Portugal em Destaque - Edição 24

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ÍNDICE

VILA NOVA DE GAIA PÁG 05

GUARDA PÁG 16

MADEIRA PÁG 27

EDITORIAL Mais uma edição da Portugal em Destaque… em que levamos até si o de melhor se faz em Portugal, realçando a ousadia, arrojo e visão estratégica dos nossos empresários, que dia após dia, demonstram uma grande capacidade de reinventarem as suas empresas para competirem num mercado cada vez mais global e competitivo. O trabalho meritório e abnegado dos autarcas também tem destaque nesta edição, percebendo o seu espírito de missão e a sua preocupação em preconizar um conjunto de medidas e apoios em prol do bem-estar e de uma melhor qualidade de vida. Tudo isto e muito mais são motivos mais que suficientes para embarcar numa viagem de leituras e descobertas nesta edição da Portugal em Destaque!

A direção editorial Diana Silva

ERRATA Na passada edição, no artigo referente à Fábrica Alentejana de Lanifícios referimo-nos a Mizette Nielsen como Nielson. Pelo erro apresentamos as nossas desculpas.

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: CATARINA FERREIRA, JOANA GONÇALVES, TERESA MATA, SARA FREIXO, SARA OLIVEIRA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: DIANA BARROS, ISABEL PEREIRA, JOANA QUINTAS, MARIA INÊS MOREIRA, MELANIE ALVES, TERESA TEIXEIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES, VANESSA MARTINS | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DIREÇÃO COMERCIAL: JOSÉ MOREIRA | DEP. COMERCIAL: EDUARDO NUNES, ISABEL BRANDÃO, JAIME PEREIRA, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, MANUELA NOGUEIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E SECTORIZADA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE NOVEMBRO ‘17 ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.

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VILA NOVA DE GAIA Vila Nova de Gaia é uma cidade portuguesa localizada na Área Metropolitana do Porto e da Região Norte. Com aproximadamente 302.324 habitantes, o município revê-se pelos sabores, vivências, cultura e tradição, património e história, desporto e lazer da região. Apaixonados pelas tradições que carregam no peito, os cidadãos são vistos como pessoas “audazes, arrojadas e com um futuro promissor”, com uma perspetiva de inovação e criatividade inigualáveis. O mosteiro da Serra do Pilar, património religioso, é um dos ex libris da cidade que não pode deixar de ser visitado. A Serra do Pilar tem um terraço com uma vista de cortar a respiração, onde pode desfrutar de uma vista única sobre o Rio Douro e especialmente para os telhados das Caves do Vinho do Porto. A história da cidade é também marcada pelo Mosteiro de Grijó, Mosteiro de Pedroso, Convento Corpus Christi, Igreja de Santa Marinha, Capela do Senhor da Pedra e Capela do Bom Jesus. E da história também faz parte a gastronomia. Vila Nova de Gaia é destacada pelos sabores das zonas rurais e pelos sabores das zonas piscatórias. É terra e mar. É cor e aroma envolvidos no típico Vinho do Porto, Doçaria Tradicional dos Velhotes e a famosa Broa de Avintes. O deporto também é rei. A prática de atividades náuticas é recorrente em diversas praias do concelho que conta com modalidades como o surf, windsurf e vela. Marcada pelo dinamismo e modernidade da região, os equipamentos para o desporto são de excelente qualidade, bem como os Centros de Estágio e os dois Campos de golfe “situados na orla marítima e no centro da cidade”. Conhecida como o terceiro município com mais população do país, Gaia é uma região que está em constante desenvolvimento face às empresas de Vinho do Porto, indústria automóvel, vidreira, músicos, pintores, escultores, arquitetos e atividades turísticas que enchem as ruas da cidade e que prometem surpreender os visitantes e os turistas. Convidamos os leitores a conhecer o que de melhor se faz na região de Vila Nova de Gaia.


UMA ASSOCIAÇÃO SÓLIDA E CREDÍVEL A atual A Vilanovense – Associação Mutualista foi formada por um grupo de portuenses e gaienses a 8 de Dezembro de 1882. O principal propósito da sua criação foi proporcionar aos seus associados serviços médicos e subsídios de funeral numa época em que grande parte das famílias carecia de um mínimo de serviços humanitários. Um dos momentos mais importantes da história da A Vilanovense foi a constituição com mais 4 congéneres, em 1905 da Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia, criando de raiz uma farmácia - Farmácia da Liga - e um serviço clínico, com um médico permanente e um outro, suplente, para prestar serviços domiciliários aos associados das societárias.

A VILANOVENSE definidos anteriormente tendo na farmácia, clínicas e ótica de descontos significativos. Realço que todos estes serviços são efetuados por prestadores de serviços com um elevado nível técnico com meios técnicos e instalações de muita qualidade. Como se tornar sócio? Para se tornar associado da Vilanovense tem que se dirigir aos nossos serviços administrativos e optar por uma das seguintes quotas (brevemente esta adesão poderá ser efetuada através do nosso website): - Quota sénior com um custo de 2,5€/mês com limite de adesão até 60 anos de idade; os associados que subscrevem esta quota têm direito a um subsídio de funeral, desconto na farmácia e ótica em todos os produtos adquiridos, na parte não comparticipada, e consultas médicas com preços mutualistas; - A quota vida com um custo de 3,5€/mês tem os seguintes benefícios: desconto na farmácia e ótica em todos os produtos adquiridos, na parte não comparticipada, e consultas médicas com preços mais reduzidos; - A quota mais com um custo de 5,0€/mês, com limite de adesão até 60 anos de idade; os associados que subscrevem esta quota têm os benefícios das duas quotas anteriores.

ANTÓNIO SILVA, PEDRO COUTO E JOSÉ GUEDES

Quais os serviços disponibilizados aos vossos associados? Atualmente a Vilanovense proporciona aos seus associados o acesso a diversos serviços nomeadamente: - Uma farmácia com uma área de 700 m2 permitindo um atendimento de grande qualidade e conforto; - Uma ótica no interior da farmácia; - Uma clínica com 22 especialidades médicas, 5 não médicas e enfermagem todos os dias; - Na área do bem-estar de uma clinica de estética; - Uma clínica de medicina integrativa; - Subsídios de funeral; - Através da adesão automática aos serviços da Redemut - Associação Portuguesa de Mutualidades, de que somos mutualidade fundadora, permitindo aos nossos associados beneficiar de serviços de apoio médico noturno - das 20 h às 7 h – independentemente do local aonde vivam; - Protocolos com diversas associações e entidades. Quais as vantagens em ser associado? As vantagens em ser associado são ter acesso a todos os serviços 8 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Como tem sido a evolução da Vilanovense nestes mais de 130 anos de existência? No dia 8 de Dezembro A Vilanovense comemora os seus 135 anos tendo tido ao longo destes anos de existência um permanente aumento e melhoria dos serviços prestados aos nossos associados. De realçar a remodelação e ampliação, efetuada em 1998 e em 2007, do prédio da farmácia e clinica da Liga das Associações de Socorro Mútuo (de que a Vilanovense é societário maioritário), que permitiu aos nossos associados ter acesso a condições fantásticas na farmácia e nas clínicas. A Associação tem também ao longo dos anos mantido um elevado número de associados, atualmente próximo dos 40.000, e um aumento progressivo do seu património imobiliário e financeiro que a torna numa associação sólida e credível. Por onde passa o futuro da Associação? Ao longo destes anos, temos desenvolvido uma atividade vocacionada para a área da saúde através do apoio medicamentoso e das clínicas. Agora queremos criar mais projetos relacionados com a área social e com a rentabilização do nosso património. Outras considerações que considere oportunas. No dia 26 de Outubro, abrimos um novo espaço de atendimento dos nossos serviços administrativos na Rua do Marquês de Sá da Bandeira, n.º 396. Este espaço foi concebido de forma a melhorar as condições de atendimento em todos os aspetos e permite regressar às origens tendo um aumento considerável da nossa visibilidade.


A VILANOVENSE

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NOVO ESPAÇO DE ATENDIMENTO SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

JUNTO À FARMÁCIA DA LIGA RUA DO MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA, 396 4400-217 VILA NOVA DE GAIA

HORÁRIO SEG-SEX: 09H00-18H30 SÁB: 09H30-12H00

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Uma nova era no diagnostico e tratamento disponível na Clínica da Liga Rua Serafim Rodrigues da Rocha nº39 - 4400-306 Vila Nova de Gaia

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112 ANOS DE DEDICAÇÃO A CAUSAS NOBRES A Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia, foi legalmente fundada a 11 de Maio de 1905, inaugurando o seu edifício sede em 11 de Maio de 1910, e integra três societárias autónomas e independentes, mas umbilicalmente ligadas: A Vilanovense – Associação Mutualista, a Associação Oliveirense de Socorros Mútuos e a Montepio Vilanovense de Socorro Mútuo “Costa Goodolphim”.

LIGA DAS ASSOCIAÇÕES DE SOCORRO MÚTUO DE VILA NOVA DE GAIA duas especialidades médicas, cinco especialidades não médicas, serviços diários de enfermagem, serviço, de segunda a sábado, de análises clinicas (colheitas), exames de cardiologia, exames de ortodontia/Tac, e exames oftalmológicos, contando atualmente com quarenta e três médicos especialistas com elevado reconhecimento e craveira profissional. “Temos graus de exigência muito grandes, níveis de capacitação muito elevados, o output que tem que sair tem que ser de qualidade. A Liga, tem também uma Clínica de estética e medicinas integrativas, situada no terceiro piso da Clínica da Liga, que apresenta um conjunto de serviços na área da estética e do bem-estar. “O ter saúde, pode fazer parte da nossa condição biológica. Ser saudável, implica dedicação e acima de tudo muito esforço” refere o Presidente. É a simbiose destes dois aspetos e a alteração e mudança de paradigma, que precisa de ser trabalhada.

LUÍS AMORIM É na Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia, que se recebem e cuidam os associados das suas societárias, executando toda a parte operacional, quer na área da gestão saúde, através da clínica de medicina geral e da clínica de estética e medicinas integrativas, quer na área do medicamento, através da farmácia. O Mutualismo Luís Amorim refere que o mutualismo, quer como movimento, quer como conceito, continua ainda distante e desconhecido, de uma franja significativa da nossa população. “A caridade funciona um pouco no sentido de verticalidade - como um deixar cair uma moeda, sobre uma mão aberta. Nós funcionamos no sentido de horizontalidade. Todos contribuímos para um fundo comum, que é aplicado e posto à disposição dos que mais necessitam, independentemente da sua condição social ou económica”. A Liga integra o núcleo fundador da Mutuália – Federação Mutualista, instituição de âmbito nacional, que tem como objetivo o fornecimento de serviços complementares de segurança social, nomeadamente complementos de subsídio de desemprego, poupanças reforma e complemento de reforma. Integra também o núcleo fundador da RedeMut - Associação Portuguesa de Mutualidades, rede de cooperação a nível nacional e prestadora de serviços de saúde e bem-estar, através das clinicas médicas das associações mutualistas. As Clínicas com serviços de qualidade A Clinica Médica da Liga conta atualmente com vinte e 12 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Farmácia com tecnologia de ponta A Liga orgulha-se de apresentar uma farmácia que está na senda do pioneirismo, progresso e vanguarda da inovação. “É uma área muito dinâmica que precisa sempre de investimentos muito grandes. Em 2008 fomos das primeiras farmácias a nível nacional a arrancar com a robotização de toda a farmácia.” O farmadrive da Farmácia da Liga é também outra inovação que oferece a mesma qualidade e eficiência do atendimento, sem sair do seu automóvel. “É necessário captar gente jovem” O Presidente da Liga prefere utilizar o termo desafios e não dificuldades. Em termos de novos projetos, têm em vista o desenvolvimento – entre outros – dum projeto na área das crianças (desde do berçário até á primária). “Para nós é vital trazer gente jovem quer para as Associações quer para a Liga. A maior parte dos membros dirigentes das nossas instituições são seniores. Se nós criarmos as condições para as crianças para entrarem aqui, os pais e os avós também aderem e tornam-se associados, são logo três 3 gerações. É necessário regenerar e renovar as instituições, para aprenderem e sentirem, o que é a Solidariedade e o Mutualismo.” Balanço positivo O balanço que Luís Amorim faz é extremamente positivo. “Superámos os desafios que nos surgem, na medida das nossas possibilidades e sempre com elevado sentido de responsabilidade”, acrescentando ainda que, vivendo estas instituições “ do crédito e confiança obtidas ao longo dos tempos”, tiveram as ultimas direções, como principal objetivo, fazer a certificação de cada uma das áreas de atividade. “ O nosso melhor e maior capital, é o crédito e a confiança que depositam em nós “. Por fim, afirmou que a Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia,” vive de forma empenhada um dos principais desafios que se colocam ao Movimento Mutualista: o desafio de saber reunir a tradição, a experiência, o conhecimento e o passado, que nos honram, aos desafios e perspetivas do futuro, que nos motivam”.


“UMA OBRA AO SERVIÇO DAS PESSOAS” O Centro Social da Paróquia de S. Salvador de Grijó é uma instituição que está ao serviço da comunidade através das várias respostas sociais que desenvolve desde a sua fundação em 23 de dezembro de 1983. CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S. SALVADOR DE GRIJÓ A atividade social teve início nas instalações cedidas pela paróquia, com o Centro de Dia em 1998 e, logo de seguida o Serviço de Apoio Domiciliário. Cada uma destas respostas sociais tem a capacidade de apoiar 40 utentes, prestando vários serviços, designadamente: alimentação, higiene pessoal, tratamento de roupa, transporte, acompanhamento ao exterior e atividades de animação sócio cultural. Em 2004, a instituição alargou a sua intervenção com a abertura do Gabinete de Apoio à Família, serviço que presta apoio psicológico através da avaliação e consulta dirigidas a crianças e adultos. No ano seguinte, iniciou o Serviço de Rendimento Social de Inserção, o qual auxilia 440 famílias na criação de condições de autonomia e inserção social e profissional. Já no ano de 2012 iniciou-se a construção de uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, obra notável que ainda se encontra em desenvolvimento. Este projeto tem-se viabilizado graças aos contributos de várias entidades, empresas e amigos da instituição. Foi projetado para dar resposta a 42 utentes, no entanto, de acordo com a nova legislação poderá apoiar até 60. Quando o Município de Vila Nova de Gaia avançou com o programa Gai@aprende+, o Centro Social tornou-se entidade parceira e coordenadora local a partir do ano letivo 2014/2015. Este é um projeto que se caracteriza pela dinamização de atividades

de animação socioeducativa enquanto componente de apoio à família nas escolas em horário não letivo e em período de férias escolares. Contam com a frequência no presente ano letivo de 400 alunos. Em 2016, iniciou o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social que assegura o acompanhamento de famílias e de pessoas individuais em situação de vulnerabilidade, exclusão e/ou situações de emergência social. Desde que iniciou atividade, este serviço já analisou cerca de 600 agregados familiares. Estas respostas sociais têm uma abrangência geográfica bastante mais extensa do que a freguesia de Grijó, estando presentes também em Sermonde, São Félix da Marinha, Perosinho, Serzedo, Seixezelo e Arcozelo. Ao longo dos anos, a instituição tem recorrido, com frequência, a ações de angariação de fundos organizadas com o intuito de permitir a sustentabilidade dos serviços já em funcionamento e o desenvolvimento de outros igualmente importantes para toda a comunidade, como é o caso da conclusão e abertura da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas que até ao momento absorveu mais de dois milhões de euros. O Centro Social da Paróquia de S. Salvador de Grijó tem realizado um trabalho notável até à data e só pode continuar a fazê-lo com o apoio e generosidade de todos os que a possam prestar, pois só assim é possível colmatar as necessidades dos mais carenciados.

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UMA INSTITUIÇÃO DEDICADA À COMUNIDADE Na nobreza de ajudar, aqui honram-se as memórias enquanto se criam outras mais. A solidariedade é rainha em cada serviço da instituição, são mais de 70 colaboradores que integram uma equipa que é também uma família. Cuidar dos mais velhos, valorizar os mais novos e, principalmente, auxiliar os que precisam. De coração na boca e paixão no seu trabalho, Sara Ramos, no cargo de diretora geral, falou do trabalho que a Olival Social tem desenvolvido. OLIVAL SOCIAL vidades locais e os padres nascidos na freguesia para fazerem erguer a Olival Social, uma instituição de referência no concelho de Gaia. Atualmente, abrangem um pouco de todo o município, mas incindem essencialmente no interior do concelho, uma área de grande raio de ação que exige da equipa um esforço contínuo. “O primeiro projeto foi o projeto Mais Jovem que veio trabalhar com as crianças do bairro Armindo Lopes Coelho. O objetivo foi integrar a comunidade do bairro. Logo de imediato abriu a creche, logo de seguida o centro de dia, depois o apoio domiciliário e depois fomos crescendo em novos serviços e ainda hoje temos

Fez em abril 11 anos que iniciaram a sua atividade e, desde então que a caminhada tem sido longa e com um crescendo de desenvolvimento notável. Em 2006 surgia, na quinta do Carvalho, a Olival Social - Associação para o desenvolvimento de Olival – que visava preencher as lacunas sociais para as quais ainda não havia resposta. Foi de membros que integravam a direção da junta de freguesia que começaram a ser dados os primeiros passos desta instituição. Com a responsabilidade do dever social e os valores de ajudar o próximo, decidiram agregar as coleti14 | PORTUGAL EM DESTAQUE


etárias. A creche juntamente com o jardim de infância acolhe 116 crianças que durante a semana criam os laços do seu futuro - “mais salas tivéssemos e continuaríamos cheios” acrescentou a diretora geral. Por sua vez, o centro de dia acolhe 60 utentes e presta um serviço de apoio domiciliário à população mais envelhecida. Para completar as valências mais incisivas prestadas pela Olival Social, surge a universidade sénior, que conta com mais de 40 alunos que ocupam o seu dia-a-dia com 10 atividades de diferentes temáticas. Para além destes serviços existem outros apoios e projetos criados para a comunidade. Dão formação informática aos alunos do primeiro ciclo das escolas de Olival e são parceiros do projeto ‘Gai@prende+”. Para além disso, são também um polo catalisador e motivador nas atividades desportivas e culturais dos mais novos. É na área da formação que surge outro dos projetos da associação. O Academia 360, em parceria com o IEFP, aproveita o espaço da quinta do Carvalho para formações na área da agricultura e jardinagem, uma forma de formar e integrar pessoas mais desfavorecidas com dificuldades na procura de emprego. Para completar a longa lista de serviços e valências prestadas assomam-se o banco alimentar, o banco de medicamentos, o banco de bens doados e ajuda técnicas, a loja social e o gabinete de apoio à família. A excelência dos serviços arrebata-se no empenho de uma direção e uma equipa dedicada às causas sociais: “Temos uma equipa muito jovem, extramente dinâmica e com muita vontade de fazer em prol da comunidade”, explicou Sara Ramos. É na criatividade que a instituição abriga as respostas sociais que vão surgindo, uma abordagem reconhecida através da distinção do Selo ES+ a propósito da sua metodologia de intervenção de inclusão social através do futebol. Este é um prémio que visa reconhecer iniciativas de elevado potencial de empreendedorismo social no Norte, Alentejo e Centro do País. Outro reconhecimento do engenho de criar soluções da Olival Social foi o prémio BPI Sénior, que premiou um projeto piloto e inovador explicado pela diretora geral: “passará por criar uma bolsa de cuidadores ao domicílio, um pedido que temos recebido e para o qual não existem respostas da segurança social. Tentamos sempre encontrar as respostas que os outros ainda não viram e testar modelos novos”. Caminhando a passos largos para o futuro, a Olival Social tem consolidado uma base forte para garantir o sucesso e a resposta às necessidades sociais da região. A primazia do bem servir a população é irrefutável e comprovado com um crescimento exponencial em apenas uma década. O futuro passa agora por centralizar os serviços na Quinta do Carvalho e de concretizar o sonho de criar um lar, um projeto já aprovado que espera apoio financeiro para arrancar.

projetos a serem aprovados”, contou-nos Sara Ramos os primeiros passos da instituição. Desde então que não tem parado de crescer e de procurar soluções para dar resposta a todas as necessidades sociais da região. Os projetos criados têm sido muitos e abrangem todas as faixas PORTUGAL EM DESTAQUE | 15


ONDE TODOS SENTEM O “RESPEITO SOLIDÁRIO” A Portugal em Destaque visitou o Centro Social Mário Mendes da Costa, IPSS e esteve à conversa com Joaquim Coimbra, presidente da direção, e Alexandra Veiga, responsável pela coordenação geral e técnica da instituição. Descobrimos de que forma a organização auxilia a comunidade sénior de Avintes, em Vila Nova de Gaia, pelas respostas sociais do Centro de Convívio de Aldeia Nova, do Centro de Dia 5 de Outubro, e do Serviço de Apoio Domiciliário. CENTRO SOCIAL MÁRIO MENDES DA COSTA

Joaquim Coimbra, foi convidado para dirigente do Centro Social pela direção anterior, cargo que exerce desde janeiro de 2015, onde os desempenhos representam características peculiares, pelo elevado número de preceitos, porque presta contas e é participado pela Segurança Social, estando comprometido com os interesses dos utentes e suas famílias, enquanto participantes, bem como com as colaboradoras. O cargo de dirigente “não é algo que seja exercido de imediato, com desembaraço”, admitiu, “leva tempo para mergulharmos nos vários processos. Foi indispensável compreender tudo sobre a organização, atravessando as suas funcionalidades, procurando entender o que era genuíno e o equivocado, para assim puder pontuar um caminho de continuidade, acrescentando-lhe valor, continuador dos processos assimilados, contudo renovados, reequacionando os procedimentos diários para os colocar no caminho do interesse dos que servimos e para os quais existimos”. Este foi o processo encontrado pelo atual presidente para os desempenhos exigidos. O quotidiano deste centro social pede uma gerência cuidadosa para servir a todos. Nessa vertente, a instituição disponibiliza três valências: o Centro de Convívio de Aldeia Nova, o Centro de Dia 5 de Outubro e o Serviço de Apoio Domiciliário. Seria importante contar com uma Residência Sénior mas, para já, não é viável, porque os apoios não são claros, a instituição, para além de ter que encontrar um lugar para adaptar ou construir, não tem capacidade financeira que possa cobrir tamanho encargo, sendo por isso uma incerteza. “Pretendíamos uma residência com capacidade para duas dúzias de lugares, nesta fase, do nosso ponto de vista, bastando para acomodar boa parte dos problemas existentes na vila. Tínhamos em vista uma casa contígua ao centro de dia, que, reconvertida e ampliada, podia resolver a necessidade imediata de vinte a vinte e quatro lugares”, explicou-nos o presidente. “Esta solução não é, de imediato, possível, pelo que 16 | PORTUGAL EM DESTAQUE

partimos para o objeto de valorizar o edificado utilizado pelas atuais respostas sociais”. O Centro de Convívio é a resposta social mais antiga, tendo o consentimento da Segurança Social para um total até 50 utentes, não esgotando a capacidade máxima, contando, diariamente, com 25 utentes com “acordo” e mais 25 que não o são, às vezes mais. Este é um lugar de passatempo, como se de uma sala de vivências se tratasse, difere de um Centro de Dia, que tem um horário de permanência, também servindo refeição e tratamento de higiene pessoal, onde se desenvolvem atividades ocupacionais que dinamizem as qualidades e capacidades do utente. A antiga escola da Aldeia Nova é pertença da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, que a disponibilizou à Junta de Freguesia de Avintes que, por sua vez, a entregou em uso e administração ao Centro Social. Recentemente, utilizando o programa Gaia+Inclusiva, que preconiza várias respostas sociais, a instituição propôs em janeiro de 2016 ao município a valorização do edificado, para os aspectos das acessibilidades, dos estados sanitários e da salubridade, e outra razoabilidade para as condições do conforto individual e colectivo, também da atenção para a preservação geral a partir dos telhados. O projeto foi entregue nos serviços respetivos do município, aguardando uma resposta que traga conforto à iniciativa. Da iniciativa, o edifício podia ter outras vocações, pois, para além dos horários de interesse do Centro Social, o espaço podia ser destinado a outras atividades, podendo ficar disponível para usufruto dos interesses locais comunitários. Neste momento, existe entretenimento ocupacional para os mais velhos, mas com outras condições funcionais e de conforto podia ser utilizado para além do horário habitual da resposta social e mesmo nos dias de descanso e feriados, nele realizando exposições, encontros temáticos, reuniões de outras organizações e iniciativas para a formação. Relativamente ao Serviço de Apoio Domiciliário, o acordo com


a Segurança Social é válido para 15 utentes, com autorização máxima até 30. A resposta social enfrenta diariamente dificuldades adicionais por ter de realizar serviços em ruas pouco largas, sinuosas e, muitas vezes, de boas pendentes, por vezes com problemas de degradação ocasional dos revestimentos, nas quais é sempre difícil manobrar com as viaturas para chegar perto dos utentes. Também por isso as viaturas têm desgaste rápido nos elementos de contacto com aqueles, mas também de prejuízo físico daquelas, pelos encostos constantes. “O Centro de Dia funciona nas nossas instalações principais, temos acordo para 30 utentes, embora autorizados até 50. Originalmente foi utilizado para ATL, o pragmatismo ditou que teria mais significado se fosse dedicado aos cidadãos seniores que ainda têm alguma autonomia. Porém, o edifício apresenta alguns constrangimentos para esse tipo de vocação, desde logo pelas acessibilidades: “Temos dois andares e é trabalhoso passar para o de cima, por isso um meio mecânico vertical ajudaria imenso a resolver a relação entre pavimentos. Também desejamos reequacionar os espaços de usos dos utentes – salas de atividades – pela supressão de alguns painéis de paredes, que tornarão os espaços mais generosos e de leitura inclusiva, e melhorar os seus sanitários”. Outro desabafo do dirigente prende-se com a necessidade de renovar parte do parque de viaturas utilizado na recolha, transporte e entrega dos utentes, pois acredita que o serviço prestado é muito importante e essencial a quem ajudam a vencer um outro tempo da sua vida. Dificuldades à parte, “os mais velhos aqui são felizes, porque lhes damos atenção e

o respeito solidário que esperam”, toma a palavra Alexandra Veiga, “no primeiro mês ainda se adaptam, depois criam uma dependência saudável, criando afetos”. A responsável pela coordenação reitera a importância da instituição no dia-a-dia do idoso, uma vez que acrescenta bem-estar ao mesmo, enquanto ou quando a família não pode ou não está presente. As 12 colaboradoras do Centro Social Mário Mendes da Costa são dedicadas e preocupadas com o bem-estar de todos. “Por isso, os utentes gostam de estar por cá, sentem-se aconchegados”, acrescentou Alexandra Veiga. Todas são fundamentais e indispensáveis para o bom funcionamento da instituição, uma responsabilidade que compreendem e enfrentam diariamente. “Acima de tudo, interessa-nos dar continuidade ao legado, garantindo que o muito trabalho dos órgãos sociais anteriores não foi em vão, pois as pessoas contam com a instituição para lhes dar os complementos que necessitam, restando-nos confirmar e prolongar as quatro dezenas de trabalho solidário”.

RUA 5 DE OUTUBRO, 1739 A 43 4430-805 AVINTES - VILA NOVA DE GAIA TELEFONE: - 309 869 798 E-MAIL: CENTROSOCIAL.MMC.IPSS@GMAIL.COM

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GUARDA Do alto dos seus 1056 metros de altitude, a Guarda impõe-se na paisagem montanhosa da Serra da Estrela. O ar puro, leve e frio que ali se respira garantiu-lhe o título de Cidade Bioclimática Ibérica e permite também a manufatura de excelentes queijos, enchidos e azeite, reconhecidos e premiados em várias partes da Europa. Esta cidade, fundada em 1199, conta com 800 anos de História, nomeadamente no que diz respeito à consolidação das fronteiras nacionais, durante as lutas entre Portugal e Castela, cujo símbolo máximo é a Torre de Menagem, que se destaca, altaneira, no ponto mais alto da cidade. Através de diversos percursos pedestres, a Guarda dá a conhecer as suas aldeias serranas, perdidas na Serra da Estrela, no meio de uma fauna e uma flora inacreditavelmente ricas e distintas do resto do país, devido ao microclima ali existente. O artesanato desta região é marcamente adaptado ao clima frio e serrano. Os cobertores de Papa são feitos de lã e desenhados para proteger os pastores do Inverno severo, passado nas pastagens mais altas do país. Ainda hoje servem a sua função, bem como as campainhas de Maçainhas, com que os pastores ainda adornam as suas ovelhas. Visitar a Guarda é uma experiência transversal no tempo. É possível recuar 800 anos e ver os pontos de onde, em épocas remotas, se defenderam as fronteiras do país, e em simultâneo visitar uma cidade cosmopolita, virada para o futuro, consciente da sua importância a nível nacional e, sobretudo, daquilo que tem para dar a conhecer ao mundo.


ESPECIAL CELSO MADEIRA

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DEDICAÇÃO, DISTINÇÃO E INOVAÇÃO: OS MELHORES VINHOS E AZEITES Localizada em redor de vila de Almendra, na mais nobre zona do Douro Superior e englobada na Reserva Arqueológica do Vale do Côa, a CARM apresenta-se como uma empresa reconhecida na atividade agrícola. Celso Madeira, fundador da empresa, deu-nos a conhecer o seu trabalho e percurso ao longo dos tempos. CARM

Quem chega a Vila Nova de Foz Côa é presenteado com paisagens únicas sobre o Douro e quem as aprecia nem imagina o que a agricultura daquelas terras pode dar ao mundo em termos de qualidade. As culturas das vinhas e das oliveiras tornam a região rica em termos não só ambientais e paisagísticos como também económicos. Dali, resulta um belíssimo azeite e um ótimo vinho, e que o diga o Engenheiro Celso Madeira que, em 1999, criou a CARM – Casa Agrícola Roboredo Madeira, S.A. Se voltarmos atrás no tempo, a família começou o seu trajeto na produção agrícola tradicional na região, no século XVII. O objetivo sempre foi o mesmo: produzir azeites e vinhos de alta qualidade a partir de azeitonas e uvas das suas quintas. Com um ambiente único que abrange a região, a exploração abrange mais de 600 hectares em que a lavoura das quintas é, quase na totalidade, feita sob modo de produção Biológico, com cerca de 200 hectares de olival, 150 de vinha e 60 de amendoal. Com características muito próprias dos solos, que são pobres e de origem xistosa com elevados declives, aliadas às condições climatéricas do local que são rudes, as culturas tradicionais da região são condicionadas logo à partida. As culturas da vinha, do olival e do amendoal são as únicas adaptadas às características desta região. Como tal, Celso Madeira, engenheiro civil, afirma que “a terra tem a capacidade de criar ligações muito fortes com as pessoas” e revela que o gosto pela agricultura surgiu naturalmente relembrando que muitas vezes acompanhava o seu pai ao Douro, onde ele mantinha uma agricultura “de amor” e nada rentável. No entanto, a agricultura a tempo inteiro só apareceu na vida do engenheiro civil após a sua reforma: “Quando acabei a minha formação andei um pouco por todo o mundo, mas, quando da reforma, pensei que alguma coisa tinha que fazer com os terrenos que tínhamos e, no fim, acabei por arriscar”, conta Celso Madeira. Com um intuito inicial de potenciar as propriedades da família, aumentar a agricultura e fazer novas plantações de vinhas, numa perspetiva de vender a produção a terceiros, nem tudo foi fácil. Após o aparecimento de algumas dificuldades em termos de vendas, a única solução viável no entender do fundador da

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empresa foi “apostar na transformação e comercialização das matérias-primas próprias”, o que deu origem à CARM, em 1999. A evolução A CARM permitiu ser uma ferramenta não só de rentabilização da produção, como colocar no mercado, a preços acessíveis, produtos com uma grande qualidade, diferenciados. Uma grande parte é derivada ao modo de produção biológico e à inovação, como é o caso do vinho sem sulfitos adicionados, o “SO2 Free”. Assim, em 2004, a CARM deu um passo importante na perseguição dos objetivos impostos e construiu uma nova adega equipada com a mais recente tecnologia. Esta, é uma ferramenta indispensável para os processos de produção, estágio e engarrafamento dos vinhos. Localizada na Quinta das Marvalhas – Almendra, fonteira com o Parque Natural do Douro Internacional, oferece vistas ímpares e impressionantes sobre o Douro Superior. Esta escolha recaiu sobre dois fatores: “o facto de esta quinta estar numa posição relativamente central em relação às vinhas da CARM, permitindo assim um transporte rápido e eficaz das uvas na altura da vin-

dima, mas também o facto de estar situada a 400 metros de altitude, com exposição nascente norte, minimizando deste modo a demasiada, e, por isso, nefasta, insolação”. O laboratório analítico, a linha de enchimento e rotulagem, conferem a esta adega a autonomia necessária ao controlo eficaz de todo o processo produtivo. Com o equipamento tecnológico mais avançado, a proeminência e importância dos recursos humanos não são esquecidos. O principal capital da empresa, são os seus colaboradores, em que cerca de 60 por cento são licenciados, todos se destacando pelo profissionalismo, capacidade e dedicação. “Nobel” do Azeite O azeite, após ter sido fustigado durante muitos anos por diferentes óleos e pelo corte cultural com o passado, em que servia para quase tudo em casa, retomou, há poucos anos, a confiança dos portugueses e o prazer do seu consumo. O reaparecimento da mancha de olival nos últimos anos em Portugal permite pensar que um dos maiores símbolos de identidade mediterrânica está de volta. Nos últimos anos, têm sido produzido mais e melhores azeites e os consumidores estão a tornar-se

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“especialistas”, tornando-se mais requintados na escolha. A produção de azeite, pela família de Celso Madeira, começou em 1998, a partir dos seus olivais à volta de Almendra, uma unidade contemporânea em que os métodos tradicionais coexistem numa harmonia perfeita com a tecnologia de ponta do restante equipamento. Celso Madeira refere que “a decisão de produzir azeite resultou do conhecimento das necessidades e gostos do mercado internacional e a decisão resultou plenamente pois, logo no primeiro ano em que concorreu ao VI Concurso de Azeites DOP, obteve a mais alta pontuação de todos os concorrentes às várias vertentes do concurso”. Os resultados, a partir daí, apareceram cada vez mais satisfatórios com incontáveis prémios em concursos nacionais e internacionais, e, só para citar um caso, e considerando particularmente o prémio Mário Solinas, “o nobel do azeite”, do Internacional Olive Council, a CARM era, em 2014, a empresa do mundo com mais prémios (e segundo a classificação internacionalmente aceite da “Best Olive Oils of the World”. A apanha da azeitona é, ou feita à mão com recurso a pequenos vibradores ou com vibradores grandes acoplados a tratores. Inicia-se em meados de outubro e prolonga-se até ao Natal, altura em que a azeitona, na região, está já praticamente toda preta, com o consequente princípio da perda de qualidade do azeite. As variedades utilizadas para a obtenção dos azeites CARM são: Verdeal, Cobrançosa, Negrinha e Madural, sendo esta última predominante. No entanto, pensa-se que, nos novos olivais a plantar, serão talvez usadas outras castas de molde a potenciar uma maior diversidade dos lotes. A CARM transforma, além da sua, a azeitona de distintas sociedades do Douro, tendo uma produção de cerca de 250 000 a 300 000 garrafas/ano, e sendo o anterior processo produtivo rigoro-

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samente controlado. A maior parte do azeite é obtido a partir do modo de produção biológico. Os “nichos” de mercado objetivados pela CARM sempre foram os países com forte poder económico e exporta, entre outros, para o Brasil, Canadá, Japão, Macau, Suíça, Angola e EUA. Já o mercado nacional, só a partir do início de 2010 é que foi mais trabalhado, estando os azeites disponíveis no Continente, El Corte Inglès, Jumbo, Makro e Lojas Gourmet. Vinhos para o Mundo Ser português exige grande responsabilidade. É esperado que saibamos apreciar um bom vinho e a maior parte de nós até o consegue fazer com alguma agilidade, mas com a quantidade de exemplares disponíveis não é tarefa fácil. A CARM é uma das marcas mais reconhecidas do Douro Superior. Com uma posição inovadora e dinâmica, com um trabalho árduo desenvolvido pela família Roboredo Madeira desde a vinha até ao momento de servir, a CARM é uma marca diferenciadora. O primeiro rótulo de vinho com a marca CARM saiu em 2000, a partir de uma adega em S.J. da Pesqueira, e desde então, não parou. O passo foi curto, daí a construção da adega em 2004, ano em que saiu também o primeiro vinho produzido e vinificado pela CARM. Mas já vem de longe a prática vinícola. A vinha existente mais antiga tem cerca de 100 anos e desde a sua criação, em 1999, a CARM não tem parado de plantar e melhorar a seleção de clones de castas portuguesas tradicionais. O modo de produção biológico está introduzido em quase todas as suas quintas, que abrangem os mais de 150 hectares de vinha. A produção do vinho chegou mais tarde que a do azeite e Celso Madeira esclarece que tal só aconteceu por razões económicas uma vez que “o custo dos investimentos era muito maior”. No entanto, o sucesso é enorme para as duas valências. A produção do vinho, quem em 2009 rondava as 400 000 garrafas, passou no ano seguinte para cerca de 600 000, depois para 800 000, e sendo o atual objetivo, atingir o milhão e duzentas mil, aproximadamente, num horizonte máximo de cinco anos. As castas utilizadas são, unicamente, autóctones, e entre outras, a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Touriga Brasileira nos tintos e Rabigato, Viosinho e Codega do Larinho nos brancos, algumas provenientes de vinhas com mais de 50 anos. Atualmente, as linhas de vinhos são os “Vinha do Bispado” (brancos e tintos) e a gama “CARM” que abrange os “Colheitas” (tinto, branco e rosé), os “Reserva”, os “Grandes Reserva”, os “Maria de Lourdes”, os “CM” e, o último lançamento, o “SO2 Free”. Em 2008, iniciou a produção de Porto com uma honrosa classificação de “Vintage”. A CARM, aos olhos de Celso Madeira, tem dois fatores importantes de diferenciação: um “a nível comercial, uma boa relação qualidade/preço” e outro “a nível de produção, uma tecnologia que permite obter vinhos com a tipicidade do Douro, mas que tentam ser mais elegantes ou mesmo criar vinhos de todo surpreendentes, como o “SO2 Free””. Direcionadas para o mercado externo, as vendas da CARM estão

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presentes em mais de 20 países. E, só em 2010, é que o mercado nacional começou a ser trabalhado com maior profissionalismo e bons resultados. Na CARM acredita-se que “o produto nacional deve procurar afirmar-se nos mercados externos mediante uma política de alta qualidade a preços competitivos de modo a ganhar, passo a passo, o reconhecimento dos clientes”. Em termos de qualidade, Celso Madeira está convencido de que “aos poucos e poucos o Douro vai impor-se cada vez mais no mercado internacional, coisa que seria muito facilitada com uma estratégia bem definida para a região acompanhada de políticas agressivas de marketing”. Responsabilidade ambiental A família Roboredo Madeira é um caso de sucesso, cujos vinhos, azeites e produtos “gourmet” são alguns dos prazeres que de melhor lhe podem proporcionar sempre tendo em conta, como afirma Celso Madeira, “a responsabilidade ambiental”. As atuais alterações climáticas, que põem em risco a própria sobrevivência do planeta, têm de toda a evidência, impacto nas culturas tradicionais e obrigam a uma resposta responsável e coletiva: “Cada vez mais a agricultura, ou outra qualquer atividade, deve-se pautar e, fundamentalmente, por um estrito respeito pela natureza. Tentamos na CARM proceder em conformidade, mas sem fanatismos, continuando sempre que possível a trabalhar em molde de produção biológica. Tentamos igualmente adaptarmo-nos a esta nova realidade adversa e assim, entre outros, procuramos implementar as nossas vinhas à quota mais alta possível e, preferencialmente, viradas a norte. E, escolhe-

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mos variedades e clones que melhor se adaptem e, tentamos, a todo o custo, encontrar água para rega (e, neste caso, tentamos igualmente o mais possível fugir aos furos, preferenciando pequenas barragens ou charcas)”. Na realidade, a falta de água é a questão número um que se levanta tanto à agricultura nesta região como em todo o nordeste do país. “Sem água não há agricultura e espanta o que se passa em Portugal – privilegiam-se os furos e há uma “raiva” primitiva e acéfala às barragens”. Para o futuro… “Temos pela frente um caminho longo e difícil de percorrer (não nos esquecemos da afirmação de uma grande senhora dos vinhos – o difícil, no mundo dos vinhos, são os primeiros 200 anos) e a vocação da CARM é fazê-lo, por muitos anos que demore”. Com todo o sucesso e reconhecimento obtido ao longo dos anos, os planos para o futuro empreendem-se em dois grandes objetivos: num horizonte de três anos quase duplicar a produção, tanto de vinho como de azeite, sem perder a qualidade e, até, melhora-la. E, por fim, atingir uma percentagem de exportação à volta de 75 por cento de produção preferencialmente para fora da Europa. “Para isso, seremos obrigados a fazer vultuosos investimentos tanto na estrutura produtiva como na agro-transformação e, isso, vai-nos obrigar a seguir atentamente a tesouraria e a um possível “apertar de cinto””. “No entanto, julgamos que ultrapassaremos as dificuldades e atendendo tanto à nossa capacidade de esforço como à evolução bastante positiva da empresa nos últimos anos; na realidade, nos últimos seis anos, crescemos uma média superior a 15% e, este ano, pensamos ter uns 25%”.



O MELHOR QUEIJO DO MUNDO ESTÁ EM CELORICO DA BEIRA José Alexandre Nascimento abriu o espaço em Fevereiro de 2012 com o objetivo de comercializar produtos da região da Serra da Estrela de modo a garantir a qualidade e a satisfação dos consumidores. Depois de uma vida a trabalhar na Administração Local, José, agora aposentado, procurou encontrar uma solução de fazer qualquer coisa. “Decidi abrir este negócio porque vi uma oportunidade e uma necessidade para divulgar produtos regionais da Serra da Estrela, aliando esta realidade ao facto de se prever um aumento do setor do turismo para a região”. SABORES DA SERRA JOSÉ ALEXANDRE NASCIMENTO O negócio familiar O pequeno e acolhedor espaço está localizado bem no centro da Vila, é aqui que se encontram os melhores produtos locais fabricados pelos produtores do concelho. A divulgação e promoção passa essencialmente por queijos, enchidos tradicionais, presunto beirão, azeite, mel, vinhos, doces e bolos, todos eles da região da Serra da Estrela. “Os produtos desta região da Serra da Estrela são de ótima qualidade e garantidamente os melhores de Portugal”, afirma orgulhosamente. Quanto ao mercado, é essencialmente Português “É um negocio familiar e como o espaço é pequeno não há produtos aqui na zona em quantidade suficiente para se exportar. Vivemos à base do produtor tradicional, temos cerca de 20 produtores locais e é aí que vamos buscar os produtos, não optamos por produtos de grandes industrias.”

não tem existido reclamações. O queijo agrada pela sua qualidade”, acrescenta. De textura e o sabor requintado é um elemento fundamental na gastronomia Portuguesa, obedecer a requisitos de qualidade de um produto 100% Português “É identificado em todos os queijos o selo «Portugal Sou Eu» permitindo ao consumidor identificar a origem de ser um produto Português.” O proprietário admite que nem todos os produtos de excelente qualidade têm condições para aceder a novos mercados a um preço competitivo “Só é vantajoso se o consumidor reconhecer e associar a qualidade ao produto. Os queijos das grandes superfícies podem ter um preço mais em conta, mas em nada se iguala a um queijo genuíno, o paladar é diferente devido ao fabrico.”

A marca, Queijo Celorico da Beira No seguimento de mercado, determinou que a melhor maneira de crescer em época de crise foi sair de zona de conforto e reforçar o posicionamento com a nova marca, Queijo Celorico da Beira ”Uma divulgação na ligação do nome da Vila e o Queijo juntos dos consumidores”.Esta iguaria, posteriormente registada já é uma marca nacional, adquiriu parcerias e levou a um crescimento gradual de notoriedade e desenvolvimento local “O queijo é um cartão-de-visita de Celorico da Beira, desempenha um papel de grande importância na economia local”.

O caso de sucesso Aquilo que começou por ser hobbie tornou-se depressa numa atividade aliciante para José, que refere que o balanço é positivo e o volume de negócios tem crescido. “Pretendo dar a conhecer aos turistas e a todos os que passam pela terra produtos de excelência de Celorico da Beira. Estou de portas abertas, mas a afluência nestes últimos anos é cada vez menor, tem havido falta de turistas no interior do País.” Para José, o futuro passa por continuar este negócio ainda com mais dinamismo e manter a comercialização destes produtos emblemáticos endógenos da terra. Termina deixando uma mensagem a todos: “Venham a Celorico da Beira conhecer o património histórico, a gastronomia beirã, e claro provar os produtos da Serra da Estrela do nosso espaço Sabores da Serra, provem e tirem conclusões”.

Autenticidade inconfundível de sabor a Serra Este produto tem a particularidade de derivar de uma privilegiada zona dos pastos verdejantes, com um clima muito específico, que confere ao produto final um aroma e paladar inconfundível, é a delicia para qualquer apreciador. É mesmo assim que descreve o queijo “É uma receita tradicional, com garantia de qualidade de 100% leite de ovelha, cardo, sal e o talento secular de o saber fazer. Quem compra mantem-se fiel ao Queijo Celorico da Beira, 26 | PORTUGAL EM DESTAQUE

A aposta no online O catálogo com todos os produtos está na página da internet www.saboresdaserra.com e é possível fazer encomendas através da loja-online em todo país. O cliente pode, assim, comprar a partir do conforto da sua casa, e em 24 horas tem os produtos disponíveis para consumo, apenas por um custo do transporte acrescido “A página tem tido muitas visitas, e os clientes de distantes compram porque preferem a qualidade, apesar acrescer os portes de envio, compensa, demora apenas um dia a receberem os produtos.”

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UMA AVENTURA COM SUCESSO NO RAMO IMOBILIÁRIO Situada na cidade mais alta de Portugal, a agência ERA da Guarda está localizada no Largo General Humberto Delgado. Joana Martins decidiu abraçar este desafiante projeto em 2011 e, desde então, adora o que faz. A jovem licenciada em Gestão conta-nos que enveredou no ramo imobiliário através de um conhecimento de um familiar. “Surgiu a oportunidade de negócio do trespasse da ERA anterior e fomos para a frente. Foi uma aventura, porque nunca tinha trabalhado neste ramo antes”, refere. ERA GUARDA Esta agência foca-se essencialmente nas vendas no concelho da Guarda, realizando também negócios nas zonas envolventes, quando solicitada. O negócio está a crescer e a atravessar bons tempos, não só devido a toda a conjuntura atual, mas também por todo o trabalho desenvolvido até agora. Vender em tempos de crise e lidar com todo o tipo de clientes A ERA da Guarda iniciou a sua atividade numa altura em que Portugal atravessava uma forte crise económica, mas isso não desmotivou Joana a continuar com os negócios. “Numa altura em que o mercado estava em baixo, nunca deixámos de vender. Foi mais difícil, mais trabalhoso, mas ajudou-nos a estar preparados para as adversidades”, afirma a empresária. Joana revela que existe uma grande procura por imóveis um pouco por toda a parte, desde investidores que procuram boas oportunidades de rentabilidade até a estrangeiros que pretendem casas para segunda habitação nesta região. A facilidade de acesso ao crédito abriu igualmente o mercado a novos clientes: “temos clientes particulares, famílias que se calhar em 2011 não pensavam em trocar de casa e que neste momento já lhes é mais fácil, uma vez que o crédito está mais acessível”. Um trabalho feito com seriedade e honestidade A administradora refere que se voltasse atrás no tempo não mudava nada. “Gosto de trabalhar neste ramo, porque é uma atividade em que todos os dias são diferentes e lidamos diretamente

WWW.ERA.PT/GUARDA

JOANA MARTINS

com as pessoas. Vender casas baseia-se exatamente nisso, no relacionamento com os clientes, e isso é o mais importante, as casas vêm por acréscimo.” Um acompanhamento constante desde o início até ao final é o segredo para o sucesso desta agência, juntamente com o facto de apresentarem boas ofertas e um trabalho feito com seriedade e honestidade. O balanço que faz destes anos de trabalho é, portanto, muito positivo. “Temos, ao longo dos anos, subido sempre na faturação, este ano já ultrapassámos as metas que tínhamos perspetivado no início do ano, portanto estamos no bom caminho, a equipa está toda de parabéns!” Não parar de crescer e alargar a equipa Atualmente, a agência tem dez funcionários numa equipa constituída por seis comerciais, direção comercial, coordenação de loja e departamento processual (ligado ao tratamento de burocracias). Para o futuro, Joana Martins ambiciona sempre mais: espera ver a sua agência maior, com mais pessoas e mais faturação. “Quem precise de comprar ou vender casa não deixe de passar pela nossa agência para conhecer a nossa oferta e de que forma é que podemos ajudar. Para quem está à procura de emprego informamos que a ERA Guarda está a aumentar a sua equipa comercial para abrir uma segunda equipa muito em breve”, acrescenta a diretora comercial.

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ENCONTRO PERFEITO ENTRE A ANCESTRALIDADE E A MODERNIDADE Nas 12 Aldeias Históricas de Portugal há vestígios impressionantes da nossa história. Localizadas no centro do país, foram recuperadas e, atualmente, caminhar pelos seus becos e ruelas é regressar ao passado e sentir o mais genuíno caráter do povo português, dos seus costumes, tradições, património, bem como uma oferta contemporânea diversificada, destacando o lifestyle. Esta oferta é direccionada a diferentes segmentos e gostos. ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL Criada em 2007, tem como objetivo promover o desenvolvimento turístico da Rede Aldeias Históricas de Portugal, da qual fazem parte Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. As 12 Aldeias Históricas de Portugal estão localizadas no interior Centro de Portugal, distribuídas por 10 municípios – Almeida, Arganil, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Idanha-a-Nova, Meda, Sabugal e Trancoso. Em entrevista à revista Portugal em Destaque, Dalila Dias, coordenadora da rede, explica-nos que o objetivo deste projeto, de elevada relevância para o país, passa por “dar resposta de forma integrada aos problemas do mundo rural do interior do país, no sentido de recuperar, revitalizar e regenerar espaços ricos em património, cultura e tradição. Assim, baseado em recursos fortemente identificados com o respetivo território, o projeto das Aldeias Históricas de Portugal centrou-se na recuperação do património edificado de reconhecido valor histórico, patrimonial e cultural, de modo a que este fosse dinamizado pelo seu uso turístico: “Visa-se, pela via do turismo e das atividades que lhe estão conexas, a promoção do desenvolvimento socioeconómico e consolidação do destino turístico da região, contribuindo para a retenção das camadas mais jovens no território e para o aumento da autoestima das populações locais”, refere a responsável. Viaje connosco e descubra as doze Aldeias Históricas de Portugal. Fundadas numa região repleta de valores naturais, a Beira portuguesa, as Aldeias Históricas gozam da proximidade da Serra da Marofa, do Parque Nacional da Serra da Estrela, da Gardunha, a da Reserva Natural da Malcata e o Douro Internacional. Com um enquadramento assim, ninguém resiste a explorar os inúmeros percursos entre aldeias, aproveitando para um passeio a pé, de bicicleta ou de automóvel. Deixe-se inspirar pela paisagem de cortar a respiração e aproveite para provar alguns dos mais característicos produtos regionais. Também nos queijos, no vinho, no cabrito, no borrego, nos enchidos e no azeite típicos da região centro de Portugal se encontram vestígios da história. Depois, visite os centros históricos e o seu património religioso, arquitetura popular, palácios e casas senhoriais, castelos, muralhas e fossos, pelourinhos, prisões e casas de câmara. Deixe-se transportar ao Portugal Medieval, mas também aos Descobrimentos, à Restauração, às Invasões Francesas ou até à pré-história: “Viva a sua experiência Aldeias Históricas de Portugal e descubra um país novo”, desafia Dalila Dias, sublinhando a dimensão da contemporaneidade do destino e das ofertas mais luxuosas ao nível do alojamento e de excelente qualidade no âmbito da restauração. “O cenário transporta-nos para uma viagem no tempo, mas o que podemos consumir e experienciar apresenta tempos hodiernos, uma dualidade que nas aldeias é um perfeito “match”.

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MADEIRA Quem visita volta afirmando que passou pelas quatro estações do ano num único dia: chove, faz calor debaixo do sol que rasga os céus e sente o frio percorrer a pele. E são bastantes os visitantes, atraídos pelo clima que apesar de tudo é ameno o ano todo e pelo famoso fogo-de-artifício no Ano Novo, considerado como o maior espetáculo pirotécnico do mundo na passagem de ano de 2006 para 2007. Muitos são os motivos, para além dos já referidos, que tornam o arquipélago como um dos destinos turísticos mais atraentes: o seu vinho licoroso (Vinho da Madeira), as suas flores, os vales verdejantes e floridos, as suas paisagens montanhosas e o mar, que se prolonga até tocar no horizonte infinito. As praias de areia cor de ouro da Ilha do Porto Santo convidam a nela estender a sua toalha e usufruir do sol. Foi precisamente por esta Ilha que a Madeira foi descoberta em 1418 pelos portugueses, reclamando-a como sua e apelidando o conjunto de ilhas de Madeira pela abundância da matéria-prima no local. Esta região teve um papel preponderante no século XV para os Descobrimentos. A sua colonização serviu de modelo para o Brasil e foi aqui que Cristóvão Colombo aprofundou os seus conhecimentos da arte de navegar e planeou a sua viagem para a América, cujos resultados são sobejamente conhecidos. Também se tornou famosa pelas rotas comerciais que ligavam o porto do Funchal (capital) a todo o Velho Continente. Região Autónoma, separada de Portugal continental pelo Oceano Atlântico, é a segunda região mais rica do país. O turismo é uma fonte de receita. Também a produção de banana, as flores e o já referido Vinho da Madeira constituem um importante contributo para a economia madeirense. Terra rodeada por todos os lados pelo mar, não podia deixar de se dedicar à pesca, que ainda recorre a métodos artesanais. As principais espécies capturadas são o atum e o peixe-espada.


UMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL Desde 1995, que os habitantes ou visitantes do Funchal podem visitar a ilha dourada do Porto Santo. A Porto Santo Line assume a responsabilidade dessa travessia com um serviço de excelência. Sérgio Gonçalves é o administrador executivo da empresa e conta-nos de que forma têm promovido os destinos da Região Autónoma da Madeira. PORTO SANTO LINE

SÉRGIO GONÇALVES

Portugal em Destaque: Como surgiu a Porto Santo Line? Sérgio Gonçalves: A Porto Santo Line – Transportes Marítimos Lda foi fundada a 24 Novembro 1989, com o objetivo de estabelecer um serviço regular de transporte marítimo entre as ilhas da Madeira e Porto Santo. A Porto Santo Line opera a linha desde 1989, então com o navio Madeirense, que prestava serviço de transporte de mercadorias, sendo posteriormente reclassificado e certificado como navio de passageiros em 1992. Desde 1995, através de concurso público internacional ao qual concorreu e venceu, detém a concessão da linha marítima entre a Madeira e o Porto Santo, operando assim diariamente o transporte de passageiros e mercadorias. PD: Quais os seus principais serviços e

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público-alvo? SG: A atividade da Porto Santo Line garante o transporte marítimo de passageiros, viaturas e mercadorias, trabalhando ativamente diversos segmentos de mercado, que constituem o público-alvo da empresa: residentes na Ilha do Porto Santo, aos quais são praticadas tarifas reduzidas, sendo este esforço económico assumido na totalidade pela empresa; os madeirenses, através de pacotes especiais de passageiros e viaturas, proporcionando maior comodidade; o segmento turístico, através da implementação do produto Cruzeiro de um dia ao Porto Santo, com transferes desde e para as unidades hoteleiras do Funchal e Caniço, aliado à disponibilização de várias experiências acopláveis à tarifa. Este produto promove a complementaridade entre destinos, disponibilizando assim, a visão total do arquipélago a todos os turistas que visitam a Região Autónoma da Madeira. PD: Através da Porto Santo Line já é possível visitar a ilha de Porto Santo facilmente. SG: Em 2003, a introdução de um novo navio, pensado e construído de raiz tendo em consideração as especificidades da operação entre a Madeira e o Porto Santo, representou um momento histórico para a empresa e para a Região Autónoma da Madeira. O Lobo Marinho é um navio moderno, potente, versátil, confortável, seguro, e com um nível de qualidade superior, premiado internacionalmente. Apesar de desenhado e projetado para operar esta linha marítima, está habilitado e certificado para operar a nível internacional. Com 6 dos 8 pavimentos dedicados aos passageiros, o navio Lobo Marinho apresenta uma oferta diversificada de atividades e entretenimento, com

14 salões e espaços públicos a bordo. As ligações são diárias, com partida habitual do Porto do Funchal pela manhã e regresso ao final do dia. A duração da viagem é de 2h15m, sendo que o grau de conforto, segurança e qualidade do navio, aliado à diversidade de oferta a bordo, são garante de uma viagem inesquecível. PD: Sentem que são já uma referência na região e que têm dinamizado o turismo? SG: Ao longo da sua existência, a Porto Santo Line tem tido como principal preocupação servir a população e o Porto Santo. O trabalho desenvolvido permitiu que uma rota marítima estabilizada nos 100 mil passageiros anuais antes da concessão, evoluísse até números que ultrapassam os 300 mil passageiros por ano. A introdução de navios ferry nesta linha, por decisão da Porto Santo Line, permitiu garantir regularidade do serviço prestado e atingir níveis de conforto muito superiores, além de disponibilizar diariamente capacidade para transporte de viaturas e carga. Neste sentido, podemos dizer que a empresa contribui decisivamente para a coesão regional, promovendo a mobilidade entre as duas ilhas habitadas do arquipélago, potenciando o seu desenvolvimento. Relativamente ao turismo, foi com determinação que a empresa assumiu o combate à sazonalidade crónica do destino. Desde a génese, com a criação de pacotes competitivos, com alojamento ou viatura, fomentando a ida de mais visitantes ao Porto Santo nas épocas baixas. Embora numa primeira fase dirigidos ao mercado regional, principal “cliente” do destino, hoje em dia são promovidos produtos junto dos principais operadores turísticos nacionais e estrangeiros, tal como o Cruzeiro de 1 dia, que leva em média 100 turistas por dia ao Porto Santo.



A CAPITAL DA LAURISSILVA Quando chegamos a São Vicente, somos recebidos por altas montanhas, uma floresta nativa única no Mundo e um ar puro inigualável que se respira até ao mar. Apresentado pelo Presidente da Câmara Municipal, José António Garcês, fique a conhecer este concelho que é sinónimo de Natureza. CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE Portugal em Destaque: Quais as principais linhas orientadoras para o atual mandato, enquanto Presidente da Câmara Municipal de São Vicente? José António Garcês: As linhas orientadoras deste executivo municipal para o mandato 2017-2021 centram-se em manter a política de proximidade, as pequenas obras próximas e necessárias junto da população e que são muito importantes no dia-a-dia, continuar a apoiar e a desenvolver políticas sociais, de educação, da cultura, do desporto, da agricultura e do turismo. Investir em todas estas áreas e, sobretudo, investir nas obras estruturantes que desenvolvam e dinamizem ainda mais o Concelho de São Vicente e que atraiam investimento privado. PD: São Vicente é conhecida como a capital da Laurissilva. Que apresentação faz do município a nível de serviços/atividades? JAG: Tendo São Vicente uma grande mancha da floresta Laurissilva, tendo também recebido o Galardão das 7 Maravilhas de Portugal, aproveitamos esta potencialidade para promovermos o nosso concelho. As marcas “São Vicente, Capital da Laurissilva” e “São Vicente, no coração da Laurissilva”, que são usadas nos nossos eventos e também a promoção da própria floresta Laurissilva em eventos feitos para o efeito, como os trails, o encontro de pedestrianismo ou o BTT.

JOSÉ ANTÓNIO GARCÊS 32 | PORTUGAL EM DESTAQUE

PD: Além da floresta nativa, a vinha é das culturas mais relevantes do concelho. De que forma aproveitam essa capacidade? JAG: A vinha e sobretudo a produção de uvas para o vinho madeira é das principais produções do concelho, cooperando este com cerca de


1500 toneladas (em 2017) para a produção regional. Este é ainda o trabalho de muitas famílias em São Vicente, contribuindo para a dinamização da economia local. Mas, São Vicente também tem empresários que investem na produção vinícola e em marcas próprias de vinho de mesa, branco, tinto e rosé, produzidos no nosso concelho e colocando São Vicente no mapa dos vinhos de mesa regionais e nacionais. São Vicente, neste momento, é associado da Associação de Municípios Portugueses do Vinho e é dos territórios vinhateiros de Portugal. PD: Quais são os principais motivos para visitar São Vicente? JAG: São Vicente é um concelho com muitas belezas naturais que potenciam o lazer, o bem-estar e também o desporto de natureza. A floresta Laurissilva, as levadas, as cascatas, as Grutas de São Vicente, o Centro de Vulcanismo, proporcionam momentos únicos às pessoas que só conseguem senti-los em São Vicente. As pessoas, a simpatia, o saber e querer receber bem é o nosso melhor cartaz de visita associado a todo o nosso património natural e histórico faz com que São Vicente seja um excelente local para se visitar. PD: Quais as iniciativas planeadas para promover São Vicente? Qual a sua relevância? JAG: Apostamos nos diversos tipos de turismo que têm grandes potencialidades no nosso concelho, o turismo de natureza, o turismo de lazer, o turismo desportivo, entre outros, associando ao vídeo promocional do concelho que é utilizado em toda a promoção, quer internamente, quer no exterior, faz com que se faça uma promoção integrada de São Vicente. As festas de São Vicente, na cultura, o São Vicente Cup, o Rally de São Vicente, as provas dos campeonatos nacionais, europeus e mundiais de surf, no desporto, o encontro de pedestrianismo, na natureza, são algumas as iniciativas planeadas e agendadas para que as pessoas tenham uma oferta diferenciada no turismo, no concelho.

PD: Ao longo deste quadriénio quais foram as principais prioridades do executivo? E que balanço podemos fazer do anterior mandato? JAG: As principais prioridades do anterior mandato foi, em primeiro lugar, estarmos próximos da nossa população, vermos as suas necessidades e problemas e tentarmos ajudar e resolver, porque a situação de cada pessoa é diferente da outra. Depois chegarmos a toda a população com os apoios municipais, desde o social à educação, onde apoiamos a nossa população com vários projetos de apoio, como: a recuperação de imóveis degradados de famílias carenciadas, o arrendamento social municipal, o apoio à compra de medicamentos de pessoas idosas carenciadas, o fundo municipal de emergência social. Contamos ainda com os projetos SPA Sénior, Séniores Ativos, Mexer Mais e a Minha Casa, Meu Lar, a formação e ocupação em contexto de trabalho, onde temos dado oportunidade a cerca 60 pessoas do concelho poderem fazer este programa. Um investimento da autarquia que visa dotar estas pessoas de experiências e valências no contexto do trabalho, preparando-as para o próprio mercado. Investimos mais de 1.000.000 euros na Educação, com investimentos e o apoio a todas as escolas do ensino básico, Escola Secundária e apoiando também o Ensino superior. Atribuímos manuais escolares a todos os alunos do 1º ao 4º ano, transporte escolar gratuito no 1º ciclo, assumimos metade do valor da mensalidade das creches das crianças do nosso concelho e concedemos bolsas de estudo a todos os alunos do concelho que frequentam o ensino superior público. Apoiamos as duas áreas de desenvolvimento económico do Concelho: o turismo e a agricultura. Desenvolver e investir em todos os setores para termos um concelho mais justo e evoluído e onde se possa dizer “É bom viver aqui!”. A nível financeiro, passamos de uma autarquia excessivamente endividada para uma autarquia financeiramente estável, um feito ao longo deste mandato por este executivo municipal. Tornamos esta autarquia cada vez mais equilibrada financeiramente, o que nos permitiu reduzir o passivo desta Câmara neste mandato para menos de metade do valor que registava em 2013 quando iniciamos funções e que nos permite estarmos preparados para os investimentos estruturantes que pretendemos fazer. Fizemos o melhor que podíamos e sabíamos, trabalhamos com empenho e dedicação, à nossa terra e às nossas gentes, fazendo um balanço positivo destes últimos quatro anos, reconhecidos pela nossa população no último ato eleitoral e faz com que estejamos ainda mais dedicados e mais empenhados em trabalhar por aquilo que realmente gostamos, da nossa terra e das nossas gentes. PD: De que forma gostaria de ver o município de São Vicente nos próximos anos? JAG: Gostava de ver um concelho mais moderno, mais desenvolvido, com melhor qualidade de vida, com um espírito de entreajuda de todos. O espírito de união de todos os nossos munícipes, as nossas instituições, as nossas empresas e empresários, os nossos emigrantes, todos aqueles que gostam de São Vicente consigamos fazer um melhor concelho.


O ENCONTRO PERFEITO ENTRE A SERRA E O MAR Vai do mar até à serra e está inserida num vale que enche a alma e os olhos de qualquer visitante. A freguesia de São Vicente, carregada de tradições e tendo na agricultura a sua principal atividade, encontra-se atualmente de braços abertos para o turismo que tem dinamizado a região. A população local não é esquecida e o projeto Aconchego promete continuar a aquecer os corações dos mais idosos. FREGUESIA DE SÃO VICENTE nenhum forasteiro indiferente aos seus hábitos e costumes. Em janeiro realizam-se as comemorações em honra ao padroeiro São Vicente, já na altura do Natal ocorrem as tradicionais missas do parto e a Noite do Mercado. As juntas de freguesia são frequentemente designadas como o elemento mais próximo da po-

CONCEIÇÃO FERREIRA São Vicente foi considerada a capital da Laurissilva, a famosa floresta nativa de visita obrigatória numa ida à Ilha da Madeira. Porém, assumindo o compromisso de preservar as suas características naturais e orgulhando-se desta atribuição, a freguesia tem muito mais para oferecer. Aqui temos mar e serra, contam-se histórias e tradições e respira-se o verdadeiro ar puro, típico de um vale que enche a alma e o coração de quem a visita. Um local que vive essencialmente da agricultura e da produção de vinho, não perde os seus hábitos de um dia para o outro, mas encontra-se recetivo a abrir as suas portas para o turismo. “São Vicente conta com vários pontos de interesse que têm enaltecido a freguesia e a própria região norte da Madeira. Estamos bem servidos de estruturas e espaços hoteleiros e comerciais, além das nossas paisagens, que nos tem ajudado a dinamizar e fomentar este território pelo mundo fora”, afirma a presidente da Junta de Freguesia, Conceição Ferreira. Vamos então conhecer as principais atrações desta área visitada pelos habitantes locais, pelo público madeirense e ainda pelos turistas nacionais e internacionais. Situada à beira-mar, a Capelinha do Calhau é o ex-libris desta freguesia. Atualmente, todas as paróquias têm o seu património e valor histórico, como é o caso da Igreja Matriz, localizada no centro da vila, mas foi a devoção dos fiéis que impulsionou a construção da Capela da Nossa Senhora de Fátima, no alto de São Vicente. Quem visita a região norte é invadido pela beleza natural e convidado a percorrer os trilhos, veredas e levadas. No meio da floresta Laurissilva, os visitantes podem descansar e usufruir do parque de merendas Chão dos Louros, entrar nas Grutas de São Vicente torna-se obrigatório. Este ponto de referência recebe milhares de pessoas ao longo do ano e é cada vez mais elogiado pelos seus atributos naturais que não deixam a génese vulcânica ser esquecida. Numa terra de gente hospitaleira e que privilegia o bem receber, são várias as festividades e eventos que marcam a freguesia. Entre as festas paroquiais e outras como a da Nossa Senhora da Paz ou do Rosário, apesar de serem dirigidas à população local, não deixam 34 | PORTUGAL EM DESTAQUE

pulação. A de São Vicente não é exceção e privilegia a área social. “Numa política de proximidade, criamos um projeto de voluntariado: o Aconchego Vicentino. O objetivo é apoiar os idosos que estão sozinhos em casa e precisam de companhia, de partilhar histórias ou simplesmente conversar. A nossa população é cada vez mais envelhecida e quando percebemos que muitos deles passam bastante tempo em casa sozinhos, avançamos com este projeto em que os nossos 25 voluntários despendem algum do seu tempo livre para apoiar os mais velhos. Queremos continuar a apostar neste conceito que alivia a alma das pessoas”, reforça Conceição Ferreira. Eleita pela segunda vez, pelo movimento independente de São Vicente, a presidente desta freguesia abraçou a causa num sentido de continuidade e concretização de objetivos. A equipa é jovem, dinâmica e tem a ambição de fazer mais e melhor pela freguesia, ser interventiva, escutar as sugestões da população e manter uma relação de proximidade e confiança. Esta é a fórmula de sucesso que permitirá dar respostas ajustadas às necessidades de todos. Colocar São Vicente no mapa das Festas das Vindimas, dada a forte expressão na produção de vinho, valorizando o produto e a região, constitui um desafio futuro, a par do melhoramento de acessos a veredas, assim como, a terrenos agrícolas.

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A FREGUESIA DE EXCELÊNCIA DO DESPORTO DE NATUREZA Uma sublime orla marítima, trilhos e veredas de cortar o fôlego e paisagens em permanente contacto com a natureza caracterizam Porto da Cruz. Uma terra pitoresca que une o mar à serra e lhe confere uma beleza natural única e cada vez mais apreciada pelos visitantes. Venha descobrir a maior freguesia do Concelho de Machico que continua a preservar as tradições e a apostar no desporto de natureza. FREGUESIA DE PORTO DA CRUZ

DUARTE FERNANDES Para o presidente da Junta de Freguesia, Duarte Fernandes, esta é a freguesia mais bonita da ilha da Madeira. Realmente não há quem fique indiferente a uma terra tão pitoresca e com paisagens únicas, apesar do seu relevo. Aqui existe uma simbiose perfeita entre o mar e a serra que lhe confere uma beleza natural muito particular. Antigamente a população dedicava-se essencialmente à agricultura mas o envelhecimento das suas gentes fez com que a ruralidade que a caracterizava fosse perdendo expressão e a virar-se mais para os serviços e o turismo. No entanto, o famoso “vinho americano”, produzido em vinhas junto à terra e com séculos de existência continua a ser uma tradição no São Martinho. A produção de cana-de-açúcar é também muito popular nesta freguesia e o histórico Engenho, o único da Europa a Vapor ainda em funcionamento, da Companhia Engenhos do Norte, localizado bem no centro da Vila, chama à atenção para a produção da típica aguardente de cana. Quem visita Porto da Cruz associa imediatamente à imponente Penha D´Águia, localizada junto ao mar e fazendo fronteira com a freguesia do Faial. Mas os pontos turísticos são mais do que muitos. O miradouro da Portela é um verdadeiro exemplo, sendo um dos mais bonitos da ilha e oferecendo paisagens inesquecíveis sobre a orla marítima. Numa freguesia virada para o mar e com altas montanhas e serras, o desporto de natureza não poderia ser esquecido. “Temos vindo a investir nos nossos trilhos e veredas apostando cada vez mais no desporto de natureza, por forma a divulgar a beleza recôndita da nossa freguesia, captando assim o interesse dos visitantes em conhecê-la. Porto da Cruz é a maior freguesia do Concelho de Machico e a que tem mais atividades ligadas a este setor. Existe até uma associação, a nível de desportos de natureza, que promove a freguesia, não só na ilha da Madeira, como no continente”, conta-nos Duarte Fernandes. Surf, BTT, Trail Running e Base Jump, uma mistura de asa delta com parapente, são algumas das modalidades que tornam

esta região internacionalmente conhecida. Com uma forte ligação ao mar, só nesta freguesia existem 10 escolas de surf, algo único na RAM e começam a abrir vários alojamentos locais para os praticantes. Mas a corrida de montanha em trilhos não fica atrás e a prova “Porto Cruz Natura” tem recebido mais de 200 atletas do continente, alguns conhecidos do grande público. Este evento realiza-se no mês de Julho e é cada vez mais comentado e elogiado pelos admiradores da aventura, contribuindo para a dinamização da região. Um dos maiores objetivos é apostar no turismo rural e alojamentos locais para instalar os visitantes. Apesar de estar vocacionada para os desportos radicais, a Freguesia de Porto da Cruz não esquece a sua população mais envelhecida nem as crianças. Aqui existem estruturas como lar, pavilhão e polo desportivo, campo de futebol e escolas que estão preparadas e em excelentes condições para servir as gentes da terra. Passeios ao Porto Santo, ao continente, teatros, almoços e encontros têm promovido o convívio entre os mais velhos e uma relação próxima com a Junta de Freguesia. Para o futuro, Duarte Fernandes gostava de ver realizados alguns projetos de melhoramento da freguesia. Um deles é a construção de um largo passadiço ao longo da orla marítima para que as pessoas possam desfrutar da paisagem e de toda a linha da costa e cais, que teve já uma importância histórica extrema para a Madeira. Recuperar edifícios, quintas e terrenos antigos, transformando-os em unidades de hotelaria é fundamental para a evolução desta terra, “que a cada dia que passa recebe mais visitantes e tem condições para crescer”, conclui.

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AFIRMAÇÃO E VALORIZAÇÃO Em Setembro de 2008, foi criada a Gesba – Empresa de Gestão do Sector da Banana, Lda., surgindo no âmbito de uma reestruturação do sector da Banana da Madeira, que visava a sua própria sustentabilidade, de forma a assegurar o escoamento e a valorização da produção, bem como o aumento do rendimento dos produtores, substituindo as anteriores estruturas. GESBA – EMPRESA DE GESTÃO DO SETOR DA BANANA

JORGE DIAS E ARTUR LIMA

Com a reestruturação do setor na Madeira foi necessário assegurar o escoamento e valorizar a produção da banana. De que forma? A reestruturação da GESBA permitiu: • A redução de custos pela integração dos meios operacionais, otimizando-se e maximizando-se a gestão dos recursos financeiros e humanos disponíveis; • Uma política comercial que reforçou e valorizou o posicionamento da marca “Banana da Madeira” face à sua qualidade e excelência, de modo a que o sector tenha um crescimento sustentável e continuado; • A modernização do sector e uma maior monotorização de toda a operacionalidade dentro dos centros de acondicionamento de Banana; • O assegurar de pagamentos à produção de 15 em 15 dias. Qual a principal missão da Gesba? A GESBA, Lda., tem como principal missão a recolha da Banana da Madeira dos produtores, passando pela classificação, certificação, embalamento e preparação 36 | PORTUGAL EM DESTAQUE

para a distribuição e comercialização. Dedicam-se à recolha, classificação, embalamento, preparação para comercialização e distribuição da banana. É uma mais-valia assegurar todo o processo? Sim, pois ao assegurarmos todo o processo, otimiza-se e maximiza-se a gestão dos recursos operacionais, financeiros e humanos disponíveis. Ficamos com maior monitorização e eficácia em todas as etapas, bem como conseguimos uma redução de custos pela integração dos recursos. Em média, recebem o produto de quantos produtores de banana? Atualmente, a GESBA recebe a produção de mais de 2800 bananicultores, que exploram uma área de mais de 700 hectares de bananais, o que equivale a mais de 14 por cento da Superfície Agrícola Útil da Madeira. Em que mercados estão presentes? 85 por cento produção de Banana da Madeira destina-se a Portugal Continental, sendo a restante parte comercializada na Região.


A Gesba é detentora da marca “Banana da Madeira”. Quais os vossos objetivos? Uma das primeiras medidas da empresa foi o registar da marca Banana da Madeira, em que o nome remete para o fruto e o seu local de origem. Esta foi uma forma de proteger a banana e de salvaguardar também a sua tipicidade e características. Detentora da marca, a GESBA está empenhada em valorizar o produto e promover o consumo. A cultura da bananeira está fortemente implantada na Ilha da Madeira. Quais os fatores que influenciam e marcam a banana como um “produto de qualidade”? No cultivo da Banana da Madeira, respeitam-se e cumprem-se as boas práticas agrícolas, o ambiente e as exigentes normas de qualidade europeias, garantindo ao consumidor que saboreia esta fruta a plenitude das suas qualidades e da sua origem. É um produto com características próprias, fruto de um cultivo tradicional e de proximidade entre o produto e quem o produz, diferenciado das produções em grande escala, o que confere um sabor distinto e autêntico, e um aspeto inconfundível. De realçar que a Banana da Madeira é a marca de bananas que apresenta, em Portugal Continental, o maior nível de notoriedade. Os estudos e avaliações mostram que esse indicador de notoriedade se deve às características diferenciadoras e preferenciais que os consumidores atribuem à nossa banana: o sabor, o tamanho e a qualidade, a origem nacional e o aspeto. De modo a garantir a qualidade e sabor do nosso produto, mais de 100 explorações agrícolas a bananeiras foram certificadas com o Referencia Global GAP – estando a certificação a ser estendida a outras explorações. Nos Centros de Acondicionamento de Banana da Madeira, está a ser implementada a norma de qualidade e segurança alimentar ISO 22000, que visa dar ao consumidor toda a confiança no nosso produto. Este é um fruto de características únicas. Quais os benefícios do seu consumo? A Banana da Madeira é um alimento altamente energético e rico em nutrientes. É por isso que é a preferida de atletas de alta competição, sujeitos aos grandes desgastes/esforços físicos. É o alimento perfeito e ao alcance da maioria da população. Ela é rica em sacarose, glicose, frutose, fibras, potássio, magnésio e muitas vita-

minas, necessária ao funcionamento e ao reforço das defesas do sistema imunológico, bem como mantem o normal funcionamento do sistema nervoso, músculos e coração. Dos vários nutrientes que a compõem, destaco o Potássio e o Magnésio, extremamente necessários para a contração muscular, o evitar de cãibras e da fadiga. De que forma a criação da Gesba contribuiu para o crescimento e modernização do setor? A modernização do sector, aquando a criação da Gesba, foi entendida como necessária para a continuidade do Sector, contudo, houve necessidade de identificar todos os pontos onde poderíamos melhorar o processamento, bem como foi necessário criar condições financeiras para levar a cabo essa missão. A reestruturação do Sector deve ser entendida como um processo contínuo. No ano passado foi inaugurado o Centro de Acondicionamento de Banana da Ponta do Sol, uma unidade de processamento preparada para as atuais necessidades de produção e de qualidade da Banana da Madeira, estando outros projetos em curso para a modernização de uma outra unidade de processamento. Por onde passa o futuro da Gesba? Quais os principais projetos? O futuro da Gesba passa por dar continuidade aos dois grandes objetivos que, desde o primeiro momento, traçou para o sector: • Melhorar a qualidade do produto, atra-

vés do apoio técnico ao produtor, da modernização dos meios de processamento e da implementação de sistemas de certificação. • Valorizar o produto, através de estratégias promocionais que visaram o aumento da notoriedade da Banana da Madeira. Os principais projetos, ao momento, são: • A construção de um novo Centro de Acondicionamento de Banana. Que visa a implementar um sistema operacional de processamento mais produtivo, através da modernização do sistema de processamento de Banana, com a automatização de várias etapas da sequência operacional, e que permitirão implementar sistemas de qualidade eficazes • A criação do Centro de Investigação e Experimentação da Banana da Madeira. Reestruturação e reposicionamento do atual centro de bananicultura, dotando-o de infraestruturas, meios técnicos, informáticos, logísticos e recursos humanos que visem a investigação, constituindo assim um polo técnico e científico. Ambos os projetos visam a melhoria da qualidade do produto e com isso a sua valorização, traduzindo-se num aumento de rendimento para a produção. A Gesba em números - Criada em: Setembro 2008; - Nº de produtores: 2850 (2017); - Produção\Comercialização: 20 291 Toneladas (2016). - Colaboradores: 241 (média 2016) - Volume de faturação/negócios: (opcional): 17 milhões de euros (2016).

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“RECUPERAMOS O PASSADO, CONSTRUÍMOS O PRESENTE, PROJETAMOS O FUTURO” 20 anos de experiência, cerca de 4500 frações administradas, uma taxa de fidelização na ordem dos 95 por cento e 12 colaboradores. Estes são os números que dão a conhecer e posicionam a Castelogest na Ilha da Madeira. Esta empresa familiar dedica-se à administração de condomínios e tem apostado na inovação e confiança num caminho de excelência e liderança. CASTELOGEST

MANUEL E JOANA GONÇALVES Foi após o 25 de Abril de 1974 que Manuel Gonçalves decidiu deixar Angola e regressar ao Porto. Na cidade Invicta estabeleceu o primeiro contacto com a área da gestão de condomínios e a partir daí o “bichinho” foi crescendo. Um convite para administrar um prédio no Lido, na Madeira deu o mote para a expansão da empresa inicialmente criada no Castelo da Maia, em 1997. Historicamente implementada no mercado há 20 anos, completados no passado dia 30 de Junho, a Castelogest mantém-se uma empresa familiar de referência que constitui um autêntico parceiro de negócio. “Começou com o meu pai, Manuel Gonçalves, e entretanto eu 38 | PORTUGAL EM DESTAQUE

vim assumir a gerência da empresa e dar continuidade. Na altura inicial, eu estava a estudar gestão hoteleira e surgiu a oportunidade de realizar um estágio num hotel aqui da Madeira. Os meus pais já cá estavam, fiquei cá a trabalhar e em 2007 decidi integrar a Castelogest para dar um apoio enquanto estudava Direito”, inicia a atual proprietária, Joana Gonçalves. Gestão de confiança Atualmente assistimos a uma mudança de paradigma no que toca à área da administração de condomínios, em que já não é o morador do próprio edifício que procede à sua gestão, mas sim uma empresa

especializada. A lei e as responsabilidades inerentes para o administrador individual levaram à profissionalização da atividade e é aqui que entra a Castelogest. “A nossa área de negócios é 100 por cento focada na administração de condomínios, portanto, fazemos tudo aquilo que pode ser vantajoso para os condóminos”, avança a responsável da empresa. A gestão financeira e controlo de contratos fazem ainda parte da atuação desta empresa no Funchal. Numa área em que o rigor, a seriedade e a isenção são fundamentais, todas as empresas que prestam serviços conexos a esta atividade, como limpeza ou jardinagem, são subcontratadas em outsourcing


pela Castelogest. “Entendemos que esta é a melhor opção e a nossa política é estar sempre do lado dos condóminos. Só o conseguimos fazer se estivermos isentos de todos os outros serviços conexos, evitando reclamações diretas e encontrando a melhor solução para a resolução de problemas que possam surgir”, completa. Contudo, o trabalho e esforço da Castelogest não fica por aqui. “Temos uma componente de seguros que tem sido o nosso cavalo de batalha porque, infelizmente, as pessoas não estão ainda mentalizadas de que o seguro é obrigatório. Não tem sido pacífico mas continuamos a lutar para salvaguardar os seus bens”, revela Joana Gonçalves. No caminho do sucesso A experiência e confiança adquirida ao longo dos tempos tem colocado a Castelogest num caminho de liderança. O seu volume de negócios triplicou desde 2010 e, neste momento, o número de frações administradas é já superior a 4500. Este sucesso deve-se a um trabalho de excelência, em que os maiores promotores são os próprios condóminos que reconhecem a qualidade de serviço e recomendam até para administrar novos edifícios. A taxa de fidelização ronda os 95 por cento e representa um verdadeiro trabalho de dedicação, rigor e orgulho. O objetivo principal é defender os interesses dos condóminos que se encontram um pouco por toda a ilha da Madeira, com maior concentração no concelho do Funchal.

Nesta perspetiva, a Castelogest tem ainda apostado em formações e cursos: quer para os condóminos, promovendo a prevenção e segurança do edifício, como para os 12 colaboradores, garantindo um melhor serviço e produtividade. A atualização constante e a partilha de conhecimento revelam-se cada vez mais necessárias, daí a participação da empresa em vários workshops e conferências da área. Inovação como palavra de ordem Colocar banners em zonas de obras e construção para dar a conhecer quem está a levar a cabo o trabalho de administração e despertar a população para a importância de questões como a recuperação e reparação de edifícios como parte do investimento são ações promovidas pela Castelogest. Uma atuação transparente junto dos condóminos tem diferenciado o trabalho desta empresa: foram pioneiros na projeção das contas durante as assembleias, mantendo uma relação próxima com os clientes. Mas as iniciativas não ficam por aqui e têm sido estabelecidas parcerias com diversas entidades, na área da saúde, educação ou outros serviços, concedendo descontos aos condóminos. A inovação é uma das principais prioridades da Castelogest para atingir um crescimento sustentável e fidelizar os clientes já existentes e novos, de forma responsável. O caminho está em fase de construção e a rentabilidade tem vindo a crescer com a criação de incentivos. “No nosso site, temos uma componente com excelentes

resultados: os classificados. A ideia não é fazer mediação imobiliária - é apenas uma página gratuita em que os nossos condóminos têm a possibilidade de colocar anúncios e dentro do nosso universo de condóminos é lançada uma newsletter em que recebem essas publicações. Fica disponível durante 30 dias e as pessoas que colocam o anúncio têm que fornecer o seu contacto para que os interessados possam tratar diretamente com o proprietário. Não queremos ser mediadores, só ajudamos as pessoas através de um canal acessível a todos os condóminos, facilitando a comunicação entre eles. É mais um serviço a pensar nos nossos condóminos”, assegura Joana Gonçalves. Numa atividade em que existe alguma rotatividade, os orçamentos são calculados, rigorosos e adequados a cada condomínio, de forma real. A disciplina e o rigor não deixam margem para o défice e são evitadas quotas extras. Questionados sobre o futuro, os proprietários da Castelogest revelaram que já estão a ser estudadas novas ideias para preservar a fidelização e sustentabilidade do negócio.

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O VERDADEIRO PEIXE DA ILHA Situada na principal Ilha do arquipélago da Madeira, no Oceano Atlântico e a sudoeste da costa portuguesa, a Ilha Peixe reúne todas as condições para constituir uma referência no setor e na região. Dedicada à transformação e distribuição de várias espécies de peixe e mariscos frescos e congelados, a empresa criada em 1992 apostou na aquicultura, como alternativa à importação, alcançando a total satisfação dos consumidores. ILHA PEIXE

JOSÉ ORNELAS 40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

José Ornelas estava ligado à área das carnes, até que em 1992 decidiu aventurar-se noutras marés. Aproveitando uma oportunidade de mercado, escolheu adaptar-se e criar uma empresa de transformação e comercialização de peixe, na Ilha da Madeira. Dada a sua posição geográfica e o setor onde estava inserido, o nome não poderia ser mais evidente e assim nasceu a Ilha Peixe. “Há 25 anos, notámos que apesar de a pesca estar bem implementada no território e haver produto no mercado regional, não existia uma empresa a fazer a transformação do pescado, ao contrário da realidade do continente. Tendo em conta as capturas da Madeira, consideramos que algo devia ser feito para contrariar a situação e dinamizar o setor”, começa por contar o gerente. Com uma missão bem clara, iniciou a atividade em 1996, focado nas tradições e hábitos de consumo do peixe-espada preto e atum. Atualmente, estas espécies continuam a ser as grandes referências da Ilha Peixe, a par da dourada. As lapas e os mariscos selvagens, frescos e congelados fazem parte dos produtos comercializados e são bastante apreciados. Para complementar a distribuição, a empresa aposta ainda na importação de algumas espécies que não existem na região.


Confiança e segurança A paixão pelo mar e pela pesca continua bem viva, apesar de todas as dificuldades inerentes à atividade. Consciente de todos os problemas afetos, a Ilha Peixe teve sempre uma prioridade principal. “Os nossos fornecedores são os pescadores da ilha, todas as embarcações descarregam cá. Existe já uma relação de confiança num produto fresco. No passado, existia um problema grave que afetava os pescadores: o escoamento do produto. Com a existência da Ilha Peixe, em 1996, essa dificuldade desapareceu. Com este apoio, as mudanças refletiram-se no tratamento do pescado, nas condições das embarcações e nos investimentos. Houve uma evolução grande no setor”, explica José Ornelas. Numa área como esta existem sempre flutuações e apesar de reconhecerem que muitas vezes o pescado destina-se a outros países, o principal mercado da Ilha Peixe é o nacional. Em Portugal Continental, podemos encontrar este pescado nas empresas ligadas ao sector. “O que distingue os nossos produtos é a qualidade e excelência. Os artigos da marca Ilha Peixe são cada vez mais procurados no mercado

regional e nacional. Sentimos que somos já uma referência”, completa. Países como Espanha, França, Austrália e Venezuela fazem parte do leque de exportação da empresa. Do mar ao prato O pescado é enviado da lota para a Ilha Peixe, onde o processo, desde a receção até ao embalamento e distribuição, é realizado e controlado segundo rigorosas normas. “O controlo de qualidade é fundamental neste setor, por isso privilegiamos o rigor. Temos uma equipa técnica especializada nessas questões que analisa o estado do produto antes de ele ser transformado ou comercializado”, esclarece. A equipa assume um lugar de destaque e a maioria integra a empresa desde os primórdios, evidenciando uma larga experiência. Um ambiente familiar, uma relação próxima e de confiança, em que as responsabilidades delegadas contribuem para o sucesso. No total, a Ilha Peixe conta já com 87 colaboradores e uma frota de 13 viaturas.

Uma nova aposta Com o objetivo de fazer mais e melhor, a ambição da empresa não fica por aqui. Em 2004, através de uma iniciativa do Governo Regional da Madeira, a Ilha Peixe aventurou-se na aquicultura. Atualmente conta já com 28 jaulas em mar aberto, o equivalente a uma produção anual de 1200 toneladas de dourada, a espécie que melhor se adaptou aos mares madeirenses. Este segmento tem vindo a crescer e os investimentos revelam-se compensatórios para esta PME Líder. Produto Madeira, Produto Português Frequentemente chegam até nós notícias que dão conta do reconhecimento do peixe português no exterior como um produto de qualidade ímpar. Presentes em feiras internacionais, a administração da Ilha Peixe confirma esta realidade. “O objetivo é levar o Produto Madeira mais longe. Queremos que se torne uma mais-valia para empresas desta área e pescadores. É necessário valorizar o produto nacional e essa é uma preocupação constante”. Desta forma, não nos podemos esquecer do quão este setor é inconstante, seja no território nacional ou exterior. Por vezes visto como secundário e merecedor de pouca atenção, cabe às empresas do setor valorizar a atividade e a importância e potencialidades do nosso país. Questionado sobre o futuro, José Ornelas revela: “Devemos enfrentar um dia de cada vez e fazer o melhor diariamente. Estamos num setor em que não é possível fazer grandes previsões nem controlar o que chega do mar. Não temos o objetivo de atingir grandes volumes mas sim que haja sempre produto, independentemente das espécies e da quantidade, escoando para o mercado regional, nacional e internacional.

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“CONHEÇA OS SABORES DE OUTROS TEMPOS” 125 anos de existência é uma data histórica para qualquer empresa. Mas só é possível atingir este patamar com muito trabalho, dedicação e qualidade. E assim fez a Fábrica Santo António, uma referência no fabrico de bolachas, biscoitos, rebuçados e o típico bolo de mel na região da Madeira. Quem visita o Funchal não fica indiferente a estes sabores irresistíveis que aliam a tradição à inovação. FÁBRICA SANTO ANTÓNIO

BRUNO VIEIRA Estávamos no século XIX e as únicas bolachas existentes no Funchal eram as importadas, de influência inglesa. Face a esta necessidade de criar um negócio de fabrico próprio, introduzindo um produto novo e típico da região, Francisco Roque Gomes da Silva inaugurou a Fábrica Santo António. Fundada em 1893, a empresa foi evoluindo e passou de geração em geração, estando atualmente na quinta linhagem familiar. As receitas de confeitaria utilizadas pertenciam à esposa do fundador, D. Guilhermina e têm marcado o percurso da fábrica e os seus produtos até aos dias de hoje. A devoção a Santo António deu nome ao negócio familiar que é uma referência incontornável na região há 125 anos. “No início houve muita influência inglesa, quer nas caixas e rótulos dos produtos, como as bolachas e biscoitos, bem como na maquinaria. Temos ainda algumas máquinas destinadas a museu que são inglesas e eram utilizadas na altura. Essa influência foi notada na variedade de produtos, desde o início que temos como referência a bolacha de gengibre, por exemplo”, destaca o administrador Bruno Vieira. Recuando ao passado, em que as pessoas vinham até à loja da Fábrica Santo António reabastecer a sua caixinha de bolachas, a empresa vai relançar já no mês de dezembro as latas de metal antigas, numa edição comemorativa dos 125 anos. O objetivo é apenas um: que as tradições não se percam e que as cores apelativas relembrem os sabores de outros tempos. Paladares inesquecíveis Seja pelos biscoitos, pelos rebuçados ou pelo típico bolo de mel, quem visita o Funchal e a Ilha da Madeira sabe que a Fábrica Santo António é uma paragem obrigatória. Os traços arquitetónicos do edifício, a história que se respira ao entrar na loja, de estilo vintage e o cheiro das delícias ali comercializadas não deixam ninguém indiferente. Ao todo, mais de 50 referências constituem a vasta gama de produtos. Se alguns existem desde o princípio, como é o caso da bolacha Maria, da bolacha de gengibre e até dos re-

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buçados de funcho, outros foram surgindo num percurso marcado pela inovação. A juntar à marmelada e aos biscoitos até então comercializados, nas últimas décadas, a Fábrica Santo António introduziu as compotas de fruta fresca da região e as broas especiais, de qualidade superior. As novas linhas de produto têm-se revelado essenciais para chegar ao maior número de pessoas, consoante as suas necessidades e as do mercado. Assim, a empresa tem lançado produtos sem glúten, aptos para celíacos e ainda tem introduzido artigos com chocolate que vão ao encontro das novas gerações. “Aliamos a tradição, com os produtos mais antigos e de referência à inovação, através dos lançamentos. Sempre houve uma aposta grande na qualidade que tem sido reforçada em tudo aquilo que introduzimos de novo. É esse caminho que queremos seguir porque só assim continuamos no mercado há tantos


anos”, reforça Bruno Vieira. Para os mais gulosos, existem ainda rebuçados de eucalipto, gengibre, tangerina e mel de cana e não só o tradicional funcho. Na confeção dos produtos são utlizados ingredientes da região, como as frutas frescas e mel de cana da Madeira para o fabrico do famoso bolo de mel. Além da qualidade, a Fábrica reconhece a necessidade de inovação constante de forma a agradar os clientes que procuram a tradição e os sabores típicos de antigamente como aqueles que optam por uma categoria mais gourmet. Da fábrica para as prateleiras Mas afinal onde podemos encontrar estes produtos tão elogiados? “Aqui na Madeira, grande parte dos nossos produtos encontram-se nas grandes superfícies. Desde a produção até estar nas prateleiras passam poucos dias. Não optamos por ter grandes stocks para reabastecer, preferimos uma maior rotação e um nível de frescura elevado. Fazemos um acompanhamento direto às lojas e repomos o produto”, completa o responsável pela Fábrica Santo António. No entanto, não são só os habitantes locais que apreciam estas iguarias. Atentos às tradições e ao fluxo de visitantes, cedo perceberam que quem visita a Madeira acaba por passar na Fábrica para levar alguns artigos e apostaram na exportação. Assim, começaram a expedir mercadoria para Portugal Continental e a

exportar para Londres e Estados Unidos da América, onde já existe rotação de produto e encomendas regulares, principalmente para a capital britânica. O mercado da saudade tem constituído um excelente indicador de produto e por isso estão a ser desenvolvidos novos mercados, como França. Esta é uma Fábrica antiga mas as boas práticas de higiene e segurança não podem ser esquecidas. Desta forma, a administração optou por realizar alguns investimentos, modernizando as instalações sem afetar o fabrico artesanal tão carac-

terístico. A maquinaria foi atualizada, os processos automatizados e a capacidade de resposta garantida. O próximo passo é dar início à expansão da loja e proceder a alguns melhoramentos para assegurar o bem servir. Para celebrar a data histórica, no próximo ano, a Fábrica Santo António irá apostar numa nova imagem que relata alguns dados sobre a história da sua fundação. Um padrão vintage, com traços da antiga rotulagem, faz parte das muitas novidades que estão a caminho.

TRAVESSA DO FORNO Nº27 E 29 9000-077 FUNCHAL-MADEIRA TELEFONE. +351 291 220 255 EMAIL. GERAL@FABRICASTOANTONIO.COM WWW.FABRICASTOANTONIO.COM

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“O MELHOR QUEIJO FRESCO DA MADEIRA” Na Santo Queijo, o dia começa bem cedo com a recolha do leite mais fresco e de qualidade diretamente dos pastos da Ilha da Madeira. Este é o ingrediente principal de produtos como o queijo fresco e o requeijão fabricados artesanalmente. A tradição de família continua presente nesta referência nos lacticínios que ambiciona lançar novos produtos e ampliar as instalações. SANTO QUEIJO

Há retornos que deixam saudades e outros que se revelam verdadeiros sucessos. Foi o caso de João José de Sousa e da família, emigrantes na Venezuela, que decidem voltar a Portugal e assumir o negócio da família. “O fabrico de requeijão de forma artesanal é uma tradição dos meus avós. Produziam-no em panelas de ferro, alimentadas a lenha, mexidas à mão ou com colher de pau e distribuídas em folha de couve”, conta o filho do gerente, João Luís Sousa. Assim nasceu a Santo Queijo, constituída em 1995, preservando a tradição numa vertente mais industrial. Esta queijaria familiar tornou-se uma referência nos lacticínios na ilha da Madeira mas não quis ficar por aqui e evoluiu naturalmente. Em meados de 2000, embarcaram numa nova aventura e introduziram o queijo fresco na região. Visto como uma novidade, por não fazer parte dos hábitos de consumo da população, este lançamento foi um êxito e conquistou os consumidores pelo seu sabor e qualidade. Se no início a família Sousa comercializava cerca de 50 queijos por dia, atualmente são fabricadas 2500 unidades de queijo fresco diariamente.

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Fresco e natural Mas afinal o que torna os lacticínios da Santo Queijo tão especiais? Como é de conhecimento geral, “as vacas não têm fim de semana, feriados nem férias, dão leite todos os dias” e é esse mesmo leite fresco e de qualidade o utilizado no fabrico destes queijos. A empresa dispõe de duas viaturas de recolha de leite que todos os dias, por volta das 5horas da manhã, se desloca aos produtores. “Absorvemos cerca de 95% da produção de leite de vaca da Região Autónoma da Madeira, através dos 35 produtores que nos fornecem diariamente, satisfazendo as nossas necessidades e cumprindo os requisitos para obter uma matéria-prima de qualidade”, adianta João Luís Sousa. Uma parceria baseada na confiança e seriedade que caracteriza todo o trabalho da empresa. Diretamente dos pastos da Madeira, este leite 100% vaca chega às instalações da Santo Queijo e é sujeito a alguns procedimentos, desde testes de controlo de qualidade a despistagens. De seguida é armazenado nos tanques e direcionado para as linhas de produção de requeijão e queijo fresco. “O processo é relativamente rápido porque lidamos com produtos frescos e a rotatividade entre a matéria-prima e o produto final é diária. Contamos com equipamentos industriais e modernos para estes processos, mantendo o fabrico e receita artesanal”, assegura o engenheiro industrial. Em 2007, a capacidade produtiva aumentou, as instalações foram ampliadas e ocorreram investimentos em equipamento tecnológico. No ano passado, a Santo Queijo adquiriu uma nova máquina transformadora de modo a aumentar a capacidade de embalamento de forma significativa. Contudo, por mês, esta empresa de lacticínios já produz cerca de 10.000 unidades de requeijão. A valorização do produto regional A marca Santo Queijo é já reconhecido pelos madeirenses como uma empresa regional de qualidade. Acessíveis a todos, em qualquer superfície comercial da região, os produtos encontram-se ainda em hotéis, restaurantes e até pastelarias que utilizam o requeijão para fabricar a queijada madeirense. Apesar de existir interesse e alguns contactos para levar estes artigos


mais longe, a empresa ainda não marca presença no exterior. Portugal Continental, Suíça e França são alguns dos locais que já manifestaram interesse na comercialização dos nossos produtos. A longo prazo é uma “porta que não se fecha”, até porque o mercado da saudade solicita os produtos tradicionais da sua terra de origem. Inovação e desenvolvimento Nesta área de negócio é necessário inovar e assinalar presença com o lançamento de novos produtos. Nesse sentido, em 2014 a empresa apostou nas sobremesas lácteas, feitas com requeijão, iogurte e fruta ou outro doce. As Delicias Santo Queijo estão disponíveis em três sabores, maracujá, morango e caramelo e tiveram uma excelente aceitação por marcarem pela diferença. Dada a elevada procura por parte dos consumidores, são fabricadas oito mil unidades por mês. Disciplina no trabalho, uma equipa experiente e dinâmica e produtores diferenciadores são alguns dos elementos da fórmula de sucesso desta PME Excelência e Líder desde 2010. Ao todo, 15 colaboradores, entre a produção, recolha e distribuição própria compõem a empresa. “O que nos distingue é a qualidade, a seriedade com que trabalhamos e a exigência. O compromisso assumido com os nossos produtores de leite e clientes é essencial. Temos certos cuidados, como transformar o leite em produto final diariamente, isso atribui uma qualidade reconhecida e um produto 100% fresco. Não adicionamos quaisquer conservantes nem aditivos e isso permite-nos ter um queijo diferenciador dos que chegam de fora”, reforça o filho do fundador. Para o futuro, manter a inovação e acompanhar a evolução do mercado constituem prioridades. Apesar do mercado regional ser limitado, a visão de crescimento da Santo Queijo passa por diversificar o leque de produtos, com lançamentos e a ampliação das instalações, aumentando a capacidade de produção. Queijo branco semiduro e queijo fresco magro são algumas referências que irão ser lançadas, dada a procura e exigências notadas numa sociedade que cada vez mais privilegia um estilo de vida saudável, mas sobretudo, com sabor!

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O MUNDO RURAL EM PRIMEIRO LUGAR Há alguns anos atrás, a Freguesia dos Prazeres, na Calheta era um local de passagem mas cedo se tornou num ponto de paragem e visita obrigatória. A Quinta Pedagógica surgiu em 2000 como um projeto de valorização do mundo rural e tem envolvido não só os habitantes locais como turistas, dinamizando a região. Fique a conhecer este espaço que alia a natureza e o ambiente à agricultura e aos sabores que têm conquistado prémios nacionais e internacionais. QUINTA PEDAGÓGICA DOS PRAZERES

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FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES RUA DA IGREJA, 3 CALHETA 9370-603

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FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES RUA DA IGREJA, 3 CALHETA 9370-603 ILHA MADEIRA

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INGREDIE NTES MAçãS DA REGIãO DA CALHETA COnTéM SULFITOS

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vInAGRE DE COM ALECRIM, SIDRA EnvELHECIDO EM CASCOS DE CARvALHO

vInAGRE DE SIDRA COM ERvAS AROMÁTICAS, EnvELHECIDO EMCASCOS DE CARvALHO

INGREDIENTES

vInAGRE DE SIDRA COM MALvA

PRODUZIDO POR

FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES RUA DA IGREJA, 3 CALHETA 9370-603 ILHA MADEIRA

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vInAGRE DE SIDRA COM MARACUJÁ, EnvELHECIDO EMCASCOS DE CARvALHO PRODUZIDO POR

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FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES 3 RUA DA IGREJA, CALHETA 9370-603 ILHA MADEIRA

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“Este é mais do que um jardim. É um espaço agrícola com pomares, plantas, ervas aromáticas e algumas flores”. É assim que o pároco Rui Sousa começa por caracterizar a Quinta Pedagógica dos Prazeres. Quando chegou à paróquia desta freguesia do concelho da Calheta, em 1998, deparou-se com um terreno abandonado, no antigo passal da igreja e decidiu ocupá-lo de uma forma que fosse interessante, não só para a entidade religiosa como para a freguesia. Estando a igreja comprometida com o mundo rural e existindo para as pessoas, um projeto de valorização deste mundo e da natureza fazia todo o sentido. “Começou com a vertente agrícola e ecológica numa tentativa de sensibilizar as crianças, famílias e as populações para a importância da floresta e da natureza. Tentamos também preservar as nossas tradições agrícolas e ao longo do ano temos vários eventos temáticos, direcionado para as populações, com uma mensagem de consciência e reflexão”, completa. Desde as celebrações de Santo Antão, com a bênção dos animais, as mostras de camélias e espantalhos até à debulha do trigo são várias as iniciativas promovidas por este espaço da Paróquia dos Prazeres. Começou em 2000 e cedo decidiu despertar a população para questões tão importantes como o cuidado com a natureza. Com o apoio de várias instituições, através de parcerias, o projeto tem conseguido tirar os mais velhos das suas casas e convidá-los a estar presentes em momentos de música, convívio e muita animação, numa terra em que a população idosa predomina. Esta componente lúdica e social, que se caracteriza por uma relação de proximidade, estende-se ainda às crianças e escolas que organizam visitas e vêm conhecer a quinta e os seus animais que fazem as delícias dos mais pequenos. Mas estes são mais do que eventos. Para a Quinta Pedagógica dos Prazeres é fundamental que a população e a freguesia esteja envolvida ativamente nestas ações, dinamizando o mundo agrícola, a natureza e o ambiente. Quem também tem demonstrado interesse por este espaço, o que é visível nas visitas que fazem, são os turistas que apreciam as tradições e até ajudaram na criação de um novo projeto de economia solidária: a moagem da sidra. Com inúmeros terrenos e plantações ao abandono, o Padre Rui Sousa encontrou uma forma de aproveitar a fruta e comprar a

maçã dos pomares a um preço justo, transformando-a em sidra. Este produto é cada vez mais um cartão-de-visita da quinta e já alcançou prémios a nível nacional e internacional. Se em 2014, os vinagres de sidra foram reconhecidos pela Qualifica, o pimentão ganhou a pontuação máxima no programa Great Taste. Estas experiências valorizam os produtos da região e constituem motivos de orgulho para todos os colaboradores e voluntários. Apesar do desejo de manter as tradições continuar a ser preservado, a inovação não é esquecida. Num espaço agrícola onde são cultivados alguns dos chás mais tradicionais dos jardins madeirenses, foi necessário criar uma estufa de secagem. Funcionando com painéis solares, este mecanismo seca as plantas e atribui aromas inconfundíveis e cada vez mais apreciados pelos visitantes na Casa de Chá da Quinta Pedagógica dos Prazeres. A qualidade é uma prioridade, por isso na produção de compotas são utilizadas frutas da época e os licores foram já premiados pela diferenciação dos ingredientes. Todos estes produtos encontram-se à venda na quinta, que está aberta a todos e ainda em algumas lojas no Funchal. Conseguir uma representação em Portugal Continental é um dos objetivos de Rui Sousa para levá-los mais longe.

MALVA Lemon-scented Geranium

ERVAS AROMÁTIc AS it maY Pode conter PartícuLas em susPensão

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Alecr

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Pode conter em susPensão

QUInTA PEDAGÓGICA DOS PRAZERES

InGREDIEnTES

Rum da Madeira, Água, Açúcar e Ervas Aromáticas

PRODUZIDO E EnGARRAFADO POR

Fábrica da Igreja Paroquial dos Prazeres Calheta - Madeira INGREDIENTEs TOMATE CAPUCHO; vInAGRE DE SIDRA COM ERvAS AROMÁTICAS; AçUCAR

Tomate CApucho - em conserva (PhysalIs)

DEClaRaÇÃO NUTRICIONal

100g DE PRODUTO

ENERGIA

249Kj/59Kcal

LÍPIDOS

2,4g

DOS QUAIS ÁCIDOS GORDOS SATURADOS

0,4g

HIDRATOS DE CARBONO 6g DOS QUAIS AÇUCARES 2,5g PROTEÍNAS

2,9g

SAL

0,3g

PRODUZIDO POR FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES RUA DA IGREJA, 3 CALHETA9370-626 ILHA MADEIRA

180 g

vinagre de sidra com ervas cider vinegar & aromatic HerBs aromáticas

INGREDIENTs PHySALIS; CIDER vInEGAR WITH AROMATIC HERBS; SUGAR

Produzido a partir de plantas aromáticas da Região Autónoma da Madeira PRODUTO DE PORTUGAL

Santa Maria InGREDIEnTES

Rum da Madeira, Baga de Uveira, Açúcar PRODUZIDO

a partir de frutos da Região Autónoma da Madeira EnGARRAFADO POR

Fábrica da Igreja Paroquial dos Prazeres Calheta - Madeira PRODUTO DE PORTUGAL

20 CL

19%vOL

20 CL

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COnSUMIR DE PREFERênCIA AnTES DO FIM DE COnSUME BEFORE THE EnD OF

360 g

PRODUZIDO POR FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS PRAZERES RUA DA IGREJA, 3 CALHETA9370-603 ILHA MADEIRA

INGREDIE

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LARAnJA, CEnOURA AçUCAR, MAçã INGREDIE

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FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DOS RUA DA IGREJA, PRAZERES 3 CALHETA937 0-603 ILHA MADEIRA

TEOR TOTAL DE AÇÚcAR 65 POR 100G g INGREDIE

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LARAnJA, CEnOURA AçUCAR, MAçã INGREDIE

PREPARAD O cOM 61 g DE FRUTOS POR 100G

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PREPARAD O cOM 61 g DE FRUTOS POR 100G


MAIS DO QUE UMA FARMÁCIA, UM ESPAÇO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Foi há mais de 25 anos que a Farmácia do Chafariz foi adquirida pela farmacêutica Manuela Catarino. Aproveitando as oportunidades de mercado, atualmente este grupo detém três pontos de venda espalhados pela cidade do Funchal. FARMÁCIA DO CHAFARIZ

EQUIPA “A criatividade é o motor de toda a evolução. Não ter medo de ser diferente, mas ousar e ser-se pioneiro é o lema da Farmácia do Chafariz Sociedade Unipessoal Limitada.” Paula Catarino Fernandes estava ainda a terminar a sua licenciatura em Farmácia quando a mãe, também farmacêutica, adquiriu a Farmácia do Chafariz. Com a crise no país e as farmácias a ter problemas devido à baixa das margens foi decidida a transferência para a freguesia de São Martinho, de modo a poder manter os postos de trabalho. Como esperado a empresa cresceu e à Farmácia de São Martinho, o centro do grupo, juntou-se a Farmácia Confiança e, atualmente o grupo detém três pontos de venda espalhadas pelo Funchal, na ilha da Madeira. “A nossa missão foi sempre prestar o melhor serviço à população. Sempre quisemos ter uma grande variedade de produtos, investimos num quadro farmacêutico competente para melhorar o aconselhamento. Cada vez mais, vemos a Farmácia como um espaço, não só para a

medicação, mas também para a saúde”, assegura a diretora técnica da Farmácia São Martinho. Neste sentido, a farmacêutica acredita que a farmácia é hoje um estabelecimento dedicado à saúde e bem-estar, que os utentes procuram na doença, mas cada vez mais na prevenção. Assim, notou-se um crescimento em áreas como a suplementação, dermocosmética, higiene, produtos capilares e protetores solares e ainda puericultura. Atentos às necessidades do mercado e à importância de inovar, o grupo apostou ainda numa parte dedicada aos mais idosos e numa componente veterinária. A lidar com pessoas diariamente, são elas e as suas necessidades de saúde que importam. Por isso, as equipas da Farmácia São Martinho, Chafariz Farma e Farmácia Confiança, composta por 25 colaboradores privilegiam o aconselhamento profissional. A sua formação é fundamental para uma empresa certificada nas boas práticas e no sistema de gestão e qualidade, sendo a única farmácia do Funchal certificada pela ISO

FARMÁCIA SÃO MARTINHO CAMINHO DE SÃO MARTINHO, 15 D

CHAFARIZ FARMA

(EM FRENTE AO MODELO/CONTINENTE)

LARGO DO CHAFARIZ, 14

9000-706 FUNCHAL

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EMAIL. CHAFARIZFARMA@GMAIL.COM

FARMACIADESAOMARTINHO@GMAIL.COM

9001:2015. “O que nos diferencia é o trabalho de equipa, o esforço e dedicação de todos. Temos uma equipa motivada que se preocupa com as pessoas e pensa naquilo que elas precisam”, reforça Paula Catarino Fernandes. Além da dispensa da prescrição de medicamentos, neste grupo estão disponíveis outros serviços farmacêuticos. Com o objetivo de garantir um serviço mais diferenciado, contam ainda com profissionais das áreas de enfermagem, nutrição e podologia a prestar apoio, através de parcerias, independente à empresa. Entre 2015 e 2016, o grupo registou um crescimento significativo, influenciado pela aquisição da Farmácia Confiança. Horários de funcionamento alargados, disponibilidade imediata de stocks, serviços farmacêuticos inovadores e um competente aconselhamento profissional continua a ser a prioridade. As diferentes localizações vão ao encontro dos utentes que reconhecem um serviço e atendimento competentes e produtos de qualidade. Apesar de todas as dificuldades inerentes ao setor, a Farmácia encontra-se bem posicionada num grupo que permite uma maior rentabilidade em termos de compras e possibilidade de trabalhar com fornecedores regionais e do continente. “Por uma questão de sobrevivência neste sector, penso que a tendência será expandir, mediante as oportunidades do mercado. Queremos um crescimento sustentável e ponderar se os investimentos compensam. Estamos de portas abertas e este é o estabelecimento de saúde que está mais próximo das populações”, conclui. “Ser uma farmácia moderna, inovadora, pioneira e de referência, pelos serviços e produtos de elevada qualidade e motivação dos colaboradores é a nossa visão.”

FARMÁCIA CONFIANÇA LARGO DO PHELPS, 19 9050-449 FUNCHAL TEL. 291 223 586 TEL. 964 148 525 EMAIL. FARMACIACONFIANCA.FUNCHAL@GMAIL.COM

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A ESCOLHA EFICAZ Em pleno Parque Empresarial da Cancela, no Caniço, existe uma empresa que dá uma resposta célere aos trabalhos na vertente da construção civil e das áreas verdes. João Martinho Gouveia é o responsável pelo desenvolvimento da Critério de Escolha e no seu currículo conjuga a experiência de ter crescido num meio rural. Com um carácter empreendedor, para além de liderar a empresa também tem a seu cargo outros negócios complementares que são já uma referência na Ilha da Madeira. CRITÉRIO DE ESCOLHA

JOÃO MARTINHO GOUVEIA

muito têm contribuído para o sucesso da Critério de Escolha que desenvolve os seus trabalhos maioritariamente no concelho de Santa Cruz e ainda em toda a região da Madeira. Dentro deste vasto universo de serviços que se complementam, existe uma particularidade que reforça o estatuto profissional do negócio. O empresário é detentor de uma outra empresa que nasceu em 1992, a FloraSanto, que se dedica à área florestal e agrícola e conta já com aproximadamente 90 funcionários. “Toda a atividade está relacionada com as zonas verdes. Estou ligado a esta área e sempre ambicionei ter uma empresa neste ramo”, confessa. A nível de serviços, o intercâmbio entre empresas é evidente e tem trazido mais-valias para ambos os projetos e áreas. Questionado sobre o futuro, o gerente da Critério de Escolha ambiciona manter a equipa fiel que criou ao longo dos anos com a mesma confiança e solidez na execução dos serviços que são algo duros e onde a segurança e responsabilidade são preocupações constantes.

“A Critério de Escolha foi uma empresa que adquirimos com este nome, ou seja, já existia mas estava um pouco parada. Uma vez que tinha o alvará da construção civil aproveitei para abrir o negócio”, começa por contar o sócio-gerente, João Martinho Gouveia. Ao contrário dos anos 90, aliás, os anos áureos do universo da construção civil, hoje os serviços procurados são completamente diferentes. Se há duas décadas se registava a construção de edifícios novos e em grande escala, atualmente o caso muda de figura. “Não é propriamente para executar obras de grandes dimensões, mas aquelas que têm maior procura. As reparações, os pequenos anexos, interiores, ou seja, reabilitações ”, explica o empresário. Simples e objetivo, João Martinho Gouveia orienta os trabalhos da empresa de forma a acompanhar as necessidades de quem procura os seus serviços. Com critério na hora de escolher os serviços que realizam, o negócio adapta-se a qualquer situação que evidencie profissionalismo e tem uma equipa dinâmica e preparada na sua concretização. Para além das soluções que providenciam na área da construção civil, a Critério de Escolha também oferece aos clientes uma resposta diversificada. “Também fazemos a limpeza e abate de árvores. Temos o alvará de limpeza florestal ou até de abertura de caminhos florestais”, reforça. Evidenciando o empreendedorismo como característica pessoal, o administrador reforça que este é um dos PARQUE EMPRESARIAL DA CANCELA, PAVILHÃO 3.1 SUP. cartões-de-visita desta empresa PME Excelência. 9125-042 CANIÇO De forma a dar uma resposta rápida e profissional, TLF. 291 934 728 João Martinho Gouveia conta já com uma equipa de TLM. 956 012 890 50 funcionários que trabalham com o mesmo objeEMAIL. CRITERIOESCOLHA@GMAIL.COM tivo e determinação. O foco e a união são visíveis e

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A TRADIÇÃO MAIS DOCE DA MADEIRA A cana-de-açúcar é reconhecida como património intemporal da Madeira e a Fábrica Mel-de-Cana Ribeiro Sêco constitui uma referência na produção de mel-de-cana. Cruzadas as identidades, embarque connosco nesta viagem ao tempo dos engenhos e dos sabores mais doces que têm conquistado habitantes locais e visitantes ao longo de mais de 130 anos. FÁBRICA MEL-DE-CANA RIBEIRO SÊCO

JOÃO CARLOS MELIM Fundada em 1883, a Fábrica do Ribeiro Sêco é um exemplo incontornável da valorização de tradições familiares. Quando entramos nestas instalações, a pequena plantação de cana-de-açúcar revela uma atividade que apesar dos anos não foi esquecida e eleva uma matéria-prima de características únicas. Mas não ficamos por aqui. Além de toda a zona de laboração e armazém, a empresa continua a preservar o seu modesto escritório, que outrora funcionava o laboratório de desenvolvimento de fórmulas e produtos de sucesso. Aloísio de Bettencourt foi o fundador e inicialmente começou por produzir aguardente, vinagre de vinho, sumo de uva, vinho azedo e, mais tarde, sumo de maracujá. Entretanto, com uma lei de 1927 que obrigou os engenhos a fecharem portas, foram proibidos de produzir aguardente de cana-de-açúcar e o equipamento foi apreendido. “O nosso foi um deles e o filho do fundador, Luís Vogado Bettencourt, decidiu apostar numa fórmula do mel-de-cana, em 1932. A partir de 1935 começou a produção e essa é a fórmula que mantemos até aos dias de hoje, com algumas melhorias de equipamentos. Foi necessário atualizar e evoluir nesse sentido”, conta-nos o sócio-gerente. Esta empresa familiar conta com mais de 130 anos de atividade e tem atravessado gerações. Os sobrinhos do fundador herdaram o negócio e após o seu falecimento, João Carlos Melim assumiu a gerência, juntamente com as irmãs e cunhados. A cana-de-açúcar foi implementada na Madeira em 1425 e é um produto com grande expressão. O mel-de-cana constitui um produto que cruza a sua identidade com a própria identidade da ilha. Designado como o “ouro branco”, dada a sua grande quantidade e o açúcar extraído, este produto mantém-se intemporal. São muitos os produtores espalhados pela região e a Fábrica do Ribeiro Sêco recorre a eles há já vários anos. O processo Mas afinal como obtemos o mel-de-cana através da cana-de-açúcar? O processo inicia-se com a introdução das canas-de-açúcar nos moinhos, antigamente conhecidos como engenhos, onde são trituradas e é extraído um sumo. Designado como guarapa, esse sumo é canalizado para uma primeira filtração, segue a cozedura nos clarificadores e depois uma nova filtração que garante um extremo rigor no processo de aprimoramen50 | PORTUGAL EM DESTAQUE

to do produto. Na fase seguinte, a guarapa entra nas evaporadoras para continuar o processo de cozedura e evaporação da água ainda existente. Na fase final, uma nova cozedura e a última filtração que antecede a introdução do xarope na caldeira de vácuo. Falta então o último passo, já mel-de-cana é passado para cubas de inox onde repousa e arrefece naturalmente. Como se trata de um produto alimentar, a Fábrica do Ribeiro Sêco segue todas as normas implementadas, procedendo a análises internas e externas como meio de controlo de qualidade. Depois é só embalar com marca própria, mediante as encomendas para que o mel-de-cana se mantenha uniforme e não haja adulteração. E claro, apreciar a doçura deste produto quase vitalício que após longos anos se encontra em excelentes condições para consumo. Ao contrário de outros fabricos, aqui a produção é superior, uma verdadeira arte. “Esta continua a ser uma empresa ligada às tradições e por isso não quisemos acabar com o ponto de venda direto na fábrica. Ainda hoje, as pessoas podem cá vir com a sua embalagem e encher de mel-de-cana. Fazemos questão de mostrar à população e visitantes todas as fases de produção, que dura em média 23 horas. A fábrica encontra-se aberta no pico da produção, em meados de Abril, transformando-se completamente. Trabalhamos 24 horas por dia para fazermos uma nova produção e obter um produto diferente”, reforça João Carlos Melim. Neste mês, a equipa de 8 pessoas aumenta para 50 colaboradores e a produção ronda os 100 mil litros de mel-de-cana de máxima qualidade.


Uma doce evolução Atualmente, a Fábrica do Ribeiro Sêco apresenta duas vertentes de mel-de-cana: o Clássico, que segue a receita antiga e o Biológico, desenvolvido em 2007, cuja matéria-prima não tem qualquer produto químico. Desta forma, o produto é valorizado e vai ao encontro de um nicho de mercado que privilegia os produtos naturais. Contudo, não quis ficar para trás e com a evolução dos tempos, decidiu também apostar em novos produtos. Aproveitando o facto do mel de cana-de-açúcar ser a base principal do bolo de mel, um ex-líbris da Madeira, avançou para o fabrico do bolo de mel e broas de mel-de-cana. “Dada a adulteração que começava a existir na receita deste produto, tentamos chamar a atenção do consumidor para a preservação do verdadeiro bolo de mel-de-cana”, revela. Lançado o mote e tendo um kow-how profundo, a empresa apostou neste segmento, contando com parceiros de negócio que sabem fabricar este produto melhor do que ninguém. O conhecimento e a qualidade têm garantido o sucesso e começam a ser desenvolvidos outros produtos, como bombons e compotas. Porém, o mel-de-cana não é apenas utilizado para a doçaria, na altura do Natal e Carnaval. Desmistificando esta ideia, a Fábrica do Ribeiro Sêco decidiu ir mais longe. Uma vez que o mel-de-cana é muito versátil e pode ter várias utilizações, tivemos o arrojo de lançar um livro com 62 receitas com a aplicação deste produto. Integramos nestas receitas outros produtos regionais e damos exemplos para ser usado em pratos, entradas e até na sopa”, salienta o sócio-gerente. Fortemente influenciado pelas condições do solo e clima da própria Ilha da Madeira, o mel-de-cana é rico em magnésio, cálcio, ferro e vitaminas. Basta dar asas à imaginação para perceber que este é um produto com um padrão e identidade muito próprio.

nais e de estilo gourmet. “Tentamos sempre fazer mais e melhor, chegar a todos os nichos de mercado e encontrar novos parceiros. O crescimento do turismo levou-nos a inovar e a apostar em novas embalagens direcionadas para este público. Assim, no próximo ano vamos lançar algumas novidades, como as broas de mel com sabores e outros produtos derivados, sem esquecer o ingrediente principal: o mel-de-cana” assegura João Carlos Melim. As novidades não ficam por aqui e a Fábrica do Ribeiro Sêco voltará a surpreender. Acompanhar as evoluções é fundamental e alguns equipamentos irão ser melhorados para rentabilizar a produção. Mas o grande desafio foca-se num estudo profundo sobre todo o processo, desde a matéria-prima até à obtenção do produto final. Este projeto revela-se pioneiro na Região Autónoma da Madeira e será partilhado com a comunidade científica pela sua relevância, enaltecendo o mel-de-cana como testemunha da história.

Em Portugal e no Mundo Na região da Madeira, podemos encontrar os produtos da Fábrica do Ribeiro Sêco um pouco por toda a parte. Esta é já uma marca de referência e a sua fórmula de sucesso dispensa apresentações. No mercado externo, países como Inglaterra, França, Suíça ou Alemanha são alvos de exportação e solicitam as iguarias. Já em Portugal Continental e na ilha dos Açores, a Fábrica começou a dar os primeiros passos recentemente, através da cadeia Modelo Continente. Dignificar a qualidade dos produtos é um objetivo e, por isso, marcam ainda presença em lojas tradicioPORTUGAL EM DESTAQUE | 51


UM LEGADO DE COMPETÊNCIA E EFICÁCIA NO RAMO IMOBILIÁRIO ALÉM-FRONTEIRAS Foi em 2006 que a “Madeira Legacy” abriu portas e o mercado imobiliário na Madeira nunca mais seria o mesmo. Uma aposta única na remodelação e administração de imóveis são um dos factores que marcam a diferença nesta agência imobiliária. MADEIRA LEGACY

SANDRA CATANHO E ANTÓNIO PEREIRA 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Foi uma lacuna no mercado imobiliário que levou Sandra Catanho e António Pereira a investirem em novos rumos. Com um grande leque de clientes sediados no estrangeiro, tiveram visão de negócio e não tiveram medo em explorar as novas potencialidades que este ramo poderia proporcionar: “há 11 anos, quando iniciámos achámos que não havia administração de imóveis com a qualidade desejada e nós quisemos preencher essa lacuna. Todos nós já tinhamos uma larga experiência no mercado, e ao longo dos anos fomos vendo lacunas que poderiam vir a ser preenchidas e tentamos aproveitar esse facto. Na altura, grande parte das imobiliárias não ligavam à administração


e gestão de imóveis e, como temos um grande número de emigrantes espalhados pelo Mundo, achamos que podíamos entrar por aí. Outro ponto, foi o facto de termos aqui muitas empresas no centro internacional de negócios e essas pessoas precisavam de habitação, de escritórios e de acompanhamento a vários níveis ligados ao imobiliário. Quisemos entrar por aí. A qualidade que os imóveis apresentavam foi outros dos factores que nos fez apostar nesta área. Viemos dar um outro tipo de imagem e apresentação a nível tecnológico.” Através de parcerias com fotógrafos e repórteres, conseguiram criar um trabalho com qualidade a nível gráfico e estético, o que se reflete no site da agência. Sempre atualizado e com uma boa apresentação, o que resultou num feedback positivo por parte dos clientes que os procuram por via virtual. Principais serviços Para além da mediação imobiliária, a Madeira Legacy presta também serviços ao nível da administração de imóveis, onde gerem património, principalmente na área do arrendamento. “Estamos também a entrar no sector da recuperação de imóveis, com clientes que nos compram determinado imóvel e desejam que façamos a recuperação dos mesmos. Neste âmbito fazemos a decoração e colocamos de volta no mercado de arrendamento para rentabilização. É, sem dúvida, uma mais-valia e tem sido uma boa aposta. Desde o ínicio que quisemos ser diferentes, fazermos o que os outros não fazem. Ao longo dos anos conseguimos uma coisa única que foi fidelizar um determinado target e, em parceria com outros países, fomos trabalhando com várias que pessoas, mesmo estando nos seus países de origem, continuaram a ter preferência por nós. Foram bem servidos no arrendamento e, quando vêm comprar, procuram-nos a nós. Trabalhamos muito com os Golden visa e isso leva a que nos procurem para adquirir património e administrá-lo”, rematam Sandra e António. São já uma referência internacional, onde a sua principal publicidade acaba por ser o “boca a boca”, derivado do forte mercado da emigração ou mesmo de estrangeiros, conforme nos confidenciam. Mercado direcionado para uma gama média-alta Virada para um mercado médio-alto, a Madeira Legacy trabalha, maioritariamente, com o mercado da emigração, como Africa do Sul, Venezuela, estando agora a apostar fortemente no Canadá.

Mas há muitos outros países a ter em atenção, segundo os proprietários: “Os nossos emigrantes em França e no Luxemburgo continuam a ser uma fatia muito importante do negócio. Temos também aumentado imenso, nos últimos anos, o mercado no Reino Unido. Devido à crise em Portugal, houve uma grande massa de pessoas que se deslocou para o Reino Unido, e agora já começaram a ter algum retorno consequente dessa emigração, começando a investir aqui novamente. Normalmente nem é para alojamento de longa duração, é para alojamento local, turismo de habitação, e é uma forma de eles também usarem os imóveis. É um ótimo investimento. Os mercados francês e italiano vieram para cá muito por causa dos incentivos.” Neste sentido, não escondem o bom trabalho desenvolvido pelas entidades responsáveis pelo turismo na ilha: “Um dos motivos que faz com que esses públicos cheguem à Madeira é o trabalho levado a cabo pela Secretaria Regional do Turismo e da Cultura. Está a fazer um trabalho fantástico na promoção da nossa ilha através da Associação de Promoção da Madeira e temos vindo a notar que benefeciamos com esse trabalho. É, de facto,

uma mais-valia para a ilha, não só para o setor turístico mas para todos os setores em geral. Reformularam a imagem tradicional que havia da Madeira. Está mais moderna e atual, mais virada para o grande público e não só para uma terceira idade, como foi hábito durante anos e anos.” Feedback positivo e a um passo na internacionalização Com uma manifesta aposta na diferença, o feedback não poderia ser mais positivo, e quem o garante é Sandra e António: “Temos tido um feedback fantástico. Há uma coisa que fazemos sempre que é não olhar para um cliente como apenas “mais um”. Trabalhamos em função do cliente e dos seus desejos. Queremos deixá-los satisfeitos como se fosse um trabalho para nós próprios.” Com um trabalho reconhecido nacional e internacionalmente, os projetos para o futuro só poderiam passar pela internacionalização, e é isso mesmo que irá acontecer já num futuro próximo: “ Queremos levar a “Legacy” para fora de Portugal... mas vamos com calma. É um projeto futuro e o destino ainda está “no segredo dos deuses”, está a ser cimentado.” Mais um projeto rumo ao sucesso. PORTUGAL EM DESTAQUE | 53


DESCUBRA A MADEIRA COM O MÁXIMO CONFORTO João Sanches é natural de Vila Real de Santo António e começou a sua carreira na área hoteleira no Algarve. Chegou à Madeira em 2005 e após algumas experiências noutras cadeias, assume a direção do Hotel Meliã Madeira Mare há mais de cinco anos. Em entrevista à Portugal em Destaque, evidencia o crescimento do Grupo Hoti em Portugal e a sua aposta na qualidade. MELIÃ HOTELS Portugal em Destaque: Breve apresentação do Meliã Madeira Mare Resort & Spa. João Sanches: O Hotel Meliã Madeira Mare foi inaugurado no ano 2009, pertence ao Grupo Hoti Hotéis. Com 220 quartos, este belo hotel de 5 estrelas situado na zona do Lido, com uma fabulosa Vista Mar dispõe de 2 restaurantes, 2 bares, 5 salas de Reunião tendo uma delas capacidade para mais de 350 pessoas, SPA, ginásio, 2 piscinas exteriores e 1 piscina interior aquecida. PD: Qual a filosofia do grupo? JS: Apesar de usarmos o Brand Meliã, podemos dizer que a filosofia é do Grupo Hoti. Aquilo que pretendemos são hóspedes satisfeitos, trabalhadores motivados com sentido de missão, um significa54 | PORTUGAL EM DESTAQUE


do e um propósito: todos nós participamos na construção de uma grande cadeia Hoteleira. Resumindo, temos uma grande paixão para servir pessoas. PD: Além dos principais serviços de hotel, estabelecem acordos e têm parcerias com entidades na realização de reuniões, conferências e outros eventos. Qual a importância deste segmento? JS: Cada vez mais o segmento MICE têm um maior peso na totalidade das dormidas no Hotel. Dentro do nosso grupo, são muitos os acordos existentes de forma a captar este tipo de negócio que é muito importante para o Hotel, assim como para a Região. O Grupo Meliã Internacional é igualmente um grande emissor de clientes de empresas e de incentivos e conferência tendo em conta a sua base de dados neste sector. O segmento de empresas, reuniões e conferências chega a representar mais de 10 por cento da totalidade de dormidas no hotel. PD: O que vos distingue? JS: Creio que o bom nome de uma cadeira internacional como a Meliã, a qualidade das suas instalações e a simpatia e disponibilidade do seu pessoal fazem seguramente a diferença.

PD: Que planos e projetos têm para o futuro? JS: Para a Madeira, o Grupo Hoti adquiriu, no passado mês de Maio, o Hotel Golden Residence, com 172 quartos. Nos últimos anos, temos estado atentos a novas oportunidades de negócio que possam surgir não só na Ilha como em Portugal Continental.

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ALENTEJO Situada na região do centro sul de Portugal, o Alentejo é destacado pelas suas iguarias e sabores tradicionais. Se não podemos deixar de falar da gastronomia nesta região, temos de salientar as sopas de peixe, as açordas, as migas com carne de porco, o gaspacho, o ensopado de borrego, os pratos de caça e a doçaria conventual que primam pela qualidade dos sabores alentejanos. A história faz parte da tradição alentejana, “é um espaço aberto que parece não ter fim”. Os cheiros, as cores, os aromas e os sabores próprios natureza são inconfundíveis. Já a arquitetura rural está indescritivelmente presente nas herdades alentejanas, no casario das cidades, vilas e aldeias ou nas ermidas que se recriam na tradição. A variedade de atividades que o Alentejo oferece é um ponto de partida para poder proporcionar umas excelentes férias a quem visita esta região. Desde as atividades aquáticas, passeios pedestres pela natureza, btt ou jipe, degustação de produtos locais, diversos desportos ao ar livre e visitas aos museus e monumentos. A história da região rural está muito presente nas terras alentejanas pelas vicissitudes que já presenciou ao longo dos anos. Para poder acompanhar toda a história, os visitantes têm uma oferta das mais variadas categorias como os hotéis de luxo, as pousadas, as casas rurais e parques de campismo que dão para todas as famílias. O sossego, a tranquilidade, a paz, a liberdade dos ares que se respiram naquela região marcam indiscutivelmente o Alentejo e é isso que procuramos transmitir e dar a descobrir nos artigos dedicados às províncias alentejanas.

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HISTÓRIA, CULTURA E GASTRONOMIA Sede de um município com 540 quilómetros quadrados de área e com cerca de 14.000 habitantes, Estremoz é uma cidade portuguesa no distrito de Évora. Luís Mourinha, presidente da Câmara Municipal de Estremoz, deu-nos a conhecer um pouco mais deste município que é subdividido em nove freguesias. CÂMARA MUNICIPAL DE ESTREMOZ

LUÍS MOURINHA 58 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Ao chegar a Estremoz, somos presenteados com vistas para os intermináveis olivais e vinhas onde a agricultura é a predominância da utilização do território. Os vinhos e os enchidos, são uma referência importante, mas é o mármore branco que ultrapassa fronteiras ao ser reconhecido mundialmente pela sua qualidade, o que faz de Portugal o segundo maior exportador do mundo, contribuindo com cerca de 90 por cento do total de mármore. Os Bonecos de barro de Estremoz são também uma referência histórica que, em dezembro, vão ser analisados na Coreia do Sul para que sejam classificados como Património Material da Humanidade. Luís Mourinha explica que antigamente se utilizava “as cantarinhas e o barro para meter a água. Era onde havia o armazenamento da água na casa, através dos cântaros de barro, mas este hábito foi desaparecendo pouco a pouco com o aparecimento da água canalizada”. Com uma grande importância económica para o concelho, existe ainda o Regimento de Cavalaria Nº3 que leva muita gente ao local que também serve de local de convívio para os militares mais antigos: “Todos os anos aqueles militares que foram ao antigo Ultramar, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, fazem aqui, anualmente, o seu ponto de encontro e fazem uma visita também turística, mas agora não por motivos de guerra, mas por motivos de paz”, refere o Presidente. A cultura em Estremoz sempre foi e ainda é muito ativa. E, com muitas associações culturais, às vezes não é fácil trabalhar e “a Câmara tem dificuldades em dar os meios fundamentais a todos para que possam ter muita atividade”. No entanto, é de considerar que “poucas localidades têm tantas instituições e associações, quer desportivas quer de carácter cultural e recreativas, com uma atividade permanen-


te. Estremoz tem sido uma localidade ao longo dos tempos ligada às artes, à cultura e ao trabalho, é uma sociedade que tem uma vivência muito própria”. Dificuldades enfrentadas numa cidade do interior Como se sabe, viver no interior não é tarefa fácil. Há problemas e carências que necessitam de atenção e para tal é necessário encontrar soluções para acreditar num futuro melhor. Em Estremoz a Câmara Municipal construiu a Zona Industrial de Arcos, no ano passado, e neste momento 80 por cento dos lotes já se encontram vendidos, ou seja, são 60 lotes vendidos para várias atividades, o que é um crescimento notável. Contudo, o Presidente esclarece que é difícil neste momento instalar mais empresas mesmo para aqueles que tem alguma capacidade financeira de investir pois “a burocracia muitas vezes atrapalha e desvia as pessoas do investimento. Por exemplo, nós ainda não fomos financiados, estamos à espera que abram os fundos comunitários para que sejamos financiados para a Zona Industrial de Arcos, ela já está toda paga e concluída, mas ainda não abriram, isso é uma dificuldade”. Outra grande dificuldade do interior é discutir qualquer manda em termos nacionais e fazer as coisas de igual modo para todas as câmaras, uma vez que trabalhar de igual para igual ainda não acontece neste momento. Estremoz aos sábados Há centenas de anos que os sábados são considerados um ponto de encontro em Estremoz. Estes são considerados como “uma bolsa ao ar livre em frente à câmara, junto aos cafés, quer ao Alentejano quer ao Águias D’ouro, onde os comerciantes

negoceiam os cereais, os porcos, os vitelos e outros produtos”. A tradição ainda se mantém, hoje com menos peso, uma vez que “as chegadas das grandes superfícies comerciais fazem os acordos logo diretos com os agricultores e com as agroindústrias para fornecerem gado com alguma regularidade”. No entanto, “há sempre o pequeno ou médio que não está metido nesses sistemas e que vendem na feira. E depois tem outras quinquilharias, que são as velharias, que tem um peso, é das melhores feiras e, portanto, temos aqui muitas pessoas que vêm de Lisboa, de todo o lado aos sábados de manhã, até os espanhóis vêm, que estão a vir cada vez mais fazer as compras aqui”. Feira Internacional de Agropecuária de Estremoz e Cozinha dos Ganhões Culturalmente, o município de Estremoz conta com dois grandes eventos, a FIAPE e a Cozinha dos Ganhões, que vai na 25ª edição, que captam a atenção de quem por ali para. Como explica o Presidente da Câmara, o melhor momento para a gastronomia acontece entre os meses de novembro de dezembro uma vez que a gastronomia do local é considerada forte e é quando aparece o vinho novo para aliar à comida. “Temos os vinhos, os enchidos, o porco ibérico… o melhor momento vai ser a partir de agora porque é a melhor altura para comer porco ibérico que comem a bolota, produtos da natureza que dão um sabor especial ao porco ibérico ou alentejano. E temos vários produtos que são desta época, que dão qualidade à nossa gastronomia”. Hoje em dia, há muita concorrência, em

qualquer sector, e Luís Mourinha considera que esta “é benéfica, melhora a qualidade e gera um clima económico interessante”. Sendo, então, “um momento chave para os cozinheiros e chefes, juntar esses produtos todos e porem dentro do tacho para a degustação. É um momento muito interessante”. Esta edição vai fazer 25 anos e, apesar de ser um fim de semana, serve para promover pelo ano inteiro pois normalmente “há muitos clientes que vão durante o ano aos restaurantes porque experimentaram na feira a gastronomia e gostaram”. Considerado um momento interessante, a gastronomia deixa no ar um cheiro de amizade e confraternidade que, no momento em que se está com os amigos à mesa, tudo passa, os problemas esquecem e aparecem as boas conversas e os momentos de risadas. Paralelamente a este momento gastronómico, decorre a exposição sobre caça e pesca, que Luís Mourinha lamenta que esta atividade de caça “tenha perdido um pouco o peso económico”. Ao todo, os eventos contam com a presença de cerca de dez expositores na gastronomia, doze na cozinha e cerca de 30 ou 40 expositores na feira de caça e pesca. O convite por parte de Luís Mourinha, Presidente da Câmara, fica no ar: “Temos muito património histórico. Para a Cozinha dos Ganhões é só trazer um casal amigo, não venham sozinhos, porque a gastronomia deve ser partilhada, deve ser convivida com os amigos. Certamente que vão sair de Estremoz contentes porque todos os produtos que ali são colocados para a degustação são de primeira qualidade”. PORTUGAL EM DESTAQUE | 59


TRADIÇÃO E INOVAÇÃO DO ALENTEJO PARA O MUNDO Em 1980, Francisco Arvana fez uma aposta que se revelou vencedora: fundou a SEL, Salsicharia Estremocense, Lda. De um pequeno espaço, com 150m2 e três trabalhadores, a empresa cresceu e atualmente conta com um espaço próprio de 4000 m2 e mais de 130 funcionários. Com as maiores e mais modernas instalações do país, nesta área de negócios, a SEL é hoje uma referência em Portugal, no que toca a qualidade alimentar e inovação e, cada vez mais, os seus produtos alcançam os consumidores além-fronteiras. Quando Francisco Arvana fundou a SEL a única experiência que possuía era a dos pais, que já trabalhavam neste ramo: “Os meus pais tinham trabalhado em talhos e no matadouro municipal de Estremoz e isso também nos dava alguma confiança no trabalho que íamos desenvolver. Começámos num espaço pequeno, de 150m2, só nós três, mas rapidamente percebemos que os produtos tinham muito sucesso, graças à elevada qualidade que tinham”. Esta necessidade de aumentar a casa fez com que, em 1988, a empresa crescesse. A SEL mudou-se para o mesmo local onde ainda hoje se encontra, mas possuía uma área de 1000m2, em comparação com os 4000m2 que tem atualmente: “Até meados dos anos 90 conseguimos trabalhar naquelas instalações. Dávamos resposta a todos os nossos clientes, graças às instalações modernas que possuíamos. Porém, em 1995, fomos forçados a voltar a reforçar as infra-estruturas e os equipamentos e foi quando crescemos até aos 4000m2 de área coberta”. Uma empresa desta envergadura dá resposta a 3 mil clientes, sobretudo no Sul do país: “Desde 2012 que integramos a lista das 40 empresas, mais competitivas e dinâmicas do mercado da carne e seus derivados. No mesmo ano, ganhámos o prémio Sabor do Ano, com os produtos de charcutaria Chouriço de Carne, Chouriço de Carne Porco Preto e Chourição de Alho e Sal, assim como o produto fresco de Porco Preto Criado a Campo no Alentejo. Já antes, em 2008, tínhamos concorrido com três produtos e todos ganharam o primeiro lugar deste mesmo concurso”. Os anos de 2010 e 2016 também foram férteis em prémios e já em 2017 a SEL venceu o Óscar do Alentejo, na categoria “Mais Prazeres”. Com um reconhecimento tão elevado no que diz respeito à qualidade dos seus produtos, a SEL viu-se na necessidade de reforçar a sua posição no mercado. Neste momento, tem mais câmaras de secagem, uma área de produção aumentada, quer no piso térreo quer no piso superior, e uma cave de secagem de enchidos que é a maior a nível nacional: “Alargámos o nosso mercado e lideramos, há já muitos anos, o mercado

do sul do país. Para conseguirmos isso, tivemos de criar vários produtos, de segmentos diferentes, que abrangessem a grande parte da população. Criámos três marcas diferentes – Topo da Torre, SEL e Varanegra Gourmet, cada uma com características específicas e com um público-alvo diferente”. A SEL é inovadora em vários aspetos. Em primeiro lugar, é uma empresa que detém 28 por cento do matadouro de Sousel, um matadouro regional onde a empresa tem a seu cargo todo o abate e suínos: “Tivemos que adquirir, em 2007, algumas quotas deste matadouro. Ele tinha sido criado pouco depois do 25 de Abril de 1974, mas atravessava sérias dificuldades financeiras. Ora, sendo esta terra tipicamente associada à produção de enchidos, não podíamos deixar que encerrasse”. Além disso, foi pioneira no relançamento dos enchidos de porco preto, de raça alentejana: “O porco alentejano é especial, porque é um animal alimentado a bolotas, no montado alentejano, o que deixa a sua carne mais saborosa e suculenta, com um aroma mais forte”. A SEL garante a qualidade dos seus produtos através do controlo de qualidade que é feito diretamente no matadouro, já que todo o abate de porcos é feito por funcionários da empresa. Por conseguir garantir a qualidade dos seus produtos, e por assegurar e fazer cumprir todas as normas de higiene e segurança necessários à produção, fabricação e comercialização de produtos derivados da carne, a SEL conseguiu o selo de qualidade ISSO 9001 e IFS FOOD: “Somos, além disso, considerados uma PME Líder neste setor, porque estamos continuamente a inovar”. A inovação vai muito além dos instrumentos de trabalho e das infra-estruturas. A SEL não comercializa apenas os enchidos tradicionais alentejanos. Sob a orientação de Mário Arvana, um dos filhos de Francisco Arvana, e que é responsável pelo marketing da empresa, a empresa vai cada vez mais de encontro ao que o mercado espera: “Temos já uma gama de comida pré-congelada e pronta a comer, que cada vez tem mais procura. É o caso das bifanas SEL, que foram inspiradas nas bifanas de Vendas Novas. Têm

uma espessura de, aproximadamente, 1 milímetro e é só colocá-las na frigideira. Já vêm temperadas. Vendemos mais de uma tonelada por semana desse produto. Além disso, existe também uma aposta na carne de borrego alentejano, que também é muito saboroso, e muito utilizado na gastronomia regional. Porém, a nossa grande aposta é a carne de porco preto alentejano, seja no setor dos enchidos, seja na carne congelada”. Internacionalmente, a aposta da SEL não se relaciona tanto com o setor das carnes congeladas, mas com o mercado dos enchidos e “pronto a comer”. Mário Arvana explica que, presentemente, a empresa já exporta para mais de 10 países, mas o objetivo é continuar a crescer: “Neste momento, 10 por cento do nosso volume de faturação, que ronda os 11 milhões de euros anuais, vem da exportação, mas até ao final de 2020 queremos chegar aos 40 por cento. O objetivo é que o mercado internacional seja uma das principais fontes de rentabilidade da empresa”. Para isso, contam com as refeições pré-preparadas, cujo único trabalho para o consumidor é cozinhá-las: “As nossas refeições já vêm temperadas mas não trabalhamos com comida pré-cozinhada. Temos tido muito sucesso com este modelo e vamos continuar a investir nele”. Os enchidos tradicionais, feitos segundo o saber alentejano, são outra grande aposta e não chegam só aos emigrantes portugueses: “A ideia de que os enchidos são apenas direcionados aos emigrantes, que têm saudades dos sabores tipicamente portugueses, é errada. Estamos a conseguir mercado próprio, absolutamente internacional. O consumidor europeu é muito exigente e dá muita importância à lista de ingredientes. O nosso produto só tem carne, tempero e muita paciência na cura, que é exatamente aquilo de que o consumidor anda à procura. Depois, o controlo de qualidade a que os nossos produtos são sujeitos é a nossa grande mais-valia. Temos enchidos com mais de 1 ano de cura. A paciência é fundamental para um produto de alta qualidade”. Mário Arvana afirma que a SEL vai continuar a reforçar a sua presença no mercado nacional, através da presença em grandes cadeias de distribuição, mas sempre de uma forma sustentável: “Vamos apostar na intensificação da presença dos nossos produtos nos grandes supermercados e na produção de presunto de porco preto criado no campo alentejano. Além destes dois objetivos, queremos fortalecer a presença nos mercados internacionais e, para isso, criámos um departamento dedicado à exportação. Somos conhecidos por sermos irrequietos e inovadores e é assim que queremos continuar”.



60 ANOS A CELEBRAR A GASTRONOMIA ALENTEJANA A Adega do Isaías situa-se no centro de Estremoz e traz à cidade alentejana muitas pessoas, que vêm provar a gastronomia típica da região, onde se destacam as migas, as burras e o ensopado. À frente desta casa está Miguel e Anabela Parreiras, cujo desafio é manter a qualidade de uma ementa que celebra a tradição da cozinha do Alentejo. ADEGA DO ISAÍAS

EQUIPA “Esta casa começou com o meu avô e era a típica adega de produzir vinho de talha”, conta Miguel Parreiras, o responsável pelo estabelecimento. Para acompanhar o vinho, eram servidos petiscos tradicionais, como o queijo, o chouriço assado e outros enchidos típicos: “O meu pai ficou à frente desta casa quando o meu avô faleceu e manteve o conceito de adega. Nessa altura, só lá trabalhavam ele, a minha avó, uma tia, um cozinheiro e um empregado, empregado este que ainda hoje cá se mantem (Roque)”. A passagem para restaurante deu-se após um concurso gastronómico: “O meu pai insistia que este estabelecimento era uma adega, até que um dia participou num concurso gastronómico, em Santarém, e ganhou o primeiro prémio, com um prato de borrego. Desde então, a ideia de passar dos petiscos a refeições tradicionais alentejanas instalou-se”. Daí em diante, o restaurante foi conquistando fama junto do público: “Temos um público muito específico, que vem à procura das especialidades da gastronomia alentejana, como as migas com carne de porco, o borrego assado, o ensopado de borrego, grelhados de porco preto ou as burras. São pratos que estão na ementa desde sempre, bem como a lebre com nabos, que é criação original do meu pai, que só existe nas épocas de caça”.

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Todas as refeições são integralmente confecionadas na cozinha do restaurante. Não há nada pré-cozinhado: “É por isso que não conseguimos ter um prato diário económico. É impossível fazer pratos tradicionais e pedir sete euros por eles. Mas também não adianta mudar a ementa, porque quem aqui vem procura os pratos típicos, confecionados à moda antiga. Grande parte dos doces da casa são confecionados pela Anabela, como a sericaia, a tarte de requeijão ou o bolo de mel e noz”. Anabela veio ajudar o seu marido Miguel, há 10 anos, após a morte do cunhado José Marcos, este sim inteiramente dedicado à Adega, uma vez que o Miguel se dedicava a outro negócio de família (materiais de construção) e já há oito que o restaurante dispõe de uma sala para grupos: “Tínhamos uma adega, totalmente equipada, que servia exclusivamente para fazer vinho de talha e que estava há muitos anos a servir de armazém. Recuperámo-la e atualmente é uma sala usada para quando tenho eventos de grupos. Leva 50 pessoas e foi lá que a Câmara Municipal de Estremoz organizou a festa de apresentação da telenovela Belmonte”. A notoriedade de que esta casa goza foi conseguida ao longo de 60 anos de trabalho: “O meu pai sempre quis ter no seu restaurante cozinha tipicamente alentejana, mas com elevada qualidade. Essa característica marcou o percurso da nossa casa e foi a qualidade que nos garantiu os prémios que ganhámos em concursos de gastronomia. Abdicar da cozinha típica ou da qualidade é inconcebível. A ementa não é alterada há algum tempo, porque não é preciso. Temos clientes de várias gerações, que começaram por vir cá quando não tinham filhos e que, agora, já têm dois e continuam a vir”. A Adega do Isaías participou em muitas das edições da Cozinha dos Ganhões, uma feira gastronómica que se realizará entre os dias 30 de Novembro e 3 de Dezembro, em Estremoz, mas este ano não estará presente. A aposta na qualidade e tradição é, no entanto, para manter: “A nossa participação em concursos gastronómicos já foi mais intensa, mas a qualidade da boa comida alentejana é para manter. Existem restaurantes que não passam de moda e este é um deles, mas isso só é possível devido ao trabalho e dedicação da nossa equipa que, neste momento é composta por quatro elementos: eu, a Anabela, a Sara (cozinheira) e o Roque”.


OS SABORES DIFERENTES FAZEM GRANDES FEITOS NO ALENTEJO O restaurante Adega 7160 surge a 26 de junho 2017 para dar lugar à antiga Adega do Bolhuca, uma casa que Sofia Figueiredo, sócia gerente, se recorda desde criança. Após várias viagens pelo mundo da cozinha decidiu aterrar no local que a viu nascer, Vila Viçosa e falar à revista Portugal em Destaque sobre o negócio. ADEGA 7160

RICARDO RAMALHO E SOFIA FIGUEIREDO Apaixonou-se pela cozinha e nunca mais a quis largar. Assim foi o destino de Sofia Figueiredo que agarrou a oportunidade de abrir um restaurante face a todas as aprendizagens que adquiriu em grupos hoteleiros como o Marmoris, o Sheraton e o Elba, não esquecendo Macau e Fuerteventura. O Chef Pedro Mendes tornou-se uma referência para Sofia Figueiredo a todos os níveis de cozinha. Com raízes alentejanas, o seu percurso passou pela cozinha fine dining, uma cozinha de autor “com muitas descobertas de uma cozinha mais modernista”. O sócio Ricardo Ramalho impulsionou-a a criar este negócio com a experiência que foi adquirindo

com o tempo. É assim que surge o projeto, numa casa pequena, acolhedora, mas com muita história que promete transmitir “o Alentejo na mais pura imagem”. Por sua vez, o nome está associado à antiga adega de vinho e ao código postal de Vila Viçosa. Tendo por base os petiscos e as tapas não muito comuns aos olhos alentejanos, como é o caso do camarão panado com chutney de manga, a sócia gerente quer apostar numa nova carta com comidas mais pesadas e sabores asiáticos. As carnes de porco, as carnes de novilho, o borrego as migas vão ser alguns dos pratos de conforto que vão revelar “os sabores que o Alentejo tem para oferecer”, afirma Sofia Figueiredo. O objetivo é completar a gastronomia alentejana com os sabores asiáticos, “uma cozinha que sempre me influenciou muito”, confidencia a sócia gerente. Os sócios prometem ter pratos arrojados para a nova carta, como é o caso do polvo assado com batata-doce e as bochechas de porco estufadas acompanhadas de puré de batata com açafrão. “Queremos ter um feedback positivo do público”. Apostar na diferença e na novidade é um dos objetivos que estão a concretizar para a Adega 7160. “Decidimos fazer uma abordagem mais radical, no que toca ao nível dos sabores e da apresentação dentro do conceito. Queremos trabalhar sabores diferentes, os acompanhamentos das carnes, uns molhos mais agressivos, os chutneys que trabalham muito bem com as carnes de vaca e de porco”, refere. O conceito que a Adega quer mostrar é o conceito de partilha, onde os clientes podem comer tudo aquilo que quiserem tanto de petiscos como de tapas, “desde que entram até que saem. O facto de viver em Macau fez-me sentir o conceito de partilha na pele, porque as pessoas vivem atrás da máquina e isso faz com que se perca o que antigamente era bom, ou seja, experimentarem os pratos uns dos outros”, realça a sócia. Para além deste conceito, não têm televisão, nem wi fi. Uma forma das pessoas falar entre si e conviverem, porque “o wi fi só após 30 minutos de conversa”. As noites de fado vão fazer parte da mobília da casa, uma vez que Sofia Figueiredo está “muito ligada a estas raízes”. Com toda esta ementa nova, o feedback dos clientes, ao longo destes meses, tem sido positivo e revelam a existência de algumas expectativas para a carta que se avizinha com empratamentos mais sofisticados. “A nossa carta de verão foi extremamente arrojada e o nosso feedback de agosto foi massivo. Trabalhamos muitas sopas frias, uma série de pratos extremamente diferentes e isso fez com que as pessoas gostassem e que pensassem em algo diferente”, explica a sócia gerente. A vontade de crescer e arriscar são fatores a ter em conta para Sofia Figueiredo, nomeadamente na cozinha minimalista, em que vão ter petiscos como “favas com chouriço, ovo escalfado e moelas de tomatada”. E porque tudo o que se faz questão de comer quando se visita o Alentejo está na Adega 7160.

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HÁ QUASE TRÊS DÉCADAS A PENTEAR OS EBORENSES Os cabeleireiros Alda e Vitorino já têm três salões em Évora, sempre baseados na inovação e na qualidade do serviço que prestam ao cliente. CABELEIREIROS ALDA E VITORINO

Luís Vitorino não era cabeleireiro. A sua mulher, Alda, já conhecia o negócio. Quando decidiram abrir um cabeleireiro, o desafio era grande: “Ela já era cabeleireira, eu era desenhador. Quando decidimos que tínhamos de mudar de vida, apostámos na área dos cabelos. Abrimos o nosso primeiro espaço, aqui em Évora, que atualmente está arrendado a outra pessoa. A partir dessa altura, comecei a frequentar o cabeleireiro e no contacto com vários fornecedores, tomei o gosto pela profissão e decidi aprender como funcionavam os cabelos”. Em 1984, decidiram abrir dois cabeleireiros no Algarve, um em Faro, outro em Olhão, colaboraram com a Revista Algarve Magazine, direccionada para o turismo inglês, fizeram parte do corpo docente do Estaleiro da Moda, dedicado ao ensino e preparação de manequins. Em 1988, o casal regressou a Évora e abriu um espaço no centro comercial Eborim: “O cabeleireiro deu uma grande dinâmica à cidade. Nunca ninguém tinha pensado que o cabeleireiro podia ir ter com as pessoas. Em 1990 fizemos um evento chamado ‘Penteados ao longo da História’, com 42 modelos profissionais que apresentaram penteados desde o tempo dos romanos aos nossos dias. Foi um sucesso”. Estas inovações só foram possíveis porque Luís e a esposa sempre apostaram na formação, quer própria, quer da sua equipa: “Fizemos formação nos melhores institutos internacionais, nomeadamente em Barcelona, Madrid, Paris e Roma”. E revela: “Por causa dessas formações e do conhecimento que tínhamos, a minha esposa, que é especialista em penteados de noiva, fez em 1992, um evento chamado ‘As noivas da tia Alda’, que também teve bastante sucesso”. Em 2006, os salões voltaram a sofrer uma expansão. Ao cabeleireiro no centro comercial juntou-se uma outra unidade, na rua de Chartres: “Dois anos depois, acabámos por fechar a unidade do centro comercial e abrimos uma outra, na zona da Horta das Figueiras”. Seis anos mais tarde, o casal voltou a ser contactado para mais uma expansão: “O Continente contactou-nos para saber se queríamos fazer parte da loja que que estava remodelação em Évora e nós aceitámos, por isso, atualmente temos três espaços”.

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LUÍS VITORINO Ao todo, esta rede de salões emprega 22 pessoas e Luís garante que quem vem aos seus salões sabe o que vai encontrar: “Quem nos procura é um cliente que sabe que entendemos de visagismo. Propomos um determinado trabalho ao cliente e, caso ele aceite, fazemos com que saia daqui muito mais confiante na sua imagem. Começamos por ver se a cabeça tem algum problema, nomeadamente dermatite, caspa, ou qualquer outro. Depois, explicamos o tratamento necessário e, caso o cliente aceite, avançamos. É um trabalho que enriquece muito a pessoa, mas é preciso saber fazer arte”. A arte que se faz nos cabeleireiros Alda e Vitorino é vasta e vai do mais básico corte de cabelo até aos trabalhos mais complicados, como extensões, luminosidades, entre outras. Depois, pode ainda encontrar-se uma nova linha de transparências, criada nestes salões: “A concorrência é muito forte e temos de estar sempre a inovar”. A imagem que cada um apresenta está ligada diretamente ao bem-estar. Nos cabeleireiros Alda e Vitorino quem entra sabe que vai ser muito bem tratado: “Tenho um cliente alemão que vem cá de propósito cortar o cabelo. A melhor publicidade é sempre um trabalho bem feito”.


A TRADIÇÃO DA REGIÃO DE PERAMANCA NOS VINHOS PÊRA-GRAVE Há quatro gerações que a família de João Pedro Grave faz da Quinta de S. José de Peramanca a sua casa. Sendo a sua construção do Sec. XVII, foi adquirida em 1912 pelo bisavô do atual proprietário QUINTA DE S. JOSÉ DE PERAMANCA

A plantação da vinha começou em 2005, os vinhos surgiram no mercado em 2006 e, com eles, a polémica que envolvia a Quinta de S. José de Peramanca, a região de Peramanca (onde a Quinta está situada), e uma marca pertencente a uma empresa de Évora que, sendo uma marca mista, usa a expressão “Vinhos Pêra-Manca”. Essa empresa não possui, por sinal, qualquer vinha na região de Peramanca, tendo a dita marca – e só a marca - sido adquirida a um anterior vizinho da Quinta e utilizada desde o princípio

dos anos 90. Para entender esta aquisição é importante realçar que a região de Peramanca tem uma história riquíssima ligada aos vinhos, sendo considerada das mais afamadas do Alentejo e do País. Entre outras façanhas, reza a história que foi com vinho desta região que Pedro Álvares Cabral terá chegado ao Brasil. É localizada a Oeste de Évora, com cerca de 8 Kms de comprimento e 4 Kms de largura. O mais bizarro desta história, é que a dita empresa não se limitou a eleger como sua marca um nome de uma região de onde não provinham as uvas com que fazia o vinho. Também faz menção no seu rótulo e contra-rótulo à história secular, não só dos vinhos dessa região que lhe era e é alheia, como da história da própria Quinta de S. José de Peramanca. Quando surgiu a Quinta de S.José de Peramanca a fazer o seu próprio vinho, identificando a região, e a contar a sua própria e verdadeira história, começaram os problemas. “Alguém que escolhe o nome de uma propriedade ou região onde não está presente para a sua marca e conta nas suas garrafas a história dessa propriedade e da região onde ela se insere, está, na minha opinião, para além de induzir o consumidor em erro, a criar a semente de um problema. Para ter uma ideia de até onde pode chegar a insensatez e a arrogância, a nossa empresa chegou a ser alvo de uma ação em tribunal levada teimosamente até à última instância possível, em que se pretendeu, entre outras coisas, que a Quinta de S. José de Peramanca fosse obrigada a retirar da sua fachada a palavra “Peramanca”, ou

seja, parte distintiva do seu nome próprio. Enfim, uma história triste, com detalhes que, na minha opinião, demonstram um sentido de ética na qual não me revejo e me deixaram desiludido e magoado, além de mais, provindo de uma instituição em que o Arcebispado e a Universidade de Évora integram a administração, e, eventualmente por imperfeito conhecimento, se viram envolvidos. Mas a vida continua, e na impossibilidade de usar o nome da Quinta, ocorreu-me a marca “Pêra-Grave”, que junta nome da Quinta e do meu próprio apelido. Posteriormente surgiram as marcas “Pêra Nova”- para um vinho de entrada de gama- e Pêra Velha- para o nosso topo de gama. Somos uma pequena empresa, são apenas 15,50 ha de vinha, mas com uma grande ambição. Tive a sorte de conseguir juntar uma excelente equipa de trabalho. Vive-se um grande entusiasmo, sempre com o objetivo, nem sempre de fazer mais, mas sempre de fazer melhor. No curto percurso que temos feito, já conseguimos distinções e prémios que considero muito importantes e que nos têm dado algum alento: medalhas de ouro em Portugal, Paris, Londres, Alemanha, Top Ten na Expo Vinis de São Paulo 2015 como o melhor tinto do velho mundo (Península Ibérica), medalha de platina da revista Decanter com 95 pontos em 2016, duas distinções da aplicação Vivinus e muitas outras mais. O desafio atual é honrar a história dos vinhos desta região e contribuir para o aumento do prestígio dos vinhos Alentejanos e Portugueses por esse mundo fora.”

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TRANQUILIZAR O CORPO E A MENTE Foi em Évora que surgiu a Nutricorpus, uma clínica com uma unidade privada de saúde, localizada no centro estratégico que teve início de atividade em 2002. Licenciada em 2001 em cirurgia plástica no Hospital de S. José, Elsa Bento é hoje diretora técnica da clínica e cirurgiã plástica. NUTRICORPUS ELSA BENTO A clínica foi fundada há 15 anos, iniciou a actividade na área da cirurgia plástica e estética com a equipa composta pela Dr.ª Maria Afonso e a Drª. Elsa Bento, que assumiu a direcção clínica desde 2012. O objetivo do corpo clínico da Nutricorpus foi ser uma aposta diferente no mercado e procurar pela tranquilidade e o cuidado com a saúde. Para além da cirurgia plástica ser uma paixão, Elsa Bento tinha consciência que “em termos de implementação fora dos grandes centros ia ser muito difícil, porque nós temos a noção que fazer cirurgia plástica noutros meios que não as grandes cidades são completamente diferentes”. Isto deve-se ao facto de o público-alvo, as infraestruturas e as capacidades das cidades não serem as mesmas, mas Évora acolheu a clínica e foi adaptando-se às alterações e ao desenvolvimento da própria especialidade, o que permitiu à Nutricorpus estar onde está e ser uma clínica de inovação a nível de médico-estética. Especialidades e faixas etárias Sendo a Nutricorpus uma clínica abrangente em todas as faixas etárias, esta conta com 11 especialidades, nomeadamente Pediatria, Cardiologia, Dermatologia, Cirurgia Plástica, Psiquiatria, Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, Fisioterapia, especialista no tratamento de ombros, Psicologia, Nutrição e Terapia da fala.

Desde os recém-nascidos até aos idosos, “contribuímos sobretudo para o acompanhamento da saúde, não só para tratamento ou diagnóstico mas para acompanhamento e bem-estar em termos de saúde”, refere Elsa Bento. Realçar também a importância da fisioterapia sobretudo no campo da recuperação musculo-esquelética como um trabalho amplamente desenvolvido na patologia do ombro. A preocupação em ter presente todas as faixas etárias passa por poder acompanhar desde o início as crianças, isto faz com que os pais as acompanhem, ou seja, para além de acompanharem até à pediatria, ficam para serem ajudados noutras áreas. Tudo para que se sintam bem e que procurem o bem-estar. Acompanhamento permanente dos mais novos Na Nutricorpus o acompanhamento das crianças é feito desde o momento que nascem, não só através do apoio pediátrico como também do apoio da terapia da fala, apoio psicológico e tudo o que eles necessitam. Isto só acontece “por ser uma casa familiar e a ajuda acaba por ser interativa dentro de todos os pólos”, salienta a cirurgiã plástica. Do tradicional ao moderno Quando abriram portas não havia este tipo de clínicas, o que para Elsa Bento se tornou num desafio. A diferença da Nutricorpus deu lugar às clínicas tradicionais que existiam em Évora. A aposta na qualidade do espaço foi um desafio, nomeadamente têm música ambiente e uma área de relaxamento para se sentirem em casa, num contexto familiar. A qualidade dos serviços e o bom ambiente da clínica levam a que haja utentes de vários pontos do país como Faro, Setúbal e Lisboa tenham uma relação de fidelização e confiança com os clientes. A atualidade da cirurgia estética A cirurgia estética passou por diversas alterações e precisou de bastante tempo até ser vista com bons olhos. A opinião dos cidadãos tem vindo a ser mudada gradualmente, visto que existe uma valorização do ser humano, no que diz respeito à autoestima e ao bem-estar “de uma parte que não se vê, mas que se transmite e que passa pela pessoa gostar de si própria e sentir-se

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bem com o seu próprio corpo”. “Antigamente a cirurgia estética não era vista com bons olhos. A divulgação, a diferenciação, as inovações sociais e redes sociais têm vindo a ajudar a abrir a mentalidade em relação às gerações anteriores”, destaca Elsa Bento. Os pilares da diferenciação Para Elsa Bento, a clínica tem três pilares que são vistos como um triângulo em que a inter-relação positiva e sinérgica combina com a espiritualidade e o bem-estar, não só físico como psicológico relacionado com a plenitude e com a autoestima. Inovações e tecnologias A clínica tem mostrado o princípio e o espírito de se manter sempre em atualização, o que para Elsa Bento “faz parte de qualquer especialidade e diferenciação da medicina”. Com a consciência e a sensatez que precisam para dar um passo em frente neste setor, pretendem estar em constante inovação com a preocupação necessária na área da cosmética, estética e cirurgia plástica devido aos “fatores externos que não são propriamente positivos e temos de ter uma grande capacidade de adequação à realidade para termos a certeza de que aquilo que estamos a oferecer é realista, puro, eficaz e com segurança”. Projetos futuros A ginecologia obstetrícia foi o último investimento da clínica que surgiu para acompanhar os bebés mesmo antes de eles nascerem. “Isto traz as consultas de ginecologia, obstetrícia, preparação para o parto e isso vai trazer-nos uma panóplia de opções que podemos trabalhar e estamos agora a desenvolver com todo o cuidado”, realça a diretora técnica. Apesar das 11 especialidades, a Nutricorpus está sempre atenta ao mercado e nunca fecha as portas a outro tipo de especialidades que lhes possa trazer mais-valias, “desde que contribua para o bem-estar dos nossos pilares e dentro do pressuposto que nós funcionamos: qualidade e responsabilidade”.

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UM HOTEL PARA ATLETAS OLÍMPICOS NO MEIO DO ALENTEJO Situada em Avis, a Herdade da Cortesia tem como ponto central a barragem do Maranhão. Local de treino para as equipas olímpicas de remo de todo o mundo, este design hotel de quatro estrelas oferece tudo o que os atletas de alta competição precisam para ganhar. HERDADE DA CORTESIA

O hotel e todas as suas infra-estruturas foram desenhados para garantir aos atletas olímpicos a máxima comodidade. “As camas são grandes, porque os atletas são grandes, os chuveiros são altos, porque eles são altos, toda a estrutura do hotel foi pensada tendo em conta este que é nosso principal cliente – equipas de remo de todo o mundo”. Luís Teixeira, responsável pelo espaço, explica que quando um atleta procura um espaço para treinar, fá-lo de forma muito exigente e na verdade não existem muitos edifícios com a qualidade da Herdade da Cortesia, ao redor do mundo: “O piso é aquecido, de forma a poder andar descontraidamente descalço no Inverno, se assim quiser. O isolamento térmico do hotel também é excelente, pois existiu uma grande preocupação com os materiais utilizados na sua construção, visto que o hotel foi feito e raiz para este projeto”. A Herdade da Cortesia nasceu porque Luís Teixeira já usava há

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muitos anos a barragem do Maranhão como o seu ponto de treino e, sendo atleta de remo de alta competição, reconhecia-lhe qualidades. Além disso, tinha conhecimento das dificuldades que existiam para encontrar um lugar onde pudesse ficar hospedado e dedicar-se totalmente ao treino, sem outra preocupação que não fosse comer, dormir e treinar bem: “Estamos aqui desde 2009, fomos nós que construímos o hotel e foram as equipas de remo profissionais, de nível olímpico, que estiveram na base da criação do projeto. No mundo inteiro, há uma procura muito grande de espaços de qualidade para treinar remo. Como eu vinha para aqui treinar desde 1988, sabia das qualidades da barragem para este desporto. Quando me retirei, começámos a pensar que podíamos fazer algo pelas equipas. Quando trabalhámos no plano de negócio, decidimos que deveríamos ter um hotel bom, que durante o Inverno albergasse as equipas de remo olímpicas que querem treinar mas têm de fugir aos lagos gelados do Norte


da Europa. Além disso esta barragem tem condições excelentes: muitos quilómetros, tem três braços, o que permite três opções diferentes de treino, não tem vento e não tem ninguém na água. Às qualidades da barragem tentámos juntar um bom hotel, com muito bom serviço, dedicado a estas equipas, e especializámo-nos muito nisso”. Essa especialização de que fala Luís prende-se com os mais pequenos detalhes, desde o serviço, que é prestado 24 horas por dia, sete dias por semana, à própria comida, que também é preparada tendo em conta as especificações da dieta dos atletas: “As equipas vêm para ganhar, por isso temos de garantir que eles têm todas as condições para isso. Se eles tiverem de tomar o pequeno-almoço às seis da manhã, nós estamos cá para o servir, se tiverem de jantar às cinco da tarde, estamos disponíveis. Também os acompanhamos ao médico, caso se magoem e arranjamos forma de consertar o barco, caso este se avarie. Isto tem-nos feito crescer muito, porque eles sabem que, quando estão aqui, não têm de se preocupar com mais nada, a não ser treinar”. Para conseguir tal disponibilidade de pessoal, o hotel conta, a tempo inteiro, com 23 funcionários, mas na época alta, que neste caso é o Inverno, a equipa pode chegar a 29 pessoas: “E temos dificuldade em conseguir gente. Há uma lacuna ainda muito grande no mercado da hotelaria”. Quando, na época de Verão, o hotel tem menos equipas, recebe também turistas,

sendo que a maior parte são cidadãos nacionais que sabem que o hotel existe e fazem questão de o experienciar: “Quando não temos equipas, somos um hotel como qualquer outro, mas com as mesmas adaptações que fazemos para servir as equipas. Não há horas de almoço ou de jantar, não há horas para fazer o check-out. Somos um hotel de qualidade, no meio do Alentejo”. Para o público comum, a Herdade da Cortesia oferece bastantes atividades, como aulas de equitação e de ski aquático, passeios pedestres, de barco e atividades para crianças, nomeadamente uma visita ao galinheiro da Herdade. No futuro, este hotel quer continuar a apostar em altos padrões de qualidade: “Temos uma nota de 9 no Booking e pretendemos chegar ao 10. A aposta na qualidade marca este projeto, desde o início, e é esse o caminho que queremos continuar a trilhar, para poder oferecer aos nossos clientes uma excelente estadia, sem nunca lhes recusar um pedido”.

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FUTURO DE COR, REJUVENESCIMENTO E VIDA Em entrevista a Anabela Pires, presidente da Junta de Freguesia de Avis, a revista Portugal em Destaque foi perceber a importância do rejuvenescimento da freguesia e quais os objetivos a cumprir para o futuro. FREGUESIA DE AVIS cado de Artesanato Urbano que deu origem à Oficina de Artes e Ofícios de Avis, local e culto dos artesãos de Avis e dos que não o sendo queiram por lá passar. Apesar da tendência para associar o Alentejo a pessoas idosas, Avis é constituída por muitos jovens e casais novos. “Há muito apoio aos jovens casais e à educação e à primeira infância em especial. A política dos manuais escolares gratuitos, já há muitos anos que a praticamos em parceira com o Município de Avis. Já estendemos ao primeiro ciclo que tem a gratuidade dos manuais escolares e material didático dentro das salas de aula. A somar a isso, há a componente do apoio extra-aulas, ou seja, atividades extracurriculares e ludotecas municipais, tudo gratuito e que o Município proporciona em colaboração com as freguesias do concelho.

ANABELA PIRES Com características únicas no Alentejo, Avis que foi o berço da segunda dinastia tem um ambiente único aliado à “Rede Natura 2000” que abarca quase todo o concelho, com a Barragem do Maranhão, com condições únicas, que confere uma frescura diferenciadora. Com tanto para oferecer e para receber, a vila é visitada por milhares de pessoas. “A nível económico, a vitalidade está presente na fixação de novas pessoas para trabalhar, assumindo a indústria transformadora Dardico de legumes e frutas congeladas, os lagares de azeite, a agricultura, as adegas e vinhas, o turismo e a inigualável restauração, um nível bastante desejável de atracção, ainda longe dos níveis ideais, mas que já é muito bom. Nos últimos anos, temos tido um crescimento muito forte, que espero seja acompanhado e potenciado nos próximos anos”, confidencia. Projetos e apoios Avis não é só história. A Freguesia de Avis tem procurado, ao longo dos anos, implementar o espírito empreendedor, sendo uma ponte privilegiada entre os vários agentes locais, sem descurar a vertente inclusiva dos mais frágeis, ao mesmo tempo que procura criar novos produtos que levem Avis longe e tragam a Avis. Exemplo disso é a Regata Head of the Cork, co-organizada com a Herdade da Cortesia Hotel, o Município de Avis, e ainda a Entidade Regional de Turismo, uma atividade que mostra modernidade, desporto e espírito de equipa. Outro exemplo o Mer-

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Novo dinamismo Trazer pessoas para Avis é um dos pontos fulcrais no trabalho da Junta de Freguesia de Avis: para captar a atenção dos visitantes e devolver à estima pública a Avis aos seus habitantes, têm sido feitas obras de reabilitação no Centro Histórico. Agora é necessário dinamizá-las. É esse o desafio próximo, dinamizar e dar vida à obra feita. Objetivos a cumprir A vila de Avis aproveitou os fundos comunitários, revelando das maiores taxas de execução dos fundos comunitários a nível da região do Alentejo: “Aproveitou-se bem para recuperar o que havia para recuperar em termos de património, temos o imponente Convento de S. Bento de Avis, temos o Centro Interpretativo da Ordem de Avis, temos o Museu do Campo Alentejano, temos o Centro de Arqueologia, temos as várias cisternas espalhas um todo por toda a parte, a biblioteca municipal, a OAOA, temos percursos naturais únicos, temos uma série de equipamentos e espaços maravilhosos, foram mais do que muitos os espaços que foram recuperados. No volver do século XX para o século XXI muita coisa mudou em Avis”, revela a presidente. Com estas mudanças e conquistas, o desafio agora é de dar vida à vila no sentido de reabilita-la, fortificar o turismo e ligar o desporto, o ambiente, a cultura e a história. Criatividade é a palavra de ordem. “O meu desafio neste meu último mandato é dar vida a toda a obra que já foi feita, ajudar a preparar um presente que se revele o futuro desta terra e das suas gentes. Sou uma fazedora de pontes, é assim que me vejo e Avis é do que mais precisa, pontes para trazer gente, mais gente.”, finaliza Anabela Pires.


40 ANOS A CONQUISTAR CLIENTES COM A COZINHA ALENTEJANA No limite do Alto Alentejo, em Lavre, concelho de Montemor-o-Novo, fica o restaurante Maçã, uma casa com exatos 40 anos de tradição. A gastronomia alentejana e o serviço cuidado e amigável fazem deste espaço uma casa acolhedora, excelente para uma refeição entre amigos e familiares. RESTAURANTE MAÇÃ

ANTÓNIO RAMOS António Ramos e a esposa, Lúcia, são os responsáveis por uma casa que já conta com 40 anos de funcionamento. Em 1977, quando tomou conta do estabelecimento, António Ramos ficou sozinho, responsável por uma pequena taberna. Um ano depois, a esposa juntou-se a ele e, a partir dessa altura, começaram a desenvolver algumas receitas tradicionais: “Ela sabia cozinhar e havia algumas receitas vindas das nossas mães que a minha esposa começou a fazer. Os pratos foram conquistando clientes e chegámos a uma altura em que ampliámos o espaço e construímos a parte que é dedicada ao restaurante”. Os pratos típicos alentejanos que conquistaram clientes há 40 anos atrás continuam bem vivos e fazem, ainda hoje, parte da ementa do Maçã. Sopa de cação, açorda de bacalhau, migas com carne de porco e ensopado de borrego são apenas algumas das especialidades da casa. Em época de caça, pode encontrar na ementa alguns pratos de caça, como a perdiz ou a lebre. A juntar a isso, existem as entradas, constituídas pelos enchidos e queijos tradicionais alentejanos. Para completar a refeição, pode encontrar no Maçã excelentes vinhos da região. A partir de 20 euros, é possível fazer uma refeição completa neste restaurante. “Fazemos a diferença na qualidade dos produtos que servimos e no serviço que prestamos”, garante António Ramos. “Os fornecedores com quem trabalhamos são os mesmos há muitos anos. A carne pode ser mais cara, mas é boa. Não abdicamos disso”. Por

esse motivo, o Maçã também passou tempos difíceis, aquando da crise económica, mas mesmo assim o proprietário não alterou os preços tabelados: “Segurámos o aumento do IVA, o que fez com que os lucros baixassem, mas agora já está um pouco melhor”. A excelente cozinha tradicional já rendeu ao restaurante vários prémios gastronómicos, quer a nível de concelho, quer a nível nacional. De entre os principais galardões, destacam-se o II e VI Concurso de Gastronomia da Região de Turismo de Évora e o XII Festival Nacional de Gastronomia: “Um dos pratos que já levámos a concurso foi o borrego assado no forno e fez bastante sucesso, porque permitiu-nos vencer várias etapas”. Os clientes já atravessam várias gerações: “Tenho clientes atualmente que vêm cá porque conheceram o restaurante ainda no tempo dos seus pais. Vinham cá em família e, agora, trazem a família cá. Tenho sempre almoços-convívio, com amigos ou famílias que escolhem o Maçã para se encontrarem e saborearem uma boa refeição”. Os clientes do restaurante vêm dos mais diversos locais. Muitos deles são locais, mas António também recebe a visita de muitos emigrantes, que deixaram a terra alentejana em busca de uma vida melhor e regressam ao restaurante, à procura dos sabores da terra natal: “Outros são mesmo clientes estrangeiros, que já viram o nosso restaurante no TripAdvisor, e vêm experimentar a gastronomia do Alentejo, que é ótima e merece uma visita”. No futuro, António Ramos espera continuar a prestar um serviço de excelência, com um bom atendimento e comida de qualidade: “As bandeiras deste estabelecimento são o bom serviço e a ótima qualidade da comida aqui servida. Quem vem ao Maçã tem sempre de querer voltar”.

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A TECNOLOGIA E A QUALIDADE AO SERVIÇO DO REGADIO A RegasCampo nasceu em 2010, com João Carrilho, que já trabalhava na área dos sistemas de rega há dez anos: “Ele decidiu criar um negócio próprio, assente na qualidade do material e no bom serviço prestado ao cliente”, refere a engenheira Carla Maçoas, representante da administração. “Quando iniciou a atividade, só trabalhavam na empresa o próprio e uma pessoa na área administrativa. Atualmente, esta empresa dá trabalho a 50 pessoas e já mudou duas vezes de instalações, em virtude do seu crescimento”. REGASCAMPO

A empresa dispõe de uma variedade de serviços de implementação de sistemas de rega, nomeadamente pivots, gota a gota, cobertura total e sistemas solares. Cada trabalho é diferente do anterior, por isso não há nada pré-definido: “Não fazemos orçamentos para nenhum trabalho sem ir ao terreno. Depois do primeiro contacto do cliente, um dos nossos técnicos vai ao local, faz o levantamento do terreno, e posteriormente o departamento de projetos prossegue com o dimensionamento de todo o sistema de rega, tendo em consideração vários aspetos, tais como, a cultura que se irá implementar, a tipologia dos solos, o declive do terreno, etc”. As condicionantes deste trabalho são várias, desde o clima, passando pelas condições hídricas do terreno e a própria estrutura do solo. A juntar às diferentes opções de sistemas de rega que oferecem, está a tecnologia com que trabalham: “Temos uma parceria com a Otech praticamente desde que a empresa começou. Somos a sua representante, no que diz respeito à área de pivots de rega. Ao longo destes anos temos vindo a desenvolver fortes parce-

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rias com alguns fornecedores, por exemplo, no setor das bombas, temos uma parceria forte com a Caprari, outra marca de topo do seu setor”. A decisão de trabalhar com marcas de grande credibilidade no mercado foi uma decisão que segue a linha orientadora da empresa: “Decidimos trabalhar com marcas que já têm prestígio para tornar os nossos sistemas de rega mais fiáveis e duradouros”. Além da qualidade do material e dos equipamentos com que trabalham, acresce ainda a qualidade e qualificação dos profissionais da empresa: “Apostámos muito na qualificação profissional. Temos na nossa equipa engenheiros civis, eletrotécnicos, agrónomos, arquitetos e projetistas.Fazemos desde o levantamento topográfico do terreno, o projeto de rega até a sua completa implementação, sempre com o objetivo de maximizar a rentabilidade do sistema, controlando custos de implementação”. Esta credibilidade de que a empresa já dispõe garante-lhe bastante trabalho: “Os agricultores, sobretudo os mais jovens, procuram-nos para implementar sistemas de rega com um máximo de eficiência e automatização. A possibilidade de controlar a rega a partir de casa, através de aplicações informáticas, ou de ter um sistema de rega por energia solar, que não gasta eletricidade é hoje uma realidade”. A RegasCampo neste momento sediada em Elvas está presente em todo o Alentejo e, na Beira Baixa e está a dar os primeiros passos no mercado espanhol. Com uma visão de futuro a empresa vai abrir uma filial em Ferreira do Alentejo, que começará a trabalhar ainda este ano, e outra em Moura, cujo início de atividade está previsto para 2018. “Nós temos notado uma grande evolução, quer em termos de procura de sistemas de rega de precisão, quer na área da energia solar e de novas tecnologias de programação e controlo da rega. Hoje em dia, já há sistemas que permitem controlar e monitorizar a rega a toda a hora, mesmo que seja a partir de casa”. A ascensão rápida da empresa baseia-se no profissionalismo e na qualidade. Profissionalismo porque o fundador da empresa já foi um homem de campo, sabe implementar sistemas de rega e exige profissionalismo aos seus técnicos no terreno. A empresa investiu muito em técnicos qualificados, para garantir a qualidade dos serviços.


DAVACA – IOGURTES ARTESANAIS COM SABOR A TRADIÇÃO A vacaria da APECO, Agro-Pecuária Coelheirinhas, Lda. situada na Herdade das Coelheirinhas, em Elvas, começou a trabalhar com 35 bezerros e hoje já conta com 450 animais. Entretanto, iniciou o projeto que muito a orgulha – o iogurte artesanal DaVaca, único no país com as características dos iogurtes de antigamente. APECO próprios iogurtes: “Tenho pessoas que dizem que lhes lembra o sabor dos iogurtes que comiam em casa dos avós, quando eram pequenos. Dizem que não há nada no mercado parecido. E é verdade”. Anualmente, saem desta vacaria dois milhões de litros de leite e há perspetivas de transformar uma maior quantidade de leite em iogurtes, se o negócio continuar sólido. A evolução do produto foi tão positiva que os iogurtes já contam com dez sabores diferentes no mercado e estão à venda nas ca-

MIRJAM BUIL E JACK BROUWER Quando pensaram em montar uma vacaria, Mirjam Buil e Jack Brouwer procuraram por vários países em busca do local perfeito. Vieram encontrá-lo na Herdade das Coelheirinhas, em Elvas. “Falámos com outros empresários agricultores holandeses e percebemos que estavam satisfeitos com as condições do Alentejo. Além disso, notámos que o preço do terreno era bom e tínhamos regadio, por isso havia boas perspetivas de crescer”, conta Mirjam Buil. Inicialmente, o casal holandês queria apenas produzir leite, mas rapidamente descobriu que tinha pouca influência sobre o preço recebido. Chegou à conclusão que o negócio seria mais interessante e mais satisfatória se elaborasse produtos inovadores sob marca própria: “Queríamos algo novo. Queijo não era uma boa hipótese, porque já havia muitos produtores. Então, como todos já gostavam dos iogurtes que eu fazia em casa, decidi aventurar-me”. A aventura deu frutos, sobretudo porque Mirjam aplicou nos iogurtes a tradição holandesa: “Comecei a fazer iogurte em casa. Quando percebemos que era um projeto com futuro, fui à Holanda fazer uma formação em produção de iogurtes, porque lá é uma tradição comum das vacarias, e apliquei aqui em Portugal. Decidimos fazer iogurte totalmente artesanal, usando o leite diretamente da ordenha, sem quaisquer separação das natas, o que lhe dá um sabor único. As críticas têm sido muito boas”. Quem prova os iogurtes DaVaca garante que sabem à infância. É o sabor de outros tempos, de quando as pessoas faziam os

deias de hipermercados Jumbo e El Corte Inglès. Por enquanto, o mercado é exclusivamente nacional, porque a APECO é apenas produtora e precisa de contar com distribuidores para poder chegar mais longe. Para já, existem parcerias no que diz respeito aos preparados de fruta usados nos iogurtes: “Temos parcerias com produtores de fruta de Estremoz, de onde nos vem a ameixa de Elvas e de Serpa. Recentemente, a Casa da Prisca também fez uma parceria connosco e está a desenvolver sabores específicos para os nossos iogurtes”. Além do sabor inigualável, existe ainda a diferença nas embalagens: “Os iogurtes DaVaca são comercializados em embalagens de 500g. A tampa possibilita fechar e guardar o copo para consumir em várias refeições. O tamanho faz que os nossos iogurtes são ideais para partilhar. Não irei avançar para iogurtes individuais, a moda de produção é artesanal, grande parte do processo ainda é manual.” Quando questionada sobre a possibilidade de inovações para breve, Mirjam é clara: “Já falei com o meu fornecedor de embalagens, porque gostava de substituir a embalagem de plástico por uma que seja biodegradável. Ainda não está a acontecer, mas queria que fosse uma mudança para breve”.

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QUALIDADE, PERSONALIZAÇÃO E ALTA TECNOLOGIA EM REGUENGOS DE MONSARAZ Personalização e qualidade são os dois parâmetros que pautam a atuação das clínicas Dr. Ricardo Cruz. Há 14 anos a funcionar em Reguengos de Monsaraz, e há 10 com clínica aberta em Lisboa, na Póvoa de Santa Iria, estas clínicas provam que em todo o país há mercado para a reabilitação oral e que o doente só não opta pela qualidade se não tiver escolha. CLÍNICA DR. RICARDO CRUZ

RICARDO CRUZ

Ricardo Cruz tornou-se médico dentista há 19 anos e fê-lo por vocação. Desde que se formou, quis abrir o seu espaço: “A possibilidade de poder receber os meus pacientes à minha maneira foi o que me fez abrir as minhas clínicas, sobretudo porque só deste modo posso receber os meus pacientes como sempre quis, a nível tecnológico, e da personalização dos serviços prestados”. Um bom exemplo disso é que a clínica continua a ser uma das únicas naquela área a possuir um ortopantomógrafo digital com cortes tomográficos, um aparelho de radiologia digital essencial para quem faz cirurgias: “Este aparelho já tem 11 anos e ainda não há mais nenhum nesta zona. Além disso, somos totalmente digitais, ao nível da tecnologia utilizada nas clinicas. As especialidades de Ricardo Cruz permitem-lhe responder a várias necessidades dos seus pacientes. As suas pós-graduações, em cirurgia oral, implantologia oral, ortodontia fixa e estética peribucal permitem-lhe garantir aos pacientes um tratamento completo: “Neste caso, eu posso oferecer a um doente uma reabilitação com implantes e um aparelho ortodontico em si-

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multâneo. Além disso, oferecemos também tratamentos com ácido hialurónico, para remoção de rugas, na região do terco inferior da face”. Ricardo Cruz reforça que o seu público-alvo toma conhecimento do seu trabalho essencialmente através da qualidade que é demonstrada em trabalhos anteriores. “O cliente que aqui vem sabe que eu não trabalho com acordos ou seguros. Não há nada entre mim e o meu cliente que influencie a a sua escolha. Somos clínicas que, possivelmente, não serão acessíveis a toda a gente, mas o tipo de serviços que presto é muito específico. Não quer dizer que não possa fazer um trabalho mais simples dentro da área da medicina dentária, mas as clínicas são focadas na implantologia, estética, multidisciplinaridade de tratamentos de cirurgia e ortodontia”. Os clientes que procuram estes serviços já vêm informados sobre os tratamentos que existem e o que fazem é aconselhar-se sobre qual é o mais adequado para si. Cada clínica tem o seu tipo específico de público: “O mercado onde as duas clínicas estão instaladas é muito distinto. Na clínica da Póvoa de Santa Iria eu convivo com CEO’s de grandes empresas, enquanto em Reguengos posso atender um grande empresário latifundiário. Esta variedade de pessoas completa-nos imenso. O que me fascina é sair de um dia cheio em Lisboa e atravessar a planície alentejana, no dia seguinte. Ajuda-nos a equilibrar”. Ricardo Cruz admite que não quer abrir mais nenhuma clínica, mas a aposta na qualidade e na personalização do tratamento do cliente é para continuar: “O cliente só não escolhe se não tiver opção. Há 14 anos, quando abri a clínica em Reguengos, ninguém percebia muito bem a minha escolha. Com o tempo, revelou-se uma aposta ganha. É um erro pensar que no interior do país não há mercado para este tipo de serviços. As pessoas optam sempre pela qualidade, se o puderem fazer. A clínica tem o meu nome. Se vier cá, encontra-me. O doente não precisa de ir a Lisboa para ter acesso a um tratamento oral avançado de qualidade”.


MEALHADA E ANADIA Anadia e Mealhada são dois concelhos do distrito de Aveiro, que distam entre si pouco mais de sete quilómetros. Anadia é conhecida pelas suas estâncias termais, nomeadamente as termas da Curia e do Vale da Mó. Estas últimas caracterizam-se pelas suas águas ricas em ferro e, graças ao local calmo e tranquilo onde se situam, são ideais para curar depressões. As termas da Curia, por sua vez, são das mais antigas estâncias hidrológicas do país, ideais para curar problemas de saúde na área muscular e esquelética, hipertensão e dietas de emagrecimento. Para além das termas, esta região é também conhecida pelos seus excelentes vinhos, que pode conhecer através da Rota dos Vinhos da Bairrada, cujos percursos e provas ajudam o visitante a descobrir Anadia. A Mealhada tem também no vinho um dos seus principais ex-libris, mas o leitão é rei, numa terra em que os restaurantes se dedicam essencialmente a este prato. Durante anos, as termas do Luso foram também responsáveis por trazer muita gente à cidade, devido às suas águas minerais e medicinais com uma qualidade ímpar a nível mundial. A Mata Nacional do Bussaco é também um excelente património natural e arquitetónico, com mais de 250 exemplares únicos de diferentes espécies de árvores e arbustos, distribuídos por 105 hectares de floresta. Ainda na Mata, poderá encontrar o Palace Hotel do Bussaco, o Convento de Santa Cruz e as ermidas de habitação. Visitar a Mealhada e Anadia é uma aposta ganha, pela sua biodiversidade, pelas suas termas, pelos conjuntos de monumentos e construções arquitetónicas de relevo e pela sua gastronomia.




O FAROL DA CULTURA DO CONCELHO DA MEALHADA A freguesia da Pampilhosa é a mais populosa do concelho da Mealhada e uma das vilas mais promissoras da região da Bairrada. Com uma localização privilegiada, na medida em que é servida por bons acessos rodo e ferroviários e tendo como pano de fundo a verdejante serra do Buçaco, a freguesia de Pampilhosa caracteriza-se por ser um espaço onde dá gosto viver. JUNTA DE FREGUESIA DA PAMPILHOSA o Sarau Cultural, de cariz solidário, em que reuniu várias associações. Em julho, por ocasião das festas da padroeira da freguesia, Santa Marinha, realiza-se a Feira de Artesanato Pampiarte, que já vai na 13ª edição, com organização da Junta de Freguesia. Por se tratar de uma região envelhecida, esta faixa etária da população não poderia ser esquecida pela autarquia da Pampilhosa: “Temos que apostar também nas pessoas e continuar com a atividade sénior. Temos três aulas por semana, com cerca de 45 seniores a praticar exercício físico, e totalmente comparticipado pela Junta de Freguesia, os seniores não pagam nada”, realça a presidente.

EXECUTIVO Rosalina Nogueira é a nova presidente da Junta de Freguesia da Pampilhosa. Fazendo já parte do anterior executivo enquanto secretária, Rosalina Nogueira decidiu candidatar-se para dar continuidade ao trabalho realizado na freguesia, que considera interessante e, assim poder para dar o seu contributo pelo bem da terra que a acolheu e considera como sua. Com vários projetos no programa, a recém-eleita presidente salienta o trabalho que irá ser realizado para embelezamento da entrada da freguesia, na zona norte, que necessita de passeios e de outras intervenções. Paralelamente, será levada a cabo a limpeza do rio Cértima pois, segundo Rosalina Nogueira, “se morarmos numa zona bonita, todos se sentem melhor”. O atual executivo está já, em articulação com a Câmara Municipal, a dar início à obra de remodelação e requalificação do mercado da Pampilhosa, e que se espera concluído no prazo de um ano. Faz ainda parte do programa do executivo a elaboração de um percurso pedestre e a sua colocação em roteiros turísticos, que será feito em parceria com a Associação dos Pescadores (ADCPP). A freguesia da Pampilhosa é conhecida pelo seu associativismo vincado. Com cerca de 15 associações em vários ramos – escutismo, folclore, música, teatro, pesca desportiva, futebol, nomeadamente o Futebol Clube da Pampilhosa, sendo vários os eventos que ajudam a dinamizar a freguesia. Rosalina Nogueira salienta

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A nossa entrevistada aproveita para convidar todos os leitores a visitar a freguesia da Pampilhosa, que tem muito para oferecer: “Visitem a Casa Rural Quinhentista, orientada pelo Gedepa, onde está localizado o Museu do Barro, do Azeite e do Ferroviário, que tanta tradição tem na nossa terra. Visitem o Jardim Municipal e os lagos do Canedo, sítios muito agradáveis para passeios. Entrem na nossa Igreja e capelas, muito antigas. Procurem o nosso Chalé Suíço, recentemente adquirido pela Câmara Municipal e onde dormiram o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, que queremos requalificar para ficar ao serviço das associações”. Não faltam motivos para ir à Pampilhosa! Para os habitantes da freguesia, a promessa de Rosalina Nogueira é a de trabalhar com dedicação, transparência e empenho, para o bem de todos.


UMA FREGUESIA REPLETA DE PASSADO MAS COM UM PASSO NO FUTURO A nobreza dos tempos gloriosos da freguesia de Vacariça, na Mealhada, remontam ao ano 450, mas é com os olhos postos no futuro que Ricardo Ferreira assumiu o compromisso de colocar a sua terra novamente “no mapa”. FREGUESIA DE VACARIÇA se deslocarem. Tirar-lhes esse bem iria ser-lhes muito constrangedor, terem de se deslocar à Mealhada ou à Pampilhosa. Penso que irei conseguir levar este caso a bom porto.” Sendo a Vacariça uma freguesia composta, maioritariamente, por idosos, estes acabam por ser o seu maior foco. O recém-eleito presidente sente a necessidade de criar novas plataformas capazes de os estimular ao convívio e a saírem de casa. Apostar em ações de formação, mostrar as potencialidades das redes sociais ou criar um centro de fitness são algumas das propostas. “Não quero que os nossos idosos tenham 60 anos e pareçam que tenham 80...quero que tenham 80 e que pareçam que têm 60. É essa a minha luta. Fazer com que se sintam úteis na nossa comunidade.” EXECUTIVO Começou o seu percurso no mundo da política como tesoureiro da Junta de Freguesia da Vacariça mas o seu futuro passaria por ascender ao cargo de presidente, e foi nas recentes eleições autárquicas de 2017, que Ricardo Ferreira chegou à presidência. O voto de confiança dos seus eleitores dá-lhe motivação para tentar mudar o rumo desta freguesia: “Quero que as pessoas sintam confiança na escolha que fizeram em colocarem-me nesta posição. Quero que sintam que valeu a pena apostar neste “rapaz” porque quero, e estou, a fazer a diferença. Não é fazer melhor, é fazer diferente. Melhor não, porque a anterior direção fez um ótimo trabalho e é dificil fazer melhor. Quero fazer algo diferente e que as pessoas se sintam agraciadas por isso”, frisou Ricardo Ferreira. Mesmo que seja curto o tempo em que Ricardo está à frente da Vacariça, já sentiu na pele a responsabilidade do cargo, sendo abordado várias vezes pela população, que lhe vai fazendo pedidos ou sugestões. O centro de saúde é o problema que está na ordem do dia e mantê-lo aberto é o seu principal projeto para futuro. “Sou constantemente interpelado pelas pessoas, quer pelas coisas mais simples, quer pelas mais sérias, principalmente por motivos relacionados com o centro de saúde da Vacariça. Estamos com sérias dificuldades em o manter aberto. É o meu principal projeto para o futuro porque a freguesia é extremamente envelhecida e, sendo um núcleo rural, as pessoas não têm grandes meios para

Um futuro próspero para a Vacariça É a pensar no futuro que Ricardo Ferreira apelou aos portugueses, e não só, para que coloquem a Vacariça no seu mapa de lugares a visitar. E motivos não faltam! “Venham visitar o nosso parque de moinhos do lograssol, que irá ser integrado na Rota dos Moinhos que se está a formar. Temos duas linhas de água que envolvem os moinhos e que vai servir de complemento aos caminhos pedestres que já temos. Venham ver o nosso Solar, venham visitar a empresa das águas do Luso que é enorme mas muito agradável de se estar, longe de se assemelhar aos típicos ambientes industriais. Tem uma área envolvente de natureza. Temos também uma medalha de ouro num assadouro de leitão e usufruam da nossa gastronomia. Natureza e boa gastronomia não vão faltar”. O convite fica feito.

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“CASAL COMBA, UMA FREGUESIA QUE VALE A PENA VISITAR” No concelho da Mealhada, Casal Comba é uma freguesia jovem e dinâmica que se caracteriza pelo bem receber, pela gastronomia de excelência e pelo pulsar das associações. Nuno Veiga, o presidente da Junta de Freguesia recentemente eleito e o mais jovem que Casal Comba já teve e dá-nos conta dos projetos que tem para desenvolver. JUNTA DE FREGUESIA DE CASAL COMBA

NUNO VEIGA “O que motivou a minha candidatura foi o gosto pela política e pelo trabalho em prol da comunidade”, começa por explicar Nuno Veiga, a iniciar o mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia de Casal Comba. Desde sempre ligado ao associativismo e vida cívica, Nuno Veiga já passou pelos escuteiros, pela presidência concelhia da Juventude Socialista e pelo executivo da Junta de Freguesia de Casal Comba enquanto tesoureiro, desde 2005. É, portanto, conhecedor da realidade em que se insere: “Os escuteiros ensinaram-me o lema de que devemos deixar a nossa terra um pouco melhor do que a encontramos e é isso que eu procuro fazer”, confidencia. Sendo membro do executivo que liderava a Junta de Freguesia de Casal Comba desde há 12 anos, Nuno Veiga pretende defender o legado feito até então, continuando-o: “A preocupação do anterior executivo, que queremos seguir, prendeu-se com as pequenas coisas que trazem qualidade de vida à população, como limpar os espaços, pintar os lavadouros, arranjar os caminhos agrícolas, cuidar dos cemitérios, arranjar os passeios. São esses pequenos detalhes que fazem a diferença na vida dos habitantes”, considera.

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No entanto, Nuno Veiga quer ir mais longe. Pouco tempo depois de ser eleito, o presidente encontra-se já a concluir o processo de compra de um pavilhão multiusos, há muito pedido pela população. Em entrevista, Nuno Veiga revela que o seu trabalho também deverá incidir na melhoria das condições físicas no setor de atendimento ao público da junta de freguesia, de forma a acolher mais condignamente as muitas pessoas que a ela recorrem para solucionar os seus problemas. Envolver mais a população na vida da freguesia é também um dos objetivos de Nuno Veiga: “Gostaríamos que as pessoas tivessem uma participação mais ativa. Não conseguimos estar presentes em todos os lugares da freguesia ao mesmo tempo, por isso precisamos que as pessoas nos ajudem a identificar os problemas, de modo a haver uma solução mais rápida e eficaz”, afirma. Em termos turísticos, e sendo a freguesia atravessada pelo Caminho de Santiago, Nuno Veiga tenciona dignificar este património, dotando-o de infraestruturas que permitam que o peregrino usufrua do que Casal Comba tem de melhor. “Somos a terceira maior freguesia do concelho em termos de população e a segunda em termos de área. Somos uma freguesia dinâmica ao nível do associativismo. Temos ranchos folclóricos, o Museu Etnográfico do Rancho de S. João de Casal Comba, associações desportivas e culturais. Temos festas que começam a ganhar dimensão, como a Festa das Tasquinhas, em agosto, e a Festa do Negalho e do Leitão”, revela. Não faltam, portanto, motivos para visitar Casal Comba.


TERRA DE ENCANTOS SINGULARES O Luso, elevado a vila em 6 de Novembro de 1937, é um dos lugares mais conhecidos da região Centro, sobretudo pelas suas características turísticas associadas à actividade Termal e à sua água, puríssima, utilizada em tratamentos termais e amplamente comercializada como uma excelente água de mesa. FREGUESIA DE LUSO

dias na época de Natal, criam espectáculos de vários tipos (musica, teatro, novo circo, cinema), animações de rua e todo um conjunto de actividades culturais, que animam os visitantes e o comércio local, que pode acompanhar em http://www. luso3050.pt/.

CLAUDEMIRO SEMEDO

JOÃO SILVA

Quais são os pontos fortes da sua freguesia? Fale-nos da gastronomia, património, história, tradições, produtos endógenos… A freguesia de Luso faz a transição entre a planície da Bairrada e o relevo acidentado das Beiras. Não tendo uma gastronomia que lhe seja directamente associada, há muitos anos que no Luso se come a chanfana ou a vitela à Lafões como principais iguarias e representativas da região. É na doçaria que encontramos produtos endógenos da freguesia como as Cavacas de Luso, os caramujos com doce de ovos ou os troncos do Bussaco. Mas sem dúvida que as principais referências da freguesia de Luso são a sua água e as suas paisagens, que facilmente nos transportam para uma outra dimensão, de bem-estar e de serenidade. As principais tradições da vila de Luso estão intimamente relacionadas com o Bussaco. Relativamente a festividades e eventos realizados ao longo do ano, quais os que merecem maior destaque? A dinâmica cultural e desportiva da nossa freguesia é muito intensa e de grande qualidade. Por um lado temos um conjun-

CATARINA PEREIRA

to de infra-estruturas desportivas (pavilhão polidesportivo, centro de estágios, campos de ténis) que suportam uma dinâmica regular onde, quer as colectividades locais, quer a Câmara Municipal da Mealhada, através das parcerias ao nível das federações nacionais, promovem inúmeras actividades desportivas. Por outro lado temos a felicidade de na nossa freguesia existirem algumas colectividades locais que, nos últimos anos, têm imprimido uma boa e importante dinâmica cultural, na qual está sempre presente um forte envolvimento da Junta de Freguesia de Luso e da Câmara Municipal da Mealhada. Destaco o Clube Lusoclássicos que, há cerca de 10 anos vem dinamizando eventos relacionados com os automóveis clássicos e que conseguiu criar, para além de encontros anuais, uma rampa histórica de velocidade e o único Rally Legends em Portugal, onde participam já alguns pilotos internacionais, podendo acompanhar os eventos em http://www. lusoclassicos.com/. Destaco também a Associação AquaCristalina que promove anualmente um evento de animação cultural denominado “Luso3050” e que durante 3 meses de Verão e cerca de 45

O que ambiciona concretizar nos próximos quatro anos? De um modo geral, os objectivos para os próximos 4 anos passam pela diversificação da oferta turística e pela criação de nos atractivos para a nossa freguesia. Esta abordagem passa necessariamente por algumas intervenções locais que, não dependendo da Junta de Freguesia devem, contudo, ser estimuladas ou apoiadas dentro das possibilidades humanas, económicas e legais em que nos enquadramos.

Por fim, peço que deixe um convite aos nossos leitores para visitarem a freguesia de Luso. O convite que deixo aos leitores é que venham descobrir o Luso. Os palacetes, as casas senhoriais, a floresta mágica do Bussaco, as aldeias antigas da freguesia, os recantos dos namorados, as instalações das termas com a mão de Gustavo Eiffel, o excelente SPA Termal, a hotelaria e a restauração de grande qualidade, as mais belas paisagens… tudo isto é possível experimentar e viver, na verdade. Sobre o Luso, pode dizer-se o mesmo que disse José Saramago sobre o Bussaco “A Mata não se descreve. O melhor é perdermo-nos nela!” Venha perder-se por cá!

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“ACREDITAMOS NO ASSOCIATIVISMO EMPRESARIAL COMO MOTOR DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO” A ACIBA – Associação Comercial e Industrial da Bairrada e Aguieira é uma associação sem fins lucrativos, de âmbito multissetorial, cuja área de intervenção compreende os concelhos de Mealhada, Mortágua, Penacova e limítrofes. A revista Portugal em Destaque esteve à conversa com Carlos Pinheiro, presidente da Associação, e ficou a conhecer o trabalho desenvolvido em prol das empresas e da região. ACIBA - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DA BAIRRADA E AGUIEIRA

CARLOS PINHEIRO Contando com cerca de 300 associados, a ACIBA resulta da alteração da designação social da antiga ACIM (Associação Comercial e Industrial da Mealhada), constituída em 2002, cujo território de abrangência compreendia os concelhos da Mealhada e limítrofes. Em 2014, para além de ter levado a efeito uma mudança de imagem e de denominação, passando à atual ACIBA, alterou os seus estatutos e a sua área de intervenção agregando os concelhos de Mealhada, Mortágua e Penacova. Dar uma resposta mais ampla às necessidades comuns do tecido empresarial da região foi o que moveu Carlos Pinheiro, um dos fundadores da Associação. Assim, para além de Coimbra, Cantanhede, Anadia, Mortágua e Penacova – que já estavam abrangidos – a ACIBA alargou

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a sua área de atuação aos concelhos limítrofes de Tondela, Santa Comba, Águeda, Vouzela, Arganil, Tábua e Poiares. Uma região extensa e cheia de potencialidades que importa preservar e divulgar: “Somos uma região com muitas potencialidades. Bons acessos, vinicultura, gastronomia, Lazer, floresta – com o Buçaco como pérola – temos água, praias fluviais, e aldeias históricas. Temos muitas mais-valias que queremos dar a conhecer e que não queremos perder. Queremos aproveitar o potencial humano da nossa região, fixar a população e empresas, sendo uma ponte entre estas e os municípios, escolas e demais instituições”, explica Carlos Pinheiro. Como tal, a ACIBA desenvolve uma série de programas de apoio a empregadores e desempregados, com destaque para o GIP – Gabinete de Inserção Profissional. O GIP da Mealhada, em funcionamento na sede da Associação, trabalha em estreita articulação com o IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, mais concretamente com o Serviço de Emprego de Coimbra e tem um papel ativo na inserção e reinserção de desempregados no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, é objetivo da ACIBA ser um parceiro para as empresas, quer dando apoio no que toca a candidaturas levadas a cabo pelas mesmas a projetos nacionais ou europeus, quer disponibilizando formações a empresários das mais

variadas áreas. Outro dos objetivos da ACIBA é participar em eventos empresarias juntamente com empresas da região. Exemplo disso foi o VI Fórum da União de Exportadores da CPLP (UECPLP) realizado nos passados dias 22 e 23 de setembro, em Vila Real, no qual a Associação se fez representar com uma dezena de empresas. Fruto do sucesso desse evento e do papel desempenhado pela ACIBA, é possível já avançar que o próximo Fórum da UECPLP realizar-se-á no concelho da Mealhada, no ano vindouro. Como primeira abordagem ao evento, e no sentido de o preparar da melhor forma, aconteceu já um cocktail de negócios, no Grande Hotel do Luso, no passado dia 10 de novembro, que contou com a presença de várias empresas, associações e entidades da região. “Estamos aqui para apoiar os empresários e as empresas, potenciar a competitividade do tecido empresarial, contribuir para a geração de mais negócios, promover a inovação, o empreendedorismo e a captação de novos investimentos. É este o nosso papel”, conclui Carlos Pinheiro.



DEDICAÇÃO E CRIATIVIDADE NA METALÚRGICA Há mais de 30 anos no mercado, a Metalúrgica do Sume encontra-se localizada em Antes, no concelho da Mealhada, para produzir produtos à base de aço inox e ferro. Sendo uma empresa muito familiar, Carlos Henriques, um dos fundadores e João Seabra, sócio gerente, contam-nos como começou a iniciativa de criar a Metalúrgica. METALÚRGICA DO SUME Nascidos em Angola, Carlos e Raul Henriques, forçados pelas circunstâncias que se faziam sentir pelos problemas de saúde familiares e pelo romper da revolução, decidiram regressar a Portugal, ainda jovens, e em 1979 fundaram a Metalúrgica do Sume. A empresa começou por estar ligada à serralharia civil, um setor em que os irmãos já tinham trabalhado na terra que os viu crescer, “mas a dada altura a construção parou e tivemos que pensar noutros negócios”. Foi assim que Carlos e Raul Henriques começaram a fabricar reboques para agricultura, algo que não existia e é com orgulho que afirma que “fomos um dos pioneiros em Portugal”. Apesar de construírem e fabricarem reboques para todo o país, a agricultura começou a atravessar uma crise e com um espírito empreendedor ponderaram outras alternativas para continuarem com a fábrica. Surgiu então a oportunidade de se dedicarem aos fogões “até hoje sempre a lenha”, salienta Carlos Henriques. Posteriormente, arriscaram em novos produtos, como é o caso das churrasqueiras industriais a carvão e dos recuperadores de calor, o ex libris da empresa. Para além destes produtos, é de destacar as churrasqueiras domésticas exteriores, churrasqueiras para “porco no espeto” e alguns acessórios como grelhas estáticas e rotativas, hotes e mesas para grelhas em inox. Clientes nacionais e internacionais Uma vasta parte do material produzido pela Metalúrgica “é para o estrangeiro”, na maioria para França, Suíça, Luxemburgo e de alguma forma para os EUA. Os principais clientes são os emigrantes, uma forma de se recordarem do frango churrasco em Portugal, algo muito apreciado por eles, e terem com eles uma churrasqueira que lhes permita matar saudades do país. João Seabra salienta que o passa a informação é um fator importante para a empresa, visto que “começaram a aparecer clientes franceses, porque veem a churrasqueira, perguntam diretamente ou compram através de alguém em França”, ou seja, “é um bom produto da marca Portugal”. Já Carlos Henriques destaca ainda a presença no mercado nacional, em que “ultimamente temos vendido bastante para o Algarve”. Distinção no mercado Numa empresa em que os produtos vendidos, como os recupera-

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CARLOS HENRIQUES dores de calor e as churrasqueiras, são feitos à medida, não poderíamos deixar de falar na flexibilidade que distingue a Metalúrgica do Sume da concorrência. “Falamos em flexibilidade face aos pedidos dos clientes que vão de encontro às necessidades de cada um”, destaca João Seabra. O exemplo é dado através das “churrasqueiras em que há pedidos especiais e no caso dos reboques, que ainda se fazem alguns, há sempre pedidos específicos e fazemos essa customização do produto. O cliente quer à sua medida e nós adaptamo-nos”. Já pelas palavras do fundador da empresa Carlos Henriques, “As pessoas gostam e voltam, porque ficam bem servidas. A qualidade e a relação que temos com os clientes é importante e nós temos clientes com mais de 30 anos que são fidelizados”. Um futuro com perspetivas Apesar de não se aventurarem em grandes projetos, os sócios têm como principal foco e objetivo manter a estrutura da empresa e “num futuro próximo tornarmo-nos mais eficientes, tentando mantermo-nos concorrentes”. Em 2017 procuraram fazer novos modelos para modificarem e poderem acompanhar o mercado. O sócio gerente assinala a preocupação em melhorar de dia para dia para “termos mais produtividade e para nos mantermos no mercado. Este é o futuro próximo”.


“TEMOS A MELHOR PALETE PARA O SEU NEGÓCIO” Em Barcouço, Mealhada, em plena Estrada Nacional 1, a Serração Santa Luzia dedica-se à comercialização de paletes e componentes e à transformação e comercialização de madeira serrada, para o mercado nacional e estrangeiro. SERRAÇÃO SANTA LUZIA ponsabilidades na gestão da empresa. Ao longo das mais de três décadas de atividade, a Serração Santa Luzia foi crescendo, instalando novas máquinas, comprando terrenos e alargando as instalações, culminando hoje numa empresa que alia a experiência com o dinamismo e consolidação no mercado. Com 50 colaboradores, alguns desde a fundação, a responsabilidade social na região é grande: “Temos consciência de que lidamos com muitas famílias, quer direta, quer indiretamente. Procuramos manter os postos de trabalho e garantir a segurança e bem-es-

Com 38 anos de atividade, a Serração Santa Luzia é uma empresa familiar que se manteve fiel às suas origens e vai já na terceira geração, segundo nos relata, em entrevista, Diogo Lindo, neto do fundador. Surgindo de uma sociedade entre o seu avô, Armando Gomes Lindo e o engenheiro António Macedo Moreira dos Santos, a Serração Santa Luzia passou, entretanto, para a segunda geração, de Armando Lindo e Jorge Lindo, atuais proprietários. “A nossa organização tem como missão afirmar-se cada vez mais no setor da madeira serrada, para paletes no mercado nacional, bem como alargar para o mercado internacional. Procuramos, por isso, satisfazer sempre os nossos clientes, com a máxima eficiência”, explica Diogo Lindo, porta-voz da empresa e filho de um dos proprietários, representando a terceira geração e o progressivo assumir de res-

letes acabadas e somos exportadores de componentes para paletes, como tábuas e tacos, para países como Marrocos, Espanha e Inglaterra. Em Portugal, o nosso maior cliente é a Navigator Company. Trabalhamos também para a Cemopol Celuloses e para o Grupo Recer, entre outros”, explica Diogo Lindo. Atendendo aos recentes fogos que assolaram o país, o futuro da Serração Santa Luzia é repleto de desafios. O nosso entrevistado explica que a matéria-prima começa a escassear, prevendo ter que recorrer à importação de madeira. Ao mesmo tempo, e para aumentar a competitividade, haverá que se proceder a uma mecanização extremamente automatizada e computorizada da produção: “Atendendo à falta de matéria prima, esta é a solução possível para otimizar ao máximo a serração”, confessa o empresário. Apostar num lado mais estético, com criação de embalagens em madeira apelativas, robustas e práticas também passa pelos desejos de Diogo Lindo, que salientou o facto de que a empresa continuará a garantir sempre a qualidade que a caracteriza.

tar dos nossos colaboradores”, salienta o porta-voz. Na Serração Santa Luzia produz-se diariamente 2100 paletes, em duas linhas de produção: “Atualmente dedicamo-nos, quase a cem por cento, à construção de paletes. Fornecemos ao mercado as pa-

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O PRIMEIRO MOTEL CRIADO EM PORTUGAL FOI RENOVADO Com 25 anos de existência o Motel Príncipe Encantado orgulha-se de ter sido o primeiro Motel a ser criado em Portugal. Hugo Alves é o atual administrador desta entidade e foi com ele que estivemos à conversa por forma a percebermos a evolução do motel mais antigo do nosso país. MOTEL PRÍNCIPE ENCANTADO Hugo Alves começou por relembrar o início deste projeto: “Quem fundou o Príncipe Encantado foi o meu tio. Ele estava emigrado no Brasil e tinha lá muitos negócios, um dia decidiu experimentar um motel com a sua esposa e gostou tanto do conceito que decidiu implementá-lo em Portugal. Já lá vão 25 anos”. O local ambicionado para a implementação do motel era, a princípio, Lisboa, mas, por impossibilidades circunstanciais, acabou por ser implementado na Mealhada e posteriormente alargado com uma nova extensão em Sintra: o D´Lirius Azuis. O nosso entrevistado encontra-se à frente do Motel Príncipe Encantado há 18 anos e garante estar agradecido pelo impulso dado pelo seu tio para que avançasse com o projeto: “Ele sempre apostou em mim e eu aproveitei essa confiança e oportunidade”, desabafou o empresário. A remodelação No ano em que celebra 25 anos de existência, o Motel Príncipe Encantado apostou numa total remodelação e inovação no edifício e nas condições oferecidas aos seus clientes. Tudo foi pensado por Hugo Alves e pela sua esposa para que a comodidade e bem-estar prevalecessem entre todos os casais que procurassem os seus serviços. Assim, o Motel Príncipe Encantado tem ao dispor 19 quartos divididos por 3 tipos de suites diferentes: as suites de luxo, as suites de luxo vibratórias (com uma cama vibratória) e as suites nupciais. Todas possuem WC, TV, uma garrafa de es-

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pumante ou porto e garagem privativa, por forma a garantir o máximo de privacidade aos seus usuários. Este motel prima pela simplicidade e conforto disponibilizados e, por isso, é já uma escolha recorrente entre muitas pessoas da região norte e centro do nosso país. Hugo Alves confidenciou-nos que são cada vez mais os casais que optam por experienciar um motel com o objetivo de fortalecerem as suas relações. As idades dos usuários são muito variadas e vão desde os mais jovens até aos casais mais velhos que, incrivelmente, também vão visitar este tipo de serviços, aguçados pela curiosidade. O preço extremamente acessível (40 euros por 12h de ocupação de uma das suites) torna a que o motel Príncipe Encantado seja cada vez mais procurado. Mas, nem sempre esta abertura de mentalidades existiu, e Hugo Alves relembrou a época inicial muito dura que viveu: “Portugal é um país muito conservador e há 25 anos ainda era mais. No início associavam-nos à prostituição e só com o passar dos anos foram percebendo o verdadeiro conceito de um motel. Felizmente hoje já é muito mais natural a vivência de uma experiência neste tipo de serviços”, afirmou. Agora com um aspeto e decoração renovados o Motel Príncipe Encantado encontra-se preparado para mais 25 anos de história, por isso, caro leitor, deixe-se levar pelas experiências e momentos que aqui pode protagonizar e comprove a comodidade destas instalações.


MÉDIO TEJO Localizada no coração de Portugal Continental, a região do Médio Tejo é uma sub-região estatística inserida atualmente na Região Centro, no distrito de Santarém. Abrange os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. A localização estratégia desta região confere-lhe uma posição privilegiada, beneficiando de excelentes condições ao nível das acessibilidades, sendo atravessada por importantes eixos rodoviários, nomeadamente a A1, A23, A13 e o IC9, e pelos eixos ferroviários da “Linha do Norte-Sul”, “Linha da Beira Baixa” e “Linha do Leste”. No contexto nacional, esta região destaca-se pela sua importante herança histórica e pela sua grande riqueza patrimonial, composta pelo magnífico Convento de Cristo, Património da Humanidade, cinco Castelos (Abrantes, Almourol, Ourém, Tomar e Torres Novas), diversos monumentos classificados, um lugar de Fé – cidade de Fátima, e pela sua enorme riqueza paisagística, associada aos cinco Rios (Almonda, Alviela, Nabão, Tejo e Zêzere) e às suas praias fluviais de qualidade reconhecida. Quem visita o Médio Tejo não fica indiferente. O seu clima ameno, as paisagens, a atmosfera hospitaleira, a cultura (património histórico, cultural e natural), aliados a um ambiente empreendedor e dinâmico, bem como a uma gastronomia de prestígio, concedem a esta região características que lhe conferem capacidade para assegurar uma oferta turística diversificada e diferenciadora. Todos estes atrativos justificam uma visita a esta região, visite o Médio Tejo!




PROMOVER O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Norte e Tramagal tem vindo a constituir-se uma instituição bancária de referência na dinamização e no desenvolvimento da região pela proximidade e confiança cimentadas ao longo dos anos. A Portugal em Destaque esteve à conversa com Arnaldo Santos, presidente do Conselho de Administração, que nos apresentou o contexto onde está inserida a instituição, os seus valores e a estratégia adotada que tem permitido granjear um sucesso assinalável ao longo da sua história. CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO RIBATEJO NORTE E TRAMAGAL

ARNALDO SANTOS Com mais de um século de existência, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Norte e Tramagal tem-se afirmado na região como uma instituição de referência, que desde a primeira hora, preconizou uma aposta coesa no apoio ao empreendedorismo e à iniciativa pessoal e empresarial, tendo contribuído, dessa forma, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos da região. Foi no ano de 1914 que, um conjunto de empreendedores decidiu juntar-se em Tomar, no dia da fundação da cidade e iniciar o processo de criação da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Tomar. Passados “mais de cem anos, a semente que ali foi lançada, produziu um fruto, que em conjunto com as sementes igualmente lançadas por idênticos empreendedores nas localidades de Torres Novas e Riachos, vieram a culminar numa nova instituição, com maior escala, ao se fundirem as três caixas, em 1995. Mais recentemente, em dezembro de 2013, este projeto cresceu, ao acolher no seu seio, a vizinha Caixa Agrícola do Tramagal”, recordou. O presidente do Conselho de Administração aproveitou a ocasião para evocar os estre90 | PORTUGAL EM DESTAQUE

itos laços que se verificam entre as Caixas Agrícolas e as Misericórdias, um encontro que, relembra, remonta ao século XV. “Verificamos que esta ligação singular se mantém hoje em todo o país e, particularmente, na nossa região. Em muitos casos, os dirigentes das Misericórdias e os colaboradores da instituição são comuns, fomentando parcerias na concretização de projetos, situação que confirma a preocupação e importância social das Caixas de Crédito Agrícola nas suas regiões, ao longo de toda a sua história, referiu o nosso entrevistado. Num tempo em que os portugueses vivem uma conjuntura de grande exigência e de enormes desafios, o verbo cooperar ganha especial relevância numa lógica de convergência de esforços pelo futuro de Portugal. O Crédito Agrícola enquanto única instituição financeira portuguesa cooperativa possui características e valores únicos, a começar pela proximidade e facilidade de relacionamento, pelo conhecimento profundo das comunidades locais, pela solidez do banco e, tudo somado, pela confiança que o universo de associados e clientes deposita nesta instituição, que pela sua proximidade, conhece como ninguém as diferentes regiões de Portugal e as pessoas que nelas habitam, estando fortemente empenhado em contribuir para o seu desenvolvimento socioeconómico e para a satisfação das suas necessi-


dades financeiras. Atualmente, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Norte e Tramagal tem como concelhos de atuação Tomar, Torres Novas, Entroncamento, Abrantes e Sardoal, nos quais estão distribuídas dez delegações, assumindo igualmente uma intervenção direta e relevante nos concelhos limítrofes. “Nesta altura, temos mais de 15 mil clientes e cerca de sete mil associados e, apesar da crise, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Norte e Tramagal manteve grande resiliência e solidez”, advoga Arnaldo Santos, evidenciando que a Caixa Agrícola “nasceu aqui por vontade dos nossos antepassados, é aqui que vamos buscar os nossos recursos e é aqui que os aplicamos, por isso somos sem dúvida o banco que mais apoia o sector social nas suas mais variadas vertentes, desde o desporto à cultura, passando pela ação social”. Para o presidente da CCAM Ribatejo Norte e Tramagal, esta questão é francamente importante e deveria estimular “os nossos concidadãos” a estarem com as suas instituições, porque o Crédito Agrícola com o estatuto de cooperativa que tem é das pessoas e da região, sublinha o Arnaldo Santos à revista Portugal em Destaque.

Uma estratégia assente na proximidade e profissionalismo Nos últimos anos, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Ribatejo Norte e Tramagal tem registado um crescimento contínuo, de acordo com as estatísticas do Banco de Portugal. “Somos a instituição financeira que mais cresce na região, estamos a crescer acima da média nacional”, regista o presidente do Conselho de Administração, salientando que este é um sinal de credibilização, mas também que esta tem o produto que “os nossos conterrâneos, quer seja a nível particular ou empresarial, procuram”. A fórmula do sucesso acredita que são os recursos humanos, pessoas da terra, fortemente ligadas e conhecedoras da região, e esta proximidade é indubitavelmente uma vantagem que se traduz em confiança. Por outro lado, a preparação e qualificação dos re-

cursos humanos na sua generalidade são “trunfos” igualmente significativos. Paralelamente, Arnaldo Santos revela ainda que a CCAM Ribatejo Norte e Tramagal tem como forte aposta os jovens, por isso tem um conjunto de iniciativas que visam apoiar os jovens desde a formação académica até à formação profissional, contrariando um pouco o estigma que algumas pessoas ainda têm de que a Caixa Agrícola apenas se dedica ao sector primário. Neste contexto, o nosso entrevistado aproveita para sublinhar que o Crédito Agrícola é um banco que disponibiliza todos os serviços e produtos como qualquer banco, assumindo nomeadamente uma posição inovadora, como por exemplo com o cartão multibanco entregue na hora. A CCAM Ribatejo Norte e Tramagal tem assumido um papel de grande relevância na dinamização da região, estabelecendo uma forte ligação ao tecido empresarial, nomeadamente às pequenas e médias empresas. “Temos mais capacidade provada para apoiar as empresas familiares do que a outra banca, pela proximidade e pela dimensão do crédito”, avança. Arnaldo Santos considera que a Caixa Agrícola distingue-se essencialmente pela seriedade, disponibilidade e rapidez na resposta, aspetos muito valorizados para se fazer um bom trabalho e para satisfazer quem procura apoio. “É fundamental que os clientes e sócios vejam a instituição como uma entidade capaz de apresentar as melhores e personalizadas soluções. Há uma flexibilidade organizativa e excelência nas respostas às necessidades dos clientes”, realça. Em relação ao futuro, a CCAM Ribatejo Norte e Tramagal mantem o firme propósito de potenciar as sinergias e os ganhos de escala para contribuir para o desenvolvimento económico, social e cultural da região e bem-estar dos seus concidadãos. “A CCAM Ribatejo Norte e Tramagal quer ser cada vez mais, o parceiro de todas as instituições, entidades e organizações, cuja missão passa pela promoção do desenvolvimento dos nossos concelhos, freguesias e localidades”, rematou Arnaldo Santos.

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“A NOSSA MAIOR PREOCUPAÇÃO SÃO AS PESSOAS” O Centro Social de Alferrarede é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que oferece quatro respostas sociais destinadas a crianças e idosos, numa área de atuação focada essencialmente na freguesia de Alferrarede, Abrantes. Com uma forte dinâmica implementada nas várias atividades que desenvolve, o objetivo passa por suprir as necessidades dos seus utentes, através de uma equipa multidisciplinar, liderada por José Bartolomeu, presidente da direção desta instituição. CENTRO SOCIAL DE ALFERRAREDE

com 10 bebés, e 66 crianças com idades entre 1 ano e 3 anos, distribuídas por 4 salas. O Pré-escolar tem 94 crianças com idades de 3 a 5 anos, distribuídas por 4 salas. “A nossa atividade diária, relativamente à classe mais idosa, passa pela recolha dos utentes nos seus domicílios e pela distribuição de alimentação para os que estão em casa, através de três carrinhas destinadas a esse efeito. Em termos de atividades, estabelecemos um plano mensal e todos os dias desenvolvemos atividades, tais como jogos, ginástica, bailaricos e diversos entretenimentos. Em datas festivas como, por exemplo e mais recentemente, no Dia da Terceira Idade celebramos com atividades alusivas a esses dias. Tentamos também fomentar o convívio entre os idosos e as crianças da instituição, promovendo a interação entre gerações, o que os deixa muito satisfeitos. Na instituição, temos também a colaboração de religiosas da “Congregação da Apresentação de Maria” que em regime permanente nos prestam uma inestimável ajuda, sendo uma mais valia par a Instituição.

JOSÉ BARTOLOMEU “Durante muitos anos, o grande impulsionador desta instituição foi o Sr. Fernando Simão. Apesar de já pertencer ao conselho fiscal da instituição há alguns anos, senti a necessidade, depois do pedido por parte de várias pessoas, de aceitar e encarar este desafio”, começa por nos contar, José Bartolomeu, depois de questionado sobre as principais motivações que o levaram a liderar este projeto, ressalvando posteriormente, a importância da certificação de qualidade existente na instituição. “Somos desde 2012, uma Instituição certificada pela APCER (Associação Portuguesa de Certificação) e cumprindo os requisitos da Norma ISO 9001/2008. Implementamos, em todas as respostas sociais que disponibilizamos, o Sistema de Gestão de Qualidade. Esta certificação é muito importante pois reflete o bom conjunto de práticas e de normas implementadas em toda a organização da instituição”. Para as crianças existem as respostas sociais de Creche e Pré-escolar. Atualmente a Creche tem um berçário 92 | PORTUGAL EM DESTAQUE


Em forma de balanço, José Bartolomeu, destaca algumas obras realizadas por esta direção tais como; a ampliação da lavandaria existente, novas instalações para as colaboradoras, construção de um Mini-Ginásio, aquisição de três novas viaturas, diverso equipamento e mobiliário, a contratação de uma nutricionista e os vários passeios com os mais idosos, como os principais projetos desenvolvidos neste mandato. “Temos um papel muito importante junto da comunidade e o melhor reconhecimento que podemos ter pelo nosso trabalho, é vê-los felizes e satisfeitos. As relações que se criam com os utentes, a par da confiança que todos os colaboradores transmitem é essencial e é o nosso foco. Somos como uma segunda família para muitos utentes”, explica. Para o futuro, espera continuar a desenvolver um bom trabalho como até então e revela o desejo da construção de um lar residencial, oferecendo assim mais uma resposta social à comunidade de Alferrarede. Deseja também continuar a contar com os restantes membros da direção, pois isto é o resultado do trabalho de uma excelente equipa. “Já tentámos junto da Câmara Municipal de Abrantes, a cedência de um edifício de uma antiga escola primária para esse efeito, mas até agora não foi possível. Esperamos que um dia este objetivo possa ser cumprido, constituindo mais uma resposta social, que para alem de responder às necessidades da população será geradora de emprego. De futuro essa é a nossa maior ambição, no entanto, gostaria, a curto prazo, de contratar mais uma animadora no sentido de ajudar a que já cá está”, finaliza.

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“POR UM MUNDO MELHOR” A preocupação com o meio ambiente é cada vez mais evidente e quando se trata de resíduos há mais cuidados a ter. Nesse sentido, a Basrio detém um papel fulcral neste setor uma vez que se dedica ao fabrico e comercialização de equipamentos e viaturas de recolha de RSU. A investigação, o desenvolvimento e a tecnologia fazem parte da filosofia da empresa. Há mais de 25 anos que tem como principal objetivo encontrar soluções e prestar uma assistência técnica eficiente. BASRIO Com o know-how adquirido, a empresa optou por enveredar pela especialização no setor dos equipamentos para o ambiente sendo atualmente os únicos fabricantes em Portugal de caixas de RSU. Prestam assistência técnica, não só a produtos da sua marca própria como a de terceiros. No setor dos transportes agora apenas realiza trabalhos por encomenda.

MÁRIO DO CARMO A empresa, sediada em Rio Maior, nasceu em 1990 com uma equipa técnica com elevadas competências e com grande experiência adquirida no seu setor de atividade. Inicialmente dedicou-se aos equipamentos rodoviários como reboques e semi-reboques, mas cedo percebeu qual seria a sua principal atividade que tem mantido a empresa numa posição segura e de destaque ao longo de 27 anos. “Criámos um departamento de veículos para o ambiente, como é o caso das viaturas de recolha do lixo, varredoras e de limpeza, comercializando esse tipo de equipamento e dando assistência técnica. Desenvolvemos e fabricamos alguns desses equipamentos, nomeadamente viaturas de RSU, dos quais temos vários modelos”, começou por evidenciar Mário Carmo, administrador da Basrio.

Tecnologia e inovação A investigação, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do processo tecnológico fizeram sempre parte da aposta da empresa. Desenvolver novos produtos, manter uma equipa técnica especializada e atenta e dominar a tecnologia através de equipamentos modernos constitui a fórmula de sucesso. “Quando temos necessidade de mais equipamentos, por vezes importamos do mercado italiano onde possuímos uma parceria, em que adquirimos produtos semi-acabados. Depois acabamo-lo aqui, com a marca Basrio e somos responsáveis pela montagem de toda a parte eletrónica. Temos autómatos programados por nós, a tecnologia é nossa. Preferimos ter marca própria, desenvolver produtos, controlar a tecnologia e garantir a capacidade de produção à medida daquilo que queremos. Até porque o nosso serviço é personalizado, apresentamos soluções globais para as expetativas do mercado e necessidades dos clientes”, reforça o fundador. Pelo mundo fora Trabalhando essencialmente com municípios e através de concursos públicos, em que são definidas as características pelas

autarquias, a Basrio têm a capacidade de adaptar o produto em função dessas especificidades. Presente em todo o país, desde o Minho até ao Algarve, a empresa trabalha ainda com outros serviços municipalizados e algumas empresas privadas do setor da recolha da RSU. Mas não fica por aqui. No exterior, tem como principais mercados, países como Cabo Verde e Angola e comercializa este tipo de equipamento a clientes privados. Mas afinal o que diferencia a Basrio? Para o administrador Mário Carmo, uma posição atenta e direcionada para o cliente, detetando problemas e encontrando soluções faz parte do objetivo. O apoio e a confiança nos produtos de qualidade tem conquistado os clientes e fortalecido a posição da empresa neste setor de extrema importância para o ambiente e para a população.

Recentemente, a empresa ampliou a sua presença e reforçou a proximidade junto de clientes, com a aquisição de instalações novas na zona de Palmela, garantindo uma maior cobertura a todos os municípios da margem sul. Num futuro próximo, a ambição passa por consolidar o crescimento no mercado nacional e aguardar que os efeitos da crise internacional se dissipem por forma a possibilitar a retoma do crescimento no mercado africano.

Zona Industrial, 2040-357 Rio Maior T: 243 992 833 F: 243 992 835 E: geral@basrio.pt www.basrio.pt PORTUGAL EM DESTAQUE | 95


PENICHE Pronunciar Peniche é sentir o cheiro da água salgada e ser embalado pela serenidade das ondas. Peniche é mar, sustento vitalício de muitos homens cuja pele rapidamente fica curtida pelo sol e pelo sal: os pescadores. De facto, este é um dos maiores portos de pesca tradicional de Portugal. A arte da pesca rivaliza com a arte artesanal das rendas de bilros, tradição têxtil aperfeiçoada ao longo dos anos pelas mulheres que aguardam o retorno dos homens do mar. Mais recentemente esta localização correu e corre as bocas do mundo pela sua característica propícia à atividade desportiva do surf. Juntamente com a Praia do Lagido, são o palco do campeonato mundial de surf Rip Curl Pro Portugal, uma prova que integra o World Surf League Tour. Conhecias como Supertubos, as ondas da costa oeste portuguesa são muito procuradas por surfistas e bodyboarders de todo o mundo, como um dos melhores destinos para a prática destas atividades marítimas na Europa. Esta localização que usufrui de um brilho mediático atual, também dispõe de um passado cultural e patrimonialmente rico. O centro histórico é composto, entre outros elementos, do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, das Igrejas de São Pedro e da Misericórdia e o Forte de Peniche, datado dos séculos XVI / XVII, particularmente ativo durante a ditadura do Estado Novo como prisão política e onde se viram encarceradas algumas figuras públicas importantes na resistência ao regime. Hoje é o Museu Municipal de Peniche. A Ilha das Berlengas, Reserva Natural, encarrega-se de providenciar Peniche com uma aura de mistério devido ao carácter agitado do mar e ao isolamento em que se encontra a Ilha. As suas águas translúcidas atraem muitos mergulhadores a um reduto natural de fauna e flora marinha e, quem sabe, à procura dos barcos afundados nesta costa referidos em histórias e mitos dos pescadores. Se visitar esta cidade dê ao seu paladar o prazer de provar a caldeirada, o arroz de marisco ou a sardinha assada em carvão, bem acompanhados pelos vinhos da região Oeste. Para terminar, os doces de amêndoa, um biscoito “Esses” ou um “Amigo de Peniche”.

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“QUANDO SE TRABALHA PARA AS PESSOAS, A OBRA É IMORTAL” Emídio Barradas está há dois mandatos como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Peniche. Assumindo o cargo consciente do trabalho e dedicação que este envolve, acredita que ao realizá-lo está a retribuir à sociedade, através do serviço que presta e que coloca ao dispor da mesma. A atuar em várias vertentes, a instituição abrange toda a comunidade, com valências na área da infância e da população idosa e outras respostas à comunidade nomeadamente infantários, serviço de apoio domiciliário Rede Local de-Intervenção Social e, em breve, abertura da casa Nª Sª do Rosário com as valências de Lar e Centro de Dia. SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PENICHE

Quais foram as suas motivações para aceitar o cargo? Vou terminar o meu mandato, o segundo, no final de 2018. As minhas motivações sempre foram diversas. A parte do trabalho e necessidade de dedicação, eu sempre soube que ia encontrar, mas entendo, como estou grato com a minha vida, que devo retribuir e faço-o desta forma… Sou um indivíduo cristão, com estes princípios. E também porque o antigo Provedor era meu amigo, tinha sido meu professor e teve um problema de saúde, tendo por isso que se afastar… Esse acontecimento teve grande influência na minha decisão e percebi que tinha de assumir. Fundamentalmente foi isto que me motivou, estou aqui com espírito de serviço. Quais são os principais serviços que esta Santa Casa tem para oferecer? Tendo sempre presente aquilo que é o nosso compromisso, e

EMÍDIO BARRADAS Quais as origens da Santa Casa da Misericórdia de Peniche? A Santa Casa da Misericórdia de Peniche foi constituída em 1626 e, de início, a sua atividade era fundamentalmente na área da saúde, isto para além de todas as outras que competem a uma misericórdia no âmbito das 14 obras da Misericórdia. O hospital era apenas a parte corporal, de tratar os doentes. O hospital funcionou até 1986 e teve um grande historial de intervenções cirúrgica e de tratamento continuado servindo ainda de maternidade, nasceram nesta unidade centenas de crianças. A irmandade foi-se concentrando no hospital, que absorvia toda a sua capacidade de gestão. Durante estes anos todos, e promovendo a prática de quase todas as Santas casas das Misericórdias, edificou-se uma igreja. 98 | PORTUGAL EM DESTAQUE

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adaptando algumas das nossas bases estruturais antigas aos tempos modernos, estamos atentos ao que nos rodeia e tentamos desenvolver tarefas em áreas que são da nossa influência. O Provedor que me antecedeu marcou um ponto de viragem na história desta misericórdia, que até ali era muito interventiva na área da saúde, depois disso, nos anos 80 tentou-se o ressurgimento, quando muitos achavam a instituição devia ser extinta. O património estava muito abandonado porque era tudo canalizado para a saúde e teve que haver uma recuperação, que foi um trabalho notável. Entretanto, começou por recuperar-se a área da infância, tendo nós atualmente três infantários, com um total de mais de 240 crianças. Temos ainda o serviço de apoio domiciliário, com o qual apoiamos várias zonas do concelho e que abrange cerca de 75 utentes, prevendo-se o seu alargamento para os 100, uma vez que vai ajudar a colmatar as necessidades crescentes da população idosa. O projeto “Casa Nª Sª do Rosário” já antes referido, irá ter capacidade para 45 de utentes em Lar Residencial e 30 em Centro de Dia. Tendo em conta a afluência de pedidos para inscrição, temos a plena noção que não iremos conseguir acolher todos os

interessados no Lar e Centro de Dia, iremos apenas amenizar o problema do crescimento da população idosa. Esta nova valência será geradora de novos postos de trabalho, neste momento contamos com 72 colaboradores e passaremos a ter mais 20 ou 25. Deverá ficar pronto até ao final do ano e vai ajudar-nos a crescer e a centralizar toda a atividade desta Misericórdia. Desenvolvemos atividades de respostas à comunidade com a Rede Local de Intervenção Social e ainda com as cantinas sociais, nas quais distribuímos cerca de 100 refeições por dia. Quanto à nossa igreja, temos intenção de fazer o restauro do seu exterior e também de algumas peças, porque é um espaço visitado por milhares de pessoas. Há muita gente que vem de propósito para ver a igreja. Gostávamos de vir a criar um pequeno núcleo museológico que permitisse alguma rentabilidade para pudermos garantir a conservação do espaço e a abertura do mesmo durante todo o ano. Em julho, agosto e setembro conseguimos abri-lo com ajuda de voluntários e porque integrarmos a rota das igrejas promovida pelo município, mas no restante período, é difícil. A nossa entidade tem séculos e, como tal, tem muita história. Está prova-

do que as Misericórdias funcionam, não é qualquer instituição que tem capacidade de funcionar 500 anos sem interrupções, passando por revoluções, crises e mudanças na sociedade. Quando se trabalha para as pessoas, a obra é imortal. Acha que o futuro da ação social, nomeadamente junto dos mais idosos, passará mais pelo apoio domiciliário? Sim, se não houver lares. Se houver lares ou unidades de cuidados continuados, apoio para pessoas em estado de grande degradação e que não devem ser tratadas num lar, como é o caso das demências, não seria tão necessário o Serviço de Apoio Domiciliário, mas o estado não tem capacidade para garantir tudo, sobretudo em tempo útil. Portanto considero que no futuro será uma valência a alargar, quer em número de utentes, quer em serviços a prestar. Está satisfeito com o trabalho que tem desenvolvido? Estamos satisfeitos, mas sempre na esperança de fazer mais. Sei que faço sempre aquilo que me é possível fazer e fico satisfeito por isso.

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MAIS QUE UMA EMPRESA, UM PARCEIRO, UM AMIGO Plantigrou é uma empresa que se dedica à produção e comercialização de plantas agrícolas (maioritariamente hortícolas e tomate para indústria) e à exploração de viveiros de plantas. Esta entidade deu início à sua atividade a 11 de junho de 2005. PLANTIGROU

PAULO VITORINO A empresa está sedeada na zona industrial de Vale Grou, na freguesia da Atouguia da Baleia, no concelho de Peniche. A empresa com 30 colaboradores chega a empregar mais de 40 funcionários em épocas de campanhas agrícolas. Paulo Vitorino e Maria Celeste Vitorino são os gerentes do negócio que iniciaram juntos. O administrador da empresa conta como passara de empresário agrícola, profissão iniciada já com os seus pais, a proprietário da Plantigrou: “Com 12 anos já aju-

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dava o meu pai na agricultura, com 18 anos decidi começar o meu próprio negócio na comercialização de produtos agrícolas. Quando casei com a Maria Celeste, ela tinha o sonho de ter o seu próprio negócio, nessa altura pensamos em investir numa coisa nossa. Na época já comercializava muito, portanto, porque não criar um viveiro, eu produzia o suficiente que justificasse essa criação. Na altura considerava que produzia bastante, visto que transacionava uma média de 2 milhões de plantas”, Paulo Vitorino conta ainda que a atividade iniciou com apenas três estufas e que num período de dois anos o crescimento foi exponencial. O percurso da empresa caracteriza-se pelo seu forte desenvolvimento, no entanto, são às dificuldades que a empresa enfrentou que o gerente caracteriza como uma aprendizagem e que garantem ainda nos dias de hoje o sucesso da empresa: “Tivemos anos menos bons, mas ultrapassámos todas as complicações com o esforço de uma equipa fantástica com muita dedicação e muito trabalho. Todos os piores momentos serviram como uma discência, como uma ferramenta útil para novos eventuais problemas, neste momento estamos preparados para os desafios do futuro”, o jovem empresário explica que foram esses anos que resultaram no verdadeiro êxito do projeto: “Quando a empresa sofreu a sua pior fase eu decidi procurar outros mercados e foi nessa época, em 2009, que fui para a zona do Ribatejo. Fui confrontado com um mercado já distribuído, os compradores já tinham os seus fornecedores habituais. Mas eu cheguei lá com vontade de negociar, com vontade de vender, com vontade de fixar-me nesse mercado. Confesso que era muito jovem mas nem por isso passei despercebido. Em pouco tempo comecei a conquistar o mercado com os nossos produtos que se destacaram pela sua imensa qualidade”, conta o gerente.


A Plantigrou é uma das empresas líderes na indústria do tomate na área do Ribatejo. Os elogios são muitos ao trabalho de Paulo Vitorino, o empresário justifica esses enaltecimentos explicando que, além de toda a sua experiência no sector e a sua dedicação não falha no momento de trabalhar nos viveiros e os resultados são o produto final sempre com imensa qualidade. A Plantigrou gere mais de 50 mil metros quadrados de área de viveiro direcionado à produção de produtos hortícolas. A forte produção de planta de tomate concentra-se na necessidade do mercado do Ribatejo, no entanto a Plantigrou também se destaca na zona oeste com diversos produtos hortícolas. O slogan da companhia “Mais que uma empresa, um parceiro, um amigo” caracteriza bem o espirito de toda a equipa que representa a Plantigrou, que aposta sempre num atendimento próximo e personalizado a todos os seus clientes. Para o futuro, Paulo Vitorino focaliza como principal objetivo continuar a garantir um crescimento estável da empresa, assim como tentar sempre servir da melhora maneira possível os seus clientes e amigos.

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18 ANOS AO SERVIÇO DA POPULAÇÃO O Centro Social de Ferrel é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, fundada em 1999, que fornece um conjunto de respostas numa região de grande carência social. Com cerca de 780 sócios, são cinco as valências atualmente disponibilizadas: Serviço de Apoio ao Domicilio, Centro de Convívio, Centro de Dia, Lar Residencial de Idosos e Cantina Social. CENTRO SOCIAL DE FERREL

LUÍS GANHÃO Em entrevista à revista Portugal em Destaque, Luís Ganhão, presidente da direção, dá-nos conta das instalações e da capacidade do Centro Social de Ferrel: “O centro tem como finalidade dar respostas de apoio social a pessoas idosas, a partir dos 65 anos, e, excecionalmente, de outras idades quando a saúde física o justifique e que não encontram respostas no seio da família para as suas necessidades”, explica. Assim, os objetivos primordiais desta Associação, que dá apoio a 100 pessoas, aproximadamente, passam por contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e famílias, prestando cuidados bá-

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sicos e de apoio psicossocial aos utentes, de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar. O centro de dia assegura os serviços de alimentação, higiene pessoal e tratamento de roupa pessoal. No Centro de Dia é possível realizar também atividades complementares de âmbito sociocultural, desportivo e apoio psicossocial. Outra das valências é o Centro de Convívio. Com capacidade para 15 utentes, partilha com a valência de Centro de Dia os mesmos objetivos, ainda que se distinga no tempo de serviços prestados, dado que os utentes desta valência só chegam à instituição depois de almoço e regressam ao

final da tarde para suas casas. Já o Lar Residencial proporciona ao utente o serviço de alojamento e a integração num contexto seguro, responsivo às suas necessidades, para que este realize uma adaptação positiva a esta nova etapa do seu desenvolvimento e a esta nova fase da sua vida, contribuindo com os serviços prestados e com as atividades desenvolvidas para a estabilização e retardamento dos fatores evolutivos associados ao processo de envelhecimento. “O Lar é composto por 13 quartos (três simples e dez duplos) com uma casa de banho cada um, uma sala de estar que é a antecâmara dos quartos, um gabinete médico e de enfermagem e uma sala de estar para os utentes”, salienta o nosso entrevistado. De referir ainda que tanto nesta valência, como na do Centro de Dia e de convívio, é feito um programa de acolhimento inicial a todos os utentes, para que a integração deste seja feita da melhor maneira possível. Não menos importante é o Serviço de Apoio Domiciliário, realizado a 42 utente e que consiste na prestação de serviços domésticos a todos os que não


possam assegurar as suas atividades de vida diária. Estes cuidados são feitos de forma individualizada e personalizada ao domicilio, visando a satisfação das necessidades físicas, psíquicas e sociais de indivíduos e/ou famílias que se encontrem na situação anteriormente referida, contribuindo assim para a melhoria das suas condições de vida, equilíbrio e bem-estar. Por último, a cantina social. O Centro Social de Ferrel integra a rede solidária de cantinas sociais, em protocolo com o Instituto da Segurança de Social. A cantina tem capacidade para 14 refeições diárias destinadas a consumo externo, que permite garantir às pessoas e/ou famílias economicamente desfavorecidas o acesso a alimentação gratuita. “Encontramo-nos numa região bastante carenciada e envelhecida, pelo que o Centro Social de Ferrel assume extrema importância na mitigação das dificuldades da população e na melhoria da sua qualidade de vida. É, portanto, um grande desafio estar à frente de uma instituição que desempenha um papel tão fundamental na vida das pessoas”, conclui Luís Ganhão.

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TRÊS ESPAÇOS ÚNICOS NA CAPITAL DA ONDA Nau dos Corvos, Danau Bar e Tables: três conceitos diferentes que têm um denominador em comum, o empresário Diogo Neto. Cresceu no meio de uma família ligada ao ramo de restauração e, naturalmente, enveredou pelo mesmo ramo de atividade. Em 2008 decidiu abrir o emblemático restaurante Nau dos Corvos, em Peniche. NAU DOS CORVOS, DANAU BAR E TABLES uma posição de destaque entre os restaurantes e bares da zona de Peniche.

DIOGO NETO

Passado cinco anos assumiu a gerência Danau Bar na praia do Baleal e em Março deste ano apostou num novo conceito, o Tables em Ferrel. Diogo é um exemplo de empenho, dedicação e empreendedorismo que deve ser analisado, conquistando 104 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Uma montra para o oceano É no Cabo do Carvoeiro com a privilegiada vista panorâmica sobre o oceano atlântico e as ilhas das Berlengas que encontramos o restaurante Nau dos Corvos. Trata-se de uma concessão camarária que sofreu uma enorme remodelação no espaço, conferindo-lhe características mais internacionais mas privilegiando sempre os produtos frescos da zona, como o peixe, marisco, carne e legumes. “Estamos num ponto de referência”, refere Diogo, “a beleza natural fala por si, para além da cozinha diferenciadora com os produtos locais e nacionais e uma vertente de cozinha de autor, que dá um toque especial ao que fazemos. A equipa foi constituída e formada por mim, sabem bem os objetivos que temos que alcançar e como lá chegar”. Para além dos pratos típicos de Peniche, como a Caldeirada, existem também pratos internacionais e inovadores como o Caril de Dourada com Gambas ou o Risotto de Tamboril, ambos com muita procura. Sol, praia e Danau Bar Localizado na praia do Baleal, o Danau

Bar é um bar de praia e clube noturno. “Pertencia a um amigo meu e, em parceria, ficámos os dois com o bar”, afirma Diogo. Trata-se de uma concessão de praia, com nadador salvador, bandeira azul e praia acessível a pessoas com deficiência motora. “O bar funciona com um período bastante alargado. Durante o dia faz um serviço de snacks, com comidas rápidas e pratos do dia, sendo que à noite funcionamos mais com animação, música ao vivo e Dj’s, durante todas as noites de verão e apenas aos fins-de-semana durante o resto do ano. As pessoas deslocam-se até aqui para praticarem surf e procuram atividades para se entreterem”. É um bar que está sempre de portas abertas, todos os dias do ano, sem cobrar entradas ou consumo mínimo e que tem uma ótima relação com os bares vizinhos. “Costumamos fazer uma grande festa, montamos uma tenda grande e trabalhamos em conjunto com o outro bar. Já chegámos a ter cerca de 1500 pessoas no meio dos dois estabelecimentos”, acrescenta. Tables: um conceito diferenciador e saudável O Tables é a mais recente aposta de Diogo e trata-se de um bar de tapas em Ferrel mais dedicado à comida saudável. Com


um espaço pequeno e mais intimista, a decoração é inspirada no conceito vintage e healthy, com uma vasta oferta de comida vegetariana. “Temos um conceito novo em que os clientes podem ‘cozinhar’ a sua própria comida, ao utilizar uns grelhadores com carvão biológico onde o fumo é difundido. Temos três conceitos: um de carne, outro de peixe e marisco e o vegetariano”, revela Diogo. O proprietário conta com um sócio a tempo inteiro neste espaço e confessa que ainda é um conceito muito apreciado pelos turistas estrangeiros e ainda pouco reconhecido em Portugal, apesar de cada vez mais existir tendencialmente uma maior preocupação com a saúde e o bem-estar. O surf como destino turístico Os clientes vêm de vários pontos do país e do estrangeiro e Diogo fala em números: “podemos falar em 50% de portugueses 50% de estrangeiros em relação ao Danau Bar e 60% de estrangeiros e 40% de portugueses no Nau dos Corvos e no Tables”. Diogo confessa que sente mais a sazonalidade no restaurante. “Posso dizer que no Baleal e em Ferrel temos quatro meses de época média alta e alta e em Peniche apenas dois”. O aumento do fluxo turístico em muito tem-se devido ao Campeonato Mundial de Surf, que tem impulsionado a economia local, e às boas condições meteorológicas que se têm feito sentir. “Temos os melhores surfistas do mundo, o que acaba por projetar uma excelente imagem de Peniche e nomeadamente das praias. Eles gostam deste destino não só pelas ondas mas também devido à proximidade com o público, que acaba por funcionar como um cordão humano que os abraça”. Para o empresário, a Câmara Municipal deveria investir mais nesta área. “Se a Câmara quer viver do surf, deveria haver um investimento camarário bem mais forte e extenso ao longo do ano inteiro, e não só durante o mês do campeonato, em Outubro. Peniche tem as condições ideais, tem que se apostar num investimento forte em publicidade e marketing para dinamizar a procura do surf em Peniche. O que mais se tem feito são apenas os investimentos particulares.”

queremos sempre oferecer um bom serviço, com qualidade e eficiência”. Com três estabelecimentos e com um bar a funcionar até às 06h00, Diogo assume que “às vezes é um bocado complicado gerir a noite e depois fazer o dia”. Para isso, conta com os seus sócios que gerem uma equipa qualificada e de confiança. “As coisas vão correndo bem porque sozinho ninguém faz nada.” Conciliar a vida profissional e pessoal não é nada fácil. Diogo refere que “é uma vida bastante exigente. Temos que estar sempre presentes.” “Já tivemos altos e baixos” Todos estes anos de trabalho revelaram-se um sucesso, apesar de todas as dificuldades que defrontou. “Já tivemos altos e baixos, como por exemplo as alterações do iva que mudam de um momento para o outro e somos nós que temos de pagar isso a qualquer custo, o que acaba por ser um pouco complicado. Conseguimos contornar isso por sermos nós a tomar o prejuízo da situação. Felizmente essa situação está a voltar a entrar na normalidade.” Olhar no futuro e atitude empreendedora Com um pensamento sempre no próximo negócio, Diogo assume que está sempre atento a novos investimentos. “Gostava de abrir mais negócios, em algo diferente no ramo da hotelaria. Gosto de apostar em algo diferenciador. Ser empreendedor está-lhe no sangue e por isso Diogo deixa uma mensagem a todos os jovens que queiram triunfar no mercado dos negócios. “É essencial criar um conceito com uma meta, temos de lutar por ela e seguir sempre o mesmo caminho. Não devemos desistir ao primeiro sinal de pânico e fugirmos da linha condutora. É essencial acreditar sempre e definir estratégias que nos façam lá chegar. Os nossos antecessores fizeram exatamente isso: descobriram o mundo por acreditarem e nós nunca devíamos ter perdido esse ADN. Vejo as camadas mais jovens pouco ambiciosas. Devemos ir sempre atrás daquilo que sempre acreditamos.”

Gerir pessoas Em épocas altas, Diogo tem que gerir cerca de trintas pessoas, o que inevitavelmente é uma tarefa muito difícil. “Acabo por desempenhar um papel de psicólogo. Este foi um dos piores anos para encontrar pessoal com vontade de trabalhar, o que nos enfraquece um pouco porque PORTUGAL EM DESTAQUE | 105


MAIS DO QUE AS PALAVRAS CONSEGUEM DESCREVER “É o melhor desporto do mundo”, afirma Jon Malmquist, proprietário do Surfers Lodge Peniche, um hotel dedicado ao surf e para surfistas, na melhor localização para a prática desta atividade na Europa. SURFERS LODGE PENICHE

JON MALMQUIST Este é um local extraordinário, mais do que palavras conseguem descrever. Um local para que os hóspedes se sintam em casa e, acima de tudo, sejam felizes. O proprietário admite que é mais do que um hotel, é uma extensão da sua sala de estar, onde partilhar, relaxar, surfar, comer, beber e divertir-se é o lema. Um estabelecimento de qualidade superior, sem perder o seu carácter puro de um hotel de surf. Outro mote que é levado muito a sério neste estabelecimento é o “pensar local, agir de forma global”. Ao reutilizarem e reciclarem materiais antigos (como a madeira de barcos) e usá-los como parte da decoração, tentam advertir e chamar à atenção para a urgência que é cuidarmos da nossa pegada ecológica. Esta é uma causa muito próxima e de especial importância para os administradores do estabelecimento. A escolha da península Baleal em Peniche para local de edificação desde empreendimento foi simples: é o melhor local para surf da Europa e é palco de um dos 11 eventos do Worl Tour of Surfing. Para além disso, os habitantes locais são

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de uma simpatia extrema e as paisagens são de tirar o fôlego. Todas as condições se reuniam. Os quartos são mais do que simples quartos de hotel, há temáticas para vários gostos, desde as suites mais românticas até aos quartos duplos, e adaptados para as várias situações familiares. Quer viaje com o seu parceiro romântico, com a família ou com um amigo, uma das acomodações será indicada para si. Para os aventureiros que não se importem de partilhar instalações com outras pessoas «ainda-não-conhecidas» há a possibilidade de o fazerem, até por motivos de manter o orçamento. Com certeza que desenvolverá uma amizade rapidamente. As áreas comuns são para além de confortáveis: uma sala de estar com lareira para aquecer nos dias mais frios, um terraço com jacuzzi e piscina para os dias solarengos de Peniche, e até um local de massagens. O objetivo é sentir-se em casa num local onde poderá fazer amizades e partilhar experiencias. Sendo um hotel dedicado ao surf, obviamente que disponibiliza aos seus hóspe-

des aulas de surf, desde o nível de iniciante até ao mais avançado, todo o esforço é feito no sentido de personalizar as aulas e adaptá-las ao aluno. O estabelecimento conta com uma equipa de profissionais experientes e qualificados, cuja missão é ensinar a ser um bom surfista dentro e fora da água, bem como divertir-se no processo. Alugam todo o equipamento necessário a quem não tiver ou quiser utilizar o seu próprio. O restaurante do hotel dá preferência à comida local, orgânica e aos produtos sazonais. Usam os produtos mais frescos e conjugam diferentes estilos de um cozinhar internacional, ou não fosse o chefe australiano. Produzem sabores sofisticados e, ao mesmo tempo, simples de comida rústica. O ambiente também é pensado para fazer passar um bom bocado, desde a luminosidade, à música e à carta de vinhos. O Surfers Lodge Peniche é o sitio perfeito para um retiro empresarial, uma vez que o surf é uma atividade de construção de espírito de equipa por excelência. Outras atividades também estão disponibilizadas, como Golf, Tenis e Yoga. Disponíveis para qualquer ocasião, o estabelecimento é capaz de o albergar e de criar um ambiente propício. O Surfers Lodge Peniche aguarda a sua visita!


‘TODOS A BORDO’ ATÉ À ILHA DA BERLENGA Junto à magnífica marina de Peniche encontramos a Berlengoest, uma empresa fundada pelo jovem casal Sérgio e Lina Ferreira. O que começou por ser um hobbie que surgiu devido a uma conversa entre amigos rapidamente ganhou forma e é, agora, uma empresa de referência no sector da atividade marítimo-turística nesta localidade. Sérgio conta-nos que trabalhava numa área totalmente diferente, numa empresa de produção e comercialização de produtos hortícolas, quando formulou a ideia de começar a trabalhar neste ramo que lhe pareceu promissor. BERLENGOEST

Depois de pensar e analisar o mercado, embarcaram (literalmente) nesta aventura e compraram uma pequena embarcação para iniciar o trabalho, primeiramente em regime part-time, apenas aos fins-de-semana. O negócio ganhou tanto sucesso que, em 2011, o casal optou por dedicar o seu dia-a-dia exclusivamente ao mar. “Optámos por evoluir nesta área e decidimos adquirir uma embarcação com maior capacidade”, refere Sérgio. O crescimento num local estratégico “Quando encarámos com mais seriedade este negócio conseguimos arranjar um espaço aqui junto à marina. Não foi fácil, mas esta é a localização ideal, estamos num ponto de referência” afirma Lina. Os dois membros do casal são os sócios gerentes e contam com dez funcionários na época alta na sua equipa de trabalho. Neste momento dispõe de três embarcações: uma com capacidade para trinta pessoas, outra mais pequena para catorze e ainda um semi-rígido para doze passageiros. Esta aposta pretende dar resposta tanto a grupos grandes como aos grupos mais pequenos. Desde então a procura tem sido cada vez maior, principalmente por parte de estrangeiros espanhóis, franceses e ingleses que chegam inclusivamente a visitar-nos várias vezes por ano. Para realizar estas viagens são necessárias pelo menos oito pessoas ou, no caso de não haver o número suficiente de passageiros, o valor correspondente aos mesmos. “Não nos limitamos a fazer travessias para as ilhas: oferecemos experiências” “Ao contrário do que muita gente pensa nós não nos limitamos a fazer travessias para a ilha. Somos uma empresa marítimo-turística e por isso fazemos atividades turísticas. Organizamos passeios pedestres na ilha, aluguer privado de embarcação, despedidas de solteiro, pesca desportiva passeio de caiaque, snorkling e dispomos também de barco com fundo de vidro, que permite entrar dentro das grutas, e observar a fauna, a flora, todo o mar e as espécies marítimas”, referencia Sérgio. A Berlengoest dispõe várias de parcerias com outras empresas para pacotes de atividades como por exemplo mergulho, surf padel. Todas as atividades são organizadas previamente.

SÉRGIO E LINA FERREIRA as condições ideais, preferimos não realizar os passeios. A segurança está em primeiro lugar. Temos dias de tudo com o mar completamente calmo e por vezes temos ondas, que podem atingir os 3 metros. Nestes dias mais agitados os passageiros são sempre informados das condições climatéricas que vamos encontrar para que ninguém seja apanhado de surpresa”. Berlengas: uma beleza natural por descobrir A cerca de 7 milhas do Porto de Peniche, temos uma reserva da Biosfera: as Berlengas. Estas apresentam um formato único em Portugal, e há mesmo quem diga que estas ilhas já pertenceram à América devido à especificidade do seu granito vermelho característico. “Temos um forte plantado no meio do mar, não existe mais nenhum em lado nenhum, as paisagens são de cortar a respiração, a água é cristalina, fauna e flora inigualáveis com as plantas endémicas e espécies de aves migratórias”. Tudo isto aliado ao conjunto das grutas e da excelente praia que merecem, garantidamente, uma visita. Planos para o futuro Para um futuro, próximo verão 2018 Sérgio espera ter a funcionar, uma nova e maior embarcação, do tipo catamaran com capacidade para cento e catorze passageiros, com mais capacidade para receber grupos grandes e, desta forma, trabalhar numa embarcação só e não dividir os turistas. O leque de atividades também será alargado para, por exemplo, uma volta completa à ilha da Berlenga, serviço este que ainda não existe.

Ribeira Velha nº3 2520-619 Peniche Tel.: +351 917 300 300 Email: berlengoest@gmail.com www.berlengoest.com

Segurança em primeiro lugar “Quando achamos que o mar está muito perigoso ou não reúne PORTUGAL EM DESTAQUE | 107


“NÃO TOCAMOS APENAS CABELOS, TOCAMOS CORAÇÕES” Formada em Leiria, Sónia Pereira confessa que ser cabeleireira sempre foi a sua paixão. Após ter trabalhado como auxiliar de cabeleireira desde os 16 anos, abriu o seu próprio espaço em junho de 2005, e conta-nos como é ser cabeleireira em Peniche. CABELEIREIRA SÓNIA PEREIRA

O conhecimento e a prática de anos de trabalho levaram Sónia Pereira a construir um excelente percurso. “Todo esse caminho tem sido feito com a procura conhecimento, diversas formações, e sempre na busca de novas formas de inovar, com o intuito do seu profissionalismo ser cada vez mais reconhecido. Apesar da carga horária na sua profissão ser bastante complexa decidiu abrir o seu próprio negócio com o apoio da família, num sítio com uma localização privilegiada e bastante aprazível. Clientes fidelizados num espaço conceituado A nossa filosofia é assente numa relação fidelizada e próxima com os clientes, porque “não tocamos apenas cabelos, tocamos corações”. Passamos sempre por olhar o cliente, fazendo o nosso diagnóstico e junto com o visagismo ir ao encontro da necessidade de cada cliente. Não é um espaço de cabeleireiro convencional: estamos muito próximos das pessoas. Não são apenas clientes, são nossos amigos e fazemos uma caminhada juntos”. A inovação e o profissionalismo, juntamente com as formações constantes e a atenção às novas tendências marcam a diferença neste espaço, o que acaba por atrair muitas vezes novos clientes. O espaço recebeu uma decoração renovada, que lhe conferiu um visual mais apelativo, moderno e clean. A par disso, foi criado um novo espaço de barbearia dedicado ao sexo masculino que teve uma grande recetividade, na medida em que há uma forte procura. “Os nossos clientes adoraram e deram-nos os parabéns. É uma mais valia, uma vez que a barbearia é um conceito que está muito em voga, porque hoje em dias os homens dão bastante importância à sua imagem. Um balanço positivo Sónia Pereira assume que os últimos anos

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SÓNIA PEREIRA E EQUIPA de trabalho têm sido um desafio muito bom, preenchidos pela dedicação e trabalho de excelência sempre acompanhados por marcas conceituadas de grande prestígio e uma excelente equipa de colaboradores. Apesar de sentir que ainda há sempre algo a fazer, Sónia sentindo-se realizada considera que existem sempre novos desafios a abraçar, aquilo que eu sei é que não quero parar.” O objetivo principal de Sónia Pereira é ver a satisfação permanente dos clientes. “Quero que as pessoas se sintam num ambiente acolhedor, não só pelo profissionalismo, mas também pelo carinho”. Um cabeleireiro de referência A proprietária do espaço salienta o sucesso do seu cabeleireiro, apesar de alguma concorrência desleal, contudo a sua aposta na diferenciação tem dado os seus frutos. A divulgação do seu espaço tem sido feita através da página do Facebook, mas Sónia Pereira garante que a melhor publicidade ainda é feita boca-a-boa. “Temos muitos clientes que passam a palavra, é

a minha maior publicidade a recomendação”. É assim que deixa o convite para todos conhecerem o seu espaço e não ficarem apenas do lado de fora. “A nossa filosofia é justamente: aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.

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TÂMEGA E SOUSA Marco de Canaveses fica a cerca de 20 quilómetros de Penafiel, e ambas pertencem ao distrito do Porto. As albufeiras artificiais no Douro, no Torrão, no Tâmega e no Carrapatelo, abastecidas pelas águas dos rios Douro e Tâmega, garantem excelentes condições para a prática de vela, canoagem ou pesca desportiva. Aliada à existência de dois grandes rios, existe ainda a beleza paisagística extraordinária das serras da Aboboreira e Montedeiras. Em mais nenhum outro local do país se encontra uma simbiose tão perfeita entre a água e a montanha. Em Marco de Canaveses existem também vestígios pré-históricos muito completos, nomeadamente a cidade romana de Tongobriga, onde se pode ver as termas, o fórum e as habitações. O artesanato e a gastronomia são outros pontos fortes deste município. Marco de Canaveses integra a Rota dos Vinhos Verdes e tem como prato original o anho assado com arroz de forno, uma delícia a que ninguém resiste. De sobremesa, prove as cavacas e os biscoitos de Soalhães. Penafiel é a segunda cidade mais antiga do norte de Portugal. Rica em monumentos pré-históricos, é neste município que pode encontrar a Citânia de Monte Mouzinho, o Dólmen da Portela e as gravuras rupestres de Lomar. Há ainda a salientar os monumentos da Rota do Românico do Vale do Sousa, como o Mosteiro Beneditino de Paço de Sousa, onde está o túmulo de Egas Moniz, a igreja de S. Gens, Gândara, o Memorial da Ermida e a ponte de Espindo. A lampreia, o sável e o cabrito assado no forno são as principais iguarias gastronómicas a experimentar na região.


A EXCELÊNCIA DO KIWI NACIONAL É um fruto cada vez mais cultivado em Portugal, sobretudo na região Noroeste. O kiwi é uma cultura em franca expansão, graças às excelentes condições do clima e dos solos. O gosto do Sr. Eng. Belmiro de Azevedo pela agricultura deu origem à Prosa, uma empresa que chegou para provar que o sector primário pode ter um futuro promissor. PROSA

EQUIPA Gustavo Guedes, o responsável pela empresa de produtos e serviços agrícolas, reconhece que a Prosa nasceu de um amor do Sr. Eng. Belmiro de Azevedo, Presidente do Conselho de Administração, pelo sector agrícola: “Esta empresa surgiu há 11 anos, numa altura em que a kiwicultura estava com um crescimento acelerado em Portugal”. A tal ponto que o entreposto foi aumentado de 2.500 para 5.000 toneladas de capacidade máxima. O nosso país é o décimo maior produtor de kiwi do mundo, cujo produto tem uma qualidade reconhecida e diferenciadora, que se traduz numa melhor valorização comparativamente ao produto de outros produtores europeus, como é o caso da Itália ou Grécia. Fruta totalmente nacional Apesar de ter apenas 11 anos de existência no mercado, a Prosa já trabalha com cerca de 100 produtores de kiwi, 95 por cento dos quais situados na região Noroeste: “Temos produtores que têm meio hectare, até produtores que têm cerca de 40 hectares”, conta Gustavo Guedes. O grupo ao qual pertence a Prosa também produz kiwis, na empresa Águas Furtadas. O kiwi é um fruto único, com uma produção diferente: “O kiwi é colhido de uma só vez, entre os meses de Novembro e Dezembro, com uma maturação muito pouco avançada”. Este período de conservação dura entre sete a oito meses: “Quando o produto está numa fase inicial de pós-colheita, ainda não apresenta características que permitam que ele seja comercializado no nosso mercado-alvo: a grande distribuição. Vai estar ainda verde, muito duro, e sem sabor nenhum. Nós submetemos o kiwi a certas condições de temperatura e humidade e isso faz a maturação avançar”. O kiwi vai-se então transformando no fruto pronto a consumir. Apesar de jovem, a Prosa já iniciou o seu processo de internacionalização, nomeadamente para Espanha, representando já a exportação, um peso nas vendas semelhante a Portugal e o parceiro que tem em Espanha é líder de mercado na Península Ibérica. Porém, a concorrência que vem de Itália e da Grécia preocupa Gustavo Guedes: “A Itália é um concorrente bastante forte 110 | PORTUGAL EM DESTAQUE


a nível europeu, porque tem uma produtividade por hectare muito superior à nossa, o que lhe permite ter um processo mais eficiente e rentável e serem bastante competitivos. Temos a nosso favor a componente qualitativa, pois há mercados que dão preferência à qualidade em detrimento do preço. A Grécia é outro problema, porque tem crescido muito em termos qualitativos e de produção”. A Prosa prepara-se para enfrentar a concorrência através de um reforço das equipas, nos vários departamentos e, sobretudo, através do aumento da angariação de fruta: “Tendo mais produto, poderemos distribuir por mais clientes e alcançar outros países. Em Portugal, há cada vez mais produtores preocupados em aumentar a produtividade por hectare e o sector tem vindo a profissionalizar-se. A partir do momento que a eficiência aumenta, nós também temos mais produto. Queremos garantir um trabalho de proximidade com os produtores e acompanhar o crescimento do sector. A longo prazo, queremos chegar a líderes do mercado nacional”, declara Gustavo Guedes. PORTUGAL EM DESTAQUE | 111


SINGELLUS: UMA NOVA REFERÊNCIA NOS VINHOS VERDES Realejo, empresa de exploração vitivinícola no Marco de Canaveses, é responsável por duas marcas: a já muito conhecida Vales de Ambrães, que dá cartas no mercado desde inícios da década de 90, e a mais jovem Singellus. Apesar dos resultados muito prósperos da primeira referida, a direção decidiu que era tempo de dar uma nova dinâmica dentro dos vinhos verdes. REALEJO

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Há cerca de um ano e meio iniciaram um processo de reestruturação completa, com uma nova equipa. Vales de Ambrães mantém-se, dirigido para uma estrutura comercial de grande superfície. Nasceu a nova marca Singellus, sob a batuta do Eng. Anselmo Mendes, que orienta a empresa no setor enológico e cujo objetivo será romper com o que estava já a ser feito e reorientar os vinhos Realejo para uma categoria premium. Assim, criaram três monovarietais (vinho que é feito a partir de uma única casta): o Singellus Loureiro, Singellus Alvarinho e o Singellus Avesso (que pretendem afirmar com maior veemência), as principais castas das regiões dos vinhos verdes. A administração demonstrou, desde o início, a preocupação em realçar as origens e o novo projeto pretende exatamente isso. Cultivados na sub-região de Amarante encostados ao Baixo Corgo da Região Demarcada do Douro ficam, assim, situados numa região de transição. Desta forma, os Singellus acabam por ter características diferentes dos outros vinhos verdes: têm um volume de boca bastante maior do que é encontrado na região, bem como uma graduação alcoólica ligeiramente acima do que é habitual. Pedro Castro, porta-voz do projeto, revelou-nos a filosofia com que operam: a de trabalhar a casta no seu sentido mais puro. “As uvas são vindimadas à caixa, evitando esmagamento, depois ficam cerca de 24 horas numa câmara de frio, de tal forma que quando chegam à adega para serem esmagadas e preparadas para o trabalho de fermentação acabamos por ter os mostos na ordem dos sete ou oito graus. Desta forma utilizamos apenas uma decantação por frio, , conseguimos os nossos mostos num estado muito mais puro. As leveduras utilizadas garantem o caráter varietal da casta. É uma aposta de forma a tornar o vinho mais apetecível ao consumidor, o qual não é todo erudito, mas acreditamos que notará a diferença. Isso permite-nos ter vinho com uma acidez, uma frescura e uma mineralidade muitíssimo marcada e equilibrada. Os nossos vinhos distinguem-se assim, com uma persistência em termos de sabor, uma longevidade em boca, muito grande. Não há muita exuberância aromática, queremos o equilíbrio”. Sendo um vinho verde branco é mais apetecível em climas quentes, daí se ter começado por se dar ênfase à sua comercialização na região sul de Portugal. Este é um vinho para o setor Horeca (hotelaria, restauração e garrafeiras especializadas), que terá uma segmentação mais diferenciada e uma posição no perfil de consumo mais especializada, bem como incidir na internacionalização do produto nos mercados alvo, quer a nível europeu, quer nos mercados emergentes. Singellus Private Dentro do setor premium, numa posição de mercado acima, encontra-se o Singellus Private, o mais recente desafio da Realejo. É fermentado em madeira durante seis meses e leva um estágio de três meses em garrafa antes de ser lançado no mercado. O vinho é, assim, agradável para o consumidor e respeita a sua casta. A diferenciação deste vinho começa na colheita das uvas: “A nossa própria vinha é de apenas três hectares”, revela Pedro Castro, “assim, adquirimos uvas de vários produtores, cuja evolução e maturação das vinhas vamos acompanhando para selecionarmos as uvas das melhores regiões. Fazemos o lote final com as características que pretendemos. Os vinhos mais acarinhados do ponto de vista tradicional tornam-se mais complexos e com uma componente aromática e gustativa muito mais forte e presente”. Os projetos futuros passam por aumentar a notoriedade da marca e os pontos de venda, o que irá permitir aumentar a produção e internacionalizar o produto, uma das premissas com que o qual foi criado. A Realejo está a estudar o mercado e o potencial da sua adega de forma a crescer sustentadamente.

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DESDE HÁ QUATRO GERAÇÕES A SERVIR SANDE A empresa Manuel J. A. Cardoso & Filhos, Lda., com sede em Sande, Marco de Canaveses, está inserida no comércio local desde o início do Sec. XX. Trata-se de uma empresa familiar, que se prolonga por quatro geração. Fundada por, Manuel Cardoso, avô do gerente Manuel José Almeida Cardoso. Ana e Pedro Cardoso (filhos) participam ativamente na empresa. MEU SUPER SANDE

A curto prazo o objetivo é ampliação do armazém de rações e fitofármacos, com o intuito de introduzir uma nova gama produtos (sementes, alimentação animal, equipamentos mecânicos associados à agricultura), de forma a proporcionar uma maior oferta aos clientes. O nosso know-how, leva-nos a ponderar, planear e decidir novas estratégias.

EQUIPA MEU SUPER SANDE

A empresa começou num espaço com dimensões reduzidas, com o decorrer dos anos e com a necessidade do mercado expandiu-se lentamente. Atualmente somos parceiros Sonae com o projeto “Meu Super”, pois consideramos que por esta via potenciamos inovação, qualidade e modernidade. Tudo isto é possível com colaboração das nossas funcionárias. Os nossos clientes poderão continuar a beneficiar do nosso posto CTT, e com todos os serviços inerentes ao mesmo. Somos mediadores da Santa Casa da Misericórdia, desde a implementação dos primeiros jogos. Temos uma área de bricolage e comercialização de produtos fitofármacos. Facultamos formação em aplicação de PF`S em parceria com uma entidade Governamental. Apoiamos no terreno os agricultores que necessitarem, pois na nossa equipa temos elementos com formação em Agronomia e Engenharia Alimentar. Colaboramos para que o setor primário seja sustentável, responsável e com uma forte componente relativamente à proteção ambiental. Apostamos num crescimento, através etapas graduais, e com espirito de “competitividade saudável”. Esforçamo-nos para que, os nossos clientes sejam parceiros e pensem como nós: - Preços - Transparência - Proximidade São fatores, e sempre foram “cabeça de cartaz”

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EM LINHA COM A ENERGIA DESDE 1982 A construção, reparação e manutenção de Linhas aéreas e subterrâneas de Média, Alta e Muito Alta Tensão é a principal atividade da Silva&Vinha. À primeira vista, parece um negócio bastante complexo mas na realidade tem uma importância extrema no nosso dia-a-dia. Fique a conhecer esta empresa de Penafiel, fundada em 1982, que privilegia a qualidade, o ambiente e a segurança. SILVA&VINHA

Estávamos em Fevereiro de 1982, quando Abílio Moreira da Silva criou a Silva&Vinha. Na altura, esta empresa de Penafiel iniciou a sua atividade na área da montagem de linhas AT (Alta Tensão) e MT (Média Tensão), sendo o seu principal cliente a EDP. Com a evolução dos tempos e mercados, foi obrigada crescer e expandir-se para outras áreas de negócio, como a construção civil e telecomunicações, contacto com a Portugal Telecom como cliente. A partir de 1990, já na sua área de atuação principal, incluiu as áreas de BT (Baixa Tensão) e Trabalhos em Tensão TET de Média e Alta Tensão e volvidos 13 anos obteve a qualificação para Fornecimentos de Materiais e Prestação de Serviços de Montagem de Linhas Aéreas de Muito Alta Tensão na Empresa Concessionária da Rede Elétrica Nacional Portuguesa, a REN, começando a partir daí a realizar obras denominadas de chave na mão, no que diz respeito ao setor da Muito Alta Tensão. Entre os seus principais clientes, a Silva&Vinha acumula até hoje vários nomes de referência como a EDP, REN e promotores de Parques Eólicos, Fotovol-

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taicos e Aproveitamentos Hidroelétricos. As certificações e o Sistema de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança é uma das principais prioridades desta empresa, assumindo um papel fulcral para a concretização dos seus serviços com a máxima qualidade. Para isso, conta com uma equipa de profissionais com elevada experiência, sentido de responsabilidade, competência técnica e motivação, somando no total 170 colaboradores. Facultada pela empresa de forma continuada, reforçando a qualificação, a formação profissional já faz parte da sua política. Com capacidade para executar as denominadas obras “chave na mão”, garantindo o fornecimento da totalidade dos materiais a instalar na obra, a empresa estabelece relações comerciais com Fornecedores certificados e reconhecidos pelos seus clientes. A Silva&Vinha é uma empresa que se dedica essencialmente à realização de Linhas Elétricas de Distribuição e Transporte de energia, possuindo uma grande capacidade de realização nesta área utilizando os meios e recursos próprios, não estando assim dependente de outras empresas a subcontratar. A partir de 2009, cumpre um dos seus principais objetivos: a internacionalização. Este processo iniciou-se com a execução de trabalhos na área das Linhas Aéreas de Muito Alta Tensão em França, em regime de subempreitada, para a Ei-

ggafe Énergie – Transport&Distribution. Uma ação que continua a desenvolver de forma regular, bem como para a operadora de Transporte de Energia na Alemanha, a Tennet. No mercado alemão, a Silva&Vinha foi a primeira empresa portuguesa a trabalhar como adjudicatária direta. Presente em todo o Território Português, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, a empresa tem como objetivo estender a sua atividade a outros países na Europa e, eventualmente, noutros Continentes. Para além dos trabalhos realizados em França e na Alemanha, a Silva & Vinha, também já realizou trabalhos na vizinha Espanha e tem participado em concursos Internacionais em países como: Argélia, Marrocos, Moçambique e São Tomé e Príncipe, sendo a internacionalização, atualmente uma grande aposta.


SOSSEGO E TRANQUILIDADE NA QUINTA DE GATÃO É em São Martinho Recezinhos, Penafiel, que está localizada a Quinta de Gatão, uma casa pioneira e familiar em termos de turismo rural. Jorge Coelho da Silva e o irmão José António são os proprietários desta casa senhorial do século XVIII com mais de 20 hectares. QUINTA DO GATÃO

Situada a 10 Km de Penafiel e privilegiadamente sossegada pelo facto de estar isolada das grandes rodovias e centros populacionais, a Quinta de Gatão está no centro “de três “Patrimonios Culturais Mundiais”: Porto, Guimarães e Douro Vinhateiro”. Com muito esforço e dedicação Jorge Coelho da Silva conseguiu restaurar o Solar e as Casas de Campo (que formam entre si um pátio), mas com a preocupação de manter a estrutura de um espaço que já conta com a quinta geração da família.

A força do turismo e o gosto pela agricultura Jorge Coelho da Silva sempre quis manter a tradição da Quinta de Gatão onde a principal actividade agrícola, é a vinha, um sonho do irmão, e recentemente os mirtilos, mas com a consciência que “não conseguia sustentar a casa desta forma”. É assim que destaca a importância do turismo para a sua casa. “99% dos clientes são estrangeiros, é raro ter portugueses. Recebemos muitos agregados familiares há mais de vinte anos e nas últimas épocas a Quinta de Gatão tem sido o “ponto de encontro” de grandes famílias, desde avós a netos”, que durante o resto do ano vivem em sítios diferentes, afirma o proprietário. O turismo ganhou o seu lugar na Quinta de Gatão tendo esta já sido premiada como unidade de excelência pela Top Rural, Associação Nacional de Turismo Equestre, por exemplo, tendo sido já visitada por representantes dos media, nomeadamente pelo Express e pela ITV (Reino Unido). Actualmente vêm sobretudo turistas de França e Espanha, embora haja sempre muitas outras nacionalidades, incluindo a chinesa. Atividades e eventos A Quinta de Gatão não podia deixar de acolher e oferecer diversas atividades e eventos nos espaços exteriores. A empresa Mapa Zero Desporto Aventura & Animação Lda realiza várias actividades tradicionais e radicais, nomeadamente as escaladas, o Paintball, tendo montado este ano um slide de mais de 300m. Outras actividades passam pela prática de equitação (tradição familiar)

, percursos pedestres, campos de férias para as escolas e empresas, jogos tradicionais e radicais e BTT. Para além de ser uma quinta pedagógica, Jorge Coelho da Silva salienta os campos de férias que realizam na casa. “O último foi para uma Associação de Surdos, uma vez que já foi Professor de Educação Especial e manteve o contacto com a Associação de Surdos. Já tiveram workshops com grupos de investigação, o último dos quais interdisciplinar (biólogos, médicos e químicos) liderado por um Investigador Francês . Festas, casamentos, eventos culturais e reuniões de trabalho são outro tipo de acontecimentos que podem encontrar na Quinta de Gatão.

As ofertas de um turismo rural Sendo a familiaridade uma característica do Agroturismo, não poderíamos deixar de falar do interior da casa e das suas ofertas. “Temos quatro apartamentos, embora em termos turísticos chamem-lhe quartos. Existe uma cama de casal e depois em cima tem um espaço que dá para duas camas individuais, mas são todos diferentes e foi tudo adaptado ao que já existia”, refere o proprietário. Poderá contar com o máximo conforto e todas as comodidades necessárias para uma estadia perfeita. Ping pong, bilhar, tiro ao arco, piscina e campo de ténis são algumas das ofertas que os clientes podem esperar quando visitarem este local para relaxarem, “apreciando o esplêndido cenário da natureza campal”. E porque o sonho comanda a vida, Jorge Coelho da Silva diz-se um apaixonado por este projeto e descreve que o seu grande defeito é ser um inveterado sonhador. “O que me satisfaz e o que me realiza é a concretização de projectos”.

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EXPERIÊNCIA E CORAGEM EM SINTONIA Sediada em Penafiel, a Climatização T. Tempo, é uma empresa dedicada à comercialização e instalação e Sistemas de Avac como por exemplo de aparelhos de ar condicionado, painéis solares, piso radiante, bombas de calor e de ventilação mecânica, desde ambientes domésticos, a industriais. Em entrevista à Revista Portugal em Destaque, Carla Vieira e Esperança Frade, administradoras, apresentam-nos esta que é a única empresa do setor da região liderada por mulheres. Esta empresa conta com 10 anos de existência, por isso deu-nos esta entrevista a fim de poder contar um bocadinho a sua experiência. CLIMATIZAÇÃO T. TEMPO

ESPERANÇA FRADE “Já trabalhávamos neste setor, numa outra empresa que entretanto fechou. Tínhamos tudo: uma carteira de clientes, que conhecíamos perfeitamente, os funcionários, que trabalhavam há muito tempo nesta área, e decidimos dar continuidade ao trabalho que já existia e embarcar nesta aventura. Somos a única empresa neste setor, liderada apenas por mulheres e as pessoas conhecem-nos devido a esta particularidade”, começa por nos explicar Carla Vieira. “No início não foi fácil, porque éramos duas mulheres a iniciar um negócio novo e no setor da construção civil, mas pouco a pouco fomos evoluindo, dando confiança aos nossos clientes e devido ao reconhecimento pelo bom trabalho fomos crescendo e adquirindo novos clientes. Mediante os nossos trabalhos, as pessoas procuram-nos. Em forma de balanço, ultrapassámos fases muito difíceis, nomeadamente na época de crise que se

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CARLA VIEIRA deparou sobre a construção civil, mas os postos de trabalho foram sempre o nosso foco”, acrescenta. No mercado há 10 anos, a área de atuação concentra-se essencialmente na região norte e centro do país, sendo que grande parte é referente a Penafiel e zonas circundantes, e os serviços são variados. “Atuamos em instalação de sistemas avac, desde ventilação, ar condicionado, piso radiante, aquecimento central, bombas de calor , quer a nível particular, quer industrial e também a nível de manutenções”, conta-nos, por sua vez, Esperança Frade. Com atividade inicialmente direcionada sobretudo para obras do Estado, a empresa sentiu a necessidade de se reposicionar e devido à exigência do mercado, concentra-se sobretudo em particulares, atuando nessas duas vertentes. “Começamos apenas com dois colaboradores, hoje a nossa equipa é formada por sete elementos. Atualmente,

assistimos a uma retoma do setor, acreditamos que está a crescer, a nível industrial e particular. A nível de requalificação, neste momento, operamos na cidade Porto em dois edifícios, onde o mercado está notoriamente a crescer e onde queremos apostar”, frisam as empresárias. Representantes oficiais de marcas de renome do setor, Carla Vieira e Esperança Frade, salientam também a formação como parte fundamental na área em que atuam. “Acreditamos que representar marcas de renome no setor, representa uma mais valia para a empresa. Somos representantes oficiais da Mitsubishi Electric e da Daikin e quando algum cliente contacta qualquer uma destas empresas, a nível de orçamento ou de estudos, por exemplo, a marca fala diretamente conosco e possivelmente a obra é nos atribuída. A nível de formação, temos parcerias com a Escola Secundária de Penafiel, em que os alunos que estudam na área fazem os seus estágios na empresa e tentamos escolher sempre os melhores para que continuem a trabalhar conosco. Profissionais com vontade de trabalhar e dinâmicos o que neste setor, não é fácil encontrar. Nesta mesma instituição, demos também formação durante oito anos”. Para o futuro, mostram-se confiantes e com vontade de continuar o bom trabalho desenvolvido até então. “Esperamos que o setor da construção continue a crescer, pois consequentemente teremos mais trabalho. Queremos continuar a trabalhar com os nossos clientes e conquistar cada vez mais e mais clientes com o nosso empenho e profissionalismo, mantendo a equipa que temos atualmente. A nível de serviços e de área de atuação, a empresa está bem servida e abrange os objetivos”, concluem.


FELGUEIRAS A menos de uma hora da cidade do Porto, Felgueiras tem vários motivos de visita. Desde pretextos gastronómicos, a visitas ao património, cultura e tradição, esta cidade reúne um sem fim de razões para ser visitada. Os monumentos da Rota do Românico, os bordados tradicionais, o pão de ló de Margaride e os vinhos verdes já são chamarizes suficientes para conhecermos melhor esta cidade, em pleno coração do Vale do Sousa. Mas, há muito mais! Felgueiras guarda inúmeros testemunhos da época romana e a arte românica é expressa em monumentos como a Igreja de Airães e o Mosteiro de Pombeiro, que faz parte da Rota do Românico, assim como a via romana, a Ponte Romana do Arco (composta por dois arcos, sobre o rio Vizela, englobado nos percursos pedestres de Vila Fria) ou a Obra Pública do Filé, que mostra a importância dos bordados nesta região – os bordados da Lixa e as rendas de Felgueiras. O filé ou ponto de nó, o bordado a cheio, o ponto de cruz, o crivo e o richelieu são produtos de marca e que levam o nome de Felgueiras além-fronteiras. Não deixe de subir até ao Monte de Santa Quitéria, que tem um miradouro privilegiado para a cidade de Felgueiras. Ver o pôr do sol daqui será, garantidamente, muito cativante. Felgueiras é também terra de empreendedorismo, juventude, inovação e dinâmica. Nas próximas páginas poderá conhecer algumas das empresas que levam longe o nome desta cidade. Deixe-se surpreender em Felgueiras!


ENSINO SUPERIOR DE REFERÊNCIA NA REGIÃO DO TÂMEGA E SOUSA A Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do Politécnico do Porto (P.PORTO), é a única instituição do ensino superior público na região do Tâmega e Sousa, estando localizada em Felgueiras. Em entrevista à Portugal em Destaque, a Professora Doutora Dorabela Gamboa, Presidente da ESTG desde 2014, abordou temas como a história da instituição, o trabalho realizado ao longo do tempo, o relacionamento com a região e a oferta formativa. ESTG - ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO Criação da ESTG “O processo de abertura da escola teve início no fim dos anos 90. A ESTG abriu em 1999, faz agora 18 anos. Na altura, a escola começou com um único curso – Licenciatura Bietápica em Ciências Empresariais - com treze alunos. O objetivo era criar uma Escola na região do Tâmega e Sousa, passando o P.PORTO a ter representatividade neste território.”

DORABELA GAMBOA 120 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Trabalho de reconhecimento da escola “Inicialmente, tiveram algumas complicações no reconhecimento da Escola na região do Tâmega e Sousa, até porque a decisão sobre a sua localização foi difícil. Esse trabalho de reconhecimento foi desenvolvido ao longo do tempo. Um dos objetivos do meu mandato, que iniciou em 2014, era, de uma vez por todas, sermos uma Escola do Tâmega e Sousa, e não apenas de Felgueiras. Esse objetivo foi conseguido. Os 11 municípios da região conhecem-nos e trabalham connosco. A

decisão de colocarmos os cursos técnicos superiores profissionais nos municípios foi crucial, levando o ensino superior a vários concelhos, ajudando ao reconhecimento da Escola e aproximando o ensino das pessoas.” Situação atual “No início eram poucos alunos, poucos professores e instalações pequenas. Hoje registamos um crescimento elevado. Lecionamos sete licenciaturas, sete mestrados, sete cursos técnicos superiores profissionais, e contamos com quase 1500 alunos de todo o país. Temos uma estratégia de crescimento em três vertentes: dimensão, qualidade e território, e acreditamos que esta evolução e os números atuais são positivos. Para isto, contribui todo o trabalho feito no desenvolvimento dos cursos. Os recursos são poucos, mas os docentes colaboram no trabalho administrativo, o que noutras escolas não aconteceria. Existe uma imensa dedicação.”


Desenvolvimento das instalações “Desde 1999 que lutamos para ter instalações definitivas. A ESTG tem crescido e passámos a ter este edifício principal. Depois construímos mais um edifício, com quatro auditórios e melhores condições. No entanto, continuamos a ter aulas a funcionar em pavilhões provisórios, algo que está por resolver há muito tempo. No nosso aniversário, 17 de Novembro, será apresentado um estudo prévio sobre a primeira fase da construção das nossas novas instalações, com o arranque para breve.” Oferta formativa “Dentro do P.PORTO registou-se uma reestruturação complexa concluída em 2016, com a definição de ‘clusters’ e o reposicionamento de cursos e de unidades orgânicas. O nosso ‘cluster’ ficou bem claro: Tecnologia e Gestão. Na Tecnologia temos três Licenciaturas e um Mestrado na área da Informática, tendo a única licenciatura do país na área da cibersegurança. O Mestrado é em Engenharia Informática e pretende ser o seguimento das três licenciaturas (Engenharia Informática, Segurança Informática em Redes dos Computadores, e Sistemas de Informação para a Gestão). Temos ainda a Licenciatura em Tecnologia das Madeiras e a Licenciatura em Segurança do Trabalho e Ambiente. Na área da Gestão temos a Licenciatura em Ciências Empresariais, a mais antiga, e cinco Mestrados (Gestão e Internacionalização de Empresas, Gestão de Projetos, Gestão das Organizações do 3º Setor, Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança, e Métodos de Apoio à Decisão Empresarial). Além disso, temos o Mestrado e a Licenciatura em Solicitadoria, que tem a média de entrada mais elevada no concurso nacional de acesso. Criamos os nossos cursos em conjunto com os nossos parceiros industriais e tecnológicos, preparando verdadeiramente os diplomados para o mercado de trabalho, sendo a Licenciatura em Sistemas de Informação para a Gestão o exemplo mais recente. Registamos taxas de emprego acima dos 80% em todos os cursos, o que credibiliza a nossa oferta formativa.” O foco na investigação “A investigação tem crescido ao longo do tempo, com a criação, em 2005, do nosso Centro de Inovação e Investigação em Ciências Empresariais e Sistemas de Informação (CIICESI) e instalado no fim de 2009, com classificação positiva da FCT em 2013, o que é muito bom para um centro tão jovem. Desde 2013, o nosso crescimento foi extraordinário, com mais investigadores Doutorados integrados, mais publicações em revistas científicas de qualidade e maior captação de financiamento com projetos em parceria com empresas e outras instituições de ensino superior nacionais e internacionais. A nossa expectativa é que passemos a ter financiamento plurianual da FCT após o ciclo de avaliação que abriu este ano. Gabinete de Apoio ao Empreendedor “Criámos este gabinete dentro do nosso mandato com duas missões: uma interna, apoiando os nossos alunos a concretizar as suas ideias de negócio, e outra externa, ajudando empresas da região nos seus processos de inovação e criação de valor. O desempenho deste gabinete tem sido excelente, registando-se aqui uma verdadeira transferência do conhecimento científico e tecnológico para as empresas. A criação dos ‘Desafios Empresariais’ e do programa ‘B-Box’ são exemplos disso, entre muitos outros.” Mensagem para o leitor “Quer seja um candidato a aluno, uma empresa ou um investigador, que queira aumentar o seu grau de conhecimentos, a ESTG tem resposta dentro da nossa temática, com cursos únicos e de referência, apoios nos processos de inovação e criação de valor, bem como cursos breves, workshops e conferências desenvolvidas ao longo de todo o ano abertas a toda a comunidade.” PORTUGAL EM DESTAQUE | 121


EM CONSTANTE MOVIMENTO No ano em que a Escola sede do Agrupamento de Escolas de Idães comemora 24 anos de existência, a Portugal em Destaque esteve à conversa com o diretor Amândio Azevedo. Em entrevista, Amândio Azevedo conta-nos aquilo que são as principais dinâmicas de uma escola em constante movimento. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE IDÃES

AMÂNDIO AZEVEDO O agrupamento conta com sete escolas: a escola sede, um jardim de infância e uma EB1, e quatro EB1’s com Jardim de Infância. A escola conta com cerca de mil alunos, distribuídos por todos os anos de escolaridade, desde o jardim de infância até ao secundário. Os alunos do secundário têm opção do ensino profissional: curso profissional técnico de restauração e bar. Sobre este último, cujos primeiros alunos se formaram no ano letivo passado, Amândio Azevedo conta que teve 90 por cento de empregabilidade, tendo os alunos recebido convites para trabalhar nos locais onde efetuaram o estágio curricular. Escola Bilingue No ano letivo 2016-2017, a Escola tornou-se bilingue. O ensino bilingue começou com uma turma de quinto ano e duas de sétimo ano. Este ano, o diretor conta que existiram mais voluntários. “É necessário que os professores se disponibilizem para isso, pois se “obrigarmos” o trabalho não será bem feito”. É igualmente necessário que os professores tenham conhecimento de inglês, uma vez que “lecionar ciências naturais ou matemática em inglês não é assim tão fácil. É necessário que saiam da sua zona de conforto”. No entanto, este ano com a existência de mais professores voluntários, há mais alunos a usufruir do ensino bilingue. “Atualmente temos cinco grupos de meninos no jardim de infância a ter inglês, quatro turmas de quinto ano que estão a ter ciências naturais, educação visual e educação física em inglês; e três turmas de sétimo ano a ter matemática, educação visual e 122 | PORTUGAL EM DESTAQUE

educação física – uma do sexto ano e duas turmas de oitavo ano, em continuação do ano letivo anterior, também com ciência naturais, História e Geografia de Portugal e Educação Física e Matemática, Educação Física e Educação Visual, respetivamente.” Importa perceber o funcionamento deste ensino bilingue, uma vez que não são todas as aulas lecionadas em inglês: os alunos têm algumas unidades em inglês, sendo depois a avaliação dessa unidade também feita em língua inglesa. O sucesso deste projeto está comprovado pelo diretor. “O melhoramento do aproveitamento é geral. Eles não melhoraram apenas nas disciplinas que estão a ter em inglês. Parece que, por simpatia, melhoram o aproveitamento nas restantes disciplinas. A motivação aumenta. Nos próprios corredores já falam em inglês.” Para que este projeto vá a bom porto é muito importante a colaboração de voluntários naturais de países de língua inglesa. No ano passado, contaram com a colaboração de uma voluntária, vinda de Nova Iorque. Este ano, o voluntário acabou de chegar de Vancouver, no Canadá, e é licenciado em Inglês, com Mestrado em literatura inglesa e também assistente social. No Canadá, trabalha numa associação de proteção de jovens. Estes voluntários estão predispostos sobretudo a conhecer a cultura portuguesa, uma vez que estes voluntários têm de proporcionar à escola 12 horas de ensino, e a escola tem de proporcionar três horas de ensino de português com professores do agrupamento e atribuir uma família de acolhimento para inserir estes voluntários na cultura portuguesa.


Este projeto começou por contacto entre docentes da Escola de Idães e da Escola de Valadares, que despertou o interesse do diretor em abraçar este projeto. Tendo professores interessados, estavam reunidos todos os requisitos para dar início ao projeto. Não é obrigatório para os alunos terem ensino bilingue. Na altura das matrículas, os encarregados de educação escolhem se querem que os seus educandos usufruam ou não do ensino bilingue. A maioria, no entanto, escolhe o ensino bilingue – em cinco turmas de quinto ano existente, quatro escolheram o ensino bilingue.

Com horário para entrar, mas sem horário para sair Amândio Azevedo está na escola há 17 anos, em 2011 assumiu os destinos do Agrupamento de Escolas de Idães enquanto diretor. Questionado sobre os horários de um diretor, Amândio não hesita em afirmar: “o diretor entra às oito e meia e sai quando pode, às vezes são 11 horas da noite e eu estou a tratar de assuntos relacionados com a escola”.

2017 . 2018 OFERTA FORMATIVA

ENSINO REGULAR/BILINGUE – PRÉ-ESCOLAR

ENSINO REGULAR – 1º CICLO

ENSINO BÁSICO - 2º CICLO 5º E 6º

OFERTA FORMATIVA

Flexibilização da Escola Com o apoio dos professores para integrar o projeto piloto de flexibilização, o projeto foi lançado e está em andamento. Este projeto tem por tema a Rota do Românico, uma vez que existem diversos monumentos no concelho que englobam esta rota. O projeto dedica-se a anos iniciadores de ciclo – primeiro e sétimo e a ideia do mesmo passa pelos alunos deslocarem-se ao local e analisarem o monumento sob o ponto de vista de cada uma das disciplinas. “Por exemplo, em Ciências Naturais podem estudar o tipo de rocha do monumento, na Geografia, a sua a localização, pela História podem englobar o monumento no tempo em que ele foi construído, que tipo de vivência existia em Portugal. A Educação Visual e a Matemática permite analisar através das figuras geométricas, na Físico-Química através das misturas das rochas ou de alguns compostos químicos e pode ser um tema a seguir para o ano por outro ponto de vista”. Este projeto é executado em articulação com o Agrupamento de Escolas de Arouca, que está a tratar os monumentos do concelho – e no final, este trabalho dará origem a um desdobrável de divulgação. No final do ano, os alunos de Arouca farão uma visita de estudo a Felgueiras e os alunos de Idães irão visitar os monumentos de Arouca. “Tenho a certeza que um aluno nosso que estude, por exemplo, a Igreja de Sousa, quando vir outra igreja completamente diferente vai fazer uma comparação e vai-se lembrar de tudo aquilo que aprendeu nas diferentes disciplinas.”

programa Erasmus+. Este programa terá como tema o desporto e a alimentação saudável e os países parceiros são a Polónia, a Lituânia, a Letónia a Roménia e Espanha e a primeira mobilidade será em dezembro na Lituânia. Serão oito professores e oito alunos em mobilidade por estes países.

Erasmus na escola Este é o primeiro ano que escola está no

Ensino Regular Ensino Regular BiLingue

ENSINO BÁSICO - 3º CICLO 7º, 8º, 9º e CEF

Ensino Regular Ensino Regular BiLingue Curso de Educação e Formação Empregado/a de Restaurante/Bar Nível 2

ENSINO SECUNDÁRIO 10.º, 11.º E 12.º ANOS Ciências e Tecnologias Línguas e Humanidades (Física e Aplicações Informáticas)

CURSOS PROFISSIONAIS Nível 4

Técnico de Restaurante/bar

R. DR. MACHADO DE MATOS, 203 4650-135 IDÃES-PORTUGAL EMAIL. SECRETARIA@E-IDAES.ORG TELEFONE. 255 330 387 WWW.E-IDAES.ORG PORTUGAL EM DESTAQUE | 123


“TRADIÇÃO FAMILIAR COMO BASE DE SUCESSO” Com 72 anos de história, a Casa do Pão de Ló de Margaride António Lopes, localizada em Caramos, Felgueiras, conta já com a sua terceira geração nesta aventura pela doçaria tradicional. Em entrevista à revista Portugal em Destaque, Umbelina Lopes, neta do fundador, António Lopes, apresenta-nos esta que é umas das mais antigas casas produtoras do famoso pão de ló de Margaride da região, mantendo os métodos tradicionais de fabrico. CASA DO PÃO DE LÓ DE MARGARIDE ANTÓNIO LOPES

Lopes, nesse mesmo ano. Atualmente, já se encontra em curso a construção de novas instalações da fábrica e loja, dando assim início à terceira geração dirigida por Umbelina Lopes, neta do fundador e filha de Joaquim Lopes, juntamente a José Conceição, seu cônjuge, procedendo-se assim à continuidade desta antiga casa e uma vez mais à sucessão do segredo e testemunho do fabrico de pão de ló e doces regionais. “A decisão de um dia assumir esta casa, foi tomada desde que era criança, mas só há quatro anos assumimos a sua continuidade, apesar de ter sempre ajudado na parte produtiva e nas feiras onde estivemos presentes”, começa por contar, Umbelina Lopes. Questionada sobre os principais fatores de diferenciação que distinguem o pão de ló que produzem, é perentória em afirmar que tudo começa pelos ingredientes utilizados e por manter a tradição dos métodos tradicionais de produção. “Os ingredientes que utilizamos são apenas ovo (fresco e do dia), açúcar e farinha, daí ser um doce tradicional e a nossa diferenciação. Pertencemos à Confraria do Pão de ló Tradicional e os ingredientes e método de fabrico têm que se manter e os engen-

Terra de povo empreendedor, que se reúne em torno das feiras e festas religiosas das suas freguesias, Felgueiras é uma região portadora de uma enorme riqueza histórica e cultural e o pão de ló de Margaride é um dos símbolos de maior destaque da identidade local. E é em 1945, na freguesia de Macieira da Lixa, que António Lopes, juntamente com a sua esposa, Isaura Teixeira Canena motivados pelo gosto da doçaria tradicional, criam a Casa do Pão de Ló António Lopes. Passados sete anos, em 1952, devido à procura crescente por este tipo de produto tradicional, mudam para umas instalações maiores, na freguesia de Caramos, no sentido de potenciar e diversificar a oferta já existente. Em 1974, Joaquim Lopes, filho do fundador e casado com Teresa Vieira, assume a gestão desta casa, após o falecimento do seu pai, António 124 | PORTUGAL EM DESTAQUE


hos que ainda hoje usamos, em madeira, são os mesmos utilizados pelo meu avô. Apesar do método de cozedura ser mais demorado, quisemos manter a tradição, mantendo o sabor e qualidade dos nossos produtos”. Atualmente, para além do famoso pão de ló de Margaride, esta casa produz também lérias (doce de amêndoa e açúcar mascavado) e cavacas (apenas com açúcar, farinha e gema de ovo). “Hoje, os nossos produtos estão presentes por todo o país e no estrangeiro, essencialmente devido aos emigrantes, que nos meses de verão levam para o Natal e Páscoa e nessas datas festivas, quando estão em Portugal, compram para toda a família. Vendemos pão de ló e doces regionais todo o ano, mas sobretudo nessas alturas. O pão de ló é um bolo com uma particularidade muito interessante, é que é dos poucos produtos que é comprado para oferecer, que já faz parte do cabaz de Natal, por exemplo, e temos disponível em vários tamanhos, adaptando-nos ao mercado. Para além disso, estamos também presentes em várias feiras de doces conventuais e de romaria por todo o país. Recentemente estivemos em Abrantes, Coimbra e em Guimarães e em várias feiras estrangeiras, como em Paris e Luxemburgo, através do Turismo do Porto e Norte de Portugal”, explica, José Conceição, reforçando, no entanto, que a exportação não é, para já, um objetivo.

“Como só utilizamos produtos frescos e o nosso método de produção é tradicional, o pão de ló possui uma durabilidade mais reduzida e por isso a exportação não é o nosso foco. Para além disso, gostamos de controlar todo o processo, desde que o produto sai das nossas instalações até ao cliente, pois a credibilidade que adquirimos ao longo dos anos e que mantemos nos dias de hoje, é a nossa principal preocupação e a exportação não nos garante que a mesma se mantivesse. Não podemos correr o risco de não estar bem e de não corresponder às expectativas dos nossos clientes. Um dos nossos princípios é que menos é mais”. Para o futuro, o casal mostra-se nitidamente confiante e são muitos os projetos inovadores que estão a desenvolver para os próximos anos. “Cada pão de ló produzido na região tem a sua identidade e a sua qualidade e as pessoas já começam a identificar o produto de cada uma das casas, o que nos deixa muito

satisfeitos. No entanto, queremos ser diferentes. Hoje em dia, os nossos clientes já não nos procuram simplesmente pelos nossos produtos, mas sim para falar connosco, para nos visitarem, somente para saberem se está tudo bem e por toda esta experiência. É este tipo de relação de proximidade que queremos manter, a par de uma apresentação cuidada do produto. Quase tudo o que produzimos, somos nós que vendemos. Para o futuro, queremos desenvolver um ponto de venda com um conceito diferente, com base na inovação, já nas nossas novas instalações, que se irão manter em Caramos, mas sempre com o pão de ló como base principal. Queremos inovar, mantendo a tradição”, finaliza, Umbelina Lopes, lembrando que a Casa do Pão de Ló de Margaride António Lopes já recebeu diversos prémios e distinções, nomeadamente o de Melhor Doce Tradicional.

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ARTE FEITA DE SENSAÇÕES E CONCEITOS Como nasce a arte? De que forma se transforma um empreendimento comum num espaço original, capaz de surpreender todos os que o admiram? Fernando Coelho fundou a FCC há sensivelmente 15 anos e é com paixão e simplicidade que fala da arquitetura e dos vários projetos onde participou. FCC ARQUITETURA

FERNANDO COELHO E ANA LOUREIRO 126 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Edificado na paisagem agreste e bela do Pico, o Cella Bar foi já denominado como o bar mais bonito do mundo. A sua silhueta curva e indefinida, aberta a diferentes interpretações, o revestimento em madeira e a forma com se funde e destaca do seu contexto fazem deste edifício um marco na arquitetura nacional e um dos ex-libris turísticos do arquipélago. Fernando Coelho, o nome por trás da criação do Cella Bar, fala deste projeto com um sentimento misto de alegria e modéstia. “Não sinto aquela coisa de vaidade, mas fico muito contente com o resultado, principalmente pelos donos de obra, porque acreditaram em nós”, refere. Este é apenas um dos muitos projetos que criou na FCC, empresa fundada em parceria com a arquiteta Ana Loureiro. O interesse de Fernando Coelho por esta área apareceu através de uma propensão natural para as artes e pela sugestão da atual esposa em verificar se lhe agradava o curso de arquiteto. O que se seguiu foi uma história de amor pela arquitetura. “Realmente faço arquitetura por paixão. E acho que só consegue quem tiver realmente muita paixão, porque é uma área muito exigente e muito abrangente em muitos aspetos”. Natural de Felgueiras, Fernando Coelho escolheu esta região para sediar a FCC e iniciar o seu trabalho. “A nossa primeira obra foi uma nossa senhora de beira de estrada. Na altura estava na moda as pessoas de freguesias fazerem as nossas senhoras junto das estradas. E como eu não queria fazer uma capelinha, fizemos um espelho de água com uma escultura do Paulo Neves, que se tornou um dos meus melhores amigos. E assim marcamos e revolucionamos essa forma de pensar”, referiu. Desde lá a FCC já participou em vários empreendimentos, como reconstruções de igrejas e capelas, construção de centros paroquiais, moradias e mesmo de algumas casas mortuárias. Entre os vários projetos que compõem o portfólio da FCC, o destaque vai para o já referido Cella Bar e para o Hotel Monverde, empreendimento situado em Amarante. Idealizado pelos responsáveis da Quinta da Lixa, o projeto inicial era criar uma casa para receber clientes e amigos. O atual hotel nasceu da persuasão de Fernando Coelho, que viu ali uma oportunidade para criar um hotel dedicado ao vinho verde. Um projeto inovador que já deu provas de ser um verdadeiro sucesso. A arte ao serviço das pessoas Não é fácil para Fernando Coelho escolher um projeto favorito entre os vários que já idealizou. O responsável salienta


igreja de Lagares. As novas acessibilidades e a evolução dos meios de comunicação permitem encurtar as distâncias e permitem que Fernando Coelho continue a apostar não só na zona de Felgueiras, mas também nos Açores e em diversos pontos do país. O panorama nacional é, na opinião do arquiteto, encorajador. O incremento económico do país, em grande medida impulsionado pelo turismo, é um forte incentivo ao desenvolvimento das diferentes regiões. Fernando Coelho acredita que este crescimento é benéfico, embora refira que é necessário pensar o mesmo em termos de qualidade e longevidade. O responsável da FCC salienta que bons projetos arquitetónicos e um correto ordenamento territorial são fatores de atração turística e também condições essenciais para um país desenvolvido, importantes inclusivamente quando falamos do combate aos incêndios. “Espero que este crescimento seja feito de forma sustentada. O ordenamento de território, a gestão dos espaços, tem que ser feita a nível nacional”, refere.

o Hotel Monverde, pelo tempo de construção e pela responsabilidade envolvida, e o Cella Bar, pelos laços afetivos que criou. Mas em todos os seus trabalhos, o maior desafio para o arquiteto é moldá-los para que sejam funcionais e, simultaneamente, despertem sensações diferentes nas pessoas. Estas sensações são, para o responsável, o elemento definidor da arte. “A arte é um bocado isso, o que aquilo transmite a cada pessoa. Nós tentamos sempre fazer arquitetura com conceitos”, refere. Por isso mesmo, cada do projeto é muitas vezes inspirado na sua finalidade e no espaço natural que o rodeia. Estes elementos fazem com que muitas vezes os responsáveis da FCC acabem por levar o cliente para um lugar diferente daquele que tinham inicialmente idealizado. “É um processo progressivo, até para nós. Nós tentamos sempre primeiro criar espaços, que depois vão depender da função. Um hotel ou um bar, como o Cella, são espaços que acima de tudo têm que criar sensações para quem chega”, sintetiza Fernando Coelho. Arquitetura e ordenamento como chave para o futuro A FCC tem vários projetos novos a adicionar ao seu vasto portfolio. Além de um novo hotel nas Furnas, a firma encontra-se em fase de concurso para um outro projeto hoteleiro e tem algumas moradias em construção, para além do projeto da

RUA DO MONTE DAS RUAS, Nº 9 | 4610-265 FELGUEIRAS - PORTO TEL. +351 255 165 168 TLM. 96 470 80 79 | 91 331 75 52 EMAIL: ARQ.CASTROCOELHO@SAPO.PT EMAIL: ATELIERDEARQUITECTURA@YAHOO.COM WWW.FC-ARQUITECTURA.COM

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OUTRAS REGIÕES EM DESTAQUE



O BERÇO DA CIDADE DE CHAVES A Freguesia de Santa Maria Maior, por ser o berço da cidade de Chaves, está repleta de história e monumentos, que assinalam a riqueza das vivências de outrora, naquela que hoje é a urbe flaviense. Chaves tem nas suas Termas, aquele que é o principal produto turístico da região. Foram essas virtudes das águas e a sua salubridade que, reconhecidas em 78 d.C, por Flávio Vespasiano, levaram a que esta terra fosse batizada por aquele imperador com o nome de Aquae Flaviae. FREGUESIA DE SANTA MARIA MAIOR iniciativas previstas nesta operação pretende-se mobilizar e envolver a comunidade e as instituições locais, reforçando sentimentos de pertença e favorecendo práticas de trabalho em colaboração e em rede, potenciando articulações e sinergias interinstitucionais. Para o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Hugo Silva, “Esta candidatura vai enriquecer os itinerários e circuitos turístico-culturais atualmente existentes no concelho, através de um instrumento de valor turístico onde serão destacados os pontos de interesse das diferentes rotas e percursos propostos”. Para o efeito, será criado um mapa onde será possível aceder a QRcodes para descarregar vídeos produzidos, relativos a cada rota ou percurso traçado, funcionando desta forma como um valioso instrumento de comunicação e difusão de informação, agrupando toda a informação pertinente do Centro Histórico, de uma forma clara e de leitura objetiva. “Chaves é portadora de um património invejável, edificado e não edificado, que nos permite crescer na área do turismo de uma forma única, criativa e inovadora, apostando numa lógica de envolvimento, de partilha e de crescimento sustentável que nos permita dar a conhecer o melhor de dois mundos: o passado e o presente, reavivando histórias e lendas, ofícios e saberes fazer, apelando á criatividade e á imaginação dos interventores”, realçou Hugo Silva. HUGO SILVA É na Freguesia de Santa Maria Maior que se localizam as principais instituições culturais e artísticas da cidade, destacando-se o Museu da Região Flaviense e o Museu Nadir Afonso, recentemente inaugurado. Este é também o palco por excelência para a realização de várias iniciativas culturais, desportivas e gastronómicas que ocorrem ao longo do ano. No intuito de dinamizar o Centro Histórico de Chaves, com vista à valorização dos seus patrimónios, identidades e comunidades, propôs-se esta Junta de freguesia através de uma candidatura ao Norte 2020 – Património cultural, à criação de um conjunto inovador de atividades de interpretação patrimonial, suportada em várias parcerias e que inclui diferentes suportes de comunicação, com capacidade de envolver diversos segmentos de público, por forma a diferenciar a oferta deste destino turístico e contrariar a sazonalidade da procura. A candidatura “Património cultural – Ligações virtuosas no Centro Histórico de Chaves”, assume uma abordagem plural à noção de património, abrangendo o património arqueológico e monumental, imaterial e intangível, natural e ambiental e ainda o artístico moderno e contemporâneo. Através das diversas ações e

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Com base no passado e no seu legado histórico, mas com apontamentos criativos de modernidade, esta cidade poderá preservar o seu património Cultural imaterial, divulgando a sua identidade através da arte, das imagens, dos espetáculos, das poesias e das músicas, das recriações e dos teatros, envolvendo toda a comunidade numa estratégia cíclica e contextualizada de reavivar e dinamizar o Centro histórico da cidade. Neste sentido, com esta candidatura, pretende-se criar possibilidades de atuação aos mais diversos níveis (animação, cultura, representação, arte, itinerários temáticos ou personalizados, etc), por forma a garantir um aumento substancial da taxa de ocupação hoteleira, ao mesmo tempo que oferece á população a possibilidade de intervir e participar de um projeto envolvente de crescimento e dinamização da cidade onde vive, bem como como apoiar o comércio local e tradicional. “Temos noção que vivemos numa sociedade cada vez mais voltada para as novas tecnologias e em que é necessário, com um simples clique, ter acesso rápido à informação que se procura. Pretendemos continuar a construir uma freguesia empreendedora, qualificada, moderna e simultaneamente orgulhosa das tradições

de todo o património histórico. Neste sentido, fizemos uma aposta clara e vencedora numa candidatura com o objetivo de valorizar o nosso património, a nossa cultura, as nossas tradições. Partilhando o gosto e amor que temos pela nossa terra, convidando todos a visitar a Freguesia de Santa Maria Maior em CHAVES”, concluiu o presidente Hugo Silva.

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UMA REFERÊNCIA NA REGIÃO A Serra da Cabreira, em Vieira do Minho, dá nome a um dos restaurantes mais conceituados da região: o Retiro da Cabreira. RETIRO DA CABREIRA

CARLOS SILVA

Criado em 2012, pelas mãos de Carlos Silva, este restaurante típico aposta numa gastronomia regional, onde a vitela barrosã e o cabrito não podem faltar: “ O nosso conceito explora os produtos da região, os produtos locais, e abastece-mo-nos nos mercados que existem em Vieira do Minho. Consumimos as carnes que são produzidas aqui no concelho e que andam nas pastagens da Serra da Cabreira que, aliás, são produtos de grande qualidade. É também um conceito inovador na medida em que concilia a vertente regional, com um bom serviço, e com a confeção dos alimentos da nossa região, como a carne de vitela barrosã, o cabrito da serra, o porco bísaro, as couves com feijão, entre muitos outros.” Enumerou o proprietário.

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Mas nem só de boa comida se faz este espaço. Carlos Silva vê no turismo rural o futuro e tem potenciado parcerias entre casas de turismo internacionais e o seu restaurante. No entanto, o público local não é esquecido nunca e a prova disso é o Retiro da Cabreira Eventos, um conceito dedicado a proporcionar eventos de qualidade como batizados, casamentos, festas de empresas, convivios familiares a todos os clientes que assim o desejem. “Hoje em dia as pessoas querem um tipo de evento diferente, querem uma ementa mais elaborada e regional e nós tentamos corresponder...e somos já uma referência na região!” Assegura Carlos Silva. Quanto aos recursos humanos e ao espaço fisíco, o Retiro da Cabeira conta com qua-

tro funcionários que dividem os seus trabalhos estre os dois salões do restaurante. O piso térreo acolhe a sala principal aberta ao público e no segundo piso há todo um espaço privado, pensado para servir eventos, almoços e jantares num contexto mais estratégico e privado para o cliente. Um leque vasto de clientes satisfeitos é o resultado de cinco anos de trabalho que Carlos Silva tanto se orgulha:” Temos tido um feedback positivo e crescente. Estamos a evoluir com naturalidade...apostamos e temos confiança no nosso trabalho”.




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