Revista INFOTO Nº 20

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Prezado Leitor

O Festival de Fotografia de Tiradentes, realizado anualmente em Tiradentes, Minas Gerais, é um dos eventos mais importantes do Brasil dedicado à fotografia Criado em 2011, o festival reúne fotógrafos, curadores, pesquisadores e amantes da arte, para discutir, expor e celebrar a fotografia em suas mais diversas formas.

A importância do festival é notória Tornou-se um espaço essencial para a promoção da fotografia brasileira, destacando tanto artista consagrados quanto novos talentos.

As exposições e atividades são gratuitas e abertas ao público, democratizando o acesso à arte e aumentando o interesse pela mesma

Revista Bimensal de Fotografia e Video

ABRIL/MAIO - 2025

Nº 20 - Ano 5

CNPJ : 21 030 750/0001-86

Colaboraram nesta Edição

Equipe de Edição

Julle Rayane Lopes Campos

Michelle Silveira Simão Fontes

Designer

Marcela de Oliveira Baptista

Secretaria

Aucilandia Azevedo Salviano

Marcia Elizabeth Silveira Simão

Departamento Comercial

Rodolfo Silveira Simão

Departamento de Relações

Públicas

Antonio Alberto Mello Simão

Nosso E- mail contato.revistainfoto@gmail.com

Contato

Celular: (21) 98392-6661

03 INFOTO

Impulsiona cultura, movimenta o turismo em Tiradentes, cidade histórica conhecida por sua arquitetura colonial e cenário artístico brilhante. O evento estimula discursões sobre a fotografia contemporânea, abordando temas como identidades, memoria, sociedade e inovação tecnológica.

O Festival de Fotografia de Tiradentes, é um ambiente de aprendizado e inspiração. Viva a Fotografia

Neste número contamos com a participação dos Fotógrafos Especialistas, Alice Bravo, Dalva Couto, Davy Alexandrisky, Fabiano Cantarino, Fernando Talask, Herminio Lopes, Leo Mano, Luiz Ferreira, Margarida Moutinho e Ináh Garrantino, Pedro Karp Vasquez, Renato Nabuco Fontes e Thiago Campos Boa leitura.

FOTO DA CAPA

Fotógrafa

Alice Bravo

A T E N Ç Ã O

A revista infoto não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e classificados de terceiros, e nem por fotografias inseridas nos artigos de nossos colunistas

ANTONIO ALBERTO

Sumário Sumário

03 - Expediente e editorial

06 - Autoridades em visita ao primeiro trecho concluído da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Dana Merrill, Rondônia , C. 1910

Historiador e Fotógrafo Pedro Karp

Vasquez

09 - Exposição Individual

Fotógrafa Alice Bravo

16 -“Fotos Comuns de Viagem” –

Parte 2

Fotógrafo Leo Mano

23 - A Manipulação da Fotografia

Fotógrafo Fernando Talask

27 - Trilhando o Caminho das Estrelas

Fotógrafa Dalva Couto

34 - O Fundo do Baú Não Tem Fundo

Fotógrafo Davy Alexandrisky

05 - Galeria do Leitor

08 - História da minha Fotografia

Fotógrafo Leo Mano

13 - Jardim Botânico - RJ

Fotógrafo Herminio Lopes

20 - Terra adentro - Gruta de Mira de Aire

Fotógrafas Margarida Moutinho e Ináh Garritano

26 - O Tempo

Fotógrafo Luiz Ferreira

30 - Lisa Larsen – astúcia e sensibilidade

Fotógrafo Fabiano Cantarino

37 - Coluna Your Selfie

Renato Nabuco Fontes

38 - A Historia chocante de uma

Fotografia Icônica:

Fotógrafo Thiago Campos

40 - Acontecendo

Fotógrafo Antonio Alberto Mello Simão

43 - O Leitor Escreve

Fotografia de Everaldo Provalero

Galeria dos Leitores

Sem Título

Fotógrafo Fabricio Arriaga

Niterói - RJ - br

Orquestra Voadora

Fotógrafa Míriam Ramalho

Rio de Janeiro - RJ - BR

Far West

Fotógrafo Antonio Alberto Mello Simão

Niterói - RJ - BR

Pedra do Indio

Fotógrafo Luiz Bhering

Icaraí - RJ - BR

AUTORIDADES EM VISITA AO PRIMEIRO TRECHO CONCLUÍDO

DA ESTRADA DE FERRO MADEIRAMAMORÉ,

DANA MERRILL,

RONDÔNIA, C. 1910

HistoriadoreFotógrafo

PedroKarpVasquez

Ferrovia da morte ou Ferrovia do diabo são as denominações populares mais usuais para a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída a duras penas em Rondônia entre 1909 e 1912. Costuma-se dizer que para cada dormente assentado há um trabalhador morto, o que é evidentemente um exagero, porém não tão distante assim da realidade já que estima-se que mais de 6 mil pessoas morreram durante sua construção, com as estimativas mais ditirâmbicas chegando a casa dos 30 mil operários falecidos. O número real deve ser próximo aos 10 mil mortos, pois a ferrovia procurava mascarar essas perdas e muitos trabalhadores eram oriundos de países longínquos, como a Índia, sem que houvesse ninguém para dar falta deles ou cobrar explicações à companhia.

O responsável pela construção da Madeira-Mamoré foi o multimilionário norteamericano Percival Farquhar (1864-1953) encarnação perfeita do capitalista selvagem que não hesita diante de nada na busca do lucro e da fortuna. Farquhar esteve envolvido também na construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, destinada sobretudo a escoar a produção madeireira da Southern Brazil Lumber & Colonization Company, também de sua propriedade e uma das principais causadoras da Guerra do Contestado, que se desenrolou na região fronteiriça entre Paraná e Santa Catarina, entre os anos de 1912 e 1916, deixando um saldo de mais de 10 mil mortos.

Fotógrafo oficial da Madeira-Mamoré Dana Merrill (1885-19-?), produziu 2 mil fotos, muitas das quais de caráter espetacular, mostrando trilhos retorcidos pelas enchentes e locomotivas emborcadas, porém esta tem um sabor especial. Todas essas autoridades impecavelmente vestidas de branco se assemelham ao insano Fitzcarraldo, personagem do filme homônimo Werner Herzog, acreditando que podem domar a natureza amazônica. Evidentemente fracassaram, de modo que já nos anos 1930 a MadeiraMamoré entrou em decadência, findando por ser inteiramente desativada na década de 1970.

D a n a M e r r i l lA u t o r i d a d e s e m v i s i t a a o t r e c h o c o n c l u í d o d a F e r r o v i a M a d e i r aM a m o r é . A c e r v o d o M u s e u P a u l

HISTÓRIA DA MINHA FOTOGRAFIA

Fotógrafo Leo Mano

A minha foto mais conhecida tem 8 dígitos de visualizações!! A foto da super Campeã Brasileira de xadrez, Juliana Terao, apareceu pela primeira vez na revista "Veja" (nas versões eletrônica e impressa). Depois foi replicada por várias agências de notícias, sites e portais no país, e agora na Revista INFOTO. Agradeço demais à Mestre por ter escolhido essa foto para representa-la na imprensa. Assim, não podia deixar passar o momento de parabeniza-la pela conquista do nono título de Campeã Brasileira de Xadrez (2012, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2022, 2023 e 2024), record absoluto na história do xadrez brasileiro, superando os 8 títulos da minha maninha de coração, Regina Ribeiro. Eu, como "pé quente" que sou, desejo e prevejo mais títulos e conquistas para a super campeã Juliana Terao. Parabéns!

Exposição Individual

Fotógrafa Alice Bravo

Alice Bravo é expositora da Sociedade Fluminense de Fotografia desde 1996 e atua como fotógrafa free-lance na área da Dança.

Possui trabalhos publicados em diversos jornais e revistas como O Globo, Jornal de Brasil, Veja Rio, Rio Show, Revista Aplauso, Fotografe Melhor e agora na Revista INFOTO, e nos programas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de Niterói. Destaques da dança como Ana Botafogo e Cecilia Kerche tem em seus livros os registros da autora.

Realizou quatro exposições individuais e participou das coletivas da SFF e de outras como Juiz de Fora em Foco, Foto Rio, Festival de Fotografia de Tiradentes e Espaço BNDES, do qual recebeu o título de hors-concours. Atualmente integra o Núcleo de Fotografia Contemporânea da Sociedade Fluminense de Fotografia e desenvolve trabalhos autorais.

Curador: Antonio Alberto Mello Simão

Olá amigos da INFOTO!

JardimBotânico

FotógrafoHerminioLopes

Nesta edição vamos explorar o nosso conhecido Jardim Botânico do Rio de Janeiro

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ – fundado em 13 de junho de 1808, surgiu da decisão do príncipe regente D. João de instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outros lugares, tais como baunilha, canela, pimenta e outras.

Durante o reinado de D. João VI, houve um especial incentivo à plantação da Camellia sinensis, da qual se produz o chá preto.

A década de 1820 foi fundamental para o Jardim Botânico. A sua direção foi entregue em 1824 ao frei Leandro do Sacramento, um importante personagem das ciências no Brasil na época.

Após a sua morte, em 1829, seu discípulo Bernardo Serpa Brandão assumiu a direção do Jardim Botânico-RJ, cargo que exerceu até 1851. Deve-se a ele a construção do principal símbolo da instituição, a Aléia das Palmeiras (Roystonea oleracea).

Acesse o site do Jardim Botânico em: http://www.jbrj.gov.br/jardim/historia para conhecer melhor sua história.

INFOTO

Foto: Herminio Lopes

Aleia das Palmeiras

Foto: Paulo Lopes

Aleia das Palmeiras com chafariz ao fundo

Em se falando de fotografia, o Jardim Botânico caracteriza-se, para nós fotógrafos, como um belo manancial para a prática fotográfica. O local é aprazível e tem desde lagos e chafarizes à aléias ladeadas de palmeiras imperiais. Ainda podemos ver o portal da Academia Imperial de Belas Artes.

FOTO: PAULO LOPES

PORTAL DA ANTIGA ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES

Junto a uma exuberante e diversificada flora, temos o jardim japonês que é de uma beleza incrível, e, onde, podemos fotografar a flor do lótus em sua época de floração A extinta fábrica de pólvora, o orquidário e o bromeliário

FOTO: HERMINIO LOPES - PONTE DO JARDIM JAPONÊS

FOTO: HERMINIO LOPES - FLOR DO LOTUS

FOTO HERMINIO LOPES

CASARÃO DA EXTINTA FÁBRICA DE PÓLVORA

Continuação na próxima Revista INFOTO Nº 21 - Junho/Julho - 2025

Fotógrafo Leo Mano “Fotos Comuns de Viagem” – Parte 2

Na edição passada eu prometi que mostraria fotos comuns de viagem que guardam histórias inusitadas. As fotos que ilustram este texto, porém, não mostram o inusitado em si, mas eternizam minhas lembranças do que aconteceu logo depois destas fotos terem sido feitas. Poderiam, muito bem, terem sido minhas últimas fotografias como homem vivo ou, pelo menos, como alguém livre das grades de uma prisão em um país longínquo!

Quando se está num lugar exótico (como a Rússia), é uma grande emoção quando você percebe, depois de alguns dias pelas ruas, que está começando a se familiarizar com o idioma local. Subitamente, meu cérebro assimilou aqueles sons, os fonemas e o humor regional. As palavras que antes me pareciam incompreensíveis, passaram a ter um significado cristalino. Lembro do momento exato em que isso aconteceu. Eu estava visitando uma loja de artesanato típico russo. Pra ser bem preciso, nem era bem uma loja, mas sim uma "banca" montada em uma feira enorme e muito famosa de Moscou. Ali estavam expostos jogos de xadrez esculpidos à mão em madeiras nobres, peças e tabuleiros decorados com relevos delicados. Verdadeiras obras de arte. Haviam centenas daqueles jogos expostos sobre várias mesas. Aliás, eram mesas improvisadas com tábuas e chapas de compensado apoiadas sobre cavaletes.

Eram tantos jogos e tantas mesas, que era quase impossível circular por ali (talvez esta fosse a intenção). Para ver de perto todas as peças, contudo, era preciso caminhar entre as mesas num espaço mínimo, tão estreito que meu quadril raspava nas tábuas de um lado e de outro. Eu mal conseguia enxergar onde eu pisava. Distraído com a beleza daquelas esculturas, fui pego totalmente de surpresa quando meu pé esquerdo, ao dar mais um passo à frente, não encontrou o chão. Eis que havia um degrau! Meu pé enviou um "Mayday" ao cérebro... mas foi inútil. Enquanto a "torre de controle" ainda processava a emergência, meu pé "catou cavaca". Automaticamente, meu corpo iniciou um pêndulo para frente. Por puro reflexo, minhas mãos procuraram

alguma coisa para agarrar... mas não encontraram nada. Meus braços sacudiam no ar como as asas de um ganso desengonçado querendo sair do chão.

Em câmera lenta, fui tombando para frente. Agora os dois pés enviavam avisos frenéticos de “Mayday” enquanto a “torre de controle” permanecia sem ação. As mãos, novamente por instinto, encontraram os compensados de madeira e se apoiaram firmemente sobre eles mas, ao invés de impedir a minha queda, as bancadas iniciaram uma maravilhosa pirueta no ar, alavancadas pelos cavaletes que as apoiavam. A esta altura, a “torre de controle” respondeu aos pés: "Entendido. Vamos cair"!

Em pleno mergulho, o tempo parecia ter parado. Todos os peões olhavam para mim atônitos enquanto um bispo fazia o sinal da cruz. Houve um estrondo gigantesco e me vi desabado ao solo numa área devastada (no centro de uma cratera de impacto). Ainda em estado de choque, com as mãos espalmadas no chão, senti uma picada na nuca Depois outra picada. Mais uma! Várias picadas pelo corpo inteiro, até perceber que eram peões, cavalos e torres retornando ao solo vindos do céu, se rendendo à força da gravidade. Todo o tipo de escombro caía sobre mim preenchendo a cratera com paus, tabuleiros e peças.

Passou-se outra eternidade até que aquela tempestade parasse. Finalmente, veio o silêncio absoluto. Mas o silêncio durou apenas o tempo que a dona da loja levou para recuperar a respiração. Tão logo o ar lhe veio aos pulmões, começou a gritar enlouquecida: "IDIOT! IDIOOOOOOT!"

Aqueles berros me fizeram sentir como um nativo moscovita, como se eu tivesse nascido e vivido às margens do Rio Moscou! Aquilo me tirou do estado de choque e me colocou em euforia. Eu entendia perfeitamente o que a dona da loja dizia na forma mais coloquial do idioma russo usado por qualquer morador local em seu dia-a-dia. Mas preferi não puxar assunto. Me levantei e saí correndo.

Nota do Editor

A seguir, para você, colecionador da Revista INFOTO, vamos disponibilizar esse trabalho minucioso e espetacular que o Colunista Leo Mano nos presenteou É o Indíce Completo, desde o número 01 até o número 19 da nossa Revista, que o facilitará em suas pesquisas sobre os assuntos tratados nessas diversas edições.

Indíce - 1ª parte

25 de Abril de 2024, 50 Anos Depois (artigo) – XVII/23

***** A *****

ABCclick, 10° Salão Nacional de Arte Fotográfica (evento) –VII/38

Acontecendo (coluna) – IV/ 37, V/40, VI/34, VII/36, VIII/39, IX/43, X/40, XI/40, XII/37, XIII/41, XIV/42, XV/40, XVI/36, XVII/41, XVIII/41, XIX/42

Acreditar Sempre (artigo) – II/6

Afonso Garrido – VI/35

Agnaldo Motta – XVIII/6

Albert Frisch – XVII/8

Albert Frisch, Índio Umauá, Alto Solimões, 1867 (artigo) – XVII/8

Alberto Caeiro – X/28, XII/34, XVIII/20

Alberto Correia Pinto – X/6, XII/7, XVI/7

Alberto Henschel – XVIII/15

Alcyr Cavalcante – IX/46, XII/38

Alê Crisóstomo – II/1,3,20, III/3,9

Alexandre F. Maciel – VIII/5, XIV/3,27

Alexandre Nicolau – II/5, V/5, VIII/5, XIV/5, XVIII/7

Alfredo Manhães – XVI/36

Algumas Dicas de Fotografia Pra Você Que Está Começando Agora (artigo) – XIX/14

Alguns Fotógrafos, Muitos Olhares (exposição) – XI/42

Alice Bravo – XV/42

Alice Parker – XII/5

Ana Fonseca – VIII/5, X/5, XI/7, XII/7

Ana Ribeiro – XIII/7, XIV/5, XV/6, XVI/7, XVII/5, XIX/7

Ana Sardão – XIII/8

Ana Soares – IX/9

Ana Vilela – XVIII/19

Anabela Mariz Gonçalves – VII/37

Andando e Conhecendo Niterói (artigo) – XII/28, XIII/31

André Friedmann – XV/13

André Rocha – XII/8,38, XIV/7, XVI/7

André Thevet – X/30

Angela Magalhães – IX/9

Angela Roumillac – XV/42

Ansel Adams – III/15, VI/24, XIII/27

Antonie van Leeuwenhoek – XVIII/33

Antonio Alberto Mello Simão – I/3,27, II/3, III/3,6, IV/3,27,37, V/3,28, VI/3,5,34, VII/3,6,36, VIII/3,27,39, IX/3,6,17,43, X/3,6,40, XI/3, XI/7,40, XII/3,5,37, XIII/3,5,41, XIV/3,6,29,42, XV/3,5,8,40, XVI/3,5,10,36, XVII/3,11,41, XVIII/3,5,41, XIX/3,5,42

Antonio Carlos Veras Paes – XI/8, XIII/7

Antonio Conselheiro – XVI/8, XVIII/8

Antonio Machado – VIII/15, IX/9,45, X/42, XI/41,42, XII/37,38, XIII/42, XIV/42, XV/40, XV/42, XVI/37, XVII/41,42, XVIII/41, XIX/42

Antonio Paiva – IX/35,46, XII/37, XV/42

Antonio Vicente Mendes Maciel – XVI/8

Antonioni, Michelangelo – VII/3, XVI/14, XVIII/3

Aparecida Silva – V/41,42

Araquém Alcântara – VI/24

Araribóia – XII/28

Ari Oliveira – VI/29

Arrumando as Malas (artigo) – V/18

Arséne Puttemans – XIII/35

Arsênio Cintra da Silva – XIII/20

Arte da Composição de Elliott Erwitt, A – XI/24

Arte da Composição de Erns Haas, A – XV/34

Artistas de Maricá, Grupo (evento) – XVI/38

Asas da Imaginação Fotografia Com Drone, As (artigo) – XV/24

Astrofotografia (artigo) – I/1,20

Através do Olhar (exposição) – V/41

Atualização de Firmware: Sim ou Não (artigo) – IX/23

Automático é Crime (artigo) – III/16

Avedon, Richard – II/3

Continua na próxima edição...

"Minha poesia é eco no fundo de uma gruta escura [o som vai e volta]

ganha todo o espaço dentro

Há risco de desabamento mas eu sigo escuridão adentro; lá onde tudo é pensamento … "

(Maite Lamesa)

Terraadentro-Grutade MiradeAire

FotógrafasMargaridaMoutinhoe InáhGarritano

(Nossas correspondentes em Portugal)

Quando criança, fantasiava muito sobre como seria uma viagem ao centro da Terra. Como seria chegar ao centro do nosso planeta. Algumas pessoas, acho que para se livrarem das minhas curiosidades infantis e esconderem suas ignorâncias, diziam que eu chegaria à China. Acabei descobrindo que seria mais fácil ir à China de avião.

Perceber que a natureza nos ofertava visitas ao seu interior através das grutas, foi algo que deu outra possibilidade à minha imaginação de menina. Muitos anos se passaram até que, em Dezembro, amigos muito queridos vieram passar uns dias cá em casa e quiseram conhecer a gruta de Mira de Aire. Turistamos com eles. Mira de Aire é uma vila Portuguesa e sede da freguesia de Mira de Aire que fica no município de Porto de Mós, a uma distância de 136 km de Lisboa. Esta região é atravessada pelo parque natural das Serras de Aire e Candeeiros, onde se situam estas grutas.

Em 1947 alguns homens entraram pela primeira vez na gruta. Em 1949 iniciaram a construção de um guincho de madeira que facilitaria a entrada. Foram vários anos até que na década de 1950 a 1960 descobriram o poço final. Em 1970 a gruta é aberta à visitação pública. Em 2007 são descobertas novas galerias. Confesso que é uma viagem sensorial. Que tal estimular os cinco sentidos explorando a gruta de Mira de Aire?

FotógrafoFernandoTalask AManipulaçãoda Fotografia

Um dos assuntos mais recorrentes nos últimos anos é o uso da Inteligência Artificial para manipular fotos, ou para criar imagens, pois basta fazer simples descrições, e a magia acontece. Uma grande quantidade de fake news é a prova disso, não podemos mais acreditar no que vemos, o perigo de ser enganado é real. A situação piora quando lembramos que a primeira impressão é a que fica. Tempos difíceis esses que vivemos, dizem os saudosistas que teimam em afirmar que “no meu tempo não era assim!”, afinal uma fotografia era a prova cabal de um fato.

Amigo leitor, detesto informar, mas a manipulação de imagens é mais velha do que andar para frente Talvez até as caçadas nas pinturas rupestres sejam um exemplo disso. A única diferença é que a cada dia fica mais sofisticada, porém, para nossa felicidade, continuamos a ter diversas maneiras de reconhecer uma imagem modificada. No passado, muitas vezes a recriação de eventos ou mesmo o apagamento de personagens históricos foi um expediente usado e abusado por governos, principalmente órgãos da imprensa, seja para se manter no poder ou vender jornais e revistas. Ofereço a vocês alguns exemplos.

Ainda antes da fotografia dominar os campos de batalha, era comum ter um pintor para retratar a guerra e assim dar um glamour especial às atrocidades e à carnificina nos campos de batalha Esse costume só foi extinto no século XX, depois da Primeira Guerra Mundial. Nas nossas terras temos o caso da Batalha do Avaí. Anos depois de ter terminado a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), foi encomendado um quadro para a celebração da batalha, pintado entre 1872 e 1877 por Pedro Américo. As dimensões épicas do quadro (6m x 11m) dão destaque para a figura de Duque de Caxias, pintado com sua túnica de oficial faltando um botão para abotoar. Esse detalhe quase levou o artista a ter que retocar a obra. Diga-se de passagem, que um dos soldados brasileiros era o próprio pintor que nunca participou da guerra.

Dom Pedro II foi um grande incentivador da fotografia. Graças a ele, possuímos uma formidável coleção de fotos de todo o Brasil do período imperial. É considerado o primeiro fotógrafo amador do país. Nosso imperador, já no exílio em Paris, debilitado pela diabetes e pela tristeza pelo golpe militar, contraiu uma pneumonia que o matou. Era necessário um fotógrafo para executar a última imagem do soberano, Félix Radar ficou encarregado da tarefa. Ao chegar no quarto, ficou tão admirado com a simplicidade do local, Pedro II vivia em um hotel bem simples para um monarca de família real.

INFOTO

Para retratá-lo, decidiu colocar um cobertor para servir de fundo e usou livros que D. Pedro II lia para servir de suporte para a cabeça. A foto original nada teve de um grande estadista que parou Paris no seu funeral. Com a manipulação, virou uma obra de arte digna de modelo. A revolução comunista de 1917 é outro exemplo interessante. A morte de Lenin em 1924 gerou uma pesada disputa para decidir quem seria seu sucessor. Stalin, para aumentar o seu prestígio político, forjou diversas fotos ao lado de Lenin, criando uma intimidade forçada. Outro exemplo de fake news produzido por Stalin é a foto onde vemos Nikolai Antipov, Sergei Kirov e Nikolai Shvernik. À medida que esses camaradas eram expurgados, foram sendo apagados, sobrando no final apenas o ditador. Durante a Segunda Guerra Mundial, a tomada de Berlim pelos soviéticos colocou fim à mais bárbara guerra que os europeus envolveram o mundo. O exército vermelho, depois de milhões de baixas, conseguiu estender a bandeira soviética nos telhados de Berlim. Um soldado teve a honra de empunhá-la no pavilhão do país. Usava no pulso dois relógios, nitidamente produto de roubo de algum inimigo morto ou capturado. Não ficava bem o herói da pátria com esse comportamento. A solução encontrada foi o apagamento de um dos relógios. Os americanos também produziram várias fake news. A que virou filme de Clint Eastwood, “A conquista da honra”, foi a foto famosa da conquista do Monte Suribachi. Feita por Joe Rosenthal, essa ganhou até prêmio Pulitzer em 1945. O que parecia o momento decisivo da mais cruel campanha do Pacífico é uma encenação. Quando o fotógrafo chegou

no topo do monte, a ação já havia terminado, o remédio: fazer tudo de novo com uma bandeira maior e mais novinha. A imagem foi amplamente usada pelo governo para vender títulos da guerra. Foi criado um selo postal e os soldados que não estavam no momento da tomada do ponto estratégico e só participaram da cena, foram enviados como heróis ao voltarem para casa para ajudar a vender cupons. Vale a pena ver o filme. Em 1955, Ed Keffel e João Martins realizaram uma grande reportagem com direito a fotos da invasão da Barra da Tijuca por OVNIs. A ideia era vender revista e o Cruzeiro era a maior publicação nacional publicada na época. Imprimiram algo em torno de 6 milhões de cópias. O número era tão grande que muitos acreditavam que os caminhões carregando exemplares tinham como destino final a reciclagem para justificar a tiragem absurda em um país de analfabetos. Ao que tudo indica, os objetos não identificados não passavam de pratos jogados para o céu, apesar dos autores negarem até o fim. Mas a ufologia aterrissou com força nas terras do nosso país, o repórter Martins virou uma espécie de autoridade em OVNIs. O fotógrafo Keffel, no entanto, foi desmascarado pelo mais famoso especialista em criminalística, Carlos Eboli, afirmando que um objeto como aqueles, com o equipamento usado, era impossível de ser fotografado. Enfim, virou assunto até hoje, 70 anos depois e vendeu muita revista. Depois desses poucos exemplos, podemos perceber que a desinformação não é um privilégio do século 21. A pilantragem já existe desde que o mundo é mundo. Há muito tempo eu comento que a única solução é uma educação visual para

minimizar essas ações cada dia mais sofisticadas. Treinar os olhos para enxergar além da primeira camada. Principalmente, deixar todas as certezas de lado porque a dúvida nos leva a raciocinar.

O problema é piorado porque uma característica do nosso tempo é o imediatismo em tudo, principalmente das ações. Observamos um fato que acabou de ocorrer, logo vemos os comentários, os julgamentos e as condenações em segundos. O que facilita e muito o trabalho dos manipuladores.

Vamos utilizar nosso olhar para sermos os olhos para os desatentos, e quem sabe um dia, deixaremos de prestar atenção na túnica de Caxias, pedindo para ser abotoada!

Fotografia realizada pela IA

25 INFOTO

Fotógrafo Luiz Ferreira O TEMPO

É instigante pensar no tempo, pelo menos para mim. E como fotógrafo tenho dois tempos em que pensar: o tempo que passa, e passa igual para todo mundo, e o tempo da fotografia, que é um tempo recortado, fixado e exposto em algum suporte. Esse pedaço de tempo que a fotografia captura no fluxo e o expõe, serve como um índice a me levar de volta para aquele tempo que passou, e tem tudo a ver com as minhas escolhas. Nem todo momento importante para mim tem este “índice fotográfico”, mas toda fotografia que fiz, referencia alguma coisa, de alguma forma, especial.

Nunca vi a fotografia como uma ruptura no tempo que passa, muito pelo contrário, sempre a vejo como um reforço desse fluir Uma espécie de nó que me une ao tempo que passou e ainda continua passando. Por isso nunca sou indiferente a uma fotografia, qualquer uma, tenha sido feita por mim ou não. Porque se está ali, é porque era preciso. E essa precisão pode iluminar

Uma fotografia expõe aquele tempo através de luz e de sombra, de uma textura que acaricia os olhos e cujas linhas enredam o coração. Muitos são os estratagemas da fotografia para lidar com os momentos para que estes não se percam no fluir do tempo. A fotografia brinca com o tempo diante dos nossos olhos e torna aquele momento uma nova reflexão a cada releitura, porque a cada vez que a olhamos, aquele momento é ressignificado.

Quando penso em fotografia, penso em uma atividade lúdica por excelência, por mais que eu dependa dela para pagar minhas contas. Justamente porque gosto da forma com que me enredo em sua execução, no seu entorno, nas suas demandas e, claro, no seu resultado. E cheguei a pensar em completar com a palavra “final”, mas o resultado do fazer fotográfico nunca é “final”, nunca se basta, sempre abre novas possibilidades quando é visto e revisto. A fotografia para mim é assim como a vida, quando torno a olhar o que então está acontecendo, nunca é a mesma coisa que tinha visto acontecer anteriormente.

Trilhando o Caminho das Estrelas

FotógrafaDalvaCouto

“TRILHANDO O CAMINHO DAS ESTRELAS” representa a jornada que venho percorrendo desde 2020 em busca das DISTINÇÕES da PHOTOGRAPHIC SOCIETY OF AMERICA – PSA Recebi minha segunda DISTINÇÃO da PSA: PROFICIENCY (PPSA), por ter alcançado 288 aceitações, com 96 fotos diferentes, em três seções: 4

Estrelas na Divisão Color (144 aceitações), 3 Estrelas na Divisão Nature (72 aceitações) e 3 Estrelas na Divisão Monochrome (72 aceitações). Os fotógrafos que participam dessa jornada, principalmente aqueles que amam e vivem a Fotografia, sabem o quanto é difícil e gratificante obter essas conquistas.

A PHOTOGRAPHIC SOCIETY OF AMERICA – PSA, considerada uma das maiores Organizações Fotográficas do Mundo, fundada em 1934, com Sede em Oklahoma –USA, valoriza seus membros por suas realizações fotográficas, quando recebem Aceitações ao participar de exposições reconhecidas por ela.

Nesta edição, REVISTA INFOTO Nº 20, vamos explicar o passo a passo para conquistar as tão cobiçadas Estrelas da PSA.

PASSO 1 – TORNAR-SE MEMBRO DA PSA -

Só os membros da PSA podem solicitar uma Classificação por Estrelas. Minha assinatura é a “Digital Membership” – INDIVIDUAL, ao custo de 45 USD por 1 ano.

PASSO 2 – PARTICIPAR DE EXPOSIÇÕES RECONHECIDAS PELA PSA E OBTER

ACEITAÇÕES -

Para solicitar uma Classificação por Estrelas, que é baseada no número de aceitações e títulos obtidos, você precisará participar de Exposições reconhecidos pela PSA e obter Aceitações.

Quero ressaltar aqui a importância das ACEITAÇÕES. Já ouvi colegas dizendo que não foram bem em um concurso pelo fato de terem conseguido apenas aceitações e nenhuma premiação. Vejo as aceitações como um trampolim para a obtenção das Estrelas e consequentemente das Distinções da PSA. Além disso, citando como exemplo o “7th ONIX 2023” da Campina – Romenia, que contou com 6693 fotos inscritas, de 456 autores de 56 Países, no qual obtive 09 aceitações, considero uma conquista e tanto, pois minhas 09 fotos destacaram-se e foram escolhidas entre 6693 trabalhos extremamente valiosos, para participar daquela belíssima exposição.

PASSO 3 – PREENCHER A PLANILHA (Application) -

Mantenha sempre um arquivo atualizado com o nome do Salão, o País, o nº do registro na PSA, o nome da foto, o ano da aceitação e a Divisão na qual foi aceita, além de cópia do Certificado e do Boletim (Report Card). Verifique no site da PSA se o Salão já está destacado na cor LARANJA, que é quando o EDAS já foi recebido. Há um limite de 20 aceitações por título nas inscrições de Estrelas.

PASSO 4 – ENVIAR A PLANILHA PARA O DIRETOR DE CLASSIFICAÇÃO POR ESTRELAS DA DIVISÃO -

As estrelas são concedidas separadamente em cada uma das DIVISÕES: PID COLOR, PID MONO, PID NATURE, PHOTO TRAVEL E PHOTOJOURNALISM Cada Divisão tem um Diretor, que ao receber a planilha do membro fará a verificação das aceitações e títulos, enviando e a Carta de aprovação e o Certificado.

NÚMERO DE ACEITAÇÕES E TÍTULOS REQUERIDOS:

STAR 1 - 18 aceitações e 6 títulos

STAR 2 - 36 aceitações e 12 títulos

STAR 3 - 72 aceitações e 24 títulos

STAR 4 - 144 aceitações e 48 títulos

STAR 5 - 288 aceitações e 96 títulos

Se você conquistou a STAR 1 com 18 aceitações e 6 títulos e agora vai solicitar a STAR 2, que exige 36 aceitações e 12 títulos, apresentará apenas mais 18 aceitações e 06 títulos novos, uma vez que as aceitações do nível anterior são aproveitadas.

LINK DA PSA:https://psaphotoworldwide.org/page/mo-star-ratings

SUGESTÕES DE SALÕES e CIRCUITOS PARA OS PRÓXIMOS MESES:

1 - WORLD PHOTO STORIES (2025-1815PSA) (Bangladesh)

Encerramento: 14 de abril de 2025 https://agilefoto com/

3 - DAGUERRE (2025-1809 - PSA) (France)

Encerramento: 11 de maio de 2025

Chairman: Emmanuel Lore https://www salondaguerre paris/

2 - KOREA PHOTO ART (2025-1737 - PSA) (South Korea)

Encerramento: 19 de abril de 2025

Chairman: Ryu, Shin Woo https://koreaphotoart com

4 - PSA ANNUAL PICTORIAL DIGITAL EXHIBITION (2025-1828 - PSA) (USA)

Encerramento: 22 de maio de 2025

Chairman: Thirumalai Ganesh Sheerapathi https://psa-photo org/page/psa-annual-pictorial

5 - PSA ANNUAL NATURE DIGITAL EXHIBITION (2025-1825 - PSA) (USA)

Encerramento: 22 de maio de 2025

Chairman: Bob Chiu https://psa-photo org/page/psa-annual-nature

A Pink lotus flower
Aceita Bangladesh
Amanhecer em Porto de Galinhas
Aceita Sri Lanka
Holidays at sea - Aceita USA
Inverno na Praia - Aceita Chipre
The little hummingbird - Aceita China
The Magic Stair - aceita Romenia

LisaLarsen–astúciae sensibilidade

FotógrafoFabianoCantarino

Lisa Larsen, nascida Lisa Rothschild (1922-1959) foi uma das fotojornalistas pioneiras da revista americana LIFE. Nascida na Alemanha, ela se mudou para os Estados Unidos quando adolescente, em 1939, tendo saído da Alemanha após a “noite dos cristais” de 1938. Começou como arquivista de fotos na agência Black Star, mas logo se tornou uma fotógrafa freelancer para muitas revistas, incluindo Vogue, The New York Times, Parade, Glamour, Charm, Holiday Depois de 1948, a maior parte do fotojornalismo de Larsen foi trabalho contratado para a LIFE. No início de sua trajetória nesta revista, ela foi designada principalmente para histórias de entretenimento e moda, mas logo migrou para matérias de jornalismo político.

O trabalho de Larsen tornou-se conhecido internacionalmente no início dos anos 1950. Viajou por quase todos os continentes e fez muitos contatos no meio político. O ponto alto foi ter passado quatro meses em Moscou em 1956. No auge da Guerra Fria, a LIFE enviou Larsen para documentar a visita ao Kremlin do presidente da ex-Iugoslávia, Josip Broz (conhecido como Tito), que foi a convite de Nikita Khrushchev, secretário-geral do Partido Comunista da ex-União Soviética. Tito havia rompido com a influência soviética sob Joseph Stalin e Khrushchev estava tentando trazer Tito de volta para o bloco soviético. Larsen era conhecida como a "garota glamourosa" do fotojornalismo por sua maneira poética e realista de se relacionar com seus modelos e personalidades.

Fotografia nº 1, Tito e sua esposa observam, em 1956, as joias da coroa do Czar russo deposto no início do século

Fotografia nº 2, Khrushchev discursa em evento público, 1956. O líder russo desenvolveu uma admiração por Larsen e suas longas rotinas de trabalho a tal ponto de presenteá-la com um buquê de peônias. Alguns meses depois, ela inspirou um aparte de Khrushchev durante um de seus discursos antiocidentais: "Não me entendam mal", ele disse, olhando para Larsen em sua plateia. "Há uma garota americana parada na minha frente. Os americanos são boas pessoas."

Fotografia nº 3, criança vietnamita, 1956.

Fotografia nº 4 – lutador de boxe tailandês.

Fotografia nº 5, antecipando a febre das selfies em 50 anos, Lisa Larsen posa para sua lente durante um banho de sol, em Nova Iorque, 1951 Deve ser uma das mais famosas e estilosas selfies da história da fotografia

Fotografia nº 6, loja de sapatos, Nova Iorque, 1949.

Fotografia nº 7, músicos de origem latina no bairro Harlem, Nova Iorque.

Fotografia nº 8 – operários em fábrica de automóveis em Moscou, 1956.

Fotografia nº 9, John Kennedy e Jacqueline na festa de casamento, 1953.

Fotografia nº 10, ensaio de corpo de baile, Estados Unidos.

Fotografia nº 11, mulheres disputam por tíquetes para comprar um pequeno pacote de lã para costurar agasalhos para as famílias, Polônia, 1956.

Larsen era particularmente talentosa em capturar a essência de seus modelos e motivos. Ela disse certa vez: “Eu sinto que é muito importante conhecer seus motivos como indivíduos. Idealmente, isso leva tempo – e muitas vezes você não tem tempo. Você trabalha sob pressão... Eu não gosto de superficialidade e desgosto sobretudo de relacionamentos superficiais.” Seu trabalho é um testamento de sua dedicação em ir além.

Fontes:

https://www.icp.org/browse/archive/constituents/lisa-larsen?all/all/all/all/0 https://www.life.com/photographer/lisa-larsen/ https://www.devoltaaoretro.com.br/2018/08/lisa-larsen.htmlhttps://www.icp.org/browse/archive/constituents/lisa-larsen?all/all/all/all/0 https://books.google.com.br/books?

id=70gEAAAAMBAJ&pg=PA20&source=gbs_toc_r&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false https://www.instagram.com/greenwichhistory/p/C5Lgf2tMrTB/?img_index=1 https://www.life.com/photographer/lisa-larsen/ https://en.wikipedia.org/wiki/Lisa_Larsen

https://www.allarts.org/2019/07/six-pioneering-women-life-magazine/ https://www.devoltaaoretro.com.br/2018/08/lisa-larsen.html

O FUNDO DO BAÚ NÃO TEM FUNDO

Fotógrafo Davy Alexandrisky

Em novembro fui submetido a uma cirurgia, que, na verdade, já deveria ter sido realizada muitos meses antes, o que agravou bastante a situação. Para ser mais preciso, deveria ter acontecido em abril, quando levei um tombo causando a ruptura total do manguito rotador e mais uns estragos no ombro direito.

Resultado disso é que inaugurei esse 2025 saindo de casa todos os dias às 5:30 da matina para enfrentar uma dolorosa rotina de fisioterapia para recuperar os movimentos do meu braço direito. Um horário extremo para não comprometer o resto do dia de trabalho, porque minhas farras farmacêuticas e plano de saúde não são compatíveis com o que o INSS achou que eu merecia depois de mais de 40 anos de contribuição: é preciso continuar trabalhando!

E o que isso tem a ver com fotografia?

Nada!

Aliás, como também não tem nada a ver com fotografia o fato de que o mundo às 5:30 da matina ser um outro mundo, muito diferente do que o que as pessoas que saem de casa depois das 7:00 h conhecem.

Num primeiro momento eu fui assaltado por uma sensação de não pertencimento a esse lugar onde eu nasci há 75 anos, sem nunca ter pretendido ou pensado em sair para viver em outro canto (para quem me lê sem saber de onde eu escrevo, sou nascido e criado em Niterói, mas acho que essa experiência vale para gente de todos os lugares).

Tudo é diferente às 5:30 da matina: o clima, a paisagem, o trânsito, as pessoas...

Passado o impacto inicial, a observação atenta desse outro mundo se impõe, recheada de emoções motivadas pelas novas descobertas. Uma das quais tem relação com a fotografia, apesar das divagações iniciais (e continuadas), que se seguirão ao longo desse testemunho de um madrugador episódico, para a INFOTO nº 20.

Ainda para quem não conhece onde moro em Niterói, vale comentar que o roteiro natural do meu caminho de casa à clínica de fisioterapia é pela orla da praia, passando por um trecho que é comum ver surfistas deslizando no mar, quando as ondas são favoráveis. E sempre que isso acontece tem muita gente parada na calçada, assistindo e fotografando. No primeiro dia que passei por esse trecho me surpreendeu algumas pessoas sentadas na calçada com suas câmeras fotográficas apontadas para o mar, que mais parecia uma lagoa, de tão parada a água. E, obviamente sem nenhum surfista.

Como não entendo nada de marés... imaginei que o mar poderia virar um pouco mais tarde e essas pessoas queriam garantir ângulos estratégicos. Mas quando voltei já não tinha mais ninguém sentado na calçada à espera das ondas que não chegaram.

E a cena se repetiu nos três dias seguintes, me deixando ainda mais intrigado com esse povo estranho da madrugada. Até que, no quarto dia percebo um desses fotógrafos me fotografando. Como estava atrasado para chegar à clínica de fisioterapia, dei um sorriso e balancei a cabeça, num gesto de consentimento ao fotógrafo. Um detalhe que já ia esquecendo de mencionar aqui é que às 8:00h, quando passava de volta no mesmo trecho, esses seres fotógrafos da madrugada já não estavam mais ali na calçada.

No dia seguinte saí um pouco mais cedo de casa e quando estava me aproximando do fotógrafo que havia me fotografado na véspera diminuí a velocidade da pedalada e parei para trocar uma ideia e entender o que ele fazia ali com a câmera, diante de um mar sem ondas e, consequentemente, sem surfistas.

Bingo!!!

Acabei descobrindo um nicho do mercado de fotografia, segundo os depoimentos, nada novo: fotografia de “atletas amadores” e/ou “ocasionais”.

Esses e essas colegas ficam sentadas na calçada fotografando um outro grupo de seres da madrugada, que saem cedíssimo de casa para correr ou caminhar no calçadão da praia. São as chamadas “fotos sem compromisso” (compra quem quer).

Uma dessa fotógrafas, Aryana, faz parte, inclusive, de um “coletivo de fotógrafas”,

que se autointitula: clicklua, atualmente formada por sete fotógrafas, espalhadas por várias calçadas de Niterói e Macaé, que se dizem “apaixonadas por cliques esportivos”, e que me adiantou que o movimento está em processo de expansão para outras cidades. Mas isso é tema para a INFOTO nº 21: não percam!!!

E como o fundo do baú não tem fundo, vieram à minha cabeça duas lembranças que de tão fundo donde fui recolhe-las 90 % dos meus 10 leitores nem vão ter noção do assunto.

A primeira é uma música que fez muito sucesso em 1963, gravada pelo Trio Esperança, um conjunto vocal muito “tocado” na época, chamada “Bolinha de sabão”, que começava com os versos: Sentado na calçada / De canudo e canequinha / Dublec dublim / Eu vi um garotinho / Dublec dublim...

A segunda lembrança, que apesar da diferença expressa até pelo nome da “modalidade/nicho de mercado”, era a famosa “paradinha ou talãozinho” dos, pejorativamente chamados de “marreta”, que transitavam nos ambientes de formatura de universitários, colando bolinhas coloridas nas roupas dos parentes dos formandos, para os seus respectivos fotógrafos saberem quem deveriam fotografar (quem já tinha pago o “talãozinho”). Isso, também, lá atrás, até o final do recente século passado, acredito eu.

Enfim, somente uma colcha de retalhos, costurada ao logo de 75 anos de vida e 57 de fotografia profissional. Como eu digo sempre: o saudosismo carcome! Mas a saudade alimenta!!!

Gosto de fuçar esse meu velho baú de experiências, sempre inspirado num verso do Vinicius de Moraes (Poética I): “Meu tempo é quando”.

Coluna Your Self Renato Nabuco Fontes

Gestor de Desenvolvimento e Performance

TREINAR A MENTE É IMPORTANTE, MAS TREINAR O COMPORTAMENTO É O QUE

MUDA O JOGO

Nosso cérebro é treinável e completamente adaptável a novos estímulos, porém treinar o comportamento é tão importante quanto , porque nossas ações e reações influenciam diretamente nossa qualidade de vida, nossos relacionamentos e nosso sucesso pessoal e profissional.

A forma como agimos não é apenas instintiva; ela pode (e deve) ser moldada, condicionada para alcançar melhores resultados na vida.

Por que treinar o comportamento?

1.

Autocontrole e disciplina – Treinar comportamentos ajuda a evitar impulsos prejudiciais e manter o foco em objetivos de longo prazo.

2.

Melhoria nos relacionamentos – Comportamentos bem ajustados favorecem a empatia, a comunicação e a convivência saudável.

3.

Aumento da resiliência – Aprender a reagir melhor a desafios e frustrações fortalece a capacidade de lidar com dificuldades.

4

Adaptação a diferentes contextos – A vida exige flexibilidade, e um comportamento treinado facilita ajustes a novas situações.

5

Desenvolvimento de hábitos saudáveis – Pequenas mudanças no comportamento diário podem melhorar saúde, produtividade e bem-estar.

6.

Aprimoramento da inteligência emocional – Saber gerenciar emoções e comportamentos contribui para melhores decisões e menos estresse.

Treinar o comportamento envolve práticas como autoavaliação, mudança de hábitos, feedback constante e até técnicas como mindfulness e reestruturação cognitiva. Quanto mais você trabalha seu comportamento, mais consciente e eficaz se torna na sua vida.

E aí, fez sentido?

Vamos pra cima, vamos juntos, por mais e pra mais!

A HISTÓRIA CHOCANTE DE UMA FOTOGRAFIA ICÔNICA:

O ABUTRE E A MENINA

Por Kevin Carter

Fotógrafo Thiago Campos

O ano era 1993 e o país era o Sudão, devastado por uma terrivel guerra civil que a assolava desde a década de 1950. Convidados por uma Missão humanitária da ONU que tinha o objetivo de sensibilizar a opinião pública internacional para os problemas dessa região, dois fotógrafos sul-africanos renomados, Kevin Carter e João Silva, embarcaram rumo um acontecimento que mudaria para sempre suas vidas, principalmente a de Kevin Carter

Ao chegarem, logo de depararam com os nativos correndo desordenadamente em direção ao avião para tentar garantir o seu quinhão de comida.

Ao desembarcarem logo sacaram suas câmeras e começaram a fazer diversas fotos de tudo o que estava acontecendo naquele momento. Foi quando, ao caminhar meio desorientado com o que acabara de presenciar, Carter se deparou com a cena que mudaria por completo sua via, e o faria entrar para a história como autor da fotografia considerada a mais importante do fotojornalismo de todos os tempos, e que lhe renderia o prémio Pulitzer Prize. Momentos depois, ainda meio nervoso, Carter colocou as mãos nos obros de Silva e disse ao colega, “cara, você não vai acreditar no que acabei de fotografar”.

Silva escutou a história e, segundo ele

38 INFOTO

mesmo diz, teve certeza de que seu colega havia feito um registro poderoso, aquilo que o famoso fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson chamava de “momento decisivo”.

Esse trabalho não trouxe somente louros ao Henry Carte. A fama veio acompanhada de um debate intenso e depressivo sobre ética.

Junto com as felicitações ele acabou recebendo muitas críticas sobre sua atuação nesse trabalho. Infelizmente por conta da repercussão desta fotografia, de vários outros problemas pessoais, Carter viria a cometer suicídio no ano ano seguinte, aos 33 anos de idade. Deixou uma triste nota que dizia estar deprimido, sem dinheiro para pagar as contas, sem dinheiro para ajudar as crianças. Se disse perseguido pelas lembranças de assassinatos, cadáveres, raiva e dor. Pela lembrança de crianças feridas ou famintas. Lembranças, nas suas palavras, de “homens malucos com o dedo no gatilho”.

Parte dessa história pode ser vista no filme “FOTÓGRAFOS DE GUERRA”, título em português e “BANG BANG CLUB” título em Inglés.

Referências: Livro O Clube do Bang Bang, MARINOVICH, Greg; SILVA, João e Internet, site cafehistoria.com.br

ACONTECENDO

Fotógrafo

Sociedade Fluminense de Fotografia no Festival de Fotografia de Tiradentes

A sociedade Fluminense de Fotografia, como nos anos anteriores, foi representada no FFT versão 2025 pelo seu Núcleo Contemporâneo, liderada pelo Presidente da Entidade Antonio Machado. Mas uma vez sucesso total.

O Empresário, Professor e Fotógrafo

Fernando Talask inaugurou no dia 01/04/2025 a sua belíssima Exposição

Deception, na galeria La Salle NiteróiRJ, que ficará montada até 05/05/2025. A mostra nos trás lindas fotografias de um quase inexplorado e inóspito continente gelado - O Antártico, maior deserto do mundo.

Está imperdível!!!!

Alex Figueiredo Proprietário da empresa

Vertentes oferece passeios excelentes para fotógrafos que queiram registrar imagens de Niterói. Os passeios duram de 2 à 3 horas; Alex Figueiredo é professor de turismo e muito competente, de acordo com as informações da nossa amiga e fotógrafa Isabel Bulcão Aceti. Vamos fotografar?

Presença Brasileira entre os vencedores do principal prêmio de fotojornalismo do mundo

Fotografias de comemoração de torcedores do Botafogo, das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul e da seca da Amazônia, aparecem entre as premiadas pelo World Press Photo.

Torcedores do Botafogo se abraçam e se beijam comemorando a vitória do time sobre o Atlético Mineiro na final da Libertadores da America, em transmissão do jogo em Buenos Aires feita em telões no Engenhão - Estádio do Botafogo, Rio de Janeiro. A imagem foi uma das vencedoras na categoria de fotos individuais da América do Sul.

Foto: André Coelho - EFE via World Press Photo/divulgação

Catálogo da Exposição Individual da Fotógrafa Alice Bravo

O Leitor Escreve

A Revista INFOTO, brilha ao publicar os artigos do historiador Pedro Karp Vasquez, cuja profundidade e rigor enriquecem cada edição com conhecimento e perspectiva excepcionais.

Gilson Lopes

Maceió - AL - BR

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