#253 BOA VONTADE

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Em seu artigo “Natal Permanente de Jesus e renovação planetária”, Paiva Netto destaca: “Elevemos uma fervorosa prece ao Cristo, nosso Senhor, porquanto este é o roteiro seguro que nos levará à vitória”.

ANO 64 • No 253 • DEZEMBRO/2020

Pandemia: desafios atuais e futuros No combate à fome e à Covid-19, a LB V já entregou 2,2 milhões de quilos em doações aos mais vulneráveis Com a alta do preço dos alimentos, a Legião da Boa Vontade prepara grande mobilização para atender mais de 50 mil famílias no Natal Como a LB V protege a saúde física e emocional de idosos na pandemia

Na comunidade quilombola Aroeira, em Pedro Avelino/RN, dona Francisca das Chagas da Conceição (D) e sua filha Maria da Conceição da Silva agradecem a farta cesta de alimentos e o kit de limpeza.

Tony Gordon abraça tradicional campanha da LBV e fala de engajamento social

SUMÁRIO

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 64 • EDIÇÃO 253• DEZEMBRO/2020 Edição fechada em 30/11/2020 BOA VONTADE é uma publicação da LBV, lançada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18.166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DIRETOR E EDITOR RESPONSÁVEL: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP CHEFE DE REDAÇÃO: Rodrigo de Oliveira — MTE/DRTE/SP 42.853 JP

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COORDENAÇÃO-GERAL DE PAUTA: Gerdeilson Botelho SUPERINTENDÊNCIA DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Gizelle Tonin de Almeida EQUIPE ELEVAÇÃO: Adriane Schirmer, Carolina Salomão, Cida Linares, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira Luz, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Nicholas de Paiva, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista, Wellington Carvalho de Souza e William Luz. CAPA E PROJETO GRÁFICO: Helen Winkler DIAGRAMAÇÃO: Diego Ciusz e Helen Winkler FOTOS DE CAPA: Pedro Avelino/RN: Kauã Roger e Tony Gordon: Vivian R. Ferreira ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Rua Doraci, 90 • CEP 01134-050 • Bom Retiro • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216970 • Internet: boavontade.com • E-mail: info@boavontade.com

4 Mensagem de Paiva Netto

Natal Permanente de Jesus e renovação planetária

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. A publicação obedece ao elevado propósito de estimular o debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências do pensamento contemporâneo.

10 SOS Calamidades

Um coração que pulsa pelo Brasil

24 Entrevista

Tony Gordon: música e engajamento solidário

28 Cidadania

Como garantir os direitos dos mais vulneráveis?

CANAIS DA LBV NA INTERNET

www.lbv.org.br

38 Comportamento

Facebook: LBVBrasil Youtube: LBV Videos Instagram: LBVBrasil Twitter: @LBVBrasil

38

Idosos: medo e inseguranças na pandemia

46 LBV é Ação 52 Carreira

Mundo do trabalho no pós-pandemia

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MENSAGEM DE PAIVA NETTO

PAIVA NETTO ESCREVE

Natal Permanente de Jesus e renovação planetária 4 | BOA VONTADE

João Preda

JOSÉ DE PAIVA NETTO é escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC).

Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno”.

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O nascimento de Jesus com pastores, por Bénédite de La Roncière, a partir do povo Mafa/Camarões.

m 10 de dezembro de 2001 — data em que se comemora, desde 1948, o reconhecimento pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) da Declaração Universal dos Direitos Humanos —, encontrava-me na cidade de Buenos Aires, Argentina. Era madrugada. Naquela ocasião, redigi um documento aos Legionários da Boa Vontade que gostaria de compartilhar com vocês, prezados leitores:

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MENSAGEM DE PAIVA NETTO

O nascimento de Jesus (noite sagrada), por Correggio (1490-1534).

Vivemos o mês do Natal de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.

Apesar de que, na nossa concepção, o Natal deva ser permanente.

E o Templo da Boa Vontade, a Pirâmide dos Espíritos Luminosos, a Pirâmide das Almas Benditas, é o doce lar da Família Espiritual e Humana. Ele une, sem cessar, pela força da Caridade de Deus, os seres de todas as crenças e descrenças sob o pálio da Solidariedade Natalina.

Há, pelo mundo, quem fale em solidarismo, mas cujos atos são um desmentido brutal de suas palavras.

Jesus, o Divino Amigo de todos, exerceu, contudo, Seu Labor Celeste, até mesmo nos instantes da Cruz, quando foi 6 | BOA VONTADE

torturado entre dois ladrões, aos quais dirigiu mensagem de Solidariedade, Regeneração e Esperança.

Iluminou o convívio social com prédicas e exemplos que, até hoje, estão para ser integralmente compreendidos por muitos que pensam governar o planeta.

Valendo-se do mais profundo sentido da Religião, Jesus tem realizado o Divino Serviço de equilibrar mentes e corações.

Passou Seu Apostolado redentor erguendo os amigos para o entendimento do alto significado do Reino do Pai. Falou a todos os que O quiseram ouvir, para concretizar a sublime sementeira. Ela desabrocha nos corações quando o solo se torna apto à fertilização promovi-

HUMILDADE CORAJOSA O Cristo demonstrou, porém, todas as vezes que foi necessário, que a humildade é, acima de tudo, corajosa. Não se descobre em Sua Vida um ato sequer de covardia na Missão que recebeu do Criador. Seu modelo é o da coragem. Por isso, ressuscitou para continuar ensinando e socorrendo solidariamente.

Suas ações foram coroadas pela persistência. Sua Fé Realizante provocou a renovação do mundo, tendo a Fraternidade entre Seus Discípulos como fundamento.

Pregou a união pelo Amor Fraterno do Seu Novo Mandamento (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; e 15:7, 8, 10 a 17 e 9).

Sua Paciência e Trabalho perenes têm, pelos séculos, despertado as Almas, altar santo da prece, mesmo que Seu esforço Lhe tenha custado lágrimas de sangue.

Sua Presença fortalece-nos. Sua Generosidade mantém-nos vivos. Sua Misericórdia é o que nos sustenta. A Ele, o Libertador Celeste, devemos a decisão inderrotável de perseverar sempre no bom caminho, ainda que durante as mais terríveis procelas. Ele está no barco.

Mais que isso: ao seu leme, dando “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Boa Nova, segundo Mateus, 22:21).

Só nos pede a permanência na Fé Realizante e Divinizante que remove montanhas, conforme Ele mesmo nos ensinou: — Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis aos montes: — Saiam daqui, lancem-se ao mar, e assim acontecerá. Nada vos será impossível.

Jesus (Mateus, 17:20)

E o confirma ao prometer que estará conosco, “todos os dias, até o fim do mundo” (Evangelho, consoante Mateus, 28:20). Com isso, sem cessar, sopra-nos, para o Espírito, vida nova. Realmente, todo dia é dia de renovar nosso destino.

Fotos: Reprodução BV

da pela humildade, que Ele sobejamente exemplificou.

João Evangelista

CEIA ESPECIAL Ainda a respeito do amplo e irrestrito significado do Natal de Jesus para a Legião da Boa Vontade (LBV), para a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e para os que com elas cerram fileiras na construção “de um Brasil melhor e de uma humanidade mais feliz”, recordo trecho de circular que escrevi em Brasília/DF, datada de 4 de junho de 1997. Faz parte dos originais de minha obra Liderar sob a proteção de Deus. Dedico-a a todos os corações de Boa Vontade:

Mateus

Elevemos uma fervorosa prece ao Cristo, nosso Senhor, porquanto este é o roteiro seguro que nos levará à vitória.

No Cristo, venceremos, sempre, sempre e sempre! Que queremos nós senão oferecer aos deserdados do mundo uma Ceia Espe-

Sua Presença [Jesus] fortalece-nos.

Sua Generosidade mantém-nos vivos. Sua Misericórdia é o que nos sustenta. A Ele, o Libertador Celeste, devemos a decisão inderrotável de perseverar sempre no bom caminho, ainda que durante as mais terríveis procelas. Ele está no barco.

Mais que isso: ao seu leme.

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Edson Santos

MENSAGEM DE PAIVA NETTO

A cesta de alimentos entregue pela campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, graças à sua colaboração, vai contribuir para diminuir o impacto da pandemia do coronavírus neste momento.

Teresina/PI

cial que nutra, para todo o sempre, os seus Espíritos sequiosos de um alimento que vem do Alto: Jesus, o Pão Vivo que desceu do Céu? (João, 6:50) E esse Pão que desceu do Céu igualmente é promover Desenvolvimento Social, Solidário e Sustentável, Educação e Cultura, Arte e Esporte, com Espiritualidade Ecumênica, para que haja Consciência Socioambiental, Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos os seus componentes, despertando neles a Cidadania Planetária!

Um sonho que nos vem do Cristo de Deus, de forma que o tornemos uma instituição em toda a Terra, para o que precisamos desenvolver um sentido realista, a fim de infalivelmente conduzir multidões pelas estradas da Alma. Isso porque, nestes tempos de avançada tecnologia, é urgente que a humanidade seja mais 8 | BOA VONTADE

sensível aos sentimentos generosos, que impulsionam a Fraternidade Ecumênica, a Generosidade e a Solidariedade Social, que andam fazendo bastante falta nos dias que correm.

HERÓIS DA BOA VONTADE DIVINA Sigamos o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, unidos, solidários. Lutemos ao Seu lado. E a vitória, suplantando-se todas as ciladas do mal, será nossa. Quem confia em Jesus não perde o seu tempo, porque Ele é o Grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho.

Que a Paz de Deus esteja agora e sempre nos seus corações, heróis da Boa Vontade Divina! Com Jesus, venceremos sempre, sempre e sempre!

Um Feliz Natal a todos, e um Ano-Novo próspero em realizações no Bem!

OUTRAS ORAÇÕES PARA ACOMPANHAR PARA ASSISTIR AO CONTEÚDO, CLIQUE SOBRE OS LINKS ABAIXO:

PRECE DA CARIDADE Malba Tahan

Ó Jesus, divino modelo da Caridade, que os seres humanos tardam tanto em compreender, dá-nos aqueles puros sentimentos de Amor ao próximo, de que nos deixaste tão admiráveis exemplos. Faze, Senhor, que eu ame santamente os meus semelhantes por Amor de Ti, cumprindo o Teu Novo Mandamento, que determina que nos amemos uns aos outros como Tu nos tens amado; que eu nunca deles suponha mal; que os acuda em suas necessidades; e que, sofrendo suas fraquezas neste mundo por amor de Ti, Jesus, possa um dia cantar com eles Teus louvores, assim na Terra como no Céu!

Malba Tahan (1895-1974) — Escritor e matemático brasileiro, cujo nome verdadeiro era Júlio César de Melo e Sousa. Professor catedrático do Colégio Pedro II, foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil. Tornou-se célebre, no país e no exterior, por seus livros de recreação matemática e lendas passadas no Oriente, muitos deles publicados sob o heterônimo de Malba Tahan, entre os quais O homem que calculava.

Júlio César foi um enérgico militante pela causa dos hansenianos. Por mais de dez anos editou a revista Damião, que combatia o preconceito e apoiava a humanização do tratamento e a reincorporação dos ex-enfermos à vida social.

Para acompanhar essa bela oração, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=NDqN-7nneTI

PRECE DIANTE DA MANJEDOURA — EMMANUEL https://youtu.be/ G0cSP0e-zz4

PRECE JESUS E AS MÃES https://youtu.be/ oQyA5Yvb-YM

ORAÇÃO DAS CRIANÇAS ISRAELITAS ANTES DE DEITAR https://youtu.be/ 8JW5SJi20QU

ORAÇÃO — MARLENE BENTIM https://youtu.be/ GlMJkcaYqbQ

PAI-NOSSO: A CONSTITUIÇÃO ESPIRITUAL DO MUNDO https://youtu.be/ DgIIYgBHciI

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SOS CALAMIDADES

Um coração que pulsa pelo brasil A Caravana da Boa Vontade prossegue levando alimentos aos mais vulneráveis e prepara grande ação para o Natal LEILA MARCO

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KauĂŁ Roger

No povoado quilombola de Pedro Avelino/RN, Maria Marlene da Silva, mĂŁe solo de 10 filhos, agradece a cesta de alimentos.

SOS CALAMIDADES

Medidas urgentes contra a fome

A

Dez milhões e trezentos mil brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada entre 2017 e 2018.

Com a pandemia do novo coronavírus, esse número deverá ser ainda maior em 2020. O levantamento mostra também a gravidade nas áreas rurais, onde 40,1% da população enfrentam esse drama, enquanto no meio urbano são 23,3%.

Junio Alcântara

campanha LBV — SOS Calamidades, desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, no mês de março, não parou um só dia, chegando, em 30 de novembro, à marca de mais de 2 milhões de quilos de doações, em forma de cestas verdes e de alimentos não perecíveis, além de kits de limpeza e de higiene, distribuídos em 185 cidades. A iniciativa é direcionada às comunidades em situação de vulnerabilidade social, a fim de amenizar a fome que castiga mais de 10 milhões de brasileiros (veja quadro ao lado), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), boa parte dos quais crianças e idosos, nas cinco regiões do país.

O cenário para dezembro deste ano e janeiro de 2021 (com a previsão do término do auxílio emergencial) mostra-se ainda mais desafiador, pois, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), cerca de 38 milhões de pessoas ficarão sem assistência. Por isso, além de continuar o seu trabalho durante esses meses em suas 82 unidades em todo o território nacional, a Legião da Boa Vontade está ampliando o combate à insegurança alimentar, reforçando suas atividades com a tradicional campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! A meta é socorrer mais de 50 mil famílias, em 175 cidades brasileiras, neste período, para que no fim do ano tenham garantido o seu prato de comida (saiba como colaborar na p. 19).

Na sequência, veja algumas das entregas feitas em novembro pela equipe da Instituição, várias delas realizadas com organizações parceiras, que têm unido forças à Obra em uma grande ação em rede, por um Brasil mais feliz e justo.

Cáceres/MT

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São Paulo/SP

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Kauã Roger

Ana Paiva Vivian R. Ferreira

João Pessoa/PB

Kauã Roger

SOS CALAMIDADES

LBV chega a comunidades de difícil Acesso

Macaíba/RN

B

oa parte dessa multidão de famintos, quase 50%, está no Nordeste. Em Natal/RN, a Legião da Boa Vontade tem trabalhado ativamente para suprir com alimentos os atendidos em seus programas e serviços e buscado parcerias para também socorrer usuários de outras organizações, por meio do serviço Rede Sociedade Solidária, que neste período de Covid-19 entregou, no Rio Grande do Norte, mais de 77 mil quilos de doações.

Graças ao apoio do Banco do Brasil, do Leite Clan e da Agro Carvalho, por exemplo, a Instituição esteve, no dia 30 de novembro, no Assentamento Chico Mendes, zona rural do município de Macaíba, a 40 quilômetros da capital daquele Estado. Dezenas de famílias em situação de risco social receberam cestas de gêneros alimentícios, kits de limpeza e iogurtes.

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O local é de difícil acesso, e, por isso, foi necessário adaptar a condução das doações, transportando-as em carroças de tração animal para poder chegar à localidade, na qual os moradores tiram o sustento da agricultura de subsistência.

Quase a totalidade dos habitantes mora em residências simples de taipa, a exemplo de Aniele Priscila Paiva dos Santos, de 36 anos, que antes de construir a sua casa, onde se encontra há 7 anos, vivia em barracas improvisadas nas estradas. “Fico muito feliz e grata por essa alimentação, não só por mim, mas pelas famílias que a gente sabe que [sofrem com a] falta [do que comer], porque não é todo dia que tem comida na mesa. Somos gratos por essa feira que veio. Agradecemos de coração a todos que fazem parte da LBV”, ressaltou.

Fotos: Kauã Roger

Macaíba/RN

Macaíba/RN

Dez dias antes, na zona norte da capital potiguar, frequentadores do Centro Educacional Dom Bosco, da Rede Salesiana de Assistência Social, também foram beneficiados pela iniciativa da LBV. Ivanise Laurentino, assistente social da unidade de ensino, fala da importância do gesto: “Neste momento de pandemia, é uma grata satisfação poder [contar] com esta parceria da LBV. O centro atua com mais de mil pessoas durante todo o ano e está com as atividades suspensas. Então, receber essa doa­ ção de alimentos é extremamente rico. A LBV vem para somar, é uma instituição de renome, reconhecida na cidade por prestar assistência a nossas crianças e adolescentes com afinco, carinho e Amor. O nosso sentimento é de gratidão”.

Macaíba/RN

Agricultores e pescadores da Associação Eldorado dos Carajás, na zona rural de Macaíba/RN, recebem doações de cestas de alimentos e kits de higiene. O assentamento, que enfrenta a extrema pobreza e a seca, contou com a fraternidade da campanha SOS Calamidades. “Um abraço no coração do Irmão Paiva Netto, porque sei [que] sem ele nada disso seria possível, e a todos da LBV, porque, em meio a toda luta, vocês conseguem fazer a diferença, [conseguem] vir e olhar para essas [200] famílias que estão em situação bem difícil e fazer com que elas tenham a certeza de dias melhores”, afirmou, emocionada, a presidente da associação, Adriana Alves Machado.

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Edson Santos

SOS CALAMIDADES

Teresina/PI

Ajuda da LBV reduz impacto da pandemia no Piauí

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Centro Comunitário de Assistência Social em Teresina/PI é outra unidade da Legião da Boa Vontade que vem amparando famílias mais prejudicadas com a crise sanitária na cidade e região metropolitana. De março a novembro, mais de 68 toneladas de doações chegaram às mãos dessas pessoas, ajudando a reduzir o impacto da pandemia.

“Não tenho trabalho, e, neste momento, minha única renda vem do auxílio emergencial”,

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conta Daniele Borges Pereira, moradora da capital piauiense e mãe de quatro filhos atendidos pelo serviço Criança: Futuro no Presente! Ela agradeceu por tudo que recebeu neste momento desafiador: “Confesso que as cestas de alimentos e os materiais de limpeza têm sido muito importantes. Se não fosse a ajuda da LBV, iria faltar comida. Só de imaginar, me dá angústia. Neste tempo em que todo mundo tem que ficar isolado, as condições estão mais difíceis”.

Paulo Araújo

Edson Santos

Pimenta Bueno/RO

Prevenção à violência doméstica Teresina/PI

Edson Santos

No Piauí, a exemplo de outros Estados nos quais a LBV está presente, o serviço Rede Sociedade Solidária amplia ação e leva gêneros alimentícios à zona rural. Na foto, uma das comunidades nos arredores de Teresina, o Assentamento 8 de Março, cujos moradores convivem com a dura realidade da falta de água encanada, energia elétrica e saneamento básico. Lá, 200 famílias receberam o apoio da Caravana da Boa Vontade.

Teresina/PI

Paulo Araújo

Atendendo ao pedido do 4o Batalhão de Polícia Militar de Cacoal/RO — que desenvolve o trabalho da Patrulha Maria da Penha na referida cidade e no município de Pimenta Bueno (a 35 minutos de Cacoal) —, a Legião da Boa Vontade em Porto Velho, capital de Rondônia, doou 300 cestas de alimentos e kits de higiene. O grupamento, que dá suporte a vítimas de agressões, realiza também ações protetivas a essas mulheres, que, neste período de crise sanitária, ainda enfrentam a insegurança alimentar, faltando muitas vezes comida para elas e seus filhos. A equipe da LBV viajou mais de 600 quilômetros para prestar solidariedade a essas famílias. As entregas, ocorridas em 29 e 30 de outubro, mereceram destaque no noticiário das televisões Suruí (afiliada da TV Cultura) e Allamanda (do SBT).

Cacoal/RO

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Rosana Serri

SOS CALAMIDADES

No Paraná, LBV intensifica ação Araucária/PR

Rosana Serri

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o outro lado do país, a fome também assusta, mostrando os contrastes deste país tão abastado e, ao mesmo tempo, carente de tudo. A unidade da LBV em Curitiba/PR tem se empenhado para suprir parte dessa necessidade premente.

Durante este período de distanciamento social, distribuiu mais de 80 toneladas de doações.

No dia 12 de novembro, por exemplo, fez um atendimento especial em prol de 100 famílias das comunidades Favorita e Rio Negro, ambas no bairro Capela Velha, no município de Araucária. Os dois locais são áreas ocupadas irregularmente, ficam próximos e têm alto índice de vulnerabilidade e risco social. Além disso, são lugares sujeitos a alagamentos em dias de chuva, com esgoto a céu aberto e “gatos” de água e luz, entre outras condições que evidenciam a precariedade da região. A maioria dos moradores vive de serviços informais, incluindo coleta de material reciclável.

Tereza Maya da Costa, da comunidade Rio Negro, fala da realidade enfrentada pelos moradores: “A gente sabe que as famílias [daqui] estão tendo muita dificuldade para conseguir alimento, várias foram afastadas do emprego, como eu, por fazer parte do grupo de risco, porque estou grávida. A ajuda da LBV é de grande importância para nós, porque, às vezes, é um só para sustentar seis, oito pessoas. Agradeço a você que cooperou com essa doação, continue amparando os que necessitam”.

Na ocasião, foram entregues mais de 1,5 tonelada de donativos, entre eles cestas de alimentos não perecíveis, cestas verdes e kits de limpeza, além de ovos e biscoitos. A LBV levou não apenas a ajuda material de que essas famílias tanto precisavam, mas também a esperança em dias melhores!

Araucária/PR Para a ação nas comunidades Favorita e Rio Negro, em Araucária/PR, a LBV contou com o apoio do Banco de Alimentos (Ceasa), do programa Mesa Brasil Sesc, do Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) e da HCL Brasil Tecnologia Ltda.

Itens que você pode doar Alimentos: Arroz, feijão, óleo, açúcar, café, leite em pó, macarrão, farinha de mandioca, canjiquinha, fubá, farinha de trigo, farinha de milho, extrato de tomate, salsicha e sardinha enlatadas e sal. Materiais de limpeza: água sanitária, sabão em barra e detergente.

Esses são alguns dos itens que se pode doar para a campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! (no link lbv.org/enderecos, saiba a unidade da LBV mais próxima de sua residência).

Doações de qualquer valor podem ser feitas pelo site www.lbv.org.br ou pelo telefone 0800 055 50 99.

Acompanhe as ações realizadas pela Legião da Boa Vontade nas redes sociais. Acesse @LBVBrasil.

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SOS CALAMIDADES

Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros

Agradecimento especial A Legião da Boa Vontade agradece a todos os parceiros que têm se unido a esta Corrente Fraterna contra os efeitos do novo coronavírus. A seguir, você, amigo(a) leitor(a), poderá conhecer algumas dessas marcas solidárias.

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solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários

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A L I M E N TO S

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SOS CALAMIDADES

Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros solidários • Parceiros

Serviço Social da Indústria PELO FUTURO DO TRABALHO

CIEAM

CENTRO DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO AMAZONAS

CIEAM

CENTRO DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO AMAZONAS

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CIEAM

CENTRO DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO AMAZONAS

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Divulgação

ENTREVISTA

Tony Gordon: música e engajamento solidário A trajetória do grande campeão do The Voice Brasil LEILLA TONIN

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S

abe aquela máxima popular que diz que “a fama não subiu à cabeça”?

Pois é, ela se encaixa como uma luva no comportamento do cantor paulistano Tony Gordon, que “mantém seus pés no chão”, como ele mesmo gosta de afirmar, assim como a simpatia e a sensibilidade que o ajudaram a construir uma carreira artística sólida ao longo de 33 anos. Por sinal, trajetória essa rica e dedicada ao jazz e ao R&B (gênero que combina elementos do rhythm and blues soul, funk, pop, hip hop e dance).

Dono de uma voz rouca e grave, cativou de imediato plateia e jurados do The Voice Brasil 2019, da TV Globo, e, a cada audição, foi se estabelecendo e conquistando mais fãs até ser escolhido como o campeão da 8a temporada do programa. A visibilidade oferecida pela atração oportunizou ao público brasileiro conhecer um pouco mais do trabalho e o talento desse ex-crooner, que tem a música na veia.

Mais uma vez, Tony está apoiando a tradicional campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, que amplia as ações da Legião da Boa Vontade nesta época e que, neste ano, tem a meta de socorrer mais de 50 mil famílias.

Na entrevista exclusiva concedida à revista BOA VONTADE, ele fala dos assuntos referidos anteriormente, do papel da música para transmitir bons sentimentos e da importância de o negro contar a sua própria história, ressaltando que, neste caminho, é preciso respeito e Amor Fraterno para a derrubada do racismo e de qualquer tipo de preconceito. Boa leitura!

BOA VONTADE — Você é filho do cantor Dave Gordon e da Denise Duran, irmã da inesquecível Dolores Duran.

Como é a sua relação com a música?

Tony Gordon — Eu nasci num ambiente extremamente musical, a minha família é toda de cantores. Parentes, padrinho, madrinha, todos músicos. Sou afilhado do César Camargo Mariano e da Marisa Gata Mansa [1938-2003], grande cantora. E o César, sem palavras. A minha casa sempre foi bem frequentada por artistas e músicos, com essa coisa da minha mãe e do meu pai serem cantores: Jair Rodrigues [1939-2014], Rita Lee, Tim Maia [19421998]... Eu tive o privilégio de crescer ouvindo bate-papos incríveis. Então, acho que isso me fortaleceu para tudo o que amo e desejo.

BV — Quando você sentiu que a música seria a sua profissão?

Tony Gordon — A minha mãe, desde que eu era pequenininho, passeava comigo na rua cantarolando a música Carinhoso: “Meu coração, não sei por que...”. E eu já era afinadinho. Não é prepotência, pelo amor de Deus, é ter consciência para o que a gente veio ao mundo, eu acho isso importante. Sempre tive certeza de que a minha jornada seria de música, embora, na minha adolescência, houve [certa] resistência.

Minha mãe chegou a me ameaçar (risos): “Cara, se você não cantar, eu não sei o que

Vamos aproveitar, sim, esse fim de ano e fazer bombar a necessidade de levar a 50 mil famílias [atendidas pela LBV] algo que as façam se sentir melhor. (...) E nada vai faltar para a gente, para prosseguir na Bondade, em tudo que precisarmos para o bem do outro.

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ENTREVISTA

Vivian R, Ferreira

balhar. Também tinham campeonatos de tênis na Bahia, casamentos, bodas de ouro, bodas de prata, bar mitzvah... Eventos em que as pessoas me chamavam para cantar para todas as idades: uma festa de aniversário de uma senhora de 95 anos, de um jovem de 15, de 13...

BV — Ser filho de artistas abriu as portas ou significou mais responsabilidade para você?

Tony Gordon — Para mim, abria muito [as portas]! Eu convivi bem com isso. Por ser um cara fisicamente parecido com meu pai, que cantava parecido, eu tirei bastante proveito, achei incrível. É herança, é dom, é receber do Universo um presente. Não me sentia mal em cantar como meu pai, eu me espelhava nele, não só na música, mas também em tantas outras coisas da vida.

Pai e mãe...

eu faço”. Depois das broncas, [falei]: “Tá bom, ok, vamos lá...”.

BV — Após esse período de incerteza, como foi?

Tony Gordon — Já existia uma herança incrível por parte de pai e mãe, no sentido de as portas se abrirem para mim como cantor. Naquela época, havia várias casas noturnas, e lembro-me de que nunca passei uma dificuldade por não ter onde tra-

BV – Já há uma nova geração na família seguindo esses passos?

Tony Gordon — Sim, o meu filho William me ajuda muito, uma cabeça jovem, que mescla um pouco da musicalidade de antigamente com o que está acontecendo agora. Eu respeito isso, e é engraçado, porque tenho várias faixas musicais gravadas, por exemplo, pela LBV*1, mas não tenho um disco. Esse é o meu primeiro. Parece que esperei uma vida toda, ver o William crescer para ser o meu produtor.

Está sendo incrível tudo isso, e o Samuel [Fraga], que conheci na LBV com 13, 14 anos*2, e que depois tocou comigo, também está ajudando nesse trabalho. Uma coisa

*Tony Gordon refere-se à música Prece para ter Tranquilidade, que faz parte do Oratório “O Mistério de Deus Revelado”, grande sucesso do compositor Paiva Netto, além do jingle Jesus é o meu caminho (melodia de Samuel Fraga com letra do Legionário da Boa Vontade Paulo Azor) e, mais recentemente, à participação no videoclipe A LBV nasceu para amar e ser amada, a ser lançado em homenagem às sete décadas da Instituição. *2 O cantor conheceu o músico e baterista Samuel Fraga na adolescência ao visitar o Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista, quando o jovem lá estudava.

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dedicada ao que se ama, que é a música, a família, tudo conectado. Isso nos transforma, nos deixa bem!

BV — Com mais de 30 anos de carreira e um talento indiscutível, por que você participou de programa tão desafiador como o The Voice Brasil?

Tony Gordon — Na verdade, essa decisão não foi minha. Foi uma insistência dos integrantes da [banda] Jamz, da qual meu filho faz parte, que me convenceram. Não que eu não quisesse, mas é complicado você se expor... A fama tem prós e contras, e o povo preto do Brasil precisa aproveitar um pouco do poder da fama para que as coisas fiquem mais fáceis. Então, a gente tem a responsabilidade hoje, por meio da música, de passar para as pessoas Amor, responsabilidade, verdade, como sempre foi. Ao sair do The Voice, eu não me deixei levar pela fama, não tenho esse problema. As pessoas me param na rua [e perguntam]: “Mas por que você está fazendo isso?” Porque sempre fui à loja de material de construção com a calça cheia de tinta, não tô nem aí. O que é importante faço muito bem, sou uma pessoa que cavo felicidade para minha vida.

BV — O ano de 2020 foi de grandes desafios não só pela pandemia.

Como vê a campanha Black Lives Matter (em tradução livre, Vidas Negras Importam)?

Tony Gordon — A partir do momento que temos de dizer que vidas negras importam é porque existe algum problema. A gente está falando de algo que, realmente, requer atenção, cuidado. O que está acontecendo pede reação da vida preta. Os negros brasileiros precisam de estudo, oportunidade.

Eu me sinto de manga arregaçada nesse sentido, para que as coisas melhorem. A

gente está muito longe [do ideal], a nossa luta ainda é grande. Eu estive no Caribe para conhecer a minha avó [paterna], um pouco antes de ela falecer, de ir para o outro plano. E ela olhou no meu olho, lacrimejando, e disse: “Não permita que ninguém conte a sua história. Conte você mesmo a sua história”, porque senão distorcem tudo. Ela me falou do significado da palavra “negro”, porque foi algo que viveu, [e contou] que, no momento de uma surra, o termo “negro” era usado como forma de ofensa, para diminuir, como coisa ruim. (...) Na minha opinião, a gente só muda isso se tiver como base o Amor.

BV — Qual o sentimento de fazer parte da campanha de Natal da LBV? Tony Gordon — A gente tem de aproveitar essas datas para fortalecer algo que, às vezes, as pessoas não têm consciência o ano todo. Nessas datas marcantes... [Por exemplo,] o Dia das Mães serve para que a gente saiba o verdadeiro valor de “mãe”.

Nem que seja pegar dez marmitas e levar no centro da cidade, junto com a sua mãe, [e servir aos moradores de rua]. Então, vamos aproveitar, sim, esse fim de ano e fazer bombar a necessidade de levar a 50 mil famílias algo que as façam se sentir melhor.

Se a gente pensar nesses 50 mil [lares] e outros 200 milhões de brasileiros pensarem também, talvez comece a diminuir a dificuldade na vida desses indivíduos o ano inteiro. (...) E nada vai faltar para a gente, para prosseguir na Bondade, em tudo que precisarmos para o bem do outro.

Assim como Tony, junte-se a essa causa e ajude mais de 50 mil famílias em situação de vulnerabilidade social.

ACESSE: WWW.LBV.ORG.BR/DOE

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CIDADANIA

Como garantir os direitos dos mais vulneráveis?

Em formato on-line e com mais de 3 mil inscritos, evento internacional da LBV debate questões sociais na pandemia, e trabalho em rede destaca-se nesse cenário NATHAN RODRIGUES e WELLINGTON CARVALHO DE SOUZA

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Em Sorocaba/SP, Rafael dos Santos, 12 anos, está sempre atento às atividades não presenciais enviadas pelos educadores da LBV. Ele e a irmã são criados pelos avós maternos, cuja renda vem da venda de material reciclado. Apesar das dificuldades, o casal de idosos tem conseguido sustentar o lar e proteger os netos de riscos com o apoio da Instituição.

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Fotos: Vivian R. Ferreira

CIDADANIA

Transmitido pelo canal da LBV no YouTube (@LBVBrasil), o congresso recebeu 3.367 inscrições e teve tradução simultânea para o inglês, o espanhol e para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

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A

chegada da pandemia do novo coronavírus no país acentuou os desafios sociais que nele perduravam, a exemplo dos que são citados no infográfico da página 35. As circunstâncias provocadas por esse novo contexto mundial demonstram que existe a necessidade de ações bem estruturadas e organizadas àqueles que foram mais prejudicados: os que se encontram nas camadas socialmente vulneráveis da população.

Assim, percebe-se quanto a Assistência Social é indispensável em ocasiões de crise sanitária como a que enfrentamos hoje e é essencial em termos de políticas públicas. Essas considerações foram a principal pauta do 25o Congresso Internacional de Assistência Social, da LBV, que ocorreu entre os dias 9 e 11 de novembro e reuniu, de forma on-line, profissionais da área em questão e dos Direitos Humanos e representantes da sociedade civil e de movimentos sociais, além de educado-

ANTONIO PAULO ESPELETA,

Arquivo BV

res, estudantes e pessoas interessadas no tema “O impacto da Covid-19 e o futuro da Assistência Social”.

Na palestra inaugural do evento, Antonio Paulo Espeleta, superin­ tendente social da Legião da Boa Vontade (LBV) e especialista em Gestão de Organizações sem Fins Lucrativos pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, compartilhou com os congressistas a experiência da Entidade no enfrentamento do quadro atual. “Realizamos pesquisas junto ao nosso público, elaboramos protocolos e manuais de prevenção à Covid-19, passamos orientações técnicas para todos os Centros Comunitários de Assistência Social e para os abrigos de idosos. Elaboramos procedimentos operacionais, além de análises de uma série de documentos, como decretos e relatórios para órgãos externos, tanto de defesa de direitos como judiciais”, ressaltou.

Desde março, a LBV tem distribuído, por meio da campanha SOS Calamidades, cestas de alimentos e kits de limpeza a famílias atendidas por ela e por organizações parceiras (até o momento, já foram contabilizados mais de 2 milhões de quilos em doações). Pessoas que têm seus direitos violados, como as que sofrem maus-tratos e privação de liberda-

superin­tendente social da Legião da Boa Vontade (LBV) e especialista em Gestão de Organizações sem Fins Lucrativos pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.

de, são apoiadas pela Instituição em trabalho articulado com outros órgãos do Poder Público, entre eles o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), os Conselhos Tutelares e o Ministério Público. “Essa atenção, naturalmente, sempre foi dada, só que agora de uma forma adaptada, com ações preventivas, por meio de envio de vídeos, divulgação de campanhas para prevenção de violência, informações relacionadas aos órgãos preventivos, dentre outros. Houve esse acompanhamento por membros da equipe de referência da LBV, que são assistentes sociais e psicólogos. Eles articulam essa rede de proteção para amparar esses indivíduos e suas famílias”, destacou Antonio Paulo.

Realizado anualmente, o Congresso Internacional de Assistência Social, da LBV, reúne os nomes mais importantes dessa área do Brasil e do exterior, a fim de debater os temas que mais impactam o cotidiano das camadas socialmente vulneráveis.

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CIDADANIA

PRIMEIRO DIA DE CONGRESSO

Arquivo pessoal

ANA CRISTINA GUEDES BARROS,

graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com MBE em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pelo Instituto de Economia da UFRJ e MBA Executivo pelo Instituto Coppead.

SOCIEDADE CIVIL FORTE Em seguida, Ana Cristina Guedes Barros, gerente de Assistência do Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc), apresentou suas con-

siderações acerca do tema do evento. Na ocasião, a graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com MBE em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pelo Instituto de Economia da UFRJ e MBA Executivo pelo Instituto Coppead da referida instituição acadêmica, discorreu sobre a importância de a sociedade civil estar organizada para vencer as adversidades, entre elas a insegurança alimentar.

Ana Cristina reiterou os esforços mundiais para tratar a questão da fome, destacando que erradicá-la é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Segundo a ONU, são praticamente 820 milhões de pessoas vivendo nessa condição. É muita coisa! (...)”, alertou. A palestrante salientou que a integração entre os três setores

EXCELÊNCIA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL No decorrer do congresso, a cada palestra, o público pôde acompanhar 12 painéis temáticos, produzidos em 11 das 72 cidades onde a LBV está presente, de todas as regiões do país. Dando continuidade às preleções, eles ilustraram parte do trabalho da Instituição e foram construídos com a ajuda de várias equipes dos Centros Comunitários da Entidade. Dentre os temas abordados e aos locais onde foram desenvolvidos, constam: “Repensando o Direito de brincar”, em Inhumas/GO; Identidade e Pertencimento: estratégias para manutenção de vínculos em tempos de isolamento social”, em Cabo Frio/RJ; “Convivência e fortalecimento de vínculos familiares em tempos de Pandemia: Desafios e possibilidades”, em Fortaleza/CE; “Ações Intersetoriais na Assistência Social”, em Porto Alegre/RS; e “Participação Social na Transpandemia”, em Goiânia/GO.

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da sociedade (Estado, iniciativa privada e população civil), atuando por meio de políticas públicas, é fundamental para promover o acesso à alimentação. “Esse é um direito social garantido pela nossa Constituição. (...) Se não houver uma integração entre esses atores, o cenário se agravará cada vez mais.”

Ao destacar a atuação do Sesc, mais especificamente do programa Mesa Brasil, Ana Cristina falou sobre a parceria com a Rede Brasileira de Banco de Alimentos. De acordo com ela, a expansão dessa iniciativa não só contribui para a melhor distribuição de produtos, como também ajuda a evitar que sejam jogados no lixo. “O Brasil é um dos grandes produtores de alimentos do mundo, mas o nosso desperdício é proporcional. Estima-se que um terço do que se produz é perdido, desde o plantio até [chegar] à

nossa mesa. O Mesa Brasil vem atacar, mitigar esse desperdício, levando esse alimento [aproveitável] que iria parar nos aterros, nos lixões, para instituições sociais, para que elas possam servir esses itens para o seu público.”

A representante do Sesc enalteceu ainda a parceria entre a organização e a LBV durante a campanha SOS Calamidades: “Ao agregar outros atores, estamos dando respostas efetivas para situações até então não vividas. O Mesa Brasil é um exemplo disso. Nós estamos com a LBV em vários Estados, pela capilaridade que temos e que a LBV possui, somando esforços para ajudar quem mais precisa. Fortalecer a sociedade civil para enfrentar problemas tão estruturais, como desigualdade, fome, desemprego, só mesmo formando essa rede poderosa de atores”, finalizou.

A assistente social Hada Thayclany (E) e a educadora Raquel Cardoso, da unidade da LBV em Inhumas/GO, que apresentaram o painel temático “Repensando o Direito de brincar”. No destaque, a atendida faz em casa a atividade proposta Joken Velha.

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CIDADANIA

SEGUNDO DIA DE EVENTO

COMO VENCER AS AMEAÇAS DA PRÓPRIA AÇÃO HUMANA

Divulgação

Na terça-feira, 10, o ciclo de palestras foi retomado pela professora Abigail Torres, doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e Movimentos Sociais e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social da Pontifícia

ABIGAIL TORRES,

doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e Movimentos Sociais e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em sua preleção sobre “Vínculos protetivos em tempos de isolamento social”, ela lembrou que, com a pandemia, alguns desafios do Sistema Único de Assistência Social (Suas) foram acentuados. Quanto à importância dele, enfatizou: “É um marco civilizatório importantíssimo da sociedade brasileira, tem como atribuição reparar as injustiças”.

Sobre o acompanhamento às famílias, reiterou o valor de uma rede de proteção: “A pandemia mostra quanto o ser humano é vulnerável [para] se defender de ameaças produzidas pela natureza ou pela ação humana. [A atual crise sanitária] ressuscita vários debates e vai mostrando que temos uma sociedade muito injusta e desigual”. A especialista pontuou que não se pode menosprezar avanços conquistados, principalmente em relação à defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, das vítimas de violência e das pessoas com deficiência.

IMPACTOS SOCIAIS DA PANDEMIA EMPREGO

RENDA

No último trimestre de 2020, o total de desempregados passou a ser 14,1 milhões (1,3% a mais do que nos três meses anteriores). Este é o pior resultado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Em decorrência da desigualdade social, os mais pobres permanecem em maior vulnerabilidade, com restrições à moradia e ao acesso à água, a saneamento básico, à educação e a equipamentos de saúde. No caso de 50% da população com rendimento médio mensal de R$ 850, os ganhos são 33,7 vezes menores que do 1% mais rico, detentor de R$ 28.569.

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Em seguida, o público acompanhou as palavras do professor Carlos Ferrari, mestre em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e pós-graduado em Marketing e Comunicação Persuasiva pela Fundação Cásper Líbero.

Ao abordar as “Ações intersetoriais na Assistência Social”, Ferrari enalteceu a evolução da área no Brasil, elogiando o novo status que ela recebeu com a Constituição Federal de 1988. Quanto à união dos três setores, o palestrante apresentou algumas vantagens: “Sinergia, maior assertividade, precisão.

Você tem maior nível de qualidade do acesso dos usuários aos serviços, porque eles estão dialogando previamente; existe um estudo de caso, planejamento, [uma preparação do] trabalho

Arquivo pessoal

AÇÕES INTERSETORIAIS

CARLOS FERRARI,

mestre em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e pós-graduado em Marketing e Comunicação Persuasiva pela Fundação Cásper Líbero.

de promoção do acesso antes que ele ocorra. O segundo grande benefício é a possibilidade de aclarar as atribuições, definir papéis. É preciso ter clareza do que se articula”. E completou: “A ação intersetorial nos ajuda a reduzir o retrabalho e, por consequência, a manter maior qualidade, o acesso e a relação dos usuários com a rede”.

PROTEÇÃO AO PÚBLICO FEMININO

FOME

Em abril, quando o distanciamento social já durava cerca de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no Ligue 180 deu um salto: cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019. Ao conviverem por mais tempo no mesmo espaço com seus agressores, meninas e mulheres têm corrido maior perigo.

Em cinco anos (2013-2018), cresceu em 3 milhões o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. Mais de 10,3 milhões de brasileiros vivem esse drama, e quase 50% dos famintos estão no Nordeste. Além disso, metade das crianças no país com até 5 anos de idade tem restrição no acesso à alimentação de qualidade.

Fontes: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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CIDADANIA

TERCEIRO DIA DE CONGRESSO

REPRESENTANTE DE PROGRAMA QUE GANHOU O NOBEL DA PAZ DE 2020 ABRE SESSÃO

Divulgação

Arquivo pessoal

Na quarta-feira, 11, Ana María Salhuana, doutora em Economia, especialista em Administração de Empresas e funcionária, há mais de 25 anos, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas, discorreu sobre “Os

ANA MARÍA SALHUANA,

doutora em Economia, especialista em Administração de Empresas.

impactos da Covid-19 em comunidades vulneráveis”, compartilhando a atuação do PMA (Agência da ONU ganhadora do Nobel da Paz de 2020) na Bolívia. Nesse país vizinho, a pandemia afetou tanto as zonas rurais quanto as urbanas, prejudicando, sobretudo, mulheres e crianças.

Além disso, questões climáticas, como a seca e as inundações, agravaram mais o quadro.

“O volume da produção agrícola caiu, houve perda de rendimentos. (...) A redução no PIB é sentida em todos os setores, como no industrial. (...) Essa diminuição de renda faz com que o mecanismo de circulação da economia se paralise, uma vez que as empresas que produziam para essa parcela da população reduzem sua produção, porque não há mercado, não há quem compre. Por sua vez, as pessoas que compravam estão indo aos mercados locais para sobreviver, pois não conseguem gerar renda”, explicou.

Ana María afirmou que cabe ao PMA realizar estudos, levantar informações e, em conformidade com o governo local, decidir quais ações serão implementadas.

“Quero cumprimentar os organizadores [do evento] pela importância que tem este Congresso [da LBV] e pela iniciativa de debater sobre o trabalho humanitário. Essa ação, como todos sabem, busca a igualdade entre todos os seres humanos que vivem em uma mesma localidade.”

ANA MARÍA SALHUANA

Representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA/ONU), que ganhou o Nobel da Paz em 2020.

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A última palestra do 25o Congresso Internacional de Assistência Social, da LBV, foi conduzida pela assistente social Priscilla Andrade, mestre e doutora em Política Social. Professora da Universidade de Brasília (UnB), com vasta experiência na área de promoção social, gênero e violência intrafamiliar, ela abordou o tema “Panorama da Assistência Social na transpandemia e pós-pandemia”.

De acordo com a palestrante, “as profissionais da Política de Assistência Social estão enfrentando aumento exponencial da demanda de trabalho, sendo tão expostas quanto os que atuam na área da Saúde, pois estão em contato direto com a população mais vulnerável ao vírus: pessoas em situação de rua, indivíduos em condição precária de habitação, cidadãos com comorbidades e sem acesso adequado à política de saneamento básico e à saúde”.

Na oportunidade, também reforçou a importância do Suas e de como a atuação dos profissionais da área no enfrentamento à Covid-19 garante o direito de proteção à vida. “O novo coronavírus, no Brasil, escancarou os determinantes sociais dos processos de adoecimento, expôs as contradições de uma sociedade injusta, evidenciou uma questão estrutural que põe em xeque o direito à vida. Veio reafirmar aquilo que muitos de nós já temos ciência: desigualdade e pobreza matam”, concluiu.

Priscilla afirmou ainda que, além dos altos índices de contágio da Covid-19, de de-

Divulgação

Arquivo pessoal

DESIGUALDADE E POBREZA MATAM

PRISCILLA ANDRADE,

mestre e doutora em Política Social.

Professora da Universidade de Brasília (UnB).

semprego e de desigualdade social, a pandemia elevou as subnotificações de violência contra mulheres, crianças e adolescentes. Por isso, é urgente o reconhecimento da proteção social como direito de cidadania e o apoio da sociedade e do Estado a esse setor tão vital para o país.

“(...) A LBV demonstra estar cada vez mais engajada no fortalecimento da Assistência Social como direito de cidadania.”

PRISCILLA ANDRADE

Assistente social e professora da Universidade de Brasília (UnB)

Todas as palestras do evento estão disponíveis, gratuitamente, no canal da LBV no YouTube.

Para assisti-las na íntegra, acesse: https://www.youtube.com/lbvbrasil.

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COMPORTAMENTO

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idosos: medo e inseguranças na pandemia Atividades culturais, segurança alimentar e emocional ajudam a manter a saúde física e mental

shutterstock.com

LEILA MARCO

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Túlio Barbosa

COMPORTAMENTO

O

Kauã Roger

que é o viver humano senão, com o passar do tempo, o enfrentamento de dificuldades no caminho? No entanto, o avançar dos anos pode ser significativo e feliz à medida que laços de amizade, carinho e Amor Fraterno são firmados durante a jornada. O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos Vida Plena, da Legião da Boa Vontade (LBV), tem como objetivo propiciar vivências que valorizam as experiências e que estimulem e potencializem a condição de escolher e decidir, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia, do protagonismo social e do fortalecimento de vínculos dos idosos. O trabalho, que já era relevante nas comunidades em situação de vulnerabilidade so-

cial em todo o território nacional, tornou-se imprescindível neste período de pandemia do novo coronavírus, quando essas pessoas se viram impedidas de exercer atividades sociais, em decorrência da prevenção à Covid-19, além de outros problemas de saúde e de insegurança alimentar.

Esta reportagem traz a experiência da unidade da LBV localizada na Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, e destaques de iniciativas em outras cidades brasileiras. Elas mostram o valor de se cuidar, com afetividade, dessa geração, que tanto fez e que ainda muito pode realizar em favor do nosso país, se nós, como sociedade, soubermos valorizar o legado e a história desses cidadãos.

Os educadores do Centro Comunitário de Assistência Social de Natal/RN estão gravando vídeos, durante as atividades da Oficina de Corpo e Movimento, para que os idosos não fiquem sedentários, mesmo tendo de ficar em casa para se proteger da Covid-19. Os integrantes do Vida Plena mandam, periodicamente, fotos e vídeos mostrando que estão seguindo as dicas para manter a saúde.

Sílvia Helena Vieira

Pandemia piora alimentação dos mais vulneráveis

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Em Fortaleza/CE, o contato telefônico realizado pela LBV com os participantes do serviço Vida Plena sempre traz amparo e esperança a eles. Em uma dessas chamadas, a psicóloga Michelle Lisboa ficou comovida com a narrativa da senhora Maria de Lourdes Bezerra de Lima, de 72 anos. Ela mora com uma filha, que está doente, e um genro, cuja renda vem de pequenos bicos. Durante o telefonema, dona Lourdes comentou com Michelle sobre a saudade que tinha de estar presencialmente na Legião da Boa Vontade e até das mínimas situações vivenciadas no local, como poder saborear uma fruta no lanche que era servido na unidade da Instituição. Para alegria dessa senhora e de sua família, que não tinham nem o que comer naquele dia, o motivo da ligação telefônica era para avisar que poderiam retirar cestas de alimentos não

perecíveis e verdes. “Eu fiquei muito feliz, tinha necessidade de comer uma verdura, uma fruta, e não tinha como, porque, por conta dessa pandemia, as coisas ficaram bem difíceis. Foi a maior alegria na minha vida, porque serviu para mim e para a minha família, e eu não tinha de onde tirar naquele dia. Eu só posso agradecer de coração às pessoas que doam para a LBV. Muito obrigada!”, disse, comovida, dona Lourdes em nome de todos os idosos atendidos.

População com mais de 60 anos deve dobrar em 20 anos O envelhecimento da população mundial no século 21 é um fenômeno que não pode ser ignorado. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência: hoje 13% dos cidadãos já têm mais de 60 anos, ou seja, 28 milhões de brasileiros. Segundo a Projeção da População, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, esse percentual tende a dobrar nas próximas duas décadas.

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Túlio Barbosa

COMPORTAMENTO

Maria dos Anjos, usuária do Vida Plena, em Cabo Frio/RJ, mostra desenho feito por ela durante atividade não presencial.

Serviço da LBV cria vínculos protetivos entre idosos

G

rupo de risco da Covid-19, os indivíduos com mais de 60 anos foram os primeiros a evitar a convivência externa ao lar. A assistente social Jackeline Medina Cardoso, que atua no Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Cabo Frio/RJ, revela que foi necessária a adaptação dos profissionais da Instituição para continuar atendendo os usuários do serviço Vida Plena. Seguindo

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as orientações do Ministério da Saúde, a Superintendência Social da Entidade criou protocolos para que fosse possível entregar com segurança cestas de alimentos não perecíveis e verdes e kits com produtos de limpeza, bem como orientou o acompanhamento e o apoio emocional a essas pessoas neste período.

Outra preocupação, de acordo com a assistente social, era com o emocional deles: “Durante os contatos realizados com os idosos e seus familiares para o acompanhamento social, identificamos diversas situações de sofrimento geradas ou intensificadas neste período, como desafios de relacionamento no lar, depressão, tristeza, solidão, doenças na família, inclusive a Covid-19, e luto pela perda de entes queridos”.

Apesar de todas essas dificuldades a serem vencidas, a equipe da Instituição cons-

tatou que, mesmo com a distância física, o contato e os vínculos estabelecidos entre os frequentadores do serviço haviam sido conservados, assim como as relações de amizade que adquiriram ao longo das vivências e trocas em grupo eram fortes e protetivas. Essa percepção foi fundamental para o início das atividades não presenciais com o envio de vídeos (por WhatsApp) e de material impresso.

A ideia era dar continuidade ao trabalho que haviam começado antes da pandemia, quando os frequentadores do Vida Plena desenvolveram dinâmicas para discutir e fazer reflexões sobre as identidades individual e coletiva deles, resgatando experiências e memórias por meio de textos e de dese­nhos feitos em tecido de algodão cru, com os quais iam construindo uma colcha de retalhos com suas histórias (veja o painel na página ao lado), em uma analogia às fases da vida e à influência dos encontros com outras pessoas, que vão se dando ao longo da existência e, desse modo, transformando as trajetórias.

INSPIRAÇÃO NA POESIA

Um estudo científico feito pela Universidade NorUm estudo científico feito nos pelaEstados Universidade thwestern, localizada em Illinois, Unidos, Northwestern, localizada em Illinois, nos Estados publicado pelo periódico Psychological Science,Uniem dos, publicado pelo periódico Psychological Science, 22 de outubro de 2020, mostra a relevância das emoem 22 de outubro 2020, mostra a relevância das ções positivas parade preservar a memória.

Os especiaemoções positivas para preservar a memória.

Os espelistas analisaram, por 25 anos, dados de 991 adultos cialistas analisaram, por 25 anos, dados 991 adultos de meia-idade e idosos naquele país e de verificaram que de meia-idade e idosos naquele país e verificaram que sentimentos como alegria e animação são fundamentais sentimentos como éalegria e animação fundamenquando o assunto se manter bem aosão longo do envetais quando o assunto é se manter bem ao longo do lhecimento. Os participantes da pesquisa foram acomenvelhecimento.

Osa participantes daa pesquisa foram panhados de 1995 1996, de 2004 2006 e de 2013 acompanhados de 1995 a 1996, de 2004 a 2006 e de a 2014, com um intervalo de sete anos entre os últimos 2013períodos. a 2014, com um intervalo de sete anos entre os dois últimos dois o períodos.

Durante levantamento, os avaliados relatavam Durante o os avaliados quais emoçõeslevantamento, positivas sentiram nos últimosrelatavam 30 dias e, quais emoções positivas sentiram nos últimos dias posteriormente, realizavam testes de memória,30 a exeme, posteriormente, realizavam testes de ditas memória, a plo de repetir palavras logo após serem e, novaexemplo de repetir palavras logo após serem ditas e, mente, 15 minutos depois. novamente, 15 considerou minutos depois.

O trabalho também idade, sexo, educaO trabalho considerou também idade,esexo, educação, depressão, sentimentos negativos extroversão, ção, depressão, sentimentos negativos e extroversão, concluindo que a memória diminui com a idade, embora concluindo memória diminui com a idade, emesse declínioque sejaa bem menor nos indivíduos com níveis bora altos esse de declínio bem menor nos indivíduos com mais afetoseja positivo. níveis mais altos de afeto positivo.

“O meu marido faleceu, e a LBV me ajudou.

O carinho e a dedicação do pessoal da Instituição e das minhas amigas do grupo Vida Plena foram essenciais [naquele momento], porque minha família mora longe, e eu só tenho uma filha.”

MARIA LUIZA DOS SANTOS

Usuária do serviço Vida Plena

Túlio Barbosa

“Não sei… Se a vida é curta/ Ou longa demais pra nós,/ Mas sei que nada do que vivemos/ Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas./ (...) É o que faz com que ela/ Não seja nem curta,/ Nem longa demais,/ Mas que seja intensa,/ Verdadeira, pura… Enquanto durar.” Esses são versos do poema Saber Viver, de Cora Coralina (1889-1985). Ele e outros textos da lavra dessa grande poetisa brasileira serviram de inspiração para os participantes do serviço da LBV. Além da escrita de Cora ser marcante pela resiliência, pelo olhar positivo e por mostrar a felicidade nas coisas mais simples, ela mesma é um exemplo de que nunca se deve desistir dos sonhos, afinal a escrito-

Emoções positivas Emoções positivas ajudam a memória ajudam a memória

Túlio Barbosa

COMPORTAMENTO

Abrangência do serviço – em 2020 –

40 unidades o aplicam – em 2019 –

249.200

atendimentos e benefícios foram prestados

10.100

pessoas impactadas

ra só se consagrou na literatura aos 75 anos, ao lançar o seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás. “Houve uma grande identidade das participantes do grupo com a obra literária de Cora Coralina. Elas estão amando todos os vídeos que nós temos encaminhado e estão participando de todas as atividades não presenciais. E notamos ainda que a convivência familiar melhorou, porque os filhos e netos têm também se engajado nas atividades intergeracionais propostas por nós”, ressalta a assistente social.

ENFRENTAMENTO DO LUTO NA PANDEMIA Neste momento de distanciamento social, alguns atendidos da LBV vivenciaram a perda de um ente querido. É o caso de Maria Luiza dos Santos, de 71 anos, que encontrou na Legião da Boa Vontade o respaldo para ressignificar o luto. “Eu tive diversos problemas. O meu marido faleceu, e a LBV me ajudou. O carinho e a dedicação do pessoal da Instituição e das minhas amigas do grupo Vida Plena foram essenciais [naquele momento], porque minha família mora longe, e eu só tenho uma filha.”

Os cuidados para prevenir o contágio da Covid-19 não impediram os gestos de Solidariedade.

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“Como não podia ficar recebendo ninguém em casa, todos mandavam mensagens, ligavam todo dia para saber como eu estava. Foi difícil, mas seria bem pior sem minhas amigas”, afirma. Ela relembra também do apoio da Entidade quando o esposo estava doente: “Os remédios dele eram caros, faltavam recursos para as outras coisas, e a cesta de alimentos ajudou bastante”.

Maria Luiza alegra-se ao falar das vivências propiciadas pelo Vida Plena e diz que gostou de escrever sobre sua trajetória. “O texto da Cora Coralina tem semelhança com a vida da gente. Ela ‘mete a cara’ no mundo e começa a fazer as coisas mudarem de lugar. Eu estou tirando muitos proveitos dessa leitura, graças a Deus”, completa.

LAÇOS DE AMIZADE PARA VENCER A DEPRESSÃO Em novembro, quando Heloísa Siqueira Coutinho, de 75 anos, também usuária do Vida Plena, esteve na unidade da LBV para pegar o kit com as instruções e os materiais para as atividades não presenciais, a equipe percebeu quanto os laços de amizade firmados antes da pandemia foram importantes para a saúde mental e emocional de quem participa do serviço. Dona Heloísa,

“O que significa a LBV na minha vida” Esse é o título do acróstico de Lélia de Freitas Medeiros, de 81 anos, usuária do serviço Vida Plena em Cabo Frio/RJ, que faz parte, ao lado de outras produções literárias, do mural da colcha de retalhos, que retrata sentimentos e vivências do grupo, fortalecendo os vínculos de afetividade pessoais e coletivos. A seguir, o(a) amigo(a) leitor(a) pode conferir o trabalho: “Lugar onde sou mais feliz, onde encontrei uma segunda família nos amigos e nos trabalhadores da Entidade.

Bem-vindos são todos, com carinho e afeto, para tornar nossas vidas mais alegres e nossa família em Cristo ainda maior.

Valorizo a participação de todas, igualmente perante a Deus, com alegria e paz em nossos corações”.

Túlio Barbosa

que apresentou fortes sinais de depressão por conta do isolamento que tem de fazer por causa de sua idade e da de seu esposo (que ainda é portador de comorbidades), mostrou os primeiros sinais de melhora a partir das ligações telefônicas e do empenho de outras integrantes do grupo.

Além de buscar ajuda médica, ela já conquistou ânimo para realizar as atividades encaminhadas pela Entidade. “Eu me sinto bem com o contato de minhas colegas ou quando recebo as atividades da LBV. Sinto muito carinho, fico contando os dias [para esse reencontro]”, destaca Heloísa.

Parte dessa recuperação está na amizade entre todas. A atendida Maria dos Anjos Lima da Cruz, de 65 anos, é uma das idosas que, com sua alegria, tem contagiado as outras participantes. Com saudades da Legião da Boa Vontade e de suas companheiras de aprendizado, ela criou um grupo no WhatsApp e, assim, está sempre colocando a conversa em dia com as demais. “Aprendi muito na LBV, é tudo maravilhoso, eles nos tratam bem, com carinho e Amor. Eu gosto de verdade das minhas amiguinhas, são da minha família. Fiz um grupo no telefone para poder falar com elas e ajudar nas atividades passadas para fazer em casa”, conta.

Esse apoio mútuo está sendo determinante para vários atendidos da Instituição.

Nas 40 unidades de atendimento em que se realiza o serviço Vida Plena, ele alimenta a Alma dos participantes para que possam vencer os obstáculos do dia a dia e renova a Esperança e a Fé em tempos melhores. A confecção da colcha de retalhos, atividade proposta pela equipe da LBV em Cabo Frio, prossegue até o fim do ano tratando de temas como território vivido, comunidade e lugares de origem (onde o participante nasceu), tudo com bastante arte, poesia e Amor Fraterno.

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LBV É AÇÃO

Campanha de Natal da LBV é destaque na TV Globo No dia 13 de novembro, o DF1, telejornal da TV Globo, repercutiu a tradicional campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! Na oportunidade, o programa exibiu a mobilização da Entidade durante a entrega de cestas de alimentos não perecíveis, cestas verdes (frutas, legumes e verduras) e kits de limpeza a 90 famílias do bairro Estrutural, um dos mais precários da capital brasileira. Ao todo, foram distribuídas mais de quatro toneladas em doações. “Na minha casa, somos seis pessoas. Então, isso ajuda bastante mesmo. Tudo o que a gente [puder] economizar é bem-vindo”, destacou a servente Lucimara Pereira, uma das beneficiadas.

Por sua vez, a segurança Iginalda Porto de Jesus declarou: “Que Deus permita que a nossa ceia [natalina] seja feliz e que a gente esqueça este momento terrível que estamos passando, com a graça Dele!”

A mesma emissora também repercutiu, no dia 19, no Bom Dia Amazônia e na 2a edição do Jornal do Acre, a entrega de donativos a 300 famílias de Rio Branco/AC, mais especificamente dos bairros São Francisco, Santa Helena, Cidade do Povo e Rui Lino. A meta da campanha é beneficiar 50 mil famílias em situação de vulnerabilidade social de todas as regiões do país.

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Suyane Oliveira

Caucaia/CE

Repercussão no Nordeste Cabe dizer que a mobilização solidária chamou atenção, ainda, no Ceará, Estado onde o objetivo é arrecadar e entregar 40 toneladas de alimentos e 16 toneladas de produtos de limpeza, beneficiando 2 mil famílias em nove municípios: Canindé, Caucaia, Caridade, Fortaleza, Irauçuba, Juazeiro do Norte, São Gonçalo do Amarante, Quixadá e Pacatuba. Dentre os veículos de comunicação que já divulgaram a iniciativa, constam a TV Ceará, a TV Fortaleza, a TV União e a TV Otimista, bem como o jornal e site O Estado CE, o jornal O Otimista e as páginas na internet do Diário do Nordeste, do Jornal do Comércio do Ceará, do Blog do Lauriberto e do Ceará News7.

Boa parte da arrecadação já foi alcançada, mas é possível fazer muito mais. As contribuições podem ser feitas de maneira rápida e totalmente segura pelo site lbv.org.

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LBV É AÇÃO

25o Congresso Internacional de Assistência Social, da LBV, é destaque nas mídias “O impacto da Covid-19 e o futuro da Assistência Social”. Esse foi o tema do congresso da área socioassistencial ocorrido de modo on-line entre os dias 9 e 11 de novembro, que contou com mais de 3 mil participantes. Com tantas experiências compartilhadas pelos congressistas e palestrantes de renome, o encontro foi um sucesso.

Diversos veículos de comunicação apoiaram a iniciativa, a exemplo do jornal Em Questão, de São José/SC, que trouxe em sua edição no 121 uma página inteira sobre o congresso. Na Bolívia, o artigo do jornalista Juan Manuel Ijurko, publicado no site do conhecido jornal El Deber, ressaltou: “A Legião da Boa Vontade nasceu no Brasil e de lá irradia sua filosofia de ajuda para todo o continente. No âmbito do trabalho

social, há 25 anos realiza um congresso internacional de Assistência Social, evento que tem reconhecimento mundial pela seriedade das propostas que daí decorrem”.

A TV Mato Grosso foi outra parceira importante, abrindo espaço no programa Cidadão Consumidor. No dia 3 de novembro, o apresentador Adilson Tulio entrevistou, ao vivo, o superintendente social da LBV, Antonio Paulo Espeleta, que trouxe detalhes à audiência quanto ao encontro e sobre o trabalho da Instituição.

Esperança para um mundo de Paz Com esse tema, o Encontro Literário #EuLeioPaivaNetto fez parte da programação da 66ª Feira do Livro de Porto Alegre/RS, realizada entre os dias 30 de outubro e 15 de novembro e que, neste ano, ocorreu totalmente on-line. Na tarde do dia 8, os leitores foram convidados a conversar sobre a obra literária A Esperança não morre nunca, do escritor Paiva Netto, lançada em formato digital no início da crise sanitária no Brasil. “Foi excelente o Encontro Literário. Parabéns a todos [os que o organizaram]! Gratidão ao Irmão Paiva pelos livros que nos fortalecem a vencer com Jesus sempre!”, comentou Ana Paula Campos, da capital gaúcha, à revista BOA VONTADE. O referido título está disponível, gratuitamente, nas principais lojas digitais.

Para baixar seu exemplar, acesse: www.paivanetto.com/pt/esperanca.

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Caixa dos sonhos

O fim do ano aproxima-se, época que desperta pensamentos atrelados a projetos, desejos e sonhos para realizar. Em Petrópolis/RJ, José Guilherme, de 9 anos, participou da atividade remota chamada de “Caixa dos sonhos”. Em uma embalagem decorada pela equipe da LBV e entregue na casa do menino, que integra o serviço Criança: Futuro no Presente!, ele depositou papéis nos quais escreveu planos a concretizar, assim como também fizeram os demais parentes dele. Além de fortalecer os vínculos familiares, a atividade colaborou para alimentar a esperança em dias melhores e a força de vontade para conquistar objetivos.

No perfil da Instituição no Instagram, há um vídeo no qual o José Guilherme faz o seguinte pedido: “Eu e minha família colocamos nesta caixa os [nossos] sonhos. Eu convido vocês, seguidores da @LBVBrasil, a colocar nos comentários qual é o sonho de vocês. Um grande abraço e fiquem com Deus”. Para responder ao desafio fraterno e juntar-se a tantos outros que já comentaram o post, acesse: https://www. instagram.com/p/CHRMb9zHsqb/.

Desde que a pandemia do novo coronavírus foi anunciada pela OMS, a preocupação com a própria saúde aumentou para bilhões de pessoas. O aspecto mental também ganhou maior relevância, já que o necessário distanciamento social tem contribuído, em muitos casos, para o surgimento de quadros de depressão e de transtornos de ansiedade. Nesse sentido, toda ajuda é bem-vinda para manter o bem-estar, a exemplo da recente iniciativa da Legião da Boa Vontade para com seus colaboradores internos: a “Semana da saúde mental — Cuidando de quem cuida, com Espiritualidade Ecumênica!”

Entre os dias 16 e 20 de novembro, todos os funcionários da Instituição, de norte a sul do Brasil, puderam acompanhar, de maneira virtual, palestras de especialistas sobre os mais variados assuntos, a exemplo da síndrome de burnout, da manutenção da autoestima e do gerenciamento do estresse. “Quero deixar registrado o agradecimento da equipe da LBV de Campo Grande/MS pelo evento, que vem ao encontro das demandas surgidas com a pandemia. Todos da equipe estão participando diariamente e adorando. Muito obrigada!”, declarou Nely Oliveira, gestora do Centro Comunitário de Assistência Social da Instituição na referida cidade.

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Andressa Ferreira

Em prol do equilíbrio

LBV É AÇÃO

“Sábado Solidário” no UniSuper

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Nos meses de setembro a novembro, quatro lojas da rede de supermercados UniSuper — localizadas nas cidades gaúchas de Gravataí, Pelotas e Porto Alegre —, apoiaram a campanha SOS Calamidades, da Legião da Boa Vontade. A iniciativa, intitulada “Sábado Solidário”, arrecadou mais de 800 quilos de alimentos. Os itens estão sendo entregues pela LBV a comunidades atendidas pela Instituição.

Agradecemos a todos que colaboraram com essa ação solidária pela disponibilização das lojas nessa corrente do Bem e aos nossos valorosos voluntários. Juntos, conseguimos amparar muitas pessoas durante a pandemia. A parceria continua a todo vapor, dessa vez para ajudar a campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, cujo objetivo é beneficiar 50 mil famílias de todo o Brasil com cestas de gêneros rc á alimentícios e kits de M limpeza.

Aprendizado desde cedo para prevenir o câncer A campanha mundial Novembro Azul, realizada ao longo de todo o referido mês, é integralmente dedicada a reforçar as recomendações e a importância da conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção do câncer de próstata. Para alertar a todos quanto aos necessários cuidados, o pequeno Anthony de Oliveira, de 6 anos, atendido pelo Projeto de Apoio a ex-alunos, da Escola da LBV de Curitiba/PR, deixou seu recado no perfil da @LBVBrasil no Instagram. “É muito importante ir lá no médico fazer os exames preventivos. O câncer tem cura, se diagnosticado com antecedência.

Não tenha vergonha e cuide-se!”, enfatizou o menino. Para assistir ao vídeo de Anthony, acesse: https://www.instagram. com/p/CHc4zOoHQpo/.

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CARREIRA

Mundo do trabalho no pós-pandemia Em entrevista exclusiva, especialista aponta as próximas tendências no âmbito profissional WELLINGTON CARVALHO DE SOUZA

E

m decorrência da atual pandemia do novo coronavírus, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, até o momento, mais de 63 milhões de pessoas contraíram a Covid-19 e mais de 1,4 milhão, infelizmente, foram a óbito. Além do prejuízo à saúde de populações inteiras, a crise sanitária que a humanidade vem atravessando nos últimos meses colocou o planeta de “cabeça

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para baixo”, interferindo na visão de mundo dos povos, na forma como trocam afeto, desfrutam de suas respectivas culturas e crenças e seus valores. As mudanças são tantas que levaram a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz a declarar, em entrevista à CNN Brasil no mês de julho, que “a pandemia vai alterar os nossos livros de história. Inclusive, ela vai mudar a datação de quando começa

NAIRA LIBERMANN

o século 21. Na minha opinião, o século 21 começa nesta pandemia”.

O impacto de um acontecimento tão forte como essa crise sanitária deixa marcas profundas em várias áreas da vida, entre elas no campo do trabalho. A pandemia pegou todos de surpresa e tem interferido na rotina de bilhões de pessoas, forçando-as a cumprir o necessário distanciamento social da maneira como podem. Profissionais que estão em serviços essenciais, como saúde, segurança, transporte e energia elétrica, tiveram de prosseguir na linha de frente, expostos a maior risco de contaminação. O home office foi a saída para tantos outros se protegerem, principalmente entre os que conseguem se valer da internet para trabalhar. As empresas e as organizações reorganizaram-se rapidamente para adaptar os processos de trabalho e rever projetos e até mesmo planejamentos de longo prazo. Em parte delas, férias foram adiantadas, contratos foram suspensos, e o tão temível corte de funcionários ocorreu. Tanto é que, no Brasil, no último trimestre de 2020, o total de desempregados passou a ser 14,1 milhões (1,3% a mais do que nos três meses anteriores). Esse é o pior resultado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Diego Freitas Furtado

“Muitas novas profissões irão surgir, sendo que as que irão ascender são aquelas ligadas à saúde física e mental, às ciências ambientais, à sustentabilidade, à inteligência tecnológica (Big Data, Inteligência Artificial, Tecnologia Digital etc.) e à educação on-line.”

Para falar sobre os possíveis desdobramentos da pandemia no âmbito profissional, a equipe da revista BOA VONTADE conversou com a professora Naira Libermann, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação (Idear), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad), em Portugal, e mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi também diretora-executiva do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no referido Estado.

Em sua entrevista, a especialista previu algumas tendências para os próximos anos, a exemplo da valorização da autonomia, do empreendedorismo, da capacidade de adaptação e da utilização cada vez maior de recursos tecnológicos.

BOA VONTADE — Quais foram as principais mudanças que a pandemia provocou no mundo do trabalho?

Naira Libermann — Dentre as principais, podemos destacar a aceleração do trabalho remoto e/ou home office integrado com gestão 4.0, ou seja, autonomia BOA VONTADE | 53

CARREIRA

Apoio para o primeiro emprego A fim de apoiar a juventude no difícil momento de transição para a idade adulta, a LBV desenvolve o programa Aprendiz da Boa Vontade, que, além de focar em estratégias para driblar os principais empecilhos na hora de entrar no mundo do trabalho, oferece subsídios extras aos aprendizes, por meio da aplicação da proposta pedagógica da Instituição, de modo a prover seus atendidos com as ferramentas necessárias para que o início da carreira profissional seja uma fase de crescimento, aprendizado e ganho de autoconfiança.

Para conhecer melhor esse trabalho, inclusive casos de quem se engajou no empreendedorismo, leia a matéria especial sobre o assunto na edição no 250 da revista BOA VONTADE (lbv.org/o-desafio-do-primeiro-emprego).

dos times na organização do seu trabalho.

Esse processo já ocorria de maneira gradual e experimental, mas, recentemente, empresas adotaram isso como uma política oficial. Outra mudança foi a alteração da curva de aprendizagem dos indivíduos e das organizações: muitas inovações que iríamos ver daqui a cinco ou dez anos estão sendo antecipadas em razão das tecnologias digitais.

Um dos maiores efeitos da pandemia foi realçar a total falta de voz e influência que a maioria das pessoas tem em seus locais de trabalho. Ainda existe fortemente o conceito de comando, de controle na gestão dos funcionários. Os líderes devem aproveitar a oportunidade para dar aos colaboradores maior autonomia, acompanhada de responsabilidade.

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BV — É possível apontar quais profissões essa crise na saúde mundial revelou estarem em declínio e as que passaram ou estão em ascensão?

Naira Libermann — A pandemia só evidenciou o declínio de profissões que já estavam nesse processo em razão da automação. Por exemplo, as empresas precisam de pessoas em atividades-chave, como entregadores em vez de balconistas e vendedores, porque estão vendendo via internet. Eu diria que alguns profissionais precisaram se reinventar durante a crise, como os de limpeza, motoristas de aplicativos, telefonistas, recepcionistas, chefes de cozinha etc. Muitas novas profissões irão surgir, sendo que as que irão ascender são aquelas ligadas à saúde física e mental, às ciências ambientais, à sustentabilidade, à inteligência tecnológica (Big Data, Inteligência Artificial, Tecnologia Digital etc.) e à educação on-line. É importante falarmos em “trabalhabilidade” e não em “empregabilidade”, isto é, quanto você está apto para conseguir trabalho.

Dentro desse contexto, o serviço autônomo irá crescer muito, assim como o empreendedorismo social.

BV — A retomada do mercado ainda é incerta para o ano que vem, quais serão as principais exigências das empresas para quem busca nova colocação?

Naira Libermann — Elas irão variar de acordo com a posição que o candidato busca. Em geral, as empresas buscarão pessoas capazes de trabalhar em equipe, flexíveis, familiarizadas com tecnologia, com qualificação técnica e que saibam lidar com problemas complexos.

BV — Sendo otimistas quanto a 2021, como imagina o retorno às ativida-

BV — Como se destacar no mundo do trabalho após a pandemia? Há habilidades ou qualificações preferidas?

Naira Libermann — As pessoas que conseguiram responder mais rapidamente à crise e se adaptaram melhor são aquelas que transformam um problema em oportunidade. O que eu quero dizer é que “muitos choram, outros vendem lenços”. Precisamos de quem consegue fazer acontecer com “o pássaro na mão”. Dentre as qualificações, as que se destacam são: trabalhar com problemas complexos e tecnologias digitais, conhecer o outro, nutrir empatia, ter capacidade de inovar, de desaprender e aprender. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, em apenas cinco anos, 35% das habilidades hoje consideradas essenciais mudarão. Nosso maior desafio é desenvolvermos as competências necessárias

João Gabriel

des? Os processos de trabalho serão muito diferentes dos atuais?

Naira Libermann — Não imagino que será muito diferente de hoje, porque iremos manter em parte o que estamos fazendo: continuar o trabalho [em formato] remoto. Na minha percepção, a volta será gradual. Nesse novo cenário, os espaços nas empresas serão “ressignificados” em razão do distanciamento social e da higienização.

O modelo será híbrido: parte dos funcionários irá trabalhar em casa, e a outra parte, na empresa — o que pode afetar as relações interpessoais. Nesse sentido, precisamos ficar atentos e, como líderes, desenvolver estratégias que promovam interações entre as pessoas, a fim de evitar solidão, isolamento, depressão, entre outras consequências que o home office pode acarretar. Um bom exemplo: determinada empresa disponibilizou uma psicóloga em atendimento on-line para os funcionários e criou grupos de conversas para bate-papo virtual.

para esses novos rumos, aliando conhecimento e comportamento. E isso se faz pela Educação.

BV — A partir do próximo ano, o que podemos esperar do relacionamento entre as empresas e seus colaboradores?

Naira Libermann — Será um ano de colaboração. As empresas e as pessoas vivem um momento de solidariedade e de identidade com causas sociais. Os indivíduos estarão se compreendendo e se expressando na sociedade. Haverá cada vez mais conexões sociais [de modo] on-line. Conforme previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial chegará a 8,5 bilhões até 2030; logo, as empresas precisarão maximizar os espaços, bem como melhorar maneiras de compartilhar recursos limitados. Haverá necessidade de conduzir políticas, sociedades e pessoas para colaborar através das fronteiras nacionais. Nesse contexto, o acesso e a cultura tecnológica são vitais.

ÁREA ATRATIVA | Dentro do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC), a Escola de Capacitação Profissional Boa Vontade, em São Paulo/SP, oferece o curso técnico em Rádio e Televisão, com foco no eixo tecnológico: Produção Cultural e Design. Voltado a jovens e adultos que estão na 3ª série do Ensino Médio ou que já o tenham concluído, o curso disponibilizado pela LBV é o segundo totalmente gratuito da cidade a conceder DRT na área de comunicação.

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