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Viviane Teixeira

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Tamara Andrade

Tamara Andrade

coordenação editorial A Gentil Carioca

equipe da galeria A Gentil Carioca diretores Ernesto Neto, Laura Lima, Marcio Botner

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produtora executiva Tatiana Bührnheim produção Norma Normando

assessoria de comunicação Ivana Monteiro assistente de serviços gerais Inacio Ferreira da Silva manutenção e montagem Gerardo Silva Filho

projeto gráfico Lili Kemper

agradecimentos Amanda Reis Analía Regue Antonio Marcos Pereira Candela Mirabella Carlos Contente César Oiticica Filho Cristina Ribas Fernanda Gentil Fernanda Pequeno Fernando Cocchiarale Franklin Espath Pedroso Gabriela Mureb Hugo Richard Jarbas Lopes Maria José Cabral Natali Tubenchlak Nelson Augusto Pedro Meyer Barreto Pedro Varela Robson Rosangela Rennó Sean Ashton Zé Carlos Garcia

Nossa pequena história

Da vontade de chacoalhar e estimular a cena carioca e dialogar com os modelos de apresentar arte, sejam eles institucionais ou privados, nasceu a vontade de fazer algo, de renovar e formar novos conteúdos. Nesta época, 2003, vale lembrar que todos os fomentos culturais despencavam, salvo algumas ações heróicas, era o fim de todos os programas federais, estaduais e municipais de incentivo ao jovem artista, a base da pirâmide.

O Abre Alas foi uma consequência. Com o fim de nosso primeiro ano de trabalho, percebemos um vazio em nosso programa no mês de fevereiro e, ao mesmo tempo, estávamos cheios de portifólios recebidos espontaneamente de artistas que por lá passavam, ou nos enviavam. Resolvemos juntar o vazio com o cheio e nasceu o ABRE ALAS. Em nenhum momento pensamos em repeti-lo no ano seguinte, nos parecia muito institucional para nossas pequenas pernas, esta deveria ser uma atitude muito mais ligada a políticas públicas do que uma alternativa gentil. Porém, durante o ano seguinte, alguém vinha e dizia – Opa! dá uma olhada no meu trabalho, quem sabe para o próximo Abre Alas! Chegamos agora com muito prazer ao 5º Abre Alas.

Talvez seja mais difícil de compreender como, em 6 anos, A Gentil Carioca se tornou uma importante referência na arte comtemporânea mundial. O ano de 2008 foi incrível, além de termos vários de nossos artistas participando de mostras nacionais, internacionais e bienais, A GENTIL CARIOCA participou, entre outras feiras, das três principais feiras do planeta: Basel, Frieze e Miami Basel, lugares onde desejam estar todas as galerias que tenham sérias ambições de levar seus artistas a dialogarem com o mundo.

É curioso que esta incômoda verdade não saia nos jornais. Quem sabe pelo fato de sermos a única casa carioca a conquistar estes novos horizontes - o que demonstra a fragilidade de realizacões culturais do Rio de Janeiro em relação a São Paulo - esta notícia deva ser velada ou, quem sabe, até por vergonha de sermos o que somos. A Gentil não se espelha em outra cultura que não seja a nossa, nós nos interessamos pelo que faz sentido diante do que somos e não por alguma hipótese do que gostaríamos de ser. A Gentil, que tem carioca no nome, não tem vergonha de ser o que é: brasileira. Foi através de sua geral experiência internacional que descobrimos que, diferente do que nos ensinaram na escola, não somos ocidentais, ou pelo menos, não somos considerados ocidentais pelos inventores do ocidente, os europeus, o que para nós dá um grande alívio!

Nós da Gentil nos afligimos com a pouca importância que dão a cultura, não compreendemos como perdemos tempo não educando nossos filhos, independente de cores e classes. Acreditamos que cultura é riqueza, por isso a criança e o jovem devem ser valorizados. Deveríamos ter Museus no Brasil contando a nossa história, através da arte podemos saber o que aconteceu a 200 anos, a 100, a 50, a 20, a 10. Instituições com programas para incentivar e documentar o que acontece agora, pois a arte que fazemos hoje vai representar nossa história de amanhã.

Nós, a Gentil, acreditamos que o Brasil só avança quando perde o medo de ser o que é, e assim, investe na sua maior riqueza: o ser humano, que tem como poder maior a capacidade de gerar cultura, é ela que faz a diferença. Quem transforma chumbo em ouro, não se iludam, não é a alquimia, é a cultura!

A GENTIL CARIOCA

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