Revista Business Portugal | Abril '17

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ÍNDICE 18

KW Business A melhor empresa para trabalhar em Portugal no ramo imobiliário

26

Águas de Gaia Qualidade de água exemplar

50

04 - ANTIQUOESTE

Movelar Qualidade, design e funcionalidade

72

Tinsa Portugal Excelência, rigor e independência

102

Quinta do Gago Vinhos originais, feitos com paixão

08 - COTESI

EDITORIAL

S

empre que o nosso país é

nossas páginas o que de melhor o nosso país

Business Portugal poderá ficar a conhecer

Estas são apenas algumas das razões pelas

reconhecido, somos invadidos pela

tem, pelo que nesta edição trazemos algumas

alguns dos sabores mais característicos do país

quais não pode perder mais uma edição da sua

sensação de orgulho, de vaidade,

das nossas PME Excelência de 2016. De norte

e escolher o local que mais lhe apraz para uma

Revista Business Portugal. Contamos consigo?

de brio e honra num país que,

a sul do país, fizemos questão de lhe dar a

boa garfada.

apesar dos momentos menos bons,

conhecer estes bons exemplos de gestão e

Como não poderia deixar de ser, a inovação

tem-nos dado bastantes alegrias nas mais

crescimento económico que tanto orgulham e

também já faz parte do nosso ADN e figura

diversas temáticas.

ajudam o país a crescer.

igualmente nesta edição.

É o exemplo das nossas empresas PME

Uma vez mais, rumamos à estrada em busca de

O Dia Mundial da Água também mereceu a

Excelência. Estas são empresas que obtiveram

exemplos empreendedores e inovadores, que

nossa atenção e estivemos à conversa com

os melhores desempenhos económico-financei-

fazem de Portugal um país de vencedores.

alguns dos principais intervenientes do cluster

ros e de gestão e que o IAPMEI decide premiar

Mas também de sabores se faz este país à

da água, um bem tantas vezes ignorado mas de

nos vários setores de atividade.

beira mar plantado, sabores reconhecidos

extrema importância, em todas as vertentes da

Como já é hábito da sua revista, trazemos às

além-fronteiras. Na edição de abril da Revista

nossa vida.

A direção editorial da Revista Business Portugal

FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues | Corpo Redatorial: José Miguel Dias Lopes, Laura Azevedo, Rita Carreira Matos, Sílvia Pinto Correira | Outros Colaboradores: Catarina Ferreira, Daniel Moreira, Elda Ferreira, Joana Quintas, Melanie Alves, Teresa Teixeira, Rita Inácio, Verónica Pereira | Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) | Dep. Comercial: Fernando Lopes, Filipe Amorim, Isabel Brandão, Manuel Fernando, Paulo Padilha, Pedro Ribeiro, Rui Diogo, Rui Moreira (geral@revistabusinessportugal.pt) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Edição de abril de 2017

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tema de capa| antiquoeste

“A Antiquoeste não é trabalho, é um gosto”

É em Torres Vedras que pode encontrar a Antiquoeste, a maior loja do país, onde existem inúmeros artigos de enorme valor histórico.

A paixão pelas antiguidades aconteceu quando o proprietário António Luís Reis Gomes ainda era muito jovem e trabalhava num setor completamente diferente, o do peixe. O que começou por ser uma atividade praticada por prazer nos tempos livres, rapidamente passou para algo mais sério e em pouco tempo António Gomes adquiriu um espaço e passou a dedicar-se em exclusivo e a tempo inteiro ao setor das antiguidades. Ao longo de mais de vinte anos, a empresa foi crescendo exponencialmente sendo hoje a maior loja de antiguidades do país e uma das maiores da Península Ibérica, um grande feito tendo em conta a elevada concorrência que existe no mercado. Foi através do sucessivo trabalho e uma plena dedicação à empresa que António Gomes continuou a trabalhar na área que sempre gostou e

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que não tenciona deixar tão cedo, já que o próprio confessa que “entre estar a trabalhar ou descansar prefiro estar a trabalhar”. É fácil de perceber através destas palavras de António Gomes que o trabalho não é um sacrifício, mas sim um modo de vida que abraça todos os dias. “Quem corre por gosto não cansa”, um provérbio que encaixa na perfeição para descrever o espírito de trabalho do nosso entrevistado. A Antiquoeste possui uma área total de 30.000 m2, que inclui duas lojas de exposição e armazéns. Estas lojas são um paraíso para os amantes das antiguidades e, para quem não está familiarizado com o setor, irá sentir que está num museu, ao ponto de alguns clientes entrarem no estabelecimento e questionarem se é necessário pagar para entrar, como explica o

nosso entrevistado. Neste mundo maravilhoso das antiguidades, o cliente é sempre abraçado pela simpatia e profissionalismo dos funcionários que disponibilizam um serviço personalizado. É também possível, se o cliente desejar, alugar

artigos de variadíssimas épocas que fizeram parte do dia a dia, como azulejos, louças, brinquedos, lustres, máquinas de escrever, instrumentos musicais, caixas registadoras, moinhos, máquinas de café e máquinas de costura. A faiança já está presente na

todo o tipo de artigos decorativos. Poderá visitar a Antiquoeste de segunda a sábado, e contar com a ajuda de onze funcionários em ambas as lojas. A empresa valoriza bastante a variedade dos seus produtos e os clientes são sempre presenteados com peças únicas de grande valor histórico como artigos da arte sacra, onde é possível encontrar diversos símbolos da devoção de gerações, nomeadamente imagens, oratórios, retábulos, pinturas, altares, resplendores, coroas, peanhas e tocheiros, entre outros

história de Portugal desde do século XVI e, como tal, não podia deixar de estar presente na Antiquoeste através de bustos, pratos decorativos, figuras decorativas, talhas, as famosas louças das Caldas da Rainha, Estremoz e Fervença. Dentro das antiguidades, os móveis são os artigos que têm lugar no coração de António Gomes, desde mesas a balcões, espelhos e camas, estantes, roupeiros, mercadorias antigas, entre muito mais. Quando não é possível adquirir os originais, a empresa oferece aos seus clientes um serviço onde


Leila e António Gomes Administradores

antiquoeste| tema de capa é possível construir uma réplica exata de qualquer artigo, realizada por artesãos especializados com a melhor qualidade na construção e acabamentos. Para além de recriar o antigo, é possível criar o novo através de um design moderno e atual, ficando com o toque de originalidade que não vai encontrar em mais lado nenhum. Passando para a categoria dos sofás e poltronas, estes estão disponíveis em vários formatos, essenciais para qualquer habitação. Não podia faltar os quadros em tela, de diversas técnicas, tamanhos e autores, alguns conhecidos e outros ainda desconhecidos, criando um leque para todo o tipo de gostos. Dentro do assunto das pinturas, António Gomes explica que, “já passaram obras de vários pintores conhecidos, como por exemplo da Paula Rego. Ainda vou comprando tudo, porque tenho espaço, uma vez que as pessoas preferem vender tudo em conjunto do que apenas uma peça ou duas”. Os artigos vintage têm atraído há alguns

veículos, existe uma área especial da empresa dedicada aos equipamentos industriais que consistem em materiais e máquinas usadas prontas a ser utilizadas. No mundo das antiguidades, todos os dias aparecem novos artigos únicos e especiais e a Antiquoeste garante ao seu cliente um leque de preços que abrange todo o tipo de carteiras, como é referido pelo administrador, “posso ter coisas de dez euros como coisas de 10.000 euros”.

anos para cá uma faixa etária mais jovem que quem tenciona encontrar objetos de grande ou pequeno formato para complementar a sua residência geralmente moderna, objetos esses que não faltam na Antiquoeste. De acordo com o nosso interlocutor, estes jovens pretendem encontrar algo que os faça lembrar as casas dos seus avós, ou simplesmente pelo facto de estar na moda. Os materiais de pedra são, por norma, de grande magnitude e exuberância. Os que estão disponíveis na Antiquoeste são recuperados por artífices de grande renome. Pode encontrar nos exteriores das lojas peças como cantarias, banheiras, lava-louça, balaustres e degraus. O espaço exterior é tanto ou até mais magnifico que o espaço interior da Antiquoeste, isto porque uma das primeiras coisas com que nos deparamos é a gloriosa arte forjada em ferros como candeeiros de rua, belas estátuas, fontes em ferros, vasos e até mesmo bancos de jardim. Os veículos possuem uma conotação especial na vida de António Gomes, colecionador de diversos automóveis de variadíssimas épocas, pelo que estes não podiam deixar de estar presentes na Antiquoeste. Continuando no tópico de

O cliente da Antiquoeste é nacional e internacional, mas “somos visitados por diversos estrangeiros pela proximidade de Lisboa e pela crescente afluência do turismo na zona Oeste. Considero que Lisboa está cada vez mais reconhecida, há muitos estrangeiros que investem em Portugal, devido às nossas condições climatéricas e ainda ao facto de não estarmos envolvidos em guerras. Nós vemos cada vez mais as pessoas a investirem cá em Portugal, mesmo aqui no Oeste, Ericeira, Santa Cruz e Torres Vedras, há muita gente que adora aqui a nossa zona”. A empresa acaba por abranger todo o tipo de cliente, dentro do “comércio, indústria e casas particulares”.

Localização privilegiada Ambas as lojas estão situadas na estrada Nacional Nº 9 que faz a ligação à bela cidade de Torres Vedras, sendo que “por ser uma zona de passagem sempre teve muita adesão”. A empresa possui várias parcerias, uma delas é com uma oficina de restauro localizada na cidade de Lisboa que reabilita todos artigos necessários para o restauro. “Estamos num sítio estratégico, quer para os clientes do norte do país, quer para os clientes do sul, nunca esquecendo a nossa zona aqui do centro.”

Mercado das Antiguidades O colapso da crise financeira mundial afetou todos os setores e o das antiguidades não foi exceção, António Gomes fala da relação comercial entre Portugal e Espanha, “há um tempo para cá que parou, antes vendia-se muita pedra para lá, agora a construção não é o que era e notou-se que as vendas quebraram. Vendia-se muita pedra para o chão, escadarias, lajes antigas, era o que se vendia mais, agora também não há tanta coisa”.

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tema de capa| antiquoeste Por outro lado, “cada vez há mais jovens a gostarem desta área, mas há pessoas que vêm aqui e nem fazem ideia do que isto é. Cada vez mais notamos que as pessoas gostam de fazer misturas de estilos, têm uma casa moderna, não podem ter móveis enormes como nós temos aqui, mas dá para conjugar peças antigas com as peças modernas. Cada vez sentimos mais que optam por fazer isso, porque não podendo ter uma casa antiga, podem ter uma peça de valor que fica bem com a sua decoração”. Para além dos particulares e comerciantes, as produtoras de novelas usufruem bastante dos serviços da Antiquoeste, que disponibiliza um serviço de transporte e entregas em território nacional e internacional, podendo dar exemplo de vários países onde já foram feitos vários serviços, como Bélgica, Argélia, Marrocos, China, entre outros. Uma das grandes vantagens da empresa relativamente às lojas mais tradicionais de antiguidades é o espaço. “ Há uma grande diversidade de produtos, a nível de móveis que temos em grande quantidade”, muito diferente daquilo que usualmente encontramos em estabelecimentos menores, onde o espaço é relativamente pequeno. O fator de crescimento A evolução da Antiquoeste deve-se inteiramente à enorme paixão que António Gomes tem pelo universo das antiguidades, como o próprio refere inúmeras vezes, “eu estou sempre a trabalhar mas faz de conta que não é trabalho, entre estar a trabalhar ou descansar prefiro estar aqui do que estar em casa”. Caracterizada por ser uma empresa sempre muito ativa e dinâmica, a melhor publicidade que tem vindo a ter ao longo dos anos, decorre de boca-a-boca entre os clientes e parceiros. Conhecido por criar uma ligação de confiança numa rede de inúmeras empresas de antiguidades, António Gomes explica “ gosto de comprar, mesmo aos próprios colegas, como em Lisboa têm pouco espaço para pôr móveis, eu estou sempre disponível”. Dentro dos materiais preciosos “eu não compro porque não é a minha área de excelência. Claro que se estiver no lote, compro”. Existe uma boa relação entre os comerciantes, ao ponto de existir uma constante entre ajuda até com o próprio cliente, direcionando-o para a melhor loja do produto que procura mesmo que seja um

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outro estabelecimento a tê-lo. A Antiquoeste apresenta durante todo o ano “produtos o mais variado possível, antigos e mais modernos com preço há medida do cliente”, acrescentando ainda que “eu sei o preço que os outros têm e sei que os da Antiquoeste são preços bons”. Perspetivas para 2017 O balanço do ano de 2016 foi bastante positivo, o que tem vindo a ser tendência, já que de ano para ano a empresa tem vindo a crescer, devido ao grande empenho de todos os funcionários e à fantástica gestão de António Gomes, a empresa foi premiada pelo Millennium BCP Empresas na categoria ‘Empresa Aplauso 2016’. Durante esta visita ao encantador espaço da Antiquoeste, contámos com a presença já referida de António Gomes e a sua filha Leila Gomes. Sendo uma empresa familiar o futuro naturalmente passará pela passagem de testemunho para a próxima geração. A empresa está no caminho para a modernização e de acordo com António Gomes, enquanto “tiver espaço estou sempre a comprar coisas”.


especial 50 anos | cotesi

50 anos de liderança e inovação

Pedro Violas Diretor geral

No ano em que comemora cinco décadas de existência, a Cotesi abriu as portas à Revista Business Portugal para nos dar a conhecer a chave do sucesso desta empresa familiar, do Grupo Violas, que é hoje líder no mercado mundial de enfardamento. Com fábricas em Portugal, nos Estados Unidos e no Brasil, e canais de distribuição na Europa e território norte-americano, a empresa conta com mais de 1000 colaboradores e uma faturação de 200 milhões de euros. Pedro Violas, diretor geral e neto do fundador, fala do percurso da empresa, das dificuldades e dos êxitos.

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Fundada em 1967, a Cotesi – Companhia de Têxteis Sintéticos SA, desde cedo se destacou no mercado nacional e internacional, tendo sido pioneira na Europa na produção de fios, cordas, redes e cabos de matérias-primas sintéticas e naturais. Descendente da fábrica Corfi, criada em 1943 por Manuel Violas, a Cotesi, situada em Grijó, Vila Nova de Gaia, mantém a tradição da inovação, não tivesse sido o seu criador um grande industrial e figura de referência no panorama nacional e internacional. A Corfi – que foi berço do império que é atualmente o Grupo Violas – assumiu, desde logo, a liderança no fabrico de cordas de sisal, e com a aquisição de máquinas no início da década de 50, chegou a produzir mais de 40 mil toneladas para todo o mundo, sobretudo para o mercado norte-americano. E, se já era pioneira na produção de fios sintéticos, com a aposta na produção de redes sintéticas, bem como de sacos e telas, “ficou com o package completo, que ainda hoje oferecemos aos clientes”, recorda Pedro Violas, diretor geral da Cotesi, e neto do fundador Manuel Violas. Os primeiros anos de funcionamento da Cotesi foram de rápido crescimento, nas décadas de 70 e 80, mas no início dos anos 90, a empresa começou em declínio. Os resultados negativos deveram-se, sobretudo, à concorrência asiática e à perda de posição no mercado norte-americano, explica o CEO. No entanto, os resultados operacionais negativos eram encobertos pela participação do grupo em ações da Unicer e do BPI, o que permitiu à empresa sobreviver. Até que, em 1998, com a constituição da holding, “as fragilidades ficaram expostas”, recorda Pedro Violas. Foi então que, em 2001, a empresa recorreu a consultores para definir o futuro.“ A decisão de fundo que tínhamos que tomar era: ou dávamos continuidade à empresa ou acabávamos com ela”, afirma o responsável. E, após dois anos de trabalho intensivo por parte de dois conceituados consultores, o neto do fundador, que já fazia parte da empresa desde 1991, foi convidado a assumir a liderança. Pedro Violas recorda que, na altura, o convite teve tanto de prestigioso, como de desafiante. “Pegar numa empresa com 1650 funcionários, com uma faturação de 50 milhões, com uma dívida razoável e com resultados operacionais negativos, ainda para mais quando as probabilidades de sucesso eram

reduzidas, é um desafio”. Revolucionar o modelo de negócio Após assumir a direção geral da Cotesi, Pedro Violas conta que o primeiro passo foi reorganizar a empresa, desde o conselho administrativo, até aos quadros de segunda linha. Nesse sentido, em 2004, houve um despedimento de cerca de 1000 pessoas, relacionado com o término da produção de sacos e telas sintéticos, “ que tinha sido diagnosticado como um autêntico buraco, onde os recursos estavam a ser desperdiçados”, justifica o CEO. A aposta da empresa foi, então, certeira: voltar a ganhar mercado na atividade do enfardamento. O mercado norte-americano, no qual tinham perdido posição, voltou a ser o alvo, com a aquisição de uma empresa de produção de fios agrícolas nos Estados Unidos (POLYEXCEL). Uma empresa que, sublinha o responsável, “até aos dias de hoje só teve resultados positivos”. Para além disso, a mudança no modelo de negócio passou pela aposta no controlo da distribuição. Até 2003, a Cotesi já tinha adquirido empresas de distribuição no Reino Unido, Alemanha e Dinamarca, contudo haviam sido negócios que surgiram como uma oportunidade e não tanto como estratégia. Proativamente, foi apenas em 2005 que a empresa iniciou uma start up no estado norte-americano do Kansas, juntamente com três sócios americanos, que rapidamente proliferou por todo o país, fazendo hoje a cobertura em todo o território americano e no Canadá. Desde 2003 também que a Cotesi está presente no Brasil, como produtora exclusiva de fio de sisal, permitindo cobrir as necessidades de todo o mercado americano. Seguiu-se a compra de uma empresa de distribuição no Canadá em 2006 e duas empresas de distribuição em França em 2008. Para além destas aquisições, a Cotesi apostou na reestruturação das já existentes. Uma decisão que foi, segundo o CEO, “um passo estratégico pré-definido e proativo, que foi determinante no turnaround da empresa”. E que, reconhece, só foi possível, em certa medida, devido ao nicho de mercado em que se inserem. Resultados: até 2003 a Cotesi tinha 10 clientes que representavam 80 por cento da faturação. Hoje têm 10 mil clientes, cerca de 1000 funcionários em todo o mundo e


cotesi | especial 50 anos uma faturação de 200 milhões de euros. Os resultados operacionais são francamente positivos, e a atitude face aos mercados nacional e internacional irrepreensível. A exportação, atualmente, é feita sobretudo para o mercado norte-americano e europeu. “Os principais mercados são aqueles onde nós temos as nossas empresas de distribuição, a começar pelo mercado francês, que é o maior mercado agrícola europeu”, salienta Pedro Violas. Mercado nacional Quanto ao mercado nacional, a empresa tem também uma forte preponderância, com a presença constante nas mais importantes feiras do setor. Para além do enfardamento, a Cotesi destaca-se também na comercialização de sacos e telas de cobertura de solos e estufas, com experiências pioneiras, de que é exemplo a cobertura de vinhas com telas no Vale Meão. “Somos um dos principais players na produção de telas de estufa para a produção de mirtilos e estamos inclusivamente a pensar investir na produção de mirtilos nuns terrenos próximos”, adianta o diretor geral. Outro dos negócios da empresa de Vila Nova de Gaia prende-se com a produção de cabos náuticos, atividade iniciada em 2007 que se destina sobretudo à exportação, mas que trouxe à empresa um know how fundamental. “No âmbito da naval e pescas, o facto de termos investido na componente de náutica e lazer levou-nos a ganhar conhecimentos em termos técnicos e de materiais de outros produtos que incorporamos também nas nossas redes e nas nossas cordas para uso industrial e marítimo”, saliente Carlos Silva, diretor financeiro da Cotesi. 50 anos: um marco importante A comemorar este ano o 50º aniversário, a Cotesi tem motivos de orgulho na obra feita. “Somos o maior produtor de fios de sisal, o maior produtor de fios agrícolas sintéticos e somos uma referência em termos mundiais nestes produtos”, afirma Pedro Violas. No entanto, apesar dos resultados positivos, a filosofia do empresário é a de nunca baixar os braços. “Cada ano começa um novo desafio. Não é pelo facto de a empresa ter crescido e de ter os resultados que tem que nos acomodamos. Esse é um mal que acontece em empresas que se habituam a ter bons resultados”, explica o responsável.

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especial 50 anos | cotesi

Ele, advogado de formação que representa a terceira geração à frente do Grupo Violas, ponderado e assertivo, sabe que não corre o risco do “velho ditado”. “Dizem que a primeira geração constrói, a segunda mantém e a terceira destrói. Eu espero ser uma exceção à regra”, diz, entre risos. Quanto ao futuro, Pedro Violas adianta que este passará, a curto prazo, por um crescimento orgânico. “Não está na nossa agenda passar por um processo de aquisições como fizemos no passado. A partir de 2013 achamos que estava na hora de consolidar tudo, no sentido de nos reorganizarmos e de haver um ajuste em termos de performance à nova realidade, pois hoje não somos apenas uma empresa, somos um grupo de 17 empresas”, acrescenta. O futuro da Cotesi passará, por isso, por “investimentos internos”, nomeadamente em máquinas que irão aumentar a capacidade qualitativa dos produtos. A data foi assinalada com uma oferta a todos os colaboradores de uma garrafa com o rótulo comemorativo dos 50 anos, e será também enfatizada nas feiras nacionais e internacionais onde irão estar presentes ao longo do ano. Para o próximo ano está prevista uma comemoração “mais especial”, uma vez que se assinalam os 75 anos do Grupo Violas.

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cotesi | especial 50 anos Grupo Violas O Grupo Violas SGPS é um dos principais grupos económicos portugueses com investimentos em diversas áreas, nomeadamente turismo, educação, imobiliária, bebidas e têxtil. Foi fundado em 1943 pelo Comendador Manuel de Oliveira Violas, e inicialmente dedicou-se à área da cordoaria (têxtil). Ao longo dos anos, o grupo foi diversificando os seus investimentos através da criação de novos negócios, bem como da participação no capital de várias empresas, como é o caso da Unicer, onde são os maiores acionistas. Representado, atualmente, pelos filhos Manuel Violas e Celeste Violas, o Grupo Violas é detentor do Grupo Solverde (exceto a atividade do jogo, que é concessionada), bem como de um dos mais conceituados estabelecimentos de ensino: o Colégio Clip, no Porto.

Manuel Violas: o Homem, o Industrial, o Vencedor Manuel de Oliveira Violas nasceu a 17 de dezembro de 1917, na cidade de Belém, no Brasil. Um ano depois os pais regressaram a Cortegaça, tendo ficado órfão aos quatro anos. Aos 11, o futuro Comendador já era operário de uma cordoaria e aos 24 tornouse empresário, criando a fábrica Corfi (acrónimo das palavras “Cordoaria e Fios”) em Espinho que deu, mais tarde, origem à Cotesi. Com apenas a 4ª classe, Manuel Violas tornou-se um empresário de sucesso, respeitado e admirado, muito por conta do espírito incansável e inovador. Manuel Violas foi responsável pelo salto tecnológico que resolveu imprimir ao seu processo de fabrico quando, em 1962, aderiu à utilização de matérias-primas sintéticas, ao invés das tradicionais. É, por isso, apelidado por muitos de “vencedor”. “Falar de Manuel Violas é falar de um homem com grande inteligência, obstinado em tudo quanto desejava ou fazia, imparável na sua grande ambição”, descreve o empresário da Arsopi, Armando Pinho, na biografia do Comendador. De “caratér íntegro e total lealdade”, de acordo com o banqueiro Artur Santos Silva, e “um grande empresário, que partiu do nada e criou um importante grupo económico, pela força do seu trabalho, persistência e capacidade”, nas palavras do ex-presidente da República, Mário Soares. O “rei das cordas”, epíteto que ganhou, percorreu o mundo e o renome internacional fez-se sentir. A National Geographic Society, de Washington, deu-lhe o título de sócio. Já o Estado português honrou-o com o título de Comendador. Para além da criação do Grupo Solverde, em 1972, o seu nome ficou ligado à privatização da Unicer e esteve, com outros empresários, ligado à fundação do BPI. Foi casado com Ana Soares Violas e teve três filhos: Rita Celeste Violas, Otília Soares Violas e Manuel Soares Violas. Faleceu em 1991, vítima de uma leucemia aguda.

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INOVAÇÃO E EXCELÊNCIA

Nesta edição da Revista Business Portugal, trazemos-lhe, uma vez mais, os melhores exemplos de inovação do nosso país. A inovação pode ser definida como fazer mais com menos recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade. Portugal tenta seguir para a sua internacionalização e, por conseguinte, conquistar a afirmação e recuperação da situação económica. Trazemos exemplos na área da saúde, imobiliária e, como não podia deixar de ser, algumas PME Excelência 2016. Inovação, melhores empresas para trabalhar em Portugal e empreendedorismo são os melhores adjetivos para revelar as empresas que figuram esta temática. Deixamos-lhe, então, com a vontade de folhear as próximas páginas e descobrir um país vencedor!

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dia mundial da asma | mundipharma

“Oferecemos saúde”

A Indústria Farmacêutica e o setor da Saúde pauta-se por compromissos sérios e audazes. Adaptando-se à cultura e visão da sociedade, a Mundipharma já marca presença nos cinco continentes e muda agora o paradigma do controlo da asma em Portugal. Apesar do nosso país notar crescentes fluxos migratórios para outros destinos por parte de várias empresas, é curioso ver como a Mundipharma vai contra a corrente e confia nas suas ambições e responsabilidades. Acredita na sua “Mundiferença” e sabe que isso trará mudanças benéficas para todos os portugueses. nas suas atividades e deixa adivinhar valores como o Espírito Guerreiro, o Coração Prestativo e a Atitude de Diversão. Com a sua cultura empresarial “Mundiferença” pretendem captar o melhor de cada talento e deixar uma marca na sociedade portuguesa. Quem vem trabalhar para aqui sabe que não é um número, pois as suas forças têm um impacto tão forte como as suas vulnerabilidades e muita da sua evolução estará sempre diretamente ligada às relações que constroem com as pessoas - desde os utentes, passando pelos médicos, as associações e as autoridades de saúde. Se a empresa oferece autonomia e responsabilidade não é por acaso, pois acreditar nas virtudes dos seus colaboradores impulsiona-os a sair da zona de conforto e a chave será sempre oferecer-lhes liberdade e ação. “O comercial de Coimbra é o diretor-geral de Coimbra, o comercial do Algarve é o diretor-geral do Algarve, isto faz com que as decisões sejam rápidas e ágeis”, traduz.

Salvador López Administrador

Investimento, não despesa A Indústria Farmacêutica é um dos setores mais dinâmicos da nossa economia, mas à medida que se avistam novas tendências, torna-se urgente perceber as mudanças das empresas. Um trabalho que outrora era desenvolvido por três pessoas, hoje pode ser efetuado apenas por uma. Salvador López está consciente desse olhar crítico: “Nós temos a função de olhar para a classe médica e apostar no seu ensino para proporcionar o melhor desenvolvimento profissional dos médicos. Se fizermos um bom trabalho de análise e segmentação de mercado somos capazes de obter resultados mais rentáveis e até eficientes”. O sistema de saúde não é sustentável como o conhecemos agora e a Mundipharma está a comunicar com os diferentes intervenientes para assegurar a qualidade do mesmo. Com uma esperança média de vida cada vez maior, não podemos negligenciar o facto de que novas Desde o início do seu percurso, a Mundipharma introduziu um grande número de fármacos inovadores no mercado. Com uma história de mais de 60 anos, Salvador López sabia que a chegada a Portugal iria ocorrer pelo menos até ao ano de 2018. A sua implantação aconteceu antes do tempo previsto (dezembro de 2015) e a equipa, embora já reconheça uma cultura de relações vivas, sabe que diversos são os desafios que o próprio país terá de enfrentar. “Passou um ano desde que cá chegamos e o balanço tem sido excelente”, começa por abordar. O projeto atuou, numa primeira fase, na área respiratória, mais concretamente no tratamento da asma com um dispositivo de inalação de última geração. Atingida a sua primeira meta, a Mundipharma Portugal transforma-se “num driver de mudança no setor farmacêutico”. Mundo de relações Tudo começou com a família da Europa de Leste que emigrou para os EUA, a família Sackler. Sustentada pela humildade, generosidade e empreendorismo, a Mundipharma chegou a Portugal com ausência de hierarquias e burocracias. Claro que isto envolveu todo um trabalho de equipa e uma transparência que a cultura empresarial incutiu ao longo de anos. Sem estarem preocupados com as decisões que a concorrência toma, trilham um caminho de passos firmes e confiantes. “A maioria das empresas gosta de falar sobre a sua missão, nós comunicamo-nos de outra forma”, afirma. Todas as suas decisões procuram o contexto, mas não escapam à perspectiva de longo prazo, pois o mais importante é “deixar um legado às próximas gerações”. Muito mais do que uma multinacional, a empresa inscreve integridade

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dia mundial da asma | dia mundial da asma

enfermidades, que nunca apareceram até aqui, vão começar a surgir e para isso o país precisa de maior abertura para a inovação

ouve de perto as necessidades da população. Um país que diz ter um milhão de pessoas diagnosticadas com asma e 50% dos

por sua vez menores exacerbações, menores ingressos hospitalares, e portanto menores custos para o sistema de saúde”, acrescenta.

Com o objetivo de ainda introduzir combinações com novas formulações que vão permitir uma redução dos efeitos

farmacêutica, porque “para além de trazer novidades e soluções a pro-blemas de saúde que ainda não conhecemos, também vai trazer eficiência. Penso que falta uma visão estratégica no nosso sistema de saúde. A inovação farmacêutica sempre foi vista como uma despesa, mas é um erro porque é um investimento”, sublinha. O grande desafio que se avista daqui para a frente é a capacidade de cada um trabalhar em equipa, desenvolvendo parcerias. “Por vezes ocorrem erros de comunicação e não se ouvem as pessoas certas, e o poder político toma decisões, quando deveria auscultar as opiniões dos próprios doentes, das associações, da classe médica e não escapar ao compromisso ético que todos temos. Penso que a solução passará pela confiança que cultivamos uns nos outros. No final, o cidadão será sempre o soberano”.

doentes com a doença por controlar, não parece a realidade que deveríamos aguardar quando “há mais de 15 anos temos produtos para o tratamento desta doença crónica”. A falta de controlo pode dever-se à aplicação de produtos antigos, à inadequada adesão ao tratamento regular e contínuo, ou ainda à incorreta inutilização de dispositivos inaladores. A grande aposta da Mundipharma Portugal sempre foi “mudar o paradigma do controlo da asma em Portugal”. Desde logo souberam que a classe médica procurava uma combinação de duas moléculas única (Fluticasona - o corticoide mais potente; e Formoterol - o broncodilatador de ação mais rápida). Existiam Associações fixas que tinham a primeira molécula e outras que tinham a segunda, e a Mundipharma conseguiu unir as duas e desenvolver o Flutiform - um inalador único no mercado que trouxe benefícios para o controlo da asma e a diminuição do número de crises de agudização. É também inovador porque estas duas substâncias estão contidas num inalador de última geração, muito simples de manusear que permite que mais medicamento possa chegar aos pulmões. “Nós acreditamos que estas diferenças irão trazer maior qualidade de vida aos doentes, um maior controlo da doença, o que significa

Este ano a empresa já está também a implementar um projeto que pretende ajudar a melhorar a adesão à terapêutica inalada. O objetivo será abranger farmácias e um grande número de hospitais e as especialidades mais envolvidas no tratamento de doentes com asma, como é o caso da Pneumologia e Imunologia.

adversos dos medicamentos dos tratamentos utilizados, esperam que daqui para a frente um maior número de pessoas possa ter acesso a terapias inovadoras, e que a qualidade de vida, não só dos doentes, mas também dos cuidadores venha a mudar. Em matéria de acessibilidades, não podemos esquecer que a Mundipharma é atualmente a empresa com maior experiência a nível europeu na comercialização de fármacos biossimilares e preparam-se para lançar o primeiro na área da Oncologia. Os medicamentos biossimilares permitirão um maior número de doentes com acesso a terapias inovadoras e libertarão recursos financeiros para a sua aplicação na comparticipação de mais produtos inovadores. “A facilitação de acesso destes produtos no mercado é necessário para crescermos num sistema sustentável e para melhorarmos a qualidade de vida da sociedade na Europa, mas também em Portugal. Os portugueses podem ter certeza que a Mundipharma fará todos os possíveis para deixar às próximas gerações um sistema de saúde melhor do que aquele que nós recebemos das gerações anteriores. Têm o meu compromisso e trabalho para torná-lo realidade”, finaliza.

Prevenção e Inovação A vida está mais inovadora, e quem compreende essa corrente sente a urgência de estar não só em permanente evolução, mas também um ou dois passos mais à frente. A Mundipharma Portugal tinha inicialmente apenas 15 delegados e cinco pessoas a laborar no escritório, hoje conta com uma equipa de 24 colaboradores, que

Futuro esperançoso A Mundipharma conta atualmente com 20 produtos sujeitos a receita médica distribuídos por cinco áreas terapêuticas distintas - Dor, Oncologia, Adição, Inflamação e Área Respiratória. Reconhecida ainda como líder no tratamento da dor, Salvador Lopez prevê o lançamento de novos produtos na área da dor aguda, nomeadamente o Penthrox que trarão benefícios e melhorias na qualidade de vida dos doentes mas, o que é ainda mais relevante, é que também oferecerá a simplificação dos processos nas urgências hospitalares, libertando recursos sanitários para poderem fazer outras tarefas mais urgentes. “Estamos confiantes que produtos como este podem ajudar a reduzir os tempos de espera nas urgências. Nos últimos anos, a indústria farmacêutica só trabalhou na área da dor crónica, mas agora estamos focados na dor aguda”, indica.

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dia mundal do sono | vitalaire

Cuidados respiratórios domiciliários de excelência

Jorge Correia Diretor geral da Air Liquid Home Healthcare Portugal

Em vésperas da celebração do Dia Mundial da Saúde, que terá lugar no próximo dia 7 de abril, a Revista Business Portugal apresenta-lhe, caro leitor, a VitalAire Portugal. Jorge Correia foi o porta-voz desta entidade, cujos serviços e específicações seguem abaixo.

Como surgiu a VitalAire Portugal? Que história contam estes 30 anos de existência? A VitalAire Portugal surge após a deteção, em 1985, de uma oportunidade de parceria com os organismos de saúde, na assistência aos doentes do foro respiratório no seu domicílio. A vontade de melhorar o apoio e a qualidade de vida do doente com patologia respiratória, levou à criação, pioneira, dos Cuidados Respiratórios Domiciliários (CRD) em Portugal, para os quais se protocolaram os primeiros tratamentos de Oxigenoterapia, Ventiloterapia, Aerossolterapia e outros modos terapêuticos, com apoio 24 horas por dia, 365 dias por ano, aos doentes deles necessitados. A história destes 30 anos funde-se com a história da Air Liquide (do qual a VitalAire faz parte) e é também uma sucessão das centenas de milhares de histórias individuais dos doentes tratados ou em tratamento, da evolução tecnológica ocorrida e que permite aos doentes ter em casa os dispositivos médicos que só estariam disponíveis em hospitais, e das economias e eficiências que os CRD promovem para o Serviço Nacional de Saúde, assistindo à sua sustentabilidade.

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Peço-lhe que nos especifique cada um dos serviços que prestam, resumidamente, aos nossos leitores. Iniciando por aquele que é, neste momento, o mais prevalente e subdiagnosticado, o Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) pode definir-se como um distúrbio respiratório que se carateriza por paragens respiratórias durante o sono. Estas paragens designam-se por apneias e podem ter uma duração e frequência variáveis. Durante estes episódios existe um colapso e obstrução das vias aéreas superiores, o que impossibilita a passagem do ar. É definida pela cessação temporária da respiração, por mais de dez segundos, causando um colapso, seja por redução (hipopnéia) ou por paragem (apneia) do fluxo de ar para os pulmões. As consequências são muitas e variadas. Temos, por exemplo, sonolência diurna excessiva devido à má qualidade do sono, comprometendo a capacidade intelectual e desempenho das atividades diárias, eleva o risco de acidentes de viação e de trabalho, de distúrbios respiratórios, de doenças cardiovasculares (hipertensão e arritmias), de distúrbios psicológicos e intelectuais (dificuldades de atenção e concentração, colapso nervoso etc…), fomenta também mudanças frequentes de humor, estado de ansiedade, dor de cabeça (especialmente na parte da manhã) e irritabilidade. A Ventiloterapia, no âmbito dos CRD designada ventilação mecânica domiciliária (VMD), é uma terapia dirigida a diferentes tipos de patologias e constitui-se como um tratamento de longa duração para doentes com insuficiência respiratória crónica, doentes neuromusculares e portadores de deformações na caixa torácica. O tratamento visa a realização das trocas gasosas de forma efetiva pelo paciente, com recurso a um equipamento ventilador e a uma máscara (facial ou nasal) ou peça bucal. E a Oxigenoterapia, o serviço mais frequente? No que consiste, exatamente? A Oxigenoterapia consiste na administração de oxigénio sob diferentes formas de apresentação (líquido, gasoso,…) a pacientes no seu domicílio, mediante prescrição médica. O oxigénio é administrado em concentrações elevadas, tendo como objetivo a prevenção ou tratamento da sua carência no sangue (hipoxia). Está indicada principalmente para o tratamento da insuficiência respiratória crónica, mas também pode ser utilizado noutras patologias. Para todos estes tratamentos, o papel da VitalAire é o de acompanhar o paciente e os seus cuidadores desde o início da terapia, isto é, realiza-se a instalação dos equipamentos e acessórios em casa do paciente, ajustando


vitalaire |dia mundial do sono o seu tratamento de acordo com a prescrição médica; informam o paciente e seus cuidadores acerca do modo de utilização e manutenção do material, a sua higiene e segurança no manuseamento dos equipamentos; assegurase a continuidade do tratamento mediante visitas regulares no domicílio do paciente e coordena-se toda a informação do tratamento com o médico prescritor. Têm ainda o chamado ‘Espaço Vital’. No que consiste o mesmo? Qual a sua principal preocupação? O EspaçoVital é dirigido aos pacientes com patologia respiratória crónica, com intuito de ir ao encontro das suas necessidades, pois são pessoas cada vez mais ativas e que procuram uma melhor qualidade de vida. Neste contexto, o EspaçoVital oferece apoio e assistência complementar ao paciente. Foi criado com o intuito de garantir maior conforto a todos os pacientes VitalAire, aos seus cuidadores, e também numa perspetiva de proximidade com o médico prescritor. Atualmente a VitalAire dispõe de quatro Centros de Apoio Espaço Vital. No Porto, próximo do Hospital de São João, em Santa Maria da Feira, junto ao Hospital de São Sebastião, em Santarém, próximo do Hospital Distrital de Santarém, e em Faro, junto ao Centro Hospitalar do Algarve (Faro). Que características indicaria como diferenciadoras da

Vitalaire em relação às outras entidades da área? A VitalAire detém a confiança dos pacientes e dos prescritores há mais de 30 anos. A dedicação muito grande ao doente faz com que 8 em cada 10 se manifestem muito ou extremamente satisfeitos com o serviço que lhes é proporcionado. A proximidade com os médicos e com os pacientes, agora mais do que nunca promovida pelos Espaços Vital, o atendimento atencioso e profissional, o excelente grupo de profissionais de saúde que estão no terreno 24h por dia e 365 dias por ano, a inovação em novas tecnologias e em dispositivos médicos rigorosamente selecionados, a evolução em programas de educação e apoio ao paciente, enfim, estes são variadíssimos aspetos que fazem com que a VitalAire se situe numa fasquia acima dos seus concorrentes. Nesta edição assinalamos o Dia Mundial da Saúde. Estes marcos são importantes para alertar os portugueses? De que forma? Claro que sim, se bem que devamos ser todos nós, os portugueses, a manter elevados os níveis de alerta e consciencialização. No que se refere às doenças respiratórias, e porque há dados que revelam que em Portugal há um aumento muito importante da população idosa, a par de hábitos tabágicos que se iniciam na adolescência e se mantêm na idade

risco de desenvolvimento de patologias respiratórias. Aliás foram estas, nestes últimos anos, que mais evoluíram como causa de morte. De acordo com os últimos dados, as doenças respiratórias são já responsáveis pelo maior número de internamentos em unidades de saúde e representam cerca de 19 por cento dos óbitos registados em Portugal. É extremamente importante o alerta e a chamada de atenção para as Doenças Respiratórias. Por onde passa o futuro da Vitalaire Portugal? Atualmente, a VitalAire tem uma posição de muito relevo no âmbito nacional. Por sua vez, a Air Liquide é líder europeu e detém a segunda posição mundial em cuidados de saúde no domicílio. Estes cuidados de saúde no domicílio foram desenvolvidos por forma a dar continuidade aos cuidados de saúde no hospital, contribuindo para que os pacientes usufruam de uma melhor qualidade de vida em sua casa, diminuindo o número de hospitalizações por exacerbação da doença e para libertar recursos hospitalares, minimizando os custos do sistema de saúde. É isto que a VitalAire pretende continuar a fazer nos próximos anos, alargando a sua intervenção, não apenas na área das patologias respiratórias, mas também em outras áreas das doenças crónicas.

adulta, e também a fatores ambientais, existe um elevado

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melhores empresas para trabalhar | kw business

“Construímos uma empresa da qual ninguém vai querer sair!”

Patrícia Santos é o rosto da KW Business. A CEO daquela que foi considerada a melhor empresa para trabalhar em Portugal no ramo imobiliário, a segunda melhor média empresa para trabalhar e e a terceira no ranking global contou à Revista Business Portugal o percurso da mesma e o que está reservado para o futuro.

Miguel Aguiar, Patricia Santos, Carlos Santos e Helder Ferreira Sócios e team leader

consultores tem a formação e capacidades adequadas a dar resposta a enumeras situações, apoiando-se numa equipa técnica especializada. Somos uma empresa em constante autocritica na procura da melhoria. Afirmamos-nos como uma empresa de consultoria e formação impulsionada por tecnologia que se dedica ao negócio de mediação imobiliária, acreditando que a formação dos nossos profissionais é um fator determinante para os seus resultados de sucesso e para o seu crescimento profissional e pessoal. Têm vindo a consolidar a vossa marca em Portugal. Tem sido uma tarefa difícil? A consolidação da notoriedade de uma marca é sempre um trabalho difícil e demorado no entanto, na KW Business, a intenção fulcral é a dinamização do negócio de cada consultor que colabora connosco e não da marca em si. Como agimos localmente, a consolidação tem sido feita num passa-palavra constante, que sucede o bom desempenho de cada consultor, de cada vez que conseguimos ajudar mais uma pessoa a realizar o seu objetivo.

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, pedia-lhe que nos explicasse como chega a KW Business a Portugal. O grupo Business nasceu em 2006, pelas mãos de Carlos Santos e Miguel Aguiar, que decidiram deixar as suas carreiras como engenheiros no setor automóvel e empreenderem na área do imobiliário. O primeiro escritório abriu em Vila Nova de Famalicão. Em 2010, Patrícia Santos deixou também a sua carreira como engenheira na área das energias renováveis para se juntar à visão do grupo Business de renovar a forma de trabalhar no setor imobiliário. Esta união de esforços resultou na abertura do escritório em Braga que rapidamente expandiu para o Porto e Vila do Conde. Fruto dos resultados muito acima da média do setor, despertou a

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curiosidade da Keller Williams e iniciou-se um processo de ‘namoro’ durante o qual o grupo Business percebeu que existia um alinhamento muito grande de princípios, valores e visão das duas empresas, percebendo que esta união poderia resultar na redefinição da forma de estar e trabalhar no setor, tão desejada pelo grupo Business. E assim em 2015 deram as mãos e iniciaram esta jornada em conjunto. Afirmam representar a excelência do setor imobiliário em Portugal. Falamos de quê, especificamente? O Grupo Business vive numa constante procura de melhoria da qualidade dos serviços que presta. Quando um cliente nos procura não lhe são apresentadas propostas genéricas nem soluções estandardizadas. Procuramos que os nossos consultores sejam capazes de ajudar a resolver o caso específico, quer na venda de um imóvel habitacional ou de negócio, como na procura de soluções ajustadas de compra, quer seja para habitação, negócio ou investimento. Procuramos tratar de todo o processo burocrático de forma responsável e ágil para que o processo de venda e compra sejam experiencias felizes e consequências naturais da resolução das questões que nos são apresentadas. Cada cliente é único e cada um dos nosso

O que vos distingue das demais empresas do setor imobiliário em Portugal? Tentamos não olhar para as demais empresas do setor imobiliário com o objetivo de nos distanciarmos mas sim de absorvermos o que de bom possam estar a fazer. Somos parceiros num fim maior que é o de ajudar os nossos clientes. Não trabalhamos por comparação, trabalhamos para alcançar os nossos objetivos. Sabemos para onde queremos ir e fazemo-lo independentemente do percurso que os nossos congéneres possam seguir, por isso não gostamos de entrar em comparações. Não nos posicionamos como uma marca, e como tal o investimento que fazemos é na preparação das pessoas com modelos e sistemas de trabalho, no fundo aplicando documentações das melhores práticas que levam um consultor a ter sucesso nesta área. Nós não oferecemos apenas uma carreira, também proporcionamos algo com que se pode identificar: construímos uma empresa da qual ninguém vai querer sair! Que serviços podem encontrar os portugueses além da procura da casa dos seus sonhos? A casa dos sonhos de um português é aquela que outro quer vender por isso, mais que encontrar uma casa, queremos fazer o match entre os que querem vender e os que precisam


kw business | melhores empresas para trabalhar comprar. É uma mediação de soluções bilaterais e não apenas a procura da casa dos sonhos de uma família, solução essa que pode passar por encontrar uma solução de financiamento, de remodelação do imóvel, de permuta, de investimento para arrendamento ou alojamento local e respetiva gestão, entre outros. Por outro lado, somos uma empresa de formação, que opera na área da mediação imobiliária e que tem por missão ajudar a construir carreiras que valem a pena a ter, negócios que valem a pena deter e vidas que valem a pena viver. Na prossecução da nossa missão, gostamos de nos afirmar como uma plataforma de desenvolvimento pessoal e profissional dos consultores que aceitam o desafio de se aventurar na área imobiliária. Pretendemos ser um motor de mudança positiva, tanto junto dos nossos clientes como dos nossos consultores. Portugal continua a ser um bom país a investir no mundo imobiliário? Porquê? Falando do investimento na vertende do consumidor, sim, Portugal é claramente um bom país para investir quer por clientes nacionais pelas atrativas taxas de retorno que oferece face a outras soluções de investimento de igual baixo risco, quer por

clientes internacionais por se tratar de um país bem localizado, com um clima fantástico e com flutuações económicas de baixo risco. Falando do investimento no mundo imobiliária na vertende de desenvolvimento de carreira é também um setor bastante atrativo e em franco desenvolvimento. A entrada de grandes marcas em Portugal veio ajudar a profissionalizar e a dinamizar o setor tornando esta carreira cada vez mais notável e procurada de forma propositada e não apenas como último recurso. Tratando-se de uma carreira na qual os standards estão a ser redefinidos e cada vez mais elevados, abre as portas e muitas oportunidades a quem tem a visão de qualidade de serviço ao cliente, pois é disto que se trata: um negócio de pessoas para pessoas! Desta forma temos cada vez mais consultores altamente especializados e focados em satisfazer as necessidades especificas de cada cliente, sendo que a compra ou venda de um imóvel é apenas a consequência de todo o serviço prestado, conseguindo desta forma um posicionamento muito forte no mercado e uma consequente conquista de cota de mercado. A KW Business é uma das

melhoras empresas para trabalhar! Como receberam este título? É o reconhecimento merecido pelo esforço e dedicação à vossa equipa? O grupo Business sempre teve como maior preocupação o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os que nele trabalham, no entanto, todas as eventuais acções foram espontâneas e naturais. Temos a visão que quem trabalha connosco tem que estar bem, tem que ter oportunidade de crescimento e desenvolvimento num ambiente saudável e que se preocupa com quem está ao nosso lado. Este reconhecimento é um processo que decorre da resposta de todos os que no dia-a-dia trabalham connosco por isso foi recebido com muita felicidade, não apenas pelo reconhecimento por si só mas por sentirmos que estamos a fazer a coisa certa! Como antevê os próximos tempos nesta área? Com a recuperação do setor prevemos que nos próximos meses se continue a observar um aumento no número de imobiliárias que abrem e portas e consequentemente um aumento dos consultores imobiliários, sabemos também que historicamente as recuperações e as crises são cíclicas, por

isso a forma como nos posicionamos no mercado não é de colher os frutos do que semeamos mas sim continuarmos a reforçar o nosso crescimento como profissionais, apostando ainda mais na formação e especialização dos nossos consultores de forma a estarem preparados para quando o mercado inverter. Neste mercado observamos muitas ‘cigarras’ mas temos a conciência que serão as ‘formigas’ que entrarão com uma posição muito reforçada no momento em que o cliclo se inverter novamente. Por onde passa o futuro da KW Business? O futuro da KW Business será continuarmos a criar oportunidades de crescimento para as pessoas que estão connosco e que se vão juntando ao nosso projeto, passando não só por projetos de expansão, abertura de novos Market Centers que não só irão proporcionar condições de incubação de novas equipas imobilárias como criar novas oportunidades de carreira para quem ambicionar posições de liderança dentro da empresa, pois o que é realmente importante para nós são as pessoas!

Não é sobre dinheiro... É sobre tornar-me o melhor que consigo ser!

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pme excelência 2016 | optocentro

“A nossa filosofia tem que ver com o servir o melhor possível”

A atuar numa indústria em constante evolução, o Optocentro aposta na aprendizagem contínua e numa atitude proativa para bem servir o cliente no domínio da óptica ocular. Com um serviço personalizado e focado no acompanhamento, rege-se por valores como a transparência, o rigor e a integridade, na tentativa de deixar vincada nos outros a sua “impressão digital”.

Com uma vasta gama de produtos à disposição do cliente e opções para todos os gostos e preços, o Optocentro pretende distinguir-se pela relação que cultiva com os clientes. “A nossa filosofia tem muito a ver com servir e o melhor possível. Não pretendemos ser o número um em vendas. Uma das nossas caraterísticas é o conceito de responsabilidade social intrínseco ao serviço que prestamos. Conhecemos bem a importância dos serviços e produtos que vendemos e a sua repercussão nas pessoas e na sociedade. A aproximação ao cliente é relevante. Tem a ver com o que queremos deixar transparecer, isto é, a nossa impressão digital no “outro”, explica o proprietário da empresa, Rui Motty. A dimensão humana do negócio Com uma equipa multidisciplinar e capacitada em subespecialidades distintas, o

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Optocentro atua num mercado em constante evolução e mantém por isso atenções redobradas à indústria e às mudanças que vão surgindo, sempre com o objetivo de privilegiar o cliente. “A nossa principal oferta é o serviço, o produto é uma consequência do serviço. A ótica foi desde sempre um dos sectores da economia com forte valorização na I&T. A montante do retalho, a indústria de ótica investe em produtos inovadores. Veja-se o caso das últimas gerações de lentes oftálmicas progressivas, o conforto visual que oferecem e a facilidade com que hoje nos adaptamos. Era impensável há 20 anos atrás. É também o caso da adaptação das lentes de contacto multifocais. Nós, que estamos na linha da frente na relação com o consumidor, acabamos por ter uma influência determinante. Não basta ter bons e inovadores produtos, importa estabelecer uma ponte equilibrada entre as pessoas

interessadas, os profissionais e os clientes.”, explica Rui Motty. “Os seres humanos de um modo geral, não tem um comportamento de prevenção. Poucas são as pessoas a fazer exames aos olhos preventivamente. Fazem-no quando existe uma queixa. Em lentes de contato, a nossa intervenção tem um impacto maior sobre os clientes. A proximidade e frequência deste serviço facilitam a informação e a atitude preventiva. Não podemos esquecer que as lentes de contato por serem um corpo estranho e por essa razão, merecem uma atenção e controlo maior.”, acrescenta. Numa tentativa de estarem mais próximos dos clientes, tentando chegar a todos aqueles que precisam, a Optocentro avançou com um projeto de optometria ao domicilio. “Esta nossa ideia começou há cerca de dez anos e de uma forma simples. Eu apenas reagi com bom senso aos estímulos que

recebi. Muito pela confiança do nosso serviço, foram surgindo alguns pedidos de clientes para observarmos familiares, que por uma razão ou outra não se deslocavam facilmente. No inicio foi acontecendo pontualmente. Hoje é um projecto mais sério. É claro que este serviço, em alguns casos está associado a problemas económicos o que nos leva a fazê-lo de uma forma gratuita. São clientes nossos, alguns de muitos anos e acaba por ser um serviço complementar que ainda hoje temos gosto em cumprir”, afirma Rui Motty. Um presente de sucesso, um futuro para consolidar Com atividade comercial iniciada em 1985, conta atualmente com lojas nas duas principais cidades do país: Lisboa e Porto. Na tentativa de oferecer uma boa experiência ao cliente, têm espaços amplos e atrativos,


Equipa Optocentro Lisboa

optocentro | pme excelência 2016

uma vez que, e de acordo com Rui Motty, “é importante que os nossos clientes estejam confortáveis, sintam um ambiente positivo e para isso tivemos o cuidado de ter um espaço funcional, agradável e atual”.

a sensação que temos num projeto destes, é que muita coisa pode ainda ser feita. Questões simples como a prevenção, por exemplo. Em Moçambique os serviços de optometria, na sua generalidade, deixam

atualmente estabelecida, Rui Motty olha para o futuro, pelo menos a curto prazo, como uma oportunidade de estabilização e não com a necessidade de apostar em novos espaços, sejam em Portugal, como

e insegurança. Portanto, a não ser que surja uma oportunidade imperdível, continuaremos a apostar na consolidação”, afirma. Quanto à expansão além-fronteiras, Rui Motty acredita que para um projeto como

De modo a expandir o negócio e respondendo ao estímulo de um parceiro, o Optocentro alargou os horizontes e abriu uma loja em Maputo, capital de Moçambique, em 2007. “Temos um parceiro em Moçambique que nos desafiou para avançar com o projeto. È uma tarefa muito difícil a gestão de um negócio à distância, quando queremos ter uma estrutura relacional forte, quer interna quer externa. Não é fácil de gerir remotamente. Acresce a dinâmica e as limitações que Moçambique tem, sobretudo do ponto de vista dos recursos humanos. No entanto, e independentemente de tudo,

muito a desejar. O facto de ser um país com forte incremento económico, potencia o interesse da oferta que não corresponde às exigências da procura. É minha convicção que a aposta no futuro deverá passar por um serviço de qualidade. Temos uma intervenção pequena, mas que considero absolutamente diferenciada. Pela forma como recebemos e tratamos os nossos clientes, admito que façamos a diferença e por isso somos hoje uma referência em Maputo”, explica o proprietário. Satisfeito com o percurso da empresa e pela forma como a mesma se encontra

no estrangeiro. “Pensar no futuro é o mais difícil hoje em dia. Nós tivemos várias fases. Uma em que consolidámos esta estrutura, que é a casa mãe. Depois, tivemos tímida fase de expansão em que abrimos espaços no Porto e Moçambique. Neste momento, penso em consolidar o que temos. Vamos tendo propostas, sobretudo para aquisições, mas não sou adepto da dispersão. Neste momento a estratégia é estruturar o patamar em que estamos. O mercado da ótica está numa fase confusa, com caraterísticas atípicas, com apelos agressivos e dispersos ao consumidor, o que motiva a desconfiança

o que construiu e que privilegia o cliente, a distância pode ser redutora. “Para a estratégia que adotamos, intervenção ativa no mercado, relação com os clientes e um serviço diferenciado, a gestão à distância é uma resistência à implementação dos valores que defendemos. Sem termos um elemento espelho que nos represente nesse local, ainda assim conseguimos transmitir e operacionalizar a mensagem. A dificuldade é arranjar esse elemento. Honestamente, com a dimensão que representamos, não olho a expansão para outros países de um modo muito confortável. Em oposição a uma expansão além-fronteiras, a nossa loja no Porto tornou-se importante para a nossa empresa. A cidade do Porto cresceu muito, o mercado também é muito competitivo e a apetência para o consumo aumentou. Se no início foi muito dificil, hoje conseguimos implementar os valores condutores da nossa estratégia e começamos a trilhar um caminho sólido. Sentimos que em um ano ou dois a loja começará a ter outra força”, conclui. Face às exigências materiais, o desafio no Mundo moderno acaba por ser marcar a diferença sem o atropelo dos valores sociais que as organizações representam. Sobretudo as que atuam nas áreas da saúde e afins.

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pme excelência 2016 |novas vias, empreiteiros

Uma empresa de qualidade e longevidade

Sérgio, Emídio e Sílvia Marques Administrador e filhos

Com sede na cidade de Lisboa, a Novas Vias foi fundada em 1989 e dedica-se à construção civil com especialização na construção e manutenção de postos de combustíveis. Os nossos entrevistados, Emídio Marques e os seus filhos Sérgio e Sílvia Marques dão-nos a conhecer empresa.

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novas vias, empreiteiros| pme excelência 2016

A completar este ano vinte e oito anos de existência a empresa já é uma referência na área da construção civil. Após ter trabalhado em várias empresas da área, Emídio Marques decidiu em 1989 criar sua própria empresa. “Estamos especializados no acompanhamento dos postos de combustíveis”, como refere Emídio Marques. Provavelmente já abasteceu o seu carro num dos postos de combustível contruídos pela empresa, já que sua esfera geográfica vai desde Coimbra até ao Algarve. A empresa apresenta de algum modo exclusividade na área dos postos de combustível. “Neste momento estamos vocacionados e já há muitos anos, para a área da construção civil dos postos de abastecimentos na sua manutenção e

construção”. Todos os passos que envolvem esta especialidade requerem uma grande responsabilidade em termos de segurança, cuidado e manutenção. Sendo um trabalho desafiante e muito específico, não existem momentos monótonos mas o mais importante para a empresa é a relação com o cliente. É essencial para a família Marques realizar um bom serviço e garantir uma grande qualidade e uma relação próxima com o cliente. A empresa sempre apresentou uma grande flexibilidade de responder de imediato as necessidades dos clientes.

Recompensa pela qualidade prestada Ser reconhecido entre as melhores das melhores pelo prémio PME Excelência é um conferir na qualidade de serviço que vem acima de tudo confirmar a solidez da empresa. Sobre o futuro, a empresa ambiciona o desenvolvimento e crescimento sustentado da empresa, mantendo sempre valores como a transparência, rigor e proximidade. Claramente existe um desejo de continuar melhorando na qualidade dos serviços e no relacionamento com o mercado. Sendo uma empresa de cariz familiar no futuro existirá uma passagem de geração, onde orgulhosamente, Sérgio e Sílvia Marques continuaram o legado de seu pai.

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DIA MUNDIAL DA ÁGUA O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas declarando todo o dia 22 de março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas, para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nesse período vários Estados foram convidados, como se fosse mais apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, atividades concretas que promovam a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21. A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contatadas. Este kit tem como objetivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre outras, de: • Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável; • Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável; • Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado.

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dia mundial da água | águas de gaia

Primazia por boas práticas ambientais e aposta clara na modernidade É pelas palavras de Miguel Lemos Rodrigues, administrador da Águas de Gaia, que ficamos a conhecer melhor a dinâmica, os projetos delineados direcionados para questões como o ambiente, modernidade e internacionalização, bem como os desafios presentes e futuros desta empresa municipal, que detém a gestão de uma das águas de maior qualidade do país.

Niguel Lemos Rodrigues Administrador

A Águas de Gaia é uma empresa municipal, detida a 100 por cento pelo município de Vila Nova de Gaia e que tem a sua atividade enquadrada em todo o ciclo urbano da água. Fale-nos um pouco sobre a mesma e sobre os serviços que presta. A nossa atividade concentra-se fundamentalmente no abastecimento de água, na recolha de águas residuais domésticas (saneamento e o seu encaminhamento para a rede alta das ETAR´s), na gestão da rede de águas pluviais, que apesar de não parecer é uma área muito importante porque o facto de termos uma rede de águas pluviais separativa da rede de saneamento, permite-nos, por um lado, ser mais ecológicos porque estamos a devolver à natureza água da chuva e por outro lado, do ponto de vista económico financeiro, também tem bastantes vantagens, uma vez que a água da chuva não é encaminhada para as ETAR´s e não temos o custo de tratamento de água, pois não necessita de ser tratada. Do ponto de vista ambiental, temos ainda funções que dizem respeito à gestão do contrato de recolha de resíduos sólidos urbanos e também fazemos a manutenção de toda a orla marítima e ainda a manutenção das quatro áreas fluviais: Oliveira do Douro, Avintes, Arnelas e Crestuma. Diria que temos uma área bastante grande de ação e que para além de gerirmos todo o processo urbano da água, também prestarmos serviços em termos ambientais, em nome do município que delega em nós esta função, quer dos resíduos sólidos urbanos, quer da gestão das linhas de água, das praias e dos rios e ribeiras de Gaia. Nesse propósito gerimos ainda duas importantes infraestruturas: o nosso Centro de Educação Ambiental de Rios e Ribeiras de Gaia, situado na praia de Miramar, onde desenvolvemos atividades muito ligadas ao setor não só da água, como dos rios e ribeiras, da fauna e flora existentes ao longo das nossas linhas de água, em parceria com as escolas do concelho. Aqui, encontra-se também o nosso Centro Azul, que é um centro interno de monitorização da qualidade da água das praias, onde existe um laboratório e que nos permite acompanhar essa qualidade. Todas as nossas praias possuem bandeira azul sendo que para além das inspeções ditas oficiais, ainda temos este suporte que nos ajuda a monitorizar a qualidade. Outro equipamento que é importante realçar, tendo também uma vertente científica e muito vocacionado para o turismo, é a Estação Litoral de Água, situado na praia da Aguda, composto por um aquário, um museu das pescas, e uma componente de investigação científica através de um protocolo que

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águas de gaia | dia mundial da água

mantemos com o ICBAS, onde são lecionadas algumas aulas deste instituto. A internacionalização constitui igualmente uma das apostas primordiais da empresa. Quais os projetos traçados e principais desafios inerentes a esta realidade? Nos últimos tempos tivemos uma visão que incorporou um slogan que designamos por ‘Empresa Local, Visão Global’ e neste sentido, estamos a iniciar os primeiros passos para a internacionalização da empresa, focada essencialmente nos serviços e na consultadoria. De momento, estamos a prestar apoio com a empresa pública de águas de Luanda, onde temos oito funcionários em permanência no sentido de potenciar o desenvolvimento comercial da empresa e com resultados muito interessantes do ponto de vista do aumento da faturação e principalmente da cobrança. Estamos no fundo, através da nossa experiência, a acrescentar valor aos excelentes colaboradores que a empresa angolana tem e estamos a apostar nesta área. Por consequência, a formação também será uma das nossas apostas e estamos a preparar-nos internamente para puder alargar os nossos serviços nesta área, na nossa empresa ou eventualmente no exterior, em áreas técnicas e do dia a dia de uma empresa deste tipo. É um projeto que nos tem estimulado muito porque nos obriga a sermos cada vez melhores porque ao ensinarmos boas práticas, somos quase obrigados a ter sempre uma atividade proativa e uma auto crítica forte, com o objetivo de fazer sempre melhor. A praia de Valadares Sul foi distinguida na edição desde ano da BTL, com o prémio de Praia Acessível 2016. Esta distinção é um estímulo para fazer mais e melhor? É um prémio que muito nos orgulha porque significa que nós, não só através do esforço de investimento, como do trabalho diário os nossos colaboradores e parceiros, como a

corporação de bombeiros, o próprio Centro de Reabilitação do Norte e IPSS´s do concelho, conseguimos realizar um bom trabalho, o que nos permite igualmente ter cinco praias completamente acessíveis e ostentar a bandeira da igualdade. Hoje, qualquer pessoa com ou sem deficiência, pode frequentar e usufruir das nossas praias, o que nos enche de orgulho. Estando nós a preparar a época balnear 2017, posso anunciar que o facto de termos recebido este prémio não nos faz adormecer, pelo contrário, faz-nos estimular e em 2017 teremos ainda mais novidades nas praias de forma a melhorar esse tipo de serviços e fazer com que mais pessoas possam frequentar as praias sem qualquer limitação. Recentemente a Águas de Gaia foi aceite em Assembleia Geral do Cluster da Água, como membro do Cluster Smart Cities Portugal. Quais são as principais vantagens e objetivos? Este facto, permite-nos ter uma visão, em termos de gestão do ciclo urbano da água, como um fator determinante para aquilo que se designa como ‘Cidade Inteligente’. Com esta adesão pretendemos que possamos ser um agente que contribui para a investigação de novas formas para as smart cities e para que possamos aprender e ter acesso a formação, a alguns projetos comunitários e que possamos enriquecer com essa experiência. É para nos um motivo de satisfação sermos o primeiro operador ligado à água a estar presente neste cluster. É mais um desafio que nos permitirá evoluir e estimular a continuar a evoluir e modernizar. Em termos ambientais, quais as decisões de maior relevância levadas a cabo pela empresa no sentido de preservar o meio ambiente? Primeiramente, importa realçar que somos uma empresa

sustentabilidade e para isso, estamos a desenvolver alguns projetos nomeadamente candidaturas ao fundo ambiental, que nos permitirá dotar ou reforçar os nossos equipamentos com painéis fotovoltaicos, oque permitirá reduzir a nossa fatura energética e contribuir para um melhor meio ambiente. Neste momento, estamos também a iniciar o processo de substituição de veículos de combustão por veículos eléctricos. Sendo a entidade que gere o contrato de resíduos urbanos e da limpeza urbana, de ressalvar que estamos a caminhar para abolir a utilização de herbicidas no concelho e portanto anunciar que a partir de junho teremos à disposição equipamentos da chamada monda térmica, para a deservagem, que trabalhando sobre vapor de água, substitui a utilização dos herbicidas. Estamos também focados na substituição de energia convencionais por fontes de energia renováveis nos nossos edifícios e nos nossos equipamentos, e para além disso temos sempre uma postura de cuidado com a natureza porque somos uma empresa que por si só, vende natureza. Por fim, peço-lhe que deixe uma mensagem aos nossos leitores. Importa frisar que a água do município é 100 por cento segura para consumo humano, considerada uma da melhores a nível nacional em termos de qualidade e nesse sentido deixo um apelo a todos os gaienses para que consumam água da torneira, porque para além de ser mais barata, é mais ecológica. Em termos de empresa de referir novamente que o nosso propósito passa pela sua constante modernização e que estamos virados para temas como a tele gestão, numa lógica de controlo de perdas e de prevenção.

triplamente certificada: em Gestão de Qualidade ISO 9001, em Higiene e Segurança no Trabalho e em Gestão Ambiental. Deste modo, encaramos a nossa atividade com grande preocupação pelos temas do ambiente e da

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dia mundial da água | luságua

Carlos Rodrigues

Uma experiência de 30 anos

A Luságua nasce em 1987. Para que possamos contextualizar os nossos leitores, peço-lhe que nos apresente a Luságua. A Luságua – Gestão de Águas, S.A. foi fundada em 1987 com a participação maioritária da Sociedad General de Águas de Barcelona, S.A., como operador privado de sistemas municipais de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais. A AQUAPOR, S.A. foi criada em 25 de março de 1997, constituindo um instrumento empresarial da AdP - Águas de Portugal, SGPS, S.A., vocacionado para a participação no mercado nacional e internacional do abastecimento de água e do saneamento de águas residuais, e para dar resposta às crescentes necessidades destes mercados. A AQUAPOR, S.A. adquiriu em 2001, a Luságua – Gestão de Águas, S.A. passou a integrar o Grupo Águas de Portugal, tendo como único acionista a AQUAPOR. Esta aliança permitiu criar economias de escala com vista a garantir uma melhor prestação de um conjunto de atividades e serviços, a um custo menor e com meios de controlo técnico e de gestão mais eficazes, beneficiando diretamente a população e os municípios servidos. No ano 2006 todo o universo da AQUAPOR foi reestruturado. As atividades da Luságua – Gestão de Águas, S.A. foram separadas por área de negócio e distribuídas pela Aquapor, que herdou a estrutura central, técnica e de serviços de apoio existentes em Lisboa, e adquiriu as concessões por ela detidas; e pela Luságua Serviços Ambientais, S.A. A unidade de negócio de prestação de serviços foi transferida para a nova empresa entretanto criada consolidando-se o objetivo estratégico de especialização no domínio da prestação de serviços ambientais, beneficiando os Clientes, Fornecedores, Colaboradores e Parceiros em geral. Apesar de jovem na denominação social, a LUSÁGUA herdou, através do trespasse das respetivas atividades, todas as competências, experiência e meios humanos e técnicos de 20 anos de existência da LUSÁGUA – Gestão de Águas, S.A. Em 2009, a sociedade Criar Vantagens – Águas e Resíduos, Lda. adquire o grupo AQUAPOR, no qual está integrada a LUSÁGUA. O nome da AQUAPOR passou a designar-se AQUAPOR SERVIÇOS e a LUSÁGUA Serviços Ambientais SA, estando esta 100 por cento dependente da empresa-mãe, em termos de poder de decisão. Em suma, a atividade da empresa em Portugal tem mais de 30 anos, com todo o know-how adquirido ao longo deste período e formação permanente de um corpo técnico constituído por mais de 50 técnicos superiores com vasta experiência em Sistemas de Abastecimento de Água e Saneamento Básico. Centralizam os vossos serviços na água, nos resíduos e na energia. O que são estes três ciclos e qual a sua importância? Em primeiro lugar importa salientar que, quando se alterou a denominação da empresa, incluindo a expressão ‘serviços ambientais’, entendemos que a mensagem para o mercado seria mais clara, se a atividade em si, fosse estruturada dessa forma, uma vez que estas três áreas se interrelacionam e interagem; com essa organização criamos uma imagem de compromisso para um desenvolvimento sustentável da sociedade. Em 2012, foi tomada a

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decisão de mudar de rota, alinhar a visão da empresa com o futuro, redesenhando a cadeia de valor, e acrescentando a unidade orgânica de resíduos ao portfólio dos nossos serviços. A mudança de rota efetuada, tornou-se óbvia, quando se pretende a preservação dos recursos naturais, e quando observamos a gestão das água e resíduos como pilares dessa gestão. Na atividade da Luságua, é importante traduzir essa perspetiva eficiência do funcionamento das prestações de serviço desta índole. Também no que se refere à energia, houve uma alteração de paradigma; a energia em vez de apenas uma matéria-prima passou a ser um recurso endógeno de valorização e gerador de receita. Atualmente, a Luságua, enquanto empresa do Grupo Aquapor, assume-se como uma empresa com três áreas de negócio claras: Água, Resíduos e Energia. Nesse sentido, apostámos no desenvolvimento de projetos em cada um destes segmentos de mercado. Seguindo a estratégia definida, conseguimos ter, numa única planta de produção, prestações de serviço de exploração de tratamento de águas residuais, valorização de subprodutos de tratamento (em central de compostagem) e produção de energia através de biogás. Considerando percurso que tem vindo a ser percorrido, de forma convicta e consistente, foi, portanto, evidente, alargar de forma segmentada a abordagem ao mercado de forma, orientada e planeada. A investigação e desenvolvimento é outra das vossas causas. A aposta na I&D, surgiu, naturalmente, alinhada na nova estratégia de evolução da Luságua; acrescentar valor à atividade, através, quer de incorporação de inovação, quer pelo apoio ao desenvolvimento de projetos, permite-nos trabalhar no sentido da melhoria contínua e na persecução de solução de valor acrescentado para o mercado. Com esta nova cadeia de valor, conseguimos de facto obter algumas vantagens, entre as quais destacaria a consolidação da posição de desenvolvimento sustentável; a capacidade de fornecer serviços integrados; reforçar o esforço de I & D & I com a partilha de conhecimento;b eneficiar de operar em todo o ciclo de água e resíduos e, finalmente, as sinergias comerciais em toda a cadeia de valor. Para fazer diferente, e, como tal, marcar a diferença, houve a necessidade de aliar a Luságua, uma cultura ‘quase’ inexistente, no ciclo de negócios relacionados com as prestações de serviços em Portugal. Acrescentaria que, invertemos a nossa filosofia, a nossa imagem perante o mercado, no sentido de passamos a realizar a oferta de bens e/ou produtos associados à prestação de serviços; traduzindo, no léxico do mercado da gestão de serviços, como servitization. Esta estratégia de orientação para o produto/soluções, permite criar diferenciação em termos de mercado concorrencial com o alargamento da cadeia de valor, passamos a conceber, contruir, gerir e otimizar as soluções que permitem ao cliente reduzir gastos da sua atividade. Para a consolidação desta estratégia houve a necessidade de aproximar a Luságua de Universidades ‘target’ com know-how e experiência na área de resolução de problemas ambientais, por exemplo: o Centro de Investigação de Engenharia Química e Biológica /Centro de Nanotecnologia da Universidade do Minho). Atuando a Luságua como promotor, com capacidade financeira para executar projetos-piloto/protótipos de investimento – aliada à oportunidade atual no quadro dos financiamentos à IDI nacional – tem vindo a ser possível sustentar um modelo de negócio nacional/internacional de desenvolvimento e comercialização de soluções ambientais. São exemplos de projetos em pareceria: 1) Projeto FOG Digest, em parceria com a Universidade do Minho; 2) Projeto KWAT, em parceria com o Instituto Politécnico de Beja; 3) Projeto RemPharm, com a Universidade de Aveiro, enquanto utilizador. No portfolio comercial da Luságua, já fazem parte da oferta, soluções, que, por desenvolvimento interno – fase de piloto ou protótipo – ou em inovação incorporativa, acresce, valor à atividade que é o nosso core business: Consultoria GCI - Gestão de Caudais Indevidos GPI - Gestão Patrimonial de Infraestruturas


luságua | dia mundial da água

Deteção de Ilícitos GIPA - Gestão Integrada de Perdas de Água PSA - Plano de Segurança da Água AST - Auditoria a Sistemas de Tratamento Energia Auditorias Energéticas Produção de energia Negociação de Tarifários Energéticos Laboratório Laboratório Luságua Software Aquafield - Gestão de Ordens de trabalho Aquaperformance - Gestão de indicadores Aquaenergy - Monitorização de consumos de energia Neptune - Análise de performance de redes de abastecimento

Go.Water - SIG Aquametering - Medição online Gestão de Resíduos Recolha de Resíduos Urbanos Manutenção e Monitorização Sistemas de Telegestão Telemetria Planos de Manutenção Creapro - Controlo de Arejamento Manutenção preventiva e corretiva Tratamento de Águas e Efuentes Exploração de ETA e ETAR Soluções de tratamento de águas Soluções de tratamento de efluentes Aproveitamento energético de biogás Centralizam diversos serviços, nomeadamente operação e manutenção de ETAR e de outras infraestruturas hidráulicas, assistência técnica, auditoria especializada e controlo analítico. Qual a importância dos mesmos no dia-adia dos utilizadores, pois são serviços extremamente necessários e que, nem sempre, o utilizador tem a noção dos mesmos.

No mundo do ‘teatro’ diria que estes tipo de empresas seriam denominadas por bastidores, zona onde se planeia, prepara, executa e monitoriza todas as atividades relacionadas com operação e manutenção de sistema ambientais. Temos o nosso portfólio conforme mencionado anteriormente apoiado em quatro pilares de soluções e serviços: Software de Apoio a Decisão; Consultoria & Engenharia; Operação, Manutenção e Monitorização; Desing, Build & Operate – Soluções Ambientais Patenteadas. Que dão atualmente resposta à seguinte ‘plateia’: Entidades responsáveis pelo Abastecimento de Água e Saneamento Públicos; Entidades responsáveis pela recolha e tratamento de Resíduos; Aterros; Turismo; Indústria Agroalimentar; Indústria da Farmacêutica e Unidades Hospitalares; Indústria Petroquímica; Indústria Têxtil; Indústria automóvel; Indústria de Celulose; Aproveitamentos Hidroagrícolas, entre outros. Tendo em conta que existem várias entidades a operar no setor, o que vos diferencia das restantes empresas?

Neste momento somos a única empresa de capital 100 por cento nacional com estas linhas de orientação estratégica, e com uma experiencia adquirida ao longo de 30 anos, que consegue fechar todo um ciclo, desde a conceção, construção, exploração de unidades de tratamento ambientais, e ao mesmo tempo dar formação e assistência técnica a entidades e/ou instituições que, por motivos diversos, decidem manter a gestão na esfera publica, ou internamente, os seus negócios de índole ambiental, ou com responsabilidade ambiental. Assumimonos como um operador privado, com a capacidade de antecipar movimentos, e estar sempre alinhado com aquilo que advém num futuro próximo. Estamos a atuar em três mercados de forma focada, o que por permite absorver o impacto projetos com resultados inesperados ou abaixo do expectável. Tal facto decorre das sinergias estruturais existentes, e da atuação global, na oferta aos clientes de serviços ambientais nas áreas: Água, Resíduos e Energia, em modelos ‘chave-na-mão’.

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TORRES VEDRAS: CAPITAL DA HORTICULTURA

Torres Vedras é considerada a capital da horticultura e fruticultura. O concelho localizado a poucos quilómetros de Lisboa, é rico na cultura de feijão, batata, vinha. No concelho de Torres Vedras a atividade agrícola, sobretudo a vinha e a horticultura, a indústria agroalimentar e metalúrgica, bem como, o comércio a retalho assumem um papel preponderante na economia da região. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, referentes a 2010 o concelho tinha na altura 9976 empresas. Apesar de ser conhecida pela terra onde se pode assistir e viver o “carnaval mais português de Portugal”, Torres Vedras contribui grandemente para o desenvolvimento da economia nacional. Os produtores e empresários do concelho souberam modernizarse e acompanhar as inovações, a agricultura e a indústria agroalimentar são responsáveis por milhares de postos de trabalho, diretos e indiretos. O concelho é composto por 13 freguesias que se estendem do mar à serra, contribuindo para uma beleza natural única. O pelouro do turismo do município de Torres Vedras evidencia as “terras férteis pinceladas com muita cor, costa atlântica que faz viver ondas de prazer, rica gastronomia e gente que acolhe de braços abertos. Bem perto de Lisboa somos surpreendidos por uma zona cheia de atrativos para quem gosta de paisagens com contraste, história, desporto, gastronomia, gente simpática e muito festiva. Há muito para experimentar, muito para recordar, entre ondas de prazer, de mar, ao sabor do vento, do tempo. Descubra Torres Vedras, um concelho com cerca de 80 mil habitantes, marcado pela sua economia essencialmente agrícola e pela sua paisagem de vinhedos, com cheiro a mar atlântico. Com mais de 400 km2 de área, este é o maior concelho do distrito de Lisboa e possui cerca de 20 kms de costa, composta por praias de rara beleza e extensão. Não faltam estações arqueológicas, povoados romanos, castelos árabes, igrejas e mosteiros medievais, fortalezas quinhentistas e solares, dos séculos XVII e XVIII, uma surpresa adicional, numa região que tem bom vinho e deliciosa gastronomia para experimentar. Para tornar a visita mais doce, não deixe de experimentar os típicos Pastéis de Feijão”. Torres Vedras, uma região rica que merece ser visitada.

Fotos cedidas por: Viveiros Lino

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Freguesia de ponte do rol| torres vedras

uma freguesia dinâmica

Hélio Gomes Presidente

A freguesia de Ponte do Rol está a 4 quilómetros de Torres Vedras. Tendo apenas cerca de dois mil habitantes e sendo uma das mais pequenas freguesias do concelho, destaca-se pelo grande dinamismo e participação activa da comunidade. Hélio Gomes, presidente da junta de freguesia de Ponte de Rol, revela, em entrevista à Revista Business Portugal, o que de melhor se pode encontrar na freguesia.

Ponte de Rol conta com uma população muito participativa, com diversas associações a desenvolver um importante trabalho para a comunidade. O presidente da Junta de Freguesia reconhece o trabalho das associações e a sua importância para que o trabalho se desenvolva na freguesia. “As associações estão muito ativas e desenvolvem muito trabalho. A Junta está muitas vezes na retaguarda a apoiar estes projetos” afirmou Hélio Gomes. Na freguesia existem diversas associações e coletividades quer a nível social, cultural e desportivo. A nível desportivo destaca-se o Grupo Desportivo Recreativo Cultural Ponterrolense e o Grupo Desportivo Recreativo Cultural Gondruzeirense ligado ao cicloturismo. O Ponterrolense é a associação mais antiga de Ponte de Rol e a que cativa mais a população, uma vez que o desporto rei é uma das modalidades praticadas. Saindo do campo desportivo, destaca-se ainda a ASAS -Associação de Solidariedade e Ação Social de Ponte do

Rol - que tem construído um centro de dia, e presta apoio domiciliário. No momento, há projetos também para a criação de um berçário e creche e para a construção de um lar. Dentro da Associação ASAS nasceu também a Banda da Juventude Musical Ponterrolense. Atualmente, atua de forma totalmente independente da associação. A banda conta com uma escola de música que dá formação inicial aos músicos a integrar na banda. Existe ainda um núcleo de escuteiros e Associação Cultural e Recreativa de Benfica que desenvolvem diversas atividades junto da comunidade de forma dinâmica e organizada. Hélio Gomes sublinha assim a importância do trabalho em equipa na freguesia: “ Não há um bom presidente sozinho, o presidente é o reflexo da equipa”. “Onde não há crianças não há futuro” Como forma de fixar as crianças num só local, foi criado um centro educativo, uma das obras mais importantes da freguesia. Anteriormente os jovens estavam dispersos em duas escolas e praticando atividade física noutro edifício. Com a criação do novo centro educativo, foi possível fixar as crianças num só local, juntando o jardim de infância e o primeiro ciclo. Foi assim possível também libertar espaço para outras finalidades. No local onde antes funcionava uma das escolas, foi criada a sede da banda de música e, noutra escola mais pequena, passou a funcionar o grupo de escuteiros. No edifício onde funcionava o jardim de infância, a ASAS pretende criar uma creche e berçário, algo necessário na freguesia. Uma freguesia rica em Património e Gastronomia Em Ponte o Rol é possível visitar a Igreja Matriz, um dos locais afetados pelo terramoto de 1755. A igreja do século XVI conta com as paredes originais, embora já tenha sido requalificada, misturando assim paredes de diferentes épocas. É também possível visitar, na freguesia, o forte, parte

integrante das linhas de torres, tratando-se de um dos fortes que melhor demonstra as suas linhas originais, não tendo sofrido grandes alterações ao longo dos anos. Com um importante património hídrico, foi implementada a Rota da água que está em fase de conclusão, no que diz respeito à sinalização. Assim sendo, é possível valorizar a água e visitar diversos poços públicos e privados, assim como duas minas. A Rota passa por todas as localidades, tendo como pano de fundo o mar e sendo possível desfrutar da vista para o resto do concelho. O percurso tem ainda a particularidade de poder ser feito em 11 ou 20 quilómetros, adaptando-se ao tempo e preferência de quem o faz. Durante o percurso é possível parar para desfrutar da gastronomia local, em diversos restaurantes da freguesia e provar o doce típico. O bolo de ferradura é um doce tradicional muito típico da região que foi valorizado através do Orçamento Participativo. Um dos projetos vencedores foi o da construção de um local onde fosse possível confecionar o mesmo – A Casa dos Sabores e Tradições – que foi ampliada para servir também de apoio às festas e diversos eventos organizados. O papel do voluntariado na dinamização da região Ponte do Rol é uma freguesia dinâmica, onde toda a comunidade se envolve para criar atividades. O projecto Ponte Doce é levado a cabo pela comunidade que se junta para criar doces e vendê-los durante as festas da cidade. O mesmo acontece com o projeto Ponte Natal onde diversos artesãos da freguesia podem expor e vender as suas criações. Ambas as atividades são organizadas pela comunidade. Hélio Gomes reconhece que há muito para fazer, e embora faltem verbas, recusa-se a baixar os braços. “Se formos estar à espera de ter o dinheiro todo para avançar, é complicado. Então pouco a pouco vai-se fazendo”.

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torres vedras| Freguesia Maxial e monte redondo

O nascer de uma nova freguesia

Celso Carvalho Presidente

Maxial e Monte Redondo são duas localidades situadas na parte interior do concelho de Torres Vedras, com uma população estimada em sensivelmente 3500 habitantes. Com a reforma de 2013 as duas freguesias foram unidas numa gestão comum e desde então respondem a novos desafios, como nos conta o presidente Celso Carvalho.

Responsável pelo destino conjunto das duas freguesias desde a sua criação, o autarca considera que as duas localidades enfrentam muitos desafios conjuntos, por partilharem a mesma geografia e as mesmas condicionantes. “A minha perspetiva é que o concelho de Torres Vedras se divide em três eixos: a cidade, que está a meio, litoral e interior. O litoral tem potencialidades turísticas que o interior não tem e a cidade tem um núcleo comercial e negocial que o interior também não tem. Nós no interior temos que trabalhar o dobro para chegar ao mesmo sitio. É um trabalho desafiante”, explica o responsável. Para além da riqueza natural, Maxial e Monte Redondo são também férteis em património histórico e cultural, como atestam as suas duas filarmónicas da Freguesia, a Aldeia Grandense e a Ermegeirense, com 122 e 135 anos cada. Alvo de um êxodo acentuado até aos anos 80, esta região vê também agora ressurgir um maior fulgor económico, fruto em grande medida dos apoios dados à agricultura, principal atividade da região. “As principais atividades são a atividade agrícola, com a fruticultura, e a florestal. O nosso território é essencialmente ocupado por eucalipto. A vinha também sempre teve muita importância e tem cada vez mais pujança. E está agora a aparecer um fenómeno de aproveitamento dos terrenos para cultura da árvore de fruta: a pera rocha por exemplo”. União pacífica O processo de unificação de algumas freguesias no território nacional ocorreu nos anos de 2012/2013, decorrente das alterações decretadas pelo então governo. Este processo, que decorreu de forma mais agitada em alguns pontos do país, teve contornos pacíficos em Maxial e Monte Redondo, como nos conta Celso Carvalho. Para esta tranquilidade em muito contribuíram os esforços feitos pelos responsáveis das duas anteriores juntas de freguesia. “Considero que as coisas correram bem, apesar de ao princípio terem ocorrido algumas situações menos esclarecidas. A nossa integração foi feita de forma progressiva e numa política de proximidade. O nosso foco foi essencialmente quebrar barreiras entre as duas freguesias”. O maior desafio para o autarca na criação da união de freguesias foi criar uma divisão justa entre os dois territórios, já que segundo a sua perceção embora os territórios sejam próximos, as pessoas e as suas necessidades são diferentes.

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“Mantemos as duas sedes de junta de freguesia abertas, funcionam nas mesmas horas por dia e têm os mesmos serviços. Nada foi suprimido às pessoas. A própria assembleia de freguesia tentamos fazer descentralizada, umas vezes em Maxial e outras em Monte Redondo. Naquilo que é a nossa ótica promovemos o equilíbrio e usamos o maior esforço e sensatez para que as pessoas sintam que nada perderam”, explicou Celso Carvalho. Uma região que convida A principal meta de Celso Carvalho, que tem já alinhada a recandidatura à presidência da união de freguesias, é a melhoria contínua da qualidade de vida da população de Maxial e Monte Redondo. Um trabalho que o próprio reconhece ser contínuo, mas do qual já


Freguesia Maxial e monte redondo| torres vedras

verifica alguns frutos, como nos refere. “Hoje em dia Monte Redondo já tem centro educativo com todas as crianças concentradas num só edifício, no Maxial o centro educativo será uma realidade em 2018. Temos carrinhas de apoio social que vão buscar e levar os miúdos à escola e programas de apoio específicos para crianças e séniores, transversais a todo o concelho. Como somos do interior, aproveitamos tudo para proporcionar as mesmas condições de vida a quem vive no interior, sem que se notem assimetrias em relação

económica da região e dos seus acessos. “Existe muita requalificação para fazer e algumas estradas que precisam de ser feitas de novo. Temos perfeita consciência que não é fácil, mas achamos que lá podemos chegar um dia destes. É um trabalho da Câmara, mas felizmente a câmara tem uma relação muito próxima com as freguesias”, explica. Por último, Celso Carvalho realça os fatores de atratividade de Maxial e Monte Redondo, que considera ser uma região cheia de potencialidade. Para o responsável, a adjacência da região a Lisboa, o clima atrativo temperado pela proximidade à serra e ao mar, bem como o facto de possuir todas as infraestruturas básicas necessárias e um património cultural e gastronómico rico, tornam a região muito

á cidade e ao litoral”. Para o futuro, o autarca tem objetivos concretos, que assentam todos em proporcionar uma maior qualidade de vida a todos os habitantes da freguesia. Para além disto, o presidente da união de freguesias quer também continuar a investir na melhoria de condições de atratividade

atrativa para uma visita ou mesmo para quem decida fazer da mesma a sua residência. “Temos que potenciar aquilo que temos para que as pessoas cá venham, para ficar, para uma segunda habitação ou para usufruir daquilo que nós temos”, conclui.

TORRES VEDRAS

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torres vedras| Fitoplanta

Excelência com 23 anos de história

A Fitoplanta foi pela primeira vez distinguida com a insígnia PME Excelência. Em entrevista a Sérgio Santos e Luís Costa, sócios gerentes da empresa, revelamos o que está na génese desta empresa.

A Fitoplanta dedica-se à produção e comercialização de plantas hortícolas há quase um quarto de século. Este ano, a empresa tem a oportunidade de demonstrar mais um fator distintivo do trabalho que presta, através da primeira distinção enquanto pequena e média empresa de excelência no setor agrícola. “Foi um reconhecimento pelo trabalho feito, não foi por acaso”, destacam os interlocutores. Os entrevistados fazem questão de frisar que mantêm a sociedade há mais de 23 anos, acumulando outras ocupações profissionais para além da Fitoplanta. Ambos são unânimes ao afirmar que foram crescendo de forma sustentada, “a Fitoplanta surgiu como um complemento às nossas outras atividades profissionais. Começámos numa estufa pequena, com um armazém diminuto, comprámos uma máquina usada em Espanha, na altura nada era simples e o conhecimento sobre este ramo em Portugal era pouco e teórico, arranjámos um pequeno financiamento, trabalhámos muito”, acrescentando que “o gosto por este trabalho é o segredo”. Questionados sobre a evolução da Fitoplanta, Sérgio Santos e Luís Costa afirmam que “teve uma evolução considerável nestes 23 anos. Começámos com Sérgio Santos e Luís Costa Administradores

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fitoplanta | torres vedras

estufas de madeira, com regas, tratamentos e adubações manuais. Hoje, as estruturas são todas em aço galvanizado e todo o sistema é informatizado desde as regas, passando pelos tratamentos e adubações, controle de temperatura e humidade dentro dos viveiros até à logistíca. Toda esta inovação e tecnologia representaram investimentos avultados. Atualmente, temos dois hectares de viveiro, fomos crescendo progressivamente. Optámos sempre por ter um negócio de dimensão média, porque o objetivo é trabalhar pela qualidade e não pela quantidade”. Adiantam que não

Dedicamo-nos à produção e comercialização de plantas de couves, tomate, alface, courgette, pepino, entre tantas outras variedades, tentando acompanhar a constante busca de novas culturas e métodos que o mercado exige”. Sobre o tipo de clientes que procuram a empresa, os interlocutores, revelam: “Temos clientes de grande e pequena dimensão, clientes que praticam agricultura de subsistência, outros que vendem em feiras, ou seja, temos o cliente profissional com estufas ou de ar livre e depois, os clientes que operam para o mercado amador. Em termos geográficos

trabalham ainda “com flores, nem com produtos biológicos, sendo que este último será eventualmente o futuro na agricultura.

sempre nos vocacionámos para trabalhar, sobretudo, no concelho de Torres Vedras pela área de estufas nele existente, nos

concelhos da Lourinhã e Peniche pela importância das brássicas nas suas economias e no concelho de Mafra pela tradição nesta atividade. No futuro, “queremos manter a qualidade do nosso serviço e a satisfação do nosso cliente. Pretendemos evoluir e acompanhar as inovações inerentes ao setor, queremos ser competitivos e continuar presentes no mercado”, concluem.

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torres vedras| AgroPatrocínio

“Tudo o que seja produtos para a agricultura, nós fornecemos”

Henrique Patrocínio Administrador

Desde a sua fundação em 1987, a AgroPatrocinio tem crescido como uma empresa altamente qualificada na comercialização de produtos e materiais destinados ao setor agrícola.

Localizada em Brejenjas na freguesia de Silveira, concelho de Torres Vedras, a AgroPatrocinio tem como objetivo satisfazer as necessidades dos agricultores da região Oeste. A empresa prima pela qualidade dos seus produtos e serviços e pelo acompanhamento personalizado aos seus clientes. O nosso entrevistado, Henrique Patrocínio, sócio gerente da empresa, relata o início desta aventura. “Comecei em 1987 com uma pequena loja com cerca de 30 m2, mesmo aqui na localidade Brejenjas, mas rapidamente senti necessidade de expandir. Passados cerca de cinco anos fui obrigado a fazer um espaço maior e as coisas foram crescendo e hoje em dia, já passados todos estes anos, tenho um espaço com cerca de 700 m2, onde realmente tenho todas as condições em termos de fornecimento de produtos”. Sempre com uma mente inovadora, o fundador da AgroPatrocinio, lembra-se

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que começou com uma pequena exploração de morangos. “Sempre senti a necessidade e é um gosto pessoal que tenho pelo setor agrícola”. Dentro do estabelecimento, os clientes podem encontrar uma panóplia de produtos da família dos agroquímicos, adubos, pequenas máquinas agrícolas, madeiras tratadas, redes, acessórios e sistemas de rega e não se podia deixar de falar do bestseller, os plásticos para as estufas. Estando localizado numa região dominada pelo cultivo das hortícolas onde grande parte das produções são realizadas dentro de estufas, a AgroPatrocinio disponibiliza plásticos negros para o chão e plásticos de qualidade para a cobertura da estufas. “ Fazemos venda direta no balcão e entrega ao domicílio tanto de plásticos como de todos os outros produtos existentes no estabelecimento”. Para além dos produtos mais direcionados para os clientes que se dedicam inteiramente à agricultura, a empresa também disponibiliza produtos e acessórios destinados a clientes que tem um espaço mais reduzido para a prática de pequena agricultura e jardinagem. “Nós alargamos um pouco o leque, incluindo produtos ligados à bricolage e acessórios de jardinagem, no sentido de dar resposta às necessidades daquele individuo que tem um jardim ou para as pessoas que se dedicam essencialmente á agricultura caseira”. É importante para Henrique que o seu

cliente se sinta satisfeito a tempo inteiro e por isso, aposta na proximidade mostrando-se disponível sempre que necessário. “Estar realmente próximo do agricultor é importante, a empresa pode estar fechada mas o telefone está sempre ligado”. 30 anos de atividade agrícola A AgroPatrocinio é uma empresa que começou com uma pequena loja e que gradualmente foi crescendo, tendo hoje em dia, uma estrutura adequada às suas necessidades. Três décadas de existência é um marco muito importante para a empresa que sempre fez questão de acompanhar os agricultores e estar sempre na vanguarda. “Hoje em dia temos que estar atualizados em termos de produtos para o agricultor e dar realmente as melhores ferramentas para eles produzirem mais e melhor. Saber o que é que se passa no mundo das inovações para a agricultura”. A empresa primase por ser consecutivamente uma referência na comunidade onde está inserida e no panorama agrícola regional. A AgroPatrocinio continua a crescer e a consolidar-se no mercado nacional, marcando presença numa área bastante alargada, de norte a sul e ilhas. O futuro parece ser bastante risonho para esta empresa familiar, que tem como perspetivas continuar a crescer de uma forma gradual juntamente com a comunidade de agricultores.



torres vedras | campotec

Da natureza para o consumidor

Luís Trindade, José Burnay e Jorge Soares Administradores

Situada no litoral Oeste, a poucos quilómetros de Torres Vedras, a Campotec SA é uma empresa dedicada à produção e comércio de frutas e produtos hortícolas. Em atividade desde 1994 é reconhecida enquanto Organização de Produtores Hortofrutícolas e considerada uma das maiores empresas do setor em Portugal.

Nos dias que correm, a alimentação saudável assume-se, cada vez mais, como uma das grandes preocupações das autoridades de saúde. Em Portugal, a Campotec tem um papel de relevo na promoção e produção de alimentos benéficos para a saúde. Os seus administradores explicam aos nossos leitores o que os motivou a fundarem uma empresa que une diversas entidades de produção agrícola e que aposta na inovação. Com mais de vinte anos de atividade, a Campotec nasce da vontade de um grupo de indivíduos, que perspetivaram um imenso horizonte de produtores agrícolas unidos e voltados para o mercado da exportação. “Eramos todos produtores, mas sabíamos que sozinhos não possuíamos força

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necessária para nos iniciarmos no universo da exportação”, foi este um dos motivos que levou à união dos primeiros produtores da empresa, explica o Presidente do Conselho de Administração, Eng.o José Burnay. Sustentabilidade empresarial Desde os primórdios da empresa, que os três atuais administradores foram autênticos visionários, ao apostarem no mercado da alimentação saudável aliado ao desenvolvimento de novas técnicas de produção. Pensando na sustentabilidade da sua empresa, entenderam que “não seria rentável criar uma área de negócio centrada num só produto”, motivo que os levou a apostar em três áreas

distintas: a fruta, a batata e os hortícolas. O cultivo destes alimentos permite-lhes produzir, colher e distribuir durante todo o ano. Foi precisamente desta ideia, que surgiu a necessidade de criarem uma organização de produtores consistente, inicialmente formada por, aproximadamente, catorze associados. O desenvolvimento de produtos nesta empresa vai para além da incorporação de inovação, neste caso, obrigaram e obrigam constantemente à produção de novos conhecimentos técnicos e científicos. A Campotec orgulha-se de já ter participado em mais de 20 projetos de investigação e desenvolvimento de natureza científica, na qualidade de promotor ou parceiro. É a única Organização de


campotec | torres vedras

Produtores Hortofrutícolas em Portugal que tem Núcleo de I&D certificado. Alimentos de quarta gama No ano de 2010, a Campotec investiu na produção de alimentos de quarta gama, tornando-se pioneira em Portugal. “Os produtos de quarta gama são produtos hortofrutícolas frescos que se apresentam lavados e desinfetados, cortados ou não e que mantêm as caraterísticas da matéria-prima devido à atmosfera protetora da embalagem em que se encontram”. Neste momento, produzem os mais diversos alimentos, de entre os quais as saladas variadas, batatas cortadas em vários formatos e frutas minimamente processadas, tudo pronto a comer. Para conseguir ter um produto desta gama no mercado, a Campotec está atenta a cada segmento do processo de produção, pois, como nos explica o Eng.o e Administrador da empresa, Jorge Soares, é necessário terem à disposição a variedade de alimentos mais apta para receber o processamento tecnológico, respeitarem o corte, desinfeção e centrifugação de cada produto, selecionarem meticulosamente os tipos de embalagem adequados e garantirem um armazenamento e transporte adequados. Tudo isto, para que o alimento chegue ao consumidor final sem perder sabor e qualidade.

Esta forma de trabalho permite-lhes ocupar um lugar de referência ao nível da exportação, assumindo também em Portugal um papel significativo. Afirma, o Administrador Eng.o Luís Trindade, que as suas “apostas inovadoras são capazes de contrariar as importações em Portugal e trabalhar de forma consistente o mercado de exportação”. De PME a Multinacional Atualmente, o grupo Campotec conta mais de oitenta sócios, empregando mais de 400 trabalhadores, nas suas várias empresas, entre os quais, quinze técnicos superiores. Este crescimento de pessoal acompanhou todo o progresso natural deste grupo. Sobre o crescimento, os administradores, falam-nos da importância da atuação das Câmaras Municipais na esfera empresarial, elogiando o seu Município pela “parceria extraordinária que desenvolve com as empresas do concelho, desde a sua origem à fixação no mercado”. Estão conscientes de que esse apoio foi uma mais-valia que lhes permitiu crescer no terreno. Neste momento, ocupam uma área coberta com cerca de 10.000 m2, implantada numa área total de 20.000 m2, destinada à conservação e processo de embalamento de produtos. A cerca de um quilómetro de distância da central, possuem um outro espaço coberto, com 4.200 m2, exclusivamente destinado à conservação da Pêra Rocha e da Maça de

Alcobaça. Campotec em Portugal e no Brasil Quando Portugal já não era suficiente para aumentarem a sua produção, partiram em busca de novas oportunidades de negócio no Brasil. É nas suas terras quentes, que concentram grande parte da produção de Pêra Rocha, para além da produção, já significativa, de maçã e ameixa. “Este investimento teve início em 2004 e veio complementar o mercado da Campotec”, refere o Eng. Luís Trindade. Para além do desenvolvimento da quarta gama, foi também no ano de 2010, que os administradores voltaram a “redesenhar um plano estratégico (2010/2030) e a desenvolver novas áreas de negócio, através da inserção de seis empresas num só grupo empresarial. “Fomos uma organização de produtores que não quis envelhecer, mas que se quis renovar por esta via útil e vantajosa, que passa por criar constantemente novas áreas de negócio que se complementam”, afirma o Eng.o Jorge Soares. A estratégia da Campotec permitiu-lhe também conquistar um lugar de referência nas cadeias de hipermercados em Portugal. “Somos um parceiro de referência nos hipermercados e cadeias alimentares de elevada importância como a Mc Donalds. Estamos presentes em quase todo o lado, trabalhando e expondo o nosso produto de forma

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torres vedras | campotec discreta, de acordo com as solicitações dos nossos parceiros.” É por este motivo, que talvez nunca lhe tenha saltado à vista a marca Campotec, pois, os seus produtos apresentam-se no mercado com marcas próprias dos seus parceiros de negócio. Responsabilidade social e valorização do agricultor Caída no esquecimento de grande parte da população portuguesa, a agricultura, parece estar agora a regressar em força. Segundo os administradores, a sua empresa, não aposta apenas no consumidor final, focando-se também no apoio a dezenas de jovens empreendedores, que se estão a estrear no ramo da agricultura e que apostam no desenvolvimento de novas tecnologias de produção. Os nossos entrevistados, consideram que “a elevada multidisciplinaridade da Campotec, aumenta consequentemente o nível de responsabilidade social.” Estão conscientes da importância da empresa enquanto meio de sustento para centenas de agregados familiares portugueses e brasileiros e, por isso, têm uma atenção especial na forma como gerem toda a parte financeira e comercial. Sabem, que se por exemplo, não escoarem todo, ou grande parte do volume de produto existente, “as famílias de produtores agrícolas saem prejudicadas, por isso, a responsabilidade social vai para além dos colaboradores diretos da Campotec”, comentam. É deste modo, enquanto Organização de Produtores Hortofrutícolas e respirando um verdadeiro e inovador espirito de associativismo agrícola que atualmente produzem entre 35.000.000 a 40.000.000 Kg de frutos e legumes, gerando uma faturação atual na ordem dos 30 milhões de euros por ano. Dada a sua natureza associativa a Campotec entende ter uma responsabilidade social igualmente importante no seu setor e na região, razão pela qual vê e participa ativamente nas iniciativas associativas que entende vitais para a afirmação do sector hortofrutícola nacional, desde logo, membro fundador da ANP-Associação Produtores de Pera Rocha, da FNOP-Federação Nacional das Organizações de Produtores, do COTHN-Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, da APMA-Associação de Produtores de Maça de Alcobaça, da PROBATATA-Associação de Produtores e Exportadores de Batata, da PORTUGAL FRESCH, entre outras. Prestígio assente na credibilidade Na Campotec a credibilidade é o lema da casa. Cumprir com os prazos exigidos é um elemento crucial para satisfazer o cliente e conferir à empresa um elevado nível de fiabilidade e prestígio. “Trabalhamos para prestar um serviço de excelência ao nosso cliente. Sabemos que os nossos parceiros confiam na Campotec, porque honramos os nossos compromissos”, afirma o Eng.o Jorge Soares. Em suma, “a natureza bem entregue” e a credibilidade são o cartão de visita desta empresa, onde a qualidade no produto se mantém fiel da origem ao consumidor final. Em traços gerais, pelas palavras do seu Presidente, “a Campotec tem sido uma empresa que tem vivido de muita inspiração e transpiração, que tem aberto portas a novas soluções e que opta por defender a produção nacional”.

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torres vedras| fepal

Empresa que satisfaz as necessidades do cliente Foi no ano de 1990 que Joaquim e Leonilde Santos, juntamente com outro sócio que entretanto deixou o projeto, decidiram criar a Fepal, uma empresa dedicada exclusivamente ao fabrico e distribuição de caixas de cartão, madeira, paletes e palotes.

Bruno Santos CEO

as encomendas dos clientes. As encomendas que recebem hoje em dia, recebem-nas para embalar e sair no camião, hoje ou amanhã”. Com uma grande área de armazenamento a empresa possui várias máquinas próprias para o fabrico das embalagens, garantido assim ao cliente um serviço a tempo inteiro. Nada deste processo era possível sem o trabalho dos cerca de 60 funcionários, que trabalham com todo o esforço e dedicação. “O número de colaborares tem sempre evoluído, existe uma necessidade de ter mais pessoas e de procurar formar os funcionários e incutir o espirito do serviço e de sacrifício que é preciso ter na empresa”. Produtos A Fepal preocupa-se em utilizar uma matéria-prima de qualidade, e como tal, proporcionam ao cliente a opção de embalar os seus produtos em embalagens anti-humidade que são resistentes quando submersas por água. “ São caixas de cartão mas é um cartão que tem duas laminações de plástico que são mesmo resistentes á agua em alguns produtos como os legumes, alfaces que tem muita humidade e as próprias pessoas para conseguirem conservar os produtos para eles aguentarem mais tempo na câmara Sediada em Ponte do Rol no concelho de Torres Vedras, a empresa começou por se dedicar às embalagens de madeira mas gradualmente virou-se mais para as caixas de cartão. A Fepal é detentora da empresa Embala na Hora que está situada em duas localizações: Bombarral e Alcobaça. Esta empresa tem a mesma finalidade que a Fepal. Apesar do principal foco ser na zona oeste devido ser uma das principais zonas de produção de agricultura que necessita deste tipo de embalagem, a Fepal também está presente no sul do país, mais concretamente no Algarve. O nosso entrevistado, Bruno Santos, administrador da Fepal, explica como é que a empresa tem vindo a ter sucesso ao longo dos anos. “ A nossa forma de trabalhar, o nosso ganho em relação a outras empresas no mercado é que nós trabalhamos muito e no momento, just in time, as pessoas encomendam para hoje ou para amanhã, funciona tudo muito assim e nós temos uma frota de distribuição muito grande,

é destino a artigos hortícolas mas pontualmente a empresa cria outro tipo de caixas para outros produtos fora do setor agrícola. Ao longo de 27 anos a empresa tem vindo a marcar a sua presença no mercado por ter criado uma solução para um problema dos produtores e armazenistas. “As pessoas têm vindo a eliminar muito dos grandes stocks em armazéns para conseguirem ter as coisas arrumadas, o que lhes causa um monte de problemas por terem este tipo de coisas de ter dentro dos armazéns - eles dedicam-se ao trabalho deles e nós dedicamos ao nosso que é entregar as caixas quando eles necessitam”. A proximidade com o cliente criou uma mais-valia, a confiança numa entrega rápida e eficaz. A Fepal concebe uma solução rápida para o seu cliente. “Chegar perto dele com uma chamada muito rápida e conseguimos estar junto a eles e resolver os problemas,

temos certa de 17 viaturas pesadas a distribuir caixas, temos uma equipa humana muito forte, só nos dedicamos a isto”. A Fepal oferece ao seu cliente um serviço completo, com embalamento e rapidez na entrega e com uma grande variedade de caixas e paletes. A maior parte do embalamento

isto hoje em dia existem muitas formas de embalar o mesmo produto, uma caixa maior uma mais pequena, num formato, noutro, e então as pessoas não tem capacidade para ter tudo em casa e também não conseguem ter um planeamento porque nunca sabem quando é que vão receber

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frigorifica e nos transportes, regam mesmo as couve ou as alfaces mesmo depois de embaladas, ou seja, há quem passe com as paletes de produto já debaixo de chuveiro e deixa para aguentar por muito mais tempo, e isso não afeta a embalagem “. Os produtos centram-se nas embalagens de cartão, auto montáveis, embalagens de madeira, paletes, palotes e embalagens de grande formato. O design também é importante para as empresas, sendo que a Fepal disponibiliza serviços nesse sentido. “Dentro do cartão normal temos sempre um leque muito grande de medidas que são embalagens genéricas, são totalmente negras, são descaracterizadas, hoje em dia temos quase todos os clientes com marcas próprias ou mais do que uma marca para fazer várias imagens para chegar a diversos tipos de mercado com identidades diferentes, nós fazemos tudo isso, ajudamos a por as imagens preparamos as coisas nos vários tamanhos e mantemos aqui uma disponibilidade muito forte de entrega imediata ao cliente, ou seja, o cliente no inicio da campanha prepara as coisas connosco e depois nós temos aqui sempre venda meio camião ou venda a 10 camiões daquele material da fruta dele mas nós podemos entregar isso rápido”. O cliente pode entregar a parte do design já finalizada, pode também ser desenvolvida em conjunto ou então pode ser criada por inteiro na Fepal. Perspetivas Na retrospetiva nacional o setor da agrícola sempre foi caracterizado por ter momentos inconstantes mas nos últimos anos tem vindo a crescer de forma positiva. A Fepal é a empresa que condiciona e acarinha os produtos da terra, de acordo com Bruno Santos, “ o principal consumo de todas as embalagens é sobretudo a exportação, ou seja, quando eles estão a exportar também nos

Ricardo, Joaquim e Bruno Santos Administradores

fepal | torres vedras

estamos a vender mais”. Atualmente os clientes pode encontrar a empresa em quatros pontos estratégicos, o futuro passa por “tentar chegar a alguns pontos mais em outros locais do país que não estão bem explorados e consolidar bem aquilo que temos, mantendo a nossa qualidade de serviço e tentar nunca falhar com os nossos clientes para eles sentirem confiança em nós, porque a principal chave desde negocio é as pessoas terem confiança, porque nós vendemos um produto, mas mais do que um produto é um serviço que damos, porque há muita gente que possa fazer este produto, mas não a fazer este serviço”, explica o administrador.

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ERRATA Na edição passada, por lapso, referimo-nos a Ricardo Paiva da Hélio Paiva como Tiago Paiva. Aos visados apresentamos as nossas sinceras desculpas.

LEIRIA, CAPITAL DA INOVAÇÃO Leiria é cidade e é distrito. Quando pronunciamos o seu nome somos transportados numa viagem através do tempo, que nos leva ao passado. Deixem-se conduzir, caros leitores, até ao século XIV, onde Portugal ainda era reino e quem o reinava era D. Dinis. Foi este rei e senhor o responsável por expandir a plantação do famoso Pinhal de Leiria, cuja madeira serviria, nos séculos seguintes, para construir as naus utilizadas nos Descobrimentos, um dos maiores (senão mesmo o maior) feitos que o português alguma vez levou a cabo. Permanecemos na nossa viagem por tempos passados e encontramo-nos no ano de 1422, onde D. João I autorizava a instalação de um moinho de papel, que viria a ser a primeira fábrica deste material em Portugal. Atualmente, o moinho foi convertido em museu, um projeto arquitetónico que tem a mão de Siza Vieira. Prosseguimos ao longo das décadas, cada vez mais nos aproximamos do Tempo Presente. A nossa próxima paragem é o Século XX, época na qual a posição estratégica e vantajosa de Leiria no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, o que produziu um desenvolvimento considerável e notório da cidade e da sua região envolvente. A História encontra a Cultura nesta região, que anos mais tarde veria o prestigiado escritor português, Eça de Queirós, aqui escrever a sua primeira novela realista. Chegamos aos dias de hoje. Se até este momento, caros leitores, não ficaram convencidos das maravilhas que compõem este território, desafio-os a visitarem o Castelo de Leiria, monumento emblemático que se ergue imponente sobre o rio Lis e contrasta da paisagem natural circundante. A nível empresarial destacam-se os plásticos, os moldes e os vidros, no entanto, uito mais áreas estão a ser desenvolvidas, muitos mais negócios a ser criados, muito mais investimento a ser implementado, destacando-se a hotelaria, a restauração, o automobilismo, e a cultura. Não fosse Leiria a principal candidata a ser a próxima capital da cultura. Para mais, a região tem um pouco de tudo, desde o agradável clima, às infraestruturas completas, a presença do desporto e uma vasta oferta no que é relativo à educação, sem deixar de referir o extremamente rico património, os museus, o artesanato, o entretenimento, até à gastronomia e ao turismo. Praias, muitas praias compõem este distrito. Como vê, dífícil é não agradar!

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leiria, capital da inovação | lubrigaz

Lubrigaz funciona a todo o gás

Nuno Roldão Administrador

Lubrigaz é um concessionário oficial Volkswagen, Skoda e Audi, sob a designação Lubrisport, com uma equipa cumpridora dos standards das marcas, especializada em assistência técnica e serviço de pós-venda. Foi em conversa com Nuno Roldão, um dos administradores desta empresa, que a Revista Business Portugal ficou a conhecer a realidade do setor automóvel do distrito de Leiria. O resultado dessa conversa segue abaixo.

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O nosso entrevistado é licenciado em Educação Física mas, quis o destino, que enveredasse pelo ramo automóvel. Embora sem formação, garante que teve todo o apoio da sua equipa que o tornou no profissional que é hoje. A Lubrigaz foi fundada em 1940 para comercializar lubrificantes e gás. Na altura, foi responsável pela montagem do primeiro esquentador em Leiria. A sociedade atual foi fundada por quatro ou cinco empresários e foi evoluindo, atravessando o período da guerra, que levou a que a empresa fizesse uma reestruturação, iniciando-se no ramo automóvel: “Na altura as empresas compravam e vendiam carros e era o que nós fazíamos em paralelo com a atividade inicial dos lubrificantes e do gás. Em 1952 foi quando surgiu a parceria com a Volkswagen e, a partir daí, fidelizámo-nos ao grupo e passámos apenas a representar essa marca


abandonando o negócio dos lubrificantes e do gás”, começou por nos explicar Nuno Roldão. O nome, confidenciou-nos, manteve-se devido à credibilidade que este possuía no mercado e o processo de alteração da área de atuação foi muito progressivo e natural: “A Volkswagen surgiu naturalmente, porque era uma marca que na altura procurava implementar-se no mercado e nós estávamos à procura de uma marca com este perfil. Foi uma conjugação natural e uma comunhão de interesses muito feliz”, contou-nos. Já a Lubrisport é uma marca registada pela Lubrigaz, criada para explorar o negócio Audi.

Esta revista faz parte integrante da edição 1632 do Jornal de Leiria, de 22.10.2015

Características das marcas Dedicando-se, atualmente, apenas ao ramo automóvel, a Lubrigaz vive da venda de viaturas, da assistência a viaturas e da venda de peças para viaturas: “A marca Volkswagen, assim como as restantes marcas que representamos, têm como grande atributo a durabilidade, a fiabilidade e o valor seguro. São carros que têm características muito boas com um valor residual muito elevado, ou seja, as viaturas no mercado usado estão muito bem posicionadas”, enumerou-nos o empresário. Já no que diz respeito ao campo de atuação da sua empresa, Nuno Roldão afirmou existir um acordo de cavalheiros que condiciona a venda onde existem parceiros: “Nós não deixamos de vender para fora da nossa zona, quando nos procuram, mas nós não vamos procurar clientes fora daqui. Na componente do pós-venda temos clientes que vêm de outras zonas do país fazer a sua manutenção na nossa oficina e nós estamos em crer que é pelo bom serviço prestado”, disse orgulhoso o administrador da Lubrigaz.

pessoa pode vir falar comigo”, reiterou. A Lubrigaz sempre apostou na formação: “Não a vimos como um mal necessário mas sim como uma forma de abertura para o futuro da empresa. A formação é a tábua de salvação de qualquer entidade. Naturalmente que temos que ter um bom produto, mas isso já temos, por isso somos nós que temos que fazer a diferença”, adiantou. Procura contínua pela perfeição Conquistam-se clientes quando se consegue corresponder, na íntegra, àquilo que o cliente procura: “Nós temos dois tipos de clientes, o cliente fidelizado e o cliente conquistado e aí temos duas lutas, temos que lutar por manter o cliente sempre fidelizado à nossa marca e, por outro lado, engrossar a linha de clientes através da conquista. A conquista faz-se através da qualidade do produto e dos serviços prestados”, esclareceu de imediato. Nestes mais de 75 anos de atividade muita coisa foi feita por esta empresa mas, o segredo, parece estar nos mecanismos que esta possui para evitar que erros voltem a ser cometidos: “Já fomos galardoados com a distinção de uma das 100 melhores oficinas Volkswagen do mundo. Somos PME Líder e trabalhamos, todos os dias, para conseguir ser sempre melhores e atingir mais. Nunca nos damos por satisfeitos”, disse Nuno Roldão. Leiria e o automobilismo O distrito de Leiria caracteriza-se por ter pólos industriais extremamente dinâmicos, “se houvesse mais dois distritos como o de Leiria o país estava a evoluir de uma forma completamente diferente”. A riqueza que é gerada em Leiria extende-se a todo o tecido empresarial, onde a Lubrigaz está inserida e, portanto, esta consegue ter, também, sucesso nas vendas, tendo no último ano crescido em mais de seis milhões de euros na faturação. O parque automóvel de Leiria tem uma caracterização muito vasta que vai desde a frota da empresa para os seus colaboradores, passando pelos quadros intermédios até ao topo de gama para o empresário: “Por isso, nós vivemos em função da economia da região. Em período de crise o setor automóvel é muito afetado mas, quando a economia cresce, esse panorama inverte-se. Nós somos uma empresa exclusivamente virada para o mercado local interno e, por isso, se esse mercado estiver bem, nós estamos bem”, garantiu. O futuro passa por… Esta empresa foi uma das primeiras concessões a ser certificadas pela ISO 9001: “A certificação de qualidade não é mais do que

evidências daquilo que estamos a fazer bem”, e foi uma das três primeiras concessões da Volkswagen a aderir ao veículo elétrico porque entende que o futuro passa por aí, “seja através, numa fase inicial, das viaturas híbridas seja, numa fase posterior, das viaturas elétricas”. O futuro da Lubrigaz passa por fazer mais 75 anos. O futuro da Lubrigaz passa, portanto, por continuar a fidelizar clientes, conquistando outros: “Somos uma empresa vaidosa, consistente e orgulhosa por aquilo que conquistámos”. A par da estrutura-mãe da Lubrigaz, situada em Leiria, juntamente com o hangar da Lubrisport no mesmo concelho, existem também umas instalações nas Caldas da Rainha, com 12 mil metros quadrados. “Temos, também, um terreno na zona industrial de Pombal para uma futura expansão quando o momento for oportuno”, confidenciou, em primeira mão, Nuno Roldão.

UM PERCURSO

DE EXCELÊNCIA

Equipa como pedra-basilar da empresa Neste momento contam-se 93 pessoas a ser lideradas pelo nosso entrevistado e por Frederico Ferreira, o outro membro da administração. Estar à frente, garante, é um trabalho duro mas que se torna fácil devido ao grande espírito de equipa e entreajuda que ali se vive. Todos na Lubrigaz têm noção de que são pedras essenciais desse puzzle: “Temos todos que remar sempre no mesmo sentido que é o da satisfação dos clientes. Eu trabalho sempre com a porta aberta para que os meus colaboradores sintam facilidade no acesso à chefia da empresa. Qualquer

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leiria, capital da inovação|lizdrive

“É uma empresa bastante dinâmica, com uma atitude ganhadora”

Anabela Carreira CEO

A atuar no mercado automóvel, a Lizdrive apresenta-se como uma das principais representantes da marca Ford em Portugal. Com um espaço em Leiria associado ao novo conceito da marca, uma Ford Store, prestam ao cliente um serviço de excelência, que se distingue da concorrência, sobretudo no pós venda e oficina.

“A Lizdrive surgiu do sonho, da paixão e da visão de um homem. Alguém que ambicionava construir um grupo de empresas com relevância na distribuição automóvel no centro do país e com a representação de várias marcas. A esta vontade associou-se a marca Ford e, em 2006, nasceu o projeto. Projeto esse que ficou concluído em 2007, com um espaço de excelência na cidade de Leiria, passando assim a representar a marca Ford na venda de viaturas novas e seminovas, na venda de peças, e na prestação de serviços oficinais”, explica Anabela Carreira, CEO da empresa. Distinguida em 2016 com o prémio “Chairman’s Aword”, atribuído pela Ford Europa a concessionários que se destaquem no serviço prestado, Anabela Carreira acredita que uma das principais mais-valias da Lizdrive é a relação com o cliente, sobretudo no serviço pós venda. “O futuro

satisfação e o serviço prestado são os alicerces da nossa gestão”, afirma a CEO, com Pedro Marques, diretor geral, a enumerar aqueles que considera serem os pilares fundamentais: “é uma empresa bastante dinâmica, com uma atitude ganhadora e com uma qualidade de serviço acima da média”. Outra das principais caraterísticas diferenciadoras é também terem sido a primeira Ford Store em Portugal. “Este conceito foi testado o ano passado na Europa. Em Portugal há seis concessões Ford Store, que para terem esse título têm que cumprir certos requisitos em termos de espaço, dando a possibilidade de ter exposta toda a gama da marca, com modelos como o Mustang e o mais recente Ford, Vignale. Aqui na região centro somos os únicos inseridos neste conceito”, defende Pedro Marques.Com o setor automóvel em evolução, muito devido às mudanças no estilo

posicionou-se no mercado de uma forma diferente. Tem agora uma marca de luxo, a Vignale, tendo assim carros para todos os segmentos. Vai ter uma linha de luxo, uma sport, uma de SUV’s e a clássica. A marca sentiu necessidade de mudar. As pessoas atualmente querem carros mais versáteis, mais pequenos”, explica o diretor geral da Lizdrive. Para a empresa, que viu no ano de 2016 um ano de crescimento e afirmação, também o panorama nacional está a alterar, com os portugueses a falarem cada vez menos de crise. “O ano de 2016 foi sem dúvida excelente para o setor automóvel no nosso país, com crescimentos expressivos de venda de viaturas novas, evidenciando a confiança dos consumidores na economia nacional, embora o ritmo de crescimento tenha abrandado de forma evidente no final do ano. Esta boa performance sentiu-se em ambos os segmentos, viaturas

passa pela conquista e fidelização dos nossos clientes, assente numa equipa motivada e profissional, onde a

de vida da sociedade, a Ford foi tentando acompanhar esse progresso, apostando em modelos mais versáteis. “A marca

ligeiras de passageiros e viaturas comerciais ligeiras, sendo agora necessário consolidar esta tendência”, conclui a CEO.

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leiria, capital da inovação | movelar

Qualidade, design e funcionalidade

Anabela Rino, Mário Rino e Filipe Rino Administradores

A empresa Movelar, especialista na produção de pré-fabricados de betão iniciou a sua atividade, em 1979. Sediada no Parque Industrial de Porto de Mós, no distrito de Leiria é uma autêntica referência não só a nível nacional como internacional dentro do seu setor. Em entrevista à Business Portugal, a família Rino, apresenta a marca, a Tuozi, que prima pela inovação no design e funcionalidade.

Corria o ano de 1979 quando Mário Rino deu início à empresa familiar, hoje gerida em parceria com os seus dois filhos, Anabela Rino e Filipe Rino. Conta este último, que o seu pai fundou a empresa “com uma pequena produção, que aos poucos foi evoluindo e crescendo no mercado nacional, tendo-se expandindo, mais tarde, a outras áreas de produto, nomeadamente à produção de churrasqueiras.” Orgulhoso com o sucesso da Movelar, Mário Rino acrescenta: “o desenvolvimento do negócio tomou um rumo inesperado, comecei em nome individual, a fabricar outro tipo de produtos menos complexos. Iniciámos a produção de churrasqueiras e O volume de negócio aumentou consideravelmente”. Tuozi, uma marca única A Movelar foi conquistando o seu mercado, dentro e fora das fronteiras nacionais, investindo

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na qualidade dos seus produtos, essencialmente através das tradicionais churrasqueiras de tijolo. Contudo, a vontade de inovar falou mais alto e levou a família Rino a apostar numa nova linha de produtos que se diferenciasse. Assim, nasceu em 2008, a Tuozi, com os seus produtos de design moderno e com um elevado espectro de funcionalidades. “A marca mãe continua a ser a Movelar, mas aquela que nos permitiu avançar mais no mercado foi, sem dúvida a Tuozi”, reforça Filipe Rino. Questionados sobre o principal fator que os levou a criar uma nova marca, a família Rino entende que o facto de o “cliente estar mais exigente e mais atento aos pormenores”, foi um dos fatores impulsionadores, a par com necessidade de se diferenciarem do restante mercado e de potenciarem as funcionalidades de uma churrasqueira ao ar livre. “Neste momento nós já não falamos só de churrasqueiras, mas de cozinhas de exteriores, pois a partir do elemento base que é o barbecue expandimos uma serie de funcionalidades, como módulos de cozinha com bancadas, lava-loiça, forno de lenha, grill a gás e outros acessórios, que ampliam as possibilidades a uma experiência mais completa de cozinhar ao ar livre”, realça o nosso entrevistado, Filipe Rino, responsável comercial e de desenvolvimento de produto da TUOZI/ MOVELAR. Sensível ao design do produto e arquitetura onde vai ser inserido, Filipe Rino, formado em arquitetura, entende que houve necessidade de criarem “uma linha fina e avançada, que fosse ao encontro da exigência e da compatibilidade de um determinado tipo de produto com a arquitetura que o circunda”. Acrescenta, que a evolução arquitetónica dos últimos 20 anos fez com que se tenha “um cuidado e uma atenção maior do desenvolvimento do habitar a casa, que se estende cada vez mais aos espaços exteriores. De certa forma, este avanço veio potenciar o desenvolvimento da cozinha ao ar livre, nesses espaços”. O design destaca-se, mas a Tuozi não se focou apenas na adoção de uma linha mais moderna. Segundo Anabela Rino, na Tuozi utilizam “o conhecimento técnico que adaptaram a este novo conceito, através da utilização de novos materiais e processos de fabrico. Também


movelar |leiria, capital da inovação foram potenciados os detalhes de acabamento, a funcionalidade do produto e a capacidade de se poder ajustar a cada espaço”. Falamos na revolucionária Tuozi, mas a marca mãe não foi esquecida. “Nós não deixamos de lado a churrasqueira de tijolo tradicional, mas aplicamos alguns dos métodos de desenvolvimento de produto da Tuozi à marca tradicional. Neste momento há um desenvolvimento equilibrado entre a Tuozi e a Movelar”, explica Filipe Rino. Consolidação no mercado “A Tuozi é a grande responsável pelo crescimento da empresa, por várias razões, de entre as quais, pelos negócios que surgiram desde o aparecimento da marca”, refere o fundador da empresa. Também a consolidação no mercado internacional se fortificou a partir de 2008, com o aumento da exportação. Atualmente, “a exportação é feita para cerca de 15 países distintos, de entre os quais, Espanha, França, Bélgica e Alemanha”. Não esquecem Portugal, mas a venda nacional representa apenas 15 por cento. Atentos aos diferentes mercados, participam em várias feiras internacionais, ligadas ao setor, pois acreditam que “cada mercado tem as suas especificidades. A nossa produção não está só atenta à experiência interna, damos especial atenção ao que vemos fora das nossas fronteiras e aos pedidos e feedback dos nossos clientes”, afirma Mário Rino. Foi colocada à família Rino a seguinte questão: Distinguiriam um produto Tuozi no meio de centenas deles de marcas distintas? Na resposta não houve hesitações, obtivemos um claro e confiante, “sim”. “Tentamos ter um produto sempre fiel aos princípios da marca, com as linhas inovadoras ciadas por nós, mas com a qualidade de sempre e isso permite-nos distingui-la das restantes”, reforça Anabela Rino. Portugal pode não ser o mercado alvo principal da família Rino, mas no que toca a fornecedores de matéria-prima ocupa o primeiro e único lugar. “Damos preferência à qualidade das matérias-primas à proximidade, por isso os nossos fornecedores são todos nacionais”, comenta Mário Rino. De Portugal para o mundo, as preocupações ambientais são assunto sério na empresa da família Rino. “Damos valor à sustentabilidade ambiental da produção, não usamos gás nem eletricidade para a secagem dos betões, tudo é obtido pelo processo natural de evaporação”. No que diz respeito a águas residuais, a Movelar trata-as numa ETAR interna e voltam de novo ao processo, o mesmo acontece com os restos dos betões secos, que são triturados e entram novamente para a produção. Inovação na ordem do dia Interrogado sobre se contribuíram de alguma forma para que Leiria fosse considerada Capital da Inovação, Filipe Rino diz: “Eu acredito que sim. Leiria e os seus empresários mantêm uma atitude muito ativa e positiva ao nível empresarial. Aqui queremos sempre fazer mais e melhor, sempre com a visão posta no futuro”. Os criadores da Movelar e da Tuozi entendem, que na área em que operam se podem considerar inovadores, pois “ não há em Portugal ou na Europa um produto comparável ao da Tuozi, que tenha este design, relação qualidade preço e uma gama de oferta tão extensa”, comenta Filipe Rino. Acrescenta Anabela, que quando lançaram a Tuozi “foi algo absolutamente inovador, não havia nada semelhante no mercado, não foi uma cópia de nada, mas uma ideia própria que surgiu e se foi desenvolvendo internamente”. Movelar, Tuozi, o que vem a seguir No ano corrente, a família Rino espera “algum crescimento dentro do mercado europeu”. “O mercado internacional é competitivo e uma empresa Portuguesa tem de construir o seu nome e investir para o alcançar. Não queremos abandonar o mercado nacional ou o europeu, mas temos vindo a crescer e alcançar outros mercados fora da Europa.

Rua Principal, Lote 17 C | Zona Industrial de Porto de Mós | 2480-407 Porto de Mós Tel. +351 244 481 036 | +351 244 482 003 | movelar@movelar.pt

www.movelar.pt | www.tuozi.pt

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leiria, capital da inovação | tecnocanto

Reconhecimento além-fronteiras

Fundada em 1997 na zona de Leiria, a Tecnocanto é uma empresa especializada em serviços e produtos de apoio à indústria. Com a gestão nas mãos da segunda geração da família Canto, a empresa, detentora do título de PME Líder desde 2008, aposta agora na internacionalização como fator de desenvolvimento no futuro.

A Tecnocanto foi criada por Mário Canto, atual administrador da empresa, que há 20 anos teve a iniciativa de fundar um negócio de cariz familiar especializado na prestação de serviços e produtos de qualidade para apoio à indústria. Atualmente com os filhos Leandro Canto e João Canto a seu lado, como diretorgeral e diretor de marketing respetivamente, o fundador da empresa pode testemunhar o desenvolvimento e internacionalização da marca que idealizou. Em entrevista à nossa revista, os dois responsáveis destacam que a empresa é especializada em equipamentos para extrusão, eletricidade e automação industrial, bem como na venda de produtos de marcas exclusivas, apoio técnico e conceção de projetos de engenharia e de equipamentos exclusivos para os mais diversos projetos industriais. “O ADN da Tecnocanto é a qualidade, o serviço pós-venda, a inovação e tecnologia. Temos apostado muito na inovação, na nossa área se não inovarmos e se não procurarmos tecnologia de ponta num curto espaço de tempo ficamos para trás”, explicam. Um dos exemplos mais recentes desta filosofia da empresa é a aposta recente, na fabricação de equipamentos de extrusão para a área médica/hospitalar. Com grande ênfase na criação de soluções e equipamentos criados com tecnologia de ponta, a Tecnocanto foi pioneira na Europa na criação da máquina de embalagens flexíveis para líquidos - bag-in-box. “Esta é a máquina onde se nota toda a tecnologia e qualidade de construção que temos. É a mais complexa máquina que oferecemos, fabricada em Portugal e com um consumo energético inferior em 83% à concorrência. Neste momento somos os responsáveis por todas as máquinas deste tipo em território nacional e temos algumas implementadas fora do país”, explicam os responsáveis. Embora com predominância no trabalho com a indústria de plástico e de reciclagem, a Tecnocanto está preparada para elaborar projetos à medida de qualquer cliente nas mais variadas áreas de produção industrial, como explicam Mário e Leandro Canto. “Nós realizamos equipamentos por medida, máquinas que os nossos clientes não conseguiam encontrar no mercado

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tecnocanto | leiria, capital da inovação as quais desenvolvemos de raiz, temos esta capacidade de entregar um projeto chave na mão”. Uma relação de confiança A aposta marcada na inovação feita pelos responsáveis da Tecnocanto passa não só pelo planeamento da estratégia da empresa e pela escolha dos melhores materiais, mas também pela seleção da equipa. A escolha de profissionais motivados e qualificados é essencial para os responsáveis da empresa, que gerem neste momento uma equipa de 23 pessoas, composta na maioria por técnicos especializados e engenheiros. Para Leandro e Mário Canto, a formação é um fator essencial na altura de selecionar os funcionários da Tecnocanto. “Procuramos contratar pessoas com formação académica superior, que tenham capacidade e teorias para apresentar, porque a prática aprendese aqui. Uma coisa tem que complementar a outra”, explicam. A empresa é também uma das primeiras empresas portuguesas a obter a certificação de qualidade segundo a norma ISO 9001:2015 atribuída pela TÜV-

Rheinland. Todo o investimento e aposta da Tecnocanto na qualidade granjeou à empresa a conquista consecutiva do estatuto de PME Líder e um número fiel de clientes, dentro e fora de Portugal. “Fico muito orgulhoso por o nosso trabalho e o nosso nome já serem reconhecidos. Os nossos clientes depositam muita confiança em nós, nos produtos que fabricamos e na assistência que prestamos”, refere Leandro Canto. A exportação representa um volume de negócio com peso de 50 a 60 por cento na faturação da empresa, que tem os seus produtos expedidos para vários pontos distintos do globo. Consolidação de uma marca diferenciadora Seja dentro ou fora do nosso país, a Tecnocanto procura criar uma postura sólida no mercado, que seja diferenciada da concorrência e que permita aos clientes reconhecer imediatamente o trabalho e os produtos da marca. E se em Portugal este é um objetivo mais tangível, devido à limitação de mercado, a concorrência

a nível internacional é maior, como refere Mário Canto. Apesar disto, os responsáveis acreditam que a sua empresa tem margem para se impor, em grande medida pela qualidade que estabelece no seu trabalho, pela constante inovação e pela capacidade de criar projetos à medida dos clientes. “O nosso maior fator diferenciador é o facto de entregarmos um projeto chave na mão. Ou seja, nós desenvolvemos todo o projeto com base naquilo que o cliente quer fabricar”, explicam Leandro e Mário Canto. Para o futuro, os projetos da empresa passam por consolidar os ganhos atuais e apostar na expansão internacional. “A Tecnocanto quer ser a empresa de referência dentro de todos os nossos sectores de atividade. Queremos consolidar essa posição e apresentar aos clientes as melhores soluções, bem como reforçar a nossa presença internacional, para que seja ainda mais forte e importante”, explicam.

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leiria, capital da inovação|sporvil

“Portugal é um país onde se fabrica boa cerâmica”

A Sporvil foi fundada em 1993, em Alcobaça, distrito de Leiria. Começou como uma brincadeira de amigos que fabricavam peças em porcelana. No entanto, o negócio cresceu e alterou-se significativamente. Atualmente, a Sporvil exporta para vários países em quatro continentes. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paulo Bento e Catarina Silva contam como deram a volta ao negócio quando a crise tomou conta do setor.

Paulo Bento e Catarina Silva Administradores

A originalidade mantendo as linhas tradicionais Para se manter há tantos anos no mercado, a Sporvil destacasse pela sua originalidade de peças. Segundo Catarina Silva, é importante não seguir os outros, mas sim ser original para que os seus produtos se diferenciem da concorrência. No entanto, apesar dessa necessidade de ser diferente, é importante manter algumas linhas que sigam os padrões e as tendências sazonais. Unir o fator diferenciador às linhas tradicionais e às tendências sazonais são a combinação adequada para fazer peças que se tornem um sucesso em Portugal e além fronteiras. Falta de mão de obra qualificada Embora a empresa esteja bem posicionada no mercado continua a debater-se com um forte obstáculo: a falta de mão de obra qualificada. Paulo Bento contou, em entrevista, que praticamente não existem engenheiros cerâmicos em Portugal. Os cursos acabaram por fechar por falta de alunos interessados, sendo que essa é uma área onde existe mais oferta

Com um forte crescimento inicial, a empresa viu as suas instalações próprias inauguradas em 2002. No entanto, foi nessa época que o setor sofreu um duro golpe. As importações em massa do Extremo Oriente, de que Portugal tem sido alvo, acabaram por saturar o mercado. Segundo Paulo Bento, nessa época fecharam 90 por cento das empresas do ramo. Quando questionado sobre o que levou a que a Sporvil continuasse no mercado a respostas é simples: “persistência, resiliência e muita luta”. Uma mudança de estratégia na empresa Com o mercado da porcelana saturado, mas com a vontade de continuar, a Sporvil alterou a sua estratégia. Assim, abandonando a porcelana, a Sporvil passou a ser mais uma produtora de artigos de faiança, que por ser mais versátil proporcionou à empresa um novo começo, com novos produtos e novos clientes. De uma brincadeira de amigos a uma empresa exportadora O que começou como uma brincadeira de amigos acabou por se tornar uma empresa com produtos presentes em quatro continentes. Atualmente, a Sporvil exporta para países como a Grécia, França Alemanha, Dubai e Estados Unidos, entre muitos outros países. As exportações são responsáveis por 90 por cento do volume de negócios da Sporvil. No entanto, a empresa continua a atuar em território nacional, onde mantém três importantes clientes.

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de emprego do que procura. Com a falta de mão de obra qualificada, é a própria empresa que tem a necessidade de dar formação sobre os materiais e componentes. O emprego existe neste setor, no entanto é difícil encontrar candidatos qualificados para o mesmo, como conta Catarina Silva. Catarina Silva está nesta aventura com Paulo Bento, quase desde o início. Apesar das dificuldades, a empresa estabeleceu-se no mercado nacional e internacional. Atualmente, os clientes que haviam trocado a cerâmica nacional pela importada do Oriente, estão a voltar ao mercado nacional. A Sporvil leva o nome de Portugal a vários países, onde Portugal é reconhecido pela qualidade da sua cerâmica, e pelo bom serviço que lhes é prestado.


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leiria, capital da inovação | restaurante burro velho

11 anos de Burro Velho

Bruno Monteiro Administrador

Situado junto ao Mosteiro da Batalha o restaurante Burro Velho é já uma referência no distristo de Leiria, procurado e visitado por pessoas de toda aquela região. O segredo do sucesso parece estar na equipa jovem e irreverente que todos os dias recebe os seus clientes com um sorriso no rosto. Mas, para nos explicar os pormenores sobre tudo o que se pode encontrar neste restaurante, a Revista Business Portugal esteve à conversa com Bruno Monteiro, proprietário deste estabelecimento.

É um restaurante tradicional e de caráter informal, valorizado pela qualidade dos produtos servidos e pelo atendimento prestado. Com vista para o Mosteiro da Batalha, o Restaurante Burro Velho dispõe de um espaço acolhedor, com uma atmosfera de conforto e bom gosto. Em suma, um cenário ideal para apreciar o melhor da comida tradicional, confecionada com criatividade e com ingredientes criteriosamente escolhidos e cultivados (sempre que possível recorrendo a agricultura biológica). O Restaurante Burro Velho oferece aos seus

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clientes, de segunda a sábado, das 12h às 15h e das 19h às 22h e ao domingo (apenas no horário de almoço) para além de uma ementa fixa, um tentador menu com uma grande variedade de carnes, pescados frescos e marisco. Não deixe de provar o arroz de polvo, a espetada à Burro Velho, o bacalhau à lagareiro, o bacalhau à antiga ou o famoso bife à Burro Velho. “Outra especialidade é o arroz à casa, que é um caldo feito com cabeça de peixe, lagosta e camarão, onde é tudo despinhado e envolvido em arroz, ficando um arroz caldoso. Trabalhamos também com carnes

de vaca maturadas desde os 30 aos 80 dias”, revelou-nos Bruno Monteiro. Com uma sala que pode comportar até 62 pessoas no total, este espaço oferece a possibilidade de reservas num horário mais alargado, ou para eventos mediante marcação prévia. Equipa jovem, atendimento único O conceito do Burro Velho foi explicado pelo proprietário: “O Burro Velho é uma sala de amigos, onde não se trata ninguém por você mas sim por tu. É uma sala de estar. Tratamos os clientes de uma forma muito

frontal e direta, criando-se cumplicidade entre funcionários e clientes. Fomos crescendo sempre melhorando a qualidade. O nosso interesse foi sempre em que os nossos clientes se sintam em casa”, contou. De facto, quem passa por este restaurante não pode deixar de reparar na equipa. Toda ela muito jovem e dinâmica, formada à semelhança do jovem empresário que a juntou: “Eu e a restante equipa somos todos colegas, não há diferença entre mim e os meus funcionários”, afirmou Bruno Monteiro, dando-nos conta da sua postura perante os seus colaboradores.


restaurante burro velho | leiria, capital da inovação

Nesta casa não se diferencia ninguém e o nosso entrevistado afirmou ter um menu acessível a todos os públicos e carteiras: “Na nossa casa tanto se pode gastar 10€ como 100€”. Sobre o possível aumento do poder de compra dos clientes, Bruno Monteiro teceu a sua observação: “Eu não noto mais poder de compra, noto é mais consciência das pessoas na hora de gastar dinheiro. Agora já sabem o que podem ou não gastar. A crise serviu, também, para ensinar isso”. Do restaurante à garrafeira Há cerca de dois anos Bruno Monteiro foi galardoado com a Menção Honrosa da Revista de Vinhos respeitante à melhor carta de destilados no restaurante. A partir daí começou a aprofundar o seu conhecimento vínico através de uma formação em vinhos, participações em provas vínicas e aconselhamento ao crescente número de clientes que frequentemente o questionavam sobre a possibilidade de lhe comprar vinhos. Abrir uma garrafeira foi o passo seguinte e o sucesso foi tanto que já teve que abrir uma loja online para fazer face aos pedidos feitos por pessoas que estão no estrangeiro, nomeadamente pelo denominado mercado da saudade. Com vinhos preferencialmente portugueses (que vão desde os vinhos às aguardentes e gins), encontram-se nesta garrafeira produções vínicas de todas as regiões do nosso país. Bruno Monteiro confessou, ainda, visitar quintas e produtores por forma a aperceber-se dos melhores vinhos para comercializar e poder aconselhá-los da melhor forma aos seus clientes. Recentemente o nosso entrevistado começou a comercializar um novo produto: o Licor de Fátima. Um produto que conjuga o medronho e o mel – ambos produtos característicos da região – resultando num sabor único que tem sido muito bem aceite pelo público: “O nosso objetivo é ser uma referência portuguesa em alternativa ao vinho do Porto”, confidenciou.

Novo espaço, novo conceito Empreendedor por natureza, Bruno Monteiro prepara-se para iniciar um novo projeto: “Passa por criar um espaço onde as pessoas possam estar num sofá, a saborear o seu vinho e a comer uns petiscos. Vamos criar um espaço ‘lounge’ que não servirá apenas para sentar, comer e ir embora, mas sim um local onde se possa relaxar e confraternizar, saboreando um bom vinho e umas boas tapas, ao som de uma boa música ambiente. Este espaço fará a ligação entre o restaurante e a garrafeira e ficará situado entre estes dois espaços”, revelou-nos em primeira mão. Numa perspetiva sobre o futuro, Bruno Monteiro frisou uma vez mais a importância que a sua equipa tem: “A minha ideia é daqui a 10 anos ter as mesmas pessoas a trabalhar comigo, com um sorriso no rosto”, finalizou.

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leiria, capital da inovação | churrasqueira d. duarte

Frango de churrasco em Leiria é na Churrasqueira D. Duarte

Situada junto à estrada da Marinha Grande, distando apenas seis quilómetros da cidade de Leiria a Churrasqueira D. Duarte não é apenas um ponto de passagem, mas um local de paragem obrigatória para os apreciadores das carnes grelhadas e, em especial do frango de churrasco.

David e Cristóvão Duarte Administradores

Fundada em 1984, por Celestino Duarte, a Churrasqueira é gerida juntamente com os seus filhos Cristóvão e David Duarte, desde o ano de 2001. Emigrado em França, Celestino Duarte regressou a Portugal com o desejo de construir um negócio rentável na área da restauração. Mais tarde, também os seus filhos regressaram ao país de origem para apoiarem o pai na gestão do negócio da família. Sobre o que o incentivou a voltar, Cristóvão Duarte, o filho mais velho, diz ter sido a “paixão pelo ramo da hotelaria”, ao qual sempre esteve ligado. A Churrasqueira D. Duarte fez sucesso e atualmente é um dos restaurantes mais procurados em Leiria durante todo o ano. “Trabalhamos bem em qualquer época, ao almoço e ao jantar”, refere David Duarte, responsável pelo serviço de sala. Eleita capital da inovação, a cidade de Leiria e restante área de distrito soma milhares de empresas, o que acaba por ser benéfico para o setor da restauração. “Temos muita adesão por parte dos empresários de Leiria, clientes fiéis que vêm cá ao almoço ou ao jantar vários dias por semana”, acrescenta o mesmo. Decoração que se destaca Com uma lotação inicial de 80 lugares, passaram para os 260 em 2014, tal era a procura do cliente por uma mesa livre. As obras para aumentar a área do restaurante acabaram por dar origem a uma remodelação total, conferindo ao espaço um toque de modernidade e requinte. Comenta Cristóvão Duarte que “sempre que fizemos obras tivemos um feedback positivo por parte dos nossos clientes. Nas obras de 2014 iamos apenas fazer um acrescento à sala e

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churrasqueira d. duarte | leiria, capital da inovação acabamos por transformar todo o espaço”. Questionados sobre a escolha da decoração moderna, pouco habitual em churrasqueiras, os irmãos Duarte entendem que foi uma forma de darem um ar mais moderno, fresco e iluminado à sala, pois “em Leiria quase todos os restaurantes assentam num estilo marcadamente rústico”. A pensar nos mais pequenos, dedicaram um espaço à brincadeira, onde estes podem dar asas à imaginação enquanto pintam, ou rabiscam a parede que foi destinada para o efeito. Uma ideia original, que permite aos pais terem uma refeição tranquila e aos filhos uma refeição aliada à brincadeira. Frango é a imagem de marca O frango de churrasco da D. Duarte é o petisco mais apreciado pelos clientes que regularmente se dirigem ao espaço. Cristóvão Duarte, responsável pelo controle das 12 grelhas, que sistematicamente assam a ave, revela-nos alguns dos seus truques para que o produto final seja um churrasco de excelência. “O cuidado que tenho é a minha experiência, não asso sempre de forma igual, nem o frango demora sempre o mesmo tempo até ficar no ponto pretendido”, começa por nos dizer Cristóvão. “O tempo

de assadura e a distância a que o frango deve ficar do carvão em brasa depende do tamanho do animal. Se pesar menos de 700 gramas, a carne é mais seca e, por esse motivo, a grelha deve ser colocada junto à brasa, para que demore menos tempo, evitando que o seu interior fique seco. Caso o frango pese cerca de um quilograma, a grelha deve estar mais distante do calor, fazendo com que asse mais lentamente e que a água em excesso que a carne contém evapore”, explica o nosso entrevistado. O que identifica e distingue a D. Duarte dos demais restaurantes de Leiria é o seu frango de churrasco mas, explicam os irmãos Duarte, o menu à escolha não se esgota facilmente. Para além da especialidade, confecionam nas grelhas outro tipo de carnes. “Costeletões de vaca, picanha, nacos de vitela nacional, postas galegas e secretos de porco” são, como nos diz David, outros dos grelhados que pode saborear neste espaço. Se preferir um prato de peixe, a sugestão que os irmãos Duarte nos deixam é o “bacalhau com crosta de broa, servido com migas e batata a murro”. A filosofia de negócio dos irmãos Duarte leva-os a concluir, que é importante um restaurante ter um produto que o diferencie

dos restantes, mas que também interessa ter variedade para oferecer ao cliente e surpreende-lo com novos produtos. Neste sentido, acrescentam, que nas entradas, por exemplo, para além do tradicional pão, manteiga e azeitonas, “a D. Duarte aposta na variedade e, por essa razão introduziramse tábuas com chourição e queijo da ilha, saladas de feijão-frade com atum e grão-debico com bacalhau”. Serviço de qualidade com um toque de inovação Um serviço de qualidade em prol da satisfação do cliente é outro dos fatores que faz com que a Churrasqueira D. Duarte seja uma casa de referência. Cada vez mais, o cliente dá importância à forma como é abordado durante a hora da refeição. Na D. Duarte evitam- se tempos de espera e sinais que o cliente tem que fazer ao funcionário para este atender o seu pedido, através de um sistema inovador, ainda pouco utilizado na restauração. Explicam os nossos entrevistados, que o dispositivo eletrónico está presente em todas as mesas do espaço e comporta quatro botões: “ementa, serviço, conta e cancelar”. “Assim que o cliente pressiona um dos botões, o

funcionário responsável pela mesa recebe uma notificação no relógio de pulso e de imediato dirige-se a ele, por exemplo com a ementa, caso o cliente tenha premido esse botão. Desta forma melhoramos o serviço e a comodidade das pessoas”, comenta Cristóvão Duarte. A este sistema inovador, acrescentam flyers onde o cliente pode classificar a Churrasqueira D. Duarte, numa escala de um a cinco no que respeita à qualidade da refeição e atendimento, podem ainda deixar comentários de satisfação ou de aspetos a melhorar. “Trabalhamos todos os dias para termos clientes satisfeitos. Eles têm uma palavra a dizer sobre o nosso serviço”, afirma David Duarte. Questionados sobre o futuro, os irmãos Duarte apenas pedem que 2017 seja igual a 2016, “com casa cheia e clientes satisfeitos”. O negócio de família, entregue em boas mãos rege-se pelos ensinamentos que o seu pai, Celestino Duarte lhes incutiu, acerca da importância do trabalho e dos esforços para alcançarem o sucesso. Para já, segundo nos chegou, o futuro não passa por abrirem novas casas, mas por estimarem e melhorarem a Churrasqueira D. Duarte.

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leiria, capital da inovação | ilc

Interlearning Center em Leiria, Fátima e Batalha

Sérgio Gomes e Patrícia Carvalho Administrador e responsável pela unidade de Leiria

A globalização é um fenómeno atual e a internacionalização uma realidade nas empresas e nas famílias. Aprender línguas diferentes torna-se cada vez mais importante e é por tudo isto que o ILC – Interlearning Center, com instalações em Leiria, Fátima e Batalha, se assume como uma escola de referência para o ensino de línguas a particulares e empresários. A Revista Business Portugal esteve, assim, à conversa com Sérgio Gomes – administrador desta entidade – e com Patrícia Carvalho – responsável pela unidade de Leiria – por forma a compreender o funcionamento deste centro de línguas.

Fundado, em 1998, na cidade de Leiria, é um Instituto reconhecido pelo Ministério da Educação, através da autorização definitiva nº1 emitida pela EE/DREC, tendo sido concedida autorização definitiva do seu funcionamento como estabelecimento particular de educação extracurricular. O ILC é, também, certificado pela DGERT como Entidade Formadora, nos domínios de formação de professores e formadores nas áreas tecnológicas, línguas estrangeiras e enquadramento na organização e empresa.

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O domínio da língua inglesa Apesar de haver o ensino de francês, alemão e espanhol, a verdade é que cerca de 95 por cento dos alunos encontram-se inscritos na língua inglesa, o que demonstra e comprova a importância que esta língua tem no contexto de mundo global em que vivemos. Com níveis de ensino que abrangem alunos de todas as idades, com início aos 4 anos, no ILC os alunos são preparados para os exames da Universidade de Cambridge, que são aceites em grande parte das universidades estrangeiras: “80 por cento

dos nossos alunos sai do ILC com um diploma de Cambridge”, afirmou a docente de inglês, Patrícia Carvalho. Ensinar crianças, adultos e dar formação específica para empresas requer uma versatilidade muito grande, a qual Patrícia garante ser possível: “Tem a ver com a nossa postura e com aquilo que estamos dispostos a dar aos nossos alunos. Os métodos praticados com as crianças de quatro anos são diferentes daqueles praticados com os adultos. Mas, o inglês não muda, nós temos que ensinar as bases, que é como

construir uma parede sólida onde os termos específicos de cada área são apliques que colocamos nessa parede”, explicou-nos. Com um total de 24 docentes a ensinar línguas distintas a cerca de 1000 alunos, Sérgio Gomes garantiu que a procura pela aprendizagem de novas línguas aumentou com a crise vivida nos últimos anos: “Os pais começaram a preocupar-se com o futuro dos seus filhos e decidiram dar-lhes ferramentas para que eles possam emigrar se precisarem”, revelou. No que concerne ao mundo empresarial, a


ilc | leiria, capital da inovação obrigatoriedade imposta às empresas em darem formação aos seus funcionários e o aumento significativo da taxa de exportação das empresas situadas na região de Leiria, justificam a grande aposta na aprendizagem da língua inglesa. Empresas como a Roca, Sonae e Moldata são disso exemplos. Aprendizagem interativa Todas as salas do ILC estão equipadas com aparelhos tecnológicos que permitem uma mais fácil e apelativa aprendizagem. O próprio software deste centro de línguas – desenvolvido específicamente para o ILC – permite ter um registo muito exato da situação de cada aluno, onde os pais também têm acesso à evolução dos seus filhos, através de gráficos onde estão explícitos os vários domínios da língua. “Estamos agora a testar livros digitais onde os alunos podem consultar esses livros através de um portal. O professor, por sua vez, avalia o aluno através da informação que o portal dispõe, nomeadamente o tempo que o aluno demorou a responder a cada exercício, quantas tentativas teve, etc., o que vai permitir ao docente perceber

imediatamente as dificuldades dos alunos”, confidenciou Sérgio Gomes. O ILC tem, ainda, uma parceria com a Information Planet, uma instituição que ajuda os alunos portugueses a irem estudar para o estrangeiro, em cidades da América do Norte, Europa e Austrália: “Esta entidade ajuda os alunos portugueses com a burocracia, alojamento e dá todo o tipo de apoio necessário. Já enviámos alguns alunos aos técnicos da Information Planet e, para nós, é uma forma de ajudarmos os nossos alunos nesta última fase de aprendizagem”, assumiu Patrícia Carvalho. O ensino neste centro não funciona como apoio ao ensino regular público, mas sim como uma forma de aprendizagem mais apelativa para os alunos. Isto porque, aqui, as turmas têm no máximo 12 alunos o que permite um acompanhamento muito mais próximo: “Aqui aprendese mais porque nós não temos um programa do ministério para seguir, nós temos os nossos próprios manuais. Trabalhamos toda a área da língua desde a escrita à oralidade. Os pais recomendam-nos porque sabem que nos importamos com as crianças. Queremos que elas tenham sucesso”, finalizaram os nossos entrevistados.

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ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA Lisboa é uma das poucas cidades, a nível mundial, a oferecer um cenário natural único. A presença do rio Tejo acompanha-nos ao longo da visita, na descoberta da frente ribeirinha e respetiva zona portuária, das ruas cheias de história das suas gentes e acontecimentos mais marcantes que moldaram o “rosto” desta cidade. Sob um céu quase sempre azul, a luz de Lisboa vai colorindo telhados, ruas, casarios, janelas e verdes recantos numa diversidade de tons e cores, que têm sido escolhidos como motivos para filmagens e sessões fotográficas. Sendo uma cidade construída sobre colinas, dos diversos miradouros, instalados nos pontos mais altos, podem usufruir-se de vistas deslumbrantes. Destaque para o do castelo de S. Jorge, donde alcançamos os cacilheiros na sua travessia para a margem sul, a ponte 25 de abril, o Rossio, o convento do Carmo, o Bairro Alto, o parque Eduardo VII entre outros pontos da cidade. A par da cidade antiga, com um património bastante rico, Lisboa é também uma cidade moderna que se tem renovado em novas propostas culturais e de lazer. Lisboa tem boas e variadas razões para investir, destacando-se a sua situação geoestratégica privilegiada que a situa como porta atlântica da europa com acesso a 500 milhões de consumidores europeus, beneficiando da vantagem de manter relações únicas com os países de língua portuguesa, que representam um mercado de 250 milhões de pessoas. A cidade, centro económico de uma vasta região, dispõe de recursos humanos qualificados, um ambiente cosmopolita e elevada qualidade de vida. Por outro lado, Lisboa é uma cidade com preocupações ambientais, criativa e empreendedora, com uma ampla oferta imobiliária, sendo também uma das cidades mais seguras da Europa. Considerando ainda a moderna rede de infraestruturas de transportes e telecomunicações, muitas empresas internacionais têm instalado em Lisboa as suas sedes e centros de competências. Lisboa recebeu em Bruxelas em junho de 2014 a distinção de Cidade Empreendedora Europeia 2015, que premeia as melhores estratégias regionais para a promoção do empreendedorismo e da inovação junto das pequenas e médias empresas. Posto isto, quer seja para visitar, quer seja para investir, Lisboa apresenta-se e assume-se com força para receber todos aqueles que o destino ali os leve. Deixe-se inspirar com as páginas seguintes e comprove…

O Star inn Lisbon - Smart Choice Hotel, está localizado a 100 metros do Aeroporto Internacional de Lisboa e a 2 minutos a pé da estação de Metro do Aeroporto. Este hotel combina acomodações modernas, uma decoração contemporânea em todas as áreas e acesso gratuito à internet Wi-Fi.

Facilidades do Hotel

• Hotel de Cidade/Aeroporto • 173 Quartos • Internet Wi-Fi gratuita • Hotel para não fumadores • Área de refeições • Mini Bar e Cofre nos quartos • Quartos para clientes com mobilidade reduzida

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área metropolitana de lisboa | EPAV

“O nosso sucesso é a

empregabilidade dos jovens” Integrar os seus alunos no mercado de trabalho através de um ensino marcado por uma forte componente prática e abrangente é o lema da EPAV, a escola profissional que, num percurso de dez anos, se tornou já uma referência para o setor hoteleiro.

Situada numa propriedade de 12 hectares em Colares, Sintra, a Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos (EPAV) é o culminar de um “espaço com História”, cuja origem remonta ao início do século XX. Esta correspondeu, afinal, à residência de Brandão de Vasconcelos, o proeminente médico e filantropo que fundou a Adega Cooperativa de Colares – a primeira do género no país – e que, em testamento, legou a sua propriedade ao Estado, com a condição de que esta fosse convertida numa escola. Pese embora o património tenha servido, a partir da década de 1980, como um importante espaço para o ensino da pomicultura, só a partir de 2007 – após um grande esforço do Ministério da Educação e da Câmara Municipal de Sintra – a propriedade foi finalmente convertida numa escola profissional, especialmente vocacionada para o setor hoteleiro. “Iniciámos com três turmas e 90 alunos em

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setembro desse ano”, recorda o diretor da instituição, José Furtado. Hoje, volvidos dez anos de intensa atividade, é notório o impacto que a EPAV assume na região. Contando atualmente com cerca de 30 turmas, 40 salas de aula e cinco cozinhas pedagógicas, a escola proporciona uma oferta formativa que, paralelamente aos vários cursos profissionais (e, inclusivamente, alguns cursos vocacionais) relacionados com a hotelaria, engloba as áreas de apoio à infância e proteção civil, proporcionando a um leque cada vez mais amplo de jovens uma importante via profissionalizante, com equivalência ao 12º ano de escolaridade. Assumindo-se como o maior empregador da freguesia de Colares, a EPAV tem também contribuído para proporcionar “uma visão diferente da hotelaria”, que se assume como uma essencial mais-valia para as empresas do setor. De facto, e tal como salienta José Furtado, “esta escola tem uma quinta que inclui um hectare de vinha,

árvores de fruto, uma horta industrial e um parque de animais”, o que permite que “os nossos alunos de restauração tenham uma ligação muito forte aos produtos da terra”, proporcionando “realidades e vivências diferentes”. Existe, por outro lado, a preocupação de garantir que cada aluno termine o seu curso – e se apresente em contexto real de trabalho – com um conjunto de competências tão heterogéneo quanto possível, ou não tivesse a EPAV um forte conhecimento do mercado hoteleiro. “Uma pessoa com capacidade para dar mais respostas tem mais condições para conseguir emprego e o nosso sucesso é a empregabilidade dos nossos jovens”, constata o diretor. Acreditando que Portugal atravessa atualmente “um boom” no setor hoteleiro, José Furtado conhece a importância de aliar,

de forma constante, a teoria e a prática. Não admira, nesse âmbito, que anexa à EPAV exista uma unidade de alojamento que, mais do que funcionar como um elemento formativo, se encontra aberta ao público 24 horas por dia, proporcionando aos estudantes mais um contexto real de trabalho. Consciente da importância de propagar a sua missão, a EPAV proporciona ainda dois cursos de hotelaria através das suas instalações no concelho de Peniche. Estreitamente associado a este polo de ensino encontra-se o Hotel Pinhal Mar, uma unidade turística que ajuda o estabelecimento de ensino naquela que é uma das suas mais valiosas missões: “a ligação estreita que deve haver entre as escolas profissionais e o mercado de trabalho”.



área metropolitana de lisboa | páteo velho - restaurantes e catering

“Qualidade é o que nos distingue” Começou por ser um restaurante na zona rural da Alenquer. Hoje Páteo Velho é sinónimo de marca de qualidade e multiplicou-se por mais dois espaços. Dedica-se ainda ao catering. Nas linhas que se seguem damos a conhecer sabores e serviços que fazem o sucesso desta marca sediada na Estremadura. Páteo Velho, Atalaia: Onde tudo começou A mão para a cozinha de Maria Albertina Veloso é a chave desta história. Em meados da década de 90 foi convencida pelos amigos a comercializar um talento que até então só alguns tinham o privilégio de apreciar. “Aos 83 anos a minha mãe ainda põe as mãos na massa, e a nossa equipa aprendeu muito com ela. Temos um restaurante familiar, onde o prato forte é a cozinha tradicional portuguesa”, revela a filha Milá Veloso, a cara do projeto. Pratos nacionais como o arroz de pato, as bochechas de porco preto, ou as lascas de bacalhau com migas de brócolos são os que têm mais procura. Sempre acompanhados pelos vinhos da região de Alenquer. Os doces conventuais de um receituário muito antigo fecham o repasto em beleza. E falamos apenas da casa-mãe de portas abertas em Atalaia desde 1997. Volvidos 20 anos a marca tem ramificações na Ordem dos Médicos e na Pollux de Vila Franca de Xira. De cariz familiar a empresa dedica-se ao catering sendo uma referência a nível nacional apesar de contar com uma equipa de 30 pessoas. Se cada casa tem a sua personalidade, há traços comuns a todas elas sobretudo em termos gastronómicos. Falamos dos pratos e sobremesas que construíram a marca Páteo Velho.

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O catering Pelo facto do restaurante ficar a três quartos hora de Lisboa, começou a surgir outro tipo de clientela com exigências mais sofisticadas. “A dada altura percebemos que havia a possibilidade de ir a casa dos clientes cozinhar ou levar comida. Foi daí que nasceu o catering. Hoje fazemos todo o tipo de eventos desde casamentos, batizados e reuniões empresariais. Produzimos um evento de A a Z, incluindo a decoração, animação e djs. Uma das características que nos distingue será cozinharmos nos locais dos eventos. Nunca levamos a comida já feita. Isto aplica-se sempre. Tanto se cozinharmos para um grupo de dez como de 300 pessoas”. Páteo Velho – Ordem dos Médicos Há quatro anos o Páteo Velho instalou-se em Lisboa, mais


páteo velho - restaurantes e catering | área metropolitana de lisboa

concretamente no restaurante e cafetaria da Ordem dos Médicos. Não esqueceu, no entanto, o receituário original mantendo-se fiel ao que lhe granjeou a fama. A grande novidade é a nova carta Primavera/Verão onde as grandes apostas são o risoto de lavagante e o entrecôte black angus. Rodeado por um lindíssimo jardim, o espaço presta-se também à organização de eventos tanto empresariais como particulares. É importante frisar que este restaurante não é privilégio da classe médica, estando aberto a todos os amantes da boa gastronomia. Pollux by Páteo Velho É o filho mais novo do grupo e fica situado no piso superior do espaço Pollux, em Vila Franca de Xira. Com uma vista privilegiada para o rio Tejo a grande aposta será a imagem de marca da casa: o receituário tradicional português.

Pedro Caiano Santos e Milá Velos Gerentes do Restaurante da Ordem dos Médicos

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“Tem sido uma aceitação surpreendente”

Um conceito inovador baseado num monoproduto como elemento central: o polvo. Foi este o mote para a abertura do restaurante Polvo Vadio, que é já uma referência em Cascais, projeto que juntou três amigos. No entanto, para além das combinações improváveis oferecidas no Polvo Vadio, e ainda no rescaldo da sua abertura, foi já lançada uma nova aposta: a Adega Vadia. Miguel Carrasco, Raquel Vasconcelos e Maria Paula Batista são os mentores dos dois espaços e revelam em entrevista o que os distingue. Miguel Carrasco, Raquel Vasconcelos e Maria Paula Batista Administradores

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O Polvo Vadio Localizado num espaço de pequena dimensão, no centro de Cascais, o restaurante Polvo Vadio abriu em janeiro de 2016 e começou desde logo a fazer sucesso entre os clientes, tanto portugueses como estrangeiros. O produto certificado da vila, o polvo, foi o escolhido para estar presente em todos os pratos da ementa, mas não de uma forma limitativa e pouco variada. A principal surpresa para quem chega pela primeira vez, são as adaptações feitas a pratos tradicionais portuguesas, que passam a contar com o polvo em substituição do elemento principal. A oferta é segmentada em petiscos e pratos principais. Arroz de polvo e polvo à lagareiro não podiam faltar na ementa e são pratos conhecidos e apreciados pelos amantes desta iguaria. No entanto, é com as sugestões como polvo com açorda, polvo à minhota, polvo com batata doce, polvo à vadio e feijoada de polvo que os clientes se surpreendem com os pratos principais e as pataniscas de polvo ou os ovos vadios nos petiscos, despertando a curiosidade em torno do restaurante. “Tem sido uma aceitação surpreendente, muito pelo facto de pegarmos em pratos tradicionais portugueses e os

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transformarmos com o polvo”, afirma Raquel Vasconcelos, com a chef, Maria Paula Batista, a acrescentar que é um “alimento bastante versátil”. Para os novos clientes, que chegam sem ter uma ideia concreta do que vão encontrar, há a possibilidade de experimentarem um pouco de tudo. “Quando as pessoas não conhecem, propomos uma entrada degustativa, apresentamos polvo frito, pataniscas de polvo e polvo à galega, acompanhado com arroz malandrinho. Depois, podem partilhar um polvo à lagareiro ou polvo com batata doce e para a sobremesa um ‘pijaminha’, que é basicamente um mostruário da oferta que temos, que sugerimos que seja acompanhado com rum da Madeira”, explica Maria Paula Batista. A trabalhar como relações públicas, dando a cara pelo restaurante e recebendo os clientes, Raquel Vasconcelos defende que “as pessoas adoram não só a comida, mas também o sentir-se em casa”, sendo esta uma das premissas chave para um percurso que se tem revelado bastante positivo. “Nos meses de verão chegamos a ter fila à porta, pessoas que chegam a esperar mais de hora e meia,


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algo que nunca pensámos que fosse acontecer”, acrescenta Miguel Carrasco. Miguel acrescenta que as bebidas que temos disponíveis também foram criteriosamente escolhidas: bebidas portuguesas e de preferência locais. “Encaramos as marcas adotadas como parcerias. A Deckbeer, cerveja artesanal é produzida no Estoril: as diversas ofertas da Deckbeer têm o nome das praias que rodeiam cascais, logo, além da sua qualidade e sabores, existe também uma história para contar aos clientes. O gin é alentejano. Apenas temos o Sharish e o GIN 13. Conhecemos o produtor, o produto e detalhes que surpreendem os clientes. Da Madeira temos o William Hinton, um magnífico rum envelhecido, em que os produtores nos visitaram e passaram história… Sabiam que os portugueses são os únicos com licenças para produção de rum na Europa?” questiona o nosso interlocutor. A Adega Vadia Miguel Carrasco, Raquel Vasconcelos e Maria Paula Batista, os três sócios do Polvo Vadio tinham um histórico profissional muito distante da restauração: ramo automóvel, indústria farmacêutica e banca. No entanto, a vontade de mudança, numa altura em que as empresas onde trabalham estavam em fase de reestruturação, conduziram à ideia de abrir um restaurante. “Uma sociedade é um desafio muito grande. No nosso caso está a haver entendimento entre os sócios, o que é meio caminho andado e nos permite proporcionar boas experiências aos clientes. Cada um de nós tem uma função específica: a Maria Paula Batista é a chef e responsável por tudo o que diz respeito à cozinha. A Raquel acolhe e cativa o cliente, para que não sejamos apenas uma máquina de fazer refeições. A minha contribuição é mais no controlo do negócio, nos bastidores, o que me permite ter mais disponibilidade para pensar no negócio e no que podemos melhorar”, explica Miguel Carrasco. Como um desafio raramente vem só, em pouco tempo, surgiu a oportunidade de avançar com um segundo projeto, “a Adega Vadia, que resultou de uma paixão, conhecemos o espaço, ele estava disponível e decidimos ficar com ele”, revelam os entrevistados. Assim, em março deste ano arrancou, em Colares, a Adega Vadia, “que oferece petiscos. A ideia principal é petiscar, através de uma vasta ementa, baseada

na gastronomia típica Portuguesa. Claro que se o cliente quiser almoçar ou jantar algo mais consistente, temos pratos principais, mas o fundamental são os petiscos”, conta Maria Paula Batista. Embora, a tendência natural fosse replicar o conceito do Polvo Vadio, a ideia na Adega Vadia, espaço que estava aberto há vários anos, é seguir a linha dos anteriores donos. De acordo com Raquel Vasconcelos, “o que estamos a fazer agora é dar o nosso cunho. A carta basicamente aumentou para o dobro, alguns pratos decidimos retirar e acrescentámos novos, como por exemplo, alguns petiscos de polvo. Os antigos donos do espaço tinham um espetáculo de fado às sextas aos jantar e essa, é uma das tradições que estamos a manter, assim como grande parte da decoração. As Noites Vadias são um espectáculo que acompanha o jantar de sexta-feira, que dura cerca de 3 horas. Fados, desgarradas e música madeirense, fazem destas noites uma autêntica festa. São um grande contributo para espraiar o stress acumulado da semana”.

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Os denominadores comuns Os espaços têm em comum o facto de apostarem nos produtos tradicionais de Cascais, Sintra e Portugal, sempre com grande qualidade. Convencidos de que o mais difícil não foi arrancar com o negócio, mas sim mantê-lo, Miguel, Maria Paula e Raquel estão empenhados em fazer da Adega Vadia um novo caso de sucesso, manter a qualidade do Polvo Vadio, deixando sempre em aberto novas apostas e formas de expansão para o futuro.

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ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA |ANDC MICRO CRÉDITO

“O nosso centro são as pessoas” A instituição, fundada em 1998, apoiou até aos dias de hoje a criação de mais de 2200 pequenos negócios, totalizando, desde o início, empréstimos no valor de 14.645.353 milhões de euros. Em entrevista a Francisca Cordovil, revelamos o propósito e as mais-valias desta associação.

Francisca Cordovil direção

colaboram com a instituição fazem-no em regime de voluntariado. A associação rege-se por critérios rigorosos e qualquer indivíduo que solicite esclarecimentos, junto da mesma, obterá uma reposta no prazo de 24 horas, “de todas as pessoas que nos contactam, podemos afirmar que desses, dez por cento avançam mesmo para negócio”, explica Francisca Cordovil. Sobre as parcerias e protocolos existentes, a ANDC teve estabelecido, “durante muito tempo, um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) que nos encaminhava os desempregados. Grande parte dos créditos concedidos surgiram por intermédio dos centros de emprego ou são provenientes de conhecidos de empresários que já foram apoiados por nós. Atualmente, devido a impedimentos legais, o protocolo com o IEFP não se encontra ativo. Contudo, temos uma excelente relação com os bancos, existe um conjunto de entidades A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), pioneira da modalidade do microcrédito em território nacional, surgiu inspirada na experiência do Grameen Bank, criado por Muhammad Yunus no Bangladesh, em 1976. A interlocutora evidencia que “a nossa missão é dar direito ao crédito a pessoas que não têm acesso ao mesmo. Começámos por atingir públicos vulneráveis, principalmente, ao nível da capacidade de gestão. Hoje em dia, o não direito ao crédito, para constituir um pequeno negócio, começa por ser mais abrangente, já que inclui um maior número de pessoas com licenciaturas e até boas capacidades de gestão. Atualmente, o que nos preocupa é a integração de pessoas excluídas da atividade económica, grande parte são desempregados e a partir do desenvolvimento da crise essa questão acentuou-se”. Os apoios concedidos através da ANDC permitiram que “muitas famílias criassem a sua sustentabilidade financeira. Efetuamos empréstimos até 12.500 euros, este apoio pode ser reforçado até aos 15 mil euros permitindo a criação de negócios que caem, sobretudo, no grupo das microempresas com menos de 50 mil euros de faturação anual, permitindo a criação de negócios que geram, sobretudo, até 50

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mil euros de faturação anual. Estes projetos traduzem-se na sua maioria em negócios de pequeno comércio a retalho e atividades diversas e podem demorar até entre três a cinco anos a amortizar a totalidade do empréstimo . Embora a restauração e os cuidados pessoais e de bem estar sejam bastante frequentes outros sectores como a industria transformadora a agricultura pecuária e pesca, a construção civil, as atividades de educação saúde apoio social e de cultura e recreio não deixam de marcar presença ”, explica Francisca Cordovil. Questionada sobre a importância deste tipo de empresas no desenvolvimento da economia nacional, a entrevistada afirma que “dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao ano de 2015, revelam que no conjunto das empresas nacionais, totalizando 1 163 082, 77 por cento tinham volumes de negócio abaixo dos 50 mil euros, se tivermos em conta só as empresas em nome individual, a percentagem sobe para os 92 por cento. Estes números demonstram que a dimensão das empresas apoiadas pela ANDC tem uma forte representatividade na economia nacional ”, realça. A ANDC é constituída por mais de cem associados e muitos dos técnicos e pessoas que

bancárias com quem temos protocolos firmados e estamos a aceitar candidaturas. Os bancos reconhecem e confiam no nosso trabalho e o importante é a análise do binómio pessoa/ideia de negócio, trabalho efetuado pelos nossos técnicos, com grande know how e experiência no apoio à criação de negócios”, destaca a representante. A atual direção tomou posse em janeiro deste ano e tem como principal desafio “encontrar alternativa para uma organização que vivia quase 90 por cento do financiamento do IEFP, com corpo técnico e métodos de trabalho desenvolvidos. Pretendemos garantir que o património de experiência que existe é salvaguardado e, neste sentido, estamos em negociações com várias entidades, esta mudança está a ser encarada como uma oportunidade e apesar do nosso corpo reduzido de técnicos, continuamos a atender as pessoas que se enquadram no nosso microcrédito”, conclui Francisca Cordovil.



área metropolitana de lisboa | tinsa

“Excelência, rigor e independência” Prestando serviços de avaliação e consultoria imobiliária, a Tinsa é uma multinacional espanhola que nasceu em 1985 e que atualmente é líder de mercado em Espanha.

Nuno Pereira Diretor comercial

A empresa chegou a Portugal no ano de 2001, altura em que dava seguimento ao seu processo de internacionalização, através de uma parceria com um empresa nacional no ramo, sendo que em 2011/2012 a Tinsa decidiu adquirir a totalidade do capital aos restantes sócios e começou a agir como marca própria em território nacional e é, atualmente a empresa que mais peritos internos tem registado na CMVM. Durante o período da TROIKA, a Tinsa procedeu a uma profunda restruturação, tendo consolidado a sua presença em Portugal e invertido a trajetória descendente de vendas e resultados que se verificava até então. Comparativamente ao ano anterior, 2016 representou um crescimento

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de vendas e de resultados acima dos dois dígitos o que significa que “internamente efetuámos um excelente trabalho e que o esforço de toda uma equipa valeu muito a pena”. Em entrevista a Nuno Pereira, diretor comercial da Tinsa Portugal damos a conhecer o trabalho e as expetativas da empresa para o nosso país. A sede do grupo TINSA é em Madrid, contando com sucursais em Portugal, México, Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Perú, participando ativamente em negócios, em mais de 25 países. Com uma carteira de clientes que ultrapassa os 100 mil, em 2015, o grupo efetuou mais de 300 mil avaliações, registando uma faturação superior a 80 milhões de

euros. O entrevistado frisa que “a Tinsa incute em Portugal o significado do que é a empresa no mundo: rigor, independência e eficácia. Pretendemos ser uma empresa que acrescenta valor ao seu cliente, só recrutamos peritos avaliadores que sejam engenheiros ou arquitetos por serem aqueles, que na nossa opinião possuem o perfil que melhor se enquadra, com um olhar mais crítico sobre um imóvel. Apostámos também no sistema informático, não existe papel, a comunicação entre o cliente, a Tinsa e o nosso colaborador é rápida e em tempo real”. A Tinsa em Portugal A progressão da empresa em Portugal é

notória, nos últimos três anos, a entidade passou de 40 para 120 avaliadores regulares, espalhados por todo o território nacional e ilhas. A Tinsa possui um sistema de georreferenciação de imóveis, uma base de dados com 500 mil avaliações, pretendendo atuar com independência, rigor e fiabilidade. A empresa com sede em Lisboa, tem também uma delegação no Porto, “trabalhando com praticamente todas as entidades financeiras em Portugal. O nosso core business é a consultoria de avaliação de imóveis e também a certificação energética ”, realça o interlocutor, acrescentando que “a área financeira representa o nosso principal cliente, são aqueles que nos dão trabalho de


tinsa | área metropolitana de lisboa forma regular e diária, os bancos e as entidades financeiras representam 85 a 90 por cento dos nossos clientes. Depois têm uma vertente de particulares e empresas, sendo que a Tinsa percebeu a determinada altura que deveria tentar diminuir ao máximo a dependência das entidades financeiras e diversificar os clientes, apostando neste segmento. “Um dos principais serviços prestados a clientes particulares, passa pela avaliação de bens em processos de divórcio e heranças. O investimento estrangeiro é outra das áreas em que atuamos. O facto de sermos um grupo internacional abre-nos muitas portas, temos clientes estrangeiros que querem apostar em Portugal, um nicho de mercado que está a crescer”, evidencia Nuno Pereira. No sistema financeiro, a Tinsa Portugal procede à avaliação de ativos imobiliários determinando a garantia hipotecária de créditos, empréstimos e património das instituições. No âmbito das empresas, dispõe de assessoria na compra, venda e arrendamento, expropriações, avaliação de patrimónios privados, avaliação para fins judiciais e administrativos, avaliação de direitos de propriedade. A Tinsa Portugal elabora também avaliações imobiliárias, todas de acordo com as normas RICS e IVS, para fundos de investimento, companhias de seguro e fundos de pensões. No que diz respeito ao setor empresarial, trata da avaliação de empresas, fundos de comércio, ativos materiais e imateriais e operações vinculada. A Tinsa Portugal, procede ainda à atualização de valor de carteiras de imóveis através do controlo periódico do valor de uma carteira de ativos e assessoria na decisão de compra ou venda de uma carteira de imóveis. O diretor comercial da Tinsa Portugal exemplifica o trabalho da empresa, explicando que “avaliamos desde o simples apartamento, a ILLES, como sejam hotéis, centros comerciais, postos de abastecimento de combustíveis, campos de golfe e herdades Atualmente, o setor do crédito à habitação está numa fase de retoma, em 2016 o primeiro semestre acelerou muito, o investimento estrangeiro também está a crescer, em contrapartida, registamos cada vez menos pedidos de contencioso”. Sobre o que diferencia a atuação da empresa, Nuno Pereira destaca a eficácia e qualidade dos serviços prestados já que “as entidades bancárias trabalham com prazos muito apertados, estamos com uma média de tempo de resposta de dois dias e meio a três dias, desde o momento, em que o cliente nos solicita o serviço até ao momento em que se procede ao envio do relatório, isto envolve a adjudicação, a visita, e elaboração e envio do relatório, por parte do perito externo e a certificação interna ISSO 9001 por parte da Tinsa”. O interlocutor afirma que a avaliação dos ativos imobiliários exige muito conhecimento, experiência e rigor, nesta medida, “a Tinsa sempre exigiu aos seus peritos a inscrição na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, CMVM, mesmo antes da legislação o prever. Além disso, a CMVM também exigiu uma série de informação obrigatória que deveria constar na avaliação, e nós já fazíamos isso, temos clientes muito exigentes e nós sempre nos adaptámos às necessidades do cliente, na minha opinião, esta legislação pecou pelos honorários mínimos. ”Vamos

Equipa Porto

Equipa Lisboa

aguardar que as entidades do sistema financeiro da área bancária, seguradora, dos fundos de pensões e outros elaborem com rectidão as novas tabelas de honorários após terem lido com atenção a nova Lei e de terem analisado todas as suas exigências e respetivas consequências que não lhes são alheias”. No que concerne ao panomara do setor em Portugal, Nuno Pereira considera que “com a nova legislação e obrigatoriedade dos peritos terem de comunicar à CMVM quantos trabalhos fazem, qual o valor dos imóveis que são avaliados e todo um conjunto adicional de informação, agora seria o momento ideal de os peritos avaliadores e as Sociedades de Avaliação Imobiliária unirem esforços e exigirem às entidades reguladoras uma profunda reflexão sobre todo o processo da avaliação de imóveis. Quanto às perspetivas de futuro, o entrevistado revela que “é fundamental uma estabilização do sistema financeiro português, nomeadamente, no que diz respeito ao Novo Banco. Na Tinsa, o futuro, passa pelo reforço do número de peritos internos, pretendemos aumentar a equipa de forma a criar valor para os nossos clientes”, finaliza o diretor comercial da Tinsa Portugal.

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área metropolitana de lisboa | eshte

25 anos ao serviço da hotelaria, do turismo e de Portugal

Em entrevista à Revista Business Portugal, Raúl Filipe (presidente) e Sancho Silva (vice-presidente) falam-nos sobre a política de qualidade, a oferta formativa e os planos futuros reservados para a ESHTE.

Sediada no concelho de Cascais, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) abriu as portas em 1991, funcionando então “com três bacharelatos e menos de 100 alunos”, tal como recorda o atual presidente, Raúl Filipe. Hoje, volvidos 25 anos, a instituição agrega “cerca de dois mil alunos, divididos por 22 cursos”. Pugnando pela interação entre o universo académico e o mercado de trabalho, bem como pelo desenvolvimento dos setores turístico, hoteleiro e empresarial, eis uma instituição de ensino que, no decurso de um quarto de século, alcançou um inegável reconhecimento público. Um elemento que comprova esse preciso mérito reside no facto de o estabelecimento contar com um grau de procura que excede a oferta proporcionada. Em contexto de justificação, o nosso interlocutor fala na

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“qualidade do nosso corpo docente, dos nossos colegas não docentes e também na qualidade dos alunos que optam pela ESHTE”. Mas a esses, acrescentam-se outros importantes fatores, entre os quais poderemos salientar uma impressionante taxa de empregabilidade superior a 95 por cento. “Consideramos que a componente prática é muito importante e os nossos cursos têm estágios obrigatórios”, prossegue Raúl Filipe, numa alusão à especial preocupação que a atual direção da ESHTE atribui ao fator qualidade e à componente laboratorial e prática do ensino. Também importante para esse desígnio, todavia, são as parcerias estabelecidas entre a ESHTE e o tecido empresarial. Todos os anos, os alunos das licenciaturas ESHTE são recebidos em empresas do setor para efetuarem os seus estágios curriculares

obrigatórios. “A prova deste trabalho de parceria reflete-se, por exemplo, no facto de na edição deste ano do fórum Estágios & Carreiras, termos recebido mais de 60 entidades, sendo que, por falta de espaço, fomos obrigados a recusar muitas outras. Houve cadeias hoteleiras americanas que vieram especificamente porque a qualidade dos nossos estagiários é muito alta e apostam neles”, sublinha o presidente. A comprovar esse mesmo êxito, importa referir que entre os antigos alunos da escola encontramos, hoje, vencedores de importantes prémios na área do turismo, o que atesta o trabalho de formação produzido pela Escola. Oferta formativa Atualmente, a ESHTE proporciona cursos de licenciatura, mestrado, pós-graduação e,

inclusivamente, um doutoramento, realizado em parceria com a Universidade de Lisboa. A diversidade da oferta formativa não acontece por acaso: “Queremos que os nossos cursos estejam adaptados às necessidades que o mercado vai sentindo”, esclarece o vice-presidente Sancho Silva, antes de acrescentar que “é essencial que os alunos saiam daqui preparados para as exigências de cada momento”. No que ao grau de licenciatura diz respeito, a instituição proporciona formações em Gestão Hoteleira, Gestão Turística (dividida nas componentes de gestão de produtos turísticos e gestão de empresas turísticas), Informação Turística, Produção Alimentar em Restauração e Gestão de Lazer e Animação Turística. A complementar esta mesma oferta, existem cursos de mestrado em Gestão Hoteleira, Turismo (organizado


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nas variantes de gestão de turismo, gestão estratégica e de eventos, planeamento e gestão de turismo de natureza e aventura) ou Segurança e Qualidade Alimentar na Restauração. Já de cariz precursor e destinado a um público muito específico, destaca-se o curso de mestrado em Inovação em Artes Culinárias, desenvolvido de forma pioneira, com o objetivo de complementar a formação hoteleira com uma componente de gastronomia. Por outro lado, e em parceria com a Faculdade de Letras e o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) da Universidade de Lisboa, existe um curso de Turismo e Comunicação.

preocupa em contribuir o melhor possível para dinamizar o ensino também alémfronteiras. “Fomos consultados para desenvolver uma escola de hotelaria em Cabo Verde”, revelam os nossos entrevistados. “Fizemos tudo, desde os planos de estudo até à formação dos nossos colegas”. Foi este mesmo esforço de apoio que possibilitou (numa parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian), o lançamento de um curso de pós-graduação e mestrado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, em Moçambique. Efetivamente, “começamos a ser procurados por outros países para levarmos o nosso know-how”, salientam.

Um panorama internacional Não constituirá surpresa que uma instituição de ensino superior particularmente centrada na qualidade do seu trabalho valorize também a mobilidade de alunos e docentes. A aposta em professores estrangeiros e a receção de estudantes de outras nacionalidades, bem como os fluxos de sentido inverso, são assumidos como uma inegável mais-valia que permite “completar e enriquecer ainda mais – através da experiência em outros países – as escolas inerentes” a qualquer programa de mobilidade. Mas a ESHTE é um organismo que se

Uma Escola com futuro Docente de profissão há mais de duas décadas, Raúl Filipe conta com um vasto currículo de atividades em torno do ESHTE. Afinal, e antes de se candidatar à presidência da ESHTE, o nosso entrevistado assumira já funções de diretor de curso e coordenador do Gabinete de Relações Internacionais, para além de ter exercido cargos de chefia máxima – ao longo de dois mandatos – no Conselho Pedagógico e no Conselho Científico da instituição. Por outro lado, a equipa da Presidência possui Sancho Silva como vice-presidente, docente da Escola desde 1995 e com um

currículo de “40 anos de administração pública no turismo, entre os quais o exercício do cargo de Diretor-Geral do Turismo durante quatro anos”. Atualmente na fase final do primeiro mandato, os nossos interlocutores assumiram, ao longo deste quadriénio, um importante esforço de estabilidade e consolidação. “Encontrámos a escola numa situação financeira frágil e, neste momento, as contas da Escola deixam transparecer uma evolução muito positiva, encontrando-se perfeitamente equilibradas”. Partindo do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos, que permitiu, entre outros, assegurar a sustentabilidade financeira da ESHTE, os nossos interlocutores consideram existir agora condições mais favoráveis para trilhar um caminho exigente e que se consubstancie numa atuação ainda mais abrangente, em torno de quatro pilares essenciais de ação - valorização e qualidade do ensino; governança inclusiva e tolerante; sustentabilidade da Escola; e, projeção externa da ESHTE. Assim, entre as importantes metas assumidas para os próximos anos da ESHTE incluem-se as continuadas apostas na investigação e na internacionalização da escola, de forma a consolidar-se, ainda mais, o seu estatuto diferenciador, inovador e de excelência.

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Soluções inovadoras de gestão

A empresa liderada por Pedro Norton conta com mais de 30 anos de experiência no mercado. Hoje, além da contabilidade tradicional, a empresa presta soluções inovadoras nas áreas da contabilidade, consultoria e gestão financeira. A importância da informatização do setor foi um dos pontos abordados, em entrevista ao responsável da Contabilidade em Dia (CED).

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A empresa tem como slogan “fazemos jus ao nosso nome”, demonstrando a forma como atua no mercado, respondendo às necessidades do cliente, “comecei a trabalhar na área da contabilidade em 1985 por um acaso. Na altura tinha três empresas que necessitavam de um contabilista. Em vez de contratar os serviços montei mais uma empresa tendo contratado uma pessoa que ainda hoje trabalha comigo. O negócio foi crescendo, prestando sempre o acompanhamento devido dos clientes. Temos vários tipos de pequena, média e grande dimensão, temos clientes que faturam 10 milhões ao ano, até empresas que faturam 20 mil. Trabalhamos com entidades que têm 300 trabalhadores e outros que trabalham em nome individual. Nos clientes médios e grandes percebi que, para além da contabilidade tradicional, era crucial a implementação de sistemas informáticos nas empresas, um nicho de mercado em expansão, hoje trabalho em parceria com a PHC, que fornece soluções de software para a gestão das empresas”, começa por esclarecer Pedro Norton. O interlocutor tem experiência em diversos ramos de atividade e frequentou cursos distintos como engenharia ou arquitetura, a passagem pelos Estados Unidos, onde permaneceu um ano, permitiu obter uma visão diferenciada e ampla de como pode ser trabalhado o setor da contabilidade. Em Portugal, trabalha com o maior distribuidor a nível nacional da PHC, a Winsig onde implementou um método de otimização de trabalho, reconhecido por diversos parceiros, tendo captado até novos clientes para a CED. O entrevistado reforça que “encontramo-nos munidos das mais recentes e avançadas tecnologias de contabilidade e de análise financeira existentes no mercado, tendo os nossos padrões de profissionalismo e qualidade de serviços prestados, conquistado a confiança de muitas das mais prestigiadas empresas do nosso país. Como empresa prestadora de serviços, abrangemos em áreas vitais de gestão empresarial um vasto leque de atividades”. Serviços inovadores à medida do cliente No que diz respeito aos serviços administrativos e financeiros, a CED trabalha nas vertentes da faturação e tesouraria, trabalhando na pratica como o departamento financeiro do cliente. O serviço de contabilidade analítica prestado pela CED permite aferir a rentabilidade de cada setor do cliente, abrangendo a classificação de todos os documentos de acordo com a estratégia a defenir. A identificação do centro de custo em todos os documentos e a quantificação das horas dispendidas por todos os colaboradores permitem chegar a um detalhe



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pelas regras, mas sou muito exigente, faço questão que o trabalho seja feito bem e rapidamente”.

Pedro Norton Administrador

bastante rigoroso. Atualmente, o interlocutor explica que “as empresas de maior dimensão exigem muito trabalho, de uma forma eficiente. Com a inovação e informatização da gestão empresarial, nos clientes de maior dimensão passei a discutir a parte fiscal da empresa, deixei de ser visto como um mero contabilista, passei a ser um parceiro, participando em reuniões de administração, dando pareceres sobre a estratégia fiscal da empresa. Hoje em dia, há clientes da CED que não tomam decisões sem nos consultar, mesmo as decisões curriqueiras, como por exemplo, a aquisição de um carro. Por isso, é que gosto de lidar com os clientes, trabalhando diretamente com eles e respondendo quase de imediato às questões que colocam. Muitos dos assuntos, quando resolvidos na hora, não são sequer um assunto, enquanto os que não são tratados atempadamente podem vir a tornar-se uma grande dor de cabeça. Cada cliente é um caso e, cada um, tem que ser tratado como tal. Tenho sempre muitos interessados nos nossos serviços porque os acham inovadores, capazes de colmatarem muitas falhas”, afirma Pedro Norton, acrescentando que “encara este setor com uma mente aberta, não sou Contabilista Certificado e considero que isso me dá uma visão ampla do trabalho, conseguindo trazer inovação para a empresa, não estou limitado

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Panorama do setor fiscal Questionado sobre a atuação da Autoridade Tributária, Pedro Norton considera que “a máquina fiscal está a funcionar muito melhor do que funcionava no passado, os clientes hoje em dia estão cientes de que há que ter em atenção o cumprimento da lei, e no que diz respeito à matéria fiscal em geral, os portugueses estão mais conscientes. Contudo, o Estado deveria ter outra forma de atuar, já que quando existe uma fiscalização, os visados ainda são vistos como infratores, em outros países não é assim. A Autoridade Tributária devia dar o exemplo neste tipo de tratamento, mas dada a cultura existente em Portugal, onde a fuga ao fisgo foi durante muitos anos banalizada, até entendo a atitude”. Sobre a atuação do Estado, o interlocutor afirma que ainda há muito a fazer, “por exemplo se um contribuinte dever dinheiro ao Estado, tem um problema, quando a situação é inversa, já não é um problema, é um exemplo simples e, neste ponto, o Estado deveria ser o primeiro a dar o exemplo” reitera. No que concerne ao setor da contabilidade, no cômputo geral, Pedro Norton, entende que “a contabilidade ainda é uma atividade desvalorizada, muitas pessoas não entendem e não compreendem que podemos ter muito trabalho, que deve ser devidamente recompensado”. Sobre o futuro do setor “com a revolução digital a profissão de contabilista vai ficar muito reduzida. A contabilidade da CED é digital, armazenada digitalmente, mas por questões legais continua a ser guardada tambem em papel. Tendencialmente, o negócio da contabilidade pode desaparecer já que o fisco tem acesso a muita informação automaticamente, neste sentido, estou sempre atento ao mercado para eventuais negócios futuros”, finaliza Pedro Norton.



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Inovação e tecnologia de ponta na Saúde!

José Pe d

ro Dias

CEO

Fundada em 2014, fruto do conhecimento e experiência de dois profissionais ligados à Saúde, a Health Way surgiu para colmatar as lacunas existentes no ensino pré e pós-graduado, formação profissional ao longo da vida, investigação e simulação em saúde. José Pedro Dias, CEO Founder, revela em entrevista a estratégia, a missão e as mais-valias da Health Way.

Com o intuito de contribuir para a formação de excelência dos profissionais de saúde, dotando-os das técnicas mais inovadoras e métodos mais recentes, José Pedro Dias e Wilson Moleiro, diretor Científico-Pedagógico, começaram bem antes de 2014 a delinear um projeto capaz de responder às necessidades do mercado. O entrevistado, com experiência de mais de 20 anos na indústria farmacêutica e o sócio, enfermeiro de profissão, conheceram-se na Alemanha, num evento relacionado com a saúde. Detentores de um vasto conhecimento e experiência do setor, José Pedro Dias revela que quando conheceu o atual sócio, este

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confidenciou a necessidade de “apostar no ensino pré e pós-graduado de qualidade, com cursos de curta duração, certificados nacional e internacionalmente, de forma a capacitar e especializar os profissionais de saúde nas mais diversas áreas de treino. Daí nasceu o nosso conceito de ‘incubadora de ideias em saúde’, constituída por peritos e instrutores acreditados por organizações nacionais e internacionais, que construíram uma empresa dinâmica, versátil e que vai ao encontro das necessidades do mercado. A Health Way rejeita o conceito de ‘mercearia de formação’, apostando sim num conceito low cost/ high quality e de


health way | área metropolitana de lisboa proximidade com alunos e parceiros. A nossa estratégia passa por auscultar as necessidades de cada aluno e/ou grupo e propor uma metodologia e um conteúdo de formação que vá ao encontro da sua realidade, acrescentando assim valor individual e colectivo das organizações. Por exemplo, um médico que trabalha numa viatura médica de emergência e reanimação (VMER) pode não ter as mesmas necessidades formação de um médico de medicina geral e familiar, pelo que tornou-se imperioso estar próximo dos profissionais e entidades, para que possamos em conjunto construir um modelo de formação pré e pós-graduada, nos diversos domínios da saúde. Com base nesta visão implementámos e desenvolvemos em parceria com a Universidade Atlântica uma Pós-Graduação na área do Doente Crítico, dirigida a médicos e enfermeiros, que em apenas 2 anos abriu 5 edições e formou mais de 100 alunos. Trata-se de uma projeto de formação pós-graduada que está a ser descentralizado para Portimão – Algarve, Coimbra, Porto e Açores”. Para tal, a Health Way apostou num conjunto de processos de acreditação nacional e internacional, recorrendo a organizações europeias e americanas, formando a sua equipa de instrutores de acordo com as boas práticas de ensino globais, tornando-se uma empresa de excelência formativa e reconhecida para o mercado de Portugal e dos países de expressão de língua portuguesa. A Health Way será em 2017 a empresa nacional com maior número de acreditações internacionais, pelo que irá aumentar fortemente o seu leque de oferta formativa, além do que irá contar com um espaço de simulação estratégico, com forte aposta também no domínio da investigação em saúde. “É nossa intenção a este nível desenvolver aplicações e softwares específicos e especializados para que os profissionais de saúde possam optimizar as suas boas práticas com recurso a tecnologia de ponta e de inovação em saúde. Na Health Way não há verticalidade nas suas ações e projetos. Apostamos numa relação de proximidade

estratégica local para o ensino pré e pós-graduado”. José Pedro Dias explica também que o sucesso dos cursos reflete-se nas necessidades dos próprios alunos “quando no final nos procuram e solicitam a necessidade de participar num novo curso ou até repetir o mesmo. Construir este tipo de estratégia deu muito trabalho, mas fez-nos crescer e amadurecer a dinâmica empresarial, em termos logísticos e de acompanhamento de alunos, instrutores e parceiros. A este nível, e de forma embrionária, iniciamos um protocolo importante com uma empresa que recruta médicos de várias nacionalidades: a InsidePurple. Esta parceria permite auscultar estes profissionais de saúde quanto às suas necessidades formativas, de forma a optimizar o seu treino de acordo com o seu contexto de trabalho e especialidade. No mesmo domínio, somos parceiros do Grupo

para com as pessoas, alunos, instrutores e organizações, de forma a recolhermos o melhor de todos em prol de um objetivo comum. Só assim, conseguimos apresentar uma oferta de serviços e equipamento ajustada à realidade de todos os intervenientes no mercado da saúde e Portugal e internacional”.

IDEALMED, para a realização de formação pré e pós-graduadas nas suas instalações físicas, numa relação de proximidade para prestação de serviços locais/regionais e internacionais”. A Health Way trabalha também em parceria com duas corporações de Bombeiros que “têm lacunas na formação, têm poucos recursos, mas têm o equipamento, muitas vezes sem ser utilizado, cedendo este tipo de apoio logístico em troca de formação dos seus elementos”, revela o responsável. “Foi assim que nasceu a Health Way Equipamento, já que vários clientes afirmavam que se tivéssemos determinado tipo de simuladores os comprariam. Fomos convidados para estar no Web Summit, daí surgiram contactos para divulgarmos e distribuirmos equipamento médico em Portugal, tecnologias que estão relacionadas com a realidade aumentada, por exemplo. Neste momento comercializamos também um chuveiro antibacteriano, o L8 Shower desenvolvido para auxiliar no controlo das infeções, estando disponível para instituições privadas, públicas e uso doméstico”, revela, acrescentando que “na parte dos equipamentos procuramos dinamizar esta oferta junto dos nossos parceiros”. Questionado sobre os desafios deste projeto, José Pedro Dias revela que um dos maiores foi a “construção da rede de formadores que é constituída por médicos, enfermeiros e bombeiros, ao nível mais operacional. É nossa intenção termos formadores a trabalhar em exclusivo para a Health Way, a médio prazo”.

A importância do ensino O interlocutor explica a estratégia delineada para a empresa, “crescer com o segmento training que irá ser o nosso core business inicial, para criarmos valor interno para novos investimentos nas pessoas e em equipamento. Protocolámos serviços com Universidades, Hospitais, Escolas Superiores de Saúde, Unidades de Saúde Familiares, Cooperações de Bombeiros, empresas, entre outros. Somos parceiros da Universidade Atlântica com a qual estamos a desenvolver novas Pós-Graduações, como é o caso da mais recente criada na área dos Cuidados Intensivos, numa parceria com a Linde e Maquet, empresas de equipamento específico e especializado neste domínio de ensino”. José Pedro Dias evidencia que “as nossas pós-graduações dão dupla certificação: profissional e académica, pelo que no final, se tiverem aprovação, em todas as unidades curriculares, os alunos são certificados individualmente com acreditação profissional e a certificação universitária. A Health Way foi pioneira também este nível, tendo percecionado a oferta do momento, uma vez que este modelo permite diferenciar o profissional de saúde em termos de mercado de trabalho. Com a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa formamos os alunos do 4.º ano da Licenciatura de Enfermagem com o Curso de Suporte Avançado de Vida, sendo um projeto pioneiro a nível nacional, e que permite a estes futuros profissionais se apresentarem no mercado de trabalho com uma valência extra. Na Escola Superior de Saúde de Viseu somos a entidade escolhida para a formação de enfermeiros que frequentam a Pós-Graduação de Urgência e Mestrado de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, formando em 2016 e 2017 cerca de 120 profissionais de saúde com o Curso de Suporte Avançado de Vida Adulto e Pediátrico. Relativamente aos Açores, vamos dar início ao treino de cerca de 40 médicos e enfermeiros com o Curso de Emergências Obstétricas, Neonatais e Pediátricas, numa parceria com o Hospital Divinos Espírito Santo em Ponta Delgada. Na Ilha Terceira vamos promover uma edição do curso ITLS Militar numa parceria

Futuro Quanto ao futuro, o interlocutor revela que a Health Way está “atenta à evolução dos procedimentos hospitalares, estamos a concorrer a novas certificações para capacitar os nossos profissionais de saúde. No campo da inovação e tecnologia, através do know-how pretendemos desenvolver a investigação, através da seleção dos formadores de cada área, que organizam um fórum onde é debatido o tema da ensino e boas práticas em Saúde. Na área dos equipamentos 2017 será o ano da afirmação desta vertente com um crescimento da ordem dos 80 por cento. A internacionalização é outro dos nossos objetivos. Temos inclusive um protocolo com uma universidade moçambicana onde vamos dar formação pré e pós-graduada”. Este conjunto de áreas resultarão numa faturação próxima do meio milhão de euros o que representa um crescimento de 25 por cento em relação a 2016. “Vamos continuar a crescer sustentadamente”.

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área metropolitana de lisboa | domusrehabita

Reabilitação urbana sustentável

Paulo Viegas, Catarina Antunes e José Ferreira

Especialistas na reabilitação urbana, com destaque para a preservação dos centros históricos, a Domusrehabita foi uma das pioneiras nesta vertente da arquitetura, apresentando hoje um vasto portefólio. A arquiteta Catarina Antunes destaca a evolução do setor em Portugal e a sua importância para a preservação da identidade nacional.

A Domusrehabita interviu desde 2004, ano da sua fundação, em mais de seis mil edifícios, totalizando 14485 frações, inseridos em 27 programas estratégicos de reabilitação urbana. Recentemente, com o programa Portugal 2020, desenvolveu dez planos de ação de regeneração urbana e também um plano de desenvolvimento urbano sustentável. Os números apresentados representam a capacidade de trabalho da empresa, que apresenta como “primeiro grande trabalho, o

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levantamento da área de reabilitação da Baixa-Chiado, Lisboa, que serviu de base para a estratégia de reabilitação, que agora se está a implementar na capital, um trabalho em parceria com a Universidade Lusófona de Lisboa que reuniu engenheiros civis, historiadores e arquitetos. Este levantamento contou com uma equipa de 50 pessoas, no qual auxiliámos também, o Governo da altura, na elaboração do novo regime de reabilitação urbana”, revela a arquiteta Catarina Antunes. A Domusrehabita está vocacionada para a apresentação de soluções integradas de negócio, aliando

ao desenvolvimento estratégico de ações de correção dos mercados fundiários, os estudos técnicos operacionais e de viabilidade, bem como, a engenharia financeira necessária ao desenvolvimento de projetos, através dos diversos instrumentos e programas comunitários disponíveis. A entrevistada explica que a empresa tem um modelo avançado único no mercado da reabilitação urabana, visto que “efetua o levantamento dos edifícios, estabelecendo o seu ponto de conservação, demonstrando depois a viabilidade do investimento e a definição da estratégia de implementação”.

Questionada sobre os trabalhos mais emblemáticos, Catarina Antunes destaca “o programa estratégico de reabiltação urbana de Vila Real de Santo António e a nova vertente dos programas estratégicos, em que se pretende criar uma rede de centros históricos complementares em zonas do interior do país, que englobam todos os municípios que integram a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. Nesta e noutras regiões do país, a curto, médio prazo o turismo pode ser uma oportunidade


domusrehabita | área metropolitana de lisboa estratégica para as regiões. Para tal é fundamental uma aliança entre todos os agentes, juntamente com a população local, elaborem e promovam estratégias de desenvolvimento capazes de promover os espaços de montanha em destinos de excelência e que fomentam os produtos locais... Mas cada projeto que fazemos é importante, fomos também responsáveis por projetos importantes de reabilitação urbana em Sintra, Santarém, Coruche, Carcavelos e muitos outros”, revela, demonstrando a diversificação dos trabalhos efetuados, onde destaca a preocupação com “intervenção do espaço público, apostando na mobilidade sustentável”. A juntar ao vasto portefólio, a Domusrehabita foi atualmente desafiada a realizar a Estratégia para a Revitalização e Valorização do Património Imobiliário no Centro Histórico de Braga. Sobre a viabilidade financeira destes investimentos, a interlocutora afirma que no presente existem vários planos estratégicos de desenvolvimento urbano sustentável e planos de ação de regeneração urbana,

ou em estudo, como o Fundo de Reabilitação Urbana, o Reabilitar para Arrendar, do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IRHU), os fundos do turismo, apoiam a reabilitação urbana, exigindo a demonstração da rentabilidade do projeto, já que nenhum destes programas é a fundo perdido”, explica a arquiteta. Evolução da reabilitação urbana Estabelecendo um retrato do que foi feito atá ao momento no setor, Catarina Antunes destaca como grande vantagem da estratégia adotada, “os benefícios fiscais concedidos às obras de intervenção nos edifícios, que permitiram também alavancar o setor da construção no nosso país”. Quanto aos aspectos ainda a melhorar a arquiteta entende que “Lisboa e Porto estão a beneficiar com a vaga do turismo, implementando uma boa estratégia de reabilitação urbana. Contudo, nas restantes zonas do país é mais difícil esta implementação e aqui o Estado, através dos municípios e comunidades intermunicipais,

em andamento aprovados no âmbito do programa comunitário Portugal 2020, “os programas de apoio existentes atualmente

têm de ser o primeiro a dar o exemplo, criando bases para que os privados possam olhar e ver com interesse o investimento e a

aposta nesta vertente”. Dando como exemplo o centro de Lisboa, a interlocutora considera também que está ainda por resolver o problema da fuga das pessoas dos centro históricos para a periferia, “atualmente devido à pressão turística viver no centro da cidade é dispendioso, o municípiodeveria ter previsto previamente, a criação de uma bolsa de oferta pública de arrendamento a custos regulados, criando desta forma um teto nos valores do lado da oferta. Recentemente, o Município de Lisboa começou a trabalhar nesta vertente e lançou um programa semelhante para as vilas operárias”. Sobre o futuro, a arquiteta considera que uma correta implementação de estratégias de reabilitação urbana vão permitir potenciar o nosso país “detentor de uma diversidade incrível. Portugal é muito mais do que os destinos turísticos de Lisboa, Porto, Douro e Algarve, muito facilmente vamos do interior à costa, temos esta particularidade e singularidade que nos distingue e que se deve fomentar, porque hoje em dia as pessoas procuram acima de tudo viver experiências”, conclui Catarina Antunes.

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REGIÃO DE SETÚBAL Setúbal nasceu do rio e do mar. A cidade de Setúbal possui numerosos bairros, destacando-se entre os mais tradicionais o bairro do Troino, as Fontainhas, o Bairro Santos Nicolau e a Fonte Nova, zonas onde vivia grande parte da comunidade de pescadores. As Fontainhas começaram a ser povoadas por volta do século XVII, sobretudo por pessoas oriundas da zona de Aveiro. Depois da construção da Avenida Luísa Todi foi necessária a criação de uma nova doca. A zona é composta por inúmeras travessas, poços e, ao contrário da do Troino, é bastante inclinada. O Museu do Trabalho Michel Giacometti situa-se nesta zona da cidade, perto do miradouro das Fontainhas. O bairro Salgado era a zona onde, por tradição, vivia a classe burguesa no século XIX, pois este bairro fica bastante próximo do centro da cidade, onde se desenvolve grande parte do comércio. Atualmente, neste bairro encontram-se alguns estabelecimentos ligados à área da saúde, assim como a principal estação rodoviária da cidade. A zona da Saboaria, assim como a zona das Fontainhas foram, durante o século XX, locais de grande concentração industrial. As fábricas de conservas de peixe de Setúbal eram nacionalmente reconhecidas, tendo-se verificado nos últimos anos alguns esforços de reativação desta atividade na cidade, a qual atraiu diversos trabalhadores do Alentejo e Algarve durante o seu período de maior dinamismo.Atualmente, na zona da Saboaria encontram-se instalados diversos restaurantes, com uma oferta gastronómica algo variada. Também nesta zona, situam-se a maioria dos clubes noturnos e bares da cidade, assim como tem sido feito um esforço de revitalização urbana por parte de empreiteiros e do próprio município. Conheça algumas das freguesias e empresas mais emblemáticas da região na Revista Business Portugal.

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região de setúbal | setpipe

O interlocutor em sistemas de tubagem

“A Setpipe nasceu há 11 anos, em Setúbal, com o objetivo de preencher uma lacuna existente no mercado Ibérico ao nível da prestação de serviços de soldadura e instalação de tubagens plásticas de todos os diâmetros fabricados à data, essencialmente Polietileno de Alta Densidade (PEAD). O meu pai, fundador desta empresa, tinha sido, durante 14 anos, director de produção de uma multinacional fabricante de tubagem em PEAD em Portugal, a KHW Pipe, onde esteve desde o primeiro dia até ao encerramento da unidade de produção, e onde adquiriu um grande know-how neste âmbito. Em 2008, depois de terminar uma Pós-Graduação em Higiene e Segurança no Trabalho, juntei-me à equipa, e estou na Setpipe desde então”, começa por nos contar Ana Sofia Rivaes.

de soluções”. Tendo já vários projetos no seu curriculum, torna-se importante salientar a parceria celebrada em 2010 com a Pipelife, uma empresa nórdica, líder mundial no fabrico de tubagens plásticas, e com a qual a Setpipe tem participado em inúmeros projetos além-fronteiras onde este parceiro é fornecedor de tubagens em comprimentos longos e grandes diâmetros (via marítima). “As nossas mais-valias centram-se na parceria com a Pipelife, no know-how dos nossos operacionais e no facto de possuirmos uma vasta gama de equipamentos de soldadura (todos certificados por uma entidade acreditada para tal) que permitem soldar tubagem com diâmetros até 1600mm. Julgo, inclusive, que não haverá, em Portugal, nenhuma empresa neste ramo com este potencial ao nível de equipamentos próprios, o que nos torna mais competitivos sempre que surjam projetos de grandes diâmetros já que, ao contrário da concorrência, não temos necessidade de

Posteriormente, quando questionada sobre as áreas de atuação da empresa, é perentória em afirmar: “as potencialidades e capacidade de evolução do PEAD são enormes: dos Emissários Submarinos, onde a Setpipe é líder nacional na sua instalação, às ETARs, redes de rega e drenagem, urbanizações, loteamentos industriais e ddutoras – entre outras de âmbito mais específico – a Setpipe está habilitada a instalar as mais variadas soluções de sistemas de tubagem, dando sempre acompanhamento técnico e aconselhamento

recorrer ao aluguer”, explica a empresária. Apesar da evolução notória em 11 anos de atividade, a nossa entrevistada revela também alguns dos maiores desafios que enfrentou no último ano, quando assumiu a liderança da Setpipe. “Neste ramo, especificamente, o ano que passou revelouse extremamente difícil. Com a instabilidade política que se fez sentir a partir do último trimestre de 2015, o número de concursos públicos lançados caiu a pique, e os que já estavam previstos ficaram, de alguma forma, em standby. Durante este período, que se prolongou praticamente até ao final de 2016, o impacto fez-se sentir de forma transversal neste negócio, desde clientes a fornecedores. O falecimento

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Ana Sofia Rivaes Gerente

Fundada em 2006, de capital 100 por cento nacional e alicerçada no know-how resultante de uma vasta experiência nos domínios da produção e instalação de sistemas de tubagem de diferentes materiais, a SETPIPE – Sistemas de Tubagem, Engenharia e Serviços, Unipessoal, Lda. é hoje uma empresa que, sendo jovem, é igualmente bastante coesa, atuando um pouco por todo o mundo. E é pelas palavras de Ana Sofia Rivaes, sócia gerente da empresa, que passamos a conhecer melhor a Setpipe, distinguida no ano transato como PME Excelência.


setpipe | região de setúbal do meu pai, no início de 2016, teve, no entanto, o maior impacto na Setpipe, e fez-me questionar se estaria à altura de dar continuidade a este projeto que ele tinha iniciado. Honestamente, nunca imaginei que o conseguisse. Não é fácil, o meu pai tinha um know-how extraordinário neste ramo, talvez um dos maiores a nível nacional, e isso não se adquire de um dia para o outro. Mas o maior legado que me deixou foi, seguramente, a seriedade, a honestidade e a transparência, que continuam a ser os pilares desta empresa e contribuem, certamente, para a reputação e credibilidade que tem criado no mercado ao longo dos anos. Construir uma boa imagem juntos dos clientes é difícil, mas destruí-la é muito fácil. Talvez por isso, confesso, seja muito exigente comigo mesma e com quem trabalha comigo. O que há para fazer é para ser bem feito, e, de preferência, à primeira. Julgo que esta atitude também contribuiu para que conseguisse terminar o ano que passou com um saldo positivo, e esse era o meu grande objetivo”, revela. Resultado disso, a Setpipe possui hoje a distinção de PME Excelência e a interlocutora mostra-se orgulhosa pela atribuição deste prémio. “Há vários anos que tentávamos conseguir o estatuto de PME Líder, e embora atingíssemos geralmente os rácios financeiros impostos, ficávamos posteriormente pelo caminho em relação à dimensão da empresa (nunca ultrapassámos os 11 efetivos) ou ao volume de faturação anual, critérios que têm sofrido alterações todos os anos. Em 2016 acabámos por preencher todos os requisitos, o que nos deixa bastante satisfeitos”. Sobre o caminho delineado para o futuro da Setpipe, Ana

Sofia Rivaes revela algumas das apostas traçadas para os próximos anos, que passam pela consolidação e pelo alargamento da oferta em termos serviços da empresa. “Gostaria que a parceria com a Pipelife continuasse, pois considero que são os melhores parceiros que podemos ter, e uma grande mais-valia para a atividade e evolução da Setpipe. É uma empresa com uma mentalidade, uma abertura e uma forma de trabalhar muito diferentes do que é geralmente praticado pelas empresas portuguesas. Por outro lado, não sendo esta uma atividade sazonal, mas muito suscetível a oscilações em termos de projetos lançados, e estando (em parte) dependente de concursos públicos, surgiu, a certa altura, a necessidade de diversificar as áreas de atuação, bem como o alargamento da carteira de clientes. No final de 2015, e fruto da diminuição de trabalho, passámos a fornecer serviços de soldadura de geomembrana em PEAD, para os quais investimos na aquisição de equipamento e respetiva formação dos colaboradores. Simultaneamente, temos tentado fugir ao risco que acarreta trabalhar, quase em exclusivo, com empresas de construção civil, nomeadamente pelo número de clientes que entrou em processos de insolvência nos últimos anos, e acabou por nos trazer elevadas perdas financeiras. Neste sentido, temos tentado enveredar pela manutenção industrial (ao nível da tubagem de PEAD) e esta decisão já nos permitiu angariar alguns bons clientes com os quais esperamos continuar a cooperar no futuro. De facto, poder trabalhar com clientes da indústria transformadora dá-nos um tipo de garantias e estabilidade que nos agrada muitíssimo”, conclui, confiante.

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região de setúbal | junta de freguesia de amora

Tradição e desenvolvimento em sintonia É pelas palavras de Manuel Ferreira Araújo, Presidente da Junta de Freguesia de Amora, que passamos a conhecer a dinâmica desta freguesia, pertencente ao concelho do Seixal e ao distrito de Setúbal. Entre projetos atuais e futuros, o autarca revela as principais áreas de intervenção deste executivo, bem como os projetos traçados no sentido de potenciar Amora a vários níveis.

Em termos de resposta às necessidades da classe mais idosa, Amora está bem suportada? Atualmente, temos três associações de reformados. A ARIFA, que é uma instituição de referência e que possui, para além do lar, com cerca de 80 camas e centro de dia, uma unidade de cuidados continuados, com 30 camas e uma creche. É a associação na freguesia que maior resposta presta à população para além de todas as instituições prestarem apoio domiciliário, o que é essencial.

Manuel Ferreira Araújo Presidente

Como introdução, peço-lhe que faça uma breve apresentação da Freguesia de Amora. A Freguesia de Amora possui cerca de 50 mil habitantes, 27 km2 e é essencialmente uma freguesia urbana. Um terço do território está integrado no Pinhal das Freiras, mas há uma grande concentração no núcleo urbano de Amora, Cruz de Pau, Paivas e Fogueteiro, onde está concentrada grande parte da nossa população. É uma freguesia também ribeirinha, banhada pelo rio Judeu, com a nossa magnífica baía. É neste local onde converge o centro das atenções e onde se desenvolvem essencialmente atividades náuticas, desportivas e de recreio e onde promovemos bastantes atividades, mesmo provas a nível nacional de canoagem, de triatlo, no sentido de promover possíveis investidores para esta zona. O turismo é uma realidade e/ou aposta da freguesia? A proximidade a Lisboa, sendo atualmente o grande centro das atenções, é uma mais valia em termos turísticos para a nossa freguesia e existem muitos turistas, especialmente os que visitam a cidade mais do que uma vez, que começam a querer conhecer as regiões à sua volta e se os soubermos atrair, teremos de facto mais gente em Amora. Em breve teremos na freguesia uma estação náutica, que permite atracar algumas embarcações de recreio e que poderá também potenciar o nosso turismo. A partir daí pensamos que poderá potenciar e desenvolver bastante o comércio local, sobretudo a restauração.

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A ligação às associações recreativas locais da freguesia é um dos focos deste executivo? Temos cerca de 20 associações de cultura, recreio e desporto na freguesia e existe uma grande dinâmica através dos vários eventos nacionais que vão sendo organizados ao longo do ano, como é exemplo o Corta Mato Cidade de Amora, o Triatlo Jovem, provas nacionais de canoagem, entre outros. Para além disso, temos uma ligação muito forte com as escolas, em parceria com o Desporto Escolar, através de iniciativas que nós próprios promovemos. Temos cerca de oito mil alunos, duas escolas secundárias e três agrupamentos escolares até ao 3º ciclo. Apesar da população ter estabilizado na última década, consideramos que a freguesia possui gente bastante jovem. Como tal, estamos também a desenvolver o Fórum Amora Jovem, em parceria com as escolas secundárias e com o 3º ciclo, que prevemos que tenha início em junho e o objetivo passa por colocar os jovens a discutir, dar ideias e que muitas possam ser utilizadas. Na área da ação social, possuímos bastantes projetos em termos de apoio alimentar, medicação, tratamentos dentários, etc. É um projeto muito amplo em parceria com vastas associações. Pretende dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver como Presidente de Junta de Amora? Qual o maior desafio que poderá vir a enfrentar num novo mandato? Da minha parte, existe vontade para continuar, pois considero que ainda há mais a fazer pela freguesia. O nosso desafio prende-se ao nível das acessibilidades, da mobilidade das pessoas, não só no espaço urbano, como em casa das pessoas. Existem edifícios com vários andares, sem elevador, o que dificulta a mobilidade das pessoas e é nesse sentido que queremos


junta de freguesia de amora | região de setúbal termos das urbanizações mais recentes, com 30, 50 anos, começam também a ter muitos problemas e considero que esses espaços não foram devidamente pensados aquando da sua construção nos anos 60, 70 e 80 . Hoje em dia, as pessoas necessitam de espaços de lazer e neste aspeto. nos próximos anos, gostaria que a nossa aposta recaísse sobre esta matéria, apesar dos três parques urbanos centrais que já existem na freguesia. Por fim, peço-lhe que deixe uma mensagem em forma de convite para que os nossos leitores visitem Amora. Convido todas as pessoas a virem conhecer-nos, pois temos uma zona ribeirinha lindíssima, por vezes, desconhecida até pelas gentes locais. Partam à descoberta da nossa restauração, dos vários eventos que organizamos ao longo do ano, das nossas associações. Não se irão, certamente, arrepender.

reunir esforços. Por outro lado, a requalificação da nossa marginal, uma área privada bastante degradada, diria mesmo em ruínas, e que consideramos que é importante que esses espaços sejam valorizados, porque têm um grande valor e um potencial considerável. Futuramente, como gostaria de ver a sua freguesia? Quais os projetos delineados? Em termos urbanísticos, gostaria de ver as urbanizações e os espaços mais antigos requalificados. Temos muitas casas abandonadas, edifícios em ruínas, a própria cidade em

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região de setúbal | junta de freguesia de corroios

Uma Freguesia jovem que vai à luta Através da visão do presidente da Junta de Freguesia de Corroios, Eduardo Rosa damos a conhecer a Vila de Corroios e o que de melhor tem para oferecer. Atualmente é uma freguesia jovem e bastante procurada como zona habitacional, devido à sua localização e melhoria de acessibilidades.

Eduardo Rosa Presidente

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A Vila do Corroios, situada no concelho do Seixal é parte integrante da Área Metropolitana de Lisboa. Com cerca

A Loja Social atua de forma direta no apoio a famílias carenciadas, cedendo bens ao nível do vestuário, calçado,

de 50 mil habitantes tem sido muito procurada após o desenvolvimento de novos equipamentos, infraestruturas, acessibilidades e serviços, essenciais ao bem estar da população. “Corroios tem uma população muito jovem e reúne todas as condições para se continuar a desenvolver a esse nível”, refere o presidente da freguesia. Assumindo os jovens como um dos principais focos da freguesia, explica que é necessário criar condições para que estes possam permanecer em Corroios, sem terem de abandonar as suas casas e famílias em busca de uma oportunidade de emprego na capital. Esta preocupação incentiva o presidente e restante equipa a direcionarem grande parte das suas atividades aos jovens, como é o caso do Festival de Música Moderna, a realização de marchas populares nas escolas, a Festa de Corroios, a Feira Medieval e a Feira do Chocolate. No âmbito social, a Junta de Freguesia apoia a Associação Unitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Corroios (ARUPIC) e de Miratejo (AURPIM). Possuem uma Loja Social que presta apoio aos cidadãos da freguesia, “facilitando o acesso à informação e a serviços especializados”, de forma a combaterem a exclusão social.

material escolar, mobiliário, entre outros. Através do reaproveitamento de materiais e equipamentos cedidos por particulares e empresas, combate simultaneamente o desperdício. No campo do urbanismo, a J.F. de Corroios tem travado algumas batalhas. Viadutos sem condições de circulação, precariedade ao nível dos transportes públicos e falta de um pavilhão escolar destinado à atividade desportiva, são alguns dos problemas apontados pelo nosso entrevistado. “Não podemos aceitar que o viaduto continue parado, cabe-nos reivindicar para que se encontre uma solução para esta via alternativa”, diz a respeito do viaduto de Corroios, variante à EN10, que se encontra inacabado devido a uma tomada de posição desadequada para o efeito. Para o presidente “é também necessária uma reformulação urgente dos transportes públicos”, por entender que em Corroios a população é servida por uma rede transportadora que se encontra completamente desatualizada. A culpa desta estagnação é em parte atirada às privatizações, que são negativas pois apenas visam “o lucro, ao invés de se preocuparem em servir a população”. Para a resolução


junta de freguesia de corroios | região de setúbal deste problema, o presidente diz que a sua freguesia “continua em parceria com a Câmara Municipal do Seixal e com as comissões de utentes”. Falamos das derrotas, mas as vitórias também fazem parte desta freguesia. “Todas elas foram conseguidas a custo, com muito esforço e trabalho”. Exemplo disso são o Centro de Saúde e o Hospital do Seixal. Diz o presidente, que “quem vai à luta pode vir a vencer e nós acreditamos sempre que iremos vencer a batalha de mais e melhores condições nesta freguesia, a dar solução a esta necessidade”. Entre o passado, presente e futuro Com o segundo mandato praticamente concluído, o presidente Eduardo Rosa não avança especulações sobre uma próxima candidatura, afirmando apenas que “brevemente haverá novidades sobre esta matéria”. Olhando para o passado

e presente, as motivações que o fazem continuar a reivindicar uma melhor qualidade de vida na freguesia, Eduardo Rosa diz que

Consciencialização da população Eduardo Rosa, que todos os dias batalha para melhorar a freguesia que lhe foi

“sempre quis fazer algo por esta terra”. Conta-nos que apesar de não ter nascido em Corroios, foi habitar a vila apenas com um ano de idade e para si esta é a sua terra mãe. O balanço que faz enquanto presidente é “muito positivo face às condicionantes que colocaram às autarquias. A Junta de Freguesia de Corroios não deixou de fazer os seus projetos embora o orçamento tenha diminuído bastante com todos os constrangimentos colocados pelo poder central”.

confiada pelos seus eleitores, considera que grande parte da população nacional não entende para que serve uma Junta de Freguesia e qual o seu papel dentro do país. Na sua visão “as juntas são um elo de ligação entre as populações e as forças vivas”. Desiludido com a importância atribuída a estas instituições públicas, considera que em Portugal “são encaradas como o parente pobre da democracia”. Apesar das adversidades que enfrentam, o Presidente afirma que na sua maioria “ com muito pouco, as juntas conseguem fazer muito”. A mensagem que o presidente Eduardo Rosa deixa aos nossos leitores é de luta e de aposta nas freguesias. No que respeita a Corroios deixa o convite para acompanharem o Website e Facebook da Junta de Freguesia de Corroios, por forma a ficarem a saber tudo sobre as iniciativas que estão a ser desenvolvidas. Largo do Mercado, 2855-100 Corroios Telefone: 212 535 814 Telemóvel: 916 118 878 Fax: 212 546 583 E-mail: geral@jf-corroios.pt www.jf-corroios.pt

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região de setúbal |união de freguesias de seixal, arrentela e aldeia de paio pires

“A nossa maior preocupação são as pessoas”

António Santos Presidente

Rodeada, em parte, pela belíssima Baía do Seixal, inserida no estuário do rio Tejo, a União de Freguesias de Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires é hoje uma freguesia com uma forte dinâmica, que o presidente da junta, António Santos, em entrevista à Revista Business Portugal, fez questão de apresentar, após 20 anos como autarca de freguesia.

“Atrevo-me a dizer que as nossas freguesias são das mais bonitas do país, com uma dimensão considerável e com uma população superior à maioria dos municípios do nosso país. Apesar de cada uma das nossas freguesias ter a sua própria identidade cultural a sua beleza reside muito na nossa dinâmica e forma de atratividade. Por outro lado, a nossa região está marcada ao longo da sua história pela indústria com vários pólos industriais existentes e da sua memória industrial, como são o caso da Corticeira Mundet, da fábrica de lanificios de Arrentela ou da Siderurgia Nacional. Ao nível cultural temos uma riqueza enorme que é o nosso dinâmico e pujante movimento associativo. Só para terem uma ideia, das cinco coletividades centenárias existentes no município, quatro estão sediadas na área administrativa das nossas freguesais, com uma tradição muito ligada à cultura, com as suas escolas de música e as suas bandas filarmónicas existentes desde sempre. O que a meu ver, é notavel.”, explica-nos, orgulhoso, o autarca. Sobre os desafios que atualmente a freguesia enfrenta, aliados às mais valias de que dispõe, António Santos afirma:

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“O núcleo urbano antigo do Seixal encontra-se neste momento em obras e os grandes desafios passam pela atratividade e fixação de pessoas para dentro do núcleo histórico, estando a ser desenvolvidos vários projetos nesse sentido. Temos acessibilidades fantásticas, costumo referir a capital das duas margens, com uma praça central do tamanho do Mar da Palha. Em 20 minutos estamos no coração da baixa de Lisboa e temos ainda a alternativa de nos deslocarmos de comboio, em que em 20 minutos estamos na zona mais nova de Lisboa, o que é uma mais valia para quem trabalha na capital e habita no nosso município, nas nossas freguesias”, realça. Em relação ao apoio à população mais idosa e jovem da freguesia, o entrevistado ressalva as várias associações existentes, bem como a excelência como patamar a manter em torno da escolariedade, principalmente no que

é respeitante ao primeiro ciclo do ensino básico. “Apesar de o nosso município ser um dos que detém o mais elevado número de jovens do país, em virtude de um elevado número populacional, existe também um número consideravel de população idosa. Temos uma rede de centros de dia que acredito que está ao melhor nível do país. Neste momento, temos seis associações de reformados e várias outras IPSS´s que dão apoio aos mais idosos a vários níveis, como apoio domiciliário, valência de centro de dia e temos um lar social, com umas condições fantásticas.. Em termos escolares, temos mais de 2200 alunos, num total de 11 escolas do primeiro ciclo ao ensino básico, divididos por três agrupamentos. A este nível, estamos muito bem servidos e principalmente ao nível do 1º ciclo, com resultados muito interessantes”. A reforma administrativa relativa à agregação das freguesias foi, ao longo da entrevista, um dos pontos mais abordados e, António Santos, revela o seu parecer relativamente a esta questão: “Por vezes, temos uma tendência para medir a dimensão das freguesias pela sua área e pela sua população, é importante, mas não se esgota nessa realidade. Relativamente à questão da reorganização administrativa, não poderia acontecer como foi feita. Em termos de gestão de equipamentos, não conheço nenhuma freguesia no país, ou não haverá muitas freguesias no país, que tenham que gerir diretamente cinco mercados e três cemitérios, três juntas de freguesia, duas delegações, três postos CTT, etre muitos outros equipamentos. Como tal, e na nossa opinião, por muitos e variados motivos já sobejamente discutidos, mas também em virtude da nossa cultura, da nossa história, do nosso património material


união de freguesias de seixal, arrentela e aldeia de paio pires | região de setúbal e imaterial, e pela experiência prática de quase quatro anos deste mandato, digo que não encontramos qualquer mais valia na agregação de freguesias, muito pelo contrário. Recentemente reuniram-se as condições para reverter esta decisão, no entanto, as propostas apresentados não foram aprovadas em sede da Assembleia da República, perdendo-se uma oportunidade única para reverter todo este processo. Enquanto presidente de junta, tenho noção do que custa e do trabalho que é feito, não só pelo executivo mas também pelos nossos trabalhadores para que tudo seja realizado e concretizado, não se apercebendo, muitas vezes, a nossa população, e ainda bem, disso”. Sobre o futuro e em forma de balanço, o autarca mostra-se orgulhoso e satisfeito do trabalho que realizou em prol da população. “A proximidade com as pessoas é o nosso grande projeto. A nossa maior satisfação é contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessaos sendo esta também a nossa obrigação. No plano político a que nos propusemos, encontra-se cumprido cerca de 95 por cento do nosso programa eleitoral e podemos

relevar que fomos muito além do que nos propusemos aquando da nossa candidatura. Temos um projeto dinâmico que se adaptou às reais necessidades das nossas populações. No entanto, existem obras emblemáticas que têm sido objeto de reinvindicação das nossas populações e que gostaríamos de ver executadas o quanto antes no nosso município, mas que são da competência da administração central, como é exemplo o caso da construção do nosso hospital. Ao nível das nossas freguesias existem obras em desenvolvimento que esperamos ver concluídas brevemente, como são os casos das intervenções no nosso núcleo antigo do Seixal, a concretização da Praça Central da Torre da Marinha e o início da construção das Piscinas Municipais da Aldeia de Paio Pires, entre outros projetos. Por fim, deixo um convite a que visitam as nossas freguesias, que se encontram repletas de potencialidades, para um passeio sempre agradável na nossa baía e usufruam da nossa história, dos nossos espaços museológicos, da nossa oferta cultural e dos nossos equipamentos de referência”, finalizou.

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ALTO MINHO E TRÁS-OS-MONTES A Região de Trás-os-Montes e Alto Douro situa-se no Norte de Portugal, correspondendo aos distritos de Vila Real e Bragança, e alguns concelhos, a norte, do distrito de Viseu e da Guarda. O relevo da região é formado por altas montanhas cortadas por vales profundos e o clima é temperado continental sendo mais frio nas zonas montanhosas e mais ameno ao longo do Rio Douro. Aqui se produz o famoso vinho do Porto, os vinhos do Douro, o azeite e o mel. Aqui se cultivam a amêndoa, a maçã, a cereja, a castanha, a batata, os cereais e os cogumelos. Aqui se confeccionam os típicos enchidos, a posta maronesa, mirandesa e barrosã, os folares, as bolas e diversos doces conventuais. Os rios da região são ricos em truta, escalo e barbo e a natureza é generosa em espécies cinegéticas – coelho, lebre, javali, raposa, tordo, perdiz, pombo e rola. Trás-os-Montes e Alto Douro é história, tradição e natureza em estado puro.

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alto minho e trás-os-montes | grupo vale do mouro

“A cuidar de si todos os dias”

A saúde é uma vertente na qual a Revista Business Portugal continua a apostar e a trazer às suas páginas, mensalmente. Por isso mesmo, na nossa visita ao Alto Minho, fizémos questão de conhecer aquela que é a referência na área farmacêutica. Assim, conversámos com Telma Costa, sóciagerente do Grupo Vale do Mouro.

Isabel Marques, João Costa e Telma Costa Sócios-gerentes

continuar a prestar apoio à população local. Em junho de 2015 surgiu a possibilidade de expandir o negócio com a abertura de uma parafarmácia nas instalações dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e em parceria com estes serviços, que muito contribuiu para o sucesso deste novo projeto. Em fevereiro de 2016, com a insolvência de uma farmácia em Melgaço, pudemos adquirir o seu alvará e expandir a nossa presença para Melgaço, com a abertura da Farmácia Vale do Mouro-Melgaço, que tem a curiosidade de ser a farmácia mais a norte de Portugal.

Como surge a Farmácia Vale do Mouro? A família da minha mãe é de Monção e quando me licenciei em Ciências Farmacêuticas decidi concorrer a um concurso para abertura de farmácia na freguesia de Tangil, uma aldeia no interior do concelho de Monção. Ao ganhar esse concurso, em 1995, arrancou o projeto para instalação da nova farmácia, tendo entrado nessa altura a minha sócia, amiga e atual Diretora Técnica da Farmácia Vale do Mouro Monção, Isabel Marques, que sem nos conhecermos e sendo de Coimbra, decidiu arriscar comigo nesse desafio. A primeira loja foi um espaço gentilmente cedido pelo residente da Junta de Freguesia, Sr. Fernando Lages, que muito nos apoiou. Contudo, os primeiros anos foram bastante difíceis uma vez que pouco depois da abertura, os médicos que serviam as aldeias para prestar cuidados de saúde primários às populações rurais com difíceis acessos aos centros de saúde, deixaram de o poder fazer, ficando as populações do Vale do Rio Mouro sem cuidados médicos num raio

de mais de 25 quilómetros. A farmácia teve, por isso, que aprender a sobreviver durante mais de seis anos sem prescrições médicas a não ser as que alguns moradores traziam das consultas na vila. Foi, porém, só em 2002 que a tutela decidiu abrir uma Extensão de Saúde em Tangil que funcionava com um médico nalguns dias de semana, o que nos lançou para o investimento de aquisição de local próprio bastante mais amplo e onde já implementámos o atendimento personalizado no Gabinete do Utente criado especificamente para essa função. Em 2010 demos mais um pulo: transferimos a farmácia para o Centro da Vila de Monção (Quinta da Oliveira). Adquirimos um espaço próprio de mais de 200m2 e foi aqui que a Vale do Mouro ganhou mais dinâmica. Passámos a ter dois gabinetes de utente . Foi então possível desenvolver e prestar mais e melhores serviços aos utentes, bem como dar emprego a mais colaboradores. Manteve-se o antigo local de Tangil como parafarmácia (Espaço de Saúde Vale do Mouro) e assim foi possível

Como descreve a farmácia aos nossos leitores? Atualmente o Grupo Vale do Mouro é constituído por quatro espaços: duas farmácias em Monção e Melgaço, uma parafarmácia em Tangil e outra em Lisboa. Todos os espaços têm um aspeto moderno e cuidado no aspeto, preservando sempre que possível os traços de antiguidade, como é o caso do vitral antigo da farmácia de Melgaço. Desde o início, em 1995, que sempre apostámos numa grande proximidade aos utentes, quer no aconselhamento farmacêutico quer na prestação de serviços de saúde que vão desde testes sanguíneos á vacinação da população. Sobretudo, sempre acreditámos num conceito de Saúde integrada onde, mais do que dispensar medicamentos, procuramos contribuir para o bem-estar e a saúde geral do ‘ser humano’ que nos procura. Só depois disso, é que vem

Equipa Monção

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o ‘cliente’. Fazemos da qualidade do serviço e a satisfação do utente, a nossa bandeira. Foi, por isso, com grande satisfação que recebemos a distinção de “PME Excelência 2016”, atribuída pelo IAPMEI. Com quantos funcionários contam? Como avalia a importância da formação para exercer este tipo de atividade? Atualmente, contamos com quinze colaboradores altamente qualificados, em que dez são farmacêuticos. Contamos, em breve, apostar ainda este ano em mais três colaboradores, dado o crescimento do Grupo. No que concerne à formação, esta é uma área que valorizamos bastante. Temos a consciência que um bom profissional deve estar sempre na vanguarda da informação e das novas tecnologias para melhor poder servir o utente. Assim sendo, para podermos prestar um serviço de excelência, é ‘obrigatório’ investirmos no desenvolvimento pessoal e no progresso dos nossos colaboradores para poderem corresponder de forma eximia às necessidades dos nossos clientes. Quais os serviços prestados por esta farmácia? Muitas vezes a farmácia é o primeiro local onde o doente procura ajuda. É o farmacêutico o primeiro profissional de saúde a quem nos dirigimos nestas situações. E é também cada vez mais verdade que o utente prefere ir à ‘sua farmácia’, onde já o conhecem. Neste sentido temos que estar


grupo vale do mouro | alto minho e trás-os-montes

O que diferencia esta farmácia das demais do concelho? É sempre difícil responder a essa pergunta porque acreditamos que é mais importante focarmo-nos na atitude e nos valores que queremos defender na prática quotidiana e aplicá-los e queremos acreditar que os resultados surgem depois naturalmente. Tendo por base o conceito de saúde integrada que defendemos, é extremamente importante o trabalho em equipa entre profissionais de saúde, promovendo um atendimento mais eficaz e eficiente. Alem do aconselhamento farmacêutico, é essencial uma boa articulação com os médicos da zona, dos enfermeiros, nutricionistas, técnicos de meios complementares de diagnostico, que deverão atuar como uma equipa para assegurar o fluxo da informação de forma transversal com resultados de eficiência na monitorização do doente e

centrais de compras permitindo uma melhoria nas condições de aquisição e capacidade negocial. Nós somos associados do Grupo HealthPorto e estamos satisfeitos com a parceria. Espera-se que as notícias que têm vindo a lume acerca da possibilidade de expansão dos serviços que a farmácia poderá vir a prestar no futuro, se venha a concretizar porque é por aqui que a farmácia tem que crescer.

Equipa Lisboa

do seu bem-estar. Nas Farmácias Vale do Mouro temos conseguido esta dinâmica, graças à boa colaboração com os médicos de família, enfermeiros e também procuramos sempre colaborar com as farmácias vizinhas na disponibilização de medicamentos em falta. Posto isto, talvez possa referir que o que nos diferencia, assenta essencialmente em três premissas basilares, comuns a todos os espaços: atendimento de excelência preconizado por profissionais altamente qualificados; oferta de uma panóplia de serviços adequados às necessidades dos utentes de cada

Qual a importância do aconselhamento farmacêutico para a comunidade? Tendo em conta a possibilidade de esvaziamento dos corredores dos hospitais, por exemplo. Como atrás referimos, valorizamos a proximidade ao utente, conhecendo a sua historia clinica, os seus hábitos e as suas características. Só assim podemos participar ativamente na melhoria do seu bem-estar, na identificação de potenciais reações adversas, no apoio à organização da medicação do idoso, em suma, no aconselhamento farmacêutico. Se a isto juntarmos o fato que a farmácia é por natureza, o primeiro local que o utente procura numa situação de queixa, havendo uma boa articulação com o médico de família e desenvolvendo-se plataformas de entendimento, atrevome a dizer que isto poderá ser claramente um benefício para o Sistema Nacional de Saúde, e nesse sentido poderá sim contribuir para a redução de doentes que recorrem ao hospital. Não há duvida que este setor das farmácias pode e deve ser um parceiro com um papel fundamental na gestão da saúde dos portugueses. Equipa Melgaço

à altura desta preferência sendo necessário desenvolver um profundo conhecimento da população que nos rodeia de forma a saber identificar as suas necessidades e a satisfazê-las. Neste contexto, os serviços podem ser diferentes de um local para outro mas de um modo geral oferecemos os seguintes serviços aos nossos utentes: aconselhamento farmacêutico; administração de vacinas e injetáveis; medição da tensão arterial; medição do peso, altura e IMC; testes bioquímicos (glicémia, colesterol e triglicéridos); testes de gravidez e sessões de nutrição. Atualmente, contamos com um serviço inovador e muito interessante para o utente polimedicado, a organização e preparação da medicação em blisters descartáveis. Futuramente, estão já a ser pensados e estudados novos serviços a implementar, dadas as características da população, nomeadamente podologia e sexualidade. Esperamos que a legislação venha a permitir em breve, entre outros, o serviço de enfermagem que terá grande importância para as zonas rurais onde há muitos doentes idosos, acamados sem acesso a cuidados de enfermagem, que poderão beneficiar deste apoio através da farmácia. Por outro lado, aliado à medicina tradicional, estão também as medicinas alternativas, que de uma forma sinérgica se complementam, e se traduzem num aumento de saúde e bem-estar para o utente. Dai estar a ser estudada a implementação da homeopatia, a naturopatia e a reflexologia.

espaço (dadas as populações apresentarem características distintas); e finalmente articulação entre a farmácia e outros profissionais de saúde, nomeadamente com os médicos e os técnicos de diagnóstico e terapêutica, de forma a promover um atendimento o mais eficaz e eficiente possível. Outro dos aspetos de diferenciação prende-se com a aposta na Responsabilidade Social onde temos participado em várias iniciativas. Estamos neste momento, a preparar uma campanha de solidariedade com a Fundação do Gil. Como descreve os vossos utentes? Dada a localização dos espaços, as características e necessidades dos utentes são distintas. Contudo, como cada vez estão mais informados, são mais exigentes, o que se torna num desafio constante para toda equipa. Daí, mais uma vez, salientar a importância da formação (técnica e comportamental) de todos os nossos colaboradores. Gostamos de estabelecer uma relação com todos os que nos procuram. Acreditamos na figura do ‘farmacêutico de família’ e é isto que se vai construindo à medida que a relação progride: uma relação de família. Pensando com o coração, diria que os utentes confiam no nosso aconselhamento e atendimento; gera-se uma confiança mútua. Qual a sua opinião sobre o atual estado do setor farmacêutico em Portugal? O acumular de restrições e diminuições de preços e margens tem tornado a vida difícil ás farmácias, exigindo destas uma gestão cada vez mais profissional e uma melhor gestão de recursos, quer humanos quer financeiros. Estas medidas levaram a que muitas farmácias se unissem em grupos ou

De que forma combatem a problemática da automedicação? Cada vez mais as pessoas têm acesso livre a determinados medicamentos, os chamados ‘Venda Livre’ bem como a suplementos alimentares que também têm atividade biológica ou química. Assim, é essencial a proximidade à população e um aconselhamento farmacêutico adequado a esta nova realidade. Por onde passa o futuro da Farmácia Vale do Mouro? O futuro a Deus pertence mas também cabe a nós procurá-lo. O futuro deste Grupo passa, numa primeira fase, por acompanhar as tendências do mercado nesta área, de forma a adaptarmo-nos de uma forma sólida e consistente, proporcionando ao nosso utente, o expoente máximo, no que concerne a sua saúde e bem-estar físico e psicológico, sustentado nas três premissas pelas quais nos regemos. Numa segunda fase, de forma a chegar a mais utentes, pensa-se na aquisição de novas farmácias ou novos espaços de saúde e bem-estar, nestas duas zonas, Alto Minho e Grande Lisboa. Esperamos ser reconhecidos como um grupo de referência na intervenção dos cuidados de saúde primários, nunca deixando de ter em vista o nosso lema: “ A cuidar de si todos os dias”.

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tema | empresa

“A nossa postura fideliza clientes”

No mercado há trinta anos e sempre com o intuito de garantir o melhor serviço de transporte e logística, a João Pires Internacional Transportes, Lda pauta-se não só pela qualidade, mas também pelo respeito e confiança, tendo nos colaboradores e parceiros a principal chave para o sucesso. Fundada em novembro de 1987, a João Pires Internacional Transportes Lda conta atualmente com 175 camiões na sua frota e assume-se como uma empresa líder no setor. Nas palavras do seu sócio fundador, João Pires, “o sucesso é resultado, não só de muito trabalho e dedicação, mas também da colaboração de clientes, colaboradores e fornecedores, que nos permitiram fazer esta obra, porque ninguém faz uma obra assim sozinho”. João Pires acredita que a forma de estarem e de se apresentarem enquanto empresa é um dos principais pontos a seu favor. “A nossa postura fideliza clientes. Há uma frase que costumo dizer muitas vezes, que é “eu sou transportador” e, se estou nesse papel, tenho noção de que exige resolver os problemas de transporte dos meus clientes. É essa a nossa postura e é com ela que temos a imagem e credibilidade que temos no mercado. Somos transparentes, sérios, cumprimos o que assumimos e é isso que nos identifica. Aquilo que se combina cumpre-se, seja de que forma for, até pode não haver contrato nenhum, mas existe uma confiança mútua entre nós e o fornecedor ou cliente”, afirma. Sempre com o objetivo de privilegiar o cliente e o serviço de que vai usufruir, João Pires defende que os colaboradores devem fazer formação e manterem-se atualizados, até porque a frota é frequentemente renovada, com tecnologias cada vez mais avançadas. “Damos muita formação aos nossos motoristas, essencialmente em condução defensiva e económica e tempos de condução e repouso”.

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A prestar serviços de transporte nacional e internacional, com carga geral em Portugal e em toda a Europa (tendo já percorrido mais de 12 países), e de logística, armazenagem e distribuição, a João Pires Internacional Transportes Lda, é parte fundamental da vida do seu fundador. Olha para o futuro com otimismo e sente orgulho do percurso já feito. “Dediquei a vida a isto, sem sacrifícios mas com muito trabalho. Tenho muito prazer pela forma como somos vistos no mercado e pela imagem que temos”, remata João Pires.



alto minho e trás-os-montes | quinta do gago

Vinhos originais, feitos com paixão Assim são os vinhos que encontramos na Quinta do Gago: com toda a essência transmontana e elaborados de forma tradicional, fruto da paixão e do trabalho árduo. Xalana, Casal Faria e Quinta do Gago são as três marcas produzidas por Fernando Faria que já começam a dar cartas, tendo todo o potencial para colocar os vinhos de Trás-OsMontes no mapa.

Fernando Faria Administrador

Deslocámo-nos a Sonim, concelho de Valpaços, onde tivemos a oportunidade de estar à conversa com Fernando Faria, o qual, juntamente com a sua esposa, Deolinda de Sousa, gere a Quinta do Gago. “A produção de vinhos já vem desde há mais de 70 anos”, afirmou Fernando Faria, depois de lhe pedirmos que narrasse a sua história desde o começo. Apaixonado pela área a que se dedica, considera o seu pai, José Faria, o grande responsável e mentor do seu trabalho, sendo que dele herdou,não só grande parte do conhecimento que hoje possui, como também o terreno onde atualmente se localiza a Quinta do Gago. Fernando Faria tem oito irmãos e, na altura das partilhas, pediu-lhes que o deixassem ficar com o terreno da atual Quinta do Gago,

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de entre os vários terrenos que pertenciam ao pai. “Não lhes pedi mais nada. Na altura, todos os meus irmãos me disseram que sairia prejudicado, mas sentia uma ligação àquele lugar e sabia que tinha de fazer ali alguma coisa. Hoje não me arrependo”. Desde muito novo que o produtor se dedica à vida do campo, sendo que esta acaba por ser uma das suas maiores paixões. “Adoro isto, sinto que todo o tempo que passo assim é bem empregue”. No entanto, foi só em 2006 que foi lançada primeira gama de vinho no mercado, de seu nome Xalana. “Quando era mais novo, todos me chamavam Chalana devido ao facto de jogar bem à bola e ser canhoto, à semelhança do jogador do meu clube de coração: o Benfica. A alcunha permanece

até hoje, e, quando tivemos de registar a marca, acabou por ficar assim. Pareceu-nos adequada”, explicando assim a origem do nome da marca pioneira. Questionado acerca de como descreveria os seus vinhos, Fernando Faria respondeunos: “São o produto de muitas horas de trabalho investidas. Esta é efetivamente a minha paixão e acredito que isso se reflete nos resultados. Os nossos vinhos são muito

e creio que é um fator que contribui para a sua autenticidade”. Consciente de que a modernização é indispensável e fundamental em certas etapas da produção, Fernando Faria destaca a importância de não se perderem certas técnicas e saberes que vêm de trás. “Não nos podemos esquecer do que fez de nós quem somos e, felizmente, há sempre quem aprecie este tipo de perseverança”. Afirma, dizendo também

trabalhados, o que os torna característicos e originais. Nós optamos pela qualidade em detrimento da quantidade e pelo tradicional ao invés de industrializar o produto. Claro que nem sempre é o mais rentável ou valorizado, mas é, sem dúvida, a nossa imagem de marca”. Seguidamente, questionámo-lo acerca do método de produção do vinho e, sem revelar os segredos do negócio, acrescentou: “Tentamos combinar a modernidade com a tradição. Os nossos vinhos são feitos através do método da curtimenta e pisa-pé em lagares de granito,

que considera que é este o caminho que os vinhos de Trás-os-Montes, em geral, devem seguir. “Nós estamos a começar, mas penso que também é um novo começo para os vinhos desta região. Potencial não falta, mas temos muito trabalho pela frente. Há que começar a dinamizar e escoar os produtos lá para fora, para que quem ainda não conhece, nos dê uma oportunidade e entenda que em Trás-os-Montes também se fazem vinhos com qualidade”, conclui, garantindo que a Quinta do Gago tem trabalhado e continuará a trabalhar de modo a valorizar os vinhos da


quinta do gago | alto minho e trás-os-montes região. Em relação a isso, não temos dúvidas. Nestes últimos anos foram vários os prémios que deram destaque aos vinhos da Quinta do Gago e, consequentemente, aos de Trásos-Montes. “Prémios? Temos tido alguns, acabam por ser a valorização do nosso trabalho e claro que nos dão motivação para continuar a caminhar. Ainda em 2015, no Concurso Nacional de Vinhos, o nosso Casal Faria Grande Reserva conseguiu tirar uma medalha de Grande Ouro. Nunca nenhum vinho da região conseguiu tal feito antes de nós, e até à data continua a ser a única. Esperemos que isso mude e que cheguem muitas mais a Trás-os-Montes, é sinal de que estamos a crescer”. “O Casal Faria Grande Reserva, de 2012, é um monovarietal de Touriga Nacional. É uma casta autóctone da qual eu gosto particularmente, e esta referência acaba por ser o ex-libris da empresa. Para além desse vinho, temos gamas de entrada mais correntes e outros vinhos que exigem mais de nós. Lançámos no mercado um Reserva de 2013 multivarietale o seu feedback tem sido muito positivo. Também temos tentado criar conceitos com essência própria: a cada

três anos lançamos um branco Casal Faria Reserva fora do comum. Um branco mais trabalhado que acompanha qualquer prato e tem uma personalidade muito característica. Ou impressiona, ou se estranha. No início do ano passado, lançámos um rosé monovarietal de Bastardo, Quinta do Gago, que se enquadra dentro desse conceito diferente. É um rosé mais forte, que acompanha igualmente qualquer prato e é trabalhado quase como se fosse um tinto. Para além disso, é uma referência que tem um carinho especial para nós porque foi uma homenagem ao meu pai”, acrescenta. “Um passo de cada vez, em direção a um futuro benfazejo”, foi a resposta de Fernando Faria quando lhe perguntámos acerca dos planos da empresa. “Agora estamos a planear apostar no enoturismo, que incluirá a realização de eventos e provas de vinho”. Para além disso, a produção também dá sinais de vir a aumentar. “A procura é cada vez maior e nós também temos trabalhado no sentido de aumentar a área de produção. Queremos que isto avance, mas de forma consistente. Creio que dentro de uns anos a Quinta do Gago será, cada vez mais, uma referência para Trás-os-Montes”, termina.

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alto minho e trás-os-montes | gelcurto

Herança familiar em expansão No ano de 1974, antes do 25 de Abril, a família Curto Nunes regressou a Portugal, vinda de África. Os retornados, como são reconhecidos, colocaram as mãos à obra e ergueram um negócio familiar na área da distribuição de produtos alimentares. Vítor e Luís Nunes assumiram a empresa Gelcurto que tem evoluído sustentavelmente e ambiciona a expansão. Vítor Nunes Administrador

Situada em Carrazedo de Montenegro, “Capital da Castanha“, concelho de Valpaços, Vila Real, a Gelcurto é considerada uma empresa familiar que ocupa atualmente uma posição de destaque na distribuição dos produtos alimentares essencialmente nos distritos de Vila Real e Bragança. Tudo começou com a vinda da família Curto Nunes para Portugal. Deixaram África no ano de 1974, pouco antes do 25 de Abril e nem o título de retornados impediu o patriarca de criar o seu negócio. Após alguns trabalhos na área comercial, foi aconselhado a apostar nos produtos da terra, da Beira Alta. O queijo impulsionou o início da Gelcurto, que ao longo de 40 anos, tem tido um crescimento sustentado no apoio familiar. Vítor Nunes é o filho mais velho de quatro irmãos e desde cedo juntouse ao pai nesta jornada. “Fomos crescendo com o passar dos anos, em infraestruturas, equipamentos e funcionários. Tentamos manter alguma

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solidez sem grandes riscos. Fomos evoluindo no negócio, alcançamos alguma reputação e uma relação de confiança aumentando assim a carteira de clientes”, conta. Atualmente, a Gelcurto alcançou uma faturação que ronda os 2,5 milhões de euros por ano mas considera-se apenas uma empresa de prestação de serviços. O negócio é simples: compram, vendem e distribuem produtos alimentares. “Queremos manter o nível de qualidade e a melhor relação de preço-qualidade que já nos caracteriza e dá uma garantia de estabilidade ao cliente. Apresentamos sempre produtos de uma gama média-alta, somos também muito criteriosos na escolha dos parceiros com quem trabalhamos e representamos ganhando assim o reconhecimento por


gelcurto | alto minho e trás-os-montes

isso”, reforça Vítor Nunes. Como em todos os negócios, na Gelcurto existem todo o tipo de clientes, os que optam e reconhecem a qualidade e os que preferem os preços mais baixos. Os proprietários reconhecem e lamentam ainda a situação atual dos mercados. “Com a grande agressividade entre as grandes cadeias comerciais, nós, os distribuidores vamos ser apenas os financiadores do mercado Horeca, para hotelaria e restauração. Cada vez mais, no mercado, somos os financiadores do cliente”, esclarecem. Com o objetivo de levar mais longe aquilo que o país tem de melhor, a empresa pretende arriscar no investimento. No entanto, seguindo a trajetória sólida e segura que percorreram até então, reconhecem as dificuldades que terão de enfrentar. “Agora estamos numa fase em que pensamos crescer em grande escala. Precisamos de investir na capacidade de frio e equipamentos, aumentar a capacidade na compra para termos alguma capacidade de resposta e acompanhar a agressividade da concorrência. Queremos dar um passo em frente mas o mercado não se

avizinha favorável nesta área, principalmente no interior. As novas acessibilidades trouxeram um pouco de tudo, mais concorrência e o mercado revela-se muito competitivo”, asseguram. Expansão além fronteiras Vítor Nunes está em Portugal há anos mas não esquece as raízes familiares que o levaram até Angola. Com o fascínio e vontade de voltar à sua terra, acabou por fazer alguns investimentos que nem sempre correram bem. Ingressou em negócios de várias área, nomeadamente agricultura, têxteis e frio-auto. Mas as dificuldades levaram-nos até um novo desafio. “Em Moçambique encontrei outras condições para investir e arrastei esta empresa. No ano 2012 iniciamos o projeto ‘África’ e abrimos um Cash-Carry em Maputo, a Gelcurto África,Lda. Temos um casal da família que abraçou o projeto e estão connosco há quatro anos. Tivemos altos e baixos mas felizmente as coisas estão estabilizadas. Estamos, neste momento, a abrir mais uma frente com mais

uma loja Gelcurto numa das ruas mais visitadas de Maputo. Fomos mais além e quisemos divulgar a região e os nossos produtos”, revela Vítor Nunes. A passagem do testemunho de pai para filhos tem sido gradual e o impulsionador da empresa continua presente. O nome de família é preservado pelos atuais administradores que para além de uma grande ligação à família e à região, sempre acompanharam a atividade e apostaram na evolução. O mercado nacional é o foco da Gelcurto, que faz o transporte a comercialização e a distribuição dos produtos alimentares. A importação é também uma realidade e representa cerca de 20 por cento do volume total do negócio. Com os produtos de marca ‘GELCURTO’ presentes nas grandes superfícies e no comércio tradicional, os irmãos Nunes não escondem a sua afeição por este último, apesar de reconhecerem a realidade. “Preferíamos ter os nossos produtos no comércio tradicional, por uma questão de princípio. As grandes superfícies estão a descaracterizar o comércio tradicional, apesar de algum ainda resistir. Aqui há um atendimento personalizado, que não acontece nas grandes superfícies”. Aquilo que a região tem de melhor não foi esquecido e os proprietários da Gelcurto deixaram a sua opinião em forma de apelo. “O nosso concelho tem excelentes produtos e está a haver, da parte do Município , um esforço contínuo e enorme em divulgar a ‘Marca Valpaços’. Somos a Capital da Castanha mas não se vê o aproveitamento no universo dos produtores, pois estão a criar-se riquezas individuais e não mais-valias, não há reinvestimento por parte dos mesmos na criação de infraestruturas para a transformação da mesma e a consequente exportação já em produto acabado,… isso sim gerava riqueza local mais abrangente! Note-se os nossos filhos estão a imigrar quando tínhamos potencialidades de os fixar, temos apenas 2 fabricas com espaço para muitas mais, se existissem tínhamos mais competitividade, mais gente a trabalhar, a visitar, a consumir e a comprar. Devíamos aproveitar e rentabilizar o investimento promocional na divulgação que as entidades têm feito nesse sentido e dar-lhes o devido retorno. Só assim geramos riqueza sustentável!”.

Parceria com a Riberalves existe há já 14 anos, como distribuidores oficias nos distritos de Vila Real e Bragança.

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alto minho e trás-os-montes | grudafil

A excelência no comércio de materiais de construção A GRUDAFIL é uma empresa familiar que, pelo segundo ano consecutivo, alcançou o estatuto de PME Excelência. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Rui Vassal, o proprietário desta que é a única empresa do concelho de Valpaços a receber a referida distinção.

Rui Vassal Administrador

A família Vassal tem já larga tradição no comércio de materiais de construção. Rui Vassal dá continuidade a um legado de duas gerações, num negócio que foi criado pelo seu avô, seguido pelo seu pai e, desde 1998, sob a responsabilidade do empresário. O nome GRUDAFIL não foi escolhido ao acaso. Trata-se das iniciais de “Grupo Daniel e Filhos”, em homenagem a Daniel Vassal, pai do atual proprietário, Rui Vassal. Tratase, portanto, de uma empresa com história e com sucesso no concelho de Valpaços, que tem culminado com a distinção como PME Líder em 2015 e 2016. “Este reconhecimento deixa-nos muito orgulhosos

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e com sentimento de dever cumprido no que toca ao legado que nos foi confiado. É o resultado de muito esforço, trabalho e dedicação para com os nossos clientes e fornecedores. Deixa-nos ainda com muita responsabilidade na continuação deste trabalho, desafio que encaramos de braços abertos”, afirma Rui Vassal. Na GRUDAFIL é possível encontrar todo o tipo de materiais de construção, usufruindo de um acompanhamento experiente e personalizado por parte da equipa de colaboradores, amplamente formada para aconselhar e dar resposta às dúvidas dos clientes. “Todos os nossos funcionários


grudafil | alto minho e trás-os-montes

estão treinados para dar explicações acerca da correta aplicação dos nossos produtos, bem como recomendar a melhor solução para cada situação”, explica o empresário. Trata-se de uma equipa de uma dezena de colaboradores, sendo que grande parte acompanha Rui Vassal há vários anos. “O segredo do sucesso de um negócio passa, em grande parte, pelos colaboradores que possui. Nós temos a sorte de ter uma equipa excelente que procuramos manter connosco, já que, como se costuma dizer: em equipa vencedora não se mexe!”. Para além do comércio dos materiais de construção, a GRUDAFIL oferece ainda uma séria de serviços como o transporte, em frota própria de dez veículos, dos materiais até ao consumidor final, bem como o serviço de pós-venda de todos os produtos. A ideia passa por, segundo Rui Vassal, servir o cliente desde o momento em que entra na loja até ao momento em que tem todos os materiais aplicados, com garantia de qualidade. Ultrapassar obstáculos O setor da construção foi um dos mais afetados pela crise económica que se verificou no nosso país. A GRUDAFIL, como empresa que lida diretamente com esse setor, não poderia deixar de sentir de forma direta as consequências de uma quebra drástica na construção. No entanto, Rui Vassal acredita que tal situação acabou por ser positiva ao permitir que fosse feita uma “seleção natural” das empresas com capacidade de resistir e ultrapassar os obstáculos, como foi o caso da GRUDAFIL. “É claro que tivemos que fazer cortes, mas a qualidade do trabalho nunca ficou afetada e esta situação contribuiu para ficarmos mais fortes”, revela. Tendo o lema de ‘ajudar quem nos ajuda’, na GRUDAFIL pratica-se uma política de responsabilidade social que passa por ajudar diversas associações culturais e desportivas do concelho de Valpaços. A ajuda, revela-nos Rui Vassal, passa quer por donativos financeiros a esses grupos, quer à disponibilização gratuita de materiais de construção para a renovação das instalações dessas instituições.

Aposta na castanha Embora o comércio de materiais de construção seja a atividade principal da GRUDAFIL, a empresa tem, nos últimos anos, alargado a sua área de atuação e apostado no setor da castanha. Para tal, Rui Vassal compra castanhas a produtores locais, faz a consequente armazenagem em instalações próprias e, por fim, a comercialização deste produto pela região de Trás-os-Montes. “Estamos numa região onde a castanha tem enorme tradição e potencialidade, o que permite um grande volume de negócios. No ano passado passaram por nós cerca de dois milhões de quilos de castanha!”, revela, acrescentando que, no futuro, esta continuará a ser uma área de grande aposta no grupo.

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alto minho e trás-os-montes | cooperativa de olivicultores de valpaços

Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

Paulo Ribeiro Presidente

Fundada em junho de 1951, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços tem dois mil associados dos concelhos de Valpaços, Mirandela, Vinhais e Macedo de Cavaleiros. Descobrimos alguns dos segredos do azeite, em entrevista a Paulo Ribeiro, presidente da cooperativa e José Ventura, diretor técnico.

Valpaços o melhor reconhecimento através de muitos prémios alcançados a nível nacional e internacional. Tal reconhecimento vai da Europa á Ásia e, recentemente, alcançou prestigiados prémios na China. Paulo Ribeiro, presidente da cooperativa replica que o segredo da qualidade reside na apanha tempestiva da azeitona. Os sócios são sensibilizados para este facto. Por isso, acrescenta aquele responsável: “ aconselhamos a apanha da azeitona mais cedo que antigamente por motivos relacionados com a questão bacteriológica, e tivemos de incentivar o associado para esta realidade, começando a pagar por melhor preço a quem colhe o fruto prematuramente”, disse. Percebe-se, assim , que os sócios que apanham a azeitona em janeiro, como outrora faziam, recebem substancialmente menos, pois a azeitona nessa altura tem inferior qualidade. O associado sabe tratar da oliveira e da azeitona e nós sabemos tratar do azeite, através de máquinas e de um lagar moderno, com tecnologia de ultima geração”, enfatiza. O presidente faz parte da organização desde 1990, altura em que foi para tesoureiro, cumprindo esta função até ao ano 2000 tendo depois passado a presidente. Ao longo dos anos foi realizando e sedimentando um projeto capaz de responder às necessidades dos mercados mais difíceis e exigentes. Por outro lado, tem gerado grande empatia do lado do agricultor que pretende vender melhor a sua azeitona, existindo muitos pedidos de adesão a Cooperativa, a aguardar em lista espera. A este propósito diz o presidente, Paulo Ribeiro, que “ é sua vontade, na defesa do setor cooperativo, aceitar todos e transformar esta unidade industrial na maior do país”. No que diz respeito ao futuro, os interlocutores revelam que o próximo passo continuará a ser a internacionalização. “O nosso azeite tem qualidade, e, apesar dos prémios alcançados faltalhe o nome perante os distribuidores e consumidores estrangeiros”. Por isso, finalizando, confessaram que a aposta na internacionalização parte pela realização efetiva de fortes e persuasivas campanhas de maketing e publicidade no estrangeiro, em feiras e atividades congéneres, dinamizadoras do nome e da produção desta Cooperativa, capazes de fortalecerem o consumo e a preferência pelo seu azeite.

A Cooperativa de Olivicultores de Valpaços é responsável pela produção do azeite Rosmaninho, o seu grande ex-libris. I0mpulsionada por um enorme sentimento de bem produzir, a Cooperativa lançou para o mercado este inconfundível azeite virgem, ‘Rosmaninho’ também na versão gourmet. Relativamente a produção de azeite da última colheita, revela o presidente que, apesar da quebra de cinco por cento da matéria-prima, “a cooperativa conseguiu produzir mais e melhor azeite que em relação ao ano passado. Temos uma capacidade de produção de 2,3 milhões de litros, registando uma média de 1,6 milhões”, revelou. Existem, nesta unidade industrial, diferentes tipos de azeite. Para José Ventura, diretor técnico da cooperativa e reconhecido provador nacional de azeites, “o azeite Rosmaninho gourmet é conseguido através duma rigorosa seleção de azeitona de alta qualidade, a partir de um conjunto de olivicultores selecionados, sócios desta Cooperativa, os quais reúnem elevados e exigentes níveis e técnicas de produção”. Desde logo, a apanha da azeitona é realizada de forma manual e transportada em caixas ventiladas de 15 quilos. O azeite é extraído em sofisticada maquinaria, e o ‘segredo’ do azeite produzido está na escolha do melhor fruto, sem esquecer a apanha e transporte. Seguidamente, é importante que se passe de imediato a fase da transformação dessa azeitona em azeite. O processo, aparentemente simples , no entanto muito complexo em termos tecnológicos, passa, apenas, por uma centrifugação. Este processo permite “a preservação dos aromas” remata, José Ventura. Este reconhecido provador nacional de azeites, esclarece, ainda, que existem “três tipos de azeite à venda no mercado: azeite virgem extra, azeite virgem e azeite. A Cooperativa só extrai azeites virgens e extras, recomendando o consumo preferencial dos azeites virgens e extras. Na verdade, estes azeites têm aromas e sabores diferentes dos azeites comuns, pois os atributos organoléticos são muito elevados, nomeadamente, o frutado, o amargo, o picante, o verde e toda a complexidade gustativa e aromática”. A qualidade do azeite Rosmaninho tem valido à Cooperativa dos Olivicultores de

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VISEU, SENHORA DA BEIRA Famosa pelos seus vinhos tintos aveludados e pelas iguarias gastronómicas, Viseu fascina quem por lá passa com as suas alegres festas populares, as paisagens campestres e a diversidade de tesouros culturais. A meio caminho entre o Porto e Coimbra, o distrito de Viseu fica aninhado no coração da subregião Dão-Lafões, uma paisagem formada por densos pinhais, rios cristalinos e alguns dos mais famosos vinhedos do país. A cidade atingiu o seu apogeu na arte sacra e na arquitectura religiosa, como comprovam as inúmeras igrejas que adornam o centro histórico, o Museu de Arte Sacra e a própria Sé, um dos mais emblemáticos edifícios de Viseu e testemunho da importância desta cidade beirã como sede de diocese. A catedral de Viseu é, aliás, um excelente ponto de partida para uma visita à cidade. No Adro da Sé, um dos principais locais de interesse do centro histórico, pode encontrar, para além da Sé e dos Museus, a Igreja da Misericórdia, o pelourinho e o Passeio dos Cónegos. Aqui não é raro deparar-se com o negro granito, característico da região, emoldurando em contraste as fachadas brancas de aspecto imaculado. Depois, siga até ao Rossio, onde pode descontraidamente usufruir dos espaços verdes, ou percorra os troços da muralha defensiva erguida por D. João I e concluída apenas no reinado de D. Afonso V, que ainda se erguem para além das Portas dos Cavaleiros e do Soar. Após viver de perto a arte e a cultura da Beira Alta, há que dar ao corpo a merecida recompensa. Sair dos horizontes da cidade e descobrir, em pleno distrito de Viseu, o melhor que a natureza lhe pode oferecer na Serra do Caramulo. Enchendo os pulmões do mais puro ar enquanto perde o olhar numa paisagem imponente, ou tirando partido dos benefícios terapêuticos da água nas Termas de São Pedro do Sul, este é o lugar ideal para que o seu corpo e o seu espírito repousem com tranquilidade e deleite. Para descobrir casas tipicamente construídas em xisto, visite a Aldeia da Pena e a Aldeia da Póvoa Dão, aldeias pitorescas que personificam a influência medieval, que ainda se mantém nalgumas zonas do distrito.


viseu, senhora da beira | escola profissional mariana seixas

Crescimento pautado por inovação Rui Silva e Nuno Marques Diretor pedagógico adjunto e diretor pedagógico

Existem muitas razões que nos levam a conhecer o empreendorismo em Portugal. A Escola Profissional Mariana Seixas procura estar a par das novas tendências tecnológicas e agora posicionada no coração da cidade de Viseu, demarca a região Centro e o país com inovação.

Informáticos, a Eletrónica, Automação e Computadores, a Restaura-ção, “já uma referência nacional”, a Informática de Gestão, as Energias Renováveis, e a Comunicação. “Este próximo ano vamos apostar num novo curso: Desporto”, informa. A urgência de criar forças vivas para a região e ajudar cada aluno a percorrer o seu caminho leva a que a EPMS se tenha distinguido ao longo dos últimos anos na área do empreendorismo, e muitos têm sido os prémios conquistados. Foi o caso da Menção Honrosa da Fundação Ilídio Pinho - Prémio Ciência na Escola; e da Menção Honrosa no festival nacional “BGreen – Ecological Film” em Santo Tirso - Prémio de melhor “making of”. Aliado a tudo isso, a escola incentiva ainda a ino-vação e criatividade: já conquistara o prémio INOVA Social em Coimbra através do concurso nacional de ideias e aqui o “SmartGear” - um protótipo de um modelo inteligente para um casaco de bombeiro, ganha maior destaque. “Era um projeto confinado à escola que conseguiu saltar a barreira de um projeto de final de curso para lançar-se em concurso. Hoje esse casaco poderá ajudar a salvar vidas”, salienta. Nesta lógica de compromisso e de criação de valor acrescentado, a EPMS em parceria com a Universidade do Minho e com a empresa HR Proteção tem oportunidade de desenvolver novos produtos. Seguro de que o futuro implica desafios, Nuno Marques acredita que “estamos no mundo Nuno Marques, diretor pedagógico, esteve à conversa com a Revista Business Portugal para nos contextualizar sobre os seus projetos e mudanças. “A escola existe desde 1999, mas em junho do ano passado sentimos a necessidade de mudar de in-stalações”, começa por introduzir. Inicialmente, localizados perto do Palácio do Gelo, numa zona muito mais periférica a que agora se encontram, reconhecem que a deslocalização foi benéfica, pois conferiu valor aos viesenses e proporcionou maior envolvência para outras atividades. “Aqui temos valências que não tínhamos nas anteriores instalações. Com um laboratório de revelação fotográfica, um auditório e um espaço exterior que é fantástico podemos aproveitar a energia do nossa cidade”, sintetiza. A instituição é agora uma das novas âncoras do centro histórico de Viseu e os seus 450 alunos distribuídos pelos dois pólos (Viseu e Castro Daire), mais os seus colaboradores e professores são o novo pulmão da Rua Direita. Consciente de que ainda existem muitos preconceitos em torno do ensino profissional, o responsável procura fomentar valores tão fundamentais como a inovação, a qualidade e o rigor. Os alunos não são todos iguais e a escola tem como uma das suas missões alterar a representação social do ensino profissional no país. “É preciso que as pessoas compreendam que o ensino profissional não é um ensino de segunda”, opinião também sustentada pelo secretário de Estado da Educação. Criada há 18 anos, a EPMS é uma instituição de ensino privada que se tem distinguido na formação de jovens e adultos em vertentes que vão desde a Multimédia “mais vocacionada para o vídeo”, a Fotografia, a Gestão de Equipamentos

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global e ninguém vive sozinho”. Desse modo, procura manter relações de proximidade junto de parceiros locais - a Câmara Municipal de Viseu, o Museu Municipal Grão Vasco, o Grupo Visabeira, e a Bestcenter -, não esquecendo que todos os dias são bons para crescer como viesenses e como portugueses.


clínica veterinária do dão | viseu, senhora da beira

O profissionalismo que faz a diferença Inserida no grupo Serravet, a Clínica Veterinária do Dão dispõe de um moderno leque de serviços e equipamentos, assumindo-se como uma incontornável referência no Coração do Dão.

Equipa

de urgências 24 horas por dia, de forma a poder dar resposta a qualquer imprevisto. Esta corresponde, de resto, a uma sensibilidade que tem vindo a proporcionar importantes dividendos, particularmente em Nelas. A comprová-lo, poderemos salientar a “necessidade de crescer” que a empresa sentiu neste território e que culminou, em 2014, na construção e inauguração das instalações onde a Clínica Veterinária do Dão (CVD) atualmente opera. “Estávamos num pequeno consultório, notámos que tínhamos cada vez menos capacidade de resposta para atender ao que nos era exigido e, desta forma, conseguimos aumentar as nossas valências”, refere Fernando Esteves, numa alusão a um processo que permitiu reforçar, inclusivamente, a qualidade dos serviços prestados.

Dividindo a sua atividade entre os concelhos de Oliveira do Hospital e Nelas, a Serravet é o simbólico exemplo de uma empresa dedicada ao setor da saúde animal que, desde o início, soube adaptar-se às circunstâncias do mercado, aliando a qualidade do seu corpo clínico a um serviço que se pauta pela diferenciação. Se a origem da empresa remonta ao ano de 1995 – através da abertura do primeiro consultório em Oliveira do Hospital – a sua ousadia e visão levaram ao desenvolvimento, em 2004, de um espaço análogo no concelho vizinho, atendendo às necessidades então sentidas. De facto, e consciente da importância que o setor primário e particularmente a ovinicultura ocupa no seu contexto geográfico, desde cedo que a Serravet se preocupou em proporcionar serviços não apenas a animais de companhia, mas também um indispensável apoio a animais de produção. “Nessa área, cobrimos uma região geográfica um pouco maior que inclui alguns concelhos vizinhos de Nelas, nomeadamente Gouveia, Tábua e Oliveira do Hospital”, explica o diretor clínico, Fernando Esteves. Claro está que um conjunto de valências como esta apenas se torna possível mediante o esforço de uma equipa pluridisciplinar, constituída por quatro médicos veterinários e seis enfermeiros veterinários. A filosofia que por aqui se aplica é simples: “Acima de tudo, tentamos ser uma referência para os nossos clientes. Queremos que gostem do serviço e sintam que damos toda a importância aos seus animais”, esclarece o porta-voz, antes de acrescentar que “a ligação direta e o profissionalismo são o que faz a diferença”. Não constituirá, como tal, surpresa que a Serravet faça questão de proporcionar um serviço

A CVD corresponde, por isso mesmo, a uma unidade de saúde moderna e devidamente capacitada com uma série de equipamentos e serviços que – a título exemplificativo – incluem a realização de ecografias, radiografias, análises clínicas, bem como uma reforçada estrutura cirúrgica. Atentos à importância crescente que o gato tem tido enquanto animal de companhia, a clínica dispõe de um consultório especialmente vocacionado para a medicina felina. A CVD possui ainda um serviço de canil/gatil, exclusivo para os seus clientes, dando uma resposta de conforto e qualidade à solicitações dos seus clientes. Em 2015, a empresa alargou os seus horizontes, num novo segmento de mercado, através da marca SerraPet, dedicada à comercialização de produtos para animais de companhia, e especialmente vocacionada para a aquofilia. Este projeto, que conta já com estabelecimentos a operar em Nelas e Oliveira do Hospital, permitindo “dar continuidade àquilo que são as necessidades dos animais no dia-a-dia” é também um projecto de futuro, perspectivando-se a curto prazo a abertura de mais espaços nomeadamente em Viseu. Quanto ao futuro, o nosso entrevistado sublinha o objetivo de cimentar o conceito SerraPet. A este, todavia, acrescenta-se uma vontade maior: a de “manter os elevados padrões de qualidade e exigência” que são a marca característica dos profissionais do universo Serravet, garantindo deste modo o mais importante: “ a saúde e o bem-estar dos nossos animais”.

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viseu, senhora da beira| loft guest house jardim das mães charming

“Não vendemos noites, proporcionamos experiências”

Transportando um conceito de alojamento completamente diferente, o Loft Guest House Jardim das Mães Charming encontra-se localizado no coração de Viseu para mais perto observar a sua história. Autêntico e moderno, aqui o interior rústico deixa-se conciliar com a decoração moderna, para que os turistas, visitantes e curiosos experimentem a cidade.

O prédio que hoje observamos nada tem a ver com o que outrora Maria João Melo e Joel Faria Silva encontraram - uma casa senhorial devoluta no centro histórico da cidade. Ambos dotados de conhecimentos de Engenharia Civil, com um negócio nessa área (Besolution), e também na decoração de interiores (Beinside), deixaram que o projeto germinasse naturalmente. Tinham duas opções - demolir e construir de novo ou manter tudo, aproveitando o seu interior - e acabaram por optar pelo caminho mais difícil. O desafio da reconstrução e da decoração estava em tudo ligado ao que eles sabiam fazer, mas nem por isso deixou de ser minucioso todo o trabalho de restauro. Mesmo em frente ao Jardim das Mães, hoje podemos deparar-nos com um edifício do século XIX, que tem tanto de sabedoria como de afetos. A casa, com nove apartamentos à disposição do turista, inaugurou assim um conceito de hotelaria aos viseenses, e ainda pouco difundido em Portugal. Cada espaço funciona de forma independente, mas com uma divisão clara entre zona de dormir, a sala de estar e a cozinha totalmente equipada. Os hóspedes podem assim respirar em total autonomia e em sintonia com o ritmo da cidade. “Queremos que seja a casa da pessoa nesta cidade, como se fosse uma segunda casa. Desse modo, fazemos questão de não ter uma receção”, revelam. Os móveis antigos contrastam com as cozinhas modernas e a sensação de se estar a chegar a casa deixa que o vinho também ocupe o seu cantinho: “Estamos a tentar aproveitar as potencialidades do enoturismo e das termas para que as pessoas se fixem mais tempo na cidade. Há muitos pormenores que os turistas nem sequer sabem que existem”.

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Desde brasileiros, alemães, ingleses, australianos, árabes, chineses, e até emigrantes e habitantes de concelhos vizinhos, muitos são os que procuram uma casa a que possam, temporariamente, chamar sua. Experienciar Viseu não é, de facto, algo que possa ser feito em apenas um dia. Por isso, aqui convida-se ao relaxamento, numa entrega total a todos os sabores que a cidade tem para oferecer. “Temos acordos com a Chocolateria Delícia e os restaurantes Mesa da Sé e Maria Xica, “Que Viso Eu” - espaço dedicado à Gastronomia, Arte e Cultura e VeloCafé - aluguer de bicicletas, com acesso a descontos, promoções ou pequenas ofertas nesses espaços”, informam. O Loft providencia ainda acesso Wi-Fi gratuito por toda a propriedade e a entrada pode ser feita a qualquer hora. “Não vendemos noites, proporcionamos experiências”, sublinham os proprietários. Sempre que alguém faz o check-in, recebe informações sobre a cidade, o que pode visitar e onde pode ir, pois a personalização será sempre a sua prioridade.






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