Pulp Feek #20

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A Imperatriz de Ferro - V

Rafero Oliveira

— Hã, bom dia. E o guarda saiu assoviando e girando o cassetete pela rua, deixando Andrei ainda mais confuso. Após um segundo, a animação afastou a confusão. Um galpão inteiro, cheio de peças e partes, esperava por ele! E dessa vez, ele podia entrar lá! Começou a andar apressado na direção que o guarda havia apontado, quando escutou alguém correndo às suas costas. Era Dörthe que chegava esbaforida, vermelha e descabelada. — An… Andrei… — Ela se segurou em seu braço, curvada e sem fôlego. — No trem… Rainha… Escravo… — … Quê? *** — Como assim escravo, Dörthe? — Fica quieto, Andrei, que droga! A gente tá com sorte que ainda tão carregando o trem e que os vagões de carga pra rainha são os últimos. Eles haviam testado a porta do último vagão, apenas para descobrir que estava trancada. Andrei, ainda relutante, ajudou Dörthe a subir no teto do vagão, antes de se içar logo atrás dela. Agora rastejavam até uma portinhola no topo do vagão. — Tá, eu vou primeiro. — Sussurrou Dörthe. — E vejo se tá tudo bem lá dentro. Se for seguro, eu te aviso e você vem atrás. — Claro que não! — Andrei disse. — Deixa que eu vou primeiro. — Isso é algum tipo de cavalheirismo idiota?

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