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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
O gênero fantástico atende a diversas expressões artísticas. Seus elementos contribuem com narrativas textuais, sonoras e visuais. Como referência no audiovisual, a cinematografia oferece obras de forte movimentação popular. Das 10 maiores bilheterias de todos os tempos segundo a Forbes, 8 são representantes do gênero fantástico. Dentre eles Frozen 2, Vingadores, O Rei Leão, Jurassic World, Vingadores: Guerra Infinita, Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força, Vingadores: Ultimato e Avatar. Por usufruir do espaço imaginário, a abordagem de obras “fantásticas” trabalham com as mais diversas concepções da realidade. Conceitos metafísicos como a magia dos bruxos de Harry Potter, as raças de elfos, anões e orcs de O Senhor dos Anéis ou a fé Jedi nos preceitos da força de Guerra nas Estrelas, contribuem com funções específicas no desenrolar da trama, seja para enfatizar desigualdades sociais ou propor obstáculos aos personagens. Essas concepções da realidade, independente da referência artística que o autor venha a dispor, seja espada e feitiçaria, conto de fadas ou ficção científica, se originam do mesmo espaço teórico, ou seja, o conceito do fantástico. Tendo em vista a associação usual de obras do gênero fantástico com as salas de cinema, devido aos números expressivos de bilheteria. O “extraordinário” do mesmo modo, navega nos demais formatos do espectro audiovisual, como em séries de televisão e ou áudio dramas na internet a exemplo de programas como o americano Game of Thrones e o britânico Doctor Who. Como produto de menor popularidade, desde a atenuação do espaço previamente ocupado na rádio para a TV, o formato rádio dramático, trabalha por meio da sonoridade a composição dos acontecimentos apresentados na narrativa ao espectador. A exemplo das características físicas dos personagens, a movimentação dos mesmos na cena e a ambientação do cenário imagético. Devido ao crescimento das plataformas de streaming no Brasil, em especial plataformas como o Spotify e o Itunes operadoras de um plano de negócios voltado a disposição exclusiva de produtos sonoros, a exposição de vitrines destinadas as obras do formato rádio dramático logo fora ocupado por iniciativas como a de Danilo Battistini no podcast Contador de Histórias com Dias Digitais – Caça aos Hackers, a marca Jovem Nerd com o especial Nerdcast RPG, 1986 de Guilherme Afonso na Estalo Podcasts, A Voz do Delirium de André Monsev, entre outros. Operando um
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resgate do expressivo sucesso comercial das rádio novelas de outrora no período da era de ouro da rádio, dessa vez proporcionado pela internet. Seguindo essa apresentação de interesse pelo gênero fantástico e a presença do produto áudio dramático na internet, o presente projeto de pesquisa se propõe a realizar uma analise de conteúdo sobre a alocação dos elementos fantásticos em prol da construção de mundo na narrativa, tomando como objeto de pesquisa a rádio dramaturgia produzida por Danilo Battistini no podcast Contador de Histórias, Dias Digitais – Caça aos Hackers. O intuito dessa proposta busca responder a seguinte problemática: A partir da teoria do fantástico de Todorov e do ensaio de Alazraki, como os elementos fantásticos são utilizados em conjunto dos elementos narrativos (enredo, personagens, tempo, espaço e narrador) no áudio drama Dias Digitais – Caça aos Hackers, para a construção do mundo? A escolha pela análise da áudio dramaturgia Dias Digitais – Caça aos Hackers se deve pela disposição de elementos da narrativa fantástica na sua construção, como a presença do insólito, a temática Cyberpunk, a jornada do herói e a especulação científica, ou, Sci-Fi, subgênero do fantástico mas que compartilha das características do mesmo. O estudo da narrativa como forma de contar histórias no audiovisual é tema de diversos pesquisadores da comunicação. A exemplo do campo da narratologia, a investigação dos componentes elementares ao processo narrativo (enredo, personagens, tempo, espaço e narrador) organizados em configurações distintas na elaboração de uma história, contribuem para a aderência do leitor/espectador com a história apresentada. Em diferentes vertentes seja o textual, sonoro ou visual, a narrativa incorpora os elementos únicos a seu formato. No texto, pela riqueza de detalhes e introspeção dos personagens, no sonoro pela produção imagética e atributo sensorial e no visual pela composição artística e transmissão direta das informações. Em especial a narrativa sonora, para este projeto de pesquisa, integra-se ao fomento da imaginação. Visto que o formato de ficção sonoro dramático desperta na mente do ouvinte a expressão das imagens da obra. O formato ficcional áudio dramático, possui desde os primórdios de sua atuação em peças radiofônicos e ou radionovelas da era de ouro da rádio no Brasil,
a capacidade de explorar uma história através de elementos como a interpretação, a sonoplastia, os efeitos sonoros e a música. A presença desses elementos, vinculados através do veículo sonoro hertziano, abre o precedente histórico, fomentado pela rádio, na educação das classes sociais mais carentes. Por meio da inserção imagética de novas culturas, ambientes e carências na formação sociocultural da população brasileira. Segundo Bosi (1992, p. 315), “Fora da Universidade, os bens simbólicos são consumidos principalmente através dos meios de comunicação de massa. Trata-se de um processo corrente de difusão na sociedade de consumo”. Além de ambientes diversos e personagens de fácil identificação, os programas de rádio ou mais especificamente para esta monografia o rádio drama, desenvolveu a formação do hábito de consumo pelo público por obras de ficção. A relevância dessa pesquisa contribui diretamente com o cenário dramatúrgico de crescente interesse do público consumidor de podcasts, tendo como escopo o estudo do formato áudio dramático e dos elementos fantásticos empregados a construção de mundo nas histórias. O método empregado para o desenvolvimento desta pesquisa consiste na análise de conteúdo quantitativo com o auxílio de referências qualitativas, designada devido a necessidade de quantificar as categorias do fantástico presentes na narrativa. Em conjunto com o método dedutivo de investigação que, como procedimento, possibilita o recorte da obra para a realização da análise. Será realizado o escopo de pesquisa pelo método dedutivo, através do sorteio de dois episódios, mediante uma ferramenta online1, a serem investigados. Para os episódios da série intitulados respectivamente, Episódio 1: Ceifador, Episódio 2: Torre, Episódio 3: Echo, Episódio 4: O Código de Vida e Episódio 5: Blackout, foram estipulados um número de 1 a 5 e configurados na ferramenta. O resultado adquirido fora, Episódio 2: Torre e Episódio 5: Blackout.
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