ÉME | Maio

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MARIANA GUERRA

Milou Milou

“ Manter [as] relações implica dedicação e gestão de tempo.”

Design e Edição ÉME - Carolina Sousa Ferreira / c.ferreira@milou.pt


INDEX É importante cuidar das nossas relações, seja com amigos, com marido ou com a nossa família. Com a correria do dia-a-dia, com o aumento de responsabilidades e compromissos, podemos passar meses sem ver as nossas amizades ou as nossas famílias. Manter essas relações implica dedicação e gestão de tempo. Nesta edição da ÉME, especialmente concebida para o Dia da Mãe, deixamos-lhe algumas sugestões de presentes, espaços e formas de encontrar tempo para desfrutar deste dia com a sua Mãe. Para aquelas que se preparam para ser Mães, sugerimos a leitura do separador [For] Business Woman, onde, pelas palavras do Dr. André Porteiro Ferreira lhe damos a conhecer os vários direitos da Mulher grávida no trabalho. Trazemos-lhe ainda o testemunho da Dra. Paula Policarpo, Co-Fundadora da Associação DariAcordar, que partilha connosco as suas preocupações, enquanto Mãe, educando os seus filhos com base na valorização de pequenos gestos diários. Por fim, deixe-se levar pelas propostas que lhe apresentamos no novo separador - OnGoing - onde partilharemos, mensalmente, sugestões de acontecimentos, espectáculos e programas para poder tirar o melhor partido de Lisboa.

Mariana Guerra info@milou.pt

4 BEAUTY

Descubra um conceito exclusivo - uma boutique de beleza localizada no coração de Lisboa.

10 [FOR] BUSINESS WOMAN

Numa das alturas mais especiais da vida de uma Mulher, informe-se sobre os direitos da trabalhadora grávida, através das palavras do Dr. André Ferreira. 3

12 INTERVIEW

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Porque vivemos numa altura em que prima o conceito de partilha e de evitar o desperdício, conheça Paula Policarpo, o rosto por trás de um projecto de voluntariado pioneiro no nosso país.

16 ON THE SPOT

Num mês especialmente dedicado à Mãe sugerimos-lhe dois espaços que lhe vão permitir encontrar as melhores flores da capital.

18 ONGOING

Fique a par dos acontecimentos eleitos pela equipa ÉME para que possa aproveitar os melhores programas de Maio.


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eauty: SKINLIFE by Dennis&Patrick

Skinlife, uma beauty boutique no coração do Chiado, criada por dois holandeses charmosos, que escolheram Lisboa para viver. À conversa com Dennis e Patrick, ficámos a conhecer um pouco mais sobre este espaço que apresenta produtos de autor exclusivos com apreciação de celebridades internacionais.


Como surgiu o conceito da SkinLife? Porque é que decidiram implementar a loja em Portugal? P: A minha mãe é portuguesa e, por isso, conheço Portugal bastante bem. Não existia em Portugal um conceito de marcas de nicho, uma beauty boutique. Deste modo, surgiu a ideia e, juntamente com o Dennis, abrimos este espaço fora do comum. Como é que caracteriza a Mulher que vem à SkinLife comprar os seus produtos? P: A maioria das Mulheres são portuguesas. São clientes fiéis, que voltam sempre. A 1ª vez que entram na loja vêm só para comprar um batom, mas depois acabam por voltar e, aí já usufruem de serviços como sobrancelhas ou maquilhagem. Ou seja, no início são clientes que compram os produtos básicos, mas depois de conhecerem o espaço acabam por adoptar os nossos serviços. Quem foi o responsável pela decoração exímia da SkinLife? P: O Dennis foi o responsável por toda a concepção do espaço. Desde os móveis, ao chão, montra, ou decoração... é tudo pensado por ele.

Como é que fazem a selecção das marcas que existem na loja? P: São mais as marcas que se aproximam de nós do que nós fazermos o trabalho comercial para captar marcas. Mesmo assim, é muito importante existir uma certa exclusividade e critérios para avaliar a entrada de uma marca na SkinLife. Podemos dizer que é crucial serem marcas de nicho, marcas que não se envolvam em publicidade e que não tenham nenhum rosto conhecido associado. Ou seja, marcas pequenas, que não desejem tornar-se gigantes. Damos prioridade a marcas que têm uma qualidade muito elevada, mas que não são muito conhecidas

[...] as pessoas vão procurar, cada vez mais, algo diferente para se poderem distinguir das outras.

Dennis, Patrick quais foram os trabalhos que desempenharam até implementarem a SkinLife? P: Durante 5 anos estive a trabalhar na Chanel como maquilhador. D: Eu trabalhei como Beauty Advisor para a Crème de la Mer e depois tornei-me Shop Manager na Skins Cosmetics.

a nível comercial e não têm, necessariamente, os preços mais elevados. Como é que trabalham enquanto equipa? Que papéis é que cada um desempenha dentro da SkinLife? P: Na nossa loja, eu fico responsável pelos serviços, como cuidar das sobrancelhas, maquilhar, ou desenvolver workshops.

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D: Além disso, devemos ter um atendimento muito personalizado. Patrick, como é que se descreve em duas palavras? P: Profissional e acessível. Sou uma pessoa muito aberta, gosto de brincar com os clientes. Como a loja tem um aspecto elegante, precisamos de ter um ambiente descontraído, em que a cliente se sinta à vontade e que fique com a ideia de que somos muito acessíveis.

Sou também responsável pela área de comunicação. D: Tarefas como a selecção das marcas, a área financeira e a gestão ficam a meu cargo. Patrick, qual a sua marca preferida? P: É difícil escolher, mas como gosto tanto de trabalhar com maquilhagem, diria Ellis Faas. Quais são as características que consideram essenciais para um bom profissional nos dias de hoje, em Portugal? P: O mais importante é saber ouvir. Temos de ouvir o cliente para podermos saber, exactamente, o que pretende e poder corresponder a 100% às suas expectativas.

Costumam viajar? P: Gosto bastante de viajar, mas os últimos dois anos foram passados em Portugal. Antes de abrir o espaço consegui viajar pela Europa inteira, devido à função que exercia na Chanel. Onde foram obter inspiração para a concepção deste espaço? D: Sabíamos que ao mundo da cosmética deveria estar associada a cor branca. Queriamos transmitir a ideia de um espaço clean, fresco e com muita luz. Posso dizer que a nossa inspiração vem da nossa experiência, do nosso toque e do nosso gosto pessoal. Há alguma situação mais especial que já tenha acontecido no espaço? P: Fico muito contente por saber que existem pessoas que vão para fora


de Portugal, mas que voltam de propósito para fazer as sobrancelhas comigo, ou quando tenho uma cliente de Nova Iorque que diz : “este espaço parece algo tirado de uma revista, parece um sonho, uma loja de Nova Iorque ou de Paris”. Isto deixa-me muito orgulhoso. Como diferencia a Mulher Holandesa da Mulher Portuguesa? P: A primeira vez que entra na loja, a Mulher Portuguesa é um bocadinho mais tímida, mas, no final, acaba por ser mais calorosa e fica quase que como nossa amiga. É algo muito pessoal. Na Holanda nunca beijamos as clientes. Aqui em Portugal confiam em nós para nos falar da família e dos filhos. Para não falar que a Mulher Portuguesa é mais fashionable que a Mulher Holandesa.

Patrick, em termos de cuidados de maquilhagem, consegue diferenciá-las? P: Penso que a Mulher Portuguesa pode cuidar-se um pouco mais. Considero que as Portuguesas têm ainda algum medo de utilizar, por exemplo, um batom vermelho. Às vezes, os Homens acabam por se cuidar mais do que as próprias Mulheres. Ainda falta à Mulher Portuguesa a capacidade de conseguir arranjar-se para ela própria e não para as outras pessoas. O que é que diferencia a SkinLife dos restantes espaços? D: O atendimento personalizado, muito pessoal. Por exemplo, na SkinLife a cliente não tem, necessariamente, de se confrontar com kits de produtos pré-seleccionados. Aqui tem a possibilidade de escolher o conjunto 7 /22 de produtos que vai querer oferecer. Estes produtos vão cuidadosamente embrulhados em papel de seda, dentro de uma embalagem SkinLife. Também gostamos bastante de oferecer amostras. Sabemos que é muito mais fácil comprar um produto Chanel, que é uma marca bastante conhecida, do que um produto de uma marca de nicho. A escolha da localização da loja também se pode considerar algo que nos distingue. É muito perto de tudo, mas ao mesmo tempo, a rua não tem muito movimento. Acaba por se tornar um espaço privado, onde temos tempo para atender as nossas clientes da maneira que gostamos. Além de prestarmos serviços de maquilhagem, realizamos também workshops de maquilhagem. Se temos um grupo de amigas que quer fazer um workshop, podemos fazê-lo, ou se uma pessoa quer fazer algo ainda


mais individual, como saber quais as cores mais indicadas para a sua pele, ou a forma mais correcta de aplicar eyeliner, também podemos fazê-lo. A cliente pode ainda trazer os seus próprios produtos e nós determinamos se os mesmos são os mais indicados. Como prevêem o mundo da cosmética daqui a 10 anos? P: Espero que as pessoas se cuidem ainda mais, que gostem mais de si próprias e que não liguem tanto à opinião dos outros. Em termos de produto e de técnica, acho que, no futuro, vamos valorizar e usufruir mais de óleos do que de cremes, porque os óleos têm maior facilidade para hidratar, para dar brilho e para criar um aspecto saudável. D: Considero também que as pessoas vão procurar, cada vez mais, algo diferente para se poderem distinguir das outras. Existirão produtos mais orgânicos e será implementada a ideia

de showroom, em que o cliente poderá experimentar, sentir o produto e texturas e, só mais tarde, encomendar. Dennis, que conselho daria à Mulher profissional, que dispõe de pouco tempo para cuidar de si? D: Ter sempre 3 perfumes. Não acredito num perfume que se use durante anos. Acho que um perfume deve reflectir o estado como acordamos nesse dia. Se estamos no chamado “fresh mood”, se queremos destacar-nos numa reunião importante, ou se estamos um bocadinho mais em baixo, o aroma seleccionado deve reflectir isso mesmo. Quais as vossas ambições? P: Ter uma loja ainda maior com cabeleireiro e esteticista e poder tornar a SkinLife um conceito ainda mais completo. Para mais informações: www.skinlife.pt


´EME de Mãe

As escolhas de Dennis &Patrick

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A 4 de Maio celebra-se o Dia da Mãe. Descubra um conjunto de 9 propostas especiais que /22 Dennis e Patrick, da SkinLife, prepararam para si, para que possa surpreender alguém especial. 1. Jardins d´écrivains, La dame aux Camélias, cologne de nuit, 250ml

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2.ELLIS FAAS, Hot Lips S401 (Ellis Red) 3. Frederic Malle, Lipstick Rose Eau de Parfum 50ml 4. Rodial, Dragon´s Blood Hyaluronic Mask, 50ml

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WORKSHOP

5. Workshop de Maquilhagem (individual) Todos os produtos e serviços podem ser encontrados no espaço SkinLife.


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[For:

USINESS WOMAN

Direitos da Mulher grávida no trabalho. O País foi, recentemente, confrontado com a divulgação de um número historicamente baixo de nascimentos (apenas 89.841 em 2012, menos 7,2% que em 2011). Para contribuir para a inversão desta preocupante tendência, decidi escrever este texto informativo, genérico e que não dispensa uma análise das particularidades de cada caso, sobre os direitos das Mulheres grávidas no contexto laboral.

C Barrus Photography

A gravidez traz consigo novidades e alegrias, mas também receios. Assim, em primeiro lugar, para que a trabalhadora possa beneficiar, plenamente, dos direitos e da protecção decorrentes do seu estado de gravidez, deverá informar, por escrito, o seu empregador, apresentando atestado médico. Para evitar a exposição a riscos para a sua segurança e saúde, a trabalhadora beneficia de especiais condições de segurança e saúde nos locais de trabalho, impondo-se uma avaliação cuidada no caso de actividades suspeitáveis de


maior risco de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho.

médico com indicação do período da llicença.

A trabalhadora grávida tem direito a ser dispensada de prestar trabalho em horário de trabalho organizado de acordo com regime de adaptabilidade, de banco de horas ou de horário concentrado, e, em algumas circunstâncias, de prestar trabalho nocturno, não podendo ser obrigada a prestar trabalho suplementar.

A grávida tem ainda direito a gozar até 30 dias da licença parental inicial antes do parto, devendo para tanto informar o empregador do seu propósito, apresentando, novamente, atestado médico que indique a data previsível do parto, com a antecedência mínima de 10 dias, ou em caso de urgência comprovada pelo médico, logo que possível.

Os direitos da trabalhadora grávida estendem-se ainda aos cuidados de saúde, tendo esta direito a dispensa do trabalho para a realização de consultas pré-natal e de preparação para o parto, pelo tempo e número de vezes que se mostrem necessários. Devendo porém fazê-lo, sempre que possível, fora do horário de trabalho. Existindo risco clínico para a trabalhadora e seu bebé, impeditivo do exercício de funções, duas situações podem ocorrer: ou o empregador lhe proporciona o exercício de actividade compatível com o seu estado e categoria profissional ou, caso tal não aconteça, a trabalhadora tem direito a uma licença pelo período que, por prescrição médica, for considerado necessário para prevenir o risco, sem prejuízo da licença parental inicial. Para tanto, deverá informar o empregador e apresentar atestado médico que indique a duração previsível da licença, com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada pelo médico, logo que possível. Em caso de interrupção de gravidez a trabalhadora tem direito a uma licença de 14 a 30 dias, devendo também apresentar ao empregador, logo que lhe seja possível, atestado

Por último, a trabalhadora grávida beneficia de protecção no despedimento, sendo obrigatória a solicitação de parecer prévio à CITE - Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego. Os direitos que sumariamente enunciámos visam, por um lado, proporcionar à trabalhadora grávida uma gestação saudável e, por outro, procuram responder às necessidades da Mulher moderna, promovendo a conciliação entre a vida profissional e familiar e, desta forma, o aumento da natalidade. Andre´ Porteiro Ferreira

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INTERVIEW: Paula Policarpo Paula Policarpo, Co-Fundadora da Associação DariAcordar e do Movimento Zero Desperdício.

“ Temos de ser a mudança que queremos que se faça.”

Quem é a Paula Policarpo? Sou mãe de dois rapazes, casada e trabalho enquanto jurista. A minha área de especialização é o Ensino Superior Público. Tirei o curso na Universidade Católica, há alguns anos, mas sempre estive envolvida em tarefas ligadas aos Direitos Humanos em Associações Não Governamentais e outras causas. Podemos dizer, então, que é um pouco empreendedora, porque para além da sua profissão de jurista dedica-se a outros projectos? Sim, não sei se empreendedora, se interessada. Mas sim, tenho um grande leque de interesses. Nunca

trabalhei num sítio só, nem num só trabalho ou área, por várias razões. Primeiro, porque considero que devemos ter mais do que uma actividade e, depois, porque não gosto de estar sempre a fazer a mesma coisa. Como é que consegue gerir a sua vida profissional, tão agitada, com a vida pessoal? O tempo é relativo e inventa-se sempre. Acho que conseguimos tempo se, realmente, quisermos, mas também é verdade que nem todas as pessoas têm as facilidades que eu tenho. Apesar de me dedicar a muitas actividades, não tenho


horários de trabalho muito rígidos. Posso gerir o meu dia, sendo que as minhas prioridades são: os meus filhos e a minha família, a minha profissão e as minhas actividades não remuneradas, nas quais ponho todo o profissionalismo, compromisso e responsabilidade. Como é que nos descreve o seu dia-a-dia? Acordo às 07:15/07:30 e saio de casa por volta das 09:00. Não faço ginástica, porque não gosto do conceito de ginásio. No entanto, ando, quase sempre, a pé. Mesmo quando não está bom tempo, faço um dos trajectos para o meu trabalho a pé, o que implica cerca de 40 minutos. Tento cumprir pelo menos 3 a 4 vezes por semana. Como nasceu a Associação DariAcordar? A DariAcordar é uma Associação que foi fundada pelo Comandante António Costa Pereira, por mim, pela Patrícia Vasconcelos, pelo Salvador, pela Isabel Albergaria... Por nove pessoas que não se conheciam bem, mas que tinham uma causa em comum e que acreditavam que era possível fazer. O Comandante António Costa Pereira debatia-se com a problemática: a comida confeccionada em bom estado e excedentária era, de forma contínua, deitada para o lixo pelas empresas de restauração colectiva, restaurantes, hóteis e supermercados. Sempre que perguntava a quem de direito o porquê deste facto, como resposta, ou eram indiferentes, ou diziam que era a legislação que não o permitia. Não contente, levou adiante uma petição e fez com que esta realidade fosse reconhecida e a dita legislação revista.

A Associação surge, assim, com o objectivo de promover políticas que, por um lado, evitem criar desperdício de excedentes e, por outro lado, quando os mesmos existem, recuperá-los, sendo que para tal é preciso alertar e consciencializar para a problemática. Sendo eu jurista, penso que o meu trabalho é bastante relevante. Na verdade, com a ASAE como parceira, a lei foi reinterpretada, tornando possível o que até então era tido como proibido, construindo com esta entidade uma série de procedimentos e regras que garantissem a higiene e segurança dos alimentos confeccionados que queríamos recuperar. Depois de nós vieram outros, o que veio corresponder também ao nosso objectivo. Criámos uma corrente, um movimento de cidadania, que se chama Zero Desperdício. Quando desbloqueámos a lei, quisemos perceber como tudo funcionaria no terreno e criámos um modelo de funcionamento, todo ele dentro do conceito Zero Desperdício, que não implicasse mais estruturas do que aquelas já existentes. Foi relativamente simples. Bastou olhar para o que já existia e pensar como, com sinergias e com articulação com o município, autarquia e redes sociais, poderíamos encontrar forma da comida chegar a quem precisa. O Zero Desperdício é um conceito português, transversal a qualquer actividade. A sua ideia é optimizar os recursos existentes, investir nas soluções e não criar mais burocracia ou entropia no sistema. Sente que toda essa envolvência que tem na Associação a mudou enquanto Mulher, no seu dia-a-dia, nas suas atitudes e na forma de estar?

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Acho que a nossa vida é uma constante mudança. Mas, de facto, esta Associação e o conceito Zero Desperdício, têm-me mudado. Mais do que outras áreas em que já estive envolvida, esta é uma causa tão transversal e tão óbvia, que acaba por ser o “ovo do Colombo”, mas é uma ideia bastante simples. Eu tenho visto o mundo e a minha relação com as coisas materiais de uma outra forma. De certo modo, posso dizer que isso influencia a minha vida. Estar envolvida nesta causa também me ajuda a preparar os meu filhos e a minha família para vivermos um bocadinho mais neste conceito de Zero Desperdício. Anteriormente, já tinha cuidado com certos aspectos em casa, como por exemplo, com a reciclagem, mas agora faço-o com mais regularidade e custa-me quando não o cumpro. Em casa, sempre que nos sobra comida tento guardar e reaproveitar, ou dosear a forma como compro os géneros alimentícios. Para além disso, faço o possível para, quando necessito de algo, comprar apenas marcas portuguesas. Ando sempre com um saco na carteira para colocar as compras. Portanto, tenho uma série de comportamentos que já tinha, mas que agora estão ainda mais vinculados. Este movimento existe apenas a nível nacional? Este movimento está, neste momento, a preparar a sua expansão para o Norte do país e também já está prevista a expansão para a região Centro e, depois, a todo o território nacional. Estamos também a actuar em várias frentes, nomeadamente, numa frente Internacional com a FAO e com a Comissão Europeia. É possível que o ano 2015 seja o ano

do Desperdício Alimentar Europeu. Estamos a trabalhar junto da Comissão Europeia nesse sentido. A Associação conta com quantos voluntários neste momento? A Associação conta com 5 pessoas voluntárias permanentes. Somos facilitadores e embaixadores desta ideia. Monitorizamos e reportamos tudo o que se passa na cadeia operacional, através das ferramentas e instrumentos que criámos com o apoio do Instituto de Empreendedorismo Social. Como é que os responsáveis por empresas podem ajudar? Podem aderir ao Movimento e serem uma entidade Zero Desperdício, doando as sobras diárias dos seus refeitórios e vending machines, como a REN, o IKEA, a REPSOL, a CGD, entre outras. Mas, mais do que ajudar-nos, podem pensar nas suas atitudes diárias e ter comportamentos que visem evitar o desperdício alimentar em qualquer área. Queremos ver o mundo transformado e diferente e quando digo “o mundo” pode ser o nosso bairro, o nosso prédio, a nossa rua ou a nossa casa. Temos de ser a mudança que queremos que se faça. Devemos fazer aquilo que dizemos e agir, não só pensar. Alguma vez a Associação se deslocou às ruas de Lisboa para ver o choque cultural? Não é preciso deslocarmo-nos às ruas. Conheço os grupos vulneráveis da sociedade, porque estive ligada a IPSS e ONg’s que também actuavam no terreno. Mas não nos devemos ficar pelo que se vê nas ruas. Queremos ajudar os chamados “novos pobres”, pessoas de classe média que têm muita dificuldade em dirigir-se a uma instituição para pedir comida, porque


nunca foi essa a sua realidade. O que sabemos é que muitas das instituições que canalizam as nossas sobras, utilizam esta comida, não tanto para as pessoas sem-abrigo, porque essas já têm uma rede de apoio e estão muito monitorizadas e acompanhadas, mas para as famílias que viviam em condições aceitáveis e que, agora, passam fome. Portugal está preparado e está a trabalhar, a nível geral, para melhorar esta situação? Temo que esta crise ainda demorará mais algum tempo a ser ultrapassada. Penso que ainda mais famílias irão entrar em processo de empobrecimento. Portugal tem uma vantagem - um tecido social que funciona, mas que também precisa de apoio porque nunca se está preparado para o pior. O número de pessoas que passa fome no nosso país tem vindo sempre a aumentar. Todos temos de pensar nesta realidade e dar soluções. A proximidade, os actos de boa vizinhança, os conceitos de partilha e de evitar o desperdício são muito importantes e, nesta altura, imperam. Enquanto Mulher inspiradora, que conselhos pode dar às Mulheres profissionais que trabalham por conta de outrem, mas que querem ter os seus projectos fora desse tempo laboral? As Mulheres podem ter muitas responsabilidades familiares e profissionais, mas não é por isso que não podem encontrar uma causa e trabalhar nela. A primeira coisa que eu aconselho a fazer é olhar para nós próprias, para o que existe e perceber em que área é que se gostava de actuar e ajudar, que área é que nos interessa, de que forma é que podemos ajudar e de quanto tempo

dispomos. Uma hora por semana pode fazer toda a diferença. Se têm vontade e querem agir, não fiquem sentadas no sofá. A Paula faz parte de outras Associações? Estive, durante muitos anos, ligada à Associação Abraço e também estive envolvida noutras Organizações mais ligadas aos Direitos Humanos e, desde 2011, à DariAcordar que lançou o Movimento Zero Desperdício. Todo este caminho fez de mim a Mulher que sou hoje e aprendi imenso. Sou do signo Aquário e dizem que os Aquarianos são pessoas que se envolvem muito com a realidade do mundo e, de facto, isso é verdade. As causas Universais, sinto-as como minhas também. A compaixão pelo outro é algo inato, vejo no outro um igual e gostava que todos tivéssemos oportunidades iguais.

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THE spot

Flower Power by Carlos Filipe Para arranjos de flores contemporâneos, visite este espaço entre o Chiado e o Bairro Alto, onde poderá desfrutar de um lugar inovador, em que a presença das flores cria um ambiente fresco e de boa disposição.
Assim, enquanto desfruta das iguarias apresentadas na carta, pode encomendar o seu arranjo e aguardar de forma confortável. Marcado pela simpatia da equipa, pelo ambiente, pela boa comida e, sem dúvida, pela beleza das flores, Flower Power by Carlos Filipe é um lugar a conhecer.

C Blog Influência

Calçada do Combro, 2 - 4 - 6 1200-114 Lisboa

Para alegrar os corações das Mães, uma única flor de magnólia ou um pequeno grupo de gardénias perfumadas consegue transformar-se no mais rico dos tesouros. Neste mês, que lhe é dedicado, sugerimos dois espaços exímios na Arte Floral. Porque, afinal, este é um dia para agradecermos com algo especial.


C Blog Influência

C Blog Influência

Florista Pequeno Jardim Se procura um conceito mais tradicional, mas onde o leque de opções é bastante vasto, passe pela Florista Pequeno Jardim. Aqui poderá encontrar flores naturais, plantas em vaso, ou flores de corte, que se destacam pela qualidade distinta. É um espaço onde também poderá encontrar as flores ideias para este dia. Rua Garrett, 61 1200-203 Lisboa


On Going

Aproveite o melhor da nossa capital. Fique a par do que a cidade lhe reserva para o mês de Maio.

C Pedro Rosinha

Juntando-se às comemorações do passado Dia da Mulher, a CATÓLICA-LISBON promoveu a conferência “Mulheres nos cargos de topo: Uma Alavanca para o Negócio”, onde foram debatidas questões como o papel das Mulheres no mundo empresarial e as dificuldades e oportunidades existentes no seu acesso a lugares de topo nas organizações. Esta conferência serviu, também, como plataforma de informação sobre o programa “Women In Business”, programa

que iniciar-se-á no dia 09 de Maio de 2014 e que irá ocupar um lugar de destaque na rubrica OnGoing. A mesa redonda, moderada por Carla Rocha [RFM], contou com um painel de oradores composto por Sra. Prof.ª Maria da Glória Garcia, [Exª. Srª. Reitora da UCP], Dra. Isabel Viegas [Santader e Coordenadora do Programa Women in Busines.], Dra. Catarina Ceitil [GALP], Dra. Fátima Ferreira [Roche], Dr. Miguel Guerreiro [Siemens], Dra. Sandra Ribeiro [CITE] e Dra. Tzipora Rimon [Emabaixadora de Israel.


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Aldeia de Pessoa…

03 Maio Crianças dos 6 aos 11 anos
 Início: 10h30 (Lg. Camões)
 Fim: 12h00 (Terreiro do Paço)
 6,5€ (cada 3 participantes)
 2,5€ (cada participante extra)

C AgendaLX

http://www.agendalx.pt/evento/programa-familias-servicoeducativo#.UzWn-igz0so

A actividade consiste num percurso pedestre, que pretende dar a conhecer às crianças alguns locais de Lisboa relacionados com a história de Fernando Pessoa.

09 Maio

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De 09/05/2014 a 10/07/2014 Duração: 30,5 horas Local: Lisboa - CATÓLICA-LISBON

C CATÓLICA-LISBON

http://www.clsbe.lisboa.ucp.pt/resources/documents/ FEXECUTIVOS/WOMEN/WOMEN.pdf

Este programa vai ao encontro da necessidade de despertar as competências menos desenvolvidas das Mulheres Executivas. Um impulsionador do desenvolvimento directivo das Mulheres com talento.

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Agradecimentos André Porteiro Ferreira andreporteiroferreira@gmail.com Dennis e Patrick http://www.skinlife.pt Flower Power by Carlos Filipe http://www.flowerpower.com.pt mail@flowerpower.com.pt http://pt-pt.connect.facebook.com/pages/ Flower-Power-by-Carlos-Filipe Paula Policarpo http://www.dariacordar.org http://www.zerodesperdicio.pt Pequeno Jardim http://pequenojardim.pt/pt “ Como não poderia deixar de ser, dedico o meu mais sincero e profundo agradecimento à minha melhor Amiga, minha inspiração, minha Mãe.” Mariana Guerra

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Directora: Mariana Guerra Periodicidade: Mensal Proprietário: MILOUMILOU, LDA Sede: Rua Cabral Antunes, Lote 6, 6º Esqº, Urbanização Vale das Flores, 3030 390 COIMBRA Isenta de registo na Entidade Regulador da Comunicação Social nos termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 12.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2009, de 27.01


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