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Raquel Uendi

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Louise Botkay

Louise Botkay

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A Boa Onda, 2013 / jato de tinta em folha de sulfite, papel jornal e vidro / 83 x 31 cm

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Dado o fato que todos com uma câmera digital creem que são fotógrafos, poucos são aqueles que pensam sobre o fazer fotográfico e menos ainda os que adentram a caixa preta. Como consequência, cada vez mais imagens são produzidas, emolduradas e/ou ampliadas em metacrilato, prontas para serem colocadas na parede da sala de jantar. Na contra mão, Raquel Uendi trabalha com filme fotográfico, químicos, uma impressora caseira e papel sulfite. Fotografias que - diferente da maioria que são manipuladas por meios digitais - passam por uma edição manual de corte e dobra, dois gestos tão “simples” quanto os de Amilcar de Castro em suas esculturas. Para apresentar suas imagens no espaço, Uendi suspende-as por uma linha no ar, utiliza suportes de vidro construídos por ela mesma ou coloca-as na parede com fita adesiva e/ou pregos. Processos que agregam à concepção final da obra os próprios materiais utilizados na montagem, muitos deles caracterizados por serem frágeis e comuns. Resultando em trabalhos que parecem querer “saltar” do papel, na tentativa de encontrar o equilíbrio com o espaço em que este se encontra. O que faz com que o trabalho de Uendi possa ser tanto compreendido como fotografia quanto escultura, pois diferenciar uma técnica da outra é quase impossível, visto que ambas se relacionam através da mesma imagem, seja ela bidimensional ou tridimensional.

Paula Borghi 1986, São Paulo - SP

A fotografia foi a primeira forma de expressão e contato como o universo da imagem. Busca novos caminhos e suportes para o objeto fotográfico, sua apreensão pelo público e outras formas deste no tempo/espaço. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo, onde também cursa Filosofia na Universidade de São Paulo.

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