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João Lourenço visita Espanha para dar “novo impulso” à cooperação bilateral
LLUSOFONIA
As relações de cooperação entre Angola e Espanha são o principal assunto do encontro que o Presidente da República, João Lourenço, manteve, em Madrid, com o Chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchez.
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OChefe de Estado angolano, João Lourenço, acompanhado da primeira-dama, Ana Dias, chegou na noite de domingo, 26 de setembro, a Madrid, para uma visita oficial de dois dias a Espanha, a primeira naquele país europeu, desde que assumiu a chefia do Estado angolano.
O Chefe de Estado efetuou esta visita a convite do Primeiro-Ministro espanhol, Pedro Sanchez, marcada com encontros com o Rei Filipe VI, no Palácio da Zarzuela, e, posteriormente, com o Presidente do Governo espanhol.
A visita de João Lourenço a Espanha é a retribuição de uma outra efetuada por Pedro Sáchez a Angola, em abril deste ano. Na ocasião, os Chefes dos Governos dos dois países analisaram as relações bilaterais e, em concreto, a necessidade da presença empresarial espanhola em Angola, para ajudar na diversificação da economia angolana.
Os empresários espanhóis têm manifestado grande interesse em cooperar nos sectores dos transportes, infraestruturas, engenharia ou energia, sobretudo depois de o Presidente João Lourenço ter mencionado a Espanha, na cerimónia da sua tomada de posse, em 2017, como um dos países prioritários na sua ação diplomática.
A Espanha, por sua vez, incluiu Angola entre as nações prioritárias no plano “Foco África 2023”, que tem como alvo o reforço da colaboração bilateral com países do continente africano e, o Governo de Pedro Sánchez destaca o peso ganho por Angola na África Subsaariana, onde se tornou num ator de referência e com capacidade para influenciar conflitos em áreas como o Golfo da Guiné, onde aumentou a pirataria. Com efeito, quer reforçar a cooperação com o Executivo angolano para promover a segurança marítima.
A visita de Estado dará “novo impulso” à cooperação bilateral, afirmou, em Madrid, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, que considerou as relações entre Angola e Espanha muito dinâmicas, sublinhando que, depois da visita ao país do Chefe do Governo espanhol, em abril deste ano, os dois Governos têm vindo a alinhar melhor as suas prioridades, motivando, cada vez mais, as médias e pequenas empresas espanholas a investir no país.
O chefe da diplomacia angolana referiu ainda que, com a Espanha, Angola coopera em quase todos os sectores, daí o facto de a delegação presidencial integrar vários ministros, como o das Finanças, Comércio, Interior, Energia e Águas.
Para o governante, não haverá, nesta altura, no continente africano, muitos países com um destino privilegiado para a captação de investimentos como Angola. “Portanto, o que viemos aqui fazer é dar a conhecer aos investidores espanhóis as condições que Angola oferece para que esse investimento se faça no mais curto tempo possível”, disse.
GUINÉ-BISSAU CONTINUARÁ A TER PAPEL PREPONDERANTE NO REFORÇO DA COOPERAÇÃO DA CPLP
O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse no dia do aniversário da independência da Guiné-Bissau, que este país continuará a ter “um papel preponderante” no reforço da cooperação entre os Estados-membros.
“A Guiné-Bissau vai continuar a desempenhar um papel preponderante e ativo no reforço da cooperação e dos laços que unem os Estados-membros da nossa organização internacional”, afirmou Zacarias da Costa, numa carta enviada ao Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló. Na mesma carta, Zacarias da Costa, que tomou posse como secretário-executivo da CPLP a 17 de julho, na cimeira da comunidade, em Luanda, felicita o Presidente e o povo da Guiné-Bissau pela celebração do 48.º aniversário da Declaração da Independência Nacional.
O secretário-executivo da CPLP (na foto) refere ainda que “no atual contexto mundial, ainda enquadrado pela covid-19, a CPLP junta-se a todos os guineenses nesta importante celebração com o desejo de prosperidade e muita saúde”. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da organização.
INVESTIMENTO ANGOLANO EM PORTUGAL ULTRAPASSA O PORTUGUÊS NAQUELE PAÍS EM 241 M€

Banca, energia, indústria, construção, telecomunicações e média são dos setores onde as relações económicas são mais significativas
O investimento angolano em Portugal era, em junho deste ano, superior ao português em Angola em 241 milhões de euros, de acordo com dados do Banco de Portugal.
Segundo os dados cedidos pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o Investimento Direto Estrangeiro de Angola em Portugal (IDE) ascendia, em junho deste ano, a 2.214 milhões de euros, face aos 1.973 milhões de euros de Investimento Direto Português no Estrangeiro (IDPE) em território angolano registados no mesmo mês.
O IDE tem-se mantido mais ou menos estável desde 2017, sendo que em dezembro de 2019 totalizava 2.249 milhões de euros e um ano depois fixava-se nos 2.176 milhões de euros.
Já o IDPE registou uma queda assinalável nos últimos anos. Em dezembro de 2017 ascendia a 4.547 milhões de euros e em 2020 já tinha descido para 1.944 milhões de euros. No que diz respeito às exportações para Angola, os dados enviados pela AICEP, do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma redução de 2,8% no primeiro semestre deste ano, em termos homólogos, tendo as importações caído por seu turno quase 78%, numa altura em as trocas internacionais foram fortemente afetadas pela pandemia.
Nos últimos dez anos, muita coisa mudou nas relações entre empresários angolanos e portugueses, com os exemplos mais evidentes a serem a queda da influência de Isabel dos Santos, na sequência do Luanda Leaks, e as consequências do desaparecimento do Grupo Espírito Santo.
As relações económicas mais importantes entre os dois países são visíveis nos setores da banca, energia e indústria, construção e media.