Renergy #2

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{ 44 } renergy. setembro.outubro/2010

capa potencial solar tiagem. Ao contrário das térmicas emergenciais, que temos que pagar mesmo quando não geram energia, pois o sistema totalmente a base de hidroeletricidade não é 100% confiável”. O cenário internacional mostra que a energia solar, a partir de painéis fotovoltaicos, continua sendo o setor que mais apresentou crescimento. Somente em 2008, o parque gerador mundial teve um incremento de cerca de 70%, atingindo 15,8 GWp, o que equivale a pouco mais de uma usina de Itaipu. Segundo dados do Worldwatch Institute, a capacidade mundial instalada, no final de 2009, já era de, aproximadamente, 21 GWp. Granadeiro acredita que o incentivo não está relacionado apenas aos recursos financeiro. “A questão não é investimento. Falta no Brasil uma política pública para atrair o investidor. Hoje, a eólica já conta com investidores nacionais e estrangeiros, pois existe uma política estabelecida, uma regulamentação tarifária que remunera o investimento. Solar ainda não possui isto. Alguns ministros e candidatos ainda pensam que energia solar é coisa de país rico. Com exceção da Mariana Silva, quem mais falou de energia renovável em seus programas de governo”. De acordo Granadeiro, falta uma política energética que trate seriamente da energia solar. “Falta uma decisão de governo que insira esta energia na matriz energética brasileira. O Brasil foi o primeiro País em desenvolvimento a ter uma indústria solar no início da década de 1980. Hoje importa-se módulos da Argentina”, dispara. Além da usina solar da MPX, há outra em fase de desenvolvi-

mento e próxima de entrar em operação. Esta tem base acadêmica. O professor da Universidade de São Paulo (USP), Celso Oliveira, coordenador do grupo de pesquisa em Eficiência Energética e Simulação de Processos, garante que projetos de pesquisa estão na fase de operacionalização do piloto e também pré-comercial. Trata-se de investigações científicas do Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética e Simulação de Processos (Green) que ele coordena. “Estamos em fase adiantada para a construção de uma planta no Rio Grande do Norte e temos contato com alguns grupos que tem interesse em investir no Brasil, como a Solinova que mantém um projeto com a Agência Aero Espacial Alemã (DLR). Ele destaca, porém, que ainda existem “muitas indefinições”, sem um marco legal para o setor. O presidente da Abeer certifica que o aproveitamento da iluminação natural e do calor esbarra na ausência de estímulo público. Assim, a iniciativa privada concentra seus esforços e investimentos em outros países, entrando no Brasil com a comercialização de painéis para sistemas isolados ou para o consumo de energia de grandes empresas, como hotéis e shopping centers. Sem fabricar as placas fotovoltaicas, o Brasil importa de marcas como Kyocera, Sharp, Siemens, Sanyo e SS Solar. Há, no entanto, uma expectativa quanto à participação do País na geração de energia solar por conta da potencialidade desta fonte e por abrigar a maior reserva de quartzo do mundo, de onde se extrai o silício, usado nas células solares.


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