e organização. A qualidade é uma certeza na Pneurib, no entanto, também garantem preços bastante competitivos: “temos excelentes preços! Estamos a falar de diferenças que chegam aos 50 por cento em revisões em comparação se for à marca”. Equipa Pneurib

Carlos Ribeiro, Gerente da Pneurib, juntamente com a sua filha e administrativa, Stéphanie Ribeiro, deram-nos a conhecer a empresa que teve início em 1997, na Sertã. Carlos comprou um armazém que se encontrava em dificuldades, onde investiu 250 mil euros, há 22 anos, e com muitas dificuldades, por ser um investimento elevado, hoje é dono de uma das maiores empresas na área distrital.

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esde os 13 anos que Carlos Ribeiro está ligado ao setor dos pneus e, com o passar dos anos, foi criando o desejo de ter o seu próprio negócio. Foi então que, depois de voltar da Suíça, onde esteve durante cinco anos, comprou uma empresa com dificuldades e começou o projeto da Pneurib. No início, a equipa era composta por apenas três colaboradores, a sua esposa e primo, sendo que hoje já conta com uma equipa de sete colaboradores, da qual faz parte a sua filha. Quando começaram, apenas trabalhavam a nível de pneus, no entanto, agora têm duas oficinas, uma de pneus e outra de mecânica, com um investimento de 600 mil euros, tendo adaptado o serviço prestado e afirmando-se como especialistas em manutenção automóvel. Com uma panóplia de serviços, fazem praticamente todo o ramo automóvel, desde a revisão oficial, montagem, equilíbrio de rodas, alinhamento, mecânica rápida, revisões oficiais, entre outros. Mas é no alinhamento de direção que se destacam: “no alinhamento somos considerados os melhores a nível distrital e eu posso garantir que somos mesmo os melhores”, refere Carlos Ribeiro. Há cerca de sete anos, entraram na Rede Euromaster, passando a ter acesso a parcerias de renome no merca62 | Revista Business Portugal julho 2019

“Quando se serve bem, o cliente vem” Por se preocuparem em servir bem o cliente, também investem na formação dos seus colaboradores. Carlos considera-se mesmo um professor na área dos pneus e, para além de transmitir conhecimento à sua equipa, transmite também à próxima geração da sua família: Stéphanie já tem sete anos de casa, tendo-se formado em Administração e Gestão de Empresas de Pneus na sede da Michelin, em Espanha. Foram nove meses de formação intensiva, de um curso que não está acessível para qualquer pessoa: a Michelin, com a sua exigência conhecida, apenas forma 10 pessoas por ano. Apesar de todas as exigências do mercado, a Pneurib tem cumprido com todos os requisitos e isso reflete-se no sucesso da empresa, tendo registado um crescimento entre os 10 e 20 por cento a cada ano. Facto que também contribui para tal é a disponibilidade total para o cliente: “eu atendo sempre o telefone a toda a gente, 24 horas por dia. Estou sempre disponível, sem perguntas” e assim, quando o cliente precisa de resolver um problema, sabe a quem deve recorrer… à Pneurib!

Zona Industrial, lote 4 - Sertã Tlm.: 965 238 205 | Email: pneurib@live.com.pt

Facebook: pneurib67 | www.euromaster.pt


CLÍNICA DENTÁRIA DA SERTÃ

JÁ FOI AO DENTISTA ESTE ANO? João Marques, médico dentista

Já estamos em julho e é hora de perguntar: Já foi ao médico dentista este ano? A Revista Business Portugal esteve reunida com o médico dentista João Marques, fundador da Clínica Dentária da Sertã, a nossa anfitriã nesta consulta.

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omeçando por apresentar a clínica, João Marques começa por explicar um pouco do seu percurso. Nascido em Pedrógão Grande, parte para o Monte da Caparica para estudar Medicina Dentária na Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. . Após algumas experiências na capital em ambiente de estágio volta à sua região de origem para se aventurar pelo mundo profissional. Abril de 2014 marca o início do projeto do qual se orgulha: Clínica Dentária da Sertã. O espaço clínico que pertencia a outros gerentes, sofre remodelações e, tal como o seu proprietário, começa um novo desafio. O crescimento fez-se sentir e, com apenas cinco anos de percurso orgulha-se de ter um corpo clínico da sua inteira confiança. “Para mim é importante ter um corpo clínico em que cada um se foque na sua área de interesse e que, com experiência, cada um deles seja especializado numa vertente”, explica. São sete os médicos que fazem parte da equipa, apoiados por dois assistentes. Medicina dentária generalista, prótese dentária ortodontia, endodontia e implantologia são algumas das especialidades que os clientes podem encontrar na clínica. “Somos a única clínica da Sertã que oferece o serviço de colocação de implantes e próteses fixas no próprio dia da consulta”, explica. A pensar nos clientes, está previsto para o fim do ano a abertura de um novo espaço que virá possibilitar o atendimento mais eficaz de todos os clientes. “Será do outro lado da rua que abriremos um novo espaço onde vamos conseguir ter o triplo dos gabinetes médicos, permitindo diminuir a nossa lista de espera e possibili-

tar a melhoria da capacidade de resposta ao aumento do número de pacientes que se tem notado de ano para ano”, afirma. Preços acessíveis e qualidade comprovada são os pilares da clínica que já se tornou uma referência. Numa análise sobre a saúde oral em Portugal, João Marques revela que existe hoje, por parte dos jovens, uma preocupação mais evidente em preservar a saúde oral. Porém, os mais idosos continuam a descurar em demasia a higiene oral e as idas ao médico dentista. O entrevistado explica ainda que, se por um lado existe mais consciência sobre a higiene oral e sobre a importância das idas ao médico dentista, ainda não há uma noção clara do que pode causar o descuido e o não cumprimento dessas mesmas recomendações. “A sociedade ainda não associa a saúde oral a uma saúde geral que envolve todo o nosso corpo. A nossa boca faz parte do nosso corpo e exige que não haja descuido no seu tratamento, comparativamente às outras áreas da Medicina, pois as doenças orais estão directamente ligadas a outras, nomeadamente com maior incidência nas doenças cardíacas”, explica. Alarmante, mas verdadeiro. Cancro é uma das palavras que menos gostamos de ouvir, mas que não podem deixar de ser proferidas. “Cancro oral existe e vir ao médico dentista ajuda a prevenir alguns casos através de uma atuaçao rápida e eficaz. É uma doença silenciosa que se torna mais preocupante do que se espera e inclusive já tivemos casos aqui na clínica que tivemos de encaminhar para o IPO. É urgente que se fale sobre estes temas e que se informe a população sobre o assunto”, remata. Nunca é demais lembrar as regras básicas para uma boa saúde oral: escovagem dentária pelo menos duas vezes por dia, acompanhada pelo uso de fio dentário e visitas regulares ao médico dentista (pelo menos uma vez por ano). E você, já foi ao médico dentista este ano? Rua 25 de Abril 6100, 6100-760 Sertã | Tlf.: 274 608 289

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DESTAQUES 64 IMPULSE - CLÍNICA DE TERAPIAS Um impulso na Ortoprotesia e terapias complementares 65 CR20 - PRODUÇÃO DE EVENTOS Produção de eventos com assinatura 68 UNIQUE - BY EMOTIONS Espaços únicos para visitar, pelo menos uma vez 70 LUÍS NEGÓCIO, LDA. “A personalização e a proximidade são as nossas marcas” 74 MOURAPLÁS 20 anos de adaptação e inovação no mercado 78 MEUMAR Manutenção da proa à popa 80 MERCADOS DO OLHÃO A imagem da alma olhanense 84 CRIAR VALOR Compromisso: interação e comunicação permanente e concreta com os clientes

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ALGARVE Falar do Algarve é falar imediatamente do bom clima que paira na região. Sol, praia, bom tempo e turistas são elementos essenciais para descrever o Algarve. Apesar de ser um lugar extremamente cobiçado pelas suas praias, a parte turística, cultural e histórica são elementos a destacar. Golfe, cycling & walking são algumas das atividades que poderá desfrutar. A procura pela excelente gastronomia é cada vez maior, uma vez que se encontra ligada ao peixe, às cataplanas de marisco, bem como o arroz de lingueirão ou de polvo tão bem confecionados naquelas terras. Para acompanhar a comida, nada melhor do que um bom vinho algarvio que tem merecido cada vez mais reconhecimento por parte dos portugueses e estrangeiros, assim como aguardente de medronho. A Revista Business Portugal foi à procura de exemplos que se destacam no Algarve. Constatou que existe uma panóplia de atividades económicas - que nasceram a sul e é ali que têm o seu mercado - nunca esquecendo que diariamente dão o seu contributo para dinamizar a região. Por outro lado, existem empresas que vão além fronteiras, cujo o mercado nacional e internacional faz parte da realidade diária. Voltamos, nesta edição, a apresentar-lhe diversas entidades empresariais que têm um papel primordial para o Algarve. Venha conhecê-las connosco!



IMPULSE - CLÍNICA DE TERAPIAS

UM IMPULSO NA ORTOPROTESIA E TERAPIAS COMPLEMENTARES A Impulse – Clínica de Terapias nasceu há cinco anos, para colmatar a falta de serviços ortoprotésicos na região algarvia. Miguel da Encarnação, o proprietário da empresa e apaixonado pela área das próteses e ortóteses, recebeu a Revista Business Portugal em Quarteira, na sede da empresa, e explicou o que define a sua área de especialização, os serviços que presta e as lacunas existentes nesta área.

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primeira pergunta a que Miguel da Encarnação respondeu, pouco depois de receber a equipa da revista Business Portugal, foi sobre a sua formação: “O que faz um ortoprotésico? Próteses e ortóteses. Além disso, é ele o especialista na venda de todo o tipo de material e equipamento ortopédico, desde sapatos, a camas, cadeiras de rodas, andarilhos, bem como produtos de gamas elásticas, como cintas, joe-

Rua da Cabine Ed. Canoa Bloco C Loja E 8125-181 Quarteira - Algarve Email: impulse.clinica@gmail.com Telf.: 289 041 952 | Tlm.: 918 998 200 www.impulseclinica.com

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lheiras e pés elásticos, meias de descanso, mangas de compressão…”. Para esclarecer ainda melhor, Miguel da Encarnação diferenciou próteses de ortóteses: “Próteses servem para substituir um membro, enquanto as ortóteses são apenas para correção de um determinado problema ou malformação no corpo humano, como, por exemplo, palmilhas (ortóteses plantares), coletes para desvios da coluna, como a escoliose (ortótese de tronco), ou capacetes cranianos (ortótese craniana), sobretudo utilizado para bebés que nascem com malformação no crânio”. Apaixonado por esta área de especialidade, Miguel da Encarnação explica que a Impulse nasceu para dar um impulso a quem precisava de melhorar a sua vida, a nível terapêutico: “Procurámos colmatar, essencialmente, duas falhas: uma delas era a falta da especialidade de ortoprotesia em espaço clínico, que não existia em lugar nenhum, nem mesmo nos hospitais, e a outra era a necessidade de deslocação ao domicílio de quem precisa deste tipo de serviços. A maioria dos nossos clientes são pessoas idosas, para quem é penoso fazer deslocações”. Para que a clínica não se cingisse apenas à especialidade de fabricação de próteses e ortóteses e venda de produtos ortopédicos, a Impulse agregou outros serviços terapêuticos: “Temos especialidade de Nutrição, Terapia da Fala, Massagens Terapêuticas, Psicologia e Acupuntura e existe uma parceria para Fisioterapia (que não é realizada aqui por uma questão de espaço)”. Uma das políticas de Miguel da Encarnação é a de trabalhar com profissionais recém-formados: “Quando eu criei a empresa também tinha cerca de dois anos de trabalho. Tinha-me licenciado em Ortoprotesia, na Universidade do Algarve, e fiquei a trabalhar na mesma empresa onde estagiei, mas devido à falência da empresa, acabei por ficar desempregado. Fui tirar o Mestrado em Gestão de

Miguel da Encarnação, proprietário

Unidades de Saúde e foi a partir daí que quis ter o meu negócio. A minha lógica foi sempre a de ajudar os meus parceiros a crescerem profissionalmente, porque eles também iriam fazer a clínica crescer. Não me arrependo dessa política, embora seja um caminho mais duro de fazer”. Para Miguel da Encarnação, uma das diferenças na atuação e no serviço da Impulse, baseia-se na sua proximidade com o cliente: “Neste momento, trabalho essencialmente para privados e para lares de idosos. Faço também alguns trabalhos em clínicas privadas e acredito sempre que a proximidade ao cliente é fundamental. Na minha especialidade, tudo tem medidas próprias e tudo é personalizável, por isso, eu faço questão de ir a todos os lares, clínicas ou domicílios privados tirar medidas à pessoa que vai usar o equipamento, que pode ser uma cama ou uma cadeira, ou mesmo uma ortótese, como um colete para um desvio de coluna. Tudo nesta especialidade é adaptável e é muito importante fazer um acompanhamento de perto da evolução do utente”. Apesar de não ter suprimido totalmente a lacuna que existia no sistema de saúde, a Impulse – Clínica de Terapias veio impor-se enquanto espaço único, integrativo de diferentes serviços e especialidades médicas, e Miguel da Encarnação está confiante no crescimento da empresa: “Os primeiros três anos foram muito complicados, mas estamos a crescer e somos mais (re)conhecidos. Temos clientes que já vêm de outras regiões do país para adquirir connosco algum produto, o que nos deixa muito satisfeitos. Nascemos com o propósito de impulsionar a vida das pessoas que precisam de nós e, pouco a pouco, estamos a criar o nosso espaço”.


CR20 - PRODUÇÃO DE EVENTOS

PRODUÇÃO DE EVENTOS COM ASSINATURA O percurso profissional de Carlos Rosário foi feito a par e passo com a evolução na área da organização de eventos. A experiência, o conhecimento e o seu estatuto como assessor da administração de uma grande empresa do setor originaram, em 2012, após o fecho dessa, o início de um novo projeto: CR20.

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stes sete anos de atividade no setor da organização de eventos de média e grande dimensão (festas, concertos, festivais, entre outros) foram construídos com base nas experiências passadas e na confiança depositada pela sua carteira de clientes. “Tinha os contactos dos fornecedores, a carteira de clientes e a experiência. Muitos clientes e fornecedores pediram para que eu assumisse uma posição e avançasse com um projeto próprio”, explica.

“O importante é conquistar o mercado de forma sustentável e controlar sempre a nossa capacidade, de forma a manter a qualidade de serviço”

“O importante nesta área é ter experiência e conhecimentos para podermos oferecer aos nossos clientes soluções modernas, atuais e que vão ao encontro das suas necessidades, sem nunca esquecer a capacidade e prazos de execução, bem como uma excelente qualidade nos serviços que prestamos, seja numa estrutura/tenda de 3x3 ou na montagem de um grande evento”, refere Carlos Rosário.

Uma agenda preenchida com clientes satisfeitos Os pedidos são diversos e exigem especificidades únicas e individuais. Ao longo do ano, a agenda vai sendo preenchida, especialmente por eventos na zona do Algarve, do baixo Alentejo, sul de Espanha e alguns, na zona Centro.

Passo a passo a conquistar o mercado O investimento é um dos pontos que dificultam a abertura deste tipo de negócios; temos que trabalhar com equipamentos diversificados e de qualidade. “Numa primeira fase, trabalhei em parceria com empresas já implementadas e com equipamento próprio, porém, ao longo destes sete anos tenho vindo a adquirir o meu próprio material. Não é uma gestão fácil, porquanto é preciso saber aquilo que compramos/necessitamos versus capital investido e custos de armazenagem e transporte. Existem despesas fixas que não são comportáveis com a pouca rentabilização de certas estruturas”. julho 2019 Revista Business Portugal | 67


CR20 - PRODUÇÃO DE EVENTOS

A empresa CR20 está apta para fazer negócios chave-na-mão, acompanhando os projetos desde o primeiro ao último detalhe, bem como executar outros em que o cliente saiba o que quer e apresente um plano definido. “Nós transformamos os sonhos ou as necessidades dos clientes em prática. Também, e devido ao crescimento do setor, estamos aptos a iniciar projetos com acompanhamento personalizado, analisando em primeiro as necessidades do cliente e do mercado passando posteriormente ao design de implementação do projeto e a sua execução”. Montagem, controlo, segurança e confidencialidade são pontos fulcrais do trabalho realizado diariamente pela equipa da CR20. “Neste tipo de trabalho estamos expostos a muitas situações e temos de saber gerir todos os aspetos. Temos clientes que organizam eventos privados e a confidencialidade é a chave do sucesso; para outros que organizam grandes festivais a comunicação e divulgação da nossa parte é fator importante para o evento e, claro para a CR20”, explica. Independentemente do evento, da sua dimensão ou localização existe a responsabilidade de zelar pela

Tenda iglo de 10 metros, Porto de Sines

Festival de Marisco de Olhão

“Fazemos questão de cumprir a nossa parte no que diz respeito ao auxílio social e fazemo-lo nas áreas do desporto adaptado e de apoio social, propriamente dito” segurança de todos os envolvidos. Nesse sentido, Carlos Rosário explica que “é preciso verificar espaço a espaço, infraestrutura a infraestrutura, para diminuir o risco de erros. Eu próprio vou fazer essa vistoria e certificar-me de que todas as normas são cumpridas. Estamos em constantes formações para fazer este tipo de trabalho da melhor forma possível. Em momentos de fenómenos da natureza adversos (inundações e pequenos tornados) temos as soluções e agimos de forma rápida. Há situações que são externas ao nosso trabalho, mas que dependem da nossa forma de ação”.

Bancada amovível

Equipa unida A CR20 é constituída por todos os que se envolvem nos projetos de construção das infraestruturas e na organização de um evento, mas Carlos Rosário conta, essencialmente, com oito colaboradores, que trabalham

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Tenda iglo de 10x


CR20 - PRODUÇÃO DE EVENTOS

diretamente para a empresa: “Esse é o meu núcleo. Sei que posso contar com eles a qualquer hora do dia ou da noite; conhecem o trabalho, sabem que pode haver imprevistos, compreendem os prazos e a importância da data e hora em que tudo tem que estar pronto. Existem igualmente colaboradores, cujo número depende da dimensão do evento, que vêm de outras empresas com quem temos parcerias e que são fundamentais. Sem eles não conseguiríamos dar uma resposta eficaz aos nossos clientes. Temos parcerias com outras empresas há vários anos e estamos mutuamente satisfeitos”.

Feira

Uma empresa socialmente responsável A CR20 é uma empresa integrada na comunidade e reconhecida pela mesma. Assim, a responsabilidade social aumenta e Carlos Rosário não se furta a esse apoio: “Fazemos questão de cumprir a nossa parte no que diz respeito ao auxílio social e fazemo-lo nas áreas do desporto adaptado e de apoio social, propriamente dito. É algo importante para quem recebe e bastante satisfatório e reconfortante

para nós. Sentimo-nos bem por poder apoiar a comunidade, porque somos reconhecidos por ela”.

Um futuro promissor

E-mail carlos.rosario20@gmail.com Telemóvel: 913 756 273 Facebook: CR20 - Produção de Eventos

“Expectativa, confiança, qualidade de serviço são os pontos-chave para se criar um excelente evento” - estas são as promessas que faz e que tenciona continuar a cumprir para manter os clientes satisfeitos, honrando preços justos adotados até hoje: “Os nossos clientes sabem que estamos cá para eles. Mesmo em época de crise económica, nunca deixámos de realizar os eventos, e os nossos clientes – muitos deles ligados ao setor público – reconhecem isso. Somos profissionais, cumprimos prazos e garantimos apoio e personalização em cada trabalho. Isso dá-nos confiança de que temos qualidade e os nossos clientes subscrevem isso”. “Fazemos um bom trabalho; Tratamos bem quem trabalha connosco! Paralelamente temos desenvolvido um trabalho de contactos e parcerias porque entendemos que a CR20 tem capacidade para crescer neste setor dos eventos. Tenho a sorte e a felicidade de ter ao meu lado o meu filho... sangue jovem e com muita vontade de aprender e fazer mais e melhor”, concluiu. Carlos Rosário considera ainda que o setor da organização de eventos tem espaço para crescer em Portugal e que a qualidade da organização nacional atrairá cada vez mais eventos internacionais: “As empresas nacionais têm uma capacidade imensa para organização eventos de qualidade irrepreensível. Aliás, contratar um serviço em Portugal é a garantia de que receberá no evento tudo aquilo que está contratualizado, por isso acredito que, cada vez mais, as grandes marcas apostem no nosso país para a realização de eventos de escala internacional. Temos capacidade para isso e quem experimenta, volta”.

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UNIQUE BY EMOTIONS

ESPAÇOS ÚNICOS PARA VISITAR, PELO MENOS UMA VEZ Ismael Valente começou a trabalhar com 15 anos, nas férias da escola e, desde então, nunca mais parou. Empreendedor e arrojado, o seu propósito é sempre primar pela diferença. Foi isso que o fez abrir o Emotions - Brunch & Cocktail Bar, cujo conceito era inovador em Olhão. Dois anos mais tarde, surge o Steak & Co - Grill House, atualmente transformado em Unique by Emotions, um restaurante que se destaca dos demais pelo seu posicionamento – carnes e peixes de excelente qualidade, pratos tradicionais e clássicos, e uma seleção de especialidades que são servidos apenas por encomenda, e um empratamento criativo. Um espaço para conhecer e saborear sem pressa.

C

om uma carreira de 21 anos na área da restauração, Ismael Valente está credenciado para falar sobre um setor que entende bem. Com 15 anos, fez o seu primeiro trabalho de verão, em part-time, num restaurante em Albufeira e percebeu que era bom naquele setor: “Eu tinha capacidade de orientação e organização e isso é uma mais-valia na restauração. Rapidamente passei a fazer serviço na ‘roda’, um serviço de responsabilidade acrescida. Depois de descobrir o que gostava de fazer profissionalmente, Ismael procurou formação em hotelaria e, entre várias formações na área, em 2011, concluiu também, a licenciatura em Gestão Hoteleira: “Fui trabalhar para a área de F&B, na Quinta do Lago e rapidamente passei a diretor

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deste serviço, em todos os restaurantes daquele complexo. Saí em 2013 e, nessa altura, já tinha uma grande vontade de pôr em prática as minhas próprias ideias”.

O Emotions – um sonho tornado realidade Ismael Valente avançou mesmo para a criação do seu próprio negócio e o primeiro a nascer foi o Emotions – Brunch & Cocktail Bar, em 2014. Este estabelecimento fica situado na zona nova da cidade de Olhão e oferece uma escolha diferenciada: “É uma casa com um conceito duplo – um snack-bar, distorcido na palavra ‘brunch’, estrangeirismo para a combinação de duas refeições diárias - pequeno-almoço e almoço. Somos fortes no serviço de peque-


UNIQUE BY EMOTIONS

nos-almoços, e com comidas leves, nomeadamente sanduiches, saladas, opções de pastas, e uma “sugestão do dia” que pretende ser diferente todos os dias. Tudo isto acompanhado por sumos de fruta naturais, smoothies e outras bebidas frescas, e depois uma parte dedicada aos cocktails, onde eu próprio sou especialista. Não existia nada semelhante nesta cidade e eu, como sempre, quis fazer a diferença”. O Emotions é um espaço rentabilizado durante todo o dia – de manhã com a possibilidade de pequenos-almoços, à hora de almoço com o conceito de saladas, pastas e outros snacks que constituem refeições ligeiras e à noite assume um ambiente de pub, com a preparação de cocktails e espetáculos de música ao vivo e outro tipo de animação. O proprietário admite que, quando imaginou o projeto, sabia das dificuldades que lhe estavam associadas: “Queria criar uma casa onde fosse divertido estar e trabalhar. Gosto de olhar e ver copos com diferentes formas em cima das mesas e com cor característica do produto cocktail e isso também é bom para quem aqui trabalha, porque os obriga a ser criativos e a desenvolver a técnica. Apesar da alteração nos hábitos de consumo do cliente nacional, o cocktail mantém um lugar de destaque na escolha dos nossos clientes. Contudo, o produto mais procurado continua a ser o café e seus derivados. A juntar a isso, temos de considerar o facto de estarmos afastados da Baixa de Olhão, onde está a grande parte da atividade de restauração. Garantir clientes aqui é um desafio três vezes superior”.

Unique by Emotions

confecionada e de boa qualidade. Chamaram-me doido quando decidi abrir uma casa de carne numa cidade tipicamente conhecida pelo peixe fresco, mas eu queria, novamente, fazer diferente. Tive dois anos de muito sucesso. Estava excelentemente classificado no TripAdvisor e, sobretudo, na opinião das pessoas. Tinha muitos olhanenses que vinham aqui jantar e também muitos turistas que vinham quase todos os dias, enquanto estavam de férias”. Todavia, o Steak & Co teve de desaparecer, para dar lugar a uma nova marca – o Unique by Emotions. Tal aconteceu devido a uma semelhança de branding com um outro restaurante que abriu portas na Baixa de Olhão, mas Ismael viu esse revés como uma oportunidade: “Aproveitei para alargar a minha ementa. O Steak & Co só tinha pratos de carne e eu aproveitei para colocar pratos típicos, que faço por encomenda, como a cataplana, o arroz de marisco, arroz de peixe… Temos também pratos de peixe, como o peixe ao sal que são simples mas muito saborosos. Deixei, obviamente, os melhores pratos de carne que tinha na ementa do Steak & Co e reforcei com novidades”. A acompanhar a refeição pode encontrar excelentes vinhos portugueses, de todas as regiões vitivinícolas nacionais, incluindo do Algarve. Ismael explica que neste espaço o importante é vir com tempo, para saborear a refeição e apreciar todos os detalhes, que vão desde o empratamento ao serviço e ambiente: “A qualidade do nosso serviço fala por si. É preciso que as pessoas venham dispostas a esperar por uma boa experiência. Convido todos a virem uma vez ao Unique by Emotions. Experimentem e quase de certeza que irão voltar!”.

Apesar das dificuldades, Ismael Valente é apaixonado pela restauração e não resistiu a outro desafio: “Abri, na porta ao lado, um restaurante. Inicialmente, chamei-lhe Steak & Co - Grill House e era exatamente isso – uma casa onde só se comia carne, bem

Condomínio Marina Village - Prainhas, Lote 23 - B Olhão Tlm.: 962 043 730 Unique by emotions

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LUÍS NEGÓCIO, LDA

“A PERSONALIZAÇÃO E A PROXIMIDADE SÃO AS NOSSAS MARCAS” Sediada em Almancil, a empresa Luís Negócio, Lda comemora sete anos de existência no mercado nacional. Luís Negócio e Tânia Ribeiro Negócio - proprietários - estiveram à conversa com a Revista Business Portugal para dar a conhecer a atualidade da empresa e o sucesso que está inerente aos serviços que prestam.

L

uís Negócio e Tânia Ribeiro Negócio iniciaram os seus percursos profissionais na área de engenharia civil noutras empresas e tiveram, inclusivamente, a oportunidade de trabalhar juntos. Em 2012 trabalhavam em empresas distintas, mas devido à época de crise que se vivia na altura decidiram criar o seu próprio projeto. Encararam a crise como uma oportunidade e, a partir do escritório de casa, começaram por desenvolver trabalhos ligados a projetos, certificação energética e inspeções de obras. Só mais tarde surgiu o primeiro trabalho de construção civil e graças ao passa-palavra foram angariando, ao longo do tempo, mais clientes. “O feedback que temos dos clientes é positivo. Não podemos abdicar da qualidade, do cuidado e trato que temos com eles, porque isso é algo que nos diferencia”, afirma o casal de engenheiros. Neste momento, já contam com uma equipa de dez pessoas no escritório – engenheiros, administrativos, gabinete de produção, orçamentistas, projetistas – mais os elementos diretamente responsáveis pela construção das obras adjudicadas.

esclarecimento que seja necessário: “Gostamos de assegurar que o cliente está a ser acompanhado devidamente, bem como a obra que nos confiou. O Luís faz questão de passar em todas as obras e ir acompanhando o processo evolutivo diariamente, porque desta forma é mais fácil corrigir algum erro ou alguma falha técnica que exista”. Afirma Tânia Ribeiro Negócio. Com a área de trabalho concentrada, sobretudo na Quinta do Lago e Vale do Lobo, os clientes desta empresa algarvia são sobretudo estrangeiros com elevados padrões de qualidade e de capacidade económica: “Fazer novos projetos abaixo de um milhão de euros é difícil nesta zona, mas qualquer que seja o valor temos de garantir que o cliente ficará satisfeito, porque ele não vai tolerar maus acabamentos ou materiais de pouca qualidade. É um cliente que chega por recomendação de outros e, por isso, a nossa responsabilidade é acrescida”, esclarece Luís Negócio. O mercado das remodelações é alvo de interesse desta empresa. A maioria dos edifícios na Quinta do Lago são moradias que foram construídas há poucas dezenas de anos, mas o novo proprietário quer sempre adaptá-la às suas exigências. “As remodelações dos espaços interiores são frequentes e, por vezes, também nos concentramos no exterior. Quem compra uma casa neste local tem elevada capacidade financeira e quer dar sempre um cunho pessoal ao edifício. Muitas vezes, sobram apenas os elementos estruturais e tudo o resto é demolido para ser reconstruído de acordo com o desejo do novo proprietário”.

“O feedback que temos dos clientes é positivo. Não podemos abdicar da qualidade, do cuidado e trato que temos com eles porque isso é algo que nos diferencia”

Projetos “chave-na-mão” Na Luís Negócio Lda, os clientes chegam com uma ideia, a mesma é passada para projeto e posterior construção. Embora não tenha departamento de arquitetura, a empresa trabalha em parceria com gabinetes desta especialidade, responsáveis por dialogar com o cliente e por perceber exatamente as suas ideias e expectativas. Durante a execução do projeto, os arquitetos estão presentes para prestar apoio ou

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Uma boa logística para um bom funcionamento Com uma estrutura capaz de trabalhar entre oito a dez obras em simultâneo, a Luís Negócio, Lda depende de uma boa organização de recursos humanos e logísticos para assegurar o bom funcionamento de todos os projetos. “Neste momento, os proprietários das obras não querem esperar, porque isso significa perda de tempo e dinheiro. O objetivo de quem com-


LUÍS NEGÓCIO, LDA

pra um imóvel é, muitas vezes, reabilitar para o vender. Assim, é necessário sermos céleres na finalização do projeto sem descurar os padrões de qualidade a que habituámos os nossos clientes”.

Mão-de-obra de qualidade e especializada Luís e Tânia Negócio referem que encontrar mão-de-obra especializada e de qualidade é cada vez mais difícil. “O pessoal que temos nas obras é, em grande parte, subcontratado. Temos alguns profissionais que fazem parte da nossa equipa, mas trabalhamos com muitas pessoas do norte e centro do país. Dado o elevado crescimento e desenvolvimento desta zona é cada vez mais difícil encontrar pessoal especializado nas diferentes artes – carpintaria, serralharia, aplicação de materiais – e isso obriga-nos a procurar profissionais noutras regiões”. A formação também é necessária, uma vez que o mercado de luxo onde a empresa desenvolve a sua atividade obriga a uma constante atualização sobre os materiais e tecnologias de última geração. “Muitas vezes, temos connosco os técnicos ligados às marcas de materiais que utilizamos para explicarem aos nossos funcionários como trabalhar com os novos materiais”.

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LUÍS NEGÓCIO, LDA

“Personalização, proximidade e correção com o cliente” Luís Negócio é o homem do terreno e é por ele que passa, essencialmente, a conversa inicial com o cliente: “Quem vem ter connosco vem por recomendação, como foi referido, e, por isso, acresce a nossa responsabilidade. Faço questão de conhecer o cliente pessoalmente, não falar com ele apenas via e-mail ou telefone. As pessoas gostam, cada vez mais, de uma relação de confiança direta, sobretudo os estrangeiros que chegam por recomendação de amigos ou mesmo das comunidades às quais pertencem, como o golfe. Já tivemos um cliente que chegou até nós através de um contacto feito no aeroporto”. Tânia Ribeiro Negócio faz questão de sublinhar o cuidado do marido em lidar com os clientes e com todos os envolvidos – direta ou indiretamente – no processo de obra: “O Luís é apaixonado pelo que faz e fala sobre o seu trabalho com muita segurança. O trato com os clientes é sempre cuidadoso, bem como com os vizinhos da obra, por exemplo. O Luís faz questão de falar com eles e colocar-se à disposição para responder a qualquer incómodo causado”.

Balanço positivo Sobre o balanço de todos estes anos de dedicação à Luís Negócio Lda, os engenheiros civis realçam que este projeto é uma aposta ganha e que está a correr muito bem. “Este projeto é a nossa cara e é por isso que a empresa estará sempre pronta a receber novos projetos e novos

desafios, nunca descurando a qualidade e a exigência que tão bem a define. Temos tido a sorte de nos cruzarmos com as pessoas certas e elas têm-nos ajudado nesta caminhada. Refiro-me às pessoas que trabalham diretamente connosco nas obras e que se empenham, tanto quanto nós, para concretizar o objetivo final, que é o de terminar o projeto da maneira que o cliente pretende, dentro do prazo pretendido, como também me refiro às pessoas que recomendam o nosso trabalho”. Questionados se a ambição passa por trabalhar em novos mercados, os nossos entrevistados assumem estar na zona perfeita. O crescimento será sempre bem-vindo, mas apenas em obras de maior envergadura e com mais valor. “Não pretendemos crescer em quantidade de projetos em simultâneo, mas manter a personalização e o acompanhamento próximo do cliente e da obra. O nosso objetivo é o de manter o número de projetos, aumentando a dimensão dos mesmos porque, como o Luís se empenha de igual forma em todos os projetos, iríamos comprometer o nosso ADN enquanto empresa”, finaliza Tânia Ribeiro Negócio.

Luís Negócio e Tânia Ribeiro Negócio, engenheiros civis

“Este projeto é a nossa cara e é por isso que a empresa estará sempre pronta a receber novos projetos e novos desafios, nunca descurando a qualidade e a exigência que tão bem a define

Corgo da Zorra Estrada de Acesso a Vale do Lobo, Apartado 3731 | 8135-160 Almancil Tel. (+351) 912052655 E-mail: info@luisnegocio.com www.luisnegocio.com

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building

project manager

rentals management

portable homes

hotel maintenance


MOURAPLÁS

20 ANOS DE ADAPTAÇÃO E INOVAÇÃO NO MERCADO Presente no mercado desde 1999 dedica-se, desde a sua fundação, ao comércio por grosso de produtos e artigos de alta rotação. Carlos Pinheiro é o fundador e o rosto por detrás da Mouraplás e foi com ele que estivemos à conversa para conhecer a génese do negócio e a fórmula para o sucesso alcançado ao longo das duas décadas de atividade.

A Mouraplás surgiu na sequência de uma situação de desemprego”, começa por nos confidenciar Carlos Pinheiro sobre a génese do negócio. “Em 1989 vim para o Algarve representar uma empresa, mas acabei por ficar numa situação de desemprego e é, exatamente, perante essa situação que surgiu a Mouraplás”. Carlos Pinheiro é o arquétipo do empreendedorismo. Sem nunca baixar os braços, pôs mãos à obra e, de um quarto vazio no seu apartamento, surgiu o primeiro armazém da Mouraplás. “A Mouraplás surgiu com os meus recursos. Tinha um quarto vazio no meu apartamento e foi aí que criei o meu primeiro armazém. Foi assim que comecei. Pouco a pouco fui comprando produtos, os negócios foram-se desenvolvendo e hoje a empresa tem esta dimensão”, conta-nos o entrevistado.

Uma empresa, vários produtos Fundada em 1999, a empresa moncarapachense, que este ano celebra o seu 20.º aniversário, vem registando um crescimento sustentado e alicerçado nas exigências

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do mercado. “No início da empresa, todos os anos mudava de armazém. Mudei de armazém cerca de sete vezes, porque precisava de mais espaço. As coisas foram-se desenvolvendo e à medida que o mercado nos ia exigindo, íamos alargando o nosso portefólio de produtos”. Se inicialmente, apenas “vendia embalagens, sobretudo sacos para reciclagem”, hoje o leque de produtos disponibilizado pela Mouraplás ao mercado é bem mais vasto. Descartáveis em papel e plástico, rolos de cozinha, toalhas de mesa, embalagens de plástico e papel, guardanapos, produtos de manutenção são alguns dos artigos comercializados pela empresa, que atua essencialmente nas áreas de hotelaria, agricultura, construção civil, geriatria, ortopedia e setor público. “Temos uma vasta gama de produtos e trabalhamos com diversas áreas, mas a área da hotelaria, das embalagens para recolha de lixos e da sua separação, para a posterior reciclagem, são a grande alavanca da Mouraplás. No fundo, vamos sempre tentando adaptar as nossas ofertas ao mercado. Por exemplo, agora estamos a lançar alguns produtos bio, que têm vindo a ser alvo de

algum interesse”, confessa Carlos Pinheiro. A trabalhar sobretudo na região sul do país, a Mouraplás conta, no entanto, com clientes de revenda um pouco por todo o país. “Contamos com a nossa delegação no Norte, mas também temos clientes de revenda em Espanha e na Madeira, bem como a nossa delegação comercial, em Portimão”. As empresas de reciclagem, de norte a sul do país, também representam uma fatia importante no volume de negócios da Mouraplás, a par com o setor público, assume o entrevistado.

Reciclagem trouxe oportunidade de negócio O “boom da reciclagem”, como Carlos Pinheiro afirma, ditou a grande aposta da empresa, que inicialmente se dedicava, sobretudo, à comercialização de “embalagens para o comércio. Foi uma coincidência, na altura da fundação da empresa, entrar na moda a reciclagem e a consciencialização para a separação e recolha diária dos lixos. Foi o período em que as pessoas começaram a fazer reciclagem e a colocar o lixo nos respetivos contentores. Nesta altura, o mercado


MOURAPLÁS

mais 40% daquilo que realmente necessita e com o plástico acontece exatamente o mesmo. O problema das embalagens está em todo o lado. Há que mudar comportamentos, há que saber utilizá-los, desde a conceção da matéria-prima até ao seu uso final. Não nos podemos esquecer de que o plástico pode ser reutilizado”, alerta. Para o entrevistado, o caminho deverá passar pelo “controlo da indústria na utilização do plás-

“Temos uma vasta gama de produtos e trabalhamos com diversas áreas, mas a área da hotelaria, das embalagens para recolha de lixos e da sua separação, para a posterior reciclagem, são a grande alavanca da Mouraplás.”

Carlos Pinheiro, administrador

abriu portas e começámos a trabalhar muito nessa área. Acompanhámos a tendência do mercado e soubemos aproveitá-la”, conta o entrevistado, que reconhece: “este artigo continua a ter um peso muito forte na nossa faturação”.

“É um desafio” Diariamente, somos alertados sobre os efeitos nocivos do plástico e não restam dúvidas de que o plástico é um sério candidato a inimigo número um do ambiente. As previsões são catastróficas e, se nada for feito, prevê-se que em 2050 haja mais plástico

nos mares do que peixes. Neste contexto, e no sentido de reverter esta tendência, o Parlamento Europeu aprovou, em março de 2019, a nova lei comunitária que proibirá a venda de produtos de plástico de utilização única em toda a União Europeia a partir de 2021. Quando questionado sobre o impacto que a nova lei trará para o negócio, Carlos Pinheiro não hesitou ao afirmar: “É um desafio”. Consciente dos impactos ambientais da utilização excessiva de plástico, o entrevistado alerta: “Temos que mudar os comportamentos. O grande problema é o excesso. Se reparamos, o Homem tem sempre

tico e não pela sua proibição”. No entanto, esclarece que não será fácil para a indústria encontrar alternativas viáveis às embalagens de plástico e que permitam manter a garantia do produto e segurança alimentar. “Existem questões a que devemos estar atentos e esta é uma delas. Acho bem que se diminua a quantidade de plástico, mas não da forma como estão a tentar fazer. Isto é, cada vez mais, uma questão politizada, que não pode ser vista à escala do ‘não’, mas sim na sua globalidade. Não nos podemos esquecer que as novas alternativas irão significar um aumento do preço dos produtos”, alerta Carlos Pinheiro que reforça ainda que “a fatura ambiental deve conter, em si, o primado do controlo das matérias-primas na elaboração das embalagens. Escolher a matéria-prima, conhecendo a sua proveniência e o seu ciclo de uso, reduzindo a pegada ambiental e o seu impacto sobre o ambiente, terão de ser parametrizadas aos setores industriais

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MOURAPLÁS

na fabricação das embalagens, sejam estas da indústria do papel, plástico ou de outros materiais. Só desta forma podemos promover a preservação ambiental e fomentar a consciencialização para um planeta mais azul”, remata o gestor.

Família Mouraplás “Esta é uma empresa que surgiu de uma situação de desemprego, mas que, felizmente, hoje dá emprego a cerca de 12 pessoas, sem contar com os revendedores que também fazem parte da família Mouraplás”, afirma o entrevistado. A empresa conta com uma equipa jovem, dinâmica e com grande espírito empreendedor, que vem acompanhando o sucesso e crescimento da empresa. Carlos Pinheiro não tem dúvidas de que o grupo de trabalho é um dos segredos para o sucesso alcançado. “Os recursos humanos são muito importantes, aqui damos muita importância às pessoas”. De facto, Carlos Pinheiro reconhece que “as pessoas, quando aqui chegam, ficam surpreendidas pela forma como tratamos os funcionários”. Aqui, os colaboradores têm total autonomia no exercício das suas funções e a hierarquia é deixada do lado de fora dos portões da empresa. “Cada um é dono de si próprio. Funcionamos como um todo, todos temos importância e todos somos responsáveis pelas nossas tarefas. Não sentimos necessidade de controlar de forma excessiva o trabalho feito, porque sabemos que cada um dos nossos colaboradores assume o trabalho que efetua com a maior dedicação e brio possíveis”. É assim que a família Mouraplás, como Carlos Pinheiro carinhosamente apelidou a equipa, funciona e é assim que este pretende que continue. “Esta é a nossa filosofia. Para nós o mais importante é que as pessoas que aqui trabalham se sintam bem. Preocupamo-nos em dar aos nossos E.N. 125 Alfandanga (cruzamento) 8700-061 Moncarapacho/Olhão Email: mouraplas@mouraplas.com Tel: 289 793 067 | www.mouraplas.com @mouraplasgroup |

mouraplaslda

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“Cada um é dono de si próprio. Funcionamos como um todo, todos temos importância e todos somos responsáveis pelas nossas tarefas. Não sentimos necessidade de controlar de forma excessiva o trabalho feito, porque sabemos que cada um dos nossos colaboradores assume o trabalho que efetua com a maior dedicação e brio possíveis” funcionários todas as garantias de segurança e conforto”. Para o entrevistado é primordial que “as pessoas se sintam bem na empresa” e por isso mesmo, existe um manual de acolhimento direcionado a novos funcionários. A atenção e dedicação não se limitam ao corpo de trabalho e a Mouraplás merece ainda destaque pela vertente de responsabilidade social, que, embora menos divulgada, assume ser uma das principais preocupações de Carlos Pinheiro.

Futuro: busca de novas áreas de negócio As duas décadas de história deixam o sentimento de dever cumprido, mas Carlos Pinheiro tem ainda vários planos em vista para a empresa que gere. O futuro passará pela busca de novas áreas de negócio. “Ler e antecipar-se às tendências do negócio” é a grande missão, do presente e para o futuro da Mouraplás. “Temos que estar atentos às tendências do mercado e saber adaptar-nos e desenvolver produtos que satisfaçam as suas necessidades”, afirma o entrevistado, que não terminou a conversa sem revelar um dos seus desejos para o futuro: “Gostaria de entrar no mercado da geriatria, no entanto, é um assunto que ainda necessita de ser melhor pensado e estruturado”, conclui o fundador da Mouraplás, Carlos Pinheiro.


MEUMAR

MANUTENÇÃO DA PROA À POPA A Meumar nasceu em 2004, pela mão de M. Conde, um apaixonado pelos barcos, pela área náutica e pela navegação. O engenheiro naval, que fez carreira na Marinha de guerra e, mais tarde, comandou embarcações de pesca e de recreio, falou com a Revista Business Portugal nas instalações da empresa, nos estaleiros da Marina de Vilamoura e fez questão de realçar alguns dos problemas que existem no setor da náutica de recreio em Portugal.

A

experiência de M. Conde na área náutica começa em 1979. Apaixonado pelo mar, por barcos e por navegação, o engenheiro naval fez carreira militar na Marinha de guerra, onde teve oportunidade de representar a NATO. Quando decidiu retirar-se da vida militar, foi trabalhar para uma empresa já ligada ao setor da manutenção e reparação naval e, depois disso, por influência de alguns clientes e da própria situação que a empresa onde trabalhava atravessava, acabou por criar a Meumar. Desde 27 de abril de 2004, M. Conde fornece todo o tipo de serviços de manutenção e reparação de embarcações, através dos estaleiros da marina de Vilamoura, onde está instalado.

Serviço profissional A Meumar orgulha-se de ter na experiência do seu fundador a sua maior mais-valia, no que respeita à capacidade técnica e aos conhecimentos náuticos e de equipamentos: “Nós conseguimos trabalhar um barco da proa à popa, nas mais diversas especialidades – mecânica, hidráulica, eletrónica, eletricidade – e serviços exteriores, como as reparações na fibra de vidro, limpezas e pinturas: “Um barco circula essencialmente em água salgada, o que obriga a que lhe seja feita alguma reparação e manutenção, de seis em seis meses, para proteger as hélices do desgaste que a água do mar causa na embarcação. O problema é que a maioria dos proprietários das embarcações não tem conhecimento de mar, nem entende o suficiente de embarcações para saber qual a manutenção necessária e correta”. Para M. Conde, o problema começa logo na aquisição da embarcação: “Por um lado, quem vende o barco não explica nada sobre ele. Está apenas interessado em fechar o negócio, e não avisa o novo proprietário da necessidade de fazer uma inspeção, para saber se está tudo em ordem, nomeadamente com o motor, as baterias e outros pontos-

M. Conde, engenheiro naval

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MEUMAR

Representante Oficial Official Dealer

Representante Oficial Official Dealer

Representante Oficial Official Dealer

Representante Oficial Official Dealer

Representante Oficial Official Dealer

-chave da embarcação”. Por outro lado, os próprios donos das embarcações não têm cultura de mar: “Cada vez sabem menos sobre noções de navegação, conhecem menos o próprio barco e não se preocupam em fazer uma manutenção adequada e constante. Fazem uso da embarcação durante pouco tempo, normalmente apenas no Verão, e é nessa altura que a Meumar é mais solicitada, porque todos querem uma avaliação ao estado da embarcação, uma eventual manutenção e, muitas vezes, a substituição de peças do barco”. Um outro problema passa pela mão-de-obra especializada: “Cada vez é mais difícil encontrar quem saiba trabalhar e fazer uma manutenção de uma embarcação de forma correta. Aqui na Meumar já fomos 10 pessoas, neste momento somos seis, e eu tenho muita dificuldade para encontrar colaboradores especializados, quer nas áreas da mecânica, quer na área elétrica e eletrónica”. Para o fundador da empresa, o fim das escolas industriais e o desinteresse dos jovens pelos cursos técnicos e profissionais veio provocar uma falta de profissionais nas áreas de especialidade que se torna difícil de colmatar, mesmo pagando um salário acima da média nacional.

Os impostos excessivos para embarcações de recreio “Os barcos são essencialmente um ‘brinquedo’ muito caro”, explica M. Conde, “e em Portugal não há uma filosofia de mar, um respeito pela área náutica como existe noutros países europeus. Isso é uma pena”. Na opinião do administrador da Meumar, enquanto embarcações de recreio e, por isso mesmo,

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MEUMAR

não sendo um bem de aquisição fundamental, estes barcos, que podem ultrapassar facilmente um milhão de euros, têm sobre si uma carga de impostos excessiva: “Quem compra um barco em Portugal no valor de seis milhões de euros, paga um IVA de 23 por cento. A maioria das pessoas que compra um barco acaba por pagar o imposto, mas a carga fiscal é demasiado alta, dado que depois há que registar o barco, custear a marina, a manutenção, pagar o combustível, e tudo isso gera transações monetárias. Com outros países a colocarem cargas fiscais mais baixas, muitos dos compradores acabam por ir comprar a embarcação a outro país, mesmo que depois acabem por trazê-lo para cá. A verdade é que não há qualquer incentivo em Portugal – curiosamente um país de navegadores e com uma costa navegável muito boa – para o desenvolvimento e dinamização do setor náutico de recreio, o que é mau porque pode ser uma das áreas económicas mais rentáveis”.

Uma vida de mar Apesar das dificuldades inerentes aos custos elevados das peças, dos equipamentos

Marina de Vilamoura - Estaleiros | 8125 409 Vilamoura

e dos serviços, M. Conde assume-se um apaixonado pela parte da manutenção técnica das embarcações. Enquanto militar, trabalhou sempre na parte técnica, de reparações das máquinas dos navios, e não abdica disso: “Eu faço questão de andar no terreno e todos os trabalhos que a Meumar realiza são supervisionados e inspecionados por mim. Antes de entregar um barco ao cliente, faço um teste de mar e só se todos os indicadores estiverem normais é que dou o trabalho como terminado. Esta empresa é uma escola para quem aceita trabalhar aqui e eu sou um apaixonado pela manutenção técnica. Os clientes que escolhem a Meumar sabem que estão a contratar profissionais que percebem de embarcações e isso é a nossa principal característica – o amor pelo mar e pelos barcos”.

Telefones: +351 289 322 056 / +351 919 607 029 / +351 919 607 027

www.meumar.com

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MERCADOS DE OLHÃO

A IMAGEM DA ALMA OLHANENSE Em Olhão, existem dois edifícios marcantes, que fervilham de gente, residentes e turistas. São os mercados. Estes grandes armazéns, de construção única, são uma atração naquela terra de pescadores e gentes do campo. Entrar no mercado da fruta e hortícolas, ou no mercado do peixe, significa entrar na verdadeira “Olhão”, ouvir o falar tradicional, os pregões dos comerciantes e as conversas de quem já se conhece desde sempre.

A

revista Business Portugal teve oportunidade de passar por lá, conversar com quem já faz parte da alma daqueles mercados e ouvir a opinião do presidente da Câmara de Olhão, Dr. António Pina, e do presidente do Conselho de Administração da

Mercado Moncarapacho

Mercado Fuzeta Cima

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Empresa Municipal Mercados de Olhão, Eduardo Cruz, responsável pelas alterações técnicas e regulamentares e a respetiva valorização e manutenção destes espaços. António Pina está a desempenhar o segundo mandato à frente da autarquia olhanense e afirma-se como alguém que quer deixar feito alguns projetos que, ele e outros, sentem que fazem falta à cidade: “Não pretendo deixar a minha marca através de construções megalómanas ou outro tipo de evidências. Quero sim garantir mais espaços verdes, assegurar que as pessoas podem usufruir mais da cidade e terminar a requalificação do parque escolar. Os grandes projetos estruturantes, que temos em estudo, são a requalificação das entradas poente e nascente de Olhão, bem como as artérias circundantes a entrada poente e ao Porto de Pesca”. Por outro lado, o autarca já conseguiu concluir a requalificação da avenida 5 de Outubro e os jardins daquela zona ribeirinha – Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense – estão agendados para 2020: “Este é o ponto de aculturação das pessoas que passam por Olhão e dos que cá vivem. É essencial que possam sentir a nossa verdadeira alma. Diz-se que Olhão está na moda, mas eu nem gosto muito dessa expressão, porque as modas são efémeras. Acredito que as pessoas descobriram Olhão e estão a vivê-lo”. Natural de Olhão, o presidente da Câmara conhece a sua autarquia desde sempre e explica que as principais atividades económicas são a pesca, a aquacultura, a agricultura e floricultura e as indústrias conserveiras: “Nos últimos anos, temos tido um grande crescimento nas áreas do turismo, bem como uma aposta nas indústrias em áreas inovadoras e de tecnologia. Temos muitas potencialidades de investimento e crescimento económico”.


MERCADOS DE OLHÃO

Mercado de Olhão

António Pina, presidente CM Olhão

mariscadores de bivalves, que vivem da ria”. Um concelho que tem no setor primário – agricultura e pesca – a sua raiz tem também nos mercados muita da sua história e isso, em todo o concelho de Olhão, é por demais evidente.

Uma história quase tão antiga como a própria cidade A história dos mercados de Olhão remonta à época das feiras francas. Por essa altura, existiam dois mercados – o do peixe, edificado em 1866, e o dos Camponeses (ou dos Produtos do Campo), junto ao adro da igreja. Em 1912, a autarquia da época decidiu avançar com a construção de um mercado que tivesse as duas valências, numa zona que era conhecida como a Praia dos Pescadores. Aqueles dois edifícios, que servem hoje o mercado, começaram então a ser construídos, com base em técnica de estacaria, o que levou o sítio a ser conhecido de “bate-estacas”, tal era o ruído que produzia essa máquina. Com cerca de 1500 metros quadrados cada um, estes armazéns estão assentes em 44 estacas, ligadas entre si através de arcos de alvenaria de tijolo ‘burro’. Estes edifícios são, até hoje, um exemplo perfeito da construção que se realizava na época do ferro e do vidro e existem mesmo relatos que afirmam que aprendizes de Gustave Eiffel se envolveram nestas construções. Além destas características construtivas únicas, cada mercado está

“Nos últimos anos, temos tido um grande crescimento nas áreas do turismo, bem como uma aposta nas indústrias em áreas inovadoras e de tecnologia. Temos muitas potencialidades de investimento e crescimento económico”

Banhado pela ria Formosa, considerada uma das sete maravilhas de Portugal, este concelho é rico em atividades que gravitam em torno deste que, é, por si só, um ecossistema único: “A Ria Formosa é um dos maiores sapais húmidos da Europa, está classificado como Parque Natural e inscrito na Convenção Ramsa, devido ao fato de ser uma das mais importantes áreas de aves aquáticas em Portugal, com cerca de 20 mil espécies durante o Inverno. Esta diversidade de aves tem atraído à Ria Formosa um crescendo de turistas em busca de turismo de natureza, de observação de aves, bem como de turismo náutico. Para além disso, temos também a pesca artesanal e os

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MERCADOS DE OLHÃO

ainda dotado de quatro torreões, o que lhe confere uma nobreza característica.

O coração da cidade Ir aos mercados é entrar no coração de Olhão. A nossa equipa teve a oportunidade de visitar todos os mercados, num sábado – dia por excelência de grande azáfama – e ouvir a experiência e os problemas de alguns operadores. Mal se entra no mercado de Olhão, sente-se o pulsar da vida citadina. É ali que os restaurantes de toda a Avenida 5 de Outubro se abastecem, de hortícolas, peixe e carne e, por isso, é ali que podemos encontrar a maior variedade de produtos tipicamente regionais. Uma das bancas mais coloridas e diferentes pertence a Cidália Graça, de 56 anos, que há quase 30 anos vende naquele espaço: “Tenho bolos de alfarroba, de figo, mel algarvio, bolos de amêndoa, estrelas de figo, figos cheios… Uma variedade de bolos tradicionais, quase todos feitos por mim”. A alegria com que fala dos seus produtos é a mesma que tem quando se refere ao ‘seu’ mercado: “Já visitei outros mercados, mas este é o melhor. Este é o melhor mercado do Algarve”. Bonifácia Santos, de 73 anos, já vende frutas e hortícolas no mercado de Olhão há perto de 40 anos e reconhece que os mercados já contaram com mais público: “O negócio está fraco e eu vejo essencialmente um motivo para isso – a falta de estacionamento”. Mulher trabalhadora, é a própria que traz a sua carrinha até ao mercado e a queixa traduz-se em pouco tempo para poder descarregar os produtos. Este é um problema que Eduardo Cruz reconhece e no qual está a trabalhar. Olhanense e apaixonado pela terra, pelas gentes e a cultura da sua cidade, tomou posse em novembro de 2017 como

Eduardo Cruz, presidente Mercados de Olhão, E.M.

“Já visitei outros mercados, mas este é o melhor. Este é o melhor mercado do Algarve”

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presidente do Conselho de Administração da empresa municipal Mercados de Olhão, em regime de pro bono e, desde então, tem-se dedicado à realização e cumprimento do projeto que apresentou para a gestão dos mercados que estão sob a responsabilidade desta empresa municipal – Fuseta, Moncarapacho e Olhão: “Este plano de gestão passa por dois objetivos principais – Cuidar e Manter. Tivemos desde sempre um grande apoio do acionista único da Mercados de Olhão, o Dr. António Pina, enquanto presidente da Câmara Municipal e, desta forma, temos conseguido desenvolver o nosso plano”. Uma vez que está em causa dinheiro público, Eduardo Cruz esclarece que a gestão é feita da mesma forma que se gere uma empresa privada: “Traçamos um Plano Estratégico, garantimos que temos Financiamento, passamos à fase de Execução e, finalmente, procedemos ao Controlo do executado. É importante que assim seja, porque o dinheiro de todos não pode ser esbanjado. O estacionamento na Avenida 5 de Outubro, onde se situam os mercados de Olhão, é um problema cuja solução é difícil, porque, como explica Eduardo Cruz, há que conjugar as pessoas e a sua liberdade de usufruir da cidade e daquele ex-líbris com a necessidade económico-financeira dos operadores que trabalham no mercado e que garantem o seu funcionamento. Porém, outras questões há de mais fácil resolução, nas quais os comerciantes têm colaborado e se mostram mesmo entusiasmados com a mudança: “Os mercados atravessaram tempos de maior pujança económica e outros em que a sua importância diminuiu e, em simultâneo, as dinâmicas sociais das cidades também se alteravam. Os mercados da Fuseta e de Moncarapacho atravessaram períodos em que estiveram em autogestão e os mercados de Olhão eram também muito pouco controlados. O que começámos por fazer foi impor novamente regras, sobretudo no que respeita à defesa da saúde pública e à própria dignificação da profissão de


MERCADOS DE OLHÃO

comerciante. De início, sentimos alguma resistência por parte dos operadores, mas agora já perceberam que estamos sempre disponíveis para os ouvir, esclarecer as suas dúvidas e os seus problemas, e já reconhecem que o trabalho que tem sido feito é meritório e valoriza a estrutura em si”. De entre as principais medidas aplicadas destacam-se as medidas de segurança alimentar e de higienização, nomeadamente a utilização de avental, no caso dos operadores do pescado, a importância do bom estado do gelo e da boa conservação do pescado nas bancas e o seu respetivo transporte, bem como a sua correta identificação para venda: “Além disso, temos uma equipa de fiscalização isenta, reconhecida pelos operadores e familiarizada com as normas e regulamentos que têm de ser cumpridos. Durante os primeiros seis meses de aplicação e controlo dos regulamentos internos, já existentes, procedemos com sentido pedagógico. Passado este prazo, as não conformidades ou infrações foram objeto de correção ou instauração de processos de contraordenação que deram lugar a sanções pecuniárias (multas). Essas não conformidades já reduziram

Bonifácia Santos

em cerca de 70 por cento e a receita das multas é usada para ações de formação dos operadores dos mercados”. O reconhecimento da validade e importância das medidas chega devagar, mas já existe. Ana Maria é peixeira há seis anos e reconhece a dificuldade de lidar com os comerciantes mais antigos do mercado. Por outro lado, considera de grande valor as regras aplicadas pela Mercados de Olhão: “Cada vez é mais difícil retermos os clientes, porque fogem para as grandes superfícies. Assim, qualquer que seja a valorização que possamos conseguir do nosso serviço, nomeadamente no que respeita à exigência que, hoje, o público procura, é muito bem-vinda”. Os lojistas, cujos estabelecimentos estão virados para a ria Formosa ou para a avenida 5 de Outubro, também viram algumas regras alteradas, nomeadamente no que respeita à ocupação do espaço público por esplanadas: “Aplicámos a tabela, pela qual se regem, cujos valores diminuem 50 por cento na época baixa. Estes novos preços foram implementados no último trimestre do ano passado e, comparativamente com todo o ano de 2017, a receita de ocupação do espaço público aumentou em 47 por cento”, explica Eduardo Cruz. O espaço alocado às lojas dos mercados é essencialmente dedicado à restauração, sendo que quase todos os estabelecimentos primam pelas refeições leves, as tradicionais ‘tapas’: “Neste momento, o mercado é um elemento agregador e aglutinador de pessoas, sejam elas residentes – olhanenses e estrangeiros – ou turistas. É um espaço extremamente multicultural, onde todos se misturam e convivem com uma naturalidade impressionante. É um local de cultura tradicional, na sua essência”, relembra Eduardo Cruz. Ainda há muito por fazer, mas o presidente do Conselho de Administração da Mercados de Olhão, olhanense puro, não desiste: “Ainda falta fazer muita coisa. Vital, a conquista do espaço para instalar uma área técnica, para separação dos resíduos, no exterior dos edifícios, como está regulamentado por Lei; requalificar os mercados de Olhão, recuperar telhado e paredes mestras do interior dos mercados da Fuseta e de reposicionar o mercado de Moncarapacho para produtos biológicos, requalificando todo o edifício, adequando às exigências fixadas na Lei. Temos também um projeto já em curso que visa a redução do plástico. Estamos a estudar uma forma de oferecer às pessoas sacos de papel, obviamente revestidos com uma película no seu interior – no caso dos peixes e da carne – para que possam transportar as suas compras e reduzir a pegada ecológica simultaneamente. Mas tudo isto leva tempo”.

“A Olhão nada foi dado, tudo foi conquistado” Ana Maria

Cidália Graça

Olhão é uma cidade que trabalha de si para si. A alma olhanense, batalhadora, pura e igualitária está presente nas ruas dos bairros antigos – Barreta e Levante – e na tipicidade dos jeitos e falares dos filhos da terra. É esta cultura, viva e intensa, que transforma Olhão num concelho e cidade muito ecléticos, onde cabem todos: “Marcamos a diferença através das Francisquíadas, da poesia a sul, das noites do Levante, da Feira do Livro, do mês da juventude com muitas centenas de atividades - Mostra-te, para além de mais de 150 espetáculos no nosso auditório e agora, entre 9 e 14 de agosto, teremos a 34ª edição do nosso Festival do Marisco, que honra o melhor que temos no marisco algarvio, acompanhado de espetáculos musicais de qualidade superior. Estão todos convidados!”, conclui o presidente da Câmara, António Pina.

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CRIAR VALOR CONSULTORIA

COMPROMISSO: INTERAÇÃO E COMUNICAÇÃO PERMANENTE E CONCRETA COM OS CLIENTES

Equipa Criar Valor

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Euridice Martins, fundadora da Criar Valor, de forma a abordar o tema da consultoria de gestão na região algarvia percebendo os desafios e mais-valias do serviço que apresentam.

F

ale-me um pouco da Criar Valor. Quando nasceu? Com que objetivo? A consultoria de gestão que fazemos resulta de termos constatado, durante as nossas experiências de trabalho anteriores, da necessidade de oferecer às empresas e aos empresários um serviço técnico que os apoie a tomar melhores decisões, com base nos dados do seu negócio e aproveitando cada janela de oportunidade que surja. Assim, em Janeiro de 2005, nasceu a Criar Valor – Consultoria de Gestão, Lda. A nossa mais-valia é a de olhar de fora, aportando ao nosso cliente a nossa experiência, métodos de análise que comprovamos ao longo de quinze anos de atividade e, principalmente, o saber-fazer de melhorar processos e interações entre as operações e os sistemas de informação,

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com vista à tal melhoria em tempo útil na tomada das melhores decisões. Que serviços presta, especificamente, a particulares e a empresas? Fazemos consultoria de gestão tendo por base um adequado domínio técnico das normas, práticas e sistemas contabilísticos e estando atentos ao impacto fiscal das decisões. Esta base aplica-se tanto aos serviços a particulares como a empresas, seja na consultoria propriamente dita, seja em serviços integrados de contabilidade, reporte periódico de informação para a decisão e controlo de gestão, acompanhamento e apoio ao decisor. Tanto os serviços para particulares como

para empresas são prestados atendendo à abertura ao mundo que vivemos atualmente: trabalhamos em português e em inglês; interagimos com outros profissionais e com a administração em Portugal e com congéneres e outros profissionais em diversos países, de forma a apresentar ao cliente respostas integradas, que otimizem a operação internacional que carateriza o seu negócio ou a sua vida pessoal. Os nossos clientes têm interesses no Algarve, ainda que sejam de diferentes países. Embora tenhamos clientes de uma ponta à outra do Algarve, escolhemos Vilamoura como base, por ser central e estar próximo da maioria dos que nos procuram. O que é o Business Clinic? As empresas são como as pessoas: cada caso é um caso. Num check-up inicial, cabe-nos perceber o estado de saúde da empresa do cliente e, face às suas condições de negócio, que correções se impõem como mais fáceis, adequadas e com melhor impacto positivo na criação de valor para o negócio do cliente. A nossa experiência permitiu detetar padrões, não só nas empresas, mas também na forma de as ajudar a melhorar. Assim, para além de desenharmos rapidamente uma proposta de valor para cada novo cliente, com um pacote de serviços à medida de cada negócio, temos também o Business Clinic, que é um acelerador da nossa ação, permitindo detetar e atacar um problema específico e que requer resolução urgente. Que diferença existe nos vossos serviços que distinguem a Criar Valor dos restantes players do mercado? O nosso compromisso com o mercado é a interação e comunicação permanente e concreta com os nossos clientes, cumprimento rigoroso de prazos estabelecidos e oferta integrada de soluções empresariais que maximizem o valor dos negócios. A Criar Valor tem a dimensão, estrutura, profissionais com as competências e formação permanente, instalações, equipamentos e meios de trabalho de modo a poder assegurar profissionalismo, fiabilidade, segurança, proximidade e resposta rápida e precisa a todos os clientes. Os nossos clientes dizem que nós somos profissionais, temos disponibilidade permanente, geramos confiança, somos eficientes na resposta às suas solicitações, com proximidade e conhecimento dos assuntos, formulando respostas assertivas.


CRIAR VALOR CONSULTORIA

Somos exigentes connosco próprios, mantendo elevados padrões de serviço ao cliente, procurando crescer apenas se a manutenção destes padrões estiver assegurada. A consultoria de gestão já é reconhecida como essencial? São cada vez mais os empresários que percebem a mais-valia de contar com apoio especializado que vai além do tradicional. Os clientes percebem que desempenhos superiores e obtidos eficientemente resultam melhor com o apoio de consultores de gestão conhecedores e experientes. Sendo mulher, nota ainda alguma dificuldade acrescida em conseguir assegurar uma imagem credível do serviço que presta apenas por um julgamento de género? Estamos habituados a atitudes diversificadas e nem sempre o maior conservadorismo vem de onde se espera. Lidamos com clientes homens e mulheres, de diferentes idades, backgrounds profissionais, nacionalidades e com diferentes histórias empresariais. E se sentimos por vezes algu-

mas dificuldades, também temos aprendido muito com outras pessoas com quem interagimos e estamos muito gratos, porque crescemos, também a nível pessoal ao conhecer pessoas com origens diversificadas e negócios tão diferentes. Que desafios acrescidos existem neste setor? Estamos em plena transformação digital. Muitos empresários estão muito embebidos nas operações dos seus negócios e encaram este desafio como uma mera compra de software e de consultoria informática. O sucesso depende de terem mão na mudança, com uma adequada leitura das alterações de gestão a

fazer, devendo entrar só depois a aposta tecnológica e informática. Saber trabalhar em parceria, com o cliente e de forma produtiva com os trabalhadores do cliente e outros fornecedores deste, é um desafio contínuo que tem de ser ganho, a bem do sucesso dos seus negócios. A economia e as empresas nacionais estão, de facto, a atravessar um bom momento? As empresas devem aproveitar a atual conjuntura favorável para melhorarem os seus pontos fortes e a sua capacidade de detetarem oportunidades, estando atentos ao mundo fora da empresa. Quando a conjuntura mudar, empresas assim preparadas vão resistir melhor e, sabe-se, os melhores negócios fazem-se em momentos de crise. Mas só alguns têm unhas para tocar tão impiedosa guitarra... É fácil encontrar bons profissionais para trabalhar nesta área? Equilibrar vontade de construir uma carreira e ímpeto juvenil para fazer, ponderação na análise e ação, conhecimento técnico, sensibilidade para os negócios e experiência a lidar com o contexto, é sempre difícil. Mais do que conquistar clientes, é o crescimento sustentado da equipa que mais explica a capacidade de crescer.

Como vê o futuro? Vejo o futuro como um desafio diário, motivador, por poder fazer o que gosto, estudando sempre, para descobrir novas formas de olhar os problemas e resolvê-los de modo a criar valor.

Contactos R. Pimenteiras Edf. Antélius RC LJ B - Vilamoura | 8125-473 Quarteira T | +351 289 43 22 93 E | info@criarvalor.com | www.criarvalor.com

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DESTAQUES 88 NOVODENT - EANES & TELES DENTAL CLINIC “Ir ao dentista é um momento de saúde!” 90 ECOLEVA - GESTÃO DE RESÍDUOS, LDA. Comprometida em andar de mãos dadas com o ambiente 94 TABERNA DE AZEITÃO Um local de passagem e paragem obrigatória

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SETÚBAL O rio e o mar são a figura paternal da região que se encontra a um passo do mar e a outro da serra: Setúbal. Apenas a 32 quilómetros da capital Portuguesa, a região é privilegiada pela proximidade à metrópole e pela beleza sem igual. Para os amantes do património histórico e cultural podem ser visitados os mais variados lugares (Castelo de São Filipe, Igreja de São Julião, Fábrica romana de salga, Fórum Municipal Luísa Todi, Forte de São Filipe de Setúbal, Forte de Santiago do Outão, Forte de Albarquel, Forte de Santa Maria da Arrábida, Muralhas de Setúbal, Casa do Corpo da Guarda, Baluarte da Conceição, Igreja de Santa Maria da Graça, Igreja de S. Julião, Igreja de S. Lourenço, Azeitão, Capela de Nossa Senhora dos Anjos, Convento de Jesus, Convento da Arrábida, Ruínas romanas de Troia em Grândola, Casa de Bocage, entre outros). É na gastronomia local que se pode deliciar com a Açorda de marisco, Choco frito, as Amêijoas à Bulhão Pato e os Besugos (carapaus e chocos na grelha). A variedade de peixes é imensa e a qualidade é inegável para quem visita o mercado local e vê de perto os produtos frescos da região. A produção de queijos e de vinhos é também de destacar pela qualidade e excelência apresentada no produto final. As encostas da Serra da Arrábida proporcionam, não só belas paisagens, como também produtos de referência. O famoso Moscatel de Setúbal não perde o lugar à mesa dos habitantes locais e conquista, cada vez mais, o paladar dos turistas. É nas praias onde se desfrutam os mais esperados momentos de lazer e nesse sentido, estão a ser feitas melhorias de segurança e acessibilidade. Existe uma variedade de praias a serem visitadas, como é o caso da praia da Saúde, de Albarquel, da Comenda, da Rasca, da Figueirinha, de Galapos, de Galapinhos, de Coelhos, entre outras.



NOVODENT - EANES & TELES DENTAL CLINIC

“IR AO DENTISTA É UM MOMENTO DE SAÚDE!” 16 anos após o início do desafio, Rita Bravo Teles, sócia fundadora da NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic reflete sobre o setor onde se insere e faz o balanço dos anos de atividade.

Q

uando e como surgiu a clínica NovoDent? A clínica NovoDent iniciou o seu percurso no ano de 2003, um sonho idealizado por dois jovens e empenhados médicos dentistas, já com a convicção e ambição de nos tornarmos uma referência positiva e uma mais-valia na área que escolhemos. De um pequeno consultório nasceu a NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic, contando já com 16 anos de existência. Foi um crescimento muito positivo, mas foi também bastante tranquilo pois queríamos que fosse gradual e, dessa forma, sustentado para mantermos vivos os valores que idealizámos no primeiro dia e que perduram até hoje. Que tipo de serviços e valências prestam no âmbito da Medicina Dentária? A nossa clínica teve uma importante renovação de imagem e de espaço há quatro anos. Foi uma melhoria que nos permitiu ampliar para cinco gabinetes, ter uma unidade de radiologia digital intra-oral panorâmica 3D e um laboratório “ in Lab” criando um espaço que nos proporciona excelentes condições de trabalho e um ambiente cuidado 90 | Revista Business Portugal julho 2019

e agradável para os nossos pacientes. Queríamos oferecer, no mesmo espaço físico, todas as respostas às múltiplas necessidades de quem nos procura. Disponibilizamos assim todas as valências no âmbito da Medicina Dentária, desde a Dentisteria Estética, à Implantologia, Endodontia, Periodontologia, Prostodontia Fixa e Removível, Ortodontia e Odontopediatria. Somos atualmente uma equipa multidisciplinar, com especialidades e interesses diferentes o que enriquece as nossas discussões relativamente aos casos clínicos. É um ponto que apreciamos bastante na nossa clínica e fazemos questão que exista, pois consideramos ser uma grande mais-valia para cada caso. Como justificam o sucesso alcançado da NovoDent numa época com tanta oferta? Será que esse sucesso é justificado pela identidade da NovoDent? A Medicina Dentária evoluiu bastante nos últimos 16 anos, quando atendemos o nosso primeiro paciente. Atualmente temos uma Medicina Dentária bastante qualificada, em modos gerais, com profissionais atentos e que não deixam de estudar e apostar na sua formação profissional. Penso que a identidade da nossa clínica reflete um pouco ou quem sabe bastante, a nossa identidade pessoal. Temos ideias bastante claras e valores definidos do que queremos e não queremos, pelo que o nosso percurso acaba por se fazer naturalmente, mas sempre pautado por bastante trabalho e dedicação. É nossa opção trabalhar unicamente com materiais de primeira qualidade, pois queremos garantir a longevidade no trabalho que fazemos. Sempre defendi, e acredito que nesta área tão especial como é a área da saúde, a componente empresarial existe, claro que sim e bem gerida e não descurada, mas não se deve sobrepor à componente técnica e muito menos humana e temos trabalhado nesse sentido. Estamos verdadeiramente empenhados na componente técnica e profissional, como é evidente, mas estamos também emocionalmente comprometidos com o doente e penso que todas estas facetas nos caracterizam e acabam por nos distinguir. A aposta nas novas tecnologias e soluções é uma realidade na NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic. Qual a importância de uma atualização real dos métodos utilizados e da aposta constante em formações do corpo clínico, atualmente? Toda! É fundamental não estagnar, continuar atento ao que se passa à nossa volta e não ficar fechado no nosso gabinete a achar que já se aprendeu tudo! Felizmente somos uma


NOVODENT - EANES & TELES DENTAL CLINIC equipa bastante motivada nesse sentido e talvez por sermos de áreas distintas e com interesses particulares, contagiamo-nos uns aos outros e esse intercâmbio constante torna a profissão bem mais alegre e desafiante. Associado a isto, investimos na última geração em tecnologia digital - O Cerec - que engloba o conceito “one visit Dentistry”. O Cerec é o exclusivo sistema CAD/CAM para restaurações, inlays, coroas, entre outros tratamentos que, após ser feita a leitura com câmara intra-oral, esta unidade é trabalhada informaticamente e a informação é transferida para uma super fresadora Cerec que fresa a peça no bloco do material desejado. Numa única consulta, sem impressões, altamente estético e de longa duração. Também utilizamos a tecnologia digital a nível ortodôntico, o sistema INVISALIGN- aparelho removível que permite a correção ortodôntica através de um conjunto de alinhadores praticamente invisíveis de uma forma confortável e eficaz. Devemos apostar na tecnologia, tirar partido do que tem para nos oferecer, mas nunca esquecermos o “resto”. Os nossos olhos, as nossas mãos, a nossa experiência, tudo o “resto” que traduz um verdadeiro ato médico. Como classificaria a saúde oral dos portugueses na atualidade? Existe uma maior consciencialização sobre a saúde oral ou existe ainda um longo caminho a percorrer? Penso que embora seja um caminho importante que Portugal tem para percorrer, vai ficando, embora mais lentamente do que todos nós desejaríamos, menos longo. Num passado não muito distante, a saúde oral era completamente negligenciada e em grande parte devido a fatores económicos, mas também muito educacionais. Não devemos esquecer que a saúde oral não é um exclusivo dos dentes, mas também da gengiva e do osso de suporte, bem como dos tecidos moles, língua e lábios. As doenças orais têm um impacto direto para o indivíduo através da dor e desconforto, mas trazem consequências para a saúde em geral e qualidade de vida. Um estudo independente da School of Business and Economics da Universidade Nova, utilizando dados da EU-SILC, evidencia que Portugal é o segundo país da União Europeia com a maior percentagem de pessoas com mais de 16 anos, que relatam necessidades não satisfeitas em cuidados de

João Ramalho Eanes e Rita Bravo Teles, sócios-fundadores

saúde oral (17,8 por cento), muito acima da média europeia (7,9 por cento). Segundo o Special Eurobaromenter, os portugueses visitaram o médico dentista no último ano do inquérito, 46 por cento sendo que a média na Europa situa-se nos 57 por cento. Mas a principal diferença é que, em Portugal, a razão pela qual o fizeram foi: 25 por cento em situação de urgência, enquanto os europeus em geral visitam o dentista por razões preventivas, check-up, consulta de rotina ou higiene oral (50 por cento). O cancro oral é o sexto mais comum do mundo e Portugal é o segundo país da Europa com maior taxa de incidência. O diagnóstico tardio, associado claro a fatores de risco contribuem para esses números alarmantes. Mas notamos na nossa prática do dia-a-dia que esta dura realidade tem vindo a melhorar e os portugueses estão mais preocupados com a sua saúde oral. É com enorme prazer e orgulho até, que assisto aos nossos doentes mais jovens, já preocupados, atentos e sensibilizados para a saúde oral dos seus filhos. A prevenção é a chave, e a forma mais eficaz no combate às doenças orais. E para aqueles que ainda temem uma ida ao dentista, o que tem a dizer? A ansiedade e o medo associados à nossa consulta continuam a existir, é um facto. Recebemos muitos pacientes com medo e traumas do passado que acabam por transmitir a outros, pelo que considero que a confiança no seu médico dentista é essencial. Penso que perceber que aquele profissional está ali para ajudar é fundamental para ultrapassar estas barreiras. O medo deve ser controlado para não se transformar numa inibição de uma ida ao dentista que ao ser arrastada no tempo, pode transformar-se num problema mais grave. Uma ida ao seu médico dentista a cada seis meses é um requisito fundamental. Ir ao dentista é um momento de saúde!

Av. Alexandre Herculano, no 87 | 89, 2955-122 Pinhal Novo Tlf.: +351 212 385 282 | Tlm.: +351 933 197 719 Email: geral@novodentclinic.com Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta: 9h às 13h e das 15h às 20h | Sábado: 9h às 13h

www.novodentclinic.pt julho 2019 Revista Business Portugal | 91


ECOLEVA - GESTÃO DE RESÍDUOS, LDA.

COMPROMETIDA EM ANDAR DE MÃOS DADAS COM O AMBIENTE Prestes a comemorar dois anos de atividade, a Ecoleva - Gestão de Resíduos, Lda mostra estar cada vez mais empenhada em dar o seu contributo na proteção do meio ambiente. A Revista Business Portugal conversou com Alexandre Mota e Luís Rocha – fundadores e sócios-gerentes – para conhecer esta jovem, mas já prestigiada empresa.

A

ideia de avançar com a Ecoleva surgiu quando os atuais sócios faziam uma viagem de negócios, ligada a outra atividade. Segundo Alexandre Mota, “a Ecoleva era uma ideia que já tinha há alguns anos, mas nunca tive ninguém para a desenvolver”, até conhecer Luís Rocha. Numa conversa, que surgiu naturalmente, falaram na possibilidade de fundarem uma empresa juntos e, no dia 22 de agosto de 2017, assim o fizeram. Apesar de terem um capital reduzido, decidiram avançar, tendo começado por trabalhar nas insolvências – uma das principais atividades até à data, a par das desmatações e limpezas de terrenos. Hoje, a

ECOLE

Ecoleva tem uma panóplia de serviços: efetuam demolições, fazem gestão de resíduos, falências, arrombamento de portas e troca de fechaduras, terraplanagens, plantação de floresta, urbanizações, construção civil, compra e venda de imóveis e compra e venda de veículos automóveis e sucata. Com sede e armazém no Montijo, a empresa arrancou bem no mercado, tendo até superado as expectativas, contando com um elevado volume de negócio e de clientes de referência. Começaram apenas os dois sócios, do zero, hoje são uma equipa de 18 profissionais e, em pouco tempo, tornaram-se numa empresa de referência, procurada para prestar os mais diversos serviços. Apesar dos poucos anos de mercado, já se conseguiram afirmar como sendo disponíveis e competentes, procurando sempre deixar o cliente satisfeito: “nós damos soluções. Temos uma equipa disposta a trabalhar quando é preciso, sendo que o que nos diferencia é a prontidão, qualidade e rapidez do serviço”, afirma Alexandre Mota. Para além destas valências, a Ecoleva também se distingue por passar

VA DE MÃOS DADA S COM O AMB IENTE

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ECOLEVA - GESTÃO DE RESÍDUOS, LDA.

Alexandre Mota e Luís Rocha, fundadores e sócios-gerentes

“o objetivo era o de manter e algo que faz parte da nossa história, era um emblema de Portugal em Macau que foi feita para estar presente na Expo 98”, referem. Neste momento, o barco auxiliar da lorcha está no Museu Agrícola da Atalaia. Sem dúvida que, até à data, este foi o projeto de referência e que mais orgulha a empresa, no entanto, a equipa está confiante de que, futuramente, irão surgir projetos tão ou mais desafiantes.

Trabalho de equipa

uma imagem de cuidado e atenção ao pormenor, pois “não deixa sequer escapar uma silva em cima do muro”. Outro segredo para o sucesso da empresa é a prevenção: quando os seus profissionais detetam um problema, procuram o cliente e alertam-no, fazendo-os poupar, (por vezes) pesadas multas. Tendo como clientes vários municípios, afirmam que o maior problema é a dificuldade monetária que estes têm em manter os terrenos limpos, mas “os municípios não estão dotados dos meios técnicos, operacionais e muito menos financeiros. É neste sentido que intervimos, tentando sensibilizá-los de que ao valor da multa acresce o valor da limpeza dos terrenos”, explica Alexandre Mota. A Ecoleva já desenvolveu vários projetos com municípios e particulares. Para além da obra da Marina de Portimão, em que foram desmantelados barcos apreendidos, estão a estabelecer um acordo com o Ministério da Justiça, em Lisboa, de modo a criarem uma parceria no sentido de fazerem “a guarda de viaturas de luxo, de obras de arte, entre outros materiais apreendidos”, assinalam os sócios. Futuramente vão limpar toda a zona do Portinho da Arrábida, sendo que têm outras obras em curso para iniciar, nomeadamente duas pedreiras para limpar e vedar no Alentejo.

O desmantelamento de uma lorcha histórica Um dos trabalhos desenvolvidos que destacam até ao momento, foi o desmantelamento do navio Macau, considerado por Alexandre Mota, “a última joia da coroa de Portugal, aquando da governação em Macau”. O desafio surgiu há cerca de um ano, proporcionando uma entrada no mercado, com um trabalho desta envergadura. Algumas pessoas eram de opinião que o navio não devia ser desmantelado, mas o navio Macau “estava contaminado com um bicho na madeira, representando um perigo para outros barcos, que estavam em risco de serem contaminados. Foi a Fundação Oriente que, depois de adquirir o navio, fez o convite para a Ecoleva desmantelar a histórica lorcha”. Revela Alexandre Mota. Como recordação, os nossos entrevistados guardaram peças do navio Macau e ofereceram à Câmara Municipal de Montijo o barco auxiliar:

Alexandre Mota e Luís Rocha complementam-se: o primeiro é responsável pela parte administrativa da empresa e o segundo é responsável pelo trabalho no terreno. É característica destes dois empresários andarem no meio dos seus trabalhadores, na procura de servir os seus clientes o melhor possível. Fazem o que for preciso e garantem que, quem não conhece a equipa, não conseguem identificar os patrões: “não temos esse tipo de futilidade” refere Alexandre, acrescentando que “muitas vezes até preferem ser eles a fazer o serviço”. Ambos estão envolvidos de corpo e alma no projeto e prova disso foi uma situação que se passou no início: o staff ainda não era muito e já tinham vários serviços em mão, mas, para não deixarem de servir um cliente, depois de um dia de trabalho, começaram um trabalho às 10 horas da noite, tendo terminado às 2 horas da manhã. No dia seguinte, surpreenderam e fidelizaram um cliente. Estas atitudes diferenciam um serviço de qualidade que deixam o cliente satisfeito e que Luís Rocha tem a oportunidade de comprovar no terreno: “é na nossa presença que se resolvem os problemas. Nós sabemos gerir a empresa e comandar a equipa, estamos sempre de acordo em qualquer projeto. Esforçamo-nos e, muitas vezes, acabamos as obras antes do prazo, o que fideliza os nossos clientes e atrai a contratação de novos serviços”.

“Proteção da natureza, defesa da saúde pública” “O nosso lema é: Ecoleva de mãos dadas com o ambiente”, refere Alexandre Mota, acrescentando que “colaboramos com todas as atividades relacionadas com o ambiente, dentro das nossas capacidades, não só com os municípios, mas também com a população em geral”. Donos de um serviço diferenciado, Luís Rocha acrescenta, com convicção, que “reconhecemos o trabalho que é realizado por nós, porque é claramente diferente do efetuado por outras empresas deste ramo de atividade”. A dupla de empresários está segura de que consegue assegurar todos os serviços a que se propõe, mantendo a qualidade e excelência a que já habituou os seus clientes. Estrada Vaza da Borracha, Armazém Nº 3, Afonsoeiro 2870-415 Montijo

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BIOSTASIA

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA ALIADA AO MEIO AMBIENTE

Presente no mercado desde 2004, a Biostasia apresenta-se como uma empresa em constante evolução e desenvolvimento, que faz uma forte aposta na inovação e tecnologia. A Revista Business Portugal esteve com o gerente Carlos Gabirro, que nos deu a conhecer o projeto, caracterizado por ser ecológico e por criar produtos e serviços biológicos.

A Biostasia é certificada pela ISO 9001 na implementação, concessão, venda e produção de produtos biológicos, oferecendo segurança e qualidade ao cliente

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Biostasia dedica-se à investigação, produção e comercialização de produtos de controlo biológico, sem resíduos e amigos do ambiente. Quando iniciou a atividade, propôs-se à criação, desenvolvimento e execução de projetos de requalificação paisagística e espaços verdes, na Península Ibérica, tendo como base do negócio a Hidrossementeira. Em 2010, alteraram o seu core business e iniciaram a prestação de serviços na área do Controlo Biológico no combate à praga do Escaravelho Vermelho, sendo hoje reconhecida nacionalmente como especialista no

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controlo de pragas urbanas e agrícolas pelo método de Controlo Biológico. É em 2013 que integram na sua estratégia a conceção de produtos e soluções para o controlo de pragas, fertilização e nutrição com produtos resíduo zero para os dois mercados e lançam a marca Sr. Orgânico, para o cliente final. A Biostasia é certificada pela ISO 9001 na implementação, concessão, venda e produção de produtos biológicos, oferecendo segurança e qualidade ao cliente. Para além de trabalhar com laboratórios certificados


BIOSTASIA

Carlos Gabirro, gerente

sempre que os estudos, a investigação e/ou o desenvolvimento assim o exigem. “Distinguimo-nos porque apostámos no IDI – Investigação, Desenvolvimento e Inovação que temos internamente” afirma Carlos Gabirro. “Estamos a ficar posicionados na parte de investigação e tecnologia e isso é o que nos diferencia” Segundo Carlos Gabirro, “é na área de investigação e tecnologia que temos sido reconhecidos pelos nossos parceiros. Quando falam de nós, já nos associam a uma empresa na área tecnológica, sendo até muito usual virem-nos perguntar qual é a novidade que temos agora, porque estamos sempre a inovar”. A Biostasia afirma-se como uma empresa que trabalha técnicas que, muitas vezes, ainda são inexistentes no mercado. Exemplo disso é a aplicação da nanotecnologia no setor agrícola. A Biostasia comercializa, exclusivamente, produtos de resíduos zero (biológicos), para além de que disponibiliza todo o seu conteúdo online, proporcionando respostas rápidas aos seus clientes: “tudo com que trabalhamos hoje em dia na empresa, tentamos que seja a nível tecnológico. O nosso catálogo não está em papel, é tudo eletrónico e os nossos sacos também já são todos em papel. Nós temos a empresa toda baseada no resíduo zero e no mínimo impacto ambiental”, refere Carlos Gabirro, acrescentando que o objetivo da empresa “não foi o de aproveitar esta novidade do mercado para incrementar preços, mas sim para substituir técnicas, que é o que nós temos estado a fazer”. A Biostasia acredita nos produtos que desenvolve, sendo que Carlos Gabirro chega mesmo a dizer que “os produtos disponibilizados são testados exaustivamente em laboratório”, acrescentando que dão muito enfoque à investigação e análise dos seus produtos e respetivo comportamento no ambiente dos clientes. A empresa caracteriza-se ainda por ter uma relação próxima e de confiança com o seu cliente: “somos reconhecidos

por ser uma empresa inovadora, com um produto tecnológico. Nós acompanhamos o cliente, damos formação e fazemos workshops, para além de que também investimos na formação a nível interno”. Conclui Carlos Gabirro, gerente da Biostasia.

“É na área de investigação e tecnologia que temos sido reconhecidos pelos nossos parceiros. Quando falam de nós, já nos associam a uma empresa na área tecnológica, sendo até muito usual virem-nos perguntar qual é a novidade que temos agora, porque estamos sempre a inovar”

Rua João Lino, Lt 20 - Armazém 2D, Palhais , 2830-222 Barreiro Telefone: 21 050 4878

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TABERNA DE AZEITÃO

UM LOCAL DE PASSAGEM E PARAGEM OBRIGATÓRIA A Taberna de Azeitão abriu portas no final de 2015, pela mão de Rui e Rute Cabrita. O casal investiu neste negócio baseando-se nos parâmetros da qualidade, bom atendimento e excelente relação qualidade-preço. Hoje, cerca de três anos depois da abertura, este estabelecimento já é uma referência em Azeitão. A Revista Business Portugal foi saber um pouco mais sobre esta casa que tem uma especialidade única – wrap de choco frito.

Investimos acreditando que seria um negócio de sucesso, o que felizmente se tem vindo a comprovar. Quando decidimos abrir as portas no final de 2015, tentamos aliar as nossas experiências de trabalho e de vida, pois ambos viajamos com muita frequência, dentro e fora do país, o que nos deu a inspiração certa para criarmos a nossa imagem”, começaram por nos confidenciar Rui e Rute Cabrita.

Qualidade, ambiente familiar e boa relação qualidade-preço O casal assume que, quando ocupou o espaço onde está a Taberna de Azeitão, teve de mudar praticamente tudo: “Quem aqui vem hoje dificilmente reconhece o espaço, porque está totalmente diferente. Ainda nos faltam uns pequenos complementos e ajustes, mas está à nossa medida”. Com uma sala bem iluminada e espaçosa, de cores claras e decoração simples, mas de bom gosto, este estabelecimento responde adequadamente a quem procura um espaço moderno e arejado, mas onde possa comer pratos tipicamente portugueses, num ambiente tranquilo, descontraído e familiar. Todavia, Rui Cabrita salienta que a relação qualidade-preço apresentada é a grande mais-valia: “A nossa qualidade é muito boa. Fazemos questão de ter produtos regionais, de cozinhá-los bem e de fazer sobressair o que têm de melhor, mas também queremos que quem o frequente, possa saborear um bom prato, sem grande preocupação com o preço. Assim, quem quiser comer uma boa refeição por cerca de dez euros consegue fazê-lo e se quiser realmente desfrutar um pouco mais, a média de pagamento ronda os 15 a 20 euros”.

Pratos típicos e especialidades regionais

Rute e Rui Cabrita, gerentes

Rua José Augusto Coelho n.º 142 A Vila Nogueira De Azeitão -Setúbal Tlm.: 915 243 663 Email: tabernadazeitao@gmail.com tabernadeazeitao

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O polvo à lagareiro, o choco frito e o bacalhau são os três pratos que mais saem na Taberna de Azeitão. Existe também a criação exclusiva de Rui Cabrita, o wrap de choco frito: “Foi criado aqui e, que eu saiba, mais ninguém tem. Queríamos inovar, com base num prato típico e creio que conseguimos”. Além dos pratos de peixe, existem também os bifes de atum – com molho à ‘portuguesa’ e com cebolada – e a posta à mirandesa, que também é muito apreciada. No que diz respeito aos vinhos, Azeitão é uma região vitivinícola de renome, pelo que marcas da terra não podiam faltar: “Temos vinhos verdes, brancos, tintos e os moscatéis, que são indispensáveis. As adegas mais renomadas da região apostam muito no enoturismo, conjuntamente com a autarquia, e isso traz-nos também muitos clientes turistas”. Outra iguaria regional é o queijo, que também pode ser apreciada neste restaurante. Com clientes habituais, e outros que chegam por recomendação de terceiros, a Taberna de Azeitão já é um projeto vencedor, mas os proprietários acreditam que este é o começo de uma história de sucesso: “Acreditámos desde o início que teria sucesso e tem-se confirmado. Porém, podemos crescer ainda mais, à medida que nos tornamos mais conhecidos. Já somos uma referência em Azeitão e já vêm pessoas de outras regiões do país para experimentar a nossa carta”. Com dia de folga ao Domingo, a Taberna de Azeitão é uma excelente opção para qualquer pessoa que aprecie a boa comida tradicional portuguesa, um ambiente renovado e fresco e um atendimento simpático e de qualidade. Não deixe de experimentar! A Taberna de Azeitão está à sua espera!



DESTAQUES 97 ABSTRACT BUSINESS SOLUTIONS Indústria 4.0 – Uma empresa portuguesa com origem na Polónia 98 ASSECO Soluções tecnológicas de Portugal para o mundo

Agência de Investimento e Comércio da Polónia LISBOA ACOLHE NOVA DELEGAÇÃO DA AGÊNCIA DE INVESTIMENTO E COMÉRCIO DA POLÓNIA A Agência de Investimento e Comércio da Polónia abriu, recentemente, uma nova delegação. Lisboa foi a cidade escolhida e a Revista Business Portugal aproveitou a oportunidade para conversar com Dariusz Duda, diretor geral, e conhecer um pouco melhor o trabalho desenvolvido por esta agência governamental. Lisboa acolheu, recentemente, a primeira delegação da Agência de Investimento e Comércio da Polónia. O que é a Agência de Investimento e Comércio da Polónia e qual o seu objetivo? A Agência de Investimento e Comércio da Polónia (PAIH) é uma agência governamental que visa apoiar a internacionalização das empresas polacas nos mercados internacionais e atrair investimento estrangeiro para a Polónia. Sediada em Varsóvia, a PAIH conta com uma rede operativa de 70 escritórios comerciais pelo mundo. O apoio oferecido pelas delegações da PAIH inclui, entre outros serviços, a identificação de parceiros comerciais, a organização de reuniões B2B, a participação nas feiras de diferentes setores, a elaboração de análises de estudos de mercado e a disponibilização do espaço co-working dentro de escritório. Atualmente, a Agência de Investimento e Comércio da Polónia disponibiliza uma rede de suporte internacional, através dos cerca de 70 escritórios espalhados pelo mundo. De que forma é feita a seleção dos locais para a abertura das delegações? A escolha dos países onde a PAIH abriu as suas delegações foi baseada na importância económica destes mercados da perspetiva do 98 | Revista Business Portugal julho 2019

RELAÇÕES BILATERAIS potencial das exportações polacas. A estratégia do governo polaco – em conformidade com o rumo da política da União Europeia – é a de procurar oportunidades de crescimento nos mercados fora da Comunidade Europeia. Com esse objetivo em mente, a PAIH começou precisamente por marcar presença em países da América Latina, África e Ásia, concentrando-se posteriormente nos mercados europeus, entre os quais se destaca a delegação em Portugal. Portugal afigura-se um local propício à captação de investimento? À medida que as empresas polacas se tornam cada vez mais inovadoras e obtêm acesso a financiamento para as suas operações, surgem consequentemente oportunidades de negócio. Portugal é um local favorável para investir por várias razões, entre as quais vale a pena mencionar as disposições legais favoráveis para companhias estrangeiras, a facilidade em estabelecer uma empresa, o apoio institucional bem como os diversos incentivos económicos disponíveis. Com os investimentos portugueses na Polónia já consolidados, chegou agora o momento de as empresas polacas darem um passo em frente e conquistarem o mercado português. A relação estreita de Portugal com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa contribuiu na decisão para a abertura da delegação em território nacional? Sim, a comunidade lusófona conta com um mercado de mais de 250 milhões de pessoas cujo acesso pode ser facultado através de empresas portuguesas que têm vindo a desenvolver relações comerciais nestes países. Atualmente, já existem algumas empresas polacas que conseguem, com sucesso, vender os seus produtos e serviços no continente africano e que poderão agora contar com o apoio da delegação da PAIH nos mercados lusófonos, principalmente em Angola e Moçambique. Em 2018, as trocas comerciais entre Portugal e Polónia ultrapassaram os 1,8 mil milhões de euros. Podemos afirmar que as relações económicas entre os dois países estão bem de saúde? As relações comerciais estão firmes e o seu valor tem crescendo organicamente a um impressionante ritmo anual de 14,5%. Bem

representativo disto é o fato de que nos últimos anos as trocas comercias bilaterais terem mais do que duplicado. Em 2018, quais as categorias que Portugal mais exportou para a Polónia e quais as que mais importou? Os produtos de exportação mais importantes da Polónia para Portugal são veículos e barcos, pneus, máquinas digitais, condicionadores de ar, cosméticos, farmacêuticos, produtos brancos (televisões, máquinas de lavar roupa e loiça, frigoríficos), carne, trigo, cerâmica, alumínio e móveis. Por seu turno, os produtos de importação mais importantes são os pneus, fios e cabos, frutas (mangas, laranjas), pastas químicas de madeira, vinho, roupa, expositores, aparelhos da rádio, portas e janelas. O mercado polaco é, atualmente, um mercado atrativo para as empresas portuguesas? Sim, além de muitos incentivos económicos (isenções fiscais, subsídios), os produtos portugueses têm uma imagem muito positiva aos olhos dos consumidores polacos que dispõem de um poder de compra cada vez maior. Além disso, a Polónia pode beneficiar das experiências portuguesas em âmbitos como as energias renováveis, o sistema de saúde, parcerias público-privadas etc. Acredito que existem muitas sinergias que podem impulsionar a cooperação mútua entre os dois países. Tal como Portugal pode servir como uma porta de entrada para as empresas polacas no mundo lusófono, a Polónia pode atuar da mesma maneira – dada a sua proximidade geográfica e laços económicos – para os mercados da Europa de Leste. Nas últimas décadas, foram os investidores portugueses (com destaque para o Millennium, EDP Renováveis, Jerónimo Martins, Mota Engil) que têm com muito sucesso entrado no mercado polaco. Este fenómeno trouxe consigo a chegada das empresas de apoio empresarial bem como vários escritórios de advogados, empresas de consultoria, câmaras de comércio trilhando caminhos entre os dois países. Isso faz com que as novas empresas tenham já mais facilidade em lançar novos projetos para os dois mercados. A delegação da PAIH em Portugal, à semelhança da delegação da AICEP na Polónia, terá assim como objetivo apoiar as empresas polacas nesta expansão internacional.


ABSTRACT BUSINESS SOLUTIONS

INDÚSTRIA 4.0 – UMA EMPRESA PORTUGUESA COM ORIGEM NA POLÓNIA

Há 10 anos a Abstract Business Solutions entrou no mercado como consultoria de gestão, com foco na melhoria da produtividade dos seus clientes. O primeiro cliente foi justamente na Polónia, numa fábrica de um grande grupo português, onde implementaram soluções baseadas na filosofia LEAN Manufacturing, com excelentes resultados obtidos. Desde aí ficaram umbilicalmente ligados à Polónia.

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om o advento da Indústria 4.0 e a necessidade de maior velocidade na perceção dos potenciais problemas, os sócios Francisco Régis e Francisco Andrade, ambos com uma vasta experiência em chão de fábrica, decidiram mudar o foco da empresa. Esta mudança surgiu há cerca de dois anos com o objetivo de colocar toda a sua experiência e visão de gestão numa plataforma digital intuitiva e amigável, que pudesse ser utilizada tanto pelos gestores como pelos operadores com apenas alguns minutos de formação. Surge então o MGPRO®, um ManufactuFrancisco Régis e Francisco Andrade, sócios

ring Execution System (MES) que visa automatizar uma série de processos de gestão de produção, qualidade e consumo de energia. Através do MGPRO® é possível ter uma visão histórica e em tempo real da eficiência das operações, dos potenciais problemas e ao mesmo tempo acionar as diversas áreas da empresa para a sua resolução. O MGPRO® está hoje presente em cinco países - Alemanha, Brasil, México, Portugal e Polónia. Este último continua a ser um mercado alvo pelo tamanho do seu parque industrial e também pelo facto de ser uma “segunda casa” para a equipa da Abstract. A seguir apresentamos a conversa que tivemos com os Sócios Fundadores.

O MGPRO está implementado em cinco países. Têm equipas dedicadas em cada um deles? Temos operações físicas no Brasil, Portugal e em breve teremos também na Polónia. A partir destes países conseguimos instalar o sistema e dar suporte a todos os nossos clientes. Isto é possível graças à tecnologia disponível hoje em dia, contudo existem momentos chave na implementação de um projeto em que não abdicamos do contacto presencial. O que distingue o MGPRO® da concorrência? Algo que tem sido diferenciador é o facto da nossa génese ser a gestão industrial, e não a componente tecnológica. Conseguimos perceber claramente quais as necessidades dos nossos clientes e assim arquitetar soluções simplificadas e económicas que respondem efetivamente às suas expectativas. Destacamos essencialmente três fatores diferenciadores: • Experiência de gestão em diversas realidades industriais; • Know how de programação e automação; • Soluções intuitivas com foco em resultados. Quais os conselhos que dariam a um cliente que está à procura de um MES? Existem vários cuidados a ter na adoção de uma solução deste género. Nomeadamente, a) Ter uma noção realista da condição atual da empresa, do ponto de vista tecnológico e capacidade dos seus recursos. Com base neste diagnóstico desenvolver um plano de trabalho, que pode demorar alguns anos, para que se atinja a excelência tecnológica. Temos observado algumas organizações a definir objetivos muito ambiciosos que, além de não serem alcançados, geram desgaste e desperdício de recursos humanos e financeiros. b) Distinguir o que acrescenta valor do que é apenas nice to have. Teoricamente é possível fazer quase tudo, mas muitas ideias

que inicialmente parecem geniais esvaziam-se completamente quando são discutidas em maior detalhe ou são implementadas. c) A Operação, como cliente final, deve liderar o projeto. A Informática deve ter um papel de suporte. O que os vossos clientes podem esperar com a implementação do MGPRO®? Para já, estar em sintonia com o mundo. Há centenas de empresas que desapareceram por simples falta de atualização. Não olhar o que está a acontecer ao seu redor é erro capital. Nós trazemos tecnologia e conhecimento. Outras vantagens: 1) Libertar mão-de-obra para atividades mais nobres do que preencher papéis; 2) Fiabilidade da informação; 3) Redução de diversos custos de produção; 4) Aumento de pelo menos 15 por cento de eficiência (com o uso efetivo da metodologia associada ao MGPRO®). O que podemos esperar do MGPRO® para o futuro? Estamos em grandes nomes do mercado português e brasileiro. Queremos consolidar a nossa operação nestes mercados e criar as bases para uma expansão na restante América Latina e Europa, com foco na Polónia. Isto passa também por estar cada vez mais integrados no ambiente da indústria 4.0, crescendo de forma sustentada com o objetivo de desenvolver um sistema MES que seja referência mundial, algo que nos parece possível a médio prazo. A aposta é continuar a mostrar ao mundo o know how português em Software de Gestão.

www.mgpro.io julho 2019 Revista Business Portugal | 99


ASSECO

SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS DE PORTUGAL PARA O MUNDO Especialista no desenvolvimento de software bancário, a Asseco PST (Portuguese Speaking Territories) é hoje uma referência internacional. Para compreender um pouco melhor esta empresa e o trabalho que desenvolve nos oito países onde opera, estivemos à conversa com Daniel Araújo, CEO, que nos confidenciou que “acompanhar a evolução e as novas tendências do mercado” é o grande objetivo para o futuro.

A administração da Asseco PST

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presente a Asseco PST, a sua génese e core business. A Asseco PST (Portuguese Speaking Territories) é uma empresa de tecnologias de informação, especialista no desenvolvimento de software bancário e um referencial na criação de soluções tecnológicas e de conhecimento em todos os mercados onde atua. A sua génese remonta a 1988, na Madeira, decorrente da convicção de um grupo de profissionais na importância

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decisiva das TIC no setor financeiro, que criaram a então Promosoft. Daí para cá, a empresa cresceu de forma consistente e iniciou a sua internacionalização para vários mercados, designadamente Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, numa primeira fase. Em 2011, através de um exercício de rebranding e alteração da estrutura acionista passou a designar-se Exictos. Por esta altura, já atuava também em Timor-Leste e Malta, a que se seguiria, em 2014, a Namíbia. Em 2015, a empresa foi adquirida pelo Asseco


ASSECO

Group, um dos maiores grupos europeus de tecnologias de informação, originário da Polónia, com presença em mais de 50 países. Em 2018, é efetuado um novo rebranding, assim surgindo a atual Asseco PST, responsável por um volume de negócios de 34 milhões de euros no último exercício. Em termos de core business, a nossa atividade está centrada sobretudo no desenvolvimento de soluções para o setor financeiro, serviços de banking consulting e serviços de IT infrastructure. No conjunto, trabalhamos com mais de 60 bancos nas oito geografias onde operamos. A integração no Asseco Group, em 2015 e o rebranding, realizado em 2018, foram proveitosos para reforçar a presença da Asseco PST pelos três continentes onde opera? A integração plena no Grupo Asseco e a assunção da nova marca foram proveitosas a vários níveis e os efeitos positivos tendem a expandir-se daqui para a frente. Em primeiro lugar, no que diz respeito ao alargamento da nossa oferta de produtos e serviços, passamos a dispor não só daquilo que era a nossa oferta ao setor financeiro, mas enriquecemo-la com a oferta do grupo a nível global. Além do setor bancário, o grupo desenvolve também soluções para empresas de energia, telecomunicações, setor público e serviços de saúde. Só na área de investigação e desenvolvimento, onde tem mais de 4.800 especialistas a trabalhar, o grupo investe anualmente cerca de 130 milhões de euros, o que é mais de três vezes a faturação da Asseco PST. Sempre que surgir

O CEO, Daniel Araújo, na inauguração da PAIH (Polish Investment and Trade Agency)

a oportunidade – e já estamos a desenvolver projetos conjuntos – estaremos em condições de atuar como representantes de uma oferta ampliada que já existe e que deu provas noutras partes do mundo através da Asseco. Por outro lado, com a integração no grupo aumentámos substancialmente o nosso espectro de competências. Já não somos apenas 420 na Asseco PST, mas 24 mil colaboradores a nível global. Isto é, sempre que existirem projetos específicos nos mercados onde atuamos em que seja necessário encontrar especialistas que tenham estado envolvidos em projetos similares noutros mercados ou de outra relevância, conseguimos fazê-lo com facilidade. É uma enorme mais-valia para a Asseco PST e, claro, para os nossos clientes. Tudo isto acontece com outra vantagem importante: do ponto de vista operacional, e face ao modelo empresarial federativo que vigora no Grupo Asseco, mantemos a máxima autonomia para gerir o dia a dia. Dispomos de uma efetiva liberdade de gestão e, por regra, a casa-mãe não interfere nas decisões locais. As excelentes relações bilaterais entre Portugal e a Polónia, reforçadas, em 2003, quando integrou a União Europeia e pela absorção do grupo polaco Asseco, fomentaram os negócios da Asseco PST entre os dois países e nos PALOP? Os laços comerciais entre empresas portuguesas e polacas têm vindo a crescer, com reflexos diretos nas relações económicas entre os dois países. De grande desconhecida, a Polónia passou a fazer parte da lista de clientes, fornecedores ou parceiros de um número significativo de empresas e grupos económicos nacionais. A integração polaca na UE foi, neste sentido, um elemento facilitador desta aproximação mútua. Em 2018, as trocas comerciais entre os dois países ultrapassaram 1,8 mil milhões de euros. No que diz respeito à Asseco PST, a nossa ligação à Polónia e ao grupo polaco, que é líder de soluções de TI na Europa Central e Oriental, tem tido vários aspetos positivos. Deixo alguns exemplos. Apesar de continuarmos focados nos países de expressão portuguesa, abriram-se novos horizontes à empresa em mercados do leste europeu, onde estamos a estudar a possibilidade de entrar. Temos atualmente alguns projetos concretos em cima da mesa que dificilmente teriam espaço para progredir se não fosse a abertura de novos espaços geográficos que o Grupo Asseco nos deu. Por outro lado, mesmo na área financeira, que é o nosso core, temos especialistas do grupo sediados na Europa Central que já trabalharam em projetos comuns nalguns dos mercados em que a Asseco PST está presente, quer em Portugal quer nos PALOP. Em paralelo, mantemos a ambição de ter uma presença mais forte no continente africano, incluindo em novas áreas de negócio fora do setor financeiro, sendo este um compromisso que temos no seio do grupo Asseco e onde contamos com o seu apoio, conhecimento e expertise.

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ASSECO

As novas instalações da Asseco PST em Lisboa

Descreva a interação e relação entre a Asseco PST e a Agência de Investimento e Comércio da Polónia. Mantemos uma afinidade próxima com a Agência de Investimento e Comércio da Polónia (PAIH). A agência inaugurou, em abril deste ano, o seu escritório em Portugal, sediado em Lisboa, e eu tive o prazer de ser um dos oradores convidados para a sessão inaugural, juntamente com dois membros do Governo português e o responsável de relações institucionais do Grupo Jerónimo Martins, além do vice-presidente da PAIH. A agência quer afirmar-se como um ponto de contacto e apoio na internacionalização dos negócios das empresas de ambos os países, com o objetivo de minimizar eventuais riscos ligados ao investimento em novos mercados. Esta era uma missão desenvolvida anteriormente ao nível da embaixada, mas de forma mais burocrática. O Governo polaco decidiu criar estes escritórios em vários pontos estratégicos no estrangeiro e Lisboa foi uma das contempladas. Vemos a decisão como muito positiva, enquanto entidade facilitadora de novos negócios e interface entre partes que se conhecem mal. A dinâmica da Asseco PST tem sido reconhecida pelas entidades oficiais, nos oito países onde estão presentes, através da atribuição de prémios. Esta proatividade e reconhecimento têm reflexos no aumento de volume de negócios? A Asseco PST tem crescido ano após ano de forma sólida e consistente. Fechamos o exercício de 2018 com uma faturação de 34 milhões de euros e um EBITDA de 8,2 milhões de euros.

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O objetivo para este ano é aumentar as receitas para 36 milhões e atingir um EBITDA de 10 milhões de euros. Por outro lado, somos, quase desde a origem, uma empresa tradicionalmente exportadora. Mais de 80 por cento da nossa faturação anual vem de fora de Portugal e esta tendência irá manter-se. Mas, para além dos números, gostamos de nos desafiar a nós próprios. O setor financeiro atravessa mudanças profundas, com uma expansão acelerada de tudo o que é digital e a introdução de soluções tecnológicas com um índice elevado de inovação. A Asseco PST tem conseguido criar ofertas vencedoras nesta área, entrando num conjunto de clientes onde não estávamos. Este ritmo e esta proatividade são para manter. A par da dinâmica ao nível do produto, sempre mantivemos uma grande preocupação com o desenvolvimento do capital humano nas várias geografias onde estamos. O ano passado, criamos a Asseco Academy em Angola, uma academia de formação de alta qualidade em tecnologias de informação, com o objetivo de certificar novos profissionais com competências acrescidas na área financeira. Nos três cursos já concluídos, o número de candidatos excedeu sempre o número de vagas disponíveis. Este ano, abrimos a academia em Moçambique, tendo o primeiro grupo de formandos recebido os respetivos certificados há poucas semanas. Estamos preparados para expandir o conceito da academia para outros mercados, porque acreditamos que a formação é um fator crítico para o sucesso empresarial. A verdade é que ninguém consegue ter bons resultados e ser bem sucedido numa ótica de longo prazo sem ter colaboradores motivados e com a formação adequada.


ASSECO

Os 30 anos de experiência, as mutações dos mercados, a implementação de sucursais em novos países e os cerca de 400 colaboradores representam o culminar dos vossos objetivos para 2019? Para 2019 traçámos dois objetivos muito claros: apostar na diversificação de produtos e de mercados. No caso dos produtos, refiro-me a uma aposta nas áreas de canais, portais, processos, BPM e data & analitics, entre outras. Queremos igualmente avançar com novas linhas de serviços, nomeadamente relacionados com operações de sistemas, outsourcing e segurança. Relativamente aos mercados, já mencionei antes a aposta nos países do leste europeu, pelas oportunidades que a integração no Grupo Asseco nos proporciona hoje, e a presença mais alargada no continente africano. Tudo isto sem descaracterizar a nossa vocação lusófona. É verdade que a experiência de 30 anos nos permitiu acumular um capital de conhecimento que nos faz ser ainda mais ambiciosos a cada ano que passa. O ano de 2018 já nos permitiu atingir vários marcos históricos: desde a mudança de identidade corporativa ao lançamento da Asseco Academy, passando pelo prémio na categoria de “eficiência empresarial” atribuído pelo unicórnio “OutSystems” e pelo investimento num novo escritório em Lisboa, com 2.200 metros quadrados, muito funcional, moderno e tecnologicamente avançado. No caso do investimento em novas infraestruturas foi, aliás, o terceiro realizado num espaço de 18 meses, depois da criação de um centro de desenvolvimento no Funchal e da inauguração de um novo escritório na Cidade Financeira, nos arredores de Luanda, com cerca de 750 metros quadrados. Mas todas estas conquistas fazem parte dos alicerces com que queremos cimentar o nosso cres-

cimento futuro. Para além da diversificação que ambicionamos, estamos atentos a oportunidades de crescimento por aquisição. Não descartamos a possibilidade da entrada da Asseco PST no capital de outras empresas. Refiro-me a empresas com ofertas de serviços que possam complementar a nossa carteira atual de produtos e soluções. Confidencie os objetivos que gostaria de concretizar nos próximos anos da Asseco PST. O objetivo essencial será sempre o de acompanhar a evolução e as novas tendências do mercado, particularmente na área financeira. Queremos obviamente chegar a mais clientes, mas sempre com a preocupação de fornecer soluções de última geração. A banca digital é disruptiva, os avanços tecnológicos têm permitido automatizar um conjunto importante de tarefas, e a nós compete-nos desenvolver software que responda às necessidades crescentes de eficiência, rapidez e segurança das operações. Desde a conversão dos dados em informação relevante à gestão da relação com o cliente num único ponto, passando pelos canais eletrónicos, novas apps e inteligência artificial, há um imenso mundo com grande margem de evolução. Em termos de performance da Asseco PST, ambicionamos reforçar o estatuto de empresa de referência nos mercados onde já atuamos, apostando num crescimento continuado e consistente, que transmita confiança tanto aos nossos clientes como à nossa vasta equipa espalhada pelas várias geografias. Isto é, queremos ser um parceiro privilegiado de quem escolhe as nossas soluções tecnológicas e também uma das melhores empresas para se trabalhar.

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CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ALEMÃ

65 ANOS DE RELAÇÕES ENTRE PORTUGAL E UMA DAS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO No ano em que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã assinala a impressionante marca de seis décadas e meia, a Revista Business Portugal falou com Hans-Joachim Böhmer, diretor executivo, que nos explicou a importância da relação económica entre os dois países e do investimento alemão em Portugal. Foi-nos dado a conhecer o papel da Câmara no tecido empresarial e o importante contributo na formação das relações bilaterais, através da promoção de Portugal junto de empresários alemães.

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omo surge a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã e quais os pilares em que se apoia desde a fundação? A Câmara Luso-Alemã foi criada em 1954 com o objetivo de promover as relações económicas entre Portugal e a Alemanha, num momento em que tanto a Alemanha como Portugal viviam um período de expansão. A Câmara atuava, então, como fonte de informação sobre os respetivos mercados, prestando um acompanhamento individual e estabelecendo uma

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plataforma de contactos de confiança. Ao longo destes 65 anos, as relações económicas entre os dois países passaram por diversos ciclos e caracterizaram-se por um forte desenvolvimento que está patente na importância do investimento alemão em Portugal. A Câmara manteve, em todos os momentos, os princípios que estiveram na origem da sua fundação e procurou prestar às empresas o apoio adequado para que as relações económicas luso-alemãs continuassem a desenvolver-se em benefício dos dois países. A sua proximidade com o tecido empresarial permite à Câmara Luso-Alemã identificar oportunidades e dar um contributo decisivo para a formação das relações bilaterais. Ao longo das últimas décadas, vários exemplos confirmam esta afirmação: nos anos 80 e 90 do século passado, através da promoção de Portugal junto dos empresários alemães, a Câmara deu um impulso decisivo para o boom do investimento alemão no país. Muitas destas empresas permanecem até hoje. No sentido oposto, numerosas empresas de construção portuguesas encontraram, através da Câmara, um novo mercado na Alemanha, quando aquele país iniciou uma fase de reconstrução após a reunificação. O setor da energia é uma das áreas nas quais a influência da Câmara para o desenvolvimento das relações bilaterais tem sido mais notória. Há mais de 20 anos que simpósios informativos e missões empresariais reúnem empresas dos dois países para o estabelecimento de novas parcerias. A presença da Câmara na rede internacional das Câmaras de Comércio e Indústria Alemãs assegura ainda que também as oportunidades fora do mercado português/alemão possam ser consideradas. Esta rede estende-se a 140 locais, com um total de cerca de 51 mil empresas associadas e trabalha em estreita associação com as 79 Câmaras de Comércio e Indústria regionais na Alemanha. Quais as mais-valias de investir no mercado alemão? Para os exportadores de produtos de consumo, a Alemanha representa um mercado com vários milhões de consumidores com um elevado poder de compra. Já para as empresas, sobretudo para as da indústria transformadora, o mercado alemão tem um enorme potencial. Com uma economia forte e baseada, sobretudo, na exportação, as empresas alemãs requerem fornecedores nos quais podem confiar que lhes vendam produtos de qualidade, dentro dos prazos estipulados e nas quantidades desejadas. Quando olha para o futuro, como imagina a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã? A Câmara detém uma experiência de 65 anos no apoio às empresas e na promoção das relações bilaterais. É essa a sua missão e será esse o caminho que continuaremos a seguir. À semelhança do que aconteceu ao longo destes últimos 65 anos, a Câmara continuará atenta à evolução da economia e à transformação dos mercados para que, em cada situação, possa responder às necessidades manifestadas pelas empresas.



LUSORACKS

A CERTEZA DE BONS NEGÓCIOS Sediada em Rebordosa, Paredes, a LusoRacks é uma referência no mercado nacional em sistemas e soluções de armazenagem. Alexandre Alves é o rosto por detrás da empresa e foi com ele que estivemos à conversa para compreender a génese do negócio e o mercado em que se insere.

É

necessário recuar até 2008, ano em que Alexandre Alves regressou a Portugal, para melhor compreender a génese da LusoRacks. “Já trabalhava nesta área anteriormente, em França. Aqui, este tipo de negócio não estava muito desenvolvido, por isso, achei que seria uma boa oportunidade para regressar e agarrar este nicho de mercado”, começa por nos contar Alexandre Alves. A crise económica que acabara de afetar o país não travou o nosso entrevistado, que transformou a dificuldade em oportunidade. “A empresa surgiu no pós-crise e sem dúvida que os primeiros anos foram os mais difíceis, porque, para além de tudo, não havia muita procura”. A qualidade do trabalho desenvolvido ditou o crescimento e o sucesso da empresa e hoje, após dez anos de atividade, Alexandre Alves reconhece que “o balanço tem sido muito positivo”.

Soluções à sua medida A LusoRacks encontra na compra e venda de estantes metálicas industriais, novas e usadas, o

Alexandre Alves, administrador

seu core business. O conceito é simples: “Para todos os setores que necessitem de organização, nós temos estantaria e soluções à medida das suas necessidades”. Com sistemas de armazenagem à medida do cliente, a LusoRacks desenvolve soluções para o perfeito controlo dos stocks do seu negócio, independentemente do seu ramo de atividade. “Temos todo o tipo de estantaria, que pode ir do escritório, à mercearia, ao armazém ou até à multinacional”, afirma. Com soluções que vão desde a paletização convencional, passando pelas plataformas e pelas estantes de arquivo, a LusoRacks tem disponível uma vasta gama de produtos que se adaptam a qualquer espaço, peso e tamanho de mercadoria a armazenar.

Novidade: Estantes de supermercado Empreendedorismo é palavra de ordem numa empresa que pretende, em breve, entrar num novo mercado. A grande aposta para o futuro, e uma das novidades da empresa, são as estantes para supermercados, um nicho

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LUSORACKS

de mercado que, apesar de não ser recente, tem, na visão de Alexandre Alves, grande potencial de crescimento. “Pretendemos começar a comercializar estantes para supermercados. Este é um nicho de mercado com grande potencial e esperamos, em breve, estar em força neste negócio”. Este ramo de atividade terá disponíveis soluções de armazenagem que vão desde a estante simples, à estante dupla ou de canto. Aqui, pode encontrar o que necessita para “dar uma nova vida ao seu supermercado”.

Uma solução completa

o gestor. Mas o trabalho da LusoRacks não se esgota com a venda do produto. “É comum, por exemplo, os clientes mudarem de armazém e, por isso, necessitarem de estantes com novas dimensões. Nesses casos, apresentamos

empresas apenas vende estantes novas. Aqui, na LusoRacks vendemos novas e compramos as antigas”.

Serviços em destaque

“Pretendemos começar a comercializar estantes para supermercados. Este é um nicho de mercado com grande potencial e esperemos, em breve, estar em força neste negócio”

Com uma vasta gama de serviços, que garantem a excelência do trabalho desde o primeiro contacto com o cliente, a LusoRacks merece especial destaque pelos serviços de pré e pós-venda. Com profissionais especializados e experientes, a LusoRacks compromete-se, desde o primeiro momento, a encontrar a solução mais eficaz para a sua mercadoria. “Geralmente, deslocamo-nos às instalações, fazemos um estudo e aconselhamos o cliente. A pré-venda é muito importante, porque, desta forma, conseguimos apresentar a solução que melhor se enquadra nas necessidades de cada um”, afirma

uma nova solução e compramos a estantaria antiga”. É, neste momento, que entram na equação da LusoRacks as estantes usadas e recondicionadas, que representam cerca de 80 por cento do volume de negócio. “Temos material usado e semi novo em excelentes condições. Esta é sempre uma ótima solução para as empresas que pretendem economizar”. Uma solução completa para o cliente e que Alexandre Alves reconhece ser pouco usual no mercado português. “Não conheço em Portugal quem faça isso. A maioria das

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“Onde os clientes estiverem, nós vamos”

Com um corpo de trabalho composto por 20 colaboradores e unido por um ideal comum, a LusoRacks vem excedendo as expetativas dos clientes de norte a sul do país. Atualmente, com pontos de venda no Porto e Lisboa, a LusoRacks tem, recentemente, dado passos certeiros na exportação para o continente africano, mercado em que Alexandre Alves pretende apostar para o futuro. “Onde os clientes estiverem, nós vamos”. A par disso, o entrevistado assume que “estabilizar a empresa e continuar a desenvolver novos produtos” é o grande objetivo para o futuro da LusoRacks, sempre na “certeza de bons negócios”, conclui Alexandre Alves, CEO da LusoRacks.

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ESPECIAL

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OPINIÃO DE SALGADO BORGES

ÓCULOS DE SOL: OS CUIDADOS QUE OS OLHOS NOS MERECEM

À

primeira manifestação de luz surge o gesto imediato de colocar uns óculos de sol. Ficam bem ao rosto e sempre trazem algum conforto aos olhos. No entanto, o modelo e o preço são geralmente sobrevalorizados em relação à capacidade protetora das lentes. A questão assume dimensões ainda mais gravosas se considerarmos que a sua utilização pode implicar efeitos nocivos, superiores à decisão de andarmos no dia a dia sem óculos de sol. O alerta é lançado por Salgado Borges, oftalmologista, que lembra a existência de determinados grupos de risco, designadamente as pessoas idosas e as crianças, que requerem precauções acrescidas. A explicação é simples e de ordem clínica. Tomando os mais pequenos como exemplo demonstrativo, diz Salgado Borges que, “por volta dos três - quatro anos de idade, o cristalino – a lente dos nossos olhos -, não tem capacidade para filtrar a radiação ultravioleta, pelo que é fundamental a proteção com óculos de sol adequados, além do também importante recurso a chapéus ou bonés, capazes de aumentar a área de proteção”. Mas há outros segmentos da população que, por um conjunto de fatores, precisam de ter uma atenção especial no momento da aquisição de uns óculos de sol, cujas lentes devem necessariamente absorver 99 a 100 por cento da luz ultravioleta, tanto a UV-A como a UV-B. Salgado Borges refere, a propósito, “as pessoas que vivem junto à praia – local onde se verifica um maior reflexo do sol sobre a água e a areia - são mais predispostas a lesões na retina”. Isto porque, prossegue o especialista, “há diversos trabalhos que sustentam que a exposição prolongada e cumulativa dos indivíduos às radiações UV aumenta a suscetibilidade à Degenerescência Macular relacionada 110 | Revista Business Portugal julho 2019

Salgado Borges, oftalmologista

É Diretor Clínico da Clinsborges, Coordenador dos Serviços de Oftalmologia dos Hospitais Privado da Boa Nova / Dia da Maia e da Lenitudes-Oftalmologia. Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina do Porto, em 1990, doutorou-se na mesma Faculdade, na área de Oftalmologia. Desde 1976 até 1998, exerceu funções docentes na Faculdade de Medicina do Porto. Nos últimos 20 anos, realizou mais de 2000 procedimentos refrativos, cerca de 800 transplantes de córnea e mais de 11000 cirurgias de catarata e glaucoma. Entre 1998 e 2013 foi o Diretor do Serviço de Oftalmologia do Hospital São Sebastião (CHEDV). É ainda Professor Convidado da Universidade Fernando Pessoa, desde 2005. Integrando um vasto currículo conta com mais de 150 publicações, tendo recebido 27 distinções/prémios nacionais e internacionais.

com a Idade, ou DMI”, uma doença que atinge principalmente pessoas com idades superiores a 55 anos, e que resulta do envelhecimento da mácula, a zona mais sensível da retina. Um desses estudos, realizado nos EUA, demonstrou que as populações de pescadores têm uma predisposição maior para desenvolverem a DMI do que os restantes indivíduos. Na mesma linha de orientação, há investigações em Portugal que evidenciam uma menor tendência, entre as populações rurais, para apresentarem aquela patologia. Além dos fatores de ordem ambiental, e que demandam a correta prescrição de uns óculos especiais de proteção, também a alimentação e suplementos de vitaminas/ antioxidantes são fundamentais para atrasar ou reduzir a gravidade da DMI. Salgado Borges aconselha a adoção de uma “dieta equilibrada e rica em antioxidantes como a luteína e a ingestão de vitaminas, entre elas a C, pois estes são elementos capazes de proteger a retina dos efeitos nocivos das radiações UV”. Mas a DMI não é o único problema resultante da exposição prolongada à luz UV, pois são vários os relatos de outras doenças a nível dos olhos. Salgado Borges destaca o “desenvolvimento de tumores da pele que circunda o olho e do melanoma intraocular, situações que têm sido ultimamente associadas à influência da radiação ultravioleta”. O oftalmologista refere, ainda, “os riscos em que incorrem os pacientes submetidos a cirurgia às cataratas, uma vez que, depois de retirado o cristalino, se as lentes intraoculares não tiverem

proteção adequada com os filtros ultravioletas, o perigo é bem maior”. No entanto, se a qualidade da lente é uma exigência a não descurar, já a cor constitui um elemento de menor importância, obedecendo quase exclusivamente muitas vezes a critérios de gosto pessoal. Apenas a ressalva, diz Salgado Borges, para “os óculos demasiado escuros, que não significam necessariamente maior proteção para os olhos. A sensação de conforto e de segurança é falsa, pois há uma maior dilatação da pupila e um aumento significativo de percentagem de radiação UV que não é filtrada adequadamente.” Em conclusão, o aumento das atividades ao ar livre facilita a exposição aos ultravioletas da luz solar. Esta proteção terá de ser adaptada ao doente concreto, lembrando-nos de que a maior transparência e menor pigmentação do olho da criança, do operado às cataratas e ainda das pessoas com olhos claros obrigam a maior proteção do que no adulto com olhos castanhos. www.salgadoborges. com/oculos-de-sol-cuidados


A BAIXA DO PORTO ESTÁ MAIS

BONITA


OPINIÃO DE SALGADO BORGES

OLHO SECO: DOENÇA OCULAR DO SÉCULO XXI

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“Olho Seco” é um verdadeiro problema de saúde pública: mais de 15 por cento dos adultos (cerca de um milhão e meio de portugueses) apresentam queixas de dor ou desconforto ocular na sequência desta condição. Neste contexto, podemos definir o olho seco como o desajuste entre a quantidade/qualidade da secreção lacrimal e as necessidades de lubrificação da superfície do olho. A lágrima forma uma película que recobre o globo ocular e a face interna das pálpebras, para que estas, durante o pestanejo, passem suavemente sobre o olho sem o “arranhar” ou danificar, funcionando como o óleo de uma máquina. Na sua vida profissional, os indivíduos são expostos a inúmeros fatores ambientais identificados como fonte de secura ocular. Refira-se, por exemplo, a utilização prolongada dos ecrãs e a diminuição do pestanejo; a exposição aos poluentes ambientais; o tabaco e o seu efeito na destabilização da película lacrimal; a humidificação deficiente e o aumento da evaporação da lágrima, bem como o aumento crescente das viagens de avião. É ainda de salientar a maquilhagem, que liberta substâncias indesejáveis, quebrando o equilíbrio da película lacrimal; as lentes de contacto que dividem o filme lacrimal provocando uma maior tendência para a sua evaporação; as técnicas de cirurgia refrativa, em particular o LASIK, que provocam uma secura ocular por desenervação da córnea. O olho seco manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas não específicos, entre os quais se contam a sensação de picada ou de corpo estranho, o ardor e o lacrimejo excessivo. Na colheita da história clínica, deve desde logo procurar encontrar-se alguma relação entre essas queixas e fatores ambientais, uso de lentes de contacto ou toma de medicamentos, tais como antidepressivos, anti-hipertensores ou anti-histamínicos. É importante a identificação do atingimento de outras mucosas, tais como a bucal ou vaginal. Deve também questionar-se sobre a existência de doenças crónicas gerais inflamatórias 112 | Revista Business Portugal julho 2019

Salgado Borges, oftalmologista

Diretor Clínico da Clinsborges, Coordenador dos Serviços de Oftalmologia dos Hospitais Privado da Boa Nova / Dia da Maia e da LenitudesOftalmologia. Embaixador em Portugal do TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society)

ou doenças do foro imunológico, tais como o Lúpus ou a Síndrome de Stevens-Johnson. A produção de lágrimas é igualmente afetada por fatores hormonais, sabendo-se que o olho seco é mais frequente nas mulheres após a menopausa. Outro fator importante é a idade; assim, após os 60 anos a produção de lágrimas é cerca de 25 por cento da verificada no jovem adulto. Além da história clínica cuidada é fundamental a realização de um exame oftalmológico rigoroso, após o qual poderá estabelecer -se o diagnóstico clínico de olho seco. Se o olho apresenta ardência/picada, tratar-se-á de um

olho seco; no caso de haver prurido intenso será provavelmente uma alergia e no caso de colar e apresentar secreção abundante estaremos provavelmente na presença de uma conjuntivite bacteriana. Atualmente dispomos de tecnologias inovadoras e não invasivas, tais como o Keratograph ou o ThearLab, que nos permitem diagnosticar a presença de um

olho seco predominantemente evaporativo ou causado por hipossecreção lacrimal. Comum ao tratamento de todas as situações de olho seco é a administração de lágrimas artificiais. Em especial, há que ter cuidado com o uso de lágrimas artificiais com conservantes, uma vez que estes podem ter efeitos tóxicos e ser indutores de alergias, e que por si só podem agravar a situação de olho seco. Assim sendo, deve recorrer-se ao uso de lágrimas artificiais, mas com ácido hialurónico, sem conservantes ou fosfatos. Hoje em dia possuímos novas armas terapêuticas como o uso de anti-inflamatórios não esteroides, corticoides ou ciclosporina. Novos tratamentos tais como a Luz Pulsada ou o Plasma Rico em Plaquetas (Endoret), são duas tecnologias recentes de que dispomos também para tratar situações de olho seco moderado ou grave. Em conclusão, para prevenir e tratar um olho seco, para além da utilização de lágrimas artificiais, é fundamental alertar os grupos de risco para este problema, nomeadamente os idosos, evitar o uso prolongado dos computadores e a permanência em ambientes adversos.

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DESTAQUES 114 ECORRITEL O ambiente em primeiro lugar 116 RSA - RECICLAGEM DE SUCATAS ABRANTINA S.A. ‘Revalorizamos a matéria usada’ 118 APOGER “Alcançámos aquilo que pretendíamos e esperamos alcançar muito mais” 120 GRUPO CARMONA Transformar está em nós.

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GESTÃO DE RESÍDUOS, RECICLAGEM, PROTEÇÃO AMBIENTAL A produção de resíduos é uma inevitabilidade derivada das necessidades do mundo, sendo por isso de extrema importância que se proceda a uma gestão adequada dos mesmos. Atualmente, todos concordamos que seria impensável produzirmos resíduos sem que alguém lhes pudesse dar uma “solução”. É neste contexto, que a Gestão de Resíduos assume crucial importância, uma vez que é desta forma que os resíduos são tratados e, devidamente, encaminhados para um destino final mais adequado. Podemos assim afirmar que, o gestor de resíduos tem a capacidade de ver os resíduos com outros olhos, atribuindo-lhes uma nova funcionalidade. Compreendida como o processo que visa transformar materiais usados em novos produtos, com vista à sua reutilização, a reciclagem assume-se de extrema importância para a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Possibilitando a utilização mais racional de recursos naturais não renováveis e a redução da poluição da água, do solo e do ar, a reciclagem mostra-se um conceito essencial na gestão de resíduos moderna. No entanto, não devemos esquecer que este é um conceito que depende do cidadão na sua totalidade sendo, por isso, da responsabilidade de todos contribuir para a preservação e proteção do ambiente. Fique agora a conhecer, nesta edição da Revista Business Portugal, algumas empresas deste setor e o seu contributo para a preservação e proteção ambiental.



ECORRITEL

O AMBIENTE EM PRIMEIRO LUGAR Lídia Barbosa trabalha na área da gestão dos resíduos há mais de 20 anos. Hoje, dona de uma empresa de gestão de resíduos, a Ecorritel, fala dos desafios que enfrenta todos os dias neste negócio e de que forma os ultrapassa.

T

udo começou com uma necessidade de lutar contra uma situação de desemprego por parte de Lídia Barbosa e do seu marido. Rapidamente, o casal percebeu que o levantamento do lixo e o seu tratamento poderia ser uma oportunidade de negócio com algum sucesso. “Eu e o meu marido, todos os dias, após o fecho das lojas no Porto, andávamos à frente dos lixeiros a recolher todo o papel para vender. Comecei num pequeno espaço, fui aumentando e fui para o Bonfim, onde tinha espaço para aumentar o negócio e abranger a parte da sucata e dos metais”. Após muitos anos com a Ecorritel num armazém no Bonfim, Lídia viu-se obrigada a mudar para a zona industrial de Ermesinde, onde está desde abril de 2019. A empresária explica que para ter este negócio são necessárias muitas burocracias e ter um espaço totalmente adequado ao tipo de recolhas e de serviços que disponibiliza ao público. “Em primeiro lugar, é necessário ter uma licença do Ministério do Ambiente, a dizer que somos autorizados a trabalhar nesta atividade com materiais perigosos, depois somos alvo de vistorias e uma série de burocracias que temos de tratar para que possamos ter a porta aberta”. A área da gestão de resíduos é cada vez mais falada na sociedade, mas existem dificuldades que acabam por condicionar o trabalho de

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todos aqueles que têm negócios na área. “Hoje em dia exigem-nos coisas que acabam por não nos deixar fazer o nosso trabalho da forma como queremos e como gostávamos de fazer”, afirma Lídia Barbosa. “Os procedimentos a que nós estamos obrigados acabam por nos restringir e acabam por afastar os nossos clientes, porque as pessoas que cá vêm acabam por ser prejudicadas também”. A legislação, a que as empresas de gestão de resíduos estão sujeitas, é, para Lídia Barbosa, um dos grandes problemas que poderia ser melhorado. “Existe legislação a mais. Existe burocracia que não serve para nada, só mesmo para complicar. Todos os processos são muito lentos e nós, que somos pequenos, somos sempre os mais prejudicados”.

“Os procedimentos a que nós estamos obrigados acabam por nos restringir e acabam por afastar os nossos clientes, porque as pessoas que cá vêm acabam por ser prejudicadas também” Bruno Pinto, filho de Lídia, é da opinião de que a legislação é necessária, mas que a lentidão acaba por tornar tudo mais difícil. “As leis são necessárias. Nós trabalhamos com materiais perigosos e estamos numa área que precisa de ser monitorizada, mas se agilizassem todos os processos e não fosse tudo tão lento e se não atrasassem tudo o que é burocracia, para nós, os mais pequenos, era tudo mais fácil”. Existem associações desta área que já tentam criar linhas de comunicação entre as entidades que regulam estes negócios e as próprias empresas. Lígia Barbosa e Bruno Pinto são associados de uma – a APOGER – e dizem que este tipo de iniciativa os ajudam a conseguir chegar até onde não conseguiram de outra forma. Para o futuro, Lídia Barbosa diz que a Ecorritel passa pelo filho Bruno. “Ele é o futuro da empresa. Já está cá desde novo e acho que ganhou gosto por este negócio. Eu sei que ele tem sempre atenção aos erros que fui cometendo para que o caminho seja feito com muita ponderação”. Bruno orgulha-se de dar continuidade ao negócio dos pais e de conseguir manter-se ativo nesta área. “É sempre um desafio continuar o trabalho que a minha mãe começou, mas vou fazê-lo com todo o orgulho e sempre atento a tudo o que já foi feito para não cometer os mesmos erros”.



RSA - RECICLAGEM DE SUCATAS ABRANTINA S.A. Equipa RSA

‘REVALORIZAMOS A MATÉRIA USADA’ A RSA-Reciclagem de Sucatas Abrantina S.A. celebra 30 anos de atividade e a Revista Business Portugal esteve à conversa com Delfina Baptista por forma a conhecer um pouco mais sobre o percurso e crescimento desta empresa.

F

undada em 1989 pelos irmãos João e Emídio dos Santos Baptista, a RSA surgiu com o objetivo claro de se tornar numa referência empresarial. Especializada na reciclagem de sucatas metálicas ferrosas e não ferrosas (incluindo veículos em fim de vida, cabos elétricos, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, resíduos de construção e demolição) e armazenamento temporário de resíduos, a RSA tem vindo a crescer de uma forma sustentada, resultado do contínuo investimento desde 2004, não só em equipamentos e tecnologias, mas também em recursos humanos e na organização interna da empresa, com sistemas produtivos estruturados para a produção de materiais ferrosos e não ferrosos e para a receção de novos tipo de resíduos, movidos, também desde 2004, com um sistema

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integrado de Certificação em Qualidade e Ambiente (ISO 9001 e ISO 14001). “O grande impulso de crescimento foi dado entre 2004 e 2006 devido à criação de novas instalações, aos licenciamentos, certificações e parcerias diversas e aos investimentos em novas pessoas, equipamento e tecnologias. Todo este investimento foi feito com um objetivo muito específico: recuperar e transformar a maior quantidade possível de metais ferrosos e não ferrosos para a reciclagem através da sua incorporação como matéria –prima secundária nos processos produtivos das siderurgias e fundições e diminuir o depósito de materiais metálicos em aterro, contribuindo para um melhor ambiente e maior sustentabilidade de recursos”, esclareceu Delfina Baptista. A RSA está habilitada para desmantelar, selecionar, cortar, compactar, triturar, fragmentar e transportar materiais: “Distinguimo-nos pela tecnologia que possuímos e pela arte de trabalhar os materiais devido ao know-how de mais de 30 anos de duas gerações de família, já com 3ª geração ativa e de todos os colaboradores da empresa, com a sua capacidade em fazer aquilo que os outros ‘não querem’ ou não sabem fazer. Provavelmente esta nossa característica, resulta desta interioridade em que nos localizamos, que nos moveu sempre a fazer um pouco de tudo, devido à falta de escala na nossa localização especialmente nos primeiros tempos. A nossa mais-valia está, assim, na qualidade que conseguimos atingir no produto final e nas relações pessoais que conseguimos estabelecer dentro e fora da empresa, ao longo dos tempos”.

Burocracia trava evolução Segundo a porta-voz da RSA “existe demasiada burocracia no mundo da reciclagem”. Chega a ser limitador para empresas como a RSA, que possuem licenciamentos, certificações e parcerias com entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos, terem que competir com empresas não detentoras dessas responsabilidades, mas que detêm atividade e influenciam preços de mercado. Por outro lado, para além de todas estas obrigações, temos ainda as constantes e sucessivas inspeções e vistorias, com os respetivos custos associados, que em exagero, se tornam estranguladoras para as empresas visadas, enquanto “outras” como “não existem” não são “incomodadas”, lamentou.


RSA - RECICLAGEM DE SUCATAS ABRANTINA S.A. “É preciso que os nossos governantes reconheçam mais a importância do setor da reciclagem e da gestão de resíduos pelos OGR’s (Operadores de Gestão de Resíduos), não só na economia como no desenvolvimento sustentável. Até lá, cabe-nos a nós continuar a investir na economia circular, valorizando os resíduos produzidos pelas pessoas e pelas empresas e, quando não houver valorização possível, fazermos o seu encaminhamento de forma responsável, para eliminação em condições ambientalmente corretas e economicamente eficientes. A obrigatoriedade da eGAR (Guia Eletrónica de Acompanhamento de Resíduos) desde 1/1/2018, apresentou grandes constrangimentos e lacunas nos primeiros meses de uso, diria mesmo, ao longo de todo o ano de 2018. As pessoas e as empresas tiveram que fazer grandes adaptações nos seus processos de trabalho e mesmo assim muitas foram as situações que não se adaptavam às regras inicialmente legisladas para a sua utilização. Teve que haver um envolvimento e cooperação setorial a nível nacional (empresas e associações), o que nem sempre é fácil, no sentido de adaptar a ferramenta imposta aos OGRs, que tiveram que desenvolver Web Services para poderem obter algum retorno em termos de eficiência o que não era possível com a plataforma da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), no SILIAMB, o que trouxe mais custos associados e tempos de espera, uma vez que esses Web Services careciam de aprovação da APA o que gerou mais alguns meses de espera. Eu costumo dizer que as coisas não se fazem com a mesma velocidade com que se dizem, mas o que é certo, é que temos que trabalhar todos os dias e por vezes os tempos de espera não se compadecem com as necessidades económicas e financeiras das empresas que têm responsabilidades todos os dias”.

“O facto de termos ainda connosco os dois fundadores tem sido muito importante na atividade da empresa. Eles são o elo de ligação entre o passado e o presente, foram e são eles que aconselham a 2ª e 3ª gerações da família, que já se encontram à frente da empresa (sete filhos e um neto), colocando-lhes travão quando o entusiasmo é demasiado ou apoiando e incentivando a arriscar quando os objetivos e o mercado assim o exigem. O conhecimento obtido através da escola da vida e a sensibilidade deles, em conjunto com a lealdade, dedicação e muito trabalho de todos quantos constituem a equipa de colaboradores, tem sido sem dúvida a chave e a base do crescimento da RSA”.

30 anos de sabedoria Com cerca de 45 trabalhadores diretos, com uma atuação a nível nacional e internacional (Espanha, Itália, Marrocos e Nigéria), a RSA encontra-se preparada para continuar a assumir a sua importância na economia local e nacional e no seu contributo para proteção do meio ambiente (como dizia Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” ). Prova disso é a iminente ampliação das instalações, que deverá ser feita entre 2019/2020, que irá permitir “o aumento e melhoria da nossa capacidade produtiva, ao mesmo tempo que recuperaremos um espaço que há muito queríamos recuperar: o local onde esta empresa teve a sua origem”, finalizou a nossa entrevistada.

julho 2019 Revista Business Portugal | 119


APOGER

“ALCANÇÁMOS AQUILO QUE PRETENDÍAMOS E ESPERAMOS ALCANÇAR MUITO MAIS” A APOGER - Associação Portuguesa dos Operadores de Gestão de Resíduos e Recicladores é atualmente a associação portuguesa com maior representatividade no setor de gestão de resíduos e reciclagem. Quitéria Antão, presidente da APOGER, em conversa com a Revista Business Portugal revelou o trabalho desenvolvido por esta associação e os principais desafios com que o setor se debate, atualmente.

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APOGER surgiu em 2009 com um objetivo bem definido: unir, apoiar e dar a conhecer à sociedade os empresários da área de gestão de resíduos. Que trabalho tem sido desenvolvido nesse sentido ao longo dos anos? A atividade primária que deu origem ao setor de operações de gestão de resíduos e reciclagem, a sucata, sempre foi vista pelos seus aspetos negativos. Os sucateiros sempre foram vistos como pessoas fora da lei, apanhadores de lixo e de materiais descartados, muito associados a atividades sujas e de menor importância. Para mim, após conhecimento profundo da atividade, foram as pessoas que deram, já há muitos anos, o primeiro passo para a economia circular e para a Quitéria Antão, presidente

120 | Revista Business Portugal julho 2019

reciclagem. As necessidades atuais de preservação de recursos e de contrariar a dependência europeia de outros países, no que concerne a vinte e duas matérias-primas críticas, veio dar-me razão. A APOGER surgiu para ajudar os operadores de gestão de resíduos e recicladores na transição imposta pela forte regulamentação que passou a ser aplicada à atividade dos sucateiros e para dar a conhecer os aspetos mais positivos e de enorme importância económica e social da atividade. Muita coisa existe por fazer e estaremos aqui para trabalhar, para unir os empresários do setor e para dar a conhecer à população o importante papel que desempenham na sociedade atual. Esta área tem contribuído positivamente para o desenvolvimento económico do país, quer seja gerando riqueza, quer seja pela criação de emprego. Atualmente, qual o contributo desta atividade, em termos económicos?

O volume de negócios dos mais de duzentos associados da APOGER, reportado a 2017, foi de cerca de 1.500 milhões de euros, correspondendo a quase a 1 por cento do PIB que, comparado com o peso do PIB português na Europa, de 1,26 por cento, nos coloca na posição de um dos mais importantes setores económicos nacionais. Mas, a importância económica dos operadores de gestão de resíduos e recicladores é ainda mais relevante se pensarmos nos milhares de empregos altamente qualificados que originam, nomeadamente no interior do país, e os do arrasto que provocam sobre outras atividades.

Portugal, no que respeita ao PIB, está em 15º lugar no ranking dos países que integram a União Europeia, com valores quase equivalentes à Roménia e à República Checa, 194.613,5 milhões de euros. Países estes que, numa pré-projeção PORDATA, ultrapassarão Portugal já em 2018. Portugal tem uma projeção do PIB de 201.530,5 milhões de euros, Roménia 202.079,4 e República Checa 207.393,0 para o ano de 2018. A Roménia e a República Checa, crescerão mais do dobro do que Portugal em termos de PIB. Devemos comparar-nos com a Europa no seu todo ou com cada um dos estados membros? Se formos realistas e honestos verificaremos o nosso muito fraco desempenho.


APOGER

EVOLUÇÃO DO PIB PORTUGUÊS VS. PIB ROMENO E CHECO Evolução do PIB português vs. PIB romeno e checo 210000

PIB em milhões de euros

205000 200000 195000 Portugal 190000

Rep. Checa Roménia

185000 180000 175000

2017

2018 Anos

A reciclagem pode revolucionar e alterar esta situação. Basta que saibamos fazer a gestão do setor de forma correta. Quais os principais desafios no exercício desta atividade? Enfrentamos desafios diários, mas acho que o problema é, na nossa perspetiva, a falta de simplificação de todos os procedimentos burocráticos associados à atividade. Não há simplificações reais, a modernização administrativa levada a efeito pelos diferentes executivos, teve um impacto reduzido na nossa atividade. Para nós, uma modernização administrativa é aquela que nos permite reduzir, drasticamente, o tempo despendido diariamente em atividades não diretamente produtivas. Um exemplo é o que se passa a nível dos licenciamentos das empresas. Se, por um lado,

passou a ser possível submeter os pedidos numa plataforma digital, por outro lado, a simplificação administrativa a jusante, foi catastrófica. O Unilex, que pretendeu reunir toda a legislação aplicada ao licenciamento das empresas e à atividade de gestão de resíduos e reciclagem, resultou na junção não criteriosa de uma série de legislação que conduziu a maiores atrasos na emissão dos alvarás. A modernização administrativa aumentou a burocracia direta sobre as empresas. A Europa está no mau caminho quando produz uma quantidade de burocracia infindável e, muitas vezes, não fundamentada. Portugal tem um problema muito grave que é não priorizar a simplificação dessa burocracia relativamente à “plataformização” de tudo. O que a APOGER pretende é defender os interesses do setor defendendo os interesses do país. Considera que há capacidade, por parte das entidades legisladoras, de reverter esta situação? Tenho dúvidas. É necessário que as pessoas que gerem os ministérios tenham conhecimento profundo sobre as atividades dos “players” que os integram. Nós estamos num mundo altamente competitivo, já não podemos ter ministros e assessores que não saibam o que é o trabalho real. Portugal podia estar muito mais desenvolvido. Sem dúvida que nós, os OGR, poderíamos ter um maior peso no PIB, se toda a legislação ambiental, e a forma como é aplicada, fosse mais clara, mais simples e mais objetiva. Que balanço faz destes dez anos e o que podemos esperar para o futuro da APOGER? Pensar num operador de resíduos, atualmente, é pensar numa pessoa informada que atingiu um estatuto e um desenvolvimento intelectual e técnico que o inclui numa elite de empresários. Considero que a APOGER fez parte do caminho que conduziu a esta situação. Temos como objetivo continuar a contribuir para a evolução destes empresários, para o aumento da sua influência económica, do seu contributo para a empregabilidade altamente especializada, nomeadamente a nível do interior do país.

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GRUPO CARMONA

TRANSFORMAR ESTÁ EM NÓS. O Grupo Carmona assume, para além de outros, um papel preponderante na gestão de resíduos de hidrocarbonetos e na implementação de soluções de reparação ambiental, no território nacional. Este tema e a celebração dos 40 anos de atividade do grupo deram o mote para a entrevista realizada pela Revista Business Portugal ao diretor geral, Luís Semedo.

posicionou-se desde o final da década de 90 do século XX como um operador de gestão global de resíduos e prestação de serviços ambientais. Atualmente, a Carmona é um operador de referência a nível nacional com instalações em todo o país, com aproximadamente 120 colaboradores para a prestação dos seguintes serviços: • Gestão de resíduos perigosos, não perigosos e valorizáveis; • Gestão de solventes; • Preparação de resíduos para co-incineração; • Limpezas industriais por hidroaspiração: • Limpezas industriais por alta e ultra-alta pressão – Hidrodecapagem; • Tratamento de resíduos de hidrocarbonetos – slops, emulsões, óleos usados, águas contaminadas; • Gestão ambiental em pequenas e médias empresas: • Consultoria ambiental.

presente o universo do Grupo Carmona. A Carmona tem quatro décadas de atividade na área da gestão ambiental e na realização de operações de reparação ambiental com especial incidência na gestão de resíduos de hidrocarbonetos. Começou a sua atividade na recuperação de hidrocarbonetos líquidos (óleos) e com o desenvolvimento das obrigações legais ambientais

Como avalia a importância do Grupo Carmona no setor da gestão de resíduos e reciclagem? Fruto do know-how adquirido ao longo dos anos, a Carmona tem um papel preponderante no panorama nacional da gestão de resíduos de hidrocarbonetos e na implementação de soluções de reparação ambiental. Na área das limpezas industriais a

A

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Carmona está também dotada de meios e equipamentos que lhe permitem uma resposta adequada às necessidades dos clientes, sendo também aqui uma referência. São fatores diferenciadores da Carmona no mercado ambiental: • A capacidade de desenvolvimento de novas soluções de engenharia e tratamento in-situ; • A localização geográfica, com especial impacto na redução dos custos logísticos para os clientes; • Uma equipa jovem e especializada em permanente formação; • Uma equipa de operadores especializados e em permanente atualização técnica. O investimento em I&D é uma premissa do Grupo. Porquê? E qual o peso que este fator tem no crescimento da empresa e, consequentemente, na proteção do meio ambiente? A Carmona dedica cerca de dois por cento do seu orçamento anual para o desenvolvimento de novas tecnologias associadas às necessidades detetadas nos clientes nas diversas áreas de atuação. A Carmona está também em contacto com o meio universitário, financiando projetos de estudo de novas soluções de tratamento e valorização de resíduos. Procuramos permanentemente novas soluções que permitam cumprir um dos nossos desígnios, a implementação de soluções de economia circular junto dos nossos clientes.


GRUPO CARMONA

As entidades governamentais e legislativas têm conseguido acompanhar as necessidades do setor da reciclagem? O que é preciso mudar? Julgamos que atualmente temos por parte das entidades governamentais uma grande preparação para a identificação das necessidades ambientais do país e para a implementação das soluções. Notamos, no entanto, no que concerne à emissão de licenças à laboração das empresas do setor ambiental que há ainda trabalho a fazer na agilização de todos os processos.

Estarão as nossas empresas e empresários realmente preocupados com o impacto ambiental que os seus resíduos provocam? O que mais preocupa o Grupo Carmona? Quais os principais constrangimentos à sua atividade? Os anos da crise levaram a uma degradação da consciência ambiental em todos os setores de atividade o que teve especial impacto nas empresas do setor ambiental e na correta gestão de resíduos em Portugal. Notamos nos últimos anos uma reativação das preocupações ambientais nas empresas nossas clientes e um maior investimento na implementação de soluções. A Carmona encara como principais constrangimentos do setor a reduzida velocidade de implementação de alguns aspetos legais bem como a ainda fraca sensibilização de alguns setores de atividade para a implementação de práticas ambientais em cumprimento da legislação. A inspeção ambiental é ainda uma das grandes motivações de alguns setores de atividade para a implementação de sistemas de gestão ambiental nas empresas e para o cumprimento das suas obrigações legais.

Qual a pegada que o Grupo Carmona quer continuar a deixar no panorama nacional? Quais os projetos para o futuro? O Grupo Carmona pretende continuar a ser uma referência em Portugal na prestação de serviços ambientais. Pretendemos com os futuros investimentos estar cada vez mais próximos dos clientes e com eles construir soluções que se traduzam em redução e racionalização de custos. Com as novas instalações em construção na Mitrena em Setúbal, a Carmona possuirá em 2020 uma instalação moderna e bem equipada com soluções técnicas para o tratamento dos resíduos dos nossos clientes. No panorama internacional a Carmona tem presença na Colômbia, em Cartagena das Índias, onde possui uma instalação de tratamento de águas residuais e onde pretende ao longo dos próximos três a cinco anos desenvolver a atividade alargando o leque de serviços prestados à semelhança do que ocorre em Portugal.

SEDE: Monte dos Bijagós, Jardia Brejos de Azeitão 2925 - 201 Azeitão Telefone: 212 197 250 www.carmona.pt

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DESTAQUES 124 CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE Originalidade e sabor no litoral alentejano 127 FREGUESIA DE PORTO COVO Onde a natureza se funde com o mar 130 ARQUITETURA TERESA LEDO Profissionalismo e dedicação 132 INTERMARCHÉ DE SINES “Uma marca de referência com investimento local” 134 AGÊNCIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ Um parceiro de prevenção em Vila Nova de Santo André

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ALENTEJO LITORAL COSTA VICENTINA

Praias selvagens, falésias imponentes, diversidade de paisagens e gastronomia são alguns dos elementos que o vão fazer querer visitar a tão conhecida Costa Vicentina. A rota vicentina tem uma certificação europeia para todos os percursos pedestres e no total é constituída por cerca de 400 quilómetros de trilhos. Durante estes longos quilómetros podemos observar uma das zonas costeiras mais bem preservadas da Europa. Toda a rota é constituída por dois percursos principais e oito circulares. De mochila às costas são muitos aqueles que partem à descoberta da Rota Vicentina. Para quem vai fazer uma caminhada terá a oportunidade de ver o oceano que acompanha o percurso entre as arribas e ainda há espaço para ser surpreendido por belos campos de flores selvagens infindáveis. O conceituado caminho histórico - com 230 quilómetros - é um dos percursos mais extensos que vai desde Santiago do Cacém (Alentejo litoral) até ao Cabo de São Vicente (Algarve). O itinerário rural - que pode ser feito a pé ou de bicicleta - tem 12 etapas entre caminhos florestais, vilas e aldeias com imensa história. Para seguir a rota de uma forma sequencial, poderá dormir em unidades de alojamento que estão associadas aos percursos. Pode ainda visitar o património monumental e saborear a gastronomia da região. O maior destaque vai para o marisco e o peixe fresco que se aliam à cozinha alentejana e algarvia. Nesta edição, siga connosco esta rota e fique a conhecer o que de melhor se faz ao longo da Costa Vicentina.



CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE

ORIGINALIDADE E SABOR NO LITORAL ALENTEJANO Em Santiago do Cacém há dois espaços para conhecer e saborear. Camarão com Casca, cervejaria e marisqueira, tem a originalidade do nome e a frescura do mar nos sabores que serve. Texas Taste, hamburgueria, prima pela diferença e pelo ambiente juvenil.

S

ituados em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, o Camarão com Casca e o Texas Taste são dois espaços recentes que já dão cartas na gastronomia da região do Alentejo. José Zorrinho, gerente, pretende mostrar a sua paixão pela cozinha e o amor que tem pelos frutos que a sua ter-

ra dá. Nascido e criado em Santiago do Cacém, sempre sonhou criar o seu negócio e trazer novas pessoas à sua terra. Trabalhou vários anos no Badoca Safari Park, mas, embora gostasse do seu trabalho tendo sido uma aprendizagem pessoal e profissional, achou que deveria seguir por outros caminhos. Por isso, decidiu ir para Inglaterra e investir na sua formação na área da restauração. Esteve dois anos em terras de sua majestade e regresCamarão com Casca: Rua dos Caniços, nº1 | Clube de Ténis | Vila Nova de Santo André | Tlf.: 269 752 355 126 | Revista Business Portugal julho 2019


CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE

José Zorrinho, gerente

sou com a bagagem cheia de ideias inovadoras, com uma imensa vontade de arregaçar as mangas e pôr mãos à obra. O Texas Taste foi o primeiro espaço de restauração de José, em Vila Nova de Santo André, que começou por ser uma saloon, ao estilo americano, conciliando assim duas grandes paixões – as motas e a gastronomia. O conceito no Texas Taste é servir comida rápida, com produtos de qualidade, satisfazendo os clientes que enchem a casa diariamente “aqui chegamos a servir 180 refeições por dia”, conta José Zorrinho. Entre os vários hambúrgueres no Texas Taste pode-se saborear, ainda, a “alentejaninha”, que se tornou famosa porque se registou 980 alejentaninhas vendidas em três meses. O segredo ficou guardado, mas José descreveu-a como “uma francesinha, mas com hambúrguer e queijo alentejano”. Por vezes, é servida com pão do caco e faz as maravilhas dos turistas. Atualmente, este espaço, que conta já com cinco anos, serve deliciosos hambúrgueres, sendo

famoso juntos dos mais jovens. Com o sucesso do Texas Taste, José Zorrinho sonhou mais alto e quis aventurar-se com um novo projeto igualmente desafiador e não menos inovador. Através de uma crítica nasceu o nome da cervejaria e marisqueira, Camarão com Casca, que há três meses mostra a dedicação e a força de um português com ideias inovadoras e com mãos para a cozinha. Sempre atento às críticas construtivas, e cada vez mais positivas, dos seus clientes, José considera fundamental estar atento às opiniões dos clientes para o crescimento do projeto. Quanto ao conceito, José não quis seguir a linha da cozinha tradicional e abrir “mais um restaurante típico”. Quando delineava o projeto

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CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE

pensou na gastronomia portuguesa e pensou na cozinha italiana, uma vez que já tinha trabalhado num restaurante italiano em Inglaterra. Contudo, ainda não tinha certezas e começou a pensar nos frutos que a sua terra tem para oferecer. A verdade é que Vila Nova de Santo André conjuga o mar com o encanto alentejano, e foi o mar a grande inspiração que fez José navegar por novas águas e ir mais além. O bom marisco e a cerveja fresca foram a combinação perfeita para o início deste novo espaço. Apresenta o espaço como “uma cervejaria inovadora na cidade de Vila Nova de Santo André onde temos marisco fresco todos os dias e três cisternas, com 500 litros cada, de cerveja para matar a sede aos mais sensíveis ao sal do marisco”. Ora, marisco fresco do mar de Vila Nova e cerveja, desde a convencional à artesanal, não faltam para um jantar em família ou para reunir os amigos num final de dia de trabalho. Quanto à ementa, podemos contar com os tradicionais pratos de marisco, como um arroz e a massa de marisco, tudo isso enquanto se petisca uma salada de polvo, uns camarões ou uma salada de búzios. A vitrina do Camarão com Casca é recheada de marisco fresco que o próprio José vai buscar diariamente, desde o camarão, às ameijoas até aos lavagantes, tudo cabe na ementa. A verdade é que José reconhece que o seu sucesso se deve aos produtos de qualidade “que são a maior parte da terra” e à sua equipa de funcionários, sempre simpática e atenta. Porém, o gosto de manter dois espaços de restauração abertos prende-se com o feedback positivo que vão recebendo dos amigos, dos conhecidos e dos clientes “que são muitas das vezes de fora”. José está sempre atento aos comentários nas redes sociais e considera que escutar o

cliente é, de facto, essencial para melhorar o serviço, pois o “passa a palavra é a melhor publicidade”. Assim, no TripAdvisor o Texas Taste está bem posicionado, tendo até recebido, nos últimos dois anos, certificados de excelência. Com ambos os projetos em crescimento, por agora José pretende estabilizar a cervejaria e marisqueira para assim continuar a garantir o serviço e a qualidade de excelência do espaço. Há refeições para todos os gostos e para todas as idades. Do marisco aos hambúrgueres não deixe de saborear os pratos destes dois inovadores projetos na restauração e conhecer a paixão de um português ambicioso e o dinamismo de uma equipa que trabalha diariamente para servir os seus clientes com a simpatia de sempre. Se ficou com água na boca, aproveite este verão para levar a família e os amigos ao Camarão com Casca e ao Texas Taste.

Texas Taste: Rua dos Caniços | Clube de Ténis | Vila Nova de Santo André Tlf.: 269 751 001 128 | Revista Business Portugal julho 2019



FREGUESIA DE PORTO COVO

ONDE A NATUREZA SE FUNDE COM O MAR

A

freguesia é pequena, contém uma parte urbana, uma parte rural e é composta por cerca de 1.100 habitantes que se renderam aos encantos da região. Uns nascem nela, outros escolhem viver cá para desfrutar da beleza natural e das iguarias gastronómicas. É a terra onde vivem os felizardos e onde a base da economia local se foca no turismo, na restauração e no surf.

Preocupações, dificuldades e soluções

Porém, Porto Covo, ainda é uma zona onde prevalece uma população envelhecida e de onde os jovens têm de fugir devido à falta de oportunidades de emprego e à especulação imobiliária. É com esta temática que apresentamos um dos projetos que está ser desenvolvido em parceria com o Município: projeto habitação com custo controlado. “Conseguimos, em colaboração com a Câmara Municipal de Sines, encontrar uma zona onde estão a ser construídos lotes de habitação com custo controlado, destinados exclusivamente a primeira habitação, de forma a captar os jovens. Ao longo dos anos tem havido despovoamento e é importante manter cá os jovens que dinamizam a região”, explica Cláudio Rosa. O despovoamento é seriamente sentido nos meses de inverno, mas na época balnear a população chega aos 10 mil habitantes. O cartão de visita da região são as excelentes praias, o peixe, o marisco e a temperatura que convidam a visita dos que amam colocar o pé no areal e mergulhar no paraíso azul. Mas estará a região preparada para a avalanche de turistas? “O crescimento

Baía dos Pescadores

Um paraíso à beira-mar plantado, assim é Porto Covo! Quem melhor para falar sobre a freguesia que o Presidente da Junta, Cláudio Rosa? A Revista Business Portugal esteve na região para entender quais as suas mais-valias e as dificuldades que se impõem.

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FREGUESIA DE PORTO COVO

da região tem sido evidente, no entanto, não estamos preparados para esta evolução. Faltam estruturas que possibilitem receber os turistas que nos visitam, não só pelos lugares de estacionamento e pelos alojamentos temporários que são insuficientes, como também pela necessidade de manter o comércio aberto todo o ano”. Os primeiros passos já foram dados, mas o caminho a percorrer ainda é longo. Esperam ter no próximo verão em funcionamento, um novo depósito de água e uma nova estação de tratamento de águas, de forma a preservar o maior património natural da região. Em construção estão também duas unidades hoteleiras, uma de-

Centro de dia

Executivo

Esperam ter no próximo verão em funcionamento, um novo depósito de água e uma nova estação de tratamento de águas, de forma a preservar o maior património natural da região las do INATEL, para proporcionar uma maior capacidade no verão e para atrair turistas na época baixa mostrando que Porto Covo existe para além do verão.

Os projetos que se avizinham Ainda no decorrer deste ano, está previsto o arranque da qualificação do Portinho de Pesca, do aumento do passeio pedonal (a dar continuidade ao já existente), construção de um parque de estacionamento, continuar com os projetos de reabilitação urbana e construir as instalações para Centro de Dia, uma obra há muito desejada por esta Freguesia. Para além destes, o presidente deseja ainda assistir a um crescimento sustentado, à requalificação do Mercado Municipal (torná-lo mais moderno e com funcionamento mais alargado a pensar nos turistas), à construção de um parque para autocaravanas, à construção de mais um ou dois empreendimentos turísticos, à requalificação do espaço desportivo, à conquista de mais postos de trabalho e ainda à implementação de um comboio turístico com destino à praia que permita às pessoas deixar os carros em casa e melhorar os acessos e a segurança no perímetro balnear. Cláudio Rosa, a cumprir o seu segundo mandato, garante que não é político e que não gosta de política, mas quer fazer o melhor que conseguir pela sua terra de forma a vê-la crescer de forma saudável. Rua do Mar, nº 4 | 7520 - 437 Porto Covo Tlf.: 269 959 120 E-mail: freguesia.portocovo@gmail.com www.jf-portocovo.pt

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ARQUITETA TERESA LEDO

PROFISSIONALISMO E DEDICAÇÃO T e r e s a L e d o • • A R Q U I T E T A • • GRÂNDOLA.

Em Grândola, encontra-se o atelier da Arquiteta Teresa Ledo, tendo a mesma um percurso profissional já bem delineado na área da arquitetura, o qual iniciou há cerca de 15 anos, no Departamento de Urbanismo do Município de Odemira, passando por ateliers em Setúbal e na área das avaliações imobiliárias. Atualmente dedica-se totalmente à sua atividade principal que é a arquitetura.

Teresa Ledo, arquiteta

A

Revista Business Portugal entrevistou a arquiteta para perceber os serviços que realiza, bem como os projetos que estão a ser desenvolvidos em Grândola, num dos concelhos mais atrativos a sul de Portugal. O concelho de Grândola possuiu uma beleza natural, nomeadamente uma extensão de praias, com cerca de 45 quilómetros, que se prolongam desde o extremo da Península de Tróia até à praia de Melides. Em 2016, Teresa Ledo, abriu o seu próprio atelier, tendo como objetivo final a satisfação do cliente, “sendo este o ponto principal para o meu trabalho ser reconhecido e recomendado! ” afirma a arquiteta. O atelier da arquiteta Teresa Ledo encontra-se no centro histórico de Grândola, num prédio de 1750 com brazão, “sendo a sua envolvente caracterizada por edifícios de diferentes épocas e com valor arquitetónico

132 | Revista Business Portugal julho 2019

único”, refere, orgulhosa. O turismo no concelho de Grândola evidencia-se, atualmente, quer a nível nacional como internacional, em virtude da sua proximidade com as fantásticas praias, natureza e tranquilidade. Por estes fatores, a arquiteta, acumula na sua carteira “clientes portugueses e estrangeiros, nomeadamente, franceses, ingleses, espanhóis, belgas, alemães, entre outros, permitindo desta forma uma partilha de conhecimentos e costumes”. Sendo a sua área de atuação o Alentejo Litoral, a arquiteta dispõe de projetos desde Tróia, Comporta, Carvalhal, Melides, Grândola, Alcácer do Sal, até ao concelho de Odemira, concelho do qual a arquiteta é natural.

Sem preocupações Um dos objetivos da arquiteta é que o cliente tenha o mínimo de preocupações, “no que diz respeito a todos os procedimentos necessá-

rios implicados num processo, em virtude da mesma possuir um conhecimento mais aprofundado das regras em vigor nos concelhos que atua”, esclarece. Para além dos projetos de edificações novas, existem inúmeros tipos de processos/projetos a realizar no gabinete da Arquiteta Teresa Ledo, nomeadamente “processos de legalização, alterações de uso, loteamentos, viabilidades construtivas, empreendimentos turísticos, consultoria , projetos de interiores, reabilitação de edifícios , entre outros” descreve. Caso o cliente assim o entenda, a arquiteta também realizará o acompanhamento da obra ate à sua conclusão garantido, desta forma, que o mesmo seja cumprido. Conforme a arquiteta afirma, “ os projetos são elaborados para os clientes, ou seja os mesmos têm de ir ao encontro dos seus futuros residentes, existindo sempre uma conjugação de ideias até à proposta final”, remata Teresa Ledo. Acrescenta que o atelier tem várias obras, a iniciar ainda este ano, apresentando novas técnicas construtivas nomeadamente em Light Steel Framing (LSF). Questionada se considera que o mercado em que se insere é competitivo, Teresa Ledo admite que “ todo o mercado profissional é competitivo, seja qual for a área, razão da qual tento sempre criar empatia e dar a minha melhor prestação, de forma que os mesmos fiquem satisfeitos, realizando-me assim profissionalmente. A satisfação é notória pelo número de novos clientes que chegam até mim através da referência de clientes que trabalham ou contrataram os serviços do meu gabinete”, refere a arquiteta, orgulhosa.

Novidades a caminho… Com alguns projetos em carteira e outros em fase de execução , todos possuem igual importância para a arquiteta, no entanto há a destacar um condomínio de luxo, moradias unifamiliares e empreendimentos turísticos, entre outros que poderá consultar no seu website WWW.ARQTLEDO.PT .


ARQUITETA TERESA LEDO

ARQUITETURA •︎ ENGENHARIA •︎ TOPOGRAFIA CONSULTORIA •︎ CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA

Praça Marquês do Pombal 6

WWW.ARQTLEDO.PT

7570-139 Grândola

+ 351 966 438 062

julho 2019 Revista Business Portugal | 133


INTERMARCHÉ SINES

“UMA MARCA DE REFERÊNCIA COM INVESTIMENTO LOCAL” O Intermarché de Sines está sob a responsabilidade de Françoise Deregnaucourt, empresária que conta com duas décadas ligadas a este grupo de retalho alimentar. As diferenças que distinguem a sua loja do restante mercado e o que ainda falta fazer para estar um passo à frente das necessidades dos seus clientes, foram alguns dos conteúdos abordados na Revista Business Portugal.

qualidade dos produtos frescos, recorrendo sempre a fornecedores locais. Em suma, uma loja recheada de produtos da região, como forma de destaque. Quem a visita, pode encontrar todo o tipo de peixe e carne sempre frescos (ponto forte) e ainda a fruta da época e os mais diversos bolos que o litoral alentejano tem para oferecer.

Outros serviços disponibilizados Para além desta variedade de oferta aos seus clientes, esta loja conta ainda com outros suplementos, que complementam esta superfície comercial desde uma lavandaria, cafetaria, parafarmácia, parque para autocaravanas, posto de combustível, papelaria e tabacaria e ainda um take away reformulado e renovado com uma cozinha tradicional, com cerca de cinco pratos diários para todos os gostos e bolsos. “Com toda esta oferta, tento ir de encontro às expectativas dos clientes, procurando dar um toque diferente aos meus produtos, de forma a tentar uma proximidade com o cliente em relação à região em que se encontra”, realçou a proprietária.

Uma equipa que se diferencia

Françoise Deregnaucourt, proprietária

20

anos com “Os Mosqueteiros” Quando falamos de Françoise Deregnaucourt, falamos claramente de um percurso profissional com 20 anos ligado à rede de hiper e supermercados do grupo de distribuição francês, “Os Mosqueteiros”. Um grupo constituído por empresas de grande dimensão humana, que valoriza mercados de proximidade e rapidez na compra, baseados na partilha do dia a dia com os seus clientes e na adaptação ao ambiente onde estão inseridos. Desde 1999, que a empresária foi abrindo lojas do grupo em Espanha e França. Atualmente, está apenas a gerir uma loja sediada na cidade de Sines, por influência da sua irmã que já alguns anos tem vindo a investir e a inaugurar lojas pertencentes ao grupo dos Mosqueteiros pelo sul de Portugal. “Sempre me identifiquei com o grupo e com a sua ideologia, com o facto de podermos ser empresários independentes, com a particularidade de sermos nós próprios a gerir a nossa loja e com a gestão do grupo”, indicou a empresária.

Uma loja com um toque especial Nunca deixando de respeitar as ideologias e regras que o grupo dos mosqueteiros impõe, a loja da empresária francesa tem um toque especial. Dedicada ao comércio dirigido à produção nacional que garante os melhores preços, uma grande variedade de produtos e 134 | Revista Business Portugal julho 2019

Claro que, para garantir o sucesso do negócio, é necessário um trabalho exigente por parte da gestora e também dos seus 47 colaboradores. Com uma grande responsabilidade social ao longo de 20 anos, Françoise admite que o rigor e a dedicação são fundamentais para quem integra o seu grupo. “Sem eles nós não éramos nada. Eles vestem a camisola e são a base da pirâmide”. O grupo dos Mosqueteiros de Sines tenta fazer a diferença com o atendimento de forma personalizada, intercalado com a qualidade do serviço.

Um futuro cheio de projetos Para além de um serviço diferenciado, a fachada exterior da loja também passou a ser um elemento de aposta referenciador por parte da dirigente que aderiu ao novo conceito intitulado de XX/XXI que aposta numa renovação quase total da loja a nível interior e exterior. A adesão a este upgrade em junção com o futuro desejo de expansão, fazem parte dos projetos que a gestora tem em mente. “Quero apostar em mais projetos e continuar a abrir novas lojas. Tudo isto, faz parte dos deveres e obrigações do nosso grupo, ou seja, apostar no desenvolvimento da nossa área, seja para ampliação de loja ou até mesmo a compra de uma nova”, conclui a administradora, Françoise Deregnaucourt.



AGÊNCIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ

UM PARCEIRO DE PREVENÇÃO EM VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ A agência de Seguros Tranquilidade de Vila Nova de Santo André, tem como propósito sólido, servir com honestidade os seus clientes. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o administrador Henrique Silva, com larga experiência no setor segurador, que falou sobre o seu percurso nesta empresa de renome no mercado. Henrique Silva, administrador

C

onversar com Henrique Silva sobre seguros, é falar inerentemente sobre a vida do gestor, que desde 2001 decidiu abraçar determinadamente o desafio de fazer parte da Companhia de Seguros Tranquilidade. Começou como gestor de sinistros em Santiago do Cacém e tão depressa vestiu a camisola que decidiu fazer carreira no mercado e começar a trabalhar por conta própria em 2003. “Vendedor de seguros” foi como o gestor se intitulou em relação ao que fazia no início do seu negócio. “Comecei a trabalhar de porta a porta, sempre de carro, a vender seguros”, indicou.

Valores reconhecidos Foi através deste método de trabalho que Henrique fez crescer a sua carteira de clientes. Alguns já conhe-

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“Um mediador tem de estar sempre presente para o cliente quando os problemas acontecem. É minha obrigação apoiá-los, de forma a garantir que cumpro com as suas expectativas, criadas na primeira instância”

cidos dos tempos em que trabalhava em Santiago do Cacém e outros conquistados pelo seu trabalho e honestidade, após abrir a sua atividade. Vila Nova de Santo André, foi uma das localidades conquistadas pelo trabalho de Henrique e onde o agente sediou a sua loja ao fim de cinco anos de profissão no setor. “Consegui abrir esta loja com a minha dedicação, sempre de camisola vestida e claro, com fundo de carteira”, referiu. Para Henrique Silva, o seu trabalho deve pautar-se pela fidelidade e lealdade para com a Companhia e ser honesto, independente, íntegro, isento e discreto. A simplicidade, proximidade e responsabilidade são também os valores com que encara a sua vida profissional, com um estilo de vida responsável, sendo reconhecido como um parceiro de prevenção pelos seus clientes e colegas da área.


AGÊNCIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ

Sempre próximo do cliente E é com este trabalho dedicado a seguros de vida, automóvel, saúde, pessoais e de habitação, que Henrique Silva é destacado pelo seu serviço sólido de excelência e proximidade para com os seus clientes. Com uma carteira de clientes que o acompanha desde 2001, pela confiança e pelo trabalho que desenvolve com cada um, o agente tenta tratar de tudo aquilo que necessitam, sendo o mais prestável possível. “Estamos numa zona rural, e conhecemos a maior parte dos nossos clientes, pelo nome e pelo que necessitam. A proximidade com eles é fundamental, o que explica a sua preferência e fidelidade. Na verdade, gosto de ser absolutamente transparente e honesto com eles, explicando sempre muito bem aquilo que

“São objetivos que só contribuem para o nosso crescimento profissional e por isso, considero muito bom quando se é distinguido desta forma. É sempre importante ganhar estes prémios, porque são fruto do nosso trabalho bem desenvolvido”

estão a comprar”, admitiu. Enquanto agente, procura oferecer aos seus clientes sempre as melhores soluções, aos melhores preços e reconhece que tem um papel importante junto dos mesmos. “Um mediador tem de estar sempre presente para o cliente quando os problemas acontecem. É minha obrigação apoiá-los, de forma a garantir que cumpro com as suas expectativas, criadas na primeira instância”, indicou o administrador.

Distinção com direito a prémio Esta dedicação permitiu ao agente a distinção com o prémio “Parceiro estrela” no ano de 2017 e também de 2018. Trata-se de um prémio dividido por várias zonas do país, que engloba os objetivos e produtos estratégicos que a companhia de seguros espera que sejam alcançados pelos agentes, ao longo de um ano. Estes objetivos, passam por adotar as melhores práticas do setor, cumprir pontualmente todas as obrigações e deveres, respeitar escrupulosamente as normas e regulamentos em vigor, estimular e defender o bom funcionamento e a cooperação entre todos, bem como desenvolver um ambiente de respeito mútuo entre o mediador e o cliente. “São objetivos que só contribuem para o nosso crescimento profissional por isso, considero muito bom quando se é distinguido desta forma. É sempre importante ganhar estes prémios, porque são fruto do nosso trabalho bem desenvolvido”, afirmou Henrique Silva.

Alargar horizontes O crescimento da sua empresa é notório e o agente admite querer expandir o seu negócio em zonas onde não existe a Companhia de Seguros Tranquilidade e tentar crescer ainda mais e inovar. “Uma nova loja faz falta aqui nas localidades mais próximas. Essa será a minha próxima aposta”, garante Henrique Silva, Administrador da agência de Seguros Tranquilidade de Vila Nova de Santo André.

AGENTE HENRIQUE SILVA MEDIAÇÃO SEGUROS UNIPESSOAL LDA. Rua dos Navegantes, Lote 1, Edifício 1, Loja 1, R/C A 7500-140 Santo André Tlf.: 269 759 019 Email: henriquemesilva@gmail.com

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DESTAQUES 137 JUNTA DE FREGUESIA DE CASTRO DAIRE De braços abertos para vos receber 138 PAVILÉCTRICA Três décadas de existência, uma década de estatuto PME Líder 140 SERRAÇÃO MODERNA DE LAMELAS, LDA. Uma herança de família em expansão 142 FARMÁCIA MATIAS PEREIRA Um negócio de família

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CASTRO DAIRE

Tradicional, assim é vila de Castro Daire. Pertencente ao distrito de Viseu e à província da Beira Alta, a região apresenta 16 freguesias onde a agricultura continua a ser a maior fonte económica. Com vistas para o rio Paiva e para a serra de Montemuro, o território é diversificado na sua constituição. É nas indústrias da madeira, do mobiliário, da extração de rochas ornamentais e das pedreiras que se destaca o setor secundário. A construção civil tem também um papel preponderante e tem vindo a revelar-se como um dos melhores empregadores da região. A par com o desenvolvimento destes setores surge o desenvolvimento das componentes educacional, cultural, desportiva e do turismo. Para os turistas e locais é importante destacar a gastronomia, onde se podem deliciar com as mais variadas iguarias (Cabrito assado, Trutas de escabeche do Rio Paiva, Vitela arouquesa, Borrego, Cozido à portuguesa, Arroz de salpicão, Broa de milho, Enchidos, Bolo podre de Castro Daire e Mel do Montemuro). O património religioso e cultural também merecedor de atenção e podemos destacar a Igreja matriz de Castro Daire, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a Casa-Museu Maria da Fontinha, os Pelourinhos de Mões, as Ruínas da Muralha das Portas de Montemuro, a Praia fluvial de Folgosa, as Termas do Carvalhal e as Antigas minas de volfrâmio. Uma vila com cantos e encantos para explorar.


JUNTA DE FREGUESIA DE CASTRO DAIRE

DE BRAÇOS ABERTOS PARA VOS RECEBER É nos arredores de Viseu que Castro Daire nos dá as boasvindas. Constituída por 13 aldeias e 4.600 habitantes, esta freguesia apresenta-se como um local pronto para receber desde os turistas mais curiosos aos menos aventureiros.

A

ugusto Marcelino é filho da terra e presidente da junta de freguesia desde 2017. É através dos seus olhos e experiência que nos dá a conhecer a sua casa. “É uma freguesia bastante rural, onde impera a agricultura de subsistência, as pessoas semeiam as suas batatas, o feijão e vão colhendo para se subsistir”, descreve o Presidente. Olhando para trás, nunca pensou assumir um lugar tão importante da freguesia, mas a partir do momento em que assumiu essa responsabilidade, tudo faz para melhorar a vida da população. “Antes de vencer as eleições para a junta de freguesia, costumava pensar no que poderia ser feito para melhorar a qualidade de vida da população. Agora debato-me com os projetos que quero concretizar e o baixo orçamento que tenho disponível para o fazer”, lamenta o presidente. Até agora, Augusto Marcelino faz um balanço positivo do tempo em que está à frente da Junta de Freguesia de Castro Daire. “Já se fizeram muitas das coisas que a população pedia há algum tempo e que, na realidade, em necessidades prementes como as limpezas das ruas e bermas da estrada e caminhos”. Conta com uma equipa de cinco elementos que o ajudam, diariamente, a levar a bom porto todas as tarefas inerentes a uma entidade local. Orgulha-se das pessoas que compõem a sua equipa e da forma como conseguiu criar melhores condições de trabalho para todos. “Eu quero dar qualidade e condições de trabalho a quem trabalha comigo e me acompanha na concretização dos objetivos que traço”. Questionado quanto à sua proximidade com a população, Augusto Marcelino esclarece-nos prontamente. “Para além de conhecer bem as pessoas da terra, tento nunca deixar nenhum pedido por cumprir. Prezo-me de ter alguns atestados de residência, pedidos de ajuda jurídica, atestados de vida, entre outros. Uma grande fatia da população residiu e trabalhou no estrangeiro e é necessário enviar as provas de vida. Faço o possível de tratar destes assuntos na hora, ou em tempo útil, de forma a não perturbar a vida normal das pessoas. Quando não estou, encarrego uma pessoa da minha equipa para o fazer”. Para além desse cuidado, Augusto Marcelino quer, ao longo deste mandato, criar as condições necessárias para que todos os fregueses o possam abordar no edifício da junta de freguesia. O presidente explica à Revista Business Portugal que, em acordo com o presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, as instalações da junta mudassem para outro local, visto que as atuais não têm as condições que Augusto Marcelino considera necessárias para servir toda a população. “O edifício atual não permite o acesso a pessoas com deficiência motora. As obras já estão praticamente concluídas e o acesso ao primeiro andar vai ser uma realidade para toda a população, independentemente do estado da sua mobilidade”. Enquanto presidente de junta da freguesia e filho da terra, Augusto Marcelino fala-nos da sua casa com todo o orgulho, descrevendo alguns dos locais que os turistas podem visitar quando passam pela sua freguesia. “A Igreja Matriz é lindíssima e digna de visita, a capela de S. José e os imponentes edifícios

representativos do século passado, como a Casa dos Aguilares são de passagem obrigatória. Além disso, temos alguns percursos pedestres que são maravilhosos, como o percurso da Pombeira, sugiro um passeio junto ao Paivó, um rio que atravessa, de Nordeste a Poente, toda a freguesia de Castro Daire, é lindíssimo e propicia belos momentos de ócio. Pelo caminho é possível ver alguns moinhos, alguns estão ainda a funcionar, enfim, não faltam motivos para nos visitar e ficar a conhecer a região.” Entre locais a visitar e aventuras que todos podem fazer, Augusto Marcelino não esquece a gastronomia local, fazendo duas sugestões para os amantes da gastronomia portuguesa. “Sugiro o cabrito à Montemuro e o Bolo Podre. Aproveito para convidar os leitores da Revista Business Portugal para passarem por Castro Daire, porque não se vão arrepender. Costuma-se dizer que “Quem vem a Castro Daire e bebe da Fonte dos Peixes, vai cá ficar”. Remata o Presidente da Junta de Freguesia de Castro Daire, Augusto Marcelino. Rua Inocêncio Santos Cruz | 3600-189 Castro Daire Telefone: 232 382 603 Email: fregcastrodaire@sapo.pt www.freguesiadecastrodaire.pt julho 2019 Revista Business Portugal | 139


PAVILÉCTRICA

TRÊS DÉCADAS DE EXISTÊNCIA, UMA DÉCADA DE ESTATUTO PME LÍDER No decorrer da celebração dos 30 anos de existência, um dos fundadores da Paviléctrica, Luís Morais, fala sobre a história da empresa, focando o crescimento e o sucesso alcançados. O mês de janeiro de 1989 marcou o início do projeto, que uniu pai e filhos até 2004 e 2006 respetivamente, no concretizar de um objetivo comum.

Eu, o meu irmão (José Morais) e o meu pai (Orlando Morais), iniciámos a atividade da Paviléctrica com um espaço comercial de sessenta metros quadrados, em Castro Daire, dedicado exclusivamente à venda de material elétrico. Em apenas quatro anos, a Paviléctrica cresceu de forma vincada no mercado e passou a comercializar uma vasta gama de material de construção, mudando ainda as suas instalações para um prédio de cinco pisos com uma área total de 2.000 metros quadrados”, explica Luís Morais. A empresa, que arrancou com apenas um colaborador, começa a crescer e a permitir a concretização de novas metas. Em 2003, a Paviléctrica avança para a aquisição de dois espaços comerciais em Viseu, com uma área total de 200 metros quadrados. “A abertura da loja em Viseu foi o primeiro passo para um crescimento mais notório. Apesar de ser uma loja mais modesta e, na altura, ainda não abranger todas as nossas vertentes, foi um desafio que quisemos abraçar”, explica, e que atualmente conta com 19 colaboradores.

Inovação, tecnologia, liderança e excelência “O cliente é o nosso foco. Há uma proximidade especial entre o cliente e os nossos colaboradores! É importante sermos distintos dos demais. Para conseguir essa vantagem temos de nos destacar pelo nosso serviço, pela nossa assistência e pelo nosso stock. São os três pilares em que nos apoiamos para que o cliente chegue às nossas instalações e possa ter um leque diversificado de produtos ao seu dispor e um serviço de excelência”, afirma. Nesse sentido, a Paviléctrica trabalha com mais de 50 marcas, para fazer chegar aos seus clientes as mais variadas opções. Os melhores serviços, aliados à inovação e à tecnologia, imperam pela visualização antecipada dos projetos. É nesse sentido que a empresa se apresenta como “o parceiro certo para idealizar a sua casa. Os nossos serviços incluem o design das divisões a remodelar, projeto 3D e acompanhamento da obra”. Luís Morais adotou na empresa, desde cedo, uma política de recompensas que favorece todos os colaboradores, de acordo com o cumprimento de objetivos em equipa. O gerente explica que “sozinho, sou ninguém. Nós somos uma equipa e se todos trabalharmos em prol do mesmo objetivo, todos seremos recompensados. É isso que tento transmitir aos meus colaboradores”. Com 10 anos consecutivos de estatuto PME Líder e duas condecorações PME Excelência é notório o sucesso empresarial da Paviléctrica que ajudam a consolidar o trabalho desenvolvido por toda a equipa.

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Um olho no passado, o outro no futuro 2018 foi um dos anos com maior crescimento e 2019 está a revelar-se uma boa surpresa. “O mais importante é manter e solidificar cada vez mais os espaços já existentes, conseguindo assim estar presente em todos os projetos. Divido o meu dia pelos dois estabelecimentos: entre Castro Daire e Viseu. Com outros espaços comerciais ia deixar de conseguir acompanhar todos de forma tão regular”, confessa. O objetivo passa por consolidar a continuidade dos mesmos, “sendo Viseu uma cidade que se encontra em constante desenvolvimen-

“Sozinho, sou ninguém. Nós somos uma equipa e se todos trabalharmos em prol do mesmo objetivo, todos seremos recompensados. É isso que tento transmitir aos meus colaboradores” to. Daremos ainda, no decorrer deste ano, mais um importante passo na nossa afirmação como empresa de referência, que consistirá na construção de um pavilhão com 1.200 metros quadrados, proporcionando ao cliente a oferta de novos produtos, nomeadamente materiais de construção, que até à data não estavam disponíveis no estabelecimento de Viseu”, explica. Para concluir, deixa a mensagem: “Visitem a Paviléctrica, usufruam dos nossos serviços e sintam-se uma parte integrante da nossa “família”. É com este espírito e valores empresariais que pretende continuar a evoluir a cada dia.



SERRAÇÃO MODERNA DE LAMELAS, LDA.

UMA HERANÇA DE FAMÍLIA EM EXPANSÃO José Augusto e Graça Pereira são irmãos e sócios gerentes desde 2002 de uma empresa familiar fundada em 1962, a Serração Moderna de Lamelas, Lda. Sediada em Lamelas, Castro Daire, esta empresa tem vindo a expandir o seu negócio ano após ano.

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oi há 57 anos, que o avô paterno, o pai e três amigos decidiram constituir uma empresa com a atividade de serração de madeiras de pinho. Após alguns anos de negócio, o avô e o pai ficaram detentores da totalidade do capital social da empresa. Posteriormente a empresa sofreu novas alterações, ficando na posse apenas dos pais dos atuais sócios, depois dos três irmãos da família e atualmente, quase seis décadas depois da sua fundação, a Serração Moderna de Lamelas tem como únicos sócios e gerentes, José Augusto e Graça Pereira. A Gerente da empresa confessa que nem sempre trabalhou na empresa, no entanto acabou por se render ao negócio da família, ficando responsável pela parte administrativa e José Augusto, o irmão, responsável por toda a parte da produção. O pai de ambos, embora reformado, visita regularmente aquela que foi a sua segunda casa durante muitos anos. “O meu pai sempre que pode dá uma vista de olhos a tudo o que vai acontecendo por aqui. Não há ninguém que conheça o funcionamento das máquinas como ele. Se houver alguma coisa que não esteja bem, ele percebe de imediato”, confidencia Graça Pereira. Em 2014, criaram uma nova unidade industrial, no mesmo ramo de atividade,

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na Zona Industrial da Ouvida, Castro Daire. Atualmente empregam 40 trabalhadores, que estão divididos pelas duas unidades da empresa. Graça Pereira admite que, ultimamente, “tem sido difícil encontrar trabalhadores para o setor, mas que a equipa que construíram ao longo dos anos


SERRAÇÃO MODERNA DE LAMELAS, LDA.

é muito coesa e trabalhadora”. Numa empresa que conta já com mais de meio século de existência, José Augusto sabe que os desafios são diários, cada vez mais e maiores. “A falta de matéria-prima será um dos maiores problemas a médio/longo prazo para o setor. A área de pinheiro bravo tem vindo a diminuir drasticamente em Portugal e, por essa razão, a falta de rolaria de pinho vai ser uma preocupação para o futuro das serrações.” Dedicados à comercialização de madeira de pinho para palete, maioritariamente para exportação, comercializam também para o mercado nacional,

Graça Pereira e José Augusto, sócios-gerentes

sendo que os subprodutos, como casca, serrim e estilha têm como destino exclusivamente o mercado nacional. “Neste momento, exportamos cerca de 70 por cento da produção de madeira serrada para palete. O restante destina-se ao mercado nacional.” O gerente da empresa explica que têm estufas, devidamente autorizadas e certificadas, para o tratamento fitossanitário, respeitando as medidas impostas pela União Europeia para controlo do nemátodo do pinheiro. “Com o aparecimento do nemátodo da madeira de pinheiro, tivemos de nos adaptar e restruturar todo o funcionamento interno, para podermos dar cumprimento a todas as medidas impostas pela União Europeia, adquirindo estufas devidamente certificadas para tratamento de toda a madeira que exportamos.” José Augusto admite que muito mais há a fazer no combate ao Nemátodo, “uma vez que de ano para ano são cada vez mais as árvores em declínio e que acabam por morrer”. O cuidado e preocupação com o ambiente é igualmente uma preocupação da Serração Moderna de Lamelas. “Não descuramos o cuidado com o ambiente. Colaboram connosco empresas certificadas na recolha dos diversos resíduos industriais resultantes da nossa atividade, tais como óleos usados e outros. Concluímos também, no ano de 2018, a instalação de uma Unidade Fotovoltaica, em regime de autoconsumo, com a potência de instalação 244,40 kwp (752 Módulos fotovoltaicos), produzindo atualmente grande parte da energia consumida”, esclarece o gestor. Quando se fala de concorrência, Graça Pereira não se coíbe de dizer que existe uma relação saudável entre todos. “Estamos inseridos num meio pequeno, onde todos se conhecem, acabamos por criar laços de amizade e há espírito de entre ajuda entre todos”.

Ao longo dos anos tem sido política constante da empresa atualizar, modernizar e investir no setor da produção, sempre com o objetivo de rentabilizar e obter, consequentemente, cada vez melhores resultados. Atentos às exigências e competitividade do mercado atual, a Serração Moderna de Lamelas deu início, no presente ano, ao processo de Certificação de Cadeia de Responsabilidade PEFC e FSC preparando-se assim para atrair novos mercados, novos clientes e reforçando ainda mais a confiança dos clientes atuais. Questionada sobre a razão do sucesso da Serração Moderna de Lamelas, Graça Pereira afirma que se deve à confiança e firmeza com que todas as decisões são tomadas. “Nós não damos dois passos ao mesmo tempo. Fazemos tudo com cabeça, tronco e membros. Planeamos, analisamos tudo e só depois tomamos decisões.” Quanto ao futuro, os irmãos pretendem manter o mesmo ritmo com que chegaram até aqui. Para José Augusto e Graça Pereira, os clientes e a sua satisfação são o foco principal da empresa. “É importante continuar a manter a empresa estável, bem estruturada e aumentar as vendas, se possível, mas o que nos move todos os dias é a satisfação total dos nossos clientes. É hoje e será sempre o nosso principal objetivo.”

Rua Agostinho Pereira n.º1 Lamelas 3600-275 Castro Daire Tlf.: 232 373 154 Email: smlamelas@gmail.com www.smlamelas.com

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FARMÁCIA MATIAS PEREIRA

UM NEGÓCIO DE FAMÍLIA Tudo começou com a matriarca da família que, mais tarde, passou a paixão pela área da Farmácia às filhas. Entre Mões e Parada de Ester, Susana e Catarina gerem as farmácias que são mais que um mero negócio.

Mões. “Na altura, os médicos deslocavam-se pelas aldeias para ver as pessoas, por isso, a minha mãe achou que seria necessário criar uma farmácia neste lado”. Explica a entrevistada.

O alargamento do negócio

Susana Pereira, Palmira e Catarina proprietárias

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ões e Parada de Ester. Duas freguesias de Castro de Daire que, juntas, tem cerca de 2600 habitantes e estão unidas não só por fazerem parte do mesmo concelho, mas também porque a família Matias Pereira as uniu de uma forma muito particular. Foi a mãe da Dra. Susana e da Dra. Catarina, a Dra. Palmira, que começou esta aventura há cerca de 40 anos, sem saber que, mais tarde, teria as duas filhas a trabalhar na mesma área e seriam responsáveis de duas farmácias que se tornaram o negócio de família e o motivo de orgulho para todos. A Dra. Susana Pereira é responsável pela Farmácia Matias Pereira, em Mões. De sorriso no rosto, explica que aquele espaço nem sempre foi o que é hoje. “Isto iniciou-se como um posto de medicamentos, que estava associada à farmácia em Parada de Ester, na outra extremidade do concelho que liga a Arouca”. Essa distância entre o posto de medicamentos e a farmácia Costa, em Parada de Ester e criada em 1977, acabou por ser uma das razões para a abertura e alargamento da farmácia em

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Susana Pereira, licenciada em Farmácia em 2002, seguiu as pisadas das outras familiares e tornou-se responsável pela segunda farmácia que veio a abrir em 2010. “O posto de medicamentos que era mais pequeno e, na altura, não precisava de uma farmacêutica, bastava um responsável. Foi crescendo, a população foi aumentando, por essa razão, houve a necessidade de efetuar esta alteração, em 2010. Mal me formei, vim logo trabalhar para aqui e a minha mãe, na época, era a responsável pela outra farmácia.


FARMÁCIA MATIAS PEREIRA

Mais tarde, a minha irmã também se formou nesta área. Eu fiquei aqui e a Catarina ficou na outra”, explica Susana. Passados quase dez anos, desde a abertura da farmácia em Mões, Susana faz um balanço muito positivo do trabalho desenvolvido até aos dias de hoje. “Estar numa zona rural é muito diferente de trabalhar numa zona citadina. Eu costumo dizer que é muito engraçado trabalhar aqui”, confessa Susana e reforça “nós conhecemos as pessoas todas e todos nos conhecem”.

A relação farmacêutica – cliente A farmacêutica de Mões diz que, em zonas pequenas como a que está, é normal criar uma relação de familiaridade com os utentes e de uma confiança diferente da que se cria em zonas maiores e com mais pessoas. Para Susana Pereira é normal andar na rua e ser abordada pelos habitantes das redondezas. “Acontece, muitas vezes, eu estar na rua e as pessoas virem ter comigo a pedir conselhos e ajuda para coisas mais do dia a dia”, refere. A simpatia e a humildade dos habitantes da sua terra são os aspetos que mais destaca. Estagiou durante quatro meses em Viseu e diz que, sendo uma cidade grande, acabou por não conseguir criar uma relação de proximidade com quem atendia todos os dias. “As pessoas não se dão tanto. Existe mais reboliço”, por isso prefere estar em Mões onde conhece toda a gente e todos a conhecem. Criar uma relação de confiança entre farmacêutica e os utentes, para Susana Pereira, é essencial. “Há muitas coisas que os doentes não falam com o médico e acabam por nos confessar.”. É através das conversas que têm com os seus utentes e das informações que vai recolhendo que, mais tarde, se torna a intermediária entre os pacientes e o médico. Susana Pereira explica que muitos dos habitantes não estão habituados e não gostam de ir ao médico, por isso, recorrem à sua farmácia para resolver os problemas que vão aparecendo. “Eu conto muitas vezes esta história. Há muita gente que entra aqui, nós aconselhamos a ir ao médico e eles dizem que não estão bem vestidos para lá ir (ao médico) e que nós, aqui na farmácia, conseguimos resolver-lhes o problema. Ainda existe esse distanciamento”.

Serviços Prestados Na farmácia Matias Pereira prestam-se vários serviços como dar injeções, medição de colesterol, tensões, glicemia, tratam feridas e acompanham, individualmente, todos os utentes. Apesar de os serviços ao domicílio não estarem incluídos na lista, Susana Pereira explica que, por vezes, também o fazem. “Quando as pessoas necessitam dos nossos serviços ou de medicação, nós vamos a casa e prestamos esse serviço. Fazemo-lo pela proximidade e amizade, apesar de não ser um serviço que esteja englobado na nossa atividade”. Com quase três mil utentes das freguesias de Mões, Moledo e Ribolhos, Su-

sana Pereira também trabalha com a Santa Casa da Misericórdia de Castro Daire. “Acabamos por trabalhar com muita gente e de ter algum trabalho”. Esclarece. Trabalham das 9h às 12h30 e das 14h às 19h, mas a disponibilidade da Dra. Susana não fica restrito ao horário da farmácia. Explica que, mesmo depois de fechar, o seu contacto fica na porta para que, se alguém tiver alguma emergência, a possam contactar. “Não acontece muitas vezes ser contactada fora da hora de expediente. Antigamente, quando isto era o posto de medicamentos, não era obrigatório ter um horário de disponibilidade como agora, por isso, as pessoas habituaram-se a esperar pelo dia seguinte”. Susana Pereira explica, também, que as pessoas “têm a tendência a fidelizar-se à farmácia que mais frequentam. Muitas vezes, mesmo em situação de urgência, as pessoas esperam pela abertura da sua farmácia para virem comprar os medicamentos que necessitam”. A farmacêutica, dez anos depois, não mudaria nada do que fez até aos dias de hoje. A familiaridade que estabeleceu com os habitantes de Mões, a confiança que foi ganhando e o trabalho que desenvolveu são motivos de orgulho para si.

O Futuro Quando questionada sobre a abertura de uma terceira farmácia da família, Susana Pereira diz que não está nos planos, mas que, no futuro, quer continuar a ter este negócio que tanto as faz feliz. Continuar a ter uma boa relação com as outras farmácias de outras freguesias, desenvolver um bom trabalho, ter mais utentes, ajudar todos aqueles que lhe aparecem e, o mais importante, trabalhar na sensibilização da prevenção das doenças, são algumas das metas que Susana Pereira tem para a sua farmácia num espaço de dez anos. Por último, a farmacêutica diz que “se continuarmos da forma como estamos agora, não estamos mal. Há uns anos foi difícil para todas as Farmácias, mas, felizmente, temos muita sorte com quem nos visita e com quem vive por cá”, conclui Susana Pereira.

Avenida Principal, 82 R/C, Mões | 3600-430 - Castro Daire Telefone: 232 304 133

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DESTAQUES 146 ESCOLA DE YOGA MIGUEL CORREIA “O yoga é um amor incondicional” 148 CABECINHAS PENSADORAS “Ensinar a pensar para melhor aprender”

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ENSINO Ao longo dos anos, o sistema de ensino tem vindo a modificar-se. Cada vez com mais exigência e mais variedade, as instituições de ensino oferecem opções que consigam chegar a qualquer tipo de aluno. Com o terminar deste ano letivo, há a necessidade de começar a preparar o próximo. Desde o Ensino Primário até ao Superior, os pais e encarregados de educação procuram escolas e centros de estudo que possam oferecer o melhor para os seus filhos.Para os pais, os tempos livres dos filhos antes e depois das aulas são uma preocupação que acabam por ficar ao encargo de Centro de Estudo como o “Cabecinhas Pensadoras”, em Ermesinde, que dispõe de um serviço de apoio ao estudo e de acompanhamento das crianças durante todo o ano escolar, em horário alargado. Em Portugal existem vários tipos de ensino que levam os mais novos, em conjunto com os encarregados de educação, a procurarem diversas alternativas entre o ensino regular, profissional e superior. No Ensino Regular, a chegada ao secundário é sempre uma dor de cabeça para quem tem de escolher para que área quer seguir. Entre as Ciências Tecnológicas, as Ciências Socioeconómicas, as Línguas e Humanidades e as Artes, são muitas as escolas que apostam na diferenciação dos métodos de estudo e das metas curriculares para que ninguém fique para trás. O Ensino Profissional é, também, cada vez mais, uma aposta por parte de todas as escolas de Norte a Sul do País. Com cursos profissionais para todas as áreas, é uma vertente da educação que tem ganho um espaço considerável e mostrado resultados muito positivos. O mesmo acontece no Ensino Superior. Portugal tem mais de 140 Instituições de Ensino Superior, entre Faculdades e Institutos Politécnicos, espalhadas por todo o país e com opções para todas as áreas. Na edição deste mês, a Revista Business Portugal ilustra os vários tipos de ensino e os vários métodos de estudo que existem de Norte a Sul a do país.



ESCOLA DE YOGA MIGUEL CORREIA

“O YOGA É UM AMOR INCONDICIONAL” O primeiro contacto com o Yoga surge antes dos anos 90, mas foi em 1994 que o Prof. Miguel Correia, por casualidade, ou não.... no Brasil, teve contacto com uma forma de ver o Yoga, com um ser bem especial, o Prof. Hermogenes, começando aí o verdadeiro despertar. A aventura do Yoga no Brasil é transposta, agora, para Portugal.

A

s formações como busca de autoconhecimento, foram fazendo parte da vida do Professor Miguel Correia, mas foi acima de tudo com a Mestre Maria Dinorah que se identificou, assim como com os seus Mestres. Apesar de durante muitos anos não ter tido intenção de dar aulas e muito menos de abrir um espaço de Yoga, o destino em transmitir o seu amor incondicional pelo Yoga, tornou-se inevitável. Estabelecido em Matosinhos, “Escola de Yoga Patanjalli” foi o nome que escolheu para o projeto que tem o objetivo de transmitir a essência do Yoga. 2019 fica marcado pela mudança do nome do projeto para Escola de Yoga Miguel Correia, pela necessidade de desassociar “o seu Patanjalli” ao nome do negócio de um Guru indiano.

Um conceito, uma identidade Começar o seu próprio projeto não foi planeado ao pormenor. O Professor relembra que impulsionado pela sua Mestre Maria Dinorah, que não se cansa em mencionar, chegou o momento em que o caminho tinha de passar a ser feito por si. “Eu não queria ser apenas mais um, em Portugal existem Professores fantásticos, mas havia que ser eu próprio e humildemente ser discípulo de uma herança ancestral que me foi confiada.” “O Yoga é mais célebre do que conhecido”, tem mais do que nunca a sua razão

de ser nos nossos dias. A verdadeira natureza do yoga é positiva e universal; longe de constituir uma fuga da vida, visa, pelo contrário, dar-lhe a plenitude no homem e através do homem. O conceito escolhido é distinto e algo inesperado. Pode parecer estranho, mas o objetivo do Professor, em relação ao “negócio” é conseguir ser sustentável sem a necessidade de lucros absurdos que a sociedade exige. Os alunos acabam por ter um valor mais reduzido que o habitual, tanto nas aulas como nas formações, mas garante que é a única forma de continuar a fazer deste projeto a sua missão de vida. É na aprendizagem diária e na busca por adquirir e transmitir conhecimentos que vê o seu propósito.

A transmissão do Yoga Na Escola de Yoga Miguel Correia existem várias formas de ter o contacto com o Yoga: Aulas, Retiros, Formações e outros eventos. As aulas estão divididas de acordo com a faixa etária. Ou seja, existem aulas para crianças, aulas para adultos, grávidas e séniores, existindo hoje, alunos dos 2 aos 92 anos de idade. Nas formações os adultos 148 | Revista Business Portugal julho 2019

podem optar por frequentar Formações com foco especial para o ensino de Yoga para Crianças ou de Yoga para Adultos, visando sempre o real Autoconhecimento. A Formação de Yoga para Crianças é uma formação intensiva de quatro dias, já a Formação de Yoga para Adultos tem a duração de dois anos e aborda vários temas de forma pormenorizada, abrangendo temáticas como a psicologia, a anatomia, história, Hatha Yoga, a filosofia, os “Yoga Sutra” de Patanjali, etc. Um encontro mínimo por mês e alguns retiros consolidam a formação. A experiência acumulada por gerações tem sido, de século em século, transmitida do Mestre para Discípulo. Nestas Formações espera superar as expectativas de todos os que buscam ajuda nas verdades essenciais do Yoga, como parte da experiência dos grandes sábios e Yoguis da Índia. Diz a Filosofia Hindu, que “quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece!” No que diz respeito às aulas, tem abordagens distintas consoante a idade. “Nas aulas para crianças temos de ter atenção em abordar os fundamentos do Yoga e as posturas de forma lúdica, sem que a criança perca a sua Essência. É um excelente momento para enaltecer as relações e proporcionar a partilha de histórias, desejos e emoções”, explica. Já nas aulas de Yoga para adultos o principal objetivo é a desconexão com a sociedade, com a perfeição e com as ideias preconcebidas sobre si mesmos e sobre os outros. “O objetivo é que levem, de forma consciente e inconsciente, a Essência do Yoga para fora do ambiente de aula, premitindo que interfira de forma positiva na sua postura pessoal, familiar profissional e na sociedade. O trabalho é orientado para o “Universo” interior de cada um. Exatamente o contrário do usual. “Na nossa Escola não existem


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níveis, pois nenhum critério exterior poderá servir para classificar os adeptos! Nunca poderá haver “cinturões (de qualquer cor) a nível de Yoga! Isto é muito importante já que no Ocidente, hoje mais do que nunca, querem confundir o Yoga com uma ginástica ou com um desporto. Mas sem a parte Espiritual o Yoga não existe”. “No Yoga, nenhum título distingue um adepto de longos anos dum principiante, a não ser, a energia que dele pode emanar (somos sempre principiantes).De facto, o homem permanece preso nos dilemas impostos pela vida que o assedia. Ele pode recorrer a paliativos, construir compromissos efémeros, mas não pode fazer nenhum progresso

decisivo até descobrir, em si mesmo, os princípios de unidade e harmonia. A ciência do yoga é um circuito abreviado para acelerar a evolução do homem”, explica. Para os interessados em fazer aulas pontuais e participar em alguns eventos, é sempre possível. A disponibilidade não é uma barreira sendo que a escola está aberta de manhã, à hora de almoço e ao fim do dia de forma a satisfazer todas as necessidades. O convite para experimentar está feito: venham sentir a Essência do Yoga! “Há muitas formas de transmitir o yoga, mas para mim é um... Amor Incondicional”, acrescenta ainda que: “Existem vários caminhos para o Yoga, devendo todos eles levar à mesma VERDADE”, remata.

Miguel Correia, professor

Rua Brito Capelo, 586 | 4450-067 Matosinhos, Portugal

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CABECINHAS PENSADORAS

“ENSINAR A PENSAR PARA MELHOR APRENDER” A área da gestão e das ciências jurídicoadministrativas faziam parte do dia a dia de Florbela Ferreira da Silva. Porém, após uma quebra na sua carreira profissional, surge a oportunidade de apostar na área da educação. O Cabecinhas Pensadoras, em Ermesinde, surgiu desta forma e com o objetivo de proporcionar uma variedade de serviços: apoio escolar, explicações individuais e em grupos, preparação para exames e organização de atividades extracurriculares.

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om as portas abertas desde 2009, a empresária mostra-se satisfeita com tudo o que tem alcançado. Em 2017, o Centro de Estudos Cabecinhas Pensadoras muda de instalações e fica, assim, a escassos passos da Escola Secundária de Ermesinde e da Escola E.B 2,3 de São Lourenço. Uma localização prestigiada que permite a conquista de novos alunos e com instalações devidamente licenciadas como escola, bem como salas de aula diferenciadas e totalmente equipadas. O acompanhamento curricular não é a única preocupação de Florbela Ferreira da Silva que defende um projeto onde a base está em “ensinar a pensar para melhor aprender”. A missão é estar lado a lado com os alunos e ajudá-los a atingir os seus próprios objetivos e a ultrapassar as dificuldades. “Antes de ensinarmos a matéria, ensinamos a ‘respirar’ e a pensar no que vão fazer. Estamos aqui para orientá-los nas suas escolhas, acompanhar as suas aprendizagens e assistir ao crescimento enquanto alunos e cidadãos”, revela. “Acreditamos na educação e num futuro melhor para as crianças e adolescentes e, nesse sentido, apostamos na qualidade e exigência, num ensino inclusivo, não esquecendo as características próprias e individuais de cada aluno, assim como o seu ritmo de trabalho”, afirma a proprietária.

O trabalho do professor e explicador é mais eficaz quando existem sinergias entre o aluno, a família, a escola e a comunidade Sinergia: aluno, família, escola e comunidade A base é, e tem de ser, o crescimento sustentado do conhecimento e das aprendizagens que acompanharão todo o percurso 150 | Revista Business Portugal julho 2019

Florbela Ferreira da Silva, empresária

escolar, profissional e pessoal dos alunos. Nesse sentido, o projeto é uma aposta ganha devido à equipa de professores qualificados e empenhados que fazem parte do Cabecinhas Pensadoras, o que resultou novamente em 2018/2019 numa taxa de sucesso de 100%, em que todos os seus alunos passaram de ano. O trabalho do professor e explicador é mais eficaz quando existem sinergias entre o aluno, a família, a escola e a comunidade. É nesse sentido que a relação com a família é também fundamental para todo o processo de evolução e consolidação. “Nós temos de fazer o nosso trabalho da melhor forma possível, mas é em casa, com os pais e educadores, que esse trabalho tem de continuar e é fulcral que exista essa partilha de responsabilidades”, reforça Florbela Ferreira da Silva. “O objetivo do Cabecinhas Pensadoras é crescer junto com os alunos, acompanhando os seus percursos académico, pessoal e social. E tudo fazer para que, no futuro, sejam cidadãos ativos, bem sucedidos, responsáveis e felizes”, remata. Rua D. António Ferreira Gomes, 180 | 4445-398 Ermesinde - Porto Tlf.: 222 457 728 | Email: cabecinhaspensadorasfs@gmail.com Facebook: CabecinhasPensadoras.CentroEstudos Instagram: cabecinhaspensadoras



DESTAQUES 152 RESTAURANTE T Gastronomia sem preconceitos 154 AQUATUR GERÊS “Os melhores passeios de barco no Gerês!” 155 JUNTA DE FREGUESIA DE S. MATEUS DA RIBEIRA “Ser político é sentir!” 156 ALDEIÀPART Construindo uma Aldeiàpart 158 JUNTA DE FREGUESIA DA CARVALHEIRA “Preocupamo-nos em ter uma relação muito próxima com todos os habitantes.” 160 RGPD PORTAL DPO: a simplificação da proteção de dados

152 | Revista Business Portugal julho 2019

ALTO MINHO Sabia que o Alto Minho é a região do norte de Portugal com mais imóveis classificados como Monumento Nacional? Ou que as praias marítimas de Afife, Amorosa, Arda, Cabedelo, Carreço, Castelo de Neiva, Ínsua, Norte, Paçô, se encontram na listagem das praias com qualidade de ouro? Provavelmente, não. Mas não se preocupe, porque nesta edição da Revista Business Portugal poderá ficar a conhecer melhor o território mais a norte de Portugal. São dez os concelhos que compõem o Alto Minho, mas são muitos mais os motivos para visitar a região. Com uma paisagem diversificada este território constitui-se um destino turístico de eleição, oferecendo uma quantidade imensa de atividades de lazer, como os desportos de montanha e náuticos. Por exemplo, sabia que o canoísta Fernando Pimenta, uma das grandes figuras da canoagem portuguesa, é oriundo de Ponte de Lima, um dos dez concelhos do Alto Minho? Ou que a gastronomia minhota se distingue como a mais variada e rica de Portugal? Sim, se anda à procura de destinos com mais sabor, nada melhor do que aliar dias de descanso e diversão à descoberta de novidades gastronómicas e vínicas. Sabia, também, que o Alto Minho constitui, no contexto do país e do Noroeste Peninsular, um dos espaços mais atrativos em termos de localização empresarial? A verdade é que graças à sua posição geográfica central, aos seus excelentes serviços de apoio à competitividade empresarial e à disponibilidade de instrumentos de apoio, o Alto Minho proporciona todas as condições para quem queira investir. Hoje damos-lhe alguns exemplos de empreendedorismo e inovação que têm levado o nome da região alto e fora de portas.



FINANGESTE

GASTRONOMIA SEM PRECONCEITOS Dois anos depois de inaugurar o Restaurante T, Pedro Moreira, consegue elevar a arte gastronómica a outro patamar ao criar o T Gold Floor, onde “o lema é superar expectativas, derrubar barreiras e despertar novas sensações”, afirma o CEO.

O

Restaurante T – Food, Wine & Fun é uma referência gastronómica incontornável no norte do país. Recentemente, com a criação do T Gold Floor, o projeto evoluiu para um novo patamar? O Restaurante T surgiu em 2017, fruto da paixão pela cozinha, pela criatividade e pela evolução gastronómica. Tudo aliado para proporcionar momentos singulares e inesquecíveis. Após quase dois anos de crescimento, decidimos que um sítio improvável merecia um restaurante ainda mais improvável, surgindo assim o T Gold Floor, um conceito de alta gastronomia que promete satisfazer os desejos dos mais exigentes, onde o lema é superar expectativas, derrubar barreiras e despertar novas sensações. O T Food Wine & Fun, é um restaurante de cozinha contemporânea de autor. O T Gold Floor, por sua vez, despe-se de medos e de preconceitos e leva este conceito mais além, assumindo-se um restaurante de alta gastronomia, irreverente, onde a surpresa, a imaginação e a paixão são os ingredientes principais. No Gold Floor, tudo é mais intimista, desde a iluminação, passando pelos detalhes de decoração. O número de mesas é reduzido para permitir um ambiente mais íntimo e um serviço mais personalizado e atento às necessidades individuais de cada cliente. A iluminação é baixa de modo a permitir o aguçar de todos os outros sentidos, criando uma envolvência sensorial, e despertando uma maior atenção sobre os elementos mais importantes. Temos ainda dois espaços de lazer distintos, um deles um cigar lounge, onde poderá desfrutar da nossa seleção de whiskeys e de bons momentos partilhados, entre ou após a refeição, que dispõe de uma lareira que torna o ambiente mais acolhedor, propício a boas conversas. O segundo espaço é uma esplanada coberta com um jardim vertical e uma lareira exterior, perfeita para um jantar romântico nas noites de verão. Para grupos até dez pessoas, temos ainda 154 | Revista Business Portugal junho 2019


RESTAURANTE T

uma sala privada, com o singular detalhe de uma cortina inteiramente handmade, composta por dez mil cristais Swarovski que confere ao espaço a exclusividade merecida. Para além da diferenciação gastronómica, a seleção de vinhos, champanhes e bebidas não foi deixada ao acaso, estando presentes grandes referências da vinicultura portuguesa e uma seleção ímpar de champanhes, como não poderia deixar de ser. Os cocktails, todos de autor, foram desenvolvidos pela Patrícia Moura, a nossa diretora de restauração, que inspirada na carta criou o match perfeito para iniciar ou terminar a refeição. Todos estes elementos se alinham para fazer do T e, em especial, do T Gold Floor, uma referência gastronómica incontornável no nosso país. Desde a sua génese, o Restaurante T procurava propor uma oferta distinta, onde os sabores diferenciados e as experiências sensoriais estivessem em evidência. O T Gold Floor é a materialização desse sonho? O Restaurante T já é a materialização desse sonho e continuará a sê-lo. O Gold Floor permite elevar esta oferta e todas estas experiências sensoriais a outro nível, procurando atingir um segmento de clientes que esperam e querem mais. A título de exemplo, podemos referir que um dos nossos menus de degustação é uma completa surpresa para os nossos clientes, questionando apenas alergias e restrições alimentares, proporcionando assim uma experiência única. Este menu é preparado com base na inspiração do Chefe João Quintela, ao momento, sem rede, recorrendo às melhores matérias-primas selecionadas no próprio dia, levando a uma viagem gastronómica de 12 momentos que inicia e termina sempre em lugares diferentes. É importante referir que é um verdadeiro menu surpresa que nunca se repete, permitindo dar asas à criatividade momentânea do chefe, provocando assim, uma experiência sensorial única, irreversível, irreverente e acima de tudo, autêntica! Temos também, como não podia deixar de ser, uma carta sazonal onde levamos ao detalhe a confeção das melhores matérias-primas, onde não podia faltar o Lavagante, o Salmonete e o Lombo de Wagyu, entre outros. Para quem se perder na escolha dos pratos não falta um menu de degustação, baseado na nossa carta, onde poderão provar uma alargada e cuidada seleção dos nossos pratos. A nossa cozinha não esquece a raiz da gastronomia tradicional portuguesa, contudo, reinventando-a de um modo sofisticado e arrojado. Aqui destacamos o leitão, um prato tipicamente português, onde poucos se atrevem a trabalhar, e apresentamo-lo sob a forma

de uma barriga de leitão, acompanhada com torresmo do mesmo, migas de azeite, e um Demi-glacê de Porto LBV. Se reparar, todos os elementos deste prato, na sua génese, são do mais tradicional, mas com uma confeção e finalização completamente distintas e modernas, dando espaço à cozinha molecular que, desde o primeiro momento, tem um lugar de destaque no T. Este novo espaço presenteia todos os clientes com uma novidade, a cozinha de finalização aberta comandada pelo chefe João Quintela... O conceito de cozinha aberta não é uma novidade no nosso espaço. O T Gold Floor exacerbou este conceito criando uma cozinha de finalização que se funde com a sala, com uma presença mais intensa e onde existe, inclusive, uma mesa na zona de confeção. Esta mesa leva os nossos clientes ao meio da ação, tornando-os atores principais numa experiência que vai muito além do ato de comer. Esta mesa é o local privilegiado para o Menu de Degustação Experiência do Chefe, onde poderão assistir, de muito perto, à dinâmica criativa do Chefe João Quintela e a cada detalhe das suas criações, transformando um jantar em algo mais, porque hoje, acima de tudo,

não pretendemos vender apenas refeições, mas sim momentos, sonhos, experiências, emoções e memórias. É para isso que trabalhamos todos os dias, cada vez mais apaixonados, querendo fazer mais e melhor e o T Gold Floor é isso mesmo, é mais T! Como não poderia deixar de ser, e sendo esta uma das imagens de marca dos vossos espaços, o T Gold Floor merece ainda destaque pela sua, incomum e belíssima, garrafeira... De facto as garrafeiras são um elemento de destaque incontornável nos nossos espaços e a do Gold Floor não poderia ser diferente! Esta surgiu com uma ideia provocatória da nossa Patrícia Moura, que sugeriu um cubo suspenso, totalmente em vidro, acessível aos nossos clientes, e que tivesse uma presença imponente em toda a sala.... e assim foi. Pensada como um grande lustre suspenso no teto, acessível pelo lounge, criámos uma garrafeira com paredes, prateleiras e chão em vidro. Tem ainda uma parede em espelho, dando uma sensação de dimensão e aconchego a qualquer um que seja ousado o suficiente para entrar, quase como uma outra realidade rodeada de algumas das melhores referências vínicas nacionais! De facto, uma garrafeira pensada do início ao fim para não ficar indiferente a qualquer olhar. Sendo esta tão incomum, quase nos desafia a vê-la não apenas de fora, mas também por dentro, onde existe inclusivamente uma mesa de prova para aqueles que não quiserem ficar apenas por olhar para as garrafas, mas sim, provar algumas delas, porque não basta só olhar para o vinho… fica o convite para a conhecerem ao vivo!

Rua Dr. Joaquim Augusto Pires de Lima, 44 | 4780-449 Santo Tirso | Tlm.: 966 099 844 | Email: tgoldfloor@tfood.pt | www.tfood.pt

julho 2019 Revista Business Portugal | 155


AQUATUR GERÊS

“OS MELHORES PASSEIOS DE BARCO NO GERÊS!” Situada no coração do Parque Nacional da Peneda do Gerês, a Aquaturgeres pretende tornar o seu passeio de barco numa viagem inesquecível. João Costa é o gerente que se dedica a 100 por cento a este projeto tão especial.

A

pesar da Aquatur já existir a algum tempo, João Costa adquiriu a empresa no ano 2015 e, a partir desse momento, caminhou para vê-la crescer. “O percurso tem sido longo e de muito trabalho a nível digital, nomeadamente com a criação da nossa página e com a aposta na divulgação”, acrescenta. Atualmente, grande parte dos passeios de barco são feitos para festas de aniversário, despedidas de solteiro/a, momentos em família e eventos. Mais recentemente, adquiriram uma prancha paddle “para completar o tempo e desfrutar da água”. Ao longo do percurso, o experiente Skipper da Aquatur aproveita as paisagens magníficas para dar informações de maior relevância sobre o Gerês. A partir de uma hora já é possível fazer um passeio, mas o nosso entrevistado aconselha, para aproveitarem melhor o tempo com mais momentos de lazer, duas a quatro horas. Os preços variam, mas João Costa, gerente

alta convém marcar com alguma antecedência para a data que pretendem”.

Balanço Questionado sobre o balanço, o gerente afirma que tem sido bastante positivo. 2019 já está a superar o ano passado mas é importante referir que “o clima interfere com a procura. Sabemos que o bom tempo cativa os nossos clientes a fazerem este tipo de atividades”.

a média ronda os sete euros por pessoa. “Temos bons preços que acompanham o nosso excelente serviço. Prova disso é a satisfação dos clientes face à nossa simpatia”, refere. Para quem quiser marcar pode fazê-lo através do site. “As marcações podem ser feitas de um dia para o outro, mas na época

Marina de Rio Caldo - Terras de Bouro Telef.: (+351) 962 238 117 www.aquaturgeres.pt

156 | Revista Business Portugal julho 2019

Objetivos sólidos para o futuro Criar condições num outro local que possibilite a expansão, uma vez que existem diversas dificuldades impostas pelos valores de renda do atual espaço. Porém, “gostávamos de continuar aqui. Se crescermos teremos de nos adaptar e conseguir manter a qualidade para os nossos clientes”, salienta. Ter mais uma embarcação é outra das ambições do nosso entrevistado, porque quando têm pedidos para embarcações com 50 pessoas, “temos de reencaminhar esses pedidos para a Câmara Municipal, pois têm embarcações superiores a sete metros”. João Costa não termina a nossa conversa sem deixar um convite a todos os leitores: “Apareçam na região e façam um passeio de barco connosco. Nós somos uma empresa que aposta na qualidade e que nos diferenciamos da concorrência. Quem optar por fazer este passeio pode usufruir de uns belos mergulhos na albufeira com vista para as belas paisagens da região. Estamos cá para vos receber com preços justos e com garantia de um tempo bem passado”, finaliza.


JUNTA DE FREGUESIA DE S. MATEUS DA RIBEIRA

“SER POLÍTICO É SENTIR!” António Marques, presidente da Junta de Freguesia de S. Mateus da Ribeira, esteve à conversa com a Revista Business para contar as suas aventuras e desventuras mostrando as principais potencialidades da terra que o viu nascer.

L

ocalizada nas margens do rio Homem é uma região em que as paisagens são a principal atração. “Aqui na freguesia quem visita pode encontrar as belas paisagens que falam por todos nós. ‘São de cortar a respiração’ e fazem a delícia de todos os miúdos e graúdos”, refere. Abençoada por São Mateus é uma terra diversificada no que diz respeito aos seus solos. A norte é favorecida pelos montes da Seixeira e assenta em terrenos acidentados, mas férteis e conta ainda com a zona ribeirinha que proporciona ótimos momentos de lazer. Para apreciar estas maravilhas naturais existem os famosos trilhos pedestres do “Couto de Souto” com quase dez quilómetros de distância. Uma forma de passar quatro horas de forma agradável, praticando exercício físico e usufruindo de paisagens únicas. O turismo religioso está na moda e como não poderia deixar de ser, temos de falar da Festa em honra de S. Mateus (21 de setembro de 2019) e da Igreja Matriz da freguesia. “A Igreja Matriz possui uma escadaria em alvenaria de granito, ladeada por duas cruzes ao alto. No corpo principal da igreja está gravado o ano de 1719,

que se refere, provavelmente, à data da sua reconstrução ou transladação, dado que a original se situava no lugar do Casal. O seu interior é guarnecido de magníficas talhas douradas e o altar-mor, também joanino, ostenta figuras de Serafins e valiosas esculturas”, explica. A poucos metros de distância podem ainda ser visitadas as capelas do Senhor do Socorro e da Senhora da Agonia, da Nossa Senhora de Fátima e de São Bento. São poucos os habitantes da freguesia, devido ao envelhecimento da população e à emigração. Porém, nos últimos anos, vários têm sido os turistas que visitam a região e fazem crescer a economia local que se tem baseado na construção de edifícios de apoio ao turismo, como alojamento local e turismo rural. “Saber receber é também uma das nossas valências. Aqui na região apesar de sermos poucos somos acolhedores. Dar a conhecer as nossas tradições e costumes é um ponto positivo. Quem visita não pode ir embora sem provar o nosso Cabrito da Serra ou provar um dos nossos pratos do conhecido Bacalhau”, afirma.

Um regressar às origens Conta já com cinco mandatos na Junta de Freguesia e esse feito só pode significar o excelente trabalho que tem vindo a desenvolver. Questionado sobre a sua ida para Braga e o porquê

António Marques, presidente

do seu regresso, António Marques, emocionado, refere que “na política é preciso sentir, voltar às origens e representar as pessoas da terra. Voltar foi uma forma de vir sentir a minha terra e tentar desenvolver, dentro do possível, a freguesia que me viu nascer. Esta escola primária que temos na freguesia foi onde me sentei nos meus tempos de criança e aprendi as bases para a minha vida”, conta. No entanto, não é de grandes eventos, mas sim de pequenos gestos que fazem a diferença. Humilde, mas confiante olha para o futuro e espera que a freguesia continue a ter pessoas que trabalhem e que se esforcem em prol do seu crescimento. “Ainda há muito para fazer aqui na freguesia e tendo um orçamento reduzido é preciso sermos focados e termos os pés bem assentes no chão”, explica. Com a casa mortuária concluída, os próximos projetos passam por captar os jovens para a região promovendo a dinamização para que consigam ver nela um futuro. Em jeito de despedida deixa o convite: “Não deixem de visitar a nossa freguesia e aproveitem para apreciar os espaços verdes e o ar puro da região”, remata. Lugar do Assento nº57 - Ribeira 4840-120 Terras de Bouro Email: freguesia.ribeira.tbr@gmail.com

julho 2019 Revista Business Portugal | 157


ALDEIÀPART

CONSTRUINDO UMA ALDEIÀPART A Aldeiàpart, sediada em Arcos de Valdevez, desenvolve a sua atividade nas mais diversas áreas de projeto, construção, remodelação e recuperação de imóveis. No entanto, desde 2012 que o Arquiteto Luís Rocha e o Engenheiro Civil Gonçalo Barros, sóciosgerentes desta empresa, se especializaram numa tipologia de construção: as casas de madeira. 158 | Revista Business Portugal julho 2019

O

nome da empresa desvenda o desejo inicial que a dupla de administradores, nossos entrevistados nesta edição, tinha quando tudo começou: a construção de uma aldeia à parte, isolada, diferente e em madeira (destinada ao uso turístico que tem estado em crescimento na região). Quis o destino que essa aldeia ainda não fosse construída, no entanto, já vários são os projetos levados a cabo por esta empresa inovadora. As casas de madeira podem assumir diversas tipologias: T0, T1, T2, T3. São todas construídas em pinho nórdico importado, através de uma empresa parceira da Aldeiàpart, e que oferecem garantias e mais-valias que têm conquistado cada vez mais pessoas: “Para além da harmonia paisagística e ambiental que permite, este tipo de material, economiza até cerca de 50 por cento de energia, que é 15 vezes mais isolante do que o betão, 400 vezes mais isolante do que o aço e 1770 vezes mais

isolante do que o alumínio. São números arrebatadores que dão que pensar, aliado a um custo muito mais reduzido, comparativamente às construções em betão, o tempo de construção é muito menor e oferece uma eficiência acústica e térmica fantástica”, garantiram os porta-vozes da empresa. Atualmente, este tipo de construções tem sido uma solução para os crescentes investimentos turísticos que têm existido na região, mas, por outro lado, muitos são aqueles (estrangeiros e portugueses) que também procuram a harmonia de uma casa de madeira para viver: “Nós somos dois exemplos, ambos possuímos uma casa de madeira”, confidenciaram-nos orgulhosos. Questionados sobre a segurança e a manutenção que este tipo de edifícios envolve, a dupla de administradores explicou que a manutenção das casas vai depender da exposição solar a que as mesmas estiverem expostas: “Optamos sempre por proteger as nossas


ALDEIÀPART

Luís Rocha (2.º esq.) e Gonçalo Barros (3.º esq.) e equipa, arquiteto e engenheiro civil

construções e aconselhamos, em terrenos de muita exposição solar, a plantação de árvores que permitam resguardar os materiais dos raios solares. As velaturas utilizadas têm garantia de 10 anos, no entanto, aconselhamos ligeiras manutenções de quatro em quatro anos. Já no que diz respeito à segurança destas construções é preciso desmistificar o perigo e a fragilidade deste tipo de estruturas porque, ao contrário do que se pensa, a madeira é mais resistente ao fogo do que outros materiais de construção. Conhecemos casas

de madeira que foram construídas há décadas e que se mostram intactas e seguras”. A Aldeiàpart assume todo o processo de construção das casas de madeira, desde o projeto à entrega, passando pelo fabrico e todo o acompanhamento ao cliente: “A versatilidade é a principal caraterística das nossas construções que aliam soluções modernas com construções tradicionais. Esta é uma atividade que permite dar asas à nossa imaginação”, salientaram. O processo de licenciamento é o mesmo que para uma habitação convencional, ou seja, a casa de madeira tem de ser construída num terreno de construção e obedecer aos parâmetros urbanísticos impostos pelos regulamentos dos planos diretores municipais. “Apesar de estas casas se fundirem com a paisagem e de criarem novas soluções de integração da sociedade no meio ambiente, o processo que envolve o licenciamento devia incentivar a propagação de novas edificações com materiais sustentáveis, evitando desta forma a desertificação dos espaços rurais”, defenderam. “Infelizmente ainda precisamos de uma evolução nesse sentido e, principalmente, de uma mudança de mentalidades e desburocratização das exigências de licenciamento”, finalizaram os empresários.

Rua Plácido Abreu Nº45 | 4970-464 Arcos de Valdevez www.aldeiapart.com

julho 2019 Revista Business Portugal | 159


JUNTA DE FREGUESIA DA CARVALHEIRA

“PREOCUPAMO-NOS EM TER UMA RELAÇÃO MUITO PRÓXIMA COM TODOS OS HABITANTES.” É um paraíso deslumbrante que se estende à margem esquerda do rio Homem. Assim, poderíamos começar por descrever a terra que hoje lhe damos a conhecer. Filipa Moreira, assume a presidência da Junta de Freguesia da Carvalheira e, em conversa com a Revista Business Portugal, revelou o trabalho desenvolvido ao longo do mandato, dandonos motivos mais do que suficientes para rumar até ao norte de Portugal.

Filipa Moreia, presidente

O

que a motivou a agarrar o desafio e a assumir a presidência da Junta de Freguesia de Carvalheira? Entendo que ser Presidente de Junta é um desafio diário. Assimilei como uma experiência interessante, embora não seja uma total novidade, porque eu era a secretária do anterior executivo e gosto muito de Carvalheira! Estou a gostar muito da experiência, tenho uma equipa jovem e dinâmica, que partilha comigo a mesma aspiração. No fundo, acreditava que conseguiríamos fazer aqui, algo de diferente e penso que, dentro dos nossos recursos, temos conseguido. Ao longo deste mandato, quais foram os setores alvo de especial atenção? Os idosos sempre foram uma preocupação nossa. Tínhamos a ambição de ter um Centro de Convívio para os nossos idosos,

160 | Revista Business Portugal julho 2019

com todas as condições necessárias. Conseguimos concretizar esse nosso grande projeto, aumentando a qualidade de vida dos nossos idosos, proporcionando-lhes um envelhecimento ativo. Obviamente que as crianças também são a nossa preocupação e a pensar nelas construímos um parque infantil. É nossa preocupação ter uma relação muito próxima com todos e, por isso mesmo, também criamos outras valências importantíssimas. Temos uma profissional de saúde, em regime de voluntariado, que avalia os parâmetros bioquímicos, tais como a glicémia, o colesterol e os triglicerídeos e todos os anos proporcionamos uma visita cultural a locais estratégicos do nosso país. Quem visita esta freguesia o que pode encontrar? Podem encontrar um destino de natureza por excelência. Temos muitos pontos de interesse como o Bom Jesus das Mós, que é um monumento fantástico com um miradouro que permite visualizar o Vale do Homem. Temos a ponte de Paredes, a Ponte de Cabaninhas e a Ponte de Carvalheira que tem, inclusive, um parque de merendas e vários moinhos que se estendem na margem do rio. A nível cultural, o grande destaque vai para o nosso ex-líbris, a Banda Musical de Carvalheira, com 180 anos de atividade interrupta.

O turismo representa um importante papel na divulgação deste território? Sem dúvida. Os portugueses estavam muito voltados para as férias no exterior e esqueciam-se que o nosso país é lindíssimo e que tem uma diversidade cultural incrível. Aqui, por exemplo, temos uma grande riqueza gastronómica e muitas tradições que fazemos questão de preservar. Temos aqui ao lado, o Parque Nacional Peneda-Gerês que é muito procurado, sendo que Carvalheira está integrada na Grande Rota do Parque Nacional Peneda Gerês. Para além disso, temos também as nossas festividades cuja maior expressão ocorre com a Peregrinação Arciprestal ao Bom Jesus das Mós e com a festa dos padroeiros das várias localidades. Este ano, a festa do nosso padroeiro será realizada no dia 15 de agosto. Que outros projetos estão em vista para a freguesia da Carvalheira durante este mandato? Queremos apostar na requalificação de alguns pontos de interesse, nomeadamente a zona do parque de merendas, junto à Ponte de Carvalheira. Temos ainda vários alargamentos de caminhos e a criação de uma ponte alternativa no Lugar de Cabaninhas, para que se possa recuperar e preservar a existente. A requalificação da estrada municipal que liga Carvalheira a Vila de Terras de Bouro, que esperamos que avance em outubro. Pretendemos, acima de tudo, proporcionar mais qualidade de vida a quem aqui mora e a quem nos queira visitar.

Telefone: 253 357 229 Email: jfcarvalheira@sapo.pt Freguesia de Carvalheira


TASQUINHA TI’MÉLIA

TRADIÇÃO E JUVENTUDE NO CORAÇÃO DO MINHO Na Tasquinha TI’Mélia o turista encontra a releitura da posta da cachena, preparada em picadinho, saboreia vinho verde e contempla a tradição.

tradições e na inovação dos pratos. “Confecionarmos a posta de forma tradicional, acompanhada de arroz de feijão, mas temos também em formato de petisco, servida em picadinho”, explica. Orgulhosa nos sabores da sua mesa convida todos a visitarem o espaço e a deliciarem-se com as iguarias. “Acho que só vindo cá é que se consegue perceber a qualidade e sabor da nossa carne. É algo totalmente diferente”. Quem visita no inverno pode ainda experienciar as famosas broas, confecionadas pela própria TI’Mélia. Agora, a tendência é fazer o negócio prosperar e acompanhar “o turismo, que aumentou muito, e vai continuar a crescer”. Marcas da satisfação dos visitantes estão nas paredes de pedra que, abarrotadas de moedas, lembram tradição, respeito e carinho que têm para com o comércio local.

Marlene Fernandes, Ti Mélia e Marco Paulo

H

á um local, em Sistelo, onde a mistura de juventude e tradição mostram a nova cara do Minho. O sabor da posta da Cachena, acompanhada de arroz de feijão tarrestre, também saboreada em picadinho, é degustada com vinho verde, assim manda a tradição na tasquinha TI’Mélia. A tasca, que pertencia à sua avó, transforma-se na Tasquinha TI’Mélia, um espaço onde o turista encontra a releitura da posta da Cachena, saboreia vinho verde e contempla a tradição. Após décadas a servir os clientes como taberna, a casa foi transformada, ampliada e renovada, mas ainda mantém a tradição: servir e tratar bem quem escolhe Sistelo para viver e visitar. Marco Paulo é também uma das figuras principais do negócio, sendo o responsável por fazer deste local uma opção turística consolidada e uma

“Acho que só vindo cá é que se consegue perceber a qualidade e sabor da nossa carne. É algo totalmente diferente” marca: “Sabor Rural”. É na tradicional posta que encontram esse sabor da região que lhes vale o reconhecimento merecido. Para além da confeção tradicional, apostam na renovação das

Sistelo - Arcos de Valdevez Tlm.: 967 516 796 Tasquinha “Ti” Melia Sistelo

julho 2019 Revista Business Portugal | 161


RGPD

PORTAL DPO: A SIMPLIFICAÇÃO DA PROTEÇÃO DE DADOS

formação muito especializada, seja da área tecnológica ou até da área jurídica, mas em especial com conhecimentos avançados em privacidade e proteção de dados. Deve assumir igualmente a responsabilidade na aplicação de toda a estratégia de proteção dos dados e conformidade do RGPD na organização.”

AS FORMAÇÕES

O Regulamento Geral de Proteção de Dados, entrou em vigor a 25 de maio de 2018 e veio levantar dúvidas sobre o cumprimento das obrigações a implementar. Tiago Nascimento desenvolveu o Portal do DPO (www.portaldodpo.pt) no sentido de simplificar o entendimento do RGPD, apesar da regulação em Portugal ter sido recentemente aprovada em Assembleia da República.

U

m ano depois da entrada em cena do RGPD, é necessário entender que é um novo produto da globalização “Existe para defender os cidadãos e garantir que as organizações que lidam com os dados o fazem de forma legítima, sendo que o tratamento dos dados pessoais deve ser concebido para servir sempre as pessoas.” Foi essa a razão que Tiago Nascimento criou o Portal do DPO (www.portaldodpo.pt) “o objetivo é de responder às dificuldades que existem em compreender o RGPD de modo geral e nas suas particularidades referentes a todas as áreas que abrange. É, portanto, uma ferramenta que agrupa os direitos, deveres e boas práticas relacionadas com o regulamento e os explica de forma simples. Podem serem encontradas explicações do que são dados pessoais, quais as funções de um encarregado de proteção de dados (DPO) e quais as penalizações por não cumprimento.”

AS OBRIGAÇÕES O primeiro passo para o cumprimento do RGPD é compreendê-lo na íntegra sendo um processo que enfrenta vários requisitos e desafios obrigatórios por forma a garantir uma conformidade aceitável nas organizações “o regulamento é igual para todos”. Na implementação do RGPD são enfrentados vários obstáculos: “Obriga a alguns investimentos, nomeadamente em tecnologia e segurança da informação e é impossível atingir uma conformidade em apenas 2 ou 3 meses. Cumpir estas regras, implica a elaboração de um plano de ação de implementação do RGPD, é crucial, independentemente da dimensão e indústria”, esclarece Tiago Nascimento.

O ENCARREGADO No que diz respeito ao perfil ideal para Encarregado de Proteção de Dados (DPO), o RGPD não responde a essa questão de forma clara e inequívoca “As competências devem implicar em especial alguém com 162 | Revista Business Portugal julho 2019

Torna-se necessário referir que as formações aos colaboradores são muito específicas e desertificadas, o que torna este processo complicado e exige uma necessidade de maior aprendizagem. “É muito ambicioso que num dia se consiga aprender o RGPD de forma realmente esclarecedora e minimamente completa”.

A OPORTUNIDADE Neste momento, para Tiago Nascimento, há um longo caminho a percorrer para um estado de arte de compliance em Portugal e explica que é uma oportunidade para o negócio das organizações. “O RGPD deve ser visto como uma oportunidade de trabalho nas diversas áreas de negócio, através de uma série de medidas que possibilitam a revisão de estruturas, processos, procedimentos e até otimização de sistemas para melhorias da eficiência interna e ainda conquistar vantagens competitivas de mercado”. Para garantir que toda a informação do Portal do DPO é fidedigna, refere que “foi necessário ler muitos artigos, nomeadamente de outras entidades de controlo de supervisão de outros países europeus como a CNIL (França), a AEPD (Espanha) e a ICO (Reino Unido) de forma a que exista veracidade na informação disponibiliza.”

A REDE Quanto à partilha de informação em rede sobre o RGPD, foi criado um grupo no Linkedin (www. rgpdportugal.pt) que já conta com 1000 integrantes e tem o objetivo esclarecer dúvidas, partilhar conteúdos e estabelecer contactos. Tiago Nascimento termina afirmando: “acredito que esta viagem da privacidade e proteção de dados pessoais só agora está a começar na cultura das organizações e o Portal DPO pretende ajudar no cumprimento do RGPD”.


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