policlínica senhora dos remédios | a saúde do aparelho digestivo ultra periferia. Somos desde sempre o único prestador de atos endoscópicos nesta região. Os nossos doentes pertencem a uma área que se estende de Vila Real a Castro Daire, e de Cinfães a Vila Nova de Foz Côa, vivendo nestas zonas cerca de 200 mil pessoas. A dificuldade de transportes é enorme nesta zona, pelo que , tivemos que nos adaptar a fazer exames de manhã e de tarde, de forma a prestar serviços a doentes que só têm transporte no período da manhã ou da tarde. Sem falsa modéstia , acho que podemos dizer que já fizemos alguma coisa por esta região, pois há mais de 30 anos, pelo número de exames realizados e a polipectomia sistemática, levam-nos à perceção de que o cancro coloretal poderá estra em curva descendente nesta zona. Que exames se fazem nas Unidades de Gastrenterologia e Endoscopia Júlio Barbosa , e Policlínica Senhora dos Remédios? Os dois principais exames que se realizam são a endoscopia alta e colonoscopia, que se executam com ou sem anestesia , conforme solicitação do doente. Evidentemente que, sempre que encontramos um pólipo, a este no mesmo ato é feita uma polipectomia, não necessitando o doente de efetuar segundo exame para o fazer. Estamos praticamente na fase de lançamento da cápsula endoscópica, que como sabe é uma pequena cápsula do tamanho de um comprimido, que deglutida pelo doente vai filmar todo o seu intestino delgado e o cólon. Trata-se pois, de um avanço muito importante para o estudo da patologia do intestino delgado, nomeadamente, no estudo da anemia de causa desconhecida. Esta cápsula endoscópica é usada atualmente principalmente para o estudo do intestino delgado, mas que no futuro, que penso que será próximo, servirá também para um estudo satisfatório do cólon, o que atualmente ainda não é possível. Que tipo de acordos é que têm para a realização dos exames de endoscopia na clínica Júlio Barbosa e na Policlinica Senhora dos Remédios? Desde o início que estas duas unidades têm convenção na área da gastrenterologia com o Serviço Nacional de Saúde. isto é, os doentes portadores da credencial (modelo P1), não têm que despender qualquer dinheiro para a realização do seu exame. Mesmo quando o exame é realizado com anestesia ou é feita uma polipectomia , o doente não tem de pagar nada, caso esteja isento, caso contrário está sujeito ao pagamento das habituais taxas moderadoras. Para cápsula endoscópica ainda não temos convenção com o Serviço Nacional de Saúde, mas iremos entrar em conversações para que tal aconteça. Tem contrato com a ADSE? Não, não temos, e isto é um problema importante que urge resolver junto das instâncias próprias. Não se compreende que após insistentemente pedida, a convenção com a ADSE não tenha sido efetuada, pois assim todos os utentes da ADSE da área de Lamego têm que se deslocar aos hospitais privados do litoral. Isto viola claramente o princípio da igualdade de oportunidade plasmado na nossa Constituição. Sabia o leitor que o Estado paga por um utente da ADSE três vezes mais, num hospital privado, para a realização de exame endoscópico com anestesia, do que o mesmo Estado paga pelo mesmo exame no SNS? Como é possível que este tipo de coisas aconteça? Como é possível um desbaratar de dinheiro dos nossos impostos desta forma? Só por compadrio ou por corrupção tal situação pode coexistir. Iremos continuar a lutar para que os utentes do interior do país possam ter as mesmas oportunidades dos utentes residentes no litoral. Considera que a população de Lamego está sensibilizada para a medicina preventiva, nomeadamente no que diz respeito às doenças do aparelho digestivo? Gostaria de dizer somente duas palavras sobre o cancro gástrico e do colon e do reto. A população da área geográfica de Lamego não é diferente do resto da população do país. Essencialmente é uma população ligada ao campo, relativamente pobre e com
pouca literacia, como tal as questões das doenças e principalmente do cancro, não são muito abordadas e praticadas. O nosso trabalho de sensibilização para o cancro do estômago e cancro do colon e reto junto dos clínicos gerais e da população praticada há mais de 30 anos, parece estar a dar os seus frutos, na medida em que, por um lado, os doentes têm aderido de uma forma excecional à realização de exames de colonoscopia desde sempre, e principalmente desde que estes exames se fazem com anestesia, o que por outro lado parece nos estar a conduzir a uma diminuição do número de casos do cancro do colon do reto. Quais os principais sintomas e sinais do cancro do colon do reto? O sinal que mais vezes nos aparece, sem dúvida, é o da presença de sangue nas fezes, que é muitas vezes negligenciado pelos médicos e pelos doentes. É comum, ao fazermos diagnóstico do cancro, verificarmos que este já deu sinais capazes de ser diagnosticado anos antes. Outros sintomas frequentes que nos podem dar a pista deste tumor são a alteração do trânsito gastrointestinal, com obstipação ou diarreia, alteração da consistência das fezes, dores abdominais, perda de peso súbita ou não, fadiga e anemia. Evidentemente que a nossa tarefa principal não é fazer o diagnóstico do cancro, mas sim da sua lesão percursora, isto é , o pólipo. É esta lesão que do início é muito pequena , vai crescendo e que em muitas situações degenera para cancro do colon do reto. É, pois, vital que a nossa atenção se prenda essencialmente na deteção destes pólipos, e como muitos deles não sangram, e quase nenhum dá sintomas, não podendo por isso ser detetados pela pesquisa de sangue oculto (PSOF), sendo o único método eficaz para a sua deteção, a colonoscopia total com remoção dos pólipos.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 15