Revista INFOTO Nº 21

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INFOTO INFOTO

Jardim Botânico Matéria de Capa Fotógrafo Herminio Lopes

Revista Bimensal de Fotografia e Video

JUNHO | JULHO - 2025

Nº 21 - Ano 5

Propriedade da Editora Foto Grafia

CNPJ : 21.030.750/0001-86

Colaboraram nesta Edição

Equipe de Edição

Julle Rayane Lopes Campos

Michelle Silveira Simão Fontes

Designer

Marcela de Oliveira Baptista

Secretaria

Aucilandia Azevedo Salviano

Marcia Elizabeth Silveira Simão

Departamento Comercial

Rodolfo Silveira Simão

Departamento de Relações

Públicas

Antonio Alberto Mello Simão

Nosso E- mail

contato revistainfoto@gmail com

Contato

Celular: (21) 98392-6661

Prezado Leitor

Os Varais Fotográficos tem se consolidado como uma forma acessível, democrática e encantadora de exposição de fotografias especialmente para os fotógrafos amadores

Muito além de um simples suporte para imagens os varais transformam espaços em verdadeiras galerias abertas, onde o talento e a sensibilidade de cada autor ganham visibilidade direta e sem filtros.

A Sociedade Fluminense de Fotografia, por iniciativa de seu Presidente Antonio Machado, tem desempenhado um papel fundamental no incentivo a esse tipo de mostra, promovendo eventos que reúnem associados e convidados em noites especiais O sucesso tem sido notável O público aprecia, participa e se emociona ao percorrer os varais repletos de olhares únicos sobre o mundo Esses encontros vão além da fotografia. São celebrados também com poesia e microfone aberto, criando uma atmosfera brilhante e acolhedora, onde as artes se encontram em harmonia É nesse ambiente que muitos talentos se revelam, que amizades se fortalecem e que a paixão pela imagem ganha ainda mais força.

As noites de Varal Fotográfico e agora também, as tardes de sábados, tornaram-se, verdadeiramente imperdíveis Um espaço vivo de expressão, partilha e inspiração

Neste número contamos com a participação dos Fotógrafos Especialistas, Dalva Couto, Davy Alexandrisky, Everaldo Provalero, Fabiano Cantarino, Fernando Talask, Herminio Lopes, Leny Fontenelle, Leo Mano, Luiz Ferreira, Margarida Moutinho e Ináh Garrantino, Pedro Karp Vasquez, Renato Nabuco Fontes e Thiago Campos. Boa leitura.

A T E N Ç Ã O

A revista infoto não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e classificados de terceiros, e nem por fotografias inseridas nos artigos de nossos colunistas

FOTO DA CAPA
ANTONIO ALBERTO MELLO SIMÃO
Fotógrafo
Herminio Lopes

Sumário Sumário

03 - Editorial e Expediente

08 - Tropa formada diante do Paço

Imperial, Louis Comte, Rio de Janeiro, 1840

Historiador e Fotógrafo Pedro Karp Vasquez

11 - Exposição Individual

Fotógrafo Everaldo Provalero

19 - Fotos Comuns de Viagem

Parte 3 (Final)

Fotógrafo Leo Mano

26 - Da paixão ao amor, uma longa convivência

Fotógrafo Fernando Talask

30 - Trilhando o Caminho das Estrelas

Fotógrafa Dalva Couto

36 - A SORTE É CARECA!

Fotógrafo Davy Alexandrisky

39 - A História Chocante de uma

Fotografia Icônica

Fotógrafo Thiago Campos

04 INFOTO

05 - Galeria do Leitor

10 - HISTÓRIA DA MINHA FOTOGRAFIA

Fotógrafa Leny Fontenelle

15 - Jardim Botânico RJ - II

Fotógrafo Herminio Lopes

23 - Feira da Ladra

Fotógrafas Margarida Moutinho e Ináh Garritano

29 - Falso Silêncio

Fotógrafo Luiz Ferreira

33 - “Eu sempre fotografo o que me surpreende”

Fotógrafo Fabiano Cantarino

38 - Coluna Your Self Renato Nabuco Fontes

41 - Acontecendo

Fotógrafo Antonio Alberto Mello Simão

43 - O Leitor Escreve

Fotografia de Everaldo Provalero

Galeria dos Leitores

Blue hour

Fotógrafa Liciane Plouvier

Woodlands - Texas - USA

Calmaria

Fotógrafa Thereza Amaral

Niterói - RJ - BR

Paço Imperial

Fotógrafo A Lucio Silva

Niterói - RJ - BR

Pintura Digital - Apocalipse I

Fotógrafo Antonio Alberto Mello Simão

Niterói - RJ - BR

Aguardando o Momento de Alegria

Fotógrafo Leonardo Machado

Niterói - RJ - BR

Igreja em Minas Gerais

Fotógrafo Paulo Borges Arteiro

Niterói - RJ - BR

Praia de Jurujuba

Fotógrafa Ana Ribeiro

Niterói - RJ - BR

Sem Título

Fotógrafa Marcia Juliane Monteiro

Niterói - RJ - BR

Bosque do Silêncio

Fotógrafo André Rocha

Niterói - RJ - BR

Maravilha da natureza

Fotógrafo Afonso Ramalho

Apiacá - ES - BR

Entardecer em Niterói

Fotógrafa Wilma Amante

Niterói - RJ - BR

Minha Refeição Matinal

Fotógrafo Alexandre Nicolau

Telêmaco Borba - PR - BR

Coleção Ruy Souza e Silva

TROPA FORMADA DIANTE DO PAÇO IMPERIAL, LOUIS COMTE, RIO DE JANEIRO, 1840

HistoriadoreFotógrafo

PedroKarpVasquez

Este daguerreótipo foi, durante mais de um século, considerado a primeira imagem fotográfica feita no Brasil, pelo religioso francês Louis Comte, na sexta-feira 17 de janeiro de 1840. Isso, até que, em meados da década de 1970, o curador norte-americano Weston Naef sugerisse que o verdadeiro autor seria seu compatriota, Augustus Morand Há pouco, surgiu outra hipótese, atribuindo a autoria do daguerreótipo ao alemão Francisco Napoleão Bautz, que atuou nas províncias da Bahia e do Rio de Janeiro na década de 1840 Assim, antes que a comprovação irrefutável de autoria se faça, o melhor é seguirmos em frente com a atribuição original a Comte, mesmo porque ela foi feita pelo primeiro historiador da fotografia brasileira, Gilberto Ferrez

Todavia, mesmo que este daguerreótipo não seja de 1840 e sim de 1842, e ainda que seu autor não seja nenhum dos três citados, isso em nada afeta o caráter de excepcionalidade e de pioneirismo desta vista como a primeira nas Américas e uma das primeiras em todo o mundo a registrar uma multidão. Façanha que só foi possível pelo fato do Largo do Paço não ser então arborizado nem ter qualquer edifício excessivamente alto em seu entorno capaz de projetar sombra sobre a cena

Uma coisa é certa: Dom Pedro II estava presente quando este daguerreótipo foi realizado, pois a soldadesca nele reproduzida é composta pela sua guarda pessoal, que o escoltava no deslocamento entre o Paço de São Cristóvão e o Paço da Cidade. Certo também é o fato de que o imperador assistiu a uma das demonstrações realizadas por Comte em janeiro de 1840, que muito entusiasmou Dom Pedro II levando-o a encomendar um equipamento completo de daguerreotipia a Félix Lughazy, tornando-se assim o primeiro fotógrafo de nacionalidade brasileira E, o que é mais importante, fez dele também um dos primeiros colecionadores de fotografia, além de mecenas e patrono da nova disciplina, atribuindo a diversos profissionais o prestigioso título de Photographo da Casa Imperial, em muito contribuindo para a pujança da fotografia no Brasil

Fotógrafa Leny Fontenelle

O segredo é a gente estar atento a tudo, observando como um caçador. A qualquer momento, a presa, quero dizer, a foto, aparece na sua frente e você dispara, congelando aquele momento E aí, você obtém uma cena, uma composição, até abstrata como essa, que pode se desfazer minutos ou segundos depois. Mas você a capturou e a eternizou.

Exposição Individual

Fotógrafo Everaldo Provalero

Pela segunda vez o Fotógrafo, Fisioterapeuta e Quiropraxista é convidado para publicar na Revista INFOTO. Residente em Bom Jesus do Itabapoana - RJ, Everaldo Provalero

começou a fotografar em 2016 e transformou a fotografia em seu hobby

Sempre gostou muito de arte inclusive pintou quadros, tendo como preferência o abstrato Em 2017 expôs suas obras na Exposição Agropecuária de Bom Jesus do Itabapoana

Expôs suas fotografias em 2019, também em Bom Jesus do Itabapoana. Adora fotografar paisagem e seu sonho é se dedicar a fotografia de natureza

Seu primeiro curso de fotografia foi ministrado por Cimar Pinheiro, Fotógrafo e Historiador, de Dores do Rio Preto – ES

Participou como Membro do Júri no Primeiro Concurso de Fotografia do Grupo Fotógrafos Amigos.

Tem diversas de suas fotografias publicadas na Revista INFOTO, e no Grupo Fotógrafos Amigos.

Curador Antonio Alberto Mello Simão

JardimBotânico

FotógrafoHerminioLopes

O lago do Pescador, com sua estátua à beira do lago O lago Frei Leandro (Lago da Vitória Régia) e seu cômoro onde podemos ver seu busto. O espaço Tom Jobim onde temos o lago das tartarugas, o relógio do sol em ferro e a sede do Engenho de N. Sra. Da Conceição da Lagoa, um belo casarão do período imperial, e a gruta Karl Glasl onde são realizados diversos ensaios fotográficos

Lago Frei Leandro (Lago da vitória régia)
Cômoro de Frei Leandro
Flor da Vitória Régia
Relógio de sol Espaço Tom Jobim
Sede do Engenho de N Sra da Conceição da Lagoa
Gruta Karl Glasl

E, para finalizar, próximo ao orquidário após a casa da presidência, temos a estátua de "Ossanha" confeccionada em resina e de autoria de Otávio de Castro Moreno Filho . O orixá que guarda consigo os segredos místicos e curativos das folhas e plantas

Por sua proximidade ao Parque Nacional da Tijuca, no Jardim Botânico vemos com frequência diversas espécies de macacos em seu arvoredo além das diversas espécies de pássaros e pequenos animais silvestres que ali convivem. Vale a pena visitar!

Como chegar:

Ônibus: Todas as linhas de ônibus que passam pelo Jockey têm ponto na Rua Jardim Botânico nº 1008

Metrô: Os usuários do metrô podem pegar o ônibus de integração na Estação Botafogo e saltar na Rua Jardim Botânico nº 728, entrando no Jardim pela Rua Pacheco Leão nº 101 Para ir embora, o ônibus de integração para no ponto das tribunas do Jockey Clube, em frente à Praça Santos Dumont. Para os que saírem pela Rua Pacheco Leão nº 101, o ponto mais próximo está localizando na Rua Jardim Botânico nº 667

Taxi: Algumas cooperativas de táxi têm ponto nas proximidades do Jardim Botânico do Rio de Janeiro:

Horto Táxi (Rua Von Martius) – 2241- 4222

Gávea Táxi (Rua Marquês de São Vicente) – 2512-5228

JB Táxi (Rua Benjamim Batista) – 2178-4000

Lagoa Táxi (Rua Maria Angélica)– 2233-4605

Horários:

Segundas-feiras: das 12h às 17h

De terça a domingo: das 8h às 17h

Ingresso:

Visitantes estrangeiros: R$ 60,00.

Visitantes estrangeiros Mercosul: R$ 45,00

Visitantes residentes no Brasil: R$ 24,00

Visitantes residentes na Área Metropolitana do Rio de Janeiro*: R$ 15,00.

É necessário apresentar comprovante de residência e identificação com foto na bilheteria.

*A Região Metropolitana do Rio de Janeiro compreende os municípios do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Queimados, Rio Bonito, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá (Fonte: IBGE)

Meia entrada:

– Estudantes de instituições de ensino, públicas ou privadas, mediante apresentação de documento que comprove a matrícula válida.

– Pessoas com deficiência

– Jovens até 21 anos, mediante documento de identificação com foto expedido por órgão

público e válido em todo o território nacional

– Jovens de baixa renda (idade entre 15 e 29 anos) que pertençam a família com renda mensal de até dois salários mínimos, inscritas no Cad-Único, mediante apresentação da Identidade Jovem.

– Pessoas a partir de 60 anos com apresentação de documento de identidade Gratuidade para:

• Crianças até 5 anos.

• Visitação escolar: estudantes da rede pública de ensino e professores em visitas escolares.

Acesso:

– Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico – bicicletário e estacionamento exclusivo (4 vagas) para pessoas com deficiência (veículos adesivados); permitida entrada de carros para embarque e desembarque de pessoas com dificuldades de locomoção (deficientes, idosos, grávidas).

– Não há estacionamento para visitantes no Jardim Botânico mais informações no site RioTur

Riscos de atividades no Jardim Botânico

Toda atividade realizada em ambientes naturais ou construídos pelo Homem, mas com muitos elementos da natureza, oferece riscos para as pessoas. No arboreto do Jardim Botânico não é diferente

Assim, os visitantes devem ter cuidado e estar atentos com as crianças, pois existem riscos associados a tombos, quedas de galhos e folhas grandes, ferimentos em geral, intoxicação pelo contato ou ingestão de folhas, raízes ou frutos, ou mesmo causados pelos animais (que não são domesticados, podem morder, arranhar ou picar).

Bom Passeio e boas Fotografias! 18 INFOTO

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Fotógrafo Leo Mano Fotos Comuns de Viagem – Parte 3 (Final)

Quando eu era bem criança (em meados do século passado), na parede da sala da minha casa tinha um quadro com a imagem de um castelo medieval (hoje sei que é uma gravura de Giovanni Battista Piranesi). Como eu ainda não sabia ler e nem ligar a TV, aquele quadro era minha principal distração em dias chuvosos Eu subia no sofá e ficava de pé, voltado para a parede, observando todos os

seus detalhes ricamente desenhados Dedicava horas e horas analisando cada pessoa, os animais e as balas de canhão que aparecem na cena (acredito que, em alguma época, cheguei a contar todas aquelas bolinhas).

O tempo foi passando eu aprendi a ler, ver TV e ouvir Beatles, mas o hábito de apreciar aquele quadro continuou incansável por toda minha juventude. Para mim, aquele castelo era uma invenção de um pintor, assim como os personagens das histórias em quadrinhos e os bichinhos falantes dos livrinhos de fábulas Mas isso não fazia aquele castelo parecer menos real. Pelo contrário, eu me via subindo naquelas pilhas de balas de canhão ou abrindo uma janelinha do castelo ou, ainda, passeando entre aquelas pessoas que viviam ali na minha parede.

Em 1987 comecei a trabalhar e, pouco tempo depois, pude me mudar para minha própria casa Tive de me separar daquele quadro e do hábito de observa-lo longamente Com o falecimento do meu pai (em 2001) e o consequente esvaziamento da casa, peguei aquele quadro para mim Estávamos novamente sob o mesmo teto (eu e o quadro) Contudo, ao invés de pendura-lo na sala, coloquei-o na parede do meu quarto, sobre a cabeceira da cama. Foi um gesto puramente sentimental pois o hábito de observa-lo já havia se ido Acreditem: eu não olhava mais para ele Apenas o deixava ali, ocupando a parede atrás da cama.

Era nesse cenário, deitado na cama, que eu estava lendo o livro "Anjos e Demônios" (*) que havia se tornado um grande sucesso em 2004 (e depois até virou filme com Tom Hanks no papel principal). Na metade do livro, a trama é direcionada para um castelo em

Roma Na medida em que lia, achei curioso como as descrições do castelo no livro se encaixavam perfeitamente com meu castelo na parede. Pensando bem, o nome "Sant'Angelo" citado no livro, não me era estranho Tive a sensação de conhecer esse nome de algum lugar. Levantei da cama e fui ler as legendas que aparecem no rodapé da gravura que estava bem ali, acima da minha cabeça Lá estava o mesmo nome! Sim! Era o mesmo castelo!

Aquilo me surpreendeu demais. Será que aquele castelo era real? Fui conferir na internet (ainda em seus primórdios) e fiquei absolutamente chocado ao ver fotos do castelo em diferentes ângulos. Também consultei uma enciclopédia que dizia a mesma coisa: O castelo existe e fica em Roma Como foi possível não saber disso por quase 40 anos?

Numa grande mistura de sensações, uma criança dentro de mim me fez subir na cama e observar novamente aquele quadro na parede, como não fazia há quase 20 anos Uma viagem no tempo aconteceu. Mergulhando no passado, usando apenas a imaginação, abri uma janela do castelo e me transportei para dentro dele Escalei as pilhas de balas de canhão e cumprimentei as pessoas na praça. Elas ficaram espantadas com meu retorno depois de tantos anos. “Onde você esteve? Não vá sumir tanto tempo novamente”! Prometi a eles que voltaria mas, desta vez, seria diferente Eu decidi que iria até o castelo e tocaria seus muros de pedra com as minhas próprias mãos. Finalmente, em 2008, consegui realizar esta promessa Viajei para a Itália e, logo que cheguei no hotel em Roma, encontrei sobre o balcão diversos panfletos que, na verdade, eram fichas de inscrição para variados passeios. Em destaque estavam as inscrições para a Missa Papal que aconteceria no dia seguinte (que sorte a minha)! Me inscrevi imediatamente. Separei outros panfletos e encontrei o que eu mais queria: Uma visita guiada ao Castelo Sant'Angelo

Na manhã do dia seguinte fui ao ponto de encontro para pegar a van que nos levaria à Missa Papal. Recebi uma pulseira de papel colorido, embarquei e partimos rumo ao Vaticano. A van era grande e estava lotada. A guia informou que haveria uma multidão assistindo a missa e que deveríamos ficar sempre juntos. Durante o trajeto, após mais uma curva entre tantas, surge na minha

janela (sem qualquer aviso) o imponente castelo Sant'Angelo. Fui pego de surpresa e fiquei completamente hipnotizado. Levei alguns segundos para me recuperar e fazer a foto que ilustra este texto Subitamente, perdi totalmente o interesse pelo Papa e, sem pensar, levantei do assento e pedi que parassem a van. "Vou descer aqui", eu disse. A guia assustada respondeu: "Signore, rimani seduto" , agitando o braço e sinalizando para eu sentar. "Vou descer!", insisti. Mas a van não parava. "Stop, please”

Arranquei a pulseira e coloquei no bolso "Eu não estou no passeio", expliquei para a moça. “Não quero mais!” (e apontei para o meu pulso vazio). O motorista acabou estacionando e eu saltei da van a poucos metros do castelo (bastava atravessar uma ponte) Era muito cedo e o local estava vazio Pude me aproximar e fotografar Abracei o castelo, andei por toda sua volta e encontrei o mesmo local onde Piranesi se posicionou para executar sua gravura Fiz uma foto do castelo naquela mesma posição Foi um dos dias mais incríveis da minha vida.

Horas depois, o castelo abriu para visitação e pude conhecer o seu interior. Fui aos terraços e me senti dentro da gravura na parede, exatamente como nos meus sonhos de criança mas, desta vez, não era sonho. Encontrei as pilhas de balas de canhão e fiquei chocado ao saber

que eram brancas (e não pretas como imaginei a vida inteira). Explorei seus corredores e salões. Fui até uma das janelas e apreciei toda a paisagem Pude ver a mim mesmo, ainda criança, com um rosto enorme e redondo, flutuando no céu entre as nuvens, com aqueles olhos arregalados e vidrados na minha direção. Nos encaramos por longos segundos Foi um encontro emocionante Almocei em um restaurante localizado bem no

alto do castelo (quem diria) Passei o dia inteiro ali e, plenamente realizado, voltei para o hotel ao anoitecer. Perguntei ao recepcionista quando seria a próxima Missa Papal, mas ele explicou que não havia uma data, pois o Papa, de férias, havia se retirado do Vaticano

Pois é isso: fui à Roma e não vi o Papa Mas é claro que isso não me abalou em nada, pois eu trouxe comigo todas as “fotos comuns de viagem” que eu mais queria Quando conto essas aventuras para meus amigos e familiares, eles me perguntam se são reais. Sim, elas são reais. Mas também são histórias comuns, assim como as minhas fotografias Você apenas precisa perceber as filigranas, a simplicidade e a complexidade de tudo, realçando um pouco as cores e as situações que você quer destacar. É como “escrever com luz”.

(*) “Anjos e Demônios” Dan Brown, 2003

Prezados Leitores, o nosso Colunista Leo Mano, nos disponibilizou todo o Index das Revistas INFOTO do Nº 1 ao 20, para facilitar a sua pesquisa.

Se você desejar utilizá-lo basta, que copie o link abaixo e cole no seu navegador.

http://leomanofotos.eu5.org/fotos/infotoidx.pdf

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22 INFOTO

O que procuras

Após anos, séculos de emoções, Histórias vividas, momentos perdidos, Bonecos sem olho, sem pernas ou braços

Que tantos abraços roubaram...

Bidês floridos

Que já lavaram pecados

Tão bons... Alguns...

Os olhos espreitam cada tenda

Fantasmas sorrateiros

Se esgueiram nas memórias

Momentos de glória

Tragédias escritas

Odores escorridos

Saudade, aqui e ali tatuada, À espera de Vida

Nova!

(Margarida Moutinho - Feira da Ladra)

FEIRADALADRA

FotógrafasMargaridaMoutinhoe InáhGarritano

(Nossas correspondentes em Portugal)

A Feira da Ladra é um pouco isto, de "tudos e nadas" e misturas que no final nos aguça a curiosidade.

Esta Feira, que já passou por vários espaços de Lisboa, atualmente se encontra no Campo de Santa Clara, em Alfama / Lisboa. Seu início remonta ao século XIII, em 1272. Acontece às terças e sábados e é uma boa escolha para alguns minutos ou algumas horas, dependendo do encantamento de cada um

23 INFOTO

Dapaixãoaoamor,uma longaconvivência

FotógrafoFernandoTalask

Aqueles que, iguais a mim, convivem há muito tempo com a fotografia, devem perceber que esse relacionamento se assemelha muito a uma relação de casamento, principalmente, aqueles que tem o privilégio de serem casados há muito tempo. Os primeiros anos são marcados pelo deslumbramento e paixão Não se sai de casa sem uma câmera pendurada no pescoço, um grude que mesmo sem o menor motivo tudo é assunto para disparar o obturador e para discussões acaloradas sobre determinadas marcas de câmeras e lentes Nos meus 40 anos de casado com a fotografia fui percebendo que durante todo esse percurso aquela paixão desapareceu, não me vejo mais fazendo a defesa da Nikon com suas lentes manuais, contra as automatizadas Canon e suas lentes de resina e nem das Minoltas que viraram as Leicas orientais depois de uma parceira que durou pouco Esse tempo passou Acho que todo mundo pode entender o que é isso em determinada fase da vida. Quem já não experimentou? Mas quando a paixão desaparece ficamos pensativos Será que já não gosto tanto assim?

O que surgiu depois de tanto tempo juntos, foi um crescente amor, algo bem diferente da paixão, mais calmo, afinal, as discussões foram trocadas por conversas intermináveis muitas vezes dentro de nós mesmos. Afinal para que se importar com as opiniões alheias se tudo que eu preciso eu encontro entre mim e a fotografia?

Talvez, a analogia entre um casamento e a escolha de uma atividade tão lúdica como fotografar seja bastante oportuna pelo fato de que se não houver realmente uma afinidade muito grande é a garantia de amor eterno Isso porque a maioria das separações ocorrem, simplesmente, pela falta de afinidades, ou mesmo objetivos que se transformam com o tempo

Esses objetivos, no caso da minha relação com a fotografia, têm se transformado em um relacionamento que vai um dia entrar crise, coisa muito comum nos matrimônios de longa duração Porém um acontecimento recente me fez acender a luz vermelha, a IA

Pensei que tudo havia terminado de vez. Que drama!!!! Afinal para que...fotografo ... câmera gente tudo passou a ser descartável ou melhor insignificante pensei: tudo acabou

No meio da minha crise conjugal recorri a minha querida guru que sempre me socorre nos momentos de angústia ou quando não sei o que pensar ou agir quando o assunto é foto - Susan Sontag. Intelectual ensaista que soube como poucos entender e sintetizar a

importância da imagem fotográfica no século 20 Seu trabalho atravessou o milênio impecável como peça fundamental para se compreender a importância de cada foto que produzimos atualmente Ela escreveu Ensaios sobre Fotografia –

EDIÇÃO BRASILEIRA

– 1983, Pela editora Arbor, do original , em inglês On Photography de 1973 que li o original ainda garoto com um dicionário do lado

Confesso que na época odiei pelo simples foto de não tem entendido nada Meu inglês ainda do colégio, me questionava. Como um livro sobre fotografia não vai me dizer qual a melhor câmera ou diafragma para me tornar um baita fotografo? Eu precisei de algumas décadas para compreender que a técnica era algo completamente descolado da alma da foto Ainda não entendia que havia, além de uma boa exposição, foco, iluminação, e tinha que aprender a escrever com a luz e minha consciência para afinal transmitir uma mensagem relevante, queimando os cristais de prata do filme , e naquela época eu só tinha tantas coisas para dizer, sem saber como imprimir na película meus pensamentos Hoje voltei a reler esse trabalho fantástico motivado por mais um abalo , pela talvez por 5 vez A cada releitura um novo panorama se abre, cada palavra é um exercício de aprendizado. Como um livro pode ser diferente quando se lê nas diferentes fases da vida...Citações de Bresson, Walter Benjamin Dorothea Lange e tantos outros grandes fotógrafos ou intelectuais foram a terapia que eu necessitava para perceber que apesar da crise meu casamento estava sólido como uma rocha. A fotografia continua sendo um foco de resistência diante de tantas ameaças à própria espécie humana Guerras, como a do Vietnã, foram abreviadas graças às denúncias visuais, como as imagens de crianças queimadas vivas pelo exército americano, que chocaram o mundo.

Junto a leitura, parti para a prática, afinal o que se faz hoje diferente do que vemos na internet? Recebi um convite para participar pela 3ª vez de uma Feira de Fotografia

Analógica FAASP na qual o tema foi – Por Que Analógica? O evento que já se tornou uma tradição no meio fotográfico, em São Paulo é uma referência para quem busca muito além do convencional na maneira de se ver o mundo Sei que não é a primeira vez que comento sobre esse evento na nossa querida Revista INFOTO, mas assim como o livro, os encontros analógicos se modificam a cada edição, as tribos tão variadas que se interessam pelo filme fotográfico me confirmam um renascimento dinâmico da velha maneira de se fotografar. Muito mais que fazer fotos com filme os participantes, em sua grande maioria, são muitos jovens que não tem o menor medo de experimentar todas as possibilidades Sedentos por conhecimento, lotaram o auditório todos os dias, equipados com câmeras sem o menor recurso comparado com as atuais cheias de filtros digitais ou coisas do gênero que eliminam qualquer tentativa de personalidade da imagem Eles seguem a regra de o que saiu está valendo. Mesmo que os mais velhos não gostem do produto final

O resultado desse encontro foi uma camaradagem que jamais havia visto igual no meio fotográfico, talvez porque muito além de imagens essas pessoas representem o que podemos chamar de resistência a banalização que a foto vive hoje, e por isso formam uma confraria bastante coesa que não tem o menor problema em compartilhar os acertos e as derrotas para se capturar imagens

Voltando do evento numa conversa bem particular, eu e a fotografia percebemos que vale muito ainda apostar nesse casamento que apesar das ameaças ainda não encontrei nada que me causam borboletas no estômago, como dizem os gringos, como a fotografia Mesmo com as transformações radicais que o progresso sempre apresenta, certamente vão continuar a existir grupos ou nichos que irão produzir imagens relevantes, e sobretudo, reais do que é de verdade o mundo que nos cerca, longe das realidades virtuais que um dia vai se revelar extremamente perigosa

Assim renovei meus votos com a minha companheira Acredito que de maneira definitiva até a próxima crise, claro, ela sempre vem, mas sei que não vamos nos abandonar, afinal manchar os dedos com revelador e a experiencia de ver a imagem aparecendo devagarinho no papel fotográfico diante de nossos olhos iluminados pela luz vermelha do laboratório, sempre faz essa paixão se revelar

Fotógrafo Luiz Ferreira Falso Silêncio

A princípio pense que o silêncio que parece envolver uma fotografia é falso, já que palavras flutuam e gritam em torno de toda imagem, não podendo ser ignoradas nem mesmo pelos surdos. Mas se preferir, fuja, como fogem tantos por aí. Se preferir, ignore até os mortos que tiveram a prudência de partir antes de tudo isso acontecer, e, muitas vezes, se confundem com o silêncio apesar de suas ausências quase sempre parecerem imagens tão eloquentes Tateie pela escuridão que precede e sucede todo abrir do diafragma, porque a luz, apesar de dar sentido a tudo, só dura frações de segundo Não procure entender antes de sentir o que nos cerca e faz sofrer, ou não. Porque sempre haverá um “ou não” para contrabalançar o silêncio e a escuridão, metafóricos “ou não” A fotografia contraria tanto o silêncio, quanto a escuridão, expondo presenças que, até este momento, imaginavam-se ausentes, mas que subitamente se revelaram no correr dos olhos pela imagem gravada e exposta.

E no meio de tudo isso, também penso que fotografia seja memória e referência. Memória porque faz parte do conjunto de ações executadas no momento histórico, e referência quando nos leva ao encontro daquele tempo cuja história é narrada pela fotografia

Sei, e isso aprendi vendo as fotografias que se revelavam diante dos meus olhos, que a fotografia não é muda, e por isso contraria o silêncio. Mesmo o silêncio que, por si, seja mais significativo que muitas vozes que ressoam efêmeras nos espaços comuns e nos privados. Por isso que tudo me levava a ter a certeza de que não haveria espaço para o silêncio em uma fotografia Mas aprendendo mais e mais, desconfiei que talvez sim, pode haver diálogo entre o que é dito e o silêncio, até porque percebi que ainda há outro aspecto que precisava considerar. Para mim, fotografia não é criação, é seleção. O fotógrafo é um selecionador, o criador é o observador da fotografia, ainda que este seja também o fotógrafo que, antes de criar, seleciona e compõe, e aí sim, cria sentido para o silêncio, falso ou não Porque só muito depois, descobri que o silêncio, assim como a escuridão, também nos falam e cabem numa fotografia.

Trilhando o Caminho das Estrelas

FotógrafaDalvaCouto

Dando continuidade à matéria publicada na Revista INFOTO Nº 20, após a Classificação de 5 Estrelas, as aceitações em cada Divisão podem ser aplicadas às Classificações

GALAXY e DIAMOND - 10 níveis cada uma. Rumo à conquista das DISTINÇÕES da PSA.

A PSA possui três tipos de Distinções:

1 – DISTINÇÕES DE HONRA, APSA, FPSA;

2 – DISTINÇÕES ROPA – QPSA, PPSA, EPSA, MPSA, MPSA2, GMPSA;

3 - DISTINÇÕES DE PORTFÓLIO – BPSA, SPSA, GPSA.

As DISTINÇÕES ROPA (Recognition of Photographic Achievement), que são o foco nesta matéria,são concedidas aos membros que alcançaram as Classificações por Estrelas, devidamente comprovadas por meio de Certificados Existem seis níveis de Distinção ROPA: Qualified (QPSA), Proficiency (PPSA), Excellence (EPSA), Master (MPSA), Master 2 (MPSA2) e Grand Master (GMPSA), que possui cinco subníveis.

Número de aceitações exigidas para cada Distinção ROPA:

QPSA - 54 aceitações

PPSA - 288 aceitações

EPSA – 700 aceitações

MPSA - 1500 aceitações

MPSA 2 - 2250 aceitações

GMPSA - 3000 aceitações

GMPSA/B – 5000 aceitações

GMPSA/S – 7000 aceitações

GMPSA/G – 9000 aceitações

GMPSA/P – 11000 aceitações

Atualmente possuo a Distinção Proficiency - PPSA, com 288 aceitações Espero conquistar novas Distinções e continuar incentivando mais Fotógrafos a Trilhar o Caminho das Estrelas.

SUGESTÕES DE SALÕES PARA OS PRÓXIMOS MESES:

ZEUS (2025-1896) - (atuo

como Jurada)

India

Encerramento: 10/06/2025

https://zeus.fotosalons.websit e

DPA (2025-1866)

Republic of Ireland

Encerramento: 20/06/2025

http://www.digitalphotoarchive limited com

GOOD SOUL (2025-1873)(atuo como jurada)

Bangladesh

Encerramento: 23/06/2025

https://agilefoto.com/

UPHK THEMES (2025-1760)

Hong Kong

Encerramento: 30/06/2025

Inserir um pouquinho de texto

ZHEJIANG QIANDAO LAKE (2025-1891)

China

Encerramento: 23/07/25

https://zhejiang psachina org/

TAIPEI (2025-1877)

Taiwan

Encerramento: 05/08/2025

https://www.lumenphoto.eu

Chile

LUMEN PHOTO AWARD (2025-1885)

Serbia

Encerramento: 27/07/2025

https://www lumenphoto eu

Light and lines - aceita na Suiça e no
Mirrored City - aceita na Suiça
Pink Flight - aceita na Suiça
Ritual do Boi Caprichoso - aceita na Suiça
Shine shine little star - aceita na Suiça e em Bangladesh
The Boy and the Dog - aceita em Bangladesh
“Eusemprefotografo oquemesurpreende”

FotógrafoFabianoCantarino

Graciela Iturbide nasceu em 1942 na cidade do México e lida com a fotografia desde os 11 anos de idade, quando ganhou uma câmera de presente. Ela se graduou em cinema na Universidade Nacional Autônoma do México, mas foi atraída definitivamente pela fotografia em 1970. Iturbide, inicialmente, trabalhou como assistente de seu professor, o modernista mexicano Manuel Álvarez Bravo. Ainda no início da década de 1970, Iturbide viajou pela América Latina, em especial para Cuba e diversas viagens para o Panamá. Em 1978, foi contratada pelo Arquivo Etnográfico do Instituto Nacional Indígena do México para fotografar a população Seri, um grupo de nômades no deserto de Sonora, no noroeste do país, na fronteira com o Arizona, EUA. Com o antropólogo Luis Barjau, Iturbide permaneceu na comunidade de Punta Chueca, com 500 pessoas, por cerca de dois meses “Eu morava com elas em suas casas, para que as pessoas se acostumassem comigo e com a câmera”. Nessa ocasião, ela fez “Mulher-Anjo, Deserto de Sonora” (fotografia nº 1)

Nela, uma mulher Seri em uma encosta assume uma person flutuar sobre a terra No entanto, o gravador que ela carreg americanos em troca de cestos e esculturas a conecta ao m No ano seguinte, Iturbide recebeu outra encomenda, dest cidade localizada no estado de Oaxaca, sul do México Parte da cultura Zapoteca, o

povo Juchitán é uma comunidade indígena conhecida por elevar mulheres a posições de autoridade. Nos seis anos seguintes, Iturbide passou longos períodos na localidade, compartilhando experiências, participando de cerimônias e se aprofundando na cultura local. Em 1989, ela publicou suas fotografias dessas experiências no livro “Juchitán de las Mujeres” Entre as muitas imagens que surgiram dessa série, está “Mujercita” (Fotografia nº 2), que retrata uma menina carregando um cachorro e que destaca sua expressão, síntese do poderoso papel das mulheres nas comunidades zapotecas.

Fotografia 4

Dessa experiência em Juchitán, há uma outra fotografia icônica: na “Nuestra Señora de Las Iguanas” (Fotografia nº 3), a mulher se amalgama com os répteis, criando um tipo de ser mítico, assim como a Medusa. A fotografia também evoca a imagem religiosa da Virgem de Guadalupe

Fotografia 5

Fotografia 6

As fotografias números 4, 5 e 6 ainda são da série capturada em Juchitán e refletem o protagonismo feminino naquele grupo social.

A fotografia nº 7 reflete a força da mulher que vive em regiões desérticas do México

Impactada pela perda da filha ainda criança e inserida na forma mexicana de tratar a morte, Iturbide produziu imagens poderosas com esta temática (Fotografias números 8, 9 e 10) A cultura mexicana mantém, desde a era pré-colombiana, uma certa reverência em relação à morte, manifestada em celebrações sincréticas como o Dia dos Mortos. O culto é criticado pela Igreja Católica, mas está firmemente entranhado nas tradições populares

Fotografia nº 7
Fotografia nº 8
Fotografia nº 9
Fotografia nº 10

A SORTE É CARECA!

Fotógrafo Davy Alexandrisky

Quis o destino, por motivos alheios a minha vontade, que eu atrasasse a entrega do meu texto para a INFOTO de junho desse 2025, me trazendo diante da telinha branca do meu computador, justo no dia em que por todo canto do planeta se noticia e comenta a morte do excepcional fotógrafo Sebastião Salgado (Já mexi nesse primeiro parágrafo três vezes para achar a melhor maneira de apresentar o Sebastião Salgado Cheguei até a intitulá-lo: “do meu colega Sebastião Salgado”, mas fiquei constrangido Deixo a você a liberdade de adjetivá-lo)

Obviamente, o tema que tinha pensado para essa publicação que você lê agora, sucumbiu diante desse fato extraordinário no mundo da fotografia, que pela sua relevância precisa ficar registrado de alguma maneira na história da INFOTO. Qualquer coisa que eu escreva aqui sobre essa personalidade mundial, vocês estarão fartos de ter lido, ouvido ou visto, “na imprensa escrita, falada e televisionada”, como se dizia antigamente, além da infinidade de postagens sobre esse assunto nas redes sociais

O Sebastião Salgado, como qualquer personalidade pública de muito destaque não foi uma unanimidade O que só lhe empresta mais importância, de acordo com a máxima rodriguiana de que “toda unanimidade é burra”

Mas qualquer pessoa, da nossa área ou do público em geral, que desqualifique tecnicamente o seu trabalho fotográfico, definitivamente, não pode ser levada a sério

As recorrentes restrições feitas a ele são da ordem dos juízos de valores em relação a sua “ética profissional”, até mesmo pelo seu perfeccionismo técnico e o esmero da sua produção editorial, com o melhor que a indústria gráfica pode oferecer para uma publicação de altíssima qualidade (e por isso cara e pouco acessível), para tratar das misérias da humanidade O que só reforça minha opinião de que não se pode levar a sério nenhuma crítica negativa à qualidade de suas fotografias, para mim fantásticas e inspiradoras.

Sem qualquer referência comparativa – meu senso de autocrítica me protege de absurdos dessa natureza – eu mesmo, para contar imageticamente sobre a tragédia dos albinos pretos na África, também busquei tudo o que de melhor a indústria gráfica tinha para me oferecer na edição do meu livro intitulado “Preto Branco” E não me envergonho disso.

Meu sogro, velho marinheiro sueco, viajante dos sete mares, de uma sabedoria vivencial espantosa, me ensinou a não julgar as pessoas. Principalmente às que não conhecemos na intimidade: não sabemos qual a sua comida preferida, seu tipo de música favorita,

Gênesis é uma das obras mais emblemáticas de Sebastião Salgado, resultado de um projeto que durou oito anos. O livro reúne imagens em preto e branco de paisagens intocadas, vidas selvagem e comunidades humanas que vivem em harmonia com a natureza É uma celebração visual da beleza e diversidade do planeta

Nota do Editor.

seus prazeres, seu jeito de se deitar na cama para dormir, sua relação pessoal com seus parentes

Por isso não me permito julgar o mérito das acusações que lhe pesam no currículo pessoal, mas tão somente registrar que ele foi o nosso Pelé, nossa Fernandona, nosso Tom Jobim, nosso Senna, nosso Niemeyer, nossa Nise da Silveira da Fotografia, com F maiúsculo: e ele era Fotógrafo!

Ninguém duvida que haja outros jogadores de futebol incríveis, atrizes maravilhosas, músicos extraordinários, pilotos arrojados, arquitetos fantásticos, médicas especiais, mas... por alguma razão inexplicável, só um é Pelé, só uma é Fernandona, só um é Tom, só um é Senna, só um é Niemeyer, só uma é Nise

Assim é na Fotografia. Temos Evandro Teixeira, Walter Firmo, Miguel Rio Branco, Claudia Andujar mas só um marcou mais de 1000 gols: Sebastião Salgado!

Só um teve a sorte de ter o azar de só conseguir chegar ao evento onde fotografou o atentado do Presidente Regan, numa desconfortável carona dentro de um caminhão baú, cercado por agentes do FBI, o que acabou lhe valendo o melhor ângulo para fazer essa foto icônica, que lhe rendeu um bom dinheiro, dando início a sua carreira de fotógrafo de projetos pessoais

Uma carreira que, de certa forma, reafirmou uma posição de destaque para a fotografia brasileira, que se inaugura com nosso fotógrafo coroado, D. Pedro II e se mantém prestigiada ao longo do tempo no cenário mundial

É claro que a sorte não atrapalha, mas agarrá-la é uma virtude! Porque como decreta a sabedoria popular: “a sorte é careca e passa veloz! Se não a agarramos de frente, não agarramos mais”

E o Sebastião Salgado teve, entre outras, a virtude de saber aproveitar a sua chance, para se tornar um dos maiores fotógrafos de todos os tempos!

37 INFOTO

Coluna Your Self Renato Nabuco Fontes

Gestor de Desenvolvimento e Performance

“Coragem para Começar, Constância para desenvolver e Consistência para Vencer”

Tudo na vida começa na mente através de atitude mental positiva e logo após, com uma atitude comportamental positiva através de um pequeno passo

E esse passo exige coragem! Até porque não sabemos o que vai acontecer, mas é justamente porque não sabemos que precisamos criar coragem É a coragem que nos tira da zona de segurança e nos coloca em movimento, mesmo diante do medo e da incerteza.

Mas coragem sozinha não é suficiente O caminho do crescimento exige constância

Aprender não é um ato único, é um processo. Exige paciência para errar, humildade para recomeçar e disciplina para continuar Cada pequeno esforço diário é um tijolo colocado na construção do nosso futuro

E quando a coragem encontra a constância, nasce a consistência. Ser consistente é manter o foco mesmo quando os resultados demoram É entender que entre o plantar e o colher, existe um processo para seguir em frente quando a motivação falha, confiando que o esforço contínuo trará frutos

A verdadeira transformação não vem dos grandes saltos, mas dos pequenos passos dados todos os dias. Por isso, não subestime o poder de começar, de perseverar e de permanecer firme

Porque quem tem coragem para começar e constância para aprender, encontra dentro de si a força necessária para vencer

E aí, fez sentido?

Vamos pra cima, vamos juntos, por mais e pra mais!

A HISTÓRIA CHOCANTE DE UMA

FOTOGRAFIA ICÔNICA:

Fotógrafo Thiago Campos

A foto reveladora que transformou um considerado “Herói Nacional” em um assassino a sangue frio.

No ano de 1968, auge da guerra do Vietnã, uma imagem que circulou o mundo pôs a prova a verdadeira face daquele conflito.

Naquela ocasião vários ataques de guerrilha aconteciam na Capital Saigon promovidos pelos Vietnamitas do Norte, os chamados Vietcongues, apoiados e financiados pela União Soviética, que somente naquele dia haviam sequestrados e executados dezenas de pessoas, inclusive familiares de militares do Sul

Nguyen Ngoc Loan, chefe da polícia nacional vietnamita, mata Nguyen Van Lém em imagem registrada de surpresa por Eddie Adams Foto: Eddie Adams/AP / World Press Phot

O homem algemado era ninguém menos do que Nguyen Van Lém, líder da “Frente Nacional para libertação do Vietnã” – Associação suspeita dos ataques à Capital. No exato momento em que o General Nguyen Ngoc Loan, chefe da polícia nacional, o reconheceu não pensou duas vezes, sacou sua arma e o executou na frente de todos que ali estavam

O fotógrafo Eddie Adams cobria o conflito para a Associated Press e conseguiu registrar o exato momento daquele triste fato e foi premiado com o prêmio Pulitzer no ano seguinte

Em entrevista para o Jornal New York Times, Adams disse: "Eu ganhei o Pulitzer em 1969 por uma fotografia de um homem atirando no outro Duas pessoas morreram naquela imagem: quem recebeu a bala, e o general Nguyen Van Lém. O general matou o vietcongue; e eu matei o general com a minha câmera. As fotografias são as armas mais poderosas do mundo As pessoas acreditam nelas, mas as fotografias mentem, mesmo sem manipulação. Só existem meias-verdades."

No ano seguinte Adams foi convocado em Nova York para testemunhar em desfavor do General, no tribunal instalado para julgar crimes de guerras cometidos naquele conflito.

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ACONTECENDO Fotógrafo

Antonio Alberto Mello Simão

Sarau Nikity - SFF

Mais um acontecimento mensal emplementado pelo Presidente da Sociedade Fluminense de Fotografia Antonio Machado, que reúne os poetas de Niterói e os Fotógrafos da SFF em noites especiais O sucesso tem sido extraordinário

É nesse ambiente que muitos talentos se revelam, que amizades se fortalecem e que a paixão pela poesia e pela imagem ganha ainda mais força.

Comoção na Arte Fotográfica

Morre o Fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado aos 81 anos, na sexta feira (23/05/2025) em Paris onde residia A informação foi transmitida pelo Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa Lélia Wanick Salgado. Uma perda irreparável para a Arte Fotográfica de um brasileiro sempre preocupado com a condição humana e a natureza

Movimento Fotográfico em Maricá

Com grande alegria, registro aqui minha admiração pela união dos Fotógrafos de Maricá, que formaram um grupo vigoroso e promissor com o nobre objetivo de criar mais um Fotoclube no Estado do Rio de Janeiro É uma honra para mim, ter sido convidado pelo Membro Herminio Lopes a integrar essa iniciativa, idealizada pelo talentoso Fotógrafo Anselmo Mourão Desejo pleno sucesso a esse movimento que fortalece a arte fotográfica e promove a coletividade entre os apaixonados pela imagem. Desejo a todos sempre boas luzes e grandes cliques

Uma gota... só uma gota!

Fotógrafo Hermínio Lopes

Maricá - RJ - BR

O Leitor Escreve

É com muita satisfação que parabenizo todos da equipe INFOTO, pela maravilhosa qualidade dos artigos publicados em suas edições que a cada número fica mais brilhante.

João Carlos Ribeiro Neto Rio de Janeiro – RJ - BR

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