Habitat 27

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arquitetura | arte | design

FGMF ARQUITETOS

A força investigativa por trás da arquitetura contemporânea

habitat

Número 27 | Agosto e setembro de 2025

12 CAPA.

Em entrevista exclusiva, os fundadores do FGMF analisam o cenário atual da arquitetura no Brasil e a veia investigativa que os projeta como referência no ofício

32 A BERTO 04.

Detalhes inéditos da repercussão da primeira edição internacional da mostra, realizada em Paris, e as novidades da plataforma para os próximos anos

38 M ON.

O pensamento e o processo criativo dos artistas das exposições internacionais inéditas realizadas pelo MON, em sintonia com os temas globais

44

D ESIGN DE ILUMINAÇÃO.

Destaque no design brasileiro, Fernando Prado evidencia o papel da iluminação na produção contemporânea

52 J AYME BERNARDO.

Nome consagrado da arquitetura nacional, Jayme Bernardo amplia seu legado com obras na Região Sul e São Paulo, alicerçados na trajetória marcada pelo olhar profundo ao design e à cultura

56 C ASACOR 2025.

Novos desdobramentos evidenciam o impacto histórico-cultural da última edição da mostra

64 V I

TRINE.

Curada por Maurício Pinheiro Lima para o evento exclusivo da Habitat em parceria com o PARC Autódromo, com Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte, a exibição enaltece o diálogo entre arte e design

78 C OLUNA SOBRE MORAR.

O lar de Vagner Mari e Igor Mota

84 C OLUNA É DESIGN.

O engenheiro português Isidro Ribeiro materializa importantes criações de design no Brasil

94 C OLUNA CONEXÃO.

Cobertura social dos eventos de Curitiba

Revista

Estrela 1953, Amilcar de Castro, na Casa Bosque, projeto de FGMF Arquitetos

Foto: Fran Parente

TERRITÓRIOS DE FRICÇÃO

Acrítica que lapida ecos, fervilha vozes e insurge em territórios marca esta edição. Com sua abordagem experimental, os sócios do escritório FGMF praticam uma verve arquitetônica que ultrapassa o rigor técnico. Ao elevarem a faceta questionadora que desafia padrões, expressam o cerne da contemporaneidade. Os desdobramentos inéditos da Aberto 04, em Paris, articulam um novo patamar para a arte brasileira: o reconhecimento ampliado em Débora Mateus, Editora e diretora de conteúdo

Expediente

Publisher: Cíntia Peixoto|cintia@revistahabitat.com.br (41) 99225-7610|Comercial: Regina Rocha|(41) 98848-1950

Comercialização: Saltori Mídia Estratégica|saltori@saltori.com.br (41) 99996-9995|R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA CNPJ 05.552.266/0001-60

Edição e direção de conteúdo: Débora Mateus debora@dmcomunicacao.com

Revisão: Paula Batista – Lide Multimídia

Direção de arte: Igor Dranka|igor@revistahabitat.com.br

um cenário global. Essa convergência reafirma o papel transformador da arte e arquitetura na construção das identidades culturais. No design, Fernando Prado materializa esse espírito ao alçar dimensões simbólicas e sensoriais com criações de iluminação. Nossas páginas convidam a vislumbrar cenários onde a crítica reverbera sua multiplicidade, e, em fricção e ressonância, reaviva o inesperado. Boa Leitura!!

Colunistas: Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É Design), Cesar Franco (Coluna Conexão), Eduardo Pimentel (Coluna Ponto de Vista)

Créditos: Victor Lucena Redes sociais: Trentini Comunicação Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. maxigrafica@maxigrafica.com.br

Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes

GENÊSE EXPERIMENTAL

Posicionados entre os nomes relevantes da arquitetura nacional, os sócios do FGMF relatam a jornada de mais de duas décadas rumo à tão sonhada liberdade projetual

Por Débora Mateus

A fachada translúcida desta residência conecta espaços internos e externos: de dia revela a estrutura; à noite, a luz interna ilumina o entorno | Foto: Fran Parente

“Pensamos juntos para enfrentar o problema com inteligência construtiva. Propor soluções diferentes é uma forma de nos desafiarmos”

Quando Fernando Forte, Rodrigo Marcondes Ferraz e Lourenço Gimenes fundaram o FGMF, em 1999, recém-formados em arquitetura pela FAU-USP, seu desejo soava quase utópico: criar um escritório de envergadura multidisciplinar, atuando em diversas escalas, sem renunciar à experimentação. Vinte e seis anos depois, tornaram o sonho um ativo distintivo, com mais de 600 projetos realizados. Entre eles, marcos premiados como o Edifício Corujas, Casa Grelha e a Japan House São Paulo, em conjunto com Kengo Kuma. Obras em desenvolvimento, como bairros planejados em Santa Catarina, edificações espalhadas pelo país, além de um conjunto na Grécia confirmam a diversidade de

escala e maturidade no campo expandido do ofício. É o processo que alimenta sua autoria compartilhada em residências, empreendimentos imobiliários, comerciais e urbanos, concepções expográficas ou de design. “Nossa luta sempre foi pela liberdade projetual. Quanto mais você constrói com qualidade, mais liberdade tem. Submeter-se às imposições do mercado é sempre mais fácil: condições de contorno existem em qualquer contexto - programa, orçamento, legislação, expectativas. Mas não dá para justificar um projeto ruim com essas limitações. O arquiteto precisa saber se posicionar e propor o melhor possível dentro dessas margens”, contam à Habitat.

Na Casa Subtração, o trio desafiou sua lógica: recortes nas lajes definem o espaço; a estrutura é adaptada posteriormente | Foto: Fran Parente

FDE Escola Várzea Paulista: premiada nacionalmente, possui estrutura modular pré-moldada e brises de concreto para conforto térmico e visual | Foto: Pedro Kok

O trio, que hoje mira a expansão internacional, carrega na bagagem o aprendizado acadêmico sob a batuta de mestres como Antonio Carlos Barossi, Paulo Mendes da Rocha e Marcos Acayaba. A prática levou ao aprimoramento técnico e posicionamento próprio: evitar a repetição de soluções, testar novos conceitos e materiais. Com essa postura, mantêm a verve investigativa, sem se prender a estilos ou a uma assinatura definida.

The Cocoon, casinha para cães criada para a exposição Architecture for Dogs, fez do FGMF o único representante da América Latina. Com estrutura leve e flexível, a peça traz detalhes lúdicos, como cordas de guitarra | Foto: Hiroshi Yoda

Bases giratórias e um percurso fluido marcam a expografia criada para a mostra Japão em Miniaturas, de Tatsuya Tanaka, cujo conceito ressignifica objetos do cotidiano | Foto: Victor Lucena

MARCOS DE VIRADA

Marco criado para a Idea!Zarvos, o edifício horizontal Corujas, se destaca pela estrutura aparente e varandas generosas que repensam o ambiente de trabalho Foto: Rafaela Netto

Os prêmios conquistados precocemente confirmam a postura insurgente do escritório, que resulta na atuação 360°. A metodologia para enfrentar desafios começa pela rejeição a fórmulas prontas. “Trabalhamos com sistemas híbridos e complementares, não nos filiamos apenas ao concreto, aço ou madeira; misturamos todos porque cada sistema tem suas características”. Primeiro projeto a receber reconhecimento, o Edifício Kaze Mooca (2002), na zona leste de São Paulo, destaca-se pela estrutura metálica leve que libera o térreo para estacionamento flexível,

interiores amplos, iluminação natural e brises de gradil de aço - incomuns à época.

Situada em terreno íngreme na Serra da Mantiqueira, a Casa Grelha (2007) marca outro ponto de inflexão. A estrutura modular de madeira, suspensa sobre pilares de concreto e muros de pedra local, estabelece conexões fluidas entre espaços internos e externos, enquanto minimiza o impacto no solo. Embora muitas vezes trabalhosa e nem sempre rentável, a revisão constante dos próprios conceitos, torna sua abordagem crítica e inovadora.

Casa Grelha, outro emblema premiado que se tornou referência arquitetônica | Foto: Rafaela Netto

Padrão global para hotéis Ibis: design industrial com materiais aparentes, móveis modulares e flexíveis

Foto: Fran Parente

A Casa Subtração é um exemplo: priorizou programa e espacialidade, organizando os ambientes antes de definir a estrutura, ainda que isso exigisse esforço extra. Os vazios, presentes em diversas concepções do FGMF, exercem papel fundamental na construção da paisagem. Contribuem diretamente para a transformação da arquitetura.

Além da complexidade construtiva, o controle direto do canteiro ampliou o conhecimento técnico. Desde então, a

fiscalização das obras passou a ser uma prática fundamental. A entrada no segmento imobiliário aconteceu com o emblemático Edifício Corujas, primeiro empreendimento da Idea!Zarvos. Integrante de um movimento que contribuiu para educar o setor, a construção comprovou ser possível unir qualidade e viabilidade econômica. “Mostramos obras reais que deram certo, aumentando a confiança dos investidores”.

RECORTE CRÍTICO

No Valente, outro prédio assinado para Idea!Zaros, volumetria escultórica, com varandas em balanço e caixilhos estruturais reforçam a verticalidade e a qualidade espacial | Foto: Victor Lucena

Ao contrário de outros países, onde os profissionais da arquitetura seguem ocupando espaço na vida pública e cultural, no Brasil, segundo os fundadores do FGMF, a profissão ainda é frequentemente associada à decoração, percepção que não alcança a complexidade do ofício. Entre as décadas de 1950 e 1960, no entanto, o panorama arquitetônico brasileiro viveu um momento de intensa experimentação e compromisso social, marcado

por figuras como Vilanova Artigas, Lelé [João da Gama Filgueiras Lima], e Paulo Mendes da Rocha. Bairros como Higienópolis ainda guardam traços desse período, com obras que estabeleceram relações densas com o espaço urbano e coletivo. Já Moema, apesar de perfil social e estrutura fundiária semelhantes, tornou-se exemplo de uma lógica de produção em série, repetitiva que empobreceu a paisagem construída.

Reconhecida internacionalmente, a Japan House São Paulo integra técnica artesanal e inovação construtiva em projeto cojunto com Kengo Kuma | Foto: Rafaela Netto

Debruçada em terreno de 14 mil m², a Casa Bosque se fragmenta em múltiplos pavilhões que acompanham a topografia, estendendo o diálogo à paisagem e a arte, comh obras de Franz Weissmann e Amilcar de Castro Foto: Fran Parente

No pátio interno, O Impossível (1946), de Maria Martins, ganha relevo sob o espelho d’água | Foto: Fran Parente

Com a ditadura militar iniciada em 1964, muitos mestres se afastaram do mercado, seja por exílio, autoexílio ou resistência a “se vender ao mercado”. Nos anos 1980, a lacuna foi ocupada por profissionais de design de interiores e decoração. “Nossa classe (de arquitetos) perdeu a voz”. Os sócios questionam: até que ponto o vínculo da atual geração com os pais do modernismo reforça a visão

conservadora, marcada por apego e nostalgia a uma época já passada? “O ofício deve refletir seu tempo, os modos de viver, produzir e usar a cidade, e não se limitar a ser apenas estilístico ou anacrônico”. Mas tanto o mercado imobiliário quanto parte dos próprios colegas ainda resistem a romper certos padrões, o que limita a inovação e o avanço crítico na cena contemporânea.

Casa Bontempo: níveis escalonados e passarelas metálicas criam uma continuidade entre espaços internos e jardins | Foto: Fran Parente habitat

ESCALA AMPLIADA

Em desenvolvimento na Grécia, oito núcleos residenciais esculpidos na rocha formarão terraços ajardinados e mirantes inseridos no relevo e vegetação natural | Fotos: Perspectiva ilustrativa

A diversidade de seus perfis encontra eco na atuação profissional. “Temos personalidades diferentes, quase como irmãos. Quando discordamos, a opinião da maioria prevalece”. O repertório cultural, permeado por afinidades com as artes, cruza também paixões pessoais. Fernando Forte é ligado ao universo do cinema e quadrinhos; Rodrigo Ferraz é apaixonado por esportes; e Lourenço Gimenes, entusiasta de línguas e viagens, acaba de retornar de uma temporada na Itália como professor convidado na Università Roma Tre. A experiência acadêmica, aliás, é pontuada

como motor desse pensamento investigativo que tanto defendem. Com uma equipe de 90 colaboradores, apostam na seniorização do time. “Não queremos desenhistas, mas pessoas que questionem, proponham e enxerguem o problema com outros olhos. Não acreditamos no mito do gênio solitário”. O processo criativo, desde a fundação da empresa, segue inalterado: os três juntos em uma sala, iniciam com desenhos à lápis e avançam em pensamento colaborativo.

Nesta fachada, uma cortina de gabiões com pedras locais cria sombra e ventilação nesta residência e, ao receber água por gotejamento, ajuda a refrescar o ambiente interno | Foto: Perspectiva ilustrativa

Entre as obras que admiram estão a Casa Luis Barragán, o Centre Pompidou, de Renzo Piano e Richard Rogers, as Termas de Vals, de Peter Zumthor, o Rolex Learning Center, do SANAA, além da Catedral de Brasília, de Oscar Niemeyer, e a arquitetura do japonês Tadao Ando. Embora não busquem uma assinatura formal, elementos como a integração entre espaços, passarelas, estruturas expostas e tectônica evidente aparecem de maneira orgânica em suas

concepções. Construções como o Projeto Viver destinado a atender a comunidade do Jardim Colombo, a escola de Várzea Paulista, além de bairros planejados como Viva Park e Pedra Branca revelam seu compromisso com o impacto social e urbano. O desejo de projetar permanece aberto: “Queremos fazer de tudo, igrejas, cemitérios, aeroportos. Projetos que dialoguem com uma escala maior que seu próprio lote e transformem o entorno”.

Implantada em U e protegida por morrotes, a Casa Colina se integra ao terreno com cobertura-jardim quase invisível. As escalas do terreno e interiores coexistem com harmonia | Foto: Fran Parente

O IMPACTO DA 4ª EDIÇÃO DA ABERTO EM PARIS

À Habitat, Filipe Assis comenta os desdobramentos da exposição realizada na Maison La Roche de Le Corbusier e antecipa as novas edições

Em sua estreia internacional, a Aberto - plataforma criada para promover arte, arquitetura e design brasileiros - ganhou um novo capítulo. A 4ª edição, realizada na Maison La Roche, projetada por Le Corbusier e Pierre Jeanneret em Paris na década de 1920, atraiu 4 mil visitantes ao longo de um mês, entre maio e junho. O feito é expressivo considerando que a residência,

atual sede da Fondation Le Corbusier e Patrimônio Mundial tombado pela UNESCO, tem acesso restrito a, no máximo, 40 pessoas por hora. “Minhas expectativas já eram altas, mas o resultado conseguiu superá-las. Para a longevidade da plataforma, isso foi fundamental”, avalia o fundador, Filipe Assis.

(Da esq. para dir.): obras de Sérgio Camargo, Mira Schendel, Aluísio Carvão, Lygia Pape, Hélio Oiticica e Lygia Clark Foto: Marc Domage

Mais que sucesso de público e vendas, a mostra despertou interesse de curadores e críticos, além de representantes de espólios de arquitetos europeus, interessados em colaborações futuras. Assinada por Filipe Assis, Claudia Moreira Salles e Kiki Mazzucchelli, a curadoria contou, este ano, com a participação de Lauro Cavalcanti, pesquisador especialista nas relações e influências entre Le Corbusier, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Trabalhos de 40 artistas brasileiros proporcionaram ao público uma imersão profunda e diferenciada no legado do modernismo. Além do retorno institucional, houve um impacto tocante segundo o idealizador. “O que mais me satisfaz é ver visitantes que vieram interessados para conhecer a Maison La Roche saírem entusiasmados com um artista brasileiro que descobriram lá”.

(Esq. para dir.): trabalhos de Cícero Dias, Anna

e

Maria Maiolino, Luisa Matsushita, Mira Schendel (em cavalete)
Sidival Fila | Foto: Thomas Lannes
Esculturas de Liuba Wolf | Foto: Thomas Lannes

DIMENSÃO HISTÓRICO-CULTURAL

O diálogo entre as obras, a arquitetura da Maison La Roche e as trocas intelectuais de Le Corbusier com mestres modernos brasileiros ampliaram a dimensão cultural. A faceta artística do arquiteto franco-suíço foi revelada por pinturas, esculturas e documentos como cartas trocadas com Lúcio Costa. Maquetes históricas do Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, e estudos urbanísticos que ele criou para o Rio e São Paulo,

evidenciaram sua influência na arquitetura moderna do Brasil. A maioria das obras de arte contemporâneas é comissionada, segundo Assis, o que torna o processo criativo mais fluido e alinhado à narrativa da curadoria. “Acompanhamos os artistas comissionados desde o briefing até a entrega final. Na seleção de obras do mercado secundário, buscamos sempre a melhor de cada série e artista, o que torna a exposição ainda mais especial”.

Hotel Holiday 2025, Luiz Zerbini | Foto: Marc Domage

A projeção internacional da plataforma, fundada há 4 anos, é inegável. Durante a estadia em Paris, Filipe Assis reencontrou pinturas como Torso e Fita Azul, de Suzanne Valadon, e da série Deserto-Modelo, de Lucas Arruda, agora exibidas no Centre Pompidou e Musée d’Orsay - já apresentadas em edições anteriores da Aberto. A obra Moca (2020), de Leda Catunda, exibidas na segunda edição, acaba de ser adquirida pelo Museum of Contemporary Art

(MoCA) de São Francisco. Trabalhos de Maria Martins e Djanira da Motta e Silva, presentes na mesma temporada, integraram a 60ª Bienal de Veneza, sob curadoria de Adriano Pedrosa. “Desde as primeiras edições recebemos curadores de diversos países, o que contribui para ampliar a projeção dos artistas. Ajudamos a abrir canais de diálogo entre arte contemporânea, moderna, arquitetura e design”.

Depois 2025, Maria Klabin | Foto: Thomas Lannes

DESCOBERTAS E NOVOS RUMOS

Em primeiro plano, Nature morte au coquetier 1958, Le Corbusier. Ao fundo, obras de Liuba Wolf, Sérgio Camargo, Mira Schendel e Lygia Clark | Foto: Thomas Lannes

Entre as surpresas para os brasileiros que visitaram a exibição parisiense, destaca-se o frade paranaense Sidival Fila, radicado em Roma há mais de 45 anos, que cria sobre tecidos históricos - em sua maioria eclesiásticos, datados entre os séculos IX e XIX. Em 2024, o artista passou a ser representado pela prestigiada Galerie Kamel Mennour. Já para os franceses, surpreenderam nomes como Luísa Matsushita e Liuba Wolf. O público pode revisitar artistas consagrados, como Luiz Zerbini (exibido na Fondation Cartier), Erika Verzutti (que já teve individual no Pompidou) e Marina Perez Simão, (na Mendes Wood, em Paris).

Com o amadurecimento conquistado na França, a 5ª edição, prevista para São Paulo, promete marcar um ponto

de inflexão. “Queremos ampliar o foco, sair um pouco do modernismo e explorar outras arquiteturas, inclusive a pós-moderna. O número cinco parece ideal para essa renovação”. A escolha de Paris como estreia internacional foi estratégica: aproveitou o contexto da temporada Brasil–França 2025. Segundo o idealizador, muitos visitantes, atraídos pela arquitetura da Maison La Roche, saíam encantados pelos artistas, ou vice-versa.

“A decisão de expandir para outros territórios nasce do caráter surpreendente do projeto. Ao abranger outros movimentos arquitetônicos podemos diversificar também o corpo de trabalho artístico, sem descartar a possibilidade de, em algum momento, retornar a residências modernistas”.

EXPOSIÇÕES INÉDITAS SELAM PROTAGONISMO DO MON

Reflexo da amplitude de atuação do museu, o calendário deste ano revigora as interações artísticas em consonância com temas globais

As recentes mostras realizadas pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), Veemente, do mexicano Gabriel de la Mora, Re-Selvagem, da francesa Eva Jospin - ambas com curadoria de Marcello Dantas -, e Teia à Toa, do brasileiro Barrão, curada por Luiza Mello, reafirmam a diversidade do calendário 2025. Além das exposições internacionais, que dividem espaço com as dedicadas à produção latino-americana e à arte

paranaense, o museu, cujo acervo reúne uma coleção expressiva da Ásia e África, distingue-se por iniciativas inclusivas, ações educativas e iniciativas de acessibilidade. Em 2024, mais de 50 mil pessoas participaram de 160 atividades promovidas pela instituição, incluindo o projeto MON Para Todos, reconhecido nacional e internacionalmente pelo atendimento a públicos variados, como autistas, idosos e jovens.

O monumental painel Chambre de Soie com 108 metros de extensão, revela a dimensão panorâmica de Re-Selvagem, primeira individual de Eva Jospin no Brasil, em cartaz no MON | Foto: Benoît Fougeirol/Divulgação

Entre as obras da artista francesa destacam-se criações em múltiplos suportes criadas com materiais como bordado de seda, papelão, madeira e bronze

Foto: Benoît Fougeirol/Divulgação

Quem visita as exposições nem sempre imagina o cuidado minucioso que ocorre nos bastidores. Do convite aos artistas até a concepção do formato, tudo é pensado para uma montagem sob medida. Esse processo, que pode levar anos até o lançamento de cada exibição, resulta de um esforço interno contínuo. “Acreditamos em uma experiência imersiva, construída nos detalhes: desde a

curadoria até a forma como o público é recebido e interage com as obras. Nosso papel é romper barreiras e ampliar as possibilidades de fruição, seja para um especialista em arte ou para uma criança em sua primeira experiência. Não se trata apenas de exibir, mas de acolher e aproximar”, explica Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.

TEMPO E MATÉRIA EM DIÁLOGO

Em Veemente, de Gabriel de La Mora, materiais cotidianos como cascas de ovo, fios de cabelo e solas de sapato ganham significado contemporâneo. Refletem questões globais como a passagem do tempo e a sustentabilidade. Combinando rigor formal e densidade conceitual, as 77 obras produzidas entre 2000 e 2025, atribuem novas interpretações a objetos descartados, numa lógica próxima ao ready-made de Marcel Duchamp.

Por meio da metodologia obsessiva que transforma em ativo a partir de sua dislexia, o artista formado em

arquitetura, inicia um processo de coleta e reconstrução dos materiais que fundamentam suas criações. “Ele é um cronista meticuloso, quase um inspetor forense, que transforma fragmentos da vida cotidiana em um diálogo entre rigor formal e conceitualismo profundo”, define o curador Marcello Dantas. Para estimular a criatividade do público e proporcionar uma experiência tátil, o museu instalou, no centro da sala expositiva, uma mesa sensorial composta pelos mesmos materiais utilizados por de la Mora.

599 II Ca.Cy 2025, Gabriel de la Mora | Foto: Divugação

Detalhe de 11 717 (2025), de Gabriel de la Mora: o título da obra corresponde ao número de fragmentos de vidro côncavos e convexos utilizados | Foto: Antônio More

Já em Re-selvagem, primeira individual de Eva Jospin no Brasil, no mítico Olho do MON, grutas, florestas e jardins carregam a simbologia do nascimento da vida. As obras, feitas com papelão, bordado de seda, bronze e madeira, dissolvem fronteiras entre natureza e artifício. Criam paisagens onde ruína e construção coexistem. Jospin diz ser inspirada pelos jardins de folie - pavilhões ornamentais e lúdicos do século XVIII -, e pelas arquiteturas efêmeras criadas para as festas renascentistas italianas. Constrói espaços entre o real e o imaginado.

“Grutas e florestas são territórios simbólicos ligados aos mitos e à origem da existência. Tento imaginar um equilíbrio utópico onde estejamos com, e não contra, a natureza. É a terceira vez que vejo essa obra por inteiro. Antes, apresentei versões diferentes no Museu Rodin e na Orangerie de Versailles. Ver esse trabalho no MON trouxe a intimidade e a experiência panorâmica que eu desejava, diferente das outras ocasiões”.

A LUZ QUE GUIA O DESIGN

Referência nacional, o designer Fernando Prado reflete sobre a iluminação como força essencial na cena contemporânea

Costumo dizer que a iluminação é que me escolheu. Ao longo da minha trajetória como designer entendi como se projeta, o que se espera, sobre efeito, como iluminar arquiteturas e promover o bem-estar através da luz”, conta Fernando Prado à Habitat. Na direção de criação da Lumini desde 2003 e coordenação do departamento de produtos da Depot há quase vinte anos, consolidou sua carreira sob a égide do comprometimento com a qualidade. À vivência

“ Luna, primeira luminária assinada pelo designer, recebeu o Red Dot Award: Best of the Best, um dos mais prestigiados prêmios do mundo | Foto: Nelson Kon/Cortesia Lumini

Bauhaus: ideal para a leitura, possui difusor orientável que permite variados efeitos de iluminação

Foto: Blackhaus/Cortesia Lumini

no chão de fábrica, credita não apenas o aprendizado técnico, mas a realização da prática. “Tenho mais prazer no desenvolvimento do produto do que no resultado final. É isso que me move”. Sua trajetória criativa é colaborativa, guiada pela escuta ativa, busca da simplicidade funcional e design intuitivo. Longe dos egos que podem destoar os objetivos do ofício, valoriza a troca constante de ideias e a resolução de desafios, sempre com o foco em aprimorar a experiência do usuário.

Entre as criações mais emblemáticas estão as luminárias Bossa e Luna, premiadas respectivamente pelo iF Design Award Gold e pelo Red Dot Best of the Best, duas das mais prestigiadas premiações de design no mundo. Enquanto a Bossa é um dos maiores sucessos de venda da Lumini no Brasil, em linha há 20 anos, a Luna, sua primeira criação - mais conceitual -, tem mais destaque no exterior. “O design não é apenas sobre o traço ou o desenho, mas sobre saber ouvir. Desenhamos sempre para os outros: que usam, vendem ou produzem. É um exercício coletivo para resolver problemas; melhorar a vida das pessoas”.

Foi na faculdade, ao ingressar no curso de Design Industrial da FAAP, nos idos de 1990, que encontrou sua

verdadeira paixão. Em um cenário ainda incipiente para o design na indústria nacional, iniciou sua jornada na Lumini passando por diversas áreas: da criação à execução. Filho de dois arquitetos, cresceu cercado por um vasto repertório cultural. Desde jovem acompanhava os canteiros de obra com o pai, Eurico Prado Lopes, responsável por projetos como o Centro Cultural São Paulo e o Mercado de Pinheiros, parte do rol de figuras centrais da arquitetura moderna brasileira. O senso crítico foi forjado nesse ambiente. Aos 14 anos, quando seu pai faleceu, a ideia de seguir o design surgiu como alternativa à arquitetura. Uma maneira de não carregar as pressões à sombra do legado familiar.

Com fixação não convencional, a luminária Lift dispensa bases tradicionais. A haste de inox se apoia na parede, permitindo o livre movimento da cúpula | Foto: Blackhaus/Cortesia Lumini

EXPRESSÃO PLURAL

A premiada Bossa, sucesso de vendas que permanece em linha há 20 anos, contrasta com texturas e formas no espaço assinado por Kika Tiengo | Foto: Alessandro Gruetzmacher

Além da herança cultural e prática adquiridas desde cedo, o repertório foi lapidado com referências que admira. Entre elas, estão Sérgio Rodrigues e nomes do design nórdico e japonês, guiados pela filosofia do menos é mais. Italianos como Vico Magistretti e Achille Castiglioni, assim como Dieter Rams, que formulou os “10 preceitos do design”, também são influências importantes.

Na iluminação, Prado reforça a importância de reproduzir a luz natural da melhor forma possível. Valoriza ferramentas que permitem múltiplas opções de interação. Para ele, respeitar diferentes modos de viver é essencial: “Gosto de oferecer mais possibilidades para que as pessoas adaptem a luz conforme sua realidade. Cada um vive de um jeito diferente. O usuário deve decidir como usar, e não ter algo imposto, mesmo quando há um uso definido”. Quanto ao destaque do design brasileiro no cenário mundial, aponta para o caráter multifacetado e criatividade em encontrar soluções mesmo diante das limitações de recursos. “Esse frescor o torna único no mercado global”. Embora ainda em desenvolvimento frente às indústrias europeias, o setor já lançou sementes importantes, sobretudo no mobiliário. Em sua visão, essa área funciona como porta de entrada para novos designers, por exigir processos menos complexos em relação à iluminação.

Os pendentes Ufo tornam-se um elemento distintivo pela simplicidade e geometria do traço no ambiente de InTown Arquitetura, em Laranjeiras | Foto: MCA Estúdio

De personalidade discreta, Fernando Prado prefere cultivar a pluralidade a manter uma identidade única como assinatura. “Acho que o que fica é o trabalho, a ideia de uso. Há uma glamourização do design que me incomoda um pouco”. O designer, que já concebeu móveis além das peças de iluminação, ainda deseja criar objetos em menor escala como utilitários e relógios, bem pensados, aliando precisão e funcionalidade.

ARTE EM MOVIMENTO

Radicado no Brasil e dedicado à arte contemporânea, o curador francês Marc Pottier cria pontes entre diferentes territórios culturais e a arte brasileira

Acultura sempre fez parte da minha herança familiar. Tudo começou com meu bisavô, especialista em arqueologia que atuou no Louvre. Meu pai, arquiteto, tinha uma forte ligação com a arte contemporânea, e minha mãe fazia questão de inserir a cultura em nossa infância. Cresci entre afrescos, visitas a museus e igrejas históricas, ao invés de ir à praia. Naquele momento, ainda pequeno, era um pouco pesado, mas com o tempo, me nutriu. Na adolescência, percebi que meu propósito era defender a arte do meu tempo”, conta Marc Pottier, curador

de arte contemporânea francês, radicado no Brasil.

Ao longo de 40 anos construiu sua relação com o país por meio de uma ampla rede de contatos com artistas, colecionadores e agentes culturais, incluindo Adolpho Leirner e Gilberto Chateaubriand. A relação com Tunga foi além da parceria profissional em exposições emblemáticas do artista: tornou-se amizade profunda, levando-o a ser seu padrinho de casamento. O francês, de alma brasileira, encontrou diversos caminhos que o fizeram se apaixonar pelo universo artístico.

Instalação Jardim Frágil 2019, Carlos Garaicoa na Usina de Arte, Pernambuco | Foto: Andréa Rêgo Barros/Divulgação

Embora formado em direito e economia, a trajetória o guiou a uma atuação robusta em curadoria, mediação cultural e articulação internacional, com projetos relevantes em Nova York e Paris. Em solo nacional, acumula atribuições como coordenador internacional do Museu Pompidou, que será inaugurado em Foz do Iguaçu, e assina exposições e projetos realizados pelo Museu Oscar Niemeyer. Lidera o acervo da Usina de Arte, em Pernambuco, na Cidade Matarazzo, onde criou a galeria do hotel Rosewood São Paulo e organiza mostras nos jardins e na White Box.

INTERCÂMBIO

Os primeiros passos na casa de leilões Artcurial, em Paris, ao lado de Francis Briest, aprofundaram sua percepção sobre as complexidades econômicas do setor. Ao perceber que o mercado de leilões priorizava a negociação comercial em detrimento da promoção cultural, missão que hoje carrega como estandarte, buscou formas mais autênticas de engajamento. Na década de 1990, organizou a exposição Art From Brazil, realizada no Soho, Nova Iorque, com performances de Tunga e Lygia Pape que ampliaram a visibilidade da arte brasileira na cena mundial. O cargo de adido cultural da França no Rio de Janeiro, exercido entre 1998 e 2002, consolidou sua permanência no país. “Caseime com o Brasil muito antes de me casar de verdade. A produção brasileira é uma das mais ricas, generosas e diversas do mundo, e merece diálogo com o que há de mais relevante internacionalmente”.

Diversos contextos marcaram sua trajetória, incluindo a curadoria da coleção da família real de Abu Dhabi e a colaboração com a Fundação SAM Art, de Sandra Hegedüs Mulliez. A pesquisa que resultou no livro Made By... Feito por Brasileiros, a convite de Alexandre Allard, envolveu o mapeamento da produção contemporânea em diversas cidades brasileiras. Desde então, Marc Pottier atua em importantes coleções privadas como a recente A.

AMBIVALENTE

Galeria, no Passeio Primavera, em Florianópolis. Além de iniciativas com os governos estaduais do Paraná e de Santa Catarina, que reforçam o compromisso com a expansão em múltiplos territórios nacionais. Mesmo com tantas realizações, ainda guarda um desejo: “Meu grande sonho é organizar um bairro só de fontes e artistas, para celebrar a magia da água; uma espécie de vila que una arte, natureza e convivência cultural”.

Cortina do Sonho, obra criada por Joana Vasconcelos para a exposição Extravagâncias, realizada pelo MON Foto: Marcello Kawase/Divulgação

Marc Pottier no estúdio de Tunga | Foto: Cortesia Marc Pottier

ÍMPETO URBANO

Com rigor técnico e visão cosmopolita, Jayme Bernardo amplia o legado já consagrado

Em um haras próximo a Curitiba, esta casa de 560 m² funde traço contemporâneo e paisagem rural com precisão geométrica sofisticada | Foto: Tuca Reines

Se há uma constante na trajetória de mais de 40 anos de Jayme Bernardo, dedicada à arquitetura e ao design, é a resiliência aliada a uma percepção acentuada para as artes. Sua carreira, respeitada nacionalmente e edificada em sucessivas reinvenções, se confunde com a própria evolução da arquitetura contemporânea brasileira. Com escritórios em Curitiba, Balneário Camboriú e São Paulo, os projetos abrangem residências, hotéis, complexos urbanos, empreendimentos imobiliários e peças de design autoral, incluindo as criadas para sua marca Dieedro. As primeiras influências acadêmicas, guiadas por importantes arquitetos paranaenses como José Maria Gandolfi, Luiz Forte Netto e José Hermeto Sanchotene, foram determinantes para moldar o rigor criativo.

Curitibano de coração, com residência fixada na capital desde os 14 anos, Bernardo nasceu no estado de São Paulo, mas foi criado em Loanda, no interior paranaense. Da vivência precoce veio a maturidade que moldou uma identidade profissional forjada por múltiplas referências. “Sempre me chamou muita atenção a essência das obras de Le Corbusier. Não se trata apenas do projeto, mas de como foi feito, da emoção inserida. Penso na dedicação envolvida em cada detalhe. Infelizmente, muitas concepções hoje carregam uma vertente excessivamente comercial. É fundamental entender quem vai habitar o espaço; a fachada deve ser bem planejada, mas não é o aspecto mais importante. O que realmente importa é quando a concepção transforma a vida das pessoas; o projeto precisa ter alma”, revela à Habitat.

Texturas, arte e design convergem no living deste apartamento em Curitiba, com destaque para a obra de Rodolpho Parigi e o sofá Platô, da Dieedro | Foto: Fran Parente

O buffet 2V da Dieedro contracena com a fotografia adquirida na Lumas Galerie, em Paris Foto: Fran Parente

Tal percepção, somada à responsabilidade de prover os pais ao lado da irmã, ajuda a explicar a veemência de quem trilhou um caminho de importantes feitos. Eclético, o emaranhado de influências entremeia a linguagem modernista de Le Corbusier e Oscar Niemeyer, a organicidade

visionária de Frank Lloyd Wright e o traço arrojado de Zaha Hadid. Inclui ainda as viagens recorrentes que o arquiteto faz à Nova Iorque, Madri e Veneza - onde costuma acompanhar as Bienais de Arquitetura -, além das referências absorvidas no hábito de assistir aos grandes desfiles de moda.

SENSO ARROJADO

O Orquidário Rosita é circundado por espécies preservadas locais em diálogo com o paisagismo de Luiz Orsini e a obra de Franz Weissmann na fachada Foto: Daniel Katz

Ambientes amplos que revisitam o estilo industrial distinguem o conceito | Foto: Daniel Katz

O caráter destemido se intensificou ainda na faculdade, ao conciliar os cursos de Arquitetura e Engenharia com seus primeiros projetos residenciais e uma viagem de estudos a Nova Iorque. Após a formação, as experiências adquiridas em diferentes áreas, como obras comerciais e atuação em

uma construtora de pré-moldados, formaram seu arcabouço prático. A primeira grande virada veio com a inauguração da loja Bernardo & Bruni, pioneira em Curitiba ao apresentar peças de design autoral e objetos de decoração, criada em parceria com a amiga e light designer Regina Bruni.

Com curadoria refinada, reunia raros ícones russos, cerâmicas de Kimi Nii e do Atelier Suenaga & Jardineiro, mobiliários de Carlos Motta e Fulvio Nani, além do acervo da Probjeto - representante exclusiva da Cassina no Brasil - com criações de mestres como Mário Bellini, Vico Magistretti, Afra e Tobia Scarpa. O retorno à arquitetura e ao design de interiores marcou uma nova fase, com o escritório consolidado no Sul e em São Paulo. Ao lado do sócio Glei Tomazi há mais de três décadas, Jayme Bernardo mantém uma clientela fiel, composta por construtoras, incorporadoras e projetos residenciais, comerciais e de condomínios. A longa parceria com a família Canet, na criação da rede de hotéis Deville que inclui o Hotel Marriott

São Paulo Airport, consolidou a expertise na área hoteleira e o vínculo com a rede americana.

Em 2011, o lançamento da Dieedro, marca de mobiliário com assinatura própria tornou-se um novo braço. Paralelamente, mais de 100 projetos seguem em desenvolvimento por todo o país. Sempre atento aos movimentos globais, o arquiteto que acaba de retornar da Bienal de Arquitetura de Veneza aponta para a importância dos novos comportamentos. “É muito coerente essa conexão entre inteligência artificial, sustentabilidade e o ser humano. E o Carlo Ratti conseguiu mostrar de uma maneira mais palpável, soluções para as consequências ambientais”.

O edifício Ená, em desenvolvimento na praia do Estaleirinho, Santa Catarina tem arquitetura e interiores assinados pelo escritório | Foto: Perspectiva ilustrativa

DESTAQUES DA CASACOR 2025

Sediadas em cenários de herança histórica, edições em São Paulo e Paraná exibem ambientes que celebram o morar em diálogo com a natureza

Entremeada por espécies remanescentes da Mata Atlântica ainda presentes no Parque da Água Branca e pelos ecos de seu valor patrimonial e histórico, datado de 1929, a 38ª edição da CASACOR São Paulo renova sua projeção. Com carga simbólica funde convivência, natureza - em 137 mil m² de área verde -, criação coletiva e o morar. Intercala a arquitetura original dos dois edifícios, impregnados de elementos Art Déco, com a contemporaneidade presentes nos 73 ambientes. Assinados por veteranos e novos talentos como Brunete Fraccaroli, Dado Castello Branco Arquitetura, Felipe Carolo Arquitetura, João Armentano, Léo Shetman, Marina Linhares, o escritório paranaense OHMA, Paola Ribeiro, Paula Neder, Studio Roca, Tufi Mousse e Vanessa Martins, reverberam a identidade brasileira.

Não à toa, o evento já colhe resultados que surpreenderam as expectativas, segundo a presidente do conselho curador, Livia Pedreira: “Essa edição foi especialmente marcante. Voltar a ocupar um parque, como

fizemos por tantos anos no Jockey, nos reconectou às nossas origens, mas também abriu novas possibilidades. O Parque da Água Branca nos ofereceu uma atmosfera única - uma rara combinação de natureza exuberante e arquitetura histórica, que dialoga profundamente com o nosso propósito de Semear Sonhos, o tema desta edição. Tivemos um cuidado enorme em respeitar e valorizar esse espaço público, criando uma mostra integrada ao ambiente, sem perder de vista a preservação e o carinho pelo patrimônio. Embora ainda não tenhamos os dados finais, a percepção é de que superamos as expectativas de público”. O paisagismo é outro ponto alto. Traz a pujança de 13 jardins criados pelas estreantes Simone Campos e Helena Elias, além dos veteranos Mauro Contesini, Marko Brajovic e Roberto Riscala, responsável pela composição que abraça a entrada do casarão principal. Sem remover árvores ou mexer nas raízes, os projetos alocaram plantas em vasos temporários, devolvidos após o evento.

Roberto Riscala assina um dos 13 jardins da Casacor São Paulo e transforma a escadaria em um percurso entre arte e paisagismo | Foto: Bia Nauiack

Vanessa Martins (Sala2 Arquitetura), Sala Clareira: refúgio urbano que mescla leveza e calor no décor, com destaque para a escultura Ondulante, de Amalia Giacomini Foto: Denilson Machado/MCA Studio

Participação celebrada que retorna à mostra, João Armentano exalta a relevância desta edição: “Voltar a expor na CASACOR com a Deca foi uma oportunidade de criar um espaço que dialoga com o momento atual da casa. A recepção do público tem sido muito positiva, especialmente pela proposta de uma cozinha que convida a uma experiência coletiva do espaço, com leveza, sofisticação e integração com a natureza. Ao resgatar a história do Parque da Água Branca, o Entre-Copas reconhece e atualiza o sonho de

um futuro mais consciente, olhando para a natureza não apenas como recurso, mas como inspiração e medida das novas formas de viver e se relacionar”. Peças de design raras como o banco Dois Irmãos do Estúdio Campana se misturam a diversos trabalhos artísticos. Outra presença marcante, Dado Castello Branco comemora três décadas de escritório com o Living do Colecionador. Depois de seis anos, ele volta à mostra junto com o filho Guilherme. Hall de entrada, living e copa-bar celebram a cultura nacional.

Armentano Arquitetura, Entre Copas Deca: cozinha que se torna experiência coletiva, com leveza, sofisticação e integração profunda à natureza | Foto: Denilson Machado/MCA Studio
Living do Colecionador, de Dado Castello Branco Arquitetura, integra hall, living e copa-bar, que convidam a bons encontros regados a arte e design | Foto: Fran Parente

MARCOS EM CURITIBA

Araucárias centenárias e outras espécies locais circundam o terreno de 10 mil m², pertencente à construtora Laguna que sedia a CASACOR Paraná. A edição deste ano reúne 33 concepções assinadas por profissionais como Ary Polis e Renan Mutao, Carla Grüdtner, Gabriela Casagrande, Gustavo Scaramella, Karolinna Venturi, Maria Alice Crippa e Gustavo Assis, Talita Nogueira, Roberta Lanza e Thiago Bernardes. Composições que atualizam os modos de habitar e celebrar o convívio coletivo em harmonia com o meio natural. De acordo com Marina Nessi, diretora da CASACOR Paraná, o evento tem caráter cultural, foca na qualidade da experiência, além de estimular conexões e networking entre expositores e público. A escolha do imóvel, segundo ela, priorizou os jardins e uma casa

acolhedora que resgata a vida familiar: “O casarão icônico reflete o crescimento vertical, a transformação do bairro e a valorização de uma das regiões mais nobres de Curitiba”.

A Sala Entre Casulos, de Alessandra Gandolfi, se embasa nos ecossistemas cooperativos sob o conceito da arquitetura biomimética. Elementos orgânicos e materiais naturais como escolha de mármores e granitos do PR Grupo Paraná utilizados na mesa de jantar desenhada pela arquiteta e em outros elementos do décor reforçam esse conceito. Os encontros ao redor da mesa tornam-se ritos de afeto no Estar Gourmet dos sócios Ary Polis Jacobs e Renan Mutao. Formas, texturas e cores ganham os detalhes da composição: do piso em mármore à curadoria de mobiliários e obras de arte da Galeria Zilda Fraletti.

Vista aérea do Espaço Piscinas por Wolf Schlögel | Foto: Eduardo Macarios
Estar Gourmet, Ary Polis e Renan Mutao | Foto: Guilherme Rocha

MEMÓRIAS PRESERVADAS

Thiago Bernardes assina o Espaço Laguna. Como uma pausa contemplativa, a galeria tem estrutura em madeira que flutua sobre as águas, enquadrando as araucárias

Foto: Eduardo Macarios

O terreno onde a mostra está sediada este ano abriga duas residências modernistas, sendo uma delas projetada por Oswaldo Bratke em 1961. “Hoje, elas são reconhecidas como Unidades de Interesse de Preservação (UIPs) justamente para manter viva essa memória do modernismo em Curitiba. Vale lembrar que até por volta de 2003, não havia um mapeamento ou proteção significativa dessas casas. O reconhecimento desse valor arquitetônico começou no início dos anos 2000, com apoio de pesquisas acadêmicas e incentivo do IPPUC”, conta a gerente de desenvolvimento imobiliário da Laguna, Ana Paula Mello. No próximo ano, a área e parte dos arredores

pertencentes à construtora serão transformados em um empreendimento que preservará a memória modernista, por isso o convite ao escritório Bernardes Arquitetura, que assume o papel de resgatar essa identidade. “O escritório trabalha com os princípios fundamentais do modernismo, como respeito ao entorno, escala humana, uso de grandes vãos, estruturas simples e honestidade nos materiaisonde concreto é concreto, pedra é pedra, vidro é vidro, sem imitações. A ideia é justamente resgatar a amplitude original daquele terreno, que já foi uma grande chácara de família”, conclui a gerente.

ENTRE ARTE E DESIGN

Totem 2025, Alex Rocca | Foto: Anderson Angelico

Parte da coleção Herança, a obra enaltece a riqueza cultural das joias crioulas e carrega profundidade religiosa. Ao se debruçar na investigação das raízes afrobrasileiras, o artista revela a potência de uma herança ancestral.

Por Maurício Pinheiro Lima

Conhecimento e sensibilidade afinada para as artes tornam a seleção de Maurício Pinheiro Lima, apresentada no evento realizado pela revista Habitat em parceria com o PARC Autódromo, uma síntese do enlace entre arte e design. A exibição, que contou com a presença de Fernanda Feitosa, diretora da SP–Arte, reuniu

peças modernas e contemporâneas do design brasileiro em diálogo com a obra do artista Alex Rocca. Sob conceitos que evidenciam a dimensão simbólica e escultórica, o mobiliário ultrapassa a função utilitária e adentra o campo da expressão. A seleção incluiu móveis do Antiquário Cristiano Ross, Inove Design, Leandro Garcia, Simmetria e Ton Sur Ton.

Varetas, Leandro Garcia | Foto: Ricardo Perini

Uma das primeiras criações do arquiteto e designer há 10 anos, a peça detém forte carga simbólica. Com varetas de madeira unidas a um núcleo metálico, combina leveza estrutural, presença escultural e precisão formal. Foi destaque na Semana de Design de Milão em 2016.

Mancebo

Mesa Água, Domingos Tótora, Inove Design | Foto: Divulgação

Verdadeira poesia escultórica, a peça premiada nacional e internacionalmente traduz a fluidez da natureza em formas sólidas e leves. Feita com papel reciclado moldado à mão, transforma matéria em contemplação.

Cadeiras Equador, ovo, Inove Design | Foto: Ruy Teixeira

Parte da série que inclui também poltrona, banco e mesa, combinam formas orgânicas e geométricas, com encosto curvo e assento em palha. Como o nome sugere, a fluidez de suas linhas remete à linha do Equador.

Poltrona Stella Alta, Sérgio Rodrigues, Antiquário Cristiano Ross | Foto: Divulgação

Criada em 1956, foi a primeira poltrona produzida pela Taba - fábrica de móveis fundada por Sérgio Rodrigues, que se consagrou como um dos maiores mestres do design brasileiro.

Poltronas B-082, Móveis Cimo, Antiquário Cristiano Ross Foto: Divulgação

Preciosidades do mobiliário moderno brasileiro entre as décadas de 1950 e 1960, apresentam estrutura em caviúna e encosto levemente inclinado, refletindo a primazia da marcenaria nacional da época.

Inspirada nas notas musicais, a peça une cor e forma em uma composição visual. Possui estrutura em madeira de eucalipto e tramas artesanais em corda náutica, com opções de estampas e cores distintas.

Poltrona e Puff Porcini, Rejane Carvalho Leite, Ton Sur Ton | Foto: Divulgação

Inspirados na forma dos cogumelos, combinam volumes orgânicos e conforto acolhedor. Com estrutura robusta e estofamento generoso, dialogam com o imaginário natural.

Cadeira Pentagramma, Francesco Missoni para Tidelli, Ton Sur Ton | Foto: Divulgação

Com desenho livre e proporções amplas, a poltrona explora novas possibilidades formais. Sem seguir regras rígidas, impõe presença e tem vocação para protagonizar qualquer ambiente.

Poltrona Basquete, Mula Preta, Simmetria | Foto: Divulgação

Premiada internacionalmente, funde design orgânico e conforto. Sua forma, inspirada em uma bola de basquete, foi concebida para se adaptar ao corpo e oferecer uma experiência ergonômica envolvente.

Poltrona Caju, Roberta Banqueri, Simmetria | Foto: Divulgação

DESIGN AUTORAL TRANSFORMA RUA DA MÚSICA

EM EXPERIÊNCIA

URBANA COMPLETA

Mobiliário produzido pela indústria paranaense Ricca Mobili destaca o protagonismo do design local no novo polo cultural da cidade

Desenvolvidos sob medida para diversos estabelecimentos ao longo da alameda da Rua da Música, móveis externos e internos exaltam a identidade de cada ambiente gastronômico | Foto: Divulgação

Por Ricca Mobili

Entre dois dos ícones mais emblemáticos de Curitiba, a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski, a Rua da Música surge como novo eixo cultural e gastronômico da cidade. Integrando paisagem, arte, hospitalidade e poesia sonora no Parque das Pedreiras Jaime Lerner, o espaço recém-inaugurado convida à vivência urbana por meio do design.

A indústria paranaense Ricca Mobili assina o mobiliário interno e externo de diversos espaços ao longo da alameda, com peças que unem estética, ergonomia e funcionalidade

em harmonia com a arquitetura local. Assinadas pelo arquiteto André Henning, as peças dos lounges externos reforçam a importância do design autoral e da produção local de alto padrão para a identidade criativa de Curitiba. Bancos, cadeiras e sofás ao longo do percurso foram pensados para espelhar o conceito do espaço como um centro de acolhimento, convivência e experiência sensorial. Além dos renomados restaurantes, estúdio de gravação e espaços dedicados à música, ampliam a diversidade cultural do local.

DESIGN COMO CONEXÃO

Cadeiras para o Ernesto Music Hall dialogam com os painéis do artista paranaense Sérgio Pires

Foto: Morônio Malkovich

Inspirada pelos movimentos globais atuais que transformam espaços públicos em centros de hospitalidade, a Ricca Mobili desenvolveu peças exclusivas para cada a identidade de cada estabelecimento. O resultado é um percurso urbano onde arquitetura, design, gastronomia e natureza se entrelaçam para criar uma experiência imersiva integrada.

Sob o comando do chef Dudu Sperandio, o Ernesto

Music Hall ganhou móveis que traduzem a sofisticação da alta gastronomia. Com traços que combinam o clássico e o contemporâneo, as peças dialogam com o projeto arquitetônico e os paineis artísticos de Sérgio Pires. Poltronas elegantes garantem conforto refinado, enquanto cadeiras em telinha sextavada reinterpretam as tradições curitibanas com frescor e modernidade.

As peças criadas para o Mustang Sally reverberam a atmosfera contemporânea do novo projeto Foto: Divulgação

Ícone afetivo da cidade, o Canabenta se reinventa com uma releitura que destaca a brasilidade em peças de madeira tropical e cadeiras em tons de verde. A ambientação da área externa estimula o convívio e fortalece o caráter coletivo do espaço, convidando a desfrutar a tradicional Carne de Onça em cenário descontraído.

No Rosso, as cadeiras em formato de folha dialogam com o ambiente ao ar livre e prestam tributo ao verde característico da capital paranaense. Leves e confortáveis, valorizam as vistas para o palco musical do restaurante, reconhecido pelos coquetéis autorais. Em fase renovada, o Mustang Sally aposta em atmosfera sensorial e contemporânea. Com mobiliário que vai dos sofás a elementos externos, o ambiente transmite conforto e personalidade, reforçando o vínculo com Curitiba.

Segundo os sócios da Ricca Mobili, Julianne Muggiati e Marcelo Henry Fabri, a inspiração para o conceito da curadoria, criação e produção das peças é “tornar cada local uma experiência única, onde o sabor encontra o design e o espaço se transforma em emoção”.

Mobiliário da Ricca Mobili, para o Canabenta destaca a brasilidade | Foto: Gabriel Spinardi
Ricca Mobili BRANDED

BASE NEUTRA CONTEMPORÂNEA E ARTE BRASILEIRA

Conheça a casa do cirurgião plástico Vagner Mari e do advogado Igor Mota

Uma fachada discreta com alma artística: assim é a casa do cirurgião plástico Vagner Mari e do advogado Igor Mota, lar que compartilham com Lowe, cachorrinha da família. O espaço traduz a personalidade e a trajetória do casal, na qual a arte brasileira, acolhimento e descontração se entrelaçam. Natural de Paranavaí, Vagner Mari sempre quis ser cirurgião plástico. Para ele, a profissão vai além do trabalho, é uma forma de transformar, devolver autoestima e criar beleza com técnica e sensibilidade. Apaixonado por moda, arte e de-

sign, fez da cirurgia sua forma mais genuína de expressão. Opera com paixão, música ambiente e envolvimento total. Atualmente divide sua rotina entre duas clínicas, uma em Curitiba e outra em Sinop, no Mato Grosso, mantendo uma agenda intensa. Ligado às origens e muito próximo à mãe, Maria, ele equilibra a rotina com viagens, exercícios físicos e encontros com amigos. Patrono do Museu Oscar Niemeyer, encontrou na arte contemporânea brasileira uma forte identificação, e seu apreço pela estética se reflete no modo de vestir e no modo de morar.

Vagner, Igor e Lowe | Foto: Antônio More
por Paula Campos

Igor é o elo entre sonho e estrutura. Advogado e administrador das clínicas, é ele quem garante a fluidez dos bastidores, da expansão dos negócios à rotina da vida cotidiana. Mais reservado, é também o responsável pelo planejamento da clínica DUO, novo empreendimento do casal voltado à estética. Compartilha com Vagner o gosto pela arte, viagens

e os cuidados com a saúde e o corpo. Juntos há oito anos, Igor e Vagner são opostos que se complementam. Enquanto Vagner imprime movimento, Igor traz equilíbrio e sutileza. É ele quem organiza os eventos, cuida dos detalhes e transforma as ideias em ações concretas, sempre com olhar atento e apurado. Saber receber, para ele, é uma arte.

No Living, a fluidez da obra de Palatnik se equilibra à sobriedade da Poltrona Mole de Sergio Rodrigues

Foto: Nando Fischer

Obras de Ascânio MMM e Washington Oliveira em composição com os Bancos Mocho de Sergio Rodrigues

Foto: Nando Fischer

DE ESCOLA À GALERIA PESSOAL

A sala de jantar une o acolhimento da madeira e do couro existente nas cadeiras Face de Zanini de Zanine. | Foto: Nando Fischer

O endereço atual do casal guarda uma história inusitada. Por muitos anos, o local abrigou uma escola infantil. A estrutura original foi transformada, dividindo-se entre clínica e residência. Com projeto assinado por Maurício Pinheiro Lima, a casa foi concebida a partir de uma base contemporânea em tons neutros com grandes aberturas entre jardim e sala. No living, espaços amplos e circulação livre foram pensadas para valorizar a coleção de arte

brasileira do casal, composta por nomes como Daniel Senise, José Patrício, Artur Lescher, Mira Schendel, Washington Silvera, Palatnik, Hugo Mendes, Kimi Nii, Jorge Guinle e Ale Mazzarolo, sendo uma fotografia de Mário Cravo Neto, uma das obras de maior destaque. No mobiliário, peças como o banco Marquesa de Oscar Niemeyer, o banco de Jacqueline Terpins e as poltronas Mole de Sergio Rodrigues reforçam o protagonismo do design.

Sobre Morar por Paula Campos

Para Igor, "morar é como uma terapia. Um espaço de segurança, onde posso me desligar, ser eu mesmo e relaxar completamente. Aqui, eu me reencontro". Já Vagner define o lar como um ponto de conexão emocional: "Pra mim, morar é ter vontade de voltar. É o lugar onde eu me desligo

do mundo, me reconecto com quem eu sou". Juntos, encontraram não apenas uma casa, mas um espaço que celebra o morar como estado de espírito genuíno, marcado pela arte de bem receber.

interna e externa em equilíbrio | Foto: Nando Fischer

Área

COLUNA É DESIGN

ISIDRO RIBEIRO:

A ARTE DE TRANSFORMAR IDEIAS EM PEÇAS DE DESIGN

Do cálculo à criação, engenheiro materializa soluções que respondem aos desafios técnicos

Oengenheiro português Isidro Ribeiro poderia muito bem ter seguido uma trajetória previsível, trabalhar com estruturas, números e precisão técnica. Mas foi justamente o fascínio pelo desafio, aquele que começa no esboço livre e termina em um objeto de desejo na sala de alguém, que o trouxe para o Brasil e o transformou em um dos nomes mais atuantes na execução de peças de design autoral. Com formação em engenharia e experiência prévia em automação industrial e centros de usinagem na Europa, Isidro veio ao Brasil num primeiro momento por motivos técnicos para prestar treinamentos a indústrias locais em parceria com a italiana BACCI. Mas o que era para ser uma passagem pontual, acabou sendo um mergulho. “Descobri que o design autoral brasileiro é mais do que linguagem estética, é afetivo, ancestral e visceral. Aqui, o móvel tem alma”.

Isidro viu na pluralidade da área nacional uma energia criativa rara. Ao longo de 30 anos de experiência, colaborou com nomes como Jader Almeida, Guto Indio da Costa, Bruno Faucz, estudiobola, Mula Preta, entre outros que vêm moldando a nova linguagem do mobiliário no país. “Minha função não é corrigir o design, é amplificá-lo. Sou um tradutor entre mundos. O engenheiro, nesse contexto, não é executor, é coautor”. O processo começa cedo, quando a ideia ainda é apenas intuição. Participar desde o início permite contribuir com conhecimento

técnico sobre materiais, estrutura e viabilidade, sem travar a liberdade criativa. “Quando o design é feito a seis mãos, designer, engenharia e indústria, o resultado ganha coerência em todos os níveis”.

Nem sempre a jornada é simples. Isidro relembra desafios que pareceram, à primeira vista, impossíveis. “A Chaise Longue criada por Guto Indio da Costa com a San German foi uma das experiências mais marcantes da minha carreira. Precisava transmitir leveza extrema, como se flutuasse. Tivemos que desenvolver reforços invisíveis, pontos de equilíbrio estratégicos e combinar manufatura digital com acabamento artesanal para alcançar o resultado desejado”. Tendo vivido a produção de mobiliário em dois países de tradição, ele aponta as diferenças como virtudes complementares. “Portugal tem refinamento técnico, precisão e um perfil mais metódico. Já o Brasil tem improviso criativo, força narrativa e uma estética afetiva que encanta. Trabalhar aqui é entender que o coração pesa tanto quanto a régua, e isso é profundamente inspirador”. A evolução do setor de mobiliário nacional, segundo ele, passa por um tripé: materiais sustentáveis, processos híbridos e tecnologias conectivas. “Temos uma biodiversidade rica e talentos manuais incríveis. Unir isso com CNC, impressão 3D e plataformas colaborativas permite alcançar escala sem perder identidade”.

CONSTRUÇÃO DE HISTÓRIAS

Mas ele ressalta que inovação não é só sobre técnica. “Ela se realiza quando respeita o território, valoriza a cultura e entende que cada objeto conta uma história. Meu papel como engenheiro é viabilizar essas histórias”. Para ele, o Brasil tem grandes talentos, mas transformar ideias em peças viáveis, seguras e escaláveis exige tradução entre sonho e estrutura. “Quando o engenheiro entende a intenção poética de um projeto, ele ajuda essa ideia a atravessar os obstáculos da produção sem perder sua alma”. Por isso, acredita que seu trabalho é mais do que técnico, é emocional, estratégico e político. “Cada peça bem resolvida abre espaço para mais investimento no autoral, mais autonomia criativa e mais confiança entre os profissionais”. O conselho para jovens engenheiros e designers que desejam colaborar é aprender a escutar. “O bom colaborador não entra com a resposta pronta, mas com curiosidade e respeito. A inovação mais rica nasce no espaço entre o cálculo e o gesto, entre a técnica e a intenção. E a confiança é o verdadeiro motor disso tudo. Nem todo projeto será revolucionário, mas todos podem ser um aprendizado. O melhor design, muitas vezes, não vem do mais criativo ou do mais técnico, mas da troca sincera entre os dois. Sejam generosos com o processo, é nele que a mágica acontece”.

A cadeira Alva é outra peça executada pelo engenheiro para a indústria

E essa generosidade não é apenas discurso. É algo perceptível em sua prática diária. Isidro realmente vive aquilo que propõe, por isso tantas ideias criativas encontram nele um parceiro capaz de torná-las realidade com sensibilidade e respeito.

Chaise Longue desenhada por Guto Indio da Costa, com desenvolvimento de projeto por Isidro Ribeiro para a San German

SINTA-SE ZEN

Tecnologia e natureza, inovação e essência. No Zen, tudo se equilibra para criar uma experiência de habitar que é, acima de tudo, um convite ao momento presente.

As linhas curvas e fluídas do Edíficio Zen transmitem o contemporâneo e reproduzem as formas da natureza.

Linhas orgânicas, elegância minimalista e profunda conexão com a natureza. Com essas características, o Edifício Zen propõe uma nova relação com o tempo e o espaço. Localizado em frente ao Parque Barigui, em Curitiba, o edifício é um manifesto arquitetônico sobre presença, bem-estar e integração com o entorno.

Em construção pela Construtora Bidese e assinado pelo escritório EMA Arquitetura, o empreendimento foi reconhecido com o A’ Design Award 2024, um dos mais prestigiados prêmios internacionais de design, e representa um novo capítulo na atuação da Bidese, construtora que tem se destacado por aliar sofisticação,

excelência construtiva e visão autoral em cada obra.

O Edifício Zen celebra e respira a arquitetura brasileira. Suas linhas curvas e fluídas transmitem o contemporâneo e reproduzem as formas da natureza, demonstrando conexão com a paisagem urbana. No todo e no detalhe, o projeto busca uma conversa contínua entre a serenidade e a vibração, a natureza e a cidade, em um equilíbrio aconchegante e singular.

Com a exclusividade de apenas 11 residências e ambientes de convívio que foram concebidos como extensões do lar, os espaços convidam à contemplação, ao encontro e à desaceleração.

CASAS E AMBIENTES INTELIGENTES

As áreas comuns são espaços essenciais para a dinâmica e a história de um empreendimento. E para trazer ainda mais exclusividade de um serviço de hotelaria seis estrelas a esses espaços, a Bidese firmou uma parceria estratégica com a Espaço Interativo, empresa especializada em automação e controle inteligente de iluminação, para aplicar soluções inovadoras nos ambientes de convívio do empreendimento, como salão de festas, academia, brinquedoteca e spa.

Com cerca de 15 anos de experiência, a Espaço Interativo integra a tecnologia da Lutron, marca líder no controle de iluminação, aos projetos mais sofisticados de arquitetura e interiores. A colaboração com a Bidese não é novidade: as duas empresas já desenvolveram, soluções em diversos empreendimentos, sempre com foco na personalização, eficiência e sofisticação.

A Lutron, marca global que a Espaço Interativo representa no Paraná e em Santa Catarina, possui soluções e acabamentos sofisticados e inteligentes em keypads para controle de iluminação, motores, ar-condicionado e som ambiente.

No sentido horário, brinquedoteca, gourmet e spa, áreas comuns do Edifício Zen que têm o controle de iluminação da Espaço Interativo.

No Zen, a automação da iluminação vai além da funcionalidade. Ela atua como elemento de design, reforçando atmosferas e transições entre os espaços, reduzindo a necessidade de múltiplos interruptores, favorecendo o conforto e valorizando os acabamentos. Além disso, permite mudanças de layout com facilidade, sem necessidade de grandes intervenções, uma flexibilidade essencial em projetos de alto padrão.

“A iluminação é uma ferramenta de bem-estar. Com a automação, conseguimos criar cenas que acompanham o ritmo do dia, melhoram a experiência de uso dos ambientes e ampliam a conexão emocional com o espaço”, explica Thiago Ferreira, sócio-proprietário da Espaço Interativo.

Com a parceria, o Zen se consolida como um projeto que olha para o futuro sem abrir mão da sensibilidade.

espacointerativo.smarthome www.espacointerativo.com.br

R. Euclides da Cunha, 561. Curitiba/PR R. 3.100, 657. Bal. Camboriú/SC bideseconstrutora www.bidese.com.br

Av. Sete de Setembro, 6679, Batel. Curitiba - PR

PR GRUPO PARANÁ

Assinado por Alessandra Gandolfi, o primeiro ambiente oficial do PR Grupo Paraná na CASACOR Paraná exibiu uma curadoria de mármores e granitos da marca. Destaques para a mesa em Branco Paraná Macchia Vecchia e o granito Imperial. Na foto, a arquiteta com Francine Lopes de Pontes, do PR Grupo Paraná e Marina Nessi.

Foto: Marcelus Modesto

GT BUILDING

Geninho Thomé, Marcello Malucelli Thá, Zemyr Pereira Werner Junior e Arsênio de Almeida Neto durante o lançamento do Casa Jobim, novo empreendimento da GT Building em parceria com o Instituto Tom Jobim, celebrado em grande estilo no Teatro Guaíra.

Foto: Divulgação

LAGUNA

André Marin, Lênin Palhano, Anna Cury e Gabriel Raad no lançamento do ZAHI, novo empreendimento da Laguna com projeto assinado pelo escritório Bernardes Arquitetura. O evento contou com exibição do decorado, apresentação da maquete e aula show com os chefs convidados.

Foto: Divulgação

Coluna Conexão por Cesar Franco

PARC AUTÓDROMO

Pela terceira vez em Curitiba com a Habitat, a diretora da SP-Arte Fernanda Feitosa participou de uma roda de conversa com a editora Débora Mateus realizada em parceria com o PARC Autódromo sobre o preview inédito da feira Rotas. Na foto Camila Jardim, Cintia Peixoto, Regina Rocha, Fernanda Feitosa e Débora Mateus.

Foto: Trentini Comunicação

TON SUR TON

A Ton Sur Ton celebra 40 anos como a única empresa paranaense presente em todas as edições da CASACOR Paraná. Em 2025, forneceu peças para ambientes de Cíntia Ramos, Alessandra Gandolfi e Roberta Lanza, com curadoria de design nacional e internacional. Na imagem, Wilson e Sonia Elias com a arquiteta Roberta Lanza.

BOTTEH

Com assinatura de Caroline Bollmann, a vitrine de inverno da Botteh Handmade Rugs foi concebida em homenagem à tradição têxtil do Nepal. Os tapetes protagonizam um quarto acolhedor, com cores quentes e texturas envolventes. Na foto, a arquiteta com Amir Shahrouzi, proprietário da marca.

Foto: Divulgação

Foto: Marcelus Modesto

THIAGO BERNARDES

Em seu espaço na CASACOR Paraná, a Laguna promoveu um bate-papo com o arquiteto Thiago Bernardes sobre o processo criativo dos empreendimentos da construtora assinados pela Bernardes Arquitetura. Na imagem: Nuno Costa Nunes, Dante Furlan, Débora Mateus, Thiago Bernardes, André Marin e Fausto Sombra.

Foto: Patrícia Amancio

EMBRAED

Tatiana e Rodrigo Cequinel receberam convidados em evento petit comité para apresentar o showroom da Embraed em Curitiba e os diferenciais do Gioia, novo empreendimento de alto padrão na capital. A experiência imersiva em 360° revelou cada detalhe do projeto com exclusividade.

MICHELANGELO MÁRMORES DO BRASIL

Regina Bruni, Cintia Peixoto e Priscila Fleischfresser em evento sobre arquitetura regenerativa com David Del Valle, Paula Morais e Ana Penso, na sede da Michelangelo Mármores do Brasil.

Foto: Cristina Fontoura

Coluna Conexão por Cesar Franco

ZILDA FRALETTI

A galerista Zilda Fraletti e a arquiteta Viviane Tabalipa marcaram presença na visita guiada à exposição ReSelvagem, de Eva Jospin, no Museu Oscar Niemeyer.

Foto: Divulgação

WTC

Caroline Pinho, Eudis Furtado, Thiago Olinda, Sandro Vieira e Daniella Abreu participaram da edição de julho do Fórum de Competitividade do WTC Curitiba, que teve como tema Transição energética: Oportunidades de Negócios.

Foto: Divulgação

IOP

Ronaldo Amorim, CEO do Grupo Med4U, presente na celebração dos 30 anos do IOP. Uma noite de homenagens, conexões e reconhecimento à trajetória de excelência, inovação e cuidado humanizado que marca a história da instituição.

Foto: Graba Movie Produções

CASA BONTEMPO

A Bontempo Curitiba levou um grupo seleto de profissionais para uma experiência na Casa Bontempo, em São Paulo. Na imagem: Cintia Peixoto, Carlos Rafael Justulin, Ciro Scheraiber, Claudia Horta, Edison Vello, Elizabeth S. Bianco, Gabriela Casagrande, Giuliano Marchiorato, Helio Dorta, Ivania Valdemarca, Josianne Madalosso Vassão, Luciana Baggio, Renan Mutao, Ary Alberto Jacobs, Priscila Fleischfresser, Talita Nogueira, Tais Andrade Teixeira, Renata Pisani e Zilda Fraletti.

WOLFGANG SCHLÖGEL

O arquiteto Jayme Bernardo visitou o ambiente assinado pelo paisagista Wolfgang Schlögel na CASACOR Paraná 2025. Entre os mais prestigiados da mostra, o espaço externo recebeu elogios de Jayme, que já participou de diversas edições do evento.

MDGP

Em comemoração ao sucesso de vendas da Chácara Kantuá, a MDGP promoveu um brunch em parceria com a Aurora Centennial. Os convidados vivenciaram momentos de contemplação no espaço do empreendimento de alto padrão da incorporadora, que terá interiores assinados por Priscilla Muller. Na imagem, Marlus Doria e Mauricio Melara

Foto: Divulgação

Coluna Conexão por Cesar Franco
Foto: Bruno Kennedy

DAVID TESSLER

David Tessler durante a exposição na Soma Galeria, onde apresentou pela primeira vez, em Curitiba, as coleções FARO e ILHA, que unem precisão formal e madeira de demolição em peças de design minimalista.

Crédito: Thamy Poli

LW DESIGN

Em celebração aos seus 10 anos de escritório em São Paulo, o LW Design Group recebeu convidados no Fasano Itaim. Na imagem: Cristina Wakamatsu, sócia da empresa e Cristina Fontoura.

Foto: Cristina Fontoura

EDUARDO MOURÃO

A arquiteta Ana Letícia Virmond esteve no salão de festas criado por Eduardo Mourão na CASACOR Paraná 2025. O espaço, repleto de novidades, destacou-se como cenário de encontros, celebrações e conexões durante toda a mostra.

Foto: Divulgação

LA VIZ STUDIO

Luiz Augusto, o Luizão, comanda o LA VIZ STUDIO, escritório de arquitetura e engenharia com sede em Ponta Grossa e atuação em Curitiba, São Paulo e Balneário Camboriú. Com mais de 250 projetos, o estúdio foi responsável pela arquitetura do maior aporte da história do Shark Tank Brasil.

Foto: Divulgação

LUIZ VOLPATO

O arquiteto Luiz Volpato apresentou o projeto da nova arena do Santos FC. Mais que um estádio, a proposta prevê uma ampla requalificação urbana, com praça, lojas, serviços, paisagismo, mobiliário e sinalização, além dos “caminhos da Vila”, que integram o bairro ao clube.

Foto: Raul Baretta/Santos FC

TURQUIA

Sempre antenada às tendências do mercado, Vanessa Pissetti Muniz esteve em Odrum, na Turquia, para aprofundar sua pesquisa de repertório. Durante a viagem, aproveitou também os dias de verão no prestigiado hotel Mandarin Oriental.

Foto: Divulgação

Coluna Conexão por Cesar Franco

ARQUITETURA

PRACETA LOLO CORNELSEN

Em homenagem aos 103 anos de nascimento do arquiteto e urbanista Lolo Cornelsen, a cidade de Curitiba inaugurou, no início de julho, a praceta que leva seu nome. Localizado a poucos metros da residência onde o arquiteto viveu, o espaço foi revitalizado como tributo ao legado de um dos grandes nomes da arquitetura brasileira. A obra site-specific concebida por Jejo Cornelsen e o projeto paisagístico assinado por Alcyr Cornelsen, ambos filhos de Lolo, conferem ao local uma dimensão afetiva e poética ainda mais profunda.

Praceta Lolo Cornelsen | Foto: Leonardo Costa

FUTURO QUE ACONTECE AGORA

Curitiba está vivendo algo raro no cenário urbano brasileiro: projeto, movimento e entrega. Do transporte coletivo à habitação, da infraestrutura à cultura, tudo avança ao mesmo tempo. Neste 2025, a cidade marcha com rumo claro e compromisso com o futuro. O Centro da cidade passou por uma transformação visível. Eventos como o “Domingo no Centro” resgataram a vida nas ruas, enquanto melhorias como iluminação LED, novas calçadas e reocupação de imóveis mudaram o clima da região. Um projeto de incentivo fiscal para quem investir em retrofit - inclusive com moradia social - será lançado em breve.

Na infraestrutura, são mais de 150 obras em andamento. Curitiba renovou a frota com 157 ônibus e contratou 138 veículos elétricos, o maior investimento do tipo no país. A mudança é mais do que estética: é estrutural, com impacto direto na matriz energética e nas metas climáticas. Um

novo modelo de concessão do transporte está sendo desenvolvido com o BNDES. No campo social, políticas como vale-creche, tarifa zero para quem procura emprego e um ambulatório ampliado para atendimento a pessoas com TEA já estão em operação. Há também modernização na gestão pública: o robô “Álvaro” responde dúvidas sobre obras, agilizando processos e aproximando o cidadão do serviço público.

Com saldo positivo de empregos e destaque nacional na abertura de empresas, Curitiba voltou a atrair talentos e se tornou referência em inovação. Dois rankings nacionais apontam a cidade como a capital de melhor qualidade de vida do país, o Índice de Progresso Social 2025 e o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal.

O lema que resume esse momento é direto: “Trabalhamos Juntos”. Curitiba mostra que, com pacto e planejamento, é possível fazer o futuro acontecer agora.

Eduardo Pimentel Slaviero, Prefeito de Curitiba

Prefeito Eduardo Pimentel | Foto: Pedro Ribas/SECOM

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