Revista Business Portugal | Março '17

Page 49

frutas patrícia pilar | torres vedras: capital da horticultura

da sua atividade e por uma maior aposta na exportação dos produtos. Um crescimento que passa inicialmente por assegurar a consolidação financeira da empresa. “A empresa está a crescer, vamos ter novas instalações e vamos agora fazer um investimento muito grande, por isso temos em curso um projeto para conseguir esta solidificação financeira. Somos um projeto forte e com envergadura, como não existe na região”, refere Patrícia Pilar. Para além desta intenção de consolidar o volume de negócios já existente e o raio de ação da empresa, os responsáveis da empresa pretendem desenvolver o rumo dos negócios no sentido de aumentar a produção e exportação de produtos nacionais. “Queremos produzir e exportar mais e importar menos. Tanto é que temos agora uma quinta, no Alentejo, de sete hectares, para produção de pêssego e nectarina. O objetivo é cada vez exportar mais e importar menos com produtos

nacionais – é esse o objetivo da empresa. Queremos chegar a um resultado de vendas de 80% de exportação e de 20 por cento de importação. Neste momento temos uma média de 70 por cento de importação e 30 por cento de exportação”. Um rumo que os responsáveis começaram a traçar já há alguns anos, quando a agricultura nacional atravessava ainda uma fase de vincada estagnação. Com um plano de expansão em curso, a Frutas Patrícia Pilar pretende seguir o mesmo curso de ação já estabelecido e que tem trazido os frutos desejados, mas numa perspetiva de expansão contínua. “De futuro a ideia é seguir com o crescimento da empresa, quer nas instalações, quer na produção e no apoio permanente aos produtores – para que se possa ter o melhor preço e exportar o máximo possível”, concluem.

Produtos prontos para leilão

Responsabilidade social com a comunidade Apesar dos objetivos comerciais inerentes a qualquer negócio, a Frutas Patrícia Pilar assume também um forte papel de responsabilidade social na zona oeste, papel esse que os responsáveis da empresa assumem como fundamental na política orientadora da empresa. Os largos anos de estabelecimento em Portugal levam a que os gestores da firma já sintam este país como parcialmente seu. “O nosso lema é tradição e qualidade da nossa terra. Nós já estamos em Portugal há vários anos, somos espanhóis e não nos podemos considerar portugueses, mas estamos aqui implementados, fazemos parte da economia e investimos em Portugal. Acho que estamos a fazer um bom trabalho no desenvolvimento da economia da região”, refere Patrícia Pilar. Neste sentido, a empresa trabalha com produtores locais e assegura o escoamento de parte da produção agrícola da sua região. “Nós acabamos por ser também motores aqui do sector agrícola da região, onde se cultiva essencialmente tomate e hortaliça. Acaba por ser um pouco de serviço social, é um apoio que também prestamos aos produtores para escoarem os seus produtos”. Este apoio verifica-se não só na comercialização de produtos locais, mas também pelo apoio logístico que a empresa fornece aos seus colaboradores. “Temos um departamento de qualidade para dar apoio aos produtores: temos técnicos que acompanham e orientam os produtores. É uma forma de os fidelizar à empresa, porque sentem esse apoio que lhes damos”, explicam.

Emílio Lloret e Patrício Lloret

de mercado. O produtor pode obter um preço diferente pelos seus produtos, dependendo do dia. É um processo mais célere e sério, na medida em que é muito claro para o agricultor e todos estão contentes com este sistema”, explica Patrícia Pilar. A evolução do volume de negócios da empresa tem sido sempre bastante positiva segundo os seus responsáveis, fazendo com que a empresa tenha já uma dimensão considerável, com uma média diária de processamento de produtos fixado nas 100 toneladas diárias. Neste sentido, a PME conta com uma frota de 27 camiões frigoríficos e com uma equipa média de 180 pessoas. A grande maioria da distribuição dos produtos da Frutas Patrícia Pilar é realizado para cadeias de supermercados, nomeadamente o Grupo Sonae em Portugal e o Grupo Mercadona, em Espanha. O crescimento do volume de negócios da empresa fez com que os seus responsáveis apostassem na inauguração de novas instalações, o que vai ocorrer já este ano. A nova sede vai permitir à empresa maior capacidade de escoamento de produtos e de gestão da logística necessária para escoamentos dos mesmos. “Neste momento temos capacidade para armazenar 3000 toneladas, mas nas novas instalações vamos ter capacidade para 14.000 toneladas. Há sempre oscilações de mercado, mas por norma conseguimos sempre escoar os nossos produtos”, indica Patrícia Pilar.

Futuro local com pensamento global Grande parte da ação futura da empresa passa pelo aumento

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 49


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.