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Cauê Novaes
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A rua é o principal espaço de expressão, diálogo e confronto de discursos dissonantes. Sem edição, mediação ou curadoria, é a rua quem proporciona a insurgência das vozes ausentes da mídia hegemônica e da representação política. A cidade amanhece sempre contando novas histórias, outras versões da noite anterior, diferentes da que se viu na TV. Se não mais que isso, o que a poesia que se lê nas ruas nos mostra é que tem mais gente do que a gente pensa se esforçando pra entender e tentando se expressar. A arte urbana é coletiva por natureza, é múltipla, imperfeita e indomesticável como a rua. Cada mínima intervenção altera e renova diariamente a composição da paisagem urbana. Há perguntas que só a rua faz, e respostas que só ali se encontram.
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Poeta de parede, artista plástico, cenógrafo e roteirista, participou da criação do Coletivo Transverso em 2011, desde então realizando intervenções poéticas no espaço público utilizando técnicas diversas. É mestre em literatura (2013) e formado em ciência política (2008), ambos pela Universidade de Brasília. Como ator, participou em 2013 da peça “Caminhos: uma intervenção urbana”, da Companhia Enviezada. Escreve para a revista digital “Coisa com coisa” de literatura, fotografia e design (http://coisacomcoisa.org).
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